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contato
Química
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Julio Alves Marques Priscila Fialho


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Licenciado em Química pela Faculdade de Pesarini da Veiga ra
Filosofia, Ciências e letras de Arapongas
(FAFICLA- PR).
Bacharel e licenciada em Química pela :ã
Universidade Estadual de londrina (UEL-PR).
Atuou como professor da rede particular
Mestre em Ciências pela Universidade Federal
no Ensino Médio no estado do Paraná.
do Rio de Janeiro (UFRJ-RJ).
Realiza palestras e assessorias para professores
Doutora em Ciências pela Universidade Federal
em escolas particulares e públicas.
do Rio de Janeiro (UFRJ-RJ).
Autor de materiais didáticos para o Ensino
Atuou como professora da rede pública no Ensino
Fundamental.
Médio nos estados do Paraná e Rio de Janeiro.

ô uinteto 1~ edição \ São Paulo 2016

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C uinteto
Copyright O Jt.6o .olves Marques, Priscila Fialho Pesatini da Veiga. 2016

Diretor editorial Lauri Cericato


Gerente editorial Flávia Renata P. A. Fugita
Editora Valquíria Baddini Tronolone
Assessoria Renata Rosenthal, Luiz Guilherme Basílio de Novais
Gerente d e produção editorial Mariana Milani
Coordenador de produção editorial Marcelo Henrique Ferreira Fontes
Coordenadora de arte Daniela Máximo
Coordenadora de preparação e revisão Lilian Semenichin
Supervisora de preparação e revisão lzabel Rodrigues
Revisão Carolina Manley, Desirée Araújo, Jussara Rodrigues, Oswaldo Cago
Coordenador de iconografia e licencíamento de textos Expedito Arantes
Supervisora de licenciamento de textos Baine Bueno
Iconografia Gabriela Araújo, Rosely Ladeira
Coordenadora de ilustrações e cartografia Mareia Beme
Diretor de operações e produção gráfica Reginaldo Soares Damasceno

Produção editorial Scriba Projetos Editoriais


Assistência editorial Rafael Aguiar da Silva, Juliana Marciotto Jacob,
Ícaro Batistão Vendrameto
Proíeto gráfico Laís Garbeliní e Hatadani
Capa Marcela Pialarissi
Imagem de capa Paulo Santos/EyeEm/Getty lmages
Edição de ilustrações lngridhi Borges
Diagramação Laryssa Dias Almeron
Tratamento de imagens José Vítor Elorza Costa
Ilustrações Camila Ferreira, Daniel Zeppo, Gilberto Alicio,
José Vilor E. C., N. Akira, Poliana Garcia,
Rafael Luís Gaion, Renan Fonseca,
Somma Studio, Tamires Azevedo
Cartografia Eduardo e. s.
Preparação de texto Ana Lúcia Pereira
Revisão Ana Paula Felippe e Viviane Mendes
Assistência de produção Sabrina V. Miolo, Daiana Melo e Tamires Azevedo
Autorização de recursos Erick L. Almeida
Pesquisa iconográfica Alaíde França
Editoração eletrônica Luiz Roberto L. Correa (Belo)

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Marques, Julie Alves


#Contato quimica, 1• ano / Julie Alves Marques, Priscila
Fialho Pesarini da Veiga. - 1. ed. - São Paulo : Quinteto Editorial,
2016. - (Coleção #contato química)

"Componente curricular: química"


ISBN 978-85-8392-069-4 (aluno)
ISBN 978-85-83g2-070-0 (professor)

1. Química (Ensino médio) 1. Veiga, Priscila Fialho


Pesarini da. li. Tít ulo. Ili. Série.

16-03615 CDD- 540.7

lndices para catálogo sistemático:


1. Química : Ensino médio 540.7

Em respeito ao meio ambiente, as lolhas


deste livro foram produz idas com fibras
Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fe,,ereiro de 1998. obtidas de ãn.cires de tlorestas planlada.s.
Todos os direitos reservados à c om origem certificada.

QUINTETO EDITORIAL LTDA.


Rua Rui Bartlosa, 156 - Bela Vista - São Paulo-SP Impresso no Parque Gráfico da Editora FTD S.A
CEP 01326-010 - Tel. (11) 3598-6000 CNPJ 61.186.490/0016-33
Caixa Postal 65149-CEP da Caixa Postal 01390-970 Avenida Antonio Bardella, 300
Guarulhos-SP -CEP 07220-020
Tel. (11) 3545-8600 e Fax (11) 2412-5375

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sistema teórico.
Embora esse tipo de
Camada de valência: sistema não ex_ista na
camada mais externa prática, alguns
do átomo, podendo, na podem manter
distribuição eletr ônica condições bem
de Linus Pauling. ser a pró><imas do ideal.

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A Química
... e a sociedade ...............................................................................................10
Capítulo 1 Atividades ...................................................... 36
JDa alquimia à Química ............................. 12 Estudo da matéria .. ...... 37
Ruptura com a alquimia ............................. 13 Estados de agregação da matéria ........... 38
Mudanças de estado
O método científico .................. .............. 15 físico da matéria ... ....... ....... .................. 39
Método dedutivo (ou silogismo).. ......... 16
Método indut ivo....... ........ 16
Substâncias puras e misturas .................. 41
Sistemas homogêneos
Tratamento inicia l das medições ............ 17 e heterogêneos ..... ... .................... ........ 44

Atividades ... ..... . . . ....................... 21 Substâncias simples


e compostos químicos .................................45
Oficina de Química.................................... 23
Atividades. . .. ... . .. ....... ... ..... ....... 46
• Química, uma ciência experimental
Processos físicos de
Aqui tem Química .................................... 24 separação de misturas ................................ 47
• A Química em tudo
Atividades. ... 52

Capítulo 2 Oficina de Química 54


• Método científico,
JConceitos iniciais de Química .......... 25
da observação à criação
Grandezas físicas ........................................ 26
Aqui tem Química ............................... 55
Massa ...................................................... 28
• Tratamento químico da água
Peso.............................................................. 28
para o consumo humano
Volume. ..................... ...•. ............ . ... 29
Densidade ....................................................30
Capítulo 3
Pressão .................................................... 31
Temperatura e calor ... ....................... 32
JTransformações químicas
dos materiais . ........ ......... ......... ...... 58
Escrevendo um número
em notação científica ................................. 35 A constituição da matéria.. .... 59
Ordem de grandeza ....... ...... ....... .. ........ 35 As transformações
químicas da matéria .................................... 60

Reações de s íntese e reações


de análise ... ..... .. ... .... ....... . .... .... 62
Lei da Conservação das Massas ........... 63
Lei das Proporções Constantes ............. 64
Modelo atômico de Dalton ....................... 66
Postulados de Dalt on ... ............. . ........ 67

A Lei volumétrica de Gay-Lussac. ...... 67

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y Atividades................................................. 69
Notações químicas.. .. ......................... ....... 70
Fórmulas das substâncias .......................... 71
Análise elementar das fórmulas
das substâncias químicas ........................ 80
Alotropia ......... ...... . .. .. ...... ............ .82
Alótropos do oxigênio ................................ 82
Balanceamento das Alótropos do carbono.................................. 83
equações químicas....................................... 72 Alótropos do fósforo .................................. 84
Massas atôm icas Alótropos do enxofre ................................ 84
e massas moleculares............................... 73 Atividades............ .......................... ............. 86
Unidade de massa atômica
e massa molecular....................................... 75 Aqui tem Quím ica ................................... 87
• O fósforo não está no palito!
Atividades................. . .... 77
Quantidade de matéria • Atividades complementares........... 89
e massa molar ............................................. 78
• Explorando o tema ................................... 92
Volume molar.................................................. 79 • Camada de ozônio

Estudo dos modelos atômicos ..... ............................... ..................... 94


Capítulo 4 Cap ítulo 5
• Desenvolvimento dos • Tabela periódica
modelos atômicos ................................... 96 dos elementos químicos.................. 125
Eletricidade ... 97 Um pouco da história da tabela
periódica dos elementos químicos ..... 126
O elétron ......................................................... 100
Tabela periódica atual...............................128
O próton ......................................................... 100 Estrutura da tabela periódica atual.. ..... 130
Os íons ................................................................ 101
Atividades.. ... ...... . .... . ... . ..... .. ......... 134
Radioatividade.............................................. 101
Classificação dos elementos .............. 135
Atividades.......... ..................................... 103 Hidrogênio ..................................................... 135
Metais ...................................................... 135
Modelos atôm icos ....................................104
Ameta is (ou não metais)........................... 136
O modelo atôm ico
de Thomson ..... ....................................... 104 Gases nobres (gases raros
ou inertes)......... .................... ................. 136
O modelo atômico
de Rutherford ............................................ 105 Propriedades periódicas
Natureza da luz ............................................ 106 e aperiódicas .................................................. 137
Teoria quântica de Planck ......................... 107 Raio atômico ........................................... 138
O modelo atômico de Bohr .......................108 Carga nuclear efetiva .............................. 139
Raio atômico e raio iônico ..................... 140
O modelo atômico de Sommerfeld ........110
Eletropositividade ou caráter metálico . 141
Modelo atômico básico.................. . ..... 110
Eletronegatividade..... . ... ... .. ..... ...... 142
Atividades ...................................................... 112 Energia de ionização ............................. 143
Número de massa ...................................... 113 Eletroafinidade ou afinidade eletrônica .....144

Distribuição eletrônica .................... . .... 116 Atividades................................................ 146


Aqui tem Quím ica . . ..... 147
Atividades ... 120
• Gases nobres e suas aplicações
Oficina de Química.... 122
• Teste de chama • Atividades complementares ..... 149
Aqui tem Química ................................ 124 • Explorando o tema ............................... 152
• Reciclagem de • Extração mineral e os impactos
televisores antigos causados no ambiente

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Forças interatômicas e intermoleculares .................................. 154
Capítulo 6 Capítulo 7
JLigações químicas................................... 156 JInterações moleculares .................. 180
Teoria do octeto .............................................157 Geometria molecula r .................................. 181
Liga ção iônica ou e letrovalente ........... 159 Po la ri dade das ligações............................ 184
Formação da Ligação iônica ..................... 160 Polari dade das moléculas ....................... 185
Fórmula unitária e fórmula de Lewis ..... 162 Moléculas polares e apolares.................. 186
Propriedades dos compostos iônicos .... 163
Solubilidade .................................................. 187
Atividades ......... .. 163
Atividades ................................................ 191
Ligação covalent e. .. ......... 165
Formação da Ligação covalente............... 165
Tipos de intera ções
intermoleculares ........... 193
Tipos de ligações covalentes ............... 167
Dipolo induzido ("forças" de
Ligação covalente dispersão de London) .... .... ...... .. .. 193
coordenada (dativa) ................................. 170
Dipolo permanente (dipolo-dipolo). ..... 194
Propriedades das
Ligações de hidrogênio .............................. 195
substâncias moleculares ......................... 172
Tensão superficial ................................... 195
Atividades ......................................................172 Pontos de fusão e de ebulição
Ligação metálica .................................... . 173 e massa molecular.................................... 196

Alguns ret ículos Atividades ............ .... ......................... 199


cristal inos metálicos ............................. 174
Propriedades das Oficina de Química........................... . 200
substâncias metálicas .............................. 174 • A química da gasolina
As ligas metálicas................................... 175
Aqui tem Química .................................... 201
Atividades.............. ................................. 177 • Por que as colas colam?

Aqui tem Química ..... 178


• Bebidas isotôn icas e sais minera is
JAtividades complementares 203
JExplorando o tema .............................. 206
• Tragédia titânica

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Funções inorgânicas
e reações químicas ..........................................................208
Capítulo 8
• Bases e ácidos ... .............................. . 210
Eletrólit os .. ........ .......... .. ......... ....... .. . .... 211
Capítulo 10
Teori as ácido-base de Arrhenius .. 213
• Reações quím icas: aspectos
Bases ou hidróxidos ..... 214
qualitativos e quantitativos......... 250
Formulação das bases de Arrhenius...... 215
Nomenclatura das bases de Arrhenius .... 216 Ti pos de reações químicas
e condições de ocor rência ...... ............ 251
Classificação das bases de Arrhenius ..... 216
Reações de síntese ou adição ................. 253
Atividades...... ..... ... ............... .... . 218 Reações de análise ou decomposição. 255
Ácidos..................................................... 219 Reações de sim ples troca
Formulação e nomenclatura de ácidos.... 219 ou deslocamento................. ................. 256
Classificação dos ácidos de Arrhenius ..... 222 Reações de dupla t roca ou metátese ..... 260
Exemplos de aplicações de ácidos
Atividades .................................................... 263
no cotidiano....... ......... .. .. ..... .. .. .... .. . ... 223
Est equiometr ia: leis
Indicadores ácido-base ........................... 224
e cálculos estequ iométricos ............... 264
Ativi da d es ................................................. 227 Rel ação estequiométrica envolvendo
quantidade de matéria (mal)................ 265
Oficina de Química.... ................... ... 228 Relação estequiométrica
• Indicadores naturais envolvendo massa e quant idade
de matéria (mal) ................................ 265
Aqui tem Química ................................... 230
Rel ação estequiométrica
• A química de defesa animal
envolvendo massa .................................. 266
Relação estequiométrica
Capítulo 9 envolvendo massa e volume... ........ 267
• Sais e óxidos ............................................... 232 Reagente em excesso e
reagente Limit ante.................................... 268
Sais ...... .. ...... . ...... .. ......................... 233
Pureza ........................................................... 269

i'
,. ' . Nomenclatura de sais ........................... 234
Classificação dos sais ............................... 236
Rendimento ................................................. 269

• ' . " ' ,, ' t • • Propriedades dos sais ............................... 238 Atividades ..................................................... 273
• , 'li, • • • • ,·
Algumas aplicações
·.' / ,· Oficina de Química .................... 274
de sais em nosso cotidiano ..................... 238
• A Química na cozinha
Atividades ......................................... 240
Aqui tem Química ................................ 276
Óxidos ................... ........................ 241 • Para que servem os antiácidos?
Classificação dos óxidos .......................... 242
Algumas aplicações
de óxidos em nosso cotidiano ................ 243
• Atividades complementares ....... 277

Atividades............ .................................... 24 6
• Explorando o tema ................................ 280
• Ciclos biogeoquímicos
Oficina de Química............................. 247
• Formação de cristais

Aqui tem Química ................................... 248 Ampliando


seus conhecimentos ...................... 282
Bibliografia 285
Respostas das atividades
complementares...... ............... ..... ... 286
Tabela periódica dos elementos ... 288

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Veja as respostas das questões desta
página nas Orientações para o professor
A Química é a ciência que estuda a
natureza, as propriedades, a composição e
as transformações da matéria. Parte consi-
derável das substâncias é extraída da natu-
reza e, após passar por processos físicos e
químicos, novos materiais passam a ter as
mais diferentes aplicações. Ela nos possibili-
ta entender melhor o funcionamento das
transformações que resultam na formação
de inúmeras substâncias. Hoje, sabemos
que as complexas estruturas quimicas pre-
sentes nos seres vivos são responsáveis
pela vida e pelo mecanismo da perpetuação
das espécies.

@ Por que devemos estudar Química?

@ Cite algumas atividades que podem ser


desenvolvidas pelos químicos.

© Em sua opinião, o que é necessário


para um experimento laboratorial ser
considerado uma atividade científica?

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Da alquimia à Química
A. O laboratório de alquimia não se apresentava d e forma organizada como o laboratório de
química. E possível evidenciar que no laboratório de alquimia havia referência às simbologias
místicas, com ausência do método c ientífico atual.
Uma das vertentes sobre a origem da palavra alquimia afirma que ela deriva do
árabe, AI-Khemy, e significa "A Arte" ou "A Química". A alquimia teve início no século
Um longo cami- Ili a.e. e se estendeu até o sécu lo XVI d.C.; impregnada de pensamentos místicos,
nho foi percorrido da recebeu influência da filosofia grega, do misticismo oriental e da tecno logia egípcia.
alquimia à Química. Ela combinava conhecimentos de Astrologia, Filosofia, misticismo, arte, metalurgia,
O que estudaremos
Física, Química, Medicina e religião.
neste capítulo é um
breve relato e alguns Alguns alquimistas invocavam seres místicos por meio de recitações e fórmu las
fatos históricos que mágicas, as quais, em determinados momentos, desafiavam a lógica. Desse modo, a
marcaram a passa- relação entre a teoria e a prática alquímicas constituía, na maioria das vezes, uma in-
gem da arte alquími- versão do método científico· moderno. Assim , na Idade Média, muitos alquimistas fo-
ca para a ciência
ram presos e queimados vivos em fogueiras pela Inquisição da Igreja Católica.
Química.

Ciência: substantivo que


deriva do latim scientio e
l Como a alquimia era considerada uma c iência oculta, por questão de sobrevivência
dos alquimistas, os manuscritos alquímicos eram elaborados em forma de poemas
significa conhecimento. alegóricos, incompreensíveis às demais pessoas.

·o método científico @ Quais mudanças você consegue identificar entre o laboratório de alquimia apre-
será abordado nas
páginas 15 a 17 deste sentado acima e o laboratório de química das páginas 10 e 11 ?
volume.
@ Para você, que diferenças existem entre alquimia e Química?
Resposta pessoal. Estimule os alunos a expressarem suas ideias sobre a alquimia e anote na lousa as principais. Alguns
alunos poderão comentar que a alquimia se preocupava p rincipalmente em buscar a pedra filosofal, visando transformar
metais em ouro e chegar ao elixir da longa vida, o qual acreditavam ter poder de curar as doenças, resultando em vida eterna.
12 Já a Química é uma ciência que estuda a matéria, levando em conta a sua composição, as reações e as suas transformações.

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Ruptura com a alquimia


Dentre os objetivos dos alquimistas, destacam-se:
*Diga aos alunos que a
• conseguir a transformação espiritual do alquimista em criatura perfeita; pedra fi losofal foi
• transformar os metais chamados inferiores (principalmente o chumbo e o mercú- considerada a
responsável por
rio} em ouro e prata, metais tidos como superiores; · transformar qualquer
metal em ouro. Com
• preparar uma mistura mágica que curasse as doenças e devolvesse a juventude, isso, a busca por ela foi
prolongando assim a vida. Essa mistura era conhecida como "elixir da longa vida". um dos objetivos mais
importantes para os
As contribuições da alquimia foram fundamentais para o desenvolvimento da Quími- alquimistas.

ca Moderna. Entre os êxitos alcançados pela alquimia podemos citar os inúmeros


aparelhos de laboratório.
Entre os séculos XV e XVII , a alquimia, ao buscar o "elixir da longa vida", teve seu
Se julgar conveniente,
foco voltado para a cura das doenças por meio de substâncias misteriosas. Surge esclareça aos alunos
que esses princípios
assim um novo ramo alquímico, a iatroquímica ou química médica. não eram obtidos com
Paracelso (1493-1541), um médico e sábio suíço, acreditava que cada substância ou o enxofre, o mercúrio e
o sal tal qual
matéria em crescimento era feita por alguns elementos que tinham base em três princí- conhecemos hoje. Eram
princípios metafísicos
pios: o enxofre, responsável pelo princípio da combustibilidade; o mercúrio, responsável que representavam o
pelo princípio da fluidez, e o sal, responsável pelo princípio da estabilidade. Segundo corpo, a alma e o
espírito,
ele, a separação desses três princípios resultaria em doenças. respectivamente.

1 A Química na Medicina
Por volta de 1500, quando a Medicina tratava doenças usando
apenas plantas e substâncias extraídas de animais, Paracelso pro-
pôs uma interação com as substâncias do reino mineral para essa
finalidade. Como resultado disso, Paracelso conseguiu curar a
sífilis usando sai s de mercúrio, uma das doenças mais terríveis
em sua época.
Pela primeira vez na história da Medicina, usava-se algo que
não fosse vegetal ou animal para tratamento médico.

Gravura mostr ando Philippus Aureolus Theofrastus


Bombastus von Hohenheim, mais conhecido como
Paracelso, alquimista e médico suíço.

Roger Bacon (1214-1292, datas prováveis}, um frade franciscano


também conhecido como Doctor Mirabilis, descreveu o método
cientifico como um ciclo repetitivo de observação, hipótese, experi-
mentação e necessidade de verificação independente.
Para ele, o processo de transformação envolve algo que produz
(o agente ou a causa eficiente) e algo que sofre (o paciente ou a
matéria}. Há, segundo Bacon, duas ações possíveis: a unívoca, que
é geração (por exemplo, a luz produz luz), e a equívoca (quando a
luz produz calor).
Na concepção dele, a alquimia era uma ciência superior, além de
ser possível classificá-la em "alquimia operativa" (área na qual ele
experimentou a prática em relação aos metais preciosos e aos tingi -
mentos) e "alquimia especulativa" (que tratava da geração de ele-
mentos do mundo).
Gravura mostrando Roger
Com a necessidade de uma nova concepção de mundo, para dis- Bacon, cujos estudos
seminar novas ideias para a população em geral, formaram-se diver- sobre Óptica
possibilitaram a invençào
sas sociedades científicas. Entre elas, destacam-se a Accademia dei
dos óculos, do telescópio
Cimento, em Florença, a Académie Royale des Sciences, na França, e do microscópio.
e a Royal Society of London, na Inglaterra.

A Química e a sociedade 13

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Robert Boyle (1627-1 691), um químico e físico irlandês do século XVII, estabe-
leceu a lei de comportamento dos gases que até hoje é aceita pelos químicos.
Suas ideias causaram grande impacto na sociedade da época, de maneira
que as pessoas começaram a considerar a natureza sem o aspecto misterioso,
a fim de obter respostas às questões propostas pela Química, por meio de ex-
perimentos planejados adequadamente ao método científico. Esse novo modo
de "ver" a natureza, juntamente com as concepções mecanicistas que come-
çavam a dominar a Física, não deu espaço para o pensamento mágico dos
alquimistas.
Boyle costumava trocar muitas informações sobre seus estudos, particularmen-
te sobre fenômenos químicos, com seus colegas da Royal Society of London e ou-
tros estudantes da área, chegando a resultados mais expressivos em suas pesquisas.
Assim, pode-se afirmar que o conjunto da obra de Boyle teve papel fundamental na
Gravura mostrando ruptura da ideologia alquímica com a Química.
Robert Boyle, membro da O químico francês Antoine Laurent Lavoisier (1743-1794), após repetir inúmeras ve-
Royal Society of London,
que dedicou- se às
zes seus experimentos, deduziu, com o uso de balanças, que nas reações químicas
pesquisas relacionadas ocorridas entre materiais, em recipientes fechados, a massa se conservava. Estabele -
aos fenômenos químicos.
cia-se, assim, o Princípio da Conservação da Matéria, o qual é popularmente enuncia-
do da seguinte forma: "Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma".
Além das contribuições experimentais, Lavoisier escreveu várias obras, entre elas
Méthode de Nomenclature Chimique e Traité Élémentaire de Chimie, em que estabe-
lece uma nova linguagem química. Essa nova linguagem, em grande parte, defendia
que os termos científicos deveriam estar associados às ideias das propriedades
das substâncias.
A nova nomenclatura proposta por Lavoisier tinha como objetivo facilitar o
entendimento, a comunicação e a divulgação dos conhecimentos científicos.
Com isso, percebe-se que até então, visando restringir os conhecimentos ai-
químicos aos iniciados, a representação química era simbólica, figurativa e
bastante variável. As substâncias conhecidas eram identificadas por nomes
que representavam as suas qualidades ou por nomes de pessoas ou lugares
ou, ainda, por derivação de termos astrológicos. Era comum uma substância
apresentar mais de uma dúzia de nomes diferentes.
As contribuições de Lavoisier foram fundamentais para elevar a Química à categoria
Gravura mostrando
Antoine Laurent Lavoisier, de Ciência, o que lhe rendeu o título de "o pai da Química Moderna".
con siderado "o pai da Os químicos, geralmente, praticam observações exatas dos fenômenos e das expe-
Química Moderna".
rimentações sistemáticas. Isso possibilita penetrar na estrutura da matéria e, com
isso, entender o que ocorre na natureza.

Equipamento utilizado
~ ~~&:· para a destilação de ácido
nítrico. Essa atividade
--~_,.--- - - marca a passagem da
alq uimia para a Química.

14

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O método científico


A curiosidade é inerente ao ser humano, por isso, desde pequenos, fazemos muitas
perguntas tanto às outras crianças quanto aos adultos. Essa característica é o que
nos impulsiona a fazer observações, investigações e indagações. Porém, nem sempre
obtivemos respostas satisfatórias às nossas perguntas, e com o passar do tempo
muitos dos conhecimentos desenvolvidos se acumularam, tornando-se senso comum
e passando de geração em geração.
É importante, contudo, ressaltar que muitos dos conhecimentos de senso comum
não são aceitos como conhecimentos científicos. De forma geral, os conhecimentos
científicos são obtidos de maneira organizada, por meio de critérios, padrões e métodos
de investigação aceitos pela comunidade científica. Ao conjunto de etapas sequencial-
mente organizadas durante o estudo de fenômenos denominamos método científico.
O método científico, usado atualmente, foi o resultado direto da obra de inúmeros pen-
sadores que culminou na obra Discurso sobre o Método ou Discurso do Método, de
René Descartes (1596-1650).
O método proposto por Descartes, conhecido como Determinismo Mecanicista ou
Modelo Cartesiano, se fundamenta na concepção de que tudo e todos podem ser

. \
divididos em partes cada vez menores, podendo ser analisadas e estudadas sepa-
radamente. Assim , Descartes argumentava: "Para compreender o todo, basta
compreender as partes.".
Contudo, é importante ressaltar que a aplicação desse método em todas as
áreas do conhecimento, ao deixar de considerar as interações entre as partes e
o todo, e entre o todo e os outros, causou sérios distúrbios ambientais e sociais, ~ '\ .
chegando a ameaçar até mesmo a existência do ser humano. Portanto, as pesqui- '
sas científicas mais atuais buscam estabelecer relações entre as diversas áreas
(Química, Física, Biologia, entre outras) e como o diálogo entre essas áreas ajuda
o ser humano na resolução de problemas tecnológicos, sociais, ambientais, políti-
cos e econômicos.
O método científico, visando obter resultados confiáveis, apresenta um conjunto de
Gravura most rand o
regras básicas que serve para nortear o modo de agir do cientista durante a investi- René Descartes,
gação científica. considerado "o pai
da Matemática e da
Sob o ponto de vista esquemático, o método científico apresenta algumas etapas Filosofia M odernaº.
como: a observação, a problematização, a formulação de hipóteses, a experimenta-
ção, a interpretação dos resultados e, por fim, a conclusão. Veja a seguir.
( O método científico ....................................................................................................................................................................................... ,...[

Caso a interpretação dos dados refute as hipóteses

... . .... . . ... .. . . .. ... . . .... .... ..... . .. . . .. ................. ..


levantadas, est as devem ser reformuladas .
~

i'
interpretação
observação
Visualização
· ·• problematização
Execução de
hipótese(s)
Possível
experimentação •··•
Etapa em que o
dos resultados
Etapa em que se
conclusão
Etapa f inal do
do fenômeno questionamentos explicação pesquisador realiza estudado
analisam os
(ou fato). sobre o fato para o experiências para resul tados obtidos fenômeno em
observ ado. problema. provar ou negar a na experimentação que algumas
ver acidade de sua com as hipóteses af irmações são
Esquema com as principais etapas do método cientifico. hipótese. estabelecidas. apresentadas.

As leis são generalizações das hipóteses controladas e confirmadas nas experimentações. Já as teorias e os modelos
científicos são utilizados para explicar as leis.
Novos conhecimentos científicos podem invalidar as leis, as teorias e os modelos científicos, o que faz da Ciência um
conhecimento evolutivo e dinâmico.

Ressalta-se que não há predeterminação de tempo para cumprir certa etapa e, de-
pendendo da investigação, nem mesmo há a necessidade de cumprir todas elas.
Existem diferentes métodos científicos, estudaremos o dedutivo e o indutivo.

A Química e a sociedade 15

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Método dedutivo (ou silogismo)
O método dedutivo foi proposto pelos racionalistas Descartes, Baruch Spinoza (1632-1677)
e Gotfried Wilhelm Leibniz (1646-1716) e pressupõe que só a razão é capaz de levar ao co-
nhecimento verdadeiro. Seu objetivo é explicar o conteúdo das premissas por meio de
uma cadeia de raciocínio em ordem descendente, de análise do geral para o particular,
que chega a uma conclusão. Ou seja, o método dedutivo usa a construção lógica para,
com base em duas premissas, chegar à conclusão, a qual seria a terceira premissa,
logicamente decorrente das outras duas.
Considere os seguintes exemplos de método dedutivo.
Exemplo 1 Exemplo 2
• Premissas: • Premissas:
Todo homem é mortal. Todo mamífero tem um coração.
Marcos é homem. Todos os gatos são mamíferos.
Conclusão: Conclusão:
Logo, Marcos é mortal. Logo, todos os gatos têm um coração.

Ao observar os exemplos de método dedutivo, vê-se que o primeiro argumento parte


de uma premissa universal para uma conclusão com proposição particular (porque a
segunda premissa é também particular). Já no exemplo 2, todas as premissas, bem
como a conclusão, são universais. Contudo, nos dois exemplos há a inferência, pois os
termos dados (mortal, homem e Marcos - exemplo 1; ter um coração, mamífero e gato
- exemplo 2) possuem uma relação de extensão entre si, que vai do termo maior, pas-
sando pelo médio (através do qual há mediação) e chegando, por fim, ao menor.
Nos exemplos apresentados, as duas premissas são verdadeiras, portanto, a con-
clusão também é verdadeira.
O método dedutivo pode, ainda, levar a uma conclusão falsa (sofisma) mesmo pos-
suindo aparência lógica. Observe os exemplos.
• As aves são animais vertebrados. Homens são animais vertebrados. Logo, ho-
mens são aves.
• Os nazistas eram nacionalistas. Norte-americanos são nacionalistas. Logo, norte-
-americanos são nazistas.

Método indutivo
O método indutivo foi proposto pelos empiristas Francis Bacon (1561 -1629), Thomas
Hobbes (1588-1679), John Locke (1632-1704) e David Hume (1711-1776). Nele, consi -
dera-se que o conhecimento é fundamentado na experiência, não levando em conta
princípios preestabelecidos. Assim, a generalização deriva de observações de casos
da realidade concreta, de maneira que as constatações particulares levam à elabora-
ção de generalizações.
Considere os seguintes exemplos de método indutivo.
Exemplo 1 Exemplo 2
• Premissas: • Premissas:
Antônio respira. Todo pássaro é mortal.
João respira. Todo gato é mortal.
Paulo respira. Todo peixe é mortal.

Carlos respira . Todo cão é mortal.


Conclusão: Conclusão:
Ora, Antônio, João, Paulo e Carlos Logo, todo animal é mortal.
são homens. . ....
Logo, (todos) os homens respiram.
~ ··-····
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O método indutivo procede de proposições particu lares, ou de termos relativamen-
te menores do que os que estão na conclusão, e chega a termos mais universais ou


mais extensos. Ele não se baseia em uma verdade lógica pura, mas em premissas,
para obter uma conclusão.
Não há unanimidade sobre qual método deve ser usado no experimento. Alguns pre-
ferem o método dedutivo, outros, o indutivo. Cada forma de argumentação deve ser
aplicada segundo a natureza do problema e das necessidades da investigação. Dada a
complexidade de muitas das investigações, seria ideal empregar métodos - e não um
método em particular - que ampliem as possibilidades de análise e a obtenção de respos-
tas para o problema proposto na etapa inicial do método científico, a observação.

Tratamento inicial das medicões


,
Realizamos medições em diversas situações de nosso cotidiano. Em Química, por
exemplo, as medições possibilitam determinar uma dose letal de certa substância, a
concentração de medicamento para cada cápsula de remédio, a quantidade de cada
produto para preparar um bebida, entre outras situações.
1 O que é medir? Medir é determinar experimentalmente o valor numérico de uma determinada característica
· que possa ser atribuída a um objeto ou evento por meio de uma escala preestabelecida.
2. Util izando uma régua, meça o comprimento da mesa de seu professor. Que
medid a você obteve? Compare-a com a de algun s colegas.
Resposta pessoal. Com essa questào, pretende- se veríficar que as medidas obtídas podem ser diferentes.
Ao medirmos, naturalmente erramos. Ao medir uma grandeza por diversas vezes,
nem sempre os valores obtidos coincidem. Assim, considera-se que o valor mais pro-
vável para a grandeza medida seja a média aritmética dos valores medidos. De forma
geral, quanto maior o número de medições, mais próximo do valor exato estará o valor
provável.
O cálculo do valor provável ou valor médio é obtido somando os valores encontrados na
medição e dividindo o resultado pelo número de medições, que pode ser denotado por:

ou, ainda,

em que: XM é o valor provável, \ é o valor de cada medida e n é o número de medidas.


Considera-se valor exato aquele obtido por meio de operadores altamente treina-
dos, usando os melhores métodos e instrumentos de medidas conhecidos.
Um instrumento de exatidão bastante usado como medida de comprimento é o paquí-
1 Pr:cisã~ r~fere-se _ª
metro. Trata-se de uma régua graduada, com encosto fixo, sobre a qual desliza um cursor. quao prox,mos estao
os resultados uns dos
outros.
Exatidão refere-se a
quão próximo do valor
r eal estão as medidas
1
realizadas.

Paquímetro
d ig ital.

17

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Em uma pesquisa científica, outros termos técnicos geralmente são utilizados, tais
como d iscrepância, erro de medida, desvio individual e desvio absoluto médio.
Discrepânc ia: diferença entre o valor medido e um valor de referência.

Erro de medida ou erro absol uto (E): diferença entre o valor encontrado {vi) e o
valor verdadeiro ou aceito da quantidade (ve)·

E=Vi - Ve

Desvio ind ivid ual ou d esvio em relação à média (d;): quanto um resultado individual
(\) difere do valor provável (xM).

Assim, após calcularmos o valor provável, é possível determinar o desvio de cada


medida (desvio individual) e o seu desvio absoluto médio.
Desvio abso luto méd io {dM): é a média aritmética dos módulos (valor absoluto) dos
desvios de cada medida.

em que:
ldii= módulo do valor do desvio de cada medida (desvio individual)
n = número de medidas
O erro é inerente ao ato de medir. Assim, para diminuir a incerteza que afeta o valor pro-
vável, costuma-se expressar o resultado (X) de uma série de medidas da seguinte maneira:

em que:
• XM = valor provável (valor médio)
• dM = desvio absoluto médio
Assim, ao expressar o resultado experimental como sendo (5,37 ± 0,01) m, por
exemplo, devemos considerar que o valor real deva estar entre 5,36 e 5,38 m, com
maior probabilidade de ser 5,37 m .

/ Atividade resolvida \

RT. Ao realizar um experimento de labo-


ratóri o, uma química obteve os se-
g uintes resultados para as medidas
de massa de uma am ostra de det er-
m inado material:

Massa (g)

Medida 1 5,5

Medida 2 5,3

Medida 3 5,4

Medida 4 5,8

Medida 5 5,6 Química realizando medidas de massa de uma


amostra em uma balança.
Dados fictícios. >
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>
Determine.


a) O valor provável da massa da amostra.
b) Os desvios individuais.
e) O desvio absoluto médio.
d) A forma de apresentar o resultado da série de medições.

Resolução
a) Cálculo do valor provável da massa da amostra. ..--
Arredondamento:
Temos: examinando o a lgarismo
decimal situado
x , =5,5g imediatamente à direita
x 2 = 5,3g do último a lgarismo a
ser conservado - ou
X3 = 5,4g seja, o primeiro
algarismo da parte a ser
X4 = 5,8g suprimida - , e
conferindo se ele é
X 5 =5,6g
inferior a 5, suprimimos
Considerando que o cálculo do valor provável ou valor o algarismo decimal e
todos os subsequentes a
médio seja a média aritmética das medidas, temos: ele. Se, entretanto, ele
for igual ou superior a 5,
x1 + x2 + x3 + ... + x n ->.
suprimimos esse
XM = n _,
algarismo decimal e
todos os subsequentes a
5,5 + 5,3 +5,4+ 5,8 + 5,6
* XM = 5 * ele, e aumentamos uma
unidade ao último
algarismo conservado.
* xM =27,6
-5- ~ xM = 5,52 :. xM ::5,5g Exemplos:
5,52::5.S
b) Cálculo dos desvios de cada medida {d;).
5,55::5,6
d1 = x, - XM ~d , = (5,5 - 5,5) :. d,= 0,0 g 5,56:: 5,6

d2 = X2 - XM * d2 = (5,3 - 5,5) : . d2 = - 0,2 9

d3 = X3 - XM * d3 = (5,4 - 5,5) :. d3 = -0,1 g


d =X
4 XM * d = (5,8 -
4 - 4 5,5) : . d 4 = 0,3 g
d 5 = X 5 - XM ~ d 5 = (5,6 - 5,5) :. d 5 = 0,1 g

É importante ressaltar que o desvio de cada medida (di) pode ser positivo, nulo ou
negativo.

e) Cálculo do desvio absoluto médio {dM)·

Substituindo os valores (em módulo) de cada desvio individual, obtém-se:

d M -_ 0,0 + 0,2 + 0,1 + 0,3 + 0,1 d 0,7 d O 14 d O1


5 ~ M = -5- =} M = • .". M :; , 9

d) Forma de apresentar o resultado da série de medições.


Como calculado anteriormente, o valor provável (valor médio) é 5,5 g e o desvio
absoluto médio é 0,1 g. Considerando que a forma de apresentar o resultado (X} é:

X= XM ± dM
Conclui-se que: X = (5,5 ± 0,1) g.

A Química e a sociedade 19

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ctl ,A.,m@t%14011·ti·• ,--------------------.. .
Os profissionais e o método científico
O método científico pode ser empregado em diversas áreas do conhecimento,
com o objetivo principal de chegar a uma conclusão sobre o respectivo tema.
A maioria das análises científicas consiste em juntar evidências verificáveis, ba-
seadas em observações prévias de fenômenos naturais ou experimentais. Essas
observações, como já vimos, podem gerar problematizações ou hipóteses na tenta-
tiva de explicar determinado fato. Com a realização de experimentos e a interpretação
dos resultados obtidos, pode-se criar uma teoria ou modelo que contemple es-
sas hipóteses, gerando conclusões válidas ou inválidas sobre a tese original.

.........................~·~··;;;~~i~~··~;;;;~~··~;~;i~;~·~;~··~·~~;~~~··~;~~~;~;~~·~~
chegar ao diagnóstico. Com a observação das queixas do
paciente, ele cria hipóteses de possíveis causas e solicita
exames preliminares e/ou mais sofisticados. Em seguida, ele
interpreta os resultados a fim de chegar a uma conclusão e
indicar o tratamento ideal para o paciente.

Médica analisando os
sintomas de uma paciente
através do estetoscópio.
·····~~·~~~;~~·~;;;;~·;;·~;i1;~~··~··;~;~~·~·~·i~.~~it~
durante a observação do local do crime,
momento em que coleta evidências que podem
gerar hipóteses de como e quem cometeu o
delito. Com base nas análises dos dados
coletados pretende-se esclarecer tanto como
ocorreu o crime quanto quem o praticou.

Peritos criminais analisando a cena de um crime com


reagente que pode revelar manchas de sangue.

...........................................................................................................................
~

Um treinador de futebol utiliza o método científico para vencer 1


um adversário. Ao observar os jogos do oponente, supõe-se
a maneira como ele vai jogar. Baseando-se nisso, é possível
criar uma ou mais estratégias para vencer a partida .

Treinador de fu tebol
............. .....~~··~~.l~~~~·~;~~·~·~~~··~· ~·~;;~~··~;~~·~;i;~~·~
estudando estratégias para uma expedição ao encontrar um fóssil de
uma partida de futebol. rinoceronte, por exemplo. Esse profissional
então cria hipóteses sobre os hábitos do animal
e faz análises da datação radioativa, com as
quais é possível, por exemplo, descobrir a
época em que viveu o rinoceronte.

Paleontólogos encontram fóssil de rinoceronte


com mais de dez milhões de anos.

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Atividades ~
"= Resolva as atividades no caderno.
1. Qual a possível origem do termo alquimia? Cite
pelo menos duas áreas de conhecimento que
estejam relacionadas com a alquimia.

Z. Como a alquimia era considerada uma ciência


6. Em geral, o método científico engloba algumas
etapas, tais como: observação, formu lação de
hipóteses, experimentação, interpretação dos
resu ltados e conclusão.
Em sua opinião, pode-se admitir que um pesqui-

oculta por questão de sobrevivência dos alqui-
sador investigue algo por meio do método cien-
m istas, seus manuscritos alquímicos eram, em
tífico sem cumprir todas as etapas? Justifique
geral, elaborados em forma de:
sua resposta.
a) documentos em inglês.
b) quadrinhos.
e ) poemas alegóricos.
d) pinturas rupestres. Faça uma pesquisa sobre o trabalho de Charles
e) livros, que em seguida foram publicados. Darwin. Procure observar se em seu trabalho ele
seguiu as etapas do método científico.
3. Os alquimistas buscavam a transmutação, que
significa a transformação de um elemento quí- 8. Considere o texto a seguir.
m ico em outro, transformando os metais "infe-
riores", como chumbo e mercúrio, em metais O ferro conduz eletricidade.
1
"superiores", como ouro e prata. Eles prepara- O ferro é metal.
vam "misturas mágicas" com o objetivo de curar
doenças e prolongar a vida, na busca pela juven-
tude. Como eram conhecidas essas misturas?
ro ouro conduz eletricidade.
O ouro é metal.

4. Por volta de 1500. o médico e alquimista mais


O cobre conduz eletricidade.
conhecido como Paracelso propôs tratar doen- 1
O cobre é metal.
ças fazendo a interação de substâncias de ori-
gem animal e vegetal com substâncias do reino
Logo, todos os metais
m ineral. Qual foi a substância mineral proposta 1
conduzem eletricidade.
e qual doença poderia ser tratada na época?
O texto se refere a um raciocínio dedutivo ou
S. A ciência mostrou que os alquimistas estavam
indutivo? Justifique sua resposta.
errados quanto à transmutação . Porém, seus
experimentos deram origem a vários instrumen- 9. Leia o texto a seguir.
tos de laboratório, como os apresentados na
,
imagem a seguir. Todo vertebrado
possui vértebras.

Todos os cães
são vertebrados.

Logo, todos os
cães têm vértebras.

Esse texto se refere a um método dedutivo ou


indutivo? Explique.

10. O método dedutivo foi proposto pelos raciona-


listas Descartes, Spinoza e Leibniz, já o método
Vidrarias e instrumentos de um alquimista. indutivo foi proposto pelos empiristas Bacon,
Hobbes, Locke e Hume. Com suas palavras,
Em sua opinião, existe alguma relação entre Quí- diferencie o método dedutivo do método indu -
mica e alquimia? Justifique. tivo.

A Química e a sociedade 21

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11. Leia a situação a seguir. 15. Os elementos químicos carbono, oxigênio, prata
Uma mulher de 70 anos, ao olhar bem para sua e mercúrio apresentam os seguintes números
pele, percebeu muitas rugas e concluiu, para seu atômicos: 6, 8, 47 e 80. Se o elemento químico
conforto, que todo homem e toda mulher nessa ouro de número atômico 79 for acrescentado
faixa etária têm muitas rugas. nessa lista, o que acontecerá com a média arit-
mética dos números atômicos?
A conclusão da mulher envolve o método dedu -
tivo ou indutivo? Justifique. 16. Uma química preparou uma solução aquosa de
hidróxido de sódio, co locou - a em um ba lão
12. Considere o texto a seguir.
volumétrico fechado e, em seguida, etiquetou -a
com a devida concentração. Mais tarde, ao vol-
rOdourado.
ouro é um metal
tar ao laboratório, percebeu que a etiqueta con-
tendo a concentração da solução havia sumido.
( O mercúrio é um metal. Para determinar a concentração da referida so-
lução, resolveu fazer um experimento conhecido

rl ogo, o mercúrio é
dourado.
como titulação. Para ter certeza da concentra-
ção, decidiu repetir o experimento seis vezes. E,
dessa forma, obteve os seguintes resultados :

Esse texto se refere a um método dedutivo ou


Concentração da
indutivo? Exp lique. Experimento
solução-problema

13. Considere as duas frases seguintes. 4,343 mol/L

2 4,578 mol/L

Frase 1: Retirando uma amostra de um 3 4,345 mol/L 1

saco de arroz, observa-se que


aproximadamente 95% dos grãos são do
4

5
4,227 mol/L

4,678 mol/L
1
1
tipo extrafino. Conclui-se então que o t j
saco de arroz é do tipo extrafino. 6 4,452 mol/L 1

Dados fictícios.

Frase 2: Todo número par é divisível Ajude a química a determinar a concentração da


por dois; 250 é um número par; logo, solução-problema e a expressar da forma correta.
1
250 é divisível por dois. Para tal, determine o que se pede em cada item.
a) O valor provável da massa da amostra.
Classifique as frases 1 e 2 segundo o método
b) Os desvios individuais para a concentração da
empregado (método dedutivo ou método indutivo).
solução-problema.
14. Os alunos em um laboratório estavam aferindo as e) O desvio absoluto médio.
vidrarias e precisaram verificar a massa dos d) A forma de se apresentar o resultado da série
béqueres. Para obter a média aritmética, basta de medições.
somar os valores dos dados obtidos nas medi -
ções e dividir o total pelo número deles. Obser-
ve o quadro fornecido pelos alunos e calcule o
valor da média aritmética da massa dos béqueres .

• 50,0 50,0
52,0 Y8,0 55,0
53,0 Y8,0 LJ7,0

Dados fictícios.
Química realizando uma titulação.

22

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Oficina de Química Química, uma ciência experimental


~

~ /Ponto zero
A Química é uma ciência essencialmente experimental, portanto, a realização de experimen -
tos para testar hipóteses é o procedimento padrão nessa área do conhecimento.
A metodologia científica tem sido utilizada por profissionais em diversas situações, como
nas explicações sobre fenômenos meteorológicos ou para determinar as características físico -
-químicas de um alimento, por exemplo.
• Que hipóteses relacionadas às características de um sistema constituído por uma bala
.
(a11 t ) d · t d ? Poderiam ser levantadas inúmeras hipóteses, entre elas, por exemplo,
men o po enam ser 1evan a as · seriam o estado físico, o sabor, a forma geométrica, a cor, o cheiro, a
• Quais experimentos poderiam ser realizados para comprovar as hipóteses levantadas? co~posição
Pode-se, por exemplo, realizar medições da massa e das dimensões da bala, e assim determinar o qu,m,ca_
seu volume e a sua densidade, ou, ainda, identificar aroma, sabor e cor por meio de análise sensorial. (especbiflc1ado
nllc na em a agem
"'Lfl / Materiais da bala) etc.

• 1 balança eletrônica • balas cúbicas ou em forma de paralelepípedo t} Os papéis das


balas devem ser
• 1 régua milimétrica • folha de papel descartados em
lixo reciclável. as

~/
balas restantes
Mãos à obra podem ser
consumidas ou
@ Dividam-se em equipes, observem o alimento (bala) que foi dado a vocês e anotem serem
descart adas em
o que julgarem necessário para descrevê-lo. lixo orgâni co. Os
@ Em grupo, formulem hipóteses sobre sua composição, cor, tamanho, massa e demais materiais
não precisam ser
outras características. descartados.

© Usem a balança para medir a massa do alimento e a régua para medir as suas
dimensões (o objetivo aqui é determinar o volume).

® Por meio das fórmulas citadas no quadro


ao lado determinem o valor médio, o des-
vio individual e o desvio médio absoluto
das massas e dos volumes (obtidos por Desvio indiv idual (d;)
meio do cálculo, envolvendo as dimen-
sões medidas pela régua) das balas da
Desvio médio absoluto (dM)
equipe. Anotem os resultados obtidos em

®
um quadro.
Utilizando os seus sentidos (tato, olfato, visão e paladar), descrevam as caracte-
rísticas do alimento, como cor, textura, cheiro, sabor, entre outras.
íl embrem-se
e anotar os
esult ados.

® Discutam em equipe os resultados encontrados sobre cada etapa e escrevam em um


papel a conclusão geral a que chegaram sobre os resultados. Incluam os valores e desvios
médios absolutos.
@ Cada grupo deve apresentar os resultados obtidos para os outros grupos. Anotem os
resultados das medições dos outros grupos.

Çzy / Para pensar


1. Leia as informações contidas na embalagem sobre os ingredientes utilizados na fabricação
da bala. Quais você conhece? Anote a resposta em seu caderno.
Espera-se que, ao lerem a embalagem, os alunos identifiquem alguns ingredientes utilizados em seu cotidiano.
2. C ite outro procedimento que poderia ser realizado para aprofundar os conhecimentos
sobre O alimento estudado Poderiam ser realiz<;1das outras a~álises mais espe<;:íficas para l!e~ifícar a composição
· da bala, suas propriedades nutnc1ona1s e os benef1c1os e maleflc1os de seu consumo.
3. Em relação aos outros grupos, suas medições foram iquais ou próximas às deles?
Foram próximas, pois, mesmo se tratando do mesmo tipo de alTmentq (bala), podem ocorrer variações em suas
4. Qual foi a característica do alimento que mais se destacou? E possível usá-la para formar dimensões e
uma teoria? Provavelmente foi o sabor ou o cheiro, o formato, a textura ou a coloração. demdadis
· Pode-se, por exemplo, lançando mão do conjunto das características do alimento, me I as.
dizer que os alimentos com esse conjunto de característ icas são balas (alimento).

A Química e a sociedade 23

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44•i!••i§Uj•mhjjc%J;·
V
··A Química em tudo

Conhecendo
A indústria química fornece matéria-prima presente em praticamente todos os produtos à venda
no comércio. É só prestar atenção para perceber a presença dessa ciência ao nosso redor.
Você já se imaginou sem poder usar remédios sintetizados em laboratórios químicos, particu-
larmente os antibióticos? Certamente nosso cotidiano seria mais difícil!
É para ajudar o ser humano a ter mais saúde, conforto, lazer e segurança que a indústria quí-
mica investe cotidianamente em tecnologia, em processos seguros e no desenvolvimento de no-
vos produtos. O resultado disso tudo é o progresso.

Estudando
Nota-se que a Química está presente em diversos materiais naturais e sintéticos utilizados em
nosso cotidiano. Veja as imagens a seguir.

e -···············································
1 ,.,., Química está presente jA~~.í~i~~-·~~~~· -~;~~~~~~······
em torneiras, registros em tecidos naturais e
e em outros utensílios sintéticos.
domésticos.

Torneira de metal.

no parque.
A Química está
presente em ligas
metálicas usadas A Química está presente
na indústria em polímeros sintéticos
aeroespacial e em usados, por exemplo, na

Avião decolando.
...............~~~~--~~.~~·u·~~'.~0 confecção de roupas dos
astronaut;;. 1
OH,0,00000• • • • ••••• • • • • • ••0 0 .... , ,,,,.,,,o oo•o ooooo ooo • J

Astronauta no espaço.

Conversando
1. Sim. O uso da 1. Evitar ou controlar o impacto causado pelas atividades humanas ao meio ambiente é uma
metodologia
científica em preocupação mundial. Como em muitas outras atividades, a fabricação de produtos quími-
Química cos envolve riscos. Mas a indústria química, apontada por décadas como vilã nas agressões
possibilita o
desenvolvimento à natureza, tem investido em equipamentos de controle, em novos sistemas gerenciais e em
de equipamentos
de controle, processos tecnológicos para reduzir ao mínimo o risco de acidentes ecológicos. É possível
sistemas dizer que o uso da metodologia científica em Química pode evitar ou controlar o impacto
gerenciais e
processos causado pelas atividades humanas ao meio ambiente?
tecnológicos
capazes de evitar2. Sem o uso de tecnologia química teríamos como assegurar o abastecimento de água própria
ou, ª'? menos, h ? Não. Os processos físico-químicos utilizados no tratamento de água
reduzir O impac!0 para O consumo umano · imprópria ao consumo tornam-na potável, própria ao consumo humano.
causado ao meio 3.Resposta pessoal. Espera-se que os alunos
ambiente. 3. Em sua opinião, qual é o futuro da Química?compreendam que a cada dia a Química está presente
em nosso cotidiano; ela é a responsável pelo desenvolvimento de materiais mais resistentes e cada vez mais leves que o aço,
os quais são usados, por exemplo, em veículos totalmente recicláveis e em moradias mais seguras, inteligentes e
24 confortáveis, erguidas rapidamente e a um custo menor. A Química desenvolverá ainda mais substâncias que serão usadas
em medicamentos, fertilizantes e combustíveis, que serão ainda mais eficazes e terão menor impacto ambiental.

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Conceitos iniciais de Química
...
O ambiente que nos cerca está repleto de fenômenos físicos e químicos, naturais
ou artificiais. Há fenômenos naturalmente deslumbrantes, como a aurora boreal, as
bolhas congeladas de metano, aprisionadas no Lago Abraão, no Canadá, e as
ondas bioluminescentes vistas durante a noite em praias cujas areias contêm
fitoplânctons que emitem luz, pois convertem a energia química em ener-
gia luminosa por meio de reações químicas.
Na fotografia do início desta página e na fotografia ao lado, são
apresentados dois fenômenos físicos que podem ocorrer na matéria:
o gelo-seco tornando-se gasoso e o gelo comum tornando-se líquido.

@ Quando alguns cubos de gelo-seco são expostos a temperatura


ambiente, que fenômeno podemos observar depois de algum
tempo? Se na mesma condição fossem exP.ostos cubos de gelo
• . No caso do gelo-seco, ao trocar calor com o meio
comum, que fenomeno ocorreria? ambiente, tende a ocorrer um fenômeno físico, pois não Gelo comum.
houve formação de nova substância. Há mudança do estado sólido para o estado gasoso
® Cite os nomes das modificações observadas nos dois sistemas (diret amente), sem passar pelo estado líquido.
. . . No caso do gelo comum ocorrerá fenômeno
descritos no item anterior. fís ico, pois há ryiudança do estado sólido
Gelo-seco: a mudança de estado físico é denominada sublimação; para o estado hqu1do.
gelo comum: a mudança de estado físico é d enominada fusão.
A Química e a sociedade 25

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Grandezas físicas
Em diversas situações do cotidiano, podemos perceber a presença de grandezas
físicas . Na situação a seguir, identifique algumas delas.
Na leitura da temperatura do ambiente, na compra e venda de alimentos .

100 g de alimento :: A$ 2,50


Copo de suco de 300 ml = A$ 3,00
Copo de suco de 500 ml = A$ 5,00
Jarra de suco de 1L = AS 8,00
Garrafa de água = AS 2,00
Picolés de frutas = A$ 3,00
Porção de carne grelhada
em pedaços (500 g) = A$ 30,00
Não cobramos taxa de garçom

1 A refeição do restaurant e é vendida a quilograma, e a cada 100 g de alimentos


colocados no prato o cl iente paga A$ 2,50. A quantidade de alimentos no prato
é um exemplo de grandeza física. Como você explica essa afirmação?
Uma grandeza física pode ser medida apresentando módulo (valor absoluto) e unidade.
2 Qual é a grandeza física usada para medi r a porção de al imentos que o cliente
está pagando no rest aurante? Como se chama o instrumento que mede essa
grandeza? Massa. Balança.

3 Qual o nome do instrumento que o feirante está usando? Para que esse instru-
mento serve? Dinamômetro. O dinamômetro serve para medir a força aplicada em um
corpo; nesse caso, a força peso.

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Grandeza Nome da unidade Abreviatura

Comprimento

Massa
j motm
quilograma
m
kg

Tempo segundo s

Temperatura termodinâmica kelvin K

l
3
Volume metro cúbico m
Peso newton N

Pressão pascal Pa

Energia joule J

O que existe e pode ser medido é chamado grandeza física ou grandeza, expressa
em unidade de medida. Para ajudar na comun icação científica, foi criado o Sistema
Internacional de Unidades (SI), o qual estabelece alguns padrões de unidades de
medida das grandezas. O quadro acima apresenta alguns exemplos.

A Química e a sociedade

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A criação do SI se fez necessária para padronizar as medidas e auxiliar na comer-
cialização de produtos. Antigamente, as unidades de medida eram baseadas no corpo
humano (palmo, pé e polegada), o que as tornava imprecisas e pouco confiáveis, de-
vido às diferenças físicas entre as pessoas.
Neste capítulo, vamos estudar algumas das principais grandezas físicas utilizadas
em diversas atividades do cotidiano relacionadas à Química.

Massa
No restaurante "Panela Quente" apresentado nas páginas anteriores, a refeição é
paga pela quantidade de quilogramas com que a pessoa se serviu.

4 Você j á fez alguma refeição e m restau rantes como esse? Em sua opinião, as
pessoas desper diç am mais a li mentos nesse tip o d e restaurante o u naqueles em
q ue se paga um p r eç o único para se servir à vontade?
Resposta pessoal. Com essa questão pretende-se verificar se os alunos percebem que as
pessoas somente evitam desperdício de alimentos quando pagam por eles.
A massa é a grandeza física relacionada à inér-
Quilograma-padrão cia, uma propriedade da matéria correspondente
O quilograma-padrão é a mas- ao estado de repouso ou movimento do corpo. Os
sa que equivale a um cilindro de
corpos possuem a tendência de permanecer em
irídio e platina de 3,9 cm de diâ-
metro e 3,9 cm de altura, guarda- repouso da mesma forma que tendem a permane-
do no Bureau Internacional de cer em movimento. Essa tendência, de forma ge-
Pesos e Medidas, em Sévres, ral, é entendida como a resistência do corpo com
França. Esse cilindro foi produzi- relação à mudança do repouso para o movimento
do há cerca de 120 anos.
ou do movimento para o repouso. Quanto maior é
A massa de um corpo geral-
a massa de um corpo, maior é a resistência de mudar
mente é determinada pela com-
paração entre a sua massa e a do
o estado em que se encontra, seja ele de repouso
quilograma-padrão. Por exemplo, ou de movimento. A massa é uma medida invariável
Cilindro de platina e
se um corpo tem massa de 15 kg, da quantidade de matéria contida em um objeto.
irídio, utilizado como significa que o valor medido na
Para determinar a massa de um corpo, geral-
quilograma- padrào, em balança, calibrada em quilogra-
Sevres, França. mas, é 15 vezes maior que a mas-
mente utiliza-se uma balança, a qual compara
sa do quilograma-padrão. essa quantidade de matéria com a massa adotada
como padrão. A unidade de medida de massa-
-padrão determinada no SI é o quilograma (kg).

Peso
Note que perto do restaurante "Panela Quente" há uma barraca
de frutas e verduras, a "Barraca do Omar". O vendedor dessa bar-
raca está utilizando um instrumento que serve para medir a força
aplicada em um corpo; nesse caso, a força peso. Com o resultado
obtido no instrumento, o vendedor calcu la o valor que o cliente
pagará pela mercadoria.

5 Em algu m as situaç ões do d ia a d ia, é com um usar o t ermo " peso" com a co no-
t a ç ão de m assa. Poré m, em termos f ísicos, peso e massa não são s inônimos.
O que é peso? Peso indica a força gravitacional que o planeta exerce sobre a matéria.
Admite-se que peso é a força que atua nos materiais devido a uma atração gravitacio-
nal entre suas massas. Assim , aqui na Terra, o peso de um material indica a força gravi-
tacional que o planeta exerce sobre a massa dele. E uma vez que a atração gravitacional
varia dependendo da localização, o peso de um objeto dependerá de onde ele é avaliado.
Toda matéria tem massa, mesmo que esteja isolada no Universo, mas só terá peso
se estiver sujeita à ação gravitacional de outro material com massa significativa.

28

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Peso e massa são grandezas proporcionais: quanto
maior a força gravitacional, maior será o peso.
......

6 Em sua op inião , o peso e a massa de um astronauta na


Terra e na Lua são os mesmos?
As massas sào as mesmas, os pesos são diferentes.
Os astronautas flutuam quando estão em órbita. O fato de flutuar
no espaço indica que os astronautas perdem suas massas? A res-
posta para essa questão é negativa, pois, se isso ocorresse, eles
deixariam de existir!
A massa de um astronauta é a mesma independentemente de
estar na Terra ou na Lua, mas, devido às diferentes atrações gravita-
cionais, seu peso na Terra é maior (aproximadamente seis vezes
maior) que o seu peso na Lua.
O cálculo do peso (P) de um material é dado pelo produto entre
Astron aut a em u m a missão espacial.
a sua massa (m) e a aceleração da gravidade local (g).
Assim :
P = m. g
em que:
• m é a massa do material em kg; • Pé o peso em N.
• g é a aceleração da gravidade em m/s2 ;
Sendo o peso uma força, sua unidade no SI é o newton (N).

7 Calcule o peso de um astronauta de 75 kg na Terra, com a


acel eração da gravidade sendo de 9,8 m/s2 , e na Lua, com a
aceleração da gravidade sendo de 1 6 mls2 Na Terra: 735 N.
' · Na Lua: 120 N.

Volume
O atendente do restaurante "Panela Quente" está preparando suco
de laranja em uma jarra com a indicação 1 000 c m3 , para depois ser-
vir em copos de 300 ml.
8 Em que consistem as medidas destacadas no texto?
1 000 cm 3 correspondem à grandeza volume da jarra, e 300 ml
correspondem à capaciqade de cada copo.
O volume de um corpo e a quantidade de espaço ocupada por
ele em que as unidades são valores de tamanho cúbico, por exem -
plo, cm 3 , dm 3 e m3 .
Capacidade é a quantidade de volume líquido que comporta cer-
to volume de um corpo. Sua unidade é medida em litros (L) ou varia-
ções dessa unidade (mL. dL, kL etc.).
Na situação do restaurante, por exemplo, o suco de laranja pode ocupar 1000 cm 3
na jarra que o atendente está utilizando para preparar o suco.
No SI, a unidade de medida da grandeza volume é o metro cúbico ( m3 ), sendo que:

1 m3 equivale a 1000 d m3
1 d m3 equivale a 1 000 cm3
Para calcular o volume de um sólido regular, como um cubo, considera-se o produ-
to da área da base pela altura. No caso do cubo,

• V é o volume do cubo em m3 ;
V = A · h em que: • A é a área da base do cubo em m 2 ;
• h é a altura do cubo em m.

A Química e a sociedade 29

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Em um laboratório de química é comum usar os equipamentos que apare-
cem na fotografia ao lado para medir o volume de materiais. Note a relação
entre medida de volume e medida de capacidade.

r-- ·-·······- ·-····-·


(D proveta V = 1 m · 1 m · 1 m, portanto,
@ balão volumétrico com tampa 1 m 3 , o qual equival e à
@ pipeta graduada capacidade de 1000 L.
@ bureta
®
@
pipeta volumét rica
micropipeta
"
-"
,3
.,o
.3
i
1/ V= 1 dm · 1 dm · 1 dm,
portanto, 1 dm 3 , o qual
equivale à capacidade de 1 L.
(J) microsseringa com agulha
Equipamentos utilizados
em laborat ório de química.
9 Qual é o volume em cm 3 do copo no qual é servido o suco de laranja no rest a u-
rante " Panela Quente" ? 300 cm'

Densidade
Próximo ao restaurante "Panela Quente", há sobre a mesa um copo com água e
gelo. Perceba que os cubos de gelo flutuam na água.

10 Po r que os cubos de gelo f lutuam em um copo com água?


Porque a densidade do gelo é menor do que a da água.
A densidade é a grandeza fís ica que relaciona a massa de um material com o seu
volume. Ela pode ser expressa pelo quociente entre a massa e o volume.

• d é a densidade;
em que: • m é a massa do corpo em kg;
• V é o volume do corpo em m 3 .

No SI, a unidade de medida da densidade de um corpo é o quilograma por metro


cúbico (kg/m3 ) . No cotidiano. contudo, são usadas outras unidades: o grama por
centímetro cúbico ( g/cm 3 ) e o grama por mililitro (g/mL).

11 Considerando que a massa de um cubo de gelo é de aproximadamente 64,80 g e


que seu volume é de 72,00 cm3 , calcule sua densidade. Em seguida, compare-a com
. . ( 3) A densidade do cubo de gelo é
a densidade do suco de laran1a 1,02 g/cm . 0,90 g/cm 3 • Sua densidade é menor
que a do suco de laranja, assim, tende
a flutuar nele.
Um gigante no oceano
Recentemente, uma notícia veiculada em diversos meios de comunicação informava sobre
um iceberg gigantesco de 50 m de altura e 500 m de comprimento. Ele foi encontrado no cami-
nho entre a Austrália e a Antártida, próximo à costa da Ilha de Macquarie.
Como pode esse gigantesco bloco de gelo flutuar em água líquida? Isso ocorre porque um
corpo só flutua num líquido se for menos denso que ele.
É passivei determinar qual fração desse iceberg estaria submersa? Para determinar a fração sub-
mersa, basta calcular a razão entre a densidade do iceberg ( d;c} e a densidade do líquido (dL).
Considerando-se que a densidade do iceberg é aproximadamente 0, 90 g/cm3 e a da água
líquida é aproximadamente 1,02 g/cm3 , a fração do iceberg que está abaixo do nível superior do
mar (fração submersa) é dada por:

fração submersa (iceberg) = ~= O, go = O, 88 .-. 0,88 g/cm2


dl 1, 02
Assim, a fração submersa do iceberg na água do mar é de aproximadamente 0,88, ou seja,
Iceberg flu tuando 88%. Isso significa que aproximadamente 88% do volume do gelo está submerso e que 12%
no oceano. refere-se à parte que está fora da água.

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Pressão


12 Como o suco de laranja (líqui do) que está no copo pode subir pelo canudo?
O objetivo dessa questão é levar os alunos a relacionarem a situação à redução
da pressão dentro do canudo e à pressão atmosféríca .
A situação ao lado está relacionada à atuação da pressão sobre os corpos. Quando
sugamos o ar de dentro de um canudo que está parcialmente imerso em um copo com
suco, ocorre a diminuição da pressão no interior dele, a qual se torna menor que a pressão
atmosférica. Essa diferença de pressão faz o líquido subir pelo canudo.
Para compreender o que é pressão, tomemos como exemplo uma caixa de massa
6 kg submetida à aceleração gravitacional de 10 m/s2 . Nesse caso, o respectivo peso
é igual a 60 N.
Considere que essa caixa está sobre uma mesa de área de 4 m 2 . A caixa exerce
determinada força sobre a mesa. Para saber qual é essa força, basta determinar a
razão entre a força que a caixa exerce sobre a área dessa mesa e a área da mesa.
Assim :
60 N =15N /m2
4 m2

Isso quer dizer que a cada 1 m2 da mesa está sendo aplicada uma força de 15 N.
Pressão é a razão da força pela área. Se uma força (F) atua sobre uma determinada
área (A) de uma superfície, a pressão (P) exercida pela força sobre essa superfície é,
por definição:

A unidade de pressão no SI é pascal (Pa), em homenagem ao físico e matemático


francês Blaise Pascal (1623-1 662), que fez os primeiros estudos sobre mecânica de
flu idos e realizou importantes experiências com a pressão atmosférica, concluindo
que com o aumento da altitude há diminuição na pressão atmosférica.

No SI , a unidade de força é o newton (N) e a unidade de área é o m 2 . Como a pressão é


calculada pela razão entre força e área, obtém-se a unidade pascal (Pa), que é N/ m 2 . Assim,
l Pa equívale a l N/m 2 •

l atm = 1,01 -105 N/m 2 :. 1 atm = 1,01 · 105 Pa

Com essa questão, espera-se que os alunos retomem


l3 O ar tem peso? seus conhecimentos sobre o conceito de matéria e
identifiquem que o ar é matéria e que consequentemente tem massa.
Assim, se estiver submetido à ação gravitqcional, terá peso.
Em seus estudos sobre os gases atmosfericos, o cientista italiano
Evangelista Torricelli (1608 -1647) observou que a atmosfera tem ca-
pacidade de exercer pressão sobre a superfície terrestre. Em 1643,
após muitos estudos e experimentos, ele desenvolveu um instru -
mento para medir a pressão atmosférica: o barômetro.
O barômetro de Torricelli é formado por um tubo capilar de aproxi-
madamente 100 cm de comprimento que contém mercúrio, sendo
fechado em uma das extremidades. Esse tubo capilar se encontra
imerso com a extremidade aberta voltada para baixo em um recipien -
te que também contém mercúrio. O esperado é que todo o mercúrio
líquido do tubo escoe para o interior da bacia, no entanto, a pressão
do ar sobre a superfície do mercúrio presente na bacia impede esse
escoamento total. Quando essa pressão diminui, certa quantidade de
mercúrio do tubo escoa para a bacia e, consequentemente, a altura
Gravura que representa Evangelista Torricelli
da coluna de mercúrio no tubo diminui. na invenção do barômetro.

A Química e a sociedade 31

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14 O que acontece com o metal mercúrio presente no t ubo quando a pres-
- d t ?Com o aumento da pressào do ar, menor quantidade do
sao O ar aumen a. metal mercúrio no tubo escoa para a bacia e,
consequentemente, a coluna desse metal no tubo aumenta:
Ao nível do mar, o mercúrio líquido que se encontra no tubo capilar escoa até a
altura de 76 cm no tubo; esse valor é considerado o valor da pressão normal.

equivalem a 760 mmHg ou


76 cmHg <4· ·· ·· · ·· · ·· 1 atmosfera (1 atm)

Torricelli relacionou o resultado desse experimento à influência da pressão


atmosférica no peso da coluna de mercúrio no tubo, pois, quanto maior a
pressão do ar, maior fica a coluna de mercúrio no capilar.
Ao usar o barômetro de Torricelli, observa-se que a altura da coluna de mer-
cúrio varia conforme a altitude em que é medida. Em altitudes elevadas, a
pressão atmosférica diminui, e em altitudes inferiores, ela aumenta.

É importante ressaltar que o referido experimento foi realizado ao nível do mar, a 273
K (equivalente, na escala Celsius , a O º C) e em um local onde o módulo da aceleração
Representação do
funcionamento do gravitacional apresenta o valor g = 9, 81 m//. Considere ainda que a densidade do
barômetro de Torricelli. mercúrio nessas condições seja igual a PHg = 13, 60 . 103 kg/ m3 .

A coluna de mercúrio no interior do tubo do barômetro de Torricelli é sustentada


pela pressão atmosférica na superfície livre do recipiente. Isso nos permite afirmar que
a pressão atmosférica {PA) ao nível do mar é equivalente à pressão de uma coluna de
Para o desenvolvimento mercúrio de 760 mm de altura, a O ºC e em um local em que o módulo da aceleração
da expressào que
permite calcular a gravitacional tem o valor g = 9,81 m/s2.
pressào atmosférica
(PA), relembre os alunos Assim, simbolicamente, P A= 760 mmHg, o que equivale a 1 atm.
da conceitualizaçào de
densidade para Considerando que V é o volume da coluna, m Hg é a massa da coluna de mercúrio com se-
substituir mH9 e volume.
ção reta de área A e PHg é a densidade do mercúrio, temos que m H9 = PHg · V e V= A· h. A
·comente com os alunos pressão atmosférica em determinado local pode ser calculada pela expressão:
que o metal mercúrio pode
causar danos ao corpo mHg. g PHg . V . g
humano. Altos índices pA = A ~ pA = A ~ p A = PHg • g . h
desse elemento no
organismo podem
prejudicar o sistema . . . . . . . 0
nervoso, o coraçào, os rins, Substituindo os valores numencos relativos as grandezas ao n1vel do mar e a O C
os pulmões e o sistema - b · .
imunológico. Peça aos nessa expressao, o tem-se.
alunos que pesquisem as p - (13 60 103 kg/m3) (9 81 m/s2) (O 76 m) -",, PA= 1, 01 . 105 Pa
normas legais referentes ao A - • · · • · • ...,,.
uso desse metal em nosso 5
cotidiano. Assim, 1 atm equivale a 1 · 10 Pa.

Temperatura e ca lor
15 Em que situações, geralmente, utilizamos os termos "quente" ou
"frio"? O objetivo dessa questào é levar os alunos a relacionarem
· o uso dos termos "quente" e "frio" a situações que
envQlvem temper;,i.tura.
Geralmente, utilizamos os termos "quente" e "frio" em situações
que envolvem o conceito de temperatura.
A temperatura é a grandeza fís ica relacionada à energia térmica
do material (o estado térm ico dele}. Assim, o movimento das partí-
culas que constituem um material é tanto maior quanto mais quen-
te esse material fica. Essa agitação térmica indica que o material
possui energia de movimento (energ ia cinética). Logo, a temperatu -
ra é a grandeza que mede a energia cinética média das partículas
de um objeto.

32

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O instrumento utilizado para medir a temperatura é o termômetro. 1----t
E!!!!)
Foi por volta de 1720 que o físico e engenheiro alemão Daniel Ga-
briel Fahrenheit (1686-1736) construiu os primeiros termômetros
confiáveis. Foram desenvolvidos diversos tipos de termômetros a
fim de medir as temperaturas de sóli dos, líquidos e gases. O termô-
metro mais conhecido é o líquido, ou clínico, em que a temperatura cor-
poral pode ser medida pela variação da altura do líquido que está conti-
do dentro do termômetro. Em geral, esse líquido pode ser o mercúrio ou
-:;
o
í.'.'l
120t
100I
ao,I
60-i
: 50
~40
~30
~20
~10

4CH
o álcool colorido. Há ainda os termômetros culinários; os termôme- :::i
~
~o
tros à pressão de gás; os meteorológicos, que medem as tempera-
21H ~10
turas do amb iente; o termômetro de infravermelho (pirômetro ópti-
.~
"'
• oª1 ;20
co), que informa a temperatura de um corpo ao medir a irradiação
-s.9 20i.. ~30 Eo
térmica de sua superfície; entre outros. Os mais usados e procura-
'li
!" 40.i ; 40 io
~0
dos são os comuns, os clín icos e os meteorológicos. :. 'F ·e ~;i
A temperatura pode ser medida em diversas escalas, sendo as ~ i~
5
mais comuns: a escala Celsius, a escala Fahrenheit e a escala Kelvin. 3
Os dois primeiros t ermômetros (da esquerda
No Brasil, a escala mais usada é a Celsius, já nos Estados Unidos usa-
para a direita) são digitais. O terceiro é um
-se a escala Fahrenheit, assim como em diversos países europeus. termômetro de álcool.

ponto de ebu lição:


100 °C; 373 K; 212 °F ··...
··... ºC
o K ºF
·;~.~ 373- 212 -
ponto de fusão: O 0 ( ;
273 K; 32 °F ··.....
Imagens que representam as
\·..:::: escalas Celsius, Kelvin e
Fahrenheit. Nessas imagens

zero absoluto: -273 °(;


O K; - 459,4 °F -273-=
=1 estão em destaque os pontos
de ebulição e de fusão da
água, o zero absolut o, a
pureza: 100% ... · ............. pureza de 100% e a pressão
pressão: 1 atm de 1 atm nas três esca las.

A unidade de temperatura no SI é o kelvin (K). As equações de conversão de tem -


peraturas nessas escalas são:

TF - 32 TK - 273 TF - 32
TK = Te + 273
9 5 9

em que: • TK ;;; temperatura na escala Kelvin;


• Te;;; temperatura na escala Celsius;
• T F;;; temperatura na escala Fahrenheit.

Na parede do restaurante "Panela Quente", tem um termômetro que mede atempe-


ratura desse ambiente. A temperatura, nesse caso, está em graus Celsius, a qual
pode ser convertida tanto para a escala Kelvin quanto para a Fahrenheit. Nesse am-
biente, a temperatura apresentada no termômetro é 25 ºC.
T K = Te + 273 ::::} T K = 25 + 273 ::::} T K = 298 : . T K = 298 K

TF- 32 25 T - 32
9 ::::} F 9 ::::} 77 .'. T F :;; 77 oF
5
Assim, no restaurante, a temperatura de 25 ºC corresponde a 298 K e 77 ºF.

A Química e a sociedade 33

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Calor é a energia térm ica em trânsito; assim, a energia térmica é
transferida de um material para outro, desde que, entre eles, haja
diferença de temperatura. O calor pode se transferir de um corpo a
outro por condução, convecção ou irradiação.
Na transferência de energia na forma de calor por condução, a
energia se propaga por causa da agitação das partículas do mate-
rial. Esse processo é mais eficiente em materiais como os metais,
que são bons condutores de calor. Isso também explica o motivo de
muitas panelas serem feitas de metal.

Nos sólidos há transferência de energia na forma de


calor por conduçào. A energia recebida pela colher
de metal por meio da chama do fogào foi transferida
para a mào da pessoa que a segura.

A transferência de energia na forma de calor por convecção é


comum em gases e líquidos. Assim, ao colocar água para ferver em
uma panela, por exemplo, a parte da água próxima ao fogo será a
E
o
primeira a se aquecer. Quando isso acontece, tende a sofrer expan-
i são, ficando menos densa que a água da superfície (que está mais
~
í fria). Sendo assim, geralmente ela tende a se deslocar para ficar por
'::: cima, enquanto a parte mais fria e mais densa se move para baixo.
t
I Esse ciclo repete-se várias vezes e forma uma corrente denominada
,i_

r corrente de convecção, que é ocasionada pela diferença entre as


"' Nos líquidos e gases, há transferência de energia densidades. Isso faz com que o fluxo de energia na forma de calor
por convecçào. seja transferido para todo o líquido.
Na irradiação ou radiação térmica, a transferência de calor se dá
por meio de ondas eletromagnéticas. Essas ondas podem se propa-
gar no vácuo.
Quando materiais com diferentes temperaturas são colocados em
!
s
contato, o fluxo de calor passa do material com maior temperatura
para o material com menor temperatura. Esse fluxo de energia con-
I tinuará enquanto os dois materiais em contato não atingirem a mes-
~
ie ma temperatura. Por exemplo, ao se segurar uma xícara com chá
quente, a energia do chá é transferida na forma de calor para a xíca-
..Graças
Ê
à irrad iaçào, podemos nos aquecer nas ra e para as mãos até que a temperatura se iguale.
proximidades de uma lareira ou fogueira, sem
que haja contato direto com o fogo. 16 Em aparadores usados para manter a temperatura dos alimen-
tos em restaurantes como o " Panela Quente", que tipos de
transferência de energia na forma de ca lor ocorrem?
Condução e convecção.

Até o presente momento, estudamos as grandezas físicas de maior interesse para a Quím ica.
O Sistema Internacional de Unidades (SI) é definido com base em sete grandezas e unidades
fundamentais. São el as:
• distância, m edida em metros, com símbolo m;
• massa, medida em quilogramas, com símbolo kg;
• tempo, medido em segundos, com símbolo s;
• corrente el étrica, medida em amperes, com símbolo A;
• temperatu ra termodinâmica, medida em kelvin, com símbolo K;
• quantidade de matéria, med ida em mol, com símbolo mol;
• intensidade luminosa, m edida em candelas, com símbolo cd.

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Na Química, para representar as grandezas físicas, de forma geral, faz-se uso de nú-
meros em notação científica e em ordem de grandeza. Esse fato se deve à manipulação


de números com grande quantidade de algarismos, como distância entre planetas e
massa de partículas muito pequenas. A notação científica facilita a escrita de um número.

Escrevendo um número em notacão


, científica
Um número em notação científica é representado na forma de um produto de dois
fatores, e um deles tem em sua parte inteira um número diferente de zero; e o outro é
uma potência de dez, positiva, nula ou negativa. Dessa forma, o número (n) em nota-
ção científica poderá ser representado da seguinte forma:

em que: • n = número a ser convertido para a notação científica;


•x = número compreendido entre 1 {inclusive) e 10 (exc lusive);
•y = número pertencente ao conjunto dos números inteiros.

Veja no quadro a seguir alguns números pertencentes ao conjunto dos números


reais que são representados em notação científica.

Representação em
Número
notação científica

62 6, 2 · 10 1

1962 1, 962 · 103

602000000000000000000000 6, 02. 1023

[ 0 ,0000062

0,000000000235
6,2 - 10- 6

2, 35 - 10- 1º

Ordem de grandeza
Para fazer a conversão de um número em sua representação em notação científica,
é preciso considerar o valor numérico de determinada grandeza. Neste caso, os cien-
tistas costumam expressá-la em ordem de grandeza.
Em linhas gerais, ordem de grandeza de um número é a potência de dez mais pró-
xima dele. Assim, a ordem de grandeza do número 18 é 10 elevado a 1, porque 18
está mais próximo de 10 elevado a um do que de 10 elevado a 2. Já a ordem de
grandeza do número 62 é 10 elevado a dois.

Para expressar a ordem de grandeza de um número, devemos


y
escrevê- lo em notação cien t ífica: n = x · 10 e considerar os
seguintes casos:
• se o valor de x for menor que -VÍO, ou seja, 3,16, a ordem de
, y
grandeza do numeral sera 10 .
• se o valor de x for maior que -VÍO, ou seja, 3,16, a or dem de
y+l
grandeza do numeral será lO .
Assim , a ordem de grandeza do numeral B, 26 · 105 é 106 porque
8, 26 é maior que 3,16 e, nesse caso, devemos acrescentar uma
unidade ao expoente da notação científica.
A or dem de grandeza do número 2, 31 -104 é 104 porque 2,31 é
menor que 3,16 e, nesse caso, devemos manter o expoente da
notação científica .

A Química e a sociedade 35

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~
Atividades ~
- Resotva as atividades no caderno.

1. Observe as grandezas físicas abaixo e real ize as 1 . Considere que você está em
transformações solicitadas. pé, com seus pés sobre o
a) 3 km em m h) 200 cm 3 em dm3 chão. P é a pressão média
b) 2,5 km em mm i) 100 ºCem K sobre o chão, debaixo das
e:) 4,5 km em cm j) 350 K em ºC solas dos seus sapatos. Se
você suspender um pé ,
d) 3,1416 m em cm2 2 k) 50 minem s
equi librando-se em um só,
e) 3,5 mm 2 em m2 l) 1 200 sem min
qual seria a nova pressão
f) 3 m3 em dm3 m) 2 hem min média? Homem se equilibrando
g) 450,8 dm3 em cms n) 14400 sem h em uma perna.
8. (Vunesp) Nas fábricas de sorvete, o tambor onde
2. Reescreva os numerais a seguir em notação cien- o sorvete é fabricado gira dentro de uma solução
tífica. concentrada de sal em água, com densidade,
a) 2300 e:) 180000000000 aproximadamente, de 1,7 g/cm3 . Para que a sal·
b) 0,0004 d) 0,000000000000314 moura se encontre na concentração adequada,
a marca do densímetro deve coincidir com o
3. Considere duas bolas, uma de isopor e outra de nível dela, conforme mostra a figura.
ferro, com massas iguais. Existem diferenças entre
os volumes das bolas? Justifique sua resposta.

4. (UFPE/Modificada) Em um béquer, com 100 ml


de água, são colocados 20 ml de óleo vegetal, d = 1,7 g/c:m 3 h---- ~---,j

um cubo de gelo e uma barra retangular de alu-


mínio. Qual das figuras melhor representa a
aparência dessa mistura? .·f ·
dóleo = 0 ,89 g/cml daluminio = z, 7 0 g/c:ml
dágua = 1,02 g/c:m 3 dgelo = 0 ,90 g/c:m 3
Mas, ao testar uma solução, o que se observou foi:
a) e:) e)

o G (

• ·· ·· ·········· ··· ·····a marca

b) d)
o
Para que o nível da salmoura coincida com a
marca do densímetro, deve-se:
5. Um dos exames solicitados pelos médicos para
a) aumentar a densidade da salmoura, o que
fazer a avali ação c línica de um paciente é a
pode ser feito acrescentando-se mais sal à
determinação da densidade da urina, que avalia
solução.
a capacidade do rim de produzir urina concen-
b) diminuir a densidade da salmoura, o que pode
trada. A densidade normal pode variar entre
ser feito acrescentando-se mais sal à solução.
1,005 g/ml e 1,035 g/mL.
e:) aumentar a densidade da salmoura, o que
Por que a urina humana apresenta uma densi-
pode ser feito acrescentando-se álcool co-
dade maior que a da água (d = 1,0 g/ml)?
mum à so lução.
6. Uma solução cuja densidade é de 575 g/L foi d) diminuir a densidade da salmoura, o que pode
preparada, dissolvendo-se 80 g de hidróxido de ser feito acrescentando-se óleo de cozinha à
sódio (NaOH) em 380 cm 3 de água. Determine solução.
respectivamente a massa da solução obtida e seu e) diminuir a densidade da salmoura, fazendo
vo lume. (Dado: densidade da água = 1,0 g/cm 3) com que a água da solução se evapore.

36

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Estudo da matéria


17 Observe um obj eto que está sobre sua carteira: pode ser o seu livro, o caderno Resposta pessoal. As
respostas para essas
ou qualquer out ro utilizado no seu dia a dia. Manuseie-o, sentindo sua text ura, questões dependem do
e observe-o atentamente para verificar seus detalhes. objeto observado pelos
alunos. O objetivo
a) Com que mat erial esse objeto foi fabricado? dessas questões é levar
os alunos a perceberem
b) Ele tem forma e tamanho definidos? Ele caberia dentro de uma caixa de sa- que o objeto possui
patos? Sobraria espaço? certas características
que o constituem.
e) Ê possível determinar sua massa e seu peso?
Ao observar o objeto, você deve ter percebido os materiais que foram utilizados na
sua fabricação. Além disso, ele ocupa lugar no espaço, como você deve ter percebido
ao estimar se o objeto cabe na caixa ou se sobra espaço. Com base nisso, podemos
concluir que tanto esse objeto quanto os outros que estão ao nosso redor são exem -
plos de matéria.

Matéria é tudo o que tem massa e ocupa lugar no espaço.

A Química é a ciência que estuda a matéria e suas transformações, bem como a


energ ia envolvida nessas transformações. Para o rganizar os estudos sobre a matéria
e suas propriedades, os cientistas consideram que o Universo é constitu ído de siste-
Um sist ema
ma e meio (ou vizinhança). Sistema é uma porção limitada do Universo, considerada
perfeitamente
como um todo para efeito de estudo. isolado (ideal) é um
Ao observar o objeto que está sobre sua carteira, foi feito um estudo de uma parte sistema teórico.
Embor a esse t ipo de
do Universo. Nesse caso, o objeto observado é um sistema e tudo o que está ao seu
sistema não exista na
redor é o meio. O meio consiste no ambiente em que o objeto está inserido. pr ática , alguns
Entre o sistema e o meio, devem existir fronteiras de separação bem definidas. A podem manter
condições bem
superfície do objeto observado é a fronteira de separação. Além disso, um sistema
próximas do ideal.
pode trocar matéria e energia com o meio.

Os sistemas ainda podem ser classificados em aberto, fechado e isolado. Na cena


abaixo, são ap resentados alguns exemplos.

18 Observe ao seu redor e identifique um exemplo de sistema, c lassifi cando-o em


Resposta pessoal. A resposta depende do ambiente em que os alunos
aberto, fechado ou iso lado. se encontram. Se a questão for proposta na sala de aula, auxilie-os
citando alguns sistemas que estão ao redor.
Já o sistema em que as quantidades
O sistema no qual a de matéria e de energia se mantêm
Um sistema aber to quantidade de matéria constantes é class ificado como
troca energia e se mantém constante, sist em a isol ad o. Uma garrafa
matéria com o meio no embora possa trocar térmica fechada, com um Líquido
qual está inserido. O energia com o meio, é quente, capaz de conserva r o calor
café em uma xícara, chamado sistema do sistema por tempo maior que
por exemplo, troca fech ado . Um exemplo um sistema fechado, é um exemplo
energia com o de s istema fechado de sistema isolado.
ambiente. Por isso, seria uma goiabada
o café seria um lacrada.
exemplo de
sistema aberto.

A Qultnica e a sociedade 37

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Estados de agregação da matéria
A matéria é composta de pequenas partículas. De acordo com o maior ou menor grau
de agregação, relacionados à agitação e à atração ou repulsão entre essas partículas, a
matéria geralmente pode se apresentar no estado sólido, liquido ou gasoso. Os estados
de agregação da matéria também são conhecidos por estados físicos da matéria.

19 O objeto que você observou para responder à q uest ão 17, da página ante rior,
está em que estad o físico? Estado sólido.

De acordo com o estado de agregação em que se encontram as partículas da matéria,


As moléculas ilustradas são esta apresenta características macroscópicas (forma, volume etc.) e submicroscópicas
representações de modelos
artísticos. As cores são (arranjo entre as partículas). A uma dada pressão, cada estado físico da matéria apresenta
ilustrativas e as proporções
não correspondem às reais. algumas características próprias. Observe na fotografia.
Foi utilizado um recurso que
representa a movimentação
das moléculas.
A uma dada pressão, o volume, a densidade e a forma da m atér ia podem variar de acordo co m a
temperat ura. Ao passar de um estado de agregação a outro, um mater ial sofre alterações em
suas características macroscópicas e submicroscópicas, mas sua composição continua a m esma.
Iceberg na Antártida.

O A matéria no estado gasoso, comparado aos esta-


dos sólido e líquido, apresenta partículas com
maior grau de agitação {maior energia cinética),
isto é, estão ainda mais afastadas, com forma e
volume variáveis. Se houver variação da pressão
exercida sobre a matéria no estado gasoso, ha-
verá variação também de seu volume, fazendo-a
sofrer compressão ou expansão facilmente. Assim
como no estado líquido, os materiais gasosos ad-
quirem a forma do recipiente que os contém e se distri-
buem por todo o espaço, ocupando a totalidade {capacidade).
• i f H • o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 0 ....0 00000 0 • o • • • • • • • • • h o o . . o • H 4 • o • ~ o oo o o , o o oo o • 0.....000W•••• • o 0 000 00 0 0 0 00 00 0 0 0 0 0 ~ 0 - • •o o ,

As partículas que constituem a matéria no estado


sólido apresentam baixo grau de agitação (baixa
energia cinética) e as forças de atração são
maiores que as de repulsão, em um intenso e
permanente estado de agregação entre elas.
Sendo assim, tendem a apresentar forma e
volumes fixos {arranjo bem definido).

As partículas da matéria no estado líquido, se com-


parado às no estado sólido, apresentam maior
grau de agitação (maior energia cinética) e en-
contram-se mais afastadas. Nesse caso, como
há maior liberdade para as partículas se movi-
mentarem, elas se distribuem de forma desor-
denada. Isso explica a forma variável e o volu-
me fixo que podem apresentar. Além dessas
características, a matéria no estado líquido possui
facilidade de escoamento e tende a adquirir a forma do recipiente
que a contém.

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Mudanças de estado físico da matéria


Pedro retirou alguns cubos de gelo da forma que estava em um congelador e os deixou
em um prato, recebendo luz solar durante um dia. Veja nas fotografias o que aconteceu.

Exper im ento
realizado por
Pedro com
cubos de gelo
em um
am biente c:om
luz solar.

A água que estav a no estado sólido Par te da água que est ava no estado
Água no estado sólido.
passou par a o estado líquido. líquido passou para o estado gasoso.

20 O que foi necessário para que a água m udasse d e estado fís i co na s ituaç ão
realizada por Pedro? A variação de temperatura sob certa pressão que atuou sobre a água.

A temperatura e a pressão influenciam o estado físico da matéria (estado de agre-


gação). Um aumento na temperatura do sistema material faz com que as partículas da
matéria se movimentem com maior velocidade (maior energia cinética). O aumento da
pressão faz com que as partículas fiquem mais próximas.
Os estados sólido, líquido e gasoso são conhecidos como estados físicos da ma-
téria, e as transformações de um estado a outro são chamadas mudanças de estado
físico da matéria. Essas mudanças de estado físico são classificadas em: fusão, soli-
dificação, vaporização (evapo ração, ebulição, calefação), liquefação ou condensação,
sublimação e ressublimação ou sublimação inversa. O esquema a seguir representa
de forma simplificada as mudanças de estado físico da matéria.

sublimação
l
vaporização As moléculas ilustradas são
representações de modelos
a rtísticos. A s cores são
ih.Jstrativas e as proporções não
liquef ação corresp onde m às reais.
ou
con densação
sólido
...._
l ______________ líquido

sublimação inversa ou ressublim ação


gasoso
__.
Esquema que repr esent a as
partículas da m atéria nas
m udanças de est ado físico.

21 Ident ifique as m u danças d e estado físico d a ág ua na situação desen volvida por


Pedro. 1: fusão, li: vaporização.
No estado sólido, a força de atração entre as partículas da matéria é intensa e elas
O picolé, que se
encontram-se organizadas. Ao receber energia térmica proveniente do ambiente, as encontrava inteiramente
partículas começam a vibrar mais intensamente. Se o recebimento de energia térmica no estado sólido, tinha
suas part ículas muito
permanecer contínuo, as partículas ficam mais agitadas até perderem a força de atra- próximas, de forma
organizada, mantendo
ção entre elas e se distanciarem. Nesse caso, a matéria começa a fundir, tornando-se seu formato. Sob a
líquida. Essa mudança do estado sólido para o líquido é chamada fusão. temperatura do ambiente
suas partículas
começaram a se agitar e
22 Expliq ue a m ud ança de est ado f ísico do p icol é em d iferentes m oment os regis- se desprenderam umas
t rados nas fotog raf ias. das outras, tomando-se
liquidas, por isso

..
passaram a escorrer e,
consequentemente,
perderam a forma
definida .

derretendo - se.

A Química e a sociedade 39

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A uma dada pressão, a
No estado líquido, as partículas da matéria encontram -se espaçadas umas
vaporização pode ser das outras e agitam-se com intensidades diferentes. Ao receber energia térmi-
classific:ada c:om o ebulição, ca, as partículas nesse estado vibram com maior intensidade, e aquelas próxi-
evaporação e c:alefação. mo à superfície podem se desprender do líquido e se espalhar no ambiente na
A ebulição c:onsist e na forma de vapor. Essa mudança do estado líquido para o gasoso é chamada
v aporização que envolve
vaporização.
toda a massa do Líquido, c:om
a for mação de bolhas 23 Se cada um dos líqu idos apresentados nas situações abaixo cont inuar
(fervura). A temperatura de
receben do energi a térmica a uma dada pressão , que t ipo de vaporização
f erv ur a do Líqu ido é c:hamada
ponto de ebulição. sofrerá?
Evaporação.
A evaporação é uma
vaporização que oc:orre na
superfície do Líquido, sem a
formação de bolhas. Ocorre
quando o Líquido está co m
temperatur a menor que a
sua t em per atura de ebulição.
Na calefação, ocorre uma
ráp ida v aporização, na qual
got as do Líquido "pulam" na Poça de água formada sobre uma calçada Panela com água sobre a chama de um
superfície, cu ja tem peratura após a chuva recebendo e nergia solar. fogão.
é superior à de ebulição. 24 Jaqueline aproximou sua boca de um espelho e liberou ar aquecido de
seu corpo. Vej a na fotografia ao lado o q ue aconteceu. Explique por que
o espelho fico u embaçado
O ar aquecido do corpo de Jaqueline, que se encontra no estado gasoso, ao atingir
a superfície do espelho mudou para o estado líquido, embaçando-o.
A agitação das partícu las da matéria no estado gasoso, ao entrar em con-
tato com materiais de menor temperatura, diminui, transformando a matéria
em estado líquido. Isso ocorre porque no estado gasoso a matéria cede ener-
gia térmica ao material de menor temperatura. Essa mudança do estado gasoso
(vapor) para o líquido é chamada condensação.
Se colocarmos uma garrafa cheia de um líquido em um congelador e dei-
xarmos lá por alguns dias, ocorrerá a solidificação do líquido e, em alguns
casos, o rompimento da garrafa. O rompimento da garrafa se deve ao compor-
tamento anômalo da água quando se diminui a temperatura.

Jaqueline liberando ar
aquecido em um espelho . Garrafa
Garrafa rompida pelo
completamente líquido que se
cheia de líquido. - - - - - - - - - - -- solidificou.

A matéria no estado líquido, quando inserida em um ambiente de menor tem-


peratura, cede energia térmica para o ambiente. A agitação de suas partículas
A m udança do estado
gasoso para o líquido diminui de forma gradual até atingir determinada temperatura (ponto de solidifica-
t am bém r ecebe o nom e ção) que a torne sólida, obtendo o formato do recipiente em que se encontra.
de liquefação. Nesse
caso, a mat éria no 25 Reto rne à pág ina 25 e observe que existem dois tipos de gelo passando
estado gasoso é o v apor
por mudanças de estados físicos: o gelo fo rmado por água e o gelo-
que passa para o est ado
- seco, constit uído de gás carbôn ico no estado sólido. Identifique q uais
Líq uido. Na l iquefação, o
gás passa para o estado estados físicos da matéria est ão envolvidos em cada situação.
. .Gelo formado por água: sólido e líquido; gelo-seco: sólido e gasoso.
líq uido. Ja vimos que:
Essa mudança p ode ser • A mudança do estado sólido para o líquido é chamada f usão;
observada na situação
em que Jaqueline liberou • A passagem do estado sólido diretamente para o gasoso é chamada su -
ar aqu ecido (vapor) de blimação (direta);
seu c:orpo sobre a • O gelo-seco, ao ser aquecido, passa diretamente para o estado gasoso;
superfíc:ie m ais fria do
espelho, t ornando- se • A passagem direta da matéria do estado gasoso para o estado sólido é
Líquido. chamada sublimação inversa ou ressublimação.

