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Língua Portuguesa

Componente curricular: Língua Portuguesa


Ensino Fundamental • Anos Finais

Manual do
Professor

Editor responsável:
Marcos Rogério Morelli

Organizadora:
FTD EDUCAÇÃO

04/08/2022 09:19:44
8
Língua Portuguesa
Componente curricular:
Língua Portuguesa

Ensino Fundamental
Anos Finais

Manual do
Professor

Editor responsável:
Marcos Rogério Morelli
Licenciado em Letras Anglo-Portuguesas pela Universidade Estadual de Londrina (UEL-PR).
Especialista em Língua Portuguesa pela Universidade Estadual de Londrina (UEL-PR).
Professor em escolas da rede particular de ensino e editor de materiais didáticos da área de Linguagens.

Organizadora: FTD EDUCAÇÃO


Obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida pela FTD Educação.

1ª edição
São Paulo, 2022

09/08/2022 11:26:14
Todos os direitos reservados à Editora FTD S.A.

ELABORADORES DE ORIGINAIS Direção-geral Ricardo Tavares de Oliveira


Marcos Rogério Morelli Direção de Conteúdo e Negócios Cayube Galas
Licenciado em Letras Anglo-Portuguesas pela Direção editorial adjunta Luiz Tonolli
Universidade Estadual de Londrina (UEL-PR). Gerência editorial Roberto Henrique Lopes da Silva
Especialista em Língua Portuguesa pela Universidade Edição Paulo Roberto Ribeiro (coord.)
Estadual de Londrina (UEL-PR).
Preparação e Revisão Maria Clara Paes (coord.)
Professor em escolas da rede particular de ensino e editor
Gerência de produção e arte Ricardo Borges
de materiais didáticos da área de Linguagens.
Design Andréa Dellamagna (coord.)
Taciane Marcelle Marques Arte e Produção Rodrigo Carraro (coord.)
Licenciada em Letras Vernáculas e Clássicas pela Coordenação de imagens e textos Elaine Bueno
Universidade Estadual de Londrina (UEL-PR).
Especialista em Psicologia Aplicada à Educação pela Projeto e produção editorial Scriba Soluções Editoriais
Universidade Estadual de Londrina (UEL-PR). Edição Marcos Rogério Morelli, Raquel Teixeira Otsuka, Isabela Ventura
Mestra em Estudos da Linguagem pela Universidade Silvério Biz e Sabrina Vieira Mioto
Estadual de Londrina (UEL-PR). Assistência editorial Alan Magno Schein Santoro e Ricardo César Pereira
Doutora em Estudos da Linguagem pela Universidade Preparação e Revisão Moisés Manzano da Silva (coord.),
Estadual de Londrina (UEL-PR). Raisa Rodrigues da Fonseca
Professora em escolas da rede particular de ensino
Gerência de produção editorial Camila Rumiko Minaki Hoshi
e elaboradora de materiais didáticos da área de
Linguagens. Supervisão de produção editorial Priscilla de Freitas Cornelsen Rosa
Coordenação de produção editorial Daiana Fernanda Leme de Melo
Natália Cristina Martins de Sá Coordenação de produção de arte Tamires Rose Azevedo
Licenciada em Letras Vernáculas e Clássicas pela Edição de arte Rogério Casagrande
Universidade Estadual de Londrina (UEL-PR).
Projeto gráfico e capa Marcela Pialarissi
Elaboradora de materiais didáticos da área de Linguagens.
Imagens de capa Album/Universal Images Group/Universal History Archive/
Luísa Moreira Vianna Moura Charles Chaplin Productions (Charles Chaplin), Tithi
Luadthong/Shutterstock.com (homem com lanternas),
Licenciada em Letras (Português e Literaturas) pela
evgeniy jamart/Shutterstock.com (robôs), durantelallera/
Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ).
Shutterstock.com (ilustração)
Especialista em Edição de Texto pela Universidade Nova
de Lisboa (UNL-PT). Diagramação Ana Maria Puerta Guimarães, Laryssa Dias Almeron dos Santos,
Vivian Larissa Morita, Formato Comunicação Ltda.
Elaboradora de materiais didáticos da área de Linguagens.
Autorização de recursos Marissol Martins Maia (coord.) e Diana Alves
Iconografia Silvia de Luca Ferreira
Tratamento de imagens Janaina Oliveira e Jéssica Sinnema

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Trajetórias língua portuguesa : 8º ano : ensino


fundamental : anos finais / organizadora FTD
Educação ; obra coletiva concebida, desenvolvida e
produzida pela FTD Educação ; editor responsável
Marcos Rogério Morelli. -- 1. ed. -- São Paulo :
FTD, 2022.

Componente curricular: Língua portuguesa.


ISBN 978-85-96-03425-8 (aluno)
ISBN 978-85-96-03426-5 (professor)

1. Língua portuguesa (Ensino fundamental)


I. Morelli, Marcos Rogério.

22-114453 CDD-372.6
Índices para catálogo sistemático:

1. Língua portuguesa : Ensino fundamental 372.6

Cibele Maria Dias - Bibliotecária - CRB-8/9427

Em respeito ao meio ambiente, as folhas


Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 deste livro foram produzidas com fibras
de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados à obtidas de árvores de florestas plantadas,
com origem certificada.
EDITORA FTD.
Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo – SP Impresso no Parque Gráfico da Editora FTD
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central.relacionamento@ftd.com.br Tel. (11) 3545-8600 e Fax (11) 2412-5375

09/08/2022 11:27:00
o
çã
ta
Caro professor,
en

Para tornar a jornada dos


estudantes e seu trabalho ainda
es

mais agradável e interessante,


apresentamos a você este guia prático com o
pr

objetivo de ajudá-lo a orientar os estudantes no


desenvolvimento de suas capacidades leitoras, na
A

consolidação das aprendizagens dos Anos Iniciais do


Ensino Fundamental, na preparação para o Ensino Médio e,
de certa forma, para o mundo do trabalho.
Ao produzirmos este manual, consideramos a importância de
incentivá-los a encontrar o prazer de estudar e a assumir cada vez
mais o protagonismo de suas vidas, considerando você, professor, um
colaborador importante nesse processo. Este material também
visa contribuir para sua formação profissional por meio de
orientações didáticas e metodológicas atualizadas,
apresentar sugestões para seu trabalho em sala de
aula e dispor de informações que favorecem
a revisão dos conteúdos desenvolvidos.

Bom trabalho!

09/08/2022 11:30:00
Sumário
Conheça a estrutura da coleção ◆ VI
Livro do Estudante ◆ VI
Manual do Professor ◆ VIII

Proposta teórico-metodológica da coleção ◆ IX


A leitura em sala de aula ◆ IX
O ensino de gêneros textuais ◆ X
Gêneros multimodais e multissemióticos ◆ XI
A interação entre os textos ◆ XI
A produção escrita ◆ XII
A produção oral ◆ XIII
Os conhecimentos linguísticos ◆ XIV

Práticas pedagógicas ◆ XV
O papel do professor ◆ XV
O ensino interdisciplinar e o planejamento ◆ XV
Metodologias ativas ◆ XVII
Recursos didáticos ◆ XXI
Práticas de pesquisa ◆ XXII
Pensamento computacional ◆ XXIV
A avaliação ◆ XXVI
A defasagem em sala de aula ◆ XXVIII

O estudante e os Anos Finais do Ensino Fundamental ◆ XXX


Culturas juvenis ◆ XXX
Saúde mental, cultura de paz e bullying ◆ XXXI

A Base Nacional Comum Curricular ◆ XXXI


As competências da BNCC ◆ XXXII
Os temas contemporâneos transversais e a formação cidadã ◆ XXXIV
Habilidades da BNCC • 8º ano ◆ XXXVII
Articulação entre a abordagem teórico-metodológica e a BNCC ◆ XLV
Quadro de conteúdos • 8º ano ◆ XLVI

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Sugestões de cronogramas ◆ LIII
Ampliando conhecimentos ◆ LIV
Referências bibliográficas comentadas ◆ LX
Referências bibliográficas complementares comentadas ◆ LXII

Início da reprodução do Livro do Estudante ◆ 1


Sumário ◆ 9
UNIDADE 1 Poema e haicai ◆ 14

CAPÍTULO 1 Poema ◆ 16
CAPÍTULO 2 Haicai ◆ 35

UNIDADE 2 Quarta capa e resenha crítica ◆ 50

CAPÍTULO 3 Quarta capa ◆ 52


CAPÍTULO 4 Resenha crítica ◆ 63

UNIDADE 3 Novela e romance juvenil ◆ 82

CAPÍTULO 5 Novela ◆ 84
CAPÍTULO 6 Romance juvenil ◆ 112

UNIDADE 4 Reportagem e artigo de curiosidade científica ◆ 142

CAPÍTULO 7 Reportagem ◆ 144


CAPÍTULO 8 Artigo de curiosidade científica ◆ 171

UNIDADE 5 Artigo de opinião e folheto ◆ 190

CAPÍTULO 9 Artigo de opinião ◆ 192


CAPÍTULO 10 Folheto ◆ 214

UNIDADE 6 Regimento escolar e carta aberta ◆ 242

CAPÍTULO 11 Regimento escolar ◆ 244


CAPÍTULO 12 Carta aberta ◆ 259

UNIDADE 7 Crônica narrativa e crônica argumentativa ◆ 276

CAPÍTULO 13 Crônica narrativa ◆ 278


CAPÍTULO 14 Crônica argumentativa ◆ 303

Referências bibliográficas comentadas ◆ 335

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Conheça a estrutura da coleção
Esta coleção é composta de quatro volumes desti- estudados na unidade. Essas imagens são acompanha-
nados aos estudantes dos Anos Finais do Ensino Fun- das sempre de questões para você explorar os conhe-
damental – do 6º ano ao 9º ano – e quatro volumes cimentos prévios e a realidade próxima dos estudan-
destinados a você, professor. Além disso, a coleção é tes, além de poder relacionar esses recursos imagéti-
composta pela versão digital-interativa, que conta com cos com os gêneros a serem estudados. Na abertura,
alguns objetos de enriquecimento que complementam também é possível ter acesso à lista de conteúdos que
o material impresso. serão estudados na unidade.

Leitura
Livro do estudante
Essa seção aparece uma vez por capítulo. A cada nova
Cada volume do Livro do Estudante apresenta sete ocorrência, você terá a oportunidade de explorar com os
unidades, as quais dispõem de dois capítulos. Nessas uni- estudantes um texto de um gênero diferente. No estudo
dades são trabalhados dois gêneros textuais que podem do texto, as atividades estão organizadas em Conversan-
pertencer ao mesmo campo de atuação ou a campos de do sobre o texto, Escrevendo sobre o texto, Explorando a
atuação afins. Os capítulos têm uma hierarquia clara com linguagem e, quando for pertinente, Discutindo ideias,
relação à disposição dos conteúdos e um texto didático construindo valores. Além da troca de ideias entre os es-
adequado à faixa etária dos estudantes. Em todos os vo- tudantes, essas atividades proporcionam interpretação e
lumes, os gêneros textuais são desenvolvidos em seções reflexão sobre a estrutura e a linguagem do texto lido.
e subseções, acompanhados de imagens, boxes informa-
Outra leitura
tivos e vocabulários, quando necessários, para ampliar o
conhecimento a respeito do objeto em estudo. Nessa seção, você explorará com os estudantes ou-
Os conteúdos abordados nos volumes obedecem a tro texto do mesmo gênero estudado na seção Leitura.
uma progressão linear da aprendizagem pelos estu- Assim, eles terão a oportunidade de retomar as carac-
dantes e são desenvolvidos por meio de uma aborda- terísticas de cada gênero, auxiliando nas atividades de
gem estrutural, funcional e interacional, de modo que produção textual.
eles tenham um contato significativo e prazeroso com Interação entre os textos
os objetos de ensino.
Nessa seção, os estudantes poderão perceber como
Esta coleção foi organizada a fim de levar os estu- um texto pode dialogar com outros. Os textos foram
dantes a desenvolver atitudes e habilidades que possi- escolhidos por se relacionarem, tematicamente, com
bilitam sua formação integral. A seguir, confira mais os estudados na seção Leitura ou Outra leitura. Quan-
informações sobre a organização das unidades e dos do houver mais de um texto nessa seção, eles também
capítulos desta coleção. poderão apresentar relações entre si.
Iniciando o trajeto A língua em estudo
Antes de iniciar cada unidade, você poderá fazer Nessa seção, explore com os estudantes os diferen-
uma avaliação diagnóstica dos estudantes e verificar tes conteúdos gramaticais e ortográficos, permitindo-
os conhecimentos prévios deles a respeito dos conteú- -lhes perceber que o sistema linguístico é um processo
dos que serão estudados na unidade por meio de ativi- dinâmico e de interação. Além de aprender as regras da
dades diversificadas. Sempre que possível, nas orien- norma-padrão, em muitos momentos, eles refletem so-
tações ao professor, são sugeridas estratégias e meto- bre aspectos da língua em uso. Na subseção Praticando,
dologias ativas que podem auxiliar no desenvolvimen- são apresentadas atividades diversificadas visando à
to das atividades dessa seção. prática e à aplicabilidade dos conteúdos estudados.

Abertura de unidade Ampliando a linguagem


Nessas páginas, são apresentadas imagens relacio- Essa seção possibilita a você trabalhar com os estu-
nadas ao menos a um dos gêneros que serão lidos e dantes atividades que exploram aspectos estruturais,
VI

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linguísticos, estilísticos e funcionais dos textos, am- tante para remediar eventuais defasagens, esclarecer
pliando a competência linguística necessária para a co- dúvidas e, se necessário, retomar e fixar algum conteú-
municação no cotidiano e para as produções orais e do. Ao final da seção, é apresentado o boxe Autoava-
escritas. Na subseção Praticando, são apresentadas liação, para que os estudantes avaliem o próprio de-
atividades diversificadas visando à prática e à aplicabi- sempenho e reflitam sobre o que é necessário mudar
lidade dos conteúdos estudados. ou melhorar nas próximas unidades. Você pode usar
estratégias e metodologias ativas para desenvolver es-
Conexões se momento de autoavaliação com a turma.
Por meio da apresentação de textos verbais e não
verbais, nessa seção, os estudantes percebem que os Finalizando o trajeto
conteúdos estudados, de forma geral, relacionam-se Localizada no final do livro, essa seção avalia o apren-
aos conteúdos de outros componentes curriculares. É dizado dos estudantes com relação a alguns dos princi-
possível planejar as aulas referentes a essa seção de pais conteúdos estudados ao longo do ano. No 6º e no 7º
modo individual, quando não há a necessidade de tra- anos, são apresentadas atividades de múltipla escolha
balhar com o professor de outro componente curricu- que abordam interpretação de texto, além de conteúdos
lar ou área de conhecimento, ou coletivo, quando for linguísticos e gramaticais. Ao final da seção, também é
pertinente o trabalho em parceria com o professor de apresentada uma atividade de produção textual. No 8º e
outro componente curricular ou área de conhecimento. no 9º anos, a seção apresenta atividades de vestibulares
e do Enem, tanto de múltipla escolha quanto de produ-
Atitude cidadã ção textual, a fim de preparar os estudantes para o En-
Essa seção promove momentos de interação e dis- sino Médio e para os exames de larga escala. Ao final,
cussão entre os estudantes, convidando-os a refletir a após a proposta de produção, é apresentado o boxe Au-
respeito de diversos temas contemporâneos transver- toavaliação, para que eles avaliem e reflitam sobre o
sais e relevantes para a vida em sociedade. próprio desempenho, possibilitando-lhes identificar em
quais conteúdos tiveram dificuldades e retomá-los com
Produção oral a ajuda do professor e dos colegas de turma, exercitan-
Nessa seção, os estudantes são incentivados a pro- do a cooperação e a aprendizagem em grupos.
duzir textos orais mais elaborados, que possibilitam
vivenciar experiências significativas de comunicação.
Cinema
Para isso, reforce com eles as características do gênero Esse boxe apresenta sugestões para os estudantes
a ser produzido, aproveitando as orientações apresen- de filmes relacionados ao assunto estudado. Utilize-os
tadas na própria seção, produzidas para auxiliar você e para despertar o interesse por esses recursos culturais
a turma nesse trabalho. e ampliar o conhecimento deles.

Produção escrita Internet


Nessa seção, os estudantes são incentivados a produ- Esse boxe mostra sugestões para os estudantes de
zir textos escritos de gêneros variados. Por meio das eta- sites relacionados ao assunto ou ao gênero estudado.
pas de planejamento, produção e avaliação do texto, você Utilize-os para despertar o interesse pela leitura e pes-
poderá orientá-los, reforçando sempre que eles podem quisa, ampliando o conhecimento deles.
voltar à leitura dos textos do capítulo para tê-los como
base para a produção. Ao final, você poderá auxiliá-los de Biblioteca
diversas formas a compartilhar e divulgar os textos pro- Esse boxe oferece sugestões para os estudantes de
duzidos em sites, murais da escola, blogs, ou ainda por livros relacionados ao gênero ou ao assunto estudado.
meio de coletâneas, vlogs, podcasts, entre outros. Utilize-os para despertar o interesse pela leitura e am-
pliar o conhecimento deles.
Ponto de verificação
No final de cada unidade, você poderá avaliar as Visite
aprendizagens da turma a respeito dos conteúdos es- Esse boxe apresenta sugestões de passeios e visitas a
tudados ao longo da unidade. Esse momento é impor- espaços fora da sala de aula, com o objetivo de ampliar as
VII

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formas de estudo e as possibilidades de aprendizagem.
Utilize-os como meio de despertar o interesse dos estu- Objetivos
dantes pela aprendizagem em espaços não formais, am- Apresentados nas orientações ao professor
pliando o conhecimento deles e seus repertórios culturais. sempre que uma nova seção for iniciada no Livro
Dica do Estudante, os objetivos de aprendizagem po-
dem auxiliá-lo no modo de orientar suas aulas,
Use o conteúdo apresentado nesse boxe para, em além de ser uma informação importante para
alguns momentos, apresentar dicas para melhor orien- acompanhar o aprendizado dos estudantes.
tar os estudantes na realização de atividades.

Vocabulário Orientações
Faça uso do vocabulário para levar os estudantes a No decorrer dos conteúdos, são apresentadas
compreender melhor o texto lido. Esse recurso é utili- informações, sugestões e orientações que visam
zado, em alguns momentos, para apresentar explica- auxiliá-lo no trabalho em sala de aula. Sempre que
ções de palavras que eles possam não compreender possível, também são sugeridos diferentes modos
apenas pela leitura do texto, considerando e valorizan- de apresentação e ordenação dos conteúdos.
do os possíveis conhecimentos prévios deles.

Boxe conceito Integrando saberes


Esse boxe apresenta algumas definições dos conteú­ Essa seção indica momentos em que o trabalho
dos estudados e pode ser utilizado para sintetizar ou desenvolvido no material estabelece uma relação
retomar o que foi trabalhado com os estudantes. com outros componentes curriculares e apresenta
possibilidades de trabalho interdisciplinar, sugerin-
Boxe informativo do formas simples de realizá-lo seja individual ou
Com o auxílio desse boxe, durante as aulas, você coletivamente.
apresentará curiosidades e/ou informações comple-
mentares sobre o assunto estudado, o autor do texto BNCC
lido ou ainda outros dados interessantes que possam Nessa seção são indicadas as relações entre os
ampliar os conhecimentos dos estudantes. conteúdos desenvolvidos na coleção e as habilida-
des, competências e temas contemporâneos trans-
Manual do professor versais da BNCC. Aproveite essas informações para
complementar seu planejamento e avaliar quais ha-
O Manual do Professor apresentado nesta coleção é bilidades ou competências já podem ser considera-
organizado em duas partes. A primeira, localizada no das consolidadas e quais ainda precisam ser desen-
início de cada volume, dispõe de informações gerais so- volvidas com os estudantes.
bre a coleção, incluindo a estrutura do Livro do Estu-
dante e do Manual do Professor; as competências ge-
Respostas
rais e específicas desenvolvidas na coleção; a proposta
teórico-metodológica da coleção, os conteúdos e as ha- Essa seção é utilizada sempre que houver ne-
bilidades a serem desenvolvidos pelos estudantes em cessidade de apresentar as respostas das ques-
cada volume. A segunda parte, por sua vez, apresenta a tões nesse espaço reservado às orientações ao
reprodução do Livro do Estudante com eventuais res- professor.
postas e, nas laterais e no rodapé dessa reprodução, é
possível encontrar orientações para auxiliar o trabalho Sugestão de atividade
com o conteúdo em sala de aula, apresentando possí- Quando necessário, são sugeridas atividades a se-
veis estratégias. Em algumas páginas ímpares, para que
rem trabalhadas com os estudantes, para aprofundar
o sentido de leitura fique mais claro, na lateral e no ro-
o conhecimento deles ou consolidar um conteúdo
dapé, é utilizado o seguinte recurso visual:        .
específico. Essas atividades também podem ser usa-
A seguir, confira as características das divisões presentes das como instrumento de avaliação formativa.
nas orientações do Manual do Professor página a página.
VIII

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Proposta teórico-metodológica da coleção
Com a finalidade de possibilitar aos estudantes par- tos prévios para compreender os diferentes textos e
ticipar de forma significativa e crítica das diversas prá- construir significados.
ticas sociais, as atividades que você desenvolverá com As atividades de leitura propostas consideram que a
eles em sala de aula apresentarão os conhecimentos compreensão final de um texto está atrelada ao objetivo
de língua, texto, gênero, norma-padrão e semioses. do leitor ao fazer a leitura. Convém destacar que o texto
Além disso, para que seja possível ampliar continua- pode pressupor mais de um objetivo de leitura, cabendo
mente a competência leitora dos estudantes, esta co- ao leitor, naquele momento específico, definir o principal.
leção contempla a diversidade cultural e linguística e os
Além de considerar os objetivos da leitura, você
novos multiletramentos, com gêneros e textos cada
também verificará que o trabalho dedicado à leitura
vez mais multissemióticos e multimidiáticos.
prioriza a natureza funcional e interativa da língua.
Ao considerar as práticas da linguagem como os ei- Funcional porque habilita os estudantes a identificar
xos norteadores ao ensino de língua portuguesa, esta as informações mais relevantes de um texto e interati-
coleção pretende estabelecer uma relação com as pro- va porque os convida a analisar e desvendar os recur-
postas da BNCC. sos expressivos que propiciam efeitos de sentido, em
[...] os eixos de integração considerados na BNCC de suas dimensões polissêmicas e discursivas, de forma
Língua Portuguesa são aqueles já consagrados nos que eles construam significados com base no texto e
documentos curriculares da Área, corresponden- em seus conhecimentos prévios.
tes às práticas de linguagem: oralidade, leitura/ Para promover a interação entre texto e leitor em
escuta, produção (escrita e multissemiótica) e aná- sala de aula, antes é preciso motivar os estudantes pa-
lise linguística/semiótica (que envolve conheci- ra a leitura; por isso, nenhuma atividade de leitura deve
mentos linguísticos – sobre o sistema de escrita, o ser iniciada sem que eles se encontrem suficientemen-
sistema da língua e a norma-padrão –, textuais, dis- te motivados. Justamente por isso, as atividades desse
cursivos e sobre os modos de organização e os ele- tipo desenvolvidas nesta coleção levam em conta seus
mentos de outras semioses). conhecimentos prévios, incentivando-os a expor o que
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Versão final. já sabem sobre o tema ou gênero em estudo e impul-
Brasília: MEC, 2018. p. 71. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/
images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 11 fev. 2022. sionando-os para dentro do texto. Apresentar algumas
informações também pode ajudar a instigar a leitura.
Confira, a seguir, alguns exemplos:
A leitura em sala de aula
• chamar a atenção para as informações do título do
Com o auxílio desta coleção, você desenvolverá em texto e da ilustração que o acompanha;
sala de aula atividades de leitura e de escuta importan- • fazer uma pequena síntese contextualizando o texto;
tes para o desenvolvimento de habilidades necessárias
para que os estudantes possam acessar e analisar con-
• tratar da estrutura composicional, do conteúdo e
do estilo do texto;
teúdos dos mais diversos. Ter acesso à informação de
qualidade e saber compreendê-la são habilidades es- • informar sobre o autor do texto e a época em que
ele foi escrito, considerando, ainda, o contexto de
senciais para a vida em sociedade, pois é por meio da
produção e circulação;
informação que as pessoas conhecem e organizam da-
dos, fatos e instruções. • relacionaro texto com outros conhecidos pelos
estudantes;
Por esse motivo, nesta coleção, o eixo da leitura é
compreendido como um processo de interação entre o • correlacionar o texto com obras de arte ou outros
leitor e o texto, no qual o leitor/ouvinte/espectador conteúdos de diferentes áreas do conhecimento.
analisa os diferentes textos escritos/orais/multissemi- Desse modo, ao considerar os aspectos discursivos
óticos com base em um objetivo específico (desfrutar, e enunciativos da linguagem, é possível compreender
procurar informações, seguir instruções etc.). Nesse que os textos são objetos inacabados, que só se com-
processo, o leitor deverá considerar seus conhecimen- pletam no momento da interação com o leitor.
IX

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Para explorar um texto com os estudantes, é im-
portante considerar que a leitura e a interpretação de O ensino de
um texto pressupõem um trabalho de reconstrução de gêneros textuais
sentidos e não mera decodificação. É válido destacar,
ainda, que a compreensão textual é muito mais uma A abordagem de gêneros textuais está presente no
atividade de relação de vários elementos do que a ex- ensino de língua portuguesa, visto que seu estudo fa-
tração de uma informação objetiva de certo enunciado. vorece um olhar mais atento ao funcionamento da lín-
gua tanto quanto as práticas culturais e sociais. Segun-
Concebendo o texto como um evento comunicativo,
do Marcuschi, gêneros textuais referem-se aos
no qual convergem ações linguísticas, cognitivas e so-
ciais, é imprescindível apresentar aos estudantes tex- [...] textos materializados em situações comunicati-
tos que contemplem as diferentes formas de interagir vas recorrentes. Os gêneros textuais são os textos
pelas linguagens. Além disso, proporcionar-lhes o con- que encontramos em nossa vida diária e que apre-
tato com um recorte significativo de diversos gêneros sentam padrões sociocomunicativos característi-
textuais que circulam na sociedade contribuirá para cos definidos por composições funcionais, objeti-
que pensem na prática da leitura como um dos funda- vos enunciativos e estilos concretamente realiza-
mentos do processo educacional, que pode lhes garan- dos na integração de forças históricas, sociais, ins-
tir autonomia de aprendizagem. titucionais e técnicas. [...] os gêneros são entidades
empíricas em situações comunicativas e se expres-
Assim, para a escolha dos textos a serem explora-
sam em designações diversas, constituindo em
dos com os estudantes nesta coleção, alguns critérios
princípio listagens abertas. [...]
foram considerados:
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais no ensino de língua.
• apresentar um recorte significativo da diversidade In: MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros e
compreensão. São Paulo: Parábola, 2008. p. 155. (Educação Linguística).
de gêneros textuais que circulam socialmente;
Os gêneros são entendidos como uma ferramenta
• contemplar os diferentes campos de atuação in- que amplia a competência comunicativa dos estudan-
dicados na BNCC (jornalístico-midiático, artístico-
tes tanto na compreensão quanto na produção de tex-
-literário, atuação na vida pública, práticas de estu-
tos adequados ao que temos chamado campos de
do e pesquisa);
atua­ção. A adoção dos gêneros como um dos objetos
• apresentar textos que são compostos por lingua- de ensino-aprendizagem fundamenta-se no favoreci-
gens e mídias diversas; mento do ensino da leitura e da produção, que permite
• considerar a autenticidade dos textos e sua rele- a incorporação dos elementos sociais e históricos, da
vância, buscando-os sempre em suportes textuais situação de produção, dos conteúdos temáticos, das
significativos; construções composicionais e dos estilos de cada
enunciador. Outro fator importante a se considerar é
• prezar a unidade de sentido dos recortes realizados; que os gêneros apresentam sempre um conteúdo, uma
• disponibilizar uma diversidade de autores repre- forma composicional e um estilo peculiar.
sentativos da literatura brasileira e universal, tanto
É importante destacar que os gêneros textuais são
canônicos quanto contemporâneos; dinâmicos, visto que são textos orais e escritos produ-
• considerar a adequação dos textos (linguagem e zidos por falantes de uma língua em determinado mo-
extensão) à faixa etária dos estudantes; mento histórico, sendo impossível determinar e elen-
car todos eles. Sobre isso, Marcuschi afirma:
• dosar o nível de dificuldade que a seleção textual
apresenta, considerando o processo de desenvol- [...] uma simples observação histórica do surgimen-
vimento de competências e habilidades de leitura to dos gêneros revela que, numa primeira fase, po-
dos estudantes. vos de cultura essencialmente oral desenvolveram
Com base no que foi exposto a respeito da leitura, um conjunto limitado de gêneros. Após a invenção
ao abordá-la com os estudantes no ensino da língua da escrita alfabética por volta do século VII a.C.,
materna, é importante promover ações que, além de multiplicam-se os gêneros, surgindo os típicos da
levá-los a compreender o texto, despertem neles o in- escrita. Numa terceira fase, a partir do século XV,
teresse e o prazer pela leitura. os gêneros expandem-se com o florescimento da
X

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cultura impressa para, na fase intermediária de in- Assim, faz-se necessário que o trabalho com gêneros
dustrialização iniciada no século XVIII, dar início a textuais multimodais contemple novas possibilidades
uma grande ampliação. Hoje, em plena fase da de- de multiletramento, marcado pela concomitância de
nominada cultura eletrônica, com o telefone, o gra- linguagens e mídias. Esse trabalho exige competências
vador, o rádio, a TV e, particularmente, o computa- variadas de leitura. Ao explorar esses gêneros, é funda-
dor pessoal e sua aplicação mais notável, a internet, mental levar os estudantes a perceber a hipertextuali-
presenciamos uma explosão de novos gêneros e no- dade e as relações entre as múltiplas modalidades de
vas formas de comunicação, tanto na oralidade co- linguagem que constituem um gênero, reconhecendo
mo na escrita. os significados produzidos por essa articulação.
[...]
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais: definição e funcionalidade.
In: DIONISIO, Angela Paiva; MACHADO, Anna Rachel; BEZERRA, Maria Auxiliadora A interação entre os textos
(org.). Gêneros textuais e ensino. 4. ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005. p. 19.

Com a finalidade de apresentar diferentes gêneros Muitas vezes, a leitura de um texto pressupõe o co-
aos estudantes, esta coleção tem as seções Leitura, nhecimento de outros com os quais se estabelece um
Outra Leitura, Interação entre os textos, Produção es- diálogo. Reconhecer a intertextualidade auxilia na
crita e Produção oral, nas quais são trabalhadas as ca- construção dos sentidos de um texto. Dessa forma, é
racterísticas do gênero, seja por meio da leitura e com- preciso compreender o texto como um objeto hetero-
preensão de texto, seja por meio de orientações para a gêneo, o qual traz em si outros textos que lhe deram
produção textual (escrita ou oral). origem, com os quais dialoga, retoma, alude ou se opõe.
Como escreve Marcuschi:

[...]
Gêneros multimodais
O que se pode dizer é que a intertextualidade,
e multissemióticos mais do que um simples critério de textualidade, é
também um princípio constitutivo que trata o texto
Na contemporaneidade, especialmente com o ad- como uma comunhão de discursos e não como algo
vento de novas tecnologias e mídias, ocorre constante- isolado. E esse fato é relevante porque dá margem a
mente o surgimento de diversos gêneros textuais que se façam interconexões dos mais variados tipos
(multissemióticos e multimodais), que circulam em es- para a própria interpretação [...].
paços digitais e envolvem diversas modalidades da lin- MARCUSCHI, Luiz Antônio. Processos de produção textual.
guagem. Sobre esses gêneros, Rojo destaca: In: MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros e
compreensão. São Paulo: Parábola, 2008. p. 132. (Educação Linguística).

[...] os gêneros se transformaram em entidades Um gênero não é completamente inédito. Os gêne-


multimodais, isto é, utilizam-se de diversas moda- ros evoluem, transformam-se, surgem, desaparecem e
lidades de linguagem – fala, escrita, imagens (está- são absorvidos por outros. Os elementos estruturais
ticas e em movimento), grafismos, gestos e movi- mudam porque muda a forma como a realidade é re-
mentos corporais – de maneira integrada e em diá- fletida e/ou refratada no gênero. As transformações
logo entre si, para compor os textos. Basta ver uma dos gêneros são elos em que um dá origem a outro.
propaganda televisiva ou um videoclipe na inter- Essas transformações dependem do desenvolvimento
net, para constatar este fenômeno. e da complexificação das esferas de atividade humana,
Mesmo nas mídias impressas, como revistas, li- das novas motivações sociais e do embate das forças
vros e jornais, podemos constatar esta multimoda- que se empenham em manter as coisas iguais ou dife-
lidade. Basta abrir o livro didático ou uma revista renciadas umas das outras.
para jovens para ver que as diversas modalidades O conceito de intertextualidade foi introduzido pela
de linguagem, hoje, constituem mutuamente os crítica literária Julia Kristeva, em meados da década de
sentidos do texto. 1960, baseado na concepção de dialogismo de Bakhtin.
[...] Para ela, todo texto também constitui um intertexto,
ROJO, Roxane. As relações entre fala e escrita: mitos e formando uma sucessão de textos já escritos ou não.
perspectivas: caderno do professor. Belo Horizonte: Ceale,
2006. p. 45. (Coleção Alfabetização e Letramento). Assim, forma-se o que Kristeva (1974) chamou de “mo-
XI

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saico de citações”, muitas vezes não explícitas, mas tos de gêneros textuais, conforme o trabalho desen-
que dá ao texto o estatuto de ser absorção ou transfor- volvido com a leitura. Os estudos propostos no traba-
mação de outro texto. lho com a produção de textos escritos objetivam a for-
Diante disso, é interessante mostrar aos estudantes mação de estudantes que sejam capazes de planejar
o texto como um “mosaico”, a fim de instigar a reflexão seus textos e discursos com base em objetivos previa-
acerca da produção dele, ou seja, como ele se constrói mente definidos e de acordo com os gêneros mais ade-
e como absorve outras informações, dados, argumen- quados às situações comunicativas e aos leitores a que
tos etc. Esse caráter do texto também proporciona aos os textos se destinam.
estudantes diferentes compreensões com base em no- Segundo a BNCC,
vas leituras do mesmo texto, de modo que em cada
uma delas ele perceba algo novo. Ao trabalhar o texto Da mesma forma que na leitura, não se deve con-
considerando-o como um mosaico, você poderá pro- ceber que as habilidades de produção sejam desen-
mover leituras mais críticas e construtivas, que permi- volvidas de forma genérica e descontextualizadas,
tirão aos estudantes aprofundar o tema em questão. mas por meio de situações efetivas de produção de
Esta coleção apresenta atividades na seção Intera- textos pertencentes a gêneros que circulam nos di-
ção entre os textos, que possibilitam a você desenvol- versos campos de atividade humana. [...]
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Versão final.
ver com os estudantes um trabalho de leitura reflexiva Brasília: MEC, 2018. p. 78. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/
de forma que eles percebam como outros textos per- images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 11 fev. 2022.

meiam a construção daquele que estão lendo. Esse ti-


Para que esses objetivos sejam alcançados, é preci-
po de trabalho também os habilitará a identificar o
so que os estudantes sejam orientados quanto às con-
recurso da intertextualidade em novos textos, nas se-
dições de produção nas quais devem pautar-se. Nesse
ções Leitura e Outra leitura, além de possibilitar a eles
sentido, antes de iniciar a produção, devem compreen-
que se apropriem desse recurso em suas criações, nas
der o que vão produzir, para quem, com qual objetivo e
seções Produção escrita e Produção oral.
como e onde esse texto vai circular ou ser socializado.
Determinadas as condições de produção, o texto
A produção escrita passa a ser tratado como um processo e não como um
fim em si mesmo. Desse modo, os estudantes perce-
No cotidiano, os estudantes estão em contato com bem a necessidade não apenas de planejá-lo e escre-
textos diversos, midiáticos e multissemióticos, oriun- vê-lo, mas também de revisá-lo e refazê-lo.
dos das mais diferentes situações comunicativas, tais
Nesse sentido, a produção de texto passa a ser vista
como anúncios publicitários, e-mails, notícias, textos
como:
de materiais didáticos, artigos informativos, entrevis-
tas, receitas, posts de redes sociais, mensagens instan- [...] uma atividade recursiva, o que significa que se
tâneas em aplicativos de aparelhos celulares, entre ou- volta constantemente ao estágio inicial, avança-se,
tros. Assim, o ensino da língua portuguesa, na atualida- revisa-se o texto várias vezes, para só depois dar a
de, deve propiciar aos estudantes não só o contato tarefa por encerrada. Portanto, duas contribuições
com essa diversidade de gêneros (e respectivas situa- são importantes nessa abordagem para o ensino da
ções de comunicação), mas também os meios para que escrita: a primeira é a reflexão sobre a necessidade
eles sejam bons produtores desses textos. de se providenciar situações que favoreçam o de-
É por meio das produções de texto que os estudantes senvolvimento das potencialidades cognitivas do
desenvolvem competências cognitivas para se comuni- aprendiz, isto é, de ampliação do seu conhecimento
car de forma autônoma dentro e fora do meio escolar. de mundo e dos diversos modelos de texto; e a se-
Para isso, nesse processo de ensino-aprendizagem de gunda é a compreensão do ato de escrever como um
língua portuguesa, é preciso proporcionar-lhes o conta- processo de monitoração que envolve várias revi-
to com a diversidade de gêneros por intermédio da leitu- sões do texto.
ra e, concomitantemente, das produções escritas. [...]
Seguindo essa concepção de ensino, a proposta de REINALDO, Maria A. G. de M. A orientação para produção de texto. In:
BEZERRA, Maria Auxiliadora; DIONISIO, Angela Paiva (org.). O livro didático
produção escrita desta coleção é baseada nos concei- de português: múltiplos olhares. Rio de Janeiro: Lucerna, 2001. p. 92.

XII

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Nessa perspectiva, avaliação, revisão e reescrita do Além dessas práticas, participar de debates e dis-
texto ganham nova dimensão e tornam-se fundamentais cussões, defender ideias e direitos são outros exem-
no processo de produção; e tanto a revisão do próprio au- plos de atividades humanas em que se faz uso da lín-
tor como a de colegas de turma e professores podem ser gua falada de forma mais sistematizada. Essas necessi-
úteis nesse processo, uma vez que permitem ao estudante dades sociais exigem cada vez mais do cidadão um
ter uma visão ampla sobre a própria produção. aprimoramento de sua capacidade de produzir textos
Portanto, permitir aos estudantes refletir sobre as ca- orais. Dessa forma, é reconhecida a importância de a
racterísticas estruturais dos gêneros leva-os inevitavel- escola dedicar mais atenção ao uso da linguagem oral,
mente a apropriar-se delas para produzir textos, enten- ou seja, é função da escola ensinar os estudantes a fa-
dendo suas especificidades, distinguindo suas esferas de zer uso dessa atividade de linguagem nas mais diver-
circulação e dominando esses modelos comunicativos. sas situações comunicativas.
Nas diferentes propostas de produção escrita desta cole- As propostas de atividades didáticas envolvendo gê-
ção, os estudantes são motivados a interagir e a compar- neros orais possibilitam aos estudantes experiências sig-
tilhar seus textos, por meio da divulgação, da circulação e nificativas com a comunicação oral. Esse estudo deve
da avaliação deles. Trabalhando a produção, é possível auxiliá-los a reconhecer que o trabalho com a oralidade
aproximar a escrita deles às necessidades cotidianas, tor- vai muito além da leitura de textos em voz alta, e que a
nando-os aptos a adequá-la a diferentes contextos, bem prática de produção de textos orais demanda planeja-
como a diferentes objetivos, gêneros, conteúdos temáti- mento e reconhecimento de determinadas característi-
cos ou outros aspectos relativos à textualidade. cas específicas. Desse modo, é preciso capacitá-los para
que consigam perceber as estruturas dos discursos orais,
em especial de gêneros mais formais de atuação pública.
A produção oral
Joaquim Mattoso Camara Júnior ressalta que a lin-
O componente curricular de Língua Portuguesa de- guagem pode ser falada e escrita e que esses são tipos
ve oferecer aos estudantes possibilidades de desenvol- distintos de exposição linguística. No entanto, ele cha-
ver competências discursivas a serem utilizadas em ma a atenção para um aspecto relacionado à valoração
diversas situações de comunicação. da língua escrita sobre a língua falada:
Nesse sentido, o trabalho com uma diversidade de [...]
gêneros orais e a prática da oralidade precisam ser de- A civilização deu uma importância extraordiná-
senvolvidos sistematicamente junto aos conteúdos es- ria à escrita e, muitas vezes, quando nos referimos
tudados, pois possibilitam aos estudantes tornar-se à linguagem, só pensamos nesse seu aspecto. É pre-
mais eficientes para exercer com sucesso sua cidada- ciso não perder de vista, porém, que lhe há ao lado,
nia. De acordo com a BNCC, mais antiga, mais básica, uma expressão oral.
[...]
O Eixo da Oralidade compreende as práticas de CAMARA JÚNIOR, Joaquim Mattoso. Manual de expressão oral
e escrita. 16. ed. Petrópolis: Vozes, 1986. p. 14.
linguagem que ocorrem em situação oral com ou
sem contato face a face, como aula dialogada, web- Acrescenta, ainda, que os traços característicos da ex-
conferência, mensagem gravada, spot de campa- posição oral são, inevitavelmente, diferentes da escrita, por
nha, jingle, seminário, debate, programa de rádio, utilizar outros tipos de recursos e elementos expressivos.
entrevista, declamação de poemas (com ou sem
[...]
efeitos sonoros), peça teatral, apresentação de can-
tigas e canções, playlist comentada de músicas, vlog É claro que o grande número de traços caracterís-
de game, contação de histórias, diferentes tipos de ticos da exposição oral, ausentes na escrita, impõe o
podcasts e vídeos, dentre outras. Envolve também a dever de bem utilizá-los para que a linguagem seja
boa: quem fala em público tem de atentar para o tim-
oralização de textos em situações socialmente sig-
bre da voz, para a altura da emissão vocal, para o
nificativas e interações e discussões envolvendo te-
complexo fenômeno que se chama entoação das fra-
máticas e outras dimensões linguísticas do traba-
ses, bem como saber jogar, adequadamente, com ges-
lho nos diferentes campos de atuação. [...]
tos do corpo, dos braços, das mãos e da fisionomia. [...]
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Versão final.
Brasília: MEC, 2018. p. 78-79. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/ CAMARA JÚNIOR, Joaquim Mattoso. Língua oral e língua escrita. In: CAMARA JÚNIOR,
images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 11 fev. 2022. Joaquim Mattoso. Manual de expressão oral e escrita. 16. ed. Petrópolis: Vozes, 1986. p. 15.

XIII

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Vale destacar que as diferenças entre a fala e a escri- pecíficas de interação, nas quais o uso da língua nem
ta não devem ser vistas em termos de separações, mas sempre está de acordo com a norma-padrão (preconi-
trabalhadas com base em critérios iguais de funções. zada pela gramática normativa). Desse modo, é neces-
Entende-se, nesta coleção que é por meio das situa­ sário não apenas propiciar o contato deles com a nor-
ções didáticas de produção que os estudantes terão ma-padrão, mas ainda com as variedades linguísticas
acesso aos diversos gêneros textuais orais, inclusive para levá-los a refletir sobre os conhecimentos linguís-
aqueles que necessitam de diferentes recursos para ticos e analisar o uso da língua em diversas situações
sua produção. O trabalho com a diversidade de gêneros comunicativas.
orais em sala de aula possibilitará a eles apreender de Corroboramos nosso posicionamento com a coloca-
modo eficaz as diferentes exigências sociais que envol- ção de Antunes:
vem a expressão oral, alcançando o efeito pretendido
[...]
com os textos que almejam produzir dentro e fora do
ambiente escolar. Vale a pena insistir numa questão central: a de
providenciar para o aluno oportunidades de acesso
ao padrão valorizado da língua [...] Longe de qualquer
Os conhecimentos teoria linguística a orientação de negar a todos os

linguísticos falantes esse acesso. O problema é discernir sobre o


que faz parte desse padrão e adotar uma visão não
purista, de flexibilidade, de abertura, para incorpo-
O trabalho com a língua portuguesa tem a finalidade
rar as alterações que vão surgindo; o problema é,
de tornar os estudantes aptos a fazer uso da língua em
ainda, não julgar essas mudanças como, simples-
diversas situações de comunicação, seja por meio da
mente, provas de decadência da língua e, assim,
leitura e compreensão textual, seja alcançando os efei-
não subestimar ou não ridicularizar aqueles que
tos pretendidos com sua produção de texto (oral, escri-
fogem a esse padrão socialmente prestigiado. [...]
ta ou multissemiótica). ANTUNES, Irandé. A norma socialmente prestigiada não é a única
Nesse sentido, dá-se na coleção a importância de norma linguisticamente válida. In: ANTUNES, Irandé. Muito além da
gramática: por um ensino de línguas sem pedras no caminho. 3. ed.
promover estudos em que serão explorados aspectos São Paulo: Parábola, 2007. p. 101. (Estratégias de Ensino).

estruturais, linguísticos, estilísticos e funcionais do tex- De acordo com a BNCC,


to, que visam potencializar nos estudantes as compe-
tências linguísticas necessárias. Desse modo, os traba- [...]
lhos que envolvem conhecimentos linguísticos devem Cabem também reflexões sobre os fenômenos
abordar os fatores fundamentais para a construção da mudança linguística e da variação linguística,
textual e, consequentemente, para a comunicação. inerentes a qualquer sistema linguístico, e que po-
Assim, recursos estruturais, linguísticos, estilísticos dem ser observados em quaisquer níveis de análise.
e funcionais atuam como instrumentos necessários à Em especial, as variedades linguísticas devem ser
construção do sentido. Ao dominar o uso desses recur- objeto de reflexão e o valor social atribuído às va-
sos, os estudantes estarão aptos a ampliar suas capa- riedades de prestígio e às variedades estigmatiza-
cidades linguísticas de forma a pluralizá-las e, com isso, das, que está relacionado a preconceitos sociais,
empregá-las em situações reais de comunicação. deve ser tematizado.

Para que os estudantes se comuniquem efetiva- [...]


BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Versão final.
mente em todas as esferas sociais, tornando-se falan- Brasília: MEC, 2018. p. 81. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/
tes competentes discursivamente, consideramos ne- images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 11 fev. 2022.

cessário combinar o conhecimento de regras gramati- Nesse sentido, esta coleção busca trabalhar com as
cais com outras questões relativas à língua, tanto para possibilidades significativas dos elementos linguísticos,
que eles desenvolvam proficiência nas modalidades os quais podem ser ativados tanto na compreensão
oral, escrita e multissemiótica quanto para que sejam quanto na produção textual nas diversas práticas so-
capazes de analisar fatos de língua e de linguagem. ciais de linguagem, pois a construção dos sentidos por
Os estudantes, enquanto usuários da língua, devem parte dos estudantes está ligada à sua competência
estar preparados para se comunicar em situações es- comunicativa. Por isso, consideramos essencial apre-
XIV

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sentar a eles diferentes recursos linguísticos utilizados linguagem, são apresentadas separadamente para fins
em variadas situações de interação comunicativa. didáticos. No entanto, na interação comunicativa, elas
Para tanto, com o auxílio das seções A língua em podem ocorrer simultaneamente.
estudo e Ampliando a linguagem e da subseção Explo- Por fim, é fundamental ressaltar que na exploração
rando a linguagem, você poderá abordar os principais dos conhecimentos linguísticos nesta coleção, em al-
recursos linguísticos que os estudantes dos Anos Finais guns momentos, recorremos à reflexão epilinguística,
do Ensino Fundamental precisam conhecer para inte- com atividades que possibilitam aos estudantes refle-
ragir em diferentes situações. Ainda, sempre que pos- tir sobre o uso de expressões e recursos linguísticos
sível e necessário, são apresentados usos linguísticos para chegar à construção de um conhecimento focali-
não registrados na norma-padrão, mas que fazem par- zado e também à reflexão metalinguística, com ativi-
te do cotidiano dos usuários da língua, a fim de que os dades que se voltam para a identificação de termos e
estudantes prestigiem, além da norma-padrão, os dife- regras como alternativa para instrumentalizar os estu-
rentes usos linguísticos. dantes com relação aos conteúdos gramaticais traba-
Ao desenvolver as atividades das seções propostas lhados. Nesse sentido, a sistematização de conceitos é
nesta coleção, é importante evidenciar aos estudantes viabilizada na coleção, de forma recorrente, pois eles
que os conhecimentos do componente curricular de Lín- são levados a construí-los por meio dos questiona-
gua Portuguesa, ou seja, as práticas de uso e análise da mentos que antecedem os boxes conceitos.

Práticas pedagógicas
e de posicionar-se, participando de maneira cooperati-
O papel do professor va diante de percalços e desafios.
Compreendemos que você, professor, desempenha Além disso, compreendemos a importância de incen-
cada vez mais um papel de mediador entre os conteú- tivar essa autonomia nos estudantes, a fim de que eles
dos específicos de cada componente curricular e os assumam um papel proativo em sala de aula – e tam-
conhecimentos adquiridos pelos estudantes. E que, bém fora dela –, encorajando-os e conduzindo-os a
assim, deve desenvolver, de maneira constante, a re- questionamentos e a argumentações em suas tomadas
flexão para demonstrar que o ato de estudar não é de decisões. Para isso, é necessário assumir a responsa-
apenas fundamental, mas que pode ser uma tarefa bilidade de educador no processo de ensino-aprendiza-
prazerosa e enriquecedora. gem, preservando a consciência de que suas ações refle-
tem diretamente no desenvolvimento dos estudantes.
A união entre teoria e prática geralmente ocorre
quando se propicia aos estudantes momentos em que
eles possam debater, refletir e emitir opiniões sobre O ensino interdisciplinar
acontecimentos ocorridos em contextos locais e mun- e o planejamento
diais. Dessa forma, a prática reflexiva a respeito dos
conteúdos estudados é essencial para o ensino contex- O conceito norteador de um trabalho educacional
tualizado. feito em parceria, fruto de uma pedagogia integradora,
É fundamental ter a sensibilidade para perceber as é o de interdisciplina, definido a seguir.
singularidades do relacionamento professor-estudan-
te e estudante-estudante, propondo intervenções em [...]
casos de possíveis dificuldades de aprendizagem e Interdisciplina — Interação existente entre du-
conduzindo as aulas de modo a promover a construção as ou mais disciplinas. Essa interação pode ir da
do conhecimento pautada em respeito e empatia. Para simples comunicação de ideias à integração mútua
isso, o docente deve ter autonomia tanto perante seus dos conceitos diretores da epistemologia, da termi-
estudantes quanto perante os colegas professores. Es- nologia, da metodologia, dos procedimentos, dos
sa autonomia refere-se à capacidade de fazer escolhas dados e da organização referentes ao ensino e à
XV

09/08/2022 11:30:01
pesquisa. Um grupo interdisciplinar compõe-se de Na escola, uma postura interdisciplinar traz contri-
pessoas que receberam sua formação em diferen- buições quando os estudantes começam a estabelecer
tes domínios do conhecimento (disciplinas) com um relacionamento de parceria e colaboração com a
seus métodos, conceitos, dados e termos próprios. equipe escolar, bem como com a comunidade onde a
[...] escola está inserida.
FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. Integração e interdisciplinaridade no ensino Propostas como essas abrangem estratégias mais
brasileiro: efetividade ou ideologia. 6. ed. São Paulo: Loyola, 2011. p. 54.
dinâmicas, interativas e colaborativas com relação à
A ideia de integrar as áreas do conhecimento tem co- gestão do ensino e da aprendizagem, possibilita a for-
mo objetivo a formação integral dos estudantes por mulação de um saber crítico-reflexivo com base no di-
meio de um estudo mais contextualizado e, por isso, álogo entre os conteúdos de diferentes componentes
mais significativo. Em sala de aula, essa integração pode curriculares e permite uma nova postura de professo-
ocorrer, por exemplo, com projetos investigativos ou res e estudantes diante do conhecimento, deixando de
pesquisas. Por apresentarem etapas, como planejamen- concebê-lo como algo estanque.
to, levantamento de hipóteses, coletas de dados, análi- “Interdisciplinaridade” é um termo utilizado
ses, deduções e conclusões, essas atividades possibili- para caracterizar a colaboração existente entre dis-
tam maior integração entre os componentes curricula- ciplinas diversas ou entre setores heterogêneos de
res. Além disso, elas podem criar situações de aprendi- uma mesma ciência [...]. Caracteriza-se por uma in-
zagem de forma dinâmica, por intermédio da reflexão, tensa reciprocidade nas trocas, visando a um enri-
do questionamento e da argumentação dos estudantes. quecimento mútuo.

Dentro dessa perspectiva, um trabalho interdiscipli- [...]


FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. Integração e interdisciplinaridade no
nar preocupa-se em relacionar os conceitos de manei- ensino brasileiro: efetividade ou ideologia. 6. ed. São Paulo: Loyola, 2011. p. 73.
ra articulada, levando em conta os objetivos gerais e
Cabe dizer ainda que o movimento integrador, de-
específicos de cada componente curricular envolvido,
corrente da interdisciplinaridade, exige tanto por parte
com o propósito de evitar a fragmentação do conheci-
dos professores quanto dos estudantes o desenvolvi-
mento e instigar o interesse dos estudantes para en-
mento de três atitudes essenciais: amplitude, profun-
volvê-los diretamente no processo de aprendizagem.
didade e síntese:
Cabe enfatizar que o trabalho interdisciplinar deve es-
tar ligado à vida dos estudantes e às suas motivações, [...] A amplitude assegura uma larga base de conheci-
de modo que os envolva e torne o processo, além de mento e informação. A profundidade assegura o re-
útil, prazeroso. quisito disciplinar, profissional e/ou conhecimento e
informação interdisciplinar para a tarefa a ser exe-
Nessas atividades, os estudantes aprendem a tra-
cutada. A síntese assegura o processo integrador [...]
balhar coletivamente, interagindo com os colegas de
KLEIN, Julie Thompson. Ensino interdisciplinar: didática e teoria.
turma, favorecendo assim o desenvolvimento da capa- In: FAZENDA, Ivani Catarina Arantes (org.). Didática e interdisciplinaridade.
17. ed. Campinas: Papirus, 2012. (Coleção Práxis). p. 121.
cidade de argumentar e organizar informações. O en-
volvimento dos estudantes motiva o fortalecimento Nesse sentido, docentes e discentes devem ser capa-
das relações entre professores de diferentes compo- zes de aliar um conhecimento geral a conteúdos das di-
nentes curriculares. versas áreas de conhecimento e, ao final, promover uma
síntese, adquirindo uma compreensão maior do conheci-
[...] mento que a do início. Contudo, sem dúvida, é necessário
O estilo de educação que prioriza o trabalho em que você seja o primeiro a desenvolver esse trajeto. Para
equipe, que busca a interdisciplinaridade e o com- tanto, as seguintes habilidades devem estar envolvidas:
promisso com a integralidade das ações e que pro- [...]
cura respeitar as especificidades de cada profissão,
está pautado nas concepções teóricas das metodo-
• diferenciação, comparação e contraste entre
diferentes perspectivas disciplinares, profis-
logias ativas de ensino-aprendizagem. sionais e interdisciplinares;
[...] • identificação de pontos comuns e esclareci-
GEMIGNANI, Elizabeth Yu Me Yut. Interdisciplinaridade e metodologias ativas de mento de como as diferenças se relacionam
ensino-aprendizagem. In: BASSIT, Ana Zahira (org.). O interdisciplinar: olhares
contemporâneos. São Paulo: Factash, 2010. p. 118. com a tarefa a ser cumprida;
XVI

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• delineamento de um entendimento holístico Se não houver a possibilidade do trabalho em parceria
baseado nos pontos comuns, mas que conti- com o professor de outro componente curricular, conduza
nua suscetível às diferenças. a realização de pesquisas para que a turma adquira os
conhecimentos necessários para desenvolver a proposta
[...]
interdisciplinar. Oriente os estudantes com relação a:
KLEIN, 1996 apud KLEIN, Julie Thompson. Ensino interdisciplinar:
didática e teoria. In: FAZENDA, Ivani Catarina Arantes (org.). Didática e
interdisciplinaridade. 17. ed. Campinas: Papirus, 2012. p. 121. (Coleção Práxis).
• quais fontes de pesquisa devem consultar ou co-
mo fazer a escolha delas;
Ao identificar os componentes curriculares que po- • como executar as anotações, discernindo o que é
dem ser associados no trabalho de determinado objeto relevante para o estudo do que não é;
de conhecimento, iniciamos uma caminhada em direção • como organizar as informações obtidas;
a um processo de ensino-aprendizagem integrador. • como elas deverão ser entregues (impressas, por
A fim de promover a superação da fragmentação dis- meio de cartazes, posts no blog da turma etc.).
ciplinar, em sintonia com a BNCC, esta coleção propõe Tanto no trabalho individual quanto em conjunto
em diversos momentos uma articulação entre os com- com um professor colega, defina os objetivos de cada
ponentes curriculares e seus respectivos objetos de co- aula, os tópicos a serem estudados, as etapas necessá-
nhecimento com base em temas, conteúdos, recursos e rias para a realização deles, os prazos para a conclusão
seções que favoreçam tal abordagem. A seção Cone- de cada etapa e os critérios de avaliação a serem utiliza-
xões, por exemplo, apresenta essa proposta de maneira dos. Defina o que se espera dos estudantes e atente pa-
clara e fácil de ser reconhecida. Em outros momentos, ra que todo o processo fique claro para eles.
na seção Integrando saberes, no Manual do Professor,
são apresentadas orientações de desenvolvimento es-
pecíficas para compreender quais componentes podem
Metodologias ativas
ser desenvolvidos com base na leitura de um texto ou
As metodologias ativas são estratégias pedagógicas
no desenvolvimento de determinada atividade.
que buscam instigar o papel do professor como media-
dor, em vez de unicamente transmissor de informação,
Como planejar uma aula e o protagonismo dos estudantes. Por meio delas,
interdisciplinar
[...] os alunos passam a ter um comportamento
Para alcançar a interdisciplinaridade com outro com- mais ativo, envolvendo-os de modo que eles sejam
ponente curricular, é necessário partir dos objetivos de mais engajados, realizando atividades que possam
aprendizagem estabelecidos para o conteúdo a ser tra- auxiliar o estabelecimento de relações com o con-
balhado e, depois, para a aula em específico. Em seguida, texto, o desenvolvimento de estratégias cognitivas
é necessário conversar com o outro professor e saber e o processo de construção de conhecimento.
quais objetivos de aprendizagem delineados por você [...]
são pertinentes à área de conhecimento dele e, por fim, VALENTE, José Armando; ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini de; GERALDINI,
Alexandra Flogi Serpa. Metodologias ativas: das concepções às práticas em distintos níveis
de que modo é possível trabalhá-los em conjunto. Tendo de ensino. Revista Diálogo Educacional, Curitiba, v. 17, n. 52, p. 464, jun. 2017. Disponível em:
https://periodicos.pucpr.br/dialogoeducacional/article/view/9900. Acesso em: 5 jun. 2022.
em vista que ambos lecionam para a turma em questão,
é pressuposto que já tenham uma avaliação diagnóstica De acordo com Moran,
do que os estudantes sabem a respeito desse conteúdo [...]
e do que necessitam aprender no momento.
O que constatamos, cada vez mais, é que a apren-
Outro ponto importante a salientar é, sempre que dizagem por meio da transmissão é importante,
possível, considerar os interesses específicos dos estu- mas a aprendizagem por questionamento e experi-
dantes, permitindo que opinem e participem das esco- mentação é mais relevante para uma compreensão
lhas dos assuntos ou das atividades a serem realizadas. mais ampla e profunda. Nos últimos anos, tem ha-
Desse modo, favorece-se o protagonismo da turma no vido uma ênfase em combinar metodologias ativas
processo de ensino-aprendizagem e, ao mesmo tempo, em contextos híbridos, que unam as vantagens das
permite-se que temáticas relacionadas à vivência de- metodologias indutivas e das metodologias deduti-
les, como as pertencentes às culturas juvenis, possam vas. Os modelos híbridos procuram equilibrar a ex-
ser discutidas em sala de aula. perimentação com a dedução, invertendo a ordem
XVII

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tradicional: experimentamos, entendemos a teoria a descoberta e o desenvolvimento de suas habilidades
e voltamos para a realidade (indução-dedução, com pessoais (de fala, escrita, produção audiovisual, ex-
apoio docente). pressões artísticas, gerenciamento, liderança etc.).
A aprendizagem é ativa e significativa quando Dessa forma, as metodologias ativas devem ser uti-
avançamos em espiral, de níveis mais simples para lizadas com o intuito de engajar os estudantes e tornar
mais complexos de conhecimento e competência a aprendizagem mais significativa em sala de aula, pro-
em todas as dimensões da vida. Esses avanços rea- movendo o trabalho em equipe, a cooperação, a empa-
lizam-se por diversas trilhas com movimentos, tia, o pluralismo de ideias, a argumentação, o pensa-
tempos e desenhos diferentes, que se integram co- mento crítico, a curiosidade intelectual, a investigação
mo mosaicos dinâmicos, com diversas ênfases, co- científica, entre outros inúmeros aspectos.
res e sínteses, frutos das interações pessoais, so- Sabemos que, com uma mudança de postura do pro-
ciais e culturais em que estamos inseridos. fessor e seu olhar direcionado às necessidades e anseios
[...] de cada estudante, é possível reconfigurar a prática pe-
MORAN, José. Metodologias ativas para uma aprendizagem mais profunda.
In: BACICH, Lilian; MORAN, José (org.). Metodologias ativas para uma educação
dagógica para tornar a aprendizagem mais significativa,
inovadora: uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018. p. 2. por isso, apresentamos a seguir algumas das estratégias
mais recorrentes nesta coleção, o que não inviabiliza
Com relação às tecnologias e ao hibridismo, o autor
que você utilize em suas aulas outras estratégias que
ainda afirma:
sejam condizentes com o perfil de seus estudantes.
[...] As metodologias ativas dão ênfase no papel pro-
tagonista do aluno, ao seu envolvimento direto, Gallery walk
participativo e reflexivo em todas as etapas do pro- (Caminhada na galeria)
cesso, experimentando, desenhando, criando, com
A estratégia contempla a aprendizagem por meios
orientação do professor; a aprendizagem híbrida
de diferentes recursos, como a investigação, a leitura, a
destaca a flexibilidade, a mistura e compartilha-
troca de ideias com os pares, a escrita e elaboração de
mento de espaços, tempos, atividades, materiais,
materiais visuais. Cada indivíduo compreende melhor
técnicas e tecnologias que compõem esse processo
certos tipos de informação (visuais, sonoras, táteis
ativo. Híbrido, hoje, tem uma mediação tecnológica
etc.), portanto, é necessário que, em uma aula, sejam
forte: físico-digital, móvel, ubíquo, realidade física
usados diferentes estímulos para conduzir estudantes
e aumentada, que trazem inúmeras possibilidades
de diferentes perfis na construção do objeto do conhe-
de combinações, arranjos, itinerários, atividades.
cimento. Essa estratégia prevê a execução de uma sé-
[...] rie de atividades que auxiliam o professor a promover
Metodologias ativas são estratégias de ensino essa diversidade de experiências, além de levar os es-
centradas na participação efetiva dos estudantes tudantes a desenvolver o poder de síntese.
na construção do processo de aprendizagem, de Essa estratégia consiste, basicamente, em expor os
forma flexível, interligada e híbrida. As metodolo- trabalhos (que podem ser o resultado de uma pesquisa
gias ativas, num mundo conectado e digital, ex- – individual ou coletiva –, produção textual, atividade
pressam-se por meio de modelos de ensino híbri-
avaliativa, entre outros) como se fossem obras de arte
dos, com muitas possíveis combinações. A junção
em uma galeria: os estudantes produzem cartazes e os
de metodologias ativas com modelos flexíveis e hí-
fixam nas paredes da sala de aula. Em seguida, a turma
bridos traz contribuições importantes para o dese-
caminha por ela analisando os trabalhos dos colegas e
nho de soluções atuais para os aprendizes de hoje.
conversando sobre eles.
MORAN, José. Metodologias ativas para uma aprendizagem mais profunda. In: BACICH,
Lilian; MORAN, José (org.). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma Nas aulas do componente curricular de Língua Por-
abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018. p. 4.
tuguesa, é possível empregar essa estratégia em diver-
O que se pretende com a utilização de metodologias sos momentos, como na socialização de produções
ativas na educação é conduzir os estudantes para o textuais, na apresentação do resultado das atividades
centro do processo de ensino-aprendizagem, conferin- de pesquisa, na sistematização ou revisão de conteú-
do-lhes mais autonomia quanto aos assuntos e conte- dos, entre outros. Ao final da atividade, é sempre inte-
údos que deseja estudar e em formatos que favoreçam ressante promover um encerramento reunindo a tur-
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ma toda para uma discussão acerca do próprio traba- Momento da abordagem
lho e do dos colegas. Com isso, é possível detectar pos-
síveis erros de compreensão e sanar dúvidas. • Início da aula ou abordagem de algum conteúdo,
como avaliação diagnóstica.
Confira a seguir um resumo do passo a passo dessa
estratégia. • Durante a aula ou ao final da abordagem do con-
teúdo, como avaliação formativa.
1º momento
Objetivo
Os estudantes elaboram cartazes com as princi-
pais ideias do tema ou conteúdo proposto. • Explorar os conhecimentos prévios dos estudantes.
• Verificar a compreensão do conteúdo estudado.
2º momento • Identificar dúvidas ou dificuldades.
Os cartazes são afixados na sala de aula, como
obras de arte em uma galeria. Exemplo
Os estudantes circulam, analisando o trabalho • O que você entende por argumentação?
dos colegas, refletindo e conversando sobre as in- • Dê um exemplo de texto jornalístico.
formações expostas.

3º momento Quick writing (Escrita rápida)


A turma é reunida e os estudantes discutem o Estratégia que consiste na escrita rápida e curta sobre
próprio trabalho e o dos colegas, esclarecendo um tema em um tempo breve determinado pelo profes-
eventuais dúvidas e promovendo um debate geral sor. Serve tanto para ativar conhecimentos prévios quan-
acerca da atividade. to para auxiliar na fixação e esclarecimento de ideias.
Além disso, ajuda os estudantes a desenvolver a fluência
na escrita e a capacidade de síntese. A principal diferença
One-minute paper entre essa e a estratégia One-minute paper é o tempo:
(Papel de um minuto) nesse, caso, o tempo máximo é de cinco minutos.
A estratégia pode ser utilizada no momento da ava- Uma das vantagens dessa estratégia é que ela favo-
liação diagnóstica ou formativa ou ao longo do traba- rece estudantes que não se sentem seguros para se
lho com os conteúdos. Consiste na escrita rápida, em expor oralmente. Não é necessário que o texto criado
um minuto, a respeito dos conhecimentos prévios so- seja compartilhado com os colegas, mas após a realiza-
bre determinado tema ou conteúdo (no caso da avalia- ção da atividade, os estudantes podem ser orientados
ção diagnóstica) ou conceitos, respostas, opiniões, a discutir as ideias registradas em grupos ou duplas.
considerações, dúvidas com relação a um conteúdo re- Até que os estudantes se familiarizem com essa es-
centemente visto (no caso da avaliação formativa ou tratégia, de início, oriente-os a escrever as primeiras
durante o trabalho com os conteúdos). ideias que surgirem em sua mente. Com o tempo, eles
Essa atividade pode ser feita utilizando tiras de pa- poderão concentrar-se mais facilmente no tema pro-
pel, nas quais os estudantes devem escrever, em um posto e registrar o que pensam com maior clareza.
minuto, o que é solicitado e entregar, sem identifica-
ção, ao professor, que terá a opção de abordar coletiva- Think-pair-share
mente os aspectos verificados nessas contribuições. (Pensar-conversar-compartilhar)
No caso de usá-la como avaliação diagnóstica, estru- Trata-se de uma estratégia que incentiva o desen-
ture a aula do conteúdo a ser estudado de forma a não volvimento de diferentes habilidades dos estudantes,
repetir o que os estudantes já sabem. Se essa estratégia como refletir, dialogar e expor-se oralmente, sendo
servir como avaliação formativa, elabore atividades es- também uma excelente ferramenta para avaliação
pecíficas para atender às dificuldades identificadas. diagnóstica e formativa.
Confira a seguir um resumo do passo a passo dessa Essa estratégia consiste em, primeiro, pensar indivi-
estratégia. dualmente a respeito de uma pergunta feita pelo pro-
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fessor. Depois, em duplas, os estudantes devem com- Antes de colocar essa estratégia em prática, é im-
partilhar suas respostas e trocar informações sobre as portante esclarecer à turma como se dará a atividade,
ideias que tiveram, buscando juntos chegar a uma res- certificar-se de que todos a entenderam (exemplificar
posta para a questão. Por fim, devem socializar com um a estratégia com dois voluntários pode ser uma opção)
grupo maior ou com toda a turma as conclusões da du- e buscar formar duplas que se complementem (um es-
pla e elaborar uma nova resposta ou conclusão coletiva. tudante que fale pouco com outro que se expresse
É interessante empregar essa estratégia com estu- mais; um que domine mais o conteúdo com outro que
dantes mais tímidos e que não se sentem à vontade demonstre ter mais dificuldade etc.), associando estu-
para compartilhar suas respostas com a turma toda, dantes de diferentes perfis.
pois antes de se exporem ao grupo maior, há o mo-
mento de troca de ideias com um colega de turma. Brainstorming
Nas aulas do componente curricular de Língua Por- (Tempestade de ideias)
tuguesa, essa estratégia pode ser usada nas seções Essa estratégia consiste na exposição de ideias a
avaliativas, ao longo do desenvolvimento dos conteú- respeito de um conteúdo, assunto ou problema, de for-
dos, durante a leitura para elaborar hipóteses com re- ma livre e espontânea. É importante que o professor
lação ao texto e em diversos outros momentos em que certifique-se de que os estudantes se sintam à vonta-
o professor julgar pertinentes. de para falar sem vergonha ou medo de errar, pois o
Confira a seguir um resumo do passo a passo dessa objetivo é que uma ideia “puxe” outra, para que, juntos,
estratégia. eles cheguem às conclusões necessárias.
É interessante que, durante o brainstorming, as
THINK ideias mencionadas sejam anotadas – na lousa, no ca-
O professor faz uma pergunta que derno ou em uma folha avulsa – para que nada seja
conduza os estudantes a uma reflexão e perdido. Após esse primeiro momento, o grupo deve
solicita-lhes que pensem individualmen- analisar e organizar as ideias levantadas.
te sobre ela. Essa estratégia favorece o trabalho em grupo, a
coo­peração, a empatia e a criatividade dos estudantes.
PAIR
Nas aulas do componente curricular de Língua Portu-
guesa, essa estratégia pode ser usada em atividades
Os estudantes reúnem-se em duplas para
coletivas, como produções de texto, para definir títulos
trocar ideias sobre a resposta.
e slogans, por exemplo, e em momentos de avaliação
diagnóstica ou formativa e em atividades que exigem
SHARE conversa e troca de ideias.
As duplas reúnem-se em grupos maiores ou to-
Sala de aula invertida
da a turma se reúne para compartilhar as respos-
tas. O grupo discute as respostas de cada dupla e A estratégia é desenvolvida ao sugerir aos estudan-
elabora uma nova resposta coletiva, com base nas tes projetos, pesquisas, leituras específicas ou até a vi-
conversas e conclusões anteriores. sualização de um vídeo com o objetivo de que eles che-
guem à sala de aula com algumas informações sobre o
conteúdo ou tema a ser estudado. Dessa maneira, você
Turn and talk (Vire e fale) pode lançar um tema ou assunto a ser pesquisado, de
Com base em uma pergunta motivadora ou em um acordo com o perfil e a autonomia dos estudantes, que
assunto previamente definido pelo professor, em duplas, se empenham na busca pelas informações utilizando
os estudantes são convidados a conversar. Essa estraté- as Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação
gia é propícia ao desenvolvimento da exposição oral, do (TDIC), somadas aos recursos físicos, como livros, enci-
intercâmbio conversacional e da escuta ativa, podendo clopédias, dicionários, combinando aos seus conheci-
ser usada como avaliação formativa. A vantagem dela é mentos prévios e estratégias particulares de estudo.
proporcionar a toda a turma a chance de responder ao Outra forma de desenvolver essa estratégia é direcio-
questionamento ou comentar o assunto proposto. nando aos estudantes a leitura de parte do material
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didático antecipadamente, indicando a eles que assis- A presença das TDIC ampliou a gama de elementos
tam a um vídeo ou entregando alguns textos previa- disponíveis para enriquecer o trabalho em sala de aula,
mente selecionados para que leiam e destaquem suas que há muito tempo já contava com recursos tecnoló-
dúvidas ou percepções. Em sala de aula, eles comparti- gicos como televisão, filmes, músicas e projeções.
lham suas descobertas, impressões, conclusões e dúvi- O uso de tecnologias em sala de aula potencializa o
das com a turma sob sua monitoração. processo de aprendizagem, favorecendo a interação
A sala de aula invertida é um ambiente de interação entre professor, estudante e conhecimento. Além dis-
resultante da participação, da troca, da síntese e da dis- so, utilizar a internet, os recursos e as ferramentas tec-
cussão entre colegas com a supervisão do professor, que nológicas transforma a escola em um espaço aberto,
passa a assumir o papel de orientador e tutor. Aos estu- conectado com o mundo, capaz de promover trocas de
dantes cabe a responsabilidade pelo estudo antecipado, experiências entre professores e estudantes de outras
tendo de buscar fontes confiáveis para a pesquisa. Em localidades.
sala de aula, a cooperação entre eles e sua mediação tor- É importante ressaltar, porém, que o uso de TDIC é
nam o processo mais criativo e enriquecedor. No traba- um instrumento para o processo de ensino-aprendiza-
lho com o componente curricular de Língua Portuguesa, gem, e não o foco. A lousa, o giz e o professor compar-
você pode solicitar aos estudantes que leiam os textos tilham espaço na sala de aula com televisores, CDs,
das seções Leitura e Outra leitura antes da aula, e pedir- DVDs, computadores, softwares, lousas digitais e proje-
-lhes que pesquisem as características dos gêneros a se- tores multimídia e não reduzem o papel da escola ou
rem estudados, assistam aos vídeos e filmes sugeridos do professor na educação.
para enriquecer discussões em momentos específicos,
pesquisem textos jornalístico-midiáticos atuais, conside- [...] Os recursos semióticos que encontramos nas
rando o gênero em estudo, entre outras atividades. telas dos computadores são basicamente os mes-
mos que podemos encontrar em uma sala de aula
convencional: letras e textos escritos, imagens es-
Recursos didáticos táticas ou em movimento, linguagem oral, sons,
dados numéricos, gráficos, etc. A novidade, em
O uso de recursos didáticos variados propicia maior di- resumo, está realmente no fato de que as TIC digi-
nâmica em sala de aula, além de possibilitar aos estudan- tais permitem criar ambientes que integram os
tes acesso à informação por meio de diferentes linguagens, sistemas semióticos conhecidos e ampliam até li-
desenvolvendo assim estratégias de aprendizagem diver- mites inimagináveis à capacidade humana de (re)
sas. Afinal, realizar uma pesquisa em um livro é diferente apresentar, processar, transmitir e compartilhar
de pesquisar um conteúdo em uma revista ou na internet, grandes quantidades de informação com cada vez
ainda que seja sobre o mesmo assunto; ler uma imagem é menos limitações de espaço e de tempo, de forma
diferente de ler um texto verbal e assim por diante. quase instantânea e com um custo econômico ca-
Dessa maneira, é importante compreender quais da vez menor.
recursos podem ser utilizados em sala de aula e como [...]
esse uso pode efetivamente auxiliar os estudantes a COLL, César; MAURI, Teresa; ONRUBIA, Javier. A incorporação das
ser protagonistas de seu aprendizado. tecnologias da informação e da comunicação na educação: do projeto
técnico-pedagógico às práticas de uso. In: COLL, César; MONEREO, Carles.
Psicologia da educação virtual: aprender e ensinar com as tecnologias da
Tecnologias Digitais da informação e da comunicação. Porto Alegre: Artmed, 2010. p. 76.

Informação e Comunicação Ao longo da coleção, é possível encontrar sugestões


A tecnologia faz parte da evolução do ser humano e de como aproveitar as novas ferramentas e recursos
da história da humanidade. Atualmente, temos as Tec- tecnológicos multimidiáticos e multimodais, presentes
nologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC), no dia a dia dos estudantes, para ampliar o campo da
que modificam as noções de tempo e espaço e influen- educação e torná-la mais significativa e prazerosa, um
ciam diretamente as relações humanas. Elas permitem desafio para a formação das novas e futuras gerações.
o processamento de qualquer tipo de informação, e a É inegável que a educação seja influenciada pela
comunicação ocorre em tempo real mesmo entre pes- tecnologia e pelas diferentes formas de comunicação,
soas distantes geograficamente. assim como não é possível desvincular o ensino da co-
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municação em massa, seja ela impressa ou digital. Se políticos e econômicos. Trata-se de um veículo de co-
julgar pertinente, acesse com os estudantes a versão municação capaz de auxiliar na formação de cidadãos
digital-interativa desta coleção, que contém alguns ob- críticos.
jetos de enriquecimento que complementam o mate- O trabalho com jornais na escola desenvolve nos es-
rial impresso e poderão tornar as aulas mais atrativas tudantes habilidades como: identificar, relacionar,
e interessantes. combinar, comparar, selecionar, classificar e ordenar,
codificar, esquematizar, reproduzir, transformar, me-
Televisão e cinema morizar, conceituar, criar e reaplicar conhecimentos.
A televisão e o cinema podem ser utilizados para Esse trabalho também promove a capacidade de indu-
mostrar fatos históricos, construção de conceitos cien- ção, dedução, levantamento e verificação de hipóteses,
tíficos e conceitos errôneos presentes em muitas ideias além do desenvolvimento da criticidade diante das
de senso comum. Os filmes e os programas de televi- fake news (notícias falsas) e da importância da busca
são têm em comum o aspecto motivador e podem ser por fontes seguras e confiáveis, além da checagem dos
utilizados de forma contextualizada, complementando fatos e da curadoria da informação.
os conceitos científicos do currículo escolar. Ao longo As revistas especializadas (História, Ciências, Lin-
da coleção são encontradas orientações de trabalho guística, Arte) geralmente têm uma preocupação com
com essas ferramentas. o caráter didático de suas reportagens, que facilita a
compreensão e aumenta o comprometimento com o
Artes gráficas e literatura assunto estudado. Elas são indicadas tanto para a sua
O trabalho com leitura de imagens é extremamente leitura quanto para a dos estudantes, sempre que o
importante e pode ser utilizado em diferentes mo- momento for propício.
mentos. O próprio material didático apresenta fotogra-
fias, pinturas, ilustrações, entre outras imagens que Práticas de pesquisa
podem ser exploradas em sala de aula, considerando
sempre que possível o contexto em que a imagem foi Nesta coleção, em vários momentos, os estudantes
produzida, a técnica utilizada, o artista que a produziu são instruídos a realizar pesquisas, tanto individuais
(quando for o caso) e o objetivo da imagem (apresen- quanto coletivas. Para que a pesquisa escolar obtenha
tar uma crítica social, expressar um sentimento, retra- resultados satisfatórios, existem algumas etapas im-
tar um momento etc.). portantes que devem ser seguidas sempre que possí-
Outra possibilidade é o trabalho com literatura, que, vel: definição do tema, planejamento, coleta de dados,
além de incentivar a leitura, permite aos estudantes análise e interpretação dos dados, produção do texto,
desenvolver a criatividade e a imaginação. É importan- revisão, socialização.
te conhecer o contexto da obra (autor, época, público) A pesquisa incentiva os estudantes a analisar a rea-
antecipadamente, para que, dessa forma, o conteúdo lidade e a levantar hipóteses para explicá-la e/ou mo-
se torne mais instigante. Essas informações de contex- dificá-la, instigando sua curiosidade intelectual, a re-
to podem ser pesquisadas por eles, permitindo usar a flexão sobre seu contexto de vida, suas experiências
estratégia sala de aula invertida, ou podem ser apre- pessoais e seu projeto de vida. Além disso, aproxima-
sentadas por você antes de realizar a leitura da obra. -os do saber científico, que lhes permite o contato com
Atividades como essas auxiliam no desenvolvimento o pluralismo de ideias, o desenvolvimento do pensa-
da competência leitora. mento crítico e, futuramente, facilitará sua inserção no
mundo do trabalho.
Jornais e revistas A internet é uma das principais ferramentas utiliza-
Ler jornais – impressos ou digitais – oferece diver- das por eles quando se trata de pesquisa. Para desen-
sos benefícios ao trabalho em sala de aula, pois além volver essa prática com os estudantes, é necessário
de contribuir para o desenvolvimento da competência atentar à restrição de alguns conteúdos para determi-
leitora, o jornal é uma importante fonte de informa- nadas faixas etárias, de acordo com critérios éticos e
ções atuais. Nele estão registradas informações, opi­ legais. Ao solicitar a eles a pesquisa na internet, é pre-
niões, fatos históricos, descobertas científicas e conflitos ciso orientá-los em relação aos cuidados que devem
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ter nas redes e em acessar fontes confiáveis e adequa- ponsável por verificar a validade dele para a sua pes-
das à faixa etária. A supervisão do professor ou dos quisa. Esse tipo de pesquisa, muitas vezes, é usado
responsáveis é imprescindível para o uso dessas tec- como um complemento à revisão bibliográfica, refor-
nologias de forma crítica, significativa, reflexiva e ética. çando a relevância das fontes secundárias pesquisa-
Visando ampliar a perspectiva dos estudantes a das. Durante a pesquisa, os estudantes devem regis-
respeito do fazer científico, são trabalhadas nesta cole- trar as informações selecionadas.
ção noções introdutórias das seguintes práticas de Assim como a revisão bibliográfica, essa prática de
pesquisa: revisão bibliográfica; análise documental; pesquisa pode ser usada em diferentes momentos. É
construção e uso de questionários; estudo de recepção; interessante empregá-la para analisar obras literárias
observação, tomada de nota e construção de relató- e imagéticas, nas seções Leitura, Outra leitura e Inte-
rios; entrevistas e análise de mídias sociais. ração entre os textos, e também para explorar os li-
Ao longo das orientações ao professor, essas práticas vros e filmes sugeridos nos boxes ao longo do material,
de pesquisa são indicadas em momentos específicos e além de áudios e documentos históricos, por exemplo.
propícios, mas o professor tem a liberdade para empre-
gá-las em outros momentos do livro que julgar pertinen- Construção e uso de questionários
tes e também em outras atividades que dispensem o uso Constituídos de um conjunto de questões (abertas
do livro didático, de acordo com o perfil de sua turma. ou fechadas), os questionários são ótimas ferramentas
Conheça a seguir um pouco mais sobre cada uma delas. quando se quer obter informações diretamente de um
público específico. Ao construir um questionário, o
Revisão bibliográfica pesquisador deve ter em mente qual é o assunto ou
A base para uma pesquisa consiste em conhecer to- tema a ser explorado, quem será seu público-alvo e de-
do o repertório de conhecimento produzido a respeito ve ter o cuidado necessário na elaboração das ques-
da questão ou problema que se quer averiguar. A revi- tões, para que sejam neutras, isto é, não podem induzir
são bibliográfica é feita, principalmente, por meio da as respostas dos entrevistados. As perguntas também
escolha de fontes confiáveis e da identificação de con- devem seguir uma sequência predeterminada pelo
ceitos e palavras-chave a fim de distinguir, na biblio- pesquisador (das mais gerais para as mais específicas).
grafia disponível, o que é relevante para a investigação Ao finalizar a construção do questionário, é interessan-
do que não é. Ao desenvolver esse tipo de pesquisa, é te que o pesquisador faça o “pré-teste”, ou seja, após
importante que os estudantes pesquisem fontes re- alguns dias, ele mesmo deve ler o questionário e tentar
centes e atualizadas sobre o tema e também os auto- respondê-lo para verificar se é preciso algum ajuste.
res clássicos e canônicos. Em seguida, devem registrar Após a aplicação do questionário, deve ser feita a aná-
as informações selecionadas para apresentar à turma. lise dos dados de acordo com o objetivo da pesquisa e,
Essa prática de pesquisa pode ser usada em mo- por fim, a apresentação deles.
mentos diversos, por exemplo, nas seções Produção Essa prática de pesquisa pode ser usada pelos estu-
escrita e Produção oral quando os estudantes preci- dantes em contextos de participação política e social,
sam fazer uma pesquisa para produzir um texto de di- por exemplo, para saber a opinião da comunidade es-
vulgação científica ou um vlog científico. Também po- colar com relação à criação de um grêmio estudantil ou
de ser usada nas seções Conexões e Atitude Cidadã a para fazer um levantamento de problemas a fim de
fim de ampliar a discussão de temas relevantes. escrever uma carta de solicitação ou reclamação ende-
reçada à direção ou coordenação da escola, proposta
Análise documental na seção Produção de texto.
Diferentemente da revisão bibliográfica, na qual os
estudantes devem buscar fontes secundárias, ou seja,
Estudo de recepção
estudos que já foram feitos a respeito de determinado Essa prática de pesquisa pode ser usada para anali-
tema ou obra, na análise documental se busca por fon- sar e compreender como é a recepção de uma obra cul-
tes primárias, como correspondências, filmes, livros, tural ou produto midiático por parte de um público es-
gravações de áudio etc. Nesse caso, não há análise pro- pecífico, considerando esse processo como uma forma
duzida para esses objetos, sendo o pesquisador o res- de interação social. Para tanto, essa metodologia pode
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se valer de outras práticas de pesquisa, como a entre- pesquisa realizada por meio da entrevista devem ser
vista, o questionário e a observação. compartilhadas com a turma.
O estudo de recepção pode ser usado quando o ob- Além de estar presente nas seções Leitura, Outra
jeto de estudo apresentado no Livro do Estudante é leitura, Produção escrita e Produção oral, como gêne-
uma obra de arte, um filme, uma letra de música ou um ro a ser lido e produzido, é possível solicitar aos estu-
texto dramático, por exemplo. Para além do livro didá- dantes que façam entrevistas durante a produção de
tico, pode-se estudar a recepção de filmes, programas outros textos jornalísticos, como notícias e reporta-
de televisão, música, videoclipes, programas de rádio, gens, e em outras atividades investigativas.
moda, dança, cinema, teatro e outros produtos da in-
dústria cultural. Análise de mídias sociais
As mídias sociais têm cada vez mais ganhado desta-
Observação, tomada de nota que em nossa sociedade, permitindo a interação entre
e construção de relatórios as pessoas e o compartilhamento de conteúdos. Par-
A observação científica é diferente daquela que tindo de seu caráter democrático de participação, é
procedemos habitualmente. O investigador busca a to- pertinente analisar suas métricas verificando de que
do o momento estar integralmente nas situações que maneira o público tem reagido às publicações divulga-
envolvem a pesquisa (ambiente físico e humano, pro- das nelas. Termos como alcance (mede quantas pesso-
blemas, fatos, histórias etc.), refletindo e atentando as recebem uma publicação) e engajamento (mede o
aos detalhes que o circundam. De modo a não confiar número de curtidas, compartilhamentos e comentá-
apenas em sua memória ou no que lhe marca no mo- rios de uma publicação) já circulam entre os jovens e
mento, é necessária a tomada de nota. Por fim, com são algumas das métricas utilizadas para saber se de-
base nas anotações, deve ser feita a construção do re- terminada publicação alcançou ou está alcançando os
latório, cujo objetivo é socializar o resultado da pesqui- resultados esperados.
sa/investigação. Os relatórios de pesquisa devem ser Essa prática de pesquisa pode ser usada ao explo-
escritos em registro formal e costumam seguir uma rar com a turma gêneros midiáticos, como notícias e
estrutura determinada (folha de rosto, sumário, intro- reportagens publicadas na internet e posts em redes
dução, desenvolvimento, conclusão, recomendações, sociais. Outra atividade em que pode ser empregada a
referências e anexos). análise de mídias sociais é quando se trabalha com os
Essa prática de pesquisa pode ser usada ao se de- estudantes a disseminação de fake news (notícias fal-
senvolver, por exemplo, experimentos científicos, per- sas) na internet, solicitando que façam a análise do
mitindo o trabalho com o gênero textual relatório de poder de alcance dessas notícias. Além disso, quando
experimento. eles compartilham suas produções textuais em blogs
e redes sociais, eles podem analisar as métricas de
Entrevistas suas publicações.
A entrevista é um gênero textual que faz parte dos
objetos de ensino de Língua Portuguesa, portanto, os
estudantes costumam ter certa familiaridade com ela.
Pensamento
Enquanto prática de pesquisa, as entrevistas possibili- computacional
tam a interação entre o pesquisador e o entrevistado.
Ela é guiada por um roteiro, contudo, como é esperado Vivemos em um mundo cada vez mais tecnológico e
em qualquer relação humana, não pode ser determina- conectado, e a necessidade de acompanhar todas es-
da por ele. Ao estar diante do entrevistado, o entrevis- sas transformações impulsionou o uso das Tecnologias
tador deve saber que postura assumir (não julgar qual- Digitais da Informação e Comunicação (TDIC) como re-
quer resposta obtida), como abordar o assunto, que cursos pedagógicos. Diante desse cenário, é imprescin-
registro utilizar (mais formal ou mais informal), de que dível o desenvolvimento do pensamento computacio-
modo deixar a pessoa à vontade para falar e diversos nal, que se constitui na utilização de fundamentos e
outros fatores relacionados ao ato conversacional em conceitos da Ciência da Computação para resolver pro-
si. Por fim, as percepções e conclusões a respeito da blemas cada vez maiores e mais complexos.
XXIV

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Pensamento computacional baseia-se no poder e
Pensamento Pensamento computacional
limites de processos computacionais, sejam eles computacional plugado desplugado
executados por um humano ou por uma máquina.
• Atividades de • Atividades práticas, de pesquisa
Métodos e modelos computacionais nos dão a cora-
pesquisa e investigativas.
gem para resolver problemas e projetar sistemas na internet. • Atividades de produção de
que nenhum de nós seria capaz de enfrentar sozi- • Atividades de análise texto escrito que envolvem
nhos. [...] de mídias sociais. planejamento, pesquisa,
WING, Jeannette. Pensamento computacional: um conjunto de atitudes e • Leitura de textos produção, revisão e edição.
habilidades que todos, não só cientistas da computação, ficaram ansiosos para
aprender e usar. Revista Brasileira de Ensino de Ciência e Tecnologia, Ponta Grossa, multissemióticos e • Atividades de produção de texto
v. 9, n. 2, p. 2, maio/ago. 2016. Disponível em: https://periodicos.utfpr.edu.br/rbect/ hipermidiáticos, próprios oral, que envolvem planejamento,
article/download/4711/pdf. Acesso em: 30 maio 2022.
da cultura digital. como dramatização ou
• Uso de softwares ou organização de sarau.
É importante assinalar que para desenvolver o pen-
aplicativos de edição • Atividades de análise linguística,
samento computacional não é indispensável o uso do
de texto, imagem em que é possível desenvolver o
computador, havendo o pensamento computacional e vídeo. reconhecimento de padrões.
plugado (aquele que exige o uso de ferramentas tecno-
lógicas, como softwares e aplicativos) e o desplugado Há outros momentos em que é possível explorar
(aquele que não exige o uso de ferramentas tecnológi- conceitos do pensamento computacional na aborda-
cas, mas de materiais impressos, como o próprio livro gem de conteúdos do componente curricular de Língua
didático). Portuguesa. Exemplificamos no quadro a seguir algu-
O pensamento computacional designa um mecanis- mas dessas possibilidades.
mo de atuação que pode ser reproduzido quando te-
mos em mente seus quatro pilares: decomposição, re- Conceitos de
conhecimento de padrões, abstração e algoritmo. Con- pensamento Língua Portuguesa
computacional
fira uma breve explicação de cada um deles a seguir.
Identificar padrões em diferentes
Aquisição exemplares de um mesmo gênero
Decomposição de dados textual; pesquisar e coletar informações
Dividir um problema em partes meno- para discutir sobre algum tema proposto.
res para compreendê-lo e resolvê-lo mais Representar padrões de diferentes
Análise
elementos de composição de um
facilmente. de dados
gênero textual.
Produzir um novo exemplar do gênero
Representação
Reconhecimento de padrões textual, colocando em prática o que
de dados
foi estudado.
Comparar uma dessas partes com proble-
Compreender metáforas, hipérboles e
mas parecidos que foram solucionados, reco- Abstração
outras figuras de linguagem.
nhecendo semelhanças.
Descrever o passo a passo necessário
Algoritmos e
para produzir um exemplar de
procedimentos
determinado gênero textual.
Abstração
Paralelismo Utilizar o corretor ortográfico.
Extrair dessa comparação informações rele-
vantes para a solução do problema. Simulação Encenar um texto.
Fonte: BRACKMANN, Christian Puhlmann. Desenvolvimento do pensamento
computacional através de atividades desplugadas na educação básica. Tese
(Doutorado em Informática na Educação) – Universidade Federal do Rio Grande
Algoritmos do Sul, Centro de Estudos Interdisciplinares em Novas Tecnologias na Educação,
Programa de Pós-Graduação em Informática na Educação, Porto Alegre, 2017.
Elaborar e seguir um passo a passo ou um con- Disponível em: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/172208. Acesso em: 3 maio 2022.
junto de regras para a solução do problema.
A BNCC orienta a incorporação de tecnologias digitais
por meio da competência geral 5, da competência espe-
Esta coleção proporciona o uso tanto do pensamen- cífica de Linguagens 6 e da competência específica de
to computacional plugado quanto do desplugado. Con- Língua Portuguesa 10. Além disso, segundo a BNCC, o
fira a seguir algumas sugestões de abordagens. pensamento computacional
XXV

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[...] envolve as capacidades de compreender, anali- com as páginas de abertura, ao explorar os gêneros a
sar, definir, modelar, resolver, comparar e automa- serem estudados, e no início de cada conteúdo.
tizar problemas e suas soluções, de forma metódica A avaliação formativa deve ser utilizada durante todo
e sistemática, por meio do desenvolvimento de al-
o processo de ensino-aprendizagem, pois está relaciona-
goritmos [...]
da aos aspectos que proporcionam a formação dos estu-
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular.
Versão final. Brasília: MEC, 2018. p. 474. Disponível em: http://basenacionalcomum. dantes e, por esse motivo, considera o processo de apren-
mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 11 fev. 2022.
dizagem tão importante quanto aquilo que se aprende.
Percebe-se, então, que o objetivo pretendido não é só A avaliação formativa privilegia a observação do
proporcionar o contato dos estudantes com ferramentas processo ensino-aprendizagem por meio de diver-
digitais, mas torná-los capazes de entender a estrutura sos instrumentos que podem ser utilizados para ve-
desse mundo tecnológico e de atuar nele, de maneira crí- rificar o alcance dos objetivos almejados, o domínio
tica, reflexiva e ética. Sem dúvida, isso os auxiliará em ou- do conhecimento, os avanços, as dificuldades em
tros contextos, fora do ambiente escolar, no estabeleci- que o aluno necessita de uma nova abordagem. O
mento e na realização de seus projetos de vida. erro é visto como parte integrante de uma cami-
nhada e revela a necessidade interventiva em de-
terminado conteúdo ou em dado momento.
A avaliação
[...]
GAVASSI, Susana Lisboa. Avaliação formativa: um desafio aos
A importância da avaliação professores das séries finais do ensino fundamental. Trabalho de Conclusão
de Curso (Especialização em Educação: Métodos e técnicas de ensino) –
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Medianeira, 2012. p. 21.
A avaliação é um instrumento essencial para siste-
matizar e orientar as ações pedagógicas do professor Diversas atividades do Livro do Estudante podem ser
com base no diagnóstico e na análise do desenvolvi- utilizadas como avaliação formativa, como as propostas
mento dos estudantes. na subseção Praticando das seções A língua em estudo e
Reforçamos também que, além de a avaliação ser Ampliando a linguagem, além das atividades relaciona-
importante, seu processo deve ser contínuo e não se das à leitura e interpretação, atividades de produção es-
restringir a resultados ou a momentos definidos e es- crita e oral, entre outras. No Manual do Professor, tam-
tanques, pois ela diagnostica os reais problemas e de- bém são sugeridas atividades extras, que podem desem-
fasagens na aprendizagem dos estudantes e colabora penhar essa função. A seção Ponto de verificação pode
para a evolução de seu conhecimento. ser usada tanto como avaliação formativa quanto soma-
Assim, professores e estudantes participam da ava- tiva, a depender dos seus objetivos no planejamento das
liação, que só acontece efetivamente se as dificuldades, aulas. Nela, os estudantes são convidados a examinar o
os erros e acertos fizerem sentido para ambos, como que aprenderam durante o estudo da unidade e também
uma via de mão dupla para o ensino e a aprendizagem. a refletir, com base nessas informações, sobre seu papel
Dentro de sua atuação em sala de aula, podem ser no processo, avaliando o que é necessário melhorar.
desenvolvidos três tipos de avaliação: diagnóstica, for- A avaliação somativa, por sua vez, pretende ajuizar
mativa e somativa. o progresso realizado pelo estudante no final de uma
A avaliação diagnóstica deve ser realizada a cada unidade de aprendizagem, no sentido de aferir resulta-
início de um ciclo de estudos, com o objetivo de sondar dos já colhidos pelas avaliações formativas e obter in-
os conhecimentos que os estudantes já têm sobre de- dicadores que permitam aperfeiçoar o processo de en-
terminado assunto. Essa avaliação auxilia no planeja- sino. Corresponde a um balanço final, a uma visão de
mento do seu trabalho com os próximos conteúdos, conjunto relativo a um todo sobre o qual, até então, só
pois revela um possível ponto de partida. Segundo haviam sido feitos juízos parciais. É fato que a avaliação
Santos e Varela (2007), essa etapa tem como objetivo somativa é a mais utilizada nas escolas e que, em mui-
averiguar como e em que medida ocorreram os conhe- tos casos, representa um caráter classificatório.
cimentos anteriores e o que precisa para selecionar as Nesta coleção, a seção Finalizando o trajeto funcio-
dificuldades que surgiram. na tanto como avaliação somativa ao final do ano leti-
Nesta coleção, a avaliação diagnóstica está na seção vo quanto como preparação para os exames de larga
Iniciando o trajeto, no começo de cada unidade, mas escala. Além dela, como citado anteriormente, a seção
também pode ser desenvolvida durante o trabalho Ponto de verificação pode ser utilizada também como
XXVI

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forma de avaliação somativa, pois as questões conti- Quando elaborada, aplicada e revisada corretamen-
das nela contemplam os conteúdos da unidade. te, a avaliação perde seu caráter punitivo e excludente
É importante pensar na avaliação como um processo e passa a avaliar os estudantes de maneira formativa e
que vai além de sua mera realização e que precisa ser continuada, além de possibilitar a revisão e o aprimo-
cuidadosamente elaborado. O resultado dessa avaliação, ramento da sua prática pedagógica.
por sua vez, deve ser devolvido e revisado com os estu- A seguir, apresentamos um modelo de ficha de de-
dantes, para que percebam o ensino como um processo, senvolvimento individual, que pode ser usado para
o que implica analisar os motivos de seus erros a fim de mapear tanto os conhecimentos quanto as habilida-
avançar na aprendizagem. O planejamento avaliativo de- des, atitudes e valores dos estudantes no início do pro-
ve incluir conteúdos trabalhados em sala de aula de ma- cesso de ensino-aprendizagem, auxiliando no acompa-
neira contextualizada e reflexiva, levando em considera- nhamento da aprendizagem de cada estudante ao lon-
ção o processo de aprendizagem dos estudantes. Deve, go do ano letivo e também no planejamento das aulas.
ainda, na medida do possível, conter atividades que valo- Essa ficha pode ser adaptada de acordo com as ne-
rizem diferentes formas de expressão do conhecimento cessidades de cada turma. Por exemplo, o campo dos
dos estudantes, como atividades objetivas, dissertativas, objetivos avaliados pode ser preenchido com habilida-
trabalhos em grupo, debates, e assim por diante. des e competências da BNCC ou com os objetivos de
Para que a avaliação não se torne uma forma de se- aprendizagem do ano letivo, de acordo com seu plane-
leção e exclusão, focada apenas em princípios de efici- jamento. O campo de acompanhamento socioemocio-
ência e competitividade, é importante haver um canal nal permite um diagnóstico das habilidades e compe-
de comunicação entre os estudantes e o professor. tências socioemocionais de cada estudante e também
Desse modo, os critérios da avaliação, seja ela formati- pode ser adequado da maneira que julgar melhor.
va ou somativa, precisam ser apresentados e discuti- Os campos de avaliação diagnóstica inicial e de ob-
dos antes de sua realização, para que os estudantes servações podem auxiliar no planejamento de suas au-
saibam como e sob quais aspectos serão avaliados. las, conforme o diagnóstico de sua turma.

Ficha de desenvolvimento individual


Estudante Turma
Objetivos avaliados Avaliação inicial 1º bim 2º bim 3º bim 4º bim
Ler e compreender uma notícia.
Produzir uma notícia de acordo com as características
do gênero.
Produzir uma notícia radiofônica.
Compreender o conceito de variação linguística e reconhecer
as diferentes variedades linguísticas.
Acompanhamento socioemocional Avaliação inicial 1º bim 2º bim 3º bim 4º bim
Desenvolve as atividades com autonomia?
É participativo e cooperativo nas aulas?
Trabalha bem em grupo?
Demonstra empatia e respeito com os colegas de turma e
demais pessoas de seu convívio?
Demonstra interesse com relação aos conteúdos estudados?
Avaliação diagnóstica inicial • considerações gerais

Avaliação final

Observações

Legenda
S = sim       N = não       ED = em desenvolvimento

XXVII

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Sem dúvida, o professor deve levar em conta, ainda,
o contexto das avaliações extraescolares, como o Sis- • O que estou aprendendo?
tema Nacional de Avaliação do Ensino Básico (Saeb), • O que eu aprendi?
conjunto de avaliações governamentais que medem a • De que forma eu poderia aprender melhor?
qualidade da educação básica brasileira e, em um futu- • Como eu poderia agir/participar para aprender mais?
ro próximo, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), • Como desenvolvi as tarefas e atividades solicitadas?
que, além de avaliar o desempenho dos estudantes ao • O que eu aprendi com elas?
término da educação básica, permite o ingresso em um • O que mais eu poderia aprender?
grande número de universidades.
• O que eu aprendi, com meus colegas e professo-
O alinhamento desta coleção com as competências res, a ser e a fazer?
e habilidades da BNCC, assim como a escolha dos tex- • De que forma contribuí para que todos aprendes-
tos e atividades propostas tanto no Livro do Estudante sem mais?
quanto no Manual do Professor permitem aos estu-
dantes estar preparados para esses exames de larga
escala. As avaliações diagnóstica, formativa e somativa A defasagem em
propostas ao longo da obra viabilizam um acompanha-
mento constante do professor quanto ao desenvolvi-
sala de aula
mento da turma, possibilitando intervenções estraté- Cada indivíduo aprende de um jeito. Dentro de uma
gicas para melhor condução do processo de ensino- mesma sala de aula, temos uma diversidade de estu-
-aprendizagem. dantes quando pensamos em características comporta-
mentais e cognitivas. Cada um tem uma história, que é
A autoavaliação única e decorre das particularidades de sua estrutura
A autoavaliação tem um papel fundamental na de- biológica, psicológica, familiar e sociocultural, resultan-
mocratização da avaliação. A utilização dessa ferra- do em diferenças que interferem diretamente na ma-
menta possibilita tanto a estudantes quanto a profes- neira como eles se apropriam do conhecimento na esco-
sores avaliar seu desempenho em sala de aula. la. Como salienta Bencini (2003), para entender o desen-
volvimento das crianças e dos adolescentes, é necessá-
[...]
rio considerar, por exemplo, suas experiências, o espaço
Para o aluno autoavaliar-se, é altamente favorá- onde vivem, suas práticas culturais e a forma como
vel o desafio do professor, provocando-o a refletir constroem significados. A questão norteadora do traba-
sobre o que está fazendo, retomar passo a passo lho docente deve ser: como enfrentar a heterogeneida-
seus processos, tomar consciência das estratégias de das turmas – principalmente em turmas grandes?
de pensamento utilizadas. Mas não é tarefa sim-
Tendo em vista essas condições, é importante es-
ples. Para tal, ele precisará ajustar suas perguntas e
tarmos conscientes de que os níveis de aprendizagem
desafios às possibilidades de cada um, às etapas do
em uma sala de aula serão distintos, e devemos estar
processo em que se encontra, priorizando uns e ou-
preparados para lidar com esse aspecto do trabalho
tros aspectos, decidindo sobre o quê, como e quan-
docente, de modo que o desenvolvimento dos estu-
do falar, refletindo sobre o seu papel frente à possí-
dantes não seja prejudicado. É função da escola
vel vulnerabilidade do aprendiz. [...]
HOFFMANN, Jussara Maria Lerch. Avaliar para promover: as setas [...] detectar a diversidade presente nas salas de au-
do caminho. 15. ed. Porto Alegre: Mediação, 2014. p. 60.
la e criar condições para que os conteúdos trabalha-
Portanto, ao desafiar os estudantes, o professor tam- dos, quando não são bem compreendidos, sejam
bém passa a refletir sobre sua atuação nos processos retomados em classe com novas atividades e estra-
didáticos, adequando-se às necessidades do dia a dia em tégias de ensino.
sala de aula e tomando consciência de seu papel diante [...]
FRAIDENRAICH, Verônica. O reforço que funciona. Nova Escola,
dos desafios do processo de ensino-aprendizagem. 1 out. 2010. Disponível em: https://gestaoescolar.org.br/conteudo/575/
o-reforco-que-funciona. Acesso em: 5 jun. 2022.
Confira, a seguir, sugestões de questionamentos au-
toavaliativos que podem ser apresentados aos estu- Antes mesmo de refletirmos sobre rendimento e de-
dantes. fasagem escolar, salientamos que, para um bom desem-
XXVIII

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penho dos estudantes em sala de aula, é fundamental Geralmente, o que se faz em sala de aula é desen-
que eles compreendam a importância dos estudos e volver o mesmo tipo de atividade para todos os estu-
abandonem a visão pessimista que muitos têm de que dantes. Em vários casos, alguns terminam mais rápido,
“estudar é chato”. Atividades instigantes, desafiadoras, outros precisam de mais tempo, e outros nem conse-
que colocam o estudante no centro do processo de en- guem realizar a atividade, de maneira que o objetivo de
sino-aprendizagem e que saiam da rotina contribuem ensino-aprendizagem nem sempre é atingido. Essa si-
para atrair a atenção deles e para o desenvolvimento de tuação acaba desestimulando aqueles que têm resul-
competências que favoreçam tanto sua aprendizagem tados e ritmos diferentes da maioria da classe.
quanto sua formação socioemocional. O envolvimento Uma possibilidade de auxiliar todos a atingir os ob-
da família nesse processo é de suma importância para jetivos de aprendizagem de maneira satisfatória e efi-
criar uma relação de confiança com a escola. ciente é diversificar as estratégias de ensino, respei-
O rendimento escolar dos estudantes e a possível de- tando essa diversidade de modo a potencializar as ha-
fasagem em sala de aula podem ser influenciados por bilidades de cada estudante.
aspectos cognitivos (crianças com necessidades espe- E quais são as estratégias de ensino que podem
ciais relacionadas à linguagem, à percepção ou ao racio- contribuir para corrigir as defasagens dos estudantes?
cínio, por exemplo, ou outros problemas de saúde), so- São muitas e devem variar de acordo com a realidade
cioculturais (ambiente familiar, lugar onde mora, conví- de cada comunidade escolar. No entanto, podem co-
vio social, oportunidade de desenvolvimento de ativida- meçar pelo espaço da sala de aula: em vez de trabalhar
des extracurriculares, tempo e lugar para se dedicar aos permanentemente com as carteiras enfileiradas, é
estudos em casa, relação da família com a escola e par- possível alterar a organização delas em círculo ou em
ticipação no processo de educação, entre outros) e polí- grupos, para que a interação entre os estudantes flua
tico-institucionais (legislação educacional, trabalhista e naturalmente. O importante é que a sala de aula seja
de saúde em seus diversos níveis, metodologia de ensi- um ambiente flexível. Diferentes metodologias ativas
no adotada pela escola, corpo diretivo escolar, qualifica- podem contribuir para essa diversificação de ativida-
ção e motivação dos professores, infraestrutura da es- des e estratégias.
cola etc.). Desse modo, é necessário refletirmos a respei- Também devem fazer parte da rotina os trabalhos
to das situações de ensino e aprendizagem que podem em grupos, em duplas e individuais. Para cada um de-
detectar os tipos de defasagens dos estudantes. les, é possível desenvolver diferentes habilidades. Ao
É preciso, ainda, considerar os efeitos resultantes da propor trabalhos em duplas ou em grupos, é importan-
pandemia de covid-19, vivenciada recentemente, na apren- te misturar estudantes de diferentes perfis e que te-
dizagem dos estudantes. As diferentes realidades das ins- nham diferentes níveis de aprendizagem, pois, no tra-
tituições escolares brasileiras dificultaram ainda mais o balho colaborativo, eles aprendem mais do que apenas
nivelamento da frequência e dos conteúdos das aulas re- o conteúdo em estudo. Quando se ajudam, eles desen-
motas ou híbridas. Apesar dos esforços para minimizar volvem competências como organização, liderança,
essa defasagem, estudos realizados ainda em 2021 mos- coo­peração, respeito, paciência e empatia, além de cer-
traram que os estudantes brasileiros apresentaram até tamente melhorar suas habilidades de comunicação.
quatro anos de defasagem educacional. Nesse contexto, é Em outros momentos, concentrar nos grupos estudan-
importante considerar não só a defasagem com relação tes com níveis de aprendizagem semelhantes é rele-
aos conteúdos, mas também a relacionada ao desenvolvi- vante para dar a atenção necessária, e de maneira inte-
mento socioemocional dessas crianças e adolescentes. grada, para o grupo. Já os trabalhos individuais permi-
Para conhecer os níveis de aprendizagem dos estu- tem a eles momentos de autonomia, responsabilidade,
dantes e detectar uma possível defasagem, as ferramen- autoconhecimento e criatividade.
tas de avaliação e o trabalho do professor em conjunto Do mesmo modo, é importante utilizar outros espa-
com a coordenação pedagógica da escola são fundamen- ços, além da sala de aula, para atividades de ensino e
tais. Segundo Fraidenraich (2010), alguns dos instrumen- aprendizagem, como o pátio da escola, o laboratório, o
tos que podem ajudar o professor a ter um panorama da bairro, uma praça, um parque municipal, um museu
turma são: o diagnóstico inicial, as provas, a observação etc. Tais espaços possibilitam, muitas vezes, a aprendi-
da sala de aula, as atividades de sondagem, as tarefas de zagem de forma lúdica, informal, fortalecendo o objeti-
casa e a análise de cadernos e portfólios. vo educativo.
XXIX

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Outro ponto importante é alternar o uso de mate- instigar a curiosidade dos estudantes e auxiliar na cor-
riais pedagógicos – revistas, mapas, jogos didáticos, reção das defasagens.
histórias em quadrinhos, músicas, filmes – que desa- Em alguns casos, quando se detecta que determina-
fiam os estudantes a refletir e a diversificar as formas do estudante está muito aquém do desempenho da
de aprendizagem e a expressão do conhecimento for- turma, é importante desenvolver atividades educati-
mulado. Isso porque há estudantes que são mais visu- vas separadas dos demais, para avançar com ele na
ais, outros são mais auditivos, e outros, cinestésicos. A compreensão de certos conteúdos. Para isso, sempre
avaliação diagnóstica inicial, com atividades variadas que possível, reserve momentos, ainda que semanais,
de escrita, leitura e interpretação de diferentes lingua- para acompanhar individualmente as atividades reali-
gens, auxilia a detectar as principais características dos zadas por alguns deles. Em outros casos, atividades ex-
estudantes: alguns podem ter facilidades em interpre- tras em sala separada, com auxílio de outro professor
tar uma música (estímulo auditivo), enquanto outros e da coordenação pedagógica, são conduções relevan-
podem ter bom desempenho em analisar uma imagem tes para o progresso do estudante.
(estímulo visual), por exemplo. Em todas essas situações, o professor deve planejar
Utilizar ferramentas digitais também é um ótimo seu cotidiano, por isso Bencini (2003) defende que o pro-
recurso quando corretamente empregado. Se a escola fessor precisa saber exatamente quais são os objetivos e
dispuser de uma sala de tecnologia, aproveite esse es- resultados que almeja alcançar com cada atividade, para
paço e utilize ferramentas como sites e aplicativos para que não exija da turma aquém nem além do esperado.

O estudante e os Anos Finais


do Ensino Fundamental
muito pelo contrário, os diferentes contextos – históri-
Culturas juvenis co, social, cultural, econômico, regional – nos quais es-
tão inseridos contribuem para a existência de variadas
É importante compreender que os estudantes dos
realidades e culturas juvenis.
Anos Finais do Ensino Fundamental estão em período
de transição entre a infância e a adolescência, fase É necessário, portanto, revisitar constantemente as
marcada por inúmeras mudanças, e que é necessário práticas pedagógicas de modo a avaliar se contemplam
entendê-los como sujeitos com suas próprias histórias as mais variadas culturas juvenis e se compreendem
esses estudantes como sujeitos ativos no processo de
de vida, experiências e individualidades.
ensino-aprendizagem, considerando suas ideias, vi-
As mudanças próprias dessa fase da vida impli- vências e opiniões.
cam a compreensão do adolescente como sujeito em Nesta coleção, além de instigar o protagonismo dos
desenvolvimento, com singularidades e formações jovens por meio de atividades que envolvem metodo-
identitárias e culturais próprias, que demandam logias ativas, pesquisa, argumentação, reflexão e auto-
práticas escolares diferenciadas, capazes de con- avaliação, há a preocupação em trabalhar com a cultu-
templar suas necessidades e diferentes modos de ra digital e os gêneros multimidiáticos, como meme,
inserção social. [...] vlog, post em redes sociais, fanfic, podcast, entre ou-
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Versão final. tros, que possibilitam a leitura e a produção por parte
Brasília: MEC, 2018. p. 60. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/
images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 11 fev. 2022. dos estudantes, assegurando-lhes espaço para expres-
são de seus pensamentos, sentimentos e ideias. Além
Nesse sentido, é importante que professores e toda disso, a escolha dos textos e dos temas visa abarcar as
a comunidade escolar estejam preparados para enten- culturas juvenis, para que estudantes de diferentes
der as culturas juvenis e dialogar com elas, uma vez perfis e contextos se sintam mais acolhidos e desen-
que os jovens não constituem um grupo homogêneo, volvam o prazer em estudar.

XXX

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uma relação de confiança e, principalmente, respeito
Saúde mental, cultura entre estudantes e professores.
de paz e bullying Não haverá uma cultura de paz se não a incentivar-
mos desde a infância. É necessário contribuir para que
Utilizamos as mais diferentes linguagens – verbal,
as relações que acontecem no ambiente escolar pro-
corporal, visual, sonora, digital – para nos expressar e
movam não só a superação das diferenças, mas tam-
produzir sentidos. Por meio dos textos, temas e conteú­
bém a valorização delas. Se todos os profissionais da
dos apresentados nesta coleção, buscamos enfatizar o
escola estiverem sensibilizados a perceber situações
cuidado consigo e com o próximo, a importância de
problemáticas e conseguirem oferecer suporte aos es-
comportamentos éticos, democráticos e inclusivos pa-
tudantes e às famílias, certamente será possível evitar
ra o estabelecimento de um diálogo, a resolução de
que episódios mais sérios ocorram. O professor, sem
conflitos e a construção de uma sociedade mais justa e
dúvida, tem papel preponderante na observação do
democrática.
que ocorre em sala de aula e muito tem a contribuir no
Apresentando manifestações culturais de diferen- combate ao bullying.
tes matrizes étnico-culturais e expressando diferentes
Esta coleção desenvolve competências e habilida-
experiências e visões de mundo, os textos artísticos e
des socioemocionais e propõe a discussão de temáticas
literários prestam-se à compreensão da diversidade da
de relevância social, especialmente na seção Atitude
vivência humana, ao confronto com o pluralismo de
cidadã, que aborda também os temas contemporâneos
ideias, à propagação da não violência e ao reconheci-
transversais. Na subseção Discutindo ideias, construin-
mento de distintas realidades sociais. A linguagem ar-
do valores, os estudantes também têm a oportunidade
tístico-literária, em suma, constitui uma forma inegá-
de conversar com os pares, desenvolvendo a escuta
vel de contato com o outro.
ativa, a empatia e o respeito ao próximo. O bullying
Em um tempo em que as pessoas, sobretudo os jo- também é tema de textos propostos para leitura e in-
vens, estão constantemente conectados, é preciso terpretação, dando ao professor o ensejo para traba-
destacar, mais do que nunca, os aspectos humanos que lhá-lo. Outros temas de relevância social, apresentados
nos ligam e desenvolver competências e habilidades por meio da escolha dos textos para leitura e interpre-
socioemocionais que nos habilitem a resolver pacifica- tação, podem servir de ponto de partida para aprofun-
mente os problemas com os quais nos defrontamos. dar discussões importantes com a turma. Além disso, o
Tem-se notado, há algum tempo, o fenômeno do bullying pensamento crítico, o diálogo e o questionamento são
nas escolas e, mais recentemente, o cyberbullying, os quais constantemente incentivados nas atividades, ofere-
devem ser combatidos e desencorajados no ambiente cendo aos estudantes a oportunidade de discutir e se
escolar e fora dele. Para isso, é necessário que haja posicionar diante dos temas abordados.

A Base Nacional Comum Curricular


A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) tem co- dade de trabalhar com aspectos socioemocionais,
mo objetivo definir as aprendizagens essenciais que os buscando combater problemas como o preconceito e
estudantes desenvolverão de modo progressivo ao valorizar a diversidade. Além disso, a BNCC apresenta
longo das etapas da educação básica. Em consonância orientações para a construção de uma sociedade jus-
com as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação ta, democrática, inclusiva e preocupada com os pro-
Básica, esse documento normativo apresenta uma blemas contemporâneos.
concepção de educação baseada em princípios éticos, Independentemente da duração da jornada es-
políticos e estéticos que favorecem a formação integral colar, o conceito de educação integral com o qual a
dos estudantes. BNCC está comprometida se refere à construção in-
Nesse sentido, a BNCC valoriza a formação cogniti- tencional de processos educativos que promovam
va dos estudantes, mas também reconhece a necessi- aprendizagens sintonizadas com as necessidades,

XXXI

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as possibilidades e os interesses dos estudantes e,
também, com os desafios da sociedade contempo-
3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísti-
cas e culturais, das locais às mundiais, e também
rânea. Isso supõe considerar as diferentes infân-
participar de práticas diversificadas da produção
cias e juventudes, as diversas culturas juvenis e seu artístico-cultural.
potencial de criar novas formas de existir.
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou vi-
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Versão final.
Brasília: MEC, 2018. p. 14. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/ sual-motora, como Libras, e escrita), corporal, vi-
images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 11 fev. 2022. sual, sonora e digital –, bem como conhecimentos
Na etapa dos Anos Finais do Ensino Fundamental, a das linguagens artística, matemática e científica,
BNCC sugere a realização de um trabalho de retomada para se expressar e partilhar informações, experi-
ências, ideias e sentimentos em diferentes contex-
e aprofundamento do que foi desenvolvido nos Anos
tos e produzir sentidos que levem ao entendimen-
Iniciais. Nessa etapa, os estudantes devem fortalecer to mútuo.
também sua autonomia ao refletir de modo crítico,
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de
rea­lizando argumentações coerentes, análises emba-
informação e comunicação de forma crítica, signifi-
sadas criteriosamente e buscando sempre valorizar o cativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais
diálogo e os princípios dos direitos humanos. (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar
e disseminar informações, produzir conhecimentos,
As competências da BNCC resolver problemas e exercer protagonismo e auto-
ria na vida pessoal e coletiva.
A organização da BNCC foi estabelecida por meio da 6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências cul-
definição de competências gerais, competências espe- turais e apropriar-se de conhecimentos e experi-
cíficas de área e competências específicas dos compo- ências que lhe possibilitem entender as relações
nentes curriculares. Nesta coleção, as competências próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas
alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu proje-
gerais serão trabalhadas ao longo dos conteúdos, nas
to de vida, com liberdade, autonomia, consciência
atividades e nas propostas disponibilizadas nas orien- crítica e responsabilidade.
tações ao professor. Nesses momentos, os estudantes
serão incentivados a realizar reflexões que os levem a
7. Argumentar com base em fatos, dados e informa-
ções confiáveis, para formular, negociar e defender
desenvolver seu senso crítico e sua capacidade de mo- ideias, pontos de vista e decisões comuns que res-
bilização social diante dos desafios contemporâneos. peitem e promovam os direitos humanos, a consci-
Destacamos, aqui, a competência geral 9, dada a im- ência socioambiental e o consumo responsável em
portância do desenvolvimento e exercício da empatia, âmbito local, regional e global, com posicionamento
do diálogo, da cooperação e da resolução de conflitos ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos ou-
para a construção de relações saudáveis e respeitosas tros e do planeta.
entre os estudantes e seus pares, professores, familia- 8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física
res e outras pessoas de seu convívio. e emocional, compreendendo-se na diversidade hu-
mana e reconhecendo suas emoções e as dos outros,
Competências gerais com autocrítica e capacidade para lidar com elas.
da Educação Básica 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de confli-
tos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promo-
1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamen- vendo o respeito ao outro e aos direitos humanos,
te construídos sobre o mundo físico, social, cultural
com acolhimento e valorização da diversidade de
e digital para entender e explicar a realidade, conti-
indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identi-
nuar aprendendo e colaborar para a construção de
dades, culturas e potencialidades, sem preconceitos
uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
de qualquer natureza.
2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abor-
dagem própria das ciências, incluindo a investiga-
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, res-
ponsabilidade, flexibilidade, resiliência e determina-
ção, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a
ção, tomando decisões com base em princípios éticos,
criatividade, para investigar causas, elaborar e tes-
democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
tar hipóteses, formular e resolver problemas e criar
soluções (inclusive tecnológicas) com base nos co-
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Versão final.
nhecimentos das diferentes áreas. Brasília: MEC, 2018. p. 9-10. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/
images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 11 fev. 2022.

XXXII

09/08/2022 11:30:02
O trabalho com o desenvolvimento das competên-
Competências específicas
cias gerais auxilia os estudantes a estabelecer relações de Linguagens para o
com sua vida cotidiana, resolver problemas e atuar de Ensino Fundamental
modo consciente no mundo.
1. Compreender as linguagens como construção hu-
Algumas iniciativas em sala de aula podem favore- mana, histórica, social e cultural, de natureza dinâ-
cer o trabalho com as competências gerais, auxiliando mica, reconhecendo-as e valorizando-as como for-
os estudantes a mobilizar seus conhecimentos para se mas de significação da realidade e expressão de
tornar pessoas atuantes na sociedade. Leia a seguir al- subjetividades e identidades sociais e culturais.
gumas estratégias didáticas que podem ser desenvol- 2. Conhecer e explorar diversas práticas de linguagem
vidas para que as competências gerais sejam contem- (artísticas, corporais e linguísticas) em diferentes
pladas no trabalho com essa coleção. campos da atividade humana para continuar apren-
dendo, ampliar suas possibilidades de participação
na vida social e colaborar para a construção de uma
Pesquisa Competências gerais 1, 2 e 5
sociedade mais justa, democrática e inclusiva.
Em atividades que permitem desenvolver essas competên- 3. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visu-
cias, os estudantes são orientados a usar de modo respon- al-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual,
sável os meios digitais, além de exercitar sua curiosidade sonora e digital –, para se expressar e partilhar in-
intelectual. formações, experiências, ideias e sentimentos em
Competências diferentes contextos e produzir sentidos que levem
Produção de textos escritos gerais 1, 4 e 7 ao diálogo, à resolução de conflitos e à cooperação.
Durante a coleção, os estudantes poderão utilizar os conhe- 4. Utilizar diferentes linguagens para defender pontos
cimentos construídos ao longo dos capítulos para se ex- de vista que respeitem o outro e promovam os di-
pressar por meio da linguagem escrita para argumentar, reitos humanos, a consciência socioambiental e o
formular reflexões, registrar informações etc. consumo responsável em âmbito local, regional e
global, atuando criticamente frente a questões do
Diálogo Competências gerais 4, 7, 8 e 9 mundo contemporâneo.
Diferentes abordagens de diálogo são propostas ao longo 5. Desenvolver o senso estético para reconhecer, fruir e
da coleção, nas quais os estudantes são levados a utilizar respeitar as diversas manifestações artísticas e cultu-
diversas linguagens para se expressar, desenvolvendo tam- rais, das locais às mundiais, inclusive aquelas perten-
bém a capacidade de argumentação. centes ao patrimônio cultural da humanidade, bem
como participar de práticas diversificadas, individuais
Interpretação Competências gerais 1, 4 e 7 e coletivas, da produção artístico-cultural, com res-
peito à diversidade de saberes, identidades e culturas.
Para compreender de modo crítico os conteúdos apresen-
6. Compreender e utilizar tecnologias digitais de infor-
tados no material é necessário trabalhar a capacidade de
mação e comunicação de forma crítica, significativa,
interpretação. Desse modo, os estudantes terão fundamen-
reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (in-
tação para explicar a realidade e reconhecer a diversidade.
cluindo as escolares), para se comunicar por meio
das diferentes linguagens e mídias, produzir conhe-
Contexto local Competências gerais 6, 8 e 10
cimentos, resolver problemas e desenvolver proje-
Em alguns momentos da coleção, serão estabelecidas rela- tos autorais e coletivos.
ções entre os conteúdos e a vivência dos estudantes. Desse
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Versão final.
modo, eles poderão refletir sobre a realidade em que vivem Brasília: MEC, 2018. p. 65. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/
e propor possíveis intervenções. images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 11 fev. 2022.

