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contato
Química
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Ensino Médio
Componente '-
curricular
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Química o
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Julio Alves Marques Priscila Fialho -


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Licenciado em Química pela Faculdade de Pesarini da Veiga ro
Filosofia, Ciências e Letras de Arapongas
Bacharel e Licenciada em Química pela ~
(FAFICLA-PR). Universidade Estadual de Londrina (UEL-PR).
Atuou como professor da rede particular no
Mestre em Ciências pela Universidade Federal do
Ensino Médio no estado do Paraná. Realiza Rio de Janeiro (UFRJ - RJ).
palestras e assessorias para professores em Doutora em Ciências pela Universidade Federal do
escolas particula res e públicas.
Rio de Janeiro (UFRJ-RJ).
Autor de materiais didáticos para o Ensino
Fundamental. Atuou como professora da rede pública no Ensino
Médio nos estados do Paraná e Rio de Janeiro.

ô uinteto 1~ edição São Paulo 2016

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C uinteto
Copjright O Julio Alves Marques, Priscila Fial,o Pesanni da Veiga, 2016

Diretor editorial Lauri Cericato


Gerente editorial Flávia Renata P. A. Fugita
Editora Valquíria Baddini Tronolone
Assessoria Renata Rosenthal, Luiz Guilherme Basílio de Novais
Gerente de produção editorial Mariana Milani
Coordenador de produção editorial Marcelo Henrique Ferreira Fontes
Coordenadora de arte Daniela Máximo
Coordenadora de preparação e revisão Lilian Semenichin
Supervisora de preparação e revisão lzabel Rodrigues
Revisão Regina Barrozo
Coordenador de iconografia e licenciamento de textos Expedito Arantes
Supervisora de licenciamento de textos Baine Bueno
Iconografia Gabriela Araújo, Rosely Ladeira
Coordenadora de ilustrações e cartografia MarciaBeme
Diret or de operações e produção gráfica Reginaldo Soares Damasceno

Produção editorial Scriba Projetos Editoriais


Assistência editorial Rafael Aguiar da Silva, Juliana Marciotto Jacob,
Ícaro Batistào Vendrameto
Projeto gráfico Laís Garbelini e Hatadani
Capa Marcela Pialarissi
Imagem de capa Sspopov/Shutterstock.com
Edição de ilustrações lngridhi Borges
Diagramação Laryssa Dias Almeron
Tratamento de imagens José Vítor Elorza Cosia
Ilustrações A7 Estudio, Angelo Shuman, Camila Ferreira,
Farrell, Poliana Garcia, Rafael Luis Gaion,
Renan Fonseca, Somma Studio, Tamires Azevedo
Preparação de texto Ana Lúcia Pereira
Revisão Ana Paula Felippe
Assistência de produção Sabrina V. Miolo, Daiana Melo e Tamires Azevedo
Autorização de recursos Erick L. Almeida
Pesq uisa iconográfica Alaíde França
Editoração eletrônica Luiz Roberto L. Correa (Belo)

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Cãmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Marques, Julie Alves


#Contato química, 2• ano / Julio Alves Marques.
Priscila Fialho Pesarini da Veiga. - 1. ed. -
São Paulo : Quinteto Editorial, 2016. -
(Coleção #contato quimica)

Componente curricular: química.


ISBN 978-85-8392-071-7 (aluno)
ISBN 978-85-8392-072-4 (professor)

1. Ouimica [Ensino médio) 1. Veiga, Priscila Fialho Pesarini da.


li. Título. Ili. Série.

16-03616 CDD- 540.7

Índices para catálogo sistemático:


1. Química : Ensino médio 540.7

Em respeito ao meio ambiente. as (olhas


deste livro toram produzidas com fibras
Reprodução proibida: Ar!. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. obtidas de â™Jres de lklrestas plantadas.
Todos os direitos rese,vados à com origem certificada.

QUINTETO EDITORIAL LTDA


Rua Rui Bartxlsa, 1 56 - Bela Vista - São Paulo-SP Impresso no Parque Gráfico da Editora FTD SA
CEP 01326-01 O - Tel. (11) 3598-6000 CNPJ 61.186.490/0016-33
Caixa Postal 65149 - CEP da Caixa Postal 01390-970 Avenida Antonio Bardella, 300
Guarulhos-SP -CEP 07220-020
Tel. (11) 3545-8600 e Fax (11) 2412-5375

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(amo a massa do
Ultramiaosc6plo: soluto é menor que a
lnsttumento ópt ico que massa da solução,
usa fenômenos de
espalhamento de luz a então O < T < 1. O
fim de obser var corpos título da solução é
de dimensões adimensional.
minúsculas. nao vistos
em micro sc6pio".5 c:omun'5.
Por causa da ílumlnaç::lo.
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~ már"o

Estudo dos
gases ideais ...... 10

Capítulo 1
JGases .............................................. 12
Teoria cinét ica
dos gases ..................................... 13
Gases ideais
e gases reais ......... .

Transformações
gasosas ... ... ............. ................
Transformação isotérmica.......................... 16
Transformação isobárica . . ... ..• .. . ... . . 18
Transformação isocórica ............................ 19

Atividades . ... 22
Equação geral dos
gases perfeitos ..... ....... ......... . .............. 23
Equação de estado dos gases.. ..... .. 23

Misturas gasosas........ .... ..... ....... ..... .... 24


Pressão parcial(lei de Dalton)... .. ..... 25
Volume parcial (lei de Amagat) ... ..... ..... 26

Densida de dos gases ................................. 28


Densidade absoluta dos gases........... .. .. 28 Aqui tem Química ...................................... 36
Densidade relativa dos gases ................... 28 • Gases industriais

Difus ão e efusão dos gases ...................... 30


Velocidade de difusão , Atividades complementares .......... 37
e efusão de um gás ... . ...... .. .. .. ........ 30
, Explorando o tema ........................... 38
Atividades ....................................................... 34 • O efeito estufa

Estudo das dispersões .......................................................................................................... 40


Capítulo 2 Atividades ...................................................... 54
, Dispersões 42 Oficina de Química ............................. 55
Clas s ificação das dispers ões. 43 • Efeito Tyndall
Dispersões coloidais.................. .............. 44
Aqui tem Química .............. .................... 56
Estudo das soluções.....................................45
• Radiografia de contraste
Atividades ................................................... 46

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Capítulo 3 Atividades .................................................... 8 0
, Aspectos quantitativos Oficina de Química.. ............................... 82
das soluções ............ ................................ 57 • Titulação ácido-base
Concentração de soluções .... ···········- 58 Aqui tem Quím ica . .. 84
Concentração em massa (C)...................... 59 • Diabetes e concentração
Porcentagem em massa de glicose no sangue
de soluto (%mim).... . ......................... 60
Título em massa (r) ...... 61 Capítulo 4
Concentração em partes por milhão
(ppm) e em partes por bilhão (ppb) ........ 61 , Propriedades coligativas .. ......... 86
Concentração em quantidade Es tudando as propriedades
de matéria (1-0 ...... . 62 coligat ivas ........................................................ 87
Concentração em mal/kg (W).................. 63 Pressão de vapor. .................................... 89
Concentração de íons em mol/L.. .......... 64 Diagrama de fases de uma
substância ........ ...................... .................. . 93
Atividades............. ,........ 66
Atividades ...................................................... 94
Fração em quantidade de matéria ....... 67 Tonoscopia ................................................ 96
Relações entre algumas das Ebulioscopia ... . ......................................... 97
concentrações de soluções ....................... 68
Crioscopia .... .......... . 98
Outras relações envolvendo
Osmose e pressão osmótica ............... 100
concentrações de soluções e
densidade de solução.................................. 68 Atividades ................................................... 105
Dilu ição e concentraçã o Oficina de Química .............................. 106
de soluções . .. ... .. ... .. . ... . . . 69
• O ovo incha?
Mistura de soluções ................................. 71
Mistura de soluções , Atividades complementares ....... 108
que não reagem entre si .............................. 71
Mistura de soluções , Explorando o tema ........ .............. .... 110
que reagem entre si ................................ 74 • Dessalinização da água
Titulação ..................................... , 76

Oxi rred ucão ....... ................................................................................................................................... 112


]I

Capítulo 5 Pilha de Daniell. .......... ,.......... 127


, Reação de oxirredução ................. .. 114 Convenção usada em pilhas.................... 128

Oxidação e redução.... .............. 115 Força eletromotriz................ .................. 130


O eletrodo de hid rogênio e o potencial
Nú mero de oxidação (NOX) ............... 116 padrão.................... ........................... 131
NOX e compostos iônicos........................... 116 A ddp padrão de uma pilha ., ... ,131
NOX e compostos covalentes ................... 116 Tabela de potenciais de redução
Regras para determinação de alguns eletrodos .................................... 133
de números de oxidação .... ...... ........... 117
Agente oxidante e agente redutor ......... 120
Atividades ............ .............. , ... 134
Pilha comum ou pilha seca ácida ........ 135
Balanceamento de equações da s Pilha seca alca li na ...... 136
reações de oxi rre dução ........................... 120
Outros t ipos de pilhas .......................... 137
Eletroquímica ................................................ 125 Baterias ou acumuladores ...................... 137
Pilhas e baterias ....................................... 126

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Células de combustível .. 139 Atividades ..................................................... 148
Eletrólise .......................................................140 Oficina de Química 150
Eletrólise ígnea ............................................ 140 • Pilha cítrica
Eletrólise em solução aquosa....... .. ..... 142
Eletrólise com eletrodos ativos:
Aqui tem Química ......152
galvanoplastia ou eletrodeposição • MetaLização do plástico
metálica.......................................................... 144
Aspectos quantitativos de • Atividades complementares .... 154
e letroquímica ...... .. 146
• Explorando o tema .................................. 156
• Os perigos do Lixo eletrônico

Termoquímica
e cinética química............... 158
Capítulo 6
, A quantidade de calorias dos
alimentos ........................................................ 160
O poder calórico dos alimentos ............. 161
Termoquímica ........... .. ............................. 164
Processos endotérmico e
exotérmico................... ............ .......... .. ..... 164
Entalpia padrão Hº e
estado padrão .................... , ............. 167
Energia de ligação ...................................... 171
Lei de Hess .......... .................... ............... 173
Atividades ..... 175
Aqui tem Química . 177
• Alimentos: a principal fonte de energia

Capítulo 7
, Estudo da rapidez
das reações químicas ................... 179
Taxa de desenvolvimento
de reações q uímica s ................................... 180
Rapidez de reação química ....................... 180
Condições para a ocorrência
de reações ..... ........ .............................. 183
Fatores que influenciam a
rapidez de reação ........................................ 186

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r Atividades.................. ............................... 188
Lei de ação das massas ............................. 189

Atividades. ..... ....... ........................... 196


Oficina de Química ..................................197
• Rapidez das reações qu ímicas
Aqui tem Quím ica ............................. ...... 199
• Conversor catalítico

, Atividades compl ementares........ 201


, Explorando o tema ................................ 204
• Biodiesel

Equilíbrio químico ..................................................................................................................... 206


Capítulo 8 Capítulo 10
, Processos reversíveis .... . 208 , Hidrólise salina e produto
Processos reversíveis de solubilidade.................................. .... .241
e processos irreversíveis.......................... 209
Hidrólise s a lina ............................................ 242
Estudo gráfico e constante de
equilíbrio dos participantes de Sais de ácidos fortes
uma reação reversível. ........... ..... . ... 210 e de bases fracas ... ..... ............ . ..... 242
Grau de equilíbrio a .................................... 212 Sais de ácidos fracos
e de bases fortes ........................................ 243
Atividades ................................................... 220 Sais de ácidos fracos
Oficina de Química .................................. 222 e de bases fracas .. .. ............................ 243
• Garrafa azul Sais de ácidos fortes
e de bases fortes ........................................ 244
Aqui tem Química ............................ 224
• Lentes fotocromáticas
Atividades ............................................. .... 246
Produt o de solubilidade ...................... 247
Capítulo 9 Efe ito do ío n comum
, Equilíbrios iônicos e so lub ilid ade... . . ... ................ . .... 249
em meio aquoso.... .. ........................ 225 Solução-tampão. ... ............................ 250

Co nsta ntes de ioniz a çã o Atividades .................................................... 254


e de dissociação ................................... 226
Oficina de Química.. ..................... 256
l e i da d iluição d e Ostwa ld.. .. ....... 229 • Testando variações
Efei t o do íon comum. 230 de pH em soluções

Equilíbrio iônico da água ...... .. ........... 231 Aqui tem Quím ica .... .. ................... ___ 258
Equilíbrio iônico da água em • Cálculos rena is
soluções ácidas, básicas e neutras ....... 232
pHe pOH........................................ 233 , Atividades compl ementares........ 260
Atividades. ..... ....... ........................... 237 , Explorando o tema... ...................... 264
Aqui tem Química ............................... 240 • Corais
• Acidez estomacal

Ampliando seus conhecimentos ..................................................................................... _.. 266


Bibliografia .... . .. ... .. ... .. ... .. .................. ..... ........................ .. . .269
Respostas das atividades complem entares... .. .................... ..... ...................... ...270
Tabela periódica dos elementos ............................................................... 272

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Em geral, considera-se que a polui-
ção seja uma alteração no ambiente
causada pelo ser humano por meio da
emissão de substâncias tóxicas no ar, na
água e no solo, as quais podem afetar de
forma negativa os seres vivos e o ambiente
em que vivem. Podemos citar como exem-
plos a diminuição na concentração de gás
oxigênio utilizado na respiração, a morte de
seres vivos que fazem parte da cadeia ali-
mentar, entre outros prejuízos.
Por outro lado, considera-se contaminado o
ambiente que apresenta seres patogênicos
ou substâncias cuja concentração seja noci-
va ao ser humano e a outros animais.
Dessa forma, tanto as partículas em suspen-
são no ar quanto os gases tóxicos acabam ge-
rando consequências diretas sobre o nosso
bem-estar, classificando tais condições como
poluição. Contudo, parte considerável dos cien-
tistas acreditam que o aumento da quantidade
de dióxido de carbono na atmosfera não pode
ser considerado contaminação, pois esse gás
não é potencialmente tóxico ao ser humano.
@ Em sua opinião, a que se deve grande
parte da poluição do ar nas grandes
cidades, como a apresentada na foto-
grafia?
@ O que poderia ser feito para minimizar o
impacto apontado na resposta anterior?
© Em geral, que materiais compõem a
poluição?
@ A poluição e a contaminação do ar podem
causar diversos danos à saúde humana
e, inclusive, causar mortes, como visto na
legenda da fotografia da página 1O. Que
consequências no organismo humano
podem ocorrer pela presença de gases
que poluem e contaminam o ar?
Veía as respostas destas questões nas
Orientações para o professor.

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o A. Com aproximadamente 0,9% em volume do ar, o gás argônio (Ar) é o gás
3 nobre presente em maior quantidade no ar atmosférico.
-~
e. B. Em termos gerais, o ar é incolor, insípido e inodoro, tem massa, exerce
rn pressão sobre os corpos, ocupa lugar no espaço, apresenta volume variável
u
(alta compressibilidade e expansibilidade) etc.
Entre os séculos XVII e XVIII o ser humano já conhecia diversas técnicas de manipu-
lação de materiais, mas pouco sabia ainda de sua composição ou natureza. A natureza
do ar estava sendo estudada a partir da química pneumática e, em 1776, o cientista
inglês Henry Cavendish (1731 -1810) notou que o gás hidrogênio era menos denso que o
ar atmosférico. A partir dessa constatação, foram criados os balões de hidrogênio e,
mais tarde, os balões de ar quente e os aviões. Isso foi possível graças aos conheci-
mentos científicos desenvolvidos no decorrer dos tempos.
Atualmente, estudos revelam que o ar atmosférico seco é resultado de uma mistura
de gases, vapor de água, poeira e microrganismos. Em média, apresenta em sua
composição 78% em volume de gás nitrogênio (N2 ), 21% em volume de gás oxigênio
(02 ) e 1% em volume de outros gases, entre eles, os gases argônio (A r) e dióxido de
carbono (co 2 ).
Gravura de
Henry Cavendish. @ Dos gases citados, qual deles você classificaria como gás nobre?

@ Cite algumas propriedades do ar atmosférico.

© Qual é a importância do conhecimento acerca da composição, natureza e pro-


priedade do ar atmosférico?
Com o "domínio do ar", o ser humano pôde avançar em seu desenvolvimento, com relação
ao deslocamento, às pesquisas espaciais etc.
12

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Teoria cinética dos gases


Na página anterior, vimos a composição, em porcenta-
gem, de alguns gases presentes no ar atmosférico. Além de
gases, o ar que respiramos apresenta vapor de água, poeira
e microrganismos.
Em termos gerais, o ar é incolor, insípido e inodoro, tem
massa, exerce pressão sobre os corpos, ocupa lugar no es-
paço, apresenta volume variável, entre outras características.
A uma dada pressão, um determinado material pode se
apresentar nos estados físicos sólido, líquido e gasoso. Nas
imagens ao lado, são representados os três principais esta- sólido Líquido gasoso
dos físicos da matéria.
Vamos considerar três recipientes com água nos diferentes
estados físicos: um recipiente com metade de sua capacidade
com gelo, outro com metade de sua capacidade com água no
estado líquido e um recipiente com água no estado gasoso.

1 Se inserirmos uma espécie de t ampa em cada um des-


ses recipientes e exerce rmos uma pressão, em qual
deles conseguiremos comprimir o material com mais
faci lidade? Por quê?
Em geral, as partículas dos gases são constituídas por molé-
culas e os gases nobres são formados por átomos. No entanto,
suas partículas se encontram muito afastadas umas das outras. Estados fís icos básicos da matéria.

Em relação aos estados sólido e líquido, as molécu las (ou átomos) dos gases apre-
sentam maior movimentação (maior energia cinética). A distância entre suas partículas
As partículas ilustradas são
e a energia cinética (média) explicam sua compressibilidade e expansibilidade. Dessa representações de modelos.
As cores são ilustrativas e as
forma, os gases ocupam totalmente o volume (a capacidade) do recipiente em que proporções não correspondem
às reais.
estão confinados.
1. No recipiente com
2 O que acontece com o ar presente em um balão de fest a quando o estouramos? água no estado gasoso.
Quando estouramos um balào de festa, o ar presente em seu interior se espalha P.ara o ambiente. Entre outros fatores,
No esquema a seguir, é representado um sistema com dois balões interligados por isso ocorre devido ao
, , afastamento entre suas
uma valvula, cada um deles contem gases diferentes. Para representar essa diferença, partículas constituintes.
as esferas estão com cores diferentes. Assim, a uma mesma
pressào, o afastamento
Após a abertura da válvula, ocorre uma difusão gasosa. das partículas no estado
gasoso é maior que no
estado líquido.
válvula fechada válvula aberta

difusão gasosa

Esquema que representa a difusão gasosa.

As partículas gasosas difundem-se entre si em quaisquer proporções, formando


sistemas homogêneos. Quando estão em um recipiente fechado, a quantidade de par-
tículas do gás é constante .
3 Em um ambiente aberto, o q ue acontec e com o vol ume de um gás ao alterar sua
Este esquema é uma
tem peratura? E em um recipiente fechado? Em um ambiente aberto, o volume do gás representação, e as esferas
aumenta. Num recipiente fechado, o volume do gás permanece o mesmo. com os vetores representam a
movimentação dos gases em
4 Em sua opinião, qual é a relação entre a velocidade das moléculas de dois gases cada balão. As cores utilizadas
com massas molecu lares diferentes, ambos na mesma temperat ura? têm como objetivo dfferenciar
os gases de cada balão.
Resposta pessoal. Espera-se que os alunos compreendam que, na mesma temperatura, o
gás de maior massa molecular terá a menor velocidade.
Estudo dos gases ideais 13

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As partículas dos gases estão em contínuo movimento aleatório, apresentando
vibração, rotação e translação. Assim, possuem energia cinética. O cálculo físico da
energia cinética Ec pode ser dado por:
m·v 2
Ec=---
2
em que m representa a massa da partícula e v. sua velocidade.
No sistema internacional, a energia cinética é medida em Joules (J), no qual a mas-
sa é representada em quilogramas (kg) e a velocidade, em metros por segundo (m/s).
Ao aumentar a temperatura de um sistema gasoso, maior será a velocidade das
Os gases estão em
partículas gasosas que o constituem, e maior será a energia cinética. Assim , num re-
contínuo movimento cipiente de volume variável, ele tenderá a se expandir, ocupando maior volume.
aleatório (caótico) e
ocupam todo o volume
do recipien te.

Os esquemas são
representações e as esferas
com os vetores representam a _,,.
movimentação dos gases no o o o- Esquema que represent a
recipiente. As cores utilizadas
• /o
o aumento de velocidade
não correspondem às reais.
·/ das partículas gasosas ao
o '? aumenta r a temperatura
o o o o o
do sistema gasoso.

As partículas gasosas, dotadas de alta energia cinética, colidem umas com as ou-
tras e também com as paredes do recipiente que as contêm. Dessa forma, forças são
aplicadas sobre as paredes (superfície), gerando, assim, a pressão gasosa.
Estudos físicos sobre a teoria das colisões consideram que os choques das partí-
culas dos gases (ideais) são perfeitamente elásticos, não havendo, assim, variação da
energia cinética do sistema. A abord?gem sobre gase~ !deais :ie.rá feita
Temperatura absoluta:
com mais detalhe nos prox1mos top1cos.
temperatura que não Quanto maior a temperatura de um sistema, maior a velocidade das partículas que
depende de medida nem
o constituem e maior a energia cinética delas. Portanto, considera-se que a energia
da substância ou da
propriedade utilizada cinética média de um gás é diretamente proporcional à temperatura absoluta (tempe-
para medi- l a. De forma
geral, a escala de medida
ratura termodinâmica), e não depende das massas moleculares. Assim, de acordo
com a cinemática dos gases temos:
=+
utilizada é a Kelvin.

Ec RT
em que:
R é a constante dos gases ideais;
T é a temperatura (em kelvin).
Sendo a temperatura proporcional à energia cinética {média) das partículas gasosas,
considera-se que, a uma dada temperatura, diferentes gases apresentam energia ciné-
tica média igual. No entanto, não se deve confundir energia cinética média igual e ve-
locidade igual. Há partículas de gases que apresentam maior massa que outras, e
consequentemente, a uma mesma temperatura, suas velocidades serão menores. Con-
sidere, por exemplo, o gás carbônico e o hidrogênio a uma mesma temperatura. Assim :

Gás carbônico (co 2 ) Gás hidrogênio (H2 )


Massa molecular: 44 u Massa molecular: 2 u
Massa molecular: C0 2 > H 2

Velocidade (média): C0 2 < H 2


t
Energia cinética (média): C0 2 = H2

Temperatura: C0 2 = H2

14

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Por meio das informações apresentadas no quadro, podemos
conc luir que a massa molar do gás carbônico é maior que a do gás


hidrogênio e, com isso, sua velocidade de difusão ou efusão é me-
nor. De forma geral, quanto menor a massa molar de um gás, mais
fácil é para ele realizar a difusão ou a efusão.
Por exemplo, se tivermos dois recipientes fechados, em mesma
temperatura, dos quais um contenha gás carbônico e o outro, gás
hidrogênio, e ambos forem abertos ao mesmo tempo, a difusão do
gás hidrogênio ocorrerá mais rapidamente.
Tanto a distância entre as partículas quanto o movimento aleatório
contínuo, a expansibilidade e compressibilidade, a temperatura, a ener-
gia cinética e a pressão gasosa são grandezas físicas importantes para
a construção do modelo explicativo do comportamento dos gases.

Recipiente co ntendo
Gases ideais e gases reais gás hidrogênio.

5 Como um gás real submetido à alta temperatura pode exercer baixa pressão?
A denominação gás real pode ser utilizada para qualquer gás que esteja presente
em nosso cotidiano (sistema prático). Em determinadas condições, um gás real pode 5. As partículas
gasosas submetidas a
sofrer transformações isotérmicas, isocóricas, isobáricas e adiabáticas. altas temperaturas
apresentam alto grau
Para fins de estudo (sistema teórico) o modelo do comportamento de um gás ideal de agitação. Assim ,
o descreve como um gás de alta temperatu ra (tT) e baixa pressão (tP), em que as para haver baixa
pressão, é necessário
partículas (átomos ou moléculas) estão espaçadas e com alta velocidade média, pos- que a quantidade de
partículas do gás
sibilitando a interação elástica entre elas e impedindo a perda de energia cinética. presentes no sistema
seja pequena.
De forma geral, um gás ideal apresenta características particulares. Veja algumas delas:
• É composto por partículas de tamanho desprezível.
• Possui força de interação nula, pois as partículas estão bem afastadas.
• Nele ocorre interação apenas nas colisões, que são perfeitamente elásticas.
• Após as colisões entre as partículas, não há perda de energia na forma de calor.
Para que um gás real se torne próximo de um gás ideal, sua pressão deve ser redu-
zida e sua temperatura aumentada. Quando um gás real rarefeito (apresenta pequena
quantidade de partículas gasosas) é submetido à alta temperatura e baixa pressão, seu
comportamento se aproxima do modelo de comportamento de um gás ideal.

gás real _ t_T_ gás ideal (perfeito)


LP

Os gases reais
Transformações gasosas consideram os
valores das pressões
Como já vimos, os gases são altamente compressíveis e expansíveis, assim, ocupam dos gases devido ao
toda a capacidade do recipiente (volume total). Ao estudar um sistema gasoso, em geral, efeito das forças
medimos a temperatura, a pressão, o volume e a quantidade de matéria (número de mol). intermoleculares, e
também o volume do
A temperatura, a pressão e o volume definem o estado de um gás. Se houver va- gás devido ao efeito
riação de qualquer uma dessas três grandezas, considera-se que houve transformação dos volumes
de estado do gás. Essas transformações são estudadas em recipientes fechados e, moleculares. A
nesses casos, o número de partículas gasosas se mantém constante. É bastante co- equação de van der
Waals considera
mum, durante o estudo das transformações gasosas, os pesquisadores manterem esses efeitos para
constante uma das grandezas que definem o estado do gás e observarem as varia- cálculo através de
ções das demais. constantes que
devem ser
O estudo aprofundado do comportamento dos gases possibilitou o estabelecimento de determinadas
algumas leis dos gases. Assim, as transformações gasosas envolvendo mudanças de experimentalmente
estado do gás podem ser isotérmicas, isobáricas ou isocóricas. para cada gás .

Estudo dos gases ideais 15

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A IUPAC adota o kelvín K Transformacão
, isotérm ica
como unidade de
temperatura
Do grego iso = iguale thermo = calor, a palavra isotérmica indica que a temperatu-
termodinâmica, ra é constante. Nas transformações isotérmicas, a temperatura do gás é mantida cons-
também denominada tante e a pressão e o volume são variáveis.
temperatura absoluta.
Essa também é a 6 O que deve ocorrer com a pressão de um sistema gasoso, o u seja, um recipiente
unidade adotada pelo vedado cheio de ar, mantido a uma temperatura constante, ao ter seu volume
diminuído? A pressào deve aumentar. Pressào e volume
Sistema Internacional sào grandezas inversamente proporcionais.
de Unidades (SI). Por exemplo, se pegarmos uma seringa, tirarmos a sua agulha, afastarmos o êmbo-
lo até o zero, vedarmos a saída de ar e aplicarmos diferentes forças sobre o êmbolo,
produziremos diferentes pressões. Esquematicamente, é possível representar essa si-
tuação da seguinte maneira:
A uma temperatura constante, com a saída de ar devidamente vedada (quantidade
de partículas constante). comprova-se que, quanto mais se aperta o êmbolo (maior
pressão externa), maior é a pressão e menor é o volume ocupado pelas partículas do
gás dentro da seringa.

8V situação 1

4V situação 2

2V situaçào 3

V situação 4

Esquema que representa diferentes pressàes


aplicadas em uma seringa (devidamente vedada).

Os dados relativos às quatro Variação do volume de um


situações desse experimento gás no interior da seringa
podem ser representados em
um quadro e também em um
A cor azU no gráfico gráfico. Veja a seguir.
representa o gás no interior da
seringa. Usou-se esse recurso
para melhor visualização do
8V
Situação Pressão Volume
volume do gâs.

p 8V

4V
2 2 p 4V
2V
3 4 p 2V V
o
Ao Lançar num gráfico 4 8P V
os dados da pressão P Fonte: grâfico desenvolvido pelos autores.

do volume V em cada
uma das quatro
Nas quatro situações do experimento, o produto entre os valores da pressão e do
situações, obtém-se volume é constante. Assim:
uma curva (uma • situação 1: P · 8 V= 8 P · V • situação 3: 4 P · 2 V= 8 P · V
hipérbole)
denominada isoterma, • situação 2: 2 P · 4 V= 8 P · V • situação 4: 8 P · V ;;;;: 8 P · V
pois trata -se de uma Observa-se que quando uma das grandezas aumenta a outra diminui proporcionalmen-
transformação te, assim, comportam-se como grandezas inversamente proporcionais. De acordo com a
isotérmica.
Matemática, quando duas grandezas variam de forma inversamente proporcional, o pro-
Os valores relatívos
duto entre elas é uma constante.
aos produtos (P · V) de
cada situação são Dessa forma, o produto (P · V) corresponde a uma constante de proporcionalidade k
iguais entre si. que, nas quatro situações apresentadas, é igual a (8 P · V). Logo, (P · V);;;;: k.

16

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O estudo das transformações isotérmicas foi iniciado pelo químico inglês Robert Boyle
(1627-1691 ), que, em 1662, ao fazer experimentos com sistemas gasosos fechados à tempe-
ratura constante, estabeleceu a relação entre pressão e volume. Alguns anos mais tarde,
em 1676, o físico francês Edme Mariotte (1620-1684) refez os experimentos de Boyle e os
divulgou, o que rendeu créditos aos dois. Esses estudos possibilitaram elaborar a lei das
transformações isotérmicas, também conhecida como lei de Boyle-Mariotte.
Veja o que diz um enunciado dessa lei.

Em um sistema fechado à temperatura constante, o volume ocupado por uma


determinada quantidade de um gás (numero de mols) é inversamente proporcional
à sua pressão.
Gr avura de Robert Boyle.
Para uma transformação isotérmica que ocorra em um sistema gasoso fechado,
tem -se q ue (P · V) = k. Se aplicarmos essa relação entre duas situações 1 e 2, teremos:
7. Sim , pois ao diminuir o volume, mantendo-se a temperatura constante, as partículas gasosas
terão a mesma energia cinética e haverá
maior número de choques contra as P 1 · V 1 = P2 · V2
paredes desse recipiente, aumentando a pressão.
7 Segundo a lei de Boyle-Mariotte, para transformações isotérmicas em recipientes
fechados, ao aumentar a pressão sobre um sistema gasoso, o seu volume diminui.
Essa lei também é válida para a ação oposta? Ou seja, em recipientes fechados,
ao diminuir o volume, a pressão sobre o sistema gasoso aument a?
No gráfico ao lado, são apresentadas três
Variação da pressão de um gás
isotermas distintas, nas quais aumentou-se o com o aumento do volume
volume do gás. Podemos notar que, ao au -
Pressão
mentar o vo lume, a pressão diminui. Grav ur a de
Edme M aríotte.
Os pontos que compõem cada isoterma
apresentam produto (P · V) = k e indicam tem -
peraturas iguais. lsoterma: subst ância
p .•
que mantém sua
Cada curva isoterma apresenta constante de ' tem peratura constante,
proporcionalidade diferente. A relação entre es- mesmo quando há
var iação de p ressão e
sas constantes pode ser dada por k 1 < k 2 < k 3 . volume.
Então, nessas isotermas, a relação entre as P,
temperaturas é T 1 < T 2 < T 3 . o ~ - + - - - - - - ~ - - - - - + Volume
v, v,

/ Atividade resolvida \
R1 Considere que, na temperatura de 300 K, uma bolha de ar de vo lume igual a 4 cm3 foi
2
formada no fundo do mar, em uma profundidade onde a pressão é igual a 5 · 10 kPa.
Se a temperatura permanecer constante, qual será o volume final dessa bolha ao
2
atingir a superfíc ie do mar, local em q ue a pressão é 1 · 10 kPa?
Res.oluç.ão
P 1 é a pressão no fundo do mar; P 2 é a pressão quando a bolha atingir a superfíc ie;
V 1 é o volume inic ial da bolha; V 2 é o volume final, quando a bolha at ingir a
superfíc ie.
Para a resol ução desta atividade, faremos a mudança de unidade de kPa para Pa.

1 kPa corresponde a 1 O~O Pa, ~u seja , 1 kPa é o m esmo que 1Ó 3 Pa.

5 3 5
P, = 5 · 1O Pa; V 1 = 4 cm ; P 2 = 1 · 1O Pa; V2 = ?
5 5
P 1 - V 1 =P2 - V2 : .5 - 10 · 4=1 - 10 -V 2

20 · 105
V2 = - - -5- :. V2 = 20cm3
1 · 10

Estudo dos gases ideais 17

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Transformacão
, isobárica
Do grego iso = igual e baros = pressão, a transformação isobárica significa que a
pressão se mantém constante. Nas transformações isobáricas, a pressão do gás é
mantida constante e a temperatura (termodinâmica) e o volume são variáveis. Em geral,
sistemas abertos estão sujeitos à pressão atmosférica local.
Considere um balão elástico e vazio, fixado na boca de uma garrafa PET. Primeira-
mente, essa garrafa será parcialmente imersa em água quente. Depois, deverá ser
retirada da água quente e colocada parcialmente imersa em água fria com gelo.

Garrafa PET
com balão preso
- - - - - - - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - ~ à sua boca.
1 Sob a supervisão de
um adulto, você pode 8 O que você acha que acontecerá com o balão quando a garrafa for parcialmente
desenvolver esse imersa em água aquecida? Nesse caso, o balão inflará.
experimento e notar
os resultados obtidos. 9 E quando a garrafa for parcialmente imersa em água fria co m gelo?
Nesse caso, o balão murchará.
Para isso, providencie Os dados relativos às duas situações do experimento apresentado acima podem
os materiais
ser representados em um quadro e também em um gráfico. Veja a seguir.
necessár ios.

Situação Temper atu ra (K) Volume Variação do volume de um gás


com aumento da temperatura
Volume
Imerso em
água e gelo T, v,

Ao Lançar num gráfico Imerso em


os dados da água
temperatur a aquecida
termodinâmica Te do
volume V relativos às Ao dobrar a temperatura, o volume do gás também
T, T,
situações propost as, dobra.
obtém-se uma reta
denominada isóbara, Nas situações do experimento, o quociente entre os valores do volume e da tempe-
pois trata-se de uma ratura termodinâmica é constante. Assim:
transformação . _ . v2 2v 1 v2
isobárica . S1tuaçao 1 (agua quente): T =2T:.T= k
Os valores relativos 2 1 2

aos quocientes ( ~) Situação 2 (água fria com gelo): T, =V


k
de cada situação são
iguais entre si.
A l etra 1<, q ue aparece nas expressões acima, representa a
const an t e de proporcionalidade obtida sempre que se dividir
o volume do gás pela sua temperatura termodinâ mica.

18

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Observa-se que, quando uma das grandezas aumenta, a outra também aumenta
proporcionalmente, assim, elas comportam-se como grandezas diretamente propor-
cionais. Na Matemática, quando duas grandezas variam de forma diretamente pro-
porcional, o quociente entre elas é uma constante.
Dessa forma, o quociente ( ~ ) corresponde a uma constante de proporciona-
lidade (k) que, nas situações apresentadas, é igual a k. Logo, ~ = k.
Experimentalmente, essa constatação foi determinada pelo físico francês César
Charles (1746-1823) e pelo químico francês Joseph Louis Gay-Lussac (1778-1850), e
ficou conhecida como primeira lei de Charles e Gay-Lussac. O seu enunciado diz o
seguinte:
Gravura de César Cha rles.
Em um sistema submetido à pressão constante, o volume do gás é diretamente
proporcional à temperatura termodinâmica à qual está submetido.

Assim, como já visto, para uma transformação isobárica , tem-se que:

~=k.
T
Se aplicarmos essa relação entre duas situações inicial e final , teremos:
v1 v2
-=r,- - T2 '

em que a temperatura está em kelvin, pois é a temperatura absoluta (termodinâmica).


Gravura de Joseph
Louis Gay-Lussac.
/ Atividade resolvida \
R2. Um volume igual a 30 dm 3 de gás ozônio (0 3 ) a 25 ºC é aquecido a 621 ºC, à pressão
de 900 mmHg. Determine o novo volume desse gás em m 3 submetido à mesma p ressão.

Resolução
V 1 é o volume inic ial do gás :
T1 é a temperatura inic ial do sistema;
T2 é a temperatura final , após o aquecimento;
V 2 é o volume final do gás, após o aquecimento.
Para resolver a situação, precisamos converter a escala Celsius para a kelvin.

K =C + 273. Assim,
25 ºC corr esponde a K = 25 + 273 : . K = 298 K 621 ºC c:orresponde a K = 621 + 273 :. K = 894 K

V - 26 820 = 90 : . V 2 :;;;: 90 dm3 ou V 2 = 9 · 10-2 m 3


2 - 298

Transformacão
, isocórica
Do grego iso = iguaJ e khora = lugar, volume, a transformação isocórica ou isovolumétrica,
ou isométrica, indica que o volume se mantém constante. Nas transformações isocóricas, jAIUPAC adota o
o volume do gás é mantido constante e a temperatura (termodinâmica) e a pressão metro cúb ico ( m 3 )
são variáveis. como unidade de
vo lume.
Nessa transformação, o sistema é fechado, permitindo troca de energia, mas não
de matéria, entre o meio e o sistema.
1m3 :;;;:1 000dm 3 =
3
:;;;: 1 . ,o L
10 Por que nas latas de aerossóis há a indicação para não serem colocadas em in - 1L = 1 000 ml =
cineradores cujas temperaturas sejam próxim as a 700 ºC? Porque, ao aumentar a = 1 . 103 cm3
temperatura, o volume da lata praticamente nào varia, assim , a pressão interna aumenta e, num dado momento, ela explodirá.
Estudo dos gases ideais 19

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Considere um cil indro de volume fixo, hermeticamente fechado, no qual está aco-
plado um manômetro (um tipo de medidor de pressão) e um termômetro.
As particulas ilustradas são
representações d e modelos.
As cores são ilustrativas e as
Inicialmente, são medidas a temperatura absoluta T 1 e a pressão P 1 e, a segu ir,
proporções não correspondem
às reais.
esse sistema é submetido ao aquecimento. Ao final, são novamente medidas atempe-
ratura e a pressão, conforme mostram as ilustrações abaixo.

aquecimento

Esquema que representa um


cilin dro de volume fixo,
man ômetro h ermeticame nte fechado, manômetro

estado inicial s ubmetido a aquecimento. estado fin al

Os dados relativos às duas situações apresentadas no esquema acima podem ser


representados em um quadro e também em um gráfico. Veja a seguir.

Variação da pressão de um gás


com aumento da temperatura
Estado Temperatura (K) Pressão
Pressão

Inicial
P,

<
..,~
Final P, §
~
.!:!
i{i

À volume constante, ao se dobrar a t emperatura ,


O~ - - - - + - - - - ~ - - - + Tempemlln(I() i
T, T, j
a pressão do gás também dobra.

Nas situações do esquema, o quociente entre os valores da pressão e da tempera-


tura termodinâmica é constante. Assim:
Nesta obra, as p
constantes de
proporcionalidade serão
estado inicial: - 1- = k
sempre representadas
T, A letra k que aparece nas expressões ao Lado
pela letra k. representa a constante de proporciona lidade
P2 2P 1 P2 obtida sempre que div idir a pressão do gás pela
estado final: - -= - - : .T- = k
T2 2T 1 2 s ua temperatura termodinâm ica.
~ lançar num gráfico
os dados da Observa-se que, quando uma das grandezas aumenta, a outra também aumenta
temperatura
proporcionalmente, ou seja, elas, comportam-se como grandezas diretamente proporcio-
termodinâmica Te da
pressão P relativos nais. Na Matemática, quando duas grandezas variam de forma diretamente proporcional, o
aos estados inicial e quociente entre elas é uma constante.
~)
final, obtém-se uma
reta denominada Desst forma, o quociente ( corresponde a uma constante de proporcionalidade k.
isócora, pois trata- se Logo, -=r= k.
de uma
tra nsformação Experimentalmente, essa constatação foi feita levando em consideração resultados
isocórica . de experimentos, e ficou conhecida como a segunda lei de Charles e Gay-Lussac e
Os valores relativos seu enunciado ficou assim definido:
aos quocientes ( ~)
Em um sistema submetido a volume constante, a pressão do gás é diretamen-
de cada situação são
te proporcional à temperatura termodinâmica à qual está submetido.
iguais entre s i.

20

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Assim, para uma transformação isocórica, tem-se que:

--=r-
p - k
.
Se aplicarmos essa relação entre duas situações inicial e final, teremos:

P1
-- =--
P2

em que a temperatura está em kelvin, pois é a temperatura absoluta (termodinâmica).



11 Descreva o que ocorre com o valor da pressão no interior de um c ilindro de
volume fixo com gás, ao nível do mar e cuja pressão in icial é 20 atm , ao t er
aberta totalmente a sua válvula. Ao f inal , a pressão no interi or do cilindro será
igual a 1 atm? O valor da pressão decresce de 20atm até o valor da pressão atmosférica local, no caso, 1 atm. Ao
final, tem-se a pressão de 1 atm, pois o recipiente estâ aberto. Logo, na referida temperatura, as
pressões interna e
I Aferindo a pressão arterial externa se igualam.
A pressão arterial é aferida por meio de um esfig-
momanômetro. Esse equipamento é composto por um
manguito insuflável, um bulbo de insuflação e um afe-
ridor (manômetro).
Durante a aferição, com o manguito inflado, a cir-
culação sanguínea é momentaneamente interrompida.
Com o auxílio do estetoscópio, o médico escuta os bulbo de '
insuflação ········.
sons dos vasos sanguíneos, decorrentes do bombea-
mento do sangue pelo coração. Nesse momento, ele
verifica a pressão indicada no manômetro.

Médico aferindo a pressão


arterial de um pacient e.

/ Atividade resolvida\
R3. (Unicamp- SP) Uma garrafa de 1,5 litro, indeformável e seca, foi fechada por uma tam-
pa plástica. A pressão ambiente era de 1 atmosfera e a temperatura de 27 ºC. Em
seguida, essa garrafa foi colocada ao Sol e, após certo tempo, a t emperatura em seu
interior subiu para 57 ºC e a tampa foi arremessada pelo efeito da pressão interna.
a) Qual era a pressão no interior da garrafa no instante imediatamente anterior à ex-
pulsão da tampa plástica?

b) Qual é a pressão no interior da garrafa após a saída da tampa? Justifique.

Resolução:
a) P 1 é a pressão externa (ambiente); T 2 é a temperatura após o aquecimento ao Sol;
T 1 é a temperatura inicial (ambiente); P 2 é a pressão final após o aquecimento ao Sol.
Para resolver a situação, precisamos converter a escala Celsius para a kelvin.

P 1 = 1 atm; T 1 = 300 K; T 2 = 330 K; P 2 = ?

P, p2 1 p2
- -= - - => - - = - -
T, T2 300 330

330
P2 = 300 =1 ,1 :. P2 =1 ,1atm
b) Após a saída da tampa, as pressões interna e ext erna se igualam. Assim, como a
pressão ambiente é igual a 1 atm, a pressão final no interior da garrafa passará a
ser igual a 1 atm.

Estudo dos gases ideais 21

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Atividades ~~ Resolva as atividadas no caderno.

1. O ar atmosférico é uma substância ou uma mis- 1) Ele pegou um tubo de vidro, com as duas
tura? Justifique sua resposta explicando qual é extremidades abertas, devidamente limpo e
a composição do ar atmosférico. seco (com comprimento aproximado de 60
cm) e fixou -o horizontalmente em um supor-
Z. Os gases são formados por substâncias molecu- te universal (veja a ilustração).
lares ou atômicas que sofrem grandes variações
li) Simultaneamente, colocou em uma de suas
de volume ao serem submetidos a diferentes
extremidades um chumaço de algodão ume-
pressões, e tendem a ocupar toda a capacidade
decido com cloreto de hidrogênio ( Hce(g))
do espaço em que estão.
e, na outra extremidade, um chumaço de
a) Cite o nome das duas propriedades caracte - algodão com gás amônia (N H 3 (g)) e vedou
rísticas dos gases que justificam os fatos as extremidades do tubo com rolhas.
relatados no enunciado.
Ili) Após determinado tempo, notou a formação
b) O estado do gás é caracterizado pelos valores de um anel branco no tubo de vidro.
relativos de três grandezas. Esse conjunto de
Com base no experimento, responda às ques-
grandezas é denominado variáveis de estado
tões:
do gás. Quais são essas grandezas? Cite as
a) Qual deve ser a substância formada no anel
suas unidades no SI.
branco descrito no texto? Justifique sua res-
posta. Sugestão: monte a equação química
da reação ocorrida.
Pesquise sobre o func ionamento dos motores b) O que ocorre com as moléculas dessas subs-
dos automóveis, como o motor de combustão tâncias no interior do tubo de vidro?
de quatro tempos (motor 4T). Explique a relação
e) Por que o anel branco tende a se formar na
entre propriedades de compressibilidade e ex-
região mais próxima da molécula do chuma-
pansibilidade dos gases e o funcionamento do
ço com cloreto de hidrogênio?
motor de combustão.
5. A ilustração a seguir apresenta dois gráficos que
expressam o comportamento de uma massa fixa
de um gás ideal ao sofrer transformações gasosas.
Um professor, devidamente equipado com ócu-
los de proteção, luvas, jaleco de mangas com- (D
pridas e sapatos fechados, realizou o seguinte
experimento em uma capela do laboratório de
Química:

10 20 30

HCf(g)
@

rolha formação de
anel branco

Com base nos dados dessa ilustração, responda


às questões:
a) Quais são as transformações gasosas envolvidas
nas representações dos experimentos 1 e 2?
b) Estudos das propriedades e dos comportamen-
@ Importante: não tente reproduzir esse e)(peri mento sem o tos dos gases permitiram estabelecer leis.
acompanhamento de um profissional habilitado, e sem os
equipamentos de proteção e em ambiente não ventilado, Quais são as interpretações acerca das gran-
pois são manipuladas substâncias perigosas. Em hipótese dezas variáveis e da grandeza constante em
alguma tente reproduzi - lo em sua residência.
cada um dos experimentos?

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Equação geral dos gases perfeitos


Em inúmeras transformações gasosas, há variação simultânea de temperatura,
pressão e volume. Assim, tem-se uma transformação genérica e, nesse caso, para fins
de cálculos, utilizamos a equação geral dos gases perfeitos.
As leis de transformações gasosas isotérmicas, isobáricas e isocóricas mostram
que, para uma massa fixa de gás:
• as grandezas pressão e volume são inversamente proporcionais, logo, P · V = k ;
• as grandezas volume e temperatura absoluta são diretamente proporcionais,
logo , :!_=
T k·,

• as grandezas pressão e temperatura absoluta são diretamente proporcionais,


p
logo, T = k.

Juntando-se as relações obtidas, tem -se, genericamente, P ~ V = k. Essa relação


geral guarda as relações direta e inversamente proporcionais entre as grandezas tem -
peratura, pressão e volume. Assim, para os estados inicial e final de uma massa fixa
de gás, genericamente, tem-se:
p 1 . v, P2 · v 2
estado inicial: - - - = k estado final: - - - - = k
T, T2
Logo, para uma massa fixa de gás, obtém-se a equação geral dos gases:

P 1 · V,
T1 T2

em que a temperatura está em kelvin.

Equação de estado dos gases


Durante o nosso estudo sobre os gases, vimos que as transformações sofridas por
uma quantidade constante de partículas gasosas (massa fixa de gás) apresentam a
relação P ~ V = k, e que essa constante de proporcionalidade k depende da quantida-
de de matéria do gás, ou seja, o seu número de mal.
A constante de p roporcionalidade será representada por R, quando a quantidade
de matéria for igual a 1 mal. Dessa forma, nas Condições Normais de Temperatura e
Pressão (CNTP), tem -se:
5 Mol
P = 1 atm ou 760mmHg ou 1,01325 -10 Pa
O mol, que traduzido do latim significa mole e/ou
T = 273K ou OºC
quantidade, foi utilizado inicialmente pelo químico
O volume de 1 mal de gás nas (CNTP) é 22, 4 Limai Wilhem Ostwald (1853-1932), em 1896. Ele refere-
p.v -se à quantidade de moléculas; à massa molecular,
em que: - T- = k em gramas de um elemento; e ao volume ocupado
por um gás nas Condições Normais de Temperatura
Assim, ficamos com : ( ) e Pressão (CNTP). Ficou estabelecido que:
(1 atm) · 22, 4 L/mol 23
p.v • quantidade: 1 mol corresponde a 6, 02 · 1O molé-
- T- = R :. R = 273 K culas;
_, _, • volume: 1 mol corresponde a 22,4 L nas CNTP.
Logo, R = 0,082atm · L . mal .K

• Se, nas CNTP, a unidade de pressão estiver em mmHg, obtém-se:


-1 -1
R = 62, 3 mmHg · L · mo 1 · K
• Se, nas CNTP, a pressão estiver pascal Pa. obtém-se:
3 -1 -1
R = 8, 31 · 10 Pa · L · mo 1 · K
Assim, genericamente, para n mal de gás, obtém -se a equação geral da Lei dos
gases ideais, dada por:
P ·V = n · R · T ······ equação geral dos gases

Estudo dos gases ideais 23

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/ Atividade resolvida \

R4. À qual temperatura deve ser aquecido um balão de vidro aberto de maneira que ! do
gás nele contido, a 27 ºC, seja expulso?

Resolucão
T1 = 300 K; n 1 = n; n 2 -- _1 •
4 n, T 2 = ?
Como o balão de vidro está aberto, a pressão do sistema é a pressão atmosférica
local P e o volume é (praticamente) o mesmo do balão V . Assim, considera-se que
houve uma variação do número de mal contido no balão ao se variar a temperatura.
Dessa forma , devemos comparar as duas situações: antes do aquecimento 1 e depois
do aquecimento 2.

aquecimento

T2 = 7
T1 = 300K 1
n1 =n n2 = 4n
P, = p p2 = p
V1 = V V2 =
V

Situação 1: P 1 · V 1 = n , · R · T 1 Situação 2: P 2 · V 2 = n 2 · R · T 2
_, _,
Observe que P e V são constantes e o valor de Ré fixo e igual a O, 082 atm · L . mo 1 . K .
Logo: n 1 . T 1 = n 2 · T 2•
Substitu indo-se os valores na relação obtida, tem-se:
n 1 -T 1 = n 2 -T 2
J(-300 = 41 l)·<T2 =? 300 = 41 ' T2 =? T2 = 4- 300 = 1200 :. T2 = 1 200K ou T2 = 927 ºC

Misturas gasosas
As misturas de gases são monofásicas e o ar que
respiramos é um exemplo disso. Formado apenas
por gases, o ar seco e filtrado é um sistema homo-
gêneo e, em geral, apresenta a seguinte composição
. .
média:
O gás oxigênio (Oz(g)) é
fundamental par a
alguns processos %em mol na
Composição do ar
mistura gasosa (ar)
vitais, ent re eles a
respiração da maioria Gás nitrogênio (N2 ) 78
dos seres v ivos. Por
meio da fotossíntese, Gás oxigênio ( 0 2) 21
as plantas e algas
liberam gás oxigênio, Gás argônio (Ar)
possibilitando sua
renovação.
Nossa respiração
O gás nitrogênio (Ni(g))
é fundamenta l para a Geralmente, a cada 24 horas, mais de 10 mil litros de ar
vida na Terra, pois faz entram e saem de nossos pulmões. Nesse período, os pul-
parte da composição mões absorvem entre 450 e 500 L de gás oxigênio e expelem
das proteínas e de 400 a 450 L de gás carbônico.
moléculas pr esentes
Pessoa resp ira ndo.
em organismos vivos.

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Pressão parcial (Lei de Dalton)


Se consid erarmos que, ao nível do mar, a pressão atmosférica é igual a 1 atm, po-
demos estimar que, ao nível do mar:
• a pressão parcial do gás nitrogênio (N 2 ) é de 0,78 atm;

• a pressão parcial do gás oxigên io (02 ) é 0 ,2 1 atm;


• a pressão parcial do gás argônio (Ar) é 0 ,01 atm.
Dessa forma, a pressão total de uma mistura gasosa, que, nesse caso, é o ar at-
mosférico, ao nível do mar, corresponde à soma das pressões parciais de seus com -
ponentes.
Assim, para o ar atmosférico, tem -se: PT = P N2 + P 02 + PAr·
Em 1801, o químico e físico inglês John Dalton ("1766-1844) estabeleceu a re-
lação entre a pressão total e as pressões parciais dos gases, que é conhecida
como lei das pressões parciais ou lei de Dalton para as pressões parciais.

n
PT = l:Pi assim, PT = P 1 +P 2 + .. . +Pn
i=1

Essa lei pode ser enunciada da seguinte maneira:

Em uma mistura gasosa, a pressão de cada componente Pi é independente da


pressão dos demais. Logo, a pressão total PT é igual à soma das pressões Gravura de John Dalton.
parciais dos componentes dessa mistura.

Observe que, se aplicarmos a equação de estado para cada um dos gases que
compõem a mistura gasosa, teremos:

P ·V = n · R · T ou P = n . _B__:_I_
V
, R·T , -
Assim, para o gas 1, a p ressão parcial é P 1 = n, · -V-; para o gas 2, a pressao
parcial é P 2 = n 2 . --6..i etc.
V

A pressão parcial de um componente gasoso corresponde à pressão que ele


exerceria se estivesse sozinho, ocupando o volume da mistura (volume total) e na
mesma temperatura que ela. A pressão parcial exercida por um gás numa mistura
gasosa é diretamente proporcional ao seu número de mol.

O número de mol total dos gases de uma mistura nr é dado por


nT = n , + n 2 + ... + nn. Logo:

A razão entre o número de mal de um componente gasoso ni e o número de mol


total da mistura nr é conhecida como fração molar desse componente ou fração em
mal desse componente FMr Essa fração molar pode ser dada por:

Assim, considerando-se a fração molar de um componente gasoso em uma mistura


A soma das frações
FM i, sua pressão parcial Pi e sua pressão total Pr é possível estabelecer a seguinte m olares dos
pi com ponentes de uma
relação FMi = T Logo: Pi = FMi · PT m istura gasosa é
T
igual à unidade.

Est udo dos gases ideais 25

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Pressão parcial e nossa respiração
Na mistura gasosa (ar atmosférico), as pressões parciais de cada gás determinam o movi-
mento do gás oxigênio e do gás carbônico entre a atmosfera, os pulmões, o sangue e as cé-
lulas corporais. Os gases se propagam de uma região de maior pressão parcial para outra de
menor pressão parcial.

Pressões parciais (em mmHg) de alguns gases à pressão barométri ca de 750 mmHg

Po, Pco, PN, PH,o

Ar seco 159 0,3 601 o


Ar inspirado 149 0,3 564 47
Ar alveolar 104 40 569 47
Ar expirado 120 27 566 47

Volume parcial (Lei de Amagat)


Da mesma forma que fizemos no estudo da pressão parcial, se considerarmos que
um sistema gasoso apresenta volume total igual a 100dm3 de ar atmosférico, é pos-
sível estimar que:
• o volume parcial do gás nitrogênio {N2) é 78dm3 ;
• o volume parcial do gás oxigênio (02) é 21 dm3 ;
• o volume parcial do gás argônio (Ar) é 1 dm3 .
Dessa fo rma, o volume total de uma mistura gasosa, que nesse caso é o ar
atmosférico, é a soma dos volumes parciais de seus componentes.
Assim, para o ar atmosférico, tem -se: VT = V N 2 + V02 + VAr·
A relação entre o volume total e os volumes parciais dos gases, que é co-
nhecida como lei dos volumes parciais ou lei de Amagat para os volumes
parciais foi estabelecida pelo físico francês Émile-H ilaire Amagat {1841-19 15).
n
VT = L viassim, VT = v,+V2 + .. . +Vn
i=1

Essa lei pode ser enunciada da seguinte maneira:

Em uma mistura gasosa, o volume total VT é igual à soma dos volumes


parciais dos componentes dessa mistura.

Émile-Hilaire Observe que, se aplicarmos a equação de estado para cada um dos gases que
Amagat. compõem a mistura gasosa, teremos:
R·T
P · V = n · R · T ou V = n- - -
p

Assim. para o gás 1, o volume parcial é V 1 = n 1 · R ~ T ; para o gás 2, o volume


parcial é V 2 = n2 . R ~ T etc.

O volume parcial de um componente gasoso corresponde ao volume que ele exer-


ceria se estivesse sozinho, ocupando a pressão da mistura (pressão total) e na mes-
ma temperatura que ela. O volume parcial ocupado por um gás em uma mistura
gasosa é diretamente proporcional ao seu número de mol. Logo:

R-T
VT = nT -- p -

Se considerarmos a fração molar de um componente gasoso em uma mistura FM;, seu


volume parcial V; e o seu volume total VT é possível estabelecer a seguinte relação
vi
FMi = - -. Logo: Vi = FMi · VT
VT
26

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/ Atividade resolvida \

RS. Um balão fechado contém 320 g de dióxido de enxofre


(0 2 ) e 48 g de gás hélio (He).
Considere as seguintes massas atômicas: S = 32 u; O= 16 u; He = 4 u.
a) Determine as frações molares de cada componente dessa mistura gasosa.
b) Determine as pressões parciais de cada um dos gases que compõem a mistura
gasosa, sabendo-se que a pressão total é igual a 5 000 mmHg.
(so 2 ) , 96 g de gás oxigênio


Resolução
a) Inicialmente, determinam-se as massas molares M de cada componente.
Mso
2
= 32 +2 · 16 = 64 :. Mso 2 = 64g/mol
M0
2
= 2 -16 = 32 : . M 0 2 = 32g/mol

MHe = 4g/mol
A seguir, determinam-se os números de mol de cada componente. Sendo que n = ~.
320
ns0 2 = - - = 5 :. nso
64 2
= 5mol
96
n0 2 = --
32
= 3 :. n 0 = 3mol 2

48
nHe = 4 = 12 : . nHe = 12mol

Assim, o número de mol total da mistura gasosa é:


nT = n 50 2 +n 0 2 +nHe :. nT = 20mol

Agora, é possível definir as frações em mol de cada um dos componentes.


5mol
FMso 2 = 20mol
= 0,25
3mol
FM 0
2 20mol
= O, 15
12mol
FMHe = =0,60
20mol

A soma das frações molares dos componentes da mistura gasosa


é igual a uma unidade.
Assim, no presente exerdcio:
I;FM 1 = 0,25+0,15 + 0, 60 I;FM 1 = 1,00
b) A pressão parcial de cada componente gasoso pode ser dada por P i = F M i· P r
Assim, os cálculos das pressões parciais podem ser representados por:
P50
2
= FM 50
2
· PT, assim P50
2
a;; 0,25 · 5000 :. Pso
2'
a;; 1250mmHg

P0
2
= FM 0 · PP assim P 0
2 2
= O, 15 · 5 000 :. P 0
2
= 750mmHg

PHe = FMHe·PpassimPHe = 0, 60-5000 :. PHe = 3000mmHg

A soma das pressões parciais dos componentes é igual à pressão total da mistura .
Assim, no presente exercício:
LP; = 1250 + 750+ 3000 ~P; = 5000mmHg

Estudo dos gases ideais 27

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12. Ao aum ent ar a tem peratura, llá diminuição da
1 Densidade dos gases densidade do ar contido no balão.
12 O que acontece com a densidade do ar contido no interior de um balão se a sua
temperatura aumentar?
Em conformidade com a equação de estado de um gás, a densidade é in-
versamente proporcional à temperatura e, dessa forma, quanto maior a tem-
peratura do gás, menor a sua densidade.
Um gás menos denso tem a propriedade de expandir e se espalhar no am-
biente com maior facilidade. Considere um balão de ar aquecido, a densidade
de um gás ou mistura gasosa pode explicar seus movimentos de subida e de
descida. Ao aumentar a temperatura do sistema interno do balão, o gás se ex-
pande diminuindo a sua densidade e fazendo o balão subir.
A densidade dos gases pode ser classificada em densidade absoluta e den-
sidade relativa.

Densidade absoluta dos gases


Momento em que estão
aquecendo o ar do O cálculo da densidade d pode ser feito por meio da relação d = J!!..., em que m é
interior de um balão V
para iniciar o voo. a massa (do gás) e V é o seu volume. A equação de estado do gás é:

p .y = n-R·T

em que n é o número de mol e pode ser dado por n = ~ , sendo M a massa molar
do gás.
Ao se substituir o número de mol na equação de estado do gás, tem -se:

p .y = ...!:!2.._·R-T
M

Isolando ...!:!2_, obtém-se: ...!:!2_ = ~ ... d = P-M


. A unidade de densidade
V V R·T R·T
absoluta pode ser dada por:
-1
~m-g-mol ~
d = - - - - -_-,- - -_-,- , portanto d = g · L
atm · L · mo 1 · K·K

A densidade absoluta de um gás é inversamente proporcional à sua temperatura.

Densidade relativa dos gases


A densidade relativa entre dois gases X e Y é a razão entre as suas densidades
absolutas, nas mesmas condições de temperatura e de pressão. Assim , se as densi-
dades absolutas dos gases X e Y são, respectivamente:

p . Mx e d = p . My
R·T y R·T '

a densidade relativa entre os gases X e Y pode ser obtida da seguinte maneira:

p. Mx
dx R·T
dy
= p. My
. então
Adimensional: refer e-se
a algo sem unidade de
R -T
medida, sem grandeza
física, sem unidade de dx Mx
comparação, ou seja .
O valor de = é adimensional.
dy My
livre de dimensão.

28

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Química em foco

O voo dos balões


Conhecimentos sobre o comportamento dos gases são imprescindíveis para o
balonista. que é o profissional que pilota balões.
De maneira geral, para que um balão consiga flutuar, ele deve apresentar seu
envelope cheio de ar. Esse envelope é inflado ainda sobre o solo, por intermédio de

potentes ventiladores.
Em seguida, é ligado o queimador,
válv u la do pa raquedas -...
o qual faz a combustão de gases que.
em geral, contêm propano (combustí-
vel armazenado em cilindros no cesto
gomos
do balão). Dessa forma, o ar presente do balã o ··.-.·...:::::·············•················
no envelope é aquecido, causando a ·····
diminuição de sua densidade até tor-
ná-lo menos denso que o ar atmosfé-
rico. Dessa forma. o balão subirá
ro
quando a sua densidade for menor ::,
<
ro
que a do ar atmosférico. o
"O
ro
E como será que o balonista con-
trola a subida e a descida do balão?
Como ele regula o limite de altura que
o balão pode subir? Como ele controla
para onde o balão deve ir?
Para que durante a flutuação do ba-
lão haja segurança, um balonista deve
ter conhecimentos técnicos de navega-
ção aérea. Assim, ao pilotar o balão, o corda da válvula
········ ............ d o paraquedas
profissional balonista desencadeia uma
série de ações como, por exemplo,
aquecer ou deixar esfriar o ar no inte-
rior do balão, acompanhar o sentido do
vento em cada altura, para que possa •· .................... cesto de vime
fazer o percurso desejado e atingir o
seu objetivo. Além disso. para pilotar, o tanques d e propano (internos)
conhecimento acerca do comporta- Estrutura de um balão de ar quente.
menta dos gases é imprescindível .
Para subir, o balonista aquece o ar presente no envelope, diminuindo a sua den-
sidade. No entanto, há limite de altitude para operações com balão, pois quanto
maior a altitude, maior é a rarefação do ar, o que dificulta a flutuação do balão.
O balonista controla o percurso do balão de acordo com as correntes de vento.
Na medida em que aumenta a altitude, é comum se deparar com ventos em dife-
rentes direções. Dessa forma. o balonista regula a direção horizontal desse trajeto,
subindo ou descendo, ou seja, com movimentos verticais, até encontrar a altitude
em que a direção do vento é a desejada.
Em geral, os balões de ar quente têm dispositivos que controlam a abertura da
válvu la do paraquedas contido no topo do envelope (o ar quente é menos denso e
tende a subir). Quando o balonista puxa adequadamente a corda que controla o
dispositivo de abertura da válvu la, há saída de ar quente do envelope, diminuindo
a pressão interna do balão, o que permite a entrada de ar (mais frio), diminuindo a
temperatura do ar interno, aumentado a sua densidade. Assim, o balão é controla-
do e pode pousar com segurança.

Estudo dos gases ideais 29

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Difusão e efusão dos gases
13 Você já deve ter sentido o cheiro de um café que acabou de ser preparado o u
de uma pessoa perfumada que entra em um ambiente. Em sua opinião, por que
isso é possível? Resposta pessoal. Espera-se que os alunos
respondam que é devido à difusão dos gases.
Fenômenos como os apresentados na questão acima, estão relacionados à movi-
mentação espontânea das partículas de um gás em outro(s) gás (gases). Essa movimen-
tação espontânea entre gases denomina-se difusão gasosa.

14 O qu e tende a ocorrer com um balão de aniversário cheio de gás com o passar


O cheiro de café quente do tempo? Por que isso acontece? Com o passar do tempo um balão de aniversário
em uma xícara se espal ha cheio de gás murcha. Isso ocorre porque as partículas gasosas tendem a passar pelos pequenos
pel o ambiente por difusão ~~~~~~~es na Difusão é o termo dado à passagem espontânea de uma substância atra-
gasosa.
borracha do vés de outra, enquanto efusão é a passagem de um gás através de um
balão
(efusão). pequeno b uraco ou ori'f 1c10.
' .

Fenômenos como o apresentado na fotografia ao lado, em que o gás


passa por pequenos orifícios da borracha do balão fazendo -o murchar, es-
tão relacionados com a efusão gasosa.
A movimentação das partículas de um gás é diretamente proporcional às
Com o passar do tempo, o suas energ ias c inéticas. Logo, quanto maior a temperatura do sistema gasoso, maio-
bal ão murcha por causa
da efusão gasosa. res serão as velocidades de difusão e de efusão.

15 Comparando dois gases, um com menor massa molar e outro com maior massa
molar, qual deles apresentará maior velocidade de difusão?
O gás de maior massa molar deve apresentar menor velocidade de difusão.
Cheiros dos perfumes
Há cheiros que nos trazem recorda-
ções de momentos agradáveis de nossas
vidas entre tantos outros que podem nos
causar boas ou más sensações. Os bons
perfumes, geralmente, apresentam com-
Diálise, separação de posição de aromas distribuída em um
partículas dissolvidas modelo conhecido como pirâmide olfati-
(coloides) em determinado
meio quando entram em va, dividida horizontalmente em três par-
notas de coração
contat o com membranas tes e caracterizada pelo termo nota. As
semipermeáveis. Nessas notas de saída, formadas por substâncias
situações. as partículas de
maior diâmetro médio de baixo ponto de ebulição (muito volá-
(coloides) sofrem re tenção teis), nos dão a primeira impressão do
ou se separam com perfume. As notas de coração demoram
velocidade menor. notas de fund o
um pouco mais para serem sentidas. En-
tretanto, são as notas de fundo que real-
mente marcam a nossa percepção, pois Modelo de pirâmide olfativa usada em perfumes.
permanecem mais tempo na pele.

Velocidade de difusão e efusão de um gás


O químico escocês Thomas Graham (1805 -1869) ficou conhecido por suas
pesquisas sobre difusão de gases e líquidos, química dos coloides e pela des-
coberta da diáli se.
Em 1829, ele demonstrou que a velocidade de difusão e de efusão de um gás
é inversamente proporcional à raiz quadrada de sua densidade (lei de Graham).

Gravura de
Nessa equação, Vx e vy são as velocidades de difusão e de efusão dos gases X e Y,
Thomas Graham. respectivamente e dx e dy são as densidades dos gases X e Y, respectivamente.

30

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Por meio da relação estabelecida por Graham, é possível afirmar que, quando dois
gases estão submetidos a uma mesma temperatura e pressão, a razão entre suas


densidades (densidade relativa) é igual à razão entre suas massas molares.
Isso ocorre pelo fato de a temperatura dos gases ser a mesma e a energia cinética E
também ser igual, ou seja, para os gases X e Y, Ex = Ey.
v2
Sabendo que E = m -2 , temos que:

Considerando que m corresponde ao valor da massa molar M de cada gás, po-


demos reescrever a expressão de Graham, da seguinte maneira:

em que Mx e My representam as massas molares dos gases X e Y, respectivamente.

/ Atividades resolvidas\

R6. Um recip iente contém uma mistura gasosa formada por 25,6 g de gás oxigênio (02 ) e
7, 2 · 1023 moléculas de gás hidrogênio (H 2 ) e exerce pressão de 4atm a 273 ºC.
23 1 -1
Dados: número de Avogadro 6 · 10 ; R = O, 082 atm · L . mal - · K
a) Calcule o valor do volume desse recipiente.

b) Calcule os volumes parciais dos gases oxigênio e hidrogênio.


Resolução
a) Cálculo dos números de mal de cada um dos componentes gasosos:
. . . . m 25,6
gas ox1gen10: n = - = --- = 0,8 n 02 = O, 8 mal
M 32
23
gás hidrogênio: 7,2 - 10 moléculas
23
1 mal de moléculas H 2 ___ 6, O· 10 moléculas
23
nH 2 ___ 7, 2 - 10 moléculas
nH
2
= 1,2mol

Cálculo do número de mol total nT: Dessa forma, tem-se:


nT = n0 2
+ nH
2
= 2, 0 :. nT = 2,0mol nT = 2mol; P = 4atm; T = 546K
Logo, partindo-se da equação de estado dos gases e iso lando -se o volume total da
mistura gasosa VT, obtém-se:
nT · R · T
VT = ----
PT
Substituindo-se os valores,
2 · O, 082 · 546
VT = 4 = 22, 386 :. VT = 22,386L
Assim, o volume total do recip iente é de aproximadamente 22,4 L.
b) Como já vimos, o volume parcial de um componente gasoso em uma mistura é pro-
porcional ao seu número de mal e à sua f ração molar. Vamos , então, determinar as
frações molares dos componentes da mistura gasosa.
>
Estudo dos gases ideais 31

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> FMo = 0 , 8mol = 0, 4 FM = 1, 2mol = 06
2 2 mo l H2 2mol '

Observe que ,EFM = FMo +FMH


2 2
=} ,EFM = 0, 4 + 0,6 = 1, 0
Agora, vamos calcular os volumes parciais:
V0 = FM 0 , VT =} V0 = 0, 4·22,4 = 8,96 : . V 0 = 8, 96L
2 2 2 2
VH
2
= FM H · VT aa? VH
2 2
a;; 0,6 · 22,4 ;;;;; 13,44 : . V H
2
a;; 13, 44L
Observe que ,EV = V O + V H
2 2
'* ,EV = 8, 96 + 13, 44 = 22,4 : . ,EV = 22, 4 L
Assim, os volumes parciais dos componentes são VO = 8 , 96 L e VH = 13, 44 L.
2 2

R7. Considere que o ar atmosférico apresente a


Substância %volume
composição de gases ao lado.
Componente na mistura
Determine.
78
a) A massa molecular média ou aparente dessa
mistura. 21
b) A massa molar aparente do ar atmosférico.
Ar{g)
e:) A densidade absoluta do ar atmosférico nas ---'

CNTP.
d) A densidade absoluta do ar atmosférico a 27 ºC e 1 atm.
e) A densidade relativa do gás ozônio (03 ) em relação ao ar, nas mesmas condições de
temperatura e pressão.

Resolut;ão:
a) A Lei de Amagat expressa que o volume parcial de um componente gasoso em uma
mistura é diretamente proporcional ao seu número de mal. Assim , se considerar-
mos um mol dessa mistura, teremos:

0,78 mal

em 1 mal de ar
0,21 mol
atmosférico

Ar(g) 0,01 mal

Dessa maneira, podemos calcular a massa molecular aparente do ar at mosférico.

Massa molecular de
Massa molecular Massa molecular
Substâncias Número de mol cada componente em
MM, emu aparente da mistura
um mol da mistura

N2(g) 0,78 mal 28 u 0,78- 28 = 21 , 84 u


1
..
0 2(9) r 0,21 mol
..
32 u 0, 21 · 32 = 6,72 u M M a parente = 28, 96u

Ar{g) r 0,0 1 mal 40 u 0,01 · 40 = 0,40u

b) Se a massa molecular aparente é 28,96 u, a sua massa molar aparente é 28,96 g/mol.
e:) Considerando-se que nas CNTP o volume molar (volume de 1 mal) de qualquer gás
é 22,4 L, o cálc ulo da densidade pode ser feito pela razão da massa molar e o
volume molar.
massa molar 28, 96g
d (CNTP) = volume molar = 2214 L ~ 1,29 :. d (CNTP) ~ 1, 29g / L
)

32

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> -1
d) T = 27 ºC :. T = 300 K; P = 1 atm; Mar = 28, 96 g · mol


Considerando-se que o valor da constante universal dos gases perfeitos seja
-1 -1
O, 082 atm · L · mol · K , o cálculo da densidade absoluta pode ser feito da se-
guinte maneira:

p · M ar
(1 atm) · ( 28, 96 g · mol-1 )
= - - - - - - - - - - - - - - - ~ 1,18 :. dar ~ 1, 18g/ L
R·T ( O, 082 atm . L . mol- 1 • K- 1 ) . (300 K)

e) Considerando-se que as massas molares dos gases envolvidos sejam


-1 _,
M ar aaa 28, 96 g · mol e MO aaa 48, 00 g · mol
e que a densidade relativa do gás
3
d0 M0
ozônio em relação ao ar ( d 0 ) seja dada por - -3 = -- 3 , tem-se a densidade
. 3,ar dar Mar
relativa, a qual pode ser dada por:

d -1
-º•
-= 48,00g · mol
_1 ~
(
1,66 .'. d 0 3,ar
)
~ 1, 66
d ar 28, 96 g · mol

Observe que a densidade relativa é uma grandeza adimensional, ou seja, sem


unidades.
RB. Nas mesmas condições de temperatura e pressão, um balão elástico cheio de deter-
minado gás X murcha na metade do tempo, quando comparado com outro preenchi-
do com gás metano {cHJ Determine:
a) a massa molar do gás X.
b) a velocidade com a qual o gás X atravessa um pequeno orifício, sabendo-se que o
anidrido sulfuroso ( S0 2(g)), nas mesmas cond ições, atravessa o mesmo orifício
com a veloc idade de 70 L/ min.

Resolução
a) Os dados permitem concluir que vx = 2 · vcH. Substituindo-se na relação de velo-

x_ =
cidade re lativa, __
V

VCH4
V x , tem-se:

Elevando-se os dois termos dessa equação ao quadrado, tem -se:

(2)2 = ({-1!;6)
-- =? 4 = -- 16 =? M x = -16 = 4 :. M x = 4 g / mol
Mx Mx 4

V
b) A veloc idade relativa entre os gases X e S0 2(g) é dada por ~ =
substituindo-se os valores nessa equação, tem- se: so,

Vx .Í64
= y Vx v'16 .
70 4 => 70 = 16 => vx = 70 - 4 =280 :. vx = 280L/ mm

Estudo dos gases ideais 33

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Atividades ~~ Resolva as atividadas no caderno.

6. Observe a tirinha a seguir.


l>ESCOBRi UM TRECO ...QUE PROTEGE O SOLO, OS ESSE "TI!Eco·

-~-,----------
/
REVOlUCiONÁRIO, QUE FAZ GP.S RIOS E REDUZ P110BLEMAS É A ÁRVORE?
CARBÔNICO ViRAR OXIGÊNIO ... COM E5roAGENS E ENCHENTES!
/ SCHHH!
/
'
~
BECK. Alexandre.
[Armandinho).
~o Armandinho Três.
~ Florianópoos: A.C.
. __ _ _ _ _ _ __. Beck, 2014. p.18.
.....
a) De acordo com a tirinha, qual é a função da árvore no meio ambiente?
b) É permitido a qualquer pessoa podar, cortar e remover árvores? Justifique sua resposta.
e) Considere a equação simplificada do processo de fotossíntese:
C0 2(g) + H 2 0(11.)---+ C 6 H 120 6 (s) + 0 2 (g)
Em seu caderno, copie essa reação e, em seguida, faça o seu balanceamento.
d) Em conformidade com a equação simplificada da fotossíntese, determine o volume de gás carbônico
ocupado quando 1 mol desse gás reage à p ressão de 1 atm e à temperatura de O ºC.
e) Considere uma amostra que contenha o gás que é o produto da equação simplificada da fotossíntese
ocupando 22,4 L a O ºC e 1 atm. Calcule o volume ocupado por essa massa de gás quando for subme-
tido à pressão de 0,5 atm e temperatura de 25 ºC.

7. Considere o texto a seguir.


[.. .]
O que todo o mundo viu no ar como consequência do acidente no terminal de cargas do Guarujá foi
uma mistura de produtos queimados pelo fogo com o result ado de reações químicas.
Os especialistas dizem que a causa mais provável do acid ent e foi uma infiltração de água dentro do
contêiner que estava carregado de dicloroisocianurato de sódio, um composto químico usado na fabri-
cação de produtos p ara limpeza da água de piscinas.
Segundo os especialistas, a água em contat o com as pastilh as do composto químico provocou uma
reação que liberou cloro e calor de baixa intensidade. O gás se expandiu dentro do contêiner. Como era
um local fechado , a pressão aumentou at é que explodiu.
[...]
MÁSCARA cirúrgica não serve cootra gases tóxicos. avisa especialista. G1 . Jornal Nacional. 15 jan. 2016. Disponível em:
<http://g1.globo.com/jomaJ· nacionaVnoticia/2016/01/mascara-cirurgica-nao-serve-contra-gases-toxicos-avisa-especiaJFsta.html:>.
Acesso em: 18 jan. 2016.

De acordo com o texto, responda às questões.


a) Nesse caso, seria aconselhável apagar o fogo com água? Justifique sua resposta.
~ /·~---~······; ············\.

Faça uma pesquisa sobre esse episódio lamentável ocorrido recentemente no Guarujá, em São Paulo,
e responda: que material os bombeiros utilizaram para apagar o fogo nesse tipo de incêndio?
e) Você ou algum familiar já vivenciou uma situação parecida com essa? Descreva-a sucintamente.
d) O que deve ter ocorrido com a energia cinética desse gás dentro do contêiner? O que isso desenca-
deou?

8. (UFPI} Sabemos que o gás etileno, (C 2 H4 ), emitido pelas próprias frutas é responsável por seu amadu-
recimento. Assinale a resposta que explica por que uma penca de bananas amadurece mais rápido
quando "abafada" {fechada em um saco plástico), do que em uma fruteira:
a) menor grau de umidade. d) ausência de luz.
b) maior pressão parcial do gás etileno. e) menor concentração do gás etileno.
e) menor temperatura ambiente.

34

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9. (Unifesp-SP) A oxigenoterapia, tra-
tamento terapêutico com gás oxi-
gênio, é indicada para pacientes
que apresentam fal ta de oxigênio
12. (Mack-SP) Um recipiente de volume V, totalmente
fechado, contém 1 mol de um gás ideal, sob uma
certa pressão P. A tempe ratura absoluta do gás
é T e a constante universal dos gases perfeitos
é R = 0,082 atm · L/mol · K . Se esse gás é sub-

·L
no sangue, tais como portadores
de doenças pulmonares. O gás 1 atm metido a uma t rans- p 111ml
3
oxigênio usado nesse tratamento 3m formação isotérmica,
pode ser comercializado em ci-
lindros à elevada pressão, nas
cujo gráfico está re - ·º
presentado a seguir, 4 _
J
~
condições mostradas na figura. podemos afirmar !
:.
No cilindro, está indicado que o conteúdo cor- que a pressão, no ié
responde a um volume de 3 m 3 de oxigênio nas instante em que ele -~- __ _ 4,-c }
ocupa o volume de o~ - -3..- 2.8_ _ _ __ YJJ~
condições ambientes de pressão e tempe ratu-
ra, que pode m ser consideradas como sendo 32,8 litros, é:
1 atm e 300 K , respectivamente. a) 0,1175 atm e) 0,80 atm e) 1,33 atm
Dado R = 0,082 atm · Umol · K , a massa de oxi - b) 0,5875 atm d) 1,1 75 atm
gênio, em kg, armazenada no cilindro de gás
representado na figura é, aproximadamente, 13. Uma mistura gasosa. contendo 4 g de cada um
a) 0 ,98 b) 1,56 e) 1,95 d) 2,92 e) 3,90 dos seguintes gases: gás oxigênio (0 2 ) e gás
metano (CH 4 ), é confinada em um recipiente de
10. (UEG-GO/Modificada} Analise as figuras I e li e
10 La OºC.
responda ao que se pede.
a) Quais as frações molares dos dois gases?
b) Calcule a pressão parcial de cada um dos
gases na mistura.
e) Calcule a pressão total da mistura no recipiente.

14. (UEM-PR) Uma mistura gasosa contendo 0,3 mol de


oxigênio, 0,4 mol de nitrogênio e 0,3 mal de
argônio exerce uma pressão de 1,12 atmosferas,
quando encerrada num recipiente a 273 K. Ad-
mitindo comportamento ideal, qual o volume
aproximado, em litros, do recipiente?
Balão a gás. Bexigas. (Dados: R = 0,082 atm · L/K · mol ; N = 14;
O = 16; Ar = 40).
a) No caso da figura 1, explique por que o balão
sobe. 15. Determ ine a densidade do gás oxigênio (0 2)
b) Suponha que as bexigas da figura li conte- quando submetido a 7 ºC e a 0,41 atm.
nham gás hélio. Caso a criança solte-as, elas
subirão indefinidamente? Justifique. 16. Determine a densidade do gás oxigên io (0 2 ) em
relação ao gás hélio (He) quando ambos est ão
11. (UFPE} Uma cabine está cheia de ar em condições submetidos a 400 K e 2 500 mmHg.
ambiente ao nível do mar. No interior da cabine
Dados: massas molares O = 16 g/mol e
encontram-se cinco balões, cada um contendo,
He = 4 g/mol.
nas mesmas condições de temperatura e pres-
são, um dos seguintes gases: hidrogênio, oxigê- 17. O gás hidrogênio atravessa um pequeno orifício
nio, neônio, argônio e gás carbônico. O balão com velocidade igual a 5 ,0 L/min, em uma de-
que sobe para o topo da cabine é aquele con - terminada pressão P e temperatura T Qual é a
tendo: velocidade em que o gás oxigênio atravessa o
a) hidrogênio d) argônio mesmo orifício, na mesma P e T. em L/h? (Mas-
b) oxigênio e) gás carbôn ico sas atômicas: H = 1 e O = 16).
e) neônio a) 0,02 b) 1,25 e) 3,2 d) 75 e) 192

Estudo dos gases ideais 35

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44·•1iii4Ui•Ni,iit+~---·G~~~-~-1~d-~~~;1~·i·~···························································.
V
Conhecendo
Alguns gases desempenham funções essenciais em diversos ramos da indústria, pois atuam
como matéria-prima na fabricação de novos produtos em indústrias químicas e petroquímicas, de
alimentos, na criogenia (técnica para produzir temperaturas mui-
to baixas com diferentes aplicações), fabricaç ão de medicamen-
tos e de semicondutores.

Estudando
Nitrogênio: pode ser usado para soldar tubos de aço inoxidá-
vel e em revestimentos de tanques de armazenamento.

Nitrogênío líquido utilizado na criogenia O nitrogênio líquido pode ser usado para controlar a tempe-
serve para preservar amostras de sangue, ratura em aplicações de resfriamento de reatores e para pre-
tecidos e outros mat eriais biológicos. servar amostras biológicas. Também é usado para congelar e
preservar sangue, tecidos e outros materiais biológicos, e no
congelamento e destruição de tecidos doentes por meio de
criociru rgia. O nitrogênio ainda desempenha um papel funda-
mental na redução da deterioração, descoloração e perda de
sabor, garantindo resistência à embalagem de varejo. É tam-
bém um importante componente de segurança em airbags.
Hidrogênio: é utilizado como matéria-prima na fabricação de
alguns fertilizantes, no processo de fabricação de plásticos, na
conversão de óleos vegetais em margarinas, resfriamento de
geradores e motores etc.
Esse gás também pode atuar como um excelente gás de
têmpera industrial em razão de sua alta capacidade de transfe-
rência de calor. Quando usado como combustível alternativo, o
gás hidrogênio desempenha um papel importante na redução
de emissões de gases poluentes.
Hidrogên io utilizado como combustível alt ernativo.
Dióxido de carbono: usado na indústria de papel e celu lose
para controlar os níveis de pH. É um ingrediente essencial em bebidas carbona-
tadas e ainda em alguns tipos de extintores de incêndio. Se inalado em grande
quantidade, pode provocar irritações nas vias aéreas, vômitos , náuseas e até
mesmo morte por asfixia (o que pode ocorrer em incêndios).
É um agente criogênico fundamental para processos de resfriamento, refrige-
ração e de congelamento, pois protege o sabor e a textura dos alimentos, man-
tendo o controle de temperatura apropriada. Também reduz a necessidade de
conservantes em produtos embalados.

2. Resposta pessoal. Nitrogênio líquido usado para resfriamento de reatores. O


Conversando gás é comprimido até passar para o estado líquido, diminuindo seu volume,
perdendo calor para o meio e consequentemente sua temperatura. Hélio usado
em balões - um gás de baixa densidade, possuindo alta velocidade de d ifusão.
1. Com seus colegas, indiquem alguns tipos de indústrias que utilizam gases em seus
processos produtivos. Resposta pessoal. Espera- se que os alunos mencionem, por exemplo, as
indústrias alimentícias, químicas, petroquímicas, metalúrgicas, entre outras.
2. Com base no que estudamos neste capítulo, converse com seus colegas para explicar
alguns fenômenos sobre o uso dos gases na indústria.
Extint or de
incên dio à base de
3. Converse com seus colegas sobre outras possíveis aplicações de gases na indústria,
dióxido de carbono .
apontando outros gases que podem ser usados e que não foram citados no texto.
Resposta pessoal. Outros gases ut ilizados na indústria podem ser argônio, xenônio, gás natural,
acetileno, entre outros.
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·. .. Atividades
. . . . . . . . ... . . . . complementares
,. . . . . . . . ,. . . ,... . . . . . ... . . . . . i., Resolva as atividades no caderno.

1. Considere um sistema, contendo um gás ideal sob e) H 2 ,CH 4 , N 2 , 0 2 ,C0 2


pressão constante. Verifica-se que o volume ocu- d) C0 2 , 0 2 , N 2 , H 2 , CH 4
pado por determinada massa desse gás é dire- e) CH 4 ,C0 2 ,N 2 ,0 2 ,H 2
tamente proporcional à sua temperatura termodi-
Justifique sua resposta.
nâmica. Identifique e escreva, em seu caderno, a
letra que indica qual dos gráficos abaixo repre- 4. Considere um recipiente com êmbolo móvel, ca-
senta esse sistema. Justifique sua resposta. paz de deslizar sem atrito, contendo 30 litros de
gás nitrogênio (N 2) sob pressão de 8 atm a 25 ºC.
@ p
@ V Qual é o volume que o gás passará a ocupar se

h_,
a pressão for reduzida para 4 atm na mesma
temperatura?
~l
5. (Covest-PE) No diagrama P x T a seguir, uma
certa quantidade de gás ideal evolui do estado
p
® V
®
~.
inicial A para um estado final B, conforme indi-
cado na figura. Qual a razão, v 8 /VA' entre os
volumes final e inicial do gás?
~T
I'
p
© A 8

~l


il~

2. Considerando-se a compressão isotérmica de um 0-'--------.-------1---- T


~.
,e.:3
e-.
j:
T, 2T,
gás ideal, identifique a afirmação correta e es-
creva-a em seu caderno.
a) ..!.. b) J_
e) 1 d) 2 e) 3
a) A densidade do gás aumenta e a energia ci- 3 2
nética de suas moléculas também aumenta. 6. (Unicentro-PR) Um profissional da área ambiental
b) A densidade do gás permanece constante e a recebeu uma amostra de gás, sem identificação,
energia cinética das moléculas aumenta. para análise. Após algumas medidas, ele obteve
e) A densidade do gás e a energia cinética das os seguintes dados:
moléculas do gás permanecem constantes.
Massa Volume Pressão Temperatura
d) A densidade do gás aumenta e a energia ci-
(g) (mL) (atm) (ºC)
nética das moléculas diminui.
e) A densidade do gás aumenta e a energia ci - Amostra 1,28 600 0 ,82 27
nética das moléculas permanece constante.
Com base nos valores obtidos, entre os gases
3. (UEL-PR) Os gases do estômago, responsáveis
indicados nas alternativas, conclui-se que a
pelo arroto, apresentam composição semelhan-
amostra era de:
te à do ar que respiramos: nitrogênio, oxigênio,
hidrogênio e dióxido de carbono. Nos gases
intestinais, produzidos no intestino grosso pela
decomposição dos alimentos, encontra-se tam-
7. Muitas vezes, o excesso de poluição no ar faz
bém o gás metano. Considerando cada gás in- vários materiais, como a fu ligem, ficarem disper-
dividualmente, qual seria a ordem esperada de sos na atmosfera, prejudicando a população e
liberação destes para o ambiente, em termos de causando problemas de saúde. Com base no
suas velocidades médias de difusão no ar? que foi estudado, explique como algumas dessas
a) N 2 , 0 2 , C0 2 , H 2 , CH 4 suspensões são formadas e proponha possíveis
b) H2, N2, 02, CH 4, co2 maneiras de amenizar esse problema.

Estudo dos gases ideais 37

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-. .................
________
-.-- ......................
- ····
º e fºt tf
e1 o es u a
Alguns gases na atmosfera têm a capacidade de reter o calor proveniente do Sol que
chega à superfície da Terra. Esses gases produzem o chamado efeito estufa, um tema
bastante polêmico porque muitos acreditam que ele seja a principal causa do aqueci-
mento global. Sua reputação de vilão, no entanto, deve ser esclarecida, pois, contrarian-
do o que muitos pensam, o efeito estufa ocorre de forma natural em nosso planeta.
Esse efeito é responsável por manter a Terra com uma temperatura agradável para a
nossa sobrevivência. Se não fosse a sua ação, a Terra seria gélida e sem vida.

Uma cobertura natural de gás


Uma parte da radiação que a Terra recebe do Sol é absorvida pela superfície, a
outra parte é refletida e retorna para o espaço. No entanto, os gases do efeito estufa
atuam como uma espécie de armadilha que aprisiona uma parte desse calor refletido,
fazendo-o retornar à Terra e impedindo, assim, que vá para o espaço. Esses gases
ajudam a aquecer a superfície e a camada mais baixa da atmosfera, a troposfera.

G) A temperat ura média da Terra seria


-18 •e
se não existisse o efeito estufa.

A. Água. solo e
O O Sol emite ra diação V' nuve ns absorvem
parte da radiação e
infra vermelha que
atravessa a atmosfera são aquecidos. A
e chega à s u perfície ou tra parte dessa
da Terra. radiação é refle t ida
para o espaço na
e A maior parte da
radiação refle tida é
{J) f} Cerca de 30% da radiacão forma de calor. irradiada de volta para a
solar que atinge a Terra e s upe rfície da Terra pelas
refletida automaticamente gases do e feito estufa .
pa ra o espaço. A razão Esse processa aquece o
e ntre a ra diação refletida ® planeta e a a t mosfera.

e Ou a nta maior a
cancentraçaa de gases
poluentes na atmosfera,
maior é a reflexão dessa
ra diação. Isso ocasio na
maior aquecimento da
Terra, provocando o
aquecimento global.

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O texto a seguir traz outras infromações sobre o efeito estufa. Leia-o.

Gases do efeito estufa alcançam novo recorde mundial


[...) Cientistas do governo dos Estados Unidos indicaram nes-
t a quarta-feira que as concentrações globais de dióxido de
carbono atingiram u m recorde de média global de 400 partes
por milhão em março.
Em grandes quantidades , o dióxido d e carbono é um pode-
roso e perigoso gás d e efeito estufa, produto das atividades
humanas , entre as quais a combustão de combustíveis fós-
seis, como o carvão e o petróleo, e o desmatamento.
"Pela primeira vez desde que medimos a concentração de
d ióxido de carbono na atmosfera global, a concentração men-
sal dest e gás de efeito estufa u ltrapassou as 400 partes por
milhão (ppm) em março de 2015", informou a Agência Nacio-
nal Oceânica e Atmosférica (NOAA) .
O ur so- pola r, que vive n o Polo Norte. é um
[...] d os animais afetados pela intensif icação
do ef eito estuf a.
O dióxid o de carbono é uma parte natural da atmosfera da
Terra, mas a queima de combustíveis fósseis emite q uanti-
s~r vivo adulto
d ades excessivas no ar e cria um cobertor que retém o calor
Urso- polar (Ursus maritlmus):
ainda mais. pode atingir de 2,1 a 3,4 metros
de comprimento.
[...].
GASES do e1eito e stufa alcançam novo recorde mundial. Uol 1 6 maio 2015. Disponível em:
<http://noticias.uol.eom.br/ciencia/ultimas-noticias/afp/2015/05/06/gases-do-efeilo-esM a-
alcancam·novo·recorde· mundiaLhtm>. Acesso em: 12 fev. 2016.

O desmatamento, a queima de combustíveis fósseis (petróleo, car-


vão mineral e gás natural) e a poluição proveniente de indústrias são Com posição em porcentagem das
responsáveis pelo aumento considerável da quantidade de gases de subst âncias que compõem os gases
do efeit o estufa na at m osfera.
efeito estufa (GEE). presentes na atmosfera terrestre. Devido a esse ex-
cesso, parte dos raios que deveriam ser refletidos para o espaço fica
retida na atmosfera terrestre, ocasionando o aumento da temperatura
do planeta.
12%
O aquecimento resulta nas mudanças climáticas e no derretimento
das calotas polares, o qual, por sua vez, ocasiona a elevação do
nível dos oceanos e as ondas de calor, aumentando consideravel-
53%
mente a incidência de ciclones, tufões e furacões . Ou seja, é gerada
uma reação em cadeia que culm ina na destruição de alguns ecossis-
temas e, consequentemente, na extinção de algumas espécies ani- 17%
mais e vegetais.