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Substâncias puras e misturas


Ao observar o material próximo a você para responder à questão 17
da página 37, deve ter percebido que ele é composto de diferentes
substâncias.
Toda matéria é constituída por substâncias, podendo apresentar
diversos graus de pureza. A massa de um bolo, por exemplo, é matéria.
Para seu preparo há a necessidade de misturar diferentes materiais,
como farinha de trigo, ovos, açúcar, achocolatado, óleo e fermento. Esses
materiais, por sua vez, são formados por diversas substâncias. A farinha
de trigo, por exemplo, é formada por amido (em maior quantidade),
proteínas, gorduras, entre outras substâncias. Já os ovos são compos-
tos de uma grande quantidade de gorduras, proteínas e vitaminas.
O achocolatado, de acordo com as informações nutricionais no rótulo, é Massa de bolo de chocolate e alguns
formado por sacarose, vitaminas, citrato de sódio, além de outros com- ingredientes utilizados no seu preparo.
Diga aos alunos que a
ponentes. Essas substâncias apresentam funções específicas na com- água pura é aquela da
posição de cada alimento, o que é importante para o nosso organismo. qual foram retirados
todos os sais e
Os diversos materiais que encontramos na natureza são formados por várias subs- qualquer outra
substância misturada a
tâncias, ou seja, são misturas. Contudo, há sistemas que são constituídos por uma só ela. Além disso,
substância, sendo denominados sistemas com substâncias puras. Um exemplo é a explique que se trata de
um exemplo hipotético,
água purificada (bidestilada e deionizada), usada em laboratório. pois na natureza a água
se encontra misturada a
Uma substância pura é formada por uma única substância com composição carac- outras substâncias.
terística e apresenta um conjunto definido de propriedades. Ao observarmos a fórmula
química de uma substância, podemos notar os elementos que a formam. Por exemplo,
a água {HP) é formada pelos elementos químicos hidrogênio (H) e oxigênio (O). Uma Os átomos ilustrados são
representações de modelos
substância pura, como o gás hélio (He), somente é obtida em laboratório por meio de artísticos. As cores são
ilustrativas e as proporções não
técnicas de separação de misturas. correspondem às reai,s.

Cilindro de gás oxigênio. Água. Balões com gás hélio.

He(g) + He(g)

Ao ser aquecida ou resfriada a uma pressão constante, a Variação da temperatura nas mudanças
substância pura apresent a dois patamares, os quais corres- de estado físico de uma substância
pondem à variação do tempo em que a temperatura da ma-
Temperatura (ºC)
téria permanece constante até a mudança total de estado F
físico, conforme representado no gráfico ao lado.

em que:
AB refere-se ao estado sólido
O ponto de fusão da água pura, BC indica a fusào (patamar)
à pressão de 1 atm, é OºC. Já o CD refere-se ao estado líquido
ponto de ebulição é 10 OºC. DE indica a ebuliçào (patamar)
Tempo
EF refere- se ao estado gasoso

A Química e a sociedade 41

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Analisemos agora as temperaturas e as mudanças de estado físico da água (pura)
durante o seu aquecimento gradativo ao longo do tempo, de - 20 "C a 120 "C, à pressão
normal (1 atm). Lembre-se de que à pressão normal o gelo (água pura) muda de esta-
As moléculas ilustradas do físico a O "C (ponto de fusão) e que a água líquida (pura) entra em ebulição a 100 "C
são representações de
modelos artistices. As (ponto de ebu lição).
cores sã o ilustrativas e as
proporções não Se representarmos por meio de um gráfico as temperaturas medidas ao longo do
correspondem às reais.
tempo, em que os tempos de aquecimento sejam indicados na abscissa e as tempe-
raturas nas ordenadas, associaremos essa representação às mudanças de estado fí-
sico da água (pura).
Nesse gráfico, notamos dois patamares (trechos
Mudanças de estado físico da água horizontais). No patamar A a temperatura se mantém
constante no decorrer do tempo de transição de es-
Temperatura ("C)
tado físico do sólido para o líquido. No patamar B do
ponto de 120-1- - - - - - - - -L-+_G_ _="
gráfico, a temperatura também se mantém constante
ebuliçào~ 100-l--- - - - - ------...- durante o tempo de transição do estado líquido para
@ o gasoso. Nesses dados relativos à pressão de
L
s sólido 1 atm, a fusão do gelo ocorre a O "C (ponto de fusão
L líquido ou PF) e a temperatura de ebulição da água líquida
G gasoso ocorre a 100 ºC (ponto de ebulição ou PE).
No exemplo que estudamos, apenas uma subs-
tância forma a matéria. No caso em que duas ou
Tempo
mais substâncias são fisicamente misturadas, te-
mos uma mistura. As misturas podem ter composi-
ção variável, assim como suas propriedades. Por
exemplo, o soro caseiro é uma mistura de água po-
! ,-. tável, açúcar e sal de cozinha.
!i,
~
., No soro caseiro, assim como em qualquer mistura,
....

l
"'
_j
há duas ou mais substâncias misturadas fisica-
mente. Uma mistura pode ser formada por diferen-
~
"!' tes concentrações de substâncias. Com isso,
" algumas propriedades, como pontos de fusão e
de ebulição, podem se alterar dependendo da
quantidade de substâncias adicionadas à mistura.
Ao ser aquecida ou resfriada, uma mistura co-
mum, à pressão constante, não apresenta patama-
res ao passar pelos três estados físicos, conforme
A uma dada pressão (constante), cada substância tem a sua representado nos gráficos.
temperatura de fusão, que é igual à tem peratura de
solidificação, e a temperatura de ebulição é igual à
temperatura de condensação.

Aquecimento de uma mistura Resfriamento de uma m istura


FE refere- se ao estado gasoso 1

Temperatura (ºC) ED indica a Liquefaçào ou Temperatura (ºC)


F condensação
F
DC r efere-se ao estado líquido
CB indica a solid ificaçào
BA ref ere- se ao estado sólido

o
:;;1
AB refere-se ao estado sólido <(
Q

BC indica a f usào "li


:!
i3

0-t------------- CD refere -se ao estado líquido


DE ind i ca a ebulicão
~
'&
I Tempo · Tempo ~
- - - - - - - - - - - - - - - - EF refere- se ao estado gasoso ----------------~

42

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Existem misturas que apresentam um Aquecimento de
patamar durante as mudanças de estado uma mistura eutética


\__
ffsico. Elas são chamadas misturas espe- em que:
ciais e podem ser classificadas em mistu- Temperatura (ºC)
AB refere- se ao estado sólido
ras eutéticas ou azeotrópicas. F BC indica a fusão ( patamar)
CD ref ere- se ao estado líqu ido
As misturas que se comportam como se
pat amar DE in dica a ebu lição
fossem substâncias puras no processo de
EF r ef ere- se ao est ad o g asoso
fusão, isto é, com a temperatura manten-
do-se inalterada do início ao fim da fusão e
(PF constante), são denominadas m isturas
eutéticas. O gráfico ao lado representa o
aquecimento, à pressão constante, de uma Tempo
mistura eutética .
No quadro a seguir, são apresentados exemplos de misturas eutéticas e algumas
de suas características.

Ponto de fusão (ºC)


Mistura eutética Composição (%)
Substância M istu ra

Estanho 63 232
+ 183
Chum bo 37 328

Chum bo 87 328
+ 246
Antimônio 13 631

As misturas que se comportam como se fossem substâncias puras no processo de


ebulição, isto é, com a temperatura mantendo-se inalterada do início ao fim da ebu li-
ção (PE constante), são denominadas misturas azeotrópicas. O gráfico abaixo repre-
senta o aquecimento, à pressão constante, de uma mistura azeotrópica.

Aquecimento de uma
mistura azeotrópica
em qu e:
Temperatura (ºC) AB refere- se a o estado sólido

F BC in dica a fusão
CD ref er e- se ao est ado líquido
E
OE indica a ebulição (pat amar)
EF refere- se ao estado g asoso

Tempo

No quadro a seguir, são apresentados exemplos de misturas azeotrópicas e algu-


mas de suas características.
--
Ponto de ebulição (ºC)
Mistura -
Composição (%)
azeotrópica
Substância Mistura
- -
Propanona 20 56,2
+ ~
- 64,7
Clorofórmio 80 61,7

Água 4,5 100,0


+ 76,3
Álcool 95,5 78,3

A Química e a sociedade 43

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Sistemas homogêneos e heterogêneos
Ao observar um objeto, podemos identificar visualmente as diferentes subs-
tâncias que o compõem. Por exemplo, ao observar um prato de macarrão à
bolonhesa, podemos identificar seus principais componentes.
Existem, no entanto, matérias cujas substâncias não são identificadas visual-
mente. Isso ocorre, por exemplo, na produção de utensílios domésticos, como
panelas e talheres, em que é necessário realizar misturas de substâncias para
obtermos alguns tipos específicos de materiais.

Macarrào à bolonhesa.

í
Utensílios doméstícos.

Os sistemas podem ser formados por misturas com uma ou mais fases em sua exten-
são (sólida, líquida ou gasosa) misturadas fisicamente, considerando que os componentes
(substâncias simples ou substâncias compostas) das misturas podem estar presentes em
qualquer número. Quanto ao número de fases, os sistemas podem ser homogêneos ou
heterogêneos.
O sistema homogêneo apresenta aspecto uniforme, sem apresentar uma subdivi-
são visível, constituindo uma única fase (monofásico).
No quadro a seguir, há exemplos de sistemas homogêneos.
A água límpída fíltrada
é exemplo de sistema
h omogêneo . Matéria Fór mul a química

Água H20(e)

Fase: cada porção de 1 Ar atmosférico N 2(g) + 0 2(g) + Ar(g) + C0 2(g)


aparência uniforme de
um material. Água+ sal H 20 (e) + NaCf(aq)

1
t---

Água + álcool etílico H20 (e) + C2HaO(t)


Água + açúcar Hp(f} + C6 H 1P 6 (aq) _J
Considere água pura.
'c(fG ..Payless/Shutters tocJ:
,;:::-- ~,,, Uma mistura homogênea também pode ser chamada de solução.
Exemplo: mistura de gases N 2 (g) + Oi(g) + C0 2 (g).
~

O sistema heterogêneo apresenta aspecto não uniforme, dependendo da


porção considerada, com propriedades físicas variáveis, com duas ou mais
fases. Esse tipo de sistema caracteriza-se pelo fato de, geralmente, conse-
guirmos identificar visualmente as substâncias que o compõem. Há sistemas
formados tanto por substâncias puras quanto por misturas.
No quadro a seguir, há exemplos de sistemas heterogêneos.

Matéria Substâncias puras ou m isturas

Água+ óleo mistura heterogênea


Suco de laranja (e)+ gelo (s).
Gelo + água + vapor de água substância pura
O suco de laranja e os
cubos de gelo formam Granito mistura heterogênea
uma m istura heterogênea.
Água + enxofre mistura heterogênea

Água + gasolina + areia mistura heterogênea


Considere água pura.
44

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Em um copo, Renata misturou duas colheres de sopa com óleo
na água. El a percebeu que o óleo flutua na água e que a camada


superior (óleo) tem cor e propriedades diferentes das da água.
Porque o óleo não se dissolve na
26 Por que o óleo flutua na água? água e a sua densidade é menor
do que a da água.
7 Que tipo de s istema refere- se à mistura de água e óleo?
Sistema heterogêneo.
A mistura de água e óleo forma duas fases visualmente distin-
guíveis. A esse tipo de sistema heterogêneo dá-se o nome de sis-
tema bifásico. Um sistema pode ser formado por misturas, como
óleo e água, e também por substâncias puras, como gelo e água Mist ura
no estado líquido. O sistema que apresenta três fases é chamado de água
e óleo.
sistema trifásico. Um exemplo é o granito, uma rocha que apresen -
ta em sua composição quartzo, feldspato e mica, ou seja, uma mis-
tura trifásica. ( água(t) +óleo(!))~ mistura
heterogênea bifásica
No caso da substância pura formada por gelo, água líquida e va-
por de água, tem-se uma substância pura trifásica.

Mistura trifásica de água (em excesso), sal e gelo.

componentes apresentam cores distintas. O sistema acima apresenta dois


componentes (á gua e sal) e três fases
(uma fase sólida, referente ao sal não
Substâncias simples e compostos químicos dissolvido; uma fase Líquida, formada
por água e sal dissolvido; e uma fase
Dependendo do número de elementos que formam uma substân- sólida, formada pelos dois cubos de
cia, ela pode ser classificada como simples ou composto químico. gelo). Trata-se de uma mistura
As substâncias simples são formadas por apenas um elemento quí- trifásica.
mico. Já os compostos químicos são formados por dois ou mais Uma fase pode estar fragmentada em
elementos químicos. No quadro a seguir, há exemplos de substân- porções. Dessa forma, os dois cubos
de gelo constituem uma só fase (uma
cias simples e compostos químicos.
fase subdividida em duas porções).

Substâncias /
Substância simples ou
compostos Fórmula química
compostos químicos
químicos

Oxigênio, ozônio
substância simples
e cloro

Água, glicose e
compostos químicos
ácido sulfúrico

A Química e a sociedade 45

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~
Atividades ~
- Resotva as atividades no caderno.

9. João fez uma lista com os seguintes elementos 13. Esquematize um sistema formado por uma mistu-
químicos: nitrogênio, hélio, oxigênio, flúor e hi- ra de uma substância composta e duas substân-
drogênio. Dos elementos listados, qual pode cias simples. Represente as moléculas diferentes
formar duas substâncias simples diferentes? por bolinhas distintas.
Justifique sua resposta.
14. (U EL-PR) Propriedades físicas como densidade,
10. Observe o rótulo de uma garrafa de água mineral. ponto de fusão e ponto de ebulição são impor-
tantes para identificar e diferenciar quando um
.Anif1St Qiímica n'7641LAMIN/CPRM de 06/08/2012 sistema é composto por uma substância pura ou
Áp Mineral Alcalino Terrosa, Flucntada e Vanícftca por uma mistura. Analise os gráficos a seguir,
CARÃCTEllÍSTICAS FÍSICO-QUIMIW: que representam mudanças de estado físico.
pHà25ª 6,82
Gráfico A
Temperatura da água na fonte 22,4•c
Condutividade elétrica à25° C 287 .,s,cm
Resíduo~. 1so·c ca1cu1ac1o 22s,62mg/L
COMPOSIÇÃO QUÍMICA CmgllJ
Cílcio-33,877
Maenísio-11,227
Emnc»-0,080 Clona-~º
Vanídlo-0,023 Sulíato-2,83
Sólio- 9,170 lliarLonato-157,99 Fluoreto- 0,05
Potíssio-0,684 tfrtmo-14,76 hntto-0,03
Niio ContémGlúten

Tempo
Rótulo de garrafa de água mineral.

Como podemos c lassificar a água mineral em


Gráfico B
re lação ao número de substâncias e quanto ao
número de fases?

11. Observe a imagem do bé-


quer. Qual o número de fa-
E .
ses e de componentes do e
~
sistema constituído por uma
solução aquosa de cloreto
.
Ei
~

s
.e .
de sódio, óleo e areia?
.
~ -

8
Béquer com mistura h eterogênea.

Tem~
12. Considerando o sistema abaixo, responda: quais
as quantidades de elementos químicos, substân-
Em relação às mudanças de estado fís ico, é
cias e moléculas presentes?
correto afirmar:
a) O segmento T1 T1' no gráfico B caracteriza
uma substância pura.
b) O gráfico A representa a mudança de estado
físico de uma mistura eutética.
Sistema
formado por e) O gráfico B representa a mudança de estado
moléculas físico de uma mistura azeotrópica.
de várias d) O gráfico A representa a mudança de estado
s ubstâncias .
físico de uma mistura trifásica.
e) O gráfico B representa a mudança de estado
As imagens ilustradas são representaçôes de físico de uma mistura que apresenta ponto
modelos artisticos. As cores são iustrativas e as
proporções não correspondem às reais. de ebulição não definido.

46

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Processos físicos de separação de misturas


Na natureza raramente encontramos substâncias puras, de maneira que para obter
uma determinada substância é necessário utilizar métodos de separação de misturas.
Para não haver alteração da substância em dada mistura, pode-se utilizar um conjun-
to de processos físicos de separação denominados análise imediat a.
Os processos físicos de separação de misturas estão relacionados às propriedades
das respectivas substâncias, havendo assim processos específicos usados para a se-
paração de misturas heterogêneas e para a separação de misturas homogêneas. Dessa
forma, é indispensável o conhecimento de algumas propriedades das substâncias (pon-
to de fusão, ponto de ebu lição, solubilidade, densidade etc.) que compõem a mistura
para saber qual método de análise imediata deverá ser usado.
A princípio, os químicos costumam definir os processos físicos de separação a se-
rem utilizados de acordo com o tipo da mistura, homogênea ou heterogênea.
Neste momento, vamos iniciar o estudo com as misturas heterogêneas.

Separação de mistu ras heterogêneas


As misturas heterogêneas caracterizam-se por apresentar duas ou mais fases e sua
separação pode ser realizada por meio de processos físicos. Entre eles, a filtração, a
decantação e a centrifugação.
28 Que processo de separação poderia ser utili zado em uma mistura de ág ua e
areia? Filtração, decantação.

29 O f ilt ro de ág ua na fot og rafia ao lado é muito utilizado em residênc ias . Qual é a


principal f un ç ão dele? Que processo de separação ele possi bi lita? O filtro tem
como principaí função eliminar as impurezas sólidas da água. Possibilita a filtração da ág ua.
A filtração é um processo de separação de mistura heterogênea que pode ser usa-
do para separar só lidos não dissolvidos na fase liquida ou gasosa. Nesse caso, a fase
líquida ou gasosa passa por uma superfície porosa ou reticulada, denominada filtro,
no qual o sólido não dissolvido é retido. Filtro de água domést ico.

O funcionamento dos filtros de água utilizados em residências também age assim,


eliminando impurezas sólidas. Nesse caso, a água é colocada no reservatório supe-
rior, que contém o elemento filtrante (vela). Ao atravessá-lo, a parte sólida da água fica
retida nele. No entanto, algumas partículas sólidas e microrganismos ainda podem
passar pela vela e permanecer na água, sendo recomendado usar outros procedimen-
tos de purificação da água.
Há dois tipos de filtração mais empregados: simples e a vácuo.