Análise de imagens Competências gerais 1, 2 e 3 Competências específicas


As análises de imagens permitem aos estudantes desenvol- de Língua Portuguesa para
ver seu senso estético, valorizando diferentes manifesta- o Ensino Fundamental
ções culturais. 1. Compreender a língua como fenômeno cultural, his-
tórico, social, variável, heterogêneo e sensível aos
contextos de uso, reconhecendo-a como meio de
Esta coleção também contempla as competências
construção de identidades de seus usuários e da co-
específicas da área de Linguagens e as competências
munidade a que pertencem.
específicas de Língua Portuguesa, propostas pela BNCC.
XXXIII

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âmbito pedagógico, os direitos de aprendizagem e
2. Apropriar-se da linguagem escrita, reconhecendo-a co- desenvolvimento.
mo forma de interação nos diferentes campos de atua-
ção da vida social e utilizando-a para ampliar suas pos- [...]
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Versão
sibilidades de participar da cultura letrada, de construir final. Brasília: MEC, 2018. p. 8. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.
gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 11 fev. 2022.
conhecimentos (inclusive escolares) e de se envolver
com maior autonomia e protagonismo na vida social. Sendo assim, as competências gerais orientam o
3. Ler, escutar e produzir textos orais, escritos e mul- trabalho pedagógico ao longo das três etapas da edu-
tissemióticos que circulam em diferentes campos cação básica, de todos os componentes curriculares,
de atuação e mídias, com compreensão, autonomia, norteando também o desenvolvimento das competên-
fluência e criticidade, de modo a se expressar e par- cias específicas da área e das competências específicas
tilhar informações, experiências, ideias e sentimen- do componente curricular. As habilidades constituem
tos, e continuar aprendendo.
as aprendizagens essenciais para cada ano (ou bloco de
4. Compreender o fenômeno da variação linguística, de- anos) e devem ser desenvolvidas de forma articulada
monstrando atitude respeitosa diante de variedades
às competências específicas do componente, às com-
linguísticas e rejeitando preconceitos linguísticos.
petências da área e às competências gerais.
5. Empregar, nas interações sociais, a variedade e o estilo
de linguagem adequados à situação comunicativa, ao(s) As competências e as habilidades referentes a cada
interlocutor(es) e ao gênero do discurso/gênero textual. um dos objetos de conhecimento do componente cur-
6. Analisar informações, argumentos e opiniões mani- ricular de Língua Portuguesa são contempladas pelas
festados em interações sociais e nos meios de co- seções que integram esta coleção, seja na leitura, com-
municação, posicionando-se ética e criticamente preensão ou produção de textos orais ou escritos, seja
em relação a conteúdos discriminatórios que ferem no estudo de tópicos de análise linguística e semiótica.
direitos humanos e ambientais. No tópico Quadro de conteúdos deste Manual do
7. Reconhecer o texto como lugar de manifestação e Professor, são explicitadas as habilidades e competên-
negociação de sentidos, valores e ideologias. cias (gerais, específicas da área de Linguagens e especí-
8. Selecionar textos e livros para leitura integral, de ficas de Língua Portuguesa) de cada capítulo, além dos
acordo com objetivos, interesses e projetos pesso- temas contemporâneos transversais. Nas orientações
ais (estudo, formação pessoal, entretenimento, pes- ao professor, são indicadas as relações entre os conteú-
quisa, trabalho etc.). dos da coleção e a BNCC, demonstrando a diferença de
9. Envolver-se em práticas de leitura literária que pos- trabalhar com as competências gerais, as competências
sibilitem o desenvolvimento do senso estético para específicas da área de Linguagens, as competências es-
fruição, valorizando a literatura e outras manifesta- pecíficas de Língua Portuguesa e as habilidades.
ções artístico-culturais como formas de acesso às
dimensões lúdicas, de imaginário e encantamento,
reconhecendo o potencial transformador e humani- Os temas contemporâneos
zador da experiência com a literatura. transversais e a formação
10. Mobilizar práticas da cultura digital, diferentes lin-
guagens, mídias e ferramentas digitais para expandir
cidadã
as formas de produzir sentidos (nos processos de
compreensão e produção), aprender e refletir sobre o Nesta coleção, procuramos incentivar os estudantes
mundo e realizar diferentes projetos autorais. à participação social, política e cidadã. Desse modo, o
trabalho com os temas contemporâneos transversais
propicia reflexões importantes a respeito de temas re-
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Versão final.
Brasília: MEC, 2018. p. 87. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/ levantes da contemporaneidade.
images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 11 fev. 2022.
Por que abordar Temas Contemporâneos Trans-
De acordo com a BNCC, versais nas escolas? A abordagem da contempora-
neidade é uma busca pela melhoria da aprendiza-
[...] gem. Ao contextualizar o que é ensinado em sala de
Ao longo da Educação Básica, as aprendizagens aula juntamente com os temas contemporâneos,
essenciais definidas na BNCC devem concorrer pa- espera-se aumentar o interesse dos estudantes du-
ra assegurar aos estudantes o desenvolvimento de rante o processo e despertar a relevância desses te-
dez competências gerais, que consubstanciam, no mas no seu desenvolvimento como cidadão. O maior
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objetivo dessa abordagem é que o estudante conclua conta a repercussão dos meios de comunicação em incenti-
a sua educação formal reconhecendo e aprendendo var o consumo de bens e serviços de modo desenfreado.
sobre os temas que são relevantes para sua atuação Com isso, a educação para o consumo visa contribuir para
na sociedade. [...] que os estudantes analisem criticamente o contexto atual,
identificando atitudes consumistas e possíveis alternativas
Já a transversalidade é um princípio que desenca-
sustentáveis em seu dia a dia.
deia metodologias modificadoras da prática pedagó-
gica, integrando diversos conhecimentos e ultrapas-
sando uma concepção fragmentada, em direção a
Ciência e tecnologia
uma visão sistêmica. Os TCTs não são de domínio Refletir criticamente sobre as aplicações do desenvolvi-
exclusivo de um componente curricular, mas per- mento científico, analisando as tecnologias sob diferentes
passam a todos de forma transversal e integradora. perspectivas e olhares, torna-se essencial no contexto con-
[...] temporâneo. O espaço escolar deve estar aberto às trans-
formações e às modernizações, aplicando-as com respon-
Nesse sentido, os Temas Contemporâneos Trans-
sabilidade e capacitando os estudantes a desenvolverem o
versais (TCTs) têm a condição de explicitar a ligação
uso consciente desses recursos.
entre os diferentes componentes curriculares de
forma integrada, bem como de fazer sua conexão
Diversidade cultural
com situações vivenciadas pelos estudantes em suas
realidades, contribuindo para trazer contexto e con- Entrar em contato com povos e culturas variados permite
temporaneidade aos objetos do conhecimento des- aos estudantes desenvolver a ideia de diversidade, reco-
critos na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). nhecendo, portanto, que o mundo é formado por diferentes
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Temas modos de vida e tradições. Uma educação escolar voltada à
contemporâneos transversais na BNCC: proposta de práticas de implementação. valorização da diversidade favorece a desconstrução de
Brasília, 2019. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/
implementacao/guia_pratico_temas_contemporaneos.pdf. Acesso em: 31 maio 2022. ideias etnocêntricas. Nesse sentido, o Brasil surge como país
privilegiado para discutir tais questões, tendo em vista a
Nesta coleção os temas contemporâneos transver- grande diversidade de etnias que contribuíram para a for-
sais são contemplados principalmente na seção Atitu- mação do povo brasileiro.
de cidadã, mas é possível abordá-los também durante
a leitura e interpretação de textos, ao explorar os re- Educação para valorização do
cursos imagéticos das páginas de abertura, ao utilizar multiculturalismo nas matrizes
as tecnologias digitais durante as propostas de produ- históricas e culturais brasileiras
ções de texto e em diversos outros momentos. Sempre A aprovação de leis afirmativas, como a lei nº 10.639, de
que for pertinente o trabalho com um dos temas, ha- 2003, que determinou a introdução do ensino de história da
verá nas orientações ao professor a indicação da rela- África e da cultura afro-brasileira, e a lei nº 11.645, de 2008,
ção do conteúdo com o tema em questão, acompanha- que estabeleceu a obrigatoriedade da inclusão de história e
da de uma sugestão de como abordá-lo com a turma. cultura dos povos indígenas aos estudantes dos níveis Fun-
damental e Médio, colabora para a desconstrução de pre-
Conheça mais sobre esses temas a seguir.
conceitos e estereótipos, fortemente impregnados no con-
teúdo escolar, sobre africanos, afro-brasileiros e indígenas.
Educação ambiental
No caso da inserção da história da África e da cultura afro-
Considerando as perspectivas alarmantes divulgadas nos -brasileira e da história e cultura dos povos indígenas, nos
últimos anos sobre a situação do planeta, discutir a educa- currículos dos ensinos Fundamental e Médio, vemos a ex-
ção ambiental na escola tornou-se algo essencial. Essa for- pansão dos direitos de grupos tradicionalmente marginali-
mação visa preparar cidadãos que sejam preocupados, zados, os quais têm agora sua cultura e sua contribuição
conscientes e que consigam tomar atitudes adequadas com para a construção da sociedade brasileira reconhecidas, ao
relação ao consumo de recursos, à poluição, ao despejo in- mesmo tempo em que as especificidades desses grupos de-
devido de resíduos, à implantação de energias alternativas, vem ser valorizadas como responsáveis por contribuições
entre outras questões. Nesse sentido, assuntos como o de- originais na formação de nosso povo.
senvolvimento sustentável e o consumo consciente devem
fazer parte do cotidiano dos estudantes.
Vida familiar e social
Educação para o consumo
Conceber a convivência familiar e social como um tema signi-
Nos últimos anos, o estabelecimento de políticas de consu- ficativo a ser abordado com os estudantes faz parte da pro-
mo responsável tem sido um grande desafio, levando em posta de educação integral. Assim, é necessário que se tenha
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na escola reflexões sobre: diferentes constituições familiares, Saúde
conceitos patriarcais e matrilineares, papel dos membros fa-
miliares, regras de convivência com diferentes grupos, a im- A escola apresenta um papel importante nas reflexões dos
portância do diálogo e do respeito, entre outras discussões. estudantes sobre sua saúde. Os conhecimentos apreendi-
dos com base nos componentes curriculares e na convivên-
Educação para o trânsito cia diária no ambiente escolar devem sempre contribuir pa-
ra a formação de hábitos saudáveis, como a prática de ativi-
Problemas relacionados à convivência no trânsito se im- dades físicas e de higiene, além de promover o cuidado com
põem como um dos grandes desafios atuais, principalmen- o bem-estar físico, mental e emocional.
te em um mundo cada vez mais urbanizado e com escassos
investimentos em planejamento de infraestrutura. Nesse Educação alimentar e nutricional
sentido, a educação para o trânsito tem como objetivo con-
tribuir para reflexões sobre posturas responsáveis de pe- A preocupação com a alimentação e com o aprimoramento
destres, ciclistas e motoristas. nutricional também é muito importante no contexto atual.
Com os altos níveis de industrialização vivenciados nos últi-
Educação em direitos humanos mos anos e com a aceleração do ritmo de vida imposta pelo
sistema capitalista, nos submetemos a uma alimentação
A noção de direitos humanos foi construída historicamente, muitas vezes de má qualidade e sem critérios adequados
ao longo de anos de lutas e mobilizações. Tratar o outro para saúde. Assim, a educação nutricional se faz necessária,
com dignidade, considerando sua condição humana funda- para que possamos identificar e seguir melhores hábitos.
mental é um dever de todos. A escola se apresenta então
como um espaço ideal para que essas noções sejam discu-
Trabalho
tidas. Desse modo, busca-se combater concepções e atitu-
des que tenham como base perspectivas discriminatórias. Reflexões sobre as relações de trabalho são importantes pa-
ra os estudantes compreenderem de modo crítico o mundo
Direitos da criança e do adolescente em que vivemos. Temas como trabalho infantil, desemprego
e direitos trabalhistas devem ser abordados em sala de aula
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), aprovado no para auxiliá-los a perceber as dinâmicas do sistema capita-
Brasil em 1990, trata da necessidade de conceder proteção lista nas quais estão inseridos. Com base em discussões co-
integral à criança e ao adolescente, atribuindo prioridade a mo essas, é possível ajudar os estudantes a analisar as con-
essa parcela da sociedade em diversos setores públicos e na dições adversas que podem estar presentes em seu dia a dia,
destinação de recursos. Essa nova concepção a respeito das como é o caso da desigualdade social.
crianças e dos adolescentes passou a compreendê-los co-
mo pessoas em estágio de desenvolvimento e que reque-
Educação financeira
rem atenção e proteção da sociedade como um todo. Nesse
sentido, prima-se por uma educação que destaque elemen- A escola pode contribuir para a formação inicial dos estu-
tos como a prevenção do trabalho e da exploração infantil, dantes com relação à educação financeira, apresentando
a promoção da convivência familiar saudável, o combate à reflexões que envolvam noções de planejamento financei-
violência intrafamiliar, além do incentivo e apoio à amplia- ro, aplicação, investimentos, consumo consciente, tomada
ção do universo cultural das crianças e adolescentes. de decisões etc. Além de aprender a importância do plane-
jamento financeiro, a educação financeira ajuda a formar
Processo de envelhecimento, cidadãos mais conscientes em relação ao consumo e que
respeito e valorização do idoso compreendam a relação direta que há entre economia,
meio ambiente e desenvolvimento sustentável.
O Estatuto do Idoso foi aprovado no Brasil em 2003, visando
garantir o bem-estar das pessoas com idade igual ou supe-
Educação fiscal
rior a 60 anos. Nesse documento, uma série de leis busca
promover o respeito, a autonomia, a integração e a partici- É papel do cidadão compreender as dinâmicas que envol-
pação efetiva dos idosos na sociedade brasileira. A educa- vem a aplicação de investimentos tributários pelo poder
ção tem um papel relevante a cumprir na efetivação dessas público. Assim, é de suma importância que os estudantes
leis, atuando na conscientização dos estudantes sobre a im- aprendam desde cedo sobre educação fiscal para que pos-
portância das pessoas idosas em nossa sociedade, buscan- sam fiscalizar e cobrar dos governantes a destinação ade-
do promover a sociabilização e o compartilhamento de ex- quada dos tributos arrecadados, que devem ser convertidos
periências entre pessoas idosas e estudantes. em benfeitorias para a população.

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Habilidades da BNCC • 8º ano
Os conteúdos apresentados neste volume permitem aos estudantes desenvolver as habilidades propostas pela
BNCC para este ano escolar. O quadro a seguir indica as habilidades a serem desenvolvidas pelos estudantes no
decorrer do trabalho com este volume. Cada habilidade é identificada por um código alfanumérico, que varia de
acordo com o ano ou o bloco de anos a que ela se refere. No componente curricular de Língua Portuguesa, há três
variações de composição do código a cada volume. Confira os exemplos a seguir.

EF69LP01 EF89LP01 EF08LP01


EF: Ensino Fundamental EF: Ensino Fundamental EF: Ensino Fundamental
69: 6º ao 9º ano 89: 8º e 9º anos 08: 8º ano
LP: Língua Portuguesa LP: Língua Portuguesa LP: Língua Portuguesa
01: numeração sequencial 01: numeração sequencial 01: numeração sequencial
da habilidade da habilidade da habilidade

(EF69LP01) Diferenciar liberdade de são nos textos publicitários, relacionando como forma de compreender as condi-
expressão de discursos de ódio, posi- as estratégias de persuasão e apelo ao ções de produção que envolvem a circu-
cionando-se contrariamente a esse ti- consumo com os recursos linguístico- lação desses textos e poder participar e
po de discurso e vislumbrando possibi- -discursivos utilizados, como imagens, vislumbrar possibilidades de participa-
lidades de denúncia quando for o caso. tempo verbal, jogos de palavras, figuras ção nas práticas de linguagem do campo
(EF69LP02) Analisar e comparar peças de linguagem etc., com vistas a fomentar jornalístico e do campo midiático de for-
publicitárias variadas (cartazes, folhe- práticas de consumo conscientes. ma ética e responsável, levando-se em
tos, outdoor, anúncios e propagandas consideração o contexto da Web 2.0,
(EF69LP05) Inferir e justificar, em textos
em diferentes mídias, spots, jingle, víde- que amplia a possibilidade de circulação
multissemióticos – tirinhas, charges,
os etc.), de forma a perceber a articula- desses textos e “funde” os papéis de lei-
memes, gifs etc. –, o efeito de humor,
tor e autor, de consumidor e produtor.
ção entre elas em campanhas, as espe- ironia e/ou crítica pelo uso ambíguo de
cificidades das várias semioses e mídias, palavras, expressões ou imagens ambí- (EF69LP07) Produzir textos em diferen-
a adequação dessas peças ao público- guas, de clichês, de recursos iconográfi- tes gêneros, considerando sua adequa-
-alvo, aos objetivos do anunciante e/ou cos, de pontuação etc. ção ao contexto produção e circulação
da campanha e à construção composi- – os enunciadores envolvidos, os objeti-
(EF69LP06) Produzir e publicar notícias,
cional e estilo dos gêneros em questão, vos, o gênero, o suporte, a circulação –,
fotodenúncias, fotorreportagens, repor-
como forma de ampliar suas possibilida- ao modo (escrito ou oral; imagem está-
tagens, reportagens multimidiáticas, in- tica ou em movimento etc.), à variedade
des de compreensão (e produção) de fográficos, podcasts noticiosos, entre-
textos pertencentes a esses gêneros. linguística e/ou semiótica apropriada a
vistas, cartas de leitor, comentários, esse contexto, à construção da textuali-
(EF69LP03) Identificar, em notícias, o artigos de opinião de interesse local ou dade relacionada às propriedades tex-
fato central, suas principais circunstân- global, textos de apresentação e apre- tuais e do gênero), utilizando estratégias
cias e eventuais decorrências; em re- ciação de produção cultural – resenhas de planejamento, elaboração, revisão,
portagens e fotorreportagens o fato ou e outros próprios das formas de expres- edição, reescrita/redesign e avaliação de
a temática retratada e a perspectiva de são das culturas juvenis, tais como vlogs textos, para, com a ajuda do professor e
abordagem, em entrevistas os princi- e podcasts culturais, gameplay, detona- a colaboração dos colegas, corrigir e
pais temas/subtemas abordados, ex- do etc.– e cartazes, anúncios, propagan- aprimorar as produções realizadas, fa-
plicações dadas ou teses defendidas das, spots, jingles de campanhas sociais, zendo cortes, acréscimos, reformula-
em relação a esses subtemas; em tiri- dentre outros em várias mídias, viven- ções, correções de concordância, orto-
nhas, memes, charge, a crítica, ironia ou ciando de forma significativa o papel de grafia, pontuação em textos e editando
humor presente. repórter, de comentador, de analista, de imagens, arquivos sonoros, fazendo cor-
(EF69LP04) Identificar e analisar os efei- crítico, de editor ou articulista, de tes, acréscimos, ajustes, acrescentando/
tos de sentido que fortalecem a persua- booktuber, de vlogger (vlogueiro) etc., alterando efeitos, ordenamentos etc.

XXXVII

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(EF69LP08) Revisar/editar o texto pro- mo modulação de voz, entonação, rit- em gêneros publicitários), o uso de re-
duzido – notícia, reportagem, resenha, mo, altura e intensidade, respiração cursos persuasivos em textos argu-
artigo de opinião, dentre outros –, tendo etc., os elementos cinésicos, tais como mentativos diversos (como a elabora-
em vista sua adequação ao contexto de postura corporal, movimentos e gestu- ção do título, escolhas lexicais, constru-
produção, a mídia em questão, caracte- alidade significativa, expressão facial, ções metafóricas, a explicitação ou a
rísticas do gênero, aspectos relativos à contato de olho com plateia etc. ocultação de fontes de informação) e
textualidade, a relação entre as diferen- (EF69LP13) Engajar-se e contribuir com as estratégias de persuasão e apelo ao
tes semioses, a formatação e uso ade- a busca de conclusões comuns relativas consumo com os recursos linguístico-
quado das ferramentas de edição (de a problemas, temas ou questões polê- -discursivos utilizados (tempo verbal,
texto, foto, áudio e vídeo, dependendo micas de interesse da turma e/ou de jogos de palavras, metáforas, imagens).
do caso) e adequação à norma culta. relevância social. (EF69LP18) Utilizar, na escrita/reescrita
(EF69LP09) Planejar uma campanha (EF69LP14) Formular perguntas e de- de textos argumentativos, recursos lin-
publicitária sobre questões/problemas, compor, com a ajuda dos colegas e dos guísticos que marquem as relações de
temas, causas significativas para a es- professores, tema/questão polêmica, sentido entre parágrafos e enunciados
cola e/ou comunidade, a partir de um explicações e ou argumentos relativos do texto e operadores de conexão ade-
levantamento de material sobre o te- ao objeto de discussão para análise quados aos tipos de argumento e à for-
ma ou evento, da definição do público- mais minuciosa e buscar em fontes di- ma de composição de textos argumen-
-alvo, do texto ou peça a ser produzido versas informações ou dados que per- tativos, de maneira a garantir a coesão, a
– cartaz, banner, folheto, panfleto, mitam analisar partes da questão e coerência e a progressão temática nes-
compartilhá-los com a turma. ses textos (“primeiramente, mas, no en-
anúncio impresso e para internet, spot,
tanto, em primeiro/segundo/terceiro
propaganda de rádio, TV etc. –, da fer- (EF69LP15) Apresentar argumentos e
lugar, finalmente, em conclusão” etc.).
ramenta de edição de texto, áudio ou contra-argumentos coerentes, respei-
vídeo que será utilizada, do recorte e tando os turnos de fala, na participação (EF69LP19) Analisar, em gêneros orais
enfoque a ser dado, das estratégias de em discussões sobre temas controver- que envolvam argumentação, os efei-
persuasão que serão utilizadas etc. sos e/ou polêmicos. tos de sentido de elementos típicos da
(EF69LP16) Analisar e utilizar as formas modalidade falada, como a pausa, a en-
(EF69LP10) Produzir notícias para rá-
de composição dos gêneros jornalísti- tonação, o ritmo, a gestualidade e ex-
dios, TV ou vídeos, podcasts noticiosos
cos da ordem do relatar, tais como no- pressão facial, as hesitações etc.
e de opinião, entrevistas, comentários,
vlogs, jornais radiofônicos e televisivos, tícias (pirâmide invertida no impresso (EF69LP20) Identificar, tendo em vista
dentre outros possíveis, relativos a fato X blocos noticiosos hipertextuais e hi- o contexto de produção, a forma de or-
e temas de interesse pessoal, local ou permidiáticos no digital, que também ganização dos textos normativos e le-
global e textos orais de apreciação e pode contar com imagens de vários ti- gais, a lógica de hierarquização de seus
pos, vídeos, gravações de áudio etc.), da itens e subitens e suas partes: parte
opinião – podcasts e vlogs noticiosos,
ordem do argumentar, tais como arti- inicial (título – nome e data – e emen-
culturais e de opinião, orientando-se
gos de opinião e editorial (contextuali- ta), blocos de artigos (parte, livro, capí-
por roteiro ou texto, considerando o
zação, defesa de tese/opinião e uso de tulo, seção, subseção), artigos (caput e
contexto de produção e demonstrando
argumentos) e das entrevistas: apre- parágrafos e incisos) e parte final (dis-
domínio dos gêneros.
sentação e contextualização do entre- posições pertinentes à sua implemen-
(EF69LP11) Identificar e analisar posicio- vistado e do tema, estrutura pergunta tação) e analisar efeitos de sentido
namentos defendidos e refutados na es- e resposta etc. causados pelo uso de vocabulário téc-
cuta de interações polêmicas em entre- nico, pelo uso do imperativo, de pala-
(EF69LP17) Perceber e analisar os re-
vistas, discussões e debates (televisivo, vras e expressões que indicam circuns-
cursos estilísticos e semióticos dos gê-
em sala de aula, em redes sociais etc.), tâncias, como advérbios e locuções ad-
neros jornalísticos e publicitários, os
entre outros, e se posicionar frente a eles. verbiais, de palavras que indicam gene-
aspectos relativos ao tratamento da
(EF69LP12) Desenvolver estratégias de informação em notícias, como a orde- ralidade, como alguns pronomes inde-
planejamento, elaboração, revisão, edi- nação dos eventos, as escolhas lexicais, finidos, de forma a poder compreender
ção, reescrita/redesign (esses três últi- o efeito de imparcialidade do relato, a o caráter imperativo, coercitivo e gene-
mos quando não for situação ao vivo) e morfologia do verbo, em textos noti- ralista das leis e de outras formas de
avaliação de textos orais, áudio e/ou ciosos e argumentativos, reconhecen- regulamentação.
vídeo, considerando sua adequação aos do marcas de pessoa, número, tempo, (EF69LP21) Posicionar-se em relação a
contextos em que foram produzidos, à modo, a distribuição dos verbos nos conteúdos veiculados em práticas não
forma composicional e estilo de gêne- gêneros textuais (por exemplo, as for- institucionalizadas de participação so-
ros, a clareza, progressão temática e mas de pretérito em relatos; as formas cial, sobretudo àquelas vinculadas a ma-
variedade linguística empregada, os de presente e futuro em gêneros argu- nifestações artísticas, produções cultu-
elementos relacionados à fala, tais co- mentativos; as formas de imperativo rais, intervenções urbanas e práticas

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próprias das culturas juvenis que pre- posicionamentos, no tempo de fala verbete de enciclopédia (impressa e di-
tendam denunciar, expor uma proble- previsto, valendo-se de sínteses e pro- gital), esquema, infográfico (estático e
mática ou “convocar” para uma refle- postas claras e justificadas. animado), relatório, relato multimidiá-
xão/ação, relacionando esse texto/pro- (EF69LP26) Tomar nota em discussões, tico de campo, podcasts e vídeos varia-
dução com seu contexto de produção e debates, palestras, apresentação de pro- dos de divulgação científica etc. – e os
relacionando as partes e semioses pre- aspectos relativos à construção com-
postas, reuniões, como forma de docu-
sentes para a construção de sentidos. posicional e às marcas linguística ca-
mentar o evento e apoiar a própria fala
(EF69LP22) Produzir, revisar e editar racterísticas desses gêneros, de forma
(que pode se dar no momento do evento
textos reivindicatórios ou propositivos a ampliar suas possibilidades de com-
ou posteriormente, quando, por exem-
sobre problemas que afetam a vida es- preensão (e produção) de textos per-
plo, for necessária a retomada dos assun-
colar ou da comunidade, justificando tencentes a esses gêneros.
tos tratados em outros contextos públi-
pontos de vista, reivindicações e deta- cos, como diante dos representados). (EF69LP30) Comparar, com a ajuda do
lhando propostas (justificativa, objeti- professor, conteúdos, dados e informa-
(EF69LP27) Analisar a forma composi-
vos, ações previstas etc.), levando em ções de diferentes fontes, levando em
cional de textos pertencentes a gêne-
conta seu contexto de produção e as conta seus contextos de produção e re-
ros normativos/jurídicos e a gêneros da
características dos gêneros em questão. ferências, identificando coincidências,
esfera política, tais como propostas,
complementaridades e contradições,
(EF69LP23) Contribuir com a escrita de programas políticos (posicionamento
de forma a poder identificar erros/im-
textos normativos, quando houver es- quanto a diferentes ações a serem pro-
precisões conceituais, compreender e
se tipo de demanda na escola – regi- postas, objetivos, ações previstas etc.),
posicionar-se criticamente sobre os
mentos e estatutos de organizações da propaganda política (propostas e sua
conteúdos e informações em questão.
sociedade civil do âmbito da atuação sustentação, posicionamento quanto a
das crianças e jovens (grêmio livre, clu- (EF69LP31) Utilizar pistas linguísticas –
temas em discussão) e textos reivindi-
tais como “em primeiro/segundo/ter-
bes de leitura, associações culturais catórios: cartas de reclamação, petição
ceiro lugar”, “por outro lado”, “dito de
etc.) – e de regras e regulamentos nos (proposta, suas justificativas e ações a
outro modo”, “isto é”, “por exemplo” –
vários âmbitos da escola – campeona- serem adotadas) e suas marcas linguís-
para compreender a hierarquização
tos, festivais, regras de convivência ticas, de forma a incrementar a com-
das proposições, sintetizando o conte-
etc., levando em conta o contexto de preensão de textos pertencentes a es-
údo dos textos.
produção e as características dos gêne- ses gêneros e a possibilitar a produção
ros em questão. (EF69LP32) Selecionar informações e
de textos mais adequados e/ou funda-
dados relevantes de fontes diversas
(EF69LP24) Discutir casos, reais ou si- mentados quando isso for requerido.
(impressas, digitais, orais etc.), avalian-
mulações, submetidos a juízo, que en- (EF69LP28) Observar os mecanismos de do a qualidade e a utilidade dessas fon-
volvam (supostos) desrespeitos a arti- modalização adequados aos textos jurí- tes, e organizar, esquematicamente,
gos, do ECA, do Código de Defesa do dicos, as modalidades deônticas, que se com ajuda do professor, as informações
Consumidor, do Código Nacional de referem ao eixo da conduta (obrigato- necessárias (sem excedê-las) com ou
Trânsito, de regulamentações do mer- riedade/permissibilidade) como, por sem apoio de ferramentas digitais, em
cado publicitário etc., como forma de exemplo: Proibição: “Não se deve fumar quadros, tabelas ou gráficos.
criar familiaridade com textos legais – em recintos fechados.”; Obrigatoriedade: (EF69LP33) Articular o verbal com os
seu vocabulário, formas de organiza- “A vida tem que valer a pena.”; Possibili- esquemas, infográficos, imagens varia-
ção, marcas de estilo etc. -, de maneira dade: “É permitido a entrada de meno- das etc. na (re)construção dos sentidos
a facilitar a compreensão de leis, forta- res acompanhados de adultos respon- dos textos de divulgação científica e
lecer a defesa de direitos, fomentar a sáveis”, e os mecanismos de modaliza- retextualizar do discursivo para o es-
escrita de textos normativos (se e ção adequados aos textos políticos e quemático – infográfico, esquema, ta-
quando isso for necessário) e possibili- propositivos, as modalidades apreciati- bela, gráfico, ilustração etc. – e, ao con-
tar a compreensão do caráter interpre- vas, em que o locutor exprime um juízo trário, transformar o conteúdo das ta-
tativo das leis e as várias perspectivas de valor (positivo ou negativo) acerca do belas, esquemas, infográficos, ilustra-
que podem estar em jogo. que enuncia. Por exemplo: “Que belo ções etc. em texto discursivo, como
(EF69LP25) Posicionar-se de forma discurso!”, “Discordo das escolhas de forma de ampliar as possibilidades de
consistente e sustentada em uma dis- Antônio.”, “Felizmente, o buraco ainda compreensão desses textos e analisar
cussão, assembleia, reuniões de cole- não causou acidentes mais graves.”. as características das multissemioses e
giados da escola, de agremiações e ou- (EF69LP29) Refletir sobre a relação en- dos gêneros em questão.
tras situações de apresentação de pro- tre os contextos de produção dos gêne- (EF69LP34) Grifar as partes essenciais
postas e defesas de opiniões, respei- ros de divulgação científica – texto di- do texto, tendo em vista os objetivos
tando as opiniões contrárias e propos- dático, artigo de divulgação científica, de leitura, produzir marginálias (ou to-
tas alternativas e fundamentando seus reportagem de divulgação científica, mar notas em outro suporte), sínteses

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organizadas em itens, quadro sinópti- (EF69LP38) Organizar os dados e infor- visualização, topicalizando e/ou orga-
co, quadro comparativo, esquema, re- mações pesquisados em painéis ou sli- nizando o conteúdo em itens, inserindo
sumo ou resenha do texto lido (com ou des de apresentação, levando em conta de forma adequada imagens, gráficos,
sem comentário/análise), mapa con- o contexto de produção, o tempo dispo- tabelas, formas e elementos gráficos,
ceitual, dependendo do que for mais nível, as características do gênero apre- dimensionando a quantidade de texto
adequado, como forma de possibilitar sentação oral, a multissemiose, as mí- (e imagem) por slide, usando progressi-
uma maior compreensão do texto, a dias e tecnologias que serão utilizadas, vamente e de forma harmônica recur-
sistematização de conteúdos e infor- ensaiar a apresentação, considerando sos mais sofisticados como efeitos de
mações e um posicionamento frente também elementos paralinguísticos e transição, slides mestres, layouts per-
aos textos, se esse for o caso. cinésicos e proceder à exposição oral de sonalizados etc.
(EF69LP35) Planejar textos de divulga- resultados de estudos e pesquisas, no (EF69LP42) Analisar a construção com-
ção científica, a partir da elaboração de tempo determinado, a partir do planeja- posicional dos textos pertencentes a
esquema que considere as pesquisas mento e da definição de diferentes for- gêneros relacionados à divulgação de
feitas anteriormente, de notas e sínte- mas de uso da fala – memorizada, com conhecimentos: título, (olho), introdu-
ses de leituras ou de registros de expe- apoio da leitura ou fala espontânea. ção, divisão do texto em subtítulos,
rimentos ou de estudo de campo, pro- (EF69LP39) Definir o recorte temático imagens ilustrativas de conceitos, rela-
duzir, revisar e editar textos voltados da entrevista e o entrevistado, levan- ções, ou resultados complexos (fotos,
para a divulgação do conhecimento e tar informações sobre o entrevistado ilustrações, esquemas, gráficos, info-
de dados e resultados de pesquisas, e sobre o tema da entrevista, elaborar gráficos, diagramas, figuras, tabelas,
tais como artigo de divulgação científi- roteiro de perguntas, realizar entre- mapas) etc., exposição, contendo defi-
ca, artigo de opinião, reportagem cien- vista, a partir do roteiro, abrindo pos- nições, descrições, comparações, enu-
tífica, verbete de enciclopédia, verbete sibilidades para fazer perguntas a par- merações, exemplificações e remissões
de enciclopédia digital colaborativa, tir da resposta, se o contexto permitir, a conceitos e relações por meio de no-
infográfico, relatório, relato de experi- tomar nota, gravar ou salvar a entre- tas de rodapé, boxes ou links; ou título,
mento científico, relato (multimidiáti- vista e usar adequadamente as infor- contextualização do campo, ordenação
co) de campo, tendo em vista seus con- mações obtidas, de acordo com os ob- temporal ou temática por tema ou sub-
textos de produção, que podem envol- jetivos estabelecidos. tema, intercalação de trechos verbais
ver a disponibilização de informações e (EF69LP40) Analisar, em gravações de com fotos, ilustrações, áudios, vídeos
conhecimentos em circulação em um seminários, conferências rápidas, tre- etc. e reconhecer traços da linguagem
formato mais acessível para um públi- chos de palestras, dentre outros, a dos textos de divulgação científica, fa-
co específico ou a divulgação de conhe- construção composicional dos gêneros zendo uso consciente das estratégias
cimentos advindos de pesquisas biblio- de apresentação – abertura/saudação, de impessoalização da linguagem (ou
gráficas, experimentos científicos e es- introdução ao tema, apresentação do de pessoalização, se o tipo de publica-
tudos de campo realizados. plano de exposição, desenvolvimento ção e objetivos assim o demandarem,
(EF69LP36) Produzir, revisar e editar dos conteúdos, por meio do encadea- como em alguns podcasts e vídeos de
textos voltados para a divulgação do co- mento de temas e subtemas (coesão divulgação científica), 3ª pessoa, pre-
nhecimento e de dados e resultados de temática), síntese final e/ou conclusão, sente atemporal, recurso à citação, uso
pesquisas, tais como artigos de divulga- encerramento –, os elementos paralin- de vocabulário técnico/especializado
ção científica, verbete de enciclopédia, guísticos (tais como: tom e volume da etc., como forma de ampliar suas capa-
infográfico, infográfico animado, pod- voz, pausas e hesitações – que, em ge- cidades de compreensão e produção de
cast ou vlog científico, relato de experi- ral, devem ser minimizadas –, modula- textos nesses gêneros.
mento, relatório, relatório multimidiáti- ção de voz e entonação, ritmo, respira- (EF69LP43) Identificar e utilizar os mo-
co de campo, dentre outros, consideran- ção etc.) e cinésicos (tais como: postura dos de introdução de outras vozes no
do o contexto de produção e as regulari- corporal, movimentos e gestualidade texto – citação literal e sua formatação
dades dos gêneros em termos de suas significativa, expressão facial, contato e paráfrase –, as pistas linguísticas res-
construções composicionais e estilos. de olho com plateia, modulação de voz ponsáveis por introduzir no texto a po-
(EF69LP37) Produzir roteiros para ela- e entonação, sincronia da fala com fer- sição do autor e dos outros autores ci-
boração de vídeos de diferentes tipos ramenta de apoio etc.), para melhor tados (“Segundo X; De acordo com Y; De
(vlog científico, vídeo-minuto, programa performar apresentações orais no minha/nossa parte, penso/amos
de rádio, podcasts) para divulgação de campo da divulgação do conhecimento. que”...) e os elementos de normatiza-
conhecimentos científicos e resultados (EF69LP41) Usar adequadamente fer- ção (tais como as regras de inclusão e
de pesquisa, tendo em vista seu contex- ramentas de apoio a apresentações formatação de citações e paráfrases,
to de produção, os elementos e a cons- orais, escolhendo e usando tipos e ta- de organização de referências biblio-
trução composicional dos roteiros. manhos de fontes que permitam boa gráficas) em textos científicos, desen-

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volvendo reflexão sobre o modo como passagem do tempo e articulam suas tando as marcas de variação linguística
a intertextualidade e a retextualização partes, a escolha lexical típica de cada (dialetos, registros e jargões) e retextu-
ocorrem nesses textos. gênero para a caracterização dos cená- alizando o tratamento da temática.
(EF69LP44) Inferir a presença de valores rios e dos personagens e os efeitos de (EF69LP51) Engajar-se ativamente nos
sociais, culturais e humanos e de dife- sentido decorrentes dos tempos ver- processos de planejamento, textualiza-
rentes visões de mundo, em textos lite- bais, dos tipos de discurso, dos verbos ção, revisão/edição e reescrita, tendo
rários, reconhecendo nesses textos for- de enunciação e das variedades linguís- em vista as restrições temáticas, com-
mas de estabelecer múltiplos olhares ticas (no discurso direto, se houver) posicionais e estilísticas dos textos
sobre as identidades, sociedades e cul- empregados, identificando o enredo e pretendidos e as configurações da situ-
turas e considerando a autoria e o con- o foco narrativo e percebendo como se ação de produção – o leitor pretendido,
texto social e histórico de sua produção. estrutura a narrativa nos diferentes gê- o suporte, o contexto de circulação do
neros e os efeitos de sentido decorren- texto, as finalidades etc. – e conside-
(EF69LP45) Posicionar-se criticamente tes do foco narrativo típico de cada gê-
em relação a textos pertencentes a gê- rando a imaginação, a estesia e a veros-
nero, da caracterização dos espaços fí- similhança próprias ao texto literário.
neros como quarta-capa, programa (de sico e psicológico e dos tempos crono-
teatro, dança, exposição etc.), sinopse, (EF69LP52) Representar cenas ou tex-
lógico e psicológico, das diferentes vo-
resenha crítica, comentário em blog/ tos dramáticos, considerando, na carac-
zes no texto (do narrador, de persona-
vlog cultural etc., para selecionar obras terização dos personagens, os aspectos
gens em discurso direto e indireto), do
literárias e outras manifestações artís- linguísticos e paralinguísticos das falas
uso de pontuação expressiva, palavras
ticas (cinema, teatro, exposições, espe- (timbre e tom de voz, pausas e hesita-
e expressões conotativas e processos
táculos, CD´s, DVD´s etc.), diferenciando ções, entonação e expressividade, varie-
figurativos e do uso de recursos lin-
as sequências descritivas e avaliativas dades e registros linguísticos), os gestos
guístico-gramaticais próprios a cada
e reconhecendo-os como gêneros que e os deslocamentos no espaço cênico, o
gênero narrativo.
apoiam a escolha do livro ou produção figurino e a maquiagem e elaborando as
(EF69LP48) Interpretar, em poemas, rubricas indicadas pelo autor por meio
cultural e consultando-os no momento
efeitos produzidos pelo uso de recur- do cenário, da trilha sonora e da explo-
de fazer escolhas, quando for o caso.
sos expressivos sonoros (estrofação, ração dos modos de interpretação.
(EF69LP46) Participar de práticas de rimas, aliterações etc.), semânticos (fi-
compartilhamento de leitura/recepção (EF69LP53) Ler em voz alta textos lite-
guras de linguagem, por exemplo), grá-
de obras literárias/manifestações artís- rários diversos – como contos de amor,
fico-espacial (distribuição da mancha
de humor, de suspense, de terror; crôni-
ticas, como rodas de leitura, clubes de gráfica no papel), imagens e sua relação
cas líricas, humorísticas, críticas; bem
leitura, eventos de contação de histó- com o texto verbal.
como leituras orais capituladas (com-
rias, de leituras dramáticas, de apresen- (EF69LP49) Mostrar-se interessado e partilhadas ou não com o professor) de
tações teatrais, musicais e de filmes, envolvido pela leitura de livros de lite- livros de maior extensão, como roman-
cineclubes, festivais de vídeo, saraus, ratura e por outras produções culturais ces, narrativas de enigma, narrativas de
slams, canais de booktubers, redes so- do campo e receptivo a textos que aventura, literatura infantojuvenil, –
ciais temáticas (de leitores, de cinéfilos, rompam com seu universo de expecta- contar/recontar histórias tanto da tradi-
de música etc.), dentre outros, tecendo, tivas, que representem um desafio em ção oral (causos, contos de esperteza,
quando possível, comentários de ordem relação às suas possibilidades atuais e contos de animais, contos de amor, con-
estética e afetiva e justificando suas suas experiências anteriores de leitura, tos de encantamento, piadas, dentre
apreciações, escrevendo comentários e apoiando-se nas marcas linguísticas, outros) quanto da tradição literária es-
resenhas para jornais, blogs e redes so- em seu conhecimento sobre os gêneros crita, expressando a compreensão e in-
ciais e utilizando formas de expressão e a temática e nas orientações dadas terpretação do texto por meio de uma
das culturas juvenis, tais como, vlogs e pelo professor. leitura ou fala expressiva e fluente, que
podcasts culturais (literatura, cinema, (EF69LP50) Elaborar texto teatral, a respeite o ritmo, as pausas, as hesita-
teatro, música), playlists comentadas, partir da adaptação de romances, con- ções, a entonação indicados tanto pela
fanfics, fanzines, e-zines, fanvídeos, fan- tos, mitos, narrativas de enigma e de pontuação quanto por outros recursos
clipes, posts em fanpages, trailer hones- aventura, novelas, biografias romancea- gráfico-editoriais, como negritos, itáli-
to, vídeo-minuto, dentre outras possibi- das, crônicas, dentre outros, indicando cos, caixa-alta, ilustrações etc., gravan-
lidades de práticas de apreciação e de as rubricas para caracterização do cená- do essa leitura ou esse conto/reconto,
manifestação da cultura de fãs. rio, do espaço, do tempo; explicitando a seja para análise posterior, seja para
(EF69LP47) Analisar, em textos narrati- caracterização física e psicológica dos produção de audiobooks de textos lite-
vos ficcionais, as diferentes formas de personagens e dos seus modos de ação; rários diversos ou de podcasts de leitu-
composição próprias de cada gênero, reconfigurando a inserção do discurso ras dramáticas com ou sem efeitos es-
os recursos coesivos que constroem a direto e dos tipos de narrador; explici- peciais e ler e/ou declamar poemas di-

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versos, tanto de forma livre quanto de senvolver uma atitude crítica frente de circulação etc. – a partir da escolha
forma fixa (como quadras, sonetos, liras, aos textos jornalísticos. do fato a ser aprofundado ou do tema a
haicais etc.), empregando os recursos (EF89LP02) Analisar diferentes práti- ser focado (de relevância para a turma,
linguísticos, paralinguísticos e cinésicos cas (curtir, compartilhar, comentar, escola ou comunidade), do levanta-
necessários aos efeitos de sentido pre- curar etc.) e textos pertencentes a dife- mento de dados e informações sobre o
tendidos, como o ritmo e a entonação, o rentes gêneros da cultura digital (me- fato ou tema – que pode envolver en-
emprego de pausas e prolongamentos, me, gif, comentário, charge digital etc.) trevistas com envolvidos ou com espe-
o tom e o timbre vocais, bem como envolvidos no trato com a informação e cialistas, consultas a fontes diversas,
eventuais recursos de gestualidade e opinião, de forma a possibilitar uma análise de documentos, cobertura de
pantomima que convenham ao gênero presença mais crítica e ética nas redes. eventos etc. –, do registro dessas infor-
poético e à situação de compartilha- mações e dados, da escolha de fotos ou
(EF89LP03) Analisar textos de opinião
mento em questão. imagens a produzir ou a utilizar etc., da
(artigos de opinião, editoriais, cartas de
(EF69LP54) Analisar os efeitos de sen- produção de infográficos, quando for o
leitores, comentários, posts de blog e de
tido decorrentes da interação entre os caso, e da organização hipertextual (no
redes sociais, charges, memes, gifs etc.) e
elementos linguísticos e os recursos caso a publicação em sites ou blogs no-
posicionar-se de forma crítica e funda-
paralinguísticos e cinésicos, como as ticiosos ou mesmo de jornais impres-
mentada, ética e respeitosa frente a fatos
variações no ritmo, as modulações no sos, por meio de boxes variados).
e opiniões relacionados a esses textos.
tom de voz, as pausas, as manipula- (EF89LP09) Produzir reportagem im-
(EF89LP04) Identificar e avaliar teses/
ções do estrato sonoro da linguagem, pressa, com título, linha fina (optativa),
opiniões/posicionamentos explícitos e
obtidos por meio da estrofação, das organização composicional (expositiva,
implícitos, argumentos e contra-argu-
rimas e de figuras de linguagem como interpretativa e/ou opinativa), progres-
mentos em textos argumentativos do
as aliterações, as assonâncias, as ono- são temática e uso de recursos linguísti-
campo (carta de leitor, comentário, ar-
matopeias, dentre outras, a postura cos compatíveis com as escolhas feitas e
tigo de opinião, resenha crítica etc.),
corporal e a gestualidade, na declama- reportagens multimidiáticas, tendo em
posicionando-se frente à questão con-
ção de poemas, apresentações musi- vista as condições de produção, as ca-
troversa de forma sustentada.
cais e teatrais, tanto em gêneros em racterísticas do gênero, os recursos e
prosa quanto nos gêneros poéticos, os (EF89LP05) Analisar o efeito de sentido mídias disponíveis, sua organização hi-
efeitos de sentido decorrentes do em- produzido pelo uso, em textos, de re- pertextual e o manejo adequado de re-
prego de figuras de linguagem, tais co- curso a formas de apropriação textual cursos de captação e edição de áudio e
mo comparação, metáfora, personifi- (paráfrases, citações, discurso direto, imagem e adequação à norma-padrão.
cação, metonímia, hipérbole, eufemis- indireto ou indireto livre).
(EF89LP10) Planejar artigos de opinião,
mo, ironia, paradoxo e antítese e os (EF89LP06) Analisar o uso de recursos tendo em vista as condições de produ-
efeitos de sentido decorrentes do em- persuasivos em textos argumentativos ção do texto – objetivo, leitores/espec-
prego de palavras e expressões deno- diversos (como a elaboração do título, es- tadores, veículos e mídia de circulação
tativas e conotativas (adjetivos, locu- colhas lexicais, construções metafóricas, etc. –, a partir da escolha do tema ou
ções adjetivas, orações subordinadas a explicitação ou a ocultação de fontes de questão a ser discutido(a), da relevância
adjetivas etc.), que funcionam como informação) e seus efeitos de sentido. para a turma, escola ou comunidade, do
modificadores, percebendo sua função (EF89LP07) Analisar, em notícias, re- levantamento de dados e informações
na caracterização dos espaços, tem- portagens e peças publicitárias em vá- sobre a questão, de argumentos relacio-
pos, personagens e ações próprios de rias mídias, os efeitos de sentido devi- nados a diferentes posicionamentos em
cada gênero narrativo. dos ao tratamento e à composição dos jogo, da definição – o que pode envolver
(EF69LP55) Reconhecer as variedades elementos nas imagens em movimen- consultas a fontes diversas, entrevistas
da língua falada, o conceito de norma- to, à performance, à montagem feita com especialistas, análise de textos, or-
-padrão e o de preconceito linguístico. (ritmo, duração e sincronização entre ganização esquemática das informações
(EF69LP56) Fazer uso consciente e re- as linguagens – complementaridades, e argumentos – dos (tipos de) argumen-
flexivo de regras e normas da norma- interferências etc.) e ao ritmo, melodia, tos e estratégias que pretende utilizar
-padrão em situações de fala e escrita instrumentos e sampleamentos das para convencer os leitores.
nas quais ela deve ser usada. músicas e efeitos sonoros. (EF89LP11) Produzir, revisar e editar pe-
(EF89LP01) Analisar os interesses que (EF89LP08) Planejar reportagem im- ças e campanhas publicitárias, envol-
movem o campo jornalístico, os efeitos pressa e em outras mídias (rádio ou vendo o uso articulado e complementar
das novas tecnologias no campo e as TV/vídeo, sites), tendo em vista as con- de diferentes peças publicitárias: cartaz,
condições que fazem da informação dições de produção do texto – objetivo, banner, indoor, folheto, panfleto, anúncio
uma mercadoria, de forma a poder de- leitores/espectadores, veículos e mídia de jornal/revista, para internet, spot,

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propaganda de rádio, TV, a partir da es- relevância das informações mantidas e mo portal e-cidadania), serviços, portais
colha da questão/problema/causa signi- a continuidade temática. e ferramentas de acompanhamentos do
ficativa para a escola e/ou a comunidade (EF89LP14) Analisar, em textos argu- trabalho de políticos e de tramitação de
escolar, da definição do público-alvo, das mentativos e propositivos, os movi- leis, canais de educação política, bem
peças que serão produzidas, das estraté- mentos argumentativos de sustenta- como de propostas e proposições que
gias de persuasão e convencimento que ção, refutação e negociação e os tipos circulam nesses canais, de forma a par-
serão utilizadas. de argumentos, avaliando a força/tipo ticipar do debate de ideias e propostas
(EF89LP12) Planejar coletivamente a re- dos argumentos utilizados. na esfera social e a engajar-se com a
alização de um debate sobre tema pre- (EF89LP15) Utilizar, nos debates, ope- busca de soluções para problemas ou
viamente definido, de interesse coletivo, radores argumentativos que marcam a questões que envolvam a vida da escola
com regras acordadas e planejar, em defesa de ideia e de diálogo com a tese e da comunidade.
grupo, participação em debate a partir do outro: concordo, discordo, concordo (EF89LP19) Analisar, a partir do contex-
do levantamento de informações e ar- parcialmente, do meu ponto de vista, na to de produção, a forma de organização
gumentos que possam sustentar o posi- perspectiva aqui assumida etc. das cartas abertas, abaixo-assinados e
cionamento a ser defendido (o que pode petições on-line (identificação dos sig-
(EF89LP16) Analisar a modalização re-
envolver entrevistas com especialistas, natários, explicitação da reivindicação
alizada em textos noticiosos e argu-
consultas a fontes diversas, o registro feita, acompanhada ou não de uma
mentativos, por meio das modalidades
das informações e dados obtidos etc.), breve apresentação da problemática e/
apreciativas, viabilizadas por classes e
tendo em vista as condições de produ- ou de justificativas que visam susten-
estruturas gramaticais como adjetivos,
ção do debate – perfil dos ouvintes e tar a reivindicação) e a proposição, dis-
locuções adjetivas, advérbios, locuções
demais participantes, objetivos do de- cussão e aprovação de propostas polí-
adverbiais, orações adjetivas e adver-
bate, motivações para sua realização, ticas ou de soluções para problemas de
biais, orações relativas restritivas e ex-
argumentos e estratégias de convenci- interesse público, apresentadas ou li-
plicativas etc., de maneira a perceber a
mento mais eficazes etc. e participar de das nos canais digitais de participação,
apreciação ideológica sobre os fatos
debates regrados, na condição de mem- identificando suas marcas linguísticas,
noticiados ou as posições implícitas ou
bro de uma equipe de debatedor, apre- como forma de possibilitar a escrita ou
assumidas.
sentador/mediador, espectador (com ou subscrição consciente de abaixo-assi-
sem direito a perguntas), e/ou de juiz/ (EF89LP17) Relacionar textos e docu-
nados e textos dessa natureza e poder
avaliador, como forma de compreender mentos legais e normativos de impor-
se posicionar de forma crítica e funda-
o funcionamento do debate, e poder tância universal, nacional ou local que
mentada frente às propostas.
participar de forma convincente, ética, envolvam direitos, em especial, de crian-
respeitosa e crítica e desenvolver uma ças, adolescentes e jovens – tais como a (EF89LP20) Comparar propostas políti-
atitude de respeito e diálogo para com Declaração dos Direitos Humanos, a cas e de solução de problemas, identifi-
as ideias divergentes. Constituição Brasileira, o ECA –, e a regu- cando o que se pretende fazer/imple-
lamentação da organização escolar – por mentar, por que (motivações, justificati-
(EF89LP13) Planejar entrevistas orais
exemplo, regimento escolar –, a seus vas), para que (objetivos, benefícios e
com pessoas ligadas ao fato noticiado,
contextos de produção, reconhecendo e consequências esperados), como (ações
especialistas etc., como forma de obter
analisando possíveis motivações, finali- e passos), quando etc. e a forma de ava-
dados e informações sobre os fatos co-
dades e sua vinculação com experiências liar a eficácia da proposta/solução, con-
bertos sobre o tema ou questão discu-
humanas e fatos históricos e sociais, co- trastando dados e informações de dife-
tida ou temáticas em estudo, levando
mo forma de ampliar a compreensão dos rentes fontes, identificando coincidên-
em conta o gênero e seu contexto de
direitos e deveres, de fomentar os princí- cias, complementaridades e contradi-
produção, partindo do levantamento
de informações sobre o entrevistado e pios democráticos e uma atuação pauta- ções, de forma a poder compreender e
sobre a temática e da elaboração de um da pela ética da responsabilidade (o ou- posicionar-se criticamente sobre os da-
roteiro de perguntas, garantindo a rele- tro tem direito a uma vida digna tanto dos e informações usados em funda-
vância das informações mantidas e a quanto eu tenho). mentação de propostas e analisar a coe-
continuidade temática, realizar entre- (EF89LP18) Explorar e analisar instân- rência entre os elementos, de forma a
vista e fazer edição em áudio ou vídeo, cias e canais de participação disponíveis tomar decisões fundamentadas.
incluindo uma contextualização inicial na escola (conselho de escola, outros co- (EF89LP21) Realizar enquetes e pesqui-
e uma fala de encerramento para pu- legiados, grêmio livre), na comunidade sas de opinião, de forma a levantar prio-
blicação da entrevista isoladamente ou (associações, coletivos, movimentos, ridades, problemas a resolver ou propos-
como parte integrante de reportagem etc.), no munícipio ou no país, incluindo tas que possam contribuir para melhoria
multimidiática, adequando-a a seu formas de participação digital, como ca- da escola ou da comunidade, caracterizar
contexto de publicação e garantindo a nais e plataformas de participação (co- demanda/necessidade, documentando-

XLIII

09/08/2022 11:30:02
-a de diferentes maneiras por meio de em função dos objetivos, informações mentos e estratégias de leitura adequa-
diferentes procedimentos, gêneros e mí- principais para apoio ao estudo e reali- dos a diferentes objetivos e levando em
dias e, quando for o caso, selecionar in- zando, quando necessário, uma síntese conta características dos gêneros e su-
formações e dados relevantes de fontes final que destaque e reorganize os pon- portes – romances, contos contemporâ-
pertinentes diversas (sites, impressos, tos ou conceitos centrais e suas rela- neos, minicontos, fábulas contemporâ-
vídeos etc.), avaliando a qualidade e a uti- ções e que, em alguns casos, seja acom- neas, romances juvenis, biografias ro-
lidade dessas fontes, que possam servir panhada de reflexões pessoais, que manceadas, novelas, crônicas visuais,
de contextualização e fundamentação de podem conter dúvidas, questionamen- narrativas de ficção científica, narrativas
propostas, de forma a justificar a propo- tos, considerações etc. de suspense, poemas de forma livre e fi-
sição de propostas, projetos culturais e (EF89LP29) Utilizar e perceber mecanis- xa (como haicai), poema concreto, ciber-
ações de intervenção. mos de progressão temática, tais como poema, dentre outros, expressando ava-
(EF89LP22) Compreender e comparar retomadas anafóricas (“que, cujo, onde”, liação sobre o texto lido e estabelecendo
as diferentes posições e interesses em pronomes do caso reto e oblíquos, pro- preferências por gêneros, temas, autores.
jogo em uma discussão ou apresenta- nomes demonstrativos, nomes correfe- (EF89LP34) Analisar a organização de
ção de propostas, avaliando a validade rentes etc.), catáforas (remetendo para texto dramático apresentado em tea-
e força dos argumentos e as consequ- adiante ao invés de retomar o já dito), tro, televisão, cinema, identificando e
ências do que está sendo proposto e, uso de organizadores textuais, de coesi- percebendo os sentidos decorrentes
quando for o caso, formular e negociar vos etc., e analisar os mecanismos de dos recursos linguísticos e semióticos
propostas de diferentes naturezas re- reformulação e paráfrase utilizados nos que sustentam sua realização como
lativas a interesses coletivos envolven- textos de divulgação do conhecimento. peça teatral, novela, filme etc.
do a escola ou comunidade escolar. (EF89LP30) Analisar a estrutura de hi- (EF89LP35) Criar contos ou crônicas
(EF89LP23) Analisar, em textos argu- pertexto e hiperlinks em textos de di- (em especial, líricas), crônicas visuais,
mentativos, reivindicatórios e proposi- vulgação científica que circulam na minicontos, narrativas de aventura e de
tivos, os movimentos argumentativos Web e proceder à remissão a conceitos ficção científica, dentre outros, com te-
utilizados (sustentação, refutação e e relações por meio de links. máticas próprias ao gênero, usando os
negociação), avaliando a força dos ar- (EF89LP31) Analisar e utilizar modaliza- conhecimentos sobre os constituintes
gumentos utilizados. ção epistêmica, isto é, modos de indicar estruturais e recursos expressivos típi-
uma avaliação sobre o valor de verdade cos dos gêneros narrativos pretendi-
(EF89LP24) Realizar pesquisa, estabe-
e as condições de verdade de uma pro- dos, e, no caso de produção em grupo,
lecendo o recorte das questões, usando
posição, tais como os asseverativos – ferramentas de escrita colaborativa.
fontes abertas e confiáveis.
quando se concorda com (“realmente, (EF89LP36) Parodiar poemas conhecidos
(EF89LP25) Divulgar o resultado de
evidentemente, naturalmente, efetiva- da literatura e criar textos em versos (co-
pesquisas por meio de apresentações
mente, claro, certo, lógico, sem dúvida” mo poemas concretos, ciberpoemas, hai-
orais, verbetes de enciclopédias cola-
etc.) ou discorda de (“de jeito nenhum, cais, liras, microrroteiros, lambe-lambes
borativas, reportagens de divulgação
de forma alguma”) uma ideia; e os qua- e outros tipos de poemas), explorando o
científica, vlogs científicos, vídeos de
se-asseverativos, que indicam que se uso de recursos sonoros e semânticos
diferentes tipos etc. (como figuras de linguagem e jogos de
considera o conteúdo como quase certo
(EF89LP26) Produzir resenhas, a partir (“talvez, assim, possivelmente, prova- palavras) e visuais (como relações entre
das notas e/ou esquemas feitos, com o velmente, eventualmente”). imagem e texto verbal e distribuição da
manejo adequado das vozes envolvidas (EF89LP32) Analisar os efeitos de sen- mancha gráfica), de forma a propiciar di-
(do resenhador, do autor da obra e, se tido decorrentes do uso de mecanis- ferentes efeitos de sentido.
for o caso, também dos autores citados mos de intertextualidade (referências, (EF89LP37) Analisar os efeitos de sen-
na obra resenhada), por meio do uso de alusões, retomadas) entre os textos li- tido do uso de figuras de linguagem co-
paráfrases, marcas do discurso repor- terários, entre esses textos literários e mo ironia, eufemismo, antítese, alitera-
tado e citações. outras manifestações artísticas (cine- ção, assonância, dentre outras.
(EF89LP27) Tecer considerações e formu- ma, teatro, artes visuais e midiáticas, (EF08LP01) Identificar e comparar as
lar problematizações pertinentes, em música), quanto aos temas, persona- várias editorias de jornais impressos e
momentos oportunos, em situações de gens, estilos, autores etc., e entre o tex- digitais e de sites noticiosos, de forma a
aulas, apresentação oral, seminário etc. to original e paródias, paráfrases, pas- refletir sobre os tipos de fato que são
(EF89LP28) Tomar nota de videoaulas, tiches, trailer honesto, vídeos-minuto, noticiados e comentados, as escolhas
aulas digitais, apresentações multimí- vidding, dentre outros. sobre o que noticiar e o que não noti-
dias, vídeos de divulgação científica, (EF89LP33) Ler, de forma autônoma, e ciar e o destaque/enfoque dado e a fi-
documentários e afins, identificando, compreender – selecionando procedi- dedignidade da informação.

XLIV

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(EF08LP02) Justificar diferenças ou se- (EF08LP07) Diferenciar, em textos lidos (EF08LP12) Identificar, em textos lidos,
melhanças no tratamento dado a uma ou de produção própria, complementos orações subordinadas com conjunções
mesma informação veiculada em tex- diretos e indiretos de verbos transiti- de uso frequente, incorporando-as às
tos diferentes, consultando sites e ser- vos, apropriando-se da regência de suas próprias produções.
viços de checadores de fatos. verbos de uso frequente. (EF08LP13) Inferir efeitos de sentido
(EF08LP03) Produzir artigos de opi- (EF08LP08) Identificar, em textos lidos decorrentes do uso de recursos de coe-
nião, tendo em vista o contexto de pro- ou de produção própria, verbos na voz são sequencial: conjunções e articula-
dução dado, a defesa de um ponto de ativa e na voz passiva, interpretando os dores textuais.
vista, utilizando argumentos e contra- efeitos de sentido de sujeito ativo e
(EF08LP14) Utilizar, ao produzir texto,
-argumentos e articuladores de coesão passivo (agente da passiva).
recursos de coesão sequencial (articu-
que marquem relações de oposição, (EF08LP09) Interpretar efeitos de sen- ladores) e referencial (léxica e prono-
contraste, exemplificação, ênfase. tido de modificadores (adjuntos adno-
minal), construções passivas e impes-
(EF08LP04) Utilizar, ao produzir texto, minais – artigos definido ou indefinido,
soais, discurso direto e indireto e ou-
conhecimentos linguísticos e gramati- adjetivos, expressões adjetivas) em
tros recursos expressivos adequados
cais: ortografia, regências e concordân- substantivos com função de sujeito ou
ao gênero textual.
cias nominal e verbal, modos e tempos de complemento verbal, usando-os pa-
verbais, pontuação etc. ra enriquecer seus próprios textos. (EF08LP15) Estabelecer relações entre
(EF08LP05) Analisar processos de for- (EF08LP10) Interpretar, em textos lidos partes do texto, identificando o ante-
mação de palavras por composição ou de produção própria, efeitos de sen- cedente de um pronome relativo ou o
(aglutinação e justaposição), apro- tido de modificadores do verbo (adjun- referente comum de uma cadeia de
priando-se de regras básicas de uso do tos adverbiais – advérbios e expressões substituições lexicais.
hífen em palavras compostas. adverbiais), usando-os para enriquecer (EF08LP16) Explicar os efeitos de senti-
(EF08LP06) Identificar, em textos lidos seus próprios textos. do do uso, em textos, de estratégias de
ou de produção própria, os termos (EF08LP11) Identificar, em textos lidos modalização e argumentatividade (si-
constitutivos da oração (sujeito e seus ou de produção própria, agrupamento nais de pontuação, adjetivos, substan-
modificadores, verbo e seus comple- de orações em períodos, diferenciando tivos, expressões de grau, verbos e pe-
mentos e modificadores). coordenação de subordinação. rífrases verbais, advérbios etc.).

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Versão final. Brasília: MEC, 2018. p. 141-161, 177-191. Disponível
em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 11 fev. 2022.

ciais, não só no contexto de sala de aula; das competên-


Articulação entre a cias específicas de Linguagens 2 e 3, pois os estudantes
abordagem teórico- conhecem e exploram diversas práticas de linguagem
-metodológica e a BNCC ao longo do ano e utilizam diferentes linguagens para
se expressar e aprender; da competência específica de
Esta coleção foi construída com base na perspectiva Língua Portuguesa 3, uma vez que leem, escutam e
enunciativo-discursiva da linguagem, como orienta a produzem textos orais, escritos e multissemióticos; das
BNCC. Cada unidade apresenta dois capítulos, que habilidades EF69LP13, EF69LP25 e EF89LP27, pois parti-
abordam as práticas de leitura e produção de textos, cipam de discussões orais acerca de temas relevantes,
oralidade e análise linguística. Dessa forma, busca-se que perpassam o material, respeitando a opinião do
desenvolver a autonomia dos estudantes por meio de outro, tecendo considerações e formulando problema-
atividades que os auxiliam no desenvolvimento de tizações pertinentes das habilidades EF69LP55 e
competências, habilidades, atitudes e valores, possibi- EF69LP56, visto que reconhecem as variedades linguís-
litando sua formação integral. ticas e o conceito de norma-padrão, fazendo uso da va-
Ao longo dos quatro volumes, desenvolvemos a to- riedade mais adequada a cada situação comunicativa;
talidade de competências e habilidades da BNCC, consi- das habilidades EF89LP24 e EF89LP28, pois realizam
derando a especificidade de cada ano escolar. Em nossa pesquisas e tomam nota de aulas e apresentações co-
proposta, destacamos a importância da competência mo procedimento de apoio à compreensão; das habili-
geral 9, uma vez que a empatia, o diálogo, a resolução dades EF08LP04 e EF08LP14, uma vez que utilizam co-
de conflitos, a cooperação, o respeito e a valorização da nhecimentos linguísticos em situações comunicativas e
diversidade são essenciais para todas as relações so- nas produções de texto.
XLV

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Quadro de conteúdos • 8º ano

O quadro a seguir apresenta os principais conteúdos de cada capítulo, os objetivos e a justificativa da perti-
nência desses objetivos, assim como as habilidades, as principais competências e os temas contemporâneos
transversais da BNCC que se relacionam com tais conteúdos.

CG: Competência geral CELP: Competência específica de


CEL: Competência específica Língua Portuguesa
de Linguagens TCT: Tema contemporâneo transversal

UNIDADE 1 ◆ Poema e haicai

CAPÍTULO 1 ◆ Poema

Conteúdos Objetivos e justificativas BNCC


• Poema O objetivo deste capítulo é ampliar os • EF69LP03; EF69LP05; EF69LP44;
• Intertextualidade conhecimentos que os estudantes têm sobre o EF69LP46; EF69LP48; EF69LP49;
gênero poema, permitindo que desenvolvam EF69LP51; EF69LP53; EF69LP54;
• Paródia
habilidades de oralidade, leitura, compreensão e EF69LP55
• Sujeito indeterminado produção textual. Os conhecimentos linguísticos • EF89LP32; EF89LP33; EF89LP36;
• Paródia de poema propostos contribuem com esse objetivo, uma vez EF89LP37
• Poetry slam que o trabalho com a linguagem é uma
• EF08LP06; EF08LP10
característica marcante desse gênero. Esse
estudo se justifica não apenas na relação que • CG1; CG3; CG4; CG9; CG10
estabelece com a BNCC, mas também pela • CEL2; CEL3
importância da valorização da literatura, • CELP3; CELP5; CELP7; CELP9
reconhecendo seu potencial transformador e • TCT: Diversidade cultural
humanizador.

CAPÍTULO 2 ◆ Haicai

Conteúdos Objetivos e justificativas BNCC


• Haicai O objetivo deste capítulo é apresentar aos • EF69LP48; EF69LP51; EF69LP54;
• A poesia nas artes estudantes o gênero haicai, permitindo que EF69LP55
desenvolvam habilidades de oralidade, leitura, • EF89LP33; EF89LP36; EF89LP37
• Oração sem sujeito
compreensão e produção textual. Os
• EF08LP06
conhecimentos linguísticos propostos contribuem
para atingir esse objetivo, além de possibilitar aos • CG3
estudantes utilizar a língua portuguesa com • CEL1; CEL2; CEL5
autonomia e criticidade. Esse estudo se justifica • CELP2; CELP3; CELP4
não apenas na relação que estabelece com a
BNCC, mas também pela importância da
valorização da literatura, reconhecendo seu
potencial transformador e humanizador.

XLVI

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UNIDADE 2 ◆ Quarta capa e resenha crítica

CAPÍTULO 3 ◆ Quarta capa

Conteúdos Objetivos e justificativas BNCC


• Quarta capa Este capítulo tem o objetivo de apresentar aos • EF69LP03; EF69LP45; EF69LP46;
• Vozes verbais (voz ativa, voz estudantes o gênero quarta capa, permitindo- EF69LP49; EF69LP56
passiva, voz reflexiva, agente da lhes que desenvolvam habilidades de oralidade, • EF89LP27
passiva, mudança de voz ativa leitura, compreensão e produção textual. Os
• EF08LP04; EF08LP06;
para voz passiva) conhecimentos linguísticos propostos contribuem
EF08LP08; EF08LP14
para atingir esse objetivo, além de possibilitar aos
estudantes utilizar a língua portuguesa com • CG9; CG10
autonomia e criticidade. Esse estudo se justifica • CEL2
não apenas na relação que estabelece com a • CELP3; CELP8; CELP9
BNCC, mas também pelos conhecimentos que
podem ser incorporados ao cotidiano dos
estudantes, auxiliando-os a utilizar a linguagem
como um recurso de participação social.

CAPÍTULO 4 ◆ Resenha crítica

Conteúdos Objetivos e justificativas BNCC


• Resenha crítica O objetivo deste capítulo é ampliar os • EF69LP05; EF69LP06; EF69LP07;
• Os adjetivos e os advérbios nas conhecimentos que os estudantes têm sobre o EF69LP08; EF69LP18; EF69LP45;
resenhas críticas gênero resenha crítica, permitindo-lhes que EF69LP46; EF69LP53; EF69LP55;
desenvolvam habilidades de oralidade, leitura, EF69LP56
• Voz passiva analítica e voz passiva
compreensão e produção textual. Os • EF89LP02; EF89LP03; EF89LP04;
sintética
conhecimentos linguísticos propostos contribuem EF89LP06; EF89LP16; EF89LP26;
para atingir esse objetivo, além de possibilitar aos EF89LP31
estudantes utilizar a língua portuguesa com
• EF08LP04; EF08LP08; EF08LP09;
autonomia e criticidade. Esse estudo se justifica
EF08LP10; EF08LP16
não apenas na relação que estabelece com a
BNCC, mas também pelos conhecimentos que • CG1; CG7
podem ser incorporados ao cotidiano dos • CELP2; CELP3; CELP4; CELP7;
estudantes, auxiliando-os a utilizar a linguagem CELP10
como um recurso de participação social. • TCT: Educação em direitos
humanos

XLVII

09/08/2022 11:32:09
UNIDADE 3 ◆ Novela e romance juvenil

CAPÍTULO 5 ◆ Novela

Conteúdos Objetivos e justificativas BNCC


• Novela Este capítulo tem o objetivo de apresentar aos • EF69LP03; EF69LP05; EF69LP13;
• Quarta capa estudantes o gênero novela, permitindo-lhes que EF69LP44; EF69LP47; EF69LP49;
desenvolvam habilidades de oralidade, leitura, EF69LP51; EF69LP53; EF69LP54
• Discurso direto e discurso indireto
compreensão e produção textual. Os • EF89LP27; EF89LP32; EF89LP33;
• Verbos de elocução conhecimentos linguísticos propostos contribuem EF89LP35
• Complemento nominal com esse objetivo, além de possibilitar aos
• EF08LP04; EF08LP06; EF08LP09;
• Adjunto adnominal estudantes utilizar a língua portuguesa com
EF08LP13; EF08LP14
autonomia e criticidade. Esse estudo se justifica
• Desfecho de novela • CG1; CG3; CG4; CG5; CG7; CG9
não apenas na relação que estabelece com a
BNCC, mas também pela importância da • CEL3; CEL5; CEL6
valorização da literatura, reconhecendo seu • CELP2; CELP3; CELP7; CELP8;
potencial transformador e humanizador. CELP9; CELP10

CAPÍTULO 6 ◆ Romance juvenil

Conteúdos Objetivos e justificativas BNCC


• Romance juvenil O objetivo deste capítulo é apresentar aos • EF69LP05; EF69LP12; EF69LP44;
• Texto dramático estudantes o gênero romance juvenil, EF69LP46; EF69LP47; EF69LP48;
permitindo-lhes que desenvolvam habilidades de EF69LP49; EF69LP50; EF69LP51;
• Aposto
oralidade, leitura, compreensão e produção EF69LP52; EF69LP53; EF69LP54
• Vocativo textual. Os conhecimentos linguísticos propostos • EF89LP32; EF89LP33; EF89LP34;
• Dramatização contribuem com esse objetivo, além de EF89LP37
possibilitar aos estudantes utilizar a língua
• EF08LP04; EF08LP06; EF08LP13;
portuguesa com autonomia e criticidade. Esse
EF08LP14
estudo se justifica não apenas na relação que
estabelece com a BNCC, mas também pela • CG3; CG4; CG9; CG10
importância da valorização da literatura, • CEL1; CEL3; CEL5
reconhecendo seu potencial transformador e • CELP2; CELP3; CELP8; CELP9
humanizador.

XLVIII

09/08/2022 11:32:09
UNIDADE 4 ◆ Reportagem e artigo de curiosidade científica

CAPÍTULO 7 ◆ Reportagem

Conteúdos Objetivos e justificativas BNCC


• Reportagem O objetivo deste capítulo é ampliar os • EF69LP03; EF69LP06; EF69LP07;
• Os benefícios da prática de conhecimentos que os estudantes têm sobre o EF69LP08; EF69LP10; EF69LP11;
atividades físicas gênero reportagem por meio da leitura, EF69LP12; EF69LP13; EF69LP14;
compreensão e estudo de exemplares desse EF69LP16; EF69LP17; EF69LP19;
• Resumo de podcast
gênero. A organização do capítulo também EF69LP21; EF69LP25; EF69LP29;
• Processo de formação de palavras: permite desenvolver e fortalecer habilidades de EF69LP30; EF69LP31; EF69LP32;
composição (emprego do hífen em oralidade, leitura, compreensão e produção EF69LP33; EF69LP34; EF69LP36;
palavras compostas) textual. Os conhecimentos linguísticos propostos EF69LP37; EF69LP40; EF69LP42;
• Telejornal contribuem para atingir esse objetivo, além de EF69LP43; EF69LP55; EF69LP56
possibilitar aos estudantes utilizar a língua • EF89LP01; EF89LP02; EF89LP05;
portuguesa com autonomia e criticidade. Esse EF89LP07; EF89LP08; EF89LP09;
estudo se justifica não apenas na relação que EF89LP12; EF89LP13; EF89LP15;
estabelece com a BNCC, mas também pela EF89LP16; EF89LP24; EF89LP27;
importância de desenvolver nos estudantes um EF89LP29
olhar crítico diante de textos jornalísticos e
• EF08LP01; EF08LP02; EF08LP04;
midiáticos, exercitando a curadoria da informação
EF08LP05; EF08LP14; EF08LP15
e combatendo a proliferação de fake news.
• CG1; CG4; CG5; CG7; CG8
• CEL3; CEL4; CEL6
• CELP1; CELP3; CELP4; CELP6;
CELP7; CELP8; CELP10
• TCT: Saúde; Educação em
direitos humanos

CAPÍTULO 8 ◆ Artigo de curiosidade científica

Conteúdos Objetivos e justificativas BNCC


• Artigo de curiosidade científica O objetivo deste capítulo é apresentar aos • EF69LP03; EF69LP12; EF69LP17;
• Emprego do hífen em palavras estudantes o gênero artigo de curiosidade EF69LP29; EF69LP32; EF69LP34;
derivadas por prefixação científica, permitindo-lhes que desenvolvam EF69LP35; EF69LP36; EF69LP37;
habilidades de oralidade, leitura, compreensão e EF69LP38; EF69LP40; EF69LP41;
• Investigação científica e práticas
produção textual. Os conhecimentos linguísticos EF69LP42; EF69LP43; EF69LP55;
de pesquisa
propostos contribuem com esse objetivo, além de EF69LP56
• Videominuto possibilitar aos estudantes utilizar a língua • EF89LP05; EF89LP24; EF89LP25;
portuguesa com autonomia e criticidade. Esse EF89LP27; EF89LP28; EF89LP29
estudo se justifica não apenas na relação que
• EF08LP04; EF08LP10; EF08LP14
estabelece com a BNCC, mas também pela
importância de se conhecer os gêneros de • CG1; CG2; CG4; CG5; CG6; CG7
divulgação científica e de exercitar a curiosidade • CEL1; CEL3; CEL4; CEL6
intelectual e recorrer às abordagens próprias das • CELP2; CELP3; CELP5; CELP10
ciências, valorizando o conhecimento científico. • TCT: Ciência e tecnologia

XLIX

09/08/2022 11:32:09
UNIDADE 5 ◆ Artigo de opinião e folheto

CAPÍTULO 9 ◆ Artigo de opinião

Conteúdos Objetivos e justificativas BNCC


• Artigo de opinião Este capítulo tem o objetivo de ampliar os • EF69LP01; EF69LP06; EF69LP13;
• Você é consumidor ou consumista? conhecimentos dos estudantes sobre o gênero EF69LP14; EF69LP15; EF69LP16;
artigo de opinião por meio da leitura, EF69LP17; EF69LP18; EF69LP19;
• A coesão em textos
compreensão e estudo de exemplares desse EF69LP21; EF69LP26; EF69LP32;
argumentativos
gênero. A organização do capítulo também EF69LP34; EF69LP38; EF69LP40;
• Complementos verbais permite desenvolver e fortalecer habilidades de EF69LP41; EF69LP43; EF69LP49;
• Seminário oralidade, leitura, compreensão e produção EF69LP55
textual. Esse estudo se justifica não apenas na • EF89LP02; EF89LP03; EF89LP04;
relação que estabelece com a BNCC, mas também EF89LP06; EF89LP10; EF89LP14;
pela importância de desenvolver a argumentação EF89LP16; EF89LP22; EF89LP27;
(escrita e oral). Os conhecimentos linguísticos EF89LP28; EF89LP31; EF89LP33
propostos contribuem com esse objetivo, além de
• EF08LP02; EF08LP03;
possibilitar aos estudantes utilizar a língua
EF08LP04; EF08LP06;
portuguesa com autonomia e criticidade.
EF08LP07; EF08LP13; EF08LP14;
EF08LP15
• CG4; CG5; CG6; CG7; CG9; CG10
• CEL3; CEL4; CEL6
• CELP2; CELP3; CELP4; CELP5;
CELP6; CELP7; CELP10
• TCT: Educação financeira;
Educação fiscal; Educação para
o consumo; Vida familiar e social

CAPÍTULO 10 ◆ Folheto

Conteúdos Objetivos e justificativas BNCC


• Folheto O objetivo deste capítulo é apresentar aos • EF69LP02; EF69LP04; EF69LP05;
• A importância da conscientização estudantes o gênero folheto, permitindo-lhes que EF69LP09; EF69LP11; EF69LP13;
no trânsito desenvolvam habilidades de oralidade, leitura, EF69LP14; EF69LP15; EF69LP17;
compreensão e produção textual. Os EF69LP29; EF69LP31; EF69LP33;
• Texto de divulgação científica
conhecimentos linguísticos propostos contribuem EF69LP34; EF69LP42; EF69LP47;
• Pontuação (uso estilístico da para atingir esse objetivo, além de possibilitar aos EF69LP53
pontuação) estudantes utilizar a língua portuguesa com • EF89LP02; EF89LP07; EF89LP11;
autonomia e criticidade. Esse estudo se justifica EF89LP12; EF89LP15; EF89LP17;
não apenas na relação que estabelece com a EF89LP28; EF89LP29; EF89LP30
BNCC, mas também pela importância dos temas e
• EF08LP15; EF08LP16
discussões que esse gênero suscita, levando os
estudantes a refletir sobre saúde, empatia, • CG2; CG4; CG5; CG7; CG9; CG10
solidariedade e direitos humanos, por exemplo. • CEL2; CEL3; CEL4; CEL6
• CELP1; CELP3; CELP6; CELP7;
CELP10
• TCT: Educação para o trânsito;
Saúde; Educação ambiental

09/08/2022 11:32:09
UNIDADE 6 ◆ Regimento escolar e carta aberta

CAPÍTULO 11 ◆ Regimento escolar

Conteúdos Objetivos e justificativas BNCC


• Regimento escolar O objetivo deste capítulo é apresentar aos • EF69LP11; EF69LP12; EF69LP13;
• Protagonismo juvenil estudantes o gênero regimento escolar, EF69LP14; EF69LP20; EF69LP21;
permitindo-lhes que desenvolvam habilidades de EF69LP23; EF69LP24; EF69LP25;
• Palavras e expressões que causam
oralidade, leitura, compreensão e produção EF69LP26; EF69LP27; EF69LP28;
dúvidas (parte 1) (o emprego de
textual. Esse estudo se justifica não apenas na EF69LP33; EF69LP39; EF69LP56
por que, porque, por quê e porquê)
relação que estabelece com a BNCC, mas também • EF89LP17; EF89LP18; EF89LP21;
• Enquete pela importância de conhecer e incentivar EF89LP27
diferentes formas de participação social e
• EF08LP04; EF08LP14; EF08LP15
política. Os conhecimentos linguísticos propostos
possibilitam aos estudantes utilizar a língua • CG1; CG6; CG7; CG9; CG10
portuguesa com autonomia e criticidade. • CEL1; CEL2; CEL3; CEL4
• CELP1; CELP2; CELP3; CELP5;
CELP7
• TCT: Vida familiar e social

CAPÍTULO 12 ◆ Carta aberta

Conteúdos Objetivos e justificativas BNCC


• Carta aberta O objetivo deste capítulo é ampliar os • EF69LP13; EF69LP18; EF69LP22;
• Palavras e expressões que causam conhecimentos que os estudantes têm sobre o EF69LP27; EF69LP28; EF69LP31;
dúvidas (parte 2) (afim / a fim de, gênero carta aberta por meio da leitura, EF69LP56
senão / se não; onde / aonde; em compreensão e estudo de exemplares desse • EF89LP19; EF89LP20; EF89LP22;
vez de / ao invés de) gênero. A organização do capítulo também EF89LP23; EF89LP24; EF89LP31
permite desenvolver e fortalecer habilidades de
• EF08LP04
oralidade, leitura, compreensão e produção
textual. Esse estudo se justifica não apenas na • CG6; CG7; CG9; CG10
relação que estabelece com a BNCC, mas também • CEL3; CEL4
pela importância de conhecer e incentivar • CELP2; CELP3; CELP5; CELP6;
diferentes formas de participação social e CELP7
política. Os conhecimentos linguísticos propostos • TCT: Trabalho; Educação para o
possibilitam aos estudantes utilizar a língua trânsito
portuguesa com autonomia e criticidade.

LI

09/08/2022 11:32:09
UNIDADE 7 ◆ Crônica narrativa e crônica argumentativa

CAPÍTULO 13 ◆ Crônica narrativa

Conteúdos Objetivos e justificativas BNCC


• Crônica narrativa Este capítulo tem o objetivo de apresentar aos • EF69LP05; EF69LP06; EF69LP07;
• Artigo expositivo estudantes o gênero crônica narrativa, EF69LP10; EF69LP12; EF69LP13;
permitindo-lhes que desenvolvam habilidades de EF69LP30; EF69LP44; EF69LP45;
• A violência ao longo da História
oralidade, leitura, compreensão e produção EF69LP46; EF69LP47; EF69LP49;
• Denotação e conotação textual. Os conhecimentos linguísticos propostos EF69LP51; EF69LP53; EF69LP54
• Conjunções coordenativas e contribuem com esse objetivo, além de • EF89LP02; EF89LP24; EF89LP25;
conjunções subordinativas possibilitar aos estudantes utilizar a língua EF89LP27; EF89LP33; EF89LP35
• Vlog literário portuguesa com autonomia e criticidade. Esse
• EF08LP04; EF08LP09; EF08LP11;
estudo se justifica não apenas na relação que
EF08LP12
estabelece com a BNCC, mas também pela
importância da valorização da literatura, • CG1; CG2; CG3 CG4; CG5; CG7; CG8;
reconhecendo seu potencial transformador e CG9
humanizador. • CEL1; CEL2; CEL5
• CELP2; CELP3; CELP7; CELP8;
CELP9
• TCT: Educação em direitos
humanos; Educação para o
trânsito

CAPÍTULO 14 ◆ Crônica argumentativa

Conteúdos Objetivos e justificativas BNCC


• Crônica argumentativa O objetivo deste capítulo é apresentar aos • EF69LP07; EF69LP13; EF69LP15;
• Figuras de linguagem (assíndeto, estudantes o gênero crônica argumentativa, EF69LP16; EF69LP17; EF69LP18;
polissíndeto, pleonasmo, elipse, permitindo-lhes que desenvolvam habilidades de EF69LP21; EF69LP25; EF69LP30;
silepse, anáfora e inversão) oralidade, leitura, compreensão e produção EF69LP32; EF69LP34; EF69LP44;
textual. Os conhecimentos linguísticos propostos EF69LP47; EF69LP48; EF69LP51;
• Período composto por
contribuem com esse objetivo, além de EF69LP53; EF69LP54
coordenação
possibilitar aos estudantes utilizar a língua • EF89LP06; EF89LP29; EF89LP33;
• Período composto por portuguesa com autonomia e criticidade. Esse EF89LP35; EF89LP37
subordinação estudo se justifica não apenas na relação que
• EF08LP04; EF08LP05;
• Período composto por estabelece com a BNCC, mas também pela
EF08LP09; EF08LP10; EF08LP11;
coordenação e subordinação importância da valorização da literatura,
EF08LP12; EF08LP15; EF08LP16
(período misto) reconhecendo seu potencial transformador e
humanizador. • CG1; CG4; CG5; CG7; CG9; CG10
• Desmatamento: um problema de
todos nós • CEL1; CEL3; CEL4; CEL5; CEL6
• CELP3; CELP6; CELP7; CELP10
• TCT: Educação ambiental

LII

09/08/2022 11:32:09
Sugestões de cronogramas dos por bimestre ou por semestre. Caso a carga horária
semanal seja outra, estes cronogramas podem ser ade-
Nestas sugestões de cronogramas, consideramos que quados de acordo com as suas necessidades. Além disso,
o componente curricular de Língua Portuguesa será tra- ressaltamos que, nestes exemplos, não foram represen-
balhado com uma carga horária de cinco aulas por sema- tadas as aulas utilizadas para o desenvolvimento de ou-
na em média. Dessa forma, apresentamos duas suges- tras atividades que possam surgir ao longo do ano letivo
tões de como os conteúdos do livro podem ser organiza- e que deverão ser consideradas no planejamento anual.

Unidade 1º bimestre 2º bimestre 3º bimestre 4º bimestre

Unidade 1 23 aulas

Unidade 2 20 aulas

Unidade 3 7 aulas 30 aulas

Unidade 4 20 aulas 9 aulas

Unidade 5 33 aulas

Unidade 6 8 aulas 13 aulas

Unidade 7 37 aulas

Unidade 1º semestre 2º semestre

Unidade 1 23 aulas

Unidade 2 20 aulas

Unidade 3 37 aulas

Unidade 4 20 aulas 9 aulas

Unidade 5 33 aulas

Unidade 6 21 aulas

Unidade 7 37 aulas

Salientamos que essas sugestões devem ser adap- conteúdos, sendo possível, por exemplo, alterar a or-
tadas de acordo com o perfil de cada turma e seu pla- dem de algumas unidades ou capítulos ou, ainda, mu-
nejamento, considerando, por exemplo, o uso de ou- dar a ordem do trabalho de algumas seções em cada
tros recursos e materiais, além do livro didático, e tam- capítulo. Ao longo das orientações ao professor, é pos-
bém aulas usadas para aplicação de avaliações, aulas sível encontrar algumas dessas sugestões. Cabe a você
em espaços não formais de aprendizagem etc. também selecionar atividades para serem feitas em
Enfatizamos também que este material possibilita casa, envolvendo, dessa forma, a família no processo
diferentes modos de apresentação e ordenação dos de ensino-aprendizagem.

LIII

09/08/2022 11:32:10
Ampliando conhecimentos
Apresentamos a seguir uma seleção de textos que
contribuem para a ampliação dos seus conhecimentos Preconceito linguístico
sobre importantes questões abordadas nesta coleção. em sala de aula
[...]

Variedades regionais e As atitudes da professora em sala de aula, no


tratamento dado aos fenômenos de variação lin-
preconceito linguístico
guística, podem exercer uma grande influência no
[...] comportamento de seus alunos. [...] a variação lin-
guística está intimamente ligada a aspectos de na-
Sempre ouvimos dizer que o português falado
tureza social, cultural, política – humana, enfim.
em um estado ou região é “melhor” que o de outras
Por isso, devemos prestar toda a atenção possível ao
regiões. No livro Preconceito linguístico de Marcos
que está acontecendo no espaço pedagógico em ter-
Bagno, por exemplo, o autor critica a ideia de que o
mos de discriminação, desrespeito, humilhação e
português falado no Maranhão seria melhor do que
exclusão por meio da linguagem. É inadimissível,
o de outros estados. Será que podemos considerar a
nos dias de hoje, que o modo de falar de uma pessoa
variedade de uma região melhor, mais bonita e
continue sendo usado como justificativa para atitu-
mais recomendável que as variedades de outras re-
des preconceituosas e humilhantes.
giões? Será que existe algum estado brasileiro que
use melhor a língua portuguesa? Sem sombra de dúvida, uma das principais tare-
fas da reeducação sociolinguística que estamos
Essas crenças sobre a superioridade de uma va-
propondo aqui é elevar a autoestima linguística
riedade ou falar sobre os demais é um dos mitos que
das pessoas, mostrar a elas que nada na língua é
se arraigaram na cultura brasileira. Toda variedade
por acaso e que todas as maneiras de falar são lógi-
regional ou falar é, antes de tudo, um instrumento
cas, corretas e bonitas. Para desempenhar essa ta-
identitário, isto é, um recurso que confere identida-
refa, cada um de nós, educadores, tem que se munir
de a um grupo social. Ser nordestino, ser mineiro,
de um instrumental adequado, onde o principal
ser carioca etc. é um motivo de orgulho para quem o
componente é, sem dúvida, a sensibilidade.
é, e a forma de alimentar esse orgulho é alimentar o
linguajar de sua região e praticar seus hábitos cul- [...]
BAGNO, Marcos. Camões também falava “ingrês”! In: BAGNO, Marcos. Nada na língua é
turais. No entanto, verifica-se que alguns falares por acaso: por uma pedagogia da variação linguística. São Paulo: Parábola, 2007. p. 207.
têm mais prestígio no Brasil como um todo que ou-
tros. Por que isso ocorre?
Em toda comunidade de fala onde convivem fa-
Levantamento de
lantes de diversas variedades regionais, como é o hipóteses antes da leitura
caso das grandes metrópoles brasileiras, os falantes
[...]
detentores de maior poder – e por isso gozam de
mais prestígio – transferem esse prestígio para a va- A formação de hipóteses de leitura é uma estraté-
riedade linguística que falam. Assim, as variedades gia cognitiva baseada em diversos elementos tex-
faladas pelos grupos de maior poder político e eco- tuais, explorados antes de começar a ler o conteúdo
nômico passam a ser vistas como variedades mais propriamente dito: a capa do livro, o título, as ima-
bonitas e até mais corretas. Mas essas variedades, gens – fotos, gráficos, tabelas, figuras – que fazem
que ganham prestígio porque são faladas por gru- parte do texto, as informações tipográficas e de
pos de maior poder, nada têm de intrinsecamente diagramação, na página ou na tela, como fontes, ta-
superior às demais. O prestígio que adquirem é me- manho das letras, cores. Tudo isso são aspectos em
ro resultado de fatores políticos e econômicos. [...] que o leitor se apoia para, junto com os conheci-
BORTONI-RICARDO, Stella Maris. Diversidade linguística e pluralidade cultural
mentos que ele já tem e ativa mentalmente para re-
no Brasil. In: BORTONI-RICARDO, Stella Maris. Educação em língua materna: a alizar a atividade de leitura, elaborar hipóteses. [...]
sociolinguística em sala de aula. São Paulo: Parábola, 2004. p. 33-34.

LIV

09/08/2022 11:32:10
[...] Quando o aluno tem a oportunidade de se enga- ma forma de teoria, seja ela consciente ou implíci-
jar num diálogo que lhe permite perceber as rela- ta, não é possível analisar um texto literário ou, até
ções entre seus conhecimentos prévios – o que ele já mesmo, apreciá-lo.
sabe – e novos conhecimentos via leitura de textos,
Texto literário e leitura: construção
ele será capaz, um dia, de formular suas próprias
entre o previsível e o imprevisível
hipóteses, com autonomia, além de revisá-las, se
assim for necessário. Todo ato de linguagem é uma aventura em que o
Em geral, o professor faz muitas perguntas de- jogo entre a significação explícita e implícita coloca
pois da leitura, mas as perguntas antecipadas, que em risco a eficácia do processo comunicativo. Toda-
podem gerar as hipóteses sobre o texto, poderiam via, os riscos dessa aventura e o prazer dela decor-
orientar o aluno no seu percurso – muitas vezes rente são maiores quando o receptor se defronta
meio às cegas – pelo texto. [...] com um texto em que deve não só identificar possi-
KLEIMAN, Angela B. Levantamento de hipóteses de leitura. Glossário Ceale. Disponível bilidades interpretativas, mas também se situar co-
em: https://www.ceale.fae.ufmg.br/glossarioceale/verbetes/levantamento-de-
hipoteses-de-leitura. Acesso em: 15 jun. 2022. mo responsável pela produção de sentidos. Assim, a
reflexão centra-se, inicialmente, no texto literário,
cujos traços peculiares dele fazem um ato de lin-
Leitura de textos literários guagem singular para, a seguir, tratar de seu pro-
cesso da leitura. Esse processo apresenta aspectos
[...] para legitimar o estudo da literatura, é necessá- comuns, mesmo quando se concretiza em diferen-
rio construir práticas de leitura que promovam o tes modalidades textuais; porém, a especificidade
encontro entre os textos literários e seus leitores, do texto literário traz desafios que distinguem o
visando, em decorrência disso, deflagrar uma re- contrato e os procedimentos de leitura, bem como
flexão sobre a literatura e sobre a ética dos compor- os efeitos dela resultantes, quando se contrapõe sua
tamentos humanos. Todavia, a atitude, simultanea- apreensão à de outros textos verbais.
mente crítica e ética, transita por reflexões de na-
[...]
tureza teórica, visto que o posicionamento contra-
SARAIVA, Juracy Assmann. Por que e como ler textos literários. In: SARAIVA,
ditório da escola em face da literatura decorre de Juracy Assmann et al. Literatura na escola: propostas para o ensino fundamental.
Porto Alegre: Artmed, 2006. p. 28-29.
equívocos conceituais que podem ser exemplifica-
dos pela compreensão de que o texto literário é um
objeto de estudo antes de ser objeto de uma experi-
ência pessoal e intransferível.
Gêneros digitais
Portanto, o problema da inserção da literatura [...] Os gêneros emergentes nessa nova tecnologia
no ensino – com base na análise de textos literários são relativamente variados, mas a maioria deles
ou de sua leitura crítica – pressupõe que seja espe- tem similares em outros ambientes, tanto na orali-
cificada a compreensão de aspectos que constituem dade como na escrita. Contudo, sequer se consoli-
os fundamentos dessa ação pragmática: o primeiro daram, esses gêneros já provocam polêmicas quan-
diz respeito ao processo de leitura do texto literário to à natureza e proporção de seu impacto na lingua-
e às suas condições de existência e de legitimação; e gem e na vida social. Isso porque os ambientes vir-
o segundo deles abrange a reflexão sobre a influên- tuais são extremamente versáteis e hoje competem,
cia da literatura sobre seus receptores; o terceiro em importância, entre as atividades comunicati-
prevê a remissão à instrumentação teórica ou aos vas, ao lado do papel e do som. Em certo sentido,
fundamentos que definem a compreensão da natu- pode-se dizer que, na atual sociedade da informa-
reza e da finalidade do texto literário, aqui expres- ção, a Internet é uma espécie de protótipo de novas
sos. O esclarecimento desses aspectos, que se amal- formas de comportamento comunicativo. Se bem
gamam ou se entrelaçam, contribui para elucidar a aproveitada, ela pode tornar-se um meio eficaz de
metodologia aplicada à leitura enquanto esta com- lidar com as práticas pluralistas sem sufocá-las,
prova que a transferência d aparato teórico para a mas ainda não sabemos como isso se desenvolverá.
prática pedagógica não só é proveitosa, mas tam- Já nos acostumamos a expressões como “e-mail”,
bém imprescindível, tendo em vista que, sem algu- “bate-papo virtual” (chat), “aula-chat”, “listas de
LV

09/08/2022 11:32:10
discussão”, “blog” e outras expressões da denomi- de conceitos e terminologia próprios, já definidos no
nada “e-comunicação”. Qual a originalidade desses interior dessa área ou corrente teórica; entre maté-
gêneros em relação ao que existe? De onde vem o rias de jornais e da mídia em geral, em um mesmo
fascínio que exercem? Qual a função de um bate- dia, ou durante um certo período em que dado as-
-papo pelo computador, por exemplo? passar o tem- sunto é considerado focal; entre as diversas maté-
po, propiciar divertimento, veicular informação, rias de um mesmo jornal que tratam desse assunto;
permitir participações interativas, criar novas entre as revistas semanais e as matérias jornalísti-
amizades? Pode-se dizer que parte do sucesso da cas da semana; entre textos literários de uma mes-
nova tecnologia deve-se ao fato de reunir num só ma escola ou de um mesmo gênero, como acontece,
meio várias formas de expressão, tais como texto, por exemplo, nas epopeias, ou mesmo entre textos
som e imagem, o que lhe dá maleabilidade para a literários de gêneros e estilos diferentes [...]
incorporação simultânea de múltiplas semioses, [...] A intertextualidade estilística ocorre, por exem-
interferindo na natureza dos recursos linguísticos plo, quando o produtor do texto, com objetivos va-
utilizados. A par disso, a rapidez da veiculação e sua riados, repete, imita, parodia certos estilos ou va-
flexibilidade linguística aceleram a penetração en- riedades linguísticas: são comuns os textos que
tre as demais práticas sociais. produzem a linguagem bíblica, um jargão profis-
[...] sional, um dialeto, o estilo de um determinado gê-
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais emergentes no contexto da tecnologia nero, autor ou segmento da sociedade. [...]
digital. In: MARCUSCHI, Luiz Antônio; XAVIER, Antonio Carlos (org.). Hipertexto e
gêneros digitais: novas formas de construção de sentido. 2. ed. Rio de Janeiro: A intertextualidade será explícita quando, no
Lucerna, 2005. p. 13-14.
próprio texto, é feita menção à fonte do intertexto,
isto é, quando um outro texto ou um fragmento é ci-
Alguns tipos de tado, é atribuído a outro enunciador; ou seja, quando
intertextualidade é reportado como tendo sido dito por outro ou por ou-
tros generalizados (“Como diz o povo...”, “segundo os
A intertextualidade stricto sensu (daqui por antigos...”). É o caso das citações, referências, men-
diante, apenas intertextualidade) ocorre quando, ções, resumos, resenhas e traduções; em textos ar-
em um texto, está inserido outro texto (intertexto) gumentativos, quando se emprega o recurso à auto-
anteriormente produzido, que faz parte da memó- ridade; e, em se tratando se situação de interação fa-
ria social de uma coletividade ou da memória dis- ce a face, nas retomadas do texto do parceiro, para
cursiva [...] dos interlocutores. Isto é, em se tratan- encadear sobre ele ou contraditá-lo, ou mesmo para
do de intertextualidade stricto sensu, é necessário demonstrar atenção ou interesse na interação [...]
que o texto remeta a outros textos ou fragmentos Tem-se a intertextualidade implícita quando se
de textos efetivamente produzidos, com os quais es- introduz, no próprio texto, intertexto alheio, sem
tabelece algum tipo de relação. qualquer menção explícita da fonte, com o objetivo
[...] quer de seguir-lhe a orientação argumentativa,
Diversos tipos de intertextualidade têm sido re- quer de contraditá-lo, colocá-lo em questão, de ridi-
lacionados, cada qual com suas características pró- cularizá-lo ou argumentar em sentido contrário. [...]
prias: intertextualidade temática, intertextualida- Nos casos de intertextualidade implícita, o pro-
de estilística; intertextualidade explícita, intertex- dutor do texto espera que o leitor/ouvinte seja ca-
tualidade implícita; autotextualidade, intertextu- paz de reconhecer a presença do intertexto, pela
alidade com textos de outros enunciadores, inclu- ativação do texto-fonte em sua memória discursi-
sive um enunciador genérico; intertextualidade va, visto que, se tal não ocorrer, estará prejudicada
“das semelhanças” e “das diferenças [...]; intertex- a construção do sentido, mais particularmente, é
tualidade intergenérica; intertextualidade tipoló- claro, no caso da subversão. Também nos casos de
gica. [...] captação, a reativação do texto primeiro se afigura
A intertextualidade temática é encontrada, por de relevância; contudo, por se tratar de uma pará-
exemplo, entre textos científicos pertencentes a frase, mais ou menos fiel, do sentido original, quan-
uma mesma área do saber ou uma mesma corrente do mais próximo o segundo texto for do texto-fonte,
de pensamento, que partilham temas e se servem menos é exigida a recuperação deste para que se
LVI

09/08/2022 11:32:10
possa compreender o texto atual (embora, é claro,
tal recuperação venha incrementar a possibilidade Trabalho com o dicionário
de construção de sentidos mais adequados ao proje- na sala de aula
to de dizer do produtor do texto).
[...]
[...]
KOCH, Ingedore G. Villaça; BENTES, Anna Christina; CAVALCANTE, Mônica Magalhães. Num país como o Brasil, os dicionários de língua
Intertextualidade stricto sensu. In: KOCH, Ingedore G. Villaça; BENTES, Anna Christina;
CAVALCANTE, Mônica Magalhães. Intertextualidade: diálogos possíveis. 2. ed. São
portuguesa estão em toda parte. Sempre que possí-
Paulo: Cortez, 2008. p. 17-19, 28, 30-31. vel, as famílias dispõem de um: às vezes, herdado de
pai para filho, já desatualizado, com grafia antiga;
A intertextualidade e a outras vezes, em edição recente e revista, estalando
relação entre texto e leitor de novo. Há quem carregue o seu, de pequeno for-
mato, mas “com tudo o que é essencial”, “no bolso”,
[...] porque... nunca se sabe, não é? Há quem mantenha
O texto, como objeto cultural, tem uma existência sempre em casa aquele outro, “completo”, às vezes
física que pode ser apontada e delimitada por nós: em mais de um volume, em uma bonita encaderna-
um filme, um romance, um anúncio, uma música. ção. Na empresa, chefes, secretárias e todos aqueles
Entretanto, esses objetos não estão ainda prontos, que escrevem cartas, documentos, informes, orien-
pois destinam-se ao olhar, à consciência e à recria- tações etc. recorrem a algum dicionário, pelo me-
ção dos leitores. Cada texto constitui uma proposta nos de vez em quando. Na escola, professores e alu-
de significação que não está inteiramente construí- nos em geral podem dispor de mais de um título, na
da. A significação se dá no jogo de olhares entre o biblioteca ou mesmo na sala de aula. E atualmente,
texto e seu destinatário. Este último é interlocutor onde quer que esteja, qualquer um pode ter acesso a
ativo no processo de significação, na medida em que um dicionário pela internet: muitos sites apresen-
participa do jogo intertextual tanto quanto o autor. tam versões eletrônicas, de rápida e fácil consulta,
de dicionários “de bolso” ou “completos”.
O processo cultural jamais se interrompe. En-
tretanto, os próprios seres humanos, que o viven- Tão presentes estão os dicionários em nosso co-
ciam ininterruptamente, efetuam cortes e recortes tidiano que raramente nos perguntamos: “O que é
nesse conjunto para atender a seus interesses e ne- um dicionário? Para que serve?” E a resposta pare-
cessidades. O movimento de produção e recepção ce tão óbvia que, se por acaso essa dúvida nos aco-
de um texto faz parte desse processo que pode ser mete, dificilmente sabemos responder de imediato,
chamado de semiose cultural. O sentido de texto é com um discurso tão claro e bem articulado quanto
por isso relativo: o texto será sempre trecho da se- as próprias definições que procuramos nos dicio-
miose cultural que se constitui como um processo nários. [...]
constante. Há momentos da produção de da recep- Talvez possamos começar a dizer que um dicio-
ção capazes de conferir a um “pedaço” da rede cul- nário é um produto legítimo dessa sede de saber
tural a totalidade e a unidade necessárias para ser que nos leva a formular perguntas do tipo “o que é
um texto. Falar em autonomia de um texto é, a ri- X?”, “para que serve X?” Tentando responder a per-
gor, improcedente, uma vez que ele se caracteriza guntas desse tipo, criaram-se, ao longo dos séculos,
por ser um “momento” que se privilegia entre um • objetos de conhecimento — como o inconscien-
início e um final escolhidos. Ninguém conseguiria, te, a linguagem e a vida em sociedade, por
quer como produtor, quer como receptor, esgotar a exemplo;
extensão simbólica da cultura inteira. Os textos
funcionam, então, como unidades necessárias à
• disciplinas — a psicanálise, a linguística e as
ciências sociais, entre outras;
própria existência da rede cultural. São recortes
que se fazem, e aos quais se atribuem uma integri- • e as grandes áreas epistemológicas — como as
dade, um sentido, uma função. ciências humanas, as exatas e as naturais.

[...] Considerando-se esse panorama, poderíamos


PAULINO, Graça; WALTY, Ivete; CURY, Maria Z. Intertextualidades: teoria e prática. dizer:
4. ed. Belo Horizonte: Lê, 1998. p. 15.

LVII

09/08/2022 11:32:10
• que o objeto de conhecimento visado pelos di- histórica e universalmente para designar o texto
cionários é a palavra; em que o fenômeno poético se realiza. De forma
• que a disciplina a que ele está mais direta- que, por tradição, um vocábulo lembra o outro:
mente associado é uma especialidade da sempre que falamos em poesia, pensamos em poe-
linguística, a lexicografia; ma, e sempre que nos referimos ao poema, suben-

• e que, do ponto de vista epistemológico, a área tendemos a poesia. A despeito da etimologia co-
em que nos situamos é a das ciências huma- mum e de a tradição haver consagrado o emprego,
nas; afinal, nada é mais humano que a tal vínculo é não só questionável como também
linguagem, ou o nosso desejo de conhecê-la e equívoco. Tomado ao pé da letra, gera uma natural
dominá-la cada vez melhor. mecanização de conceitos, que perturba, ao invés
de esclarecer, a pesquisa do fenômeno poético. Com
[...]
efeito, se a poesia se exprimisse unicamente no po-
De alguma forma, esta ainda é a dupla orienta- ema, como interpretar os textos em que sua presen-
ção dos dicionários contemporâneos: o primeiro ca- ça é notória?, como encarar a poesia inscrita nos
so é o da preocupação enciclopédica, que leva os textos que não são poemas? E se o poema contivesse
dicionários a associar a cada palavra registrada o necessariamente poesia, como avaliar os textos em
máximo possível de informações a respeito da coisa que, apesar de todas as aparências, não se observa o
que ela designa; o segundo caso é o da orientação fenômeno poético?
linguística, que procura revelar de que forma estão
A experiência mostra, desde Aristóteles, que ne-
organizadas na língua as palavras repertoriadas.
nhum elo de necessidade liga a poesia ao poema, e
Assim, uma palavra como abacaxi virá associada,
vice-versa. O que se nota é a tendência para o esta-
num dicionário, a informações tanto relativas à coi-
belecimento duma aliança entre a categoria abstra-
sa (classificação botânica, usos culinários, região
ta ou semiabstrata (a poesia) e a categoria formal (o
de origem etc.) quanto ao vocábulo: substantivo
poema), de modo que, ao compor um poema, o cria-
masculino, origem tupi, usado também como gíria,
dor de arte estaria cônscio de, por meio dele, expri-
com o sentido de “coisa trabalhosa e complicada”. E
mir poesia. Reciprocamente, quando aspirasse a
é exatamente a orientação predominante para a
vazar em palavras o “sentimento do mundo” que o
coisa ou para o vocábulo que está na base da dife-
habita, buscaria a forma do poema. [...]
rença entre dicionários enciclopédicos, no primeiro
MOISÉS, Massaud. A criação literária: poesia. 16. ed. São Paulo: Cultrix, 2003. p. 129.
caso, e linguísticos, no segundo.
Em qualquer dos casos, o que distingue o dicio-
nário de outros gêneros é exatamente essa dupla Texto dramático
aposta no poder da palavra e no seu estreito com-
[...]
promisso com o léxico, que ele pretende inventariar
Ao trabalhar com textos literários, os professo-
e descrever. Na qualidade de componente de uma
res podem favorecer uma riqueza de possibilidades
língua, o léxico pode ser definido, inicialmente, co-
mo o conjunto de todos os vocábulos de que essa lín- investigativas, permitindo o contato dos alunos
gua dispõe. De forma geral, é nesses termos que ele com diferentes linguagens, sobretudo a literária e a
vem definido em boa parte das gramáticas escola- teatral, proporcionando situações de aprendiza-
res, mas também em muitos manuais e dicionários gens lúdicas e prazerosas e ainda favorecendo o
de linguística. gosto pela leitura.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Com direito à palavra: Assim, trabalhar o gênero “peça de teatro” no
dicionários em sala de aula. Brasília, 2006. p. 9-11. Disponível em: http://portal.mec.
gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=12059-dicionario contexto escolar envolve uma série de atividades:
-em-sala-de-aula-pnld-pdf&Itemid=30192. Acesso em: 16 jun. 2022.
escolher a peça, fazer a leitura silenciosa e dramáti-
ca de partes da peça teatral e depreender as carac-
Poema e poesia terísticas mais importantes do gênero; explicar as
principais características de uma peça de teatro;
[...] em grupos, verificar a estrutura da peça, a articu-
Originário da mesma raiz de “poesia” — poieîn lação dos atos, as cenas principais, a definição e a
(fazer) —, o vocábulo “poema” tem sido empregado caracterização das personagens para encenação;
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promover exercícios de expressão corporal, vocal e como a objetividade e a impessoalidade da lingua-
dramática; criar cenários, figurinos, escolher obje- gem, ainda se encontram (em maior ou menor grau)
tos de cena, iluminação e trilha sonora; ensaiar e presentes no discurso de DC.
dramatizar a peça. [...]
Para viabilizar esse projeto, é fundamental que o O cientista, a fim de divulgar sua pesquisa no in-
professor consiga envolver o aluno em processos de terior da comunidade científica, o fará através da
produção e recepção. O envolvimento será gerado elaboração de um artigo ou paper (termo prove-
pela seleção de materiais e pelo planejamento de niente do jargão científico) a ser publicado num pe-
atividades que sejam atraentes para os alunos e riódico ou revista especializada. [...]
possíveis conforme as condições de espaço e tempo
Na medida em que a circulação deste discurso é
na escola.
circunscrita ao próprio meio científico, tornando-
[...] -se, dessa forma, produzido por especialistas e para
Trabalhar com o teatro no contexto escolar – não eles, a elaboração do paper se fundamentará, con-
apenas fazer os alunos assistirem às peças, mas le- sequentemente, nas convenções linguísticas pró-
va-los a representá-las – inclui uma série de vanta- prias ao jargão científico. [...]
gens: estimula o aluno a improvisar; desenvolve O discurso jornalístico, enquanto um discurso
sua oralidade, a expressão corporal e a impostação de transmissão de informação, caracteriza-se, num
da voz; ensina-o a se relacionar com as pessoas; am- primeiro momento, pela objetividade, clareza e
plia seu vocabulário; trabalha seu lado emocional; concisão da linguagem. Dentro desta modalidade
desenvolve suas habilidades para as artes plásticas discursiva, é o fato que ocupa a posição central, ca-
(confecção de figurino, montagem de cenário, pin- bendo ao jornalista apenas noticiá-lo. Neste senti-
tura corporal); ajuda-o a de desinibir e estimula sua do, poderíamos mesmo comparar o discurso jorna-
imaginação. lístico ao científico, na medida em que ambos pro-
Em síntese, o teatro é uma alternativa metodoló- curam camuflar a presença do autor, emprestando
gica extremamente rica, que contribui para a for- voz às próprias coisas. [...]
mação de leitores, amplia o desenvolvimento da ex- LEIBRUDER, Ana Paula. O discurso de divulgação científica. In: BRANDÃO, Helena
Nagamine (coord.). Gêneros do discurso na escola: mito, conto, cordel, discurso
pressão e da comunicação e ajuda o aluno a desen- político, divulgação científica. São Paulo: Cortez, 2000. p. 229-230, 232. v. 5. (Coleção
Aprender e Ensinar com Textos).
volver suas potencialidades estéticas.
COENGA, Rosemar Eurico. Teatro. In: GREGORIN FILHO, José Nicolau (org.). Literatura
infantil em gêneros. São Paulo: Mundo Mirim, 2012. p. 132-133.
A curadoria educacional
Textos de divulgação [...]

científica Considera-se cada vez mais relevante preparar


os alunos para a era digital e móvel, de forma a le-
O texto de divulgação científica se constitui a vá-los a desenvolver competências necessárias pa-
partir da intersecção de dois gêneros discursivos: o ra uma vida em constante evolução tecnológica.
discurso da ciência e o discurso do jornalismo, en- Ao ser bem preparado, esse aluno não estará sus-
quanto discurso de transmissão de informação. [...] cetível à obsolescência tecnológica, pois traz aspec-
Em linhas gerais, pode-se dizer que a divulgação tos essenciais para lidar com ela, nem ao despreparo
científica (desde já abreviada DC) opera uma espé- para novos raciocínios que essa vida contemporânea
cie de tradução intralingual, na medida em que em constante transformação propõe. Para tanto, é
busca a equivalência entre o jargão científico e o preciso aproveitar e incentivar a curiosidade huma-
jornalístico. Em linhas gerais, o texto de vulgariza- na, a capacidade de ouvir e de buscar conhecimentos
ção científica, contrapondo-se ao hermetismo pró- diversos no contexto de espaços de informação inte-
prio do discurso científico, busca propiciar ao leitor grados, compartilhamento constante, identidades
leigo o contato com o universo da ciência atrás de públicas e baixas barreiras à produção [...]
GARCIA, Marilene Santana dos Santos; CZESZAK, Wanderlucy. Contextos da curadoria e
uma linguagem que seja familiar. Por outro lado, transformações esperadas. In: GARCIA, Marilene Santana dos Santos; CZESZAK, Wanderlucy.
aspectos característicos do discurso científico, tais Curadoria educacional: práticas pedagógicas para tratar (o excesso de) informação e fake
news em sala de aula. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2019. p. 48-49.

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Referências bibliográficas comentadas
ANTUNES, Irandé. Muito além da gramática: por um ensino BORTONI-RICARDO, Stella Maris. Educação em língua materna: a
de línguas sem pedras no caminho. 3. ed. São Paulo: Parábola, sociolinguística na sala de aula. São Paulo: Parábola, 2004.
2007. (Estratégias de Ensino). Esse livro responde a questionamentos sobre maneiras de re-
Nesse livro, a autora apresenta aos leitores uma compreensão duzir o preconceito linguístico, o estigma e a exclusão social por
melhor da gramática e da linguística, desmistificando a visão de conta do uso da língua no Brasil. Além dos fundamentos teóri-
que compreender, conhecer e ensinar as regras de linguagem cos, apresenta opções de atividades para um trabalho transfor-
não é apenas para profissionais e letrados da área, mas para mador com a língua materna.
conhecimento de todos.
BRACKMANN, Christian Puhlmann. Desenvolvimento do pen-
BACICH, Lilian; MORAN, José (org.). Metodologias ativas para samento computacional através de atividades desplugadas
uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática. na educação básica. Tese (Doutorado em Informática na Edu-
Porto Alegre: Penso, 2018. cação) – Programa de Pós-Graduação em Informática na Edu-
Esse livro apresenta práticas pedagógicas em diferentes níveis cação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Centro de
de ensino que empregam as metodologias ativas e valorizam o Estudos Interdisciplinares em Novas Tecnologias na Educação,
protagonismo dos estudantes. Nos capítulos, os autores anali- Porto Alegre, 2017. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/hand-
sam por que e para que usar metodologias ativas na educação le/10183/172208. Acesso em: 3 maio 2022.
de forma inovadora. Esse trabalho trata do pensamento computacional e de sua re-
BAGNO, Marcos. Nada na língua é por acaso: por uma pedagogia levância na educação como importante ferramenta para pro-
mover uma aprendizagem mais crítica e reflexiva por parte dos
da variação linguística. São Paulo: Parábola, 2007.
estudantes.
Com uma perspectiva sociolinguística, essa obra trata de con-
ceitos relacionados à variação linguística e contém exemplos de BRANDÃO, Helena Nagamine (coord.). Gêneros do discurso na
atividades para tratar sobre esses temas na escola, sendo uma escola: mito, conto, cordel, discurso político, divulgação cien-
importante ferramenta didática para auxiliar no trabalho dos tífica. São Paulo: Cortez, 2000. v. 5. (Coleção Aprender e Ensinar
professores de Língua Portuguesa. com Textos).
BASSIT, Ana Zahira (org.). O interdisciplinar: olhares contempo- Essa obra seleciona textos de diversos gêneros textuais com
râneos. São Paulo: Factash Editora, 2010. orientações de como conduzir sua leitura, análise e interpre-
tação com os estudantes, para um aprendizado com base em
O livro traz um olhar diferente sob a ótica interdisciplinar e a lin- práticas de discurso e em situações comunicativas reais.
guagem, apresentando recursos linguísticos que podem ser tra-
balhados de modo interdisciplinar e que se baseiam na cultura BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricu-
e na sociedade brasileira por meio da representação da língua. lar. Versão final. Brasília: MEC, 2018. Disponível em: http://base-
Além disso, aborda métodos interdisciplinares dentro de dife- nacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_ver-
rentes contextos educacionais e menciona o papel do professor
saofinal_site.pdf. Acesso em: 11 fev. 2022.
nessa ótica.
A Base Nacional Comum Curricular é o documento oficial que
BENCINI, Roberta. Cada um aprende de um jeito. Nova Escola, 1 jan. define as competências e habilidades que devem ser desenvol-
2003. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/1444/ vidas pelos estudantes em cada etapa da Educação Básica em
cada-um-aprende-de-um-jeito. Acesso em: 19 maio 2022. todo o Brasil.
A autora demonstra as diferentes formas pelas quais os estu- BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica.
dantes aprendem, considerando que cada um tem um ritmo de Com direito à palavra: dicionários em sala de aula. Brasília, 2006.
aprendizagem. Além disso, apresenta dois exemplos de trabalho
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=
em sala de aula com grupos numerosos de estudantes e de-
com_docman&view=download&alias=12059-dicionario-em-sa-
monstra, por meio de ilustrações, como é a organização de uma
aula. O intuito é que todos aprendam, que o professor consiga la-de-aula-pnld-pdf&Itemid=30192. Acesso em: 16 jun. 2022.
avaliar os estudantes e que o planejamento seja efetivo na sala Essa publicação tem o objetivo de apoiar o trabalho do pro-
de aula. fessor ao utilizar o dicionário com os estudantes. Para isso, ela
apresenta os parâmetros do que deve ser esperado de dicioná-
BEZERRA, Maria Auxiliadora; DIONISIO, Angela Paiva (org.). O rios de uso escolar, como utilizá-los e como aprimorar a leitura
livro didático de português: múltiplos olhares. Rio de Janeiro: e a escrita com essa ferramenta. Também expõe os objetivos do
Lucerna, 2001. uso do dicionário em cada etapa da Educação Básica e as ativi-
A obra trata de questões referentes ao livro didático de Língua dades a serem desenvolvidas para alcançá-los.
Portuguesa e às regras da língua ensinada nas instituições es-
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Bási-
colares, além de apresentar as visões de educadores que usam
ca. Temas contemporâneos transversais na BNCC: proposta
o livro didático de Língua Portuguesa em todas as etapas da
educação. de práticas de implementação. Brasília, 2019. Disponível em:

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http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/implementa- GAVASSI, Susana Lisboa. Avaliação formativa: um desafio aos
cao/guia_pratico_temas_contemporaneos.pdf. Acesso em: 31 professores das séries finais do ensino fundamental. Trabalho
maio 2022. de Conclusão de Curso (Especialização em Educação: Métodos
Esse documento apresenta os temas contemporâneos trans- e técnicas de ensino) – Universidade Tecnológica Federal do
versais, a importância deles para os currículos da Educação Paraná, Medianeira, 2012.
Básica, além de uma proposta de práticas de implementação. O trabalho apresenta referenciais teóricos e suscita a impor-
tância de avaliar formalmente estudantes dos anos finais do
CAMARA JÚNIOR, Joaquim Mattoso. Manual de expressão oral e Ensino Fundamental. A autora ainda acrescenta as três prin-
escrita. 16. ed. Petrópolis: Vozes, 1986. cipais formas de avaliação e aponta os objetivos de cada uma
Nesse livro, o autor faz um amplo trabalho sobre a língua portu- delas para o ensino.
guesa: na primeira parte, trata da expressão oral e, na segunda,
aborda aspectos de ortografia, redação, correção da linguagem, GREGORIN FILHO, José Nicolau (org.). Literatura infantil em gê-
entre outros. neros. São Paulo: Mundo Mirim, 2012.
Esse livro levanta reflexões acerca das literaturas infantil e in-
COLL, César; MONEREO, Carles. Psicologia da educação virtual: fantojuvenil, indicando a importância de trabalhar gêneros do
aprender e ensinar com as tecnologias da informação e da co- campo artístico-literário na escola, além de apresentar múlti-
municação. Porto Alegre: Artmed, 2010. plas possibilidades de leitura e modos de fomentar a formação
Nesse livro, são apontadas análises e ferramentas para o tra- de leitores.
balho do professor com as tecnologias educacionais, além de
técnicas que podem ser desenvolvidas no processo de ensino. HOFFMANN, Jussara. Avaliar para promover: as setas do cami-
nho. 15. ed. Porto Alegre: Mediação, 2014.
DIONISIO, Angela Paiva; MACHADO, Anna Rachel; BEZERRA, Ma- A autora apresenta o ato de avaliar como uma avaliação me-
ria Auxiliadora (org.). Gêneros textuais e ensino. 4. ed. Rio de diadora e enfatiza a importância de ser um processo de diálogo
Janeiro: Lucerna, 2005. entre estudante e professor. Promove também a reflexão dos
Nessa obra, propõe-se que a prática escrita de diversos gêneros leitores sobre o processo avaliativo em todas as dimensões da
textuais seja desenvolvida na sala de aula. Para isso, há orienta- aprendizagem.
ções e sugestões teóricas e práticas de atividades e exemplos
para professores aplicarem em aula. KLEIMAN, Angela B. Levantamento de hipóteses de leitura.
Glossário Ceale. Disponível em: https://www.ceale.fae.ufmg.br/
FAZENDA, Ivani Catarina Arantes (org.). Didática e interdiscipli- glossarioceale/verbetes/levantamento-de-hipoteses-de-lei-
naridade. 17. ed. Campinas: Papirus, 2012. (Coleção Práxis). tura. Acesso em: 15 jun. 2022.
Nessa coletânea, os autores abordam questões referentes à in- O texto apresenta aos docentes a importância de levantar hi-
terdisciplinaridade, considerando as mudanças pelas quais pas- póteses de leitura com os estudantes, a fim de promover um
sam a educação e o papel do professor. engajamento durante todo o processo de ler e interpretar um
texto, desde a análise dos elementos verbais e não verbais até a
FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. Integração e interdisciplina- verificação da estrutura do gênero e de seu contexto de produ-
ridade no ensino brasileiro: efetividade ou ideologia. 6. ed. São ção e circulação na sociedade.
Paulo: Loyola, 2011.
A autora apresenta os significados dos termos ligados à inter- KOCH, Ingedore G. Villaça; BENTES, Anna Christina; CAVALCANTE,
disciplinaridade. É uma obra que busca promover a sistematiza- Mônica Magalhães. Intertextualidade: diálogos possíveis. 2. ed.
ção do modelo interdisciplinar ao ensino por meio do diálogo e São Paulo: Cortez, 2008.
propõe uma educação inovadora. Esse livro apresenta a intertextualidade no campo de estudo da
linguística textual e busca analisar, mostrando vários exemplos,
FRAIDENRAICH, Verônica. O reforço que funciona. Nova Escola, os diversos tipos de intertextualidade existentes.
1 out. 2010. Disponível em: https://gestaoescolar.org.br/conteu-
do/575/o-reforco-que-funciona. Acesso em: 5 jun. 2022. KRISTEVA, Julia. Introdução à semanálise. São Paulo: Perspectiva,
Nesse texto, a autora defende que um trabalho constante du- 1974.
rante todo o ano é a melhor maneira de lidar com os diferentes Nessa obra clássica, a autora cunhou o termo mosaico de cita-
níveis de aprendizagem em sala de aula. Ela ressalta a impor- ções e resumiu as últimas conquistas da época na análise da
tância de a escola detectar a diversidade que há nas turmas e significação, agregando à semiótica as perguntas fundamentais
empregar diferentes estratégias de ensino. ligadas ao texto.
GARCIA, Marilene Santana dos Santos; CZESZAK, Wanderlucy. MARCUSCHI, Luiz Antônio; XAVIER, Antonio Carlos (org.). Hiper-
Curadoria educacional: práticas pedagógicas para tratar (o ex- texto e gêneros digitais: novas formas de construção de senti-
cesso de) informação e fake news em sala de aula. São Paulo: do. 2. ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005.
Editora Senac São Paulo, 2019. Cada vez mais presentes em nosso cotidiano, os gêneros tex-
A obra possibilita reflexões sobre o impacto das mídias digitais tuais digitais alteraram nossa maneira de lidar com o intertexto
na educação e como professores e estudantes podem usar a e ampliaram suas possiblidades de sentido. Com base nisso, o
curadoria da informação, além de apresentar exemplos e mo- livro aborda essas mudanças e discute maneiras de tratá-las no
delos para as aulas. processo de ensino-aprendizagem da língua.
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MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros e http://web.unifil.br/docs/revista_eletronica/educacao/Arti-
compreensão. São Paulo: Parábola, 2008. (Educação Linguística). go_04.pdf. Acesso em: 19 maio 2022.
Nesse livro, o autor apresenta materiais de um curso sobre lin- O artigo traz a concepção da avaliação diagnóstica como parte
guística textual, gêneros textuais e compreensão e produção de do processo de aprendizagem, enfatizando que avaliar diagnos-
sentido do texto. O autor obtém uma visão da linguagem com ticamente possibilita ao professor atingir seus objetivos durante
base na perspectiva sociointeracionista, abordando no livro um o desenvolvimento do ensino. Além disso, demonstra que tal
conjunto de práticas de diálogo entre leitor e texto. avaliação serve como base para tomadas de decisões frente aos
diagnósticos obtidos.
MOISÉS, Massaud. A criação literária: poesia. 16. ed. São Paulo:
Cultrix, 2003. SARAIVA, Juracy Assmann et al. Literatura na escola: propostas
O autor expõe, nessa obra, conceitos já consagrados a respeito para o ensino fundamental. Porto Alegre: Artmed, 2006.
da poesia na Teoria da Literatura e estabelece também novos Essa obra apresenta ideias para explorar poesia e prosa no En-
conceitos com exemplos de textos escritos em língua portugue- sino Fundamental, desenvolvendo o trabalho com textos de
sa a fim de um estudo coerente com a literatura criada e lida modo lúdico e eficaz para o ensino da língua portuguesa e para
no Brasil. a formação de leitores assíduos.

PAULINO, Graça; WALTY, Ivete; CURY, Maria Z. Intertextualidades: VALENTE, José Armando; ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini
teoria e prática. 4. ed. Belo Horizonte: Lê, 1998. de; GERALDINI, Alexandra Flogi Serpa. Metodologias ativas: das
Esse livro explora amplamente o diálogo entre textos. Além da concepções às práticas em distintos níveis de ensino. Revista
conceituação teórica, o livro fornece subsídios para o trabalho Diálogo Educacional, Curitiba, v. 17, n. 52, p. 455-478, jun. 2017.
pedagógico da intertextualidade com a proposta de 21 ativida- Disponível em: https://periodicos.pucpr.br/dialogoeducacio-
des sobre o tema. nal/article/view/9900. Acesso em: 5 jun. 2022.
ROJO, Roxane. As relações entre fala e escrita: mitos e perspec- Esse artigo aborda o resultado de uma prática pedagógica com
estudantes do Ensino Básico ou Superior, baseada em meto-
tivas: caderno do professor. Belo Horizonte: Ceale, 2006. (Cole-
dologias ativas e no uso das TDIC, possibilitando entender as
ção Alfabetização e Letramento). diferentes concepções sobre metodologias ativas e suas poten-
Nessa obra, a autora apresenta a relação entre a fala e a escrita, cialidades em diferentes níveis de ensino.
traz críticas aos mitos sobre essa relação e aponta meios para o
trabalho do professor com a linguagem oral e escrita e a forma WING, Jeannette. Pensamento computacional: um conjunto de
como elas se relacionam. Além disso, a autora trata de conceitos atitudes e habilidades que todos, não só cientistas da compu-
e perspectivas históricas que buscam compreender a relação tação, ficaram ansiosos para aprender e usar. Revista Brasileira
entre a fala e a escrita, o ato de se comunicar, as diferentes lin- de Ensino de Ciência e Tecnologia, Ponta Grossa, v. 9, n. 2, p. 1-10,
guagens e as linguagens tecnológicas, além de chamar a atenção maio/ago. 2016. Disponível em: https://periodicos.utfpr.edu.br/
para o trabalho com essa variedade linguística em sala de aula. rbect/article/download/4711/pdf. Acesso em: 30 maio 2022.
SANTOS, Monalize Rigon dos; VARELA, Simone. A avaliação como Nesse texto, a autora explica o que é o pensamento computacio-
um instrumento diagnóstico da construção do conhecimento nal, além de apresentar seus benefícios e sua importância para
nas séries iniciais do ensino fundamental. Revista Eletrônica nossa sociedade, pois cada vez mais as pessoas precisam aprender
de Educação, São Carlos, n. 1. ago./dez. 2007. Disponível em: a resolver problemas de diferentes níveis de complexidade utili-
zando as estratégias que envolvem o pensamento computacional.