Veja as respostas das questões desta


seção nas Orientações par a o p rof essor dióx ido de carbono (co 2 )
a) De acordo com o texto, o efeito estufa natural é benéfico ou malé-
fico para os seres vivos? Justifique sua resposta.
b) Converse com seu professor e colegas sobre quais seriam as prin- c:lorofluorcarbonos (CFCs)
cipais consequências do aumento da temperatura na Terra. Em
seguida, elabore um parágrafo com suas opiniões. demais g ases

e) Discuta com seus colegas de classe o que os seres humanos po-


monóx ido de dinitrogênio (N 2 0)
dem fazer para prevenir o aquecimento global. Em seguida, es-
creva, em seu caderno, um pequeno texto com suas conclusões Laboratório de química ambiental. USP.
Disponiwl em: <WWW.usp.br/qambiental/
acerca desse tema. tefeitoesl ufahtm>. Acesso em: 26 fev. 2016.

Estudo dos gases ideais 39

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O Esquadrão de Demonstração
Aérea (EDA). mais conhecido como
Esquadrilha da Fumaça, apresenta um
dos trabalhos da Força Aérea Brasileira
(FAB). Esse tipo de exibição tem a finalidade
de aproximar as forças aeronáuticas civis e
militares, contribuindo não só com a inte-
gração delas, mas também garantindo a
presença da FAB em eventos no Brasil e no
exterior. Outro fator positivo é que tais apre-
sentações despertam o interesse de novas
vocações pelas atividades aeronáuticas,
pois muitas pessoas se emocionam ao ve-
rem as manobras espetaculares executadas
pelos pilotos talentosos nesses shows acro-
báticos.
Além da Esquadrilha da Fumaça, no Bra-
sil existe outro grupo de acrobacias aéreas,
sem contar vários outros espalhados pelo
mundo.
Quanto à fotografia, se observarmos to-
dos os elementos que ela mostra notamos
misturas sólidas, líquidas e gasosas. Ob-
serve, por exemplo, as misturas sólidas
que compõem a carenagem dos aviões, a
mistura líquida que forma a água do mar,
os componentes da areia e da espuma for-
mada pela água do mar e, por ffm, a fuma-
ça liberada pelos aviões.
Veia as respostas destas questões nas
Orientações para o professor
@ Em geral, de que materiais você acha
que são feitas as carenagens dos aviões?

(B) Por que as carenagens são feitas des-


se material?

© Em sua opinião, quais materiais estão


na composição da fumaça?

@ Como você explicaria a formação da


espuma líquida produzida pelas ondas
do mar?

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Com base na fotografia acima, tem-se o objetivo de introduzir
o conteúdo que será abordado no capítulo. No texto a seguir,
essa imagem será contextualizada.
Dispersões
Os materiais que estão ao nosso redor são formados por misturas. As misturas
ocorrem quando duas ou mais substâncias estão juntas em um sistema em quaisquer
proporções. Se elas estiverem juntas em um sistema, mas não se dissolverem integral
e uniformemente entre si, formam uma mistura heterogênea. Mas, se algum compo-
nente se dissolver integral e uniformemente em outro componente, forma-se então
uma mistura homogênea.
Muitas misturas se espalham dentro do próprio sistema ou para fora dele, for-
º"'
mando dispersões. Um exemplo disso são as bolhas de sabão, que você prova-
/ velmente já viu durante o banho ou ao lavar louças, roupas ou em brincadeiras,
t'
l' como a apresentada ao lado. A. Resposta pessoal. Existem diferentes respostas para essa
f questào, por isso analise os exemplos citados pelos alunos. Exemplo de mistura homogênea: sal
l /Ã\dissolvido em água. Exemplo de mistura heterogênea: sistema com sal e areia.
,l \fy Cite um exemplo de mistura homogênea e um exemplo de mistura heterogênea .
.,?'
J'
Mulher fazendo
@ Um material pode ter aparência homogênea a olho nu e aparênc_ia h~terog~n_ea
·
quan d o visto , . ? J ust1·r·1que. Sim.
com aux íl'10 d e um ·instrumento opt1co. Ha materiais
que, a o lho nu, têm
bolhas de sabào.
aparência homogênea, mas , ao observá-los em um microscópio, detecta-se que são heterogêneos.
© As bolhas de sabão são exemplos de misturas? Justifique sua resposta.
Sim. As bolhas de sabão são exemplos de misturas de gases e líquidos.
Substância: qual quer 1
espécie de matéria
@ As bolhas de sabão são exemplos de dispersão? Justifique sua resposta.
constituída por átomos
Sim. Como são misturas e se espalham pelo ambiente, são um exemplo de dispersào.
de certos elementos. ® O ar atmosférico é uma dispersão? Justifique.
Sim. O ar atmosférico apresenta vários gases em sua constituição, logo é uma d ispersão.
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Classificação das dispersões
Como vimos na página anterior, as dispersões referem-se às misturas. Tanto uma
mistura homogênea de água e açúcar quanto uma mistura heterogênea de água e
terra são dispersões.

1
totalmente
dissolvido.

Mistura de Mistura de
água e açúcar. água e terra.

A substância que se dissemina em outra, como o açúcar ou a terra das misturas


acima, é denominada d isperso. Já a água é o componente disseminador da mistura e
recebe o nome de d ispersant e.
Uma das principais diferenças entre as dispersões de água e açúcar e de água e
terra, por exemplo, é o tamanho das partículas do disperso. Assim, as partículas de
açúcar não são vistas facilmente a olho nu, enquanto as de terra são. Este esquema representa a
c lassificação das d ispersões.
Foram feitas ampliações para
Baseando-se na visualidade e na característica do disperso, as dispersões podem as partículas sarem
visualizadas. As cores
ser classificadas em três tipos: soluções, dispersões coloidais (coloides) ou suspen- utilizadas são representativas.
sões (agregados).

Em geral, os diâmetros médios das


partículas são medidos em nanômetro (nm).
-9
1 nm = 10 m

O esquema ao lado apresenta, em proporção, o diâmetro


soluções • 4
médio de cada tipo de dispersão e sua classificação.
Nas dispersões, além do diâmetro médio das partículas " 1 nm 1nm 1 000 nm diâmetro média
das partículas
presentes, observam-se outras características. Veja-as no
Classificaçào das dispersões.
quadro abaixo.

Características
Visualização das
Tipo de dispersão e natureza das Exemplos
partícu l as dispersas
part ículas disper sas
-
• sal dissolvido em
Em geral, não p odem água
Misturas homogêneas.
ser visualizadas a olho
Soluções nu, ao microscópio Podem ser formadas • ouro 18 quilates
por átomos, moléculas • ar atmosférico
óptico nem em
e/ou íons. (formado apenas
ultramicroscópio.
por gases)

• leite, gelatina,
Misturas heterogêneas. geleia, queijo,
Podem ser formadas maionese,
Podem ser visualizadas por aglomerados de margarina, Ultramicroscôpio:
Dispersões coloidais instrumento óptico que
ao ultramicroscópio. moléculas ou íons (de manteiga, espuma
tamanhos médios de sabão, chantilly, usa fenômenos de
isopor, neblina, espalhamento de Luz a
entre 1 a 1 000 nm).
fumaça fim de observar corpos
de dimensões
Misturas heterogêneas. minúsculas. não vistos
Podem ser formados • granito (quartzo + em microscópios comuns.
por grandes Por causa da iluminação,
Suspensões Podem ser visualizadas feldspato + mica)
aglomerados de os corpos observados
ou agregados a o lho nu. • água e argila são vistos como pontos
moléculas ou íons (de brilhantes sobre um
• água e areia
tamanhos médios fundo escuro.
maiores que 1 000 nm).

Estudo das dispersões 43

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Dispersões coloidais 1. Resposta pesse:al. Espera-_se qu~ os _
a lunos
respondam que nao conseguiram vrsuahzar
separadamente as substâncias que compõem o leite.
1 Você já observou uma dispersão coloidal, como o leit e desnatado? Consegu iu
visual izar separadamente as substâncias que o compõem?
O termo coloide foi introduzido pelo cientista escocês Thomas Graham para indicar
as características entre as soluções e as suspensões. Essa palavra tem origem grega
e significa "forma de cola". Ao observar o leite a olho nu, não é possível visualizar se-
paradamente as substâncias que o compõem, o que constitui o aspecto de "cola"
Copo com leite desnatado. entre elas.
Os coloides são misturas heterogêneas cujas partícu las não podem ser vistas a
olho nu e não se sedimentam com a ação da gravidade, somente com processo de
ultracentrifugação.
Por causa do tamanho, as partículas das dispersões coloidais passam através de
um filtro, mas, em geral, não passam por uma membrana semipermeável. Quando
observadas pelo ultramicroscópio, as partículas refletem e dispersam a luz, apresen-
tando diversos pontos de luz com movimentos de zigue-zague.
Nos coloides, tanto a fase dispersa quanto a fase dispersante podem ser sólidas,
líquidas ou gasosas. Dependendo das fases do disperso e do dispersante, os coloides
Partículas de gordura e podem ser classificados em aerossol, espuma, emulsão, sol e gel. Veja no quadro
proteína que compõem o abaixo O objetivo deste quadro é apresentar exemplos de coloides e sua
leite. Imagem ampliada · classificaçào, para conhecimento dos alunos. Portanto, não exija
cerca de 2 800 vezes. que eles memorizem nem as c lassificações nem as características.

Col o ide Disperso Disper sante Exempl os

aerossol sólido sólido gás poeira, fumaça, desodorante


....
aerossol líquido líquido gás neblina

espuma sólida gás sólído poliuretano, isopor

espuma líquida gás líquido espuma de sabào (detergente)


--+-

emulsão líquido líquido maionese, manteiga, leite

creme dental, tinta, pó de


sol sólido líquido
gelatina dissolvido

sol sólido sólido sólido rubi, safira


-+
gel líquido sólido gelatina pronta, geleia

Efeito Tyndall
O efeito Tyndall foi descrito pelo químico e físico inglês Michael
Faraday (1791 -1867) e explicado pelo físico britânico John Tyndall
{1820-1893). Esse fenômeno ocorre quando há dispersão da luz pelas
partículas coloidais, o que possibilita visualizar o trajeto da luz pela
qual essas partículas dispersam os raios luminosos.
Por isso, em algumas estradas, encontra-se a indicação para bai-
xar a luz do farol q uando houver neblina, pois, nessas condições, a
luz do farol é dispersa, de maneira que podemos observar as gotícu-
las de água em suspensão no ar, prejudicando assim a visibilidade da
estrada.
Fenômeno de d ispersão da luz ao passar
a...:"""'~'"""'"--""""'.:..:.;"'-.;;..;;.-...,.._ _ _ __ _ _ _ ___, por um meio com partículas coloidais.

44

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Estudo das solucões
>

Em Química, considera-se que solução é um tipo de dispersão, uma mistura homo-


gênea. Dessa forma, é constituída por duas ou mais substâncias em que há pelo
menos uma substância dissolvida (dispersa) em outra (dispersante/dispergente). Outra


característica a respeito das soluções é que elas não podem ser separadas por pro-
cessos de filtração.
Em soluções, o disperso é denominado soluto e o dispersante, so lvente. O solven-
te refere-se à substância disseminadora, assim, apresenta a maior proporção de par-
tículas nessa mistura homogênea.
As soluções podem ser encontradas nos estados de agregação sólido, líquido e
gasoso.

~ olução gasosa
mais comum é o ar
atmosférico (seco e
f iltrado), cujos
principais
componentes
apresentam,
aproximadamente,
78% em volume de
gás nitrogênio (N 2),
21% e m volume de
gás oxigênio (0 2) e
0 ,9% de gás argôn io
(Ar).
Tubos de aço inoxidável sào m isturas Soro fisiológico é uma mistura Balào com ar atmosférico.
homogêneas cujos componentes homogênea contendo 0,9% de Toda mistura que contenha
principais sào ferro, carbono e crômio. cloreto de sódio em água. apenas gases é uma
Trata- se de uma solução sólida. Trata-se de uma solução líquida. solução.

Em geral, as soluções de maior aplicação em nosso cotid iano têm


como solvente a água. Nelas, as partículas do soluto estão unifor-
memente distribufdas no solvente, e não podem ser visualizadas
nem mesmo pelo ultramicroscópio.
Dependendo da proporção da substância dispersa, é possível
ocorrer precipitação de parte dela no recipiente, formando um corpo
de fundo, com saturação da solução. Isso ocorre, por exemplo, ao
misturarmos 20 colheres (de sopa) cheias de sal em 200 ml de água
Mistura de
a temperatura ambiente. água e sal.

2 Toda solução é uma dispersão ou t oda d ispersão é uma so lução? Justifique s ua


resposta. Toda solução é uma dispersão, pois as dispersões são misturas, tanto
homogêneas quanto heterogêneas. As soluções são misturas homogêneas.
Quando se adiciona gradativamente cloreto de sódio à água, em temperatura e
pressão constantes, e se agita continuamente, em dado momento observa-se que não
ocorrerá mais a dissolução do sal.
Exemplo: é possível dissolver, no máximo, até 36 g de cloreto de sódio em 100 g de água,
a 20 ºC. Tem-se, nesse caso, uma solução saturada de cloreto de sódio.
A relação entre a quantidade máxima de soluto dissolvida e a quantidade de sol-
vente é denominada coeficiente de solubilidade CS. Por exemplo, o coeficiente de
solubilidade do cloreto de sódio em água é:
Solução saturada: s olução
que contém a quantidade
máxima de soluto
dissolvido. em uma
quantidade padrão de
Assim, uma solução que apresenta quantidade de soluto inferior ao valor do coefi- solvente, a uma dada
ciente de solubilidade é denominada solução insaturada. temperatura e pressão.

Estudo das dispersões 45

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Atividades ~
l"=: Resolva as a tividades no caderno.

1. (Fuvest-SP) Entre as figuras a seguir, a que melhor IV)Após 10 minutos em repouso, incidiu sobre
representa a d istribuição das partículas de solu - os béqueres o feixe de luz do apontador laser,
to e de solvente, numa solução aquosa diluída confo rme as fotografias a seguir.
de cloreto de sódio, é:

a) :çi ~ :çi d) ~ 'b'


0 0 ~0:çi :çi0~
'b' 'b' ~ ~ 'b' ~
'b'

'b' ~
b) ~~
d:J 02)&,
e)
&>oo<X
~ - + - :çi
Béquer com 5 ml
de álcool et ílico.
&,~~d:J ~ 'b'

Legenda:
e) G) Na+ i:
'b' ~
l
:çie~ ~0:çi 0c2- ~
,o
:e
~ ~ H2 0
'b' "!l
2. (Fuvest-SP) Azeite e vinagre, quando misturados, Béquer com 5 ml
separam-se logo em duas camadas . Porém, de xampu.
adicionando -se gema de ovo e ag itando-se a Com base no experimento, explique as dife-
mistura, obtém-se a maionese, que é uma dis- renças observadas na passagem da luz nos
persão coloidal. Nesse caso, a gema de ovo atua béqueres A e B.
como um agente:
a) emulsificador. d) redutor. 4 . (UEL-PR) A força e a exuberância das cores dou-
b) hidrolisante. e) catalisador. radas do amanhecer desempenham um papel
fundamental na produção de diversos significa-
e) oxidante.
dos culturais e científicos. Enquanto as atenções
se voltam para as cores, um coadjuvante exerce
um papel fundamental nesse espetáculo. Trata-
-se de um sistema coloidal formado por partículas
Um professor, devidamente equipado com ócu-
presentes na atmosfera terrestre, que atuam no
los de proteção, luvas, jaleco de mangas com-
fenômeno de espalhamento da luz do Sol. Com
pridas e sapatos fechados, realizou o seguinte
base no enunciado e nos conhecimentos acerca
experimento para investigar com os alunos o que
de coloides, considere as afirmativas a seguir.
acontece com a luz ao atravessar materiais com
partícu las dispersas. 1) São uma mistura com partícu las que variam
de 1 a 1 000 nm.
li) Trata-se de um sistema emulsificante.
Importante: não realize esse experi me nt o sem o
a rnmpa nha me nto de um profissio na l habilitado e sem Ili) Consistem em um sistema do tipo aerossol
os e qu ipa mentos de prot eção. sólido.
IV) Formam uma m istura homogênea monodis-
1) Adicionou 50 ml de água destilada em dois
persa.
recipientes de vidro (béquer), devidamente
limpos e secos. Identifique a alternativa correta.
li) No béquer A , colocou 5 ml de álcool etílico a) Somente as afirmativas I e li são corretas.
absoluto para microscopia 99,5% e agitou b) Somente as afirmativas I e Il i são corretas.
bem. e) Somente as afirmativas Il i e IV são corretas.
lll) No béquer B, adicionou 5 ml de xampu co- d) Somente as afirmativas 1, li e IV são corretas.
mum e agitou bem. e) Somente as afirmativas li, Ili e IV são corretas.

46

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5. (Enem/MEC) O efeito Tyndall é um efeito óptico b) à interferência do feixe de luz neste meio.
de turbidez provocado pelas partículas de uma e) à transm issão do feixe de luz neste meio.
dispersão coloidal. Fo i observado pela primeira
d) à polarização do feixe de luz por este meio .
vez por Michael Faraday em 1857 e, posterior-
e) ao espalhamento do feixe de luz neste meio.
mente, investigado pelo físic o inglês John Tyndall.


Este efeito é o que torna possível, por exemplo,
/ iC. ..- ... .. ....................... ..
observar as partícu las de poeiras suspensas no
\ ~:. _/.. Pesquisa Ô \
ar por meio de uma réstia de luz, observar gotí-
culas de água que formam a neblina por meio O soro caseiro é um exemplo de solução. Pes-
d o farol do carro ou, ainda, obse rva r o feixe quise como se prepara um soro caseiro, apon-
luminoso de uma lanterna por meio de um reci- tando os seguintes elementos:
piente contendo gelatina.
componentes da mistura;
REIS, M. Completamente Química: Físico-Ouimica. São Paulo: FTD. 2001 (adaptaoo).
solvente;
A o passar por um meio contendo part ícu las
dispersas, um feixe de luz sofre o efeito Tyndall solutos;
devido: representação da dissolução;
a) à absorção do feixe de luz por este meio. função do soro caseiro no organismo humano.

Solubilidade de gases em líquidos


As moléculas de um gás estão em constante movimento. Com isso, o contato de
um gás ou mistura gasosa com um líquido faz que as moléculas se choquem com as
do líquido, possibilitando a dissolução de parte desse gás.
Em nosso planeta, com exceção de algumas situações de vácuo, os líquidos estão
em contato com uma atmosfera gasosa, por isso apresentam gases dissolvidos em
sua composição.
3 O que acontece quando abrimos um recipiente com alguma bebida gaseificada?
Parte do gás é liberada.
4 Esse f enômeno ocorre sempre da mesma maneira para q ualquer recip iente com
bebid a gaseifi cada e em q ualq uer lugar que estiverm os? Não. O fenômeno também
depende da solubilidade do gas, da temperatura e da pressão exercida sobre o gás.
A solubilidade do gás em líquidos depende da reatividade do gás, da temperatura e
da pressão exercida sobre ele.
A reatividade influencia na solubilidade de gases em líquidos. Os gases que reagem
com líquidos tendem a apresentar maior solubilidade que aqueles que não reagem. No
quadro abaixo, são destacados alguns gases e sua solubilidade em líqu ido, de acordo i,
com a reatividade. !
.;
~
Solubilidade em litros do j
Gás Reatividade gás por 1,0 L de água, nas I!
~
CNTP (O ºC e 1 atm} ~
<(

Garr afa de água gaseificada


1
1 Nitrogênio (N 2 ) Não reage 2,0 · 10- 2 sendo aberta.
1

-2
1
Oxigênio ( 0 2 ) 1 Não reage 3,9· 10
Qu ando há aumento
1
da tem peratu ra da
1 Argônio (Ar) Não reage 2,5 · 10- 5 água de um l ago, a
1
solubilidade dos
1,1 , 103 gases present es nela
Amoníaco ( NH 3) NH3(g) + H2o(e) ,==:= NHpH(aq)
1 d iminui, ficando
menos disponíveis
1
Cloro (ceJ C!'. 2(g) + H 20(!'.) .__ HC!'.(aq) + HC!'.O(aq) 1 8,1 para pl ant as e
.... animais aqu át icos .

5 Você já notou d iferença ao abrir bebidas gaseificadas geladas e em temperat u-


ra ambiente? Q ual é a d iferença? Resposta pessoal. Sim, em temperatura ambiente, a eliminação
de gás tende a ser maior do que quando a bebida está gelada.
Estudo das dispersões 47

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A temperatura influencia a solubilidade de gases em líquidos. Logo, quanto maior a
temperatura, menor a solubilidade.
Além disso, a agitação das moléculas de um líquido também aumen-
Solubilidade de gases com ta conforme a temperatura, o que dificulta a solubilidade de um gás em
o aumento da temperatura seu interior. Por isso, bebidas em temperatura ambiente costumam libe-
Scl!Dlidade (molll) rar mais gás do que quando estão geladas.
CH,
O gráfico ao lado representa, de forma geral, a solubilidade de dife-
2.0
\. rentes gases com o aumento de temperatura.
o-:-.::-,
"""
r_;;-..... .......... ........

..............
~
~~-
A pressão influencia na solubil idade dos gases no líquido. De acordo
com a lei de solubilidade estabelecida pelo químico britânico William
1.0
Henry (1775-1836), a solubilidade de um gás em um líquido é direta-
~
r--J_ mente proporcional à pressão do gás sobre o líquido.
Para a segurança do mergulhador, cada tipo de mergulho, com pro-
He
fund idade e tempo de mergulho determinados, exige o uso de misturas
específicas enriquecidas com gás oxigênio e/ou outros gases, especial-
10 20 30 4-0 50
T._-alln('C) mente o gás hélio. A utilização da mistura adequada possibilita a am-
Gràtico elaborado com base em: BROWN, T. L. et ai. pliação do tempo e da profundidade de mergulho e, ainda, pode dimi-
Ouimica: a ciência central. 9 . ed. São Paulo: Pearson,
2007. p. 457. nuir o período de descompressão ao voltar à superfície.

Em geral considera-se que a cada 10 m de


profundidade em água salgada, a pressão tende a
aumentar 1 atm. Se um mergulhador, por exemplo,
está a uma profundidade de 200 m, ele estará
submetido a uma pressão de 21 atm. Assim, a pressão
parcial dos gases será aumentada em 21 vezes.
Mergulhador realizando um mergulho com o auxílio
de equipamentos de segurança e cilindro de gás.

Quanto maior a Solubilidade de gases com


pressão sobre o o aumento da pressão O gráfico ao lado representa, de forma geral, a
gás, maior também
Solubiidade malar (mol/l) solubilidade de dois gases com o aumento de
será a sua
solu bilidade na pressão.
1
amostra Líquida. À medida que se aumenta a pressão sobre o
gás, maior é o número de partícu las gasosas dis-
solvidas no líquido. O esquema a seguir represen-
ta esse fato.
Note que confo rme o êmbolo é empurrado para
baixo, as partículas representadas por esferas ver-
melhas misturam-se ao líquido. Com isso, a quan-
Gráfico elaborado com base tidade de gases dissolvidos passa a ser maior.
em: ATKINS, P.; JONES. L
Princípios de química: Exemplos:
questionando a vida
0,5 1
moderna e o meio ambiente. • gases dissolvidos no tanque de mergulhadores;
3. ed. Porto Alegre: Prenlo pamial (abn)
Bookman, 2006. p. 395. • C0 2 disso lvido em água gaseificada.

A solubilidade de
um gás em Líquido
aumenta com o Neste esquema foram utilizadas esferas para
aumento da representar os movimentos das partículas
pressão. dos gases que se dissolvem no líquido. As
cores utilizadas não correspondem às reai.s.

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Solubilidade de so luções
Em geral, diferentes solutos dissolvem-se em quantidades diferentes, em uma mes-
ma quantidade de solvente, na mesma temperatura e pressão.
O álcool hidratado O sistema água e


comercial é uma gasolina é uma
combinaçào de m istura h eterogênea.
álcool e água. Nesse caso, têm- se
Trata- se de uma líquidos imiscív eis,
mistura homogênea, pois não se dissolvem
l ogo uma solução entre si, apesar de se
l íquida. misturarem.
Água e álcool etílico
são líquidos
,l;
miscíveis, pois se g
d issolvem entre si g
em quaisquer ~
O sist ema qu erosene
proporções. 1\ e gasolina é uma
1- ~- - mistura homogênea.

Como já vimos, as soluções saturadas são aquelas que, em determinada tempera-


tura e pressão, atingiram o valor do coeficiente de solubilidade e são estáveis.
Considerando-se o coeficiente de solubilidade do cloreto de sódio (Nace) igual a
CSNace = 36 g/100 g de água a 20 ºC, se, sob agitação contínua, adicionarmos grada-
tivamente 36 g de cloreto de sódio em 100 g de água a 20ºC, obteremos uma solução
saturada sem corpo de f undo. Nesse caso, a solução apresenta a quantidade de
soluto dissolvida igual ao valor do coeficiente de solubilidade.
100 g de água a 20 •e

solução
36 g de NaCe ...- saturada SEM
+ corpo de fundo

Solução saturada de cloret o de sódio sem corp o de fundo.

Se adicionarmos 60 g de cloreto de sódio (NaCe) em 100 g de água, a 20 ºC, e


agitarmos, ocorrerá a dissolução de 36 g do soluto e, em um primeiro momento, ha-
verá 24 g desse sal não dissolvido na solução. Em seguida, esses 24 g de sal se
precipitarão, pois o Nace é mais denso que a referida solução saturada, formando o
corpo de fundo. Ao final, se o sistema for colocado em repouso, teremos uma solução
saturada com corpo de fundo (solução estável).
100 g de água a 20 •e

solução
saturada COM
corpo de fundo
_... contendo
+ 24 g de NaCe
(precipitado)

Solução satu rada de cloreto de sódio com corpo de fundo.

6 O que poderia ser feito para ret irar os 24 g de cloreto de sódio (NaCe) não d is-
solvidos? Como se trata de uma mistura heterogênea (sólido + líquido) em que há solução
saturada com corpo de fundo poderia ser feita uma filtração simples. Dessa forma, haveria
separação do precipitado e o filtrado seria uma solução saturada sem cor o de fundo.
Agora, considere os dados experimentais relati-
Temperatura (ºC) 20 100
vos aos coeficientes de solubilidade do nitrato de
potássio {KN0 3 ) nas temperaturas 20 ºC e 100 ºC, Coeficiente de solubilidade
à pressão de 1 atmosfera, como apresentado no 31 ,6 246
(gKN03 /100gH2 0)
quadro ao lado.

Estudo das dispersões 49

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Se, em um béquer com 100 g de água a 20ºC, adicionarmos 25 g de nitrato de
potássio (KN0 3 ) e agitarmos adequadamente, poderemos observar que a massa de
soluto adicionada se dissolverá totalmente, em razão do coeficiente de solubilidade a
essa temperatura. Nesse caso, teríamos uma solução insaturada.
Se, nessa mesma solução, sob agitação e na temperatura de 20 ºC, fosse adicionado
mais 15 g de KN0 3 , obteríamos uma mistura com corpo de fundo. Isso ocorreria porque
a quantidade desse sal apresenta massa total de 40 g na mistura, com excesso de 8,4 g.
Esse excesso de sal começaria a se precipitar, até que, em dado momento, todo o
excesso (8,4 g do sal), agora no fundo do béquer, formaria o corpo de fundo. Nesse
caso, teríamos uma solução saturada com corpo de fundo.
Os valores dos coeficientes de solubilidade do nitrato de potássio, nas duas tempe-
raturas indicadas no quadro da página anterior, permitem concluir que, para esse sal,
ao se aumentar a temperat ura, aumenta-se também o coeficiente de solubilidade.
Desse modo, tem-se uma dissolução endotérmica, ou seja, quanto mais o sistema
7. Resposta pessoal.
Espera-se que os absorve energia, mais altas serão as suas temperatura e solubilidade.
alunos digam que a
solução seria insaturada 7 A 100 ºC essa solução de nitrato de potáss io seria saturada ou insaturada?
em nitrato de potássio ,
pois nessa temperatura Justifique sua resposta.
a massa de sal
dissolvida (40 g) é No esquema a seguir, observe como pode ser dissolvido o corpo de fundo da so-
menor que o CS (246 g lução saturada de nitrato de potássio e água. Nesse experimento, todos os sistemas
nitrato de potássio/100 g
de água). apresentam 100 g de água.

solução saturada aqueciment o


/!,, Momento em que deixa
de existir corpo de fundo.
Em segu id a, Solução saturada sem
31 ,6 g KN03 aquecendo a mistura, corpo de fundo.
dissolv idos em -···· observa-se que a
Durante o aquecimento,
100 g de H2 0 quan tidade de corpo
em uma determinada
de f u ndo dim inui,
•'
pois se t r at a de uma
temperatura T, o
8 ,4 g KNO, (s) _./ precipitado desaparece,
dissolu ção
precipitado formando- se uma solução
endotérmica.
n uma dada saturada sem corpo de
temper at ura > 20 º[ fundo na temperatura T.
Partindo-se da solução saturada rnm
corpo de fundo, citada anteriormente, a
qual apresenta 31,6 g de KN0 3 dissolvido Se o aquecimento con t inuar, a
aquecimento solu ção de á gua e nitrat o d e
e 8,4 g desse sal não dissolvido (corpo
6. potássio se t o rnará insaturada.
de fundo) em 100 g de água, a 20 ºC.

decorrido
al gu m tempo resfriament o sol ução insaturada
(100 °[)

solução estável solução instável


solução saturada com solução su per saturada
cor po de fundo a 20 º[ a 20 °[ solu ção em
repouso

Como essa solução, em repouso, é bastante Se essa solução insaturada a 100 ºC for colocada
instável, caso seja agitada ou a ela seja posteriormente em repouso para que a temperatura volte a
adicionado um pequeno cristal de (KNOisl) , ser 20 ºC. inicialmente, os 40 g de KN0 3 tendem a continuar
deverá ocorrer a precipitação de todo o excesso dissolvidos. Nesse momento, tem-se um sistema em que há
dissolvido (8,4 g de nitrato de potássio). Assim, mais soluto dissolvido (40 g) que o va lor do coeficiente de
a tendência é que essa solução supersaturada solubilidade CSKNO =
31 ,6 g KN0 3 /100 g H2 0 a 20 ºC. Portanto,
se t orne saturada com corpo de fundo, a 20 º C. nesse caso, será fór mada uma solução supersaturada.

50

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Curvas de solubilidade
Conhecendo os valores do coeficiente de solubi lidade de determinada substância a
diferentes temperaturas, pode-se montar um gráfico denominado curva de solubi lida-
de dessa substância.


Assim, as curvas de solubilidade são os gráficos que mostram a variação dos coe-
ficientes de solubilidade em função da temperatura.
Para o caso do nitrato de potássio, os coeficientes de solubilidade, de acordo com
a temperatura, podem ser representados em um quadro e em uma curva de solubili-
dade. Veja a seguir.

cs Curva de solubilidade do nitrato de pot ássio


Temperatura {ºC)
(g KN0/100 g H2 0) (g KNO, / 100 g H,O)
o 13,3 260
10 20,9 240
220
- - r1
20 31,6
200
~
/ pontos de
30 45,8 180
160 sucersat lfáve s fin• 1...,1s J / " saturação
40 63,9
140 k V
Oponto de saturação
50 85,5 120 / representa i.m llmite

60 110
100
V
~'"' de estabilidade da
sokJção.
80
70 138 /
60
y regl ~ sol~ ~ões
_,_,-·-·
80 169 40 ~.,. ·- ,- ,-·-·
1--- 20
90 202 o
20 40 60 80 100
100 246 Teq,emlum ('C)

Observa-se que a curva de so lubilidade do nitrato de potássio é Curva de solubilidade de dissoluções


ascendente. Logo, trata-se de uma dissolução que é favorecida endotérmicas e exotérmicas
pelo aquecimento, ou seja, uma dissolução endotér mica . Solubllldade
Grande parte das substâncias apresenta esse comportamento,
A
entretanto, há substâncias em que o aumento da temperatura desfa- 50 + - - ~ - ~ -~ - ~
vorece a sua dissolução. Nessas situações, tem-se uma dissolução
exotérmic a (curva descendente). Assim, quanto mais calor o siste-
ma ganha, maior é a temperatura e menor é a solubili dade. Na dis-
solução exotérmica, para aumentar a solubili dade, é necessário res-
friar o sistema, diminuindo sua temperatura.
Graficamente, esses comportamentos podem ser representados
como mostra o gráfico ao lado.

o-'---+---+---+---+--+
As curvas A e B representam dissoluções endotérmicas.
10 20 30 40
A cur va C represen ta uma dissolução exotérmica, Temperatura ('C)

/ Atividades resolvidas\
R1. (Fuvest-SP) Quatro tubos contêm 20 ml de água cada um. Coloca-se nesses tubos
dicromato de potássio (K2 Cr 20 7 ), nas seg uint es quantidades:

Tubo A: 1,0 g Tubo B: 3,0 g Tubo C: 5,0 g Tubo D: 7,0 g

A solubilidade do sal, a 20 ºC, é igual a 12,5 g/ 100 ml de água. Após agitação, em


quais tubos coexistem, nessa temperatura, solução saturada e fase sólida?
a) Em nenhum. e) Apenas em e e D. e) Em todos.
b) Apenas em D. d) Apenas em B, C e D.
>
Estudo das dispersões 51

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> Resolução
O coeficiente de solubilidade é:

Assim ,
12,5 g K 2 Cr 2 0 7 ----- 100 ml H 2 0
X 20mLH 2 0

X= 12' 5 . 2 º
100
= 12,5 :. X:: 2,5 g K 2Cr2 0 7
Dessa forma, só o tubo A apresentará o dicromato de potássio (K 2Cr 2 0 7 ) total-
mente dissolvido. Nos demais tubos, as soluções deverão estar saturadas e apre-
sentar corpo de fundo, ou seja, dicromato não dissolvido.
Assim, a resposta correta é a letra d.

R2. O gráfico ao lado representa as curvas de solubili-


Curva de solubi lidade
dade de algumas substâncias.
Com base nesse gráfico, responda.
a) Qual é a substância mais solúvel em água a 240
220 -l--+--+-<-~>--;--+--
40 ºC?
200 1 --+--+-<-+--I-I~,- - ++--,----<
b) Qual é a máxima quantidade de cloreto de po- 180-i--+--+--l-i--r---+-- - +---
tássio (Kce) que conseguimos dissolver em 100 g 160 -i--+-+---l-t--l-l--+-t,_..__,,,.......,
140-1-+-+-1-l---f--li--+-++~ -+----I
de água a 50 ºC de forma que se obtenha uma
solução estável? 12oi:=:l:=:j:::~t::::~~~-'1-f~
100

e) Qual das substâncias tem a sua solubilidade dimi- 80-l-::al,,-"'F-+-l-z!!.-'"""'l=--t-+-+~

nuída com o aumento de temperatura?


40 1.
.s,
d) Qual é a massa mínima de KCi que satura 800 g 2
~I~!'.=f::f;~;~~~J:J:~~~J ...~
de água a 50 ºC? Qual é a massa mínima da 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 ~
Tempera!ln ('C) -
solução saturada obtida nessas condições? ~

Resolução
a) Na temperatura de 40 ºC, a substância mais solúvel é o brometo de sódio (NaBr).
b) Observando o gráfico, na temperatura de 50 ºC para a substância KCe, teremos o
valor 40 (ponto sobre a curva, logo solução saturada e estável) no eixo das orde-
nadas. Assim, concluímos que é possível dissolver até 40 g de KCe em 100 g de
água a 50 ºC, sendo esse o valor de seu coefic iente de solubilidade, ou seja:
CSKce = 40 g/100 g H 2 0 (50 ºC).
e) Sulfato de cério Ce 2 (S0 4 ) .
3
d) O coeficiente de solubilidade é:

CSKCt :: 40 g/100 ml H p (50 ºC)

Assim,

40 g KCi - - - - - 100 ml H 2 0
X 800mLHp

X = 4 o . 8 00 = 320 : . X = 320 g KCt


100

Para saturar 800 g de água na referida temperatura, são necessários, pelo menos,
320 g de KCf (solução saturada estável). Dessa forma, a massa mínima da solução
saturada (estável) obtida apresenta 320 g de soluto e 800 g de solvente, totalizan-
do 1 120 g de solução.

52

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Ol
1 Química em foco

O uso de dispersões nas profissões


Muitas vezes utilizamos dispersões em ações cotidianas sem nos darmos conta.
Alguns exemplos de materiais que constituem dispersões são: ar, água tratada,
neblina, fumaça, alimentos, bebidas, produtos de higiene pessoal, materiais de
limpeza, medicamentos, pedras preciosas e, inclusive, constituintes de nossas cé-
lulas e sangue.
Muitos profissionais utilizam dispersões específicas ao realizar algumas de suas
atividades de rotina. Veja alguns deles:

.......................................................................................... ........ ~

Um cozinheiro pode utilizar vários tipos de J

dispersões na preparação de suas receitas.


Ingredientes, como: maionese, leite,
chantili, margarina, mel, requeijão, creme
de leite, gelatina, amido, sorvete, queijo
etc. são aguns exemplos de coloides.

1ngredientes sendo
m isturados no preparo
de uma receita.

r .............................................................................................................
J Um grafiteiro para produzir a sua arte, o grafite, pode
utilizar coloides, como a tinta e o aerossol. Na tinta, os
pigmentos (sólidos) estão dispersos em dispersantes
(líquidos). No aerossol, os pigmentos líquidos (tinta) estão
dispersos em propelentes que, geralmente, apresentam
pressões mais altas e são líquidos com baixos pontos de
ebulição. Ao ser pressionado, o aerossol libera um spray, Grafiteiro utilizando
coloide formado por líquido (tinta) disperso em gás (propelente). t inta aerossol.

......................................................................... .............................................. ............ ~

Em tratamentos odontológicos de seus pacientes, o dentista 1


pode prescrever o uso de algumas dispersões coloidais, como:
cremes dentais e flúor- gel para reforçar a estrutura do esmalte
dos dentes, reduzindo significativamente a incidência de
cáries dentárias. O amálgama de prata utilizado em
obturações é uma mistura que apresenta principalmente
prata e mercúrio. Em c lareamento dentário, é comum o
profissional utilizar o gel de peróxido de carbamida ( CH 6 N2 0 3 ).

Dentista realizando J

\
tratamento
odontológico em
uma paciente.

r . . . . . . . . .. . .. . . . . .... ..................... . . . . . . . . ... . . . . . . . . . ..


1 Ao prescrever alguns medicamentos para o
tratamento de seus pacientes, um
médico pode indicar medicamentos que
apresentam dispersões. Colírio e soro fisiológico
são exemplos de dispersões que, em geral, são
soluções; pomadas e cremes são coloides;
antibióticos, leite de magnésia e contrastes de entregando uma
radiografia são exemplos de suspensões. p rescrição médica.

Estudo das dispersões 53

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§
Atividades §- Resolva as atividadE!!s no caderno.

7. Considere as fotografias a seguir e responda ao 9. (UEG-GO) O gráfico a seguir mostra a curva de


que se pede. solubilidade para diversos sais inorgânicos. A
análise do gráfico permite conc luir que a quan-
tidade mínima de água, em gramas, a 1O ºC,
necessária para dissolver 16 g do sal A é igual a:

Curva de solubilidade
de sais inorgânico
Gramas de soluto para saturar 100 g H,O
100

Creme dental. 90
saJA/ ,"
1
/
80
/ saJB /

70
V / saJC V
V

60 I ~V
50 / ~
,,,,,,/ '

L/, salO
40
_},,./ /
leite sendo 30
despejado no copo.

a) Como poderiam ser classificados estes dois


materiais coloidais?
20

10
r--./
V
1
- --- saJE

r r-

b) Qual é a fase dispersa e o meio dispersante


10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Tempendura ('C)
J
em cada caso?
a) 12 b) 20 e) 36 d) 48

10. O quadro a seguir fornece o coeficiente de solu-


(Enem/MEC) Ao colocar um pouco de açúcar na bilidade cs do cloreto de sódio em g de Nace.
água e mexer até a obtenção de uma só fase, por 100 g de água, em diferentes temperaturas .
prepara-se uma solução. O mesmo acontece ao
se adicionar um pouquinho de sal à água e mis- Coeficiente de s o lu bilidade
Temperatura (ºC)
turar bem. Uma substância capaz de dissolver (g de NaCf / 100 gde H 0) 2
o soluto é denominada solvente; por exemplo, a
o 35,7
água é um solvente para o açúcar, para o
sal e para várias outras substâncias. A 10 35,8
figura a seguir ilustra essa citação. 20 36

30 36,3

40 36,6

50 37

60 37,3

--+
solução L 70 37,8

a) Calcule a quantidade máxima de Nace. que se


dissolve totalmente em 200 g de água a 40 ºC.
Suponha que uma pessoa, para adoçar seu b) Calcule a quantidade de massa de Nace., que
cafezinho, tenha utilizado 3.42 g de sacarose ainda é possível dissolver tota lmente, se au-
(massa molar igual a 342 g/mol) para uma xíca- mentarmos para 70 ºC a temperatura de uma
ra de 50 ml do líquido. Qual é a concentração solução aquosa saturada de massa 205 g a
final em mol/L de sacarose nesse cafezinho? 10 ºC.
a) 0,02 c) 2 e ) 2000 e) Construa uma curva de solubi lidade usando
b) 0,2 d) 200 os dados fornecidos no quadro.

54

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Oficina de Química .. Efeito Tyndall
*A neblina é uma dispersão coloidal (grupamento de partículas de água
~/ dispersas no ar) e, por isso, está sujeita ao efeito Tyndall. Se o motorista utilizar
~ Ponto zero farol alto, o feixe de luz emitido tenderá a se dispersar na frente do veiculo,
dificultando, dessa forma, sua visibilidade e aumentando o risco de acidentes.


Os diâmetros médios das partículas de uma dispersão podem influenciar no trajeto lumino-
so de um feixe de luz.
• "Sob neblina, use luz baixa.", placas com este tipo de aviso são frequentemente vistas nas
estradas. Você sabe o motivo dessa recomendação? ·
Nesta oficina estudaremos a classificação das dispersões, de acordo com o comportamen-
to adquirido por um feixe de luz ao incidir sobre suas partículas.

O~B/ Materiais
• 6 béqueres ou copos de vidro transparen- • 1 carto lina preta
tes de mesmo tamanho • 1 "apontador" a laser (pode ser utilizada
• 5 colheres uma lanterna comum, porém será necessá-
• xampu rio adaptá-la da seguinte maneira: corte um
• sal de cozinha (Nace. - cloreto de sódio) pedaço de cartolina preta, faça um peque-
• álcool no orifício no centro dele com a ponta do
• leite lápis e fixe-o na frente da lanterna (posição
• amido de milho central) de forma que, ao ligá-la, o feixe de
• água filtrada ou destilada luz passe somente por esse orifício).
1. Substância pura e solução (béqueres 1, 3 e 4): permitem a passagem de luz.
~ , - - - - - - - - Coloide (béqueres 2 e 5): por causa do diâmetro médio das partículas dispersas, é
~ / Mãos à obra possível observar o efeito Tyndall, o qual dispersa a luz de forma regular.
Suspensão (béquer 6): dispersa a luz, não produzindo um feixe regular.
2. As
® partículas
Enumere os béqueres de 1 a 6 , e adicione água destilada até metade do volume de dispersas
cada um. que
constituem
@ Em cada béquer, adicione uma colher das substâncias indicadas a seguir, misturando-as os sistemas
coloidais são
à água. maiores
- béquer 2: xampu; - béquer 4: álcool; que as
partículas
- béquer 3: sal de cozinha - béquer 5: leite; dispersas
nas
(cloreto de sódio); - béquer 6: amido de milho. soluções, o
que pode
© Observe os béqueres de 2 a 6, comparando -os com o béquer 1, que contém apenas dispersar a
luz. Assim,
água. Anote em seu caderno as suas observações. também é
possível
@ Durante o experimento, posicione cada um dos béqueres a serem analisados entre a observar o
carto lina e o apontador a laser e, em seguida, incida o feixe de luz. Em cada um dos feixe de luz
atravessando
béqueres, procure observar a trajetória da luz na m istura e a marca produzida na car- o béquer.
tolina. Anote os resultados em seu caderno.
3. O béquer 6 apresenta uma dispersão do tipo suspensão, em que as partículas presentes
n
.~ 1~------ possuem diâmetro médio superior às dos sistemas coloidais . Assim, após certo tempo em
Para pensar repouso, as partículas que constituem as suspensões, pela ação da gravidade, tendem a se
depositar no fundo do béquer. Isso não tende a ocorrer nos demais béqueres.
1. Com base no resultado da trajetória da luz, c lassifique as dispersões dos béqueres
(1 a 6) em solução, coloide ou suspensão.
Z. Por que é possível observar a trajetória da luz nos coloides e não nas soluções?
3. Após certo tempo em repouso, o que acontece com a dispersão contida no béquer 6? O
mesmo acontece com os outros béqueres?
4. Em quais situações do dia a dia você já verificou fenômenos semelhantes a esse?
Explique. Ao incidir o farol de um automóvel sobre uma neblina e ao entrar um feixe de luz em um
ambiente mais escuro, em que é possível ver as partículas de poeira no feixe de luz.

O Não direcione a luz do apontador a laser para o rê Ao f inal do experimento, dilua cada uma das
rosto das pessoas, pois ele pode causar danos dispersões e, em seguida, el as podem ser
aos olhos. descartadas na pia. A cartolina pode ser reciclada.

Estudo das dispersões 55

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44·1•11i§Ul•Miliit+t·· ·R~·d1~~~-~f1~-d~--~~-~~;~-~~~·· · · · · ································.
V
Conhecendo
Os raios X passam facilmente pelos tecidos moles, como músculos e órgãos internos, mas são
parcialmente retidos por tecidos mais densos, como ossos e dentes. Estes retêm os raios X, por
isso a gravação na chapa fica clara, enquanto os tecidos menos densos aparecem com uma to-
nalidade mais escura. Nas chapas de raios X, é possível localizar desde fraturas ósseas até cáries
dentárias.
Dessa forma, para radiografar as regiões de baixa densidade,
é necessário o emprego de contrastes, os quais apresentam em
sua composição substâncias que contêm átomos de elementos
de alto número atômico. Como exemplos podemos citar o bário
e o iodo, pois são substâncias que atenuam a ação dos raios X,
assim, a imagem de regiões de menor densidade torna-se mais
clara.
Para obter imagens de ressonância magnética, os contrastes
geralmente podem apresentar o elemento gadolínio como prin-
cipal constituinte, o qual possui propriedades paramagnéticas.
Assim como há inúmeros tipos de contrastes também exis-
tem diversas vias de administração. Dessa forma, eles podem
ser aplicados via oral, via intravenosa, entre outras maneiras.
Radiografia do tórax de uma pessoa. As regiões de
maiores densidades apresentam coloraçào mais clara.
Estudando
Para radiografar o estômago ou os intestinos, o paciente
pode ingerir uma suspensão de sulfato de bário (BaS0 4 ), pois
geralmente cobre as paredes desses órgãos "barrando" a pas-
sagem dos raios X. Assim, a imagem formada na chapa torna-
-se mais clara, podendo visualizar inclusive lesões nos tecidos
do aparelho digestivo. Um tumor nessa região costuma apare-
cer na imagem como uma mancha mais escura.
Contudo, a presença da massa de 1 grama de íons Ba2+ no
organismo humano pode levar o indivíduo a óbito. A solubilidade
do sulfato de bário em água é pequena: em 1 litro de uma solução
-3 2+
saturada dessa substância há apenas 5 · 10 g de íons Ba , o
que é muito inferior à quantidade letal. Dessa forma, pode-se
dizer que os contrastes de bário não tendem a ser absorvidos
pelo organismo, e são eliminados juntamente com as fezes, dei-
xando-as esbranquiçadas por alguns dias. Além disso, dificil-
Radiografia do abdom e de uma pessoa . Após a mente causam efeitos colaterais. Segundo a literatura médica, a
administraçào do contras te, o órg ão d e int eresse
apresenta u ma col oração mais clara na imagem do hipersensibilidade (reação alérgica) ao sulfato de bário é muito
exame radi ográfi co. rara.

Convers an do
1. Levando em consideração o fenômeno da dispersão, qual a função dos contrastes na radio-
. ? Os contrastes "forram" as paredes dos órgãos e, assim , " barram" a passagem de raios X, formando a
grafia · imagem mais clara na chapa. Como citado no texto, é possível verificar lesões nos tecidos do aparelho
digestivo. Um tumor, por exemplo, costuma aparecer na imagem como uma mancha mais escura.
2. Você já foi submetido a alguma rad iografia? Foi necessário usar algum contraste? Converse
com os seus colegas sobre a experiência.
Resposta pessoal. Espera-se que os alunos conversem compartilhando suas experiências.
3. A qual função inorgânica pertence o sulfato de bário? Quais os reagentes que poderiam ser
utilizados para a sua produção? Sulfato de bário é um sal, podendo ser obtido pela reação de
neutralização das soluções aquosas de hidróxido de bário (sa(OH) 2 )
e ácido sulfúrico (H 2S0 4 ) .
56

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Aspectos quantitativos
das solucões
,
Em praticamente sua totalidade, os sistemas químicos encontrados na natureza são
formados por misturas e são denominados materiais. Parte considerável dos materiais
de nosso cotidiano está na forma de soluções.
As proporções estabelecidas entre as quantidades de soluto e de solvente são de-
nominadas aspectos quantitativos das soluções. Essas quantidades podem, por B. Soluto: Sais
exemplo, envolver os seguintes aspectos (grandezas): massas do soluto, do solvente (principalmente cloreto
de sódio (NaCt), sulfato
e da solução; números de mo! do soluto, do solvente e da solução; volumes do soluto,
de cálcio (caS0 4 ) ,
do solvente e da solução. sulfato de magnésio
Os mares são um exemplo de materiais. Em geral apresentam uma concentração ( MgS04 ) e cloreto de
salina de 5% em massa, ou seja, possuem 5 g de sal dissolvidos em 100 g de água. magnésio (MgCt 2 ) ;
Um exemplo que foge totalmente a esses padrões é o mar Morto, localizado entre Solvente: água.
C. Resposta pessoal.
Israel e Jordânia, ele apresenta uma concentração salina de aproximadamente 30% Espera-se que os
(30 g de sal a cada 100 g de água) e densidade próxima a 1, 7 g/cm 3 . O intenso calor alunos cheguem à
conclusão de que em
da região faz com que a evaporação das águas seja mais rápida que a sua reposição. razão da alta salinidade
Mesmo recebendo milhares de toneladas de água dos rios, principalmente do rio Jordão, de sais, o mar Morto
apresenta uma alta
esta quantidade não é o suficiente para diminuir a salinidade deste mar. densidade,
aproximadamente
® Qual o significado do termo concentração citado no texto acima? Esse termo 1, 7g/cm3 , maior que a
representa que há determinada quantidade (muita ou pouca) de uma substância em uma mistura. densidade média do
@ A água do mar filtrada sendo um exemplo de solução, qual é o seu soluto e qual corpo humano que é de
é o seu solvente? O, 98 g/cm3 . Logo, as
pessoas flutuam, pois
© O mar Morto é muito famoso pelo fato de as pessoas não afundarem em suas águas, apresentam uma
densidade inferior à da
boiando com muita facilidade. Tente explicar por que esse fenômeno acontece? água do mar.

Estudo das díspersões 57

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1. O café mais
concentrado é o mais Concentracões de solucões
, ,
escuro, pois ele apresenta
mais disperso (neste caso As duas fotos a seguir mostram dois cafés preparados com diferentes concentra-
o café} do que o outro.
ções, mas ambos contêm a mesma quantidade de dispersante, o mesmo tipo de pó
2. Poderia acrescentar . . .
água ao café mais de cafe e foram feitos a mesma temperatura.
concentrado para diluí- lo até atingir
a concentração do outro café.
Também é possível aquecer o café
menos concentrado a fim de
® ®
fazê-lo perder solvente para
aumentar sua concentração, até
atingir a concentração do café mais
concentrado. Outra possibilidad e é
misturar os dois cafés em um
recipiente e depois recolocá-los
nas xícaras. Neste caso, ambos
terão a mesma concentração. No
entanto, a nova concentração será
maior que a concentração inicial do
café menos concentrado e menor
Xícaras com café.
que a concentração inicial do café
mais concentrado.
1 Qual dos dois cafés é o mais concentrado? Justifique sua resposta.

2 O que pode ser feito para igualar as concentrações desses dois cafés?
As balanças analíticas Em laboratório, a preparação de uma solução com um sólido é feita pela dissolução
são utilizadas quando de determinada massa desse sólido em um certo volume de solvente apropriado. A
é necessário alcançar
alta precisão nos
massa do sólido a ser usada depende da concentração e do volume da solução que
resul tados de massas, se deseja preparar. O termo concentração foi tratado neste parágrafo com uma linguagem
próxima dos alunos. No entanto, o respectivo conceito químico estará nos próximos parágrafos.
pois, em geral, el as A medida de massa do sólido é feita em balança adequada: analítica ou semianalí-
possibilitam obter
com exatidão até
tica. Em geral, o preparo da solução é feito em balão volumétrico apropriado para
0,1 micrograma. obter o volume adequado. Para isso, recomenda-se dissolver o sólido em quantidade
Quanto às balanças (volume ou massa) de solvente menor que a quantidade do volume pretendido e, de-
semianalíticas, é pois, completar o volume do balão com esse solvente.
possível obter com
pr ecisão até 0,001 g.

Durante a dissolução
não se deve completar
o volume do balão
volumétrico enquanto
houver sólido não
dissolvido. Se durante
o processo de
dissolução ocorrer
variação na
temperatura da
mistura, é conveniente
esperar atingir a
temperatura ambiente
para então completar
o volume do balão.

Técnicos de laboratór io preparando soluções.

Em nosso estudo, para


fazer referência a
Como a solução foi preparada com base em dados previamente calculados (quan-
qualquer aspecto do tidade de soluto/solvente/solução), significa que já conhecemos a sua concentração.
soluto de uma Em Química, o termo concentração se refere às relações entre quantidades de soluto
solução, usaremos, e de solução ou de soluto e de solvente.
em subscrito, o índice
l ; para o solvente, Com uma solução concentrada, pode-se preparar outra solução adicionando-se
colocaremos, em solvente. Nesse caso, faz-se uma diluição de solução.
subscrito, o índice 2; e
par a a solução não
Também é possível misturar soluções de mesmo soluto e mesmo solvente, porém
será usado índice com concentrações diferentes, a fim de obter uma solução com concentração (inter-
subscrito. mediária) desejada.

58

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Como se deve preparar uma solução
A seguir, um esquema ilustrativo para o preparo de soluções liquidas a partir de dispersos
sólidos.


® ® ®
Q) Medir a massa de soluto em uma balança, usando um béquer.
(j) Colocar água no béquer com o soluto e, usando uma vareta, misturá-lo até a sua disso-
lução total.
@ Passar o conteúdo da mistura do béquer para um
balão volumétrico de capacidade adequada. Para
isso, acople um funil de vidro e use uma vareta
(conforme ilustração) para verter a mistura.
® Usando uma pisseta, esguiche água até retirar
toda a mistura do béquer.
® Adicione mais água ao balão volumétrico até a
medida de aferição (traço ou menisco).
® Fechar o balão volumétrico e agitar.

Vamos agora estabelecer algumas relações matemáticas envol-


vendo as quantidades de soluto, solvente e solução.

Concentração em massa (C)


3 Na preparação do café, qual é o sol uto e qual é o solvente?
Soluto: pó de café; solvente: água . ~
Em geral, para preparar um café mais concentrado, é preciso au - ~
mentar a proporção de pó de café em relação à água utilizada. Para f
esse caso, a concentração é realizada em massa. ~
s
A concentração em massa (ou concentração comum) expressa a l
relação entre a massa do soluto m 1 e o volume da solução V. Essa 1
concentração de solução pode ser expressa da seguinte forma: 8
!i.
:;_ Café sendo
~ prepa rado.
m, 3
C =-- (pode ser expressa em: g/dm , g/L, g/ml etc.),
V

em que:
• m1 é a massa do soluto; • V é o volume da solução.
Por exemplo, em uma solução foram dissolvidos 5 g de perman -
ganato de potássio (KMn0 4 ) em 200 cm 3 de água. É possível deter-
minar a concentração comum dessa solução em g/L?
Você deve se recordar da relação abaixo.

1 cm 3 = 1 ml Início da dissolução
1 dm3 =1 L de permanganato de
potássio em água .

Estudo das dispersões 59

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Logo, 200 cm 3 (volume) equivalem a 200 ml, portanto 0,2 L. Assim, substituindo na
expressão de concentração em massa, tem -se:

Portanto, a concentração comum, ou concentração em massa, da solução de


KMn0 4 é C = 25 g/L. Isso significa que em cada litro dessa solução há 25 g do sal
dissolvidos.

Veja como resolver usando regra de três.


Há 5 g de soluto em 0,2 L de so lução.

soluto solução
5 g de KMn 0 4· - - - 0,2 L
m 1 - - - 1 L : . m, = 25 g de KMn0 4

Logo, a concentração comum dessa solução é 25 g/L.

Densidade

Você já viu o equipamento ao lado nas bombas de pos-


tos de combustíveis? Mas você sabe qual é o nome dele e
para que serve?
Esse equipamento é um densímetro e, neste caso, serve
para medir a densidade da mistura que forma o combustível.
A densidade d de uma substância ou material expressa a
relação entre massa m e volume V da substância do material.
Dessa forma, a densidade da solução pode ser expressa
da seguinte maneira:

d = ~ (pode ser expressa em: g/m3 , g/ml, g/L etc.).

Não se deve conf undir concentração em massa com


densidade da solução.
Soluçào fisiológica de Toda matéria, seja ela uma substância simples ou uma
cloreto de sódio a 0,9%.
mistura, possui densidade, pois apresenta massa e volume
independente de seu estado físico.
Densímetro de uma bomba
de posto de combustível.

Porcentagem em massa de soluto(% m/m)


Na embalagem do soro fisiológico ao lado aparece uma informação em porcenta-
gem do cloreto de sódio. É a porcentagem em massa de soluto.
Essa porcentagem expressa a massa de soluto m , em 100 g de solução. Esse tipo
de concentração de solução é muito utilizado em indústrias químicas e farmacêuticas.
No caso do soro fisiológico, em 100 g da solução há 0,9 g de cloreto de sódio.
A porcentagem em massa de soluto pode ser expressa da seguinte forma:

m m
% mim= 100. m +1 m :. % mim = 100 · - m1 (%) ,
1 2

em que:
• m 1 é a massa do soluto; • m 2 é a massa do solvente;
• m é a massa da solução (m = m 1 + m 2 ) .
60

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A concentração de solução expressa em % mim é adimensional, ou seja, sem uni-
O valor da
dades de grandezas . porcentagem em
Podemos calcular a porcentagem em massa de soluto de uma dada solução. Por massa de soluto é
maior do que zero e
exemplo, uma solução é preparada pela dissolução de 5 g de hidróxido de sódio
inferior a 100%. Assim,
(NaOH) em 20 g de água. Qual a porcentagem em massa de soluto nessa solução? o intervalo a ser


Sabemos que: considerado é:
O % < o/o mim< 100 %.
• soluto é o hidróxido de sódio em quantidade de 5 g , assim m1 =5 g;
• so lvente é a água, assim m2 = 20 g;
• logo m = 25 g.
Portanto, substituindo na expressão da porcentagem em massa de soluto, tem-se:
m, 5 g tubo com água
% mim= 100 · - - - - ~ % mim= 100 · - - - - :. % mim= 20%
m, + m2 5 g + 20 g
Assim, a porcentagem em massa de soluto nessa solução é % mim = 20%. Isso
significa que em cada 100 g de solução há 20 g de soluto.

Veja esse exemplo sendo resolvido por regra de t rês.


h idróxido
soluto solvente solução de sódio
5 g de N aOH - - 20 g de solvente - - 25 g de solução

m 1 - - - - - - - - - - 100 g de solução
rn 1 = 20 g de Na OH
%m/m =20%
Preparo da sol ução d e
água e hidr óxido de sódio.

Título em massa (-r)


A relação entre a massa do soluto e a massa da solução, conforme abordado na
porcentagem em massa do soluto, é o título -r em massa da solução. Essa relação
expressa a massa de soluto m 1 em 1 g de solução, que pode ser dada por:

m, m, Como a massa do
,: = - - - -
m, + m2
,: = m soluto é menor que a
massa da so lução,
em que:
então O < , < 1. O
• m , é a massa do soluto; • m 2 é a massa do solvente; t ítulo da solução é
• m é a massa da solução (m = m , + m2) . a dimensional.

No soro fisiológico, o títu lo é igual a 0,009. Isso significa que para cada unidade de
massa da solução há 0,009 unidade de massa de cloreto de sód io e 0,991 unidade
de massa de so lvente.
4 Considerando-se o exemplo anterior, em que há uma solução que apresenta 5 g
de hidróxido de sódio dissolvidos em 20 g de água, calc ule o título em massa
dessa solução. T = is
= D,2 :. 1: = 0,2 de NaOH .

5 Explique o q ue significa o valor obtido na questão 4. 5. O titu lo em massa


dessa solução é
1: = O, 2. Isso signific a
que para cada unidade
Concentração em partes por milhão (ppm) de massa da solução
há 0,2 unidade de
e em partes por bilhão (ppb) massa de hidróxido de
sódio e 0 ,8 unidade de
Já vimos que para determinar a concentração de soluções, em termos de massa do massa de solvente.
soluto por massa da so lução m/m. utilizamos o título em massa.
Existem casos em que a quantidade de soluto é muito pequena, para a qual geral-
mente é usada a unidade partes por milhão (ppm) ou partes por bilhão (ppb). Essas
formas de concentrações de soluções são utilizadas para indicar concentrações de
poluentes ambientais.

Estudo das dispersões 61

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A concentração em ppm indica quantas partes de soluto (em massa ou em volume)
há em um milhão ( 106 ) de partes da solução. Assim, matematicamente podemos ex-
pressar:

1 parte de soluto
1 ppm = - - - - - - - - -
B -
10 partes de soJuçao

Para exemplificar isso, podemos citar uma norma estabelecida


pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Ela estabelece
que a quantidade máxima aceitável de enxofre no óleo diesel deve
ser de 10 ppm, ou seja, 10 partes de enxofre (soluto) para 106 partes
do óleo diesel (mistura). O resultado dessa ação foi positivo, pois o
Ministério do Meio Ambiente (MMA) afirma que a qualidade do ar,
principalmente nas grandes cidades brasileiras, está melhor do que
antes dessa resolução do Conama.
Escapamento de um caminhão
liberando fumaça. Já a concentração em ppb indica quantas partes de soluto (em massa ou em vo-
lume} há em um b ilhão ( 109 ) de partes da mistura (solução). Assim, matematicamente
podemos expressar:
1 parte de soluto
1 ppb = - - - - - - - -
109 partes de solução

Como exemplo, c itamos a portaria 2.914/2011 do Conama, que


estabelece o padrão de potabilidade da água em, no máximo, 0,01
mg/L de chumbo. Esse valor equivale a 0,01 ppm de chumbo na
águ a potável. Em partes por bilhão, isso equivale a 10,0 ppb e sig-
nifica que a quantidade máxima permitida de chumbo nas águas de
abastecimento público é de 10 g de chumbo para 109 g de água
potável A portaria 2.914/201 1 refere-se aos procedimentos de
Prato sendo enxaguado · controle e de vigilância da qualidade da água para
consumo humano e seu padrão de potabilidade.
com água potável.
Concentração em quantidade de matéria (M)
A concentração em quantidade de matéria é a relação entre a quantidade de ma-
10,01 mg/ L= téria do soluto n 1 e o volume da solução V em dm 3 ou L. A concentração de solução
= 0 ,01 ppm = 10 ppb
em quantidade de matéria depende da massa do soluto e é considerada uma das
mais importantes expressões de concentração.
A concentração em quantidade de matéria ou concentração em mol/L é a expres-
são recomendada pela IUPAC e pelo SI. Ela pode ser expressa por:

M=~V (expressa em mol/dm 3 ou mol/L),


balão
com água em que:
··...
• n, é a quantidade de matéria do soluto;
• V é o volume da solução.
Por exemplo, podemos determinar a concentração em quantidade
12 g de
hidróxido de matéria da solução preparada pela dissolução de 12 g de hidró-
de sódio xido de sódio em água suficiente para obter 0,5 L de solução. Para
isso:
• Deve-se determinar a quantidade de matéria do soluto, conheci-
da por número de mol do soluto n 1, por meio do cálculo da
massa molar do soluto.

Preparo da solucão de hidróxido de sódio. M NaOH = (23 + 16 + 1) g/mol => M NaOH = 40 g/mol
62

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• Em seguida, determina-se a quantidade de matéria de soluto n , , a qual pode ser
m,
calcu lada pela expressão n 1 =---iv,-, em que m 1 é a massa do soluto e M 1 é a
massa molar dele. 1

m, 12 g
n1 = M, ~ n 1 = 40 g/mol ~ n, = 0,3 mal de soluto (NaOH)
• Agora, calcula-se a concent ração em quantidad e de matéria f'1. substituindo na
expressão:
M..=2
V
~ M= o. 3mal
0,5 L
~ M.= 06 mol/L
'
A concent ração em mol/L dessa solução é 0,6 mol/ L. Isso significa que para cada

litro dessa solução há 0,6 mal de soluto.

Resolvendo pela regra de t rês .


Inicialment e determina -se a quantida de de maté ria de soluto n 1.
1 mol de NaOH - - - 40 g

n 1 - - - 12 g :. n1 = 0,3 mal NaO H


Agora, calcula -se a concentração em qua nt idade de matéri a da solução.
0,3 mol de NaOH - - - 0,5 L de solução
M.. - - - 1 L de so lução :. M.. = 0 ,6 mol/L

Concentração em mal/kg (W)


Em geral, a concentração em mol/kg é usada quando há variação da temperatura
do sistema, pois o volume da solução também pode variar.
A concentração em mal/kg expressa a quantidade do soluto n, e a massa do sol-
vente m 2 , em quil ogramas e pode ser representada por:

n,
W = - - expressa em mol/kg,
m2
em que:
• n1 é a quantidad e d o soluto; • m2 é a massa do solvente. 1 Ácido sulfúrico

Por exemplo, tem-se uma solução de ácido sulfúrico (H 2 SO 4 ) em O ácido sulfúrico é um líquido inco-
que 24,5 g estão dissolvidos em 500 g de água. Qual é a concentra- lor, podendo se apresentar levemente
amarelado (turvo). Trata-se de um ma-
ção em mol/kg dessa solução?
terial corrosivo, portanto deve ser evi-
• Deve-se determinar a quantidade de matéria do soluto, conheci- tado o contato direto com a pele (usar
da por número de mal do soluto nt" Para isso, inicialmente, cal- equipamentos de proteção individual
cula-se a massa molar do soluto. durante o manuseio). Ele pode ser
usado na fabricação de fertilizantes,
MH2 so d = (1 · 2 + 32 · 1 + 16 · 4) g/mol ~ MH2so 4 = 98 g/mol no tratamento de água, em neutraliza-
ções em geral, como desidratante in-
• Em seguida, calcu la-se a quantidade de matéria de soluto n,, a
m dustrial, entre outras aplicações.
qual pode ser determinada pela expressão n 1 = - -
1 .
M,
m, 24,5 g ( )
n, = -- ~ n, = 98 g1mo1 ~ n 1 = 0,25 mol de soluto H 2 S0 4
M1
• Agora é possível determinar a concentração em mal/kg W,
substituindo-se na expressão:

W= 2m ~
2
W= º·0,50
25 mal
kg
~ W = 0,50 mol/ kg
A concentração em mal/kg dessa solução é 0,50 mal/kg. Isso sig- Ácido
sulfúrico.
nifica que para cada quilograma de solvente há 0,50 mal de soluto.

Estudo das dispersões 63

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Concentracão
, de íons em mo l/ L
Dissociação: processo de Nas soluções eletrolíticas (soluções iônicas), é possível determinar a concentração
dissolução de um
composto iônico, liberando em mol/L do soluto e a dos íons provenientes de sua ionização ou dissociação. Essa
íons em solução. concentração de íons em mol/L é proporcional aos seus coeficientes estequiométri-
Grau de dissociação:
porcentagem de fórmulas cos de suas equações químicas e ao seu grau de ionização ou dissociação.
químicas de uma amostra Por exemplo, sabendo-se que uma solução aquosa de sulfato de alumínio (At 2 (S0 4 ) 3 )
que se dissociam ao se
dissolverem em solvente foi preparada de maneira que a cada 400 cm 3 de solução haja 68.4 g desse sal, dis-
apropriado.
Ionização: processo de solvido à temperatura de 20 ºC, podemos determinar a concentração em quantidade
dissolução de um 3+ 2-
composto covalente, de matéria do sal e dos íons At (aq) e SO 4 (aq) nessa solução.
formando e liberando íons
em solução.
• Para determinar a concentração em quantidade de matéria do sal nessa solução,
Solução eletrolítica: nas condições físicas citadas, inicialmente determina-se a massa molar do soluto:
mistura que apresenta
íons dissolvidos e a M Ae ISO 1 = 27. 2 + 32. 3 + 16. 12 ::::} M Af (SO) = 342 g/mol
2 ~3 ~ 43
capacidade de conduzir
corrente elêtrica. • Em seguida, determina-se a quantidade de matéria do soluto, conhecida por nú-
mero de mal do soluto n,.

n =
1
2M ::::}
1
n, = 68.4 g
342 g/mol
::::} n 1 = 0,2 mal de soluto (Ae 2 (S0 4 } )
3

• Agora, pode -se determinar a concentração em quantidade de matéria f..1.. do soluto


(At 2 (S0 4 )J substituindo na expressão.

t,.,1
''L = Vn, ::::} t,.,1
''L = 0,2mol
0,4 L
t,.,1 (
::::} '' L = 0,5 mol/L de At 2 SO 4 3 (aq)
)

Logo, a concentração em quantidade de matéria do sal é 0,5 mol/L de At 2 (S0 4 ) (aq).


3
Isso significa que em cada 1 L dessa solução há 0,5 mol de sol uto dissolvido.

Por regra de três, calcula- se a massa molar do sal ( Ae 2 (S0 4 ) 3 }


MAt(SO l =27 - 2 + 32 - 3 +16 -12::::}MA! (SO l =342 g/ mol
2 4 ~ 2 a, 3

Em seguida , calcula-se a quantidade de matéria do sal.


1 molde At 2 (soJ - - - 342 g
3
n1 - - - 68,4 g :. n 1 =0,2 molde Ae 2 (S0 4 )
3
Considerando-se que 400 cm 3
equivalem a 400 ml, tem-se então 0,4 L de solução. Agora
vamos fazer o cálculo da determinação da concentração em quantidade de matéria do sal.
0,2 mal de At 2 (S0 4 ) 0 ,4 L de solução
3

tvt_ - - - 1 L de solução :. tvt_ =0 ,5 mol/l de Ai 2 (S0 4 ) 3(aq)


3+
• Para determinar a concentração em quantidade de matéria dos íons At (aq)
2-
e S0 4 (aq) nessa solução, considerando-se que ela está a 1 atm e a 20 ºC e que
o grau de d issociação do sulfato de alumínio é igual a 60%, é necessário consi-
derar a proporção de seus coeficientes estequiométricos em suas equações
químicas e o grau de dissociação (nesse caso).
aq 3+ 2-
1 Ae 2 (S0 4 )
3
2 AP. (aq) + 3 S0 4 (aq)
a = 100% proporção
1 mor 2 mol 3 mol ................... · estequiométrica
a= 100% proporção com relação à
0,5 mol/L 1,0 mol/L 1,5 mol/ L concentracão do Af2 (so 4 )
, 3

!
proporção
a=60%
0,5 mol/L 0,6 · 1,0 mol/L 0,6 . 1,5 mol/ L ........ ,_considerando-se
2_ a constante de
0,6 mol/L At3 '(aq) 0 ,9 mol/L SO~ (aq) dissociaçào

Assim, as concentrações em quantidade de matéria dos íons são 0,6 mol/L de íons
3+ 2-
At (aq) e 0,9 mol/L de íons de S0 4 (aq).

64

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/ Atividades resolvidas\

R1. Prepara-se em laboratório uma solução com 72 g de glicose (C 6 H 12 0 6) dissolvidos


em água suficiente para 250 cm 3 de solução. Determine:


a) a concentração em massa, em g/L.
b) a concentração em quantidade de matéria da solução.

Resolução
a) 72 g de C 6 H 12 0 6 --- 250 cm 3
3
e 1 ooo cm 3 :. e= 288 g/ 1 ooo cm ou 288 g/ L

b) Determinando a massa molar do soluto:

Mc H O =12 · 6+1 - 12+16 - 6:.McH O =180g/mol


6 12 6 6 12 6

O cálculo da quantidade de matéria do soluto é :

1 mol de C 6 H 12 0 6 --- 180 g

n1 --- 72g

O cálculo da concentração em quantidade de matéria dessa solução é:

0,4 molde C 6 H 120 6 --- 0,25 L de solução

M--- 1 L de solução : . M= 1,6 mol/ L de C 6 H 120 6 (aq)


Assim, a concentração em mol/L dessa solução é 1,6 mol/L.

R2. O líquido das baterias de chumbo pode ser uma solução aquosa de H 2 SO 4 , cuja den-
sidade é 1,29 g/cm3 e o título em massa é igual a 0,38. Qual a concentração em mol/L
dessa solução?

Res.oluçiio
M H so = 1 · 2 + 32 · 1 + 16 · 4 :. MH 50 4 = 98 g/mol
2 4 2

Como a densidade da solução é 1,29 g/cm 3 , a massa de um litro ( 1 000 cm 3 ) dessa


solução será 1 290g.
O título em massa igual a 0,38 indica que em cada 1 g de so lução há 0,38 g de soluto.
Assim, em 1 290 g de solução, a massa de soluto pode ser calculada por:

- - - 1,0 g de solução

m, - - - 1290 g de solução : . m 1 =490 g de H 2 S0 4

Sabendo qual é a massa do soluto d issolvida em 1 L de solução, pode-se calcular a


quantidade de matéria do soluto, determinando, em seguida, a concentração em
quantidade de matéria (mol/L).

1 mal de H 2 SO 4 --- 98 g

n, - -- 490 g : . n , =5 mol/L de H 2 S0 4 (aq)

Logo, a concentração em quantidade de matéria (mol/ L) será 5 mol/L de H 2 S0 4 (aq).


Isto signif ica que em 1 L dessa solução há 5 mol de so luto.

Estudo das dispersões 65

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/4 Atividades ~ ~ Resolva as atividades no caderno.

............................,,
1. Um técn ico de laboratório p reparou 500 ml de
/ Pesauisa ô \
uma solução aquosa de iodeto de potássio (KI). •
Para isso misturou 205 g desse sal em 430,5 g Faça uma pesquisa sobre esse episódio la-
de água. Determine: mentável ocorrido no estado de Minas Gerais
a) a concentração da solução expressa em g/ml. e, a segu ir, responda: quais metais podem
b) a concentração da solução em g/L. estar presentes nos rejeitas desse desastre
e) a densidade da solução em g/ml. ambiental?
d) a densidade da solução em g/L. b) Entre os metais pesados há o chumbo , um
elemento relativamente abundante na crosta
2. Determinado produto desengraxante, destinado à terrestre e que apresenta concentração pró-
remoção de gordura de motores de carros , con - xima de 20 ppm (partes por milhão). Deter-
siste em uma solução aquosa de concentração m ine a massa de chumbo, em gramas,
3,2 mol/L de soda cáustica (hidróxido de sód io, p rese nte em uma amost ra de 50 g de ma-
NaOH). O rótulo ind ica que há 900 m l desse téria da crosta terrestre.
produto. Nessa concentração, qual é a massa
de hidróxido de sód io dissolvida? 5. Um enfermeiro prepara um frasco com 1 kg de soro
glicosado. Para isso, ele dissolve 50 g de glico-
3. (UFRN) A concentração é uma característica im - se (C 6 H 12 0 6 ) . Calcu le o título e a porcentagem
portante das soluções e um dado necessário em massa da solução de soro glicosado.
para seu uso no laboratório, na indústria e no
cotidiano. A seguir, estão desenhados recipien - 6. (Enem/ MEC) Para testar o uso do algicida à base
tes com os respectivos volumes de so lução e de sulfato de cobre em tanques para criação de
massas de hidróxido de sódio (NaOH). camarões , estudou -se, em aquário, a res istência
desses organismos a diferentes concentrações
de íons cobre (representados por Cu 2 +}. Os grá-
ficos relacionam a mortandade de camarões com
a concentração de Cu 2+ e com o tempo de ex-
posição a esses íons.
Tempo ele exposição (horas)
li Ili IV 167

% de camarões mortos 96
\
A solução cuja concent ração molar é 1,0 mol/L ·-
100 • ;..- r - r - ~
,
está contida no recipiente: I
24 \.
80
a) I b) II c) III d) IV ! ' 1
60
4. Considere o texto a segu ir:
I tempo de
exposição~ 14h
~

• !'---
40
[.. .]
/ 1,7
Nesta quarta-feira (27), houve um desloca- 20 ....
,,
1
mento de 'massa residual', ou rejeito de minério,
r
1
na Barragem de Fundão. Mais de um milhão de 0.2040,71 2 5 10 20 4060
metros cúbicos de rejeitos de minério se movi- · Coo«nlra,;ão de 1.... e.,. (mg/lj
1 2 3 4 5 7 10 20 40 60 100
mentaram, segundo o Instituto Brasileiro de ColD!lllraçio de ioos e.,. que causa
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Reno- - de ..,rtali_ dos camariies (mg/1.j
váveis (Ibama). A mineradora não confirma o Se os camarões utilizados na experiência fossem
volume de material que se deslocou e disse q ue introduzidos num tanque de criação contendo
ainda está fazendo o levantamento. Cerca de 20 000 L de água tratada com sulfato de cobre, em
450 funcionários , que trabalhavam em obras, quantidade suficiente para fornecer 50 g de íons
foram retirados do complexo de barragens. cobre, estariam vivos, após 24 horas, cerca de:
[...] 1 1 3
a) - e) - e) -
ÁNGELO. Pedro. V'ldeo do MPF mostra deslocamento de rejei1os em barragem ela 5 2 4
Samarco. Gl. MG. Desastre ambiental em Mariana. 28 jan. 2016. Disponível em:
<http://g1 .globo.oom/minas-gerais/desaslre-ambienlal-em- mariana/no1icia/2016/01/
video-mostra·deslocamento-c!e-rejeitos-em·tlarragem-da-samaroo.html>.
b) J_ d) ~
Acesso em: 31 jan. 2016. 4 3

66

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~ Fração em quantidade de matéria
6 O que s ign ifi ca a palavra fraç ão?
De forma geral, a palavra fração representa a razão de uma parte pelo todo.
A palavra fração, em nosso estudo, apresenta a mesma denotação de fração que
você estudou em Matemática. No caso de fração em quantidade de matéria, a razão


é entre números de mal dos componentes presentes na solução.
Sendo assim, a f ração em quant idade de matéria ou fra-
ção molar corresponde à razão entre a quantidade de matéria
em mal do soluto (ou do solvente) e a soma das quantidades
de matéria em mal de todos os componentes da solução.
Logo, temos que:
• a fração em quantidade de matéria do soluto FM, indica
a razão entre as quantidades de matéria do soluto n 1 e da
solução n, que pode ser representada por:
n
F M 1 = - n1 (adimensional) O< F M 1 < 1;
Pessoa preparando
• a f ração em quantidade de matéria do solvente FM 2 indica a razão entre as quan- uma solução.
tidades de matéria do solvente n 2 e da solução n, que pode ser representada por:
n
FM 2 = - n2 (adi mensianal) O< F M 2 < 1. Lembrar que n = n 1 + n2.

A soma das frações em quantidades de matéria do soluto e do solvente é sempre


1, ou seja, FM 1 + FM 2 = 1.
Por exemplo, considere que um soro glicosado com 5% de massa (soluto/solvente)
utilizado em hospitais é uma solução formada por 5 g de glicose (C 6 H 12 0 6 } dissolvi-
dos em 100 g de água (H 2 ü). Com esses dados, podemos determinar as frações em
quantidade de matéria do soluto (glicose) e do solvente (água).
• Para isso, inicialmente calculam-se as massas molares de cada um dos compo-
nentes da solução.
Me H O = {12 · 6 + 1 · 12 + 16 · 6) g/mol ~ Me H O = 180 g/mol
t:i 12 6 Ei 12 6

MH
2
O = (1 · 2 + 16 · 1) g/mol ~ MH O
2
= 18 g/mol
• Em seguida, determinam-se as quantidades de matéria n 1 e n 2 dos componentes
da solução e da própria so lução.
m, 5 g ( )
n1 =-- ~ n1 = / ~ n 1 ~ 0,028 mal de soluto C 6 H 120 6 Foto de soro glicosado 5%.
M1 180 g mol

n = m2
2
~ n2 = 100 9 ~ n2 ::! 5,556 mal de solvente (H2 0)
M2 18 g/mol
n = n, + n2 ~ n = (0,028 + 5,556) mol ~ n ::! 5,584 mol (solução)
• Assim, a fração em quantidade de matéria de soluto FM 1 é dada por:

FM =~ ~ FM = 0,0 2 Bmol ~ FM ::::< 0005


1 n 1 5, 584 mol 1 - '

Isso significa que em cada 1 mol de so lução há aproximadamente 0,005 mal de


so luto.
• Já a fração em quantidade de matéria de solvente FM 2 é dada por:

FM =2 ~ FM = 5 ·556 mal ~ FM ::::< O 995


2 n 2 5,584 mol 2 - '

Esse valor também pode ser obtido pelo uso da relação:


FM 1 + FM 2 = 1 ~ 0,005 + FM 2 =1 ~ FM 2 = 0,995
Isso significa que em cada 1 mal de solução há 0,995 mal de solvente.

Estudo das dispersões 67

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Pela reg r a de três, é possível calcu lar a fração em quantidade de matéria de sol uto FM 1 e de
solvente FM 2 .
O cálculo da quantidade de matéria da solução {n) é:
n = n1 + n 2 ~ n = (o, 028 + 5, 556) mal ~ n 2a: 5,584 mol(solução)
Assim , a fração em quantidade de matéria de sol ut o FM 1 é dada por:

- - - - 5,584 m olde solução

FM 1 - - - - 1 molde solução :. FM 1 2a: 0, 005

Isso significa que em cada 1 mal de sol ução há aproximadamente 0,0 05 m olde solut o.
Já a fração em quantidade de m atéria de solv ente FM 2 é dada por:

5, 556 m al de H2 O - - - - 5,584 m ol de solução

FM 2 ---- 1 mal de solução .-. FM 2 2a: O, 995

Essa relação é pouco utilizada em soluções líquidas, pois geralmente a quantidade


de matéria do componente (soluto ou solvente) é bem menor que a quantidade de
matéria da solução.

Relações entre algumas das concentrações de soluções


As concentrações em massa C e em quantidade de matéria /vf. podem ser relacio-
nadas da seguinte forma:
m,
M. = 2V e C= -
V
Substituindo (3) em (1), obtém-se:

(mol/L) (g/L) M.. = m, ~ M. = ---º--


M1 · V M1
(1) (2)
Isolando C, a relação obtida é :
m,
em que: n 1 = (3)
M,

Outras relacões envolvendo concentracões de solucões e


J J J

densidade de solucão J

Concentração Título Densidade Concentracão


Concentração
em massa em m assa da solução em mol/L

m, m,
~Exp,essão C =- ,: =-- d = .!:!. M. =~V
V m V

J, J, J, J,
[ Unidade g/L adimensional g/L mol/L

..º-. Ll M_ . M,
g/L g/L mol 9
- - ·-mo!
L
-
Relações entre as
concentrações e a !
densidade
gil

C = d· -r = M_ · M 1

7 Em sua opinião, ao d issolver soluto e m uma determinada q uantidade de so lven-


t e, está sendo feita urna dil uição? Explique sua resposta.
Resposta pessoal. Espera-se que os alunos respondam que não. O termo diluição é usado quando
já se tem uma solução, a qual, por adição de solvente, forma uma nova solução de concentração
68 menor que a solução inicial. Nesse caso, tem-se uma dissolução e não uma diluição.

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Diluicão
, e concentracão
, de solucões
,
8 Você ou alguma pessoa de sua casa já comprou suco concentrado?
9 Na fotografi a ao lado, um suco está sendo preparado para ser consumido em
uma refeição . Por que a água é acrescentada ao suco concentrado que está no


copo?

10 Ao adicionar água, o suco fi ca mais ou menos concentrado? Por quê? Ao adicionar


água o suco fica menos concentrado, pois aumenta a quantidade de solvente na solução.
De forma geral, os rótu los das embalagens de sucos concentrados orientam a
acrescentar uma determinada porção de água durante o preparo. Em relação à foto-
grafia ao lado, a situação mostra exatamente esse procedimento. Nesse caso, a água Adição de água ao s uco
concentra do.
adicionada desempenhou função de solvente, diluindo assim a solução (suco concen-
trado). Dessa forma, a concentração da solução diminuiu.
Em Química, o termo diluir indica acréscimo de solvente a uma solução, o que d i- Não podem os
confundir d iluição
minui a sua concentração. Nesse caso, a q uantidade de soluto permanece constante. com dissol ução. Na
Em laboratório, usando uma pipeta (com pera), transfere-se uma alíquota de volu- d issolução
me conhecido da solução concentrada (solução inicial) para um balão volumétrico. Em adicio namos soluto
ao solvente,
seguida, adiciona-se água até o volume final desejado, obtendo-se uma solução diluí- preparando assim
da (solução final). 8. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos digam que eles, ou as u ma solução. No
pessoas de sua casa, já compraram suco concentrado.
entanto , ao
9. Espera-se que os alunos respondam que a água é
acrescentada porque esse tipo de suco tem grande acrescentar mos mais
concentração de soluto, portanto é necessário diluir água a um a sol ução
a solução, ou seja, deixá- la menos concentrada. de água com so luto,
águ_~·..... por exem plo, terem os
u ma dil uição.
No preparo de suco
com uma m ist ura em
solução
p ó, t emos um
balão diluída\.
exemplo de
volum étrico
d issolução. Se
acrescen tar mos água
Esque ma q ue à solução, ter emos
re presenta diluição u ma dil uição.
de solu ção.
solução concentrada

Em geral, o termo concentrar, em Química , indica diminuição da quantidade de


solvente da solução, o que aumenta a sua concentração. Nesse caso, se o soluto não
for volátil e o solvente não for inflamável, ao aquecer a solução para provocar a eva-
poração do solvente, aumenta-se a concentração da solução.
Por exemplo, ao aquecer uma solução diluída de soluto não volátil (solução inicial),
ocorre a evaporação do solvente e consequentemente a concentração da solução. Por
fim, chega-se a uma solução mais concentrada de volume desejado (solução final).

Dissolução .

000 m l de H, O soluçã o solução 4 00 ml de H,O AUquot a: nesse caso,


+ . /dilu ída concentrada + refere-se a uma parte
40 g de / da solução.
Inflamáve l: q ue entra
e m combustão.
Volátil: que s e eva pora
com facilidade.
600 ml de ág ua
vaporizada

Esquema que
represent a
concentra ção
de s olução. Diluição .

Estudo das dispersões 69

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Observe que a quantidade de soluto permaneceu constante nas duas situações
apresentadas (diluição e concentração de soluções), mas a concentração da solução
variou. Assim, temos:

solução inicial diluição solução final

mi adição de solvente m1
e. =-vi
1
- - -i -
v -! -e -~ e, = -v 1
mi = ci . vi -------- -------- mi = e,. vf
~ mi I m, ~

c j. vj = c 1 .v1

Se a massa do soluto presente em solução se mantiver constante durante a diluição


ou a concentração da solução, conclui-se que a quantidade de matéria do soluto per-
manecerá constante ni = n 1. Assim, para a concentração em quantidade de matéria
(mol/L), obtém-se a seguinte relação:

Esquematicamente, para uma d iluição, tem- se:


diluição

m1
l= mr
solução inicial solução final
l V1 C
Em que V e C são grandezas inversamente
proporcionais.

/ Atividade resolvida \
R3. Foram pipetadas 25 cm 3 de uma solução aquosa de ácido nítrico
(HN0 3 ), de concentração 16 mol/ L. Em seguida, adicionou-se
água suficiente para atingir o volume final de 500 cm 3 . Deter-
mine a concentração da solução resultante, em mol/L.
Resolução
3
Vi = 25 cm3, ou seja, 25 mL v, = 500 cm
M i= 16 mol/L M , =?
Como houve adição de solvente a uma solução inicial (concen-
r1 NITRICO
~c,oo
1
trada), o volume aumentou e a concentração d iminuiu. Trata-
-se, portanto, de um experimento de diluição. Assim, com base
na expressão matemática usada em diluição de soluções, se
-- HN0 3 .J

isolarmos a concentração em quantidade de matéria final M 1 e,


em seguida, substituirmos os valores das demais grandezas,
-
Solução de ácido
nítrico concentrado.
teremos:
16 mol/L. 25 cm 3
M 1 = - - - - - - - - => M 1 = O, 8 mol/L
500 cm 3
Logo, a concentração em quantidade de matéria final para essa solução é 0,8 mol/L. Isso
significa que em cada 1 L dessa solução (final) há 0,8 mol/L de soluto dissolvido.
Comentário: Pelos dados contidos no texto, vê-se que o volume aumentou 20 vezes.
Como concentração de solução e volume são grandezas inversamente proporcionais,
a concentração final dessa solução deve ser 20 vezes menor.

70

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Mistura de solucões
,
11 Em sua opinião, o que significa misturar duas sol uções?
Misturar duas soluções significa colocá-las em um mesmo recipiente.
De acordo com o que já estudamos, é muito comum prepararmos
soluções, sejam concentradas ou diluídas.
Há situações em que podemos misturar duas soluções, por
exemplo, acrescentar adoçante ao café ou juntar um café mais con -
centrado em outro menos concentrado. Em ambos os casos, estamos
colocando duas soluções em um mesmo recipiente, ou seja, mistu -
d 1 - 12.Resposta pessoal. Analise as respostas dos
ran O SO uçoes. alunos para verificar se de fato considerou -se a
mistura de duas soluções.

12 Cite uma situação em que se mist uram duas soluções.

Há casos em que, após misturar soluções, é necessário determinar


a concentração de cada componente da mistura final. Para isso, é
preciso analisar se as soluções misturadas reagem ou não reagem Ad ição de gotas de adoçante
entre si. Estudaremos a seguir tais situações. em uma xícara de café.

Mistura de soluções que não reagem entre si


Na mistura de café com adoçante ou café concentrado com outro menos concen-
trado, não há reação química. As misturas de soluções que não reagem entre si
podem ser tanto de soluções de mesmo soluto como de solutos diferentes.
Ao misturar soluções de mesmo soluto, mas
com concentrações diferentes, obtemos uma so-
® ®
lução final (mistura final) cuja concentração é inter-
mediária à das soluções que foram mist uradas. No
caso da mistura do café menos concent rado com
o mais concentrado, a mistura final terá uma con-
centração intermediária .
Se considerarmos uma mistura de duas solu-
ções aquosas de sulfato de cob re li (c uSOiaq))
de concentrações diferentes, podemos notar o
resu ltado da mistura em relação à cor das con-
Soluções de sulfato de cobre li em diferentes concentrações.
centrações. Na imagem ao lado, a solução A é a A solução mais concentrada é a A.
concentrada e a B é a d iluída.
Consideremos um experimento em que duas soluções d e hidróxido de sódio (NaOH) foram preparadas. Uma
foi preparada dissolvendo 40 g em 250 cm3 de solvente e outra dissolvendo 60 g em 250 cm 3 . No final, ambas
foram misturadas.
Se calcularmos as concent rações em massa para cada uma das soluções, temos:
Solução A Solução B Solução f inal
40 g
CA = ~ CA = 0,16 g/cm3
250 cm3
NaOH NaOH NaOH
60 g
CB =
250 cm3
~ CB = 0, 24 g/cm3
+
100 g
Cr= ~ Cr 0,20 g/cm 3
500 cm 3
m 1 = 40 g m1 = 60g m 1 = 100 g
VA ; 250 cm3 V8 =• 250 cm3 V1 ='
500 cm3

Mistura de soluções de mesmo soluto.

Estudo das dispersões 71

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De acordo com esses dados, podemos Se substituirmos (3), (4), e (5) em (1),
estabelecer as seguintes relações: teremos:

11)
(2)
Logo: C1 , V 1 = CA-VA+ C8 - V 8
{3) Dessa forma, se m isturarmos várias
soluções de mesmo soluto, por analo-
gia obteremos, genericamente, as se-
(4)
gui ntes expressões:

(5)
c 1 .v 1 = c A . vA+ C 8 -V 8 + ...
M1 -V 1 = MA. v A+ M8 , V 8 + ...

Dessa forma, voltando ao experimento anterior. podemos calcular a concentração


final da solução da seguinte maneira:
• partindo da expressão C 1 • V 1 = CA · V A+ C 8 • V 8 e isolando-se e, temos:

• substituindo os valores numéricos obtemos o valor da concentração final da mistura:

e t = o. rn . 250500
+ 0,24 . 250
==>
e _
r -
0 20 1 3
• g cm

• logo, C, corresponde ao valor obtido utilizando a razão entre massa e volume, os


quais, por sua vez, correspondem à expressão da concentração em massa da solução.
Ao misturar soluções de solutos d iferentes sem ocorrência de reação química.
ocorre a diluição de cada um dos solutos, pois suas quantidades (em massa) perma-
necem constantes . Nessa situação, como o volume da mistura final é maior e as
quantidades de soluto permanecem constantes, as concentrações finais de cada um
dos solutos serão menores do que as iniciais.
Consideremos a mistura das soluções aquosas de cloreto de sódio (sal de cozinha)
e sacarose (açúcar comum), com volumes diferentes.
solução A solução B mistura

+ -+
VA = 200 cm3 V 8 = 300 cm3 Vf = 500 cm 3
0 ,4 mol de NaCf. 0 ,9 m olde C12 H 22 0 11 0 ,4 mo l de NaCf., 0 ,9 mal de C12 H 22 0 11

No experimento, as concentrações em quantidade de matéria das soluções iniciais


e finais podem ser calculadas conforme segue:
• cálculos das concentrações em quantidades de matérias das soluções iniciais A e B.

n 0,4 mol
Solução inicial A: MA,= _ A_ ~ MA - - - ==>MA = 2 mol/L NaCe.(aq)
VA 1 0,2 L 1

'
n 0,9 mal
Solução inicial B: M 8 = - 8- ~ MA = - - - ==> MA = 3 mol/ L C12H220,,(aq)
i VB 1 0, 3 L 1

'
72

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• cálculos das concentrações em quantidades de matérias da mistura (solução final)
para cada solução A e B.