..... ...
-~~~~;~
-f iltro \
. . . . . . . . . . . . ...~~-~j~: úi ~~~i:;~~~:i:~~
~~~:~~:~=i~
(papel-filt ro). na qual a fase
trompa d'água
papel-
./ / -filtro
...
sólida fica re tida e a líquida é funi l de
recolhida n o béquer. ~;;;;:: ;:~ -··/ Büc hner


comum
(vidro)
.......... kitassato
A filt ração a vácuo é um processo
mais rápido do que a filtraçã o
simples , pois, ao entra r pela t rompa
d'á gua , a ág ua arrasta cons igo o ar

suporte , .
un iversal ~~~~~~-~-~ !~:i~~~;~:.~:~:~~: ~~~-~. . . . . . . . . . . . . . . . . . ..~. . . . . . . . . . . . . . . . . ,_
A mistura de água e areia poderia passar por um processo de filtração, tanto sim-
ples quanto a vácuo.

A Química e a sociedade 47

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Sabendo que a filt ração separa a areia da água, Juliano decidiu passar a mistura
por um filtro. Para isso, d espejou uma co lher de areia em um copo com água e aguar-
dou dois minutos.

30 Após dois minutos, o q ue aconteceu com a areia dessa mistura? Por que isso
aconteceu? A areia se depo:'itou no fund~ do c.opo. Isso. aconteceu_porque a areia não
· se dissolve em agua e possui densidade maior que da agua.
Juliano, então, percebeu que poderia utilizar outro processo de separação de mis-
turas, a decantação.
A decant ação é um processo de separação de m istura heterogênea que consiste
em deixá-la em repouso por certo tempo até que as partículas sólidas {mais densas)
se depositem no fundo do recipiente (sedimentação), separando-se da fase líquida.
Em seguida, o líquido é cuidadosamente retirado e transferido para outro recip iente.

~ ..··
mistura de
M istura de água e areia.
água e areia ,. água
31. Resposta pessoal. . areia
Analise as respostas 2 minutos
dos alunos para
verificar se a situação
citada corresponde a Esquema que representa o processo de
um processo de decantação de mistura de água e areia.
decantação. Caso
apresentem dúvidas ou
cometam equívocos,
questione-os a fim de 31 Você já observou algum processo de decant ação de partíc ulas sólidas em meio
levá-los a refletir.
líquido? Em que situação isso ocorreu?
Em casos de mistura heterogênea de líquidos, em que se deseja utilizar o processo
de decantação, usa-se o fun il de decantação. Ele auxilia na separação dos líquidos
ímiscíveis e de densidades diferentes, o líquido mais denso da mistura se deposita no
fundo do recipiente.
funil de -•...
decantação Com o passar do tempo, o líquido mais denso dessa
mistura (água + óleo), nesse caso a água, vai para o
fundo do funil de decantação, enquanto o líquido
menos denso, o óleo, fica em cima. Basta então abrir
a torneira do funil de decantação para retirar o
líquido mais denso.

····· água e óleo


............ torneira
•· ·•·· ·· A separação dos líquidos é feita
por meio de uma torneira.

Quando é necessário diminuir o tempo de decantação de uma mistura, essa etapa


pode ser acelerada por meio de uma centrífuga, um aparelho usado no processo
chamado centrifugação. A agilidade nesse proced imento se dá em razão do movimento
de rotação, que faz as partículas mais densas, por
inércia, serem arremessadas em d ireção ao fundo
do tubo.
Nesse contexto, podemos citar o sangue como
exemplo, pois ele é composto de duas porções:
uma formada por diferentes células e por frag-
mentos celulares e outra formada por plasma.
Portanto, para separar as hemácias do plasma, os
laboratórios utilizam o processo de centrifugação .

Amostras de sangue
após passar pelo
processo de
Centrífuga utilizada
centrifugação.
em laboratório de
análises clínicas.

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Os processos de filtração, decantação e centrifugação são os mais utilizados para sepa-
rar as misturas heterogêneas formadas por sólidos e líquidos. Já no caso de separação de


misturas heterogêneas do tipo sóli do + sólido, existem alguns processos específicos
de separação, como catação, ventilação, levigação, flotação, imantação e peneiração.
O quadro a seguir apresenta descrições referentes a alguns desses processos de
separação de misturas sólidas.

Processo de separação
Descrição Exemplos
de mistur as sólidas

Usando a mão ou uma pinça,


Catação
separam-se os componentes sólidos.

Separ ação
de f ei jões.

O sólido menos denso é separado


Ventilação
por uma corrente de ar.

Abanação
do café.

Os garimpeiros colocam
O sólido menos denso é separado a mistura numa bateia.
por um líquido em movimento (água Nela, a areia. por ser
Levigação corrente). Tal processo pode ser menos densa, é
utilizado, por exemplo, para separar arr astada pela água
areia e ouro. corrente, enquanto o
ouro, mais denso,
permanece no fundo.

Processo de separação em que se


coloca a mistura dentro de um
recipiente e, em seguida, adiciona-se
um líquido de densidade
Flotação intermediária que não dissolve
nenhum dos componentes. Após Separação de areia
essa etapa, o sólido menos denso e serragem em que
flutuará e o mais denso ficará no o líquido utilizado é
fundo do recipiente. a água.

Processo de separação em que um


dos sólidos é atraído por um ímã.
Imantação ou separação
magnética Esse processo é utilizado em larga
escala para separar alguns minérios Separação de ferro em
de ferro de outros materiais. indústria siderúrgica
de Mogi das Cruzes,
em São Paul o.

Usada para separar sólidos formados


de partículas de dimensões diferentes.
São usadas peneiras com malhas de
Peneiração ou diferentes dimensões.
tamisação Industrialmente, podem -se usar
Peneiração do
conjuntos de peneiras superpostas,
solo para estudos
que separam as diferentes relacionados à
granulações. Geol ogia.

A Química e a sociedade 49

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Separação de misturas homogêneas
As misturas homogêneas caracterizam-se por apresentar as mesmas propriedades
e composição química em todo o seu volume, não apresentando uma subdivisão visí-
vel, constituindo assim uma única fase. Entre os processos de separação desses tipos
de misturas, estudaremos a destilação.
A destilação consiste em separar os compostos da mistura de acordo com seus
diferentes pontos de ebulição. Durante o aquecimento, as substâncias que atingem o
ponto de ebulição evaporam-se e o vapor é resfriado e volta ao estado líquido, que é
recolhido em outro recipiente.
O processo de destilação é muito empregado na fabricação de bebidas alcoólicas
porque separa o álcool da substância fermentada. Esse procedimento ainda pode ser
classificado em simples ou fracionado.
:············································································································: ..·········································································································:
Destilação simples Destilação fracionada
Em geral, a destilação simples é utilizada para se- Em geral, a destilação fracionada é utilizada para
parar misturas homogêneas do tipo sólido + líquido. separar misturas homogêneas não azeotrópicas do
tipo líquido + líquido.
termômetro , ...

_..·rolha termômetro ,.
saída de água quente
balào de,. condensador
destilação ·.

• entrada de condensador
coluna de
·······água fria
destilacão ···-..~.
soluçào , r,, ..

homogênea
entrada de

balão de ·· ······ .....


destilação

saída 'de água


quente
ch'ama
A destilação simples é um processo que separa substân -
cias com pontos de ebulição bastante distintos. Normal-
mente é utilizado para separar misturas homogêneas de A destilação frac ionada é um processo utilizado na sepa -
sólidos e líquidos. ração da mistura que apresenta substâncias com diferen -
A mistura é colocada em um balão de destilação que tes pontos de ebulição.
é esquentado por uma chama ou manta de aquecimento A mistura é colocada em um balão de destilação que é es-
até que o líquido com menor ponto de ebul ição comece a quentado por uma chama ou manta de aquecimento até
evaporar. O recipiente possui uma saída lateral, inclinada que o líquido com menor ponto de ebulição comece a eva -
para baixo na sua parte superior, por onde o vapor passa porar.
e chega ao condensador. Como as paredes do condensa - Na boca do balão de destilação há uma coluna de fraciona -
dor são constantemente resfriadas pela ci rcu Lação de mento com fundo preenchido por partículas de vidro, as
água , o vapor volta ao estado líquido, que é encaminhado quais possibilit am a condensação do líquido com o segundo
a um recipiente de vidro. Após certo tempo, o Líquido de menor ponto de ebulição que volt a para o recipiente en-
menor ponto de ebul ição será transferido para o reci- q uanto o vapor do primeiro a tinge o condensador.
piente de vidro, e no balão de destilação ficará(ão) a(s ) Ao final do condensador, existe um recipiente de vidro que
substância(s) de maior(es) ponto(s) de ebulição. .. .. coleta o líquido com menor ponto de ebulição. ..
• ••••••••••••••••••••••••••••••.•.••••••••••••.•••••••••••••••••••••••••• u , ••••••••••••.•••••• ••• •• ·........................................................................................., ...........·

I Liquefação e destilação fracionada do ar atmosférico


Os principais gases que compõem o ar atmosférico terrestre são: gás nitrogênio, gás oxigênio
e gás argônio.
A temperatura deve O ar atmosférico seco e filtrado é submetido simultaneamente a um processo de resfriamento
ser monitorada e e a um aumento de pressão até que os gases passem para o estado líquido, ou seja, ocorre a
controlada liquefação. A mistura liquefeita é agora submetida à destilação fracionada, em que o aqueci-
atentamente para mento é gradativo e controlado, dessa forma, cada um dos componentes do ar é separado ao
que os dois líquidos
atingir seu ponto de ebulição.
não evaporem juntos.

50

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Química em foco

Os profissionais do setor petrolífero


A destilação fracionada é o processo utilizado na separação da mistura que apre-
senta substâncias com diferentes pontos de ebulição. Esse processo é muito utiliza-
do no refino do petróleo. Em uma torre ou coluna de destilação fracionada de petróleo
é possível separar o petróleo bruto em gasolina, querosene, gás, óleo diesel, entre

outras frações do petróleo, de acordo com suas diferentes temperaturas de ebulição.
O petróleo é aquecido e, dessa forma, ao atingirem os seus pontos de ebulição,
os vapores dos compostos sobem pela torre ou coluna de destilação fracionada.
Nessa torre existem bandejas com d ife rentes temperaturas. Quando o vapo r
passa por uma delas com temperatura inferior ao seu ponto de ebulição, ele se
condensa e é reco lhido por uma tubulação.
Em uma coluna de destilação fracionada, as diferentes alturas correspondem a
diferentes temperaturas. As substâncias que apresentam maiores pontos de ebu li -
ção (menos vo láteis) ficam na parte mais baixa, enquanto as mais voláteis tendem
a subir pela torre de destilação.
Vale lembrar que esse não é o único processo utilizado no refino do petróleo:
trata-se apenas de uma das etapas de separação dos componentes da mistura
que o compõe.
O setor petrolífero envolve muitos profissionais, mas os principais são o geofísi-
co e o geólogo, responsáveis pela localização do petróleo; o técnico de perfuração
de poços, juntamente com os engenheiros na-
vais; os engenheiros de equipamentos e de se- colu na de destilação
_---.___....... fraciona da
gurança, responsáveis pela extra-
ção; e, por fim, o engenheiro de
gás lique fe ito
processamento e o químico ..,.____, d e petróleo
do petróleo, responsáveis u,,..11 • .i-.----' na fta
pela produção e destila-
ção fracionada do petróleo. q uerosene
óleo d iesel
• T".,.-_ -_ -_ - _,
-,
óleo
1,1,ii=---' combus t íve l

e graxas
resíduo
Refi naria de pe t róleo lo caliza da '""'-_ __,. asfáltico
em Du que de Caxias, no Rio de Na torre de destilação
Janeiro, fotografada em 2011. frac ionada de petróleo,
Nessa fotografia é possível as s u bstâncias volatizadas sào
observar a torre de destilação conden sadas em d iferentes temperaturas
da refinaria. e recolhidas e m diferentes tubulações.

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~
Atividades ~
- Resotva as atividades no caderno.

15. Chá é uma bebida preparada por infusão feita com 20. (Unicamp-SP) Pode-se imaginar que o ser humano
folhas de diversas plantas, geralmente utilizando-se tenha pintado o próprio corpo com cores e for-
água quente. Quando preparamos um chá com os mas, procurando imitar os animais multicoloridos
tradicionais saquinhos, como mostra a fotografia, e assim adquirir as suas qualidades: a rapidez da
ocorrem processos físicos de gazela; a força do tigre; a leveza das aves ...
separação de substâncias. A pintura corporal é ainda muito usada entre os
Em ordem de aconteci- índios brasileiros. Os desenhos, as cores e as
mento, quais são esses suas combinações estão relac ionados com so-
processos? lenidades ou com atividades a serem realizadas.
a) Filtração e dissolução. Para obter um corante vermelho, com o que
b) Filtração e extração. pintam o corpo, os índ ios brasileiros trituram
e) Extração e fi ltração. sementes de urucum, fervendo esse pó com
d) Extração e decantação. Chá em saquinho água. A cor preta é obtida da fruta jenipapo ivá.
sendo preparado O suco que dela é obtido é quase incolor, mas
e) Dissolução e decantação. em água quente.
depois de esfregado no corpo, em contato com
16. O tratamento de água para uso humano é feito o ar, começa a escurecer até ficar preto.
em estações de tratamento de água (ETAs), onde a) No caso do urucum, como se denomina o pro-
a água é tratada e, a seguir, distribuída para o cesso de obtenção do corante usando água?
nosso consumo. Em uma das etapas do trata- b) Cite dois motivos que just ifiquem o uso de
mento, o líquido atravessa espessas camadas água quente em lugar de água fria no proces-
de areia. Qual o nome do processo físico de so extrativo do corante vermelho.
separação? Justifique sua resposta.
21. O fumo é comprovadamente um vício prejudicial
T7. Que processo é utilizado para se obter gasolina à saúde. Segundo dados da OMS, Organização
a partir do petróleo? Descreva esse processo, Mundial da Saúde, um fumante médio, ou seja,
que ocorre em refinarias de petróleo. aquele que consome cerca de dez cigarros por
dia, ao chegar à meia-idade, terá problemas
1a A maioria das substâncias químicas é encontrada
cardiovasculares. Determine a ordem de gran-
na natureza sob a forma de misturas , como a
deza do número de cigarros consumidos por
água do mar. Nas salinas (estabelecimentos in -
esse fumante durante 30 anos.
dustriais que produzem sal), qual o processo
físico que serve para separar o sal? Descreva 22. No laboratório, um aluno adicionou em uma pro-
como ocorre o processo. veta as seguintes substâncias: água destilada
(H 2 0), tolueno (C 7 H 8 ), iodo (12 ) e tetracloreto de
carbono (CCt 4 ) . Verifi que o aspecto do sistema
ao final das adições e responda: qual o número
de fases, o número de componentes e o núme-
ro de elementos químicos?

· ....... - tolueno + iodo


Indústria salineira localizada em Areia Branca, no Rio Grande
do Norte, em 2011.

19. Responda quais processos físicos de separação Provet a com


mistura de · .......-água destilada
são mais adequados para separar os componen- á gua
tes das misturas a seguir. destilada,
tolueno, iodo e
a) Grãos de feijão e arroz. d) Água, óleo e sal. · ....... -tetracloreto de
t etracloreto
carbono + iodo
b) Areia e limalha de ferro. e) Ar atmosférico. de carbono.

e) Água e areia.

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23. (Enem/MEC/Modificada) Entre as substâncias usadas 25. (UEL-PR) Considere os textos a seguir:
para o tratamento de água está o sulfato de alumí-


Texto I
nio, que, em meio alcalino, forma partículas de hi-
dróxido de alumínio em suspensão na água, às É preciso compreender que a vacinação é um
quais as impurezas presentes no meio se aderem. objeto de difícil apreensão, constituindo-se, na
realidade, em um fenômeno de grande complexi-
O método de separação comumente usado para
dade onde se associam e se entrechocam crenças
retirar o hidróxido de alumínio com as impurezas e concepções políticas, científicas e culturais as
aderidas é a: mais variadas. A vacinação é também, pelas im-
a) floculação. d) peneiração. plicações socioculturais e morais que envolve, a
b) levigação. e) centrifugação. resultante de processos históricos nos quais são
e) ventilação. tecidas múltiplas interações e onde concorrem re-
presentações antagônicas sobre o direito coletivo
24. (Enem/MEC) O controle de qualidade é uma exi - e o direito individual, sobre as relações ent re Es-
gência da sociedade moderna na qual os bens tado, sociedade, indivíduos, empresas e países,
de consumo são produzidos em escala industrial. sobre o direito à informação, sobre a ética e prin-
Nesse controle de qualidade são determinados cipalmente sobre a vida e a morte.
parâmetros que permitem checar a qualidade de (Adaptado de: PORTO, A.; PONTE, C. F. Vacinas e campanhas:
imagens de uma história a ser contada. História. C iências, Saúde.
cada produto. O álcool combustível é um produ- Manguinhos, vol. 10 . p. 725-742. 2003.)
to de amplo consumo muito adulterado, pois
recebe adição de outros materiais para aumentar Texto II
a margem de lucro de quem o comerc ializa. De No Brasil a vacina esteve no centro de um
acordo com a Agência Nacional de Petróleo gran de embate social no início do século XX,
(ANP), o álcool combustível deve ter densidade denominado Revolta da Vacina, ilustrado na
entre 0,805 g/cm3 e 0,811 g/cm3 . Em algumas charge abaixo.
bombas de combustível a densidade do álcool
pode ser verificada por meio de um densímetro
similar ao desenhado abaixo, que consiste em
duas bolas com valores de densidade diferentes e
verifica quando o álcool está fora da faixa permi-
tida. Na imagem, são apresentadas situações
distintas para três amostras de álcool combustível.

Amostra 1 Amostra 2 Amostra 3


Charge
utilizada na
Revolta da
Vacina, em
novembro de

- - -- - - - - - 1904 .

o O processamento para a obtenção de vac inas


inclui algumas técnicas de separação como de-
A respeito das amostras ou do densímetro, po- cantação, centrifugação e filtração, comuns na
de-se afirmar que: etapa de esterilização. Com relação às técnicas
a) a densidade da bola escura deve ser igual a de separação, assinale a alternativa correta.
0,811 g/cm 3 . a) A fi ltração comum é realizada sob ação da
b) a amostra 1 possui densidade menor do que gravidade.
a permitida. b) Em uma mistura contendo íons amônia e íons
e) a bola clara tem densidade igual à densidade sulfato, os íons são separados por decantação.
da bola escura. e) Em uma solução aquosa de açúcar, o açúcar
d) a amostra que está dentro do padrão estabe- dissolvido na água é separado por centrifugação.
lecido é a de número 2. d) A decantação, a centrifugação e a filtração
e) o sistema poderia ser fe ito com uma única utilizam filtros para a separação.
bola de densidade entre e 0,805 g/cm 3 e e) Em uma mistura de água e álcool etílico, estas
0 ,811 g/cm3. substâncias são separadas por decantação.

A Química e a sociedade 53

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Oficina de Química
... Método científico, da observacão à criacão . .
~ /Ponto zero
O conhecimento científico é construído com base na observação dos fenômenos. Para ex-
plicá-los, geralmente precisamos fazer questionamentos, levantar hipóteses, realizar experi-
mentos para comprovação e conflitar com as informações adquiridas para, assim, obter uma
conclusão para o fato observado.
• Levando em consideração esses procedimentos, como podemos explicar por que a vela
se queima e como isso ocorre? A vela se queima pois ao iniciar a combustão do pavio, utilizado
para guiar a chama, o calor provoca a volatilização da parafina,
• Podemos formular uma lei geral sobre a queima de uma vela?· que é o combustível da
vela; assim, ocorre uma
• Quais os fenômenos que podemos identificar? reação de combustão
Pode-se identificar o consumo da parafina, bem como sua fusão, entre o vapor de parafina
calor liberado, emissão de fumaça e luz da chama. e o gás oxigênio
atmosférico, formando
C0 2 e H 20 .
0UB/ Materiais
' Sim, podemos formular
• 1 vela comum Para melhor uma lei geral se o fato
visualização, observado se repetir em
• 1 caixa de palitos de fósforo ou isqueiro pode-se ut ilizar todas as outras velas
que forem queimadas
• 1 pires ou prato de vidro vela colorida. sob as mesmas
condições.

~/
@ Acenda a vela e incline-a com
a chama sobre o pires. Deixe
gotejar a parafina derretida e
fixe a vela sobre a parafina
derretida no pires.

@ Os palitos de O Ao acender a vela, tenha cuidado


fôsforo usados com a chama e a parafina
e a parafina da derretida. pois elas podem causar
vela podem ser queimaduras. Evite deixar a vela
descartados perto de tecidos, papéis,
em lixo plásticos ou qualquer material
comum. que possa causar incêndio.

® Observe a queima da vela e


anote tudo o que achar impor-
tante para explicar o fenômeno.

Vela acesa g otejando Vela acesa fixada ao


parafina em um pires. pires pela parafina.

~ / Para pensar
1. Houve um consumo da parafina, liberação
Retomando as perguntas acima, procure responder: de calor, emissão de luz e fumaça. Ocorreu
uma reação química de combustão entre a
1. Formule hipóteses sobre o experimento. parafina e o oxigênio do ar atmosférico,
formando gás carbônico e água.
2. As hipóteses podem ser comprovadas por meio do experimento? Explique.
Sim, pois os fenômenos esperados ocorreram durante a queima da vela.
3. Podemos formular uma hipótese geral sobre o fenômeno e generalizá-lo para outro fato?
Sim, yodemos. . •
Da mesma forma que a
4 . Qua,s outros fatos podem ser explicados pelo mesmo fenomeno? combustão da parafina, outros
combustíveis podem sofrer combustão, por exemplo, o álcool que alimenta a chama de uma lamparina.
5. Podemos relacionar o fenômeno com alçium fato do cotidiano?
Sim, podemos relacionar com a queima de qualquer outro tipo de combustível. Entretanto, não são
todos que apresentam as mesmas características.

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,u.,1,114;;.,m.;;1 ,,,/. . ~;~~~~~~·~-~--~~í~i~·~··d~·á·~~~--~·~~~--~·· · · · · · · ··· ···
Conhecendo
V consumo humano

A água é o constituinte inorgânico mais abundante na matéria viva, indispensável para a sobre-
vivência de qualquer ser vivo em nosso planeta. No ser humano, cerca de 60% de sua massa é
constituída por água; em certos animais aquáticos, esse valor pode ultrapassar 90%. Embora a

água seja de extrema necessidade para a sobrevivência dos seres vivos, ela também pode apre-
sentar bactérias e microrganismos que podem causar doenças. Em razão disso, é importante
tratarmos devidamente a água que consumimos.
O tratamento da água para o uso humano é realizado em estações de tratamento de água (ETAs).
Uma ETA é responsável por captar água de rios , represas, lagos ou poços do subsolo e realizar
o tratamento a fim de distribuí-la para o nosso consumo.
Após a distribuição nas residências, a água utilizada para higiene pessoal, alimentação, limpeza
e outras finalidades é destinada ao esgoto. Ao sair das residências, esse esgoto é encaminhado
para as estações de tratamento de esgoto (ETEs) antes de a água ser eliminada em rios, represas
e lagos, onde será novamente captada e tratada pela ETA para ser transformada em água potável.

Estudando
Os esquemas apresentados nas páginas desta seção apresentam de forma simplificada o trata-
mento da água na ETA e na ETE. Vamos, portanto, estudar os processos envolvidos nesses locais.

ETA

(D A água de rios, represas,


lagos ou poços do subsolo
é captada pela estação de
tratamento de água.

@ Na coagulação, adiciona-se à água um agente


@ Dos reservatórios, é
coagulante (sulfato de alumínio ou cloreto
encaminhada às redes
férrico), e com uma agitação violenta da água
de distribuiçào com
(J) Ela então é ocorre a agregação das partículas de sujeira.
destino aos domicílios.
bombeada para
@ A flocu laçào consiste na etapa em que as
o tanque de pré -
partículas agregadas tornam-se flocos, os
-cloração, onde o
quais são mais pesados que a água e por isso se
cloro é adicionado
depositam no fundo do tanque de decantação.
à água para 3
facilitar a retirada ® A água segue para a filtração,
de matéria orgânica 4 onde atravessa filtros de carvào e
e metais . Nesse areia que eliminam
mesmo tanque, ocorre 5 grande parte das
a etapa conhecida como impurezas.
pré- alcalinização, que @ A água é distribuída e
consiste na adição de
hidróxido de sódio (soda)
® armazenada em
reservatórios
ou óxido de cálcio (cal) espalhados pela cidade.
para ajustar o pH da água @ Na etapa de cloração
aos valores exigidos para e fluoretação, são
as fases seguintes do adicionados cloro,
tratamento. para destruir microrganismos restantes, e (J) Após todas essas etapas de tratamento, a
flúor, que colabora para reduzir a água, agora própria para o consumo, é
incidência da cárie dentária. armazenada em reservatórios.

Esquema das principais etapas do processo de tratamento de água.

A Química e a sociedade 55

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ETE
Na ETE, o esgoto é separado em esgoto
sólido e esgoto líquido, e cada um recebe
um tratamento específico.

(D Após a distribuiçào nos


domicílios, a água utilizada
pela população forma o
esgoto e é encaminhada à

-----
rede de esgoto, até chegar
às estações de tratamento.

@ Antes de ser tratado, o esgoto


passa por grades que retiram
L.
os materiais maiores, como
plástico, papel, garrafas etc.

@ Nos decantadores
secundários, o sólido
restante se deposita no
fundo e a parte líquida
fica aproximadamente
@ Após passar pelas grades,
o esgoto segu e para um
90% livre de impurezas.
tanque que retira a
No entanto, essa água
nào deve ser consumida
e por isso é descartada
em rios, represas ou lagos
onde há diluição, para
posteriormente receber
tratamento na ETA.

@ O esgoto contém matéria orgânica e microrganismos, @ O esgota é transportado aos


portanto, nos tanques de aeraçâo, o ar fornecido faz decantadores primários,
com que os microrganismos se multipliquem e se' onde ocorre a sedimentação
alimentem de material orgânico, formando um lodo e de partículas mais pesadas.
diminuindo a carga poluidora do esgoto.

Esquema das principais etapas do processa de tratamento de esgoto líquido.

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(j) As partículas pesadas provenientes


do decantador primário (4) são
transportadas para o adensador.

-~--- 1-
@ O adensador faz com que o lodo
primário se torne mais denso,
removendo assim uma parte da água.

No flotador, microbolhas de ar @ Os digestores recebem


® separam a água do sólido. o lodo proveniente das
etapas anteriores.
Neles, os
® O lodo proveniente do decantador f microrganismos
anaeróbicos degradam
secundário (6) é transportado
para o flotador. a matéria orgânica,
produzindo gás metano
e água. Esse processo
promove a estabilização
do lodo e o deixa sem
odores desagradáveis.

7 @ Nesse local, as
· tortas de lodo'
serão armazenadas,
desidratadas e
dispostas em
aterro sanitário.
1/

@ O lodo também passa pelo


filtro - prensa, que possui placas
com telas filtrantes que
promovem a desidratação por
prensagem, o q ue o deixa com
@ Em seguida, as esteiras
aproximadament e 40% de
transportam as "tortas de lodo'.
sólidos.
2. Ao consumir água não tratada, existe a possibilidade do desenvolvimento de doenças como
diarreia, febre tifoide , hepatite A, parasitose, cólera, entre outras. Ferver a água por 15 a 20
minutos é um dos métodos mais eficazes de eliminar todos os microrganismos patogênicos.
Esquema das principais etapas do processo de tratamento de esgoto sólido.

1. Tratamento de água: et apas: 3 - coagulação, 4 - floc ulação, decantação, 5 - filtração; essas etapas sei;iaram o sólido do
liquido. Tratamento de esgoto líquido: etapas: 2 - filtração, 3, 4 e 6 - decantação; essas et apas separam o
Conversando sólido do líquido.
Tratamento de esgoto sólido: etapas: 8 - sedimentação, 10 - flotação, 12 - compressão,
14 - evaporação; essas etapas separam o liquido do sólido.
1. Converse com os seus colegas e indiquem em quais etapas do tratamento de água e de
esgoto ocorrem processos físicos de separação de misturas, e quais são os estados físicos
separados em cada uma das etapas indicadas.
2. Quais são os perigos em consumir água não tratada? Você conhece algum procedimento
caseiro para deixá-la próp~ia para o consumo?
3. Um dos objetivos das explorações em Marte é encontrar água. Discuta com seus colegas o
motivo dessa meta Ao cor~pr<;>var a ?xistência de á\}ua em Marte, aum entaria a PC?Ssil:ilidade de encontrar nele
· a ex1stenc1a de vida; a meta sena futuramente criar uma colomzaçao de seres humanos.

A Química e a sociedade 57

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Transforma cães
,
químicas dos materiais
Transformações químicas ocorrem constantemente no ambiente. Elas consistem na
alteração das substâncias e, em geral, estão envolvidas na decomposição ou na for-
mação de novas substâncias.
Em contato com o gás oxigênio presente no ar atmosférico e na água, alguns ma-
teriais passam por transformações químicas que causam a sua deterioração.
Você já observou uma lã de aço que permaneceu por algum tempo molhada sobre a
pia? E em algumas partes de ferro da bicicleta, do carro ou do portão que ficaram sem
tinta? Esses são exemplos de uma das transformações químicas que comumente ocor-
rem e podemos observar a olho nu - a ferrugem. Esse tipo de transformação química
ocorre quando o ferro é convertido em novas substâncias, por exemplo, o óxido de
ferro li que posteriormente é transformado em óxido de ferro Ili.
Na formação da ferrugem, o gás oxigênio pode reag ir com o ferro por meio de uma
transformação de oxidação. Aos poucos, o ferro adquire uma coloração alaranjada,
que pode esfarelar e causar a degradação do objeto original.

@ Qual a importância do processo de ferrugem para o ambiente?


B. Por meio da
Com esse processo, o ambiente se encarrega de eliminar alguns materiais que nele estão
aplicação de uma @ Como a ferrugem pode ser prevenida? descartados.
camada de tinta
ou de óleo. © Quais os principais reagentes do processo de oxidação?Gás oxigênio e ferro.

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A constituicão
, da matéria


1 De que é constituída a matéria?
2 Ao respirarm os , especia lmente ao inspirar-
mos , que material(is) entra{m) em nossas
narinas? O material ar, que é formado por várias
substâncias.
3 O ar pode ser considerado matéria? Justifi-
que sua respost a .

4 Quais são os estados fís icos mais comun s


da matéria? Estados sólido, líquido e gasoso.
Pessoa respirando
em um dia de inverno.
Durante muito tempo, os estudiosos procuraram resposta para a questão 1: De que
é constituída a matéria? Os estudos a esse respeito deram origem a inúmeras hipóte-
1. A matéria é
ses sobre a constituição da matéria. Entre elas, destacam-se duas hipóteses surgidas constituída de átomos.
por volta do sécu lo V a.e. 3 . Resposta pessoal.
Espera-se que os
• Hipótese da matéria descontínua {teoria do atomismo). Os filósofos gregos alunos respondam
Demócrito de Abdera {460 -370 a.C.) e Leucipo de Mileto (480-370 a.C.) defendiam positivamente. Muitos
ainda poderão
a hipótese de que se pegássemos um material qualquer e o dividíssemos suces- responder que o ar é
matéria porque ocupa
sivamente, num dado momento essa divisão não seria mais possível. A menor lugar no espaço.
porção de um material seria denominada átomo (do grego a , que significa "não",
e tomo, que significa "parte", ou seja, o indivisível).
• Hipótese da matéria contínua (teoria dos quatro elementos). O fi lósofo grego
Empédocles (490-430 a.C.} afirmava que tudo o que existia no Universo seria formado
por quatro elementos principais: terra, fogo, água e ar.

Representação dos
quatro e lement os de
Empédocles: t e rra,
água, ar e fogo.

Por volta de 350 a.e., o filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.) passou a defender
a hipótese de que a matéria era formada por uma essência. Cada essência era forma-
da por qualidades primárias {seco, úmido, quente, frio) que, combinadas duas a duas,
formavam os elementos terra, fogo, água e ar. Esses elementos poderiam se converter
uns nos outros, ou seja, de quente para frio, de seco para úmido, se houvesse varia-
ções dessas qualidades primárias, produzindo assim os diferentes tipos de matéria.

A Química e a sociedade 59

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As hipóteses de Aristóteles sobre a matéria,
elementos e qualidades primárias podem ser es-
quematizadas como mostra a imagem ao lado.
A hipótese da matéria contínua permitiu chegar
a deduções que serviram de base para o desen-
volvimento da alquimia.
0 Por volta do século XVIII iniciaram-se estudos
.
'5
2
"'E
E
mais aprofundados sobre a matéria e suas modifi-
cações. Esses estudos esclareceram algumas
Jl
modificações ocorridas nos materiais, as quais
originavam outros. A essas modificações denomi-
namos reações químicas.

/"-~\.O
/ De acor do com Aristóteles, um el emento poderia se
transfor mar em outro com a remocào ou a adicào de
su as qualidades pr imárias (quente: seco. frio, úmido).

As transformações químicas da matéria


Imagine-se cozinhando em sua casa. Quantas misturas e transformações você rea-
liza ao preparar uma refeição?

Ovo cru sendo quebrado. Ovo sendo frito.

5 C ite a lgumas diferenças e ntre o ovo cru e o ovo frito.


Resposta pessoal. Espera-se que os alunos citem diferenças relacionad as à cor e à dureza .
6 Quais m u danças podem ocorrer e m um ov o c ru q uando quebram os a sua c asca
e , em seguid a, o s eu conteúd o in t e rn o é c u idadosam e nte c o locado e m uma t i-
gela? Resposta pessoal. Espera-se que os alunos respondam que, nesse
caso, a principal mudança ocorrida está relacionada ao seu formato.
7 Pode haver m u danças nas p ropriedades de u m ovo cru q uando e le é subm etido
a aq uec imen to? J u stifiq ue sua resposta. Resp osta pessoal. Sim. Espera-se que os
alunos respondam q ue nesse caso pode ocorrer transformação da matéria.
Os estudos de um químico sobre algo que constitui o Universo geralmente são fei-
tos em um sistema fechado. Ao observar um sistema , que é a parte do Universo
isolada para fins de estudo, os pesquisadores procuram observar se há modificações
nele. Essas mudanças podem ser físicas ou químicas e são denominadas fenômenos.
Os fenômenos físicos são aqueles em que não há formação de novas substâncias.
Já os fenômenos químicos referem-se aos que originam novas substâncias.
8 Na s ituaç ão A ocorreu uma t r a nsformação fís ica o u qu ími c a? E n a sit uação B?
Na situação A ocorreu transformação física, pois a retirada da casca do ovo não altera as substâncias que o
compõe. Na situação B ocorreu transformação química do ovo, quando submetido a aquecimento.
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As transformações químicas também são conhecidas como reações químicas. O
estudo metódico dessas reações alavancou o desenvolvimento da Química.
Hoje sabemos que a todo instante ocorrem reações químicas ao nosso redor, em
nosso organismo e em outros seres vivos. A manutenção da vida depende de inúme-
ras reações químicas.
As substâncias que iniciam as reações químicas são os reagent es, os quais origi-
nam novas substâncias, os produtos.

reagentes -+ produtos 9. Anote na lousa as
reações químicas
c itadas pelos alunos.
Veja como exemplo a reação química simplificada da respiração dos seres vivos. Em seguida, identifique
Observe as substâncias que iniciam a reação química e as novas substâncias obtidas os reagentes e os
produtos. (Veja nas
depois. Orientações para o
professor alguns
gás oxigênio + glicose -+ gás carbôn ico + água exemplos de reações
químicas).
reagentes produtos

9 Você con hece outras reações químicas que ocorrem diariamente? Cite uma delas.
Observe que, na representação acima, as reações químicas são retratadas por
equações químicas em que os reagentes e os produtos são separados por uma seta
(-+). Quando na equação há mais de um reagente ou produto, coloca-se um sinal de
adição entre eles. O estado físico de cada substância aparece entre parênteses: (s)
para o estado sólido, (t} para o estado líquido, {g} para o estado gasoso e (aq) para um
material disso lvido em água.
Outro exemplo de reação representada por uma equação química é o processo da
queima (combustão completa) do álcool etílico {etanol). Assim, a queima do etanol em
contato com gás oxigênio (do ar) em excesso produz gás carbônico e vapor de água.
Essa reação pode ser representada pela equação a seguir.

álcool etílico + gás oxigênio -+ gás carbônico + água


reagentes produtos
Álcool etílico e m
combustão (que ima) em
O estudo das reações químicas nos permite ainda conclu ir que há vários contato com gás oxigê n io
tipos de reações, como as reações de síntese e as reações de análise. presente no ar.

Fotossíntese
Outro fenômeno químico essencial para a existência de vida na Terra é a
fotossíntese, fenômeno que ocorre em várias etapas, sendo cada uma delas
uma reação química. Na fotossíntese, a energia luminosa é transformada em
energia química. Essa energia química, por sua vez, é distribuída aos seres
vivos por meio da cadeia alimentar.
Quando as várias reações químicas ocorridas no processo de fotossínte-
se se juntam, obtém-se uma equação química simplificada. Ela, inic ialmente
contém gás carbônico e água (substâncias que apresentam baixo valor
energético), os quais, na presença de radiação luminosa (luz solar) produ-
zem ao final glicose e gás oxigênio (substância altamente energética).
A equação química a seguir é uma representação simplificada das etapas
do processo da fotossíntese.

gás carbônico + água luz solar glicose + gás oxigênio


reagentes produtos
Ao receber Luz proven iente do Sol, a pla nta
pode realizar fotossíntese.

A Química e a sociedade 61

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Reacões
>
de síntese e reacões
>
de análise
Muitas reações químicas envolvem dois ou mais reagentes, formando uma substân-
cia (produto). Elas recebem o nome de reações de síntese (ou adição). Veja a seguir
alguns exemplos.
• Na utilização de um sinalizado r de magnésio, oco rre a seguinte reação de adição:

magnésio + gás oxigênio ---+ óxido de magnésio


2 reagentes 1 produto
Explique aos alunos que na reação química do magnésio e do gás oxigênio, formando o óxido de
magnésio, ocorre a liberação de energia na forma de luz.
• Na produção de um xampu pode ser utilizado o cloreto de amônia para aumentar
a sua densidade. O cloreto de amônia é obtido a partir da seguinte reação de
Pessoa utilizando um adição:
sinalizador.
Diga aos alunos que na reação química do ácido clorídrico + amônia ---+ cloreto de amônia
ácido clorídrico com a amônia, formando o
cloreto de amônio, ocorre a liberação de 2 reagentes 1 produto
energia na forma de calor.

Outras transformações que ocorrem no dia a dia podem se referir a reações que, a
Geralmente, nas
partir de uma substância (reagente), resultam em duas ou mais substâncias diferentes
equações químicas,
são inseridos (produtos}. Elas são denominadas reações de análise (ou decomposição). Veja a se-
símbolos. guir alguns exemplos.
• A Letra grega • Antigamente, o gás hidrogênio era utilizado em balões dirigíveis por ser menos
lambda O,.) indica a denso que o ar. É possível obter esse gás a partir da eletrólise, uma reação na
presença de Luz.
qual ocorre a decomposição da molécula de água em gás oxigênio e gás hidro-
• A Letra (i) indica
passagem de
gênio, graças à passagem de corrente elétrica. A eletrólise da água é um exemplo de
corrente el étrica. uma reação de decomposição. Essa reação pode ser representada pela equação:
• O símbolo A indica
aquecimento. água ~ gás oxigênio + gás hidrogênio
'--.--'
1 reagente 2 produtos

Em 1937, ocorreu
próximo a Nova
Iorque (EUA) a
explosão do maior
dir igível da época, o
Hindenburg. Ele foi
construído na
Alemanha e media
cerca de 41 m de
diâmetro e 245 m de
Oriente os alunos a não comprimento. O
utilizarem dir igível er a inflado
medicamentos sem com g ás hidrogênio,
orientação médica. Em
casos de ferimentos, é pois, por ser menos
recomendado procurar denso que o ar,
um médico. possibilitava o voo.

• Quando a água oxigenada (solução aquosa de peróxido de hidrogênio) é colocada


sobre um ferimento, ela rapidamente se decompõe, liberando gás oxigênio. Esse
gás atua sobre certos microrganismos causadores de doenças, tendendo a elimi-
ná-los. Essa é uma reação de análise e pode ser representada da seguinte maneira:

peróxido de hidrog ênio ---+ água + gás oxigên io


1 reagente 2 produtos

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Lei da Conservacão
>
das Massas


Ao mostrar a importância de se efetuarem medidas exatas nas investiga-
ções experimentais, Lavoisier contribu iu para o desenvolvimento da Quími-
ca como uma ciência quantitativa.
Considerado "o pai da Química Moderna", o químico francês Antoine Laurent
Lavoisier (1743-1794) fez vários experimentos envolvendo reações químicas. Em
seus trabalhos feitos em recipientes fechados, utilizava balanças de alta preci-
são e anotava os valores das massas do sistema antes e depois da reação.
Aos 22 anos, Lavoisier recebeu uma medalha de ouro da Academia de
Ciências por seu projeto de iluminação das ruas de Paris, e aos 25 anos
tornou -se membro da Academia Real de Ciências de Paris.
Em seus inúmeros experimentos com balanças, Lavoisier mostrou a sua
preocupação com a química quantitativa, particularmente em seu aspecto pon-
derai (massas).
Ant oine Laurent
Ele investigou o que ocorria durante a combustão do grafite em um sistema fechado; Lavoisie r e su a
dessa forma, pôde observar que o carbono (grafite) reagia com o gás oxigênio presente esposa .
no ar, produzindo dióxido de carbono (gás carbônico).
Dessa forma, se considerarmos a combustão completa do grafite, temos que:
grafite + gás oxigênio --4 gás carbônico
6 g + 16 g --4 22 g
Analisando a reação, podemos perceber que, nesse sistema fechado, ao somar a
quantidade de massa dos reagentes (grafite + gás oxigênio), obtemos um valor exata-
mente igual à quantidade de massa dos produtos (gás carbônico).
Com base em suas observações e anotações, Lavoisier enunciou a Lei da Conser-
vação das Massas: em uma reação química em recipiente fechado, a soma das mas-
sas dos reagentes é igual à soma das massas dos produtos.
Essa lei também ficou conhecida com a afirmação: "Na natureza nada se cria, nada
se perde, tudo se transforma.". Do ponto de vista atômico , a Lei de Lavoisier é válida,
pois, durante uma reação química, nenhum átomo é criado ou destruído, uma vez que
eles se reorganizam, formando substâncias diferentes. Essa conclusão, na época, pôs
fim às ideias dos alquimistas sobre a transmutação dos metais.
Lavoisier realizou diversos trabalhos de experimentação e escreveu várias obras
relacionadas à linguagem química, como descritos na página 14 do capítulo 1. As ilustrações são
representações de modelos
Outra experiência importante feita por Lavoisier foi o aquecimento do mercúrio em artísticos. As cores são
ih.Jstra tivas e as proporções
um sistema fechado por 12 dias. não correspondem âs reais.

r ································································································· r ····················································· ························································-


1 Em uma retorta com tubo longo e recurvado foi 1 Em um forno, a retorta foi aquecida para a possível reação
colocado mercúrio metálico, de maneira que a do mercúrio, e através desse processo observou-se que
ponta dela alcançava uma redoma de ar feita houve a produção de um pó vermelho aderido às paredes
sobre uma cuba de vidro, na qual também da retorta (que hoje sabemos se tratar de óxido de
havia mercúrio. merc úrio li), além da redução do volume de ar contido na
redoma em cerca de 20% (hoje sabemos que tal redução
de volume refere-se à reação do gás oxigênio (contido no
ar) com o mercúrio).
r et ort a redoma com
,..,./ ar e mer cúrio
contendo ....
mercúrio
m etál.ico
cuba com
mercúr io
,- - -··
.... óxido de
mercúrio li
O nível de mercúr io
.......... - subiu. ocupando o
espaço do gás ox igênio
forno_.,.
q ue reagiu na retorta.

fo rno-_...

Esquema do experimento de Lavoisier f eit o par a comprovar o aspect o p ondera [ envolvido em uma reação química e m sistema f echado.

A Química e a sociedade 63

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Lei das Proporções Constantes
Para a produção de determinado produto, precisamos de uma proporção fixa entre
os reagentes; o excesso de um ou outro reagente não altera a quantidade de produto
formado, pois o excedente não participa da reação. Essa observação entre a proporção
dos reagentes para a formação de produtos foi evidenciada pela primeira vez pelo
químico francês Joseph Louis Proust (1754-1826) e ficou conhecida como Lei das
Proporções Constantes, ou simplesmente Lei de Proust.
Após vários experimentos e comparações entre os valores das massas de
cada substância participante das reações, Proust constatou que havia pro-
porção constante entre suas massas. Mais tarde, enunciou a Lei das Propor-
ções Constantes, fixas ou definidas, cujo enunciado pode ser expresso por:
uma determinada substância composta é formada por substâncias mais sim -
ples, unidas sempre na mesma proporção em massa.
Com base no estudo dos valores numéricos das massas das substâncias
que participam das reações químicas, é possível obter proporções de massa.
Essas proporções permitem fazer previsões acertadas para reações em pe-
quena, média e grande escalas.
O estudo de reações de síntese e de análise possibilitou a comprovação da
Gravura composição das substâncias. A composição da água, por exemplo, foi determinada
mostrando
Joseph Louis
pela reação de análise do tipo eletrólise, que é a decomposição por passagem de
Proust que, em corrente elétrica.
1806, enunciou a
Lei das Observe a equação de decomposição da água por eletrólise.
Proporções
Constantes. água
36 g
- i

=
hidrogênio + oxigênio
4g + 32 g

Note que, nessa reação, 36 g de água se decompõem em 4 g de gás hidrogênio e


32 g de gás oxigênio; proporcionalmente, temos que 9 g de água tendem a se decom-
por em 1 g de gás hidrogênio e 8 g de gás oxigênio. Assim, verificou-se experimen -
talmente que, independentemente da massa de água decomposta, a proporção entre
a massa de gás hidrogênio e de gás oxigênio obtida apresenta proporção constante,
ou seja, 1 : 8. Observe os dados experimentais no quadro a seguir.

massa de hidrogênio
Massa de água Massa de hidrogênio Massa de oxigênio
massa de oxigên io

3 ,5 g
31,5 g 3,5 g 28,0 g
28,0 g 8
+
30,0 g
270,0 g 30,0 g 240,0 g
240,0 g =8
t ..
1,0 kg 1
9,0 kg 1,0 kg 8,0 kg
8,0 kg = 8
1

4,5 t 0,5 t 4,0 t

Pode-se observar que independentemente da quantidade de reagentes utilizados


1
na reação, eles tenderão a apresentar a mesma proporção de massa, de acordo com
a Lei de Proust.

64

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I Atividade resolvida \

m. (Unicamp-SP/Modificada) Lavoisier real izou inúmeros experimentos. Em um desses


experimentos, aqueceu uma amostra de 100 g de mercúrio metálico em presença de
ar, dentro de um rec ipiente fechado, obtendo, ao final, 54 g de óxido de mercúrio (l i)
(vermelho). Observou ainda que 50 g de mercúrio metálico não reagiram.
a) Qual a razão entre as massas de mercúrio metálico e de gás oxigênio que reagiram?

b) Qual o valor mínimo necessário de massa de gás oxigên io para reagir com todo o
mercúrio da amostra?

Resolução
a) mercúrio metálico + gás oxigênio (do ar) ""' óxido de mercúrio li (verme lho)

50 g 4g 54 g
54 g

Lei da Conservação das Massas

Assim, dos 100 g iniciais de mercúrio metálico, 50 g reagiram, logo os out ros 50 g
não reagiram. Dessa forma, para os reagentes participantes, tem-se :

massa de mercúrio 50
massa de gás oxigênio 4

Conclui-se, então, que a razão entre as massas de mercúrio e de gás oxigênio que
°
reagiram é 54 ou, ainda, 225 .

b) 50 g de mercúrio - - - 4 g de gás oxigênio

100 g de mercúrio - - - X

x = 4 · 1OO =8 .-. x = 8 g de gás oxigên io


50
Assim, para a reação quím ica de obtenção de óxido de mercúrio li a partir de
100 g de mercúrio necessita-se de, no mínimo, 8 g de gás oxigênio (do ar) .

Observe que na resolução desse item foi usada a Lei das Proporções
Constantes, pois montamos uma regra de t rês q ue est abeleceu uma
proporção entre as massas das substâncias participantes.

O estudo d as leis pond erais foi decisivo para que os químicos elaborassem mode-
los científicos acerca do átomo, o qual na época era considerado a menor porção da
matéria.
Os mod elos atômicos possibilitaram explicar por que substâncias constituídas por
átomos d os mesmos elementos químicos poderiam ser substâncias d iferentes entre
si: o monóxido de c arbono (CO), um gás com densidade d e 1, 25 kg/m 3 , e o dióxido
de carbono (Cü 2 ), conhecido como gás carbônico, com densidade de
1, 98 kg/m 3 . Esses dois gases são constituídos dos elementos carbono (C) e oxigênio
(O); o monóxido de carbono, um gás tóxico, e o dióxido de carbono, essencial para a
realização do processo de fotossíntese.
Entre os modelos atômicos, sob o ponto de vista prático, destacam-se os modelos
de Dalton, Thomson, Rut herford e Bõh r. Neste capítulo, estudaremos o modelo atômico
de Dalton.

A Química e a sociedade 65

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Modelo atômico de Dalton
Ao responder à questão 1 do início do capítu lo (De que é constituída a matéria?),
possivelmente você citou que a matéria é constituída de substâncias ou de moléculas
ou de átomos. De forma geral, as três respostas estão corretas , pois todas são exem -
plos de matéria.
Molécula é um grupo de átomos, iguais ou diferentes, que
1 . . , , se mantêm unidos e que não podem ser separados sem
O D1f eren c1e molecu la e at a m o . afetar ou destruir as propriedades das substâncias.
Em 1803, o cientista inglês John Dalton (1766-1844) retomou a ideia dos
filósofos gregos Demócrito e Leucipo para explicar a composição das subs-
tâncias, e acrescentou aos estudos e experimentos os conhecimentos das
leis enunciadas por Lavoisier (conservação das massas) e de Proust (propor-
ção constante).
John Dalton realizou diversos trabalhos que o levaram a formular a teoria
atômica, cuja interpretação nos leva ao primeiro modelo at ômico experi -
mental. Pode-se considerar que esse modelo atômico foi além da sua
capacidade de enxergar. Assim, a investigação científica feita por Dalton
se baseou em evidências indiretas da matéria, da substância, da molécu-
la e do átomo.
Em 1808, Dalton apresentou sua teoria atômica, na qual considerava
que os átomos eram indivisíveis, maciços e de forma esférica, sendo asso-
ciados a uma bola de b ilhar. A ilustração abaixo mostra como o modelo de
Dalton pode ser representado.

Gravura m o strand o
John Dalton. Representação do átomo
segundo o m odel o de Dalton
(modelo da ' bol a de bilhar' ).

Para representar sua teoria atômica, Dalton representava seus átomos por uma série
de círculos com linhas, pontos e letras. Baseando-se nessas representações, outros
As ilustrações são estudiosos reelaboraram as notações químicas. Um desses estudiosos foi o químico
re presentações d e modelos
artísticos. As cores sã o Berzelius (1779-1848), cujas representações são utilizadas até hoje.
ilustrativas a as proporções
não correspondem às reais.

0
hidrogênio carbono
~
alumínio
CD
nitrogênio

([D@(D8
sódio ouro magnésio cálcio

potássio m ercú rio


o oxigênio p rata

Represent ação de alguns elementos químicos suger ida p or John Dalton.

Neste livro, representamos os diferentes áto mos por esferas de cores e taman hos diferent es.

A H
- ~J
~:
=E
Represent ação do Represent ação do Repr esent ação do Representação do a
átomo de h idrogênio. átom o de oxigên io. átomo de n itrogênio. átomo de ca rbono.

66

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Daltonismo


Dalton foi o primeiro cientista a pesquisar de maneira minuciosa e científica, em
1794, a deficiência visual que ele mesmo tinha, a qual em sua homenagem ficou
conhecida como daltonismo. Em geral, as pessoas com essa deficiência não distin-
guem algumas cores, principalmente a cor vermelha e a verde.
Um teste bastante superficiaJ e de caráter inicial, portanto não conclusivo, pode ser
aplicado para verificar se o indivíduo é ou não daJtônico. Consiste apenas em observar
algumas ilustrações a fim de identificar determinados números ou letras. Caso a pes-
soa consiga visualizá-los, significa que ela provavelmente não é daltônica.

Teste aplicado para detectar a possibilidade de daltonismo.

É importante ressaltar que esse é apenas um teste


inicial entre os inúmeros a serem feitos por
médicos especializados, para então concluir se o
Postulados de Dalton paciente é ou não daltônico.

A partir do estudo das massas e de sua teoria atômica, Dalton formulou postulados Postul ado: afirmação que
não pode ser comprovada.
como os apresentados a seguir. 1
contudo é admitida como
verdadeira.
As substânc ias são constituídas por átomos , os quais não podem ser criados
ou destruíd os.

li As substâncias formadas por "átomos simples" são indivisíveis.


Ili As substâncias formadas por " átomos compostos" podem ser decompostas em
" átomos simples".

IV Os " átomos simples" apresentam a mesma massa e o mesmo tamanho.


Para Dalton, a massa de um "átomo composto" é numericamente igual à soma das
massas de seus "átomos simples" componentes.
Os postulados de Dalton explicavam como compostos diferentes podem ser forma-
dos pelos mesmos tipos de átomos, bastando que as suas proporções fossem dife-
rentes . Veja a seguir alguns exemplos.

.+
• carbono + oxigênio ~ monóxido de carbono
12 g 15 g 28g

Os átomos ilustrados são


representações de modelos
artísticos. As cores são
ilustrativas e as proporções não
• carbono + oxigênio ~ dióxido de carbono correspondem às reais.

12 g 16 g 15 g

32 g

A Lei volumétrica de Gay-Lussac


As leis volumétricas estão relacionadas aos volumes dos gases que par-
ticipam de uma reação química e, assim, complementam as leis ponderais.
Uma dessas leis foi criada pelo químico e físico francês Joseph Gay-Lussac
(1778-1850), em 1808, ficando conhecida como Lei volumétrica de Gay-Lussac
ou lei da combinação de volumes.
Gay-Lussac realizou vários experimentos para a produção da água a partir
da reação entre os gases hidrogênio e oxigênio e verificou que, nas mesmas
cond ições físicas, eles reag iam na proporção de dois volumes de hidrogênio para
um volume de oxigênio, produzindo dois volumes de água (gasosa). Gravura mostrando
Joseph Gay-Lussac.

A Química e a sociedade 67

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Veja no quadro a seguir os resultados obtidos por Gay-Lussac.

gás hidrogênio + gás oxigênio ---, água (vapo r)

l" experimento 2 volumes 1 volume 2 volumes

2" experimento 4 volumes 2 volumes 4 volumes

1
Note qu e em todos
os experi m entos a
proporção entre os 3" experimento 8 volumes 4 volumes 8volumes
v olumes gasosos é
a m esm a, ou seja , de 4º experimento 16 volumes 8 volumes 16 volumes J
2 : 1: 2.

Depois de realizar vários experimentos, com diferentes gases nas mesmas condições
físicas, e medir os seus respectivos volumes, Gay-Lussac percebeu que a proporção
entre eles permanecia constante. Assim, concluiu: "Nas mesmas condições de tempe-
ratura e pressão, os volumes das substâncias gasosas participantes de uma reação
química guardam entre si uma proporção constante de números inteiros e pequenos.".
A Lei volumétrica de Gay-Lussac contrariou a teoria atômica de Dalton, pois esta
considerava que a matéria era formada por átomos, os quais eram partículas esféricas
maciças e indivisíveis. Segundo Dalton, se 2 volumes de gás hidrogênio reagissem
com 1 volume de gás oxigênio, haveria a formação de 3 volumes de vapor de água.
Gay-Lussac mostrou que se, nas mesmas condições, misturássemos os volumes de
reagentes citados anteriormente, obteríamos, experimentalmente, 2 volumes de va-
por de água.
A resposta a essa aparente contradição foi dada pelo físico italiano Amedeo
Avogadro (1776-1856). Avogadro era um grande apreciador da Química e as-
sim conseguiu demonstrar que os gases comuns (exceto os gases nobres)
não eram átomos isolados, mas sim um conjunto de átomos ligados que
formavam as moléculas.
Avogadro formulou uma hipótese, hoje considerada lei, cujo enunciado
era: "Volumes iguais de gases diferentes contêm números iguais de molé-
culas quando medidos nas mesmas condições de pressão e temperatura.".
Segundo a hipótese de Avogadro, na reação química proposta no experi-
mento de Gay-Lussac, nas mesmas condições de temperatu ra e de pressão,
a água no estado gasoso e o gás hidrogênio possuem o mesmo volume, pois
possuem a mesma quantidade de moléculas, conforme representado abaixo.
Gravura
mostrando o físico
italiano Lorenzo
Romano Amedeo 1 volume de gás
Cario Avogadro. ··· oxigénio

Representação
da reação de
síntese da água.
As moléculas ilustradas são
representações d e modelos
artísticos. M cores são
ilustrativas e as proporções
não correspondem às reais. 2 volumes de 2 volumes de moléculas
gás hidrogénio de vapor de água

A reação de síntese da água mostra que, de acordo com a hipótese de Avogadro,


a teoria atômica de Dalton é válida (em seu aspecto ponderai). Isso pode ser confirma-
do quando consideramos que a reação entre duas moléculas de gás hidrogênio e uma
molécula de gás oxigênio produz uma molécula de água. Nesse caso, observamos
que, tanto nos reagentes quanto nos produtos, há um total de 6 átomos (4 átomos de
hidrogênio e 2 átomos de oxigênio).

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~
Atividades ~
- Resolva as at ividades no caderno.

1. Considere as situações a seguir.


1) Cozimento de um ovo.
li) Acetona derramada sobre a pele.
Ili) O ferro se dissolvendo em um ácido com
liberação de gás.
(PUC-SP} Querendo verificar a Lei da Conserva-
ção das Massas (Lei de Lavoisier), um estudante
realizou a experiência esquematizada a seguir.

São fenômenos químicos:
sol ucào de erlenmeyer
a) apenas em 1. e) em li e Ili. e) em 1, li e Ili. HNO~ (aq) vazio
b) apenas em Ili. d) em I e Ili.
/ ., ,... .. ··················;.;;.;_·'··... (D @
~ 1

Em nosso dia a dia convivemos com várias transfor-


mações da matéria, conhecidas como fenômenos.
As fotografias abaixo mostram, respectivamente,
o sistema 1 (antes) e li (depois) da transformação
da matéria.
balança balança

Terminada a reação, o estudante verificou que a


massa final era menor que a massa inicial. As-
sinale a alternativa que explica o ocorrido.
a) A Lei de Lavoisier só é válida nas condições
normais de temperatura e pressão.
sistema 1 sistema li b) A Lei de Lavoisier não é válida para reações
em solução aquosa.
a) Com base na análise dessas imagens, indique
se está ocorrendo um fenômeno físico ou e ) De acordo com a Lei de Lavoisier, a massa dos
químico. Justifique sua resposta. produtos é igual à massa dos reagentes, quan-
b) Escreva sobre a importância das transforma- do estes se encontram na mesma fase de
ções químicas para a vida e os impactos (ou agregação.
aplicações) de algumas reações que pode- d) Para que se verifique a Lei de Lavoisier, é
mos observar no cotidiano. Se for preciso, necessário que o sistema seja fechado, o que
faça uma pesquisa. não ocorreu na experiência realizada.
3. Classifique as reações em: síntese (adição) ou e) Houve excesso de um dos reagentes , o que
análise (decomposição). invalida a Lei de Lavoisier.
a) glicose (C 6 H 120 6 ) --; etanol (C 2 H 6 0) +
+ dióxido de carbono (co 2 )
b) óxido de cálcio (cao) + Pesquise sobre as diferenças entre lei e postu-
lado. Discuta com seus colegas de sala as dife-
+ água (H 2 0) --; hidróxido de cálcio (Ca(OH) 2 )
renças encontradas e, a seguir, escreva em seu
e) grafite ( c(grafite) + caderno a conclusão a que você chegou .

+ gás oxigênio (0 2 ) --; gás carbônico (co 2 ) 7. Na reação entre carvão com gás oxigênio, ocorre
d) peróxido de hidrogênio (H 2 0 2 ) -2:.....+ a formação de gás carbônico. Os dados experi-
mentais dessa reação estão no quadro abaixo:
~ água (H 2 0) + gás oxigênio (0 2 )
Gás Gás
G;.. .-·E···········:·········-~-~---·····\_ Carvão
oxigênio carbônico

(UEL-PR/Modificada} 46 g de sódio reagem com Experimento 1 12 g 32 g a

32 g de gás oxigênio formando peróxido de sódio. Experimento 2 b 16 g 22 g


Qual a massa mínima, em gramas, de sódio ne-
cessária para se obter 312 g de peróxido de sódio? Determine os valores de a e b.

A Química e a sociedade 69

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11 . Anote na lousa as
respostas dos alunos. Notações químicas
Permita que eles
expressem suas ideias Observe os símbolos a seguir.
acerca de cada um
dos símbolos e, em
seguida, leve-os a
perceber que existem Símbolos
diversas interpretações astrológicos
para cada um (Sol = o do Sol, Lua ,
espírito , a consciência, Vênus e Marte,
o ego, a essência, o
"eu'' interior; Lua = a respectivamente,
fortuna, a
inconsciência, a
receptividade;
Vênus = o amor, a
mulher; Marte = a 11 Ao observar cada u m dos sím bolos ac ima, qual a su a interpretação a respeito?
coragem, o homem).
Muitos alunos poderão 12 Em geral, p ara q ue se utili za a representaç ão de símbolos em nosso cotid iano?
relacionar o símbolo A
ao Sol ou a uma
circunferência; o Em nosso dia a dia, recebemos as informações por meio de diversos tipos de lin-
símbolo B, à Lua; o
símbolo C , ao gênero guagens. Todas elas usam sistemas simbólicos, como os sinais de trânsito, as parti-
feminino ou a Vênus; e turas de música e os operadores matemáticos.
o símbolo D, ao
gênero masculino ou a Até o século XVIII, a alquimia utilizava um tipo de linguagem figurativo para repre-
Marte.
sentar as diferentes substâncias. O sistema simbólico dos alquimistas era baseado em
12. O obíetivo dessa elementos místicos e religiosos, com excessivo uso de alegorias e de difícil entendi-
questào é levar os
alunos a expressarem mento. Os símbolos que você observou no início deste tópico são alguns exemplos.
suas experiências sobre
o uso de símbolos. Além dos símbolos, até o século XVIII os alquimistas utilizavam nomes, hoje consi-
Muitos deles
provavelmente dirão derados incomuns, para identificar as diferentes substâncias alquímicas. Geralmente,
que os símbolos sào eles nomeavam arbitrariamente, ora baseados na aparência e em outras característi-
necessários para
expressar situações do cas, ora em termos astrológicos. Veja alguns exemplos.
cotidiano envolvendo
locais, objetos e regras, • Água-régia (mistura de ácido nítrico e ácido clorídrico), que tende a dissolver o ouro.
entre outras aplicações.
Outros alunos também
• Pedra-infernal (nitrato de prata), que produz ulcerações em tecidos animais.
poderào comentar que • Potassa cáustica (hidróxido de potássio), que permite a fabricação de sabões motes.
os símbolos sào muito
importantes para indicar Também era comum usar diversos nomes para designar a mesma substância, con-
operações em
Matemática, tudo, isso dificultava a comunicação e a compreensão da linguagem alquímica.
por exemplo.
Com o desenvolvimento da Química e a descoberta de novas substâncias, os sím-
bolos e os nomes utilizados pelos alquimistas deixaram de ser adequados para desig-
nar as diferentes substâncias, pois, além de fornecerem pouca informação a respeito
de suas propriedades, dificultava a comunicação,
em razão de seu aspecto arbitrário.

TR A I TE Em 1787, Antoine Laurent Lavoisier, juntamente


tt-SMENTAIRE
com outros químicos, defendeu a elaboração de
D E C HI MI E, uma nomenclatura química sistematizada. Como
PI\ÉSENTt l)Al>S UN ORl>RE NOUVEAU já visto anteriormente, Lavoisier escreveu várias
eT o".uats us olfcouv11.Tu 111oonND; obras, entre elas Méthode de Nomenclature Chi-
Avcc l'iJvr<,:
Par M. L..cP-()T4r1:11. J, l'.1fo, Jt,,,;~ Ju mique e Traité Élémentaire de Chimie, em que es-
Stit'N'U, , , ,~ SM1tii &t_rol... d1. ltliMo.it. drs
tabeleceu uma nova linguagem química.
t ~'t:,uf1!;:i"';; 1"r,I.i':/:,&d~~Í:;;;~· ~;
B..1lo11.u i .it ,~ So..it.11. llr.lt1i1if'.1~ it 811J11 . d,
nllu ~~ PAifa.ülrJai1 1 HiJJ/r,- • M~Atjl11 • Em 181 1, o químico sueco Jõns Jacob Berzelius
Pa4~t , W.
(1779 -1848), baseando-se nos trabalhos de Lavoi-
l ' OME PR E MIER.
sier, desenvolveu um sistema simples de símbolos
para representar os elementos químicos. Esses


símbolos eram derivados do nome latino ou grego
de cada elemento químico.

A PAR/ S,
Oit:i: CuCtt !.T,,Ubni:rt!, ruc& hôctl~rpc:m.e.

~L DCC. LXXXJX.
6-,u k P1rlfJl~t M. f AlMá,l, Ju S.rl-.·,1 6" M ~
S.Ci61 ltty,h Jt M. 'l,,tt~- Fragment o do livro Tratado
eleme ntar de Qu ímica , de Lavoisier.

70

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O sistema proposto por Berzelius é amplamente utilizado até hoje. Suas regras para
a sistematização dos símbolos dos átomos e elementos químicos foram adotadas pela


União Internacional de Química Pura e Aplicada (I UPAC), possibilitando que o símbolo
do elemento químico seja o mesmo em qualquer país, podendo variar apenas seu
nome conforme a língua utilizada.
Cada elemento químico é representado por uma letra maiúscula,
Nome em Nome em
geralmente correspondente à letra inicial de seu nome original. Caso Símbolo
português latim
o nome de outro elemento inicie com a mesma letra, acrescenta-se
Hidrogênio Hydrogenium H
a segunda letra, minúscula, para diferenciá-lo. Veja alguns exemplos
no quadro ao lado. Sódio Natrium
~
É importante ressaltar que o símbolo representa um átomo do ele- Potássio Kalium K
mento químico. Portanto, ao representar uma quantidade maior de
Carbono Carbonium c
átomos, devemos colocar o respectivo número à frente do símbolo.
Cálcio Calcium Ca
• 1 átomo de nitrogênio: 1 N ou N
• 2 átomos de nitrogênio: 2 N Cádmio Kadmeia Cd

A representação de dois átomos de nitrogênio, por exemplo, é di- Tungstênio Wolframium w


~
ferente da representação de uma molécula de nitrogênio, pois na mo-
Mercúrio Hydrargyrum
lécula há dois átomos ligados entre si. Assim, teremos:
• 2 N representa dois átomos de nitrogênio (não ligados)

As molêculas ilustradas são


representações de modelos
• N2 representa uma molécula de gás nitrogênio (átomos ligados) artísticos. As cores são
ilustrativas e as proporções não
correspondem às reais.

Fórmulas das substâncias


Uma substância não é igual a outra, pois apresentam propriedades distintas que
podem ser formadas por átomos de diferentes elementos ou ainda apresentar os mes-
mos elementos em diversas proporções (diferentes arranjos de átomos).
As substâncias podem ser representadas por meio de fórmu las químicas, nas
Em cada uma das
quais as representações das proporções entre as combinações de seus átomos for- substâncias
madores são feitas por meio de índices numéricos (subscritos) inseridos à direita do apresentadas ao lado,
símbolo de cada elemento químico. Esse índice representa a quantidade de átomos o conjunto formado
de cada elemento químico presente em uma fórmula da substância. pelos átomos ligados é
denominado molécula .

.....
=,;
E t
~
~

O gás oxigênio é formado A água é formada por três O álcool etílico é formado
por dois átomos do átomos - um átomo de oxigênio por dois átomos de carbono,
elemento químico oxigênio. e dois átomos de hidrogênio. seis átomos de hidrogênio
e um átomo de oxigênio.
Fórmul a química do Fórmula química da água: H20.
gás oxigênio: 0 2• Fórmula química do
álcool etílico: C2 H6 D.

A fórmula H 2 0 representa uma molécula de uma substância binária, por ser formada por dois
elementos químicos, e triatômica, por ser composta de três átomos.
Já na representação 5 H 2 0 há 5 moléculas de água, totalizando quinze átomos, sendo dez
átomos do elemento hidrogênio e cinco átomos do elemento oxigênio. No balanceamento, para
simplificar, contamos os átomos de H multiplicando por 5, que representa uma proporção.

A Química e a sociedade 71

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Balanceamento das equações químicas
As reações químicas são fenômenos químicos em que há formação de nova(s)
substância(s), em razão de os átomos do(s) reagente(s) se rearranjarem para formar
o(s) produto(s). Dessa forma, antes e depois da reação química, a quantidade de áto-
mos de cada elemento permanece constante.
A representação das reações pode ser feita por meio de equações químicas, que,
além de apresentar as substâncias reagentes e os produtos, conserva os átomos exis-
tentes. antes e depois da reação química; logo, há conservação das massas.
Considere a representação inicial da equação da reação de produção de amônia:
reagentes produto
..--...
N2 + H 2 -. NH 3
Ao observarmos a representação da reação química acima, notamos que o total de
átomos de cada elemento do lado dos reagentes é diferente do total de átomos de cada
elemento do lado do produto, ou seja, essa representação não conserva o número
total de átomos. Logo, a equação não está balanceada.
Balancear uma equação significa encontrar os coeficientes das substâncias da
equação química para que ela esteja de acordo com a Lei da Conservação das Massas.
Para isso, inicialmente podemos usar o "método das tentativas".
Os menores números inteiros que indicam as proporções das substâncias que par-
ticipam da reação química (reagentes e produtos) de uma equação balanceada são os
seus coeficientes.
Veja, a seguir, uma sugestão de como podemos realizar o balanceamento da equa-
ção química citada anteriormente.

111 passo:
Uma equação química
em que o total de A fim de faci litar o balanceamento, considere que cada fórmula química indica uma
átomos de cada molécula daquela substância. Assim, para a equação química N 2 + H 2 -. NH 3 , se fi-
elemento se mantém
xarmos o coeficiente 1 para a substância N 2 , teremos 2 átomos de nitrogênio nos
inalterado está em
conformidade com a reagentes. Para acertarmos então o número de átomos de nitrogênio nos produtos,
Lei de Lavoisier, a Lei devemos atribuir coeficiente 2 para a substância NH 3 . Observe que o coeficiente dos
da Conser vação das produtos já está acertado. Assim, até esse momento, tem-se:
Massas. 1 N2 + H 2 -. 2 NH 3

2ll passo:
Como o coeficiente da substância NH 3 é 2 e o índice do hidrogênio é 3, temos
6 átomos de hidrogênio. Concluímos, então, que o coeficiente do H 2 deve ser 3 para
que tenhamos 6 átomos de H nos reagentes.
Assim, a equação balanceada (com os menores números inteiros) é:
1 N 2 + 3 H 2 -. 2 NH 3

Veja a seguir outro exemplo de como realizar o balanceamento de


uma equação química.
Considere que a gasolina seja uma mistura de várias substâncias
(hidrocarbonetos), e que possa ser representada genericamente por
C 8H 18. Acompanhe os passos a serem seguidos para encontrar os coefi-
cientes das substâncias participantes da reação de combustão completa
da gasolina, segundo a equação química (não balanceada) a seguir:

Carro sendo
C8H 18 + 0 2 -; co2 + H20
abastecido 1º passo:
com gasolina.
Usando o "método das tentativas", uma sugestão seria começar atribuindo coeficien-
te 1 para a substância que apresenta o maior número de elementos, no caso o C 8H 18 ,
e assim acertar os coeficientes das outras substâncias envolvidas na reação química.
....... 1 C8H18 + 0 2 -; co2 + H20

72

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2c passo:


Fixado o coeficiente 1 para o C 8 H 18 , o número de átomos de carbono nos reagen -
tes é 8. Nos produtos só há átomos de carbono na substância C0 2 , assim, sendo
1 o índice do carbono nessa substância, o coeficiente do C0 2 deve ser 8.
1 C 8 H 18 + 0 2 -t 8 00 2 + H 2 0
-· ..... .
3 2 passo:
Já sabemos que nos produtos só há átomos de hidrogênio em H20 e que o número
de átomos de hidrogênio nos reagentes é 18. Para acertar os átomos de hidrogênio
nos produtos, o coeficiente da água deve ser 9. 13. Resposta pessoal.
Espera-se que os alunos
1 C 8 H 18 + 0 2 -t 8 C0 2 + 9 H2 0 expressem suas
~····· . experiências cotidianas
ao medir a massa de
objetos, como o uso de
Observe que neste momento já determinamos o número de átomos de oxigênio nos balanças, por exemplo.
Alguns alunos podem
produtos: explicar mais
8 · 2 + 9 · 1 = 25 átomos de oxigênio nos produtos detalhadamente o
processo,
Logo, se há 25 átomos de oxig ênio nos produtos, há 25 átomos de oxigênio nos argumentando que
mediriam inicialmente a
reagentes. Como o índice do gás oxigênio nos reagentes é 2, o número que multipli- massa do recipiente e,
em seguida, a massa
cado por esse índice dá resultado igual a 25 é 2; . total (água + recipiente),
subtraindo depois a
25 massa do recipiente.
1C 8 H 18 + 2 02 -t 8 C0 2 + 9 H20 14. Com essa questão,
espera-se que os alunos
Os números encontrados tornam verdadeira a igualdade entre os átomos dos ele- reflitam e concluam que
não é possível medir a
mentos nos reagentes e nos produtos, porém, as proporções devem ser expressas massa de uma molécula
pelos menores números inteiros. Portanto, para manter tanto a proporção quanto os de água por meio de
uma balança comum.
coeficientes expressando a menor proporção inteira entre as substâncias participan -
tes, devemos multiplicar os coeficientes por 2 (que, em nosso exemplo, é o denomi-
nador da fração relativa ao 0 2).
A equação química balanceada da combustão completa da gasolina é:
2 C 8 H ,s + 25 0 2 ...... 16 co 2 + 1a H 20

As equações químicas corretamente balanceadas expr essam as pr opo rções teóricas entr e
as substâncias participantes das reações, as quais podem ser verificadas na pr ática (por
meio de experimento) em condições adequadas. A teoria atômica de Dalton já previa isso e
está em conform idade com as Leis ponder ais de Lavoisier (lei da Conservação das Massas)
e de Proust (Lei das Proporções Constantes) .

Massas atômicas e massas moleculares


13 Como geralmente fazemos em nosso cotid iano para medir a massa de 1 litro de
água?

1 Como você faria para medir a massa de uma molécula de água?

Ao responder às questões acima, você deve ter percebido que há uma limitação de
caráter experimental; assim, com a aparelhagem usada para medir a massa de uma
grande quantidade de água, não conseguiremos medir diretamente a massa de uma
única molécula. Dalton sabia dessa impossibilidade técnica e, dessa forma, dirigiu
seus estudos a fim de encontrar uma relação entre as massas de diferentes átomos,
baseando-se em suas densidades absolutas.

Lembr e-se: a densidade pode ser calculada pel a


Proveta de
seguinte relação: densidade= massa ou, ainda, d= mV .
volume vidro contendo
1 litro de água.

A Química e a sociedade 73

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De acordo com a hipótese de Avogadro: "Volumes iguais de qu aisquer gases, me-
didos nas mesmas condições de temperatura e pressão, contêm o mesmo número
de moléc ulas.".
Se considerarmos o quociente entre a densidade de dois gases d iferentes (X e Y),
nas mesmas condições de temperatura e pressão, os seus volumes poderão ser eli-
minados da expressão. Dessa forma, temos urna relação de massa de um mesmo
número de moléculas de dois gases diferentes. Nessas condições, ternos:
massa do gás X
densidade do gás X volume do gás X
densidade do gás Y massa do gás Y
volume do gás Y

Como nas condições apresentadas os volumes dos gases X e Y são iguais, obtemos:
densidade do gás X massa do gás X
- ------- = - ------
densidade do gás Y massa do gás Y

Assim, de acordo com a hipótese de Avogadro, as massas dos dois gases apresen-
tam o mesmo número de moléculas.
A massa de um gás (m) pode ser calculada pelo produto entre a massa de cada
molécula do gás {MM) e o seu número de moléculas (n), ou seja, m = MM · n. Então:
densidade do gás X
densidade do gás Y
Como nx = ny,
densidade do gás X MM x
densidade do gás Y MMy

Assim, MMx é a massa molecular do gás X e MM v é a massa molecular do gás Y. Par-


tindo da relação entre as densidades dos gases X e Y, chegamos a um dado experimental.
Veja, a seguir, um exemplo de aplicação dessa relação entre as massas moleculares
das substâncias e as suas densidades. Nesse exemplo consideramos o cálcu lo da mas-
sa molecular de uma substância molecular em relação à massa do gás hidrogênio.

At ribu indo-se valor numérico 1 (valor relativo) para a massa de cada átomo de hidro-
gênio, temos valor numérico 2 para a massa de uma molécula de gás hidrogênio, H2 ,
a qual apresenta dois átomos de hidrogênio.
Dessa forma,
densidade do gás X
densidade do gás H2 2
ou, ainda,
densidade do gás X
MM X(gás qualquer)= 2 · densidade do gás H 2

A partir dessa relação, pode-se cal-


cular as massas moleculares de outras
substâncias moleculares em relação à
massa do gás hidrogênio. Dessa for-
ma, os c ientistas passaram a deter-
minar as massas moleculares das
substâncias. Atualmente utiliza-se um
aparelho denomin ado espectrôrnetro
de massa para essa finalidade.

Espectrômetro de massa .

74

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Unidade de massa atômica e massa molecular


No capítu lo 2, vimos que para medir é necessário haver uma referên-
cia que sirva de padrão a fim de fazer uma comparação. Em outras
palavras, ao medir a massa de um objeto em unidade do SI, ou seja,
em kg, estamos realizando uma comparação entre a massa desse ob-
jeto e a do quilograma-padrão (unidade de massa padrão no SI).

réplicas do
quilograma- padrão

O q uilograma - padrão equivale à massa de


um cilindro de aproximadamente 3,9 cm de
altura e 3,9 cm de diâmetro, feito de 90%
de irídio e 10% de platina. Esse cilindro está
As balanças comuns realizam uma guardado no inter ior de três cúpul as de vidro
comparação entre a massa de um objet o na sede do Bureau Internacional de Pesos e
e r éplicas do q uilograma-padrã o. Medidas, em Sevres, na França.

15 Em sua opinião, seria possível usar o quilograma-padrão para medir a massa de


um átomo? O objetivo dessa questão é fazer com que os alunos reflitam sobre a necessidade de escolher padrões
· apropriados para determinar cada medida específica. No caso, há a necessidade de se encontrar outra
Ao responder à questão anterior, você deve ter percebido que medir a massa de unidade-~adrã<;> de massa
, , . . para medir os atomos.
algo não vis1vel a olho nu, como um atamo, não e uma tarefa facil. Como nas outras
situações, para medir a massa de um átomo, também precisamos compará-la com
uma massa-padrão, mas, nesse caso, não pode ser o quilograma-padrão. Diante dis-
so, durante muito tempo os estudiosos tentaram responder à pergunta: O que poderia
ser usado como padrão de massa atômica?
Após muitos modelos de padronização, a comunidade científica internacional deci-
diu, em 1961 , escolher o átomo de carbono-12 (1 2 C), cuja massa atômica é 12, para
determinar o padrão de medida de massa atômica, ou seja, para servir de referência
para a determinação da massa dos outros átomos.
No Sistema Internacional de Unidades (SI) o padrão de massa para átomos e molé-
culas é a unidade de massa atômica (unidade unif icada de massa atômica) e é repre-
sentada pela letra u.

+ 1
12 da massa do
As ilustrações são representaçães
de modelos artístro.5. As cores
são ilustrativas e as proporções
carb on o-12 equivale não cOírespondem às reais.
a uma unidade de
massa atômica (1 u).

Dessa forma, um valor de massa atômica (MA) deve ser expresso em unidade u, e
indica quanto a massa de 1 átomo de um elemento químico é maior que 1 u.
Veja alguns exemplos:
• massa atômica de 1 átomo de carbono = 12 u
• massa atômica de 1 átomo de nitrogênio = 14 u
• massa atômica de 1 átomo de cálcio = 40 u
A Química e a sociedade 75

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As moléculas são formadas por átomos, por isso, para determinar a massa da mo-
lécula de uma substância, deve-se somar as massas dos átomos que a constituem; a
massa de uma molécula é denominada massa molecular (MM).
A massa molecular (MM) deve ser expressa em unidade u. Exemplos:
• massa molecular de 1 molécula de gás hidrogênio (H 2 } =2 u
• massa molecular de 1 molécula de gás nitrogên io (N 2 )= 28 u
• massa molecular de 1 molécula de gás amônia (NH 3 ) = 17 u, pois tem -se

NH { N (14 u) ...... 14 · 1 = 14 u
3 H (1 u) -> 1 · 3 = ~
17 u

A tabela periódica
A tabela periódica contém os símbolos dos elementos químicos formadores das substân-
cias e, entre outras informações, apresenta as respectivas massas atômicas. Observe a tabela
periódica, na página 129, e note que há uma legenda explicativa relativa a cada um dos ele-
mentos químicos apresentados.

Número atôm ico 13

Símbolo N
Nome Al umínio
Massa atômica
Massa atômica 26,98 ............ ..... (apro ximada) = 27 u

Dessa forma, se desejarmos calcular a massa molecular do dióxido de nitrogênio (Nü 2 ) ,


basta consultar a tabela periódica para obtermos:
MA {N) = 14,01 u, ou seja, aproximadamente 14 u
MA (O)= 16,00 u, ou seja, 16 u
Assim, o cálculo será:
NO {N (14 u) --+ 14 · 1 = 14 u
2 32u
O (16 u) --+ 16 · 2 =- -
46 u

Logo, a sua massa molecular (MM) é 46 u.

/ Atividades resolvidas\
R2. Calcu le a massa molecular da glicose (C 6 H 12 0 6 ) .
Resolução
Ao consultarmos a tabela periódica, temos as seguintes massas atômicas (aproximadas):
e= 12 u
H =1 u
O= 16 u

O cálcu lo da massa molecu lar da glicose será obtido pela adição dos produtos da
massa atômica de cada elemento pela sua respectiva atomicidade.
Então, para calcular a massa molecular da glicose (C 6 H 120 6 ), devemos efetuar a se-
guinte operação:
12 · 6 + 1 · 12 + 16 · 6 = 180 u

Assim, a massa molecular da glicose (c 6 H 12 0 6 ) é igual a 180 u. Logo,

MM(glicose) = 180 u. )

76

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> R3. Qual a massa de 150 moléculas de água (H 2 0 )?


Reso lu ção
Ao consult ar a t abela periódica, temos os valores aproxi mados de massas atômicas
dos elementos constituintes da molécula de água:
H ; 1 u;
O ; 16 u.
Logo, o cálculo da massa molecular da ág ua (massa de 1 mo lécula de água) é dado por:
1 ·2 + 16 · 1 = 18 u
Assim, para 150 molécu las de água, temos: 150 · 18 u = 2 700 u
Conclui-se q ue a massa de 150 moléculas de água é 2 700 u.

/4 Atividades ~ "=] Resolva as atívidades no caderno.

8. As regras criadas por Berzelius para a sistemati- 13. A massa atômica do oxigênio é 16 u. Esse valor
zação dos símbolos dos átomos e elementos numérico tem um significado relativo ao padrão
químicos são adotadas pela IUPAC. Observe a de massas atômicas, definido a partir do 12 c.
nomenclatura dos átomos abaixo e faça a repre - Qual é esse sign ificado?
sentação de seu símbolo.
14. Qual a massa de 150 moléculas de H4 P2 0 7 ?
a) Carbono.
15. Determine a massa de 15 moléculas de fósforo
b) Cálcio.
branco (P 4 ) .
e:) Cádmio.
16. Qual o número de moléculas contidas em 490 u
d) Potássio. de ác ido sulfúrico (H2 80 4 )?
e) Sódio. 17. Quais os números de moléculas e de átomos
presentes em 384 u de gás ozônio (0 3 )?
9. Observe a representação a seguir: 2 H e H 2 .
O sign ificado desses símbolos é o mesmo? Jus- 18. Se necessário, faça o balanceamento da equação
tifique sua resposta. abaixo e escreva em seu caderno o valor da
soma dos coeficientes .
10. Ao comparar os reagentes e produtos da equação
C 6 H 12 0 6 -+ C 2 H 6 0 + C0 2
2 NO + O 2 -+ 2 NO 2 , o que é possível afirmar
19. Escreva em seu caderno qual das alternativas
sobre a adição das massas de seus reagentes
aba ixo fornece o balanceamento correto da
e produto e sobre os seus números de átomos equação: Mg + HCt -+ MgCt 2 + H 2
e de moléculas? a) 1,1,1,1

11. A equação química é a forma de descrever uma b) 2,2,1,1


reação química. Ela representa a escrita usada c:) 1,2,1,1
pe los químicos de forma universal. Com base d) 2,1,2,1
nisso, faça o balanceamento das equaç ões quí- e) 1,1,2,2
m icas a seguir.
20. Consultando a tabela periódica, copie em seu
a) N 2 + 0 2 -+ NO
caderno a alternativa correta para o cálcu lo da
b ) Mg + HCt-+ MgCt 2 + H 2 massa molecular do composto fosfato de cálcio

e:) Fe 2 0 3 + C -+ Fe + CO
(ca (Pü
3 4 ) 2).

a) 303,17 u
d) At + CP. 2 -+ AeGP. 3
b) 318,72 u
e) S0 2 + NaOH-+ Na 2 S0 3 + H 2 0 e:) 298,354 u
12. Consultando a tabela periódica, determine a mas- d) 299,68 u
sa molecular da sacarose (C 12H 22 ü,,). e) 310,18 u

A Química e a sociedade 77

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Quantidade
... de matéria e massa molar
Imagine-se medindo a massa de um átomo de ferro (56 u). Como vimos anterior-
mente, é difícil medir algo que não é visto a olho nu.
Agora, suponha que aumentamos a quantidade de átomos de ferro ao ponto em
que teríamos uma amostra visível, sendo possível medir sua massa por meio de uma
balança, por exemplo.
Assim , para qualquer material, se aumentássemos as quantidades de suas partí-
culas elementares (átomos ou moléculas), num dado momento seria possível me-
dir sua massa com os instrumentos do nosso mundo macroscópico. Essa ideia
de considerarmos porções maiores de átomos e moléculas está relacionada
ao conceito de mal - em latim significa "porção, quantidade" - . introduzido
em 1896 pelo quím ico alemão Wilhelm Ostwald (1853-1932).

Mol é a quantidade de matéria de um sistema que apresenta número de uni-


-2
dades elementares igual ao número de átomos contidos em 1,2 . 10 kg (ou
12 g) de carbono de massa atômica 12 (ou C-12).
No SI, a unidade de medida da grandeza denomi nada quantidade de ma-
téria é o mol.

Assim, considere a quantidade de matéria igual a 1 mol das substâncias gás clo-
ro (Ce2), trióxido de enxofre (SO:J e ácido fosfárico (H 3 POJ. Como apresentam quan-
Wilhelm Ostwald, tidade igual de matéria, elas têm a mesma quantidade de unidades elementares. Dessa
Prêmio Nobel de forma, é possível afirmar que a massa de 1 mol dessas unidades elementares é propor-
Química em 1909,
considerado o cional à massa de uma única unidade elementar.
fundador da Físico- As amostras de substâncias que observamos em nosso cotidiano são formadas por
- Química.
um número grande de unidades elementares de matéria (átomos, moléculas).
Há inúmeros experimentos que comprovam a quantidade de unidades elementares
de matéria, os quais serão estudados mais à frente nesta coleção. Os experimentos
envolvendo a massa de 1 mol de qualquer substância chegam, com maior ou menor
exatidão, a um valor numérico próximo de 602000000000000000000000 unidades
23
da respectiva substância, ou seja, 6,02 · 10 unidades.
Observando a fotografia abaixo podemos verificar a quantidade de matéria (1 mol) para as
amostras de cloreto de ferro Ili (FeCe3 ), sulfato de cobre li (CuS04), iodeto de potássio (KI),
cloreto de sódio (NaCe), permanganato de potássio (KMn04 ) e nitrato de cobalto li (Co(NO)J

As seis amostras da foto


são constituídas por
6 ,02. 1023 átomos (1 mol).

78

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.
O numero 6,02 · 1023 e, conhecido como constante de Avogadro ( NA) , em homena-
gem ao cientista Amedeo Avogadro, que contribuiu imensamente para as bases teóricas.
Segundo Avogadro, volumes iguais de diferentes gases, na mesma temperatura e
pressão, apresentam mesma quantidade de moléculas (6,02 · 1023 ) . Após sua morte,
o químico italiano Stanislao Cannizzaro (1826-1910) prosseguiu seus trabalhos estabe-
lecendo uma série de estudos sobre a massa de compostos químicos em reação. Os
trabalhos de Cannizzaro foram importantes para a distinção entre massa atômica e
massa molecular e a confirmação da hipótese de Avogadro.

A massa da quantidade de matéria que contém 1 mol de unidades elementares de
uma substância é chamada massa molar (M). Ela apresenta o mesmo valor em módulo,
em g/mol, que corresponde a uma unidade elementar da própria substância, em u.
Aplica-se o conceito de massa molar a qualquer entidade química.
Considere as seguintes massas atômicas: H = 1 u; C = 12 u; N = 14 u; O = 16 u.
Assim, pode-se calcular a massa molar de átomos, moléculas, íons etc. Veja a seguir
alguns exemplos:
• massa molar do átomo de hidrogênio ( H) = 1 g/mol
• massa molar do gás hidrogênio (H 2 ) = 2 g/mol
• massa molar do gás nitrogênio (N 2 ) = 28 g/mol
• massa molar da glicose (C 6 H 12 0 6) = 180 g/mol
O valor da massa molar de uma substância permite inúmeras aplicações. Entre elas,
tem-se a determinação da quantidade de matéria em mol.
Considere que em uma amostra haja 540 g de glicose (C 6 H 120 6 ). Qual a quantida-
de de matéria em mol dessa substância presente na amostra?
1 mal de moléculas de C 6 H 120 6 _ _ 180 g
x mol _ _ 540 g :. x =3 mol de moléculas de C 6 H 120 6

/ Atividade resolvid~
R4. Calcule a massa, em gramas, de uma molécula de glicose, sabendo que sua massa
molar equivale a C 6 H 120 6 é 180 g/ mol.
Resolução
6,02 - 1023 moléculas de glicose (1 mol) _ _ 180 g de glicose
- 22
1 molécula de glicose _ _ m :. m = 2,99 · 1O g
Assim, 1 molécula de glicose tem massa igual a 2,99 · 10- 22 g.

Volume molar
02 NH 3
Na ilustração ao lado, observamos que para o (gás amônia)
(gás oxigênio)
mesmo número de moléculas (representadas por He
esferas coloridas) de diferentes gases, nas mes- (gás hélio)
mas condições de temperatura e pressão, o volu-
me ocupado é o mesmo.

Os átomos ilustrados são


representações de modelos artistices..
As cores são ilustrativas para
representar d iferentes gases e as
proporções não correspondem às reais..

Esquema que representa o mesmo número de moléculas


presentes em cada balão. As moléculas estão
representadas nesse esquema por esferas coloridas.

A Química e a sociedade 79

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Dessa forma, é possível concluir que o vo lume ocupado por um mo l de uma subs-
Nas CPTP, a
temperatura - padrão tância gasosa, em determinadas condições de tem peratura e pressão, é o seu vo-
é de 273,15 K, e a lume molar.
pressão- pad rão é de
Assim, para um gás, o volume molar é o volume ocupado por um mol de partículas desse
1 . 105 Pa . Assim,
gás, ou seja, 6, 02 · 1023 partículas desse material, em uma temperatura T e pressão P.
nestas condições,
experimentalmente, o Como já estudamos, os volumes das substâncias gasosas variam de acordo com a
volume ocu pado po r pressão e a temperatura a que estão submetidos. Assim, a IUPAC trabalha com as unida-
1 mol de moléculas de
des no SI e define os padrões para as condições de temperatura e pressão - CPTP (Con-
qua lquer gás na CPTP
é a proxi madame nte dições Padrão de Temperatura e Pressão).
igual a 22, 7 dm 3 • Em experimentos químicos, é comum trabalharmos em CNTP (Condições Normais
de Temperatura e Pressão). Assim, a temperatura normal é de O ºC (ou 273,15 K), e a
pressão normal equ ivale a 1 atm ou 1, 01325 · 105 Pa, que equivale à pressão ao nível
do mar. Logo:
*É importante ressaltar
que a diferença entre
os valores dos volumes O volume molar de um gás qualquer, nas CNTP, é aproximadamente igual a 22, 4 d m 3 _'
molares 22, 7 dm3 e
22, 4 dm3 ocorre em Como os gases ocupam totalmente o recipiente que os contém (capacidade total,
razão dos valores da
pressão na CPTP, que pode ser medida em L, kl , hl , dal, dl, c l , ml etc.), é comum estabelecer a re-
5
1 · 10 Pa, e nas CNTP, lação de paridade entre volume, em dm3 , e capacidade, em L. Dessa forma, para os
5
1, 01325 · 10 Pa. gases, por exemplo, 22, 4 dm 3 = 22, 4 L.

/ Atividade resolvida \
RS. Considere uma amostra contendo 256 g de anidrido sulfuroso (S0 2 ) nas Condições
Normais de Temperatura e Pressão (CNTP). Determine.
a) A massa molecular. e) A quantidade de matéria da amostra.
b) A sua massa molar. d) O vo lume, em dm 3 , nas CNTP, dessa amostra.

Resolução
a) S = 32 u : . 32 · 1 = 32 u
O = 16 u : . 16 · 2 = 32 u :. massa molecular do S0 2 = 64 u
A massa molecular do S0 2 é igual a 64 u.
b) Se a massa molecular é 64 u, a massa molar é 64g / mol de S0 2 •
e) 1 mol de moléculas de S0 2 _ _ 64 g
x mol _ _ 256 g : . x = 4 mol de moléculas de S0 2
A quantidade de matéria da amostra é 4 mol de moléculas de S0 2 .

d) 1 mol de S0 2 -- 64 g _ _ 22,4 dm 3 (CNTP)


256 g _ _ V V = 89,6 dm 3

O volume dessa amostra nas CNTP será 89, 6 d m3 •

Análise elementar das fórmulas


das substâncias químicas
A fórmula química de uma substância mostra os elementos que a constituem e as
suas proporções em massa e em quantidade de matéria.
A determinação dos elementos e de suas proporções é feita por análise elementar,
que pode ser qualitativa {para determinar os elementos que compõem a substância
em análise) e quantitativa (para determinar as proporções entre os elementos).
Feita a análise imediata, é possfvel determinar as fórm ulas percentual, mínima e
molecular da substância analisada.

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Análise elementar e o químico
A análise elementar faz parte da rotina do químico-
-analítico. Ao receber a amostra desconhecida, a pri-
meira análise é chamada análise imediata, em que são
testadas as suas propriedades físicas e químicas.
Após o isolamento das substâncias presentes na
amostra, é feita a análise elementar.

Profissional de química- analítica


f azendo uma análise elementar.

A fórmula percentual ou centes imal fornece a porcentagem (%) em massa de cada


elemento componente da substância. Assim, a fórmula percentual indica a massa de
cada elemento existente em 100 partes de massa de uma substância (por exemplo,
100 g, 100 kg, 100 t). Exemplo: C 40 ,00%H 6 ,67 %0 53 ,33%
A fórmula molecular fornece o número de átomos de cada elemento presente em uma
molécula da substância em análise. Exemplo: a fórmula molecular da glicose é C 6 H 120 6 .
A fórmula mínima (empírica ou estequíométrica) fornece a proporção mínima, em
números inteiros, dos átomos de cada elemento químico formador da substância emaná-
lise. Exemplos: a fórmula mínima da g licose é CH 20 .

/ Atividades resolvidas\
R6. A fórmula molecular do eteno é C 2 H 4 . Determi ne a sua fórmula mínima.
Resolução
Nesse caso, bast a dívídír por dois os números expressos como índices na fórmula da
substância. Assim:
fórmula molecular: C 2 H 4 :. fórmula mínima : CH 2

Rl Determi ne a fórmula percentual do eteno C 2 H 4 •


Resolução
Com base na fórmula molecular do eteno (C2 H 4) , temos que a sua massa molecular
pode ser calculada por:
e = 12 u -+ 12 : . 2 = 24 u
H =1 u -+ 1 :. 4 =4u
eteno = 24 + 4 = 28 u
Se em 28 g de eteno há 24 g do elemento carbono, em 1OOg de eteno há x g de car-
bono, ou seja:
24 g de elemento carbono ___ 28 g de eteno
x g de elemento carbono ___ 100 g de eteno x = 85,7 g de elemento carbono
Se em 28 g de eteno há 4 g de hidrogênio, em 100 g de eteno há x g de hidrogênio,
ou seja:
4 g de elemento hidrogênio ___ 28 g de eteno
x g de elemento hidrogênio _ _ 100 g de eteno x = 14,3 g de elemento hidrogênio

Ass im, a fórmu la percentual (ou centesimal) do eteno (CzH4 } é : ( 85.7% H14.3 '*'
Como a s u bstância em q uestão a presenta a pe nas dois elementos se já conhecemos a
po rcent age m de um deles, pa ra de t e r minar a porcentagem do o ut ro, basta s ubtrairmos de
100% o valor da porcent agem do out ro, conhecido. No caso e m estudo, t e m-se:
(100 - 85,7)% : 14,3% de element o hidrogê nio.
>
A Química e a sociedade 81

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> R8. Determine a fórmu la percentual a partir da fórm ula m ínima do eteno (CHJ

Resolução
Inic ialmente determinamos a massa de uma fórm ula de CH 2 •
e = 12 u ~ 12 . 1 = 12 u
H 1u ~ 1·2 = 2 u : . Massa de uma fórmula de CH 2 é 14 u
Em seguida, determina-se, por exemplo, a porcentagem de elemento carbono.
12 g de elemento carbono _ _ 14 g de CH 2
x g de elemento carbono _ _ 100 g de CH 2 :. x = 85,7 g de elemento carbono
Determinação da porcentagem do elemento hidrogênio.
Observe novamente que, como a substância em questão apresenta apenas dois ele-
mentos (substância binária) e já conhecemos a porcentagem de um deles, para deter-
m inar a porcentagem do outro elemento - no caso, o elemento hidrogênio - , basta
subtrairmos de 100% o valor da porcentagem do elemento conhec ido. Logo, tem -se:
(100 - 85,7)% = 14,3% de elemento hidrogênio. Pode-se, contudo, calcular essa por-
centagem por regra de três.
2 g de elemento hidrogênio _ _ 14 g de CH 2
x g de elemento hidrogênio ___ 100 g de CH 2 :. x = 14,3 g de elemento hidrogênio
Assim, a fórmu la mínima (ou empírica ou estequiométrica) do eteno (CH 2), também
apresenta fórmula percentual igual a C 85•7 % H 14 ,3 % .
Conclusão: Pode-se determinar a fórmu la percentual com base na fórmula molecular
ou na fórmula mínima.

Alotropia
16. Ambos são
formados por um único 16 O que o diamante e a grafite têm em comum?
elemento químico
carbono. A diferença Alguns elementos químicos possuem a propriedade de formar mais de um tipo de
está apenas nas
estruturas sólidas ou substância simples. Se essas substânc ias simples, formadas pelo mesmo elemento,
nos arranjos cristalinos diferenciarem entre si quanto ao número de átomos (atomicidade) ou quanto ao ar-
dos átomos de
carbono. ranjo cristal ino dos átomos no espaço, elas formam o que chamamos de alótropos
ou variedades alotrópicas. A essa propriedade denominamos alotropia.
Em geral, entre as variedades alotrópicas de cada elemento, há uma variedade mais
estável (menos energética). A estabilidade entre as formas alotrópicas de um dado ele-
mento é analisada em condições ambientais de temperatura e pressão (25 ºC e 1 atm).
Os exemplos mais comuns de alot ropia ocorrem com os elementos oxigênio, carbono,
fósforo e enxofre.

Alótropos do oxigênio
O oxigênio possui duas formas alotrópi-
cas que diferem em relação ao número d e
áto mos (atomicidad e), conforme ilustração
ao lado.
• gás oxigênio ou d ioxigênio (02 ): molécula de molécula de
gás oxigênio gás ozônio
indispensável à vida e inodoro.

As moléculas ilustradas
são representações de
modelos artísticos.
• gás ozônio ou trioxigênio (03 ):
bactericida e de cheiro desagradável.
O gás oxigênio (02 ) é a variedade alo -
1
molécula
diatômica
1
molécula
triatômica
As cores são ilustrativas trópica de menor densidade, sendo tam -
e as proporções não
correspondem às reais. bém a mais comum.

82

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Alótropos do carbono


As variedades alotrópicas naturais do elemento carbono são o carbono diamante
e o carbono grafita ou grafite ( Cgratite) · Essas variedades alotrópicas natu-
( Cdiaman1e)
rais apresentam diferentes arranjos cristalinos no espaço.
• O carbono diamante {cdiamante) é um sólido incolor de elevada dureza, não con- As ~ustrações são
representaçães de modelos
duz calor nem eletricidade. Hoje já é possível fabricar diamantes sintéticos a partir artísticos. As cores são
ilustrativas e as proporções
de carbono grafite em aparelhos que atingem altíssimas temperatura e pressão. não correspondem à s reais.

Gema de diamante
mostrando o arranjo
cristalino do carbono
diamante.

Gema: ê um mineral,
rocha ou material
petrificado que,
quando cortado.
facetado ou polido, ê
colecionável ou usado
em joalheria como
pedra preciosa.

• O carbono grafite ( Cgratiie) é um sólido de cor praticamente preta {cinza-escuro)


e de baixa dureza. Além de conduzir calor, ele pode conduzir eletricidade.
A forma alotrópica natural mais estável para o carbono é a grafita.

Grafita de um lápis
mostrando o
arra nío crista Lino
do carbono grafita.

O carbono apresenta variedades alotrópicas não naturais, das quais há substâncias co-
nhecidas como fulerenos. Entre os fulerenos existem, por exemplo, o buckminsterfulereno.
• O buckminsterfulereno (C 60 ) é obtido a partir da evaporação da grafita, em at-
mosfera inerte. Esse material é formado por 12 pentágonos e 20 hexágonos, e
apresenta arranjo cristalino que se assemelha a uma bola de futebol, sendo o
fulereno o mais conhecido (os fulerenos podem formar "gaiolas ocas" com núme-
ro variável de átomos de carbono).

A estrutura do
buckminst erfulereno
lembra uma bola de futebol.

A Química e a sociedade 83

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Alótropos do fósforo
Os alótropos mais comuns do elemento fósforo são: o fósforo branco (P4 ), o fósfo-
ro vermelho ( (P4 ) 11 ) e o fósforo preto (P 11 ).

• O fósforo branco, (P4 ) , é um sólido amarelado, mole, muito venenoso e que brilha
Fotografia do fósforo no escuro (fosforescente).
preto. • O fósforo vermelho, ( (P4 )n)• é um sólido duro, não venenoso, inodoro e não fos-
forescente. Essa variedade alotrópica do fósforo é a mais estável.

Estrutura molecular dos


á tomos do fósforo bra nco. As imagens são repre sentaçães de modelos artísticos. As cores
são ilustrativas e as proporções não correspondem às reais.

to
/ p\ / p\ /p\
1 •• ••••• • ••••• P"-._ I/ P- p"--- 1/p- p"--- 1/ p-
t •••••••• p p p
i
l!<
Estrutura mole cu lar

_________
dos átomos do
io fósforo vermelho.
!!
._. Fotografi a do fósforo branco
1 _ _ _.,. e do pó do fósforo vermelho .
fósforo branco fósforo vermelho

• O fósforo preto (fósforo metálico), (Pn), é brilhante, tem estrutura complexa e pode
conduzir eletricidade. Apresent a-se no estado sólido e na cor preta.

Alótropos do enxofre
Há muitas formas alotrópicas do elemento enxofre, sendo as mais conhecidas as
referentes ao enxofre rômbico ( S 8(rômbicoi) e ao enxofre monoclínico ( S 8 (monoclínicol) .

• O enxofre rômbico (ou enxofre a) é um sólido amarelado e transparente. É a forma


alotrópica mais estável dos alótropos de enxofre.
• O enxofre monoclínico (ou enxofre ~) é um sólido amarelado opaco, apresentan -
do-se em formas agulhadas.

Alótropo de enxofre rômbico. Alótropo de enxofre monoclín ico.

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Química em foco

Espectrometria de massa
A espectrometria de massa é uma das técnicas analíticas mais utilizadas para a
determinação de massas molares. Por meio dessa técnica é possível, por exemplo,
detectar a presença de drogas no organismo dos atletas, por meio do exame anti-
doping. Isso é necessário porque existem substâncias que podem alterar o cond i-

cionamento físico do esportista em algumas modalidades de competição.
Para a Agência Mundial Antidoping (AMA), o doping consiste na utilização de
substâncias que, além de prejudicar a saúde, aumentam de maneira artificial o
desempenho do atleta, o que não é permitido em uma competição esportiva.
A determinação da espectometria de massa pode ser feita por um eq uipamento
chamado espectômetro de massa.
O espectrômetro de massa é basicamente composto por três itens principais: a
fonte, o analisador de massa e o detector.

ana lisador
fonte d et ect or
de massa
-.;

---~ -------- ""'meo,o de dados ------------- --------- j

C::::) processador
de s inais

espectro de massa

Profissional utilizando espectrômetro de massa .

Ao passar pela fonte, a amostra a ser analisada tem seus componentes quebrados
em partes distintas, que são imediatamente aceleradas em direção ao analisador de
massa. Este tem a função de separar as partes distintas, em seguida encaminhá-las
ao detector, que converte os dados relativos às massas e outras grandezas associa-
das em sinais elétricos enviados ao processador de sinal (computador), que por sua
vez lê os dados e cria um gráfico chamado espectro de massa.

A Química e a sociedade 85

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~
Atividades ~
- Reso\va as atividades no caderno.

21. Em um reator com condições de pressão e tem - 26. (UFU-MG) Observe as representações a seguir e
peratura definidas, foi adicionado metano {CH 4 ) identifique a alternativa correta.
ao gás oxigênio, formando uma mistura homo-
gênea de alto teor inflamável. Considerando-se _, .e,----- - --_..
• "--+~-·-~?.- ' .!V
que os reagentes envolvidos foram totalmente :: .-:-~
r9' 1~- !i
transformados em gás carbônico (C0 2 ) e vapor- I ~ \:-· ' .
1 / " l :i
' ~ - -+- - :. ·=
-d'água, faça, em seu caderno, a representação da
equação dessa reação devidamente balanceada.
1 - -

~ ----
~
--·- ~

fulereno dia ma nte


22. Um copo contém 36 g de água (H 2 0 ). Conside-
rando que não haja impurezas, determine o a) As figuras mostram substâncias que possuem
número de moléculas de água (H 2 0) ingeridas as mesmas propriedades físicas e qu ím icas.
ao tomarmos toda a água desse copo . b) As figu ras representam formas alotrópicas do
Dados: H = 1 u; O = 16 u. carbono, sendo que a estrutura dos fulerenos
acima pode ser comparada a uma bola de
23. (UFV-MG/Modificada) O cloreto de vinila, C2 H3Cf, é
futebol.
matéria-prima para muitos plásticos (PVC) e fi-
bras. Em 93,75 g de cloreto de vin il a, determine e) As representações indicam que a ligação quí-
a quantidade em mol de moléculas de C 2 H 3 Ct mica entre os átomos de carbono - presentes
nos fulerenos, diamante e grafite - é do tipo
24. (UERJ) Para saciar a sede, uma das bebidas pro- iônica.
curadas é a água de coco, pois, além de saboro-
d) A s substâncias rep resentadas nas figuras
sa, é muito nutritiva. Um copo de 200 ml de água
podem ser c lassificadas como compostas,
de coco tem, em média, a seguinte composição:
pois, por reações químicas , formam outras
Calorias 22 cal mais simples.
Proteínas 0,3 g
27. Na indústria petroleira, a prospecção serve para
Lipídios 0,2 g localizar (pesquisar) as reservas de petróleo e
Cálcio 20 mg gás natural. As brocas de perfuração são peças
Fósforo 13 mg artificiais e muito resistentes, utilizadas para
cortar rochas durante a prospecção. Observe
Carboidratos 4,8 mg
que na fotografia seguinte as brocas apresentam
Sódio 25 mg
em sua constitu ição uma das formas alotrópicas
Potássio 147 mg do carbono, o diamante sintético, o qual forma
Ferro 3 mg o compacto de diamante policristalino (PDC).
Vitamina e 2 mg
Colesterol O mg

Após um indivíduo consumir totalmente um copo


dessa água, determine o número de átomos de
·1 · · 'd Professor(a), se julgar
ca CIO ingeri O . necessário informe aos alunos
~........... ~ ......; ............ \_ que 1 mg ~ 1 -10-3 g.

Pesquise em sua casa ou no supermercado as


informações nutricionais de um litro de leite in -
tegral. Verifique a quantidade de cálcio indicada Broca de perfuração
nela e responda às questões. utilizada na prospecção
de petróleo.
a) Qual o número de átomos de cálcio presente
em um copo com 200 ml desse leite? diamante
b) Em comparação com o exercício anterior (sobre policristalino (PDC)
a água de coco), qual dos llquidos é mais efi-
ciente para a nutrição de cálcio no organismo? Justifique o fato de haver diamantes sintéticos
e) Qual é a doença relacionada à falta de cálcio? (PDC) nas brocas de perfuração.

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44·i!ili§lli•mi,ii t%P/_.. º.fó~f~~~··~ã~··~·~~á··~~·~~·Li~~;···· · · · · ··················· ···
V
Conhecendo
O elemento fósforo foi descoberto em 1669 pelo alquimista alemão Henning Brand (1630-1710)
ao destilar uma mistura de areia e urina. O material descoberto era branco e, na presença de ar,
reagia espontaneamente, emitindo luz, ou seja, brilhava no escuro. Por conta dessa propriedade,

ainda hoje costumamos usar a palavra "fosfo-
rescente" para nomear os objetos que brilham
no escuro, mesmo que não contenham fósforo.
A palavra fósforo vem do gregro phosphoros
e significa portador da luz. Seu símbolo é o (P)
e possui número atômico 15. Ele ainda possui
três variedades alotrópicas, sendo o fósforo
branco (P 4 ) e o fósforo vermelho ( (P 4 )n) refe-
rentes às variedade mais comuns, e o fósforo
negro (P n) referente à mais rara. As principais
fontes de obtenção de fósforo são alguns mi-
nerais, como os fosfatos. Um exemplo de fos-
fato é a fosforita (fosfato de cálcio), principal
matéria-prima utilizada na produção do fósforo
vermelho.

Gravura mostrando
Henning Brand realizando
um exper imento no qual
descobriu o fósforo.

O fósforo branco é um sólido amarelado com cheiro de alho,


fosforescente, mole e altamente tóxico. Por ser extremamente reativo
com o gás oxigênio, ele é a rma zenado em recipiente com ág ua.

O fósforo vermelho é um sólido avermelhado, inodoro, nào fosforescente, duro e


nào venenoso. Ele é muito menos reativo que o fósforo branco, sendo necessário
o fornecimento de energia para que a combustão se inicie.

O fósforo é um elemento químico muito utilizado em fogos de artifícios, alguns tipos de lâmpa-
das, cremes dentais, entre outras aplicações. No entanto, é na agricultura que se encontra a
maior aplicação dos fosfatos extraídos da natureza, principalmente na fabricação de fertilizantes.

A Química e a sociedade 87

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Estudando
Em 1826, John Walker (1781-1859) e outros colaboradores descobriram que a mistura de fósfo-
ro branco (P4 ), clorato de potássio (KCi0 3 ) , trissulfeto de antimônio (Sb 2 S3 ) e goma arábica
poderia pegar fogo ao ser atritada em uma superfície áspera. Inicialmente, colocava-se essa mis-
tura na cabeça de palitos, mas era necessário guardá-los em embalagens seguras, pois ao menor
atrito se incendiavam. Em 1845, Anton Schrótter (1802-1875) e outros colaboradores descobriram
o fósforo vermelho, mais seguro e menos tóxico que o fósforo branco. Então, em 1855, um sueco
chamado Edvard Lundstrõm (1815 -1888) começou a produzir os palitos de fósforo em escala co-
mercial. Para isso, separou os componentes: uma parte seria colocada no palito e a outra, na
caixa. Assim, surgiram os chamados "fósforos de segurança", pois seus palitos não se incendia-
vam ao entrar em atrito com qualquer superfície.
Atualmente, os fósforos fabricados no Brasil são os de segurança, cujo elemento fósforo não
está no palito, mas na parte áspera da caixa.

O palito é uma :;.,


e
:>
pequena haste de
madeíra revestida !
o
z
por uma fina camada
de para fin a.

Em sua ponta há uma


combinaçã o de óxidos e
sais, sendo o clor at o de
potássio ( KCf.0 3 ) o sal
m ais con hecido.

Na l ateral da
caixa há várias substâncias,
entre el as dest acam- se: o
sulfeto de an timônio(Sb 2 53 ) e o
trióxido de diferro ( Fe 20 3 ), para
gerar atrito, e o fósforo
vermelho ( P4 )n•para produzir
calor intenso.

Ao "riscar" (atritar) o palito


na l ateral da caixa, produz-
- se uma faisca e se inicia a
reação, a qual libera grande
quantidade de gás oxigênio,
que m antém a chama acesa
e consome o p alit o.

Ainda hoje, mesmo não contendo fósforo, os palitos são conhecidos como palitos de fósforo
porque os primeiros a serem fabricados continham fósforo branco em suas pontas.

Conversando
1. Discuta com os seus colegas sobre os benefícios que a invenção dos palitos de fósforo
trouxe para a humanidade. Em quais situações eles ainda são utilizados? Os palitos de fósforo
facilitaram a produção de fogo. Ainda hoje são utilizados em alguns modelos de fogão, em fogueiras e velas.
2. Cite outros materiais que apresentam substâncias com o elemento fósforo em sua compo-
sição. Os refrigerantes, fertilizantes, pesticidas etc. O fósforo também está
presente nas substâncias que compõem ossos, dentes, RNA, DNA.
3. Converse com os seus colegas sobre o porquê de os fósforos comercializados hoje serem
conhecidos como fósforos de segurança. Sã~ chamados de_ fósforos de segurança porque são
proJetados para so acender quando forem friccionados
contra uma superfície de acendimento.
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Atividades complementares
Resolva as atividades no cade:mo.
·................................. " ...........................................
Com base nas informações desse quadro, de-
termine:
Entre os séculos Ili a.e . e o século XVI d.C., os a) a média aritmética bimestral geral (todas as
alquimistas foram responsáveis pelo estudo da disciplinas) de João para o segundo bimestre;
matéria e suas transformações. A partir do sécu-
b) os desvios individuais;
lo XVI I, surgiram teorias e métodos mais moder-
e) o desvio absoluto médio;
nos que originaram uma nova Ciência, a Química.
d) a forma de se apresentar o resultado da série
De uma ou outra forma, tanto os alquim istas
de notas de João.
quanto os demais pesquisadores contribuíram
para o desenvolvimento dela. Em particular, as 4. Um estudante de Química encontrou na bancada
contribuições experimentais e teóricas de dois do laboratório dois frascos de vidro idênticos,
cientistas tiveram papel fundamental para a rup- fechados, transparentes e sem identificação. Os
tura da ideologia alquímica com a Química. Faça dois frascos apresentam a mesma massa de lí-
uma pesquisa sobre esse tema. quidos incolores, mas contêm volumes diferen-
a) Cite o nome dos cientistas que, segundo sua tes. Sem abrir os frascos, como ele fez para
pesquisa, foram responsáveis pela ruptura identificar os líquidos, já que na prateleira faltam
citada no texto. os frascos de água (H 20 ) e de hexano (C 6 H 14 )?
b) C ite, resu midamente, as principais contribui- Dados: a 20 ºC, a densidade da água é de
ções que culminaram nessa ruptura. 0 ,99 g/cm3 e a do hexano é de 0 ,66 g/ cm 3
Z. (UEL-PR) Observe a charge a seguir: S. Um jovem arqueiro quer comprar um arco mais
eficiente, contudo, ele só consegue tracionar a