Referências bibliográficas
complementares comentadas
A ESCOLA tá ON. Cultura escolar × cultura juvenil: possibilidades atividades, projetos, planejamentos, métodos, interdisciplinari-
de diálogo na escola. Google Podcasts, 9 fev. 2022. Disponível dade e espaços alternativos e tecnológicos.
em: https://podcasts.google.com/feed/aHR0cHM6Ly9hbm
ANTUNES, Irandé. Aula de português: encontro & interação. São
Nob3IuZm0vcy83ZjEyMzA4NC9wb2RjYXN0L3Jzcw/episode/
Paulo: Parábola, 2003.
YTk3ZDVjNmMtOTY0MC00YmU3LTk3MDQtNDJjYWQwNWRhY
TEy?sa=X&ved=0CAgQuIEEahgKEwigmIfKrqP4AhUAAAAAH Nesse livro, a autora apresenta os principais equívocos no ensi-
QAAAAAQvEg. Acesso em: 10 jun. 2022. no de Língua Portuguesa com relação à escrita, leitura e gramá-
tica. Ela sugere orientações e atividades, além de redimensionar
Nesse episódio do podcast, são entrevistados um professor, a avaliação para que haja uma aprendizagem efetiva por parte
uma pedagoga e uma estudante, que debatem o favorecimen- dos estudantes.
to do ambiente escolar para expressão da cultura juvenil. Eles
destacam que, para que essa expressividade ocorra, a cultura BARROS, José Augusto. Pesquisa escolar na internet. Belo Hori-
escolar deve estar alinhada ao progresso da cultura juvenil em zonte: Formato, 2001. (Série Dicas & Informações).

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Esse livro propõe trabalhar a pesquisa como método de conhe- Importante ferramenta para o trabalho com o desenvolvimen-
cimento. Considerando a internet como fonte de informação, a to de práticas de pesquisa, esse artigo apresenta o conceito da
obra busca ensinar a pesquisar utilizando a internet. análise documental e os processos para realizá-la, além de elu-
cidar as diferenças, por vezes tênues, entre a pesquisa bibliográ-
BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 37. ed. Rio fica e a documental.
de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.
O autor aponta transformações estéticas e históricas que a gra- DAYRELL, Juarez. A escola “faz” as juventudes?: reflexões em
mática portuguesa sofreu e ainda sofre com suas reformulações torno da socialização juvenil. Educação e Sociedade, Campinas,
ao longo dos anos e propõe elementos de reflexão e prática de v. 28, n. 100, p. 1105-1128, out. 2007. Edição especial. Disponí-
trabalho com base nela. vel em: https://www.scielo.br/pdf/es/v28n100/a2228100.pdf.
Acesso em: 5 jun. 2022.
BONA, Aline Silva de (org.). (Des)Pluga: o pensamento compu-
Nesse texto, o autor discute as relações entre a juventude con-
tacional atrelado a atividades investigativas e a uma metodolo- temporânea e a escola, buscando entender os problemas e de-
gia inovadora. São Paulo: Pragmatha, 2021. safios na relação desses jovens com a escola e conclui que ela
Nesse livro, são apresentadas pesquisas que relatam como es- se tornou menos desigual, mas ainda é injusta.
tudantes da Educação Básica, com base em projetos e progra-
mas voltados para a educação, desenvolvem a autonomia e o GERALDI, João Wanderley et al. (org.). O texto na sala de aula. 4.
pensamento crítico, utilizando o pensamento computacional de ed. São Paulo: Ática, 1997. (Na Sala de Aula).
modo desplugado ao solucionar situações-problemas de forma Os autores desse livro trazem descrições às concepções da es-
transdisciplinar. crita textual, que devem ser desenvolvidas em sala de aula, além
de sugerir como o professor deve ensinar gramática e literatu-
BONINI, Adair et al. (org.). Os gêneros do jornal. Florianópolis: ra e como desenvolver a prática leitora, entre outros recursos
Insular, 2014. v. 4. (Coleção Linguística). que compõem o desenvolvimento de leitura e interpretação do
Organizada em três partes, essa obra apresenta os aportes teó- texto. Os autores também registram esquemas e exemplos de
ricos que fundamentaram o trabalho feito no decorrer do livro, como trabalhar esses recursos textuais em sala de aula.
expõe maneiras de analisar os gêneros jornalísticos e explica o
conceito e a constituição desses gêneros. Trata também da re- GOLEMAN, Daniel. O cérebro e a inteligência emocional: novas
lação e da distinção entre notícia e reportagem e de modos de perspectivas. Tradução: Carlos Leite da Silva. Rio de Janeiro: Ob-
trabalhar esses dois gêneros proveitosamente. jetiva, 2012.
Esse livro conta com descobertas científicas acerca da inteli-
BORELLI, Silvia H. S.; FREIRE FILHO, João (org.). Culturas juvenis
gência emocional, propondo, com base nisso, maneiras de aper-
no século XXI. São Paulo: Educ, 2008. Disponível em: https:// feiçoar o desempenho dos estudantes, de incentivar a empatia
www.revistas.usp.br/ra/article/download/27340/29112/31803. e de promover relacionamentos produtivos nos ambientes de
Acesso em: 12 maio 2022. trabalho e de estudo.
O artigo apresenta pesquisas sobre as transformações pelas
quais a juventude vem passando ao longo do século por meio GOMES, Luiz Fernando. Hipertexto no cotidiano escolar. São
das mídias, da cultura, da arte e das tecnologias, que são fontes Paulo: Cortez, 2015.
de informação e comunicação entre os jovens. Desse modo, o A proposta do livro é apresentar e discutir questões metodo-
texto demonstra a relação social que a juventude vem tendo lógicas sobre leitura e produção de textos, sugerindo também
com as categorias étnicas, de gênero e de classe social. maneiras de aplicar esses métodos em sala de aula.
CAMPOS, Ricardo. Juventude e visualidade no mundo con- JOLIBERT, Josette. Formando crianças leitoras. Tradução: Bruno
temporâneo: uma reflexão em torno da imagem nas culturas Charles Magne. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994. v. 1.
juvenis. Disponível em: https://repositorio.iscte-iul.pt/hand- A autora apresenta propostas teóricas e pedagógicas sobre lei-
le/10071/2439. Acesso em: 29 abr. 2022. tura e escrita para professores, além de partilhar experiências
Esse artigo debate as culturas juvenis, os interesses da juventu- que podem influenciar a prática docente.
de e as sugestões que emergem das indústrias culturais, da tec-
nologia informacional e comunicacional, entre outros recursos JUNQUEIRA, Sonia. Pesquisa escolar: passo a passo. Belo Hori-
que produzem constantemente a cultura juvenil. zonte: Formato Editorial, 1999. (Série Dicas e Informações).
Esse livro é uma espécie de manual que visa instruir os estudan-
CASTILHO, Ataliba T. de. Nova gramática do português brasilei- tes na realização de pesquisas escolares e demonstra maneiras
ro. São Paulo: Contexto, 2016. de utilizar recursos com informações seguras e referenciadas,
O livro é composto de pesquisas feitas em universidades no como jornais, internet e revistas.
Brasil e no exterior, que exploram a gramática considerando
seus conceitos e transformações em seus processos. KAUFMAN, Ana María; RODRÍGUEZ, María Helena. Escola, leitura
e produção de textos. Tradução: Inajara Rodrigues. Porto Ale-
CECHINEL, Andre et al. Estudo/análise documental: uma revisão gre: Artes Médicas, 1995.
teórica e metodológica. Revista Criar Educação, Criciúma, v. 5, O livro apresenta diversos gêneros textuais e os articula às pro-
n. 1, jan./jun. 2016. Disponível em: http://periodicos.unesc.net/ postas pedagógicas de ensino para que seja possível desenvol-
criaredu/article/view/2446/2324. Acesso em: 5 jun. 2022. ver a prática leitora e a escrita autônoma dos estudantes.
LXIII

09/08/2022 11:32:10
KAUFMANN, Jean Claude. A entrevista compreensiva: um guia em todos os componentes curriculares, principalmente em au-
para pesquisa de campo. Petrópolis: Vozes, 2013. las de linguagens. A autora apresenta recursos multimodais que
O autor aborda, nesse livro, a prática de pesquisa chamada com- podem ser somados às práticas de leitura e escrita, como qua-
preensiva e aponta alguns suportes para que o pesquisador te- dros, fluxogramas, infográficos, mapas e imagens.
nha um trabalho efetivo com o método de pesquisa abordado.
SAMPIERI, Roberto Hernández; COLLADO, Carlos Fernández; LU-
A proposta do autor é apresentar o método de pesquisa de aná-
CIO, María del Pilar Baptista. Tradução: Daisy Vaz de Moraes. Me-
lise e levantamento de dados baseado na pesquisa qualitativa,
exemplificando e explicando o método compreensivo. todologia de pesquisa. 5. ed. Porto Alegre: Penso, 2013.
Essa obra apresenta os enfoques qualitativos e quantitativos na
KOCH, Ingedore G. Villaça. O texto e a construção dos sentidos. 5. pesquisa, oferecendo também subsídios para mesclá-los e, com
ed. São Paulo: Contexto, 2001. (Caminhos da Linguística). base nessa combinação, desenvolver pesquisas completas e
A obra traz estudos referentes à escrita e à fala e esclarece como aprofundadas nos diferentes níveis de educação e em diversas
acontece a produção de sentidos nessas modalidades. áreas do conhecimento.

LEAL, Telma Ferraz et al. (org.). A oralidade na escola: a investiga- SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. 6. ed. Porto Alegre: Artmed,
ção do trabalho docente como foco de reflexão. Belo Horizonte: 1998.
Autêntica, 2012. Esse livro trata de conceitos de práticas de leitura e oferece es-
Os autores apresentam pesquisas feitas com professores da tratégias didáticas ao professor para trabalhar a leitura e a es-
Educação Básica, desenvolvem uma discussão sobre a oralidade crita em sala de aula.
na escola e sugerem estratégias didáticas que podem ser tra-
TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática: ensino plural. São Paulo:
balhadas para desenvolver a competência discursiva oral dos
Cortez, 2003.
estudantes.
Nesse livro, o autor aborda diferentes conhecimentos linguís-
MELLO, Cleyson de Moraes; ALMEIDA NETO, José Rogério Moura ticos que podem ser aplicados em sala de aula a fim de que,
de; PETRILLO, Regina Pentagna. Educação 5.0: educação para o quando trabalhados na escola, o estudante desenvolva compe-
futuro. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2021. tências e habilidades do uso da língua escrita e falada.
Diante de um mundo em constante evolução e cada vez mais TEBEROSKY, Ana et al. (org.). Compreensão de leitura: a língua
dinâmico e tecnológico, essa obra aponta modos de utilizar
como procedimento. Tradução: Fátima Murad. Porto Alegre:
ferramentas e metodologias recentes para uma educação que
Artmed, 2003. (Inovação Pedagógica).
atenda às necessidades atuais e futuras dos estudantes.
O livro traz a compreensão e a reflexão de como ocorre o pro-
METODOLOGIAS ativas para engajar seus alunos. Canal Futura. cesso da leitura na perspectiva construtivista e na interação
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=WEPH- com os sujeitos.
Fb5_9eU. Acesso em: 10 jun. 2022.
VAL, Maria da Graça Ferreira da Costa; ROCHA, Gladys (org.). Re-
Nesse vídeo, são abordadas as metodologias ativas que promo-
flexões sobre práticas escolares de produção de texto: o sujei-
vem a autonomia e o protagonismo dos estudantes. Ele apre-
to-autor. Belo Horizonte: Autêntica, 2005. (Coleção Linguagem
senta respostas às dúvidas sobre como aplicar as metodologias
ativas em sala de aula, além de trazer um relato de efetividade e Educação).
dos métodos aplicados em aula. Os autores propõem uma reflexão sobre a importância do con-
tato com diferentes gêneros textuais para que estudantes do
O QUE É o pensamento computacional e para que ele serve? Ensino Fundamental escrevam e reescrevam textos com base
Instituto Ayrton Senna. Disponível em: https://www.youtube. no conhecimento adquirido.
com/watch?v=IpUbdH7ZuuA. Acesso em: 10 jun. 2022.
VIEIRA, Silvia Rodrigues; BRANDÃO, Silvia Figueiredo (org.). En-
O vídeo apresenta uma definição de pensamento computacio-
sino de gramática: descrição e uso. São Paulo: Contexto, 2007.
nal e exemplos de sua aplicabilidade em diversas situações.
Os autores desse livro abordam, no decorrer da obra, estudos da
O USO das tecnologias nos processos de ensino e aprendiza- área da Linguística e ideias e sugestões para o ensino da gramá-
gem. Canal Futura. Disponível em: https://www.youtube.com/ tica e de habilidades discursivas.
watch?v=6Rv0IlDAGI8. Acesso em: 10 jun. 2022.
WOMMER, Fernanda Gabriela Bitencourt et al. Métodos ativos
Nesse vídeo, é apresentado um debate sobre o uso das tecno-
de aprendizagem: uma proposta de classificação e categoriza-
logias no processo de ensino-aprendizagem. Ele coloca em evi-
ção. Revista Cocar, Belém, v. 14, n. 28, p. 109-131, jan./abr. 2020.
dência o professor como mediador do acesso aos conteúdos pe-
los estudantes, a necessidade de sua formação continuada com Disponível em: https://periodicos.uepa.br/index.php/cocar/
relação às tecnologias educacionais e o preparo da instituição article/view/3111. Acesso em: 15 jun. 2022.
escolar para uma educação que promova o uso da tecnologia. Esse artigo tem como objetivo servir de fonte de pesquisa ao
professor que deseja aplicar as metodologias ativas de apren-
RIBEIRO, Ana Elisa. Textos multimodais: leitura e produção. São dizagem em sua prática docente. Para isso, ele categoriza e des-
Paulo: Parábola, 2016. creve diferentes métodos ativos e maneiras de praticá-lo a fim
Esse livro indica estratégias para trabalhar textos multimodais de que os estudantes formem seu próprio conhecimento com o
auxílio dessas ferramentas.
LXIV

09/08/2022 11:32:10
8
Língua Portuguesa
Componente curricular:
Língua Portuguesa

Ensino Fundamental
Anos Finais

Editor responsável:
Marcos Rogério Morelli
Licenciado em Letras Anglo-Portuguesas pela Universidade Estadual de Londrina (UEL-PR).
Especialista em Língua Portuguesa pela Universidade Estadual de Londrina (UEL-PR).
Professor em escolas da rede particular de ensino e editor de materiais didáticos da área de Linguagens.

Organizadora: FTD EDUCAÇÃO


Obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida pela FTD Educação.

1ª edição
São Paulo, 2022

04/08/2022 08:50:10

09/08/2022 11:34:14
Todos os direitos reservados à Editora FTD S.A.

ELABORADORES DE ORIGINAIS Direção-geral Ricardo Tavares de Oliveira


Marcos Rogério Morelli Direção de Conteúdo e Negócios Cayube Galas
Licenciado em Letras Anglo-Portuguesas pela Direção editorial adjunta Luiz Tonolli
Universidade Estadual de Londrina (UEL-PR). Gerência editorial Roberto Henrique Lopes da Silva
Especialista em Língua Portuguesa pela Universidade Edição Paulo Roberto Ribeiro (coord.)
Estadual de Londrina (UEL-PR).
Preparação e Revisão Maria Clara Paes (coord.)
Professor em escolas da rede particular de ensino e editor
Gerência de produção e arte Ricardo Borges
de materiais didáticos da área de Linguagens.
Design Andréa Dellamagna (coord.)
Taciane Marcelle Marques Arte e Produção Rodrigo Carraro (coord.)
Licenciada em Letras Vernáculas e Clássicas pela Coordenação de imagens e textos Elaine Bueno
Universidade Estadual de Londrina (UEL-PR).
Especialista em Psicologia Aplicada à Educação pela Projeto e produção editorial Scriba Soluções Editoriais
Universidade Estadual de Londrina (UEL-PR). Edição Marcos Rogério Morelli, Raquel Teixeira Otsuka, Isabela Ventura
Mestra em Estudos da Linguagem pela Universidade Silvério Biz e Sabrina Vieira Mioto
Estadual de Londrina (UEL-PR). Assistência editorial Alan Magno Schein Santoro e Ricardo César Pereira
Doutora em Estudos da Linguagem pela Universidade Preparação e Revisão Moisés Manzano da Silva (coord.),
Estadual de Londrina (UEL-PR). Raisa Rodrigues da Fonseca
Professora em escolas da rede particular de ensino
Gerência de produção editorial Camila Rumiko Minaki Hoshi
e elaboradora de materiais didáticos da área de
Linguagens. Supervisão de produção editorial Priscilla de Freitas Cornelsen Rosa
Coordenação de produção editorial Daiana Fernanda Leme de Melo
Natália Cristina Martins de Sá Coordenação de produção de arte Tamires Rose Azevedo
Licenciada em Letras Vernáculas e Clássicas pela Edição de arte Rogério Casagrande
Universidade Estadual de Londrina (UEL-PR).
Projeto gráfico e capa Marcela Pialarissi
Elaboradora de materiais didáticos da área de Linguagens.
Imagens de capa Album/Universal Images Group/Universal History Archive/
Luísa Moreira Vianna Moura Charles Chaplin Productions (Charles Chaplin), Tithi
Luadthong/Shutterstock.com (homem com lanternas),
Licenciada em Letras (Português e Literaturas) pela
evgeniy jamart/Shutterstock.com (robôs), durantelallera/
Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ).
Shutterstock.com (ilustração)
Especialista em Edição de Texto pela Universidade Nova
de Lisboa (UNL-PT). Diagramação Ana Maria Puerta Guimarães, Laryssa Dias Almeron dos Santos,
Vivian Larissa Morita, Formato Comunicação Ltda.
Elaboradora de materiais didáticos da área de Linguagens.
Autorização de recursos Marissol Martins Maia (coord.) e Diana Alves
Iconografia Silvia de Luca Ferreira
Tratamento de imagens Janaina Oliveira e Jéssica Sinnema
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Trajetórias língua portuguesa : 8º ano : ensino


fundamental : anos finais / organizadora FTD
Educação ; obra coletiva concebida, desenvolvida e
produzida pela FTD Educação ; editor responsável
Marcos Rogério Morelli. -- 1. ed. -- São Paulo :
FTD, 2022.

Componente curricular: Língua portuguesa.


ISBN 978-85-96-03425-8 (aluno)
ISBN 978-85-96-03426-5 (professor)

1. Língua portuguesa (Ensino fundamental)


I. Morelli, Marcos Rogério.

22-114453 CDD-372.6
Índices para catálogo sistemático:

1. Língua portuguesa : Ensino fundamental 372.6

Cibele Maria Dias - Bibliotecária - CRB-8/9427

Em respeito ao meio ambiente, as folhas


Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 deste livro foram produzidas com fibras
de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados à obtidas de árvores de florestas plantadas,
com origem certificada.
EDITORA FTD.
Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo – SP Impresso no Parque Gráfico da Editora FTD
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www.ftd.com.br Guarulhos-SP – CEP 07220-020
central.relacionamento@ftd.com.br Tel. (11) 3545-8600 e Fax (11) 2412-5375

04/08/2022 08:51:34

09/08/2022 11:34:14
ão

nt

Estudar Língua Portuguesa


se

é uma oportunidade de viajar pelo


e

maravilhoso mundo da literatura e


pr

de entrar em contato com informações


fundamentais para seu desenvolvimento
A

como leitor e escritor.

Afinal, estamos sempre encontrando situações que


requerem o emprego de múltiplas linguagens e discursos.
Além disso, somos levados a ler e a produzir diferentes
gêneros textuais, seja para nos informarmos, seja para
nos relacionarmos com outras pessoas.

Esta coleção visa despertar em você o desejo


de compreender melhor o mundo do qual faz parte,
desenvolvendo habilidades que o preparem para
os desafios do presente e do futuro.

Bom estudo!

:51:34 04/08/2022 09:12:52

09/08/2022 11:34:14
Como seu livro
está organizado
Iniciando o trajeto
1. Junte-se a um colega e leiam o texto a seguir.

agsandrew, alex74 e ANNA_KOVA/Shutterstock.com


Fotomontagem de Rogério Casagrande. Fotos:
Autopsicografia
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que leem o que escreve,


Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda


Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda

Iniciando o trajeto
Que se chama o coração.
PESSOA, Fernando. Autopsicografia. In: PESSOA, Fernando.
Poesias. Porto Alegre: L&PM, 1996. p. 42. (Coleção Pocket L&PM).

A que gênero textual pertence esse texto? Justifiquem a resposta anali-

2.
sando-o atentamente e listem as características que identificarem nele.
Resposta: Trata-se de um poema, um texto escrito em versos, organizado em estrofes, com rimas
Compare as duas orações a seguir. entre o primeiro e o terceiro verso de cada estrofe e
entre o segundo e o quarto verso de cada estrofe.
Antes de iniciar cada
Meu pai gosta de contar histórias.
unidade, você poderá
Meu pai e meu tio gostam de contar histórias.

a. Qual é o tipo de sujeito da oração A? Justifique sua resposta.


Resposta: Sujeito simples. O sujeito contém apenas um núcleo (pai).
b. Qual é o tipo de sujeito da oração B? Explique sua resposta.
verificar seus
Resposta: Sujeito composto. O sujeito contém dois núcleos (pai; tio).
3. Agora, analise a seguinte oração.
3. b. Resposta: É possível concluir isso pela forma verbal chegamos, que está na primeira pessoa
Chegamos atrasados para a aula de natação. implícita do plural, o que deixa
conhecimentos prévios a
respeito dos conteúdos
a palavra nós.
Também poderia estar
a. Qual é o tipo de sujeito dessa oração? implícito o pronome eu e
Resposta: O sujeito é desinencial ou elíptico. mais um termo, como Carlos,
b. Como você chegou a essa conclusão? meu irmão, ela etc.

4. Pesquise em livros ou na internet um haicai. Selecione-o e leia-o para a turma. Ouça atenta-
mente a leitura dos colegas. Após a leitura de todos os textos, indique: que serão estudados na
unidade por meio de
a. ao menos uma característica comum entre os textos lidos.
b. a que elemento os haicais remetem? Resposta pessoal.
4. a. Possíveis respostas: Os haicais não têm título; são escritos em versos; possuem apenas
três versos; são líricos; contêm figuras de linguagem etc. 13

atividades diversificadas.
02/08/2022 15:38:56

Abertura de unidade
Unidade Nessas páginas, é apresentada
2 uma imagem relacionada ao
menos a um dos gêneros que
Quarta capa e
resenha crítica serão lidos e estudados na

Biblioteca Municipal de Praga, República Tcheca/Vadym Lysenko/Shutterstock.com


unidade. Essa imagem é
Principais conteúdos
desta unidade acompanhada sempre de
• Quarta capa
• Vozes verbais
questões que exploram seus
• Resenha crítica
• Voz passiva analítica e
conhecimentos prévios, sua
voz passiva sintética
realidade próxima e a relação
Fotografia de uma escultura feita com livros, intitulada Torre sem fim, localizada na Biblioteca Municipal de Praga,
na República Tcheca.
Confira as respostas das questões nas orientações ao professor.
desses recursos com os gêneros
a serem estudados. Além disso,
1. Em sua opinião, que ideia essa escultura produzida com tantos livros procura
passar ao público?
2. Essa escultura pode ser considerada uma obra de arte? Explique.

na abertura é possível ter


3. O que a leitura causa em você? Cite um livro que tenha se tornado importante
para você e explique como foi a experiência dessa leitura.
4. Nesta unidade, vamos estudar os gêneros quarta capa e resenha crítica. Você
se recorda de já ter lido algum texto desses gêneros? Em caso afirmativo,
comente com os colegas sobre o que eles tratavam. acesso à lista de conteúdos que
50 51

serão estudados na unidade.


02/08/2022 16:10:28 02/08/2022 16:10:29

Leitura Capítulo 6 ◆ Romance juvenil


— Tenha um bom período letivo — disse tio Válter com um sorriso ainda mais maldoso. E
foi-se embora sem dizer mais nada. Harry se virou e viu o carro dos Dursley partir. Os três
estavam rindo. Harry sentiu a boca seca. Que diabo iria fazer? Estava começando a atrair

Essa seção aparece uma vez por capítulo. Leitura


uma porção de olhares curiosos por causa da Edwiges. Teria que perguntar a alguém.
Parou um guarda que ia passando, mas não mencionou a plataforma nove e meia. O
guarda nunca ouvira falar em Hogwarts e quando Harry não soube lhe dizer em que par-

A cada nova ocorrência, você terá a O texto que você vai ler é parte da obra Harry Potter e a Pedra Filosofal. Nessa história, Harry, o
protagonista, ainda bebê é deixado na porta da família Dursley, com uma carta dando informações
sobre quem ele é e como sobreviveu após a morte de seus pais. Mais tarde, já com 11 anos de idade,
te do país a escola ficava, ele começou a mostrar aborrecimento, como se Harry estivesse
se fazendo de burro de propósito. Desesperado, Harry perguntou pelo trem que partia às
onze horas, mas o guarda disse que não havia nenhum. Ao fim, o guarda se afastou, res-

oportunidade de ler um texto de um novo Harry descobre que é um bruxo e, por isso, deve estudar na escola de bruxaria de Hogwarts. mungando contra pessoas que o faziam perder tempo. Harry tentou por tudo no mundo
não entrar em pânico. Pelo grande relógio em cima do quadro que anunciava os trens que
O trecho a seguir mostra o personagem indo para a escola. Como você imagina que seja a via-
chegavam, só lhe restavam mais dez minutos para embarcar no trem de Hogwarts e ele
gem e o transporte utilizado para chegar à escola de bruxos? Que situações você acha que Harry

gênero. No Estudo do texto, você


não tinha ideia de como ia fazer isso; estava perdido no meio da estação com uma mala
vai enfrentar para chegar a esse local? Leia o texto para descobrir.
que mal podia levantar, o bolso cheio de dinheiro de bruxo e uma corujona.
Harry Potter e a Pedra Filosofal Hagrid devia ter esquecido de lhe dizer alguma coisa que tinha de fazer, como bater no

realizará diversas atividades de


[...] terceiro tijolo à esquerda para entrar no Beco Diagonal. Perguntou-se se deveria tirar a
Harry acordou às cinco horas na manhã seguinte e estava demasiado excitado e nervo- varinha da mala e começar a bater no coletor de bilhetes entre as plataformas nove e dez.
so para voltar a dormir. Levantou-se e vestiu os jeans porque não queria entrar na estação Naquele instante um grupo de pessoas passou às suas costas e ele entreouviu algumas

exploração do texto. Essas atividades


com as vestes de bruxo — mudaria de roupa no trem. Verificou novamente a lista de palavras que diziam.
Hogwarts para se certificar de que tinha tudo que precisava, viu se Edwiges estava bem
— ...cheio de trouxas, é claro...
Sabrina Eras/Arquivo da editora

trancada na gaiola e então ficou andando pelo quarto à espera que os Dursley se levantas-
Harry deu meia-volta. Era uma mulher gorda que falava com quatro meninos, todos de

estão organizadas em Conversando


sem. Duas horas mais tarde, a mala enorme e pesada de Harry fora colocada no carro dos
Dursley. Tia Petúnia convencera Duda a se sentar ao lado do primo e eles partiram. cabelos cor de fogo. Cada um deles estava empurrando à frente uma mala como a de Harry
— e levavam uma coruja. O coração aos saltos, Harry os seguiu empurrando o carrinho.
Chegaram à estação de King’s Cross às 10h30. Tio Válter jogou a mala de Harry num
carrinho e empurrou-o até a estação para ele. Harry achou o gesto curiosamente bondoso Eles pararam e ele também, bem próximo para ouvir o que diziam.

sobre o texto, Escrevendo sobre o texto, até tio Válter parar diante das plataformas com um sorriso maldoso.
— Bom, aqui estamos, moleque. Plataforma nove, plataforma dez. A sua platafor-
ma devia estar aí no meio, mas parece que ainda não a construíram, não é mesmo?
— Agora, qual é o número da plataforma? — perguntou a mãe dos meninos.
— Nove e meia — ouviu-se a voz fina de uma menininha, também de cabelos rui-
vos que estava segurando a mão da mulher.

Explorando a linguagem e, quando for Ele tinha razão, é claro. Havia um grande número nove de plástico
no alto de uma plataforma e um grande número dez no alto da plata-
forma seguinte, mas no meio, não havia nada.
— Mamãe, não posso ir...

Hagrid: o guardião das chaves e terras de Hogwarts e o primeiro

pertinente, Discutindo ideias,


contato de Harry Potter com o mundo dos bruxos.
Beco Diagonal: área de compras para bruxos.
Trouxas: palavra empregada na obra para se referir

construindo valores. Além da troca de


a quem não é bruxo.

ideias entre você e seus colegas, essas


atividades proporcionam interpretação e
reflexão sobre a estrutura e a linguagem
do texto lido.
112 113

02/08/2022 16:35:48 02/08/2022 16:35:48

04/08/2022 09:12:54

09/08/2022 11:34:14
Foi uma guerra feia e covarde. Todos os homens, quase todos (com exceção das pessoas
Outra leitura de ouvido fino, que entendem a língua dos vegetais), entraram na luta de extermínio.
Quem não pertencia a um exército regular punha o machado no ombro e saía de manhã
O texto que você vai ler a seguir também é uma crônica argumentativa. De acordo com o títu- para brigar sozinho. Os mais humildes, que nem dispunham de machadinha, armavam-
lo, "A grande guerra", em sua opinião, a que guerra o cronista vai fazer referência? -se de fósforo ou isqueiro. Até as crianças, as mais assanhadas e menos inteligentes,
Leia a crônica para saber exatamente o que ela aborda. participavam da guerra, e da maneira mais diabólica: construíam balões que, levados pe-
lo vento, causavam perdas incalculáveis ao doce e inocente inimigo.
A grande guerra Essa guerra foi iniciada na era da civilização, há algumas centenas de anos, quando o
As árvores sempre amaram os homens, desde o princípio dos tempos. Confessam este homem aprendeu a fazer navios ligeiros, pontes sólidas, casas confortáveis e catedrais
amor sem parar, as horas todas do dia. Mesmo quando a luz se retira e elas desaparecem belíssimas.

Outra leitura
de nossa vista, continuam a dizer que nos amam, fazendo perfume para a nossa noite e
Foi iniciada e jamais teve trégua, prosseguindo até o dia de hoje, auxiliada agora pelas
música para os nossos sonhos.
armas modernas, como a serra elétrica e o trator.
Mas as árvores não são apenas os maiores artistas que existem; são também os mais
Desarmadas, ou armadas apenas de boa vontade, as árvores opuseram uma única re-
sábios cientistas. Se a gente lotasse o Mineirão de cientistas, os cem mil sábios ali reuni-
sistência: foram criando outras árvores, tantas quanto podiam no furor da batalha, na

Nessa seção, você lerá


dos saberiam muito menos do que uma árvore. E a mais profunda e indispensável ciência
esperança de que, findas as hostilidades, outras plantas crescessem e continuassem a fa-
da árvore é transformar veneno em ar puro.
zer oxigênio, sombra, flores, frutos, perfume, desenhos e poesia.
Muito poucos homens, por incrível que pareça, entendem a língua das árvores. Um em
Mas acontece o seguinte: como imensas florestas já tombaram na luta, dando lugar a

outro texto do mesmo


mil? Talvez nem isso. Um dia, por causa dessa ignorância, reunidos numa sala fechada, os
amplidões estéreis, o número de árvores em nosso tempo é insignificante. O número de
homens declararam guerra às árvores.
homens, pelo contrário, tornou-se (como dizem) uma verdadeira explosão.
Observados hoje, depois que tudo aconteceu, os motivos alegados parecem ridículos. Há
Assim, para dizer tudo em poucas palavras, a vitória dos homens contra as árvores está
árvores demais no mundo, diziam. — Já começam a invadir as nossas terras. — Melhor
enfrentá-las e transformá-las em objetos úteis: casas, móveis, navios, lenha. — Não pode-
mos é permanecer de braços cruzados. — O progresso exige que acabemos com as árvores.
muito próxima. No ritmo em que vamos, em pouco tempo não ficará uma floresta em pé.
Há um único problema: estamos enfrentando agora novos inimigos, aqueles que gênero estudado na
seção Leitura. Assim,
aparecem quando as árvores morrem: os riachos e os rios estão secando-se de sede,
Argumentos, de fato, ridículos; mas os argumentos a favor de todas as outras guerras atormentando os homens; os temporais adoidados destroem as plantações, ator-
são muito parecidos, depois de vistos (como se diz) à luz da história. mentando os homens; os animais desaparecem, atormentando os homens; a terra
Foram mobilizados facões, machados, serrotes. O mais terrível guerreiro era um que

terá a oportunidade
arrebenta-se e não presta mais para nada, atormentando os homens; o sol queima
ama o combate por si mesmo, capaz de lutar indiferentemente pelo bem ou pelo mal, ca- as sementeiras e castiga toda a criação, atormentando os homens. Em vez de dar
paz de cozinhar para o homem, sem que esse gesto simpático signifique bondade; em música nas ramagens, a ventania dá medo; em lugar de perfume, aspiramos o fu-

de retomar as
outra oportunidade, esse mesmo guerreiro poderá destruir sem remorso a humanidade mo das máquinas; em troca da poesia, vamos entrando cada vez mais por uma
inteira. Seu nome é Fogo. paisagem sem flores, sem pássaros, sem verde. E já estamos sentindo falta de ar.
E a guerra começou. As árvores, que também não entendem a língua dos homens, ape- Superpovoada de homens e despovoada de árvores, a própria Terra, a única que

características de
sar de amá-los, continuaram em paz, a fazer o que sempre fazem: sombra, flores, frutos, possuímos, chega ao fim e aos poucos morre.
desenhos, poesia. E a transformar veneno em oxigênio. Resultado final: as árvores perdem a guerra e os homens ganham o inferno.
Mineirão: estádio de futebol localizado em Belo Horizonte, Minas Gerais. CAMPOS, Paulo Mendes. A grande guerra. In: CAMPOS, Paulo Mendes. Balé do pato e outras crônicas.

Art Capri/Arquivo
cada gênero,
São Paulo: Ática, 1998. p. 104-107. (Para Gostar de Ler). © by Herdeiros de Paulo Mendes Campos.

da editora

Art Capri/Arquivo
auxiliando nas

da editora
atividades de
produção textual.
320 321

02/08/2022 15:38:41 02/08/2022 15:38:41

Interação entre os textos


Na seção anterior, você leu um trecho do romance Harry Potter e a Pedra Filosofal, em que o
protagonista descobre ser um bruxo e que vai estudar na escola de bruxaria de Hogwarts.
Agora, você vai ler um trecho de um texto dramático em que Harry já está casado e é pai de
três crianças. Nessa história, o filho mais novo de Potter, Alvo, é quem está indo para Hogwarts.
Como você imagina que será o embarque do menino? E a despedida da família? Leia o texto e
descubra.
Harry Potter e a criança amaldiçoada

Parte Um

Interação entre os textos Ato Um – Cena Um

King’s Cross
Uma estação movimentada e lotada de gente tentando ir a algum lugar. Em meio ao

Nessa seção, você vai perceber tumulto, duas gaiolas grandes sacodem no alto de dois carrinhos de bagagem. Eles são
empurrados por dois meninos, TIAGO POTTER e ALVO POTTER. A mãe dos dois, GINA,
vem logo atrás. Um homem de 37 anos, HARRY, traz a filha LÍLIAN nos ombros.

como um texto pode dialogar com ALVO


Pai. Ele continua dizendo aquilo.

outros. Os textos foram escolhidos


HARRY
Tiago, dá um tempo.
TIAGO

por se relacionarem, sempre que Eu só disse que ele pode ir para a


Sonserina. E ele pode mesmo, en-

possível, com os estudados nas


tão... (ao ver o olhar do pai) tudo
bem.
ALVO (olhando a mãe)

seções Leitura ou Outra leitura. GINA


Vai me escrever, não vai?

Todo dia, se você quiser.

Quando houver mais de um texto


Melissa Garabeli/Arquivo da editora

ALVO
Não. Todo dia, não. Tiago disse que

nessa seção, eles também poderão


a maioria dos alunos só recebe
cartas de casa uma vez por mês.
Não quero que...

apresentar diferentes tipos de


relações entre si. 119

02/08/2022 17:00:59

b. Ao ser interrogado sobre a existência de pessoas no casarão, seu Ernesto empregou duas
A língua em estudo vezes a forma verbal dizem. Das afirmativas a seguir, escreva no caderno a que indica por
que seu Ernesto empregou essa forma verbal. Resposta: B.

Sujeito indeterminado A. Porque sabe quem são as pessoas, mas não quer revelar aos adolescentes, com receio
de que arrumem confusão, e também porque quer evitar que eles sofram as consequên-
1. A seguir, leia um trecho de um conto e se surpreenda com a descoberta dos adolescentes cias negativas dessa descoberta.
Quico, Cláudia e Marcelo ao conversarem, enquanto degustam um peixe, com o pescador Er-

A língua em estudo
nesto Marcelo sobre um casarão que encontraram em uma ilha. B. Porque muitas pessoas já lhe contaram essa história, mas ele não conhece, ou não quer
identificar, as pessoas que teriam visto o fantasma no casarão. Além disso, quer criar
[...] um clima de mistério e suspense entre os adolescentes.
Quico devorou um bom pedaço do seu exemplar, lambeu os dedos e tentou retomar 2. Releia esta oração.

Nessa seção, você terá a


o assunto: 2. b. Resposta: Não, pois não é indicado quem é o agente que “diz” e a
[...] Dizem que ele mora na casa... posição de sujeito da oração não está ocupada, ou seja, está vazia.
— Seu Ernesto, o casarão não tem dono? Dá a impressão de que está abandonado há
Resposta: Na terceira
muito tempo. a. Em que pessoa e número a forma verbal em destaque está flexionada? pessoa do plural.
O homem encarou-o com o pedaço de peixe a caminho da boca e hesitou um instan-
te antes de falar:
— Eu não sei dizer, não. O que eu sei é o que dizem...
b. É possível identificar o sujeito a que essa forma verbal se refere? Explique.
oportunidade de explorar
diferentes conteúdos
Podemos expressar uma informação sem necessariamente esclarecer quem praticou a
— E o que é que dizem, seu Ernesto? — interessou-se Cláudia. ação indicada pelo verbo. Isso costuma acontecer em duas situações:
— Do fantasma. • quando não sabemos quem pratica a ação;

linguísticos específicos da
— Fantasma? — interrogaram ao mesmo tempo, sur- • quando não queremos, intencionalmente, esclarecer quem a pratica.
presos. Nesses casos, dizemos que o sujeito da oração é indeterminado, isto é, não se sabe quem
— O fantasma do alemão... Dizem que ele mora na casa... praticou a ação ou sobre quem ou sobre o que se declara algo.
Os jovens entreolharam-se ressabiados porque ha-
viam notado a mudança no semblante do pescador. Ele Há duas formas de indeterminar o sujeito da oração: com o verbo flexionado na terceira pessoa língua portuguesa e
não estava brincando. Como se houvesse dito tudo, ele do plural, como no exemplo “Dizem que ele mora na casa...”; ou com o verbo flexionado na tercei-

perceberá que o sistema


Studio77 FX vector/
Shutterstock.com

tornou ao seu peixe. Arrancava o pedaço de filé, passa- ra pessoa do singular + o pronome se: “Diz-se que ele mora na casa.”. Nesse caso, o pronome se
va na farinha e enfiava na boca. O silêncio foi rompido é denominado índice de indeterminação do sujeito.

linguístico é um processo
com a quase provocação de Marcelo:
— Fantasmas não existem, seu Ernesto... Tipos de sujeito
[...] É importante relembrarmos que há quatro tipos de sujeito.
GALDINO, Luiz. Um alemão misterioso. In: GALDINO, Luiz. O fantasma
que falava espanhol. Ilustrações originais: Paulo Zilberman. 2. ed. São
Paulo: FTD, 1990. p. 17. (Que mistério é esse?).
• Sujeito simples: apresenta apenas um núcleo.
Exemplo: Seu Ernesto escutou muitas histórias sobre o fantasma do casarão.
dinâmico e de interação.
Na subseção Praticando,
a. Nesse conto, um mistério inquieta os adolescentes. Escreva no caderno quais elementos • Sujeito composto: apresenta dois ou mais núcleos.
apresentados conferem um sentimento de medo e um ar de mistério ao trecho lido. Exemplo: Quico, Cláudia e Marcelo foram passar férias em uma ilha cheia de mistérios.
Resposta: A, B, C e D.
A. A hesitação de seu Ernesto antes de responder à pergunta de Quico. • Sujeito desinencial ou elíptico: não está expresso na oração, mas é identificável na
B. O uso da forma verbal dizem, sem citar alguém diretamente.
C. A mudança no rosto do pescador.
desinência verbal ou no contexto.
Exemplos: Saímos em busca de aventuras./Ouvi essa história ontem. são apresentadas atividades
• Sujeito indeterminado: não se sabe quem praticou a ação do verbo.
D. O silêncio entre os personagens após seu Ernesto ter falado sobre a existência do fan-
tasma.
Exemplos: Acredita-se na existência de seres sobrenaturais.
Roubaram o casarão na noite anterior à conversa.
diversificadas que visam à
E. O fato de seu Ernesto estar brincando.
26 27 prática e à aplicabilidade
02/08/2022 15:44:47 02/08/2022 15:44:47
dos conteúdos estudados.

9:12:54 04/08/2022 09:12:55

09/08/2022 11:34:15
Atitude cidadã Vida familiar e social

Protagonismo juvenil Quais órgãos garantem o protagonismo juvenil?


Na seção Leitura, você leu um trecho de um regimento escolar que trata dos direitos e deveres Em nosso país, diversos documentos oficiais apresentam os direitos e os deveres dos jovens
dos estudantes no ambiente escolar. Para que esses e outros direitos e deveres se efetivem na na sociedade. Confira, a seguir, alguns deles.
sociedade, é preciso que o jovem atue como protagonista, ou seja, tenha um papel ativo nos am-
bientes em que convive. LDB (Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional)
Conheça, agora, o que é o protagonismo juvenil e como ele pode ser desenvolvido. Tal lei regulamenta o sistema educacional (público ou privado) do Brasil (da educação
O que é protagonismo juvenil? básica ao ensino superior) e determina que todos tenham igualdade de condições
para o acesso e a permanência na escola, considerando a educação parte essencial
O protagonismo juvenil está relacionado à participação dos jovens de forma mais ativa nas
para o desenvolvimento humano.
decisões, discussões e execuções de ações nas diferentes situações da vida cotidiana. Tal protago-
nismo busca o desenvolvimento pessoal e também o desenvolvimento social das comunidades
em que os jovens estão inseridos. Esse comportamento gera mudanças sociais, ambientais, cul-
ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente)
turais e políticas, pois forma pessoas mais autônomas e comprometidas socialmente, o que acaba
por desenvolver a cidadania. Em vigor desde 1990, o ECA é considerado um marco na proteção da infância e da
adolescência. Determina que a criança e o adolescente tenham todos os direitos
Como o protagonismo juvenil pode se manifestar? fundamentais para viver em sociedade, assegurando o desenvolvimento físico, mental,
A participação pode ocorrer em diferentes locais, como escolas, clubes, associações esportivas moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.
e culturais, nos bairros etc. Confira algumas situações em que é possível agir de forma protago-
nista, visando mudanças para si e para as pessoas ao seu redor:
Constituição Federal de 1988

Atitude cidadã
• construir um projeto de vida que leve em conta o bem-estar pessoal e da comunidade;
A Constituição determina que a criança, o adolescente e o jovem tenham assegurados
• compreender o outro, respeitando sua identidade;
os direitos à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à
• favorecer o fortalecimento dos vínculos entre os membros de um grupo, gerindo conflitos e

Ilustrações: Sergio Lima/Arquivo da editora


mantendo o diálogo; cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.

Nessa seção, você será


• preservar o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável dos bens materiais;
• valorizar a educação, a arte e a cultura na construção do espaço público e social; Estatuto da Juventude
• utilizar a tecnologia como meio para adquirir informação e produzir interação saudável. Divulgado em 2014, tal documento determina os direitos e os deveres de jovens a

convidado a refletir partir dos 15 anos, por meio da criação de políticas públicas que garantam o
desenvolvimento pleno dessas pessoas dentro da sociedade.

Shutterstock.com
sobre diversos temas
Confira as respostas das questões nas orientações ao professor.

SpeedKingz/
1. Em sua opinião, qual é o maior desafio enfrenta-
do pelo jovem atualmente? Comente.
2. Que tipo de sociedade você deseja ajudar a cons-

contemporâneos truir? Converse com seus colegas.


3. Para você, agir com protagonismo na sociedade

Krakenimages/Shutterstock.com
atual é fundamental? Converse com seus colegas.

transversais relevantes 4. Você conheceu alguns documentos oficiais que tratam dos
direitos e deveres dos jovens na sociedade. Em sua opinião,
qual é a importância do respeito a esses documentos? O que

para a vida em você faria se soubesse de algum caso de descumprimento ou


de desrespeito a um deles?
248 249
sociedade.
02/08/2022 16:25:22 02/08/2022 16:25:22

Conexões Arte

A poesia nas artes Fotografia


A poesia está presente no dia a dia e nas mais diversas manifestações artísticas: em uma letra A poesia também pode estar presente na fotografia. O fotógrafo que domina sua
de canção, em uma escultura, em uma pintura, no cinema etc. Mas, afinal, o que é poesia? Dife- arte sabe qual instante registrar, como balancear os elementos que compõem uma
rentemente do poema, que é algo que se refere à forma estrutural em versos de um texto, a imagem, de que forma trabalhar com a luz natural ou artificial. Um bom domínio
poesia é algo mais abstrato, que desperta emoções e sentimentos. A poesia é a essência que há dessas habilidades pode resultar em fotografias poéticas, que transmitem sensações,
no poema e em outras formas de arte ou fora dela. Confira alguns exemplos de onde a poesia ideias e impressões variadas.
pode se manifestar.
Museu de Arte Moderna, Nova York, EUA

Pintura Música
A pintura pode ser figurativa (representando se- A combinação de sons e ritmos cria essa forma

Ilustrações: Sergio Lima/


res e objetos da realidade) ou abstrata (quando ex- de arte tão presente na vida das pessoas. Ao lon-

Arquivo da editora
pressa ideias ou sentimentos) e consiste na aplica- go do tempo, o ser humano aprimora as formas
ção de tintas e outros pigmentos líquidos sobre de criá-la e recriá-la, assim como os meios e os
uma superfície. Associando talento e trabalho, o instrumentos para produzi-la e criar poeticidade.
pintor cria tons e texturas impressionantes. Por
meio de uma pintura, o artista pode representar o
mundo de forma subjetiva e causar nas pessoas
diferentes impressões, como encantamento, sur-

Conexões
A noite estrelada, de Vincent van Gogh. presa, estranhamento e outras sensações.
Óleo sobre tela, 73 cm × 92 cm, 1889.

Cinema
A diversidade de recursos que o cinema apresen-
ta e utiliza em sua composição pode contribuir pa-
Dança
Considerada a arte da expressão corporal coreografada
Por meio da apresentação de

Shutterstock.com
textos verbais e não verbais,
ra que essa arte seja poética. Assim, a escolha de ou improvisada (livre), a dança pode ou não ser acompa-

Master1305/
elementos como a luz, as sombras, a expressão e a nhada por música. Atualmente, essa forma de arte é bas-
atuação dos atores, os jogos de câmera e a própria tante diversificada, com novas linguagens e técnicas de-
narrativa podem sugerir a poesia em movimento.

nessa seção, você perceberá que


A valsa, de Camille senvolvidas e experimentadas para impactar por meio do
Claudel. Bronze.
Coleções de Pinturas do Estado da

43,2 cm × 23 cm ×
movimento corporal. A poesia está presente na dança por
akg-images/Album/Fotoarena
Baviera, Munique, Alemanha/

meio dos movimentos do corpo dos bailarinos, que des- Fotografia de um


Ilustrações: Sergio Lima/Arquivo da editora

34,3 cm, 1893.

os conteúdos estudados, de
Escultura pertam no público as mais variadas reações e sentimentos. espetáculo de dança
contemporânea.
A escultura pode ser figurativa ou abstrata. O ob-
Confira as respostas das questões nas orientações ao professor.
jetivo inicial das esculturas era a representação do 1. Qual das manifestações artísticas apresentadas está mais presente em seu dia a dia?
corpo humano. Os escultores utilizam diversos ma-
teriais, como bronze, madeira, mármore, argila, en-
tre outros, para representar suas criações em relevo,
2. Em sua opinião, que elementos permitem que essas imagens sejam consideradas poéticas?
3. Em casa, pesquise imagens que retratem pinturas, esculturas ou fotografias que você consi-
forma geral, relacionam-se aos
retratando os mais diversos seres e objetos. dere poéticas. Escolha uma que mais tenha chamado sua atenção para compartilhar com os
colegas e o professor. conteúdos de outros
38 39
componentes curriculares.
02/08/2022 16:12:07 02/08/2022 16:12:07

1. a. Resposta: Identifica-se o posicionamento da resenhista pelo uso do termo lição, sugerindo


que é possível aprender algo com o livro, demonstrando uma visão positiva da obra. Sim, pois a
Praticando
Ampliando a linguagem autora aponta que a mensagem principal do livro é a importância da gentileza na luta contra
injustiças, além de ressaltar que a obra é uma boa fonte de informações sobre o Holocausto.
1. Leia, a seguir, outra resenha crítica de livro.
Os adjetivos e os advérbios nas resenhas críticas
Lição de voo
1. Releia o trecho da resenha das páginas 63 e 64 e note as palavras em destaque.
Autora de Extraordinário estreia nos quadrinhos com história sobre o poder da
A construção de uma rotina comum e agradável cria uma ruptura dramática gentileza em tempos de guerra
quando essa rotina deixa de existir, motivada pelo conflito: em menos de dois meses, O quadrinho Pássaro branco tem início com uma chamada de vídeo entre
Myriam não pode tomar seus sorvetes, brincar na rua ou mesmo ir à escola. Jabal Julian, um garoto que está fazendo seu dever de casa, e Sara, sua avó, que contará
Sayid, bairro ao norte de Alepo onde ela vive, se tornou um bolsão de resistência con- ao neto como sobreviveu à Segunda Guerra Mundial graças a um menino conhe-
tra os jihadistas, cercada e protegida por curdos armados que não deixavam ninguém cido como Tourteau (caranguejo, em francês, e também uma forma pejorativa de
entrar ou sair sem provar que eram moradores (algo parecido com o que os militares se referir a deficientes físicos) e seus pais.
da intervenção do Rio de Janeiro fizeram nas favelas cariocas). É uma situação extre-
Leitores de Extraordinário, obra de maior sucesso de R. J. Palacio — adaptada
ma, mas não completamente estranha à vivida por muitos brasileiros. Essas
para os cinemas em 2017 com Julia Roberts e Owen Wilson no elenco —, se lem-
interseções estreitam os laços entre o leitor e a autora.
brarão de Julian como o garoto que maltrata August Pullman, jovem com uma
deformidade facial e protagonista do romance anterior. Julian também aparece
a. Os adjetivos comum e agradável foram empregados para caracterizar qual elemento?
Resposta: O termo rotina. em Auggie e eu, centrado em personagens secundários de Extraordinário.
b. Ao empregar esses dois adjetivos, que tipo de avaliação é construída pelo resenhista: posi-
Na estreia de Palacio nos quadrinhos, o passado de Julian é brilhantemente
tiva ou negativa? Explique. Resposta: A avaliação é positiva, pois o resenhista busca mostrar que a vida da
menina não apresentava nada de negativo, o que intensifica o sentimento negativo resumido de modo que a obra funcione para quem entra em contato com o univer-
com a ruptura dessa rotina.
2. Releia este trecho. so da autora pela primeira vez. A mensagem central da graphic novel é novamente
A construção de uma rotina comum e agradável cria uma ruptura dramática quan- a importância da gentileza na luta contra injustiças, algo tão universal quanto
do essa rotina deixa de existir, motivada pelo conflito: em menos de dois meses, uma ave branca como símbolo de paz e liberdade.

Ampliando a linguagem
Myriam não pode tomar seus sorvetes, brincar na rua ou mesmo ir à escola. [...]
Que adjetivo é empregado para caracterizar o tipo de ruptura a que o livro se refere? Embora Pássaro branco seja a história de Sara — e é notável a capacidade da
Resposta: O adjetivo dramática.
3. Os adjetivos extrema e estranha, em destaque, foram empregados para caracterizar o mesmo graphic novel de retratar a avó, suas reflexões e suas angústias —, cabe a Julian a
3. b. Resposta: Os adjetivos caracterizam a situação relatada no livro, evidenciando que, apesar de ela ser
elemento. extrema, transformação, ainda em curso, de um garoto que inicialmente é alguém arre-

Essa seção possibilita que você


ou seja, distante, não é estranha a muitos brasileiros.
a. Que elemento é esse? Resposta: A situação (relatada no livro). pendido de suas ações individuais (as vezes em que perseguiu August) a alguém
que passa a agir coletivamente contra injustiças. Sob o mesmo lema de defesa da
b. Que ideia esses adjetivos expressam sobre os elementos que caracterizam?
humanidade, rejeitando um essencialismo que divide pessoas em boas e más,

trabalhe com atividades que


4. No trecho, o advérbio completamente se refere ao adjetivo estranha. Julian reforça a possibilidade da mudança pela educação e pelo exemplo.
a. Como ele modifica o sentido dessa palavra? O fato de Pássaro branco ter uma mensagem universal não impede que seja
Resposta: O advérbio completamente enfatiza a ideia de que a situação é semelhante à vivida por muitos brasileiros.
b. Como esse advérbio atua sobre o adjetivo? uma boa fonte de informação sobre o Holocausto para os jovens. [...]

exploram diferentes
Resposta: O advérbio atua sobre o adjetivo indicando o modo como a situação teria sido estranha.
5. Reescreva, no caderno, o trecho apresentado, suprimindo os adjetivos em destaque e os LANCMAN, Thais. Lição de voo. Quatro Cinco Um, 7 fev. 2022. Disponível em:
advérbios não e completamente e fazendo as adequações necessárias. https://www.quatrocincoum.com.br/br/resenhas/literatura-infantojuvenil/licao-de-voo. Acesso em: 8 abr. 2022.
Confira a resposta da questão nas orientações ao professor.
a. Em qual dos trechos fica evidente a construção de uma sequência opinativa na resenha: o

conhecimentos linguísticos, trecho original ou o que você reescreveu? Resposta: O trecho original.
b. O que é possível concluir sobre a importância dos adjetivos e dos advérbios nas resenhas
críticas? Resposta: É possível concluir que os adjetivos e os advérbios contribuem para a construção de
a. Qual palavra do título possibilita identificar a opinião da resenhista a respeito do livro? Ao
longo da resenha, esse posicionamento se confirma? Explique.
b. Analise o advérbio em destaque na resenha. O que ele revela com relação à postura da

ampliando a competência
sequências opinativas, indicando pontos de vista do resenhista.
resenhista sobre a obra? Resposta: Revela uma apreciação positiva da resenhista sobre a contextualização
do personagem para os leitores que não o conhecem.
No trecho apresentado, o resenhista empregou diversos recursos linguísticos que reforçam ou c. No último parágrafo, que expressão a resenhista usou para demonstrar sua apreciação
evidenciam seu posicionamento, como é o caso dos adjetivos e dos advérbios. Esses elementos sobre a obra Pássaro branco?

linguística necessária para as


são fundamentais para que se construam sequências opinativas em uma resenha crítica, eviden- Resposta: A expressão “uma boa fonte de informação sobre o Holocausto para os jovens”.
ciando uma postura subjetiva do autor e a construção da análise do objeto resenhado. d. Nessa expressão, qual palavra é responsável por revelar uma característica positiva? A que
classe gramatical ela pertence?
Resposta: A palavra que revela a característica positiva é boa. Essa palavra é um adjetivo.

produções orais e escritas. 68 69

02/08/2022 16:14:52 02/08/2022 16:14:52

04/08/2022 09:12:57

09/08/2022 11:34:16
Dicas para que a atividade seja bem-sucedida
Produção oral
Dramatização
Neste capítulo, você leu e produziu um texto dramático. Agora, você e seus colegas vão orga-
Agora que o planejamento está pronto, é o momento de fazer as apresentações. Para isso, leiam
as orientações a seguir.
a. No dia da apresentação, cheguem com antecedência para organizar todos os preparativos:
Produção oral
figurino, maquiagem, sonoplastia, cenário etc.

Nessa seção, você vai


nizar a encenação do texto, produzido na seção anterior, para a comunidade escolar. Para isso, a
turma deve promover um festival de teatro. b. Antes de iniciar a apresentação, um voluntário deve dar as boas-vindas ao público e agrade-
Leiam as orientações a seguir para a realização desse trabalho. cer a presença de todos, explicando que o festival é o resultado do trabalho com o gênero

realizar atividades orais


texto dramático.
a. Verifiquem se será necessário convidar algum colega para auxiliar na encenação ou interpre-
tar algum personagem. c. Durante a apresentação, fiquem atentos ao momento das falas dos personagens e às rubri-
b. Providenciem cópias do texto para todos os integrantes do grupo. cas do texto, para que todos atuem na hora certa e ajam conforme as indicações cênicas.

c. Definam as funções de cada um do grupo. Para isso, dividam-se entre atores e produção: d. Representem a história com expressões faciais e entonações de voz de acordo com os acon-
tecimentos narrados. Isso é fundamental para criar efeitos de sentido à história encenada. mais elaboradas, algumas
e. Mantenham a postura sempre de frente para a plateia e empreguem um tom de voz ade-

em conjunto com colegas,

Sergio Lima/Arquivo da editora


• os estudantes escolhidos para atuar devem ensaiar as falas, quado para todos ouvirem as falas.
atentando às rubricas que orientam a movimentação cênica, as f. Respeitem o tempo estipulado pelo professor para as apresentações.

que possibilitam
expressões faciais, a entonação das falas, as pausas etc.; g. Ao final das apresentações, a turma deve se dirigir ao palco para agradecer à plateia e rece-
• os estudantes responsáveis pela produção devem providenciar: ber os aplausos.
trilha sonora para a apresentação; materiais e objetos para a h. Elejam um voluntário para fazer um breve discurso final de agradecimento à plateia pela

vivenciar experiências
construção do cenário; roupas, acessórios e maquiagem para os
presença.
atores; e demais elementos necessários para a encenação, além
de saber o momento certo de entrar em ação, com efeitos, mú- i. Na despedida, procurem interagir com o público e saber dele o que achou das encenações a
que assistiu.

significativas de
sica ou mudança de cenário.
Posteriormente, em um dia combinado com o professor, você e seus colegas poderão avaliar a
d. Memorizem as falas e a sequência dos fatos para facilitar no momento da apresentação. atividade e compartilhar os seguintes aspectos:

comunicação. Para isso,


e. Ensaiem quantas vezes forem necessárias, até que todos os integrantes do grupo estejam • do que mais gostaram;
em sincronia durante a encenação. • a parte em que sentiram mais dificuldades;
f. Combinem com o professor a ordem das apresentações e o tempo estipulado para cada • o que poderia ser melhorado para as próximas atividades como essa;
grupo se apresentar.
g. Atentem à ordem das encenações e ao tempo estipulado para cada uma delas. Além disso,
• os pontos positivos e negativos das encenações;
• a contribuição desse trabalho para o aprendizado e para a valorização da cultura local. apresentaremos as
organizem-se para que não haja atrasos, principalmente no caso de estudantes que atuarão

características do gênero
Assistam às gravações das apresentações e analisem os aspectos relacionados aos textos orais,
em mais de uma peça. como timbre e tom de voz, pausas e hesitações, entonação e expressividade, variedades e registros
h. Verifique com a direção da escola dia, horário e local para que vocês possam realizar as linguísticos, entre outros fatores que julgarem relevantes.

a ser produzido e
apresentações.
i. Elaborem uma lista com os materiais necessários para o dia da apresentação a fim de pro- Na localidade onde você mora, há um teatro municipal? Se houver, combine, com o
videnciá-los com antecedência. professor e os colegas, uma data e horário para visitarem-no. Caso negativo, visite uma
companhia de teatro ou assista a uma peça teatral com a turma.
j. Divulguem o evento na comunidade escolar e nas redes sociais ou canais de comunicação da
escola.
k. Solicitem ao professor que filme as apresentações para que, posteriormente, possam assistir
Após a visita, discutam sobre o que acharam do teatro ou da peça teatral, o que mais
gostaram e se pretendem voltar. Caso consigam assistir a uma peça teatral, verifiquem com o
professor a possibilidade de conversar com os integrantes da peça, a fim de compreender suas
algumas orientações
para auxiliar nesse
experiências e vivências nessa área.
e verificar como foi a encenação de cada grupo. Para isso, não se esqueçam de providenciar
câmeras, celulares ou filmadoras, ou seja, materiais necessários para que a gravação ocorra.

trabalho.
138 139

02/08/2022 17:31:52 02/08/2022 17:31:52

b. Em um programa de edição de texto, iniciem a produção do texto dramático. Se isso não for
Produção escrita possível, escrevam a primeira versão em um rascunho e depois passem-na a limpo fazendo
os ajustes e as correções.
c. Diagramem o texto sempre incluindo, em letras maiúsculas, o nome dos personagens antes
Texto dramático
de suas respectivas falas.
Neste capítulo, você leu um texto dramático adaptado de um dos romances da saga Harry
d. Insiram as rubricas referentes a ações, movimentações cênicas, emoções e sentimentos dos
Potter e conheceu algumas características desse gênero textual. Agora, você vai se unir a um
personagens, diferenciando-as das falas. Como sugestão, utilizem o destaque itálico e dia-
colega para escolher um texto narrativo e adaptá-lo para ser encenado, isto é, vão criar uma ver-
gramem-nas centralizadas na página.
são em texto dramático. Depois de pronto, esse texto vai compor uma coletânea, que será doada
à biblioteca da escola para apreciação de toda a comunidade escolar. Na seção seguinte, vocês e. Sigam as regras gramaticais e as convenções ortográficas da escrita, pondo em prática seus
encenarão a história em um festival de teatro. conhecimentos sobre pontuação, concordância verbal e nominal, modos e tempos verbais,
entre outros.

Planejando o texto
Antes de produzir o texto, confiram algumas informações para nortear o planejamento.
f. Se houver apostos e vocativos, lembrem-se de isolá-los na oração com um sinal de pontua-
ção apropriado para cada caso.
g. Façam uma revisão do texto de acordo com as orientações sugeridas para a produção e
Produção escrita
a. Escolham um texto narrativo (conto, fábula, romance, crônica etc.) para adaptar para o gê- confiram se é necessário algum ajuste.
nero dramático. Se necessário, façam um recorte e adaptem apenas uma parte da história.
b. Façam um levantamento em livros da biblioteca ou na internet. A seguir, há uma sugestão.
Avaliando o texto
Nessa seção, você vai produzir
Um ano inesquecível Agora, avaliem o texto que vocês produziram utilizando os questionamentos a seguir como
textos escritos com base nos
Editora Gutenberg

Escrito por Paula Pimenta, Babi Dewet, Bruna Vieira e Thalita referência.
Rebouças, reúne quatro contos que se passam nas diferentes

gêneros textuais estudados no


estações do ano: inverno, outono, primavera e verão. São a. Os fatos, as ações e os personagens estão coerentes com a história original?
narrativas emocionantes, que abordam momentos inesquecíveis da vida,
b. Antes das falas, há a indicação dos nomes dos personagens?
como o primeiro amor, festas, viagens etc.
c. Nas rubricas, há indicações referente a ações, movimentações cênicas, emoções e sentimen-

capítulo. Para isso, você


Um ano inesquecível, de Paula Pimenta, Babi Dewet, Bruna Vieira e Thalita Rebouças.
Editora Gutenberg, 2015. tos dos personagens?
Capa do livro Um ano inesquecível. d. As regras gramaticais foram observadas?

deverá seguir as orientações


e. As palavras estão grafadas corretamente?
c. Após definirem o texto ou um trecho dele, façam uma leitura atenta, anotando os aspectos f. Os sinais de pontuação foram empregados adequadamente?
mais relevantes, pensando em como deve ser a adaptação: o que será transformado em
Anotem os itens que precisam ser melhorados e, com base neles, escrevam a versão final do

das etapas de planejamento,


rubricas e o que será adaptado para as falas dos personagens.
texto, fazendo as alterações necessárias.
d. Elaborem um esboço da estrutura do texto, especificando cada parte da narrativa. Para isso,
definam os personagens, o tempo e o espaço.
e. Determinem os principais acontecimentos, respeitando a ordem cronológica.
f. Usem esse planejamento no momento da escrita do texto, caso vocês não se lembrem de
alguma informação.
Coletânea de textos dramáticos
Agora, vocês vão elaborar uma coletânea com os textos dramáticos produzidos. Para isso, sigam
produção e avaliação do texto,
com instruções de revisão e
estas orientações.
a. Reúnam os textos produzidos pela turma e enumerem as páginas.
Produzindo o texto
b. Elaborem um sumário em forma de tópicos, que apresente os títulos dos textos, os respec-
Com base no planejamento e nas anotações que fizeram, iniciem a produção do texto dramá-
tico, atentando especialmente para as rubricas e os diálogos, elementos essenciais da estrutura
tivos autores e as respectivas páginas.
c. Elaborem uma capa para a coletânea que chame a atenção dos leitores. Usem a criatividade! reescrita, além de
que o sustenta.

compartilhar e divulgar seus


d. Divulguem o livro para a comunidade escolar informando que estará disponível na biblioteca
a. Orientem-se pelo esboço que vocês elaboraram. da escola para leitura.
136 137

textos de diversas formas.


02/08/2022 17:31:52 02/08/2022 17:31:52

Ponto de verificação
1. Analise o trecho a seguir.

— Agora, qual é o número da plataforma? — perguntou a mãe dos meninos.


a. Que tipo de discurso foi empregado para apresentar a fala da personagem? Justifique sua
resposta. Resposta: Discurso direto, pois a fala da personagem é reproduzida tal qual foi dita e é
indicada pelo travessão.
b. A palavra em destaque no trecho é um verbo de elocução. Para que ele serve?
Resposta: Serve para anunciar a fala da personagem.
c. Qual alternativa apresenta a correta conversão dessa fala para o discurso indireto?
A. A mãe dos meninos perguntou “qual é o número da plataforma?”.
B. A mãe perguntou para os meninos se havia um número na plataforma.
C. A mãe dos meninos perguntou qual era o número da plataforma.
D. A mãe dos meninos perguntou: “— Qual era o número da plataforma?”.
Resposta: C.

2. Qual alternativa apresenta classificação incorreta do termo destacado?

A. Nós temos importantes assuntos para hoje. (adjunto adnominal)


B. O filho caçula é mais corajoso. (adjunto adnominal)
C. Fiquem perto de mim. (complemento nominal)
D. Alguém tem novas notícias dele? (complemento nominal)
Resposta: D.

3. Analise as orações e identifique a que possui um vocativo.


Ponto de verificação
A. Ela morou em Curitiba, capital paranaense.
B. Veja só, amada minha, o quanto eu te quero.
No final de cada unidade,
C. Patrícia continua com péssimos hábitos.
D. Roberto Carlos, o jogador, se aposentou.
você poderá testar o que
aprendeu ao longo da
Resposta: B.

4. Reflita sobre o gênero novela e escreva as características desse gênero que você estudou
nesta unidade. Resposta: Trata-se de um gênero composto de episódios relacionados entre si e que narra
acontecimentos que, geralmente, giram em torno de um único personagem. Costuma possuir uma

unidade, além de tirar


quantidade de personagens e de conflitos maior que a do conto e menor que a do romance.

5. Como podemos identificar se uma obra literária é um romance juvenil?

Autoavaliação
Redija um parágrafo avaliando seu desempenho e aprendizagem durante a realização das
dúvidas e, se necessário,
retomar e fixar algum
atividades desta unidade. Escreva também sobre o que você pode melhorar nas próximas. Seja
rápido e escreva tudo em cerca de um minuto.
5. Resposta: Ela apresenta como elementos o narrador, os personagens, o espaço, o tempo e o enredo bem desenvolvidos

conteúdo.
e organizados. Nela são narradas situações ficcionais, cujo enredo costuma girar em torno de um personagem, mostrando
140 suas vivências, conflitos e aventuras na maioria das vezes característicos da juventude.

02/08/2022 17:31:53

9:12:57 04/08/2022 09:12:58

09/08/2022 11:34:17
LÍLIAN
Anáfora Nossa!
ALVO
1. Leia a seguir alguns versos do poema “Passagem da noite”, do mineiro Carlos Drummond de
Andrade (1902-1987). Plataforma nove e meia.
LÍLIAN
[...] — Peça a sua irmã — disse a Csele — que faça outra bandeira
Onde eles estão? Estão aqui? Será que não vieram?
E que adianta uma lâmpada? — Está certo — respondeu Csele —, mas não há mais fazenda v
HARRY
Finalizando o trajeto
mas a verdeaponta RONY, HERMIONE e sua filha ROSA. LÍLIAN corr
acabou.
E que adianta uma voz?
(ENEM-2009)
Como se assistisse à demonstração de um espetáculo mágico, ia revendo aquele am-

TionãoRony, Tio Rony!!!


biente tão característico de família, com seus pesados móveis de vinhático ou de

Boka se perturbou:
jacarandá, de qualidade antiga, e que denunciavam um passado ilustre, gerações de

É noite no meu amigo. Meneses talvez mais singelos e mais calmos; agora, uma espécie de desordem, de rela-
xamento, abastardava aquelas qualidades primaciais. Mesmo assim era fácil perceber
o que haviam sido, esses nobres da roça, com seus cristais que brilhavam mansamente

— E branca? para eles enquanto LÍLIAN chega em alta velocid


RONY vira-se
na sombra, suas pratas semiempoeiradas que atestavam o esplendor esvanecido, seus
marfins e suas opalinas – ah, respirava-se ali conforto, não havia dúvida, mas era ape-

É noite no submarino.
nas uma sobrevivência de coisas idas. Dir-se-ia, ante esse mundo que se ia
desagregando, que um mal oculto o roía, como um tumor latente em suas entranhas.
CARDOSO, L. Crônica da casa assassinada. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002 (adaptado).

RONY
1. O mundo narrado nesse trecho do romance de Lúcio Cardoso, acerca da vida dos Meneses,

— Há.
família da aristocracia rural de Minas Gerais, apresenta não apenas a história da decadência

É noite na roça grande.


dessa família, mas é, ainda, a representação literária de uma fase de desagregação política,
social e econômica do país. O recurso expressivo que formula literariamente essa desagre-
gação histórica é o de descrever a casa dos Meneses como

Ora,faça
se não é a minha Potter preferida.
A. ambiente de pobreza e privação, que carece de conforto mínimo para a sobrevivência da família.

É noite, não é morte,— Que então uma bandeira branca e vermelha. De


B. mundo mágico, capaz de recuperar o encantamento perdido durante o período de deca-

é noite
dência da aristocracia rural mineira.
C. cena familiar, na qual o calor humano dos habitantes da casa ocupa o primeiro plano,

[...]
compensando a frieza e austeridade dos objetos antigos.

Finalizando o trajeto agora em diante serão essas as nossas cores.


D. símbolo de um passado ilustre que, apesar de superado, ainda resiste à sua total dissolu-

de sono espesso e sem praia.


ção graças ao cuidado e asseio que a família dispensa à conservação da casa.
E. espaço arruinado, onde os objetos perderam seu esplendor e sobre os quais a vida repou-
sa como lembrança de um passado que está em vias de desaparecer completamente.

ROSA vai para o trem. Em seguida ALVO se vira e abraça GI


Resposta: E.

Localizada no final do seu Todos


(ENEM-2014)
concordaram. O exercício da crônica

Não é dor, nem paz, é noite, Escrever prosa é uma arte ingrata. Eu digo prosa fiada, como faz um cronista; não a

livro, essa seção avalia seu vez antes de ira atrás dela .
prosa de um ficcionista, na qual este é levado meio a tapas pelas personagens e situa-

Geréb dirigiu-se Nemecsek:


ções que, azar dele, criou porque quis. Com um prosador do cotidiano, a coisa fia mais
fino. Senta-se ele diante de sua máquina, olha através da janela e busca fundo em sua

aprendizado em relação a
é perfeitamente
imaginação um fato qualquer, de preferência colhido no noticiário matutino, ou da

a noite.
véspera, em que, com as suas artimanhas peculiares, possa injetar um sangue novo.

ALVO
Se nada houver, resta-lhe o recurso de olhar em torno e esperar que, através de um

Produzindoconteúdos
oalguns
texto dos principais
processo associativo, surja-lhe de repente a crônica, provinda dos fatos e feitos de sua

— Soldado!
vida emocionalmente despertados pela concentração. Ou então, em última instância,
recorrer ao assunto da falta de assunto, já bastante gasto, mas do qual, no ato de escre-

estudados ao
ver, pode surgir o inesperado.

DRUMMOND DE ANDRADE, Carlos. Passagem Então, tudo bem. Tchau.


da noite.
MORAES, V. Para viver um grande amor: crônicas e poemas. São Paulo: Cia. das Letras, 1991.

— Às ordens!
331

longo do ano.
Para produzir o texto, confiramIn:algumas
DRUMMOND DE ANDRADE, que
orientações A rosa do
Carlos.podem povo.
auxiliá-los.
Ele embarca. HERMIONE, GINA,
02/08/2022 15:35:22

41. ed. Rio de Janeiro: Record, 2008.


— Modifique p. 48. as leis nestes termos: de agora em diante,
a. Lembrem-se de que o texto deve ser a continuação do episódio
nossas
RONY ejá HARRY
cores sãonarrado
o branco anteriormente.
ficam olhando o
e o vermelho.
a. Ao ler
Portanto, esses
vocês versos,
podem o que você
começar notouexpressão
com uma de comum deentre eles?
impacto,
trem –como “FoiA repetição
Resposta:
enquanto então que”,
apitos “Mal por
de duas
soam
— Pois não,expressões
tenente!no início dos versos: E que
Aliceb.havia pensado
Com que e”, entre
intenção essasoutras que causem
repetições uma apreensão
foram empregadas? no leitor.
toda a plataforma.
adianta Vocabulário
uma e É noite.
Resposta: Para enfatizar o questionamento e, depois, a ideia [...] Para auxiliá-lo a
b. Narrem os acontecimentos
da noite, escura e silenciosa. em ordem cronológica e mantenham a relação de causa e con-
Boxe conceito Denso:
Então pesado; grosso. compreender
puseram-se a conversar. Ao cabo de alguns minutos to
sequência entre os
A repetição defatos.
palavrasParaouisso, empreguem
expressões no palavras
início de e expressões
versos ou que melhor
orações marcam
com a passa-
ao intenção
texto lido, de
Esse boxe apresenta Prole: Áts,
filhoscapitão
e filhas dedos
um indivíduo ou de um
gem do tempo,
enfatizar uma porideiaexemplo:
é algumas“então”,
uma figura “nados
manhã
chamada Chico
seguinte”,
anáfora. camisas-vermelhas,
“algum tempo depois” etc.
em alguns momentos, atrevera-se a penetr
definições casal; descendência.
conteúdos estudados. grund, subira ao fortesão
doapresentadas
meio e arrancara a bandeira. A indignaç
c. É importante que o desfecho seja coerente em todos os aspectos desde o início do episódio,
explicações de
aram Nemecsek, que palavras
acrescentava cada vez mais pormenores ao
mantendo as características psicológicas dos personagens principais. que possam
311 ser desconhecidas.
[...]
d. Apresentem as falas dos personagens em discurso direto, empregando travessão, para pa-
MOLNÁR, Ferenc. Os meninos da rua Paulo. Tradução: Paulo Rónai. São Pa
dronizar seu texto com o trecho lido. No entanto, se for necessário diferenciar alguma fala
de um pensamento, por exemplo, façam uso das aspas. 02/08/2022 15:46:54
Boxe informativo
Dica Os meninos húngaros
Dica Esse boxe apresenta
Em alguns curiosidades e/ou
Empreguem diferentes verbos
momentos, Publicada
são de elocução para expressar as em a novela juvenil Os meninos da
1907,informações
circunstâncias
apresentadas dicas
das falas dos personagens. rua Paulo foi escrita pelo escritor húngaro
complementares sobre Ferenc
para orientá-lo na
Molnár, que aborda, ao contar estudado,
o assunto a históriaodesse grupo de
realização de autor do texto lido, ou
atividades. meninos, temas referentes à transição da idade infantil
e. Ao usarem os verbos, utilizem o tempo verbal adequado para ao contexto
a idade emtraz
adulta. queoutros
estãodados
sendo
interessantes que
empregados. Por exemplo, ao narrar os acontecimentos, podem ser empregados verbosseus
no
Metafórico, lúdico possam
e poético, é considerado o livro
ampliar
pretérito e, nas falas diretas dos personagens, verbos húngaro
no presente. conhecimentos.
mais conhecido no mundo, e não só pelos
f. Se acharem necessário, façam uso da pontuação para criar mas
jovens, efeitos de sentido
também diversos
por adultos queno
veem na novela
texto. um retrato da vida escolar e da violência psicológica Escultura do
causada pelos conflitos bélicos na região onde a história intitulada Os
se passa. localizada em
Avaliando
Internet o texto
Biblioteca Cinema Visite
A obra foi escrita em uma época em que houve um forte crescimen
Não escreva
Esse boxe traz Esse boxe traz Esse boxe traz no livro. Todas as
sugestões de sites sugestões de livros
as
sugestões de filmes
ruas passaram
Esse boxe traz
sugestões de
a ser o espaço físico
atividadesnodevem
qual os jovens interagiam. P
Agora, com base
relacionados ao nos itens a seguir,
relacionados ao avaliem o desfecho
relacionados ao produzido
Primeira por
Guerra
passeios vocês.
Mundial,
e visitas a essa obra reflete o militarismo da época, na
ser realizadas
assunto estudado,personagens no caderno ou
assunto ou ao gênero
a. Oestudado,
desfecho
gênero ou ao assunto
apresentado manteve a coerência comseuso trechodeinicial se
espaços fora daorganizam
sala
e surpreendeu como no exército, respeitando hierarquias
o leitor?
conforme
para estudado, para leitura para ampliar aula, com o

a cronologia foi mantida? Ernesto


leitura, pesquisa ou e ampliação de seus conhecimentos. objetivoNemecsek,
de ampliar um dos protagonistas,
orientação do
é considerado um dos gr
b. Ao
paranarrar
ampliarosseus
acontecimentos,
conhecimentos. as formas de estudo professor.
conhecimentos.
juvenil ao lado de Tom Sawyer e Oliver Twist.
c. Foram empregados marcadores temporais no desfecho? edeasaprendizagem. possibilidades

d. Os personagens principais do trecho estão presentes no desfecho?


e. O tempo verbal foi escolhido com base no contexto em que os verbos foram empregados?
f. O discurso direto foi sinalizado adequadamente?
g. Foram empregados verbos de elocução para expressar as circunstâncias das falas dos per- 04/08/2022 09:12:59
sonagens?
Considerando os ajustes levantados, reescrevam o desfecho da novela ou façam a edição em
um programa de computador. Por fim, façam uma leitura final, corrigindo erros de digitação, or-
tografia ou acentuação. O professor fará uma roda de leitura ao final e cada dupla deverá ler seu
texto, comparando os desfechos produzidos. Depois, decidam se vocês vão publicar os textos no
blog da turma ou se vão produzir um livro para deixá-lo na biblioteca da escola.

111

8 02/08/2022 16:32:13

09/08/2022 11:34:17
outra bandeira para amanhã. Sumário
vieram?
á mais fazenda verde. Vermelha ainda há,
OSA. LÍLIAN corre em disparada para eles.
Iniciando o trajeto ◆ 13 Produção escrita
Paródia de poema ◆ 31
a em alta velocidade. Ele a pega no colo. Produção oral
Unidade 1 Poetry slam ◆ 33

Poema e haicai ◆ 14 Capítulo 2


rmelha. De
Capítulo 1 Haicai ◆ 35
Arquivo da editora
vira e abraça GINA e HARRY pela última Isabela Santos/ Leitura
Poema ◆ 16 Haicai • Angela Leite de Souza ◆ 35
Leitura Conexões
Canção do exílio • Gonçalves Dias ◆ 16 A poesia nas artes ◆ 38
Interação entre os textos A língua em estudo
Uma canção • Mario Quintana ◆ 19 Oração sem sujeito ◆ 40
em diante,
Ampliando a linguagem Outra leitura
Melissa Garabeli/Arquivo da editora

Intertextualidade ◆ 20 Haicai • Leo Cunha ◆ 44


Paródia ◆ 22 Produção escrita
A língua em estudo Haicai ◆ 46
Sujeito indeterminado ◆ 26
guns minutos todos sabiam
Outra da novidade:
leitura
Ponto de verificação ◆ 48
vera-se a penetrar no próprio
Poemascoração do ◆ 29
• Roseana Murray
deira. A indignação era geral. Todos rode-
s pormenores ao seu relatório.

Iniciando
o: Paulo Rónai. São Paulo: Cosac Naify, 2005. p.o trajeto
35-44, 47. ◆ 49 Capítulo 4
Resenha crítica ◆ 63
Unidade 2 Leitura
Gareth Dewar/Alamy/Fotoarena

O diário de Myriam • Gustavo Pereira ◆ 63


a Quarta capa e resenha
Ampliando a linguagem
crítica ◆ 50 Os adjetivos e os advérbios nas resenhas
o de críticas ◆ 68
ntil Capítulo 3121 A língua em estudo
Voz passiva analítica e voz passiva sintética ◆ 70
Quarta capa ◆ 52
o Outra leitura
Leitura Leitura – Pedaços de fatos mínimos •
A invenção de Hugo Cabret • Brian Selznick ◆ 52 Marcos Losnak ◆ 75
la 02/08/2022 17:01:02
A língua em estudo Produção escrita
Escultura do artista húngaro Szanyi Péter,
Vozes verbais ◆ 54 Resenha crítica ◆ 78
tória intitulada Os meninos da rua Paulo,
Outra leitura
localizada em Budapeste, na Hungria. Ponto de verificação ◆ 80
Peter Pan • J. M. Barrie ◆ 59
um forte crescimento urbano na Hungria
Produção escritae
vens interagiam. Publicada Quarta
pouco antes
capa deda
livro ◆ 61
smo da época, na medida em que os
tando hierarquias e patentes.
iderado um dos grandes heróis da literatura

107

02/08/2022 16:32:13
:12:59 02/08/2022 18:22:06

09/08/2022 11:34:18
Iniciando o trajeto ◆ 81 Produção escrita
Desfecho de novela ◆ 110

Unidade 3 Capítulo 6

Novela e romance juvenil ◆ 82 Romance juvenil ◆ 112


Leitura
Capítulo 5 Harry Potter e a Pedra Filosofal • J. K. Rowling ◆ 112
Interação entre os textos
Novela ◆ 84 Harry Potter e a criança amaldiçoada •
Leitura Jack Thorne e John Tiffany ◆ 119
O campo de jogo da Rainha • Lewis Carroll ◆ 84 A língua em estudo
Interação entre os textos Aposto ◆ 125
Alice no País Das Maravilhas • Tim Burton ◆ 92 Vocativo ◆ 127
Ampliando a linguagem Outra leitura
Discurso direto e discurso indireto ◆ 93 As aventuras de Pi • Yann Martel ◆ 130
Verbos de elocução ◆ 96 Produção escrita
A língua em estudo Texto dramático ◆ 136
Complemento nominal ◆ 98 Produção oral
Adjunto adnominal ◆ 99 Dramatização ◆ 138
Outra leitura
Os meninos da rua Paulo • Ferenc Molnár ◆ 103 Ponto de verificação ◆ 140

Iniciando o trajeto ◆ 141 Produção escrita


Reportagem ◆ 166
Produção oral
Unidade 4 Telejornal ◆ 168

Reportagem e artigo de Capítulo 8


curiosidade científica ◆ 142
Artigo de curiosidade científica ◆ 171
Capítulo 7 Leitura
5 coisas que você precisa saber sobre
Reportagem ◆ 144 Marie Curie • Isabela Moreira ◆ 171
Leitura A língua em estudo
Brasileiros são os que menos praticam Emprego do hífen em palavras derivadas
exercícios físicos, aponta pesquisa realizada por prefixação ◆ 175
com 29 países • GZH ◆ 144 Outra leitura
Atitude cidadã Você sabia que existem ilhas
Os benefícios da prática de terrestres? • Luiza F. A. de Paula ◆ 179
atividades físicas ◆ 151 Conexões
Interação entre os textos Investigação científica e práticas
Prática de exercícios físicos no Brasil ainda de pesquisa ◆ 182
está longe do ideal • Giovanna Grepi ◆ 153 Produção escrita
A língua em estudo Artigo de curiosidade científica ◆ 184
Processo de formação de palavras: Produção oral
composição ◆ 156 Videominuto ◆ 186
Outra leitura
Mudança forçada • Maria Clara Cabral ◆ 161 Ponto de verificação ◆ 188

02/08/2022 18:22:06

10

09/08/2022 11:34:18
Iniciando o trajeto ◆ 189 Capítulo 10
Folheto 214
Unidade 5 Leitura
Folheto da campanha “Eu respeito
Artigo de opinião e folheto ◆ 190 a faixa de pedestres” •
Prefeitura de Colatina ◆ 214
Capítulo 9 Atitude cidadã
A importância da conscientização
Artigo de opinião 192 no trânsito ◆ 219
Leitura Interação entre os textos
Educação financeira: o exemplo que deve Uso do metrô e a sustentabilidade:
ser oferecido desde cedo • Fernando Vargas ◆ 192 investindo na qualidade de vida das
Atitude cidadã cidades • Canal Ciência ◆ 221
Você é consumidor ou consumista? ◆ 197 A língua em estudo
Ampliando a linguagem Pontuação ◆ 227
A coesão em textos argumentativos ◆ 199 Outra leitura
A língua em estudo Folheto da campanha “Dia Mundial
Complementos verbais ◆ 201 Sem Tabaco” • Ministério da Saúde ◆ 234

Outra leitura Produção escrita


“Pequenas” corrupções • Leonardo Teixeira ◆ 205 Folheto ◆ 238

Produção escrita Ponto de verificação ◆ 240


Artigo de opinião ◆ 209
Produção oral
Seminário ◆ 211

Iniciando o trajeto ◆ 241 Produção escrita


Regimento ◆ 255
Produção oral
Unidade 6 Enquete ◆ 257

Regimento escolar e carta


Capítulo 12
aberta ◆ 242
Carta aberta ◆ 259
Capítulo 11 Leitura
Carta aberta em defesa aos direitos
Regimento escolar ◆ 244 das mulheres • Thais Marzurkiewicz ◆ 259

Leitura A língua em estudo


Regimento comum das escolas da Rede Palavras e expressões que
Estadual de Ensino do Estado do Espírito causam dúvidas (parte 2) ◆ 264
Santo • Governo do Espírito Santo ◆ 244 Outra leitura
Atitude cidadã Carta aberta sobre propostas à LDO 2021 •
Protagonismo juvenil ◆ 248 Movimento Nossa BH ◆ 269

A língua em estudo Produção escrita


Palavras e expressões que causam dúvidas Carta aberta ◆ 272
(parte 1) ◆ 250
Ponto de verificação ◆ 274
Outra leitura
Regimento escolar da Rede Estadual de
Ensino do Tocantins • Governo do Tocantins ◆ 253

:22:06 02/08/2022 18:22:06

11

09/08/2022 11:34:18
Iniciando o trajeto ◆ 275

Unidade 7
Crônica narrativa e crônica
argumentativa ◆ 276
Capítulo 13
Crônica narrativa 278
Leitura
Na esquina e na praça • Marina Colasanti 278
Interação entre os textos
Relatório mundial sobre violência
e saúde • Organização Mundial da Saúde 283
Conexões
A violência ao longo da História 286
Ampliando a linguagem
Denotação e conotação 288
A língua em estudo
Conjunções coordenativas e
conjunções subordinativas 290
Outra leitura
Rendeiras • Heloisa Seixas 295
Produção escrita
Crônica narrativa 299
Produção oral
Vlog literário 301

Capítulo 14
Crônica argumentativa ◆ 303
Leitura
Esplendor em ruínas • Walcyr Carrasco 303
Ampliando a linguagem
Figuras de linguagem 309
A língua em estudo
Período composto por coordenação 314
Período composto por subordinação 315
Período composto por coordenação
e subordinação (período misto) 316
Outra leitura
A grande guerra • Paulo Mendes Campos 320 Finalizando o trajeto ◆ 331
Conexões
Desmatamento: um problema de todos nós 326 Referências bibliográficas
Produção escrita comentadas ◆ 335
Crônica argumentativa 328

Ponto de verificação ◆ 330

02/08/2022 18:22:06

12

09/08/2022 11:34:18
Iniciando o trajeto Objetivos

• Avaliar os conhecimentos so-


bre o gênero poema.
1. Junte-se a um colega e leiam o texto a seguir.

agsandrew, alex74 e ANNA_KOVA/Shutterstock.com


Avaliar os conhecimentos

Fotomontagem de Rogério Casagrande. Fotos:


Autopsicografia acerca dos tipos de sujeito.

O poeta é um fingidor. • Verificar o que sabem do gê-


nero haicai.
Finge tão completamente
Orientações
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente. • Na atividade 1, solicite aos es-
tudantes que identifiquem os
aspectos mais evidentes no po-
E os que leem o que escreve, ema, levando-os a refletir sobre
Na dor lida sentem bem, as características que definem
Não as duas que ele teve, esse gênero. Pergunte se eles
reconhecem as rimas e leve-os
Mas só a que eles não têm. a pensar na sonoridade, no rit-
mo e na musicalidade que elas
E assim nas calhas de roda proporcionam. Com base em
Gira, a entreter a razão, sua s verificações, planeje a
abordagem do conteúdo da uni-
Esse comboio de corda dade considerando o que eles já
Que se chama o coração. sabem, bem como o que é ne-
PESSOA, Fernando. Autopsicografia. In: PESSOA, Fernando. cessário reforçar e enfatizar so-
Poesias. Porto Alegre: L&PM, 1996. p. 42. (Coleção Pocket L&PM). bre esse gênero.
• As atividades 2 e 3 buscam
A que gênero textual pertence esse texto? Justifiquem a resposta anali- diagnosticar o conhecimento
sando-o atentamente e listem as características que identificarem nele. prévio necessário para o conte-
Resposta: Trata-se de um poema, um texto escrito em versos, organizado em estrofes, com rimas údo a ser explorado na unidade,
2. Compare as duas orações a seguir. entre o primeiro e o terceiro verso de cada estrofe e
que são o sujeito indeterminado
entre o segundo e o quarto verso de cada estrofe.
e a oração sem sujeito. Para is-
Meu pai gosta de contar histórias. so, os estudantes precisam sa-
ber identificar os sujeitos sim-
Meu pai e meu tio gostam de contar histórias. ples, composto e desinencial. É
muito importante que eles com-
a. Qual é o tipo de sujeito da oração A? Justifique sua resposta. preendam que esses três tipos
Resposta: Sujeito simples. O sujeito contém apenas um núcleo (pai).
b. Qual é o tipo de sujeito da oração B? Explique sua resposta. de sujeito são determinados, a
Resposta: Sujeito composto. O sujeito contém dois núcleos (pai; tio). fim de que possam assimilar o
3. Agora, analise a seguinte oração. que seria um sujeito indetermi-
3. b. Resposta: É possível concluir isso pela forma verbal chegamos, que está na primeira pessoa nado. Por meio das respostas
Chegamos atrasados para a aula de natação. do plural, o que deixa
implícita a palavra nós. apresentadas, é possível diag-
Também poderia estar nosticar se os estudantes estão
a. Qual é o tipo de sujeito dessa oração? implícito o pronome eu e
mais um termo, como Carlos, aptos a se aprofundarem no es-
Resposta: O sujeito é desinencial ou elíptico.
b. Como você chegou a essa conclusão? meu irmão, ela etc. tudo do sujeito ou se ainda é ne-
cessário promover mais ativida-
4. Pesquise em livros ou na internet um haicai. Selecione-o e leia-o para a turma. Ouça atenta- des para reforçar esse conteúdo.
mente a leitura dos colegas. Após a leitura de todos os textos, indique:
• Viabilize a pesquisa solicitada
a. ao menos uma característica comum entre os textos lidos. na atividade 4 e a leitura dos
b. a que elemento os haicais remetem? Resposta pessoal.
textos. Como são textos muito
4. a. Possíveis respostas: Os haicais não têm título; são escritos em versos; possuem apenas curtos, é possível que todos se-
três versos; são líricos; contêm figuras de linguagem etc. 13 jam lidos em um breve espaço
de tempo. Incentive os estudan-
tes a apresentar as percepções
que conseguiram levantar nas
duções na internet. É importante lembrar que o uso deve-se considerar a idade dos estudantes10/08/2022
e ter o10:32:49
cuida- pesquisas e na conversa entre
desse tipo de tecnologia deve ser sempre supervisiona- do para que o professor seja o responsável por essas eles sobre o que é um haicai e as
do por um adulto – seja o professor em sala de aula, seja mídias, supervisionando as interações que ocorrem características mais marcantes
os responsáveis legais pelos estudantes. Quando é nesses ambientes digitais. do gênero. Com base em suas
proposto que a turma crie um blog ou uma rede social, percepções, planeje a melhor
forma de explorar esse conteú-
do na unidade.
• Ao longo desta coleção há di-
versos momentos em que os
estudantes são orientados a
pesquisar e a publicar suas pro-

13

10/08/2022 12:16:28
Objetivos

• Analisar a imagem e reconhe-


cer os elementos que criam poe-
ticidade.
• Resgatar o conhecimento
prévio dos estudantes acerca
dos gêneros poema e haicai.

BNCC Unidade

1
• Esta seção permite a realiza-
ção de uma conversa informal
sobre a leitura de poemas e hai-
cais. Por meio dessa conversa, o
professor pode incentivar a lei-
tura literária e levar os estudan-
tes a desenvolver a habilidade
EF69LP49.
• A competência geral 4 e a
Poema e haicai
competência específica de Lin-
guagens 3 são contempladas
quando, ao empregar diferentes
linguagens, os estudantes são
incentivados a expressar as
próprias ideias e sentimentos,
Principais conteúdos
bem como a informar o que sa- desta unidade
bem dos gêneros.
• Os estudantes desenvolvem • Poema
ainda a competência geral 9, ao
longo das discussões, na medi-
• Intertextualidade
da em que respeitam o lugar de
fala dos colegas, bem como seus
• Paródia
conhecimentos e opiniões. • Sujeito indeterminado
• O trabalho com esta unidade
• Haicai
contempla a competência geral
3, visto que leva os estudantes a
valorizar e a fruir diversas mani- • Oração sem sujeito
festações artísticas e culturais.

Orientações

• Inicie o trabalho com esta uni-


dade lendo com a turma a lista
de conteúdos a ser explorados.
Incentive os estudantes a co-
mentar os conhecimentos pré-
vios sobre os tópicos. Nesse sen-
tido, questione-os a respeito
dos poemas que já conhecem e
verifique também se já leram ou
ouviram alguma paródia. Além
disso, solicite-lhes que tentem
definir intertextualidade. Para
14
isso, escreva esse termo na lou-
sa e, empregando a estratégia
Brainstorming, anote as pala- tudantes os manuseiem livremente. Como incentivo à 02/08/2022 15:38:56
vras-chave, expressões ou fra- leitura literária, oriente-os a escolher alguns poemas
ses que eles usarem para defi- para uma leitura eventual e despretensiosa.
nir o vocábulo. Assim, considere
o que mencionarem ao abordar
esse conteúdo e, posteriormen-
te, anote o que precisa ser re-
forçado.
• Selecione, previamente, na
biblioteca da escola, alguns li-
vros de poemas e leve-os para a
sala de aula, a fim de que os es-

14

09/08/2022 11:36:28
• No momento da conversa ini-
cial e ao responder às questões
propostas nas atividades, orien-
te os estudantes a respeitar os
colegas que quiserem falar, a
fim de que todos possam ser
ouvidos.
• Na atividade 1, oriente os estu-
dantes a analisar cada detalhe da
imagem. Reforce que os elemen-
tos (cor, desenho, traço) foram
escolhidos pelo autor de forma
intencional, logo, precisam ser
analisados com atenção.
• Ao propor a atividade 2, reto-
me com os estudantes as carac-
terísticas do texto poético, de
forma que eles consigam rela-
cionar a imagem com criações
poéticas.
• Aproveite a atividade 3 para
avaliar o conhecimento prévio
dos estudantes acerca dos gê-
neros que serão trabalhados na
unidade. Essa avaliação pode
sinalizar que aspectos precisa-
rão ser enfatizados durante as
aulas.

Respostas

1. Resposta: Uma pessoa cami-

Tithi Luadthong/Shutterstock.com
nhando sobre galhos de árvo-
res, em um espaço não demar-
cado, cheio de luminárias ace-
sas. Resposta pessoal. Incentive
os estudantes a expressar o que
sentem ao analisarem a ima-
gem apresentada na abertura
do capítulo.
Ilustração digital, produzida pelo ilustrador tailandês Tithi Luadthong. 2. Resposta pessoal. Pergunte
aos estudantes se eles reconhe-
Confira as respostas das questões nas orientações ao professor.
cem aspectos da imagem relati-
1. O que está sendo representado nessa imagem? Que sensações ela desperta em vos ao universo poético e quais
você? são eles.
2. Em sua opinião, que elementos da imagem remetem ao universo poético? 3. Resposta pessoal. Ao final da
3. Nesta unidade, vamos ler alguns poemas e haicais, gêneros textuais que unidade, leve os estudantes a
podem, de forma poética, expressar ideias, sentimentos, narrar perceber o que aprenderam
acontecimentos etc. Comente com o professor e os colegas o que você sabe acerca dos gêneros estudados.
sobre esses gêneros.

15

:38:56 02/08/2022 15:38:57

15

09/08/2022 11:36:28
Objetivos Capítulo 1 ◆ Poema
• Ler um poema e conhecer as
características e a função socio-
comunicativa desse gênero. Leitura
BNCC O poema a seguir, do escritor Gonçalves Dias, foi escrito em 1846 e tornou-se um dos mais
• Os estudantes desenvolvem a conhecidos poemas brasileiros, um clássico da nossa literatura. Você sabe o que significa exílio?
Com base no título “Canção do exílio” e na ilustração que acompanha o texto, sobre o que você
competência específica de Lín-
gua Portuguesa 3, bem como as imagina que o poeta trata nesse poema? Leia-o para descobrir a poesia que há em cada verso de
habilidades EF89LP33 e EF69LP53, Gonçalves Dias.
com o trabalho de leitura e aná-
lise do poema proposto nesta Canção do exílio
página. Minha terra tem palmeiras, Minha terra tem primores,
• Ao reconhecer o efeito de Onde canta o Sabiá; Que tais não encontro eu cá;
sentido do emprego das rimas As aves que aqui gorjeiam Em cismar — sozinho, à noite —
para a construção do ritmo e da
Não gorjeiam como lá. Mais prazer encontro eu lá;
musicalidade do poema, os es-
tudantes desenvolvem a habili- Minha terra tem palmeiras,
dade EF69LP48. Nosso céu tem mais estrelas, Onde canta o Sabiá.
• Quando os estudantes ates- Nossas várzeas têm mais flores,
tam a importância da rima para Nossos bosques têm mais vida, Não permita Deus que eu morra,
a construção do ritmo e da mu-
Nossa vida mais amores. Sem que eu volte para lá;
sicalidade do texto, além do
efeito de sentido adquirido com Sem que desfrute os primores
a repetição dos advérbios de lu- Em cismar, sozinho, à noite, Que não encontro por cá;
gar, eles desenvolvem também Mais prazer encontro eu lá; Sem qu’inda aviste as palmeiras,
a habilidade EF69LP54.
Minha terra tem palmeiras,
• A competência geral 1 e a ha- Onde canta o Sabiá.
Onde canta o Sabiá.
bilidade EF69LP44 são desen-
volvidas pelos estudantes na Gorjeiam: cantam DIAS, Gonçalves. Canção do exílio. In: PONDÉ, Glória M. F.; RICHE, Rosa M. C.; SOBRAL,
melodiosamente. Vera M. M. Brasil em cantos e versos: natureza. São Paulo: Melhoramentos, 1992. p. 53.
medida em que reconhecem o
contexto histórico e social no
qual o poema foi produzido, res-
gatando essas informações du-
rante a realização das atividades.
• Ao reconhecer que o eu lírico
expõe a temática nacionalista,
como valorização da própria
cultura e do próprio país, os es-
tudantes desenvolvem a com-
petência específica de Língua
Portuguesa 7.

Arquivo da editora
Orientações

Daniel Zeppo/
• Nesta seção, os estudantes
vão ler o poema “Canção do exí-
lio”, do poeta Gonçalves Dias,
um dos textos fundadores da
literatura brasileira. Portanto,
abordá-lo aqui é reconhecer 16
tanto sua importância quanto a
relevância de seu autor para
nossa literatura.
apreciação estética. Em seguida, solicite a um voluntário
• Use o texto introdutório para
12/08/2022 14:53:17
que o leia em voz alta, de forma expressiva, respeitando
fazer com os estudantes um le- as especificidades do texto poético. Durante a leitura, pe-
vantamento de hipóteses sobre ça à turma que analise as repetições de sons, o ritmo e a
o poema e, dessa forma, incen- musicalidade do poema.
tivar a leitura. É importante re-
tomar, após a leitura, o que for
mencionado nesse momento.
• Primeiro, convide os estudan-
tes a ler silenciosamente o poe-
ma, a fim de propiciar e incenti-
var uma leitura autônoma e de
16

12/08/2022 15:02:52
• Após a leitura do boxe com in-
Gonçalves Dias (1823-1864) formações sobre o autor, eviden-
cie aos estudantes que seus tex-
Nascido em Caxias, no Maranhão, foi um importante poeta tos são caracterizados por apre-
brasileiro do século 19. Estudou em Portugal, formando-se na sentar temáticas relacionadas à
Faculdade de Direito de Coimbra. Seus textos são caracterizados por paisagem brasileira e aos indíge-

Coleção particular
apresentar temáticas relacionadas à paisagem brasileira e aos nas. Em seguida, peça-lhes que
indígenas. São de sua autoria os livros Primeiros cantos, Leonor de encontrem, no poema lido, ele-
Mendonça, Segundos cantos e sextilhas de frei Antão, Últimos mentos que remetam a essa te-
cantos, Cantos, Os Timbiras e Dicionário da língua tupi. mática. Se possível, disponibilize
algumas das obras desse autor
Pintura do poeta brasileiro Gonçalves para que eles possam ler outros
Dias, produzida por volta de 1860. poemas e perceber como essa
temática é recorrente na obra
dele.
Estudo do texto • Na atividade 1 da subseção
Conversando sobre o texto, in-
centive os estudantes a relatar
Conversando sobre o texto se as hipóteses acerca do as-
sunto tratado no poema, levan-
1. Após a leitura, sua hipótese sobre o que o poema trata se confirmou? Comente. tadas por eles antes da leitura,
Resposta pessoal.
estavam corretas. Aproveite
2. Leia o verbete a seguir, extraído de um dicionário.
para sondar como foi a recepti-
vidade do texto: pergunte se já o
e-xí-lio (z) s.m. (lat. exilium). 1. Expulsão de alguém de sua pátria; desterro. conheciam, se gostaram, qual
2. O lugar onde vive o exilado. 3. Fig. Lugar triste, solitário. parte mais chamou a atenção
deles e por quê. Incentive o res-
EXÍLIO. In: RODRIGO, Diego; NUNO, Fernando (coord.). Mini Larousse dicionário da língua portuguesa. peito às opiniões e aos posicio-
São Paulo: Larousse do Brasil, 2008. p. 334. namentos contrários.
2. Resposta: Lugar triste, solitário. É possível perceber isso pela forma como o eu lírico se refere ao lugar onde está, como no
verso “Em cismar, sozinho, à noite”, e à sua terra ao dizer “Mais prazer encontro eu lá”. • Durante a realização da ativi-
No poema de Gonçalves Dias, a palavra exílio é empregada com qual dos significados apre- dade 2, leve os estudantes a
sentados? Justifique sua resposta com exemplos do texto. identificar no poema o senti-
mento de saudade da terra na-
3. Alguns versos desse poema são citações do Hino Nacional Brasileiro. Você consegue identificá- tal, expresso pelo eu lírico, bem
-los? Quais são eles? Resposta: “Nossos bosques têm mais vida/Nossa vida mais amores”. como o desejo de retornar a ela.
É necessário explicar, de manei-
ra detalhada, o que vem a ser o
O contexto de produção de “Canção do exílio” exílio.
Gonçalves Dias faz parte da chamada primeira fase do Romantismo brasileiro, que se iniciou • Na atividade 3, auxilie os es-
em 1836 com o livro de poemas intitulado Suspiros poéticos e saudades, de Gonçalves de tudantes a identificar os versos
Magalhães. Essa fase do Romantismo também é conhecida como geração nacionalista ou referidos no Hino Nacional. Se
indianista, cujos principais temas eram o indianismo, a brasilidade, a natureza e o amor à pátria. necessário, apresente a eles a
Nessa época, o Brasil passava por um momento de independência política, deixava de ser letra do hino.
colônia de Portugal, e havia a necessidade de autoafirmação da pátria como um país • Após a leitura do boxe sobre o
independente, por isso o nacionalismo era tão presente nos poemas desse período. contexto de produção do poe-
ma, comente com a turma que a
O mais famoso poema de Gonçalves Dias, “Canção do exílio”, representa o ideário da
“Canção do exílio”, de Gonçalves
primeira geração romântica, uma vez que exalta o Brasil, quando o compara a Portugal, Dias, inspirou muitos outros po-
mesclando nostalgia e nacionalismo. Gonçalves Dias escreveu esse poema em 1843 quando etas brasileiros, os quais escre-
estudava em Coimbra, Portugal. veram poemas e letras de can-
ções estabelecendo intertextu-
17 alidade com esse poema. Como
exemplo, é possível citar “Canto
de regresso à pátria”, de Oswald
de Andrade; “Nova canção do
:38:57 02/08/2022 15:38:58
exílio” e “Europa , França e
Bahia”, de Carlos Drummond de
Andrade; “Canção do exílio”, de
Murilo Mendes; “Sabiá”, de Tom
Jobim e Chico Buarque, entre
muitas outras obras.

17

09/08/2022 11:36:28
• Após a leitura do boxe da pá-
Escrevendo sobre o texto
4. Resposta: A palmeira, que é uma árvore típica do Brasil e que deu nome
a esse território antes da chegada dos portugueses em 1500 (Pindorama
gina anterior, leve os estudantes
– Terra das Palmeiras), e o sabiá, considerado ave símbolo do Brasil.
a reconhecer cada um dos as-
pectos citados nas atividades
1. No decorrer do poema, o eu lírico demonstra um sentimento em relação ao local onde se
propostas na subseção Escre- encontrava.

Arquivo da editora
vendo sobre o texto. Desse mo- a. Que sentimento é esse?

Daniel Zeppo/
do, eles são levados a reconhe- Resposta: Um sentimento de aversão ao lugar onde se encontrava.
b. Como você deduziu esse sentimento? Resposta: É possível deduzir isso
cer informações importantes do pelo contraste que o eu lírico faz entre o lugar onde se encontra e seu lugar de origem.
poema. 2. Uma das características dos poemas de Gonçalves Dias é a exaltação das
• Para a realização das ativida- belezas da paisagem brasileira.
des 1 a 6, incentive os estudan- a. Em qual estrofe do poema lido isso fica evidenciado?
tes a reler o poema quantas ve- Resposta: Na segunda estrofe.
zes forem necessárias para que b. O que o eu lírico exalta nesse trecho?
Resposta: O eu lírico destaca a riqueza da flora de seu país.
possam localizar mais facilmen- 3. O eu lírico descreve sua terra natal como ela realmente era? Explique.
te as informações solicitadas. Resposta: Não, pois apresenta sua visão pessoal sobre os lugares a que ele faz referência. Portanto, é uma visão subjetiva.
4. Para exaltar sua terra natal, o eu lírico faz uso de dois elementos da natureza. Quais são eles?
• Na atividade 1, é interessante
também propor à turma uma lei- 5. Ao longo do poema, que sentimento o eu lírico demonstra em relação à sua terra natal? Isso
tura dramatizada do poema, de fica mais evidente em quais versos?
modo que os estudantes pos-
sam identificar os diversos sen- 6. No final do poema, o eu lírico deixa claro qual é seu principal desejo e, para que ele possa
timentos retratados nos versos. realizá-lo, faz uma súplica. Que súplica é essa? Resposta: Ele deseja retornar ao seu país de
origem antes de morrer.
• A atividade 3 possibilita aos 7. Em relação às rimas do poema, identifique entre quais versos elas ocorrem. Resposta: Primeira,
segunda e terceira estrofes: segundo e quarto versos; quarta e quinta estrofes: segundo, quarto e sexto versos.
estudantes reconhecer o cará-
ter subjetivo do texto poético 8. O que é possível concluir sobre a posição das rimas? O que isso confere ao poema?
Resposta: As rimas ocorrem entre os versos pares. Isso confere um ritmo e uma musicalidade ao poema.
com base na descrição da terra
natal e nas impressões e emo- Explorando a linguagem 5.exaltando-a. Resposta: O eu lírico demonstra um sentimento de amor pela terra natal,
Isso fica evidente nos versos: “Mais prazer encontro eu lá”;
“Não permita Deus que eu morra,/Sem que eu volte para lá;/Sem que
ções do eu lírico, o qual não tem desfrute os primores;/Que não
1. No poema, são empregados repetidamente alguns advérbios.
a obrigatoriedade de descrever encontro por cá”.
a realidade. a. Que advérbios são esses? Resposta: Os advérbios aqui, lá, cá.
• Ao propor a atividade 5, b. Que circunstâncias esses advérbios indicam? Resposta: Esses advérbios localizam
geograficamente o lugar onde o eu lírico se encontrava e o lugar onde ele desejava estar.
oriente os estudantes a compa-
c. Explique como o emprego desses advérbios reforça o desejo do eu lírico. Resposta: Esses
rar os sentimentos menciona- advérbios evidenciam os contrastes mencionados pelo eu lírico, o qual está em um local, mas deseja estar em outro.
dos com aqueles indicados na 2. No poema “Canção do exílio”, não foram empregados adjetivos para qualificar os lugares on-
atividade 1, a fim de que possam de o eu lírico está e de onde ele vem. No entanto, que recursos são usados para descrever
reconhecer que são emoções esses lugares? Resposta: Para descrever esses lugares, são mencionados elementos que existem em um lugar e são
ausentes em outro. A partir da comparação entre esses elementos, valoriza-se a terra natal.
diferentes, em decorrência da
relação do eu lírico com o lugar 3. Releia este verso.
onde está e a terra natal. Sem qu’inda aviste as palmeiras,
• Na atividade 6, evidencie para
Nesse verso, há uma supressão de algumas letras que acaba por desencadear a formação de
a turma que, ao desejar regres-
sar ao país natal antes de sua uma nova palavra.
morte, o eu lírico direciona seu a. Identifique quais letras foram suprimidas e qual palavra essa supressão acabou formando.
pedido a Deus. Resposta: O e do que e o a de ainda, dando origem à palavra qu’inda.
b. Em sua opinião, por que isso ocorreu?
• Na atividade 7, se necessário, Resposta esperada: Isso ocorreu para manter o ritmo do poema percebido nas outras estrofes.
relembre aos estudantes que Mais poemas de Gonçalves Dias
rima é a repetição de sons, se-
Se desejar conhecer outros poemas de Gonçalves Dias, acesse o site da Academia
melhantes ou iguais, que ocor- Brasileira de Letras.
rem em intervalos determina- Academia Brasileira de Letras, em: https://www.academia.org.br/academicos/goncalves-dias/
dos e reconhecíveis, como no textos-escolhidos. Acesso em: 13 jul. 2022.
final ou no interior do verso.
• Ao explorar a atividade 8, leve 18
os estudantes a perceber que o
poema é construído por três es-
trofes de quatro versos (qua-
dras) e duas estrofes de seis presentes no poema. Se necessário, retome com eles es- le em que ele gostaria de estar. Na sequência, incentive
02/08/2022 15:38:58
versos (sextilhas). É importante sa classe de palavras, levando-os a perceber a diferença os estudantes a comparar esses elementos a fim de re-
que notem as ocorrências de ri- entre as ideias de tempo, modo, lugar, intensidade, para conhecer a valorização da terra natal.
mas entre os versos pares do que reconheçam os advérbios de lugar.
• Caso algum estudante esteja com dificuldade para infe-
poema, o que confere a ele rit-
mo e musicalidade.
• Na atividade 2, oriente a turma a reler o poema e es- rir as palavras que foram suprimidas no verso da atividade
crever no caderno os termos usados para caracterizar 3, oriente-o a pensar no sentido expresso pelo verso, a fim
• Aproveite a atividade 1 da tanto o local em que o eu lírico se encontra quanto aque- de que possa reconhecer as palavras que e ainda.
subseção Explorando a lingua-
gem para verificar se os estu-
dantes se recordam da função
dos advérbios e se reconhecem
quais são os advérbios de lugar
18

09/08/2022 11:36:29
Objetivos
Interação entre os textos • Conhecer uma releitura do
poema “Canção do exílio”, de
Gonçalves Dias.
O poema “Canção do exílio”, de Gonçalves Dias, inspirou muitos outros poetas e compositores
brasileiros. Leia, a seguir, um poema do escritor Mario Quintana, publicado em 1962, e compare-o
BNCC
com o poema de Gonçalves Dias, da seção Leitura.
• A leitura do poema de Mario
Quintana em contraponto com
Uma canção o de Gonçalves Dias permite aos
estudantes desenvolver a habi-
Minha terra não tem palmeiras... 1. Resposta: Em relação à lidade EF69LP44 ao reconhecer
referência à fauna e à flora, os
E em vez de um mero sabiá, poemas se diferenciam: em os valores sociais, culturais e
“Canção do exílio”, o eu lírico históricos de cada época.
Cantam aves invisíveis refere-se às palmeiras e aos
Nas palmeiras que não há.
sabiás de maneira idealizada,
como símbolo de seu país: “Minha
• Por meio da leitura do poema
e da realização das atividades
terra tem palmeiras,/Onde canta o
Sabiá;/As aves que aqui gorjeiam/ propostas, os estudantes desen-
Minha terra tem relógios, Não gorjeiam como lá.”. Em “Uma volvem as habilidades EF89LP32
canção”, as palmeiras e os sabiás
são inexistentes, mostrando a e EF89LP33 ao refletir sobre a
Cada qual com a sua hora
insatisfação do eu lírico em relação intertextual entre os dois
Nos mais diversos instantes… relação ao seu país: “Minha terra textos.
não tem palmeiras.../E em vez de
Mas onde o instante de agora? um mero sabiá,/Cantam aves
invisíveis/Nas palmeiras que não Orientações


há.”.
Oriente a turma a ler o poema
Mas onde a palavra “onde”? silenciosamente e, depois, pro-
Terra ingrata, ingrato filho, ponha uma leitura coletiva, des-
tacando os aspectos específicos
Sob os céus da minha terra
de um texto poético e ressal-
Eu canto a Canção do Exílio! tando a importância de respei-
tar as entonações e as pausas
QUINTANA, Mario. Uma canção. In: QUINTANA, Mario. Apontamentos de história sobrenatural.
4. ed. Rio de Janeiro: Alfaguara, 2013. p. 123. © by Elena Quintana. necessárias em cada trecho.
3. Resposta: Não, pois o eu lírico do poema de Mario Quintana está em sua terra natal, apesar de sentir-se exilado dentro • Chame a atenção para a dife-
dela: “Mas onde a palavra ‘onde’? / Terra ingrata, ingrato filho, / Sob os céus da minha terra / Eu canto a Canção do Exílio!”. rença de valores sociais, culturais
1. Note que, em ambos os poemas, é feita uma referência à fauna e à flora brasileiras. Sobre e humanos entre os dois poemas
essa referência, os poemas se assemelham ou se diferenciam? Explique sua resposta citando comparados, levando em conta a
trechos dos poemas. autoria e os contextos social e his-
tórico de cada produção: o Ro-
2. Qual é a principal diferença, no que se refere à terra natal, entre o poema de Gonçalves Dias mantismo e a segunda metade do
e o de Mario Quintana? Resposta: No poema de Gonçalves Dias, o eu lírico exalta e valoriza sua terra natal; no poema
de Mario Quintana, o eu lírico faz uma crítica à sua terra natal. século 20, às vésperas do Golpe
3. No poema de Gonçalves Dias, constantemente é apresentado um contraste entre o aqui (ter- Militar de 1964, respectivamente.
ra estrangeira) e o lá (terra natal), a fim de evidenciar a saudade que o eu lírico sente do seu • Na atividade 1, ressalte que a
país. Esse contraste ocorre no texto de Quintana? Explique citando um exemplo do poema. visão idealizada da terra natal, na
obra de Gonçalves Dias, é um re-
4. Nos versos do poema de Gonçalves Dias, o eu lírico afirma “Minha terra tem palmeiras”. Já na flexo das produções literárias da
segunda estrofe do poema de Quintana, o eu lírico cita outro elemento que diz haver em sua época. Essa visão é ausente no
terra natal. poema de Mario Quintana, pois o
contexto histórico e social é outro.
a. Reescreva o verso em que o eu lírico cita esse elemento. Resposta: “Minha terra tem relógios”.

b. Por meio dessa afirmação, é feita uma crítica. Identifique e escreva qual é a crítica feita
• Para realizar a análise com-
parativa proposta na atividade
nesse verso. Resposta: O eu lírico critica o uso que fazemos do tempo, pois as pessoas não têm tempo umas para as 2, solicite aos estudantes que
outras e não vivem o momento presente.
releiam os dois poemas e indi-
19
quem a temática explorada em
cada um deles. Dessa forma,
eles conseguirão perceber que
:38:58 • Durante a realização da atividade 4, possibilite aos es- em as pessoas gerenciarem mal o próprio tempo, não
02/08/2022 15:38:58
um poema enaltece a terra na-
tal, enquanto o outro a critica.
tudantes refletir sobre o que o relógio representa. Leve- reservando espaços para práticas sociais.
-os a perceber a crítica do eu lírico ao enfatizar que só
• Se achar interessante, acesse o site a seguir e selecio- • Na atividade 3, leve a turma a
existe o tempo em sua terra natal e nenhuma das coisas ne outros poemas que estabelecem uma relação inter- perceber que o eu lírico do poe-
boas mencionadas no outro poema. Portanto, ele apre- textual com “Canção do exílio” e apresente-os à turma. ma de Mário Quintana não faz
senta um sentimento negativo. Reforce para a turma GERMINA Literatura. Disponível em: https://www.ger- tal comparação, pois já se en-
que a pontualidade e o respeito aos horários são essen- minaliteratura.com.br/sabiaseexilios/asavesqueaqui- contra na terra natal, ajudando-
ciais para a vida em sociedade, entretanto, a crítica está gorjeiam_capa.htm. Acesso em: 13 jun. 2022. -os a entender que o sentimen-
to por ela é diferente, não é igual
ao saudosismo encontrado no
poema de Gonçalves Dias.

19

09/08/2022 11:36:29
Objetivos

• Conhecer os conceitos de in- Ampliando a linguagem


tertextualidade e paródia.
• Analisar os efeitos de sentido Intertextualidade
da intertextualidade e da paró-
dia nos textos. 1. Leia os pares de textos a seguir para perceber o que é e como ocorre a intertextualidade. O
primeiro texto do grupo A é um trecho da obra clássica Dom Casmurro, do escritor Machado de
BNCC Assis (1839-1908), narrado em primeira pessoa pelo personagem Bentinho. Já o segundo texto é
um trecho do romance A audácia dessa mulher, de Ana Maria Machado (1941-), inspirado na obra
• Ao compreender e identificar,
Dom Casmurro, que apresenta um trecho do livro de receitas e diário da personagem Capitu.
em textos, a intertextualidade e
a paródia, compreendendo seus
efeitos de sentido, os estudan- A. [...] Agora lembrava-me que alguns olhavam para
tes desenvolvem a habilidade Capitu, – e tão senhor me sentia dela que era como se
EF89LP32. olhassem para mim, um simples dever de admiração e
• Os estudantes desenvolvem de inveja. Separados um do outro pelo espaço e pelo

Ilustranet/Arquivo da editora
a s habilidades EF69LP03 e
destino, o mal aparecia-me agora, não só possível, mas
EF69LP05 ao ler a tirinha, iden-
tificando o conto parodiado e o certo. E a alegria de Capitu confirmava a suspeita; se
humor provocado pela situação. ela vivia alegre é que já namorava a outro, acompa-
• A proposta de participar de nhá-lo-ia com os olhos na rua, falar-lhe-ia à janela, às
uma visita guiada a um museu ave-marias, trocariam flores e...
de arte, presencial ou virtual- E... quê? Sabes o que é que trocariam mais; se o não
mente, possibilita aos estudan-
achas por ti mesmo, escusado é ler o resto do capítulo
tes desenvolver a competência
geral 3 e a competência especí- e do livro, não acharás mais nada, ainda que eu o diga
fica de Linguagens 2, uma vez com todas as letras da etimologia. Mas se o achaste, compreenderás que eu, depois
que podem conhecer, explorar, de estremecer, tivesse um ímpeto de atirar-me pelo portão fora, descer o resto da
valorizar e fruir diversas mani- ladeira, correr, chegar à casa do Pádua, agarrar Capitu e intimar-lhe que me confes-
festações artísticas.
sasse quantos, quantos, quantos já lhe dera o peralta da vizinhança. [...]
Orientações MACHADO DE ASSIS. Dom Casmurro. 5. ed. São Paulo: FTD, 1999. p. 108-109. (Coleção Grandes Leituras).

• Para facilitar a compreensão


[...]
dos textos da atividade 1, solici-
te a alguns estudantes voluntá- Aproveitei que ontem o leite azedou e fiz ambrosia, que levei para Dona Glória. Ela,
rios que leiam os trechos do
porém, nem pôde provar, perdeu o apetite devido a uma febre que a todos preocupa – a
grupo A e o poema e a letra de
canção do grupo B. começar por mim, que lhe tenho servido de enfermeira e durante a ausência de B. tenho
aprendido a apreciá-la, no convívio constante. Preocuparam-se todos a tal ponto que
decidiram chamar o filho. Ele chegou transtornado, correndo a se ajoelhar, entre lágri-
mas, ao pé do leito da enferma. Porém, graças a esses ardores da febre, pudemos nós
também arder num reencontro, ainda mais feliz porque o estado da mãe já não suscita-
va maiores cuidados. Infelizmente, veio ele com umas ideias estranhas sobre o que
tenho feito enquanto está distante. Queixa-se por ter sabido que estou sempre alegri-
nha, insinua aleivosias a respeito de algum peralta da vizinhança e, num verdadeiro
turbilhão que o cega e o ensurdece, intima-me que lhe confesse quantos outros já beijei.
[...]
MACHADO, Ana Maria. A audácia dessa mulher. 3. ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011. p. 105.

20

02/08/2022 15:38:58

20

09/08/2022 11:36:29
O primeiro texto do grupo B é um trecho de um poema de Casimiro de Abreu (1839-1860). • Após a leitura dos textos da
Nele, o eu lírico relembra, de forma saudosista, sua infância. O segundo texto é um trecho de atividade 1, converse com a tur-
ma sobre o assunto ou a temáti-
uma letra de canção inspirada no poema de Casimiro de Abreu.
ca dos textos. Em seguida, soli-
cite aos estudantes que indi-
B. quem quais são os textos origi-
Oh! Que saudades que tenho Ai, que saudades que eu tenho
nais que permitiram a criação
Da aurora da minha vida, Dos meus doze anos de um intertexto, ou seja, qual é
o primeiro texto e qual é aquele
Da minha infância querida Que saudade ingrata em que a intertextualidade se
estabelece. Comente com eles
Que os anos não trazem mais! Dar banda por aí que é possível também recorrer
a informações como a data da
Que amor, que sonhos, que flores, Fazendo grandes planos
primeira publicação e a data de
Naquelas tardes fagueiras [...] nascimento ou falecimento do
autor, para identificar o texto
À sombra das bananeiras, BUARQUE, Chico. Doze anos. Intérprete: Chico que apresenta a intertextuali-
Buarque. In: Ópera do malandro. Rio de Janeiro: dade. No item a, leve os estu-
Debaixo dos laranjais! Polygram, 1979. Faixa 6. dantes a perceber que se trata
da mesma cena, porém narrada
[...] a partir de visões diferentes de
ABREU, Casimiro de. Meus oito anos. Organização: Laura
dois personagens. Já no item b,
Sandroni e Luiz R. Machado. Ilustrações: Rui de Oliveira. retome com a turma a temática
Rio de Janeiro: Arte Ensaio, 2001. p. 5. (Coleção Grandes de ambos os textos, solicitando
poemas em boca miúda). aos estudantes que apresentem
1. b. Resposta: No par de textos B, a intertextualidade é percebida na estrutura dos textos e na referência à saudade da o que os dois têm em comum
infância, com ênfase no primeiro verso “Ai, que saudades que eu tenho”/“Oh, que saudades que tenho”. além do tema. Promova uma
a. Qual é o aspecto presente no par de textos A capaz de revelar a intertextualidade
conversa a respeito no item c,
entre eles? Resposta: No par de textos A, o ponto de vista de cada personagem a respeito dos ciúmes de Bentinho
revela a intertextualidade entre as duas obras. incentivando todos a comentar
b. E no par de textos B? as estratégias que teriam usado
para identificar o tex to que
c. No par de textos A, há a intertextualidade entre dois romances; já no par de textos B, há
apresenta a intertextualidade.
um diálogo entre um poema e uma letra de canção. Caso não tivessem sido dados os trechos Ao final, diga-lhes que, para
do romance Dom Casmurro e do poema “Meus oito anos”, você teria identificado com quais conseguir fazer essa relação in-
textos o romance de Ana Maria Machado e a letra de canção de Chico Buarque dialogam? ter textual, é necessário, por
Resposta pessoal.
parte do leitor, um conhecimen-
to prévio das obras. Se necessá-
Quando um texto apresenta um diálogo com outro texto, no que se refere à temática rio, esclareça que, apesar de o
ou à estrutura, sem mencionar explicitamente com qual texto está sendo feito o diálogo, crédito do tex to “Meus oito
como ocorre nos exemplos analisados, dizemos que foi estabelecida uma intertextuali- anos” ser de 2001, a primeira
dade implícita. publicação dele ocorreu em
Para identificá-la, é necessário que o leitor conheça o texto ao qual foi feita refe- 1859.
rência, pois dessa forma ele poderá perceber essa relação de intertextualidade. • Para saber mais de intertex-
tualidade, leia ou consulte a
Quando um texto faz uma referência direta a outro texto, citando-o, ocorre uma obra a seguir.
intertextualidade explícita. KOCH, Ingedore V. et al. Inter-
No dia a dia, constantemente fazemos citações de falas e dizemos “Alguém disse tal textualidade: diálogos possí-
coisa.” ou “Segundo fulano...”. Quando fazemos isso, estamos recorrendo ao discurso veis. 2. ed. São Paulo: Cortez,
de outra pessoa, assim como ocorre nos exemplos de intertextualidade expostos nes- 2008.
ta seção.