Mistura: (solução final) como a variação de volume pode ser considerada des-
prezível, o volume final da solução após a mistura é igual à soma dos volumes


das soluções iniciais (200 cm3 + 300 cm3 ). Assim, o volume final da solução após
a mistura é igual a 500 cm 3 .

Utilizando a relação da diluição para cada um dos solutos presentes na mistura,


temos:

Solução final A: MA·


1
VA = MAt · vf :::;, 2 · O, 2 = MA·º· 5 :::;,
1

:::;, MAj = O, 8 mol/L de NaC~(aq)

Solução final B: M 8 · V8 = M 8 · V1 :::;, 3 · 0,3 = M 8 · 0,5:::;,


1 f 1

:::;, M 8
f
= 1,8 mol/L de C 12 H 22 0 11(aq)

• o que podemos concluir:

saluçàa A saluçàa B mistura

+ -+
=
VA 200 cm 3 =
V 8 300 cm3 V1 =500cm3
0 ,4 mal de Nact 0,9 mal de C12 H22 0 11 0,8 molde Nact
1,8 molde C12 H22 Ü 11

Soluções iniciais Mistura

Solução A 2 mol/L 0,8 mol/L

Solução B 3 mol/L 1,8 mol/L

Para o cálculo das concentrações, em quantidade de matéria, das soluções iniciais e finais,
podemos fazer uso da regra de três simples.
Solução inicial A:
0,4 mol 0,2 L
MA,· 1L .. MA, = 2 mol/L de Nan(aq)
Solução inicial B:
0,9 mol 0,3 L
M81· 1L .. MB, = 3 mol/l de C12 H22 0 11 (aq)
Mistura de soluções (soluções finais A e B):
nA 0,4 mol
MA, =:;> MA, - - - =:;> MA, = 0, 8 mol/l de NaCf(aq)
Vr 0,5 L
n9 0,9 mol
Me = 9 M8 = - - - 9 Me = 1, 8 mol/L de C12 H 22 0 11'aq)
r Vr r 0, 5 L r

Estudo das dispersões 73

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/ Atividade resolvida \
R4. A retirada do solvente de uma so lução inicial acaba aumentando a sua concentração,
ou seja, provoca um efeito oposto ao da diluição. Ocorre que, tanto na diluição de
solução quanto em sua concentração, a quantidade de soluto (não volátil) permanece
constante.
Em um laboratório, um químico
necessita concentrar 600 ml de K,so. (aq) K,so 0 (a q )
uma solução aquosa de sulfato tela de amianto
(K
de potássio 2 S0 4 (aq)) de 15 g/ L.
600 ml de 500 ml de

Então, ele despeja essa solução


em um béquer e o co loca sobre
um tripé com uma tela de evaporação de
amianto. Em seguida, o quím ico 100 ml de água
o
liga o bico de Bunsen e aquece .li
~
a solução até evaporar 100 ml. ·3"'
Qual será a concentração em
massa da solução final?
Concentração de solução por aquecimento.
Resolucão
Para calcular a concentração da solução f inal, uma vez que a massa do soluto per-
manece constante , pode-se usar a relação C; · V; = e,· VI' típica de diluição de solu-
ções. Assim, tem-se:

Isolando e, e substitu indo os valores das grandezas envolvidas, temos :

Mistura de soluções que reagem entre si


Se duas soluções que possuem solutos diferentes forem misturadas, pode ocorrer
uma reação química entre elas. Por exemplo, na mistura de uma solução de hidróxido
de potássio com uma solução aquosa de ácido nítrico ocorre uma reação química.
Esta reação depende da proporção estequiométrica de cada substância participante.
Podemos determinar a concentração, em quantidade de matéria, do nitrato de po-
tássio (KN0 3(aq)) na solução final da mistura descrita ac ima. Para isso, consideramos
que sejam adic ionados 2 L de solução aquosa de ácido nítrico {HN0 3(aq)). 0,8 mol/L,
em 4 L de solução aquosa de hidróxido de potássio (KOH(aq)). 0,5 mol/ L. O volume
final consiste na soma dos volumes das soluções participantes da reação.
• Uma das possíveis resoluções consiste em determinar a quantidade inicial de ma-
téria de cada reagente.

n, n,
Ácido nítrico ( HND 3 ) M á c ldo = - -'- ~0.8 mol/L = - -' ~n 1 = 1,6 mol HN0 3 (aq)
' V ácido, 2 L '

Hidróxido de n, . n1 1
Mbase, = - -·- ~ 0,5 mol/L = - - ~ n 1 = 2 mol KOH{aq)
potássio (KOH) Vbase, 4 L '

Montando-se a equação da reação química devidamente balanceada (com os me-


nores coeficientes inteiros). tem-se:

HNO 3(aq) + KOH(aq) --. KNO 3(aq) + H p (e)


1 mol 1 mol 1 mal 1 mal

74

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Observando a equação, vê-se que para cada 1 mol de ácido nítrico é necessário
mol de hidróxido de potássio. Assim, como há 1,6 mol de ácido e 2 mol de base,
conc lui-se que, ao ocorrer essa reação, haverá consumo total do ácido e parcial da
base, ou seja, consumo de 1,6 mol de base. Assim, há excesso de 0,4 mol de base.
O cálculo do nitrato de potássio produzido deve ser feito em relação ao ácido, pois é


o reagente limitante (não está em excesso). Dessa forma, tem-se:

HN0 3 (aq) + KOH(aq) ---.


1 mal 1 mal 1 mal

l l
1,6 mol 1,6 mol

Pode-se montar um quadro com os dados desse experimento.

HN0 3 (aq ) ... KOH(aq ) ----+ KN0 3 (aq) + 2o(e.)


Quantidade inicial 1,6 mol 2,0 mol o o
Reagentes 1,6 mol 1,6 mol o o
--1-
Produtos o o 1,6 mol 1,6 mol

0,4 mol
Quantidade fina l o (excesso)
1,6 mol 1,6 mol
.....l....

Observa-se que há excesso de base, assim, após a mistura das soluções e a rea-
ção ocorrida, a so lução final será básica (alcalina).
• Agora, é possível calcular a concentração em quantidade de matéria do sal produzido.
O volume final da solução é V1 = (2 + 4) L => V1 = 6 L
Substituindo-se na expressão dessa concentração, tem-se:

Msal = -nsal
V
- => Msal
1,6 mol
= ----
6 L
=> M881 ~
( )
O, 27 mol/L de KN0 3 aq
1

A concentração em quantidade de matéria da solução final em relação ao sal pro-


duzido {KN0 3 (aql) será aproximadamente igual a 0,27 mol/L.

Veja como podemos realizar esse cálculo usando a regra de três.


Determinação das quantidades iniciais de matéria de cada reagente:
Ácido nítrico:
O, 8 molde HNOiaq) _ _ __ 1 L de solução

_ _ _ _ 2 L de solução
0, 8 · 2
nácido 1= - -1- = 1,6
Hidróxido de potássio:

0,5 molde KOH{aq)· 1 L de solução _ _ _ _ l L de solução

nbase 1 ---- 4 L de solução


n - O, 5 . 4 - 2 . n
base,- - -
,- - ·· base;
= 2 mal KOH (aq)
A concentração em quantidade de matéria do sa l KN 0 3(aq) na solução
final, cujo volume é 6 L, pode ser calculada por:

1,6 molde KNOiaq) _ _ _ _ 6 L de solução

Msal _ _ _ _ 1 L de solução

= ~""
6 - 027
• Msal ~ 0, 27 mol/L de KNOiaq)

Estudo das dispersões 75

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Titulacão
,
Considere uma solução de concentração desconhecida X , a qual chamamos de
solução-problema. Por meio de uma reação química de um volume conhecido da so-
lução X com uma solução Y, de concentração conhecida (chamada solução- padrão),
podemos determinar a concentração de X. Essa determinação se dá pe la mensuração
do volume gasto da solução Y (padrão) para a reação completa com
Indicador es a solução X. Assim, por meio de cálcu los estequ iométricos, pode-
Indicadores ácido-base são espécies mos determinar a concentração, antes desconhecida, da solução X.
químicas que, em solução, podem mudar
A t itulação é uma técnica experimental de laboratório para deter-
sua estrutura, dependendo do pH do
meio. Essa mudança na estrutura causa minar a concentração de soluções (solução- problema) por meio de
uma alteração de cor no sistema, seguin- reação química com uma solução de concentração conhecida (solu-
do uma variação de tonalidades, servindo ção-padrão). Em geral, a concentração é dada em mol/L.
para identificar se uma solução está áci- A titulação volumétrica c lássica envolve dois aparelhos: a bureta e
da ou básica. 1 13. Os alunos podem levantar uma série de evidências:
O er enmeyer. mudança de cor, liberação de gás, formação de sólidos etc.
Cabe ao professor especificar quais evidências são mais
observáveis no processo de titulação (uma reação que libera
gás não deve ser realizada na titulação, por exemplo)
Em reações entre e especificar o uso do indicador para observar a
ácido e base, um dos A bureta é um tubo de vidro graduado, ocorrên~ia
indicadores mais ao qual está acoplada uma torneira. A de p~açoes
_ t' d • 'd qu1m1cas em
utilizados é a numeraçao re 1a _,va ao vo 1ume e 11qul o sistemas que
..... (usado no experimento) aumenta de Cima não tem
fenolftaleína, que em
para baixo. A bureta contém o t itulante, evidência
meios ácido e neutro que se refere à solucão de concentracão macroscópica
fica incolor e em meio conhecida ou solucã'o-padrão. ' visível (sem a
altamente básico fica ' presença do
Neste_aparelho, podemos obse~var a _ indicador não
cor-de- rosa. quantidade de volume da soluçao-padrao é passivei, por
gasto para a reação com a solução-problema. exemplo,
saber quando um ácido consome toda a base,
e vice-versa).

Oerlenmeyer contém o titulado, que se refere


à solução de concentração desconhecida ou
•., ...................... ..... solução-problema. Neste aparelho, ocorre a
reação química, recebendo o indicador
adequado.
Suporte universal sustentando bureta
e erlenmeyer.

Em geral, o procedimento da titulação é feito da seguinte maneira.


• Acopla-se um funi l à bureta (com a torne ira fechada), à qual é adicionada a
solução-padrão até completá-la totalmente. Depois, retira-se o fun il. Assim, a so-
lução da bureta apresenta concentração conhecida e o volume da solução-padrão
Gotejamento do titulante gasto na reação será determinado experimentalmente.
na solução-problema
dentro do erlenmeyer. • No erlenmeyer, coloca-se um volume conhecido da solução de concentração des-
conhecida (solução-problema) e o indicador.
• Para iniciar a titulação, abre-se a torneira da bureta e o titulante é gotejad o no
erlenmeyer (sob agitação constante), até que a reação química se complete.

3 Quais possíveis evidências você observaria para conferir se a reação q uímica


se completou?
O momento em que a reação se completa, ating indo o ponto de viragem , será
apontado pelo indicador.
Quando isso ocorre, fecha-se a torneira para anotar o volume da bureta. Pela varia-
ção entre seu volume inicial e finar, determina-se o volume da solução-padrão gasto
na reação. A técnica dessa titulação (titulação volumétrica) consiste na determinação
Erlenmeyer com do volume da solução-padrão. A part ir daí, os cálculos para a det erminação da con-
solução-problema
após o ponto de centração da solução- p roblema podem ser feitos por causa da equação da reação
viragem. química do processo.

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Vejamos. por exemplo, uma titulação ácido-base em que se deseja determinar a
concentração da solução alcalina (básica). Nesse caso. trata-se de uma titulação alca-
limétrica ou de alcalimetria.


8 ml da solução ácida
foram consum idos
durante a reação.
titulação

4 gotas de fen olftaleína


5 ml de NaOH(aq)

Titulação ácido-base.

Nesse caso, a solução-problema é a solução alcalina (NaOH{aqJ). Vamos calcu lar a


concentração dessa solução.
• Para isso, inicialmente podemos montar a equação da reação química que ocor-
rerá durante a titulação. Essa equação química da reação entre as soluções ácida
(padrão) e básica (problema) pode ser representada por:

1 H 2Cp 4 (aq) + 2 NaOH(aq) - Na 2Cp 4(aq) + 2 Hp(e)


1 mal 2 mol
proporção estequiométrica 1:2

• A solução ácida apresenta concentração conhecida (solução-padrão) e o seu vo-


lume gasto durante a titulação foi determinado experimentalmente. Assim, é pos-
sível calcular a quantidade inicial de matéria de ácido (H 2 C 2 0 4 ) nessa solução.
n,1 n, 1 -3
Macid o 1 - - -~ 0,6 mol/L - - - - ~ n, = 4,8 · 10 mol de H 2Cp 4 (aq)
Vácido 1 0,008 L i

De acordo com a equação da reação desse experimento, a proporção estequio-


métrica do ácido para a base é de 1:2. Conclui-se então que na alíquota de 5 ml
da solução inicial, contida no erlenmeyer de concentração desconhecida (solu -
-3
ção-problema), há nbase = 9, 6 · 10 mol de NaOH(aq). Assim , a concentração ini-
cial da base (solução-problema) pode ser calculada por:
-3
n, 9,6 -10
M
base 1
-
- V
i
- - - ~ Mbase = 1,92 mol/L de NaOH(aq)
base 1 0,005 L
• Dessa forma, a concentração inicial em quantidade de matéria da solução de
NaOH (solução-problema) é 1,92 mol/L.

Utilizando regra de três, a quantidade inicial de matéria de ácido


(HlzD 4 ) pode ser calculada por:
0 ,6 mal de H2C20 4 (aq) _ _ _ _ l 000 ml de solução
n ácldo - - - - 8 ml de solução
0 6·8 -3 -3 )
Assim: nacido = 1•000 = 4 ,8 -10 :. nacido = 4 ,8. ,o mal de H2C20 4 (aq
Como a proporção estequiométrica do ácido para a base é de 1:2, há
-3 -3
4,8 -10 molde ácido e 9,6 -10 mal de base na alíquota escolhida.
Pela regra de três:
9,6 -10- 3 mal de NaOH(aq) - - - - 5 ml de solução
Mbase - - - - 1 000 ml de solução
9,6. ,o- 3 . , ooo
Mbase= 5 = 1,92 :. Mbase=l ,92 mol/ L de NaOH(aq)

Estudo das dispersões 77

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/ Atividade resolvida \
RS. Para determinar a concentração em quantidade de matéria de uma solução concentrada
e desconhecida de ácido nítrico ( HN03'aq)), separou-se uma alíquota de 5 ml dessa
solução. Em seguida, um químico a diluiu até completar o volume de 50 ml. A titulação
dessa solução diluída consum iu 40 ml de uma solução aquosa de hidróxido de rubídio
( RbOH(aq)) de concentração 2 mol/L. Com base nisso, determine a concentração inicial
em quantidade de matéria da solução-problema.
Resolução
A equação química da reação qu ímica entre as soluções ácida (problema) e básica (pa-
drão) pode ser representada por:

HN0 3 (aq) + RbOH(aq) - RbN0 3 (aq) + H 2 0 (t)


1 mol 1 mol
proporção estequiométrica 1:1
A solução básica apresenta concentração conhecida (solução-padrão) e o seu volume
gasto durante a titulação foi 40 ml. Assim, é possível calcular a quantidade de matéria
de RbOH nessa solução.
n,1 n1 , -2
Mbase = - - - => 2 mol/L = L => n 1 = 8 · 10 molde RbOH (aq)
1 V base 0,04 1
1

Nesse exemplo, como a proporção estequiométrica da base para o ácido é de 1 :1 , con-


c lui-se que na solução diluída (50 mL), contida no erlenmeyer de co ncentração desco-
-2
nhecida (solução-problema), há nácido = 8 · 10 mol de HN0 3 (aq). Assim, a concentração
da alíquota diluída (50 mL) da solução ácida é:
n1 8. 10- 2 mol
Mácido (diluído) = V 1 => Mácido (diluído) = O, 05 L => Mácido (diluído)= 1,6 mol/L de HN03(aq)
ácido (diluído)

Usando a regra de três:

2 mal de RbOH(aq) _ _ _ _ 1 000 ml de solução


_ _ _ _ 40 ml de solução

2 · 40
n base = 1 OOO = 8 -10 -2 :. nbase = 8 · 10 -2 mal de RbOH ( aq )
Como a proporção estequiométrica de base e de ácido é de 1:1 há igual
-2
número de mal, ou seja, 8 · 10 mal de base e de ácido (na alíquota titulada).
-2
8 · 10 molde HNDiaq) 50 ml de solução
M ácido(diluído) _ _ _ _ l 000 m l de solução

-2
8 . ,o · 1000
M ácldo (diluído) = 50 = 1,6 :. Mácido (diluído) = 1,6 mol/l de HNOiaq)

Esse valor 1,6 mol/ L de HN0 3(aq) refere-se ao da concentração em quantidade de maté-
ria da solução diluída a partir da alíquota inicial. Logo, para calcularmos a concentração
inicial da solução-problema devemos considerar que se trata de um caso de concentra-
ção de soluções, para a qual pode-se usar a relação M i· V 1 = M 1 • v,. Isolando a M; e
substituindo os valores numéricos das grandezas envolvidas, tem-se:

solução-problema inicial (concentrada)


Assim, a solução-problema inicial (concentrada) terá concentração igual a 16 mol/L. A
titulação, nesse caso, é acidimétrica, ou seja, um experimento de acidimetria.

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Química em foco

Misturar, diluir ou concentra r


Diariamente executamos simples ações, como misturar, diluir e concentrar, mas


dificilmente conhecemos as particularidades de cada um desses processos.
Em relação ao processo de misturar, trata-se de um ato físico e consiste em
colocar duas ou mais substâncias em contato, sem que obrigatoriamente elas se
dissolvam entre si. Dessa forma, as misturas podem ser homogêneas ou heterogê-
neas. Com base nisso, pense nas opções de café que geralmente as padarias ou
cafeterias oferecem: o curto, o longo ou cheio e o pingado.
O café curto refere-se ao café mais concentrado, "encorpado", com pouca água
em relação à quantidade de café. Já o café longo ou cheio é preparado com maior
quantidade de água, mas com a mesma quantidade de pó de café dissolvido da
opção curto. Nesse caso, tem-se um café mais dilufdo, "fraco". Por fim, pingado,
que se refere à mistura de café com leite.
As situações dos cafezinhos mostram que os termos misturar, diluir e concentrar
fazem parte de nosso cotidiano. VerE!'5.hchagln Dmi tr y/Shut ter stock.com

.
~ ~i-~~~-;-~-~~~-~-~~··;~~~·;·~--~;~;-~;~·-~~--~~-~~- ;~-~~;~·~·i~~~~. ;~·;~. ~~~~;··~·~;;·· · ·""""""'"'",."--~~
desejada. Em geral, as tintas comerciais são concentradas e por isso
necessitam ser diluídas antes da aplicação. Para esse procedimento, água ou
aguarrás são os solventes mais usados. O tipo de solvente e o volume
utilizado variam de acordo com a composição da tinta, sendo imprescindível
seguir as orientações presentes no rótulo do produto. O processo de cura
(secagem) da tinta consiste na evaporação de seu dispersante ou
dispergente. Quando o dispersante evapora, a concentração do disperso
na mistura aumenta e, assim. forma-se uma fina película de tinta sobre a
região aplicada.

(7a~-~~;~~--~~--~~-~i~;~~-~-~~-~~·-~~-~-;~; ~; ~· · · · . ·· · · ·
misturar ingredientes e, por diversas vezes,
é necessário aumentar a concentração
de uma dada mistura. Assim, no
preparo de uma calda, por exemplo,
ao aquecer a mistura, a calda fica
"mais grossa", ou seja, mais
concentrada.

RGtimellne/ Shutter'Stodc..c.om

Preparo de uma
calda no fogào.

.. .
(É~~~;~~~~-~~-~~~-· ~-~-;~~~-~~~~-~;~~- ~~ ~~~;~~.I~~- . . . .. . . . . . .. . . . . . . .
medicamentos ou aviar uma receita médica, concentrar ou diluir
misturas para preparar a dosagem adequada. Assim, esse
profissional utiliza várias unidades de medida de concentrações
de misturas. Isso é imprescindível para preparar as doses com a
concentração correta para o tratamento ser eficaz.

Farmacêutica manipulando
medica mentas.

Estudo das dispersões 79

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Atividades ~~ Resolva as atividadas no caderno.

7. O cloreto de cálcio é um dos ingredientes utiliza- As concentrações das soluções resultantes obe-
dos na fabricação de queijos. Sua função é decem a seguinte relação.
aumentar o rend imento e a eficiência da etapa a) 2 > 1 > 3
de coagulação. Com esse objetivo, João, um b) 1 > 2 > 3
técnico de laboratório, resolveu preparar uma e) 1 > 3 > 2
so lução aquosa de cloreto de cálc io (cace 2 )
d) 3 > 2 > 1
dissolvendo 36,10 g desse soluto em 42,75 g de
água. Qual é a fração em molde soluto presen - 10. Duas soluções aquosas de hidróxido de sódio
te na solução preparada por João? (NaOH) contidas nos balões I e li de concentra-
Dados: Massas molares (g/mol): ções e quantidades de matéria conhecidas são
misturadas no balão Il i, conforme o esquema a
ca = 40; ce = 35,5; H = 1; o= 16. seguir.
8. Em um laboratório, um professor de Química
@)
misturou 150 ml de solução aquosa a 0,20 mol/L
de cloreto de sódio (Nace), com 450 ml de uma
solução aquosa a 0,50 mol/L também de clore-
(D
to de sódio. Qual a concentração final dessa
mistura?
/ n ,........................................,. ®
~ ' xperimento ' ·..

(UERJ) Os esquemas a seguir ilustram três ex- + --+


perimentos envolvendo d iluição, segu ida de
evaporação de soluções de cloreto de sódio
(Nac e), cujas concentrações iniciais são iguais.
As soluções resultantes desse processo, em cada
um dos experimentos, têm suas concentrações em
quantidade de matéria identificadas por 1, 2 e 3.

~PfRIMENTO 1
Considerando-se os seguintes dados relativos
(1)

-
aos balões 1, li e Ili :

~ l,ooJ-
~ Nac,
+ Balão volumétrico 1:
L 400ml 300ml
NaOH(aq) ~ C 1 = 160 g/L; M. 1 = 4, O mol/L;

!
C,lmol xL '
V 1 = 200 ml ;
Balão volumétrico li:
EXPERIMENTO ll NaOH(aq) ~ e,,
= 40 g/L; M. 11 1, O mol /L;
v 11 =100 mL ;

200ml
NaC1 +
W-
.o
m
NoCI

300ml
- NaCI

200ml
Balão volumétrico Ili:
NaOH(aq) "* C 111 = ? ; M_ 111 = ?; V 111 = 300 ml
Determine a concentração final do balão Ili em

!
D,lrnol • L '
g/L e mol/L.
11. Misturou-se 1 litro de uma solução aquosa de
EXPERIMENTO Ili
hidróxido de sódio (NaOH), com concentração
ó)
de O, 1 mol/L, com 1 litro de outra solução aquo-

~
rn(I• ••
+
bí- L
~

300ml
- NaCI

200 rnL
sa de ácido su lfúrico (H 2 S0 4 ) , com concentra-
ção de 0,5 mol/ L.
a) Qual a concentração final de sulfato de sódio?

A
:, '1,.3 1
is
~
,, b) Há excesso de ácido ou de base na solução
! final? Justifique sua resposta.

80

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12. O soro fisiológico é uma solução que apresenta 15. Um laboratorista misturou duas soluções (X + Y)
0,9% em massa do cloreto de sódio (Nace) em formando uma nova solução Z, conforme a ilus-
água destilada, tendo em vista que em cada 100 g tração abaixo:
de água destilada encontra-se 0,9 g do sal. Qual
é a fração em quantidade de matéria de soluto
presente na solução fis iológica de cloreto de
sódio?
+ --+
X V

A mistura foi fe ita com uma so lução X de


200 mL de cloreto de cálcio (cace 2 ), com con-
centração em massa igual a 60 g/L e 400 ml
de outra solução Y de cloreto de cálcio e obteve
uma solução Z resultante, de concentração em
massa igual a 80 g / L. Calcule a concentração
em g/ L da solução Y.
a) 150 g/L d) 65 g/L
b) 100 g / L e) 30 g / L
e) 90 g/L

16. O ácido clorídrico em solução é comercializado


como ácido muriático, bastante utilizado em
Dados: Massas molares (g/mol): produtos de limpeza. Para a análise da concen-
Na= 23; ce = 35,5; H = 1; o = 16. tração de ácido clorídrico no produto comercial,
a) 0,001 foi realizada uma tit ulação com hidróxido de
b) 0 ,002 sódio (NaOH). Sabendo que foram consumidos
e) 0 ,020 10 ml de titu lante na concentração de 1,5 mol/L,
d) 0,200 para neutralizar 5 ml de ácido, qual é a concen-
e) 0 ,225 tração, em quantidade de matéria, da solução-
-problema?
~ ,. --E~····~·~·i····~·-·;····[8·\. a) 10 mol/L
b) 5 mol/L
Em um laboratório, um professor de Química
misturou 40 mal de água destilada e 10 mal de e) 3 mol/L
álcool comum. Quais são os valores das frações d) 2 mol/L
molares do solvente (água destilada) e do soluto e) 0,5 mol/L
(álcool comum)?
17. (Unesp-SP) Um analista químico de uma indústria
a) 0,4 e 0,1
de condimentos analisa o vinagre produzido por
b) 20 e 80 meio de titulação volumétrica, utilizando solução
e) 0 ,8 e 0,2 padrão de hidróxido de sódio tendo fenolftaleína
d) 0,4 e 0,8 como indicador. Sabendo-se que são utilizados
e) 0,6 e 0,4 25 ml de vinagre em cada análise - vinagre é
uma solução contendo 4,8% (m/V) de ácido
14. (IFTO) Um copo de 180 ml de suco de laranja é
etanóico - , que a concentração do titulante é
adoçado com 61,56 g de açúcar comum (saca· igual 1,0 mol/L, que são realizadas três análises
rose: C 12 H 22 0 11 ). Calcule a concentração em por lote e que são analisados quatro lotes por
quantidade de matéria do açúcar neste suco. dia; calcule a quantidade média, em gramas, de
a) 0,1 mol/L hidróxido de sódio consumida para a real ização
b) 0 ,5 mol/L das 264 análises feitas por esse analista em um
e) 0,01 mol/L mês de trabalho. Ap resente seus cálculos.
d) 1 mol/L Dados: Massas molares (g/mol): H = 1; e= 12;
e) 2 mol/L O= 16; Na= 23.

Estudo das dispersões 81

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Oficina de Química ~ .
Titulacão ácido-base
·os materiais esperados como resposta devem apresentar característica ácida ou
'fj / básica. Assim, podem ser citados: vinagre, leite de magnésia, soluções para limpar
~ Ponto zero fornos e hidróxido de alumínio (presente em algumas pastilhas ou suspensões
antiácidas, soda cáustica etc.).
Sendo a títulação uma técníca experímental de laboratório utilizada para a determínação da
concentração de soluções-problema. nesta ativídade vamos utílizá-la para determinar a concen-
tração de ácido acético (CH 3 COOH) presente no vínagre caseíro.
Em dado momento, durante essa titulação (ácido-base), chega-se ao ponto de equivalência,
indicando que há igualdade entre os números de íons H1+ e OH1-.
• Cite pelo menos três materiaís de uso cotidiano que você tenha em casa, cujas característi-
cas permitem que a concentração de uma determinada substância seja determinada por titu-
lação ácido-base. ·

O ácido acético (CH 3 COOH(aq)), que é um ácido orgânico, apresenta a seguinte fó rmula
estrutural:
H
1
//0 hidrogênio
// íionizável
H-C-C
~ \0 - H

Sua ionização por ser representada por:


água

hidrogªnio ionizãvel

ácido acético
(monoácido)

Muito utilizado para tem perar saladas, o vinagre é uma mistura preparada com as substâncias
CH 3COOH e H 20. O ácido presente nesse material pode ser neutralizado por uma solução aquo-
sa de hidróxido de sódio (NaOH(aq)). Com a utilização da técnica de titulação ácido-base. é pos-
sível quantificar sua concentração em quantídade de matéria presente em uma amostra de vina-
gre comercial.
@ Para a sua proteção durante esse experimento é recomendado usar
jaleco de mangas compridas. óculos de proteção, calças compridas e
[l}3 / Materiais tênis fechados. A solução de hidróxido de sód io é corrosiva, portanto
evite o contato mm a pele e com os olhos.

• 1 erlenmeyer de 250 ml
• 1 bureta de 50 ml
• 1 suporte universal e pinça para bureta
• 1 pipeta volumétrica de 5 ml (pode ser utilizada uma pipeta graduada)
• 1 pera
• solução de 0,1 mol/L de hidróxido de sódio (NaOH(aq)}
• vinagre comercial (incolor)
• indicador de fenolftaleína
• água destilada

~/
@ Fixe a bureta no suporte universal prendendo-a com a pinça.

@ Complete adequadamente a capacidade da bureta com a solução aquosa de 0,1 mol/L


de hidróxído de sódío (NaOH(aql).

82

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© Com o auxílio da pipeta, transfira 5 ml do vinagre comercial para o erlenmeyer. Adi-
cione aproximadamente 50 ml de água destil ada no erlenmeyer para diluir o vinagre
e fac ilitar a visualização do ponto final da t itulação.


Adicione também ao erlenmeyer 4 gotas do indicador de fenolftaleína.

@ Tit ule a solução de vinagre. Sugere-se que a t itu lação seja feita gota a gota, até per-
ceber a mudança da coloração incolor para rósea, fechando a torneira da bureta.

® Anote em seu cad erno o volume de hidróxido de sódio gasto na t itulação.

f
li
:.
Soluçào inicial, vinag re, água e fe nolfta leína. Ao final da titulaçào, a solução a p re sentará uma coloraçã o rós e a.

2. Como os resultados da titulação podem variar, utilizaremos o



1
As soluções podem ser
descartadas na pia.
valor aproximado de 34 ml de solução de hidróxido d e sódio e
volume inicial de 5 m l da amostra c omercial
CNaOH . V NaOH = CCH 3COOH . V CH 3COOH => 0 ,1 . 34 = CcH,COOH . S =>
=> 3'4 = C cH 3COOH => CcH3COOH = 0, 68 : . C cH 3COOH = 0, 6 8 mol/L
~ /Para pensar 5

1. Represente a equação da reação química relativa à titulação ácido-base ocorrida no experi-


mento. NaOH(aq) + CH 3 COOH(aq) - Na+(aq) + CH 3COO- (aq) + H 20(t'.)

2. De acordo com os dados obtidos na titulação, calcule a concentração de ácido acético no


vinagre.

3. De acordo com a legislação brasileira, o vinagre deve ter no mínimo 4% (m/V) de ácido acé -
tico, ou seja, deve apresentar em sua composição 4 g de ácido acético em 100 ml de vi-
nagre. Utilizando a concentração em quantidade de matéria encontrada experimentalmente
na atividade anterior, calcule a massa de ácido acético na amostra e discuta se está dentro
ou fora dos padrões exig idos por lei. Considerando-se o valor obtido no exercíc io anterior, em 1 litro de vinagre
temos 0,68 mol de ácido acético. Assim, em 100 ml de vinagre temos 0,068 mol de ácido acético. Como em 1 mal de
ácido acético temos 60 gramas de ácido acético, em 0,068 mol de ácido acético, temos 4,08 g de ácido acético. Sendo
assim, a amostra analisada está em conformidade com a leg islação b rasileira vigente.
Estudo das dispersões 83

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Conhecendo
A glicose ou dextrose (C6 H 12 0 6 ) é o principal carboidrato existente na corrente sanguínea. As
células do corpo humano utilizam esse carboidrato para liberar a energia de que o corpo neces-
sita para manter-se vivo e para realizar as atividades do cotidiano.
Atualmente, segundo especialistas, a concentração considerada normal para esse carboidrato varia
de 60 a 110 mg/dl de sangue, após jejum de 12 horas.
Em geral, considera-se que uma pessoa está
com hipoglicemia se apresentar uma concentra-
ção de glicose no sangue inferior a 60 mg/dl.
Já a hiperglicemia se apresenta diante de valo-
res superiores a 110 mg/dl.
O controle da quantidade de glicose no san-
gue é realizado pelo pâncreas. Quando os ní-
veis de glicose no sangue estão elevados, o
pâncreas libera um hormônio chamado insuli-
na, que controla a concentração de glicose no
sangue. Já quando os níveis de glicose no san-
gue estão baixos, o pâncreas libera o glucagon,
um hormônio que aumenta os níveis plasmáti-
cos da glicose.
Glicosímetro, aparelho utílizado para medír a concentração de glicose na
corrente sanguínea.
O soro glicosado a 5% (em massa) é uma
solução isotônica que apresenta 5 gramas de
glicose (ou dextrose) dissolvidos em água des-
tilada suficientes para totalizar 100 ml de soro.
Essa solução é utilizada em hospitais em ca-
sos de desidratação, reposição calórica, nas
hipoglicemias e como veículo de diluição de
medicamentos, sendo usualmente administrada
através de uma veia periférica.
Aplicação de soro em um
paciente por via endovenosa.

Algumas pessoas apresentam uma síndrome


metabólica em que o corpo não produz insulina
ou não consegue empregar adequadamente a
insulina que produz, causando um aumento da
glicose no sangue. Essa síndrome é conhecida
como diabetes. Existem dois tipos de diabetes:
insipidus e mellitus.

Estudando
O diabetes insipidus é caracterizado por um
distúrbio na produção, secreção ou ação do hor-
mônio antidiurético. Neste tipo de diabetes, a
pessoa passa a ingerir líquidos de maneira abun-
dante em razão da sede constante, o que oca-
siona uma maior eliminação de água e de glicose
por meio da urina. Consequentemente, com a
perda de glicose é causada uma hipoglicemia.

84

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O diabetes mellitus é o tipo mais conhecido
e ocorre em razão da deficiência de insulina.
Quando não controlado, desencadeia uma con-
centração de glicose muito superior a 110 mg/dl
no sangue, ocasionando uma hiperglicemia.
Conheça os três tipos mais comuns de diabe-
tes mellitus.
• Tipo 1: é conhecido como insulinodepen-
dente, pois por ação equivocada do siste-
ma imunológico do individuo, pouca ou

nenhuma insulina é liberada para o corpo.
Dessa forma, a gli cose fica no sangue, não
sendo usada como fonte energética.
• Tipo 2: é conhecido como não insulinode- A insulina é utilizada por alguns pacient es portadores do
pendente; a produção de insulina se dá nor- diabetes mellitus com o objetivo de manter os níveis de
malmente, porém o organismo não consegue glicose na faixa ideal.
usar adequadamente a insulina que produz; cerca de 90% dos diabéticos tem este tipo.
• Diabetes gestacional: é aquela em que ocorre uma elevação da concentração de glico-
se no sangue durante a gravidez. Normalmente, essa condição se normaliza após o
parto, porém a mãe que teve diabetes durante a gravidez apresenta maior risco de vir a
desenvolver mais tarde o diabetes do tipo 2.
Em geral, pode-se controlar e até prevenir o desenvolvimento do diabetes com hábitos
saudáveis, como alimentação equilibrada, evitar ingerir açúcar e gordura em excesso,
evitar bebidas alcoó licas, praticar atividades físicas regularmente e realizar
exames periodicamente para analisar os níveis de glicemia no sangue.
2. Espera-se que os alunos interpretem e respondam a questão relacionando o tipo de -:,. ~
diabetes com a concentração de glicose na urina, sabe-se que o paciente com .•. ~ ~ o
diabetes insipidus, apresentará uma urina mais diluída devido a maior •,. .,•.. -A $ o
ingestão de água. A diurese excessiva e a sede intensa são típicos • ~ .o ~ 0
da DI. Os sintomas do diabetes insipidus são similares aos ~~ 0 . . .
da diabetes mellitus, com a distinção de que não ocorre a · Ampola de insulina e seringa
glicosúria (urina doce) e não há hiperglícemia (glicose para sua aplicação.
do sangue elevada).

Conversando
1. Pesquise o significado dos termos "insípido" e "melito" e, a seauir, relacione-os com as palavras
. , . . . . Insípido significa "sem gosto", senc!o assim deve estar relacionat:Jo à palavra hipoglicemía,
h1pogilcem1a e h1pergilcem1a. pois a glicose está tão diluída em água que praticamente não apresenta gosto. Melito
significa "que contém mel", devendo ser relacionado à palavra hiperglicemia, pois a glicose está concentrada no sangue,
2. Sabe-se que a glicosúria (g licose na urina) não revela a quantidade de glicose sanguínea no apresentando
momento do exame, mas s1m o tempo em que a urina foi acumulada na bexiga (a perda de ~:!cterística
glicose pela urina depende de como é feita a excreção renal). Assim, a análise baseada doce, assim1
como o me .
apenas em exame de glicosúria não é capaz de indicar hipoglicemia ou hiperglicemia. Re-
comenda-se, nesse caso, outros testes, como o de glicemia (g licose no sangue).
Um laborista, ao analisar as amostras de urina de dois pacientes já diagnosticados com
diabetes, um deles com diabetes insipidus (OI) e outro com diabetes mellitus (DM), consta- 3. Espera-se
que o texto
tou que uma das amostras era mais concentrada em açúcar que a outra. Converse com os dos alunos
seus colegas e responda qual dos dois pacientes diabéticos tem grande probabilidade de contemple:
a prática de
ser aquele que apresenta a urina mais diluída para a glicose? atividades
físicas e
3. De acordo com o site Portal Brasil e a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo balanceada, alimentação

Ministério da Saúde em parceria com o IBGE, o diabetes já atinge mais de 9 milhões de de acordo com
o tipo de DM
brasileiros, o que corresponde a aproximadamente 6,2% da população adulta de nosso país. que o paciente
Discuta com seus colegas sobre os principais métodos de prevenção e de controle do dia- apresenta (DM
do tipo 1 ou
betes mellitus (DM). Ao final, em seu caderno, monte um pequeno texto que contemple o DM do tipo 2),
resultado dessa discussão como dois !atores que podem ajudar no con~role glicêmico do sançilfe e consequentemente
· na prevençao e no controle do diabetes do tipo li. Em casos espec1f1cos, alguns
medicamentos como a insulina e os hipoglicemiantes orais podem ser utilizados . Antes de tudo, procure um médico e realize
checkup. A interpretação dos resultados do checkup determinará as características biológicas de cada paciente e ajudará a definir
as particularidades e limitações, a intensidade e o tipo de atividades físicas, garantindo mais segurança ao tratamento.
Estudo das dispersões 85

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}
0
"'
..
!
ii
z

Propriedades coligativas
Há aproximadamente 7 mil anos, as populações nômades começaram a fixar resi-
dência em função da domesticação de animais e do cultivo da terra. Então, no período
Neolítico, o último período pré-histórico, surgiu a necessidade de conservar alimentos.
Para isso, foi desenvolvida a técnica da salga para a conserva-
ção dos alimentos, um dos processos mais antigos inventados
pelo ser humano. Atualmente, essa técnica possibilita a comer-
cialização dos alimentos sem a necessidade de refrigeração. Um
exemplo disso é o bacalhau, comercializado em diversos países.
No Brasil, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, temos
a carne de sol e a carne-seca, ou jabá, e, no Rio Grande do Sul,
o charque. Essas carnes são curadas com diversas técnicas,
conservadas pela adição de sal e especiarias, o que modifica
sua cor, textura e sabor. Outras técnicas para preservar alimen-
tos são o congelamento, a conservação pelo calor, a pasteuriza-
ção e a adição de açúcar às frutas.
Ilustração históri ca do
processo de secagem do @ Você já viu algum alimento conservado pela técnica de salga (carne-seca, carne
bacalhau na Groenlândia.
de sol, charque ou bacalhau) ou por outro procedimento? Comente com seus
colegas. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos tenham c onhecimento
desse processo, ou que pelo menos já tenham ouvido falar a respeito.
@ Com base na aparência física e na textura desses alimentos, qual seria a função
do sal nesse processo?
O sal desidrata o alimento, criando um ambiente desfavorável à sobrevivência dos microrganismos.
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1. Resposta pessoal.
Estudando as propriedades coligativas Caso os alunos já
tenham realizado esse
procedimento, espera-se
1 Você já colocou solução de água e sal no congelador? A água congelou? que eles respondam que
A questão 1 e as apresentadas na página anterior podem ser respondidas com a água não congelou. •
Caso contrário, peça
base nos conhecimentos de propriedades coligativas. Vamos analisar uma situação que eles façam o •.~
experimento em casa e
em que se ferve água para preparar uma macarronada. observem o que
acontece.

Para preparar a macarronada, Leila precisava ferver água. Leila então adicionou duas colheres (sopa) de sal na água.
Como ela mora em uma cidade que fica ao nível do mar, a água
começou a ferver ao atingir 100 •e.

Os líquidos puros, assim como qualquer outra substância, apresentam valores ca- Volátil: em Química, indica
que a substância
racterísticos de pressão de vapor, ponto de ebulição, ponto de solidificação/fusão e apresenta baixo ponto de
pressão osmótica. Esses valores podem levar à identificação de uma determinada ebulição, port anto. em seu
estado normal, tende a
substância. A água, ao nível do mar e à pressão de 1 atm, entra em ebulição a 100ºC. evaporar facilmente.
Ao dissolver um soluto não volátil nesse líquido (solvente), suas propriedades caracte-
rísticas se alteram, como no caso da adição do sal (cloreto de sódio).
As propriedades coligativas são as alterações das propriedades do solvente em
soluto não volátil, as quais dependem da razão entre o número de moléculas do soluto
e do solvente, e não da identidade química do soluto.
Após os experimentos, os químicos concluíram que as propriedades físicas e quí-
micas dos materiais dependem das quantidades das substâncias, ou seja, das con-
centrações que as compõem, e não de sua natureza. As propriedades coligativas são
propriedades quantitativas porque dependem da concentração de soluto não volátil; e
não qualitativas, uma vez que não dependem da natureza do soluto.
Por exemplo, no preparo de duas soluções, uma iônica e outra molecular, com vo-
lumes iguais V e a mesma quantidade de matéria em mal adicionada em ambas, ob-
servamos, ao final, que a solução iônica terá um número de partículas dissolvidas
maior que na solução molecular. Quanto a isso, considere os casos abaixo.
• A sacarose (c, 2 H 22 0 1,). de massa molar igual a 342 g/mol, é uma substância
molecular cuja solubilidade em água a 20 ºC é igual a 1 970 g/L.
• O cloreto de sódio (Nace), de massa molar 58,5 g/mol, é uma substância iônica
cuja solubilidade em água a 20 ºC é igual a 368 g/L.
• O H3 P0 4 , soluto formador da solução de ácido fosfórico {H 3 P0 4 (aq)). de massa
molar 98 g/mol , é uma substância molecular que a 20 ºC apresenta grau de ioni-
zação igual a 27%.
• O sulfato de alumínio ( At 2 (S0 4 )J de massa molar 342 g/mol, é um composto
iônico que a 20ºC apresenta grau de dissociação igual a 60%.

Estudo das dispersões 87

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Assim, a 20 "C são separados 4 recipientes iguais e com capacidade de 1,5 L. Em
cada um desses recipientes coloca-se 1 L de água e adiciona-se so'\1ente uma das
quatro substâncias citadas ( C 12H 22 0 11 , Nace., H 3 P0 4 ou Af'. 2 (S0 4 ) 3 )' A massa de
cada substância adicionada é equivalente à sua massa molar (quantidade de matéria
igual a 1 mol). Assim, podemos determinar a ordem crescente de intensidade do efei-
to coligativo das quatro soluções preparadas.
No exemplo, se a quantidade de solvente presente em cada solução é de 1 L e a
cada uma foi adicionada uma quantidade de soluto equivalente à massa molar deste,
temos:
• para a solução de sacarose (c, 2 H 22 o , ,(aq)) em 1 L de solvente a 20"C, é possível
dissolver até 1 970 g do soluto (solubilidade da sacarose}. Logo, ao adicionar 342 g
dessa substância (correspondente à massa de 1 mol} e mexer adequadamente,
haverá dissolução total desse açúcar. De acordo com os dados do enunciado,
essa solução aquosa de sacarose é insaturada.

água
c 12 H 2 2 0 11 (s) c , 2 H 22 o ,,(aq)
dissolução
1 mol (a = 100%) 1 m al
23
6,02 · 10 moléculas
23
6 ,02 · 10 moléculas
(retículo cristalino) número total de partículas em
solução = 5,02 · 10 23 partículas

• para a solução de cloreto de sódio (Nace{aq)) em 1 L de solvente a 20 ºC, é pos-


sível dissolver até 368 g de cloreto de sódio (solubilidade do cloreto de sódio).
Logo, ao adicionar 58,5 g dessa substância (correspondente à massa de 1 mol) e
mexer adequadamente, haverá dissolução total desse sal. De acordo com os da-
dos do enunciado, essa solução aquosa de cloreto de sódio é insaturada.

água
NaCE(s) +
dissociação
1 mol (a = 100%) 1 mol de cátions 1 mol de ânions

6,02 · 1023 de NaCi 6,02 · 1023 cátions 6,02 · 102 3 ãnions


(retículo cristalino)
íons presentes em solução
n úmero total de partículas em solução = 12,0 4 · 1023 par tículas

• para a solução H 3 PO 4 (aq) em 1 L de solvente a 20 ºC, o grau de ionização é igual


a 27%. Assim, ao adicionar 1 mol de moléculas dessa substância, haverá ioniza-
ção de 0,27 mol de moléculas.

água 1+ 3-
H 3 P0 4 3 H (aq) + P0 4 (aq)
ionizaçao

água
Quantidade inicial 1 mol o + o

Fração reagente água


(27% de dissociação)
0,27 mol o + o
ionização

água
Reação o ionização
3-0,27 mol + 0,27 mol

0,73 mol água 0,81 mol 0,27 mol


moléculas cátions
+ ânions
ionização
Quantidade final
(0,73 mol + 0,81 mol + 0,27 mol) de partículas = 1,81 molde partículas
-t
24
Número total de part ículas em solução = 1, 09 · 10 partículas

88

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• para a solução aquosa de sulfato de alumín io (Ae. 2 (S0 4 Uaq)) em 1 L de solvente a
20 ºC. esse sal apresenta grau de dissociação igual a 60% . Assim, ao adicionar
1 mol dessa substância, haverá dissociação de 0,60 mo! desse sal.


água 3+
Ae 2 (so,.) 2 Af. (aq) + 3 so! - (aq )
3 dissociação

água
Quantidade inicial 1 mal o + o

Fração reagente água


(60% de dissociação)
0,60 mal
dissociação
o + o

água
Reação o 2 · 0, 60 mal + 3-0, 60 mal
dissociação
1---

água 1,20 mal 1,80 mal


0,40 mal +
dissociação cátions ânions
Quantidade final
(0,40 mal + 1,20 mal + 1,80 mal) de partículas = 3,40 mo! de partículas

Número total de partículas em solução = 2, 05 . 1024 partículas

Assim, resumidamente, tem -se:

Solução Número total de partículas em l L de solução

6,02 · 1023 partículas ou 0,602 · 1024 partículas

23 24 ,
NaCe(aq) 12, 04 · 10 partículas ou 1,204 · 10 part1culas

J
1, 09. 1024 partículas

2,05. 1024 partículas

Como o efeito coligativo é diretamente proporcional ao número de partículas dis-


persas em solução, tem-se a segu inte relação em ordem crescente de intensidade do
efeito coligativo:
c 12 H22 0 11(aq) < H 3 P0 4 (aq) < Nac e.(aq) < A f. 2 (S0 4 ) (aq).
3

Neste capítu lo, vamos estudar as propriedades coli gativas de abaixamento da pres-
são de vapor do solvente (tonoscopia). aumento do ponto de ebu lição do solvente
(ebulioscopia). abaixamento do ponto d e congelamento do solvente (crioscopia) e au -
mento da pressão osmótica (osmoscopia). Para esse estudo, precisamos conhecer
algumas propriedades dos solventes presentes nas soluções. Essas propriedades são
a p ressão de vapor e a temperatura de ebulição do solvente.

Pressão de vapor
Com o passar do tempo, o que ocorre com
a água da chuva que forma as poças de
água?
A água líquida contida em um recipiente aberto
tende a evaporar. Quanto maior a temperatura do
ambiente, maior é a velocidade de evaporação.
2. Parte da água sofre evaporação. Além disso, em
algumas superfícies irregulares em que se formam
essas poças, a água pode permear o solo.
Poça formada com
água da chuva.

Estudo das dispersões 89

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3 Em recipientes fec hados pode ocorrer evaporação de um líquido?
Sim. O líquido sofre evaporação, porém fica retido no recipiente.
O q ue ocorre ao deixarmos uma garrafa de água quase cheia lacr ada por algum
t empo recebendo luz solar? Com o passar do tempo, p~rte ~a água
evapora e se condensa no 1ntenor da garrafa.
Se a água estiver em uma garrafa hermeticamente fechada (sistema fechado), algu-

1 mas moléculas passam do estado líquido para o gasoso (evaporação). O esquema a


seguir representa de forma simplificada esse processo de evaporação.

Garrafa de
água fechada.
Processo de
evaporaçào de um
L..egfflda:
líquido em um
Moléculadeágú,a.
s istema fechado, a
uma dada
temperatura, até a
sua saturação.

Início do Mais moléculas O a r está Para uma molécula de


processo de de água saturado de água evaporar, outra se
Este esquema é uma evaporação. evaporam. vapor de água. condensa (equilíbrio).
representação. As cores
e os tamanhos das
molécutas ilustradas não
correspondem aos reais_
Quando há equilíbrio entre as fases líquida e gasosa, ou seja, quando os valores
das velocidades de evaporação e condensação se igualam, tem-se equilíbrio dinâmi-
co, havendo passagem constante de partículas de uma fase para a outra. Enquanto
houver esse equilíbrio dinâmico entre as fases, a pressão da fase gasosa sobre a su-
perfície da fase líquida se mantém constante, sendo denominada pressão de vapor
do líquido.
A pressão de vapor de uma substância é a pressão da fase gasosa dela quando
está em equilíbrio dinâmico com o líquido (ou sólido) correspondente.

Influência da temperatura na pressão de vapor de uma substância


Podemos analisar o comportamento da pressão de vapor da água com a variação de
15 ºC a 30 ºC, por exemplo. Para isso, experimentalmente, podemos organizar os da-
dos em um quadro e representá-los por meio de um gráfico, como apresentado abaixo.

Temperatu ra (ºC) Pressão (mmHg) Pressão de vapor da água


com variação de temperatura
15 12,8
16 13,6
Pressão de vapor (mmHq)
17 14,5 35
18 15,5
/
30
19 16,5 /
y
20 17,5 25 v
21 18,6
V..-
..,. /
22 19,8 20 i,...-
/
23 21 ,1 ........ 1--"'
15
.,,-
24 22,4 i..-

25 23,8 10
e
-"
26 25,2 .,,3
.3
27 26,7
]
28 28,4 o :
15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 ij
29 30,0 Temperarura rc) "e-
Fonte: dados
30 31 ,8 ~
empíricos. ~ - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - ''ª
Fonte: dados empíricos.

5 O q u e ocorre com a pressão do vapor da água q uando a temperatura aumenta?


A pressão do vapor da água também aumenta com o aumento da temperatura.
90

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As medidas de pressão de vapor mostram que quanto maior é a temperatura de um
líquido, maio r é sua pressão de vapor.
A uma dada temperatura. a pressão de vapor de um líquido não depende do volu-
me desse líquido nem do formato do recipiente que o contém.


6 Em sua opinião, o valor da pressão de vapor de diferentes subst âncias à mesma
temperatura é o mesmo? Espera-se que os alunos respondam que à mesma temperatura, diferentes
subslâncias apresentam diferentes pressões de vapor, pois elas têm forças de interações diferentes entre as suas partículas.
Na representação gráfica ao lado Variação da pressão de vapor
temos as medidas de pressão de va- de algumas substâncias em
relação à temperatura
por de d iferentes substâncias em di-
ferentes temperaturas . Pressão de vapor (mmHg)

Observando a representação dos CHCf 3 CCf, H20


1000
dados no gráfico podemos concluir
que: pressão
800 atmosférica
• a p ressão de vapor de um líqui-
do aumenta com o aumento da
600
temperatura;
• à mesma temperatura, líquidos
400
diferentes apresentam pressões
de vapor diferentes.
200

Quanto maior a tem per atur a


de um a su bst ância, maior a 20 40 60 80 100
sua pr essão de v apor. Temperatura ("C)
Gráfico elaborado com base em, KOTZ, J. C.; TREICHEL JA. P. M. et ai.
Ouimica geral 1: e reações quimicas. 5. ed. São Paulo: Thomson
Leaming. 2006. p . 485.

Sublimação
Alguns sólidos, como o gelo-seco, a naftalina e o iodo molecular, sofrem sublimação.
equilíbrio dinâmico
fase sólida fase gasosa

Assim, nesses casos, as velocidades de sublimação nos sentido direto e inverso são iguais.

Gelo-seco. Naftalina. lodo.

Considere a seguinte situação: despejam -se 10 cm 3 (10 ml) de álcool etílico em um


pires, despejam-se 10 cm 3 de éter comum (éter dietílico) em outro pires e em um ter-
ceiro pires despejam -se 10 cm 3 de água. Em seguida, à temperatura ambiente, esses
três pires são colocados sobre uma mesa.
Num dado momento, os três pires ficaram vazios, pois de acordo com o que vimos
anteriormente os líquidos sofrem o processo de evaporação. Fazendo uma relação
com a pressão de vapor, podemos prever qual dos três pires ficará vazio primeiro, ou
seja, qual dos três líquidos irá evaporar totalmente antes dos outros dois.
Em sua opinião, qual dos três pires ficará vazio primeiro? O pires que continha éter.
8 Qual a possível relação entre a evaporação e a pressão de vapor de um líq uido?
Quanto maior a evaporação de um líquido, maior a pressão de vapor desse líquido.
Estudo das dispersões 91

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Na situação apresentada na página anterior, vimos a pressão de
Pressão de v a por de a lgumas
substâncias a 2 0 º( vapor de cada um dos líquidos em uma dada temperatura. No quadro
ao lado, apresentamos as pressões de vapor dos três líquidos - ál-
Álcool etílico 45 mmHg cool etílico, éter comum e água - à temperatura de 20 ºC.
+
Éter comum 441 mmHg 9 Co nsiderando a relação ent re p ressão de vapor e interaç ões
- intermoleculares, o q ue podemos concl uir a respeito da p res-
Água
17·5 mmHg ~ são de vapor do éter comum , sendo ela a mais elevada?
Foote: pesquisa_ As interações intermoleculares entre suas moléculas são mais fracas, logo o éter é o mais volátil.
A ordem decrescente de volatilidade das três substâncias do quadro é éter comum>
álcool etílico > água. Por isso, na situação, o éter comum evaporou -se mais rapida-
mente. Assim, quanto mais voláti l uma substância, maior a sua pressão de vapor.
Consequentemente, quanto mais volátil, menores as interações intermoleculares.

A pressão de vapor e a temperat ura de ebulição


Num dado momento, ao aquecermos um líquido em um recipiente aberto, ele ferve,
ou seja, entra em ebulição. Isso ocorre quando a pressão de vapor do líquido se igua-
la à pressão atmosférica local. Ao nível do mar, como a pressão atmosférica é igual a
1 atm, o líquido entrará em ebulição quando a sua pressão de vapor se igualar à pres-
são atmosférica.
Variação da pressão de vapor de \ Considerando a pressão da água, do álcool etí-
algumas substâncias em relação à
temperatura e à temperatura de ebulição lico e do éter comum, apresentadas no quad ro
\. acima, podemos representar por meio de um grá-
Pressão de vapor (mmHg) fico a variação de temperatura e indicar a tempera-
1400 ~ - - - - - - - - - - ~ - - ~
tura de ebulição de cada uma das substâncias.
1300
1200 Ao analisarmos a representação gráfica, pode-
1100
pressão mos concluir que, ao nível do mar (pressão atmos-
1000
900
abnosfêrtca férica igual a 760 mmHg), a temperatura de ebuli-
Mnivel
800 oo mar ção de cada uma dessas três substâncias é:
700 ,
- éter comum: 34,6ºC; - água: 100ºC.
600 ',
~ :. t - álcool etílico: 78, 4 ºC;
~ - ~ e~
~ :~ 'B- 8 Das três substâncias, o éter é o que apresenta a
300 -8~S;> ·& ~T'""
200 S0"'t 1
..o menor temperatura de ebu lição, sendo a substân-
&g::!: ; c.l
100 E , cia mais volátil entre elas.
o-1-- ~~;:::::::;::.._-,--,-- , -~~"'~_;_'-,c----1
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 A tem peratura de ebulição é aquela em que a
le""8ralura ('C)
pressão de vapor do líquido se iguala à pressão
Gráfico elaborado com base em: BROWN, T. L. et ai. externa exercida Sobre O líquido.
Química: a ciência central. 9 . ed. São Paulo: Pearson. 2007. p. 332.

..
<
,3
.)!!
.3
]
,:!
~
'°lt
b

~
Po

Para a ebulição ocorrer, é necessário que a pressão de vapor


do líquido P0 n o interior de cada bolh a seja igual à pressão
externa exercida sobre o líquido.

92

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Diagrama de fases de uma substância
A uma certa pressão, durante a mudança de estado físico de uma substância, há
equ ilíbrio dinâmico entre as fases envolvidas e, nesse caso, a temperatura se mantém
constante. Experimentos mostram que, ao variar a pressão, as temperaturas em que


há mudanças de estado também variam.
Sob determinadas condições de temperatura e pressão, é possível haver a coexis-
tência em equilíbrio dinâmico dos três estados físicos dessa substância. Nessa situa-
ção, ocorre o ponto triplo da substância.
Assim, ao variarmos a temperatura e a pressão Diagrama de fases
de uma substância, obteremos dados suficientes de uma substância
para montar seu diagrama de fases, conforme
Pressão {mmHg)
mostrado ao lado.

Ponto Estado físico

A sólido .__.. líquido

B líquido .__ gasoso 760

e sólido .__.. gasoso


1-
sólido ...- líquido
T
\ gasoso/ Temperalllra ('C)
Gráfico elaborado com base em:
BROWN. T. L. et ai. Química: a
ciência central. 9 . ed. São Paulo:
Pearson. 2007. p. 228.

Nesse diagrama, a curva 1 é de fusão/solidificação, a curva 2 é de ebulição/con-


densação e a curva 3 é de sublimação direta/inversa.

O diagrama de fases da água apresenta, em rela- Anômalo: algo que


Diagrama de \ apresenta irregularidade
ção ao diagrama de fases da maioria das substân- 1
fases da água 1\
ou está fora do que é
cias, comportamento anômalo na curva 1 (fusão/ esperado.
- ----~
solidificação), como apresentado abaixo.
Pressão (mmHg)

Ponto Estado físico

A sólido.===- líquido 760


--,
B líquido .===== gasoso
4,58
e sólido .====- gasoso
sólido .===- líquido
T
\ gasoso
j' O 0,01 100
Gráfico elaborado com base em:
Temperalln("C)
BROWN, T. L et ai . Química: a
c iência central. 9. ed. São Paulo:
~ - - - - - - - - - - - - ~ Pearson, 2007. p. 395.

O ponto triplo da água indica a temperatura e a pressão em que há coexistência em


equilíbrio dinâmico das três fases. Assim, esquematicamente, tem-se:

sólido s====- líquido s====- gasoso Diagrama de fases da


água com o ponto crítico
p onto triplo: T =0 ,01 ºC e P = 4.58 mmHg (6 -10- 3 atm)

Outro ponto importante é o ponto crítico, que, Pressão (mmHg)


para a água, ocorre na temperatura de 374 ºC e à
pressão de 165680 mmHg (218 atm). Nesse ponto,
a água torna-se um fluido supercrítico, compor-
tando-se como gás, mas relativamente densa
como um líquido.
No diagrama a seguir é possível observar que, 0,01
Gráfico elaborado com base
100 374
em: BROWN, T. L el ai.
em temperaturas e pressões superiores às do pon- Temperatura ("C) Química: a ciência central. 9.
1 ed. São Paulo: Pearson,

to crítico, a água torna-se um fluido supercrítico. - - - - - - - - - - - - - - - 2007. p . 394 -395.

Estudo das dispersões 93

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/ Atividade resolvida \

R1. O diagrama ao lado se refere a três Variação da pressão de vapor de três


líquidos. líquidos em relação à temperatura
a) Qual desses líquidos é o mais vo- Pressão de vapor (mmHg)
látil? Justifique.
b) Sob pressão ambiente (760 mmHg), 1000
qual é a temperatura de ebulição 900
normal de cada um dos líquidos? 800 760
e) Quais seriam as suas temperaturas 700
de ebulição no topo de uma mon- 600
tanha , onde a pressão externa é soo
400 mmHg? 400
300
Resolução 200
a) O mais volátil é o líquido A , pois a 100 e
.sa
uma dada temperatura apresenta o ..i,ai:::;;;,......:;;:::::::-,---.--,----,---,--,---r---,--..----l ~

a maior pressão de vapor. 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 1~


Temperatura ("C) ~
Fonte: dados empiricos.

b) Líquido A === 58 ºC Líquido B === 83 ºC Líquido e === 107 "C

e) Líquido A ::: 41 ºC Líquido B ::: 61 ºC Líquido C = 85 ºC

Atividades ~ ~-1 Resolva i1Sahv1dades no caderno.

1. Quando os alpinistas escalam montanhas por vários dias, eles precisam preparar alimentos durante o percur-
so. Segundo eles, no alto das montanhas o tempo necessário para o cozimento dos alimentos é maior que
em baixas altitudes.
• Qual é a razão dessa diferença no tempo de cozimento em diferentes altitud es? Justifique sua resposta
baseando-se na pressão máxima de vapor da água.

Z. Bidu é uma personagem representada por um cachorro, criada pelo ilustrador Mauricio de Sousa. Na tirinha,

. ..
Bidu observa uma situação.
,~

~
~
~

j
i
~
i_:,
r-....,--...,............,,--,---...,,.,,...--,,~:::;,g
Bidu, de MaLUicio de Sousa. Disponivel em: <http://turmadamonica.uot.com.br>. Acesso em: 20 maio 2016.

a) A que substância Bidu se refere?


b) O que deve ser a "personalidade tripla" mencionada na tirinha? Justifique sua respost a.
/ ~ _....................................... ,
.

\ ~ _,/ Experimento \

Um professor de Química colocou uma grande barra de gelo apoiada sobre as extremidades de dois
bancos. Amarrou dois pesos nas pontas de um pedaço de arame fino . Em seguida colocou esse peda-
ço de arame, com os pesos, sobre a barra de gelo, conforme mostra a figura.

94

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6. (Unifesp-SP) Na figura são apresentadas duas

il
curvas que expressam a relação entre a pressão
de vapor de dois líquidos, A e B, e a temperatura.
Um deles é uma solução aquosa de sacarose
1,0 mol/L e o outro, água destilada.
Experimento com arame fino preso a
dois pesos passando pel a barra de gelo.

De acordo com o experimento do professor, e


considerando o diagrama de fases da água (fi-
gura a seguir), explique o que ocorreu.

Pressão (atm)
Pressão (atm)

A B •
Temperatura (ºC)
Considerando-se o comportamento da p ressão
de vapor em relação à temperatura de um ter-
Temperatura ("C)
ceiro líquido, C, uma solução aquosa de nitrato
Diagrama de fases da água.

4. Maria estava fazendo macarrão e esperou a água


de alumínio, (Ae(Nü 3 )J 0,5 mol/L, e das curvas
ferver para acrescentar uma co lher de sal. Nes- A e B, são feitas as seguintes afirmações:
se momento, a água em ebulição parou de ferver. 1) A curva da solução C deve se posicionar à
Por quê? esquerda da curva A.
Lembre -se de que, sob pressão normal, a água li) A temperatura de ebulição do líquido A é
entra em ebulição à temperatura de 100 ºC. menor que a tempe ratura de ebulição do lí-
a) A água para de ferver porque a pressão é
quido B.
alterada. Ili) A solução C deve apresentar maior pressão
b) As propriedades do solvente se modificam na de vapor que o líqu ido B.
presença de um soluto não volátil. IV) O líquido A é água destilada.
e) As propriedades do solvente não se modificam É correto apenas o que se afirma em:
na presença de um soluto. a) l elll. c) ll elll. e) le lV.
d) As propriedades do soluto não volátil não al- b) lll elV. d) llelV.
teram a propriedade do solvente.
7. (Enem/MEC) Em nosso planeta a quantidade de
e) Os efeitos coligativos não alteram o ponto de 6
água está estimada em 1,36 · 10 trilhões de
ebulição.
toneladas. Desse total, calcula-se que cerca de
5. Observe os valores contidos no quadro abaixo. 95% são de água salgada, e dos 5% restantes,
quase a metade está retida nos polos e geleiras.
Solução aquosa Concentração O uso de água do mar para obtenção de água
G licose (C 6 H 120 0,2 potável ainda não é realidade em larga escala.
6)
Isso porque, entre outras razões:
Sacarose (C 12H 220 11 ) 0,3
a) o custo dos processos tecnológicos de des-
Cloreto de sódio ( NaCe) 0 ,01 salinização é muito alto.
Cloreto de cálcio { Cace 2 ) 0 ,1 b) não se sabe como separar adequadamente os
sais nela dissolvidos.
Considerando que as soluções aquosas encon- e) comprometeria muito a vida aquática dos
tram-se na mesma temperatura, qual das solu- oceanos.
ções apresenta maior pressão de vapor? d) a água do mar possui materiais irremovíveis.
a) Glicose. e) Cloreto de sódio. e) a água salgada do mar tem temperatu ra de
b) Sacarose. d) Cloreto de cálcio. ebulição alta.

Estudo das dispersões 95

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Tonoscopia
No preparo de uma macarronada, se acrescentarmos sal à água em ebulição, ela
pode diminuir ou parar de ferver. Portanto, podemos notar que, ao adicionar a um
solvente puro ou a uma solução um soluto não volátil, como o sal de cozinha, ocorre
a diminuição na pressão de vapor do solvente. O
Variação da pressão de vapor estudo dessa variação da pressão de vapor do
6.P em função da temperatura
solvente em solução é denominado tonoscopia.
Pressão de vapor Podemos analisar o comportamento da pressão
de vapor da água e da solução de água e sal em
função da temperatura. Para isso, aquecendo-se
uma amostra de água e uma amostra da solução
P, de água e sal, podemos representar em um gráfi-
t.P = P, • P, {
co a variação da pressão de vapor em função da
P,
temperatura, como vemos ao lado.

10 Observando os dados representados no


gráfico, o que é possível concluir a respeit o
T da variação da pressão de vapor ao acres-
Temperatura centar soluto (sal) ao so lvente (água)?

De forma geral, a adição de soluto não volátil a um solvente provoca a diminuição da


pressão de vapor. A variação da pressão de vapor do solvente 6.P é denominada abai-
xamento absoluto da pressão de vapor do solvente.

~-----------------~ e
-j~
.3 As imagens são
",; representações de modelos_
i As cores são ilustrativas e
as proporções não
fase gasosa •· ···· ···: correspondem às reais.

fase líquida -· ..... --~ As partículas do soluto


não volátil dificu ltam a
vaporização do solvente.

A presença das partículas do soluto não volátil dificulta a vaporização das moléculas
do solvente. Dessa forma, ocorre a redução da pressão de vapor do líquido, tornando-o
10. Há diminuição menos volátil, o que se refere a um fenômeno conhecido como efeito tonoscópico.
do valor absoluto
da variação da Quanto maior o número de partículas do soluto não volátil em solução, maior será
pressão de vapor.
Isso pode ser o 6.P e, consequentemente, menor será a pressão de vapor do solvente em solução.
observado nas
curvas A água pura, a 25 ºC, apresenta pressão de vapor de 23,80 mmHg. Observe o efei-
representadas no to tonoscópico em duas soluções identificadas como A e B.
gráfico.
Considerando A solução A foi elaborada com 1 molde glicose (C 6 H 120 6 ) completamente dissolvi-
quaisquer pontos
da curva que do em 1 000 g de água pura, apresentando uma pressão de vapor de 23,38 mmHg a
representa a
variação de 25ºC.
pressão de vapor
da solução, eles dlssolução
estarão abaixo da
curva que 23
representa a 6, 02 . 1O partículas
variação de dissolvidas
pressão de vapor
da agua (P,<P,,) em
todo o domínio. A solução B foi elaborada com 0,5 mol de cloreto de sódio (NaCe.) em 1 000 g de
água pura, apresentando uma pressão de vapor de 23,38 mmHg a 25 ºC.

96

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NaCf.(s) água Na+(aq) + Cf.- (aq)
' - . . . - - ' dissolução total '-...--' ---.,,-
0,5 mol 0,5 mol de 0,5 mol de
parllculas partículas
dissolvidas dissolvidas
23
6,02 . 10 partículas dissoMdas

vapor de água vapor de água



Efeito
tonoscópico. volume de solvente

1000 g de soluçào A: 1 mol de glicose ( C6 H120 6 ) solucào B: 0 ,5 molde cloreto


água pura dissolvido em 1000 g de água de sódio (Nace) dissolvido em
1 000 g de água

Com o experimento, é possível observar que quantidades iguais de partículas dis-


solvidas (de diferentes solutos) na mesma quantidade de solvente, à mesma tempera-
tura, causam o mesmo abaixamento na pressão de vapor do solvente na solução. Ou
seja, o solvente puro possui maior pressão de vapor que as soluções.
Sendo assim, o abaixamento de pressão de vapor do solvente depende exclusiva-
mente da quantidade de partícu las de soluto dissolvido e não da natureza dele.

Ebulioscopia
11 Por q u e a águ a em eb ulição e m u m reci pie nte p ara d e f erve r quan do a e la é
adic io nada uma q ua ntidade de aç úcar ou sal? Porque ocorre aumento do seu ponto
de ebuliçào, parando de ferver até que atinja a nova temperatura de ebu lição do líquido.
12 Qual quei m ad ura dev e ser m a is dolori da: a caus ada por água f e rvente o u a
m istura de água ferven te com aç úcar? Por qu ê? A queimadura causada por água
fervente com açúcar deve ser mais dolorida, pois sua temperatura de fervura é maior.
Ao adicionar um soluto não volátil a um solvente puro ou a uma solução, ocorre dimi-
nuição na pressão de vapor do solvente. Assim, para que ocorra a ebulição do solvente
dessa solução, é necessário aumentar a temperatura até a pressão de vapor do solven-
te se igualar à pressão atmosférica (se o sistema for aberto). O estudo dessa variação
da temperatura de ebulição do solvente em solução é denominado ebulioscopia.

.
e

,:! ambas as soluções


.., apresentam o mesmo
.3
número de partículas
dissolvidas em u m
mesmo volume de
solvente Efeito
ebulioscópico.
1 000 g solucào A: 1 molde s olucà o B: 0 ,5 molde
de água glico,se ( C6 H120 6 ) c lor:to de sódio ( Nact)
em 1 000 g de água em 1 000 g de água

Com o experimento, pode-se observar que a adição de um soluto não volátil à água
pura causa aumento na temperatura de ebulição do solvente. Nesse caso, a tempera-
tura de ebulição de 100 ºC, na água pura, passou para 100,52 ºC, na água com soluto.

Estudo das dispersões 97

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Essa variação na temperatura de ebulição do solvente é denominada efeito ebulios-
Este esquema é uma cópico l:J.Te. Nas soluções A e B, o efeito ebulioscópico foi de 0,52ºC.
representação. As cores
e os tamanhos das
substâncias ilustradas
Em nível microscópico, temos:
não correspondem aos solução B: 0,5 molde cloreto de sódio
reais . amostra com 1000 g de água pura (NaCt) dissolvido em 1 000 g de água

fase fa se
gasosa -·····- ... gasosa

-·· ·--·

fase . fase
líquida·······: líquida

A presença das partículas do soluto não volátil d ificulta a ebulição da solvente, aumentando sua temperatura de ebuliçàa .

Variação da pressão de vapor em relação Quanto maior o número de partículas do soluto


à temperatura de solvente e soluções não volátil dissolvidas em solução, menor será a
Pressão
pressão de vapor do solvente e maior será a tempe-
ratura de ebulição dele.
Podemos comparar a temperatura de ebulição
de um solvente e de duas soluções que tenham o
' pressão
mesmo soluto e solvente, em diferentes quantida-
atmosférica des (concentrações), por meio da análise da repre-
Pa sentação gráfica da variação de pressão em função
e
-" P,
.3
.., da temperatura.
.:l
P2 Para um mesmo volume, consideremos que a so-
] dT.2 •
: lução 2 apresenta maior quantidade de partículas
~
~ dissolvidas que a solução 1.
~ T, T2 Temperatura
,à Observe a representação ao lado.

Pela análise gráfica. é possível concluir que:


Como a solução 2
apresenta maior • na temperatura T0 , a relação entre as pressões de vapor do solvente puro e as
quantidade de soluções 1 e 2 é Po > P 1 > P2 ;
partículas dissolvidas
• na temperatura T0 , o solvente puro apresenta pressão de vapor igual à pressão
que a solução 1, então
ela apresenta maior atmosférica p 0 . Assim , T0 é a temperatura de ebulição do solvente puro;
concentração (de • a temperatura de ebulição do solvente na solução 1 é T 1 ;
partículas dissolvidas)
• a temperatura de ebulição do solvente na solução 2 é T 2 .
que a solução 1. Diz-se
que a solução 1 é Sendo assim, o aumento da temperatura de ebulição do solvente depende exclusi-
diluída em relação à vamente da quantidade de matéria do soluto dissolvido e não da natureza dele.
solução 2, logo a
solução 2 é a Esse aumento da temperatura de ebulição do solvente pode ser observado no pre-
concentrada. paro do café. Ao adicionar açúcar à água, aumenta-se a temperatura de ebulição do
solvente (água). Dessa forma, mantendo-se as demais condições físicas, a água com
açúcar demorará mais para ferver. Quanto maior a quantidade de açúcar (soluto não
VOiátii), maior Será O efeitO ebUli0SCÓpiC0, Volodymyr Golnyk/Shetterstock.com
- -----,
13. Nas regiões polares, Crioscopia
as águas salgadas dos
oceanos não congelam 13 Por que nas regiões polares a água
por causa da elevada
quantidade de sais salgada dos oceanos não congela?
dissolvidos,
principalmente do cloreto A água do mar permanece
de sódio (NaCt(aq)). líquida mesma abaixo de Oº C.

98

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Ao adicionar um soluto não volátil a um solvente puro ou a uma solução, ocorre a diminui-
ção na pressão de vapor do solvente; assim, para que ocorra a solidificação do solvente des-
sa solução, é necessário diminuir a temperatura dessa solução. O estudo dessa variação da
temperatura de solidificação do solvente em solução é denominado crioscopia.

ambas as soluções
apresentam o mesmo
número de partículas
dissolvidas em um
mesmo volume de Efe ito
crioscópico.

solvente

1 000 g de água solucào A: 1 mal de soluçào B: 0 ,5 mal de cloreto


glico,se (c 6 H12 D6 ) de sódio (Nace) dissociado
em 1 000 g de água em 1 000 g de água

Com o experimento, pode-se observar que a adição de um soluto não volátil à água
pura causa diminuição na temperatura de solidificação do solvente, que passou de
OºC para - 1,86 ºC.
Essa variação na temperatura de solidificação do solvente é denominada efeito As imagens são representa ções
de modelos. As cores são
crioscópico 1:,,,Tc- Nas soluções A e B, o efeito crioscópico foi de 1,86ºC. ilustrativas e as proporções não
correspondem às reais.
Em nível microscópico, temos:
fase sólida fase sólida

A presença das
partículas do soluto
nào volátil d ificulta a
solidif icaçào do
solvente, diminuindo
sua temperatura de
solidificaçào.

·., fase líquida


solucào B: 0 ,5 mal de cloreto de
amostra com 1 000 g de água sódi~ (NaCf) em 1000 g de água

Quanto maior o número de partículas do soluto não volátil dissolvidas em solução,


menor será a pressão de vapor do solvente e menor será a temperatura de solidifica-
ção do solvente nessa solução.
Podemos comparar a temperatura de solidificação de um solvente e de duas solu-
ções que apresentam o mesmo soluto e solvente, em diferentes quantidades, por meio
da análise da representação gráfica da variação de pressão em função da temperatura.
Consideremos que, em um mesmo vo lume, a solução 2
tenha maior quantidade de partículas dissolvidas que a so- Variação da pressão de vapor em relação
à temperatura de solvente e soluções
lução 1.
Pressão
Observe, na representação ao lado, as três curvas: sol-
vente puro (água), solução 1 (solução aquosa 0,5 mol/ L de
cloreto de sódio) e solução 2 (solução aquosa 1,0 mol/ L de
Po --- --- -
cloreto de sódio). Quanto maior o número de partículas do
soluto não volátil em solução, maior será o abaixamento da
temperatura de solidificação do solvente !:,,,Te e, consequen- sólido
temente, menor será a temperatura de solidificação do solven-
te nessa solução. '
,-,1
il.T,,
' 1
Sendo assim, a diminuição da temperatura de solidificação .,......._.. ,1Te2
1 1
do solvente depende exclusivamente da quantidade de maté-
\ T1 T, Temperatura
ria do soluto dissolvido em solução e não da natureza dele.

Estudo das dispersões 99

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A adição de etilenoglirnl ( C2 H6 0 2 ) à águ a dos
radiador es de autom óveis ev ita o
rnngelamento da mistura cont ida no sistem a
de arrefeciment o em regiões onde as
tem peraturas estão abaixo de Oº C. Isso
ta m b ém evita a f ervura da água do r adiador
em regiões com t em per at uras m uito el evadas.
A adição de etilenoglirnl à água de
arrefecimento aumenta seu ponto de ebulição
e diminui seu ponto de solidificação Prof issional a d ic io na ndo etilenoglicol no
(congel ament o) . radiador de um carro.

Em países onde há muitas nevascas, usa - se sal


grosso pa ra derreter a nev e acumulada em
estradas e rodovias. O sal abaixa a tem peratura
de f usão da água, fazendo a neve derret er
instantaneament e.

Ad ição de sal grosso contribui


para o derretimento d a neve.

Osmose e pressão osmótica


14. Ela fica com um 14 Ao colocarmos a ameixa na ág ua ,
volume maior
(encharcada) porque a percebemos que seu volume aumen-
água passa para o seu ta. Em s ua op i nião , por que isso
interior at ravés das
membranas celulares. ocorre?
15. Isso ocorre porque
o meio apresent a maior
concentração de sais e 15 Exp liq ue os possíve is moti vos que
a água passa através fazem uma folha de alface murc har
das membranas
celulares da alface ao ficar muito tempo em contat o com
para o meio. os condimentos da s alada.
Ameixas secas e m um copo com água.

Você já deve ter percebido que, após temperar uma salada de folhas cruas, elas
murcham. Isso ocorre porque a água se difunde do meio menos concentrado (o inte-
rior das células das folhas} para o meio mais concentrado (o tempero: uma mistura de
sal e vinagre}.

Este esquema é uma


representação. As cores e os
tamanhos das c élula s ilustradas
n-ão correspondem aos reais.

r A difusão de membrana
substâncias (íons plasmát ica
sódio, p otássio etc.)
por meio de pare de
mem branas e o celular
controle adequado de
suas concentrações
são im pr escin díveis Célu la veget a l
para os ser es vivos. plasmo lisada .

100

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Antes de serem temperadas, as células vegetais das folhas da alface estavam nor-
mais, mas a adição de uma solução mais concentrada (tempero) fez a água do interior
das células migrar para o exterior através da parede celular (membrana semipermeável),
realizando o processo conhecido como osmose.
Ao perder água, a célula vegetal tem seu citoplasma retraído, deslocando a mem-


brana plasmática da parede celu lar e diminuindo seu volume, fazendo que a folha da
alface murche. Portanto, o fenômeno da plasmólise ocorre quando uma célu la (animal
ou vegetal) perde água por osmose. Por sua vez, osmose se refere à passagem de
líquidos {fluxo de solvente), através de membrana semipermeável, de soluções diluídas
(ou de solventes puros) para soluções mais concentradas. Quanto à passagem de sol-
vente através de membrana semipermeável, isso ocorre por causa da diferença de pres- A m ovimentação das
esp écies químicas
são de vapor do solvente puro ou do solvente em solução.
através de
A osmoscopia estuda a passagem espontânea de solvente através de membranas mem br anas depende
semipermeáveis. Dessa forma, para evitar a osmose, é necessário exercer uma pres- de várias
p ropriedades; entre
são sobre o sistema (no sentido inverso ao da osmose) . Essa pressão, responsável por
el as d estacam-se o
interromper o fluxo osmótico, é denominada pressão osmótica rr e tem intensidade tam anho , a
mínima igual à pressão do solvente ao atravessar a membrana semipermeável. p olaridade e a ca r ga .
Quanto maior a pressão de vapor do solvente, maior é sua capacidade para atra-
vessar membranas semipermeáveis. Portanto, quanto maior a concentração de uma
solução, menor a sua pressão de vapor de solvente, e logo será maior a pressão os-
mótica rr para impedir que a osmose espontânea ocorra.
As im agens são
solução solução aquosa representações de
aquosa diluída concentrada modelos. As core s são
ilustraüvas e as
proporções não
correspondem às reais.

solvente
....
~

osmose
Pressão osmótica: a
altu ra h ger a uma
pressão h idrostática
sobre a membrana,
impedindo o fluxo
sol uto
osmótico.

membrana ....
semipermeável

De acordo com os seus valores de pressão osmótica, as soluções podem ser


comparadas entre si e classificadas em hipotônica, hipertônica ou isotônica.
Considere duas soluções aquosas de glicose, X e Y, de concentrações em
quantidade de matéria respectivamente iguais a 1,0 mol/L e 2,0 mol/L, a uma
mesma temperatura. A solução Y é mais concentrada que a solução X, assim,
a relação entre suas pressões osmóticas é:
rry > rrx
A solução Y é hipertônica em relação à solução X, ou a solução X é hipotô-
nica em relação à solução Y.
O soro fisiológico intravenoso deve ser isotônico em relação às células san-
guíneas (aproximadamente 7,7 atm), ou seja, deve apresentar a mesma pres-
são osmótica que a pressão osmótica normal do sangue. Para isso, ele deve
apresentar concentração em quantidade de matéria igual a 0,15 mol/L de clo-
reto de sódio (Nace(aql), o que equivale a 0,9% mim. Isso significa que em
cada 100 g dessa solução há 0,9 g de cloreto de sódio. Assim, ao usar o soro
Soro fisiológico intravenoso:
fisiológico intravenoso (injetável), o solvente (água) pode, com a mesma facili- solu ção isotônica de cloret o d e
dade, entrar e sair dos glóbulos vermelhos. sódio a 0,9% em massa.

Estudo das dispersões 101

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Observe o que ocorre com uma hemácia ao ser colocada em um recipiente com
As imagens são
água pura e em um recipiente com soro fisiológico.
representações de
hemâcias. As cores
e as proporçCleS não
correspond em às reais.

A H20 pura é
hipotônica em
relaçào às células
sanguíneas.

soro
fisiológico
ô.t
O soro fisiológico
é isotônico em
relaçào às células
sanguíneas.

Osmose nos vegetais


A ascensão da seiva bruta nas plantas ocorre
por osmose. A mistura existente no interior das
raízes das plantas apresenta concentração maior
que a do solo, assim a água e os sais minerais
sobem pelos vasos lenhosos. Entretanto, em ár-
vores muito altas, isso não é suficiente. Segundo
a teoria da transpiração-tensão-coesão, desenvol-
vida pelo botânico irlândes Henry Horatio Dixon
(1869-1953), o fator mais importante na ascensão
da seiva bruta é a transpiração.
Ocorre transpiração ao ocorrer também a fo-
tossíntese. Neste caso, os estômatos das folhas
se abrem e, com isso, aumenta a concentração
no interior das células das folhas. Assim, a água
é "puxada" para cima por osmose.
As fortes interações entre as moléculas de água
(ligações de hidrogênio) evitam a ruptura da coluna
líquida em ascensão.

1 Atividade resolvida \
R2. Considere as seguintes soluções aquosas.

glicose cloreto de sódio ureia sulfato de sódio


Solução
C5H 1z05(aq) NaCe(aq) co(NH 2)(aq) Na 2 50 4 (aq)

Concentração 1 mol/ L 1 mol/L 1 mol/L 1 mol/ L

molecular e molecular e
Soluto iônico iônico
não volátil não volátil
Solubilidade solúvel solúvel
solúvel solúvel
em água (a = 100%} {a = 100%)

Determine a ordem crescente de:


a) pressão de vapor. e) temperatura de ebulição.
b) pressão osmótica. d) temperatura de congelamento.
>
102

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> Resolução
As p ropriedades coligativas são propriedades quantitat ivas, assim, para estabelecer
relações entre as soluções citadas, d evemos determ inar o número de partículas de
soluto (não volátil) d ispersas no solvente da solução.


Solução aquosa de glicose (1 mol/L}:
água

d issoluçào
1 mal (a = 100%) 1 mal

6 ,02 · 1023 moléculas 6,02 · 1023 moléculas


(dissolvidas) (1L)
número total de pa rtículas em
solução= 6,02 · 1023 partículas/L

Solução aquosa de c loreto de sódio (1 mol/L):


água
NaCf(s) +
dissociação
1 mol (a = 100%) 1 molde cátions 1 mo l de â n ions

(1L) 23 23
6,02 · 1023 de NaCt'. 6 ,02 · 10 cátions + 6,02 · 10 ânions
se dissociam
íons presentes em soluçào
número total de partículas em
solução = 12,04 · 1023 partículas/L

Solução aquosa de ureia (1 mol/L):


água
d issolução
1 mal de moléculas (a = 100%) 1 mal

(1L) 6,02 · 1023 moléculas


6,02 · 1023 moléculas
(dissolv id as) número total de partículas e m
solução = 6,02 · 1023 partículas/L

Solução aquosa de sulfato de sódio (1 mol/ L}:

Na 2 SO 4 {S) água 2 N a 1+(aq) +


d issolução 2 mal de cátions 1 molde ânions
1 mol
(a = 100%)
6,02 · 10 23 d e 2 · 6,02 · 1023 cátio ns + 6,02 · 1023 ânions
Na 2 S0 0 se dissociam (1 L) 12,0 4 · 10
23
cátions + 6,02 · 10
23
ânions

íons presentes e m soluçã o


número total de partículas em
23
solução = 18 ,06 · 10 par tículas/L

Assim, o número de partícu las dispersas por litro de cada uma das soluções é:

Soluções aquosas Número de partículas dispersas em 1 L de solução

Glicose (c6H 120 6 (aq)), 1 mol/L 6,02 · 1023 partículas

Cloreto de sódio ( NaCl'.(aq) ), 1 mol/ L 12,04 · 1023 partículas

Ureia ( co( NH 2 \(aq)) , 1 mol/L 6,02. 1023 partículas


1-- .._ - - - -
Sulfato de sódio (Na2 S0 4 (aq)), 1 mol/L 18,06 · 1023 partículas

A ordem crescente do número de partículas dispersas por litro das soluções é:

glicose = ureia < cloreto de sódio < sulfato de sódio


>
Estudo das dispersões 103

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> Já vimos que o efeito col igativo é proporcional ao número de partículas d ispersas no
solvente da solução. Logo:
t número de partículas de soluto dispersas

tonoscópico: diminuição percentual da pressão de vapor do sol-


vente t t:..P
ebu lioscópico: aumento da temperatura de ebulição do solvente
t efeito coligativo i t:..Te
crioscópico: diminu ição da temperatura de sol idificação do sol-
vente t t:..Tc
osmótico: pressão osmótica t 1r:

a) A ordem crescente da pressão de vapor do solvente em solução:

sulfato de sódio < cloreto de sódio < gl icose = ureia

b) A ordem crescente da pressão osmótica:

glicose = ureia < cloreto de sódio < su lfato de sódio

e:) A ordem crescente da temperatura de ebulição do solvente em so lução:

glicose = ureia < c loreto de sódio < sulfato de sódio

d) A ordem crescente da temperatura de solidificação {congelamento) do solvente em


solução:
sulfato de sódio < cloreto de sódio < glicose = ureia

Química em foco

Propriedades coligativas na alimentação


O profissional da indústria do sorvete deve compreender o conceito de crios-
cop ia, pois após o preparo da mistura para sorvete é necessário congelá-lo
rapidamente. O procedimento consiste em colocar o recipiente contendo o sor-
vete em uma solução aquosa de propilenoglicol (C3 H 8 0 J um tipo de álcool
que. ao ser adicionado à agua e dependendo de sua concentração, reduz a
temperatura de congelamento da água para valores entre - 12 ºC e - 33 ºC.
Antigamente, usava-se salmoura, urna mistura de água e sal. Atualment e, a
salmoura não é mais utilizada. Ela é corrosiva e causa danos no equipamento.
A panela de p ressão permite fazer a
cacção (cozimento) dos alimentos em tem-
peraturas maiores que 100 ºC por causa do

Prof issional da in dústria do


sorvet e manipuland o máquina
para fabricaçào de sor vete
·lllr~-
- - · ·~ - - -. J@ -
-J
aumento de sua pressão interna. Em geral,
durante o cozimento, a temperatura interna
média de uma panela de pressão pode
chegar a aproximadamente 120 ºC, cozi-
nhando os alimentos em menos tempo .
Essa pressão interna aumenta até um limite,
com soluçào aqu osa de :,.... ::: ·· '
. - .ir
a part ir do qual o pino {válvula) da tampa é
propilen oglicol ( C3 H80 2 )
para diminuir seu tempo Panela de pressão utilizada para o
empu rrado, liberando o vapor e evitando a
de congelament o. coziment o mais rápido dos alimentos. explosão da panela.

104

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Atividades ~~ R<!solva as atividades no c adern o.

. ............................ ,
8. Considere um béquer com água (1) e um béquer
/ Pesquisa Ôi \
com solução de água e sal dissolvido (2) e res-
ponda em seu caderno às seguintes perguntas.


Pesquise a respeito da composição e das proprie-
a) Sob a mesma fonte de calor, se aquecermos dades da água do Mar Morto, bem como o motivo
os dois béqueres, inicialmente com as mes- que lhe deu esse nome. Faça em seu caderno um
mas temperatura e pressão externa, em qual pequeno texto que relacione as suas característi-
recipiente o líquido entrará primeiro em ebu- cas com uma importante propriedade coligativa.
lição, em menor temperatura? Por quê?
b) Se resfriarmos os dois béqueres com as amos-
tras líqu idas descritas, submetidas à mesma g
pressão e ao mesmo trocador de calor, em ~
qual recipiente o líquido se solidificará primei- ~
~
ro? Por quê?
!
e) Quais são as propriedades coligativas relata- ã
;
das nos dois itens anteriores? 5i....
E _____....,,=:;..._ _ _ _ _ _ _ _ _ ____.
l o. ......................................... ,. Mar Morto.
\~./ Exoenmento . ._
12. (Enem/MEC} A cal (óxido de cálcio, CaO), cuja
Durante uma aula no laboratório de Química, a suspensão em água é muito usada como uma
professora preparou uma mistura para sorvete tinta de baixo custo, dá uma tonalidade branca
em uma forma e depois a mergulhou, quase aos troncos de árvores. Essa é uma prática
totalmente, em outro recipiente contendo sal- muito comum em praças públicas e locais priva-
moura (m istura de água e sal dissolvido) e gelo. dos, geralmente usada para combater a prolife-
Com isso, em um pequeno intervalo de tempo o ração de parasitas. Essa aplicação, também
sorvete estava pronto. chamada de caiação, gera um problema: elimina
microrganismos benéficos para a árvore.
Disponível em: <http://super.abril.com.br.>. Acesso em: 1• abr. 2010 (adaptado).

A destruição do microambiente, no tronco de ár-


vores pintadas com cal, refere-se ao processo de:
a) difusão, pois a cal se difunde nos corpos dos
seres do microambiente e os intoxica.
Congelamento
do sorvete. b) osmose, pois a cal retira água do microam -
biente, tornando-o inviável ao desenvolvimen-
to de microrganismos.
e) oxidação, pois a luz solar que incide sobre o
a) Explique como a salmoura influencia no con- tronco ativa fotoquimicamente a cal, que eli-
gelamento do sorvete. mina os seres vivos do microambiente.
b) Qual propriedade coligativa esse experimento d) aquecimento, pois a luz do Sol incide sobre o
evidencia? tronco e aquece a cal, que mata os seres
vivos do microambiente.
10. Em regiões muito quentes costuma-se adicionar
etilenoglicol à água que passa pelo sistema de e) vaporização, pois a cal facilita a volatilização
arrefecimentos dos veículos. Isso evita que a da água para a atmosfera, elim inando os
água entre em ebulição com facilidade, pois há seres vivos do microambiente.
aumento do seu ponto de ebulição. Essa técnica
de adição de etilenoglicol está relacionada a qual
~....--~-~~~-~-i~.....i~"\.
das propriedades coligativas citadas a seguir?
Pesquise e explique o processo da hemodiálise
a) Crioscopia. cons iderando a propriedade coligativa relacio-
b) Tonoscopia. nada à osmose. Disserte sobre a importância
e) Ebulioscopia. desse processo e como ele se relaciona com os
d) Osmometria. conhecimentos estudados neste capítulo.

Estudo das dispersões 105

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Oficina de Química ~
O ovo incha?

(,j / Ponto zero


Os glóbulos vermelhos (hemácias ou eritrócitos) do sangue, assim como outras células vivas do
nosso organismo, são afetados pelos diferentes meios em que estão. Por exemplo, se uma célula
estiver em um meio isotônico, a entrada e a saída de solvente (água) ocorre com facilidade em
ambos os sentidos. Mas se a célula estiver em um meio hipotônico ou hipertônico, a situação é
completamente diferente. Em meio hipertônico, a célula sofre p lasmó lise, que se refere à saída de
solvente para o meio, fazendo a célula adquirir aspecto contraído. Caso a célula esteja em um
meio hipotônico, ela sofre deplasmólise, isto é, o solvente passa do meio extracelular para dentro
da célula, inchando-a, podendo até estourá-la.
....
l
' '
,g
'C

'
Essas imagens
,/ .il
"'
re presentam
hemácea s. As +-- --+ +-- i
0

cores e as
"'
proporções não
/
correspondem
às reais_
J l \
Célula em meio isot ônico.
' ,/
1
Célula em meio hipertônico. Célu la em meio hipotônico.