corda de um arco cuja massa referente à puxa-
da seja igual ou inferior a 10,0 kg. O arco que
ele pretende comprar indica massa de puxada
de 21 libras. Sabendo disso, verifique se ele
consegu irá tracionar o arco para disparar.
GONSALES. Fernando. Niquei Náusea O Estado de S. Paulo.
São Paulo, 10 maio 2009. Folha Ilustrada. E7.
Dado: 1 libra = 0,450 kg.
A charge remete à ausência de um procedimen -
to necessário na concepção de método de co-
nhecimento científico fundamental na corrente
empirista, que é:
a) o recurso à dedução lógica.
b) a formu lação de uma hipótese.
e) o uso da intuição.
d) a prática da generalização.
e) a verificação de evidências tatuais.

3. No segundo bimestre, João obteve as seguintes Arqueiro.

médias: 6. Um fazendeiro precisou trocar o cano do bebe-

Disciplinas Notas bimestrais


- douro do curral de suas vacas para ter maior
- vazão de água. Foi sugerido a ele que adquiris-
Biologia 1 8,5 se um cano com diâmetro de 11/4 de polegada.
Física 8,3 Ao medir o orifício por onde o tubo passaria, ele
Geografia 9,5 constatou que havia um diâmetro de 1,90 cm.
Inglês 7,9
Se o fazendeiro c omprar o cano de 11/4 de po-
legada, ele terá que aument ar o diâmetro do
Matemática 8,3
orifício, por onde o cano passaria, em quantas
Português 8,5 polegadas?
Química 8,5
Dado: 1 polegada = 2,54 cm.

A Química e a sociedade 89

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7. (Enem/MEC) Um dos problemas ambientais viven- 11. Na ilustração a seguir, há uma representação
ciados pela agricultura hoje em dia é a compac- simplificada de qual ciclo natural? Observe que
tação do solo, devida ao intenso tráfego de ocorrem interações entre solo, atmosfera, fauna
máquinas cada vez mais pesadas, reduzindo a e flora. Essas interações são feitas por meio de
produtividade das culturas. Uma das formas de uma substância que está em constante mudan-
prevenir o problema de compactação do solo é ça de estado físico. Cite dois estados físicos que
substituir os pneus dos tratores por pneus mais aparecem nesse ciclo.
a) largos, reduzindo a pressão sobre o solo.
b) estreitos, reduzindo a pressão sobre o solo.
e) largos, aumentando a pressão sobre o solo.
d) estreitos, aumentando a pressão sobre o solo.
e) altos, reduzindo a pressão sobre o solo.

8. Reescreva as frases em seu caderno completan-


do-as corretamente.
a) A térmica ocorre em líquidos e gases, que
são fluídos. Nos sólidos, a propagação ocor-
re por .
12. (Unesp-SP) Alguns historiadores da Ciência atribuem
b) O processo de de calor não precisa de um
ao filósofo pré-socrático Empédocles a Teoria dos
meio ou material para ocorrer.
Quatro Elementos. Segundo essa teoria, a consti-
e) Em uma barra metálica aquecida em uma de tuição de tudo o que existe no mundo e sua trans-
suas extremidades, a do calor se dá para formação se dariam a partir de quatro elementos
a outra extremidade por básicos: fogo, ar, água e terra. Hoje, a Química
9. Resolva a adição
tem outra definição para elemento: o conjunto de
átomos que possuem o mesmo número atômico.
8 ,8 1 · 10- 2 +3,22·10 1 + 2,20 · 103 . Escreva as
Portanto, definir a água como elemento está
respostas nas formas decimais e notações cien-
quimicamente incorreto, porque trata de:
tíficas.
a) uma mistura de três elementos.
10. (PUC-MG) Observe com atenção os recipientes a b) uma substância simples com dois elementos.
seguir. Os círcu los representam átomos. Átomos e) uma substância composta com três elementos.
de diferentes elementos são representados por d) uma mistura de dois elementos.
cores diferentes.
e) uma substância composta com dois elementos.
13. (UFAL) A maioria dos materiais não é nem elemen-
tos puros nem compostos puros; são misturas de
substâncias mais simples. Por exemplo, um
medicamento, tal como xarope expectorante, é
li uma mistura de vários ingredientes formulados
para conseguir um efeito biológico . Um sistema
constituído por açúcar totalmente dissolvido em
As ilustrações são água, limalha de ferro, vapor-d'água e nitrogênio
representações de modelos
artísticos. As cores são gasoso pode ser classificado como:
ilustrativas e as proporções
não correspondem às reais. a) sistema heterogêneo com 4 fases e 3 compo-
Ili nentes.
É incorreto afirmar: b) sistema homogêneo com 4 fases e 4 compo-
a) A passagem de I para li representa uma trans- nentes.
formação química. e) sistema heterogêneo com 3 fases e 3 compo-
b) A passagem de I para Ili representa uma mu- nentes.
dança de estado. d) sistema homogêneo com 3 fases e 4 compo-
e) Os recipientes li e Il i contêm compostos dife- nentes.
rentes . e) sistema heterogêneo com 3 fases e 4 compo-
d) Os recipientes I e li contêm o mesmo composto. nentes.

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14. (UESC) A Química é uma ciência que estuda fun- 16. (Vunesp-SP) Aquecendo-se 21 g de ferro com 15 g
damentalmente a composição, as propriedades de enxofre obtêm-se 33 g de sulfeto ferroso,
e as transformações das substâncias químicas, restando 3 g de enxofre. Aquecendo-se 30 g de
das misturas e dos materiais formados por essas ferro com 16 g de enxofre obtêm-se 44 g de sul-
substâncias. Para identificá-las, os químicos feto ferroso, restando 2 g de ferro . Demonstre
utilizam um conjunto de propriedades específicas que esses dados obedecem às leis de Lavoisier
com objetivo de diferenciá-las experimentalmen- (conservação da massa) e de Proust (proporções
te de uma mistura. O gráfico representa a curva definidas).
de aquecimento de uma determinada amostra de Dado: Considere a reação química a seguir:
material sólido em função do tempo. Uma análi-
se dessas informações e da curva de aqueci- Fe(s) + S(s) -+ FeS(S)
mento dessa amostra de material permite afirmar:
17. A Lei volumétrica de Gay-Lussac contém o se-
Temperatura (ºC) gu inte enunciado: "nas mesmas condições de
temperatura e pressão, os volumes dos gases
participantes de uma reação têm entre si uma
proporção constante de números inteiros".
Dessa forma, para as reações químicas da sín-
tese da amônia a seguir, verifique qual dos vo-
líquido
lumes que participam da reação não obedece à
lei de Gay-Lussac. Justifique sua resposta:
a) 1,36LdeN 2 +4,08Lde H 2 -+ 2,72LdeNH 3
0 .......- - - - - - - - - - - - - --Tempo(min)
b) 4,80LdeN 2 +14,40LdeH 2 -+ 9,60LdeNH 3
a) A amostra do material analisado é uma mistura. e) 1,23 L de N2 + 3,69 L de H2 -+ 3,46 L de NH 3
b) A partir do ponto A, representado no gráfico,
/ 10 ·_............................. ,
forma-se uma substância pura na fase líquida. ~_.- Pesquisa Ô \
e) O material analisado, ao atingir 193 ºC, trans-
forma-se completamente em líquido. (UEL-PR) Um termo químico, principalmente na
d) A curva representa o comportamento de uma linguagem cotidiana, pode ter significados diver-
substância pura sólida durante o aquecimento. sos, dependendo do contexto em que se encontra.
e) As propriedades específicas utilizadas para Considere as seguintes frases:
identificação das substâncias químicas de-
1) A água é composta de hidrogênio e oxigênio.
pendem da quantidade da amostra utilizada.
li) O hidrogênio é um gás inflamável.
15. Duas amostras de carbono puro de massa 1,50 g
e 6 g foram completamente queimadas ao ar. O Ili) O ozônio é uma das formas alotrópicas do
único produto formado nos dois casos, o dióxi- oxigênio.
do de carbono gasoso, foi totalmente recolhido IV) O gás hidrogênio reage com o gás oxigênio
e as massas obtidas foram 5,50 g e 22,0 g, para formar água.
respectivamente. Utilizando esses dados:
V) A água é constituída por dois hidrogênios e
a) demonstre que nos dois casos a Lei de Proust
um oxigênio.
é obedecida.
b) determine a composição do dióxido de carbo- Com relação ao significado dos termos sublinha-
no, expressa em porcentagem em massa de dos, é incorreto afirmar:
carbono e de oxigênio. a) Água significa substância química em I e mo-
e) segundo a Lei de Lavoisier (Conservação das lécula de água em V.
Massas), qual é a quantidade (em gramas) de b) Hidrogênio em li significa substância química.
gás oxigênio que foi consumida em cada
e) Hidrogênio em IV significa substância química,
reação?
e em V, átomos de hidrogênio.
d) se, na segunda amostra, fossem adicionados
d) O significado de oxigênio em Ili e IV é o mesmo.
mais 4 gramas de carbono, quantos gramas
de gás carbônico (co 2 ) seriam formados? e) Oxigênio em V significa átomo de oxigênio.

A Química e a sociedade 91

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Trabalhador realizando manutenção
no Grande Colisor de Hádrons, em
julho de 2013. Esse aparelho é
conhecido como LHC (em inglês, lorge
Hadron Catuder) e é utilizado para
acelerar partículas atômicas. Está
localizado em Meyrin, na região de
Genebra com a fronteira franco-suíça.

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No laboratório da Organização
Europeia para a Pesquisa Nuclear,
conhecido como CERN, pesquisadores
fazem experimentos científicos dedicados
à física de partículas utilizando o acelerador
de partículas LHC ou Grande Colisor de
Hádrons.
Como já vimos no capítulo anterior, a
composição da matéria é constituída por
átomos. Mas sendo o átomo tão pequeno,
como é possível verificarmos seu interior e
sua massa?
De tato, é difícil responder a essa ques-
tão. Por isso, vamos então comparar um
átomo a um limão e retomar a pergunta.
Como seria possível descobrir o que existe
dentro de um limão sem cortá-lo? Uma
possibilidade seria deixá-lo cair de uma al-
tura elevada. Com o impacto, ele se partiria
e assim veríamos o que existe em seu inte-
rior. Outra maneira de verificar seu conteú-
do seria jogando um limão contra outro em
alta velocidade; dessa colisão obteríamos o
bagaço, o caroço e o suco, além de poder
visualizar seu interior e a massa de suas
partículas. Nesse caso, quanto maior a ve-
locidade, maior o número de fragmentos
formados pela colisão.
Os exemplos descritos acima referem-se
ao princípio da técnica utilizada na Física
nos estudos de aceleradores de partículas
- na qual em vez de limões, é claro, utili-
zam-se núcleos ou prótons colidindo uns
contra os outros. Atualmente, esse proce-
dimento já proporcionou a descoberta de
diversas partículas.
Neste capítulo, vamos aprofundar nossos
conhecimentos sobre as partículas básicas
que comr:iõem o átomo: prótons, elétrons e
• B) Essa partícula foi descoberta em 1947, com
neutronS.base nos trabalhos de uma equipe de tres
físicos entre eles o brasileiro Cesare Mansueto Giulio Lattes
(1924-2005), por isso o carater especial para os brasileiros.
@ Você consegue explicar a relação entre
a velocidade da colisão nos acelera-
dores de partículas e o número de
partículas fragmentadas obtidas nesse
A velocidade aumenta a energia do
processo? choque entre as partículas, podendo
decompor a mataria tanto em quantidade quanto
em tamanho de partículas.
@ Para os brasileiros, a partícula méson rr
tem um significado especial. Pesquise o
motivo.

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Desenvolvimento As ilustrações são representações
de modelos artisticos. As cores

dos modelos atômicos são ilustrativas e as proporções


não correspondem às reais.

O Sistema Solar é constituído por um sistema gravitacional com o Sol ao centro e


com os planetas girando ao seu redor. Formado por oito planetas, do mais próximo ao
Sol ao mais distante temos a seguinte distribuição: Mercúrio. Vênus. Terra, Marte. Jú-
piter, Saturno, Urano e Netuno.
Por seu trabalho na elucidação da estrutura do átomo, o cientista Ernest Rutherford
(1871-1937) foi agraciado em 1908 com o prêmio Nobel de Química. Ele imaginou o
modelo atômico semelhante ao Sistema Solar, no qual os elétrons (os planetas) giram
ao redor do núcleo (o Sol), em órbitas com trajetórias definidas.
Conforme veremos adiante, embora essa representação dos elétrons girando em ór-
Ernest Ruther ford . bitas ao redor do núcleo tenha sido desconsiderada, o modelo atômico de Rutherford é
C. Resposta pessoal. uma ferramenta básica para o estudo da Química. Apesar de se tratar de um modelo
Espera-se que os alunos
respondam, pelo menos, e não da representação da realidade, ele permitiu grandes avanços na compreensão
os dois modelos atômicos da constituição da matéria.
que já foram citados. O
objetivo dessa questão é
fazer os alunos
perceberem que foram @ Com base no texto acima, como podemos dividir o átomo?
descritos outros modelos Podemos dividir o átomo em duas regiões , o núcleo e a eletrosfera com os elétrons.
atômicos, os qu~is @ O que você acha que ocorre com os elétrons quando ganham energia?
sdofreram devoluçao no Resposta pessoal. O objetivo dessa questão é levar os alunos a perceberem que a energia é
ecorrer os anos. ~
Coloque no quadro de C Quantos modelos atômicos foram descritos? conver tºd · t d d · 1
I a em mov,men o ao re or o nuc eo.
forma resumida o processo e evolução dos modelos atômicos com suas ilustrações: Dalton (1803 - átomo indivisível), Thomson
(1904 - cargas positivas e negativas), Rutherford (1911 - átomos cont endo eletrosfera e núcleo), Bohr (1913 - níveis de energia),
96 Moseley (1913 - descoberta dos nêutrons) e Sommerfeld (1915 - subníveis de energia). Lembre os alunos de que estudaremos
cada um deles detalhadamente neste capítulo.

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Eletricidade
Reposta pessoal. Espera-se que os alunos tenham
1 Você utilizou energia elétrica hoje? Em que atividades? utilizado energia elétrica ao acender as luzes da casa,
ao abrir a geladeira e notar os alimentos refrigerados, ao aquecer uma fatia de pão na torradeira, entre outros exemplos .
2 Você já vivenciou alguma situação em que houve falta de e letricidade? Como se
sentiu? Resposta pessoal. Espera-se que os alunos tenham vivenciado algum momento com falta de energia elétrica,


e que por conta disso tenham se dado conta do quão importante ela é para as tarefas do cotidiano.
3 Em sua opinião, o desenvolvimento da eletricidade auxiliou a vida do ser huma-
no? Em que aspectos? Resposta pessoal. Espera-se que os alunos percebam que o desenvolvimento da
eletricidade melhorou, e muito, as atividades dos seres humanos , possibilitando uma
melhora também em

! Antes de iniciarmos o estudo da evolução dos modelos atômicos clássicos, vamos


conhecer um pouco da história da eletricidade e da radioatividade. Para isso, seguire-
mos uma ordem cronológica baseada em a lg uns de seus fatos mais marcantes.
sua qualidade de vida,
visto que antes da
eletricidade outros
meios eram utilizados,
como o fogo, por
exemplo, na forma de
velas, para iluminar os
ambientes.
(

~-}.1
~
600 a.e. Tales de M ilet o
'l;~ (6 25 a.C.- 54 6 a .C.)
\
Segundo relatos históricos, no
t
século VI a.e., na Grécia antiga, o filósofo
\. Tales de Mileto descobriu o fenômeno da
eletrização ao esfregar uma resina
vegetal petrificada, conhecida como
âmbar (élektron, em grego), com lã e
pele de animais. Ele percebeu que o
âmbar passou a atrair objetos leves,
o" como palhas e penas, e deu o nome de
.ô'
l <>
"eletricidade" a essa propriedade de atração.
,/ Hoje sabemos que isso ocorre devido a um
~J'1 fenômeno chamado eletricidade estática.
4•"'.:Y'

Âmbar e le trizado
a tra indo uma pena .

.!.
1600 William Gilber t
(154 4 -1603)
Os estudos iniciados por Tales de
1730 Stephen Gray
Mileto foram continuados por
(1666-1736)
vários pesquisadores, eíllre os
quais destaca-se Willian Gitbert, Ofísico inglês Stephen Gray realizou uma série de
médico da rainha da Inglaterra experimentos de eletrização por atrito que o levaram
que, em 1600, publicoo o a perceber que há dois tipos de materiais com
tratado De Magnete, propriedades elétricas - os condutores e os isolantes
elétricos. Gray também percebeu a possibilidacle ele
diferenciando a atração
eletrostática, descoberta por levar a eletricidade de um corpo a outro.
Tales, da atração
eletromagnética. Portanto, foi
Gilbert quem começou a disseminar
os termos eletricidade e eletrização.

Nas páginas 97 a 99 foi utilizado um recurso de linha para organizar as informações. Isso não
significa que as pesquisas e experimentos tenham ocorrido de forma linear, como o recurso sugere.

Estudo dos modelos atômicos 97

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1750 Benjamin Fr anklin
(1706-1790)
Ofísico e político norte-americano Benjamin Franklin propôs uma teoria na qual tais fluidos
elêtricos seriam na verdade um único fluido. Baseado nessa teoria, pela primeira vez se
conhecia os termos positivo e negativo na eletricidade. Alêm dessa contribuição, Franklin
foi cientista, jornalista, inventor, abolicionista e diplomata americano. Seus trabalhos são
reconhecidos até hoje, principalmente, por suas experiências com eletricidade. Entre suas
invenções, destacam-se: o para-raios, o aquecedor e as lentes bifocais. Até hoje Benjamin
Franklin ilustra a nota americana de cem dólares.

1800 Alessa n dro Volta


(174 5-1827)
O físico italiano Alessandro Volta provocou
enorme agitação no mundo científico ao
montar um aparelho feito por discos
alternados de cobre e zinco empilhados,
entre os quais havia outros discos de
feltro embebidos em solução de ácido
sulfúrico. Ao ligar um fio condutor
aos discos de cobre e de zinco das
extremidades dessa pilha, havia
produção de corrente elétrica.
Surgia, assim, a pilha de Volta,
ou simplesmente pilha.

Pilha de Volta .

1820 Hans
f Christian Oersted

i (1777-1851)
O pesquisador dinamarquês
Hans Christian Oersted
descobriu o eletromagnetismo
ao observar que a agulha de
uma bússola se movimentava
quando havia passagem de
corrente elétrica por um fio
próximo a ela.


98

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1896 Joseph John Thomson
(1856-1940)
O físico inglês Joseph John Thomson descotJriu
que feixes de raios catódicos sofrem desvios
quando estão em contato com campos
magnético e elétrico e que isso estava ligado à


carga, massa e velocidade das partículas.
Em seus experimentos. Thomson otJservou que
os raios catódicos são parte integrante de toda
a matéria, pois, ao trocar os gases rarefeitos no
interior do tLJbo de Crookes, o resultado
experimental se repetia. Dessa forma, ele pôde
concluir que os raios catódicos eram parte
integrante dos átomos dos elementos dos materiais.

7
:··· .. ..
.,


1856 Willian Crookes
(1832-1919)
• • • • • t • • • • • • • ••••
O físico inglês Willian Crookes montou um experimento que consistia em uma ampola de vidro em cujas
extremidades adaptou coridutores metálicos (eletrodos). e em seu interior colocou gás a baixa pressão, o
qual era sutJmetido a descargas elétricas. A corrente elétrica era aplicada em um dos eletrodos, o
cátodo, e passava pelo gás rarefeito, sendo recolhida no outro eletrodo, o ânodo. Durante a
passagem de corrente elétrica pelo tullo de Crookes, otJservou-se uma luminescência
esverdeacla que aparecia sempre no lado oposto ao cátodo. Concluiu-se, então, que a
lumiriescência era produzida por algo que saia do cátodo, ou seja, eram raios catódicos.
A partir da ampola de Crookes foram
montados inúmeros experimentos que
mostraram que os raios catódicos
apresentavam as seguintes
propriedades: deslocavam-se
em linha reta, possuíam
massa e apresentavam
carga negativa.

cátodo gás rarefeito ânodo

Esquema que
representa a ampola
de Willian Crookes.

1
1831 M ichael Faraday
(1791 -1867)
®
O físico e quimice inglês Michael
Faraday observou que um ímã em ~
~

movimento podia induzir corrente ._~<S'


~

elétrica em uma llobi na feita de fio ....:-


condutor. DescotJriu então que ... ~
~

eletromagnetismo e eletricidade se
@
interrelacionam. Isso levou à
construção do gerador de eletricidade.
Esse esquema representa o fenômeno da indução
eletromagnética. Esse fenômeno possibilitou
desenvolver o gerador elétrico. Movendo-se um
ímã (1) próximo a uma bobina de fio de cobre (2),
obtém- se uma corrente elétrica (3).

Estudo dos modelos atômicos 99

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O elétron
Agora, vamos conhecer um pouco mais sobre as partículas fundamentais dos áto-
mos, as quais eram denominadas partículas elementares. Entre as partículas fundamen-
tais, as que nos interessam neste momento de nosso estudo são os elétrons, os prótons
e os nêutrons. Vamos saber um pouco mais sobre a história dessas partículas.
Nos experimentos que realizou, Joseph John Thomson observou que os raios cató-
dicos são desviados ao passar entre placas de metais carregados opostamente em
um tubo de Crookes. A direção do desvio (para a placa carregada positivamente)
mostra que as partículas do raio catódico carregam uma carga elétrica negativa.

gás em baixa
....- pressão

cátocÍ~ ·. ânodo
Esquema dos experimentos de
Thomson na ampola de Crookes.

Esses raios catódicos foram denominados elétrons e foram considerados a primei-


ra partícula subatômica descoberta.
A análise dos resultados dos experimentos de Thomson possibilitou a determinação
da relação entre a carga e a massa do elétron:

-carga
- -do-elétron
- -- = 1, 76 · 10
,1 C
· kg
-1

massa do elétron
Thomson não determinou, independentemente uma da outra, a massa e a carga.
Coube ao físico americano Robert Andrews Millikan (1868-1953), por meio do estudo
do movimento de gotas de óleo eletrificadas sob ação de um campo elétrico, medir a
carga de um elétron e, assim, possibilitar o cálculo de sua massa.

O próton
Em 1886, o físico alemão Eugen Goldstein (1850-1930) descobriu os raios canais ao
adaptar uma lâmina perfurada ao cátodo da ampola de Crookes.
Goldstein observou que os raios canais (raios anódicos) passavam pelo cátodo per-
furado e se movimentavam em sentido contrário ao dos raios catódicos (elétrons). Ao
submeter o equipamento a campo elétrico externo (placas positiva e negativa), perce-
beu que os raios canais se desviavam para a placa carregada negativamente. Esses
raios, mais tarde, passaram a se chamar raios positivos.
Além disso, percebeu que o desvio sofrido pelos raios positivos dependia do gás
rarefeito que estava no tubo. Quando o gás rarefeito era o gás hidrogênio, os raios
canais sofriam o maior desvio.
Goldstein também observou que:
• a intensidade de carga elétrica dos raios canais era igual à do elétron, porém de
sinal contrário.
• as massas dos raios canais mais leves produzidos em atmosfera rarefeita de gás
O físico e químico hidrogênio apresentavam massa aproximadamente igual à do átomo de hidrogê-
neozelândes Ernest
Rutherford e seus nio; eram em torno de 1836 vezes maior que a massa do elétron.
colaboradores __elétrons (raios catódicos)
propuseram o nome prótons (raios canais)
ânodo
de próton (do grego,
prôtos, primeiro) Esquema básico da
•··...·,
+ _ . .· 1:
~
..
..··
gás rarefeito

para a partícula experiência para a ê~


E.:!
constituinte dos descoberta dos raios + "'º"'
raios canais. canais ou anódicos. cátodo perfurado,.-

100

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Os íons
Para tentar estudar o fenômeno da condução elétrica, o qu,m,co sueco
Svante August Arrhenius (1859-1927) fez várias experiências com misturas con-
tendo substâncias d issolvidas em água. Assim, utilizando misturas aquosas, em
1883 explicou o fenômeno da condução elétrica.
Algumas substâncias, os eletrólitos, se dissociam ao se dissolverem em
água, formando partículas carregadas eletricamente e formando misturas
aquosas que conduzem corrente elétrica. Isso ocorre ao dissolver sal de cozinha
o"'
em água, por exemplo. !"

água 1+
Nace(s) - ---+ Na (aq) + ce 1- (aq)
Outras substâncias, os não eletrólitos, não se dissociam ao serem dissolvi-
dos em água e, nesse caso, não formam misturas aquosas condutoras de cor-
rente elétrica. Isso ocorre ao d issolver açúcar comum na água, por exemplo.
Svante August
Arrhenius.

A notação (aq) que


As substâncias que se dissolvem na água e formam uma solução que conduz aparece na
corrente elétrica foram denominadas eletrólitos por Arrhenius. Aquelas que dissociação iônica da
não conduzem corrente elétrica foram denominadas não eletrólitos. solução água e sal de
cozinha indica meio
aquoso, ou seja, os
As partículas carregadas eletricamente, originadas a partir dos eletrólitos, foram íons sódio e cloro
denominadas íons por Arrhenius. estão envolvidos por
moléculas de água.
4 Qual das misturas apresentadas nesta página apresenta partículas carregadas
eletricamente? Mistura de água e sal de cozinha.

Há íons positivos que apresentam deficiência de elétrons e íons negativos que


apresentam excesso de elétrons. No caso da solução de sal de cozinha e
água, podemos notar que:
6. Resposta pessoal. O
objetivo dessa questão água
é mostrar ao aluno que NaCe(s) - - --+ Na 1+(aq) + Cf. 1- (aq)
as propriedades e o
conceito da radioatividade estão t t
muito próximos à sua vida, como, íon positivo íon negativo
por exemplo, o diagnóstico de
fraturas por meio das radiografias. (cátion) (ânion)

• • • 5 . Resposta pessoal. Deixe que os alunos expressem o que


Rad1oat1v1dade lembram ou pensam sobre radioatividade. Com essa questão,
tem-se como objetivo levantar os conhecimentos prévios deles.
5 O que vem à sua mente quando ouve a palavra radioatividade?
6 Você já fez radiografia de alguma parte de seu corpo? Com que f inalidade Wilhelm Rõentge n.
ela foi feita?
Em 1895, o cientista alemão Wilhelm Rõentgen (1845-1 932), trabalhando em
seu laboratório sem a presença de iluminação (sala escura), ligou a ampola de
Crookes que estava revestida por papel preto. Rõentgen então observou que
alguns raios provenientes da ampola cruzavam o ar. Ao atingirem uma tela trata-
da com material fluorescente, o platinocianeto de bário, Ba 2 [Pt(CN) 6] , faziam-na
brilhar, emitindo luz. Mas, ao desligar a ampola, o brilho cessava.
Ele ainda testou esse experimento colocando alguns objetos entre a ampola e
a tela de platinocianeto. Para a sua surpresa, esses objetos pareciam transpa-
rentes. Com o experimento, Rõentgen percebeu que os raios que estudara eram
penetrantes. Como os raios observados por Rõentgen eram totalmente desco- Rad iografia do tórax de
nhecidos pela comun idade científica da época, ele os denominou raios X. uma mulher.

Estudo dos modelos atômicos 101

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Rõentgen ainda continuou fazendo testes, e dessa vez co locou sua mão em frente
à ampola ligada, visualizando assim os ossos da mão na tela de platinocianeto. Quando
a mão de sua esposa também foi colocada entre a ampola e a tela, os raios X produ-
ziram a imagem tanto dos ossos das mãos quanto da aliança de ouro, como podemos
observar abaixo. No entanto, os raios X não atravessaram o ouro, daí a formação
óssea não pôde ser visualizada na reg ião da aliança.
Outros estudiosos se interessaram pelo estudo
dos raios X, entre eles o físico e matemático fran-
cês Jules Henri Poincaré (1854-1912), que sugeriu
a recíproca da emissão dos raios X. Essa recípro-
ca consiste na seguinte proposição: se os raios X
podem tornar certas substâncias fluorescentes,
então as substâncias fluorescentes devem emitir
raios X.

Radiografia da mào da
esposa de Rõentgen com
aliança.

Jules Henri Poincaré.

Henri Becquerel (1852-1908) resolveu testar se as substâncias fluorescentes emitiam


raios X. Assim, começou a trabalhar com várias substâncias fluorescentes. Para isso,
deixava os materiais fluorescentes receber energia solar e, em seguida, os colocava em
contato com um filme fotográfico envolvido em vários papéis de cor preta, para que não
houvesse reflexão. Dessa forma, percebeu que os materiais fluorescentes transferiam
para o filme a sua forma, o seu contorno.
Em ausência de luz, Becquerel também guardou em uma das gavetas da
escrivaninha de seu laboratório um pedaço de rocha do minério de urânio,
sulfato duplo de potássio e uranila di-hidratada, ( K2 Uü 2 (S0 4 ) 2 · 2 H 2ü). Em
outra gaveta estavam guardados alguns filmes ainda não utilizados, protegidos
por papel preto. Dias depois, ao pegar os filmes, resolveu revelá-tos, obtendo
de forma nítida os contornos do minério de urânio.
Foi assim que percebeu que, mesmo na ausência de luz, a impressão do filme
fotográfico obtida a partir do minério de urânio não se relacionava à emissão de
raios X nem à fluorescência.
Henri
Becquerel. Com a ajuda dos cientistas Marie Curie (1867-1934) e Pierre Curie (1859-1906),
Becquerel concluiu ainda que a propriedade de impressionar filme era comum a to -
dos os materiais que continham urânio em sua composição. A essa propriedade de
emitir raios chamou de radioatividade.

Ernest Rutherford e seus colaboradores fizeram


vários experimentos com radioatividade. Um deles
permitiu identificar três tipos diferentes de emis-
sões radioativas naturais. Nesse experimento, uma
amostra radioativa foi colocada em um bloco de
chumbo (capaz de bloquear as emissões radioati-
vas) que apresentava apenas um orifício, para dire-
c ionar as emissões radioativas.

Marie Curie e Pierre Curie


em seu laboratório .

102

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As emissões passavam entre duas p lacas eletrizadas com cargas elétricas opostas,
e ao fundo havia uma tela fluorescente (recoberta de sulfeto de zinco, (ZnS)), cujo ob-
jetivo era registrar as emissões radioativas que a atingissem. Nessa ocasião, foram
observadas as emissões que aparecem no esquema a seguir.

Ô··= ····..[

( Experimento de Ernest·R~·~·h~~f~·~·d···············································.. ·············································· .................................

amostra
radioativa placas eletricamente
carregadas
~-.
\..::,-._.. ....I_ _ _
Esquema do
experimento de
Ernest Rutherford
e sua equipe. Esse
<D esquema é uma
representação
artística.
tela fluorescente ............ •
0
bloco de cl1umbo

0 Emissões que sofriam pequeno desvio @ Emissões que sofriam grande desvio @ Emissões que não sofriam desvio
(apresentava massa elevada) em direção (apresentava massa pequena) em (sem massa) e atravessavam a tel a
à placa carregada negativamente direção à placa carregada positivamente fluorescente. São radiações
(partículas positivas). Essas emissões (partículas negativas). Essas emissões semelhant es aos raios X. Essas
são as partículas alfa (a). são as partículas beta (fl). emissões são as radiações gama {y).

····.... ................................................................................................................................................ , ..................................................... , ............. , ...........·


,

Radioatividade é a propriedade de determinados tipos de elementos químicos


radioativos emitirem radiações de forma natural ou artificial. A radioatividade natural
ou espontânea ocorre através dos elementos radioativos encontrados na natureza; já
a radioatividade artificial ocorre quando há uma transformação nuclear através da
união de átomos ou da fissão nuclear (quebra do núcleo de um átomo instável em
dois átomos menores pelo bombardeamento de partículas como nêutrons).
...1

Atividades ~~
-1 Resolva as atividades no caderno.

1. Na Grécia antiga, o filósofo Tales de Mileto fez 3. Em 1800, o físico italiano Alessandro Volta criou
observações importantes para a Ciência, princi- um aparelho que em sua versão mais tecnológica
palmente na área de Química e Física. utilizamos até hoje, a pi lha. Explique brevemente
a) O que Tales observou ao atritar resina vegetal o funcionamento da pilha criada por Volta.
petrificada (âmbar) com lã e pele de animais?
b) Qual o nome sugerido por Tales ao fenômeno
observado?
Pesquise sobre o trabalho de Crookes, procuran-
e) Atualmente como esse fenômeno é conhecido? do descrever seus experimentos com tubos de
d) O fenômeno é associado a partículas elemen- raios catódicos.
tares, como prótons e elétrons. Qual a pro- rai os catódicos ânodo
priedade comum a essas partículas e que está
associada ao fenômeno observado por Tales? 0
2. Quando atritamos um balão em cabelos secos e
limpos, pode ocorrer uma atração entre o cabe-
lo e o balão, além de levantar os fios . Explique Ampola de
Crookes.
como esse fato ocorre.

Estudo dos modelos atômicos 103

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5. A descoberta do elétron está associada aos ex- b) Os polos negativos e positivos foram chama-
perimentos de Joseph John Thomson. Nesses dos eletrodos.
estudos, ele utilizou descargas de alta voltagem e) Os elétrons possuem carga elétrica negativa.
em gases bastante rarefeitos, contidos no interior d) Os elétrons partem do cátodo.
de um tubo de vidro. e) Os elétrons são atraídos pelo polo positivo.
alta- tensão
/ e . ... ............................ ,_
\:::._/ Pesauisa O \
ânodo Uma das aplicações da radioatividade é a rad io-
terapia. Exp lique como funciona esse procedi-
mento. Se for preciso, realize uma pesquisa.
7. (UFRGS-RS) O hidróxido de sódio, NaOH, é uma
bomba • ••••••••• •• • • 4
substância de ampla utilização industrial, sendo
de vácuo obtida através da eletrólise em solução aquosa
raios catódicos ..
e
do NaCe, de acordo com a reação abaixo.
..
,!
.3 2NaCe(s) + 2H 2 0 (e) ---1.....+ Ce 2 (9) + H 2 (g) + 2Na0H(aq)
0 ]
:. Considere as seguintes afirmações, a respeito
ii
"'! da quantidade de partículas atômicas presentes
;;
~
em algumas espécies químicas dessa reação.
1) As quantidades de prótons existentes nos
Esquema que representa os experimentos
de Joseph John Thomson.
átomos de sódio e de cloro presentes no
Nace permanecem inalteradas quando esses
No tubo de vidro A, observa-se a ampola de átomos formam os produtos ce 2 e NaOH.
raios catódicos, mostrando o cátodo e o ânodo, li) A substância cloro gasoso é constituída por
contendo um gás submetido à alta-tensão, antes
moléculas neutras formadas por átomos de
de ser evacuado.
cloro que apresentam 17 elétrons cada um.
No tubo de vidro B , verifica-se que o fluxo de
111) No íon positivo do elemento sódio, o núme-
elétrons (raios catódicos) sofre uma deflexão
ro de elétrons é maior que o existente em
para o lado, onde foi colocada uma placa carre-
um átomo neutro de sódio.
gada positivamente.
Observando os tubos, transcreva as sentenças Quais estão corretas?
corretas em seu caderno. a) Apenas 1. e) Apenas Ili. e) 1, li e Ili.
a) Os elétrons possuem carga elétrica positiva. b) Apenas li. d) Apenas I e li.

Modelos atômicos
O modelo atômico de Thomson
Os conhecimentos relativos à eletricidade e à radioatividade mostraram que o mo-
delo atômico de John Dalton (o modelo da bola de bilhar}, o qual considerava o
átomo maciço e indivisível, não era mais adequado. Afinal , os novos experimentos
evidenciaram que o átomo era constituído de partículas subatómicas: os raios
catódicos (elétrons) e os raios canais (prótons). A partir daí, o átomo passou a
ser considerado divisível e maciço.
Os raios canais, assim como as partículas alfa, apresentavam massas mui-
to maiores que as massas dos elétrons. Dessa forma, a massa do átomo era
praticamente a das partículas positivas.
Sendo a matéria eletricamente neutra, seus átomos constituintes deveriam
apresentar o equivalente de carga positiva e de carga negativa (equilíbrio ele-
trostático). A matéria sendo carregada eletricamente, seus íons, positivos ou ne-
gativos, apresentavam desequilíbrio eletrostático, ou seja, os elétrons , mais leves,
Joseph John Thomson
não estão rigidamente presos ao átomo, podendo assim ocorrer perda e/ou recebi-
em seu laboratório. mento de elétrons.

104

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Com os estudos estabelecidos, o físico inglês Joseph John Thomson esfera positiva
propôs o seu modelo atômico, o qual ficou conhecido como modelo do e maciça
"pudim de passas".
e létrons
Para Thomson, o átomo é uma esfera carregada positivamente, (carga
negativa)
maciça. Nela estão incrustradas partículas de massas menores, car-


regadas negativamente, os elétrons. Essa distribuição permite que
haja equilíbrio eletrostático.
O modelo de Thomson permitiu explicar o fenômeno da eletriza-
ção por fricção ou por transferência de elétrons, além de explicar
os fenômenos radioativos.
Ao transferirem elétrons, os átomos se transformam em íons: positi-
vos (cátions) ou negativos (ânions).
Modelo atômico de Thomson
(modelo do "pudim de passas").
O modelo atômico de Rutherford
Por sugestão de Thomson, em 1893, Ernest Rutherford foi à Inglaterra estudar as pro-
priedades das emissões radioativas e dos raios X. Para tal, Rutherford e outros cien-
As ilustrações são
tistas concluíram que seria viável usar partículas alfa, que apresentavam massa representações de modelos
artísticos. As cores são
muito maior que as partículas beta, para bombardear átomos de outros elementos. ih.Jstrativas e as proporções
não correspondem às reais.
O ouro foi o material escolhido para realizar o experimento, por apresentar baixa
reatividade em relação a outros metais. Como se considerava que o átomo era uma
esfera positiva e que apresentava elétrons incrustrados, esperava-se que as partículas
alfa (alta energia cinética}, ao bombardearem uma fina lâmina de ouro, iriam, em sua
maioria, atravessá-la com facilidade enquanto uma minoria sofreria pequenos desvios
de trajetória.
A ilustração a seguir representa o experimento que Rutherford realizou em 1911 .

feixe de partículas
de cargas positivas

(D Comportamento: A maioria das


partículas alfa (carga positiva)
atravessou a fina lâmina de o uro
sem sofrer desvio considerável
em sua trajetória.
Conclusão: Há muitos espaços
vazios no átomo.

@ Comportamento: Poucas partículas


alfa sofr eram grandes desvios em
sua trajetória.
Conclusão: Na parte central do
átomo, há uma região pequena e
positiva (região nuclear).

@ Comportamento: Poucas partículas


alfa sofreram reflexão (foram
rebatidas na d ireção contrária aos
choques) em sua trajetória.
G)
Conclusão: O núcleo é pequeno,
positivo e denso.

................:·::::::.-,,.. átomo de ouro

®
Esquema que apresenta o experimento rea lizado por Rutherford em 1911.

Estudo dos modelos atômicos 105

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Com esse experimento, Rutherford observou que, para equilibrar eletrostaticamente
a carga nuclear (positiva), há elétrons (cargas negativas) orbitando perifericamente a
região nuclear.
O modelo de átomo esquematizado por Rutherford é similar a um sistema planetá-
rio no qual está o núcleo (Sol) ao centro, em torno do qual orbitam os elétrons (planetas),
como apresentado abaixo.
núcleo
(regiào densa e positiva)

Este esquema é uma


representação artistica do eletrosfera
modelo atômico de Rutherford.
As cores utilizadas são para
diferenciar os elementos
presen.tes. A linha em azul
representa a trajetória do elétron.

Ao considerarmos o modelo atômico de Rutherford , como explicar o porquê de o


elétron não perder energia ao se movimentar em torno do núcleo, colidindo com ele,
mas permanecer em órbita constante sem tornar o átomo instável?
Essa pergunta foi respondida pelo fís ico dinamarquês Niels Bohr (1885-1962). ao
lançar um modelo baseado na teoria quântica. Para compreender o modelo de Bohr,
há necessidade de se fazer algumas considerações sobre a natureza da luz e da teo-
ria quântica do físico e matemático alemão Max Karl Ernst Ludwig Planck (1858-1947).

Natureza da luz
Ao observar feixes de luz atravessando galhos de uma árvore, o q ue podemos
dizer com relação à t rajetória da luz? A luz se propaga em linh~ reta, desci~ que ~ào
exista um meio que ocasione a sua d1spersao.
8 Agora, se posicionar mos um espelho em frente à luz proven ie nte de uma font e,
o q ue acontece com sua t rajetó r ia? A trajetória da luz é desviada.

As situações apresentadas nas questões 7 e 8 e outras relacionadas ao com-


portamento da luz foram estudadas e discutidas por diversos pesquisadores que
elaboraram algumas teorias. Entre elas, destaca-se a teoria do físico inglês Isaac
Newton (1643-1 727), que considerava a luz como um feixe de partículas (modelo
corpuscular).
Na segunda metade do século XIX, o físico e matemático escocês James
Clerk Maxwell (1831 -1879) propôs o modelo ondulatório para explicar a na-
tureza da luz. Para Maxwell, a luz seria um campo eletromagnético, formado
por um campo elétrico e um campo magnético perpendiculares entre si e à
direção de propagação da radiação eletromagnética.
O esquema abaixo representa essa abordagem.
James Clerk
Maxwell. ( Propagação da luz seg~~·d·~-~~~~·~-C~.~~k--~~·~~~l-l. . .................................. . . . . . . . . . . .. . . ... [
y

direção de
propagação
N o esquema ao lado
foram utilizadas cores
para diferenciar o campo
mag nê1ico do campo
elétrico. Trata-se de uma
representação artística. Esquema de James Clerk
Maxwell que explica a
·· ......... campo natureza da luz como
: z magnético t eoria eletromagnética.
•· ......................................................... .. ................. ........................................................ .................................... ...···
, , ,, , ,,,,

106

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Teoria quântica de Planck
Em 1900, Max Karl Ernst Ludwig Planck admitiu que a energia era descontínua.
Para ele, os corpos aquecidos emitem radiação na forma de "pacotes de energia"
(quantum) e não na forma de ondas, como se afirmava.
Para exp licar os resultados experimentais envolvendo fenômenos lumino-
sos temos que considerar as duas teorias, pois alguns são explicados pela
teoria corpuscular e outros, pela natureza ondulatória .

Quantum, cujo plural é quanta, vem do latim e s ignifica "quantidade", litera lmente
"quanto?", passando a ideia de unidade mínima, indivis ível, já que o quantum seria
uma unidade definida de energia proporcional à frequência da ra diaçã o. Foi com
base nis s o que surgiu a expres são teoria quântica.
Atualmente um quantum de e nergia radiante é chamado fóton .

Sabemos que os materiais podem emitir luz ao receberem energia. Para explicar Max Karl Erns t
esse fenômeno, ao cons iderarmos a natureza ondulatória da luz, deve-se observar Ludwig Planck.
algumas de suas características, como comprimento de onda e amplitude. Essas ca-
racterísticas ondulatórias podem ser representadas pela ilustração a seguir.
g i.---- comprimento de onda À. --------.i
~' '

.
~,3 ''1 '
1
1

.,
ló ' '
~ ,
';;; ,

. 1

' -------------- ------- -------

Esquema que representa


as características
o n dulat órias da luz. !+---comprimento de onda À. ----.j

A cor que se observa em um material qualquer corresponde à sua pro-


priedade de absorver certos comprimentos de onda e refletir outros.
O físico alemão Joseph von Fraunhofer (1787-1826) inventou o espectros-
cópio, um aparelho que identifica o tipo de luz absorvida ou emitida por
determinado material. Ao passar pelo espectroscópio, observa-se que a luz
emitida por elementos incandescentes forma um espectro descontínuo. A luz emi-
tida é composta de cores diferentes, cujos comprimentos de onda também são
diferentes; dessa forma, sofrem desvios diferentes ao passarem por um prisma.
Gravura mostrando
Joseph von
Frau nh ofer.

anteparo

....... ..<..
,•
fendas prisma

Es q uema que mo stra


espectro o fu ncionamento d e
descontínuo
Espectroscópio. u m espectroscópio.
lâmpada de hidrogênio

Considerações sobre a natureza da luz e sobre a teoria quântica de Planck facilitam o entendimento do modelo
proposto por Niels Bohr, que estudaremos no próximo tópico.

Estudo dos modelos atômicos 107

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O modelo atômico de Bohr
Em 1913, Niels Henrick David Bohr (1885-1962), baseando-se na teoria quântica
de Max Planck, nos espectros de linhas dos elementos e no modelo atômico de
Rutherford (sistema planetário}, concluiu que os átomos de diferentes elemen-
tos químicos se apresentam em determinados estados de energia, pois emi-
tem radiações com determinados comprimentos de onda.
Bohr enunciou os seguintes postu lados, baseando-se nas possíveis ener-
g ias para o elétron do átomo de hidrogênio:

Quando um elét ron está em estado est acionário, não absorve nem
emite energia, apresentando um nível de energia constante. (Eis a
resposta à pergunta: como o elét ron não se choca com o núcleo
enquanto se movimenta em torno dele?)

Niel s Henrick • o elétron se move em órbita circular ao redor do núcleo atômico, sem irradiar
David Bohr. (estado estacionário). Esse elétron apresenta uma órbita específica e definida
que é caracterizada por um nível de energia.

• os espectros dos átomos de cada elemento são descontínuos, pois os níveis de


energia são quantizados. Isso ocorre porque ao elétron só são permitidos níveis
energéticos múltiplos inteiros do fóton.

• ao absorver energia, o elétron sai de seu • é emitida radiação eletromagnética se um


estado fundamental (estado de menor elétron, que se move inicialmente sobre
energia permitida, mais próximo do uma órbita de energia total inicial E;, muda
núcleo) e "salta" para uma órbita de seu movimento descontinuamente de for-
maior energia permitida (estado exci- ma a se mover em uma órbita de energia
tado, mais afastado do núcleo). total final E,, mais próxima do núcleo.

radiação em itida

Em síntese, quando
um elétron está em
uma órbita estacioná-
ria, sua energia total
é constante; quando
se encontra em "salto
quântico", sua ener-
gia total varia.

Ao absorver energia, o elétron se afasta do Ao "saltar· para uma órbi ta mais próxima do
núcleo. núcleo, há emissão de radiaçào eletromagnética.

O elétron irradia quando salta de um estado estacionário para outro mais próximo
do núcleo, sendo a energia irradiada (E} dada por:

em que:
• E; e E, são as energias totais dos estados estacionários inicial e final.
Os esquemas são
• fé a frequência da radiação eletromagnética emit ida durante o salto quântico.
representações artísticas_
As cores utilizadas não • h é a constante de Planc k (h = 6,63 . 10- ~ J.s ou, ainda, h = 4,14 . 10
~5
eV).
correspondem às reais e
a proporção de tamanho Assim, Bohr concluiu que quanto mais próxima for a órbita eletrônica permitida em rela-
entre os elementos não
e.stá mantida. ção ao núcleo atômico, mais estável será o sistema elétron/núcleo (menor energia total).

108

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Química em foco

O show pirotécnico
Em muitos locais, no momento da virada
do ano, ocorre a queima dos fogos de artifí-
cios. No Brasil destaca-se o Réveillon na
praia de Copacabana, no Rio de Janeiro,
onde é realizado um show pirotécnico de alta
qualidade que envolve uma organização pré-
via. Nessa organização são montadas balsas
com toneladas de fogos espalhadas na orla
de Copacabana.
A organização dos shows pirotécnicos
deve ser feita por profissionais especializa-
dos, como engenheiros, químicos, geólogos
e técnicos em segurança do trabalho.
Em uma indústria química de fogos de ar-
tifícios é necessário um técnico responsável,
que pode ser um químico, um engenheiro
químico, um engenheiro in dustrial ou um engenheiro de formulações. Show pirotécnico na praia
de Copacabana, no Rio de
Você sabia que as indústrias que produzem fogos de artifícios devem ser cons- Janeiro, na virada da ano
truídas longe dos centros urbanos, em terrenos acidentados, secos e longe de es- de 2015.

tradas e moradias? Isso é necessário para garantir a segurança da população em


casos de acidentes. Além disso, as construções dessas indústrias devem atender a
alguns requisitos, como ter portas que abrem para fora, sistemas contra incêndio,
ferramentas feitas de alumínio ou latão para não produzirem faíscas e não devem
conter energia elétrica interna.
Os fogos de artifícios são feitos de cartucho de papel em formato cilíndrico com
pólvora negra, uma mistura de salitre (nitrato de potássio - KN0 3 ), enxofre, carvão
e perclorato de potássio (KCt0 4 ), usado como combustível de foguete, altamente
explosivo. Juntamente com a mistura são adicionados diferentes sais, que são os
responsáveis pela coloração.
Vejamos alguns compostos responsáveis pela coloração dos fogos.
......... . pavio

Sais de sódio: NaN0 3 , Na 3 AfF 6 e NaCe.

... -cartucho de papel

.....•pólvora negra
Sais de cálcio: CaC! 2 , CaS04 e CaC03 .

. .. ---€xplosivo

_..<'strelas
.··
Mistura de sais de estrôncio e cobre.

Alumínio e magnésio, metálicos ou sais .

O esquema do foguete é uma representação artística Esquema que representa a estrutura


que tem como objetivo mostrar sua estrutura quimica interna de um foguete (cartucho de
rntema. As cores utilizadas são aproximadas e os
elementos não mantém proporção de tamanho entre papel) utilizado em fogos de artifício.
si. Foi feito um corte para melhor visualização.

Estudo dos modelos atômicos 109

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O modelo atômico de Sommerfeld
O átomo de hidrogênio apresenta um elétron em sua eletrosfera. Os átomos dos
demais elementos apresentam mais de um elétron, existindo interação entre eles.
Assim, fica difícil estabelecer o nível de energia em que se encontram.
Com o desenvolvimento dos espectroscópios foi possível determinar que a
órbita poderia ser constituída por mais de uma linha de espectro. Os cientistas
concluíram então que os níveis de energia (n) eram formados por subníveis de
energia ('1.).
Em 1915, o físico alemão Arnold Sommerfeld {1868-1951) deduziu várias
equações matemáticas mostrando que cada nível de energia n é constituído
por t1. subníveis de energia correspondentes a uma órbita circu lar e a n - 1 órbi-
tas elípticas de excentricidades distintas, em que o núcleo atômico ocupa um
dos focos elípticos. Esse estudo pode ser representado pelo esquema a seguir.

Arnold Sommerfeld.
( Estudos realizados por.. S.~~~~~f~-Ld·· ............. ...............................................................................,

0 n= 1
n=Z
n=3

Esse esquema representa, por meio de órbitas circul ares e elípticas, as equações
matemáticas até o nível 4 de energia e os seus subníveis de energia .
·, ..................................... .................................................... .............................................. , ... ................................ ,·
, , ,

O modelo atômico de Sommerfeld apresenta elétrons em órbitas circu lares e órbi-


tas elípticas, como representado no esquema abaixo.

• elétron
,.-··· (carga negativa}
.. ,···
Os esquemas desta pâgina núcleo -...
são representações artísticas. (carga positiva)
As cores utilizadas não
correspondem às reais e a
proporção de tamanho eotre os
Esquema que
elementos não estão manttdas.
representa o modelo
atômico de Sommerfeld
com el étrons em órbitas
circul ares e elípticas.

órbita circular ó rbita elíptica


do elétron do el étron

Modelo atômico básico


Além do estudo da eletrosfera dos átomos, os cientistas também investi-
gavam o núcleo atômico.
Em 1869, o químico russo Dmitri lvanovitch Mendeleyev (1834-1907) con-
cluiu que havía como fazer previsões sobre as propriedades dos átomos dos
elementos químícos e, assim, organízou uma tabela em que os elementos
estavam dispostos em ordem crescente de massa atômica. Contudo, desco-
briu-se mais tarde que algumas previsões não eram acertadas.

Dmitri lvanovitch Mendeleyev.

110

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Em 1913, o físico inglês Henry Gwyn Jeffreys Moseley (1887-1915), após inúmeros
experimentos com espectros de raios X, permitiu concluir que o número de cargas
positivas no núcleo do átomo estava diretamente ligado à energia dos raios X. O
número d e cargas positivas do núcleo representa o número de prótons.
O número de prótons do núcleo atômico é conhecido como número atômico
e é representado pela letra Z.

O conjunto d e átomos de m esm o núm ero d e prótons (mesm o


~ úmero atômico) é denominado e lemento q uímico.

É possível considerar uma es- núcleo atômico

trutura atômica básica que pode


ser representada pelo modelo
Henry Gwyn
atômico básico ao lado. Jeffreys Moseley.

nêutrons
Esquema que representa o As cores utilizadas no
esquema são representativas
modelo atôm ico básico com para identificar os elementos
destaque para nêutrons, prótons, presentes no modelo atômico
elétrons e núcleo atômico. básico. As proporções
utilizadas são aproximadas.

Para fins de cál culos, neste momento, é mais viável utilizar os val ores relat ivos de carga e de
massa. Tais valores foram padronizados a partir do próton . Ass im:

• uec significa uma unidade elem entar de carga elétrica ( 1,6 · 10 - 19 C) .

(
• u significa uma unidade de massa atômica 1,66 . ,o~ kg ou, ainda, em gramas, 1,66 - 10 ~)
g .

As partículas fundamentais do átomo são prótons, elétrons e nêutrons. As suas


massas e cargas podem ser resumidas no quadro a segu ir.

Próton Elétron Nêutron

Carga +1,6 .10


- 19
e - 1,6- 10
- 19
e oc
Carga relativa +1 uec - 1 uec O uec

- 27 - 31 - 27
Massa 1,673 · 10 kg 9,110 · 10 kg 1,675 · 10 kg

Massa relativa 1,007 u ::i 1 u 1 ~o 1,008 U :ã; 1 U


1 840 U: U

Experimentalmente determinou-se que:

Diâmetro médio do núcleo ( 10 - 15 a 10 -14)1


m
- 10
Diâmetro médio da eletrosfera 10 m

Assim,
- 10 - 10
diâmetro médio da eletrosfera (m) 10 10
- - - - - - - - - - - - - --= - - - a - -14-
diâmetro médio do núcleo (m) 10- 15 10-
ou seja,
diâmetro médio da eletrosfera (m) 4 5
- - - - - - - - - - - - - - =10 a 10
diâmetro médio do núcleo (m)
Logo, para um átomo, o diâmetro médio da eletrosfera está compreendido entre 10 mil
e 100 mil vezes o diâmetro médio de seu núcleo.

Estudo dos modelos atômicos 111

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§
Atividades ~- Resolva as atividades no caderno.

/ .,.•............................,.
-
11. (UFPB) Rutherford idealizou um modelo atômico
\~./ Pesquisa ô \
com duas regiões distintas. Esse modelo pode
ser comparado a um estádio de futebol com a
Pesquise e escreva em seu caderno um resumo
bola no centro: a proporção entre o tamanho do
com as principais características dos seguintes
estádio em relação à bola é comparável ao ta-
modelos atômicos:
manho do átomo em relação ao núcleo (figura).
a) Modelo atômico de Dalton.
b) Modelo atômico de Thomson.
e) Modelo atômico de Rutherford.
d) Modelo atômico de Bohr.

9. (IFBA) Os modelos atômicos evoluíram historica-


mente com a contribuição de vários cientistas,
na busca de explicar o comportamento da ma-
téria. As características de alguns modelos são
apresentadas no quadro a seguir.

Vista aérea do Maracanà, no Rio de Janeiro, em julho de 2014.


Modelos Características

Núcleo atômico denso, com carga positiva. Q Nessa fot ografia, foi representada uma bola de
futebol no centro do estádio. Par a essa
Elétrons em órbitas circulares.
representação não foram mantidas as proporções.
Átomos maciços, indestrutíveis e indivisíveis.
li Os átomos de um mesmo elemento seriam Acerca do modelo idealizado por Rutherford e
todos iguais, em massa e tamanho. considerando os conhecimentos sobre o átomo,
Núcleo atômico denso com carga positiva. é correto afirmar:
Ili Elétrons em órbitas circulares de energia
quantizada.
a) os prótons e os nêutrons são encontrados na
eletrosfera.
b) os elétrons possuem massa muito grande em
Identifique a alternativa que apresenta a asso -
relação à massa dos prótons.
ciação correta modelo/cientista:
e) o núcleo atômico é muito denso e possui par-
a) 1 Bohr; li Dalton; Ili Rutherford .
tículas de carga positiva.
b) 1 Rutherford; li Dalton; Ili Bohr. d) a eletrosfera é uma região onde são encontra-
e) 1 Dalton; li Rutherford; Ili Bohr. das partículas de carga positiva.
d) 1 Rutherford; li Bohr; Ili Dalton. e) o núcleo atômico é pouco denso e possui
e) 1 Dalton; li Bohr; Ili Rutherford . partículas de carga negativa.

10. Em 1910, Rutherford e seus colaboradores realiza- 12. (UFG-GO) Observe o trecho da história em qua-
drinhos a seguir, no qual há a representação de
ram o experimento de dispersão de partículas a,
um modelo atômico para o hidrogênio.
o qual os conduziu, na época, à elaboração de
um novo modelo atômico refutando o modelo
proposto por Thomson. Observe a representação
abaixo, do experimento realizado por Rutherford,
e escreva em seu caderno os principais fatos
observados por Rutherford em relação à estrutura
do átomo.
folha de ouro
par tícu las
polôn ia
alf~ (+)

WATCHMEN. São Paulo: Abril, n. 2, dez. 1998.

Qual o modelo atômico escolhido pelo persona-


Experimento de Ruther ford. gem no último quadrinho? Explique -o.

112

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Número de massa
Considerando-se que a massa de um elétron é aproximadamente 1840 vezes me-
nor que a massa de um próton, e que a massa do próton é praticamente igual à mas-
sa do nêutron, conclui-se que a massa do átomo está, quase em sua totalidade,


concentrada no núcleo atômico. Sendo o núcleo atômico muito menor que a eletros-
fera, é possível estimar que seja uma região muito densa, pois é formada por prótons
e nêutrons. Já a eletrosfera é de baixíssima densidade.
O átomo apresenta-se como um grande vazio (eletrosfera), em torno do qual há
uma região pequena, dotada de massa, e de alta den sidade, o núcleo atômico.
Como pratic amente a totalidade da massa do átomo está em seu núcleo, o qual é
constituído por prótons e nêutrons, cujas massas são consideráveis, pode-se levar em
O número de massa
conta que a soma do número de partículas fundamentais do núcleo, ou seja, a soma (A) indica o número
do número de prótons e do número de nêutrons, seja igual ao seu número de massa. de par t ícu las
O número de massa é representado pela letra A; assim, temos A = número de prótons (P) + fundament ais qu e
represent am m assa
número de nêutrons (N), ou seja: r el evant e; não deve
ser confund ido com
A= P + N, OU, ainda: A=Z+ N
uma massa.
A representação convencional do número atômico (Z ) e do número de massa (A)
é ~X. em que X é o símbolo de um átomo ou íon. Admite-se ainda a representação 2 XA.
Consideremos, por exemplo, ~~Na, em que:
• número atômico é Z = 11 (número de prótons);
• número de massa é A= 23 (núme ro de prótons + número de nêutrons).

Se A= Z + N, tem-se 23 = 11 + N, portanto, N = 12 (número de nêutrons).


Resumidamente:

23 \ número de prótons = 11:;---___


11 Na
1
número de nêut rons = 1~ v a l o r t otal das cargas = O
número de elét rons = 11

nú mero de prótons = n úmero de el étron s (equilíbri o eletrostático)

Como a representação não apresenta carga positiva ou negativa junto ao símbolo


(sobrescrito), trata-se de um átomo. Em um átomo, há equilíbrio de cargas positivas e
negativas (equ ilíbrio eletrostático). Assim, se há 11 prótons, ou seja, 11 cargas positi-
vas, tem-se 11 cargas negativas, ou seja, 11 elétrons.
Agora vamos considerar como exemplo ~~Na 1+, em que:

n úmero de massa (A)~ quantidade


23 1+ k""tot al de carga
11 Na
número atômico (Z)_..;:,

Nesse exemplo, temos um íon simples (monoatômico) do tipo cátion, pois há exces-
so de carga positiva (carga 1+).
Quando um átomo perde elétrons, fica com excesso de carga positiva. No exem -
plo, se o número atômico é igual a 11 (número de prótons = 11), para que o saldo de
cargas seja igual a 1+, é necessário que o átomo perca um elétron.
Dessa forma, tem-se:

23N 1+
núm ero de prótons = 11 -;----.___ vcátion
,, ª \ número de nêutrons = 1~ - - - - c arga 1+
número de el étrons = 10 l
n úmero de prótons > número de elétrons (desequilíbrio eletrostático)

Estudo dos modelos atômicos 113

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Para 1~N 3 - , temos um íon simples (monoatômico) do tipo ânion, pois há excesso de
carga negativa (carga 3-).
Quando um átomo recebe elétrons, fica com excesso de carga negativa. Nesse
exemplo, se o número atômico é igual a 7 (número de prótons = 7), para que o saldo
de cargas seja igual a 3-, é necessário que o átomo receba três elétrons.
Dessa forma, tem -se:

número de massa (A)~ ~quantidade total de carga]

14N3-
7
1 há excesso de
3 elétrons em rel açào
excesso de ao número de prótons
número atômico (Z),? carga negativa

Logo,

14 3 _ { número de prótons = 7 ;----..__ k(ânion


7N
1
número de nêutrons = ~____.........-carga 3-
número de elétrons = 10

número de prótons< número de elétrons


(desequilíbrio eletrostático)

Alguns anos mais tarde, os cientistas descobriram que átomos de um mesmo ele-
mento poderiam ter números de massa diferentes, porém, apresentavam as mesmas
propriedades químicas. A esse fenômeno deu -se o nome de isotopia e, aos átomos
do mesmo elemento com diferentes massas, denominou-se isótopos.
Em 1932, o físico inglês Sir James Chadwick (1891-1974) identificou uma nova par-
tícula, a qual apresentava massa praticamente igual à do próton e não apresentava
carga elétrica, daí ser chamada nêut ron.
Dessa forma, átomos isótopos possuem o mesmo número atômico (mesmo número
de prótons) e diferente número de nêutrons.
Vejamos a seguir alguns exemplos.
Sir James • Isótopos do elemento hidrogênio:
Chadwick.
~ H --+ prótio ou hidrogênio comum ~H --+ deutério ou hidrogênio "pesado"

~H --+ tritério, trítio ou hidrogênio "superpesado"


Os diferentes • Alguns isótopos do elemento carbono:
números de nêutrons
em átomos do mesmo 12 14
6C --+ carbono-12 ou C-12 6 C--+ carbono-14 ou C-14
elemento explicavam
o fenômeno da Hoje sabemos que há outros tipos de isoátomos além dos isótopos, entre eles
isotopia.
destacam-se os átomos isóbaros e os átomos isótonos.

Átomos isóbaros possuem núme- Átomos isótonos possuem número


ros de prótons diferentes e números de prótons e números de massa dife-
de massa iguais. rentes e igual número de nêutrons.

Exemplos: Exemplos:
~~ K --+ potássio - 40 ou K-40 ~1 B --+ boro - 6 nêutrons

igca--+ cálcio - 40 ou Ca-40 ~ C --+ carbono - 6 nêutrons

114

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/ Atividade resolvld~
Rl. Determine o número de prótons e de elétrons nas fórmulas químicas a segu ir:
a) molécula de água (H 2 0).


b) cátion amônio (NH!\
2-
c) ânion carbonato (C0 3 ).

Resolução
a) Deve-se, inicialmente, determinar o número de prótons da substância. Para isso,
necessitamos saber os números atôm icos dos elementos que a compõem.
Para tal, vamos consultar a tabela periódica dos elementos para determinar os
números atômicos (Z).
H (Z= 1) 4 1 próton
O (Z = 8) 4 8 prótons
Logo,
H 4 1 · 2 ::;;; 2 prótons
O 4 8 . 1 ::;;; 8 prótons
10 prótons
Nesse caso tem-se uma molécula, que não apresenta carga e por isso o número
de prótons é igual ao número de elétrons. Assim, há equilíbrio eletrostático.
Conclusão: o número total de elétrons é 1O.
b) Deve-se, inicialmente, determinar o número de prótons da substância. Para isso,
necessitamos saber os números atômicos dos elementos que a compõem. De
acordo com a tabela periódica, temos que:
H (Z::;;; 1) 4 1 próton
N (Z ::;;; 7) 4 7 prótons
Assim,
H 4 1 . 4 ::;;; 4 prótons
N 4 7 . 1 ::;;; 7 prótons
11 prótons
Como se trata de um íon, há desequilíbrio eletrostático, ou seja, o número total de
prótons é diferente do número total de elétrons. Nesse caso temos um íon positivo
(cátion), logo houve perda de elétrons. Observando a carga da substância vê-se
que é igual a 1+, logo perdeu um elétron.
Conclusão: nesse cátion poliatômico há 11 prótons e 10 elétrons.
e) Da mesma forma, determinamos o número total de prótons da substância. Consul-
tando a tabela periódica, obtemos os seguintes números atômicos:
C (Z = 6) 4 6 prótons
O (Z = 8) 4 8 prótons
Determinando o número total de prótons:
C 4 6 . 1 = 6 prótons
O -4 8 . 3 = 24 prótons
30 prótons
Como se trata de um íon, há desequilíbrio eletrostático, ou seja, o número total de
prótons é diferente do número total de elétrons. Nesse caso, temos um íon nega-
tivo (ânion), então houve ganho de elétrons. Observando a carga da substância,
vê-se que é igual a 2 -, logo houve ganho de dois elétrons.
Conclusão: nesse ân ion poliatômico há 30 prótons e 32 elétrons.

Estudo dos modelos atômicos 115

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Distribuicão
, eletrônica
Já vimos que quanto menor a energia de um sistema, mais estável ele é. Um áto-
mo no estado fundamental apresenta seus elétrons num estado mínimo de energia
possível. A energia de cada elétron está relacionada com as suas energias cinética
e potencial.
De acordo com o modelo de Bohr, a energia potencial de um dado elétron está
relacionada à sua distância até o núcleo atômico e é fornecida por um número n (que
indica o nível de energia potencial do elétron) que varia (teoricamente) de 1 a infinito.
Considerando -se os 118 elementos químicos conhecidos (no estado fundamental),
n varia de 1 até 7. É comum associar os valores de n às letras (camada eletrônica).
como apresentado no quadro a segu ir.

Valores de n 2 3 4 5 6
7J
aJ
-1-

Let r as que
representam n
K L M N o p

De acordo com o modelo de Sommerfeld, a energia cinética do elétron está asso-


ciada ao seu movimento na eletrosfera, sendo fornec ida por um número inteiro e que
varia, para cada valor de n, de O até (n - 1); o número e representa o subnível de
energia.
Da mesma forma que vimos nos níveis de energia, há letras que estão associadas
aos subníveis de energia, conforme apresentado no quadro a seguir.

-
ª+'
1
Valores de f. o 1 2 5 6
1 - + -
Letras que
s p d f g h i
representam e
1

Tem-se ainda a distribuição que considera os níveis de energia e valores de n aos


possíveis valores de e.
como apresentado no quadro abaixo.

Níveis de energia
Valores possíveis de P. Letras que representam P.

- K
e valores de n

n = 1 o
-
s

L n = 2 O; 1 s; P
- M n = 3 O; 1; 2 s; p; d
~

N n = 4 O; 1; 2; 3 s; p; d; f

o n = 5 O; 1; 2; 3; 4 s; p; d ; f ; g

p n = 6 O; 1; 2; 3; 4; 5 s; p; d ; f; g; h

Q n = 7 O; 1; 2; 3; 4; 5; 6 s; p; d ; f; g; h; i

Considere que o número máximo de elétrons de um mesmo nível (X) seja dado pela
equação do físico sueco Johannes Robert Rydberg (1854-1 919):

X = 2 · n2

116

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Substituindo-se o valor de cada n na fórmula de Rydberg, obtêm-se os resultados
apresentados no quadro abaixo.

·T,
- - -
1
Valores de n 1 2 3 6 7

Número máximo
de elétrons no
nível n ' teórico).
2 8 18 32 50 72 98 •
Número máximo
de elétrons no 2 8 18 32 32 18 8
nível n (prático).
1
L

Para os elementos conhecidos, os subníveis mais usados para acomodar os elé-


trons em seu estado fundamental são s (e= o), p (e= 1), d (e= 2) e f (e= 3).
Por análise lógica, é possível determinar os números máximos de elétrons em cada
subnível e, como se segue.
• Para o nível K (n = 1) é possível acomodar até 2 elétrons. Para esse nível, tem-se
e
como valor possível de o valor O, que representa o subnível s.
Assim, o subnível s comporta no máximo 2 elétrons.
• Para o nível L (n = 2) é possível acomodar até 8 elétrons. Tem-se como valores
possíveis de e: O (subnível s) e 1 (subnível p). Logo, o subnível p comporta até
6 elétrons.
• Por analogia, o subnível d (€ = 2) comporta até 10 elétrons e o subnível f (e = 3)
comporta até 14 elétrons.
Resumidamente, tem-se:

Subnível de energia Valores de e Número máximo de elétrons no subnível

s o 2
-
1

p 1 6
-- -

d 2 10

f 3 14

O químico americano Linus Carl Pauling (1901-1994) propôs


um diagrama prático que permite fazer a distribuição eletrô-
nica na eletrosfera dos átomos dos elementos, em sua for-
ma mais estável (menor energia).
Esse diagrama, conhecido como Diagrama de Pau ling,
consiste em ordenar os subníveis de cada nível em ordem
crescente de energia.

Linus Carl Pauling.

Estudo dos modelos atômicos 117

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O Diagrama de Pauling pode ser expresso como apresentado abaixo.

Diagrama de
Linus Pauling.

As setas descendentes que estão nas diagonais indicam o sentido crescente de


energia nos subníveis. Na sequência das setas, tem -se os subníveis em sua ordem
crescente de energia, como representado a seguir.

1s 2s 2p 3s 3p 4s 3d 4p Ss 4d Sp 6s 4f Sd 6p 7s Sf 6d 7p

ordem crescente de energia

Sabendo-se a ordem de energia nos subniveis e a quantidade máxima de elé-


trons permitida em cada subnível, pode-se identificar a configuração eletrônica de
um átomo.
Como um átomo estável apresenta eletrosfera com a menor energia possível, a or-
dem de entrada de elétrons na eletrosfera obedece ao diagrama de Pauling, pois está
em ordem crescente de energia dos subníveis.
Para fazer a distribuição eletrônica devem ser observadas as seguintes etapas (vá-
lidas para a maioria dos átomos):
• observe o número atômico para saber o nú -
r Após r ~visa r essas eta~as, adote
mero total de elétrons do átomo; a seguinte representaçao
• complete os subníveis com os elétrons, se - durante a d istribuição eletrônica:
guindo o diagrama de Pauling, até atingir o número de
total de elétrons do átomo; / elétrons no
5~ subnível 2p
• lembre-se de completar o subnível com o seu 2p

~ subnível p
número máximo de elétrons permitido para
nível 2 /
começar a preencher o próximo subnível na (nível L)
sequência do diagrama de Pauling.
Assim, a distribuição eletrônica para o átomo de vanádio (Z= 23), em ordem cres-
cente de energia (no estado fundamental), é:
23 V -> Z = 23 :. 23 elétrons
1s2 2s 2 2p6 3s2 3p6 4s 2 3d3
(total de elétrons = 2 +2 +6 +2+6+2+3 -> 23 elétrons)
Os elétrons mais energéticos do átomo de vanádio no estado fundamental são os
3
que possuem o estado de energia 3d .

118

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Após a distribuição eletrônica em ordem crescente de energia (diagrama de
Pauling), pode-se também montar a distribuição eletrônica em ordem geométrica (or-
dem crescente de níveis de energia). Para o vanádio, teremos a segu inte distribuição
geométrica:
2 2 62 632
1s 2s 2p 3s 3p 3d 4s
~


/!
nível 1 n ível 2 nível 3 n ível4
------" camada de valência
camada K camada L camada M camada N ---, ( 2 l . d l, . }
(2 e létrons) (8 elét rons) (11 elétrons} ( 2 elét rons) e etrons e va enc,a

A camada de valência (última camada) para o átomo de vanád io no estad o funda-


mental que contém os elétrons de valência é a 4s2 .
Os subníveis de energia, de acordo com o modelo atômico atual, representam orbitais.
Os orbitais são regiôes de máxima probabilidade de encontrar elétrons. No orbital s, por
exemplo, pode-se encontrar até 2 elétrons; no orbital p, até 6 elétrons, e assim por diante.

/ Atividades resolvidas\

R2. Faça a distribuição eletrônica em ordem crescente de energia para o átomo de iodo
(z = 53) no estado fundamental.
Resolução
Se o número atômico do átomo de iodo é 53, há 53 prótons em seu núcleo. Como se
trata de um átomo, há equilíbrio eletrostático, ou seja, o número total de p rótons é
igual ao número total de elétrons. Assim, há 53 elétrons na eletrosfera desse átomo.
Para distribuir os elétrons em ordem crescente de energia, utilizamos o diagrama de
Linus Pauling. A distribuição eletrônica fica da seguinte forma:
2 2 6 2 6 2 10 6 2 10 5
1s 2s 2p 3s 3p 4s 3d 4p 5s 4d 5p

R3. Faça a distribuição eletrônica em ordem crescente de energ ia para o cátion férrico
(Fe3 +) no estado fundamental.
Resolução
Consultando a tabela periódica, temos que o elemento ferro apresenta número atô-
mico igual a 26. Como se trata de um cátion, o número de prótons é maior que o
número de elétrons. Ass im, observando a carga do íon (carga 3+), conclu ímos que
houve perda de 3 elétrons; logo há 23 elétrons na eletrosfera do cátion férrico.
O d iagrama de Pauling está na ordem crescente de energia dos subníveis, que é a
ordem de entrada de elétrons na eletrosfera. Dessa forma, temos que inicialmente
fazer a distribuição eletrônica do átomo de ferro:
2 2 6 2 6 2 6
1s 2s 2p 3s 3p 4s 3d (distribuição em ordem crescente de energia para o átomo
de ferro).
Para se tirar elétrons da eletrosfera de um átomo deve-se fazê-lo a partir de sua ca-
mada mais externa. Assim, temos que organ izar a distribuição eletrônica em ordem
geométrica:
2 2 6 2 6 6 2 ( , • )
1s 2s 2p 3s 3p 3d 4s distribuição em ordem geometrica para o atomo de ferro .
Nesse caso, a partir da d istribu ição em ordem geométrica, temos que t irar 3 elétrons.
Devemos proceder da segu inte maneira:
tirar 2 elétrons da camada de valência ( 4s2 ): ( 1s 2 2s 2 2p6 3s 2 3p6 3d 6 )

t irar 1 elétron do subnível mais energético da camada de valência ( 3d 6 ):


2 2 6 2 6 5
1s 2s 2p 3s 3p 3d
Logo, a distribuição eletrônica em ordem crescente de energia para o cátion férrico é:
2 2 6 2 6 5
1s 2s 2p 3s 3p 3d >
Estudo dos modelos atômicos 119

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> R4. Faça a distribuição eletrônica em ordem crescente de energia para o ânion cloreto
(ce,_) no estado fundamental.

Resolução
Consultando a tabela periódica, temos que o elemento cloro apresenta número atô-
mico igual a 17. Como se trata de um ânion, o número de prótons é menor que o
número de elétrons. Assim, observando a carga do íon (carga 1 - ), concluímos que
houve ganho de um elétron, logo há 18 elétrons na eletrosfera do ânion cloreto.
O diagrama de Pauling está na ordem crescente de energia dos subníveis, que é
também a ordem de entrada de elétrons na eletrosfera. Dessa forma, basta seguir a
ordem do diagrama.
Fazendo-se, inicialmente, a distribuição eletrônica para o átomo de cloro
(Z = 17): 1s2 2s 2 2p 6 3s2 3p 5 •
Como houve ganho de um elétron para formar o íon cloreto, basta seguir a ordem
do diagrama: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p 6 .
Assim, a distribuição eletrônica em ordem crescente de energia para o ânion cloreto é:
1s2 2s2 2p 6 3s2 3p6

Atividades ~ r ....] Resa(va ;1s a tividades no caderno.

13. O alumínio (M'.) é um metal encontrado em abun- 16. Recentes pesquisas indicam o magnésio (Mg)
dância na crosta terrestre, porém raramente é como o elemento responsável por retardar o
encontrado livre. O átomo do elemento alumínio envelhecimento celular, além de ser responsável
apresenta 13 prótons e massa 27 u. Responda por inúmeras funções metabólicas intracelulares.
em seu caderno: O magnésio pode ser encontrado em alimentos
a) qual é o número atômico (Z) do alumínio? como vegetais e cereais. O átomo de ~~Mg apre-
b) qual é seu número de nêutrons (N)? senta um isóbaro 4 ;A.
Qual é o número de nêu-
trons de A?
14. Copie o quadro abaixo em seu caderno fazendo a) 19 e ) 18 e) 21
as substituições (letras a até n) necessárias para b) 22 d) 20
completar adequadamente o quadro.
17. (Fuvest-SP) A seguir são mostradas quatro con-
figurações eletrônicas:
Elemento Símbolo A z p N e
1) 1s2 2s 2 2p6 Ili) 1s22s2 2p6 3s2 3p5
Cálcio a 40 b 20 e d IV) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6

e N 7 7 g h
a) Associe cada uma das configurações (1, 11,111
e IV) aos átomos de ce, Mg e Ne.
Estanho 50 k 69 50 b) Quais configurações apresentam o mesmo
número de elétrons na camada de valência?
Br 80 m 35 45 n (Dados os números atômicos: ce = 17, K = 19,
A'l = 13, Ne = 10 e Mg = 12).

15. O níquel é considerado um metal de transição e, 18. Descreva a configuração eletrônica (segundo o
à temperatura ambiente, apresenta-se no estado diagrama de Linus Pauling) dos elementos a
sólido e com aparência brilhante. Baseado em sua seguir no estado fundamental, em ordem ener-
59 2+
representação 28 Ni , responda em seu caderno: gética e em ordem geométrica.
a) qual é o número de prótons? a) Lítio: ;u
b) qual é o número de massa? 59
b) Cobalto: 27 Co
e) qual é o número de nêutrons?
d) qual é o número de elétrons? e) Flúor: 1~F

120

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19. A ilustração seguinte foi proposta por um químico 22. (Enem/MEC) Os núcleos dos átomos são consti-
para representar um átomo do elemento berílio tuídos de prótons e nêutrons, sendo ambos os
(!se) no estado fundamental, segundo o mode- principais responsáveis pela sua massa. Nota-se
que, na maioria dos núcleos, essas partículas
lo de Rutherford-Bohr. Constatamos que a figu-
não estão presentes na mesma proporção. O
ra está incorreta em relação ao número de:


gráfico mostra a quantidade de nêutrons (N) em
função da quantidade de prótons (Z) para os
núcleos estáveis conhec idos.

Quantidade de nêutrons em f uncão


da quantidade de prótons para ~s
núcleos estáveis conhecidos

..·· Número de
nêutrons

150

140

nêutron

Esquema do átomo de Be segundo


o m odelo de Rutherford-Bohr.
90
~ 1------1 As cores utilizadas nesse esquema são
LJ ~ representações artísticas e as proporções
dos elementos ilustrados são aproximadas.

a) nêutrons no núcleo.
b) partículas no núcleo. 50

e) elétrons por camada. 40

d) partículas nucleares.

20. O crômio é um metal utilizado, por exemplo, em


tintas, fogos de artifício e em cromações de
peças metálicas. O crômio hexavalente Cr 6 +, 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
porém, pode ser considerado como agente car- Números de prótons (Z)
cinogênico (provoca câncer) em razão de sua
característica de retirar elétrons. Forneça a confi- KAPLAN, 1. Física Nuclear. Rio de Janeiro:

guração eletrônica do crômio hexavalente Cr6 +. ~! Guanabara Dois, 1978 (adaptado).

21. (UFRN) Considere o seguinte diagrama, de níveis O antimônio é um elemento químico que possui
de energia para o átomo de hidrogênio: 50 prótons e possui vários isótopos - átomos
que só se diferem pelo número de nêutrons. De
energia n (n• quântico principal)
4 acordo com o gráfico, os isótopos estáveis do
3 antimônio possuem:
(1) a) entre 12 e 24 nêutrons a menos que o núme-
2
ro de prótons.
(li) (Ili) (IV) b) exatamente o mesmo número de prótons e
nêutrons.
e) entre O e 12 nêutrons a mais que o número de
prótons.
As transições em que ocorre apenas absorção d) entre 12 e 24 nêutrons a mais que o número
de energia são: de prótons.
a) 1, li , Ili e IV. e) 1 e li. e) entre O e 12 nêutrons a menos que o número
b) Ili e IV d) 1 e Ili. de prótons.

Estudo dos modelos atômicos 121

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a\
Oficina de Química Teste de chama
...
~/Ponto zero
Em 1913, o físico de origem dinamarquesa Niels Bohr enunciou alguns postulados que emba-
saram o seu modelo atômico quantizado. Hoje utilizamos os postulados de Bohr para explicar,
por exemplo, a visualização das cores dos fogos de artifício e a identificação de metais presentes
em uma amostra por equipamentos de detecção de elementos {espectrofotômetro de chamas).
Mas, afinal, o que os fogos de artifício têm em comum com os espectrofotômetros de chamas?
Em ambos, o elétron excitado, ao retornar ao seu estado fundamental, emite energia na
forma de ondas eletromagnéticas (luz de cor bem definida).

Oljl / Materiais

• 14 etiquetas • 20 g de cloreto de bário


• balança eletrônica • 20 g de cloreto de estrôncio em pó
• 1 folha de papel • 20 g de cloreto de lítio
• 7 borrifadores de água pequenos com • bico de Bunsen ou lamparina a álcool
capacidade de 250 ml • água destilada
• 7 béqueres ou copos plásticos com • 1 bastão de vidro
capacidade de 200 ml
• 7 béqueres com capacidade igual ou
• 20 g de cloreto de sódio {sal de cozinha) maior a 250 ml
• 20 g de cloreto de cálcio ou óxido de • 7 espátulas comuns de laboratório
cálcio (cal)
• 1 proveta com capacidade de 200 ml
• 20 g de cloreto de potássio
• 20 g de sulfato de cobre

~/
@ Etiquete cada um dos 7 béqueres com o nome de cada um dos 7 sais.

@ Coloque 20 g de sais dentro dos béqueres (combinando adequadamente com o nome


das etiquetas).
© Utilizando a proveta com capacidade de
200 m l , coloque 150 ml de água des-
tilada em cada um dos béqueres.

@ Utilize o bastão de vidro para homoge-


neizar a mistura de cada béquer.

® Etiquete, com os nomes dos sais das


misturas obtidas, cada um dos borrifa-
dores.

f
O seque-o
Lave o bastão com água e , em seguida,
antes de colocá-lo em contato
L com a mistura de outro béquer.

Borrifadores com
capacidade de 250 ml.

122

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® Transfira para cada um dos borrifadores
metade do vo lume da mistura (devida-
mente etiquetada no béquer e no borri-
fador) do béquer. Tome cuidado para
r earo aluno, para a sua proteção, ao realizar essa
prática, é adequado usar jaleco de mangas
compr idas, óculos de prot eção, cal ças compridas
e tênis f echados,


colocar no borrifador a mistura etique-
tada. e Os bor rifador es, os béqueres com as misturas e o
bastão devem ser l impos e guardados em local
@ Acenda o bico de Bunsen e. um a um. apropriado. As misturas de sais dessa experiência
podem ser descartadas na rede de esgot o. Se no
borrife nessa chama a mistura de cada exper iment o, em vez de béqueres, for em utilizados
borrifador. Realize esse procedimento copos pl ásticos, limpe-os e encaminhe- os à
reciclagem.
do lado oposto da tubulação de gás e
das pessoas. 3. Os fogos de artifício utilizam m isturas de substâncias que apresentam diferentes metais em
suas composições. Assim como na experiência com o bico de Bunsen, cada metal emite luz de
cor diferente, daí o espetáculo de d iferentes cores observado no céu.

Solução sendo borrifada na ch ama do bico de Bunsen.

@ Anote tudo o que achar relevante. Preste atenção às cores observadas ao borrifar na
chama do bico de Bunsen cada uma das misturas de cada borrifador.
1. Bário: chama na cor verde-amarelada; cobre: chama na cor verde-azulada; sódio: chama na
cor amarelo-alaranjada; cálcio: chama na cor vermelho-alaranjada; lítio: chama na cor rósea;
potássio: chama na cor violeta; estrôncio: chama na cor vermelho-sangue.
W/ 2. Ao ser excitados, os elétrons das órbitas passaram de um estado de energia mínima (estado
Para pensar fundamental) para outro estado (excitado). Quando esses elétrons retornam para suas órbitas
fundamentais, a energia inicialmente absorvida é emitida na forma de fóton (luz). As diferentes
. colorações
1. Qual foi a cor da chama observada ao borrifar cada uma das misturas? Procure associar a das c hamas
cor ao metal presente na mistura de cada borrifador. reti:re~-sde à
em1ssao e
diferentes
2. Utilizando os postulados de Bohr, explique por que cores diferentes foram observadas. comprimentos
de ondas de
3. Qual a relação entre o experimento e os fogos de artifício? cada m etal
presente na
4. Um fogueteiro quer produzir fogos de artifício com chamas de coloração avermelhada. Qual amost ra.
metal utilizado nesse experimento ele poderia usar para essa finalidade? O fogueteiro poderia usar o metal
estrôncio, cálcio ou, para uma coloração avermelhada de menor intensidade, lítio.
5. Quais seriam as cores predominantes na chama do bico de Bunsen ao entrar em contato
com misturas de nitrato de sódio (NaN0 3 ) e de bicarbonato de sódio (NaHC0 3 )? Justifique
sua resposta. Resposta pessoal, Para as misturas das duas substâncias c i!a~as, a cor pr~dominante seria
a cor amarelo-alaranJada, pois am bas apresentam o metal sod10, o qual esta presente, por
exemplo, no cloreto de sódio utiliz ado no experimento.

Estudo dos modelos atômicos 123

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44• IU!!,Jlljt:ffj Mh:EJ/Reciclagem de televisores antigos
·Lembre-se de que atualmente, por processos relativamente caros, os
vidros dos aparelhos de televisão podem ser reciclados. Esse processo é
Conhecendo considerado reciclagem de resíduos perigosos pelo 1ato de o vidro conter
metal pesado, como chumbo, e um elemento tóxico, o fósJoro.
A indústria de reciclagem vem crescendo a cada ano, pois é possível reciclar
vários materiais como papel. alumínio. vidro e plástico.
Observe a fotografia ao lado que mostra um aparelho de televisão antigo.
Podemos reciclar esse tipo de aparelho eletrônico? Cite pelo menos um compo-
. . Anote na lousa os componentes citados pelos alunos. Muitos deles poderão
nente rec iclavel. citar componentes eletrônicos, peças metálicas, plástico e vidro:
Os antigos televisores que apresentavam tubo de imagem são também conhe-
cidos como CRTs (Cathode Ray Tubes). ou seja, tubos de raios catódicos. O tubo
Aparelho de televisào com de imagem (CRT) descartado em local inadequado, como o lixo comum, pode
tubo de raio catódico. causar sérios problemas ambientais, pois em contato com o meio ambiente o
CRT pode sofrer degradação e ruptura. fazendo que os elementos chumbo (me-
tal pesado) e fósforo (tóxico) sejam liberados, causando danos à saúde, além de
contaminar o solo, os lençóis freáticos e a água de rios e de lagos. Em razão
disso, o processamento de qualquer material (CRT) é considerado uma recicla-
gem de resíduos perigosos e por isso requer cuidados.
Pela Convenção da Basileia, de 1989, a circulação desse tipo de lixo eletrôni-
co deveria ter sido banida, contudo, muitos países exportam esse lixo para ou-
tros em vez de reciclar.
As necessidades de soluções viáveis para diminuir o impacto ambiental dos
lixos eletrônicos fizeram que novas tecnologias fossem desenvolvidas. Graças a
Parte do aparelho de isso. atualmente o processo de separação térmica está sendo utilizado na reci-
televisào destacando o tubo
de raio catódico. c lagem dos componentes dos tubos de televisores e monitores de raios catódi-
cos (CRT). Por meio dessa técnica é possível aproveitar materiais como chumbo,
fósforo e vidro após o processo de reciclagem.

cilindro de Estudando
Os CRTs foram desenvolvidos com base em
um experimento realizado por Crookes em 1856,
parte conhecido como ampola de Crookes. Em um
posterior
(emissào de ._
tubo de imagem, há fluxo de elétrons do cá-
elétrons) · todo para o ânodo. Ao ser atingido pelos raios
catódicos, o material fosforescente da tela emi-
te luz visível e, assim, forma a imagem.
tela O tubo de raio catódico da televisão foi cons-
truído em 1897 pelo físico alemão Karl Ferdi-
par de nand Braun {1850-1918), que estudou o fenô-
bobinas
meno da luminescência provocada pela colisão
de elétrons em substâncias fluorescentes e ob-
Representaçào do tubo catódico
(CRT) dividido em três
servou o desvio do ponto luminoso gerado pela
componentes. ação do campo magnético.
Apresente esse tema aos alunos a partir do documentário A tragédia do lixo eletrônico,
exibido em 2015 no Festiv,al lnternaciqnal de Cinema Ambiental, no Rio. Be mostra cenas
Conve rsando choc~ntes _de regiões. da Af~ica e da Asia submetidas a U!1Jª avalanche de sucata. Em . .
seguida, 1rnc1e uma d1scussao com base na forma de reciclagem mostrada no documentano,
fazendo uma comparação entre os lixos eletrônicos e o desastre ambiental mundial.
1. Pesquise os tipos de televisores que encontramos no mercado atualmente.
2. Pesquise os malefícios do chumbo para o ser humano e outros animais, bem como as orien -
tações de como descartar os equipamentos eletrônicos.
3. Na sua cidade há algum tipo de ONG que coleta equipamentos eletrônicos (lixo eletrônico)?
Veja as respostas das questões dessa seção nas Orientações para o
124 professor.

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o
~
.-::
a.
Tabela periódica dos
m
u
elementos químicos
Na segunda metade do sécu lo XIX não se sabia ao certo quantos elementos quími-
cos eram conhecidos, mas acreditava-se que eram em torno de 60. No entanto, não
havia qualquer tipo de organização entre eles.
Imagine o seu guarda-roupa bagunçado, com calças misturadas com camisetas, ca-
B. Com essa q uestào,
misas, meias e roupas íntimas. Assim, certamente seria dificil e demorado encontrar uma espera-se que os
determinada roupa. Mas considere esse mesmo guarda-roupa organizado por peças do alunos citem a
necessidade de
vestuário: uma gaveta para as camisetas, outra para as meias, e assim por diante. Seria estabelecer critérios de
organizaçào, elegendo
bem mais fácil encontrar uma determinada roupa. Com esse exemplo, podemos concluir as principais
que quanto mais roupas possuímos, maior é a necessidade de organizá-las. características que
devem ser analisadas.
Pelo mesmo motivo, os cientistas sentiram que havia necessidade de organizar os No caso da situação
acima, pod e-se utilizar
elementos químicos a fim de facilitar a compreensão de suas propriedades. Portanto, como critério o tipo de
aí está o papel da tabela periódica dos elementos qu1micos. roupa (calças, camisas,
camisetas , roupas
íntimas, entre outras).
@ Cite alguns elementos químicos que eram conhecidos desde a Antiguidade. Solicite aos alunos que
A prata, o chumbo, o ouro e o cobre. citem outros exemplos
@ Na situação mostrada acima, o que é necessário estabelecer antes de iniciar a de situações em que é
necessário estipular
organização das roupas? critérios de
©C Os cientistas, a partir do século XIX, perceberam a necessidade de organizar os
organização.

elementos químicos segundo as suas semelhanças. Qual propriedade você acha


que foi inicialmente usada para a organização dos elementos químicos? Massa atômica.

125

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Um pouco da história da tabela periódica dos
elementos químicos
Ao realizar diversas pesquisas e experimentações, os cientistas perceberam
que muitos elementos químicos apresentam propriedades semelhantes e por
isso poderiam agrupá-los de acordo com elas.
A tabela periódica atual é uma excelente fonte de informação sobre caracte-
rísticas dos elementos químicos. Entretanto, nem sempre foi assim. Para se
chegar ao modelo da tabela periódica moderna, houve muita discussão quanto
às propriedades semelhantes que deveriam ser utilizadas para organizar os ele-
mentos.
Em 1829, o químico alemão Johann Wolfgang Dõbereiner (1780-1849) observou
que muitos elementos podem ser agrupados três a três (tríades) de acordo com as
Gravura de Johann semelhanças de suas massas atômicas. Veja alguns exemplos.
Wolfgang Dõbereiner.
• De acordo com a proximidade: Fe (56 u}, Co (59 u) e Ni (58 u).
• De acordo com a diferença comum: Li (7 u), Na (23 u) e K (39 u) nessa tríade, a
diferença entre as massas dos elementos consecutivos na ordem crescente é
igual a 16.
• De acordo com a média aritmética: Ca (40 u), Sr (88 u) e Ba (137 u) nessa tríade,
se for calculada a média aritmética entre as massas do cálcio e do bário, ob-
tém-se a massa atômica aproximada do estrôncio:
40 u + 137 u = 88,5 u
2
Apesar dessa estruturação, a lei das tríades de Dõbereiner foi considerada
ineficaz porque era restrita e só atendia a poucos elementos.
Em 1862, o químico francês Alexandre-Émile Béguyer de Chancourtois (1820-
1886) propôs organizar os elementos químicos da seguinte maneira: inicialmente,
dividiu a superfície de um cilindro em 16 colunas e várias linhas horizontais; em
seguida, atribuiu ao oxigênio a massa 16 u; traçou uma linha helicoidal (com 45º de
inclinação) que começava pelo oxigênio (que denominou ponto O) e terminava no
décimo sexto elemento de maior massa, até onde a linha alcançava. Repetiu esse pro-
Alexandre- Émile cedimento até que todos os elementos fossem alocados nas línhas divisórias.
Béguyer de
Ch ancourtois . A tabela de Chancourtois adquiriu a seguinte aparência.

1• O 2 ~ 6 S 10 U ,~ 16

~
I"-.

j
"'
U 10

u

10
" I:'\.
~

p lanificado 12 ~
l1l

"'~
14
,. e '-- m
V-

"'
E
16

1•
massa ,. N 1""-
o
m
e
.r;

20

22
atômica 18

20 " 1~
-i;;
E
a,
"'
22

2•
" ~
j 20
2&

"'' "'
l 30

32
28

]O

32
'"Si"
' 1~ Representação do
parafuso telúrico
de Chancourtois.

cilindro superfície do c ilind ro aberto (plano)

A aceitação do parafuso telúrico de Chancourtois foi pequena, pois os valores das


massas atômicas eram, em grande parte, errôneos e imprecisos.

126

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Em 1864, o químico inglês John Alexander Reina Newlands (1837-1898) idealizou a
classificação dos elementos químicos, conhecidos pela ordem crescente de massa
atômica, em sete colunas (grupos) dispostas lado a lado. Newlands observou que
se olhássemos da esquerda para a direita, as propriedades dos elementos eram
semelhantes do primeiro ao oitavo elemento da coluna, semelhantes às notas


musicais que se repetem a cada oitava. Para Newlands, os elementos que fica-
vam em uma mesma coluna apresentavam propriedades semelhantes. É por
essa razão que temos a lei das oitavas de Newlands.

H Li Ga B e T N o
F Na Mg Ae Si p s
ce t K Ca
... Cr Ti Mn Fe

Co, Ni Cu Zn y ln As Se
John Alexander
Br Rb Sr Ce, La Zr Di, Mo__j Ro, Ru Reina Newlands .

Pd Ag Cd u Sn Sb Te
1-

Cs Ba, V Ta w Nb Au

Pt, Ir Pb Th Hg Bi Th Representaçào da Lei das


o itavas de Newlands.

Assim como aconteceu com as tentativas de organização anteriores, a lei das oita-
vas de Newlands também foi descartada pela comunidade científica, pois apresentava
problemas com os valores das massas atômicas. Nessa tabela, alguns elementos es-
tavam em posições incorretas. O cloro e o flúor, por exemplo, não apresentam carac-
terísticas semelhantes às do cobalto ou do níquel.
Em 1866, o químico alemão Julius Lothar Meyer (1830-1 895) montou uma tabela em
que os elementos se distribuíam em grupos, de acordo com suas valências. Meyer
montou ainda, para os 63 elementos, uma relação entre as suas massas atômicas e
os seus volumes. Depois, ele tentou mostrar que havia relação de periodicidade dos
elementos em função de suas massas atômicas.

1. li. Il i. IV. V. VI. VII. VIII. IX.

1 - - - - - ~ + - -B = 11,0 1Ae = 27,3


t
ln = 113,4 Te = 202,7

t
f-
c = 11,97
----+--- f Si =28

Ti = 48 Zr = 89,7
Sn=1 17,8 Pb=206,4

t------+-
N = 14,0_1_ _P
_ = 30,~ As = 74,9 Sb = 122,1 Bi = 207,5

V = 51,2 Nb = 93,7 Ta = 182,2

0 = 15,96 31,98 Se = 78 Te = 128

Cr=52,4 Mo=95,6 W=183,5

F~ 19,1 Ct~35,3S Br= 79,75 J = 126,5

Mn = 54,8 Ru = 103,5 ÜS = 198,6


Fe = 55,9 Rh = 104,1 Ir= 196,7
1
Co=Ni=58 6 Pd= 106,2 Pt = 196,7
Li = 7,01 Na = 22,99 K = 39,04 f b-85 2 Cs = 132,7

---+-- --+-- --+--C_u = 63 - _· _ ~A_


g = 107_,6_6--+-- Au= 196,2

Be = 9,3 Mg = 23,9 Ca = 39,9 r = 87,0 Ba = 136,8

Zn = 64,9 Cd = 111,6 Hg = 199,8

Tabela periódica dos elementos, idealizada por Meyer em 1870.

Estudo dos modelos atômicos 127

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Em 1869, o químico russo Dmitri lvanovitch Mendeleiev (1834-1907) mostrou uma
relação de periodicidade de várias propriedades dos elementos em função da ordem
crescente de suas massas atômicas.
Paralelamente, praticamente na mesma época, Meyer previu que havia periodicida-
de dos elementos em função de suas massas atômicas. Entretanto, o trabalho de
Mendeleiev mereceu mais destaque que o de Meyer por ser mais ousado, chegando
ao ponto de prever a existência de elementos químicos desconhecidos na época, re-
servando-lhes até mesmo lugar em posição determinada na tabela periódica. Como
exemplo citamos Gálio e Germânio, até então desconhecidos.
A partir de suas observações, Mendeleiev formulou uma lei periódica.

"As propriedades dos elementos químicos são uma


função periódica de suas massas atômicas".

A tabela periódica de Mendeleiev pode ser representada da seguinte maneira.

Ao observarmos cada linha


ílEPHO,aMlfE K JI CH TEMA ).lJEMEHTOFJ horizontal da tabela de
fIt
.,.,. I!
rP>""nn 1o1 ~1 I!. li TO D Mendeleiev, podemos notar que
r n m IV V VI m . vm o os elementos químicos eram
1 1 H
1,008
• He • dispostos em ordem crescente
r.,t. r3,

2 n LI " Be
e.e,o 1 9.02 '1r 5
n 1
e 7
N • o • F' Ni! ,o de massa atômica. Já nas
10.02 t n.mo: 14.009 1 ,s.ooo : 19.00 20Jl'. J 1 colunas, foram dispostos os
Nau Mg ,, p Ar
3 2'»87 ; 2~2
u 'ª AI " Si
J I 2as1 j ~8,06 li 3Q.98 i " s CI 17

32.0tl ; J!>,~7 l !l.1••


10

i
elementos químicos com
propriedades semelhantes.
4
IY K •• • Gaio , Se 21 Ti 21 V ,~
J 9.098 : 46..ot.: : l"li.tO !1 7.'!H> i ~_j
4
Cr .. Moas
Fe ••
52.01 1 5 4;93 i 55.85 ':
fº'58.&4
21
~
~ 1"
58.09
~i Essa maneira de dispor os
V . " Cu ..-Zn "Gn .º Ge .. As .""Se ... Br ~n. elementos permitia prever as
1 83.57 1 6&.J0 i 69,72 'i 72.tO ·! , ...01 1 19.gQ 1 18.911) 83.1 ':
propriedades de elementos que
5
Yl ílb n l Sr .. . y •• 4 Zr "°.1 Nb •• .
115.48 , u
1BBJl2 1 9L22 1 92,gJ 1 95,85 1 - i 10\7 10:/.91
87.83
Mo 4 ~d Ma"' · Ru "
1~ 1Rh .s ~IPd "~
1 100,7
ainda não t inham sido
; -41 Ag "° Cd · •• ln .•• Sn sr Sb ·Te ,n J : 12 Xe ••,; identificados, representados
j 107,8'1 i HUI i ""7& 1 " 8.70 l 12\78
1.11
i n 1.111 1 128.92 'i pelas lacunas das colunas.
Cs .. : Ba ••1La~· J Hí " J Ta ,a, w ,. Re n ,
13 1.,'3

,IPt '" a
6

71Y.
'l!D
' J:1.91 i 131.36 i 138,82 : ,1u i

l:l i '" Au l "" H'i ·"' TI


1
-
19?.2 :
17.
200.61

; Ro ""~1 Ac
2~!-0li
~ 204,39
"" ~ Th ": Pa ••;
2.21 1 1
18J.92 ~

1 207,21 f"
J 12

232.12
Pb81
Os ,.;11r
11911.2
• 208,00

~
llfQ.&8

1 231
1 1VJ.I
,

=
1
"' Po
u "'a
210

23!1,ll7 1
,
...-
188.31
7f
I 19,:\23 1
·-
R11 •• 1
22~ l!

• .ffAHTA• M

Ce "'J Pr n 1 Nd •• 1 •• 1 Tabela periódica dos elementos tal


IA0,13 t 1'0Jl2 1
14,4,27 Í - i como proposta por Mendeleiev em
Th •• J Dy "",! Er .. 1
l~...J 1 162.411 1 ~!s~1 107.2 ~ 1947. Note que el a apr esent ava
espaços vagos pa ra a inclusào de
novos elementos.

Em 1913, o físico inglês Henry Gwyn Jeffreys Moseley (1887-191 5), por meio de ex-
perimentos com raios X, chegou à conclusão de que as propriedades dos elementos
químicos variam periodicamente em função de sua carga nuclear, ou seja, o seu nú-
mero de prótons (número atômico). Moseley foi quem formulou a lei periódica atual.

"As propriedades químicas e físicas dos elementos t endem


a variar periodicamente em função do número at ômico".

Tabela periódica atual


A tabela periódica, que apresenta o título Classificação Periódica dos Elementos,
baseia-se na lei da periodicidade de Moseley, o que significa que os elementos estão
dispostos em ordem crescente de seus números atômicos.
Veja na próxima página a tabela periódica atual.

128

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TABELA PERIÓDICA DOS ELEMENTOS
Com massas atôm icas referidas ao isótopo 12 d o carbono
1 • Os nomes dos elementos de números atômicos 113, 11 5, 117 e 118 estão de 18
1 acordo com a recomendação da IUPAC, em junho de 2016. 2

1 H • Os elementos 113 a 11 8 apresentam classificação desconhecida . He


Hidrogênio • As massas atômicas relativas são listadas com arredondame nto no último alga- Hélio
1.01 2 rismo. As massas atômicas entre pa rênteses representam valores ainda não 13 14 15 16 17 400
3 4 padronizados pela IUPAC. 5 6 1 8 9 ,o

2 Li
Utia
Be
Berílio
• As cores nos símbolos dos elementos indicam o estado físico a 20"C e a 1 atm B
Boro
e
Carbono
N
Nitrogênio
o
Oxigênio
F Ne
de pressão: preto - estado sólido; verde - estado líquido; verme lho - estado Flúor Neônio
6.94 9.01 10.81 12.01 14.01 16.00 18,00 20,18
gasoso; azu l - estado físico desconhec ido.
11 12 13 14 15 16 17 18
• Observação: As cores utilizadas nesta tabe la não têm significado científico; são
3 Na
Sódio
Mg
Magnésio
apenas rec ursos visuais pedagógicos. Af
Aluminio
Si
Silício
p
Fôsforo
s
Enxofre
Cf.
Cloro
Ar
Argônio
2299 24.31 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 26.96 28.00 ~97 32.06 35,45 3996
19 20 21 22 23 24 26 28 27 28 29 30 31 32 33 S4 36 36
1
4 K Se
Ca Escãnd10 Ti V 1 Cr Mn Fe Co Ni Cu Zn Ga Ge As Se Br Kr
Pot.àss10 Cálcio Tttâmo Vaná d10 1 C,ôm10 1 Manganês Ferro Cobalto Niquei Cobro Zinco Gálio 1 Germânio Arsê~lo Selênio Bromo Criptônio
39,10 40,00 4496 4787 li0.94 51.00 54.t>l ssas 58.93 $.69 63.56 6538 1 69,72 7263 74 92 78,97 7990 832,0
37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54

Rb Sr Zr Nb Mo Te Ru Rh Pd Ag Cd ln Sn Sb Te 1 Xe
5 Rubidio
!15.47
Estrôncio
87/:{;.
V
Ítrio
8891
Zi,cônio
91.22
N1óbio
92.91
Molibdênio
95.95
I Tecnécio
(00)
Rutêmo
101.07
Ródio
102.91
Pa ládio
106,42
Prata
1072,7
Cádm io
112.41
1
indio
114,82 1
Estanho
118,71
Antimõmo
121,76
Telürio
127,00
lodo
12690
Xenônio
131.29
55 56 57- 71 72 73 74 75 76 n 78 79 80 81 1 82 B3 84 86 86
1
6 Cs
Césio
Ba
Bário L8(l/8{l/dio
Hf
Háfnm
Ta
Tântalo
1 w
Tungsténio
1 Re
Rênio
Os
Ósm10
Ir
lridio
Pt
Platina
Au
Ouro
Hg
MercUrio
Tf.
Tálio
Pb
Chumbo
Bi
Bisrm•to
Po
Polônio
At
Astato
Rn
Radõnio
132.91 137.33 178.49 180,95 1832,4 186.21 19023 192.22 195.00 19697 200S9 201,36 20720 206.98 (209) (21 (1 (2'12)
87 88 89 - 103 104 105 106 107 106 109 110 111 112 113 11 4 111 118 117 111

7 Fr
Frâncio
Ra
Rádio Actirí<IOII
Rf
Rutherfórdio
Db Sg
Dúbnio Seabórg10 1
1 Bh
Bóhrio
Hs
Hássio
Mt
Me,tnério
Ds Rg
Darmstadlio Roentgêmo
Cn
Coperníc10
Nh
Nih01l1JT1
Fe
Fleró,io
Me
M:Jscovlum
Lv
LivenIDrio
Ts
Tennessine
Og
Og1V1eSS01
(223) (Z16) (261) (26$ (269) (27(1J 12">9) (278) (281) (280) (a\5) (286) (2fl)) (269) (293) 1294) (294)

11 82 1 83 18 li 89 71
57 58 !li 60 14 16 17 10

Número atômico I 6 La Ce Pr Nd Pm Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu
....e:~ Lantinio Cério Praseodimio Neodímio Proméclo Samário Európio Gedollnio Térbio Disprósio Hólmio Érb10 Túlio ltérbio lutécio

CI.
o
Cl.
oVI
Símbolo
Nome
138,81

Ac
89
140,12
90
Th
140.111

Pa
11
14424

u
92
(1451

Np
93
150.36

Pu
M
1 Am
151.96
96
157,25

Cm
96
118.90
97

Bk
..
1111.liO

Cf
164,90
99
Es
1672.e

Fm
100
Md
le8,9(l
101

No
173.C!i
102
174,97
103

Lr
1 7 Protactimo Unimo Netllrno Plutônio
3 Massa atômica Actimo Tório Americ10 Cúrio Berquélio Califóm,o Emstinio Férmio Mandelévm Nobélio Laurêncm Tabel a
o !Z/7) 23!.04 231.04 238.03 (ZJ7) 124" 1 124:t !247) !247) 12511 1252) (257) (2511 1259) !2fl2l peri ódica atual.
CI.
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rD
õ Tabel a peri ódica atual: períodos e grupos.
VI
....
IU
ITJ ~ D D D
1
Os dados contidos nesta labela periôdica estAo de aoordo oom as recomendações, de 8 de fumo de 20 16,
º'
3
da IUPAC e da RSC {lntemational Union oi Pure and Apptled O,emistry/Royal Society oi Chemlstry, traduzido
do in~ ês. União lntema<:lonal de Oúmlca Pura e Aplicada/Sociedade Real de Oúmlca, respectivamente).
Gasoso Séido Metais de transição 1-idrogêl'io Metais
;:;· interna
oVI
O"
N
~~ D D D
,,,,,-
..a

.,,
e N
1.1)
Liqlido Desccrrecido Classificação
oosconhecida
Não metais Gases notTes
Estrutura da tabela periódica atual
A tabela periódica apresenta 7 períodos (horizontais ou séries) e 18 grupos (verti-
cais ou famílias).
TABELA PERIÓDICA DOS ELEMENTOS
Com massas atômicas referidas ao isótopo 12 do carbono

1J 1J --;--
H
+l . e. o . .....
He
H~la

,~Li
...
Be
..,
S,irlk, ...,..,
B
,,.., .....
"""'"'
N'
""lrtllA-f.O ~,.,,.
....
F
... ......
ll,01
,
Ne
N1flllo

" " o M

Si p"
..
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-. - -..
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Sód,;i
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C1lcoJ

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ÍIU.'10

..
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Cab1ho

6
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"""
"'"
n
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GtJ1TUn10
,....
Arul!tlb s~l!mo

R
!ho11a Criidcn>

" " "


Rb Sr
~- y Zr Nb Ru Rh Pd Ag Cd ln Sb Te 1 Xe
"""bmo

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hll'l:ln11a

..Ba """
""' ..... 2n~KI

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"""º '""'"
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Tunpliol,o 1116,:i Pvbn>J RN,)ft4
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Otr~1d1JO AoentQ~ID
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- ...-_,• ,......-. Fm..,..,. -.• "'"'"""..
Ce
NUmero atômico La Nd Gd Tb Dy Ho
....Lu
·-. ..,. .. -
Símbolo
....~,.IJ
,"'·
Prt>tt-Odoft<l

~
,...,
"111()domu
..... ,..,...
Prolfli,1,;r
,.,...
$,lrr.l~n

..
""'
EurllAD Gwu&ni. b11pmdo
"""'
Lo<, tu•a
.....
..,
~

Ac Th Pa
ti
u Np Pu Am" Cm Bk " Cf Es Md No Lr

--
Nome
Massa atômica ...
""""'º , "'to1tc.1"'" .....1, ...,
Ut... N1<11)r,j~ f'lr.n&do
P"' ...
AMr1~
....
"'º ..,,
&u..t:1. 11
.., ... "-... ... ... ... Mlftl11lh111 NDMIII U111int111

Tabela per iódica a tual.


D D
DD D

Divisão dos grupos nas tabelas periódicas atua is


Com relação aos grupos da tabela periódica atual é importante ressaltar que, ainda hoje, encon-
tram-se tabelas cujos grupos aparecem divididos em "A", "B" e "zero". A tabela atual difundida
mundialmente pela IUPAC apresenta os grupos numerados, da esquerda para a direita, de 1 a 18.

Notação da Chemical Notacão da Chemical


Abstracts Número do ·Abstracts Número do
Service Group grupo (IUPAC) Service Group grupo {IUPAC)
(usada até 1986) (usada até 1986)
1 A ou IA
1 8 ou 1 8 11
2A ou li A 2
2 8 ou li B 12
38 ou Ili B 3
3 A ou Ili A 13
48 ou IV B 4

58 ou V 8 5 4A ou IV A 14

68 ou VI 8 6 5A ou V A 15
7 8 ou VII B 7
6A ou VI A 16
8
O [ hemical Abstracts
7 A ou VII A 17
Service (CAS) é uma 88 ou VIII 8 g
divisão da Sociedade
10 Zero, 8A ou VIII A 18
Americana de
Química.

130

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Observa-se que, em geral, a variação dos valores de diversas propriedades físicas
e químicas segue certa regularidade. Já os elementos de uma mesma família apresen-
tam propriedades químicas semelhantes e propriedades físicas que variam gradual-
mente.
As propriedades físicas dos elementos químicos, na maior parte das vezes, tendem


a depender de suas massas e de seus raios atômicos. Quanto às propriedades quími-
cas, elas tendem a depender do número de elétrons da última camada (camada de
valência) do átomo em seu estado fundamental.
Assim, o diagrama de Pauling, o qual distribui os elétrons em ordem crescente de
energia de seus subníveis, fornece informações tanto sobre as propriedades químicas
dos elementos quanto da posição que ocupam na tabela periódica.
O número n de níveis de energia que apresenta elétrons do átomo no estado fun-
damental está relacionado com o período da tabela periódica que o elemento ocupa.
Veja no quadro a seguir um exemplo.

Distribuição el etrônica (estado Número de níveis de Período que o elemento


Elemento

--
fundamenta l em ordem geom étrica) energia ocupados por el étrons ocupa na tabel a periódica
-
Li (Z =3) 1s2 2s 1 2 níveis segundo período

Af (Z= 13) 1s2 2s 2 2p6 3s2 3p 1


t 3 níveis
...
.. terceiro período
-

-
Sr (Z= 38) 1s 2 2s 2 2p6 3s2 3p6 3d 10 4s2 4p6 5s2 5 níveis quinto período

Observa-se ainda que o número de elétrons no nível mais energético do átomo


(estado fundamental) indica o grupo do elemento. De acordo com esse critério, pode-
-se classificar os elementos químicos em dois grupos: os elementos representativos
(típicos ou característicos) e os elementos de transição (transição simples ou transi-
ção externa ou de transição interna).
Elementos representativos: são aqueles que apresentam o elétron mais energético
(elétron de diferenciação) em subnível s ou p. O silício (Si) e o estrôncio (Sr) são
exemplos de elementos representativos.
Si (Z =14): 1s2 2s 2 2p6 3s2 3p 2
Sr (Z;:; 38): 1s 2 2s 2 2p6 3s 2 3p6 4s 2 3d 10 4p6 5s2
Por recomendação da IUPAC, os elementos representativos ocupam os grupos 1, 2,
13, 14, 15, 16, 17 e 18. Veja o quadro abaixo.

Configuração eletr ônica


Gr upo El ementos Fam ília
da camada de valência

Li, Na, K, Rb, Cs, Fr metais alcalinos ns1 (com n,! 1)*

2 Be, Mg, Ca, Sr, Ba, Ra metais alcalinos terrosos ns2 (com n ,é 1)

13 B, Af, Ga, ln, Te família do boro ns2 np 1

14 C, Si, Ge, Sn, Pb família do carbono ns2 np 2

15 N, P, As, Sb, Bi família do nitrogênio ns2 np3

16 O, S , Se, Ta, Po calcogênios ns2 np4


2 5
17 F, Ge., Br, 1, At halogênios ns np

18 He, Na, Ar, Kr, Xe, Rn gases nobres (raros ou inertes) 1s 2 e ns2 np6 (com n > 1)

*Apesar de o elemento hidrogênio apresentar configu ração eletrônica ls1, não é um metal
alcalino. Trata-se de um elemento representativo classificado à parte dos outros element os.

Estudo dos modelos atômicos 131

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Elementos de transiç ão (t ransição externa): possuem elétron de diferenc iação (elé-
tron mais energético) do átomo (estado fundamental) em subnível d incompleto, ou
seja, apresentam a seguinte distribuição eletrônica:
ns2 (n _ 1)d1 até a
O ferro é um exemplo de elemento de transição.
Fe (Z = 26): 1s2 2s2 2p6 3s 2 3p6 4s2 3d 6
Ao realizar a distribuição dos elementos cobre (Cu), prata (Ag) e ouro (Au) (família 11
da tabela periód ica), obtém-se, genericamente, a distribuição ns2 (n - 1)d9 . Natural-
mente, esses elementos tendem a apresentar como distribuição eletrônica mais está-
vel, em seus estados fundamentais, a distribuição ns 1 (n - 1}d 10 . Assim, a rigor, não
devem ser considerados elementos de transição, pois apresentam subnível d completo.
Da mesma forma, os elementos zinco {Zn}, cádm io (Cd} e mercúrio (Hg} (família 12
da tabela periódica} apresentam, genericamente, a distribuição eletrônica ns2 (n - 1)d 10 ,
no estado fundamental. Assim, a rigor, também não devem ser considerados elemen-
tos de transição, pois apresentam subnível d completo.
Elementos de t ransiç ão interna: possuem elétron de diferenciação do átomo (esta-
do fundamental) em subnível f incompleto, ou seja, apresentam a seguinte distribuição
eletrônica ns2 (n - 2)f1 aie 13 . O cério (Ce) é um exemplo de elemento de transição interna.

Ce (Z =58): 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s 2 3d 1º 4p6 5s2 4d 10 5p 6 6s2 4f2
É importante ressaltar que nem todos os elementos seguem a distribuição eletrôni-
ca regular do diagrama de Pauling. Entretanto, a posição que eles ocupam na tabela
periódica é a fornecida pelo diagrama de energia.
Veja o exemplo de d istribuição eletrônica para o elemento cobre:

29 Cu--+ 1s2 2s 2 2p 6 3s2 3p6 4s2 3d 9 (distribuição eletrônica esperada)

29 Cu --+ 1s2 2s2 2p6 3s 2 3p6 4s 1 3d 10 (distribuição eletrônica real)

Os elementos ( 70 Yb e 102 No) a present am distribuição eletrônica


ns 2 (n - 2)f 14• Assim, a rigor, não deve m ser cons ide ra dos e leme ntos
de transição inte rna , pois a presenta m s ubníve l f com pleto.

/ Atividades resolvidas\
R1. Faça a d istribuiç ão elet rônica dos átomos a seguir no estado fu ndamental e, em segui-
da, dê a sua localização na tabela periódic a.
a) 3 Li b) 38 S r e) 51 Sb

Resolução
a) Fazendo-se a distribuição eletrônica segundo o diagrama de energia, tem-se: 1s 2 2s 1 .
Existem elét rons d istri buídos em 2 níveis de energia, assim , o elemento está locali-
zado no seg undo período da tabela periódic a.
Como o lít io apresenta 1 elétron no último nível , ele é da família 1, ou seja, esse
elemento químico é um metal alcalino.
b) Usando o d iagrama de Pauling , temos:

1 s2 2s2 2p6 3s2 3p 6 3d 10 4s 2 4p6 5s 2 •

Há elétrons distribuídos em 5 níveis de energia, portanto, o elemento está no quinto


período da tabela periódica.
O estrôncio apresenta 2 elét rons no últ imo nível (camada de valência}, assim, ele é
da família 2, logo, um metal alcalino terroso.
)

132

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> e) Pelo diagrama de energia, a sua distribuição eletrônica é:

Há elétrons distribuídos em 5 níveis de energia, portanto, o elemento está na quinta


série (período} da tabela periódica.
O antimônio (Sb) apresenta 5 elétrons no último nível (camada de valência}, assim,
é da família 15 (ou 5A), logo, é um elemento da fam ília do nitrogênio.

R2. Faça a distribuição eletrônica real , ou seja, a mais estável para os elementos citados.
A seguir, classifique-os em representativos , transição e transição interna.

a) Escândio. e) Plutônio.
b) Crômio. d) Telúrio

Resolução
a) Consultando a tabela periódica, nota-se que o seu número atômico é 21. Assim, ao
distribuirmos os seus elétrons seguindo o d iagrama de Pauling, teremos a seguinte
distribuição eletrônica:

O escândio apresenta elétron de diferenciação em subnível d incompleto; dessa


forma, ele é um elemento de transição (transição externa ou transição simples).
b) Consultando a tabela periódica, nota- se que o seu número atômico é 24. Assim, ao
distribuirmos os seus elétrons seguindo o diagrama de Pau ling, teremos, a princí-
pio, a seguinte distribuição eletrônica:

24 Cr-t 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d 4 (distribuição eletrônica esperada)

Nesse caso, um elétron do subnível s da camada de valência sofre uma transição


eletrônica para o subnível d , próximo, de modo a adquirir a distribuição eletrônica
mais estável.

24 Cr -t 1s2 2s 2 2p6 3s2 3p 6 4s 1 3d 5 (distribuição eletrônica real)

O elemento crômio apresenta elétron de diferenciação em subnível d incompleto,


logo, é um elemento de transição (transição externa ou t ransição simples).
e) Consultando a tabela periódica, nota-se que o seu número atômico é 94. Assim , ao
distribuirmos os seus elétrons seguindo o d iagrama de Pauling, teremos a seguinte
distribuição eletrônica:

O elemento plutônio apresenta elétron de diferenciação em subnível f incompleto,


logo, é um elemento de transição interna.

d) Ao consultar a tabela periódica, determinamos que o seu número atômico é 52. As-
sim, ao distribuirmos os seus elétrons seguindo o diagrama de Pauling, teremos a
seguinte distribuição eletrônica:

Por apresentar elétron de diferenciação em subnível p, o telúrio é um elemento re-


presentativo.

Estudo dos modelos atômicos 133

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§
Atividades ~- Resotva as atividades no caderno.

1. Em 1829, o químico alemão Johann Wolfgang seu íon é o principal íon negativo encontrado
Dõbereiner propôs a primeira organização dos nos oceanos. Foi a primeira substância usada
elementos químicos. Escreva em seu caderno: intencionalmente como arma química e tam-
a) qual o nome dado para essa organização fei - bém é utilizado no tratamento de águas.
ta por Dõbereiner? Com base nessas informações sobre os elemen-
b) de que maneira Dõbereiner organizou os ele- tos químicos descritos em I e em li, é correto
mentos químicos? dizer que:
a) li é um gás nobre.
2. A lei das oitavas, proposta pelo químico inglês John
b) li possui a configuração eletrônica: (Xe]5d1 6s2 .
Alexander Reina Newlands em 1864, organizou
os elementos por ordem crescente de massa e) li possui um número atômico menor do que o
atômica em sete colunas dispostas lado a lado. de 1.
d) 1 e li se localizam em grupos diferentes da
H F Co&Ni Br Pd 1 Pt& lr tabela periódica.
u Na Cu Rb Ag Cs Os
Ga Mg Zn Sr Cd Ba&V Hg
6. Moseley organizou a tabela periódica em ordem
B Af y Ce&La u Ta Tf crescente de número atômico, d ividindo sua
e Si ln Zr Sn w Pb estrutura em 7 linhas e 18 colunas.
N p As Dy&Mo Sb Nb Bi a) Quais os nomes dados, respectivamente, para
o s Se Rh& Ru Te Au Th
linhas e colunas da tabela periódica?
Modelo da lei das o itavas de Newlands.
b) O que ocorre com os valores das propriedades
Que motivos levaram os c ientistas a abandona- dos elementos químicos que estão em uma
rem a lei das oitavas? mesma linha da tabela periódica? Que seme-
lhanças apresentam?
3. Em 1869, Mendeleiev e Meyer, paralelamente, e) E em uma mesma coluna?
previram que havia periodicidade dos elementos
em função de suas massas atômicas. Porém, / ., ................................ '.
Mendeleiev mereceu maior destaque. Qual o 'LI: esquisa Ç> \
motivo desse merecimento?
{OBQ-Júnior) É o elemento químico mais simples.
4. A lei periódica formu lada em 1913, pelo fís ico Na Terra, é o nono elemento em abundância,
inglês Henry Gwyn Jeffreys Moseley, é utilizada sendo responsável por 0,9% da massa de nosso
até os dias atuais. Cite a principal diferença en - planeta. No Universo, é o mais abundante: esti-
tre o critério de organização dos elementos se - ma-se em 75% da massa de toda matéria. Foi
gundo Mendeleiev e Moseley. preparado pela primeira vez por Paracelsus, al-
quimista suíço do século XVI , mas, somente em
1766, ele foi distinguido de outros gases inflamá-
veis pelo químico inglês Henry Cavendish. Alguns
(OBQ-Júnior) Os dois tópicos abaixo (1 e li) trazem anos depois, em 1781, o físico e químico francês
algumas informações sobre dois elementos quí- Antoine -Laurent de Lavoisier atribuiu-l he o nome
micos . pelo qual é designado até os nossos dias.
Adaptado de PEIXOTO. Eduardo M. A. Elemento Ouimico,
1) Foi descoberto, em 1818, por Johan August
Química Nova na Esc ola, 1,1995.
Arfwedson, em um mineral previamente des-
O elemento químico caracterizado no texto acima
coberto pelo naturalista e estadista brasilei-
possui configuração eletrônica de:
ro José Bonifácio de Andrada e Silva. Alguns
de seus sais são usados em certos trata- a) 1s0 b) 1s1 e) 1s2 d) 1s2 2s 1
mentos psiquiátricos e têm seu principal uso 8 . De acordo com seus conhecimentos, sem utili-
industrial na produção de pilhas e de graxas zar a tabela periódica, suponha que um ele-
lubrificantes . Possui um número atômico mento esteja localizado na coluna 17 {família
igual a 3 {Z =3). 7A), no quarto período. Faça a distribuição
li) Ele é um gás amarelo-esverdeado, nas condi - eletrônica para esse elemento e escreva seu
ções ambientes, tóxico e de forte cheiro. O número atômico.

134

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Classificacão
• dos elementos
De acordo com as propriedades químicas, os elementos podem ser classificados em
hidrogênio, metais, ametais (ou não metais) e gases nobres (gases raros ou inertes).


Hidrogênio
É um elemento que possui a propriedade de se combinar com metais e ametais.
Nas Condições Ambientais de Temperatura e Pressão (CATP), é um gás inflamável e
apresenta comportamento químico semelhante ao dos ametais. H
Hidrogênio
1 18
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He 1,01
1 ...,~
13 14 15 ,. 17 .,:
Li
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Metais
Os metais apresentam como principal característica química a tendência de perder
elétrons, formando íons positivos (cátions}.
Em geral, os metais costumam apresentar as seguintes características físicas:
• são bons condutores de eletricidade;
• são bons condutores de calor;
• são dúcteis (podem ser transformados em fios);
• são maleáveis (podem ser transformados em lâminas);
• possuem brilho metálico característico;
• em geral, apresentam elevada temperatura de fusão;
• tendem a ser sólidos nas Condições Ambientais de Temperatura e Pressão (CATP
25 ºC e 1 atm), com exceção do mercúrio (Hg), que é líquido nas CATP.

Estudo dos model os a t ômicos 135

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Ametais (ou não metais)
Os ametais apresentam como principal característica química a tendência em atrair
elétrons, formando íons negativos (ân ions}.
Em geral, os ametais costumam apresentar as seguintes características físicas:
• são maus condutores de eletricidade e de calor;
• são opacos;
• quando sólidos, fragmentam-se com certa facili dade;
• apresentam baixa temperatura de fusão.

5 6 7 8 9

B
Boro
e
Carbono
N
Nitrogênio
o
Oxigênio
F
Auor
10,81 12.01 14,01 16,00 19,00
14 15 16 17

Si
Silicio
p
Fósforo
s
Enxotre
Cf.
Cloro
28.09 30,97 32,06 35.45
33 ~ 35
As Se Br
Arsênio Selênio Bromo
74,92 78,97 79,90
52 53

Te 1
Telúrio lodo
-+- ~
127.60 126,00
2

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·N"oYb- -·-G, Tm i:;.
Tabela
Criptônio

- -- 7
·- - -· - - ·-· - - -
l"ln,,_
~
e.a~... 1 ... ~ ...
períodica atual.
83,8}

54

Xe
Xenônio
O elemento carbono, na forma de grafita, conduz corrente 131.29
elétrica. Tanto na for ma de g rafita como na de dia mante, 86
apresenta elevadas temperat uras de fusão e de eb ulição. Rn
Radônio
(2221
Gases nobres (g ases raros ou inertes)
Esses elementos, nas CATP, apresentam-se no estado gasoso. Sua principal carac-
terística química é a alta estabi lidade, de maneira que possuem pequena capacidade
de combinar-se com outros elementos químicos.

Ocorrência dos elementos


Dos 118 elementos oficialmente reconhecidos pela IUPAC, 88 são naturais e os demais,
artificiais (produzidos em laboratório). Os elementos artificiais são classificados em:
• cisurânicos: apresentam número atômico inferior a 92 (urânio). São os seguintes: tecnécio - Te
(2 = 43); promécio - Pm (2= 61); astato - AI (2 =85) e frâncio - Fr (2=87).
• transurânicos: atualmente são 26 elementos e apresentam número atômico superior a 92.

136

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1. Com essa questào,
Propriedades periódicas e aperiódicas espera-se que os
alunos expressem seus
1 Para você, o que significa o termo periódico? conhecimentos sobre
periodicidade baseados •
2 Cite uma situação do seu cotid iano que está relacionada à periodicidade. em sua vivência.

Como vimos, a tabela periódica organiza os elementos químicos em função de seus ~~:~i~:r~~ e~~scitaram ~
••
situações relacionadas
números atômicos (lei da periodicidade de Moseley). Nela, os elementos químicos são a eventos que ocorrem
repetidamente, em
organizados de forma que fiquem agrupados de acordo com as semelhanças em suas determinados períodos
características, o que, na prática, permite prever alguns comportamentos. Por exem - de tempo.
2. Escreva na lousa as
plo, é possível prever que os elementos do grupo 17 (halogênios) tenderão a apresen- situações citadas pelos
tar seus átomos, no estado fundamental, com sete elétrons na camada de valência e alunos e verifique a
pertinência de cada uma
que, provavelmente, todos os elementos do grupo 17 reagirão de maneira semelhante. delas. Avalie cada uma
em conjunto com os
A organização da tabela periódica permite levantar algumas hipóteses sobre a se- alunos, baseados nos
melhança de algumas propriedades químicas e fís icas. Mesmo que de forma simplísta, argumentos que citaram
na questão anterior. Eles
isso permite prever se um dado elemento apresenta propriedades metálicas ou não podem citar situações
como o ciclo lunar, a
metálicas, ou se comporta como um gás nobre. sucessão dos dias e
das noites, a circulação
Assim, o estudo da tabela periódica permite observar que há propriedades periódi- de revistas e jornais,
cas e aperiódicas, as quais podem ser utilizadas para relacionar as características dos entre outras.
elementos com suas estruturas atômicas. As propriedades periódicas são aquelas
cujos valores crescem e decrescem, voltando a se repetir, em função do aumento (ou
diminuição) do número atômico. Entre as propriedades periódicas químicas, tem-se:
raio atômico, eletropositividade, eletronegatividade, energia de ionização e afinidade
eletrônica.
Já nas propriedades aperiódicas, os valores variam à medida que há variação dos
números atômicos, mas não tendem a se repetir em períodos mais ou menos regula-
res. A massa atômica e o calor específico são exemplos de propriedades aperiódicas.
Vamos analisar graficamente a massa atômica em função do número atômico de
alguns elementos da tabela periódica. Se consultarmos a tabela periódica e, para
cada elemento químico, lançarmos o valor do número atômico na abscissa e a sua
respectiva massa atômica na ordenada, teremos o seguinte gráfico:

Massa atômica em função do número


atômico de elementos químicos
\
Massas atômicas A análise de um gráfico de
(u)
determinada propriedade em
40
função do número atôm ico
1 / permite concluir se ela

~
V apresenta característica
periódica ou aperiódica. Em
-
30
v /1 geral, gráficos de propriedades
químicas periódicas e
V
/ aperiódicas apresentam, em

20
1 / suas coordenadas, os valo res da
propriedade estudada na

/
V ordenada e os números
atômicos (número de prótons ou
/
10
v carga nuclear), na abscissa.
/
/ V 1

o 1 1 1
Números atômicos (2) Gráfico elaborado com base em: ATKINS, P.;
2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 JONES, L. Princípios de química:
Questionando a vida moderna e o meio
ambiente. 3. ect. Porto Alegre: Bookman, 2006.

Ao observarmos esse gráfico é possível perceber que se trata de uma propriedade


aperiódica, pois os valores de massas atômicas não obedecem à posição na tabela
periódica, ou seja, não se repetem em períodos regulares.

Estudo dos modelos atômicos 137

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Se representarmos, por meio de um gráfico, o raio atômico em função do número
atômico, teremos o seguinte gráfico:

Raio atômico em função


do número atômico
Medldas do ralo at6mlco
(om nanlmetros • mi)

0,3, 11 petfodo
..
p,erfodo
S•
período
6"
perlodo

(s

elementos
0,2 de transição

At

3. Auxilie os alunos na
análise do gráfico. Br
Espera-se que eles 0,1
C!
percebam que os
valores numéricos dos
raíos atômicos crescem
e decrescem, em
função dos números Gráfico elaborado com
base em: RUSSELL, J. B.
atômicos, voltando a se o~----.---..----r--..----.---r-----.----,,-----, Número at.õmlco Química geral. 2. ed.
repetir em intervalos 10 20 30 40 50 60 70 80 90 (Z) São Paulo: Pearson.
mais ou menos 2004. p. 309.
regulares.
4. Espera-se que os 3 O que acontece com os valores numéricos dos raios atômicos com a variação
alunos percebam que a
análise do dos números atômicos dos e lementos q uímicos?
comportamento gráfico 4 De acordo com o gráfico, você classificaria o raio atôm ico como uma proprie-
do raio atômico se
aproxima do dade periódica ou aperiódica? Por quê?
comportamento
esperado para uma Iniciaremos nosso estudo das propriedades periódicas químicas pelo raio atômico
propriedade periódica; e, a seguir, estudaremos eletropositividade, eletronegatividade, energia de ionização e
assim, o raío atômico é
estudado como uma afinidade eletrônica.
propriedade periódica.
Raio atôm ico
1
O raio atômico de um elemento é definido como metade da distância entre os nú-
J.. cleos de átomos vizinhos. A medida do raio de um átomo isolado não é feita com
~ exatidão, pois a eletrosfera não apresenta limite determinado. Sendo assim, pode ser
., 1
1
obtida considerando-se a metade da distância entre os núcleos de dois átomos liga-
:+-ti dos do mesmo elemento químico. Para medir o raio atômico, utiliza-se a técnica de
tr = - 1
1 2 1 difração de raios X sobre uma amostra contendo átomos ou íons de um elemento
d químico. Ao final dessa técnica, obtém-se em uma chapa fotográfica a impressão dos
núcleos atômicos do material e indica a distância internuclear (d). Em geral, essa dis-
Representação da medida
do raio atômico médio. tância é medida em nanômetros (nm) ou em picômetros ( 10-12 m).
No estado fundamental, os átomos dos elementos de um mesmo grupo da tabela
periódica tendem a apresentar o mesmo número de elétrons na camada de valência,
Este esquema é uma porém apresentam número de nfveis eletrônicos diferentes. Assim, no estado funda-
representação artística.
As cores e os tamanhos mental, esses átomos estão em períodos distintos. Por exemplo, para o grupo 1 da
são representativos.
tabela periódica. o hidrogênio está no primeiro período, pois apresenta 1 nível de
energia; o lítio está no segundo período, pois apresenta 2 níveis de energia; o sódio
está no terceiro período (3 niveis de energia); o potássio está no quarto período (4 níveis de
energia); etc. A imagem abaixo apresenta o aumento do raio atômico nos grupos 1 e 2.
Mg Ca Sr Ba


Be
grupo 2

Li Na K Rb
Os fonnatos e as cores H Esquema q ue representa
utilizadas para representar os grupo 1 o
raios atômicos são artísticos e o aumento do raio
não correspondem à reaJidade. a tôm ico nos grupos 1 e 2.

138

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De modo geral, estima-se que, na tabela periódica, o raio atômico tenda a aumen-
tar de cima para baixo, pois nesse sentido aumenta o número de níveis de energia dos
átomos (estado fundamental) e decrescem da esquerda para direita devido ao aumen -
to no número atômico.
Representação da


tendência de variação do
raio atômico na tabela
O esquema ao lado é uma
periódica.
representação si mpliticad a e
representativa com o objetivo
raio atômico de indicar a variação do raio
atômico_ As cores utilizadas
não correspondem às reais.

Carga nuclear efetiva


No estado fundamental, os átomos dos elementos de um mesmo período apresen-
tam número igual de níveis de energia. Dessa forma, o número de níveis energéticos
não pode ser o único critério para comparar os raios atômicos. Costuma-se, nesse
caso, considerar a carga nuclear efetiva (ze1), a qual considera que as atrações entre
prótons e elétrons e a repulsão entre elétrons afetam os valores dos raios atômicos.
Para um átomo no estado fundamental , o cálcu lo da carga nuclear efetiva considera a
atração entre a carga nuclear e os elétrons da camada de valência, além de conside-
rar que os elétrons dos níveis internos blindam a atração que o núcleo exerce pelos
elétrons da camada de valência. Assim, o cálculo da carga nuclear efetiva é dado por:

em que:
• Z e1 é a carga nuclear efetiva;
• Z é a carga nuclear total (número atômico):
• S é o número total de elétrons dos níveis internos.

S Considere o n úmero t o tal de elétron s dos níveis internos (S) d e algu ns dos ele-
mentos do terceiro período da tabela periódica.

Na Mg Af. Si p s ce Na Mg Ae Si P S Cl'.

s 10 10 10 10 10 10 10 zef 2 3 4 5 6 7

Calcule a carga nuclear efetiva (Ze1) desses elementos . Para isso , utilize as in-
formações do quadro anterior e pesquise na tabela periódica o número atôm ico
de cada um desses elementos.

Em termos gerais, o aumento da carga nuclear efetiva (Ze1) aumenta a atração do ~ -


núcleo sobre os elétrons da camada de valência. Com isso, o raio atômico diminui. U ~
As cores e os fonnatos
utilizados para representar os
É possível estimar que, em um período, o raio atômico tende a aumentar no sentido átomos são artísticos e não
correspoodem à realidade.
da menor carga nuclear efetiva, pois nesse sentido a atração do núcleo sobre os elé -
trons da camada de valência diminui. Conclui-se então que o raio atômico em um
dado período da tabela periódica tende a aumentar da direita para a esquerda.

Em geral, as medidas
11 12 13 14 15 16
de raios atômicos são
Na Mg A-f 17


Si p dadas em picômetro
s e.e

(pm) ou e m
nanômetro (nm);
Se 1 nm =10-9 m ,
Representação dos raios atômicos de alguns elementos do terceiro período da tabela periódica. então 1 nm =1 000 pm.

Estudo dos modelos atômicos 139

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Entre átomos (no estado fundamental) que possuem a mesma carga nuclear efetiva
(ze,) e omesmo número de níveis energéticos , deverá ter maior raio atômico (RA) o
que apresentar menor carga nuclear (Z). Assim:

Em ger al, os gases n obr es apresentam


z s z.t RA (pm)'
os m aiores v alores de ra ios atôm icos
em cada período. Isso ocorre p orque,
Cálcio 20 18 2 194
nas mesmas con dições de t em peratu ra
e pressão, os gases nobr es se
Ferro 26 24 2 156 apresentam como átom os isolados
bastante afast ados uns dos outros.
. • - 12
•pm = picometro :::;, 1 pm = 1O m

Raio atômico e raio iônico


Ao variar o número de elétrons, os átomos podem se transformar em íons positivos
(cátions) ou negativos {ânions). Isso faz que seus raios variem de tamanho.
Quando um átomo de determinado elemento perde um ou mais elétrons, se trans-
forma em cátion. Dessa forma, há um aumento em sua carga nuclear efetiva, o que
resu lta na diminuição do raio. Assim, o raio do cátion {raio catiônico) deve ser menor
que o raio do átomo desse elemento.
Veja a seguir um exemplo.
• átomo de cálc io - Ca (Z = 20):
Representação do
átomo de cálcio (Ca). 1s2 2s2 2p 6 3s 2 3p6 4s2 (18 elétrons internos)
Calculando-se a carga nuclear efetiva, obtém-se:

Ze1 =Z- S:::;. Ze1 = 20 - 18:::;. Ze1 = 2


• cátion de cálcio - Ca2 + (Z = 20):

1s2 2s2 2p 6 3s 2 3p6 (10 elétrons internos)


Calculando-se a carga nuclear efetiva, obtém-se:
Representação do
cátion de cálcio ( Ca 2· ) . ze, = Z - S ::> ze, = 20 - 10 ::> ze, = 10
Note que a carga nuclear efetiva do cátion é maior que a do átomo do elemento que
lhe deu origem, logo, o raio do cátion é menor que o raio do átomo desse elemento.
Quando um átomo de determinado elemento recebe um ou mais elétrons, se trans-
forma em ânion, porém não há alteração de sua carga nuclear efetiva, mas há blinda-
gem parcial, o que acaba resultando em aumento do raio. Assim, o raio do ânion deve
ser maior que o raio do átomo desse elemento.

Representação do
Veja a seguir um exemplo.
átomo de cloro (Cf). • átomo de cloro - ce (Z ;::; 17):
1s2 2s2 2p6 3s 2 3p5 (10 elétrons internos)
Calculando-se a carga nuclear efetiva, obtém-se:
z e, = Z - S ::> ze, = 17 -10 ::> ze, = 7
• ânion de cloro - ce.- (Z = 17):

1s2 2s2 2p 6 3s2 3p6 (10 elétrons internos)


Calculando-se a carga nuclear efetiva, obtém-se:
Repres entaçã o do
ânion de cloro ( ce) ze, = Z- S ::> z e, = 17 -10 ::> ze, = 7
Note que a carga nuclear efetiva do ânion é a mesma que a do átomo do elemento
que lhe deu origem, porém, ao receber um elétron no terceiro nível, há expansão nes-
Os esquemas apresentados
nesta página são representações se nível porque aumenta a repu lsão elétrica. Assim, o raio do ânion é maior que o raio
artísticas. As cores utilizadas
não correspondem às reais. do átomo desse elemento.

140

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Série de íons isoeletrônicos
Os íons de uma série isoeletrônica apresentam o mesmo número de elétrons e o
mesmo número de níveis energéticos. Dessa forma, a diferença está na carga nuclear
(número atômico) desses íons. Sabe-se que quanto maior a carga nuclear de um íon,
maior será a carga nuclear efetiva e, consequentemente, maior será a atração do nú-
cleo pelos elétrons da camada de valência, resultando em raio menor.
Veja a seguir dois exemplos.
• Os cátions isoeletrônicos (10 elé-
trons na eletrosfera) dos elementos
alumínio, magnésio e sódio apresen-
• Os ânions isoeletrônicos (1 O elétrons
na eletrosfera) dos elementos flúor,
oxigênio e nitrogênio apresentam as

tam as seguintes características. seguintes características.

1- 02- 3-
Na 1+ F N

z 13 12 11 z 9 8 7

s 2 2 2 s 2 2 2

z.1 1 11 10 9 7 6 5
------1
RA {pm) 39 57 RA (pm) 138 146

Eletropositividade ou caráter metálico


6 Em sua opin ião , os átomos dos elementos q uímicos perdem elét rons c om a 6. Com essa atividade,
mesma facilidade? Por quê? espera-se que os
a lunos relacionem a
A eletropositividade é a capacidade que um átomo possui de se afastar dos elé- atração eletrostática à
tendência dos átomos
trons, ou perder elétrons de sua camada de valência, em comparação a outro átomo de perder elétrons. Nem
todos os átomos de
de elemento químico diferente, por ocasião da formação de um composto. e lementos quím icos
Durante o estudo do raio atômico, vimos que: perdem elétrons com a
mesma facilidade. Essa
• quanto maior o raio atômico, menor será a atração eletrostática (núcleo/elétrons tendência varia de
acordo com a
da camada de valência). assim, maior será a facilidade do átomo em perder elé- intensidade das
atrações eletrostáticas
trons, logo, maior será a eletropositividade. (núcleo/elétrons da
• quanto menor o raio atômico, maior será a atração eletrostática (núcleo/elétrons camada de valência).

da camada de valência). assim, menor será a facilidade do átomo em perder elé-


trons, logo, menor será a eletropositividade.
Pode-se. então, concluir que:

Em geral, quanto maior o raio atômico, maior a eletropositividade.

Em geral, na tabela periódica, a eletropositividade (caráter metálico) tende a aumen-


tar de acordo com o esquema apresentado abaixo.

Tendência dos
sentidos de aumento
da eletropositividade
nos grupos e períodos
da tabela periódica.

eletropositividade

.
~
e

Estudo dos modelos atômicos 141

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Eletronegatividade
A eletronegatividade é a capacidade que um átomo possui de atrair elétrons, ou
ganhar elétrons para perto de si, em comparação a outro átomo de elemento químico
diferente, por ocasião da formação de um composto.
7 Qual é o átomo que atrai mais fortemente um elétron para si, um átomo grande
ou pequeno? Por quê? Um átomo pequeno tem raio menor. Quanto menor o raio atômico,
maior a intensidade da atraçào do elétron, pois estará mais próximo da carga positiva do núcleo.
De acordo com as variações do raio atômico dos elementos, tem -se:
• quanto maior o raio atômico, menor será a atração eletrostática (núcleo/elétrons
da camada de valência), assim, menor será a capacidade do átomo em receber
elétrons, logo, menor será a eletronegatividade.
• quanto menor o raio atômico, maior será a atração eletrostática (núcleo/elétrons
da camada de valência), assim, maior será a capacidade do átomo em receber
elétrons, logo, maior será a eletronegatividade.
Pode-se, então, concluir que:

Em geral, quanto menor o raio atômico, maior a eletronegatividade.

-l .
Em geral, na tabela periódica, a eletronegatividade tende a aumentar de acordo
com o esquema abaixo:

Tendência dos sentidos de aumento


dca eletronegatividade nos grupos e
•. períodos da tabela periódica.

·3 s>

,________________. ::.
e letronegatividade ~ ,3
,!!

As exceções às tendências de variações da eletronegatividade são: o hidrogênio (nú-


cleo com um só próton) e os gases nobres (átomos com alta estabilidade na eletrosfera).
Após inúmeros experimentos com o objetivo de quantificar a tendência que os áto-
mos apresentam de atrair elétrons para si, Linus Pauling criou uma escala de eletrone-
gatividade. Nessa escala, os átomos do elemento flúor apresentam o valor 4,0, que é
o maior valor da escala de Pauling.
Esquematicamente, na tabela periódica, esses valores podem ser representados
por meio do esquema:

Eletronegatividade de Linus Carl Pauling '

. l0 - 4.0
2.0- 2.9
· 1.5-1.9
. <1.5

Gráfico elal>orado com base em:


BROWN, T. L et ai. Química: a
ciência central. 9. ed. São Paulo:
Pearson. 2007. p. 262.

142

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Já vimos anteriormente que os átomos de um elemento químico podem perder ou
receber elétrons formando íons; isso ocorre com variação de energia.
8 Para se retirar um elétron de um átomo, é necessário fornecer energia a esse
át omo ou retirar energia dele? Por quê?
É necessário fornecer energia para que esse elétron se excite e passe para níveis mais energéticos até ser retirado.

Energia de ionização
A energia de ionização (E!) ou potencial de ionização (PI ) é a mínima energia neces-
sária para remover um elétron de um átomo isolado (ou íon isolado) no estado gasoso.
Assim, genericamente:

x0 (g) + energia (E 1) ~
1+
X (g) + e- (primeira energia de ionização)

1+ 2+ _
X (g) + energia (E2 ) ~ X (g) + e (segunda energia de ionização)

Quanto maior for o raio atômico (RA), menor será a atração eletrostática (núcleo/
elétrons da camada de valência), assim, menor deverá ser a energia necessária para
remover esse elétron.

Em geral, quanto maior o raio atômico, menor a primeira energia de ionização.

Em cada período da tabela periódica, os gases nobres apresentam os maiores va-


lores de energia de ionização, pois seus elétrons são mais fortemente atraídos, exigin-
do maior quantidade de energia para removê-los.

Tendência dos sentidos de aumento


da ener15ia de ion izaçào nos 15rupos
e períodos da tabela perió dica.

Para element os que


~ ocupam o mesmo
"õ e
grupo da tabel a
.__ _ _e_n_e_
ris_ia_ d_e_ i_o_
n i_za ~ jj
_ç_ã_o _ _ _ _
periódica, quanto
menor for o raio
atômico, ma ior a
Para o mesmo período da tabela periódica, à energia de ionização.
Energia de ionização dos '
medida que o número atômico aumenta, a primei- elementos químicos
ra energia de ionização também aumenta. Assim,
é possível estimar que as energias de ionização
podem ser representadas por meio de um gráfico,
como o apresentado ao lado.
As energias envolvidas na retirada do segundo
elétron são maiores que a energia necessária para
retirar o primeiro elétron de um átomo. Considere
I 2500
um átomo (no estado fundamental) do elemento } 2000
magnésio, no estado gasoso, o qual possui a prin- .g
~ 1500
cípio três níveis energéticos e dois elétrons em :~ 1000
seu nível mais externo (3s2 ) . Assim: "'
,:,

·e
"' 500
O 1+ "'
&i o
Mg (g) + 738 kJ/mol ~ Mg (g) + e
(primeira energia de ionização)
1+ 2+
Mg (g) + 1450 kJ/mol ~ Mg (g) + e
(segunda energia de ionização)
2+ 3+
Mg (g) + 7730 kJ/mol ~ Mg (g) + e
Gráfico elaborac!o com base em: BROWN. T. L. et ai.
(terceira energia de ionização) Quimica: a ciência central. 9. ed. São Paulo: Pearson. 2007. p. 228.

Estudo dos modelos atômicos 143

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Os valores de energia de ionização indicados são experimentais.
Observa-se que:
• à medida que o íon vai se tornando cada vez mais positivamente carregado, é
necessária uma quantidade de energia cada vez maior;
• após a retirada do segundo elétron, têm-se o cátion bivalente do magnésio
( Mg2 +). que passa a ter dois níveis energéticos, sendo o segundo, agora o mais
externo, estável com a valência completa. Por isso, o valor da terceira energia de
ionização é muito maior que o valor da segunda energia de ionização.

1ª EI < 2ª EI < < < 3ª EI

Eletroafinidade ou afinidade eletrônica


Ao capturar elétrons, um átomo de um elemento se transforma em ânion. Quando
um átomo gasoso (no estado fundamental) captura um elétron, a energia envolvida li-
berada (valor negativo) é chamada eletroafini dade (EA).
A equação a seguir representa o fenômeno da eletroafinidade para um átomo (esta-
do fundamental} genérico X, no estado gasoso:
O _ 1-
x (g) + e -. X (g) + energia (eletroafinidade)

Em geral, quanto menor o raio atômico, maior a sua eletroafinidade, pois o núcleo
estará mais próximo do nível de valência, o que tenderá a fazer o átomo receber
elétron(s) com maior facilidade.
De modo geral, a eletroafinidade na tabela periódica pode ser dada seguindo o
esquema a seguir.
A medida experimental da afinidade eletrônica é bastante difícil e, por isso, não são
conhec idos os seus valores para todos os elementos químicos.

Tendência dos
sentidos de aumento
da eletroafi nidade nos
grupos e períodos da
t abela periódica.

eletroafinidade j
is
......
'------------------'tt~
A energia envolvid a na captura de dois elétrons a partir de um átomo (no estado
fundamental) genérico X, no estado gasoso, pode ser representada por:
O 1-
x (g) + e -. X (g) + energia E 1 (primeira eletroafinidade (1il EA))
1- 2-
x (g) + e -. X (g) + energia E2 (segunda eletroafinidade (2ª EA))
É possível estimar que: 1íl EA > 2.i EA

O valor da eletroafinidade é negativo. Quanto maior a tendência de um átomo em


atrair elétrons, mais negativa será a eletroafinidade.

9 Consu lte a tabela periódica e identifique as seguintes informações sobre o ele-


mento quím ico enxofre: símbolo, número atômico, massa atômica, nú mero de
elét rons do átomo neutro, nú mero de elétron s na camada de valência, núm ero
de níveis de energia, período, grupo e tipo de e lemento (representativo, transição
o u t ransiç ão interna). Símbolo: S, número atômico: 16, massa atômica: 32 u, 16
elétrons, 6 elétrons na camada de valência, 3 níveis de energia,
terceiro período, grupo 16 (calcogênios) e representativo.
144

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Química em foco

Elementos da tabela periódica


no dia a dia de alguns profissionais
Os elementos químicos presentes na tabela periódica são os constituintes de toda
a matéria existente no nosso planeta. A matéria é formada nas substâncias e mate-
riais utilizados como matéria-prima nas atividades cotidianas de muitos profissionais.

~ ................. ............................................... ............................... .


1 " "orreção da acidez do solo, por exemplo, pode

ser feita por calagem, que consiste na utilização
de óxido de cálcio (CaO), de acordo com a
orientação do agrônomo. Durante o processo de
adubação, esse profissional indica o uso de
materiais que contenham macronutrientes,
essenciais para o desenvolvimento das plantas.
Entre os elementos que compõem esses
macronutrientes, destacam-se o nitrogênio (N), o
fosfóro (P) e o potássio (K).

Agricultor e e ngenheiro
agrônomo cuidando do solo.

c · ·---.. .. . . .... ............ . . . ....... .. . . . ........ .... . . ............... . .


1 1'1d Medicina diagnóstica, o elemento iodo (1) pode

ser utilizado no diagnóstico de problemas na


glândula tireoide. Para isso é bastante utilizado o
isótopo de iodo-131, que é um radioisótopo que
emite partículas beta e radiações gama. Trata-se
de um exame de cintilografia em que o paciente
ingere uma solução contendo esse radioisótopo e,
por meio de um detector, verifica-se a quantidade
de iodo absorvido e a sua distribuição na glândula.
Assim, o iodo estará agindo como um radiotraçador.
Esse isótopo é utilizado ainda em radioterapia como
técnica auxiliar no tratamento de câncer da tireoide.

Médica fazendo ultrassom


na tireoide de uma paciente.

~ ~-~~;·i~~~~ - ~~;;;;~~. ~~ii~~-;;:;~;~·;;~;~-~~~................ . . . . .


apresentam o elemento mercúrio (Hg) e pó de
prata (Ag) para fazer uma liga metálica chamada
amálgama de prata, que serve para fazer
obturações por serem mais resistentes às cáries.
Os dentistas também usam amálgamas de ouro.
Os amálgamas são ligas que contêm mercúrio.

Odontologis ta fazendo obturação com


amálgama em uma paciente.

Estudo dos modelos atômicos 145

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§
Atividades ~- Resotva as atividades no caderno.

9. A tabela periódica é dividida em metais, ametais, 13. Foram selecionados alguns conjuntos de diferen-
gases nobres e hidrogênio. Descreva as princi- tes elementos químicos:
pais características dos elementos químicos que 1) Ca, F, O e Li. IV) Na, Ar, Be e B.
encontram-se em cada uma dessas divisões da li) Mg, N, 1 e Na. V) Fr, Cr, Hg e F.
tabela periódica. Ili) K, Br, H e Ba.
~

[L Qual desses conjuntos apresenta, respectiva-

n- mente, a sequência: metal alcalino terroso, ha-


logênio, calcogênio e metal alcalino?
1 a) I b) II c) III d) IV e) V
1
1
14. "Em geral, quanto maior o número de níveis ener-
géticos, maior tenderá a ser o tamanho do átomo."

l l l l l l li l l l l l l l l
Divisào da tabela periódica.
a) Essa afirmação está relacionada a qual pro-
priedade periódica?
10. Observa-se que fios metálicos são usados nas li- b) Em uma mesma família, essa propriedade
nhas de transmissão elétrica. Com base nas tende a aumentar em qual sentido (de c ima
propriedades dos elementos químicos estudados para baixo ou de baixo para cima)?
neste capítulo, explique por que os fios de eletri- e) De acordo com a resposta da alternativa b,
cidade são feitos de metais e não de outro tipo justifique por que o aumento ocorre no sen-
de material. tido escolhido.

11. (UEPG-PR) Dadas as configurações eletrônicas 15. Considerando-se as cinco distribuições eletrôni-
dos elementos químicos abaixo, identifique a cas (em estado fundamental) a seguir, identifique
alternativa correta. a alternativa que contém o elemento químico que
1) 1s2 2s 2 2p 4 Ili) 1s2 2s 2 2p6 3s2 3p4 tende a apresentar o maior raio atômico.
li) 1s2 2s 2 2p6 3s 2 IV) 1s 2 2s 2 2p6 3s2 3p6 4s 1 a) 1S 2 2s 2 2p6 2 2 s 2 s
d) 1s 2s2p3s3p
a) O elemento li pertence à família 1A. b) 1s 2 2s 2 2p 6 3s 1
e) 1s 2 2s 2 2p6 3s 2 3p5
b) Os elementos I e Ili são halogênios. e) 1s2 2s 2 2p 6 3s 2 3p 4
e) Os elementos li e Ili pertencem ao mesmo
período. 16. Espécies isoeletrônicas são átomos e/ou íons que
d) O elemento Ili apresenta o maior raio atômico. apresentam o mesmo número de elétrons. São
e) O elemento IV é o mais eletronegativo. dadas as seguintes espécies isoeletrôn icas:
Ca2+, C{( e K+. Consulte a tabela periódica e,
12. O raio atômico varia quando o átomo perde ou em seu caderno, escreva a alternativa que está
ganha elétrons e, nesse caso, passa a se deno- correta.
minar raio iônico, pois os átomos passam a
a) Ca2 + apresenta o maior raio iônico.
apresentar desequilíbrio eletrostático (número de
cargas positivas é diferente do número de cargas b) Cf.- apresenta o maior raio iônico.
+
negativas). Assim, passam a ser íons e adquirem e) K apresenta o maior raio iônico.
carga positiva ou negativa por meio dessa perda d) Cf. apresenta o menor raio iônico.
ou ganho. respectivamente. Considere os se-
guintes íons: 17. Certo átomo de um elemento químico é menos
1) 9 F eletronegativo que o átomo do elemento nitrogênio.
e tende a apresentar as seguintes características :
a) Faça a distribuição eletrônica dos íons apre- possui raio atômico menor que o raio do átomo do
sentados, em ordem crescente de energia elemento lítio e o valor de sua afinidade eletrônica
dos subníveis.
é maior que a do elemento boro. Escreva em seu
b) Coloque os íons em ordem crescente de raio caderno qual deve ser esse elemento.
iônico.
a) Carbono. e) Flúor. e ) Alumínio.
e) Explique a organização dos raios baseando-se
b) Enxofre. d) Magnésio.
no conceito de carga nuclear efetiva.

146

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44·i!ili§lli•mi,ii t%P/. . G~.~~~·~~.b~~~··~·~·~~~·~~Li·~~·~a~~······························
V
~ Conhecendo


Os gases nobres são um conjunto de elementos pertencentes ao grupo 18 da tabela periódica,
que têm como principal característica química a alta estabi li dade. São elementos relativamente
raros e são os únicos encontrados na natureza na forma de átomos isolados. Também são con-
siderados nobres por serem inertes e possuírem pequena capacidade de combinar-se com outros
elementos químicos, além de não apresentarem tendência para doar nem para receber elétrons.
Os gases nobres são elementos que apresentam oito
elétrons na sua camada de valência, com exceção do hé-
lio, que apresenta apenas dois. Essa é a razão para serem
tão estáveis. A seguir vamos conhecer cada um deles e
algumas de suas aplicações.

Estudando
O hélio é o segundo elemento mais abundante no Uni-
verso, ficando atrás apenas do hidrogênio. Esse elemen-
to foi detectado pela primeira vez em 1868 pela análise
do espectro solar; o nome desse elemento vem da pala-
vra grega helios, que significa Sol. O hélio é um gás não
inflamável e apresenta uma densidade menor que a do
ar, o que o torna mais leve, por isso, geralmente utiliza-se
esse gás para encher balões, fazendo-os subir.
Misturando-se gás hélio com gás oxigênio tem-se o
Bal ões inflados gás composto conhecido como Heliox, utilizado no trata-
com gás héli o. mento de pacientes com asma. Essa mistura também é
utilizada nos cilind ros de mergulho em alta profundidade.
O neônio é o segundo elemento do grupo 18 da t abe-
la periódica. Seu nome provém da palavra de origem gre-
ga neos, que significa novo. Trata-se de um gás incolor.
No entanto, se ele estiver em um tubo à baixa pressão e
passar por ele uma corrente elétrica, emite uma luz laran-
ja-avermelhada. As diferentes tonalidades que vemos nos
letreiros de néon são obtidas com misturas de outros ga-
ses. Por exemplo, neônio com mercúrio resulta na cor
azul; já a cor violeta é resultado da mistura de neônio e
gás carbôn ico. O neônio líquido é usado comercialmente
A luz laranja-avermel hada presente nos como um importante agente criogênico por refrigerar cer-
letreiros de néon é uma característica filamento de
do gás n eônio. ca de três vezes mais que o hidrogênio líquido.
O argônio é o terceiro gás mais abundante da atmosfe-
ra terrestre, e sua forma pura é obtida pela destilação
fracionada do ar líquido. Seu nome deriva da palavra gre-
argônio ···· ........ .
ga argos, que significa inativo.
Geralmente utiliza-se argônio para preencher o bulbo
de lâmpadas incandescentes a fim de evitar a corrosão
do filamento de tungstênio. Também é usado na preser-
O gás argônio est á
presente no interior vação de documentos históricos guardados em câmaras,
de l âmpadas pois, como é inerte, ele inibe a degradação.
incan descentes.

Estudo dos modelos atômicos 147

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O criptônio, do grego kryptos, que significa
escondido, é um dos gases mais raros da at-
mosfera terrestre. Portanto, seu alto custo de
produção faz que ele seja pouco aplicado. Ele
geralmente é usado em lâmpadas de flash para
fotografias em alta velocidade.
Mesmo sendo um gás inerte, o criptônio pode
reagir com o gás flúor em condições especiais,
formando o difluoreto de criptônio KrF 2 , utilizado
em alguns lasers. Na medicina, o laser de crip-
tônio é usado para cirurgia da retina dos olhos.
Por causa da sua grande potência de ilumina-
ção, também se aplica o criptônio nos sistemas
de iluminação das pistas dos aeroportos. Pist a de aeroporto cuj o sist ema de
iluminação apresenta criptôn io.
O gás xenônio, cujo nome se origina da pala-
vra grega xenos, que significa estrangeiro, é muito
utilizado na fabricação de dispositivos emissores
de luz, tais como lâmpadas bactericidas e lâm-
padas para mergulho, além de ser usado como
anestésico em anestesia geral. O xenônio tam-
bém está presente em televisores de plasma e
em alguns sistemas de visão noturna.

Imagem capturada por


sistema de visão noturna.

O radônio, cujo nome é uma derivação do


elemento rádio, é um gás radioativo que pode
provocar câncer nos pulmões se for inalado.
Proveniente do decaimento radioativo do urâ-
nio e do tório, elementos presentes em forma-
ções rochosas de granito, esse gás é bastante
comum em construções, como a Grand Central
Station, em Nova Iorque, pois utilizam esse tipo
de rocha. O radônio é empregado no tratamen-
to de alguns tipos de câncer (braquiterapia) e é
usado em sismógrafos como fonte de nêutrons.
Como o radônio é incolor, alguns locais, como
casas e edifícios, utilizam equipamentos para
2. Os gases
nobres detectar esse gás.
apresentam Detector de radônio, utilizado para af erir
a última a concentração desse gás no ar.
camada de
valência
totalmente 1. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos, ao lerem a seção, percebam a
preenchida, Conversando importãncia de cada um desses gases e c item argumentos que justifiquem a escolha,
sendo seja pela presença deles nas atividades do cotidiano ou pelos seus benefícios que
estáveis, melhoram a qualídade de vida das pessoas.
inertes e não 1. Você já tinha ouvido falar em gases nobres e sobre sua utilização em nosso cotidiano? Qual
apresentando
a tendência deles lhe chamou mais atenção? Por quê?
de receber
ou doar 2. Escreva em seu caderno o motivo pelo qual os gases são os únicos elementos quím icos
elétrons, por
isso são encontrados na natureza na forma de átomos isolados.
encontrados
na natureza
na forma de
3. Escreva em seu caderno a distribuição eletrônica do hélio {Z = 2) e do xenônio (Z = 54).
átomos He ~ 1 s 2
2 2 6 2 6 2 10 6 2 10 6
isolados. Xe~1 s 2s 2p 3s 3p 4s 3d 4p 5s 4d 5p

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Atividades complementares
Resolva as atividades no cade:mo.

1. Segundo as características do modelo atômico 4. O modelo atômico de Rutherford fo i comparado


de Dalton, é possível afirmar que o átomo: ao sistema planetário, no qual o núcleo corres-
a) era considerado maciço e indivisível. ponde ao Sol e a eletrosfera corresponde aos
b) era considerado maciço e divisível. planetas em órbita.
e) apresentava elétrons em camadas.
d) era uma esfera positiva com cargas negativas
incrustradas.
e) era representado por um "pudim de passas".

2. Observe a figura abaixo.

Modelo atômico
de Rutherford.

De acordo com esse modelo, a eletrosfera é a


região do átomo que contém:
a) partículas de carga positiva.
b) nêutrons.
e) prótons e nêutrons.
As ilustrações são
representações de d) a maior parte da massa do átomo.
modelos artisticos. As
cores são ilustrativas e e) partículas de carga negativa.
as proporções não
correspondem às reais.
5. Em seu caderno, reescreva a alternativa que
Essa imagem representa o modelo atômico de-
apresenta o número exato de nêutrons para o
finido por:
átomo do elemento citado.
a) Dalton. d) Bohr.
a) ~;Mg apresenta 24 nêutrons.
b) Thomson. e) Mendeleiev.
e) Rutherford . b) ;~ca apresenta 20 nêutrons.

3. (UFAL) De acordo com o modelo atômico de Bohr, e) 1~N apresenta 14 nêutrons.


elétrons giram ao redor do núcleo em órbitas d) !~Br apresenta 35 nêutrons.
específicas , tais como os planetas giram em ór-
bitas específicas ao redor do Sol. Diferentemente e) ~~ K apresenta 39 nêutrons.
dos planetas, os elétrons saltam de uma órbita
6. (UFRJ) Com base no número de partículas suba-
específica para outra, ganhando ou perdendo
tômicas que compõem um átomo, as seguintes
energia. Qual das afirmações abaixo está em
grandezas podem ser definidas:
d iscordância com o modelo proposto por Bohr?
a) Ao saltar de uma órbita mais próxima do nú - Grandeza Símbolo
c leo, para outra mais afastada, o elétron Número atômico z
absorve energia. Número de massa A
b) Ao saltar de uma órbita mais afastada do nú - Número de nêutrons N
cleo para outra mais próxima, o elétron emi- Número de elétrons E
te energia.
e) Dentro de uma mesma órbita, o elétron se O oxigênio é encontrado na natureza sob a for-
movimenta sem ganho ou perda de energia. ma de três átomos: 16 0 , 17 0, 18 0. No estado
d) O processo no qual o elétron absorve energia fundamenta l, esses átomos possuem entre si
suficiente para escapar completamente do quantidades iguais de duas das grandezas apre-
átomo é chamado ionização. sentadas.
e) O modelo proposto é aplicado com êxito so- Os símbolos dessas duas grandezas são:
mente ao átomo de hidrogênio. a) Z e A. b) E e N. e) Z e E. d) N e A.

Estudo dos modelos atômicos 149

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7. Considerando-se os átomos dos elementos quí- a) Na d) K
micos a seguir, escreva, em seu caderno, a al- b) Br e) ce.-
ternativa correta. e) Ni f) Ca2+
40 11 B
20 Ca 5
10. Na tentativa de organizar os elementos em uma
tabela, vários cientistas deram as suas contri-
17 0 23
8 11 Na buições. Em seu caderno, escreva a alternativa
correta segundo as informações sobre as con-
a) Boro e carbono são isótonos.
tribuições de cada c ientista.
b) Cálcio e argônio são isótopos.
a) A lei das pirâmides de Oõbereiner foi conside-
e) Os dois átomos de oxigênio são c lassificados
rada ineficaz porque era restrita e só atendia
como isóbaros.
a poucos elementos.
d) O átomo de sódio apresenta 11 nêutrons e
b) Em 1862, o químico francês Alexandre -Émile
12 prótons.
Béguyer de Chancourtois propôs organizar
e) A distribuição eletrônica do potáss io no esta-
os elementos químicos segundo a ordem
do fundamental é 1 s2 2 s 2 2 p 6 3 s 2 3 p6 3d 1 . crescente de suas massas atômicas.
8. (UEPG-PR) Analise as assertivas a seguir referentes e) A lei periódica atual distribui os elementos
aos elementos X, Y e Z e as suas configurações segundo a ordem crescente de números
eletrônicas de suas camadas de valência. Em atômicos.
seguida, ass inale a alternativa correta. d) Em 1866, o químico alemão Julius Lothar
Meyer montou uma tabela em que os elemen-
X= 3s 2 3p 3
tos se distribuíam em grupos, de acordo com
Y = 4s 2 4p 5 suas valências.
Z;;;;; 3s2 e) Em 1869, o químico russo Dmitri lvanovitch
1) O elemento X pertence à família do nitrogênio. Mendeleiev conseguiu mostrar uma relação
li) O elemento Y se localiza no quarto periodo. de period icidade de várias propriedades dos
elementos em função da o rdem crescente de
tl l) O elemento Z é um metal alcalino terroso.
seus números de nêutrons.
a) Apenas a assertiva Ili é correta.
b) Apenas a assertiva I é correta. 11. (UFAL) A forma original da tabela periódica foi
e) Todas as assertivas são corretas. proposta por Dimitri Mendeleiev, em 1869, tendo
d) As assertivas li e Ili são corretas. os elementos arranjados na ordem de suas re-
e) As assertivas I e Ili são corretas. lativas massas atômicas. Atualmente, a tabela é
arranjada na ordem crescente dos números
9. Em seu caderno, faça a distribuição eletrônica, atômicos para mostrar as s imilaridades dos ele-
em ordem crescente de energia de subníveis, mentos químicos como decorrência das suas
para os átomos e íons dos elementos citados a configurações e letrônicas . Qual das seguintes
seguir. Para isso, pesquise na tabela periódica afirmações relacionadas aos elementos e à ta-
o que é necessário para que seja feita a referida bela periódica é incorreta?
d istribuição eletrônica.
a) Mais de cem elementos químicos são conhe-
cidos atualmente.
b) As propriedades dos elementos são funções
periódicas dos seus números atômicos.
e) A maioria dos elementos tem propriedades
intermediárias entre as dos metais e as dos
não metais.
d) O comportamento metálico decresce com o
deslocamento para a direita ao longo de um
período.
e) O hidrogênio comporta-se algumas vezes
como metal alcalino e, outras vezes , como
Diagr ama de Linus Pauling. halogênio.

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12. Em geral, o zinco atua no controle central dos Para representar os átomos com as bolas, a
músculos, ajuda na respi ração dos tecidos, par- melhor sequência seria:
ticipa no metabolismo das proteínas e carboidra- a) 1-8, li-A, 111 -C.
tos. As principais fontes de zinco são alimentos
b) 1-B, 11-C, Ili-A.
com bastantes proteínas, como carnes, frangos
e peixes. Já o cobre é um ótimo antioxidante; e) 1-C, li-A, 111-B.
esse mineral pode ser encontrado em fígados,
d) 1-A, 11 -B, 111-C.
f rutos do mar, nozes e outros. A respeito dos
dois elementos químicos citados no texto, res- e) 1-C, 11-B, Ili -A.
ponda em seu caderno às questões abaixo.
15. (UEL-PR) O gráfico a seguir mostra, em ordem ale-
De acordo com a localização na tabela periódica,
atória de posição na tabela periódica, as primeiras
qual dos dois elementos químicos tende:
energias de ionização (E/) dos oito elementos re-
a) a apresentar maior raio atômico?
presentativos do quinto período da tabela periódica.
b) a apresentar maior energia de ionização? Os oito elementos estão denominados generica-
e) a apresentar maior afinidade eletrônica? mente por A, B, C, D, E, G, J e M. Com base nos
dados apresentados no gráfico e nos conhecimen-
13. (UFRGS-RS) Um aficcionado do seriado TBBT, que
tos sobre o tema, analise as afirmativas.
tem como um dos principais bordões a palavra
Bazinga, comprou uma camiseta alusiva a essa
palavra com a representação dos seguintes ele- Gráfico da E/ dos elementos
mentos.
representativos do quinto período
Energia de ionização (kJ/mol)
56 30 31 1200
-
Ba Zn Ga 1100
1000
('!
·5
t Bário Zinco Gálio 900 - 1-

..
/f. 800 -
-
! 137,33 65,38 69,72 700 1-

Em relação a esses elementos, considere as


600
500
400
- - -
afirmações abaixo. 300
200
1) Zinco apresenta raio atômico maior que o 100
bário. o Elemento químico
A B e D E G J M
li) Zn 2 + e Ga3 + são isoeletrônicos.
Ili) Bário é o elemento que apresenta menor
1) O elemento B possui dois elétrons na camada
potencial de ionização.
de valência.
Quais estão corretas?
li) O elemento D possui apenas 4 camadas ele-
a) Apenas 1.
trônicas .
b) Apenas li .
Ili) O elemento G possui configuração de valên-
e) Apenas Ili. cia igual a 5s 2 5p6 •
d) Apenas li e Ili. IV) O elemento C se estabiliza quando perde
e) 1, li e Ili. 1 elétron da camada de valência.
Assinale a alternativa que contém todas as afir-
14. Considere os átomos dos seguintes elementos:
80 mativas corretas.
1) 35 Br.
9 a) 1 e li.
11) 4 Be.
137 b) 1 e Ili.
111) 56 Ba.

E as seguintes bolas em tamanho real: e) Ili e IV.

@ bo la de basquete. d) 1, li e IV.
@ bola de pingue-pongue.
e) 11, Ili e IV.
© bo la de futebol de salão.

Estudo dos modelos atômicos 151

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O telescópio espacial Spitzer, da
NASA, detectou uma enorme quanti-
dade de esferas de fulerenos flutuando
no espaço em torno de estrelas, a cerca
de 6500 anos-luz da Terra. A quantidade de
moléculas detectada teria um volume equiva-
lente a 1O mil montes Everest.
Os fulerenos (buckyballs) são uma espécie
de pequenas esferas que sugerem o formato
de pequenas bolas de futebol e, em sua
maioria, apresentam 60 átomos de carbono
(c 60 ). Embora submicroscópicas, elas são
consideradas moléculas gigantes e muito im-
portantes para a ciência, pois o carbono é
essencial às formas de vida conhecidas.

@ A ilustração artística da NASA mostra


que a esfera de fulereno tem a estrutu-
ra poliédrica de um dos sólidos de
Arquimedes , o icosaedro truncado.
Quantos pentágonos e hexágonos
constituem um icosaedro truncado?
Veja as respostas destas questões nas
/n'\ 8 rientações para o professor.
\!!; uantas arestas incidem em cada vér-
tice de um icosaedro truncado? Quais
os números de faces, arestas e vértices
de um icosaedro truncado?

© Em qual mundial de futebol a bola pas-


sou a ter a forma geométrica parecida
com a do fulereno? Que país sediou essa
copa? Qual país venceu essa copa?

@ De que elemento químico é formada a


substância fulereno? Cite outros alótro-
pos do elemento químico que forma o
fulereno.

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ligações químicas
Na tabela periódica, encontramos mais de uma centena de elementos cujos átomos
não ficam isolados, pois tendem a se ligar uns aos outros formando as substâncias e
os materiais que conhecemos. A isso chamamos ligação química, o que mantém es-
ses átomos unidos entre si, estabilizando-os, uma vez que essas atrações interatômi-
cas abaixam a energia do sistema. Contudo, tais interações ainda podem ser mais
fortes ou mais fracas dependendo das forças envolvidas; alguns átomos em seu esta-
do fundamental são pouco reativos, por isso não tendem a se unir aos demais.
A água é um recurso essencial para a existência de vida na Terra; ela apresenta
características peculiares, podendo ser encontrada naturalmente nos três estados físi-
As moléculas da água cos. Além disso, apresenta capac idade de d issolver uma grande variedade de subs-
sào formadas por
ligaçàes entre átomos tâncias essenciais aos seres vivos. A água é formada por moléculas, cada uma sendo
de diferentes elementos. representada quimicamente pela fórmula (H 20), que consiste na união entre um átomo
de oxigênio e dois átomos de hidrogênio por meio de ligações químicas que se esta-
belecem entre seus elétrons. As ligações químicas que ocorrem entre os átomos é o
que possibilita a existência de inúmeros compostos tanto naturais quanto sintéticos.

Ser vivo adulto @ Por que os átomos se comb inam? No universo tisico, a busca da estabilidade é
úarca branca ( Casme.rodius constante, assim os átomos se combinam para adqu irirem estabilidade (na eletrosfera).
atbÚs}: pode atingir cerca di;!
l m de altura. @ Como os átomos se unem? Por meio de ligações químicas que se estabelecem
Tu iuiú cabe ca•seca {labiru ent re os elétrons de seus últimos níveis de energia.
mycteria)~ Pode atingir cerca
de 1,40 m de altura. © AsVocê acha que as aves apresentadas na fotografia são exemplos de compostos?
ligações qu1micas que ocorrem entre os átomos sao o que possibilita a existência de
inúmeros compostos. Esses compostos podem interagir de diversas formas caracterizando
156 sistemas maiores e mais complexos, como os seres vivos.

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Teoria do octeto
A estabilidade de um sistema no universo físico tende a ser alcançada quando
há equilíbrio entre as forças que atuam sobre ele.
No estudo das combinações atômicas, vários cientistas se depararam com
o número oito. Por exemplo, Thomson afirmou que a estabilidade química,
característica dos gases nobres. estava relacionada ao fato de seus níveis
energéticos mais externos terem 8 elétrons. Em 1916, o químico alemão
Walther Kossel (1888-1956), ao estudar substâncias iônicas. e o químico
norte-americano Gilbert Newton Lewis (1875-1946), ao estudar substâncias
moleculares, concluíram que as combinações químicas eram consequência
da união de átomos com oito elétrons em seus últimos níveis energéticos.
Para Kossel, essa estabi lidade estava relacionada à doação de elétrons de
um átomo a outro, originando as ligações iônicas . No entanto, para Lewis, o
compart ilhamento de elét rons dava origem às ligações covalent es - o quími-
co norte-americano Irving Langmu ir (1881 -1957) foi quem introduziu o conceito
de compartilhamento de elétrons. Walther Kossel.
A partir desses estudos associados de Lewis. Kossel e Langmuir, criou-se a
teo ria do octeto. Langmuir introduziu a denominação regra do octet o para se
referir a essa teoria.

Teoria do oct eto: os átomos tendem a combinar- se de modo a


ter, cada um, oit o elét rons na sua camada de valência, f icando
com a mesma config uração eletrôn ica de um gás nobre.

Os gases nobres apresentam átomos estáveis na forma isolada, portanto


não necessitam se combinar formando substâncias iônicas ou moleculares.
Os cientistas concluíram que a estabilidade dos gases nobres ocorria por-
que seus átomos, no estado fundamental, possuíam o último nível energético
(camada de valência) completo. Para os elementos até então conhecidos,
isso significa ter 2 elétrons quando a camada de valência for o primeiro
nível de energia (como ocorre com o gás nobre hélio) e 8 elétrons quando
a camada de valência ocorrer nos demais níveis de energia (como ocorre
nos gases nobres Ne, Ar, Kr, Xe e Rn).
Assim, se distribuirmos os elétrons da eletrosfera dos átomos dos gases no-
bres em ordem geométrica, temos: Gilber t Newton Lewis.
2
2 He: 1s

10 Ne: 1s2 / 2s 2 2p6

18Ar: 1s 2 / 2s 2 2p6 / 3s2 3p6

36 Kr: 1s2 /2s 2 2p6 /3s 2 3p6 3d 1º / 4s 2 4p6

54 Xe: 1s2 /2s2 2p6 /3s 2 3p 6 3d 10 / 4s 2 4p6 4d 10 / 5s2 5p 6

85 Rn: 1s2 /2s2 2p6 /3s 2 3p6 3d 10 /4s 2 4p6 4d 10 4f 14 /5s 2 5p 6 5d 10 / 6s2 6p5
A teoria do octeto não explicou o motivo da estabilidade dos átomos liga-
dos, mas permitiu estabelecer uma regu laridade nas configurações eletrônicas
dos átomos ligantes.
Atualmente, os químicos identificaram muitos compostos cujos átomos consti-
tuintes não apresentam a configuração dos gases nobres (regra do octeto). como
grande parte dos íons de metais de transição. Concluiu-se. então, que essa regulari-
dade não é uma regra geral. Tal fato se tornou mais evidente quando, acidentalmente,
o químico inglês Neil Bartlett (1932-2008) sintetizou em laboratório uma substância forma-
da pela ligação de átomos de gases nobres: o hexafluorplatinato de xenônio (XePtF6 ) . Irving Langmuir.

Forças interatômicas e intermoleculares 157

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A teoria do octeto é aplicada principalmente para os elementos representativos; os
elementos de transição não seguem ob rigatoriamente esse modelo. Assim. mesmo
apresentando várias exceções, a regra do octeto continua sendo útil por possibilitar a
introdução ao conceito de ligação química e explicar a formação da maioria das subs-
tâncias encontradas na natureza (fórmulas e estruturas).
Para estudarmos ligações químicas entre os átomos de elementos d iferentes, a ta-
bela periódica é uma ferramenta indispensável, pois nela encontramos informações
sobre as características e as propriedades desses átomos. Assim, vamos destacar
algumas características dos grupos mais utilizados durante o estudo das ligações quí-
micas. Os átomos (no estado fundamental) de elementos representativos de um mes-
mo grupo apresentam o mesmo número de elétrons em seus últimos níveis energéticos,
por isso tendem a formar o mesmo tipo de ligação química.
Em geral, observa-se que:
• os metais alcalinos (grupo 1) e os metais alcalinos terrosos (grupo 2) tendem a
perder elétrons formando cátions· Em g~ral, os elementos do w upo do boro (3A)
' ' tambem tendem a perder eletrons.
• os átomos dos elementos das famíl ias do nitrogênio (grupo 15), calcogênios (gru-
po 16) e halogênios (grupo 17), classificados como não metais, tendem a receber
elétrons, formando ânions.
O quadro a seguir apresenta a carga geralmente assumida pelos átomos dos ele-
mentos representativos.

Grupo
Carga 1+
2
2+
3
3+
J 15
3- 2-
16 17
1-

1 Na natureza, pouco mais de 90 elementos químicos são conhecidos. Com o você


1. Assim como o nosso explica a grande quantidade de materiais naturais ex istentes?
alfabeto (26 letras)
permite compor infinitas Como saber se uma ligação entre dois átomos de elementos químicos diferentes
palavras, os átomos
também se combinam será iônica ou covalente?
em diferentes
proporções, formando a Uma forma de obter essa resposta é calcular a diferença de eletronegatividade
grande quantidade de entre os átomos ligantes e, a partir d isso, verificar a porcentagem de caráter iônico da
materiais naturais
existentes. ligação conforme mostra a tabela abaixo.

Tabela de diferença de eletronegatividade entre átomos ligantes usada para


determinar a porcentagem de caráter iônico da Ligação química estabelecida entre eles
Diferença de Porcentagem de Diferença de Porcentagem de
eletronegatividade caráter iônico (%) eletronegatividade caráter iônico (%)
0,1 0,5 1,7 51
+
0,2 1,8 55
+ t
0,3 2 1,9 59
0,4 4 2,0 63
0,5 5 2,1 67
+-
0,6
0,7
0,8
0,9
9
12
15
19
l
-+
2,2
2,3
2,4
2,5
+-

+-

+-
70
74
76
79
t ...
1,0 22 2,6 82
1,1 26 2,7 84
1,2 30 2,8 86
1,3 34 2,9 88
+ +
1.4 39 3,0 89
Fonte de pesquisa: TALLARIOA, +
Aonald J.; RAFfA. Robert B.: 1,5 43 3,1 91
MCGONIGLE, Paul. Principies
in general pharmacology. New 1,6 47 3,2 92
York: Springer-Verlag, 1988.

158

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Ao desenvolver o conceito de eletronegatividade , Linus Paulíng propôs uma expressão para
det e rminar a porcentagem de caráter iô nico (% C. /.) de uma ligação q uímica .
__!_·(A.J')
%C. l.=100 . ( 1- e 4

e m que:
,k é a diferença de eletronegatividade de Pa uling e nt re os átomos ligantes;
e é um núme ro irraciona l aproximadamente igu al a 2 ,718, conhecido como número de Eule r.


Para estudarmos o caráter iônico de alguns compostos, consideremos, por exem -
plo, os valores de eletronegatividade dos seguintes elementos químicos:

Elemento Li K Mg B AI'. e o Br F
1
Eletronegatividade 1,0 0,8 1,2 2,0 1,5 2,5 2,8 4,0
L 5

Observe a porcentagem de caráter iônico e a predominância iônica ou covalente


em face da diferença de eletronegatividade entre os átomos dos elementos ligantes.

-
Diferença de Porcentagem de Predominância da
Composto
eletronegatividade caráter iônico ligação do composto

LiBr 2,8 - 1,0 = 1,8 55% iônico

co 2 3 ,5 - 2,5 = 1,0 22% covalente

AeF3 4,0 - 1,5 = 2,5 79% iônico

_l L
O q uími co inglês
K 20 3,5 - 0,8 = 2,7 84% iônico Edward Fra nkla n d
- - (18 25 -18 99) pro pôs
um novo conceito de
Logo, é possível concluir que ao estudar ligações iônica (transferência definitiva de valê ncia , em que a
capacidade de ligação
elétrons) e covalente (compartilhamento de elétrons), devemos lembrar que esses dois de um átomo esteja
tipos de ligações são considerados como os modelos extremos de ligação química. relacionada ao
Assim, em geral, as ligações químicas reais tendem a ficar entre ligações puramente núme ro de elé t rons
covalentes e puramente iônicas. de seu nível ma is
externo (ma is
A porcentagem de caráter iônico ou covalente apresentada pela substância está energético). O nível
diretamente ligada à diferença de eletronegatividade dos elementos ligantes. Confor- mais e xte rno, como já
me a tabela de diferença de eletronegatividade e porcentagem de caráter iônico, vimos, é também
deno minado camada
quanto maior essa diferença, maior é a porcentagem iônica da substância. de va lência .
Vamos ao estudo das ligações químicas.

Ligação iônica ou eletrovalente


A ligação iônica ocorre entre íons positivos (cátions) e negativos (ânions), caracteri-
zada pela existência de forças de atração eletrostáticas (envolvem cargas elétricas)
entre eles.
Dessa forma, a ligação iônica ocorre entre átomos de elementos que apresentam
tendências contrárias, ou seja, átomos de elementos que doam elétrons e átomos que
recebem . Edward Frankland.

Forças interatômicas e intermoleculares 159

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Formação da Ligação iônica
Em regra, os metais tendem a formar cátions, assumindo cargas positivas, e os não
metais tendem a formar ânions, assumindo cargas negativas. As combinações entre
metais e não metais tendem, em geral, a produzir substâncias iônicas.
Considerando-se então que as ligações iônicas sejam formadas por cátions de me-
tais e ânions de não metais ou de hidrogênio, e que o número total de elétrons perdi-
dos deve ser igual ao número total de elétrons recebidos, tem-se esquematicamente:

metais não metais

;, +
1, 2 ou 3 elétrons na camada 5, 6 ou 7 elétrons de
de valência (em geral) valência (em geral)

tendem a tendem a
perder elétrons receber elétrons

formando formando
cátions ânions

Número total de elétrons perdidos = número total de elétrons recebidos

(cátions de metais) (ãnions de não metais e H)

atração
No processo de eletrostática
formação de ligações
iônicas, há
transferência ligação iônica
defi nit iva de elétrons.
Esquema genérico relativo à formação de Ligações iônicas.

As interações (atrações) eletrostáticas que surgem entre os cátions e ânions não


são direcionais, isto é, não estão orientadas para determinada direção e sentido. Isso
faz, por exemplo, que um cátion possa atrair, tridimensionalmente, vários ânions que
estão ao seu redor, e vice-versa, formando aglomerados de íons com formas geomé-
tricas bem definidas, denominados retículos cristalinos.

I Pontos de fusão e ebulição dos compostos iônicos


Os compostos iônicos apresentam altos pontos de fusão e de ebulição. O que justifica essa
característica é o seu arranjo cristalino, pois nele os átomos estão fortemente ligados, e dessa
forma se torna necessário o fornecimento de grande quantidade de calor para o rompimento
dessa estrutura e consequente mudança de estado físico. Veja a seguir alguns exemplos:

Compostos iônicos Fonte de


Ponto de fusão em (ºC) Ponto de ebulição em (ºC) pesquisa:
HAYNES. M. W.
Af20 3 2054 2977 {Ed.). CRC
Handbook oi
CaF2 1418 2500 Chemistry and
Physics. 96. ed.
SocaRaton:
NaCf 801 1465 CAC Press,
2015.

160

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Uma representação gráfica bastante simples, porém muito utilizada, para as subs-
tâncias formadas por ligações iônicas é a do modelo de Lewis, o qual indica o núme-
ro de elétrons da camada de valência dos átomos envolvidos na combinação.
Um exemplo representativo de ligação iônica é a formação cloreto de sódio (Nace.),
o principal constituinte do sal de cozinha. Dessa forma, partindo da distribuição ele-
trônica dos átomos de sódio e de cloro, tem-se:
2 2 6 1
11 Na: 1s 2s 2p 3s


O átomo do elemento sódio não é eletronicamente est ável pela regra do octeto, Nas represen tações
das estrut uras de
pois apresenta um elétron na camada de valência. Sua estabilidade eletrônica deverá
Lewis, o número de
ser obtida quando perder um elétron, originando o cátion sódio ( Na 1+ ). pon tos ao r ed o r d os
átomos co rresp onde
1+: 1s 2
11 Na 2s 2 2p6 aa> 8 elétrons na camada de valência ao número de
elétrons da cam ada
A distribuição eletrônica do átomo de cloro é: de valênci a d e cada
átomo. Com o o sódio
17Ce: 1s2 2s 2 2p6 3s 2 3p5
tem apenas um
Vê-se que o âtomo do elemento cloro também não é eletronicamente estável pela elétron d e valência ,
sua estrutur a d e
regra do octeto, pois apresenta sete elétrons na camada de valência. Sua estabilidade
Lew is apr esenta
eletrônica deverá ser obtida quando receber um elétron, originando o ânion cloreto ( ce 1- ) . apenas um ponto ao
redor do átom o,
17 C€.: 1s2 2s2 2p6 3s 2 3p 6 aa> 8 elétrons na camada de valência enquant o o cloro
apresenta set e
Assim, na ligação iônica entre os átomos de sódio e cloro, tem-se as seguintes re-
pontos (sete
presentações: elét rons) .
perde 1 e- 1+ recebe 1 e- 1-
Na - - - - -- Na C€. - - - ----+ ce
Diferenca de
Composto

Na -~ .ce,: [Nar [ cer NaCf

Porcentagem
eletronegat ividade

3,0 - 0,9 = 2,1

Predominância da
de caráter iônico ligação do composto
Na 1+ + Cºc. 1- ~ [Na] 1+
~
[eº],_
c. ou, ainda, Na 1+
+ C€. 1-
-+ NaC€.
67% iônico
Represent açàes para a ligaçào iônica existente no cloreto de sódio.
Oriente os alunos na
Após a formação dos íons sódio e cloreto, eletronicamente estáveis à luz da regra observação do retículo
cristalino, informando
do octeto, ocorre interação eletrostática, pois cargas de sinais opostos se atraem que cada cátion sódio
(atração eletrostática). (representado na cor
rosa) está cercado
Os compostos formados por ligações iônicas são denominados compostos iônicos pelos quatro íons
c loreto (representados
e tendem a constituir estruturas cristalinas eletricamente neutras. O cloreto de sódio, na cor verde) vis íveis na
ilustração mais um que
principal constituinte do sal de cozinha, é um composto iônico e, em condições está atrás e outro que
ambientais de temperatura e pressão, tende a formar retículo cristalino. fica localizado à frente.

A ílustração do reüculo
cristalino do cloreto de sódio é
Cada pequeno cristal de Nace. é uma representação artística. As
formado por um conjunto de um cores e os taman.hos ilustrados
não correspondem aos reais.
número muito grande de cátions e
ânions agrupados alternadamente,
os quais compàem uma estrutura
cristalina de forma geométrica Número de coor-
definida (denominada arranjo), a denação é o nú-
qual nào é visível a olho nu.
mero de íons ime-
Crista is de sal de cozinha cujo principal diatamente ligados
constituinte é o cloreto de sódio.
a um determinado
Com a ilustração do retículo cristali no do cloreto de sódio (Nace) podemos afirmar íon em um retículo
que cada cátion sódio (Na 1 +) é cercado por seis íons cloreto ( ce 1
- ). e vice-versa. cristali no (arranjo
cristalino) .
Esse número é denominado número de coordenação.

Forças interatômic:as e intermoleculares 161

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Fórmula unitária e fórmula de Lewis
Para o cloreto de sódio {sólido), o número de coordenação do cátion sódio é seis, e
o número de coordenação do ânion cloreto também é seis. Como os compostos iôni-
cos são formados por um número muito grande de cátions e ânions, define-se para
esses compostos uma fórmula unitária, a qual é representada da seguinte maneira:
• o símbolo do cátion deve ser colocado antes do símbolo do ânion;
• a fórmula unitária deve representar a menor proporção em números inteiros de
cátions e ânions, de modo que a carga total dos cátions seja igual à carga tot al
dos ânions, pois os compostos iônicos são eletricamente neutros (apresentam
equilíbrio eletrostático);
• como o composto iônico apresenta equilíbrio eletrostático, as cargas elétricas in-
dividuais de cada íon não aparecem escritas na fórmula unitária;
• o número de cátions e de ânions de uma fórmula unitária é denominado índice e
deve ser escrito à direita e abaixo do símbolo {subscrito). O índice igual a 1 não
costuma ser escrito.
Além da fórmula unitária, podemos representar um composto iônico por meio da
fórmula de Lewis ou fórmula eletrônica. Assim , para o cloreto de sódio, tem-se:

Fórmula unitária: Fórmula de Lewis:

.~ ..
NaCf. Na .ce: :çr]1-
[ Na ] 1+ [ , ,

Na fórmula de Lewis (fórmula eletrônica), represent am-se os


e lét rons da cama da de valência do s á t omos que formam o compost o.

Represent ações das fórmulas unitária e eletrônica para o clore t o de sódio.

Utilizando o modelo da reg ra do octeto, veja como se estabelece a ligação iônica


entre os átomos dos elementos cálcio e flúor, formando o fluoreto de cálcio.
2 2s2 2p 6 3s 2 3p6 4s2 =? 20 Ca2+: 1s2 2s 2 2p6 3s2 3p6
20 Ca: 1s

2 2 5 1- 2 2 6
9 F:1s 2s 2p =} 9 F : 1s 2s 2p

Fórmula unitária : Fórmula de Lewis:

í .f.: [ ]2+ [ ,, ]1-


Ca 2 ·:x::r - -----t CaF2 Ca :
\.___. ..
- Ca :f.:
2
,f.:
Representações das fó rmulas unitária e e letrônica para o fl uoreto de cálcio.
No rm almente, as
subs tâ ncias são Observe as representações das fórmulas unitária e eletrônica para o óxido de alumínio.
representadas da
maneira mais 13Ae.: 1s2 2s 2 2p6 3s2 3p 1 =? 13Af.3+: 1s2 2s 2 2p6
simplificada possível,
2 2 4 2- 2 2 6
colocando-se apenas 80 : 1s 2s 2p =? 8 0 :1 s 2s 2p
o número de átomos
do composto e
omit indo s uas ca rgas. Fórmula unitária: Fórmula de Lewis :
Por exem plo, o
fl uoreto de cálcio
mostrado
anteriormente é A 0 3+\ / r
0 2- _ _ __
representado por
{. ~ Al'.p 3
CaF2 , e o óxido de
a lu mínio, por At 2 0 3 . Rep resentações das fórmulas unitária e e letrôn ica pa ra o óxido de a lumínio.

162

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Propriedades dos compostos iônicos
A ligação iônica é de natureza elétrica. Os cátions e os ânions se atraem fortemen -
te (atração eletrostática), originando compostos iônicos com as propriedades caracte-
rísticas citadas no quadro abaixo.

Estado de agregação Em condições ambientais, em geral, são sólidos.

Pontos de fusão (PF)


Em geral, apresentam altos PF e PE.


e de ebulição (PE)

Nem todos os compostos iônicos são solúveis em água. Há vários


fatores que interferem na solubilidade dos compostos, os quais serão
Solubilidade (em água) estudados nos próximos capítulos. Entre esses fatores estão a
polaridade e a estrutura cristalina. Costuma-se usar tabelas de
solubilidade quando necessário.

Os compostos iônicos não conduzem corrente elétrica no estado sólido


Condutividade elétrica (ions presos no retículo cristalino), porém podem conduzir em fase
líquida (fundidos) ou em solução aquosa, quando os ions estão livres.

Em geral, possuem elevada dureza (apresentam grande resistência a


Dur eza
serem riscados por outros materiais).

Em geral, possuem baixa tenacidade (absorvem pouca energia


Tenacidade
proveniente de um impacto, tendendo à fragmentação do cristal).

Atividades ~
~= Res.olva as at ividades no caderno.

1. Um determinado elemento químico pertence ao


terceiro período da tabela periódica, e apresen-
e
íon de cloro •
íon de sódio

,~·~ •
ta como subnível mais energético o subnível p ligação iônica

com 5 elétrons. Responda.


a) Qual é o elemento químico em questão?
b) Quantos elétrons esse elemento químico apre- .~...
...,,' -" ~ ,:'

...
senta em sua última camada de valência?
e) Qual o número atômico desse elemento quí-
Esse esquema é uma
•• • •
mico?
representação esquemática
e simplificada da ligação
quimica do tipo iônica.
As cores e os tamanhos não
•·.. ..
Esquema de
ligação química
do tipo iônica.
d) Átomos desses elementos formam compostos correspondem aos reais.

com metais alcalinos por meio de qual tipo Copie em seu caderno a sentença que apresen -
de ligação? ta as informações verdadeiras sobre as caracte-
2. Considere que o átomo de um elemento metálico rísticas dos compostos iônicos.
A do grupo 1 da tabela periódica forme uma liga- a) Apresentam baixos valores para os pontos de
ção com o elemento B do grupo 15. Nesse caso, ebulição e fusão.
obtém-se um determinado composto químico. b) Conduzem corrente elétrica no estado sóli do.
a) Escreva a fórmula mínima esperada do com - e) Possuem baixa dureza.
posto. d) Quando em solução aquosa ou em fase líqui-
b) Qual o tipo de ligação que poderíamos espe- da (fundidos), conduzem eletricidade.
rar para esse suposto composto químico? e) São líquidos em condições normais de pressão
e temperatura.
3. A ligação iônica ocorre entre íons positivos (cá-
tions) e negativos (ânions), e é caracterizada pela 4. Escreva em seu caderno a fórmula mínima de um
existênc ia de forças de atração eletrostática composto formado por átomos dos elementos
(envolvem cargas elétricas) entre eles, conforme genéricos X e Y. Considere ainda que X tende a
ilustração. formar cátions monovalentes e Y pertence à
família dos calcogênios.

Forças interatômicas e intermoleculares 163

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5. (PUC-RS) Analise o gráfico a seguir, que mostra 02) O sulfeto de hidrogênio é formado por molé-
as eletronegatividades de oito elementos repre- culas cujos átomos transferiram elétrons um
sentativos do terceiro período da tabela periódi- para o outro.
ca, em ordem aleatória de posição, designados 03) A transferência de elétrons de um átomo para
genericamente por A, B, e, D, E, F, G, H. outro leva à formação de íons de maior ener-
gia que os átomos de origem.
Eletronegatividade dos elementos
representativos do terceiro período 04) Os compostos iônicos são formados quando
um átomo de um elemento químico compar-
Eletronegatividade tilha elétrons com outro átomo desse mesmo
3,s~- - - - - - - - - - - - - - - ~ elemento.
3,0-<- - - - - - - - - - - - -
OS) Os compostos moleculares são sempre ga-
2,S-t- - - - -
sosos e maus condutores de energia elétrica.
2,0-+-- - - -

1,5 7. (PUC-RS) Os metais alcalinos terrosos, à tempe-


1,0
ratura e pressão ambiente, são sólidos prateados,
0,5
de baixa dureza, e reagem facilmente com a água
Elementos e o oxigênio do ar. À medida que aumenta o nú-
o
A 8 e D G mero atômico desses metais:
a) aumenta a energia de ionização.
A análise do gráfico permite concluir que: b) diminuí o número de oxidação.
a) os elementos F, G e H são metais. e) diminui o caráter metálico.
b) o elemento e tem elevada tendência a oxidar- d) aumenta a afinidade eletrônica.
-se, e o elemento D, a reduzir-se.
e) diminui a eletronegatividade.
e) os elementos B e G formam um composto
iônico ao combinarem-se entre si. 8. A diferença de eletronegatividade entre os átomos
d) o elemento A tem tendência a reduzir-se, fi- ligantes pode definir se uma ligação apresenta
cando com a mesma configuração eletrônica
caráter iônico ou covalente.
do elemento E.
e) o elemento E é um metal alcalin o. Elemento Eletronegatividade

6. (UESC) Li 1,0

Ponto de Conduçào de e 2,6


Substância Ponto de fusào
(ºC) a 1 atm ebulição (ºC) corrente
química Br 3,0
a 1 atm elétrica

Óxido de o 3,5
magnésio 2825 3600
MgO
Qual das alternativas abaixo melhor apresenta o
Sulfeto de resultado do cálculo da diferença de eletronega-
hidrogênio -86 -60 1 Não conduz tividade para os compostos químicos (1 e li) e suas
H 2S 1
respectivas predominâncias nas ligações:
1) LiBr 11) co 2
Os modelos de ligação explicam como se unem
os átomos de elementos químicos para formar a) 1 = 2,7 (ligação covalente) e li = 0,8 (ligação
compostos iônicos e moleculares. iônica).
Entretanto, as propriedades físicas são impor- b) 1 = 2,7 (ligação iônica) e li = 0,8 (ligação iô-
tantes na identificação e na diferenciação desses nica).
compostos. Considerando-se essas informações e) 1 = 2,0 (ligação iônica) e li = 0,9 (ligação co-
e os dados do quadro, é correto afirmar: valente).
01) O óxido de magnésio é um composto iônico d) 1 = 2,0 (ligação iônica) e li= 0,9 (ligação cova-
porque, além de conduzir a corrente elétrica lente).
a 3 000 º C, possui pontos de ebulição e de e) 1 = 2,0 (ligação covalente) e li = 0,9 (ligação
fusão altos. covalente).

164

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• Ligação covalente
2 É possível que átomos de diferentes elementos químicos se combinem entre si,
completando octetos da camada de valência, sem, no entanto , formar íons?
J ustifique. Sim,_ é possível. Pode, em vez da transferência de ~létron de
um atamo a outro, ocorrer compartilhamento de eletrons.
Há substâncias formadas por átomos de elementos que, ao se ligarem, tendem a
compartilhar elétrons. Assim, não há entre os átomos envolvidos doação de elétrons
por um átomo nem recepção de elétrons po r outro. Dessa forma , segundo Lewis, es-
ses átomos se ligam pelo compartilhamento de pares eletrônicos.
A ligação covalente ocorre entre átomos de alta eletronegatividade quando os dois
átomos têm a mesma tendência de ganhar e perder elétrons. É caracterizada pelo
compartilhamento de elétrons de valência desses átomos.

Formação da Ligação covalente



Para Lewis, os pares eletrônicos podem ser constituídos por um elétron de cada
átomo, ou por dois elétrons de um mesmo átomo, os quais são compartilhados simu l-

:t
taneamente pelos átomos ligantes.
Assim, esquematicamente, tem-se:

átomos
tendência
X
receber elétrons cec,be:elét,= -i
classificação dos átomos _ . . .
dos elementos ligantes nao metais ou h1drogerno não metais ou hidrogênio 1

Logo: átomo de alta átomo de alta


+
eletronegatividade eletronegatividade
..
.•

compartilhamento de elétrons
da camada de valência


formação de moléculas
(ou macromoléculas)

ligação covalente Esquema genérico rela tivo à


formação de ligações covalentes.

Diferentemente dos compostos formados por ligações iônic as constituídas por íons
em sua fórmula unitária, as substâncias formadas por ligações covalentes, por causa
do compartilhamento eletrônico, tendem a fo rmar moléculas.

Molécula é uma estrutura de massa molecular determinada e formada por um núme-


ro determinado de átomos ligados entre si pelo compartilhamento ou transferência
de elétrons de suas camadas de valência. Se os átomos que se ligarem entre si fo-
rem iguais, tem-se uma substância simples molecular, mas se os átomos forem dife-
rentes, tem-se uma substância composta molecular.

3 Quando dois átomos de hidrogênio se ligam, eles adq uirem eletrosferas seme-
lhantes às de um gás nobre? Explique sucintamente. Sim, ao ligarem-se, eles adquirem em suas
camadas de valência eletrosferas semelhantes ao gás nobre hélio (2 elétrons em sua última camada).
Para entendermos como ocorre a ligação entre os dois átomos do elemento hidro-
gênio, levamos em consideração que:
• quando os átomos de hidrogênio (c ada um com um elétron em sua c amada de
valência) se aproximam, surgem forças de repulsão e d e atração (coesão);
• há repulsões entre os elétrons dos átomos de hidrogênio;
• há repulsões entre os núcleos dos átomos de hidrogênio;

Forças interatômicas e intermoleculares 165

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• há atrações entre o núcleo de cada átomo de hidrogênio, que atrai o elétron do
outro átomo;
• num dado momento, as forças de atração e de repulsão atingem um equilíbrio;
• não há doação de elétron de um átomo para o outro átomo;
• há compart ilhamento dos dois elétrons envolvidos, os quais sofrem atrações pe-
los núcleos de ambos os átomos.
Com isso, o hidrogênio adquire a eletrosfera semelhante à dos átomos de hélio (gás
nobre). A ligação de átomos por compartilhamento eletrônico é denominada ligação
4. Considerando que a
covalente, ocorrendo por meio de pares de elétrons compartilhados.
diferença de Assim, tem-se:
eletronegatividade entre
esses elementos é dada
por 3,0 - 2,1 = 0,9, e
H (Z;;;;; 1): 1s1 '* 1 elétron na última camada (camada de valência).
consultando a tabela de
caráter iônico da página núcleo
158, o composto
apresentará 19% de
caráter iônico, assim,
sua ligação será H· ·H
predominantemente
covalente e o composto l
formado será molecular. H<0> H
Representação da
molécula do gás
hidrogênio.
par de elétrons
compartilhado

4 Sabendo-se que a e letronegatividade do elemento hidrogênio (H) é 2,1 e a do


Para fins didáticos, as
representações dos núcleos e elemento c loro (Ce) é 3,0, qual é o carát er predom inante da li gação do compos-
dos elétrons por bolinhas de
tamanhos d iferentes não estão
to formado entre seus átomos?
em proporção real, assim corno
as cores envolvidas. Vamos estudar como ocorre a ligação entre os átomos dos elementos hidrogênio e cloro.

1 H: 1s 1 '* 1 elétron na camada de valência


17
ce: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5 ~ 7 elétrons na camada de valência
Quando um átomo de hidrogênio se aproxima de um átomo de cloro, nenhum dos
dois apresenta força suficiente para remover o elétron do outro. Observa-se ainda que
cada um deles necessita de um elétron para se estabilizar (adquirir a eletrosfera de um
gás nobre). Dessa forma, há o compartilhamento eletrônico entre um elétron do átomo
de hidrogênio e um elétron da camada de valência do átomo de cloro. O
compartilhamento eletrônico (ligação covalente) acaba por formar um composto
molecular, pois as suas atomicidade e massas moleculares são definidas.
Assim, esquematicamente, tem-se:

H· + ·ce: H<0:>Ci : ou H- Ce

--+

O compartilhamento entre os átomos dos elementos hidrogênio e cloro segue a regra do octeto.

A fórmula em que o par eletrônico compartilhado durante a ligação covalente é represen-


tado por um traço (por exemplo, H - Ce) foi idealizada pelo químico escocês Archibald
Scott Couper (1831-1892). Essa fórmula é denominada fórmula estrutural de Couper.

166

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Pelo que já foi exposto é possível concluir que as substâncias moleculares, forma-
das por ligações covalentes, podem ser substâncias simples, como o gás hidrogênio
(H 2 ), ou substâncias compostas, como o cloreto de hidrogênio (HCe).
Vimos também que, dependendo do tipo das ligações formadas entre os átomos
ligantes, as substâncias podem ser iônicas ou moleculares. Assim, conforme a ten-
dência (doação/recepção de elétrons) apresentada pelos átomos que participam das
ligações, é possível observar que, em geral:
• ligações covalentes ocorrem entre átomos de não metais, os quais tendem a re-


ceber elétrons em razão de sua alta eletronegatividade. Via de regra, esses átomos
são elementos representativos dos grupos 14, 15, 16 e 17, os quais apresentam
em suas camadas de valência, respectivamente, quatro, cinco, seis e sete elé-
trons, ou, ainda, átomos do elemento hidrogênio, que apresentam um elétron em
sua camada de valência. Nessa ligação, ocorre compartilhamento de elétrons en -
tre os átomos ligantes;
• as ligações iônicas ocorrem entre átomos de metais (baixa eletronegatividade), os
quais tendem a doar elétrons, e não metais (alta eletronegatividade), que tendem
a receber elétrons. Nessa ligação, ocorre transferência de elétrons entre os áto-
mos ligantes.

Tipos de ligações covalentes


A representação eletrônica de Lewis auxilia no entendimento dos tipos de ligações
covalentes.
Como representar a fórmu la eletrônica (Lewis) e a fórmula estrutural (Couper) para a
molécula de gás cloro? Pode-se montar essa fórmula fazendo a distribuição eletrôn ica
do átomo do elemento cloro; a fórmu la eletrônica de Lewis representa os elétrons da
camada de valência do átomo do elemento.
Assim:
17
ce: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5 ~ 7 elétrons na camada de valência :éi · ••

Configuração eletrônica e representação dos elétrons da camada de


valência do átomo do elemento cloro.

O elemento cloro apresenta alta eletronegatividade. Para adquirir estabilidade ele-


trônica, cada átomo de cloro precisa receber um elétron. Quando dois átomos de
cloro se ligam, há o compartilhamento de um par eletrônico, formando uma molécula
de gás cloro (ce 2) . Esse par de elétrons compartilhado adquire configuração eletrôni-
ca de gás nobre aos dois átomos de cloro. Por haver compartilhamento de um par de
elétrons, tem -se uma ligação covalente simples. Veja abaixo as fórmulas de Lewis e
de Couper para uma molécula de gás cloro.

:éec0ce: ce- ce
Fórmula eletrônica de Lewis. Fórmula estrutural de Couper.

Para uma molécula de gás oxigênio (0 2 ), as representações das fórmulas eletrôni-


cas e estrutural podem ser representadas como se segue:

80: 1s2 2s 2 2p4 ~ 6 elétrons na camada de valência :9:


Configuração e letrônica e representação dos elétrons da
camada de valência do átomo do elemento oxigênio.

Forças interatômicas e intermoleculares 167

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Para adquirir estabilidade eletrôn ica, cada átomo de oxigênio precisa receber dois
elétrons; assim, uma molécula de gás oxigênio pode ser representada pelas fórmulas
de Lewis e Couper, como mostrado a seguir.

:93Q: O= O
Fórmula eletrônica de Lewis. Fórmula estrutural de Couper.

Nesse caso, entre os dois átomos de oxigênio que participam da ligação, há dois
pares de elétrons compartilhados formando uma ligação covalente dupla.
Se considerarmos uma molécula de gás nitrogên io (N 2 ), podemos apresentar as
representações das fórmulas eletrônicas e estrutural da maneira abaixo.

7N: 1s 2 2s2 2p 3 ~ 5 elétrons na camada de valência : N•


Configuração eletrônica e representação dos elétrons da
camada de valência do átomo do elemento nitrogênio .

Para adquirir estabilidade eletrônica, cada átomo de nitrogênio precisa receber três
elétrons; assim, para uma molécula de gás nitrogênio (N 2 ), utilizamos as seguintes
representações das fórmulas de Lewis e de Couper.

Fórmula eletrônica de Lewis. Fórmula estrutural de Couper.

Nesse caso, entre os dois átomos de nitrogênio que participam da ligação, há três
pares de elétrons compartilhados formando uma ligação covalente tripla.
5. Para adquirir ~ Como seria o arranjo entre átomos dos elementos hidrogênio e oxigênio para
configuração eletrônica
de gás nobre, o átomo
formar a molécula de água (H 20), de modo que todos os átomos fiquem com
de oxigênio precisa configuração eletrônica de gás nobre?
receber 2 elétrons e
cada um dos átomos de Podemos estudar as representações das fórmu las eletrônicas e estrutural de uma
hidrogênio necessita molécula de gás carbônico (coJ Para isso, realizamos os procedimentos descritos
receber 1 elétron.
Assim, por necessitar anteriormente e fazemos as representações correspondentes.
fazer maior número de
ligações, o átomo de
oxigênio deve ficar 6 C: 1s2 2s 2 2p2 '* 4 elétrons na camada de valência
como átomo central,
fazendo duas ligações: (para adquirir estabilidade eletrônica, tende a receber quatro elétrons}
uma ligação com cada
um dos átomos de O : 1s2 2s2 2p4 ~ 6 elétrons na camada de valência
hidrogênio. a
(para adquirir estabilidade eletrônica, tende a receber dois elétrons}
Para cada um dos átomos de oxigênio ficar com oito elétrons na camada de valên-
cia, há necessidade de receber dois elétrons, fazendo assim, dois compartilhamentos.
Ao escrever a fórmula Já o átomo de carbono apresenta quatro elétrons na camada de valência, necessitan-
molecular, do fazer quatro ligações (quatro compartilhamentos} para adquirir o octeto estável.
geralmente, o átomo Para se formar uma molécu la de gás carbôn ico, o arranjo entre os átomos de oxigênio
central é colocado e de carbono deve ter o carbono ao centro (maior número de ligações) e cada um dos
primeiro. Por exemplo, átomos de oxigênio, fazendo assim, duas ligações com o átomo central.
C0 2 , NH 3 , BF 3 . No Assim, para a molécula de gás carbônico, temos as seguintes representações das
entanto, há algumas fórmulas de Lewis e de Couper:
exceções, como a
fórmula molecular da
água (H2 0). Isso O= C= O
porque historicamente Fórmula eletrônica de Lewis. Fórmula estrutural de Couper.
se acreditava que a
fórmula molecular Nesse caso, como são compartilhados dois pares de elétrons entre o átomo de
era HO. carbono e cada átomo de oxigênio, há duas ligações covalentes duplas.

168

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Resumidamente, podemos esquematizar as ligações covalentes no quadro a seguir.

Fórmula estrutural Pares de elétrons Classificação da


Esquema
(Couper) (compartilhados) ligação covalente

A A A- A 1 par eletrônico ligação simples


A A A= A 2 pares eletrônicos ligação dupla

A A A= A 3 pares eletrônicos ligação tripla

Já vimos que as moléculas apresentam ligações covalentes e podem ser de subs-


tâncias simples ou de substâncias compostas. As substâncias simp les são formadas
por átomos do mesmo elemento químico e as compost as, por átomos de elementos
químicos diferentes.
A molécula do gás cloro (ce 2 ), por exemplo, é uma substância simples e é formada
por ligações covalentes. Como sua molécula é formada por átomos do mesmo ele-
mento químico (cloro), o par eletrônico compartilhado está sendo igualmente atraído
pelos núcleos desses átomos.
Assim, tem-se esquematicamente:

Esquema do
compartilhame nto As imagens são
representações
:ce<0>ce: e letrôn ico entre os
átomos que constituem
artísticas. As cores
utilizadas não
a molécula do gás cloro. correspondem às reais.

Observe que a distribuição espacial dessa nuvem eletrônica é uniforme porque os


dois átomos são iguais, portanto apresentam a mesma eletronegatividade.
Nesse caso, tem -se, então, um compart ilhament o equitativo, e a ligação é classi-
ficada como ligação covalent e apoiar.
Já a molécula de cloreto de hidrogênio (HCt) é uma substância composta molecu-
lar, pois apresenta ligação formada por átomos de elementos diferentes, os quais
compartilham par eletrônico (ligação covalente). Como os átomos dos elementos en-
volvidos na ligação apresentam eletronegatividades diferentes (H = 2 ,1 e ce = 3,0), o
par eletrônico compartilhado não está distribuído igualmente (compartilhamento não
equitativo) e está mais próximo do elemento mais eletronegativo.
Assim, tem-se esquematicamente:
O cloro é mais eletronegativo que o
6
hidrogênio, por isso a distribuiçào espacial 6. O silício pertence ao
da n uvem eletrônica é deslocada na sua grupo 14 da tabela
direçào, criando uma diferen ça de periódica e apresenta
HO Ct : polaridade, representada pela Letra grega quatro elétrons em sua
camada de valência;
delta (6). O polo negativo, n o caso, o cloro, é assim, ao ligar-se ao
representado por li-. Já o polo po..5itivo, o oxigênio, obtém-se a
hidrogênio, é representado por li . seguinte fórmula
eletrônica (Lewis):
Nesse caso, tem-se, então, um compartilhamento não eq uitativo, e a ligação é • • (L)), (LJ) • •
,9=,Si,o,Q.
classificada como ligação covalente polar.
Vê-se que todos os
6 A representação da fórm ula de Lewis para o dióxido de silício ( Si0 2) obedece átomos envolvidos
obedecem à regra do
à regra do octeto? Justifique. octeto.

Forças interatômicas e intermoleculares 169

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Ligação covalente coordenada (dativa)
Observe as ligações químicas que ocorrem na molécula do dióxido de enxofre (soJ
2 2s2 2p6 3s 2 3p4 =? 6 elétrons na camada de valência
16 S: 1s

8 0: 1s 2 2s2 2p 4 =? 6 elétrons na camada de valência


Os átomos dos dois elementos tendem a receber dois elétrons cada para obedece-
rem à regra do octeto.
A representação dos átomos isolados com os elétrons da camada de valência pode
ser dada como a seguir.

..·o: :s: :ó·


•'

.. s. :d'..
·o·
Após duas ligações covalentes, está com Após as duas ligações covalentes, está
8 elétrons em sua camada de valência. com 8 elétrons em sua camada de val ência.

Observe que, após os dois compartilhamentos entre o átomo de oxigênio (da es-
querda} e o átomo de enxofre, os dois átomos envolvidos nos compartilhamentos se-
guem a regra do octeto. Entretanto, a interação do segundo átomo de oxigênio (à di-
reita) com o átomo de enxofre só é possível porque este ainda tem par(es) de elétrons
livres (que não estão envolvidos em outra ligação). Assim, um par de elétrons livres do
átomo de enxofre passa a ser compartilhado com o segundo átomo de oxigênio.
O último par de elétrons compartilhado origina-se de um só átomo.
Portanto, a ligação covalente coordenada pode ser definida como •• e.o.,~- •• ·o(Q)s/õ\_.·o·
a ligação covalente na qual ambos os elétrons do par compartilhado
pertencem ao mesmo átomo.
,-,:::S
Na molécula do S0 2 há três pares compartilhados, sendo uma
ligação covalente dupla e uma ligação covalente coordenada.
o'/ "'o

I Exceções da regra do octeto


A regra do octeto não é absoluta, pois há compostos estáveis que não apresentam oito
elétrons em torno de um átomo da molécula. A seguir, alguns exemplos que não seguem a
regra do octeto.
Os dois elétrons da camada de valência do átomo de berílio (metal alcalino terroso) apresen-
tam elevadas energias de ionização. A substância Bece 2 é um composto molecular com duas
ligações covalentes simples e polares. Assim, o berílio estabiliza-se com quatro elétrons na
camada de valência. Dessa forma, não segue a regra do octeto.

Molecular Eletrônica Estrutural

Berílio Ct- Be- Ct

O boro forma compostos estáveis com seis elétrons na camada de valência. Dessa forma,
não segue a regra do octeto. No composto BCf 3 , há três ligações covalentes simples e polares.

:ct<0B , ct: Ct- B- Ct


Boro © 1
:ct : Ct

170

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1Atividade resolvida \
R1. A representação do número e dos tipos de átomos que formam uma molécula é feita
por fórmula química. No estudo das ligações químicas, as fórmu las mais usadas são:
a molecular, a eletrônica (Lewis) e a estrutural plana (Couper). Faça as representações
dessas fórmulas para as substâncias a seguir.
a) fluoreto de oxigênio b) iodeto de nitrogênio
Resolução
a)
Fór mul a m olecular

Representação dos átomos isolados com os


elétrons da camada de valência
..
: F· ·O· · F:
.. •
Formação dos pares eletrônicos

Fórmula eletrônica (Lewis)


.. .
: Fc:n,Qc:n,F:
.

Fórmula estrutural plana (Couper) F- 0 - F

b) Consultando-se a tabela de eletronegatividade dos elementos, tem-se:

Valores de eletronegatividade

N = 3,0 1 = 2,5

Em geral, ao montar a fórmula molecular de um composto, deve-se rep resentar


primeiro o elemento menos eletronegativo e, depois, o mais eletronegativo.
Assim, para o iodeto de nitrogênio, tem-se:

Fórmula molecul ar

Representação dos átomos isolados com os : 1 .. N· • 1:


elétrons da camada de valência
: 1:

Formação dos pares eletrônicos

Fórmula elet rônica (Lewis)

1- N - I
Fórmula estrutural plana (Couper) 1
1

Forças interatõmicas e intermoleculares 171

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Propriedades das substâncias moleculares
As substâncias moleculares apresentam algumas propriedades características que
estão citadas no quadro abaixo.

Em condições ambientais, em geral, podem ser encontrados nos trê~


Estado de agregação
estados físicos.
Pontos de fusão (PF)
Em geral, apresentam PF e PE inferiores aos das subst âncias iônicas.
e de ebulição (PE)

Há compostos moleculares solúveis e insolúveis em água. Em geral,


Solubilídade (em água) isso está ligado à polaridade da substância, o que será estudado no
próximo capítulo.
Os compostos moleculares na sua forma pura, em geral, não conduzem
corrente elétrica. Uma exceção é a grafita que conduz corrente elétrica.
Condutividade elétrica A grafita, cuja fórmula é (Cn), não apresenta atomicidade definida,
portanto, não deve ser considerada uma substância molecular. Por
apresentar ligações covalentes, refere-se a uma substância covalente.
Em geral, são menos duros que as substâncias iônicas. Uma exceção é
Dureza
o diamante, cuja fórmula é (C11) , uma substância covalente.

Em geral, possuem baixa tenacidade. Quando estão sólidos, podem ser


Tenacidade
quebradiços.

~ ~ ~ A imagem ~ .represen_tação de modelo artístit:º ·


Atividades Resolva as a t.vidades no caderno. U ~ As cores uhhzadas nao correspondem às reais.

9. Um elemento X pertencente ao segundo período 13. Veja as distribuições eletrônicas dos átomos dos
da tabela periódica forma por meio de ligações elementos A , B, C e D a seg uir.
covalentes com o hidrogênio o composto H 2X. ® 1S 2 2S2 2p 6 3s 2 3p6 4s2 3d 1 º 4p 5
Escreva o nome do elemento químico X citado no
@ 1 s 2 2s2 2p 6 3s 2 3p6 4s2 3d8
texto. Para isso consulte a tabela periódica.
© 1 s 2 2s2 2p 6 3s 2 3p6 4s 1
10. A ligação covalente tende a ocorrer entre átomos @ 1 s 2 2s2 2p6 3s 2 3p4
de alta eletronegatividade, caracterizada pelo
Responda.
compartilhamento de elétrons de valência desses
átomos. Observe a ilustração a seguir e depois a) Quais os elementos que, ao ligarem-se entre
responda em seu caderno: qual a diferença entre si, podem formar ligação covalente?
as li gações covalentes das substâncias citadas? b) Qual o composto molecular formado entre os
elementos químicos c itados no item anterior?
14. (Fatec-SP) Considere as seguintes informações
sobre os elementos X e O.
El étrons na últ ima
Elemento Período
camada
o 6 2
cloreto de hidrogênio (HU)

Ligação química do tipo iônica.


X
t
4
j 2

ll. O gás oxigênio de fórmula molecular 0 2 faz liga- A combinação de X e O pode formar substâncias
ção covalente apoiar compartilhando quantos não iônicas e gasosas à temperatura e p ressão
pares de elétrons? ambientes.
As fórmulas dessas substâncias são:
12. Um elemento químico ametal e cuja distribuição
Dados: números atômicos: 6 C, 7 N, 8 0 , 16 S.
eletrônica, de acordo com o Diagrama de Linus
Pauling, é 1s2 2s 2 2p 6 3s 2 3p 6 4s 2 3d 10 4p 5 pode a) NO e CO d) S0 3 e S0 2
se ligar ao elemento fósforo. Cite a fórmula mole- b) coe co 2 e) N0 2 e so 2
cular do composto esperado. e) CO e S0 2

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Ligação metálica
As ligações metálicas são típicas de substâncias formadas por átomos de metais,
do mesmo elemento ou de elementos diferentes. Esse tipo de interação explica algu-
mas propriedades características de metais que, em geral, são diferentes das obser-
vadas em substâncias formadas por ligações iônicas ou covalentes.
Os metais apresentam alta eletropositividade, logo tendem a doar elétrons de valência.

Esquematicamente podemos representar uma ligação metálica como segue.

átomos de elemento(s)
metálico(s): iguais ou diferentes ··· •

liberação (parcial) dos elétrons


da camada de valência
geralmente apresentam poucos elétrons
na camada de valência (1 a 3)

tendência em doar elétrons


(alta eletropositividade)

cátions metálicos presos elétrons
no retículo cristalino parcialmente livres
atração
eletrostática

substância
Esquema genérico da
metálica formação da ligação metálica.

As análises das experiências com raios X permitiram aos cientistas estimar um mo-
delo em que os retícu los cristalinos metálicos (sólidos) consistiriam em um agrupa-
mento de cátions "presos ou fixos", envolvidos por um "mar" de elétrons parcialmente
"livres" que apresenta um arranjo ordenado tridimensional dos átomos.
Os elétrons parcialmente "livres" são provenientes da camada de valência dos res-
pectivos átomos dos elementos metálicos e não tendem a ser atraídos por um núcleo
catiôn ico metálico em particular, afinal, esses elétrons estão deslocalizados. Tais elé-
trons tendem a ocupar integralmente o retículo cristalino do metal, apresentando rela-
tiva liberdade de movimentação pelo cristal, sendo responsáveis pelas propriedades
características dos metais .

..
1..
...i ····... cátions
.::- metá licos
...- "presos"

elétrons
parcialmente <·... Modelos de ligação
"livres" metálica: representaçào
de cátions metálicos
envolvidos por um "mar"
de elétrons.

Os exames de raios X de metais sólidos mostram que o seu retículo cristalino tende
a apresentar o arranjo mais estável dos cátions em um cristal, procurando preservar a
neutralidade elétrica da ligação, minimizar as repulsões íon -íon e, além disso, agrupar
esses cátions do modo mais compacto possível.
O modelo de ligação metálica é
No tópico a seguir, vamos estudar alguns dos retículos cristalinos metálicos obser- representativo. As cores e os
tamanhos dos cátions não
vados por meio de exames de raios X. correspondem aos reais.

Forças interatõmicas e intermoleculares 173

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Alguns retículos cristalinos metálicos
Os retículos cristalinos metálicos mais importantes são:
• retículo cristalino cúbico centrado no centro (RCCCC) ou cúbico de corpo centra-
do (CCC);
• retículo cristalino cúbico de faces centradas (RCCFC) ou cúbico de faces centra-
das (CFC);
• retículo cristalino hexagonal (RCH) ou hexagonal compacto (HC).
Os retículos cristalinos são representados por meio de celas unitárias, que são uma pe-
quena fração do retículo que pode ser usada para gerar ou construir o retículo inteiro, mo-
vendo-a de acordo com certas regras (um conjunto de celas unitárias formam uma rede).
As imagens abaixo representam cada um desses tipos de retículos cristalinos (celas
unitárias).

Exemplos: Ferro a (Fe), Cromo (Cr), Exemplos: Alumínio (AP.),Cobre (Cu),


Molibdênio (Mo), Tântalo (Ta), Ouro {Au), Chumbo (Pb), Níquel {Ni),
Tungstênio (W) etc. Platina {Pt), Prata (Ag) etc.
Número de coordenação: 8 Número de coordenação: 12

Retículo cristalino cúbico Retículo c ristalino cúbico


de corpo centrado (CCC) de faces centradas (CFC)

.,. .,. . •
r' •
.
~1 . r
: _,..- { : :
1 '
Exemplos: Cádmio (Cd), Cobalto (Co),

.•
' : ~~j Titânio a (Ti), Zinco {Zn), Magnésio (Mg) etc.
' J• : •
•' ' ' • Número de coordenação: 12

Relembre os alunos que


o número de
coordenação representa Retículo cr istalino
o número de átomos hexagonal (RCH).
mais próximos a um
átomo de referência.
Propriedades das substâncias metálicas
Os compostos iônicos das substâncias metáli cas apresentam algumas p roprieda-
des características que estão citadas no quadro abaixo.

Em condições ambientais, em geral, são encontrados no estado sólido.


Estado de agregação
Há exceções, por exemplo, o mercúrio, que se encontra no estado líquido.l

Pontos de fusão (PF) Em geral, apresentam elevados PF e PE. Há exceções, por exemplo,
e de ebulição (PE) mercúrio (PF = - 38,8 ºC) e gálio (PF = 30 ºC).

As ilustrações apresentadas
Condutividade elétrica
e condutividade térmica
São excelentes condutores de corrente elétrica e de calor. ~
nesta página são representações
artísticas. As cores e os Maleabilidade Em geral, possuem capacidade de serem moldados em lâminas.
tamanhos dos elementos
iluslraclos não correspondem Ductibilidade Em geral, possuem capacidade de serem moldados em fios.
aos reais.

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As ligas metálicas
Ligas metálicas são materiais com propriedades predominantemente metálicas que
apresentam dois ou mais elementos, em que pelo menos um deles é metal.
Os metais puros geralmente não possuem todas as características necessárias
para serem aplicados na fabricação de produtos utilizados em nosso cotidiano. Assim,
os cientistas criaram novos materiais para suprir essa necessidade. Entre eles desta-
cam-se as ligas metálicas. cujas propriedades resultantes são determinadas pelos
metais utilizados. por sua quantidade, pelo arranjo cristalino da liga metálica produzi-
da e pelos tratamentos adicionais realizados.
No quadro, são representadas as ligas metálicas mais comuns.

Liga metálica
Constituintes
principais
Exemplos

:98,2% Fe
+
Cabos submetidos à tração,
Aço
0,5 a 1,7% c obras de arte, embalagens,
+ tubulações, chapas etc.
traços de outros
elementos Cabos de aço.

:74% de aço
+ Peças de carros, brocas,
Aço inox 18% Cr talheres e demais utensílios de
cozinha.
+

--t
8%Ni Panela de aço inox.

75%Au Joias, medalhas, circuitos


Ouro 18 eletrônicos, pinos de ligação,
quilates + moedas, próteses dentárias,
25% {Ag+Cu) fios cirúrgicos.
Alianças de ouro.

Parafusos, ferramentas,
aparelhos elétricos, conexões
=67% Cu hidráulicas, revestimento de
Bronze + motores, sinos, instrumentos
33%Sn musicais, objetos
de decoração em lápides para
túmulos e em estátuas etc. Sino de bronze.

=55 a 95% Cu Instrumentos musicais, peças


Latão + para máquinas, tubos, armas,
5a45%Zn torneiras etc.
Torneira de l atào.

Solda
t :63% Sn
+ Soldas de contatos elétricos.
(eletrônica)
37% Pb

:90% Ae. Peças para a indústria


Magnálio + aeronáutica, alguns
10% Mg automóveis.
Parte da carenagem de um
avião feita de magnálio.

Forças interatômicas e intermoleculares 175

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Química em foco

Metalurgia: Ligas metálicas e suas aplicações no cotidiano


A metalurgia trabalha com a extração de metais a partir de seus minérios e es-
tuda as suas possíveis aplicações. O profissional dessa área desenvolve e executa
projetos para a obtenção de metais e de ligas metálicas.
Segundo dados históricos, as atividades metalúrgicas surgiram em torno de
5000 a.e., dando início à "Idade dos Metais", momento em que o ser humano co-
meçou a substituir os seus artefatos de pedra polida por ferramentas metálicas.
Esse trabalho de fund ição caracterizou-se em um grande avanço científico para a
humanidade. O cobre foi o primeiro metal utilizado e em seguida iniciou-se um
processo em que se misturavam os metais. Dessa forma, descobriu-se como fabri-
car o bronze, uma liga metálica obtida pela fund ição de cobre e estanho.
Atualmente, para a obtenção de ligas metálicas, misturam-se dois ou mais me-
tais, ou um metal com outra liga não metálica , por meio de aquecimento .

.....................................~~~=-·;;~~·~~·~~ ~~~··~~.l~·~·i~·;~;~·~·~·~~·~;~·~~~··~:~··~··; :~·~ · ~


carbono. Pode apresentar traços de silício, enxofre e oxigênio.
A sua resistência à tração é maior comparada com à do ferro
puro, porém suas propriedades e consequentes aplicações
variam de acordo com a porcentagem de carbono na liga.
São aplicados em componentes de carcaças de automóveis,
chapas para tubulações, edificações (baixo teor de carbono),
rodas de trens, engrenagens (médio teor de carbono),
ferramentas de corte (alto teor de carbono), entre outros.

Funcionário de uma indústria


a utomobilística cortando
uma chapa de aço. .......~~·~~··~~··~·~ ;;~~·~~;··I;~~·;~~~~~~·~·~~··;~~
de ouro e 25% de outros metais,
como prata, cobre e paládio. Essa
liga apresenta brilho e dureza
adequados para a produção de joias
com excelente durabilidade.

Joalheiro criando uma joia


feita de ouro 18 quilates.

··········;·~~;;~~·~ ·~~-·~;~~~·i·;;~~··~~~·~;~~·~~~~~-~-~~~~~~·~~~·~~;~~-~
de massa de mercúrio e de prata e pequenas quantidades de
outros metais, entre eles, cobre e estanho. Pode ser utilizada
em obturações dentárias , por exemplo, por ser maleável e
poder ser moldada aos dentes do paciente com relativa
facilidade, além de ser muito resistente à oxidação (corrosão).

Dentist a fazendo uma obturação


com amálgama no dente de paciente.

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~
Atividades ~
- Resolva as atividades no caderno.

15. A teoria do octeto é aplicada principalmente em 19. {UFPR) A diversidade de materiais observados à
elementos representativos. Os e lementos de nossa volta é resultado da capacidade de os ele-
transição não seguem necessariamente esse mentos químicos se combinarem, através de liga-
modelo. Qual é o nome do tipo de ligação que ções químicas, formando diferentes compostos .
tende a ocorrer entre os elementos de transição? Relacione os t ipos de ligação mostrados na primei-
ra coluna com os compostos da segunda coluna.


16. As ligas metálicas são empregadas em vários
produtos utilizados pe la sociedade, d iferente-
(D NaCl'., sal de cozinha. Ligação met álica.

mente dos metais puros que, em geral , não (j) H 2S, gás sulfeto de hi- Ligação iôn ica.
apresentam todas as características necessárias drogênio. Ligação covalente
para serem ap licados na fabricação de certos @ Latão (liga de cobre e apoiar.
p rodutos. Uma das características das ligas zinco). Ligação covalente
metálicas é a capacidade de conduzir eletricida- ® N2 (gás nitrogênio). polar.
de. A que se deve esse fenômeno?
Identifique a alternativa que apresenta a sequên-
17. Analise as propriedades dos compostos químicos c ia correta das colunas de c ima para baixo.
a seguir: A é sólido em temperatura ambiente, a) 3 - 1 - 4 - 2. d) 2 - 3 - 1 - 4.
conduz eletric idade quando derretido e não b) 3 - 2 - 1 - 4. e) 1 - 3 - 2 - 4.
conduz eletric idade quando é só lido; B é um
e) 4 - 1 - 3 - 2.
líqu ido incolor em condições ambientes, não
conduz corrente elétrica no estado líquido e não 20. {UEL-PR) Leia o texto abaixo.
conduz e letric idade quando é sólido; C é um Algumas substâncias sólidas são caracterizadas
só lido em condições ambientes, conduz eletri- pela repetição organizada de estruturas individu-
cidade quando derretido e conduz eletric idade ais, constituindo sólidos com formas geométricas
quando é sólido. Que tipo de ligação química definidas - os cristais. Por exemplo, o cloreto de
(iônica, covalente ou metálica) pode ser corre- sódio e a sacarose form am cristais cúb icos e
tamente associada a cada um dos compostos hexagonais, respectivamente.
A , B e C?
A imagem a seguir mostra três só lidos cujas
18. (UFG -GO) Analise os esquemas a seguir, tendo formas são cúbicas. Em (1), (2) e (3) estão repre-
em vista as estruturas apresentadas. sen tados, respectivamente , cristais de iodo,
brometo de potássio e ferro.

000000 000.CkD Legenda


0000C0 C10d0c:t:) Qátomo
0 00000 C:).0~ 0 cátion
i 0000C0 (5.00.~ Q ânio n
] 000000 0.00.~ • elét ron livre
}0000C0 Q0~ 12
(1 )
KBr
(2)
Fe
(3)
Estrutura de Estrutura de
composto iônico. composto met álico.
Sobre as estruturas (1). (2) e (3), é correto afirmar:
~ t-----1 As ilustrações apresentadas nesta página são a) A molécula individual do cristal (1) apresenta
l_j ~ representações artísticas. As c ores e os tamanhos dos
elementos ilustrados não correspondem aos reais. átomos unidos por ligação covalente polar.
a) Explique a diferença de comportamento entre b) O cristal (2) é formado por um número de
um composto iônico sólido e um metal sólido prótons maior do que o número de elétrons.
quando submetidos a uma diferença de po- e) A substância representada em (3) é boa con-
tencial. dutora de eletricidade no estado sólido e no
b) Explique por que o comportamento de uma líquido.
so lução de substânc ia iônica é semelhante d) A substância representada em (1) é boa
ao comportamento de um metal sólido quan - condutora de eletricidade no estado líquido.
do ambos são submetidos a uma d ife rença e) A substânc ia representada em (2) é boa
de potencial. condutora de eletric idade no estado só lido.

Forças interatõmicas e intermoleculares 177

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,u., ,114;;1,m.;ut&,1 .-··ª~·bid~·~·
V
i~~~ô~i~~~··~· ~~i·~ - ~i-~~;~i~ ······· ······ · · · · ·············· ········
Conhecendo
A prática de atividades físicas leva à eliminação de água e sais minerais por transpiração, por·
tanto, é possível que ela cause desidratação.
Para evitá-la, os atletas costumam consumir bebidas isotônicas, as quais repõem alguns
sais, geralmente os mais necessários, e não são gaseificadas , a fim de impedir a distensão das
paredes intestinais e a sensação de "peso no estômago". Para isso, em sua composição, essas
bebidas contêm água, sódio, potássio, cloreto, glicose, corantes, aromatizantes e conservantes
artificiais. Para garantir um rápido esvaziamento gástrico e a reposição hidroeletrolítica eficiente,
as bebidas isotônicas apresentam baixo teor de carboidratos.

Atl eta ingerindo bebida isotôn ica.

Você sabe qual é a diferença entre as bebidas isotônicas e as energéticas?


Ambas foram desenvolvidas para melhorar o desempenho do atleta durante a prática esportiva,
entretanto, suas composições são diferentes. As bebidas isotônicas têm o objetivo de repor as
perdas hidroeletrolíticas durante o exercício físico, enquanto as energéticas, por terem ação esti-
mulante, aumentam a concentração e a resistência durante a prática de exercíc ios. Portanto, é
necessário ingeri-las de acordo com suas especificidades.
A escolha de uma dessas bebidas é importante, pois o consumo inadequado, sem indicação
médica ou nutricional, pode prejudicar o esmalte dentário e causar cáries, aumentando assim a
sensibilidade dentária. Também pode dificultar a perda de massa corpórea, sobrecarregar os rins
e aumentar a pressão sanguínea, devido ao excesso de micronutrientes. No entanto, em caso de
atletas, esse excesso é eliminado por diurese.
A seguir, algumas considerações sobre a atuação de alguns sais minerais em nosso corpo.

178

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~ -······························· .. ················•·········· ························································