21

:38:58 02/08/2022 15:38:58

21

09/08/2022 11:36:29
• É importante destacar previa-
Paródia
mente para os estudantes que
as paródias são manifestações 1. O humor é um recurso presente em diferentes gêneros e pode ser empregado quando um
tipicamente humorísticas, cria- texto dialoga com outro texto. Leia a tirinha a seguir e perceba como isso ocorre.
das com base em outros textos
já existentes e conhecidos, atri-

Fernando Gonsales
buindo-lhes um novo sentido
cômico, irônico ou crítico.
• A paródia é um tipo de inter-
GONSALES,
textualidade, visto que neces- Fernando. Níquel
sariamente estabelece um diá- Náusea: em boca
logo com um texto para produ- fechada não entra
zir outro. Essa forma de inter- mosca. São Paulo:
Devir, 2008. p. 44.
textualidade, que pode ocorrer
tanto em conteúdos verbais a. Essa tirinha faz referência a uma história infantil bastante conhecida. Que história é essa?
quanto em não verbais, surge Resposta: A história “A princesa e o sapo”.
com base em uma nova inter- b. Que elementos da história original o cartunista resgata na tirinha?
Resposta: A princesa e o beijo que ela dá no animal.
pretação do texto de origem, c. Apesar de resgatar alguns elementos da história original, o cartunista apresenta uma nova
por meio da ressignificação do situação na tirinha. Que situação é essa?
sentido original.
d. O que essa nova situação provoca quando o leitor lê a tirinha?
• Destaque que a paródia é Resposta: Provoca humor.
muito comum em programas 2. Quais outras produções culturais (filmes, contos, poemas etc.) também podem ser considera-
humorísticos, pois pode ser das paródias? A qual história original cada uma dessas produções faz referência?
usada para contestar ou ridicu-
larizar o texto de origem. No en-
tanto, a paródia nem sempre é A paródia é um texto produzido com base em outro já existente e que mantém alguns
feita com esses objetivos. Ela dos elementos do texto original, com alterações, cortes ou inserções, fornecendo à his-
pode ser usada também para tória, geralmente, um caráter cômico, humorístico e/ou crítico.
prestar uma homenagem a algo Normalmente, o efeito cômico é obtido por meio da ironia ou do deboche. Gêneros
ou a alguém. como poemas, letras de canção, contos de fadas e causos podem ser parodiados. A pa-
• Na atividade 1, solicite aos es- ródia pode ocorrer em textos escritos e orais e em textos verbais e não verbais.
tudantes que leiam a tirinha e,
após identificarem que ela esta-
Editora Moderna

belece uma intertextualidade O outro lado da história


com a história “A princesa e o
Quem decide o que acontece em uma história? O autor,
sapo” ajude-os a reconhecer os certo? Não no caso do livro O outro lado da história, da
elementos que são semelhantes escritora Rosana Rios. Nele, os personagens não estão
e diferentes nesses textos. As- satisfeitos com o seu destino e decidem interferir no desenrolar da história,
sim, ao reconhecer essa diferen- criando situações inusitadas e muito divertidas.
ça, eles poderão perceber como O outro lado da história, de Rosana Rios. Editora Moderna, 2003.
a paródia é estabelecida e com- 1. c. Resposta: Na história original, o
príncipe vira um sapo após o encanto.
preender que, em muitos casos, Capa do livro O outro lado da história. Nessa história, ele vira uma tartaruga,
ela tem objetivos cômicos. pois estava com armadura no momento
Felizes quase sempre em que o encanto foi feito.

Editora 34

Para a realização da atividade O que acontece nos contos de fadas depois do tão famoso “felizes para
2, incentive os estudantes a falar sempre”? Será que todos os personagens vivem realmente felizes para
sobre outras produções artísti- sempre? Príncipes, princesas, bruxas, fadas, animais... qual seria o destino
cas que eles conhecem e que de todos eles? Nesse divertido livro, Antonio Prata conta o que acontece
dialogam com a história infantil com eles depois que a história termina.
clássica da “A princesa e o sapo”. Felizes quase sempre, de Antonio Prata. Editora 34, 2013.

• Após a leitura do boxe de su- Capa do livro Felizes quase sempre.


2. Possíveis respostas: Deu a louca na Chapeuzinho, filme que dialoga com a história “Chapeuzinho vermelho”; Shrek,
gestões de livros, evidencie aos
filme que dialoga com diversos contos de fadas, como “Rapunzel”, “Branca de Neve e os sete anões”, “A Bela Adormecida”,
estudantes que são obras que 22 entre outros; Enrolados, filme que dialoga com o conto “Rapunzel”; entre outras produções.
exploram a intertextualidade,
ou seja, usam elementos de ou-
tros textos para construírem
novas histórias. Reforce o quan- 10/08/2022 10:33:29

to é divertido e desafiador pen-


sar em finais diferenciados para
as histórias que conhecemos.

22

10/08/2022 12:16:39
1. c. Resposta: A palavra sacisas foi empregada para sugerir uma forma feminina de saci, já que • Na atividade 1, escreva o títu-
Praticando essa palavra existe apenas no masculino. A imagem da capa do livro apresenta, lo do livro na lousa a fim de ex-
predominantemente, personagens negras femininas, com apenas uma perna e com chapéu
vermelho, características que remetem ao Saci Pererê. plorar o uso dos termos fadas e
1. Analise a capa de livro a seguir. sacisas, evidenciando a inter-
textualidade entre as histórias.
Ajude-os a perceber que o que

Editora Companhia das Letrinhas


existe são narrativas de contos
de fadas e a história do saci, as-
sim eles notam que a mistura de
elementos é o que causa a in-
tertextualidade.

Capa do livro Contos de Sacisas, de José Roberto Torero, publicado pela editora Companhia das
Letrinhas, em 2018.

a. O que você nota de diferente em relação à construção do título desse livro?


Resposta: Que a palavra fadas foi riscada e substituída por sacisas.
b. O que a construção desse título sugere em relação ao conteúdo do livro?
Resposta: Sugere que o livro não vai tratar de fadas, mas sim de sacisas.
c. Nesse título, é feita uma brincadeira com a palavra sacisa. Explique o que isso indica, con-
siderando a imagem da capa do livro.
d. Algumas das personagens ilustradas na capa fazem referência a conhecidas personagens
dos contos de fadas. Que personagens são essas? Como você as identificou?
Resposta: A Branca de Neve (à esquerda atrás da árvore e vestindo blusa azul); a Rapunzel (à direita e em cima
da árvore, com cabelos longos); a Bela Adormecida (deitada e dormindo). 23

:38:59 02/08/2022 15:39:00

23

09/08/2022 11:36:30
• Durante a realização da ati- 2. O conto “Fita verde no cabelo” foi escrito por João Guimarães Rosa (1908-1967). Leia a seguir
vidade 2, promova a leitura um trecho desse conto e responda às questões.
dramatizada da história. Na se-
quência, empregue a estratégia Fita verde no cabelo
Think-pair-share e instrua os
estudantes a identificar no tex- Havia uma aldeia em algum lugar, nem maior nem

ArtSklad/Shutterstock.com
to as informações solicitadas menor, com velhos e velhas que velhavam, homens e
nos itens a e b, bem como a re- mulheres que esperavam, e meninos e meninas que
fletir acerca dos questionamen- nasciam e cresciam.
tos propostos nos demais itens.
Ao final, oriente-os a comparti- Todos com juízo, suficientemente, menos uma meni-
lhar as respostas com a turma, nazinha, a que por enquanto. Aquela, um dia, saiu de lá,
verificando se sinalizaram as com uma fita verde inventada no cabelo.
mesmas informações, respei- Sua mãe mandara-a, com um cesto e um pote, à avó,
tando os turnos de fala, bem
que a amava, a uma outra e quase igualzinha aldeia.
como as opiniões divergentes.
Caso surjam dificuldades na re- Fita-Verde partiu, sobre logo, ela a linda, tudo era uma
alização da atividade, escreva vez. O pote continha um doce em calda, e o cesto estava
na lousa as características do vazio, que para buscar framboesas.
conto que se assemelham à his-
tória da Chapeuzinho Vermelho, Daí, que, indo, no atravessar o bosque, viu só os le-
indicando as atitudes e caracte- nhadores, que por lá lenhavam; mas o lobo nenhum,
rísticas dos personagens. desconhecido nem peludo. Pois os lenhadores tinham
exterminado o lobo.
Respostas
Então, ela, mesma, era quem dizia:
2. a. Resposta: Fita-Verde é a — Vou à vovó, com cesto e pote, e a fita verde no cabelo,
personagem principal. Ela deve
o tanto que a mamãe me mandou.
buscar framboesas e levar o po-
te com um doce em calda para [...]
sua avó. ROSA, João Guimarães. Fita verde no cabelo: nova velha estória. Ilustrações
originais: Roger Mello. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1992. p. 4-9.
2. b. Resposta: Em duas aldeias
vizinhas.
Confira as respostas das questões nas orientações ao professor.
2. c. Resposta: O verbo velha-
a. Quem é a personagem principal desse conto? Que tarefa a mãe da personagem pede que
vam. Nesse contexto, esse verbo
ela faça?
pode significar viver a velhice,
mostrando a passagem do tem- b. Onde a história acontece?
po e reforçando a ideia de que c. No primeiro parágrafo, o autor cria um verbo que não existe na língua portuguesa. Que
essas pessoas aproveitavam a
verbo é esse e o que ele significa nesse contexto?
velhice.
2. d. Resposta: Ele poderia ter d. Se o autor não tivesse criado essa palavra, que palavra ele poderia ter utilizado no texto?
usado o verbo envelhecer: “ve- Nesse caso, o texto teria o mesmo sentido e causaria o mesmo efeito no leitor?
lhos e velhas que envelheciam”, e. No meio do texto é utilizada uma expressão bastante comum em contos de fadas e contos
mas o verbo não teria a mesma maravilhosos. Que expressão é essa? Em sua opinião, por que essa expressão está no meio
força. A ideia de envelhecer é do conto e não no início dele?
passiva, como se apenas a pas-
sagem do tempo fosse marcada. f. Esse conto faz referência a uma história infantil bastante conhecida. Que história é essa?
Ao inventar o verbo velhar, o au- g. Como foi possível perceber a relação entre essas duas histórias?
tor mostra também a atividade
dessas pessoas, que viviam a ve- h. O que você achou das mudanças feitas pelo autor? Você ficou interessado em ler o conto
lhice, e não apenas envelheciam. completo?
2. e. Resposta: Era uma vez. Res- 24
posta pessoal. Possível resposta:
A expressão está no meio do
conto, pois o autor está reinven-
tando uma história. Seu modo 2. f. Resposta: Chapeuzinho Vermelho. 02/08/2022 15:44:45
de narrar o conto altera a ordem 2. g. Resposta: Por meio dos elementos comuns: a menina
de alguns elementos clássicos. A usa um adorno na cabeça (um chapéu vermelho no conto
expressão também pode ter si- original e uma fita verde nesse), a visita à avó, a presença
do deslocada para marcar que a do lenhador, a menção ao lobo, entre outros elementos.
aventura que a menina vai viver 2. h. Resposta pessoal. Permita aos estudantes que ex-
é semelhante a um conto de fa- pressem livremente a opinião deles. Se possível, apre-
das ou um conto maravilhoso. sente-lhes o livro Fita verde no cabelo para que conhe-
Embora a expressão não esteja çam o final da história.
no início do texto, ela está no
trecho em que o “passeio” da
personagem vai começar.
24

09/08/2022 11:36:30
3. Analise as imagens a seguir. • Para a realização da atividade 3,
reforce com os estudantes a im-
A. B. portância de analisarem cada de-
talhe de ambas as pinturas, des-
crevendo os elementos que as
constituem a fim de evidenciar o
que há de semelhante e de dife-

Fotomontagem de Jessica Sinnema. Fotos: Luciano Baêta e Glinskaja


rente entre elas.
Fotomontagem de Jessica Sinnema. Fotos: Museu do Louvre, Paris,

• Informe aos estudantes que o


pintor italiano Giuseppe Arcim-
boldo (1527-1593) produziu di-
versas pinturas representando a
França e ChakrabortyDesign/Shutterstock.com

fisionomia humana com vege-


tais, frutas, peixes, flores e livros.
• Após ler o boxe com a suges-
tão de visita, considere a possi-
bilidade de organizar uma visita

Olga/Shutterstock.com
guiada a algum museu de arte
da cidade ou promover um tour
virtual em algum museu de arte
do mundo. Neste caso, dê prefe-
rência ao uso de um projetor
Pintura Verão, criada em 1573 pelo artista italiano Ilustração Hábitos alimentares e doenças do futuro, multimídia, em sala escurecida,
Giuseppe Arcimboldo. criada em 2008 pelo designer brasileiro Luciano Baêta. para que os estudantes tenham
uma experiência próxima da vi-
a. A pintura A é de autoria de Giuseppe Arcimboldo, um pintor italiano que produziu diversas sita real.
telas compondo fisionomias humanas de maneira inusitada. Que elementos foram empre-
gados pelo artista para representar a fisionomia humana? Resposta: Uma composição de vegetais. • Ao final da seção, sugira aos
estudantes que pesquisem, em
b. A imagem B foi feita pelo designer Luciano Baêta para ilustrar a matéria “Elas vão, voltam casa, outros exemplos de paró-
e teimam em ficar”, cujo tema são hábitos alimentares e doenças do futuro. Que seme- dias e façam uma análise dos
lhanças você nota entre essa imagem e a pintura de Arcimboldo? De que forma elas se textos a fim de evidenciar como
diferenciam? 3. c. Resposta: A imagem criada
a relação entre eles se estabele-
por Baêta é uma paródia da tela de ce. É importante que levem para
c. Qual das imagens faz uma paródia em relação à outra? Explique. Arcimboldo. Essa paródia faz uma a sala de aula tanto a paródia
crítica bem-humorada sobre a alimentação nada saudável que é consumida em grande escala pela sociedade atual.
d. Explique como você descobriu a resposta da questão anterior. quanto o texto original. Promo-
Resposta: É possível perceber isso pela data de produção de cada uma das imagens e também porque, na obra de Baêta, va uma atividade de socializa-
há alimentos que não eram produzidos, que não existiam na época em que a obra de Arcimboldo foi feita.
ção dessas pesquisas, de modo
Deu a louca na Chapeuzinho que eles apresentem e compar-
Os policiais do reino recebem uma denúncia de confusão na floresta. Nessa bagunça tilhem com os colegas o conhe-
toda, estão envolvidos Chapeuzinho Vermelho, o Lobo Mau e a Vovozinha. Mas a grande cimento adquirido. Conhecer
dúvida do filme é: qual dos envolvidos está contando a verdade sobre a história? Você outros exemplos de paródia é
quer descobrir e ter uma grande surpresa? importante para que a turma se
Deu a louca na Chapeuzinho, de Cory Edwards, 2005. 81 min. familiarize com esse tipo de
texto, pois na Produção escrita
Você conheceu a pintura de Giuseppe Arcimboldo e a ilustração do designer brasileiro eles serão orientados a produzir
Luciano Baêta, que fez uma paródia da pintura do artista italiano. Sabia que muitos uma paródia de poema.
artistas utilizam a paródia em suas obras, muitas vezes, como forma de crítica social?
Em sua região há um museu de arte contemporânea ou algum outro espaço cultural
que você e seus colegas de sala possam visitar para conferir se há esse tipo de obra? Caso essa visita
não seja possível, combinem com o professor uma pesquisa na internet de obras que parodiam
outras produções artísticas.
3. b. Resposta: A semelhança entre as imagens é o fato de a fisionomia humana ser constituída com alimentos. A diferença
é que a imagem de Luciano Baêta apresenta a fisionomia humana formada por alimentos industrializados e calóricos,
enquanto a pintura de Arcimboldo apresenta a fisionomia humana formada por vegetais. 25

:44:45 Integrando saberes peças teatrais e outras manifestações artísticas – nas


02/08/2022 15:44:47

quais a paródia está presente e é um elemento impor-


• Ao finalizar esta seção, converse com o professor de tante na produção de sentidos –, levando-os a refletir a
Arte para, se possível, promoverem juntos uma ativida- respeito delas. Dessa forma, é possível estabelecer uma
de complementar sobre o estudo da intertextualidade relação entre os componentes curriculares de Língua
entre obras de artes ou entre obra de arte e literatura. Portuguesa e de Arte.
Possibilite aos estudantes conhecer pinturas, músicas,

25

09/08/2022 11:36:30
Objetivos

• Conhecer o conceito de sujei- A língua em estudo


to indeterminado e identificar
suas características. Sujeito indeterminado
BNCC 1. A seguir, leia um trecho de um conto e se surpreenda com a descoberta dos adolescentes
Quico, Cláudia e Marcelo ao conversarem, enquanto degustam um peixe, com o pescador Er-
• Ao estudar o sujeito indeter-
nesto Marcelo sobre um casarão que encontraram em uma ilha.
minado, os estudantes desen-
volvem a habilidade EF08LP06, [...]
uma vez que devem analisar um
dos termos constitutivos da Quico devorou um bom pedaço do seu exemplar, lambeu os dedos e tentou retomar
oração. o assunto:
• Os estudantes desenvolvem — Seu Ernesto, o casarão não tem dono? Dá a impressão de que está abandonado há
a s habilidades EF69LP03 e muito tempo.
EF69LP05 ao analisar a cons-
trução do humor na tirinha. O homem encarou-o com o pedaço de peixe a caminho da boca e hesitou um instan-
te antes de falar:
Orientações
— Eu não sei dizer, não. O que eu sei é o que dizem...
• No estudo sobre sujeito inde- — E o que é que dizem, seu Ernesto? — interessou-se Cláudia.
terminado, são apresentadas as
duas estruturas desse tipo de — Do fantasma.
sujeito: quando o verbo está na — Fantasma? — interrogaram ao mesmo tempo, sur-
terceira pessoa do plural e
presos.
quando é conjugado na terceira
pessoa do singular com o pro- — O fantasma do alemão... Dizem que ele mora na casa...
nome se. Os jovens entreolharam-se ressabiados porque ha-
• Para a realização do item a da viam notado a mudança no semblante do pescador. Ele
atividade 1, questione os estu- não estava brincando. Como se houvesse dito tudo, ele

Studio77 FX vector/
Shutterstock.com
dantes sobre o que confere mis-
tornou ao seu peixe. Arrancava o pedaço de filé, passa-
tério à história de forma a cau-
sar medo nos personagens e no va na farinha e enfiava na boca. O silêncio foi rompido
leitor. Leve a turma a perceber com a quase provocação de Marcelo:
que o emprego de tais elemen- — Fantasmas não existem, seu Ernesto...
tos textuais na descrição é in-
tencional. [...]
GALDINO, Luiz. Um alemão misterioso. In: GALDINO, Luiz. O fantasma
que falava espanhol. Ilustrações originais: Paulo Zilberman. 2. ed. São
Paulo: FTD, 1990. p. 17. (Que mistério é esse?).

a. Nesse conto, um mistério inquieta os adolescentes. Escreva no caderno quais elementos


apresentados conferem um sentimento de medo e um ar de mistério ao trecho lido.
Resposta: A, B, C e D.
A. A hesitação de seu Ernesto antes de responder à pergunta de Quico.
B. O uso da forma verbal dizem, sem citar alguém diretamente.
C. A mudança no rosto do pescador.
D. O silêncio entre os personagens após seu Ernesto ter falado sobre a existência do fan-
tasma.
E. O fato de seu Ernesto estar brincando.
26

02/08/2022 15:44:47

26

09/08/2022 11:36:30
b. Ao ser interrogado sobre a existência de pessoas no casarão, seu Ernesto empregou duas • No item b da atividade 1, co-
vezes a forma verbal dizem. Das afirmativas a seguir, escreva no caderno a que indica por mente com os estudantes que os
verbos construídos na terceira
que seu Ernesto empregou essa forma verbal. Resposta: B.
pessoa do plural podem indicar
A. Porque sabe quem são as pessoas, mas não quer revelar aos adolescentes, com receio tanto sujeito desinencial quanto
de que arrumem confusão, e também porque quer evitar que eles sofram as consequên- sujeito indeterminado. Saliente a
cias negativas dessa descoberta. diferença entre eles, para que os
estudantes não se confundam:
B. Porque muitas pessoas já lhe contaram essa história, mas ele não conhece, ou não quer será indeterminado o sujeito que
identificar, as pessoas que teriam visto o fantasma no casarão. Além disso, quer criar é desconhecido, que não se quer
um clima de mistério e suspense entre os adolescentes. revelar, ou quando não se sabe
de quem se trata. Será elíptico
2. Releia esta oração.
ou desinencial quando suprimi-
2. b. Resposta: Não, pois não é indicado quem é o agente que “diz” e a do por elipse, subentendido, re-
[...] Dizem que ele mora na casa... posição de sujeito da oração não está ocupada, ou seja, está vazia.
cuperável pela desinência verbal
Resposta: Na terceira
a. Em que pessoa e número a forma verbal em destaque está flexionada? pessoa do plural. ou pelo contexto. Apresente al-
guns exemplos.
b. É possível identificar o sujeito a que essa forma verbal se refere? Explique. › Sujeito indeterminado: “Fala-
ram de você para mim no inter-
Podemos expressar uma informação sem necessariamente esclarecer quem praticou a valo.” (Sabe-se quem falou, mas
optou-se por não revelar). “Per-
ação indicada pelo verbo. Isso costuma acontecer em duas situações:
deram uma pulseira na rua.”
• quando não sabemos quem pratica a ação; (Não se sabe quem perdeu).
• quando não queremos, intencionalmente, esclarecer quem a pratica. › Sujeito elíptico: “Pedro e An-
Nesses casos, dizemos que o sujeito da oração é indeterminado, isto é, não se sabe quem dré se perderam. Encontraram
ajuda apenas quando amanhe-
praticou a ação ou sobre quem ou sobre o que se declara algo.
ceu.” (O verbo encontrar se re-
fere ao sujeito mencionado an-
Há duas formas de indeterminar o sujeito da oração: com o verbo flexionado na terceira pessoa teriormente).
do plural, como no exemplo “Dizem que ele mora na casa...”; ou com o verbo flexionado na tercei- • Na atividade 2, leve os estu-
ra pessoa do singular + o pronome se: “Diz-se que ele mora na casa.”. Nesse caso, o pronome se dantes a perceber a impessoali-
é denominado índice de indeterminação do sujeito. dade construída por meio do
uso da terceira pessoa do plural,
a qual impossibilita identificar
Tipos de sujeito quem realiza a ação indicada
pelo verbo. Comente ainda que
É importante relembrarmos que há quatro tipos de sujeito. esse é um recurso comum
• Sujeito simples: apresenta apenas um núcleo. quando o enunciador da fala
não quer se posicionar.
Exemplo: Seu Ernesto escutou muitas histórias sobre o fantasma do casarão.
• Sujeito composto: apresenta dois ou mais núcleos.
Exemplo: Quico, Cláudia e Marcelo foram passar férias em uma ilha cheia de mistérios.
• Sujeito desinencial ou elíptico: não está expresso na oração, mas é identificável na
desinência verbal ou no contexto.
Exemplos: Saímos em busca de aventuras./Ouvi essa história ontem.
• Sujeito indeterminado: não se sabe quem praticou a ação do verbo.
Exemplos: Acredita-se na existência de seres sobrenaturais.
Roubaram o casarão na noite anterior à conversa.

27

:44:47 02/08/2022 15:44:47

27

09/08/2022 11:36:31
• Aproveite a atividade 1 da
Praticando
1. a. Resposta: O fato de Cebolinha dizer que duvida que seja possível o ser humano fabricar
chuva e, no entanto, uma chuva cair sobre ele logo após sua fala.
subseção Praticando para ava-
liar se os estudantes compreen-
deram o emprego do sujeito in- 1. Leia esta tirinha da Turma da Mônica, publicada na década de 1960.
determinado. Ajude-os, se ne-

© Mauricio de Sousa Editora Ltda.


cessário, a notar que o uso da
primeira pessoa em uma fala
permite identificar que o sujeito
da ação verbal seria o próprio
Cebolinha, enquanto, em outra
fala, o uso da terceira pessoa do
plural indica desconhecimento
ou generalização acerca de
quem pratica uma ação.
• Leve os estudantes a perce-
SOUSA, Mauricio de. As tiras clássicas da Turma da Mônica Volume I. São Paulo: Panini Brasil, 2007. v. 1. p. 53.
ber que os pronomes indefini-
dos não caracterizam sujeito
indeterminado. Em orações cujo a. O que causa o humor nessa tirinha? Explique.
sujeito é um pronome indefini- b. Identifique os tipos de sujeito das formas verbais em destaque nas seguintes falas de
do, como em “Alguém ficou pre- Cebolinha: Resposta: Estão tentando: sujeito indeterminado; “acledito”: eu (sujeito simples); consigam: sujeito
indeterminado; acho: eu (sujeito desinencial); consegue: o homem (sujeito simples); “disselam”: sujeito
ocupado”, o sujeito é o termo indeterminado; iam: sujeito
alguém. Já para a forma verbal A. [...] estão tentando “fablicar” chuvas! indeterminado.
avisaram em “Avisaram a dire- B. Mas eu não “acledito” que consigam isso!
tora”, não há palavra que exerça
a função de sujeito. Auxilie-os a C. Acho que o homem ainda não consegue fazer chover!
concluir que, nesse caso, a dife- D. [...] “disselam” que iam fazer chover nesta “legião” e até “agola”...
rença está na existência de uma
palavra que ocupa a posição de c. Como você identificou o sujeito indeterminado nas falas de Cebolinha?
Resposta: Pela presença de formas verbais na terceira pessoa do plural e pela ausência de referências a agentes das ações verbais.
sujeito. Trata-se de uma análise 2. Leia o início de uma crônica.
gramatical, e não semântica,
pois o termo alguém, por exem-
plo, também tem valor semân- Todos ficaram preocupados quando o Márcio e a Bete começaram a namorar
tico de algo vago, porém é uma porque cedo ou tarde haveria um choque cultural. Márcio era louco por futebol,
palavra que ocupa a posição de Bete só sabia que futebol se jogava com os pés, ou aquilo era basquete? Avisaram
sujeito na oração. a Bete que para acompanhar o Márcio era preciso acompanhar a sua paixão e ela
• Na atividade 2, promova uma disse que não esquentassem, iria todos os dias com Márcio ao Beira Mar, se ele
leitura dramatizada do início da
quisesse.
crônica, para que os estudantes
compreendam o texto e identi- — Beira Rio, Bete...
fiquem o que foi solicitado nos [...]
itens a e b. Já ao propor os itens
c e d, escreva na lousa os frag- VERISSIMO, Luis Fernando. Choque cultural. In: VERISSIMO, Luis Fernando. Festa de criança. Ilustrações: Caulos.
mentos do texto que apresen- São Paulo: Ática, 2000. p. 85. (Para Gostar de Ler Júnior).
tam os verbos a ser analisados
a. Por que as pessoas ficaram preocupadas quando souberam que Márcio e Bete começaram
sintaticamente e mostre à tur- Resposta: Porque Márcio adorava futebol e Bete não entendia nada desse esporte,
a namorar? por
ma o uso dos verbos na terceira isso passaram a acreditar que haveria um choque cultural.
pessoa do plural. Aproveite para b. O que Bete resolveu fazer para conseguir manter seu relacionamento com Márcio?
Resposta: Ela disse que iria todos os dias com Márcio ao estádio de futebol, se ele quisesse.
reforçar a impor tância de a c. É possível determinar os sujeitos de todas as formas verbais destacadas? Quais foram en-
compreensão textual ser reali-
contrados? Resposta: Sim, é possível identificar os sujeitos das formas verbais ficaram (Todos), começaram (Márcio
zada antes de qualquer prática e Bete) e avisaram (Todos).
d. Como é classificado o sujeito da forma verbal avisaram? Resposta: Trata-se de um sujeito
de análise linguística. desinencial ou elíptico.

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02/08/2022 15:44:47

28

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Objetivos
Outra leitura • Ler outro poema e identificar
as características e a função so-
Como você acha que nasce um poema? E como será que os poetas se relacionam com ele? Leia, ciocomunicativa desse gênero.
a seguir, um poema da poeta brasileira Roseana Murray, para conhecer como o eu lírico se rela-
ciona com os poemas. BNCC

Poemas • A leitura silenciosa e em voz


alta do texto poético permite
como pássaros ambulantes aos estudantes desenvolver a
poemas atravancam a mesa competência específica de Lín-
gua Portuguesa 3 e as habilida-
sobram por todos os lados
des EF69LP53 e EF89LP33.

debaixo do armário debaixo da casa
Ao ler e analisar o poema des-
lençol d’água com que me cubro ta seção e reconhecer os efeitos
misturados com tudo que de mais simples de sentido obtidos pelo empre-
go de figuras de linguagem, de
e cotidiano
advérbios e de repetições de pa-
com o pavor de ser humana lavras, os estudantes desenvol-

Izaac Brito/Arquivo da editora


tão absurdamente humana vem as habilidades EF69LP48,
EF69LP54 e EF89LP37.
que um corte no dedo já me lembra
a morte • A análise do emprego de ad-
vérbios nesta seção, para impri-
meus poemas feitos de nada mir expressividade ao texto,
de um pouco de susto e palavras permite aos estudantes desen-
volver a habilidade EF08LP10.
não me salvam de mim nem da areia
que os dias derramam Orientações
às vezes me ajudam a andar entre as paredes. • Esta seção pode ser usada
MURRAY, Roseana. Poemas. In: COIMBRA, Hebe (org.). Poesia essencial. para avaliar a compreensão das
2. ed. Rio de Janeiro: Manati, 2010. p. 36. características do gênero estu-
dado no capítulo. Ao término
dela, verifique se alguns aspec-
tos precisam ser retomados ou
enfatizados e a melhor forma e
o melhor momento para que is-
Roseana Murray (1950-) Vanessa Koehler so seja feito.

Nascida no Rio de Janeiro, graduou-se em Literatura e • Antes da leitura, explore as


questões introdutórias a fim de
Língua Francesa, em 1973, pela Universidade de Nancy.
sondar os conhecimentos dos
Começou a escrever poesia para crianças em 1980, ano em que estudantes sobre o que inspira a
publicou Fardo de Carinho, obra que teve como influência o criação de um poema. Nesse
livro Ou isto ou aquilo, de Cecília Meireles. momento, oriente-os a respei-
Roseana é autora de mais de 50 livros infantojuvenis e já tar os turnos de fala e as opini-
recebeu diversas honrarias e premiações por eles. Entre suas ões dos colegas.
obras mais famosas, destacam-se: Diário da montanha,
Tantos medos e outras coragens, O mar e os sonhos e Receitas
• Em seguida, solicite à turma
que faça uma leitura silenciosa
de olhar. Fotografia da poeta brasileira do texto, a fim de incentivar e
Roseana Murray, em 2017. promover a autonomia e a flu-
ência em leitura. Em seguida,
promova uma leitura em voz al-
29
ta e expressiva do poema, des-
tacando aos estudantes a im-
portância de variar as entona-
ções durante a leitura, para ga-
:44:47 02/08/2022 15:44:48
rantir a expressividade.
• Após a leitura, peça aos estu-
dantes que atentem à imagem e
analisem os elementos presen-
tes nela, relacionando-os à ideia
do poema (o fazer poético).

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• A atividade 1 permite sondar 1. Que sentimentos e sensações esse poema despertou em você? Resposta pessoal.
como foi a receptividade do tex-
to pelos estudantes. Converse 2. Após a leitura, sua hipótese sobre como um poeta se relaciona com os poemas se confirmou?
sobre o assunto com eles e pe- Comente. Resposta pessoal.
ça-lhes que comentem suas
3. Qual verso do poema mais chamou sua atenção? Comente com os colegas. Resposta pessoal.
respostas, explicando-as.
• Na atividade 2, incentive a tur- 4. Qual é a relação entre o título “Poemas” e o que o eu lírico versa nesse texto?
Resposta: O eu lírico versa sobre o ato de criar poemas, sugerido pelo título.
ma a retomar as hipóteses le- 5. Segundo o eu lírico, como os poemas surgem?
vantadas antes da leitura e com- Resposta: Surgem do que há de mais simples no cotidiano.
pará-las com as informações 6. No poema são empregadas algumas figuras de linguagem. Releia o trecho a seguir.
que encontraram no poema lido. como pássaros ambulantes
• Para ampliar a atividade 3, pe-

Izaac Brito/Arquivo da editora


poemas atravancam a mesa
ça aos estudantes que recitem
os versos que mais lhes chama- sobram por todos os lados
ram a atenção. debaixo do armário debaixo da casa
• Na atividade 4, leve-os a per- lençol d’água com que me cubro
ceber que o texto aborda o ato
de escrever, ou seja, o momento a. Que elementos são comparados nesse trecho?
da criação poética, por isso o tí- Resposta: Os poemas são comparados a pássaros ambulantes.
b. Que sentido o emprego dessa comparação sugere em relação aos poemas?
tulo remete de forma geral aos
poemas. c. Em sua opinião, que sentido o último verso desse trecho apresenta?
Resposta pessoal.
• Aproveite a atividade 5 para
6. b. Resposta: Ao comparar os poemas a pássaros
7. Releia os versos a seguir. ambulantes, o eu lírico sugere que os poemas estão
orientar os estudantes a refletir por toda parte.
sobre os motivos que levam com o pavor de ser humana
uma pessoa a escrever um poe- tão absurdamente humana
ma, de modo que possam com-
parar as respostas fornecidas a. O que causa pavor no eu lírico? Resposta: A condição humana, a morte.
por eles com a afirmação do eu b. Que adjetivo aparece repetidamente nesses versos? Que efeito essa repetição confere ao
lírico. Aproveite esse momento sentido do adjetivo? Resposta: O adjetivo humana. Essa repetição enfatiza o sentido expresso por ele.
para comentar com os estudan-
tes que os poemas, muitas ve- c. Identifique os advérbios empregados e explique o que eles expressam no poema.
Resposta: Os advérbios tão (intensidade) e absurdamente (modo) enfatizam ainda mais o sentido do adjetivo humana,
zes, representam situações co- 8. Releia os versos finais do poema. que aparece repetido nos versos.
muns ao cotidiano das pessoas.
• Na atividade 6, explore com meus poemas feitos de nada
os estudantes o emprego da fi- de um pouco de susto e palavras
gura de linguagem comparação
não me salvam de mim nem da areia
e sua contribuição para a cons-
trução da poeticidade do texto. que os dias derramam
Nesse sentido, leve-os a reco- às vezes me ajudam a andar entre as paredes
nhecer o efeito de sentido que a
comparação confere ao trecho a. Na expressão “da areia/que os dias derramam”, foi empregada uma metáfora para fazer
do poema. No item c, como o referência a que situação inevitável a todo ser humano? Resposta: Para fazer referência à
passagem do tempo.
poema é um texto plurissignifi-
cativo, aceite as possibilidades
b. Por que o eu lírico não é salvo pelos poemas? Resposta: Porque o eu lírico, assim como todas as pessoas,
está sujeito à passagem do tempo.
de respostas levantadas pelos
estudantes, desde que coeren- O poema que você leu é um exemplo de poema metalinguístico, ou seja, um poema que
tes com o contexto do poema: o versa sobre o próprio fazer poético. A metalinguagem está presente em outras manifestações
ato poético. artísticas, além da literatura. Dessa forma, um filme que trate sobre a produção de um filme
• Na atividade 7, destaque o e pinturas que exploram o ato de pintar são alguns exemplos de metalinguagem.
emprego dos adjetivos e dos
advérbios como recursos ex-
30
pressivos para garantir o senti-
do e a sonoridade do poema.
• Ao propor a atividade 8, para
que os estudantes reconheçam 02/08/2022 15:44:48
a metáfora relacionada à passa-
gem do tempo, apresente-lhes
uma ampulheta ou aproveite a
ilustração do texto, explicando o
funcionamento desse antigo
instrumento de medição do
tempo. Assim, eles poderão per-
ceber a passagem do tempo en-
quanto a areia escorre na ampu-
lheta e, consequentemente,
compreender melhor os versos.
30

09/08/2022 11:36:31
Objetivos
Produção escrita • Produzir uma paródia com ba-
se em um poema.
Paródia de poema • Organizar um livro de paró-
dias para socialização dos tex-
Neste capítulo, você estudou o gênero poema e também conheceu as principais características tos produzidos.
de uma paródia. Agora, você deverá escolher um poema de sua preferência e criar uma paródia
com uma crítica social. Se preferir, crie uma paródia para o poema “Canção do exílio”, de Gonçalves BNCC
Dias. Ao final, você e seus colegas montarão um Livro de paródias e, em seguida, apresentarão a
paródia em um poetry slam, na seção Produção oral. • Ao produzir uma paródia de
poema, os estudantes aprimo-
ram a competência específica
Planejando o texto de Língua Portuguesa 3.
Para o planejamento de sua paródia, confira algumas orientações. • Esta proposta de produção tex-
tual possibilita um trabalho com a
a. Escolha o poema-fonte, ou seja, que você vai parodiar, e releia-o com atenção quantas vezes habilidade EF89LP36, pois os es-
achar necessário. tudantes são orientados a criar
b. Defina quais aspectos do poema-fonte serão mantidos no seu texto. uma paródia com base em um
poema conhecido da literatura.

Dica
As competências gerais 9 e 10
É muito importante que a paródia possibilite o reconhecimento do poema-fonte são contempladas nesta seção,
para que o leitor compreenda o texto. uma vez que os estudantes de-
vem trocar as produções com
c. Determine que elementos serão incorporados ao seu poema para criar uma crítica social em um colega e cooperar com o tex-
relação ao poema no qual você está se inspirando. to dele, avaliando-o com auto-
nomia e respeito.
d. Além da crítica, a paródia de poema pode apresentar um tom de humor sobre determinada
situação ou acontecimento. • O planejamento, a produção e
a avaliação da paródia, seguidos
e. Lembre-se de que, na paródia, você pode inverter o significado de algumas situações ou da reescrita ou da edição do
elementos presentes no poema-fonte. texto digitado, permitem aos
estudantes desenvolver a habi-
f. Pense em possíveis figuras de linguagens, recursos sonoros e jogos de palavras que podem
lidade EF69LP51.
ser empregados em seu poema.
g. Verifique se os versos da paródia de poema vão apresentar rimas ou não. Em caso positivo,
• A socialização da produção de
texto proposta nesta seção leva
pense em palavras que podem ser empregadas para construir as rimas. os estudantes a desenvolver a
habilidade EF69LP46.
Produzindo o texto
Confira as orientações a seguir que podem auxiliá-lo na produção da paródia.
a. Em uma folha de rascunho ou em um programa de edição de texto, inicie a produção da sua
paródia de poema.
b. Lembre-se de incluir os elementos que permitem ao leitor reconhecer o intertexto, ou seja,
o texto com o qual sua paródia estabelece uma relação.
c. Inclua em sua paródia elementos novos ou apresente novos significados para os elementos
do poema-fonte.
d. Insira, ao longo do poema, pensamentos, imagens e sensações que contribuam para a criação
da crítica e do humor, despertando uma reflexão no leitor.
31

:44:48
Orientações nando-os acerca do texto que deu origem a elas, que
02/08/2022 15:44:48

• Nesta seção, os estudantes são convidados a produzir


deve estar evidente na paródia. Assim, na subseção Pla-
nejando o texto, reforce para a turma a necessidade de
uma paródia. A paródia deve ser feita a partir de um po-
o leitor da paródia poder identificar o texto original, que
ema e conter uma crítica social, consolidando não ape-
serviu de base para tal criação.
nas os conhecimentos referentes a esse gênero, mas
também aperfeiçoando estratégias e o emprego de re- • Para desenvolver a proposta do item c da subseção
cursos de humor e crítica no texto. Planejando o texto, promova um momento de conversa

• Se julgar conveniente, apresente aos estudantes no-


acerca de realidades sociais locais, nacionais e interna-
cionais que podem ser criticadas por meio das paródias.
vos exemplos de paródias de obras conhecidas, questio-

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09/08/2022 11:36:31
• Organize-os em duplas, unin- e. Empregue figuras de linguagem para garantir a expressividade do poema.
do estudantes de diferentes
perfis, para que um apresente f. Organize o texto em versos e, se necessário, agrupe-os em estrofes.
sua paródia ao outro, a fim de g. Crie um título para a paródia de poema que chame a atenção do leitor.
avaliar se o texto está coerente
com a proposta e se as caracte-
h. Assine seu poema, incluindo ao final dele seu nome completo.
rísticas do gênero foram respei-
tadas. Comente com eles que
podem deixar comentários por Avaliando o texto
escrito, relacionados aos itens
que precisam ser ajustados no Agora, troque sua paródia de poema com a de um colega para que um possa avaliar o texto do
texto. Durante essa troca, orien- outro com base nos itens a seguir.
te-os a perceber também even-
a. Pela leitura da paródia de poema, é possível identificar o poema que está sendo parodiado?
tuais erros de ortografia exis-
tentes nos textos. Na sequência, b. Foram inseridas situações ou elementos que fazem uma crítica social e contribuem para um
incentive-os a fazer os ajustes tom humorístico?
necessários e escrever a versão
final do texto ou imprimir a ver- c. Foram empregadas figuras de linguagem para garantir a expressividade do texto?
são editada. d. O poema apresenta um título atraente e está assinado?
• Finalizados os textos, auxilie Considerando as indicações apontadas pelo colega, ajuste sua paródia de poema. Para isso,
os estudantes na confecção de
um livro de paródias, orientan- você pode editar o texto em um programa de computador ou reescrevê-lo a mão, passando-o a
do-os em cada etapa da produ- limpo. Nessa etapa, exclua, desloque, insira trechos e faça outros ajustes necessários. Caso tenha
ção. Caso a turma seja numero- digitado seu texto, imprima-o para produzir com seus colegas o Livro de paródias da turma.
sa, organize os grupos de forma
que sejam produzidos dois livros
de paródias. Dessa forma, cada Livro de paródias
estudante terá uma atribuição e
conseguirá participar ativamen- Para a organização do Livro de paródias, atentem às seguintes orientações.
te dessa etapa da atividade.
a. O professor dividirá a turma e cada grupo ficará responsável por uma etapa da produção do
• Convide-os, ao final, a visitar livro.
juntos a biblioteca da escola pa-
ra que possam doar um exem- b. Um grupo deverá coletar os poemas, colocá-los em ordem alfabética com base no nome do
plar ao acervo e possibilitar um autor e numerar as páginas.
maior número de leituras e
apreciações. c. Outro grupo se encarregará de produzir uma capa para o livro, constando o título (Livro de
• Se julgar eficaz, motive uma paródias da turma, ou outro título que a turma escolher), o nome da turma, o nome da es-
cola e uma imagem atraente para ilustrar a capa do livro.
autoavaliação coletiva da turma,
a fim de que os estudantes veri-
d. O terceiro grupo ficará responsável por produzir o sumário do livro, incluindo o título de ca-
fiquem quais fatores foram bem
aproveitados e quais podem ser
da poema, o nome dos autores e o número da página na qual cada texto se encontra.
melhorados nas próximas pro- e. Coloquem as páginas em sequência e entreguem-nas ao professor, que se encarregará de
duções coletivas e individuais. encaderná-las.
Finalizado o Livro de paródias, doem um exemplar para a biblioteca da escola, para que outros
leitores entrem em contato com as produções de sua turma. Com frequência, visitem a biblioteca
e procurem saber como foi a recepção do livro de vocês.
Além da entrega do livro na biblioteca, vocês deverão divulgar a produção em um poetry slam.
Para isso, sigam as orientações apresentadas na seção Produção oral.

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09/08/2022 11:36:32
Objetivos
Produção oral • Praticar a oralidade por meio
da organização de um poetry
Poetry slam slam.

Nesse momento, você e seus colegas devem organizar um poetry slam, com a ajuda do profes- • Reconhecer a importância do
poetry slam como socialização
sor, para divulgar os poemas que produziram na seção anterior. da prática literária e como iden-
Para tanto, leiam o texto a seguir para conhecer a origem dessa competição poética e como ela tidade e resistência.
é feita.
BNCC

A origem do poetry slam


• Esta seção dialoga com o te-
ma contemporâneo transversal
Em sua origem, a poesia no mundo ocidental nasceu nas praças gregas, onde os poetas Diversidade cultural.
declamavam seus poemas. Por algum tempo, existiram competições sobre qual seria o melhor • Ao valorizar e fruir diversas
texto, sendo seu autor celebrado como o melhor poeta daquela edição. manifestações artísticas e cul-
turais, os estudantes desenvol-
Na década de 1980, nos Estados Unidos, surge o conceito de poetry slam. Slam é uma vem a competência geral 3.
onomatopeia da língua inglesa empregada para indicar o som de uma porta ou janela batendo.
Assim, poetry slam significa uma “batida poética”, uma competição de poesia falada na qual
• Os estudantes desenvolvem a
competência geral 4 e a com-
poetas declamam seus textos para serem julgados por membros da plateia ou por um júri petência específica de Lingua-
previamente escolhido. Não é necessário que o poeta seja reconhecido ou tenha livros gens 3, na medida em que em-
publicados. pregam as linguagens verbal e
corporal para declamar uma
Com apresentações de, no máximo, três minutos, geralmente os competidores são julgados
paródia de poema.
com notas que vão de 0 a 10 e não podem utilizar músicas, adereços ou cenários. É muito
parecido com o sarau, estando a diferença entre um e outro no espírito simbólico de • Ao participar de um poetry
slam e socializar uma produção
apreciação e competição. Por isso, a premiação é simbólica, pois o que realmente importa não
própria de paródia de poema,
é vencer, mas compartilhar sua poesia. Os participantes de um poetry slam são chamados considerando as especificidades
slammers (“batedores”). desse evento e da atividade de
declamação de um poema, os
estudantes desenvolvem tam-
Para a realização do poetry slam, confiram as orientações a seguir. bém a competência específica
de Língua Portuguesa 9.
a. O professor deve combinar com a turma uma data para a realização da atividade.
b. Combinem como será formado o júri. Se acharem interessante, convidem alguns professores
• Esta seção possibilita o de-
senvolvimento da habilidade
e funcionários da escola para fazerem parte do júri. EF69LP46 uma vez que os estu-
c. Definam como serão as notas e os critérios de desempate. As notas podem ser, por exemplo, dantes vão planejar um poetry
slam e participar dele, recitando
de 0 a 10, e o desempate pode ser decidido pelo diretor da escola.
seus poemas.
d. Escolham um prêmio para o vencedor. Lembrem-se de que é algo simbólico.
• Por meio da prática da oralida-
e. Todos os estudantes deverão participar. Portanto, preparem-se para declamar sua paródia. de proposta nesta seção, os estu-
Se vocês tiverem outros poemas produzidos, também poderão declamá-los. dantes desenvolvem as compe-
tências específicas de Língua
f. Lembrem-se de que não é permitido utilizar músicas, adereços, cenários ou qualquer outro
Portuguesa 3 e 5 e as habilidades
elemento que não seja seu corpo e sua voz. EF69LP53 e EF69LP55, uma vez
g. Pesquisem na internet vídeos de poetry slam ou de poetas declamando seus poemas. Aten- que compartilham suas produ-
tem à expressão facial, ao movimento das mãos, às pausas e à variação de entonações ao ções oralmente, ouvindo e res-
longo da declamação etc. peitando as variedades de fala.

33
• Ao participar do poetry slam,
enquanto competição de poe-
sia, os estudantes desenvolvem
a competência geral 9, pois são
motivados a exercer a empatia,
Orientações SOUZA, Ana L. S. Letramentos de reexistência: poesia,
:44:48 02/08/2022 15:44:48
o diálogo e a resolução de con-
• A abordagem desse gênero de poesia falada em sala
grafite, música, dança: hip-hop. São Paulo: Parábola Edi-
torial, 2011.
flitos, respeitando a si mesmos
de aula é fundamental, pois, por meio desse trabalho, os e aos outros.
estudantes encontram meios de expressar suas vivên- • Ajude os estudantes, quando necessário, a se prepa-
cias, suas formas de existir, suas reivindicações, medos e rar para o poetry slam. Relacione a prática oral do poetry
anseios, tornando-se criadores e portadores de uma voz slam à performatividade teatral, na qual existem uma
de resistência. percepção sensorial e um engajamento do corpo.

• Para conhecer mais o poetry slam, sugerimos a leitura


do texto a seguir.

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• É característico no poetry slam h. Não há restrição de tema ou forma do poema a ser declamado; porém, não serão permitidos
o uso do microfone como símbo- textos que desrespeitem os direitos humanos e apresentem discurso de ódio ou palavras
lo de empoderamento e voz. Se
discriminatórias.
possível, disponibilize um micro-
fone, mesmo que sem o sistema i. Cada estudante terá, no máximo, três minutos para sua declamação.
completo de som, para que os
estudantes experimentem de
fato a prática desse gênero oral. Dicas para que a atividade seja bem-sucedida
• Ao ler o boxe ao final da pági-
Confiram algumas orientações para o dia do poetry slam.
na, comente com os estudantes
que o poetry slam cresce a cada
a. O professor será o responsável por apresentar o evento e organizar a apresentação dos es-
ano no Brasil e no mundo e que,
muito próximo dos saraus, tra-
tudantes, chamando os participantes um a um.
ta-se, sobretudo, de uma práti- b. Ao serem chamados, empreguem de forma expressiva a linguagem corporal, a facial e a voz,
ca artística e performática que despertando no espectador diversas sensações.
foi iniciada nos anos 1980, nos
EUA, por meio de uma iniciativa c. Articulem bem as palavras, façam as pausas necessárias e variem a entonação, dependendo
do escritor Marc Kelly Smith, em da expressividade do trecho declamado.
Chicago. Também conhecido d. Evitem olhar para baixo ou para cima, focando o olhar no público e nos jurados.
apenas como slam, pode ser de-
finido como uma competição de e. Enquanto outros slammers estiverem se apresentando, respeitem-nos, ouvindo-os com atenção.
poemas falados, um momento e
f. Caso o júri ou o professor identifique desrespeito a alguma regra, automaticamente o poeta
um espaço para a expressão po-
ética livre, com questões da atu-
estará desclassificado da competição.
alidade que podem ser debati- g. Ao final, o júri deverá atribuir as notas a cada participante. O vencedor receberá um prêmio
das, ou simplesmente uma for- simbólico.
ma de entretenimento. Esse
movimento, ao longo de sua Ao final do poetry slam, combinem um dia com o professor para que vocês possam fazer uma
existência, tornou-se também avaliação do evento e da sua participação.
um movimento social, artístico
e cultural, que avança progres-
sivamente e é celebrado em di- Poetry slam: identidade e resistência dos jovens poetas
versas comunidades em todo o O poetry slam não possui apenas uma preocupação poética,

Fábio Guinalz/Fotoarena
mundo. Atualmente, o termo mas cultural e social. Isso ocorre porque a competição preza pelo
poetry slam designa, de maneira caráter popular, e os temas abordados nesse tipo de evento são,
geral, a poesia autoral escrita geralmente, de relevância social, como o racismo, a situação da
para ser recitada, falada, exigin- mulher na sociedade, o preconceito e a violência. Trata-se,
do do poeta a performatividade
sobretudo, de uma tomada de consciência, um empoderamento
no momento da declamação.
por meio da voz e da poesia.
Dessa forma, ele revitaliza e re-
toma princípios básicos da poe- No Brasil, como em outros países, o poetry slam se
sia ocidental, principalmente a popularizou principalmente nas periferias, espaço no qual os
prática da oralidade e da parti- poetas têm grandes dificuldades de ver sua obra reconhecida.
lha de emoções, sentimentos, O Slam da Guilhermina é um dos mais fortes na cidade de São
ideias e mensagens. Paulo e existe desde 2012. Organizado ao ar livre, ao lado de uma
estação de metrô, o evento aproveita o espaço urbano e
periférico como elementos dos poemas recitados. Por isso,
Fotografia da slammer
qualquer um que passa por ali – pedestres, donas de casa, Roberta Estrela D’Alva em
comerciantes e moradores de rua – pode pegar o microfone e uma premiação, no Espaço
declamar sua poesia. Araguari, em São Paulo, 2012.

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02/08/2022 15:44:48

34

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Capítulo 2 ◆ Haicai
Objetivos

• Ler um haicai e conhecer as


características e a função socio-
comunicativa desse gênero.
Leitura BNCC

O texto que você vai ler a seguir é um haicai. Sobre o que você imagina que ele vai tratar? Em • Ao realizar a leitura do haicai
sua opinião, sobre que assuntos o eu lírico poderia versar em um texto poético tão curto quanto e compreender as especificida-
o haicai? Leia o texto para se encantar com estes versos. des desse texto poético, valori-
zando-o como forma de signifi-
cação da realidade e expressão
de subjetividades, os estudan-
Gota de orvalho: tes desenvolvem a competên-
lágrima da madrugada cia específica de Linguagens 1 e
a competência específica de
que a folha enxugou.
Língua Portuguesa 3.

SOUZA, Angela L. de. Três gotas de poesia.
Ilustrações originais: de Marilda Castanho. Ao analisar os recursos ex-
São Paulo: Moderna, 1996. p. 14. pressivos presentes no haicai,
como a metáfora e a personifica-
ção, reconhecendo-as como ele-
mentos que contribuem para a
poeticidade e expressividade do
texto, os estudantes desenvol-
vem as habilidades EF69LP48,
EF69LP54 e EF89LP37.
• Os estudantes aprimoram a
habilidade EF89LP33 ao ler o hai-
cai silenciosamente, a fim de de-
senvolver a autonomia de leitura.

BrAt82/Shutterstock.com
Fotos: Phuangphech e
Rogério Casagrande.
Orientações

Fotomontagem de
• Nesta seção, os estudantes
lerão e estudarão um haicai.
Antes da leitura, leia o texto in-
trodutório com eles e peça-lhes
que comentem o que sabem
Angela Leite de Souza dessa composição poética. Com
Reprodução/Acervo pessoal

base nas questões propostas,


A escritora começou a escrever aos 7 anos, quando foi alfabetizada, permita-lhes fazer suposições
e não parou mais. À medida que o tempo passou, a vocação de sobre o gênero haicai. Retome
escritora continuou sendo desenvolvida, e seus sentimentos as hipóteses na subseção Con-
continuaram sendo transmitidos em verso e prosa. versando sobre o texto.
Trabalhou como jornalista e escreveu livros para adultos, mas sua • Na sequência, leia o texto pa-
preferência é escrever para crianças, sobretudo porque nesses casos ra os estudantes, incentivando-
também pode desenhar para contar histórias, atividade que passou a -os a imaginar o que está sendo
desenvolver ao escrever o livro Um homem cor de limão. O texto lido exposto. Converse com eles so-
nesta página foi publicado no livro Três gotas de poesia. Esse foi o bre os sentimentos do eu lírico
Fotografia de Angela
vigésimo livro que Angela publicou. Leite de Souza, em 2018. evidenciados no texto e que si-
tuações do dia a dia poderiam
ser relacionadas à ideia trans-
35 mitida. Converse com os estu-
dantes também sobre o fato de
esse haicai não apresentar um
título, por isso, os sentidos do
a infância de uma pessoa que é escritora. Após explorar 02/08/2022 16:12:05
texto são construídos pelos lei-
o boxe, leve-os a perceber que os escritores são pessoas
tores ao ler cada um dos versos.
comuns, em geral apaixonadas por letras, palavras e nar-
Além disso, leve-os a perceber
rativas. Por fim, questione se alguém na turma gostaria
que o eu lírico do haicai precisa
de ser escritor e permita que se expressem livremente
ser direto em suas abordagens,
sobre isso.
pois se trata de um gênero tex-
tual curto.
• Antes da leitura do boxe sobre
a autora, pergunte aos estudan-
tes como eles acreditam que seja

35

09/08/2022 11:42:28
• A atividade 1 da subseção
Conversando sobre o texto tem Estudo do texto
como objetivo levar os estudan-
tes a verificar as hipóteses le- Conversando sobre o texto
vantadas antes da leitura do
haicai. Assim, é muito impor- 1. Suas hipóteses em relação aos assuntos sobre os quais um haicai poderia versar se confirma-
tante resgatá-las, a fim de que ram após a leitura? Comente. Resposta pessoal.
eles possam confirmá-las ou
2. Para você, é possível se expressar utilizando poucas palavras? Comente. Resposta pessoal.
refutá-las.
• Na atividade 2 da mesma sub- 3. Que sensações esse haicai despertou em você? Explique. Resposta pessoal.
Possíveis respostas: A criatividade da poeta; a imagem
seção, instigue os estudantes a 4. O que mais chamou sua atenção nesse haicai? criada pela cena descrita; a forma simples e sintética com
comentar as diferentes manei- que a poeta escreveu o haicai etc.
ras que utilizamos para nos ex- Escrevendo sobre o texto
pressar e esclareça que, muitas
vezes, uma única palavra pode 1. Por meio de uma linguagem poética, o eu lírico do haicai lido buscou definir um elemento da
representar um sentimento e natureza. Qual é esse elemento da natureza? Resposta: Uma gota de orvalho numa folha.
uma história vivida.
2. O eu lírico afirma que a folha enxugou a lágrima da madrugada. O que ele sugere com essa
• Nas atividades 3 e 4, oriente afirmação? Possível resposta: Um dos lugares onde o orvalho torna-se visível é na folha das árvores, assim, com um
os estudantes a apresentar suas olhar poético, o eu lírico considera o orvalho que está na folha uma lágrima da madrugada.
reflexões e compará-las com as 3. Leia as alternativas a seguir e escreva no caderno a que indica com que objetivo o poema foi
dos colegas. Isso é necessário produzido. Resposta: A.
para sondar a receptividade do
A. Para apresentar uma definição poética do que é uma gota de orvalho.
texto por parte dos estudantes.
Evidencie para a turma a impor- B. Para mostrar de que é feita uma gota de orvalho.
tância de respeitar os turnos de
C. Para relatar a tristeza da madrugada.
fala, bem como as opiniões di-
vergentes. 4. A respeito da estrutura do haicai, responda às questões.
• Nas atividades da subseção a. De que forma o texto está organizado na página?
Resposta: O poema é organizado em uma única estrofe, construída por três versos.
Escrevendo sobre o texto, é im- b. Os versos apresentados foram construídos empregando rimas?
portante que seja feita uma ex- Resposta: Não, os versos não apresentam rimas.
ploração tanto do sentido ex- 5. Verifique a seguir como é feita a metrificação de cada um dos versos do haicai lido e note a
presso nos versos quanto da es- posição das sílabas tônicas em destaque.
trutura deles, caracterizando, Go / ta / de / or / va / lho:
assim, o gênero haicai como uma 1 2 3 4 5
forma fixa composta de três ver- Lá / gri / ma / da / ma / dru / ga / da
sos, sem título e com uma regu- 1 2 3 4 5 6 7
laridade em relação à posição
que a / fo / lha en / xu / gou.
das sílabas tônicas dos versos.
1 2 3 4 5
• Ao propor as atividades 1 a 3, Resposta: É possível concluir que a
a. O que é possível concluir analisando a metrificação do haicai? quantidade de sílabas poéticas em cada
incentive os estudantes a reler o verso do texto é diferente. O primeiro e o terceiro verso possuem cinco sílabas poéticas, e o segundo verso possui sete sílabas poéticas.
haicai para localizar as informa- b. Agora, analise a sílaba tônica destacada em cada verso. Em que sílaba poética cada uma
ções solicitadas. delas se encontra? Resposta: No primeiro e no terceiro verso, na quinta sílaba poética; no segundo verso, na sétima
sílaba poética.
• Na atividade 2, explore com a c. Por que nos dois primeiros versos a contagem das sílabas poéticas não foi até o final da
turma a linguagem figurada em- palavra? Resposta: Porque as sílabas poéticas são contadas apenas até a última sílaba tônica.
pregada no haicai, levando-os a
perceber as semelhanças entre O haicai é um poema de forma fixa, pois apresenta três versos e uma regularidade em
uma gota de orvalho e uma lá- relação à quantidade de sílabas poéticas nos versos. No caso do haicai lido, as sílabas tônicas
grima. ocorrem na quinta sílaba poética (no primeiro e terceiro versos) e na sétima sílaba (no se-
• Para ampliar a atividade 3, gundo verso).
questione a turma acerca dos
motivos que teriam levado a
autora a produzir o haicai, refle- 36
tindo sobre as motivações que
levam alguém a escrever um
poema.
› As sílabas são contadas apenas até a última sílaba tô-
• Na atividade 4, retome com
02/08/2022 16:12:05
nica.
os estudantes o conceito de es- › Quando uma palavra termina por vogal e é seguida de
trofes e rimas, para elucidar outra ou outras vogais, conta-se apenas uma sílaba.
e v en t u a is di f ic ulda de s de
aprendizagem. • Comente que a escansão se baseia no som que as sí-
labas produzem, por isso, ler o verso em voz alta auxilia
• Para realizar a atividade 5, re- a identificar esse processo, além de ajudar a perceber
tome com os estudantes o con- qual é a sílaba tônica de cada palavra.
ceito de metrificação. Apresen-
te a eles as regras a seguir para
a realização da escansão dos
versos.

36

09/08/2022 11:42:28
• Apresente as informações so-
Origem do haicai bre a origem do haicai, a fim de
que os estudantes conheçam al-
De origem japonesa, o haicai se popularizou a partir da metade do século 17 pelas mãos de gumas peculiaridades desse gê-
Matsuo Bashô (1644-1694). Nascido em Ueno, Bashô era de uma família de samurais, tendo, nero poético.
por isso, uma formação escolar muito rígida, estudando poesia, filosofia e artes marciais. Na
juventude, decidiu se tornar um viajante e passou a levar uma vida bem simples, visitando • Na sequência, explore as figu-
ras de linguagem presentes no
diversas partes do Japão. Nessa fase, ao registrar as experiências de suas viagens, também
texto, com base na discussão
escrevia em haicais reflexões sobre o que via, levando esse gênero a se desenvolver enquanto das atividades do Explorando a
visão de mundo. linguagem, levando os estu-
Com o passar dos séculos, esse gênero poético se transformou até chegar ao que conhecemos dantes a reconhecer a poetici-
atualmente: com temas relacionados à natureza, com muita simplicidade, naturalidade e dade e a expressividade do hai-
profundidade, e, por vezes, com ironia e humor. cai ao empregar a metáfora e a
personificação.

Explorando a linguagem
• Ao propor a atividade 1, es-
creva o haicai na lousa e, usando
setas, demonstre a relação de
1. Releia o haicai e responda às questões a seguir. explicação estabelecida entre
a. A qual expressão do haicai se referem os dois últimos versos? as partes do texto, unidas pelo
Resposta: À expressão gota de orvalho. sinal de pontuação (dois-pon-
b. Que sinal de pontuação faz a separação entre os dois últimos versos e essa expressão? tos); retome o conceito de apos-
Resposta: O sinal de dois-pontos.
c. Que função esses versos desempenham em relação a essa expressão? to, sua função e o emprego dos
Resposta: O segundo e o terceiro verso trazem uma explicação para o que é a gota de orvalho. dois-pontos que o caracteriza.
2. No haicai, é empregada uma metáfora, figura de linguagem que apresenta uma comparação
implícita. • No item a da atividade 2, evi-
dencie para a turma as seme-
a. Que elementos são comparados implicitamente no haicai? lhanças entre a gota de orvalho
Resposta: A gota de orvalho com a lágrima da madrugada. Resposta: O emprego da metáfora consegue fazer
b. O que o emprego dessa metáfora confere ao haicai? que o texto tenha maior expressividade, ou seja, e uma lágrima. Dessa forma,
que as ideias se transmitam no texto de uma forma especial, com atribuição de novos significados às palavras. eles compreenderão que ambos
3. Releia os dois últimos versos do haicai. foram comparados indireta-
mente, por meio de suas simila-
ridades. Ao trabalhar o item b,
lágrima da madrugada explique aos estudantes que a
metáfora, assim como outras
Shutterstock.com

que a folha enxugou


Phuangphech/

figuras de linguagem, resulta de


uma forma não comum de ex-
a. Soltar lágrima é uma característica de seres pressão. Por isso, ela consegue
animados ou inanimados? conferir ao texto maior expres-
Resposta: É uma característica de seres animados.
b. No haicai, quem solta a lágrima? Trata-se de um ser animado ou inanimado? sividade, ou seja, faz as ideias
Resposta: A madrugada, portanto, é um ser inanimado. serem transmitidas no texto de
c. O que é possível concluir sobre a figura de linguagem empregada no trecho e o efeito de uma forma especial, com a atri-
sentido que ela provoca? Resposta: Ao atribuir uma ação de seres animados à madrugada, emprega-se uma buição de novos significados às
personificação, a qual contribui para um efeito poético no haicai.
palavras.
O haicai é um gênero poético de origem japonesa caracterizado por não apresentar título • Na atividade 3, leve os estu-
e ser formado por três versos com ou sem rima. Os haicais costumam descrever momentos dantes a perceber que é uma
específicos, geralmente relacionados à natureza, tomados como únicos, inéditos, em que o eu estratégia poética, empregando
lírico desfruta a natureza com o olhar e a representa por meio de uma reflexão sempre sim- uma figura de linguagem, atri-
buir atitudes exclusivamente de
ples e sintética. Dessa maneira, embora escrito com economia de palavras, o uso de figuras
seres animados (como chorar) a
de linguagens, como a metáfora e a personificação, enriquece o texto, gerando novos sentidos seres inanimados. Aproveite pa-
às palavras. ra mostrar outros exemplos à
turma, como o título do livro A
37 revolução dos bichos, de George
Orwell. Se possível, leia alguns
trechos desse livro com os estu-
dantes para que eles percebam
:12:05 02/08/2022 16:12:05
as ações praticadas pelos ani-
mais, de forma que concluam se
tratar da figura de linguagem
personificação.

37

09/08/2022 11:42:28
Objetivos

• Reconhecer que a poesia não Conexões Arte


é exclusividade dos poemas,
mas pode estar presente em
outras manifestações artísticas.
A poesia nas artes
• Apreciar algumas obras de A poesia está presente no dia a dia e nas mais diversas manifestações artísticas: em uma letra
arte, tecendo comentários de
ordem estética. de canção, em uma escultura, em uma pintura, no cinema etc. Mas, afinal, o que é poesia? Dife-
rentemente do poema, que é algo que se refere à forma estrutural em versos de um texto, a
BNCC poesia é algo mais abstrato, que desperta emoções e sentimentos. A poesia é a essência que há
no poema e em outras formas de arte ou fora dela. Confira alguns exemplos de onde a poesia
• Ao reconhecer a poesia em
pode se manifestar.
diversas manifestações artísti-
cas com as especificidades de
cada arte, os estudantes desen-
Museu de Arte Moderna, Nova York, EUA
Pintura
volvem as competências espe-
cíficas de Linguagens 1, 2 e 5. A pintura pode ser figurativa (representando se-
• O trabalho com esta seção res e objetos da realidade) ou abstrata (quando ex-
também compreende o desen- pressa ideias ou sentimentos) e consiste na aplica-
volvimento da competência ge- ção de tintas e outros pigmentos líquidos sobre
ral 3, visto que leva os estudantes uma superfície. Associando talento e trabalho, o
a valorizar e fruir diversas mani- pintor cria tons e texturas impressionantes. Por
festações artísticas e culturais.
meio de uma pintura, o artista pode representar o
Orientações mundo de forma subjetiva e causar nas pessoas
diferentes impressões, como encantamento, sur-
• Nesta seção, os estudantes
A noite estrelada, de Vincent van Gogh. presa, estranhamento e outras sensações.
são convidados a perceber mani- Óleo sobre tela, 73 cm × 92 cm, 1889.
festações poéticas em outras
linguagens artísticas, como a
dança, a escultura, a pintura, o
cinema e a fotografia. Portanto, Cinema
em um primeiro momento, dife-
rencie com eles poema de poe-
A diversidade de recursos que o cinema apresen-
sia, de modo que compreendam ta e utiliza em sua composição pode contribuir pa-
que o poema é o gênero textual ra que essa arte seja poética. Assim, a escolha de
que dá forma à poesia, a qual po- elementos como a luz, as sombras, a expressão e a
de estar presente em diversas atuação dos atores, os jogos de câmera e a própria
manifestações artísticas, como narrativa podem sugerir a poesia em movimento. A valsa, de Camille
escultura, música, teatro e mui- Claudel. Bronze.
Coleções de Pinturas do Estado da

tas outras, incluindo o poema. 43,2 cm × 23 cm ×


akg-images/Album/Fotoarena
Baviera, Munique, Alemanha/
Ilustrações: Sergio Lima/Arquivo da editora


34,3 cm, 1893.
O trabalho desenvolvido com
base nesta seção possibilita es- Escultura
tabelecer uma relação entre os A escultura pode ser figurativa ou abstrata. O ob-
componentes curriculares de jetivo inicial das esculturas era a representação do
Arte e de Língua Portuguesa,
corpo humano. Os escultores utilizam diversos ma-
principalmente ao levar os es-
tudantes a reconhecer a poesia teriais, como bronze, madeira, mármore, argila, en-
nas diferentes manifestações tre outros, para representar suas criações em relevo,
artísticas analisando suas ca- retratando os mais diversos seres e objetos.
racterísticas. Dessa forma, é im-
portante promover práticas pe-
dagógicas com o docente de 38
Arte a fim de elencar essas ca-
racterísticas.
• Analise as imagens com os
02/08/2022 16:12:07
estudantes e pergunte o que
cria, na opinião deles, a poesia
em cada uma. Oriente a discus-
são de forma organizada, per-
mitindo a socialização das apre-
ciações estéticas.

38

09/08/2022 11:42:29
• As questões propostas podem
ser respondidas de forma coleti-
va durante o compartilhamento
de apreciações e críticas acerca
das imagens apresentadas.

Fotografia • Durante a realização das ati-


vidades 1 e 2, possibilite aos es-
A poesia também pode estar presente na fotografia. O fotógrafo que domina sua tudantes expor suas impres-
arte sabe qual instante registrar, como balancear os elementos que compõem uma sões sobre as imagens e descre-
ver seus sentimentos, além de
imagem, de que forma trabalhar com a luz natural ou artificial. Um bom domínio
ouvir com atenção as coloca-
dessas habilidades pode resultar em fotografias poéticas, que transmitem sensações,
ções dos colegas. Evidencie a
ideias e impressões variadas. importância de respeitar os tur-
nos de fala, bem como as res-
postas divergentes. Ao explorar
Música a atividade 1, evidenciando a
manifestação ar tística mais
A combinação de sons e ritmos cria essa forma
presente no cotidiano de cada

Ilustrações: Sergio Lima/


de arte tão presente na vida das pessoas. Ao lon- estudante e suas apreciações

Arquivo da editora
go do tempo, o ser humano aprimora as formas estéticas, é possível estabelecer
de criá-la e recriá-la, assim como os meios e os elementos formadores das cul-
instrumentos para produzi-la e criar poeticidade. turas juvenis.
• Para a realização da atividade
3, solicite aos estudantes que le-
vem para a sala de aula, em data
preestabelecida, uma imagem
que julguem poética. Para isso,
oriente-os a pesquisar em livros
e sites, ou então podem selecio-
nar fotografias ou obras artísti-
cas próprias ou de pessoas co-
nhecidas. Para finalizar a ativi-
Dança dade, pergunte a cada um o
porquê da escolha e quais ele-
Considerada a arte da expressão corporal coreografada

Shutterstock.com
mentos permitem considerar a
ou improvisada (livre), a dança pode ou não ser acompa-
Master1305/
imagem selecionada poética.
nhada por música. Atualmente, essa forma de arte é bas- Avalie a coerência das respostas,
tante diversificada, com novas linguagens e técnicas de- lembrando que o poético não é
senvolvidas e experimentadas para impactar por meio do algo fixo, universal, mas uma
movimento corporal. A poesia está presente na dança por abstração, uma subjetividade
meio dos movimentos do corpo dos bailarinos, que des- que varia de sujeito para sujeito.
Fotografia de um
O que pode ser poético para um
pertam no público as mais variadas reações e sentimentos. espetáculo de dança
contemporânea. estudante pode não ser para ou-
tro. Portanto, esteja atento em
Confira as respostas das questões nas orientações ao professor. relação às justificativas forneci-
1. Qual das manifestações artísticas apresentadas está mais presente em seu dia a dia? das nas respostas e explore os
2. Em sua opinião, que elementos permitem que essas imagens sejam consideradas poéticas? diferentes pontos de vista na
discussão.
3. Em casa, pesquise imagens que retratem pinturas, esculturas ou fotografias que você consi-
dere poéticas. Escolha uma que mais tenha chamado sua atenção para compartilhar com os
colegas e o professor.
39

:12:07 Respostas dos, sugerindo um movimento, pode ser poética; na fo-


02/08/2022 16:12:07

tografia do espetáculo de dança, a expressão corporal


1. Resposta pessoal. Peça aos estudantes que apontem das dançarinas e o jogo de sombras e luzes podem con-
as situações, ocasiões e lugares em que veem tais ma- tribuir para que a poesia se manifeste.
nifestações artísticas.
3. Resposta pessoal.
2. Resposta pessoal. Possível resposta: Na escultura de
Camille Claudel, a posição dos personagens representa-

39

09/08/2022 11:42:29
Objetivos

• Conhecer o conceito de ora- A língua em estudo


ção sem sujeito e identificar
suas características. Oração sem sujeito
BNCC 1. A seguir, leia a manchete e a linha fina de uma notícia.

• Ao compreender a oração
sem sujeito, os estudantes apri- Pela terceira vez, tempo muda e chove na área
moram a habilidade EF08LP06,
central de Campo Grande
pois necessitam retomar alguns
tipos de sujeito já estudados.
• A compreensão da oração
Municípios do interior têm alerta de rajadas de vento de até 60 Km/h

sem sujeito possibilita aos estu-


CLAJUS, Kleber. Pela terceira vez, tempo muda e chove na área central de Campo Grande.
dantes desenvolver a compe-
Campo Grande News, 29 jan. 2018. Disponível em: https://www.campograndenews.com.br/meio-ambiente/
tência específica de Língua pela-terceira-vez-tempo-muda-e-chove-na-area-central-de-campo-grande. Acesso em: 5 abr. 2022.
Portuguesa 2, uma vez que de-
vem se apropriar dessa cons- a. Qual é o assunto dessa notícia?
Resposta: A mudança do tempo ou do clima na cidade de Campo Grande.
trução frasal, como forma de b. Em sua opinião, por que esse assunto virou notícia?
interação nos diferentes cam- Possível resposta: Porque se trata de um fato inesperado, que tem chamado a atenção da população da região.
pos de atuação e de participa- 2. Releia duas orações retiradas da manchete.
ção da cultura letrada.
A. [...] tempo muda [...]
• Ao explorar o uso do verbo B. [...] e chove na área central de Campo Grande
ter em substituição ao verbo
haver nas orações sem sujeito, a. Qual é o predicado de cada uma das orações?
reconhecendo-o como um em- Resposta: Oração A: muda; oração B: chove na área central de Campo Grande.
b. Em qual dessas orações é possível identificar o sujeito?
prego da variedade linguística Resposta: Na oração A.
popular e informal e contrapon- c. E na outra oração, há sujeito? Explique.
do-o à norma-padrão, os estu- Resposta: Não, na oração B há apenas o predicado, pois tem somente uma informação que não se refere a um sujeito.
dantes desenvolvem a compe-
A oração cujo predicado não se relaciona ou não é atribuído a nenhum ser é chamada
tência específica de Língua
oração sem sujeito. Nessas orações, são empregados verbos impessoais.
Portuguesa 4 e a habilidade
EF69LP55.

Orientações Verifique a seguir alguns casos em que ocorre oração sem sujeito.

• Na atividade 1, oriente os es- • Com verbos ou expressões que indicam fenômenos da natureza: nevar, chover, anoitecer,
tudantes a deduzir o assunto trovejar, gear, entardecer. Analise alguns exemplos.
noticiado pela leitura da man- Nevou no Rio Grande do Sul e os agricultores perderam suas plantações.
chete e da linha fina apresenta-
das. Na sequência, instigue-os a
Faz frio intenso no inverno russo.
refletir sobre os assuntos e fa- • Com o verbo haver no sentido de existir e quando indica tempo decorrido. Exemplos:
tos que são geralmente noticia- Há três coisas de que os adolescentes gostam muito: chocolate, falar ao telefone e reunir-se
dos em manchetes de jornais,
com os amigos! (Há = existem)
levando-os a perceber a curiosi-
dade presente nessa manchete, Havia uma seção apenas com livros de poemas. (Havia = existia)
visto que os avisos sobre o clima Carolina e Juliano namoram há três anos. (Há = tempo decorrido)
e o tempo geralmente são apre-
sentados de outra forma. • Com o verbo fazer quando indica tempo decorrido ou a decorrer:
• A propor a atividade 2, retome Faz um mês que Diana e Ronaldo começaram a namorar.
com a turma a classificação dos Fazia seis meses que Eduardo terminara a faculdade.
tipos de sujeito e dos tipos de
predicado. Caso surjam dúvidas, 40
revise também as classes gra-
maticais (adjetivo, substantivo e
verbo). Ainda na atividade 2, se
julgar necessário, explique que a 02/08/2022 16:12:08

diferença entre os dois predica-


dos é que em “tempo muda” há
um termo em posição de sujeito
(tempo) a que o predicado (mu-
da) se refere. Em “chove na área
central de Campo Grande”, o
enunciado se concentra no pre-
dicado, e a ação não é atribuída a
nenhum termo.

40

09/08/2022 11:42:29
• Com o verbo ser, quando indica tempo. Exemplos: • Ao final do estudo dos casos
em que ocorre oração sem su-
Era muito tarde quando Marcela chegou da festa. Seus pais estavam preocupados. jeito, destaque a invariabilidade
Nunca é cedo demais para investir em um sonho. de número dos verbos impesso-
ais. Explique-lhes que as locu-
Reflexão sobre o uso da língua: ções verbais com o verbo fazer,
verbo ter com sentido de haver indicando fenômeno da nature-
za e tempo decorrido, são tam-
1. A seguir, leia uma tirinha em que o personagem Hagar pede um favor a seu amigo Eddie bém impessoais, portanto, con-
Sortudo. jugadas apenas no singular.
Apresente à turma os exemplos

© 2022 King Features Syndicate/Ipress


a seguir.
› Vai fazer 10 anos que me for-
mei na faculdade.
› Deve fazer muitas semanas
de sol nos próximos seis meses.
• Para a realização da atividade
1, oriente os estudantes a ler a
tirinha, considerando o texto
verbal e o não verbal. Além dis-
BROWNE, Chris. O melhor de Hagar, o Horrível. Porto Alegre: L&PM, 2011. v. 5. p. 57. se, evidencie a necessidade de
a. No primeiro quadrinho, que frase Eddie utiliza para concordar em ajudar o amigo Hagar? considerar o contexto em que
Resposta: A frase “Não tem problema!”. as frases foram empregadas
b. Qual é o sentido dessa frase? para a compreensão da tirinha,
Resposta: A frase expressa o sentido de que o favor seria fácil e de que não haveria maiores dificuldades.
c. Analise a expressão facial de Eddie ao pronunciar essa frase. O que essa expressão indica? visto que as mesmas palavras
Possíveis respostas: Gentileza, confiança, tranquilidade, segurança. podem transmitir ideias dife-
d. No segundo quadrinho, a expressão de Eddie e sua atitude de ajudar Hagar se mantêm?
rentes quando utilizadas em
Justifique sua resposta. Resposta: Não, a expressão facial de Eddie passa a ser de surpresa e medo diante da contextos distintos.
dificuldade da tarefa (subir até uma janela que está muito alta) e sua frase sugere que ele não concorda mais em ajudar o amigo.
2. Analise estas duas frases ditas por Eddie: “Não tem problema!” e “Tem problema!”. • Na atividade 2, auxilie os estu-
a. Por que elas foram grafadas em negrito e qual é a importância delas para o humor da tirinha? dantes a reconhecer o emprego
da forma verbal tem e o sentido
b. Que sentido a forma verbal tem expressa nessas frases? Escreva a opção correta no caderno. que ela expressa na frase e no
Resposta: B.
A. Posse.
2. a. Resposta: Elas foram destacadas porque, no primeiro caso, enfatiza a certeza de Eddie e, no segundo, contexto, ou seja, o sentido de
evidencia a mudança no discurso do personagem, que quebra a expectativa da história e causa humor.
existir ou haver um problema.
B. Existência. Se necessário, retome com eles
os casos em que ocorrem as
C. Aparência.
orações sem sujeito, enfatizan-
c. Qual das formas verbais a seguir poderia substituir a forma tem sem alterar o sentido das do o emprego do verbo haver
frases? Escreva a opção correta no caderno. Resposta: C. com sentido de existir. Assim,
eles deverão reconhecer que, de
A. Pode.
acordo com a norma-padrão da
B. Possui. Língua Portuguesa, deveria ter
sido empregada outra forma
C. Há.
verbal nas frases: “Não há pro-
d. No diálogo dessa história, predomina um registro mais formal ou mais informal? Com que blema!” e “Há problema!”. Con-
finalidade o diálogo foi construído dessa forma? tudo, enfatize que, no cotidiano,
Resposta: Predomina um registro mais informal. Possível resposta: Para representar mais fielmente a situação informal vivida fazendo uso da linguagem infor-
pelos personagens.
mal, é comum encontrar essa
Em situações informais de comunicação, é recorrente o emprego do verbo ter como im- ocorrência com o verbo ter. Du-
pessoal, em substituição ao verbo haver. rante essa abordagem, é impor-
tante explorar a variedade lin-
guística praticada pelos estu-
41 dantes e incentivá-los a presti-
giá-la, tanto quanto a reconhe-
cer a importância de saber a
forma verbal mais adequada de
:12:08 02/08/2022 16:12:08
acordo com a norma-padrão.

41

09/08/2022 11:42:30
• Oriente os estudantes a ler a
estrofe do poema da atividade 1 Praticando
e incentive-os a comentar o que
compreenderam sobre ela; des- 1. Leia, a seguir, uma estrofe de um poema de Álvaro de
sa forma, espera-se que eles Campos, heterônimo de Fernando Pessoa, um dos mais
consigam responder ao item a representativos poetas de Portugal.
com mais facilidade. Para a rea-
lização dos itens b e c, explique- [...]
-lhes que o verbo haver, no sen- Há sem dúvida quem ame o infinito,
tido de existir, é conjugado ape-
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
nas no singular. No entanto, é
importante mostrar a eles que Há sem dúvida quem não queira nada —

ArtCapri/Arquivo da editora
esse verbo apresenta outros sig- Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
nificados, admitindo conjugação
não só no singular, mas também Porque eu amo infinitamente o finito,
no plural. Nos itens d e e, chame Porque eu desejo impossivelmente o possível,
a atenção deles para o fato de o
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
verbo haver, nesse caso, não ser
atribuído a nenhum ser e, por is- Ou até se não puder ser...
so, a mensagem centra-se ape- [...]
nas no processo verbal.
PESSOA, Fernando. O que há. In: PESSOA, Fernando.
Poesia de Álvaro de Campos: livro do professor.
São Paulo: FTD, 1992. p. 56. (Grandes Leituras).

a. Leia a seguir a definição da palavra idealista.

IDEALISTA adj.2g. Relativo a idealismo; s.2g. que ou quem sonha, idealiza.


i.de.a.lis.ta

IDEALISTA. In: BUENO, Francisco da Silveira. Minidicionário da língua portuguesa. São Paulo: FTD, 2016. p. 438.

No poema, o eu lírico se considera idealista? Por quê?


Resposta: Não, pois julga apresentar atitudes contrárias às dos tipos de idealistas existentes.
b. Que expressão se repete no início dos três primeiros versos? 1. h. Resposta: O eu lírico iniciou
Resposta: “Há sem dúvida”.
c. Que sentido essa repetição ajuda a construir na estrofe? os versos com orações sem
Resposta: B. sujeito para apenas indicar a
existência dos três tipos de
A. A ideia de falta de vocabulário do eu lírico. pessoas das quais trata: as que
desejam o infinito, as que
B. Dá ênfase no enunciado que expressa a existência de algo. desejam o impossível e as que
não querem nada.
C. A contradição no pensamento do eu lírico.
d. Qual é o verbo presente nessa expressão que se repete? Nesse caso, que tipo de oração
esse verbo constitui?
Resposta: O verbo haver, que constitui orações sem sujeito.
e. Que sentido apresenta o verbo haver nessas orações?
Resposta: O sentido de existir.
f. Agora, escreva no caderno uma oração usada na estrofe que apresente sujeito.
Possíveis respostas: “Porque eu amo infinitamente o finito” ou “quem ame o infinito”.
g. Qual é o tipo de sujeito dessa oração?
Resposta: Sujeito simples: eu; quem.
h. Como você percebeu, o eu lírico iniciou a estrofe com versos formados por orações em que
não há sujeito. Por que isso ocorreu?
42

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42

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2. Leia outro poema. • Na atividade 2, avalie se os
estudantes compreenderam a
Festa da alegria temática explorada no poema e
E a festa acompanhava a noite e o dia se perceberam que o verbo tro-
Quando a aurora chegava e quando ela se ia. vejar apresenta diferentes sen-
tidos no texto. Assim, enfatize
Toda a criançada desfilava pela rua que as mesmas palavras podem
apresentar sentidos diversos
Brincava, enquanto a chuvarada caía.

Thiago Ossostortos/Psonha/
conforme o contexto em que
aparecem. Com ba se nisso,
Os meninos correndo,

Arquivo da editora
mostre-lhes que é possível veri-
As meninas caminhando, ficar o sentido do verbo, nesse
Qualquer um que passava caso, pelo aparecimento ou não
do sujeito na oração.
Olhava sonhando!
• Ao explorar a atividade 3, en-
“É festa! É festa! fatize aos estudantes que os
verbos fazer e haver, quando
Trovejou
impessoais, devem ser usados
à vontade... sempre na terceira pessoa do
Mas, ninguém singular. A flexão de tempo
ocorre normalmente. Apresente
trovejou contra nossa festividade!”
os exemplos a seguir.
SPÍNOLA, Ana Luiza. Festa da alegria. ANASPINOLA, 11 out. 2013.
Disponível em: https://anamspinola.blogspot.com/2013/10/festa-da
› Faz muitos meses que não
-alegria-e-festa-acompanhava.html. Acesso em: 5 abr. 2022. viajo.
a. Sobre o que esse poema versa? Resposta: Sobre a alegria das crianças diante da chuva. › Há muitas pessoas interessa-
b. Releia os dois últimos versos da terceira estrofe. Para você, que sentido tem essa frase? das na escola.
Resposta esperada: Essa frase faz a associação de que a alegria era tanta que quem via a festa começava a sonhar em estar participando dela. › Havia muitos estudantes no
c. Releia a última estrofe do poema e analise as formas verbais em destaque. museu.
“É festa! É festa! 2. c. Resposta: Não, na primeira ocorrência, a forma verbal trovejou refere-se a um
fenômeno da natureza. Na segunda ocorrência, a forma verbal foi empregada para indicar
Trovejou uma ação de alguém no sentido figurado, que é esbravejar, reclamar, irritar-se com algo. Sugestão de atividade
à vontade... 2. d. Resposta: “Trovejou/à vontade...”: oração sem sujeito,
pois é uma oração cujo enunciado se concentra no
• Para avaliar o conhecimento e
Mas, ninguém predicado, sem se referir a um sujeito; “Mas, ninguém/
o desempenho dos estudantes
trovejou contra nossa festividade!” trovejou contra nossa festividade!”: oração cujo predicado em relação ao conteúdo aborda-
se refere ao pronome ninguém, um sujeito simples. do nesta seção, proponha-lhes
Elas apresentam o mesmo sentido? Explique. uma atividade de análise. Para
d. O verbo trovejar foi usado em uma oração com sujeito e em outra sem sujeito. Explique isso, escreva em pedaços de pa-
esses dois casos, classificando o sujeito no caso em que ele existir. pel orações sem sujeito, orações
com sujeito indeterminado e
3. Leia as frases a seguir analisando as formas verbais em destaque. orações com sujeito (simples e
A. Faz duas horas que chegamos. B. Tem três pessoas na fila. composto). Entregue uma frase
a cada estudante e oriente todos
C. Os idosos têm prioridade. D. Ele faz o serviço em dois dias. a analisar a frase, identificar o
a. Em quais dessas frases é possível identificar o sujeito? Por quê? sujeito e classificá-lo de acordo
Resposta: Nas frases C e D. Porque, nesses casos, os verbos das orações revelam algo relativo a seu sujeito. com os conhecimentos já adqui-
b. E nas outras orações, há sujeito? Explique. Resposta: Não, são orações formadas apenas de predicado. ridos. Ao final da atividade, con-
c. Que verbos compõem o predicado dessas orações? Resposta: Os verbos fazer e ter. sidere as respostas dos estu-
dantes e verifique se é necessá-
d. O que é possível concluir sobre esses verbos que compõem o predicado de orações sem rio retomar a explicação de al-
sujeito? Resposta: É possível concluir que esses verbos são impessoais. gum desses casos.
e. O que é possível concluir comparando-se todas essas orações com os verbos em destaque?
Resposta: É possível concluir que a impessoalidade de um verbo depende do contexto em que ele é empregado,
ou seja, o mesmo verbo pode ser ora impessoal, ora pessoal. 43

:12:08 08/08/2022 13:53:13

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Objetivos

• Ler outro haicai e identificar Outra leitura


as características e a função so-
ciocomunicativa desse gênero. O texto a seguir também é um haicai. Considerando o que você já estudou sobre esse gênero,
qual poderia ser o assunto dele? Você acha que há semelhanças entre este haicai e o que foi lido
BNCC anteriormente? Quais?
• Ao realizar a leitura do haicai Leia o poema para verificar se suas hipóteses e avaliações se confirmam.
e explorar suas significações e
expressões de subjetividade, os
es tudantes desenvolvem a
competência específica de Lin-
guagens 1, a competência espe-
cífica de Língua Portuguesa 3 e
a habilidade EF89LP33.
• Ao analisar os recursos expres-
sivos presentes no haicai, os es-
tudantes desenvolvem a habili-
dade EF69LP48. Jardim no outono.
• O trabalho com os recursos Dos voos da borboleta
empregados no poema para es-
Só ficou a sombra.
tabelecer sentido, como a inver-
são da ordem das palavras na CUNHA, Leo. Haicais para filhos e
pais. Ilustrações originais: Salmo

Foto: art_of_sun/Shutterstock.com
oração, permite a esta seção

Fotomontagem de Camila Ferreira.


Dansa. Rio de Janeiro: Galerinha
explorar a habilidade EF69LP54. Record, 2013. p. 18.
• Ao procurar ampliar seu reper-
tório de leitura de haicais, selecio-
nando, lendo e valorizando novos
exemplares, os estudantes de-
senvolvem a competência geral 3.

Orientações

• Nesta seção, os estudantes


analisarão outro haicai. Como
eles já estudaram algumas das
características desse gênero, ela
pode servir de avaliação para
verificar o que aprenderam. Se Leo Cunha (1966-)

Reprodução/Acervo pessoal
necessário, retome algum as- Escritor, jornalista, tradutor e professor universitário, Leo Cunha
pecto que eventualmente preci-
nasceu em Bocaiúva (MG), em 1966, e mora desde pequeno em Belo
se ser reforçado. Lembre-se de
Horizonte. Autor de mais de 50 livros infantis e juvenis, livros de
considerar o conhecimento que
crônicas e de diversas traduções, tem como maior paixão escrever
eles demonstraram na avaliação
para as crianças e os jovens. Muitos de seus livros já lhe renderam
realizada na seção Iniciando o
alguns prêmios de literatura infantil e juvenil brasileira, como o
trajeto e o desempenho deles
Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), o Jabuti e o João
na seção Leitura desta unidade.
de Barro. Entre suas obras destacam-se O menino que não mascava
• Antes da leitura do haicai, leia chiclê, O sabiá e a girafa, Lápis encantado, Ninguém me entende
o texto introdutório com a tur- nessa casa!, entre outros. Fotografia de Leo Cunha,
ma a fim de que os estudantes em 2011.
façam comparações entre o
texto a ser lido e o que foi estu- 44
dado anteriormente.
• Aproveite para conversar so-
bre a estrutura desse haicai, Com relação à temática, peça-lhes que destaquem o que 02/08/2022 16:12:09
comparando-o com o da seção há em comum entre os dois haicais lidos.
Leitura. Explore a quantidade
de versos e estrofes e a metrifi- • Leia o boxe a respeito do autor do poema e converse
com eles sobre as informações apresentadas. Se julgar
cação, a fim de que os estudan-
conveniente, peça aos estudantes que pesquisem ou-
tes percebam que o gênero pos-
tros autores que também produzam haicais e quais as-
sui uma estrutura fixa.
suntos eles costumam abordar.
• Na sequência, proponha aos
estudantes a leitura do haicai e
oriente-os a fazer comentários
sobre as sensações causadas
por ele e o que acharam dele.
44

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1. Suas hipóteses sobre o assunto do haicai se confirmaram? Comente com seus colegas.
Resposta pessoal.
• Após a leitura, resgatem as hi-
póteses levantadas pelos estu-
2. Que sensações, sentimentos ou impressões a leitura desse haicai despertou em você? Com- dantes no início da seção, a fim
partilhe sua experiência com os colegas. Resposta pessoal. de que eles possam confirmá-
3. Esse poema foi inspirado em uma característica do outono. Com base em seus conhecimentos, -las ou não. As atividades 1 e 2
explique que característica é essa. visam retomar as discussões
anteriores. Assim, é importante
4. Em sua opinião, como o eu lírico se sente ao descrever o jardim no outono? que os estudantes comparti-
Resposta pessoal.
5. Por que no haicai o eu lírico diz que só ficou a sombra dos voos da borboleta? lhem com os colegas as refle-
Resposta esperada: Porque no outono a presença de borboletas nos jardins diminui, e a sombra representa essa ausência. xões que tiveram.
6. Outra característica do haicai é a temática que costuma explorar os elementos da natureza.
a. De que forma essa temática está presente no poema lido?
• Durante a realização da ativi-
dade 3, explore com a turma o
b. Em sua opinião, quais sentimentos essa estação do ano provoca no eu lírico? contexto do poema e levante as
Possíveis respostas: Saudade, melancolia, desalento, entre outros. características da estação do
7. A respeito da estrutura desse haicai, responda às questões a seguir.
ano citada no haicai, de modo
a. O haicai apresenta título? que possam estabelecer uma
Resposta: Não.
b. Ele é composto de quantos versos? 3. Resposta esperada: Trata-se de uma estação em que há relação entre o que está sendo
Resposta: Ele é composto de três versos. uma queda da temperatura e as folhas e flores começam a expresso no poema e as carac-
c. Esses versos apresentam rimas? cair. Em razão disso, quase não é possível encontrar/observar terísticas dessa estação.
Resposta: Os versos não apresentam rimas. pequenos insetos voando, como é o caso das borboletas.
8. Releia o segundo e o terceiro verso do haicai. 6. a. Resposta: Ao falar sobre o outono, o haicai explora um
elemento da natureza, no caso, as estações do ano.
• Na atividade 4, oriente os es-
tudantes a comentar o que con-
Dos voos da borboleta seguem perceber acerca do eu
Só ficou a sombra. lírico e do sentimento que ele
demonstra em relação ao outo-
a. Que forma verbal foi empregada nesses versos? Resposta: A forma verbal ficou. no. Nesse sentido, eles devem
b. Qual é a transitividade dela? Resposta: Ela é intransitiva. destacar as palavras que permi-
tem tal reflexão.
c. Qual é o núcleo do sujeito a que essa forma verbal se refere? Resposta: Sombra.
d. A expressão “Dos voos da borboleta” acompanha que palavra? O que essa expressão oca-
• Para desenvolver a atividade
5, incentive os estudantes a
siona nesse verso? àResposta: A palavra sombra. A expressão “Dos voos da borboleta” acrescenta uma informação
palavra sombra, especificando a que tipo de sombra o eu lírico estava se referindo. elencar as principais caracterís-
e. Com base nas respostas anteriores, os termos da oração analisados estão em ordem direta ticas do outono. Depois, peça a
ou indireta? Por que o autor optou por essa ordem? eles que indiquem as sensações
Resposta: Na ordem indireta. Resposta esperada: Para dar ênfase à expressão “Dos voos da borboleta”. que essas características des-
pertaram no eu lírico, ajudan-
Haicais para filhos e pais do-os a perceber que a palavra
Editora Galerinha

O haicai lido nesta seção foi publicado nesse livro. Nele, você sombra foi utilizada como um
poderá conhecer muitos outros textos desse gênero de origem símbolo de saudade ou de lem-
japonesa, mas com o toque brasileiro, já que os haicais presentes
brança distante, visto que du-
nesse livro se afastam de uma característica fundamental dos
haicais japoneses: os temas da natureza; e se aproximam da vida rante o outono é rara a presen-
em sociedade, como a relação entre pais e filhos na atualidade. Capa do livro ça de borboletas nos jardins.
Haicais para filhos e pais, de Leo Cunha. Publicado pela editora
Galerinha Record, 2013.
Haicais para
filhos e pais. • No item a da atividade 6, re-
force a temática do texto lido.
O xale azul da sereia Comente que, tradicionalmente,
os haicais apresentam temas
Editora Escala

O que a primavera, o mar, o vento, coqueiros, pássaros,


Educacional

uma borboleta dourada, sereias, girassóis, a chuva, um galo


relacionados à natureza, no en-
cantor e uma aranha têm em comum? Tudo isso pode virar tanto, há escritores, como o
poesia nos haicais desse livro de Roseana Murray, com próprio autor desse texto, que
Capa do livro produzem haicais abordando
belíssimas ilustrações de Edith Derdyk.
O xale azul da
O xale azul da sereia, de Roseana Murray. Publicado pela outros assuntos. No item b, ca-
sereia.
editora Larousse do Brasil, 2006. so eles ainda apresentem difi-
culdade em identificar os senti-
45 mentos do eu lírico, peça a eles
que comentem quais sentimen-
tos o poema despertou neles
para, com base nisso, inferirem
:12:09 • A atividade 8 explora vários conceitos gramaticais, co- › Ordem indireta: “Dos voos da borboleta só ficou a
02/08/2022 16:12:09
o do eu lírico.
mo a transitividade verbal, o núcleo e o complemento do
sujeito. Se necessário, retome-os com a turma, pois eles
sombra”.
› Ordem direta: Só a sombra dos voos da borboleta ficou.
• Aproveite a atividade 7 para
avaliar se a turma já reconhece
serão essenciais para que os estudantes identifiquem
uma característica importante nesse haicai, a ordem in- • Antes de ler o boxe de indicação de livros, questione que a estrutura do haicai é fixa,
composta de três versos, o pri-
os estudantes se gostaram de ler os haicais apresenta-
direta, com a finalidade de dar ênfase a determinada meiro e o último com cinco síla-
dos neste capítulo e, sobretudo, incentive-os a ler outros
expressão apresentada no início. Para que eles compre- bas poéticas e o segundo com
exemplares do gênero, como os dos livros apresentados.
endam isso, é possível ainda, no item e, apresentar a sete sílabas poéticas. Realize a
Se possível, instigue-os a pesquisar também na internet.
oração na ordem direta e comparar os termos que são escansão dos versos com os es-
enfatizados em cada uma das orações. tudantes, caso considere im-
portante.

45

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Objetivos

• Praticar a escrita por meio da Produção escrita


produção de um haicai.
• Iniciar a produção de um livro Haicai
de haicais.
Após ter lido dois haicais e estudado as principais características desse tipo de poema, você vai
BNCC produzir um haicai para ser divulgado posteriormente, por meio de um Livro de haicais produzido
pela turma.
• Ao criar um texto em versos,
seguindo as características do
gênero e explorando o uso de
Planejando o texto
recursos sonoros e semânticos,
Antes de começar a escrever o poema, siga algumas orientações para planejá-lo.
os estudantes desenvolvem a
habilidade EF89LP36. a. Inicialmente, defina qual será o assunto a ser abordado no haicai. Confira algumas sugestões
• Ao planejar o poema, os estu- que podem auxiliá-lo a refletir sobre isso.
dantes deverão engajar-se ati-
vamente para organizar as in- • Estações do ano (primavera, verão, outono e inverno).
formações, definindo a mensa-
gem e a estrutura composicio-
• Clima (temperatura).
nal do haicai, desenvolvendo a • Fauna (animais).
habilidade EF69LP51. • Flora (plantas).
• Ao produzir um texto com • Sentimentos (felicidade, alegria, tristeza, bondade etc.).
compreensão e autonomia, de
modo a expressar ideias e senti-
• Sensações e lembranças vividas.
mentos, os estudantes desen- • Experiências do dia a dia (com pessoas, animais, objetos etc.).
volvem a competência específi-
ca de Língua Portuguesa 3. b. Concentre-se na situação sobre a qual você vai escrever, refletindo sobre as sensações e
Orientações experiências que ela remete a você.

• Inicie a seção retomando as c. Anote essas informações, pois elas ajudarão a definir o que será exposto e qual mensagem
será transmitida no poema.
características do gênero explo-
radas nas seções anteriores. d. Relembre a estrutura de um haicai (quantidade de versos e estrofes, que podem ou não
Destaque, portanto, três ele-
apresentar rimas), pois lhe ajudará a definir o conteúdo do seu poema.
mentos: a temática, a estrutura
composicional e a metrificação. e. Com base no tema e nas reflexões feitas anteriormente, faça anotações sobre o que gostaria
• Durante o planejamento, é im- de expor, levando em consideração a quantidade de versos que o haicai deve apresentar.
portante conversar com os estu- f. Outro recurso que você poderá empregar para auxiliar a construir seu poema são as figuras
dantes sobre cada um dos itens de linguagem, entre elas comparação, metáfora, personificação, hipérbole, metonímia, antí-
apresentados, visto que eles au- tese etc.
xiliam a organizar as ideias
quando forem escrever o texto. g. Pense também em algumas imagens que poderão ser utilizadas no final da produção para
Caso os estudantes tenham al- ilustrar seu poema.
guma dificuldade ou dúvida, pro-
mova uma discussão para que Produzindo o texto
todos possam ter a mesma
oportunidade de conhecimento Chegou o momento de escrever seu haicai. Confira algumas orientações que ajudarão você
durante a produção do texto. nessa produção.
• Ao iniciar a produção, além de a. Escolhido o tema e definido o que será abordado no poema, inicie a produção dos versos.
ler com eles cada uma da s
Insira ideias e sensações que despertem emoções no leitor.
orientações, é importante auxi-
liá-los durante a construção do 46
texto, analisando o que estão
fazendo e auxiliando-os quando
necessário.
02/08/2022 16:12:09

46

09/08/2022 11:42:31
b. Outro aspecto importante com relação à estrutura do haicai é sua metrificação. Antes de • Se julgar interessante, con-
escrever as primeiras ideias e começar efetivamente a produzir o texto, lembre-se de que a forme os estudantes forem fi-
estrutura de cada verso deve ser da seguinte forma: nalizando, permita-lhes trocar
os textos com um colega a fim
• primeiro verso: formado por cinco sílabas poéticas. de que possam ajudar uns aos
• segundo verso: formado por sete sílabas poéticas. outros; para isso, reúna estu-
dantes de diferentes perfis e
• terceiro verso: formado por cinco sílabas poéticas. habilidades.
c. Empregue figuras de linguagem para criar expressividade no texto.
d. O haicai pode ou não apresentar rimas. Caso queira, a rima pode ser utilizada para auxiliar
• A reescrita do texto é muito
importante, pois permite anali-
na construção da sonoridade e também na metrificação dos versos. sar a produção e fazer a adequa-
e. O ritmo é importante e pode ser obtido por meio de recursos, como a repetição de determi- ção dela de acordo com a dis-
nadas letras e/ou palavras, da rima, da pontuação, da pronúncia mais intensa de certas síla- cussão feita com o colega.
bas e também da posição das palavras. • Faça a mediação dessas tro-
cas de conhecimento entre os
f. Atente para o emprego da pontuação, pois ela auxilia na construção do ritmo do poema e na
estudantes a fim de que pos-
organização das informações.
sam realizar a atividade de for-
ma harmoniosa. Aproveite tam-
Avaliando o texto bém para realizar uma avaliação
da aprendizagem deles acerca
Finalizado o haicai, troque-o com o de um colega. Avaliem o texto um do outro com base nas
dos elementos composicionais
questões a seguir.
e estruturais do gênero haicai.
a. O tema escolhido está claro para o leitor?
b. O poema está estruturado em uma estrofe de três versos?
• Na sequência e para finalizar o
texto, solicite a eles que avaliem
c. A metrificação de cada verso foi respeitada? o haicai produzido com base nas
orientações apresentadas. Eles
d. Foram empregadas figuras de linguagem para ajudar a criar expressividade ao poema? devem escrever a versão defini-
Após analisarem os poemas, avaliem as sugestões dadas. Passem o poema a limpo em uma tiva do poema considerando os
folha avulsa ou utilizem um programa de edição de texto em um computador. Se preferirem, façam ajustes que identificaram ante-
uma ilustração para o poema. riormente, pois ele será publica-
do em um livro da turma.
Na sequência, vocês vão confeccionar um Livro de haicais da turma. O livro será concluído ape-
nas no capítulo 3, em que será orientada a produção da quarta capa dele. Depois de pronto, o livro • Para finalizar a proposta des-
poderá ser disponibilizado na biblioteca da escola para que estudantes de outras turmas conheçam ta seção, organize os estudantes
os haicais produzidos. em quatro grupos para cada um
desempenhar a função deter-
minada. Enfatize que o livro não
Iniciando a produção do Livro de haicais será finalizado nesse momento.
Para começar a organizar o livro, a turma deverá ser dividida em grupos, e cada grupo desem- Por isso, após os grupos termi-
penhará uma das funções a seguir. narem as atividades, guarde os
textos, o sumário, a introdução
• Grupo 1: organizará os textos produzidos podendo colocá-los em ordem alfabética por nome e a capa para serem utilizados
de autores, destacando também o número da página do texto. em momento posterior. No ca-
• Grupo 2: produzirá um sumário, indicando o nome dos autores e a página do texto. pítulo seguinte, eles produzirão
um texto para a quarta capa do
• Grupo 3: fará a capa do livro, criando um título e uma ilustração para ele de modo a chamar livro. Caso a turma seja nume-
bastante a atenção dos leitores.
rosa, forme mais grupos e pro-
• Grupo 4: produzirá a apresentação do livro, explicando o objetivo da produção dos haicais e duza dois livros de haicais, ga-
os processos utilizados para a construção dos textos. rantindo, assim, que todos os
estudantes estejam envolvidos
Feito tudo isso, guardem o livro. No capítulo 3, vocês estudarão o gênero quarta capa de livro
ativamente nos trabalhos.
e vão produzir uma para o livro de vocês, finalizando-o.
47

:12:09 02/08/2022 16:12:10

47

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Objetivos
Ponto de verificação
• Avaliar o reconhecimento de
oração com sujeito indetermi-
nado. 1. Em qual das orações a seguir o sujeito é indeterminado? Resposta: C
• Avaliar o reconhecimento de
A. Gustavo comeu o chocolate todo.
oração sem sujeito.
• Verificar os conhecimentos B. A rua estava deserta.
sobre as características da ora-
ção sem sujeito e da oração com C. Falaram muito bem da sua torta de limão.
sujeito indeterminado. D. As meninas e os meninos estão se apresentando na praça.
• Avaliar os conhecimentos E. Fui ver uma mostra de cinema muito interessante.
acerca dos gêneros poema e
haicai.
2. Identifique a alternativa em que há uma oração sem sujeito. Resposta: A
Orientações
A. Faz muito calor no Rio de Janeiro nestes dias.
• Após a realização da ativida-
de 1, escreva as orações na lousa B. Não se falava em outra coisa na festa.
para, com os estudantes, en-
C. Anunciaram o novo show do artista.
contrar os sujeitos e classificá-
-los. Verifique como está o de- D. Gosto de sol e praia.
sempenho da turma e, caso seja
necessário, reforce o conteúdo
E. Meus filhos chegarão ainda hoje.
por meio de novas atividades e
dinâmicas. 3. Leia as informações a seguir e indique a que está incorreta sobre o sujeito indeterminado e
a oração sem sujeito. Resposta: E
• Para corrigir a atividade 2, ex-
plique por que a alternativa A é a
A. Na oração sem sujeito, o predicado não é atribuído a nenhum ser.
correta, embora seja esperado
que os estudantes saibam que o B. Na oração com sujeito indeterminado, não se esclarece quem praticou a ação, seja
verbo fazer foi empregado im- porque não se sabe, seja apenas porque não se quer revelar.
pessoalmente. Leve-os a perce-
ber que, nessa oração, o predica- C. Uma das marcas do sujeito indeterminado é a forma verbal conjugada na terceira
do não se relaciona ou não é pessoa do plural.
atribuído a nenhum ser, portan- D. Verbos que indicam fenômenos da natureza, como chover, trovejar, ventar, emprega-
to, é uma oração sem sujeito.
dos com sentido literal, são indicadores de orações sem sujeito.
Questione quanto aos sujeitos
das demais orações: B e C, sujei- E. Tanto a oração sem sujeito quanto a oração com sujeito indeterminado podem revelar
tos indeterminados; D, sujeito ao leitor por meio da forma verbal o sujeito que praticou a ação.
desinencial. Verifique as even-
tuais dificuldades que apresen- 4. De acordo com o que você estudou sobre os gêneros trabalhados nesta unidade, aponte as
tarem para, com base nelas, pla- semelhanças e diferenças entre o poema e o haicai.
nejar a progressão do conteúdo. 4. Resposta: Ambos os gêneros são escritos em versos, porém o haicai possui uma forma fixa, que
• Após a realização da atividade é a de três versos. Além disso, os temas do poema podem ser os mais variados possíveis, enquanto
que os do haicai costumam ser relativos a aspectos da natureza. Tanto o poema quanto o haicai
3, leia cada alternativa e peça aos Autoavaliação podem apresentar linguagem figurada e um trabalho estético com a linguagem capaz de produzir
estudantes que identifiquem o diversos efeitos de sentido, como ritmos e sonoridades.
que está correto e, se possível, Para avaliar como foi seu desempenho no decorrer desta unidade, reflita sobre as ativida-
citem exemplos. Na alternativa des realizadas e os conteúdos trabalhados e faça uma lista de suas principais dificuldades.
E, verifique se perceberam facil- Em seguida, elabore uma estratégia para a superação delas, isto é, o que fazer para ter um
mente que o problema está na aproveitamento melhor durante o ano letivo.
informação de que, na oração
sem sujeito, não é possível iden-
tificar quem praticou a ação ver- 48
bal, pois ela não é atribuída a
nada nem a ninguém. Aproveite
essa dinâmica para identificar
relação entre o poema e o haicai. Se notar defasagens, poemas variados e haicais, que pesquisem o assunto na
quais aspectos do conteúdo pre- 02/08/2022 16:00:15
volte aos conteúdos na unidade, releia os textos e pro- internet, que procurem assistir a filmes, vídeos e docu-
cisam ser recuperados.
mova novas práticas de análise. mentários sobre poesias ou poetas etc. Utilize as infor-
• Faça a leitura da atividade 4
• Na Autoavaliação, auxilie os estudantes a elaborar mações trazidas pelos estudantes para avaliar também
em voz alta e peça aos estudan- as próprias práticas e rever o planejamento das próxi-
estratégias de superação das dificuldades apresentadas
tes que escrevam suas respos- mas unidades.
durante a unidade. Sugira-lhes, por exemplo, que leiam
tas individualmente para, na se-
quência, conversar com os cole-
gas sobre as conclusões às quais
chegaram. Mostre-lhes que essa
atividade não exige uma respos-
ta fixa, mas uma percepção da

48

09/08/2022 11:42:31
Iniciando o trajeto Objetivos

• Avaliar os conhecimentos so-


bre o gênero quarta capa de livro.
1. Analise a imagem a seguir e indique no caderno o nome de cada uma das partes com seus
respectivos números. Resposta: 1 – capa; 2 – orelha; 3 – miolo; 4 – quarta capa; 5 – lombada. • Verificar a capacidade de
identificar o sujeito da oração e
sua relação com a voz verbal.

3
2
• Avaliar os conhecimentos so-
bre o gênero resenha crítica.
• Avaliar o reconhecimento da

Rafaela Panissa/Arquivo
equivalência entre as vozes
passiva analítica e passiva sin-
tética.

da editora
Orientações

4 1 • Na atividade 1, verifique se os
estudantes sabem os nomes de
5 cada parte indicada e, caso seja
2. Selecione um livro na biblioteca. Em seguida, junte-se a mais três colegas e analisem as obras necessário, instrua-os a fazer
selecionadas. Para isso, orientem-se pelas questões a seguir. uma pesquisa. É impor tante
2. b. Resposta pessoal. Caso
contenha orelhas, elas podem que eles conheçam o nome de
a. Quais informações constam na capa de cada livro? incluir ou não texto, os quais cada uma dessas partes, pois
Possíveis respostas: Título, nome do autor, nome do tradutor, editora, ilustrador etc.
geralmente trazem
b. Há orelhas nos livros selecionados? O que elas contêm? informações sobre os autores
um dos gêneros a serem estu-
e/ou sobre a obra. dados na unidade é o texto da
c. Que informações há na quarta capa deles?
2. c. Resposta pessoal. Geralmente contém um texto curto que apresenta um breve quarta capa de livro. Durante a
3. Analise as orações a seguir. resumo ou sinopse do livro. Costuma conter também o código de barras, o número de exploração do conteúdo, relem-
ISBN e o nome e a logomarca da editora.
bre esses nomes com eles.
A. Meu time foi vencido pelo adversário ontem.
B. O cachorro da vizinha latiu a noite toda.
• Viabilize a pesquisa solicitada
na atividade 2 e permita aos es-
C. Pedro cortou-se com a tesoura. tudantes que manuseiem os li-
Resposta: Na oração A, meu time; na oração B, vros, a fim de conhecer melhor
a. Indique o sujeito de cada uma dessas orações. o cachorro da vizinha; na oração C, Pedro. as partes que os compõem. Co-
b. Indique em qual dessas orações o sujeito: mo haverá variações nas res-
postas, é interessante que elas
• praticou uma ação; • recebeu uma ação; • praticou e sofreu uma ação. sejam exploradas e as respecti-
Resposta: Na oração B. Resposta: Na oração A. Resposta: Na oração C.
4. Pesquise na internet uma resenha crítica sobre um livro que você leu. Em seguida, escreva um vas partes sejam apontadas pa-
ra que todos confiram. Peça-
parágrafo expondo a opinião do resenhista: se ela é positiva ou negativa e se você concorda
Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes sejam capazes de selecionar uma resenha -lhes também que comparem
com ela e por quê.
crítica (e não outro gênero); e perceber a opinião do resenhista, se ela é positiva ou os tipos de quarta capa, como o
5. Analise a oração a seguir. negativa, e ainda a apreciação demonstrada sobre a obra. texto é escrito, que tipo de in-
formações apresentam etc. No
Vendem-se livros usados em ótimo estado. decorrer das atividades no capí-
tulo referentes a esse conteúdo,
retome essa discussão e incen-
Considere o sujeito da oração e indique qual das alternativas a seguir apresenta o mesmo tive a comparação dos textos
sentido. Justifique sua resposta. que serão trabalhados na uni-
A. Os estudantes estão vendendo livros usados em ótimo estado. dade com esses exemplares
analisados previamente.
B. Livros usados em ótimo estado são vendidos. Resposta: B, pois é a única que mantém o mesmo
sujeito (livros usados em ótimo estado), o qual • Reproduza as orações da ati-
C. O diretor vende livros usados em ótimo estado. recebe a ação verbal. vidade 3 na lousa e solicite aos
estudantes que, com base no
49 verbo, encontrem o sujeito e
percebam se este sofre, recebe
ou, a um só tempo, pratica e re-
cebe a ação verbal. Se perceber
• Na atividade 4, para verificar o que os estudantes sa- cula apassivadora (se) ou com um verbo02/08/2022
auxiliar mais
16:10:26 alguma dificuldade, apresente-
bem do gênero resenha crítica, analise as respostas e, um verbo no particípio. É importante proporcionar ativi-
-lhes mais exemplos e explique
com base nelas, elabore as melhores estratégias para a dades que levem os estudantes a ter essa percepção an-
cada caso. Os estudantes que
abordagem do gênero na unidade. tes de serem apresentados ao conteúdo acerca da voz
tiverem compreendido o assun-
• Na atividade 5, busque incentivar a percepção de que passiva analítica e voz passiva sintética, visto que as di-
ferenças são muito tênues.
to podem auxiliar os demais.
o sujeito é o termo que sofre a ação verbal e que esse Com base em suas percepções,
sentido pode ser expresso de duas formas, com a partí- elabore as estratégias que julgar
necessárias para nivelar o co-
nhecimento da turma a respeito
desse conteúdo durante as ati-
vidades do capítulo.

49

09/08/2022 11:44:44
Objetivos

• Analisar uma escultura e re-


conhecê-la como uma manifes-
tação artística.
• Resgatar o conhecimento
prévio sobre os gêneros quarta

Unidade
capa e resenha crítica.

2
BNCC

• Nesta seção, os estudantes


são incentivados a tecer consi-
derações acerca da escultura e a
apresentar suas ideias e os sen-
timentos despertados por ela,
desenvolvendo, assim, a habili-
dade EF89LP27.
• Ao reconhecer a escultura co-
Quarta capa e
mo uma manifestação artística,
inferindo os sentidos construí-
resenha crítica
dos na leitura da imagem, os
es tudantes desenvolvem a
competência específica de Lin-
guagens 2.
Principais conteúdos
Orientações
desta unidade
• Apresente aos estudantes os
principais conteúdos da unidade
e questione-os sobre o que sa-
• Quarta capa
bem de cada um. Em seguida, • Vozes verbais
anote essas informações na
lousa, construindo um diagra- • Resenha crítica
ma, como um mapa mental, li-
gando os conteúdos ao que for • Voz passiva analítica e
sendo mencionado pela turma. voz passiva sintética
Considerando as informações
coletadas nesse momento e
com base nas respostas e no
desempenho dos estudantes na
seção Iniciando o trajeto, se ne-
cessário, é possível alternar a
sequência de trabalho de alguns
conteúdos ou seções. Você pode
trabalhar inicialmente as seções
Leitura e Outra leitura, caso se-
ja preciso evidenciar o trabalho
com o gênero em estudo. Con-
tudo, caso a defasagem notada
esteja relacionada aos elemen-
tos linguísticos, é possível prio-
rizar ou dispensar tempo maior
às seções A língua em estudo e 50
Ampliando a linguagem, seja
desse capítulo, seja do próximo.

02/08/2022 16:10:28

50

09/08/2022 11:44:44
• No momento da conversa ini-
cial e ao realizar as atividades,
oriente os estudantes a respei-
tar os colegas que quiserem fa-
lar para que todos possam ser
ouvidos.
• Informe à turma que a escul-
tura apresentada foi feita com
uma quantidade de livros dis-
posta de forma circular, for-
mando uma torre. Nas duas ex-
tremidades internas da instala-
ção, foram colocados espelhos.
Em uma das laterais, há um bu-
raco por onde o espectador po-
de olhar por dentro e ter a sen-
sação de um túnel infinito for-
mado por livros (conforme re-
presenta a imagem).
• Ao propor a atividade 1, in-

Biblioteca Municipal de Praga, República Tcheca/Vadym Lysenko/Shutterstock.com


centive os estudantes a com-
partilhar as ideias e sensações
suscitadas pela escultura, a fim
de inferir a possível intenção do
escultor. Assim, eles desenvol-
vem estratégias de argumenta-
ção oral.
• Na atividade 2, diga aos estu-
dantes que se considera obra de
arte tudo aquilo que o ser hu-
mano cria com objetivo simbóli-
co, que representa um conceito
determinado. Leve-os a perce-
ber que o artista responsável
pela concepção dessa escultura
cria, por meio dela, um significa-
do que ele quer transmitir ao
público.
Fotografia de uma escultura feita com livros, intitulada Torre sem fim, localizada na Biblioteca Municipal de Praga, • Na atividade 3, leve os estu-
na República Tcheca. dantes a compartilhar com os
Confira as respostas das questões nas orientações ao professor. colegas alguns dos livros que
1. Em sua opinião, que ideia essa escultura produzida com tantos livros procura leram e que os marcaram, expli-
passar ao público? cando a importância desse livro
na vida deles.
2. Essa escultura pode ser considerada uma obra de arte? Explique.
3. O que a leitura causa em você? Cite um livro que tenha se tornado importante • A atividade 4 pode servir de
avaliação dos conhecimentos
para você e explique como foi a experiência dessa leitura. prévios dos estudantes acerca
4. Nesta unidade, vamos estudar os gêneros quarta capa e resenha crítica. Você dos gêneros a serem estudados.
se recorda de já ter lido algum texto desses gêneros? Em caso afirmativo, Por meio dela, é possível plane-
comente com os colegas sobre o que eles tratavam. jar e estipular as estratégias de
abordagem durante as aulas.
51

:10:28 Respostas 3. Resposta pessoal. Possível resposta: A leitura amplia


02/08/2022 16:10:29

nossos horizontes e tem a capacidade de nos transpor-


1. Resposta pessoal. Possível resposta: A ideia de que a tar para outros lugares e tempos.
leitura nos leva a percorrer um caminho fantástico e
4. Resposta pessoal. Ouça as colocações dos estudantes
convida o público a entrar em um mundo maravilhoso
e promova um momento de troca de experiências, reto-
de fantasia e de descobertas infinitas.
mando as atividades realizadas na seção Iniciando o
2. Resposta: Sim, pois a instalação cria beleza e deter- trajeto. Faça outros questionamentos, se necessário, a
minado efeito no espectador; provoca sensações, refle- fim de ampliar e enriquecer a conversa.
xões etc. Esse é um dos aspectos da escultura que nos
permitem considerá-la uma obra de arte.

51

09/08/2022 11:44:45
Capítulo 3 ◆ Quarta capa
Objetivos

• Ler uma quarta capa e conhe-


cer as características e a função
sociocomunicativa desse gênero.

BNCC
Leitura
• A competência específica de
A imagem a seguir é a reprodução da quarta capa do livro A invenção de Hugo Cabret. Que
Língua Portuguesa 3 é contem-
plada nesta seção uma vez que informações você imagina que constarão na quarta capa desse livro? Com que objetivos você acha
os estudantes leem e compreen- que esse gênero é produzido? Leia o texto para descobrir.
dem uma quarta capa de livro.
• A realização da leitura da
A.
Edições SM

Edições SM
quarta capa pelos estudantes, A.
bem como o incentivo à leitura
do livro A invenção de Hugo
Cabret, cria um ambiente favo-
rável para o desenvolvimento
da competência específica de
Língua Portuguesa 9 e da habi-
lidade EF69LP49.
• Ao ler o texto de quarta capa,
expondo suas opiniões e impres-
sões a respeito da obra apresen-
tada, os estudantes desenvol-
vem as habilidades EF69LP45 e
EF69LP46.

Orientações

• Antes da leitura da quarta ca-


pa, leia o texto introdutório com
os estudantes e peça-lhes que
comentem o que sabem a res-
peito de uma quarta capa, in-
clusive no que tange à função
desse gênero textual. Utilize as
questões propostas para discu-
tir com eles as expectativas
diante do texto que será lido.
Essa é uma possibilidade para
ampliar a avaliação dos conhe-
cimentos prévios deles.
• Solicite aos estudantes que
analisem a imagem apresenta-
da na quarta capa e comentem
o que acharam dela. Na sequên-
cia, peça-lhes que façam uma
leitura silenciosa, a fim de pro-
mover a autonomia de leitura SELZNICK, Brian. A invenção de Hugo Cabret.
deles. Oriente-os a verificar São Paulo: SM, 2007. Quarta capa.
com que intenção o texto foi
produzido e quais informações 52
sobre o livro foram apresenta-
das.
• Discuta com os estudantes dense Brian Selznick, conhecido por escrever e ilustrar parte do universo juvenil ao tratar de sonhos e propósi-
02/08/2022 16:10:31
sobre essa leitura inicial, de mo- textos infantis. tos frequentemente demonstrados por esse público. As-
do que sejam destacadas as in-
formações que considerarem • Esse livro teve uma adaptação para o cinema em 2011. sim, para se aproximar dele, a obra retrata um menino
de 12 anos em uma aventura em busca de esperança e
O filme foi produzido pelo cineasta Martin Scorsese e
mais significativas. Depois, peça transformações que dão sentido à vida.
recebeu 11 indicações ao Oscar.
a quatro estudantes que se vo-
luntariem para fazer a leitura do • Comente com a turma que tanto o livro cuja quarta
texto em voz alta, indicando a capa foi lida quanto sua adaptação para o cinema fazem
cada um que leia um parágrafo.
• Comente com os estudantes
que o autor do livro A invenção
de Hugo Cabret é o estaduni-

52

09/08/2022 11:44:45
• A atividade 1 da subseção
Estudo do texto Conversando sobre o texto tem
como objetivo levar os estu-
Conversando sobre o texto dantes a verificar as hipóteses
levantadas antes da leitura da
1. Após a leitura, as hipóteses que você levantou sobre as informações que poderiam constar quarta capa. Assim, é muito im-
nessa quarta capa se confirmaram? Comente. Resposta pessoal. portante resgatá-las, a fim de
que eles possam confirmá-las
2. Caso não tenha lido esse livro, a quarta capa despertou seu interesse por lê-lo? Por quê? ou não.
Resposta pessoal.
Escrevendo sobre o texto
2. Resposta: O livro é destinado aos leitores que se interessam por
literatura voltada a essa faixa etária. É possível concluir isso pelo enredo • Na atividade 2 da mesma sub-
do livro, sugerido na quarta capa. seção, incentive os estudantes a
1. Com que objetivo uma quarta capa de livro é produzida? comentar os trechos que consi-
Resposta: Com a finalidade de promover o livro, instigando os leitores a adquiri-lo e, consequentemente, lê-lo. deraram mais interessantes da
2. A quem esse livro é destinado? Como é possível concluir isso? quarta capa e de que modo eles
contribuem para incentivar o
3. Em que parágrafo o leitor entra em contato com informações sobre o enredo?
Resposta: No segundo parágrafo. 4. Resposta: Hugo Cabret, um menino órfão que carrega um leitor a ler o texto na íntegra. É
4. Quem é o personagem central dessa história? grande segredo e, por causa disso, vive escondido na central importante motivá-los a reali-
de trem na cidade de Paris.
zar a leitura do livro. Caso algum
5. Ao resumir o enredo da história, o autor não revela o desfecho nem detalha os fatos. Por que
Resposta: Porque o objetivo é instigar o leitor a ler o livro para estudante já tenha lido esse li-
isso é importante em uma quarta capa? conhecer a história. Caso todas as informações sejam apresentadas, a vro ou assistido ao filme, insti-
leitura do livro perderá sua atração e seu encanto, fazendo o leitor não se sentir motivado a ler todo o livro.
6. Na quarta capa, além do texto verbal, há uma imagem. Analise-a atentamente. gue-o a compartilhar com os
6. a. Resposta: A imagem, provavelmente, faz referência ao personagem principal da colegas o que achou e quais sen-
a. A quem ela faz referência? história, Hugo Cabret, cujo rosto aparece parcialmente, retratando que ele vive sações a história causou nele.
escondido e esgueirando-se por passagens secretas na estação central de Paris.
b. Com que intenção ela foi inserida na quarta capa?
Resposta: Ela foi inserida para ilustrar a história e, ao mesmo tempo, chamar a atenção do leitor. • Para desenvolver as ativida-
des 1 a 6 da subseção Escreven-
Explorando a linguagem do sobre o texto, empregue a
estratégia Turn and talk, ins-
1. Releia o trecho inicial da quarta capa e note o verbo destacado. truindo os estudantes a conver-
Prepare-se para entrar em um mundo onde o mistério e o suspense ditam as re- sar sobre elas antes de respon-
dê-las por escrito. Outra forma
gras.
de realizar essas atividades é
a. O verbo destacado está em que modo verbal? O que ele expressa? organizando-os em dupla s,
Resposta: No modo imperativo. Expressa um convite ou estímulo ao leitor. unindo estudantes de diferen-
b. Por que ele foi empregado nesse modo verbal na quarta capa? tes perfis para que se ajudem
Resposta: Porque esse modo verbal pode ser utilizado para instigar o leitor a ler o livro.
2. Releia agora o trecho final da quarta capa e note os adjetivos destacados. mutuamente.