Note que, em cada ilustração, as setas indicam o sentido da passagem de solvente pela mem-
brana celular em diversos meios extracelulares.
• Como se denomina o processo de ent~ada e saída de água nas células? Explique-o sucinta-
t Esse processo é chamado osmose. E um fenômeno em que há saída de solvente cfo meio
men e. hipotônico para o hipertônico, deixando-o isotônico.
• Em sua opinião, esse fenômeno pode ocorrer em outros sistemas além das célu las? Justifi-
Espera-se que os alunos confirmem que sim . A osmose pode ocorrer em diferentes
que sua respoSt a. sistemas, entre os quais estão as folhas de alguns vegetais (alface, rúcula, agrião
etc.) que tendem a murchar após serem temperadas, as ameixas que incham ao
llllc/
~ Materiais
serem colocadas na água e a salga de carnes e peixes usada para fins de
conservação.

• 2 ovos (com casca) • 1 colher de sopa


• vinagre (solução diluída de ácido acético) • água
• sal • 3 béqueres ou copos de vidro

~/
@ Coloque 2 ovos (de tamanhos iguais) dentro de um béquer e acrescente vinagre até cobrir
os ovos. Deixe em repouso até que a casca de cada um dos ovos ten ha sido dissolvida
pelo vinagre (esperar pelo menos um dia). A membrana interna ao redor do ovo deve ficar
intacta.

@ Separe os outros dois béqueres. Num deles , co loque 250 m l de água e, no outro,
coloque 250 ml de água e acrescente 90 g de sal, agitando até completar a disso lu-
ção do sal.
© Com o auxílio de uma colher, retire cuidadosamente um dos ovos do béquer com vinag re
e transfira-o para o béquer que contenha apenas água.
@ Com o auxílio de uma colher, retire cuidadosamente o outro ovo do béquer com vinag re
e transfira-o para o béquer com água e sal.
® Com o decorrer do tempo, observe o que ocorre com os ovos em cada um dos béqueres.

106

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Ovos dentro do béquer com v inagre. Ovo sem casca.

@ o conteúdo das cascas


consumidas com vinagre
pode ser descartado na pia
e os ovos em lixo orgânico.

@ Prezado aluno. para sua


proteção, ao realizar os
procedimentos dos
experimentos dessa
Of icina, é imprescindível o
uso de jaleco com mangas
compridas, óculos de
proteção, calças compridas
e sapatos fechados.

5. Os alunos devem prever o que


aconteceria no experimento se
realizássemos uma mudança qualitativa
e quantitativa. Se adicionar mais sal, o
Ovo sem casca em um Ovo sem casca em um béquer ovo perde mais líquido ainda. Se trocar
o sal pelo açúcar, na mesma quantidade, a
béquer com água. com mistura de água e sal.
quantidade de partículas em solução será menor,
havendo assim uma diminuição menor do ovo.
Ç:ij> / Para pensar 2. Ao colocar o ovo (sem casca) no béquer com água, ele inchou (aumentou o seu tamanho),
portanto o meio dentro do ovo era hipertônico em relação ao meio externo (água). Por osmose,
a água passou pela membrana semipermeável do ovo, aumentando o seu volume (plasmólise).
1. Entre as propriedades coligativas estudadas, segundo seu entendimento, que propriedade é
verificada nesse experimento? Justifique sua resposta. A propriedade coligativa verificada no experimento é
a osmose. Houve passagem de solvente pela membrana interna do ovo (membrana semipermeável).
2. Após analisar as etapas do experimento, responda: o que deve ter acontecido com o ovo
colocado no béquer com água? Inicialmente, o meio intracelular (dentro do ovo) está hipo -
tônico, hipertônico ou isotônico em relação ao meio extracelular?
3. O que aconteceu com o ovo na mistura de água e sal? Nesse caso, inicialmente, o meio
. ~ . , . Ao colocar o ovo (sem casca} no béquer com a mistura de água
h1pertonico e o intra ou o extracelular? e sal observa-se que ele perde água, diminuindo de volume
(deplasmólise). Inicialmente, o meio hipertônico era o extracelular, ou seja, a mistura de água e sal.
4. Pesquise e exp li que o que aconteceu com a casca do ovo ao colocá-la em contato com o
vinagre.
5. Obteríamos um resu ltado diferente se mudássemos o tipo de soluto? E se mudássemos a
quantidade? Explique.
4. Os alunos devem pesquisar a reação que ocorre entre o ácido acético e o carbonato de cálcio. Pode-se notar a formação de
bolhas ao redor da casca (carbonato de cálcio, CaCO:J. Como há CaC0 3 na casca e há reação com o ácido presente (vinagre), é
possível concluir que há liberação de gás carbônico (bolhas).
Nesse caso, ocorre formação de ácido carbônico, que é instável, decompondo- se em gás Estudo das dispersões 107
carbônico e água.

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Atividades complementares .·······.
.
··............. ................................................................. _...· §
~ª R@sa lva as atividades na caderno

1. Uma solução aquosa de c loreto de sódio 3. Leia o rótulo do frasco de labo-


(NaCt(aql) chega à saturação ao atingir a massa ratório ao lado.
de 100 g, a uma dada temperatura T Essa mes- De acordo com o rótulo do
ma solução, ao ser evaporada , chega a um
HN03 (aq) ]
frasco. responda. C = 220 g/L ,3
precipitado de 30 g. Determine o coeficiente de a) Esse frasco deve conte r d= 1,51 g/i:m3 3
solubilidade desse precipitado antes da evapo- uma solução ou uma subs-
ração, na temperatura T tância pura? Justifique sua
Frasco de
2. (Enem/MEC) No Brasil, mais de 66 milhões de resposta. l aborató rio.

pessoas beneficiam -se hoje do abastecimento b) Nessa mistura, o que se refere ao solvente e
de água fluoretada, medida que vem reduzindo, ao soluto?
em cerca de 50%, a incidência de cáries. Ocorre, e) Qual é a massa de 1,0 L dessa solução?
entretanto, que profissionais da saúde muitas
vezes prescrevem flúor oral ou complexos vita- d) Qual é a massa de soluto (ácido nítrico) pre-
mínicos com flúor para crianças ou gestantes, sente em 1,0 L dessa solução?
levando à ingestão exagerada da substância. O 4. A dissociação total do cloreto de cálcio ( Cace 2 )
mesmo ocorre com o uso abusivo de algumas apresenta a seguinte reação:
marcas de água mineral que contêm flúor. O ex-
cesso de flúor - fluorose - nos dentes pode cace 2 (aq) -+ ca2+(aq) + 2 ce1- (aq)
ocasionar desde efeitos estáticos até defeitos Calcule a concentração em quantidade de ma-
estruturais graves. Foram registrados casos de téria dos íons Ca2+(aq) e ce
,_(aq) em solução de
fluorose tanto em cidades com água fluoretada 2.0 mol/L de cace 2 (aq).
pelos poderes públicos como em outras abaste-
cidas por lençóis freáticos que naturalmente 5. Ao ajudar sua tia no preparo de alimentos. Rena-
contêm flúor. to fez as seguintes anotações:
(Adaptado da ºRevista da Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas· - 1) Ao adicionar açúcar na salada de frutas,
APCD. vol. 53, n. 1. jan./fev. 1999.)
ocorreu um aumento no volume do caldo.
li) Ao adicionar sal em uma panela com água
fervente , cessou a fervura por certo tempo.
Ili) Alguns minutos após temperar a salada de
alface com sal, ela murchou.
Quais propriedades coligativas justificam os itens
1, li e Ili , respectivamente?
a) Tonoscopia, ebulioscopia, osmose.
b) Osmose, crioscopia, tonoscopia.
e) Crioscopia, tonoscop ia, osmose.
d) Osmose, ebulioscopia, crioscopia.
e) Osmose, ebulioscopia, osmose.
Estação de tratamento de água .

6. (Enem/MEC) Se, por economia, abaixarmos o fogo


Determinada Estação trata cerca de 30 000 litros
sob uma panela de pressão logo que se inicia a
de água por segundo. Para evitar riscos de fluo-
saída de vapor pela válvu la, de forma simples-
rose, a concentração máxima de fluoretos nessa
mente a manter a fervura, o tempo de cozimento
água não deve exceder cerca de 1,5 miligrama
a) Será maior porque a panela "esfria".
por litro de água. A quantidade máxima dessa
b) Será menor, pois diminui a perda de água.
espécie química que pode ser utilizada com
segurança, no volume de água tratada em uma e) Será maior. pois a pressão diminui.
hora, nessa estação, é: d) Será maior, pois a evaporação diminui.
a) 1,5 kg . e) 96 kg. e) 162 kg. e) Não será a lterado, pois a temperatura não
b) 4,5 kg . d) 124 kg . varia.

108

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7. Ao ajudar sua mãe a preparar o almoço, Fernan- Pressão

da observou que ela havia colocado batatas


descascadas para cozinhar dentro de uma pa·
nela de pressão, enquanto o arroz e a carne
'\. pressão
estavam sendo cozidos em pane las comuns. atmosférica
P,
Fernanda então perguntou para sua mãe por que
estava cozinhando as batatas em panela de
pressão.
Em seu caderno, escreva sobre as diferenças
T, T, T, Temperatura
entre cozinhar batatas na pane la de pressão e
em panela comum.
De acordo com as informações do texto, rees-
8. (UFRGS-RS) Em viagens espaciais, é crucial que creva em seu caderno a alternativa correta.
os manti mentos sejam leves e ocupem pouco a) A curva A se refere à solução mais concentra-
espaço. Nestas situações, os alimentos são da em açúcar.
preparados por liofilização e precisam, antes do b) A curva B é referente ao sistema que apresen-
consumo, ser reidratados e reaquecidos. No t a apenas água.
processo de liofilização, a temperatura da amos- e) A curva C se refere à solução mais concen -
tra é reduzida até abaixo de O ºC, de modo que t rada em açúcar.
toda a água presente congele. Na sequência, a d) A curva A se refere à solução diluída em açúcar.
pressão é reduzida até abaixo da pressão do e) A curva C está relacionada à água sem açúcar.
ponto triplo e, finalmente, o alimento é lentamen·
te aquecido até uma temperatu ra acima do 10. (Enem/MEC) Sob pressão normal (ao nível do
ponto de congelamento, de modo que a água mar), a água entra em ebulição à temperatura de
sublime lentamente. Como resultado das três 100 º C. Tendo por base essa afirmação, um
etapas do processo, há perda de até 97% do garoto residente em uma cidade litorânea fez a
conteúdo de água. Considere o diagrama de seguinte experiência.
fases da água esquematizado a seguir. - Colocou uma caneca metálica contendo água
no fogareiro do fogão de sua casa .
Pressão
- Quando a água começou a ferver, encostou,
cuidadosamente, a extremidade mais estreita
de uma seringa de injeção, desprovida de agu-
lha, na superfície do líquido e, erguendo o êm-
bolo da seringa, aspirou certa quantidade de
água para seu interior, tampando-a em seguida.
- Verificando após alguns instantes que a água
da seringa havia parado de ferver, ele ergueu o
Temperatura
êmbolo da seringa, constatando, intrigado,
O processo de liofilização acima descrito pode que a água vo ltou a ferver após um pequeno
ser representado neste diagrama pela sequência deslocamento do êmbolo.
de etapas
Considerando o procedimento anterior, a água
a) 1, 2 e 3. d) 4, 5 e 1. vo lta a ferver porque esse deslocamento
b) 2, 3 e 4. e) 4, 5 e 2. a) Permite a entrada de calor do ambiente exter-
e) 3, 4 e 5. no para o interior da seringa.
b) Provoca, por atrito, um aquecimento da água
contida na seringa.
Em um laboratório, foram preparadas soluções e) Produz um aumento de volume que aumenta
de água e açúcar com concentrações diferentes o ponto de ebulição da água.
em dois béqueres e, em um terceiro béquer, d} Proporciona uma queda de pressão no interior
co locou -se água. Os três recipientes foram sub· da seringa que d iminui o ponto de ebulição
metidos a aquecimento, à pressão atmosférica da água.
local. As curvas de aquecimento re lativas aos e) Possibilita uma diminuição da densidade da
três béqueres encontram -se no gráfico a seguir. água que facilita sua ebulição.

Estudo das dispersões 109

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_,_N.h_P····aessalinização da água
Sistema de dessaJiui:mção da água já é usado em DOV9 estados no Brasil
[...]
Cercada pelo mar, Fernando de Noronha ainda depende da chuva para o
abastecimento. Ao todo, 40% da água consumida na ilha vem de açudes e
de poços. Por isso, chegou a enfrentar um racionamento no começo do ano.
Isso não aconteceria se todo o abastecimento viesse do sistema de dessali-
nização, que tira o sal da água do mar e é responsável por 60% do que che-
ga às torneiras.
O mesmo processo é usado em comunidades no sertão do Ceará, onde a
água do subsolo é salobra. Neste caso, a água dos poços é bombeada para
o dessalinizador, q ue usa membranas para reter o sal.
[. .]
A cada hora de funcionamento a máquina elimina o sal em até m il litros de
água. Na medida em que isso acontece ela vai sendo depositada em uma cai-
xa e, depois , já está prontinha para o consumo. Água limpa como uma água
mineral mesmo.
Mas as membranas que separam o sal da água exigem manutenção
const ante. Hoje, o custo da dessalinização é cinco vezes maior que o da
produção de água tratada [ .. ].
Bom dia Brasil. Sistema de dessalinização da água já é usado em nove estados no Brasil. Gl ,
11 ago. 2014. Disponível em: <http://gl .globo.com/bom-dia- brasil/noticia/2014/09/sistema- de-
dessalinizacao- da- agua- ja- e- usado- em - nove- estados- no- brasiLhtml:>. Acesso em: 3 fev. 2015.

filtro
Esquema do dessalínizador
processo de
dessalinização
da água.

reservatór io reservatório
de água salgada de água pot ável

e Após a passagem pelas


membranas, a água já
dessalinizada entra no
t ub o coletor.

e ºº tubo coletor, a água


segue até a saída do
dessanilizador.

e A água passa por uma


O A água não dessalinizada
(rejeito) é eliminada do
série de membranas filtro por uma saída
cuja finalidade é bar rar later al.
as impurezas.

Membrana de osmose reversa.

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Cerca de 3% de toda a água do mundo refere-se à água doce e menos de 0,5%
dela está disponível para consumo humano. Estima-se que um dos maiores problemas
que o nosso planeta enfrentará seja a falta de água. Uma alternativa para evitar essa
escassez seria usar a água salgada, que representa aproximadamente 97% da água
do nosso planeta; apesar de ela ser imprópria para ingerirmos.
Entretanto, prevista essa necessidade, foram desenvolvidos métodos, técnicas e
equipamentos capazes de transformar água salgada ou salobra em água doce e po-
tável. Hoje, os equipamentos dessalinizadores mais utilizados funcionam por osmose
reversa ou inversa.
A osmose reversa ou inversa, nesse caso, consiste na passagem da água salgada
por membranas semipermeáveis. Para isso, aplica-se uma grande pressão sobre esse
meio aquoso, contrariando o fluxo osmótico natural. Assim, a diferença de pressão
hidrostática através da membrana atinge valores entre 9 e 40 atm, dependendo da
aplicação. As membranas dos filtros de osmose reversa apresentam poros microscó-
picos, que permitem a passagem de moléculas de água, enquanto as outras substân-
cias, cujas partículas apresentam diâmetro entre 1 e 10 A,º tendem a ser retidas. Ao
final do processo, obtém-se em um dos compartimentos do dessalinizador a água com
teor de sais ausente, ou muito baixo, classificada como água doce. Em outro comparti-
mento, tem-se a água com teor elevado de sais (salmoura, concentrado ou rejeito).
Veja as respostas das questões desta seção nas Orientações para o professor

a) Com base no que você leu, explique por que a água salgada é imprópria para
o consumo.
b) Faça uma pesquisa sobre outros usos do processo de dessalinização por os-
mose inversa. Anote em seu caderno os tópicos relevantes dessa pesquisa.
e) O processo de dessalinização é uma alternativa para a falta de água potável
em algumas regiões. Em sua opinião, por que esse processo ainda não é
usado em grande escala?
d) A osmose reversa é considerada um dos processos mais modernos para a
dessalinização da água. Pesquise outros possíveis métodos que poderiam
ser utilizados para essa finalidade. Ao final , escreva em seu caderno um pe-
queno texto a respeito desses métodos.
e) Converse com os seus colegas sobre qual a importância de métodos alterna-
tivos para produção de água potável. Anote em seu caderno as principais
conclusões.
f) Quais ações podem ser tomadas para evitar o desperdício de água? Quais
delas você pratica?

A imagem das partícUas é

e As membranas têm
poros microscópicos que
uma representação artística.
As cores utilizadas não
corre sponde m às reais.
per mitem a passagem
das molécul as de água,
conseguindo barrar íons
e out ras su bstâncias.

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Maçãs cortadas.

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Processos como a fotossíntese, as
transformações dos alimentos em nos-
so organismo, as descargas e as recar-
gas das baterias de celulares, as cremações
de objetos metálicos e a queima de combus-
tíveis, em geral, provocam transferência de
elétrons; tais processos estão relacionados às
reações químicas.
A luz solar é imprescindível para a ocor-
rência do processo de fotossíntese, no qual
a glicose é produzida. A energia presente em
nosso organismo é resultado das reações
químicas entre os alimentos. Na natureza, há
vários minérios que, ao serem submetidos a
processos físicos e químicos (reações de
oxirredução), apresentam metais com alto ín-
dice de pureza. Quando expostos ao ar at-
mosférico, esses metais sofrem oxidação,
originando novas substâncias. Nessas situa-
ções ocorrem reações de oxirredução, as-
sunto que estudaremos nesta unidade.

@ Você já deve ter notado que uma ba-


nana, uma maçã ou uma pera cortada
escurece após certo tempo. Você sabe
por que isso ocorre? Comente com os
colegas.

@ Você conhece algum procedimento


para evitar que essas frutas escureçam
após serem cortadas? Cite-o.

© Algumas pessoas afirmam que a adi-


ção de açúcar a uma salada de frutas
evita o escurecimento delas. Como
isso pode ser explicado?
Veja as respostas destas questões nas
Orientações para o professor.

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Reacão
, de oxirreducão
,
Nícolas mora no litoral e como meio de locomoção usa bicicleta. Depois de algum tem-
po, a coroa (roda dentada) e a corrente da sua bicicleta, feita de liga de ferro, começaram
a adquirir uma coloração alaranjada. Ao passar o dedo nessa parte alaranjada, notou um
pó fino. Preocupado, ao chegar à escola, Nícolas relatou esse fato aos seus colegas de
sala. Depois fez algumas perguntas relativas ao ocorrido ao professor de Química.
B . Espera-se que os
alunos respondam que a O professor, então, explicou que se trata de uma transformação química que pode-
ferrugem é resultado de
um processo químico, mos observar a olho nu. Além de informar que esse tipo de transformação química
pois houve formação de ocorre quando o ferro é convertido novas substâncias, entre elas o óxido de ferro Ili.
novas substâncias.
C. Espera-se que os
Aos poucos, o ferro adquire uma coloração alaranjada, esfarela e pode causar a de-
alunos respondam gradação do objeto original, no caso, a coroa e a corrente da bicicleta de Nícolas.
ferrugem. Caso julgue
interessante, comente A formação do óxido de ferro Ili hidratado (principal constituinte da ferrugem) na co-
com eles que esse pó é
constituído roa da bicicleta é um processo de oxidação do ferro em presença de gás oxigênio e de
principalmente de óxido vapor de água. Mas, em que consiste esta e outras oxidações? É sobre isso que estu-
de Ferro Ili hidratado
(Fe 20 3 · xHp). daremos neste capítulo.
D. Resposta pessoal.
Uma possibilidade é
remover to da a camada
@ O que ocorreu com a coroa da bicicleta de Nicolas?
oxidada (ferrugem) e A coroa da bicicleta enferrujou, ou seja, oxidou-se em contato com o ar.
aplicar uma camada de @ O processo que aconteceu com a coroa é físico ou químico? Por quê?
tinta para impedir o
contato direto do ferro
com a umidade do ar. © Que substância ou material deve ser o principal constituinte desse pó alaranjado?
Outra solução é passar
óleo ou graxa, o que
também protege a coroa
@ O que Nícolas pode fazer para proteger a coroa de sua bicicleta?
de ferro do contato
direto com a umidade. ® Você já vivenciou alguma situação como essa? Comente.
Resposta pessoal. Com essa questão, espera-se que os alunos citem situações em que
observaram a existência de ferrugem em algum objeto de ferro.
114

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Oxidacão
>
e reducão
>

Originalmente o termo oxidação era usado para descrever rea-


Cor da Estátua da Liberdade
ções em que uma substância se combinava com oxigênio, e o termo
redução indicava a remoção do oxigên io de uma substância. A Estátua da Liberdade, feita de cobre
originalmente, possuía coloração aver-
Dessa forma, para uma combustão ocorrer, era necessário oxigê-
melhada, mas a oxidação do cobre resul-
nio. Assim. a combustão do etanol seria uma reação de oxidação. tou nessa camada de coloração verde,
A combustão do etanol pode ser representada por: conhecida como azinhavre.

Já o processo de fotossíntese, por produzir o gás oxigênio, seria


uma reação de redução.
O processo de fotossíntese pode ser representado por:

Com o passar do tempo e em face de novos estudos, verificou-se
que os processos de oxidação e de redução não estão necessaria-
mente relacionados com o elemento oxigênio e sim com a perda e o
ganho de elétrons. Sendo assim. a oxidação e a redução ocorrem
simu ltaneamente, pois o total de elétrons cedidos deve ser igual ao
total de elétrons recebidos na reação química.

Atualmente, considera-se que o processo em que há perda de


elétrons é a oxidação. O processo em que há ganho de elétrons é a
redução. As reações químicas em que há transferência de elétrons
são denominadas reações de oxirredução ou redox.
Estátua da Liberdade, em Nova Iorque,
Observe a reação entre zinco metálico (Zn(s)) e ácido clorídrico nos Estados Unidos, em 2013.
(HCE(aq)), a qual pode ser representada por:

Zn(sJ + 2 HCE(aq) - H2 (g) + znce. 2(aq)


~ ~
Zn 2++ 2CE 1-
1 1
2H 1++ 2ce 1- '

0bserve que os íons c e. 1- não participam de fato da reação, por


isso são classificados como íons espectadores.
O zinco metálico (Zn(s)) ao ceder elétrons transforma-se em íons
Zn2+(aq), que saem do material sólido e migram para a solução, pro -
vocando a corrosão do metal.

Zn(s) - Zn2+(aq) + 2 e- (semirreação


de oxidação)

Oxidação é a perda de elétrons por uma substância.

Sobre a reação entre o zinco metálico e a solução aquosa de HCE,


observe ainda que a formação das bolhas ocorre quando os íons
H1+(aq) presentes na solução recebem elétrons provenientes do zinco
metálico transformando-se em gás hidrogênio ( H2(g)).

2 H 1+(aq) + 2 e---. H (g) (semirre:ção


2 de reduçao}

Redução é o ganho de elétrons por uma substância. Reação entre zinco metálico e ácido clorídr ico
(solução aquosa de HCi).

Oxirredução 115

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Ao somar as semirreações de oxidação do zinco e a redução dos íons hidrogênio,
obtém-se a reação global do processo (reação de oxirredução).

Oxidação: Zn(s) - Zn 2+(aq) + "2--e.:::..


Redução: 2 H1+(aq) + "'2-e-::...- Hdg)

Reação global: Zn(s) + 2 H1+(aq) - Zn2 +(aq) + H 2(g)

Para verificar em qual desses processos houve perda ou ganho de elétrons, inicial-
mente, é imprescindível determinar o número de oxidação NOX dos elementos envol-
vidos nas reações de oxirredução.

Número de oxidacão
, (NOX)
O número de oxidação é um número atribuído a cada elemento presente em uma
substância. Esse número está relacionado à carga elétrica que esse átomo apresenta
em um íon ou molécula de substância simples ou composta.

NOX e compostos iônicos


Os compostos iônicos são aqueles que realizam ligações iônicas entre seus áto-
mos. Observe a formação da ligação iônica entre o átomo de sódio e o átomo de
cloro, formando o cloreto de sódio (Nace).

Na
-~ --
.ce:
Na cede 1 e- Na1+ ce recebe 1e- c e, -

Os processos ocorridos podem ser representados por equações de semirreação.


Semirreação d e oxidação: Naº - Na 1+ + 1 e-
O átomo de sódio ao ceder um elétron sofre oxidação, aumentando seu NOX de O para +1.
o ,_
Semirreação de redução: ce + 1 e- - Ct'.
O átomo de cloro ao receber um elétron sofre redução, diminuindo seu NOX de O para -1.
Na formação do cloreto de sódio (NaCe), por exemplo, ocorre a transferência de um
elétron de cada átomo de sódio para um dado átomo de cloro, originando assim
cátions sódio ( Na i+) e ânions cloreto ( ce,_). que se unem por ligação iônica formando
Ao cortarmos uma maçà,
podemos notar o cloreto de sódio(Nace). Assim, o cátion sódio adquiriu carga +1 e o ânion cloreto,
rapidamente a formação carga - 1. Podemos concluir:
de uma coloração
marrom. Essa coloração é • o cátion Na 1+ apresenta NOX = +1, por causa da perda de 1 elétron;
resultado do processo de • o ânion ce 1- apresenta NOX = -1, por causa do ganho de 1 elétron.
oxidação de algumas
substâncias da maçã. Nos compostos iônicos, o NOX de cada átomo participante da ligação corresponde
ao seu número de elétrons ced idos ou recebidos, ou seja, a sua carga.

NOX e compostos covalentes


Os compostos moleculares apresentam ligações covalentes em que há comparti-
lhamento de elétrons; a menor partícula desse composto é a molécula. Nesses com-
postos, como há compartilhamento de elétrons, o NOX está relacionado à quantidade
Eletronegativo: 1 de elétrons que os átomos cedem ou recebem caso a ligação seja rompida. Assim , ao
diz-se do elemento
que tem a capacidade
romper uma ligação covalente entre dois átomos distintos, o átomo mais eletronegativo fica
de atrair elétrons. com o elétron compartilhado proveniente do outro átomo (menos eletronegativo).

116

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A molécula de água, por exemplo, apresenta ligações covalentes. Se as ligações forem
rompidas, o átomo de oxigênio, que apresenta maior eletronegatividade que o de hidro-
gênio, fica com o elétron de cada átomo de hidrogênio. Nesse caso, o átomo de oxigênio
passa a apresentar NOX igual a -2, pois fica com 2 elétrons dos átomos de hidrogênio.
Assim, cada átomo de hidrogênio, ao perder 1 elétron, adquire NOX igual a +1.
·o·
H,ó' ~ H
Considere que as ligações covalentes da molécula de dióxido de carbono sejam


rompidas. Nesse caso, sendo o átomo de carbono menos eletronegativo que o átomo
de oxigênio, cada um dos átomos de oxigênio presente nessa molécula adquire
2 elétrons do átomo de carbono, apresentando NOX igual a - 2. O átomo de carbono
perde 4 elétrons envolvidos nas ligações covalentes, apresentando NOX igual a +4.

:9 e ç:
Para ajudar na determinação dos NOX dos átomos presentes nas substâncias, cita-
remos algumas regras .

Regras para determinação de números de oxidação


As regras a seguir permitem a determinação dos números de oxidação dos átomos de
maneira rápida, sem que haja necessidade de construir fórmulas eletrônicas das subs-
tâncias.
(D O NOX de cada átomo isolado e de cada átomo em substância simples não
iônica (com equilíbrio de cargas) é zero.
Exemplos: At Ag, Fe, H2' F2' º2· ce.2' N2' S8, p 4' Na, Ca.
Os átomos dos elementos formadores das substâncias simples não 1orncas
apresentam a mesma eletronegatividade. Logo, em uma possível quebra de li-
gação entre dois átomos, em geral, não há ganho ou perda de elétrons de cada
átomo envolvido nessa ligação. Exemplo:
Uma molécula de gás cloro ( Ct 2 (g)): :ç~~~:
@ O NOX do átomo do elemento formador de um íon monoatômico é igual à sua
própria carga.
1+ 1+ 2+ 2+ 3+ ,_
Exemplos: Na , K , Ca . Mg , Ae. , F , ce. , _ .O2- , N3 - .
@ Alguns elementos apresentam NOX fixo ao formarem compostos.

NOX Exempl os:


~

Metais alcalinos e prata.


(Li, Na, K, Rb, Cs, Fr, Ag)
+1
+I
~· +I
LiH; NaCI'.; KOH; AgN0 3
+l

Metais alcalinos terrosos, zinco e 1 +:2 +:2 +2 +:2


+2 MgO; CaS0 4; Zn (OH) 2; CdCe 2
c ádmio. (Be, Mg, Ca, Sr, Ba, Ra, Zn, Cd)
+3 +3 +3 ...,.3
Aluminio (Ae) +3 1 AeP04; Aep3; Ae2( S04\; Al'. (OH)3

® Ao formar compostos, o hidrogênio geralmente apresenta NOX "' +1.


+1 +1 +1 +1 +l
Exemplos: HBr; H 2S0 4 ; HCN; H2S; H 3P0 4 .
Quando o átomo de hidrogênio se liga diretamente a um metal, formando hidreto
metálico (composto binário - formado por dois elementos), apresenta NOX = -1.
-1 - 1
Exemplos: NaH; CaH 2.

A IUPAC recomenda que os números de oxidação sejam representados em algarismos


+IV
romanos, por exemplo, o chumbo com NOX=+4 ficaria Pb . Mas, para fins didáticos,
utilizaremos os algarismos arábicos para representar os números de oxidação, os quais
são precedidos do sinal positivo ou negativo, apresentando o segu inte aspecto: Pb +4 .

Oxirredução 117

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@ Ao formar compostos, o oxigên io geralmente apresenta NOX =-2.
-2 -2 -2 -2 -2
Exemplos: CO; H 2 0 ; H 2 S0 4; C 6 H 12 0 2 ; CaC0 3 .
Nos peróxidos, cada um dos átomos de oxigênio apresenta NOX = -1.
-1 - 1 -1 -1
Exemplos: H 2 0 2 ; Na 2 0 2 ; Ca0 2 ; Zn0 2.
Em compostos binários oxigenados com flúor, o flúor é mais eletronegativo
que o oxigênio, o qual apresenta NOX positivo.
+l +2
Exemplos: 0 2F 2 ; OF2 .
@ Em compostos binários com halogênios, esses, por serem mais eletronegati-
vos, apresentam NOX = -1.
-1 -1 -1 -1 -1
Exemplos: CF4 ; HCe; MnBr2 ; K I; OF2 .
(j) A soma dos NOX de todos os átomos presentes em substâncias neutras (equi-
líbrio eletrostático) é igual a zero. Em substâncias iônicas, como os sais, é a
mesma regra. Já nos íons, em que há desequilíbrio eletrostático, a soma dos
NOX dos elementos deve ser igual à carga total.
Os valores de NOX ajudam-nos a compreender cada uma das semirreações que
forma a reação de oxirredução.

/ Atividades resolvidas\
Rl. O soluto da solução aquosa de ácido fosfórico (H 3 P0 4 ), muito presente
nos refrigerantes do tipo cola, atua como acidulante e conservante em
bebidas. Determine o NOX do fósforo (P) nesse composto.

Resolução
Uma maneira de determinar cada um dos NOX é constru ir um quadro
com os elementos constituintes da substância e seus respectivos NOX.

Átomos N° de átomos NOX Carga total

H 3 +1 3·(+1) = 3
1
-----,..
1
l
1
p

o
+-
4
-t-
X

-2
1 · (X)=X

4-( - 2) =-8
Refrigerante
do tipo cola.

..._

De acordo com as regras vistas, o NOX do hidrogênio é +1. Como temos três átomos
de hidrogênio, o total da carga é +3. Não sabemos o NOX do fósforo , então atribuí-
mos uma incógnita, por exemplo, x. Para o oxigênio, segundo as regras estudadas, o
NOX =-2. Se multiplicarmos pelos 4 átomos desse elemento presentes na substância,
adquirimos uma carga total de -8. A substância H 3 P0 4 está em sua forma neutra,
logo a soma de todos os NOX dos átomos dos elementos é igual a ZERO.
Então, efetuando a somatória, temos que:

(+3)+x+(-8)=0
X= 8-3
X=+5

Como x = +5, podemos concluir que o NOX do átomo de fósforo (P) na substância
H3 P0 4 é +5.
>
118

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>
R2. O sulfato de potássio (K2 Sü 4 ) é muito utiliza-
do como fertilizante para solos com deficiên-
cia de enxofre e potássio. Determine o NOX
do enxofre (S} no sulfato de potássio.

Resolução
Primeiramente, construímos o quadro com
os elementos constituintes da substância e


seus respectivos NOX.
Sulfa to de potássio aplicado em uma
plantação de cebolinhas, em 2014.

-,
Átomos Nº de átomos NOX Carga total
K 2 +1 2- (+1) = +2

s X 1 · (X) = X

o
1 4 -2 4 · (- 2)= - 8

O potássio é um dos elementos da família dos metais alcalinos e está formando um


composto, assim apresenta NOX fixo de + 1. Como há dois átomos de potássio no
composto, o total da carga é +2. O NOX do enxofre, pertencente à famíl ia dos calco-
gênios, é a incógnita x . Como há um só átomo, a sua carga total é x . O oxigênio apre-
senta NOX = -2, e sua carga total é igual a -8. A soma das cargas totais dos elementos
presentes na substância K2 SO 4 é igual a ZERO.
Assim, tem-se: (+2) +(X)+ (-8) = 0
X=8 -2
X=+6
Como x = +6, podemos concluir que o NOX do átomo de enxofre (S} na substância
K 2 S0 4 é +6.
2-
R3. Determine o NOX do crômio (Cr} no íon Cr2 0 7

Resolução
Construindo o quadro e considerando as regras de determinação de NOX, tem-se:

Átomos NQ de átomos NOX Total


Cr 2 X 2-x

o r 7 -2 7 · (-2) = -14

Considerou-se o NOX do crômio igual a x. Como a substância apresenta dois átomos


de crômio, tem-se 2 · x. Nesse caso, o oxigênio apresenta NOX = -2 e carga total
2-
de -14. A soma das cargas totais dos elementos formadores da espécie química Cr2 0 7 é
igual a -2.
Efetuando-se essa equação, obtém-se:
(2 · x)+ (-14)= -2
2 · X= -2 + 14
12
X=--
2
X=+6
Como x = +6, podemos concluir que o NOX de cada átomo de crômio (Cr} na substân-
cia Cr2 0~- é +6.

Oxirredução 119

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Agente oxidante e agente redutor
Como vimos, a oxidação e a redução ocorrem simultaneamente, não existindo uma
sem a outra, pois o total de elétrons cedidos pela espécie química que oxida deve ser
igual ao total de elétrons recebidos pela espécie química que reduz. Isso significa que
a espécie que sofreu oxidação provoca redução da outra espécie, por esse motivo ela
é denominada agente redutor. Já a espécie que sofreu redução provocou a oxidação
da outra espécie, por esse motivo ela é denominada agente oxidante.
Vamos analisar novamente a reação do zinco metálico (Zn(s)) em solução aquosa de
ácido clorídrico (Hce(aq)).

0 1-- - -
ºx_id_a-'-
ça_-o_ _ _-l+Z
Reação entre zinco
metálico e ácido clorídrico.
Observe que, quando 2 H 1+(aq) se transformam em H 2(g), ocorre o ganho de 2 elé-
trons ( um para cada cátion H 1+). Como consequência, o NOX de cada cátion hidro-
gênio reduz de +1 para O.
Realizando as semirreações, temos que:
2+
• Semirreação de oxidação: Zn(s) - Zn + "2'e:::...
• Semirreação de redução: 2 H 1+(aq) + 2-e-:::...- H 2(g)
O zinco metálico (Zn(s)), espécie oxidada, foi o responsável pela redução dos áto-
mos de hidrogênio, por esse motivo o Zn(s) é o agente redutor.
O ácido clorídrico (HCE(aq)) foi o responsável pela oxidação dos átomos de zinco,
por esse motivo o HCE(aq) é o agente oxidante.
Resum idamente temos:
• Oxidação: Zn(s) • Agente oxidante: HCE(aq)
• Redução: H1+(aq) • Agente redutor: Zn(s)

Balanceamento de equações das reações de


oxirreducão
,
A utilização das regras citadas nas páginas 117 e 118 permite determinar o NOX dos
átomos dos elementos formadores das substâncias que participam de uma reação
química. A análise dos valores dos NOX de cada elemento permite identificar se a
reação é ou não de oxirredução.
O balanceamento de equações químicas baseia-se na determinação dos coeficien-
tes das substâncias participantes. Esses coeficientes permitem igualar a quantidade
de átomos de cada elemento presente nos reagentes e a quantidade de átomos de
cada elemento presente nos produtos.
Nas reações de oxirredução, além de verificar a igualdade na quantidade de átomos
de cada elemento nos reagentes e nos produtos, há necessidade de balancear a
quantidade de carga total de todas as espécies químicas envolvidas. Para isso, balan-
ceia-se o número de elétrons, pois a quantidade total de elétrons cedidos deve ser
igual à quantidade total de elétrons recebidos.
Consideramos, por exemplo, que uma chapa de zinco (Zn(s)) seja colocada em uma
solução aquosa de sulfato de cobre li (cuS0 4 (aq)). A chapa de zinco possui coloração
cinza e a solução de sulfato de cobre é azulada. Após certo tempo, observa-se a fo r-
mação de uma película avermelhada sobre a chapa de zinco e, ao mesmo tempo,
houve diminuição do tom azulado da solução aquosa de sulfato de cobre li.
Veja, na próxima página, as colorações das placas de zinco após essa reação.

120

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A formaçào da película
avermelhada é


A coloraçào azul resultado da deposiçào
da solução indica de cobre metálico
a presenca de sobre a superfície da
íons Cu 2+(aq). chapa de zinco.

Esta situação pode ser representada pela seguinte equação química:

Zn(s) + CuSO 4 (aq) - Cu(s) + ZnSO 4 (aq)


Utilizando as regras de determinação de NOX, pode-se obter o NOX de cada ele-
mento presente na reação química.
(D Os átomos de Zn(s) e de Cu(s), por estarem isolados e em equ ilíbrio eletrostáti-
co, apresentam NOX = O.
@ O sulfato de cobre (CuS0 4(aq)) em solução apresenta-se dissociado formando
íons Cu 2+(aq) e (s o / - (aq). Nesse caso, o íon Cu 2+(aq) apresenta NOX=+2.
@ Em compostos, o zinco apresenta NOX fixo igual a +2. Assim, em solução, há
íons Zn2+(aq).
® Depois que se determina cada um dos NOX dos elementos formadores das
substâncias participantes da reação química , determinam-se os ramais de oxi-
dação e de redução e as suas respectivas variações.
Obse rve que o zinco
Zn(s) + CuSO 4 (aq) - Cu(s) + ZnSO 4 (aq) perde u 2 elétrons e o

~
cobre ganhou 2.
Nesse caso, como há
igualda de tanto na
0 ___
ox_i_
da~ç~à_
o:_~_N_O_X_ =_Z_-l+Z q uantidade t ot al de
átomos de cada
Para fins de estudo, podem-se representar as semirreações de oxidação e de redução. e le mento nos
reagentes e nos
Semirreação de oxidação: O átomo do elemento zinco NOX=O, ao perder 2 elé- produt os qua nto no
trons, aumenta seu NOX e passa a apresentar NOX = +2. A representação desse pro- nú mero t otal de
cesso pode ser feita por: elétrons doados e
recebidos , a equação
q uímica est á
Semirreação de redução: Cada cátion Cu 2+(aq), ao ganhar 2 elétrons, diminui seu ba la nceada.
NOX e passa a apresentar NOX = O. A representação desse processo é:

C u2+(aq) + 2 e- --. Cu 0 (s)


Agente oxidante:
À medida que ocorre oxidação dos átomos de Zn(s), os íons C u2+(aq) recebem elé-
substância que sofre
trons, transformando-se em Cu(s). reduçã o, provocando a
oxidação na outra
Dessa forma, a equação global dessa reação química pode ser obtida da seguinte substância.
maneira: Agente redutor:
s ubstância que sofre
Semirreação de oxidação: Zn(s) - Zn2+(aq) + 2'-s::. oxida ção, provocando a
redução na outra
Sem irreação de redução: C u2+(aq) +'2-s.:. - Cu(s) substância.
Oxidação: processo em
Reação global: Zn(s) + Cu 2+{aq) - Zn 2 +(aq) + Cu(s) que o átomo ou íon
perde elétron,
Logo, para essa reação de oxirredução, tem-se: aument ando o seu NOX.
Redução: processo e m
Oxidação: Zn(s) Agente oxidante: CuSO 4 (aq) que o átomo ou íon
ganha elétron,
Redução: Cu 2+(aq) Agente redutor: Zn(s) reduzindo o seu NOX.

Oxirredução 121

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A hematita é a principal matéria-prima utilizada na produção de
ferro metálico. O processo industrial para obtê-lo ocorre em altos-fornos
em que o óxido de ferro Ili (Fe 20 3 ) presente no minério é reduzido
pelo monóxido de carbono (CO).

Usando as regras de determinação de NOX, pode-se determinar


o NOX de cada elemento presente na reação química.
Ferro fundido em alto- forno.
G) O átomo de Fe(s), por estar isolado e em equilíbrio eletrostático, apresenta
NOX=O.
@ Em geral, como visto nas regras de NOX, em compostos oxigenados, cada
átomo de oxigênio tende a apresentar NOX =-2. Assim, para esta reação é
possível determinar o NOX dos demais átomos.

e o e
X y -2 z

@ Multiplicando pelo número de átomos de cada elemento no composto.

03 e o e 02
3 -(-2) =-6 1·Y 1 · (-2) = -2 1 ·z 2 · (-2}=-4

® A representação do composto não apresenta desequilíbrio de cargas. Logo, a soma


das cargas totais dos átomos dos elementos participantes deve ser igual a zero.

e o e
2·X = +6 -6 1 · Y= +2 -2 1 · Z= +4 -4

X= +3 Y= +2 Z= +4

® Após a divisão pelos coeficientes, temos o NOX de cada átomo de cada ele-
mento no composto.
- co
c+4
1

@ Depois de determinar cada um dos NOX dos átomos formadores das substân-
cias participantes da reação química, é possível verifi car que apenas os átomos
de ferro e carbono tiveram variação no seu NOX. Portanto, podemos determinar
os ramais de oxidação e de redução e as suas respectivas variações.

Fe 20 3 (s) + CO(g)- C0 2 (g) + Fe(s)

redução: t.NOX = 3
+3 1 - - - - - - - - - - - - - < 0

(J) O acerto dos coeficientes pode ser feito, por exemplo, considerando-se os re-
agentes da seguinte forma: multiplica-se a variação do NOX (t1NOX) do elemento
pela sua atomicidade na substância reagente.
Fe 2(s) => ferro: tlNOX = 3 · 2 = 6 C(g) => carbono: tlNOX = 2 · 1 = 2
O produto obtido tenderá a ser o coeficiente da outra substância que contém o
outro elemento que também variou o NOX. Assim:
• Fe => tlNOX = 6 :. 6 tenderá a ser o coeficiente do monóxido de carbono
• C => tlNOX = 2 :. 2 tenderá a ser o coeficiente do óxido de ferro Ili
122

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@ Colocando-se esses números como coeficientes das substâncias que compõem
os reagentes que variaram o NOX.
2 Fe20 3(S) + 6 CO(g) - co 2(9) + Fe(s)
Acertando-se os demais coeficientes.
2 Fe 2 0 3(s) + 6 CO(g) -+ 6 C0 2(g) + 4 Fe(s)
® Como todos os coeficientes são múltiplos de 2, podemos simplificar esses co-
eficientes. Dessa forma, obtém-se:

@
dação e de redução.
Fe2Ü3(S) + 3 CO(g)-+ 3 C02(9) + 2 Fe(s)

Balanceando as quantidades de elétrons envolvidos nas semirreações de oxi-

Redução

Número de e- recebidos (ferro)


Oxidação

Número de e- cedidos (carbono)



Cada Fe: 3 e- Cada C: 2 e-

Os dois Fe presentes na fórmula: Fe =? 2 . 3e- =? se- Os três C presentes na fórmula : C =? 3 . 2 =? se-

@ Escrevendo as semirreações e a reação global.

Semirreação de redução: 2 Fe3 + + l3's:::. -+ 2 Fe


2+ 4+
Semirreação de oxidação: 3C -+ 3 C + l3's:::.
3+ 2+ 4+
Reação global: 2 Fe +3C - 3c + 2Fe

Logo, para essa reação de oxirredução, tem-se:


2+
Oxidação: C Agente oxidante: Fe 20 3(s)
!---

Redução: Fe3 + 1 Agente redutor: Co(g)

No início deste capítulo, foi relatado um processo de oxidação do


ferro com formação da ferrugem. A substância ferro, quando está em
contato com o gás oxigênio e o vapor de água presentes, no ar atmos-
férico, reage formando o óxido de ferro Ili hidratado (monoidratado).
Vamos montar a equação dessa reação representando, inicialmen -
te, as substâncias participantes e os seus respectivos estados físicos.
Fe(s) + 0 2(g) + HpM - Fe 20 3 · H 20(s)
Observe que essa equação química não está balanceada. Há ba-
lanceamentos de equações químicas que podem ser feitos com re -
lativa facilidade, atribuindo-se um coeficiente a uma dada substânc ia O óxido de ferro Ili h idratado é popularmente
conhecido como ferrugem.
e, por tentativa, acertando-se os demais coeficientes.
Em reações de oxirredução, pode-se utilizar o método REDOX. A seguir, usaremos
a equação de oxidação do ferro para mostrar o seu funcionamento. Necessita-se cal-
cular o valor dos NOX de todos os elementos participantes.
Assim , utilizando as regras de determinação de NOX, tem-se:
(D Na equação há substâncias simples não iônicas (átomos isolados e moléculas).
Nesse caso, os elementos ferro e oxigênio, formadores das substâncias Fe(s) e
O 2(g), apresentam NOX = O.
@ Em geral, como visto nas regras de NOX, em compostos oxigenados, cada
átomo de oxigênio tende a apresentar NOX = - 2. No presente exemplo, isso
ocorre com a água (H 20), a qual aparece tanto nos reagentes como nos pro-
dutos, e com o óxido de ferro Ili (Fe 20 3 ) .

Oxirredução 123

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@ Na fórmula do composto Fe 2 0 3 , há três átomos de oxigênio, cada um com NOX = - 2,
resultando na carga total de oxigênio = - 6. A representação do composto não
apresenta desequilíbrio de cargas. Logo, a soma das cargas totais dos átomos
dos elementos participantes é igual a zero.
Assim , atribuindo-se carga x para cada átomo de ferro e montando-se a equa-
ção com a soma das cargas totais dos elementos formadores desse composto,
tem-se: (2 · x) + (- 2 · 3) =O.Ao isolar x, obtém-se o valor x = +3, que corresponde
ao NOX do ferro nesse composto.
@A seguir, colocam -se os NOX em cada um dos elementos presentes nas subs-
tâncias participantes dessa reação química.
Observa-se que cada
átomo de ferro sofre
oxidação ao perder
Fe(s) + 0 2 (g) + H 2 0(v)-.. Fe 2 0 3 • H 2 0(s)
3 elétrons, e cada redução:
átomo de oxigênio O 1-----ô.~N~O~X- =~ 2 -+-;
sofre redução ao
oxidação: ô.NOX = 3
ganhar 2 elétrons. O 1 - - - - - - - - - - - 1 +3
Assim, não há
balanceamento do
total de elétrons
® O acerto dos coeficientes pelo método REDOX pode ser feito da seguinte for-
doados e recebidos.
ma: multiplica-se a variação do NOX do elemento pela sua atomicidade na
Dessa forma, se substância reagente.
considerarmos que os Fe :::} aNOX = 3 · 1 =3
coeficientes
estequiométricos das 0 2 => aNOX = 2 · 2 = 4
substâncias
participantes são
O produto obtido tenderá a ser o coeficiente da outra substância que contém o
iguais a 1, essa outro elemento que também variou o NOX. Assim :
equação química não Fe :::} aNOX = 3 :. 3 tenderá a ser o coeficiente do gás oxigênio
está balanceada.
0 2 => aNOX =4 :. 4 tenderá a ser o coeficiente do ferro metálico
@ Colocam-se esses números nos coeficientes das substâncias que compõem os
reagentes que variaram o NOX.

4 Fe(s) + 3 0 2(g) + Hz°M - Fez° 3 • H 2 0 (s)


Acertam-se os demais coeficientes.

4 Fe(s)+ 3 0 2 (g) + HzOM - 2 Fe 20 3 • HzO(s)


Assim , reescrevendo essa equação química, tem-se:
4 Fe(s) + 3 0 2 (g) + HzO(v) --. 2 Fe 2 0 3 · H 2 0 (s)

(J) Balanceando as quantidades de elétrons envolvidos nas semirreações de oxi-


dação e de redução.

Número de e- cedidos (Fe) Número de e- recebidos ( 0 2 )

Os coeficientes Cada Fe: 3e- Os dois oxigênios: 4e-


estequiométricos
acertaram a 4 Fe => 4 ·3=:>12e-
quantidade dos
átomos presentes
nos reagentes e nos Observe que o número total de elétrons ced idos pelos átomos de ferro é igual
produtos da equação ao número total de elétrons recebidos pelos átomos de oxigênio. Logo, a equa-
química, mas é ção está balanceada também em relação à quantidade de elétrons. Nesse
necessário verificar
caso, a equação de oxirredução está devidamente balanceada.
ainda se os totais de
elétrons doados e Assim , para a reação global 4Fe(s) + 302 (g) -.. 2Fe 2 0 3 (s), temos:
recebidos são iguais,
ou seja, se também • sofreu oxidação: Fe • atuou como agente oxidante: 0 2(g)
estão balanceados. • sofreu redução: O • atuou como agente redutor: Fe(s)

124

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Eletroquímica
Larissa e Anderson assistiam a um filme quando
o controle remoto da televisão parou de funcionar.
1 Em sua opinião, existe alguma relação entre
química e el etricidade? Cite algun s casos
que você conheça.

2 Por que as pilhas e as baterias ficam "gastas"


e não funcionam mais depois de um período de
uso? Em sua opinião, o que ocorre com a ba-
teria de um celular ao ser carregada em uma
tomada?
Homem utilizando um
controle remoto.

Para que alguns aparelhos eletrônicos funcionem, eles necessitam de corrente elé- 1. Resposta pessoal.
Espera-se que os
trica gerada por pil has ou baterias. No interior das pilhas ocorrem reações químicas alunos relacionem os
de oxirredução que geram a corrente elétrica, ou seja, um fluxo ordenado de partícu- elétrons com o conceito
de eletricidade e, dessa
las portadoras de carga elétrica. forma, relacionem
também com a
Vimos que, nas reações de oxirredução, ocorre a transferência de elétrons entre as Química.
substâncias. Por sua vez, os elétrons consistem em partículas portadoras de carga 2. Resposta pessoal.
Espera-se que os
elétrica. o que nos faz concluir que são as reações químicas de oxirredução que ge- alunos digam que,
quando uma bateria
ram a corrente elétrica. para de funcionar,
A área da Química que estuda as reações envolvendo a transferência de elétrons é ocorre seu
descarregamento e, na
a Eletroquímica. sequência, quando
colocada na tomada,
A Eletroquímica estuda as aplicações de transferência de elétrons envolvidas em um novo fluxo de
elétrons ocorre
reações de oxirredução e as suas relações com a conversão da energia química carregando-a
em energia elétrica, e vice-versa. Essa conversão de energia pode ser espontânea ou novamente.
induzida (não espontânea). Um exemplo de processo espontâneo são as reações de
oxirredução que ocorrem em uma pilha, onde duas substâncias. uma com a tendência
de ceder elétrons e a outra com a tendência de receber, estão em contato permitindo
a transferência de elétrons. Essa transferência acontece de forma natural e por isso
caracteriza um processo espontâneo.
Nos casos em que é necessária uma fonte externa de energia para que haja reação
de oxirredução, tem-se um processo induzido (não espontâneo).
Os sistemas eletroquímicos ocorrem em células (ou celas) eletroquímicas, as quais
podem ser classificadas em galvânicas ou eletrolíticas.

.... ,,,--·················-·-· ··-·-··············-·-·-·-·-·----·-·-·-·-.. --------· ~


A célula galvânica é um sistema em que 1
(A~~;~;~- ~;~~~~;;~;~·~-~·-~~--~;~;·~~~-- - - - - - - - - -
reações espontâneas de oxirredução em que reações induzidas (não
convertem energia química em energia espontâneas) de oxirredução
elétrica. Exemplos: pilhas e baterias_ convertem energia elétrica em
energia química. Esse processo,
também denominado eletrólise,
As pilhas são um e><emplo
pode ser utilizado na indústria para
de célula galvânica_
Na fotografia , podemos purificar metais, produzir novas
observar pilhas em substâncias e no revestimento
um controle remoto. metálico de peças (eletrodeposição),
por exemplo.

Bijuterias podem, por e><emplo, ser


revestidas por uma f ina camada de ouro
("banhadas a ouro"), pelo processo de
eletrólise, que ocor re em célula
eletrolít ica.

Oxirredução 125

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3. Resposta pessoal. Pilhas e baterias
Espera-se que os
alunos compreendam
que, sem o uso de Pense em um aparelho eletrônico movido a pilhas ou baterias. Se esses dispo-
p ilhas e baterias, os
aparelhos d everão sitivos não existissem, como seria possível usar esse aparelho?
permanecer na tomada,
em contato com o fluxo Há uma infinidade de equipamentos eletrônicos, entre eles, telefones celulares,
de elétrons, para que faptops, calculadoras, relógios, câmeras fotográficas, aparelhos de som, equipamen-
funcionem.
tos médicos, controles remotos e brinquedos. Eles necessitam de energia elétrica
para funcionar, a qual geralmente provém de reações de oxirredução que ocorrem no
interior de suas baterias ou pilhas, convertendo, espontaneamente, a energia química
em energia elétrica.

Equipamentos que funcionam com pilhas ou baterias.

Com a invenção das células galvânicas, houve um avanço nas atividades realizadas
pelo ser humano, cujos estudos iniciaram com experimentos de alguns pesquisadores.

Luigi Aloisio Galvani (1737-1798), médico italiano, ao dissecar rãs


em seu laboratório percebeu que as pernas delas sofriam fortes
contrações musculares, quando eram amarradas em um fio de co-
bre e penduradas em uma espécie de vara l de ferro. A partir disso,
Galvani elaborou a teoria de "eletricidade animal", pois acreditava
que a corrente elétrica que provocava a contração muscular da
perna da rã era característica da natureza animal.
A partir da divulgação de resu ltados das pesquisas de Galvani,
o italiano Alessandro Giuseppe Antonio Anastasio Vo lta (1745-1827)
repetiu os experimentos, confirmando-os. Porém, ele estava conven-
Os estudos de Luigi Galvani inauguraram a
neurofisiologia, estudo do funcionamento do cido de que a corrente elétrica produzida era resultado do contato
sistema nervoso. entre os dois metais distintos.
Para comprovar sua hipótese, Volta construiu
um dispositivo com discos de zinco e cobre inter-
calados e separados entre si por discos de feltro
embebidos em solução de ácido sulfúrico diluído,
capaz de gerar corrente elétrica contínua. Essa
corrente elétrica era conduzida por fios metálicos
conectados às extremidades da "pilha" de discos
de cobre e zinco.
Segundo relatos históricos, essa foi a primeira
pilha elétrica, e seus discos metálicos foram cha-
mados eletrodos (do grego, percurso elétrico).

Alessandro Volta. Em 1881, a unidade


de medida volt passou a ser usada A p ilha de Volta. A palavra pilha
para expressar a diferença de usada atualmente provém do
potencial elétrico ddp. A denominação empil hamento dos d iscos de cobr e e
volt foi cr iada em sua homenagem. zinco f eito por Alessandro Volta.

126

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Pilha de Daniell
As pilhas produzidas por Volta apresentavam soluções ácidas que poderiam pro-
duzir gases tóxicos durante suas reações de oxirredução, o que oferec ia riscos à
saúde dos pesquisadores.
Assim, em 1836, o químico inglês John Frederic Daniel! (1790-1845) construiu .
um tipo diferente de pilha, substituindo as soluções ácidas, utilizadas por Volta,
por soluções aquosas salinas.
A célula galvân ica de Daniel! apresentava duas semicelas: em uma delas colo-
cou-se uma barra de cobre parcialmente imersa em uma solução aquosa de su l-
fato de cobre li (CuS0 4 (aq)) e, na outra semicela, uma barra de zinco parcialmente
imersa em uma solução aquosa de sulfato de zinco (ZnS04'aq)}.

O conjunto cons tituído por uma barra de metal parcialmente ime rsa em uma solução aquosa salina John Frederic Da niell.
'•
"' -

de cátion, desse mesmo metal, leva o nome "eletrodo de 'nome do respectivo metal'". Ou seja, o
conjunt o de uma barra de zinco, por exemplo, parcialmente ime rsa em uma s olução contendo
2+
cátions Zn é chamado "eletrodo de zinco".

.·· A Lâmpada acesa permite concluir que há


A ponte salina perm ite a migração de _./ passagem de elétrons pelo fio condutor.
ío ns de uma semicela a outra. Dessa
forma, a cada momento as duas
soluções tendem a permanecer
eletricamente neutras. fi o con dutor

Os eletrodos de zinco e de cobre


foram interligados por meia de um
fia condutor (cirrnita externa).
Esse é responsável pela transpo rte de
elétrons, e as duas semicelas contendo
soluções foram ligadas e ntre si pa r
ponte s alina , que consiste em um tubo de
vidro contenda gelatina saturada com um
sal (podenda ser KN0 3• NH 4 Ct, KCe. K. SOÚ
etc.), responsável por manter as soluções
das du as semicelas eletricamente
neutras.
As explicações sobrs a
ponte salina são
............ -eletrodo de z inca apresentadas na seção
a seguir. Se achar
conveniente, faça
e letrodo Pilha de Daniell. referência a ela durante
de cobre a leitura do texto.

semicela 1 semicela 2

Ponte salina
Ao ligar as barras dos eletrodos da pilha, ocorre oxidação em um deles e redução no outro.
Os elétrons envolvidos nesses processos migram espontaneamente pelo circuito externo. Assim,
em uma semicela, há aumento da concentração de cátions na solução anódica, fazendo que
nessa solução haja excesso de carga positiva, enquanto na solução da outra semicela há dimi-
nuição da concentração de cátions na solução catódica, adquirindo excesso de carga negativa.
A ponte salina, que interliga as soluções dos eletrodos da pilha, permite a passagem de íons
de uma semicela a outra, tendendo a manter essas soluções eletricamente neutras.
O sal que satura a mistura contida na ponte salina deve ser solúvel, liberando ians positivos
(cátions) e negativos (ãnions). Assim, ocorre a migração de ânions para a solução carregada
positivamente e de cátions para a solução carregada negativamente, mantendo as semicelas
eletricamente neutras e prolongando o funcionamento espontâneo da pilha.
A ponte salina ainda pode ser substituída por uma placa de porcelana porosa.

Oxirredução 127

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Com o passar do tempo, a barra de Nesse caso, os elétrons migram, pelo
zinco metálico vai se oxidando, circuito externo. para a chapa de
perden do elétrons e liberando íons cobre metálico. A placa de cobre
Zn2 + para a solução. Assim , a atrai os íons de Cu 2+ da solução do
solucào desse eletrodo vai ficando eletrodo de cobre, tornando- a mais
~ais concentrada em íons Zn2 +, diluída. Os íons Cu 2+ sofrem redu ção,
diminuindo a massa da barra de transformando- se em cobre
zinco. Isso pode ser representado metálico Cuº, que se deposita na
pela seguinte semirreação: barra de cobre, a umentando assim a
massa dessa barra. Esses
fenômenos podem ser representados
barra solução pela seguinte semirreação:

Há oxidação do Zn° a Zn 2+. Cu2 \aq) +2 e- ~ Cu0 (s)

solução bar ra
Representação da pilha de Oaniell. Há redução do Cu2+ a Cuº.

Convenção usada em pilhas


O ânodo é o polo negativo da pilha, pois é o eletrodo de onde saem os elétrons,
em que há oxidação. O eletrodo que recebe os elétrons é o polo positivo da pilha
chamado cátodo, em que há redução. Os elétrons partem do ânodo (polo negativo)
em direção ao cátodo (polo positivo).
Nas pilhas, o ânodo sofre oxidação e o cátodo sofre redução. Esse processo é es-
pontâneo, pois ocorre ao se fechar o circuito elétrico, o que significa que não é neces-
sário haver uma fonte externa para a sua ocorrência.

Polo positivo -
......... eletrodo que recebe
elétrons do circuito
Polo negativo - ,• .··
elétrico.
eletrodo que emite .·..-
elétrons para o
circuito externo.

Ânodo - eletrodo Cátodo - eletrodo


em que ocor re a . ....... . em que ocorre a
semirreacào de semirreação de
oxidaçào. redução.

Com base nas semirreações da pilha de Daniell e na convenção das pilhas, é pos-
sível montar a sua equação global.

Ânodo(-): Znº(s)--+ Zn 2+{aq) + 2'-s.::. (semirreação de oxidação)


Cátodo(+): Cu 2+(aq) + ?-e.::.- -+ Cuº(s) (semirreação de red ução)

Reação global: zn°(s)+Cu 2+(aq) --+ Zn 2+(aq) + c uº(s)

A IUPAC recomenda que a pilha seja representada por um d iagrama. O lado es-
querdo do diagrama se refere ao ânodo no qual estão a espécie química que se oxida
e a espécie resu ltante dessa oxidação, separadas por uma barra. A seguir, colocam-
-se duas barras paralelas (indicando que apresenta a ponte salina). Do lado direito do
diagrama, o qual se refere ao cátodo, estão a espécie química que se reduz e a espé-
cie resultante dessa redução, separadas por uma barra também.

128

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Assim, a representação do diagrama da pilha de Daniell pode ser feita da seguinte
forma:
Zn(s) 1 Zn2+(aq) 11
Cu 2+(aq) 1 Cu(s)
-,.......,
ânodo onde pont e cátodo on de
ocorre a oxidação salina ocorre a redução

Observe as ilustrações abaixo.

fluxo dos elétrons e-

solução
de sulfato
de cobre Z
n
O lâmina
de zinco
lâmina
de zinco
lâmina
de cobre

Na superfície do z in co. deposita- se
Zn(s) o cobre, um metal avermelhado.

A solução se solução de solução de


torna incolor. s ulfato de z inco s ulfato de cobre

A lâmina de zinco está em contato direto com a As lâminas de zinco e de cobre não estão em contato
solução de sulfato de cobre, em que ocorre uma direto, sendo necessário um fio condutor conectando-as
transferência direta de elétrons dos átomos de para haver uma t ransferência indireta de elétrons dos
Zn da lâmina para os íons Cu2+ da solução. átomos de Zn da lâmina para os lons Cu2 + da solução.

Assim, a pilha de Daniell formada por duas semicelas em que as lâminas metálicas
se conectam por circuito externo é um processo espontâneo de t ransferência indire-
ta de elétrons.

/ Atividade resolvida \
R4. A partir da representação esquemática da pilha, faça o que se pede.

Ae(sl I M 3 +(aq) 11 Ag 1+(aq) 1 Ag(s)


a) Escreva a semirreaç ão que ocorre no ânodo.
b) Escreva a semirreação que ocorre no cátodo.
e) Escreva a equação global dessa pilha.
Resolução
a) De acordo com a representação esq uemática da pilha, as substâncias do lado es-
querdo da ponte salina são as que sofrem oxidação (aumento de NOX). Assim, a
representação da semirreação que ocorre no ânodo pode ser dada por:
3+
Ânodo (-): Al:(s)- AI: (aq) + 3 e- (semirreação de oxidação)
b) De acordo com a representaç ão esquemática da pilha, as substâncias do lado direi-
to da ponte salina são as que sofrem redução (diminuiç ão do NOX). Assim, a repre-
sentação da semirreação que ocorre no cátodo pode ser feita da seguinte maneira:
1+
Cátodo (+): Ag (aq) + e-- Ag(s) (semirreação de redução) >
Oxirredução 129

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> e) Para obter a equação global da pilha, é preciso fazer o balanceamento de elétrons.
Entretanto, observa-se que a semirreação que ocorre no ânodo libera três elétrons
por átomo de alumínio e a semirreação que ocorre no cátodo recebe um elétron por
cátion Ag 1+. Dessa forma, para balancear os elétrons, calcula-se o mínimo múlt iplo
comum entre os números de elétrons envolvidos, ou seja, entre 3 e 1. Uma maneira
prática de fazê-lo é multiplicar os coeficientes das substâncias de uma dada semir-
reação pelo número que representa a quantidade de elétrons (cedidos ou recebidos)
da outra semirrreação. Assim, em nosso exemplo, multiplicam-se os coefic ientes das
substâncias da semirreação do ânodo por 1 e os coeficientes das substâncias da
semirreação do cátodo por 3.
3+
Ânodo (-): Ae.(s) --. Ae (aq) + ~ (x 1)
1+
Cátodo (+): 3Ag (aq) +3"-e:::.--.3Ag(s) (x3)
1+ 3+
Reação global: AE(s) + 3 Ag (aq) --. Ae (aq) + 3 Ag(s)

voltímetro (1,10V)

Forca
, eletromotriz
Nas pilhas em que há transferênc ia indireta de
fluxo de
elétrons (e- f"' '"
elétrons, eles migram do ânodo para o cátodo
I+ 1-
K ,ce (aq) por meio do circuito externo. Ao ligar um voltíme-
tro a esse circuito externo, é possível medir a for-
ça eletromotriz ou a diferença de potencial da
pilha (ddp).
Como verificamos na ilustração, os elétrons
fluem do ânodo (polo negativo) para o cátodo
(polo positivo), gerando uma corrente elétrica.
soluçào Cada polo apresenta um potencial, isto é, a capa-
e
.2 S0 2 -
· ·· de sulfato 4
,!
., cidade de atrair ou repelir outras cargas elétricas.
de cobre
.3 2- Essa diferença entre a capacidade que cada polo
] soluçào S04
: de sulfato· · . .... apresenta é chamada força eletromotriz ou dife-
de zinco
rença de potencial (ddp).
Voltímetro ligado ao circuito
externo de uma pilha . Os elétrons apresentam carga elétrica negativa, e fluem do ânodo para o cátodo nos
processos espontâneos de oxirredução, assim podemos considerar que o cátodo apre-
senta maior capacidade de atrair os elétrons que o ânodo. Em outras palavras, o
cátodo apresenta maior potencial elétrico.
Voltímetro: aparelho 1 O fluxo de elétrons que se estabelece em um fio condutor sempre vai do ponto de
utilizado para medir a
diferença de potencial menor potencial elétrico para o ponto de maior potencial elétrico. Ao li gar um vo ltíme-
ddp entre dois pontos.
tro nesse fio condutor, é possível verificar a diferença de potencial entre esses pontos.
O voltímetro mede, em volts (V), a diferença de potencial da pilha (ddp). A ddp de
uma pilha é representada por t:,,.E e depende das espécies químicas (eletrodos), das
concentrações das soluções e da temperatura das semicélulas. Assim, foram estabe-
lecidas cond ições padrão iniciais para a determinação da ti..E, as quais são: concen-
tração inicial de cátion metálico da solução eletroquímica é igual a 1 mol/L, pressão
igual a 105 Pa (1 atm) e temperatura igual a 25 ºC. A ddp entre dois eletrodos medida
nessas condições padrão é denominada diferença de potencial entre dois eletrodos
padrão e deverá ser representada por aff.
Na prática, não há como medir diretamente o potencial de cada eletrodo, entretan-
to cada um deve ter o valor de seu potencial E. Dessa forma, escolhe-se um eletrodo
de referência, em função do qual são determinados os potenciais dos outros eletrodos.

130

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O eletrodo de hidrogênio e o potencial padrão
O eletrodo padrão de referência escolhido foi o eletrodo de hidrogênio, ao qual foi
convencionado que E~0 iH 1+1H 2 ) = O,OOV. Ele é composto por um tubo de vidro con-
tendo uma placa de platina imersa em uma solufão de íons H i+(aq) a 1 mol/L e 25 ºC,
na qual é injetado gás hidrogênio à pressão de 10 Pa (1 atm), conforme esquema abaixo.

tubo de vidro


para conter H 2 (g) .................. ··

H..
o:
.3

O eletrodo padrão de hidrogênio é ut ilizado


como referência para a determinação dos
p otenciais dos demais eletrodos.

Para determinar o valor dos demais eletrodos, montam-se pilhas em que um dos
eletrodos é o padrão de hidrogênio, e o outro será aquele com que se deseja deter-
minar o potencial em relação ao padrão.
• Quando o eletrodo padrão de hidrogênio func iona como ânodo, o hidrogênio (do
gás hidrogênio) é oxidado, aumentando a concentração de íons H 1+(aq) em solução.
1+
H 2(g)-2H (aq) + 2e-

Nesse caso, o outro eletrodo da pilha será o cátodo apresentando maior potencial
de redução.
E~ed(cátodo) > E~ed( H 1+IH 2 ) :. E:d(cátodo) > O,OOV.

• Se o fio de platina do eletrodo padrão de hidrogênio receber elétrons, esse eletro-


do será o cátodo, reduzindo os íons H+(aq) da solução em gás hidrogênio.
1+
2H (aq)+2e-- H 2 (g)

Nesse caso, o outro eletrodo da pilha será o ânodo apresentando menor potencial
de redução.

A ddp padrão de uma pilha


o o
A ddp padrão de uma pilha, representada por tlE , corresponde à diferença entre LI.E > O: reação
espontânea
os potenciais de redução dos eletrodos que a compõem, e pode ser calculada pela o
LI.E < O: reação não
seguinte equação:
espontânea
(eletrólise)
maior menor

A equação acima pode também ser escrita como:


tlEo o (.anodo) -
= Ered o (catodo
Ered , )
Dessa forma, as pilhas sempre terão valores das dd p padrão
maiores que zero, ou seja, tiE0 > O.
No caso da pilha de Danieff, as semirreações envolvidas e os va-
lores dos potenciais padrão de cada um de seus eletrodos podem
ser representados por:
o
Zn 2+(aq) + 2 e- - Zn(s) E,ect = - 0,76 V A pilha de Danielt
o apresenta uma
Cu 2+(aq) + 2 e-- Cu(s) Ered = +0,34 V ddp de 1.10 V.

Oxirredução 131

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Ao compararmos os potenciais padrão de redução dos eletrodos, verificamos que
o cobre apresenta potencial padrão de redução maior que o do zinco. Assim, nessa
célula galvânica, ocorrerá redução (cátodo) no eletrodo de cobre e ocorrerá oxidação
(ânodo) no eletrodo de zinco. Substituindo-se os valores dos potenciais na expressão
o ,
de .6.E , obtem-se:

.6.E0 = E~ed(cátodo) - E~ed(ãnodo)


o o o
.6.E = Ered(Cu) - E,ed(Zn)
o
.6.E =(+0,34) - (-0,76)
o
.6.E = + 0,34 + 0,76
o o
.6.E = +1,10 : . .6.E = +1 ,10V
o
.6.E > O caracteriza a espontaneidade de uma pilha.
A representação da pilha ficaria:

Zn(sl I Zn2 +(aq) 11 Cu 2+(aq) 1 Cu(s)

/ Atividade resolvida \
R5. As representações das equações globais e os cálculos das ddp padrão das demais
pilhas podem ser feitos da mesma forma que fizemos para a pilha de Daniel!. Assim ,
considere os potenciais padrão de redução do lítio e do alumínio.
1+ O
Li (aq) + e-- Li(s) E,ed = -3,05 V
Ae3+(aq) + 3 e- --+ Ae(s) E~ed = -1 ,66 V
o
Monte a equação global de uma pilha entre esses dois eletrodos e calcule sua .6.E .

O E!d é numericamente igual ao E~xi' porém com sinal contrário.

Li 1+(aq) + e---+ Li(s) E~ed =-3,0SV Li(s) - Li 1+(aq) + e- E~x;= +3,05 V

Resolução
Observando os potenciais padrão de redução, verificamos que o valor do potencial
padrão de redução do alumínio é maior que o do lítio. Assim, nessa célula galvânica
(pilha}, o alumínio deverá se reduzir e o lítio se oxidar. Logo:

oxidação 1+ o
Li(s) Li (aq) + e- E oxi = + 3,05 V
3+ redução o
Ai (aq)+3e- Al'.(s) Ered = - 1,66V

Nessas semirreações , vê-se que cada cátion recebe três elétrons e cada átomo de
lítio perde apenas um elétron. Assim, para balancear os elétrons envolvidos nessas
semirreações, deve-se multiplicar a semirreação do lítio por 3 e a do alumínio por 1.
O módulo do valor do potencial padrão é mantido mesmo que a semirreação seja
multiplicada ou invertida. Assim:

1+ o
Ânodo (- ): 3 Li (s)--+ 3 Li (aq)+3'-e:::. Eoxi = +3,05 V
3+ o
Cátodo(+): Ae (aq) + 3--e:::. --+ Ae(s) Ered = -1 ,66 V
3+ 1+ o
Reação global: 3 Li(s) + Ae (aq) --+ 3 Li (aq) + Ae(s) .6.E = +1,39 V

O diagrama dessa pilha pode ser representado por Li(s) 1 Li 1+(aq) 11Ae 3 +(aq) 1 Ae(s)

132

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Tabela de potenciais de redução de alguns eletrodos
Com base em vários experimentos, usando como referência o eletrodo padrão de
hidrogênio, foram determinados os potenciais de redução de várias espécies quími-
cas. A tabela a seguir fornece os principais potenciais e as semirreações de redução
em relação ao potencial padrão de hidrogênio, obtidos experimentalmente.

Semirreação de redução E~d (v)


F2 (g)+2e- ~ 1
2 F - (aq) +2,87
-


+-- -
Co3 +(aq)+e- ~ Co2+(aq) +1,81

1
Pb0 2(s)+so!- (aq)+4 H 1+(aq)+ 2e- ~ PbS0 4(s) + 2H 20 (e) +1,67
-
Mn0~- (aq)+8 H+(aq)+5e- ~ Mn2+(aq)+4H 2 o (e) +1,51
+ -
Au3+(aq) + 3e- ~ Au(s} +1,40
,_
c e2(g)+2e- ~ 2ce (aq) +1,36
1
2- 1+ 3+ t-- -
Cr 20 7 (aq) + 14 H (aq) + 6e- ~ 2 Cr (aq) + 7 H 20(e) +1,33
-
Mn0 2(s)+4H1+(aq)+2e- ~ Mn 2+(aq}+2H 20(e) +1,23

0 2 (g)+4H 1+(aq) + 4e- ~ 2H 20(e) +1,23


+-- -
Br 2 (!1.)+2e- -~ 2Br1- (aq) +1,09
+ -
2 Hg 2+(aq) + 2 e- ~ Hg;+(aq) +0,92
-
r Agi+(aq)+e- ~ Ag(s) +0,80
+-
Hg;+(aq) + 2e- ~ 2 Hg(s) + 0,79
-
Fe3 +(aq)+e- ~ Fe2+(aq) +0,77

12 (s)+2e- ~ 2 11- (aq) +0,54


1. -
Cu 1+(aq)+e- ~ Cu(s) +0,52
-
Cu2+(aq} + 2e- ~ Cu(s) +0,34

Sn4 +(aq)+2e- ~ Sn2+(aq) +0,1 5


t+ -
2H (aq)+2e- ~ Hh) 0,00
2+ -
1
Pb {aq) + 2 e- ~ Pb(s) 1
-0,13

Sn2+(aq)+2e- ~ Sn(s} - 0,14


-
Ni2+(aq)+ 2e- ~ Ni(s) - 0,23
-
eo 2+(aq)+2e- ~ Co(s) - 0,28

PbS0 4(s)+2e- ~ Pb(s)+so!- (aq) 1 - 0,36


1 ~

2+
Cd (aq)+2e- ~ Cd(s) - 0,40
-
Fe2+(aq)+2e- ~ Fe(s) -0,44

Cr3 +(aq)+3e- ~ Cr(s) - 0,74


1
-
Zn2+(aq) +2e- ~ Zn(s) - 0,76
-
Mn2+(aq) +2e- ~ Mn(s) l - 1,18

Ti2+(aq) + 2e- ~ Ti(s) -1 ,63


1.
3+ t-- -
Para todas as
AR.. (aq)+3e- ~ Al!.(s) -1,66
semirreações, a
2+
1
Mg (aq) + 2e- ~ Mg(s) 1
- 2,36 concentração das
espécies dissolvidas é
Na'+{aq)+e- ~ Na(s) - 2,71
t-- 1 mol/l a 25 ' C, e a
ea2+(aq) +2e- ~ Ca(s) - 2,87 pressão dos gases é
- 100000 Pa .
Ba2+(aq)+2e- ~ Ba(s) - 2,91

K 1+(aq)+e- ~ K(s) ' - 2,93


+-- Fonte de pesquisa: ATKINS. Peter:
Lii+(aq)+e- ~ Li(s) - 3,05 PAULA. Julío de. Físíco·Ouímíca.
8 ed. São Paulo: LTC. 2008. vol. 1.

Oxirredução 133

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Atividades ~~ Resolva as atividadas no caderno.

1. Leia o texto a segu ir: Justifique sua resposta observando o quadro de


potencial de redução.
[...] Leonardo da Vinci, artista e cientista fa-
moso, conhecido pelo seu quadro
Monalisa, descreveu claramen- Potenciais- padrão de redução
te a relação existente entre a o
Semirreação de redução E,,,iV)
combustão e a respiração,
concluindo que Onde uma cu2+(aq) +2e---+ Cu(s) +0,34
,-
chama não vive nenhum 0,00
2H 1+(aq) +2e- - H2 (g)
animal que respira pode 2+
viver. [..] Ni (aq) + 2 e- - - t Ni(s) -0,23
2+ - 0, 44
PBXOTO. Eduardo M. A. Elemento Fe (aq)+2 e---t Fe(s)
químico: oxigênio. Ouimica nova na
escola, São Pauto, n_ 7, maio 1998.
Disponível em: <http://qnesc.sbq.org.br/
online/qnesc07/elemento.pdf>. 5. (Unicamp -SP/Modificada) Um corpo metálico
Acesso em: 20 fev. 2016.
quando exposto ao ar e à umidade pode sofrer um
processo de corrosão (oxidação), o que pode deixá-
-lo impróprio para a função a que se destinava.
Com base nas informações do texto, responda:
a) Qual elemento químico da substância presen -
a) Uma das formas de se minimizar este proces-
so é a "proteção catódica": prende -se um
te na resp iração alimenta a chama?
"metal de sacrifício" no corpo que se deseja
b) Qual o significado da frase de Leonardo da
proteger do processo de oxidação. Suponha
Vinci em destaque no texto acima?
que você deseja fazer a proteção catódica de
2. O carbono, um elemento químico pertencente ao uma tubu lação em ferro metálico. Qual das
grupo 14 da tabela periódica, apresenta 4 elé - substâncias do quadro a seguir você usaria?
trons em sua camada de valência. Considerando Justifique .
esses dados, responda:
Potenciais-padrão de redução
a) Em compostos, qual o maior e o menor nú-
o
mero de oxidação que o carbono pode apre- Semirreação de redução E /volts
sentar?
F 2(g) + 2e- - - t 2 F1- (aq) +2,87
b) Determine o número de oxidação do carbono
nos compostos a seguir: Brie.)+ 2e- - 2Br1 - (aq) +1,08

C (grafite), CaC 2 , CCe 4 , CH 3 Ce e CaC0 3 Ag i+(aq) + e- --t Ag(s) +0,80

c/+(aq) + 2 e-- Cu(s) +0,34


3. {UFSCar-SP) O peróxido de hidrogênio dissolvido
L
1-

Ni2+(aq) +2e---+ Ni(s)

t
em água é conhecido como água oxigenada. O - 0,25
H 20 2 é um agente oxidante. mas pode também Fe 2+(aq) + 2 e---+ Fe(s) - 0,44
atuar como agente redutor. dependendo da rea-
ção. Na equação:
ri
_ _Mg2+(aq) +2e---+ Mg(s) - 2,37

KMn04(aq) + Hp2(aq) + H2 S0 4(aq) -


- MnS04(aq) + K 2S04(aq) + 02(9) + H20(e)
A soma dos coeficientes estequiométricos, após
o balanceamento, e o agente oxidante, são:
a) 26 e KMn O 4(aq) d) 24 e H 2 0 2 (aq)
b) 24 e KMn0 4(aq) e) 23 e 0 2(g)
e) 26 e H 2 0 2 (aq)
b) Uma outra forma de evitar a corrosão é a gal-
4. Em uma aula experimental foi so licitado a um vanização: deposita-se sobre o corpo metálico
aluno que determinasse, entre três recipientes uma camada de um outro metal que o proteja
metálicos de cobre (Cu), níquel (Ni) ou ferro (Fe), da oxidação. Das substâncias do quadro an-
qual deles poderia ser utilizado para armazenar terior, qual você usaria para galvanizar uma
uma solução aquosa de ácido clorídrico (Hce). tubulação em ferro metálico? Justifique.

134

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Pilha comum ou pilha seca ácida
4 O q ue devemos fazer com a pilha comum q uando ela d ei xa de fornecer
energi a ao apare lho eletrônico? A pilha descarregada dev!'l. ser encaminhada
a postos de coleta espec1f1cos.
Em 1866, o engenheiro francês Georges Leclanché (1839-1882) desenvolveu a
pilha seca ácida, pois até então só existiam pilhas que usavam soluções aquosas.
A reação da pilha seca ácida ou pilha de zinco-carbono é considerada irre-
versível. Assim, quando os seus reagentes forem consumidos, a pilha comum
deixa de funcionar. A estrutura da pilha seca ácida e a função de cada item
estão representadas no esquema a seguir.

O polo positivo da pilha, o


cátodo, em geral é uma barra
cilíndrica de grafite colocada
no meio da pilha, que se Georges Leclanché.
encontra envolvida por dióxido
de manganês (Mnü 2). carvào
em pó (e) e eletrólito, uma A chapa de zinco é separada
pasta úmida contendo água ···das demais substàncias por
(H 2 0), cloreto de amônia meio de um papel poroso.

(NH 4 Cl) e cloreto de zinco O esquema ~ustrado


.... cátodo (barra de grafita)
ê representativo. As
(znC!'-z). cores e proporções
dos elementos não
pasta de Mn0 2 , NH 4 Ce, ZnCi 2 são as reais.
A pilha seca áci da é forma da
e carvào em pó
por um envoltório (chapa) •· •·••·•
de zinco, que é o polo
negativo da pilha (ànodo).

Esquema de uma pilha


seca ácida (pilha comum).

O envoltório de zinco sofre oxidação durante o funcionamento da pilha (ânodo),


segundo a semirreação a seguir:

oxidaçào 2+
Zn(s)----) Zn (aq) + 2 e-

Os dois sais presentes no eletrólito têm caráter ácido, daí o nome pilha seca ácida.
Assim, os elétrons perdidos pelo zinco são conduzidos pela barra de grafite até o dióxi-
do de manganês, que é reduzido a trióxido de manganês, de acordo com a seguinte
semirreação:
+4 1+ reduçào +3
2 Mn0 2(aq) + 2 NH 4 (aq) + 2 e- Mnp 3(s) + 2 NH 3(g) + H20(!1.)

Somando-se as duas semirreações, tem-se a reação global da pilha seca:

2+
Ânodo(- ): Zn(s) --.Zn (aq) + "2'a:::.
1+
Cátodo(+): 2 Mn02(aq) + 2 NH4 (aq) + 2'8.::..- -t Mnp3(S) + 2 NH3(g) + H20( e)

Assim, a ddp inicial de uma pilha seca ácida é de 1,5 V, mas, durante o seu funcio-
namento, a amônia ( NH 3(g)) formada durante a semirreação de redução (cátodo) pode
envolver a barra de grafite, dificultando a passagem dos elétrons e diminuindo a volta-
gem da pilha.
Em geral, para que ela volte a funcionar, basta tirá-la do equipamento e deixá-la em
repouso. Dessa forma, o cátion Zn 2+(aq) formado durante a semirreação de oxidação
(ânodo) tende a reagir com a amônia, deixando a barra de grafite livre .

Oxirredução 135

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Quando o Mn0 2 (aq) for totalmente consum ido, a p ilha cessará seu funcionamento.
No entanto, mesmo não estando totalmente descarregadas, as pilhas não devem ser
mantidas dentro do aparelho porque o eletrólito continua a oxidar, podendo corroer
lentamente o envoltório da p ilha e consequentemente perfurá-lo, o que causaria vaza-
mento da pasta com eletrólito, que, além de tóxica, pode oxidar as partes metálicas
do equipamento.
A p ilha seca ácida ou pilha de zinco-carbono apresenta d iferença de potencial de
1,5 V, e pode ser usada em aparelhos eletrônicos, brinquedos, controles remotos e em
algumas lanternas.

5 Uma pilha comum nova que não esteja em uso está perdendo sua carga? Jus-
ti fique sua resposta. Sim. As substâncias em seu interior reagem entre si e dissipam
a carga armazenada. Contudo, a princípio, a velocidade dessas reações diminui
6. Resposta pessoal. quando a pilha é colocada na geladeira.
Espera-se que os
alunos já tenham Pilha seca alcalina
notado a existência da
p ilha alcalina. Quanto à 6 Entre as pilhas secas à venda, você já notou
d iferença entre esta e
a pilha seca comum, que existem as alcali nas? Você sabe o que
espera-se que eles diferencia a pilha seca alcalina da pi lha seca
saibam que a alcalina
tem maior durabilidade. comum?
Em 1880 foi desenvolvida a pilha seca alcalina, que recebeu esse nome em função
da natureza básica (alcalina) de seu eletrólito, uma mistura aquosa com aproximada-
mente 30% em massa de hidróxido de potássio (KOH(aq)). A estrutura da pilha seca
alcalina e a função de cada item estão representadas no esquema a seguir.

Rafael luís CiafDfl

O esquema ilustrado é
representativo. As cores e O ânodo da pilha alcalina é
proporções dos elementos .. cátodo (barra de grafita)
não são as reais. um f ino cilindro de aço
envol to po r zinco metálico ...... ,_
em pó, em contato com o · · eletrólito ( past a de Mn02 e KOH)
eletrólito KOH(aq).

.. absorvente/separado r
O cátodo apresenta anéis de dióxido
de manganês (MnOiCsl) revestidos ... ....... .
por uma camada de aço niquelado e .. invólucro de aço
um isolante de nylon.
.•· terminal -

r De acor do com as Esses eletrodos são Esquema de uma


Legislações mais separados por papel poroso. pilha seca al calina.
recent es e com a
resolução do
Conselho Nacional do
Meio Am biente
As semirreações e a reação global dessa pilha podem ser representadas por:
(CO NAM A), apenas as
pilh as fab ricad as de
Ânodo (- ): Zn(sJ + ~ - Zn( OH) 2(aq) + "2-s.::.
a cordo com o s l imites Cátodo(+): 2Mn0 2(aq)+H 20(f) + ~ - Mnp 3( s ) + ~
esta belecidos por l ei
de materiais tóxicos
podem ser
descartadas no lixo
comum e Levadas a As pilhas secas alcalinas não são recarregáveis e sua ddp é de 1,5 V. Assim, ten-
aterros san itários. dem a durar, em média, quase cinco vezes mais que as pilhas comuns, pois seu ele-
Para as outras pilhas,
trólito é melhor condutor e o pH alcalino d iminui o desgaste do eletrodo de zinco.
que não a t endem tais
Limites, são A princípio, essas p ilhas continham mais de 1% de mercúrio (Hg(e) ), chumbo (Pb(s)),
necessários cobre (Cu(s)), cádmio (Cd(s)} e níquel (Ni(s)) para evitar a corrosão do zinco. Como essa
tratamento e
mistura de metais é perigosa para a saúde humana, a partir de 1990 os grandes fabri-
d escarte especial, a
fim de r eciclá -las e cantes mundiais de pilhas passaram a produzi-las com quantidades mínimas de mer-
reutilizá - Las. cúrio ( < 0,02%).

136

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Outros tipos de pilhas As pilhas de níquel-c:ádmio apresentam
um problema c:onhec:ido por "efeito
Como alguns tipos de pilhas contêm metais pesados, seu descarte memória". Neste c:aso, a pilha dá sinal de
inadequado provoca danos ambientais. Nesse sentido, as pilhas recar- estar c:arregada totalmente, apesar de
regáveis são uma boa alternativa para diminuí-los. Entre elas, atualmen- não estar. Já as pilhas de níquel-metal-
te destacam-se as pilhas de níquel-cádmio. Além disso, desde 1990 ·hidreto não apresentam o "efeito
memória".
existem as pilhas de níquel-metal-hidreto e íons de lítio.
As pilhas de níquel-cádmio {Ni-Cd) são recarregáveis e apresentam
uma ddp de 1,3V. Elas podem ser usadas em eletrodomésticos, apa-
relhos sem fio, notebooks, telefones celulares etc. O eletrólito dessa
pilha é uma mistura de KOH e Niü(OH).
As semirreações e a equação global da pilha de Ni-Cd podem ser
dadas por:

Ânodo(-): Cd(s) + ~ - Cd (OH) 2(s) + 2-s::.



Cátodo(+): Ni02(s)+ 2H 2o(e) +2"-e:::.---tNi(OH)2(s)+ ~

Reação global: Cd(s) + Ni02(S) + 2 H2o(e) ---t Cd(OH)isl + Ni{OH)2(S) Pilha de níquel- cádmio.

As pilhas de níquel-metal-hidreto (NiMH) também são recarregáveis, suportando


maior número de recargas, e apresentam ddp 1,2 V. São usadas em telefones sem fio,
câmeras digitais e notebooks. As semirreações e a equação global desse tipo de pilha
podem ser dadas por:

Ânodo(- ): 2MH 8 b(s ) + ~- 2M(s)+~+2-e:::.


Cátodo(+): Ni0 2(s) + ~+2-e:::. - Ni(OH) 2(s) + ~ níq uel me tal-
-h idreto.
Reação global:

M é a liga absorvente e Hab' o hidrogênio absorvido.


As pilhas de íons lítio ou lítio-íon (Li -íon) são as pilhas recarregáveis
mais vantajosas do mercado, com maior capacidade de carga e maior
vida útil. Graças à baixa densidade dos materiais utilizados em sua fabri-
cação, elas são leves e apresentam potencial entre 3,0 e 3,7 V, podendo
ser empregadas em notebooks e celulares de última geração. Bateria de Lítio- íon.
7. Pilhas são formadas por um eletrólito e dois
eletrodos. Já as baterias são formadas por várias
Baterias ou acumuladores pilhas ligadas entre_si. As pilhas comuns não podem
ser recarregadas, Ja algumas baterias podem ser
recarregáveis.
7 Qual a diferença entre pilhas comuns e baterias?
Baterias são combinações de pilhas ligadas entre si. A primeira bateria de
automóvel foi desenvolvida em 1859 pelo físico francês Raymond Gaston Planté
(1834-1889).

Gravura de Raymond
Gaston Planté.

Primeira bater ia de armazename n to


prático, desenvolvida por Raymond
Gas ton Plan té.

Oxirredução 137

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A estrutura de uma bateria de automóvel e a função de cada item estão represen-
tadas no esquema ao seguir. Observe-o.
..... polo negativo
ligação em série-.,
···....

polo positivo ···.,.

placa de chumbo
.................... revestida por óxido de
Os esquemas ilustrados são chumbo IV
representativos. As cores e
propOíções dos elemen1os
não são as reais. · ····· pilhas de 2V cada uma

Esquema de uma
bateria automotiva.

Nesta bateria automotiva há 6 pilhas de 2 V, cada uma ligada entre si e em série,


fornecendo um potencial total de 12 V (mas a corrente elétrica é a mesma que a pro-
duzida por uma pilha de 2 V).
Nas baterias de automóveis, o polo positivo (cátodo) é formado por placas de
chumbo revestidas por óxido de chumbo IV (Pbü 2), e as placas de chumbo (Pb) são
ligadas ao polo negativo (ânodo), colocadas intercaladas e separadas entre si por ma-
terial plástico e mergulhadas em solução de ácido sulfúrico ( H 280 4 (aq)) a 30% (mim)
e densidade 1, 28 g/cm3 .
As semirreações que ocorrem nos eletrodos e a reação global que ocorre durante a
descarga de uma bateria com carga podem ser representadas por:

Ânodo(- ): Pb(s) + Hs o:- (aq) + ~ - PbS0 4{s) + ~ + 2'e.::.


Cátodo (+): Pb02(S) + Hso:-(aq) + ~ + 2-e.::. - PbSO 4(S) + ~

Reação global: Pb(s) + Pb0 2(S) + 2 HSO4 (aq) + 2 Hp (aq) -


,- 1+
2 PbSO 4's) + 4 H 20 e
( )

As reações de descarga das baterias automoti-


vas são espontâneas e podem ser reversíveis, ou
seja, é possível recarregá-las. A recarga (reação
inversa) não é espontânea, logo há necessidade
de passagem de corrente elétrica fornecida por
um gerador de corrente contínua, conforme apre-
sentado na fotografia ao lado.
Se a bateria do automóvel descarregar, tenta-se
dar partida no carro por meio de ligação direta en-
Ligação direta entre bateria de um carro
ligado e uma bateria descarregada.
tre a bateria de um carro ligado e a do que está
com a bateria descarregada.
Observe, ao lado, o sentido dos elétrons na
descarga e carga (recarga) de uma bateria auto-
motiva .
..··· ..··
descarga e-
• elétrons . , elétrons •
.......... -····· cátodo Pb0 2 anodo descarga) catodo catodo carga ) anodo
······ (espo ntâneo) (não espontâneo)
ânodo Pb_. ...

Esquema que representa


uma bateria com os sentidos
de carga e descarga .