I ':,'~ magnésio: influencia na formação e manutenção de ossos
e dentes, além de controlar a transmissão de impulsos
nervosos e as contrações musculares.
~

~ Q...%, Alguns alimentos que


·S:t -,,.'\".t,,,"\,,..\ contêm magnésio.
~;~~;~;~~


i f9_·4~~?
'f '\
f'% \
..............,.......................................................-~
lon potássio: atua junto com o íon 1
sódio {bomba de sódio e potássio).
Contribui para o metabolismo,
ajudando nos impulsos nervosos e
nas contrações musculares, além
de tentar normalizar o ritmo
cardíaco e o equilíbrio
hidroeletrolítico do organismo.

Alguns alimentos
que contêm potássio.

~ - --···················--·············----················--·--·········--····--················----······· ·
I~~ cloreto: importante na regulação da pressão osmótica,
pois os lons cloreto e os íons sódio mantêm esse equilíbrio.
Também é secretado pela mucosa gástrica, na forma de
ácido clorídrico, o qual atua no processo digestivo.

Alguns alimentos
que contêm cloro.
Estudando
Dentre os compostos utilizados para a preparação de bebidas isotônicas, os sais mais utiliza-
dos são o cloreto de sódio (NaCl) e o fosfato de potássio 3 Pü 4 ) . A partir da d issociação des- (K
ses sais são obtidos os íons dissolvidos na bebida isotônica e, por ingestão, chegam ao nosso
organismo. Como esses sais são compostos iônicos (sofrem dissociação em solução aquosa),
eles liberam cátions e ânions, conforme as seguintes representações:

NaCe(s) --+ Na 1+(aq) + ce, _(aq)


1+ 3-
K3PO i s) - 3 K (aq) + PO 4 (aq)

Dessa forma, em solução aquosa encontramos íons sódio, íons cloreto, íons potássio e íons
fosfato; e, ao ingerirmos a bebida, são absorvidos com relativa faci lidade.
2. Resposta pessoal. O objetivo dessa pergunta e discutir com os alunos se eles
Conversando conheciam as características, a composição e os benefícios da bebida isotônica.
Dessa forma, enfatize os cuidados necessários para a ingestão da bebida isotônica
com frequência sem as devidas indicações médicas ou nutricionais.
1. Conversando com seus colegas, respondam: que bebidas isotônicas vocês conhecem? Já
. . I ? Resposta pessoal. Com essa questão, espera-se que os alunos citem algumas marcas de bebidas
ingeriram a guma · isotônicas que conhecem e que já tenham ingerido. Durante a explanação dos alunos, você pode
pedir a eles que citem algumas das informações que estão presentes no rótulo dessas bebidas, a fim de que percebam
2. Com que objetivo vocês a beberam? Houve indicação médica e nutricional? o que caracteriza esse tipo de
bebida.
3. Discuta com seus colegas: em que circunstâncias as bebidas isotônicas devem ser ingeridas?
Após quais tipos de atividades físicas é recomendado consumi-las?
Resposta pessoal. Devem ser consumidas após longas atividades físicas ou sob prescrição médica ou nutricional.
4. Em sua opinião, o nosso organismo produz sais minerais? Converse com seus colegas sobre
O assunto. Os organismos vivos não produzem saís minerais, portanto devemos ingeri-los.

5. Pesquise outros sais minerais existentes e, em seu caderno, faça as reações de dissociação
dos compostos escolhidos. Resposta pessoal . Espera-se que os alunos consigam pesquisar e realizar as reações
de dissociação dos mesmos.
Forças interatômicas e intermoleculares 179

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lnteracões
, moleculares

Como são belas as bolhas de sabão! São esferas iridescentes, uma característica
de certas superfícies que refletem as cores iguais às do arco-íris. Elas são motivo
de brincadeiras tanto para as crianças quanto para os jovens e adultos, além de
servirem de inspiração para complexos raciocínios matemáticos.
A situação apresentada ao lado tem algo em comum com a situação da
criança fazendo bolhas de sabão: ambas apresentam as interações molecu-
lares, que passaremos a estudar agora. Para isso, estudaremos inicialmente
a geometria e a polaridade moleculares.

@ Provavelmente você já fez bolhas de sabão. Que substâncias e materiais


são necessários para preparar a mistura líquida que forma essas bolhas?
Água, sabão líquido/detergente e, opcionalmente, xarope de milho.
@ O que é a bolha de sabão? É uma película muito f ina de água e sabão/detergente
repleta de ar e que tende a assumir formas esféricas.
© Para que serve o sabão líquido/detergente na mistura para fazer bolha de sabão?
Inseto pous ado O sabão serve para reduzir a tensão superficial da água, tornando a superfície mais elástica.
sobre a água. @ Você sabia que podemos adicionar xarope de milho na mistura líquida usada para
fazer bolhas de sabão? Qual seria a sua função? Cite outros materiais que po-
deriam substituir o xarope de milho nessa mistura. Diminuir a evaporação da água,
fazendo a bolha durar por mais tempo antes de estourar. O xarope de milho poderia ser
substituído por glicerina, açúcar comum, entre outras substâncias.

180

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Geometria molecular
O inglês Ronald James Gillespie (1924-). juntamente com o australiano Ronald
Sydney Nyholm (1917-1971), desenvolveu uma teoria para prever a geometria molecular
com base na fórmula eletrônica da molécula.
Essa teoria ficou conhecida como teoria da Repulsão dos Pares Eletrônicos da Ca-
mada de Valência (RPECV), em que os pares eletrônicos ao redor de um átomo central,
que estejam ou não participando das ligações, comportam-se como nuvens eletrônicas


que se repelem. de maneira que fiquem orientadas no espaço com a maior distância
angular possível a fim de minimizar as repulsões intereletrônicas e se orientando de
forma que a energia total seja mínima.
A magnitude na repulsão entre pares depende do fato de os pares eletrônicos es-
tarem compartilhados ou não. Se os dois pares estão compartilhados a repulsão é a
mais fraca, é intermediária entre um par solitário e um par compartilhado e é a mais
forte entre dois pares solitários.
Forças repulsivas decrescem bruscamente com o aumento do ângulo entre pares.
São fortes em ângulos de 90º, mais fracas em ângulos de 120º e extremamente fracas
em ângulos de 180º. Na prática, não é necessário considerar repulsões para ângu los A teoria da repulsão
superiores a 90º. dos pares eletrônicos
da camada de valência
Geralmente, para determinar a forma das principais moléculas, pode-se aplicar a
também é conhecida
teoria RPECV. Inicialmente, monta-se a fórmula eletrônica (fórmula de Lewis) e se indi- por teoria VSEPR
cam as ligações do átomo central. Em geral, o átomo central é o elemento que apre- (valence shell eleetron
senta a menor energia de ionização. Por fim, representa-se o número de pares de elé- pair repulsion).
trons livres (pares de elétrons não compartilhados) no átomo central.
Os pares de elétrons ligantes e os pares de elétrons não ligantes (pares isolados) Camada de valência:
podem ser considerados "nuvens de carga" que se repelem e se afastam. Assim, de camada mais externa
do átomo, podendo, na
acordo com a teoria RPECV, os elétrons da camada de valência do átomo central são distribuição eletrônica
distribuídos aos pares, ao redor do átomo central, procurando determinar uma esfera, de Linus Pauling, ser a
ele atribuídos no
afastados entre si o máximo possível de forma que haja a menor repulsão possível máximo oito elétrons.
(repu lsão eletrostática).

Fórmula Fórmula eletrônica e representação


Número de nuvens
molecular do número de nuvens (na cor verde)

·or6\ct6\c:5·
,, l g l \ g / ,•
2
t-

:c~@ s@ ce.:
.. @ .. 3 Os esquemas apresentados para
representar as distribuições de
:ci : pares de elétrons são artísticos.
As cores e os tamanhos
utilizados não são os reais.

4
1 par de 3 pares de
e létrons elétrons
A determinação da geometria molecular considera o número de pares de elétrons
ligantes e não ligantes presentes em torno do átomo central. Na imagem a seguir,
ligant~s

HO CC:
...~~o ligantes

estão representadas possíveis distribuições de pares de elétrons, os quais estão po- Fórmula e letrônica do
sicionados tão longe quanto possível um do outro para minimizar a repulsão. cloreto de hidrogênio.

Representaçào de
possíveis distribuições
de pares de elétrons
(cargas pontuais ) e m
uma esfera para que
haja menor repulsão
2 pares de elétrons 3 pares de elét rons 4 pares de e létrons 5 pares de elétrons 6 pares de elétrons eletrostática.

Forças interatômicas e intermoleculares 181

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Os elétrons de valência que formam as ligações da molécula são os elétrons ligan-
tes; os que não participam da(s) ligação(ões) são os elétrons não ligantes.
O quadro abaixo apresenta algumas substâncias com átomo central e suas geome-
trias moleculares.

Fórmula
Substância Estrutura de Lewis Geometria
molecular
Os esquemas
apresentados na última
coluna são artísticos.
As cores e os
tamanhos utilizados 2 pares de elétrons
Hidrato de berílio
não são os reais. ligantes (Be - H)

linear
4 pares de elétrons
ligantes entre C e
Gás carbônico O, resultando em
duas duplas
(C = 0)

trigonal ou
3 pares de elétrons
Hidreto de boro triangular
ligantes (B - H)
plana

4 pares de elétrons
Metano tet raéd rica
ligantes (C - H)

b ip irâmide
Pentacloreto de 5 pares de elétrons trigonal ou
fósforo ligantes (P - Cll,) b ip irâmide
triangular

octaédrica ou
Hexafluoreto de 6 pares de elétrons
SF 6 b ip irâmide de
enxofre ligantes (S - F)
base quadrada

~ Amônia NH 3
i
3 pares de elétrons
ligantes (N - H) e
+
piramidal
1 par de elétrons

+
nâo ligantes

~ L

2 pares de elétrons
ligantes (O - H) e
,l!
Água Hp
2 pares de elétrons
angular
!i.i
não ligantes ,o
~
"~

182

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/ Atividades resolvida~
Rl Determine a geometria da molécula de amônia (NH 3 ) .
Resolução
Para determ inar a geometria de uma espec1e quim1ca, é bastante prático começar
montando sua fórmula eletrônica (fórmula de Lewis) e analisar os pares de elétrons
ligantes e não ligantes. Dessa forma, pode-se conclui r sobre a sua geometria. Assim ,
tem-se:

3 pares de elétrons .. . ........... 1 par de elétrons


ligantes (N - H)'º·· .... .,., N l='-
Hcv . '-,) H
H
Fórmula eletrônica da amônia {NH 3 ) .

Dessa forma , a amônia apresenta geometria piramidal.


não ligantes


1 Projeção Haworth
O químico britânico Walter Norman Haworth (1883-1950) idealizou
uma maneira simples de representar estruturas químicas em três
dimensões. Essa representação é denominada projeção Haworth.
Para dar uma ideia espacial, as ligações podem indicar se o áto-
mo está no plano (ligação normal), atrás do plano (cunha ponti-
lhada) ou à frente do plano (cunha cheia).

--.. no plano
atrás do plano

à frente do plano

Assim, para a amônia, que apresenta geometria piramidal, tem-se: Walter Norman
Haworth.

Na projeção Haworth, acima, para a amônia, nota-se que dois hidrogênios estão atrás do
plano, um está à frente do plano e o nitrogênio está no plano sob análise.

H2. Determine a geometria das espécies químicas a seguir.


a) cátion amônia (NHs+
b) ãnion clorato (ct'.os -
Resolução
a) H+

N······::::,.4 pares de elétrons ) Projeção de


Hó' ·H ligantes (N - H) Hawo rth.
H
Fórmula eletrônica do cátion amônia (NH 4 )H

b)
:Q: 3 pares de elétrons } o
l, ... ····:·:··· ligantes (ce - O)
Ct'. o·
Projecão de
.
• . ........: • • 1 par de elétrons Haworl h . o1:,,.... ' ....••.P
······ não ligantes Ct'.
Fórmula eletrônica do ânion clorato (ceos-.

Forças interatômicas e intermoleculares 183

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• Polaridade das ligações
Os polos sào formados pela diferença
1 Como se fo rmam polos em li gações? de eletronegatividade dos elementos que
participam da ligação química.

A eletronegatividade corresponde à capacidade do átomo (núcleo)


em atrair os e létrons envolvidos em um ligação química.

Já vimos que há ligações covalentes apoiares e ligações covalentes polares. As li-


gações apoiares são aquelas em que não há diferença de eletronegatividade entre os
átomos ligantes, logo, nesse caso, os elétrons são igualmente compartilhados. As li-
gações em que há o compartilhamento desigual de elétrons entre os átomos ligantes
são as ligações polares.
Exemplos:
• Os átomos que formam a molécula de gás hidrogênio (H 2 ) se ligam entre si por
ligação covalente. Como os átomos ligantes são do mesmo elemento, não apre-
sentam d iferença de eletronegatividade, e o par de elétrons compartilhado entre
eles tende a ficar igualmente distribuído entre esses âtomos. Dessa forma, o ca-
ráter parcial dos átomos ligantes é nulo ( 6°), estabelecendo-se, nesse caso, liga-
ção covalente apoiar.

Modelo de uma
molécula de H2.

H H

• Os átomos que formam a molécula de cloreto de hidrogênio (HCe) se ligam entre


si por ligação covalente. Como os átomos ligantes são de elementos diferentes,
há diferença de eletronegatividade ent re eles. O átomo mais eletronegativo exerce
maior atração sobre o par de elétrons compartilhado entre eles, adquirindo cará-
6-).
ter parcial negativo ( Consequentemente, o átomo menos eletronegativo ad-
quire um caráter parcial positivo ( s+). Estabelece-se, nesse caso, ligação cova-
lente polar.

As cores, os tamanhos e os Modelo de uma


formatos dos elementos
apresentados nesse esquema
molécula de HCt
são meramente ilustrativos para
representação da polaridade. H
ce.

Não há sentido em se atribuir um único caráter parcial (6) a determinado átomo, pois
seu caráter varia de acordo com a combinação de átomos ligados. Por exemplo, na
molécula de H2 o hidrogênio possui caráter zero( 6°). e na molécula de HCe, caráter
positivo ( s+).
Há substâncias em que é possível uma molécula apresentar ligações polares e liga-
ções apoiares. É o caso do peróxido de hidrogênio (H2 0 2 ) .

ligação polar ligação apelar

),-O./_ /4 H
H O '-.,. ligação polar

A polaridade da ligação depende da diferença de eletronegatividade entre os átomos


ligantes. Quanto maior fo r essa diferença, maior será a polaridade da ligação.

184

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Polaridade das moléculas
Quanto à sua polaridade, as moléculas podem ser classificadas em: moléculas apo-
iares e moléculas polares.
Experimentalmente, a polaridade de uma molécula, por exemplo, pode ser determi-
nada de acordo com o seu comportamento na presença de um bastão de vidro eletri -
zado por atrito em um pano de lã. Ao serem submetidas a campo elétrico externo,
tem -se que:


• as moléculas polares tendem a sofrer atração ou repulsão;
• as moléculas apoiares não tendem a sofrer atração ou repu lsão.
Ao atritar um bastão de vidro em um pano de lã, o bastão fica eletrizado positiva-
mente. A aproximação do bastão eletrizado a um filete de água (substância polar). que
cai sob a ação gravitacional, tende a provocar um desvio da trajetória do filete. Isso
ocorre por causa da atração entre as cargas positivas do bastão e os polos negativos
das moléculas de água. No entanto, esse desvio não ocorre com substâncias apoia-
res, como o óleo.

Substâncias líquidas
Substâncias líquidas apolares como o ó leo
polares como a água não tendem a sofrer
tendem a sofrer desvio interferência ao se
a o se aproximar de um aproximar de um
_ __ _ _ _ _ ___, bastão eletrizado. bastão e letrizado.

Por que a água é uma substância polar?


Já vimos que a molécula de água é formada por ligações covalentes polares e apre-
senta forma angular. A polaridade de suas ligações se deve à diferença de eletronega-
tividade entre os átomos ligantes, fazendo que o compartilhamento dos elétrons ligan-
tes não seja equitativo. Isso pode ser representado por um vetor denominado vetor
momento dipolar (µ). Sendo um vetor, apresenta intensidade (módulo ou valor numé-
rico), direção e sentido.
A cada ligação polar associa-se um vetor momento d ipolar (µ) cujo módulo repre-
senta a intensidade do dipolo elétrico dessa ligação.

....µ
•--------4.
+q -q

O vetor momento dipolar é orientado no sentido


da carga positiva para a carga negativa.

Se uma molécula apresenta várias ligações polares, haverá vários veto-


Ligação Momento dipolar,
res momentos dipolares. A soma vetorial dos momentos dipolares deno-
(µR) em debye (D)
mina-se vetor momento dipolar resultante (µR).
H- F 1,98 D
No quadro ao lado são apresentados os valores de momentos dipola-
H - Cl'. 1,03 D
res relativos às ligações polares de algumas substâncias.
H - Br 0,79 D
2 Observando o momento d ipolar das substâncias apresentadas no
H- 1 0,42 D
quadro, qual deles está associado à maior polaridade de ligação?
Maior polaridade é a ligação H- F, pois apresenta maior momento dipolar.
Forças interatõmicas e intermoleculares 185

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Moléculas polares e apolares
Observe os exemplos de algumas moléculas, de seus vetores momentos dipolares
e de seus vetores momentos dipolares resultantes.

HCI:'. H<O>Ge :
6+ µ 6-
H- - . CI:'.
Fórmula molecular. Fórmula e letrônica. Representação do Vetor momento
vetor momento d ipolar. dipolar resultante.

·o·
HD' ~ H
Fórmula molecular. Fórmula e letrônica. Representação dos vetores Vetor momento
momentos d ipolares. dipolar resultante.

oicio
Ir õ+ 6+ 6-

Fórmula molecular. Fórmula eletrônica. Represent ação dos vetores Vetor momento
momentos d ip olares. dipolar resultante.

As moléculas com vetor momento dipolar resultante j1R # O são polares e aquelas
cujo j1 R = O são apoiares.
Se uma substância molecular apresentar ligações polares, poderá ser apoiar, como
o dióxido de carbono (C0 2 ), que apresenta j1R = O, ou polar, como a água {H 2 0) e o
cloreto de hidrogênio (HCII.), que apresentam jiR # O.
As moléculas diatômicas (geometria linear) constituídas por um só elemento (mes-
ma eletronegatividade) apresentam ligações apoiares e j1 R = O, sendo classificadas
como moléculas apoiares.
Outros exemplos: N 2 , Cll. 2 , H2 , 12 , Br2

geometria
linear
Molécula de gás oxigên io ( 0 2 ) .
--
O= O
µ; ~

As moléculas diatômicas (geometria linear) constituídas por elementos diferentes


(diferentes eletronegatividades) terão ligações polares e ii r # O, sendo classificadas
como moléculas polares.
Outros exemplos: CO, HF, HBr, HI , NO

6- H-Cll.
geometria
Linear

Molécula de ácido clorídrico ( HCf).

Como já vimos, na molécula de dióxido de carbono (C0 2 ), o oxigênio possui maior


eletronegatividade que o carbono, assim, cada um dos vetores momento dipolar é orientado
para o átomo de oxigênio, e tem-se ligações polares. Nesse caso, como a molécula é linear
e os vetores momento dipolar apresentam o mesmo módulo, embora sentidos contrários, a
soma vetorial será nula, ou seja, o vetor momento dipolar resultante será j1 r = O. Dessa
forma, tem-se uma molécula apoiar, apesar das ligações polares.
Outros exemplos: C0 2 , CS 2 , BeCll. 2 , BeH 2
t
As imagens ilustradas nesta
página representam modelos
t~ ~
l::J<=ã:i
!SE l:
geometria
O = C =O
.- ~ = o
de moléculas com cores e =~~ linear
formatos artísticos e não
correspondem à realidade. Molécula de gás carbônico ( C0 2).

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Na molécula do oxissulfeto de carbono (OCS) o oxigênio possui maior eletronegatividade
que o enxofre, assim, quando se ligam ao carbono, o vetor momento dipolar da ligação
entre carbono e oxigênio apresenta maior módulo que outro vetor associado à ligação entre
carbono e enxofre. Nesse caso, a molécula é linear com ligações polares - cujos vetores
momentos d ipolar apresentam intensidades (módulos) e orientações (sentidos) diferentes - e
apresenta soma vetorial não nula, ou seja, vetor momento dipolar resultante ilr # O. Assim,
tem-se um composto com ligações polares e molécula polar. Isso também ocorre, por
exemplo, na molécula do cianeto de hidrogênio (HCN).

-- •
o 5+5+ 6"
geometria O =C=S
linear
~ ~
Molécula de oxissulfeto de carbono (OCS).

Como já foi visto, na molécula de água (H 2 0 ) há duas ligações polares. As intensi-


dades (módulos) dos vetores momento dipolar são iguais. Mas, como a molécula tem
forma angular devido aos pares de elétrons da camada de valência que não formam
ligação, os vetores momento d ipolar não se anulam, obtendo um vetor momento d ipo-
lar resultante ii r ::f:. O. Assim, tem-se uma molécula polar.

geometria
angular
Molécula de água (H 20).

Na molécu la do trifluoreto de boro (BF 3 ) há três ligações polares e, consequente-


mente, três vetores momentos dipolares que apresentam a mesma intensidade. Nesse
caso, como a molécu la apresenta forma trigonal p lana, a soma vetorial (três vetores de
mesma intensidade e com ângu los de 120º entre si) resu ltará em vetor momento d ipo-
lar resultante nulo, ou seja, Pr = O. Assim, nesse exemplo, tem-se uma molécula apoiar.
Outros exemplos: S0 3 , BH 3 , Bce3
.~ Fº
.,gj ~
ii":[
~ 1 6+
:e~
ii
geometria
trigonal plana
6- / B'-.... t,- µ;
/'-....
ii;
~-
- µ,
µ,
~#O
= V
F F
Molécula de trifluoreto de boro (BF3 ).

Solubilidade
Duas substâncias são solúveis entre si ou se dissolvem uma na outra quando for- 3. Ao misturar as quatro
substâncias, obtém-se
mam uma mistura homogênea, isto é, quando são capazes de se misturar formando um sistem a b ifásico.
um sistema monofásico. Nele há uma fase polar
{água + álcool, na fase
3 Sabendo que água e á lcool são polares e gasol ina e q uerosene são apoiares, inferior) e uma fase
apoiar
responda: ao misturar essas quatro substânc ias, quantas fases o sistema apre- (gasolina + querosene,
senta? Explique o result ado desse experimento. na fase superior),
ambas imiscíveis entre
si. Observa-se que
substâncias de mesma
água álcool gasolina querosene polaridade se
solubilizam entre si.

As imagens ilustradas nesta


página representam modelos
de moléculas com cores e
formatos artísticos , e não
correspondem à realídade.
Béqu eres com diferentes s u bstâncias.

forças interatômicas e intermoleculares 187

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Em geral, substâncias apoiares se d issolvem em solvente apoiar. Exemplo: a gasolina
e o querosene. Já as substâncias polares se dissolvem em solvente polar. Exemplo: o
álcool e a água. Há, contudo, algumas substâncias que podem se dissolver tanto em
substâncias polares como em apoiares. Isso ocorre porque elas apresent am em sua
estrutura parte polar e parte apoiar.
Os álcoois são compostos orgânicos que apresentam como parte polar o grupo
-OH e como parte apoiar o radical. Assim, esses álcoois podem ser genericamente
representados por: R - OH.

parte apelar ······· · ·~ a r te polar

H Fórmula estrutura l do
1 met a no l ou álcool metílico
radical (R) .. · .. .. "
(composto orgânico).

Não se preocupe com a memorização de nomes e fórmulas estruturais dos álcoois,


pois serão vistos durante o estudo da Química Orgânica, no volume 3 desta coleção.
No entanto, observe as estruturas moleculares e os resultados experimentais obtidos
para as solubilidades de alguns álcoois.

- Solubilidade em água
-
Álcool Estrutura molecular
(g/ 100 g H2 0 a 20 °()

Metanol H3 C - OH infinita

Etanol H3 C - CH 2 - 0H infinita

Propano! H 3 C - CH 2 - CH 2 - OH infinita
t
Butanol H 3 C - CH 2 - CH 2 - CH 2 - OH 8,3 1
-Pentano! H 3C - CH 2 - CH 2 - CH 2 - CH 2 - OH 2,4
1
4. De acordo com os 4 Observando os dados apresentados no quadro acima, o que é possível notar
dados apresentados no
quadro, é possível notar quanto ao número de átomos de carbono na cadeia carbônica e a solub ili dade
que quanto maior o do álcool em água?
número de átomos de
carbono na cadeia
carbônica (radical),
menor a solubilidade do A acetona é polar ou apo lar?
álcool em água. Isso se
deve ao aumento da A propanona, C 3 H6 0 , mais conhecida como acetona, é uma substância polar, porém tam-
parte apoiar da bém apresenta característica apoiar. Observe a fórmula estrutural da propanona.
substância. Esses
álcoois tenderão a se
solubilizar melhor em o
solventes apoiares li
(gasolina, querosene,
óleos etc.). /e...._,__
H3 C CH 3
A presença do grupo C = O (carbonila) em sua estrutura dá a característica polar, enquan-
to o radical H3C - (metil), a característica apoiar.

, •• .. ·· pa rte polar

A acetona, à temperatura ambiente, consiste em um líquido incolor, inflamável e solúvel em


solventes orgânicos. Devido a sua solubilidade, a acetona é utilizada na remoção de esmaltes.
A propanona pode ser utilizada na fabricação de tintas e vernizes e na indústria de alimen-
tos, e na extração de óleos e gorduras de sementes.

188

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5 Você deve saber que para remover a gordura de uma panela
usa-se sabão ou detergente, enxaguando a mistu ra em seguida.
Explique como ocorre esse processo.
Assim como o álcool, outras substâncias podem se dissolver tan -
to em solventes polares quanto em solventes apoiares por apresen -
tarem em sua estrutura uma parte polar e outra apoiar. É o caso dos
sabões e dos detergentes. Os detergentes ou sabões são substâncias que
apresentam em sua estrutura uma parte polar e
outra apoiar. Com isso, elas se misturam com a
gordura (apoiar) e com a água (polar).

Louça sendo lavada.


Rafael luís Gaion t-----1
~

A parte apolar da molécula


do sabão é conhecida como
hidrófoba e a parte polar,
~ - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - ~ como hidrófila.

A ilustração acima mostra que a estrutura do sabão apresenta uma longa cadeia
carbôn ica (parte apoiar) com uma extremidade polar. A parte hidrófoba (do grego,
hidro = água, phobos = aversão) do sabão tende a interagir com as moléculas de óleo/
gordura (substâncias apoiares), e a parte hidrófila (do grego, hidro = água, philos =
afeição) se solubiliza em água (substância polar). Por isso, usamos sabão ou detergen-
te ao lavar a louça para remover gorduras e por fim, enxaguamos com água.
O sabão também pode ser denominado surfactante, que é uma substância com-
posta de moléculas com reg iões tanto hidrofílicas quanto lipofílicas .

Substância antipática (ou anfifílica) é aquela que apresenta em sua estrutura caracte-
rísticas hidrófila e hidrófoba. Os sabões e os detergentes são substâncias antipáticas.

Há sistemas heterogêneos constituídos por misturas de substâncias d iferentes no


estado líquido que não se dissolvem entre si, sendo um chamado de fase contínua
e o out ro de fase dispersa. A fase dispersa (interna) encontra-se distribuída em for-
ma de gotícu las no seio da fase contínua (externa). Esses sistemas são denomina-
dos emu lsões.
As moléculas de água e de óleo se misturam (mistura heterogênea), e não se solu -
bilizam por causa da diferença de polaridade entre elas. Assim, ao adicionar sabão,
uma subst ância antipática, ao sistema, ocorre a emulsificação. No experimento a se-
guir, observe o que ocorre com o decorrer do tempo.

gotícula
moléculas . ·• •••• de ó leo
de água ··••

~
S'
8

#
i
Detergente sendo adicionado Emulsão: água .. óleo .. detergente
Esquema da
ao s istema (água+ óleo).
decorrer do tempo formação de
uma m icela.

As estruturas do sabão orientam sua extremidade apoiar em direção às partícu las


de ó leo (substância apoiar), cercando-as. Ao mesmo tempo, sua extremidade polar se
volta para as moléculas de água (molécula polar), formando assim aglomerados deno-
minados micelas.

Forças interatõmicas e intermoleculares 189

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Química em foco

Papel do químico na indústria de t intas


Em uma indústria de tintas, o químico tem papel fundamental em diversas eta-
pas do processo de produção, desde a formulação das tíntas e vernizes - etapa em
que define a proporção adequada dos constituintes para obter as propriedades
(solubilidade e polaridade} e as características necessárias - até a aplicação a que
se destina.

A pesquisa e o desenvolvimento de novas tintas, com aplicações


cada vez mais variadas, envolvem o profissional da área de Quími-
ca. Ele deve ter conhecimento aprofundado sobre as novas tecno-
logias, os materiais que compõem as tintas (pigmentos, solventes,
aditivos, resinas, corantes, secantes, plastificantes, antimotos etc.),
as propriedades físico-químicas desses materiais (solubilidade em
substâncias apoiares e/ou polares), a viscosidade, a toxicidade e as
interações entre esses componentes e as superfícies em que serão
aplicados.
Existem tintas específicas para cada tipo de superfície a ser
revestida e de acabamento desejado. Há tintas foscas ou bri-
lhantes, coloridas ou incolores, opacas ou transparentes, solú-
veis ou insolúveis em água. Com toda essa variedade, é muito
importante conhecermos os materiais que constituem o produto
(reatividade, polaridade e solubi lidade), bem como a sua finalida-
de (superfície a ser revestida).
As principais tintas solúveis em água são as de látex, à base de
PVA (acetato de polivinila), adequadas para pinturas de interiores
e ambientes secos, e as tintas acrílicas que impermeabilizam as
superfícies em que foram aplicadas (eficazes para pinturas exter-
nas e ambientes molhados, como cozinhas e lavabos). Em relação
Químico atuando em uma indústria de tintas.
às tintas insolúveis em água (podem ser lavadas), as principais são
as de esmalte (conhecidas como "tintas a óleo"), destinadas a su-
perfícies de madeira ou de ferro, e as tintas sintéticas à base de
epóxi e de poliuretano, aplicadas em áreas molhadas ou inundadas
(piscinas, caixas-d'água, banheiros, boxes, cozinhas) e em pisos
externos.
Há ainda tintas magnetizadas, massas e texturas, vernizes,
fundos preparadores para superfícies galvanizadas ou de gesso,
tintas feitas com cal etc.
Ao final do processo industrial de produção de tintas, o quími-
co é novamente requisitado para atuar no controle de qualidade,
executando ensaios físico-qu ím icos para verificar as proprieda-
des do produto acabado, como aderência, brilho, viscosidade,
abrasão, entre outros procedimentos.
Esse profissional também atua no tratamento de efluentes líqui-
dos e de resíduos sólidos, e no controle de emissões gasosas
ocasionadas durante o processo de produção.

Química realizando testes de toxicidade


em resíduo q uímico de uma indústria.

190

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~
Atividades ~
- Resolva as atividades no caderno.

1. Em cada uma das situações propostas, cite o tipo e) Apresenta ligações covalentes polares.
de geometria esperada para moléculas cujo d) A sua geometria molecular é semelhante à
átomo central apresente exclusivamente os se- geometria da água.
guintes números de pares de elétrons ligantes e) É uma molécula polar e espera-se que, em con-
(sem que haja pares de elétrons não ligantes). dições adequadas, possa se dissolver em sol-
a) 2 pares de elétrons ligantes. ventes polares.
b) 3 pares de elétrons ligantes.
e) 4 pares de elétrons ligantes.
d) 5 pares de elétrons ligantes.
e) 6 pares de elétrons ligantes.

2. Em seu caderno, faça a relação adequada das


Pesquise os ângulos médios esperados para cada
uma das substâncias citadas na primeira coluna
e, em seu caderno, associe corretamente as duas
colunas .

moléculas presentes na coluna I com a sua
respectiva geometria molecular (esperada) da Subst ância  ngu lo médio espe rado
coluna li. H20 180°
Coluna 1 Coluna l i NH 3 120°
linear C0 2 CH 4 109°28'
angular S0 3 BeH 2 ent re 104° e 105°
trigonal plana cce 4 BF 3 entre 104° e 105°
pirâmida! trigonal NF3
6. Em seu caderno, copie cada uma das substâncias
tetraédrica S0 2 citadas a seguir. Depois, classifique-as em subs-
3. O fosfogên io é um gás tóxico, incolor e de cheiro tância polar ou apoiar.
irritante e asfixiante. Foi util izado como arma na a) 02 e) co2
Primeira Guerra Mundial. Ao se decompor, ge- b) HF d) NO
ralmente libera monóxido e gás cloro, de acordo
com a equação química: 7. Em seu caderno, coloque as ligações iônica, co-
valente polar e covalente apoiar em ordem cres-
cente de diferença de eletronegatividade entre
os átomos ligantes.

8. Considere os seguintes valores de eletronegativida-


de dos elementos apresentados no quadro abaixo.
- Elemento Eletronegatividade
-
~
-
Rb 0,8

Soldados na Li 1,0
Primeira Guerra
Mundial usando Af 1,5
máscaras de g ás
H 2 ,1
em trincheira.
N 3,0
Em seu caderno, escreva o nome das geometrias
moleculares esperadas para cada um dos parti-
o 3 ,5
-
cipantes dessa reação. F 4,0

4. Considerando-se a molécula de amônia (NH 3 ) , Responda em seu caderno se as ligações quí-


coloque, em seu caderno, V quando a afirmação micas formadas entre os átomos dos elementos
for verdadeira ou F quando a afirmação for falsa. constituintes das substâncias citadas tendem a
a) Apresenta geometria tetraédrica. ser iônicas ou covalentes polares ou covalentes
b) Seu átomo centra l apresenta um par de elé- apoiares.
trons não ligantes. a) M F 3 b) H 2 0 e) NF 3 d) RbF e) N 2

Forças interatômicas e intermoleculares 191

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9. Em seu caderno, cite as polaridades e as geome- 13. O átomo do elemento nitrogênio pode formar
trias das moléculas SCf 2 e BeCf 2 . vários óxidos diferentes, por exemplo, NO (gás
tóxico), N 20 (gás anestésico - hilariante), N 2 0 3
10. Grande parte da energia elétrica gerada no Brasil (líqu ido azu l entre temperatura de - 100,1 ºC e
provém de hidrelétricas, porém, diante do exces-
3 ºC), entre outros. Dependendo das condições
so de consumo de energ ia, particularmente em de temperatura e de pressão a que estão sub-
alguns meses, utiliza-se usinas termoelétricas.
metidos, podem ser instáveis, por isso costu-
Essa última fonte de energia, além de ter custo mam se decompor e formar, por exemplo, os
operacional maior, utiliza combustíveis fósseis, gases nitrogên io (N 2 ) e ox igênio (0 2 ). O óxido
derivados do petróleo, como gasolina e quero- (Nü 2 ) é considerado um dos p rincipais po luen-
sene. Isso contribui ainda mais para o aumento
tes atmosféricos e pode reagir com o gás ozônio
da quantidade de dióxido de carbono (C0 2 ),
(o 3 ), um dos principais responsáveis por filtrar
lançado na atmosfera, o que, segundo especia- a rad iação ultravioleta que chega à Terra, emit i-
listas, é causa do aumento do efeito estufa.
da pelo Sol. Considerando a substância {No 2 ),
Escreva em seu caderno o tipo de ligação, a responda em seu caderno: qual a sua geometria
geometria e a polaridade da molécula de dióxido e qual a sua polaridade?
de carbono.
14. (Fuvest-SP) A figura mostra modelos de algumas
moléculas com ligações covalentes entre seus
átomos.

® ©

® ®

Usina termoelétrica em Campina Grande, localizada na Analise a polaridade dessas moléculas, sabendo
Paraíba, em 2014. que tal propriedade depende da:
d iferença de eletronegatividade entre os áto-
11. Uma substância polar tende a se d issolver melhor
mos que estão diretamente ligados. (Nas mo-
em outra substância polar. Com base nessa in -
léculas apresentadas, átomos de elementos
formação , considere um sistema químico forma-
d iferentes têm eletronegatividades diferentes).
do por tetrac loreto de carbono (cce 4 ). água
(H 2 0) e bromo líquido (Br J
A seguir, responda
forma geométrica das moléculas .

em seu caderno se a mistura formada é homo- Observação: Eletronegatividade é a capacidade


gênea ou heterogênea. Justifique sua resposta. de um átomo atrair os elétrons da ligação cova-
lente.
12. Das substânc ias a segu ir, identifique e escreva Dentre essas moléculas, pode -se afirmar que
em seu caderno a alternativa que apresenta
são polares apenas:
somente substâncias polares.
a) A e B
a) H 2 0 e Cf 2
b) Hp e cce 4 b) A e e
e) H 2 0 e CH 4 e) A , e e D
d) Hp e co 2 d) B, e e D
e) H 2 0 e CHCf 3 e) e e D

192

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Tipos de interações intermoleculares
No capítulo 6 estudamos as ligações químicas, interações que ocorrem dentro da
fórmula da substância (interações intramoleculares). Agora veremos as interações inter-
moleculares, que se referem às interações que ocorrem entre uma e outra molécula.
Segundo relatos históricos. as interações intermoleculares começaram a ser estuda-
das em 1873 pelo físico holandês Johannes Diderik van der Waals (1837-1923). Em sua
homenagem, elas foram denominadas interações de van der Waals.


No ambiente em que vivemos, conforme a temperatura, há substâncias e materiais
nos estados sólido, líquido ou gasoso. O estado físico de uma substância ou material,
a uma dada temperatura (e pressão) e outros fatores, está relacionado com a distância
entre suas moléculas. Conforme a temperatura (e pressão). no estado sólido as molé-
culas estão mais próximas umas das outras. Já no estado líquido e no estado gasoso,
encontram -se mais afastadas. Assim, geralmente, pode-se afirmar que quanto maior a
aproximação entre as moléculas, maior é a interação intermolecular.
Na situação a seguir, duas substâncias foram deixadas em repouso durante certo
período de tempo.

após certo A uma dada


tempo temperatura (e
pressão), quanto
menos intensas
forem as intera-
béquer com água béquer com álcool béquer com água béquer com álcool ções intermolecu -
lares, mais volátil
A situação acima evidencia que, mesmo a água e o álcool sendo substâncias pola- será a referida
res, as interações intermoleculares do álcool são menores que as da água. por isso o substância e me-
álcool evaporou -se (volatilizou-se) mais rápido que a água. nor será o seu
Entre as interações intermoleculares estudaremos: d ipolo induzido, dipolo perma- ponto de ebulição.
nente e ligações de hidrogênio.

Dipolo induzido ("forças" de dispersão de London)


As interações intermoleculares do tipo dipolo induzido são de baixa intensi-
dade e ocorrem entre m oléculas apoiares ou entre átomos de gases nobres.
Em 1930, o físico estadunidense Fritz Wolfgang London (1900-1954) propôs
uma explicação para a atração entre átomos de gases nobres e moléculas apo-
iares. O movimento dos elétrons pode provocar alterações temporárias nas nu-
vens eletrônicas. formando dipolos instantâneos, que induzem a formação de
dipolos nos átomos e moléculas vizinhas. Essas alterações nas nuvens eletrôni-
cas são chamadas dipolo induzido, ou "forças" de dispersão de London.
No esquema é apresentada a formação do dipolo induzido.
átomo de formaçào de dipolos
gás h~Uo

repulsào•....•1 -+
0 -+
•••. •• d ipolo
induzido
Fritz Wolfgang.

!0
elétrica

{t

i~ As cores. as formas e os
tamanhos utilizados no esquema
Representação da formação são representativos, portanto
de um dipolo induzido não correspondem aos reais.

Forças interatômicas e intermoleculares 193

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Quando as moléculas apoiares ou os átomos
Como as lagartixas sobem as paredes?
dos gases nobres se aproximam, há repulsão de
No século IV a.e.. Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.) observou a cargas (repulsão eletrostática) entre seus elétrons,
capacidade das lagartixas em escalar uma parede e andar de
que acabam se acumu lando em uma reg ião da
ponta-cabeça. Mais de dois milênios depois, o "segredo" das
lagartixas foi desvendado. Elas têm a incrível capacidade de eletrosfera. Assim , momentaneamente, cria-se um
subir em superfícies extremamente lisas como o vidro graças d ipolo induzido, ou seja, um dipolo momentâneo,
às centenas de milhares de pelos microscópicos, conhecidos em que uma reg ião fica carregada negativamente
como setas, em cada uma de suas patas. Esses pelos se sub- (6-) e a outra região fica com deficiência de elé-
dividem em estruturas ainda menores, chamadas espátulas. As
espátulas das patas da lagartixa interagem com as superfícies trons, sendo, nesse caso, carregada positivamente
por meio de interações (6 +) . A substância em que se formou o dipolo ten-
do tipo dipolo induzido, de a induzir as demais a formarem dipolos, dando
uma atração suficiente origem a uma pequena força de atração elétrica en-
para suportar seu peso
tre elas, chamada dipolo induzido.
até quando está de
ponta-cabeça. As substâncias H 2 , Br 2 , C0 2 , 0 2, CH 4 e osga-
Ser vivo adulto ses nobres são alguns exemplos de substâncias
l agartiKa: pode atingi r de Z.5 cm que, em geral, podem interagir por meio de liga-
até 8,5 cm de comprimento.
ções do tipo dipolo induzido.

Algumas substâncias, cujas moléculas são apoiares, podem se apresentar nos es-
tados líquido ou sólido em determinadas condições de temperatura e pressão. Assim,
é possível obter, por exemplo, oxigênio líquido (0 2 (e)) nitrogênio líquido (N 2 (e)) e gelo-
-seco (C0 2(sJ) quando essas substâncias são submetidas à alta pressão e baixa
temperatura, favorecendo a formação de dipolo induzido.
As ligações de dipolo induzido agem em todos os tipos de moléculas, sendo que
moléculas polares também atraem moléculas não polares através de interações fracas
de dipolo-dipolo induzido.
O dióxido de carbono ( (0 2 )
no estado sólido é Dipolo permanente (dipolo-dipolo)
conhecido como gelo-seco
e tende a se sublimar em As interações do tipo d ipolo permanente, ou dipolo-dipolo, ocorrem entre molécu -
temperatura e pressão las polares, as quais não apresentam distribuição uniforme de suas cargas. Essa
ambientes.
distribuição assimétrica de cargas é responsáve l pela formação de dipolos elétricos
permanentes, o que faz surgir atração eletrostática ( s+ tt 6-) permanente entre os
caracteres parciais contrários de seus dipolos elétricos, atraindo suas moléculas (po-
lares). Dessa forma, pode-se dizer então que o polo positivo de uma molécula atrai o
polo negativo de outra e vice-versa.
As interações do tipo d ipolo permanente são de média intensidade, ocorrem entre
As cores e os tamanhos
moléculas polares e são mais intensas que as interações do tipo dipolo induzido. Em
utilizados no esquema são
representativos, portanto não
geral, as moléculas que apresentam dipolo permanente possuem maiores pontos de
correspondem aos reais. fusão e de ebulição do que as moléculas que apresentam dipolo induzido.

no estado sólido no estado líquido

dipolos
permanentes

A ilustração mostra as
interações dipolo
permanente e ntre as
moléculas do cloreto de
hidrogênio (Hct) no estado
s ólid o e no estado Líquido.
Representação da formação de um dipolo permanente.

HBr, H 2S, S0 2 , CO, 0 3 e HCN são exemplos de substâncias que interagem por liga-
ções do tipo dipolo permanentes.

194

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Ligações de hidrogênio
As ligações de hidrogênio são interações intermoleculares de alta
intensidade. Para fins de estudo, em geral, as ligações de hidrogê- As cores e os tamanhos
nio ocorrem em moléculas que apresentam um átomo de hidrogênio utilizados no esquema são
representativos. portanto não
ligado a um átomo de flúor, de oxigênio ou de nitrogênio (os quais correspondem aos reais.

são os elementos de maior eletronegatividade da tabela periódica).


Essas ligações/interações ocorrem quando há atração entre o áto -
mo de hidrogênio (6+) de uma molécula e um átomo de flúo r, oxigê-
nio ou nitrogênio ( 6-) de outra molécula. Como essa atração é mui-
to intensa, a energia necessária para rompê-la é alta, por isso as
substâncias que realizam ligações de hidrogênio apresentam pontos
de fusão e de ebulição muito altos.
Quando as moléculas de água (H 20) interagem entre si, o átomo
6
+ '
' li

de oxigênio ( 6-) de uma molécula atrai fortemente o átomo de hi- +
li
drogênio ( 6+) de outra molécula. Essas atrações entre os polos dis- Esquema que representa
tintos dão origem a interações intermoleculares bastante intensas, as ligações de hidrogênio.
denominadas ligações de hidrogênio.

Tensão superficial
No início do estudo deste capítulo, observamos a fotografia de um
inseto pousado sobre a superfície da água. Essa situação está rela-
cionada a um fenômeno físico conhecido como tensão superficial.
A tensão superficial é um efeito físico que ocorre em todos os lí-
quidos. Sua principal característica é a formação de uma espécie de
membrana elástica na superfície do líquido; pode ser explicada pelas
interações que agem nas moléculas da superfície do líquido. Uma mo-
lécula que se localiza no interior do líquido fica sujeita a interações
intermoleculares de todas as moléculas circundantes. A resultante
dessas interações intermoleculares será praticamente nula, permitindo O efeito da tensào superficial explica por que as
gotas sào arredondadas.
o movimento das moléculas no interior do líquido. Já na superfície
dele, com a presença de um número muito reduzido de moléculas
acima dela, a resultante das interações intermoleculares estará dirigi-
da para o seu interior. Isso significa que o líquido procurará a forma
que apresente a menor superfície (a superfície tende a se contrair es-
pontaneamente) possível dentro das condições que lhe são impostas.

ar

líquido

A resultante vetorial das molérnlas na superfície é d iferente das Inseto sobre a superfície de um líquido.
moléculas presentes no interior.

A tensão superficial da água é alta, consequência da força das ligações de hidro-


gênio estabelecidas entre as moléculas de água. Esse alto valor de tensão superficial
permite que alguns insetos caminhem sobre a água.

Forças interatõmicas e intermoleculares 195

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Pontos de fusão e de ebulição e massa molecular
6 Por que as moléculas de uma dada substância ficam mais unidas no est ado
sólido do q ue no estado líq uido ou gasoso?
Devido ao maior número de interações intermoleculares existentes nesse estado físico.
Em geral, as substâncias apoiares tendem a apresentar menores pontos de fusão e
ebulição que as substâncias polares. Nas moléculas de substâncias que apresentam
o mesmo tipo de interação intermolecular, em geral, quanto maior a massa molecular,
maiores serão os seus pontos de fusão e de ebulição. Nas moléculas com massa
molecular muito próximas, em geral, quanto maior a intensidade da interação molecu-
lar, maiores serão os seus pontos de fusão e de ebulição.
As moléculas de cloro (ce 2 ), bromo (Br2 ) e iodo (12 ) são diatômicas, lineares, apo-
iares e apresentam interações intermoleculares do tipo dipolo induzido. Porém, à tem-
peratura ambiente, elas podem apresentar diferentes agitações, o que resulta em
diferentes estados físicos das substâncias que compõem. Isso ocorre em razão da
diferença entre suas massas moleculares.

ocloro ( cez) possui massa molecul ar de O bromo ( Br 2 ) possui massa molecular de O iodo (1 2 ) possui massa molecular de
aproximadamente 71 u, e em temperatura aproximadamente 160 u, e em t emperatura aproximadamente 254 u, e em temperatura
ambiente apresenta- se no estado gasoso. ambiente apresenta- se no estado líquido. ambiente apresenta-se no estado sólido.

Gráfico de ponto de ebulição A água apresenta pontos de ebulição propor-


em função do período cionalmente altos em relação às outras moléculas
Ponto de ebuliçáo ("C) de hidretos de calcogênios, pois apresenta liga-
100 ções de hidrogênio.
Veja na representação gráfica ao lado os valo-
res dos pontos de ebulição para os hidretos das
o famílias do carbono, do nitrogênio, dos calcogê-
H 2Te nios e dos halogênios.
HI
SbH 3 Ao observar o gráfico, geralmente conclui-se
SnH 4
que, para os hidretos de cada grupo ou família,
-100
quanto maior a massa molecular, maior o ponto de
ebulição. Entretanto, nos casos das substâncias
CH 4 H 2 0 , HF e NH 3 , as quais apresentam as menores
~ - 200 massas moleculares entre os hidretos de seus

li 2 3 4 5
Período
Gráfico elaborado com base em: ATKINS, P.: JONES. L Princípios de química: questionando
a vida moderna e o meio ambiente. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. p. 276.
grupos, o ponto de ebu lição teve comportamento
anormal. Isso se deve à formação das ligações de
hidrogênio entre suas moléculas.

196

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Para cada substância apresentada no quadro há indicação dos valores de massa
molecular, da força intermolecular, do ponto de fusão e do ponto de ebulição.

Força Ponto de Ponto de


Substância Massa mol ecular(::)
intermolecular fusão (•e) ebulição (ºC)
(ce 2 ) 71 u dipolo induzido - 101,50 - 34,04
Cloro
.. -- -
Bromo (Br2 ) 160 u dipolo induzido
í - 7,20 58,80


+ -
lodo (12 ) 254 u dipolo induzido 113,70 184,40
1-- -
Oxigênio (0 2 ) J_ 32 u
-
dipolo induzido
-
- 218,79
-
- 183,95
-
1 Ozônio ( 0 3 ) 48 u dipolo dipolo - 193,00 - 111,35

Cloreto de
36,5 u dipolo d ipolo - 114,17 - 85,00
1 hidrogênio (HCI'.)

Cianeto de
27 u dipolo dipolo - 13,29 26,00
hidrogênio (HCN)
-~ -
r-
ligação de
Água (H 20) 18 u 0,00 99,97
hidrogênio
1
Fonte de pesquisa: HAYNES, M_ W_ (Ed.). CRC Handbook of Chemistry and l'>hysics_ 96_ ed. Boca Raton: CRC l'>ress, 2015.

Observa-se que as substâncias com massas moleculares próximas e que apresen -


tam ligações de hidrogênio possuem os maiores pontos de fusão e de ebu lição.
Dessa forma, é possível estabelecer que, normalmente, a intensidade das intera-
ções intermoleculares aumenta do dipolo induzido para o dipolo permanente e do di-
polo permanente para a ligação de hidrogênio, como representado no esquema.

aumenta a intensidade das interações intermolecul ares

dipolo induzido dipolo permanente ligação de hidrogênio

I Atividades resolvidas\
R3. (Vunesp-SP) Um elemento A, com um elétron de valência, e outro B, com 6 elétrons de
valência, combinam-se e as moléculas do composto formado estão associadas, tanto
no estado líquido como no gasoso.
a) Qual é a estrutura de Lewis (fórmula eletrônica) do composto? Qual é a fórmula mí-
nima do composto?
b) Qual é a provável geometria da molécula representada ao lado? Essa A- B:
molécula é polar? ~ A
Resolução
a) A : ns1 => 1 elétron na camada de valência
B: ns2 np4 => 6 elétrons na camada de valência
Como o texto usa o termo "molécula", é possível estimar que os átomos dos ele-
mentos A e B deverão compartilhar elétrons: logo, há ligação covalente.
Assim, a fórmula de Lewis para esse composto é :
A ~ A
A sua fórmula m ínima deverá ser:

>
Forças interatômicas e intermoleculares 197

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> b) A fórmula de Lewis permite concluir que há 2 pares de elétrons ligantes e 2 pares
de elétrons não ligantes. Logo, a geometria é angular.

Considerando-se que o elemento A seja menos eletronegativo do que o elemento B,


pode representar os vetores momentos dipolares relativos aos pares eletrônicos ligantes.

Representação dos A soma dos vetores


vetores momentos momentos dipolares
dipolares de cada tem como resulta-
ligação. do: Pr #- O

Como 'Pr #- O, é possível estimar que se trata de uma molécula polar.

R4. Explique o tipo de ligação que mantém unidas as moléculas de anidrido carbôn ico
(co 2 ), no gelo-seco.

Resolução ·o.. e ô"..


A fórmula eletrônica do (C0 2 ) apresenta 4 pares de elétrons ligan-
tes entre C e O. Como os elementos apresentam eletronegativida-
des diferentes, cada um dos quatro pares de elétrons ligantes
apresenta um vetor momento dipolar. Os quatro vetores momentos
dipolares têm o mesmo módulo (intensidade) e estão distribuídos Molécula apolar.
da forma ao lado:
Sendo a molécula apoiar, é possível estimar que as interações intermoleculares são
do tipo dipolo induzido. Como tais interações são de baixa intensidade, facilmente
elas se rompem e a substância pode se sublimar, passando do estado sólido d ireta-
mente para o estado gasoso. Apresentando baixo ponto de ebulição.

RS. (FEI-SP) Qual tipo de interação se manifesta entre moléculas de:


a) HI (e)? b) NH 3 (e)? e) CH 4 (e)?
Resolução
a) As moléculas de iodeto de hidrogênio são moléculas polares. Logo, nesse caso
(estado líquido), há interações do tipo dipolo permanente.

b) As moléculas de amônia são polares, e o d ipolo formado é tão intenso que a atra-
ção entre o H (polo positivo) de uma molécula e o átomo de N (polo negativo) de
outra molécula funciona praticamente como " nova ligação"; logo, devem ocorrer
interações denominadas ligações de hidrogênio.

e) As moléculas de metano são apoiares, logo devem apresentar dipolo induzido en-
tre suas moléculas (no estado líquido).
R6. Coloque os compostos a seguir em ordem crescente de solubilidade em água.

li) metanol (CH 3 0H) Ili) éter d imetílico (H 3 COCH 3 )

Resolucão
O metano (CH 4 ) é apoiar.
O metanol (CH 3 0H) é polar (estabelece pontes de hidrogênio).
O éter dimetílico (H 3COCH 3 ) é polar.
Em geral, "semelhante tende a dissolver semelhante", assim, o composto mais solú-
vel em água (polar) será o mais polar.
O metano é apoiar, logo, tende a ser insolúvel em água.
O metanol é mais polar que o éter, logo, tem-se a seguinte ordem crescente de
solubilidade: metano < éter dimetílico < metanol.

198

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~
Atividades ~
- Resolva as atividades no caderno.

15. Para calcular a quantidade de etanol presente na


gasolina comum brasileira (mistura de substâncias
apoiares e etanol), pode-se utilizar um teste em
que se adiciona água a essa mistura. Em seu
caderno, explique o funcionamento desse teste.
Informe ainda que tipo de interações intermolecu-


lares tendem a ocorrer entre as substância água
e etanol, quando em condições ambientais.

100 100
90 90 Xícara com leite, uma got a de corante
80 80 e detergente.
70 70
60 60
50 50 e) O que aconteceu com a gota de corante?
40 40
30
d) Por que isso aconteceu?
20 Realize esse experimento em sala de aula ou em
casa.

Teste para determinar a quantidade de etanol na gasolina.

16. Cite três tipos de interações intermoleculares. Inicialmente, faça uma pesquisa sobre as fórmu -
las estruturais dos compostos etano, etanol e
17. Os compostos HF, NH 3 e H 2 0 apresentam eleva- ácido etanoico. Após essa pesquisa, e também
dos pontos de ebulição. Quais os tipos de inte- com base nos conhecimentos adquiridos. anote
rações intermoleculares presentes em sistemas no caderno qual ou quais dos três compostos,
puros de cada um desses materiais? Justifique é possível dissolver em água:
sua resposta.
a) apenas o etano. d) o etanol e o ácido
b) apenas o etanol. etanoico.
e) o etano e o etanol. e) apenas o ácido eta-
Veja o experimento que foi realizado na sala de noico.
Justifique sua escolha.
aula de Lucas.
20. A descoberta dos elétrons se deu ao final do sé-
A professora pingou uma gota de corante ali- culo XIX. Mais tarde, os conhecimentos de distri-
mentício no leite. buição eletrônica possibilitaram fazer previsões
acerca da polaridade molecular. Essas previsões
levam em consideração a geometria da molécula
e os pares de elétrons envolvidos. Com base
nisso, copie em seu caderno a alternativa correta.
a) As moléculas assimétricas tendem a ser apo-
iares.
b) A molécula de gás carbônico (co 2 ) apresenta
ligações covalentes apoiares e geometria an-
gular, sendo considerada uma substância polar.
e) A molécula de gás carbônico {co 2 ) apresen-
ta ligações covalentes polares, geometria li-
Xícara com leite e uma gota de corante.
near e é uma substância apoiar.
d) A água é uma substância polar, além de ser o
a) O que aconteceu com a gota de corante? solvente adequado para substâncias apoiares.
b) Por que isso aconteceu? e) As moléculas apoiares com ligações apoiares
Em seguida, a professora decidiu adicionar um tendem a apresentar interações intermolecu -
pouco de detergente sobre a gota de corante. lares do tipo ligações de hidrogênio.

Forças interatõmicas e intermoleculares 199

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Oficina de Química
... A química da gasolina
2. O álcool é uma substância polar, assim, tende a migrar para a fase aquosa (polar).
~ ,------- Em razão das interações intermoleculares (ligações de hidrogênio}, o álcool apresenta
~ / maior afinidade pela água do que pela mistura de hidrocarbonetos. Assim, há
Ponto zero formação de duas fases: uma sobrenadante, mistura de hidrocarbonetos, e outra
mais densa, de álcool e água.
A gasolina brasileira é um produto combustível derivado do petróleo e consiste em uma mis -
tura de hidrocarbonetos (compostos orgânicos binários formados por hidrogênio e carbono, re-
presentados genericamente por CxHy} de 5 a 12 átomos de carbono e etanol (álcool anidro).
O etanol, umas das substâncias adicionadas à gasolina. tem vital papel na sua combustão.
pois, juntamente com outras substâncias, tende a aumentar a octanagem da mistura em virtu -
de de seu baixo poder calorífico. Além disso, sua presença na mistura {gasolina) contribui para
a redução na taxa de produção de CO. A porcentagem de etanol é regulamentada por lei, e
recentemente foi estabelecido um novo padrão, de 25 a 27%.
• A gasolina comum consumida no Brasil contém , em volume, aproximadamente 27% de
etanol. Esse combustível é um exemplo de substância pura ou de mistura? Justifique sua
resposta A gasolina comum é uma mistura homogênea formada por vários
· hidrocarbonetos (compostos binários de hidrogênio e carbono) e etanol.
• A porcentagem de etanol na gasolina afeta de alguma forma o meio ambiente? Justifique
sua resposta. Sim. Quanto maior a guantidade de etanol na gasolina, maior é o benefício para o meio
ambiente. A gasolina e derivada do petróleo, por isso contém enxofre em sua composição.
Durante a sua combustão são liberados principalmente os gases dióxido de carbono, que contribui para o
efeito estufa, o monóxido de carbono, poluente e tóxico, e o dióxido de
O} A fase líquida não
aquosa (mistura de
OIJi/M ..
enxofre, poluente e causador de chuva ácida. No Brasil, o etanol é obtido
atena1s principalmente a partir da cana-de-açúcar, e sua combustão libera menos
componentes da gases poluentes (não libera, por exemplo, o dióxido de enxofre), quando
gasolina) pode ser • 1 proveta de 100 ml • 50 ml de gasolina comparado com a
armaz enada em frasco , gasolina, além da
devidamente rotulado {se necessario, pode ser comum {procure vantagem de ser uma
e hermeticamente substituída por uma seringa mantê-la em frasco fechado} ~;;~~l~el.
fechado para ser
utilizada em outras descartável grande) • água, se possível, destilada
ofi cinas. Dilua bem a • 1 rolha para vedar a proveta
fase aquosa e , ao final, • 1 pia com torneira
essa mistura pode ser {ou a própria tampa da proveta}
descartada na pia.

~ /Mãos à obra
O •Não acenda ou lig~ ® Coloque os 50 ml de gasolina comum em uma proveta de 100 ml.
nenhum tipo de fonte
de calor. ® Complete o volume com água até 100 ml (preferencialmente destilada).
• Use óculos de
proteção e luvas. © Feche a proveta e misture os líquidos invertendo-a cinco vezes.
• Preferencialmente,
rea lize o experimento
@ Mantenha em repouso até que haja a formação de duas fases bem
na capela do definidas.
laboratório. Caso não
seja possível, faça-o @ Leia o volume de ambas as fases.
em um local arejado.
® Determine a porcentagem de etanol na gasolina comum.
1. Forma uma mistura heterogênea com formação de duas fases
definidas (após algum tempo em repouso). Isso ocorre porque as
substâncias apresentam polaridades diferentes (a água é uma subst ância
W/ Para pensar polar, o etanol é uma substância que apresenta parte polar e parte apoiar
e os hidrocarbonetos componentes da gasolina são apoiares).

1. A mistura de água e gasolina forma uma mistura homogênea ou heterogênea? Por quê?
2. Na mistura da água à gasolina, o etanol que estava dissolvido na mistura homogê -
nea etanol/gasolina tende a migrar para a fase aquosa, formando uma mistura homogênea
etanol/água. Justifique esse fato.

3. Com base nos dados obtidos, calcu le a porcentagem de etanol (T%) existente na gasoli -
na analisada.
Lem bre- se de que 1 m l de líquido
3
V etanol = (5 0,0 - V final da "gasoli na") cm equ ivale a 1 cm 3 .
Note que, na última relação, o volume 50,0 cm 3 refere-se ao volume inicial da mistura gasolina/etanol.
50 ml gasolina ·_ _ 100%
zoo V etanol ·- - T%

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44·i!ili§lli•milii t%P/. . P~~·~~·~ ·~~··~~·t~·~·~·~L~·~ 1···············································
V
Conhecendo
Em diversas atividades que realizamos, sejam elas escolares, de trabalho, em nossa residência
ou em outras ocasiões, podemos fazer uso de colagem. De forma geral, utilizamos cola para fa-
zermos vários tipos de colagem.

Adoles cente utilizando cola em seu t ra balho escolar. Sola de s a pa to sendo fixa da com cola.

Pra t o quebrado sen do restaurado com cola. Cola qu ente sendo aplicada em fa ntasia de carnaval.

Existem diversos tipos de colas, que apresentam afinidades com o material em que se aderem.
Assim, há co las que se destinam a um material ou grupo de materiais específicos. Por isso, temos
colas para papéis, tecidos , couros, madeiras, vidros, plásticos, metais etc.
Considera-se que as interações entre as partícu las da cola e as do material a ser colado são
responsáveis pelo processo de colagem.
Dessa forma, quando passamos a cola em objetos, com a finalidade de uni-los, as partículas
existentes na formu lação da cola interagem com as partículas presentes nos objetos. Essas inte-
rações tendem a permanecer quando o solvente da cola evapora. Ao secar, a adesão entre a cola
e o material que constitui o objeto se torna mais completa.
Se, por exemplo, tentarmos colar um vidro com uma cola específica para papel, a adesão não
ocorrerá, visto que as interações intermoleculares existentes entre as partículas que compõem o
vidro são mais fortes que a nova interação com as partículas da cola para papel.

Força s inte ratômicas e int ermoleculares 201

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Você já ouviu falar da supercola? Ela é feita de um tipo de resina que, para ser ativada, necessita
de íons hidroxila ( OH-) provenientes de moléculas de água. Assim, ao abrir o frasco da supercola, a
umidade do ambiente entra em contato com a resina, ativando-a e tornando-a mais eficiente e rápida.
O calor e a umidade também são encontrados em nossa pele, por isso é necessário extremo cuidado
ao manusear uma supercola, para que ela não grude em nossos dedos ou nos cause danos maiores.

Estudando
Já vimos que as interações intermoleculares apresentam a seguinte relação de intensidade:
ligações de hidrogênio > dipolo permanente > dipolo induzido. Geralmente, quanto maior a inten-
sidade da força intermolecular, maior também será a dificuldade de rompê-la .

A lustração
apresentada ê
uma representação
artística As cores
e os tamanhos não
são reais.

A interação da cola com a


madeira se dá por meio de
interações intermoleculares.
Peças de madeira coladas entre sí.

1. Por meio de ínterações


intermoleculares entre a c ola e o
material a ser colado. Dessa forma,
quando passamos a cola em objetos,
com a finalidade de uni-los, as
partículas da cola interagem com as
do objeto,
mantendo-os
O avião soviético unidos. Essas
interações
Yakovlev Yak-1 foi permanecem
utilizado durante a quando o
Segunda Guerra solvente
Mundial e tinha suas evapora, a cola
asas confeccionadas seca e a
. . adesão se
em madeira. Fotografia torna completa.
registrada em 2009.

Tanto a madeira quanto o papel são materiais excelentes para a adesão com cola, pois apre-
sentam microporos em sua superfície. Essas pequenas aberturas facilitam a penetração da cola,
fazendo que as superfícies grudem e não se desgrudem mais após a secagem. Porém, as super-
fícies poderão se desgrudar se o material formador da cola sofrer determinadas influências, como
mudanças na temperatura, umidade ou o próprio envelhecimento do material.
2. Porque a madeira e o papel são materiais que apresentam microporos
superficiais, que podem ser preenchidos pela cola, grudando -os mais facilmente.
Conversando As superfícies dos vídros e dos p lásticos tendem a ser lisas e, assim, não há
penetração da cola, dificultando o processo de colagem.
1. De acordo com o texto, de que forma ocorre o processo de colagem de dois objetos?
2. Por que é mais fácil colar objetos feitos de papel e madeira do que objetos feitos de plástico?
3. Converse com seus colegas sobre outros exemplos em que podem ocorrer interações inter-
moleculares O molho de tomate adere à superfície do macarrão através de interações intermoleculares.
· Quando o vapor d e água condensa sobre uma superfície fria, são estabelecidas ligações
de hidrogênio. Outros exemplos também podem ser comentados em sala.
4. Caso ocorra o contato de uma supercola com os dedos de sua mão, pesquise qual seria um
bom procedimento possível para eliminar a supercola. Se você errar o alvo e, sem querer,
grudar os próprios dedos, não se desespere. Assim que a cofa endurecer (o solvente da cola secar), use uma lixa
de unha para raspá-la. A água aquecida também pode ajudar a amolecer a cola, facilítando a sua eliminação.
202

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Atividades complementares
Resolva as atividades no cade:mo.

1. A ligação iônica ocorre entre cátions (íons positi- a) O elemento potássio reage com água forman-
vos) e ânions (ians negativos). Utilizando a tabe- do solução aquosa, o que faz o papel de
la periódica, represente as fórmu las mínimas dos tornassol ficar vermelho.
compostos formados pelos seguintes pares de b) A fórmula unitária (mínima) do nitreto de sódio
elementos: alumínio (M) e enxofre (S); sódio (Na) possui um átomo de sódio para três átomos
e oxigênio (O). de nitrogênio.
e) O elemento magnésio (Mg) liga-se ao elemen-
2. Faça uma análise dos dados do quadro sobre os
elementos químicos X, Y e Z. A seguir, responda to flúor (F) através de compartilhamento de
às questões. elétrons da camada de valênc ia de ambos os
átomos.
Elemento Família ou gr upo Período d) A posição dos elementos magnésio (Mg), sódio
(Na) e potássio (K) na tabela periódica indica
X Metais alcalinos
-- 2

t
que átomos do elemento (Na) possuem meno-

+
---+--
y 15 3
i res números atômicos que os átomos do ele-
z Halogênios 4 mento magnésio (Mg), e menores raios atômicos
que os átomos do elemento potássio (K).
a) Com base na tabela periódica, determine quais e) O pH do solo de Marte é menor que o pH
são os elementos químicos X, Y e Z. esperado pelos cientistas da missão Phoenix
b) Escreva a fórmula mínima de dois compostos Mars Lander.
iônicos formados pela combinação desses
elementos. 4. De acordo com o número de ligações entre dois
átomos, as ligações covalentes podem ser clas-
3. Cientistas da Nasa acred itam que o solo de sificadas em: simples, dupla e tripla. Em geral,
Marte contém nutrientes suficientes para a ma- os átomos dos elementos químicos se ligam
nutenção da vida ou, pelo menos, de aspargos. entre si visando atingir a estabilidade de sua
Isso porque os cientistas da missão Phoenix eletrosfera, em conformidade com a regra do
Mars Lander, em 2007, alegam que o solo de octeto estável. Assim, para cada uma das molé-
Marte é mais alcalino que o esperado. Além cu las a seguir, monte a fórmula estrutural plana
disso, foram encontrados nutrientes como mag- (Couper).
nésio , sódio, potássio e outros elementos. Em N 2 , 0 2 , C0 2 e H 2
relação aos elementos magnésio, sódio e potás-
sio e ao solo de Marte, copie em seu caderno a 5. (UERJ) O experimento clássico de Rutherford levou
alternativa correta. à descoberta do núcleo atômico e abriu um novo
capítulo no estudo da Estrutura da Matéria, ao
fazer incidir um feixe de partículas sobre um alvo
fixo no laboratório. As partículas desviadas eram
observadas com detectores de material cintilan -
te. Experimentos desse tipo são ainda realizados
hoje em dia. Nesse experimento, o sulfeto de
zinco era o material que cintilava quando recebia
o choque das partículas alfa. Outra substância
que apresenta excelentes características para
detecção de tais partíc ulas, utilizando ainda
material cintilante, possui ligação interatômica de
caráter predominantemente iônico e é formada
por um metal representativo e um ametal.
A fórmula dessa outra substância é:
a) BaF 2 e) Si0 2
Representação de uma sonda pousando na superfície do
planeta Marte. b) Bel 2 d) Fece2

Forças interatômicas e intermoleculares 203

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6. (PUC-SP) Analise as propriedades físicas no qua-
dro a seguir:

Condução de corrente elétrica

Amostra PF (ºC) PE (ºC) a 25º( a 1 OOOºC

A 801 1
1413 isolante condutor
r
B 43 182 isolante -- Água e óleo. Gota de água sobre uma folha de planta .

e 1535 2760 condutor condutor


-
1
1
9. (PUC-SP) Sabendo-se que:
D 1 248 2250 isolante isolante
- a amônia(NH 3 )é constituída por moléculas
polares e apresenta boa solubi lidade em água.
Segundo os modelos de ligação química, A, B,
C e D podem ser classificados, respectivamente, - o diclorometano (cH 2 ce 2 ) não possui isôme-
como: ros. Sua molécula apresenta polaridade, devido
a) composto iônico, metal, substância molecular, à sua geometria e à alta eletronegatividade do
metal. elemento ce..
b) metal, composto iônico, composto iônico, - o dissulfeto de carbono (cs 2 ) é um solvente
substância molecular. apoiar de baixa temperatura de ebulição.
e) composto iônico, substância molecular, metal, As fórmulas estruturais que melhor representam
metal. essas três substâncias são, respectivamente:
d) substância molecular, composto iônico, com - a)
posto iônico, metal. N Ci
/ \ ' H ,ijs
e) composto iônico, substância molecular, metal, 1
c ,y
composto iônico. H H H-c-ce
~
1 s
7. Nos Jogos Olímpicos, os atletas competem em H
sua categoria ou modalidade objetivando a vitó-
b)
ria. Os três primeiros colocados têm a honra de
subir ao pódio e receber uma medalha, mas é N ce
quem fica em primeiro lugar que recebe a de / \ ' H 1
H H c S=C=S
ouro. O segundo colocado recebe a medalha de
/ \ ' H
prata e o terceiro, a medalha de bronze. Com ce H
base em seus conhecimentos, responda: cada
medalha apresenta toda a sua massa constituída e)
exclusivamente pela respectiva substância pura? H ce
Justifique sua resposta . 1
1
N c
H/ " H / \ ' H
Ct1. H

d)
N ce
/ \ ' H 1

H H H-C-H s- c- s
Medalha Medalha Medalha
1
de prata. de ouro. de bronze.
ce
8. Com base em seus conhecimentos , explique os
aspectos intramoleculares e as interações inter- e)
moleculares das duas fotografias a seguir. Ob- H ce
serve que na fotografia à esquerda ocorre a 1
1

formação de duas fases na mistura água e óleo N H- c - ce S= C= S


H/ "H
e na fotografia à direita verifica-se a formação 1

de gotas de água na superfície da folha. H

204

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10. Um tecido branco apresenta uma mancha de iodo 14. (Enem/MEC) Quando colocados em água, os fos-
(12 ) de coloração escura, conforme a fotografia. folipídios tendem a formar lipossomos, estruturas
formadas por uma bicamada lipídica. confo rme
mostrado na figura. Quando rompida, essa estrutura
tende a se reorganizar em um novo lipossomo .

.. · .... fosfolipidios

Esse arranjo característico se deve ao fato de os


fosfolipídios apresentarem uma natureza:
a) polar, ou seja, serem inteiramente solúveis em
água.
b) apoiar. ou seja. não serem solúveis em solução
aquosa.
Tecido com uma mancha de iodo. e) anfotérica, ou seja. podem comportar-se como
ácidos e bases.
d) insaturada. ou seja, possuírem duplas ligações
Para remover essa mancha com eficiência deve-
em sua estrutura.
mos utilizar um solvente como a água (H 2 0 ) ou
o tetracloreto de carbono (cce 4 )? Justifique sua e) anfifílica, ou seja, possuírem uma parte hidro-
resposta. fílica e outra hidrofóbica.

15. (Vunesp-SP) O gráfico a seguir foi construído


11. As moléculas podem ser classificadas em molécu-
las apoiares ou moléculas polares. Essa c lassi- com dados dos hidretos dos elementos do gru-
po 16. Com base neste gráfico, são feitas as
ficação está relac ionada à polaridade das liga-
ções e à geometria da molécula . Estudando as afirmações seguintes.
moléculas dos gases nitrogênio (N 2 ), dióxido de
carbono (co 2 ) e monóxido de carbono (CO),
,~ ~-~--------~-~~
Tempe:ratura de l!lliutiçãD ( "C)

100 - _____________, ª
P Ot - - + - - ! - - - - l ' - - - - - l - - - - + - - , <(
o
qual delas pode ser c lassificada como polar? 75
i
Justifique sua resposta. 50~- -+I- - - ' - - - - - - - ' - - - - + - - - ! "'

12. Indique o tipo de geometria referente ao número


de pares de elétrons ligantes e pares de elétrons
não ligantes.
a ) 2 pares de elétrons ligantes e 1 par de elétrons _75 ~ - . . - - ~ , - - - . - - - , - - - , - - - - + - - - ! Massa molal (g/mol)
20 40 8) 80 100 120 146
não ligantes.
b) 3 pares de elétrons ligantes e 1 par de elétrons 1) Os pontos P, Q , R e S no gráfico correspon -
não ligantes. dem aos compostos H 2Te, H 2 S, H 2 Se, H 2 0,
/ ...,. . ,.
__ ,, .......................... respectivamente .
\~ / Pesquisa Õ \ li) Todos estes hidratos são gases à temperatu-
ra ambiente, exceto a água, que é líquida.
Pesquise as temperaturas de ebulição das mo-
Ili) Quando a água ferve, as ligações covalentes
léculas de tetraclorometano (cce4 ) e metano
se rompem antes das intermoleculares.
(CH 4 ), quando estão ao nível do mar. Determine
também as suas massas molares. Em seguida, Das três afirmações apresentadas:
com base em sua pesquisa, responda: a) apenas I é verdadeira.
a) qual o tipo de interações que essas moléculas b) apenas I e li são verdadeiras.
fazem? e) apenas 11 é verdadeira.
b) qual a molécula que apresenta maior intensi- d) apenas I e Ili são verdadeiras.
dade em suas interações? e) apenas Ili é verdadeira.

Forças interatômicas e intermoleculares 205

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Em nosso cotidiano, para saber se
um sistema está ácido ou básico (alca-
lino), é comum comparar seu pH (poten-
cial hidrogeniônico) com uma escala. De
acordo com essa escala, a 25 ºC, pH = 7 é
neutro, pH < 7 é ácido e pH > 7 é básico. O pH
do sangue de uma pessoa saudável deve ser
ligeiramente básico (7,35 a 7,45).
Um indivíduo submetido a estresse emocio-
nal contínuo ou dieta composta de grande
quantidade de alimentos ácidos pode estar
acumulando toxinas em seu corpo, o que pode
privar as células de oxigênio e de outros nu-
trientes. Um equilíbrio ácido tende a diminuir a
capacidade de absorção de minerais, de pro-
dução de energia nas células, de reparação de
células danificadas, de eliminação de metais
pesados, entre outros aspectos. Todas essas
consequências geralmente deixam o organis-
mo mais suscetível à fadiga e a doenças. Para
tentar compensar o pH ácido, nosso corpo
necessita de minerais alcalinos. Para isso, é
necessária uma dieta rica com esses minerais.
Veja as respostas destas questões nas
Orientações para o professor.
@ Cite alguns alimentos ácidos.

® Cite alguns alimentos alcalinizantes (vege-


tais e legumes, frutas e temperos) que
podem ajudar o nosso organismo a equi-
librar uma dieta composta de alimentos
ácidos.

© Quais são os íons presentes nos princi-


pais minerais alcalinos usados na dieta
humana?

@ Os chás verde e preto são muito usados


na alimentação humana. Em geral, um
desses chás apresenta pH ácido. Qual,
dentre os chás citados, apresenta pH
ácido?

Em geral, os chocolates industrializados


são ácidos ou básicos?

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Ser vivo adulto
Hortênsia; pode atingir
Bases e ácidos ate 2 m de comprimento.

A característica de um solo varia de acordo com a sua composição; a existência de


íons e metais influencia diretamente em suas propriedades acidobásicas. Solos argilo -
sos em regiões pantanosas e a beira de rios apresentam caráter ácido, já solos ricos
Supavadee butradee/ Shuttef'Stoclt.com
em calcário possuem caráter básico {alcalino).
A acidez ou basicidade de um solo tem influência direta nas características
das plantas. Um exemplo no qual podemos observar essa influência são as
hortênsias (Hydrangea macrophylla}, em que a intensidade da cor de suas
inflorescências está relacionada com a acidez ou basicidade do solo.
Em geral, o solo brasileiro apresenta característica ácida. Uma técnica
utilizada pelos agricultores para deixar o solo mais básico é a adição de
hidróxido de cálcio Ca(OH) 2 , usualmente conhecido como cal extinta;
outra técnica é a realização de queimadas no local de cultivo, pois as
cinzas produzidas apresentam caráter alcalino. Porém, a técnica da quei-
mada, além de liberar o dióxido de carbono (C0 2) na atmosfera, um dos
responsáveis pelo efeito estufa, empobrece o solo porque elimina micror-
ganismos e nutrientes. Além disso, as queimadas produzem fumaça que
pode provocar problemas respiratórios nos seres humanos e em outros animais.
Quanto mais básico o
solo, mais clara será
a inflorescência das
@ Quais são as hortênsias mais frequentes no Brasil, as rosas ou as azuis? Por quê?
As hortênsias azuis são as mais frequentes por causa da acidez da maioria dos solos b rasileiros.
hortênsias.
@ Você conhece alguma substância que pode ser classificada como ácida? Onde
ela é encontrada? Veja as respostas das questões B e C nas Orientações para o professor.
© E quais substâncias básicas você conhece? Onde elas são utilizadas?

210

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Eletrólitos 1. Espera-se que os alunos respondam que a água pura não permite
passagem de corrente elétrica, pois é isenta de íons e não é um meio de
propagação de fluxo de elétrons.
1 Em sua opinião, a água com grau de pureza próximo a 100% permite passagem
de corrente elétrica?
Considerando-se água pura aquela com grau de pureza próximo
a 100%, que não apresente íons dissolvidos, ela não conduzirá cor-
rente elétrica ao ser submetida ao dispositivo ao lado.
Comente com os alunos que dificilmente se obtém água 100% pura.
'- O que acontecerá com a lâmpada conectada no sistema se os
f ios desencapados forem mergulhados na água?
A lâmpada permanecerá apagada.
Como na água pura líquida não há íons dissolvidos, a lâmpada
(previamente testada) não acende quando os fios do sistema são
imersos no recipiente com esse material. Diz-se, então, que a água
_ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ g
" .

',1 • •

pura não deve ser considerada um eletrólito. Exemplo de montagem de um sistema para testar
se as mistura s liquidas conduzem corre nte elé t rica.
Em geral, o eletrólito é toda substância que, ao ser dissociada ou
ionizada, origina íons positivos (cátions) e íons negativos (ânions) pela adição de um
solvente ou aquecimento e, dessa forma, torna-se um condutor de eletricidade. A cor-
a~
O esquema ilustrado nesta
página é urna repre.sentação
rente elétrica é o fluxo ordenado de elétrons, o qual depende da diferença de potencial artistica. As cores e os
tamanhos dos elementos
capaz de atrair os elétrons de um ponto a outro, e um meio de propagação que permi- ik.Jstrados não correspondem
aos reais. Para representar as
te a sua passagem. ligações entre os elementos. foi
utilizado um tipo de barra.

~ O sal de cozinha no estado sól ido é um eletrólito? Justifique a sua


resposta. Não, poi~ ? sal de c?zinha é_um composto i?nico, e, no_
estado solido, seus 10ns estao presos no ret1culo cristalino.
Numa mistura de água e sal de cozinha totalmente dissolvido (solução aquosa
de sal de cozinha), ao ser submetida ao mesmo sistema de montagem apresen-
tado na fotografia ao lado, a lâmpada acenderá. Isso ocorre porque ao dissolver
o sal em água são liberados íons (cátions e ânions).
água
NaCf(s)

:;,; _____________________...
O cloreto de s ód io ( Nacf) é uma
s ubstância iô nica, pois é fo rmado p or
ligaçào iô nica. Em s ua cons tit uiçã o há
íons , porém, qu a ndo está no est ado
sólido, esses íon s estão ·presos' n o
re t ículo crista lino.
Quan do uma solução Dessa forma, no estado sólido, e le não
aquosa de clore t o de sódio conduz corrente elétrica.
é submetida ao dispositivo
de teste, a lâmpada
acende.Log o, há íons
dissolvidos nessa soluçào.
Essa mis t ura apresenta
mobilidade iônica.

A condutividade elétrica das substâncias d epende de sua mobilidade iônica, ou


seja, está ligada à presença de ions "soltos ou livres". Assim, tem-se:
Na Cf s ólido s olução de NaCf

(íons "presos· n o retículo cris t alino) (íons · uvres" e m solucã o)


J, J, .
nã o conduz co rrente elé t r ica conduz co rrente e létrica

Funções inorgânicas e reações químicas 211

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Uma mistura que apresente mobilidade iôn ica conduz corrente elétrica ao ser subme-
tida a um dispositivo de teste, como o apresentado na página anterior. Uma mistura
homogênea (solução) que conduza corrente elétrica é denominada solução eletrolíti ca.
O cloreto de sódio dissolvido em água, Nace(aq), é exemplo de solução eletrolítica,
pois apresenta íons "livres". Assim, por apresentar ions dissolvidos, as soluções ele-
trolíticas são denominadas soluções iônicas.
As soluções que não conduzem corrente elétrica são as soluções não elet rolíticas,
geralmente denominadas soluções moleculares. A sacarose (C 12 H22 0 11 ) é o principal
constituinte do açúcar comum . Uma solução aquosa de sacarose não conduz corren-
te elétrica, portanto, nessa solução não deve existir íons dissolvidos.

4 O que acontecerá com a lâmpada conectada no d ispositivo de teste apresenta-


do na página anterior se os fios desencapados forem mergulhados na solução
aquosa de sacarose? A lâmpada permanecerá apagada.
De forma geral:
Quant o à condutividade
elétrica, os materiais • quando um composto iônico é dissolvido em determinado solvente (polar}, ocorre
podem ser classificados separação de íons (previamente existentes). Esse processo de separação de íons
em condutores (os é denominado d issociação iôn ica. Exemplificando:
metais são os melhores
condutores),
semicondutores e
isolantes (ou dielétricos). [ Na 1+] [ce 1-] (s) . ág~a _ Na 1+(aq) + ce1- (aq)
d1ssoc:1açao
iônica

• quando um composto molecular, ao ser dissolvido em um meio, forma íons, ocor-


re reação química, pois são formadas novas espécies químicas que não existiam.
Esse processo de formação de íons é denominado ionização. Exemplos:

HCe( ) água i+(aq) + ,_(aq)


g ionização H ce

ionização 1+ 1-
NH 4 (aq) + OH (aq)

5 Todos os eletró litos permitem um bom fluxo eletrôn ico? Justifique sua resposta .
Não, pois nem todos os eletrólitos permitem o livre tráfego de elétrons.
O número de partículas que sofrem ionização ou dissociação em relação a uma dada
quantidade inicial de partículas dissolvidas é dado pelo grau de ionização (substâncias
moleculares} ou pelo grau de dissociação (substâncias iônicas). Em geral, o grau de ioni-
zação ou de dissociação é representado pela letra a. Assim, matematicamente, tem-se:

O grau de ionização quantidade de partículas ionizadas (ou dissociadas)


(X
é representado em quantidade de partículas dissolvidas
porcentagem.
Assim, após o
Experimentalmente, a 25 ºC e 1 atm, verifica-se que, de cada 500 partículas (molé-
cálculo de a,
mult iplica-se o culas) de cloreto de hidrogênio (Hce) dissolvidas em água, 460 moléculas sofrem io-
result ado por 100. nização. Assim, tem-se:

HCe(g) água H1+(aq) ce - (aq)


1

Estado inicial 500 moléculas água o o


As setas duplas que
aparecem no quadro água
representam certo Reação 460 moléculas 460 cátions 460 ânions
equilíbrio, visto que
8% das moléculas Estado final 40 moléculas água 460 cátions 460 ânions
não ionizaram.

212

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Podemos calcular o valor do grau de ionização do HCf.(g) da segu inte maneira:
Ácido muriático é o
460 nome comercial de
a :;;: - - ;;;;, a
500
= O' 92 :. a = 92% misturas que
apresent am Hef(aq)
Conhecendo-se o grau de ionização ou de dissociação de um eletrólito, pode-se como principal
c lassificá-lo de acordo com a sua resistênc ia ou não à passagem de corrente elétrica. constit uinte.
Os eletrólitos podem ser c lassificados em fortes, semifortes ou fracos.
Os eletrólitos fortes praticamente não resistem à passagem de corrente elétrica. Os ele-
trólitos moderados ou semifortes apresentam alguma resistência à passagem de corrente
elétrica. Já os eletrólitos fracos apresentam alta resistência à passagem de corrente elétrica.
Em um eletrólito forte, a substância dispersa se apresenta quase totalmente como
íons, enquanto um eletrólito fraco se ioniza (ou dissocia) incompletamente em solução.
Dessa forma, o grau d e ionização ou de dissociação de um eletrólito informa sobre
a sua força iônica.
Experimentalmente, a 25 ºC e 1 atm, Condições Ambientais de Temperatura e Pressão
(CATP), a força iônica de um eletrólito pode ser dada por:

Fracos Moderados ou semifortes Fortes



CI < 5% 5% .:S: CI .:S: 5Qo/o CI > 50%

6 Considerando o grau de ionização (a = 92 %) do c loreto de hidrogênio (HC f.)


dissolvido em água, como pode ser classif icado esse elet rólito?
Considerando que o grau de ionização do cloreto de hidrogênio dissolvido
em água seja igual a 92%, é possível classificá-lo como um eletrólito forte.
Teorias ácido-base de Arrhenius
Cadeia car bônica:
7 Qual sensação temos na boca ao morder uma banana que ainda não está total- Ligação química formada
1
mente madura? Sensação.º~ ef~ito adstdnge~te, conhecida como •amarrar entre át omos de carbono
a boca", d1mmu1ndo a sahvaçao. e hidrogênio.
8 Em geral , qual é o sabor dos alimentos ác idos? E dos alimentos
básicos? Alimentos ácidos: azedo. Alimentos básicos: adstringente.
Durante muito tempo, os cientistas não sabiam como d iferenciar
substâncias inorgânicas de orgânicas. Mais tarde, passou-se a
considerar que a diferença consiste na existência ou não de
cadeias carbônicas no composto. Nesse caso, as substâncias
orgânicas são as que apresentam cadeias carbôn icas em sua
constituição. Hoje, dado o grande número de materiais naturais e
sintéticos conhecidos, além dessa classificação, faz-se necessário
subdividi-los em grupos. Os g rupos das substâncias orgânicas
podem ser hidrocarbonetos, álcoois, ácidos carboxílicos, cetonas,
aldeídos etc.
Nesse momento, estudaremos os grupos de substâncias
inorgânicas: as bases, os ácidos, os sais e os óxidos.
As substâncias que constituem esses grupos apre-
sent am propriedades químicas seme lhantes. Esses
grupos de substânc ias são denominados fun-
ções químicas. Dessa form a, tem-se função
química hidróxido (bases), função química áci-
do, função química sal, função química óxido,
entre outras.

Os grupos de substâncias
orgânicas serão estudados com Menina comendo uma
maior ênfase no terceiro volume banana que não está
desta coleção. t otalmente madura.

Funções inorgânicas e reações químicas 213

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Um critério bastante utilizado para classificar os materiais em ácido ou base se
fundamentou no teste do sabor. Assim , verificou-se que as bases são substâncias que
tendem a apresentar sabor adstringente, e os ácidos, sabor azedo. Atualmente, os
químicos têm à sua disposição muitas substâncias classificadas como ácidos ou
bases. Dada a sua periculosidade, tais substâncias devem ser utilizadas em con-
form idade com as normas e padrões atuais, pois podem trazer sérios riscos à
saúde dos seres vivos. Portanto, atualmente, o critério de classificação segun-
do o seu sabor está em desuso.
A Química, desde a sua origem, busca teorias e modelos que expliquem os
comportamentos das substâncias. Entre as teorias mais difundidas para clas-
sificar ácidos e bases, tem-se a Teoria de Arrhenius.
Para Arrhenius:
• ácido é o material que, em água, apresenta capacidade de liberar cátion hidrogê-

nio ( H 1+) e formar o cátion hidroxônio ou hidrônio ( H 0 3 i+) .

Svante August • base é o material que, em água, apresenta capacidade de liberar ânion hidroxila
Arrhenius (1859-1927).
( OH 1-) .

Exemplos (representações resumidas):


cá,t ion hidrogênio
1+ 1-
HCe(aq) - H (aq) + ce (aq) NaOH(aq) - Na 1+(aq) + OH t-(aq)
H1++ HzO .... [301+ água água

cátion hidrôn io
(hidroxônio) Bases ou hidróxidos
Como já vimos, as bases são, geralmente, compostos iônicos que ao se dissolve-
rem em água liberam ânions hidroxila (OH,_) por dissociação iônica. Assim, nesse
processo, quando a base de Arrhen ius (hidróxido) entra em contato com a água, não
há reação química, mas sim separação de íons preexistentes.
As fotografias abaixo apresentam alguns exemplos de materiais básicos de uso co-
tidiano que ao entrar em contato com a água liberam ânions hidroxila.

Sabão em barra.

Sabã o e m pó.
Suspensão de Mg(OHlz. Sabonet e. Detergente.

Cada substância classificada como base de Arrhenius, ao sofrer dissociação iônica


em água, pode liberar um ou mais ânions hidroxila ( OH 1- ).

A seguir alguns exemplos de bases de Arrhenius.


água 1+ 1- água 3+ 1-
NaOH(s) - Na (aq) + OH (aq) Ae(OH)3's) ~ Ae (aq) + 3 0H (aq)
água 4+ 1_
Ca(OH) 2 (s)~ Ca 2+(aq) + 2 0 H 1- (aq) Pt (OH)4(S) ..=== Pt (aq) + 4 OH (aq)

214

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Formulação das bases de Arrhenius
As bases de Arrhenius apresentam em sua constitu ição, em geral, cátion de metal
(Mx+) (0H 1- ) ~ M(OH)x e ânion(s) hidroxila (0H 1- ). Assim, a fórmu la (mínima) ge-
nérica dessas bases pode ser dada por:

em que:
• x+ representa a valência do cátion (do metal);
• x é o número de ânions liberados por fórmula durante a dissociação iônica.
No quadro abaixo, são apresentadas as valências mais comuns dos principais cá-
tions formadores de bases de Arrhenius.

Monovalentes

Li 1+ lítío

Na 1+ sódio

K 1+ potássio
Bívalentes

Be2+ berílio

Mg2+ magnésio

Ca2+ cálc io
AE
3
+
Trivalentes

alumínio
Tetravalentes

·.:::.:.:.·.. ··.••.•·:-:-:•.'·::::-::-:·:/:·: •
Rb 1+ rubídio sr2+ estrôncio
Cs1+ césio Ba2+ bário •• .·:-:.· .·:-· •• ,•:.· .•:.· .• .·:-· .•·.•!..· .·:-:.· .·:-· •· •••.••.·:-· •· .•••••.•.
Ra2+ rádio .· .· .··:·:·..·,• ..·.·... ··:·:·:.:·:·:l" .·.··:·:·· ··:·.:····:·· ··:· .··:·:··.
1+ •.
NH 4 amorno Zn2 + zinco
.:·.·.·.··.•.:...........
...·.·••· .· ...... J_.· .:..•.·.· .:·.·.· .:·.·.·.··.· .: ,•.
·1+
Ag prata Cd 2+ cádmio
. .· .
Au 1+ ouro 1
(auroso) .·· ··)}. r Au3 + ouro Ili
. (áurico)

I·•••• ~ :,7:~·:.·::. ·1 Cr
:. •••• • •• • ••••
2+
cromio li
(cromoso) l Cr3+ crômio Ili
(crômico)

:.·.·..~·,·.·.·.·
~?:7?~:-7~. <·//·
..·.·,..·.·.·.·.·.·..·.·.
..·.·. •',•
2
··l Mn + manganês li
.. (manganoso)
Mn3 + manganês Ili
(mangânico)

; 7t)~~;~~~~Y~'.: :
Fe3 + ferro Ili
Fe2+ ferro li (ferroso)
(férrico) ..··:·:··..·:.·..·.·:.··..·:.·_.··..·:.·:··:
½
t:·:.· .··..:,··.,·.·:.·:·:,· ......_.·:- .
Co2+ cobalto li
(cobaltoso) 1
3+
cobalto Il i
~~báltico) ::.....::..-.: ·:.:
..:. ::.-:.:. ::_.: ::.: ..
Ni2+ níquel li
I·.·..• :· ·::··:\ .··.·:.·:.::::.:-.:·::: : (niqueloso)
Cu 1+ cobre 1 Cu2+ cobre li
(cuproso) (cúprico)
_ _2_+ _
~
Hg 2 mercúrio 1 Hg mercúrio li
(mercuroso) (mercúrico)

Sn 2+ estanho li
(estanoso)
2+
PI platina li Pt4 + platina IV
(platinoso) (platínico)
2+ 4+
Pb chumbo li Pb chumbo IV
(plumboso) (plúmbico)

Observe que há metais que, em geral, formam cátions de valência determinada.


São eles:
• os metais alcalinos (grupo 1 da tabela periódica - Li, Na, K, Fr, Rb e Cs), que
formam cátions monovalentes;
• os metais alcalinos terrosos (grupo 2 da tabela periódica - Be, Mg, Ca, Sr, Ba e
Ra), que formam cátions bivalentes;
• o metal alumínio (grupo 13 da tabela periódica), que forma cátion trivalente.

Funções inorgânicas e reações químicas 215

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Nomenclatura das bases de Arrhenius
A nomenclatura das bases pode ser dada da segu inte maneira:
• bases cujos cátions apresentam uma valência:

. , . (nome do cát ion)


h1drox1do de ..................................... .

• bases cujos cátions apresentam mais de uma valência:

. . . (nome do cátion) ( .. ?.~?. ..(P._~r-~--~--'.::·~-~?.~..~~-1-~~~!~l ..


h1drox1do ...................................... +
1, ico (para a maior valência)
ou, ainda, .............................................................. .

. , . (nome do cátion) (valência em algarismos romanos)


h1drox1do de ...................................... + ..........................................................................

Considerando o esquema de montagem de fórmulas de bases, o quadro de valên-


cias de seus cátions formadores e as regras de nomenclatura, tem -se:

Cátion da base Fórmula (mínima) Nomenclatura


K1+ KOH hidróxido de potássio

+
Mg2+ Mg(OH) 2 hidróxido de magnésio

Ae3+ Ae(OH)3 hidróxido de alumínio


1+
NH 4 NHpH hidróxido de amônia ]

Fe2+

Fe3 +
~ Fe(OH) 2

Fe(OHb
hidróxido ferroso ou hidróxido de ferro

hidróxido férrico ou hidróxido de ferro li~


11 -!

Pb2+ Pb(OH)2
hidróxido plumboso ou hidróxido de I
chumbo li
Pb4 + hidróxido plúmbico ou hidróxido de
Pb(OH) 4
chumbo IV
Au 1+ AuOH hidróxido auroso ou hidróxido de ouro 1

Au3 + Au(OH)3 hidróxido áurico ou hidróxido de ouro Ili


J
Classificação das bases de Arrhenius
As bases geralmente são classificadas segundo o número de hidroxilas, a solubili-
dade das bases de Arrheniu s em água e a força das bases de Arrhenius .
Quanto ao número de hidroxilas, a classificação considera o número de hidroxilas
liberado por molécula da base que sofre dissociação. Nesse caso, as bases são classi-
ficadas em monobase, dibase, tribase, tetrabase, como apresentado no quadro abaixo.

Monobase Dibase Tribase Tetrabase


Número de hidroxilas
por fórmula 2 3 4
-t--
KOH Ca(OH)2 Ae(oH)3 Sn(OH)4

?tf::;\;):{'.tt{
~

AgOH Ba(OH)2 Cr(OHb pt(OH) 4

AuOH Ni(OH)2 Au(OH)3 Pb(OH) 4

O hidróxido de cálcio, por exemplo, libera duas hidroxilas quando sofre d issociação
em água, ou seja,

O hidróxido de cálc io é uma dibase.

216

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Os hidróxidos apresentam diferentes solubilidades
em água, podendo ser classificados em muito solú- Solubilidade (em gramas) do hidróxido/litro de água (20 ºC)
vel, parcialmente solúvel (ou pouco solúvel) ou prati-
Hidróxido de césio 3858
camente insolúvel. De modo geral, a solubilidade
desses compostos depende da temperatura a que Hidróxido de potássio 1121
são submetidos. Veja ao lado um quadro com a solu-
bilidade de alguns hidróxidos. Hidróxido de sódio 1089

Os experimentos laboratoriais para avaliar a solubi- Hidróxido de bário 38,9


lidade dos hidróxidos em água costumam mostrar
que a solubilidade diminui dos hidróxidos alcalinos Hidróxido de estrôncio 3,9
até os hidróxidos de outros metais, como representa-
Hidróxido de cálcio 1,66


do no esquema abaixo.
Hidróxido de magnésio 0,009
hidróxidos de hidróxidos de metais hidróxidos de
metais alcalinos alcalinos terrosos outros metais
(e de amônia) Hidróxido de alumínio 0,0078

sentido em que a solubilidade diminui Hidróxido de ferro li 0,00097


hidróxidos hidróxidos hidróxidos
muito solúveis parcial mente solúveis praticamente Hidróxido de ferro Ili 0,0000009
(pouco solúveis) insolúveis

É possível estimar que a força das bases normalmente está re lacionada com a sua
O hidróxido de sódio
solubilidade. Assim , quanto mais solúvel em água for uma base, maior será o seu grau é o principal
de dissociação (ex) e, consequentemente, maior será também a sua força iônica. constituinte da soda
cáustica, a qual deve
O grau de dissociação das bases também varia com a temperatura, a pressão e a
ser manuseada com
concentração da mistura. Assim, segundo sua força iônica, as bases podem ser clas- Luvas, pois, em
sificadas em fortes e fracas. Em geral, nas CATP: as bases fortes apresentam contato com a pele,
a > 50 % e são aquelas formadas por metais alcalinos e por alguns metais alcalinos pode causar
queimaduras.
terrosos; o hidróxido de sódio, NaOH(aq), por exemplo, apresenta a = 95, 5 %, o que
consiste em uma base forte; as bases dos demais metais tendem a apresentar
a < 5%, consideradas bases fracas; e o hidróxido de amônia (NH4 0H), que apresen-
ta a = 1, 42 %, é uma base fraca.
A força das bases de Arrhenius geralmente diminui dos hidróxidos alcalinos até os hidró-
xidos de outros metais, como representado no esquema abaixo.

hidróxidos de hidróxidos de alguns metais hi dróxidos de outros metais


metais alcalinos alcalinos terrosos (hidróxido de amônia, hidróxido de magnésio)

sentido em que a força iônica diminui


hidróxidos fortes hidróxidos fracos
D Não tome -----i
medicamentos sem
Hidróxido de magnésio e hidróxido de amônio 1

a prescrição médica.
O hidróxido de magnésio é uma base fraca, apesar de apresentar um metal alcalino terroso
em sua constituição.
O leite de magnésia, uma suspensão de Mg(OH) 2 , é utilizado para tratar a acidez estomacal Como regra geral, os
ou funciona como laxante. hidróxidos, por serem
compostos iônicos,
não são voláteis
MAGNtSIA IOUIOACONCENTRAD'
m AC - Cada colher desopa (lfiml) conlém cen:a de 1200 J1'J de ~XMlo de (fixos). O hidróxido de
Composição do magnesio Mg(0H)2 em~- 1000 DE USAR • Ad•ltos: Como leA]Jes • 2a4 amônia é uma base
leite de magnésia. ~~I!!S.'!e SIJPil ~ lg':!3~ ou maior volume de ~ Corno antli;iap · t a4colrms óe volátil e instável, pois
se decompõe,
O hidróxido de amônio {NH 4 0H) é uma base que não provém de um metal, mas de uma
produzindo gás
substância molecular, a amônia ( NH 3 (g)), que se dissolve facilmente em água, porém apresen- amônia e água.
ta grau de ionização pequeno. Assim, o hidróxido de amónio é uma base solúvel e fraca.
Alguns pesquisadores questionam a existência do hidróxido de amónio porque acreditam Volátil: substância
que se trata de uma solução de gás amônia dissolvido em água. 1 que apresenta baixo
ponto de ebul ição.

Funções inorgânicas e reações químicas 217

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§
Atividades ~- Resotva as atividades no caderno.

1. Em geral, os eletrólitos são sistemas formados 3. O número de partículas que sofrem ionização ou
por misturas em que há substância(s) dispersa(s) dissociação em relação a uma dada quantidade
em outra(s), que permitem a passagem de cor- inicial de partículas dissolvidas é dado pelo grau
rente elétrica. Observe as ilustrações abaixo e de ionização (substâncias moleculares) ou pelo
responda. grau de dissociação (substâncias iônicas). Dis-
so lvendo-se 400 partículas de uma substância
em água, verificou-se que 380 partículas sofre -
ram ionização. Qual o grau de ionização (<X) da
substância em questão?

4. (UFRN) Leia as informações contidas na tirinha


abaixo .

.,,.,.,-
~=....=-?
NaOH sólido HCf gasoso NaOH dissolvido Hct dissolvido
em água em água

Exempl os de condutividade elétr ica.

a) Quando puros, o NaOH sólido e o HC!I. gaso-


so não conduzem corrente elétrica. Justifique Uma substância que pode ser incluída no cardá-
pio de antiácidos por ter propriedades básicas é:
esse fato.
a) NaF e) Mg(OH) 2
b) Quais os processos que permitem às substân-
cias NaOH e HC!I. dissolvidas em água con - b) cace.2 d) CH3COOH
duzirem corrente elétrica?
5. (UEM-PR/Modificada) Identifique o que for corre-
e) Na ilustração, qual a função da água nos pro- to e faça a somatória.
cessos de dissociação e ionização?
01) O Ca (OH)Cll. é chamado de cloreto básico
d) Quais os íons envolvidos nos processos de de cálcio ou hidróxi-clo reto de cálcio.
dissociação e ionização?
02) Bases são mais adequadas do que os áci-
2. As três substâncias a seguir conduzem corrente dos, para remoção de gorduras em geral.
elétrica quando estão em solução aquosa. Ob- 04) O H 2 Cr04 é mais conhecido como ácido
serve a representação do conteúdo de cada crôm ico, mas também pode ser chamado
frasco e classifique as funções inorgânicas a que de ácido ortocrômico.
essas três substâncias melhor se enquadram. 08) O All.(OH) 3 é uma tribase de Arrhenius.
Se houver necessidade, faça uma pesquisa so-
16 ) Ácidos possuem sabor adstringente, en -
bre essas três substâncias.
quanto bases possuem sabor azedo.

6. As experiências sobre condutividade elétrica des-


critas por Arrhenius descrevem os conceitos dos
ácidos e das bases.
a) Quais os ions responsáveis pelas propriedades
das bases e dos ácidos?
b) Por que é praticamente impossível medir a con-
Ili dutividade elétrica de um hidróxido que não seja
de um metal alcalino?
e) Segundo a força iônica, podemos classificar as
bases em fortes e fracas. Justifique esse fato.
d) Classifique as seguintes bases de acordo com
Su bstâncias qu e
conduzem corrente
seu número de hidroxilas: AgOH, All.(OH) 3 e
elétrica em solução Ca(OH) 2 .
aquosa.

218

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Ácidos
Nas imagens abaixo, são apresentados alguns produtos que possuem compostos
ácidos.
á cido
a cético
ácido ácido ácido
ascór bico má lico cít rico

Laranja. Maçà . Limão. Vinagre .

ácido
oleico

Leite integral.
ácido
lát ico

Refrigerante.
ácido
carbôn ico
e ácido
fosfórico

Analgésico.
ácido
acetilsa licílico

Alguns itens ácidos de uso cotidia no .

9 Entre os materiais ácidos presentes na fotografia, cite dois outros que O ácido clorídrico está presente
apresentam ácido ascórbico em sua composição. no s uco gástrico.
O limão, a maçã e a uva.
Os ácidos são compostos moleculares que ao reag irem com a água so-
frem ionização. Assim, no processo de liberação de H 1+. há rompimento de
ligações covalentes, formando íons: cátions H 1+ e ânions. Dessa forma, a
equação de ionização do HCe pode ser reescrita da seguinte maneira:

cloreto de água cátion â n ion


hidrogênio hidrônio cloret o
ácido clorídr ico

A ilustração ê um a
No processo de ionização do ácido, formam -se novas espécies quimicas; assim, representação artística_
As cores e o tamanho não
ocorre reação química. correspondem aos reais.

Observe outros exemplos de reações de ionização:


á g ua 1+ 2-
H2S(g) ~ 2H (aq) + S (aq) (ionização total)

(ionização total)

Observe agora as etapas da ionização parcial do H2 S0 4 (e) em meio aquoso:

(primeira ionização parcial)


10. É uma solução aquosa
de 803 (trióxido de
1- água 1+ 2- enxofre) em que,
HS04 (aq) ~ H (aq) + SO 4 (aq) (segunda ionização parcial) conforme as condições
de temperatura, pressão
(equação global) e concentração, podem-se
, H
encontrar cations H (aq) ,
2-
10 O que é o ácido sulfúrico? ,_S0 4 (aq) e
ânions
HS0 4 (aq), além de
Formulacão
, e nomenclatura de ácidos moléculas de H 2 S0 4 •
A partir de sua obtenção
Os ácidos podem ter ou não oxigênio em sua constituição. Dessa forma, eles po- no estado liquido, o
dem ser classificados em hidrácidos e oxiácidos. Os hidrácidos não apresentam oxi- H 2 S0 4 (e), em solução
gênio em sua estrutura, sendo também denominados ácidos não oxigenados. Já os aquosa, pode liberar os
ions mencionados
oxiácidos apresentam oxigênio em sua estrutura. anteriormente.

Funções inorgânicas e reações químicas 219

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Hidrácidos
A nomenclatura dos hidrácidos é dada por:

(nome do elemento)
ácido ......................................................... + ídrico

A sua formulação pode ser feita da seguinte maneira: H 1 em que (y- ) repre- :>(><Y-,
senta a valência do ânion X formador do hidrácido. A fórmula genérica obtida é HYX.
Os principais hidrácidos são aqueles formados por ânions dos calcogênios (grupo
16 da tabela periódica) e dos halogênios (grupo 17 da tabela periódica). Na formula-
ção dos hidrácidos, os ânions d~_s calcogênios são bivalentes ( x2 - ) e os ânions dos
halogênios são monovalentes ( X ).
Os ânions dos hidrácidos apresentam em sua nomenclatura o sufixo eto. Por exem-
2-
pio, S é o ânion sulfeto.
É importante estabelecer a diferença entre o material puro e a solução fo rmada por
esse material. Por exemplo:

HCf(g) ~ cloreto de hidrogênio ~ material puro


HCf(aq) aa> ácido clorídrico aa> mistura (solução aquosa de HU)
No quadro a seguir, apresentamos algumas fórmulas e nomes das soluções desses
hidrácidos.

Fórmula molecular Nomenclatura Nomenclatura


Ânion do ác:ido
(mínima) (puro) (solução aquosa)
1-
F HF fluoreto de hidrogênio ácido fluorídrico
1-
j
ce HC f cloreto de hidrogênio ácido clorídrico

s
2-
H2 S sulfeto de hidrogênio ácido sulfídrico
l
J
Te2 - H 2 Te telureto de hidrogênio ácido telurídrico
,_
HCN cianeto de hidrogênio ácido cianídrico __l
~
CN

Vamos representar o Oxiácidos ou ácidos oxigenados


NOX por algarismos
indo-arábic:os, porém A nomenclatura dos oxiácidos é dada genericamente por:
o sinal da c:arga deve
ser c:oloc:ado antes do
algarismo. Exemplo:
ácido ........!~~~~. ~?..~.1.~.~.~~~??........ + ) oso (para o menor NOX)
ico (para o maior NOX)
( +4 (em que o NOX do
NOX é a abreviação da expressão "Número de Oxidação" e
carbono é +4).
11 O que significa NOX? repres.ent?t a carga que um elemento ou íon apresenta numa
substancia.
Para entender o que é NOX de um elemento ou íon de uma substância, observe a
seguir a representação da fórmula estrutural do gás carbón ico (co 2 ) , um óxido:
--,

O= C= O

O= C= O
Fórmula estrutural (Couper).

Representação dos vetores momentos


dipolares de cada ligação covalente polar.
J
NOX do O=C=O NOX do
Valores dos NOX de cada elemento formador
oxigênio = - 2 oxigên io= - 2
NOXdo da molécula.
carbono= +4

220

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Os oxiácidos apresentam genericamente a formu lação HxEyOz, em que E é o ele-
mento formador do oxiácido. As fórmu las moleculares desses oxiácidos variam de
acordo com o grupo da tabela periódica a que pertencem. Assim, os oxiácidos forma-
dos por elementos (com o sufixo ico) dos grupos de 13 a 17 da tabela periódica po-
dem ser representados da seguinte maneira:

Elemento Fórmula
Nome do ácido obtido
do grupo molecular
13 ~ H 3 B0 3 - - - ácido bórico

14 ~ H 2C0 3 - - - ácido carbônico


O O ácido sulfúrico
com concentração


- -- ácido nítrico
Oxiácidos acima de 15% causa
queimaduras graves
- -- ácido fosfórico e desidratação dej
tecidos humanos.
16 ~ H 2S0 4 _ ____, ácido sulfúrico

17 ~HCW 3 _ ___, ácido clórico

Quando o elemento E, formador do oxiácido, apresentar mais de um NOX, tem-se


mais de um tipo de oxiácido desse elemento. Assim, por exemplo:
HN0 3 HN0 2
11 11
NOXN ::;:: +5 ~ ácido nítrico NOXN = +3 ~ ácido nitroso
Além dos sufixos ico e oso, alguns elementos podem apresentar os prefixos per e
hipo. Isso ocorre quando a atomicidade do oxigênio varia . O quadro abaixo apresenta
alguns exemplos.

(+ 1 oxigênio em relaçào à fórmula


HCW4'aq) ácido perclórico NOX do cloro = +7 com sufixo ico)
HCW3 (aq) ácido clórico NOX do cloro = +5 (fórmula com sufixo ico)
(- 1 oxigênio em relação à fórmula
HCW 2 (aq) ácido cloroso NOX do c loro = +3
com sufixo ico}
(- 2 oxigênios em relação à fórmula
HCW(aq) ácido hipocloroso NOX do cloro = +1
com sufixo ico)

Pode-se, resumidamente, representar esses prefixos e sufixos da seguinte maneira:

. . . / + 1 ox'.g~n'.o -----? ~cido per ..... ico


acido .............. 1co----? -1 ox1gen10 -----? ac1do ..... oso
~ - 2 oxigênios-----? ácido hipo ..... aso
Observe abaixo exemplos de aplicação de nomenclatura às formulações de alguns
oxiácidos.

Grupo 14 Grupo 15 Grupo 16 Grupo 17


H 2 C0 3 (aq) HN03 (aq) H 2 S0 4 (aq) HI0 4 (aq)
ácido carbônico ácido nítrico ácido sulfúrico ácido periódico
. . . ·::·· HN02 {aq) H 2 S0 3 (aq) HI03 (aq)
.··..·.·:··..·..··..·..·:-:.·.··..·.· .· ácido nitroso ácido sulfuroso ácido iódico

Funções inorgânicas e reações químicas 221

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Alguns ácidos de um mesmo elemento apresentam prefixos atribuídos em função
de seu grau de hidratação.

2 moléculas do áci-
do orto menos ~ 2 H 3 P0 4 - 1 H 2 0 ~ H P 0
4 2 7
H 3 P0 4 (aq) 1 molécula de água
...__,_.,
(ácido pirofosfór ico)
(ácido fosfórico 1 molécula do áci-
ácido ortofosfo ) d t
O or o menos
------'-
------, H3 P0 4 - H2 0 ~ HP0 3
'-,.-'
1 molécula de água
(ácido metafosfórico)

grau de hidratação: or to > piro> meta

Classificação dos ácidos de Arrhenius


Os ácidos, assim como as bases, podem ser classificados de acordo com alguns
critérios, como número de hidrogênios ionizáveis, força dos ácidos de Arrhenius, volatilidade
e estabilidade dos ácidos.
Quanto ao número de hidrogênios ionizáveis, a classificação dos ácidos está rela-
cionada aos hidrogênios ionizáveis liberados por fórmula do ácido que sofre ionização.
Nesse caso, os ácidos são classificados em monoácido, diácido, triácido, tetrácido,
como apresentado no quadro abaixo.

Número de Monoácido Diácido Triácido Tetrácido


hidrogênios (ácido monoprótico) (ácido diprótico) (ácido triprático) (ácido tetraprótico)
ionizáveis por
fórmula de
2 3 4
oxiácido

L A,;aos HBr H 2S H 3 P0 4
...
H4P201 1
J
-+---

HN0 2 H 2 S0 4 H3 Sb0 4 H 4 As 2 0 5

A força de um ácido pode ser relacionada ao seu grau de ionização (a). Assim,
quanto maior o grau de ionização, maior deve ser a força do ácido. A seguir, alguns
valores de a para soluções diluídas medidos a 18 ºC e 1 atm e a classificação do áci-
do segundo sua força - fort e, moderado ou fraco.

O ácido fosfórico é Ácido a Classificação 1


usado como 1
Ácido iodídrico Hl(aq} 95% forte 1
acidulante de i
r efriger antes Ácido bromídrico HBr(aq) 93,5% forte
(pr incipa l mente os de - -+ 1

~
Ácido c lorídrico HCE(aq) 92% forte
cola), doces, molhos,
gel eias e fertilizantes.
-Ácido nítrico HN03 (aq) 92% forte
1
Ácido sulfúrico H 2 S0 4 (aq) 61% forte 1
Ácido oxálico

Ácido sulfuroso
H 2 C 2 0 4 (aq)

H 2 S0 3 (aq}
48,5%

30%
moderado

moderado
l
t
Ácido fosfórico H 3 P0 4 (aq) 27% moderado
~

Ácido fluorídrico

Ácido acético
HF(aq}

H 4 C 2 0 2 (aq)
l 8,5%

1,34%
moderado

fraco
1

1
composição apresenta
-Ácido carbônico H 2 C0 3 (aq)
+-
0,18% fraco 1
ácido fosfórico. - t-
Ácido sulfídrico
-
H 2 S(aq) 0,076% fraco
1
~
Ácido bórico H 3 B0 3 (aq) 0,075% fraco
-Ácido cianídrico HCN(aq)
1
0,008% fraco

222

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A classificação quanto à volatilidade depende do valor do ponto de ebulição do
ácido. Um ácido pode ser volátil quando apresentar baixo ponto de ebu lição, que em
geral é abaixo de 100 ºC, ou não volátil (f ixo) quando apresentar alto ponto de ebu li-
ção, em geral, acima de 100 ºC. No quadro abaixo, são apresentados exemplos de áci-
dos, seu ponto de ebulição obtido experimentalmente e a classificação em fixo ou volátil.

Ácido Ponto de ebulição Classificação

Ácido sulfúríco 337 ºC fixo

Ácido fosfórico 158 ºC J fíxo


+-
Por questões de


Ácido bórico 171 ºC fixo segurança.é
importante saber
Ácido nítrico 83 ºC volátil sobre a volatilidade
de um material, pois
Ácido sulfídrico volátil el es podem liberar
- 82 ºC
vapores tóxicos.

1 Ácido clorídrico HCf(aq) 1 - 85 ºC I volátil

Ácido cianídríco HCN(aq)


t-::::-·.·:~ .· . ~ .'"": .· .. ..7. ·j
~·••• •·••• ••. • .·:-· .· •·•.•· .·:·· •• •••.•·• volátil
-

,,.·.·.· .·.·• .·.· .·.·, .·.· .·.· .


A classificação quanto à estabilidade dos ácidos está ligada à sua capacidade de
O sím bolo <> refere-
sofrer decomposição (parcial ou total) em condições iguais ou próximas das CATP. A -se à instabil idade
maioria dos ácidos é estável. Veja a seguir alguns exemplos de ácidos instáveis. da substân cia.
A seta colocada ao
lado da fó rmula da
Ácido carbônico <H2C03 (aq)) ----> H20{!1.) + C0 2 (g) t substância e
apontada para cima
Ácido sulfuroso (H 2 S0 3 (aq)) ---+ H 20(l.) + S02 (g) t indica que está n o
estado gasoso em
cond ições p róximas
Exemplos de aplicações de ácidos no cotidiano ou iguais às CATP.
O ácido carbõnico
Os ácidos estão presentes em produtos utilizados no dia a dia. A seguir apresenta-
( H 2 C0 3 (aq)). por ser
mos alguns exemplos.
um ácido instável,
r , ····························································....................................................................... . decompõe-se mais
1 Acido acétíco ( H4 Cp2(aq)) facilmente do que
Em determinadas concentrações, essa mistura é denominada sofre ionizacão
vinagre. Na legislação brasileira, o vinagre apresenta (ll = 0,18%} ~endo
concentração mínima de 4% (em massa) de ácido acético e considerado um
tem sido utilizado como tempero culinário. ácido fraco.

. ... ... .. ..... . . . . . .. ... .A~;~·~·~;~; ~·~;~~··(~;~i~aj)j

~ Ácido
; Mun:itJco
- Essa mistura é comercialmente
denominada ácido muriático, sendo
utilizada em limpeza de pisos e de
superfícies metálicas antes do
processo de soldagem (decapagem).
Frasco c:omerc:ial
de vinagre.

~~
e• Frascos comerciais de
fj ácido muriático.
""'
c . ••• •••••• • • • • • • ••••••• ••• • ••• • •••• •••• • ••••• • ••••• •••• ••• • • ••••••••••• •• •• •• O••••• •o• • •••• • • • • • • •• • •• • ••OO•• •••••• •

1 ~~ido sulfúrico ( H2 SO 4 (aq))


Mistura utilizada em soluções de baterias automotivas,
indústria de fertilizantes, papéis, tintas e no refino do açúcar. Bateria de
automóvel.

Funções inorgânicas e reações químicas 223

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..........................:·········.. ·······················............... ~

Acido carbônico 2 C0 3 (aq)) 1 (H


Mistura utilizada em bebidas
gaseificadas e em refrigerantes.

Água mineral
com gás.

e. .................................... ......................................................................................................
1 :'~ido fosfórico ( H3 PO 4(aq))
Mistura utilizada na fabricação de fertilizantes, na produção de
refrigerantes à base de cola (acidulação e conservação), em
indústrias de vidros, produtos farmacêuticos, ração animal, óleos
vegetais (estabilizante) e detergente.
Copo ele
refrigerante .
.... , ....... '' ............................. ' '." " " ' " " ""'"'''"''"""" ... ---:'\
Acido nítrico HN03 (aq) 1
Mistura utilizada na produção de
fertilizantes na fabricação de explosivos,
na indústria de corantes e de tecidos.

Explosivo TNT.