Um desenho enigmático, um caderno valioso, uma chave roubada e um homem • Na atividade 1, para que os
estudantes compreendam a fi-
mecânico estão no centro desta intrincada e imprevisível história, que, narrada por nalidade do gênero, é importan-
texto e imagens, mistura elementos dos quadrinhos e do cinema, oferecendo uma di- te ressaltar as características
ferente e emocionante experiência de leitura. dele: apresentação de uma bre-
ve contextualização da obra,
a. Os adjetivos destacados caracterizam quais elementos citados sobre o livro? posicionamento do escritor do
Resposta: Enigmático: desenho; valioso: caderno; intrincada e imprevisível: história; diferente e emocionante: experiência. texto sobre o livro ao qual a
b. Escreva esse trecho no caderno eliminando os adjetivos destacados. Qual dos trechos apre-
quarta capa pertence e aprecia-
senta uma apreciação mais positiva sobre o livro: o trecho apresentado ou o que você re- ção do livro de forma a instigar
escreveu? Explique. Resposta: O trecho apresentado, pois os adjetivos auxiliam na apreciação positiva feita pelo
autor, ajudando a caracterizar os personagens, os objetos e as situações que fazem parte da o leitor a adquiri-lo.
história.
O texto que apresenta uma breve sinopse de um livro e o contexto da história nele • Para realizar as atividades 2, 3
e 4, oriente as duplas a reler o
narrada é chamado quarta capa. Nesse gênero, há trechos expositivos e apreciativos, texto quantas vezes forem ne-
visto que seu objetivo é convencer o leitor a adquirir o livro e lê-lo. cessárias para localizar as infor-
mações solicitadas.
53 • Aproveite a atividade 5 para
conversar com a turma sobre
estratégias de convencimento e
persuasão, que podem ser utili-
:10:31 do leitor sobre o personagem, complementando a ideia • Na atividade 2 da mesma subseção, evidencie
02/08/2022os adje-
16:10:31 zadas na quarta capa para in-
de divulgação do livro e persuasão do leitor. tivos como recurso expressivo em uma quarta capa, pois fluenciar o leitor a ler o livro. Se
• Na atividade 1 da subseção Explorando a linguagem, eles contribuem para a construção da apreciação positi-
va sobre a obra. Assim, a escolha de adjetivos para ca-
julgar pertinente, para eviden-
ciar esse recurso, selecione al-
destaque aos estudantes a importância do verbo no
modo imperativo com efeito de sentido apelativo, a fim racterizar os elementos descritos sobre o livro é uma guns livros e leia com os estu-
de criar uma aproximação com o leitor e convencê-lo a forma de imprimir ao texto um julgamento de valor. dantes a quarta capa deles.
se interessar pelo livro. • Ao explorar a atividade 6, mos-
tre à turma que a imagem tam-
bém é empregada, nessa quarta
capa, para instigar a curiosidade

53

09/08/2022 11:44:45
Objetivos

• Conhecer e estudar as vozes A língua em estudo


verbais e o agente da passiva.
• Identificar o efeito de sentido Vozes verbais
decorrente do uso da voz passiva.
1. Releia um trecho da quarta capa do livro A invenção de Hugo Cabret.
BNCC [...] Hugo cuida dos gigantescos relógios do lugar [...].
• Nesta seção, os estudantes a. Qual é o sujeito dessa oração? Resposta: O sujeito é Hugo.
identificam a presença de voz
ativa e voz passiva em textos, b. Esse sujeito pratica ou sofre a ação expressa pela forma verbal cuida?
Resposta: O sujeito pratica a ação expressa pela forma verbal.
desenvolvendo, assim, a habili- 2. A oração analisada na atividade foi reescrita a seguir.
dade EF08LP08.
• Ao perceber a voz passiva co- Os gigantescos relógios do lugar são cuidados por Hugo.
mo recurso que atribui impes-
soalidade aos textos, os estu- a. Nessa oração, que termo passou a funcionar como sujeito da locução verbal são cuidados?
Resposta: O termo Os gigantescos relógios do lugar.
dantes são levados a desenvol- b. Esse sujeito pratica ou sofre a ação expressa pela forma verbal?
ver a habilidade EF08LP14. Resposta: O sujeito sofre a ação expressa pela locução verbal.
3. Agora, releia o período completo extraído do texto.
• Ao estudar as vozes verbais,
identificando os termos das [...] Hugo cuida dos gigantescos relógios do lugar: escuta seus compassos, observa os
orações, os estudantes desen- enormes ponteiros e responsabiliza-se pelo funcionamento das máquinas.
volvem a habilidade EF08LP06.
• Ao ler os recursos apresenta- a. Qual é o sujeito da forma verbal em destaque?
Resposta: Hugo é o sujeito da forma verbal responsabiliza-se.
dos na seção, como trecho de b. No trecho lido, esse sujeito: Resposta: C.
notícia, manchetes e tirinha,
identificando a ideia central de A. pratica a ação expressa pelo verbo.
cada um, os estudantes desen- B. sofre a ação expressa pelo verbo.
volvem a habilidade EF69LP03,
bem como a competência espe- C. pratica e sofre a ação expressa pelo verbo ao mesmo tempo.
cífica de Língua Portuguesa 3.

Orientações O verbo pode se referir a um sujeito que pratica a ação; a um sujeito que recebe a ação; ou
• Nas atividades 1 a 3 do tópico a um sujeito que pratica e recebe ao mesmo tempo a ação. O sujeito que pratica a ação ver-
bal é chamado sujeito agente. O que recebe a ação expressa pelo verbo é denominado sujei-
Vozes verbais, os estudantes
devem perceber a relação esta- to paciente. O sujeito que pratica e recebe a ação ao mesmo tempo é chamado sujeito agen-
belecida entre verbo e sujeito, a te e paciente.
qual pode assumir vozes dife- Essa relação que o verbo estabelece com o sujeito é chamada voz verbal. Na língua por-
rentes – ativa, passiva ou refle- tuguesa, existem três vozes verbais: ativa, passiva e reflexiva.
xiva –, que indicam se o sujeito
gramatical é o agente da ação
verbal, o paciente ou ambos. Voz ativa
Auxilie-os a estabelecer essa
1. Leia as orações a seguir.
relação entre sujeito e verbo,
apresentando novos exemplos A. A quarta capa apresentou um breve comentário sobre o livro.
e tirando dúvidas sempre que
necessário. B. Um breve comentário sobre o livro foi apresentado pela quarta capa.

• Após explorar a atividade 1 do Nas orações lidas, são apresentadas as mesmas informações, mas com enfoques diferentes.
tópico Voz ativa, mostre para a a. Em qual das orações a ênfase está no agente da ação verbal? Resposta: Na oração A.
turma, de forma mais detalhada,
b. Em qual delas a ênfase não está no agente da ação verbal? Resposta: Na oração B.
as diferenças entre as duas cons-
truções das vozes verbais. Confi- 54
ra algumas sugestões a seguir.
› Voz ativa: “A quarta capa apre-
sentou um breve comentário so-
bre o livro.”. Informe-lhes que, paciente; “foi apresentado” é a ação; e “pela quarta capa” é 02/08/2022 16:10:31

nessa oração, “a quarta capa” é o o agente.


sujeito agente; “apresentou” é a
ação; e “um breve comentário so-
bre o livro” é o objeto direto.
› Voz passiva: “Um breve co-
mentário sobre a obra foi apre-
sentado pela quarta capa.”. Mos-
tre-lhes que, nessa outra oração,
“um breve comentário sobre a
obra” é o sujeito não agente ou

54

09/08/2022 11:44:45
Releia outro exemplo, extraído da quarta capa do livro A invenção de Hugo Cabret. • Na atividade 1 do tópico Voz
passiva, ajude os estudantes a
voz ativa
perceber como o sujeito sofre
Hugo cuida dos gigantescos relógios do lugar [...]. determinada ação em vez de
praticá-la, abordando a diferen-
sujeito agente (pratica a ação de cuidar) ça de sentido entre ler e ser lido.
Dê destaque às diferenças entre
Em uma oração, quando o sujeito é agente, o verbo está na voz ativa. as construções e apresente ou-
tros exemplos.
Voz passiva • Ao explorar a atividade 1 do
tópico Voz reflexiva, chame a
1. Leia a oração a seguir. atenção dos estudantes para a
forma verbal imaginou-se e pe-
O livro A invenção de Hugo Cabret foi lido por muitas pessoas. ça a eles que reconheçam quem
realiza a ação verbal de imagi-
a. Qual é o sujeito da oração? nar e sobre quem ela recai, a fim
Resposta: Sujeito: O livro A invenção de Hugo Cabret.
b. Nessa oração, o sujeito pratica ou sofre a ação expressa pelo verbo? de perceberem que, nesse caso,
Resposta: Sujeito: Sofre a ação (ler). o sujeito pratica e sofre a ação
c. Reescreva a oração substituindo esse sujeito pelo termo muitas pessoas.
Resposta: Muitas pessoas leram o livro A invenção de Hugo Cabret. verbal ao mesmo tempo.
d. Ao fazer a alteração, a ênfase do enunciado permanece sobre o mesmo termo? Explique.
Resposta: Não, a ênfase recai sobre o termo muitas pessoas.
Agora, confira a oração a seguir.
• Se julgar pertinente, mostre
aos estudantes a primeira es-
voz passiva trofe do poema “Vou-me embo-
ra pra Pasárgada”, de Manuel
A obra A invenção de Hugo Cabret foi adaptada para o cinema. Bandeira, com o emprego afeti-
sujeito paciente (recebe a vo do verbo ir-se, em que o eu
ação de ser adaptada) lírico expressa sua entrega em
relação à viagem que fará para
Pasárgada.
O verbo cujo sujeito é paciente está na voz passiva e o foco da informação, nesse caso,
recai sobre o resultado da ação, e não sobre o sujeito. • A voz reflexiva também pode
denotar progressão, especial-
mente com o verbo morrer,
Voz reflexiva acentuando o prolongamento e
1. Leia a oração a seguir e identifique quem pratica e quem recebe a ação verbal. a lentidão de um ato. Exemplo:
Resposta: O leitor pratica “A garota morre-se de saudade
e recebe a ação de
imaginar.
O leitor imaginou-se em uma sala de cinema. do namorado.”. Nesse caso, o
verbo morrer não expressa
morte corporal e repentina, mas
O verbo cujo sujeito é agente e paciente ao mesmo tempo está na voz reflexiva. Na voz um lento e deleitável agonizar.
reflexiva, os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos e vos acompanham os verbos.
• É importante alertar os estu-
dantes de que passividade não é
Verifique outro exemplo. o mesmo que voz passiva. A pas-
voz reflexiva sividade pode ocorrer não só na
voz passiva, mas também na voz
Hugo feriu-se com uma ferramenta.
ativa, se o verbo tiver sentido
sujeito agente e paciente passivo. Exemplo: “Os estudan-
tes receberam uma boa nota pe-
la prova que fizeram.”. Comente
Os verbos reflexivos podem assumir valor recíproco. Para que a ação recíproca seja marcada,
que, nesse caso, trata-se de uma
podem ser acrescentadas aos verbos expressões como um ao outro, reciprocamente ou mutu- análise semântica, e não sintáti-
amente. Exemplos: Hugo e a menina abraçaram-se. Hugo e a menina abraçaram um ao outro. ca, quando se compreende a
passividade dos estudantes.
55

:10:31 02/08/2022 16:10:31

55

09/08/2022 11:44:45
• No item a da atividade 1,
Reflexão sobre o uso da língua:
oriente os estudantes a pensar
a quem se destina a mensagem os efeitos de sentido da voz passiva
do texto ou, ainda, quem busca- 1. A seguir, leia um texto de divulgação científica e responda às questões.
ria esse tipo de informação. No
item b, mostre a eles que os Recém-descoberta, já ameaçada
textos de divulgação científica
objetivam tornar público o co- Uma ave que nem sequer era conhecida já luta contra sua própria extinção. É a
nhecimento sobre determinado patativa-tropeira (Sporophila beltoni), uma espécie recém-descoberta, que vive ex-
assunto. Nesse sentido, de- clusivamente no Brasil. Ela corre sério risco de desaparecer antes mesmo de ser
monstre a importância de infor- estudada pela ciência.
mar a sociedade acerca de te-
mas relevantes socialmente, Foram ornitólogos brasileiros [...] os responsáveis pelo achado. Entre 2003 e 2006, eles
como a preservação ambiental, estudavam comunidades de aves campestres do sul do Brasil e se depararam com o que
no caso do texto lido. pensaram ser a patativa-verdadeira (Sporophila plumbea) em Santa Catarina e no Rio
• Na atividade 2, os estudantes Grande do Sul. Mas, ao perceber algumas características peculiares dessa ave, os pesqui-
devem reconhecer os sujeitos e sadores concluíram que se tratava, na verdade, de outra espécie. Era a patativa-tropeira.
as vozes verbais. Escreva as
A descoberta está publicada no periódico norte-americano The Auk, da União America-
orações na lousa e solicite a três
voluntários que as analisem e na de Ornitologistas.
indiquem as vozes verbais. De- [...]
pois, peça à turma que verifique
TOSCANO, Gabriel. Recém-descoberta, já ameaçada. Ciência Hoje, 5 jan. 2015. Disponível em:
verificar se a explicação forneci- https://cienciahoje.org.br/recem-descoberta-ja-ameacada/. Acesso em: 7 abr. 2022.
da pelos colegas está adequada, 1. b. Resposta: Informar à comunidade científica e à sociedade um fato importante e interessante: a existência de uma ave
conferindo se o sujeito sofre ou ainda desconhecida, e um problema ambiental: a ameaça de extinção que ela sofre.
pratica a ação. Em seguida, se a. Qual é o público-alvo desse texto?
Resposta: A sociedade de forma geral, sobretudo as pessoas que se interessam por assuntos científicos.
achar pertinente, peça a outros b. Qual é a importância da divulgação de uma descoberta como essa?
três estudantes que reescrevam
as orações de modo que fiquem 2. Releia alguns trechos retirados desse texto, analisando as locuções verbais em destaque.
na voz ativa.
A. Uma ave que nem sequer era conhecida já luta contra sua própria extinção.
• Nas atividades 3 e 4, eviden- B. Ela corre sério risco de desaparecer antes mesmo de ser estudada pela ciência.
cie para a turma como o uso das
vozes traz o foco para diferen- C. A descoberta está publicada no periódico norte-americano The Auk [...].
tes partes da oração, contri-
a. Qual é o sujeito de cada uma dessas locuções verbais?
buindo, assim, para o significa-
do dela. b. Esses sujeitos praticam ou sofrem a ação expressa pelas locuções verbais?
Resposta: Esses sujeitos sofrem a ação expressa pelas locuções verbais.
c. Em que voz esses verbos estão?
Sugestão de atividade Resposta: Esses verbos estão na voz passiva.
3. Com o uso dessa voz verbal, a ênfase do enunciado fica sobre:
• A fim de os estudantes perce- Resposta: B.
A. os agentes que fizeram as pesquisas.
2. a. Resposta: O sujeito de era conhecida é o pronome relativo
que, que se refere à expressão uma ave. O sujeito de ser estudada
berem que a escolha pela voz é o pronome pessoal ela, que se refere à ave descoberta. O sujeito
ativa ou passiva revela determi- B. os resultados obtidos. de está publicada é o termo a descoberta.
nado destaque às informações
e caracteriza subjetividade, pro- 4. De que forma a utilização dessa voz verbal contribui para os objetivos desse texto? Resposta: B.

ponha-lhes uma atividade de A. A utilização dessa voz permite que o sofrimento da ave seja representado de forma mais
pesquisa e análise. Com antece- real.
dência, selecione notícias sobre
um mesmo fato publicadas em B. A utilização dessa voz possibilita destacar mais os resultados das ações, ou seja, os fatos,
diferentes jornais. As notícias do que os responsáveis por essas ações.
devem ser escolhidas levando- C. A utilização dessa voz destaca o sentido reflexivo das ações apresentadas no texto.
-se em conta que em uma delas
prevaleça o uso da voz ativa e, 56
na outra, o uso da voz passiva.
Se preferir, oriente os estudan-
tes a fazer essa pesquisa e a se-
lecionar as notícias para apre- voz ativa ou da voz passiva?”; “Quais são os efeitos de sen- ou ao resultado dela. Na última questão, espera-se que 02/08/2022 16:10:31
sentarem à turma em um dia tido causados pela escolha da voz verbal nas notícias?” e os estudantes percebam que a escolha pela voz ativa ou
predeterminado. Na sequência, “Em sua opinião, o que a escolha por uma ou outra voz passiva revela determinado destaque às informações e
organize-os em grupos, incenti- verbal significa?”. Oriente-os a respondê-las e ajude-os expõe a subjetividade do autor do texto. Ressalte a eles
vando-os a identificar as princi- no que for necessário. Nas primeiras questões, avalie as que a escolha entre uma ou outra evidencia o destaque
pais informações em cada notí- respostas de acordo com os textos selecionados. Nas que se quer dar ao texto, ou seja, se o autor quer focar no
cia: O que aconteceu? Com questões que exploram a escolha verbal nos textos, es- agente da ação verbal ou em quem a sofreu.
quem? Onde? Por quê? Além dis- pera-se que os estudantes percebam o destaque dado,
so, escreva na lousa algumas com o uso de determinada voz verbal, ao agente da ação
questões para explorar a escolha
verbal nos textos, como: “Nas
notícias lidas, prevalece o uso da
56

09/08/2022 11:44:46
Agente da passiva 1. a. Resposta: No primeiro quadrinho, as sementes estão voando, sendo espalhadas.
No segundo, Armadinho está correndo atrás das sementes, distraído por elas.
• Na atividade 1 do tópico Agen-
te da passiva, conduza os estu-
1. Leia a tirinha a seguir. 1. b. Resposta: Não, na fala do primeiro quadrinho, o adjetivo dispersas expressa o sentido de algo dantes a ler e interpretar a tiri-
espalhado; na fala do segundo quadrinho, expressa o sentido de alguém distraído ou desatento.
nha. Para isso, solicite a um vo-
luntário que a leia em voz alta

Alexandre Beck
para a turma, com entonação e
expressividade. Depois, leve-os
a perceber o duplo sentido ex-
presso pela palavra dispersas, o
qual gera humor entre as duas
situações retratadas na tirinha.
• Ao propor a atividade 2, veri-
fique se os estudantes conse-
guem, sozinhos, identificar os
BECK, Alexandre. Armandinho Onze. Florianópolis: A. C. Beck, 2019. p. 58. elementos da voz passiva, mas,
caso seja necessário, atue como
a. No primeiro quadrinho, o que está acontecendo com as sementes? E o que está acontecen- mediador, auxiliando na identi-
ficação das vozes verbais e dos
do com o personagem Armandinho no segundo quadrinho?
sujeitos das orações. Aproveite
b. A palavra dispersas usada nas duas falas expressa o mesmo sentido? Explique. também para demonstrar como
c. Como o uso da palavra dispersas ajuda a construir o humor da tirinha? o agente da passiva aparece
Resposta esperada: Criando um jogo de palavras que leva à comparação entre algumas sementes e algumas pessoas, no nessas orações, ou seja, aquele
2. Releia as falas dessa tirinha e responda às questões. caso, o personagem Armandinho.
termo que é o responsável pela
a. Em que voz estão os verbos das orações que as constituem? ação verbal. Ao final, corrija as
Resposta: Na voz passiva. atividades, sanando as dificul-
b. Qual é o sujeito de cada uma dessas orações? dades apresentadas.
Resposta: O sujeito da primeira oração é Algumas sementes. O sujeito da segunda é Algumas pessoas.
c. Quem pratica as ações nas orações?
Resposta: Na primeira oração, vento pratica a ação. Na segunda, sementes pratica a ação. • Na atividade 1 do tópico Mu-
dança de voz ativa para a voz
passiva, oriente os estudantes a
As orações na voz passiva podem apresentar o termo que pratica a ação expressa pelo
perceber, com base nas orações,
verbo. Esse termo recebe o nome de agente da passiva. O agente da passiva, geralmente, como a mudança de voz verbal
vem acompanhado da preposição por ou por suas combinações pela(s), pelo(s) e, com menos altera o sujeito de agente para
frequência, pela preposição de. paciente e, dessa maneira, re-
quer que o verbo se transforme
em locução verbal, na voz passi-
Mudança de voz ativa para voz passiva va, e torna necessário o empre-
go do agente da passiva. Para
1. Compare as orações a seguir. evidenciar essas informações,
A. O vento dispersa algumas sementes. apresente outros exemplos, uti-
lize a lousa para demonstrar es-
B. Algumas sementes são dispersas pelo vento. sas diferenças e faça as inter-
a. As duas orações apresentam sentidos semelhantes ou diferentes? venções necessárias. Se achar
Resposta: Semelhantes. conveniente, informe também
b. Qual mudança ocorreu com a forma verbal dispersa na oração B? que, na voz passiva, nem sempre
Resposta: A forma verbal dispersa foi transformada na locução verbal são dispersas.
Confira a seguir como ocorre a transformação de uma oração da voz ativa para a voz passiva. aparece o agente da passiva.

locução verbal (verbo auxiliar ser +


verbo transitivo direto particípio do verbo dispersar)
O vento dispersa algumas sementes. Algumas sementes são dispersas pelo vento.
sujeito agente objeto direto sujeito paciente agente da passiva

57

:10:31 02/08/2022 16:10:31

57

09/08/2022 11:44:46
• Ao propor a leitura das man-
chetes da atividade 1, se julgar • Na voz ativa, a ênfase é dada no sujeito agente.
relevante, comente com os es-
tudantes que o prêmio mencio-
• Na voz passiva, a ênfase é dada no sujeito paciente e em sua passividade em relação à
ação verbal.
nado no primeiro título de notí-
cia tem como objetivo consa- • Na voz passiva, o verbo ser, auxiliar da locução verbal, mantém-se no mesmo tempo do
grar, a cada dois anos, um escri- verbo da voz ativa, e o verbo principal da voz ativa transforma-se em particípio na voz
tor e um ilustrador de livros in- passiva. (dispersa: presente do indicativo; são dispersas: verbo ser no presente do
fantojuvenis do Brasil ou de indicativo + verbo dispersar no particípio).
Portugal. Ele recebeu esse no- • A flexão de voz ocorre somente com verbo transitivo direto ou transitivo direto e indireto.
me em virtude de Monteiro Lo-
bato ser considerado um dos
maiores expoentes da literatura
inf antojuvenil. Se possível, Praticando
acesse a notícia completa da
manchete B para que os estu- 1. Leia as manchetes a seguir e responda às questões.
dantes conheçam a homenage-
ada, Jéssica Pereira, dona do A.
Bellatucci Café, que tem síndro- Criação do Prêmio Monteiro Lobato de
me de Down. Literatura é aprovada em Portugal
• Aproveite as atividades 1 e 2
para avaliar o conhecimento e o Disponível em: https://exame.com/brasil/criacao-do-premio-monteiro-lobato
desempenho dos estudantes -de-literatura-e-aprovada-em-portugal/. Acesso em: 7 abr. 2022.
com relação aos conteúdos ex-
B.
plorados nesta seção. Considere
Empreendedora com Síndrome de Down é
o que eles demonstraram co-
nhecer na seção Iniciando o tra- homenageada pela Turma da Mônica
jeto e o que eles responderam
nessas duas atividades. Se jul- Disponível em: https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/criancas/empreendedora-com-sindrome-de-down-e
-homenageada-pela-turma-da-monica,bf0d0c9b3297b9fdf4e684df7a81ae7fgc5gzo3w.html. Acesso em: 7 abr. 2022.
gar pertinente, organize-os em
grupos pequenos, com estu-
dantes de diferentes perfis, in-
a. Que voz verbal foi usada em cada uma das manchetes? Justifique sua resposta.
Resposta: Em ambas as manchetes foi usada a voz passiva, pois nelas o sujeito sofre a ação expressa pelas locuções
centivando-os a trocar infor- b. Qual é o sujeito em cada manchete? verbais é aprovada e é homenageada, respectivamente.
mações e conhecimentos en- Resposta: Em A: Criação do Prêmio Monteiro Lobato de Literatura. Em B: Empreendedora com Síndrome de Down.
c. Com que finalidade essa voz verbal foi usada nesses contextos?
quanto fazem as atividades. Resposta: Para que o principal conteúdo das manchetes (a criação do prêmio e Empreendedora com Síndrome de Down)
Depois, solicite a um estudante d. Em qual das manchetes o agente da passiva aparece? Indique-a. fosse destacado.
Resposta: No título B, pela Turma da Mônica.
de cada grupo que apresente e. Reescreva a manchete em que o agente da passiva aparece, alterando-a para a voz ativa.
suas respostas, anotando-as na Faça as alterações necessárias.
lousa. Nesse momento, possibi- Resposta: Turma da Mônica homenageia empreendedora com Síndrome de Down.
lite o debate, a argumentação f. Em qual das manchetes há uma impessoalização da linguagem: na apresentada em B ou na
oral e a troca de ideias e condu- que você reescreveu na atividade anterior?
Resposta: Na manchete apresentada em B, a qual destaca a ação em detrimento do sujeito.
za a correção de forma coletiva.
2. A seguir, leia dois títulos de canção.
Caso seja necessário, proponha
outras atividades a fim de fixar
melhor esses conteúdos.
Ilustrações: Sergio Lima/
Não vou me adaptar Eleve-se alto ao céu
Arquivo da editora
(Arnaldo Antunes) (Gilberto Gil e Robert
Nesta Marley)

Os verbos nesses títulos estão em que voz? Justifique sua resposta.


Resposta: Eles estão na voz reflexiva, pois o sujeito deles pratica e sofre ao mesmo tempo a ação expressa pela forma verbal.
58

08/08/2022 14:04:11

58

09/08/2022 11:44:46
Objetivos
Outra leitura • Ler outra quarta capa e identi-
ficar as características e a função
A seguir, você vai conhecer o texto da quarta capa de um livro que tem encantado os leitores sociocomunicativa desse gênero.
há muito tempo: Peter Pan. O que você sabe a respeito da história de Peter Pan? Que informações
BNCC
sobre esse livro você imagina que são apresentadas na quarta capa? Leia o texto para descobrir.
• Ao realizar a leitura da quarta
“Todas as crianças crescem, menos uma.” Como pó capa, os estudantes são motiva-

Editora Zahar
de fada, há cem anos estas palavras transportam os dos para a leitura do livro Peter
Pan, criando-se um momento
leitores para um mundo mágico, povoado pela família
favorável para o desenvolvimen-
Darling e pelos habitantes da Terra do Nunca – Peter to das competências específicas
Pan, os meninos perdidos, Sininho, crocodilos, sereias, de Língua Portuguesa 3 e 9.
o Capitão Gancho e seus piratas...
• A leitura e análise da quarta
Um dos mais populares clássicos infantis, Peter capa proporciona aos estudan-
Pan é uma história que, como Alice no País das tes mostrar-se interessados em
ler o livro na íntegra, possibili-
Maravilhas, une gerações, contagiando também
tando desenvolver a habilidade
adultos com sua energia, imaginação e um enredo EF69LP49.
que permite diversos níveis de interpretação.
• Ao explorar as sequências des-
O leitor encontra aqui o texto integral de J. M. Barrie, critivas da quarta capa, os estu-
notas explicativas, apresentação e ilustrações origi- dantes desenvolvem a habilidade
nais da primeira edição. EF69LP45.

[...] • Ainda nesta seção, a visita à


biblioteca possibilita aos estu-
Apresentação: Flávia Lins e Silva dantes desenvolver a compe-
Capa do livro Peter Pan, de J. M. Barrie, tência específica de Língua
Tradução: Júlia Romeu
publicado pela editora Zahar, em 2012. Portuguesa 8, uma vez que eles
Notas: Thiago Lins. selecionarão livros para leitura
BARRIE, J. M. Peter Pan. Rio de Janeiro: Zahar, 2012. Quarta capa. da quarta capa ou da obra na
íntegra, de acordo com seus ob-
jetivos e intenções.
J. M. Barrie (1860-1937)

Granger NYC/Alamy/Fotoarena
Orientações
Nascido em Kirriemuir, na Escócia, James M. Barrie foi
um escritor e dramaturgo britânico. Segundo alguns • Antes de explorar a quarta
capa, leia e discuta com os estu-
pesquisadores, Peter Pan, a obra mais conhecida do
dantes o texto introdutório.
autor, teria sido produzida com forte inspiração nas
Aproveite e converse sobre o
histórias que Barrie contava aos cinco filhos de Sylvia
personagem Peter Pan, a fim de
Llewelyn Davies, uma amiga próxima. Após a morte de avaliar o que já sabem dele. O
Sylvia, Barrie foi nomeado tutor das crianças. tema trabalhado no livro Peter
Pan possibilita estabelecer uma
relação com o universo juvenil,
pois retrata um jovem que não
quer se tornar adulto, exploran-
do esse sentimento. Assim, con-
Fotografia do escritor J. M. verse com a turma sobre esse
Barrie, em 1892. sentimento do personagem e
comente a importância das fa-
ses da vida para o crescimento
59 pessoal e social.
• Solicite aos estudantes que
façam uma leitura silenciosa do
Então, oriente-os a comparar os textos, mostrando como texto, analisando as informações
:04:11 02/08/2022 16:10:31
os autores apresentaram as informações e incentivaram apresentadas. Peça a eles que
os leitores à leitura e à aquisição do livro. destaquem aquilo que mais lhes
chamou a atenção. Depois, solici-
• Após a leitura do boxe acerca do autor, explique aos
te a um voluntário que realize a
estudantes que a história de Peter Pan foi escrita em
leitura do texto em voz alta.
1904. Ao longo dos tempos, ela sofreu modificações. Se
achar interessante, peça aos estudantes que façam uma • Converse com os estudantes
pesquisa a fim de verificar as mudanças ao longo das sobre a função do texto e como
diferentes edições publicadas. ele foi construído. Retome as ca-
racterísticas do gênero estudadas
anteriormente na seção Leitura.

59

09/08/2022 11:44:46
• Na atividade 1, incentive os 1. Após a leitura da quarta capa do livro Peter Pan, o que você imaginou que seria apresentado
estudantes a retomar as hipó- se confirmou? Comente. Resposta pessoal.
teses levantadas anteriormente
sobre o personagem Peter Pan 2. Além do clássico citado na quarta capa, quais outros você conhece?
Resposta pessoal.
e a confrontá-las com as infor-
3. Com base nas informações presentes na quarta capa, responda às questões.
mações que obtiveram por
meio da leitura do tex to da a. A que público o livro Peter Pan é destinado?
Resposta: O livro é destinado ao público infantil, mas pode despertar o interesse de pessoas de todas as idades.
quarta capa do livro que traz a b. Como é possível identificar isso?
história desse personagem. Resposta: Por meio da descrição do enredo, dos personagens e do espaço em que se passa a história, que sugerem uma
4. O texto da quarta capa é iniciado com um trecho escrito entre aspas. narrativa repleta de fantasia.
• Ao propor a atividade 2, pos-
a. Qual é a função dessa pontuação nesse trecho?
sibilite aos estudantes socializar
Resposta: Sinalizar uma citação sobre o livro Peter Pan.
as histórias que conhecem e de b. Por que esse trecho foi empregado na quarta capa?
que forma elas fizeram ou fa- Resposta: O trecho foi empregado para apresentar uma das características do personagem principal do livro.
zem parte da vida deles. 5. Releia o primeiro parágrafo do texto, analisando a pontuação empregada.
• A atividade 3 leva a turma a a. Qual sinal de pontuação é utilizado ao final desse parágrafo?
Resposta: O primeiro parágrafo termina com reticências.
identificar o público-alvo do 5. b. Resposta: O uso dessa pontuação dá uma
b. Que sentido o uso dessa pontuação confere ao texto? ideia de continuidade ao texto como se
texto, assim, aproveite para ins- houvesse uma infinidade de outros
tigar os estudantes a refletir se 6. Releia o seguinte trecho do texto. personagens habitando a Terra do Nunca.
eles se incluiriam no grupo des-
Um dos mais populares clássicos infantis, Peter Pan é uma história que, como Alice no
ses leitores.
País das Maravilhas, une gerações, contagiando também adultos com sua energia,
• Na atividade 4, auxilie os es-
imaginação e um enredo que permite diversos níveis de interpretação.
tudantes a perceber que se trata
de uma citação de uma fala que a. No início do trecho, o que é afirmado sobre a obra Peter Pan?
não é do autor do tex to da Resposta: O trecho é iniciado com a afirmação de que Peter Pan é “um dos mais populares clássicos infantis”.
quarta capa. Incentive-os a re- b. Que informações são apresentadas para justificar essa afirmação? Resposta: Afirma-se que Peter
Pan é uma obra que une gerações e apresenta um enredo propício a diversos níveis de interpretação.
fletir sobre a finalidade do em- c. Como você viu na seção Leitura, na quarta capa, pode haver uma sequência expositiva e
prego desse recurso, usado para uma sequência apreciativa. No trecho apresentado nesta questão, que sequência predomi-
instigar ainda mais o leitor a ler na? Explique como você chegou a essa conclusão.
a continuação daquela frase e, Resposta: Uma sequência apreciativa, pois a obra é descrita de forma subjetiva e apreciada positivamente.
por tanto, buscá-la na obra 7. No final da quarta capa, são apresentadas algumas informações. Leia-as a seguir.
completa. Apresentação: Flávia Lins e Silva
• Com base nas atividades 5 e Tradução: Júlia Romeu
6, evidencie para a turma a im-
portância do uso de recursos Notas: Thiago Lins. Resposta: Para mostrar quem são as pessoas que fizeram
linguísticos, como pontuação e parte da produção de algumas etapas da edição do livro: a
Por que esses dados aparecem na quarta capa? apresentação, a tradução e as notas.
adjetivos, para provocar no lei-
tor a curiosidade pela obra, fun-
cionando como elementos per- Em busca da Terra do Nunca
suasivos. Nesse filme, o escritor James M. Barrie (interpretado pelo ator Johnny Depp) está
passando por dificuldades na carreira, pois não consegue escrever um texto para sua
• A atividade 7 explora elemen- próxima peça teatral. Durante sua caminhada diária pelos jardins Kensington, em
tos da estrutura da quarta capa, Londres, conhece a família Davies, formada por Sylvia (Kate Winslet), uma jovem viúva, e seus cinco
assim, para ampliar o conheci- filhos. Dali, surge uma amizade que faz sua imaginação retornar, produzindo sua obra-prima:
mento dos estudantes, mostre- Peter Pan.
-lhes outros elementos estrutu- Em Busca da Terra do Nunca, de Marc Forster, 2004. 106 min.
rais desse gênero: elementos
gráfico-visuais semelhantes ao Que tal combinar com o professor e os colegas uma visita à biblioteca municipal ou à
biblioteca da escola para conhecer novos livros e ler a quarta capa deles? Além de
da capa, informações sobre au- adquirir mais familiaridade com esse gênero, vocês podem escolher livros para ler com
toria, o código de barras e o nú- base nas informações da quarta capa. Depois, organizem uma roda de conversa para
mero de ISBN (sistema interna- comparar as informações encontradas na quarta capa dos livros que vocês selecionaram.
cional de identificação de li-
vros), o logo da editora e a si-
60
nopse do livro. Além da sinopse,
é possível encontrar em alguns
exemplares de quarta capa, fra-
ses de trechos da história ou de ao filme indicado nesta página. Aproveite e compare as 02/08/2022 16:10:31
pessoas ou instituições reco- informações presentes no livro com as do filme e discuta
nhecidas que leram o livro. com os estudantes sobre a caracterização dos persona-
• Após finalizar as atividades, gens em ambas as obras, principalmente do ator que
representa Peter Pan no filme.
caso seja possível, leve um
exemplar do livro Peter Pan pa-
ra a sala de aula e permita aos
estudantes ler trechos dele para
a turma. Assim, eles podem co-
nhecer um pouco mais a histó-
ria e ficar mais instigados a ler o
texto na íntegra. Depois, assista
60

09/08/2022 11:44:46
Objetivos
Produção escrita • Praticar a escrita por meio da
produção de uma quarta capa
Quarta capa de livro de livro.

Anteriormente, você estudou o gênero quarta capa e pôde reconhecer a importância desse BNCC
gênero para incentivar as pessoas a lerem um livro. Nesse momento, você e sua turma deverão
criar coletivamente uma quarta capa para fazer parte do livro de haicais da turma, elaborado no • Por meio do planejamento, da
execução e da avaliação da ativi-
capítulo 2. dade proposta, os estudantes de-
senvolvem a competência espe-
Planejando o texto cífica de Língua Portuguesa 3.

Leiam algumas orientações que poderão auxiliar no planejamento do texto. • Ao utilizar conscientemente a
norma-padrão para a escrita da
a. O professor vai marcar um dia para vocês relerem juntos os haicais produzidos. quarta capa, os estudantes de-
b. Escolham uma imagem para acompanhar o texto verbal da quarta capa. Para isso, vocês senvolvem a habilidade
EF69LP56.
podem fazer uma votação ou eleger algum estudante para ilustrá-la.
c. Algumas quartas capas podem apresentar citação de resenhas críticas do livro, publicadas • Ao empregar conhecimentos
linguísticos e gramaticais nesta
em jornais, revistas etc. Assim, se achar interessante, peçam a um professor que leia o livro
produção, os estudantes desen-
de haicais e faça um pequeno texto tecendo uma apreciação positiva sobre ele, para que volvem a habilidade EF08LP04.
vocês possam citar no final da quarta capa.
d. Decidam quem ficará responsável por organizar o texto da quarta capa, agrupando as infor-
• Quando os estudantes utili-
zam os recursos de coesão refe-
mações levantadas pela turma. rencial, bem como outros recur-
sos expressivos do gênero em
questão para a produção do
Produzindo o texto texto, eles desenvolvem a habi-
lidade EF08LP14.
Confiram agora algumas orientações para auxiliá-los na produção.
a. Lembrem-se de que a quarta capa é um gênero que costuma ser curto. Portanto, não exa- • O trabalho individual e em
equipes, considerando e respei-
gerem na quantidade de texto. tando os colegas durante a ela-
b. Na lousa, o professor deverá anotar as sugestões dadas por vocês, com trechos expositivos boração da quarta capa, possibi-
e apreciativos sobre o livro. lita aos estudantes desenvolver
as competências gerais 9 e 10.
c. Procurem desenvolver sequências de texto nas quais vocês exponham informações sobre o
livro e, em outras, façam a apreciação positiva da obra. Orientações
d. Apresentem informações sobre o livro, inclusive citando um trecho dele, se desejarem.
• Na subseção Planejando o
e. Lembrem-se de incluir trechos apreciativos, deixando transparecer o que vocês consideram texto, auxilie os estudantes a se
interessante na obra e por que o livro merece ser lido. organizar para a leitura do livro
de haicais. Permita-lhes decidir
f. Para evidenciar a apreciação do livro, empreguem adjetivos e locuções adjetivas que revelem
como será essa dinâmica, certi-
essa avaliação.
ficando-se de que todos este-
g. Para dialogar com o leitor, empreguem verbos no modo imperativo e o pronome você, con- jam envolvidos ativamente com
vidando-o para a leitura do livro. a proposta.
h. Sigam as regras gramaticais e as convenções ortográficas da escrita, pondo em prática seus • Em turmas numerosas, é in-
conhecimentos sobre pontuação, concordância verbal e nominal, modos e tempos verbais, teressante estabelecer uma es-
entre outros. tratégia que facilite o trabalho.
Solicite à turma que se organize
i. Empreguem conjunções que articulem as ideias do texto e sinalizem relações de sentido
em pequenos grupos de até cin-
entre elas.
co estudantes para discutir
61 ideias e, em seguida, comparti-
lhá-las com o restante dos cole-
gas para, assim, produzirem
efetivamente a quarta capa.
:10:31
texto, se possível, oriente os estudantes a produzir o
texto diretamente no computador, em um programa de
02/08/2022 16:10:31
• Se preciso, para escolher o
professor que fará um texto
edição de texto. apreciativo para ser incluído na
quarta capa, faça uma votação
e, escolhido o professor, conver-
se com ele, apresentando a pro-
posta da atividade e verificando
se ele tem disponibilidade para
contribuir com esse trabalho.
• Na subseção Produzindo o

61

09/08/2022 11:44:46
• Na subseção Avaliando o j. Façam uso de trechos repetidos apenas se for intencional para criar efeitos de sentido no
texto, aproveite a autoavaliação leitor. Caso contrário, empreguem sinônimos e pronomes para garantir a coesão e a conti-
feita pelo grupo e confira o que
nuidade textual.
os estudantes aprenderam du-
rante todo o processo, verifi- k. Para incluir o trecho de apreciação que o professor fez sobre o livro, empreguem expressões
cando o que pode ser aprofun- como segundo... e de acordo com... (para indicar a fala indireta) ou dois-pontos e aspas
dado. Anote na lousa os pontos (para indicar a fala direta).
levantados pelos estudantes
que precisam ser melhorados e
guie as modificações que deve- Avaliando o texto
rão ser feitas.
• Na etapa final da atividade, Depois de pronta, avaliem a quarta capa com base nas questões a seguir.
na subseção Publicando a quar- a. A extensão do texto verbal ficou adequada ao espaço destinado a ele?
ta capa no livro de haicai, se
b. A imagem está articulada com o texto verbal?
houver biblioteca na escola,
converse com antecedência c. Foram intercaladas sequências expositivas e apreciativas sobre o livro de haicais?
com o bibliotecário, a fim de que d. Foram usados o pronome você e verbos no modo imperativo?
ele se organize para registrar o
livro de haicais no sistema de e. Os adjetivos e as locuções adjetivas foram empregados para evidenciar a apreciação sobre o
empréstimos e de que o expo- livro, no intuito de convencer as pessoas a lê-lo?
nha em local de destaque na f. Sinônimos e pronomes foram usados para evitar repetições desnecessárias?
biblioteca.
g. As regras gramaticais e as convenções ortográficas foram respeitadas?
• Se possível, elabore com os
h. Ao inserir o trecho de recomendação do livro feito pelo professor, foram empregadas as
estudantes um convite, digital
ou impresso, para convidar as aspas (para o discurso direto) ou expressões como segundo e de acordo com (para o discur-
pessoas da comunidade escolar so indireto)?
a procurar o livro na biblioteca,
lê-lo e depois informar aos es-
Com base nos itens listados, reescrevam a quarta capa fazendo os ajustes necessários. Para
tudantes se a quarta capa in- isso, editem o texto, incluindo trechos, deslocando, excluindo etc. Por fim, incluam a imagem es-
fluenciou na retirada do livro colhida para acompanhar o texto verbal, procurando diagramá-la de forma que não prejudique a
para a leitura ou não, verifican- leitura do texto.
do, assim, se ela cumpriu sua
função.
• Aproveite para perguntar aos Publicando a quarta capa no livro de haicais
estudantes o que acharam de
todo o percurso desse capítulo Incluam a quarta capa no livro de haicais e disponibilizem um exemplar na biblioteca da esco-
em relação ao gênero quarta ca- la, para que outras pessoas possam ter acesso a essa leitura. A ideia é que a quarta capa que
pa, incentivando-os a expor su- vocês produziram auxilie os futuros leitores a decidir pela escolha do livro.
as impressões e a fazer uma
Visitem constantemente a biblioteca e verifiquem a frequência com que o livro tem sido em-
autoavaliação.
prestado. É claro que muitas pessoas poderão lê-lo na própria biblioteca, sem retirá-lo, mas os
• É importante que os estudan- empréstimos são um indicativo de como está sendo a receptividade do livro por parte dos leitores.
tes percebam, além da estrutura
do texto, a sua função de auxiliar Por fim, procurem conversar com o bibliotecário da escola, a fim de descobrir se a leitura da
o leitor a se localizar na história, quarta capa foi um fator determinante para os empréstimos.
ao apresentar uma contextuali- Vocês também podem se organizar para levar o livro para casa e apresentá-lo aos familiares.
zação por meio de uma sinopse
Para isso, estabeleçam um cronograma de empréstimo entre os estudantes da turma, para que
ou recorte, que demonstra onde
e quando a história se passa e cada um fique com ele em casa por determinado período.
quem faz parte dela. Ao final da atividade, conversem sobre as percepções dos familiares a respeito do livro e a
receptividade da comunidade escolar.

62

02/08/2022 16:10:31

62

09/08/2022 11:44:47
Capítulo 4 ◆ Resenha crítica
Objetivos

• Ler uma resenha crítica e co-


nhecer as características e a
função sociocomunicativa des-
Leitura se gênero.

BNCC
A resenha crítica a seguir é sobre o livro O diário de Myriam. Em sua opinião, como uma rese-
nha pode influenciar alguém a ler o livro ou, ainda, a desistir de sua leitura? Vamos ler a resenha • Esta seção dialoga com o te-
para ver o que ela vai provocar em você? ma contemporâneo transversal
Educação em direitos humanos.

Sergio Lima/Arquivo da editora


Ao ler e compreender uma re-
senha crítica veiculada em um
site, reconhecendo as especifici-
dades dessa mídia, os estudan-
O diário de Myriam tes desenvolvem a competên-
cia específica de Língua Portu-
Gustavo Pereira - 9 de julho de 2018 guesa 3.
O diário de Myriam não é uma reportagem jorna- • Por meio da leitura da resenha

Editora Darkside Books


crítica, esta seção possibilita aos
lística. Os relatos nele contidos não têm nenhuma
estudantes desenvolver as habi-
pretensão de ser um registro histórico. São notas, lidades EF69LP45 e EF69LP46
muitas vezes taquigráficas, voltadas mais para um ao se posicionar criticamente
registro pessoal da vida de Myriam Rawick. A meni- com relação à obra apresentada,
na cristã de origem armênia viu sua vida na milenar tecendo comentários de ordem
estética e afetiva e justificando
cidade de Alepo mudar completamente em pouquís-
suas apreciações.
simo tempo. Seguiu escrevendo entre 2011, quando
tinha apenas seis anos, e 2017, quando o correspon- • A compreensão e a reflexão a
respeito do contexto em que a
dente de guerra francês Philippe Lobjois a conheceu. obra resenhada foi produzida
E esse registro pessoal, individual, do olhar de uma possibilita aos estudantes de-
criança crescendo em meio à Guerra Civil Síria, tem senvolver a competência geral 1.
um papel fundamental no processo de humanização Além disso, desenvolvem a com-
petência específica de Língua
das vítimas do conflito, tratadas como números pelo
Portuguesa 7 ao reconhecer o
noticiário. gênero como um meio de mani-
Capa do livro O diário de Myriam, de
Myriam tem um esmero quase arqueológico para Myriam Rawick, publicado pela festar opiniões.
registrar sua rotina antes da revolta armada contra o editora Darkside Books, em 2018. • Ao explorar a possibilidade de
presidente Bashar al-Assad explodir. Dos primeiros passeios pelas feiras, passando pe- o leitor comentar textos veicula-
dos na internet, esta seção per-
las visitas à sua avó e as idas à sorveteria com o tio, O diário de Myriam consegue
mite aos estudantes desenvolver
construir na mente do leitor uma Alepo colorida, vibrante e fresca. Há tanto um exoti- a habilidade EF89LP02 e a com-
cismo pela diferença cultural imensa entre a autora e o leitor ocidental-cosmopolita petência específica de Língua
quanto um acolhimento por uma vida que, acima de qualquer suspeita, era feliz. Como Portuguesa 10.
numa das muitas vezes em que Myriam destaca sua felicidade por comer “damascos de • A habilidade EF89LP03 é de-
Damasco” (a capital da Síria). Ao mesmo tempo que nosso apetite é instigado por uma senvolvida uma vez que os estu-
iguaria que nos é incomum, sentimos a familiaridade dos tempos em que éramos dantes conversam sobre a im-
portância de uma obra literária
crianças e ficávamos felizes com um lanche de pão doce quentinho, recém-comprado
representar o ponto de vista de
por nossas mães na padaria da esquina. uma criança acerca da guerra.
63 • Ao identificar a postura do re-
senhista, os estudantes desen-
volvem a habilidade EF89LP04.

Orientações achou do relato com os colegas, instigando os demais a • Por meio da análise dos re-
02/08/2022 16:14:52
cursos persuasivos presentes
• Inicie a seção lendo para os estudantes o texto intro-
conhecê-la.
na resenha, que facilitam a
dutório, a fim de contextualizá-los a respeito das infor- • Converse com a turma sobre quais elementos uma identificação e a compreensão
mações apresentadas. Ele serve para motivar a leitura obra precisa ter para que eles se interessem pela leitura das informações, os estudantes
por meio de suposições e levantamento de hipóteses, dela. de s envol vem a ha bilidade
que podem ser resgatadas após a leitura. • Após essa discussão inicial, solicite aos estudantes EF89LP06.
• Pergunte aos estudantes se já leram o livro O diário de que realizem a leitura silenciosa do texto. Depois, discu-
ta com eles sobre quais informações foram apresenta-
Myriam ou se já ouviram falar sobre ele. Caso algum de-
les já tenha lido a obra, permita-lhe socializar o que das e como elas foram organizadas.

63

09/08/2022 11:46:34
• Ao final da leitura do primeiro

Sergio Lima/Arquivo da editora


parágrafo desta página, expli- A construção de uma rotina comum e agradável cria uma ruptura dramática quan-
que aos estudantes que o uso do essa rotina deixa de existir, motivada pelo conflito: em menos de dois meses,
da palavra favela, embora ainda Myriam não pode tomar seus sorvetes, brincar na rua ou mesmo ir à escola. Jabal Sayid,
presente em algumas publica-
bairro ao norte de Alepo onde ela vive, se tornou um bolsão de resistência contra os
ções, tem sido questionado, pois
esse termo é associado à pobre- jihadistas, cercada e protegida por curdos armados que não deixavam ninguém entrar
za urbana. Atualmente, utiliza- ou sair sem provar que eram moradores (algo parecido com o que os militares da inter-
mos a expressão comunidade venção do Rio de Janeiro fizeram nas favelas cariocas). É uma situação extrema, mas
por representar um olhar mais não completamente estranha à vivida por muitos brasileiros. Essas interseções estrei-
voltado à solidariedade e socia- tam os laços entre o leitor e a autora.
bilidade entre os moradores
dessa área. O trabalho de Philippe Lobjois, que além de repórter é formado em Ciências Políti-

• Após a leitura do texto, leia cas, tem múltiplos desafios: O diário de Myriam foi originalmente escrito em árabe,
língua oficial da Síria. Dessa forma, o material teve de ser primeiramente traduzido
com os estudantes as informa-
ções do boxe sobre a produção para o francês (teve participação fundamental nesse processo o frei Georges, citado de
do livro O diário de Myriam. forma recorrente por Myriam) e, só depois, Lobjois pôde analisá-lo e trabalhar direta-
Pergunte a eles o que acharam
mente com a criança, que estudou francês na escola, para que esta explicasse e
dessa história. Leve-os a perce-
ber o poder transformador da desenvolvesse os pensamentos que colocou no papel. A ele também coube preservar ao
ação dos leitores, que consegui- máximo o tom infantil de Myriam, mas “engrossá-lo” com um vocabulário mais ade-
ram convencer uma editora a quado para audiências mais maduras. Este equilíbrio é complexo, porque ir muito além
publicar o livro. Instigue-os a pode tirar o protagonismo da autora. Em momentos pontuais, de fato sente-se que a
participar mais ativamente das situação vivida por ela foi adaptada pelo francês na redação final.
atividades e situações do dia a
dia a fim de buscar soluções e A edição brasileira, traduzida por Maria Clara Carneiro, do Jornal Joca, também con-
benfeitorias para a coletividade. ta com elucidativas notas de rodapé contextualizando os relatos de Myriam,
principalmente no que tange à flutuação inflacionária enfrentada por ela e seus con-
cidadãos, obrigados a pagar entre oito e 20 vezes mais por itens básicos, como um
botijão de gás. Mas há também menções sobre a culinária e costumes locais, que aju-
dam o leitor a imergir na realidade do livro mantendo a leitura ágil.
O diário de Myriam vem sendo comparado ao Diário de Anne Frank, mas esta as-
sociação é equivocada: a notoriedade de Anne só veio após sua morte em um campo de
concentração separada do pai, enquanto Myriam continua viva e com sua família.
Mesmo Malala Yousafzai não oferece um paralelo, pois a paquistanesa precisou fugir
de seu país para salvar a vida, enquanto Myriam segue em Alepo e não deseja ir embo-
ra. A história de Myriam Rawick não deve ser comparada à de ninguém, mas sim
conhecida por todos.

PEREIRA, Gustavo. O diário de Myriam. Plano Aberto, 9 jun. 2018. Disponível em: https://www.planoaberto.com.
br/o-diario-de-myriam/. Acesso em: 7 abr. 2022.

O diário de Myriam e o pedido dos leitores


O diário de Myriam foi lançado no Brasil após o Jornal Joca, destinado a crianças e
adolescentes, receber várias cartas de jovens leitores demonstrando interesse pela história de
Myriam e solicitando que alguma editora brasileira publicasse o livro. Isso ocorreu em 2018, e
no livro é possível também conhecer algumas das cartas enviadas pelas crianças ao jornal.

64

02/08/2022 16:14:52

64

09/08/2022 11:46:34
• Antes de explorar com os es-
A guerra na Síria tudantes as atividades propos-
tas, leia com eles o boxe A guer-
A partir do final de 2010, no Oriente Médio e no norte da África, com a crise econômica e a
ra na Síria. Essa contextualiza-
falta de democracia, surgiu uma onda de protestos que derrubou alguns governos ditatoriais. Na
ção histórica é importante para
Síria, a família Assad, no poder desde 1960, se recusa a sair do governo. Nesse contexto, grupos
que eles compreendam efetiva-
de etnias e religiões diferentes começaram a lutar entre si.
mente o conte x to em que
Em 2013, para agravar a situação, o grupo extremista autodeclarado Estado Islâmico passou a Myriam vive, entendendo a re-
reivindicar o território na Síria e a atacar tanto os apoiadores do governo Assad quanto os levância da existência de um li-
opositores. No meio desse conflito, a população civil da Síria se viu acuada. Com os campos de vro como esse, que traz a visão
refugiados nos países vizinhos lotados, os sírios passaram a se arriscar em uma perigosa de uma criança sobre o mundo
travessia pelo mar Mediterrâneo em botes lotados para tentar chegar aos países europeus. ao seu redor.
Diversos desses barcos naufragaram e muitas pessoas morreram afogadas. Estima-se que 5
milhões de sírios tenham saído do país.
• Na atividade 1 da subseção
Conversando sobre o texto, re-
tome as hipóteses levantadas
quetions123/Shutterstock.com

antes da leitura, a fim de que os


estudantes possam confrontá-
-las com as informações obti-
Fotografia retratando a das após a leitura do texto.
fumaça que sobe da cidade
síria de Kobani, depois dos
• Nas atividades 2 e 3, incentive
os estudantes a trocar ideias e a
ataques aéreos da coalizão
liderada pelos EUA, vista de
expor suas opiniões, pensa-
uma colina nos arredores de mentos e sensações provocadas
Suruc, na fronteira entre a pela leitura da resenha crítica e
Turquia e a Síria, em 12 de pela leitura do livro que gosta-
outubro de 2014. riam de resenhar.
• Ao explorar a atividade 4, se
necessário, releia alguns trechos
Estudo do texto do texto, a fim de que percebam
como a história é descrita, o tra-
tamento que é dado ao tradutor
Conversando sobre o texto da obra (jornalista e cientista
1. Após a leitura do texto, você conseguiu perceber como uma resenha pode influenciar um político), a comparação à Anne
leitor? Essa percepção é semelhante à que você tinha antes de ler a resenha? Explique. Frank e à Malala, personalida-
Resposta pessoal. des conhecidas, deixando bas-
2. Caso ainda não tenha lido o livro O diário de Myriam, você se interessou por lê-lo após a lei- tante claro para o leitor que se
tura da resenha? Comente. Resposta pessoal. trata de histórias diferentes e
situações distintas. Oriente-os
3. Se você fosse escrever uma resenha crítica de um livro de que tenha gostado muito, qual livro ainda a perceber os recursos de
escolheria? Por quê? Resposta pessoal. persuasão utilizados pelo autor,
4. Considerando o contexto sócio-histórico em que Myriam escreve, qual é a importância da como a construção de um texto
publicação de um diário que reflete os olhares de uma menina sobre a guerra? Troque ideias atraente, o emprego de lingua-
gem adequada ao público e a
com seus colegas. Resposta pessoal.
adjetivação positiva empregada
1. b. Possíveis respostas: Ao público infantojuvenil, pois se trata de uma para falar do livro.
autora adolescente; a pessoas que se interessam por ler diários de relatos
Escrevendo sobre o texto de pessoas que viveram em lugares de conflitos armados, para conhecer
o cotidiano desses lugares.
• Nas atividades da subseção
Escrevendo sobre o texto, leve
1. Sobre a resenha crítica de livro lida, responda às questões. a turma a perceber que o rese-
a. Em que veículo a resenha foi publicada? nhista articula sequências ex-
Resposta: Em um site intitulado Plano Aberto. positivas e sequências avaliati-
b. Em sua opinião, a quem a leitura dessa resenha pode interessar? Por quê?
vas em seu texto.
65 • Na atividade 1, explore com os
estudantes o contexto de pro-
dução da resenha, a fim de que
reconheçam a situação comuni-
:14:52 Integrando saberes portanto, permite estabelecer uma relação 02/08/2022
entre os com-
16:14:52 cativa que envolve a criação
ponentes curriculares de Língua Portuguesa e de Histó- desse texto, o público leitor ao
• A compreensão da temática que permeia o diário ínti- ria. Para isso, se achar pertinente, convide um professor qual se dirige e a finalidade des-
mo mencionado na resenha pode ser atingida com base de História e proponha uma aula em conjunto, a fim de se gênero.
na leitura do boxe A guerra da Síria. Dessa forma, explore que ele faça uma explanação sobre os conflitos referentes
com a turma essa e outras informações, levando os estu- à Síria, e, juntos, destaquem a importância de conhecer
dantes a refletir sobre o contexto histórico, social e eco- esse contexto para compreender a resenha crítica.
nômico que permeia o livro resenhado. Essa discussão,

65

09/08/2022 11:46:35
• No item e da atividade 1, se c. Com que intenção essa resenha crítica foi produzida? Escreva no caderno a alternativa correta.
necessário, permita aos estu- Resposta: B.
dantes realizar uma pesquisa A. Para criticar o livro O diário de Myriam, apresentando aos futuros leitores todos os
rápida para verificar em quais pontos negativos da obra. 1. e. Possíveis respostas: Em jornais e revistas, impressos ou on-line, em blogs,
em postagens de redes sociais, em canais de booktubers e em livros.
veículos de comunicação as re- B. Para falar sobre o livro O diário de Myriam, apresentando a opinião do resenhista sobre
senhas críticas podem ser pu- ele, procurando informar um possível leitor dessa obra.
blicadas. Outra sugestão é levar
para a sala de aula resenhas crí- C. Para apresentar um resumo do livro O diário de Myriam, de modo que não seja neces-
ticas de uma mesma obra, pu- sário ler a obra completa para saber a história.
blicadas em pelo menos dois d. Considerando sua resposta da atividade anterior, como as resenhas de livros podem auxiliar
veículos diferentes, para que os leitores em geral? Resposta: As resenhas propiciam ao leitor conhecer diferentes informações sobre um livro
(ou outra manifestação artística), auxiliando-os em suas escolhas de leituras.
eles possam ler os textos, verifi- e. Em que outros veículos de comunicação você imagina que as resenhas sejam publicadas?
car onde foram publicados e
avaliar se os posicionamentos 2. No início do texto, o resenhista afirma que O diário de Myriam não é uma reportagem jornalística.
dos resenhistas são semelhan- a. Que tipo de relato ele considera que é feito no diário?
tes ou divergentes.
b. Para o resenhista, qual é a importância desse tipo de relato, considerando o contexto de
• A atividade 2 leva os estu- guerra em que a menina vive? Resposta: O relato individual é importante para o processo de humanização
das vítimas do conflito, que são apresentadas como números nos noticiários, e
dantes a pensar no caráter pes-
não como pessoas que sofrem os efeitos da guerra.
soal que o diário carrega, sem a
O resenhista, também chamado crítico, é quem escreve sobre filmes, livros ou outros ob-
pretensão de ser um texto jor-
jetos culturais, tecendo comentários pessoais e fazendo uma avaliação da obra.
nalístico ou histórico, e no fato
de esse tipo de relato ser impor- 3. O correspondente de guerra Philippe Lobjois conheceu Myriam em 2017. Explique de que for-
tante para a humanização das 2. a. Resposta: Um relato que não
ma esse encontro foi importante para a publicação do diário. tem a pretensão de ser histórico,
vítimas de guerra. Confira a resposta da questão nas orientações ao professor.
pois é um registro pessoal da
• Na atividade 3, oriente a tur- 4. Com relação à rotina construída no relato, responda às questões. vida da menina.
ma a reler o quarto parágrafo da a. Como o resenhista avalia a construção da rotina e a imagem criada da cidade de Alepo na
resenha. Se julgar pertinente, parte inicial do livro? Resposta: Segundo o resenhista, a rotina é comum e agradável, pois mostra situações
comuns do dia a dia; e Alepo é uma cidade com vida.
solicite a um estudante voluntá-
rio que o leia em voz alta. Depois,
b. Que acontecimento rompe com essa visão da rotina?
Resposta: O início da guerra na Síria e a restrição dos direitos de ir e vir.
incite uma conversa sobre a re- c. Na resenha, o autor destaca uma passagem em que Myriam ficou muito feliz por comer
lação entre Philippe Lobjois e damascos. De que forma situações como essa criam uma aproximação com o leitor?
Myriam e o efeito que ela cau- Resposta: Situações como essa trazem familiaridade e remetem o leitor à própria infância, quando ficava feliz por comer algo.
d. Além disso, para evidenciar a aproximação da obra com o leitor, o autor estabelece uma
sou no trabalho final do repór-
ter. Guie os estudantes a refletir
comparação com uma situação do contexto brasileiro. Que situação é essa?
Resposta: A intervenção militar em algumas comunidades do Rio de Janeiro.
acerca do trabalho de tradução e 5. Sobre a edição brasileira do livro O diário de Myriam, que aspectos positivos são destacados
adaptação do texto como uma Resposta: O fato de a edição brasileira apresentar notas de rodapé elucidativas, contextualizando os
pelo resenhista? relatos e, ainda, fazer menções sobre a culinária e os costumes locais, levando o leitor a se envolver
forma de autoria e de recriação, com a história.
em que a troca de experiências e 6. No final do texto, o resenhista destaca que O diário de Myriam vem sendo comparado ao
informações com a autora origi- Diário de Anne Frank. 6. b. Resposta: Para justificar isso, ele afirma que Anne Frank só passou a ser conhecida por
uma grande quantidade de pessoas após sua morte, em um campo de concentração.
nal enriquece a obra traduzida. a. O que o resenhista pensa sobre essa comparação?
• Na atividade 4, converse com Resposta: O resenhista considera essa comparação um equívoco.
b. Que argumentos ele emprega para justificar suas ideias?
os estudantes sobre a constru-
ção da rotina de Myriam narra- c. Além de Anne Frank, o autor compara Myriam a que outra pessoa?
Resposta: O autor compara Myriam a Malala Yousafzai.
da na par te inicial do livro, d. De que forma essa pessoa se diferencia de Myriam?
mostrando exemplos em que Resposta: Malala precisou sair de seu país para sobreviver, enquanto Myriam permanece em sua cidade e não pretende sair dela.
são descritas situações do coti- As resenhas críticas apresentam tanto informações sobre o enredo e o autor da obra co-
diano, levando-os a ref letir mo uma avaliação do resenhista, ou seja, sua opinião sobre a obra lida. Ao apresentar infor-
acerca dos efeitos que causam mações sobre a obra, o resenhista produz uma sequência expositiva, mas quando apresenta
no leitor. Pergunte-lhes como sua análise crítica, ele produz uma sequência opinativa.
se sentiram ao ler esses relatos
e se essas passagens os aproxi-
maram do texto. 66
• As atividades 5 e 6 auxiliam a
turma a perceber a apreciação
do resenhista em relação ao li- da obra, comentando seus principais aspectos. Questio- Respostas 06/08/2022 10:39:53
vro. Para isso, oriente os estu- ne-os se consideram a sequência expositiva, a sequên-
dantes a localizar as informa- cia avaliativa ou as duas sequências relevantes e até 3. Resposta: Como Philippe Lobjois leu o texto traduzido
ções solicitadas e a refletir so- mesmo decisivas para a escolha (ou não) da obra. Por do árabe para o francês, essa aproximação com Myriam
bre elas. meio dessa conversa, leve-os a considerar que ambas permitiu ao repórter conhecer melhor a menina e com-
• Após ler o boxe com o concei- são importantes. preender sua história, respeitando sua originalidade e,
ao mesmo tempo, tornando-a interessante para dife-
to de resenha crítica, pergunte
aos estudantes se eles se lem- rentes leitores.
bram de ter lido alguma resenha
crítica de livro, filme, série, jogo
eletrônico etc., em que, além da
avaliação, havia uma descrição
66

09/08/2022 11:46:35
7. Em alguns textos publicados na internet, existe a possibilidade de o leitor curtir, comentar e com- • Na atividade 7, leve os estu-
partilhar. Confira, a seguir, um comentário que foi postado na publicação da resenha crítica lida. dantes a perceber que curtir, co-
mentar e compartilhar são es-
pecificidades de textos publica-
Raquel Laís dos na internet. Aproveite para
Adorei a resenha. Não conhecia esse livro, mas fiquei interessada pela leitura. enfatizar a importância do uso
consciente desses recursos, de
A guerra na Síria tem provocado uma crise humanitária muito grave. Esse confli-
modo a combater discursos de
to, contado sob o ponto de vista de uma criança, pode, sem dúvida, mobilizar e ódio e a disseminação de fake
sensibilizar a população mundial. news, tipos de violência comuns
COMENTÁRIO de Raquel Laís sobre o texto: PEREIRA, Gustavo. O diário de Myriam. Plano Aberto, 9 jun. 2018.
nesse meio, e, assim, promover
Disponível em: https://www.planoaberto.com.br/o-diario-de-myriam/. Acesso em: 7 abr. 2022. a cultura da paz. Conclua com
eles que devemos respeitar opi-
a. Que tipo de comentário é feito: positivo ou negativo? Resposta: Positivo. niões divergentes e, quando
b. Segundo a leitora, qual é a importância da publicação de um livro como O diário de Myriam? quisermos confrontá-las, deve-
Resposta: Essa história pode sensibilizar os leitores e chamar a atenção para o problema: a crise humanitária causada pela guerra. mos fazer isso com respeito.
c. E você, que comentário faria sobre essa resenha? Escreva-o no caderno.
Resposta pessoal. • A atividade 1 da subseção Ex-
plorando a linguagem explora o
Explorando a linguagem emprego da primeira pessoa do
1. Releia o seguinte trecho da resenha. plural e do tempo verbal preté-
rito imperfeito no texto. Leve os
Ao mesmo tempo que nosso apetite é instigado por uma iguaria que nos é incomum, estudantes a analisar como es-
sentimos a familiaridade dos tempos em que éramos crianças e ficávamos felizes ses usos influenciam na leitura
com um lanche de pão doce quentinho, recém-comprado por nossas mães na padaria ao incluir o leitor e passar a ideia
1. b. Possível resposta: É possível identificar isso por meio dos pronomes (nosso, nos, nossas) e dos verbos de habitualidade.
da esquina. (sentimos, éramos, ficávamos) empregados na primeira pessoa do plural.

a. Em que pessoa do discurso esse trecho foi escrito?


1. c. Resposta: O emprego da primeira pessoa do • Na atividade 2, é trabalhado o
plural é uma forma de incluir o leitor no discurso, uso de adjetivos na construção
Resposta: Na primeira pessoa do plural. aproximando-o do texto.
b. Como você identificou essa informação? da apreciação construída pelo
resenhista. Aponte que nem to-
c. Por que foi empregada essa pessoa do discurso na resenha? dos os adjetivos e locuções adje-
d. Nesse trecho, foram empregados alguns verbos no pretérito imperfeito. Identifique-os. tivas são usados para demons-
Resposta: Éramos e ficávamos. trar apreciação, como brasileira,
e. O que esse tempo verbal sugere com relação à ocorrência das ações? traduzida, de rodapé, de Myriam
Resposta: O pretérito imperfeito sugere que as ações descritas pelo resenhista eram habituais no passado.
2. Releia o trecho a seguir. e inflacionária, que têm uma
função mais informativa do que
A edição brasileira, traduzida por Maria Clara Carneiro, do Jornal Joca, também conta apreciativa.
com elucidativas notas de rodapé contextualizando os relatos de Myriam, principal-
mente no que tange à flutuação inflacionária enfrentada por ela e seus concidadãos, Respostas
obrigados a pagar entre oito e 20 vezes mais por itens básicos, como um botijão de gás. 2. b. Resposta: A edição brasilei-
a. Que adjetivo foi empregado na caracterização do que a edição brasileira do livro apresenta? ra, traduzida por Maria Clara
Essa caracterização é positiva ou negativa? Resposta: O adjetivo elucidativas. A caracterização é positiva. Carneiro, do Jornal Joca, tam-
bém conta com notas de rodapé
b. Reescreva o trecho em seu caderno omitindo o adjetivo identificado no item a. Que efeito contextualizando os relatos de
a omissão desse adjetivo provoca no texto? Confira a resposta da questão nas orientações ao professor. Myriam, principalmente no que
tange à flutuação inflacionária
Resenha crítica é um texto que visa divulgar o conteúdo de um elemento cultural (livro, enfrentada por ela e seus conci-
filme, álbum musical, peça de teatro, show, entre outros) de forma subjetiva, destacando in- dadãos, obrigados a pagar entre
oito e 20 vezes mais por itens
formações importantes e emitindo uma avaliação crítica sobre ele. Geralmente, as resenhas
como um botijão de gás. Esse
são veiculadas em sites, jornais, revistas e livros.
adjetivo contribui para a carac-
terização do elemento analisado
67 na resenha. Dessa maneira, sem
o adjetivo, o texto se torna mais
direto e informativo, como se
não houvesse uma apreciação
:39:53 02/08/2022 16:14:52 do resenhista.

67

09/08/2022 11:46:35
Objetivos

• Reconhecer a importância do Ampliando a linguagem


emprego de adjetivos e advér-
bios na construção das sequên- Os adjetivos e os advérbios nas resenhas críticas
cias opinativas nas resenhas.
1. Releia o trecho da resenha das páginas 63 e 64 e note as palavras em destaque.
BNCC
A construção de uma rotina comum e agradável cria uma ruptura dramática
• Ao compreender a importân- quando essa rotina deixa de existir, motivada pelo conflito: em menos de dois meses,
cia dos adjetivos e dos advér-
Myriam não pode tomar seus sorvetes, brincar na rua ou mesmo ir à escola. Jabal
bios empregados nas resenhas,
bem como seus efeitos de sen- Sayid, bairro ao norte de Alepo onde ela vive, se tornou um bolsão de resistência con-
tido, os estudantes desenvol- tra os jihadistas, cercada e protegida por curdos armados que não deixavam ninguém
vem as habilidades EF08LP09, entrar ou sair sem provar que eram moradores (algo parecido com o que os militares
EF08LP16 e EF89LP16. da intervenção do Rio de Janeiro fizeram nas favelas cariocas). É uma situação extre-
• Os estudantes desenvolvem a ma, mas não completamente estranha à vivida por muitos brasileiros. Essas
habilidade EF89LP31 ao identifi- interseções estreitam os laços entre o leitor e a autora.
car o uso de adjetivos e advér-
bios como modalizadores de a. Os adjetivos comum e agradável foram empregados para caracterizar qual elemento?
opinião nas resenhas críticas. Resposta: O termo rotina.
b. Ao empregar esses dois adjetivos, que tipo de avaliação é construída pelo resenhista: posi-
Orientações tiva ou negativa? Explique. Resposta: A avaliação é positiva, pois o resenhista busca mostrar que a vida da
menina não apresentava nada de negativo, o que intensifica o sentimento negativo

• Releia a resenha com os estu-


com a ruptura dessa rotina.
2. Releia este trecho.
dantes, a fim de que eles possam A construção de uma rotina comum e agradável cria uma ruptura dramática quan-
relembrar os principais pontos do essa rotina deixa de existir, motivada pelo conflito: em menos de dois meses,
avaliados pelo resenhista. Myriam não pode tomar seus sorvetes, brincar na rua ou mesmo ir à escola.
• Comente com os estudantes
Que adjetivo é empregado para caracterizar o tipo de ruptura a que o livro se refere?
que o adjetivo é um importante Resposta: O adjetivo dramática.
recurso para a construção da 3. Os adjetivos extrema e estranha, em destaque, foram empregados para caracterizar o mesmo
apreciação estética e da avalia- elemento. 3.extrema,
b. Resposta: Os adjetivos caracterizam a situação relatada no livro, evidenciando que, apesar de ela ser
ou seja, distante, não é estranha a muitos brasileiros.
ção nas resenhas. Além disso, o a. Que elemento é esse? Resposta: A situação (relatada no livro).
adjetivo contribui para a cons-
trução das descrições no texto, b. Que ideia esses adjetivos expressam sobre os elementos que caracterizam?
tornando algumas passagens 4. No trecho, o advérbio completamente se refere ao adjetivo estranha.
mais significativas.
a. Como ele modifica o sentido dessa palavra?
• Além do adjetivo, o advérbio Resposta: O advérbio completamente enfatiza a ideia de que a situação é semelhante à vivida por muitos brasileiros.
b. Como esse advérbio atua sobre o adjetivo?
também pode ser empregado Resposta: O advérbio atua sobre o adjetivo indicando o modo como a situação teria sido estranha.
para reforçar e ampliar expres- 5. Reescreva, no caderno, o trecho apresentado, suprimindo os adjetivos em destaque e os
sões e, consequentemente, po- advérbios não e completamente e fazendo as adequações necessárias.
sicionamentos dentro de um Confira a resposta da questão nas orientações ao professor.
a. Em qual dos trechos fica evidente a construção de uma sequência opinativa na resenha: o
texto. Ressalte aos estudantes
trecho original ou o que você reescreveu? Resposta: O trecho original.
que alguns advérbios são consi-
derados modalizadores do dis- b. O que é possível concluir sobre a importância dos adjetivos e dos advérbios nas resenhas
curso. Os modalizadores se re- críticas? Resposta: É possível concluir que os adjetivos e os advérbios contribuem para a construção de
sequências opinativas, indicando pontos de vista do resenhista.
ferem a atitudes e posiciona-
mentos do falante em relação a No trecho apresentado, o resenhista empregou diversos recursos linguísticos que reforçam ou
ele mesmo, ao interlocutor e ao evidenciam seu posicionamento, como é o caso dos adjetivos e dos advérbios. Esses elementos
tema do discurso. são fundamentais para que se construam sequências opinativas em uma resenha crítica, eviden-
• O professor Ataliba Teixeira ciando uma postura subjetiva do autor e a construção da análise do objeto resenhado.
de Castilho, na Nova gramática
do português brasileiro, discor- 68
re sobre o fato de que o autor de
um texto argumentativo pode
modalizar o discurso por meio
de recursos que por vezes pas- proposição: realmente; provavelmente; obrigatoria- Respostas 02/08/2022 16:14:52
sam despercebidos pelo leitor, mente; infelizmente; e sinceramente.
como as expressões: “a causa
real”; “a causa provável...”; “é
• Para desenvolver as atividades 1 a 5, empregue a es- 5. A construção de uma rotina cria uma ruptura dramá-
tica quando essa rotina deixa de existir, motivada pelo
tratégia Think-pair-share, incentivando a cooperação
possível que...”; “é necessário...”, entre os estudantes para identificar as informações so- conflito: em menos de dois meses, Myriam não pode
entre outras. Com relação aos licitadas e fazer a análise dos usos dos adjetivos e dos tomar seus sorvetes, brincar na rua ou mesmo ir à es-
advérbios modalizadores, o re- advérbios. Por fim, evidencie para eles como os adjeti- cola. [...] É uma situação vivida por muitos brasileiros.
ferido professor apresenta al- vos e advérbios contribuem para a construção dos sen- Essas interseções estreitam os laços entre o leitor e a
guns advérbios e expressões tidos de um texto. autora.
adverbiais suscetíveis de verba-
lizar a avaliação do falante so-
bre as significações contidas na
68

09/08/2022 11:46:35
1. a. Resposta: Identifica-se o posicionamento da resenhista pelo uso do termo lição, sugerindo
que é possível aprender algo com o livro, demonstrando uma visão positiva da obra. Sim, pois a • Caso seja possível, leve o livro
Praticando autora aponta que a mensagem principal do livro é a importância da gentileza na luta contra Pássaro branco para a sala de
injustiças, além de ressaltar que a obra é uma boa fonte de informações sobre o Holocausto. aula a fim de que os estudantes
1. Leia, a seguir, outra resenha crítica de livro. possam conhecê-lo melhor.

Lição de voo
• Para a realização da atividade 1,
oriente a leitura individual e si-
lenciosa da resenha crítica. De-
Autora de Extraordinário estreia nos quadrinhos com história sobre o poder da
pois, leia-a em voz alta para a
gentileza em tempos de guerra turma, atentando às entona-
O quadrinho Pássaro branco tem início com uma chamada de vídeo entre ções adequadas, que poderão
Julian, um garoto que está fazendo seu dever de casa, e Sara, sua avó, que contará auxiliar no entendimento do
texto e agregar sentidos a ele.
ao neto como sobreviveu à Segunda Guerra Mundial graças a um menino conhe-
Na sequência, incentive os estu-
cido como Tourteau (caranguejo, em francês, e também uma forma pejorativa de
dantes a trocar informações a
se referir a deficientes físicos) e seus pais. respeito do que acharam da re-
Leitores de Extraordinário, obra de maior sucesso de R. J. Palacio — adaptada senha. Assim, aproveite essa
para os cinemas em 2017 com Julia Roberts e Owen Wilson no elenco —, se lem- atividade para avaliar o conhe-
brarão de Julian como o garoto que maltrata August Pullman, jovem com uma cimento deles sobre o gênero
deformidade facial e protagonista do romance anterior. Julian também aparece explorado neste capítulo, bem
como para verificar os conheci-
em Auggie e eu, centrado em personagens secundários de Extraordinário.
mentos demonstrados acerca
Na estreia de Palacio nos quadrinhos, o passado de Julian é brilhantemente dos recursos linguísticos em-
resumido de modo que a obra funcione para quem entra em contato com o univer- pregados no texto para expor
so da autora pela primeira vez. A mensagem central da graphic novel é novamente um posicionamento. Caso al-
a importância da gentileza na luta contra injustiças, algo tão universal quanto gum estudante apresente difi-
uma ave branca como símbolo de paz e liberdade. culdade em compreender o
conteúdo, atue como mediador,
[...]
esclarecendo as dúvidas que
Embora Pássaro branco seja a história de Sara — e é notável a capacidade da surgirem, destacando o empre-
graphic novel de retratar a avó, suas reflexões e suas angústias —, cabe a Julian a go dos adjetivos e advérbios e o
transformação, ainda em curso, de um garoto que inicialmente é alguém arre- uso de expressões que revelam
pendido de suas ações individuais (as vezes em que perseguiu August) a alguém a apreciação da resenhista.
que passa a agir coletivamente contra injustiças. Sob o mesmo lema de defesa da • Após a leitura do primeiro pa-
humanidade, rejeitando um essencialismo que divide pessoas em boas e más, rágrafo, explique aos estudantes
Julian reforça a possibilidade da mudança pela educação e pelo exemplo. que o uso da palavra deficiente,
embora ainda presente em algu-
O fato de Pássaro branco ter uma mensagem universal não impede que seja mas publicações, deve ser evita-
uma boa fonte de informação sobre o Holocausto para os jovens. [...] do, pois não devemos rotular a
pessoa pela sua característica
LANCMAN, Thais. Lição de voo. Quatro Cinco Um, 7 fev. 2022. Disponível em:
https://www.quatrocincoum.com.br/br/resenhas/literatura-infantojuvenil/licao-de-voo. Acesso em: 8 abr. 2022.
física, e sim reforçar o indivíduo
acima de suas restrições. Atual-
a. Qual palavra do título possibilita identificar a opinião da resenhista a respeito do livro? Ao mente, utilizamos a expressão
pessoa com deficiência porque
longo da resenha, esse posicionamento se confirma? Explique.
coloca a pessoa à frente de suas
b. Analise o advérbio em destaque na resenha. O que ele revela com relação à postura da características físicas.
resenhista sobre a obra? Resposta: Revela uma apreciação positiva da resenhista sobre a contextualização
do personagem para os leitores que não o conhecem.
c. No último parágrafo, que expressão a resenhista usou para demonstrar sua apreciação
sobre a obra Pássaro branco?
Resposta: A expressão “uma boa fonte de informação sobre o Holocausto para os jovens”.
d. Nessa expressão, qual palavra é responsável por revelar uma característica positiva? A que
classe gramatical ela pertence?
Resposta: A palavra que revela a característica positiva é boa. Essa palavra é um adjetivo.
69

:14:52 Sugestão de atividade grupos, os adjetivos e advérbios empregados nos textos


02/08/2022 16:14:52
e a identificar o posicionamento do resenhista a respei-
• Para aprofundar o trabalho com os conteúdos apre- to da obra em questão, verificando se esses usos des-
sentados nesta seção, proponha aos estudantes uma pertaram o interesse deles para o consumo da obra.
atividade de pesquisa. Para isso, solicite a eles que sele- Além de ampliar o contato dos estudantes com aspec-
cionem resenhas críticas de filmes, livros ou jogos, dis- tos da linguagem usada na resenha, esta atividade pos-
ponibilizando-lhes materiais para a pesquisa, como jor- sibilita explorar diversas obras das culturas juvenis, bem
nais e revistas ou, se possível, permitindo-lhes que pes- como a recepção delas pelo público em geral.
quisem na internet. Depois, oriente-os a analisar, em

69

09/08/2022 11:46:35
Objetivos

• Ampliar o conceito de voz A língua em estudo


passiva.
• Conhecer a estrutura da voz
Voz passiva analítica e voz passiva sintética
passiva analítica e da voz passi-
va sintética. 1. A seguir, releia um trecho da resenha crítica sobre o livro O diário de Myriam.
• Refletir sobre a falta de con-
cordância recorrente em constru-
O trabalho de Philippe Lobjois, que além de repórter é formado em Ciências Po-
ções com voz passiva sintética.
líticas, tem múltiplos desafios: O diário de Myriam foi originalmente escrito em
BNCC árabe, língua oficial da Síria. Dessa forma, o material teve de ser primeiramente
traduzido para o francês (teve participação fundamental nesse processo o frei
• Nesta seção, os estudantes
Georges, citado de forma recorrente por Myriam) e, só depois, Lobjois pôde anali-
podem aprimorar a habilidade
EF08LP08, pois ampliam o es- sá-lo e trabalhar diretamente com a criança, que estudou francês na escola, para
tudo da voz passiva. que esta explicasse e desenvolvesse os pensamentos que colocou no papel. A ele
• Ao ler anúncios de classifica- também coube preservar ao máximo o tom infantil de Myriam, mas “engrossá-lo”
dos, tirinha e poema, compre- com um vocabulário mais adequado para audiências mais maduras. Este equilí-
endendo cada gênero, os estu- brio é complexo, porque ir muito além pode tirar o protagonismo da autora. Em
dantes desenvolvem as habili- momentos pontuais, de fato sente-se que a situação vivida por ela foi adaptada
dades EF69LP05 e EF69LP53.
pelo francês na redação final.
• A compreensão da voz passi-
va e a reflexão sobre como ela é
empregada em situações infor-
a. Em que voz verbal estão as orações que contêm as locuções verbais destacadas?
Resposta: Na voz passiva.
mais, no cotidiano, possibilitam b. Identifique, quando houver, o agente da passiva das orações em que as locuções verbais
aos estudantes desenvolver as estão destacadas no trecho. Resposta: O agente da passiva identificado é pelo francês.
competências específicas de
Há duas maneiras de estruturar a voz passiva. Nas orações em que os termos estão em des-
Língua Portuguesa 2 e 4 e a ha-
bilidade EF69LP55. taque, você viu uma delas. Confira o seguinte trecho.

Orientações [...] a situação vivida por ela foi adaptada pelo francês na redação final.

• No estudo sobre voz passiva sujeito paciente verbo auxiliar ser + particípio
analítica e voz passiva sintética,
foram apresentados a teoria e Nessa construção, a voz passiva recebe o nome de analítica, pois a forma verbal é com-
os modos como são estrutura- posta de verbo auxiliar + verbo no particípio. Nesse tipo de voz passiva, não é obrigatória a
dos os períodos em que há o
presença do agente da passiva.
emprego dessas duas modali-
dades de voz passiva.
• Ao propor a atividade 1, caso Agora, confira, na oração a seguir, outra forma de estruturar a voz passiva.
os estudantes apresentem difi-
culdades em identificar o que se verbo concordando com o sujeito sujeito paciente
pede, retome com eles os con-
Adaptou-se a situação.
ceitos de voz passiva e agente
da passiva, abordados anterior- partícula apassivadora (pronome apassivador)
mente.
• Explique aos estudantes os Nessa construção, a voz passiva recebe o nome de sintética, sendo formada por um verbo
motivos pelos quais o agente da que concorda com o sujeito (em número e pessoa), seguido do pronome se, chamado partí-
passiva pode ser omitido nas cula apassivadora ou pronome apassivador, e por um sujeito.
construções com voz passiva
analítica: por uma opção do fa-
lante de enfatizar apenas o su- 70
jeito paciente da ação verbal ou
quando o sujeito da forma ativa
é indef inido. Apresente os
exemplos: “Alguém resgatará o 02/08/2022 16:14:52

mineiro.”; e “O mineiro será res-


gatado.”.

70

09/08/2022 11:46:36
Confira outros exemplos. • Leia com a turma o boxe so-
sujeito singular bre o pronome se atuando co-
mo índice de indeterminação do
Considera-se O diário de Myriam um registro pessoal. sujeito, o qual está ligado a um
verbo intransitivo ou verbo
verbo concordando com o sujeito + se
transitivo indireto. No entanto,
sujeito plural o emprego de verbos transitivos
diretos acompanhados de obje-
Consideram-se os relatos de Myriam humanizadores. tos diretos preposicionados é
também uma forma de indeter-
verbo concordando com o sujeito + se
minar o sujeito. Confira alguns
Outra característica dessa construção é que o verbo mantém-se no mesmo tempo em que exemplos: “Estima-se aos ami-
aparece na voz ativa. Isso ocorre na passagem da voz ativa para a voz passiva. gos.” e “Ama-se aos familiares.”.

Myriam Rawick faz importantes relatos. Fazem-se importantes relatos. • Ao explicar a variação da voz
passiva sintética, transcreva na
verbo no presente do indicativo verbo no presente do indicativo lousa as duas frases usadas como
modelo e destaque os verbos e
Pronome se
os respectivos sujeitos, para que
os estudantes notem a falta de
Orações com sujeito indeterminado e orações na voz passiva sintética apresentam concordância.
estruturas semelhantes, pois empregam formas verbais acompanhadas do pronome se. Assim,
é importante saber diferenciá-las. • Enfatize que, quando na voz
ativa o verbo for de ligação,
Em orações cujo sujeito está indeterminado, o sujeito é agente do processo verbal. Leia o transitivo indireto ou intransiti-
exemplo a seguir. vo, não será possível a transpo-
• Trabalha-se de dia. (se = índice de indeterminação do sujeito, que vem ligado a um verbo sição para a voz passiva, pois
transitivo indireto ou intransitivo. Nesse caso, não é possível determinar quem pratica a não há um elemento que fun-
ação de trabalhar.) ciona como paciente ou desti-
Em orações na voz passiva sintética, o sujeito é paciente do processo verbal. Leia o exemplo natário da ação verbal.
a seguir. • Em frases cujo verbo é transi-
• Esperam-se soluções para o aquecimento global. (se = pronome apassivador, ligado a um tivo indireto, como em “Precisa-
verbo transitivo direto cujo sujeito paciente é soluções.) -se de professores.”, o termo de
professores não funciona como
Nas orações com sujeito indeterminado, conjuga-se o verbo na 3ª pessoa do singular. Na voz
sujeito, e sim como objeto indi-
passiva sintética, o verbo concorda com o sujeito a que se refere, no singular ou no plural.
reto. Nessa construção, o pro-
nome se é um índice de indeter-
Reflexão sobre o uso da língua: uso da voz passiva sintética minação do sujeito, devendo,
portanto, o verbo flexionar-se
1. Leia dois anúncios classificados que foram publicados na mesma página de um jornal de gran- no singular.
de circulação no Brasil.
• Na atividade 1 do tópico Re-
A. B. VENDEM-SE flexão sobre o uso da língua:
CARRETAS,
uso da voz passiva sintética,
CARROCERIAS E BAÚS APARTAMENTOS comente com os estudantes
Sergio Lima/Arquivo da editora

Sergio Lima/Arquivo da editora

AGREGA-SE CARRETAS 1 DORMITÓRIO que, em placas e em cartazes


para venda, oferta e compra de
TRUCADAS, contato AV PAULISTA
produtos ou serviços, normal-
(99) 99999-9999/ Cond. XXXXXXXXXX, 1 dt. 1 vg, mob/ mente é empregada a voz passi-
Decor. R$550 mil. (99) 9999-9999 va sintética e, nesse caso, não é
9999-9999/9999-999
possível substituir uma forma
O ESTADO de S. Paulo, São Paulo, 6 out. 2018. Classificados, p. 4. (Adaptados). pela outra. A construção “Ven-
de-se este terreno.”, por exem-
a. O que está sendo apresentado em cada anúncio?
Resposta: O anúncio A informa a contratação de carretas para fazer transporte. O anúncio B informa a venda plo, é mais comumente utilizada
de apartamentos na Avenida Paulista. 71 do que “Este terreno é vendido.”.
Assim, solicite-lhes que leiam
os anúncios classificados e loca-
lizem o produto ou ser viço
:14:52 02/08/2022 16:17:45
anunciado. Depois, leve-os a re-
fletir sobre o uso dessa voz pas-
siva em anúncios comerciais e a
concluir que, na voz passiva
analítica, a ênfase recai sobre o
sujeito e, na voz passiva sintéti-
ca, o enfoque recai sobre as
ações.

71

09/08/2022 11:46:36
• No item d da atividade 1, orien- b. Nos anúncios lidos, em que número e pessoa os verbos agregar e vender estão flexionados?
Resposta: Na terceira pessoa do singular e na terceira pessoa do plural, respectivamente.
te os estudantes a compreender c. Note que ambas as formas verbais agrega-se e vendem-se estão na voz passiva sintética.
que o uso do verbo no singular
Analise-as e responda: Por que, mesmo empregadas em estruturas sintáticas semelhantes,
marca uma indeterminação do
uma forma verbal foi flexionada no plural e outra não?
sujeito, que pode significar a von- Resposta: Porque o anúncio B seguiu a norma-padrão de construção de voz passiva sintética, e o anúncio A não.
tade do anunciante de não reve- d. Em sua opinião, qual foi o sentido pretendido pelo autor do anúncio A ao empregar o verbo
lar o agente da ação verbal (sua flexionado no singular? Justifique sua resposta. Resposta pessoal.
identidade). Ainda no item d, Como você viu nesta seção, de acordo com a norma-padrão, na voz passiva sintética, o verbo
permita-lhes que reflitam sobre
deve concordar com o sujeito. Entretanto, atualmente, numa situação de registro informal, é pos-
o uso da língua e identifiquem
sível encontrar o uso de frases em que essa concordância nem sempre ocorre, como em “Vende-
que, no anúncio em que a forma
-se flores.” e “Compra-se carros.”.
verbal aparece no plural, a flexão
de número ocorre concordando Uma forma de entender e justificar esse emprego é a provável intenção do usuário da língua
com o sujeito (apartamentos), de fazê-lo numa tentativa de indeterminar o sujeito, mantendo o verbo, portanto, sempre no
como determina a norma-pa- singular.
drão. Já no caso em que o verbo
Assim, na análise de “Vende-se flores.”, teríamos de considerar flores como objeto direto da
foi flexionado no singular, não
forma verbal vende, e o pronome se como índice de indeterminação do sujeito. A ideia é informar
houve a concordância de número
entre o termo carretas e o verbo que alguém vende flores. Em “Compra-se carros.”, a ideia é semelhante: alguém compra carros.
agrega, prescrita pela norma-pa-
drão. Essa construção dá a en- Praticando
tender que há um sujeito inde-
terminado que agrega carretas. 1. A seguir, leia um poema do escritor Sérgio Capparelli, analisando o emprego da voz passiva.
• Ao ler o segundo parágrafo
O Capitão Sem Fim
do tópico Reflexão sobre o uso
da língua: uso da voz passiva
No mar tem um navio, Que desce por uma escada
sintética, relembre aos estu-
dantes que uma das marcas da No navio, um capitão. Que o conduz ao porão;

Fotos: pirtuss, Mr Doomits e Phasut


Fotomontagem de Barbara Sarzi.
impessoalização do verbo é a O capitão desce a escada, Onde existe uma caixa,

Waraphisit/Shutterstock.com
sua flexão na terceira pessoa do
A escada vai ao porão; Caixinha e não caixão,
singular mais a partícula se co-
mo índice de indeterminação do No porão tem uma caixa, Que tem guardado um anel
sujeito. Caixinha e não caixão, De um mágico do Japão.
• Retome com a turma que, na Dentro dela, um anel, E no jade do anel
voz passiva sintética, o verbo é
conjugado na terceira pessoa e De um mágico do Japão Existe, escrita à mão,
concorda com o sujeito a que se E no jade do anel A história e um mar,
refere, no singular ou no plural. Encontra-se, escrita à mão, De um mar com seu capitão
Entretanto, no registro infor-
mal, é comum encontrar cons- A história de um mar, Que está em um navio...
truções na voz passiva sintética De um navio e de um capitão,
em que, apesar de o sujeito pa- CAPPARELLI, Sérgio. O Capitão Sem Fim. In: CAPPARELLI, Sérgio. Tigres no quintal.
ciente estar pluralizado, o verbo Ilustrações originais: Orlando. São Paulo: Global, 2008. p. 17.
é conjugado no singular, como
em “Contrata-se jornalistas”. a. No poema, qual é a história contada pelo eu lírico?
Resposta: A história de um capitão de navio descendo a um porão onde há uma caixa com um anel.
Desse modo, construções como b. Depois que o anel é citado, o que acontece com a história?
a do exemplo apresentado de- Resposta: A história volta ao início.
notam uma intenção do falante c. Que importância o anel tem para o capitão?
Resposta esperada: Ele representa uma história muito importante para o capitão.
de manter indeterminado o su- d. Qual é a relação entre o título e a história do poema?
jeito que pratica a ação verbal. Resposta esperada: A história do capitão se repete no poema e o sinal de reticências, ao final do poema,
72 sugere que essa repetição seja infinita, por isso o título “O Capitão Sem Fim”.
• Na atividade 1 da subseção
Praticando, conduza a leitura
coletiva do poema, auxiliando
os estudantes na entonação e
06/08/2022 11:33:40
na dramatização, a fim de facili-
tar a compreensão do texto. Le-
ve-os a perceber que a história é
cíclica, por isso não tem fim, e
que o anel é o elemento chave
para o ciclo continuar aconte-
cendo. Aproveite para relacio-
nar o formato desse objeto com
a temática do poema, pois tra-
ta-se de um elemento que enfa-
tiza o caráter cíclico da história.
72

09/08/2022 11:46:36
2. Releia os versos a seguir. • Na atividade 2, os estudantes
deverão identificar a voz verbal
Encontra-se, escrita à mão, / A história de um mar, / De um navio e de um capitão, e o sujeito da oração. Além dis-
a. Em que voz verbal está a oração desses versos? Resposta: Na voz passiva sintética. so, deverão analisar o sentido
que a voz passiva sintética cria
b. Qual é o sujeito da forma verbal em destaque? ao trazer destaque ao que o
Resposta: O sujeito de encontra-se é A história de um mar, de um navio e de um capitão.
c. Que efeito de sentido o uso desse tipo de voz passiva cria nesses versos? anel representa. Se os estudan-
Resposta: Confere maior destaque ao que o anel representa (a história de um mar, de um navio e de um capitão). tes apresentarem dificuldade,
3. Agora, leia o trecho de um conto, analisando o emprego da voz passiva. retome as explicações acerca
desse conteúdo, exponha novos
[...]
exemplos e mostre que é im-
— Quem é que está falando? — perguntou Pinóquio, sentindo-se gelar de susto. portante notar que, sempre que
— Sou eu, um pobre Atum engolido pelo Tubarão junto com você. E você que peixe é? o se for pronome apassivador,
— Eu não tenho nada que ver com peixes. Eu sou uma marionete. haverá sujeito e o verbo será
transitivo direto ou transitivo
— E então, se você não é um peixe, por que se deixou engolir pelo monstro? direto e indireto.
— Não fui eu que me deixei engolir. Foi ele que me engoliu! E agora, o que vamos
fazer aqui no escuro?...
• Conduza a leitura do trecho
do conto da atividade 3, solici-
— Vamos nos conformar e esperar que o Tubarão digira os dois!... tando a dois estudantes volun-
tários que leiam as falas de cada
— Mas eu não quero ser digerido! — gritou Pinóquio, recomeçando a chorar.
personagem em voz alta para a
— Eu também não gostaria de ser digerido — acrescentou o Atum —, mas sou bas- turma. Ao final da leitura, verifi-
tante filósofo e me consolo pensando que quando a gente nasce Atum é mais digno que se a turma interpretou cor-
morrer na água do que no azeite!... retamente o texto, discutindo a
— Bobagem! — gritou Pinóquio. diferença entre as opiniões dos
personagens. Depois, auxilie-os
— A minha é só uma opinião — replicou o Atum —, e as opiniões, como dizem os a identificar a voz verbal usada
Atuns políticos, devem ser respeitadas! no texto e as locuções verbais
[...] que a expressam. Lembre-os de
COLLODI, Carlo. As aventuras de Pinóquio: história de uma marionete. Tradução: Marina Colasanti.
que a voz passiva analítica é
Ilustrações: Odilon Moraes. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2002. p. 171. construída por uma locução ver-
bal formada pelo verbo ser se-
a. O Atum diz que as opiniões devem ser respeitadas. O que o levou a fazer essa afirmação? guido do particípio passado do
b. Quais locuções verbais expressam a voz passiva nesse trecho? verbo principal.
Resposta: Ser digerido e ser respeitadas.
c. Que tipo de voz passiva foi empregado nesse trecho?
3. a. Resposta: O fato de Pinóquio não ter
compreendido a opinião do Atum a respeito
• Após realizar a atividade 4,
Resposta: A voz passiva analítica. chame a atenção dos estudantes
do que o peixe pensava sobre qual seria a
4. Leia as manchetes a seguir. forma mais digna de ele morrer. para o fato de que, na construção
da voz passiva sintética, o sujeito
A. B. paciente aparece posposto ao
Conheça a maior ponte Maior ponte marítima do verbo. Essa posição do termo
marítima do mundo, que foi mundo é inaugurada na também contribui para caracte-
construída pela China China rizar esse tipo de construção.
Disponível em: https://www.otempo.com.br/mundo/ Disponível em: https://g1.globo.com/mundo/
conheca-a-maior-ponte-maritima-do-mundo-que-foi- noticia/2018/10/23/maior-ponte-maritima-do-mundo
construida-pela-china-1.2058538. Acesso em 8 abr. 2022. -e-inaugurada-na-china.ghtml. Acesso em: 8 abr. 2022.

a. Identifique e escreva no caderno as locuções verbais que expressam a voz passiva nesses
títulos de notícias. Resposta: A: foi construída; B: é inaugurada.
b. Qual tipo de voz passiva foi empregado nessas manchetes? Resposta: Voz passiva analítica.
c. Ambas as notícias tratam do mesmo assunto. Em qual delas há o agente da passiva?
Resposta: No título A: pela China.
73

:33:40 08/08/2022 14:07:03

73

09/08/2022 11:46:36
• Na atividade 5, oriente os es- 5. Leia uma tirinha com os personagens Snoopy e Charlie Brown, e responda às questões.
tudantes a ler individual e silen-
ciosamente a tirinha. Depois,

Peanuts, Charles Schulz © 1974


Peanuts Worldwide LLC./Dist. by
Andrews McMeel Syndication
converse com a turma, verifi-
cando o que compreenderam e
se reconheceram o humor. Se
necessário, ajude-os a identifi-
car o espanto expresso pela fi-
sionomia de Snoopy no segundo
quadrinho e a compreender es-
se recurso gráfico como o prin- SCHULZ, Charles. Felicidade é... Tradução: Alexandre Boide. Porto Alegre: L&PM, 2015. p. 81.
cipal elemento indicador do hu-
mor na tirinha. a. Que sentimento Snoopy demonstra no segundo quadrinho? Por que isso acontece?
• No item a da atividade 6, auxi- Resposta: Ele demonstra susto, uma vez que sabe o que aconteceu com a bicicleta.
b. O que causa o humor nessa tirinha? 5. b. Resposta: O humor da tirinha é causado
lie os estudantes a identificar a pela expressão de Snoopy no segundo
voz e a locução verbal no trecho 6. Releia a seguinte oração, extraída do segundo quadrinho. quadrinho, ao se mostrar assustado com o
teor da carta de Charlie Brown, pois sabia
ao reconhecer o emprego do sobre o paradeiro da bicicleta, que estava
verbo ser no particípio. No item Talvez tenha sido entregue no endereço errado. sendo utilizada por Woodstock.
b, verifique se os estudantes
percebem que as alternativas B a. Em que voz está a locução verbal dessa oração?
Resposta: A locução tenha sido entregue está na voz passiva analítica.
e C estão incorretas. Se necessá- b. Qual das orações a seguir equivale à oração apresentada nessa atividade? Resposta: A.
rio, evidencie a eles que, na al-
ternativa B, o verbo na voz pas- A. Provavelmente entregou-se a bicicleta no endereço errado.
siva sintética está no plural (en- B. Entregaram-se a bicicleta no endereço errado.
tregaram-se), por tanto não
concorda com o sujeito (a bici- C. Entregam-se bicicletas de brinquedo em domicílio.
cleta), lembrando-os de que es- 7. A seguir, leia o trecho de um poema e responda às questões.
sa é uma relação de concordân-
cia exigida pela norma-padrão.
Na alternativa C, mostre-lhes
que a frase não pode correspon-
der à da atividade anterior, pois ALUGA-SE UM LUGAR
uma está no plural e a outra, no onde possa montar um bazar
singular, além de o tempo verbal
utilizado nesta alternativa não para atender aos mais variados desejos!
corresponder ao tempo verbal
indicado na tirinha.

Sergio Lima/Arquivo da editora


Lá quem quiser poderá encontrar
• Na atividade 7, proponha à um farol em alto-mar
turma uma leitura coletiva do
poema e incentive uma conver- e dele fazer sua secreta morada.
sa sobre o lugar mencionado ne-
[...]
le. Depois, verifique se eles iden-
tificaram a voz passiva sintética
presente no título do poema e, MURRAY, Roseana. Aluga-se um lugar. In: MURRAY, Roseana.
Classificados poéticos. Ilustrações: Mari Ines Piekas. 4. ed. São Paulo:
se necessário, retome as expli- Moderna, 2010. p. 21.
cações acerca desse conteúdo,
relembrando os principais con-
ceitos e a importância da con- a. Esse anúncio em forma de poema divulga algo real ou fantástico? Explique.
cordância entre verbo e sujeito. Resposta: Fantástico, pois aborda situações que fogem à realidade, como a existência de um farol em alto-mar à venda em um bazar.
b. Em que voz verbal está o título desse poema?
Resposta: Na voz passiva sintética.
c. A forma verbal do título está no singular ou no plural? Por quê?
Resposta: Está no singular, pois concorda com um sujeito simples também no singular (um lugar).
74

Sugestão de atividade em turmas numerosas. Para tanto, contabilize um minu- 06/08/2022 11:33:55

to para que os estudantes elaborem, em um papel, uma


• A fim de verificar a compreensão dos estudantes a oração que faça uso da voz passiva analítica e outra que
respeito da voz passiva analítica e da voz passiva sinté- faça uso da voz passiva sintética. Ao final, fixe os papéis
tica, solicite-lhes que escrevam duas orações usando na lousa ou em um local apropriado, leia os exemplos
uma e outra. A estratégia One-minute paper pode auxi- com a turma e, juntos, avaliem se estão corretos ou não.
liar no desenvolvimento dessa atividade, especialmente

74

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Objetivos
Outra leitura • Ler outra resenha crítica e
identificar as características e a
Agora, você vai ler uma resenha sobre um livro de um dos principais contistas brasileiros. Com função sociocomunicativa des-
base no título da resenha, "Leitura - Pedaços de fatos mínimos", qual você imagina que seja a se gênero.
característica principal da obra desse autor? Que tipo de avaliação você acha que o resenhista vai
fazer sobre a obra: positiva ou negativa? Vamos ler a resenha para descobrir? BNCC

• Ao ler e compreender uma re-

Sergio Lima/Arquivo da editora


senha crítica veiculada em uma
versão digital de um jornal, re-
conhecendo as características
desse gênero, os estudantes de-
senvolvem a competência espe-
Leitura - Pedaços de fatos mínimos cífica de Língua Portuguesa 3.
Aquela água toda, volume de contos de João Anzanello Carrascoza, • Após a leitura do texto, os es-
transforma costumes em reflexões sobre a vida tudantes avaliam a análise do
resenhista expondo suas opini-
O que leva uma pessoa a levantar todo santo dia e sair para o trabalho? Por que uma ões; além disso, são incentiva-
mãe precisa cuidar do filho ao longo de décadas? Qual é o sentido de passar parte da dos a buscar a obra completa,
vida frequentando uma escola? O que leva um homem a construir uma casa? Por que a desenvolvendo, portanto, as ha-
maioria das pessoas quer ter um carro? Qual é o sentido em passar grande parte da bilidades EF69LP45 e EF69LP46.
existência pensando no futuro?
• Durante as atividades, os es-
A resposta para estas e outras questões pode ser simples: porque as pessoas estão tudantes serão levados a reco-
acostumadas. Estão acostumadas a trabalhar todo dia, a folgar no domingo, a consti- nhecer as sequências descriti-
tuir família, a cuidar dos filhos, a construir casas, a ir para a escola. Estão acostumadas vas e opinativas na resenha,
desenvolvendo as habilidades
a ter carro, gostar de futebol, comer arroz com feijão e pensar no futuro.
EF89LP03 e EF89LP04.

Para o escritor paulista João Anzanello Carrascoza, as pessoas estão acostumadas ao
Ao reconhecer e avaliar o em-
cotidiano, aos gestos repetidos e propagados pelas sucessivas gerações. Em seu livro de prego de adjetivos e advérbios
contos Aquela água toda, que acaba de ser lançado pela editora Alfaguara, apresenta para a construção das sequên-
histórias onde os detalhes do cotidiano e os fatos mínimos são as grandes fontes de cias opinativas nas resenhas, os
sentido para os costumes. estudantes desenvolvem as ha-
Os 11 contos que integram o volume são protagonizados por crianças, jovens e adul- bilidades EF89LP06 e EF08LP10.
tos que, em algum momento de suas existências, vivem a experiência de se sentirem Orientações
humanos, de fazer parte da humanidade em tudo que ela possui entre a dor e o prazer,
entre a alegria e a tristeza, entre a vida e a morte. • Antes de ler a resenha crítica,
além dos questionamentos pro-
A partir de breves acontecimentos, ou pequenos fatos, sempre simbólicos, os perso- postos no texto introdutório,
nagens entram em contato com aquilo que o ser humano é além dos costumes. pergunte aos estudantes se eles
Passeando pela superfície do cotidiano, em algum momento acabam tombando com a já ouviram falar do escritor João
profundidade da vida. Pequenos detalhes capazes de conceder um tipo de entendimen- Anzanello Carrascoza ou se le-
to que se desloca dos costumes para se ancorar na vida. ram algum conto dele. Caso al-
gum estudante tenha alguma
No conto que dá título ao livro, Carrascoza narra a história de um garoto que vive uma e xperiência relacionada à s
experiência de felicidade ao viajar com os pais à praia. Ao mesmo tempo vive uma experi- obras desse autor, peça a ele
ência de infelicidade ao se perder da família. A sensibilidade do autor está em realizar a que a compartilhe com a turma.
conexão, com sutileza, entre a alegria brincante das águas do mar e a tristeza das lágrimas
no desespero do desamparo. Dois sentimentos antagônicos. Duas águas salgadas.
• Por meio do texto introdutó-
rio, é possível despertar a curio-
sidade dos estudantes pelo tex-
to e motivar a leitura. Leia-o e
75
permita a troca de impressões e
o levantamento de hipóteses
sobre o texto. Retome essa con-
versa após a leitura.
:33:55 02/08/2022 16:17:45

75

09/08/2022 11:46:36
• Leia com os estudantes o bo-
Nascido em 1962 e autor de mais de 30 livros, Anzanello Carrascoza desenvolveu
xe com as informações sobre o
autor, mencionando também uma literatura onde a sensibilidade ocupa lugar de destaque. Narrativas onde os deta-
alguns de seus outros títulos, lhes valem muito mais do que os grandes acontecimentos. Narrativas onde as
sobretudo os voltados ao públi-
experiências da vida não estariam nos grandes fatos do mundo, mas nos acontecimen-
co infantojuvenil, como O ho-
mem que lia as pessoas (2007), tos mais íntimos.
Meu avô espanhol (2008) e A O conto “Recolhimento” traz a história de um senhor que trabalha recolhendo pela
vida naquela hora (2011), entre cidade corpos de gatos e cachorros mortos. Certo dia, ao recolher o corpo de um ani-
outros.
mal, percebe que existe algum calor na morte. E vive a experiência de sentir a última
pulsação do bicho. Um homem que em seu cotidiano trabalhava com mortos, pela pri-
meira vez sente o instante exato em que a morte acontece. Um tipo de experiência que
o recorda de sua própria humanidade.
O conto “Mundo Justo” relata a história de um jo-

Editora Alfaguara
vem jogador de basquete que tenta entender a lógica
do mundo onde a vitória e a derrota trocam de lado
todo tempo. Ao mesmo tempo em que se dedica à vitó-
ria, experimenta a derrota do irmão mais novo. Não
uma derrota qualquer, mas fatal, sem retorno ao jogo
da existência.
As narrativas de Aquela água toda fazem questão
de lembrar ao leitor que sentimentos opostos aconte-
cem ao mesmo tempo, sem distinção de valores: “As
coisas boas, tanto quanto as ruins, estão o tempo todo
ao nosso lado, basta estender a mão para apanhá-las.”

Sergio Lima/Arquivo da editora


O foco não está nos fatos ou acontecimentos em si,
mas na percepção daquilo que são capazes de gerar
como informação para entendimento da dimensão da Capa do livro Aquela água toda,
vida. de João Anzanello Carrascoza,
publicado pela editora Alfaguara,
[...] em 2018.
LOSNAK, Marcos. Leitura - Pedaços de fatos mínimos. Folha de Londrina, 7 mar. 2018. Disponível em:
https://www.folhadelondrina.com.br/folha-2/leitura---pedacos-de-fatos-minimos-1001684.html. Acesso em: 29 set. 2018.

João Anzanello Carrascoza (1962-)

Fer Porto/Futura Press


Nascido em Cravinhos, no interior de São Paulo, o es-
critor e redator publicitário Carrascoza é considerado um
dos principais contistas do Brasil.
Entre sua produção literária, destacam-se os livros de
contos e as novelas infantojuvenis, muitos dos quais re-
ceberam importantes prêmios literários. As obras desse
escritor tematizam as relações humanas e familiares e
os detalhes da vida cotidiana, sempre representados de
forma subjetiva. Fotografia de João Anzanello
Carrascoza, em 2012.

76

06/08/2022 11:34:10

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09/08/2022 11:46:37
1. Após a leitura da resenha, caso você ainda não tenha lido o livro, você se interessou por lê-lo? • Após a leitura, ao realizar a
Por quê? Resposta pessoal. atividade 1, ouça as opiniões da
turma e verifique a possibilida-
2. Onde a resenha crítica lida foi publicada? de de fazer a leitura comparti-
Resposta: Na versão digital do jornal Folha de Londrina.
lhada do livro.
3. Considerando o veículo em que a resenha foi publicada, a que leitores ela é provavelmente
Resposta: Como a resenha foi veiculada em um jornal, ela é direcionada a todas as pessoas de forma
mais direcionada? geral, principalmente leitores do jornal.
• As atividades de 2 a 4 visam
resgatar com os estudantes o
4. Com que objetivo essa resenha foi escrita? contexto de produção da rese-
Resposta: A resenha foi escrita para apresentar uma avaliação do livro Aquela água toda.
5. O resenhista começa o texto apresentando uma série de questionamentos. nha crítica lida, levando-os a
Resposta: Para levar o leitor a refletir sobre assuntos importantes do cotidiano que são reconhecer o veículo onde ela
a. Por que isso foi feito? tematizados no livro Aquela água toda. foi publicada, o leitor a que se
b. Segundo o resenhista, qual é a resposta para essas questões? destina e o objetivo com que foi
Resposta: A resposta é porque as pessoas estão acostumadas. produzida. Aproveite para in-
c. Considerando a temática presente em todos os contos do livro Aquela água toda, por que centivá-los a comparar a finali-
esses questionamentos são importantes? Resposta: Porque, nesse livro de contos, os detalhes do cotidiano dade da resenha crítica lida na
e os fatos mínimos são fontes de sentido para os costumes.
6. Segundo o resenhista, o que há em comum entre os 11 contos publicados no livro analisado seção Leitura com a resenha li-
da nesta seção, ressaltando que
com relação ao protagonismo dos personagens? Resposta: Os protagonistas são crianças, jovens
e adultos, ou seja, seres humanos. ambas incentivam o leitor a ler a
7. O que há em comum entre as experiências vividas pelos personagens no livro? Resposta: Todos, em obra resenhada.
algum momento, vivenciam situações que os levam a se sentirem humanos, com suas dores e prazeres, alegrias e tristezas.
8. Na resenha, o autor apresenta algumas informações sobre Carrascoza e sua obra. • Ao longo dos questionamentos
propostos, é importante levar os
a. Quais das informações apresentadas caracterizam uma sequência expositiva? estudantes a reconhecer sequên-
Resposta: A data de nascimento e a quantidade de livros publicados.
b. Quais das informações apresentadas caracterizam uma sequência opinativa, em que o re- cias expositivas e sequências opi-
senhista expressa subjetivamente sua apreciação sobre a obra de Carrascoza? nativas na resenha crítica lida.

9. Releia este trecho.


8. b. Resposta: O autor afirma que, na literatura de Carrascoza, a sensibilidade é recorrente. Além
disso, destaca que, em suas narrativas, os detalhes são mais relevantes que os acontecimentos e a • As atividades 5 a 7 exigem que
experiência de vida não precisa estar em situações grandiosas, mas em situações íntimas e cotidianas. os estudantes tenham compre-
No conto que dá título ao livro, Carrascoza narra a história de um garoto que vive endido o texto e que localizem as
informações solicitadas. Caso
uma experiência de felicidade ao viajar com os pais à praia. Ao mesmo tempo vive
eles estejam com dificuldade de
uma experiência de infelicidade ao se perder da família. A sensibilidade do autor está compreender o texto, auxilie-os
em realizar a conexão, com sutileza, entre a alegria brincante das águas do mar e a a perceber a ideia central de cada
tristeza das lágrimas no desespero do desamparo. Dois sentimentos antagônicos. Du- parágrafo da resenha, empre-
as águas salgadas. gando palavras-chave para isso.

Identifique nesse trecho uma sequência expositiva e uma sequência opinativa.


• Nas atividades 8 e 9, eviden-
cie à turma que as sequências
9. Resposta: A sequência expositiva corresponde ao trecho em que o resenhista informa
10. Releia o trecho a seguir. sobre o enredo do conto; a sequência opinativa corresponde ao trecho em que analisa o
expositivas do texto são aque-
conto, destacando a sensibilidade e a sutileza do autor ao narrar essa história. las que apresentam informa-
[...] Narrativas onde os detalhes valem muito mais do que os grandes acontecimentos. ções sobre a obra resenhada e
Narrativas onde as experiências da vida não estariam nos grandes fatos do mundo, que as sequências opinativas
defendem o ponto de vista do
mas nos acontecimentos mais íntimos.
resenhista acerca do autor e da
Resposta: Adjetivos: grandes, íntimos; obra analisada.
a. Identifique nesse trecho o emprego de adjetivos e advérbios.

advérbios: muito, mais e não.
Ao propor a atividade 10, além
b. Releia o trecho suprimindo os adjetivos e os advérbios. O que você pode concluir sobre a de explorar os adjetivos e os ad-
importância deles nessa resenha crítica? Resposta: Os adjetivos e os advérbios permitem construir as vérbios, comente que no trecho
sequências opinativas nas resenhas, pois revelam a subjetividade e a postura do resenhista sobre o livro.
c. Analise o emprego da conjunção mas no trecho e responda: Que relação de sentido ela si- há também duas locuções adje-
naliza entre as orações? Resposta: Relação de oposição de ideias. tivas: de vida e do mundo. Na
sequência, chame a atenção para
d. Por qual outra conjunção ou locução conjuntiva a palavra mas poderia ser substituída sem a forma verbal valem, que tam-
alterar o sentido do trecho? Resposta: No entanto, porém. bém contribui para a sequência
opinativa. Destaque também a
77 importância das conjunções em
uma resenha crítica, as quais,
além de conectar trechos, esta-
belecem uma relação de sentido.
:34:10 02/08/2022 16:17:45 Verifique se eles identificam a
conjunção mas como adversati-
va, sendo, portanto, empregada
com a finalidade de transmitir
ideia de oposição ou adversida-
de. Se necessário, mostre, em
exemplos, que ela pode ser subs-
tituída pelas conjunções porém,
todavia, contudo, entretanto ou
no entanto sem prejuízo de sen-
tido ao texto.

77

09/08/2022 11:46:37
Objetivos

• Praticar a escrita por meio da Produção escrita


produção de uma resenha crítica.
• Socializar a resenha crítica Resenha crítica
publicando-a em um blog cria-
Neste capítulo, você leu duas resenhas críticas de livros e conheceu as principais características
do pela turma.
desse gênero. Agora, você deverá escolher um livro de que tenha gostado muito e produzir uma
BNCC resenha sobre ele. O objetivo dessa produção é avaliar um livro e convencer os leitores a lê-lo. Ao
final, as resenhas serão postadas no blog da turma.
• Ao produzir uma resenha crí-
tica, considerando os elementos
que compõem o contexto de Planejando o texto
produção, os estudantes desen-
volvem a competência específi- Antes de começar o texto, confira algumas orientações para planejá-lo.
ca de Língua Portuguesa 3. a. Faça uma lista de livros que tenham surpreendido você de alguma forma. Entre eles, escolha
• Ao reconhecer a importância um para fazer uma resenha crítica. Se não se lembrar de nenhum, vá à biblioteca da escola,
do contexto de produção da re- selecione um para leitura e resenhe-o.
senha crítica e ao publicá-la em
b. Se necessário, releia o livro a fim de identificar e anotar as informações necessárias para
um blog, socializando as práti-
produzir a resenha. Para contextualizar o leitor sobre o livro, confira o enredo, os persona-
cas de leitura e produção, os es-
tudantes desenvolvem as habi- gens, o espaço onde a história é ambientada etc.
lidades EF69LP06 e EF69LP07. c. Reflita sobre os aspectos positivos e negativos do livro: um capítulo em particular, um per-
• Os estudantes desenvolvem a sonagem, uma descrição detalhada de um lugar, o estilo e a linguagem do autor, a abordagem
habilidade EF69LP18 ao garantir de um assunto etc.
a coesão e a continuidade tex-
d. Pense em como evidenciar para o leitor os aspectos negativos e positivos do livro, ou seja,
tual, empregando recursos lin-
guísticos que marquem as rela-
escolha palavras que reforcem sua postura sobre o livro.
ções de sentido entre os enun- e. Pesquise informações sobre o autor do livro e sobre o contexto de produção da obra, a fim
ciados. de poder contextualizar para o leitor a obra resenhada.
• Durante a produção do texto,
os estudantes deverão empregar,
de forma consciente e reflexiva,
Produzindo o texto
recursos da língua de acordo com
a norma-padrão, desenvolvendo Para produzir a resenha, siga estas orientações.
a s habilidades EF69LP56 e a. Escolhido o livro sobre o qual será feita a resenha, inicie a produção. Comece a resenha con-
EF08LP04. textualizando o livro para o leitor (o título, o nome do autor, a editora, a publicação, a edição
• No planejamento, os estu- etc.) e faça um breve comentário sobre o enredo do livro, sem detalhá-lo.
dantes são orientados a regis-
b. Na sequência, apresente suas impressões pessoais sobre o livro, procurando analisar os as-
trar informações sobre o livro a
ser resenhado, para depois or-
pectos (positivos e negativos) que considerar importantes.
ganizá-las na resenha crítica, c. Ao apresentar os pontos positivos e negativos, utilize adjetivos que mostrem sua opinião e
ação que contempla a habilida- apreciação e advérbios que expressem diferentes circunstâncias a respeito dos elementos a
de EF89LP26. serem analisados.
• Após a produção, os estudan- d. Caso apresente pontos negativos do livro, lembre-se de fazê-lo de forma respeitosa e cons-
tes deverão revisar o texto, ade-
ciente, pois seu texto será produzido para diferentes leitores.
quando o que for necessário de
acordo com o contexto de pro- e. Se achar interessante, faça comentários sobre a edição do livro, a capa, a contracapa, as
dução, o gênero e o veículo em ilustrações presentes nele etc., de forma a expor como esses elementos foram construídos
que será publicado, desenvol- para chamar a atenção do público.
vendo a habilidade EF69LP08.
78
• Os estudantes desenvolvem a
competência geral 7 e a habili-
dade EF89LP31 uma vez que de-
vem utilizar recursos persuasi- Orientações nizar as ideias. Solicite-lhes que anotem as informações
02/08/2022 16:17:46
vos, mostrando ao leitor seu
posicionamento acerca do livro • Converse com a turma sobre a organização da rese- que desejam compartilhar para inseri-las no texto. In-
centive-os a pesquisar informações sobre o autor do li-
escolhido. nha, destacando a importância da contextualização da
vro, quando foi publicado, para que tipo de público etc.
obra, da presença de sequências expositivas e opinati-
Se possível, oriente-os a conversar com outras pessoas
vas e da conclusão, instigando o leitor a conhecer o obje-
que tenham lido o texto e a questioná-las sobre suas
to resenhado.
percepções, promovendo um estudo acerca da recepção
• Durante o planejamento, converse com os estudantes dessa obra.
sobre os itens apresentados, visto que auxiliam a orga-

78

09/08/2022 11:46:37
f. Na conclusão, você pode fazer uma apreciação geral do livro ou enfatizar aspectos já anali- • Ao iniciarem a produção,
sados, levando o leitor a se interessar pela leitura. além de ler cada uma das orien-
tações com os estudantes, é im-
g. Lembre-se de que a resenha deve apresentar sequências expositivas e opinativas. portante auxiliá-los durante a
h. Uma forma de criar uma aproximação com o leitor é empregando trechos em primeira pes- construção do texto, orientan-
soa do discurso ou o pronome você para estabelecer um diálogo com ele. do-os sobre cada etapa. Ajude-
-os a organizar o texto a fim de
i. Empregue conjunções, pronomes e sinônimos para escrever trechos coesos. que ele fique convidativo ao lei-
j. Crie um título sugestivo, que deixe claro seu posicionamento sobre o livro. tor, e não cansativo. Comente
que as orientações dadas refle-
k. Faça uso da norma-padrão, empregando as regras de concordância verbal e nominal e as tem sugestões de encaminha-
convenções ortográficas da língua portuguesa. mento do texto que podem ser
l. Escolha uma imagem para acompanhar a resenha (capa do livro, por exemplo). seguidas para tornar o texto co-
eso e coerente.

Avaliando o texto • Converse com eles mais uma


vez a respeito da organização do
texto: contextualização, apre-
Com base nos itens a seguir, avalie sua resenha. sentação do ponto de vista com
a. A resenha apresenta uma contextualização do livro? sequências expositivas e opina-
tivas e conclusão.
b. Foram apresentadas sequências expositivas e opinativas na resenha?
c. A conclusão destaca os aspectos analisados e instiga o leitor a conhecer o livro? • Após finalizar a primeira ver-
são do texto, é importante que os
d. Foram empregados adjetivos e advérbios para construir sequências opinativas? estudantes a releiam. Nesse mo-
mento, permita-lhes que se
e. O texto foi escrito de acordo com a norma-padrão?
unam em grupos de estudantes
Com base nos itens listados, ajuste sua resenha, editando-a em um programa de edição de de diferentes perfis para trocar
texto. Assim, você pode excluir, incluir ou deslocar trechos e fazer correções pontuais, como inclu- ideias sobre os textos produzidos.
são e exclusão de vírgulas, acentos, ajustes de concordância nominal e verbal etc. Por fim, escreva • A avaliação da primeira ver-
seu nome na resenha crítica. são do texto pode servir tam-
bém de avaliação do conheci-
mento das características do
Postando a resenha no blog da turma gênero resenha crítica. Assim,
verifique se eles as recordam e,
Em grupos, organizem-se para criar o blog da turma e divulgar os textos produzidos. Confiram se necessário, antes da reescri-
as atividades que os grupos deverão realizar. ta, retome-as, voltando às se-
ções Leitura e Outra leitura. Na
sequência, oriente-os a reescre-
Grupo 1: os integrantes devem criar o blog, utilizando sites com serviço gratuito. Alguns
ver o texto, com base nos ajus-
deles podem exigir um e-mail para abrir a conta. Assim, verifiquem com o professor qual tes que eles identificaram como
e-mail pode ser utilizado. Depois, definam um nome para o blog, que deve ser convidativo, necessários durante a etapa de
pois ele aparecerá na página inicial. Escolham um layout para o blog. avaliação.
Grupo 2: os integrantes devem organizar as resenhas na ordem das postagens, que pode • Para desenvolver o proposto
ser por ordem alfabética do nome dos autores. na subseção Postando a rese-
nha no blog da turma, caso a
Grupo 3: os integrantes devem divulgar o endereço do blog para os demais estudantes da
turma já tenha um blog, solicite
escola, amigos e familiares. aos estudantes que divulguem
os textos nele. Se eles não tive-
Constantemente, acessem o blog para verificar possíveis comentários que outras pessoas fa- rem, ajude-os a criar um para
çam sobre os textos. Mantenham uma interação com esses leitores, incentivando-os a continuar divulgar as produções. Outra
possibilidade é solicitar aos es-
acessando o blog para conhecer outras produções da turma ao longo do ano.
tudantes que levem para a sala
79 de aula computadores e tablets
para digitar e organizar as rese-
nhas. Depois, um deles ou um
grupo de voluntários poderá
:17:46 02/08/2022 16:17:46
criar um blog para a turma e,
por fim, postar as resenhas.

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09/08/2022 11:46:37
Objetivos
Ponto de verificação
• Avaliar a compreensão de
orações na voz ativa e na voz
passiva. 1. Analise as alternativas a seguir e escolha a que apresenta uma oração na voz ativa e outra
na voz passiva, respectivamente.
• Verificar o reconhecimento de
oração na voz passiva analítica.
A. Meu pai saiu de casa cedo. / Joana esqueceu a bolsa em casa.
• Verificar o reconhecimento de B. As estrelas refletem a luz do sol. / Meu celular descarregou na rua.
oração na voz passiva sintética.
• Avaliar os conhecimentos C. Miguel fez a prova rapidamente. / O trabalho foi apresentado pelo meu grupo.
acerca do gênero quarta capa.
D. A multidão foi tomada de emoção. / Eles foram invadidos por uma sensação de medo.
• Avaliar os conhecimentos
acerca do gênero resenha crítica. E. A vitória não foi dada a nenhum dos times. / O pão precisa de mais fermento.
Orientações Resposta: C.