138

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Células de combustível
Com o desenvolvimento tecnológico, muitas
inovações com o intuito de conservar o meio am-
biente têm sido desenvolvidas. Uma delas é a utili-
zação de células de combustível de gás hidrogênio
em veículos, como o apresentado na fotografia ao
lado.


8 Há vantagem ambiental no uso de hidrogên io
como combustível? Por quê?
As células de combustíve l convertem gases engenheiros estadunidenses.
hidrogênio (H 2 (g)) e oxigênio (0 2 (9)) em água Apresenta d imensàes de

(H 20(e.)), gerando eletricidade.


3 mm x 3 mm x 1 mm e poderá
substituir as baterias
convencionais de aparelhos
Veículo movido a gás hidrogênio sendo reabastecido em uma portáteis.
estação de abastecimento de hidrogênio.

8. Sim , pois, ao final do


processo químico, há
produção de água sem
O esquema a seguir representa o funcionamen - emissão de materiais
particulados e de gases
to de uma célula de combustível de hidrogênio. de efeito estufa.

O esquema ilustrado é
representativo. As c ores e
fluxo de fluxo de proporçàes dos elementos
elétrons·· ... : ....-elétrons
não são as reais.

hidrogênio H2 oxigênio (D O gás hidrogênio (combustível)


chega ao ânodo em que há 1+
+
.."'
5

!
.. 0
o
+
+.
oxidação, formando prótons H .

(j) Os elétrons liberados no ânodo são


transportados até o cátodo por meio
::."
~
o de um circuito elétrico, produzindo
corrente elétrica contínua.

ânodo· ............................. . @ No cátodo, chegam moléculas de gás


(ô o água
oxigên io que reagem com os prótons
1+

hmm,,a;\ _______ +...,..._ _ _ _ _....,..._ _ _ _ _ ___


H , que passaram pelo eletrólito, e
com os elétrons do circuito elétrico,
produzindo vapor de água e calor.
eletrólito
®
Funcionamento de célula de combustível de hidrogênio.

As semirreações que ocorrem nos eletrodos e a reação global das células de com-
bustível de hidrogênio podem ser representadas pelas equações:

Ânodo(- ): 2H 2(g) + ~ - ~+~


Cátodo(+): 0 2 (g) +~ + ~- ~

Reação global:

As células de combustíveis de hidrogênio atuais podem usar 90% da energia do


combustível consumido. Essas células podem ser usadas em algumas centrais de
produção de energia com potência reduzida (menor que 1O MW), em veículos movidos
a gás hidrogênio e em bicicletas e carros elétricos.

Oxirredução 139

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Eletrólise
A eletrólise é um processo de oxirredução não espontâneo provocado pela energia
elétrica proveniente de um gerador. Em geral, nos processos de eletrólise são util iza-
dos eletrodos inertes de platina ou de grafite.
Para a ocorrência de eletró lise, é necessária a presença de íons livres no sistema
Eletrodos inertes:
são feitos de materiais (célula eletrolítica), os quais podem vir por fusão de um composto iônico ou por ioni-
que não são rea tivos e ,
por isso, não participam
zação ou dissociação de alguns compostos em água. O esquema abaixo representa ,
da reação química. de forma simplificada, uma eletrólise.

Cátodo é o e letrodo ligado Ânodo é o eletrodo ligado


ao polo negativo do ao polo positivo do gerador.
gerador. Ocorre reduçào, na ........ . ........... _ Ocorre oxidaçào, na qual os
Os esquemas ilustrados são qual os elétrons chegam e elétrons saem, pois nele se
representativos. As cores e
proporções dos elementos os cátions se descarregam. descarregam os ânions.
não são as reais.

íons positivos (cátions) .. . Esquema de


e negativos (ânions) uma eletrólise.

Dependendo da forma como os íons se apresentam, a eletrólise pode ser ígnea


(fusão de um composto iônico) ou pode ocorrer em solução aquosa (ionização ou
dissociação de alguns compostos em água).

Eletrólise ígnea
A eletrólise íg nea (do latim igneus = ardente) é feita com o eletrólito na fase líquida,
ou seja, a substância iônica está fundida e em ausência de água. A célula eletrolítica
é feita de materiais que suportam altas temperaturas. Nela são co locados eletrodos
inertes que conduzem corrente elétrica, os quais geralmente são de platina e grafite.
Na indústria, a eletrólise ígnea é bastante utilizada para obter substâncias nas formas
simples atômicas (metais alcalinos, metais alcalinos terrosos, alumínio) e moleculares
(halogênios).
Vamos estudar a eletrólise ígnea do cloreto de sódio (Nace), um composto iônico
que apresenta alto ponto de fusão 801 ºC. Assim, tem-se:

NaCe(s) __tJ._ "' NaCe( e) diss_odaçào ) Na 1+ ( e) + c e,- (e)


801 º C 1onica 1 1
ío ns livres

O esquema a seguir representa a eletrólise ígnea do cloreto de sódio. Nesse expe-


rimento, conectou -se um gerador de corrente contínua em uma célula eletrolítica com
cloreto de sódio.
+ -

No polo positivo, os íons cloreto ( ce 1-(I'.)) migram


para o ânodo. Cada ânion cloreto doa um e létron, ânodo
l~
gerador de
cor rente contínua
No polo negativo, os íons
sód io (Na 1+(e)) migram para
cát odo o cát odo. Cada cát ion sódio
.......................... recebe um elétron, sofrendo
sofrendo descarga, e t ransforma-se em átomo de
cloro (ce). que em seguida se combinam dois a descarga, e transforma -se
do is e formam moléculas de gás cloro (cl'.
2 (g)),
e m átomo de sódio (Na(s)),
que se deposita na
sendo recolhido em um tub o adaptado ao s is tema. superfície do cát odo.
Cl'- Na"
cuba
Cl'- Na1• resistente
NaCl fundido ao calor

Eletrólise ígnea do cloreto de sódio.

140

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As equações das semirreações e a reação global de eletrólise ígnea do cloreto de
sódio podem ser representadas por:
o
Ânodo: Eoxi = - 1,36V
o
Cátodo: 2 Na1+(e) + 2-s:::.--+ 2 Na(s) E red = - 2, 71 V
Reação global: 2 c e,- (e) + 2 Na 1+ ( e) - ce 2 (g) + 2 Na(s) 6. E 0
= - 4,0?V

Nesse processo, observa-se a força eletromotriz e:.. E0 < O. Logo, trata-se de um pro-
cesso não espontâneo.
Na eletrólise ígnea da alumina, por exemplo, obtém-se o minério de alumínio, que é
a bauxita. uma mistura de óxido rica em óxido de alumínio di-hidratado (Ae 2 0 3 · 2 H2 0(sl).
Ao separar esse óxido das demais impurezas da bauxita, obtém-se a alumina
(At 2 0 3(s)), cujo ponto de fusão é 2 060 ºC. Dado o seu alto ponto de fusão, é neces-
sário adicionar a essa substância, durante o processo de fusão, um fundente especí-

fico, no caso, um tipo de fluorita conhecido como criolita, que é fluoreto duplo de
sódio e alumínio (3 NaF · AeF 3 (s) ou Na 3 Aff 6 (s)). Fundente: substância que
1 baixa o ponto de fusão de
Assim, a mistura de alumina e criolita funde-se a aproximadamente 1 OOOºC. outra substância.

M, O (s) criolita ) Af O (1:) dissociação> 2 AP.ª+(i:) + 302-(e)


2 3 E!/ 1000 º ( 2 3
a lumina fun dida

Quando a mistura de alumina e criolita fundida, em um recipiente de aço, for sub-


metida a um gerador de corrente elétrica contínua através dos eletrodos de carvão
grafite, tem-se o minério de alumínio. O esquema abaixo representa como ocorre a
eletrólise ígnea da alumina quando misturada com criolita. A obtenção de
l tonelada de alumínio,
gerador de pelo método de
eletrólise ígnea da
alumina , necessita de
pelo menos
O esquema iluslrado
eletrodo de é representativo.
4 toneladas de
carvão ligado ao As cores e proporções bauxita. O alumínio
pol? positivo dos elementos não
são as reais.
apresenta elevada
resistência mecânica e
à corrosão, baixa
densidade ( 2,7 g / cm 3 )
e , quando pulverizacfo,
pode ser utilizado
mistura de alumina como combustível de
revestimento de e criolita, fundida a lguns t ipos de
carvão Ligado ao ... foguetes e na
polo negativo
Eletrólise ígnea da produção de
alumina (misturada explosivos. Além
com criolita). disso, pode ser
aplicado na fabricação
de estruturas de
.....saída de
barcos, carrocerias
alumínio
alumínio fundido de automóveis,
fuselagem de aviões,
As equações das semirreações e a reação global de eletrólise ígnea da alumina portas, esquadrias,
janelas, portões,
podem ser representadas por: divisórias, coberturas
e fechamentos
Dissociação: laterais de algumas
Ânodo: construções civis,
revestimento de
Cátodo: embalagens etc.
Combustão: O alumín io é
infinitamente
reciclável.

Oxirredução 141

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Eletrólise em solução aquosa
Em soluções aquosas, além da presença dos íons do eletrólito, há íons provenien-
tes da água. A ionização da água pode ser representada simplificadamente por:

Hp(t:) - H1+(aq)+ OH 1- (aq)

A dissociação do soluto vai originar íon s. Dessa forma, pode-se ter mais de um tipo
de cátion e mais de um tipo de ânion na solução. Os cátions (H+) são provenientes da
água. Já os ânions (oH-) são provenientes da água.
Nos eletrodos, durante um processo de eletrólise em solução aquosa, há facilidade
de descarga de cátions e/ou de ânions. É necessário saber, então, quais os cátions
apresentam maior faci lidade de descarga em relação ao íon Hl + da água e quais os
ânions têm maior facilidade de descarga em relação ao íon OH 1- da água. O termo
descarga é usado como sinônimo de perda de carga elétrica, de modo que a subs-
tância se torne uma espécie eletricamente neutra.
Ao receber elétrons, o cátodo sofre descarga tornando-se uma espécie eletrica-
mente neutra.

Ao ceder elétrons, o ânion sofre descarga tornando-se uma espécie eletricamente


neutra.

Facilidade de descarga de cátíons


Quanto mais reativo o metal, maior será a sua tendência para ceder elétrons e me-
nor sua tendência para recebê-los. Como a eletrólise é um processo induzido (não
espontâneo), os metais menos reativos apresentam maior tendência para receber elé-
trons (facilidade de descarga) e menor tendência para cedê-los.

Facilidade de descarga de ânions


Quanto mais eletronegativo for o ânion, maior será sua tendência para receber elé-
trons e menor sua tendência para ceder. Como a eletrólise é um processo induzido
(não espontâneo), os ânions menos eletronegativos apresentam maior tendência para
ceder elétrons (facilidade de descarga) e menor tendência para recebê-los.
Com base nos resultados experimentais, foi elaborado um quadro que apresenta a
faci lidade de descarga dos cátions e ânions.

Cátions

Metais alcalinos
( Li 1+ , Na 1+, K 1+ , . . .)

Demais metais
Metais alcalinos terrosos

( Be 2+ , Mg 2+ , Ca2+, ...) ( Mn , Zn , Fe , N1.2+ , Cu2+, Ag 1+, Hg2+ , Au3+ , . ..)


2+ 2+ 2+

Alumínio ( Ae3 +)
Ânions

Ânions oxigenados
2- ,_ 3- Ânions não oxigenados ( Ct 1- . Br 1- , 11- )
( so4 , N03 , P04 , ceo31- • • • •) 0H
1-

Fluoreto ( F1- ) Hidrogenossulfato ( Hso:-)

142

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+
Na eletrólise de solução aquosa de cloreto de sódio (Nace(aq)), há:
• dissociação do eletrólito:

NaCe(aq) - Na1+(aq) + c e1- (aq)


• ionização da água:

H20(e) - Hi+(aq) + OH ,_(aq)

Ao compararmos os ânions ce ,_(aq) e OH ,_(aq), podemos verificar


que o ânion ce ,_(aq) apresenta maior facilidade de descarga. Assim, o
ânion ce 1- (aq) é a substância que migra para o ânodo e sofre oxidação.

Ânodo: 2 ce ,_(aq) - ce2(9) + 2 e-

Ao compararmos os cátions Na i+(aq) e Hi+(aq), podemos verificar que o cátion


j
j
Eletrólise aquosa
de cloreto de sódio . •
H1+(aq) apresenta maior faci lidade de descarga. Assim , o cátion H i+(aq) é a substância
que migra para o cátodo e sofre redução.

Cátodo: 2 H i+(aq) + 2 e---. H 2 (9)

Veja a seguir como a equação global da eletrólise em solução aquosa do cloreto de


sódio pode ser obtida.

Dissociação do eletrólito: 2 Nace(aq) - 2 Na1+(aq) + ~


Ionização da água: 2H 2 0(e) - ~ + 20H 1-(aq)
Ânodo: ~ - ce2(9) + 2-s:::.
Cátodo: ~ + 2-s:::. - H 2(g)

_______, _______,
soluçào cátodo ânodo

A eletrólise em solução aquosa do cloreto de sódio permite a obtenção de gás hidro-


gênio (HdgJ) no cátodo, de gás cloro (ce. 2 (9)) no ânodo e de hidróxido de sódio
(NaOH(aq)) em solução. A solução final dessa eletrólise é alcalina (solução básica),
pois há presença de íons hidroxila (oH 1- (aq)) nessa solução.
Na eletrólise em solução aquosa do nitrato de cobre li ( cu (N0 3 ))aq)). há:

• dissociação do eletrólito: cu (N0 3 ) 2(aq) - Cu2+(aq) + 2 Not(aq)

• ionização da água: Hp(e) --. H1+(aq) +OH1-(aq)

Ao compararmos os ânions NO~-(aq) e OH ,_(aq), podemos verificar que o ânion


1-
0H (aq) apresenta maior facilidade,_de descarga conforme pode ser visto no quadro da
página anterior. Assim , o ânion OH (aq) é a substância que migra para o ânodo e sofre
oxidação.

Ao compararmos os cátions Cu 2+(aq) e H1+(aq), podemos verificar que o cátion Cu 2 +(aq)


apresenta maior fac ilidade de descarga. Assim, o cátion Cu 2+(aq) é a substância que
migra para o cátodo e sofre redução.

Cátodo: Cu 2+(aq) + 2 e- - Cu(s)

Oxirredução 143

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Veja a seguir como a equação global da eletrólise em solução aquosa do nitrato de
cobre li pode ser obtida.

Dissociação do eletrólito: 2Cu(N0 3 ) (aq) --.~ + 4 NO~- (aq)


2
Ionização da água: ~ - 4H 1+(aq) + ~
Ânodo: ~ - 0 2(9) + ~+,t-s::.
Cátodo: ~+2t-e:::. --. 2Cu(s)

Reação global: 2Cu(N0 3 ) (aq) + 2Hp(t) - 4H 1+(aq)+4N O~- (aq) + 2 Cu(s) + 0 2(9)
2 -------- '--...--' '-.--'
solução cátodo ânodo

A eletrólise em solução aquosa do nitrato de cobre li permite a obtenção de cobre


metálico (Cu(s)) no cátodo, gás oxigênio ( 0 2 (g)) no ânodo e de ácido nítrico (HN0 3 (aq))
em solução. A solução final dessa eletrólise é ácida, pois há presença de cátions hi-
• . ( 1+ ) _ 9. Resposta pessoal . O objetivo dessa questão é conferir
drogamo H (aq) nessa soluçao. os conhecimentos dos alunos. Portanto, nào exija que
eles respondam precisamente. A técnica utilizada é a
, l" d eletroçleposiçào ou galvanoplastia.
El etro 1se com eletro os ativos:
galvanoplastia ou eletrodeposição metálica
9 Você já per cebeu que alg umas peç as com aparência metálica são, na verdad e,
de p lástico? Isso é possível graç as a uma t écnica. Você sabe como ela se chama?

A maçaneta com aparência metálica, mostrada na fotografia ao


lado, na verdade consiste em urna peça de plástico. Esse aspecto
que imita o metal é proveniente da galvanoplastia ou eletrodeposição
metálica. O termo galvanoplastia homenageia o cientista Luigi Galva-
ni (1737-1798) e se refere a urna técnica de revestimento metálico de
peças ou objetos que sejam condutores elétricos, colocando-os no
cátodo do sistema eletrolítico. Dessa forma, obtêm -se a douração, a
prateação, a cromação e a niquelação, por exemplo, melhorando assim
Maçaneta de veículo cromada. a aparência do material condutor, além de protegê-lo da corrosão.
Na galvanoplastia, o cátodo (eletrodo em que ocorre redução) é formado pelo
material condutor com que se deseja revestir. O ânodo (eletrodo em que ocorre
Revestindo finas oxidação) é formado por uma placa do metal que vai revestir o material condutor
lâminas de aço com o presente no cátodo, utilizando uma fonte de corrente contínua e o material para banho
m et al estanho, eletrolítico. O banho eletrolítico é uma solução aquosa e deve apresentar cátions do
obt êm-se as folhas
de flandres ,
metal da placa anódica.
utilizadas na Podem ser usados diferentes metais para
fabricação de l atas
revestir urna peça. Se o revestimento for de
para armazenar
diversos alimentos e níquel, dá-se o nome de niquelação ou ni-
outros produtos. quelagem; se for de crómio, cromação ou
cromagem; se for de ouro, douração, entre
outras possibilidades. A galvanoplastia con-
fere ao material condutor revestido carac-
terísticas diferentes quanto à condutividade
elétrica e à resistência a variações de tem-
peratura.
Objetos revestidos por
folhas de flan dres. Em uma reação espontânea, o polo posi-
O ferro com a tivo é o cátodo e o negativo é o ânodo,
dep os ição de zinco enquanto em uma reação não espontâ-
metálico é nea é o contrário. Ou seja, em uma reação
industrialm ente não espontânea, o cátodo é o polo negativo,
conhecido como f erro Peças de um motor de motocicleta que passaram
galv anizado.
e o ânodo, positivo.
pelo processo de cromação.

144

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/ Atividades resolvidas\
R6. Na figura a seguir, há um esquema de eletrólise, em que se deseja dourar um anel
feito em alumínio. fluxo de elétrons
~

cátodo


âno do
placa d e ... ...- ane l de alumínio (Af) para
o uro (Au) ··· ser re vestido de ouro

solução de nitrato de
Es q uema de ele trólise para
ou ro 111, ( Au( N0 3 ) 3 ) dourar um anel de alumínio.

O anel é ligado ao polo negativo da bateria (cátodo da eletrólise) e uma barra feita de
ouro é ligada ao polo positivo da bateria (ânodo da eletrólise). Em seguida, os metais
são parcialmente imersos em um banho eletrolítico composto por uma solução de
nitrato de ouro Ili (Au (Nü 3 ))aq)) .
Represente as semirreações que ocorrem nesses eletrodos ao passar corrente elétrica
pelo sistema.
Resolução
Ao passar corrente elétrica pelo sistema:
no ânodo: ocorre oxidação do ouro e a placa desse metal é consumida.
ânodo: Au(s) - Au 3 +(aq) + 3 e-
no cátodo: ocorre redução do cátion ouro Ili, havendo deposição sobre o anel de
alumínio (condutor).
cátodo: Au 3 +(aq) + 3 e-__, Au(sl
R7. A corrosão dos metais, particularmente a do metal ferro, resulta em grandes prejuízos
econômicos para a sociedade. Assim , para protegê-los, pode-se utilizar a técnica da
proteção catódica. Já vimos que a ferrugem se inicia com a oxidação do ferro
( Fe(s) - Fe2+(aq) + 2 e-) em contato com o ar úmido. Na técnica da proteção catódi-
ca, para reverter a oxidação, pode ser usado um eletrodo de sacrifício ou " metal de
sacrifício". Para isso, coloca-se em contato com o objeto de ferro outro metal que possa
oxidar no lugar dele (ou liga de ferro, como o aço), daí o termo "metal de sacrifício".
Com base nisso, responda: qual dos metais do quadro a seguir pode ser usado como
metal de sacrifício? Justifique sua resposta.
Potencial padrão de redução (volt)
,2+ .
N1 (a q) + 2 e- __. N1(s) -O, 23

Fe2... (aq)+2 e- - Fe(s) - 0,44

2+
Mg (aq) + 2 e- - - Mg(s) - 2, 36

Resolução
Ao observar o quadro de potenciais padrões de redução, tem-se a seguinte re lação de
tendência de redução: níquel > ferro > magnésio. Assim, se colocarmos níquel em
contato com o objeto de ferro, ele será reduzido e fará que o ferro se oxide, pois apre-
senta maior potencial padrão de redução. Entretanto, se colocarmos magnésio em
contato com o objeto de ferro, ele se oxidará porque apresenta menor potencial pa-
drão de redução. Assim, ao ligar urna peça de ferro ao metal magnésio, tem-se uma
célula galvânica (pilha), em que o ferro é o cátodo (reduz) e o magnésio é o ânodo
(oxida). Logo, em contato com o ar úmido, o magnésio pode ser usado como metal de
sacrifício para um objeto de ferro.

Oxirredução 145

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Aspectos quantitativos de eletroquímica
Nos processos eletroquímicos, sejam celas galvânicas (pilhas) ou celas ele-
trolíticas (eletrólise), o número de elétrons liberados pelo ânodo é igual ao nú-
mero de elétrons que chegam ao cátodo.
Em 1834, o cientista britânico Michael Faraday (1791 -1867) estabeleceu a
relação entre o número de elétrons transferidos e a quantidade de matéria
da espécie que se oxida ou reduz. Para entender essa relação, veja o exern-
pio a seguir. 2+
Ni (aq) + 2 e----. Ni(s)

Nesse exemplo, podemos ver que 2 mol de elétrons provoca a redução de


mol Ni 2+(aq) para 1 mol de Ni(s). Dessa forma, a quantidade de urna substân-
cia produzida é proporcional ao número de mol de elétrons que passa pelo cir-
cuito eletroquímico.
Michael Como a carga elétrica de um elétron é igual a 1, 6 · 1O- 19 C e 1 mol de elétrons cor-
Faraday.
responde a 6, 02 · 1023 elétrons, é possível calcular a quantidade de carga transporta-
da pela passagem de 1 mol de elétrons pelo circuito.
23 -19 4
6,02.10 .1,6 - 10 e~ 9,65·10 e
4 .
Logo, 9, 65 · 10 C ou 96 500 C representa a quantidade de carga transportada por
1 mol de elétrons. Essa quantidade de carga é denominada constante de Faraday.
Assim, tem-se:
transporta corresponde
1 mol de elétrons - - - - 96 500 C - - - - 1 faraday ou 1 F

6, 02 . 102 3 elétrons

A quantidade de carga Q, expressa em coulomb (C), está relacionada com a inten-


sidade de corrente elétrica i, expressa em ampere (A), e o tempo t, expresso em se-
gundo (s). A expressão que relaciona essas grandezas é:
o= i-t
Podemos calcular a massa de cobre depositada quando houver passagem de
38600C de circuito eletrolítico de urna solução aquosa de sulfato de cobre li (cuS0 4 (aq)).
Para isso, consideremos 1 F = 96 500 C e massa molar do cobre = 64 g/mol.
Fazendo-se a dissociação do sal, tem-se:
cuso 4 (aq) ---. Cu 2+(aq) + s o!- (aq)
Cu 2 +(aq) + 2 e- --+ Cu(s) (eletrólise)

2 mol e- - - 1 mol Cu(s) Isolando-se o valor de m:


2 . 95500 e - - - 64 g 38600Z · 64 g
m = - - - - - - - => m = 12,8 g de Cu(s)
38600C---m 2 · 96500Z

/ Atividade resolvida \
fl8. Em geral, o magnésio é obtido industrialmente a part ir da eletrólise íg nea do cloreto
de magnésio (Mgce 2 ) . Determine o volume (medido nas CNTP) de gás produzido no
ânodo dessa eletrólise após 1h20min com intensidade de corrente contínua igual a 48,25 A.
Dados: volume molar de um gás nas CNTP = 22,4 L/mol;
massa atômic a do Mg = 24 u.
Resolução
Inicialmente deve- se determinar a quantidade de carga
elétrica Q que passou pelo circuito. Sabendo então que
1h20min = 60 . 60 + 20. 60 = 4800 s
Q = i · t => Q = (48,25 A)· (4 800 s) => Q = 231 600 C Roda de veículo feita de magnésio.
>
146

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> Considerando-se as semirreações eletrolíticas.
Semirreação catódica: Semirreação anódica:

2 mal e-_ _ 1 mal 1 mal _ _ 2 moie-


2 . 96 500 e __ 24 9


22,4 L _ _ 2 - 96500 C
231600 c __ m v _ _ 231500 e

Isolando-se o valor da massa m: Isolando-se o valor do volume V:

231 600~ · 24 g 22,4 L - 231600.e' ~V= 26 88 L de Ci


m= 2 . 96500 ,e' ~ m = 28, 8 g de Mg V=
2 · 96 500 ,e' ' 2

Química em foco

Protecão dos metais


)

Como já vimos neste capítu lo, há prejuízos associados à corrosão metálica, um


processo químico espontâneo, especialmente sob o ponto de vista econômico.
Portanto, são necessários alguns cuidados com a manutenção do metal e, quando
for o caso, é preciso substituí-lo se estiver oxidado. Entre esses cuidados, há téc-
nicas eficientes de proteção metálica, em que geralmente se empregam reações
de oxirredução. Veja, a seguir, algumas dessas técnicas e os profissonais nelas
envolvidos.

r ······--·······--------········----------·· ··· ··----------- ·····------------ ···· ·····------··········--------·--··-------------······----------·--·


1 Os profissionais da indústria naval e dos estaleiros usam metais de sacrifício para
construir embarcações metálicas ou fazer reparos em seu casco. Em geral, o
casco dessas embarcações é constituído de ferro, ou de uma liga de ferro, o qual
permanece em contato direto com a água e com o ar, fazendo que haja corrosão
espontânea, tanto no casco quanto em outras partes metálicas da embarcação.
Portanto, para protegê-los, é comum usar pastilhas de metais com potencial de
oxidação superior ao do ferro. Com essa finalidade, geralmente usa-se o zinco
porque ele apresenta um maior potencial de oxidação que o ferro, de maneira que
o zinco se oxidará protegendo da corrosão o casco da embarcação.

ra:·;~-~~;~~-~-~~-~·~;~~~~-~;~~~;~·-~;~~~i~-~~--~~-~-~·-····· '. .'... .


revestimento metálico de joias e outras peças
cuja constituição ou revestimento conduz
eletricidade. Entre esses revestimentos,
destacam-se: a niquelação, a cremação, a
cupreação e a douração. O processo de
galvanoplastia ou eletrodeposição consiste na
passagem de corrente elétrica sobre uma peça
submersa em solução eletrolítica, resultando na
redução e na deposição de um metal sobre a Profissional separando
superfície da peça. A eletrodeposiçâo permite um d isco de coore (à
melhorar o acabamento estético e evita a esquerda), a partir de um
disco de níquel após o
corrosão da peça.
processo de ga lvanização.

Oxirredução 147

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Atividades ~~ Ri,s,o\va as atividades na caderno.

6. Observando a fotografia a seguir, explique como


Os esquemas ih.Jstrados são
se forma a coloração azul-esverdeada no telhado representativos. As cores e
de cobre da Catedral da Sé. proporções não são as reais.

Cu Mg

Catedral da
Sé, Localizada
na cidade de
,.
soluçào de Esquema para oxirreduçào. solução de s ulfato
Sào Paulo,
sulfato de cobre de magnésio
fotografada
em 2010. a) Qual metal se oxida?
7. (Enem/MEC) b) Qual metal se reduz?
Eu também podia decompor a água, se fosse e) Indique o sentido dos elétrons.
salgada ou acidulada, usando a pilha de Daniell d) Qual das lâm inas sofre corrosão?
como fonte de força. Lembro o prazer extraordi- e) Escreva as semirreações de oxidação e redu-
nário que sentia ao decompor um pouco de ção.
água em uma taça para ovos quentes, vendo-a f) Escreva a reação global da pilha.
separar-se em seus elementos, o oxigênio em g) Escreva o diagrama dessa pilha.
um eletrodo, o hidrogênio no outro. A eletricidade
h) Qual o valor da ddp da pi lha?
de uma pilha de 1 volt parecia tão fraca , e no
entanto podia ser suficiente para desfazer um 9. (Enem/MEC) A eletrólise é muito empregada na
composto químico, a água ... indústria com o objetivo de reaproveitar parte
SACKS. O. Tio Tungstênio: memórias de uma infância química.
São Paulo: Cia. das Letras. 2002.
dos metais sucateados. O cobre, por exemplo,
é um dos metais com maior rendimento no pro-
O fragmento do romance de Oliver Sacks relata
cesso de eletrólise, com uma recuperação de
a separação dos elementos que compõem a
aproximadamente 99,9%. Por ser um metal de alto
água. O princípio do método apresentado é uti-
valor comercial e de múltiplas apl icações, sua
lizado industrialmente na:
recuperação torna- se viável economicamente.
a) obtenção de ouro a partir de pepitas.
Suponha que, em um processo de recuperação
b) obtenção de calcário a partir de rochas . de cobre puro, tenha-se eletrolisado uma solução
e) obtenção de alumínio a partir da bauxita. de sulfato de cobre li (CuS0 4 ) durante 3 h, empre-
d) obtenção de ferro a partir de seus óxidos. gando-se uma corrente elétrica de intensidade
e) obtenção de amôn ia a partir de hidrogênio e igual a 10 A. A massa de cobre puro recuperada
nitrogênio. é de aproximadamente:
Dados: Constante de Faraday F = 96 500 C/ mol;
8. Utilizando a tabela de valores de potenciais de re-
Massa molar do cobre = 63, 5 g/mol.
dução, apresentada na página 133, e os dados da
ilustração seguinte, responda. a) 0,02 g.
Dados: Potenciais padrões de redução b) 0,04 g
o e) 2,40 g.
Cu 2+(aq) + 2 e- - Cu(s) E = + 0,34V d) 35,5 g.
2+
Mg (aq) + 2 e- - Mg(s) Eº= - 2,36V e) 71,0 g.

148

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10. Considere que em um experimento hipotético para 1) Indique a sequência de montagem da pi lha,
exemplificar a diferença entre eletrólise ígnea e identificando as placas 2, 3 e 4.
eletrólise em solução aquosa, utilizou-se duas li) Escreva a equação da semirreação co rres-
celas eletrolíticas, conforme a ilustração a seguir. pondente ao eletrodo formado pela placa

ô~ onde ocorre depósito metálico.

-- ~ Os esquemas
ilustrados são
representativos. As
cores e proporções
não são as reais .
-- ~ Ili) Identifique a placa onde será conectada a
extremidade do fio correspondente ao polo
positivo da pilha.


IV) Identifique a placa de feltro contendo a so-
lução onde ocorre aumento da concentração
de íons positivos .
.............. ...............,
.
,

; ~ .....
1
H'+
Cf
1-
ce I- Pesquise sobre as porcentagens mínimas de
cada componente em uma pilha ou bateria para
que seu descarte no lixo comum seja adequado.
Quais tipos de danos esses componentes podem
causar ao meio ambiente caso a pilha seja des-
cartada indevidamente?
cela 1 cela li
Esquema para eletrólise ígnea e aquosa. 13. (Unicamp-SP) Uma alternativa promissora para os
motores de combustão são as celas de combus-
Na cela 1, foi colocado cloreto de magnésio fun -
tível que permitem, entre outras coisas, rendi-
dido(MgCt2jfundido)) e, na cela 11 , uma solução
mentos de até 50% e operação em silêncio. Uma
aquosa de c loreto de magnésio (Mg Cl 2 jaq)).
das mais promissoras celas de combustível é a
Que material se forma no cátodo de cada uma
de hidrogênio, mostrada no esquema seguinte:
dessas celas? Justifique sua resposta.
········- motor e lé trico
11 . (UFRJ) Um experimento utilizado no estudo de
eletroquímica consiste em empilhar uma placa
de cobre e uma placa de zinco, e duas placas de
feltro, uma embebida em solução padrão de sul-
fato de cobre, e outra em solução padrão de reagente - ....

sulfato de zinco. Esse experimento tem o objetivo Célula de


de produzir energia para acender uma lâmpada X y combus tíve l
de baixa voltagem. com hidrogênio.
produto - .. ··· . ...... produto
Potenciais padrões de redução:

Cu 2+lcuº Eº = +O, 34 V membrana polimérica


permeável a H1+
Zn 2+ lznº Eº = - 0, 76 V Nessa cela, um dos compartimentos é alimen -
tado por hidrogênio gasoso e o outro, por oxi-
placa 1 (Cobre) gênio gasoso. As semirreações que ocorrem nos
eletrodos são dadas pelas equações:
placa Z ânodo: H 2 (g) - 2 H 1+(aq) + 2 e-
, 1+
placa 3 catodo: 0 2 (g)+2H
(aq) + 4e- - 2H 2 0(e)
a) Por que se pode afirmar, do ponto de vista
químico, que esta cela de combustíve l é "não
po luente"?
b) Qual dos gases deve alimentar o comparti-
Esquema de montagem de uma pilha.
mento X? Justifique.
e) Que proporção de massa entre os gases você
Com base no esquema apresentado, responda usaria para alimentar a cela de combustível?
aos seguintes itens: Justifique.

Oxirredução 149

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Oficina de Química ~
Pilha cítrica

~ /Ponto zero
Como já vimos, as pilhas são sistemas em que reações espontâneas de oxirredução convertem
energia química em energia elétrica. Atualmente existem vários equipamentos movidos a esse
sistema ·A queima de combustíveis fósseis, termoelétrica, eólica, nuclear e
· hidroelétrica são algumas formas de geração de energia elétrica.
• Além das pilhas, quais outras formas de obtenção de energia elétrica você conhece? ·
Em razão da diferença de potencial entre dois materiais presentes em um mesmo sistema con-
dutor, quando eles entram em contato entre si, tem-se o fluxo ou o movimento de elétrons de
forma ordenada. Esse movimento ordenado de elétrons é denominado corrente elétrica, a qual
acaba promovendo o funcionamento de vários equipamentos, como relógio de pulso, celular, lan-
terna, MP3, entre outros.
Na pilha de Daniel!, há reação espontânea de oxirredução entre os eletrodos de zinco e cobre,
produzindo, assim, energia elétrica.
Com base nesse conhecimento, você acredita que seria possível ligar uma calculadora utilizan-
do limões, parafusos, pedaços de fios e moedas de 5 centavos? Veja a seguir como fazer esse
experimento.

Ol}3 / Materiais
• 1 limão grande
• 1 placa de zinco de aproximadamente 2 cm de largura e 8 cm de comprimento
• 1 pedaço de fio sólido e grosso de cobre
• 2 fios de cobre de aproximadamente 30 cm cada ou 3 cabos com garra "jacaré"
• faca ou estilete
• calculadora ou voltímetro
• palha de aço ou lixa de papel
• alicate desencapador de fio

~/Mãos à obra

@ Desencape aproximadamente 5 cm de cada uma das extremidades dos dois fios de cobre.

@ Aperte os limões liberando um pouco do sumo. Com o acompanhamento de um adulto,


use uma faca para fazer dois cortes pequenos na casca dos dois limões, próximo às suas
extremidades.

© Fixe uma das extremidades de um dos fios de cobre em


uma das extremidades da p laca de zinco. Para isso,
enrole a parte desencapada do fio na placa.

@ Repita o procedimento C com o outro fio de cobre na


placa de cobre.

© Introduza a extremidade livre da placa de zinco em uma


das extremidades do limão. Em seguida, introduza a
extremidade livre da placa de cobre na outra extremida-
de do limão.

150

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® Conecte a extremidade livre do fio fixado na placa de zinco ao conector
preto (negativo) do voltímetro, ou no conector negativo da calcu ladora.

@ Repita o procedimento anterior com a extremidade


livre do fio fixado na placa de cobre. conect ando-a
no terminal vermelho do voltímetro (positivo). ou no
conector positivo da calcu ladora.

(D
Observe o que aconteceu com o voltímetro (ou com
a calcu ladora) após realizar o procedimento G.

Se, após a leitura sobre a montagem do experi -


mento ainda houver dúvidas, observe atentamente
a fotografia a seguir com o esquema montado.

t} Após o e)(perimento, descarte o
limão usado no experimento em
[i)(o comum ou orgânico. As
placas de zinco e cobre e as
extremidades dos fios de cobre
devem ser lavadas com âgua e
sabão e, em seguida, secas e
armazenadas para serem
utilizadas em outro experimento.

D Caro aluno, para a sua


proteção, durante
esse experimento é
adequado usar jaleco
de mangas compridas,
óculos de proteção,
calças compridas e
tênis fechado. Cuidado
com o manuseio do
alicate, ao desencapar
o fio, e da faca, ao
perfurar as duas Esquema da
extremidades do pilha cítrica.
limão.
Após manusear o
limão, lave bem as
mãos com água e
sabão.

l imão

2. Semirreaçào de oxidação: Zn(s)- - Zn2+(aq) +~ânodo (- )


Semirreação de redução: Cu2+(aq) + z-s:::- Cu(s) cátodo(+)
W/ Para pensar Reação global: Zn(s) + Cu2+(aq) ___. Zn 2+(aq) + Cu(s)
1. Nesse experimento, identifique o cátodo e o ânodo da pilha cítrica.
Cátodo: moeda ou plac a de cobre; ânodo: parafuso galvanizado, placa de zinco ou clipe.
2. Em seu caderno, equacione as semirreações e a equação global dessa pilha.
3. Escreva em seu caderno o diagrama da pilha montada na oficina . Zn(s) lzn 2~(aq) 11 cu 2...(aq) 1 Cu(s)
4. O interior do limão se comporta como um meio eletrolítico ou não eletrolítico? Em seu ca-
. .. O interior de cada limão, ou outra fruta cítrica, funciona como meio
derno, JUSt1f1que sua resposta. eletrolítico, conduzindo corrente elétrica. Isso é possível por causa da
presença de íons livres (ionização do ácido cítrico} no sumo dessas frutas .
5. Se trocássemos o eletrodo de Zn por Fe, a eficiência da pilha diminuiria ou aumentaria? Quais
outros metais poderíamos usar para obter resultado semelhante?
Nesta questão, os alunos devem consultar a tabela de potenciais presente na pagina 133 para responder e interpretar
os valores . Assim, nem sempre o zinco, por exemplo, vai ser o ãnodo, porque ele depende do outro metal na reação.

Oxirredução 151

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44·i!iii9iii•Miiiitf~ ---·~~-~-~ti·~~-~ã~--d~-~l·á~~-i-~~--······························································
V
Conhecendo
Você já deve ter reparado que alguns objetos têm aparência
metálica, mas ao tocá-los percebemos que são feitos de outro
material, como o plástico. Isso é passivei graças a processos de
eletrodeposição. O plástico (copo límero) que costuma ser
usado é o ABS, sigla para acrilonitrila butadieno estire·
no ((c 8 H8 · C 4H 6 · C 3 H3 N)J . Esse tipo de plástico é escolhido
para o processo de eletrodeposição porque passa a ser condu -
tor elétrico por meio de tratamentos físicos e químicos .
O ABS metalizado pelo processo de eletrodeposição é co-
mum em indústrias automobilísticas, moveleiras. de acessórios
sanitários e de equipamentos eletrônicos.
Em relação a uma peça metálica, a de plástico metalizado
apresenta vantagens por causa da redução de massa, faci litan-
do, assim, o seu transporte e a quantidade de energia gasta no
processo de metalização.
Copolímero: é uma macromolécula (pollmero) fo rmada pela adição de unidades Peças e m ABS metalizadas pelo
1
sucessivas de moléculas diferentes, e cac:la uma é denominada monômero. processo de e letrodeposiçã o.

Estudando
O processo de metalização do ABS pode ser dividido em duas etapas: a química e a eletrolítica.
A fase química consiste na preparação do plástico para que ele conduza corrente elétrica.
Inicialmente, as peças em ABS são limpas e polidas. Em seguida, são colocadas em tanques
com soluções ácidas, entre elas a de ácido crômico (H2 Crü 4 ), as quais oxidam o butad ieno
(C4 H6 ) e dão origem a microporos na superfície da peça. A seguir, são encaminhadas a um t an-
que com solução de íons de paládio (Pd 2 +). que em contato com o ABS se reduzem, preenchen-
do os microporos da superfície do plástico.
Depois, as peças são encaminhadas para a última etapa da fase química, conhecida como
revestimento por níquel químico. Nela, inicia-se a deposição de níquel a partir dos pontos de pa-
ládio presentes na superfície do copolímero, estendendo-se por toda a superfície da peç a. Essa
fina película metálica é capaz de conduzir corrente elétrica.
A próxima fase refere-se à eletrolítica , cujo propósito é revestir as peças com camadas metáli-
cas pelo processo de eletrodeposição (galvanização), conferindo-lhes maior resistência mecânica
e química, além de apresentar melhor acabamento estético.

Peça de p lástico ABS antes do p rocesso de metalização. Peça d e p lástico ABS após o p rocesso de m etalização .

152

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O processo de eletrodeposição consiste em
mergulhar a peça em um banho eletrolítico a
fim de que, por meio da passagem de corrente
elétrica, os íons metálicos presentes na solução
se depositem sobre ela, criando finas camadas
metálicas que revestem toda a superfície. Em
geral, esse revestimento é feito com camadas
de cobre, níquel e um acabamento final em
cromo.
Objetos feitos de diferentes materiais, como
madeira, tecido, gesso e resina, podem ser
metalizados. A técnica pode ser empregada
também na restauração de artefatos metálicos,
como talheres, fechaduras , troféus e antiguida-
des. Existem profissionais que oferecem serviços
de metalização de objetos utilizados na infân-
cia, como chupetas e sapatinhos para serem Fotografia do tanque onde ocorre o banho eletrolítico,
guardados de lembrança. uma das etapas do processo de metalízaçào.

Colher de metal deteríorada por


uso e oxidação.

Fotografia de
sapatos de bebê
que passaram
pelo processo de
Colher de metal após a eletrodeposiçào de met a lizaçào.
uma camada de prata.
*Durante o
processo de
Na metalização de objetos da infância, deposita-se uma camada de cobre. O objeto acobreado '!1~dtalização, 0
act o crom1co
apresenta acabamento em bronze, ficando enrijecido como uma peça de metal, sem perder libera névoas
tóxicas que
características originais, como textura e marcas deixadas pelo uso. A metalização, de forma geral, devem ser
pode se apresentar em tons de bronze, prateado e dourado. retiradas do
local com a
ajuda de
2. O cromo hexavalente é tóxico, pois em contato com o ser humano desencadeia exaustores e
Conversando processos de irritações e de corrosão. Segundo especialistas, se for inalado ele ainda filtros. Em
pode ser carcinogênico. • seguida,
1. Escreva em seu caderno a semirreação de redução do paládio. Pi+(aq) + 2 e- - Pd(sJ ~ee;~;d!~r

2. A solução de ácido crômico (H2 Crü 4 ) está presente nas etapas de oxidação do butadieno e ~~~~ii:;~nte
na cromagem do ABS. Essa solução ácida é fonte de crômio hexavalente (cr6+) . Com base liberadas para
o meio
nisso, pesquise sobre os danos que esse íon pode causar aos técnicos em metalização e ambiente. o
à população, bem como as ações preventivas que as indústrias desse ramo podem tomar ~~~1~~ª~~0
a esse respeito. Registre essas informações no caderno. deáve usar
m searas
3. Por que as indústrias estão substituindo algumas peças de metal por peças de ABS metali - ~~~~~~:~~ver
zadas? Peças de plástico têm custo menor de produção, de energia próximo aos
e de transporte, além de serem mais leves que as metálicas. tanq~es ql!e.
4. Se você fosse metalizar algum objeto para guardar de lembrança qual seria? Por quê? ~~;:~0 ~. acido
Espera-se que os alunos citem objetos que de certa forma marcaram alguma etapa de suas vidas. ·
**Como já foi explicado, as soluções de crômio hexavalente ( Cr6 +) devem ser reduzidas para crômio trivalente ( Cr3 +) .
Após esse tratamento químico, podem ser descartadas no meio ambiente. Isso diminui os riscos de Oxirreduçào 153
contaminação do solo e da água, pois o crômio trivalente é um íon mais estável que o hexavalente.

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Atividades complementares .·······.
.
·. ............. ................................................................. _...· §
~ª R@sa lva as atividades na caderno

1. Observe as duas fotografias seguintes. Após o a) Em qual dos eletrodos, A ou B, se depositará


corte dessa maçã verde, uma parte sua escure- cobre metálico purificado? Justifique.
ceu (coloração marrom), enquanto outra parte b) A intensidade da cor azul é diretamente pro-
manteve-se clara. Proponha uma possível justi- porcional à concentração de Cu2+ na solução.
ficativa para explicar esse ocorrido . Com base nesta informação e no processo
de purificação descrito, responda se ao final
do experimento a intensidade da cor azul terá
aumentado, permanecido igual ou diminuído
em relação à cor inicial. Justifique.

4 . (UFG-GO)
HAGAR CHRIS BROWN€
Maçã clara .

Observando a tira, responda:


a) Após inúmeras chuvas, os cavaleiros ingleses
Maçã escura. terão dificuldade para abrir seus elmos de
ferro. Por meio de equações químicas, expli-
2. Determine o número de oxidação dos halogênios que esse fato.
em cada uma das substâncias a seguir. b) Suponha a seguinte situação: o elmo de um
a) NF 3 e) Br 2 dos cavaleiros, o suserano, é adornado com
b) ce2 0 3 d) Nal0 3 rebites de ouro, enquanto o do outro, seu
vassalo, com rebites de zinco. Curiosamente,
3. (Unicamp-SP) Um processo de purificação de após inúmeras chuvas, um dos elmos emper-
cobre metálico consiste em passar uma corrente
ra mais que o outro. Explique o porquê.
elétrica por uma solução aquosa de sulfato de
cobre 11, de cor azul, durante um determinado Potencial padrão de eletrodo
intervalo de tempo. Nesta solução são mergu -
lhados dois eletrodos de cobre metálico, sendo
j Zn 2+ + 2e-~ Zn Eº = - 0, 76 V
um de cobre impuro. No transcorrer do proces-

~
so o cobre metálico vai se depositando sobre
um dos eletrodos, ficando livre das impurezas.
O desenho a seguir mostra esquematicamente
J Fe2+ + 2e·,;====, Fe E° = + 0, 44 V

a situação no início do processo.


Au3 + + 3e- ~ Au Eº = +1,SOV

O esquema
ilustrado é
representativo.
As cores e
5. (Unicamp-SP) Uma aplicação bastante moderna
proporções dos diz respeito à utilização do vid ro em lentes fotos-
elementos não
são reais. sensíveis empregadas na confecção de óculos de
cloreto de prata e cristais de cloreto de cobre 1.
Quando a luz incide sobre a lente, ocorre uma
solução de s ulfa to
reação de oxidação e redução entre os íons clo-
··de cobre li
reto e os íons prata, o que faz com que a lente
Purificação de
cobre metálico.
se torne escura. Os íons cobre 1, também por
uma reação de oxidação e redução, regeneram

154

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os íons cloreto consumidos na reação anterior, 8. Utilizando os dados contidos na ilustração a se-
sendo que a lente ainda permanece escura. Ao guir, responda:
ser retirada da exposição direta à luz, a lente
torna-se c lara, pois os íons cobre li, formados
na reação de regeneração dos íons cloreto, rea-
gem com o outro produto da primeira reação.

a) Escreva a equação química que descreve o


escurecimento da lente.
Esquema que
b) Qual é a espécie química responsável pelo representa
escurecimento da lente? uma pilha .

e) Escreva a equação química da reação que


a) Escreva as semirreações de oxidação e redução.
possibilita à lente clarear. Qual é o agente
b) Escreva a equação que representa a reação
oxidante nesta reação?
global da pilha.
6. Considere a eletrólise do cloreto de potássio (Kc e.), e) Qual é a notação (d iagrama) usada para re -
em solução aquosa. Responda: present ar est a pi lha?
a) O pH da solução durante o processo de ele- d) A p ilha é um processo espontâneo ou não
trólise f icará const ante? Justifique sua res- espontâneo?
posta.
9. (UFC-CE) Revestimento metálico de zinco sobre
b) Durante a eletrólise, o que deve ocorrer com ferro é obtido pela redução de íons Zn2+ a partir
a coloração d a solução ao adicionar fenolfta- da eletrólise de uma solução aquosa contendo
leína à solução inicial? estes íons.
a) Considerando que ferro e zinco fo rmam um
7. (Unicamp-SP) Na pilha de Daniell (veja esquema
par galvânico, indique, a partir dos valores de
adiante) oco rre a reação:
potencial padrão de eletrodo, fornec id os a
Zn(s) + Cu2 +(aq) - Zn2+(aq) + Cu(s) seguir, que met al atuará como ânodo e que
met al atuará como cátodo neste par galvâni-
t'.i:) 3 co . Justifique sua resposta em função dos
Os esque mas
ilustrados são
valores de potencial padrão de eletrodo for-
representativos. As necidos. Dados:
cores e proporções o
dos e lementos não Zn2+(aq) + 2 e---. Zn(s) Erect =- 0 , 76 V
são reais.

..... ···-compartimento A Fe 2+(aq) + 2 e- - Fe(s) E: d = - O, 44 V


b) Considerando que, em uma célula eletrolítica,
_....... ..... .... compar timento B
a intensidade de corrente elétrica para a re-
•·· ·· ···· · ··· · mate rial po roso dução de íons Zn 2+ va ria com o tempo, de
•.•....•...... ..... .... cobre metálico acordo com o gráfico a seguir, determine o
número de mol de zinco metálico reduzido sobre
o ferro. Dado: Assuma que um mol de elétrons
corresponde a uma carga de 96 500 C.

Intensidade de corrente
········· ····· ·····zinco m e tálico elétrica de célula eletrolítica
Esquema da i/Ampéres
pilha de Oa niell. 2,0
N
;"-..
1,5
Qual das substâncias a seguir, dissolvida em e
~
.<!
,3 1,0
~
água, você escolheria para colocar no compar-
j
t imento B a fim de que a pilha possa p roduzir
!~ 05
eletricidade? Justifique: ' 1
;
List a: HCi, z nce., CuS0 4, H2SÜ4, Na2S0 4, 1,, 0,0
0,5 1,0 1,5 2,0
t/horas I
PbS0 4 , ZnS0 4 s
=~

Oxirredução 155

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Lixo eletrônico precisa de destinação diferenciada
Lixo Eletrônico é todo resíduo material produzido pelo
descarte de equipamentos eletrônicos. Com o elevado
uso de equipamentos eletrônicos no mundo moderno,
este tipo de lixo tem se tomado um grande problema am-
biental quando não descartado em locais adequados.
Este descarte é feito quando o equipamento apresenta
defeito ou se toma obsoleto. O problema ocorre quando
este material é descartado no meio ambiente. Como pos-
sui substâncias químicas como chumbo, cádmio, mercúrio
e berílio em sua composição, pode provocar contamina-
ção de solo e água.
Além de poluir o meio ambiente, essas substâncias
químicas podem provocar doenças graves em pessoas
que coletam produtos em lixões, terrenos baldios ou na
rua. Esses equipamentos são compostos também por
grande quantidade de plástico, metais e vidro. Materiais
que demoram muito tempo para se decompor no solo.
[....]
UXO eletrônico precisa de dest.lação <iferenciada. O Serrano, 12 fev. 2016. LocaL DisponM!I O descarte incorreto de lixo eletrônico pode
em: <WWW.osarrano.com.búview.asp?tipo=Local&id=41046>. Acesso am: 12 !ev. 2016. provocar uma série de problemas à saúde humana.

Efeitos dos elementos químicos no corpo humano As ~LJ:Strações são representativas.


As cores e as proporções dos
elementos não são reais.

........ . ... 4 Pb/ Hg/ As/ Ba/ Af 48 82

Cr/ Zn
Cd Pb
Cádmio Chumbo

,.
Cd/ Be/ As/ Cr/ Ni/Zn
'- 112.41 207.20

·······-···
......... .. Pb/ Zn

..... .... . • Cd/ Pb/ As/ Cr


Cádmio: pode provocar Chumbo: por ser muito
descalcif icação óssea, tóxico, mesmo em baixas
Pb/ Cr/Ni/Ba
lesôes nos rins e afetar concentrações, é
os pulmôes. Apresenta prejudicial ao cérebro e
Cd potencial cancerígeno. ao sist ema nervoso. Pode
a fe t ar o sangue, os rins e
o s istema digestório.

29 311 r 13

Cu Zn AP..
Cobre Zinco Alumínio
63.55 65,38 26.98

Cobre: pode causar Zinco: pode causar Alumínio: está


intoxicações e tosse, fra queza, associado ao
afetar o fígado. arrepios, febre, favorecimento da
náuseas e vômito. ocorrência do mal
de Alzheimer.

156

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Os equipamentos eletrônicos apresentam diversos elementos químicos em sua composição.
Em um telefone celular, por exemplo, podem ser encontrados mais de 40 elementos químicos. De
forma geral, esses equipamentos contêm quantidades pequenas desses elementos em sua com -
posição, principalmente nos materiais que constituem plásticos e alguns metais, porque assim não
agridem diretamente a saúde humana. Entretanto, o descarte incorreto
desses equipamentos e o seu depósito em locais inadequados resul-
tam em alterações ecológicas que prejudicam, direta ou indiretamente,
a vida e o bem-estar do ser humano. Isso danifica tanto os recursos


naturais quanto impede algumas atividades econômicas.
Veja as respostas das questões desta seção nas Or ientações para o professor.
a) Cite alguns riscos associados ao descarte incorreto de lixo ele-
trônico ou tecnológico.
b) Pesquise sobre a recic lagem do lixo eletrônico e escreva, em seu
caderno, as principais etapas desse processo.
e) Em sua região, existem postos de coleta de lixo eletrônico? Para
responder a essa questão, em grupos, pesquisem a respeito de
alguma organização que realiza a coleta, a reciclagem e o des-
carte correto desses materiais.
d) Ainda em grupos, promovam uma campanha de conscientização
sobre o descarte correto de pilhas e baterias. Para isso, criem
cartazes informativos e coletores específicos. Ao final dessa
campanha, encaminhem o material coletado para uma organiza-
ção que realize a destinação correta desse tipo de material.

33 24 80
As Cr Hg
Arsênio Crômio
74.92 52.00 ~ 200.59

Arsênio: acumula-se Crômio: acumula -se nos Mercúrio: pode provocar


nos rins, fígado e pulmões, na pele, nos lesões em diversos tecidos ,
pulmões, podendo m úsculos e tecido em especial alguns tecidos
causar doenças de pele adiposo, podendo causar cerebrais. Há relatos
e no s istema nervoso anemia e afetar o fígado médicos que associam a
central. Apresenta e os rins. Possui malformaçào de fetos
potencial cancerígeno potencial cancerígeno durante a gravidez à
(câncer pulmonar). (câncer pulmonar). contaminaçào por mercúrio.

r 56 " 28

Ba Ni
Bário
137,33 9.01 58,69

Bário: pode elevar a Berílio: desencadeia Níquel: apresenta


pressâo arterial e reações indesejáveis potencial cancerígeno,
causar alterações em nosso organismo, podendo irritar os
severas no sistema as quais podem pu lmões e ainda
nervoso central, provocar inúmeras acarretar problemas
além de problemas doenças, entre elas o no fígado e no sangue.
cardíacos. câncer de pulmão.

Oxirredução 157

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Inúmeros foguetes, com missões espaciais tripuladas,
são impulsionados ao espaço por gases expelidos de
motores que produzem uma "fogueira" superpotente e tec-
nologicamente controlada. Essa propulsão é capaz de tirar to-
neladas de matéria do repouso e acelerá-las, vencendo o cam-
po gravitacional até atingir a altitude predeterminada.
A propulsão química de foguetes ocorre por meio de reações
entre combustível e oxidante, o que gera grande quantidade de
energia e gases à alta pressão. Esses gases se expandem e
pressionam as paredes da câmara dos propelentes, provocan-
do o empuxo que faz o foguete se locomover. Geralmente, as
temperaturas do local em que ocorrem essas reações variam
entre 2 000 e 4 000 ºC, e seus produtos são ejetados por um
bocal, o que pode levar o foguete a velocidades em torno de
1 800 e 4 300 m/s (velocidade supersônica).
Em várias missões, os EUA utilizaram ônibus espaciais aco-
plados a foguetes. A fotografia retrata um dos lançamentos do
ônibus espacial Discovery, cujo comprimento médio é 37 m (aproxi-
madamente três vezes o comprimento de um ônibus convencional).
Ele percorreu cerca de 238 milhões de km (mais que a distância
entre a Terra e o Sol), pôs em órbita o telescópio espacial
Hubble, contribuiu para a construção da Estação Espacial Inter-
nacional (ISS) e transportou duas centenas de tripulantes em
suas 39 missões. Depois de quase três décadas, o Discovery en-
contra-se exposto no Museu Aeroespacial do Instituto Smithsonian,
na capital americana, Washington, D.C.
Veja as respostas destas questões nas Orientações para o professor.
@ Os foguetes de propulsão química são os meios mais uti-
lizados para colocar objetos em órbita ao redor do planeta.
Em sua opinião, esses propelentes são todos gasosos?

@ Os gases emitidos pelo escapamento de um automóvel


influenciam diretamente na direção do movimento? Justifi-
que sua resposta.

© Nos foguetes em geral, os gases emitidos influenciam no


movimento? Explique sua resposta.

@ As missões espaciais são muito importantes para o desen-


volvimento científico e tecnológ ico. Releia o texto sobre o
ônibus espacial Discovery e converse com os colegas
sobre a importância dele para os seres humanos.

lançamento do 6nibus espacial


americano Dlscovery em 1984, hoje
em exposição no Museu Nacional
~Smlthsonlan. npita.
de~O.C.

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A quantidade de calorias
dos alimentos
Assim como os foguetes e os automóveis. nós também precisamos de energia tan-
to para desenvolver as atividades cotidianas quanto para manter sempre o nosso cor-
po em funcionamento. Mesmo quando estamos parados ou dormindo, gastamos
energia para manter as funções vitais, como a respiração e os batimentos cardíacos.
A. É riecessário saber a
quaritidade de eriergia Para isso, os alimentos são a nossa principal fonte de energia.
díária de acordo com
suas tarefas. É possível A propriedade energética dos alimentos é proveniente dos processos metabólicos
obter esta informação que apresentam diversas etapas, entre elas, a absorção e a oxidação. Esses proces-
em postos de saúde,
com a ajuda de sos ocorrem na digestão, na absorção dos alimentos, na oxidação biológica dos nu-
médicos e
riutrícioriistas. trientes e por oxirredução, da qual se obtém a energia necessária. Se o corpo estiver
B. A atívídade muscular, com excesso de alimentos, ele armazena energia de diversas formas, uma delas é a
que pode sofrer
variações de acordo
gordura. Em muitos casos, para manter a massa corpórea ideal, as pessoas praticam
com as atividades de atividades físicas e desenvolvem a educação alimentar. No entanto, não são recomen-
cada pessoa. A
ativídade muscular dadas atitudes radicais em nenhum dos procedimentos a fim de se adaptar aos pa-
constarite e equilibrada drões estéticos impostos pela mídia, pois a tendência é associar beleza e bem -estar
contribui para reduzir a
quaritidade de gordura ao corpo extremamente magro.
do orgariismo.
C. Resposta pessoal.
Espera-se que os
@ Como saber a quantidade certa de energia que cada pessoa necessita diaria-
alunos consumam mente?
alimentos tipicamente
brasileiros e que @ Em geral, qual tipo de atividade é considerada a principal para gastar energia?
comentem sobre arroz.
feijão e carne como os
alimentos que fornecem
© Você costuma comer alimentos que constituem um prato típico brasileiro? Você
mais energia. sabe quais desses alimentos fornecem mais energia e quais fornecem menos?

160

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~ O poder calórico dos alimentos 3. Espera-se que os alunos respondam que essas informações
indicam a energia que consumimos ao ingerir determinada
porção daquele alimento.
1 Você já observou que as embalagens de Informação nutric ional
muitos alimentos contêm uma tabela nutri- Porção de 200 m l (1 c:opo)
cional, como a do leite integral pasteurizado
. Resposta Quan tidade por porção %VD (•)
do tipo C apresentada ao lado? pessoal.
Espera-se que os alunos já tenham observado. Valor energético 90 kcal e: 377 kJ 4,5
2 O que as informações contidas nessa tabe-
la indicam? A informação nutricional do alimento. Carboidratos 10 g 3
t--- + --!
3 Você sabe para que servem essas informa- Proteínas 6 ,0 g 8
ções?
Gorduras totais 3,0 g 5
4 Você tem o hábito de ler essas informações
Gorduras trans 2,0 g 9


em algum alimento para comparar com as
de outros alimentos? Gorduras saturadas Og

Gorduras m onoinsaturadas 0,7 g


A alimentação adequada consiste em ingerir o
que realmente é necessário para levar energia ao
interior das cé lulas dos seres vivos . Sendo assim,
Gorduras poliinsaturadas 0,1 g
..
Colesterol 12 mg
é preciso saber diferenciar alimentos e nutrientes.
Quanto a isso devemos saber: as substâncias li- Fibra alimentar Og o
!--- - - ---1

gadas à promoção do crescimento e à produção Sódio 130 mg 5


+
de energia, utilizada nas funções vitais do organ is- Cálcio 240 mg 24
mo, são os alimentos; já os nutrientes referem-se
~% d os valores c:om base em uma dieta de 2 000 kcal ou 8372 kJ. Seus
às substâncias presentes nos alimentos que são valores diários podem ser maio res ou menores dependendo de suas
utilizadas pelo organ ismo como carboidratos pro- necessidades energéticas... vo não estabelecido.
, . , . . . ' . . . ' 4. Resposta gessoal. Espera-se que os alunos digam que s im,
te1nas, l1 p1d1os, sais m1nera1s e v1tam1nas. Sabendo pois esse há ito é importante na busca por alimentos mais
saudáveis para suas refeições.
disso, passamos a admitir que a alimentação deve ser um ato consciente e voluntário,
ao passo que a nutrição se caracteriza como um procedimento inconsciente e involun - A relação entre o
tário. Os carboidratos. lipídios e proteinas contidos nos alimentos possuem energia joule e a calo r ia é
armazenada em suas ligações químicas, a qual é possível ser medida. Para isso, tem- 1 cal= 4 ,186 J. Como
a cal oria é uma
-se o joule (J), a unidade de energia do Sistema Internacional (SI). Entretanto, quando unidade muito
se faz referência à energia contida em determinado alimento, essa energia geralmente pequena, é comum
é expressa em caloria (cal). utilizar um de seu s
múltiplos, a
5 A unidade de energia joule consta na tabela de informações nutricionais do leite quilocaloria (kcal).
integral pasteurizado do t ipo C. Portanto, observe-a a fim de indicar qual é a Assim ,
energia armazenada em uma porção de 200 ml de leite (equivalente a um copo). 1 kcal = 1 000 cal.
Autó tr ofo: organismo
Em geral, 1 caloria indica a quantidade de energia suficiente para aumentar em 1 ºC
capaz de produzir seu
a temperatu ra de 1 g de água. Mas como o calor específico da água não é constante próprio alimento com
compostos inorgânicos e
ao variar sua temperatura, padronizou-se que 1 cal corresponde à energia trocada uma fonte de energia.
quando a massa de 1 g passa de 14,5 para 15,5 ºC.

Os seres autótrofos utilizam a energia solar


para converter gás carbônico e água em glicose,
no processo conhecido como fotossíntese. Esta
reação pode ser simplificadamente representada
por:
energia
sol ar
6 C0 2(g) + 6 H 20 (t) ~ C 6 H 120 6 (aq) + 6 0 2(g)
A glicose produzida é a principal fonte de ener-
gia dos seres autótrofos, e parte da energia solar
utilizada na fotossíntese é armazenada na forma
de energia quím ica nas ligações entre os átomos
das moléculas de g licose.
Representação da fotossíntese de um vegetal.
5. Em média, a energia é de 377 kJ. Informe aos alunos que kJ é um múltiplo da unidade de medida joule e corresponde a
1000 J . Assim, em um copo com leite há 377 000 J de energia armazenada.
Termoquímica e cinética química 161

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Os seres heterotróficos não produzem seu próprio alimento, por isso necessitam
Heterotrófico:
organismo incapaz de consumir fontes energéticas, como as proteínas, os carboidratos e a glicose. No me-
produzir o próprio
alimento e que se nutre
tabolismo animal, ocorre a combustão da glicose em nível celular, liberando a energia
de outros seres vivos. necessária às funções básicas do ser vivo.

energia liberada

A cada 1 mol de glicose (180 g) consumido na


Nutrie nte Valor calórico combustão, são liberados 2 815, 8 kJ de energia.
..
10

A energia armazenada por cada 1 g de alimento

...ª Lipídios 9,3 kcal/g 38,9 kJ/g


é denominada valor calórico. Os nutrientes são
formados por substâncias que apresentam ener-
• gia química armazenada e, em geral. os seus valo-
,. Carboidratos 4,1 kcal/g 17,1 kJ/g res podem ser expressos como os que aparecem
• no quadro ao lado. Esses valores foram determi-

.. Proteínas 4,1 kcal/g 17,1 kJ/g nados experimentalmente com um aparelho deno-
minado calorímetro.
)1

O esquema abaixo representa de forma simplificada o funcionamento de um calo-


rímetro.

.···
,, •'

termômetro ô~
O esquema
ilustrado ê
vaso representativo.
calorimétrico As cores e
proporções não
são reais.

água ......................... ..
..................... gás m<igênio

Esquema representando ,............................. amostra

Calorímetro. um calorímetro.

Faz-se a combustão da substância a ser estudada e mede-se a quantidade de calor


liberada nesse processo. A medida da quantidade de calor é dada pela variação de
temperatura 6.T da água que circunda o recipiente em que ocorre a combustão.
A quantidade de calor cedida ou recebida é dada por Q =m · c · 6.T , em que:
• Q é a quantidade de calor (liberada);
• m é a massa do corpo;
• e é o calor específico do material que constitui o corpo que sofrerá combustão;
• 6.T é a variação de temperatura (6.T = T final - Tiníciail·
Sob o ponto de vista bioquímico, de acordo com as suas propriedades, os alimentos
podem ser classificados em: energéticos, estruturais e reguladores.
Os alimentos energéticos são aqueles que mantêm a temperatura corpórea em ní-
vel celular, liberando energia para as reações químicas. Os nutrientes presentes nes-
ses alimentos são os carboidratos, os lipídios e as proteínas. Os lipídios são armaze-
nados nas células adiposas (adipócitos), sendo as principais substâncias de reserva
energética. Apesar de possuírem alto valor calórico, juntamente com as proteínas, eles
possuem outras funções no organismo, sendo considerados energéticos secundários
porque tendem a ser absorvidos após a ingestão dos carboidratos. Por fim, os carboi-
dratos são nutrientes energéticos primários, degradados pelas enzimas presentes nos
seres vivos.

162

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Os alimentos estruturais desempenham um papel importante na
proteção do organismo, pois atuam na reparação, no desenvolvi-
mento e no crescimento de tecidos lesados. Seus nutrientes são as
proteínas, os lipídios, os sais minerais e a água.
Os alimentos reguladores atuam no aumento da velocidade das
reações bioquímicas que ocorrem no organismo. Os seus nutrientes
são os lipídios essenciais, os aminoácidos, os sais minerais, as fi-
bras e as vitaminas.

Prato com a rroz, feijào,


batata frita e carne.


Química em foco

Saúde nutricional
Uma dieta equilibrada com combinação de carboidratos, proteínas e gorduras
saudáveis é essencial para um ganho de massa muscular capaz de repor a energia
e os nutrientes de que o organismo necessita. As informações nutricionais nos rótu-
los dos alimentos apresentam o valor calórico de determinada massa do alimento,
bem como as massas de seus principais componentes (proteínas, gorduras. fibras e
outros micronutrientes) e o valor diário de referência (o percentual da porção do
alimento referente ao valor diário indicado como referência no rótulo). A seguir, apre-
sentamos alguns profissionais que diariamente usam seus conhecimentos sobre va-
lor calórico, composição e consumo adequado dos alimentos.

O nutricionista é o profissional de saúde que


desenvolve competências para promover uma
vida saudável aos seus pacientes. indicando
para isso uma alimentação adequada. Ele atua
na assistência e na educação nutricional tanto
no aspecto individual quanto no coletivo. Em seu
cotidiano, ele usa seus conhecimentos sobre a
composição dos alimentos e os valores calóri-
cos associando às características de cada indi-
víduo e às suas atividades diárias. O nutricionista
planeja, supervisiona, analisa e avalia dietas,
atua em gerenciamento de projetos VOitados ao Nutricionista atendendo uma paciente.
desenvolvimento de produtos alimentícios, faz
solicitações de exames laboratoriais e prescreve
suplementos nutricionais para complementar a
dieta de seus pacientes.
O engenheiro da área alimentícia participa do
processo de produção de alimentos industriali-
zados e também atua no controle das matérias-
-primas. nos procedimentos de estocagem e na
qualidade dos produtos. Além disso, ele pesqui-
sa e analisa novas tecnologias para obter ali-
mentos mais saudáveis, com maior vida útil e
com valores nutricionais mais adequados ao
consumidor. Esse tipo de profissional apresenta
capacidade técnica para desenvolver métodos
de reciclagem e reaproveitamento dos alimentos
de origem animal e vegetal, minimizando assim Engenheiro de alimentos atuando
os desperdícios de alimentos. na indústria.

Termoquímica e cinética química 163

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Termoquímica
A área que estuda o calor envolvido nas reações químicas é a Termoquímica. Nosso
estudo se iniciará com o detalhamento dos diversos processos que envolvem troca de calor.

Processos endotérmico e exotérm ico


João aqueceu leite sobre a chama d e um fogão . Antes de ingeri-
-lo, ao segurar a xícara, percebeu que estava muito aq uecido. João
então acrescentou um pouco de leite que estava na geladeira, até a
temperatura ficar ideal para ser consumido.
6 Explique o que ocorreu para que João sentisse o calo r do
leite ao tocar a xícara . O calor do leite foi transferido para a xícara
e, em seguida, foi transferido para as màos de João.
7 O q ue é calor? Calor é a energia térmica que transita de um corpo
com maior temperatura para outro com menor temperatura.
Pessoa adicionando Leite gelado a uma xícar a 8 Em sua opinião, o que aconteceu com a temperatura do leite
com Leite quen te. aq uecido após a adição do leite que est ava na geladeira?
8. Espera-se que os Quando João adicionou leite a uma temperatura inferior aq uele que estava na xícara,
alunos respondam que
a mistura atingiu a ambos ficaram com a mesma temperat ura. Quando dois ou mais sistemas que este-
temperatura que João
julgou ideal para beber. jam em temperaturas diferentes são colocados em contato, ocorre troca de calor entre
Se dois ou mais eles até atingirem a mesma temperatura, havendo assim equi líbrio térmico entre eles.
sistemas estão a
temperaturas diferentes Quando um sistema troca energia térmica com o ambiente, essa energia em trânsito é
e são colocados em
contato, ocorre troca de chamada calor. Já se uma reação química que libera ou absorve energia na forma de
calor entre eles,
atingindo ambos a calor ocorrer em um ambiente com pressão constante, o calor é denominado entalpia H.
mesma temperatura, ou
seja, há equilíbrio Em geral, ao ocorrer uma reação química em um sistema, há variação da quantida-
térmico. de de energia, a qual é denominada variação de entalpia t.H. Essa variação é deter-
minada pela diferença entre a entalpia dos produtos e a dos reagentes.

jEm um sistema pode


ocorrer variação de t.H = Hprodutos - H,eagentes
entalpia sem que
ocorra reação Quando um sistema troca energia com o meio, ele pode fazê -lo po r liberação de
quím ica. Um exemplo calor (processo exotérmico) ou por absorção de calor (processo endotérmico). Es-
disso é a mistura de ses processos podem ser físicos e/ou químicos.
leite aquecido com
leite que estava na 9 Cite um exemplo de processo exotérmico e um de processo endotérmico na
geladeira. Nesse situ ação apresentada no início desta pág ina.
caso, essa variação é
dada pela diferença Os processos químicos envolvem reações químicas, assim, por extensão, temos
entre as entalpias reações exotérmicas e endotérmicas, que tendem a variar a entalpia do sistema. As
dos estados final e variações de entalpia do sistema reacional t.H podem ser representadas graficamen-
inicial. Assim, tem-se:
te. Veja os g ráficos abaixo.
t.H = H ostado - Hos tado
final inicial
Processo exotérmico Processo endotérm ico

Entalpia (H) Ental pía (H}


9. Processo
exotérmico: leite
liberando calor para a
xícara; leite aquecido
liberando calor para o
leite adicionado que ~~---~-------1----- H, ------------ , - - - - -
estava na geladeira.
Processo endotérmico:
leite sendo aquecido lé.H < O
'
em um recipiente que
está sobre a chama do
fogão; xícara aquecida ~ ---------------- ~-----~-----------
pelo leite; mào
aquecida pela xícara;
leite que estava na Caminho da reação Caminho da reação
geladeira aquecido
pelo que estava na
xícara. Processo exotérmico: t.H < O Processo endotérmico: t.H > O

164

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Em Termoquím ica, ao representar a equação de uma reação química, em geral in-
forma-se o estado físico de cada participante (reagentes e produtos) e a variação de
entalpia do sistema.
Exemplos: - 571 ,6 kJ
11. - - - ' - - - = - 285,8kJ/mo1Hp ( e)
2mol H20(e)
1 kcal ___ 4,186 kJ
ou, em kcal: X _ _ _ 285,8 kJ
=
X - 68,3 kcal

10 A entalpia dos produtos dessa reação é maior ou menor que a dos reagentes?
J ustifi que sua resposta. A entaJpia dos pro~fotos ~ menor que a dos reagentes, pois a


varraçao de entalp1a t:.H e menor que zero. Trata-se de uma
reação exotérmica.
Essa equação pode ser ainda representada com a variação de entalpia embutida na
equação da reação.

Observe que, nesse caso, como a reação é Variação de entalpia embutida


exotérmica, a variação de entalp ia aparece nos em uma reação exotérmica
produtos. pois o calor é liberado. Veja ao lado
Entalpia (H)
uma representação gráfica dessa reação.

11 Qual é o valor da variação dessa reação em


kJ/ mol e em kcal/mol de água líquida prod u-
zida?

Podemos representar a equação dessa reação t:.H = - 571,6 kJ


indicando a produção de 1 mol de água líquida.

------------------------ - - - - - -

aH = - 285,8 kJ
Caminho da reação
Essa equação de produção de água líquida
pode ser representada com seus coeficientes in-
teiros e apresentar a variação de entalpia por mol Variação de entalpia embutida
dessa substância. em uma reação endotérmica

Entalpia (H)

aH = - 285,8 kJ/mol
Veja outro exemplo de equação termoquímica. --------------------- --- - - - -------

t:.H = +66 k.J


12 A entalpia dos prod utos dessa reação é
maior ou menor que a dos reagentes? Jus-
3 0. (g)
1-------- --------------------------- i
t if ique sua resposta.

Observe que. nesse caso. a reação é endotér- caminho da reação


mica. Veja ao lado uma representação gráfica dessa
reação. 12. A entalpia dos produtos é maior que a dos reagentes, pois a
varia9ão de entalpia t:. H é maior que zero. Trata-se de uma
reaçao endotérm1ca.
13 Qual o calor absorvido ou liberado por mal de ozônio prod uzi do?
A equação e o gráfico representam que a produção de dois molde ozônio 0 3 (g)
absorve 66 kJ , assim, a produção de 1 mol absorverá 33 kJ. Isso pode ser
representado por t:.H = +33 kJ/mol 0 3 (g) Termoquímica e cinética química 165

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Como já vimos, nem todos os processos endotérmicos ou exotérmicos implicam
necessariamente em reações químicas endotérmicas ou exotérmicas. Com a troca de
calor com o meio (vizinhança), pode ocorrer mudança no estado de agregação da
substância sem que haja formação de nova(s) substância(s), ou seja, sem que ocorra
reação química. Por exemplo, para 1 mol da substância água, veja as principais mu-
danças de estado físico e as trocas de calor envolvidas, a uma dada pressão.
absorve 7 kJ absorv_e 44_ kJ 1
1mol de H 20 (s) 1 mol de H 20(t) 1 mol de H 2 0(g)
fusào
' vaporizaçao

t
1 absorve 51 kJ 1

1 mol de H 20(g) Libera 44 k! ) 1mol de H 2O(t)


condensaçao
libera 7 kJ )
solid ificaçào
1 mol de H 20(s)

1
libera 51 kJ 1
t
Durante o processo, a substância continua sendo a água, apenas em estado físico
diferente, logo não é uma reação química endotérmica ou exotérmica, mas um pro-
cesso endotérmico ou exotérmico.

Diagrama de entalpia H com as


mudanças de estado físico da água

H 2 0(v) ··········· ··························································

áH vaporização= +4 4 kJ áH condensação= - 44 kJ áHsublimação= +51 kJ

f--±-----------i----- H 20(t) ················· ···················································


áH 1usão= +7 kJ áH solidificação= - 7 kJ áHsublimação= -51 kJ
~nversa)

~ ~ - - - - - - ~ ~ - - - H 20(s) ················· ··················································· ····

A uma dada pressão, para haver mudança de estado físico, é necessária a absor-
ção ou a liberação de energia. Para mudar do estado físico A para o estado físico B,
a uma dada pressão, ocorre absorção de x kJ . Para mudar do estado físico B para o
estado físico A. ocorre a liberação de x kJ.
Exemplos:

sublimacão (direta)
® @ '

solidificação ......,...,_,.,,,'-"._ condensaçào


ou liquefação

sólido líquido gasoso


Mudanças de sublimação (inversa)
estado físico.

fusão absorve 7 kJ
molde H 2 0(s) .;=====~
solidificação libera 7 kJ
1 molde H 2 0(t)

166

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Entalpia ou calor de fusão: é a energia necessária para ocorrer a fusão de 1 mol
da substância. Nesse caso: 6.H 1usão( H 20) = + 7 kJ.
Entalpia de solidificação: é a energia necessária para ocorrer a solidificação de
mol da substância. Nesse caso: 6. Hsolidificação(H 20 ) = - 7 kJ.
vaporização
absorve 44 kJ
1 mol de H 2 0( e) ~===~
condensação
1 mol de H 0(g) 2

libera 4 4 kl
Entalpia de vaporização: é a energia necessária para ocorrer a vaporização de
mol da substância. Nesse caso: 6.Hvaporização(H 20) = +44 kJ.
Entalpia de condensação: é a energia necessária para ocorrer a condensação de


mol da substância. Nesse caso: 6.Hcondensação(H 20 ) = - 44 kJ.

Entalpia padrão Hº e estado padrão


Dada a impossibilidade de determinar diretamente a entalpia das substâncias, tra-
balhamos com a variação de entalpia, a qual depende da quantidade de matéria, da
temperatura e da pressão, do estado físico e da variedade alotrópica da substância.
Dessa forma, criou -se um referencial para comparações, a ent alpia pad rão Hº. Logo,
as entalpias das substâncias se referem à mesma condição pad rão, ou estado padrão.
O estado padrão de uma subst ância p ura corresponde à temperatura de 25 ºC e
pressão igual a 1 atm.
5
1 atm = 1, 01325 bar== 1 bar = 10 Pa
25 ºC == 298 K

Por convenção, as substâncias puras simples, na forma alotrópica mais estável


(menor conteúdo energético) nas condições padrão, apresentam entalpia igual a
zero (H = o).

Os principais elementos formadores de alótropos são o oxigênio, o carbono, o en-


xofre e o fósforo, como representado abaixo.
03 [diam 5 amonodinic.o p4(br-anc:o)
H>O H> O H> O H>O

H=O º2 H= O
cg,af
H= O
5 a rõmbico
H =0
p n (vermelho)
oxigênio carbono enxofre fósforo
Alótropos com H = O são os mais estáveis (mais comuns).

Entalp ia padrão de combustão


A entalp ia padrão de combustão 6. H cº é a variação de entalpia relativa à combus-
tão completa de 1 mol de uma substância no estado padrão, por exemplo, a combustão
completa do gás hidrogênio ( H 2(g)) pode ser representada por uma equação química, des-
tacando a entalpia de combustão, como apresentado abaixo.
Em 1937, o zepelim
H 2[g)+J_0 2(9) --+ H 20(!'.) 6.H~ = - 285,8kJ/mol ou 6.H~ = - 68,3kcal/mol Hindenburg explodiu
2
porque suas câmaras
Essa equação indica que na combustão completa de 1 molde gás hidrogênio (H 2(g))
de gás continham gás
no estado padrão há liberação de 285,8 kJ . Logo, a entalpia padrão de combustão do hidrogênio.
gás hidrogênio é dada por 6.H~ H 2{g) = - 285,8kJ/mol.
~ - - -]f
.sH~
Outros exemplos que podemos considerar:
• Combustão completa da glicose (C 6 H 120 6 (s)): i!-1!
o ~
_;,e
C5H,20 5(S) + 6 02(9) - 6 C02(9) + 6 H2o(e) 6.H~= - 2 815, 8 kJ/mol ~~
o,.
~~
Assim, a entalpia padrão de combustão da glicose é dada por ~:a:
Foto de zepelim
6.H~ C5H,2Ü5(S) = - 2815,8kJ/mol. explodindo.

Termoquímica e cinética química 167

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No interior das mitocôndrias celulares ocorre o processo conhecido como respira-
ção celular, na qual ocorre a reação entre glicose e oxigênio produzindo dióxido de
carbono, água e energia. A energia liberada é armazenada em uma substância cha-
mada ATP (trifosfato de adenosina), que se difunde para todas as regiões da célula,
f:J~
O esquema ilustrado
fornecen do energia para diversas atividades celulares.
é representativo. As glicose ( C6 H120 6 (aq))
cores e proporções
dos elementos não
mitocôndria
são as reais.
gás oxigênio ( o i(g))
14. Não. Para
produzir gás Esquema que representa
carbônico, o
reagente deve de fo rma s implificada o
apresentar o processo de respiração
elemento carbono celular que ocorre no
e, para produzir interior das mitocôndrias.
água, o reagente
deve apresentar o
elemento H e a
combustão precisa energia
ser completa.

A combustão do etanol
O etanol polui bem menos que a ga-
solina. A combustão da gasolina é uma • Combustão completa do etanol ( C 2 H 6 0 (i)):
das grandes contribuidoras para o au-
C 2 H 6 o(e) + 3 0 2(9) - 2 co 2 (g)+ 3 H 2 o(e) ~ H~ = - 1366, 1 kJ/mol
mento dos gases de efeito estufa (GEE),
pois libera dióxido de carbono. Além Assim , a entalpia padrão de combustão do etanol é dada por
disso, em combustões incompletas, o
produto é monóxido de carbono, um gás
~H ~C 2 H 6 0(i) = - 1 366, 1 kJ/mol.
bastante poluente.
14 Toda reação de combust ão produz gás carbônico e ág ua?

• Combustão completa do metano ( CH 4 (g)):


1 CH 4 (g)+ 2 0 2(9) - co 2 (g)+ 2 H 2o(e)
~ H~ = - 890,4 kJ/mol
Entretanto, se a reação de combustão do metano for incomple-
ta, liberará monóxido de carbono ( CO(g)) e água ( H 2 0 (e) ) , ou
carbono elementar (C(s)) e água, não representando a entalpia pa-
drão de combustão do metano.
• Combustões incompletas do metano ( CH 4(g)):
CH 4(g) + 0 2(9) - C(s) + 2 H 2 0 (t) á H = - 408,5 kJ/mor

Carro sendo abastecido com etanol. CH 4(g) + ~ 02(9) - Co(g) + 2 H2o (e) á H = - 520 kJ/mol
Segundo estudos realizados pela Em-
Assim a reação de combustão completa é a que representa a
brapa Agrobiologia, há redução de apro-
ximadamente 73% nas emissões de dióxido ent alpia padrão de combustão do metano, a qual é dada por:
de carbono (Cü 2 ) quando se substitui a áH ~ CH 4 (g) = - 890,4 kJ/mol.
gasolina por etanol. Essa redução se dá,
• Combustão completa do carbono (C(s)):
principalmente, pelo fato de que cada
hectare de cana-de-açúcar é capaz de Como a entalpia padrão de combustão, por definição, está rela-
absorver cerca de 12 toneladas de dióxi- cionada à forma alotrópica mais estável, a variedade utilizada
do de carbono presentes na atmosfera será o carbono na forma de grafite.
durante o processo de fotossíntese. Além
desse fator, consideram-se as vantagens
C(grafite) + 0 2 (9) - co 2 (g) á H~ = - 393,5 kJ/mol
ambientais adicionais do uso do bagaço Assim, a entalpia padrão de combustão do carbono é dada por
na geração de energia elétrica.
ãH ~ C(grafite) = - 393, 5 kJ/mol.
Atualmente, os carros com motor flex
são os responsáveis pelo aumento do con- • Combustão do enxofre (S(sl):
J sumo de etanol. S(s) + 0 2 (g) - S0 2 (g) ~ H~= - 78 kJ/mol

168

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A gasolina e o diesel possuem impurezas, como o enxofre, em sua composição. A
combustão desses combustíveis produz grandes quantidades de d ióxido de enxofre
(S0 2(g)), um gás bastante tóxico, corrosivo e um dos responsáveis pela chuva ácida.
Já o etanol é um combustível que não apresenta enxofre em sua composição, portan -
to não produz o dióxido de enxofre em sua combustão.
A análise das quantidades de calor liberadas pelos combustíveis permite comparar
os seus valores energéticos com outros combustíveis. No quadro a seguir são mostra-
das as entalpias padrão de combustão t:.Hc de alguns combustíveis.

Entalpias padrão de combustão (àH~) de alguns combustíveis


Combustível Fórmula m olecular à H~(kl/mol)

Carbono (carvão) C(grafite ) ou C(s) - 393, 5


....
Metano (gás nat ural) CH 4 (g) - 890,4
+-
Propano (componente do gás
C3Ha(g) - 2 220
de cozinha - GLP)

Butano (componente do gás de cozinha


C4H10(g) - 2878, 6
- GLP)

Octano (componente da gasolina) CaH ia(e) - 5 471

J Etanol (álcool com um} C 2 H 6o(e) - 1 366, 1

Hidrogênio H2(9) - 285 , 6


....
Benzeno C 6 H 6 (t) - 3264, 6
Fonte de p esquisa: SPENCER.
Glicose CsH 1P s(s) - 2815, 8 James N.: BODNER, Geor9e
.... M.; RICKAAD. Lyman H.
J Sacarose C ,2H22D tt(s) - 5643 , 8 Quimica: estrutura e dinâmic-a_
Aio de Janeiro: LTC. 2007.

/ Atividade resolvida \
R1. Determinar o calor liberado ou absorvido na combustão comp leta de 570 g de octano
( C 8 H 18 (e)) e a q uantidade de matéria de água líquida produzida.
Dado: t:.H ~ C 8 H 18 (l) = -5471 kJ/mol.
Determinando a massa molar (M) do C 8 H 18 :
Como temos conhec imento da massa de octano que será totalmente consum ida na
combustão completa, podemos determinar a sua quantidade de matéria nc H .
B 18

1 mal de C 8 H 18 _ _ _ 114 g
n _ _ 570g
1 · 570
n = 114 = 5 :. n = 5 mal de C 8 H 18

A equação dessa reação pode ser representada por


C 8 H 18 ( e)+ 2; 0 2 (g) --+ 8 C0 2 (g) + 9 H2 0 (t ) t:.H~ = -5471 kJ/mol.
Dessa forma:
1 mol de C 8 H 18 ___ libera 5471 kJ
5 mol de C 8 H 18 ___ y

y = 5 · 5471 = 27 355 : . y = 27 355 kJ


ca lor libe rad o na com bustão
completa de 570 g de octano
Pela análise da equação da combustão completa, é possível conclu ir que a quantidade
de matéria de água líquida liberada é cinco vezes 9 mol, ou seja, 45 mol.

Termoquímica e cinética química 169

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A entalpia padrão de formação aH~ é a variação de entalpia relativa à formação de
1 mol de substância, a partir de substâncias simples mais estáveis, no estado padrão
(25 ºC, 1 atm).
Exemplos:
• Formação da água (H 20 (e)):

H 2(g) + -} 0 2(9) - H 20(e) aH~ = - 285,8 kJ/mol

Por definição, deseja-se a formação de um mol da substância, logo podem apa-


recer coeficientes fracionários, como no caso da equação da reação de formação
da água, em que o gás oxigênio está com o coeficiente
A equação termoquímica da entalpia padrão de formação da água, nas condições

padrão, também representa a entalpia padrão de combustão d o gás hidrogênio.
• Formação do monóxido de carbono ( CO(g)):

C(grafite) + +0 2(9 ) - CO(g) b.H~ -1 10,53 kJ/mol

• Formação do dióxido de carbono ( C0 2(g)):

C(grafite) + 0 2(9) - C0 2{g) b.H~ = - 393,5 kJ/mol

Já a equação a seguir produz 1 mol de dióxido de carbono, entretanto não repre-

CO(g) + +
senta a entalpia padrão de formação do d ióxido de carbono.
0 2(9) - C02(9) aH; = -284,6 kJ/mol
Essa equação representa a entalpia padrão de combustão do monóxido de car-
bono.
• Formação do etanol ( C 2H 60 (e)):

2C(grafite) + 3H 2(g) + - 1 0 2(9)--+ C 2H 6o (e) aH~ = - 277,8 kJ/mol


2
• Formação do gás ozônio ( 0 3 (g)):

; 0 2(9) - 0 3 (g) b.H~ = +142,7 kJ/mol

A tabela a seguir apresenta a entalpia padrão de formação de algumas substâncias.

Entalpia padrão de formação de substâncias nas condições padrão (dHr)


Entalpia de formação Entalpia de formação
Substância Substância
dH; (kJ/mol) âH; (kJ/mol)

0 3(9) +142,7 H 2 S0 4 (e) -813,99

0 2(9) o.o H2 S04 (aq) - 887,34

Hp(e) - 285,8 NO(g) +90,25


L
H 20(g) - 241,82 N0 2 (g) +33,18

Ca(OH)2(s) - 986,09 N 20(g) +82,05

NaCe(s) - 411,1 5 S0 2 (g) - 296,83

Si0 2(s) - 910,94 S0 3 (g) - 395,72

C(diamante) +1,895 NH 3 (g) - 46,11

C(grafite) o.o NH 4 N03 (s) - 365,56


t--
HCe.(g) - 92,31 NH 4 Ceü 4(s) - 295,31

Fonte de pesquisa: ATKJNS. P.: JONES.L. Princípios d e Ouimica. Porto Alegre: Bookman, 2001.

170

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/ Atividade resolvida\
R2. Nas competições de balonismo são utilizados queimadores
de gás propano (c 3 H 8 ) para o aquecimento do ar no interior
do balão. Monte a equação de combustão completa do gás
propano e indique os estados físicos de cada substância a
25 ºC e 1 atm.
Resolução
A combustão completa do propano produz gás dióxido de
carbono e água líquida (25ºC e 1 atm). Assim , a sua equação
termoquímica será:


C 3 H 8 (g) + 50 2 (g) -3C0 2 (g)+ 4H 2 0 (l )
Queimador de gás enchendo
o balào de ar quente.

Energia de Ligação
Como já vimos, quando ocorre reação química há ruptura e formação de ligações
para que novas substâncias sejam produzidas. Dessa forma, é possível calcular a va-
riação de entalpia dessa reação se conhecermos o valor de cada tipo de ligação.
A energia de ligação, por definição, indica a variação de entalpia média l:l.H envolvi-
da na quebra de um mol de ligações covalentes (simples, duplas ou triplas) entre dois
átomos de uma substância (simples ou composta), obtendo átomos isolados no esta-
do gasoso.
Para a ruptura de ligações químicas, é necessária absorção de energia, ou seja, é
um processo endotérmico í:l.H>O . Na formação de ligações químicas há liberação de
energia, ou seja, é um processo exotérmico í:l.H<O.
Nos diagramas a seguir são representadas as energias envolvidas na ruptura e na
formação de 1 mol de ligações entre os átomos de hidrogênio:
• Energia absorvida para romper 1 mol de ligações entre átomos de hidrogênio liga-
dos, ou seja, moléculas de H 2 (g), de modo a obter esses átomos isolados no
estado gasoso. A energia envolvida nesse processo é l:l.H = +436 kJ/mol.
Entalpia

H (gasoso) + H (gasoso)
estado final 1-----------,----
âH = + 436 kJ/mol

H - H (gasoso)
estado inicial 1-------------
H - H(g) --> 2H(g) àH = +436 kJ/mol
• Energia liberada na formação de 1 mol de ligações entre átomos de hidrogênio iso-
lados no estado gasoso, de modo a obter átomos ligados no estado gasoso, ou
seja, moléculas de H 2 (g). A energia envolvida nesse processo é l:l.H = - 436 kJ/mol.
Entalpia

H (gasoso) + H (gasoso)
estado inicial 1-------------

àH =- 436 kJ/mol

H - H (gasoso)
estado final ,___ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __
A energia de ligação
2H(g) - H - H(g) àH = - 436 kJ/mol média H - H é 436 kJ/mol.

Termoquímica e cinética química 171

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A tabela a seguir apresenta os valores de energia de algumas ligações covalentes
entre dois átomos.

Energia média das ligações


Energ ia de ligação Energia de ligação
Ligação Ligação
média l1 H(kJ/mol) média l1H (kJ/ mol)
H -H 436 C-N 305
--+
C- C 348 0 - 0 157
C =C 612 N-H 388
C ;;; C 837 N- N 163

e = e· 518 N=N 409


Fonte de pesquisa: ATKINS, (no benzeno)
P.: JONES.L Princípios de
Química. Porto Alegre: C =0 743 I N= O 630
Bookman, 2001. - - - - - - - - ~ - - - - - - - - - ~ ~ - - - - - - - ~ - - - - - - - -

Assim, a variação de entalpia da reação é dada por:

áHreação = _LáHligações rompidas (reagentes) + l:áHligações formadas (produtos)

/ Atividade resolvida\
R3. O gás cloro (Cf 2 (g)), é altamente tóxico. Quando inalado, reage com a água existente
nos pulmões, formando gás clorídrico (Hce(g)), capaz de causar graves lesões inter-
nas, conforme a seguinte reação:
c e2(g) + H20 (g ) - HCe(g) + HCW(g)
Energia de ligação
Lig-ação
KJ/mol, 25 º( e l atm O gás cloro Cl'.i(g) de coloração amarelo-
-esverdeada é um gás irritante das vias
Cl'. -CI'. 243
aéreas. Seus efeitos são proporcionais à
H- 0 464 concentração e ao tempo de exposição.
H-CI'. 431 Pode causar desde lesões brônquicas até
Cl'. - 0 L 205
edema pulmonar agudo, Levando à morte.