~~~ .;;~~;;~~-i~·~. (~;(;~jj"'"'' '''""""'"''''"""'"·····""""""''''''"


Mistura utilizada na gravação de vidros e
no revestimento de panelas antiaderentes
(por atacar o vidro, o ácido fluorídrico deve
revestimento
ser guardado em frascos de polietileno). antiaderente.

Indicadores ácido-base
Os indicadores são substâncias que mudam de cor de acordo com a acidez ou
alcalinidade do meio. Assim, bases e ácidos têm capacidade de alterar a cor de um
indicador. Grande parte dos indicadores usados em laboratório é artificial, mas alguns
são naturais e podem ser encontrados no repolho roxo, nas pétalas de rosas verme-
lhas, no chá-mate, na amora, na beterraba, entre outros. O tornassol é um indicador
natural, extraído por maceração de algumas espécies de líquens.
O quadro a seguir apresenta os principais indicadores laboratoriais e a cor que ad-
quirem quando estão presentes em materiais alcalinos ou ácidos.

Papel ele tornassol. Alaranjado de


Fenolftaleína Tornassol Azul de bromotimol
metila

Ácido incolor vermelho amarelo vermelho

Básico vermelho azul azul amarelo


J
O extrato de repolho roxo, um indicador natural, apresenta ampla variação de
cor em função do valor do pH do meio. Dessa forma, é um material que pode ser
usado com eficácia em experimentos, apresentando resultados práticos qualita-
tivamente superiores aos indicadores sintéticos, como a fenolftaleína, o azul de
Extrato de repolho roxo. bromotimol e o alaranjado de metila.

224

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No esquema abaixo, é apresentada a variação de cores do extrato de repo lho roxo
de acordo com o pH do meio.

Extrato de repolho roxo


(Brassica oleracea) e m


soluções com intervalo
de pH entre 0.1 e 14.

sentido em que o pH aumenta

/ Atividades resolvidas\
R1. Qual a d iferença essencial entre o f luoreto de hidrogênio e o hidróxido de cálc io quan-
to ao tipo de ligação química e ao processo que sofrem ao serem dissolvidos em água?
Resolução

Fórmulas Processo (ionização/ dissociação)

H- F ligação covalente (com posto mo lecular)


sofre ionização em água (fo rmação d e íons)
Fórmula de Lew is . Fó rmula de Couper.

Fó rm ula de Lewis.
[ Ca r [:R 8

Fórmula iônica.
r
H
2
ligação iônica ent re o cátion e o s ânio ns
(composto iônico) sofre d issociação em
água (separação de íons p reexistentes)

R2. Monte a fórmula estrutural do HN0 3 e determine os NOX dos átomos presentes.
Resolu ção o
H -0-N
1/
\
o
A relação de eletronegatividade entre os elementos formadores dessa molécu la é:
O> N> H
Assim, é possível direcionar os vetores momentos d ipolares para cada ligação polar.

õ-Q-..·NOX = - 2
!// õ-
ó+ - &-&- - o+6i'/ ,
H-Q-N ô+,.......NOX = +5
... : 6+\.
:' : li+ \. \.
NOX = +I NOX = - 2 ~ Q ....·NOX = - 2

Os vetores momentos dipolares de cada ligação polar determinam as densidades de


cargas. Dessa forma, ao se anal isar cada um dos átomos presentes e as densidades
de cargas no seu entorno, é possível determinar o seu NOX.
É válido lembrar que por se tratar de uma molécula neutra, a soma dos NOX dos áto-
mos constitu intes deve ser igual a zero.

Funções inorgânicas e reações químicas 225

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<?1 A.•m@t%14Uli·ii·• ,--------------------.. .
Algumas aplicações de ácidos e bases
Os ácidos e as bases têm sido utilizados cotidianamente por profissionais das
mais diferentes áreas. A seguir, uma relação de alguns profissionais que fazem uso
desses materiais .

...................................................................................................................................................=:'\
Est eticista 1
Utiliza alguns ácidos para o tratamento de pele, como:
ácido salicílico ( C 7 H6 0 3(aq)), eficaz para a diminuição da produção de
sebo da pele e, consequentemente, da formação de acne;
ácido azelaico (C 9 H160 4 (aq)), eficiente para renovar profundamente
as células por meio de escamação (pee/ing facial), além de ter
ações anti-inflamatória, antibacteriana e clareadora;
ácido glicólico ( C 2 H 40 3 (aq)), utilizado no combate às rugas leves
e marcas de expressão.

················································ ······ · ······-~ -ict·~~~~~

Produto com ácido azelaico


Utiliza ácido fluorídrico (HF(aql), que
sen do usado por esteticista.
tem a propriedade de corroer o
vidro. Por isso, é usado para fazer
gravações em vidros e cristais,
além de outras aplicações.

Vidro gravado com uso


de ácido fluorídrico .

............................................................................................................
~

Agricultor 1
Utiliza hidróxido de amônia ( (NH 4 OH)) e ácido sulfúrico
( H 2 SO 4 (aq)) para produzir fertilizantes aplicados em
diferentes culturas.

·····························································p~·d; ~ ~

Utiliza hidróxido de cálcio ( Ca (OH)2)


na preparação da argamassa,
juntando areia com a cal hidratada
(como também é conhecido o
hidróxido de cálcio).

Hidróxido de cálcio com areia


sendo utilizado na produção
de argamassa.

226

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~
Atividades ~
- Resolva as atividades no caderno.

7. (Uespi-PI) Podemos class ificar os ácidos quanto 10. (Unifap -AP) Mesmo em locais não poluídos, a
ao número de hidrogênios ionizáveis, quanto ao chuva contém ácido carbônico. Em locais poluí-
número de elementos constituintes e quanto à dos, passam a estar presentes ácido nítrico e
presença de oxigênio na molécula. Nesse sentido, ácido sulfúrico, que dão origem ao fenômeno
qual dos ácidos listados a seguir pode ser con- conhecido como chuva ácida. Considerando-se
siderado um diácido, ternário e oxiácido ao os ácidos citados no texto, podemos afirmar que
mesmo tempo? suas fórmulas moleculares são, respectivamente:
a) H3 P0 4 a) H2 C0 3 , HCl!.0 2 e H2 S0 4
b) H2 S04 b) H2C0 3 , HN0 2 e H3 P0 4
a (UFAC/Modificada) Os ácidos são substâncias
químicas presentes no nosso d ia a dia. Por
exemplo, o ácido sulfúrico é muito utilizado na
indústria petroquímica, na fabricação de papel,
corantes, em baterias automotivas, entre outras
diversas aplicações. Alguns sais derivados do
e) H2 C0 3 , HN0 3 e H2 S0 4
d) HCt'.0 4 , H3 P0 4 e HN0 2
e) H2C0 3 , HN0 2 e H2 S03

11. Os indicadores ácido e base são substâncias que


mudam de cor de acordo com a acidez ou alca-

ácido f osfórico são aplicados como fertilizantes linidade do meio. Observe as duas soluções a
na agricultura. Já o ácido muriático, poderoso seguir, que contêm soluções de ácido clorídrico,
agente de limpeza, nada mais é do que uma havendo um indicador ácido- base diferente em
solução de ácido cloríd rico. O ácido fluorídrico, cada uma. Cite os possíveis indicadores presen-
um pouco menos conhecido, tem grande poder tes nos rec ipientes I e li.
de atacar vidro e, por essa propriedade, é usado
para gravação na parte inferior dos vidros de
automóveis. Outro exemplo é a água boricada,
que é uma solução aquosa de ácido bórico ,
normalmente usada como agente para assepsia.
Enfim, é uma tarefa muito grande re lacionar a
importância e as aplicações dessas valiosas
substâncias que não somente os químicos pos-
suem acesso.
De acordo com o texto, a sequência de fórmulas
moleculares dos ácidos destacados, consideran-
do a ordem de leitura, é:
a) H2 S0 4 , H3 P0 4 , HCt'., HF e H3 80 4 .
b) H2 S0 3 , H3 P0 3 , H2 Ct'., H2 F e H3 B03 .
e) H2 S0 4 , H3 P0 4 , HCt'., H2 F e H3 8 0 3 .
d) H2 S0 4 , H3 P0 4 , HCf, HF e H3 B0 3 .
e) H2S04 , H3 P0 3 , HCt'., H2 F e H3 B0 3 .

9 . Observe a ilustração a seguir e classifique os ma-


Recipientes com in dicadores.
teriais presentes nas soluções dos frascos I e li
em ácidos fortes e fracos. Justifique sua resposta. 12. Um professor, trabalhando em laboratório, deixou
cair certa quantidade de solução de fenolftaleína
sobre o balcão que estava sendo limpo com
As ilustrações são água e sabão. Quase imediatamente a região do
representações
artistica s. As cores balcão ficou com uma coloração rósea. Com
e os tamanhos não
co1Tespondem aos base na observação acerca da coloração da
reais.
mancha e conhecendo as propriedades de áci-
dos e bases, é possível a esse professor p rever
Soluçàes de ácidos se a solução de limpeza apresenta característica
fortes e fracos . ácida ou básica? Justifique sua resposta .

Funções inorgânicas e reações químicas 227

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Oficina de Química
... Indicadores naturais

~ /Ponto zero
Ácidos e bases estão presentes em produtos industrializados que usamos no dia a dia, como
vinagre, sabão e leite de magnésia, em produtos naturais que consumimos, como frutas e legu-
mes, principalmente, e até mesmo em nosso organismo, como no sangue, na saliva e no suco
gástrico. Tais substâncias são tão importantes em aplicações industriais, que o consumo anual
de ácido sulfúrico (H 2 S0 4{aq)) chega a ser usado como indicador de desenvolvimento industrial de
um país.
Os indicadores ácido-base são substâncias naturais (como repolho roxo, suco de uva e vinho)
ou comerciais (como fenolftaleína ou tornassol) que geralmente sofrem alteração de cor ao entrar
em contato com meios ácidos ou alcalinos. É possível, por exemplo, medir a acidez e a basicidade
de materiais usados no ambiente doméstico por meio do indicador natural de extrato de repolho
roxo.
• Como funcionam os indicadores ácido-básicos? Ao entrar em contato com o meio, e com base
em seu pH, eles alteram sua coloração indicando assim se se trata de um meio ácido, básico ou neutro.
• Os ácidos e as bases apresentam as mesmas propriedades? Justifique sua resposta.
Comparando as propriedades dos ácidos com as bases, em geral são bastante distintas. Os ácidos
(inorgânicos) tendem a apresentar sabor azedo (na maioria das vezes, tóxicos e corrosivos) e elevada
0IP/
11c ~ - - - - solubilidade em água. As bases tendem a apresentar sabor adstringente (similar ao da
Materiais banana verde), exceto as bases de metais alcalinos, alcalinos terrosos e amônio, que
apresentam baixa solubilidade em água. Quando estão em solução aquosa, se houver
solubilização, am bos tendem a conduzir corrente elétrica, e, ao reagirem entre si
• fogão (ácido + base), produzem sal e água.
• 1 peneira
• 2 colheres de sopa O Utilize jaleco de mangas compridas, óculos de proteção
e sapatos fechados.
• 1 panela Não toque na panela nem na água quente.
• 1 recipiente plástico de 500 ml Após o preparo do suco de Limão, Lave bem as mãos
com água e sabão.
• 4 copos transparentes Cuidado ao manusear a água sanitária: e la tem caráter
oxidante podendo manchar a sua roupa.
• 50 ml de suco natural de limão
Atenção: Evite o contato dos materiais com a pele,
• 50 ml de vinagre mucosas e olhos. Caso ocorra, Lave com água corrente
em abundância e procure auxílio médico.
• 5 g de bicarbonato de sódio
• 50 ml de água sanitária
• 1 repolho roxo Lembre-se de que laboratório
• água é lugar de trabalho sério.

.@J / Mãos à obra

@ Corte as folhas do repolho roxo e


despeje os pedaços dentro da
panela.

@ Acrescente quantidade de água


suficiente para cobrir os pedaços
de repolho roxo.

© Coloque a panela na chama de um


fogão e mexa levemente o caldo
a cada 5 minutos, observando sua
coloração. Aguarde o tempo ne-
cessário para o cozimento das
folhas de repolho (aproximada-
Repolho roxo cortado em pedaços pequenos. mente 20 minutos).

228

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@ Utilize uma colher para ir verificando a coloração da água.
Quando ela estiver roxa, desligue a chama do fogão e
aguarde esfriar.

@ Retire os pedaços de repolho da panela e utilize a peneira


para filtrar o extrato de repolho roxo, transferindo-o para
um recipiente limpo.

A coloração roxa da imagem


indica que o extrato está pronto.

®
@
@
Identifique os copos com os números de 1 a 4.

No copo 1, coloque 50 ml de suco natural de limão.

No copo 2, coloque 50 ml de vinagre.


.
N

5
"

(D No copo 3, coloque uma colher de bicarbonato de sódio
e 50 ml de água; utilize uma colher limpa para misturar.

(D No copo 4, coloque 50 ml de água sanitária.

® Despeje em cada um dos copos cinco colheres do extra-


to de repolho roxo. Observe o que acontece e anote os Extrato de
resultados em seu caderno. repolho roxo.

~
1. O vinagre e o suco de limão apresentam características ácidas e, .§
quando estão em contato com o extrato de repolho roxo, tendem a
apresentar coloração com tonalidade avermelhada (rósea); o
bicarbonato de sódio e a água sanitária apresentam características
básicas e, em contato com o extrato de repolho roxo, tendem a
apresentar coloração azulada, podendo passar por colorações
esverdeada e amarelada à medida que a basicidade aumenta.
A mudança da cor nas misturas analisadas ocorre por causa da
ação do indicador ácido-base natural utilizado no experimento.

Copos numerados
de 1 a 4 antes da
adição do extrato
de repolho roxo.

ê Após terminar o experimento. dilua com água cada uma das misturas dos copos e, em seguida, descarte
em pia comum.
As folhas de repolho roxo podem ser descartadas no lixo orgânico, ou serem utilizadas como adubo
em uma horta.

Çij> / Para pensar 2. Beterraba, uva, jabuticaba, amora e flores de pétalas coloridas, como as flores
de azaleia e quaresmeira, poderiam ser utilizados como indicadores ácido-base.

1. Classifique os produtos domésticos em dois grupos: ácidos e bases. Justifique.


2. Que outras substâncias poderiam ser utilizadas como indicadores ácido -base naturais?
3. Faça uma pesquisa para responder: que substâncias presentes no extrato de repolho roxo
podem ser as responsáveis pelas mudanças de cores observadas no experimento?
As substâncias podem ser as antocianinas que estavam presentes nas folhas do repolho roxo e são pigmentos
responsáveis pela variedade de cores de frutas, flores e folhas. Na natureza, geralmente variam entre o vermelho e o azul.

Funções inorgânicas e reações químicas 229

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44· i!ili§Ul•m i;u''P;····~-~-~-í~.i~~.d~··d~f~~~·-~~i~~L···············.........................................
V
Conhecendo
Você aprendeu que alguns dos ácidos e bases estão presentes nos alimentos, na constituição
de remédios, cosméticos , bebidas e, inclusive, no organismo dos seres vivos. Porém, em relação
aos seres vivos, talvez você se pergunte: "Como isso é possível?".
Certos animais, ao se sentirem ameaçados, defendem-se liberando materiais nocivos à saúde
de seu predador. Trata-se de substâncias de origem biológica chamadas toxinas, que ao entra-
rem em contato ou serem absorvidas são prejudiciais.
Existem tanto animais que liberam toxinas ácidas quanto animais que liberam toxinas básicas
(alcalinas). Mas, de qualquer forma, geralmente as picadas costumam causar dores que podem
ser breves ou intensas, desencadeando desde reações alérgicas até a morte.

Estudando
As abelhas. por exemplo, quando picam, injetam
uma mistura de ácido fórmico HCOOH(aq) com o
ferrão.
No caso da picada de abelha é adequado, inicial-
mente, retirar o ferrão sem estourá-lo. Em seguida,
deve-se lavar o local com água e sabão e colocar so-
bre ele uma compressa fria. Em casos de pessoas
alérgicas, é recomendado um antialérgico, desde que
administrado sob orientação médica.
ácido f órmico. É importante também evitar a formação de abs-
cesso (acumulação de pus no local), portanto, caso
Ser vivo adulto
Abeli1a Apis: pode o inchaço e a dor persistam, procure um médico.
Abelha picando a mão de atinsir de 10 a zo mm
uma pessoa. Dent ro da de comprimento. Se, contudo, não for possível, após extrair o ferrão e
cápsula do ferrão há higienizar com água e sabão, prepare uma mistura
mol éculas de ácido f órmico.
de bicarbonato de sódio e passe sobre o local da
picada, a fim de tentar neutralizar o efeito ácido
da toxina do ferrão.

Pessoa afastando a abel ha para retirar Neutralização do efeito ácido da


o ferr ão com uma pinça. tox ina presente no f errão da abelha.

230

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Alguns animais marinhos, como a água-viva, liberam toxinas pelos cnidoblastos, que são as
células de defesa dos cnidários presentes em todo o seu corpo, porém em maior quantidade nos
tentáculos e ao redor de sua boca. Essas toxinas, quando entram em contato com um corpo
estranho, podem causar "alergia dolorida" (queimadura) .

.2
"i '
"'
~I As ilustrações são
I representações
artísticas. As
cores e os
tamanhos não
correspondem
aos reais.

Cnídoblast os
da água-viva.

Ser vívo adulto
Água-viva: pode
atingir de 3 a 12 cm
de diâmetr o.

No verão, acidentes envolvendo banhistas e águas-vivas são co-


muns nas praias. Sendo assim, é importante conhecermos algumas
medidas iniciais. Ao sentir a queimadura, lave o local com bastante
água do mar; evite água doce, pois os nematocistos, que são cápsu-
las que abrigam um tubo fi lamentoso enovelado portador do líquido
urticante (a toxina). agora presentes na pele, podem liberar ainda
mais toxina. Também não esfregue o local da queimadura, pois isso
intensifica a liberação do veneno. Outra orientação é aplicar vinagre
no local da queimadura. Por ser uma mistura ácida, provavelmente
ele vai neutralizar o líquido urticante da água-viva.
1. Resposta pessoal. O objetivo dessa questão é
discutir com os alunos sobre os efeitos causados pelas
Conversando ~~c~~:ifz~~ s~~ei~Ji~~a:ié: ~g~meª~!~P~~:gi/!J~~ ~~ra
texto, outros podem ser solicitados para pesquisa.
1. Converse com seus colegas sobre alguma picada de animal ou
contato com plantas que tenham lhe causado dor. Fale também
sobre as medidas tomadas para aliviar sua dor e neutralizar a toxi-
na. Com base nessas experiências, descreva em seu caderno duas
situações que podem ter ocorrido com você ou com seus colegas.
Z. Também converse com eles sobre a seguinte situação: "Numa
praia isolada, uma criança sai do mar chorando e apontando
para a sua perna, que apresenta uma região com verme lhidão,
com aspecto de queimadura. O tio, que estava próximo à crian-
ça, comunica à mãe que ela tocara em uma água-viva. Ouvindo
esse relato, vendo a criança chorar e a vermelhidão intensa em
sua perna, a mãe reso lve lavar o local da queimadura com água
do mar e jogar um pouco de urina (com pH normal), pois esta-
vam longe de qualquer tipo de socorro.". Qual foi o racioc ínio
que serviu de base para essa atitude, considerando que algumas Neutralização do líquido urticant e
das pessoas presentes o julgaram anormal? da água-viva com vinagre.
Como a urina tende a apresentar pH ácido (presença de ácido úrico nessa mistura) e, em geral, a toxina
da água viva é alcalina, a mãe teve a intenção de neutralizar a toxina para amenizar a ardência e a
vermelhidão no local. Funções inorgânicas e reações químicas 231

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Sais e óxidos
Você conhece a animação Procurando Nemo? Caso ainda não tenha assistido, vale
a pena ver, pois a história reúne diversão com educação ambiental.
Os corais são animais Nesse aspecto, o filme mostra a importância dos recifes de coral para a conserva-
cnidários da dasse
ção do oceano. Por serem formados, principalmente, pela deposição de carbonato de
Anthozoa formados
por um exoesqueleto cálcio, eles se transformam em ecossistemas marinhos ricos em biodiversidade, pois
constituído d e dão abrigo e alimento para muitos peixes, além de funcionarem como um filtro da água
carbonato de cál cio. do mar. Fazendo uma comparação, os recifes de corais estariam para o ambiente mari-
Os adultos têm forma
nho assim como as florestas tropicais estão para o ambiente terrestre. De acordo com
de pólipo, e milhares
deles cobrem um o local em que estão, esses recifes também podem ter tamanhos e formas diferentes.
recife de cora is. O carbonato de cálcio que constitui os corais e o cloreto de sódio presente na água
do mar são c lassificados como sais, uma das funções inorgânicas que estudaremos
neste capítulo.

@ Se você assistiu ao filme Procuran do Nemo, saberia dizer o nome do recife de


corais retratado nele? Resposta pessoal. Espera-se que os alunos respondam
que se trata da Grande Barreira de Corais, na Austrália.
@ Em sua opinião, o sal de cozinha (cloreto de sódio) está presente nos oceanos?
Exp lique. Sim, entre os sais encontrados nos oceanos estão: Nace, CaS0 4 , MgS0 4 e
MgCe 2 • O cloreto de sódio é um dos constituintes do sal de cozinha.
© Além da água dos oceanos, onde mais podemos encontrar sais dissolvidos?
Espera-se que os alunos respondam que sào encontrados na urina, na lágrima, no suor etc.

232

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Sais 1. o c1orsto de sódio (principal constituinte).º iodeto de potássio,
além dos sais que diminuem a umidade do produto (ferrocianeto
de sódio e o alumínio silicato de sódio), evitando que ele empedre.
1 Cite algumas substâncias presentes na composição do sal de
cozi nha. Se for preciso, procu re nas informações da embala-
gem o u em sites.

2 De onde se ext rai o sal de cozin ha?


Atualmente, o NaCe é obtido da água do mar, processo conhecido por
salinas, ou de minas subterrâneas, conhecidas por sais-gemas.
Segundo Arrhen ius, sais são compostos que, em geral, apresentam
capacidade de se dissociar em água, liberando íons, dos quais pelo
,_ é diferente de H1+ e pelo menos um ânion é dite-
menos um cátion
rente de OH ou óxido.


Alguns exemplos de dissociação de sais:

KBr(s) água K1+(aq) + Br, _(aq) Cr iança ut il izando sal


para temperar carne.

Você sabia que a palavra salário provém


do latim salarium argentum e que significa
pagamento em sal?
Em geral, quando uma solução aquosa de uma base reage com A origem está na importância que davam ao
uma solução aquosa de um ácido, obtém-se uma solução aquosa sal, pois o usavam rnmo rnnservante
de um sal. A reação entre uma base e um ácido, que produz sal e alimentar da época. Por ser t ão útil, era part e
água, é denominada reação de neutralização. da remuneração dos soldados romanos, e
podia inclusive ser t rocado por bens.
O cloreto de sódio é o principal constituinte do sal de cozinha, e a
reação química de neutralização que resu lta nesse sal é a seguinte:

HCt(aq) + NaOH(aq) - Nac e(aq) + Hp(e)


~ aCI d o ~h I'd rox1
, 'd o ~e loreto ~
,
agua
cl orídr ico de sódio de sódio

Composição do sal de cozinha


O sal de cozinha é uma mistura de vários
sais, contendo em maior quantidade o cloreto
de sódio.
O iodo é outro elemento presente no sal de
cozinha, muito importante para a saúde huma-
na. Ele participa na formação de dois hormõ-
nios da glândula tireoide (tiroxina e tri-iodotiro-
xina), os quais agem, por exemplo, sobre os
sistemas nervoso e cardiovascular, os múscu-
los esqueléticos, as funções renais e respirató-
rias, a termogênese (que permite conservar
O cloret o de sódio
uma temperatura estável), entre outras ações.
apresent a pont o de
Os d istúrbios por deficiência de iodo (DDI) fusão 801 º C, ponto
podem acarretar problemas de saúde, sendo de ebul icão 1413 º C,
mais conhecido o bócio (hipertrofia da glân- densidade 2,17 g/[m 3
dula da tireoide). e solubilidade em
água de 35,8 g (20 ºC).

Pescoço de uma
pessoa com bócio.

Funções inorgânicas e reações químicas 233

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Nomenclatura de sais
Como vimos, os sais podem ser obtidos por reações de neutralização, as quais
mostram que o ânion do sal é obtido a partir do ácido. O nome do ânion é provenien-
te do respectivo ácido, bastando, para isso, trocar suas terminações (parte sufixal).
Assim, determina-se o nome do ânion do sal conforme esquema apresentado abaixo.

Hidrácido Oxiácido

J
Sufixo do ácido ídríco ico oso
A higienização de alimentos com
produtos à base de água clorada J, J, J,
(contendo o sal hipoclorito de sódio,
NacEO) é r ecomendada para evitar Sufixo do sal elo ato ito
algumas doenças.

Veja, a seguir, alguns exemplos de nomes de ânions a partir dos


ácidos que os originaram.

Ácido Ânion do ácido

HBr(aq) ácido bromídrico Br 1- (aq) ânion brometo

,_
HN03 (aq) ácido nítrico N0 3 (aq) ânion nitrato
Al iment os subm ersos em
água com água s anitária. 1-
HN0 2 (aq) ácido nit roso N02 (aq) ânion nitrito

Como os sais são formados por cátions (da base) e ânions (do ácido), geralmente,
os nomes de seus íons formadores aparecem em sua nomenclatura.

nome do ânion + de+ nome d o cátion


Exemplos:
• KBr =} brometo de potássio (o ânion brometo é formado a partir do ácido bromídrico);
• Nl 2 ( SO 4 ) =} sulfato de alumínio (o ânion sulfato é formado a partir do ácido sulfúrico);
3
• CaS0 3 =} sulfito de cálcio (o ânion sulfito é formado a partir do ácido sulfuroso).

O sulfato de alumínio ( Af'. 2 ( SO 4 ) 3 ) pode ser utlizado nas Estações de Tratamento de


Água (ETAs} para retirar as impurezas da água.
Observe ainda outros exemplos de nomenclatura em que o cátion apresenta mais
de uma valência:
• Sal formado pelo ânion sulfato ( SO:-) e o cátion ferro Ili ( Fe 3 +):
Fe 2 (Sü 4 ) 3 =} sulfato de ferro Ili (ou sulfato férrico)

• Sal formado pelo ânion cianeto ( CN , _) e o cátion níquel li ( Ni2 +):


Ni(CN}2 =} cianeto de níquel li (ou cianeto niqueloso)
• Sal formado pelo ânion iodito (10~-) e o cátion platina IV (Pt4 +):
Pt(1ü J 4 =} iodito de platina IV (ou iodito platínico)

• Sal formado pelo ânion hipoctorito (cio1- ) e o cátion ferro li ( Fe 2 +):


Fe(CW) 2 =} hipoclorito de ferro li (ou hipoclorito ferroso)

234

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A formulação dos sais pode ser obtida pelo uso de tabelas de cátíons (como já vi-
mos durante o estudo das bases) e de âníons (visto no estudo dos ácidos}. Assim,
considerando-se as fórmulas com as cargas desses íons, pode-se montar a fórmula
geral dos sais.

No quadro a seguir, são apresentados alguns exemplos de montagem de formula-


ção de sais a partir de seus íons.

Cátion da base Ânion do ácido Fórmula do sal Nome do sal


3+ 2-
A'l =?alumínio s =? sulfeto A'l2S3 sulfeto de alumínio

1 1
Fe3 + '* ferro Ili 1-
10 2 => iodito Fe(10 2) 3
iodito de ferro Ili
(férrico) (iodito férrico)

Fe2+ '* ferro li 2-


C03 :;, carbonato
carbonato de ferro li
(ferroso) (carbonato ferroso)
L
Há também os saís formados a partir de ácidos com capacidade de liberar mais de
um próton ( H1 +) e bases com capacidade de liberar mais de um âníon hidroxíla

(OH, - ) . Nesses casos, as reações de neutralização podem ser parciais ou totais. Obser-
ve o exemplo do ácido sulfúrico (H 2SO 4(aq)) , que pode reagir com o hidróxido de potássio
(KOH(aq)) em diferentes proporções.
1 Fertirrigação
H 2S0 4(aq) + KOH(aq) --> KHS0 4(aq) + H 2 0 (fl.} O nitrato de calcio é utilizado em fertili-
..___, zantes, particularmente em soluções aquo-
hidrogênio sulfato de potássio
(bissulfato de potássio) sas para fertirrigação de sistemas produti-
vos de alta tecnologia (hidroponia).

H2SO 4(aq) + 2 KOH(aq) - K2SO 4(aq) + 2 H20 (e)


....__., •
su Lfat o de potássio

Na primeira reação (proporção 1:1), a quantidade de base neutra-


lizou parcialmente o ácido. Entretanto, na última reação (proporção 1:2),
a quantidade de base foi suficiente para neutralizar totalmente o ácido.
Observe também o que ocorre com bases como o hidróxido de cál-
cio (ca(OH)2(aq)), que pode reagir com o ácido nítrico (HN0 3 (aq))
em diferentes proporções.

hidrox initrato de cálcio

Ca(OH) 2(aq) + 2 HN03 (aq) --> ca(No 3 ) 2(aq) + 2 H 20(e)


,.___..,
n itrat o de cálcio

Funções inorgânicas e reações químicas 235

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Classificação dos sais
As soluções aquosas de sais podem apresentar caráter ácido, neutro ou básico, de
acordo com a força do ácido e da base que as formam. Assim, os sais podem ser
c lassificados em sais ácidos, básicos e neutros.
Os sais que possuem cátions de bases fortes e ânions de ácidos
Nitrato de potássio nas indústrias fortes ou, ainda, cátions de bases fracas e ânions de ácidos fracos
de alimentos são sais neutros .
O nitrato de potássio possui diversas O nitrato de potássio em água forma solução de caráter neutro.
aplicações, entre elas, o uso nas indús-
trias de alimentos que produzem carnes
defumadas e embutidos, como linguiças,
salames e salsichas, com o objetivo de nitrato de potássio
evitar a proliferação da bactéria Clostridium 1+
• K , cátion potássio, provém do hidróxido de potássio, que é uma
botulinun, causadora do botulismo. A
maioria dos cremes dentais específicos base forte;
para dentes sensíveis é feito com sais de 1-
• N03 , ânion nitrato, provém do ácido nítrico, que é um ácido forte.
potássio, na forma de nitrato de potássio,
citrato de potássio ou cloreto de potás- O cianeto de amõnio em água tende a formar solução de caráter
sio. Eles agem no sintoma e não na cau- neutro.
sa da sensibilidade. HCN(aq) + NHp H(aq) --. NH 4 CN(aq) + H2 ü (t)
'--....--'
cianeto de amônia
1+
• NH 4 , cátion amõnio, provém do hidróxido de amônia, que é uma
base fraca;
• CN 1-, ânion cianeto, provém do ácido cianídrico, que é um ácido
fraco.
Os sais que possuem cátions de bases fracas e ânions de ácidos
fortes são sais ácidos.

O salame é um alimento embutido. O bromato de amõnio em água forma solução de caráter ácido.
Mas como isso ocorre?

Inicialmente, vejamos a reação que produz o sal bromato de amônia:

bromato de amônia
1+
• NH 4 , cátion amônia, provém do hidróxido de amônia, que é uma base fraca;
1-
• Br0 3 , ânion bromato, provém do ácido brômico, que é um ácido forte.
A dissolução desse sal em água pode ser representada por:
água 1+ 1-
NH4Br03(s) - - . NH 4 (aq) + Br0 3 (aq)
'-...-'
cátion amônia
(da base fraca)
O cátion amônia (NH:+) reage com a água da seguinte maneira:

1+ ) 1+
NH 4 (aq) + H 2 0 (e--+ NHpH(aq) + H (aq)
~
torna a
solução ácida
Assim, os cátions de bases fracas, por exemplo, cátions amônia, em presença de
ânions de ácidos fortes, formam sais ácidos.

Os sais que possuem cátions de bases fortes e ânions de ácidos fracos podem
formar soluções básicas; assim, são sais básicos.
O bicarbonato de sódio (NaHC0 3 (s)) em água forma solução de caráter básico. Mas
como isso ocorre?

236

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Inicialmente, vejamos a reação que produz o sal bicarbonato de sódio:
Bicarbonato de sódio
O bicarbonato de sódio, um
bicarbonato de sódio sólido de cor branca, pode ser
1+ utilizado como antiácido estoma-
• Na , cátion sódio, provém do hidróxido de sódio, que é uma base forte; cal, pois reage com o ácido clorí-
1- drico, presente no suco gástrico,
• HCO 3 , ânion bicarbonato, provém do ácido carbônico, que é um ácido fraco. liberando dióxido de carbono,
que provoca o arroto (eructação).
A dissolução desse sal em água pode ser representada por:
NaHC03 jaq) + Hce(aq) - -
água 1+ 1-
NaHC03(S) - Na (aq) + HC03 (aq) - - Nace(aq) + Hp(e) + co 2 (g)
..________,____
ânion bicarbonato


(do ácido fraco)

O ânion bicarbonato ( HCO: - (aq)) reage com a água da seguinte maneira:


1- 1-
HC03 (aq) + H2o(e.) - (H 2C03) + OH (aq)
~
torna a A solução
solucâo básica de
bicarbonato
em que o ácido carbônico produzido (instável) acaba se decompondo em de sódio
pode ser
gás carbônico e água. utilizada
(H 2C0 3) -
C0 2(g) + H 20 (e.) para
combater a
Assim, o ânion bicarbonato (ânion do ácido fraco) em presença de cá- acidez
tions de bases fortes forma sais básicos. estomacal.

A dissolução em água do sal bissulfato de potássio (KHSO i sl) pode ser


representada por:
água 1+ 1+ 2-
KHSO 4(s) - K (aq) + H (aq) + SO 4 (aq)
'--..----'---' ~

h idrogênio sulfato de potássio torna a


(bissulfato de pot ássio) solução ácida

Ao ser dissolvido em água, ele torna a solução ácida, portanto, trata-se de um sal
ácido. Esse sal apresenta em sua formulação dois cátions diferentes, sendo um deles
1+
o cátion H , e um só tipo de ânion.
A dissolução em água do sal hidroxinitrato de cálcio ( Ca(OH)N0 3(s)) pode ser re-
presentada por:

Ca(OH)NO)s)
hidroxinitrato de cálcio
-
água 2+
Ca (aq) + OH (aq)
1-

..____..
torna a solução básica
+ N03 (aq)
1-

Ao ser dissolvido em água, ele torna a solução básica, portanto, trata-se de um sal
básico. Esse sal apresenta em sua formulação dois ânions diferentes, sendo um deles
o ânion OH 1- , e um cátion.
Há sais que apresentam em sua formulação mais de um tipo de cátions (diferentes
1+ 1-
de cátions H ) ou mais de um tipo de ânions (diferentes de ânions OH ).

O sulfato de potássio e alumínio ( KAi(S0 4 ) 2) apresenta dois cátions distintos (e


1+ 1+ 3+ 2-
diferentes de H ), K e Ai , e um ânion, S0 4 . Assim, trata-se de um sal duplo quan-
to ao cátion.
O cloreto brometo de cálcio (CaBrCi) apresenta dois ânions distintos (e diferentes de
OH 1- ), Cf. 1- e Br 1- , e um cátion, Ca2+. Assim, trata-se de um sal duplo quanto ao ânion.
No estado sólido, os sais apresentam retículos cristalinos. Há sais, como o sulfato
de cobre li penta-hidratado (cuSO 4 • 5 H20), que apresentam, no retícu lo cristalino,
moléculas de água em proporção definida (água de cristalização). Esses sais são con-
siderados sais hidratados.

Funções inorgânicas e reações químicas 237

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Propriedades dos sais
3 Em sua op ini ão, qual é o est ado fís ico m ais com u m d os sais nas cond içõ es
ambientais? Just if iq ue sua res2ost a.
Estado sólido, pois são compostos iônicos, apresentando altos pontos de fusão e de ebulição.
Entre as propriedades características dos sais, destacam-se os seus altos pontos
de fusão e ebulição, pois são compostos iônicos. Nas CATP. geralmente encontram-se
no estado sólido (presença de retículos cristalinos).
No estado sólido, geralmente, os sais não conduzem co rrente elétrica. A condução
de corrente elétrica ocorre no estado fundido, pois há presença de íons "livres".
Quanto à solubilidade em água, há sais solúveis e insolúveis. Os insolúveis apresen-
tam solubilidade muito baixa em água, e tendem a sofrer pequena dissociação iônica,
originando soluções com pouca quantidade de íons, portanto, são eletrólitos fracos .

.Nas C~TP, os sais de metais alcalinos e de amônio ( NHt ) são considerados solú-
veis em agua.
O quadro abaixo indica a solubilidade dos principais sais em água, nas CATP.

Solubilidade em água a 25 ºC e 1 atm

Em geral, são solúveis Principais exceções Em geral, são insolúveis Principais exceções

Nitratos ( Not)
Acetatos ( CH 3COO, _)
Metais alcalinos e
Cloretos ( ce1 - ) amônio ( NH:+)
Brometos ( Br 1- ) Ag 1+ , Pb2+ , Hg 22+ Fosfatos (
P0 43-)
~ tos (1' )
Metais alcalinos,l
S2
-) metais alcalinos
Sulfatos ( so:-) 2+ 2+
Ca , Sr , Ba , Pb 2+ 2+
Sulfetos (
terrosos e

L ---
amônio ( NH:+)
_ _ ___.
_,_

Algumas aplicações de sais em nosso cotidiano


Os sais est ão presentes em produtos utilizados no cotidiano do ser humano. A se-
guir, apresentamos alguns exemplos .
......................................, ................... ..
~;~;~~~ ~~--~~-~;~ ··(~~~

Uso doméstico para salgar a comida e conservar


alimentos (carnes e pescados): presente no soro
fisiológico (concentração 0,9%): utilizado para a
remoção da neve em países frios, durante invernos
intensos; usado como matéria-prima na indústria,
para a obtenção de gás cloro (Cf 2), na produção de
hidróxido de sódio (NaOH), na manufatura do papel
e na produção de detergentes e sabões.
A carne de sol é conservada
utilizando- se o cloreto de sódio.

.. . ... . .. .................. '.'. . ·········~;~~~;~·~;;~. ~; ·~~~;~· ·i~~~i~

Utilizado como agente alvejante na indústria da


celulose (papel) e têxtil; como antisséptico no
tratamento da água (inibe a multiplicação e
proliferação de microrganismos patogênicos); como
eliminador de odores e gostos indesejáveis; utilizado
na produção de águas sanitárias destinadas à
higienização e desinfecção em geral.
Água sanitária de uso doméstíco.

238

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........................... ,.,, .. , , .............. .. ,,, . , .................,, ,,, ,, , ...............,, ,,, , , ... ~ .
,

Sulfato de magnésio ( MgS0.'.1) 1


Utilizado na fabricação de tintas e sabões; tem ação
laxativa, conhecido como sal de Epsom; usado em sais
de banho para reduzir dores nas pernas, costas e pés e
aliviar a tensão muscular; acelera a cicatrização de cortes.

O sulfato de m agnésio é
vendido comercial ment e
c omo s al de Epsom.

0 ~·~~;;·~·~·~~·~;~·-(~~·~i···· · · ······ · ·. · · ························· · · ··'"""''''"'''"""""'"' ' '"'''"""'' "' '"""'


Utilizado na fabricação de cremes dentais e colutórios (enxaguadores bucais), pois
inibe a desmineralização dos dentes, diminuindo a suscetibilidade a cáries; usado
na fluoretação de água potável.

Carbonato de cálc io ( CaC0 3 )


Usado como matéria-prima na indústria de materiais de construção (fabricação de
cimento e cal ou calcário) e na indústria do aço; como agente abrasivo e polidor
em cremes dentais; como fertilizante mineral (nutriente mineral para crescimento
rápido de vegetais); e como pigmento na fabricação de tintas, carpetes, vidros etc . Creme dental.

............................................... ............. ,,, .............................,,, ............ , ~.~;;~~~ · ~·~ · ~~;~;~ ··(;~~~~

Utilizado como dessecante (substância capaz de


absorver água); na produção de fertilizantes
agrícolas, cimento, giz escolar, vidros, esmaltes e
como aglutinante na produção de tofu. A sua
forma hidratada (caS0 4 . 2 Hp) é utilizada na
Gesso . produção do gesso, agindo como imobilizador
na ortopedia e em construções.

~ • .,••••• • • • • •••• • •• •• • • • • ••••••• •• . , , . , . , • . , . , . , . , • . , H • • • • • • • • • • •••• • • " • • •••• • ••• • • • • • • " • " " " " " "

1 '.~1'.rato de amônio ( NH4 Nü 3)


Utilizado como fert1l1zante (alta porcentagem de
nitrogênio), na produção de explosivos e na produção
de óxido nitroso, N2 0 (anestésico).
e,,
NH 4 N0 3- - . N2 0 + 2 H20

fertiliz an te .

.........................., , , , , .................................. , , . , .............,, ., , , ........... ,, .. ,, .............. ,,, , . ~

Carbonato de sódio (Na 2 C0 3 ) 1


Utilizado no tratamento de água de piscinas e em limpeza
em geral, na produção do vidro. na fabricação de
detergentes e sabões.

Sabào.

~ ...,,,,, ............. , . , ............ ,, ..............,,, .......... , . , , ............................. ,, ......................... ,.,,


1 ~·~arbonato de sódio (NaHCü 3 ) .- _
Utilizado como antiácido estomacal, como fermento
químico; em curtumes, no tratamento de lã e da seda;
como componente dos talcos desodorantes; em
nutrição animal; em extintores de pó químico seco e
de espuma q uímica.
Pães preparados com f ermen to q uím ico.

Funções inorgânicas e reações químicas 239

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~
Atividades ~
- Reso\va as atividades no caderno.

1. Na ilustração a seguir, observa-se que a biosfera Para confeccionar a nova bateria os cientistas
é composta da litosfera, hidrosfera e atmosfera. recobriram a bateria de lítio com uma substância
Sabe-se também que a litosfera é formada prin- vítrea à base de fosfato de lítio, um sal, repre-
cipalmente por minerais pertencentes às funções sentado pela seguinte fórmula:
químicas inorgânicas já estudadas. Quais são a) Li 3 P0 3 e) Li 2 P
essas funções? b) Li 3 P0 4 d) LiF

6. Os fogos de artifício exibem cores d iferentes


at m osfera A ilustração ê uma graças à queima dos sais utilizados em sua fa-
representação
artistica. As cores bricação, conforme vemos na fotografia a segu ir.
e as proporções
não correspondem
às reais.

Componentes
da biosfera.
Como exemplos de sais utilizados em fogos de
Z. Segundo Arrhenius, sais são compostos que ge- artifício, podemos citar: o cloreto de cobre (li),
ralmente apresentam capacidade de se dissociar carbonato de estrôncio, su lfato de cálcio e nitra-
em água, liberando íons, dos quais pelo menos to de bário. Escreva em seu caderno as fórmulas
um cátion é diferente de H 1+ e pelo menos um mínimas dos sais citados no texto .
1-
ânion é diferente de OH . Faça em seu caderno
7. Em geral, na reação de neutralização, o cátion do
a reação de dissociação dos seguintes sais:
sal formado é derivado da base utilizada no rea-
a) NaCf.(s) e) ca(Nü 3 ) 2 (s) gente, e o ânion do sal provém do reagen te
b) KBr(s) ácido. A so lução aquosa formada poderá ter um
caráter neutro, ácido ou básico dependendo da
3. O papel sulfite, também conhecido como branco força da base e do ácido que deram origem ao
comum no formato A4 (21 cm x 29,7 cm), tem sal. Dessa forma, podemos classificar os sais
esse nome por causa do uso do sulfito de sódio formados nas reações abaixo como:
no processo de descoloramento na manufatura do
papel. Qual a fórmula mínima dessa substância? a) HN03(aq) + NaOH(aq) --+ NaN03 (aq) + H20(f.)

4. (UFSCar-SP) O reboco das paredes de casas


-------------
nitrato de sódio

pode ser feito com a aplicação de uma pasta b) HI04(aq) + NHpH(aq) - NH4'04(aq) + Hp(e.)
.____._....
feita de argamassa com água. periodato de amôoo

A argamassa é uma mistura de areia com cal


e) H 2 C0 3(aq) + RbOH(aq) - - . RbHC0 3 (aq) +
extinta (ca(OH) 2). Nas paredes, a pasta vai en-
durecendo devido à evaporação da água e sub- +Hp(t) bicarbonato de rubídlo

sequente reação do hidróxido de cálcio com o 8. As reações de neutralização são reações químicas
gás carbônico do ar. O reboco seco é constituído que ocorrem entre ácidos e bases e produzem
por uma mistura rígida de areia e: sais e água. Qual das reações químicas abaixo
a) Ca 3 (Pü 4 ) 2 d) ca(HC0 3 ) 2 não corresponde a uma reação de neutralização?
b) CaSi0 3 e) CaC0 3 a) HCf.(aq) + NaOH(aq) -. NaCf.(aq) + H 20(f.)
e) CaS0 4
b) H 2 S0iaq) + 2KOH(aq) -. ~ S04(aq) + 2 H20(fl.)
S. (Fepecs-DF) Pesquisadores do Instituto de Tecnolo-
gia de Massachusetts desenvolveram uma bateria e) CH 4(g) + 20 2 (g)-. C0 2 (g) + 2 H 2 0(g)
de lítio capaz de carregar completamente em 20 se-
d) Ca(OH)iaq) + 2 HN03(aq) -. Ca(NO:i)2 (aq) + H20(fl.)
gundos, tempo bem menor do que as horas que
usamos atualmente para carregá-las. e) HN0 3 (aq) + KOH(aq) -. KN0 3 (aq) + H 20 (f.)

240

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Óxidos
4 O cadeado e a cor rente retrat ados na imagem ao lado sofreram uma
reação q uímica em razão do ambiente. Qual é o nome dessa camada
de cor alaranjada formada? Ferrugem.

S Levando em consideração q ue a reação quím ica q ue forma a ferrugem


é a oxidaç ão, quais elementos estão envo lvidos?
A ferrugem e o resultado da reação entre o ferro e o oxigênio formando óxidos de ferro.
Aproximadamente 70% da superfície do planeta lerra é constituída por
água, dai ser conhecido como "planeta água". Entretanto, essa designação
seria inadequada se considerarmos que as maiores profundezas dos ocea-
nos alcançam pouco mais de 11 km e que a distância entre a superfície e o


centro do nosso planeta é maior que 6 300 km.
Segundo alguns especialistas, as camadas internas do nosso planeta, próxi-
mas ao núcleo, podem atingir temperaturas de cerca de 6 000 ºC. Assim, sob
esse ponto de vista, o nosso planeta poderia ser considerado "planeta fogo".
A parte sólida do planeta Terra, a litosfera, é formada por um grande nú-
mero de materiais, dos quais se destacam os óxidos. Desses, muitos são
gases poluentes na atmosfera, além da substância água (H 2 o), que com-
põe a hidrosfera. Corrosão de material
por ação do me io.
Há óxidos no ar, na água e no solo, os quais, juntamente com outros materiais e a
luz, apresentam intrínseca relação com a vida em nosso planeta. A capacidade de
combinação entre os átomos de oxigênio e outros átomos dos elementos químicos
explica a grande quantidade de óxidos existentes.
6 Existe algum óxido líqu ido em condições ambient ais? Se existir, cite sua fórmu -
la mínima. Sim, a água (H 2 0).

Pesquise e represent e a eq uação química resumida da fotossíntese. Em seg uida,


O elemento mais
identifi q ue os óxidos que participam dessa equação .
eletr onegativo é o
flúor, assim, binár ios
Quando o oxigênio se liga a outro(s) átomo(s) de elemento, é formado um compos- de oxigênio e flúor
to binário. Esse composto pode ou não ser óxido. não são consider ados
óxidos. Dessa forma,
os compostos O F2 e
Óxido é um composto binário (composto formado por dois elemen- 0 2 F2 , apesa r de
tos químicos) em que o oxigênio é o elemento mais eletronegativo. binários oxigenados,
não são óxidos
porq ue o flúor é mais
Nos óxidos, o oxigên io geralmente apresenta carga igual a 2-. Assim, a fórmula elet ronegat ivo que o
oxigênio.
geral de um óxido pode ser dada por:

em que:
• x+ é a carga associada ao elemento mais eletropositivo;
• y- é a carga associada ao elemento oxigênio.
Observe, abaixo, alguns compostos binários que são óxidos:
1+ 2-
• Li + o :a;, Li2 0 , :a;, Li 20
2+ 2-
• Ca + O :a;, Ca 2 0 2 :a;, Ca
5+ 2-
• P + O :a;, P 2 0 5
7+ 2-
• 1 + o :a;, 120 7 energia luminosa
7. 6C0 2 + 6H 2 0
~ clorofila
óxidos

Funções inorgânicas e reações químicas 241

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Os óxidos aparecem na composição de diversos minérios presentes na litosfera,
como os apresentados nas imagens abaixo.

Cassiterita ( Sn0 2 ) .

Pirolusita (Mnüi). Cuprita {cup).

Nos exemplos apresentados nas fotografias, o elemento oxigênio se combina com áto-
mos de metais em proporções variadas, daí a grande diversidade de óxidos existentes.
Além disso, os óxidos podem apresentar ligações e propriedades diferentes, sendo classi-
ficados em: iônicos, moleculares, básicos, ácidos, neutros, anfóteros, duplos e peróxidos.

Classificacão
, dos óxidos
O q uadro abaixo apresenta algumas das classificações dos óxidos.

Critério de classificação Classificação dos óxidos


Iônicos são óxidos de metais, cuja combinação apresenta ligações
Quanto às ligações iônicas. Exemplos: Li 20, CaO, At 20 3 , ZnO, Fe 20 3 .
químicas Molec ulares são óxidos de não metais, cuja combinação apresenta
ligações covalentes. Exemplos: CO, C0 2 , ce 20 3 , S0 3 , N 2 0 5 .
Básicos ou alcalinos são óxidos iônicos geralmente formados por
elementos de alta eletropositividade (metais alcalinos e alcalinos
terrosos). Quando são dissolvidos em água, reagem e formam
soluções básicas. Exemplos: U 20 , Na 20 , MgO, CaO.

Ác idos ou anid ridos são óxidos moleculares, em geral, formados


por elementos de alta eletronegatividade (não metais). Quando são
dissolvidos em água, reagem e formam soluções ácidas.
Exemplos: C0 2 , N02 , P20 5, S0 3 , Br 20 5 •
Neutros ou indiferentes são óxidos moleculares, formados por não
metais que não reagem com água, assim, não formam soluções ácidas
ou básicas. Exemplos: CO, NO, N 20.
Quanto às propriedades
Anfóteros são óxidos que possuem caráter intermediário entre o iônico
e o molecular, formados por metais e não metais de eletronegatividade
média. Podem se comportar como ácidos ou bases, dependendo do
meio. Exemplos: ZnO, Ae 20 3 , PbO, Pb0 2 , Sn0 2 , As 20 3 , Asp 5 .
Du plos ou mistos resultam da combinação de dois óxidos distintos de
um mesmo elemento. Exemplos:
• FeO · Fe 20 3 => Fe3 0 4 ( magnetita, ímã natural)
• 2 PbO · Pb0 2 => P~3~ zarcão)

Peróxidos apresentam em sua estrutura o grupo ( 0 2 )2-.


Os peróxidos
mais comuns são formados por metais alcalinos, metais alcalinos
terrosos e hidrogênio. Exemplos: Na 20 2 , Ca0 2, H 20 2 .

242

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Os óxidos apresentam nomenclatura oficial (IUPAC) que se baseia
Quantidade de átomos
no uso de prefixos gregos. Veja o quadro ao lado. Prefixo
do elemento

Dessa forma, a nomenclatura dos óxidos pode ser dada por:


-
prefixo + óxido de prefixo + nome do elemento - Mono

Di
1

1
1

C0 2 =} dióxido de monocarbono ou dióxido de carbono Tri 3


-
N2 0 3 =} trióxido de dinitrogênio Tstra 4

S0 3 '* trióxido de monoenxofre ou trióxido de enxofre Penta 5


ce.p 1 =} heptóxido de dicloro
- ...-
Hexa 6
Ni 20 3 ::} trióxido de diníquel
Hspta 7
'* monóxido de diprata ou óxido de diprata


Ag 2 0
Octa 8

Nona g
O prefixo mono é opcional. Assim , o óxido Se0 2 -
pode ser denominado dióxido de selênio. Deca 10
.._

Atém da nomenclatura oficial, está ainda em uso outra nomenclatura que costuma
ser utilizada em óxidos metálicos. Ela se baseia na valência do elemento metálico que
forma o óxido.
Para elementos com uma valência, tem -se:
• óxido de nome do elemento que se combina com o oxigênio
Nap '* óxido de sódio Ag 20 =} óxido de prata
CaO '* óxido de cálcio
ZnO =} óxido de zinco
Para elementos formadores de óxidos com mais de uma valência, tem -se:
• óxido de nome do metal de menor valência + sufixo oso
• óxido de nome do metal de maior valência + sufixo ico
FeO =} óxido ferroso ou óxido de ferro li
Fe 2 0 3 ::} óxido férrico ou óxido de ferro Il i
Au 2 0 3 ::} óxido áurico ou óxido de ouro Ili
Au 2 0 =} óxido auroso ou óxido de ouro 1
Pt0 2'* óxido platínico ou óxido de platina IV
PtO '* óxido platinoso ou óxido de platina li

Algumas aplicações de óxidos em nosso cotidiano


Os óxidos estão presentes em produtos que utilizamos diariamente.
Abaixo apresentamos alguns exemplos.
c ······························································ ·············h·····································································
1 ~~oxido de carbono ( co2 )
Chamado gás carbônico, é utilizado em águas minerais com gás e em refrigerantes
gaseificados. O C0 2 (s) é denominado gelo-seco. Por ser incombustível e
incomburente, é utilizado em alguns tipos de extintores de incêndio.

Extinto r de incêndio.
........................................... ,, ............................._. ...............................-::-'\
Oxido de cálcio (Caü) 1
Em geral, é obtido da decomposição (pirólise) do calcário
( CacoJ É utilizado na fabricação da cal hidratada para a
construção civil (usado na argamassa e na pintura a cal, ou
caiação) e na agricultura, para tornar o solo menos ácido.

Funções inorgânicas e reações quím icas 243

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~ . , ,, , , ........... , ,, ,,, ......... , ,,,,, ........................... , , ,, , ......... ,., , ..........
1 ~x1do nitroso (N20)
Também chamado gás hilariante ou gás do riso, se
for inalado em pequena quantidade, provoca
euforia; pode ser utilizado como anestésico.

Cápsula com
óxido n itroso.

,. . .. . ... ... . ·· ·. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .... . . ~~~~;i~o d~..~;~·;~~·ên;~.. (·~-~~T'J


Esse composto forma uma mistura conhecida como "água
oxigenada". Em soluções aquosas a 3% de peróxido ( H2 0 2 (aq)) é
utilizada como antisséptico e clareador de pelos e cabelo. Quando está
em maior concentração, em torno de 30%, é utilizada na indústria como
alvejante de madeira e de fibras têxteis e na propulsão de foguetes.

Frasco com
água oxige nada .

/-: ... ............... .. ... .... .... ....... ... ............. ... ... ....... ... ...... .................................. ..
1 ~ióxido de dicrômio ( cr2 0 3 )
O crômio é utilizado na indústria do aço inoxidável
para aumentar a sua resistência à oxidação e
corrosão. Isso se deve à formação de uma pelíc ula
finíssima de óxido de cromo sobre a superfície do aço.

Ut ensílio s d omésticos
de aço inoxidável.
,.............................................................. , ...................:············································· ·~
Oxido de estanho IV ( Sno 2 ) 1
Utilizado como pó para polimentos, em soldas na fabricação da folha
de flandres (folha de ferro recoberta com uma camada desse óxido)
e de embalagens para acond icionamento de alimentos.

Lat a prod uzida com


folha de flandres.

/ Atividades resolvidas\

Rl. Complete as equações das reações de neutralizações parcial e total e dê o nome dos
sais obtidos.
1:1
a) HN0 2 (aq) + Sr(OH) 2 (aq) - - -
2: 1
b) HN0 2 (aq) + Sr(OH) 2 (aq) - -->
Resolução
1 : 1
a) HN0 2 (aq) + Sr(OH) 2 (aq) - --+ Sr(OH)N0 2 + H2 0
"-,...--'
hid roxinitrit o de estrôncio
1 : 1 (neutralização parcial da base)

b) 2HN0 2 (aq) + Sr(OH) 2 (aq) -2--


:1 Sr (N0 2 )2 + 2H 2 0
'----....------
n itr ito de est rôncio

2 1 (neutralização total do ácido e da base)


>
244

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> R2. Equacione as reações a seguir, classifique cada um dos óxidos de acordo com a sua reação
com a água e comente sobre a reação desses óxidos com um ácido ou uma base.
a) BaO + H2 0 ~

b) BaO + H2 S04 ~

e:) N 2 0 5 + H2 0~

d) 2KOH + N2 0 5 ~

Resolução
a) BaO + H2 0 ~ Ba(OH}2
..____.,

b) BaO + H2 S04
h idróxido de bário
Conclusão: o BaO é um óxido básico, pois ao reag ir com água f orma um hidróxido.

~ BaS0 4 + H 2 0
'-v--'
sulfato de bário
Conclusão: ao reag ir com ác ido, um óxido básico forma sal e água.

e:) N 2 0 5 + H2 0 ~ 2HN0 3
'---....---'
ácido nítrico
Conclusão: o N2 0 5 é um óxido ácido, pois ao reagir com água form a um ácido.

d) 2KOH + N2 0 5 ~ 2KN0 3 + H 2 0
'---...---'
nitrato de potássio
Conclusão: ao reagir com uma base, um óxido ácido forma sal e água.

Ol
1 Química em foco

A utilização de sais e óxidos por alguns


profissionais
Como já vimos, os sais e os óxidos estão presentes em
nosso cotidiano. Em algumas profissões, é imprescindível a
utilização de compostos inorgânicos especificas para as
suas atividades. Veja alguns casos a seguir.
Um perito criminal utiliza diversos compostos para cole-
tar evidências a fim de elucidar o crime. Por exemplo, o
luminol (C 8 H 7 N3 0 2 ) e o peróxido de hidrogênio (H 20 2 ) são
Perit o criminal analisando a cena de um crime .
usados para detectar resqu ícios de sangue; o nitrato de
prata (AgN0 3 ) é usado para revelar impressões digitais; o
rodizonato de sódio (Na 2 C 6 0 6 ), para detectar vestígios de
chumbo e outros metais nas mãos e nas roupas do suspeito
que teria provocado um disparo com arma de fogo.
No d ia a dia de um farmacêutico, ele tem contato com
diversas drogas que podem ter em seu princípio ativo al-
guns tipos de sais. Há sais bastante conhecidos, como o
cloreto de sódio (NaCf} utilizado na solução do soro fisio-
lógico; o bicarbonato de sódio (NaHC0 3 ), em pó ou em
comprimidos, que atua como antiácido; o carbonato de lítio
(Li 2C0 3 ), que pode compor alguns antidrepessivos; o sul-
fato ferroso (FeSO 4 ), utilizado para o tratamento de ane- Farmacêutico manipulando um medicamento que
mia; entre outras utilidades. apresenta sal em sua composição.

Funções inorgânicas e reações químicas 245

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~
Atividades ~
- Resotva as atividades no caderno.

9. Os óxidos são classificados de acordo com o 13. (UFF-RJ) A Quím ica está intrinsecamente ligada
comportamento que apresentam ao entrarem em ao desenvolvimento do homem, já que abarca
contato com a água. Assim , podem ser classifica- todas as transformações de matérias e teorias
dos como óxidos ácidos (anidridos). óxidos básicos correspondentes. No Império Romano, usava-se
(alcalinos), óxidos anfóteros ou óxidos neutros chumbo em utensílios de cozinha, encanamentos
(indiferentes). Em seu caderno, escreva a classi- de água e recipientes para guardar bebidas
ficação dos óxidos para cada um dos frascos (1, como o vinho. Esse elemento químico na sua
li e Ili) da ilustração abaixo. forma metálica não é venenoso, tanto que muitas
pessoas conseguem viver anos com bala de
chumbo alojada no corpo. Já outras, que aspi-
ram ou ingerem compostos de chumbo, podem
até morrer de plumbismo. Crianças, em especial
as que moram em casas cujas paredes foram
pintadas com tinta à base de chumbo, correm o
risco de, ao co locar farelos de tinta na boca,
contrair plumbismo.
Um dos compostos do chumbo é o Pb 30 4 . Em
O composto monóxido de dinitrogên io é conhe- relação a esse composto, pode-se afirmar que:
cido como gás hil ariante e tem propriedades de
a) o Pb 3 0 4 é um óxido misto ou duplo.
um anestésico fraco. Pesquise e escreva em seu
caderno a reação de formação do gás monóxido b) o Pb 3 0 4 é um óxido neutro.
de dinitrogênio, sabendo que sua obtenção em e) o Pb 30 4 reage com o HBr produzindo brome-
escala industrial pode ser feita pela decomposi- to de etila, Br 2 e água.
ção térmica do nitrato de amônia (NH 4 Nü 3 ) . d) no Pbp 4 o NOX do chumbo é +4.

11. Os óxidos anfóteros são aqueles que podem se e) o Pb 3 0 4 é um óxido anfótero e, em razão
comportar como óxido básico ou como óxido disso, só reage com as bases fortes.
ácido. Em geral são sólidos e praticamente in-
14. (UFRJ) T EXTO: O aquecimento global pode ser
solúveis em água. Em seu caderno , escreva as
considerado como o legado mais duradouro da
equações das reações do óxido anfótero (Znü)
história da humanidade. Estima-se que os im -
com o HCe e com o NaOH.
pactos climáticos decorrentes da liberação do
12. (UCS-RS) Vários óxidos fazem parte do nosso dia dióxido de carbono e de outros gases na atmos-
a dia e são de grande importância econômica. fera terrestre provenientes, na sua maior parte,
Por exemplo, o óxido de alumínio e o óxido de da queima de combustíveis fósseis, vão durar
cromo Ili são matérias-primas para a extração do mais do que a existência da civilização humana
alumínio e do cromo, respectivamente. O óxido desde seu aparecimento até os dias de hoje.
de zinco é utilizado em pomadas, e o óxido de Para reduzir a emissão de óxidos de nitrogênio
magnésio, em produtos de higiene. O óxido de de fórmu la geral NO x para a atmosfera, os veí-
ferro Ili é utilizado como pigmento em tintas. para cu los movidos a diesel fabricados no país a
a obtenção da cor vermelha. partir de 2012 foram obrigados a vir equipados
Identifique a alternativa que contém , respectiva- com um conversor catalítico contendo d ióxido
mente. as fórmu las de todos os óxidos citados de titânio (Tiü 2 ), pentóxido de vanádio (v2 0 5 )
no texto acima. e trióxido de tungstênio (wo3 )
a) Aeü - Cr 20 3 - ZnO - Mg 2 0 - FeO a) Identifique o elemento que está presente no
b) Ae 2 0 3 Cr 3 0 3 - Zn 2 0 - Mg 2 0 - Fe 2 0 conversor catalítico e pertence ao mesmo pe-
3
ríodo do titânio na tabela periódica e calcule o
e) Ae 2 0 3 Cr 20 3 Znü MgO - Fe 2 0 3 número de elétrons de sua camada de valência.
d) Aep 3 - Cr 20 3 ZnO Mg 2 0 - FeO b) Classifique os óxidos de nitrogênio de fórmu-
la geral NOx em relação à sua reatividade com
a água.

246

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Oficina de Química ~
Formação de cristais

~ /Ponto zero ·os fatores que afetam o crescimento dos cristais são: temperatura e agitação.

Os compostos iônicos são substâncias químicas que apresentam íons em uma estrutura
geométrica ordenada. A atração eletrostática entre cátions (cargas positivas) e ânions (car-
gas negativas) é responsável pela estabilidade das ligações iônicas . Durante a formação len-
ta dos sólidos iônicos, sem que haja mudanças bruscas de condições físicas no ambiente,
seus ions tendem a se agrupar de maneira organizada. Assim, em geral, os cátions e ânions
constituintes do composto ficam rodeados da espécie de carga oposta, resultando em for-


mas cristalinas bem definidas, conhecidas como retículo cristalino.
• Segundo os seus conhecimentos de Química, quais fatores podem dificultar a formação
de um cristal? ·
• Os cristais exibem diferentes formas geométricas, que variam de acordo com a organi-
zação iônica. Existem substâncias que apresentam mais de uma forma geométrica? Jus-
tifique sua resposta. Espera-se_que os alunos respondam que sim. Como, por exemplo, os alótropos de enxofre
com os cristais amarelos e
transparentes rômbicos e os
lJl)3 / cristais monoclínicos com formas
Materiais de agulhas finas e opacas.
O Prezado aluno. para a sua proteção, ao
• 70 gramas de sulfato de cobre (CuSO 4 ) r ealizar os procedimentos dos experimentos
dessa oficina, é imprescindível o uso de jal.eco
• 100 ml de água (H 2 0) com mangas compridas, óculos de proteção,
• 1 fonte de calor (bico de Bunsen) calças compridas e sapatos f echados.

• 1 bastão de vidro ou uma colher de sopa


• 2 béqueres ou copos de vidro ê Após a evaporação da água, os sais de sulf at o
de cobre podem ser arm azenados para uma
nova oficina.

~/ Mãos à obra

@ Com o acompanhamento e a ajuda de um adulto, coloque o


béquer com a água na fonte de calor e espere o tempo ne-
cessário para ferver.
@ Após ferver a água, peça ao adulto que adicione o sulfato de
cobre e misture a solução até a total dissolução do sal.
© Caso não ocorra a dissolução total do sal, deixe em repouso
por aproximadamente três minutos. Após a precipitação, trans-
fira a parte da mistura (água + sal dissolvido) para outro béquer.

@ Retire a solução da fonte de calor e deixe-a esfriar naturalmente.


@ Depois de resfriar, para que haja germinação, acrescente um
pequeno cristal de sulfato de cobre, de maneira que fique no
fundo do béquer.
® Deixe evaporar em um lugar reservado e observe após uma se-
mana. Caso o tempo esteja úmido, aguarde por mais uma semana. Sulfato de cobre dissolvido em água
sendo aquecido.

W/ Para pensar
1. Analise a estrutura cristalina do sulfato de cobre (CuSO 4 ) e identifique sua forma geo-
métrica. Os cristais de sulfato de cobre possuem lados e ângulos diferentes. Sua forma geométrica
é denominada triclínica.
2. Por que não é recomendado aquecer a solução para que a água evapore rapidamente?
Espera-se que os alunos concluam que deve ser feita urna evaporação lenta para a organização e a
formação adequada do retículo cristalino.

Funções inorgânicas e reações químicas 247

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,u., ,114;;1,m.;ut&,1 .-··º·~id·;~··~~--~~~~-~-~~-~·i·d·i·~~~·· ··· ··· ··· ·· · · ·· · ··· ··················· · · ·
V
Conhecendo
O vidro está presente em inúmeras aplicações do nosso dia a dia em diferentes formas, cores
e transparências. Esse material é utilizado, por exemplo, nos bulbos de lâmpadas, em janelas,
espelhos, equipamentos eletrônicos, televisores, celulares, pratos, copos, vitrines, para-brisas,
janelas de carro, além de ser encontrado em alguns tipos de embalagens para alimentos, bebidas
e medicamentos, em componentes de óculos, microscópios, equipamentos de laboratórios, entre
outras inúmeras aplicações.
Os primeiros registros da descoberta do vidro datam de 5 000 a.e., quando mercadores fení-
cios ancorados em uma praia acenderam uma fogueira e utilizaram blocos de nitrato de sódio
para apoiarem suas panelas. Nessa ocasião, a alta temperatura do fogo, juntamente com a areia
da praia e o nitrato de sódio, produziu um líquido transparente que escorreu , solidificando-se em
seguida. Nascia, assim, uma das formulações do material que chamamos hoje de vidro.

Estudando
De acordo com os vestígios encontrados, o vidro é um dos materiais mais antigos criados e
utilizados pelo ser humano, mantendo inclusive as mesmas matérias-primas há milênios. O vidro
apresenta em sua composição principal areia (dióxido de silício, Si0 2) , cal virgem ou cal viva (óxi-
do de cálcio, CaO) e barrilha (carbonato de sódio, Na 2 C03 ). Outras substâncias podem ser adi -
cionadas à formulação original com a finalidade de melhorar o seu processo de produção, podendo
também reduzir a temperatura de fusão, alterar
a coloração original e aumentar a resistência a
choques e à ação do calor. Esses componentes,
os quais podem ser considerados secundários,
tendem a conferir propriedades especiais, as
quais podem ter aplicações distintas, diferen -
ciando os tipos de vidros. Entre essas diferenças
estão os autolimpantes, os refratários, os tem -
perados, os antirreflexos, os planos, os curvos,
os coloridos, os transparentes, os opacos, os
laminados etc.
Em relação ao seu estado físico, há discus-
sões sobre o vidro ser sólido ou líquido. Segun-
do os pesquisadores, em temperatura ambiente,
sob o ponto de vista físico, o vidro apresenta
comportamento de sólido. pois tem volume pra-
ticamente fixo e não tende a fluir tomando a forma
de seu recipiente. Sob o ponto de vista químico,
o vidro tende a ser considerado líquido de alta
viscosidade, porque em toda a sua extensão
não tende a apresentar estrutura cristalina defini·
da; nesse caso, pode ser considerado amorfo, e,
em geral, aumentando-lhe a temperatura, ocorre
a diminuição de sua viscosidade, podendo fluir e
assumir a forma do recipiente que o contém.

Profissional inspecionando
uma xícara de vidro.

248

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A tonalidade marrom-amarelada, em geral,
O vidro é um material 100% reutilizável, e para está relacionada à presença de á><ido de
a mistura de uma nova fabricação usa-se geral- ferro Ili (F e 2 0 3 ) em sua composição.
mente 50% de cacos de vidro. Isso reduz signifi-
O óxido de crômio Ili (Cr 2 0 3 )
cativamente os custos de produção, pois diminui
tende a proporcionar a cor
o uso de matéria-prima. Nesse caso, a tempera- esverdeada ao vidro.
tura para que o vidro flua é menor, diminuindo o
consumo de energia para reciclá-lo. Sob o ponto
de vista do impacto ambiental, a reciclagem do
vidro tem alta relevância, pois, segundo alguns
estudos, o vidro pode resistir à degradação por


milhares de anos.
Determinados óxidos, quando acrescenta-
dos à mistura vítrea, conferem algumas carac -
terísticas deseíadas ao vidro produzido. Por
exemplo, o óxido de magnésio (Mgü) propor-
ciona ao vidro maior resistência a mudanças
bruscas de temperatura; o óxido de alumínio Garrafas de
(Af. 2 0 3 ) aumenta a resistência mecânica desse vidro com
material; outros óxidos podem ser utilizados diferentes
cores.
para pigmentar o vidro.
Em geral, a tonalidade marrom é O óxido de cobalto li (coo)
Vidros pigmentados são produzidos desde
associada à presença de garante ao v idro a
os tempos antigos; egípcios e romanos se des- compostos de emmfre. coloração azul-escura.
tacaram na fabricação de pequenos objetos de
vidro colorido. O seu auge surgiu na Idade Mé-
dia, quando os vitrais presentes nas igrejas
tornaram-se a principal fonte pictórica para
ilustrar as narrativas da Bíblia, pois grande par-
te da população era analfabeta. Hoje o vidro
colorido é muito utilizado como decoração, de-
vido a inúmeras aplicações do material e a
gama de cores possíveis. Murano é o nome de
uma das técnicas mais utilizadas para a fabri-
cação de objetos de vidro decorativo. O nome
é em homenagem ao local de sua origem, ilha de
Murano em Veneza na Itália. A ilha é famosa
devido à grande produção e às técnicas arte-
sanais empregadas para a confecção de obje-
tos de vidro, os utensílios provenientes do local
apresentam tamanha beleza que são conside-
rados verdadeiras obras de arte.
2. Resposta pessoal. Sob o ponto de vista físico, o vasos e flores feitos com vidro Murano.
vidro é considerado um sólido, considerando-se sua
forma, seu volume e a nào fluidez; sob o ponto de vista químico, o vidro é considerado
líquido, considerando-se que não apresenta retículo cristalino em toda a sua extensão.

Co nversando 4. No meio ambiente, o vidro pode permanecer por milhares de anos sem sofrer degradação. A utílizaçào
de cacos de vidro no processo industrial de reciclagem diminui seu preço de produção, pois apresenta
temperatura de fusão menor, economizando assim energia e matéria-prima. Resposta pessoal.
1. Quais são os principais componentes do vidro? Cite suas fórmulas mínimas.
Areia (dióxido de silício, Si0 2 ) , cal (óxido de cálcio, CaO) e barrilha (carbonato de sódio, Na 2 CO:J.
2. Discuta com os seus colegas se o vidro deve ser considerado um sólido ou um líquido.
Apresente os principais argumentos que expliquem a sua resposta .

3. Converse com os seus co legas sobre a importância do vidro em nosso cotidiano.


Resposta pessoal. Espera-se que os alunos citem , ao menos, o que foi abordado no texto desta seção.
4. Considerando que o vidro é um material 100% reciclável, responda: por que é importante
reciclar o vidro? Você conhece algum ponto de coleta de vidros em sua cidade?

Funções inorgânicas e reações químicas 249

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Reações químicas: aspectos
qualitativos e quantitativos
José VltDl"E..C.
Se você já preparou algum bolo, deve ter percebido que a
receita in dica quantidades proporcionais de ingredientes e
Bolo de cenoura
Ingredie ntes: orienta a adicioná-los em uma determinada ordem. Além dis-
3 cenouras médias rala das so, eles devem ser triturados, misturados e aquecidos para
4 ovos então obtermos o bolo como resultado final da receita. Quan-
! xícara (chá) de óleo
do se trata de reações químicas, as etapas dos processos
2 xícaras (chá) de açúcar
podem apresentar similaridade com as etapas do processo
2 e J.... xícaras (chá) de farinha de trigo
2 de preparação de um bolo.
1 colher (sopa) de fermento químico em pó
(bicarbonato de sódio) As interações entre reagente(s), as condições para ocorrên-
manteiga para untar a fôrma cia de reações químicas e as proporções adequadas para a
Mo do de p repa ro:
No liquidif icador, bat a primeiro a cenoura, os formação do(s) produto(s) serão abordadas neste capítulo.
ovos e o óleo.
Acrescente açúcar e bata por a proximadamente @ Cite alguns aspectos quantitativos e qualitativos presen-
5 minutos. tes no preparo do bolo de cenoura. Veja as respostas das
Oepois, numa t igela ou na batedeira, coloque questões dessa seção nas Orientaç ões para o professor.
a farinh a de trigo e misture. @ No preparo do bolo há transformações físicas? E quími-
O fermento em pó deve ser o último ingrediente cas? Cite algumas delas.
a ser adicionad o; adicione-o aos poucos.
Oespeje o conteúdo em uma forma untada com
manteiga.
© Com os ingredientes dessa receita, é possível obter
Em forno pré-aquecido a 180 º(, asse por 15 pedaços de bolo de tamanho médio. Pensando
aproximadamente 40 minutos. nisso, o que deveria ser fe ito para servir 30 pessoas
com pedaços de tamanho médio de um bolo de cenoura
Receita de bolo de cen ou ra. preparado com essa receita?

250

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Tipos de reações químicas e condições de ocorrência
Você já se deu conta das reações químicas que ocorrem próximas a nós, algumas in-
clusive neste exato momento? Uma ação tão simples como respirar é o suficiente para
desencadear reações químicas em nosso corpo. Podemos também ver outras em situa-
ções cotidianas, como queimar uma folha de papel vendo-a se tornar cinzas e liberar calor.
Em uma reação química ocorre a transformação da matéria, cujos átomos da(s)
substância(s) (reagentes) são rearranjados no espaço, formando novas substâncias
(produtos). Se fizermos uma comparação com o preparo do bolo, os ingredientes se-
riam os reagentes que interagem entre si em determinadas condições e proporções e
ao final teríamos o bolo, o nosso produto.
Para representar de forma rápida e resumida as transformações em uma reação
química, utilizamos as equações químicas.
Se tomarmos como exemplo a reação do fermento em pó na receita do bolo de
cenoura, teremos como componente principal o sal hidrogenocarbonato de sódio
(NaHC0 3), que é comercialmente conhecido como bicarbonato de sódio. Ao aquecer
o bolo, esse sal sofre decomposição, resultando, entre outros produtos, no anidrido
carbônico (co 2). também denominado gás carbônico, o principal responsável pelo

crescimento do bolo.
Assim, podemos representar a reação química que ocorre com o fermento de acor-
do com a seguinte equação:
*Em equilíbrio químico, a seta é
2 NaHC03's) ~ Na2C03(S) + H20(g) + C02(g)
---------
reagente produtos

Nas equações químicas, os reagentes são escritos do lado esquerdo, separados


substituída por dupla seta,
indicando que a reação é reversível.

por uma seta, e os produtos, do lado direito.* O número à frente de cada substância
participante da reação química indica o seu coeficiente esteguiométrico. Há uma rela- Coeficiente
est equiométrico: número
ção entre os componentes da reação, mas a proporção estequiométrica é dada em apresent ado nas equações
função de todas as substâncias participantes e apresenta a menor proporção inteira. A quím icas, r elacionado à
estequiometria. A
quantidade de cada elemento presente nos reagentes é igual à dos produtos. Dessa estequiometria consiste
forma, caso se deseje obter o dobro de algum participante presente na reação, será no cálculo que rel aciona
quantidades de reagente s
necessário dobrar os demais participantes. e produ tos par ticipantes
de uma r eação química.
A proporção estequiométrica de uma reação química pode indicar a proporção em
número de mol de seus participantes.
Na reação de decomposição do bicarbonato de sódio, a letra grega delta (t.) acima
da seta indica que houve aquecimento, e as letras (s) e (g) indicam, respectivamente, o
estado físico só lido e o estado físico gasoso.
Portanto, essa reação pode ser interpretada da seguinte maneira: ao aquecer
2 mol de bicarbonato de sódio (sólido), produz-se 1 mol de carbonato de sódio (sólido),
1 mol de água (gasoso) e 1 mol de anidrido carbônico (gasoso). Lembre-se de que o
número 1 pode ser suprimido nas equações químicas. Lembre-se de que nas
equações químicas
I Fermento químico versus fermento biológico podem aparecer ao
lado direito das
Tanto o fermento químico quanto o biológico têm a principal função de fazer a massa cres- substâncias as letras
cer. Entre as diferenças entre eles estão a composição e a forma de atuação sobre os ingre- que indicam o estado
dientes que produzem o gás responsável pelo crescimento da massa. físico delas. Assim:
O fermento químico apresenta em sua composição o hidrogenocarbonato de sódio, o qual, • (s) indica estado
por aquecimento, se decompõe produzindo gás carbônico responsável pela expansão da mas- sólido;
sa. Já o fermento biológico é composto de leveduras e outros microrganismos, os quais fazem , • (t) indica estado
principalmente, a fermentação de açúcares para a produção de gás carbônico. O fungo líquido;
Saccharomyces cerevisiae é o mais utilizado. Em geral, esse fermento necessita de mais tem- • (g) indica estado
po para produzir os gases, por isso orienta-se deixar a massa em repouso antes de ir ao forno. gasoso;
Normalmente, o fermento químico é mais utilizado na fabricação de bolos e tortas, enquanto o • (aq) indica estado
biológico é usado no preparo de pães e pizzas. aquoso.
1

Funções inorgânicas e reações químicas 251

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Agora, observe a seguinte situação.

O carbono (C(s)) é o principal constituinte do carvão. A combustão do carvão produz, além de outr as
substâncias, o gás carbônico.

Com bust ão comple ta: Considere que, durante a combustão com pleta do carvão, na presença de gás
tipo de combustão em que,
nos compostos orgânicos, oxigênio (0 2 (g)), o carbono (C(s)) foi transformado em gás carbônico (C0 2 (g)).
o carbono presente se
transforma em dióxido de 1 Escreva em seu cadern o a reação de com b ust ão do carvão, classi fi can d o as
carbono e o hidrogênio em
água. substâncias participantes da reação descr ita no parágrafo anterior em reage ntes
e produtos. 1 · C(carvão)(s) + 02(g) ----+ C0 2(g)
reagentes pmrluto
Como já vimos, as equações químicas são representações das reações químicas.
Dessa forma, saber quais são os seus p rodutos e reagentes auxi lia na compreensão
de como a transformação química ocorreu e quais foram as condições necessárias
para isso.
Ao retornarmos à reação da combustão completa do carvão, identificamos que fo-
ram necessários dois reagentes para a formação de um único produto. Esse tipo de
reação química é classificado como reação de síntese ou adição. Já na reação do
fermento químico, um reagente originou três produtos. Essa reação é classificada
como decomposição ou análise. Além das reações de síntese e de decomposição,
existem as reações de simples troca e de dup la troca. Veremos esses quatro tipos de
reações ainda neste capítulo.

Haber- Bosch , o processo de síntese da amôn ia


No início do século XX, durante a Primeira Guerra Mundial, ha-
via a necessidade de produzir compostos de nitrogênio, pois os
nitratos, muito utilizados na agricultura, eram usados na fabri-
cação de explosivos. Atê então, quase todo o nitrato usado
para essa finalidade era proveniente do Chile. Contudo, a
quantidade não supria a demanda e era vulnerável a ata-
ques durante as rotas de navegação.
Mesmo o nitrogênio sendo o principal componente pre-
sente no ar, ainda não existia um processo eficiente e eco-
nomicamente viável para isolar o nitrogênio atmosférico e
combiná-lo com outros componentes. Em 1908, o químico
alemão Fritz Haber (1868-1934) publicou seu primeiro traba-
lho sobre o processo de obtenção de amônia, e em 1910,
juntamente com Carl Bosch (1874-1940), desenvolveu o pro-
cesso industrial para a produção de amônia em escala industrial.
Fritz Haber, prêmio Nobel
de Química em 1918 .

252

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Reações de síntese ou adição
2 Você sabe o q ue ocorre durante o lançamento de
u m fog uete? E qual é o combustível usado na pro-
pulsão que o leva ao espaço?
Entre os vários combustíveis usados para a propulsão
de alguns tipos de foguetes, destaca-se o gás hidrogê-
nio (H 2 ). Ao reagir com o gás oxigênio, esse combustível
produz vapor de água e libera uma grande quantidade
de energia na forma de calor, conforme representado na
equação química a seguir.

2 H2{g) + 0 2(g) -
reagentes
2 H 20(g)
-------------
produto

A reação que apresenta dois ou mais reagentes na


formação de um único produto é denominada reação de
síntese ou adição.

De forma geral, tem-se:

A+ B--+ C
Veja a seguir outros exemplos.
• O magnésio reage com o oxigênio produzindo óxido
de magnésio. Lançamento de
foguete, na Guiana
2 Mg(s) + 0 2(9)- 2 MgO(s) Francesa, em 2009.

Essa reação libera uma luz branca intensa, que era muito utilizada em lâmpadas
de flashes fotográficos descartáveis. Hoje é usada em foguetes sinalizadores. 2. Resposta pessoal.
• O óxido de cálcio (cal virgem ou cal viva) reage com a água produzindo hidróxido Se algum aluno já
observou o
de cálcio. lançamento de um
foguete, mesmo que
CaO(s) + Hp(e) - Ca(OH) 2(aq) tenha sido em um
filme, peça-lhe que
comente. Quanto ao
Usa-se essa reação na construção civil, pois, ao misturar o hidróxido de cálcio combustível, espera-
-se que os alunos
(cal hidratada ou cal extinta) com areia, água e cimento, é produzida a argamassa. respondam gás
hidrogênio.

Essa produção consistia na mistura entre gás hidrogênio e gás


nitrogênio colocada em um reator, submetido a uma tempera-
tura de 400 a 500 ºC e à pressão extremamente alta, entre
500 e 1 000 atm, utilizando ferro como catalisador, pois
ajuda a processar a reação rapidamente. A reação pode
ser representada da seguinte forma.

Essa transformação química é classificada como rea-


ção de síntese, pois resulta da mistura de dois reagentes
originando um único produto. Ainda hoje, quase a totali-
dade da amônia fabricada em escala mundial provém
desse procedimento, e cerca de 80% dessa amônia é usa-
da na fabricação de fertilizantes e derivados. Pelo processo
de síntese da amônia Haber recebeu o prêmio Nobel de Quí-
mica em 1918, e Bosch, por sua industrialização, também rece-
beu esse prêmio em 1931. Carl Bosch, prêmio Nobel
de Química, em 1931.

Funções inorgânicas e reações químicas 253

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<?1 A.•m@t%14Uli·ii·• ,--------------------.. .
Produção e aplicação da cal
O óxido de cálcio (Caü), conhecido como cal virgem (cal viva), e o hidróxido de
cálcio, conhec ido como cal hidratada ( Ca(OH)z). são usados na construção civil,
na siderurgia, metalurgia, agricultura, indústria química, indústria alimentícia, indús-
tria de papel e celulose, entre outras atividades.
Para ser obtido, o óxido de cálcio necessita da reação de decomposição térmica
(calcinação) de rochas calcárias em fornos com temperatura média de 900 ºC.

"Luz da cal" foi como firnu conhecido o brilho intenso ger ado q uando
João Prudente/Putsa, o óxido de cálcio era aquecido a 2 400 º (. Esse bri lho foi usado corno
iluminação em produções teatr ais antes da invenção da l uz el étrica.

A reação de síntese da cal hidratada libera calor, que pode ser


utilizado como fonte de aquecimento de outros sistemas.

cal hidratada

Orienta-se a ter muita cautela no manuseio dessa mistu -


ra, pois ela causa severas irritações ao entrar em contato
com a pele, olhos ou se for inalada. O historiador e filósofo
David Hume (1711-1776) relatou que, durante o reinado de
Henrique 111, a Marinha inglesa combateu uma frota de soldados
invasores da França cegando-os com cal. Embora não apresente
risco de incêndio, essa reação da cal com água libera calor suficien -
te para inflamar materiais combustíveis.

A cal é indicada para a correção da Além de todas essas utilidades, o óxido de cálc io ainda pode ser
acidez do solo. A adubação da terra aplicado na culinária ao preparar, por exemplo, frutas cristalizadas com
com cal é conhecida como calagem.
aspecto vítreo na superfície. Para isso, junta-se cal com água formando
Artur_eM/Shuttet"Stodt..com
uma mistura que deve permanecer em repouso por aproximadamente
24 horas. Para fins cu linários, dessa mistura aproveita-se a água que
fica por cima para mergulhar os pedaços de frutas, deixando-os imer-
sos por cerca de 24 horas também.
Nesse processo ocorre uma espécie de semicozimento porque
a reação da mistura libera calor, o que transforma a cal em hi-
dróxido de cálcio e consequentemente provoca o amolecimen -
to das estruturas ce lulares da fruta. Isso fica impregnado no
alimento reagindo com o gás carbôn ico do ar e formando
carbonato de cálcio, o que libera vapor de água. Depois de
fria, a camada vítrea , conhecida como casquinha, nada
mais é que o carbonato de cálcio cristalizado.

As frutas cr istalizadas
podem ser produzidas
utilizando - se a cal.

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Reações de análise ou decomposição
Além do cinto, alguns carros possuem outro dispositivo de segurança, o airbag.
Trata-se de um saco que infla com o impacto de um acidente a fim de evitar que os
passageiros se choquem contra as partes só lidas do veículo. Com base nessas infor-
mações, você saberia identificar quais reações acionam esse mecanismo?
No impacto do veículo, um dispositivo produz
uma corrente elétrica que desencadeia o processo
de decomposição da azida de sódio (NaN 3(sl), o
principal componente dos airbags. Entre os produ-
tos dessa reação de decomposição está o gás nitro-
gênio (N 2 (g)), responsável por inflar o mecanismo.

reagente produtos

3 Converse com os seus colegas de sala sobre


medidas que diminuiriam as mortes no trân-
sito, além dos dispositivos de segurança de Airbag de um automóvel acionado durante um teste. Junto com o cinto de
segurança, esse dispositivo pode preservar a vida dos tripulantes em um
alguns automóveis. acidente de carro.

A reação em que um reagente origina dois ou mais produtos é denominada reação


de análise ou decomposição.
De forma geral, tem-se:
A-B+C
Veja a seguir outro exemplo.
• A nitroglicerina se decompõe formando dióxido de carbono, água, gás nitrogênio
e gás oxigênio.

Lembr e- se de que nas equações químicas podem aparecer,


acima ou abaixo da seta, os seguintes símbolos:
• a l etr a grega l ambda (Ã), que indica a presença de Luz;
• a l etra (i), que indica passagem d e corrente elétrica;
• a l etra grega delta (.6.i que indica aquecimento.

3 . O objetivo dessa
A alta capacidade explosiva da nitroglicerina está relacionada ao grande volume de questão é levar os
gases produzidos pela reação de decomposição. Prova disso é que a dinamite, de- alunos a concluírem que
somente os dispositivos
senvolvida pelo químico sueco Alfred Bernhard Nobel (1833-1896), contém nitroglice- de segurança nos
rina como principal componente. automóveis não são
suficientes para reduzir
O ácido carbônico, cuja instabilidade é representada pelo símbolo se decompõe <>, os casos de mortes
provocados por
em água e gás carbônico, caracterizando uma reação de decomposição por se tratar acidentes. Portanto, é
necessário também que
de uma molécula instável. os motoristas se
conscientizem a respeito
de algumas atitudes que
evitem essas
ocorrências. Entre elas,
Durante a reação ocorre a efervescência, que equivale à decomposição do ácido há ações como fazer a
manutenção periódica
carbônico em água e gás carbônico. Isso acontece nos refrigerantes e na água com do carro, dirigir em
gás quando o ácido carbônico, considerado um ácido fraco, praticamente não se io- velocidade adequada a
cada via, evitar a
niza, decompondo-se e liberando gás carbôn ico, responsável pelo aspecto borbu- ingestão de bebidas
lhante da bebida. alcoólicas antes de
dirigir, não usar o celular
Dependendo do fator utilizado, as reações de análise recebem nomes específicos, e outros equipamentos
enquanto dirige, entre
como eletrólise, fotólise e pirólise. O sufixo "lise" deriva do grego e significa "quebra". outras medidas .

Funções inorgânicas e reações químicas 255

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Uberaçlo Eletrólise
gás oxigênio
A eletrólise é a decomposição do reagente pela passagem de
corrente elétrica.
liberação de Na água, essa corrente elétrica se decompõe produzindo gás hi-
gás hidrogênio drogênio e gás oxigênio, conforme mostra a reação abaixo.

Observe que, em face da proporção estequiométrica dessa rea-


ção, o volume de gás hidrogênio formado é o dobro do volume de
gás oxigênio.

Fotólise
A fotólise é a decomposição do reagente por meio da luz ou pela
Processo de eletrólise da água. radiação ultravioleta.
Na presença de luz, o peróxido de hidrogênio se decompõe em
água e gás oxigênio.

2 H20 2 (i) ~ 2 H2 0 (i) + 0 2(g)


.......~ Por ser fotossensível, o peróxido de hidrogênio deve ser armaze-
~6
n
!s
nado em frascos escuros ou opacos.
;s~
O peróxido de h idrogênio é utilizado, por Pirólise
exemplo, na indústria de papel e celulose
como agente branqueador. O sufixo "piro" em pirólise deriva do grego e significa "fogo,
aquecimento". Portanto, o nome se refere à decomposição do rea-
gente na presença de calor. Especificamente, consiste na decom-
posição do clorato de potássio em cloreto de potássio e gás oxigê-
nio ao entrar em contato com o calor.

Combustão de um
O clorato de potássio é uma das principais substâncias presentes
palito de fósforo
de segurança. na "cabeça" do palito de fósforo de segurança.

Reações de simples troca ou deslocamento


Já imaginou como é feita a manutenção dos trilhos de trem e do
metrõ? Quais as consequências se houvesse um trinco no trilho ou
um desgaste? O reparo seria feito com uma simples solda?
Para os reparos no trilho utiliza-se um material chamado t ermit a,
uma mistura de óxido de ferro e alumínio cuja reação tende a produ-
zir ferro metálico e óxido de alumínio. Como essa reação libera mui-
to calor, o ferro apresenta-se no estado líquido, por isso pode pre-
encher as rachaduras. É nesse estado que o ferro é usado como
solda na manutenção dos trilhos.