• Após a realização da ativida- 2. Identifique a alternativa que contém uma oração na voz passiva analítica.
de 1, releia cada alternativa com
a turma e questione item por
item, solicitando aos estudan- A. O vaso quebrou-se.
tes que classifiquem as orações. B. Considerou-se falso aquele relógio.
Para remediar possíveis defasa-
gens, solicite a eles que retor- C. Ele passeou pela praça ontem.
nem ao conteúdo estudado no D. Afirmaram-se coisas falsas no julgamento.
capítulo ou apresente novos
exemplos para compararem. E. O chocolate foi comprado pelo cozinheiro.
• Após as atividades 2 e 3, ana- Resposta: E.
lise com os estudantes cada
3. Identifique a alternativa que contém uma oração na voz passiva sintética.
uma das alternativas, a fim de
que percebam qual é o tipo de A. Estimulou-se o crescimento do país.
voz verbal presente nas ora-
ções. Convide voluntários para B. Sua vida foi radicalmente mudada pelo acontecimento.
ir até a lousa transcrever as ora- C. O roedor escondeu-se na toca.
ções e classificá-las com o auxí-
lio dos colegas. Se houver difi- D. Essa carga foi trazida da Europa pelo navio.
culdade em diferenciar a voz
E. Juliano assustou-se com aquele enorme inseto.
passiva analítica da voz passiva
sintética, forneça mais exem- Resposta: A.
plos de cada uma.
4. Explique qual geralmente é a principal função do texto de quarta capa de um livro.
• Para conduzir a correção da Resposta: Antecipar o assunto do livro de forma a despertar a curiosidade do leitor em lê-lo.
atividade 4, peça aos estudan- 5. Quais são as principais características de uma resenha crítica?
tes que leiam suas respostas e
Resposta: Trata-se de um texto que visa apresentar as principais informações de uma obra por meio da visão de um resenhista
construa uma coletivamente na ou crítico, o qual evidencia a apreciação dela e sua indicação para o público.
lousa. Ao final, oriente-os a
analisar e verificar se todas as Autoavaliação
respostas estão adequadas ou
se precisam de ajustes. Se ne-
Escreva em uma tira de papel uma palavra que define o seu desempenho na unidade. O
cessário, retome um dos textos professor recolherá os papéis da turma e analisará as respostas com todos.
da unidade, fazendo a leitura Em uma roda de conversa, comente as respostas e compartilhe as experiências vivenciadas
integral dele, para que identifi- na unidade. Ao final, aponte o que pode ser mantido ou melhorado nas próximas unidades.
quem as características men-
cionadas nas respostas.
80
• De acordo com as respostas à
atividade 5, apresente alguns
textos aos estudantes e peça a
eles que procurem as caracterís- • Na Autoavaliação, oriente os estudantes a escrever que expressem o porquê de seus registros e quais as- 02/08/2022 16:17:46
ticas apontadas. Se notar difi- em uma tira de papel uma palavra que acreditam definir suntos lhes pareceram mais fáceis ou mais difíceis.
culdades, é possível retornar às seu desempenho e recolha os apontamentos de todos. Atente aos principais pontos levantados pela turma para
resenhas analisadas na unidade Verifique cada um, registrando na lousa as palavras e a refletir sobre sua prática pedagógica e eventualmente
ou, ainda, solicitar que pesqui- quantidade em que apareceram. Reúna todos em uma rever ou ajustar seu planejamento para atender às ne-
sem na internet outros exem- roda de conversa e propicie um ambiente amistoso para cessidades da turma.
plos do gênero para análise.

80

09/08/2022 11:46:37
Iniciando o trajeto Objetivos

• Avaliar os conhecimentos
1. Junte-se a três colegas e pesquisem um exemplar do gênero textual novela. Analisem a obra, acerca do gênero novela.
procurando perceber as características mais marcantes e troquem ideias para responder às • Diagnosticar o que sabem dos
questões a seguir. tipos de discurso.
a. Qual é o título que vocês selecionaram? Quem é o autor? Resposta pessoal. • Verificar a percepção de ter-
Resposta esperada: É possível concluir que mos que complementam no-
b. O que é possível concluir sobre a extensão de uma novela? se trata de um texto de média extensão. mes e de termos que os carac-
Verifique se os estudantes perceberam que a extensão da novela geralmente é maior que a do conto e menor que a do romance.
c. A novela conta uma história real ou fictícia? terizam.
Resposta: Fictícia.
d. Qual é a semelhança e a diferença entre os gêneros novela e romance? Resposta: Trata-se de gêneros • Verificar a relação dos estu-
narrativos, ou seja, que contam uma história. A novela costuma ser menos extensa e conter menos personagens que o romance. dantes com o gênero romance
2. Leia a anedota a seguir. juvenil.

Ao perceber o entusiasmo da turma após uma visita ao parque da cidade, a profes- • Avaliar a habilidade de dife-
renciar aposto e vocativo.
sora decidiu testar a atenção dos estudantes solicitando:
Orientações
— Em cinco segundos, me digam os cinco animais mais vistos no parque.
Sem pensar muito, Zequinha respondeu: • Antes de propor a atividade 1,
esclareça à turma que o termo
— Uma capivara e quatro formigas. novela refere-se ao gênero tex-
Anedota popular. tual da esfera literária, e não às
tramas televisionadas narradas
a. Explique como as falas dos personagens foram marcadas nessa anedota. em capítulos. Viabilize a pesquisa
Resposta: Com dois-pontos e travessão. selecionando, antecipadamente,
b. Quais verbos o narrador emprega para anunciar as falas nessa anedota?
Resposta: Os verbos solicitar e responder. alguns títulos para facilitar a bus-
c. Reescreva a anedota incorporando as falas dos personagens à voz do narrador. ca e permita aos estudantes que
Resposta: Ao perceber o entusiasmo da turma após uma visita ao parque da cidade, a professora decidiu testar a atenção
analisem as obras e conversem
3. Leia a oração a seguir. dos estudantes solicitando que, em cinco segundos, eles citassem os cinco animais mais
vistos no parque. Sem pensar muito, livremente, de acordo com suas
Ele tinha medo de assombração. Zequinha respondeu que tinha visto percepções, com base no que
uma capivara e quatro formigas.
pesquisaram sobre o gênero. Di-
a. A que termo da oração o elemento em destaque se refere? Qual é a classe gramatical dele? recione a discussão para as ques-
Resposta: Ao termo medo. Esse termo é um substantivo.
b. O que aconteceria com a oração se o elemento em destaque fosse suprimido? tões propostas. Depois, peça-
Resposta: A oração ficaria com o sentido prejudicado, incompleto. -lhes que leiam suas conclusões
4. Agora analise a seguinte oração. para a turma e, durante a corre-
ção, reforce as características já
Ele tinha um cachorro grande. conhecidas e evidencie as que
ainda não conheciam.
a. A que termo os elementos em destaque se referem nessa oração? A que classe gramatical
ele pertence? Resposta: Ao termo cachorro. Esse termo é um substantivo.
• Na atividade 2, analise o co-
nhecimento dos estudantes
b. Se os elementos em destaque fossem suprimidos da oração, a essência dela seria prejudi- acerca de como se marcam as
Resposta: Não, pois eles não têm a função de complementar outro elemento falas dos personagens em tex-
cada? Explique sua resposta. que pudesse ficar com o sentido prejudicado. Eles apenas acrescentam
informações não essenciais para a compreensão da oração. tos narrativos. Se necessário,
5. Você sabe o que é um romance juvenil? Selecione um título e apresente-o aos colegas, indi- relembre algumas informações
cando as informações mais importantes sobre a narrativa. Ao final, escreva a principal carac- com eles. No item c, explique
Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes percebam, com as apresentações, que a
terística desse gênero. trama nesse gênero gira em torno de personagens jovens ou adolescentes, com conflitos que é necessário fazer algumas
típicos dessa faixa etária. alterações. Em seguida, reescre-
6. Junte-se a um colega e comparem as duas orações a seguir.
va o texto na lousa com a parti-
A. Felipe, quando você chegou? B. Só uma pessoa é capaz disso: Felipe. cipação deles, apontando as al-
terações necessárias. De acordo
Reflitam sobre o termo em destaque em cada oração e indiquem a função de cada um deles. com o desempenho deles, pla-
Resposta: Na oração A, o termo Felipe serve para chamar, convocar uma pessoa. neje as abordagens necessárias
Na oração B, serve para explicar quem é a pessoa sobre a qual se fala. 81 para tirar o melhor proveito do
conteúdo na unidade.
• Nas atividades 3 e 4, note se
cessário, proponha atividades que recuperem conteúdos característica do gênero. Com base nas respostas e no os estudantes conseguem per-
02/08/2022 16:19:08
como artigo, substantivo, pronome, numeral, adjetivo e desempenho deles na atividade, planeje como deverá ceber a importância do comple-
locução adjetiva para facilitar o trabalho com esses ele- ser a abordagem desse conteúdo na unidade. mento nominal para o sentido
da oração e se diferenciam a
mentos quando analisados sintaticamente na unidade.
• Na atividade 6, peça às duplas que analisem os termos
função dele da função do adjun-
• A atividade 5 aborda um assunto relacionado às cul- em seus respectivos contextos e, por meio da reflexão
to adnominal. É necessário tam-
turas juvenis. Com os títulos selecionados, promova um que devem fazer, note se os estudantes percebem a di-
bém que saibam as classes gra-
momento de conversa para os estudantes apresenta- ferença entre o vocativo e o aposto. Verifique, com base
maticais das palavras que com-
rem suas apreciações acerca deles. É possível usar a es- nisso, qual deverá ser a estratégia adotada no momento
põem o sintagma nominal para
tratégia Quick writing para que eles indiquem a principal de trabalhar esses conteúdos na unidade.
compreenderem os conceitos
que serão apresentados. Se ne-

81

09/08/2022 11:48:47
Objetivos

• Analisar a imagem e reconhe-


cer os elementos que remetem
ao universo poético.
• Resgatar os conhecimentos
prévios sobre os gêneros novela

Unidade
e romance.

3
BNCC

• A análise da imagem e o le-


vantamento de hipóteses sobre
as características dos gêneros
novela e romance permitem aos
estudantes compartilhar infor-
mações e expressar ideias, le-
vando-os a desenvolver a com-
petência geral 4, a competência Novela e romance
específica de Linguagens 3 e a
habilidade EF89LP27. juvenil
Orientações

• Confira os conteúdos que se-


rão abordados neste capítulo e
verifique, de acordo com o diag-
Principais conteúdos
nóstico realizado anteriormen- desta unidade
te, se convém alterar a ordem
em que serão trabalhados, a fim • Novela
de adaptar o material à turma. É • Discurso direto e discurso indireto
possível antecipar a abordagem
de alguma seção, como a A lín- • Verbos de elocução
gua em estudo, caso seja neces-
sário enfatizar esse conteúdo ou
• Complemento nominal
destinar mais tempo a ele. Além • Adjunto adnominal
disso, é possível propor a produ-
ção de um desfecho de novela • Romance juvenil
ou de um texto dramático no • Aposto
início do capítulo em que esses
gêneros serão estudados (capí- • Vocativo
tulos 5 e 6, respectivamente) e,
após o trabalho com os exem-
plares desses gêneros nas se-
ções Leitura, Outra leitura e In-
teração entre textos, ao chegar
à seção Produção escrita, solici-
tar mais essa redação, a fim de
compará-la com a produção ini-
cial e avaliar o progresso da
aprendizagem dos estudantes.
• Aproveite a lista de conteúdos
presente na página para conver-
sar com os estudantes acerca dos 82
próximos assuntos a serem estu-
dados. Verifique do que eles se
recordam e quais expectativas
têm com relação ao que apren- 02/08/2022 16:23:21

derão nesses tópicos.


• Para iniciar a unidade, promo-
va um momento de interação en-
tre os estudantes para que con-
versem entre si, de forma respei-
tosa e espontânea. Oriente-os a
respeitar a vez dos colegas ao
compartilhar suas experiências.

82

09/08/2022 11:48:47
• A abertura da unidade viabili-

Lunnaya/Shutterstock.com
za um trabalho de leitura ima-
gética com a turma. É necessá-
rio que os estudantes percebam
que, assim como há procedi-
mentos para a exploração de
um texto verbal, as imagens re-
querem uma análise atenta dos
detalhes e do contexto em que
foram produzidas. Faça uma ro-
da de conversa para que eles
discutam sobre a imagem e
acerca do que sabem a respeito
dos gêneros novela e romance.
• Antes de propor as atividades
1 e 2, solicite aos estudantes que
analisem todos os objetos pre-
sentes na imagem: guarda-chu-
vas estampados, instrumentos
musicais, as pernas de uma bai-
larina, luzes e um caixote de
madeira entre as pernas, prova-
velmente, de um palhaço. Leve-
-os a explorar as cores, a perce-
ber o fundo da imagem e o que
está mais destacado. Em segui-
da, pergunte a eles a que tipo de
lugar eles acham que a fotogra-
fia se refere. Destaque, em se-
guida, a legenda, para que pos-
sam fazer a associação da ima-
gem com o local. Ao identificar
que se trata de um museu desti-
nado ao público infantil, ques-
tione-os se conhecem algum
museu como esse e se a foto-
grafia despertou neles a curiosi-
dade de visitar um.
• Se achar interessante, ao rea-
lizar a atividade 3, peça aos es-
tudantes que anotem as hipóte-
Fotografia do Museu Infantil Junibacken, dedicado à literatura infantil sueca, em Estocolmo, na Suécia. ses levantadas sobre os gêneros
e as retome ao longo da unida-
Confira as respostas das questões nas orientações ao professor.
de. Essa atividade é importante
1. Que objetos aparecem nessa imagem decorando o teto do museu? para sondar o que os estudan-
2. Considerando que o museu é destinado ao público infantil, que ambientação tes sabem dos gêneros e pode
ser um sinalizador dos aspectos
essa decoração sugere para os visitantes?
que precisarão ser enfatizados
3. Nesta unidade, vamos estudar os gêneros novela e romance juvenil. Você se durante as aulas. Depois, dispo-
recorda de já ter lido algum texto desses gêneros? Em caso afirmativo, nibilize a eles um momento pa-
comente com os colegas sobre o que eles tratavam. ra que exponham se já leram
algum texto ou livro desses gê-
83 neros. Se necessário, auxilie-os
fornecendo alguns exemplos.
• Após apresentarem suas ex-
periências de leitura, leve-os a
:23:21 MELVILLE, Herman. Bartleby, o escriturário. Tradução: Respostas 02/08/2022 16:23:21
compreender a literatura como
Cássia Zanon. Porto Alegre: L&PM Pocket, 2008.
1. Resposta: Guarda-chuvas coloridos, corda, instrumen- uma manifestação artístico-
PIRANDELLO, Luigi. 40 novelas de Luigi Pirandello. Tra- -cultural que transmite senti-
tos musicais, luzes, pernas de bailarina, palhaço.
dução: Maurício Santana Dias. São Paulo: Companhia dos, valores, ideologias, bem
das Letras, 2011. (Coleção Prêmio Nobel). 2. Possível resposta: Os elementos dispostos no teto do
museu sugerem uma atmosfera fantasiosa, que remete como usa o imaginário e leva ao
TCHEKHOV, Anton. O monge negro. Tradução: Moacir encantamento.
ao universo da infância.
Werneck de Castro. Rio de Janeiro: Rocco, 2012.
3. Resposta pessoal. Oriente os estudantes a expor suas • Enriqueça o seu repertório li-
experiências de leitura e a compartilhar aspectos que terário conhecendo os títulos de
gostariam de destacar nelas. Pergunte a eles se indica- novelas indicados a seguir.
riam a leitura a algum amigo.

83

09/08/2022 11:48:47
Capítulo 5 ◆ Novela
Objetivos

• Ler um trecho de novela e co-


nhecer as características e a
função sociocomunicativa des-
se gênero. Leitura
BNCC
O livro Alice no País das Maravilhas conta as aventuras de uma menina que decide perseguir
• Ao estudar um texto literário um coelho branco que, apressado, não parava de olhar para o relógio que levava em seu colete.
emblemático da literatura univer-
sal, apreciando-o esteticamente, Ao chegar à sua toca, Alice escorrega e cai em um enorme buraco que parece não ter fim. Já em
os estudantes desenvolvem a chão firme, percebe que está em um lugar povoado por seres fantásticos — o País das Maravilhas.
competência específica de Lin- O que você sabe sobre o País das Maravilhas? O trecho a seguir narra o episódio em que ela co-
guagens 5 e a competência espe- nhece a temível Rainha de Copas. Como você acha que é essa Rainha? Como você imagina que
cífica de Língua Portuguesa 9. seja o campo de jogo da Rainha? Leia o texto para descobrir.
• A leitura do trecho de novela
O campo de jogo da Rainha
permite aos estudantes utilizar
seus conhecimentos de mundo Na entrada do jardim havia uma bela roseira, cheia de rosas brancas, que três jardinei-
ao relacionar o texto com a reali-
ros se empenhavam em pintar de vermelho. Alice achou isso muito esquisito e se aproximou
dade e, com isso, constatar os va-
lores e sentidos presentes na para ver melhor. Quando estava bem perto, pôde ouvir o que diziam:
obra, bem como refletir sobre — Cuidado aí, Cinco! Não fique respingando tinta em mim.
uma sociedade mais justa, demo-
— Não tive culpa. O Sete bateu no meu cotovelo — respondeu irritado.
crática e inclusiva, desenvolven-
do, assim, a competência geral 1. O Sete levantou a cabeça e disse:

• Ao fazer uma leitura silencio- — Muito bonito, Cinco! Sempre pondo a culpa nos outros.
sa, seguida de uma leitura em — É melhor você não falar nada — disse o Cinco. — Ontem mesmo ouvi a Rainha dizer
voz alta fluente e criteriosa, par-
que você merecia ter a cabeça cortada.
tilhando experiências, os estu-
dantes desenvolvem as habili- — Por quê? — perguntou o que tinha falado primeiro.
dades EF69LP53 e EF89LP33 e — Você não tem nada a ver com isso, Dois — disse o Sete.
da competência específica de
Língua Portuguesa 3. — Tem a ver, sim — disse o Cinco — e eu vou contar. Foi porque o Sete levou para a co-

• Após serem informados sobre


zinheira batatas de tulipa em lugar de cebolas.
O Sete deixou cair o pincel e começou a dizer “bem, de todas as injustiças...”,
o contexto sócio-histórico da
obra, os estudantes são orienta- quando seu olhar percebeu que Alice os observava. Calou-se de imediato. Os
dos a inferir aspectos dela con- outros olharam em volta e, quando se viram, curvaram-se numa saudação.
soantes com esse contexto, de-
— Por favor, podem me dizer — perguntou ela, tímida — por que estão pin-
senvolvendo, assim, a habilidade
EF69LP44. tando as rosas?

• Os estudantes desenvolvem as O Cinco e o Sete não disseram nada, mas olharam para o Dois. O Dois
habilidades EF69LP47 e EF69LP54 começou a falar baixinho:
ao reconhecer os elementos da
narrativa, os tipos de persona-
gens, suas características físicas e
psicológicas, o tipo de discurso, o
Arquivo da
Art Capri/

emprego de verbos de elocução e


editora

o uso da pontuação.
• Ao identificar e reconhecer a
importância dos marcadores
temporais na novela, os estu- 84
dantes desenvolvem a habilida-
de EF08LP13.
• Por meio do incentivo à leitu-
aos estudantes desenvolver a habilidade EF69LP13, uma do-os se conhecem a personagem Alice. Auxilie-os no
ra, cria-se uma oportunidade pa- vez que discutem e refletem sobre as atitudes autoritá-
02/08/2022
levantamento de hipóteses sobre o que vai acontecer no
16:23:23

ra que eles desenvolvam a habi- rias percebidas no dia a dia. trecho, recomendando-lhes que leiam o título.
lidade EF69LP49 e a competên-
cia específica de Língua Portu- Orientações • Solicite aos estudantes que analisem as imagens que
guesa 8. acompanham o texto e tentem imaginar um percurso nar-
• Nesta seção, os estudantes entrarão em contato com rativo. Depois, peça-lhes que façam uma leitura silenciosa,
• A exposição de argumentos con- o gênero novela. Antes da leitura, utilize as questões de cujo objetivo é desenvolver e incentivar a autonomia de
tra comportamentos autoritários sondagem propostas no parágrafo inicial, questionan- leitura e a percepção de recursos estilísticos no texto.
leva os estudantes a desenvolver
as competências gerais 4 e 7.
• A subseção Discutindo ideias,
construindo valores permite
84

09/08/2022 11:48:47
— Bem, senhorita, a verdade é que essa deveria ser uma roseira vermelha e nós, por • Proponha à turma também
uma leitura coletiva na qual ca-
engano, plantamos uma roseira branca. Se a Rainha descobrir, manda cortar nossas cabe-
da estudante leia um trecho do
ças, sabe? Então, estamos fazendo o que podemos, antes que ela chegue para... texto. É importante que, desde
Nesse momento, o Cinco, que o tempo todo olhava apreensivo para um lado e outro do já, eles percebam que a leitura
jardim, gritou: de um texto literário exige uma
determinada entonação e pos-
— A Rainha! A Rainha! tura. Por exemplo, ao ler as falas
Imediatamente, os três jardineiros se jogaram ao chão, com a cara para baixo. Ouviu-se da Rainha, é preciso que haja um
o som de muitos passos e Alice ficou ansiosa para ver a Rainha. tom autoritário e imponente pa-
ra indicar o autoritarismo que
Primeiro, vieram dez soldados, carregando bastões, como os das cartas do naipe de essa personagem representa.
paus. Todos eles tinham a mesma forma dos três jardineiros: a de cartas de baralho com
mãos e pés nos cantos. Depois, vieram dez cortesãos enfeitados com losangos, como nas
• Após ler com os estudantes o
trecho em que os jardineiros jus-
cartas do naipe de ouros. Marchavam de dois em dois, como os soldados. Então, foi a vez tificam sua ação, aproveite para
das crianças reais. Eram dez. Surgiram enfeitadas com corações, alegres e saltitantes, em conversar com a turma sobre o
duplas e de mãos dadas. Depois, desfilaram os convidados, reis e rainhas na maior parte contexto histórico em que a obra
foi produzida. Assim, comente
e, entre eles, Alice reconheceu o Coelho Branco. Falava nervoso, ria de tudo e passou por
com eles que Lewis Carroll viveu
ela sem olhar. Em seguida, veio o Valete de Copas. Carregava a coroa do Rei numa almofa- na Era Vitoriana, por isso, nota-
da de veludo vermelho bem vivo. E, finalmente, encerrando o cortejo, vinha O REI e a -se influência desse período his-
RAINHA DE COPAS. tórico no episódio lido, que alude
à Guerra das Rosas inglesa: as
Alice ficou em dúvida se devia deitar com a cara no chão como os jardineiros, mas não
rosas vermelhas simbolizavam a
lembrava de ter, alguma vez, ouvido essa regra, quando se tratava de cortejo real. Casa de Lancaster, enquanto as
“E, além disso”, pensou, “qual o sentido de fazer cortejo, se todo mundo ficar deitado rosas brancas, a rival Casa de
com a cabeça no chão e não puder ver nada?”. Então, ficou como estava e esperou. York.

Integrando saberes

• A leitura e a compreensão do
trecho da novela Alice no País
das Maravilhas permite estabe-
lecer uma integração entre os
componentes curriculares de
Língua Portuguesa e de Histó-
ria. O texto mostra uma rainha
autoritária e Alice desafiando-a,
revelando uma crítica do autor
ao comportamento da monarca.
Solicite ao professor de História
que mostre um panorama dos
costumes sociais da Inglaterra
no século 19: quais eram as ca-
racterísticas do sistema monár-
quico; quem era a rainha na épo-
ca retratada; o conflito entre as
inovações tecnológicas e cientí-
ficas e o conservadorismo vi-
gente; o surgimento de diversas
Arquivo da
Art Capri/

editora

formas de pensamento, como o


positivismo e o evolucionismo;
85 entre outras questões que julgar
pertinentes. Além disso, é possí-
vel compreender a rivalidade
entre as casas de Lancaster e
:23:23 02/08/2022 16:23:23
York, uma vez que o trecho re-
mete à Guerra das Rosas, do sé-
culo 15. Por fim, aborde também
questões relativas ao autorita-
rismo na atualidade, comparan-
do-as e identificando se houve
mudanças.

85

09/08/2022 11:48:47
• Ao ler o trecho apresentado Quando o cortejo passou por Alice, todos pararam e ficaram olhando. A Rainha pergun-
nesta página, verifique se os es-
tou com dureza:
tudantes compreenderam que
os personagens são cartas de ba- — Quem é essa?
ralho e, com base nisso, leve os O Valete de Copas apenas se curvou e sorriu em resposta.
estudantes a perceber que a nar-
rativa é uma novela nonsense, — Idiota! — disse a Rainha, erguendo a cabeça impaciente. Voltou-se para Alice:
em que a lógica do mundo real é — Qual é seu nome, criança?
alterada de forma fantástica e,
— Meu nome é Alice, às ordens de Vossa Majestade — disse, muito educada. Mas, para si
por vezes, divertida.
mesma, completou: “Ora, são apenas um baralho de cartas, não preciso ter medo deles”.
• Ao finalizar a leitura desta
— E quem são esses? — perguntou a Rainha, apontando para os três jardineiros deita-
página, pergunte aos estudan-
tes como eles teriam reagido no dos perto da roseira. Como estavam de costas, e o desenho da parte de trás das cartas de
lugar de Alice ao encontrar a baralho é sempre igual, ela não podia dizer se eram jardineiros, soldados, cortesãos ou
Rainha. Pergunte a eles se te- três dos seus filhos.
riam medo da guarda real, das
cartas de baralho e se teriam — Como é que eu vou saber? — disse Alice, surpresa com sua própria coragem. — Não
respondido da mesma forma às tenho nada a ver com isso.
perguntas da Rainha. Chame a A Rainha ficou vermelha de raiva, encarou-a como uma fera e começou a gritar:
atenção deles para o fato de
que, por se tratar de uma rai- — Cortem a cabeça dela! Cortem a...
nha, os súditos devem total — Bobagem! — disse Alice, falando alto e decidida.
obediência e respeito a ela e às
A Rainha calou. O Rei pôs a mão sobre o braço de sua real esposa e disse suavemente:
suas ordens.
— Reflita, querida, ela é só uma criança.
A Rainha, ainda furiosa, afastou-se e ordenou ao Valete:
— Desvire esses três!
O Valete, com cuidado, desvirou com o pé os três jardineiros.
— Levantem! — soou estridente a ordem da Rainha.
Arquivo da
Art Capri/

editora

86

02/08/2022 16:23:25

86

09/08/2022 11:48:48
De imediato, os três jardineiros deram um pulo e começaram a se curvar em reverên- Integrando saberes


cia ao Rei, à Rainha, às crianças reais e a todo mundo.
Verifique se os estudantes
— Parem com isso, vão me deixar tonta! — gritou a Rainha. conhecem o jogo croqué, se al-
Virou-se para a roseira e perguntou: gum deles sabe as regras desse
jogo e se já participaram de uma
— O que vocês estão fazendo aqui? partida dele. Caso eles não co-
— No desejo de agradar a Vossa Majestade — disse o Dois, ajoelhando-se muito humilde nheçam o jogo e suas especifici-
dades, proponha-lhes uma pes-
— estávamos tentando...
quisa a respeito de suas princi-
A Rainha, que já tinha examinado a roseira, disse: pais características e regras,
— Estou vendo. Cortem as cabeças deles! bem como de sua origem. Trata-
-se de um jogo em que os joga-
E o cortejo foi em frente, deixando para trás três soldados com a missão de executar os dores devem golpear bolas de
infelizes jardineiros, que correram em direção a Alice, buscando proteção. madeira ou plástico com um
martelo através de arcos encai-
— Vocês não serão decapitados. — disse Alice, enquanto escondia os três num grande
xados no gramado. Essa ativida-
vaso de flores que encontrou por ali. de permite estabelecer relação
Os soldados procuraram pelos três jardineiros por um tempo e, como não os encontra- entre os componentes curricu-
ram, calmamente seguiram o cortejo. lares de Língua Portuguesa e de
Educação Física. Para estreitar
— As cabeças foram cortadas? — gritou a Rainha. ainda mais essa relação, combi-

editora. Foto: rodos studio FERHAT


Ilustração de Art Capri/Arquivo da
— As cabeças já rolaram como quis Vossa Majestade — gritaram os soldados. ne com o professor de Educa-
ção Física um momento para
— Muito bem! Joga croqué? — perguntou a Rainha.

CINAR/Shutterstock.com
que os estudantes possam pra-
Os soldados calaram e ficaram olhando para Alice, porque era evi- ticar esse jogo, experimentando
dente que a pergunta era para ela. diferentes papéis e utilizando
diferentes estratégias para ven-
— Sim! — gritou Alice. cer os desafios.
— Venha, então! — rugiu a Rainha.
Alice foi junto, imaginando o que ainda poderia acontecer.
— É... é um belo dia, não é? — disse uma voz tímida perto dela.
Era o Coelho Branco, que olhava ansioso para o rosto de Alice.
— Muito bonito — ela concordou. — Onde está a Duquesa?
— Psiu! Não fale nisso! — sussurrou o Coelho.
Medroso, o Coelho olhou para os lados, ficou na ponta dos pés,
aproximou a boca do ouvido de Alice e cochichou:
— Ela foi condenada à morte.
— Por quê?
— “Que pena!”, foi o que você disse?

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• Após a leitura desse trecho da — Não acho nenhuma pena, não! O que eu disse foi “por quê?”.
novela, instigue os estudantes a
conhecê-la na íntegra e verifi- — Ela deu um soco na orelha da Rainha.
que o interesse deles, pois se Alice deu um gritinho e começou a rir. O Coelho, sempre assustado, murmurou:
trata de uma obra essencial da — Fique quieta! A Rainha pode ouvi-la. Sabe o que houve? A Duquesa chegou atrasada e
literatura ocidental. Justamente
a Rainha disse...
por isso, as aventuras da meni-
na Alice no País das Maravilhas — Cada um para o seu lugar, já! — trovejou a Rainha.
foram amplamente retratadas, Todos dispararam a correr em diversas direções, tropeçando uns nos outros, mas em
portanto, é possível que os es-
minutos estavam todos a postos e o jogo começou.
tudantes se recordem de mui-
tas passagens da história por Alice pensou que nunca em sua vida tinha visto um campo de croqué tão esquisito. Era
causa de sua adaptação a fil- cheio de valas e montes, as bolas eram ouriços e os tacos, flamingos. Para formarem ar-
mes, animações, peças teatrais cos, os soldados ficavam curvados com as mãos e os pés no chão.
ou obras em outros formatos.
A maior dificuldade de Alice foi encontrar um modo de manejar o flamingo. Como ele
Se possível, assista com a turma
a uma das adaptações listadas a
se encolhia, ela conseguia segurá-lo sob o braço, com certo conforto. Mas, quando queria
seguir. dar uma tacada no ouriço com ele, a ave esticava o pescoço, virava a cabeça e olhava para
ALICE no País das Maravilhas, de ela espantada. Ela não aguentava, tinha uma crise de riso. Quando, finalmente, acertava
Clyde Geronimi, Wilfred Jackson a posição do flamingo, e se preparava para dar a tacada, o ouriço já tinha se desenrolado
e Hamilton Luske, 1951. 75 min. e ido embora.
ALICE no País das Maravilhas, de Como se não bastasse, havia sempre uma vala ou um montinho impedindo que sua bo-
Nick Willing, 1999. 150 min.
la rolasse. E os soldados, curvados para fazerem os arcos, estavam sempre se movendo,
ALICE no País das Maravilhas, de
caminhando, abandonando o lugar deles no campo. Logo Alice concluiu que esse era, de
Tim Burton, 2010. 108 min.
fato, um jogo muito difícil.
ALICE Através do Espelho, de
James Bobin, 2016. 113 min. Todos jogavam ao mesmo tempo, sem esperar a vez. Discutiam sem parar e brigavam
na disputa por ouriços. A Rainha, furiosa, batia o pé e gritava a cada minuto: “Cortem a
cabeça dele!” ou “Cortem a cabeça dela!”. Alice começou a ficar apreensiva. Na verdade,
ela ainda não tinha tido problemas com a Rainha, mas sabia que isso podia acontecer a
qualquer momento. Pensava: “E então o que será de mim? Adoram cortar a cabeça dos
outros por aqui. Até surpreende que ainda haja alguém vivo!”.
[...]
CARROLL, Lewis. Alice no País das Maravilhas. Ilustrações originais:
Marilia Pirillo. Tradução: Ligia Cademartori. São Paulo: FTD, 2010. p. 67-71.
Arquivo da
Art Capri/

editora

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• Após a leitura do boxe no iní-
Lewis Carroll (1832-1898) cio desta página, forneça aos es-
tudantes mais informações so-

Oscar Gustave Rejlander. 1863. Coleção particular


Charles Lutwidge Dodgson era o verdadeiro nome de Lewis Carroll. bre o contexto de produção da
Nascido na Inglaterra, tornou-se matemático, fotógrafo e romancista. obra. Lewis Carroll apresenta ao
Adquiriu enorme sucesso ao publicar o livro Alice no País das leitor um mundo que extrapola
Maravilhas, cujo manuscrito inicialmente se chamava Aventuras de a realidade. Destaque o fato de
Alice no subterrâneo, em 1865, inspirado na filha de um grande amigo que até mesmo no “País das Ma-
seu. Anos depois, em 1872, lançou Alice no País do Espelho. ravilhas” há incertezas e falta de
Segundo alguns críticos, o livro Alice no País das Maravilhas, em razão, como pode ser verificado
especial o episódio da Rainha de Copas, é uma crítica irreverente aos na existência de divisões de
costumes da Inglaterra vitoriana do século 19, uma época marcada classes entre a Rainha de Copas
pelo conservadorismo e pelas inovações científicas e tecnológicas. e as cartas de baralho, verdadei-
Assim, o trecho lido pode ser entendido como uma crítica ao sistema ros servos. O texto apresenta, de
maneira muito forte, indagações
monárquico britânico dessa época. Fotografia do escritor
inglês Lewis Carroll. a respeito de “Quem sou?” e “Por
que sou?”, em um mundo onde a
busca pela identidade é cons-
tante, já que se mostra insatis-
Estudo do texto fação com relação ao meio em
que se vive e, ao mesmo tempo,
Conversando sobre o texto deseja-se agir para que algo seja
mudado. Além disso, o autorita-
1. Após a leitura do texto, as hipóteses que você levantou sobre o jogo e como era a rainha se rismo presente na narrativa por
confirmaram? Comente. Resposta pessoal. meio da personagem Rainha de
2. Que situações apresentadas nesse trecho da novela você acha que refletem o contexto sócio- Copas revela uma crítica à mo-
-histórico da época em que a obra foi escrita? narquia britânica.
Resposta: O fato de a rainha ser autoritária e ter várias regras absurdas. • Comente com a turma tam-
bém que, enquanto o primeiro
Escrevendo sobre o texto romance de Alice tinha como te-
ma o jogo de cartas, Alice no País
1. No trecho lido, é possível perceber em Alice uma atitude natural das crianças. do Espelho usa o xadrez; a maio-
a. Qual atitude é essa? Resposta: B. ria dos personagens principais
são representados por peças de
A. O medo. xadrez, sendo Alice um peão.
1. b. Resposta: A irreverência ocorre nos seguintes trechos: “— Como é que eu vou saber? —
B. A irreverência. disse Alice, surpresa com sua própria coragem. — Não tenho nada a ver com isso.”; “—
Bobagem! — disse Alice, falando alto e decidida.”; “Ora, são apenas um baralho de cartas, não
• Na atividade 1 da subseção
Conversando sobre o texto, re-
C. A seriedade. preciso ter medo deles”; “— Não acho nenhuma pena, não! O que eu disse foi ‘por quê?’”.
tome com os estudantes as hi-
b. Cite trechos em que isso ocorre no texto lido. póteses levantadas antes da
c. Se Alice tivesse tido outro tipo de comportamento, causaria o mesmo efeito na história? leitura, a fim de verificar se fo-
ram confirmadas ou não.
Explique. Resposta esperada: Não, porque o que torna a história mais interessante é o fato de Alice não se intimidar
com o autoritarismo da Rainha de Copas, desafiando-a em vários momentos.
2. Em um momento da história, a Rainha se dirige aos soldados e pergunta:
• Para a atividade 2, relembre-
-os do que foi discutido sobre a
Era Vitoriana na Inglaterra com
— As cabeças foram cortadas? — gritou a Rainha.
o professor de História. Caso
— As cabeças já rolaram como quis Vossa Majestade — gritaram os soldados. não tenha sido possível realizar
— Muito bem! Joga croqué? — perguntou a Rainha. essa discussão, oriente-os a fa-
zer uma pesquisa acerca desse
a. O que a rainha interpreta sobre a resposta dos soldados? período histórico.
Resposta: A rainha interpreta que eles haviam cortado as cabeças dos jardineiros.
b. Explique a real intenção dos soldados ao responder à rainha. • Na atividade 1 da subseção Es-
Resposta: A resposta dada pelos soldados satisfez a Rainha, porém não é a resposta que ela almejava, pois, ao dizer que as cabeças crevendo sobre o texto, expo-
“já rolaram”, os soldados omitiram o fato de que as cabeças dos jardineiros não haviam sido cortadas. Eles fizeram isso nha aos estudantes que a irreve-
para que a Rainha não descobrisse que não haviam conseguido cumprir sua ordem, com receio de serem punidos por ela. 89
rência de Alice em relação à Rai-
nha de Copas demonstra tam-
bém a coragem da menina. Se
:23:26
revela a inteligência dos soldados para livrarem-se de 02/08/2022 16:23:26
houver dificuldades em acharem
uma possível punição e para salvar os jardineiros. as partes do texto que compro-
vam isso, permita aos estudan-
tes que trabalhem em duplas,
auxiliando-se mutuamente.
• Ao propor a atividade 2, orien-
te os estudantes a explicar o que
ocorreu nessa passagem antes
de auxiliá-los com a resposta.
Depois, conduza-os a perceber
que o jogo linguístico do trecho

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3. Resposta: Nesse trecho, fica claro que o poder era da Rainha, que não era muito de
• As atividades 3 e 4 exploram 3. Releia este trecho da novela.
aceitar opiniões nem mesmo do Rei. É possível perceber isso pela forma como o Rei se
dirigiu a ela (suavemente, pondo a mão no braço dela) e pelo modo como ela reagiu à
o comportamento autoritário intervenção dele (ainda furiosa).
da Rainha, que sobressai inclu- [...] O Rei pôs a mão sobre o braço de sua real esposa e disse suavemente:
sive perante a figura do Rei. Re- — Reflita, querida, ela é só uma criança. 7. a. Resposta: A personagem protagonista (principal) é
tome o contexto em que a obra Alice, a antagonista é a Rainha de Copas e os personagens
A Rainha, ainda furiosa, afastou-se [...]. secundários são o Rei, o Coelho Branco, os jardineiros, os
foi escrita (a Era Vitoriana na soldados, as crianças, entre outros.
Inglaterra), a fim de que os estu-
O que esse trecho permite concluir sobre quem tem o poder no País das Maravilhas? Explique.
dantes percebam o motivo pelo
qual a rainha tem grande im- 4. No texto, os jardineiros se curvaram até o chão ao perceber a aproximação da rainha. Esse
portância nesse episódio, além comportamento revela que tipo de relação entre eles e a Rainha?
de compreender a crítica ao au- Resposta: Uma relação de autoritarismo (da Rainha) e de submissão (dos jardineiros).
toritarismo e à monarquia. Cha- 5. Agora, releia o seguinte trecho.
me a atenção para o fato de os Primeiro, vieram dez soldados, carregando bastões,
personagens não terem um no-
como os das cartas do naipe de paus. Todos eles tinham
me (como as cartas que só eram
diferenciadas pelas suas profis- a mesma forma dos três jardineiros: a de cartas de ba-
sões: soldados e jardineiros), o ralho com mãos e pés nos cantos. Depois, vieram dez
que revela que a importância cortesãos enfeitados com losangos, como nas cartas do
deles naquele lugar está apenas naipe de ouros. Marchavam de dois em dois, como os
na função que desempenham, e
soldados. Então, foi a vez das crianças reais. Eram dez.

Art Capri/Arquivo
não em sua história de vida par-
ticular, diferentemente de Alice, Surgiram enfeitadas com corações, alegres e saltitan-

da editora
que tem nome e uma vida pes- tes, em duplas e de mãos dadas. Depois, desfilaram os
soal descrita. convidados, reis e rainhas na maior parte [...].
• Nos itens a e b da atividade 5,
a. Identifique nesse trecho palavras que sinalizam a passagem do tempo e a sucessão dos
leve os estudantes a perceber e
reconhecer os efeitos de senti- acontecimentos. Resposta: Primeiro, depois, então.
do decorrentes do uso de recur- b. O que as palavras que você identificou indicam com relação à ordem em que os aconteci-
sos de coesão sequencial, mais
mentos foram narrados? Resposta: Indicam a sucessão temporal dos acontecimentos narrados.
especificamente os marcadores
temporais, os quais, além de co- c. Quais são as características físicas e psicológicas dos personagens que aparecem nesse
nectar as partes do texto, esta- trecho? Resposta: Características físicas: cartas de baralho, com pés e mãos nos cantos, enfeitados com pequenos
losangos e com corações, de acordo com os naipes do baralho. Características psicológicas: alegres, saltitantes.
belecem entre elas uma relação
d. Por que a descrição física desses personagens é importante nesse texto?
de sucessão temporal, revelan- Resposta: Essas descrições contribuem para que o leitor crie uma imagem de como seriam os personagens.
do a cronologia com que o tre- 6. No episódio lido, é possível perceber algumas características dos personagens. Que adjetivos
cho lido é narrado. Nos itens c e você empregaria para caracterizar psicologicamente cada um dos personagens a seguir?
d, ajude a turma a compreender
a importância da descrição físi- Alice Rainha de Copas Rei
ca para que o leitor visualize a
Possíveis respostas: Alice: corajosa, curiosa, confiante. Rainha de Copas: autoritária, brava, impaciente. Rei: submisso, medroso.
imagem dos personagens.
7. De acordo com o trecho lido, identifique, os seguintes elementos que a compõem essa novela:
• Na atividade 6, incentive os a. o protagonista, o antagonista e os personagens secundários;
estudantes a explicar com mais
detalhes o que perceberam em b. o espaço onde ocorrem os fatos narrados;
relação às características psico- Resposta: Um jardim, em um campo de croqué.
lógicas dos personagens, auxi- c. o tipo de narrador (narrador-personagem ou narrador-observador).
Resposta: Narrador-observador.
liando-os a perceber a impor- 8. É possível determinar quanto tempo os fatos narrados na novela teriam durado e quando eles
tância desses elementos para a ocorreram? Comente. Resposta: Não fica claro em quanto tempo nem quando os fatos ocorreram, mas é possível
compreensão do trecho e das deduzir que os fatos teriam durado apenas algumas horas.
ações dos personagens. 9. Esse trecho da novela narra uma história na qual acontecem fatos engraçados e inusitados.
• A atividade 7 permite explo- Há elementos que são distantes da realidade humana e não parecem verdadeiros. Que ele-
mentos do texto ajudam a compor esse clima de fantasia?
rar os elementos da narrativa
Possíveis respostas: O fato de as rosas serem brancas e três jardineiros as estarem pintando; os soldados serem cartas de baralho;
com os estudantes, levando-os o jogo de croqué ser feito com flamingos (como tacos), ouriços-cacheiros (como bolas); os soldados se curvarem e se apoiarem nos
a reconhecer os tipos de perso-
90 pés e nas mãos para fazerem os arcos; o fato de a Rainha sempre mandar cortar as cabeças dos súditos; e o coelho falar.
nagens, o espaço e o tipo de
narrador da novela.
• Ao desenvolver as atividades 02/08/2022 16:23:26
8 e 9, comente que a indefinição
da passagem do tempo é um
dos elementos característicos
de histórias de fantasia. Como
relatam situações ilógicas e ab-
surdas, os estudantes devem
compreender que as leis da na-
tureza muitas vezes são trans-
gredidas nessas narrativas.

90

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Explorando a linguagem
1. Resposta: No trecho A, as reticências marcam o fim da fala de maneira
brusca, tendo em vista que a Rainha foi interrompida por Alice; no trecho B,
• Na atividade 1 da subseção
Explorando a linguagem, é im-
a função é marcar uma hesitação na fala, uma pausa.
por tante que os estudantes
1. Note o emprego das reticências nos trechos a seguir. percebam o efeito de sentido
A. — Cortem a cabeça dela! Cortem a... provocado pelo emprego das
reticências nos dois trechos
— Bobagem! — disse Alice, falando alto e decidida. apresentados.
B. — É... é um belo dia, não é? — disse uma voz tímida perto dela. • Após realizar a atividade 2,
explique à turma que as aspas
As reticências foram empregadas com funções diferentes nos dois trechos. Explique-as. são empregadas para marcar o
2. Releia este trecho do texto. discurso dos personagens, seja
a fala, seja o pensamento. Co-
— Meu nome é Alice, às ordens de Vossa Majestade — disse, muito educada. Mas, mente com eles a importância
para si mesma, completou: “Ora, são apenas um baralho de cartas, não preciso ter me- de compreender o emprego
desses recursos de acordo com
do deles”.
o contexto em que foram em-
pregados.
a. Que sinais de pontuação foram usados para indicar o discurso de Alice nesse trecho?
Resposta: O travessão e as aspas.
b. O que cada um desses sinais de pontuação indica quanto aos tipos de discurso da personagem?
• Na atividade 3, se necessário,
relembre aos estudantes que os
Resposta: O travessão indica a fala de Alice, já o pensamento dela é indicado pelas aspas.
3. Releia os trechos a seguir. verbos de elocução, também

Arquivo da
Art Capri/
chamados de verbos dicendi, in-

editora
A. — Venha, então! — rugiu a Rainha. troduzem a fala dos persona-
gens. Alguns exemplos desses
B. — Cada um para o seu lugar, já! — trovejou a Rainha. verbos de elocução são: gritar,
exclamar, bradar, pedir, solici-
a. Com que função os verbos em destaque foram
tar, ordenar, mandar, dizer, de-
empregados nos trechos? clarar, contestar, perguntar,
Resposta: Com a função de anunciar a fala dos personagens.
b. O que esses verbos sugerem sobre as circuns- afirmar, indagar, responder etc.
tâncias das falas? Destaque o fato de que os ver-
Resposta: Os verbos rugiu e trovejou sugerem a ira da rainha. bos empregados no trecho não
c. Se, em vez desses verbos, fosse utilizado o são normalmente associados à
verbo gritar, as frases teriam o mesmo elocução, mas foram utilizados
efeito? Explique. Resposta esperada: Não, as frases não teriam tanto impacto quanto ocorre
com o emprego dos verbos rugir e trovejar nesses contextos. de forma metafórica e, por isso,
conseguem expressar muito
A novela é um gênero composto de episódios relacionados entre si e que narra aconteci- bem a forma como a Rainha se
dirigiu aos outros personagens.
mentos que, geralmente, giram em torno de um único personagem. Em geral, a novela possui
uma quantidade de personagens e de conflitos maior se comparada a gêneros como o conto, • Ao apresentar o boxe com a
definição do gênero, comente
e menor, se comparada a outros, como o romance.
que a novela se aproxima ora do
conto, ora do romance, por isso
1. a. Possível resposta: Ter autoridade implica ter o poder de decisão e responsabilidade em determinados cargos de gestão ou em
outras situações cotidianas. Já o autoritarismo ocorre quando a autoridade é usada para justificar atitudes de dominação sobre o é requerida uma atenção maior
outro, muitas vezes, ocasionando a intolerância ao conceituá-la. Ela pode ser
Discutindo ideias, construindo valores ou a violência. classificada considerando-se
sua extensão (maior que o con-
1. A Rainha de Copas usava seu poder para punir quem a contrariasse. No dia a dia, situações to e menor que o romance), po-
como essa também ocorrem, pois muitas pessoas fazem de tudo para obter o que querem, rém, algumas vezes esse critério
mesmo que isso prejudique outros indivíduos. quantitativo não é suficiente,
a. Em sua opinião, o que define os limites entre a autoridade e o autoritarismo? pois há romances mais curtos
que novelas, sendo necessário
b. No dia a dia, há casos de pessoas que usam sua autoridade para agir de forma autoritária. considerar seu conteúdo, grau
O que você acha de atitudes como essas? Troque ideias com os colegas. de complexidade e aprofunda-
Resposta pessoal. Resposta esperada: Falta refletirem sobre esse comportamento, de maneira que concluam mento dos recursos narrativos.
que é preciso haver respeito entre as pessoas, e não dominação. 91
• Para realizar as atividades 1 e 2
da subseção Discutindo ideias,
construindo valores, oriente os
:23:26
que ainda hoje há países que vivem sob regimes não de- 02/08/2022 16:23:26
estudantes a expor ideias sobre
mocráticos, nos quais a liberdade de expressão não é um o assunto, de modo que haja res-
direito garantido a todos. peito entre eles no momento em
que estiverem expressando suas
opiniões, e faça intervenções, ca-
so julgue necessário. Oriente-os
a argumentar com base em da-
dos e fatos. Se possível, instrua-
-os a pesquisar manifestações
do autoritarismo no mundo con-
temporâneo, lembrando-os de

91

09/08/2022 11:48:49
Objetivos

• Comparar a sinopse de um fil- Interação entre os textos


me à obra original com a qual
ele estabelece uma relação in- Leia o texto da quarta capa de um DVD para conhecer uma adaptação cinematográfica da obra
tertextual. Alice no País das Maravilhas.

BNCC Alice no País Das Maravilhas


• Ao estabelecer uma relação [...] Convidativo e mágico, Alice no

Album/Easypix/Walt Disney Pictures


entre o filme de Tim Burton e a País das Maravilhas é uma nova e
obra Alice no País das Maravi-
imaginativa abordagem de uma das
lhas, no que tange à presença de
personagens e enredo semelhan- histórias mais adoradas de todos os
tes, esta seção permite o trabalho tempos. Alice (Mia Wasikowska), ago-
com a habilidade EF89LP32. ra com 19 anos de idade, retorna ao
• Ao ler e compreender a sinopse, excêntrico mundo onde ela entrou
partilhando informações e expe- pela primeira vez quando era criança
riências, os estudantes desenvol- e embarca em uma jornada para des-
vem as habilidades EF69LP53 e
cobrir seu verdadeiro destino. Este
EF89LP33 e a competência espe-
cífica de Língua Portuguesa 3. País das Maravilhas é um mundo
além da sua imaginação e não se pa-
Orientações
rece com nada que você já tenha visto Cena do filme Alice no País das Maravilhas, de Tim
• Caso não tenha comentado antes. Os extraordinários persona- Burton, 2010.
anteriormente a versão cine- gens que você adora ganham vida com muito mais riqueza de detalhes e mais coloridos
matográfica de Tim Burton so-
do que nunca. Tem o Chapeleiro Maluco (Johnny Depp), a Rainha Branca (Anne Hathaway),
bre as aventuras de Alice, con-
verse com os estudantes, per- a Rainha Vermelha (Helena Bonham Carter), o Coelho Branco (Michael Sheen) e muito
guntando a eles se já assistiram mais.
a alguma adaptação cinemato- [...]
gráfica de Alice no País das Ma-
Alice no País das Maravilhas, de Tim Burton, 2010. 108 min. Quarta capa.
ravilhas. Permita-lhes que ex- 1. Resposta: A quarta capa de DVD tem por objetivo apresentar um resumo do enredo e, ao mesmo tempo, instigar o
ponham suas experiências e espectador a assistir ao filme.
opiniões. Em seguida, questio- 1. Qual é a função do texto de uma quarta capa de um DVD com relação ao público?
ne-os se é possível estabelecer 2. Que palavras são empregadas, no início do texto, para caracterizar o filme e instigar o espec-
alguma relação entre o filme e a
tador? Resposta: Os adjetivos convidativo e mágico.
novela lida no capítulo.
• Se julgar pertinente, exiba pa- 3. Que informações presentes nessa sinopse permitem reconhecer a intertextualidade desse
filme com o trecho da obra original, lido na seção Leitura?
ra a turma o trailer desse filme e
Resposta: As informações sobre o enredo e os personagens, que se aproximam da história original de Alice, trazendo novos
converse com os estudantes so- elementos, como a volta de Alice ao País das Maravilhas.
bre o fato de o diretor ter se ins-
pirado na história de Lewis Car- Alice vai ao cinema
roll para criar o enredo. Trata-se O livro Alice no País das Maravilhas teve diversas versões adaptadas para o cinema. As mais
de uma livre interpretação do conhecidas são a primeira, de 1903, quando o cinema era mudo, e a versão de animação de
clássico, que aproveita inúmeras 1951, que se tornou um verdadeiro clássico. Em 2010, foi lançada uma nova versão, com a
passagens conhecidas da obra tecnologia 3D, atingindo grande sucesso de bilheteria. Nesse filme, dirigido por Tim Burton,
sob uma perspectiva diferente. Alice é uma jovem de 19 anos que passa a seguir um apressado coelho branco. Então, ela cai
• Incentive os estudantes a ex- em um buraco que a leva ao País das Maravilhas, onde encontra o Chapeleiro Maluco, a Rainha
por como acham que é essa Alice Vermelha, a Rainha Branca e muitos outros personagens mágicos.
mais velha do filme, com base na
história original. Questione se
lhes agrada ver filmes que são 92
inspirados em livros e não repro-
duzem exatamente a trama cria-
da pelo autor da obra.
• Para a realização da atividade 3, explore com a turma a
• Na atividade 1, questione os
02/08/2022 16:27:06
diferença entre os personagens na obra original e no filme.
estudantes se a quarta capa lida
conseguiu cumprir sua função.
• Ao propor a atividade 2, des-
taque à turma que o referente
dos adjetivos convidativo e má-
gico está omitido (a palavra fil-
me ou DVD), mas que, apesar
disso, não há estranhamento no
momento da leitura, já que a re-
ferência é óbvia.

92

09/08/2022 11:48:49
1. a. Resposta: Falas dos personagens: Objetivos
Ampliando a linguagem “— Muito bonito, Cinco! Sempre pondo a
culpa nos outros.”; “— É melhor você não
falar nada”; “— Ontem mesmo ouvi a • Retomar, discutir e analisar os
Rainha dizer que você merecia ter a conceitos de discurso direto,
cabeça cortada.”; “— Por quê?” e “— Você
Discurso direto e discurso indireto não tem nada a ver com isso, Dois.”. Voz discurso indireto e verbos de
elocução.
do narrador: “O Sete levantou a cabeça e
1. Releia um trecho da novela Alice no País das Maravilhas. disse”; “disse o Cinco.”; “perguntou o que
tinha falado primeiro.”; “disse o Sete.”
BNCC
O Sete levantou a cabeça e disse:
— Muito bonito, Cinco! Sempre pondo a culpa nos outros. • Esta seção possibilita um tra-
balho com a competência espe-
— É melhor você não falar nada — disse o Cinco. — Ontem mesmo ouvi a Rainha cífica de Língua Portuguesa 2,
dizer que você merecia ter a cabeça cortada. pois permite aos estudantes se
apropriar de conhecimentos lin-
— Por quê? — perguntou o que tinha falado primeiro.
guísticos por meio da linguagem
— Você não tem nada a ver com isso, Dois — disse o Sete. escrita e, com isso, participar da
cultura letrada e da vida em so-
a. Identifique e escreva no caderno as falas dos personagens e a voz do narrador. ciedade.
b. Como foi possível identificar as falas dos personagens?
Resposta: Por meio da pontuação empregada no início de cada fala (o travessão) e os verbos que anunciam essas falas.
• Ao reconhecer o emprego de
discursos direto e indireto e dos
2. No trecho a seguir, o personagem lendário Rei Artur estava em assembleia com seus nobres,
verbos de elocução em textos
quando uma donzela aflita, com uma espada presa à cintura por um encantamento, pede literários, os estudantes desen-
ajuda para tirá-la. Apenas um cavaleiro com muitas virtudes poderia praticar tal feito. Os ca- volvem a habilidade EF69LP47.
valeiros e o rei tentam tirar a espada, mas não conseguem. Então, um cavaleiro simples cha-
mado Balin, que era estimado pelo Rei Artur, tenta ajudar a donzela, longe de todos. Leia o Orientações
texto para ver o que aconteceu. • Nesta seção, serão explora-
dos com os estudantes os tipos
[...] de discurso (direto e indireto) e

Ivy Close Images/Alamy/Fotoarena


— Senhor — disse-lhe a donzela, examinando os os verbos de elocução.
seus trajes pobres —, não acredito que possas alcançar • Na atividade 1, solicite a al-
guns voluntários que leiam o
o que outros cavaleiros não alcançaram.
trecho interpretando os perso-
— Senhora, muito vos enganais. Honra e valentia nagens apresentados: Sete,
não estão nos trajes, mas na alma do homem — res- Cinco, Dois e o narrador. Para
pondeu Balin. tanto, converse com eles para
definir quem deve ler cada par-
E, tirando com facilidade a espada fixada junto ao te, percebendo se os estudan-
corpo da donzela, maravilhou-se com a perfeição da- tes conseguem distinguir o dis-
quela peça. Era sem dúvida a melhor espada em que já curso direto dos personagens
pusera as mãos. das intervenções do narrador.
— Este é o mais valoroso cavaleiro de todo o reino! — • Para a realização da atividade
2, repita a estratégia da ativida-
exclamou a donzela. — Agora, senhor, dai-me a espada.
Ilustração representando o Rei Arthur, de anterior, pedindo agora a ou-
[...] criada em 1917, pelo artista N.C. Wyeth, tros voluntários que leiam e in-
MALORY, Thomas. O Rei Artur e os cavaleiros da Távola Redonda. Adaptação: para o livro The Boy's King Arthur, de terpretem a donzela, Balin e o
Ana Maria Machado. São Paulo: Scipione, 1991. p. 27. (Série Reencontro). Thomas Malory e Sidney Lanier. narrador. Ajude a turma a per-
ceber a importância da pontua-
a. Nesse trecho, é representado o diálogo entre quais personagens? ção, tanto para indicar as falas
Resposta: Os diálogos ocorrem entre Balin e a donzela. dos personagens quanto para
b. Que sinal de pontuação foi empregado para indicar a fala dos personagens? dar ritmo ao texto.
Resposta: O travessão.
c. Comente o efeito que o uso dessa pontuação causa à narrativa.
Resposta: A presença de travessões para indicar a fala dos personagens permite a eles que falem diretamente,
sem intermédio do narrador. Isso torna a narrativa mais dinâmica.
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• No trecho do conto apresen- O emprego dessa pontuação no texto lido faz as falas serem reproduzidas fielmente, sem in-
tado na atividade 3, chame a termédio do narrador, ou seja, o narrador cede a palavra aos personagens. Às vezes, no lugar de
atenção dos estudantes para a
travessões, podem ser empregados outros sinais de pontuação. Confira no trecho a seguir.
presença da marca de oralidade
na primeira ocorrência do dis- 3. Leia o trecho de um conto em que a narradora fala sobre o objeto de estudo do marido.
curso direto (correção e marca-
dor conversacional). Durante a Era o que ele estudava. “A estrutura, quer dizer, a estrutura” — ele repetia e abria a
leitura desse trecho, verifique mão branquíssima ao esboçar o gesto redondo. Eu ficava olhando seu gesto impreciso
se os estudantes conseguem porque uma bolha de sabão é mesmo imprecisa, nem sólida nem líquida, nem realida-
perceber o retorno que a narra-
de nem sonho. Película e oco. “A estrutura da bolha de sabão, compreende?” Não
dora faz à infância, num mo-
mento de recordação que acon- compreendia. Não tinha importância. Importante era o quintal da minha
tece enquanto o marido fala. meninice com seus verdes canudos de mamoeiro,
• Ao ler o trecho da obra de quando cortava os mais tenros, que sopravam as bo-
Saramago, apresentado ao fi- las maiores, mais perfeitas. Uma de cada vez. Amor
nal desta página, comente que calculado, porque na afobação o sopro desencadeava
a ausência da marcação do dis-
o processo e um delírio de cachos escorriam pelo canudo
curso direto é um recurso esti-
lístico que caracteriza a escrita e vinham rebentar na minha boca, a espuma descendo
de alguns autores. Contudo, é pelo queixo. Molhando o peito. Então eu jogava longe
plenamente possível compre- canudo e caneca. Para recomeçar no dia seguinte,

Thiago Ossostortos/Psonha/Arquivo da editora


ender suas obras pela conside- sim, as bolhas de sabão. Mas e a estrutura? “A es-
ração do contexto em que as trutura” — ele insistia. E seu gesto delgado de
falas ocorrem.
envolvimento e fuga parecia tocar mas guardava
distância, cuidado, cuidadinho, ô a paciência! A
paixão.
[...]
TELLES, Lygia Fagundes. Estrutura da bolha de sabão. In: TELLES,
Lygia Fagundes. Os melhores contos. 5. ed. São Paulo: Global,
1988. p. 131.

a. Qual é o objeto de estudo do marido da narradora?


Resposta: A estrutura da bolha de sabão.
b. Que sinal de pontuação foi empregado para indicar a fala direta dos personagens?
Resposta: As aspas e, em algumas falas, o travessão também.

Para indicar a fala de um personagem, geralmente, são empregadas as


aspas ou o travessão. O discurso que reproduz de forma direta a fala dos
personagens é chamado discurso direto.

No registro escrito de um diálogo, a pontuação empregada varia dependendo do estilo adota-


do pelo autor. Muitos autores empregam a fala dos personagens sem marcação de sinal gráfico,
o que exige do leitor uma atenção para identificar os limites entre a voz do narrador e a voz dos
personagens. Confira um exemplo.

Temos de ver se há por aqui alguma pá ou alguma enxada, seja o que for que possa
servir para cavar, disse o médico. [...]
SARAMAGO, José. Ensaio sobre a cegueira. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 83.

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4. Agora, leia o trecho a seguir, da escritora inglesa Virginia Woolf, em que foram empregados • A atividade 4 requer atenção
aspas e travessão, simultaneamente. Nesse trecho, a senhora Ramsay estava lendo a história para o entendimento do trecho
apresentado. Permita aos estu-
Pescador e a Mulher para seu filho James, a fim de acalmá-lo.
dantes que expressem oral-
[...] mente as respostas antes de as
registrar no caderno.
— “O coração do homem se entristeceu” — leu em voz alta —; “ele não queria. Disse
consigo mesmo: — Não é direito — mas mesmo assim, foi. E quando chegou ao mar, a
• Na atividade 5, convide a tur-
ma a transpor o fragmento do
água estava púrpura e azul-marinho, cinzenta e espessa — e não mais verde e amare- discurso indireto para o discur-
la — mas ainda tranquila. [...]” so direto. Explique aos estudan-
WOOLF, Virginia. Rumo ao farol. Tradução: Luiza Lobo. Rio de Janeiro: O Globo; São Paulo: Folha de S.Paulo, 2003. p. 47. tes que há mudança no tempo
(Biblioteca Folha). verbal, nas pessoas do discurso,
Resposta esperada: No trecho, o travessão indica a fala bem como na pontuação e nos
a. Por que o trecho foi construído dessa maneira? da personagem e, como ela estava lendo uma história, advérbios e adjuntos adverbiais
as aspas indicam a leitura de um trecho do livro.
b. Explique o que o uso simultâneo das aspas e do travessão confere ao trecho. ao se transformar discurso indi-
Resposta: Esse recurso torna mais claros os trechos que se relacionam à leitura da personagem e os que indicam apenas sua fala. reto em direto. Apresente al-
5. Agora, leia o trecho a seguir, em que o narrador descreve sua misteriosa expedição pelo Rio guns exemplos, a fim de escla-
Amazonas a bordo do barco Esmeralda, junto ao professor Summerlee, Lorde John Roxton e recer o conceito.
os empregados Zambo, Gómez e Manuel, liderados pelo professor Challenger. › Discurso direto:
– Eu comecei minha dieta on-
[...]
tem.
No quarto dia de viagem, a partir de Manaus pegamos um afluente que, na junção Eu = primeira pessoa do singular
com o Amazonas, parecia ser tão grande quanto ele. Subimos esse rio, que se estreitava, comecei minha dieta ontem =
e dois dias depois desembarcamos numa aldeia indígena. Nesse ponto, o professor pretérito perfeito
Challenger disse que o barco deveria retornar. Informou que logo chegaríamos às cor- › Discurso indireto:
redeiras e advertiu-nos que, desse ponto em diante, quanto menos gente soubesse de nós, Ela disse que havia começado
melhor seria. Tivemos de prometer ao professor que não revelaríamos sua dieta no dia anterior.

Thiago Ossostortos/Psonha/
qualquer indício do local para onde estávamos indo. Este é o Ela = terceira pessoa do singular
motivo de eu estar sendo vago nessa narrativa. [...] disse que havia começado sua

Arquivo da editora
dieta no dia anterior = pretérito
DOYLE, Arthur Conan. O mundo perdido. Adaptação: Ulisses Capozoli.
São Paulo: Scipione, 2001. p. 41-42. (Reencontro literatura).
mais-que-perfeito
› Discurso direto:
– Nós viajaremos amanhã.
Nós = primeira pessoa do plural
viajaremos = futuro do presente
amanhã = advérbio
› Discurso indireto:
Eles disseram que viajariam no
Nesse trecho, o narrador, com suas próprias palavras, apresenta as falas dos personagens, dia seguinte.
contando ao leitor o que eles disseram ou pensaram. Eles = terceira pessoa do plural
Resposta: Do professor Challenger e de todos os viajariam = futuro do pretérito
a. O narrador descreve a fala de quais personagens? envolvidos na expedição que estavam a bordo do barco
Esmeralda, inclusive o narrador-personagem. no dia seguinte = locução adver-
b. Que verbos ou locuções verbais o narrador empregou para indicar a fala dos personagens? bial

Resposta: Disse, informou, advertiu, tivemos de prometer.
Ao final da atividade, solicite
a leitura em voz alta de algumas
Em um texto, quando o narrador reproduz de forma indireta o que os personagens falaram, das versões produzidas pelos
não transcrevendo com exatidão sua fala, mas apenas transmitindo seu conteúdo, dizemos estudantes.
que essas falas estão representadas no discurso indireto.

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• Na atividade 1, explore o vo-
Verbos de elocução
cabulário dos estudantes pe-
dindo que citem sinônimos para 1. Releia outro trecho do livro Alice no País das Maravilhas.
os verbos de elocução destaca-
dos no trecho. Exemplos: per- — Muito bem! Joga croqué? — perguntou a Rainha.
guntou: indagou, questionou, Os soldados calaram e ficaram olhando para Alice, porque era evidente que a per-
interrogou; gritou: respondeu gunta era para ela.
alto, berrou, disse em voz alta;
— Sim! — gritou Alice.
rugiu: vociferou, trovejou, disse
com voz de trovão. Trabalhe — Venha, então! — rugiu a Rainha.
ainda a alteração de significado Alice foi junto, imaginando o que ainda poderia acontecer.
que o uso desses sinônimos po-
— É... é um belo dia! — disse uma voz tímida perto dela.
de causar nas frases.
• Conforme o posicionamento Era o Coelho Branco, que olhava ansioso para o rosto de Alice.
— Muito bonito — ela concordou. [...]
do verbo de elocução na frase, Resposta: O verbo perguntou indica que
ressalte para eles a pontuação a personagem fez um questionamento;
Que sentido os verbos em destaque expressam em cada fala? o verbo gritou indica que a personagem
utilizada a seguir. falou alto; o verbo rugiu indica que a personagem falou algo muito alto e com violência; o verbo disse indica que o
› Antes do discurso: O verbo de personagem falou de forma natural; o verbo concordou indica que a personagem reafirmou algo dito anteriormente.
elocução costuma ser seguido Para introduzir ou anunciar as falas dos personagens, tanto no discurso direto quanto no
de dois-pontos. Confira um discurso indireto, normalmente são empregados verbos como falar, perguntar, afirmar, res-
exemplo. ponder, pedir, dizer etc. Os verbos que indicam a fala dos personagens, contextualizando a
A menina, em desespero, gritou: situação em que eles foram empregados, são chamados verbos de elocução.
— O que aconteceu?!
› No meio do discurso: O verbo
de elocução pode ser separado Praticando
por travessões. Verifique.
1. Leia um trecho do romance A Dama das Camélias, do escritor francês Alexandre Dumas Filho,
— Ainda não sei... — hesitou
João. — Confirmo assim que pu-
em que o narrador está em um leilão dos pertences da personagem.
der. [...]
› Depois do discurso: O verbo Insinuei-me humildemente no meio daquele tumulto. Estava
de elocução costuma ser sepa- ali mais para assistir do que para comprar. Vestidos, xales de
rado por um travessão. Confira. casimira, joias, tudo era vendido com uma rapidez inacreditá-
— Não gosto das atitudes da- vel. Nada daquilo me convinha, e eu continuava esperando

Estúdio 1+2/Arquivo da editora


quela menina — comentou Ana. alguma coisa que me interessasse.
• Na atividade 1 da subseção
De repente, ouvi gritarem:
Praticando, leia o trecho da
obra de Alexandre Dumas com a — Um livro, luxuosamente encadernado, com filetes de
turma. Na sequência, incentive ouro, intitulado Manon Lescaut, obra do escritor Abbé Prévost.
os estudantes a imaginar o que Há alguma coisa escrita na primeira página. Dez francos.
poderia haver naquele livro que — Doze — disse uma voz depois de algum tempo.
tanto atraiu o narrador.
— Quinze — eu disse, sem saber por quê. Provavelmente por causa do que estaria
escrito na primeira página.
— Quinze — repetiu o leiloeiro.
— Trinta — exclamou o primeiro arrematante, num tom que parecia desafiar qual-
quer outro lance.
[...]
DUMAS FILHO, Alexandre. A Dama das Camélias. Adaptação: Carlos Heitor Cony. São Paulo:
Scipione, 2002. p. 11. (Reencontro literatura).

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a. Nesse trecho, o narrador expõe sua visão e seus desejos diante do evento. Em meio a tan- • No item a da atividade 1, soli-
ta oferta, somente o livro lhe chamou a atenção. Por quê? cite aos estudantes que regis-
trem o que foi discutido ante-
b. Que tipo de discurso é predominante nesse trecho? Justifique. riormente. Nos itens b e c, veri-
Resposta: Discurso direto, pois os personagens falam diretamente; o narrador só reproduz suas falas.
c. Quais verbos de elocução indicam as falas dos personagens? fique se ainda há dúvidas quan-
Resposta: Gritarem, disse, repetiu, exclamou. to à diferença entre discurso di-
d. Se todos esses verbos fossem substituídos pelo verbo dizer, os sentidos associados às falas reto e indireto; e, caso haja, peça
dos personagens continuariam os mesmos? Explique. Resposta: Não, pois esses verbos, além de indicarem a eles que trabalhem em duplas,
as falas dos personagens, contextualizam-nas, muitas vezes mostrando o estado de ânimo deles.
2. Escreva quais verbos do trecho da página anterior transmitem as ideias a seguir. procurando unir estudantes de
diferentes perfis. No item d, le-
a. Verbo que indica que o personagem falou de forma enfática. ve-os a compreender que a nar-
Resposta: Exclamou.
b. Verbo que mostra que os personagens falaram com alteração elevada de voz. rativa ficaria empobrecida se
Resposta: Gritarem. não houvesse variação dos ver-
c. Verbo que indica que o personagem reproduziu uma fala já dita por outro personagem. bos de elocução. Explique-lhes
Resposta: Repetiu.
d. Verbo que apenas indica a fala do personagem, sem especificar uma característica da fala. que vocábulos sinônimos têm
Resposta: Disse. sentidos semelhantes, mas ra-
3. Agora, leia o trecho de A Dama das Camélias reescrito em discurso indireto. ramente idênticos.
1. a. Resposta: Porque o livro era luxuoso, e ele provavelmente era um apaixonado por livros e também por causa da curiosidade
em que ele ficou por saber o que estaria escrito na primeira página.
• A atividade 2 possibilita aos
Insinuei-me humildemente no meio daquele tumulto. Estava ali estudantes praticar o que foi
discutido na atividade anterior
mais para assistir do que para comprar. Vestidos, xales de casimi-
quanto ao significado dos ver-
ra, joias, tudo era vendido com uma rapidez inacreditável. Nada bos de elocução.
daquilo me convinha, e eu continuava esperando alguma coisa
que me interessasse.
• Caso julgue pertinente, na ati-
vidade 3, antes de apresentar o
De repente, ouvi gritarem que havia um livro, luxuosamente texto, proponha aos estudantes
encadernado, com filetes de ouro, intitulado Manon Lescaut, obra que produzam sua própria ver-
são, em discurso indireto, do frag-
do escritor Abbé Prévost e que havia alguma coisa escrita na pri-
mento lido da obra de Alexandre
meira página. Dez francos. Dumas. Depois, solicite a eles que
Uma voz disse doze, depois de algum tempo. comparem a sua produção com a
apresentada nesta página e dis-
Eu disse, sem saber por que, quinze. Provavelmente por causa
cuta com eles algumas diferenças
do que estaria escrito na primeira página. que puderam verificar. Desse mo-
O leiloeiro repetiu quinze. do, perceberão que há muitas
maneiras de narrar um mesmo
O primeiro arrematante exclamou trinta, num tom que parecia
episódio.
desafiar qualquer outro lance.

a. O que mudou na passagem do discurso direto para o indireto?


Resposta: Os sinais de travessão foram eliminados, foram acrescentadas a conjunção que e a forma verbal havia.
b. Em qual dos dois trechos a narrativa é mais dinâmica? Por quê?
c. Escreva quais verbos de elocução foram empregados na reescrita do trecho.
Resposta: Gritarem, disse, repetiu, exclamou.
d. Os verbos de elocução desempenham a mesma função tanto no discurso direto quanto no
discurso indireto? Copie no caderno a alternativa correta. Resposta: B.
A. Não, no discurso direto eles ajudam a contextualizar as vozes dos personagens, já no
discurso indireto eles são dispensáveis.
B. Sim, pois permitem a contextualização das vozes dos personagens e do narrador.
C. Não, pois não interferem nas vozes dos personagens e do narrador.
3. b. Resposta: No texto em que aparece o discurso direto, pois as falas dos personagens apresentadas de forma direta
tornam a narrativa mais dinâmica. Além disso, os diálogos possibilitam ao leitor se envolver com mais facilidade.
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:27:07 Sugestão de atividade rem o texto preservando a maior quantidade de deta-


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lhes possível do texto original. Na sequência, leia trechos
• Proponha a prática do uso de discurso direto e indire- da obra que contenham discurso indireto, solicitando-
to por meio da estratégia Quick writing. Leia trechos de -lhes que os transformem em discurso direto, e proceda
discurso direto de uma história conhecida para a turma. da mesma forma. Em caso de turmas numerosas, é pos-
No tempo definido por você, cada um deve reescrever o sível desenvolver essa proposta organizando os estu-
fragmento, transpondo-o para o discurso indireto. Vá dantes de modo a trabalharem em duplas ou em trios.
marcando pontos na lousa para aqueles que reescreve-

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09/08/2022 11:48:50
Objetivos

• Identificar e diferenciar com- A língua em estudo


plementos nominais e adjuntos
adnominais. Complemento nominal
• Conhecer a quais classes de 1. Releia um parágrafo do episódio “O campo de jogo da Rainha”, de Alice no País das Maravilhas,
palavras os complementos no-
minais podem se referir. e responda às questões.
• Conhecer quais classes de pa- Imediatamente, os três jardineiros se jogaram ao chão, com a cara para baixo.
lavras podem funcionar como
Ouviu-se o som de muitos passos e Alice ficou ansiosa para ver a Rainha.
adjunto adnominal.
Nesse parágrafo, que adjetivo foi usado para caracterizar o estado emocional da personagem
BNCC Alice? Resposta: O adjetivo ansiosa.
• Esta seção possibilita um tra- 2. Note que esse adjetivo necessita de uma informação que complemente seu sentido.
balho com a competência espe-
cífica de Língua Portuguesa 2, a. Que expressão se liga a esse adjetivo com essa função? Resposta: A expressão para ver a Rainha.
pois permite aos estudantes se b. Esse termo é iniciado com ou sem preposição? Resposta: É iniciado com preposição.
apropriar de conhecimentos lin-
guísticos por meio da linguagem
c. A respeito da função desse termo, escreva no caderno a informação correta. Resposta: B.

escrita, e, com isso, participar da A. Caracteriza o sentido de um verbo, qualificando-o.


cultura letrada e da vida em so-
ciedade.
B. Completa o significado de adjetivos que necessitam de mais informações.

• Nesta seção, os estudantes C. Modifica o adjetivo indicando uma circunstância relacionada a ele.
identificam os constitutivos das
orações e analisam os efeitos de
sentido de modificadores (ad- A palavra que completa o sentido de um adjetivo é chamada complemento nominal. O
juntos adnominais – artigos de- complemento nominal, que é sempre introduzido por uma preposição, também complemen-
finidos ou indefinidos, adjetivos, ta o sentido de substantivos e advérbios.
expressões adjetivas) em subs-
tantivos com função de sujeito
Confira, a seguir, alguns exemplos de complemento nominal.
ou de complemento verbal, po-
dendo usá-los para enriquecer preposição de + pronome pessoal eles
seus próprios textos. Com isso,
eles desenvolvem as habilida-
“Ora, são apenas um baralho de cartas, não preciso ter medo deles”.
des EF08LP06 e EF08LP09.
• Ao ler uma notícia e uma tiri- substantivo complemento nominal
nha, compreendendo a ideia
central e as características des- preposição de + pronome pessoal ela
ses gêneros, os estudantes de-
s en v ol v em a s h a bilida de s — É... é um belo dia, não é? — disse uma voz tímida perto dela .
EF69LP03 e EF69LP05, bem co-
mo a competência específica advérbio complemento nominal
de Língua Portuguesa 3.

Orientações preposição a + artigo a

• Nesta seção, os estudantes


— Ela foi condenada à morte.
estudarão, primeiro, o comple-
mento nominal. Na atividade 1,
por meio da leitura de um trecho adjetivo complemento nominal
do texto, verifique se os estu-
dantes compreendem a caracte- 98
rística que descreve a persona-
gem naquele momento e se a
reconhecem como um adjetivo.
abstrato. Caso seja necessário, relembre com a turma que • Após a análise das frases, das preposições e dos sen-
• Já na atividade 2, por meio do
02/08/2022 16:27:07
o substantivo abstrato designa ação, sentimento, quali- tidos que elas criam no texto, é importante também re-
mesmo trecho e com base nes- dade, estado etc. e não tem existência própria, sendo de- lembrar aos estudantes como ocorrem as contrações e
se adjetivo, leve os estudantes a pendente de um ser ou de algo. Exemplos: bondade, be- as combinações das preposições.
compreender a função do com- leza, justiça, amor, raiva etc. › preposição a + artigo a = à
plemento nominal: completar o
significado de um adjetivo. • Destaque também para os estudantes que o comple- › preposição a + artigo o = ao
› preposição de + artigo a ou as = da ou das
mento nominal é introduzido por preposição. Para reto-
• Após a leitura do boxe com o
mar com a turma o que são preposições, escreva as mais › preposição de + artigo o ou os = do ou dos
conceito de complemento nomi-
comuns na lousa: a, até, após, com, contra, de, desde, › preposição em + artigo a ou as = na ou nas
nal, reforce que ele pode com-
em, entre, para, por, sem, sob, sobre. › preposição em + artigo o ou os = no ou nos
pletar também o sentido de um
advérbio ou de um substantivo
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Adjunto adnominal • A atividade 1 retoma os con-
ceitos gramaticais necessários
1. Releia outro trecho do episódio “O campo de jogo da Rainha” e responda às questões. para que os estudantes com-
preendam a natureza do adjun-
Primeiro, vieram dez soldados, carregando bastões, como os das cartas do naipe de to adnominal. Caso eles apre-
paus. Todos eles tinham a mesma forma dos três jardineiros: a de cartas de baralho sentem dificuldade em reco-
com mãos e pés nos cantos. nhecê-los, considere separar
mais tempo de aula para a revi-
A seguir, confira duas orações retiradas desse trecho e note como elas se estruturam. são desse conteúdo, fornecendo
mais exemplos para análise.
predicado
• Na atividade 2, comente com
a turma que a principal diferen-
A. Todos eles tinham a mesma forma dos três jardineiros.
ça entre complemento nominal
e adjunto adnominal é que este,
sujeito forma complemento verbal (objeto direto)
verbal quando omitido, não inviabiliza
a compreensão da oração, ao
passo que o primeiro não pode
predicado ser omitido.

B. Primeiro, vieram dez soldados.


• Por causa da função adjetiva,
em algumas construções, pode
haver dúvidas para diferenciar
forma sujeito adjunto adnominal de predicati-
verbal vo do sujeito. Por isso, apresen-
te aos estudantes o critério de
O termo mais importante de um grupo de palavras é chamado núcleo. distinção entre esses dois ele-
a. Na oração A, qual termo funciona como núcleo do sujeito? mentos.
Resposta: Núcleo do sujeito: eles.
b. Ainda na oração A, que termo funciona como núcleo do complemento verbal? • O adjunto adnominal expres-
Resposta: Núcleo do complemento verbal: forma. sa uma característica constante,
c. Na oração B, qual é o núcleo do sujeito? já conhecida do nome. O predi-
Resposta: O núcleo do sujeito é soldados.
d. Qual é a classe gramatical das palavras que você identificou como núcleos? cativo do sujeito expressa uma
Resposta: Eles: pronome pessoal reto; forma e soldados: substantivos. característica nova, circunstan-
2. Nesses trechos, há palavras ou expressões que se referem ao núcleo do sujeito e do comple- cial, que é atribuída ao nome.
mento verbal. Confira os exemplos.
a. Quais são essas palavras? › “O rapaz tímido falou para a
Resposta: Eles: todos; forma: a, mesma, dos três jardineiros; soldados: dez. plateia.”. Nesse caso, tímido é
b. Qual é a classe gramatical dessas palavras que se referem aos núcleos? um adjunto adnominal.
Resposta: Todos: pronome indefinido; a: artigo; mesma: adjetivo; dos três jardineiros: locução adjetiva; dez: numeral.
c. A respeito da função dessas palavras e expressões nos termos analisados, escreva no ca- › “O rapaz falou, tímido, para a
derno a informação correta. Resposta: C. plateia.”. Nesse outro caso, tími-
do é um predicativo do sujeito.
A. Completam o significado do adjetivo.
B. Modificam o adjetivo indicando uma circunstância relacionada a ele.
• O critério de distinção não se
aplica às orações estruturadas
em torno dos verbos ser e viver,
C. Caracterizam o núcleo de um sujeito ou de um complemento verbal, determinando-o,
pois eles relacionam o sujeito ao
especificando-o ou qualificando-o. predicativo, expressando, por-
tanto, estado constante. Verifi-
As palavras ou as expressões que determinam, especificam, qualificam o núcleo de um que.
sujeito ou de um complemento verbal em uma oração são chamadas adjuntos adnominais. › “Carolina é simpática.”. Nesse
As classes gramaticais que exercem essa função são os artigos, os adjetivos, os numerais, os caso, simpática é um predicati-
pronomes e as locuções adjetivas. vo do sujeito.
› “André vive apaixonado.”. As-
sim, apaixonado também é um
99 predicativo do sujeito.

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• Além de poder ser usada pe-
los estudantes para pôr em prá- Praticando
tica o que estudaram e analisar
outras ocorrências de adjuntos 1. Leia, a seguir, um texto sobre a origem de alguns gestos.
adnominais e de complementos
nominais, a subseção Pratican- Qual a origem...
do também pode ser usada para ... do beijo? Nos cultos a Vênus, na Ásia Menor, era
avaliar o aprendizado da turma.
a maneira de demonstrar respeito e prestar home-
• Na atividade 1, oriente os es-
nagem à deusa. Na Europa, até o século 16, beijo
tudantes a ler o texto silencio-
samente e avalie a interpreta- nos lábios era usado como cumprimento. Também era
ção do fragmento apresentado comum que os servos beijassem as mãos dos reis em si-
por meio dos itens a e b. No nal de respeito.

Bilmaia/Arquivo da editora
item c, peça a eles que justifi-
[...]

Ilustrações: Natanaele
quem por que as alternativas
estão corretas ou incorretas, ... do aceno? Agitar as mãos para se despedir ou saudar de
considerando a função exercida longe pessoas queridas teve início na Grécia Antiga. O registro
pelas reticências no texto. mais famoso do gesto é descrito na Ilíada, de Homero. Ao voltar
• Nos itens a e b da atividade 2, de uma expedição, Ulisses é recebido assim pelos companheiros de
mostre à turma que, apesar de acampamento.
ser incomum um título terminar
com reticências, essa pontua- [...]
ção foi corretamente emprega- ... de mostrar a língua? Na Ásia, há 10 séculos, a lín-
da no texto e não causa dificul- gua para fora ficou popular na hora do insulto.
dades de entendimento ao lei-
Afinal era um jeito de xingar sem falar palavrão. [...]
tor. Ao desenvolver os itens c a
d, verifique se os estudantes AQUINO, Manuela. Qual a origem... Superinteressante, São Paulo, Abril
comunicações S/A, n. 215, jul. 2005. p. 26. © Manuela Aquino/Abril
compreendem por que as ex- Comunicações S.A.
pressões “do beijo”, “do aceno” e
“de mostrar a língua”, que com-
a. Os gestos são importantes formas de comunicação entre as pessoas. No entanto, é neces-
pletam o título, são comple-
mentos nominais do substanti- sário adequá-los aos diversos contextos de comunicação e culturas. Qual dos gestos citados
vo origem. No item e, após os no texto é o menos adequado para ser feito em público aqui no Brasil? Por quê?
estudantes identificarem os b. A origem de qual gesto você achou mais interessante? Por quê?
complementos nominais dos Resposta pessoal.
termos cultos e homenagem,
c. As reticências podem produzir diferentes efeitos de sentido, dependendo do contexto em
aproveite os trechos “[...] era a que são empregadas. No título do texto, elas provocam que efeito? Resposta: B.
1. a. Resposta: Mostrar a
maneira de demonstrar respei- A. Pausa. língua, porque B. Continuidade.
to e prestar homenagem à deu- demonstra falta de
sa.” e “Afinal era um jeito de C. Suspense. respeito, uma vez que o D. Omissão de um trecho.
gesto é considerado,
xingar sem falar palavrão.” pa- E. Corte. desde sua origem, uma
ra mostrar aos estudantes que forma de xingamento. 2. a. Possível resposta: É possível deduzir parte
2. Releia o título do texto e responda às questões a seguir. do assunto — nascimento/surgimento de algo
complementos nominais tam- —, mas não a natureza do que foi originado.
bém podem ser expressos em a. Com base apenas no título, é possível deduzir o assunto do texto? Explique.
forma de oração.
b. Quais expressões completam o sentido do título do texto?
Resposta: Do beijo?; do aceno?; de mostrar a língua?.
c. Essas expressões referem-se à qual palavra?
Resposta: Ao substantivo origem.
d. Que função essas expressões desempenham nesse contexto?
Resposta: A função de complemento nominal, complementando o sentido do substantivo origem.
e. Identifique no início do texto e escreva no caderno outros dois complementos nominais e
indique a quais termos eles se referem.
Resposta: Complemento nominal de cultos: a Vênus; complemento nominal de homenagem: à Deusa.
100

02/08/2022 16:27:07

100

09/08/2022 11:48:50
3. A seguir, analise o termo extraído do texto. • Aproveite a atividade 3 para
verificar se os estudantes con-
seguem diferenciar o comple-
O registro mais famoso do gesto
mento nominal do adjunto ad-
nominal, reconhecendo-os na
a. Qual é o núcleo desse termo? Resposta: O substantivo registro. frase. Caso seja necessário, ana-
lise as alternativas com a turma,
b. Quais termos se referem a esse núcleo? Resposta: O; mais famoso; do gesto.
mostrando os termos e expres-
c. Que função os termos que você identificou na atividade anterior exercem em relação ao sões que complementam ou ca-
núcleo? Escreva no caderno as respostas corretas. Resposta: C e D. racterizam cada elemento.
A. O termo o determina o substantivo e a expressão mais famoso o caracteriza, sendo, • A atividade 4 propicia a leitu-
portanto, complementos nominais. ra de um texto multissemiótico:
a tirinha. Verifique se os estu-
B. A expressão do gesto caracteriza o substantivo registro, sendo um adjunto adnominal. dantes entenderam o humor
contido nela. Comente que jar-
C. O termo o determina o substantivo e a expressão mais famoso o caracteriza, sendo,
dineiro e comediante de stand-
portanto, adjuntos adnominais. -up são palavras-chave para a
D. A expressão do gesto complementa o substantivo registro, sendo um complemento compreensão do texto. Ao reali-
nominal. zar o item c, avalie a receptivi-
dade da tirinha por parte dos
4. Leia a tirinha a seguir. estudantes. É possível que di-
gam que a relação é inteligente,
criativa, inesperada. No item f,

Adão
explique também a importância
da expressão para hipertensos
para a construção do humor. Caso
ela não tivesse sido usada, esse
efeito não existiria. Enfatize a
presença da preposição nela.
• Na atividade 5, caso haja difi-
culdades, apresente mais frases
para que os estudantes encon-
ADÃO. Mundo Monstro. Folha de S.Paulo, São Paulo, 21 out. 2011. Ilustrada, p. 13. trem os adjuntos adnominais.

a. Que relação existe, num trocadilho, entre as palavras salgueiro e hipertensos?


Resposta: A palavra salgueiro remete à palavra sal, que é uma substância contraindicada para pessoas hipertensas.
b. Que efeito essa relação provoca na tirinha? Explique.
Resposta: Efeito de humor, pois o personagem faz uma comparação inesperada e inusitada.
c. O que você achou da relação entre a palavra salgueiro e a palavra hipertensos?
Resposta pessoal.
d. Que adjetivo foi usado para caracterizar o substantivo árvore, no último quadrinho?
Resposta: O adjetivo contraindicada.
e. Note que há um termo que se refere a esse adjetivo na frase. Que termo é esse?
Resposta: O termo para hipertensos.
f. Qual é a função desse termo na oração?
Resposta: Complemento nominal, pois ele completa o significado do adjetivo contraindicada.
5. Analise os enunciados a seguir e indique a qual termo cada adjunto adnominal em destaque
se refere.
a. João Pedro gosta de futebol americano.
Resposta: Refere-se ao termo futebol.
b. Meu time de futebol ganhou o campeonato.
Resposta: Referem-se ao termo time.
c. Algumas crianças gostam muito de ir ao cinema.
Resposta: Refere-se ao termo crianças.
d. Os anéis de ouro são luxuosos.
Resposta: Refere-se a anéis.
101

:27:07 02/08/2022 16:27:07

101

09/08/2022 11:48:50
• Na atividade 6, converse com
6. A seguir, leia o trecho de uma reportagem sobre o aniversário da novela Alice no País das
os estudantes a respeito do tex-
to, levando-os a refletir por Maravilhas.
quais razões uma obra de mais

Sergio Lima/Arquivo da editora


de 150 anos ainda desperta o in-
teresse das pessoas. Comente as
características de obras clássicas
que conseguem dialogar com
leitores de diferentes épocas.
Literatura: Há 150 anos era publicada a primeira edição
• Ao propor a atividade 7, re- do clássico de Lewis Carroll
lembre à turma o que já foi co-
mentado sobre Lewis Carroll Naquele verão de 1862 o passeio de barco com a família do reverendo Henry Liddell
anteriormente e a origem de parecia uma boa ideia para Charles Dodgson, escritor e matemático da Universidade
sua obra ou o contexto histórico de Oxford, na Inglaterra. Tímido e retraído entre os adultos, Dodgson ficava mais à
em que ela foi produzida. Con-
vontade com crianças. No bote que flutuava ao sol da tarde, não demorou muito, no
duza os estudantes a perceber
que as informações do trecho entanto, para que Alice [...] fosse tomada pelo tédio. Acostumado a inventar histórias
fazem referência a diferentes para entreter seus irmãos menores, o escritor começou a contar a história de outra
substantivos: Charles Dodgson, Alice, que, também entediada, passa a perseguir um coelho apressado, acaba mergu-
Dodgson e escritor. Desse mo- lhando em sua toca e vai parar em outro país. Charles Dodgson é o nome verdadeiro de
do, o nome do autor é retomado Lewis Carroll, autor de "Alice no País das Maravilhas", clássico da literatura infantoju-
em diversos momentos sem
venil, um dos livros mais traduzidos de todos os tempos, cuja primeira edição
tornar a leitura cansativa.
completa 150 anos em 2015. Em todo o mundo, exposições, espetáculos de teatro e de
• Na atividade 8, oriente a tur-
dança comemoram o aniversário de Alice.
ma a trabalhar em pares para
localizar os adjuntos adnomi- [...]
nais dos termos destacados. Ao
comentar o grupo de palavras MARIUZZO, Patrícia. Literatura: há 150 anos era publicada a primeira edição do clássico de Lewis Carroll. Ciência e Cultura,
uma boa ideia, se necessário, São Paulo, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, v. 67, n. 2, abr./jun. 2015. Disponível em:
http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-67252015000200018&lng=pt&nrm=iso.
explique aos estudantes que a
Acesso em: 12 abr. 2022.
expressão que vem em seguida, 6. a. Resposta esperada: Para informar os leitores do aniversário do clássico Alice no País das Maravilhas e promover uma
para Charles Dodgson, está re- reflexão sobre o contexto de produção dessa obra.
a. Em sua opinião, com que objetivo foi escrita a reportagem de onde foi extraído esse trecho?
lacionada à forma verbal pare-
cia. Se for preciso, desloque es- b. Considerando seu conteúdo e seu veículo de publicação, qual é o público-alvo desse texto?
Resposta: A sociedade brasileira, sobretudo as pessoas interessadas em ciência e arte.
sa expressão para outras posi- c. Qual situação contada nesse trecho mais chamou sua atenção? Justifique sua resposta.
ções da frase, comprovando es- Resposta pessoal.
sa relação com o verbo, e não 7. Esse trecho apresenta algumas informações sobre Charles Dodgson.
Resposta: Que ele era escritor, matemático da Universidade de Oxford, tímido,
com o substantivo ideia. Confi- a. Quais são essas informações? retraído entre os adultos e acostumado a inventar histórias para entreter seus
ra o exemplo. irmãos menores.
› Para Charles Dodgson, pare- b. Qual é a importância dessa caracterização para o objetivo desse trecho da reportagem?
cia uma boa ideia. 8. Todos os substantivos destacados no texto têm, pelo menos, um adjunto adnominal que os
• Para ampliar o proposto na acompanha. Reescreva-os com seus respectivos adjuntos adnominais, na ordem em que apa-
atividade 9, destaque aos estu- recem, ou seja, antes ou depois do substantivo. Passeio: o, de barco, com a família do reverendo Henry Liddell;
dantes que uma oração tam- ideia: uma, boa; irmãos: seus, menores; espetáculos: de teatro, de dança; aniversário: o, de Alice.
bém pode desempenhar a fun- 9. Cada uma das palavras e expressões a seguir faz referência a um substantivo do texto. Iden-
ção de adjunto adnominal, con- tifique quais são esses substantivos. Resposta: A: verão; B: bote; C: Alice, D: Alice; E: verão, F: coelho.
forme o item B. A. de 1862 B. que flutuava ao sol da tarde
C. tomada D. outra
E. naquele F. apressado
7. b. Resposta esperada: Essa caracterização ajuda a construir o perfil do escritor, explicando alguns motivos de ele ter
102 começado a criar a novela Alice no País das Maravilhas.

06/08/2022 11:38:26

102

09/08/2022 11:48:51
Objetivos
Outra leitura • Ler outro trecho de novela e
identificar as características e a
Nesta seção, você lerá um trecho da novela Os meninos da rua Paulo. Essa é a história de um função sociocomunicativa des-
grupo de meninos, a Sociedade do Betume, que tinha duas tarefas: manter o betume molhado e se gênero.
defender o grund, nome dado ao terreno onde eles mantêm as reuniões em uma espécie de quar-
tel e fazem suas brincadeiras. Mas, quando tudo parece tranquilo, os Camisas-vermelhas, meninos BNCC
impedidos de brincar ali por não fazer parte da Sociedade do Betume, aparecem para tirar a paz • Ao estudar um texto literário
de Boka e seus companheiros. O que você imagina que pode acontecer entre esses grupos? Leia emblemático da literatura uni-
o texto a seguir para conhecer esse belo retrato da infância. versal, apreciando-o estetica-
mente, os estudantes desenvol-
vem a competência específica
Os meninos da rua Paulo de Linguagens 5 e a competên-
[...] cia específica de Língua Portu-
Ó grund... ó vós, belos e sadios estudantes da planície, aos quais basta dar um passo para guesa 9.

Isabela Santos/Arquivo da editora


vos encontrardes na estepe imensa, sob a admirável redoma azul que se chama firmamen- • Após serem informados so-
to, vós cujos olhos estão acostumados às grandes distâncias, aos longes, vós que não viveis bre o contexto sócio-histórico
apertados entre edifícios altos, nem podeis imaginar o que é para os guris de Budapeste um da obra, os estudantes são
terreno baldio, um grund. É a sua planície, a sua estepe, o seu reino; é o infinito, é a liberda- orientados a inferir, com base
na leitura do trecho apresenta-
de. Um pedacinho de terra, limitado a um dos lados por uma cerca meio desmoronada, ao
do, os aspectos sociais e históri-
passo que pelos demais lados altos muros de edifícios o rodeiam. Atualmente, o grund da cos que se refletem no texto,
rua Paulo também já se encontra ocupado por um triste edifício, de quatro desenvolvendo, dessa forma, a
andares, cheio de moradores, nenhum dos quais sabe, tal- competência específica de Lín-
vez, que aquele pedacinho de terra gua Portuguesa 7 e a habilidade
significou a mocidade para alguns pobres EF69LP44.
estudantes de Budapeste. • Ao acessar os conhecimentos
O grund estava deserto, como convém, sobre o mundo que os cerca no
aliás, a um terreno baldio. Tinha uma momento da leitura do texto,
para entender e explicar a reali-
cerca do lado da rua Paulo. À direita e à
dade, além de colaborar para a
esquerda era ladeado de edifícios. Por
construção de uma sociedade
trás... pois é, era justamente esse lado de justa, democrática e inclusiva, os
trás que o tornava interessante, magní- estudantes aprimoraram as
fico. Por trás havia outro terreno baldio, competências gerais 1 e 9.
ocupado por uma serraria mecânica,
que aí acumulava pilhas de lenha,
• Ao realizar uma leitura silen-
ciosa, seguida de uma leitura em
amontoadas ordenadamente em cubos voz alta, cria-se a oportunidade
e separadas por grande número de rua- de os estudantes desenvolve-
zinhas. Era um verdadeiro labirinto. rem as habilidades EF69LP53 e
Cinquenta a sessenta ruas se cruzavam EF89LP33 e a competência es-
pecífica de Língua Portuguesa 3.
entre as pilhas escuras e mudas, e não
era coisa fácil orientar-se alguém por • Ao identificar o enredo, os
elas. Quem conseguia finalmente sair personagens, o efeito de senti-
do do emprego de verbos no
do labirinto, chegava a uma pracinha,
pretérito imperfeito e a pontua-
onde se erguia uma casa baixa, o edifí- ção expressiva, no trecho de no-
cio da serraria. Era uma casinha vela, os estudantes desenvol-
estranha, misteriosa e temível. [...] vem as habilidades EF69LP47 e
EF69LP54.
103
• Por meio do incentivo à leitu-
ra de uma obra literária, esta
seção permite o trabalho com a
:38:26
Orientações vantes. Esses e os questionamentos apresentados nes-
02/08/2022 16:32:10
habilidade EF69LP49.

• Após a leitura do texto introdutório, indague os estu-


se parágrafo introdutório, além de motivar a leitura por
meio do levantamento de hipóteses e suposições, po-
dantes sobre o que eles pensam ser a Sociedade do Be-
dem ser retomados ao final para enriquecer o momento
tume, por que os Camisas-vermelhas eram impedidos
de conversa proposto após a leitura.
de brincar nesse local e outras questões que julgar rele-

103

09/08/2022 11:48:51
• O texto apresentado nesta se- Podia-se imaginar lugar mais agradável para folguedos? Nós, meninos da cidade, não
ção relaciona-se às culturas ju-
queríamos saber de outro. O grund da rua Paulo era chão e representava para nós as sava-
venis, revelando comportamen-
tos próprios da juventude em nas americanas. Quanto ao terreno de trás, o da serraria, era para nós todo o resto: a
um contexto urbano. A amizade cidade, a floresta, a serra, quer dizer, coisa diferente segundo as necessidades de cada dia.
tem um papel preponderante, e Sobretudo não penseis que a serraria fosse um lugar desprotegido. No alto de diversas
o grupo passa a ser um ambiente pilhas de lenha havia verdadeiras fortalezas. Boka era que designava as pilhas que preci-
paralelo ao mundo adulto, em savam ser reforçadas. A construção dos fortes ficava, depois, a cargo de Csónakos e de
que os garotos passam a forjar
Nemecsek. Havia quatro ou cinco desses fortes em diferentes pontos do terreno, e cada
sua identidade.

um deles tinha o seu capitão, assim como o seu tenente e o seu alferes. Era essa a organi-
Durante a leitura desta pági-
na, chame a atenção dos estu- zação do exército. De soldados rasos, infelizmente, só havia um. Em todo o grund, os
dantes para os nomes dos per- capitães e os tenentes davam ordens, mandavam fazer exercícios e impunham castigos a
sonagens. Oriente-os a fazer um único soldado.
anotações quando houver mui-
Talvez nem seja preciso dizer que esse único soldado raso era Nemecsek, o lourinho. Os
tos personagens com nomes
incomuns para falantes do por- capitães, tenentes e alferes cumprimentavam-se com displicência ao se encontrarem no
tuguês, a fim de facilitar o en- grund, mal levando a mão ao quepe e lançando uns aos outros um distraído bom-dia.
tendimento das ações no texto Só o pobre do Nemecsek tinha de fazer continência a cada passo, imobilizando-se numa
e da caracterização, neste caso,
muda saudação militar. E todos aqueles que passavam por ele repreendiam-no:
do capitão, do tenente, do sol-
dado etc. — Endireita a posição!
— Junta os calcanhares!
— Avança o peito!
— Encolhe a barriga!
— Perfila-te!
E Nemecsek obedecia a todos com verdadeira felicidade. Há também guris assim, que
gostam de obedecer a ordens. A maioria, no entanto, gosta de mandar. É bem humano is-
so. Eis por que não é de surpreender que no grund todos fossem oficiais, e apenas
Nemecsek soldado raso.
Às duas e meia da tarde ainda não havia ninguém no
grund. À porta do barracão via-se, no chão, uma manta
de cavalo, e em cima dela o Eslovaco dormia um sono
feliz. Ele dormia sempre de dia, pois passava as noites a
vaguear entre as pilhas ou a contemplar a Lua, sentado
num dos fortes. A serra resfolegava, a chaminé preta
cuspia nuvenzinhas brancas como neve, e a lenha cor-
tada chovia no carro.
Poucos minutos depois das duas e meia a porta da
rua Paulo rangeu e por ela entrou Nemecsek. Sacou do
bolso um pedaço de pão, olhou em redor e, ao verificar

Arquivo da editora
que não havia ninguém, começou a mastigar. Antes,

Isabela Santos/
aferrolhou cuidadosamente a porta, pois uma das leis
principais do grund impunha essa obrigação a quantos
entrassem.

104

02/08/2022 16:32:11

104

09/08/2022 11:48:51
[...] • Após a fala “— Minha Nossa
Senhora!”, de Nemecsek, pause
Nemecsek sentou-se numa pedra e continuou a mastigar, enquanto aguardava os ou- a leitura e indague aos estudan-
tros. A reunião do dia prometia ser bem interessante. Havia no ar como que um presságio tes o que eles acham que havia
de grandes acontecimentos e, para dizer a verdade, Nemecsek sentia naquele momento no forte que o deixou assusta-
do. Reserve um momento de
um grande orgulho por pertencer ao famoso grupo dos rapazes da rua Paulo. Sem deixar
conversa para que eles expo-
de mastigar, levantou-se e, para passar o tempo, foi dar umas voltas entre as pilhas. Per- nham suas hipóteses.
corria as ruazinhas, quando deparou com o grande cachorro preto do Eslovaco.
— Heitor! — gritou-lhe com alegria.
Mas Heitor não mostrou a menor vontade de responder-lhe à saudação. Apenas abanou
rapidamente a cauda, o que, no mundo canino, equivale a um distraído toque de chapéu.
Com isso passou por ele correndo e emitiu latidos furiosos. O lourinho foi atrás do cachor-
ro e viu que este parou ao pé de uma pilha, onde recomeçou a ladrar com veemência maior.
Era uma das pilhas em que eles tinham construído um forte. Em cima havia um parapeito
formado com toros, e, numa hastezinha, uma bandeirinha vermelha e verde. Heitor ron-
dava à volta do forte sem parar de latir.
— Que será? — perguntou o lourinho ao cachorro, com o qual se dava muito bem, talvez
porque, a não ser ele, Heitor era o único soldado raso de todo o exército.
Olhou para o forte. Não viu ninguém, mas teve a impressão de que alguém mexia no
meio dos toros. Resolveu, pois, ver aquilo, e pôs-se a trepar nas extremidades das traves.
Por fim, chegou ao alto da pilha. Ia reiterar a exortação uma última vez, ao galgar o
parapeito baixo do forte, mas o pé que levantara ficou parado no ar, de tanto susto.
— Minha Nossa Senhora! — exclamou.
E pôs-se a descer precipitadamente por onde viera. Quando se encontrou novamente no
chão, o coração batia-lhe com força. Levantou os olhos. Perto da bandeira, o pé direito apoia-
do no parapeito, lá estava Chico Áts, o terrível Chico Áts, inimigo de todos eles, capitão dos
rapazes do Jardim Botânico. O vento agitava-lhe a ampla camisa vermelha, enquanto um
sorriso de escárnio lhe aflorava aos lábios. Em voz baixa dirigiu-se ao lourinho:
— Não tenha medo, Nemecsek!
Nemecsek, porém, não só tinha medo, mas corria, seguido do cachorro preto. Os dois
avançavam pelo caminho sinuoso por entre as pilhas, rumo ao grund. O vento trazia-lhes
o grito irônico de Chico Áts:
— Não tenha medo, Nemecsek!
Arquivo da editora
Isabela Santos/

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:32:11 02/08/2022 16:32:11

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09/08/2022 11:48:51
• Ao ler o último parágrafo des- Chegado ao grund, Nemecsek virou-se, mas não viu mais a camisa vermelha de Chico.
ta página, verifique se os estu-
Entretanto, a bandeira também tinha desaparecido. O inimigo levou a bandeirinha verme-
dantes compreendem o signifi-
cado da expressão soldado raso, lha e verde, feita pela irmã de Csele, e sumiu-se entre as pilhas. Talvez tenha saído pela rua
empregada para descrever o Maria, do lado da serraria, mas não era impossível que ainda estivesse escondido ali [...].
personagem Nemecsek, e os No portão da cerca ressoaram quatro pancadas rítmicas. Nemecsek respirou de novo:
ajude a reconhecer a importân- as quatro pancadas eram o sinal convencionado dos rapazes da rua Paulo. Foi abrir, cor-
cia dela para a caracterização
dele como um personagem fra-
rendo, a porta aferrolhada. Entrou Boka, acompanhado de Csele e Geréb. Nemecsek mal
co em meio aos outros. Se julgar continha a impaciência de contar-lhes a terrível novidade, mas nem por isso esqueceu a
pertinente, comente com a tur- sua qualidade de soldado raso e o que devia aos capitães e aos tenentes. Fez a saudação
ma que Nemecsek é o menor militar, mantendo-se em posição de sentido.
menino do grupo e, por isso, o
— Olá! — disseram os recém-chegados. — Que há de novo?
mais subestimado, recebendo
ordens de todos os outros; en- Nemecsek pôs-se a fazer gestos, como que procurando ar. Queria contar tudo de uma
tretanto, termina a novela mos- vez.
trando sua grandeza na defesa
— É horrível! — gritou.
do que acreditava. Tragicamente
ele morre depois de lutar contra — O quê?

Arquivo da editora
uma pneumonia.

Isabela Santos/
— É espantoso! Vocês não vão
• Há diversas adaptações cine- acreditar.
matográficas desta obra, inclu-
sive da época do cinema mudo, — O quê?
que podem ser indicadas aos — Chico Áts esteve aqui.
estudantes, sendo a mais famo-
Dessa vez foram os outros que se
sa a sugerida a seguir.
espantaram.
OS MENINOS da Rua Paulo, de
Zoltán Fábri, 1968. 110 min. [...]
— Agora conte o que viu, tintim por
tintim.
— Quando entrei numa das ruas — disse
Nemecsek —, o cachorro latiu. Fui atrás dele e ouvi
um ruído na fortaleza do meio. Subi e vi Chico Áts, de
camisa vermelha.
— No forte?
— No forte! — respondeu o lourinho.
E por um triz não jurou de novo. Já estava com a
mão no peito, mas, a um olhar severo de Boka, abai-
xou-a e acrescentou:
— Levou a bandeira também.
— A bandeira? — perguntou Csele.
— Sim, a bandeira.
Todos eles foram correndo ao forte. Nemecsek corria modestamente atrás dos outros,
em parte por ser soldado raso, em parte porque Chico Áts, quem sabe, talvez andasse ain-
da por ali. À vista do forte estacaram. Com efeito, a bandeira sumira-se. Nem sequer o
cabo estava mais lá. Todos ficaram muito excitados; só Boka se conservou de sangue-frio.

106

02/08/2022 16:32:12

106

09/08/2022 11:48:52
— Peça a sua irmã — disse a Csele — que faça outra bandeira para amanhã. • Destaque aos estudantes que
o texto lido faz parte de uma das
— Está certo — respondeu Csele —, mas não há mais fazenda verde. Vermelha ainda há, mais importantes novelas juve-
mas a verde acabou. nis da literatura universal. A
Boka não se perturbou: obra, entre outros aspectos,
mostra as relações humanas en-
— E branca?
tre os meninos e destaca uma
— Há. série de virtudes, como a honra,
— Que faça então uma bandeira branca e vermelha. De a ética e a coragem. O grund, nes-
agora em diante serão essas as nossas cores. se sentido, é o que une os meni-

Arquivo da editora
nos e permite a formação de um

Isabela Santos/
Todos concordaram. laço indissociável entre eles.
Geréb dirigiu-se a Nemecsek:
• Ao ler a referência do texto com
— Soldado! a turma, comente que Ferenc
Molnár nasceu em Budapeste, em
— Às ordens!
12 de janeiro de 1878, e emigrou
— Modifique as leis nestes termos: de agora em diante, para os Estados Unidos, onde
nossas cores são o branco e o vermelho. morreu, na cidade de Nova York,
em 1o de abril de 1952. Ele saiu de
— Pois não, tenente!
seu país para escapar da perse-
[...] guição dos nazistas aos judeus. É
Então puseram-se a conversar. Ao cabo de alguns minutos todos sabiam da novidade: um dos escritores húngaros mais
Chico Áts, capitão dos camisas-vermelhas, atrevera-se a penetrar no próprio coração do reconhecidos internacionalmen-
te, tendo sido, além de romancis-
grund, subira ao forte do meio e arrancara a bandeira. A indignação era geral. Todos rode-
ta, um famoso dramaturgo.
aram Nemecsek, que acrescentava cada vez mais pormenores ao seu relatório.
[...] Integrando saberes


MOLNÁR, Ferenc. Os meninos da rua Paulo. Tradução: Paulo Rónai. São Paulo: Cosac Naify, 2005. p. 35-44, 47.
O trecho lido nesta seção
possibilita um trabalho em con-
junto com o componente curri-
Os meninos húngaros

Gareth Dewar/Alamy/Fotoarena
cular de História. Após a leitura
Publicada em 1907, a novela juvenil Os meninos da do boxe desta página, solicite ao
rua Paulo foi escrita pelo escritor húngaro Ferenc professor de História que con-
Molnár, que aborda, ao contar a história desse grupo de textualize a época em que a obra
meninos, temas referentes à transição da idade infantil foi escrita, tratando dos aconte-
para a idade adulta. cimentos sociais, econômicos e
políticos da Hungria, e desta-
Metafórico, lúdico e poético, é considerado o livro cando os conflitos bélicos que
húngaro mais conhecido no mundo, e não só pelos ocorriam na região.
jovens, mas também por adultos que veem na novela
um retrato da vida escolar e da violência psicológica Escultura do artista húngaro Szanyi Péter,
causada pelos conflitos bélicos na região onde a história intitulada Os meninos da rua Paulo,
se passa. localizada em Budapeste, na Hungria.

A obra foi escrita em uma época em que houve um forte crescimento urbano na Hungria e
as ruas passaram a ser o espaço físico no qual os jovens interagiam. Publicada pouco antes da
Primeira Guerra Mundial, essa obra reflete o militarismo da época, na medida em que os
personagens se organizam como no exército, respeitando hierarquias e patentes.
Ernesto Nemecsek, um dos protagonistas, é considerado um dos grandes heróis da literatura
juvenil ao lado de Tom Sawyer e Oliver Twist.

107

:32:12 02/08/2022 16:32:13

107

09/08/2022 11:48:52
• Na atividade 1, permita aos
1. Após a leitura do texto, as hipóteses que você havia levantado se confirmaram? Comente com
estudantes que socializem as
hipóteses e retomem as discus- os colegas. Resposta pessoal.
sões feitas antes da leitura, a 2. O que mais chamou sua atenção nesse trecho da novela? Por quê? Resposta pessoal.
fim de confrontá-las com as in-
formações obtidas após a leitu- 3. Você já vivenciou histórias de aventura, companheirismo e amizade com seus colegas, assim
ra e verificar se as hipóteses fo- como os meninos da rua Paulo? Comente. Resposta pessoal.
ram confirmadas ou refutadas. 4. No início do trecho, há uma descrição espacial.
• Ao realizar a atividade 2, soli- a. Que espaço é descrito nesse trecho? Resposta: O grund, terreno baldio onde os meninos se
cite aos estudantes que comen- encontravam.
tem a receptividade deles em b. Segundo o narrador, na época em que a história é narrada, não existia mais esse espaço.
relação ao texto. Caso seja pos- Pelo que ele foi substituído? Resposta: O grund foi substituído por um prédio de quatro andares, cheio
de moradores.
sível, apresente outras passa-
c. Explique de que forma a substituição desse espaço reflete o contexto sócio-histórico da
gens, a fim de que eles possam
época. Resposta: A substituição de um terreno baldio por um edifício onde vivem várias pessoas reflete a urbanização
conhecer mais detalhes sobre a da época.
história e as ilustrações, de mo- 5. Releia os trechos a seguir.
do a contribuir para a compre-
A. [...] vós que não viveis apertados entre edifícios altos,
ensão e discussão do trecho.
nem podeis imaginar o que é para os guris de Budapeste
• Na atividade 3, incentive os

Isabela Santos/Arquivo da editora


um terreno baldio, um grund. É a sua planície, a sua es-
estudantes a comentar se já vi-
tepe, o seu reino; é o infinito, é a liberdade.
venciaram alguma situação pa-
recida com as que foram apre- B. Atualmente, o grund da rua Paulo também já se en-
sentadas, além disso, deixe-os contra ocupado por um triste edifício, de quatro anda-
comentar se têm grupos de ami- res, cheio de moradores, nenhum dos quais sabe, tal-
gos como o de Boka, com local vez, que aquele pedacinho de terra significou a moci-
de reuniões e códigos entre si.
dade para alguns pobres estudantes de Budapeste.
• Para a realização da atividade
Com base nos trechos apresentados, o que o grund represen-
4, leve os estudantes a reconhe-
cer a descrição do espaço no tava na vida dos meninos da rua Paulo? Resposta: O grund era mais que um terreno baldio e um espaço
físico, era sinônimo de liberdade e identidade dos meninos.
trecho lido. Reforce com eles 6. No grund, a divisão do grupo era organizada seguindo uma hierarquia militar, com capitães,
que esse tipo de descrição é tenentes e soldados.
fundamental nessa obra, pois,
ao descrever que ao redor do a. Quem era o líder do grupo? Resposta: O líder do grupo era Boka.
Resposta: Ele que dá as coordenadas
grund havia prédios e que, no b. Que atitudes do personagem comprovam sua resposta anterior? após o ataque que o grund sofreu.
momento em que o narrador
7. Releia este trecho.
narra a história, o grund havia
sido substituído por um prédio
também, reforça-se a ideia da Só o pobre do Nemecsek tinha de fazer continência a cada passo, imobilizando-se
urbanização, que é um reflexo numa muda saudação militar. E todos aqueles que passavam por ele repreendiam-no:
do contexto sócio-histórico da — Endireita a posição!
época. Se necessário, releia com — Junta os calcanhares!
eles o boxe complement ar
apresentado no final da página — Avança o peito!
107 e oriente-os a inferir esses — Encolhe a barriga!
aspectos do trecho lido. — Perfila-te!
• Aproveite a atividade 5 para E Nemecsek obedecia a todos com verdadeira felicidade. [...]
estabelecer com a turma uma
comparação do grund atual com
a. No grund, dentro da hierarquia militar, qual era a ocupação de Nemecsek?
o do passado, aludido pelo nar- Resposta: Ele era soldado. Resposta: Ele se sentia feliz por fazer parte do grupo,
rador, estabelecendo o que o b. Como Nemecsek se sentia ocupando essa posição? desempenhando a função de soldado e obedecia a
todas as ordens de seus superiores.
grund é “atualmente” e o que
representava para o grupo de
108
meninos. Peça a eles também
que comentem se vivenciam ou
já vivenciaram a realidade de também é um reflexo do contexto histórico em que a peito de como eles se sentiriam na posição de Nemecsek,
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não ter um lugar mais reserva- obra foi escrita (pouco antes da Primeira Guerra Mundial). sempre recebendo ordens. Comente um pouco a trajetória
do para se reunir com os ami-
gos, situação comum entre • A atividade 7 apresenta um exemplo do comportamen- desse personagem ao longo da história, o qual demonstra
ser o mais leal de todos.
to militar dos garotos. Converse com os estudantes a res-
crianças e jovens que moram
em cidades contemporâneas,
repletas de prédios habitacio-
nais ou comerciais.
• Na atividade 6, leve os estu-
dantes a perceber que a brinca-
deira do grupo de meninos, re-
presentando uma militarização,
108

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c. De quem são as falas que aparecem no trecho? Resposta: De alguns dos integrantes do • Ao realizar a atividade 8, leve
grupo, superiores de Nemecsek. os estudantes a perceber a au-
d. Explique o efeito que o emprego recorrente do ponto de exclamação confere a esse trecho. sência da voz feminina no tre-
Resposta: As exclamações reforçam o tom das falas. cho lido e reforce que isso per-
8. Releia o trecho atentando para os personagens que aparecem nele. passa a obra toda. É importante
a. O que é possível perceber sobre a presença de personagens femininas nesse trecho da no- apontar que essa característica
Resposta: Não havia personagens femininas no grund. A única referência feminina é à irmã de Csele, a qual havia
vela? costurado é reflexo do contexto histórico
a bandeira do grupo.
em que a narrativa é ambienta-
b. Como isso pode ser entendido, considerando a época em que a obra foi escrita?
Resposta: É possível concluir que, na época em que a obra foi escrita, à mulher cabiam tarefas domésticas, cuidados com a casa etc. da, no qual as mulheres desem-
9. No trecho lido, há uma cena em que, ao seguir os latidos de Heitor, o cachorro de Eslovaco, penhavam funções estritamen-
Nemecsek encontra Chico Áts. te domésticas e não tinham um
Resposta: Chico Áts era o capitão do Jardim Botânico, grupo rival dos papel socialmente ativo. Escla-
a. Quem era Chico Áts? meninos da rua Paulo. reça que, com o tempo, as mu-
b. Como Nemecsek se sentiu diante desse encontro? Cite um trecho do texto que comprove lheres foram, cada vez mais,
sua resposta. Resposta: Nemecsek ficou nervoso. Possíveis respostas: “mas o pé que levantara ficou parado no ar, de conquistando seu espaço e lu-
tanto susto.”; “Quando se encontrou novamente no chão, o coração batia-lhe com força.”.
tando por seus direitos. Desta-
c. Ao entrar no grund dos meninos da rua Paulo, o que Chico Áts fez? que a importância da represen-
Resposta: Chico Áts roubou a bandeira vermelha e verde do grupo dos meninos da rua Paulo.
d. O que os personagens do grund resolveram fazer diante da atitude de Chico Áts? tatividade feminina na literatu-
Resposta: Os personagens resolveram pedir à irmã de Csele que fizesse outra bandeira, agora com as cores branca e vermelha. ra contemporânea, pois isso
10. Releia este trecho do diálogo entre Boka e Csele. contribui para o empoderamen-
— Levou a bandeira também. to feminino e o combate ao pre-
conceito de gênero.
— A bandeira? — perguntou Csele.
• Na atividade 9, se necessário,

Arquivo da editora
— Sim, a bandeira.

Isabela Santos/
oriente os estudantes a reler os
respectivos trechos, a fim de lo-
Com base na repetição da palavra bandeira, o que é pos-
calizar as informações solicitadas.
sível concluir sobre a relação dos membros do grund com
a bandeira? Resposta: A repetição reforça a descrença do ato de Chico Áts e • Ao propor as atividades 10 e
enfatiza a importância da bandeira para os meninos. 11, auxilie os estudantes a iden-
11. Note os verbos destacados no trecho a seguir. tificar a repetição da palavra
bandeira, de modo que possam
[...] Ele dormia sempre de dia, pois passava as noites a vaguear entre as pilhas ou a reconhecer a importância desse
contemplar a Lua, sentado num dos fortes. A serra resfolegava, a chaminé preta cus- objeto para os personagens da
pia nuvenzinhas brancas como neve, e a lenha cortada chovia no carro. narrativa. Na sequência, ajude-
-os a reconhecer o tempo verbal
a. Escreva no caderno o tempo em que estão as formas verbais destacadas no trecho. e a inferir os efeitos de sentido
Resposta: B.
que ele atribui aos aconteci-
A. Pretérito perfeito.
mentos, levando-os a concluir
B. Pretérito imperfeito. que o pretérito imperfeito foi
empregado para sinalizar uma
C. Pretérito mais-que-perfeito.
ação habitual do personagem.
b. O que o emprego constante desse tempo verbal atribuiu à cena narrada?
Resposta: O emprego do pretérito imperfeito confere à cena a ideia de continuidade das ações, indicando que elas eram • Na atividade 12, é importante
12. Releia este trecho. habitualmente realizadas pelo personagem. que os estudantes reconheçam a
importância dos verbos que ex-
Poucos minutos depois das duas e meia a porta da rua Paulo rangeu e por ela en- pressam ação no trecho lido, pois
trou Nemecsek. Sacou do bolso um pedaço de pão, olhou em redor e, ao verificar que esses verbos, empregados se-
não havia ninguém, começou a mastigar. Antes, aferrolhou cuidadosamente a porta, quencialmente, atribuem um di-
namismo maior à cena descrita.
pois uma das leis principais do grund impunha essa obrigação a quantos entrassem.

a. Os verbos destacados expressam ação ou estado? Resposta: Os verbos expressam ação.


b. O que o emprego da sequência desses verbos atribui a essa cena?
Resposta: A sequência de verbos que expressam ação atribui um dinamismo à cena.
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Objetivos

• Praticar a escrita por meio da Produção escrita


criação de um desfecho para
uma novela.
Desfecho de novela
BNCC Para Lewis Carroll, o autor de Alice no País das Maravilhas, a realidade poderia ser represen-
• Ao produzir um desfecho de tada em um mundo encantado, divertido e, ao mesmo tempo, crítico e reflexivo. Essa literatura,
portanto, poderia causar vários efeitos no jovem leitor, mas, sobretudo, queria apresentá-lo a um
trecho de novela, reconhecen-
do as características desse gê- universo lúdico, fantástico e de invenção.
nero, os estudantes desenvol- Agora, é sua vez de encarar o maravilhoso e o encantado para criar, com um colega, um des-
vem a competência específica fecho para o episódio “O campo de jogo da Rainha”, lido nas páginas 84 a 88. Como vocês viram,
de Língua Portuguesa 3.
Alice é apresentada à Rainha de Copas, que a convida para um jogo de croqué muito tumultuado.
• A valorização e a fruição de Você e seu colega vão narrar um desfecho para esse episódio, o qual será lido em uma roda de
uma história clássica, promovi-
conversa na sala de aula. Depois, vocês podem organizar uma coletânea com os desfechos produ-
das pela proposta de produção
textual desta seção, contribuem
zidos e postá-la no blog da turma ou elaborar um livro e deixá-lo na biblioteca da escola.
para o aprimoramento da com-
petência geral 3. Planejando o texto
• Por meio de orientações sobre
Para auxiliá-los, antes de iniciar a produção do desfecho da novela, confiram algumas orienta-
o planejamento, produção e revi-
são textual, os estudantes desen- ções para planejar o texto.
volvem as habilidades EF69LP51 a. Comecem relendo o episódio “O campo de jogo da Rainha”. Anotem informações sobre o
e EF89LP35. episódio, como:
• Ao produzir o texto, empre-
gando adequadamente o discur-
so direto, os recursos de coesão • Em que espaço a narrativa se desenvolve?
sequencial, os tempos verbais e • Quais personagens participam da ação?
o conhecimento linguístico, os
estudantes desenvolvem as ha- • Qual é o foco narrativo empregado?
bilidades EF08LP04 e EF08LP14. • Como os personagens são caracterizados física e psicologicamente?
• Caso os estudantes optem por • Como é finalizado o trecho lido?
publicar os desfechos da novela
no blog da turma, esta seção
permite desenvolver o trabalho
b. Em seguida, em duplas, discutam algumas possibilidades de desfecho e anotem as principais
com a competência geral 5, a ideias.
competência específica de Lin- c. Lembrem-se de que o desfecho deve surpreender o leitor, causando espanto, humor, suspense etc.
guagens 6 e a competência es-
d. Decidam também quais personagens continuarão na cena e quais serão introduzidos na trama.
pecífica de Língua Portuguesa
10, pois eles serão orientados a e. Lembrem-se de que as personagens principais, Alice e a Rainha de Copas, deverão obrigato-
mobilizar práticas da cultura di- riamente aparecer no desfecho, pois o trecho da história lida gira em torno dessas duas
gital para digitar os textos e pu- personagens.
blicá-los na internet.
f. Como uma novela apresenta espaços reduzidos, procurem manter o espaço original em seu
Orientações desfecho.
• Toda produção textual como g. Organizem os acontecimentos a serem narrados, mantendo a cronologia dos fatos, conforme
esta objetiva levar os estudantes o trecho lido.
a apropriar-se da linguagem es-
crita e a participar da cultura le- h. Por fim, em uma folha de rascunho ou utilizando um programa de edição de texto, produzam
trada com mais propriedade, as- uma primeira versão desse desfecho.
sim como a produzir um texto
110
com autonomia, fluência e critici-
dade. Além disso, os estudantes
são convidados, na produção de
um texto literário, a se expressar rais e recursos expressivos próprios da narrativa de sos de planejamento, escrita, revisão e reescrita, tendo
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e a partilhar ideias, sentimentos, aventura. em vista o contexto de produção e os efeitos buscados
criações e experiências.
• Incentive a formação de duplas com estudantes de no texto narrativo.
• A proposta de escrita de um diferentes perfis, de modo que os mais hábeis na prática • Na subseção Planejando o texto, se necessário, reto-
desfecho para o trecho de no- de escrita possam auxiliar aqueles que têm mais dificul- me o início do episódio com os estudantes, anotando,
vela lido na seção Leitura possi- dades nesse processo. com eles, os elementos narrativos mais importantes,
bilita aos estudantes participar
como autores de um texto nar-
• As diferentes etapas da seção Produção escrita per-
como espaço, tempo, personagens e ação.
mitem a participação ativa dos estudantes nos proces-
rativo de aventura, consolidan-
do conhecimentos já adquiridos
em relação às temáticas do gê-
nero e aos elementos estrutu-
110

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• Na subseção Produzindo o
Produzindo o texto texto, analise o processo de pro-
dução e, caso algum estudante
Para produzir o texto, confiram algumas orientações que podem auxiliá-los. demonstre dúvida, auxilie-o a
a. Lembrem-se de que o texto deve ser a continuação do episódio já narrado anteriormente. saná-la, mas evite interferir no
Portanto, vocês podem começar com uma expressão de impacto, como “Foi então que”, “Mal processo de criação das duplas.
Alice havia pensado e”, entre outras que causem uma apreensão no leitor. • Para realizar o proposto na
subseção Avaliando o texto, os
b. Narrem os acontecimentos em ordem cronológica e mantenham a relação de causa e con- estudantes deverão revisar o
sequência entre os fatos. Para isso, empreguem palavras e expressões que marcam a passa- texto e fazer os ajustes neces-
gem do tempo, por exemplo: “então”, “na manhã seguinte”, “algum tempo depois” etc. sários para escrever a versão fi-
c. É importante que o desfecho seja coerente em todos os aspectos desde o início do episódio, nal do desfecho. Instrua-os a
anotar sugestões para serem
mantendo as características psicológicas dos personagens principais.
analisadas e utilizadas na escri-
d. Apresentem as falas dos personagens em discurso direto, empregando travessão, para pa- ta final do texto. Depois, orien-
dronizar seu texto com o trecho lido. No entanto, se for necessário diferenciar alguma fala te-os a consultar o dicionário
de um pensamento, por exemplo, façam uso das aspas. para esclarecer dúvidas refe-
rentes à grafia e às acepções das
Dica palavras.
Empreguem diferentes verbos de elocução para expressar as circunstâncias • Agende com a turma um mo-
das falas dos personagens. mento para que todas as duplas
possam ler suas produções aos
colegas. Antes da leitura do tex-
e. Ao usarem os verbos, utilizem o tempo verbal adequado ao contexto em que estão sendo to, permita que comentem o
empregados. Por exemplo, ao narrar os acontecimentos, podem ser empregados verbos no desenvolvimento dessa produ-
pretérito e, nas falas diretas dos personagens, verbos no presente. ção escrita e as dificuldades em
relação a ela. Por fim, explique a
f. Se acharem necessário, façam uso da pontuação para criar efeitos de sentido diversos no
eles que as dúvidas fazem parte
texto. do processo de aprendizagem e
que esclarecê-las permite que
as próximas produções sejam
Avaliando o texto mais bem elaboradas.