Utilizando os dados constantes no quadro acima, calcule a variação de entalpia em


kJ/mol da reação entre o gás cloro e água.
Resolução
Montando-se a equação com as fórmulas estruturais de cada um dos participantes,
obtém-se:
Cf-Cf +H -0-H - H-Cf+H-o-ce

á H rompidas (reagentes) á H ligações formadas (produtos)

1 mol de ligações ce - ce 1 · (+243)kJ 1 mal de ligações H - c e 1 · (-431 )kJ


2 molde ligações H - O 2 · (+464)kJ 1 ma l de ligações H - O 1 · (- 464)kJ
1 mal de ligações Cf-0 1 · (-205)kJ
LLl H ligações rompidas (reagentes)= + 1 171 kJ
l:áHligações formadas (produtos) = -1100 kJ
Fazendo-se o somatório das ligações rompidas e formadas, obtemos a variação de
entalpia da reação:
áH reação = L áH ligações rompidas (reagentes) + L áH ligações formadas (produtos)
áH reação = +1171 +(-1100) = +71:. áHreação = +71 kJ
A variação de entalpia da reação é igual a áH reação = +71 kJ/mol.

172

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Lei de Hess
O médico e químico Henri Hess (1802-1850) postulou que, se a variação de ental-
pia de formação das substâncias fo r conhecida, é possível determinar a variação
de entalpia das reações em que essas substâncias participam.
Assim, nas mesmas condições de temperatura e pressão, a variação de ental-
pia de uma reação ílH,eação é a diferença entre o somatório das entalpias de
formação dos produtos r_JlH,lprodutos) e o somatório das entalpias de formação
dos reagentes r,ílHA,eagentes). Isso pode ser representado da seguinte maneira:

De acordo com os estudos de Hess, a variação de entalpia de uma reação


ílHreação não depende do caminho percorrido para chegar aos produtos. Assim, a
cada temperatura, a variação de entalpia de uma reação ílH,eação depende apenas
dos estados inicial e final, não dependendo da quantidade nem do tipo de etapas da
Médico e químico
Henri Hess.


reação.
Quando um processo químico for realizado em várias et apas consecutivas, a equa-
ção final será a soma algébrica das equações das etapas, e a variação de entalpia de
uma reação ílH,eação será a soma algébrica das variações de entalpia das etapas.
Durante a soma algébrica das equações, é importante observar que:
• a inversão de uma equação termoquímica de uma reação implica em troca de si-
nal da variação de entalpia;
• se a equação termoquímica de uma dada reação for multiplicada por x (inteiro ou
fracionário e diferente de zero), a variação de entalpia dessa reação também de-
ve rá ser multipl icada por x.

/ Atividade resolvida\
R4. Retomando o enunciado da atividade resolvida R2 presente na página 171 :
Nas competições de balonismo são utilizados queimadores de gás propano ( C 3 H 8 (g))
para o aquecimento do ar no interior do balão. Considere os dados do q uadro a
seguir.

Ent alpia molar*


Substância
(nas condições padrão) (kJ/ mol)

C02(g) - 394

_J
.,.1
H20(i) - 286

C3Ha(g)
I - 100

Nas cond ições padrão, calcule a entalpia molar


de combustão completa do gás propano.

*A enta lpia molar de uma Cilindros de gás propano usados em balonismo.


substância é numericamente Esses cilindros f icam dentro do cesto do balão
igual à sua entalpia de formação . e são co nectados ao maçarico por meio de
mangueiras.

>
Termoquímica e cinética química 173

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> Resolução
De acordo com os dados do quadro, temos a equação de combustão comp leta do gás
propano.

Como o quadro apresenta dados da entalpia de formação dos participantes, pode-se


usar a relação:
.6.H reação = L.6.H Jprodutos) - L.6.H 1(reagentes)

Assim, considerando-se a equação da reação, tem-se:


L.6.H 1(reagentes) = 1 · (-100) +5 · (O) = -100:. L.6.H 1(reagent es) = -100kJ

L.6.H 1(produtos) = 3 · (-394) + 4 · (-286) = -2 326:. L.6.H 1(produtos) = -2 326 kJ


Aplicando-se os somatórios na re lação:

.6.H reação = -2326- (-100) = -2226: . .6.H reação = -2226kJ/ mol

Assim, a entalpia molar de combustão completa do gás propano é .6.Hreação = -2 226 kJ/mol.
O cálculo também poderia ter sido feito montando -se as equações de formação de
cada uma das substâncias do quadro e fazendo a soma algébrica das equações de-
pois de devidamente acertadas.
Assim, para obtermos a variação de entalpia da reação, inicialmente montamos as
equações das entalpias padrão de formação de cada participante da reação desejada.
C3 H8 (g}+ 502(g)- 3C0 2(g) +4H 20 (t ) .6.H; = ?
A equação apresenta as substâncias C 3H 8 (g), 0 2(g), C0 2 (g) e H 2 0 (e}. A substância 0 2(9),
nas condições padrão, por ser substância simples na forma alotrópica mais estável,
tem variação de entalpia de formação igual a zero.
As equações das ent alpias de formação de cada uma das substâncias compostas são:

3C(grafite) +4H 2'g) - C 3H 8 (g) .6.H; = - 100kJ/ mol (equação 1)

C(grafite) + O 2 (g) - C02'g) .6.H; = -394 kJ/ mol (equação 2)

H 2(9) + + 0 2(9) - Hp(e) .6.H; = -286 kJ/mol (equação 3)

Veja a seguir o que devemos efetuar para que a soma algébrica forneça a equação
desejada.
1) A inversão da equação 1, para que C 3 H 8(g) apareça à esquerda:

t:.H 1 = + 100kJ
troca de sinal
li) A mult iplicação da equação 2 por 3, para fornecer 3 C0 2 (g):

3 C(grafite) + 3 0 2(g} ---t 3 C02'g) .6.H 2 = 3 -(-394) = -1182: . .6.H 2 = -1 182 kJ

Ili) A multiplicação da equação 3 por 4 para fornecer 4 H 20 (t):

4 H 2(g) + 2 0 2 (g)- 4 H 2 0 (l) .6.H 3 = 4 -(- 286) =-1144: . .6.H 3 =-1 144 kJ

Somando-se, obtemos C 3 H 8 (9) + 5 Oi g) - 3 C02'g) + 4 H 2 0 (t), q ue é a equação


desejada .
.6.H reação = .6.H 1 + .6.H2 + .6.H3
.6.H reação = (+100) + (-1182)+(-1144)
.6.H reação = - 2 226
Assim, a entalp ia molar de combustão completa do gás propano é
.6. H reação = -2 226 kJ/mol.

174

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§
Atividades ~- RE!solva as atividades na cadE!rno.

metro quadrado da superfície terrestre por se-


gundo. No entanto, o aproveitamento dessa
Pesquise rótu los de cinco de seus alimentos pre- energia é difícil porque ela é diluída {distribuída
feridos e compare os respectivos valores calóricos por uma área muito extensa) e oscila com o
(conteúdo energético). Em seu caderno, faça uma horário e as cond ições climáticas. O uso efetivo
tabela com ordem crescente de calorias. da energia solar depende de formas de estocar
a energia coletada para o uso posterior.
2. Daniel estava na piscina com sua família em um BROWN. T. Química a ciência central. São Paulo: Pearson ?rentice Hall. 2005.
domingo ensolarado. No final da tarde, sua mãe
o convidou para comer um pedaço de bolo. Atualmente, uma das formas de se utilizar a


Quando Daniel saiu da piscina, passou a sentir energia solar tem sido armazená-la por meio de
frio, pois a água que estava em contato com o processos quím icos endotérmicos que mais
seu corpo começou a evaporar. Escreva em seu tarde podem ser revertidos para liberar calor.
caderno qual das alternativas abaixo explica a Considerando a reação
sensação de frio que Daniel sentiu. CH 4 (g) + Hp(v) +calor ~ CO(g) + 3 H 2 (g)
a) Sendo um processo endotérmico, a evapora- e analisando-a como potencial mecanismo para
ção retira calor do corpo. aproveitamento posterior da energia solar. con -
b) Sendo um processo exotérmico, a evaporação clu i-se que se trata de uma estratégia:
retira calor do corpo. a) insatisfatória, pois a reação apresentada não
e) Sendo um processo exotérmico, a evaporação permite que a energia presente no meio ex-
cede calor ao corpo. terno seja absorvida pelo sistema para ser
d) Sendo um processo endotérmico, a evapora- utilizada posteriormente.
ção cede calor ao corpo. b) insatisfatória, uma vez que há formação de
gases poluentes e com potencial poder ex-
3. O processo de vaporização de uma substância é plosivo, tornando-a uma reação perigosa e
demonstrado no gráfico a seguir. de difícil controle.
Vaporização de uma substância e) insatisfatória. uma vez que há formação de gás
CO que não possui conteúdo energético pas-
Entalpia (H)
sível de ser aproveitado posteriormente e é
considerado um gás poluente.
d) satisfatória, uma vez que a reação direta
ocorre com absorção de calo r e promove a
Hr ------------- - - - - -
t formação das substâncias combustíveis que
poderão ser util izadas posteriormente para
a obtenção de energia e realização de tra-
balho útil.
~- ----- ------~---- e) satisfatória, uma vez que a reação d ireta
ocorre com liberação de calor havendo ain-
Camínho da reação da a formação das substâncias combustíveis
que poderão ser utilizadas posteriormente
De acordo com o gráfico, explique se o proces- para obtenção de energia e realização de
so de vaporização é endotérmico ou exotérmico, trabalho útil.
e justifique sua explicação. 5. A equação de decomposição do mármore pode
ser representada por
4. (Enem/MEC) O abastecimento de nossas neces-
sidades energéticas futuras dependerá certa- CaC0 3 (s) --, CaO(s) + C0 2 (g) ~ H :;;;+ 177,5 kJ/mol.
mente do desenvolvimento de tecnologias para Considere que os valores das entalpias de forma-
aproveitar a energia solar com maior eficiência. ção para o CaO(s) e C0 2 (g) sejam - 635,5 kJ/mol
A energia solar é a maior fonte de energia mun - e - 393 ,5 kJ/mol, respectivamente. Com base
dial. Num dia ensolarado, por exemplo, aproxi - nessas informações, determine o valor da ental-
madamente 1 kJ de energia solar atinge cada pia de formação do mármore CaC0 3(s).

Termoquímica e cínética químíca 175

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6. (Enem/MEC) Um dos problemas dos combustíveis 8. Durante o processo de respiração celular ocorre
que contêm carbono é que sua queima produz a seguinte reação simplificada.
dióxido de carbono. Portanto, uma característica e 6 H ,P 6 (aq)
+ 6 o 2(g) - 6 co 2(g) + 6 H 20(f.)
importante, ao se escolher um combustível, é
Dessa forma, com as informações das etapas da
analisar seu calor de combustão t:i.Hê, definido reação contidas no quadro a seguir e de acordo
como energia liberada na queima completa de com a Lei de Hess, determine o t:i.H da reação
um mol de combustível no estado padrão. O simplificada que ocorre durante o processo de
quadro seguinte relaciona algumas substâncias oxidação da glicose na respiração celular e clas-
que contêm carbono e seu ll..H~. sifique-a.

Substância Fórmula à H1(kJ/mol) Variação de


Reação
entalpia
Benzeno C6 H6 (e) 3268

Etanol C2H50H(e) r 1 368


...
H2 (9) + ½0 2 (9)--+ H20 (e) .6.H 2 = -286kJ

Glicose

Metano
CsH1Ps(s)

CH 4 (9)
í 2808

890
C0 2 (9)--+ C(s) + 0 2 (9)

9. (Fuvest-SP) Buscando processos que permitam o


.6.H 3 = 394 kJ
---'

desenvolvimento sustentável, cientistas imagina-


Octano CaH 1a(e)
L 5 471

ATKINS. P. Princípios ele Química. Bookman. 2007 (aclaptaclo).


ram um procedimento no qual a energia solar
seria utilizada para formar substâncias que, ao
Neste contexto, qual dos combustíveis, quando reagirem , liberariam energia:
queimado completamente, libera mais dióxido de Sol
carbono no ambiente pela mesma quantidade de
energia produzida?
a) Benzeno. e) Glicose. e) Etanol.
b) Metano. d) Octano.

7. O clorofórmio ou triclorometano é um composto


químico de fórmula CHCf. 3 que, em temperatura
ambiente, torna-se um líquido incolor e volátil.
Descoberto em 1831, foi muito usado na época
A - Refletor parabólico C - Reator e)(otêrmico
como analgésico, porém seu uso foi desconti- B - Reator endotérmico D e E - Reservatórios
nuado em razão de seu alto poder toxicológico.
Atual mente, sua principal aplicação é como Considere as seguintes reações:
solvente, mas é largamente utilizado na indústria t) 2 H2 + 2 co --+ CH4 + co 2
como matéria-prima para a produção de outros
li ) CH 4 + C0 2 --+ 2H 2 +2CO
compostos.
e as energias médias de ligação:
Sua reação de obtenção pode ser representada r---
pela seguinte equação. H-H 4, 4 · 102 kJ/mol

~
CH 4 (g) + 3 Cf. 2 (g) --> CHCf. 3 (g) + 3 HCf.(g) c==o (co) t 10, 8 · 102 kJ/mol
c = o (co 2 ) 8, O . 102 kJ/mol
Baseando-se nas informações do quadro a seguir
e nos conceitos de energia das ligações, calcule '---
C-H r 4,2 . 102 kJ/mol
----'
qual o valor da entalpia ll..H dessa reação.
A associação correta que ilustra tal processo é:

Entalpia Reação que Conteúdo Conteúdo


Ligação ocorre em B de D de E
(kJ/mol)
- @ l
~

CH 4 + co 2 1 co
C- H 413,4 +
ce -ce 242,6
~

® li CH 4 + C0 2
+
H2 +CO

H-ce 431,8
© -
H2 +CO
-+
CH 4 + C0 2

- c - ce
- @ li H2 +CO CH 4 +C02.__
327,2
® CH 4 co

176

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Alimentos: a principal fonte de energia

Conhecendo
A energia de que necessitamos em nossas atividades diárias provém dos alimentos que inge-
rimos. Ela está armazenada nas ligações químicas de carboidratos, lipídios e proteínas, e para
utilizá-la são necessários os processos de oxidação e de redução, tais como digestão e absorção
dos nutrientes.

Pirâmide alimentar.

Estudando
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tornou obrigatório o uso de rótulos com in-
formações nutricionais nas embalagens dos alimentos, uma vez que é necessário conhecermos
as características nutricionais de cada item dos produtos que consumimos.

Termoquímica e cinética química 177

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Veja a segu ir um exemplo de tabela nutricional presente em um produto alimentíc io e a descri-
ção de cada informação apresentada nessa tabela .

.-%VD: (Percent ual de Valor Diário. Valor que


/ in dica a quantidade de energia e nutrientes, em
__./ relação a uma dieta de 2 000 calorias.
Cada nutriente apresenta um va l or diferente
para calcular o VO.
Veja os valores diários de referência.
Valor energético: 2 000 kcal/B 400 kJ
Carboidratos: 300 g
;" ..,..--,-,-------to----,,-.,,..------ Proteínas: 75 g
.! Gorduras totais: 55 g

~-------------......---------
~ h<---,.--.....,.....,....--+----..-..----+-...,.,,......-t Gorduras saturadas: 22 g
Fibra alimentar: 25 g
~
] r,ç-T""l'--------,.---:~i:-"----t--:i:-,:,-t Sódio: 2400 mg
~ ,.,,,..,.,-,-------+---,...,.,.--=---+.,.,.,.,...,......

médios
~----------------------
-~
3. Os valores :~
~ (•) % Valores diários com base em uma dieta de 2 000 kcal
considerados it ..__ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _
saudáveis são -~ ou 8400 kJ. Seus valores diários podem ser maiores ou
menores dependendo de suas necessidades energéticas.
os apresentados
no texto, com
base em uma Sódio: é encontrado principalmente no sal de Porção: indica a quantidade média para uma
dieta normal de cozinha e em alimentos industrializados, devendo alimentação saudável.
2 000 kcal/día.
Portanto, ser consumido com moderação, uma vez que o
recomenda-se consumo excessivo pode levar ao aumento da
para o café da pressão arterial.
manhã, algo Medida caseira: tipo de medida geralmente usada
entre 600 a
800 kcal e, algo pelo consumidor. Exemplo: unidade, xícara, colher
em torno de Fibra alimentar: são encontradas em diversos de sopa.
60% de tipos de alimentos de origem vegetal, como frutas,
carboidratos, hortaliças, feijões e alimentos integrais. A sua
15% de
proteínas e 25% ingestão auxilia no funcionamento do intestino.
de lipídios. Valor energético: energia que nosso corpo produz
Assim, por meio de carboidratos, proteínas e gorduras
considerando
um café da Carboid ratos: é encontrado principalmente em totais.
manhã de 700 massas, tubérculos e doces em geral. Sua
kcal, tem-se: principal função é fornecer energia para as células
420 kcal de
carboidratos do corpo.
(aproxima- Gorduras totais: referem-se à soma das gorduras
damente 102 g vegetal e animal. Ajudam na absorção das
de carboidratos), Proteínas: são encontradas principalmente em vitaminas A D. E e K.
105 kcal de
proteínas carnes, ovos, leites e derivados. São necessárias
(aproxima- para a construção e manutenção de nossos
damente 26 g órgãos, tecidos e células.
de proteínas) e Gorduras trans: podem ser encontradas em
175 kcal de
lipídios grande quantidade nos alimentos industrializados,
(aproxima- Gorduras saturadas: são encontradas como cremes vegetais, biscoitos, sorvetes,
damente 19 g de principalmente em produtos de origem animal, produtos de panificação, alimentos fritos, entre
lipídios), além de
fibras como carnes, queijos, leite integral e manteiga. outros.
alimentares
(4 a 5 g) e sódio
(400 mg). Para o 1. Espera-se que os alunos tenham o costume de consultar pelo menos o valor
café da manhã, Conversando calórico dos alimentos antes de comprá-los ou consumi-los. Ourante a discussão, é
as opções possível enfatizar os alimentos mais saudáveis, bem como seus valores nutricionais.
interessantes 1. Converse com seus c olegas s o b re o háb ito d e observar as informações n utricionais antes
são aquelas que
possuem cereais de adquirir um determinado produto. Em s eu caderno, cite cinco produtos cujo valor nutri-
integrais, frutas
e leite. Cada cional você já tenha conferido.
individuo tem
uma 2. Escolha um a limento de sua preferência a fim de t razer para a sala de aula o rótu lo com as
necessidade
calórica, que info rmações nut ric ionais . A ntes, porém, pesquise como esse a limento se t ransforma em
varia conforme a energia em seu organ ismo, conferindo se e la é compat ível com suas atividades d iárias.
sua massa,
metabolismo,
idade, sexo e 3. Faça uma pesquisa sob re as quantidades d e carboidratos, proteínas, gorduras totais e o
ª!iYi.dades valor calórico que devemos ingerir para termos uma alimentação saudável e balanceada.
d1anas. p ensan d o nisso, monte um card ap10 , . para o caf e· d a man h-a .
2. Provavelmente, os alimentos preferidos dos alunos são os de alto índice de calorias, inclusive com altos valores relativos a carboidratos
e gorduras. Nesse caso, procure orientá-los sobre o consumo, a frequência e a quantidade de ingestão desses alímentos.
178 Após a pesquisa, seria prudente discutir em sala sobre o processo de oxidação dos alimentos para a obtenção de energia.

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Estudo da rapidez
das reações químicas
Em 1928, ao sair em férias, o bacteriologista escocês Alexander Fleming (1881-
1955) esqueceu de tampar uma placa com uma colônia de bactérias do tipo estafilo-
cocos, que estava estudando no laboratório. Ao retornar, 15 dias mais tarde, a placa
apresentava um bolor, era o fungo Penicillíum notatum, que provocou a morte das
bactérias da colônia em estudo.
Ao analisar cientificamente o ocorrido, Fleming deduziu que o fungo liberou alguma
substância que inibiu o crescimento da colônia de bactérias. A essa substância deu o
nome de penicilina e, depois de vários testes, comprovou que tinha efeito letal sobre
muitas bactérias que causavam infecções, mas era praticamente inofensiva aos seres
humanos e aos animais.
O bolor que Fleming observou em sua colônia de bactérias pode ser encontrado, por
exemplo, em um fruto deixado por alguns dias em uma fruteira. Isso ocorre porque um
Laranja em decomposiçào
fruto colhido continua com a sua atividade metabólica, fazendo trocas gasosas e emi- por a çào d e fungos à
tindo gás etileno, o qual acelera o amadurecimento. t e mperat ura ambiente.

@ Você já tomou antibiótico ou conhece alguém que tomou? Estava associado a


Colônia de bactérias:
alguma doença virai ou bacteriana? Resposta pessoal. Ao responder a esta questão, relacâo entre bactérias de
espera-se que os alunos associem os antibióticos ao combate às bactérias . mes;,,a espécie que se
@ Sob refrigeração, as frutas e os demais alimentos, em geral, demoram mais para agrupam para desenvolver
se decompor. Você sabe por que isso ocorre? Comente. uma função específica.
Resposta pessoal. Espera-se que os alunos respondam que, em temperaturas menores,
as velocidades das reações diminuem, portanto, diminuem a atividade metabólica dos
vegetais e, consequentemente, a velocidade de degradação diminui. Termoquímica e cinética química 179

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Taxa de desenvolvimento de reações químicas
Estabelecimentos comerciais com grande fluxo de pessoas, particularmente as ca-
sas noturnas, para garantir a segurança das pessoas precisam providenciar alguns
itens, como: alvará de funcionamento (exposto na entrada do local), extintores, ilumina-
ção de emergência, saída de emergência e sua sinalização, sistema de extração de
fumaça e alarme de incêndio com detecção de fumaça.
Na madrugada do dia 27 de Janeiro de 2013, na
cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, um
incêndio em uma c asa noturna resultou na morte
de 242 pessoas. Segundo o laudo pericial, o in-
cêndio foi provocado por um sinalizador que, ao
entrar em contato com o isolamento acústico feito
de espuma de poliuretano, presente no forro do
estabelecimento, causou uma reação química de
combustão e liberação do gás ácido cianídrico.
Espuma de
poli uretano
utilizada como Você só deve tentar combater o
Sinalizador: tipo de isol ador acústico. incêndio se souber manu sear
instrumento que emite com eficiência os equipamentos
luz brilhante e energia na
próprios par a isso.
forma de calor, sem que
haja uma e)(pl osão.

1 Já vimos que para ocorrer a combustão é necessária a presença de três ele-


mentos. Quais são eles? Se necessário, faça uma pesquisa.
2 Cite algumas medidas necessárias para apagar um incêndio.
1 . A combustão exige
combustível, As reações químicas estão em praticamente todos os lugares e ocorrem em diferen-
comburente e tes taxas de desenvolvimento.
temperatura de ignição
(temperatura acima da Há reações lentas, como a degradação de vidros e plásticos sobre o solo, outras
qual um combustível
pode queimar em são extremamente rápidas , como a oxidação da hidrazina {N 2 H4 ) pelo peróxido de hi-
presença do
comburente}. drogênio (H 2 0 2), usada em alguns sistemas de propulsões de foguetes, e a combustão
2. As atitudes a serem de poliuretano que causou o incêndio na casa noturna citada anteriormente.
tomadas dependem do
tipo e do estágio em Em Cinética Quím ica, estuda-se o desenvolvimento de reações químicas. Isso pos-
que o incêndio se
encontra. Para isso, sibilit a entender os fatores que influenciam na taxa de desenvolvimento de reações e,
pode-se retirar o
combustível assim, interferir e controlá-las, podendo, inclusive, diminuir seus efeitos prejudiciais aos
(isolamento}, reduzir ou seres vivos e ao ambiente.
retirar o comburente
(abafamento) ou diminuir
a temperatura
(resfriamento}. Pode-se Rapidez de reação qu ímica
também , de maneira
criteriosa, usar 3 Ê possível retardar o apodrecimento de um alimento? Explique sua resposta.
extintores de incêndio.
Contudo, o mais seguro
é ligar imediatamente
Há situações em que é necessário retardar ou acelerar a rapidez de reação, tam-
para o Corpo de bém denominada taxa de desenvolvimento da reação. Para isso, se faz necessário
Bombeiros.
3. Sim, basta alterar
controlar a variação da quantidade de um participante (reagente ou produto) num dado
alguns fatores que intervalo de tempo. A taxa de desenvolvimento de reação ou rapidez de reação é mais
atuam nessa
decomposição. Um conhecida como taxa média de desenvolvimento.
exemplo para isso seria
colocar os alimentos Consideremos a reação química genérica xA + y B - zC + w D. Em uma reação
sob refrigeração.
química, as substâncias denominadas reagentes podem combinar-se umas com as ou-
tras e se transformar em novas substâncias denominadas produtos. No início, na rea-
ção química genérica citada há os reagentes A e B . Esses reagentes, com o passar
do tempo, combinam-se e se transformam nos produtos C e D. À medida que os rea-
gentes são consumidos na proporção dos coeficientes x e y, os prod utos C e D são
prod uzidos na proporção dos coeficientes z e w, até que a reação termine.

180

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A taxa média de desenvolvimento T m de consumo de um reagente é o quociente
entre a quantidade gasta desse participante e o intervalo de tempo em que isso ocorre.
No caso da reação química genérica, a taxa média de desenvolvimento dos participan-
tes pode ser dada como no quadro abaixo:

Taxa média de desenvolvimento T = quantidade de A consumida


do reagente A m. at

Taxa média de desenvolvimento T = quantidade de B consumida


do reagente B m. at

Taxa média de desenvolvimento T = quantidade de C produzida


do produto e me at

Taxa média de desenvolvimento


do produto D
T
mD
= quantidade de D p roduzida

Como a IUPAC (sigla em inglês para União Internacional de Química Pura e Aplicada)
adota o Sistema Internacional de Unidades em suas publicações, a unidade da grande-
za tempo é o segundo, s. As unidades de quantidades das substâncias participantes
Át

Podem aparecer
outras unidades para
expressa r essas

(consumidas ou produzidas}, em grande parte das aplicações, são expressas em varia- grandezas, como
variação de massa,
ção de concentração em quantidade em matéria (mol/L) , que são representadas por l1[ ].
variação em
Considerando-se a reação genérica xA + yB --+ zC + w D, a taxa média de de- quantidade de
matéria, variação de
senvolvimento média da reação Tm pode ser dada por: pressão, entre outras.
reaçao
Se houver necessidade, lembre os alunos de que a notação a [ ] corresponde à variação de uma
concentração, no caso, concentração em quantidade de matéria. O intervalo de tempo,
dependendo da
1 T
m,_,ão
T
=~ Z Essa definição foi
rapidez da reação,
pode ser expresso nas
convencionada pela IUPAC seguintes unidades:
e permite calcular a taxa segundo, minuto,
T de desenvolvimento média hora, dia, ano etc
T
mrNljlô>O
=~
Y
da reação, sem que haja
necessidade de especificar
a substância participante.

Consideremos agora a equação balanceada da reação de síntese da amônia:


1 N 2 (g) + 3 H2(g) --+ 2 NH 3 {g). Após 5 minutos do início dessa sfntese, verifica-se
um consumo de 0,60 mol de gás hidrogênio. Podemos determinar as taxas médias de
desenvolvimento de cada um dos participantes e a taxa média de desenvolvimento da
reação.
De acordo com os dados, há um consumo de 0,60 mol de H 2 (g) no intervalo de
tempo igual a 5 min. Assim, a taxa média de desenvolvimento do H2(g) é dada por:
quantidade de H2 consumida o, 60 mol
T ;:; - - - - - - - - - - - - ;:; - - - - ~ Tm ;:; O, 12 mol/min
m.,, àt 5 min .,,
As taxas de desenvolvimento média dos participantes são proporcionais aos seus

coeficientes estequiométricos. Dessa forma, as demais taxas são:

0,20 mal 0,60 mol 0,40 m al


5 min 5 min 5 min

Tm ..,= 0,04 mol/min Tm


",
= 0 ,12 mol/min Tm
...., = 0,08 mol/min
Taxa de desenvolvimento média de cada participante da reação.

Termoquímica e cinética química 181

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A taxa de desenvolvimento média da reação pode ser dada por:

T
T
mRi'lçio
=-3
m"
-'
l Tmr9aç,ai, =~ 2

0,04 m ol/min 0,12 mol/min 0,08 mol/min


Tmraaçio
1 3 2

l -,- =
Tm 0,04 mol/min T m-,- = 0,04 mol/min T m=,.. = 0,04 mol/min

A taxa de desenvolvimento média da reação é T m,»<"' 0,04 mol/min_

/ Atividade resolvida \

R1. (UFCG-PB/Modificada) Durante muitos


Variação da massa de gordura
anos, a gordura saturada foi conside- trans em função do tempo
rada a grande vilã das doenças car-
diovasculares. Massa(g)

Agora, o olhar vigilante de médicos e ,- 18


·A
16
nutricionistas volta-se contra a prima "'
14
dela, cujos efeitos são ainda piores: "'
12 '
a gordura trans (que é um composto 10 '
B
com ligação dupla). Durante a hidro-
genação catalít ica que transforma o
óleo de soja em margarina, ligações ] 4
8
6 '
- "'" e
D
2 E~
duplas tornam-se ligações simples. ! o Tempo (minuto)
3
O gráfico a seguir representa a varia- ~ 3 4 5 6 8 9
ção da massa da gordura trans em :
função do tempo.
Interprete o gráfico e identifique a alternativa incorreta.
a) A taxa de desenvolvimento média da reação entre os pontos B e C é de 2 g/min.
b) A taxa de desenvolvimento média da reação, para um mesmo intervalo de tempo,
aumenta com a passagem do tempo.
e) A taxa de desenvolvimento média da reação entre os pontos A e B é maior do que
a taxa entre os pontos D e E.
d) A taxa de desenvolvimento média da reação entre os pontos B e C é diferente da
taxa de desenvolvimento média entre os pontos B e D.
e) A taxa de desenvolvimento no inic io da reação é diferente de zero.
Reso lução
a) Para calcular a taxa de desenvolvimento média entre os pontos B (8 g de gordura
trans, 2 min) e e {4 g de gordura trans, 4 min), fazemos

T = ~m
l::,.t
= (4 - 8) g ::::) T = - 2 g/min
m (gordura trangJ (4 - 2) min m(gordura TIBnsl

T m19orwra 1rans) = - 2 g/min - -- [


A taxa de desenvolvimento média de consumo da
gordura trans (ou rapidez) é igual a 2 g/mín.
taxa de desenvolvimento < O
indica que a substância foi
consumida. logo, é um reagente

182

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b) A análise gráfica permite concluir que, com o passar do tempo, a taxa de desenvo l-
vimento média de consumo da gordura trans diminui.

am (8 - 16) g
e) T m = at
= => T m = - 4 g/min
t;Jord1Ma trans)~B) (2 - 0) min (g0<crura tran,) jAB)

am (1 - 2) g
T - - => T mfgordura transj fDEI - 0,5 g/min
mi!!"'"..ª trano) (DE)) at (8 - 6) min
>
IT mlgo.-<lura uanoJ(AB)I IT m(go,d...,. •ran,j(llE)I

am (4 - 8) g
d) T = = => T = - 2 g/min


mfgord!Ja tram~) (BC) at (4 - 2) min mt!Jont.Jta trans)(BC)

am (2 - 8) g
T = -- = => T = - 1,5 g/min
mjgo,<1... tran,)!BD) at (6 - 2) min m(g...,..a uano](BC)

e) A taxa de desenvolvimento no inicio da reação é máxima e maior que zero.


Assim, a resposta correta para o que se pede (alternativa inco rreta) é a letra "b".

Condições para a ocorrência de reações


Durante o estudo das reações químicas, inicialmente, deve-se observar as duas condições
fundamentais para a ocorrência de uma reação.
• O contato entre os reagentes: os reagentes precisam estar em conta-
to para que a reação ocorra. Um exemplo dessa condição é ter dois
reagentes armazenados em frascos distintos e fechados e esperar que
ocorra reação entre eles.
• A capacidade que uma substância tem em reagir com outra: mesmo
que os reagentes estejam em contato, pode não ocorrer a reação. A
capacidade que uma substância tem em reag ir está relacionada à es-
tabilidade química dos reagentes . O sódio metálico, por exemplo, em
contato com a água apresenta a capacidade de reagir rapidamente e
violentamente, conforme se observa na fotografia.
Reação do sódio metálico com a água. Muitas substâncias, em dadas condições, podem ficar em contato por
um longo intervalo de tempo sem que haja uma reação química. O sódio
metálico em contato com o querosene tende a não reagir.
Ainda que as condições fundamentais sejam satisfeitas, pode ou não
--+ ocorrer a reação química. As partículas dos reagentes que estão em conta-
to colidem umas com as outras e, dependendo dessas colisões, poderão
originar produto(s). Nem todas as colisões ou choques entre as partículas
são eficazes. A ilustração ao lado mostra alguns exemplos.
--+
Para que haja colisão eficaz, esta deve ocorrer em posição geométrica
Colisões não eficazes entre partículas de adequada e com energia igual ou superior à energia mínima capaz de rom-
reagentes não dão origem a produtos. per as ligações das partículas reagentes originando novas ligações e, con-
sequentemente, novos produtos.

Exemplo de colisão eficaz entre


partículas de reagente em posição
geométrica adequada, ocasionando
a formação de produtos.

Termoquímica e cinética química 183

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Para que haja a reação efetiva com formação de produto, é necessário que a colisão
ocorra com uma energia igual ou superior à energia mínima, capaz de romper as liga-
ções das partículas reagentes, originando novas ligações e, consequentemente, novos
produtos. A energia mínima necessária para a ocorrência de uma reação é denominada
energia de ativação.
Quando há colisão eficaz, forma-se uma estrutura instável e intermediária entre os
reagentes e os produtos, denominada comp lexo ativado. A energia de ativação é ne-
cessária para formar o complexo ativado, estrutura na qual há um enfraquecimento das
ligações dos reagentes e inicia-se o processo de formação das ligações dos produtos.
Observe na reação do gás hidrogênio com iodo gasoso a formação do complexo
ativado entre os reagentes e o produto.

reagentes produto

H H H -1
+ _;) +
1
1 1

H H H- 1

reagent es complexo produto


ativado

1
Graficamente, o complexo ativado pode ser representado por uma curva em que o
ponto mais elevado corresponde ao momento da colisão entre as partículas ativadas.
A energia de ativação de reações exotérmicas é menor do que em reações endotérmicas.

~······' .............. ' ............. ' .. ' ......... '. '. ' ......................... ' ................ ' ....... ·····:- ~....• ' ................ ' ............ ' .' .............. ' .......................... ' .............. ' ............
Em uma reação exotérmica, em que a energia é Em uma reação endotérmica, há absorção de energia
transferida do meio interior para o exterior, ocorre na forma de calor. Assim, a energia final dos
liberação de energia na forma de calor. Assim, a produtos é maior do que a inicial dos reagentes.
energia final dos produtos é menor do que a inicial Nesse caso, a variação de energia (t::..H) é positiva.
dos reagentes. Nesse caso, a variação de energia
(t::..H) é negativa.

Energia de ativação Energia de ativação


em reação exotérmica em reação endotérmica
Energia Energia
complexo complexo
_l ______ _ ativado
-r------ ativado

energia
de
ativação

1 produtos

t::..H>O
--------------------
reagentes
produtos
~
Progresso da reação
~------------------
Progresso da reação
II
184

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Sabendo que a energia de ativação de uma reação é a energia necessária para a
formação de seu complexo ativado, podemos calculá-la da seguinte maneira:
E
atlvaç:ao
= E
~ aUw.cb
- E
1eagernes

Nas mesmas cond ições de reação, é possível afirmar que:


• quanto maior for a energia de ativação, maior a dificuldade de ocorrência da rea-
ção, assim, menor deverá ser a sua taxa de desenvolvimento.
j energia de ativação

• quanto menor for a energia de ativação, menor a dificuldade de ocorrência da J, velocidade da reação
reação, assi m, maior deverá ser a sua taxa de desenvolvimento.

/ Atividade resolvida


RZ. Considere a equação de uma reação reversível Energia de ativação
abaixo: de reação reversível \
X+Y ~ Z+W
Energia (kcal)
De acordo com o seu diagrama de energia repre-
sentado ao lado, responda às questões.
a) Qual a entalpia associada aos reagentes da
reação direta?
b) Qual a entalpia associada aos produtos da
reação direta?
e) Qual a entalpia do complexo ativado (reação
direta)? 22
d) Qual a energia de ativação da reação direta?
Z+ W
e) Qual a variação de entalpia da reação direta? -1 5
f) Qual a entalpia associada aos reagentes da
reação inversa?
Caminho da reação
g) Qual a entalpia associada aos produtos da
reação inversa?
h) Qual a entalpia do complexo ativado (reação inversa)?
i ) Qual a energia de ativação da reação inversa?
j ) Qual a variação de entalpia da reação inversa?
k) O sentido direto da reação é endotérmico ou exotérmico?
l) O sentido inverso da reação é endotérmico ou exotérmico?
Resolução
a) Os reagentes da reação direta são X e Y, portanto a sua entalpia é 22 kcal.
b) Os produtos da reação direta são Z e W, portanto a sua entalpia é -15 kcal.
e) A entalpia do complexo ativado é 77 kcal.
d) A energia de ativação é a energia absorvida pelos reagentes para levá-los até o
complexo ativado.
Eativação = E complexo ativado - E reagentes => Eativação = 77 - 22 =55 => Estivação = 55 kcaJ
e) L'i.H direta = H produtos -H reagentes => L'i.Hdireta = (- 15) - (22) =-37 => L'i.H direta = -37kcal
f) Os reagentes da reação inversa são Z e W, portanto a sua entalpia é -1 5 kcal.
g) Os produtos da reação inversa são X e Y, portanto a sua entalp ia é 22 kcal.
h) A entalpia do complexo ativado é 77 kcal.
i) Eauvação = Ecomplexo ativado - E reagentes => E ativação = 77 - (-15) = 92 => E ativação = 92 kcal
j ) L'i. H inversa = H prod utos - H reagentes => L'i. H inversa = 22 - (- 15) = 37 => L'i. H inversa = 37 kcal
k) L'i. H direta = H produtos - H ,eagentes => L'i. H direta = (-15}- (22) = -37 => ll H direta = -37 kcal
A variação de entalpia da reação direta é L'i. H direta = -37 kcal, portanto é menor
que zero. Logo, trata-se de uma reação exotérmica.
l ) A variação de entalpia da reação inversa é ô H direta = 37 kcal, portanto é maior que
zero. Logo, trata- se de uma reação endotérmica.

Termoquímica e cinética química 185

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Fatores que influenciam a rapidez de reação
Em uma reação química é possível aumentar ou diminuir a rapidez de reação contro-
lando alguns fatores de forma isolada ou em conjunto. Entre esses fatores, destacam-se:
Esquema representatrvo.
As partículas ilustradas natureza dos reagentes, superfície de contato, pressão, temperatura, concentração de
não estão em proporção e
as cores utilizadas não reagentes, catalísadores e inibidores. O quadro a seguir apresenta esses fatores e al-
COITespondem às reais.
guns exemplos.

Fatores que influenciam a rapidez de reação

Fator Efeito na reação Exemplo

Lenta a 25 ºC:
J número de ligações

[-:
2H 2(g) + 102 (g) ----? 2H 2 0(e)
\ a serem rompidas
Natureza dos Rápida a 25 ºC:
reagentes / intensidade de força
\ das ligações 1 AgN03(aq) + 1 NaCe(aq) ----? 1 AgCl'.(s) + 1 NaN03(aq)
Mantendo-se as demais precipitado
! rapidez de reação
condições: rapidez (li) > rapidez (1)

rapidez (1)
1 Zn(s) + 2HU(aq) ---------) 1 ZnCf. 2 (aq) + 1 H 2 (g)
fio
Superfície de t área de colisão (contato) rapidez (li)
contato t rapidez de reação 1 Zn(s) + 2HCl'.(aq)
.._, 1 ZnC l'. 2(aq) + 1 H2 (g)

Mantendo-se as demais condicões:
rapidez (11) > rapidez (1)
+

sistema (A) sistema (B)

v,
(I
pressão (gases)
volume (gases)
Pressão
número de colisões
(sobre gases)
T rapidez de reação

P,"' P2 ~ V,> V2
rapidez: sistema (B),. sistema (A)

t temperatura

l \ energia cinética das


partículas
! temperatura
t \ número de
l rapidez
Temperatura colisões eficazes
de reação
t rapidez de reação
endot ér micas e
exotérmicas
A conservação de alimentos em geladeira
permite retardar sua decomposição.

Nesse caso, ao diminuir a temper atura , a reação de d ecomposição dos alimentos fica mais
l enta (diminui), ou seja, a taxa de desenv olvimento é menor.
Reg r a d e van't Hoff: "um aumento de 10 º C faz, em ger al, a r apid ez da reação dobr ar".

186

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/ concentração dos
t \ reagentes {1 lraagentes)
Concentração t < número de moléculas
por unidade de volume
de reagentes
número de colisões
t \ entre partículas
reagentes menor concentração maior concentração
(reação lenta) (reação rápida)
t rapidez de reação
1------1 Esquema representativo. As partia.lias ilustradas não estão em
~ proporção e as cores utilizadas não correspondem às reais.


t catalisador (substância que
part icipa da formação do
complexo ativado)
! / energia de ativação
\ da reação Decomposição da água oxigenada catalisada
pela enzima catalase presente no sangue.
t rapidez de reação
Catalisador
(Quando utilizado, o
catalisador aumenta a
rapidez da reação.)

O dióxido de manganês (MnO,) cataliza a


decomposição do peróxido de hidrogênio.
+-

t inibidor (substância que


participa da formação do
meio ácido
complexo ativado)
Inibidor diminui a 2 H 2o(e) +0 2 (g)
/ energia de ativação
1 \ da reação rapidez de reação

:. l rapidez de reação

com luz
2AgCe(s) ===~2Ag(s) + Ce. 2 (g)
sem luz

Reação que ocorre em vidros


f luz e/ou eletricidade fotocromáticos utilizados em óculos
Luz e t / pode(m} ativar que escurecem com a Luz solar.
eletricidade \ alguns sistemas
faísca elétrica
f rapidez de reação 2NaN 3 (s) 2 Na(s) + 3 N 2 (g)

Reação que ocorre ao inflar


o airbag de um veículo.

Termoquímica e cinética química 187

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Atividades l~ " ; Resolva as atividadas no caderno.

1. Explique os fenômenos a seguir. a) Qual a taxa média de desenvolvimento do


a) Frutas refrigeradas amadurecem mais devagar. reagente H 2 0 2 da reação, no intervalo de 10
b) Uma pastilha efervescente triturada em água a 20 minutos?
se decompõe mais rápido do que uma pas- b) A taxa de desenvolvimento dessa reação é
tilha inteira. constante? Justifique sua resposta.
e) Os alimentos cozinham mais rápido em uma e) Como armazenar água oxigenada, evitando
panela de pressão. sua decomposição?

2. (PUC-MG/Modificada) A figura ilustra a cinética de 4. Há situações em que é necessário diminuir ou


uma reação química com e sem a presença aumentar a taxa de desenvolvimento da reação.
de catalisador. Para isso, os químicos podem , por exemplo,
controlar a variação da quantidade de um parti-
Cinética de uma cipante (reagente ou produto) num dado intervalo
reação química \_ de tempo. O gráfico a seguir representa a varia-
Entalpía (kJ) ção das concentrações das substâncias A , B e
C em um intervalo de tempo.
Qual a equação que melhor representa a reação
ocorrida em função do tempo?

Variacão das concentracões


de substâncias '
Concentração (molll)
\ a) A-+ B + C
Relacione a primeira coluna de acordo com a b) B-+ A+ C
segunda coluna e, a seguir, identifique a sequên- ------- A e) C-+ A+ B
cia CORRETA obtida.
------- 8 d) B + C-+ A
@ Energia liberada pela reação. Q) H1 e) A+ e-+ B
@ Energia de ativação da ------- e
@ H2 < - - - - - - - - -- Tempo
reação catalisada.
© Energia de ativação da @ H2-H1
S. (UFPE) O metano é um poluente atmosférico e
reação não catalisada .
@ H3-H1 sua combustão completa é descrita pe la equa-
@ Energia dos produtos.
(D H4-H1 ção química balanceada e pode ser esquemati-
® Energia dos reagentes. zada pelo diagrama seguinte.

a) A3 - 84 - C5 - 01 - E2
b) A2 - B4 - C5 - 01 - E3
e) A3 - 84 - C5 - 02 - E1 Combustão completa do metano
d) A2 - B5 - C4 - 01 - E3 Entalpia (k.J/mol)

3. Durante a fotólise da água oxi-


genada (H 2 0 2 ) , a reação de
decomposição ocorre pela
ação da luz, representada pela
seguinte equação química:
2 H 20 2 ~ 2 H 20 + 0
1,000

0,625
Tempo
(min)

10
o
~ 1215
"'
~

~
965 - - - - - - -

75
C0,+2H20 1
~ - - - - - - - - - - Progresso da reação
2
Sobre este processo químico, podemos afirmar que:
O quadro ao lado apresenta
0,375 20 a) a variação de entalpia é - 890 kJ/mol, e por-
os dados relativos às varia-
tanto é exotérmico.
ções das concentrações da
0,200 30
água oxigenada em função b) a entalpia de ativação é -1140 kJ/mol.
do tempo, a uma dada tem- e) a variação de entalpia é -1 140 kJ/mol, e portanto
peratura.
0,120 40_j é endotérmico.
De acordo com os dados do quadro responda d) a entalpia de ativação é 890 kJ/mol.
às questões a seguir. e) a entalpia de ativação é -890 kJ/mol.

188

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Lei de acão
, das massas
Geralmente, para acender o fogo da churrasquei-
ra, escolhe-se os menores pedaços de carvão.
4 Em sua opinião, por que deve ser assim?
Os pedaços menores de carvão aumentam a
superfície de contato entre o gás oxigênio e o ma-
terial, auxiliando no aumento da taxa de desenvol-
vimento da reação e também no aumento da rapidez
da combustão.

Ch urrasqueira com pedaços .,,._ __


pequenos de carvào. JC&....;..a.._...,...

Os químicos noruegueses Cato Maximilian Guldberg (1836-1902)


e Peter Waage (1833 -1900) enunciaram a lei de ação das massas.
No entanto, eles publicaram seus estudos sobre a lei da ação das
massas na língua norueguesa, o que ocasionou um atraso científico
de quase quinze anos até que químicos alemães e franceses tomas-
sem conhecimento.
A uma dada temperatura, a rapidez de reação é diretamente pro -
porcional ao produto das concentrações em quantidade de matéria
dos reagentes, elevadas a expoentes que são experimentalmente
determinados.
Assim, considere a seguinte equação da reação genérica (balan -
ceada) :

xA+yB --+ zC +wD

De acordo com a lei cinética de Guldberg-Waage, a rapidez de Cato Maximilian Guldberg e Peter
Waage, químicos que enunciaram
reação T,eação pode ser dada por: a Lei de ação das massas.

m n
Treação = k · [A] [sJ 4. Resposta pessoal. Espera-se que os
alunos respondam que é para aumentar a
rapidez de reação entre o gás oxigên io e o
em que: carvão em combustão, pois quanto mais
d ividido um determinado material, maior será
k é a constante de rapidez de reação, na referida temperatura; a sua superfície de contato, logo, maior a
quantidade d e clloques eficazes.
[A) é a concentração em mol/L do reagente A;
[B) é a concentração em mol/L do reagente B;
m e n são expoentes, determinados experimentalmente.

Reações elementares e não elementares


Se uma reação química se desenvolve em uma única etapa, será
considerada uma reação elementar.
A combustão do carvão, representado por carbono (C(s)). para o
preparo do churrasco é um exemplo de reação elementar. Observe
uma das equações que podem representar essa reação química.

Chamas forma das pela


combustão de carvão.

Termoquímica e cinética química 189

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Considere, por exemplo, a equação da reação elementar genérica a seguir:

A rapidez de reação, de acordo com a lei de ação das massas ou lei cinética de
2
Guldberg-Waage, pode ser expressa da seguinte maneira: T reação =k · [A] · [s] .
S No caso da combustão do monóxido de carbono (CO(g) ) produzindo dióxido de
carbono (C0 2 (g)), como pode ser expressa a equ ação rap idez da reação a u m a
t emperatu ra T? Considere a constante de rapidez da reaç ão (a u ma dad a t em-
2
Rapidez de reação de perat ura D como sendo k . 5. T ,eação = k · [co] · [ oJ
uma reação elementar
Energia {kcal/mol) A rapidez de reação de uma reação elementar genérica pode ser
representada pelo gráfico ao lado.
estado de transição
Se uma reação se desenvolve em duas ou mais etapas distintas,
energia de a etapa lenta será a determinante da rapidez da reação e então será
reagentes
ativação considerada reação não elementar.
Consideremos, por exemplo, as equações de reações químicas a
produtos seguir:

Etapa 1: H2 + 2 NO ~ N 2 0 + H2 0 (lenta)
caminho da reação Etapa 2: H 2 + N 20 ~ N2 + H 20 (rápida)

reação global: 2 H 2 + 2 NO ~ N 2 + 2 H2 0

A etapa determinante da rapidez de reação é a etapa lenta. Desta forma, a expressão da


2
lei de ação das massas para a reação global pode ser dada por: T reação = k · [ H 2 ] · [ NO]

Rapidez de reação de uma reação não elementar


Energia de ativação

e
Uma reação é de: o
!
- ordem zero em ..3~
relação a um .
t!
(lenta)
reage nte se a ~ etapa 1 etapa li
~
alteração da w
~
concentraçã o dele ~ caminho da reação
não causar alteração ª
na rapidez de reação;
- ordem 1 e m relação Ordem de reação e molecularidade
a um reagente s e , ao
d uplicar a A ordem de uma reação química é determinada experimentalmente. Os expoentes
concentração dele, a que aparecem na expressão da lei de ação das massas (obtida experimentalmente)
rapidez de reação determinam a ordem da reação. Dessa forma, considere que a reação química
também d uplicar;
1 N2 (g) + 2 0 2 (g) - 2 N0 2{g) apresenta a taxa de desenvolvimento expressa por:
- ordem n e m relação
2 2
a um reagente se, ao
multiplicar por 2 a T reação == k · [N2] · [0 2] OU 11 reação = k· [N2] · [0 2] ·
concent ra ção dele , a A ordem da reação, conforme cada participante, e a ordem global dessa reação
ra pidez de reação fo r
podem ser obtidas da seguinte maneira.
multiplicada por 2" (a 2
base 2 des s a Treação OU 11reação == k · [N 2] · [ 0 2]
____...____...
potência se refere à
alteração ocorrida na 1• ordem 2• ordem
conce ntraçã o do ordem global da
reage nte). reação: 3• ordem

190

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A molecularidade representa o número mínimo de partículas reagentes da etapa
que determina a taxa de desenvolvimento da reação . Assim, numa reação elementar,
a molecularidade é a soma dos coeficientes estequiométricos.
Para a reação 1 N 2(g) + 2 0 2 (g) --. 2 N0 2 (g) (reação elementar), a molecularidade é 3,
ou seja, t rimolecular. Para uma reação não elementar, a molecularidade é o número de
partículas envolvidas na etapa determinante da taxa de desenvolvimento da reação.

Conclusão
Considere a equação da reação genérica aA + bB -> cC. A expressão da sua rapidez de
m n
reação é T ,eação =k · [A] · [B] .
A ordem global dessa reação é dada por (m + n), sendo m e n determinados experimental-
mente. Quando m = a e n = b, a molecularidade e a ordem têm o mesmo valor numérico e,
I nesse caso, a reação é elementar.

/ Atívidade resolvida \

R3. O quadro seguinte mostra os dados da análise cinética obtida para a reação química
X(g) + 2 Y(g) --. 2 W(g).

Taxa de desenvolvimento da reação


[XJ{mol/L) [Y] (mol/L)
(mol/ L · s)

Experimento 1

Experimento 2

Experimento 3
1,5

4,5

1,5
i-
Qual a expressão da lei de Guldberg-Waage para essa reação?
1,5

1,5

3,0
0,0 25

0,225

0,050

Resolução
Ao comparar a concentração de X e a rapidez de reação nos experimentos 1 e 2,

constata- se que ao multiplicarmos a [X] por 3 , a rapidez de reação está mult iplicada
. T reação 2 O, 225 2 ( 2 +- orde m do reagente X)
por 9, pois - - - - = - - - = 9. Logo, se 9 =3 sendo 3 ,o
Treaçâo 1 0 ,0 2 S
expoente (ordem) do reagente X nessa reação é 2.
Se compararmos a concentração de Y e a rapidez de reação nos experiment os 1 e 3,

constatamos que ao multiplicarmos a [Y] por 2 , a rapidez de reação fica multiplicada


1 - ordem do reagente Y)
por : · o~ seja ( 2 . Assim, o expoente (ordem) do reagente Y nessa
reaçao e 1.

1 Elementos da potenciação 2 - - - - - o rdem do re agente na e xp ressào

1L
9 --. 3 d a rapidez de reaçào (é o expoe nte)
b{ c = potência nos e xperime ntos 1 e 2 , a concentra ção do
c=a a= base reage nt e X fo i multiplicad a por 3 (é a base)
b = expoente
~ - - - - - - - nos e xperime ntos 1 e 2, a rapidez d e reaç ào
foi m ult iplicada por 9 (é a pot ência)

Ao analisar os dados desse quadro, conclui-se que a rapidez de reação é proporcio-


nal ao quadrado da concentração de X e é d iretamente proporcional à co ncentração
2 1
de Y. Assim, t em -se T reação =k · [X] · [Y] .

Termoquím ica e cinética química 191

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Catalisador 6. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos respondam que o catalisador é
utilizado no veículo para diminuir a emissão de gases potencíalmente poluentes .
6 Você já ouviu falar que alguns veículos possuem um aparelho chamado catali-
sador? Para que eles servem?
A substância que participa da formação do complexo ativado, de maneira a d iminuir
a energia de ativação da reação, criando um caminho alternativo e um novo mecanis-
mo de reação e que aumenta a rapidez de reação é denominada catalisador.
No caso dos veículos, o catalisador apresenta uma estrutura em forma de colmeia
(formada principalmente por platina, paládio e rádio) que faz a taxa de desenvolvimento da
reação aumentar, sem que seja consumida no processo, possibilitando, assim, menor emis-
são de gases poluentes no ambiente. Nesse sistema, a grade de platina é o catalisador.
Consideremos uma situação em que Fernando colocou bebida ga-
seificada em dois copos. Em um deles, ele adicionou uma colher de
açúcar. Em seguida, percebeu que o gás contido na bebida foi rapida-
mente eliminado nesse copo em relação ao outro, em que não houve
(
acréscimo de açúcar.
Por que isso aconteceu?

O catalisador é capaz de aumentar a rapidez de reação, mas não


aumenta seu rendimento. Logo, produz a mesma quantidade de no-
vas substâncias, mas em um intervalo de tempo menor. A substân-
cia que atua como catalisador não altera a variação de entalpia da
Adição de açú car em reação t::.H, como podemos perceber no gráfico a seguir.
um copo com bebida 7. O açúcar funcionou como catalisador da
gaseif ica da. reação d e eliminação do dióxido de carbono (gás
Entalpias em reação exotérmica com carbônico), contido na bebid a gaseificada,
, quando entrou em contato com o ar atmosférico.
e sem a presença de catalisador
Energia
Sendo assim, temos que:
• EcA é a energia do complexo
ativado sem catalisador;
• EcA é a energia do
complexo ativado com
catalisador;
• H R é a entalpia dos
reagentes;
• H P é a entalpia dos
produtos.
L caminho da reação
1

Energia de ativação = Energia do complexo ativado - Energia dos reagentes .

Os gráficos a seguir mostram a ação de um catalisador sobre reações endotérmicas e exotérmicas.

Acão catalítica em Ação catalítica em


r~ação endotérmica reação exotérmica
Energia Energia
F+G+calor --+ H+J X+Y -+ Z+W+calor

caminho da reação

192

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Os catalisadores são substâncias que, incorporadas ao sistema reacional, reduzem
a energia de ativação e são recuperadas intactas ao final da reação. O gráfico a se-
guir mostra a ação catalítica em reações reversíve is (direta e inversa).

Ação catalítica em
reações reversíveis \
Energia direta
X+ Y ~ Z + W l\H < O
Inversa

ação ação
catalítica catalítica


(direta) ~nversa)

E~,; -
X+Y
t.H
Z+W
caminho da reação

O catalisador aumenta tanto a rapidez de reação direta quanto a inversa, pois dimi-
nui as suas energias de ativação, em que:
• E at é a energia de ativação da reação direta sem catal isador;
1

• Ea, é a energia de ativação da reação direta com catalisador ;


2

• E a, é a energia de ativação da reação inversa sem catalisador;


3

• Eª1 é a energia de ativação da reação inversa com catalisador.


4

Catálise homogênea ou heterogênea


O termo catálise se refere à ação de um catalisador em uma reação. As catálises
podem ser homogêneas ou heterogêneas. Aquela em que os reagentes e o catalisa-
dor constituem uma única fase é a catálise homogênea. Observe o exemplo a seguir,
em que a reação global ocorre em duas estapas:

Etapa 1: S0 2(g) + N0 2 (9) - S0 3 (g) + NO(g)

Etapa 2: NO{g) + --½-0 2 (9) - N0 2 (g)

reagentes e catalisador formam um


sistema monof ásico (catálise homogên ea)

A substância N0 2(g) catalisa a reação do SOz(g) com o 0 2 (g) a S0 3 (g). Observe que
a substância N0 2(g) da reação está sendo plenamente recuperada ao final. Essa rea-
ção global pode ser representada apenas por:

As catálises em que os reagentes e o catal isador constituem um sistema de duas


ou mais fases são as catálises heterogêneas.

Termoquímica e cinética química 193

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Adsorver: fixar moléculas 1 Nas catálises heterogêneas, a ação do catalisador é de superfície (as partículas
de um fluido em uma
superfície sólida. reagentes são adsorvidas na superfície do catalisador), o que enfraquece as ligações
das partículas reagentes, facilitando a formação do complexo ativado e diminuindo a
energia de ativação da reação. Exemplo:

reagentes e catalisador formam um


sistema bifásico (catálise heterogênea)

A platina (Pt(s)), assim como os metais níquel (Ni) e paládio (Pd), atuam como catalisa-
dores da reação entre o gás acetileno ou etino ( C2 H2 (g)) e o gás hidrogênio ( H 2(g)).
As catálises têm aplicações importantes em nosso cotidiano, na ciência e na indús-
tria. Os catalisadores são bastante utilizados em sínteses de substâncias para a in-
dústria farmacêutica, de polímeros, de alimentos, entre outras possibilidades.
Como já vimos, os conversores catalíticos instalados nos escapamentos de automóveis
(catalisadores automotivos) contêm uma estrutura cerâmica, em forma de colmeia,
com uma mistura de metais (paládio e molibdênio para veículos a álcool e paládio e
rádio para veículos a gasolina) que funciona como catalisadores, decompondo osga-
ses poluentes (o monóxido de carbono ( CO(g)) é convertido em dióxido de carbono ( C02 (g)),
óxidos de nitrogênio (Nü x(g)) são convertidos em gás nitrogênio (N 2(g)), hidrocarbonetos não
queimados completamente são convertidos em dióxido de carbono e água, entre outros).
As enzimas são proteínas que funcionam como biocatalisadores, pois catalisam rea-
ções de processos bioquímicos fundamentais aos seres vivos.

Algumas enzimas do sistema digestório humano

pH ótimo de

1,,.,. ,., ,.,


Sucos digestores Enzimas Substrato Produtos atuação (atividade
máxima)

r·'' "
age na b oca1
amido maltose e glicose neutro

pepsina proteína peptonas


Suco gástrico ácidos graxos, ácido
(age no estômago) lipase gástrica lipídios glicerol e
monoglicerídios

~ mlotápslaa~ proteínas e
oligopeptídios
peptonas
sina

rnase RNA
Suco pancreático nucleotídíos básico
(age no intestino) dnase DNA (alcalino)
ácidos graxos
lipase pancreática lipídios
e glicerol
amilase
amido maltose e glicose
pancreátic~
glicose e
lactase lactose
galactose
sacarase sacarose glicose e frutose

Suco entérico maltase maltose glicose e glicose básico


(age no intestino) (alcalino)
carboxipeptidase
oligopeptidios
aminopeptidase aminoácidos

dipeptidase dipeptídios

194

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/ Atividade resolvida\
R4. (Unicamp-SP) Observe os diagramas 1 e 2 representativos de uma mesma reação química.

Concentração dos produtos Energia


Coordenada da reação
diagrama 2

Para cada curva do diagrama 1 há uma curva correspondente no diagrama 2. Quais


curvas representam a reação na presença de um catalisador? Explique.

Resolução
Diagrama 1: a curva B é de catálise, ou seja, representa a reação na presença de ca-
talisador, pois ao comparar as curvas A e B, constata-se que a curva B forma mais
produto (maior concentração dos produtos) em intervalo de tempo menor e, ao final,
ambas formam a mesma quantidade de produtos (em tempos diferentes).
Diagrama 2: a curva C é de catálise, pois apresenta menor energia de ativação que a
curva D. O catal isador promove o abaixamento da energia de ativação.

ol
1 Química em foco

Alguns fatores que envolvem cinética química


Em nosso dia a dia podemos observar que existem reações lentas, rápidas e
outras quase instantâneas. Há reações químicas naturais, como aquelas que envol-
vem a formação de petróleo, para o qual são necessários milhões de anos. Há
também reações que demandam menos tempo, como as envolvidas na deteriora-
ção de alimentos.
Alguns profissionais usam técnicas para controlar a taxa de de-
senvolvimento das reações .
Um feirante pode aplicar algumas técnicas para aumentar ou
diminuir o tempo de amadurecimento das frutas. Para essa finali -
dade, a refrigeração é o método mais usado, pois a diminuição da
temperatura reduz as trocas gasosas e algumas reações químicas
que permanecem mesmo depois de ter colhido o fruto.
Outra técnica é a chamada atmosfera controlada, que consiste
em embalar os frutos em filmes plásticos e reduzir a concentra-
ção de gás oxigênio (0 2 ) elevando, assim, a concentração de di-
óxido de carbono (Cü 2 ).
O eteno ou etileno (C2 H 4 ) é um gás produzido pelas frutas, que
atua no seu amadurecimento. Por isso, para acelerá-lo alguns fei-
rantes costumam embrulhar as frutas em folhas de jornal a fim de
evitar que o etileno "escape" para o ar atmosférico. Ocorre também
um abafamento da fruta, que provoca um aumento da temperatura, Goiabas envolvidas em saco plástico com o
contribuindo para que a fruta amadureça mais rapidamente. objetivo de protegê- las e amadurecê- las.

Termoquímica e cinética química 195

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Atividades ~~ Resolva as atividadas n o c aderno.

6. Considere o texto a seguir que comenta o fenô - @ Um procedimento muito comum utilizado em
meno da mortandade dos peixes em lagoas de práticas de culinária é o corte dos alimentos
Maricá, no Rio de Janeiro. para acelerar o seu cozimento, caso não se
[... ] tenha uma panela de pressão.
Segundo a Secretaria Municipal Adjunta de @ Na preparação de iogurtes, adicionam-se ao
Meio Ambiente, o fenômeno normalmente está leite bactérias produtoras de enzimas que
associado ao aumento da população da cidade, aceleram as reações envolvendo açúcares e
quando o volume de despejo ilegal de esgoto proteínas lácteas.
nas lagoas aumenta. O município também in-
Com base no texto, quais são os fatores que
formou que uma das possíveis causas é o forte
influenciam a rapidez das transformações quími-
calor, entre outros fatores que interferem na oxi-
genação da água. cas relacionadas aos exemplos 1, 2 e 3, respec-
tivamente?
O Inea [Instituto Estadual do Ambiente - RJ]
também apontou a redução dos níveis de oxigê- a) Temperatura, superfície de contato e concen-
nio da água como provável causa da morte dos tração.
peixes. O órgão ressaltou ainda que, entre os b) Concentração, superfície de contato e catali-
fatores que favorecem esse fenômeno, estão as sadores.
altas temperaturas da semana passada. asso- e) Temperatura, superfície de contado e catali-
ciadas à mudança de tempo do fim de semana, sadores.
que provoca a revolução do sedimento do fundo d) Superfície de contato, temperatura e concen-
do complexo lagunar. As mudanças de tempera-
tração.
tura afetam especialmente as lagoas rasas,
e) Temperatura, concentração e catalisadores.
como é o caso do complexo lagunar de Maricá."
GR:ANDE quantidade de peixes mortos aparece em lagoas de Maricâ, no RJ_ G1. 8. Considere que o processo de decomposição do
Região dos Lagos, 4 jan. 2016. Disponível em: <http://g1.glol:Jo.com/rj/regiao-dos-
lagos/noticia/2016/01/grande-quantidade-de-peixes-mortos-aparece-em-lagoas- gás pentóxido de dinitrogênio (N 2 0 5 ) seja uma
de-marica-no-rj.html>. Acesso em: 12 tev. 2016.
reação de primeira ordem, conforme a equação
De acordo com o texto, responda: química seguinte:
a) No local onde você mora já ocorreu uma situação
parecida como essa? Descreva-a sucintamente. 2N 20 5 --+ 4N0 2 + 0 2

b) Nesse caso, seria aconselhável recolher os pei-


De acordo com a lei cinética de Guldberg-Waage,
xes mortos que estejam em bom estado para
escreva a equação da rapidez de reação
o consumo humano? Justifique sua resposta.
e) Em geral, o que se espera que ocorra com as T ,eação'

reatividades das substâncias presentes nos 9. A reação do íon hipoclorito, principal componente
esgotos ilegais com o aumento de temperatura? da água sanitária, com corantes, produz substân-
~ /"''""' ;·······~·: ";··;·'..•.• cias incolores. Os dados experimentais a seguir
apresentam a relação das quantidades e taxa de
Procure os valores das solubilidades do gás desenvolvimento da reação em três experimen-
oxigênio na água de rios e lagos nas tempe - tos. A partir dos dados, encontre a lei de reação
raturas OºC, 10ºC, 20ºC e 30"C, que estejam e o valor de k.
situados na altitude de sua cidade (em rela-
ção ao nível do mar). Experimento 2 3
7. (Enem/MEC) Alguns fatores podem alterar a rapi-
dez das reações químicas. A seguir destacam-se [ceo -i (mol/L}J 1,7 · 10
-3
3,4 · 10
-3
1,7 · 10
-3

três exemplos no contexto da preparação e da


conservação de alimentos. [corante] -2 -2 -2
1,7 · 10 1,7 · 10 3,4 · 10
(mol/L)
G) A maioria dos produtos alimentícios se con-
serva por muito mais tempo quando submeti-
dos à refrigeração. Esse procedimento diminui Rapidez inicial
(mol/L)
1,7 · 10
4
3,4 · 10
:-1 3,4 · 10
4

a rapidez das reações que contribuem para a


degradação de certos alimentos.

196

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Oficina de Química .. Rapidez das reações químicas

~/ Ponto zero
Parte considerável das reações qufmicas ocorre espontaneamente, portanto há dificuldade
para controlá-las. Porém, é possível usar alguns fatores que podem alterar as suas taxas de
desenvolvi menta.
• Cite alguns dos fatores que podem alterar a rapidez ou taxa de desenvolvimento de uma
reação química. Natu~eza do reagente, :>l!perfíci~ ?~ contato, temeeratura, concentração,
catalisadores, luz, eletricidade, 1rnb1dores e pressao (para gases).
Pode-se utilizar um ou mais fatores em conjunto durante o estudo da rapidez de reação.

00a / Materiais
• 6 comprimidos efervescentes
• 6 béqueres ou copos transparentes
• 1 colher
• água em temperatura ambiente
• água quente
• água fria

• 1 pires • vinagre

~ /Mãos à obra @ Para aument ar a exatidão nas medidas de intervalos de


tempo, r elativos a cada uma das situações apresentadas
nos experimentos. é aconselhável utilizar cronômetro.
Parte 1
@ Coloque água quente em um béquer até que ocupe metade de sua capacidade.

@ Coloque a mesma quantidade de água fria em outro béquer.

© Simultaneamente, adicione um comprimido efervescente em cada béquer.

@ Determine os intervalos de tempo gastos ao dissolver cada um dos comprim idos nas
duas situações apresentadas e, ao final, anote em seu caderno esses valores e os
outros resultados observados.

Béqueres com água


- - - - - - - - - - - - - ~ - ~ - - - - - quente e água fria.
Parte 2
® Coloque um comprimido efervescente dentro de um pires. Para não perder parte do
material, use preferencialmente a parte externa da colher para triturá-lo.

® Em outros dois béqueres, coloque a mesma quantidade de água em temperatura


ambiente.

@ Simultaneamente, adicione em um béquer um comprimido efervescente (inteiro) e, no


outro béquer, o conteúdo relativo ao comprimido pulverizado no píres.

Termoquímica e cinética química 197

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@ Determine os intervalos de tempo gastos na dissolução de cada um dos materiais
contidos nos dois béqueres. Ao final, anote em seu caderno esses e outros resultados
observados.

Comprimido efervescente sendo triturado. Dois comprimidos efervescentes: um triturado


e um inteiro.

Parte 3
(I) Coloque vinagre em um béquer, até metade de sua capacidade.

(D Em outro béquer coloque uma colher de vinagre e, em seguida, complete com água
em temperatura ambiente, até a metade de sua capacidade.

® Simultaneamente, adicione um comprimido efervescente em cada béquer.

(D Meça o intervalo de tempo gasto na dissolução dos comprimidos e, ao final, anote em


seu caderno esse e outros resultados observados.
1. Quando os
comprimidos são
colocados em
[e Caro aluno, para a sua
proteção, ao realizar
contato com a
esse experiment o. é
água, com solução
de água com adequado usar jal eco
vinagre, ou com mangas compridas,
vinagre, ocorre ócul os de proteção,
uma transformação cal ças compridas e tênis
química, a qual é fechados.
evidenciada pela Para não se queimar,
liberação de gás. tome cuidado ao
A trituração do manusear a água quente.
comprimido é um Lembre- se sempre de
fenômeno físico,
que l aboratório é lugar
pois não altera a is
de trabalho sério.
sua composição g
química.
~
"~ O Os r esíduos dessa o ficina 1
l podem ser descartados
~ no s istema de esgoto.

~----
o

Dois béqueres: um com vinagre e outro com vinagre e água.

' Isso também ocorre ao cozinhar alimentos picados, pois eles cozinham rapidamente;
~ , - - - - - - - Concentração de um reagente: para acender uma churrasqueira, em geral, abana-se
1r-Y' / Para pensar sobre a brasa do carvão, aumentando a disponibilidade de gás oxigênio; dessa forma a
concentração de gás oxigênio disponível para a combustão fac ilita a queima do carvão.
1. As transformações que você observou são físicas ou químicas? Argumente, apontando
evidências que confirmam a sua resposta.
2. Que gás foi liberado durante a dissolução do comprimido efervescente? Escreva em seu
caderno o nome e a fórmula molecular desse gás.
Dióxido de carbono ou gás carbônico (Cü 2 ) .
3. Cite os fatores que influenciaram a rapidez das reações em cada uma das três partes da
oficina. Parte 1, temperatura; parte 2, superfície de contato; parte 3, concentração.
4 . Cite exemplos de seu cot idiano referentes a fatores que alteram a rapidez das reações
químicas. Temperatura: ao colocar um determinado alimento na geladeira, diminui sua rapidez de
reações de degradação; superfície de contato: na mesma concentração, geralmente remédios em soluções ou suspensões
líquidas possuem maior rapidez de reação do que aq ueles apresentados em forma de comprimidos:

198

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fA·i!••i4i,i•M•,iit+~--· c·~~~-~~~~~-~-~~~-Lí~i~·~· · ··· ··· ··· · · · · · · · · · · · · · · · · · · ·.
V
Conhecendo
No Brasil, os combustíveis automotivos mais
utilizados são a gasolina e o etanol. A queima
desses combustíveis promove a liberação de
alguns gases para a atmosfera, como o dióxido
de carbono, monóxido de carbono, nitrogênio,
entre outros.


Entre esses gases há alguns altamente po-
luentes que podem alterar a qualidade do ar.
causando problemas à saúde, como doenças
pulmonares.

Tráfego intenso na Avenida Moreira Guimaràes


em São Paulo. em 20 de outubro de 2015.

Dessa forma, em função do aumento contínuo da frota de veículos em circulação, tornou-se ne-
cessário o desenvolvimento de um mecanismo de redução da emissão dos gases poluentes na
atmosfera. Para isso, foram criados e instalados em motores automotivos dispositivos que promo-
vem a conversão dos gases poluentes em gases de menor impacto. Esses dispositivos são os
chamados conversores catalíticos.

Estudando
O funcionamento veicular baseia-se na queima de combustíveis, que liberam, além da energia
térmica requerida pelos automóveis, produtos de combustão completa (C0 2 , H 2 0, N2 ) e incom-
pleta (CO, NO, N0 2 e hidrocarbonetos). Os produtos de combustão incompleta são poluentes e
danosos à saúde humana quando inalados.
Dentro desse contexto, insere-se a catálise heterogênea, processo no qual se baseiam os con-
versores catallticos dispositivos que transformam, conforme foi expresso acima gases tóxicos em
gases inofensivos, ou menos tóxicos , de acordo com as reações representadas pelas equações:

2 C 2H 6 (g) + 7 0 2 (g) - 4 C0 2 (g) + 6 H 20(v)

2 CO(g) + 0 2 (g) - 2 C0 2 (g)

2 N0 2 (g) + 4 CO(g) - N 2 (g) + 4 C0 2(g)

O arranjo interno do conversor é constituído


por um material cerâmico ou metálico no for-
mato de uma colmeia, ou seja, são pequenos
canais por onde os gases passam. Essa estru-
tura implica em uma grande área superficial
que é revestida por óxido de alumínio e sobre a
qual é fixada a substância que atua como cata-
lisador. Para essa função, geralmente é adota-
da uma liga de metais nobres, como paládio e
rádio ou paládio e molibdênio. Por se tratar de
uma catálise heterogênea, a reação acontece
com as moléculas gasosas adsorvidas na super-
fície do catalisador. A grande área de contato
promove um aumento da velocidade da reação. Estrutura interna d o cat alisador mostr ando os canais por
onde passam os gases.

Termoquímica e cinética química 199

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A estrutura é revestida por uma manta expansiva que tem
como finalidade atuar como isolante térmico e dar resistência
mecânica à colmeia. Um metal é então utilizado como carcaça,
conferindo o aspecto final do conversor.
O conversor catalítico de um veículo geralmente tem um tem-
po de vida médio de 80 mil quilômetros rodados. Após esse
período, o conversor precisa ser trocado para que a eficiência
na redução de gases tóxicos seja mantida.

Catalisador automotivo. saída de gases

,
inofensivos

., ,.·'·,
1. Combustão completa:
C zH50H(e) + 30z{g)- 2CO) g) + 3H zO{v)
Combustão incompleta:
C 2 H 50H(f) + 20 2 (g)- 2CO(g) + 3HzO{v)
2. Espera-se que os alunos pesquisem sobre
o assunto e discutam com colegas e
fami liares a respeito da existência e do
funcionamento do conversor catalítico. Além
disso, espera-se que compreendam seu
mecanismo de conversão de gases, seu
tempo de vid~ útil e a necessidade de sua canais por onde
substituição. E importante que discutam
passam os gases
sobre as implicações do uso desse
equipamento para o meio ambiente e a 1
saúde humana, refletindo, por exemplo,
sobre a qualidade do ar no caso da
inexistência desse tipo de recurso.

suporte
cerâmico

co j
L ..._. ,_... manta
metais
nobres
expansiva

emissões tóxicas
provenientes do
motor

Esquema de funcionamento de um conversor catalítico.

Conversando
1. Sabendo que o etanol é o principal combustível utilizado no Brasil, apresente suas reações
de combustão completa e incompleta.
2. "O conversor catalítico de um veículo geralmente tem um tempo de vida médio de 80 mil
quilômetros rodados. Após esse período, o conversor precisa ser trocado para que a eficiên-
cia na redução de gases tóxicos seja mantida". Pesquise a respeito desse assunto e discu-
ta com seus colegas e familiares sobre a manutenção dada a esse equipamento em um
veículo.
3. Ao longo dos anos os impactos causados por produtos de combustão foram sendo perce-
bidos no ambiente e na saúde humana, por isso foi necessário pensar em outras alternati-
vas, como a alteração na composição dos combustíveis, para reduzir o lançamento de
gases tóxicos na atmosfera. Pesquise quais foram essas mudanças na composição dos
combustíveis. O álcool etílico passou por alterações para que naturalmente começasse a apresentar uma
combustão mais completa . O tetraetilchumbo, componente da gasolina, foi substituído pelo etanol, uma vez
que o chumbo liberado causava danos à saúde dos profissionais responsáveis pela sua produção e à
população exposta aos gases emitidos pelos motores de veículos que o utílizavam.

200

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·. .. Atividades
. . . . . . . . ... . . . . complementares
,. . . . . . . . ,. . . ,... . . . . . . . . . . . .·i·, Resolva as atividades no caderno.

1. (UFSCar-SP) A dissolução de uma substância em 2. Analise as informações do quadro abaixo e res-


água pode ocorrer com absorção ou liberação ponda às perguntas a seguir.
de calor. O esquema apresenta as temperaturas
da água destilada e das soluções logo após as Substância áH; a 25 °[ (k J/mol)
dissoluções do nitrato de sódio e hidróxido de
Hp(g) -241 ,8
cálcio em água destilada.
C0 2 (g) - 393,5

CH 30H(t) - 239,0

a) Escreva em seu caderno a reação de com-


bustão total do metanol e faça seu balan -
H,0 H20 + Ca(OH)2 ceamento.
b) Com base nas informações do quadro, calcu-
le o 6.H combustão da reação.
T = 25'( T = 21'C T= 29'( e) Calcule a massa de C0 2(g) em gramas, que é
produzida quando ocorre a combustão de
Os gráficos seguintes representam as curvas de 256 gramas de metanol.
solubilidade para as duas substâncias conside-
Dados: McH 3OH = 32g /mol e Mco 2 = 44g/mol
radas.
3. A reação de formação da amônia está represen-
CS (g soluto/100 g H,O) CS (g soluto/ 100 g H2 0)
tada pela equação:
3 H 2 (g) + N 2 (g) ...,. 2 NH 3 (g)

Os valores das energias das ligações estão


apresentados no quadro seguinte.

Energia da
Ligação
Ligação (kJ/mol)
T (°C) T(ºC}
curva 1 curva li H- H 436

N= N 944
Quanto ao calor liberado ou absorvido na disso-
lução, o calor de dissolução l:l.Hdiss e a curva de H- N 390
solubilidade, assinale a alternativa que apresen -
ta as propriedades que correspondem, respec- a) Utilizando os dados de energia das ligações,
t ivamente, à dissolução do nitrato de sódio e à ca lcule a variação de entalp ia que ocorre
do hidróxido de cálcio em água. quando 1 mol de amônia é formado.
a) Endotérmica; l:l.H diss> O; curva 1. b) A reação de formação da amônia é endotér-
Exotérmica; l:l.Hdiss< O; curva li. mica ou exotérmica? Justifique.

b) Endotérmica; l:l.H diss> O; curva li. 4. (UFRJ) Em duas lanternas idênticas, carregadas
Exotérmica; l:l. Hdiss< O; curva 1. com a mesma massa de carbureto, goteja-se
água, na mesma vazão, sobre o carbureto. Na
e) Exotérmica; ~ Hdiss> O; curva 1. lanterna 1, o carbureto encontra-se na form a de
Endotérmica; l:l. Hdiss< O; curva li. pedras e, na lanterna li, finamente granulado.
d) Exotérmica; ~ Hdiss< O; curva 1. a) Indique qual das lanternas apresentará acha-
Endotérmica; l:l.H diss> O; curva li. ma mais intensa.
e) Exotérmica; ~ Hdiss> O; curva li. b) Indique qual delas se apagará primeiro. Justi-
Endotérmica; l:l.H diss< O; curva 1. fique sua resposta, com base em seus co-
nhecimentos de cinética química.

Termoquímica e cinética química 201

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5. O bicarbonato de sódio (NaHC0 3) é comumente 8. Alguns fatores podem alterar a rapidez das
utilizado como fermento. Sua atuação é através da reações quím icas. Para exemplificar essa
reação de decomposição apresentada a seguir, que teoria , um professor colocou um fio de zinco
libera gás carbônico: metálico em duas soluções de ácido sulfúrico
2 NaHC03(S) --t Na2CÜ3(S) + C02(g) + H2Ü(V) (H 2Sü 4), uma solução diluída (tubo 1) e outra
solução concentrada (tubo li). Observe a se-
Com base nas informações do quadro abaixo, e
guir a ilustração do experimento e sugira uma
aplicando a Lei de Hess, calcu le a variação de en-
explicação para os processos ocorridos nes-
talpia para a decomposição do bicarbonato.
ses tubos.
1 li
.6.H 1 = - 242 kJ

.6.H 2 = -394 kJ

.6.H 3 = -1130 kJ

9. (Unicamp-SP) Soluções aquosas de água oxi-


genada, (H 20 2), decompõem-se em água e
6. Na reação química hipotética X+ Y --t Z, verificou-se gás oxigênio. A figura a seguir representa a
a alteração da concentração do reagente [x] em decomposição de t rês so luções de água
função do tempo, segundo o quadro a seguir. oxigenada em função do tempo, sendo que
uma delas foi catalisada por óxido de ferro
[xJ (mol/L) Tempo (s) (Il i) (Fep 3 ) .

Concentração
0,255 o
0 ,220 120
\

0,200 240 \ 1
''

~
0,190 360 2 ', '
''
' ..
~

0 ,100 720 ' ..


_
..........',, .... ........
......... __.::.:.:------
De acordo com os dados do quadro, qual a taxa de
Tempo
desenvolvimento média do reagente [x]. no inter-
valo de 4 a 6 minutos?
a) Qual das curvas representa a reação mais
lenta? Justifique em função do gráfico.
7. (UFPE) Você está cozinhando batatas em água em b) Qual das curvas representa a reação cat a-
uma boca do fogão e, na outra. fazendo carne gre- lisada? Justifique em função do gráfico.
lhada, tudo em fogo baixo, num fogão a gás. Se você
passar as duas bocas do fogão para fogo alto, o que 10. A combustão é uma reação química comum
acontecerá com o tempo de preparo? em diversas situações de nossas vidas. Por
exemplo: a combustão do gás de cozinha e
a) Diminuirá para os dois alimentos.
a queima dos combustíve is que movimentam
b) Diminuirá para a carne e aumentará para as ba-
os veículos .
tatas.
A combustão total de um mol de metano (CH 4 )
e) Não será afetado. a 25 º C e 1 atm serve para obtenção direta
d) Diminuirá para as batatas e não será afetado para de energia em forma de calor. conforme a
a carne. equação e o gráfico de entalpia pelo caminho
e) Diminuirá para a carne e permanecerá o mesmo da reação representados abaixo.
para as batatas. CH4 +202 --t 2 H20 + co 2

202

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LiH,aaçã, (kJJmoQ
b) Além da capacidade de reagir com o oxigênio
do ar, dê duas outras características que uma
100,0
estado de transição substância deve apresentar para poder ser
utilizada como substituto da vitamina C em
al imentos processados.

-75,0 +-- - -...... 13. As usinas termoelétricas são instalações utilizadas


na geração de e letricidade, a partir do calor
gerado pela queima de combustíveis fósseis.
5
õl
-965,4 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - "'
~
'-----------------+ ~
caminho da reação .:!

Observando a equação e o gráfico, responda:


a) Qual é a entalpia dos reagentes e produtos?
b) Qual é a entalpia do complexo ativado? Usina termoelétrica Uruguaíana, em Uruguaiana, RS.
e) Qual a variação de entalpia da reação direta?
O gás metano é um exemplo desses combustí-
d) A reação direta é endotérmica ou exotérm ica? veis fósseis utilizado nas usinas termoelétricas.
Justifique.
Observe a reação de combustão completa deste gás:
11. Dada a reação 2 Hce --, Higl + Cl\(g) e as se- CH 4 (g) + 2 0 2 (g) --, C0 2 (g) + 2 H 2 0(v)
guintes informações, ~H = - 800 kJ /mol
Considerando uma termoelétrica que utiliza o gás me-
Rapidez
Experimento [HcP.J (em mol/l) (em mol/L · min)
tano e que apresenta uma produção de 2,4 · 109 kJ/hora
de energia elétrica, qual será a massa aproximada
-3
0,10 1,01 · 10 de C0 2 (g) lançada na atmosfera?

2,02 -10- 3
a) 1 tonelada/hora d) 132 toneladas/ hora
2 0,20
b) 3 toneladas/hora e ) 163 toneladas/ hora
3 0,40 ~4,04 · 10- 3 e) 33 toneladas/hora

4 0,60
J 6,06 - 10-3 14. (Fuvest-SP) O "besouro bombarde iro" espanta
seus predadores expelindo uma solução quente.
determine: Quando ameaçado, em seu organismo ocorre a
a) a ordem global da reação . mistura de soluções aquosas de hidroquinona,
peróxido de hidrogênio e enzimas, que promo-
b) a lei de reação.
vem uma reação exotérmica, representada por:
e) a constante k da taxa de desenvolvimento.
C 6 H 4(0HJ 2(aq) + Hp 2(aq) --, C 6 Hp 2 (aqJ +2H 2 o(e)
t2. (Fuvest-SP) A vitam ina C é muito utilizada como
aditivo de alimentos processados. Sua proprie- O calor envolvido nessa transformação pode ser
dade antioxid ante se deve à capacidade de ser calculado, cons iderando -se os processos:
oxidada pelo oxigênio do ar, protegendo da C 6 H 4 (0H) 2 (aq) --, C 6Hp 2(aq) + H 2(g)
oxidação outras substâncias presentes nos ali-
~ Hº= + 177 kJ/mol
mentos. Um certo alimento processado, inicial-
mente embalado a vácuo, é aberto e armazena- H2 0(e) + __!_0 2 (9) __, H2 0 2 (aq)
2
do sob duas condições diferentes:
~H º = + 95 kJ/mol
1) em refrigerador a 4 ºC; 1
H 2 0(E) __, 2 0 2 (g) + H 2(g)
li) em armário fechado à temperatura ambiente
(25ºC). ~ Hº = + 286 kJ/mol . Assim sendo, o calor en-
a) Mostre em um gráfico como varia o teor de volvido na reação que ocorre no organismo do
vitamina C com o tempo para cada uma des- besouro é:
sas condições. Identifique as curvas e expli- a) 558 kJ/mol d) + 558 kJ/mol
que comparativamente o comportamento b) - 204 kJ/mol e) + 585 kJ/mol
delas. e) - 177 kJ/mol

Termoquímica e cinética química 203

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O biodiesel é um combustível biodegradável derivado de fontes renováveis, como
óleos vegetais e gorduras animais. Ele é menos poluente que os combustíveis fós-
seis, podendo substituir total ou parcialmente o diesel de petróleo. A mistura entre
os dois combustíveis é classificada de acordo com a porcentagem de biodiesel
adicionado. Por exemplo, uma mistura com 7% de biodiesel e 93% de diesel de petróleo
é chamada B7, já o biodiesel puro é denominado B100, o qual é obrigatoriamente
adicionado ao diesel de petróleo em proporções que variam conforme a legislação
em vigor. Essa adição ajuda a reduzir as emissões de gases poluentes.
No Brasil existem diferentes espécies de oleaginosas para produzir o biodiesel,
entre elas estão a mamona, o girassol, o amendoim, o dendê, o babaçu, o algodão
e a soja. Quanto à origem animal, o sebo bovino e a gordura suína são as principais
matérias-primas para a fabricação de biodiesel.

Após a seleção e limpeza dos grãos ou sementes,


é feita a extração do óleo, um processo que pode
ser mecãnico ou feito por meio de solventes. No
processo mecãnico, os grãos ou sementes são
esmagados separando o óleo do farelo, já na
extração por solventes, as substãncias apoiares
retiram os óleos das sementes. Algumas usinas
usam os dois processos conjugados por
considerarem mais proveitoso.