----Fe~~- ~ +
20 3(S)
substânc ia composta
2 At(s)
...__..,
-
substância simples
----A'l~~-
20 3(S)
~
substância composta
+
---------------
e.)
2 Fe (
substância sim ples

A reação em que uma substância composta reage com uma


substância simples, originando duas novas substâncias, uma sim-
O ferro fundido escorre pelas extremidades
ajustando- se aos moldes utilizados para a ples e outra composta, é denominada reação de simples t roca ou
manutenção do trilho. deslocamento.

256

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De forma geral, temos:
A+ BC--+ AC+ B ou A+ BC--+ BA+ C
Veja a seguir outros exemplos de reações de simples troca.
• Uma lâmina de zinco reage com ácido clorídrico produzindo gás hidrogênio e so-
lução aquosa de cloreto de zinco.
Zn(s) + 2 Hce(aq)- znce 2{aq)+ H 2(g)
Essa reação é utilizada na indústria metalúrgica para fazer a decapagem de pe- Decapagem: remoção
ças zincadas, eliminando assim uma camada superficial de zinco. 1 da camada superficial
de um material.
• O cobre metálico reage com solução aquosa de nitrato de prata produzindo prata
metálica e nitrato de cobre li.


Cu(s)+ 2AgN0 3 (aq) --+ 2Ag(s)+ Cu(Nü 3 ) (aq)
2
Geralmente, essa reação serve para remover a prata em solução e obter prata
metálica.
Nem toda substância simples, ao ser misturada com uma substância composta, re-
sulta em uma reação de simples troca. Para haver uma reação de simples troca é ne-
cessário satisfazer algumas condições importantes, as quais é preciso conhecermos
a fim de fazer previsões acerca da ocorrência da reação e das características dos
produtos.
Nas reações de simples troca ou deslocamento, a reação tende a ocorrer se a substân-
cia simples for mais reativa que o elemento da substância composta que será deslocado.
Quanto à substância simples, ela pode ser um metal ou ametal, e as reatividades
desses materiais foram experimentalmente determinadas. Em geral, as reatividades dos
elementos são expressas em filas de reatividade dos metais e dos ametais.

Reatividade dos metais


Um dos experimentos utilizados para verificar a reatividade dos metais é a capaci-
dade que eles apresentam de deslocar o hidrogênio presente nos ácidos. Esse deslo-
camento pode ser evidenciado, por exemplo, por meio de um experimento de imersão
de zinco ou cobre em ácido clorídrico.
Veja, a seguir, como podemos representar as equações químicas utilizadas nesses
experimentos.
Para a reação do zinco com ácido c lorídrico:

Zn(s) + 2 HCe(aq) --+ ZnCe 2(aq) + H2(g)

Para a reação do cobre com ácido clorídrico:

Cu(s) + HCe(aq) - Não ocorre


Com base nesses experimentos, podemos concluir que a reatividade Zn > H > Cu. O zinco reage com o ácido
clorídrico produzindo gás
A representação das reações de deslocamento com metais pode ser feita da
hidrogênio e o cobre não
seguinte maneira: reage com o ácido
A+BC--+AC+B doríd rico.
Se o metal A for mais reativo que o metal 8 , este provavelmente sofrerá deslocamento.
Com base em diversos experimentos, como os representados acima, foi possível
estabelecer uma fila de reatividade dos metais, com a qual é possível fazer a previsão
da ocorrência ou não ocorrência das reações de simples troca envolvendo metais.
g
Li, K, Rb. Cst Ba, Srt Ca. Na, Mg, Af, Mn Zn Fe Co, Ni, Pb, H, Cu Ag Pd, Pt, Au
1 1 1 1 1 ~
~
metais alcalinos terrosos outros metais metais nobres

aumento da reatividade do metal

Funções inorgânicas e reações químicas 257

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Os metais alcalinos e alguns metais alcalinos terrosos (Ca. Sr e Ba) tendem a reagir
espontaneamente com a água, produzindo gás hidrogênio e o hidróxido correspon-
dente. Em geral, essas reações ocorrem em alta velocidade e liberam calor, podendo
oferecer riscos.
2 Na(s) + 2 H 2 0( ti.) --+ 2 NaOH(aq) + H 2 (g)

Cu, Ag, Pd, Pt e Au são metais menos reativos que o hidrogênio, sendo então de-
nominados m etais nobres. O ouro é considerado o menos reativo deles. Generica-
mente. a fila de reatividade dos metais do mais reativo para o menos reativo pode ser
resumida da seguinte maneira:
metais alcalinos e alcalinos terrosos ~ outros metais ~ hidrogênio ~ metais nobres

O ouro é solúvel em ácido?


Em 1943, os nazistas ocupavam a Dinamarca, país onde trabalhava o cientista Niels Henrick
David Bohr (1 885-1962). Sabendo que os nazistas extraviavam qualquer item de valor monetá-
rio, Bohr não sabia como proteger uma medalha de ouro de prêmio Nobel que estava sob sua
responsabilidade. Ela pertencia a Max von Laue (1879-1960) e na ocasião ela havia sido doada
para o Fundo Finlandês de Assistência às Vítimas de Guerra.
Por fim, um dos cientistas do laboratório em que Bohr trabalhava
teve a ideia de dissolver a medalha de ouro em uma solução ácida
e depois guardá-la no próprio laboratório, entre os frascos que
continham outras soluções. Assim, mesmo com uma busca me-
ticulosa, os nazistas não notariam o ouro.
O ouro é um dos metais menos reativos, porém é solúvel em
uma mistura de soluções de ácido clorídrico (HCf(aq)) e ácido
nítrico (HN0 3(aq)). Essa solução é conhecida como água-régia,
do latim aqua regia, e significa "água real" por dissolver os metais
reais ou nobres. Dessa forma, a reação utilizada por Bohr para dissol-
ver a medalha de ouro pode ser representada pela equação química:
Medalha de ouro
do prêmio Nobel. Au{s) + 3 HN03(aq) + 4 HCf(aq) - HAuCe4(aq) + 3 Hp( e)+ 3 N02(9)

Reativid a de dos amet a is


Assim como a reatividade dos metais, a dos ametais também pode ser determinada
experimentalmente. A reação envolvendo ametais tende a ocorrer quando um ametal
mais reativo desloca outro ametal menos reativo.
Podemos representar as equações químicas utilizadas nos experimentos da seguinte
forma:
~ -------------------- _, ...................................................... , ... ,,,,,,.,
Reação da água de cloro com iodeto de potássio

C~\(aq) + 2 Kl(aq) - 2 KCe(aq) + 12 (aq)


O aparecimento da coloração castanha evidencia a formação de iodo (iodo
molecular (12 )).
~ _ii
. -~ ~~
f..._ água de cloro
"
soluçào de iodeto
de potássio O aparecimento da coloração
castanha evidencia a
coloraçào
formação de iodo.
cast anha ~=~
•· ......................................................... .. ................ ................................................................................................ ...···
, , ,,,,

258

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( Reação entre iodo e cloreto de sódio ............................................................................................. ,>
Se a reação for entre iodo (12 ) e solução de cloreto de sód io, ela não ocorre:

12 (aq) + Nac e(aq) - não ocorre

•••·· ···· iodo aquoso

solução de A não ocorrência da r eação


cloreto de sódio demostra que o iodo é menos


reativo que o cloro.

····································································································································································-············ .····

Com base nesses experimentos podemos conc luir que a reatividade Cf. > 1.
A representação das reações de deslocamento com ametais pode ser feita da se-
guinte forma:
A+ BC --> BA + C
Se o ametal A for mais reativo que o ametal C, este sofrerá deslocamento. Com
base em diversos experimentos, como os representados acima, foi possível estabele-
cer uma fila de reatividade dos ametais, com a qual é possível fazer a previsão da
ocorrência ou não ocorrência das reações de simples troca envolvendo ametais.
e

F, O, N, e.e, Br, 1, S, C, P !
, - - - - - - - - - - - - - - .3
·"
aumento da reatividade do ametal .:
~
~

/ Atividades resolvidas\
Rl. Consultando a f ila de reatividade dos metais, faça uma previsão para verificar se a
reação ocorrerá ou não. Em caso afirmativo, escreva a reação completa em seu ca-
derno.
a) Cu+NiCf. 2 - b) Ag 2S0 4 +H 2 - e) Mg+ZnS0 4 - d) H 3 P0 4 + A u -

Resolução
a) O cobre é menos reativo que o níquel, portanto não ocorre a reação.
b) O gás hidrogênio é mais reativo que a prata, portanto desloca a prata,
produzindo ácido sulfúrico e prata metálica. A representação dessa reação é
Ag 2S0 4 + H 2 --> H 2 S0 4 + 2Ag.
e) O magnésio é mais reativo que o estanho. Dessa forma, desloca o estanho produ-
zindo sulfato de magnésio e estanho metálico. Essa reação pode ser representada
por Mg + ZnSO 4 --> MgSO 4 + Zn
d) O ouro é menos reativo que o hidrogênio, portanto a reação não ocorre.

R2 Consultando a fila de reatividade dos ametais, inf orme se a reação ocorre ou não.
a) Br 2 +2NaCf -2NaBr+Cf. 2 e) Cf 2 + Na 2 S-2NaCf +S
b) 3F 2 + 2AeGf 3 - - . 2Af.F3 + 3Cf 2

Resolução
a) O bromo é menos reativo que o cloro, portanto a reação não ocorre.
b) O flúor é mais reativo que o clo ro, assim a reação ocorre e produz fluoreto de alu-
m ínio {MF 3 ) e gás cloro {Cf 2 ) .
e) O cloro é mais reativo que o enxofre, assim há deslocamento do enxofre, p roduzin-
do cloret o de sódio e enxofre.

Funções inorgânicas e r eações químicas 259

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Reações de dupla troca ou metátese
Já observou o código do chassi do veículo nos vidros originais dos automóveis?
Você sabe qual é o material usado para imprimi-lo no vidro? E o que seria usado em
utensílios de vidro como portas, taças e janelas?
Uma das propriedades do ácido fluorídrico é a capacidade de cor-
roer o vidro, pois possui como principal componente o d ióxido de
sil ício ou sílica (Si0 2 ). Ao entrar em contato com o dióxido de silício,
o ácido fluorídrico produz água e tetrafluoreto de silício na forma
gasosa. No vidro, a região que recebe esse processo fica esbran-
quiçada, a qual se refere à gravação do que se desejou imprimir.
Esse procedimento também é usado para fazer gravações em uten-
síl ios de vidro.

4 HF(aq) + Si0 2 (s) --. 2 H 2 0(e) + SiF4 (g)


A gravação no vidro pode ser '-----..----' ..________.. '-----...----' '-----...----'
feita com ácido fluorídrico. substância subst ância substância substância
composta composta composta composta

Código do chassi: série de A reação em que duas substâncias compostas reagem entre si e formam outras
letras e números únicos
para cada veículo, duas substâncias compostas é denominada reação de dupla troca ou metátese.
funcionando como uma
espécie de identidade.
De forma geral, tem-se:
AB+ CD--. AD+ CB

Veja a seguir outros exemplos de reações de dupla troca.


• O cloreto de sódio reage com o nitrato de prata, tendo como produtos o nitrato
de sódio e o cloreto de prata na forma de um precipitado branco.

NaCf.(s) + AgN0 3 (aq)--. NaN0 3 (aq) + AgCf.(s)

Investigadores criminais usam essa reação para identificar im-


pressões digitais. Isso é possível porque o suor da pele fica im-
pregnado na superfície em que tocamos em forma de dese-
nhos, geralmente imperceptíveis a olho nu. Esse suor costuma
conter cloreto de sódio, de maneira que, para encontrar uma
impressão digital, o investigador borrifa uma solução de nitrato
de prata para reagir com o cloreto de sódio e produzir cloreto
de prata, o qual apresenta cor branca. No entanto, se for ex-
posto à luz, tende a ser decomposto (fotólise) e produzir prata
metálica, o que também revela as linhas da impressão digital na
forma de um sólido escuro.
lmpressào d ig ital r evelada pelo uso de substâncias • O carbeto de cálc io, conhec ido como carbureto, costuma reagir
que interagem com os materiais presentes na com água, produzindo hidróxido de cálcio e etino (acetileno) na
impressão deixada em uma superfície.
forma de gás.

Como o etino é um gás inflamável, a reação de metátese do carbeto de cálcio


com a água era utilizada por mineradores nas lâmpadas de carbureto para ilumi-
nar as minas e as cavernas.
Para haver a reação de dupla troca ou metátese é necessário no mínimo que um
dos produtos formados apresente uma das características a seguir.
• Reagentes solúveis formando, ao menos, um produto de menor solubilidade, pre-
ferencialmente insolúvel (precipitado).
• Reagentes não voláteis formando, ao menos, um produto volátil ou instável.
• Reagentes muito ionizados ou dissociados formando, ao menos, um produto pou -
co ionizado ou dissociado.

260

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Formação de produto insolúvel 4. Os alunos podem
afirmar por que formou
nitrato de sódio na
Observe as situações. situação 1 e não formou
na situação 2. É
Situação 1 Situação 2 importante deixar claro
que os produtos na
forma aquosa não são,
de fato, produtos
formados , pois se trata
de íons em solução. O
produto formado
refere-se ao que
precipita (ou o volátil,
dependendo do caso) .
A solução de nitrato de prata As demais substâncias
{AgN0 3 ) reagindo com a sol ução Existe apenas a mistura entre aquosas só podem ser
de clor eto de sódio (Nace), as soluções aquosas de nitrat o obtidas, como
produtos, se evaporar a


formando o nitrato de sódio de potássio {KN03 ) e cloret o de
água para a posterior
{NaN0 3 ) e o cloreto de prata sódio (NaCe). Como nenhuma cristalização. Por
nova substância foi formada . exemplo, todos os
(AgCf), que é insolúvel em água.
concl ui- se então que não nitratos são solúveis em
Por isso é possível observar um água. Isso explica o
houve r eação.
precipitado branco. motivo de não formar
nenhum sal de nitrato
Não ocorre reação. precipitado. Cloretos
são solúveis, com
exceção dos cloretos
4 Como vimos, na p ri mei ra situação houve a formação de p recipitado e na seg un- de prata, mercúrio e
chumbo, por isso há
da, não. Por que isso ocorre? formação de cloreto de
prata na situação 1.
Podemos equacionar as reações da seguinte forma.

Situação 1

AgN0 3 (aq) + NaCt(aq)- AgGe(s) + NaN0 3 (aq)

Situação 2

KN0 3 (aq) + NaCt(aq) - não ocorre reação

Observe que o símbolo (s) ao lado direito da substância cloreto de prata


indica a formação de precipitado, evidenciando, assim, a formação de um
produto insolúvel.

Formação de produto volátil


Já ouviu falar sobre o gás cianídrico (HCN)? Popularmente ele é conhecido como o Hermann Goering (1893-1946),
nomeado por Hitler como seu
gás da morte por causa da sua alta toxicidade ao ser inalado.
sucessor. Condenado à mor te
O gás cianídrico foi o principal material usado nas câmaras de gás da Alemanha pelos cr imes cometidos
durante a Segunda Guerra
nazista e também está presente, por exemplo, nas sementes de maçãs. Ao sofrerem
Mundial cometeu suicídio ao
esmagamento, as sementes de maçã liberam o gás cianídrico, contudo não há risco à ingerir uma cápsul a de cianeto
nossa saúde porque a quantidade é extremamente pequena. de sódio.

A reação que forma esse gás é a de dupla troca entre cianeto de


sódio e ácido sulfúrico, em que há produção de sulfato de sódio e
cianeto de hidrogênio (gás cianídrico).

H 2 SO4 (aq) + 2 NaCN(s) - Na2 SO 4 (aq) + 2 HCN(g)

Como se pode verificar, na equação química há o cianeto de hi- ~


.;;
drogênio gasoso entre os produtos. revelando uma reação de dupla ..€
<(
troca com a formação de um produto volátil. 1.,
.!a
Outra reação de dupla troca formando um produto volátil pode ser _________________ !ot'
realizada experimentalmente ao misturar. por exemplo, bicarbonato
de sódio (fermento químico) com ácido acético (vinagre). Na reação entr e v inagr e e bicar bonato de sódio,
um dos produtos formados é o gás carbõn ico.

Funções inorgânicas e reações químicas 261

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Gás cianídrico e a tragédia no Rio Grande do Sul
Em janeiro de 2013, o incêndio em uma boate na cidade
de Santa Maria, no Estado do Rio Grande do Sul, culminou na
morte de mais de 200 pessoas.
De acordo com a perícia, durante o incêndio houve a quei-
ma de uma espuma composta de poliuretano. Essa espuma,
utilizada no isolamento acústico da boate, ao entrar em com-
bustão produziu gás cianídrico, um dos principais fatores res-
ponsáveis pela morte e intoxicação das pessoas no local.
No organismo, o gás cianídrico inibe a ação da enzima
citocromoxidade, que atua no consumo de gás oxigênio
transportado pelo sangue, provocando a parada da respira-
ção celular. Dessa forma, a pessoa que inala o gás acaba
morrendo por asfixia. Como forma de tratamento para a into-
xicação pelo gás cianídrico, os médicos aplicam uma injeção
de tiossulfato de sódio (Na 2S 20 3 ), o qual tende a converter
os íons cianeto [cNr em íons de tiocianato [SCNr, prati-
camente inofensivos para o nosso organismo. Como o cia-
neto atua rapidamente no organismo, a aplicação do antí-
doto deve ser feita imediatamente após a intoxicação.
Atualmente usa-se gás cianídrico na produção de tecidos
sintéticos (acrilonitrila) a fim de obter, por exemplo, lãs sintéti-
fachada de uma boate em Santa Maria, após incêndio.
cas para confecção de agasalhos, cobertores e jaquetas.

Formação de produto menos ionizado ou dissociado


Não é possível observar diretamente esse tipo de reação química, a menos que se
compare a condutividade elétrica dos reagentes e dos produtos. O condutivímetro é o
equipamento com capacidade de medir essa condutividade elétrica.
Ao fazermos reagir ácido clorídrico (ácido forte, portanto muito ionizado) com fluo-
reto de sódio, teremos como produto o cloreto de sódio e o ácido fluorídrico (ácido
moderado, de baixa ionização), conforme a equação química.

HCe(aq) + NaF(sl - Nacejaq) + HFjaq)


ácido forte ácido moderado
(muito ionizado) (pouco ionizado)

/ Atividade resolvida \

R3. Classifique as reações a seguir em síntese, decomposição , simples troca ou dupla


troca.
a) 2KBr+Ce 2 --,.2KCf. +Br 2 e) C 12 H 220 11 --,. 12C + 11 H 2 0

b) H 2 + ce2 - 2 Hce d) BaCe2 + H 2 SO 4 - 2 HCf. + BaSO 4

Resolução
a) O cloro é mais reativo que o bromo, assim tende a deslocá-lo. Trata-se de uma
reação de simples troca.
b) Essa reação é de síntese, pois temos dois reagentes originando um (único) produto.
e) Reação de decomposição, pois um reagente origina dois ou mais produtos.
d) Reação de d upla troca, pois duas substâncias compostas estão reag indo entre si ,
originando duas substâncias compostas.

262

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~
Atividades ~
- Resolva as atividades no caderno.

1. Nas duas equações a seguir é possível verificar 5. Considere as seguintes soluções aquosas de clo-
que o número de substâncias que reagem e o reto de potássio (KCt), nitrato de sódio (NaN0 3 }
número de substâncias produzidas são diferen-
tes. De acordo com esse critério, classifique as
e nitrato de chumbo li (Pb(Nü 3 )J Misturando
as duas soluções de nitrato com a solução de
reações justificando sua resposta.
cloreto de potássio, obtêm-se os resultados a
1 ) S0 3+ H 20--. H 2S0 4 seguir:
li) 2KBr0 3 --, 30 2 +2 KBr
NaN0 3 + Kce ~ não forma precipitado
2. Dê a classificação das reações químicas que se Pb(No 3 ) + KCe ~ forma precipitado


seguem. 2
A ilustração ê uma
a) 2 NaHC0 3 --. Na 2C0 3 + Hp + C0 2, reação do representação de
modelo artístico. As
fermento na preparação de um bolo. cores são ilustrativas e
as proporções não
b) 2 Mg + 0 2 --, 2 MgO, reação nos antigos correspondem às rea is.

flashes fotográficos descartáveis.

e: ) At2(so4) 3 +6NaOH """7 2Ae.(OH3) + 3Na2S0 4,


reação de produção de hidróxido de alumínio,
utilizado no tratamento de água.
d) Fe + 2 Hce--. Fece2 + H 2 , reação em que há
Resu ltado após a mistur a das sol uções.
ataque ácido ao ferro.
Escreva a equação da reação de precipitação,
3. Utilize a fila de reatividade dos metais a seguir para indicando qual a substância que constitu i o pre-
justificar as reações que podem ou não ocorrer. cipitado.

Li, K, Rb, Cs, Ba, Sr, Ca, Na, Mg, A{, Mn, Zn, Fe, Co, Ni, Pb, H, Cu, Ag, Pd, Pt, Au 6. (UFRN) No texto a seguir, adaptado do romance
metais alcalinos e outros metais metais nobres "Grande Sertão: Veredas", de Guimarães Rosa,
alca linos terrosos o jagunço Riobal do Tatarana descreve, em lin-
sentid o de maior reat ivida de guagem literária, a ocorrência de um curioso
fenômeno que observou.
a) 2 Ag + 2 HCf --. 2 AgCe + H 2
"... Após, um d ia, nu m curtume, a faquinha
b) Mg + 2HCf--. 2Mgce + H2
minh a , que eu tinha, caiu dentro de um tanque;
e:) 2Ae + 6HCe--, 2Aece3 + 3H2 era só caldo d e casca-d e-curtir, barbatimão, an-
d) Ae + 3 KCe--. 2Aece3 + 3 K g ico, lá sei que taninos. - Amanhã eu tiro ... -
falei comigo. Porqu e era de noite , luz nenhuma
4. Considerando as reações químicas apresentadas eu não tinha . Ah, então saiba : no outro dia ,
pelas equações da coluna 1, faça associação cedo, a faca, o ferro dela , estava roído, quase
com os dados da coluna li , de acordo com a por metade , carcomido p or aquela agu inh a es-
classificação correta. cura e azeda, tod a q uiet a , pouco borbulha ndo.
Coluna 1 Deixei. mais pra ver... Sabe o que foi? Pois ,
a) CaC0 3 --. CaO + C0 2 nessa mesma tard e, da faquinha. só se achava o
cabo ... O c abo - por n ão s e r d e frio meta l, mas
b) co 2 + H20 + NH3--; NH4HC03 de chifre de veado galheiro ..."
e: ) Nace + NH 4HC03--; NaHC03 + NH 4Ce Considerando que o líquido citado (caldo de
d) Fe + 2 HCe--. Fece2 + H 2 casca-de-curtir) continha bastante tanino (ácido
tânico) dissolvido, a reação química (corrosão do
Coluna li ferro pelo ácido) descrita acima, foi do tipo:
1 ) Reação de síntese ou adição.
a) síntese.
2) Reação de decomposição ou análise. b) dupla troca.
3) Reação de deslocamento ou simples troca. e:) deslocamento.
4) Reação de dupla troca. d) decomposição.

Funções inorgânicas e reações químicas 263

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Estequiometria: Leis e cálculos estequiométricos
Vamos retornar à nossa receita de bolo de cenoura apresentada no
início do capítulo. Perceba que para seu preparo foram indicadas quan-
tidades específicas de ingredientes, como: 3 cenouras, 4 ovos, 1/2 xí-
cara de óleo, 2 xícaras de açúcar, 2 e 1/2 xícaras de farinha de trigo e
1 colher de fermento químico em pó.
Em Química, o cálculo que envolve a proporção de fórmulas de rea-
gentes e produtos chama-se cálculo estequiométrico. Estequiometria
é o estudo dessas proporções.

A proporção corret a entre os ingredientes é Vamos observar a reação de combustão do carvão.


imprescindível para obter o resultado
esperado.

1 fórmula 1 molécula

Nessa reação, observamos que há 1 mol de carbono (carvão)


reagindo com 1 mol de gás oxigênio, produzindo 1 mol de dióxido
de carbono. Para obter o dobro da quantidade de dióxido de carbo-
no, deve-se dobrar as quantidades de carbono e de gás oxigênio
usados na reação. Percebemos então que é o mesmo princípio do
bolo de cenoura: para fazer dois bolos, dobra-se a quantidade de
todos os ingredientes envolvidos na receita.
Caso a proporção entre os
ingredientes não seja Vamos analisar mais um exemplo, a reação de síntese da amônia. A estequiometria
respeitada, o bolo dessa reação mostra que três mais de gás hidrogênio reagem com um mol de gás
provavelmente ficará
embatumado. nitrogênio, produzindo dois mols de amônia.

3 moléculas 1 molécula 2 moléculas

Assim, nessa reação, é possível afirmar que a proporção estequiométrica (em quan-
tidade de mol} de hidrogênio: nitrogênio: amônia é de 3: 1 : 2, pois são necessários três
mais de gás hidrogênio, reagindo com 1 mol de nitrogênio, para a produção de dois mols
de amônia.
Para relembrar a Lei das Proporções Constantes (Lei de Proust), estudada no capítulo 3,
veja o quadro abaixo.

Hz Nz ~ NH 3
3 mal 1 mal ~ 2 mal

6mal 2 mal ~ 4 mal

24 mal 8 mal ~ 16 mal

30 mal 10 mal ~ 20 mal

Observa-se que a proporção estequiométrica entre o número de mol de hidrogênio,


nitrogênio e amônia é de 3: 1 : 2. Como há proporção estequiométrica envolvendo
substâncias gasosas, é possível usar a Lei volumétrica de Gay-Lussac, também estu-
dada no capítulo 3. Essa lei enuncia que, nas mesmas condições de temperatura e
pressão, o volume das substâncias gasosas participantes da reação mantém entre si
uma proporção constante. Assim, como os participantes são gasosos, é possível concluir
que, nas mesmas condições de temperatura e pressão, três volumes de gás hidrogênio
reagem com um volume de gás nitrogênio formando dois volumes de amônia gasosa.

3 H~ + ~ 2 (g) - 2 NH 3 (g)
3 volumes 1 volume 2 volumes

264

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Dessa forma, ao considerar que o sistema gasoso é submetido a Condições Nor-
mais de Temperatura e Pressão (CNTP), tem-se para o volume molar (volume de 1 mal
do gás) o valor 22,4 L.

As Condições Normais de Temperatura e Pressão (CNTP) adotam como


referência valores de temperatu ra e pressão correspondentes a:

T = OºCou 273,15 K e P =1 atmoulOl 325 Pa

3 · 22,4 L = 67,2 L 1 · 22,4 L = 22,4 L 2 · 22,4 L = 44,8 L 1

Logo é possível realizar os cálculos estequiométricos comparando a quantidade de


substâncias participantes de uma reação química com base nas quantidades conhe-
cidas de outras substâncias envolvidas. A seguir, veremos algumas situações envol-
vendo os cálculos estequiométricos.

Relação estequiométrica envolvendo



quantidade de matéria (mal)
Retomando a reação de síntese envolvendo o magnésio, vamos calcular a quanti-
dade de matéria, em mal, de gás oxigênio necessária para reagir com 18 mais de
magnésio metálico, formando o óxido de magnésio.
Primeiramente, observe a proporção estequiométrica na equação química dessa
reação.
2 Mg(s) + 0 2 (g) --. 2 MgO(s)
______. ~

2 mol 1 mol 2 mol

Agora, compare as quantidades de matéria entre os reagentes. Assim:

2mo1Mg(s) - - - 1 mol0 2(g)

18 mol Mg(s) - - - x mol 0 2(g)


A queima do magnésio
Realizando os cálculos, obtém-se: resulta em uma intensa
luz branca. O pó branco
2. X= 18 :::} X= ~8 :::} X= 9 :. X = 9 molde 0 2 formado refere -se ao
óxido de magnésio.

Vemos que 18 mol de magnésio reagem com 9 mal de gás oxigênio. Observe que
a proporção de 2: 1 permanece constante. Dessa forma, podemos concluir por dedu-
ção que a quantidade de matéria de óxido de magnésio produzida é 18 mol, pois sua
proporção com o magnésio é de 2: 2.

Relação estequiométrica envolvendo massa


e quantidade de matéria (mol)
O ácido carbônico está presente nos refrigerantes . Por ser instável, esse ácido se
decompõe em água e dióxido de carbono (gasoso).
Uma garrafa de refrigerante aberta libera 22 gramas de gás carbônico, o qual, ao
sofrer decomposição, produz água e dióxido de carbono. Vamos agora determinar o
número de mais de ácido carbônico acondicionado em uma garrafa. Para isso, consi-
deramos a equação química da reação.

As bolhas de gás
A equação mostra a proporção em mal de 1 : 1 : 1. Assim, para determinar o núme- formadas sào
resultado da
ro de mais de ácido carbônico, considerando que foram liberados 22 g de gás carbô- decomposição do
nico, temos de calcu lar seu número de mol. ácido carbônico.

Funções inorgânicas e reações químicas 265

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Consultando a tabela periódica, vemos que o elemento carbono (C) apresenta mas-
sa atômica de aproximadamente 12 u e o elemento oxigênio (o) apresenta massa
atômica de 16 u. Assim. para o dióxido de carbono (C0 2 ) , tem-se:

C:(1 2 u)-1 = 12 u
0:(16u) · 2=32u
44 u
Assim , a massa molecular (MM) do C0 2 é 44 u. Logo, a sua massa molar (M) é 44 g.
Em seguida, pode-se determinar a quantidade de C0 2 liberada em mo!.

1 mol C0 2(g) - - - 44 g

x mol C0 2(g) - - - 22 g

Calculando-se, obtém-se:

22
44 . x = 22 =} x = 44 =} x = 0,5 : . x = 0,5 mol de co2
Observando-se esses cálculos, percebe-se que houve a liberação de 0,5 mol de dió-
xido de carbônico (co 2 ). Sendo a proporção estequiométrica entre o gás carbônico e
o ácido carbônico 1 : 1, pode-se concluir que foi decomposto 0,5 mol de ácido carbônico.
E se quisermos saber qual a massa de ácido carbônico decomposta?
Para isso, podemos determinar a massa molar (M) do ácido carbônico (H 2C0 3 ) e
calcular depois a massa desse ácido que se decompôs por meio de uma regra de três.
Cálculo da massa molar do ácido:

H CO \ ~; 1; : : ~2
2 3 O: 16 · 3 = 48
~
62 g/mol

Em seguida, determ ina-se a massa da substância.

xg

1 ·X= 62 · 0,5 X= 31 :. X= 31 g de H 2C0 3

Conclui-se, então, que foram decompostos 31 g de ácido carbônico.

Relação estequiométrica envolvendo massa


Vimos no capítulo 3 que Lavoisier fez inúmeros experimentos até enunciar a Lei da
Conservação das Massas. Segundo essa lei, "em um sistema fechado, a massa total
dos reagentes é igual à massa total dos produtos", e por meio da adição das massas
dos reagentes é possível estimar a soma das massas dos produtos.
Um dos experimentos de Lavoisier tratava da produção do óxido de mercúrio li em
sistema fechado a partir de mercúrio líquido e gás oxigênio, os quais eram submetidos
O óxido de mercúrio li foi
à alta temperatura.
muito utiliz ado como
componente de algumas De acordo com essa reação, determine qual é a massa mínima de oxigên io neces-
pi lhas, mas devido à
sária para produzir 866,4 g de óxido de mercúrio li.
toxicidade o mercú rio
tem sido substitu ído por
outras substâncias.
2 Hg(i) + O 2(g) ~ 2 HgO(s)

266

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Inicialmente, como nos exemplos anteriores, calcula-se a massa molar do partici-
pante envolvido no cálculo. Nesse caso, o óxido de mercúrio li. De acordo com a ta-
bela periódica, as massas atômicas aproximadas são Hg = 200,6 u e O= 16 u. Logo, a
massa molar do HgO é:

Massa molar Hgo = (200,6) + (16) = 216,6g/mol


Pela equação da reação, vê-se que a proporção molar entre o gás oxigênio e o
óxido de mercúrio li é 1 : 2.

1 mol0 2 -- 2mo1Hg0

l l


32 g 2 · 216,6 g = 433,2 g

Dessa forma, pode-se afirmar que quando 32 g de oxigênio reagem integralmente com
o mercúrio, formam-se 433,2 g de óxido de mercúrio li . Assim, é possível calcular qual
a massa mínima de gás oxigênio necessária para a produção de 866,4g de HgO(s).

32 g 0 2 - - 433,2 g HgO

X g 0 2 - -866,4 g Hgü

27724,8
433,2 · X = 32 · 866,4 =} X 433 ,2 ;} X= 64 :. X = 64 g de 0 2

Assim, em conformidade com a Lei da Conservação das Massas, podemos dizer


que, em recipiente fechado, 64 g de gás oxigên io reagiram integralmente com 802,4 g
de mercúrio, produzindo 866,4 g de óxido de mercúrio li.

Relação estequ iométrica envolvendo massa e volume


A reação de pirólise do carbonato de cálcio produz óxido de cálcio (cal virgem) e
dióxido de carbono. Esse processo, conhecido como calcinação, pode ser utilizado
em escala industrial para a produção de cal.
De acordo com essa reação química, determine o volume de gás carbônico, nas O carbonato de cálcio é
Condições Normais de Temperatura e Pressão (CNTP), produzido a partir da decom- o principal constituinte
da casca do ovo.
posição de 450 g de carbonato de cálcio.

1 A cal no Império Romano

Inicialmente, devemos calcular a massa molar O processo de obtenção do óxido de cálcio (cal virgem)
pela pirólise do carbonato de cálcio já era conhecido na
do carbonato de cálcio. De acordo com a tabela
Roma Antiga. Essa cal foi utilizada na construção dos limes,
periódica, as massas atômicas são: Ca = 40 u,
pequenas fronteiras do império Romano.
c = 12 u e o = 16 u.
Mcaco =(40)·1 +(12)·1 + j16)·3=100g/mol
~

Agora é possível calcular a quantidade de mol


existente em 450 g de carbonato de cálcio.

1 molCaC0 3 - - 100gCaC03

x mol caco 3 - - 450 g CaC0 3

100 · x = 450 '* x = 450


100 '* 4,5 :. x = 4,5molCaC03 limes do Império Romano, classificados pela Unesco como
patrimônio mundial.

Funções inorgânicas e reações químicas 267

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A proporção entre o carbonato de cálcio e o dióxido de carbono é 1 : 1, logo,
4,5 mal de CaC0 3 produz 4,5 mal de C0 2 . Nas Condições Normais de Temperatura e
Pressão (CNTP), o volume de 1 mal de qualquer gás é 22,4 L. Ass im:

1 mo1co 2 -- 22.4 L (co 2 )


4,5mol C0 2 -- xl(C0 2 )
1 · x = 4,5 · 22,4 => x = 100,8 :. x = 100,8 L (co 2)
Dessa forma, segundo a equação da reação química de pirólise do carbonato de
cálcio, 450 g de carbonato de cálcio integralmente decompostos produzem, nas
CNTP, 100,8 L de dióxido de carbono. Nessas condições, o seu volume é 100,8 dm 3 .

Reagente em excesso e reagente limitante


Antes de iniciarmos o estudo desse tema, imagine a situação a seguir. Uma lancho-
nete prepara cada misto-quente com os seguintes ingredientes: duas fatias de pão
de forma, uma fatia de presunto e uma fatia de queijo. Antes de iniciar a produção
de sanduíches, o gerente da lanchonete contou as quantidades de ingredientes dis-
poníveis: 70 fatias de pão de forma, 27 fatias de presunto e 18 fatias de queijo. Para
determinar a quantidade de sanduíches que poderia ser produzida, ele montou o
seguinte quadro:

2 fatias de pão + 1 fatia de presunto + 1 fatia de queijo 1 misto-quente


Tenho 70 27 18 o
....
Uso 36 18 18
·.· .··..·. .. .· ...·
Produzo .·..·..·.· :. ·. ·.. ·:.··..·:.·:.·. :.:·.·:."·:... .,·.·.··.·...·:-·
·.. .·.·.
.·:· .· .. :.··.-::- 18

Sobra 34 9 o

5 Quais ingredi entes sobraram? Analise o quadro com os alunos.


Verifique se eles perceberam que sobraram fatias de pão e de presunto (excesso).
6 Qual ingred iente limitou a produção dos mistos-quentes?

Ao compararmos a montagem desse sanduíche com as reações químicas, tem-se: as


6. Verifique se os fatias de pão e de presunto comportam-se como os reagentes em excesso; as fatias de
alunos perceberam que queijo referem-se ao reagente limitante; e o misto-quente refere-se ao produto. Como a
as fatias de queijo
determinaram (limitaram) quantidade de queijo determinou a quantidade de mistos-quentes produzida, pode-se
a quantidade de concluir que o reagente limitante determina a quantidade de produtos produzida em
mistos-quentes que
poderia ser produzida. uma reação química.
Considere a reação da síntese da amônia.
3 H 2 (g) + N 2 (g) --+ 2 NH 3 (g)
Nas CNTP, para se produzir 44,8 L de amônia, necessita-se de 67,2 L de gás hidro-
gênio e 22,4 L de gás nitrogênio. Considere então que uma indústria química disponha
de 50,0 m3 de gás hidrogênio e 11,2 m3 de gás nitrogênio. Para determinar a quantida-
de máxima de amônia (gasosa) que pode ser produzida nas CNTP, o diretor respon-
sável pela indústria pediu a um químico que lhe explicasse os cálculos envolvidos
nesse processo. Para facilitar o entendimento, o qufmico montou o seguinte quadro:

3 H2 (g} 1 N 2 (g) ~

Início 50,0 m 3 11,2 m 3 ~


..·.· ·.··-·.·· .
Consumo
v ... .,77
33,6 m3 11 ,2 m3 ~ ·:.··..
Produção ·.:.·.. .· .. . ' ·. -~:.: :_:~.-~ ·.·.· ~~~: ~ 22,4 m 3
.... .... - .- --:-:-•
Excesso 16,4 m3 o ~ ·.:.·..·:.··. ...· .· .• .
Com esse quadro, o químico conseguiu explicar para o diretor que o volume de amô-
nia gasosa produzida depende do volume de gás nitrogênio disponível. Nesse exemplo,
o gás nitrogênio é o reagente limitante e o gás hidrogênio é o reagente em excesso.

268

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Pureza 7. E~timule a troca de. informações entre o~ alunos acerca d.o termo quilate.
Ver1f1que se eles relacionaram esse termo a pureza de metais, como o ouro,
por exemplo. Geralmente, esse termo é utilizado no mercado de joias.
7 Voc ê j á o uv iu o t e r mo quil at e? Para você, o q ue s ignif ica esse termo?
No ramo das joias, o termo quilate é uma grandeza que informa a pureza
do metal. Dessa forma, convenciona-se que um objeto feito em ouro puro
(pureza = 100%) apresenta 24 quilates.
8 Q ua l é a p ureza e m ouro de uma joia f e ita em o u ro de 18 q uilates?
Para responder à questão anterior, vamos considerar a convenção adotada A coloração mais
avermelhada de um anel de
para o quilate. ouro indica a presença de
cobre em sua composição.
24 quilates - - - 100 % Au
8 . Estimule os alunos a


18quilates - - - x% Au trocarem ideias sobre
essa questão. Registre
algumas das opiniões
Efetuando -se o cálculo, obtém-se: na lousa e, em seguida,
siga com a leitura do
1800 texto.
24 ·X = 18 · 100 =;, X = ~ = ; , X = 75 :. X = 75% Au
Conclusão: uma joia em ouro de 18 quilates apresenta 75% de pureza em ouro.
Assim, um anel em ouro de 18 quilates com 10 g de massa deve apresentar 7,5 g
de ouro e 2,5 g de outros metais (normalmente são utilizados cobre e prata, mas, depen-
dendo da necessidade, são usados zinco, níquel, platina, cádmio, entre outros metais).

I Grau de pureza nos medicamentos


Na indústria farmacêutica é necessário, via de regra, que as substâncias utilizadas nos pro-
cessos de obtenção de medicamentos apresentem alto grau de pureza, pois a presença de
impureza pode resultar em atuação ineficaz do princípio ativo desse medicamento ou, até
I mesmo, trazer riscos à saúde do paciente que o consumiu.

Rendimento
Retomando o exemplo da receita do bolo de cenoura, apresentada no início do
capítulo, vimos que ela prevê a produção de 15 pedaços de tamanho médio.
Imagine uma pessoa que, embora tenha seguido as quantidades dos ingredientes
descritas na receita, consegu iu produzir apenas 12 pedaços de bolo (rendimento real),
e não os 15, como eram previstos (rendimento teórico).

9 Em s ua opin ião , o q u e p ode t er a contecido nessa s it u ação?


9. Resposta pessoal.
As reações químicas apresentam rend imento igual a 100%, quando em determina- Espera-se que os
das condições, são obedecidas as devidas proporções estequiométricas das substân - alunos levantem
hipóteses sobre o
cias participantes, os seus reagentes são totalmente convertidos em produtos. Em menor rendimento no
número de pedaços de
geral, o rendimento menor que 100% pode estar associado: à presença de impurezas bolo, pois fatores como
nos reagentes; a uma reação reversível; a reações paralelas, as quais fornecem pro- quantidade de
ingredientes, fermento,
dutos diferentes daqueles esperados. É importante saber que o rend imento igual a termperatura e tempo
100% é um fenômeno raro. para assar a massa
podem ter sido as
causas.
Retomando à situação em que houve produção de 12 pedaços (real) e não de 15 (teórico),
como previsto, podemos calcular o rendimento (11 {%)) dessa receita da seguinte maneira.

15 pedaços de bolo - - - 100% (teórico)


12 pedaços de bolo - - 11(%)

Assim, 15 · '1 (%) = 12 . 100% =;, 11 (%) = ( ~~ ) . 100% =;, 11 (%) = 80%.

Funções inorgânicas e reações químicas 269

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/ Atividades resolvidas\

R4. A combustão do gás hidrogênio é considerada uma fonte de energia não poluente.
O processo pode ser representado por:

a) Determine a massa máxima de água produzida a partir de 192 g de gás oxigênio.


b) De acordo com os dados do texto, determine o número de moléculas de gás oxigê-
nio que participaram do processo de produção de 14409 de água.
e) Qual o volume de hidrogênio, nas CNTP, necessário para a produção de 1 440 g de
água?

Resolução

a)

Proporção em mol 2 mol 1 mol 2 mol

Transformando nas
2 · (2 g) = 4 g 1 · (32 g) = 32 g 2- (18g) = 36g
grandezas envolvidas

Colocando os dados
192 g m
do processo

Assim, aplicando a Lei de Proust, Lei das Proporções Constantes:

32 g 36 g
192 9 = ------i,,- :::} 32 · m = 192 · 36:::} m = 216 :. m = 216 g de H 2 0

Ou, ainda, pode-se resolver por regra de três:

32g0 2 (g) - - 36gH 20 (g)

192g0 2 (g) - - mgHp(g)

32 · m = 192 · 36 :::} m = 216 : . m = 216 g de H 2 0

b)

Proporção em mol 2 mol 1 mol 2 mol

Transformando nas
1 . ( 6 . 1023 ) moléculas 2 · (18 g) = 36 g
grandezas envolvidas

Colocando os dados
X 1440g
do processo

23
6 . 1O moléculas 36 g 23 25 ,
---:::}36-x=6 -1 0 - 1 440:::} X=2,4-10 moleculasde0 2
X 1440 g

Ou, ainda, pode-se calcular de acordo com a seguinte relação.

6 -1023 moléculas02'g) - - 36g H 2 0(g)

x moléculas 0 2 (g) - - 1 440 g H 2 0(g)


23 25 25
36 · x = 6 · 10 · 1 440 :::} x = 2,4 · 10 :. x = 2,4 · 10 moléculas de 0 2
)

270

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>
e:)

Proporção em mal 2 mal 1 mal 2 mo!

Tr ansformando nas
grandezas envolvidas
(
2 · 22,4 dm
3) = 44 ,8 dm3J ,··.·..• .··..·..·...·..·..·:-··:-·.· 2 · (18 g) = 36 g

Colocando os dados
do processo
V
l~--:-··_::~::}f.:/f//~
•:.:;:.·:··..··..:·:-··:··.., 1440g

3
. 44,8 dm 36 g
Assim, - - - - = =} 36 . V = 44,8 · 1 440 =? V = 1 792 :. V = 1 792 dm3 de H2 .
V 1 440 g

RS. Um dos processos que ocorrem na indústria metalúrgica é:

FeO(s) + CO(g) ~ Fe(e) + co 2(9)

Se o rendimento dessa reação for de 75% , qual a massa de ferro, em kg , obtida a


partir de 576 t de óxido de ferro li (óxido ferroso)?

Resolução

FeO(s) CO(g) Fe(P.)

Proporção em mal 1 mal 1 mal 1 mo! 1 mal

Transforma ndo nas


72 g 56 g
grandezas envolvidas

Colocando os dados m (massa em t


576 1
d o processo com 'l = 100%)

Assim , montando a proporção, obtém- se:

72 g 56 g
576 t = ~ :. 72 · m = 56 · 576 m = 448 t Fe(e)
~; 100%
Como o rend imento da reação é de 75%, tem-se:

448tFe(e) - - 100%derendimento

mtFe(e) - - 75%derendimento

100 . m = 448. 75 =? m = 33 600 ~ 336 :. m = 336 t Fe(e) = 336 ooo kg Fe(e)


100
R6. Um outro processo de obtenção de ferro é feito a partir da hematita, um min ério de
ferro que apresenta 80% de óxido de ferro Ili, Fe 2 0 3 • A equação química da reação
desse processo pode ser representada por:

Fe 2 0 3 (s) + 3 C(s) - a,-to---1~-rn- 0---+ 2 Fe(e) + 3 CO(g)

Qual a massa mínima de hematita, em t, necessária para a produção de 280 t de


ferro?
Resolução
mal de Fe 2 0 3 está para 2 mal de Fe(e)

160g Fe 20 3 -- 2 · 56g Fe(e)

xtFe 2 0 3 -- 280tFe(e)
>
Funções inorgânicas e reações químicas 271

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>
Assim, montando-se as p roporções, obtém-se:

112 · X = 160 · 280 9 X = 400 :. X = 400 t Fe 2 0 3

Observe que 400 t de óxido de ferro Ili é a "parte pura" da amostra de hematita com
80% de pureza. Assim, essa massa corresponde a 80% da massa do minério hema-
tita. Logo:

xthematita - - - 100%

80·x=400 - 1009X= 4 oooo 9X=500:. x=500tdehematita


80

R7. O processo de neutralização total entre o ácido fosfórico e o hidróxido de sódio pode
ser representado por:

Assim, a partir de 19,6 g de ácido fosfórico e 32,0 g de hidróxido de sódio, determine:


a) A quantidade máxima de fosfato de sódio Na 3 P0 4 (aq), em mol, produzida.
b) Qual é a massa de hidróxido de sódio que sobrará após o térm ino da reação química?

Resolução
a) Calculando- se os números de mol de cada um dos participantes, obtém-se:

m 19,6 g
H 3 P0 4 9 n=-9n= 9 n = 0,2 mol H 3 P0 4
M 98 g/ mol

32,0 g
NaOH 9 n=~9n= 9 n = 0,8 mol NaOH
M 40 g/mol

3 NaOH(aq)

! Início 0,2 mol 0,8 mal ·.::::-· .··......•:...·:.... ·:.:·..·.....·..·..:..:-·:.··:..


'.·:: ....... •.·..·.·: •.:_:_:. ::: .:..·...-;·•.:. ·..:.: ......... :.:
0,2 mol
~ nsumo 0,6 mal
(limitante)
f.. .
: .· ,' .·.· ,' ,• ,·· .· .• .··~·.>.::·.:::-.:,:::::-.::·-:·.:-1=:.1
------" 0,2 mal 0,6 mal
1 Produção
•:.:_.·· . ~ _:_ :::-·~·· . - ~ -· . ::_.· -;,

r-;;:esso O 0,2mal -)

Pelos dados obtidos, ao completar a tabela anterior, observa-se que o número de mol
do sal produzido é 0,2 mol de Na 3 P0 4 (aq).
Assim , é possível estimar que, se o rendimento da reação for de 100%, há produção
de 0,2 mol de fosfato de sódio.

b) Pela tabela anterior, vê-se que há excesso de 0,2 mol de hidróxido de sódio. Assi m,
para determinar a sua massa, basta montar a segu inte relação:

1 mol NaOH - - 40 g

0,2 mol NaOH - - xg

1 . x = 0,2 · 40 : . x = 8 g de NaOH!excessol

272

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~
Atividades ~
- Resolva as atividades no caderno.

7. No diagrama da esquerda há moléculas de dife- 10. (Vunesp -SP) Na indústria, a amônia é obtida pelo
rentes substâncias que interagem entre si, for- processo denominado Haber-Bosh, pela reação
mando novas moléculas, representadas à direita. entre o nitrogênio e o hidrogênio na presença de
um cata lisador apropriado, conforme mostra a
reação não balanceada.

N 2(g) + H 2 (g) -catalisador


- - --4 NH 3 (g)
-+
Com base nessas informações, considerando um
rendimento de 100% e sabendo que as massas


molares desses compostos são: N 2 =28 g/mol,
~ t - - i O esquema apresentado nessa atividade ê uma representação
LJ ~ artística. ~ cores utilizadas não correspondem às reais.
H 2 =2 g/mol, 17 g/mol, calcule:
a) a massa de amônia produzida reagindo -se
Com base nesse diagrama, escreva em seu ca-
7 g de nitrogênio com 3 g de hidrogênio.
derno uma equação genérica e balanceada para
a reação representada na ilustração. b) nas condições descritas no item a, existe rea-
gente em excesso? Se existir, qual a massa
8. O cloreto de potássio (KCi) pode ser utilizado em excesso desse reagente?
como adubo químico. Um dos processos de
obtenção desse sal ocorre a partir da decompo- TI. Considere o texto abaixo.
sição do clorato de potássio {KCi0 3), formando [...]
cloreto de potássio e gás oxigênio (0 2). Qual é O aumento da vazão dos rios da região após
a massa máxima de cloreto de potássio formada as chuvas dos últimos ctias fez as estações de
a partir da decomposição de 5 mol de clorato de tratamento de água aumentarem a quantidade
potássio? de produtos químicos, para que ela fique pura e
totalmente pronta para o consumo. Segundo o
9. (Enem/M EC) Em setembro de 1998, cerca de
Serviço Murúcipal de Água e Esgoto (Semae) de
10 000 toneladas de ácido sulfúrico (H 2 SO 4 (aq))
Piracicaba (SP), o aumento de componentes quí-
foram derramadas pelo navio Bahamas no litoral
micos foi de 15% por conta da quantidade de terra.
do Rio Grande do Sul. Para minimizar o impacto
[...]
ambiental de um desastre desse tipo, é preciso
C HEIAS dos rios fazem estações de tratamento elevaram uso de produtos.
neutralizar a acidez resultante. Para isso, pode-se, Gl, Piracicaba e Região, 8 dez. 2015. Disponível em: <http://g1.globo.com/sp/
piracicaba·regiao/noticia/2015/12/cheias·dos·rios·fazem·estacoes·de·tratamento·
por exemplo, lançar calcário, minério rico em aumentar· uso· de·produtos.html>. Acesso em: 15 dez. 2015.
carbonato de cálcio (CaC0 3(s)), na região atingida.
Nas estações de tratamento de água (ETA), uma
A equação química que representa a neutraliza-
das etapas é a coagulação, feita com a adição
ção do H 2 S0 4(aq) e CaC0 3 (s) com a proporção
de produtos químicos, cuja finalidade é transfor-
aproximada entre as massas dessas substâncias é: mar as impurezas em suspensão nos aglutinados
de partículas de dimensões maiores. Assim, são
adicionados sulfato de alumínio e hidróxido de
1 tonelada 1 tonelada cálcio, produzindo hidróxido de alumínio e sul-
+ Hp(e) + C0 2(g) fato de cálcio. O hidróxido de alumínio é respon -
- - - - - -~ sável pela aglutinação das partículas conforme
sólido sedimentado gás
a reação abaixo.
Pode-se ava li ar o esforço de mobilização que Ae 2 (s o + 3 Ca(OH) 2 2 Ae(OH) 3 + 3 caso 4
4) 3 __,
deveria ser empreendido para enfrentar tal situa-
ção estimando a quantidade de caminhões ne- Para tratar 1,2 · 106 m 3 de água, foram adiciona-
cessária para carregar o material neutralizante. das 20,72 toneladas de Ae 2 ( SO 4 ) 3 • Sabendo-se
Para transportar certo calcário que tem 80% de que a massa de Ae (OH) 3 obtida foi de 4,25 to-
CaC0 3 esse número de caminhões, cada um neladas, calcule o rendimento do processo.
com carga de 30 toneladas, seria próximo de:
Sugestão: Use a tabela periódica do livro para
a) 100 e) 300 e) 500
obter os dados necessários para os cálcu los de
b) 200 d) 400 massa molar.

Funções inorgânicas e reações químicas 273

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Oficina de Química
... A Química na cozinha
·com aquecimento, as substâncias (reagentes) presentes na m istura da massa

~ /Ponto zero
sofrem transformações, originando assim novas substâncias {produtos), os quais
apresentarão aspectos, cor e cheiro diferentes . Quando uma ou mais substãncias
se transformam em outras, significa que houve uma reação química.
Algumas reações químicas ocorrem até mesmo na cozinha. Nesse caso, nos referimos às
atividades da arte de cozinhar, que envolvem diariamente inúmeros fenômenos químicos e
físicos. Várias dessas reações químicas requerem a participação de uma ou mais substâncias
chamadas reagentes, as quais se transformam em uma ou mais substâncias distintas, deno-
minadas produtos. O preparo do pão de queijo, por exemplo, pode ser comparado a um
experimento de um laboratório de química.
Quando se prepara uma alimentação ou realiza um experimento envolvendo uma reação, é
preciso seguir a quantidade de cada ingrediente e a ordem em que todos eles são adiciona-
dos, caso contrário, comprometeria o resultado. Nas reações químicas há uma proporção
predefinida entre as quantidades dos reagentes , mas também é possível fazer diversos expe-
rimentos químicos com diferentes quantidades de reagentes. Ou seja, desde que a propor-
ção seja constante, podemos obter o mesmo resultado (qualitativo).
• Observe a receita. Para o preparo de pão de queijo, por que a massa deve ser aquecida?*

reagentes produtos

Ingredientes para o preparo do pão de queijo. Pães de queijo.

Ol]a / Materiais

• forno elétrico • 500 g de polvi lho azedo


• fósforos de segurança ou acendedor de fogão • 200 ml de água
• pia com torneira • 200 ml de leite
• tigela (grande) para a preparação da massa • 8 colheres (sopa) de óleo
• assadeira retangular (grande) • 2 ovos
• panela média • 100 g de queijo parmesão ralado
• colher de sopa • sal
• par de luvas térmicas para manipular a panela
quente

274

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1. A quantidade de queijo parmesão ralado é suficiente para duas receitas. Ele seria totalmente
.M1, - - - - - - - consumido e os demais ingredientes sobrariam. Em outras palavras, o queijo seria o fator
o:::) / Mãos à obra limitante e os demais ingredientes estariam em excesso. Se considerar oportuno, comente com
os alunos que a proporção entre os ingredientes, reagente limitante e reagentes em excesso é
válida também nos processos químicos, como já verificamos neste capítulo.
@ Peça ajuda a um adulto para co locar a panela com água no fogão e aguardar o tempo
necessário para ferver.

@ Após ferver a água, peça também a ele que retire a panela do fogo e acrescente o leite,
o óleo e o sal.

© Separe, em uma tigela grande, o polvilho azedo.

@ Peça ajuda para acrescentar, cuidadosamente, a


mistura quente da panela na tigela.

®
Ainda com o auxílio de um adulto, solicite que
misture os ingredientes e sove a massa ainda
quente.

Quando a massa estiver morna, acrescente o


queijo parmesão e os ovos. Depois misture

bem.
2. Espera-se que os alunos concluam que
deve ser feita uma comparação entre a Massa do pào de
quantidade obtida experimentalmente e a queijo sendo sovada.
quantidade teórica.

@ Unte as mãos com óleo para enrolar a massa


em forma de bolinhas de aproximadamente
2 cm de diâmetro. Assim, a massa vai render
30 pães de queijo.

@ Disponha as bolinhas em uma assadeira unta-


da com óleo, deixando espaço entre elas.

(D Asse em forno médio, 180°C, preaquecido, por


cerca de 40 minutos.
3. Não, ele deverá dobrar também todos os outros ingredientes da
receita, mantendo assim as proporções constantes entre os
ingredientes do processo, exatamente como em um experimento
químico, em que se duplicariam os . _ ..
reagentes envolvidos na reação. Bolinhas de pao de que11°
alinhadas na assadeira.

~ Os utensílios usados, como colher, panela, tigela e assadeira, devem ser limpos e guardados
W/ Para pensar em l ocal apropriado. As sobras do pão de queijo podem ser descartadas em lixo comum.

1. Suponha que uma cozinheira queira fazer o maior número possível de pães de queijo com
os seguintes ingredientes: 2 kg de polvi lho azedo, 800 ml de água, 800 ml de leite,
32 colheres de óleo, 8 ovos e 200 g de queijo parmesão ralado. Essa quantidade de ingre-
dientes se refere a quantas receitas? Se a proporção da receita original for respeitada,
haverá sobra de ingrediente(s)? Justifique sua resposta.
2. Muitas receitas informam o rendimento, mas às vezes se obtém uma quantidade menor. Para
esses casos, dizemos que o rendimento está abaixo do esperado, além de poder expressá-lo
em porcentagem. Agora, considerando uma reação, como podemos constatar seu rendimento?

3. Se, por exemplo, um cozinheiro quiser fazer um bolo equivalente a duas receitas, ele deverá
dobrar apenas a quantidade de farinha? Justifique sua resposta.
4. As reações químicas apresentam proporções definidas entre reagentes e produtos. Dessa
forma, é possível prever a quantidade de produtos formados a partir de determinada quan-
tidade de reagentes? Por quê? Sim , pois se conhecermos as quantidades dos reagentes, pela Lei das
Proporções Constantes, poderemos prever a quantidade de produtos formados .

Funções inorgânicas e r eações químicas 275

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44•i!••i§Uj•mhjjc%J;·
V
··Para que servem os antiácidos?

Conhecendo
Antiácidos podem ser usados para diminuir a acidez estomacal causada pelo
aumento da concentração de ácido clorídrico no estômago. Geralmente isso
ocorre em consequência de uma alimentação inadequada. O principal compo-
nente dos antiácidos é o bicarbonato de sódio (NaHCOJ também conhecido
como hidrogenocarbonato de sódio, um pó branco (ou comprimido) solúvel
em água e de caráter alcalino.
O uso contínuo de antiácidos pode ser prejudicial por causa da libera-
ção de C0 2 em excesso (efervescência), podendo causar gastrite, além de
Ê outros desequilíbrios. Portanto, não é recomendado consumir antiácidos sem
/ prescrição médica, pois os diferentes tipos de interações dos componentes do
/ antiácido podem reagir com o organismo, ou com outras medicações em uso (in-

Comprimi do antiácido
efervescen do.
-----11 ;/ teração medicamentosa).
D Não devem os ingerir medicamentos
sem orientação médica.
Estudando
Nosso estômago contém ácido clorídrico (HLl), responsável por auxiliar na
digestão dos alimentos ingeridos. Em geral, quando há excesso desse ácido
em nosso organismo, é comum termos sintomas de indisposição estomacal,
conhecida como "queimação". O alívio desse desconforto ocorre com a neutra-
lização do excesso de ácido no estômago, o que é possível ingerindo-se um
antiácido.
O bicarbonato de sódio na formulação do antiácido reage com o ácido clorí-
drico presente no estômago, de acordo com a reação abaixo:
Atuação do antiácido n o
estômago com "queimação'.

A ilustração é uma representação


~ :;:;;;;;;;:: artistica. As <:_Ores ~o ilustrativas
l.j L . - 1 e as proporçoes nao
oorrespondem às reais.

Essa reação é de dupla troca, pois a reação ocorre entre duas substâncias compostas que se
transformam, inicialmente, em outras duas substâncias compostas também. Nesse caso, pelo
fato de o ácido carbônico produzido ser um composto instável. ele tende a se decompor em gás
carbônico e água. Isso atende a um dos requisitos para a ocorrência de reações de dupla troca
(reagentes não voláteis devem formar, ao menos, um produto volátil ou instável).

Conversando
1. Após a leitura do texto, discuta com seus colegas sobre a função do antiácido e a manei ra
como ele atua em nosso organismo. A função do antiácido é aliviar a queimação estomacal, atuando,
por meio de uma reação de dupla troca, na neutralização do ácido clorídrico em excesso no estômago.
2. Além do bicarbonato de sódio, pesquise outros sais de características alcalinas que podem
estar presentes nos antiácidos. Sais alcalinos de alumínio e magnésio.
3. Converse com seus colegas e professor sobre o que provoca a liberação de gases pela boca
(arroto ou eructação) após a ingestão de antiácido.
Essa liberação de gases pela boca ocorre porque houve produção de gás carbônico.
4. No texto foí apresentada uma das condições que provocam a reação de dupla troca. Quais
são as outras condições? Reagentes solúveis formando, ao menos, um produto de menor solubilidade,
preferencialmente insolúvel (precipitado). Reagentes muito ionizados ou dissociados formando, ao menos,
um produto pouco ionizado ou dissociado.

276

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Atividades complementares
Resolva as atividades no cade:mo.

1. O cloreto de sódio (NaCP.(s)), uma substância A formação de chuva mais ou menos ácida de-
iônica, e o cloreto de hidrogênio gasoso (HCe(g)). pende não só da concentração do ácido forma-
uma substância molecular, quando são dissolvi - do, como também do tipo de ácido. Essa pode
dos em água conduzem a corrente elétrica, ser uma informação útil na elaboração de estra-
conforme as equações abaixo: tég ias para minimizar esse problema ambiental.
Se consideradas concentrações idênticas, quais
[N 1+] [ CP. 1- ] 1+
a (s)

agua
dissociação
Na (aq) + ce1- (aq) dos ácidos citados no texto conferem maior
acidez às águas da chuva?
água 1+ 1- a) HN0 3 e HN0 2 d) H 2 S0 4 e HN0 3
HCe(g) -ionização
- - - H (aq) + ce (aq)
b) H 2 S0 4 e H 2 S0 3 e) H 2 C0 3 e H 2S0 3
Para as substâncias e misturas citadas no texto, e) H 2 S0 3 e HN0 2
responda ao que se pede.
4. (Fepecs-DF) O pH de vários líquidos biológicos é
a) Diferencie os processos de dissociação e io-
normalmente diferente do pH da água pura. O
nização.
comportamento desses fluidos, suas proprieda-
b) Quando são puros, o cloreto de sódio, um
des farmacodinâmicas e farmacocinéticas, de-
sólido, e o gás cloreto de hidrogênio condu-
pende do pH. O quadro a seguir apresenta faixas
zem corrente elétrica em temperatura ambien-
de pH de alguns fluidos biológicos.
te? Justifique sua resposta.
Fluidos biológicos pH
2. Conhecendo o grau de ionização ou de dissocia- -
Suco gástrico 1,6 - 1,8
ção de um eletrólito pode-se classificá-lo de
acordo com a sua resistência ou não à passagem Urina 4,8 - 7,4

de corrente elétrica. Os eletrólitos fortes pratica- Saliva 5,7 - 7,1


mente não resistem à passagem de corrente Sangue venoso 7,3 - 7,4
-
elétrica. Os eletrólitos moderados apresentam Suco pancreático 8 ,0
alguma resistência à passagem de corrente elé- -
trica. Os eletrólitos fracos apresentam alta resis- O fluido que apresenta menor concentração de
tência à passagem de corrente elétrica. Dessa íons H+ é:
forma, o grau de ionização ou de dissociação de a) o suco gástrico. d) o sangue venoso.
um eletrólito informa sobre a sua força iônica. b) a urina. e) o suco pancreático.
a) Nas condições adequadas, dissolveram-se e) a saliva.
800 moléculas de uma substância em água
5. (UFU-MG) Uma pesquisa sobre produtos químicos
e verificou-se que 20 moléculas sofreram
ionização. Qual o grau de ionização (a) da e suas aplicações no cotidiano forneceu as se-
substância em questão? guintes informações:

b) Segundo a classificação dos eletrólitos, essa Produto químico Aplicação


substância pode ser classificada como ele- Acidulante em refrigerantes ,
Ácido fosfórico
trólito forte ou fraco? Comente sua resposta. balas e gomas de mascar.
-
Antiácidos para combater o
Hidróxido de magnésio
3. (Enem/MEC) O processo de industrialização tem excesso de acidez estomacal.
gerado sérios problemas de ordem ambiental,
econômica e social, entre os quais podemos
l
Fluoreto de estanho (li)
Creme dental para fortalecer
o esmalte do dente
citar a chuva ácida. Os ácidos usualmente pre-
sentes em maiores proporções na água da chuva Considerando as informações acima,
são o H 2 C0 3 , formado pela reação do C0 2 at- a) escreva, respectivamente, a fórmula dos pro-
mosférico com a água, o HN0 3 , o HN0 2 , o dutos químicos pesquisados.
H 2 S0 4 e o H 2 S0 3 . Esses quatro últimos são b) indique a que função química pertence cada
formados principalmente a partir da reação da um destes compostos, justificando sua res-
água com os óxidos de nitrogênio e de enxofre posta, escrevendo a equação de reação
gerados pela queima de combustíveis fósseis. química, segundo a Teoria de Arrhenius.

Funções inorgânicas e reações químicas 277

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6. (UFAL) O ferro metálico foi obtido na antiguidade Desprezando-se o estado físico dos reagentes e
a partir de meteoritos que apresentavam grande dos produtos e sabendo-se que HX representa
quantidade desse elemento na forma metálica. ácidos presentes no suor, identifique a opção
Atualmente, o ferro é produzido pela reação correta.
entre o monóxido de carbono e a hematita se- a) Se, hipoteticamente, HX for substituído pelo
gundo as equações seguintes. H 2S, o sal produzido se rá o su lfito de cálcio.
X C + y O 2 -+ X CO b) Se, hipoteticamente, HX for substituído pelo
X co + z Fe203-+ w Fe + X co2 HCt o sal produzido será o cloreto de cálcio.

Os valores de x , y, z e w dessas equações são,


e) O sal produzido será o CaH 2C0 3, já que HX é
representado pelo ácido carbônico.
respectivamente,
d) Se, hipoteticamente, HX for substituído pelo
X y z w HBr, o sal produzido será um bromato.
a) 2 4 e) O CaC0 3 é muito solúvel em água, portanto

li
.... não pode ser atacado por hidrácidos.
b) 6 3 2
e) 6 3 4
-+ -1- 9. (Fuvest-SP) A figura a seguir é um modelo sim-
d) 6 6 3 plificado de um sistema em equilíbrio químico.
e)
=a=c 3 2
L---
4 Esse equilíbrio foi atingido ao ocorrer uma trans-
formação química em solução aquosa.
7. Para comparar a reatividade de dois metais, um
químico utilizando dois tubos de ensaio colocou
em um deles uma lâmina de zinco e no outro,
As ilustrações
uma lâmina de cobre . Ambas apresentavam, apresentadas nessa •
inicialmente, as mesmas concentrações de ácido
atividade são •
representações
o o o
clorídrico. Observando os experimentos, o quí-
artisticas. As cores e os
tamanhos utilizados não

correspondem aos reais.
mico notou que:
no frasco contendo zinco, ocorreu efervescên -
cia, o que, nesse caso, correspondeu à libera-
ção de gás hidrogênio. • •e • representam diferentes espécies quími-
no frasco contendo cobre. não ocorreu reação. cas. Moléculas de so lvente não foram represen -
Estabeleça as relações de reatividades entre o tadas . Considere que as soluções dos reagentes
zinco e o hidrogênio e entre o cobre e o hidro- iniciais são rep resentadas por:
gênio.

8. (UFF-RJ)

A pérola é o resu ltado da reação de molus-
cos, como ostras e conchas de mar e água o o
o

o
••
doce, a qualquer corpo estranho que esteja o •
o o
em sua parte int erna, conhecida como manto.
Discovery Magazirte. Setembro de 2004.

Assim, qual das seguintes equações qurm rc as


Ser vivo adulto
Ost ra; pode atinigir pode representar. de maneira coerente, tal trans-
até 10 cm de diâmetro.
formação?
+ - + - + -
de ostra.
a) H +ce + Na + OH r==- Na + ce +H 20
+ 2- +
b) 2 Na +C03 + 2 H +2ce- ~
Boa parte da massa das péro las - usadas na
confecção de colares - se deve ao carbonato de t==- 2Na+ + 2ce- + H 2o + co 2
cálcio. O contato prolongado das pérolas com a + - + - + -
e) Ag + N03 + Na + c e ~ AgCt + Na + N03
acidez do suor faz com que elas sofram um
processo lento de corrosão, processo esse que d) Pb 2+ + 2No; + 2H+ + 2ce- ~ PbCl!.2 +
+ -
pode ser representado pela reação: + 2H + 2 N0 3
+ - + -
CaC03 + 2HX --+ CaX 2 + H20 + co 2 e) NH 4 +Ct + H 2 0 ~ NH 4 0H + H +Ce

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10. Considere o texto: "As reações de neutralização Além desses, outro óxido importante é o S03 ,
são reações químicas que envolvem soluções de produzido e liberado na forma gasosa durante o
ácidos e de bases, produzindo sais e água". De processo de combustão.
acordo com esse texto, qual das alternativas a Um dos parâmetros uti lizados para avaliar a
seguir não corresponde a uma reação de neu- qualidade de um carvão é o "índice de alcalini-
tralização? dade" de suas cinzas. A alternativa que apresenta
a) HCe(aq) + NaOH(aq) - Nace(aq) + H 20 (e) dois dos óxidos responsáveis por esta proprie-
dade é a:
b) H2S04{aq) + 2KOH(aq) - K2S04(aq)+ 2Hp(e)
a) Fe 20 3 e BaO.
e) CH 4{g) + 2 0 2 (g) --+ C0 2{g) + 2 H 2 0(g) b) Mnp 4 e CaO.
d) ca(OH) 2 (aq) + 2 HN0 3 (aq) - ca(Nü 3 ) 2 (aq) + e) K 2 0 e Ti0 2 .
+ Hp(€.) d) K 2 0 e Na 2 0 .
e) HN0 3(aq) + KOH{aq) --+ KN0 3(aq) + H 2 0 (€.) e) P 2 0 5 e MgO.

11. O azul de bromotimol é um indicador ácido-base 13. A reação em que uma substância composta reage
bastante utilizado em laboratórios e no controle com uma substância simples, originando duas
do pH da água de aquários, por exemplo. Ob- novas substâncias, sendo uma delas substância
serva-se que ao adicioná-lo ao vinagre (solução simples e a outra, substância composta, é deno-
de ácido acético) sua co loração muda para minada reação de simples troca ou deslocamento.
amarelo, mas em contato com a solução aquosa Um exemplo de reação de deslocamento, em que
de soda cáustica (hidróxido de sódio), permanece o cobre desloca a prat a, é apresentado abaixo.
azul. Se você inspirar determinada quantidade
de ar ("ar" inspirado} e expirar a mistura gasosa Cu(s) + 2 AgNO 3 (aq) - 2 Ag(s) + Cu (NO 3 ) 2 (aq)
produto de sua respiração ("ar" expirado) em um a) Quais os nomes dos produtos da reação?
canudo com a ponta imersa em uma solução
b) Represente a equação da reação do zinco
aquosa de azul de bromotimol, a coloração mu-
deslocando o hidrogênio presente no ácido
dará para amarelo. A partir dessas observações,
clorídrico.
pode-se concluir que:
a) no "ar" expirado há um gás que, ao reagir com 14. (UFMG) Num laboratório, foram feitos testes para
, ' + avaliar a reatividade de três metais - cobre,
a agua, produz 1ons H .
b) no "ar" expirado há muito cloreto de hidrogê- magnésio e zinco. Para tanto, cada um desses
nio gasoso, responsável pelo caráter ácido. metais foi mergulhado em três soluções diferen-
e) o "ar" expirado tem caráter básico. tes, uma de nitrato de cobre, cu (Nü 3 ) 2 • uma
d) o "ar" expirado contém amônia, responsável de nitrato de magnésio, Mg(Nü 3 )2 , e uma de
pela mudança de cor do azul de bromotimol. nitrato de zinco, Zn (Nü 3 ) 2 . Neste quadro, estão
resum idas as observações feitas ao longo dos
12. (UFPA) O carvão foi uma das primeiras fontes de
testes:
energia e, em pleno século XXI, ainda é muito
empregado, haja vista a possibilidade de insta-
lação no Pará de uma termoelétrica alimentada Soluções Cu Mg Zn
por carvão mineral. Sua composição média varia
muito, porém valores comuns são: 4% de umi- cu(Nü 3 ) não reage reage reage
2
dade, 5% de matéria volátil, 81 % de carbono e
Mg(Nü3 )2 não reage não reage não reage
materiais minerais diversos que levam, após a
combustão, à formação de aproximadamente j não reage reage não reage
1 Zn (Nü 3 ) 2
10% de cinzas. Estas cinzas ou "pó do carvão"
são muito leves e, para que não levantem poeira,
devem ser armazenadas em ambiente com umi- Considerando-se essas informações, é CORRE-
dade controlada. As cinzas são constituídas de TO afirmar que a disp osição dos três metais
uma série de elementos, normalmente expressos testados, segundo a ordem crescente de reati-
na forma de óxidos: vidade de cada um deles, é
Si0 2, Ae2 0 3 , Ti0 2 , Fep3 , CaO, MgO, K 20, Nap, a) Cu/ Mg/Zn e) Mg/Zn/Cu
P 20 5, Mn 30 4, BaO. b) Cu/ Zn/Mg d) Zn/Cu/Mg

Funções inorgânicas e reações químicas 279

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:
..
Ampliando seus conhecimentos :/
/ ······················································•

• Paraler

............ •. O sonho de Mendeleiev, de Paul Strathern. Rio de Janeiro: Zahar, 2002.


Este livro retrata uma retrospectiva da história da Ciência e da Química,
dando ênfase à forma com que Mendeleiev passou a visualizar um novo
modo de organ izar os elementos químicos na tabela periódica. O autor
aborda inclusive a maneira com que Mendeleiev previu quais elementos
preencheriam as lacunas até então observadas na tabela periódica.

• A origem dos elementos químicos: uma abordagem inicial, de A n-


tônio Manuel A lves Morais. São Paulo: Livraria da Física, 2010 .
Este livro retrata a origem dos elementos químicos, dentro de um contexto
que vai desde a apresentação do conceito de átomo até o momento em que
estes deram forma às primeiras substâncias químicas presentes na Terra.

• Tudo o que você faz tem a ver com Qu ímica, de Mariza Magalhães.
São Paulo : Livraria da Física, 2007.
O livro apresenta diversas aplicações da Química no cotidiano das pesso-
~o aFanUstlca l1111do as, desde o momento em que se levantam da cama até a hora de dormir.
'-' dos Elementos
i Nele, também são abordados fenômenos químicos distintos que ocorrem ,
:ii
por exemplo, durante a prática de atividades físicas, a alimentação e a hi-
giene pessoal.

• ···············º fantástico mundo dos elementos: a tabela periódica personificada,


-- de Bunpei Yorifuji. São Paulo: Conrad, 2013.
Neste livro, são apresentados todos os elementos químicos da tabela perió -
dica como se eles tivessem personalidade própria e suas propriedades
químicas fossem reflexos de suas atitudes e estilo. Essa estratégia de
abordagem resulta numa forma didática do estudo da Química.

• A colher que desaparece, de Sam Kean. Rio de Janeiro: Zahar, 2011.


O livro aborda a presença dos elementos químicos tanto nos mais memo-
11111:rlr,.\I •i,ct
~ \t1hur • -.--,ljlm•
ráveis eventos históricos quanto nos pequenos eventos cotidianos. Os
avanços científicos são abordados desde a criação do conceito de átomo
até a descoberta de elementos artificiais .

............ • ..As cinco maiores ideias da Ciência, de Charles H. Wynn e Arth ur


W. Wigg ins. São Paulo: Ed iouro, 2002.
Neste livro, o autor busca facilitar a compreensão de o que é o mundo da
Ciência por meio da análise de cinco ideias fundamentais: o modelo atô-
mico, a lei periódica, a teoria do Big Bang, o modelo das placas tectônicas
e a teoria da evolução. São apresentadas várias ilustrações e discussões
que trazem informações de maneira simples e dinâmica.

• A Ciência no cotidiano: como aproveitar a ciência nas atividades


.....do dia a d ia , de Len Fisher. Rio de Janeiro: Zahar, 2004.
Neste livro, o autor mostra que a Ciência está presente em nossa vida nas
mais simples ações do cotidiano, como a bioquímica que atua durante a
preparação do jantar e justifica o fato de que alguns alimentos absorvem
os molhos e outros não.
• ········
• Lavoisier no ano um: nascimento de uma nova Ciência numa era de re-
volução, de Madison Smartt Bell. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
Este livro retrata a revolução ocorrida na Ciência com base nos estudos do
francês Antoine Lavoisier, que contribuiu significativamente para o desen-
volvimento da Química ao sistematizar a linguagem científica e ao desmis-
tificar a ideia de que o ar atmosférico é uma substância única, inserindo a
proposta de que é composto por oxigênio e outros gases.

282

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• O guia completo para quem não é C.D.F. - Química, de lan Guch.
Rio de Janeiro: Alta Books, 2013.
O livro apresenta itens que facilitam a compreensão da Química, fornecen-
do instruções sobre os mais variados tópicos dessa ciência, como: elemen-
tos químicos, substâncias, misturas, tabela periódica, eletroquímica, ácidos,
bases, entre outros. Além disso, são propostos problemas práticos que
auxiliam na visualização da Química no dia a dia.

• Os botões de Nap oleão: as 17 moléculas q ue mudaram a h istória ,. .. ,........1


de Penny Le Couteur e Jay Burreson. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.
Neste livro, os autores exploram a forma como os compostos químicos e
suas propriedades influenciaram no desenrolar da história, desde a área da
Medicina até as Ciências Socioeconõmicas.

• Tio Tungstênio: memórias de uma infância química, d.~.9!!Y~.~..~.8.~~-~-'·············I


São Paulo: Compan hia das Letras, 2002.
A infância e a adolescência de Oliver Sacks são retratadas neste livro, no
qual ele relembra sua curiosidade perante os fenõmenos químicos presen-
tes em sua vida. Sacks teve a liberdade de construir um pequeno labora-
tório em sua residência para fazer experimentos, a fim de compreender
melhor a Química como ciência. Ao longo do texto, são relatadas suas obser-
vações experimentais ao mesmo tempo que se reflete sobre a história da
Química e de seus grandes nomes, como Lavoisier, Marie Curie, Mendeleiev,
entre outros.

• Para assistir

• Contato... .Q.i.~~-"-~9..9.~...r::!9.~.~r.J..?:~.'!J~.~~.i.~,..).~.!E:.. '!!.~.rl'l.~f. ..ª .~9.~,,..S~~-?9.9.s........... ~


Un idos. (1 50 min).
O filme retrata a história da cientista Ellie e sua incansável busca por sinais
de vida extraterrestre. Desde a infância, Ellie acreditava ser possível a exis-
tência de vida em outros planetas e buscava provar isso por meio de
contatos. Ao passo que essa crença torna-se sua profissão, o filme come-
ça a abordar discussões sobre a detecção de elementos e substâncias
químicas em outros planetas que poderiam criar condições para a existên-
cia de vida. Quando recebem uma mensagem de fora da Terra, Ellie se
prontifica para fazer contato.

• Césio 137 - o pesadelo de Goiânia ... P.!:.~9.~9..~.~ ..~-~~-~0.9. ..~!:.~~. .. ~.~~.9.:...... ,


Grupo Coplaven; Master Cinevideo Produções. Brasil. {115 min).
Nesse documentário, é retratado o mais grave acidente radioativo do Bra-
sil, ocorrid o em 1987. Funcionários de um ferro velho encontraram um
material azul brilhante no interior de uma máquina de radiografia descarta-
da. Sem ter conhecimento de que se tratava de uma substância radioativa,
o Césio foi distribuído para uma população curiosa. Várias pessoas que
mantiveram contato com o elemento sofreram com os sintomas da conta-
minação e algumas foram a óbito.

283

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• ·············· . O início do fim. Direção de Roland Joffé, 1989. Estados Unidos. {126 min).
O filme retrata o período da Segunda Guerra Mundial em que o Projeto
Manhattan foi criado pelos Estados Unidos, dando início à produção de
bombas atômicas. São apresentados testes com o material radioativo em
que os cientistas utilizam o Contador Geiser na medição de radioatividade.

• Paraíso sujo. Direção de Dan iel Schweizer, 2009. Dschoint Ventschr


Film Prod uktion AG , Maha Productions. Suíça/França. (76 min).
Nesse documentário, é retratado o garimpo de ouro na fronteira da Guia-
na Francesa com o Suriname. Os garimpeiros instalados em meio à flo-
resta despejam nos rios todo o mercúrio utilizado para separar o ouro da
areia. Além dos impactos ambientais, como a contam inação da água e
mortalidade de peixes, o uso indiscriminado do mercúrio e seu descarte
inadequado causam muitos problemas à população indígena, que sofre,
por exemplo, com deformações físicas e doenças neurológicas em razão
da absorção desse elemento. São apresentadas entrevistas com indígenas,
médicos e garimpeiros, que relatam as implicações das atividades do ser
humano e o uso indiscriminado de substâncias , sobre sua qualidade de
vida e sobre o meio ambiente .

............. • . Hubble 3D. Direção de Toni Myers, 2009. IMAX Space Ltda; Warner
Bros. Canadá. (44 min).
Este documentário acompanha as atividades de uma equipe da Nasa duran-
te os reparos realizados no Telescópio Espacial Hubble, que orbita a Terra
desde 1990. Além das imagens capturadas pelo telescópio, são apresenta-
das fotografias que mostram o desenvolvimento do Universo, incluindo o
nascimento e a morte de estrelas, a poeira espacial e os planetas em órbita.

• Para navegar

• Sociedade Brasileira de Química


<http://tub.im/ctm6oz>. Acesso em: 21 maio 2016.
Principal sociedade de Química do país, que tem como objetivo desenvol-
ver, consolidar e divulgar a Química, suas aplicações e importância para o
desenvolvimento do país. Nesse site, são encontradas noticias sobre o meio
científico, artigos, entre outros.

• Química Nova Interativa


<http://tub.im/bocc4q>. Acesso em: 21 maio 2016.
Site mantido pela Sociedade Brasileira de Química. Apresenta conceitos de
Quím ica, vídeos de experimentos, estudos de moléculas e substâncias,
entre outros.

• Ministério da Educação e Cultura


<http://tub.im/h5jj6u>. Acesso em: 21 maio 2016.
Notícias sobre educação, ciência e cultura .

• Ciência hoje
<http://tub.im/xfyqzg>. Acesso em: 21 maio 2016.
Sociedade responsável por publicações de divulgação científica. Pertence
à Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

• IUPAC (lnternational Union of Pure and Applied Chemistry)


<http://tub.im/ariyj9>. Acesso em: 21 maio 2016.
Site da União Internacional de Química Pura e Aplicada, que é a autoridade
mundial de nomenclatura, métodos de padronização de medidas, entre
outros. Apresenta informações atualizadas sobre o mundo da Química.

284

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:
Bibliografia :
:
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ATKINS, Peter; JONES, Loretta. Princípios de Química: questionando a vida moderna e o


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- - - -·· Chemistry: molecules, matter and change. 4 . ed. New York: W. H.
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BRADY, James E. et ai. Química: a matéria e suas transformações. 3 . ed. Rio de Janeiro: LTC,
2002. V. 1.
_ _ _ _ ; HUMISTON, Gerard. Química geral. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1995. v. 1 e 2.
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285

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1/1
QJ
1..
!y
~ A Química e a sociedade
' 16. As massas das substâncias participantes das rea-
ções podem ser dadas por:
m
+,, ~ · .P.es ~isa 21 g+12g=33g}L . L ..
e 28 g + 16 g = 44 g e1 de avo1s1er
QJ a) Espera-se que os alunos encontrem as contri -
E
-
buições de Robert Boyle e de Antoine Laurent
QJ 21 = 12 = 33 = 0,75} Lei. de Proust
Lavoisier. 28 16 44
e. b) Boyle escreveu sobre uma das leis das transfor-
E mações gasosas. Entre as inúmeras contribui-
Dessa forma, verifica-se que obedecem às leis de
o Lavoisier e de Proust.
u ções de Lavoisier destaca-se a lei de conserva-
17. Observando-se as três situações descritas, pode-se
1/1 ção das massas. Lavoisier é considerado o pai
QJ da Química moderna. concluir que a opção c não obedece à lei de Gay-
""C -Lussac, pois o resu ltado obtido para a amônia,
m 2. Alternativa: e. 2,81, não é um número inteiro.
""C
·-> 3. a) A média aritmética bimestral de João para o
+,,
segundo bimestre é 8 ,5.
~
m b) Os desvios individuais foram: d 1 = 0,0; d 2 = - 0,2; Alternativa: d .
1/1 d 3 =1 ,0; d 4 = - 0,6;d 5 = - 0,2; d 6 =0,0;
m
""C
1/1
d7 = o.o.
e) Considerando-se os módulos dos desvios de
!21
~ Estudo dos modelos atômicos
'
m
+,, cada medida (desvios individuais), o valor do
1/1 desvio absoluto médio é 0,3. 1. Alternativa: a.
o d) X= (8,5 ± 0,3) .
e. 2. Alternativa: b.
1/1 4. As substâncias podem ser identificadas por meio
QJ 3. Alternativa: e.
a: dos diferentes volumes ocupados. Como d = m/V
e as massas são as mesmas, o frasco com o líquido 4. Alternativa: e.
de maior densidade deverá apresentar o menor
volume. Assim , o frasco com maior volume de líqui- 5. Alternativa: b.
do deve ser o que contém hexano, e o de menor
6. Alternativa: c.
volume de líquido seria o frasco com água.
5. Sim, pois o novo arco terá o peso de puxada de 7. Alternativa: a.
9,45 kg. 8. Alternativa: c.
6. Terá que aumentar o diâmetro do orifício em 2 po -
legadas. 9. Na: 1s2 2s2 2p63s1 .
2 2 6 2 6 2 10 5
7. Alternativa: a. Br : 1s 2s 2p 3s 3p 4s 3d 4p .
8. a) Convecção e condução.
Ni: 1 s 2 2s2 2p6 3s 2 3p 6 4s2 3d8 .
b) Irradiação.
e) Propagação e condução.
9. Decimal: 2 232,2881 .
ce- : 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 .
Notação científica: 2,23 . 103 .
2+ 2 2 6 2 6
10. Alternativa: d. Ca : 1s 2s 2p 3s 3p .

11. Ciclo da água ou hidrológ ico. Evaporação e 10. Alternativa: c.


condensação .
11. Alternativa: c.
12. Alternativa: e.
13. Alternativa: e. 12. a) O cobre tende a apresentar maior raio atômico.
b) O zinco tende a apresentar maior energ ia de
14. Alternativa: a. ionização.

15. a) 1 ·~º = \;g = 0,25


e) O zinco tende a apresentar maior afinidade ele-
trônica.
b) Sua fórmula percentual é C 27,27% 0 72,73%. 13. Alternativa: d.
e) 4 gramas na primeira reação e 16 gramas na
14. Alternativa: e.
segunda reação.
d) Seriam formadas 36,67 gramas de gás carbônico. 15. Alternativa: b.

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~
~
31Forças interatômicas e \ 14. Alternativa: e.
15. Alternativa: c.
intermoleculares
1. Na 2 0 e Ae 2 S 3 .
~ 4/Funcões
~ . inorgânicas '
2. a) X = Li, Y = P e Z = Br. e reações químicas
b) Li 3 P, LiBr.
1. a) Dissociação ocorre quando um composto iônico
3. Alternativa: d. é d issolvido em determinado solvente (polar),
ocorrendo separação de íons (previamente exis-
4. N N O= O
tentes}. A ionização é um processo em que há
O= C=O H- H formação de íons e ocorre quando um composto
5. Alternativa: a. molecular é dissolvido em um meio adequado.
Nesse caso, ocorre reação química porque há
6. Alternativa: e. formação de novas substâncias.
7. Não. Essas medalhas são feitas de ligas metálicas. A
b) Ambas as substâncias não conduzem corrente
composição das ligas metálicas pode sofrer altera-
elétrica nessas condições iniciais quando são
ções a cada edição dos Jogos Olímpicos, conforme
puras. Entretanto, podem se comportar como
a organização do evento. Segundo os organizadores,
eletrólitos quando dissolvidos em água. A condu-
em geral, a medalha de ouro é composta do metal
tividade elétrica das substâncias depende de sua
prata com aproximadamente 1% do metal ouro. A
mobilidade iônica, ou seja, está ligada à presença
medalha de prata é feita dos metais prata e cobre, e
de íons.
a medalha de bronze é feita dos metais cobre, zinco
e estanho. 2. a) O grau de ionização foi de 2,5%.
8. Na fotografia à esquerda, a água e o óleo formam uma
b) Eletrólitos fracos. Apresentam alta resistência à
mistura heterogênea e, por causa de suas diferentes
passagem de corrente elétrica com valores de grau
polaridades, não são miscíveis entre si (aspecto in-
de ionização menores que 5% .
tramolecular). Na foto à direit a, a formação da gota
de água ocorre por interações intermoleculares; a 3. Alternativa: d.
tensão superficial dá às gotas a forma esférica (me-
nor relação de superfície/volume possível). 4. Alternativa: e.
9. Alternativa: b. 5. a) H 3 P0 4, Mg(OH) 2 , SnF 2 .
10. Seria melhor utilizar o tetracloreto de carbono por
ser um solvente apoiar, assim como a molécula de b) Ácido de Arrhenius:
1+ 3-
iodo. H3P04 + 3 H 20-+ 3 H 30 (aq) + P04 (aq).
11. As moléculas diatômicas (geometria linear) constituí- Base de Arrhenius:
das por elementos diferentes {d iferentes eletronega- Mg(OH) 2 -. Mg 2+(aq) + 2 OH 1-(aq).
tividades) apresentam ligações polares. Nesse caso,
o vetor momento dipolar resultante dessas moléculas Sal de Arrhenius:
não será nulo, assim tem-se uma molécula polar. O
dióxido de carbono apresenta soma vetorial do mo-
SnF 2(s)-+ Sn 2+(aq) + 2 F1-(aq).
mento dipolar resultante igual a zero. O gás nitrogê-
nio é uma molécula diatômica formada por átomos 6. Alternativa: c.
do mesmo elemento químico (de mesma eletronega-
tividade), logo suas ligações são apoiares e o seu 7. O zinco é mais reativo que o hidrogênio, isto é, con-
vetor momento dipolar resultante é nulo. Portanto, segue deslocá-lo. O cobre é menos reativo que o
os gases dióxido de carbono e nitrogênio são forma- hidrogênio, pois não houve reação química.
dos por molécu las apoiares.
8. Alternativa: b .
12. a) Geometria angular.
9. Alternativa: c.
b) Geometria piramidal.
10. Alternativa: c.
~ - es u1sa
11. Alternativa: a.
Segundo dados da pesquisa, a molécula de tetraclo-
rometano apresenta temperatura de ebu lição de
12. Alternativa: d .
+77 ºC e a molécu la de metano de - 164ºC. As inte- 13. a) Prata metálica e nitrato de cobre li.
rações do tipo dipolo induzido são mais int~nsas
entre as moléculas de CCe 4 que entre as moleculas b) Zn(sJ+ 2 HC!'.(aq) -+ ZnCe 2 (aq) + H 2 (g).
de CH 4 (a massa mola~ do tetraclorometano é
154 g/mol e a de metano e 16 g/mol). 14. Alternativa: b.

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N
a,
a,
'ABELA PERIÓDICA DOS ELEMENTOS
Com massas atômicas referidas ao isótopo 12 do carbono
1 • Os nomes dos e lementos de números atômicos 113, 115, 11 7 e 118 estão de 18
1 acordo com a recomendação da IUPAC, em Junho de 2016. 2

1 H • Os e lementos 113 a 118 apresentam c lassif icação desconhecida. He


HiOrogànio • As massas atôm icas relativas são listadas com arredondamento no ú lt imo a lga- Hélio
101 2 rismo. As massas atômicas entre parênteses representam valores a inda não 13 14 15 16 17 400
J 4 padronizados pela IUPAC. 5 6 1 8 9 10

2 Li
Litio
Be
Berllio
• As cores n os símbolos dos e lementos indicam o estado físico a 20°C e a 1 at m B
Boro
e
Carbono
N
Nitrogênro
o
Oxigênio
F
Flúor
Ne
Neônio
de pressão : preto - estado sólido; verde - estado líquido; ve rme lh o - estado
694 9.01 gasoso; azu l - estado f ís ico descon hec ido. 10.81 1201 14.01 16.00 19.00 20.18
11 12 13 14 15 18 17 18
• Observação: As cores ut ilizadas nesta tabe la não têm s ign if icado c ie ntíf ico; são
3 Na
Sód,o
Mg
Magnes10
apenas recursos v is ua is pedagóg icos. At
Alumin10
Si
Silicio
p
Fósforo
s
Enxofte
ce
Cloro
Ar
Argônio
22.00 24.31 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 26.98 2809 3097 3W6 :lli.45 3995
19 20 21 Z2 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 :IS 316

4 K Ca Se Ti V Cr Mn Fe Co Ni Cu Zn Ga Ge As Se Br Kr
Potássio Cálcio Estân d10 Titâmo Vanád10 Crõrnio Manganês Ferro Cobalto Niquei Cobre Zmco Gálio Germânio Arsêoio Selêoio Bromo Crip1õnio
39, 'º 40.re 44,96 47,87 &).1)4 5200 (,,1,94 56,SS 58,00 58/ill 63,SS 66.38 69,72 72,6) 7492 78!17 7990 83,80
38 39 40 41 42 44 4B 47 4B 51
37
"' 45 49 50 52 53 54

5 Rb Sr y Zr Nb Mo Te Ru Rh Pd Ag Cd ln Sn Sb Te 1 Xe
Aubidio Estrôncio itno Zircõnío Niób,o Molibdénio Tecnéclo Rutênio Aódio Paládio Prata Cádmio Índio Estanho Anumômo 1 Telúrio lodo Xenônio
85,47 87.62 88,91 91,22 92.91 9691> (96) 101.07 102.91 100,42 107$7 112,-41 114,82 118,71 121,76 127,fl() 12690 131.29
55 56 57- 71 n 73 74 7S 76 n 78 79 80 81 82 83 84 es 816

6 Cs
Césio
Ba
Bãno tanlllllkllos
Hf
Hâfnio
Ta
Tânta lo
w
Tungstênio
Re
Rêmo
Os
Ósm10
Ir
hid10
Pt
Platina
Au
Ouro
Hg
Mercúrio
Tf
Tálio
Pb
Chumbo
Bi
Bismuto
Po
Polónio
At
Astalo
Rn
Radõnio
13.!.91 137,33 1/8,49 H!l.96 183.84 18621 190.23 192.22 185.00 19697 ;ro.59 204.38 20720 2re98 (:i::81 (210) (222)
87 88 118 - 103 11M 1~ 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 118 117 116

7 Fr Ra Rf Db Sg Bh Hs Mt Ds Rg Cn Nh Ff Me Lv Ts Og
Frâncio Rádio Actrildios Ru1herfórdio O(rbnio Se,bórg10 Bóhrio Hássio MeitnÃrio Darmstadtio Roemgênio Copernlcio Nllorium Fleróvio Mosoovlum LivernlÍflo Teonessile Q\Janesson
(223) (226) (267) ~) (269) ,;zlO) (269) (278) (.!li) (211)) (2811 (286) 12891 (2'J9) (29()) (294) 1291)

I
57 58 59 111 61 112 83 64 8G ee 67
• 89 70 71

Número atômico
6
La Ce Pr Nd Pm Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu
Lantâmo Céno Praseodim10 Neodímio Promêcio Samário Európto Gadollnio Térbio Disprósio Hólmio Érbio Túlio Mrbio Lutécio

~
I Símbolo 138,111 14).12 14091 144,24 (145) 1(1),36 151.116 157,25 158.93 162.50 16'1,lll 167,211 168.93 173.00 17497
89 90 91 92 93 94 Ili 1111 87 1111 118 100 101 102 103

] Nome 1 7 Ae Th Pa u Np Pu Am Cm Bk Cf Es Fm Md No Lr
i
,.'j
Massa atômica Actínio
(227)
Tõno
232,()4
Protactinio
231.04
Urânio
238.00
Netúnio
(237)
Plutônio
(244)
Amerício
(2'13)
Cúno
(ai))
Berquého
(247)
Califómio
(261)
Elnstênro
(252)
Férmio
(267)
Mendelévio
(268)
Nobélio
(259)
Laurêncio
(28!)
Tabela
periódica atual.
Tabela periódic.i .itual: períodos e grupos.

~ ~ D DD
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Os dados contidos nesta tabela pe<iôdica estão de acordo com as recomendações, de 8 de junho de 2016,
da tUPAC e da RSC (lnlemational Union of Pure and Applied Chemistry/Royal Society of Chemistry, 1raduzido
Gasoso Saido Metais de transção Haogêrio Metais
do inglês, Urlão lnte<nacionat de Qulmica Pura e Aplicada/Sociedade Real de Qulmica, respectivamente).
i'ltema

1
O"
[8g]
Liquido
~
Descaihecido
DDD
Classificação Náo metais Gases Nob'es
N descorheclda

.,,e

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