Agora, com base nos itens a seguir, avaliem o desfecho produzido por vocês.
• Se houver tempo, permita
que façam a encenação da pro-
a. O desfecho apresentado manteve a coerência com o trecho inicial e surpreendeu o leitor? dução textual elaborada por
eles, de modo que também pos-
b. Ao narrar os acontecimentos, a cronologia foi mantida? sam trabalhar a linguagem ar-
c. Foram empregados marcadores temporais no desfecho? tística com base na mesma pro-
posta e praticar a oralidade, de-
d. Os personagens principais do trecho estão presentes no desfecho?
senvolvendo recursos paralin-
e. O tempo verbal foi escolhido com base no contexto em que os verbos foram empregados? guísticos da comunicação.
f. O discurso direto foi sinalizado adequadamente?
g. Foram empregados verbos de elocução para expressar as circunstâncias das falas dos per-
sonagens?
Considerando os ajustes levantados, reescrevam o desfecho da novela ou façam a edição em
um programa de computador. Por fim, façam uma leitura final, corrigindo erros de digitação, or-
tografia ou acentuação. O professor fará uma roda de leitura ao final e cada dupla deverá ler seu
texto, comparando os desfechos produzidos. Depois, decidam se vocês vão publicar os textos no
blog da turma ou se vão produzir um livro para deixá-lo na biblioteca da escola.

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Capítulo 6 ◆ Romance juvenil
Objetivos

• Ler um trecho de romance ju-


venil e conhecer as característi-
cas e a função sociocomunicati-
va desse gênero. Leitura
BNCC O texto que você vai ler é parte da obra Harry Potter e a Pedra Filosofal. Nessa história, Harry, o
• Ao ler um trecho de romance protagonista, ainda bebê é deixado na porta da família Dursley, com uma carta dando informações
sobre quem ele é e como sobreviveu após a morte de seus pais. Mais tarde, já com 11 anos de idade,
juvenil, objeto das culturas ju-
venis, e ao reconhecer suas ca- Harry descobre que é um bruxo e, por isso, deve estudar na escola de bruxaria de Hogwarts.
racterísticas, os estudantes de- O trecho a seguir mostra o personagem indo para a escola. Como você imagina que seja a via-
senvolvem as competências
gem e o transporte utilizado para chegar à escola de bruxos? Que situações você acha que Harry
específicas de Linguagens 1 e 5
e a competência específica de
vai enfrentar para chegar a esse local? Leia o texto para descobrir.
Língua Portuguesa 9.
Harry Potter e a Pedra Filosofal
• A leitura silenciosa do texto, a [...]
fim de promover a autonomia
Harry acordou às cinco horas na manhã seguinte e estava demasiado excitado e nervo-
de leitura, e sua realização em
voz alta para reconhecer as ex- so para voltar a dormir. Levantou-se e vestiu os jeans porque não queria entrar na estação
pressividades do texto possibili- com as vestes de bruxo — mudaria de roupa no trem. Verificou novamente a lista de
tam aos estudantes desenvolver Hogwarts para se certificar de que tinha tudo que precisava, viu se Edwiges estava bem
Sabrina Eras/Arquivo da editora

a competência específica de trancada na gaiola e então ficou andando pelo quarto à espera que os Dursley se levantas-
Língua Portuguesa 3 e as habili- sem. Duas horas mais tarde, a mala enorme e pesada de Harry fora colocada no carro dos
dades EF69LP53 e EF89LP33. Dursley. Tia Petúnia convencera Duda a se sentar ao lado do primo e eles partiram.
• O incentivo ao conhecimento Chegaram à estação de King’s Cross às 10h30. Tio Válter jogou a mala de Harry num
das aventuras de Harry Potter, carrinho e empurrou-o até a estação para ele. Harry achou o gesto curiosamente bondoso
proporcionado pela leitura do até tio Válter parar diante das plataformas com um sorriso maldoso.
fragmento de uma das obras de
— Bom, aqui estamos, moleque. Plataforma nove, plataforma dez. A sua platafor-
J. K. Rowling, com o intuito de
ma devia estar aí no meio, mas parece que ainda não a construíram, não é mesmo?
promover o interesse e o envol-
vimento pela leitura de livros de Ele tinha razão, é claro. Havia um grande número nove de plástico
literatura, contempla a habilida- no alto de uma plataforma e um grande número dez no alto da plata-
de EF69LP49. forma seguinte, mas no meio, não havia nada.
• Ao identificar o enredo, o es-
paço, o efeito de sentido do foco
narrativo, a descrição psicológi-
ca dos personagens, o uso ex-
pressivo da pontuação, a impor-
tância dos marcadores tempo-
rais e dos verbos de elocução, os
estudantes desenvolvem as ha-
bilidades EF69LP47 e EF69LP54.
• Os estudantes desenvolvem a
habilidade EF08LP13 quando
reconhecem a importância dos
marcadores temporais.
• Por meio da inferência dos va-
lores sociais e humanos presentes
no texto, os estudantes desenvol-
vem a habilidade EF69LP44. 112
Orientações

• Nesta seção, os estudantes


vão ler um trecho de um roman- destaca o nascimento de Harry e suas descobertas. As- comum como ir a qualquer outro lugar. Essas hipóteses02/08/2022 16:35:48
ce juvenil. Retome o que foi visto sim, sugira-lhes que se coloquem no lugar do persona- são importantes para motivar a leitura e devem ser res-
na seção Iniciando o trajeto e gem, perguntando como reagiriam se soubessem que gatadas na subseção Conversando sobre o texto quan-
converse com a turma a respeito eram bruxos, por exemplo. do terminarem de ler o trecho da obra.
desse gênero. Na sequência, co-
mente com eles que se trata de
• Antes de ler a história, questione-os ainda sobre co- • Por fim, solicite-lhes que façam uma leitura silenciosa
mo eles imaginam que Harry fará para chegar até a es- do texto.
um trecho do livro Harry Potter cola de bruxos de Hogwarts, se será algo fácil, simples e
e a pedra filosofal, o primeiro
da série produzida pela escrito-
ra inglesa J. K. Rowling. Apre-
sente a eles o trecho introdutó-
rio que contextualiza a obra e

112

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— Tenha um bom período letivo — disse tio Válter com um sorriso ainda mais maldoso. E • Para ampliar o contato da
foi-se embora sem dizer mais nada. Harry se virou e viu o carro dos Dursley partir. Os três turma com esse trecho de ro-
mance, convide alguns voluntá-
estavam rindo. Harry sentiu a boca seca. Que diabo iria fazer? Estava começando a atrair
rios para realizar uma leitura
uma porção de olhares curiosos por causa da Edwiges. Teria que perguntar a alguém. em voz alta, de modo que um
Parou um guarda que ia passando, mas não mencionou a plataforma nove e meia. O leia a parte do narrador e ou-
guarda nunca ouvira falar em Hogwarts e quando Harry não soube lhe dizer em que par- tros, as falas dos personagens.
te do país a escola ficava, ele começou a mostrar aborrecimento, como se Harry estivesse Se possível, proporcione mais
se fazendo de burro de propósito. Desesperado, Harry perguntou pelo trem que partia às de um momento de leitura em
onze horas, mas o guarda disse que não havia nenhum. Ao fim, o guarda se afastou, res- voz alta, a fim de que mais estu-
dantes tenham a oportunidade
mungando contra pessoas que o faziam perder tempo. Harry tentou por tudo no mundo
de participar.
não entrar em pânico. Pelo grande relógio em cima do quadro que anunciava os trens que
chegavam, só lhe restavam mais dez minutos para embarcar no trem de Hogwarts e ele • Ao longo do texto, aparecem
personagens que não foram
não tinha ideia de como ia fazer isso; estava perdido no meio da estação com uma mala
identificados no parágrafo ini-
que mal podia levantar, o bolso cheio de dinheiro de bruxo e uma corujona. cial, como Hagrid e a família
Hagrid devia ter esquecido de lhe dizer alguma coisa que tinha de fazer, como bater no com as crianças de “cabelos cor
terceiro tijolo à esquerda para entrar no Beco Diagonal. Perguntou-se se deveria tirar a de fogo”. Além disso, é citado o
varinha da mala e começar a bater no coletor de bilhetes entre as plataformas nove e dez. Beco Diagonal e empregado o
termo “trouxas”, que pode dei-
Naquele instante um grupo de pessoas passou às suas costas e ele entreouviu algumas
xar aqueles que não conhecem a
palavras que diziam. saga Harry Potter curiosos. In-
— ...cheio de trouxas, é claro... terrompa a leitura, sempre que
Harry deu meia-volta. Era uma mulher gorda que falava com quatro meninos, todos de achar per tinente, para que
aqueles que souberem explicar
cabelos cor de fogo. Cada um deles estava empurrando à frente uma mala como a de Harry
esses elementos possam escla-
— e levavam uma coruja. O coração aos saltos, Harry os seguiu empurrando o carrinho.
recê-los aos colegas.
Eles pararam e ele também, bem próximo para ouvir o que diziam.
— Agora, qual é o número da plataforma? — perguntou a mãe dos meninos.
• Ao ler o trecho do texto com a
expressão mulher gorda, con-
— Nove e meia — ouviu-se a voz fina de uma menininha, também de cabelos rui- verse com os estudantes sobre
vos que estava segurando a mão da mulher. o hábito que algumas pessoas
têm de empregar adjetivos ou
— Mamãe, não posso ir...
usar apelidos que se referem a
Hagrid: o guardião das chaves e terras de Hogwarts e o primeiro características físicas de outras
contato de Harry Potter com o mundo dos bruxos. pessoas (na maioria das vezes,
Beco Diagonal: área de compras para bruxos. em tom negativo). Com relação
à palavra gorda, especificamen-
Trouxas: palavra empregada na obra para se referir
a quem não é bruxo.
te, explique a eles que o precon-
ceito contra pessoas gordas é
conhecido como gordofobia e
deve ser combatido, uma vez
que ser gordo é uma caracterís-
tica como qualquer outra. Além
desse caso, a expressão cabelos
cor de fogo, também foi empre-
gada com relação a uma carac-
terística física dos personagens.
Comente com a turma que é
preciso ter cuidado com esse ti-
po de indicação, pois pode ser
um ato desrespeitoso.

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• Explore a descrição da cena e — Você ainda não tem idade, Gina, agora fique quieta. Está bem, Percy, você vai primeiro.
ajude-os a perceber como a ex-
periência era estranha e dife- O que parecia o menino mais velho marchou em direção às plataformas nove e dez.
rente para o personagem Harry Harry observou-o, tomando o cuidado de não piscar para não perder nada — mas assim
Potter, pois ainda não estava que o menino chegou à linha divisória entre as duas plataformas, um grande grupo de
acostumado com situações en- turistas invadiu a plataforma à frente dele e quando a última mochila acabou de passar, o
volvendo magia, diferentemen- menino havia desaparecido.
te das outras crianças, que pas-
saram através da barreira de — Fred, você agora — mandou a mulher gorda.
forma natural. — Eu não sou Fred, sou Jorge — retrucou o menino. — Francamente, mulher, você diz
que é nossa mãe? Não consegue ver que sou o Jorge?
— Desculpe, Jorge, querido.
— É brincadeira, eu sou o Fred — disse o menino, e foi. O irmão gêmeo gritou para ele
se apressar, e ele deve ter atendido, porque um segundo depois, sumiu, mas como fizera
aquilo?
Agora o terceiro irmão estava se encaminhando rapidamente para a barreira — estava
quase lá — e, então, de repente, não estava mais em parte alguma.
E foi só.
— Com licença — dirigiu-se Harry à mulher gorda.
— Olá, querido. É a primeira vez que vai a Hogwarts? O Rony é novo também.
Ela apontou o último filho, o mais moço. Era alto, magro e desengonçado, com
sardas, mãos e pés grandes e um nariz comprido.
— É — respondeu Harry. — A coisa é... a coisa é que não sei como...
— Como chegar à plataforma? — disse ela com bondade, e Harry
concordou com a cabeça.

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02/08/2022 16:35:52

114

09/08/2022 11:51:29
— Não se preocupe. Basta caminhar diretamente para a barreira entre as plataformas • Ao final da leitura, verifique
como foi a receptividade do tex-
nove e dez. Não pare e não tenha medo de bater nela, isto é muito importante. Melhor fa-
to por parte dos estudantes e
zer isso meio correndo se estiver nervoso. Vá, vá antes de Rony. incentive-os a ler o livro, pro-
— Hum... OK. movendo o acesso a um objeto
cultural que contribui para a
E Harry virou o carrinho e encarou a barreira. Parecia muito sólida.
formação da competência leito-
Ele começou a andar em direção a ela. As pessoas a caminho das plataformas nove e ra deles, além de lhes possibili-
dez o empurravam. Harry apressou o passo. Ia bater direto no coletor de bilhetes e então tar conhecer uma obra impor-
ia se complicar — curvando-se para o carrinho ele desatou a correr — a barreira estava tante para o universo juvenil.
cada vez mais próxima — não poderia parar — o carrinho estava descontrolado — ele es- • O personagem Harry Potter,
tava a um passo de distância — fechou os olhos se preparando para a colisão... no trecho lido, passará por sua
mais longa experiência fora do
E ela não aconteceu... ele continuou correndo... abriu os olhos. ambiente doméstico, o que po-
Uma locomotiva vermelha a vapor estava parada à plataforma apinhada de gente. Um de representar um momento de

Sabrina Eras/Arquivo da editora


letreiro no alto informava Expresso de Hogwarts, 11 horas. Harry olhou para trás e viu um passagem à vida adulta. Dada a
faixa etária dos estudantes,
arco de ferro forjado no lugar onde estivera o coletor de bilhetes, com os dizeres Platafor-
permita a eles que, ao longo da
ma nove e meia. Conseguira. discussão, comentem suas ex-
[...] periências com a preparação
ROWLING, J. K. Harry Potter e a Pedra Filosofal. Tradução: Lia Wyler. Rio de Janeiro: Rocco, 2000. p. 81-84. para o ingresso no mundo adul-
to, compartilhando dificuldades,
anseios, fatos etc.
• Explore também o que eles
acharam do texto, que sensa-
ções a relação entre Harry e os
familiares causou neles, que pe-
rigos o personagem poderia en-
frentar caso não tivesse encon-
trado o grupo de pessoas que
também iam para Hogwarts e
como acreditam que será a vida
de Harry quando chegar à esco-
la de bruxos.
• Depois, questione-os a res-
peito dos trechos que mais cha-
maram a atenção deles. Finalize
a discussão destacando a parte
final, em que as angústias vivi-
das pelo personagem ao correr
para chegar até a locomotiva
são mostradas.
• Explique que o texto lido per-
tence a uma categoria de ro-
mances denominada Young
Adults (YA), jovens adultos, cujos
protagonistas são, na maioria
dos casos, jovens que se depa-
ram com as mais diversas e ex-
traordinárias dificuldades. Os
enredos dessa categoria podem
115 tanto ser fantásticos como rea-
listas, mas, quase sempre, estão
centrados nos problemas com
os quais essa faixa etária se
:35:52
quais deles já leram, o que acham desses textos, quais 02/08/2022 16:35:53
identifica: dificuldades de rela-
são suas obras favoritas, por que e de que forma elas se cionamentos, adaptação a no-
aproximam da realidade em que vivem. vos grupos ou situações, bullying
etc. As obras costumam ter lin-
guagem acessível por serem es-
critas de forma simples, o que as
torna as principais tendências
literárias da atualidade.
• Converse com eles sobre ou-
tros romances Young Adults de
que já ouviram falar. Pergunte

115

09/08/2022 11:51:29
• Converse com os estudantes
sobre a trajetória da escritora J. K. Rowling (1965-)
J. K. Rowling com base no boxe
apresentado no início da página. Joanne Kathleen Rowling é uma escritora inglesa, nascida na cidade

s_bukley/Shutterstock.com
Destaque o nome de cada um dos de Yate. Cursou Língua e Literatura Francesa na Universidade de Exeter.
livros mencionados, enfatizando Ficou mundialmente famosa após criar a série Harry Potter, composta
que eles mostram a trajetória de de sete volumes: Harry Potter e a Pedra Filosofal (1997), Harry Potter e
Harry Potter e muitas aventuras a Câmara Secreta (1999), Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban (1999),
vividas por ele. Harry Potter e o Cálice de Fogo (2000), Harry Potter e a Ordem da Fênix
• Ao realizar as atividades da (2003), Harry Potter e o Enigma do Príncipe (2005) e, finalmente, Harry
Potter e as Relíquias da Morte (2007).
subseção Conversando sobre o
texto, promova um ambiente fa- A série já foi traduzida para mais de 60 idiomas. Além disso, os livros
vorável à expressão oral dos es- sobre o personagem Harry Potter foram transformados em filmes, Fotografia de J. K.
tudantes, orientando-os a apre- atingindo também grande sucesso de bilheteria. Rowling, em 2007.
sentar opiniões e a respeitar as
dos colegas. Durante a fala dos
estudantes, perceba se eles con-
seguem transmitir com clareza Estudo do texto
seu ponto de vista e sustentá-lo
até o final de sua participação, de Conversando sobre o texto
maneira lógica e coerente. Anali-
sando o raciocínio lógico deles, é 1. A viagem e o transporte utilizado para chegar a Hogwarts são como você havia imaginado
possível corrigir falhas que po- antes da leitura? Explique. Resposta pessoal.
dem ser transpostas à escrita no
momento de argumentar acerca 2. Dos fatos apresentados e vivenciados pelo personagem principal, quais mais chamaram sua
de um tema ou de narrar uma atenção? Por qual motivo? Resposta pessoal.
sequência de fatos. 3. Sobre a série Harry Potter, responda às questões a seguir de acordo com a sua experiência.
• Ao propor a atividade 1 da a. Você já tinha lido algum livro ou assistido a algum filme da série? Comente sobre o que
subseção Conversando sobre o
achou. Resposta pessoal.
texto, incentive os estudantes a
retomar as hipóteses levanta- b. Caso não tenha lido ou assistido, você se interessou por conhecer essa série após a leitura
das antes da leitura e confrontá- do trecho? Comente com os colegas. Resposta pessoal.
-las com as descobertas feitas
c. Com base no que você conhece da obra, você a indicaria para alguém? Por quê?
durante a leitura do trecho, a fim Resposta pessoal.
de confirmá-las ou refutá-las.
Escrevendo sobre o texto
• Na atividade 2, solicite que
eles compartilhem suas prefe-
1. O texto lido é um trecho de um romance juvenil. Sobre o enredo desse trecho, leia as ações
rências sobre o que acontece na
história lida e apresentem argu-
apresentadas a seguir e copie-as no caderno, ordenando-as. Resposta: F, E, C, B, D, A.
mentos lógicos ao explicar o A. Uma locomotiva vermelha aparece e o personagem consegue identificar o trem e o nome
porquê de determinados fatos da plataforma que o levaria a Hogwarts.
chamarem sua atenção.
B. O personagem avista um grupo de pessoas na estação e decide segui-lo.
• A atividade 3 discute a adap-
tação de obras literárias para C. Harry procura ajuda para encontrar informações sobre a plataforma que o levaria até
outras linguagens artísticas, co- Hogwarts.
mo a cinematográfica. Instigue
os estudantes que conhecem os
D. Após ser orientado pela mulher que conduzia o grupo, Harry corre para atravessar a barreira.
livros e os filmes da saga Harry E. Ao chegar à estação, a família Dursley deixa Harry e volta para casa.
Potter a mencionar diferenças
entre situações da versão escri-
F. Harry acorda bem cedo e aguarda ansioso para embarcar para a escola de Hogwarts.
ta e as retratadas nos filmes.
Eles, provavelmente, citarão a
116
ausência de alguns persona-
gens, cortes ou mudanças de
algumas passagens, por exem- sobre o texto, explorando ainda mais a habilidade dos 02/08/2022 16:35:53
plo. Explique que nem tudo que estudantes de reconstituir uma sequência de ações cro-
é narrado nos livros pode ser nologicamente, selecione alguns trechos do livro, escre-
facilmente representado em va-os em tiras de papel e oriente os estudantes a, em
produções audiovisuais, contu- duplas, ordená-los corretamente. Ao final, peça às du-
do, com a tecnologia atual, mui- plas que coloquem na sequência correta do livro a parte
tas ações descritas nas obras que coube a cada uma, recontando a história de Harry
puderam ser filmadas, como as Potter coletivamente.
partidas de quadribol, os voos
em vassouras etc.
• Caso queira ampliar a ativida-
de 1 da subseção Escrevendo
116

09/08/2022 11:51:29
2. No início desse trecho, quando Harry é deixado na estação, é possível supor como é a relação • Nas atividades 2 a 5, os estu-
Resposta: Sim, com base no trecho inicial, é possível supor que a relação entre os dantes são levados a identificar
entre ele e tio Válter? Explique. dois era fria e distante, sem vínculos afetivos, pois o tio o olhava com sorriso
maldoso e o deixou na estação sem nenhuma preocupação com o sobrinho. os acontecimentos que consti-
3. Ao procurar a plataforma onde deveria embarcar, Harry se viu diante de um problema. Que tuem o enredo do texto. Verifique
problema era esse? Resposta: A plataforma nove e meia não existia entre as plataformas nove e dez. se conseguiram compreender ca-
da passagem retomada e os aju-
4. Na estação, Harry encontra uma família. de a sanar eventuais dúvidas.
a. Quem era essa família? • Na atividade 6, explore a im-
Resposta: Uma família de bruxos. portância do espaço nesse tre-
b. De que forma essa família ajudou Harry? cho e o fato de que esse elemen-
5. O que Harry precisou fazer para chegar até a pla- to narrativo apresenta caracte-

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Resposta: Ele precisou ir em direção rísticas que só podem ser perce-
taforma nove e meia? à barreira entre as plataformas 9 e bidas pelos bruxos. Ele determi-
10 e passar por entre elas correndo.
6. No trecho de romance lido, o espaço é um ele- na a existência de duas realida-
des na história: uma que se as-
mento muito importante.
semelha à do nosso mundo e
a. Onde a história se passa? outra que remete à fantasia, na
Resposta: Na estação de trem King’s Cross. qual é possível cruzar paredes e
b. Que elemento do espaço mencionado nesse trecho
ter acesso a outros lugares.
revela algo que não existe na realidade, mas faz parte do
universo dos bruxos? Resposta: A plataforma nove e meia, que só é acessível quando os bruxos cruzam a • Ao abordar a atividade 7, co-
parede, atravessando-a. mente a onisciência do narrador,
7. Sobre o narrador do texto, responda às questões. que tem acesso aos sentimentos
e pensamentos dos persona-
a. O narrador participa da história ou apenas a observa, assistindo aos acontecimentos? gens, e peça a eles que deem
Resposta: O narrador é observador, portanto não participa da história.
b. A perspectiva adotada para narrar os acontecimentos torna o ponto de vista sobre os fatos exemplos disso. Podem ser cita-
Resposta: O foco narrativo do texto é em terceira pessoa. Isso torna a dos os seguintes trechos: o es-
mais pessoal ou impessoal? Explique. narrativa mais impessoal, pois os fatos são narrados com base no tranhamento de Harry quando
ponto de vista de quem não os vivenciou.
c. Imagine que o texto tivesse sido narrado por Harry Potter. O que a perspectiva adotada seu tio tem o gesto bondoso de
Resposta: Se o texto fosse em primeira levar sua mala até a estação e o
para narrar os acontecimentos poderia causar à narração? pessoa, os acontecimentos poderiam ser
narrados com uma subjetividade maior, momento em que Harry per-
8. Releia dois trechos do texto. pois o narrador estaria contando o que gunta a si mesmo se deveria ti-
vivenciou.
rar a varinha da mala e começar
A. Harry acordou às cinco horas na manhã seguinte e estava demasiado excitado e a bater no coletor de bilhetes
nervoso para voltar a dormir. entre as plataformas nove e dez,
8. b. Resposta: No trecho B, pois sentir a boca seca é consequência de
estar nervoso. Assim, afirma-se implicitamente como o personagem entre outros.
B. Harry sentiu a boca seca.
estava se sentindo.
a. Em qual dos trechos é apresentado de maneira explícita como Harry estava se sentindo?
• A atividade 8 contém mais
Resposta: No trecho A, em que o narrador afirma que Harry estava excitado e nervoso.
um exemplo de como o narra-
b. Em qual dos trechos foi empregada uma ação decorrente da característica psicológica de dor tem conhecimento do uni-
verso íntimo dos personagens.
Harry, para indicar de forma implícita como ele estava se sentindo?
Leia com os estudantes o boxe
c. Considerando que Harry estava indo pela primeira vez para uma escola de bruxos, qual é a que aparece após a atividade e
Resposta: A descrição psicológica
importância da descrição psicológica do personagem nesse trecho? de Harry contribui para mostrar destaque a eles que as caracte-
que ele estava ansioso e nervoso diante de uma situação nova e desconhecida: a ida à escola de bruxos. Esse acontecimento rísticas psicológicas dos perso-
é marcante na vida do menino, pois revela uma nova fase.
nagens podem ser apresenta-
Em um romance juvenil, é comum que o protagonista vivencie conflitos típicos das de forma explícita ou implí-
cita, por meio das descrições
da idade que tem. Para que o leitor perceba isso, costumam ser descritas as carac-
das ações deles.
terísticas psicológicas dos personagens, que podem ser explícitas ou inferidas por
meio das ações praticadas por eles.
4. b. Resposta: Alguns dos filhos também estavam indo para Hogwarts, e a mãe das crianças ensinou a Harry como
chegar até a plataforma nove e meia.

117

:35:53 02/08/2022 16:35:53

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09/08/2022 11:51:29
• Na atividade 1 da subseção
Explorando a linguagem
Explorando a linguagem, expli-
que aos estudantes que o em-
1. Releia um trecho do texto e analise a pontuação empregada.
prego dos travessões no trecho
destacado é estilístico, pois eles [...] Ia bater direto no coletor de bilhetes e então ia se complicar — curvando-se para o
não são obrigatórios de acordo carrinho ele desatou a correr — a barreira estava cada vez mais próxima — não pode-
com a gramática. Para isolar as ria parar — o carrinho estava descontrolado — ele estava a um passo de distância —
orações e criar o efeito de apre-
fechou os olhos se preparando para a colisão...
ensão, também poderiam ter
sido utilizados a vírgula e o pon- a. Com que intenção os travessões foram utilizados nesse trecho?
to-final. Resposta: Foram utilizados para isolar as ações praticadas pelo personagem.
b. Que efeito essa sequência de travessões cria à situação narrada?
• Para a realização da atividade Resposta: Os travessões isolam as ações e, ao mesmo tempo, criam um clima de apreensão.
2. Analise os verbos de elocução em destaque nos seguintes trechos.
2, se julgar conveniente, retome
com os estudantes a diferença A. — Fred, você agora — mandou a mulher gorda.
entre discurso direto e discurso
indireto e o que são verbos de B. — Eu não sou Fred, sou Jorge — retrucou o menino. — Francamente, mulher, você
elocução. Destaque o fato de o diz que é nossa mãe? Não consegue ver que sou o Jorge?
discurso direto apresentar a fala
C. — Com licença — dirigiu-se Harry à mulher gorda.
do personagem como ela real-
mente é. Já o discurso indireto a. Que tipo de discurso foi empregado nesses três trechos do texto: direto ou indireto? Expli-
traz a fala do personagem re- que sua resposta. Resposta: Nesses trechos, foi empregado o discurso direto, que corresponde à reprodução fiel
das falas dos personagens.
produzida pela voz do narrador, b. Que sinal gráfico comprova o emprego desse tipo de discurso?
e não exatamente como ela Resposta: O travessão, empregado para introduzir as falas dos personagens.
ocorreu. Destaque ainda, neste c. Que outra pontuação poderia ser empregada com a mesma função?
Resposta: As aspas também poderiam ser empregadas com a mesma função.
momento, a importância dos d. Reescreva esses três trechos do texto, mas utilizando a pontuação que você citou na ativi-
Resposta: A: “Fred, você agora.”, mandou a mulher gorda. B: “Eu não sou Fred, sou Jorge”, retrucou o
verbos de elocução para sinali- dade anterior. menino. “Francamente, mulher, você diz que é nossa mãe? Não consegue ver que sou o Jorge?”. C: “Com
zar as falas dos personagens e licença”, dirigiu-se Harry à mulher gorda.
e. Relacione as circunstâncias a seguir aos verbos em destaque nos três trechos que você
expressar suas circunstâncias.
Ao final da atividade, oriente-os acabou de reler. Resposta: A - 3; B - 2; C - 1.
também a transpor esses tre- 1. Mostrar com quem o personagem está falando.
chos do discurso direto para o 2. Apresentar uma contestação do personagem.
discurso indireto e verifique se
eles conseguem realizar todas
3. Evidenciar uma ordem dada por alguém.
as adaptações necessárias. 3. Releia estes trechos e atente ao uso das expressões destacadas.
• Na atividade 3, explore com os A. Harry acordou às cinco horas na manhã seguinte e estava demasiado excitado e
estudantes a importância dos
nervoso para voltar a dormir.
marcadores temporais como re-
curso de coesão sequencial, pois B. Chegaram à estação de King’s Cross às 10h30. Tio Válter jogou a mala de Harry num
são palavras ou expressões que carrinho e empurrou-o até a estação para ele. Harry achou o gesto curiosamente
garantem a linearidade da nar- bondoso até tio Válter parar diante das plataformas com um sorriso maldoso.
rativa, marcando o tempo em
que ocorrem as cenas. a. O que as expressões destacadas indicam?
Resposta: indicam o tempo em que as ações ocorreram.
• Sendo uma história que trata b. O que o emprego dessas expressões permite concluir sobre a cronologia dos acontecimen-
tos narrados? Explique. Resposta: O emprego de marcadores temporais permite concluir a sequencialidade das ações
da magia, o tempo é um elemen-
narradas cronologicamente, ou seja, que elas ocorreram entre 5 e 11 horas da manhã.
to que, muitas vezes, é colocado
em evidência nos livros que nar-
O romance juvenil é um gênero narrativo que apresenta como elementos o narrador, os
ram as aventuras de Harry Potter.
Se houver possibilidade, comente personagens, o espaço, o tempo e o enredo bem desenvolvidos e organizados. Nesses roman-
com a turma ou peça aos estu- ces, são narradas situações ficcionais, que costumam girar em torno de um personagem,
dantes que pesquisem o vira- mostrando suas vivências, conflitos e aventuras.
-tempo, objeto que torna possível
a volta ao passado e foi utilizado
118
por Hermione, em Harry Potter e
o Prisioneiro de Azkaban, para
assistir a mais aulas do que con-
seguiria no tempo normal. Harry e licite a eles que investiguem a origem dessa palavra e os 02/08/2022 16:35:53
Hermione também usaram esse sentidos assumidos por ela ao longo do tempo. Eles po-
objeto para salvar a vida de alguns dem pesquisar em diferentes dicionários ou em livros de
personagens na mesma obra. teoria literária, estabelecendo uma comparação entre os
• Ao trabalhar o boxe sobre o resultados obtidos.
gênero textual romance juvenil,
convém esclarecer que o ro-
mance não é um gênero que
apresenta apenas histórias de
amor, como uma das acepções
dessa palavra pode levar a acre-
ditar. Caso julgue pertinente, so-
118

09/08/2022 11:51:30
Objetivos
Interação entre os textos • Ler um tex to dramático e
perceber a relação entre ele e o
Na seção anterior, você leu um trecho do romance Harry Potter e a Pedra Filosofal, em que o trecho de romance lido ante-
riormente.
protagonista descobre ser um bruxo e que vai estudar na escola de bruxaria de Hogwarts.
Agora, você vai ler um trecho de um texto dramático em que Harry já está casado e é pai de • Explorar o texto dramático,
reconhecendo suas característi-
três crianças. Nessa história, o filho mais novo de Potter, Alvo, é quem está indo para Hogwarts. cas e sua função sociocomuni-
Como você imagina que será o embarque do menino? E a despedida da família? Leia o texto e cativa.
descubra.
Harry Potter e a criança amaldiçoada BNCC

• Ao realizar a leitura de um
Parte Um texto dramático, reconhecendo
suas características, e ao ence-
Ato Um – Cena Um nar o trecho trabalhado, os es-
tudantes desenvolvem as com-
King’s Cross petências gerais 3 e 4, a compe-
tência específica de Linguagens
Uma estação movimentada e lotada de gente tentando ir a algum lugar. Em meio ao 3 e as competências específicas
tumulto, duas gaiolas grandes sacodem no alto de dois carrinhos de bagagem. Eles são de Língua Portuguesa 3 e 9.
empurrados por dois meninos, TIAGO POTTER e ALVO POTTER. A mãe dos dois, GINA,
• Ao ler o texto dramático e
vem logo atrás. Um homem de 37 anos, HARRY, traz a filha LÍLIAN nos ombros. perceber a relação que estabe-
lece com o trecho do romance
ALVO lido anteriormente, os estudan-
Pai. Ele continua dizendo aquilo. tes desenvolvem a habilidade
EF89LP32.
HARRY
Tiago, dá um tempo. • Ao ler o texto silenciosamen-
te, a fim de promover a autono-
TIAGO mia de leitura, e ao realizar a
Eu só disse que ele pode ir para a leitura em voz alta com expres-
sividade, os estudantes desen-
Sonserina. E ele pode mesmo, en-
volvem as habilidades EF69LP53
tão... (ao ver o olhar do pai) tudo e EF89LP33.
bem.
• A análise da composição e or-
ALVO (olhando a mãe) ganização do texto dramático
permite aos estudantes desen-
Vai me escrever, não vai?
volver as habilidades EF69LP47
GINA e EF89LP34.
Todo dia, se você quiser. • Os estudantes desenvolvem a
Melissa Garabeli/Arquivo da editora

ALVO habilidade EF69LP46 ao fazer a


leitura dramatizada do texto.
Não. Todo dia, não. Tiago disse que
a maioria dos alunos só recebe
• Ao ser incentivados a conhe-
cer a peça completa, a fim de sa-
cartas de casa uma vez por mês. ber como termina a narrativa e
Não quero que... conhecer melhor o gênero texto
dramático, os estudantes desen-
volvem a habilidade EF69LP49.

Orientações
119 • Leia o parágrafo que antece-
de o texto e permita à turma
levantar hipóteses a respeito do
que vai acontecer na história.
:35:53
dantes por meio das perguntas que aparecem nesse comentar os nomes dos filhos de Harry, pois fazem
02/08/2022 17:00:59 Aproveite esse momento para
parágrafo introdutório. menção a pessoas do passado desse personagem. Se verificar se há algum estudante
• No texto desta seção, surge Hermione, personagem julgar conveniente, solicite àqueles que conhecem o en-
redo que expliquem a importância do nome dos filhos
que conhece o enredo desse
que não consta no trecho de Harry Potter e a pedra filo- texto dramático. Se ninguém
sofal apresentado anteriormente. Certifique-se de que de Harry. souber do que ele trata, peça-
eles a conhecem e, caso não, incentive aqueles que sa- • Oriente os estudantes a, primeiro, fazer uma leitura -lhes que, com base nas infor-
bem quem é a personagem a falar um pouco dessa per- individual e silenciosa do trecho do texto dramático, mações que têm sobre as histó-
sonagem aos colegas. É possível também incentivá-los a analisando as especificidades do gênero. rias da saga do personagem
Harry Potter, elaborem hipóte-
ses sobre esse novo texto. As-
sim, conduza as falas dos estu-

119

09/08/2022 11:51:30
• Para ampliar o contato da

Melissa Garabeli/Arquivo da editora


turma com o texto, convide al-
guns voluntários para ler o tre-
cho em voz alta. Proponha a ca-
da estudante que leia a fala de
um personagem. Aproveite esse
momento para avaliar cada um,
verificando se leem com veloci-
dade (se reconhecem as pala-
vras rapidamente), prosódia (se
leem como a entonação ade-
quada) e precisão (se decodifi- HARRY
cam as palavras corretamente).
No ano passado, escrevemos a seu ir-
Durante a leitura, verifique as
palavras que eles têm mais difi- mão três vezes por semana.
culdade de decodificar ou pro- ALVO
nunciar e se respeitam as pau-
Como é? Tiago!
sas e os sinais de pontuação, por
exemplo. ALVO olha acusador para TIAGO.
• Caso perceba defasagens na GINA
leitura em voz alta dos estudan-
Sim. Talvez seja melhor você não acre-
tes, faça uma leitura dramatiza-
da do trecho, instruindo-os a ditar em tudo o que ele diz sobre
atentar à pronúncia das pala- Hogwarts. Seu irmão gosta de brincar.
vras, à entonação das frases, às TIAGO (com um sorriso forçado)
pausas etc.
Podemos ir agora, por favor?
• Durante a leitura, se necessá- ALVO olha o pai, depois a mãe.
rio, retome com a turma o que
são rubricas e peça aos estu- GINA
dantes que as identifiquem e
Você só precisa andar direto para a
digam se conseguem imaginar
as cenas no palco por meio des- barreira entre as plataformas nove e
sas indicações. dez.
• Levando em consideração a LÍLIAN
popularidade dos filmes de Harry
Estou tão empolgada.
Potter, aos quais alguns prova-
velmente terão assistido, será HARRY
interessante discutir com eles Não pare e não fique com medo quan-
como as ações que ocorrem ne-
do você se chocar com ela, isto é muito
les poderiam ser reproduzidas no
teatro, espaço em que pratica- importante. Se está nervoso, o melhor
mente não há possibilidade de a fazer é dar uma corrida.
usar muitos dos recursos de edi- ALVO
ção e produção cinematográfica,
como acontece nos filmes. Estou pronto.
HARRY e LÍLIAN colocam as mãos no car-
rinho de ALVO – GINA se junta ao
carrinho de bagagem de TIAGO – e,
unida, a família corre decidida na di-
reção da barreira.

120

02/08/2022 17:01:00

120

09/08/2022 11:51:30
Ato Um – Cena Dois • Chame a atenção da turma
para as ilustrações dispostas ao
Plataforma Nova e Meia longo do texto, a fim de de-
monstrar como elas comple-
Está coberta de vapor branco e denso liberado pelo EXPRESSO DE HOGWARTS.
mentam a história e as falas dos
E também está movimentada – mas em vez de gente com ternos elegantes tratando de personagens.
seu dia, agora são bruxos e bruxas com suas vestes, a maioria tentando lidar com a despe-
dida de sua amada prole.
• Antes de ler o vocabulário,
questione os estudantes a res-
ALVO peito da compreensão que têm
sobre cada palavra, com o obje-
Chegamos.
tivo de avaliar seus conheci-
LÍLIAN mentos prévios. Em seguida,
Nossa! faça a leitura do vocabulário e
verifique se há outras palavras
ALVO ou expressões cujo significado
Plataforma nove e meia. desconhecem. Em caso positivo,
LÍLIAN oriente-os a, primeiro, inferir
seu sentido com base no con-
Onde eles estão? Estão aqui? Será que não vieram? texto em que estão inseridas e,
HARRY aponta RONY, HERMIONE e sua filha ROSA. LÍLIAN corre em disparada para eles. se a dificuldade persistir, peça
que consultem o dicionário.
Tio Rony, Tio Rony!!!
RONY vira-se para eles enquanto LÍLIAN chega em alta velocidade. Ele a pega no colo.
RONY
Ora, se não é a minha Potter preferida.
[...]
ROSA vai para o trem. Em seguida ALVO se vira e abraça GINA e HARRY pela última
vez antes de ir atrás dela .
ALVO
Então, tudo bem. Tchau.
Ele embarca. HERMIONE, GINA,
RONY e HARRY ficam olhando o

Melissa Garabeli/Arquivo da editora


trem – enquanto apitos soam por
toda a plataforma.

Denso: pesado; grosso.


Prole: filhos e filhas de um indivíduo ou de um
casal; descendência.

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:01:00 02/08/2022 17:01:02

121

09/08/2022 11:51:30
• Quando os estudantes con- GINA
cluírem a leitura, peça a eles que
façam uma síntese, organizan- Eles ficarão bem, não?
do as principais informações em HERMIONE
tópicos. Isso possibilitará uma
Hogwarts é um lugar grande.
maior compreensão do texto.
• Convide um voluntário para RONY
fazer a leitura das informações Grande. Maravilhoso. Cheio de co-
do boxe que aparece no final do mida. Eu daria tudo para voltar.
texto. Comente o fato de J. K.
Rowling não ter sido a autora do [...]
texto dramático, mas sim da TIFFANY, John; THORNE, Jack. Harry Potter e a criança
história que outro escritor, Jack amaldiçoada. Tradução: Anna Vicentini. Rio de Janeiro:

Melissa Garabeli/Arquivo da editora


Rocco, 2016. p. 5-8, 10-11.
Thorne, adaptou para o teatro.
• Leia o enunciado das ativida-
des 1 a 4 e disponibilize um tem-
po para que os estudantes con-
versem a respeito delas. Incen-
tive-os a trocar ideias e expor
suas opiniões, ressaltando a
importância de utilizar as for-
mas de tratamento adequadas
à situação, bem como de respei-
tar o momento de fala e o ponto
de vista de cada um.
• Na atividade 1, retome as hipó-

Editora Rocco
teses levantadas antes da leitura, Harry Potter e a criança amaldiçoada
a fim de verificar se elas foram Ao contrário das obras anteriores da série, Harry Potter e a criança
confirmadas ou refutadas. amaldiçoada não é um romance, mas um roteiro de teatro, baseado em
• Ao desenvolver a atividade 2, uma história de J. K. Rowling e escrito por Jack Thorne.
verifique a recepção e a apre- Nessa história, Harry é funcionário do Ministério da Magia, marido de Gina e
ciação do trecho da obra por pai de três filhos. Além disso, Alvo, seu filho mais novo, vai enfrentar o peso do
parte dos estudantes e avalie a legado da família, e ambos, pai e filho, precisam aprender uma grande lição.
capacidade de argumentação,
corrigindo ou comentando as Capa do livro Harry Potter e a criança amaldiçoada, de John
Tiffany e Jack Thorne, publicado pela editora Rocco, em 2016.
justificativas.
• Na atividade 3, instigue-os a 1. O embarque de Alvo e a despedida da família aconteceram como você havia imaginado antes
se expressar livremente ao com- da leitura? Comente. Resposta pessoal.
partilhar com os colegas suas
experiências de leitura com a sa- 2. Você se interessou por conhecer a continuação dessa história? Justifique a resposta apresen-
ga do personagem Harry Potter, tando sua apreciação com base no que leu. Resposta pessoal.
valorizando essas obras, que
3. Além de Harry Potter e a Pedra Filosofal, você conhece alguma outra obra da saga de Harry
têm sido importantes elementos
das culturas juvenis. Caso os tí-
Potter? Quais? Compartilhe sua experiência com os colegas. Resposta pessoal.
tulos já tenham sido citados na 4. Com base na leitura desse trecho, responda às questões a seguir.
discussão feita na seção Leitura,
a. Quem é o personagem principal? Explique sua resposta.
solicite aos estudantes que não Resposta: Alvo, porque nesse trecho os acontecimentos giram em torno desse personagem, que está indo para Hogwarts.
participaram anteriormente que b. O espaço onde acontece a história é o mesmo onde ocorre a ida de Harry para Hogwarts?
retomem os pontos principais Explique. Resposta: Sim, nesse trecho a história também se passa em uma estação de trem.
das obras. Uma possibilidade é
c. Quem havia morado em Hogwarts no ano anterior? Como é possível chegar a essa conclusão?
explorar com a turma algum tí-
Resposta: Tiago. Quando Alvo menciona que, de acordo com o irmão, os estudantes só recebem cartas uma vez por mês
tulo que eles tenham conhecido 122 e Harry contrapõe dizendo que eles haviam escrito cartas a ele mais de três vezes por semana no ano anterior.
no espaço de tempo entre a lei-
tura do trecho de Harry Potter e
a pedra filosofal e o trecho do
texto dramático lido nesta seção, 02/08/2022 17:01:03
analisando, assim, a influência da
obra em suas práticas de leitura.
• Na atividade 4, evidencie aos
estudantes que devem retomar
a leitura do texto ou de partes
dele, a fim de encontrar as in-
formações solicitadas. Para fa-
cilitar a resolução de cada item,
oriente-os a primeiro reler o
trecho e anotar as informações
principais no caderno.
122

09/08/2022 11:51:31
5. Durante a leitura desse trecho, é possível verificar algumas indicações cênicas, também cha- • As atividades 5 e 6 abordam
madas rubricas, que sustentam a realização da peça teatral. Leia a seguir a definição desse as rubricas do texto. Se neces-
sário, solicite à turma que pes-
termo.
quise outros textos dramáticos
e relate a ocorrência desse re-
Rubricas são informações para definir o modo como o personagem deve agir, falar ou se curso, bem como a finalidade e a
movimentar em cena; para orientar a equipe que trabalha nos bastidores (som, iluminação, importância dele para a com-
efeitos especiais etc.); e também para descrever o espaço ou a situação encenada. preensão do texto, consideran-
do a ausência do narrador.
a. Analise os seguintes trechos e copie o que corresponde a uma rubrica. Resposta: B. • Na atividade 5, explique aos
estudantes que as diferenças a
A. “Vai me escrever, não vai?” serem identificadas devem ser
B. Está coberta de vapor branco e denso liberado pelo EXPRESSO DE HOGWARTS. em relação à estrutura e organi-
zação do texto. Depois, verifique
C. “Como é? Tiago!” 8. b. Resposta: Ambas as cenas estão relacionadas à partida se eles conseguem perceber que
dos personagens para Hogwarts, por isso constituem um
ato. As cenas delimitam os espaços onde as ações ocorrem:
as rubricas apresentam infor-
D. “Eu daria tudo para voltar”.
na primeira, a estação King’s Cross; na segunda, um local mações de natureza distinta ao
E. Ato Um – Cena Dois específico da estação: a plataforma nove e meia. longo do texto.
b. Qual é a função dessa rubrica no texto? Resposta: Descrever o cenário. • Leia os comandos da ativida-
de 6 em voz alta para os estu-
c. Cite uma rubrica do texto que seja direcionada aos personagens. dantes e verifique se há dúvidas
Possível resposta: HARRY e LÍLIAN colocam as mãos no carrinho de ALVO.
d. O que essa rubrica indica? Resposta pessoal. Com base no item anterior, essa rubrica indica a movimentação dos em relação a eles. Oriente-os a
personagens em cena. Avalie a resposta de acordo com a resposta apresentada pelos
responder às questões individu-
6. Analise a rubrica a seguir. estudantes no item anterior.
almente e esclareça suas dúvi-
Ele embarca. HERMIONE, GINA, RONY e HARRY ficam olhando o trem – enquanto das. Caso perceba dificuldades
em realizar as atividades, per-
apitos soam por toda a plataforma. 6. a. Resposta: Os nomes dos personagens foram mita a eles que trabalhem em
escritos em letras maiúsculas e a movimentação
a. Nessa rubrica, há diferentes destaques gráficos. Quais? dos personagens e os efeitos sonoros da cena duplas, empregando a estraté-
estão escritos em itálico. gia Turn and talk e, depois, faça a
b. Em sua opinião, o que pode justificar esses diferentes destaques? correção de forma coletiva. É
Possível resposta: Para evidenciar os personagens que devem agir daquela maneira.
7. O texto dramático tem uma estrutura peculiar em relação aos demais gêneros narrativos. Leia importante que atentem aos
aspectos estruturais do texto
as informações a seguir e copie as três que marcam essa diferença. Resposta: B, D e E.
para desenvolver essa ativida-
A. No texto dramático, o leitor se vê como parte da história, sendo obrigado a fazer a encenação. de, de modo que reconheçam as
diferentes possibilidades de in-
B. No texto dramático, os acontecimentos se dão por meio das falas dos personagens e das
dicações em uma rubrica.
indicações cênicas (rubricas).
C. O texto dramático não tem indicações de quem está falando, deixando a cargo do leitor
• Na atividade 7, caso apresen-
tem dificuldades para identificar
tal inferência. as indicações cênicas (rubricas),
mostre a diferença gráfica entre
D. As falas no texto dramático são antecedidas pelos respectivos nomes dos personagens.
as falas e elas. Oriente-os a no-
E. As indicações cênicas do texto dramático (rubricas) têm um destaque para serem dife- tar que as letras maiúsculas são
renciadas das falas dos personagens. utilizadas para destacar o nome
dos personagens e, quando isso
8. Uma das características do texto dramático é a possível divisão da peça em cenas e atos. ocorre e o nome aparece sozi-
nho em uma linha, está sendo
Cena é uma unidade de ação com começo, meio e fim, marcada pela entrada e saída de marcada a fala desse persona-
personagens. Ato é uma série de cenas que se inter-relacionam, marcado por um intervalo. gem. Já o itálico foi usado para
indicar gestos, expressões, mo-
vimentos e descrever o cenário.
a. Como o trecho lido foi dividido? b. O que justifica essa divisão?
Resposta: Em um ato e duas cenas. • Ao propor a atividade 8, res-
123 salte para a turma as divisões
que podem existir em um texto
dramático. Se julgar pertinente, a
fim de que a turma entenda co-
:01:03 02/08/2022 17:01:03
mo ocorrem essas divisões, pro-
ponha-lhes diferenciar os acon-
tecimentos de cada cena e desta-
car como eles se complementam
para formar o ato. Assim, eles
deverão identificar o momento
em que começam e terminam
uma cena e um ato, compreen-
dendo a diferença entre eles,
principalmente, de extensão.

123

09/08/2022 11:51:31
• Na atividade 9, o objetivo é 9. Os textos narrativos contam com elementos como enredo, tempo, espaço, narrador e perso-
que eles percebam que os ele- nagens. De acordo com essa informação, considere o texto lido e responda:
mentos que estruturam as nar-
rativas se aplicam também ao a. Em que tempo se passa a história? Resposta: No presente.
gênero texto dramático. Para b. Quais são os personagens envolvidos? Resposta: Harry Potter, sua família e alguns amigos.
isso, leve para a sala de aula ou-
tros exemplares de textos nar- c. Qual dos itens a seguir define o enredo desse trecho? Copie-o. Resposta: C.
rativos, a fim de concluírem co- A. Desentendimento entre Alvo e Tiago.
mo esses elementos (enredo,
tempo, espaço, narrador, perso- B. Encontro de Harry e Hermione.
nagens) são essenciais para o C. Embarque de Alvo para Hogwarts.
entendimento e a construção da
história, ressaltando que esse D. Chegada de Alvo em Hogwarts.
texto dramático não apresenta E. Chegada de Tiago à estação King’s Cross.
narrador e que há histórias em
que o tempo e o espaço são in- d. Nessa obra há narrador? Explique.
Resposta: Não, as ações acontecem de acordo com as falas dos personagens e as indicações cênicas.
determinados. 10. Sobre as obras Harry Potter e a Pedra Filosofal e Harry Potter e a criança amaldiçoada, copie
• Para a atividade 10, oriente a a informação correta. Resposta: A.
turma a formar duplas para
analisar as proposições e discu- A. Em Harry Potter e a criança amaldiçoada, os autores se valeram de uma história já exis-
tir a relação intertextual entre tente e criaram uma continuidade inédita por meio de outro gênero textual.
os trechos lidos no capítulo. B. Em Harry Potter e a criança amaldiçoada, a autora J. K. Howling conta outra versão dos
Procure unir estudantes com
acontecimentos de Harry Potter e a Pedra Filosofal.
maior experiência de leitura
com aqueles que demonstra- C. Tanto em Harry Potter e a Pedra Filosofal quanto em Harry Potter e a criança amaldiço-
rem ter mais dificuldade. ada, os acontecimentos são os mesmos, porém o primeiro está em forma de romance e
• O intuito da atividade 11 é pro- o outro como texto dramático.
porcionar aos estudantes uma
11. Formem pequenos grupos e encenem o trecho lido. Prestem atenção às indicações cênicas e
experiência do que é encenar
uma peça e ajudá-los a verificar
fiquem à vontade para dar expressividade às falas e às ações dos personagens. Resposta pessoal.
como o texto dramático susten-
ta uma encenação na prática, As primeiras quinze vidas de Harry August
Editora Bertrand Brasil

fornecendo subsídios para os Harry é um garoto que morre diversas vezes e em sua
atores e para a equipe de produ- nova vida tem como lembranças os acontecimentos das vidas
ção. Ao final, promova uma con- passadas. No leito da sua décima primeira morte, ele recebe a
versa para que eles troquem visita de uma garota que deseja alertar as pessoas sobre o fim do mundo
impressões e façam aponta- por meio de uma mensagem enviada por Harry. Ele, então, na sua décima
segunda vida, parte em busca do responsável pelo fim do mundo.
mentos do que sentiram e
As primeiras quinze vidas de Harry August, de Claire North. Bertrand Brasil, 2017.
aprenderam com a experiência.
• No final das apresentações, Capa do livro As primeiras
abra uma discussão com os es- quinze vidas de Harry August.
tudantes , ques tionando-os
acerca do que acharam da ativi-
Percy Jackson
dade, quais emoções foram
Percy Jackson é a saga de filmes baseada na série literária escrita pelo autor
despertadas. Peça que analisem
Rick Riordan. As adaptações mostram a reviravolta na história do menino Percy,
como foi o diálogo entre os per- que descobre ser filho de Poseidon, o deus dos mares. A partir disso, ele vivencia
sonagens (se foi natural ou for- descobertas e aventuras ao lado do seu amigo sátiro Grover e de Annabeth, uma
çado), se as indicações das ru- guerreira semideusa filha de Atenas.
bricas foram seguidas, como foi Percy Jackson e o ladrão de raios, 2010. 118 min.
a atuação dos “atores” em cena, Percy Jackson e o mar de monstros, 2013. 106 min.
ou seja, quais foram as soluções
encontradas por eles para re-
presentar cada elemento. Apro-
124
veite para ressaltar que, apesar
de o texto ser o mesmo, cada
grupo realizou a atividade de principais diferenças e semelhanças que conseguirem
Sugestão de atividade 02/08/2022 17:01:05
uma forma diferente e aponte identificar entre esses gêneros.
essas diferenças.
• Para avaliar o aprendizado da turma a respeito dos
• Ao final, recolha as produções, leia o que os estudan-
gêneros explorados neste capítulo, solicite aos estudan- tes escreveram e promova um momento de partilha de
tes que escrevam as principais semelhanças e diferen- informações, considerando o que precisa ser enfatizado
ças entre o romance e o texto dramático. Para isso, utili- em relação a esses gêneros.
ze a estratégia One-minute paper e peça a eles que, em
uma folha de papel sulfite, escrevam, em um minuto, as

124

09/08/2022 11:51:31
Objetivos
A língua em estudo • Compreender o conceito de
aposto e vocativo.
Aposto • Entender os efeitos de senti-
do do emprego de aposto e vo-
1. Releia um trecho da obra Harry Potter e a Pedra Filosofal. cativo em diferentes textos.
Agora o terceiro irmão estava se encaminhando rapida-
BNCC
mente para a barreira — estava quase lá — e, então, de

Sabrina Eras/Arquivo da editora


repente, não estava mais em parte alguma. Ao compreender os conceitos
e analisar o emprego do aposto
E foi só.
e do vocativo, os estudantes po-
— Com licença — dirigiu-se Harry à mulher gorda. dem desenvolver a competên-
— Olá, querido. É a primeira vez que vai a Hogwarts? cia específica de Língua Portu-
guesa 2, uma vez que se apro-
O Rony é novo também.
priam da linguagem escrita e
Ela apontou o último filho, o mais moço. Era alto, ma- ampliam suas possibilidades de
gro e desengonçado, com sardas, mãos e pés grandes e um participação da cultura letrada.
nariz comprido. • Ao analisar o aposto como
— É — respondeu Harry. — A coisa é... a coisa é que não sei como... elemento constituinte da ora-
ção, os estudantes aprimoram a
— Como chegar à plataforma? — disse ela com bondade, e Harry concordou com a habilidade EF08LP06.
cabeça.
• Ao analisar e compreender o
— Não se preocupe. Basta caminhar diretamente para a barreira entre as platafor- efeito de humor em uma tirinha,
mas nove e dez. Não pare e não tenha medo de bater nela, isto é muito importante. os estudantes desenvolvem a ha-
bilidade EF69LP05.
Melhor fazer isso meio correndo se estiver nervoso. Vá, vá antes de Rony.
• A leitura e a compreensão do
a. A que a expressão destacada nesse trecho se refere? poema, refletindo sobre suas ca-
Resposta: A expressão destacada se refere à expressão o último filho. racterísticas e seus efeitos de senti-
b. Que informação essa expressão destaca? do, permitem aos estudantes de-
Resposta: A expressão destaca ao leitor de qual dos filhos a mãe está falando, indicando, nesse caso, que ele é o mais jovem.
c. Das afirmações a seguir, qual indica a função da expressão destacada em relação ao termo senvolver a habilidade EF69LP48.
a que se refere? Copie a opção correta. Resposta: A. • Esta seção permite o trabalho
A. Explica, identifica e esclarece o termo ao leitor. com a competência específica
de Língua Portuguesa 9 e a ha-
B. Expressa um chamado, indicando com quem se está falando. bilidade EF69LP46, uma vez que
os estudantes participam da
C. Resume as enumerações que sucedem a essa expressão.
leitura do poema como prática
D. Indica o objeto sobre o qual recai a ação verbal. literária que promove a fruição
e a valorização da literatura.
E. Aponta o termo que complementa o sentido de um nome.
d. Que sinal de pontuação foi empregado para isolar a expressão destacada do restante do Orientações
enunciado? Resposta: A vírgula. • Para iniciar a seção, na ativi-
dade 1, releia, com os estudan-
e. Que outros sinais de pontuação poderiam ser utilizados mantendo essa função? Escreva-os
tes, um trecho do texto lido na
no caderno. Resposta: Travessão e parênteses.
seção Leitura. Converse com
eles sobre a parte apresentada
travessão parênteses ponto-final aspas
e ajude-os a reconhecer a im-
portância dela para o texto co-
exclamação reticências ponto de exclamação ponto de interrogação mo um todo. Comente o trecho
destacado, a fim de que eles
125 percebam a função e a informa-
ção que essa expressão acres-
centa ao texto. Depois, desta-
que o fato de a expressão estar
:01:05 02/08/2022 17:01:05
se referindo a um termo ante-
rior. Tal característica é muito
importante e auxilia na identifi-
cação do aposto em um texto.

125

09/08/2022 11:51:31
• Comente com os estudantes
as formas como os apostos cos- Quando um termo da oração tem a função de esclarecer e explicar outro termo que o
tumam aparecer em um texto, antecede, ele recebe o nome de aposto explicativo. Confira.
enfatizando que eles podem ex-
plicar, especificar, resumir e Ela apontou o último filho, o mais moço.
enumerar algo. É importante
que eles percebam que, em to- termo antecedente aposto
dos os casos, o aposto apresen- Rony, melhor amigo de Harry Potter, o conheceu na estação de trem.
ta um esclarecimento que pode
tornar as informações mais cla- aposto explicativo
ras para o leitor ou interlocutor.
Geralmente, entre o aposto e o termo a que se refere, há uma pausa, marcada na escrita
• Na sequência, destaque a pelos seguintes sinais de pontuação: vírgula, dois-pontos, travessão ou parênteses.
função sintática exercida pelos
apostos, mostrando que eles Além do aposto explicativo, há outros tipos de apostos que precisam ser destacados. O
equivalem sintaticamente aos primeiro é o aposto que tem a função de especificar ou individualizar um termo genérico
termos aos quais se referem. (substantivo), recebendo o nome de aposto especificativo.
• Aproveite o momento para Confira alguns exemplos a seguir.
explicar à turma que é impor-
aposto especificativo
tante não confundir o aposto
especificativo, isto é, que espe- O personagem Harry Potter é mundialmente conhecido.
cifica ou individualiza um termo
sem ser separado por vírgula, termo antecedente
com o adjunto adnominal. O
aposto especificativo
aposto sempre apresenta valor
substantivo, ao passo que o ad- A escritora J. K. Rowling ficou conhecida mundialmente por sua obra literária.
junto adnominal pode ser subs-
tituído por um adjetivo. Confira termo antecedente
os exemplos a seguir.
› “As festas de junho fazem O aposto pode também resumir termos apresentados anteriormente, sendo chamado, nes-
parte do folclore nacional.”. Nes- se caso, aposto resumitivo.
se caso, de junho é um adjunto aposto resumitivo
adnominal (juninas).
Personalidade forte, corajoso e inteligente, tudo isso torna Harry Potter encantador.
› “Na cidade de Curitiba faz mui-
to frio.”. Já nesse caso, de Curitiba termo antecedente
é um aposto.
aposto resumitivo

Livros, viagens e amigos, isso é o que eu quero para minha vida.


termo antecedente
Por fim, há o aposto enumerativo, isto é, o que apresenta, de maneira gradativa, termos
que compõem uma ideia.
aposto enumerativo

Os romances juvenis atraem a todos: adolescentes, adultos, pessoas mais velhas.


termo antecedente
aposto enumerativo

Na vida, o que me dá muita alegria: livros, viagens e amigos.


termo antecedente

126

02/08/2022 17:01:05

126

09/08/2022 11:51:31
Vocativo • Na atividade 1, por meio de
outro trecho do texto, explore o
1. Agora, releia outro trecho de Harry Potter e a Pedra Filosofal, analisando os termos destacados. efeito de sentido gerado pelo
emprego do vocativo. Contras-
Harry deu meia-volta. Era uma mulher gorda que falava com te-o com o aposto, dado que
quatro meninos, todos de cabelos cor de fogo. Cada um deles tanto este como o vocativo são
elementos do texto que apare-

Sabrina Eras/Arquivo da editora


estava empurrando à frente uma mala como a de Harry — e
ceram isolados por alguma pon-
levavam uma coruja. O coração aos saltos, Harry os seguiu
tuação. Contudo, no caso do
empurrando o carrinho. Eles pararam e ele também, bem vocativo, a presença da pontua-
próximo para ouvir o que diziam. ção é sempre obrigatória. Des-
— Agora, qual é o número da plataforma? — perguntou a taque também a importância do
vocativo como elemento que
mãe dos meninos.
evidencia o diálogo, indicando a
— Nove e meia — ouviu-se a voz fina de uma menininha, tam- quem os personagens estão se
bém de cabelos ruivos que estava segurando a mão da mulher. dirigindo.
— Mamãe, não posso ir... • Comente com os estudantes
que na fala o vocativo fica mais
— Você ainda não tem idade, Gina, agora fique quieta. Está bem, Percy, você vai evidente, pois utilizamos ento-
primeiro. nações que diferenciam e inten-
sificam quem estamos cha-
a. Releia o trecho eliminando as expressões destacadas. O que é possível concluir sobre a mando. Por isso, na escrita, a
função dessas expressões no texto? Resposta: Ao eliminar as expressões destacadas, não é possível saber a vírgula se faz necessária, garan-
quem as falas se dirigem. Assim, conclui-se que essas expressões indicam a quem os personagens estão se dirigindo no diálogo.
b. O que você notou com relação à pontuação nos trechos em que essas expressões aparecem? tindo o entendimento do texto.
Resposta: As vírgulas isolam essas expressões do restante da oração.
2. Agora, releia uma das orações desse trecho e, na sequência, a mesma oração reescrita de • Na atividade 2, chame a aten-
ção da turma para a posição do
duas formas distintas. vocativo na oração e para a ne-
A. Está bem, Percy, você vai primeiro. cessidade de ter atenção para
que ele não seja confundido
B. Percy, está bem, você vai primeiro. com o sujeito. Comente que o
C. Está bem, você vai primeiro, Percy. sujeito não pode ser separado
do predicado por nenhuma
a. As palavras destacadas ocupam que posição nas orações? pontuação, a menos que seja in-
Resposta: A: o meio da oração. B: o início da oração. C: o final da oração.
b. Alterando a posição das palavras nas orações, o sentido é modificado? Explique sua resposta. tercalado algum elemento, co-
Resposta: Não, o sentido não é alterado; há somente uma mudança no elemento que se pretende destacar em 1º plano. mo o aposto.
c. De acordo com o que você analisou, o que é possível concluir sobre a posição dessas palavras
em uma oração? Resposta: Conclui-se que essas palavras podem ocupar diferentes posições, aparecendo no início,
no meio e no final de uma oração.

As expressões destacadas no trecho foram utilizadas para chamar alguém a quem se de-
seja dirigir a palavra, com quem se quer conversar ou de quem se quer obter a atenção. Os
termos usados para chamar, com ênfase maior ou menor, uma pessoa ou um ser real ou
imaginário recebe o nome de vocativo. Confira.
Está bem, Percy, você vai primeiro.

vocativo
O vocativo é um termo independente do restante da oração, isto é, não se liga nem ao
sujeito nem ao predicado e, na escrita, geralmente, é isolado por vírgulas, ponto de exclama-
ção ou dois-pontos. O vocativo pode aparecer em diversas posições na oração e é represen-
tado por um substantivo ou por palavras com valor de substantivo.

127

:01:05 02/08/2022 17:01:05

127

09/08/2022 11:51:32
• Na atividade 1, explore a tiri- 1. g. Resposta: Sim, pois tímido passou a ser adjunto adnominal de Timóteo, indicando
nha com os estudantes a fim de Praticando uma característica dele. Com o acréscimo da vírgula e do artigo o, o termo o tímido é um
aposto de Timóteo, garantindo um sentido único e particular ao substantivo Timóteo.
que eles percebam que o aposto
é essencial para o entendimen- 1. Leia a tirinha a seguir.
to e desenvolvimento do texto,
pois a leitura de um texto mul-

Adão
tissemiótico sempre deve levar
em consideração tanto a parte
verbal quanto a não verbal. In-
centive a ampliação do vocabu-
lário da turma pedindo aos es-
tudantes que escrevam uma
nova legenda para a tirinha. Eles
podem explorar os sinônimos
da palavra tímido, tais como
acanhado, retraído, temeroso, ITURRUSGARAI, Adão. Mundo monstro. Folha de S.Paulo, São Paulo, 7 maio 2009. Ilustrada, p. 13.
amedrontado e inibido. Apro-
a. Releia o texto da legenda da tirinha: “As férias de Timóteo, o tímido”. Qual é o aposto apre-
veite o item g para verificar se a
turma consegue diferenciar o sentado nesse texto? Resposta: O aposto é o tímido.
adjunto adnominal do aposto, b. Qual é a função desse aposto em relação ao termo a que se refere?
tanto na forma como são em- Resposta: O aposto se refere a Timóteo, explicando quem é ele.
c. Com base em sua resposta ao item anterior e nos tipos de aposto estudados anteriormen-
pregados na oração quanto no
sentido expresso por eles no te, indique a classificação desse aposto. Resposta: Trata-se de um aposto explicativo.
texto. d. De que forma a sequência de quadrinhos da tirinha dialoga com a ideia expressa por esse
• A atividade 2 explora as fun- aposto? Resposta: O aposto sugere uma característica do personagem: a timidez. Na tirinha, as imagens dos quadrinhos
ilustram cenas nas quais fica evidente a timidez do personagem, sempre representado se escondendo.
ções do aposto. Assim, discuta e. O que o diálogo entre a legenda e as imagens da tirinha provoca no texto?
com os estudantes cada um dos Resposta: O diálogo entre a legenda e as imagens da tirinha provoca humor no texto.
exemplos apresentados, a fim de f. Se a legenda da tirinha fosse omitida, o sentido dela estaria comprometido? Explique sua
que eles possam identificar as resposta com base no que estudou nesta seção. Resposta: Sim, pois, caso a legenda fosse omitida, não
se saberia a característica do personagem nem o
diferentes funções que o aposto porquê de ele estar sempre se escondendo. Assim, não
g. Releia a frase da legenda reescrita. haveria humor no texto.
pode desempenhar na oração.
Caso apresentem dificuldade em As férias de Timóteo tímido.
diferenciá-los, ajude-os a com-
preender o significado das pala- Nessa frase, houve mudança com relação à função sintática da palavra tímido? Explique sua
vras que expressam a função do resposta.
aposto – explicar, enumerar, es-
pecificar e resumir. 2. Vimos que, em uma situação comunicativa, o aposto pode exercer funções diferentes. Rela-
cione as seguintes funções às frases a seguir.

explicar ∙ enumerar ∙ especificar ∙ resumir

A. Luz elétrica, saneamento básico e saúde pública, todos itens indispensáveis para uma
condição de vida saudável e adequada à população em geral.
B. O desenvolvimento da Física, ciência que investiga o Universo, proporcionou um avanço
incrível para a humanidade.
C. O cientista Galileu Galilei (1564-1642) foi condenado na época em que viveu por afirmar
que os planetas giram em torno do Sol.
D. Atualmente, as pessoas não vivem sem aparelhos eletrônicos como computador, telefone
celular, televisão etc.
E. José, o melhor estudante do colégio, entrou na faculdade.
Resposta: A: resumir; B: explicar; C: especificar; D: enumerar; E: explicar.
128

Sugestão de atividade um tempo para que, em duplas, eles criem o maior nú- 02/08/2022 17:01:05
mero de exemplos que conseguirem para uma das fun-
• Para verificar se a turma compreendeu as funções do ções. Depois, repita a atividade com as outras funções.
aposto ou para ampliar o conhecimento, solicite aos es- Ao final, recolha os papéis e verifique qual dupla produ-
tudantes que elaborem frases que exemplifiquem cada ziu mais frases com aposto, considerando a função soli-
função do aposto. Para tanto, é possível utilizar a estra- citada.
tégia Quick writing e propor uma competição. Estipule

128

09/08/2022 11:51:32
3. c. Resposta: O vocativo é senhora. Sua função
3. Leia um poema de Alphonsus de Guimaraens (1870-1921). éouvir
invocar a amada, de modo que ela possa
os lamentos do eu lírico e perceber o
• Na atividade 3, apresente o
sofrimento causado pela sua ausência.
poema para os estudantes e
O cinamomo floresce discuta com eles os efeitos de
sentido presentes nele e os sen-
Em frente do teu postigo:
timentos expressos pelo eu líri-

Art Capri/Arquivo da editora


Cada flor murcha que desce co. Destaque a relevância do
Morre de sonhar contigo. vocativo nesse poema, pois ele
revela quem é a responsável pe-
E as folhas verdes que vejo
los sentimentos e pelas refle-
Caídas por sobre o solo, xões do eu lírico.
Chamadas pelo teu beijo • O estudo desse poema é pro-
Vão procurar o teu colo. pício para trabalhar a sintaxe
por meio da reordenação dos
Ai! Senhora, se eu pudesse versos da última estrofe, que
Ser o cinamomo antigo pode ser feita do seguinte mo-
do: “Ai! verias talvez como são
Que em flores roxas floresce tristes as flores do cinamono de
Em frente do teu postigo: que está cheia a minh’alma em
noite calma!”. Comente com a
Verias talvez, ai! como Cinamomo: turma que os poetas costumam
São tristes em noite calma espécie de árvore. fazer esse tipo de inversão sin-
Postigo: pequena tática na construção das rimas e
As flores do cinamomo
porta. do ritmo do poema. Explique
De que está cheia a minh’alma! que, por exemplo, na reordena-
GUIMARAENS, Alphonsus de. O cinamomo floresce. In: AGUIAR, Vera; ASSUMPÇÃO, Simone; JACOBY, Sissa (coord.). ção da última estrofe, minh’al-
Poesia fora da estante. Ilustrações originais: Tatiana Sperhacke. Porto Alegre: Projeto, 2002. v. 2. p. 78. ma e calma ficam muito próxi-
mas, o que tornaria impossível
a. Por que o eu lírico deseja estar no lugar do cinamomo? Resposta: Porque o cinamomo está localizado
em frente à porta da amada do eu lírico, assim ele poderia vê-la a todo o momento. formar uma rima entre elas e
b. No final do poema, o eu lírico afirma que sua alma está cheia de tristeza. A que se deve conferiria outra musicalidade ao
esse sentimento? Resposta: Ao fato de ele estar longe de sua amada. poema.
c. Identifique e explique com que função o vocativo foi empregado no poema. • Na tirinha da atividade 4, des-
taque o fato de o vocativo ser
d. Caso o eu lírico não tivesse empregado esse vocativo, haveria alguma alteração no sentido empregado em textos de cor-
expresso no verso? Explique. respondências para indicar o
Resposta: Haveria alteração, pois não ficaria claro a quem o eu lírico estaria se dirigindo.
4. Leia agora a tirinha a seguir. destinatário. Se possível, mostre
aos estudantes alguns exempla-
res desses gêneros e analise as
Peanuts Worldwide LLC./Dist. by
Peanuts, Charles Schulz © 1984

Andrews McMeel Syndication

possibilidades de variação do
vocativo.

Respostas

4. a. Resposta: O personagem
SCHULZ, Charles M. Snoopy e sua turma: 1. Porto Alegre: L&PM, 2009. p. 11.
começa a produzir sua carta des-
tacando que deseja ser chamado
a. Como o humor é construído nessa tirinha? Confira a resposta da questão nas orientações ao professor. de simpático e explica que tal
b. Identifique o vocativo empregado pelo personagem e explique por que ele foi usado nessa característica pode ser eviden-
ciada no local onde ele está. O
situação. Resposta: O vocativo empregado na tirinha é “Dear Linda”, utilizado para expressar a quem a carta
está sendo destinada. humor, nesse caso, é construído
c. Qual é a importância do vocativo em uma carta? por haver somente ele no local.
Resposta: Em uma carta, o vocativo serve para indicar de forma educada e cordial a quem o remetente está se dirigindo.
d. Em que outros tipos de correspondência o vocativo é frequente?
Resposta: Em bilhetes, e-mails, correspondências comerciais etc.
129

:01:05 02/08/2022 17:01:05

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Objetivos

• Ler outro trecho de romance Outra leitura


juvenil e identificar as caracte-
rísticas e a função sociocomuni- Você vai ler agora outro trecho de romance juvenil, que faz parte de um livro sobre a história
cativa desse gênero. de Pi Patel, que tem sua vida modificada quando o pai, dono de um zoológico na Índia, decide
embarcar em um navio rumo ao Canadá. Durante a viagem, o navio naufraga, e no final só resta
BNCC Pi à deriva em um bote, na companhia de um tigre-de-bengala, chamado Richard Parker. Você vai
• Ao realizar a leitura de mais ler a parte em que Pi tenta ajudar o tigre a chegar até o bote onde se encontra. O que você ima-
um trecho de romance juvenil, gina que vai acontecer nesse episódio? Qual seria o desafio de Pi para tentar resgatar o tigre? Leia
reconhecendo suas característi- o texto para conferir.
cas, os estudantes desenvol-
vem as competências específi- As aventuras de Pi
cas de Linguagens 1 e 5 e a com- [...]
petência específica de Língua O navio afundou. Fez um som que parecia um monstruoso arroto metálico. As coisas
Portuguesa 9.
ficaram borbulhando na água e, depois, desapareceram. Tudo gritava: o mar, o vento, o
• Ao reconhecer as partes da
meu coração. Do bote salva-vidas, vi algo na água.
narrativa, a importância do espa-
ço em um romance, o efeito de — Richard Parker, é você? — gritei. — Está tão difícil enxergar.
sentido do foco narrativo, do dis- Ah, se essa chuva parasse... Richard Parker? Richard Parker? É você mesmo!
curso direto, dos tempos verbais
e das figuras de linguagem em Só dava para ver a cabeça dele, que lutava para se manter na superfície.
um romance, os estudantes de- — Jesus, Maria, Maomé e Vishnu, que bom ver você, Richard Parker! Não desista, por
s envol v em a s ha bilidade s favor. Venha para o bote. Está ouvindo esse apito? TRRIIIIII! TRIIIIII! TRIIIIIII! É isso mes-
EF69LP47, EF69LP54 e EF89LP37.
mo. Nade, nade! Você é um ótimo nadador. Não são nem trinta metros.
• A leitura silenciosa do texto, a
Ele tinha me visto. Parecia em pânico. Começou a nadar na minha direção. Ao seu redor,
fim de promover a autonomia
de leitura, e sua realização em a água se movia furiosamente. Ali, ele parecia pequeno e indefeso.
voz com expressividade, permi-
tem aos estudantes aprimorar a
competência específica de Lín-
gua Portuguesa 3 e as habilida-
des EF69LP53 e EF89LP33.
• O incentivo à leitura da obra
completa leva os estudantes a
aprimorar a habilidade EF69LP49.

Orientações

• Inicie a seção com a leitura do


texto introdutório, discutindo
com a turma sobre as informa-
ções que são necessárias para
contex tualizar o trecho em
questão e garantir que os estu-
dantes compreendam o mo-
mento vivido pelo personagem
principal, Pi Patel.
• Destaque o fato de o persona-
gem ser um jovem que, além de
ser obrigado a viver em uma si-
tuação bastante conflituosa,
também precisa lidar com suas
130
próprias dúvidas e questiona-
mentos internos. Incentive-os a
perceber elementos próprios das
culturas juvenis nessa narrativa.
• Chame a atenção da turma para os parágrafos iniciais 02/08/2022 17:31:49
do texto, que indicam que a narração será feita em pri-
• Solicite aos estudantes que meira pessoa. Conduza os estudantes a deduzir isso por
leiam o texto silenciosamente meio das pistas linguísticas neles presentes: “gritei”, “ti-
para, na sequência, expressarem nha me visto” etc.
o que acharam do trecho da
aventura vivida pelos persona-
gens, como eles se sentiram
diante das situações expostas, o
que fariam diante de tais situa-
ções e como imaginam que a
história continuará.

130

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— Dá para acreditar no que nos aconteceu, Richard Parker? Diga que é um pesadelo. • Depois da leitura silenciosa,
proponha uma leitura em voz
Diga que não é verdade. Diga que ainda estou na minha cabine no Tsimtsum, me virando
alta para que os estudantes
e me debatendo, e que logo vou acordar desse pesadelo. Diga que continuo a ser feliz. Mãe, percebam a expressividade da
meu terno anjo da guarda de sabedoria, onde está você? E você, pai, meu querido poço de narrativa, o emprego de ono-
preocupações? E você, Ravi, fascinante herói da minha infância? Que Vishnu me preser- matopeias e outras figuras de
ve, que Allah me proteja, que Cristo me salve, não aguento isso! TRIIIIIIIII! TRIIIIIII! linguagem.
TRIIIIIIIIII! • Piscine Molitor Patel, tam-
bém conhecido como Pi, é um
Eu não tinha nenhum machucado pelo corpo, mas nunca tinha sentido uma dor tão
adolescente indiano que, de re-
intensa, tamanho esgarçar dos nervos, tamanho peso no coração. pente, perde praticamente tudo
Ele não ia conseguir. Ia se afogar. Mal avançava e os seus movimentos eram fracos. O e tem de lutar pela sobrevivên-
focinho e a boca estavam dentro da água. Só os seus olhos se mantinham fixos em mim. cia. Curiosamente, ele é adepto
de três crenças religiosas, a hin-
— O que está fazendo, Richard Parker? Você não ama a vida? Então, continue nadando! du, a cristã e a muçulmana, o
TRIIIIIIII! TRIIIIIIIII! TRIIIIIII! Bata as patas. Bata! Bata! Bata! que é evidenciado no fragmento
Ele deslizou na água e começou a nadar. selecionado para esta seção. É
possível comentar a cultura ju-
— E o que aconteceu com os meus outros parentes: os pássaros, as feras e os répteis? venil a que pertence esse intri-
Também se afogaram. Todas as coisas de que eu gostava na vida foram destruídas. E não gante personagem e compará-
mereço uma explicação? Vou ter de sofrer o diabo sem que o céu me dê qualquer justifica- -la à dos estudantes, discutindo
tiva? Nesse caso, de que serve a razão, Richard Parker? Ela só vale para brilhar com relação com eles de que forma a nacio-
nalidade, a religiosidade e a vi-
a coisas práticas: conseguir comida, roupas e um abrigo? Por que a razão não é capaz de
são de mundo do personagem
dar respostas maiores? Por que não podemos lançar uma pergunta mais longe do que po- são semelhantes ou diferentes
demos alcançar uma resposta? Por que uma rede tão grande se há tão pouco peixe para se das deles.
pescar?
Aquela cabeça mal conseguia ficar acima da água. Ele estava olhando para cima, fitan-
do o céu pela última vez. No bote, havia uma boia presa a uma corda. Eu a peguei e a agitei
no ar.

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• Incentive-os a ler a obra com- — Está vendo essa boia, Richard Parker? Está vendo? Pegue ela! HUMPF! Vou tentar de
pleta para conhecer as aventu-
novo. HUMPF!
ras vividas por Pi, Richard Parker
e os outros animais sobreviven- Ele estava longe demais. Mas a visão daquela boia voando na sua direção lhe deu espe-
tes do naufrágio. Comente com rança. Richard Parker ganhou vida nova e começou a bater na água com movimentos mais
os estudantes que o livro As vigorosos, desesperados.
aventuras de Pi foi adaptado
para o cinema em 2012, com o — É isso aí! Um, dois. Um, dois. Respire sempre que puder. Cuidado com as ondas.
mesmo título e direção de Ang TRIIIIIIII! TRIIIIIIIII! TRIIIIIII!
Lee. Na página 135, há mais in- O meu coração era uma pedra de gelo. Eu estava me sentindo mal de tanta tristeza. Mas
formações sobre essa obra ci- não havia tempo para ficar em estado de choque. O choque tinha de ser em atividade. Al-
nematográfica.
guma coisa em mim não queria desistir da vida, não estava disposta a se entregar, queria
lutar até o fim. Onde essa parte de mim conseguiu forças para isso, não sei.
— Não é irônico, Richard Parker? Estamos no inferno e, mesmo assim, tenho medo da
imortalidade. Veja como você já está perto! TRIIIII! TRIIIII! TRIIIIIII! Parabéns! Parabéns!
Você conseguiu, Richard Parker, você conseguiu. Pegue! HUMPF!
Atirei a boia com toda força. Ela caiu na água bem diante dele. Com as últimas energias
que lhe restavam, ele se esticou para frente e a agarrou.
— Segure firme, vou puxar você. Não solte. Puxe com os olhos enquanto eu puxo com as
mãos. Em poucos segundos, você estará a bordo e estaremos juntos. Espere aí! Juntos? Va-
mos ficar juntos? Será que enlouqueci?
[...]
MARTEL, Yann. As aventuras de Pi. Tradução: Maria Helena Rouanet. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2012. p. 123-125.
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• Na atividade 1, incentive os
Yann Martel (1963-) estudantes a retomar as hipóte-

Anna Donovan/FilmMagic/Getty Images


ses feitas antes da leitura e con-
O escritor nasceu na Espanha e, mais tarde, naturalizou-se frontá-las com as informações
canadense. Estudou Filosofia na Universidade de Trent, no Canadá. Ao obtidas após a leitura do trecho,
longo de sua vida, realizou diversas viagens, conhecendo muitas a fim de confirmá-las ou não.
culturas e religiões, o que o ajudou a escrever seu livro de maior
sucesso: As aventuras de Pi (2001). A obra já foi publicada em mais de • Para a realização da atividade
2, incentive os estudantes que
50 países, rendendo ao escritor diversos prêmios, e também foi conhecem outras histórias ten-
adaptada para o cinema. do o mar como cenário a co-
Fotografia de Yann Martel, em 2013. mentá-las. Assim, permita-lhes
que as narrem para os colegas,
promovendo um momento de
contação de histórias.
1. O que você havia imaginado antes da leitura se
confirmou sobre a história lida? Comente com
• Para conhecer mais caracte-
rísticas de narrativas de aven-
os colegas. Resposta pessoal. turas, leve outros exemplares
2. A história conta uma grande aventura vivida ou trechos para serem explora-

Arquivo da editora
dos em sala de aula. Durante

Daniel Araujo/
pelos personagens em alto-mar. Que outras
essa atividade, analise com os
histórias com aventuras no mar você conhece? estudantes o foco narrativo, o
Conte-as para seus colegas. Resposta pessoal. conteúdo temático, a constru-
3. Uma das partes que compõem a narrativa é ção composicional do texto (si-
o enredo. Leia a definição desse elemento a tuação inicial, complicação, clí-
max e desfecho) e as marcas
seguir.
estilísticas, como o uso de mar-
cador temporal e de adjetivos
para caracterizar personagens e
O conjunto de fatos que compõem uma narrativa recebe o nome de enredo. Geralmente,
espaço.
o enredo é composto das seguintes partes:
• Situação inicial: situação de tranquilidade, em que são apresentados os personagens e os • Ao propor a atividade 3, leve a
turma a reconhecer cada uma
fatos. das partes da narrativa no tre-
• Complicação ou conflito: quando ocorre a quebra da tranquilidade, em razão do surgi- cho lido. Destaque que o gênero
mento de uma complicação. romance é caracterizado por
apresentar vários conflitos.
• Clímax: ponto de maior tensão da narrativa, marcado por um confronto ou dificuldade.
• Desfecho: é o final da narrativa. • Na atividade 4, relembre o es-
paço onde se passavam os tre-
chos de Harry Potter, lidos ante-
riormente, e peça que os estu-
a. Que acontecimento é narrado no início desse trecho do romance? Esse acontecimento
dantes os comparem ao da nar-
caracteriza qual parte da narrativa? Resposta: O naufrágio de Pi. Esse acontecimento inicia
o conflito do trecho. rativa que acabaram de ler. Le-
b. Que situação representa o clímax no texto lido? ve-os a perceber como ambos
Resposta: Quando Richard Parker tenta insistentemente nadar para chegar até Pi e enfrenta dificuldades para fazer isso. conversam com o enredo de ca-
c. Qual é o desfecho desse trecho?
Resposta: Richard Parker consegue pegar a boia e chegar perto de Pi. da história: no caso de Harry
d. Que ação feita por Pi foi determinante para esse desfecho? Potter, o espaço é inusitado, con-
Resposta: Pi não desistiu de ajudar o tigre e foi incentivando-o a chegar perto do bote.
dizente com o mundo mágico
4. O espaço é um elemento muito importante em romances.
construído por J. K. Rowling, en-
a. Qual é o espaço onde as ações ocorrem nesse trecho do romance? quanto na aventura de Pi, ele é
Resposta: O mar é o local onde os fatos se desenvolvem.
b. De que forma esse espaço contribui para a construção do conflito e do clímax da história? mais assustador, incitando atitu-
Resposta: O mar é determinante para o naufrágio (conflito) e para que Richard Parker tivesse dificuldades de chegar des corajosas dos personagens.
até o bote (clímax).

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:31:51 02/08/2022 17:31:52

133

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• Na atividade 5, aproveite para 5. O foco narrativo, isto é, o ponto de vista a partir do qual a história é narrada, também é um
comparar o efeito de sentido do elemento importante na narrativa. Com relação ao narrador do texto, responda às questões
foco narrativo em Harry Potter
a seguir. 5. b. Resposta: A escolha pelo foco narrativo em primeira pessoa do discurso revela uma subjetividade maior ao
e no texto lido nesta seção. Des- narrar os acontecimentos, pois o narrador-personagem os relata conforme suas experiências.
taque que os pontos de vista a. Quem narra a história lida? Resposta: O próprio Pi, que é um narrador-personagem.
adotados são diferentes e, por b. A opção por esse tipo de narrador revela o ponto de vista pelo qual a história é narrada.
isso, a forma de narrar as ações
Explique que efeito essa escolha atribui ao texto.
também o é.
c. Caso o foco narrativo fosse outro, que mudanças haveria no texto?
• Para desenvolver a atividade Resposta: A história apresentaria uma visão mais geral e distante dos fatos, vistos por alguém que não os vivenciou.
6, leve os estudantes a perceber d. Em que momento da vida o narrador conta essa história? Como é possível chegar a essa
o efeito de sentido do emprego conclusão? Resposta: Em um momento posterior aos acontecimentos. É possível chegar a essa conclusão pela flexão
dos verbos no tempo passado.
das falas dos personagens em
discurso direto ou em discurso 6. Sobre os diálogos do texto, responda às questões.
indireto, a fim de levá-los a reco- a. Com quem o personagem conversa durante todo o texto?
nhecer a importância do discur- Resposta: O personagem conversa com ele mesmo e com Richard Parker.
so direto nesse texto que narra
b. Releia um diálogo do texto em discurso direto e, em seguida, o mesmo trecho reescrito em
uma aventura no mar. Destaque discurso indireto.
que, quando o narrador-perso- A. — E o que aconteceu com os meus outros parentes: os pássaros, as feras e os rép-
nagem dialoga com ele mesmo, teis? Também se afogaram. Todas as coisas de que eu gostava na vida foram des-
não são empregados parênteses
truídas.
nem outro sinal de pontuação
para indicar as falas. No entanto, B. Pi indagou sobre o que teria acontecido com seus outros parentes: os pássaros, as
nas ocasiões em que o narrador- feras e os répteis. Ele queria saber se todos também tinham se afogado, se todas
-personagem dialoga com o ti- as coisas de que ele gostava na vida haviam sido destruídas.
gre, o travessão é empregado
Em qual dos trechos cria-se um efeito de dinamismo maior ao narrar os acontecimentos?
para sinalizar as falas.
Explique. Resposta: No trecho A, pois as falas são apresentadas diretamente pelo personagem.
• Na atividade 7, promova uma
7. Para auxiliar Richard Parker a nadar, Pi fornece ao tigre algumas instruções. Confira.
reflexão com a turma a fim de
que os estudantes percebam os
efeitos de sentido criados pela Ele estava longe demais. Mas a visão daquela boia
gradação das instruções dadas voando na sua direção lhe deu esperança. Richard
ao tigre.

Arquivo da editora
Parker ganhou vida nova e começou a bater na água
• Ao propor a atividade 8,

Daniel Araujo/
com movimentos mais vigorosos, desesperados.
oriente os estudantes a refletir
sobre o emprego dos tempos — É isso aí! Um, dois. Um, dois. Respire sempre
verbais nos trechos, para reco- que puder. Cuidado com as ondas. TRIIIIIIII!
nhecerem que, dependendo da TRIIIIIIIII! TRIIIIIII!
situação narrada, a escolha pelo 8. a. Resposta: No trecho A, foram empregadas formas verbais no pretérito
tempo verbal pode variar. imperfeito; no trecho B, as formas verbais estão no presente do indicativo.
a. Como as instruções são passadas para Richard Parker se aproximar do barco?
Resposta: Pi o orienta a realizar uma ação de cada vez, gradativamente.
b. O que essas orientações de Pi revelam quanto a suas atitudes?
Resposta: As orientações revelam que Pi estava cauteloso e procurava auxiliar Richard Parker a se aproximar do bote.
8. Leia os trechos a seguir e analise as formas verbais em destaque.
A. O meu coração era uma pedra de gelo. Eu estava me sentindo mal de tanta tristeza.
Mas não havia tempo para ficar em estado de choque.
B. — Não é irônico, Richard Parker? Estamos no inferno e, mesmo assim, tenho medo
da imortalidade. Veja como você já está perto!
a. Qual é o tempo verbal das formas verbais em destaque nos trechos?
b. O que indica cada uma dessas formas verbais?
Resposta: Os verbos no pretérito imperfeito indicam que as ações estavam ocorrendo continuamente no passado; já os
134 verbos no presente do indicativo denotam que as ações ocorriam naquele momento da fala.

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134

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9. Releia os trechos a seguir. 9. a. Resposta: Trecho A: TRRIIIIII! TRIIIIII! TRIIIIIII!; trecho B: TRIIIIIIII! TRIIIIIIIII! TRIIIIIII!;
trecho C: HUMPF!.
• Na atividade 9, releia o trecho
destacado com os estudantes e
A. — Jesus, Maria, Maomé e Vishnu, que bom ver você, Richard Parker! Não desista, por incentive-os a reconhecer as
favor. Venha para o bote. Está ouvindo esse apito? TRRIIIIII! TRIIIIII! TRIIIIIII! É isso onomatopeias apresentadas e o
que elas expressam. Faça uma
mesmo. Nade, nade! Você é um ótimo nadador. Não são nem trinta metros.
nova leitura do fragmento omi-
B. — O que está fazendo, Richard Parker? Você não ama a vida? Então, continue nadan- tindo o som das onomatopeias
do! TRIIIIIIII! TRIIIIIIIII! TRIIIIIII! Bata as patas. Bata! Bata! e discuta com eles qual é o im-
pacto disso na narrativa, se há
C. [...] HUMPF! Vou tentar de novo. HUMPF! ou não prejuízo da compreen-
são da cena descrita com a au-
a. Que onomatopeias foram empregadas nesses tre- sência delas.
chos? Identifique-as e copie-as no caderno. •

Arquivo da editora
Ao realizar a atividade 10, aju-

Daniel Araujo/
b. Essas onomatopeias foram empregadas para in- de a turma a inferir o efeito de
dicar o som reproduzido pelo quê? sentido do emprego da personi-
ficação e da metáfora nos tre-
c. O que o emprego dessas onomatopeias confere chos, reconhecendo as figuras
aos trechos? Resposta: As onomatopeias garantem uma
expressividade maior nos trechos, levando o leitor
de linguagem como recursos
a reconstruir a cena. importantes para conferir ex-
10. Releia estes trechos do texto e analise o emprego das figuras de linguagem presentes em pressividade aos textos.
cada um deles. 9. b. Resposta: Nos trechos A e B, as onomatopeias reproduzem o som do apito. No trecho C, o som da
respiração de Pi para representar a força que ele está fazendo. • Na atividade 11, verifique se os
estudantes notaram, durante a
A. Tudo gritava: o mar, o vento, o meu coração.
leitura, essa preocupação que o
B. O meu coração era uma pedra de gelo. personagem só teve no final.
Depois das reflexões, comente
a. Agora, relacione os trechos às respectivas figuras de linguagem empregadas.
que a ideia central da obra é jus-
1. Metáfora: comparação implícita entre dois elementos. tamente o convívio entre Pi e
2. Personificação: atitudes humanas atribuídas a seres não humanos. Richard Parker no bote. O tigre
Resposta: A - 2; B - 1. tem uma representação muito
b. Reflita sobre o emprego dessas figuras de linguagem nesses casos e responda que sentido expressiva de elementos da vida
elas atribuem ao texto. humana com os quais temos de
c. Em textos literários, para que as figuras de linguagem costumam ser utilizadas? Analise as conviver e superar no dia a dia.
afirmativas a seguir e copie a que estiver correta. Resposta: A. • Ao final da seção, comente a
importância do gênero para a
A. Para atribuir mais expressividade ao texto. B. Para tornar o texto mais formal. promoção da leitura entre os jo-
C. Para deixar o texto mais elaborado. D. Para facilitar a leitura do texto. vens e para a construção da
10. b. Resposta: No trecho A, o mar, o vento e o coração expressam identidade das culturas juvenis.
E. Para conferir mais realidade à ficção. ações próprias do ser humano (gritar), o que intensifica a sensação Procure saber o que eles acham
de atordoamento do narrador-personagem. No trecho B, compara- desse tipo de narrativa, mais
11. Releia o final do texto. -se implicitamente o coração a uma pedra de gelo, para reforçar o
sentimento de tristeza desse narrador. voltada à aventura e sem ele-
[...] Espere aí! Juntos? Vamos ficar juntos? Será que enlouqueci? mentos mágicos, e abra espaço
para que citem outros títulos
O que essa fala revela sobre a conclusão a que o personagem chegou naquela situação? que conhecem a fim de ampliar
Resposta: Revela que ele se deu conta do perigo que seria ter de dividir o bote com uma fera.
o repertório da turma.
As aventuras de Pi • Sugira a eles que assistam ao
Baseado na obra de Yann Martel, o filme entrou em cartaz em 2012 e conta as filme em casa para conhecer ou-
aventuras do personagem Pi Patel (Suraj Sharma) após o navio onde sua família estava tros detalhes da história e apre-
naufragar. O filme é bastante fiel ao livro e conta com muitos efeitos especiais para ciar essa adaptação. Uma ativi-
mostrar a saga do personagem. dade interessante que pode ser
As aventuras de Pi, de Ang Lee, 2012. 125 min. realizada é pedir que comparem
a cena que leram com a do filme,
135 analisando as semelhanças e as
diferenças entre elas e verifi-
cando se a caracterização dos
personagens e o cenário aproxi-
:31:52
das cenas, por exemplo, sendo o animal real utilizado 02/08/2022 17:31:52
mam-se do que haviam imagi-
em pouquíssimos momentos. Contudo, mais do que ex- nado durante a leitura.
celentes efeitos visuais, o filme tem a seu favor uma boa
história a ser contada.
• O longa-metragem tem méri-
tos técnicos inquestionáveis,
pois não é fácil transpor para as
telas a história de um náufrago
que compartilha um bote com
uma zebra, uma hiena, um oran-
gotango e um tigre-de-bengala.
Foram produzidas animações
digitais para o tigre na maioria

135

09/08/2022 11:51:33
Objetivos

• Praticar a escrita por meio da Produção escrita


produção de um texto dramático.
Texto dramático
BNCC
Neste capítulo, você leu um texto dramático adaptado de um dos romances da saga Harry
• Ao selecionar uma narrativa e Potter e conheceu algumas características desse gênero textual. Agora, você vai se unir a um
transformá-la em um texto dra-
colega para escolher um texto narrativo e adaptá-lo para ser encenado, isto é, vão criar uma ver-
mático, reconhecendo suas ca-
racterísticas, os estudantes de-
são em texto dramático. Depois de pronto, esse texto vai compor uma coletânea, que será doada
senvolvem as competências à biblioteca da escola para apreciação de toda a comunidade escolar. Na seção seguinte, vocês
específicas de Língua Portu- encenarão a história em um festival de teatro.
guesa 8 e 9.
• Os estudantes desenvolvem as Planejando o texto
habilidades EF69LP46, EF69LP49
e EF89LP33 ao selecionar e ler Antes de produzir o texto, confiram algumas informações para nortear o planejamento.
textos narrativos para a produ-
ção do texto dramático. a. Escolham um texto narrativo (conto, fábula, romance, crônica etc.) para adaptar para o gê-
nero dramático. Se necessário, façam um recorte e adaptem apenas uma parte da história.
• Os estudantes aprimoram a
b. Façam um levantamento em livros da biblioteca ou na internet. A seguir, há uma sugestão.
competência específica de Lín-
gua Portuguesa 3 e desenvol-
vem as competências gerais 3 e Um ano inesquecível
Editora Gutenberg

4 e as habilidades EF69LP50, Escrito por Paula Pimenta, Babi Dewet, Bruna Vieira e Thalita
EF69LP51, EF89LP32 e EF89LP34 Rebouças, reúne quatro contos que se passam nas diferentes
ao planejar e produzir um texto estações do ano: inverno, outono, primavera e verão. São
dramático com base em uma narrativas emocionantes, que abordam momentos inesquecíveis da vida,
narrativa, em conformidade com como o primeiro amor, festas, viagens etc.
as características do gênero e Um ano inesquecível, de Paula Pimenta, Babi Dewet, Bruna Vieira e Thalita Rebouças.
Editora Gutenberg, 2015.
com os contextos de produção e
circulação dele. Capa do livro Um ano inesquecível.
• Na escrita e na revisão do
texto, os estudantes desenvol-
vem as habilidades EF08LP04 e c. Após definirem o texto ou um trecho dele, façam uma leitura atenta, anotando os aspectos
EF08LP14 ao usar de forma mais relevantes, pensando em como deve ser a adaptação: o que será transformado em
consciente e reflexiva as pres- rubricas e o que será adaptado para as falas dos personagens.
crições da norma-padrão e os d. Elaborem um esboço da estrutura do texto, especificando cada parte da narrativa. Para isso,
recursos de coesão textual. definam os personagens, o tempo e o espaço.
Orientações e. Determinem os principais acontecimentos, respeitando a ordem cronológica.
• Leia para os estudantes a f. Usem esse planejamento no momento da escrita do texto, caso vocês não se lembrem de
proposta de produção escrita, alguma informação.
retomando e ampliando os co-
nhecimentos já adquiridos so-
bre o gênero textual estudado. Produzindo o texto
Aproveite para ressaltar a im-
portância de considerar todos Com base no planejamento e nas anotações que fizeram, iniciem a produção do texto dramá-
os aspectos da produção, por tico, atentando especialmente para as rubricas e os diálogos, elementos essenciais da estrutura
exemplo, o que será produzido, que o sustenta.
para quem e onde deverá ser
publicado. a. Orientem-se pelo esboço que vocês elaboraram.
• Para realizar a subseção Pla- 136
nejando o texto, organize os
estudantes em duplas, de modo
que aqueles que tenham mais
facilidade em redigir possam Explique que é preferível que busquem informações em possível, façam a pesquisa dos textos narrativos na in- 02/08/2022 17:31:52
auxiliar os que apresentem páginas de veículos de comunicação já conhecidos por ternet, visite a biblioteca da escola com eles e permita
mais dificuldade. Em seguida, toda a sociedade. Programe essas pesquisas de acordo que folheiem e leiam os textos escolhidos ou, ainda, dis-
leve-os ao laboratório de infor- com sua realidade local, sempre acompanhando-os nas ponibilize diferentes textos narrativos para que elejam
mática da escola e os incentive a ações realizadas. aquele que servirá de base para a produção escrita.
pesquisar na internet um texto
narrativo. A ssegure que a s
• Saliente que eles devem fazer a leitura atenta do tex- • Leia para a turma o boxe com a indicação de livro e veri-
to escolhido, analisando, grifando e anotando as infor- fique se conhecem o livro sugerido. Se possível, leve-o para
obras selecionadas sejam ade- mações que julgarem mais relevantes. Caso não seja a sala de aula para que os estudantes possam manuseá-lo.
quadas à faixa etária. Durante
as pesquisas, oriente-os quanto
às fontes de busca, de forma
que evitem sites não confiáveis.
136

09/08/2022 11:51:33
b. Em um programa de edição de texto, iniciem a produção do texto dramático. Se isso não for • Na subseção Produzindo o
possível, escrevam a primeira versão em um rascunho e depois passem-na a limpo fazendo texto, providencie folhas avulsas
e oriente os estudantes em rela-
os ajustes e as correções.
ção às características estruturais
c. Diagramem o texto sempre incluindo, em letras maiúsculas, o nome dos personagens antes e composicionais do texto dra-
de suas respectivas falas. mático: o emprego de rubricas
descrevendo os espaços e as ce-
d. Insiram as rubricas referentes a ações, movimentações cênicas, emoções e sentimentos dos
nas; o texto em forma de diálo-
personagens, diferenciando-as das falas. Como sugestão, utilizem o destaque itálico e dia- gos, dividido em atos e cenas etc.
gramem-nas centralizadas na página. Solicite-lhes que escrevam o
e. Sigam as regras gramaticais e as convenções ortográficas da escrita, pondo em prática seus texto utilizando uma linguagem
conhecimentos sobre pontuação, concordância verbal e nominal, modos e tempos verbais, clara e objetiva, de modo que os
entre outros. leitores que não tiveram acesso
ao texto narrativo escolhido
f. Se houver apostos e vocativos, lembrem-se de isolá-los na oração com um sinal de pontua- consigam compreender a histó-
ção apropriado para cada caso. ria contada. Durante a produção,
g. Façam uma revisão do texto de acordo com as orientações sugeridas para a produção e analise o desempenho dos estu-
dantes, ajudando-os a sanar
confiram se é necessário algum ajuste.
possíveis dúvidas e auxiliando na
elaboração do rascunho quando
necessário. Oriente-os a utilizar
Avaliando o texto conhecimentos linguísticos e
gramaticais, flexionando os ver-
Agora, avaliem o texto que vocês produziram utilizando os questionamentos a seguir como bos em concordância com pro-
referência. nomes pessoais, utilizando re-
a. Os fatos, as ações e os personagens estão coerentes com a história original? cursos de coesão pronominal e
referenciação, vocabulário apro-
b. Antes das falas, há a indicação dos nomes dos personagens? priado e concordância entre arti-
c. Nas rubricas, há indicações referente a ações, movimentações cênicas, emoções e sentimen- go, substantivo e adjetivo. Dis-
tos dos personagens? ponibilize dicionários para que
consultem as palavras cuja grafia
d. As regras gramaticais foram observadas? desperte dúvidas, sobretudo
e. As palavras estão grafadas corretamente? aquelas que apresentam rela-
ções irregulares.
f. Os sinais de pontuação foram empregados adequadamente?
Anotem os itens que precisam ser melhorados e, com base neles, escrevam a versão final do
• Na subseção Avaliando o
texto, oriente os estudantes a
texto, fazendo as alterações necessárias. verificar se empregaram as ca-
racterísticas do gênero correta-
mente ou se algo ainda precisa
Coletânea de textos dramáticos ser ajustado ou melhorado. Au-
xilie-os nesse processo. Para is-
Agora, vocês vão elaborar uma coletânea com os textos dramáticos produzidos. Para isso, sigam so, faça a leitura das questões,
auxiliando-os a checar se todos
estas orientações.
os itens foram contemplados.
a. Reúnam os textos produzidos pela turma e enumerem as páginas. Durante a revisão da produção,
b. Elaborem um sumário em forma de tópicos, que apresente os títulos dos textos, os respec- explique a importância da rees-
crita e da autoavaliação do tex-
tivos autores e as respectivas páginas.
to para que aprimorem cada vez
c. Elaborem uma capa para a coletânea que chame a atenção dos leitores. Usem a criatividade! mais sua construção textual.
d. Divulguem o livro para a comunidade escolar informando que estará disponível na biblioteca Em seguida, oriente-os a fazer
os ajustes no texto com o auxí-
da escola para leitura.
lio de um programa de edição
137 de texto. Caso tenham digitado
o texto dramático em um des-
ses programas, lembre-os de
que podem inserir ou eliminar
:31:52
numerosa, é possível organizar os estudantes em pe- responsável por divulgar a coletânea. Auxilie os grupos a
02/08/2022 17:31:52 trechos, corrigir palavras digita-
quenos grupos e orientá-los a definir as funções de cada realizar essas tarefas. Caso os estudantes optem por das erradas, aplicar parágrafos,
um, por exemplo: 1. o grupo responsável por organizar os utilizar softwares para editar os textos, elaborar o sumá- alinhar o texto, inserir desta-
textos por assuntos ou tipos narrativos; 2. o grupo res- rio e criar a capa, forneça as orientações necessárias e ques nas rubricas etc. Caso eles
ponsável por elaborar o sumário da coletânea; 3. o grupo acompanhe-os nesse processo. tenham produzido o texto em
responsável por elaborar a capa da coletânea; 4. o grupo uma folha avulsa, entregue-lhes
outra para que escrevam a ver-
são final fazendo os ajustes.
• Para realizar o proposto na
subseção Coletânea de textos
dramáticos, caso a turma seja

137

09/08/2022 11:51:34
Objetivos

• Praticar a oralidade por meio Produção oral


de uma dramatização.
• Representar uma peça tea- Dramatização
tral, reconhecendo as caracte-
rísticas e as especificidades Neste capítulo, você leu e produziu um texto dramático. Agora, você e seus colegas vão orga-
desse gênero oral. nizar a encenação do texto, produzido na seção anterior, para a comunidade escolar. Para isso, a
turma deve promover um festival de teatro.
BNCC Leiam as orientações a seguir para a realização desse trabalho.
• Os estudantes aperfeiçoam a a. Verifiquem se será necessário convidar algum colega para auxiliar na encenação ou interpre-
habilidade EF69LP46 ao divul- tar algum personagem.
gar a dramatização de uma
adaptação de um texto literário. b. Providenciem cópias do texto para todos os integrantes do grupo.

• Os estudantes aprimoram a c. Definam as funções de cada um do grupo. Para isso, dividam-se entre atores e produção:
competência específica de Lín-
gua Portuguesa 3 e desenvol-

Sergio Lima/Arquivo da editora


vem a habilidade EF69LP52 du-
rante a dramatização da peça
• os estudantes escolhidos para atuar devem ensaiar as falas,
teatral. Nesse sentido, são
atentando às rubricas que orientam a movimentação cênica, as
orientados sobre a importância expressões faciais, a entonação das falas, as pausas etc.;
da caracterização dos persona- • os estudantes responsáveis pela produção devem providenciar:
gens (trabalho do figurinista), trilha sonora para a apresentação; materiais e objetos para a
da escolha da trilha sonora (tra- construção do cenário; roupas, acessórios e maquiagem para os
balho do sonoplasta), da esco-
atores; e demais elementos necessários para a encenação, além
lha da iluminação (trabalho do
iluminador), da escolha do cená-
de saber o momento certo de entrar em ação, com efeitos, mú-
rio (trabalho do cenógrafo) e do sica ou mudança de cenário.
emprego de entonações, pau-
sas, gestos, expressões faciais, d. Memorizem as falas e a sequência dos fatos para facilitar no momento da apresentação.
deslocamento no espaço cênico
(trabalho dos atores). e. Ensaiem quantas vezes forem necessárias, até que todos os integrantes do grupo estejam
• Quando realizam, em grupos, em sincronia durante a encenação.
uma leitura dramatizada dos f. Combinem com o professor a ordem das apresentações e o tempo estipulado para cada
textos, preparando-se para a grupo se apresentar.
apresentação e considerando e
analisando os efeitos de sentido g. Atentem à ordem das encenações e ao tempo estipulado para cada uma delas. Além disso,
da entonação de voz, do ritmo, organizem-se para que não haja atrasos, principalmente no caso de estudantes que atuarão
das pausas, da gesticulação, da em mais de uma peça.
expressão facial e corporal etc., h. Verifique com a direção da escola dia, horário e local para que vocês possam realizar as
os estudantes desenvolvem a apresentações.
habilidade EF69LP53.
i. Elaborem uma lista com os materiais necessários para o dia da apresentação a fim de pro-
• A organização do texto dra- videnciá-los com antecedência.
mático tendo em vista sua ence-
nação e o planejamento desse j. Divulguem o evento na comunidade escolar e nas redes sociais ou canais de comunicação da
texto considerando a clareza, a escola.
variedade linguística, a entona-
ção, o ritmo e a postura corporal k. Solicitem ao professor que filme as apresentações para que, posteriormente, possam assistir
levam os estudantes a desen- e verificar como foi a encenação de cada grupo. Para isso, não se esqueçam de providenciar
volver a habilidade EF69LP12. câmeras, celulares ou filmadoras, ou seja, materiais necessários para que a gravação ocorra.
• Ao realizar a leitura dramáti- 138
ca do texto, reconhecendo o va-
lor artístico e social do gênero,
os estudantes desenvolvem as
competências gerais 3 e 4 e a Orientações • Reúna-se com os grupos para auxiliá-los na eleição do02/08/2022 17:31:52
competência específica de Lin-
guagens 5. • Leia para os estudantes a proposta de produção oral, texto a ser dramatizado e definir as funções de cada um
na peça, buscando perceber o interesse dos estudantes
retomando e ampliando os conhecimentos já adquiridos
• O trabalho em grupo, com au- sobre o gênero textual estudado. Verifique se alguém da
em relação às funções. Caso mais de um integrante se
interesse pela mesma atividade, faça um sorteio para
tonomia, responsabilidade e re- turma já assistiu à apresentação de uma peça teatral ou
solução de conflitos de interes- definir as tarefas. Leve-os a valorizar a função de todos
se já participou de uma. Aproveite para ressaltar a im-
ses, possibilita contemplar as os profissionais do teatro, destacando a importância da
portância de considerarem o público e o local em que
competências gerais 9 e 10. atuação conjunta para a realização de uma peça bem
será realizada a encenação ao discutirem a escolha do
desenvolvida.
cenário e do figurino, por exemplo.

138

09/08/2022 11:51:34
• Acompanhe de perto o traba-
Dicas para que a atividade seja bem-sucedida lho desenvolvido pelos estu-
dantes, auxiliando-os sempre
Agora que o planejamento está pronto, é o momento de fazer as apresentações. Para isso, leiam que necessário.
as orientações a seguir. • Ressalte a impor tância de
estarem preparados para as
a. No dia da apresentação, cheguem com antecedência para organizar todos os preparativos:
apresentações e, para isso, dis-
figurino, maquiagem, sonoplastia, cenário etc. ponibilize um tempo para que
b. Antes de iniciar a apresentação, um voluntário deve dar as boas-vindas ao público e agrade- ensaiem quantas vezes forem
cer a presença de todos, explicando que o festival é o resultado do trabalho com o gênero necessárias.
texto dramático. • Se julgar pertinente, oriente-
-os a produzir um roteiro a fim
c. Durante a apresentação, fiquem atentos ao momento das falas dos personagens e às rubri-
de facilitar o momento dos en-
cas do texto, para que todos atuem na hora certa e ajam conforme as indicações cênicas. saios. Explique que essa estra-
d. Representem a história com expressões faciais e entonações de voz de acordo com os acon- tégia pode deixá-los mais segu-
tecimentos narrados. Isso é fundamental para criar efeitos de sentido à história encenada. ros durante a apresentação.

e. Mantenham a postura sempre de frente para a plateia e empreguem um tom de voz ade- • Auxilie-os na produção de fi-
gurinos e cenários, bem como na
quado para todos ouvirem as falas. seleção das músicas que combi-
f. Respeitem o tempo estipulado pelo professor para as apresentações. nam com a história escolhida.
g. Ao final das apresentações, a turma deve se dirigir ao palco para agradecer à plateia e rece- • Para ampliar o conhecimento
dos estudantes e transformar a
ber os aplausos.
prática da apresentação teatral
h. Elejam um voluntário para fazer um breve discurso final de agradecimento à plateia pela em algo mais dinâmico, coeren-
presença. te e de fruição, promova a visita
indicada no boxe exposto ao fim
i. Na despedida, procurem interagir com o público e saber dele o que achou das encenações a da página. Verifique antecipa-
que assistiu. damente com os pais ou res-
Posteriormente, em um dia combinado com o professor, você e seus colegas poderão avaliar a ponsáveis a possibilidade de le-
atividade e compartilhar os seguintes aspectos: vá-los para um passeio como o
sugerido. No teatro, oriente os
• do que mais gostaram; estudantes a analisar elemen-
• a parte em que sentiram mais dificuldades; tos de sua construção e, se for
possível assistir a algum espe-
• o que poderia ser melhorado para as próximas atividades como essa; táculo, converse com eles ante-
• os pontos positivos e negativos das encenações; cipadamente sobre a sinopse da
• a contribuição desse trabalho para o aprendizado e para a valorização da cultura local. peça teatral. Se houver a possi-
bilidade, após a apresentação,
Assistam às gravações das apresentações e analisem os aspectos relacionados aos textos orais, leve-os para conversar com os
como timbre e tom de voz, pausas e hesitações, entonação e expressividade, variedades e registros integrantes da peça, a fim de
linguísticos, entre outros fatores que julgarem relevantes. que possam conhecer mais de
perto a rotina dos bastidores e a
Na localidade onde você mora, há um teatro municipal? Se houver, combine, com o
preparação dos atores.
professor e os colegas, uma data e horário para visitarem-no. Caso negativo, visite uma • Durante as apresentações,
companhia de teatro ou assista a uma peça teatral com a turma. oriente os grupos a expressar-
Após a visita, discutam sobre o que acharam do teatro ou da peça teatral, o que mais -se de maneira clara, articulan-
gostaram e se pretendem voltar. Caso consigam assistir a uma peça teatral, verifiquem com o do bem as palavras, utilizando
professor a possibilidade de conversar com os integrantes da peça, a fim de compreender suas tom de voz adequado e atrativo
experiências e vivências nessa área. aos ouvintes. Além disso, lem-
bre-os da importância de tam-
bém demonstrar, por meio de
139 gestos e expressões faciais, os
sentimentos dos personagens.
E, ainda, de respeitar o tempo
estipulado para a apresentação
:31:52
de fala dos colegas. Avalie com eles o desempenho da lie também como está a evolução das apresentações
02/08/2022 17:31:52
de cada grupo.
turma durante o planejamento e a produção da encena-
ção teatral. Verifique se todos colaboraram em todas as
orais dos estudantes: se estão melhorando a postura, a
entonação de voz, a movimentação no palco, a gesticu-
• Ao final das apresentações,
retome o processo de elabora-
etapas, se respeitaram a vez de os colegas se apresenta- lação, a expressão corporal e facial etc. ção das apresentações dos tex-
rem, entre outros aspectos que achar pertinentes. Ava- tos dramáticos, a fim de avaliar
essa produção com os estudan-
tes. Para isso, solicite-lhes que
formem um semicírculo para
trocar ideias a respeito dessa
produção oral. Reforce a impor-
tância de respeitar o momento

139

09/08/2022 11:51:34
Objetivos
Ponto de verificação
• Verificar os conhecimentos
sobre tipos de discurso e verbos
de elocução. 1. Analise o trecho a seguir.

• Diferenciar adjunto adnomi-


— Agora, qual é o número da plataforma? — perguntou a mãe dos meninos.
nal e complemento nominal.
• Diferenciar vocativo e aposto. a. Que tipo de discurso foi empregado para apresentar a fala da personagem? Justifique sua
resposta. Resposta: Discurso direto, pois a fala da personagem é reproduzida tal qual foi dita e é
• Avaliar os conhecimentos indicada pelo travessão.
acerca do gênero novela. b. A palavra em destaque no trecho é um verbo de elocução. Para que ele serve?
• Avaliar os conhecimentos
Resposta: Serve para anunciar a fala da personagem.
c. Qual alternativa apresenta a correta conversão dessa fala para o discurso indireto?
acerca do gênero romance ju-
venil. A. A mãe dos meninos perguntou “qual é o número da plataforma?”.

Orientações
B. A mãe perguntou para os meninos se havia um número na plataforma.

• Na atividade 1, questione-os C. A mãe dos meninos perguntou qual era o número da plataforma.
sobre os tipos de discurso, como D. A mãe dos meninos perguntou: “— Qual era o número da plataforma?”.
o travessão marca a fala de for-
ma direta e comente que, ao Resposta: C.
passar do discurso direto para o 2. Qual alternativa apresenta classificação incorreta do termo destacado?
discurso indireto, é necessário
conservar todas as informações
A. Nós temos importantes assuntos para hoje. (adjunto adnominal)
da frase original. Para corrigir
eventuais defasagens, escreva o B. O filho caçula é mais corajoso. (adjunto adnominal)
trecho na lousa e peça para evi-
C. Fiquem perto de mim. (complemento nominal)
denciarem essas duas maneiras
de reproduzir as falas dos per- D. Alguém tem novas notícias dele? (complemento nominal)
sonagens em textos narrativos.
Resposta: D.
• Após a realização da ativida- 3. Analise as orações e identifique a que possui um vocativo.
de 2, verifique quais foram as
dificuldades apresentadas pelos
estudantes e proponha que re- A. Ela morou em Curitiba, capital paranaense.
tomem os conceitos de adjunto B. Veja só, amada minha, o quanto eu te quero.
adnominal e de complemento
nominal por meio de exemplos. C. Patrícia continua com péssimos hábitos.
Peça a alguns voluntários que
D. Roberto Carlos, o jogador, se aposentou.
expliquem a diferença entre es-
ses dois termos da oração. Resposta: B.

• Na correção da atividade 3, re- 4. Reflita sobre o gênero novela e escreva as características desse gênero que você estudou
tome a diferença entre o aposto nesta unidade. Resposta: Trata-se de um gênero composto de episódios relacionados entre si e que narra
acontecimentos que, geralmente, giram em torno de um único personagem. Costuma possuir uma
e o vocativo, pedindo aos estu- quantidade de personagens e de conflitos maior que a do conto e menor que a do romance.
dantes que contornem, em cada
5. Como podemos identificar se uma obra literária é um romance juvenil?
alternativa, os elementos que
eles julgam ser um ou outro des-
ses elementos gramaticais. Se
Autoavaliação
necessário, faça na lousa a análi-
se de todas as alternativas, auxi- Redija um parágrafo avaliando seu desempenho e aprendizagem durante a realização das
liando-os a identificar os apos- atividades desta unidade. Escreva também sobre o que você pode melhorar nas próximas. Seja
tos e o único vocativo presente rápido e escreva tudo em cerca de um minuto.
na oração B.
5. Resposta: Ela apresenta como elementos o narrador, os personagens, o espaço, o tempo e o enredo bem desenvolvidos
• As atividades 4 e 5 podem ser 140 e organizados. Nela são narradas situações ficcionais, cujo enredo costuma girar em torno de um personagem, mostrando
suas vivências, conflitos e aventuras na maioria das vezes característicos da juventude.
realizadas em dupla, a fim de que
os estudantes conversem acerca
das semelhanças e diferenças en-
tre os gêneros novela e romance no, em um minuto, um ponto positivo, um ponto negati- das, reservando um tempo para o debate e a interação02/08/2022 17:31:53
juvenil. Para sanar eventuais difi- vo e o que podem melhorar em relação ao próprio de- entre eles. Atente para os principais pontos levantados
culdades de aprendizagem, sele- sempenho na unidade. Na sequência, peça a alguns que por eles e reflita sobre a prática pedagógica com o obje-
cione, na biblioteca da escola, al- leiam suas anotações. Questione a turma se os demais tivo de, eventualmente, rever ou ajustar seu planeja-
guns exemplares de novelas e de colegas apresentaram reflexões similares ou diferencia- mento para atender às necessidades da turma.
romances e peça-lhes que identi-
fiquem as características men-
cionadas nos capítulos.
• Para realizar a autoavaliação,
utilize a estratégia One-minute
paper, ou seja, solicite aos estu-
dantes que escrevam no cader-
140

09/08/2022 11:51:34
Iniciando o trajeto Objetivos

• Avaliar os conhecimentos
1. Faça uma pesquisa em jornais e revistas, impressos e digitais, ou sites e escolha uma repor- acerca do gênero textual repor-
tagem.
tagem de sua preferência. Forme um grupo com seus colegas e troquem as reportagens entre
si para ler e responder a algumas questões. Resposta pessoal. As respostas deverão ser analisadas
e avaliadas de acordo com os textos selecionados.
• Verif ic ar a s informações
acerca dos processos de forma-
a. Quem é o autor ou a autora da reportagem? 3. a. Resposta: O registro predominante é o formal, pois tem
ção de palavras (derivação e
o intuito de abordar informações de modo objetivo, muitas
b. Qual é o tema central dela? vezes usando termos técnicos típicos da linguagem científica. composição).

3. c. Resposta pessoal. É importante que os
c. A qual contexto histórico a reportagem se refere? estudantes percebam que o artigo de curiosidade Averiguar os conhecimentos
científica partilha dados que são frutos de pesquisas, acerca do gênero textual artigo
d. Qual é a função da reportagem? experimentos e estudos aprofundados, contribuindo para o avanço do
conhecimento e o acesso da população a esse tipo de conteúdo. de curiosidade científica.
e. Além do texto escrito, quais outros elementos foram utilizados? Como esses elementos • Examinar as informações acer-
contribuem para a reportagem? 3. d. Resposta: Predominantemente objetivo, por ca do emprego do hífen em pa-
tratar de assuntos científicos e de fatos, mas pode
lavras derivadas por prefixação.
f. Qual público se interessaria por essa reportagem? conter algumas marcas de pessoalidade
mostrando análises, críticas ou julgamentos.
2. Algumas palavras da nossa língua derivam de outras. Confira alguns exemplos em destaque. Orientações

• Na atividade 1, avalie se o
texto trazido pelos estudantes é
pensar: repensar peixe: peixinho vidro: envidraçar do gênero solicitado, conferindo
se reconhecem suas caracterís-
ticas. Caso necessário, auxilie-
-os a encontrar uma reporta-
Há também alguns casos de palavras que se juntam para formar outros vocábulos. Analise os
gem. É impor tante que eles
casos em destaque. identifiquem a autoria do texto,
reconheçam o contexto históri-
co da reportagem escolhida por
ponta + pé: pontapé peixe + espada: peixe-espada ponta + aguda: pontiaguda eles, estando atentos às cir-
cunstâncias e aos acontecimen-
tos relacionados ao seu tema.
Além disso, é fundamental que
a. Qual é o nome do processo de formação de palavras que consiste em uma palavra ser ori- compreendam que a função
ginada de outra? Cite outros exemplos. Resposta: A derivação é o processo pelo qual algumas palavras
derivam de outras, como infeliz, desnecessário, floreira e dentista.
desse gênero é informar, com-
preendam a utilização de foto-
b. Agora, escreva outro exemplo de palavra que é formada por meio da junção de duas ou grafias e de gráficos como ele-
mais palavras. Possíveis respostas: Dente de leite, passatempo, zigue-zague, cata-vento etc. mentos facilitadores para o en-
3. Acerca do gênero textual artigo de curiosidade científica, leia alguns exemplares na internet tendimento do conteúdo da re-
ou em jornais e revistas e responda às questões. portagem e identifiquem o pú-
blico-alvo. Leve os estudantes a
a. Qual tipo de registro é utilizado nesse gênero textual: formal ou informal? Justifique sua resposta. concluir que esse gênero infor-
b. Geralmente, os artigos de curiosidade científica empregam outras vozes além da voz do ma sobre temas relevantes para
autor, que são chamadas citações diretas. a sociedade. Note, ainda, quais
Resposta: De cientistas, foram os pontos de maior defa-
• De quem são essas vozes? pesquisadores, professores ou Resposta: As citações contribuem sagem e dificuldade para, assim,
especialistas no assunto tratado. para mostrar que foram feitas
• De que forma elas contribuem para a construção do texto? pesquisas aprofundadas sobre o planejar estratégias e dinâmicas
tema, trazendo provas da veracidade do conteúdo e fontes confiáveis que corroboram o que está sendo tratado. para trabalhar o conteúdo du-
c. Para você, como esse gênero textual contribui para a formação da comunidade leitora? rante a unidade.
d. O artigo de curiosidade é um texto objetivo ou subjetivo?
• Ao realizar a atividade 2, veri-
4. Escreva três palavras que contenham os prefixos micro- e ex-. Depois, consulte um dicionário fique se os estudantes são ca-
para verificar se você acertou a grafia delas. pazes de reconhecer o processo
4. Possíveis respostas: Micro-ondas, microcomputador, microempreendedor, micro-ônibus; ex-namorado, de derivação, citando exemplos,
ex-diretor, ex-funcionário, ex-aluno etc. 141 e escrever corretamente pala-
vras compostas, questionando-
-os oralmente e fazendo-os re-
fletir. Aproveite para fornecer
ao final da leitura, verifique os conhecimentos prévios obrigatório na formação de palavras derivadas por pre-
02/08/2022 17:28:38 exemplos e tirar as dúvidas que
deles acerca do gênero. Faça uma lista na lousa e peça a fixação. Verifique se os estudantes são capazes de des- surgirem. Utilize as informações
eles que respondam às perguntas da atividade individu- crever essas situações ao apresentar os exemplos, auxi- coletadas para avaliar o nível de
almente. Depois, corrija oralmente e examine quais são liando-os sempre que necessário. Depois, relembre as conhecimento em relação a es-
as dificuldades mais comuns a fim de saná-las, poste- regras, oferecendo novos exemplos e percebendo as di- se conteúdo e reforçar aquilo
riormente, durante o desenvolvimento do assunto. ficuldades que apareçam para, assim, planejar o traba- que for preciso no decorrer das
• Na atividade 4, são muitos os casos do uso de hífen lho em relação a esse conteúdo. aulas.
• Na atividade 3, apresente aos
estudantes um exemplar de ar-
tigo de curiosidade científica e,

141

09/08/2022 11:57:21
Objetivos

• Analisar imagem e conversar


sobre os gêneros trabalhados
na unidade.