O óleo refinado segue então para o O óleo bruto passa


processo de transesterificação, no qual pelo processo de
é adicionado álcool (etanol ou metanol) refino (purificação
em excesso que reage com os e neutralização),
triglicerídeos (óleo refinado), formando transformando-se
ésteres (biodlesel) e glicerol. em óleo refinado
As soluções alcalinas de hidróxido de composto
sódio ou potássio são usadas como basicamente de

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Marinha dos EUA lança 1" destroier movido a gordura de cama
[. ..) A marinha americana lançou nesta semana o primeiro des-
tróier de mísseis parcialmente movido por biocombustível feito a
partir de gordura de carne bovina.
O contratorpedeiro "ecológico" [...] é parte de um ambicioso
plano chamado de "A grande frota verde", que consiste em ter
50% dos navios de guerra movidos a energias alternativas, como },-.
'<' cl'
~~
eólica, solar e biocombustíveis diversos, dentro de quatro anos. ';;:;.ç:
~~~
~
Por enquanto, o míx de abastecimento dos navios é de apenas ,!'

10% de biocombustíveis e 90% de petróleo - um passo pequeno, é


li'
o!"
;/í.:t
verdade, mas muito importante para um país que busca reduzir a im- :..'...&/'
~
portação e dependência do combustível fóssil. Destróier, USS Stockdale
A gordura usada na produção do biocombustível vem de resíduos (DOG 106), o
de carne fornecidos por agricultores do Centro-Oeste dos EUA. [...] contratorpedeiro
·ecológico".
[... J
"O uso de energia renovável pela marinha representa sua capacidade de di-
versificar as fontes de energia, e também a capacidade da nossa nação de
transformar um resíduo em uma fonte de produção nacional limpa, biocombus-
tíveis avançados que atendem às necessidades de transporte", disse o secretá-
rio de agricultura do país, Tom Vilsac.
BARBOSA. Vanessa. Marinha dos EUA lança 1• destróier movido a gordura de carne. Exame.com,
Abril Comunicações S.A. 22 jan. 2016. Mundo. Disponíwl em: <http://exame.abril.eom.br/mundo/nolicias/
marinha-dos-eua-lanca-10-destroier-movido-a-gordura-de-carne>. Acesso em: 29 abr. 2016.

Quais são as vantagens econômicas e ambientais na substituição do diesel


de petróleo pelo biodiesel?
• O Programa Nacional do Álcool (Proálcool), criado na década de 1970, foi uma
iniciativa do governo brasileiro para intensificar a produção e o consumo de
etanol para substituir a gasolina. Pesquise e escreva em seu caderno resumida-
mente quais foram os motivos para a criação e a descontinuação do programa.
O principal biocombustível produzido no Brasil é o etanol, feito a partir da cana-
-de-açúcar. Os automóveis que circulam no pais usam duas categorias de etanol,
o hidratado e o anidro. Pesquise sobre essas duas categorias e a sua utilização.

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A planta de origem amazônica
Victoria amazonica. conhecida como
vitória-régia (nome dado pelo botânico
inglês John Lindley para homenagear a
rainha Vitória). é uma planta aquática com
flores brancas ou rosadas, fortemente per-
fumadas que, em geral, podem atingir até
30 cm de diâmetro.
Suas folhas são flutuantes e enquanto
são jovens possuem o formato de coração,
desenvolvendo-se até a fase adulta, quando
passam a ter formato circular. Elas podem
atingir até 2,5 metros de diâmetro, com bor-
das que ficam até 10 cm fora da água. Es-
sas folhas formam redes de canais que
ajudam a escoar a água da chuva e supor-
tam até 40 quilogramas quando são bem
distribuídos em sua extensão.
Por meio de pecíolos com espinhos flexí-
veis (evitam a herbivoria), as folhas se ligam
ao rizoma, o qual fica no fundo do rio ou do
lago, sendo rico em amido, ferro e sais mi-
nerais.
Apesar de sua aparência robusta, a vitó-
ria-régia é uma planta delicada que não re-
siste a baixas temoeraturas.
As respostas déstas questões estão nas
í,;\ Orientações P.ara o professor.
~ A vitória-régia é uma planta que flutua
na superfície da água e que pode cobrir
praticamente todo o espelho-d'água.
Em sua opinião, isso provocaria algum
desequilíbrio no lago? Justifique sua
resposta.

@ Cite alguns fatores naturais que podem


causar mudanças no desenvolvimento
de seres vivos aquáticos. como plantas
e animais.

(0 O aquecimento global pode ser consi-


derado um fator de desequilíbrio do
ambiente amazônico? Justifique sua
resposta.

@ Cite um fator não natural que pode


causar desequilíbrio no ecossistema
amazônico.

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; •IS
ProceSSOS revers1ve A. Resposta pessoal. Espera-se que
os a1unos respondam que se ~rata de
um processo que tem a propriedade
de retomar ao estado inicial.
Essas curiosas esculturas feitas de pedaços de rochas em equilíbrio, provavelmente,
chamaram a sua atenção por causa da forma como elas estão dispostas, que repre-
B. Equilíbrio estático, senta o equilíbri o estático.
pois, em relação às
rochas naturais Contudo, se observarmos bem essa imagem, perceberemos outros sistemas em
presentes nas margens
do rio, elas estão em equilíbrio. Por exemplo, a água doce e fresca do rio é própria desse ambiente, pois
repouso. apresenta diferentes temperaturas, pH, densidades e quantidades de sais solubilizados
e de minerais. Todos esses aspectos compõem o equilíbrio dinâmico. Esse equilíbrio
Equilíbrio dinâmico: é depende de vários fatores, dos quais se destacam a composição química da mistura
aquele no qual as
que forma a água do rio, o tipo de substrato do fundo do rio, a temperatura e a pressão
quantidades de reagentes
e produt os se m antêm da água, entre outros. Dependendo dos fatores externos, como temperatura e pressão,
const,intes durante a
ocorrência da r eação
a composição física e química da água pode ser alterada. Essas alterações podem estar
química. Esse equilíbrio relacionadas tanto a processos reversíveis quanto a processos irreversíveis.
ocorre em processos
químicos reversíveis cujas
taxas de desenvolvimento
@ Em sua opinião, em que cons iste um processo reversível?
são constantes e
dif erent es de zero. @ Em relação às rochas naturais que estão nas margens do rio, as esculturas da
Equilíbrio estâtico: esse imagem acima representam um equilíbrio estático ou dinâmico?
tipo de equilíbrio pode
ocorrer. p or exemplo. ao
final de uma r eação
© Considere um sistema formado pelos objetos A e B, inicialmente com temperatu-
química ir reversível. Nesse ras diferentes. Ao serem colocados em contato, eles trocam calor entre si espon-
caso, a sua taxa de taneamente, até que em um dado instante suas temperaturas se igualam. Nesse
desenvolvimento é
constante, porém. igual a
contexto, o processo inverso ocorreria espontaneamente, de modo que A e B
zero. voltariam a ficar com temperaturas diferentes?
Com essa questão, espera-se que os alunos percebam que estando os objetos A e B
em equilíbrio térmico, portanto estável termicamente, nào ocorreria o processo inverso
208 espontaneamente fazendo que o sistema saísse do estado de equilíbrio.

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Processos reversíveis e processos irreversíveis
Se à temperatura ambiente deixarmos alguns cubos de gelo em um copo sobre
uma mesa, após certo período a água no estado sólido sofrerá fusão, passando para
o estado liquido.
1 É possível que o estado líquido da água torne-se estado sólido, ou seja, que a
água volte ao seu formato inicial (an tes da f usão)? Se isso for possível, como
poderia ser feito?

2 Depois de q ue imar uma folha de papel, seria possível fazê-la voltar ao seu es-
tado inicial? Justifique . Não, pois ocorre uma reação química que
altera permanentemente os reagentes.
Desconsiderando se o processo é ou não espontâneo, pode-se dizer que alguns
processos físicos, como as mudanças de estado físico das substâncias, são reversí- Água no estado sólido
como cu bos de gelo .
veis porque o produto tem a propriedade de retornar ao estado inicial. Por isso, os
cubos de gelo derretidos podem retornar ao estado sólido. 1. Sim , pois essa água


poderia ser colocada
3 Todas as reações químicas são processos quím icos irreversíveis? em um congelador.
Não. Há proce~sos químicos r!Jversíveis e irreversíveis. Nesse processo, a água
Há processos qu1micos reversiveis e outros irreversíveis. A situação exemplificada cederia calor ao
no item 2, a queima de um combustível, refere-se a um processo irreversível. Essa congelador até atingir a
temperatura de
reação dura enquanto houver reagentes, e não há como regenerá-los, como é o caso solidificação, passando
para o estado sólido
do papel totalmente consumido pela combustão. Podemos analisar, por exemplo, a novamente.
combustão completa do GNV.

principal componente do
gás natura l veicular (GNV)

Em solos calcários, por exemplo, as cavernas são formadas pela


dissolução de carbonatos ( co:-(aq)) em água e pelo dióxido de
t ','\)IY ·..
carbono ( C0 2(g)), formando estalactites e estalagmites. Essa reação
química é um processo reversível, como mostra a imagem ao lado.
l,~,1~(·1' 1• : f~)
processo reversível 1'
.
Gruta da Tor rinha em
lraquara , Bah ia.

Observe que os produtos da primeira reação são os reagentes da segunda reação,


e vice-versa. Se essas duas reações ocorrem ao mesmo tempo, em um único meio,
dizemos que é um processo reversível, pois se deslocam nos dois sentidos de manei-
ra simultânea. Portanto, as reações químicas reversíveis ocorrem nos sentidos direto
e inverso. Assim , o processo químico reversível, relativo à formação de cavernas cita-
do anteriormente, pode ser detalhado da seguinte maneira:

1 CaC0 3(s) + 1 H 2 0(E) + 1 C0 2 (g) - 1 Ca2+(aq) + 2 HCO~- (aq) (1)

1 ca 2+(aq) + 2 Hco:-(aq) - 1 CaC0 3 (sJ + 1 H 20(e) + 1 co 2 (g) (11)

As reações (1) e (li) podem ser representadas em equi líbrio da seguinte forma:
reacão d ireta 2 1-
1 CaC0 3 (s) + Hp(e) + 1 co 2 ·_ . 1 Ca +(aq) + 2 HC0 3 (aq)
reaçao1nve rsa

As duplas setas indicam processo reversível. A seta para a d ireita (~) indica reação
direta, e a seta para a esquerda (~ ) indica reação inversa. Se uma seta estiver com
tamanho diferente da outra, significa que a velocidade com a qual as reações se pro-
cessam são diferentes. Quanto maior a seta, maior é a velocidade da reação.

Equil.Jbrio químico 209

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No caso da formação rochosa que acabamos de estudar, o sistema atingiu equilí-
brio químico.
Em Química, a uma determinada temperatura, se a reação reversível está em estado
de equilíbrio (equilíbrio químico), os módulos das taxas de desenvolvimento das rea-
ções direta e inversa serão iguais e diferentes de zero (equilíbrio dinâmico). Assim, no
equilíbrio químico, as reações direta e inversa ocorrem ininterruptamente.

A uma dada temperatura, no estado de equilíbrio q uímic:o:


rapidez de reação direta= rapidez de reaçãoinversa# O

T reaçãodhtai T reação inwru


(velocidade&r...hi) (velocidadeinvairsa)

Estudo gráfico e constante de equilíbrio dos participantes


de uma reacão
, reversível
Ao analisarmos a equação que representa a
produção da amônia, podemos notar que a quan- Número de mol
Tempo
tidade obtida experimentalmente é menor que a (min)
NH 3 N2 H2
proporção dada na equação química. Isso aconte -
ce porque uma parte da amônia produzida é de- o 8 o o
composta, regenerando seus gases de origem,
5 6,7 0,65 1,95
que são os gases hidrogênio e nitrogênio. Visto
isso, vamos considerar a equação da reação de 25 4 2 6
decomposição da amônia.
35 4 2 6
2 NH 3(g) ~ 1 N 2(g) + 3 H 2(g)
45 4 2 6

Dados obtidos experimentalmente podem ser 50 4 2 6


organizados em um quadro como o apresentado
ao lado.
Com os dados experimentais, podemos construir um gráfico que representa a
decomposição da amônia.
O gráfico mostra a variação Quantidade de matéria dos
em quantidade de matéria das participantes da decomposição
substâncias envolvidas no pro- da amônia em função do tempo
cesso de decomposição da
amônia. Inicia-se a reação de Número de mol
~
decomposição com 8 mol de
10
gás amônia em um balão de 2 L,
a uma temperatura de 500 ºC.
8
'+ Como podemos saber em r--....
que proporção os reagentes
e produtos são consumidos
numa reação química?
6

4 -~
"~"
-/
r--.... I/""
H,

NH3
O consumo e a produção das
substâncias envolvidas ocorrem I
2 N,
em conformidade com os seus
/ ,. J......,--
coeficientes estequiométricos.
o v 1

5 25 35 45 50
Tempo (min)

210

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A partir da observação da representação gráfica, é possível concluir que no instante
5 min havia sido consumido 1,3 mol de NH 3 , e que houve a produção de 0,65 mol de N 2
e 1,95 mol de H2 .
Observe que essas variações de quantidades das substâncias envolvidas na reação
são proporcionais aos coeficientes estequiométricos. Assim, para o instante 5 min,
tem -se:

Coeficientes 2

Consumo 1,3 mol


...
Produção

A 500 ºC, no instante 25 min, a reação entra em equilíbrio dinâmico, ou seja, a rea-
ção continua ocorrendo nos dois sentidos com a mesma rapidez de reação.


Assim, para o instante 25 min, tem-se:

NH 3 N2

Coeficientes 2 3
-+--
Consumo 4 m ol
+
Produção 2 mol 6 mo l

O quadro mostra que a partir do instante 25 min não há variação na quantidade de


matéria do sistema, isto é, continua em equilíbrio dinâmico na temperatura de 500 ºC.

As expressões da rapidez de reação para as reações direta T reação"'.'"'" e inversa


T,eação podem ser representadas da seguinte maneira:
~.,,,,.. 2

T,eação =k , · [NH3]
dlre,a

Essas expressões de rapidez de reação podem ser representadas graficamente


como apresentado abaixo.

Diagrama da rapidez de reação em função do tempo para uma reação reversível

Rapidez da reação direta Rapidez da reação inversa Rapidez da reação {reversível)

Traaç;o 0,11111 = T-cão 1n,.,.,

Tempo Tempo • Tempo

À medida q ue À medida que Tempo ele equilíbrio

[ NH 3 ] .t. => T re:aç.aoodrreYi


- L- [N2] i e [H2] i ~ Tceaçãa.,.,- f.

No instante em que o valor numérico da rapidez de reação da reação direta se iguala


à da inversa, ambas continuam a ocorrer e as suas concentrações se mantêm constan-
tes. Dessa forma, a reação adquire equilíbrio químico, ou seja, equilíbrio dinâmico.

Equilíbrio químico 211

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Assim, para a reação de decomposição da amônia, na temperatura de 500 ºC, no
instante de 25 min, o sistema reversível atinge o equi líbrio químico. Então, a rapidez de
reação no sentido direto é igual à rapidez de reação no sentido inverso. Ao aplicar
essa condição de igualdade às expressões de rapidez, tem-se:
• No equil íbrio dinâmico: T ,eação = T ,eação
direta irwers.a

2 3
k [NH
1· 3] = k2 · [N 2] • [H 2]

Ao dividir T reação pela Treação , temos:


dJrera Inversa
2
k1 · 3] [NH
- - - - - - - =1

Isolando-se as constantes de proporcionalidade da equação de rapidez de reação


das reações envolvidas, obtém -se a equação da reação de decomposição da amônia.

2
[ NH 3 ]

Assim, para a reação de decomposição da amônia, a constante de equilíb rio K é


k e
numericamente igual a Kc = - 1- , então:
k2

Ke =

Em que:
Kc é a constante de equilíbrio em termos das concentrações em quantidade de
matéria (a uma dada temperatura).

Ao montar a expressão da constante de equilíbrio, Kc, só devem figurar as concentr ações em


quantidade de matéria que sofrem variação ao decorrer da reação química . Assim, entram
nessa expressão as substâncias em soluções aquosas ou gasosas. Substâncias no estado
sólido ou líquidos puros mantêm sua concentração constante, logo o seu valor já está incl uído
no valor da constante de equilíbrio.

Se na reação existir uma substância no estado gasoso, a constante de equilíbrio em


termos das concentrações em quantidade de matéria pode ser expressa em termos
de pressão parcial KP. Assim, para a reação de decomposição da amônia, a constan-
te de equilíbrio expressa em termos de pressão parcial das substâncias participantes
(no estado gasoso) é: a

K =
(PN (PHJ
------
2) .

P (PNHJ 2

Em que p indica a pressão parcial das substâncias participantes (no estado gasoso).

Grau de equilíbrio o:
O grau de equilíbrio, representado por a, é a razão entre a quantidade de reagente con-
sumido até atingir o equilíbrio e sua quantidade inicial. Assim, pode ser representado como:
quantidade de matéria do reagente consumido
a=
quantidade de matéria inicial do reagente

212

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/ Atividades resolvidas\
R1. (Fuvest-SP) N 2 0 4 e N0 2 , gases poluentes do ar, encontram-se em equilíbrio, como
indicado:
1 N2 0 4 ------'- 2 N0 2
Em uma experiência, nas condições ambientes, introduziu-se 1,50 mal de N 2 0 4 em um rea-
tor de 2,0 litros. Estabelecido o equilíbrio, a concentração de N0 2 foi de 0,060 mol/L.
Qual o valor da constante de equilíbrio Kc, em termos de concentração, desse equilí-
brio?

Resolução:
A concentração inic ial de N2 0 4 pode ser dada por:

[NP4] = 1,50 mal =? 0,75 mol/ L


inicial 2,0 L
Colocando-se os dados relativos às etapas (início, consumo/ produção e equi líbrio) do


sistema reversível, tem-se:
___,,_
1 N 20 4 ...-- 2 N0 2
----->..
Início 0,75 mol/ L .,,...-- 0 ,00
___,,_
Consumo/Produç ão .,,...--

----->..
Equilíbrio ...-- 0,060 mo l/L

Vê-se que no equilíbrio há 0 ,060 mol/L de N0 2 . Como no início a quantidade dessa


substância era zero, considera-se que houve produção de 0,060 mol/L.

Início 0 ,75 m o l/ L 0 ,00

Consumo/Produção 0 ,060 m ol/L

Equilíbrio 0 ,060 mol/L

Dada a proporção estequiométrica das substâncias envolvidas, e considerando que


houve produção 0,060 mol/L de N0 2 , cujo coeficiente estequiométrico é 2, sign if ica
que proporcionalmente houve consumo de 0,030 mol/L de N 2 0 4 , cujo coeficiente é 1.
Assim, no equilíbrio tem-se 0,72 mol/L de N 2 0 4 .

----->..
1 Np 4 ...-- 2 N0 2

Início

Consumo/Produção

Equilíbrio
0 ,75 mol/ L

0 ,030 mol/L

0,72 mol/L ::J 0 ,00

0 ,060 mol/L

0 ,060 mo l/L

Após a determinação dos valores relativos ao equilíb rio, é possível determinar o valor
da constante de equilíbrio Kc, em termos de concentração em quantidade de matéria.
A expressão dessa constante é: 2

[ N0 2 ]
Kc = - - --
[N204]
Substituindo-se os valores do equilíbrio:
2
(O, 060) -3
K = - - - - =? Kc = 5 · 10
e (o, 72)
>
Equilíbrio químico 213

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> R2. Considere que 4,0 mal de H 2{g)e 4,0 mal de 12{g), em um recipiente de 2,0 litros, atin-
gem a condição de equilíbrio a 500 ºC, cuja constante de equilíbrio Kc é igual a 64.
Determine a concentração em mol/L de HI no equilíbrio.

Resolução:
Determinando-se as concentrações iniciais das substâncias participantes, tem-se :

[H2] inicial = 4 •2,0


0 mal
L
aa> 2,0 mol/L [1 2]
inicial=
4 ,0 mo! "? 2,0 mol/L
2,0 L

Lançando-se os dados no quadro abaixo:

1 H 2(g) 2 HI (g)

Início 2,0 mol/L 2,0 mol/L 0,00


Consumo/Produção
+
Equilíbrio

Considerando-se que foi consumido x mol/L de Hig), é possível completar o quadro


da seguinte maneira:

_____:,.
1 Hi{g) 1 12 (g) ,..- 2 HI (g)
_____:,.
Inicio 2,0 mol/L 2,0 mol/L ...----- 0,00

Consumo/Produção x mol/L x mol/ L


f _____:,.
,..- 2. x mol/L

Equilíbrio (2,0 - x} mol/L (2,0 - x) mol/L 1


_____:,.
,..-
1 2 · x mol/L

Substituindo-se na expressão da constante de equilíbrio, obtém-se:


2 2
[HI] (2 . x)
K = -----~ 64 = - - - - - - - -
e (H 2] . (12] (2,0 - x) · (2,0 - x)
2
2 (2 · x)
que equivale a 8 = - - - -2- . Logo:
(2,0 - x)
2
=
VB2= _ (2_ -_ x_
) -
(2,0 - x(
"? 8 2.X
2,0 - X

Assim: 8 · (2,0 - x) =2 · x aa> 16 - =2x ~ 10x =16 ~ x =1,6. Logo:


Bx

_____:,.
1 Hi(g) 1 12(g) ,..- 2 Hl(g)

(2,0 - x) mol/L (2,0 - x) mol/L 2 ·X mol/L


____,,.
Equilíbrio ! ! ,..- !
2,0 - 1,6 = 0,4 :. 0,4 mol/L 2,0 - 1,6 = 0,4 : . 0,4 mol/ L 2 · 1,6 = 3,2 : . 3,2 mol/L

Dessa forma, a concentração em mol/L de HI no equilíbrio é igual a 3,2 mol/L.


Ao comp letar adequadamente o quadro, a 500 ºC, tem-se:

_____:,.
1 Hi(g) 1 li{g) ...----- 2 Hl(g)
_____:,.
Início 2,0 mol/L 2,0 mol/L ...----- 0,00
____,,.
Consumo/ Produção 1,6 mol/L 1,6 mol/L ...----- 3,2 mol/L
Equilíbrio 0,4 mol/L _J_o,4 mol/L _____:,.
...----- 3,2 mol/L

214

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Química em foco

Equilíbrios químicos em nosso corpo


Em nosso corpo ocorrem, várias reações
químicas reve rsíveis. Elas se referem a proces-
sos químicos que, além de geralmente serem
imperceptíveis, se encontram em equilíbrio. No
entanto, por ação de algum agente externo, tais
sistemas reversíve is tendem a perder momen-
taneamente esse equilíbrio. Alguns desses
equilíbrios químicos em nosso organismo são
avaliados e podem necessitar da atenção espe-
cial de alguns profissionais. Seguem alguns
exemplos de situações cotidianas.

Dentista atendendo
uma paciente. - -~ - - - -- -

Os dentistas têm conhecimento aprofundado em reações químicas referentes à


boca e aos dentes. Sendo assim, eles têm aptidão para fazer tratamentos adequa-

dos para restabelecer a saúde bucal de seus pacientes.
Na constituição do esmalte dentário há a substância hidroxiapatita (ca 5 (P0 4 ) 30H).
Na boca, a sali va ajuda a manter o equilíbrio entre a mineralização e a desminerali-
zação da hidroxiapatita, além de manter o pH bucal próximo à neutralidade.

desmineralizaçào 2 _ _
Ca 5 ( PO 4 ) OH(s) . . _ 5 Ca +(aq) + 3 PO! (aq) + OH 1 . (aq)
3 mineral1zaçao

De acordo com a reação, após a ingestão de alimentos, a ação de alguns dos


microrganismos presentes naturalmente em nossa boca tende a promover a fer-
1+
mentação dos alimentos. Assim , são produzidos alguns ácidos que liberam íons H ,
os quais reagem com os íons OH 1- , deslo-
cando o equ il íbrio dessa reação química
para a direita. Esse deslocamento tende a
promover a desmineralização da hidroxia-
patita presente no esmalte dentário.
O flúor nos cremes dentais ajuda a preve- Deslocamento de
equilíbrio da r eaçà+o
nir as cáries, pois os íons F1 - substituem al- com a adição de H .
guns dos íons OH ,_ presentes no esmalte
dentário, formando a fluorapatita (ca5 (P04)/)·
resistente a ataques ácidos.

Deslocamento de equilíbrio
Observe o que acontece ao adicionar go-
tas de limão a certa solução aquosa com-

posta pelo íon cromato ( cro!-) .

Equilíbrio químico 215

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S O que você pode observar em relação à cor da solução, após a adição de gotas
de limão, que é uma substância ácida? A soluçào passou de amarela para alaranjada.
Em um sistema químico em equilíbrio, a rapidez da reação direta é igual à da
reação inversa e diferente de zero. As concentrações dos participantes se mantêm
constantes e, se não houver ação de agente externo, tende a continuar em equilí-
brio. Se houver ação de um agente externo, o sistema tende a reagir com o obje-
tivo de minimizar os efeitos dessa ação. É o que ocorre quando se adiciona gotas
2-
de limão a certa solução aquosa composta por Cr04 .
Em 1884, o químico francês Henri Louis Le Chatelier (1850 -1936) enunciou o
seguinte princípio:

Quando sobre um sistema em equilíbrio atua um fator externo (variação de


Henri Louis concentração, de pressão ou de temperatura), o sistema tende a se deslocar no
Le ehatelier. sentido de contrariar a ação desse fator.

O Princípio de Le Chatelier, também conhecido como "Princípio da fuga ante a


força", permite prever a influência da ação de um fator externo sobre um sistema em
equilíbrio. Os fatores que podem deslocar o equilíbrio de um sistema são a concentra-
ção, a pressão e a temperatura. A seguir, analisemos cada um desses fatores.
• Considerando o sistema em equilíbrio genérico X + Y ~ Z + W, se houver va-
riação da concentração de participante da reação química, tem-se:

Efeito Deslocamento do equilíbrio

Aumento da [X] e/ou [Y] para a direita ( ------'-)

Diminuição da [X] e/ou [Y) para a esquerda ( ~ )


- -

Aumento da [Z] e/ou [W] para a esquerda ( ~ )

Diminuição da [Z] e/ou [W] para a direita (------'-)

Efeito Deslocamento do equilíbrio

Aumento da [H 2] para a direita ( ------'-)

Diminuição da [ce2] para a esquerda ( ....----)

Aumento da [ Hce] para a esquerda ( .._-----)

Diminuição da [Hce) para a direita (------'-)

Em nível atômico-molecular, podemos correlacionar a quantidade das espécies en-


volvidas para a reação H 2 (g) + Ct 2 (g) ~ 2HCtjg), como no aumento da [HCP.],
conforme a ilustração abaixo.
e ec,
G H2
aumento da
concentraçào
As moléculas
ilustradas são
8 HCC
representações de !Hei'.]
de modelos
artísticos. As
cOíes e as
proporções
o aumento da [ Hei'.]
não são reais_ desloca o equilíbrio no
sentido da formação
das espécies H2 e el'.2 .

216

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• Considerando um sistema em equilíbrio, a variação de pressão tende a produzir
Nos equilíbrios em
deslocamento desse equilíbrio se ele puder sofrer variação de volume. Assim: que há líquidos ou
sólidos e não existem
gases,asvar~ções
Efeito Deslocamento do equilíbrio
- de pressão produzem
variações de volumes
Aumento da pressão (sobre um sistema que
para o lado em que há contração volumétrica desprezíveis, assim
contenha substância no estado gasoso)
praticamente não há
deslocamento do
Diminuição da pressão (sobre um sistema equilíbrio. Conclui-se
para o lado em que há expansão volumét rica
que contenha substância no estado gasoso) que, se atuar o fator
pressão sobre um
sistema em equilíbrio,
Exemplos: a variação de vol ume
é determinada
@ Decomposição da amônia praticamente pel as
substâncias no
estado gasoso.


2NH 3(g) ~ 1N 2 (g) +3H 2 (g)
'-----,.-------

2 volumes 4 volumes

-
Efeito Deslocamento do equilíbrio

para a esquerda
Aumento da pressão
( contração volumétrica )

para a d ireita
Diminuição da pressão
( expansão volumétrica

Em nível atômico-molecular, podemos correlacionar a quantidade das espécies


envolvidas para a reação 2 NH 3 (g) ~ 1 N 2 (g) + 3 H 2(g), no aumento da pressão,
conforme a ilustração abaixo.

aumento
da pressão As molêculas ilustradas
são representações de
modelos artísticos.
Com o aumento da As cores e proporções
pressão o equilíbrio é não são reais.

deslocado no sentido
da formação de NH 3 .

@ Uma das reações que produzem magnetita

4 v ol umes (gasosos) 4 volumes (gasosos)

1 Efeito Deslocamento do equilíbrio


-
Aumento da pressão não há deslocamento

Diminuição da pressão não há deslocamento

Equilíbrio químico 217

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• Considerando-se um sistema em equilíbrio, a variação de temperatura tende a
produzir deslocamento desse equilíbrio da seguinte maneira:

Efeito Deslocamento do equilíbrio

Aumento da temperatura para o lado em que a reação é endotérmica

I Diminuição da temperatura para o lado em que a reação é exotérmica

t.H= - 483,6 kJ

Ao analisar a variação de entalpia desse sistema, tem-se:


reacào exotérmica
2 H 2 (g) + 1 0 2 (g} , 2 H2 0 (g)
reaçà o endotérmica

Efeito Deslocamento do equilíbrio

para a esquerda
Aumento da temperatura
reaçào endotérmica

para a direita
Diminuição da temperatura
reação exotérmica

Em nível atômico-molecular, podemos correlacionar a quantidade das espec1es


envolvidas para a reação 2 H 2 (g) + 1 0 2 (g) ~ 2 H 2 0 (g), com diminuição da tem-
peratura, conforme a ilustração abaixo.

As moléculas ilustradas são


representações de modelos
diminuição da artísticos . As cores e
temperatura proporções não são reais.

A diminuiçào da
temperatura promove o
aumento da quant idade
de H20 , pois a reaçào
exotérmica é favorec ida.

~ -catali~adores ~ão desloca:n os equilíbrios, po.is Ação catalítica em sistemas


atuam igual mente na rapidez de reação das reações químicos reversíveis
direta e inversa, entretanto diminuem o tempo para
Rapide2 de reação
que seja estabelecido o estado de equilíbrio do sistema.
Em que:
• t 1 é o tempo gasto para atingir o equilíbrio sem a
presença de catalisador.
• t 2 é o tempo gasto para atingir o equilíbrio em
e
.o
presença de catalisador. ,!
• t 2 < t1 -~
.3
Nesse processo, há dim inuição do tempo para j
estabelecer o equilíbrio do sistema .
:
i1
Ao diminuir o tempo para atingir o estado de equilíbrio, 1, t,
Tempo !
o catalisador não altera o rend imento da reação. 2

218

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/ Atividade resolvida\

R3. (Fuvest-SP) Em uma solução obtida pela dissolução de cloreto de cobalto li em ácido
clorídrico, tem-se:
2+ 2-
[co(H20l6] jaq) + 4 Ct 1-(aq} ~ [coCt 4] (aq} + 6 H 20 (e)
rosad o azul

Essa solução foi dividida em três partes, cada uma colocada em um tubo de ensaio.
Cada tubo de ensaio foi submetido a uma temperatura diferente, sob pressão am-
biente, como ilustrado abaixo.

ar t ubo A tubo 8 tubo (


água em ebulição gelo e água

a) Em que sentido a reação acima representada absorve calor? Justifique.


b) Em qual desses três experimentos a constante do equilíbrio apresentado tem o
menor valor? Explique.

Resolução
a) Observa-se que ao aquecer a solução do tubo B houve deslocamento no sentido da
coloração azul, assim a reação direta é uma reação endotérmica, ou seja, absorve
calor.
b) A constante de equilíbrio relativa à equação da reação reversível pode ser represen-
tada por:

Ke aa

Se analisarmos as concentrações dos compostos de cobalto (compostos cujas con-


centrações alteram a cor da solução), teremos:
2+
Ordem decrescente da [co (Hp) 6] (rosado): tubo B > tubo A> tubo C.
2-
0rdem decrescente da [coCt 4 ] (azu l): tubo C > tubo A> tubo B.
Se os valores das concentrações desses participantes, em cada uma das três situa-
ções apresentadas (pelas colorações das soluções nos tubos), forem substituídos na
expressão da constante de equilíbrio, Kc, obteremos a seguinte relação entre os valo-
res delas: K0
tubo C
< K0
tubo A
< Kc tuti.o 8 .

Assim, a constante de equilíbrio terá o menor valor no tubo C (nesse caso contendo
a solução à menor temperatura).

Equilíbrio químico 219

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Atividades
.".~
~=~ Resolva as atividades na caderno.

1. Escreva a expressão da constante de equilíbrio a) Um sistema encontra-se em equilíbrio quando


químico para cada equação a seguir. a reação direta é mais rápida que a inversa.
a) 2 H 2 (g) + 0 2 (g) ~ 2 Hp(g) b) Um sistema encontra-se em equilíbrio quando
a reação inversa é mais rápida que a direta.
b) CH 4 (g) + 20 2(9) ~ C0 2 (g) + 2Hp(g)
e) Um sistema encontra-se em equilíbrio quando
e) 2 N0 2 (g) ~ N 2 0 4 (9) as reações direta e inversa apresentam valo-
d) 2 NaHC03(S) ~ Na2C03(S) + H20(g) + C02(9) res elevados para a taxa de desenvolvimento
de reação.
2. Ao estudar para o vestibular. Rafael encontrou em d) Um sistema encontra-se em equilíbrio quando
seu livro duas afirmações que o deixaram curioso. as reações direta e inversa ocorrem simultânea
(D A condensação da água é
e ininterruptamente, apresentando o mesmo
um processo reversível. valor numérico para a rapidez de reação.
e) Um sistema encontra-se em equilíbrio quando
cessam as reações direta e inversa.

4 . Escreva em seu caderno as expressões para as


constantes de equilíbrio em termos das concen-
trações molares e de pressões parciais dos
participantes das seguintes reações químicas
reversíveis:
Condensação a) 3 Fe(s) + 4 H 2 0(g) ~ Fe 30 4 (s) + 4 H 2 (g)
da água.
b) 2S0 2 (g) + 0 2(g) ~ 2S0 3(g)
® A combustão de um pedaço de
e) CaC0 3(s) ~ CaO(s) + C0 2(g)
papel é um processo irreversível.
5. (UEG-GO) Baseado na charge e em seus conheci-
mentos sobre Química, responda ao que se pede.

Combustão
do papel.

Escreva em seu caderno qual das alternativas a


seguir é a correta sobre as afirmações encon -
a) Caso o cientista tivesse misturado quantidades
tradas por Rafael.
adequadas de ácido clorídrico e hidróxido de
a) As afirmações I e li são verdadeiras. magnésio, ele chegaria à mesma conclusão
b) A afirmação I é verdade ira e a li é falsa. expressa no terceiro quadro? Explique.
e) A afirmação I é falsa e a li é verdadeira. b) No trecho "Humm. nenhuma mudança", o
d) As afirmações I e li são falsas. cientista concluiu que para uma reação ocor-
rer é necessário observar mudança em algu-
3. Em uma aula de laboratório de química, a profes-
ma propriedade característica do sistema
sora fez a seguinte pergunta para a classe:
(cor, pressão, concentração, etc.). O mesmo
"Quando um sistema encontra-se em equilíbrio?" cientista construiu o gráfico a seguir, estu -
Os alunos formularam algumas respostas a essa dando as variações nas concentrações de A
pergunta, as quais foram escritas no quadro pela e B para a reação hipotética A -----f B, afir-
professora e se encontram listadas a seguir. Em mando que ela somente ocorre no intervalo
seu caderno, indique qual das respostas dos de O a 10 minutos. O cientista está correto
alunos é a correta. em sua afirmativa? Justifique.

220

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1+ 1-
b) H , que reage com as hidroxilas OH , des-
Concentração
locando o equilíbrio para a direita.
e) OH 1- , que reage com os íons Ca2+, deslocando
o equi líbrio para a esquerda.
1+ ,_
--;-----,'- (B) d ) H , que reage com as hidroxilas OH , deslocan-
do o equilíbrio para a esquerda.
~--------~ (A}
e) Ca2+, que reage com as hidroxilas OH 1- , des-
locando o equilíbrio para a esquerda.
>-----+----+--- Tempo (min)
o 10 20 8. No equilíbrio químico, as velocidades das reações
/ e ,.........,... ,.,., .............,........ \ são numericamente iguais, mas não necessaria-
\ ~./ Experimento ··. mente as concentrações das espécies químicas
presentes na reação são iguais. Segundo Le
Em um laboratório foi feito o seguinte experi- Chatelier, quando um fator externo atua sobre


mento que pode ser representado pela seguinte um sistema em equilíbrio, a tendênc ia é que
reação química: ocorra o deslocamento desse equ ilíbrio.
N 20 4 (g) ~ 2 NO 2 (g) A equação química seguinte representa um sis-
tema em equilíbrio.
Foram colocados 10 molde N 20 4 (g) em um fras-
co de 1 litro a 100 ºC, e aguardou-se até que o 6 PbO(s) + 02(9) ~ 2 Pb30 iS) t.H = - 36, 8 kcal
sistema atingisse o equilíbrio. A 100 ºC, consta-
tou-se que no equilíb rio há 4 mol de N0 2(g). Em Como deverá ser deslocado o equilíbrio desse
seu caderno, calcu le o valor da constante de sistema:
equilíbrio em termos de concentração Kc . a) com a diminuição da temperatura?
b) com o aumento da pressão total sobre o sis-
7. (Enem/MEC) Os refrigerantes têm-se tornado cada tema?
vez mais o alvo de políticas púb licas de saúde.
e) com a adição de 0 2(g)?
Os de cola apresentam ácido fosfórico, substân-
d) com a adição de Pb 30 4's)?
cia prejudicial à fixação de cálcio, o mineral que
é o principal componente da matriz dos dentes. 9. Durante a explicação da ação catalítica sobre
A cárie é um processo dinâmico de desequilíbrio sistemas químicos reversíveis, um professor es-
do processo de desmineralização dentária, per- creveu no quadro a seguinte frase:
da de minerais em razão da acidez. Sabe-se que "O catalisador não desloca o equilíbrio químico
o principal componente do esmalte do dente é do sistema, pois atua igualmente na rapidez das
um sal denominado hidroxiapatita. O refrigeran- reações direta e inversa. Entretanto, dim inui o
te, pela presença da sacarose, faz decrescer o tempo para que seja estabelecido o estado de
pH do biofilme (placa bacteriana), provocando a equilíbrio do sistema."
desmineralização do esmalte dentário. Os meca-
Em seguida, fez a ilustração do gráfico da repre-
nismos de defesa salivar levam de 20 a 30 minutos
sentação de equilíbrio de uma reação química
para normalizar o nível do pH, remineralizando o
sem a presença do catalisador, conforme o se-
dente. A equação química seguinte representa
guinte gráfico:
esse processo:
desmíneralizacào Velocidade
Ca (PO ) OH(s) . . _· 5Ca2+(aq) +
5 4 3 m1neral1zac;:ao
3- ,
+ 3 PO 4 (aq) + OH - (aq)
equillbrio
GAOISMAN, S. Impacto do refrigerante nos dentes é avaliado sem tirá-lo da d ieta.
Disponível em: <www.isaude.net>. Acesso em: 1" maio 2010 (adaptado).

Considerando que uma pessoa consuma refri-


gerante diariamente, poderá ocorrer um processo
de desmineralização dentária, devido ao aumento
da concentração de: Em seu caderno, copie esse gráfico e, a seguir,
a) OH 1- , que reage com os íons Ca2 deslocando +. represente como deve ser a ação catalítica nes-
o equilíbrio para a direita. se sistema reve rsível.

Equilíbrio químico 221

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Oficina de Química ~
Garrafa azul

~ /Ponto zero
"Resposta pessoal. Espera-se que os alunos citem apenas exemplos ds reações
químicas irreversíveis, como reações de combustão, de sfervescêncía (liberação
de gases), de oxidação do ferro (ferrugem) e decomposição de matéria orgânica.

A Química é a ciência que estuda as transfor-


mações da matéria. Nela, quando ocorre uma
reação durante as experimentações, pode haver
mudança de coloração no sistema, formação de
produto instável, liberação de gás ou formação
de um produto menos solúvel. Essas alterações
são típicas de uma reação química.
• Cite alguns exemplos de reações químicas.•
Já vimos que os reagentes interagem entre
si para formarem novas substâncias, os produ-
tos. Agora vamos conhecer um pouco mais so-
bre as reações químicas.

00a / Materiais
• 1 funil
• 2 copos de vidro (200 ml)
• 1 garrafa plástica transparente de 500 ml,
com tampa
• 3 colheres pequenas
• água
• hidróxido de sódio (NaOH)
• xarope de glucose de milho ou dextrose Reação com formação de produto menos sol úvel.
• solução de azul de metileno a 1% (vendida
em algumas farmácias)

~/Mãos à obra

@ Em um dos copos, adicione água até a


metade de sua capacidade. Com cuidado,
acrescente uma colher (praticamente cheia)
com hidróxido de sódio, e mexa até dis-
solver completamente.

e Lave o funil , os copos, a


garrafa plástica e as colheres
com um pouco de vinagre.
Depois lave novamente com
água e sabão.
Os resíduos líquidos dessa
oficina podem ser descart ados
no sistema de esgoto.
Apôs a lavagem, a garrafa
plástica pode ser descartada
em lixo reciclável.

Adição de NaOH em um copo com água.

222

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@ No outro copo, adicione água até a metade de sua capacidade. Acrescen-
te duas colheres de xarope de glucose de milho e uma colher (rasa) de
azul de metileno, e mexa até dissolver completamente.

© Usando o funil, transfira cuidadosamente as misturas dos dois copos para


a garrafa (não deve ultrapassar !
de sua capacidade). Tampe-a herme-
ticamente, e deixe-a em repouso por 2 minutos.

D Caro aluno, para a sua proteção, ao realizar esse experimento é adequado usar jaleco de mangas
compridas, óculos de proteção, calças compridas e tênis fechados.
Cuidado ao manusear o hidróxido de sódio, evitando o contato direto com o material.
Lembre-se de que laboratório é lugar de trabalho sério.

2. Como a m istura
tende a ficar incolor
quando está em
repouso, e tornar-se


azulada ao entrar em
contato com o ar
dentro da garrafa, há
evidência de que Adição de xarope de g lucose
algum componente d e m ilho e azul de metileno
presente no ar teve em copo com água .
participação no
processo químico
observado.

4. A solução alcalina
(hidróxido de sódio) tende
a provocar a oxidação da
glucose (glicose), que
reduz o azul de metileno
a leucometileno, que é
incolor. Ao agitar a garrafa
com as misturas dos dois
copos, o gás oxigênio
presente no ar (dentro da
garrafa hermeticamente
fechada) tende a se
dissolver na mistura,
reduzindo novamente
a glicose e oxidando
o leucometileno a azul
de metileno, tornando a
solução azul novamente. Garrafa após a mistura dos dois copos.

@ Agite a garrafa vigorosamente e observe as alterações ocorridas no sistema para


anotá-las no caderno.

@ Deixe a garrafa em repouso observando as alterações ocorridas no sistema para


anotá-las no caderno.

® Para coletar dados mais minuciosos, repita os procedimentos D e E quantas vezes


julgar necessário. Anote as observações em seu caderno.

~ / Para pensar
1. As reações químicas que ocorrem dentro da garrafa são reversiveis ou irreversíveis?
E 1. Reversíveis. A garrafa com a mistura liquida, quando em repouso, apresenta-se incolor; ao ser agitada ,
xp ique. a mistura líquida se torna azul. Quando novamente estiver em repouso, voltará a f icar incolor. Isso
evidencia que a reação química é reversível.
2. Será que algum componente do ar participa da reação? Justifique sua resposta.
3. Depois de algum tempo, após várias agitações da mistura dentro da garrafa hermetica-
mente fechada, não há mais mudança de coloração. O que é possível concluir sobre
essa observação? Conclui-se que realmente o ar participava da reação, mas que seu componente
foi totalmente consumido na reação química .
4. Faça uma pesquisa sobre as possíveis reações químicas que ocorrem dentro da garrafa.
Sem se preocupar com as fórmulas das substâncias envolvidas, faça em seu caderno
um esquema citando as possíveis substâncias presentes nos processos químicos ocorridos.

Equilíbrio químico 223

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f#·i·ili§lli•Millit+t·· ·~~~-~-~~··;:~~~·~~~-~-á~I~~~·· · · · · ··· ·· · · · · · · · · · · · · · ·.
V
Conhecendo
As lentes fotocromáticas mudam de cor quando são ativadas pela luz
ultravioleta. Elas permanecem claras em ambientes internos, em dias pou-
co iluminados ou à noite, mas escurecem quando são expostas à luz solar.
Você sabia que esse fenômeno nas lentes refere-se a reações químicas
reversíveis?
Mulher usando óculos com
lentes fotocromáticas.
Estudando
Há cristais de cloreto de prata e uma pequena quantidade de íons
cobre l aprisionados na estrutura da lente de vidro. Esses cristais são
os responsáveis pela característica incolor da lente fotocromática. Nela
estão presentes alguns equilíbrios químicos que podem ser deslocados
quando são expostos à luz.
1+ 1- O
2 Ag + 2 ce ~ 2 Ag + ce 2

(lente clara) (lente escura)

Dessa forma, quando a luz incide sobre a lente e o equilíbrio se des-


loca no sentido da formação de prata metáli ca, proporciona-se uma
tonalidade escura à lente. Quanto maior a intensidade da luminosidade,
maior a produção de prata metálica e mais escura fica a lente.
Concomitantemente, os íons cobre I reagem com Cl'. 2 recuperando os
íons ce 1- através do equilíbrio: 2cu1+ +Cl'. 2 ~ 2cu2 + +2ce. 1- .
Quando a lente é retirada da exposição à luminosidade, ela volta à
tonalidade clara, pois os ions Cu 2+ reagem com a prata metálica produzin-
i+ ,, . 2+ O ~ 1+ 1+ :@
do Ag de acordo com o equ1hbno: 2Cu +2Ag ..,-- 2Cu + 2Ag . i
Os íons de prata formados tendem a se unir aos ions cloreto forman -
"'
1
do novamente os cristais de cloreto de prata, o que reestabelece o
. . .i . 1. Espera-se que os alunos já tenham visto
pnme1ro equ1I brio apresentado. óculos com lentes fotocromáticas. Um dos
benefícios dessas lentes refere-se à possibilidade de usar apenas um par de óculos,
seja em ambiente com alta luminosidade ou não. Cont udo, a deficiência desse tipo de
Conversando 1ente é que sua capacidade de mudar de tonalidade reduz comº passar do tempo.
Segundo especialistas, para se expor a condições severas com esse t ipo de óculos,
recomenda-se trocar as lentes a cada dois anos, no máximo.
1. Você já viu óculos com lentes fotocromáticas? Considerando-se esse objeto
3. O e o que você leu no texto acima, converse com seus colegas sobre os
deslocamento b enef •1c1os
· · · d et 1c1enc1as
· ·• · d esse t 1po
· d e ocu
· 1os. Escreva suas 2. Resposta
ocorre no e as poss1ve1s pessoal. Exemplos
sentido direto, conclusões no caderno. de ou1/as re~ções
pois com o revers1ve1s sao: o
aumento na
concentração 2. Faça uma pesquisa sobre outras reações reversíveis que ocorrem em seu :i~~?t~ºd~~
de íons cloreto cotidiano. e sobre fatores que podem influenciar no deslocamento de seus detr:_tes, no
(no primeiro ., . . _ es omago e n~
sistema equ il1bnos. Anote as informaçoes em seu caderno. camada de ozonio.
apresentado), Os fatores que
há no segundo 3. Considere as reações 1 e 2 a seguir. Quando os íons cloreto são produzidos podem altefar
sistema o . _ .• . _ essas reaçoes
deslocamento por meio da reaçao 1, ocorre um deslocamento no equ1 l1 bno da reaçao 2. reversíveis são:
no sentido da
formação de Nesse último sistema reversível, em qual sentido ocorre esse deslocamen- ~~~~s!;t~ra,
prata metálica to (direto ou inverso) e qual a tonalidade esperada para a lente fotocromá- concentração.
e moléculas de . . _ Espera-se que os
cloro, t1ca nessa s1tuaçao? alunos pesquisem
favorecendo a _ 1+ ___,,. 2+ 1- as reações dos
coloração Reaçao 1: 2 Cu + Cl'. 2 ..,-- 2 Cu + 2 Cf'. equilíbrios
escu ra da lente 1+ ,_ o escolhidos para
fotocromática. Reação 2: 2 Ag + 2 Cl'. ~ 2 Ag + Cl'. 2 discussão.

224

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1

Equilíbrios iônicos
.
em meio aquoso
O "galinho do tempo" é um objeto na forma de galo, feito em gesso e recoberto
com veludo impregnado da mistura de cloreto de sódio (Nace) e cloreto de cobalto li
(coe e2), cujas transformações são representadas por uma reação reversível (sentidos
direto e inverso), a qual estabelece o seguinte equilíbrio químico (dinâmico):

[coce4(- (aq) + 6 H2o(e) sentido.direto [co(H 2ü ) ]2+(aq) + 4 ce1- (aq)


...._____, sentido inverso 6 Esses •galinhos do
tempo" na verdade só
cor azul cor rosa indicam as variações no
momento. Não llá rigor
Assim, há mudança de cor em sua superfície conforme as condições do tempo. Se c ientífico para
determinar as variações
estiver azulado, provavelmente o dia permanecerá quente e sem previsão de chuva; que ocorrerão no
no entanto, se ele estiver rosado, é provável que chova e faça frio. futuro, de maneira que
não fazem previsão de
De acordo com os seus conhecimentos sobre reações químicas e rendimento de tempo.
reações, procure responder às duas perguntas seguintes: A. Em dias quentes e
sem previsão de chuva,
o ar apresenta menor
@ De acordo com o texto e a equação química reversível citada, em dias quentes e quantidade de umidade
(moléculas de água).
sem previsão de chuva, o equilíbrio químico representado no texto tende a se Dessa forma, há
deslocar para qual sentido (direto ou inverso)? Justifique sua resposta citando a deslocamento para o
sentido inverso desse
cor que o "galinho do tempo" deverá adquirir (rosa ou azul). equilíbrio, e o "galinho
do tempo" deverá
@ Reações que ocorrem num só sentido podem atingir equilíbrio quimice (dinâmico)? adquirir a cor azul.
Não. Para que haja equilíbrio químico (dinãmico) a reação precisa ser reversível.
Equilíbrio químico 225

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Constantes de ionizacão
>
e de dissociacão
>

Você já estudou que na reação química de ion ização ocorre a formação de íons que
não existiam no início da reação, como no exemplo A destacado abaixo, a respeito da
formação de íons positivos e negativos a partir do cloreto de hidrogênio em solução
As ilustrações são aquosa, formando o ácido clorídrico. Nas reações químicas de d issociação, ocorre a
representações d e
modelos artísticos. As
separação de íons existentes, como no exemplo B dos íons Na+ e obtidos a par- ce.-
e.ores e proporções
não são reais.
tir do cloreto de sódio em solução aquosa.
As soluções cujos solutos sofrem ionização ou dissociação apresentam íons dissol-
vidos e seus equilíbrios são denominados equilíbrios iônicos.

Exemplo A Exemplo B

soluto iônico soluçào iônica

sal sem
··· · dissolver

Ao misturar cloreto de hidrogênio ( HCt) em água ocorre Ao solubilizar cloreto de sódio ( Nact) em água ocorre
ionizaçào desse composto molecul ar, pois há uma atraçào dissociaçào iônica, pois seus íons sào separ ados por
elétrica entre os polos positivo e negativo do ácido com os m eio da atraçào elétrica com os polos da água.
da molécul a da água, formando cátions Hi. e ân ions Cf-.

Considere duas soluções aquosas em equilíbrio químico, sendo uma delas um áci-
do genérico HAjaq) que faz ionização, e a outra é uma base genérica BOH(aq) que faz
dissociação. Simplificadamente, ambas são representadas por:

1+ ,_
HA
'--v---'
água
H (aq) + A (aq) BOH
,_______,
=======~ B
água 1+
(aq) + OH (aq)
1-

sol uto íons em soluçào sol uto íons em soluçào


molecular (ionização) iônico (dissociação)

Assim, a expressão da constante de A expressão da constante de disso -


ionização (Ki) do ácido genérico HA é : ciação (Kd) da base genérica BOH é:

[s +] . [0H
1 1
-]

[aoH]

A constante de ionização de um áci- A constante de dissociação de uma


do K; pode ser representada por K8 • base K d pode ser representada por K b "

Assim, como os valores de Kc, os valores de Kª e Kb variam com a temperatura e,


quanto maior o valor de K 8 , maior a ionização do ácido, logo maior é a sua força;
quanto maior o valor de Kb' maior a dissociação da base, logo maior é a sua força.
Nos poliácidos e nas polibases, a ionização e a dissociação ocorrem em etapas.
Assim, há tantas Ki quantos forem os íons hidrogênios ionizáveis e os íons hidroxila
dissociáveis contidos na fórmula da substância.

226

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Assim, se considerarmos o caso do ácido sulfídrico, que é um poliácido fraco, as
suas constantes de ionização K ª e os seus graus de ionização (a) poderão ser repre-
sentados por:
água 1+ 1- [H 1+] · [HS 1-J
2
• H S H (aq) + HS (aq) tem-se que Ka1 = e ª1
primeira etapa de ionização
[H S]2
1- água 1+ 2-
[H1+] . [s2-1
• HS H [aq) + S (aq) tem-se que K = e ª2
ª2
segunda etapa de ionização [ HS1 -J
Experimentalmente, tem-se Kª , > Kª 2 e a 1 > a 2 . Assim, genericamente, para os po-
liácidos fracos pode-se considerar desprezíveis as concentrações em quantidade de

matéria de íons hidrogênios ionizáveis ( [ H1 +]) a partir da segunda etapa de ionização.

/ Atividade resolvida \
R1. A uma dada temperatura tem-se uma solução aquosa de ácido cianídrico (HCN(aq))
0,5 mol/ L. Sabendo-se que nessa concentração o seu grau de ionização é igual a

O, 01 % , determine:
1+
a) a concentração em quantidade de matéria dos íons H (aq);
b) a concentração em quantidade de matéria dos íons CN 1-(aq);
e ) a concentração em quantidade de matéria de moléculas de HCN(aq) não ionizadas;
d) a constante de ionização do ácido cianídrico.

Resolução
Seria adequado montar uma tabela com os estados iníc io, reação (consumo/forma-
ção) e equilíbrio. Assim, para o equilíbrio:
água 1+ 1-
HCN(g) . . _ H (aq) + CN (aq)
(1onrzaçao)

têm-se os seguintes dados:


Início:

[ HCN(aq)) . . = O, 5 mol/L
1nlc10
-2 -2
-2 10 10 2 2 4
a=0,01 % = 1O % = - - - = - - = 1O- · 1O- = a = 10-
100 102
Reação

Para calcular [HcN(aq)) _ . pode-se montar a seguinte regra de três:


1o n1zado

0,5 mol/L HCN(aq) _ _ _ _ _ 100 %

2
[ HCN(aq)) ionizado - - - - - - ·10- %

(o, 5) · ( 10-2 ) mol/L -5


[ HCN(aq)) ionizado = 5 -10 mol/ L
100

ou, ainda:

>
Equilíbrio químico 227

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> O cálculo das concentrações em quantidade de matéria dos íons H 1+(aq) e C N ,_(aq)
produzidos durante a reação química (ionização) pode ser feito da seg uinte maneira:

água 1+ 1-
1 HCN(g) ~==~ 1 H (aq) + 1 CN (aq)
.....___, '---,.,---' '---....---'
(ion ização)
consumido produzido produzido
-5 -5 -5
5 -10 mol/L 5 -10 mol/L 5 -10 mol/L
Equilíbrio:
A concentração em quantidade de matéria de HCN(aq) no equilíbrio pode ser calcu-
lada por:

[ HCN(aq)] equilíbrio = [HCN(aq)] inicio - [ HCN(aq)] equiHbrio

[HCN(aqJLquilíbrio (0, 5 mol/L) - (5 - 10-5 mol/L)

[ HCN(aq)]
equilíbrio
O, 49995 mol/L = 0,5 mol/L
As concentrações de H 1+(aq) e C N,_(aq) no equilíbrio: como no estado inicial ainda
não tinha ocorrido a ionização do ácido, as concentrações desses íons no equilíbrio
serão iguais às suas concentrações do estado reacional, ou seja, o que foi produzido.
1+ ,_
Assim, para as concentrações dos íons H (aq) e C N (aq), tem-se:

[ H1+(aq)] .. = [ 1-
CN (aq)
]
. .. = 5 - 10
-5
mol/L
equ11tbno equ1i1brio

Portanto, lançando esses dados em um quadro, tem-se:

Quantidades
HCN(aq) -----'"
~ H1+(aq) + c N1- (aq)
envolvidas

Concentração
0,5 mol/ L
______,. o o
~ +
(início)
Concentração -5 .->.
5 -10 mol/L ~ +
(consumo/ionização)
Concentração
( produzido/formação)
-----'"
...,..-- 5 · 10
-5
mol/L + 1 5 - 10
-5
mol/ L

Concentração O, 49995 mol/L ______,. 5 · 10


-5
mol/L 5 -10
-5
mol/ L
~ +
(equilíbrio) = 0,5 mol/L

Dessa forma:
a) a concentração em quantidade de matéria dos íons H1+(aq)

[H 1+(aq)] = 5 · 10-5 mol/L


b) a concentração em quantidade de matéria dos íons CN 1-(aq)
[ CN 1-(aq)] = 5 . 10- 5 mol/ L
e) a concentração em quantidade de matéria de moléculas de HCN(aq) não ionizadas

[ HCN(aq}] não ionizada = [HCN(aq)] equilíbrio


[ HCN(aq}] - O, 49995 mol/L
não ionizada -
= 0,5 mol/ L;
d) a constante de ionização do ácido cianídrico

[H +]. [cN -J
1 1 (5- 10-5 )·(5-10-5 )
-1
[HCN] 5 · 10

228

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Lei da diluicão
, de Ostwald
O químico e físico letão (nascido em Riga, na Letônia), Friedrich Wilhelm Ostwald
(1853-1932), é considerado o pai da físico-qu ímica e recebeu o prêmio Nobel de
Química em 1909 por inúmeros trabalhos sobre catálise e equilíbrios químicos iô-
nicos. Entre outros trabalhos, deduziu uma lei que atualmente é conhecida como
lei da diluição de Ostwald.
Segundo a lei da diluição de Ostwald, a uma dada temperatura, ao diminuir a
concentração em quantidade de matéria de um eletrólito, seu grau de ionização
(ou de dissociação) a aumenta.
Assim, a uma determinada temperatura, se considerarmos o ácido genérico HA(aq),
cuja concent ração inicial em quantidade de matéria desse eletrólito seja e seu grau fvl
de ionização seja a, teremos: Friedrich Wilhel m
Ostwald também
conhecido como "pai
Quantidades da físico - química·.


---->. 1-
HA(aq ) ~ H1+(aq) + A (aq)
envolvidas
- 1
'
-
Concentração
(inicial) M ---->.
~ o + o
\ 1
1

Concentração
(ionizada)
M·(l ---->.
~ +

-
Concentração
(que se formou)
---->.
~ tv1. . (I + M ·(I

Concentração
tvl. - M·(l ---->.
~ tv1. . (l + M · (I
(equilíbrio)

Nessa temperatura, o equilíbrio HA(aq) ~ H 1+(aq) + A1- (aq) terá como expres-
são de sua constante de ionização (em função das concentrações em quantidade de

matéria) K, = [H'~~AlA'-] .Se substituirmos os dados do equilíbrio (do quadro an-


terior) nessa expressão, teremos:

(fvt·a)·(M·ex) ~-a)-(tv1.. -a)


Ka = ------- 9 Ka = -------

M- M· ex M · (1 - ex)
tvt . ex2 [] . ex2
Logo, a uma dada temperatura, Kª = ~ - - ou ainda, Kª =
(1 - a) (1 - ex)

Analisando-se matematicamente a expressão da constante de ionização Kª. é pos-


sível concluir que se a concentração em quantidade de matéria, M ou [ ] . tender a Em eletrólitos fracos o
zero, o produto também tenderá a zero. Assi m, para que Kª, a dada temperatura, fi - valor de a -. O, assim
que constante, o denominador (1 - a) também deverá tender a zero, o que ocorrerá a (1 - a) -+ 1. Nesse
caso, a expressão da
quando ex tender a 1 ((1 - 1) = o), que equivale a 100%, o seu valor máximo. Dessa constante de ionização
forma: ou dissociação pode
l'v1.._ ou [ ] -t O '* ex -t 1. ser representada por:

Dessa forma, quanto mais diluída for uma solução, maior o grau de ionização ou K; = M-a2 ou
dissociação do eletrólito. K; = [ ] (eletrólito fraco) · ª2
Equilíbrio químico 229

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/ Atividade resolvida\
R2. Calcule a constante de ionização do ácido cianídrico para uma solução aquosa de
HCN 0 ,5 mol/L e de grau de ionização igual a O, 01 %.
Os dados são:

[ HCN(aq)] . . aa: O, 5 mol/L


1nic10
-2 -2
-2 10 10 -4
ex = 0,01% : . 10 % :. - -
100
ex = 10

Resolução
Como se trata de um ácido fraco (! ex), pode-se utilizar a equação Ki = M· cx 2 para o
cálcu lo de sua constante de ion ização (Ki ou K 8 ) . Assim, tem-se:

K8 = M· cx 2 .". ( 5 · 10-1 ) · ( 10-


4
f :.K 8 = 5. 10_ g

Compare esse resultado com o do item d da Atividade resolvida R1 das páginas 227
e 228.

Efeito do íon comum


Considere um experimento em que há Se for adicionado ácido clorídrico
uma solução aquosa saturada de cloreto (HCE(aq)) a essa solução, será possível
de prata: observar a formação de um precipitado
água 1+ 1- de cloreto de prata (AgCE(s)).
AgCE(s) :.====== Ag (aq) + CE (aq)
água 1+ 1-
(dissociação) HCE(g) ======== H (aq) + c e (aq)
(ionização)

As ilustrações são
representações de
modelos artísticos.
As cores e as
pro po,-ções não
são reais.

Solução aquosa Formacãode


s aturada de cloreto precipitado ( AgCE(s))
de prata sem corpo após a adição de
de fundo. ácido clorídrico.
Isso ocorre porque, na temperatura do experimento, a solução de cloreto de prata
já estava saturada, assim, possuía a quantidade máxima de cloreto de prata que po-
1+ 1-
deria ser dissolvida, apresentando as maiores concentrações de Ag (aq) e de C E (aq).
1-
0 íon cloreto CE (aq) é um íon comum ao equilíbrio inicial (solução aquosa saturada
de cloreto de prata). Logo, ao adicionar ácido clorídrico, aumenta-se a concentração de
1-
c e (aq) nesse equilíbrio e, segundo Le Chatelier, ocorrerá deslocamento do equilíbrio quí-
mico inicial para o lado oposto ao íon comum, formando o precipitado de cloreto de prata.

/ Atividade resolvida\
R3. Considere o seguinte sistema em equilíbrio químico:

2 Cro!-(aq) + 2 H1+(aq) ~ Cr2 0 ~-(aq) + H 2 0 (e)

amarelo laranja
Determine o que ocorrerá se:
a) houver adição de ácido clorídrico ( HCE(aq)) a esse sistema em equilíbrio.
b) houver adição de hidróxido de sódio (NaOH{s)) a esse sistema em equilíbrio.
>
230

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> Res.olucão
' 1+ 1-
a) O ácido se ionizará liberando íons H (aq) e ce (aq). Isso provocará o aumento da
1+ ,_
concentração de íons H (aq) no sist ema. Os íons
,_ c e (aq) não interferem no equ i-
líbrio, pois aparecem na mesma forma c e (aq) tanto nos reagentes como nos pro-
dutos. Assim, haverá deslocamento do equilíbrio para a direita, até que o excesso
1+
de íons H (aq) (ion comum) seja consumido.
b) A base se dissociará liberando íons Na 1+(aq) e OH, _ (aq ). Os íons Na1+(aq) não inter-
ferem no equilíbrio, pois aparecem na mesma forma ( Na1+(aq)) tanto nos reagentes
como nos produtos. Já os íons OH ,_(aq) reagirão com íons H 1+(aq) do equilíbrio,
formando H 2 0 (11.) (neutralização). Assim , o equilíbrio se desloca para a esquerda,
de modo que haja a reposição dos íons H 1+(aq) consumidos na neutralização. Obser-
ve que o ion OH 1- (aq) é um íon não comum , mas ao reagir com uma das substân-


cias presentes no equilíbrio original, desloca esse equilíbrio.

Equilíbrio iônico da água


Em qualquer sistema que apresente água líquida, ocorre ionização de parte de suas
moléculas, cujo sistema em equilíbrio pode ser representado por:

Kw é a constante de
ionização da água ou
que, de maneira simplificada, pode ser descrito pela seguinte equação reversível: produto iônico da
água. A letra w que
1+ ,_
H20 (i) ~ H (aq) + OH (aq) aparece subscrita
nessa constante vem
Para esse sistema em equilíbrio, a uma dada temperatura, a constante de equilíbrio da palavra water, que
traduzida do inglês
iônico da água é denominada (Kw). s ignifica água .
Primeiramente, é preciso definir o equilíbrio iônico da reação citada.

[H 1+] · [OH ,-1


[HP]
Pode-se concluir que:
K .1 . [HP] = [H +] 1
[0H -J
1

'---...------'

Logo, Kw = [ H1+] · [ OH 1-J , queKw


também é denominado produto iônico da água.
Em um copo com água, há um equilíbrio dinâmico em que suas moléculas estão se
ionizando e produzindo íons H 1+(aq) e OH ,_(aq), enquanto outros íons de cargas opos-
tas se juntam para formar moléculas de água.
-7
Experimentalmente, a 25 ºC, em 1 L de água 1,0 -10 mal de moléculas se ionizam,
1+ ,_
produzindo íons H (aq) e OH (aq). Considerando-se que nessas condições físicas a
densidade da água líquida seja igual a 1,0 g/ml, 1 L dessa substância apresentará
massa igual a 1 000 g. Se a massa molar da água for igual a 18 g/mol, a massa de
1 000 g de água equivale a aproximadamente 55,5 molde água.
Composiçà o
microscópica da á g ua
e de produtos de sua
[, J n m 1 000 g autoionização.
Agua = V= M·V = 18 g/mol -1, O L
(Água]= 55,5 mol/L

Equilíbrio químico 231

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Logo, a 25 ºC, temos que:

Quantidades l+ ( 1-
H2 D(t) ----->,.
...,.- H aq) + OH (aq)
envolvidas

Quantidade
55,5 mal ----->,.
.,,..-- o + o
(in icial)
Quantidade
----->,.
(ionizada) 1,0 · 10-7 mal .,,..-- +

Quantidade -1
----->,.
...,.- 1,0 - 10- 7 mal + 1,0 · 10
(que se formou) m~

Quantidade ----->,. -7
o ~ .5m~ .,,..-- 1,0-10 mal + 1,0 · 10-7 mal
(equilíbrio) (s. constante)
Concentração
(equilíbrio)
---->.
...,.- 1, 0 -1 0-7 mal T 1,0 · 10- 7 mal

Assim, a 25 ºC, o valor de Kw será:

Kw = 1,0 -10- 14 (a 25 º C)

Equilíbrio iônico da água em soluções ácidas, básicas e


neutras
1+ ,_
Quando se adiciona à água (pura) substâncias que liberam íons H (aq) ou OH (aq),
como ácidos e bases de Arrhenius, há alteração das concentrações desses íons, o
que provoca alteração no estado de equilíbrio. Assim, considerando 25 ºC, observe
o quadro a seguir.

-- ---

Concentrações de íons H1.(aq) e OH 1- (aq) no equilíbrio (a 25 ºC)


- -
Soluções aquosas (a 5= 100%)
[Ht] [oH 1-]

Soluto Concentração
-+- ,.. _ ,_
-3 10- 11 mol/L
HGe 10 moVL 10- 3 mol/L

-2
NaOH 1 10- 2 mol/L 10- 12 moVL 10 mol/L

-2 -7 10-7 moVL
NaCt 10 mol/L 10 moVL

Observando o quadro percebemos que, adicionando um ácido, a concentração de


íons [ H1 +] aumenta, deixando o meio ácido. Mas ao adicionar uma base, a concentra-
ção de íons [0H 1 -J aumenta, deixando o meio alcalino. Já um sal neutro não altera a
concentração de nenhum dos íons .
Vê-se, então, que as [ H i+]
e [ OH 1 - ] podem apresent ar grandes variações e valores
muito baixos. Assim, os químicos começaram a expressá-las na forma de cologaritmo
decimal. O cologaritmo de um número é igual ao inverso de seu logaritmo. Assim ,
para um número x, tem-se:
1 -1
colog x = -1- - => colog x (log x) : . colog x = -log x
og X

232

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pH e pOH
1 Você já ouviu falar em medir pH da água de piscinas? Por que isso é impor-
Resposta pessoal. Espera-se que os alunos relacionem o pH da água à adequação da mesma para seu uso. Se a água
tante? da piscina apresentar pH fora dos valores indicados pode causar irritações na pele e nos olhos, bem como danificar os
equipamentos da piscina.
Para que os banhos em piscinas sejam agradá-
veis e seguros é preciso ter alguns cuidados com
a sua água. Além de eliminar os resíduos que po-
dem ser vistos a olho nu, outras precauções pre-
cisam ser tomadas.
Um desses cuidados é o controle do pH para E

garantir que a água não irrite os olhos e a pele dos ~o


~
banhistas e também não danifique os equipamen- ~

tos da piscina.
De forma geral, para fazer a análise utiliza-se
um estojo que, além de possibilitar a leitura da
quantidade de cloro, indica o pH da água.
1•...
~
~
.

~
Se a água está ácida, é necessário adicionar um Estojo medidor de pH e
cloro utilizado para
material que tem como componente principal o carbonato de sódio. Este aumenta o pH
analisar a água de piscinas.
da água, auxiliando a eficácia de outros produtos ap licados na piscina.
Se a água está alcalina adiciona-se um material que seja ácido, nesse caso, usa-se o
ácido muriático (solução aquosa de cloreto de hidrogênio), pois ele tende a diminuir o pH
evitando que a água se torne turva e também danifique os equipamentos da piscina.
Os estudos sobre pH iniciaram-se com o cientista e bioquímico dinamarquês Peter
Laritz Sorensen (1868-1939).
Em 1909, ele determinou que a relação -log x passasse a ser designada por px,
em que p = operador potência. Dessa forma, px = - log x. Sua ideia era trabalhar
apenas com o expoente de base 10 e com valores positivos. Assim, ele definiu que
1+
para expressarmos o potencial de íons H (aq) ou o potencial hidrogeniônico (pH) de
uma solução usamos:

Peter Laritz Sorensen ficou


conhecido por sua pesquisa
no controle de qual.idade na
índ ústria de fermentação.

Para expressarmos o potencial de íons OH- (aq) ou o potencial hidroxiliônico (pOH)


de uma solução usaremos:

Se isolarmos a [0H 1-], teremos [0H 1 -]= 10-pOH

Dessa forma, tem-se:


• na água pura e em soluções aquosas neutras a 25 ºC, temos

assim:

+] = 1,0 · 10-7 mol/L ='> pH= -log10- 7 :.


[H 1 pH = 7

[oH 1-] = 1,0 · 10- 7 mol/L ='> pOH= - log10-7 : . pOH =7


Equilíbrio químico 233

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• em qualquer solução aquosa ácida a • em qualquer solução aquosa básica a
25 ºC 25 ºC

> 1,0-10
-7
mol/L=?pH<7 +] < 1,0 -10- 7
[H 1 mol/L =? pH > 7

[0H 1 -J < 1,0· 10- 7


mol/L =? pOH > 7 [0H 1 - ] > 1,0 . 10- 7 mol/ L =? pOH < 7

• em qualquer solução aquosa ácida, básica ou neutra a 25 ºC

Kw = 1' O · 10- 14
pH + pOH = 14

2 Para que valo res de p H a água da piscina é considerada ácida?


Para pH < 7.
3 E para que valo res de pH a água da pisc ina é considerada alcali na ou básica?
Para pH > 7.
A seguir, são apresentados alguns materiais de uso cotidiano e os seus respectivos
1+ ,_
valores de concentrações em quantidade de matéria de íons H (aq) e de OH (aq),
com os seus respectivos pH e pOH a 25 ºC.
ÁCIDO NEUTRO BÁSICO
[OH-) 10-... 10-0 10-'2 10-11 10·" 10.. lo--" 10-1 10.. 10-1 10~ lo-' 10-2 10-1 10'

[H·) 10' 10• 10-2 10-' 10"" 10-5 ,o.. 10-1 10"' 10"' 1Q-IO 10-111 10-12 10-º 10-"'

Técnico medindo o
pH de uma piscina.

e
0
j
pH o 3 4 ó e 9 10 11 12 13 14 "'3
pOH 14 13 12 11 10 9 8 7 ó 5 4 3 2 o
•j
Escalas de [ H i+]. [O H 1- ]. pH e pOH para alguns materiais que geralmente usamos no d ia a dia. Quant o
menor o valor do pH, mais ácida é a solução.

Indicador ácido-base
Os indicadores ácido-base são substâncias que mu-
dam de cor conforme o pH da solução. O papel tornas-
sol, por exemplo, é um indicador que adquire coloração
azulada em contato com solução básica:

[H+] < [0H -J


1 1

[Ht+] < 1, O. 10
-7
mol/L ~ pH > 7

[0H 1- ] > 1,0 -10- 7 mol/L ~ pOH < 7


e avermelhada em contato com solução ácida:
[H+] > [ow]
1

[H1 +] > 1,0-10-7 mol/L ~ pH<7


Papel tornassol (azul) fica avermelhado
[0H 1
-] < 1,0 -10- mol/L 7
~ pOH > 7
quando em contato com solução ácida.

234

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/ Atividades resolvidas\
R4. Calcule os potenciais hid rogeniônico e hidroxiliônico de uma solução d iluída de ácido
nítrico ( HN 0 3 (aq)). 10-9 mol/L, completamente ionizado, a 25 ºC.
-3
Dado: log 1, 01 = 4,32 - 10
Reação de ionização do ácido (reação 1):

--..,------
-9
10- 9 mol/L 10 mol/l

Reação de autoionização da água (reação 2):

H 2 0 {E) + H 2 0 (E) ~ H 3 0 1+(aq) + OH 1- (aq)


~
-7
10 mol/l
Resolução
Assim, a concentração total de íons H 3 O 1+ {aq) no sistema, é:

[ H 3 0 1+(aq)]

[ H 3 0 1+(aq)]
total

total
= [H 3 0 1+(aq)]
= 10-9 mol/L +
_
reaçao 1

10-7
+ [ H 3 0 1 +(aq)]

mol/ L
_
reaçao 2 •
[ H 3 0 1+(aq)] = 0, 01 - 10-7 mol/L + 1 - 10
-7
mol/ L
total

[ H 3 0 1+(aq)] = 1, 01 · 10- 7 mol/L ~ [H 1+(aq)] = 1, 01 - 10-7 rnol/L


total total

Logo, o cálculo do potencial hidrogeniônico (pH) será:

pH = -log [ H 1+] : . pH = - log 1,01 - 10-7

pH = - ( 1091 ,01 +log -10-7 ) :. pH = - (log 1,01 + (- 7) - log - 10)

pH = - ( 4 , 32 · 10- 3 - 7· 1) :. pH = - (0,00432 - 7) :. pH= - (-6,99568)

pH = 6,99568
O cálculo do potencial hidroxiliôn ico (pOH) será:
Em soluções aquosas, a 25 ºC, pH + pOH = 14. Logo:
pH + pOH = 14 :. 6,99568 + pOH = 14 :. pOH = 7,00432

R5. Em um laboratório de Química há um frasco contendo uma solução de ácido sulfúrico


( H 2 SO 4 (aq)) de pH = 2. A 1 ml dessa solução são adicionados 999 ml de água.

a) Calcule a concentração inicial de H 2 S0 4 (aq).


b) Qual o valor do pH da solução após a diluição?
Vo lume inicial = 1 ml
Vo lume final = 1 ml + 999 ml :. 1 000 ml

e:) Quantas vezes a solução final é menos ácida que a inicial?

Resolução
a) Solução inicial: pH = 2 : . [ Hi+(aq)] = 1 . 10-2 mol/L
1+ 2-
1 H 2 S0 4(aq) ª = ,oo% 2 H (aq) + 1 S04 (aq)
'----..---'
-3 -2
:! 5 · 10 mo l/L :! 1 · 10 mo l/L

A concentração inicial de H 2 S0 4(aq) é aproximadamente igual a 5 -10- 3 mol/ L.


>
Equilíbrio químico 235

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>
b) Como se trata de uma diluiç ão, usaremos a relação para calcular a [ H 1-t(aq)] na
solução fi nal.
-5
M inicial . v inicial = M final . V final
2
10- • 1 = M final · 1 000 M tinaf = 1O mol/ L
1
( ians H +(aq))
-5
Assim, se considerarmos [ H 1+(aq)] _ 10 mol/L, o cálculo do pH da solução
final
diluída (solução fin al) será:
-5
pH = - log [ H 1+] pH ~ - log 10 pH ~ 5
e) Como o pH vario u em aproximadamente 3 unidades (apH "' 3), a solução fin al é
1 000 vezes menos ácida que a solução inicial.

Química em foco

Acidez e basicidade do solo


Os solos são formados principalmente por partículas sólidas e apresentam es-
paços que podem conter ar e água, entre outros materiais. Os minerais presentes
no solo são resu ltados do intemperismo das rochas. A ação do intemperismo as-
sociada a reações químicas, disponibiliza íons (cátions e ânions) no solo, que po-
dem servir de fontes nutricionais das plantas.
Há vários tipos de solos cujas características variam de acordo com a sua com -
posição. Essa composição diz respeito a íons, óxidos e metais que estão presentes
no solo e influenciam em seu pH. Por exemplo, os solos argilosos em regiões pan-
tanosas e à beira de rios geralmente possuem caráter ácido. Já solos ricos em
calcário possuem caráter alcalino.
Em geral, os solos ideais para a maioria dos
cultivas devem apresentar pH entre 5,5 e 6,5, en-
quanto a acidez excessiva ou a basicidade ex-
cessiva do solo pode comprometer a produtivi-
dade de determinada cultura. Os solos que mais
disponibilizam nutrientes para as plantas são os
que apresentam pH mais próximo do neutro.
Os agrônomos conhecem as propriedades
de cada tipo de solo e as características de
cada cu ltura. Com base nisso, demandam
ações para manter os valores de pH próximos
ao pH de um solo ideal.
Agrônomo inspecionando o solo de uma plantação de trigo. No entanto, deve-se ressaltar a existência de
culturas que necessitam de solos com pH mais
ácido para se desenvolverem. A mandioca e a
erva-mate são exemplos disso. Outras cu lturas
necessitam de solos com pH mais alcalino,
como a soja, o algodão e o feijão.
Geralmente, os solos brasileiros são ácidos.
Por isso, para aumentar a alcalinidade de de-
terminado tipo de solo, os agrônomos podem
tratá-lo com óxido de cálcio (CaO), também
conhecido como cal; esse procedimento é co-
nhecido por calagem. Para aumentar a acidez
(baixar o pH), em geral, pode-se usar materiais que
apresentam em sua composição alguns sais for-
mados a partir de ácidos fortes e de bases fracas
Aplicação de cal em solo para cultivo. como, por exemplo, o cloreto de amônia (NH4 Cfl.).

236

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Atividades ~~ R<!solva as atividades no caderno.

1. A equação química seguinte representa o equilíbrio Observe os valores das constantes de ionização
da solução de ácido acético (cH 3COOH(aq)). do ácido para as três etapas.
1+ 2-
CH3COOH(aq) ~ H (aq) + CH 3COO (aq) Constante de ionização
Etapas
Entre as alternativas a seguir, escreva em seu Kª (T " 25 ºC)
caderno aquela que melhor expressa a constan -
te de ionização do ácido acético.
-8
li K 11 = 6,2 , 10
[H 1+] . [coo 1- ]
a) K 8 - 13
[CH 3COOH] Ili K 111 = 2,1 -10

[H 1+] + [cH 3C00 1 -J Conforme o quadro e as reações das etapas de


b) K 8 ionização do ácido, responda .
[CH 3COOH]
a) Comparando os valores da constante de ioni-
zação, o que ocorre com a tendênc ia do
[H 1+] ácido em liberar H 1+(aq) no decorrer das três
e) K 8 = etapas de ionização?
[CH 3COOH]
b) Escreva em seu caderno a expressão da cons-
tante de acidez para cada etapa de ionização.
[H 1+] · [cH 3C00 1 -J
d) K 8 4. (ITA-SP) Um indicador ácido-base monoprótico
[CH 3 COOH] tem cor vermelha em meio ácido e cor laranja em
meio básico. Considere que a constante de dis-
-5
[H 1+] · [cH 3C00 1- ] sociação desse indicador seja igual a 8,0. 10 .
e ) K8 Assinale a opção que indica a quantidade, em
[cH3C00 1 -J mol, do indicador que, quando adicionada a 1 L
de água pura, seja suficiente para que 80% de
2. Observe, a seguir, o quadro com os valores das suas moléculas apresentem a cor vermelha após
constantes de dissociação de três espécies de alcançar o equilíbrio químico.
características básicas. -5 -5 -3
a) 1,3-10 c) 9,4-10 e) 1,6 - 10
b) 3,2 · 10- 5 d) 5,2 -10- 4
Base

Hidróxído de amônio S. As soluções-tampão mantêm o pH aproximada-


1,8 · 10- 5
NH 4 0H
Hidróxído de metilamína
l mente constante, mesmo recebendo ácidos ou
bases fortes e, em geral, são formadas por um
5,0. 10- 4 ácido fraco e um sal desse ácido, ou por uma
CH 3 NHpH
base fraca e um sal dessa base. As soluções-
Hidróxido de anilina
4,6. 10 - 10 -tampão são usadas quando um químico necessita
C 6 H 5 NH 30H
que o pH do meio do sistema se mantenha aproxi-
madamente constante. Assim, considere a equação
Qual das bases apresentadas no quadro é con -
a seguir, que representa o equilíbrio químico de uma
siderada a mais forte? Justifique sua resposta.
solução de ácido acético (CH 3COOH(aq)).
3. O ácido fosfórico (H 3PO 4(aq)) existente em pro - !a
dutos para remover ferrugem apresenta mais de CH3COOH(aq) ==~ H
1+
(aq) + CH 3COO (aq)
1-

um hidrogênio ionizável, conforme as etapas de ácido fraco


ionização abaixo.
1+ ,_ Ao adicionar o sal acetato de sódio (cH 3C00Na(s))
Etapa 1: H 3 P0 4 (aq) ~ H (aq) + H 2 P04 (aq) na solução de ácido acético, o sal sofre dissociação
1+ 2- iónica, liberando íons Na 1+(aq) e CH 3COO ,_(aq).
Etapa li : H 2 PO;(aq)-.=- H (aq) + HP0 4 (aq)
2- 1+
Etapa Ili: HP04 (aq) ~ H (aq) + P0 4 (aq)
3-
CH 3COONa(s) dis::c~:ção Nai+(aq) + CH3COO 1- (aq)

Equilíbrio químico 237

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Essa mistura formada pela solução de ácido b) No segundo lote, co loque os materiais em
acético e pelo acetato de sódio dissociado é uma ordem crescente de pOH. Escreva em seu
solução-tampão. caderno a sequência numérica (correspon -
A seguir, em seu caderno, responda o que ocor- dente aos materiais) obtida.
re com a concentração em quantidade de maté- 8 . Ao analisar uma determinada amostra de uma
1+
ria de íons H (aq) dessa mistura (solução-tampão) mistura aquosa de café, um profissional deter-
quando se adiciona uma pequena quantidade de: minou que sua concentração hidrogeniônica é
a) ácido clorídrico (HCl(aq)). de 0,00001 moVL. Assim , o pH dessa amostra
b) hidróxido de sódio (NaOH(s)). café é:
a) 2 b) 11 e) 5 d) 4 e) 7
6. (Enem/MEC) Um estudo caracterizou 5 ambientes
aquáticos, nomeados de A a E, em uma região, 9. (Vunesp-SP)
medindo parâmetros físico -químicos de cada um
deles, incluindo o pH nos ambientes. O Gráfico 1
representa os valores de pH dos 5 ambientes.
Uti lizando o gráfico li , que representa a distribui-
ção estatística de espécies em diferentes faixas
de pH, pode -se esperar um maior número de
espécies no ambiente:
gráfico 1
10 .,-- - -- - - - - - - - - - - - - - - ,
8

:e
C.
6

4 -
2
o
A B e D E
Ambientes
gráfico li
40 Cores nas lagoas
., O listrado multicor que se desenha na areia
..,,
"ü 30
quando o nível da água baixa nas lagoas do
..,.,e.
..,
"O 20 Pantanal da Nhecolândia, conhecidas como
e
.,
E 10
.::,
z
o
- r-- ,-
salinas, em Mato Grosso do Sul, por muito
tempo foi um mistério para observadores. A
explicação está numa cianobactéria que sobre-
vive nas condições dessas águas de pH entre 9
3 4 5 6 7 8 9 10 11
pH ótimo de sobrevida e 11. Na época seca essas bactérias se repro-
duzem em profusão e pintam as lagoas com
a) A b) B e) e d) D e) E
substâncias de sua própria decomposição.
7. Sobre uma das bancadas do laboratório de Quí- (Pesquisa FAPESP. levereiro de 2012. Adaptaclo.)

mica da escola, um aluno observou que havia Águas que apresentam pH entre 9 e 11 são:
dois lotes, em que cada um continha os seguin-
tes materiais: a) ácidas, com
-3
[H,+] que varia de 10 -5
a
10 mol/L.
1) água destilada;
li) suco de limão;
IV) sangue humano;
V) creme dental. b) ácidas, com
-4
[H ,+] que varia de 10 -2
a
10 mol/L.
Il i) café preparado;
Ordene essas amostras de acordo com o que
e) alcal inas, com OH
-4
[ 1-] que varia de 10-2 a
se pede. 10 mol/L.
a) No primeiro lote, coloque os materiais em d) alc!:Jinas, com [ OH 1-] que varia de 10-5 a
ordem crescente de pH. Escreva em seu 10 mol/L.
caderno a sequência numérica (correspon-
-7
+]
e) neutras, com [ H1 que se iguala a [OH,- ],
dente aos materiais) obtida. de 10 mol/L.

238

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10. Durante uma aula de Química, os alunos fizeram 12. (Fuvest-SP) Galinhas não transpiram e, no verão,
a análise do pH de uma certa quantidade de a frequência de sua respiração aumenta para
amostras de águas minerais gaseif icadas e resfriar seu corpo. A maior eliminação de gás
observaram que, em média, o pH = 4, medidas carbônico, através da respiração, faz com que
a 25 ºC. Para essa temperatura, quais são, respec- as cascas de seus ovos, constituídas principal-
tivamente, os valores médios das concentrações mente de carbonato de cálcio , se tornem mais

hidrogeniônica [ H1 +] e hidroxiliônica [OH 1-] das


finas. Para entender tal fenômeno, considere os
seguintes equilíbrios químicos:
amostras analisadas pelos alunos?
Ca 2+(aq) + (co3t (aq) "F CaC0 3(sl
a) [H 1+] ::::;: 10+4 mol/L e [0H 1- ] ::::;: 10+10mol/L 2- 1- 1-
(co3) (aq) + H 2o(e) .= (HC0 3) (aq) + {OH) {aq)
1- 1-
b) [H 1+]::::;: 10+7 mol/L e [0H 1-] ::::;: 10- 7 mol/L (HC03) (aq) + H2o(e) "F H2C03(aq) + (OH) (aq)

H2C03(aq) .= C02(g) + H;,O(e)


e) [H 1+] ::::;: 10- 2 mol/ L e [0H 1 - ] 10+12mol/L


::::;:
Para que as cascas dos ovos das galinhas não
diminuam de espessura no verão, as galinhas
d) [H1+] ::::;: 10- 2 mol/L e [0H 1- ] = 10-12mol/L
devem ser alimentadas
a) com água que contenha sal de cozinha.
e) [H1+]::::;: 10- 4 mol/L e [0H 1-] ::::;: 10- 10mol/L
b) com ração de baixo teor de cálcio.
11. (Fuvest-SP) Em um laboratório químico, um estu- e:) com água enriquecida de gás carbôn ico.
dante encontrou quatro frascos (1 . 2 , 3 e 4) d) com água que contenha vinagre.
contendo soluções aquosas incolores de sacarose. e) em atmosfera que contenha apenas gás car-
KCt HCe e NaOH. não necessariamente nessa bônico.
ordem . Para identificar essas soluções, fez al-
13. O ácido tartárico encontrado nas uvas é um ácido
guns experimentos simples, cujos resultados são
orgânico fraco que não ioniza totalmente em solu-
apresentados na tabela a seguir:
ção aquosa. Considere que um professor tenha
preparado uma solução aquosa de 0,1 mol de
Cor da solução
Condutibilidade Reação com ácido tartárico por litro, e que a concentração do
Frasco após a adição
el étrica Mg(OH)2 •
de fenolftaleína 10n [ H1+ (aq)] nessa solução seja de O, 0057 mol/L.
Qual o valor da constante de ionização do ácido
1 incolor conduz não
tartárico? Justifique sua resposta com os devi-
- +
dos cálculos.
2 rosa
coodo, ~ não
a) 3, 1 · '10+3
-4
3 incolor conduz sim b) 3,2 · '10
-2
c:) 5,7 • '10
4 incolor não conduz não -2
1 d) 5,7 · '10
+4
e) 3, 2 · '10
Dado: Soluções aquosas contendo o indicador
fenolftaleína são incolores em pH menor do que 14. No efeito do íon comum, a ionização do eletrólito
8,5 e têm coloração rosa em pH igual ou maior fraco sofre diminuição pela adição de um eletró-
do que 8,5. lito forte, no qual há um íon comum com o ele-
trólito fraco. Sabe -se que uma solução de
As soluções aquosas nos frascos 1, 2, 3 e 4 são,
0 ,30 mol/L de (HC 2Hp 2) tem p H igual a 2,64.
respectivamente, de
Qual é o valor do pH da solução preparada pela
a) HCt NaOH. KCf e sacarose. adição de 0,30 mol de ácido acético e 0,30 mol
b) KCt NaOH, HCe e sacarose. de acetato de sódio (NaC 2H 30 2) em uma solu-
e) HCf, sacarose, NaOH e KCe. ção aquosa de um litro, sabendo que o valor de
d) KCt sacarose, HCe e NaOH. ( K a(HC 2 H 3 0 2) = 1,8 · 10- 5 ) está à temperatura
e) NaOH, HCe. sacarose e KCf . de 25 ºC?

EquiltlJrio químico 239

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4#·f!i•i4iii•Miiiit+~---·~~id~·~·~~~~~~·~~·L································ ·························.
V
Conhecendo
Os alimentos que ingerimos já começam a ser digeridos na boca. Ao mastigarmos trituramos
os alimentos e, com a ação da saliva, inicia-se a transformação de substâncias de grande massa
molecular, presentes nos nutrientes desses alimentos, em substâncias de massas moleculares
menores.
Quando essa mistura chega ao estômago, glândulas estomacais liberam suco gástrico, cuja
constituição é de ácido clorídrico (Hce(aql). Por ação de uma enzima denominada pepsina, os
compostos presentes nos alimentos são transformados em substâncias essenciais para a manu-
1+
tenção do organismo. A presença de íons de H (aq) no suco gástrico faz que o pH estomacal seja
ácido (pH e: 2), sendo ideal para essa enzima (pepsina) atuar sobre as proteínas presentes nos
alimentos.

Estudando
O estômago humano é revestido pela mucosa gástrica, formada por células resistentes a
ataques ácidos (ácido clorídrico estomacal). Quando a acidez estomacal está com pH em torno
de 2, podem, naturalmente, ocorrer pequenos sangramentos nas paredes estomacais, o que
ainda não é considerado um problema, pois a mucosa gástrica praticamente se renova a cada
três dias. No entanto, se houver maior acidez, sua ação sobre a mucosa gástrica supera a sua
taxa de renovação. Dessa forma, é comum ocorrerem pequenas "queimações", podendo, entre
outros sintomas, causar azia.
A alimentação desbalanceada, o consumo excessivo de refrigerantes ou de bebidas alcoólicas
e longos períodos de jejum tendem a induzir a mucosa gástrica a produzir mais suco gástrico. A
longo prazo, isso pode contribuir para a formação de úlceras, que são feridas formadas na mu-
cosa gástrica.
Em geral, para neutralizar a acidez estoma-
cal excessiva, os médicos costumam receitar
antiácidos. Geralmente. a constituição desses
antiácidos apresenta algumas bases, como o hi-
dróxido de magnésio (Mg (OH) 2 ) e o hidróxido
de alumínio (Ae. (OH) 3 ). que tendem a neutrali-
zar o ácido em excesso (ácido clorídrico). Po-
dem ser usados também alguns materiais na
úlcera, forma de pó ou comprimido efervescente,
como o sal de frutas, que contém bicarbonato
de sódio (NaHCü 3 ), que reagem com ácidos
(ácido cloríd rico) produzindo ácido carbônico.
Por sua vez, o ácido carbônico é um ácido ins-
tável e, nas condições físicas a que está sub-
As úlceras sào lesões que ocorrem metido, tende a se decompor, formando água e
na parede interna do estômago. gás carbônico, C0 2 . A liberação desse ácido
na região estomacal pode favorecer a eructa-
Conversando ção (arroto).
1. Em seu caderno, escreva a reação balanceada da neutralização total ocorrida entre o ácido
clorídrico e o hidróxido de magnésio.
2+ 1-
2 HCI'. (aq) + Mg(OH) 2 (suspensão) - Mg (aq)+ 2 ce (aq) +2 Hp(e)
2. O ácido estomacal apresenta em média uma concentração de 2,00 · 10-2 mol/L. Conside-
rando-se a ionização completa desse ácido, calcule o pH aproximado do suco gástrico.
(Considere que: log 2 !: O, 300). Como o ácido clorídrico sofreu ionização completa, temos que
[Hce] = [H •-J . sendo assim, [H 1 +] = 2 · 10- 2
, logo pH = +]. Substituindo os valores, tem- se:
- log[H 1
240 pH = 2
- log 2 . 10- ~ pH = - ( log 2 + log 10- 2
) => pH ~ - (o. 300 - 2) ~ pH ~ 1,70

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Hidrólise salina e
produto de solubilidade
Um processo natural relacionado à hidrólise salina é a formação rochosa de esta-
lactites e estalagmites em regiões calcárias, como cavernas. O calcário é constituído
basicamente por carbonato de cálcio (caC0 3 ), um sal pouco solúvel em água, mas
bastante solúvel em soluções ácidas. Mesmo isenta de poluentes, a água da chuva é
ligeiramente ácida em razão da dissolução de dióxido de carbono (co 2 ) da atmosfera.
Quando a chuva precipita em regiões de solo calcário, a água solubiliza o carbonato de
cálcio e se infiltra pelas fissuras do solo chegando ao teto das cavernas. Nesses locais, a
água passa de uma pressão maior, por estar comprimida no solo, para uma pressão me-
nor, correspondente à pressão atmosférica na caverna. Essa diferença de pressão faz
que parte da água evapore favorecendo a precipitação do carbonato de cálcio.
Por onde a água goteja ocorre a formação de estruturas tubulares que crescem B. As estalactites são
lentamente a uma taxa de aproximadamente 1 cm a cada 300 anos. No teto das ca- estruturas calcárias que
se formam no teto de
vernas formam -se as estalactites. já as gotas que caem no chão constituem camadas cavernas. Já as
que vão se sobrepondo, dando origem às estalagmites. Quando há o encontro de estalagmites têm
aspecto parecido, mas
estalactites e estalagmites, formam-se colunas por meio dessa união. crescem no sentido
contrário, do chão para
o teto.
® Represente , por meio de fórmula, a reação da dissolução do carbonato de c álcio
em água H 20 2+ 2-
. CaC0 3 (s) ~ Ca (aq) + C0 3 (aq)

® Qual a diferença entre estalactites e estalagmites?


© Qual é o principal componente das estalactites e das estalagmites? A que função
inorgânica pertence esse componente? O principal componente da formação das estalactites e estalagmites
é o carbonato de cálcio ( CaC0 3 ). Ele pertence à função inorgânica sais.
Equilíbrio químico 241

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Hidrólise salina
Os sais se formam pela reação química entre ácido e base. Assim, por exemplo, o
bicarbonato de sódio é formado a partir da seguinte reação química:

NaOH(s) + H2 C03(aq) --. NaHC03 (aq) + H20 ( e)


1'-1--'
cátion da base ânion do á cido

Ao se dissolver um sal em água, há dissociação iônica, liberando íons (cátions e


ânions). Alguns desses íons podem provocar reações químicas com a água num pro-
cesso denominado hidrólise salina (ou hidrólise de íons).
água +(
1 1-
NaHC03(s) d' .
1ssoc1açao
_ Na aq) + HC03 (aq)
sal iônica cátion ânion

Os principais casos de hidrólise salina estão relacionados a sais de ácidos fortes e


bases fracas, sais de ácidos fracos e bases fortes e sais de ácidos fracos e bases fracas.

Sais de ácidos fortes e de bases fracas


O cloreto de amônio (NH 4Ce(s)). quando dissolvido em água, sofre dissociação iônica,
apresentando uma solução aquosa com íons amônio ( NH:+(aq)) e íons cloreto ( ce ,_(aq)).
Os íons amônio (NH:+(aq)) reagem com a água, se ligando aos seus íons ( OH 1-(aq))
em um processo chamado hidrólise. Esse processo também produz íons ( H 1+(aq)),
aumentando a sua concentração na solução, tornando-a ácida. E íons cloreto ( c e1-(aq))
permanecem em solução, sem reagir com a água.
O sal cloreto de amônio vem de um ácido forte (Hc e(aq)) e de uma base fraca
(NH 40H(aq)). Os sais de amónio são considerados solúveis em água. Assim, nesse
caso, tem-se:
1+ 1- 1+ 1-
NH4 (aq) + ce. (aq) + HOH(e) s====- NHpH(aq) + H (aq) + ce (aq)
base fraca
Essa equação pode ser representada por:

NHt(aq) + ~ + HOH(e) ~ NH 40H(aq) + H 1+{aq) + ~

NHt (aq)+ HOH(e) ~ (NHpH(aq)) + H i+(aq)


composto instável

solução aquosa ácida (a 25 ºC, pH < 7)

Para a verificação do pH da reação de hidrólise do


exemplo, mergulharam-se duas fitas de diferentes
papel tornassol azul ·······················-··· papéis tornassol (indicador ácido-base) em solução:
uma fita de papel tornassol azul e outra de papel
papel tornassol tornassol vermelho. Tanto a fita de tornassol azul
vermelho
quanto a de tornassol vermelho adquiriram coloração
vermelha, indicando que o pH da solução é ácido.
Neste exemplo, usando o papel tornassol como
um indicador de pH, podemos verificar que aso-
Béquer com soluçào
aquosa ácida .
lução é ácida, em razão da concentração do íon
( H1+(aq)).

242

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O pa pe l tornassol (pape l de filtro
im pregna do com to rn assol) é um indica dor Papel
d e pH bas tante usado e m Laboratóri o. Ele tornassol
a presenta uma a mpla fai xa de viragem,
utilizad a para indicar se uma solução é
nitidament e ácida (q uando ele fi ca
vermelho) ou básica (quand o ele fi ca azul).
Há pa péis tornassóis azul e verme lho.
Esquema ilustrado representando a
resposta dos papéis t ornassol vermelho
e azul aos d ife rentes meios.

Sais de ácidos fracos e de bases fortes


Nas soluções aquosas de sais, como cianeto de sódio (NaCN(sJ), há hidrólise, pois
os seus respectivos ãnions (vindos do ácido fraco) reagem com a água.


O sal cianeto de sódio vem de um ácido fraco (HCN(aq)) e de uma base forte (NaOH{aq)).
Os sais de metais alcalinos são considerados solúveis em água. Portanto, nesse caso,
tem -se:
Na 1+(aq) + CN 1-(aq) + HOH(í:'.J ~ HCN(aq) + OH 1- (aq) + Na1+(aq)
ácido fraco

Essa equação pode ser representada por:

~+ CN ,_(aq) + HOH( t'.) ~ HCN(aq) + OH 1- (aq) + ~


1- 1-
CN (aq) + HOH{E) ~ HCN(aq) + OH (aq)

solução aquosa básica ou alcalina (25 ºC, pH > 7)

Para a verificação do pH da reação de hidrólise do


exemplo, mergulharam-se duas fitas de diferentes j ............................ · papel tornassol verme lho

papéis tornassol (indicador ácido-base). Tanto a ~


fita de tornassol azul quanto a de tornassol verme- JI ·············-····:;,..;·········papel tornassol azul

lha adquiriram coloração azul, indicando que a


solução apresenta pH básico (alcalino).
Neste exemplo, utilizando o papel tornassol
como indicador de pH, podemos verificar que a
solução é básica, por causa da concentração do
Béquer com soluçào
íon ( OH ,_(aq)). aquosa básica.

Sais de ácidos fracos e de bases fracas


Nas soluções aquosas de sais, como cianeto de amônia (NH 4 CN(s)), há hidrólise,
pois os seus respectivos cátions (vindos da base) e os ânions (vindos do ácido fraco)
reagem com a água.
O sal cianeto de amónio é derivado de um ácido fraco {HCN(aq)) e de uma base
fraca (NH40 H(aq)). Os sais de amônia são considerados solúveis em água. Nesse
caso , o ácido é fraco e a base também é fraca, com isso as constantes de ionização
do ácido e de dissociação da base são pequenas, fazendo que a solução fique neutra;
assim, tem-se:
1+ 1-
NH4 (aq) + CN (aq) + HOH(e) ~ HCN(aq) + NH40H(aq)
ácido fraco base fraca

solução aquosa (praticamente) neutra ( 25 ºC, pH ~ 7)


Equilíbrio químico 243

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Nesse exemplo, também foi verificado o pH da
solução após a reação de hidrólise ocorrida utili-
papel tornasso l azul ........... .................... .
zando duas fitas de diferentes papéis tornasso l
j (indicador ácido-base). Observa-se que a fita de
tornassol azul mantém coloração azul; e a fita
de tornassol verme lho adquire coloração verme-
lha, indicando que o pH dessa solução é neutro
ou praticamente neutro.
Nas soluções aquosas de sais de ácidos fortes,
e de bases fortes não há hidrólise nem em relação
ao cátion nem ao ânion, ou seja, não há hidrólise
salina. A solução aquosa desses sais é, em geral,
Béquer c om solução aquosa neutra. aproximadamente neutra.

Sais de ácidos fortes e de bases fortes


Já vimos que um ácido forte se mantém predominantemente ionizado em água.
Assim, seus ânions não têm afinidade por cátions H i+(aq), portanto não reagem com a
água. Além disso, sabemos que uma base forte dissolvida em água se mantém predo-
,_
minantemente dissociada. Assim, seus cátions não têm afinidade por ânions OH (aq),
portanto não reagem com a água.
Exemplo: a dissolução de cloreto de sódio {NaCf(s)) em água.

Na 1+(aq) + ce ,_(aq) + HOH{ e) --. não ocorre reação (não há hidrólise salina)
solução aquosa neutra (25 ºC, pH = 7)
Nesse caso, usando o papel de tornassol como um indicador de pH, podemos ve-
rificar que a solução é neutra, conforme o exemplo citado anteriormente.

/ Atividades resolvidas\
Rl. O ácido acético (HCH 3 COO ou CH 3 COOH) é um monoácido fraco. Ao se adicionar o
sal acetato de sódio em água (25 ºC), a solução final apresentará pH maior, menor
ou igual a 7? Justifique sua resposta.

Resolução
O sal acetato de sódio é formado pelo ácido acético (fraco) e pela base hidróxido de
sódio (forte), assim o ânion acetato provoca a hidrólise tornando a solução básica
(alcalina), ou seja, com pH > 7.
A fórmu la do acetato de sódio é NaCH 3 COO (ou CH 3 COO ,_Na1+). A representação da
dissolução desse sal em água é:
1+ 1- 1- 1+
Na (aq) + CH 3COO (aq) + HOH (e) ~ HCH 3 COO(aq) + OH (aq) + Na (aq)
ácido fraco

ácido fraco

ácido fraco

solução aquosa básica ou alcalina (25 º C, pH > 7)


>
244

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> R2. Considere as seguintes soluções aquosas X, Y e Z a 25 ºC. Os resultados das me-
didas de pH dessas soluções estão apresentados no q uad ro a segu ir:

Solução aquosa (25 ºC) pH da solução

X <7

y = 7

Z >7

Dadas as espec1es qu1rn1cas perclo rato de potássio (KCi O 4), c ianeto de rubídio
(RbCN) e sulfato de amônia ((NH 4) 2 S0 4), assoc ie-as às soluções X, Y e Z. Justifi-
que sua resposta.

Resolução
Perclorato de potássio é a solução aquosa Y.
KCiO 4 é sal de ácido forte e base forte, então não há hidrólise,
logo, a 25 ºC, pH soiução = 7.
Tanto o cátion como o ânion são proven ientes de eletrólitos fortes. Portanto, as con-

centrações de ío ns H 1+(aq) e OH 1- (aq) são iguais entre si e iguais às da água e, as-
sim , a solução é neutra (pH = 7).
C ianeto de rubídio é a solução aquosa Z.
RbCN é sal de ácido fraco e base forte, então o ânion provoca a hidrólise,
logo, a 25 ºC, pH solução > 7.

Rb l+(aq) + CN 1- (aq) + HOH (e) ~ HCN(aq) + OH l - (aq) + Rb l+(aq)


ácido fraco

~ + CN 1- (aq) + HOH(i) ~ HCN(aq) + OH 1- (aq) + ~


ácido fraco

1- 1-
CN (aq) + HOH (e) ;== HCN(aq) + OH (aq)
ácido fraco

A presença de ion OH 1- (aq) justifica a basic idade da solução, logo pH > 7.


Sulfato de amôn ia é a so lução aquosa X.
(NH 4) S0 4 é sal de ácido forte e base fraca, então o cátion p rovoca a hidrólise,
2
logo, a 25 ºC, pH solução < 7.
1+ 2- 1+ 2-
2 NH4 (aq) + S04 (aq) + 2 HOH (e) ~ 2 NH40H(aq) + 2 H (aq) + S04 (aq)
base fraca

base fraca

1+
2 NH4 (aq) + 2 HOH ( e) s===- 2 NHpH(aq) + 2 H 1+(aq)
base fraca
1+
A presença de ion H (aq) justifica a acidez da solução, logo pH < 7.

Equilíbrio químico 245

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Atividades ~~ Resolva as atividadas no caderno.

1. Explique por que o sal cloreto de sódio (Nace(aq)), % de o, transportado


100
quando está em solução aquosa, mantém a cor
vermelha de uma tira de papel tornassol verme-
lho e a cor azul de uma tira de papel tornassol
azul.

2. Ao dissolver um sal em água, há dissociação


iônica, liberando íons (cátions e ânions). Alguns
desses íons podem provocar reação quím ica
com a água em um processo denominado hidró- Pressão de o,

lise salina (ou hidrólise de íons). Ao serem dis- a) Em qual dos dois pH há uma maior eficiência
solvidos em água, os sais representados a seguir no transporte de oxigênio pelo organismo?
podem formar soluções neutra, ácida ou básica. Justifique.
Identifique-as. b) Em casos clínicos extremos pode-se ministrar
solução aquosa de NH 4 Ce para controlar o
a) Na 2 S0 4
pH do sangue. Em qual destes d istúrbios
b) NH 4 N0 3 (alcalose ou acidose) pode ser aplicado esse
e) K 2 C0 3 recurso? Explique.

5. (Enem/MEC) A formação frequente de grandes


3. Em relação à hidrólise de sais, analise as propo-
volumes de pirita (FeS 2 ) em uma variedade de
sições a seguir e copie em seu caderno a correta.
depósitos minerais favorece a formação de so-
a) O composto cloreto de amônio (NH 4 Ce), quan- luções ácidas ferrug inosas, conhecida como
do dissolvido em água, torna o meio neutro. "drenagem ácida de minas". Esse fenômeno tem
b) A solução aquosa ácida é obtida quando se sido bastante pesquisado pelos cientistas e re-
presenta uma grande preocupação entre os
dissolve em água o sal su lfeto de sódio
impactos da mineração no ambiente. Em conta-
(Na 2 S).
to com oxigênio, a 25 º C, a pirita sofre reação,
e) O sal sulfato de amônia ((NH 4 ) 2 S0 4 ) é forma- de acordo com a equação química:
do de uma base forte e um ácido fraco e se
4 FeS)sJ+ 15 0 2(9)+2 H 2 0 (e) ----.
hidrolisa ao ser dissolvido em água, produ-
zindo uma solução básica. ----. 2 Fe2 (Sü4 ) (aq) + 2 H 2 S0 4 (aq)
3
d) Obtém-se uma solução aquosa ácida quando FIGUEIREDO. 8. A. Minérios e Ambientes. Campinas. Unicamp. 2000.

se dissolve em água o sal carbonato de po- Para corrigir os problemas ambientais causados
tássio (K 2 Cü 3 ) . por essa drenagem, a substância mais recomen-
e) A solução aquosa de sulfato de sódio (Na 2 Sü 4 ) dada a ser adicionada ao meio é o:
tende a apresentar pH neutro, pois, nesse caso, a) sulfeto de sód io.
não há hidrólise salina. b) cloreto de amônio.
e:) dióxido de enxofre.
4 . (Unicamp-SP) Alcalose e acidose são dois distúr- d) dióxido de carbono.
bios f isiológ icos caracterizados por alterações e) carbonato de cálcio.
do pH no sangue: a alcalose corresponde a um
aumento enquanto a acidose corresponde a uma
diminuição do pH. Estas alterações de pH afetam A fermentação de restos de alimentos provoca o
a eficiência do transporte de oxigênio pelo orga- aumento da acidez bucal, o que facilita o surgimen-
nismo humano. O gráfico esquemático adiante to de cáries dentárias. Os dentistas recomendam ,
mostra a porcentagem de oxigênio transportado portanto, a escovação dos dentes logo após as
pela hemoglobina, em dois pH diferentes em refeições. Pesquise e escreva em seu caderno qual
componente dos cremes dentais pode auxiliar no
função da pressão do 0 2.
controle do pH bucal. Justifique sua resposta.

246

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Produto de solubilidade
Em alguns momentos da vida, de forma geral, os cuidados com a
alimentação costumam ser colocados de lado e a ingestão de ali -
mentos ricos em sódio e cálcio facilitam a formação de cálculos re-
nais. Também conhecidos como pedras, os cálculos renais podem
conter várias comb inações de substâncias. sendo mais comuns
aquelas que contêm cálcio e oxalatos ( c 2 0!-), que fazem parte de
ossos e músculos e estão presentes em uma dieta normal.
Há também os cálculos biliares, que podem ocorrer em qualquer Raio X de abdome mostrando cálculos renais .
porção da via biliar (fígado, vesícu la biliar, pâncreas), mas aparecem
comumente na vesícu la biliar. O fígado produz os sais biliares que
são importantes no processo de digestão de alimentos. particular-
mente das gorduras. Ele ainda possui múltiplas funções e uma delas
é produzir bile, que é eliminada pelo intestino, dando coloração às
fezes. Ela apresenta em sua composição a bilirrubina, os sais biliares
e o colesterol, que tende a ser eliminado pelo fígado por meio dela.
Existe um equilíbrio dinâmico entre as três substâncias que com -
põem a bil e, mantendo-a no estado líquido. Quando esse equilíbrio
é rompido, há formação de precipitados de seus componentes, ori -
ginando os cálculos biliares, que, em geral, podem ser sais de cál -

cio e colesterol.
Considere um sistema contendo uma solução aquosa saturada de
fosfato de cálcio (ca 3(P 0 4 ) (aq)) e um precipitado desse mesmo
2
sal a uma determinada temperatura.
Nessas condições, à temperatura constante, mesmo que haja agi-
tação da solução após atingir o equilíbrio, a quantidade de precipita-
do (ou corpo de fundo) não se altera. Assim, há equi líbrio entre os
íons presentes na solução saturada desse sal e o seu precipitado.

Raio X colorido artif icialmente mostrando os


cálculos biliares dentro da vesícula biliar.

vd= velocidade de dissolução

vµ= velocidade de precip itação

solução aquosa .... Representação de um béquer


saturada de com solução aquosa saturada
CaiPO~)iaq) de fosfato de cá leio em
presença de precipitado
Ca 3 (P0 4 J/s) ---·-- .. desse mesmo sal.
precipitado

Esse sistema pode ser representado por:

vd 2+ 3-
Ca3 ( PO 4 ) (s) ~ 3 Ca (aq) + 2 PO4 (aq)
~ Vµ

corpo de fundo solução aquosa saturada


de fosfato de cálcio

Equilíbrio químico 247

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A uma dada temperatura, no equilíbrio, a rapidez de d isso lução é igual à rapidez de
precipitação, logo a quantidade de corpo de fundo (precipitado) se mantém constante.
Nesse caso, tem -se um equilíbrio heterogêneo, e a sua constante de equilíbrio é a
mesma do produto de solubilidade (KPs)• dada por:
3 2
KPs = [ Ca 2
+] [ Po: -] (uma constante cujo valor depende da temperatura)
A seguir, outros exemplos de expressões de Kps·
• Uma solução aquosa saturada de brometo de chumbo li (PbBr 2 (aq)):
A constante do produto
2
de solubilidade {KPs) é 2+
PbBr 2(S) ~ Pb (aq) + 2 Br (aq)
1-
Kps = [ Pb 2
+] · [ Br1- ]
utilizada para análise
de experimentos c:om • Uma solução aquosa saturada de sulfeto férrico (Fe 2S3 (aq)):
soluções de eletrólitos
2 3
pouco solúveis, pois a
c:onc:entração de íons Kps= [Fe3 +] · [s-J 2

em solução é pequena,
sendo desprezível a Os resu ltados experimentais envolvendo o estudo da solubilidade de um eletrólito,
interação entre eles a uma determinada temperatura, permitem concluir q ue:
quando estão em
• quanto menor for a solubilidade do eletrólito, menor será o valor de Kps·
solução.
• quando se tem uma solução saturada de um eletrólito, ao adicionar uma determi-
nada quantidade desse mesmo eletrólito sólido, o equilíbrio de dissociação (ou
ionização) e a concentração de íons em solução não se alteram, assim tam-
bém não se altera o Kps · Dessa forma, é possível estabelecer a solubilidade de
--r
um eletrólito genérico AxBy a uma dada temperatura:

- se [ /+] x . [ Bx- ] Y < Kps, a solução é insaturada;

- se [ Ay+] x . [ Bx- ] Y = Kps, a solução é saturada;

- se [Ay+] x . [sx-J > Kps, ocorrerá precipitação desse eletrólito até que o produto
Y

[AY+] x · [ Bx-] Y se iguale ao Kps

Observe alguns exemplos de soluções com diferentes saturações:

solução insaturada solução saturada solução saturada


sem corp o de fun do com corpo de fun do

/ Atividades resolvidas\
R3. A 36,5 ºC, a solubilidade do sulfato de bário em água ( BaSO 4 (aq)) é igual a 1,80 · 10-5 mol/ L.
Calcule o produto de solubilidade desse sal a 36,5 ºC.

Resolução

~ -s ~
1,80 · 10 mol/L 1,80 · 10 mol/L 1,80 · 10 mol/L

'* KPs = (1,so · 10- 5


mol/ L). (1,so -10-5 mol/L) '*
(T = 36,5 º C)
>
248

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> R4. A solubilidade do sulfato de prata em água (Ag 2 S0 4 (aq)) a 25 ºC é igual a 2,0 · 10-5 mol/L.
Calcule o produto de solubilidade desse sal a 25 ºC.

Resolução
Ag 2 SO 4 (s) s=== 2 Ag 1+(aq) + SO2- (
4 aq
)

-s -s -s
2,0 · 10 mol/L 5,0 · 10 mol/L 2.S · 10 mol/L

[so! -] '* KPs = ( 5,0 · 10- 5


mol/L) . ( 2,5 . 10-5 mol/L) '*
'* Kp 5 =6,25- 10
- 14
(T = 25 ºC)

R5. Uma das possíveis origens dos cálculos renais (pedra nos rins) deve-se à presença
dos íons cálcio ( ca 2+) e fosfato ( Po! - ). No sangue, a união desses íons forma o agre-

)J

gado cristalino, fosfato de cálcio ( Ca 3 (P0 4 que é acumulado nos rins. Al imentos
ricos em cálcio devem ser evitados , pois estimulam a formação do fosfato de cálcio.
O produto de solubilidade do fosfato de cálcio (ca3 (P0 4 ) 2(aq)). a 25 ºC, é 1,08 · 10- 28
Determine a solubilidade desse sal nessa temperatura.

Resolução
Montando-se a equação de equilíbrio de solubilidade desse sal, tem-se:

Ca 3 (P0 4 ) (s) F== 3Ca2+(aq) + 2 Po! - (aq)


~ .______.., .._____...,__.,
solubilidade = l · x (mol/L) 3 · x (mol/L) 2 · x (mol/ L)

A solubilidade desse sal é o valor de sua concentração em quantidade de mat éria na


referida temperatura. Assim:

Kps = Ca[ 2+] 3· [P03-J


4
2 3 2
::;, Kp 5 = (3 · x) ·(2 · x) '*

'* 1,08 - 10- 28


= ( 27 · x3 ) · ( 4 · x 2 ) '* 1,08 - 10- 28
= 108 · x5 ::;,

::;, 108·10-30 :::::108-x5 ::;,x=1 ,0-10-6 :. x=1,0 - 10-6 mol/L


Logo, a solubilidade do fosfato de cálcio a 25 ºC é 1,0 · 10- 6 mol/L.

Efeito do íon comum e solubilidade


Considere que, à temperatura ambiente, seja
adicionada uma alíquota de solução aquosa de
cloreto de potássio (Kce(aq)), incolor, a uma solução
aquosa saturada de cloreto de prata (AgCe{aq))
sem corpo de fundo, também incolor.
Neste caso, observa-se o aparecimento de um
precipitado branco (AgCe(sJ).

Precipitaçào de cloreto de prata (AgCf(sJ)


(cor bran ca) após a adição de uma alíquota de
solução aquosa de cloreto de potássio ( KCf(aq)),
incolor, à solução aquosa saturada de cloreto de
prata {AgC!!(aq)). incolor.

Equil.Jbrio químico 249

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O aparecimento do precipitado branco (AgCi(sJ) se deve ao fato de a solução aquo-
sa saturada de cloreto de prata já conter a quantidade máxima de AgCe que podia ser
dissolvida no volume de água presente no béquer, na temperatu ra ambiente. Assim,
1+
nessas condições, as concentrações em quantidade de matéria dos íons Ag (aq) e
1-
a (aqi vindos da dissociação iônica do eletrólito AgU., eram as maiores possíveis.
Assim, inicialmente, a solução aquosa saturada de cloreto de prata (sem corpo de
fundo) pode ser representada por:
1+ 1-
Agce(aq)~ Ag (aq) + ce (aq)

Com a adição de solução de cloreto de potássio (Kce(aq)) à solução saturada de


cloreto de prata (Agce(aq)), há formação de um precipitado branco, que pode ser re-
presentado por:
1+ ,_
AgCll.(s)~ Ag (aq) + Ct'. (aq)
precipitado branco

K
1+
ce1- l-
o.

Solução de KCe(aq~ Solução saturada de AgU.(aq~ Solução de KCe(aq) em


solução saturada de AgG.(aq~

Ao se adicionar a solução de (KCi(aq)) à solução saturada (AgCti.(aq)) , aumenta-se


As ilustrações são
representações de a concentração de íons Ct'. ,_(aq), íon comum ao equilíbrio químico da solução inicial.
modelo artistice. As cores
e as proporções não Isso provoca um deslocamento desse equilíbrio para o lado esquerdo, favorecendo a
correspondem às reais.
formação do precipitado branco (AgCll.(sJ).
Se não houver variação de temperatura, o valor da constante do produto de solubi-

lidade { Kps) não varia. A expressão dessa constante é dada por Kps "' [ Ag l+] ·[c e,_] .
O fenômeno observado (aumento da concentração do íon comum), naquela tempera-
tura é:

,_
Vê-se que o aumento da concentração de ce (aq) implicará na diminuição da con-
centração de Ag i+(aq), o que explica a formação do precipitado (AgCt'.(sJ).
Assim, é possível conclu ir que a adição de um íon comum a um equilíbrio diminui a
solubilidade do eletrólito presente nesse equilíbrio.

Solução-tampão
As soluções-tampão são misturas que minimizam as variações de pH do meio que re-
cebe a adição de pequena quantidade de um ácido forte ou uma base forte. Essas misturas
podem ser ácidas ou alcalinas.
Em geral, uma solução-tampão ácida é formada por um ácido fraco e seu ânion (sal cujo
ânion seja comum ao ânion do ácido fraco). Já as soluções-tampão alcalinas são formadas
por uma base fraca e seu cátion (sal cujo cátion seja comum ao cátion da base fraca).

250

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Exemplos de soluções-tampão:
• Mistura de ácido fraco e seu ânion (base conjugada)
Considere a mistura entre ácido acético (H 3CCOOH(aq)) e acetato de sódio
(H 3 CCOONa(s)).
ionização 1+ 1-
H (aq) + H 3 CCOO (aq)

dissociação
H 3 CCOONa(s) Na 1+(aq) + H3 CCOO , _(aq)

O íon acetato (H 3CCOO ,_(aq)) é o íon comum nessa mistura e, nessa solução-tam-
pão, a sua concentração se deve praticamente à dissociação do sal, pois o ácido é
fraco e, assim, apresenta grau de ionização pequeno.
A adição de pequena quantidade de um ácido forte aumenta a concentração de


cátions hidrogênio ( H 1+(aq)). Sendo o ácido acético, presente nessa mistura, um ácido

fraco, seu ânion acetato ( H3 CCOO ,_(aq)) apresenta grande afinidade pelo H 1+(aq), rea-
gindo entre si e produzindo ácido acético.
1+ 1-
H (aq) + H 3 CCOO (aq) ~ H 3 CCOOH(aq)

Dessa forma, o pH da mistura tampão praticamente não varia com a adição de peque-
na quantidade de um ácido forte. Esse efeito é denominado efeito tampão. Contudo, ao
se adicionar cada vez mais ácido forte a essa solução-tampão, há consumo do ânion
acetato e, assim, em um determinado momento, cessará a capacidade tamponante.
Em uma outra situação, quando se adiciona uma pequena quantidade de base for-

te na solução, ocorre um aumento na concentração de ânions hidroxila ( OH , _(aq)),

~u_e tend~':1 a ser neutralizados pelos cátions ( H 1+(aq)) provenientes da ionização do


acrdo acet1co.
1+ 1-
H (aq) + OH (aq) - Hp(e)
1+
Essa neutralização provoca a diminuição na concentração de H (aq), deslocando o
equilíbrio químico da mistura tampão para a direita (sentido de aumento da ionização
do ácido). Com esse deslocamento do equilíbrio químico, a concentração de íons H 1+(aq)
permanece praticamente constante e, dessa forma. a variação de pH nesse caso será
mínima, gerando o efeito tamponante. Há, contudo, uma capacidade limite para a ocor-
rência do efeito tamponante. pois, ao se adicionar cada vez mais base forte a esse equilíbrio,
em um dado momento o efeito tampão poderá cessar por causa do consumo do ácido.

O sangue humano é um exemplo de solução-tampão.


Dentro das célu l as do nosso organismo ocorrem
inúmeras reações químicas, q ue necessitam de pH
específico. O pH sanguíneo não se altera com a adição
de solução ácida ou básica em pequenas quantidades.
O sangue possui um sistema tampão levemente básico,
seu pH varia entre 7,35 e 7,45, em razão da presença de ,_
diferentes sistemas tamponantes, como: H 2 CO/HC0 3
1- z-
e H2 P0 4 /HP0 4 .

Equilíbrio químico 251

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• Mistura de base fraca e seu cátion {ácido conjugado).
Essa mistura tamponante alcalina apresenta uma base fraca e um cátion provenien-
te do sal.
Considere a mistura tampão formada por hidróxido de alumínio (Ae(OH) 3(aq)) e clo-
reto de alumínio (MCf.3's)).
dissociaçào 3,.. 1-
M(OH) 3 (aq) = = == Ae (aq)+3 0 H (aq)

dissociaçào 3+
AWf. 3(sl - - - - - ' - - - Ae. (aq) + 3 ce. 1- (aq)
Essas duas substâncias apresentam como íon comum o cátion alumínio ( Af. 3 +(aq)),
o qual é quase sempre proveniente da dissociação do sal, pois a base é fraca.
A adição de pequena quantidade de um ácido forte aumenta a concentração de
cátions hidrogênio ( H1+(aq)), que tendem a ser neutralizados pelos ânions hidroxila
( OH ,_(aq)) vindos da dissociação da base. Dessa forma, haverá deslocamento de
equilíbrio no sentido de dissociação da base (para a direita). Assim, a variação de pH
do meio será mínima, causando o efeito tamponante, que poderá cessar com o con-
sumo da base.
A adição de pequena quantidade de uma base forte aumenta a concentração de
ânions hidroxila ( OH ,_(aq)). que reagem com os cátions alumínio ( Af. 3 +(aq)) vindos da
dissociação do sal (Af.Cf. 3 (s)).
3+ ,_
Ai (aq) + 3 0 H (aq) - Ae.(OH) 3 (s)

O aumento da concentração dos ânions hidroxila ( OH ,_(aq)) é compensado pelo


aumento da concentração de hidróxido de alumínio, assim a variação de pH do meio
é mínima.

Em fa rm acologia t am bé m e ncontramos e xemplos de solução-ta mpão. Alguns medi camentos


consumidos por via oral podem causar problemas de acidez estomacal. Um a maneira de
diminuir esse inconveniente é misturar ao medica me nto uma substância t amponante capaz de
fo rmar uma solução-tampão e d im inuir a acidez estomacal.

/ Atividade resolvida\
R6. (Vunesp- SP) Fosfato de cálcio ( Ca 3 (PO 4 ) 2 ) é um dos constituintes dos cálcu los renais
("pedras nos rins"). Esse composto precipita e se acumula nos rins. A concentração
2+ -3
média de íons Ca excretados na urina é igual a 2, 0. 10 mol/ L. Calcule a concentra-
3-
ção de íons P0 4 que deve estar presente na urina, acima da qual começa a precipit ar
fosfato de cálcio.
-25
Dados: Produto de solubilidade do Ca 3 ( PO 4 )
2
= 1 · 10 .

Resolução

Kps = [ca +( ·[Po:-r '* 1 -1 0-


2 25
= ( 2 . 10-3 f. (xi2 '* x 2

8 · 10
2
= _1 _. _0_-__:- '*
'* X2
=
- 17
1, 25 · 1O '* X = •/
V 1, 25 · 1O
- 17
'* X ~ 3, 54 · 1O
-9

Assim, a [ Po: - J !:::: 3, 54 - 10-9 mol/ L satura a solução; logo, qualquer concentração de
PO! - superior a esse valor provocará a precipitação.

252

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Química em foco

Os tampões e os desequilíbrios de pH
Os processos metabólicos existentes no corpo humano atuam procurando manter
o pH sanguíneo entre 7,35 -7,45, por isso há a presença de soluções-tampão em
nosso sangue. Uma dessas soluções envolve o seguinte equilíbrio químico:

Alterações nesse equilíbrio químico podem provocar alterações de pH , gerando


danos ao ser humano, como a alcalose ou a acidose, por exemplo.

(A~;~~;~~~--~~~~--~~~~;~~:--~~·;·~~~-~~-1~:·~~~-~-~~--~:·~·1;i~;~~~--~~~-~-~:··· ·
elevadas altitudes. Nesses locais a pressão atmosférica é menor que


em baixas altitudes, com menor pressão parcial do oxigênio,
exigindo um aumento da ventilação pulmonar, o que leva à perda
excessiva de C0 2. Essa perda desloca o equilíbrio entre gás
carbônico/bicarbonato (representado acima) para a esquerda,
1+
diminuindo a concentração de H e aumentando o pH sanguíneo.

Alpinista em '
a ltitude eleva da. ~

;---·······························································································································
1 A acidose pode ser provocada por deficiência na respiração, como
quando há inalação acidental de fumaça em um incêndio. Nesse
caso, ocorre uma hipoventilação que acarreta o aumento da
concentração de C0 2 no sangue, provocando o deslocamento do
equilíbrio gás carbónico/bicarbonato para a direita. Dessa forma, há
aumento na concentração de H1•e queda no pH sanguíneo. Esse
fenômeno é um dos motivos pelos q uais o bombeiro deve utilizar
máscara especifica na execução de seu trabalho em um incêndio.

Pessoas in alando
fu maça em in cênd io.

.
~:;i~:-~:~~-~~--~ -~~~~;~-~~~-~~--~~~ ~~;~-~~~~~~-~ ~~-~ :-~~;~--~~~~~-~----
apresentar mínimas variações de pH (intervalo de 6,8 -7,0), evitando
..
assim o excesso de acidez ou alcalinidade em nossa boca,
beneficiando a saúde da mucosa bucal e dos dentes. As reações
envolvidas nesse tampão (bicarbonato/ácido carbônico) quando a
saliva é estimulada são:
1+ 1-
H + HC03 ~ H 2C0 3

H2C03 ~ H20 + co2


Se o pH da saliva ficar menor que 5,5, o efeito tamponante pode
cessar. Isso pode ocorrer, por exemplo, quando se consome Cá rie d e ntária causada p or e xce sso d e acid ez
bebidas gaseificadas em excesso, alimentos cítricos ou ricos em na s a liva.
carboidratos que são fermentáveis e, assim, sob a ação bacteriana,
se transformam em ácidos, os quais podem desmineralizar o
esmalte dentário, e, assim , facilitar a formação de cáries. Os
dentistas orientam seus pacientes a evitar o excesso de acidez na
boca para prevenir o surgimento de cáries.

Equilíbrio químico 253

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Atividades ~~ Resolva as atividadas no caderno.

7. Considere que o seguinte equilíbrio ocorre em e) a mistura de um dado volume de uma solução
meio aquoso:
2+ ,_
em que [Ag 1 +] = 1,0. 10- 6 mol/L, com um
AB 2(s) e;:: A (aq) + 2 B (aq) volume igual de uma solução em que
KPS (AB2) = 6, 5 . 10- 9 [e e, - ] = 1, o . 10-6 mol / L, irá produzir pre-

Pode-se afirmar que: cipitação de AgCt:.


2

a) se [A2 +].[B1 -J = Kps, entãoasoluçãoé 10. As constantes do produto de solubilidade (KPs)


insaturada. do Pbl 2 e do Mg(OH) 2 são, respectivamente:
2
-9 - 12
b ) se [A 2+] · [B 1- ] > Kps• então a solução é 8,3-10 e4-10 ,ambosa25ºC.

saturada. a ) Qual a solubilidade do Pbl 2 , a 25 ºC, em


2
mol/L?
e) se [A 2+] · [B 1- ] < Kps• então a solução é
b) Qual das duas substâncias é a mais solúvel?
supersaturada.
2
11. Qual dos compostos a seguir reage com uma
d ) se [A 2
+] · [B, - ] = Kps, então a solução é solução aquosa de h idróxido de amón io
saturada. (NH 4 0 H), originando uma solução-tampão al-
2

e) se [A 2
+]. [B -J1
> KPs• então a solução é calina?

insaturada. a) At:(OH) 3

a. Ü carbonato de cálcio (caco3) é uma substância b) Cu(OH) 2


encontrada na casca de ovos. Quando esse sal e) Zn (OH) 2
é colocado em água, ocorre hidrólise salina,
d) NaCt:
obtendo-se base for te e ácido fraco, tornando o
pH alcalino. Essa mistura pode ser utilizada para e) NH 4 Ct:
aumentar o pH de um solo ácido.
12. (Unicamp-SP) A cada quatro anos, durante os
Determine o produto de solubilidade do carbonato
Jogos Olímpicos, bilhões de pessoas assistem
de cálcio em solução aquosa, considerando que,
à tentativa do Homem e da Ciência de superar
na temperatura de 25 ºC, a sua solubilidade é igual
-5 limites. Podemos pensar no entretenimento, na
a 13 · 10 mol/L.
geração de empregos, nos avanços da Ciência
9. (UFRGS-RS) O equilíbrio de solubi li dade do clo- do Desporto e da tecnologia em geral. Como
reto de prata é expresso pela reação esses jogos podem ser analisados do ponto de
1+ 1-
AgCt:(S) "F Ag (aq) + ce (aq), cuja constante de vista da Quím ica? As questões a seguir são
equilíbrio tem o valor 1, 7 . 10
- 10
. exemplos de como o conhecimento químico é
ou pode ser usado nesse contexto.
Sobre esse equi líbrio, é correto afirmar que:
Nos Jogos Olímpicos de Beijing houve uma pre-
a) uma solução em que
ocupação em se evitar a ocorrência de chuvas
[Ag 1+] = [c e 1 -J = 1,0· 10- 5 mol/L será durante a cerimônia de abertura. Utilizou-se o
uma solução supersaturada. iodeto de prata no bombardeamento de nuvens
b) a adição de cloreto de prata sólido a uma nas vizinhanças da cidade para provocar chuva
solução saturada de AgCt: irá aumentar a nesses locais e, assim, evitá-la no Estádio Olím-
concentração de cátions prata. pico. O iodeto de prata tem uma estrutura cris-
talina similar à do gelo, o que induz a formação
e) a adição de cloreto de sódio a uma solução
de gelo e chuva sob condições específicas.
saturada de AgCt: irá diminuir a concentração
de cátions prata. a) Sobre a estratégia utilizada em Beijing, veicu-
d) a adição de nitrato de prata a uma solução lou-se na imprensa que "o método não altera
supersaturada de AgCt: irá diminuir a quanti- a composição da água da chuva". Responda
dade de AgCt: precipitado. se essa afirmação é correta ou não e justifique.

254

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b) Escreva a expressão da constante do produto sua massa molar é BaSO 4 = 233,4 g/mol.
- 23
de solubilidade do iodeto de prata e calcule a) 8, 3 · 10
sua concentração em mol / L numa solução -9
b) 1, 5 · 10
aquosa saturada a 25ºC. - 23
e) 7, 1 · 10
Dado: A constante de produto de solubilidade -2
- 17 d) 2, 0 · 10
do iodeto de prata é 8, 3 · 10 . a 25 ºC. -5
e) 3, 4 · 10
13. O sulfato de alumínio que possui formula química
17. (UFPR) Um solução saturada de Ag 3 PO 4 , a
( Af. 2 (so 4 ) 3 ) é frequentemente utilizado como 25 ºC, contém 1, 2 m iligrama desse sal por litro
de solução.
agente floculante no tratamento de água e es·
Assinale a alternativa que apresenta, respectiva-
goto. Sobre o ( A€. 2 (S0 4 ) 3 ) assinale a alternativa 1+
correta. mente, as concentrações, em mol/L dos íons Ag
3-
a) Não existe hidrólise, apenas dissociação do sal. e P0 4 e o valor da constante do produto de


b) O pH é alcalino, pois forma-se o hidróxido de solubilidade (Kp5 } do Ag 3 P0 4 .
alumínio, que é uma base insolúvel. Massas molares: Ag = 107, 9 g/L,
e) O pH é 7, pois trata-se de uma solução salina, P = 31,0 g/L, O = 16, 0 g/L.
logo neutra. -6 -6 - 11
a) 8, 7 · 10 , 2, 9 · 10 , 7, 6 · 10
d) O pH é ácido, pois trata-se de um sa l de áci- - 6 - 6 - 12
b) 2, 9 · 10 , 2, 9 - 10 , 8, 4 - 10
do forte e de base fraca. - 6 -6 - 23
e) 2, 9 · 10 , 2, 9 · 10 • 7, 1 · 10
e) Não podemos medir o pH da solução. -6 -6 -1 2
d) 2, 9 · 10 , 8,7 · 10 , 8 , 4 · 10
- 6 -6 - 21
14. Imagine um sistema formado com uma solução e) 8,7 -10 ,2, 9 - 10 , 2, 0-10
aquosa de carbonato de cálcio cuja fó rmula /,a ..-··········--................ ,.
química é (caC0 3 ), cujo sal é sólido a tempera- ~ _.. esquis . __
tura ambiente e pouco solúvel em água.
Faça pesquisa sobre o efeito do íon comum no
Ainda que esse sistema seja mantido em repou -
equilíbrio iônico e escreva em seu caderno uma
so, ou seja, sem agitação, sempre ocorrerão
resenha.
duas reações espontâneas: a reação direta e a
reação inversa. 19. O composto Pb 3 (Sb0 4 ) 2 é um p igmento de cor
Escreva em seu caderno a reação d ireta e a alaranjado, normalmente empregado em p inturas
reação inversa à de dissociação do (caC0 3).
a óleo. Sobre o Pb 3 (Sbü 4 k
15. Calcular a solubi li dade do hidróxido de magnésio a) Escreva a reação de ionização desse pigmento.
Mg {OH) 2 (mais conhecido como leite de magné· b) Escreva a expressão da constante do seu
sio) em gramas por litro a partir do valor do produto produto de solubilidade Kps·
- 12
de so lubilidade. Dados: Kps = 8 , 9 · 10
-4 20. Uma solução de brometo de prata (AgBr) tem seu
a) 1, 3 · 10 mol/L - 13
produto de solubilidade 5, 2 - 1O . Suponha que
-6
b) 2, 9 · 10 mol/ L -2 1-
a solução contenha 2, O - 1O mal de B r e cal-
-6 1+
e) 1, 9 · 10 mol/L cule a concentração máxima de íons A g neces-
-3 sária para não precipitar o brometo de prata
d) 1, 9 - 10 mol/L
-7
(AgBr):
e) 9, 3 · 10 mol/L -7
a) 2, 3·10 mol / L
16. O sulfato de bário, BaSO 4 , é utilizado, principal- -2
b) 1, 9 · 10 mol/ L
mente, em contraste artificial nos procedimentos
- 11
radiográficos do sistema digestório. A solubilida- c) 2, 6 - 10 mol/ L
de do composto BaS0 4 em água é de O, 00092 -2
d) 1, 2 - 10 mol/L
gramas por 100 ml . Calcule o valor do produto -5
solub ilidade (Kps) desse composto, sabendo que e) 4, 3 · 10 mol / L

Equilíbrio químico 255

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Oficina de Química ~
Testando variações de pH em soluções

·sim, se a solução em questão for uma solução-tampão, a adição de


~ /Ponto zero pequenas quantidades de ácidos e bases praticamente não varia o seu pH,
desde que não seja atingida a capacidade tamponante da solução.

Em uma escala de pH, soluções ácidas a 25 ºC apresentam valores de pH inferiores a 7, e


quanto mais próximo de 1, maior é a acidez dessa solução. Já as soluções básicas, a 25 ºC,
apresentam valores de pH superiores a 7, e quanto mais próximo de 14 maior é a alcalin idade
dessa solução.
• É possível adicionar pequenas quantidades de ácidos ou bases fortes em soluções, sem al-
terar significativamente o pH delas? Justifique sua resposta:
• Caso seja possível essa adição, mantendo o pH constante, dê um exemplo cotidiano em que
esse fenômeno ocorre. Quase todos os processos b iológicos são dependentes do pH e a sua variação
ainda pode interferir na taxa de desenvolvimento de vários desses processos.
Assim, por exemplo, pode -se citar o sangue de mamíferos, que é uma mistura
com capacidade tamponante.
U)3 / Materiais

• 6 béqueres de 100 ml ou copos transpa- • hidróxido de sódio comercial (soda cáustica)


rentes • 2 conta-gotas
• solução indicadora de extrato de repolho • balança
roxo • etiquetas
• liquidificador • béquer de 1 litro
• 1 repolho roxo • solução de ácido clorídrico (Hce(aq))
• água 0,1 mol/L
• peneira • solução de hidróxido de sódio (NaOH(aq))
• vinagre branco 0,1 mol/L

fJ /
@ Faça a solução indicadora de extrato de repolho roxo. Para isso, pique 1 repolho roxo
inteiro e, em seguida, bata os pedaços picados com 1 litro de água no liquidificador.
Depois, peneire a mistura que se formou e reserve o extrato de repolho roxo.

@ Coloque 500 ml de vinagre branco no béquer de capacidade de 1 L.

© Utilizando uma balança, separe a massa de 6,7 g de hidróxido de sódio comercial , adi-
cione essa quantidade ao béquer com vinagre e reserve a mistura formada.

Primeira etapa do experimento:


@ Adicione, nos três primeiros béqueres
de 100 ml, 40 ml de água e 10 ml da
solução de extrato de repolho. Etiquete-
-os (A, B e C) e organize-os conforme a
fotografia ao lado. Com um conta-gotas
adicione. no béquer A. 10 gotas de so-
1ução de ácido clorídrico (Hc e(aq))

0,1 mol/L e agite suavemente. Na se-


quência, com o outro conta-gotas, adicio-
ne. no béquer C, 10 gotas de solução
de hidróxido de sódio comercial {NaOH
(aq)) 0,1 mol/L, e finalize agitando sua-
vemente a mistura. Em seguida, campa- Béquer es A, B e C com 40 ml de água e 10 ml de ex trato de
re as cores obtidas nos 3 béqueres. repolho roxo.

256

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Segunda etapa do experimento:
® Etiquete os outros 3 béqueres de 100 ml (D, E e F) e organize-os conforme a sequência
apresentada na fotografia a seguir. Depois, adicione em cada um deles 50 ml da mistura
preparada anteriormente com vinagre branco e hidróxido de sódio comercial presente no
béquer de 1 L. Em seguida, adicione 10 ml de solução de extrato de repolho roxo em cada
um dos béqueres. Lave o conta-gotas e utilize-o para adicionar, no béquer D, 50 gotas de
solução de HCf 0,1 mol/L. Agite suavemente a mistura formada. Na sequência, adicione,
com o conta-gotas previamente lavado, 50 gotas de solução de hidróxido de sódio comer-
cial (NaOH 0,1 mol/L) no béquer F e finalize agitando suavemente a mistura. Por fim, compa-
re as cores obtidas nos 3 béqueres e anote as observações do experimento no seu caderno.


Béquer es D, E e F com 50 m l da
mistura preparada de vinagre
branco e hidróxido de sódio.

Terceira etapa do experimento:


® Adicione gradativamente gotas de ácido no béquer D e de base no béquer F, até que as
cores de cada uma das misturas sejam alteradas.

@ As soluções preparadas possuem um pH

lê Prezado aluno, para sua proteção,


ao realizar os procedimentos dos
aproximado de 4,7. Dessa forma, ao f inal do
experimento, antes de descartá-las na pia, é
necessário neutralizá-las. Par a isso,
experimentos dessa Oficina é adicione hidróxido de sódio diluído até o
imprescindível o uso de jaleco ponto em que todo o ácido acético do
com mangas compridas, óculos de vinagre seja transformado em acetato de
proteção, calças compridas e sódio, o que ocorre quando os valores de pH
sapatos fechados. da mistura estiverem entre 8,0 e 9,0 a 25 •e.

2. Como não houve alteração na coloração das misturas finais, após a adição de pequenas
~ ~ - - - - -- quantidades de ácido ou ôase forte, poae-se concluir que se trata de uma solução-tampão.
~/p ara pensar
A adição de pequena quantidade de ácido a uma solução-tampão produz alterações
mínimas no valor do pH do meio, assim, praticamente, não há alteração da cor da mistura
inic ial em presença do indicador ácido-base (extrato de repolho roxo).
1. Explique o que ocorreu na primeira parte do experimento, quando foram adicionadas gotas
· 'd
d e ac1 d b b· · . · Ih As adições de ácido ou de base, em béqueres
o e e ase nos equeres com agua e repa o roxo. d istintos que continham água e repolho roxo
(indicador ácido-base), provocaram alterações na cor da solução, pois houve alteração no pH de cada uma das
2. Na segunda parte do experimento, ácido e bases foram adicionados a misturas contendo mis.t u ras
vinagre e hidróxido de sódio. Após observar as colorações obtidas ao final desse experi- obtidas.
menta, é possível tirar conclusões sobre as características da mistura inicial (vinagre e hi-
dróxido de sódio). É possível concluir que essa mistura apresenta capacidade tamponante?
Justifique sua resposta.

3. Na terceira etapa do experimento, com maior quantidade de ácido e base sendo adicionadas,
as soluções mudaram de cor. Explique o que ocorreu na solução para gerar essa mudança
de coloração É possível estimar que deva existir um limite para a quantidade de ácido ou de base adicionada a uma
· solução-tampão. Esse limite é conhecido como capacidade tamponante de uma solução-tamfão e é
definido conforme a quantidade de matéria de um ácido ou base fortes necessária para que L de
solução-tampão apresente variação de uma unidade em seu pH . Dessa forma ao se
ultrapassar a capacidade tamponante de uma mistura, há alteração na sua coloração.
Equilibrio químico 257

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,u.;;;.;4,;.,m.;;;r;~--· c·ál~~·l~~··~~~·~1~··················································································
V
Conhecendo
Você conhece alguém que já teve "pedras" nos rins?
Essa doença é chamada de cálculo renal, ou litíase renal, e con-
siste na formação de uma estrutura sólida no rim, ou em outros
órgãos do sistema urinário, que causa dor intensa e incômodo.
Os rins são órgãos que atuam na fi ltração de sangue, contro-
lando a concentração das substâncias presentes no organismo.
Substâncias muito concentradas, tóxicas ou indesejadas são
Cálculo re nal. filtradas, podendo ser parcialmente absorvidas pelos rins e por
fim eliminadas pela urina.
A urina, produzida nos rins, é conduzida até a bexiga pelos
ureteres e eliminada pela uretra. Porém, quando formada, a
"pedra" instala-se no trato urinário e, ao se movimentar para a
parte central do rim , ao chegar aos ureteres, dá origem à dor
e aos demais sintomas, como sangue na urina, dificu ldade
para urinar e até vômito.
Em geral o nível da dor não está relacionada ao tamanho da
"pedra" formada, e sim ao seu formato. As "pedras" apresentam
formatos com estruturas pontiagudas, e ao se moverem, podem
lesionar os canais urinários.
A origem das "pedras" nos rins pode ser atribuída a fatores
genéticos ou a perda excessiva de água aliada ao seu baixo
consumo, à ingestão de alimentos ricos em alguns tipos de sais,
entre outros fatores.

Radiogra fi a de uma
pedra no t rato urinário.

Estuda ndo
As imagens são A formação de "pedras" nos rins está relacionada ao produto de solubilidade de determinadas
representações
de modelo substâncias em nosso organismo. Há vários sais com baixo produto de solubilidade que podem
artístico. As
cores e
proporções não precipitar e dar origem aos cálculos renais, como aqueles formados por oxalato ( c 20 ! - ) e cálcio
( Ca2+ ) , os mais comuns entre os casos. Ao se combinarem , esses íons dão origem a pequenos
correspondem
à s reais.

cristais que se tornarão pedras.


O oxalato pode ser proveniente de alimentos, como vegetais, que contêm ácido oxálico, o qual
é muito solúvel em água, liberando íons oxalato. O cálcio, por sua vez, pode ser proveniente de
alimentos como o leite e seus derivados, além de couve e brócolis.
O produto de solubilidade é utilizado para substâncias de baixa solubilidade, como o oxalato de cál-
cio, CaC 20 4 ( Kps = 2,3. 10-9 ). Em meio aquoso, esse sal se dissocia conforme a equação de
equilíbrio:
2+ 2-
CaC20 4{S)~ Ca (aq) + C 20 4 {aq)

Quando a quantidade de água consumida é muito baixa, por exemplo, o produto de solubilidade
do sal pode ser atingido. Assim, as concentrações dos íons serão elevadas, ocasionando um
deslocamento do equilíbrio para a formação da fase sólida e, consequentemente, para sua preci-
pitação.

258

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O produto de solubilidade do oxalato de cálcio é representado pela equação:

Oxal ato de cálcio.

Com a ingestão de mais água, o equilíbrio é deslocado no sentido da formação dos íons solú-
veis desse sal, diminuindo a possibilidade de formação de cálculo renal.
Por muito tempo, a formação de "pedras" foi relacionada ao consumo excessivo de cálcio na
alimentação. No entanto, foi verificado que a eliminação de grandes quantidades de cálcio na urina
é atrelada ao consumo de sódio. Uma dieta restritiva em sódio diminui a quantidade de cálcio na
urina, reduzindo as chances de precipitação do cálcio com outros íons, como o oxalato e o fos-
fato. O magnésio, por sua vez, atua como inibidor da cristalização, reduzindo a formação de
"pedras", uma vez que compete com o cálcio por meio dos íons presentes na urina.
Uma vez formado um cálculo renal, existem várias maneiras de removê-lo do organismo, tal
como a litotripsia extracorpórea, um dos procedimentos mais adotados pelos urologistas. Esse mé-

todo consiste em fragmentar o cálculo renal com um bombardeamento de ondas sonoras con-
centradas sobre ele. Essas ondas são geradas e propagadas para dentro do corpo do paciente
por um equipamento chamado litotriptor. Trata-se de uma técnica menos invasiva que a litotripsia
intracorpórea, na qual a fragmentação do cálculo ocorre de maneira semelhante, porém dentro do
organismo.
2. Além de fatores genéticos e do baixo
consumo de água, a ingestão de
alimentos muíto salgados, ricos em
proteínas ou determinados sais, pode
levar à formação de cálculos. A maioria
dos câlculos renais é formada por oxalato
d e cálcío. Alimentos ricos em oxalato,
como o espinafre e a carambola, devem
ser consumidos com moderação por
pessoas que têm predisposição à
formação de cálculos. Bebidas
isotônicas, que são utilizadas como
repositores de minerais para atletas, se
consumidas indiscriminadamente, podem
contribuir com uma sobrecarga de
m inerais sobre os rins. Caso a pessoa
Litot ripsia não tenha gastado
minerais durante uma
ext racorpórea atividade física prévia,
em paciente com esses minerais podem
cálculo renal. dar origem a um
precipitado.
Conversando
1. Você conhece alguém que já teve "pedras" nos rins? Converse com seus fam iliares e colegas
sobre suas experiências com essa doença. Depois, anote as informações coletadas no
Resposta pessoal. Espera-se que os alunos possam com preender melhor quais as origens da formação
caderno. de pedras nos rins e, além disso, citem hábitos cotidianos que podem influenciar na formação de
pedras, como fatores genéticos, pouco consumo de água, ingestão de alimentos ricos em sal etc.
2. Os cálculos renais podem ter origem no consumo de alimentos ricos em determinadas subs-
tâncias. Faça uma pesquisa sobre alguns alimentos que contêm substâncias causadoras de
cálculos renais.
3. O oxalato de cálcio é um dos principais responsáveis pela origem de "pedras" nos rins. pois,
ao se precipitar, dá inicio à formação dos cristais que constituem os cálculos renais. Saben-
do que os íons Ca2+ são eliminados pela urina em concentrações médias de 2 · 10-3 mol/L
e que o produto de solubilidade do oxalato de cálcio é 2,3 · 10-9 , calcule a concentraç?o .
·d' d • C 2- . , . . . A concentraçao de 1ons oxalato
me 1a e rons 20 4 presentes na urina necessana P_~ra prec1p1tar esse sa 1. necessária para pre~Jpitar 0

Kps =
[
Ca
+] · [C z042- J => [ C 20 42- J =
2 KPS
+]
[ca2 =>
[ 2- 1
C 20 4
2,3 . 10
=>
[ 2- J
Cz04 = 1•15 · 1º
- s oxalato é de 1,15.10 mol/ L.
259
=
2 _10 _3 Equilíbrio químico

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Atividades complementares .·······.
.
··.............................................................................. _...· §
~ª R@salva as atividades na caderno

1. Escreva em seu caderno a equação para a cons- e) Diminuindo a quantidade de A 2(g), o equilíbrio
tante de equilíbrio da reação a seguir, em função se desloca para a esquerda.
da concentração. / e ......................................... ,.
\ ~ . / Experimento lfi . ._
Foram preparadas duas soluções aquosas de
2. Para uma mesma temperatura, determine a equa-
dois ácidos diferentes com a mesma concentra-
ção que expressa a relação entre as constantes
ção em mol/L, a uma mesma temperatura. Ao
de equilíbrio em função das concentrações em
se utilizar um medidor de condutividade elétrica,
quantidade de matéria das reações I e li a seguir:
conforme a ilustração a seguir, pode-se observar
2 N0 2 (g) ~ 2 NO{g) + 0 2 (9) (reações 1) diferentes intensidades no brilho da lâmpada em
cada uma das soluções ácidas preparadas. Ex-
2 NO(g) + 0 2 (g) ;= 2 N0 2 (g) (reações li) plique o resu ltado experimental.

3 . (UFSCar-SP) O óxido nítrico, NO, é um importante


intermediário na fabricação do ácido nítrico pelo
processo Ostwald. É produzido na atmosfera por
fenômenos naturais, como relâmpagos, sendo
também liberado em decorrência de atividades
humanas, tornando-se um dos responsáveis pela
formação da chuva ácida. A reação de formação
de NO é representada pela equação:

N 2(9) + 0 2 (9) ;= 2 NO(g) .6.Hº = +180 kJ

a) Neste sistema em equilíbrio, a 25 ºC, num re -


cip iente de capac idade igual a 10 L , há
0,10 mol de N 2 e 0,02 mol de 0 2 . Se a cons-
tante de equilíbrio Kc, a 25ºC é igual a 4,5. 10- 31 ,
calcu le a concentração em mol/L de NO no
equilíbrio, nessa temperatura.
b) O que se verifica com o equilíbrio e a cons-
tante de equilíbrio, quando a temperatura do
frasco 1 frasco li
sistema é aumentada? Justifique.
6. Considere uma solução aquosa de um ácido mo-
4. Le Chatelier foi um cientista que estudou as pos- noprótico cuja concentração em quantidade de
síveis maneiras de produzir deslocamentos nos matéria seja 0,02 mol/L e de grau de ionização
equilíbrios químicos. Considere o sistema em 15%, a 25 ºC. Determine o valor da constante de
equilíbrio químico a seguir: ionização do ácido K 8 na referida temperatura.

7. (Enem/ MEC) Às vezes, ao abrir um refrigerante,


Para esse sistema, assinale a alternativa incorreta: percebe-se que uma parte do produto vaza rapi-
a) Aumentando a pressão, o equilíbrio se deslo- damente pela extremidade do recipiente. A expli-
ca para a direita. cação para esse fato está relacionada à
perturbação do equilíbrio químico existente entre
b) Aumentando a quantidade de B 2(g), o equilíbrio
se desloca para a direita. alguns dos ingredientes do produto, de acordo
com a equação:
e:) Aumentando ou diminuindo as quantidades
das espécies químicas dessa equação, não C0 2(g) + H 2 0(P.) ~ H 2 C0 3(aq)
há deslocamento do equilíbrio. A alteração do equilíbrio anterior, relacionada ao
d) Diminuindo a quantidade de AB~g), o equilíbrio vazamento do refrigerante nas condições des-
se desloca para a direita. critas, tem como consequência a

260

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a) liberação de C0 2 para o ambiente. vermelho laran ja amarelo verde azu l
1 I I 1
b) elevação da temperatura do recip iente.
e) elevação da pressão interna no recipiente. 1 3 5 8 11 1Li

d) elevação da concentração de C0 2 no líquido.


A 25,0 m l de uma solução de ácido fórmico
e) formação de uma quantidade significativa de (HCOOH), de concentração 0,100 mol/ L, con-
H 20 . tendo indicador universal, foi acrescentada aos
poucos solução de hidróxido de sódio (NaOH).
8. (Unesp-SP) Em uma bancada de laboratório en -
de concentração 0,100 mol/ L. O gráfico mostra
contram -se três tubos de ensaio numerados de
o pH da solução resu ltante no decorrer dessa
1 a Ili, contendo volumes iguais de água. Alguns

cristais de acetato de sódio (A), cloreto de sódio adição. Em certo momento, durant/ a adiçf~ as
(B) e cloreto de amônio (C) são adicionados nos concentrações de (HCOOH) e de \ HCOO ) se
igualaram. Nesse instante, a cor da solução era:
tubos 1, li e Il i, respectivamente . Ao medir o pH
das soluções aquosas resultantes nos tubos de pH
ensaio 1, li e Ili, deve-se verificar que:
111
12 111
111 J
111
j. 1 !
10

-
) B
e
1 .2
l
6 1 .~
,3
.3
]
4 ::

2
!
~

o 5 10 15 '
20 25 30 35 40 ]
V(NaOH)/ml.

a) vermelha.
Ili b) laranja.
e) amarela.
a) 1 < 7; ll = 7; Ili > 7
d) verde.
b) 1 > 7; li < 7; Ili =7 e) azu l.
e) 1 > 7; li = 7; Ili < 7
11. (Vunesp-SP) Os cálculos renais são usualmente
d) 1 = 7; li = 7; Ili > 7 constituídos por oxalatos minerais. A precipita-
e) 1 > 7; li = 7; Ili = 7 ção deste sal no organismo ocorre sempre que
a concentração do íon oxalato aumenta muito no
9. A hidrólise salina é um processo em que íons p lasma sangu íneo. Uma amostra de plasma
provenientes de um sal reagem com a água. sanguíneo contém , entre outros solutos, as se-
Alguns sais quando dissolvidos em água produ - guintes concentrações de cátions solúveis:
zem soluções ácidas, básicas ou neutras. Qual
dos sais abaixo produz uma solução aquosa [Mg 2 +] = 8,6 · 10- 4 mol/ L e
ácida?
a) cloreto de sódio - Nace [ca 2 +] = 2,5 · 10- 3
mol/ L

b) nitrato de potássio - KN0 3 Determine a ordem em que cada íon precipita


com a adição de oxalato de sódio sóli do. Calcu-
e) nitrato de prata - Ag NO 3 2-
le a concentração molar de C 2 0 4 quando a
d) bicarbonato de potássio - KHC0 3 precipitação de cada um deles começ ar. Consi-
e) acetato de cálcio - ca(CH 3 COO) dere que não haja variação de volume com a
2 adição de oxalato de sódio sólido.
10. (Fuvest-SP) Um indicador universal apresenta as
Dados: Kps(MgC 2 0 4 ) = 8,6 · 10- 5 (25 ºC),
seguintes cores em função do pH da solução
aquosa em que está dissolvido: Kps(caC 2 0 4) = 2,6 . 10-9 (25 ºC)

Equilíbrio químico 261

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1+
12. Quando ocorre variação da temperatura de um (D O aumento na concentração de íons H do
sistema, muda também o valor da constante de meio promove a intensificação da cor laranja
equilíbrio. Em uma reação endotérmica ( !:!,, H • > O) , na solução.
o calor pode ser tratado como se fosse um (J) A adição de um ácido forte ao meio intensifica
reagente e, no caso de uma reação exotérmica a coloração amarela da solução.
(aH·< o). o calor é tratado como se fosse um @ A adição de íons hidroxila (OH 1
- ) ao meio
produto. Essas afirmações podem ser tratadas 1
provoca uma reação com os íons H +, formando
em termos do princípio de Le Chatelier, consi- água e intensificando a cor amarela da solução.
derando a seguinte reação:
® A cor exibida pela solução não apresenta depen-
1+
dência da concentração de ians H do meio.
calor + reagente .= produtos
Assinale a alternativa correta:
Nesse caso, com o aumento da temperatura a a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira.
reação é deslocada em qual sentido? b) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
13. Faça uma análise das afirmações abaixo sobre o e) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
conceito de equilíbrio químico e os fatores que d) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
o afetam, verifique a alternativa incorreta e es- e) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.
creva-a no seu caderno de forma correta.
15. O benzoato de sódio (NaC 6 H 5 C0 2 ) é muito utili-
a) Para que uma reação entre em equilíbrio quími-
zado na indústria alimentícia como um conse r-
co é necessário que ela seja reversível, assim vante bactericida e fungicida.
os reagentes se transformam continuamente
Dado que a constante de hidrólise do íon benzo-
em produtos que se transformam continuamen-
ato a 25 ºC é 10-10, a concentração em mol/L de
te em reagentes.
ácido benzoico formado na hidrólise deste ânion
b) A reação atinge o equilíbrio quando as veloci - em uma solução aquosa de benzoato de sódio
dades das reações direta e inversa se igualam. O, 01 mol/L, é:
e) A constante de equilíbrio para a reação gené- -4
a) 10- 8 e) 10
rica A 2 (g) + B 2(g) .= 2 AB(g), a uma tempera- b) 10-7
tura constante é Kc = 4,2 · 10 10 . Após o equi-
16. Observe o quadro abaixo:
líbrio ser estabelecido em um sistema fechado,
as concentrações de [ A 2 (9) ] e de [ B 2 (9)]
serão iguais às iniciais.
Início 10 mol/L o
d) O equilíbrio químico é dinâmico, as reações
Reage/Forma (- ) 8 mol/ L (+) 4 mol/L
direta e inversa nunca cessam, apenas ocor- +
rem com igual velocidade. Equilíbrio 2 mol/L 4 mol/ L

e) Para o equilíbrio:
Desenhe em seu caderno as coordenadas abaixo,
PCC 3(g) + ce. 2 (9) ~ PCe 5 (g) uma redução montando o gráfico de acordo com os dados do
2
no volume do recipiente desloca o equilíbrio quadro acima.
no sentido indicado por 1. mol/1..

14. (UFPR) O íon cromato ( cro:-) de cor amarela e 10

o íon dicromato ( Cr 20;- ) de cor laranja podem


ser utilizados em processos de eletrodeposição
para produzir peças cromadas. A fórmula a se-
guir apresent a o equilíbrio químico dessas espé-
cies em meio aquoso:
2- 1+
2 Cr0 4 {aq) + 2 H (aq) r==- Cr p 72- (aq) + Hp(t).
Com base no equilíbrio químico acima, conside-
re as seguintes afirmativas: Tempo

262

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17. (UFG-GO) Observe as misturas das substâncias 21. Uma solução saturada de base, represent ada por
químicas, em meio aquoso, apresentadas a X(OH) 2 , tem pH = 10 a 25 ºC. Qual o valor do
seguir Oriente os .a!unos n'!- resolução dessa atividade. produto de solubilidade do X(OH) 2 ?
· Se necessano, sohc1te a eles uma pesquisa.

22. O produto de solubilidade é a constante de equi-


'

...._
AgN0 3
+
NaCI'.
~
'

...._
(uso,.
+
NH 4 0H !;J 3

Dentre as misturas acima, apenas em uma delas


' H2 S0 4
+
Na 2C03
~
' H 2 SO,.
+
CuCl'.2
~=
],
!!
{ ,
v ,
líbrio para a reação na qual um sal sólido se
dissolve, liberando os seus íons constituintes em
solução. Considere a d issolução do cloreto de
mercúrio (1) em água.
Hg 2 ce 2 (s) .= Hg;+(aq) + 2 Cl:, _(aq)
ocorre uma reação de neutralização, cujo pro-
duto será: a) Faça a equação do produto de solubilidade
para a reação citada.
a) AgCl:(aq) + NaN0 3 (aq)
b) Por que a constante de equilíbrio da concen-
b) Cu(NH 3 )S0 4 (aq) + 4 H 2 0 (aq) tração do sólido é omitida?

e) H 2 S0 4 (aqj + 8 N0 2 (aq) + 4 H 2 0(aq) 23. (Unesp-SP} O sangue humano apresenta pH pró-


ximo a 7,4. Valores de pH abaixo ou acima
d) Na 2 S0 4 {aq)+ C0 2 (aq) + 4 H 2 0{aqJ desse valor ind icam acidose ou alcalose do
sangue. Para manter o pH na faixa adequada,
e) Na 2 S0 4 (aq)+ 2 HCe(aq)
o sangue comporta -se como uma solução -
18. Uma solução aquosa de um ácido fraco mono- -tampão. Dos equilíbrios químicos representa-
prático é mantida à temperatura de 25 ºC. Na dos abaixo, represen t a o sistema prese nte no
cond ição de equilíbrio, esse ácido está 2,0% p lasma sanguíneo:
dissociado. Calcule o valor de pH nesta solução 1- 1-

aquosa. Dados: log 5 = 0,7 e Ka = 4,0.


a) HC03 (aq) + H 20(e) .= H 2C0 3(aq) + OH (aq).
1+ 2-
a) 2, 2 b) H 2 C0 3 (aq) .= 2 H (aq) + C0 3 (aq).
b) 7, 7
e) 1, 2
e) co! - (aq) + H 20 (e) .= Hcot(aq) + OH ,_(aq).
1- 1+
d) 6, 1 d) C0 2{aq) + H20(e) .= HC03 [aq) + H (aq).
e) 2, 3 1- 2- 1+
e) HC03 (aq) .= C03 (aq) + H (aq).
19. Em um aparelho potenciômetro, se faz a leitura
de uma solução 0,001 M de hidróxido de sódio. 24. (Enem/MEC) Uma das etapas do tratamento da
Sabendo que o grau de dissociação é total, água é a desinfecção, sendo a cloração o método
calcu le o valor do pH: mais empregado. Esse método consiste na disso-
a) 11 c) 9 e) ? lução do gás c loro numa solução sob pressão e
sua apl icação na água a ser desinfectada. As
b) 10 d) 8
equações das reações químicas envolvidas são:
20. A constante de equilíbrio para a reação 1+ 1-
1+ ,_ ce2(g) + 2 Hp(e) .= HCeü(aq) + Hp (aq) + ee (aq)
H 20 .= .= H + OH é denominada

[ 1+] +OH
[ 1-1 = 1, 0-10 - 14 ,a25ºC. Hceo(aq) + H 2o( e) .= H 3 0 1+(aq) + c eo 1-(aq)
KH 2 0 =H
Dado que K NH
-5
= 1,8 · 10 para a reação
P Ka = - log K 0 = 7,53
NH3 + H 2 0
~

.= NH 4 +
1+ OH
1-
. determine a cons- A ação desinfetante é controlada pelo ác ido
hipocloroso, que possui um potencial de desin-
tante de equilíbrio para a reação:
fecção cerca de 80 vezes superior ao ânion
hipoclorito. O pH do meio é importante, porque
-5
influencia na extensão com que o ácido hipo -
a) 1,8-10 cloroso se ioniza.
-5
b) 2, 8 · 10 Para que a desinfecção seja mais efetiva, o pH da
- 10
c) 5,6-10 água a ser tratada deve estar mais próximo de:
d) 5 , 6-10-5 a) O e) 7 e) 14
-4
e) 1,0-10 b) 5 d) 9

Equilíbrio químico 263

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Corais

A Grande Barreira de Coral apresenta sinais de desbotamento devido ao


aumento da temperatura do mar, fenômeno que pode ficar mais rápido caso
es condições meteorológicas não melhorem !... ].
Pesquisadores alertaram no final de 2015 que o ressurgimento da corren-
te quente do Pacífico E! Nino poderia provocar em 2016 o pior episódio de
desbotamento de corais já registrado no mundo.
(
O desbotamento dos corais é um fenômeno de enfraquecimento que re-
suka em descoloração. É causado pelo aumento da temperatura da água,
.resultando na expulsão de algas simbióticas que dão cor e nutrientes aos
~

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O seu esqueleto (coralito), que é constituído por carbonato de cálcio, CaC0 3 (s), possui a
função de fixar o coral no fundo do mar ou oceano e serve ainda como proteção. Em geral,
os recifes de corais são encontrados em regiões tropicais e servem de abrigo para inúmeras
espécies de peixes, algas, moluscos e crustáceos. Portanto, eles têm papel fundamental na
proteção de seres vivos oceânicos.
As cores exuberantes dos corais não se referem às suas próprias cores. Trata-se da co-
loração resultante da simbiose entre os corais e as algas microscópicas do gênero
Symbiodinium (zooxantelas). que se alojam em pequenos poros de seu exoesqueleto. Es-
Simbiose: interação
sas algas coloridas e protegidas nos corais realizam fotossíntese, cuja energia excedente mutuamente vantajosa
entre organismos de
pode ser transferida ao próprio coral. O problema é que a relação simbiótica entre corais e
espécies diferentes.
zooxantelas é relativamente frágil, pois depende do equilíbrio desse sistema aquático.
Nesse sentido, a maioria dos cientistas considera que algumas ações humanas -
particularmente aquelas ligadas ao desmatamento e à emissão de gases poluentes -
apresentam íntima relação com possíveis aumentos na temperatura do planeta; daí a
instabilidade do sistema aquático. Aumentando a temperatura das águas oceânicas. a
tendência é haver desequilíbrios no sistema. Nessas condições, o final da simbiose
entre alga e coral ocorre porque em águas mais quentes as algas produzem substân-
cias tóxicas, e. para se defender, o coral as expulsa. Esse processo de expulsão das
algas coloridas, além de causar o branqueamento dos corais. é traumático para os
cnidários, pois deixam de receber a energia excedente delas.
Outra consequência do aumento da temperatura é que isso também provoca uma
diminuição da solubilidade do gás oxigênio. Ao se dissolver nas águas oceânicas, o
gás carbônico as deixa mais ácidas, atuando assim na dissolução do exoesqueleto
dos corais, que apresenta carbonato de cálcio em sua estrutura.
Por fim, conclui-se que todos esses fatores, interdependentes, contribuem para o
desaparecimento dos corais em águas oceânicas, reduzindo assim parte considerável
da biodiversidade marinha.
s postas das questoes desta seçao
Or1entaçoes para o professor
Como se formam os recifes de corais?
Os corais marinhos possuem esqueletos basicamente constituídos de carbo-
nato de cálcio. Dessa forma, o eventual aumento da acidez das águas oceâni-
cas provocaria a morte dos corais, uma vez que o carbonato de sódio tende
a se dissolver em meio ácido. Em seu caderno, escreva a reação de disso-
eiação do carbonato de sódio em meio ácido.
~ ~ ~ p a r a o problema dos desgastes dos corais. Depois
~"-ºº~

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:
Ampliando seus conhecimentos ..
/--·······················································

• Paraler
BARBIES,
BAMBOLÊS E ............• . Barbies, bambolês e bolas de bilhar, de Joe Schwarcz. Rio de Ja-
BOLAS DE BILHAR neiro: Zahar, 2009.
Esse livro busca fundamentar a química presente em nosso organismo, na
medicina, nos alimentos, nos materiais que constituem os brinquedos e as
lâmpadas, e em tantas outras áreas com as quais temos contato no cotidia-
no. Escrito com linguagem acessível, ele explica a ciência e os fenômenos
científicos aos que procuram por respostas para os eventos do dia a dia.

• Como se faz Química: uma reflexão sobre a Qu ímica e a at ividade


do quím ico, de Aécio Pereira Chagas. Campinas: Unicamp, 2001 .
Nesse livro, são apresentadas as possíveis atuações dos químicos, que
•-..·;
incluem laboratórios industriais até na própria natureza. Nele, é abordada
a importância da Química e, consequentemente, do profissional da Química
e também suas responsabilidades sociais e ambientais.

!..... •.Curie e a radioatividade em 90 minutos, de Paul Strathern. São


Paulo: Zahar, 2000.
Esse livro, da série 'em 90 minutos', retrata a vida de Marie Curie, ganha-
dora de 2 prêmios Nobel, e que padeceu devido à sua própria pesquisa.
Curie teve câncer, provavelmente, em virtude da exposição à radiação
proven iente do Polônia e do Rádio, elementos radioativos descobertos por
ela.

•---·1
L.... •. Becquere l e a descoberta da radioatividade: uma análise crítica,
de Roberto de Andrade Martins. São Paulo: Livraria da Física, 2012.
Nesse livro, são apresentados os eventos que culminaram na descoberta
da radioatividade pelo cientista Henri Becquerel. Apresenta uma análise
critica dessa descoberta, uma vez que ela é questionada por ter sido ori-
ginada, essencialmente, ao acaso e não prevista por teorias.

- . ............ • __Marie Curie e a radioatividade, de Steve Parker. São Paulo: Scip ione,
1996.
Esse livro contém uma biografia ilustrada da vida de Marie Curie, pioneira
no desenvolvimento de pesquisas na área de radioatividade. Por meio de
suas pesquisas, Curie abriu caminhos para novas tecnologias na área da
Física e da Química, incluindo o desenvolvimento da energia de origem
nuclear.

............. ~ ..Corrosão, de Vicente Gentil. São Paulo: LTC , 2011.


Os princípios de Corrosão são abordados nesse livro, que é uma referência
para estudantes e profissionais da área. O livro aborda o fenômeno de
oxidação de materiais, técnicas eletroquímicas de proteção de superfícies,
entre outros.

266

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• Química sem mistério.: .. ~,-~-~1~..
f~ "..i_l__ 9~...9~.8. ..~~-C.~.. i~~-~!.r:1.~:.. 9 ~.--~-i-~.c.J.~.......... .
D. Williams. Rio de Janeiro: Alta Book s , 2013.
Com uma linguagem simples, esse livro aborda os principais conceitos de
Química, facilitando a compreensão dos fenômenos científicos por parte,
inclusive, daqueles que têm dificuldade.

• Uma história sentimental das ciências, d e Nicolas Wit kowsk i. São


Pau lo: Zahar, 2004. .......................................................................

Esse livro retrata o ponto de inspiração de alguns cientistas, conhecidos


ou não, que se baseavam em itens como pião, pipa ou bolhas de sabão,
para desenvolver teorias e experimentos que revolucionaram sua época e
o futuro. O autor visa mostrar o caráter humano desses cientistas, ou seja,
seu lado sentimental por trás da imagem de heróis, relacionada às suas
descobertas.

• Ciência de A a Xi..~~.f.> i~-~r.~..!?.?!.!.~~-l-~r:n.Y.: ..~.~~ ..P.~.!-!!.?.: .~i!-!.~~~~!.. ?º~-?.: .............. 1


De forma humorada, esse livro mostra um modo de compreender os acon-
tecimentos cotidianos aliados à ciência e à tecnologia. Nele, são abordados
aspectos como a geração dos diferentes tipos de energia e suas aplicações,
alimentos transgênicos, aquecimento global, entre outros, sempre estabe-
lecendo relação com a ciência.

• O que Einstein disse ao seu cozinheiro,. de ..Robert ..L ... Wolke... São.........
Pau lo: Zahar, 2002. ;,!

A ciência observada na cozinha é o tema desse livro, que aborda desde o


fenômeno da evaporação do álcool do vinho até o fato de nada grudar em
uma frigideira antiaderente. O autor apresenta receitas que auxiliam na
compreensão de princípios científicos, e ajuda a interpretar rótulos e pro-
pagandas de alimentos.

• Meio Ambiente & Química,.9.~.. P..~.r:~.l.?..~-~ ..Ç-~-~.! r.9..Y.?:'?.~~n~.~!!~.:>:.. $.~.9........


Pau lo: Senac , 2013.
Nesse livro, a autora explora a relação entre a Química e o meio ambiente,
a partir de uma abordagem que relaciona substâncias químicas e os im-
pactos ambientais causados.

• Descobertas acidentais em Ciênci as, de Royston M . Roberts . São


Pau lo: Papirus, 1993.
Nesse livro, o autor retrata situações comuns que passaram despercebidas,
ou mesmo erros experimentais, que levaram a invenções e descobertas, e
hoje fazem parte do nosso cotidiano.

267

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• Para assistir
• Chasing Ice. D i reção de James Balog, 2012. National Geograph ic. Estados Unidos.
(150 min).
Esse documentário tem como objetivo apresentar os efeitos das mudanças c limáticas p rovo-
cadas pelo aquecimento global. O fotógrafo James Balog registra o desprendimento de massas
de gelo e demais indícios de aquecimento global, tema ainda muito polêmico e controverso.
--~-O dia depois de amanhã. D ireção de Roland Emmerich, 2004. Twentieth Century Fox
Film Corporation. Estados Unidos. (1 24 min).
O filme mostra os efeitos catastróficos decorrentes do aquecimento global. Uma série de eventos
tem origem nas geleiras do Norte, e, rapidamente, se d istribui por todo o hemisfério. O f ilme se
mantém em torno de J ack Hall, um paleontologista que defende a ideia de que o planeta está
exposto a uma nova Era Glacial.
• Carbono e Metano. Direção de Philippe Henry, 2011 . PH M ultivi são e Vídeo. Bras il.
(50 min).
Esse documentário de ficção tem como objetivo representar, de forma lúdica, a atuação dos
gases causadores do efeito estufa. Dentro do contexto das mudanças climáticas, o metano e
o carbono são interpretados por atores e têm a intenção de dominar o m undo .
.. ~ ..Uma verdade inconveniente. Direção de Davis Guggenheim , 2006. Paramount Pictures.
Estados Un idos . (98 min).
De maneira critica, esse documentário apresenta os problemas do aquecimento global, e ain-
da indica possíveis soluções para que o planeta não sofra uma catástrofe c limática.

• Para navegar

• Sociedade Brasileira de Química


<http://tub.im/ctm6oz>. Acesso em: 30 maio 2016.
Principal sociedade de Química do país, que tem como objetivo desenvolver, consolidar e divulgar
a Química, suas aplicações e importância para o desenvolvimento do país. Nesse site, são encon-
tradas notícias sobre o meio científico, artigos, entre outros.
• Química Nova Interativa
<http://tub.im/bocc4q>. Acesso em: 30 maio 2016.
Site mantido pela Sociedade Brasileira de Química. Apresenta conceitos de Química, vídeos de expe-
rimentos, estudos de moléculas e substâncías, entre outros.
• Ministério da Educação e Cultura
<http://tub.im/h5jj6u>. Acesso em: 30 maio 2016.
Noticias sobre educação, ciência e cultura.
• Revista eletrônica quinzenal sobre Ciência
<http://tub.im/8dsdim>. Acesso em: 30 maio 2016.
Revista eletrônica do Departamento de Química da UFSC. Mantém arquivos, entrevistas, animações,
downloads, entre outros conteúdos voltados para a Química.
• Ciência hoje
<http://tub.im/xfyqzg>. Acesso em: 30 maio 2016.
Sociedade responsável por publicações de divulgação cientifica. Pertence à Sociedade Brasileira
para o Progresso da Ciência (SBPC}.
• IUPAC (lnternational Union of Pure and Applied Chemistry)
<http://tub.im/ariyj9>. Acesso em: 30 maio 2016.
Site da União Internacional de Química Pura e Aplicada, que é a autoridade mundial de nomenclatura,
métodos de padronização de medidas, entre outros. Apresenta informações atualizadas sobre o
mundo da Química.
• Instituto de Química da USP
<http://tub.im/9xiy83>. Acesso em: 30 maio 2016.
Site de um dos maiores institutos do país, dedicado à divulgação da Química e Bioquímica. Mantém
notícias atualizadas sobre os últimos desenvolvimentos na área, artigos, eventos, entre outros.
• Biblioteca do Instituto de Química da Unicamp
<http://tub.im/429cpi>. Acesso em: 30 maio 2016.
Biblioteca digital do Instituto de Química da Unicamp. Mantém um acervo de livros e CDs, base de
dados, entre outros.

268

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:

Bibliografia :
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_, o
L/1
QI
1..
!Y Estudo dos gases ideais ' 2. a) NF 3
+3
b) c e 2 0 3
e) Br

d) Na 10
'+S
3
n,
+J 1. Alternativa: b.
3. a) No eletrodo A, porque os íons Cu2 +(aq) ao receberem
s:: 2. A lternativa: e. o
QI elétrons, são reduzidos para Cu(s).
E 3. A lternativa: c . b) A intensidade da cor permanecerá a mesma, pois o
2 o
_,
QI
4 . O gás passará a ocupar um volume de 60 litros. Cu +(aq) que se deposita como Cu(s) no eletrodo A
e. é reposto pela oxidação do cobre metálico no eletro -
S. A lternativa: d .
E do B.
o 6. A lternativa: d . 4 . a) Porq ue o ferro oxida, reagindo com o oxigênio do ar
u em ambiente úmido. Uma possível equação pode ser
L/1 7. Muitas vezes, essas suspensões são causadas por cha- dada por:
QI minés de fábricas ou por d iversos tipos de queimadas
4Fe(s) + 3 0 2 (g) -+ 2 Fe 2 0 3 (s)
"C no meio ambiente. Uma das formas de tentar amenizar
n, é utilizar filtros nas chaminés de fábricas e diminuir as b) O elmo que emperra mais é o do suserano, já que o
"C queimadas.
potencial padrão de redução do ouro é de + 1,50 V,
:::, fazendo que o ferro se oxide preferencialmente. No
caso do vassalo que apresenta zinco em seu elmo, o
+J
n,
L/1
i2/Estudo das dispersões ' potencial de redução do zinco é de - 0,76 V, dessa
forma ele se oxidará, p referencialmente, em relação
n, 1. CS =42,86 g NaCU100 g Hp (T) ao ferro, atuando como metal de sacrifício e prote-
gendo o ferro da oxidação.
"C
2. Alternativa: e. ,_ 1+ j
L/1 s. a) ce + Ag ----=-+ Ag + c e
n, 3. a) Pelos dados citados é possível concluir que a solução que
+J b) A prata metálica Ag{s).
L/1 está no frasco é uma mistura de HN0 3 e água.
o
o b) De acordo com a representação, para essa solução o
2
e) Cu + + Ag --+ Cu + + Ag
1 1+
. O agente oxidante é o
e. solvente é a água e o soluto é o HN0 3 • Cu 2+.
L/1
QI e) A massa de 1 L dessa soluçào é 1 510 g ou 1,51 kg. 6. a} Na eletrólise do cloreto d e potássio em solução aquo-
a: d) A massa de soluto (ácido nítrico) presente em 1 litro sa, há formação de gás hidrogênio no cátodo e gás
dessa solução é 220 g ou 0,22 kg. cloro no ânodo e de hidróxido de potássio na c uba
eletrolítica, aumentando o pH .
4 . A proporção estequiométrica dos participantes da reação b} Em meio básico, a fenolftaleína apresenta coloração
rósea. Assim, à medida que ocorre a eletrólise, a
é 1:1:2, logo: [ca 2+(aq)] = 2 mol/L e coloração da solução tende a passar de incolor para
[ce 1 - (aq)] = 4 mol/L. avermelhada.

S. A lternativa: e. 7. CuS0 4 .
3+
6. A lternativa: e. 8 . a) Oxidação: B{s)--+ B (aq) +se- .
2+
7. O cozimento de alímentos em panela de pressão é mais Redução: A (aq) + 2 e- - A{s)
rápido que em panela comum . Na panela de pressão, 2+ 3+
b) 2 B{s) + 3 A (aq) --+ 2 B (aq) + 3 A(s)
como os alimentos são submetidos à maior pressão, o
ponto de ebulição da água aumenta, cozinhando os ali-
mentos em tempo menor que aquele gasto em panelas
e) B(s) is
3
+(aqJIIA2+(aq)I A(s)

comuns, as quais estão submetídas à pressão ambiente.


d) Espontâneo.
9. a) O zinco possui potencial padrão de redução menor
8. Alternativa: b.
que o do ferro. Logo, o ferro atuará como cátodo,
enquanto o zinco atuará como ânodo.
=
b) n 0,047 mol de zinco.
A lternat iva: c .

10. A lternativa: d . Termoquímica e


.
j
cinética química
li
,
e Oxirreducão
> 1. Alternativa: a.
1. A coloração marrom em uma das partes dessa maçã é 2. a) 1CHpH(e) + ~ üh) --+ 1C02(g) + 2 H 20 (g)
resultado do processo de oxidação que algumas subs-
b) .6.H combustão = - 638,1 kJ/ mol
tâncias presentes nela sofreram ao entrarem em contato
com o gás oxigênio presente no ar atmosférico. A outra e} 352 g de C0 2 (g)
parte da maçã não oxidou, pois, provavelmente não
entrou em contato com o gás oxigênio do ar e deve ter
3. a) .6. H1
....= - 4 4 kJ/mol
sido embebida em algum ácido, como o suco concen- b) Exotérmica, visto que o sinal da sua variação de ental-
trado de limão ou vinagre, por exemplo, pois estes auxi- pia é menor que zero, indicando liberação de energia
liam na diminuição do processo de oxidação. em sua formação.

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4. a) A lanterna li apresentará a chama mais intensa. b) Como o processo é endotérmico (ô.H > O), o aumento da
b) A lanterna li deve se apagar primeiro, pois o carbureto temperatura vai deslocar o equilíbrio para a direita, fa-
finamente granulado reagirá mais rapidamente, sendo vorecendo a formação de NO(g), aumentando conse-
quentemente o valor da constante de equilibrio.
totalmente consumido em menos tempo.
4. Alternativa: c.
5. ó.Hdecomp. = + 134 kJ
6. T m = 0,005 mol/L · min
pq

7. Alternativa: e. Quanto maior a intensidade no brilho da lâmpada, maior


8. A reação no tubo li é rápida em relação ao tubo 1, devido à deve ser a concentração dos íons presentes em solução e,
assim, também deve ser maior a condutividade elétrica
maior concentração de ácido sulfúrico. dessa solução. Pode -se concluir que, no frasco li, o ácido
9. a) Curva 3, pois apresenta menor variação de concentração é mais ionizado (forte) que o ácido do frasco 1 (fraco).
-3
em função do tempo. 6. K 0 = 0,00053 mol/L ou K 3 = 5,3 · 10 mol/L
b) Curva 2, pois a reação ocorre em menor tempo. 7. Alternativa: a.
10. a) H,eagentes = - 75 kJ/mol e Hp,oculos = - 965,4 kJ/mol. 8. Alternativa: c.
b) Hcomplexoatlvado = 100 kJ/mol 9. Alternativa: c.
e) ó.Hdlreta = - 890,4 kJ/mol
10. Alternativa: b.
d) Exotérmica, pois a reação direta apresenta ô.H < O.

11. a) Primeira ordem.


11. Para o CaC 2 0 a [c 0:-]= 10- mol/L e para o MgC 0
4 2
1
2 4

b) T,eação = k · [HCt'.] a [c 0!-]= 10- mol/L, logo o CaC 0 deve precipitar


2
6
2 4
e) k::!0,01 min- 1
antes do MgC 20 4 .
12. a) A condição li apresenta uma maior temperatura e con - 12. O aumento da temperatura desloca a reação para a direita.
sequentemente uma maior frequência de colisões entre
as partículas de vitamina C e de gás oxigênio do ar. Esse 13. Alternativa: c.
fato aumenta a taxa de desenvo lvimento da reação Um valor muito alto para a constante de equilíbrio K indica
que o equilíbrio tende para o sentido direto, nesse caso,
entre essas duas substâncias. Logo, o teor de vitamina
há formação do produto e consumo do reagente.
C diminui mais rapidamente na situação li do que na
situação 1. 14. Alternativa: b.

Teor de vitamina e 15. Alternativa: c.


16.
mol/L
10

6
L------==-- - -= - - - -• Tempo
b) Um substituto para a vitamina C, em alimentos proces- 4 ~ - - - - - - - - N,O,
sados, deverá apresentar as seguintes características:
2 ""'-- - - - - - - - N02
não alterar o sabor do alimento; não reagir com o ali-
mento; não alterar o aspecto do alimento e não prejudi-
car a saúde humana ou de animais. Tempo
13. Alternativa: d . 17. Alternativa: d.
14. Alternativa: b. 18. Alternativa: e.

19. Alternativa: a.
Equiübrio químico
20. Alternativa: c.
- 13
21. Kps = 5 · 10

22. 2

2 2
a) Kps = [Hg~+] · [ce 1
-]

[NO] · [0 2] (Nü 2] b) O sólido Hg 2Cf. 2 está em seu estado padrão, a constan-


2
e Kc, = - - -2
- -----,,
te de solubilidade é descrita para sais que quando
(Nü 2] [NO] · [0 2]
dissolvidos, liberam seus ians em solução, não sendo o
1 caso do sólido Hg 2 Cf'. 2 .
logo Kc, = ~
e.,
23. Alternativa: d.
[ l
3. a) NO = 3 - 10
- 18
mol/L 24. Alternativa: b.

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...,N TABELA PERIÓDICA DOS ELEMENTOS
N
Com massas atômicas referidas ao isótopo 12 do carbono
1 • Os nomes dos e lementos de números atômicos 11 3, 115, 117 e 118 estão de 18
1 acordo com a recomendação da IUPAC, em Junho de 2016. 2

1 H • Os e lementos 113 a 118 apresentam c lassificação desconhecida. He


Hidrogênio • As massas atôm icas relativas são listadas com arredondamento no ú ltimo a lga- Hélio
1.01 2 ri smo. As massas atômicas e nt re parênteses representam valores ainda não 13 14 15 16 17 4/Y)
3 4 pad ro nizados pela IUPAC. 5 6 1 8 9 10

2 Li
Litio
Be
Berllio
• As cores nos símbolos dos elementos ind icam o estado físico a 20°C e a 1 atm
de pressão: preto - estado sólido; verde - estado líquido; ve rme lho - estado
B
Boro
e
Carbono
N
Nitrogêmo
o
Oxigênio
F
Flúor
Ne
Neônio
6.94 9.01 gasoso; azu l - estado físico descon hec ido. 10.81 1101 14.01 16.00 19.00 20.18
11 12 13 14 15 18 17 18
• Observação: As cores utilizadas nesta tabe la não têm significado c ie nt ífico; são
3 Na
Sód,o
Mg
Magnésro
ape nas recursos v isua is pedagógicos. Af.
Aluminio
Si
S,licio
p
Fósforo
s
Enxofre
ce
Cloro
Ar
Argônio
22.00 24.31 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 26.00 26,ô9 30.97 3W6 3S.45 39.95
19 20 z, 22 23 24 2S 26 21 28 29 30 31 32 33 34 3S 3&

4 K Se
Ca Esc.ând10 Ti V Mn Fe
Cr Manganês Co Ni Cu Zn Ga Ge As Se Br Kr
Potássio Cálc10 Titâmo VanádlO CrôP1io Ferro Cobalto Njqu•I Cobre Zmco Gálio Germânio Arsênio Selênio Bromo Criptônio
39,10
37
.:>.08
38
44.96
39

y
..
47,87

Zr
&l.ll<

Nb
41
5200

Mo
42
54.94
43

Te
55.as

Ru
44
58.93

Rh
45
5869

Pd
46
63.55

Ag
47
66,38

Cd
48
69.72
49

ln
12.6l

Sn
50
74.92

Sb
51
78.97

Te
52
79.90
53
83.80
54

5 Rb Sr Ímo Molibdénio Tecnéclo Ródio Paládio Índio


1 Xe
Rubidio Estrôncio Zircõnio Niôb10 Rutênio Prata Cádmio Es1anho Ant1môn10 1 Tolúrio lodo Xenônio
~.47 B,,62 88.91 91,22 92.91 (ll;.95 (96) 101.()7 102.91 100,.tl2 107/',7 11 2,41 114,82 118,71 121,í'e 127,60 126.90 131.29
$'S 58 $7- 71 n 73 74 7S 76 n TIi 79 80 61 82 83 84 85 86

6 Cs
Césio
Ba
Bãno Lan!Mídlos
Hf
Hâfnio
Ta
Tântalo
w
Tungstênio
Re
Rên,o
Os
Ósm10
Ir
h fd10
Pt
Platina
Au
Ouro
Hg
Mercúrio
Tf.
Tálio
Pb
Chombo
Bi
Bi~rnuto
Po
Polónio
At
Astato
Rn
Radõnio
13:t.91 137.33 178.'8 100.(11; 183.S4 1!!621 190.23 192.22 195.W 196.97 :!Xl.69 ~.38 20720 200.98 (:1:81 (210) ('222)
lfl 88 111 - 103 t04 105 106 107 108 109 ttO l tt 112 113 114 115 116 117 111

7 Fr Ra Rf Db Sg Bh Hs Mt Ds Rg Cn Nh Ff. Me Lv Ts Og
Frâncio Rádio Acltlídloa Rutherfórdio Oúbnio Seabórg10 Bóh1io Hássio Meilnério Oarmstadtio Roentgênio Copernlcio Nllorium fklróvio MOSC(IIIIUnt Livennlffo Tennessile Oganesson
(123) (126) 1267) 1268) (269) WOi (269) (278) (21.11) (200) (2~ ~) (200) (2118) (29()) (294) ~)

S1 58 !Ili 80 61 82 83 64 66 66 67 68 89 10 71

Número atômico I 6
La Ce Pr Nd Pm Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu
Lantâmo Céno Praseodimm Neodim10 Promêcio Samário E_urôpm Gadollnio Térbio Disprósio Hólmio Érbio Tülio 11érbio Lutécio

~ Símbolo 138.91 14).12 140.91 144.24 (145) 1(1),38 161.96 157.25 !58.93 162.50 164.lll 167.26 1611.93 17'3.06 !7497
• •
]Ii MassaNome
atômica
1 7
Ac
119

Actínio
Th
90

Tõno
Pa
91

Protactínio
u
92

Urânio
Np
93

Netúnio
Pu
94

Plut6mo
Am
Amerício
Cm
111

Cúno
Bk
111

Berquél,o
Cf
Calif~mi~
Es
li

Einstêmo
Fm
100

Férmio
Md
101

Mendelév,o
No
102

Nobélio
103

Lr
Laurêncio Tabel a
..'l (227) m,o.1 231,04 238.03 C237) !244) !2431 1~7) (247) !251) 1252) !257) (266) !250) !2S1) peri ódica atual.
Tabel a periódica atual : períodos e grupos.

~ ~ D D D
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Os dados contidos nesta tabela pE<iódlca estão de acordo com as recomendações. de 8 de junho de 2016,
da 1UPAC e da ASC (lntemational Union of Pure and Applied Chemistry/Aoyal Society of Chemistry, traduzido
Gasoso Sélido Metais de transição Hidrogirio Metais
do inglês, Urlão lntE<nacional de Quimlca Pura e Aplicada/Sociedade Real de Quimlca, respectivamente).
11tema

1
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Desccnhecldo
DDD
Classillcação Não metais Gases Nob'es
N descorhecida

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