BNCC

• Nesta seção, os estudantes


Unidade

4
desenvolvem a competência
geral 4, a competência específi-
ca de Linguagens 3 e a habilida-
de EF89LP27 ao conversar sobre
as questões propostas, sobre
seus conhecimentos acerca dos
gêneros sugeridos para a unida-
de e sobre a fotografia reprodu-
zida nas páginas de abertura,
Reportagem e
partilhando, assim, informações,
experiências e ideias.
artigo de
Orientações curiosidade
• Após a apresentação dos prin-
cipais conteúdos que serão abor-
científica
dados na unidade, dialogue com
os estudantes sobre as expecta-
tivas deles em relação ao seu Principais conteúdos
aprendizado. Pergunte a cada um desta unidade
deles quais conteúdos eles têm
mais curiosidade de aprender e o • Reportagem
que esperam encontrar nela.
Deixe que falem livremente, so-
• Processo de formação de palavras:
bretudo após terem realizado as composição
atividades da seção Iniciando o • Artigo de curiosidade científica
trajeto.
• Emprego do hífen em palavras
derivadas por prefixação

142

02/08/2022 17:28:42

142

09/08/2022 11:57:21
• Solicite aos estudantes que

Shutterstock.com
analisem a imagem e reflitam
sobre o que ela representa. Per-

bibiphoto/
mita-lhes que exponham as
ideias que tiveram com base no
que verificaram. Em seguida,
leia com eles a legenda para es-
clarecer do que se trata.
• Na sequência, apresente as
atividades realizando uma troca
de ideias a respeito delas. Re-
force a importância do respeito
aos colegas, aguardando sem-
pre a vez de falar e ouvindo-os
atentamente. Incentive-os a fa-
zer perguntas e, quando isso
ocorrer, conduza o diálogo de
modo que as questões sejam
respondidas e as dúvidas, res-
peitadas por todos.
• Peça aos estudantes que for-
mem grupos e registrem, por
escrito, o que eles sabem dos
gêneros ou como imaginam que
estes sejam. Ao final, solicite a
um representante do grupo que
leia para a turma o que foi regis-
trado, compartilhando as infor-
mações. Durante a troca de in-
formações, oriente os demais
estudantes a ouvir com atenção
os colegas, respeitando os tur-
nos de fala. Outra possibilidade
de iniciar esta unidade é fazen-
do uma pré-seleção de exem-
plos de reportagens e de artigos
de curiosidade científica, distri-
buindo-os aos grupos para que
leiam e identifiquem de qual
Fotografia da impressão de jornais em uma gráfica de jornal, em Belgrado, na Sérvia, em setembro de 2008. gênero se trata.
Confira as respostas das questões nas orientações ao professor.
1. Que tipo de informação é possível obter por meio da leitura de jornais?
2. Os jornais são veículos formadores de opinião. O que você entende por essa
afirmação?
3. Em sua opinião, qual deve ser a postura do público para formar a própria
opinião em relação ao que lê nos jornais? Troque ideias com os colegas.
4. Nesta unidade, vamos ler algumas reportagens e artigos de curiosidades
científica. Você já leu reportagens e artigos de curiosidades científicas que,
impressionaram você? Comente com os colegas.

143

:28:42 Respostas turma que, ao divulgar suas opiniões, os jornais 4. Resposta pessoal. Oriente os estudantes a
02/08/2022 17:28:42

buscam emitir indiretamente a visão deles sobre mencionar os assuntos sobre os quais leram
1. Possíveis respostas: As mais variadas possí- os fatos que divulgam. nesses gêneros e o que lhes chamou a atenção.
veis: sobre o cotidiano no Brasil e no mundo, Neste momento, é importante resgatar o que
3. Resposta pessoal. Incentive os estudantes a
política, economia, entretenimento, esportes e eles já sabem dos gêneros, para depois retomar
comentar suas ideias acerca do que foi questio-
também se pode ter acesso a artigos de opinião, e ampliar o conhecimento a respeito deles ao
nado. Se necessário, auxilie-os a concluir que,
entrevistas, entre outras informações. longo da unidade.
como os jornais divulgam seus pontos de vista,
2. Possível resposta: Os jornais têm a capacidade cabe ao público ler e assistir a mais de um jornal
de influenciar a opinião do público expressando para obter uma visão geral dos acontecimentos
seus pontos de vista por meio do que publicam. noticiados e, dessa forma, formar a sua própria
Após a exposição das respostas, comente com a opinião.

143

09/08/2022 11:57:21
Capítulo 7 ◆ Reportagem
Objetivos

• Ler uma reportagem e reco-


nhecer as características e a
função sociocomunicativa des-
se gênero. Leitura As marcas e as empresas presentes nos textos e
imagens desta coleção têm apenas finalidade didática.
BNCC
Ao ler apenas o título da reportagem a seguir, "Brasileiros são os que menos praticam exercícios
• O tema contemporâneo trans- físicos, aponta pesquisa realizada com 29 países", você consegue identificar do que ela trata? Em
versal Saúde é contemplado
sua opinião, por que nós praticamos menos atividades físicas que as pessoas de outras naciona-
nesta seção, em razão de a re-
lidades? Quais seriam as consequências disso?
portagem apresentar dados de
pesquisa sobre a prática de es- Leia o texto para descobrir e refletir sobre esse assunto.
portes e exercícios físicos pelos

Sergio Lima/Arquivo da editora


brasileiros e incentivar a reflexão
acerca da importância dessas
atividades para a saúde.
• Esta unidade proporciona aos
estudantes o desenvolvimento
da competência geral 4 ao res- Brasileiros são os que menos praticam exercícios físicos,
ponder a perguntas e expressar- aponta pesquisa realizada com 29 países
-se nas atividades que propõem
exposição oral, contribuindo pa- Estudo da Ipsos mostrou ainda que a falta de tempo é o principal
ra a busca de conclusões coleti- motivo apontado para que a atividade não seja praticada
vas relacionadas a um tema.
• Nesta seção, os estudantes 05/08/2021 - 21h35min
desenvolvem a competência ge- Se por um lado o assunto do momento é o desempenho dos atletas do Brasil nas
ral 8, uma vez que refletem so-
Olimpíadas, por outro o interesse dos demais brasileiros em esportes e exercícios pare-
bre o autocuidado e a adoção de
uma rotina menos sedentária. ce estar relacionado somente a assistir a eles pela televisão. Isso porque, entre 29

• A compreensão de aspectos países, o Brasil é o que tem a adesão mais baixa à prática de atividades físicas, segundo
uma pesquisa on-line realizada pela Ipsos.
da estrutura de textos jornalís-
ticos publicados na internet O levantamento aponta que, em média, os brasileiros se exercitam apenas três horas
permite o desenvolvimento da por semana – número que representa a metade da média global de 6,1 horas. No pódio
competência específica de Lín-
de menos adeptos da atividade física liderado pelo Brasil, aparecem também Japão e
gua Portuguesa 3 e das habili-
dades EF89LP01, EF89LP02, Itália, com uma média de 3,3 e 3,6 horas semanais, respectivamente.
EF69LP16 e EF69LP17. Em contrapartida, Holanda

Undrey/Shutterstock.com
• O trabalho específico com a (12,8 horas semanais), Alemanha
reportagem, identificando sua (11,1) e Romênia (11) estão no to-
temática e perspec tiva s de po do ranking como as nações
abordagem, propicia o desen-
que mais investem tempo na prá-
v o l v im en t o d a h a bilid a d e
EF69LP03. tica de esportes e outras ativi-

• Ao analisar a relação entre as dades físicas.


linguagens multissemióticas
Apesar do resultado da pesquisa,
(gráfico) presentes na reporta- 53% dos brasileiros ouvidos
gem, bem como as posições as- afirmaram que gostariam de
sumidas pelo jornalista, os estu- praticar mais esportes e exercícios.
dantes desenvolvem as habili-
dades EF89LP07 e EF89LP16. 144
• A habilidade EF08LP01 é con-
templada na medida em que
são propostas a identificação da diferentes e utilizar sites de checagem para verificar a Orientações 06/08/2022 11:40:23
editoria do jornal no qual a re- veracidade das informações.
• Inicie a seção discutindo com os estudantes o título da
portagem foi publicada e a rela-
ção das manchetes com as edi- • A pesquisa, a seleção e a conferência da confiabilidade reportagem. Permita-lhes que socializem suas ideias e
dos textos escolhidos para a atividade, envolvendo di- conversem sobre a informação apresentada. Pergunte a
torias de um site noticioso ou
versas práticas digitais, possibilitam aos estudantes o eles se sabiam que, no Brasil, a prática de atividades físi-
portal de notícias, reconhecen- desenvolvimento da competência geral 5, da compe- cas era tão pouco valorizada.
do a função delas.
• Os estudantes desenvolvem a
tência específica de Linguagens 6 e das competências
específicas de Língua Portuguesa 8 e 10. • Depois, peça aos estudantes que leiam silenciosa-
mente os primeiros parágrafos do texto. Em seguida,
habilidade EF08LP02 ao realizar
discuta os fatos expostos, investigando o que mais cha-
a atividade complementar que
mou a atenção deles, quais informações não conheciam
orienta os grupos a pesquisar
e que reflexões fizeram a partir delas.
notícias publicadas em veículos
144

09/08/2022 11:57:21
• Dê sequência à leitura da re-

Sergio Lima/Arquivo da editora


portagem pedindo aos estu-

Gustavo Conti/Arquivo da editora


MÉDIA DE HORAS DE EXERCÍCIO FÍSICO POR SEMANA dantes que leiam o restante da
Entre 29 países, Brasil é o que tem a adesão mais baixa à prática de atividades
matéria. Destaque também a
Países presença do gráfico e de que
Média global 6,10
forma ele colabora para a cons-
Holanda 12,80 trução de sentido do texto. Re-
Alemanha 11,10 lacione os dados presentes nele
Romênia 11 com o conteúdo geral, eviden-
Rússia 9,20 ciando aqueles que ampliam as
Hungria 8,80 informações do texto. Poste-
Índia 7,90 riormente, ao resolver as ativi-
Bélgica 6,90 dades propostas na seção, o
Canadá 6,60 gráfico será retomado.
China
África do Sul
6,40
6,40
• Caso os estudantes tenham
se identificado com a parcela da
Estados Unidos 6,30
população brasileira que gosta-
Grã-Bretanha 6,30
ria de praticar mais atividades
Austrália 6,20
Turquia 5,80
físicas, incentive-os a mencio-
Suécia 5,30
nar o que pretendem fazer, de
Malásia 5,30
imediato, para mudar a situação
Espanha 5,20 em que se encontram.
Colômbia 5,20 • Para explorar o contexto de
Peru 5,20 produção da reportagem, leve
Arábia Saudita 4,70 os estudantes a refletir sobre a
Coreia do Sul 4,50 data de publicação da reporta-
México 4,40 gem e o que estava em desta-
Argentina 4,40 que nesse período (a Olimpíada
Polônia 4,10
de Tóquio 2020, que foi adiada
França 3,70
para os meses de julho e agosto
Chile 3,70
de 2021 devido à pandemia de
Itália 3,60
covid-19).
Japão 3,30
Brasil 3 Quantidade
de horas
0 3 6 9 12 15

Fonte: Ipsos | Global views on sports and exercise

De acordo com a Ipsos, a pesquisa foi feita com um total de 21503 pessoas – entre elas,
mil brasileiros –, com idades entre 16 e 74 anos. Os dados foram coletados entre 25 de ju-
nho e 9 de julho deste ano, e a margem de erro para o Brasil é de 3,5 pontos percentuais.
Além de ser uma população que dedica pouco tempo aos exercícios, o Brasil também
é o segundo país com mais pessoas que declaram não investir nenhum tempo de sua
rotina em atividades físicas. Conforme a pesquisa, essa foi a resposta de 31% dos entre-
vistados brasileiros, tendo à frente somente os japoneses (34%).
Apesar disso, 53% dos brasileiros ouvidos afirmaram que gostariam de praticar
mais esportes e exercícios. Outros 40% se declaram satisfeitos com o quanto realizam
de atividades físicas e 7% gostariam de praticar menos.

145

:40:23 02/08/2022 17:28:43

145

09/08/2022 11:57:21
• Na atividade 1 da subseção

Sergio Lima/Arquivo da editora


Conversando sobre o texto, re- Entre os motivos para não investir tempo em exercícios, o mais citado pelos entre-
tome as discussões feitas antes vistados do Brasil foi a falta de tempo (32%). Em seguida, aparecem a falta de dinheiro
e durante a leitura do texto para (21%), de instalações nas proximidades de onde se vive (13%), de conhecidos para fazer
ampliar o debate.
companhia na prática (13%) e o clima muito quente/muito frio (8%).
• Ao propor a atividade 2, in-
centive os estudantes a apontar BRASILEIROS são os que menos praticam exercícios físicos, aponta pesquisa
suas impressões, considerando Adesão: postura favorável. realizada com 29 países. GZH, 5 ago. 2021. Saúde. Disponível em:
seus conhecimentos e vivências. Ranking: lista com elementos https://gauchazh.clicrbs.com.br/saude/noticia/2021/08/brasileiros-sao-os-que
classificados hierarquicamente. -menos-praticam-exercicios-fisicos-aponta-pesquisa-realizada-com-29-paises
• Nas atividades 3 e 4, oriente- -ckrzly6m500dd013b6x1fqfah.html. Acesso em: 10 mar. 2022.
-os a citar suas experiências
pessoais com a atividade física e
a comentar os benefícios que Estudo do texto
percebem em si mesmos em de-
corrência dela. Procure conduzir Conversando sobre o texto
o debate sem que os estudantes
que não praticam esportes ou 1. Após a leitura da reportagem, as hipóteses que você levantou sobre o assunto tratado e o
exercícios físicos se sintam motivo da baixa adesão dos brasileiros à prática de atividades físicas se confirmaram? Comen-
constrangidos. Os motivos pelos te sua resposta. Resposta pessoal.
quais alguns deles não realizam
essas atividades podem ser os 2. O que você achou do resultado da pesquisa? Explique sua resposta. Resposta pessoal.

mais variados, incluindo impos- 3. Quais atividades físicas você mais gosta de praticar? Resposta pessoal.
sibilidade financeira ou física.
4. Quais são os benefícios da prática constante de atividades físicas?
• Para o desenvolvimento das Resposta: A prática de atividades físicas contribui para a melhoria da saúde, pois reduz as chances de problemas como
infarto, hipertensão e diabetes.
atividades 1 e 2 da subseção Es-
crevendo sobre o texto, instrua Escrevendo sobre o texto
os estudantes a reler o texto a
fim de localizar a resposta, auxi- 1. De acordo com a reportagem, o Brasil é o país com menos adeptos à prática de atividades
liando-os somente se necessário. físicas. Qual é o principal motivo disso, segundo os resultados da pesquisa?
• Na atividade 3, ao explorar o Resposta: Isso ocorre, principalmente, por causa da falta de tempo, segundo 32% dos entrevistados.
2. Considerando o veículo em que essa reportagem foi publicada, responda às questões a seguir.
título da reportagem, leve os
estudantes a perceber que ou- a. Onde ela foi publicada? Resposta: No site de notícias GZH.
tras informações poderiam ter b. A quem a reportagem se destina? Como é possível concluir isso?
sido destacadas, como a de que Resposta: Ao público em geral, pois o assunto do texto é pertinente a toda a população.
japoneses e italianos também 3. Releia o título da reportagem.
praticam pouca atividade física,
Brasileiros são os que menos praticam exercícios físicos,
em vez de ressaltar somente a
última posição ocupada pelos aponta pesquisa realizada com 29 países
brasileiros, já que há pouca dife-
rença entre os últimos do
Considerando a relação entre o título e o assunto desenvolvido no texto, explique a função de
ranking. No entanto, ajude-os a um título em reportagens. Resposta: O título antecipa o assunto da reportagem, instigando o leitor a ler
o texto na íntegra.
perceber que tal escolha tem 4. Logo abaixo do título, aparece em destaque a linha fina. Releia-a.
uma finalidade, que é pôr em
evidência os brasileiros, pois es- Estudo da Ipsos mostrou ainda que a falta de tempo é o principal
ta é a nacionalidade da maioria motivo apontado para que a atividade não seja praticada
dos leitores do jornal.
• É importante que eles com- a. Que recurso gráfico foi utilizado para destacar a linha fina da reportagem? Resposta: O itálico.
preendam que a seleção das in- b. Por que essa informação precisa ser destacada? Resposta: Para diferenciar a linha
formações que constarão ou fina do corpo da reportagem.
não no título depende do enfo- c. Que informação é transmitida nessa linha fina e qual é o objetivo dela?
Resposta: Na linha fina, revela-se a fonte da informação expressa no título, com o objetivo de dar credibilidade à reportagem,
que que o jornalista deseja dar a detalhar melhor o que é apresentado no título e, principalmente, chamar a atenção do leitor para o assunto a ser abordado.
146
elas. Comente que, se esta ti-
vesse sido veiculada em um site
de notícias de outro país, o títu-
lo certamente seria outro. Re-
08/08/2022 14:19:54
force que essa escolha, ao privi-
legiar uma informação, revela
uma marca de subjetividade.
• Em relação à atividade 4, in-
centive os estudantes a criar
outras redações para substituir
a linha fina da reportagem lida.
Se achar pertinente, proponha a
eles que façam isso coletiva-
mente e indique um deles para
registrar as ideias na lousa.
146

09/08/2022 11:57:22
5. Os parágrafos iniciais da reportagem, geralmente, apresentam o lide, que contém informações • Antes de propor a atividade 5,
capazes de responder às seguintes perguntas sobre o fato noticiado: caso considere necessário, con-
verse com os estudantes sobre o
lide e o tipo de informação que
O quê? Quem? Quando? Onde? Como? Por quê? costuma aparecer nele. Tal reto-
mada é importante para que
Identifique quais dessas informações estão presentes na reportagem lida. consigam realizar a atividade. Co-
6. Volte ao texto e analise as expressões com destaque azul. mente, ainda, que nem todas as
perguntas apresentadas, que
a. Como é chamando esse recurso muito utilizado em textos on-line? Resposta: Hiperlinks. servem para organizar um lide,
Resposta: Os hiperlinks são utilizados para direcionar o leitor para outro texto, imagem ou precisam ser respondidas. De-
b. Qual é a função dele? endereço na internet, permitindo-lhe ampliar a leitura.
5. Resposta: pendendo da intenção do autor,
7. Analise o gráfico que aparece na reportagem. Em seguida, responda às questões. O quê? Entre uma informação pode ser privile-
29 países, o
Brasil é o que giada em detrimento de outras.
Gustavo Conti/Arquivo da editora

MÉDIA DE HORAS DE EXERCÍCIO FÍSICO POR SEMANA


Entre 29 países, Brasil é o que tem a adesão mais baixa à prática de atividades mais baixa à
tem a adesão
• Na atividade 6, indague aos
prática de estudantes se lembram o que é
Países atividades um hiperlink (elemento próprio
físicas.
Média global 6,10
Quem? A dos textos digitais) e discuta
Holanda 12,80 população com eles a função desse ele-
Alemanha 11,10 brasileira.
Romênia 11 Onde? No mento antes de responderem à
Rússia 9,20 Brasil. Por questão por escrito.

quê? Por
Hungria 8,80
falta de Ao desenvolver a atividade 7,
Índia 7,90
tempo, leve os estudantes a reconhecer
Bélgica 6,90 dinheiro,
Canadá 6,60 entre outros a função de gráficos como o
China 6,40 motivos apresentado no texto lido, pro-
citados na
África do Sul 6,40
pesquisa.
piciando-lhes que analisem os
Estados Unidos 6,30
dados, comparem-nos com as
Grã-Bretanha 6,30
Austrália 6,20 informações da reportagem e
Turquia 5,80 concluam, por fim, a importân-
Suécia 5,30 cia desse recurso.
Malásia 5,30
Espanha 5,20
Colômbia 5,20
Peru 5,20
Arábia Saudita 4,70
Coreia do Sul 4,50
México 4,40
Argentina 4,40
Polônia 4,10
França 3,70
Chile 3,70
Itália 3,60
Japão 3,30
Brasil 3 Quantidade
de horas
0 3 6 9 12 15

Fonte: Ipsos | Global views on sports and exercise


Resposta: Complementar as informações da
a. Qual é a função desse gráfico na reportagem lida? reportagem, fornecendo aos leitores dados mais
detalhados e precisos sobre o assunto.
b. Qual é a diferença entre o corpo da reportagem e o gráfico com relação ao nível de deta-
lhamento das informações acerca da média de horas destinadas a atividades físicas de
cada país? Resposta: O corpo da reportagem cita a média de horas gastas em exercícios pelos habitantes da Holanda,
da Alemanha e da Romênia apenas, enquanto o gráfico retrata a média de todos os países que participaram
da pesquisa.
c. No gráfico, por que o Brasil está em destaque?
Resposta: Porque o veículo em que a reportagem foi publicada é um site brasileiro, portanto os dados desse país
são especialmente relevantes para seu público. 147

:19:54 02/08/2022 17:28:43

147

09/08/2022 11:57:22
• Na atividade 8, leve os estu- 8. Algumas etapas são fundamentais para a produção de uma reportagem. Leia as etapas des-
dantes a reconhecer quais das critas a seguir e escreva no caderno as que poderiam ser consideradas para a produção da
etapas descritas são esperadas
reportagem lida. Resposta: A, C e E.
de um repórter ao escrever uma
matéria jornalística, orientan- A. O repórter analisa a pesquisa, que é a fonte original dos dados, checa a confiabilidade
do-os especialmente em rela- deles e busca informações sobre a importância da prática de esportes e de outras ativi-
ção à importância da checagem
dades físicas.
dos fatos, pois, atualmente, as
fake news têm ganhado cada B. O repórter entrevista pessoas conhecidas e espera receber depoimentos de profissionais
vez mais espaço. Nesse sentido, que tenham interesse em questionar, posteriormente, a reportagem.
guie-os na etapa de apuração
jornalística, que será fundamen- C. O repórter apresenta na reportagem as informações mais importantes obtidas durante a
tal para que possam, posterior- pesquisa jornalística.
mente, produzir suas próprias
reportagens. D. A ordem da apresentação dos fatos é definida aleatoriamente e não revela uma postura
• Destaque, na atividade 9, que do repórter a respeito do assunto.
a possibilidade de compartilhar
E. O repórter define a ordem das informações da reportagem, o que permite concluir que
a reportagem instantaneamen-
te é uma das especificidades da essa hierarquização dos fatos revela certa subjetividade no texto.
mídia em que o texto foi veicu-
lado, no caso, a digital. Auxilie-
-os a perceber como esses ele- Etapas da produção de uma reportagem
mentos, além de beneficiar os Confira a seguir algumas etapas fundamentais para produzir uma reportagem.
leitores, contribuem para divul-
gar o site do GZH. • Pesquisa jornalística: pressupõe uma ampla pesquisa de dados, realizada em diversas
fontes.
• Na atividade 10, comente com
os estudantes que, mesmo com • Apuração jornalística: momento de contrastar as informações pesquisadas e levantadas e
editorias específicas, um assun- checar a veracidade dos fatos, comprometendo-se com a verdade. Essa etapa é
to de determinada área pode importante para evitar a circulação de fake news.
aparecer em outras, como é o
caso de um assunto relacionado
• Seleção e definição da hierarquia dos fatos: após apurar os fatos, deve-se selecioná-los e
definir a ordem de apresentação deles.
à saúde que pode aparecer em
uma editoria de política, devido • Entrevista e reunião de depoimentos: o repórter pode entrevistar pessoas envolvidas no
às intersecções entre as pautas. assunto a ser discutido e reunir depoimentos para serem incluídos na reportagem.
Se achar oportuno, mencione 9. a. Possíveis respostas: O leitor pode copiar o link e enviar para alguém por aplicativos de mensagem; pode compartilhar
que, em decorrência da pande- o texto em redes sociais; pode enviar por e-mail.
mia de covid-19, por exemplo, 9. Os textos publicados em mídias digitais podem ser compartilhados de diversas formas pelo
isso ficou muito evidente, pois leitor de acordo com as ferramentas disponíveis, que podem variar conforme cada veículo.
reportagens que antes apare-
ciam com muito mais frequência a. Cite duas formas possíveis de compartilhamento desse texto no ambiente digital.
em editorias de saúde passaram b. Por que os recursos de compartilhamento nas mídias digitais são úteis tanto para o leitor
a ser divulgadas nas de política. quanto para o veículo que publicou o texto? Pela facilidade de compartilhamento ao alcance do
leitor e para o texto atingir mais leitores.
10. Em um veículo de comunicação, as publicações costumam ser classificadas de acordo com o
tema. Sendo assim, elas são organizadas por seções, também chamadas editorias.
a. Por tratar do sedentarismo, em que seção essa reportagem poderia ser encontrada?
Resposta: B.
A. Ecologia. B. Saúde. C. Tecnologia.

b. Que tipos de assunto também podem fazer parte dessa seção?


10. b. Possíveis respostas: Assuntos relacionados à prevenção de doenças, a descobertas de novos tratamentos,
a ações governamentais na área da saúde etc.
148

02/08/2022 17:28:43

148

09/08/2022 11:57:22
• Caso seja possível, ao realizar
As editorias são responsáveis por classificar os assuntos de um jornal, impresso ou a atividade 11, acesse com os es-
on-line, de modo a organizá-los em seções. tudantes o site do jornal GZH e
peça-lhes que verifiquem o no-
me das editorias em destaque,
11. Confira a seguir algumas editorias que aparecem no portal em que a reportagem foi publicada. conferindo que assuntos costu-
Política Gente Ambiente mam aparecer em cada uma de-
las. É importante que eles perce-
Economia Moda Ciência e tecnologia
bam que, normalmente, há uma
Segurança Beleza Geral divisão de assuntos nos jornais,
Trânsito Decoração Comportamento impressos ou digitais, por meio
de editorias, seções, suplemen-
Mundo Mundo pet Viagem
tos ou cadernos temáticos.
Saúde Cultura e lazer Carros
• Nas atividades 1 e 2 da subse-
ção Explorando a linguagem, ca-
a. Agora, leia as manchetes a seguir, extraídas do mesmo site.
so os estudantes tenham dificul-
A. dades em respondê-las, escreva,
Incêndios florestais na América do Sul provocam recordes de
na lousa, um trecho da reporta-
emissões de carbono, diz observatório europeu gem mudando o texto da terceira
https://gauchazh.clicrbs.com.br/ambiente/noticia/2022/03/incendios-florestais-na-america-do-sul-provocam para a primeira pessoa. Peça-
-recordes-de-emissoes-de-carbono-diz-observatorio-europeu-cl0kwkseg001801iw019he5y8.html. -lhes que identifiquem a pessoa
Acesso em: 14 mar. 2022. do discurso em cada uma.

B. Amostra da Lua que estava lacrada há 50 anos começa a ser Sugestão de atividade
estudada pela Nasa
• Organize os estudantes em
Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/tecnologia/noticia/2022/03/amostra-da-lua-que-estava-lacrada-ha- grupos de até quatro integran-
50-anos-comeca-a-ser-estudada-pela-nasa-cl0mqwq8c006k016569ovhblv.html. Acesso em: 14 mar. 2022. tes. Cada grupo deverá pesqui-
sar sobre um assunto. Defina
C. Estilista gaúcha que cria vestidos de noiva sustentáveis é com eles quais conteúdos pode-
convidada para a Semana de Moda de Nova York rão ser pesquisados. Procure
identificar os de maior interes-
Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/donna/moda/noticia/2021/12/estilista-gaucha-que se, bem como os que sejam te-
-cria-vestidos-de-noiva-sustentaveis-e-convidada-para-a-semana-de-moda-de-nova-york mas da atualidade.
-ckwz11wyi002v014ctdkonhyx.html. Acesso em: 14 mar. 2022.
• Escolhido o assunto, cada um
D. Mauricio de Sousa lança coleção em braile de livros desses grupos deve pesquisá-lo
em jornais, revistas e sites a fim
da menina cega Dorinha de verificar como ele é aborda-
Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/cultura-e-lazer/noticia/2022/03/mauricio-de-sousa do, desenvolvido e divulgado
-lanca-colecao-em-braile-de-livros-da-menina-cega-dorinha-cl0qz7hox001p01iwjtfylre1.html. Acesso em: 14 mar. 2022. aos leitores. Aproveite para au-
xiliá-los na elaboração de práti-
Em qual das editorias apresentadas as notícias anunciadas por essas manchetes poderiam cas de pesquisa, instigando-os a
ser publicadas, respectivamente? Possíveis respostas: A: Ambiente ou Mundo; B: Ciência e tecnologia ou Geral; realizar um breve estudo sobre
C: Moda ou Ambiente; D: Cultura e lazer.
b. O que o leitor encontra ao acessar a editoria Mundo Pet? a recepção dos veículos de co-
Resposta: Notícias, reportagens, entrevistas e artigos sobre animais de estimação (como cuidar deles, dicas de municação cujos textos foram
veterinários, comportamento animal etc.).
selecionados, de modo a cons-
Explorando a linguagem 2.uma Resposta: Confere imparcialidade, pois o emprego da 3ª pessoa sugere
linguagem mais objetiva, que se limita a apresentar o assunto sem tatar como eles atuam nas co-
evidenciar opiniões ou posicionamentos. munidades de leitores que os
1. Em qual pessoa do discurso a reportagem lida foi escrita? Resposta: Na 3ª pessoa do discurso. consomem e também perceber
2. O que o emprego dessa pessoa do discurso geralmente confere ao texto: parcialidade ou a confiabilidade que as pessoas
imparcialidade com relação à abordagem dos fatos? Por quê? dispensam a eles.

149
• Oriente-os a selecionar três
textos sobre o mesmo assunto.
Na sequência, devem comparar
o posicionamento adotado pelo
repórter, analisando, por exem-
informações coletadas em cartazes, evidenciando o as- incentive todos da turma a prestigiá-los, 08/08/2022
promovendo,
:28:43 14:23:24
plo, o título, o subtítulo, a orga-
sunto escolhido, o que motivou essa escolha, quais tex- assim, a estratégia Gallery walk.
nização das informações e o
tos foram selecionados, em que veículos de comunica-
ção foram pesquisados, a diferença de postura e o posi-
• Após a apresentação, converse com eles sobre o que destaque dado em cada maté-
acharam da atividade e que reflexões fizeram a partir ria. Em seguida, conduza-os a
cionamento ressaltado em cada texto e a veracidade ou dela, levando-os a concluir que é preciso ter cautela com pesquisar a veracidade dos fa-
não das informações apresentadas. Por fim, solicite-lhes as informações que chegam até nós. tos apresentados. Para tanto,
que exponham os cartazes nas paredes da sala de aula e
solicite que consultem sites de
checagem de fatos.
• Na sequência, instrua-os a
organizar a apresentação das

149

09/08/2022 11:57:22
• Ao trabalhar a atividade 3, 3. Em uma reportagem, além de informar o leitor sobre um assunto, o repórter faz uma análise
chame a atenção dos estudan- dos fatos, por isso o texto pode apresentar traços de subjetividade. Releia o trecho a seguir e
tes para o efeito que a escolha
responda às questões. 3. b. Resposta: A pesquisa apresenta os dados sem indicar se são altos ou baixos. Ao inserir
de determinadas palavras e o essa palavra, o repórter revela que considera essa marca baixa.
estabelecimento de certas com- O levantamento aponta que, em média, os brasileiros se exercitam apenas três ho-
parações causam no texto, mes- ras por semana – número que representa a metade da média global de 6,1 horas. No
mo não havendo um posiciona-
pódio de menos adeptos da atividade física liderado pelo Brasil, aparecem também
mento explícito do autor. Co-
mente com a turma que a classi- Japão e Itália, com uma média de 3,3 e 3,6 horas semanais, respectivamente.
ficação dos países segundo o
resultado da pesquisa da Ipsos a. Que palavra acompanha o número de horas que os brasileiros gastam se exercitando? Que
não caracteriza uma competi- sentido essa palavra agrega a essa informação? Resposta: A palavra apenas. Ela demonstra que esse
número de horas é baixo.
ção, portanto, não há ganhado- b. Explique como o emprego dessa palavra revela uma marca de subjetividade no texto.
res ou perdedores no ranking
c. Na referência ao “pódio de menos adeptos da atividade física”, o repórter expressa uma
produzido. A ideia de “pódio de
menos adeptos da atividade físi- informação da pesquisa? Explique sua resposta.
ca” revela o viés da leitura dos d. Que ideia a palavra pódio transmite ao leitor? Resposta: A de classificação dos ganhadores de uma
competição, com primeiro, segundo e terceiro lugares.
dados feita pelo jornalista, no
e. Qual foi a intenção do repórter ao juntar os dados da pesquisa com a ideia de um pódio?
intuito de dar um tom de preo- Resposta: Dar ênfase à classificação do Brasil em última posição na pesquisa, mostrando que o país, entre os 29
cupação à posição do Brasil em participantes, é o que menos pratica atividade física semanalmente, como se fosse um pódio invertido.
último lugar. Esse recurso ainda
é acompanhado de ironia, pois, A reportagem é um gênero do campo jornalístico geralmente veiculada em jornais e
ao pódio, só sobem os ganhado- revistas, impressos ou digitais, além de sites, blogs e programas jornalísticos de televisão
res, mas, no pódio criado pelo e de rádio. Ela tem como objetivo expor e analisar informações sobre determinado as-
repórter, é esperado que ne-
sunto ou acontecimento. Costuma apresentar a seguinte estrutura: título, linha fina, lide,
nhum país queira estar. É impor-
tante que os estudantes desen-
intertítulos e corpo da reportagem. Depoimentos de especialistas no assunto e outros
volvam progressivamente o recursos podem contribuir para aprofundar o tema e conferir credibilidade às informações
senso crítico para reconhecer apresentadas.
posicionamentos implícitos em 3. c. Resposta: Não, a pesquisa traz dados de quantas horas os habitantes de cada país participante gastam
textos que, em um primeiro semanalmente, em média, com exercícios, mas não estabelece um pódio com a classificação de ganhadores.
olhar, parecem ser imparciais.
Discutindo ideias, construindo valores
• Finalize a subseção lendo com
a turma o boxe que sistematiza e
1. A prática de atividades físicas é importante tanto para a saúde como para o bem-estar dos
revisa as características do gê-
nero reportagem. indivíduos. Muitas vezes, exercitar-se é um ato associado imediatamente a academias ou
centros esportivos, porém pequenos hábitos do dia a dia contribuem para que as pessoas não
• Na atividade 1 da subseção
deixem de se movimentar.
Discutindo ideias, construindo
valores, procure conhecer a re- a. Como você costuma fazer seus deslocamentos: a pé, de carro, de bicicleta ou outro meio de
alidade dos estudantes, incenti- transporte? Resposta pessoal.
vando os que não adquiriram o
b. Quando está em um prédio, você usa as escadas em vez do elevador? Por quê? Resposta pessoal.
hábito de praticar atividades fí-
sicas a pensar na ideia de come- c. De acordo com a pesquisa realizada, a Holanda é a nação onde as pessoas mais dedicam
çar a fazê-lo. Se possível, apre- tempo à prática de atividades físicas. Um diferencial desse país é o investimento em alter-
sente dados de como um pouco nativas que possibilitam tornar a atividade física um hábito diário, por exemplo, o uso da
de movimento na rotina do dia a bicicleta como meio de transporte. Com base nisso, converse com os colegas sobre a im-
dia já altera a estimativa de lon- portância do investimento em ciclovias e outros espaços públicos, como parques e praças,
gevidade e previne o apareci-
e sobre quais políticas podem ampliar a inclusão da prática de atividades físicas na rotina
mento de inúmeras doenças.
da população em geral. Resposta pessoal.
Com a pandemia, houve um
grande aumento de casos de
diabetes e obesidade; por isso, é 150
essencial salientar a importân-
cia da atividade física para o ser
humano. No item c, aproveite
para incentivar os estudantes a ofertados pelo poder público da cidade, de modo a con- 02/08/2022 17:26:05
desenvolver a argumentação ferir se o acesso é facilitado ou se só existem locais de
oral. Promova um momento de uso privado.
debate, instigando-os a comen-
tar suas experiências, ou as de
alguém que conheçam, enquan-
to ciclistas ou usuários de espa-
ços públicos destinados à práti-
ca desportiva. Também é possí-
vel complementar o trabalho
solicitando que verifiquem a
existência de locais como esses
150

09/08/2022 11:57:22
Objetivos
Atitude cidadã Saúde
• Refletir sobre a importância
da prática de atividades físicas.

Os benefícios da prática de atividades físicas BNCC

Na reportagem da seção Leitura, você leu sobre uma pesquisa a respeito da prática de ativida- • O t em a co n t emp o r â n e o
transversal Saúde é trabalhado
des físicas. Embora o Brasil ainda precise melhorar muito a adesão a essas práticas, a opinião de
nesta seção em razão de serem
médicos e profissionais da saúde é unânime a respeito dos benefícios que o hábito de se exercitar discutidos com os estudantes
diariamente proporciona à vida das pessoas. os benefícios das atividades físi-
Você sabia que tal prática não é exclusiva para pessoas adultas? Praticar atividades físicas po- cas no dia a dia.
de ser uma atividade desenvolvida desde a infância para que se crie esse hábito e que ele se • O tema e as atividades pro-
mantenha na vida adulta. postos nesta seção viabilizam a
realização de um debate, levan-
Confira a seguir os principais benefícios dessa prática em nosso dia a dia e verifique o que vo- do os estudantes a expor argu-
cê já sabia e o que é novidade. mentos e, assim, desenvolver a
competência geral 7 e a compe-
tência específica de Linguagens
4 e as habilidades EF89LP12 e
Ao melhorar o funcionamen- EF89LP15.
to do coração, a prática de ati- • Ao ler o texto, analisar as in-
vidades físicas reduz as chances formações apresentadas e dis-
de problemas cardíacos (infar- cutir a importância das ativida-
M. Business Images/Shutterstock.com

des físicas para a saúde física e


to, arritmia, insuficiência etc.).

Sergio Lima/Arquivo da editora


emocional do indivíduo, os es-
Além disso, contribui para o
tudantes desenvolvem a com-
controle da obesidade e do dia- petência geral 8.
betes e para a redução do co-
lesterol e da hipertensão. • Durante a discussão das in-
formações expostas, por esta-
rem envolvidos em práticas de
intercâmbio oral com um tema
de relevância social, os estu-
dantes desenvolvem as habili-
dades EF69LP11, EF69LP13,
EF69LP14, EF69LP21, EF69LP25.

Orientações

Os exercícios físicos melho- • Leia o texto exibido nesta pá-


gina com a turma a fim de que
ram a qualidade do sono, a pos-
Sergio Lima/Arquivo da editora

os estudantes possam conhecer


tura, o desempenho fisiológico os benefícios da prática de ativi-
e a autoestima, contribuindo dades físicas. Oriente-os a ana-
Demkat/Shutterstock.com

para combater o estresse. lisar as imagens que o acompa-


nham e indicar quais são as ati-
vidades físicas retratadas.

151

:26:05 02/08/2022 17:26:07

151

09/08/2022 11:57:23
• Para executar a atividade 1,
promova uma roda de conversa
com os estudantes para que
possam debater o assunto, com
base nas questões propostas
nesta página. Oriente-os a ex-
por seus posicionamentos e a
ouvir os dos colegas com aten-
ção e respeito. Aproveite a dis-
cussão para comentar com a Atividades físicas leves, que
não provocam impactos na

DenisProduction/Shutterstock.com
turma que a prática de atividade

Sergio Lima/Arquivo da editora


física deve iniciar desde os pri- parte inferior das costas, po-
meiros anos de vida, tornando- dem ser fundamentais para ali-
-se um hábito. viar dores na região lombar.
• Para a realização da atividade
2, viabilize a pesquisa sobre ini-
ciativas de incentivo ao esporte
na região em que vivem, princi-
palmente as ofertas gratuitas.
Explique aos estudantes que é
importante buscar acompanha-
mento de profissionais para au-
xiliar na prática de exercícios, a
fim de que os benefícios para a A prática regular de ativida-
saúde sejam garantidos. des físicas auxilia no fortaleci-
areeya_ann/Shutterstock.com

Sergio Lima/Arquivo da editora


mento dos pulmões e, conse-
Respostas quentemente, em uma respira-
ção melhor.
1. a. Resposta: É possível concluir
que as atividades físicas são im-
portantes para a saúde e o bem-
-estar das pessoas em geral e,
por isso, devem ser praticadas
regularmente. Confira as respostas das questões nas orientações ao professor.
1. b. Resposta pessoal. Modere as 1. É comum as pessoas pensarem que a prática de esportes e atividades físicas é importante
colocações de modo que os es- apenas por questões estéticas. Com base nas informações que você acabou de conhecer, de-
tudantes ponham em prática bata o tema com os colegas, orientando-se pelas questões apresentadas a seguir.
seu poder de argumentação, en-
fatizando sempre o respeito às a. Cite o que é possível concluir sobre a importância da prática de esportes e de atividades
opiniões adversas ou que de al- físicas.
guma forma não sejam iguais. b. Ouça as citações dos colegas e, respeitosamente, diga se você concorda ou não com elas e
2. a. Resposta pessoal. Geral- por quê.
mente, as prefeituras municipais
e/ou seus órgãos oferecem es- 2. Pense nos programas ou nas iniciativas de incentivo ao esporte na região onde você mora,
portes e atividades físicas gra- como a oferta gratuita de aulas de algum esporte. Em seguida, discuta e realize as atividades
tuitas. Isso se deve em razão da sugeridas.
previsão legal de que cabe ao a. Com o professor e os colegas, listem as iniciativas que conhecem e, se necessário, pesquisem
poder público fomentar o lazer e
outras.
as práticas esportivas. Para essa
pesquisa, indique aos estudan- b. Compartilhem as descobertas com outras turmas da escola, pois muitos de vocês poderão
tes a verificação em sites oficiais usufruir dessas oportunidades.
do município, por exemplo. As-
sim, eles devem se inteirar sobre 152
as iniciativas, compartilhá-las
com a turma e se sentirem moti-
vados a usufruir essas iniciativas.
Integrando saberes professores dos componentes curriculares de Ciências 02/08/2022
e 17:26:08
2. b. Permita aos estudantes que
Educação Física, de forma mais detalhada, os benefícios
socializem os conhecimentos
que têm sobre o assunto e in-
• Esta seção possibilita estabelecer uma integração en- para o corpo humano ao fazer esses tipos de exercícios
tre os componentes curriculares de Língua Portuguesa, com frequência. Se possível, promovam uma aula práti-
centivem mais estudantes a Ciências e Educação Física, pois explora aspectos relati- ca em que os estudantes possam analisar os impactos
aderir a tal prática. vos à prática de atividades físicas e como elas contri- da atividade física em seu corpo.
buem para a saúde física e mental do ser humano. Apro-
veite o momento para abordar, em conjunto com os

152

09/08/2022 11:57:23
Objetivos
Interação entre os textos •Ler e compreender um resu-
mo de podcast.
Na reportagem apresentada na seção Leitura, uma pesquisa apontou a baixa adesão dos bra-
sileiros à prática de exercícios físicos. Agora, você vai conhecer, por meio de um resumo de um
• Comparar o assunto do resu-
mo de podcast e o da reporta-
podcast, a opinião de um especialista no assunto ligado à área da Educação Física. Quais conside- gem lida anteriormente.
rações você imagina que ele fará?
BNCC
Leia o texto para conferir se suas hipóteses estão corretas.
• O tema contemporâneo trans-
versal Saúde e a competência

Sergio Lima/Arquivo da editora


geral 8 são contemplados nesta
seção uma vez que os estudan-
tes reconhecem a importância
da prática de atividades físicas e
Prática de exercícios físicos no Brasil ainda está longe do ideal do autocuidado ao adotar uma
rotina menos sedentária.
Cerca de 30% dos brasileiros praticam apenas o mínimo recomendado
de 150 minutos semanais de atividades físicas • Com a valorização de conhe-
cimentos historicamente cons-
truídos e com a compreensão de
Rádio USP / Radioagência USP / Saúde sem complicações / https://jornal.usp.br/?p=100391
elementos das tecnologias digi-
11/07/2017 - Publicado há 5 anos | Atualizado: 16/02/2018 às 14:55
tais de informação e comunica-
Por Rose Talamone ção, os estudantes aprimoram

https://www.jornal.usp.br/

usp/pratica-de-exercicios-
radio-usp/radioagencia-

fisicos-no-brasil-ainda-
as competências gerais 1 e 5 e a

esta-longe-do-ideal/
competência específica de Lin-
guagens 6.
Clique aqui para fazer o download • Ao reconhecer a semelhança
entre o resumo de podcast e a re-
portagem, considerando a temá-
O exercício físico oferece melhorias fisiológicas, estéticas, mentais, psicológicas e tica e os aspectos da composição
sociais. Para falar sobre isso, o Saúde sem Complicações desta semana entrevista o pro- do texto, os estudantes desen-
fessor Carlos Roberto Bueno Júnior, da Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão volvem as habilidades EF69LP03,
Preto (EEFERP) e coordenador do Núcleo de Estudos em Saúde, Genética e Educação EF69LP29 e EF69LP30.
Física (Nesgef), ambos da USP. • As competências específicas
De acordo com o professor, a população conhece os benefícios, mas não pratica exer- de Língua Portuguesa 3 e 10 e as
cício físico. No Brasil, cerca de 30% das pessoas atingem o mínimo recomendado de 150 habilidades EF89LP02, EF69LP16,
minutos semanais de atividades físicas. “Penso que o grande desafio é as pessoas verem EF69LP17 e EF69LP31 são con-
templadas nesta seção com a lei-
o sentido nessa prática, que tenham prazer e mantenham o hábito saudável”, afirma.
tura e a análise de um texto do
Todo indivíduo pode se exercitar, explica, mas é preciso ser adequado para a faixa campo jornalístico-midiático, pu-
etária, por exemplo. Para ele, a escolha da melhor atividade física é aquela que traz um blicado em um jornal digital, por
significado, já que durante as práticas acontecem inúmeras alterações hormonais que meio do qual os estudantes iden-
causam o prazer. tificam recursos específicos des-
sa mídia.
Doenças como diabete, hipertensão arterial, dislipidemia (alteração dos níveis de
colesterol no sangue) e obesidade podem ser evitadas com a prática de exercícios físi- • Ao analisar o efeito de senti-
do produzido pelo uso de cita-
cos. “E também a depressão e ansiedade, além da liberação dos hormônios, os benefícios
ções diretas no texto e pela pre-
aparecem na melhora da autoestima em relação ao corpo e nas interações sociais que
sença de outras vozes nele, os
o exercício pode proporcionar”, avalia. estudantes desenvolvem as ha-
bilidades EF89LP05 e EF69LP43.
153 • A habilidade EF08LP01 é apri-
morada nesta seção na medida
em que os estudantes abordam
a editoria do jornal no qual o
:26:08 • Ao escutar o podcast e identificar características dos ele foi publicado no site da USP, na área destinada à Rá-
10/08/2022 10:35:26 texto foi publicado, identificam
gêneros orais, os estudantes desenvolvem as habilida- dio USP. Verifique se todos sabem o que são um podcast o assunto e avaliam a credibili-
des EF69LP19 e EF69LP40. e um resumo de podcast. Questione-os sobre o motivo dade da informação.
• Os estudantes aprimoram a competência geral 4 ao pelo qual esse resumo teria sido produzido, já que a en-
trevista está disponível ao leitor para acesso. • As habilidades EF08LP15,
se expressar e ao buscar por conclusões coletivas em EF89LP01, EF89LP29 e EF69LP42
relação às questões propostas. • Comente o título, comparando-o com o da reporta- são contempladas com a análise crí-
gem, e enfatize que os dois textos ressaltam um mesmo tica dos recursos digitais presentes
Orientações problema: os brasileiros praticam pouca atividade física. no ambiente de veiculação e circula-
• Inicie a seção discutindo com os estudantes o suporte Depois, oriente a leitura silenciosa do texto e, na sequên-
cia, em voz alta.
ção do texto, dos elementos coesi-
do texto, evidenciado pelo layout de internet das pági- vos e dos recursos composicionais,
nas. Chame a atenção para o cabeçalho, que indica que como a exemplificação.

153

10/08/2022 12:17:29
• Após a leitura do texto, discu- Entre os benefícios, o aumento da expectativa e da qualidade de vida das pessoas na

Sergio Lima/Arquivo da editora


ta as informações apresentadas Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o paciente recebe instruções de fisioterapeutas e
pelo entrevistado e incentive os terapeutas ocupacionais. Por isso, o professor destaca a importância das equipes mul-
estudantes a dizer o que mais tidisciplinares e a interação entre as áreas da saúde.
chamou a atenção deles, o que
já sabiam e o que não conhe- O professor fala sobre as dietas que fazem sucesso na internet e alerta para aquelas
ciam a respeito do que foi ex- que não funcionam a longo prazo. “Diminuir a quantidade de alimento não significa
posto no resumo. emagrecer, já que esse emagrecimento pode estar ligado à perda da massa muscular e
não de gordura.”
• Caso seja possível, utilize a 5. b. Possível resposta: Esse recurso contribui, por exemplo, para que o público possa
ouvir o podcast sem ter de sair da página que acessou ou se dar ao trabalho de procurar o
sala de informática para pro- Por: Giovanna Grepi
arquivo em outro ambiente da web para ouvi-lo.
porcionar à turma a escuta do
podcast. Promova a percepção GREPI, Giovanna. Prática de exercícios físicos no Brasil ainda está longe do ideal. Jornal da USP, 11 jul. 2017. Disponível em:
https://jornal.usp.br/radio-usp/radioagencia-usp/pratica-de-exercicios-fisicos-no-brasil-ainda-esta-longe-do-ideal/.
das características próprias dos
4. Resposta: As informações se relacionam, pois ambos os Acesso em: 19 mar. 2022.
gêneros orais, como a articula- textos tratam da prática de atividades físicas, cada um sob uma
ção das palavras, o tom de voz, USP: Universidade de São Paulo. perspectiva: a reportagem apresenta dados de uma pesquisa sobre a
adesão à prática; o resumo aborda os benefícios dela para a saúde.
as pausas, o ritmo e as hesita- 1. Após a leitura do resumo, as hipóteses que você levantou sobre as considerações do especia-
ções da apresentadora e do en- lista no assunto se confirmaram? Comente sua resposta. Resposta pessoal.
trevistado.
2. Você acredita que as declarações desse especialista são capazes de convencer as pessoas
• Ao propor as atividades 1 e 2, sedentárias a se movimentarem? Por quê? Resposta pessoal.
incentive os estudantes a parti-
cipar de uma conversa acerca 3. O texto que você leu é um resumo de um podcast.
das hipóteses formuladas antes
da leitura do texto. Oriente-os
a. Qual foi o assunto abordado no podcast? Resposta: As melhorias que o
exercício físico oferece às pessoas.
também, caso já tenham ouvi- b. Analise as informações a seguir e copie a que descreve a função desse resumo. Resposta: A.
do a gravação, a comentar em
A. Sintetizar as principais informações do podcast, a fim de indicar ao leitor o acesso a
que medida as informações do
essa mídia e revelar o assunto de que ela trata.
podcast coincidem com as apre-
sentadas no resumo. B. Resumir o podcast com o objetivo de evitar que o leitor ouça-o para obter as informa-
• Na atividade 3, aproveite para ções que deseja.
relembrar que podcast é um C. Complementar o podcast com a publicação de opiniões de ouvintes acerca dos temas
conteúdo gravado em áudio,
discutidos nele.
disponibilizado em sites e apli-
cativos de compartilhamento D. Transcrever para o leitor o conteúdo do podcast para que ele também seja acessível a
de áudios. Assim, pode ser ouvi- pessoas surdas.
do a qualquer momento pelo
E. Explicitar uma opinião e algumas considerações pessoais sobre o podcast a fim de cri-
público e abrange temas diver-
sos, como cultura, política, eco-
ticá-lo ou recomendá-lo ao leitor.
nomia, saúde, humor etc. 4. Explique de que modo as informações apresentadas no resumo do podcast estão relacionadas
• Para a realização da atividade à reportagem da seção Leitura.
4, proponha uma discussão com 5. O texto que você leu apresenta algumas especificidades da mídia digital. Confira-as.
a turma, pedindo aos estudan-
tes que apontem semelhanças

https://www.jornal.usp.br/

usp/pratica-de-exercicios-
radio-usp/radioagencia-

fisicos-no-brasil-ainda-
entre a reportagem lida e o re-

esta-longe-do-ideal/
sumo do podcast, e vá anotando,
Clique aqui para fazer o download 5. a. Resposta: Estando conectado à internet, ao
na lousa, os apontamentos de-
clicar no ícone (play), o leitor tem acesso ao
les. Dessa forma, será mais fácil podcast tratado no texto. Os números indicam o
a. Explique a funcionalidade dessa barra no site.
para cada um redigir sua res- tempo/a duração do arquivo e o ícone no canto
direito permite controlar o volume do som.
posta. Essa atividade, ao propor b. Qual é a utilidade desse recurso para o leitor?
a comparação da reportagem c. Abaixo da barra do podcast, há o seguinte enunciado: “Clique aqui para fazer o download”.
com outro gênero da esfera jor-
Explique a função desse item, que é muito comum em mídias digitais.
nalística, complementa o estu- Resposta: Ao clicar sobre a expressão “Clique aqui”, aciona-se o comando para baixar o arquivo no dispositivo eletrônico
do feito anteriormente. A estru- 154 do usuário/leitor e, com isso, ele poderá ouvir o podcast quando desejar, sem precisar estar conectado à internet.
tura do resumo de podcast é
bem semelhante à de uma re-
por tagem, pois ele também
contém (ou pode conter) título, 10/08/2022 10:35:47
linha fina e lide.
• Destaque, na atividade 5, que
a disponibilidade do áudio do
podcast junto ao texto é uma
das especificidades da mídia em
que este foi veiculado: a digital.
Auxilie-os a perceber a impor-
tância desse elemento para fa-
cilitar ao público o acesso à en-
trevista.

154

10/08/2022 12:17:29
6. Em um texto, podem aparecer diversas "vozes", ou seja, declarações ou citações que podem • Aproveite a atividade 6 para
ser atribuídas a pessoas, instituições ou órgãos oficiais. ressaltar a importância da iden-
tificação das vozes presentes
a. A reportagem lida anteriormente apresentava dados de uma pesquisa. As informações desse em qualquer texto. Quando o
resumo também estão amparadas por um estudo científico? Justifique sua resposta. autor cita uma opinião ou um
Resposta: Não, o resumo do podcast não está baseado em informações de pesquisa, mas nas declarações de um especialista.
b. Quais são as “vozes” que aparecem no resumo? Resposta: A do entrevistado, o professor Carlos Roberto depoimento, ele dá o direito de
Bueno Júnior, e a da jornalista que escreveu o resumo, Giovanna Grepi. fala a outra pessoa, podendo,
c. No resumo, qual é o sinal de pontuação que indica a mudança da voz da autora para a do com isso, expor um ponto de
entrevistado? Resposta: As aspas. vista que corrobora o seu, que o
d. Por qual motivo ela inseriu essa "voz" no texto? contraria ou que exemplifica
Resposta: Para fornecer ao leitor informações de um especialista que ela considera sério e, consequentemente, conferir um argumento, por exemplo.
7. Releia estes trechos e confira as palavras destacadas. maior credibilidade ao que é exposto no texto. Comente com a turma que, ge-
ralmente, em textos jornalísti-
A. O exercício físico oferece melhorias fisiológicas, estéticas, mentais, psicológicas e cos, as citações são escolhidas
sociais. Para falar sobre isso, o Saúde sem Complicações desta semana entrevista para confirmar e/ou legitimar
o professor Carlos Roberto Bueno Júnior [...]. as ideias do autor.
• Na atividade 7, são trabalha-
dos elementos coesivos, que
B. De acordo com o professor, a população conhece os benefícios, mas não pratica
propiciam a retomada de um
exercício físico. referente ou a sustentação de
uma ideia, como no caso da
C. Todo indivíduo pode se exercitar, explica, mas é preciso ser adequado para a faixa exemplificação. Explore com os
etária, por exemplo. Para ele, a escolha da melhor atividade física é aquela que estudantes outras possibilida-
des de substituição lexical, co-
traz um significado, já que durante as práticas acontecem inúmeras alterações
mo “o docente”, “de acordo com
hormonais que causam o prazer. o entrevistado” etc. Nela, tam-
bém se explora um elemento da
a. Considerando os termos destacados, explique por que foram empregadas expressões ou composição textual, a exempli-
palavras diferentes para fazer referência ao entrevistado. ficação. Verifique se os estu-
Resposta: Para não repetir o nome do professor todas as vezes em que foi necessário mencioná-lo. dantes são capazes de localizar
b. Com o intuito de tornar a mensagem mais clara, o autor de um texto, muitas vezes, pode esse item e instrua-os a usá-lo
usar exemplificações. Identifique esse recurso em um dos trechos. em suas produções.
Resposta: “[...] mas é preciso ser adequado para a faixa etária, por exemplo.”, no trecho C.
8. Analise a seguir uma parte do cabeçalho do texto. • A atividade 8 trata da estru-
tura do site em que o texto foi
Rádio USP / Radioagência USP / Saúde sem complicações / https://jornal.usp.br/?p=100391 publicado. Se possível, acesse-o
11/07/2017 - Publicado há 5 anos | Atualizado: 16/02/2018 às 14:55 com os estudantes e peça-lhes
que definam a função de cada
Por Rose Talamone
editoria, mostrando que há uma
hierarquia das páginas, indo da
a. O podcast a que o texto se refere é parte da programação de uma rádio universitária, a mais geral (a home do Jornal
Rádio USP. Como se chama o programa ao qual ele está vinculado? USP) até as mais específicas.
Resposta: Saúde sem complicações.
b. Quais outros assuntos você imagina que são abordados nesse programa? • Por fim, aproveite o boxe in-
Possíveis respostas: Assuntos relacionados à prática de atividades físicas, à prevenção de doenças, a novos tratamentos formativo que encerra a seção
médicos, a dados de pesquisas científicas etc.
para conversar com a turma so-
bre o gênero resumo, o qual é
O resumo é um gênero de grande circulação, principalmente no meio escolar e aca-
bastante recorrente e útil na vi-
dêmico. Trata-se de uma apresentação breve de um texto, uma aula, um filme, uma da escolar. Analise-o conforme
peça teatral, um programa de rádio ou de TV etc. A finalidade do resumo é compilar as características apresentadas
as informações mais importantes de forma sucinta e objetiva para divulgação, consul- para que eles confirmem as in-
ta ou estudo. formações.

155

:42:30 Sugestão de atividade 02/08/2022 17:26:08

• Para ampliar o conhecimento dos estudantes, solicite-


-lhes que escutem novamente o podcast e produzam o
próprio resumo dele a fim de que percebam que cada au-
tor seleciona os trechos que lhe parecem mais relevantes,
sendo muito improvável que um texto fique semelhante
a outro, ainda que o podcast ouvido tenha sido o mesmo.
Disponibilize essas produções no blog ou site da escola, se
houver, ou crie um blog da sala para divulgá-las.

155

09/08/2022 11:57:23
Objetivos

• Conhecer dois processos de A língua em estudo


formação de palavras: composi-
ção por justaposição e composi-
ção por aglutinação. Processo de formação de palavras: composição
• Aprender as regras básicas de 1. Analise a capa de livro a seguir.
uso do hífen.

Editora Jangada
Formar palavras compostas
refletindo sobre o uso do hífen.

BNCC

• Nesta seção, os estudantes de-


senvolvem a habilidade EF08LP05
ao conhecer dois processos de for- 1. a. Resposta: De uma história de suspense ou
mação de palavras (composição terror. É possível concluir isso pelas ilustrações da
capa, que sugerem um clima assombroso, e pela
por justaposição e composição expressão estranho mistério.
por aglutinação) e as regras bási- Capa do livro O estranho
cas de uso do hífen em palavras mistério das quartas-feiras,
compostas. de Julie Bourbeau,
• Ao analisar aspectos relevan- publicado pela editora
Jangada, em 2015.
tes do gênero notícia, aprimo-
r a m t a mbém a ha bilidade
a. Sobre o que esse livro trata? Que elementos da capa comprovam sua resposta?
EF69LP03.
b. Em qual dia da semana ocorrem os acontecimentos dessa história? Resposta: Às quartas-feiras.
Orientações
c. A palavra que nomeia esse dia da semana é formada por duas palavras: um numeral e um
• Antes de propor as atividades substantivo. Quais são elas? Resposta: O numeral quartas e o substantivo feiras.
1 a 5, relembre com os estudan-
tes o que é radical e o que são d. Que recurso gráfico foi usado para unir essas duas palavras e originar outra?
Resposta: O hífen.
af ixos ( pref ixos e suf ixos). 2. Qual das seguintes palavras também é formada por duas? Justifique sua resposta.
Apresente a seguinte palavra na Resposta: Passatempo. Ela é composta pelas palavras passa e tempo.
lousa e aponte suas respectivas
partes. abastecimento passatempo hospital
desalmado – des-: prefixo /
alm-: radical / -ado: sufixo 3. Qual é a diferença gráfica entre a palavra que você escolheu na questão anterior e a palavra
quarta-feira? Resposta: Ambas são formadas por duas palavras, porém passatempo não é unida por hífen.
• Comente com a turma que o
radical é a parte da palavra que 4. Agora, confira como as duas palavras a seguir foram formadas.
contém o seu significado básico. passatempo nordeste
Acrescente, ainda, que muitas
palavras são formadas apenas passa+tempo norte+leste
Resposta: A palavra passatempo foi
pelo radical, como: mar, flor, rio Que diferença é possível notar entre a formação dessas palavras? formada por duas palavras sem sofrer
e paz. nenhuma modificação. A palavra nordeste perdeu uma letra e teve a letra t substituída pela letra d.
5. Leia as palavras a seguir e analise a formação de cada uma delas.
• Na atividade 1, pergunte aos
estudantes se eles sabem o sig-
ponto e vírgula pé de moleque café com leite
nificado da palavra feira, que
aparece no nome dos dias da se- a. Quais elementos foram usados para ligar essas palavras, respectivamente?
mana. Mencione a eles que o ter- Resposta: Os termos e, de e com.
mo tem origem na palavra feria, b. Agora, indique o que diferencia a formação dessas palavras, comparando-as às palavras
que, em latim, significa dia de passatempo e quarta-feira. Resposta: Essas palavras não foram unidas e justapostas como passatempo nem
unidas por hífen como quarta-feira. Elas têm uma palavra (conjunção ou
descanso. Para ampliar o conhe- preposição) que as liga.
cimento da turma sobre a origem 156
dos nomes dos dias da semana,
acesse o site a seguir e leia a re-
portagem com os estudantes. reconhecer as partes dessas palavras que apresentam centado em sua composição, qual manteve os radicais 02/08/2022 17:26:08
MOTOMURA, Marina. Por que os sentido, ou seja, em qual delas há duas partes com sen- intactos no processo de junção e qual termo perdeu le-
dias da semana têm “feira” no no- tidos próprios. tras nesse processo.
me? Superinteressante, 27 mar.
2019. Disponível em: • Ao propor as atividades 3 e 4, ajude os estudantes a • Aproveite a realização da atividade 5 para introduzir
estruturar suas respostas, pois é possível que compre- os nomes dados a cada um dos tipos de formação de
https://super.abril.com.br/mundo
endam a diferença, mas não saibam explicá-la. Para tan- palavras pelo processo da composição: por justaposição
-estranho/por-que-os-dias-da to, pergunte-lhes qual palavra teve um elemento acres- e por aglutinação.
-semana-tem-feira-no-nome/.
Acesso em: 23 jun. 2022.
• Na atividade 2, na identifica-
ção da palavra que contém dois
radicais, auxilie os estudantes a
156

09/08/2022 11:57:24
• Na atividade 1 da subseção
O processo de formação de palavras em que duas ou mais palavras (ou radicais) se unem Praticando, oriente os estudan-
para formar outra recebe o nome de composição. As palavras compostas podem ser ligadas tes a ler as manchetes. No item
por hífen, como quarta-feira, ou por um elemento de composição, como pé de moleque, ou, a, comente com eles que uma
delas apresenta mais de uma
ainda, podem estar apenas unidas e justapostas, como passatempo.
palavra composta. Já no item b,
Há duas formas de composição: se considerar oportuno, explore
• por justaposição – quando as palavras são unidas e conservadas, como quarta-feira, os termos justaposição e agluti-
passatempo e pé de moleque; nação, de forma que eles asso-
ciem os significados dessas pa-
• por aglutinação – quando há perda, ganho ou substituição de alguma parte das palavras lavras aos processos de compo-
que se fundem, como ocorre na palavra nordeste. sição. Assim, a relação entre os
O Acordo Ortográfico entre os países de língua portuguesa, em vigor no Brasil desde 2016, verbos justapor, que denota co-
estabelece algumas regras para a escrita de palavras compostas: se são unidas por hífen ou locar uma coisa ao lado da outra,
e aglutinar, que, por sua vez, sig-
por elemento de composição ou se ocorre aglutinação. Nas próximas páginas, você estudará
nifica unir de modo a se combi-
algumas dessas regras.
nar, com as palavras formadas
poderá tornar a identificação
mais evidente. Para a realização
Praticando do item c, ajude-os a identificar
o nome das duas regiões e a per-
1. Leia as manchetes a seguir. ceber a alteração na pronúncia e
na escrita do vocábulo no pro-
cesso de aglutinação.
Beija-flor-dourado é espécie comum do Sul e Sudeste do Brasil
• Após realizar a atividade 2,
Disponível em: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/terra-da-gente/fauna/noticia/2018/09/11/beija-flor-dourado analise as modificações que as
-e-especie-comum-do-sul-e-sudeste-do-brasil.ghtml. Acesso em: 5 abr. 2022. palavras sofreram na formação:
para o elemento planalto, a pa-
lavra plano perdeu a letra o; em
Arco-íris de Taiwan é reconhecido como o mais longo do mundo lobisomem, a palavra lobo per-
deu a letra o, e a palavra ho-
Disponível em: https://extra.globo.com/noticias/page-not-found/arco-iris-de-taiwan-reconhecido-como-mais-longo- mem, a h; além disso, a agluti-
do-mundo-22503481.html. Acesso em: 5 abr. 2022. nação ganhou as letras i e s; a
palavra pernilongo perdeu a le-
tra a e teve outra letra a altera-
A sede por água de coco estimula produção brasileira da para o; e pontiaguda teve a
Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2018/04/11/interna_
letra a substituída por i.
internacional,950855/a-sede-por-agua-de-coco-estimula-producao-brasileira.shtml. Acesso em: 5 abr. 2022.

Resposta: Beija-flor-dourado; Sudeste;


a. Quais das palavras presentes nesses títulos são compostas? arco-íris e água de coco.
b. Indique quais palavras são compostas por justaposição e qual é composta por aglutinação.
c. Quais são as palavras que deram origem à palavra composta por aglutinação empregada
em um desses títulos de notícia? Resposta: Sul e Leste. 1. b. Respostas: Palavras compostas por
justaposição: beija-flor-dourado; arco-íris e
água de coco. Palavra composta por
2. Leia as palavras dos quadros a seguir. aglutinação: Sudeste.

plano ∙ lobo ∙ perna ∙ ponta aguda ∙ homem ∙ alto ∙ longa

Forme palavras compostas por aglutinação, unindo as palavras do segundo quadro às do pri-
meiro. Faça as alterações necessárias. Se necessário, consulte um dicionário.
Resposta: Planalto; lobisomem; pernilongo; pontiaguda.
157

:26:08 08/08/2022 14:25:39

157

09/08/2022 11:57:24
• Explore com os estudantes a
Emprego do hífen em palavras compostas
atividade 1 do tópico Emprego
do hífen em palavras compos- 1. Analise estas capas de livro.
tas, trabalhando o emprego do
hífen. É comum que surjam mui-

Editora FTD

Editora Autêntica
tas dúvidas, pois há diversas re-
gras e também exceções. Por
isso, além de conhecer tais pres-
crições para se familiarizar com
as mais simples e com os usos
mais comuns do dia a dia, é im-
portante ter sempre à mão um
dicionário ou uma ferramenta
de busca confiável, como o Vo-
cabulário Ortográfico da Língua
Portuguesa, da Academia Brasi-
leira de Letras, que também po-
de ser acessado/consultado na
internet. Incentive os estudan-
tes a promover essa prática e ter
cuidado com a ortografia das
palavras compostas.

Capa do livro O cata-vento e o ventilador, de Capa do livro A mula sem cabeça, de Sonia
Luís Camargo, publicado pela editora FTD, Junqueira, publicado pela editora Autêntica,
em 2016. em 2011.

a. Que relação existe entre cada título e a respectiva imagem apresentada nas capas?
b. Cada um dos títulos dessas capas é formado por uma palavra composta. Identifique-as.
Resposta: Cata-vento e mula sem cabeça.
c. As palavras que você indicou são compostas por justaposição ou por aglutinação? Justifique
Resposta: Ambas são compostas por justaposição, pois foram formadas pela união de palavras que se
sua resposta. mantiveram conservadas, ou seja, nenhuma delas sofreu perda, ganho ou substituição de alguma de
suas partes.
d. Embora essas palavras sejam formadas pelo mesmo processo, são unidas de formas dife-
rentes. Explique como isso ocorre nessas palavras. Resposta: A palavra cata-vento é unida por hífen.
A palavra mula sem cabeça não possui hífen por conter um elemento de ligação (a preposição sem).
Como você pôde notar, algumas palavras compostas por justaposição são unidas por hífen e
outras não. Existem algumas regras para o emprego do hífen, por isso, na hora da escrita, é im-
portante sempre recorrer a uma gramática ou a um dicionário para tirar dúvidas se uma palavra
composta deve ou não ser unida pelo hífen. Confira, a seguir, algumas dessas regras.
Não se usa hífen:
• em palavras compostas por justaposição com elemento de ligação.
Exemplos: dia a dia; dente de leite; mula sem cabeça; pé de moleque; café com leite; ponto
e vírgula. Exceções: palavras já consagradas: arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito,
pé-de-meia; palavras em que uma letra do elemento de composição foi suprimida e sinaliza-
da pelo apóstrofo: caixa-d’água; estrela-d’alva.
• nas palavras compostas iniciadas com mal, desde que o segundo elemento não seja iniciado
com vogal ou h. 1. a. Resposta: No livro O cata-vento e o ventilador, a imagem
apresenta um personagem manipulando um dos elementos
Exemplos: malfeito; malcriado, malvisto etc. que dá nome à obra. No livro A mula sem cabeça, a imagem
apresenta personagens assustados, impressionados, pois se
trata de uma figura folclórica assustadora.
158

02/08/2022 17:26:09

158

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Usa-se hífen: • Ao apresentar a primeira re-
gra do uso do hífen, complemen-
• em palavras compostas sem elemento de ligação. te-a dizendo que há diversas ex-
Exemplos: samba-enredo; seguro-desemprego; matéria-prima; salário-mínimo; arco-íris; ceções e que é sempre preciso
mesa-redonda; afro-brasileiro. considerar as demais regras.
• em palavras compostas que designam espécies botânicas e zoológicas. • Ao propor a atividade 1 da
subseção Praticando, comente
Exemplos: couve-flor; bem-me-quer; onze-horas; bem-te-vi; porco-espinho; peixe-espada.
com os estudantes que a expres-
• na maioria das palavras compostas, iniciadas com bem. são “disse me disse” exibe varia-
Exemplos: bem-humorado; bem-estar; bem-vindo; bem-visto. Exceções: benfeito; benquisto etc. ções: diz que diz que; disse que
disse; disse não disse e outras.
• nas palavras compostas iniciadas com mal, desde que o segundo elemento inicie com vogal
Ao realizar o item a, peça a eles
ou h.
que desenhem, no caderno, duas
Exemplos: mal-humorado; mal-entendido; mal-estar. colunas: uma para escrever as
• nas palavras compostas formadas por elementos repetidos ou muito parecidos. palavras sem hífen, e outra para
as palavras com hífen. No item b,
Exemplo: blá-blá-blá; zum-zum; tique-taque; pingue-pongue.
verifique se eles percebem que
há um fator comum entre as pa-
Segmentação de palavras compostas com hífen lavras sem hífen, que é o ele-
mento de ligação. Assim, solici-
Quando uma palavra composta grafada com hífen precisa ser segmentada ao final de um
te-lhes que identifiquem cada
dos elementos, em virtude de não caber na linha, deve-se repetir o hífen na linha seguinte. um desses elementos. No item c,
Confira um exemplo. oriente-os a retomar as regras
lidas anteriormente a fim de re-
conhecer quais palavras são es-

Rogério Casagrande/
Naquela tarde quente de dezembro, o menino

Arquivo da editora
critas com o acréscimo do hífen.
ficou à janela esperando ansioso para ver o arco- • Ao trabalhar o item d, mostre
-íris após a forte chuva. a eles que as palavras mala sem
alça, água com açúcar, deus
nos acuda apresentam sentido
figurado.

Praticando • Complemente a atividade 2


pedindo aos estudantes que
formem outras palavras com-
1. Todas as palavras a seguir foram escritas propositalmente sem hífen. Leia-as. postas utilizando um dos ter-
mos do quadro. Por exemplo,
mala sem alça ∙ água com açúcar ∙ beira mar com prima é possível formar
olho d’água ∙ ano luz ∙ lenga lenga ∙ deus nos acuda obra-prima; com salário, for-
disse me disse ∙ guarda roupa ∙ vaga lume ma-se salário-base, salário-fa-
mília; com coco tem-se coco-
a. Reescreva as palavras do quadro no caderno, aplicando as regras de utilização do hífen em -ralado, coco-babaçu, coco-
palavras compostas. Resposta: Palavras sem hífen: mala sem alça; água com açúcar; deus nos acuda; disse me disse. -verde etc.
Palavras com hífen: beira-mar; olho-d’água; ano-luz; lenga-lenga; guarda-roupa; vaga-lume.
b. Justifique a grafia das palavras sem hífen.
Resposta: Todas as palavras sem hífen possuem uma palavra de ligação, por isso não têm hífen.
c. Justifique a grafia das palavras com hífen. Confira a resposta da questão nas orientações ao professor.
d. Faça uma pesquisa e explique o significado de cada uma dessas palavras.
Confira a resposta da questão nas orientações ao professor.
2. Forme palavras compostas utilizando as palavras do quadro a seguir.
Resposta: Salário-mínimo; sexta-feira; matéria-prima; coco-bocaiuva.

salário ∙ feira ∙ prima ∙ coco ∙ mínimo ∙ sexta ∙ matéria ∙ bocaiuva

159

:26:09 Respostas tido figurado): sem graça, muito simples; beira-mar: lito-
02/08/2022 17:26:09

ral, praia; olho-d’água: nascente de água, uma fonte na-


1. c. Resposta: As palavras beira-mar, ano-luz, guarda- tural; ano-luz: distância percorrida pela luz em um ano;
-roupa e vaga-lume não contêm elemento de ligação e lenga-lenga: conversa monótona e cansativa; deus nos
se enquadram na primeira regra estudada. A palavra acuda (sentido figurado): confusão, tumulto; disse me
olho-d’água é uma exceção ao não uso do hífen, pois disse (ou diz que diz que): fofoca, boato, mexerico; guar-
parte do elemento de composição foi suprimida e sinali- da-roupa: móvel usado para guardar roupas; vaga-lume:
zada pelo apóstrofo. A palavra lenga-lenga recebe hífen inseto que apresenta órgãos fosforescentes na parte in-
porque é formada por palavra repetida. ferior do corpo.
1. d. Resposta: Mala sem alça (sentido figurado): pessoa
atrevida, brincalhona, enfadonha; água com açúcar (sen-

159

09/08/2022 11:57:24
• Antes de realizar a atividade 3. Reescreva a notícia a seguir completando-a com as palavras que você escreveu na atividade
3, solicite aos estudantes que anterior. Depois, responda às questões. Resposta: As palavras que completam as lacunas do texto são, nesta
leiam a notícia apresentada e ordem: sexta-feira; coco-bocaiuva; matéria-prima; salário-mínimo.
discuta com eles as informações

Sergio Lima/Arquivo da editora


nela contidas. Tendo em vista
que eles já conhecem as pala-
vras que deverão ser incluídas, é
possível que a leitura seja mais
fluida, mesmo com as lacunas. Mulheres tiram renda e empoderamento
No item a, espera-se que os es- dos frutos do Cerrado
tudantes considerem o contex- Integrantes do grupo Baru, do Assentamento São Manoel, em Anastácio (MS),
to para a inserção das palavras.
mudaram suas vidas com o processamento e subprodutos de frutos. E inspiraram
Com a resolução do item b, des-
taque a atividade desempenhada um trabalho de pesquisa vitorioso
pelas mulheres, a relevância dela [...]
e que consequências tal ativida-
São Paulo – A barraca das mulheres do grupo Baru é uma das mais movimentadas
de traz para o local onde vivem.
da feira da agricultura familiar, realizada toda ■ na praça Garibaldi Medeiros, região
• Se julgar adequado, peça-lhes
central do município de Anastácio, em Mato Grosso do Sul. Ali os fregueses encontram
que pesquisem como se dá a or-
pastéis de massa caseira, coxinhas de mandioca produzida no assentamento São
ganização no assentamento cita-
do, o modo de vida das pessoas Manoel — onde vivem as cinco integrantes — e uma linha de castanhas, farinhas, pães,
dessa comunidade etc. Além dis- bolos, doces, bombons, sorvetes e outros subprodutos do baru, do ■, do jatobá e pequi.
so, oriente-os a pesquisar tam- Típicos do Cerrado, esses frutos são coletados pelo grupo no próprio assentamento
bém sobre o extrativismo vege- ou comprados de outros assentados, que fazem do extrativismo em Anastácio uma fon-
tal sustentável como forma de te de renda. Os frutos são processados e transformados em farinhas e conservas e
comunidades tradicionais, como
armazenadas em uma cozinha construída há dois anos, em uma área do assentamen-
a citada, agregar renda, respei-
to, com recursos obtidos com a venda desses alimentos e de doações. Assim haverá ■
tando o meio ambiente.
para todo o ano, mesmo na época em que não há colheita.
• Oriente os estudantes a efe-
Aos poucos, o mercado vai sendo ampliado, chegando a empreendimentos da econo-
tuar a atividade 4 em duplas
com o intuito de se ajudarem na mia solidária no município de Bonito e em Campo Grande. “A ideia é poder vender em
análise das sequências e na jus- muitos outros pontos e aumentar os ganhos, hoje em torno de um ■ para cada uma todo
tificativa da resposta. Oriente- mês”, conta dona Maria Lúcia de Morais Lima, agricultora e integrante do grupo. [...]
-os a consultar as regras siste-
matizadas no livro. OLIVEIRA, Cida de. Mulheres tiram renda e empoderamento dos frutos do Cerrado. Rede Brasil Atual, 4 out. 2018,
Cidadania/Desenvolvimento. Disponível em: https://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2018/10/mulheres-tiram
-renda-e-empoderamento-dos-frutos-do-cerrado/. Acesso em: 6 abr. 2022.
Sugestão de atividade
a. Que estratégia você usou para inserir as palavras compostas em seus respectivos lugares?
• Para ampliar o conhecimento Resposta pessoal. Resposta: Positivos.
b. Os fatos noticiados nesse texto são positivos ou negativos? Por quê? Resposta esperada: A notícia
dos estudantes e verificar se
apresenta uma forma de
eles conseguem indicar palavras 4. Analise as sequências de palavras a seguir. empreendedorismo, o que
compostas, proponha-lhes uma gera emprego e, por
atividade sobre o processo de A. peixe agulha ∙ mico leão ∙ abóbora menina ∙ erva doce consequência, renda,
mantendo a economia ativa:
formação de palavras por com- B. conta-gotas ∙ primeiro-ministro ∙ porta-retrato ∙ segunda-feira vantagem para todos.
posição. Para isso, solicite-lhes
que escrevam uma palavra cor- C. zigue-zague ∙ lero-lero ∙ reco-reco ∙ corre-corre
respondente a cada definição D. pé-de-cabra ∙ faz-de-conta ∙ arco-e-flecha ∙ cão-de-guarda
apresentada, de modo que o
termo escrito seja composto. a. Escreva no caderno as sequências em que todas as palavras estão escritas de forma correta.
Resposta: B e C.
Aproveite a atividade para veri- b. Explique por que essas sequências estão corretas e também por que as sequências que
ficar se eles escrevem as pala- Resposta: A sequência B está correta porque as palavras são compostas sem
você não copiou estão incorretas.nenhum elemento de ligação e não se enquadram em exceções. A sequência
vras compostas corretamente. C está correta, pois as palavras são formadas por radicais iguais ou muito parecidos. Na sequência A, as palavras deveriam
ser escritas com hífen, pois designam espécies zoológicas e botânicas. Na sequência D, as palavras não deveriam ser
› Pessoa irritada, aborrecida 160 escritas com hífen, pois contêm elemento de ligação e não há nenhuma exceção.
(Mal-humorada).
› Utensílio usado para retirar
rolhas de cortiça de garrafas
(Saca-rolhas). 08/08/2022 14:29:15

› Espécie de aranha escura co-


nhecida por matar e comer o
macho após a cópula (Viúva-
-negra).
› Planta cujos talos são seme-
lhantes ao formato de espadas
(Espada-de-são-jorge).
› Pessoa que chegou bem ou
que é bem acolhida (Bem-vinda).

160

09/08/2022 11:57:24
Objetivos
Outra leitura • Ler outra reportagem e iden-
tificar as características e a fun-
A reportagem que você vai ler a seguir trata da situação dos refugiados no Brasil. Em sua opi- ção sociocomunicativa desse
nião, quais são os desafios enfrentados pelos refugiados? Como podemos ajudá-los a se adaptar gênero.
à nova cultura em nosso país? Leia o texto para descobrir e refletir acerca dessas questões.
BNCC

CAPA
• O tema contemporâneo trans-
versal Educação em direitos hu-
Mudança forçada manos é contemplado nesta se-
ção em razão de a reportagem
Conheça histórias de refugiados no Brasil, os desafios pelos quais eles passam para se proporcionar a discussão sobre a
adaptar à nossa cultura e como podemos ajudar importância de os refugiados te-
MARIA CLARA CABRAL rem seus direitos resguardados.
Além disso, as competências es-
A vida de Maribel Rodriguez e sua família poderia, facilmente, servir de inspiração
pecíficas de Língua Portuguesa
para um filme. Em 2018, a venezuelana decidiu vir com o seu filho Santiago, de 7 1, 4 e 7 são desenvolvidas, pois os
anos, para o Brasil. Cadeirante, o garoto não conseguia tratamento médico adequado estudantes compreendem a lín-
em seu país e, por isso, estava com a saúde bem debilitada. gua como fenômeno cultural,
Já em Boa Vista (RR), dormiram nas ruas e tiveram que tomar banho na rodoviária histórico, variável, rejeitando
até serem resgatados pela polícia. Foram levados para um abrigo, onde o garoto rece- preconceitos linguísticos e reco-
beu tratamento. nhecendo-a como lugar de ma-
nifestação e negociação de sen-
Maribel resolveu, então, entrar na Venezuela escondida para pegar seus outros fi- tidos, valores e ideologias.
lhos, que tinham ficado com os avós, e também trazê-los para o Brasil. Ela conseguiu,
recebeu ajuda e hoje mora com todos em Birigui (SP). Lá, as crianças vão para a escola • A leitura e a compreensão da
reportagem veiculada em mídia
e têm acesso a tratamento público de saúde. impressa permitem aos estu-
Um dos filhos da venezuelana, Daniel, de 11 anos, diz estar muito feliz. “Eu sinto dantes desenvolver a compe-
falta do meu país, mas gosto mais do Brasil, pois aqui tem comida todos os dias, tenho tência específica de Língua
amigos e posso ir para a escola”, afirma ele. Portuguesa 3.
A família de Maribel é apenas um exemplo dos milhares de venezuelanas que en- • Ao propiciar a reflexão, a dis-
traram no nosso país nos últimos dois anos. O coordenador-geral do Comitê Nacional cussão e a expressão de suas
opiniões sobre os desafios en-
para Refugiados (Conare), Bernardo Laferté, explica que a maioria deles pode ser con-
frentados pelos refugiados que
siderada refugiada, pois, em seu país, vivia em grave e generalizada violação dos
residem no Brasil e as maneiras
direitos humanos. de ajudá-los a se adaptar à nova
Outros casos de pessoas que podem ser consideradas refugiadas são as que migram cultura, esta seção permite aos
por causa de sua raça, religião e opinião política. estudantes desenvolver a com-
A síria Fatima Ismail, por exemplo, conta que veio para o Brasil porque sua família, petência específica de Língua
Portuguesa 6.
de etnia curda, sofria perseguição dos turcos. “A guerra no meu país é totalmente
descabida. Eu queria viver em paz e ter saúde, o que não era mais possível”, ressalta. • A habilidade EF69LP03 é apri-
morada nesta seção com a leitu-
Antes de vir para o Brasil, Fatima e sua família passaram pela Jordânia, onde um
ra da reportagem e com a iden-
de seus filhos, Laith, nasceu. Quando a criança tinha dois anos e meio, eles se muda- tificação do tema abordado, re-
ram para São Paulo, cidade em que moram até hoje. conhecendo as características e
Laith, que diz adorar o Brasil e querer ser presidente quando crescer para ajudar os a estrutura do gênero.
mais pobres, fala português com perfeição. Inclusive, ajuda sua mãe quando ela não • Os estudantes desenvolvem a
entende a língua. habilidade EF69LP16 por se tra-
tar de uma reportagem original-
mente publicada em uma revis-
161 ta em sua versão impressa, na
qual eles deverão reconhecer os
recursos específicos dessa mí-
EF69LP31 e, ao articular os esquemas ilustrativos aos • Com base nas informações presentes no texto intro- dia, como o uso de hipertextos.

:29:15 02/08/2022 17:22:42
esquemas verbais, a habilidade EF69LP33. dutório, discuta com a turma os dados que serão apre- Ao ser proposta a inferência
dos recursos estilísticos presen-
• As habilidades EF89LP05 e EF69LP43 são trabalhadas
sentados. Na sequência, oriente-os a realizar a leitura de
forma silenciosa a fim de que apreendam com autono- tes no texto, que conferem um
nesta seção com a análise das vozes presentes no texto
mia as informações. efeito de imparcialidade, os es-
e o efeito de sentido produzido pelo uso de citação dire-
ta na reportagem lida. • Explique aos estudantes que o uso da palavra cadei- tudantes desenvolvem a habili-
dade EF69LP17.
rante, embora ainda presente em algumas publicações,
Orientações deve ser evitado, pois ele ressalta o instrumento que a
pessoa utiliza e não o que a pessoa é. Atualmente, utili-
• Ao utilizar pistas linguísticas
para compreender e sintetizar o
• Inicie a seção retomando as características do gênero zamos a expressão pessoa em cadeira de rodas porque conteúdo do texto, os estudan-
reportagem para que os estudantes as identifiquem no coloca a pessoa à frente do instrumento com o qual se tes desenvolvem a habilidade
texto que será lido. locomove.
161

09/08/2022 11:57:25
• Durante a leitura, perceba as
palavras que os estudantes têm Além do desafio de ter que aprender outro idioma, as crianças, em especial, passam
mais dificuldades de decodificar por várias dificuldades no processo de migração, como deixar familiares para trás, con-
e/ou pronunciar e se respeitam viver com diferenças culturais e integrar-se à escola. Berenice Young, psicóloga do Missão
as pausas e os sinais de pontua-
Paz, diz que quanto mais velha a criança, mais difícil a sua adaptação em outro país.
ção, por exemplo. Se necessário,
auxilie-os com essas questões. “Mesmo sabendo das dificuldades, as famílias muitas vezes aceitam entrar na em-
preitada da migração por atrativos como os da educação e da saúde”, afirma.
Segundo a psicóloga, para se adaptar mais facilmente, tanto as crianças quanto os
adultos devem se relacionar com mais pessoas, e os

Sergio Lima/
Arquivo da editora
brasileiros podem ajudar muito nesse acolhimento. *xenofobia é o
“Ficar somente entre os iguais não é bom, pois os re- preconceito contra
fugiados não vão ter integração. Abrir-se e se estrangeiros. Infelizmente,
com o grande fluxo migratório,
misturar com outras culturas é positivo para os dois
tornou-se muito comum.
lados e ajuda a combater a xenofobia*”, por exemplo.
A falta dessa integração levou a família de Joulien Motelet a deixar o Brasil. Do Haiti,
eles vieram para o país em 2016, mas suas filhas, todas crianças, e também a esposa
não se adaptaram e preferiram tentar a vida na Guiana Francesa, por conta da facili-
dade da língua. “A separação tem sido muito difícil, mas é a maneira que encontramos
para que eu tenha trabalho e consiga ajudá-las da melhor forma”, afirmou Motelet,
que elogia a maneira como o brasileiro recepciona os estrangeiros.
Motelet saiu do Haiti por conta das fortes crises econômica, política e social. “Lá
não tem futuro. O meu futuro e da minha família é viver no exterior. Para lá, não vol-
to mais”, disse, explicando que outros parentes foram para os Estados Unidos e que a
única que ainda vive na capital, Porto Príncipe, é sua mãe.
[...]

Aumenta o número de refugiados em 2020


Dados do relatório anual da ACNUR, Agência da ONU para Refugiados, mostraram
que, em 2020, o número de refugiados e deslocados bateu recorde histórico: subiu de
79,5 milhões em 2019 para quase 82,4 milhões. O levantamento mostra ainda que
cerca de 300 mil crianças já nasceram em situação de refúgio no último ano.
Os principais países de origem dos refugiados mundiais são Síria, Venezuela e
Afeganistão [...]. Nesse contexto, o Brasil é citado como referência na América do Sul,
com leis de proteção e envolvimento da sociedade civil, principalmente no acolhimento
de venezuelanos.
Diversas ONGs no país realizam trabalhos de inserção dessa população. A Missão
Paz, por exemplo, além de acolhimento em si, que inclui fornecimento de alimenta-
ção, material de higiene, aulas de português e acompanhamento psicológico, conta
com pontos de apoio para orientação jurídica e capacitação profissional.
Já a IKMR – Eu Conheço Meus Direitos é uma organização voltada para o acolhi-
mento de menores refugiados, com realização de atividades como corais,
acompanhamento escolar e psicológico.
Para além das organizações, o trabalho nas escolas que recebem estudantes refu-
giados é fundamental, dizem especialistas em educação. Professora da rede pública
na periferia de São Paulo, Viviane Rolim, que fez um curso na Unifesp sobre saúde

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162

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• Após a leitura, socialize as
mental, imigração e interculturalidade, cita como ações realizadas nas escolas Eldy ideias, instigando os estudantes
Poli Bifoni, João Mendonça e Marcilio Dias, por exemplo, o envio de comunicados em a destacar o que mais chamou a
língua espanhola, o ensino de músicas em outra língua, além do estudo de artistas atenção deles no texto.
plásticos da origem dos refugiados. • A fim de que as informações
“Ações como essas ajudam a garantir que eles não fiquem à margem das atividades sejam compreendidas correta-
mente, solicite-lhes que releiam
lúdicas e pedagógicas. Precisamos aproximá-los e nos questionarmos sempre para
o texto, agora em voz alta. Sele-
nos despirmos de preconceitos”, declara ela.
cione alguns voluntários para
[...] realizar essa leitura.

Sergio Lima/
Arquivo da editora
Após essa segunda leitura,
De onde vêm Você sabia? converse com eles sobre as in-
São provenientes de 76 países diferentes. No Brasil, os refugiados formações apresentadas nos
Veja os principais: têm os mesmos direitos intertítulos. É importante que
civis que qualquer cidadão os estudantes analisem o que
estrangeiro em situação aparece destacado em cada um
0,7%
LÍBANO
6,7%
SÍRIA regular no país, como obter dos trechos e qual é a relevância
375 0,6%
3 594
documentos, trabalhar e desses dados para a construção
Gustavo Conti/
Arquivo da editora

Pessoas
Pessoas PAQUISTÃO
313
Pessoas
estudar, por exemplo. de sentido do texto.
86,2%
VENEZUELA
46 412 0,5%
Pessoas

Sergio Lima/
Arquivo da editora
ESTADO DA PALESTINA
278
Total de refugiados no
Pessoas
BRASIL 2%
REP. DEM. DO CONGO
1 050
3,3%
OUTROS PAÍSES Brasil: 57.099*
Pessoas 5 077
Pessoas
(desses, 26.577 foram
0 2 660 5 320 km reconhecidos apenas em 2020)

Para onde vão


Quando chegam ao Brasil, muitos refugiados, em especial os venezuelanos, são inte-
riorizados, ou seja, levados para outras partes do país com a ajuda do governo ou da
sociedade civil. No total, desde 2018 (quando o
programa de assistência para esse movimen- Manaus
4 968
to começou), 52.963 mudaram-se dentro de
nosso país. Veja no mapa ao lado os principais RR AP

destinos.
AM PA MA CE
RN
Motivos da migração PI
PB
PE
AC TO AL
RO SE
93,7% 5,1% BA
MT
Grave e Não especificado
Gustavo Conti/Arquivo da editora

Gustavo Conti/Arquivo da editora

generalizada DF
GO
violação 0,4%
dos direitos MG
Grupo social
MS ES
humanos.
SP
0,5% RJ
Dourados PR São Paulo
Opinião política
2 611 3 267
SC Curitiba
RS 3 649
0 580 km
Porto Alegre
1 915
*Fonte: Conare (Comitê Nacional para Refugiados). Dados até o final de 2020.

CABRAL, Maria Clara. Mudança forçada. Qualé, São Paulo, Papo Editora, ed. 34, set. 2021. Capa. p. 6-9.

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:22:42 02/08/2022 17:22:42

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• Aproveite as atividades para 1. Após a leitura do texto, suas hipóteses sobre os desafios enfrentados pelos refugiados e as for-
retomar mais uma vez as carac- mas de ajudá-los a se adaptar à nova cultura foram confirmadas? Comente com os colegas.
terísticas do gênero reportagem Resposta pessoal.
e reforçar a análise feita sobre 2. Qual é o fato central da reportagem lida? Resposta: Os desafios pelos quais os refugiados passam no Brasil
para se adaptar.
os sentidos expressos no texto.
3. Com base nas informações apresentadas na reportagem, responda às questões a seguir.
Esta seção pode servir de avalia-
ção do desempenho dos estu- a. Quais foram os motivos que levaram os refugiados citados no texto a deixar seus países de
dantes em relação a essas ca- origem? Resposta: Maribel Rodriguez não conseguia tratamento médico adequado para seu filho que é uma pessoa em cadeira
de rodas; Fatima Ismail sofria perseguição dos turcos; Joulien Motelet, em razão das fortes crises econômica, política e social do país.
racterísticas do gênero, estuda- b. Quais dificuldades as crianças enfrentam no processo de migração? Resposta: Deixar seus familiares,
das na seção Leitura. É possível conviver com as diferenças culturais, aprender outro idioma e integrar-se na escola.
considerar o conhecimento de- c. De acordo com a psicóloga Berenice Young, o que as crianças e os adultos devem fazer
monstrado por eles no Iniciando para se adaptar com mais facilidade ao novo país? Resposta: A psicóloga sugere que crianças e adultos
se misturem com pessoas de outras culturas.
o trajeto desta unidade, bem d. Quais são os principais países de origem dos refugiados? Resposta: Síria, Venezuela e Afeganistão.
como o progresso deles nas ou-
tras seções do capítulo que e. Diversas organizações e escolas elaboram trabalhos que auxiliam na inserção dessa popu-
abordam o gênero. lação em nossa cultura. De acordo com o texto, quais são os trabalhos desenvolvidos por
• Leia os enunciados das ativi- esses órgãos? Confira a resposta da questão nas orientações ao professor.
dades 1 a 12 em voz alta para a 4. Releia o trecho a seguir.
turma e verifique se há dúvidas
em relação a eles. Oriente os es- Segundo a psicóloga, para se adaptar mais facilmente, tanto as crianças quanto os
tudantes a responder às ques-
adultos devem se relacionar com mais pessoas, e os brasileiros podem ajudar muito
tões individualmente e esclare-
ça as dúvidas que surgirem du- nesse acolhimento. “Ficar somente entre os iguais não é bom, pois os refugiados não
rante a resolução delas. Lem- vão ter integração. Abrir-se e se misturar com outras culturas é positivo para os dois
bre-se de verificar se estão lados e ajuda a combater a xenofobia”, por exemplo.
conseguindo realizá-las e aju-
de-os na interpretação das ati- Em sua opinião, por que se relacionar com outras pessoas ajuda a combater a xenofobia?
vidades, caso apresentem difi- Resposta pessoal.
5. Considerando o veículo em que essa reportagem foi publicada, responda às questões a seguir.
culdades.
• Na atividade 1, auxilie os es- a. Qual é o nome da revista e da editoria em que a reportagem foi publicada?
Resposta: Trata-se da versão impressa da revista Qualé, na editoria Capa.
tudantes a relembrar as hipóte- b. A qual público a reportagem se destina? Como é possível concluir isso?
ses levantadas e confirmar se
c. Com qual objetivo ela foi escrita? Resposta: Informar os leitores a respeito dos desafios enfrentados pelos
refugiados que chegam no Brasil.
elas foram confirmadas ou não.
• Ao propor a atividade 2, d. Em quais outros meios de comunicação podemos encontrar textos desse gênero?
Resposta: Revistas digitais, jornais impressos e digitais, sites diversos etc.
oriente-os a analisar o título e a 6. Analise o título da reportagem lida. 5. b. Resposta: Ao público infantojuvenil, pois
linha fina da reportagem, ele- foi publicada originalmente em uma revista
voltada para esse público, escrita com uma
mentos que geralmente contêm Mudança forçada linguagem compatível a ele.
a ideia central do texto. Resposta esperada: A repórter quis deixar
a. Explique o efeito desse título e a relação dele com o texto. claro já no título que os refugiados são
• Na atividade 3, explique à tur- obrigados a deixar seus países de origem por fatores externos que fogem de seu controle.
b. Geralmente, o título de uma reportagem tem a função de antecipar o assunto que será
ma que esta deve retomar a lei-
tura a fim de encontrar as infor- abordado no texto. Por que isso ocorre? Resposta: Para instigar o leitor a ler o texto na íntegra.
mações solicitadas. Para facili-
7. Logo abaixo do título, aparece a linha fina. Releia-a.
tar, oriente os estudantes a
destacar essas informações do
texto, anotando-as no caderno. Conheça histórias de refugiados no Brasil, os desafios pelos quais eles

• Para realizar a atividade 4, ve-


passam para se adaptar à nossa cultura e como podemos ajudar
rifique o que os estudantes en- Resposta: Detalhar melhor as informações apresentadas
tendem pela palavra xenofobia, a. Qual é a função da linha fina na reportagem lida? no título do texto, a fim de completá-las e despertar no
leitor o interesse pela leitura.
solicitando exemplos de situa- b. Considerando a função da linha fina, como ela contribui para que o leitor leia o texto?
ções que indicam essa atitude Resposta: Além da seleção das informações que instigam a leitura, a autora inseriu uma forma verbal no imperativo,
discriminatória. Em seguida, ex- que dialoga diretamente com o leitor, convidando-o a se aprofundar no assunto.
164
plique-lhes que, muitas vezes, o
preconceito ocorre por ignorân-
cia e falta de conhecimento. Por
isso, é importante termos conta-
to com pessoas de outras cultu-
• Nas atividades 6 e 7, converse com os estudantes so- A IKMR – Eu Conheço Meus Direitos acolhe os menores 02/08/2022 17:22:42
bre a importância do emprego do título e da linha fina refugiados por meio de atividades como corais, acompa-
ras, conhecermos suas histórias em uma reportagem. Aproveite para reforçar que a es- nhamento escolar e psicológico. Algumas escolas enviam
de vida, para, assim, compreen- colha do título revela uma marca de subjetividade, pois comunicados nos idiomas de origem, ensinam música e
der e respeitar as diferenças. privilegia uma informação, o que pode revelar o posicio- estudam artistas plásticos da origem dos refugiados.
• Na atividade 5, ressalte à tur- namento do autor.
ma a importância de reconhe-
cer, em uma reportagem, o con- Respostas
texto de produção (onde foi pu-
blicada, com que objetivo foi 3. e. Resposta: A Missão Paz fornece alimento, materiais
produzida e qual é o público a de higiene, aulas de português, acompanhamento psi-
que se destina). cológico, orientação jurídica e capacitação profissional.
164

09/08/2022 11:57:25
c. Qual recurso gráfico foi utilizado para destacar a linha fina? Resposta: Itálico. • Na atividade 8, explique aos
estudantes que, normalmente,
d. Por que essa informação foi destacada de forma diferente do restante do texto? as reportagens são estrutura-
Resposta: Para diferenciar a linha fina do corpo da reportagem.
8. Geralmente, as reportagens têm subdivisões marcadas por intertítulos. Sobre esse recurso, das em partes a fim de organi-
responda às seguintes questões. zar as informações, de modo
que facilite a leitura e a compre-
a. Quais são os intertítulos dessa reportagem? Resposta: “Aumenta o número de refugiados em 2020”;
“De onde vêm” e “Para onde vão”. ensão do leitor. É importante
b. Considerando a visualidade do texto, qual é a função desses intertítulos? levá-los a refletir sobre os be-
Resposta: Eles foram empregados para organizar a divisão dos assuntos na reportagem e conferir leveza à diagramação. nefícios que essa divisão traz
9. No decorrer do texto, ocorre a reprodução das falas de pessoas entrevistadas que estão en- para a leitura em relação à sua
volvidas no assunto em questão. Leia um exemplo no trecho a seguir. organização.
Um dos filhos da venezuelana, Daniel, de 11 anos, diz estar muito feliz. “Eu sinto • Ao desenvolver a atividade 9,
falta do meu país, mas gosto mais do Brasil, pois aqui tem comida todos os dias, tenho explore com a turma o emprego
das aspas para sinalizar as falas
amigos e posso ir para a escola”, afirma ele.
em citação direta. Além disso,
a. Que nome recebe a reprodução dessas falas na íntegra? Resposta: Citação direta. leve os estudantes a perceber
que o emprego da palavra afir-
b. Quais recursos foram empregados para sinalizar que se trata da reprodução do depoimen- ma é uma das formas de intro-
to do entrevistado? Resposta: O emprego das aspas e do verbo de elocução afirma. duzir, no texto, uma citação.
10. a. Resposta: Ele possibilita que o
c. Qual é a função desse depoimento para a reportagem lida? leitor acesse informações adicionais Conduza-os a pensar que outras
Resposta: Dar suporte, reforçar e confirmar os aspectos discutidos no texto. sobre um termo empregado no texto expressões poderiam ser em-
10. Na reportagem, aparece um hipertexto. Releia-o. (xenofobia), expandindo e facilitando pregadas no lugar de afirma
esse acesso.
sem alterar o sentido do texto,

Sergio Lima/
Arquivo da editora
*xenofobia é o
como o termo segundo etc.
preconceito contra
estrangeiros. Infelizmente, • Na atividade 10, indique os hi-
pertextos aos estudantes e es-
com o grande fluxo migratório,
clareça-lhes que essas formas
tornou-se muito comum.
de escrita servem para apre-
sent ar outra s informações,
a. Qual é a função desse hipertexto? além das expostas no texto. Ex-
b. Analise as informações a seguir e copie a que estiver correta com relação a esse recurso. plique também que o leitor tem
Resposta: A.
a opção de ler ou não esses hi-
A. Possibilita ao leitor uma leitura não linear, isto é, pode ser lido logo após a informação pertextos, o que pode alterar ou
à qual ele se refere ou ao final do texto. não sua compreensão do assun-
B. Possibilita ao leitor acompanhar as opiniões de outros leitores sobre o assunto do tex- to, a depender se ele detém co-
to em questão. nhecimento prévio a respeito da
informação citada. Além disso,
C. Trata-se de um recurso exclusivo do autor do texto ou do veículo de comunicação para eles não obrigam uma leitura li-
testar os conhecimentos do leitor acerca do assunto abordado. near, possibilitando ao leitor
que os leia quando preferir.
11. Analise os gráficos e mapas que aparecem no texto e explique a função desses recursos na
reportagem lida.Resposta: Complementar as informações sobre o assunto da reportagem, fornecendo aos
leitores a possibilidade de verificar dados mais detalhados e precisos acerca dele e com
• Para a realização da atividade
uma visualidade mais agradável. 11, ajude os estudantes a anali-
12. Releia o trecho a seguir. sar o gráfico e leve-os a reco-
Outros casos de pessoas que podem ser consideradas refugiadas são as que migram nhecer a função dos esquemas
ilustrativos (mapa, gráfico etc.)
por causa de sua raça, religião e opinião política.
como os apresentados na re-
A síria Fatima Ismail, por exemplo, conta que veio para o Brasil porque sua família, portagem lida, orientando-os a
de etnia curda, sofria perseguição dos turcos. examinar os dados, a compará-
-los com as informações da re-
Qual expressão foi empregada para ligar as duas ideias presentes nesse trecho? Explique sua portagem e a concluir, por fim, a
resposta. Resposta: A expressão por exemplo, que indica uma exemplificação dos aspectos mencionados no
primeiro parágrafo. importância desses recursos.
165 • Na atividade 12, possibilite aos
estudantes reconhecer a ex-
pressão como responsável pela
coesão e continuidade textual,
:22:42 02/08/2022 17:22:42
ligando as orações e expressan-
do sentido de explicação.

165

09/08/2022 11:57:26
Objetivos

• Praticar a escrita por meio da Produção escrita


produção de uma reportagem.
Reportagem
BNCC
Na seção Outra leitura, você conheceu a realidade de pessoas refugiadas no Brasil. Agora, você
• Nesta seção, contempla-se o deverá se reunir com mais três colegas e produzir uma reportagem sobre como é a realidade
tema contemporâneo transver- dessas pessoas hoje na cidade ou no estado em que você vive. As reportagens produzidas por
sal Educação em direitos hu- vocês serão apresentadas em um telejornal. Essa atividade será feita na Produção oral.
manos, pois os estudantes vão
pesquisar e produzir uma re-
portagem sobre aspectos rela- Planejando o texto
cionados à situação dos refugia-
Antes de começar a produção da reportagem, sigam algumas orientações.
dos no Brasil.
a. Façam pesquisas na internet sobre o assunto escolhido, selecionando as informações em
• A produção da reportagem
diferentes fontes confiáveis. Seja qual for sua origem, busquem confrontar os dados e as
permite aos estudantes aprimo-
rar a competência específica de
informações, averiguando sua veracidade.
Língua Portuguesa 3 e desen- b. Durante as pesquisas, deem preferência a fontes oficiais, como endereços eletrônicos com
volver as habilidades EF69LP06, final .org.br ou .gov.br ou jornais e revistas de grande circulação.
EF69LP07, EF69LP08, EF69LP36, c. Ao ler os textos pesquisados, imprimam-nos, sublinhem as partes mais importantes ou façam
EF89LP08 e EF89LP09 ao pla- anotações e produzam esquemas no caderno, registrando as informações pesquisadas. Isso
nejar, escrever, revisar e editar vai ajudar vocês a compreenderem melhor o assunto e terem mais segurança tanto para a
uma reportagem, considerando produção do texto quanto para a apresentação do telejornal na próxima seção.
as características e a estrutura
desse gênero, além de realizar d. Caso encontrem informações importantes em infográficos, gráficos e tabelas, procurem com-
pesquisas e entrevistas com o preender as informações e sintetizem-nas por escrito. Mas, se preferirem, vocês podem criar
objetivo de vivenciar práticas de seus próprios elementos gráficos para transmitir essas informações.
linguagem do campo jornalístico e. Pesquisem também imagens (fotografias e ilustrações) que possam acompanhar o texto de
de forma ética e responsável. vocês, ilustrando ou complementando as informações que serão apresentadas na reportagem.
• Quando pesquisam informa- f. Se for possível, façam uma entrevista com uma ou mais pessoas que possam falar com pro-
ções, compreendem-nas fazen- priedade sobre o assunto. Pode ser um refugiado ou algum profissional que trabalha no
do anotações e contrastam-nas, acolhimento a essas pessoas. Para isso, confiram algumas dicas.
consultando fontes diversas e
verificando a veracidade das in- • Combinem com o entrevistado um horário e um local para a realização da entrevista.
formações, os estudantes desen- • Façam um roteiro prévio de perguntas. Elas precisam ser formuladas de maneira que gerem
volvem as habilidades EF69LP30, uma conversa (e não apenas respostas sim ou não) e que guiem a conversa para não haver
EF69LP32, EF69LP34 e EF89LP24. fuga ao tema tratado.
• Ao retextualizar dados obti- • Compareçam ao local combinado levando caderno e caneta (ou gravador/câmera), acom-
dos por meio de gráficos, tabe- panhados de um adulto.
las e infográficos em esquemas
e, consequentemente, em tre- • Expliquem ao entrevistado a finalidade da entrevista e lembrem-se de pedir a autorização
chos da reportagem, eles desen- dele para veicular as respostas dadas, acompanhadas de nome completo e profissão.
volvem a habilidade EF69LP33. • Se houver recurso disponível, gravem a entrevista para transcrever as respostas e para
• Os estudantes aprimoram o tra- apresentar posteriormente no telejornal. Nesse caso, também será preciso pedir a autori-
zação do entrevistado.
balho com a habilidade EF69LP43
quando introduzem outras vozes g. Vocês poderão usar alguns trechos dessas entrevistas tanto na versão impressa da reporta-
no texto, por meio de citação dire- gem quanto no telejornal que farão na seção Produção oral.
ta e de citação indireta.
h. O grupo poderá se reunir uma ou mais vezes para definir as informações a serem incluídas
• Ao produzir a reportagem fa- na reportagem e as etapas necessárias para essa produção.
zendo uso consciente e reflexivo
da norma-padrão e empregando 166
conhecimentos linguísticos e gra-
maticais, os estudantes desenvol-
vem as habilidades EF69LP56 e
EF08LP04. Ainda, no emprego de roteiro de perguntas que garantem a relevância das in- uma forma de direcionar o que será colocado no texto
02/08/2022 17:22:42
recursos de coesão referencial, de- formações e a continuidade temática para, posterior- escrito.
senvolvem a habilidade EF08LP14. mente, integrar trechos à reportagem produzida.
• Havendo recurso disponível e interesse dos estudan-
• Por meio da realização de en- Orientações tes, caso não seja possível realizar as entrevistas pesso-
trevistas com pessoas de algu- almente, elas poderão ser feitas por meios virtuais –
ma forma ligadas ao tema, no •Procure unir estudantes de diferentes perfis para for- aplicativo de mensagens instantâneas, e-mail ou video-
intuito de obter dados e infor- mar os trios. conferência, por exemplo. Se considerar necessário, leia
mações sobre o assunto da re-
portagem, os estudantes desen-
• Na subseção Planejando o texto, auxilie-os na esco- as perguntas elaboradas por eles antes de a entrevista
acontecer.
lha das fontes de pesquisa e lembre-os de fazer as ano-
volvem a habilidade EF89LP13, tações e os destaques no momento da leitura, como
partindo da elaboração de um

166

09/08/2022 11:57:26
• Durante o planejamento e a
Produzindo o texto produção da reportagem, orien-
te os estudantes a produzir o
Depois de tudo planejado, com as informações coletadas, é hora de produzir a reportagem. texto tendo em vista que ele se-
Para isso, confiram as orientações a seguir. rá retextualizado, posterior-
mente, para ser apresentado
a. Se possível, produzam o texto diretamente em um programa de edição de texto.
em um telejornal. Portanto, ins-
b. Criem um título e, abaixo dele, uma linha fina. Ambos devem ser atrativos, para que o leitor trua-os a pensar no objetivo da
se interesse em ler toda a reportagem. Se preferirem, vocês podem deixar para fazer isso produção e nos leitores/espec-
depois que o texto estiver pronto. tadores a partir da escolha de
um tema de relevância social e
c. No primeiro parágrafo, façam uma contextualização sobre o assunto a ser tratado. De pre-
efetuando levantamento de in-
ferência, apresentem as informações que compõem o lide (O quê? Quem? Quando? Onde?
formações sobre o tema – in-
Como? Por quê?). cluindo entrevistas com envol-
d. Desenvolvam o texto incorporando as informações pesquisadas, mencionando as fontes, a vidos ou com especialistas e
fim de conferir credibilidade aos dados apresentados. Para isso, usem expressões como “De consultas a fontes diversas – e
acordo com...”, “Segundo dados do...” e “Conforme pesquisa publicada em...”. registro destas para a posterior
formulação da reportagem.
e. Insiram trechos das entrevistas por meio de citação direta (com o uso de aspas) ou indireta
(utilizando paráfrase). Para introduzir essas falas, empreguem expressões como de acordo • Para a execução do proposto
no item e da subseção Produ-
com... ou segundo... e indiquem o nome do entrevistado.
zindo o texto, é importante ex-
f. Integrem ao texto: plicar aos estudantes que, ao
• os elementos gráficos que vocês produziram (gráficos, tabelas, mapas etc.); realizar uma citação indireta,
devem tomar cuidado para não
• as imagens pesquisadas (fotografias, ilustrações etc.). alterar o sentido daquilo que o
Posicionem esses recursos ao lado de parágrafos significativos e insiram legendas que con- entrevistado disse, visto que is-
tribuam para essa integração. so fere a veracidade da reporta-
gem e o direito do entrevistado.
g. Em função da relevância do assunto, além dos trechos expositivos, vocês podem incluir tre-
chos opinativos, sugerindo o posicionamento da equipe. Para isso, façam uso de adjetivos e • Auxilie os trios na produção
advérbios, por exemplo. da reportagem, verificando se
eles estão considerando e re-
h. Se desejarem, podem inserir conceitos-chave e curiosidades em boxes laterais. produzindo a estrutura do gê-
i. Utilizem conjunções, pronomes, expressões adverbiais, marcadores temporais e espaciais, nero com título, linha fina, de
sinônimos e outros elementos para a construção da coesão do texto. forma que garanta a progressão
temática e tendo em vista as
j. Façam uso da norma-padrão da língua, respeitando as regras gramaticais e as convenções condições de produção, as ca-
ortográficas. racterísticas do gênero e a ade-
quação à norma-padrão.
Avaliando o texto
Com base nos itens a seguir, avaliem a reportagem produzida pelo grupo.
a. O título e a linha fina estão coerentes com o assunto da reportagem?
b. O texto foi iniciado com uma contextualização do assunto para o leitor?
c. O texto foi desenvolvido de acordo com a pesquisa feita e foram citadas as fontes?
d. Foram inseridos trechos das entrevistas realizadas, por meio de citação direta ou indireta?
e. Foram respeitadas as regras gramaticais da norma-padrão e as convenções ortográficas?
f. Usaram elementos coesivos para retomar e ligar trechos e garantir a continuidade do texto?
Considerando essa avaliação, façam adequações no texto.
167

:22:42 02/08/2022 17:22:42

167

09/08/2022 11:57:26
Objetivos

• Praticar a oralidade por meio Produção oral


da realização de um telejornal.

BNCC Telejornal
Na seção anterior, você e seus colegas produziram uma reportagem escrita. Agora, vocês deve-
• Por meio da atividade pro- rão apresentar e gravar essa reportagem oralmente em um telejornal.
posta, os estudantes desenvol-
vem a competência geral 5, a Para organizar a apresentação, confiram as orientações a seguir.
competência específica de Lin-
a. Primeiro, é interessante que vocês assistam a um telejornal para analisar como ele é apre-
guagens 6 e a competência es-
pecífica de Língua Portuguesa sentado e anotar as características mais importantes. Procurem na internet, em sites de
10, tendo em vista que produzi- jornais ou em canais de telejornais nas plataformas de vídeo, e assistam a algumas edições.
rão informações utilizando tec- b. Ao assistir a alguns telejornais, percebam que a variedade linguística empregada nesse tipo
nologias digitais. de transmissão é a norma-padrão, a mesma que deverá ser empregada por vocês. No entan-
• Ao promover o senso crítico to, é preciso respeitar as variedades usadas pelos entrevistados como forma de combater
com relação aos textos jornalís- qualquer preconceito linguístico. Se necessário, discutam essas questões com o professor e
ticos, bem como à receptibilida- os demais grupos.
de deles por meio de curtidas,
comentários e compar tilha- c. Para produzir um telejornal, é preciso fazer um roteiro para nortear as pessoas envolvidas. Reúna-
mentos, os estudantes aprimo- -se com seus colegas e produzam um roteiro. Confira um exemplo de roteiro simplificado.
ram as habilidades EF89LP01 e
1. Nome do telejornal: Jornal Cotidiano
EF89LP02.
• A habilidade EF69LP06 é tra- Retranca ou assunto: Refugiados em Rio Branco
balhada nesta seção uma vez
Apresentadores: Gisele Costa e Raul Santos Teleprompter: Luís Augusto de Sousa
que os estudantes produzem a
reportagem multimidiática, em Operador de câmera: Cátia Silva Tempo: 3 min
forma de telejornal, participan-
do de uma prática de linguagem
2. Imagem 3. Áudio
dos campos jornalístico e midi-
ático de maneira responsável e Apresentar vinheta do telejornal. Música de abertura do telejornal.
em colaboração com os colegas.
Apresentação dos jornalistas e da
• Ao assistir previamente a tele- Exibir fotografias dos refugiados.
reportagem a ser exposta.
jornais, ao produzir o próprio te-
lejornal, retextualizando para a Fala: "O Brasil é um dos países muito
Exibir trechos da entrevista realizada em vídeo
modalidade oral a reportagem procurados pelos refugiados de diversas partes
(se houver).
escrita, e ao realizar a edição do do mundo. Aqui em nossa cidade..."
vídeo produzido, adequando-o
por meio de cortes, acréscimos e 1. O cabeçalho de um roteiro de telejornal costuma apresentar os nomes dos profissionais envolvidos, a
data, o tempo, o nome do jornal e a retranca.
ajustes, os estudantes desenvol-
vem as habilidades EF69LP07, 2. A coluna à esquerda de um roteiro de telejornal costuma apresentar informações com as descrições das
imagens que serão incluídas.
EF69LP19 e EF89LP07.
3. A coluna à direita de um roteiro de telejornal costuma apresentar tudo que se refere ao som, inclusive
• Os estudantes aprimoram a as falas dos apresentadores.
habilidade EF69LP08 ao produ-
zir e editar o telejornal, adequan- O teleprompter é um aparelho que roda o vídeo com o texto da reportagem e as indicações
do-o e deixando-o coerente pa- de quando devem entrar as imagens e os demais recursos audiovisuais, tal qual aparece no
ra cumprir a finalidade de trans- roteiro, para que o apresentador possa ler sem que seja percebido pelo telespectador e tam-
mitir as informações pesquisa- bém se guiar sobre o andamento da reportagem.
das por meio de ferramenta de
edição de vídeo, e a habilidade
EF69LP37 ao elaborar o roteiro 168
para o vídeo do telejornal.
• Ao produzir um telejornal
com tema de interesse geral, riedades linguísticas, além da reflexão sobre o uso cons- estudantes realizem todas as etapas de maneira satisfa-
02/08/2022 17:22:42
orientando-se pela reportagem ciente da norma-padrão, mais apropriada ao gênero pro- tória.
escrita anteriormente e por um posto.
• Promova uma conversa sobre variedades linguísticas
roteiro, os estudantes desen-
volvem a habilidade EF69LP10. • Os estudantes desenvolvem a habilidade EF89LP08 e, se necessário, retome o conceito de norma-padrão
ao planejar e produzir o vídeo da reportagem (telejor- com a turma, de modo a combater qualquer tipo de pre-
• As habilidades EF69LP12, nal), versando sobre tema de relevância social e selecio- conceito.
EF69LP55 e EF69LP56 são de-
senvolvidas na produção do te-
nando imagens adequadas que complementem o texto.
• Durante o trabalho, desenvolva o senso crítico dos es-
Orientações tudantes, sobretudo com relação a acontecimentos sen-
lejornal, pois os estudantes são sacionalistas e como esse tipo de produto “vende” nos
guiados quanto aos elementos
relacionados à fala, aos elemen-
• A proposta desta seção demanda pelo menos duas dias atuais.
aulas. É importante prever esse tempo a fim de que os
tos cinésicos, ao respeito às va-
168

09/08/2022 11:57:26
d. Distribuam as tarefas entre os integrantes do grupo para que ninguém fique sobrecarregado. • Para a realização do telejor-
Confiram algumas sugestões. nal, caso a turma seja numero-
sa, una os trios formando gru-
• Produtor: responsável pela elaboração e cumprimento do roteiro, além da etapa posterior pos maiores a fim de facilitar a
de edição do vídeo. organização e a gravação do te-
• Apresentador: fica na bancada e faz a apresentação do telejornal. lejornal.
• Operador de câmera: realiza a filmagem do telejornal. • Comente com os estudantes
• Operador de teleprompter: segura o cartaz com a reportagem a ser lida e as indicações que que, na divisão de funções, vale
guiarão o apresentador. a pena considerar as habilida-
des individualmente, mas cada
e. No roteiro, lembrem-se de incluir os nomes dos membros do grupo e a respectiva função um deve participar de todas as
que cada um desempenhou no telejornal. tarefas.
f. Incluam, ainda, as descrições dos recursos audiovisuais que serão utilizados e a ação dos
apresentadores em cada cena. Lembrem-se de que o roteiro é fundamental para a organi-
• Chame a atenção para a im-
portância do roteiro, que será o
zação do telejornal. guia de todo o trabalho. É fun-
g. Produzam a versão oral da reportagem escrita. Nessa etapa: damental que ele tenha todas
as informações necessárias e
• excluam o título e a linha fina; seja conhecido por todos os
• reduzam o nível de detalhamento da reportagem; membros do grupo.
• eliminem os depoimentos (serão apresentados por áudio/vídeo); • Se possível, verifique o texto
• incluam o texto da reportagem no roteiro e no teleprompter. final de cada um dos grupos,
h. Escrevam o texto em um cartaz com letras grandes e legíveis. Durante a apresentação, o que será lido pelo apresentador,
teleprompter deverá segurá-lo para que os apresentadores leiam a reportagem e se guiem para ajustar junto a eles quais-
sobre o andamento dela. quer desvios de escrita. Atente
também para a produção dos
i. Resgatem as entrevistas que fizeram para a produção da reportagem escrita. Caso tenham cartazes que darão suporte aos
feito gravações em áudio ou vídeo, selecionem trechos para serem apresentados durante o textos, de modo a auxiliá-los na
telejornal. organização, tendo em vista que
j. Os apresentadores deverão ler várias vezes o texto para se familiarizar com a reportagem, é um elemento importante para
mesmo que ela esteja disponível no teleprompter. o momento de leitura frente às
câmeras.
k. Procurem cronometrar o tempo de fala de cada um e acrescentar essa informação ao rotei-
ro. É importante cumprir esse tempo para não prejudicar os trabalhos. • Auxilie os estudantes na com-
posição do cenário e na escolha
l. Assim como ocorre nos jornais, o apresentador poderá ficar com uma cópia do roteiro para, de um vestuário que faça men-
se necessário, relembrar algo que tenha esquecido. ção aos telejornais, com alguma
m. Definam qual será a vinheta de abertura que vocês usarão para o telejornal e acrescentem peça de roupa mais formal. Os
essa informação ao roteiro. Essa música poderá ser incluída na etapa de edição do vídeo. detalhes cênicos são importan-
tes para a verossimilhança do
n. As imagens que vocês escolheram na Produção escrita também poderão ser mostradas em
trabalho.
um cartaz, durante o tempo de apresentação da reportagem a que ela se refere. Lembrem-
-se de que as imagens devem ser grandes, de modo que as pessoas que estiverem assistin- • Providencie antecipadamen-
do ao telejornal consigam identificar de que trata cada uma delas. te o equipamento necessário
para a realização das gravações
o. Utilizem diversos recursos para dar mais vida à apresentação, como figurinos e objetos para e para a edição dos vídeos pro-
compor o cenário. duzidos. Verifique se a escola
p. Os jornalistas podem se apresentar sentados em uma mesa. Por isso, providenciem mesa e disponibiliza algum dos disposi-
cadeira para simular essa situação. tivos e disponibilize-os para au-
xiliar no trabalho dos estudan-
q. Providenciem também os equipamentos necessários para a gravação do telejornal. Façam tes-
tes. Se possível, agende para
tes e verifiquem o seu funcionamento. Confiram algumas sugestões de equipamentos a seguir.
eles um momento na sala de
celular tablet câmera tripé luminária informática da escola para efe-
tuar a gravação do vídeo. Além
169 disso, ajude-os na obtenção dos
materiais necessários ou na im-
provisação desses elementos
com objetos semelhantes.
:22:42 02/08/2022 17:22:42
• Oriente os estudantes para
que os telejornais tenham dura-
ção média de 1 minuto e 30 se-
gundos após a edição do vídeo.
Não é preciso haver rigidez
quanto ao tempo, mas ele serve
de parâmetro para que não se-
jam produzidos telejornais mui-
to longos nem muito curtos, de
modo que a atividade atinja a
sua finalidade.

169

09/08/2022 11:57:26
• Antes da gravação dos vídeos,
comente com a turma que não Dicas para que a atividade seja bem-sucedida
há nenhum compromisso com a
Agora, preparem-se para apresentar o telejornal de vocês.
perfeição, pois, como a atividade
será gravada, podem ser feitas a. O professor será o produtor e vai:
diversas tentativas. Ainda as-
sim, vale a pena assinalar a im-
• organizar o trabalho do operador de câmera;
portância de se fazer ensaios. • organizar o trabalho do operador de teleprompter;
• Auxilie-os na descoberta das • cuidar do bom andamento da reportagem e do cumprimento do roteiro.
posturas e dicções mais ade-
b. Os apresentadores devem mostrar segurança ao transmitir as informações, por isso é impor-
quadas a cada roteiro. Para isso,
tante que eles:
o fato de terem assistido a di-
versos telejornais deve tê-los • tenham uma postura ereta;
levado a examinar o comporta-
• evitem transparecer que estão lendo a reportagem no cartaz.
mento dos apresentadores e
definir seus comportamentos. c. Durante a apresentação, fiquem atentos ao volume, ao ritmo e ao tom de voz, que devem
• Ressalte a relevância de se dar ser adequados para que todos os telespectadores possam ouvir o que está sendo falado e
para ser captado na gravação.
atenção ao ritmo da fala, uma
vez que isso é determinante para d. Usem as expressões faciais necessárias para representar o que está sendo dito:
que a mensagem passada seja
bem recebida e compreendida. • se o teor da reportagem for sério, o apresentador deverá se manter sério;
• Esteja atento ao comporta- • caso seja de um tom mais descontraído, o apresentador pode seguir essa descontração.
mento dos demais estudantes e. Se houver algum equívoco durante as falas, vocês poderão refazê-las, iniciando de um pon-
para que nenhuma atitude gere to anterior e retomando a reportagem. Na etapa de edição de vídeo, vocês poderão cortar o
constrangimento nem ameace o
trecho com o erro.
bom andamento das gravações.
f. Para a apresentação dos trechos das entrevistas, façam uma breve contextualização, dizen-
• Verifique se a escola dispõe
do quem é o entrevistado e a relação dessa fala com o assunto da reportagem.
de algum profissional ligado à
tecnologia que possa ajudar na g. Providenciem a edição do vídeo, com o auxílio do professor ou de alguém que conheça como
edição dos vídeos. Caso algum fazer esse trabalho. Nessa etapa, vocês poderão:
estudante tenha habilidades na
utilização de recursos tecnoló- • inserir vinheta e música de abertura;
gicos, ele pode ficar responsável • sobrepor narração à apresentação de imagens;
por coordenar essa etapa do
• incluir trechos das entrevistas que fizeram na seção anterior;
trabalho, com a orientação do
professor. • fazer cortes de trechos do vídeo;
• Quando as edições forem fi- • inserir textos escritos, incluindo os créditos finais.
nalizadas, auxilie os estudantes Quando os telejornais estiverem prontos, a turma assistirá aos vídeos e fará uma avaliação da
no processo de publicação dos atividade verificando:
telejornais no blog da turma.
Após a postagem, peça-lhes • se todos trabalharam em grupo para a realização do telejornal;
que divulguem os vídeos para • se o roteiro elaborado previamente contribuiu para o bom andamento da atividade.
os familiares e os amigos, que Ao final, disponibilizem o vídeo com a apresentação do telejornal no blog da turma ou em um
podem compartilhá-los nas re-
site de postagem de vídeos e divulguem-no na comunidade escolar e entre os familiares para que
des sociais, aumentando o al-
cance e o número de acessos.
outras pessoas possam conhecer o trabalho de vocês.

• É importante lembrá-los de Lembrem-se de acessar o site com frequência e acompanhar as visualizações, as curtidas e os
comentários, analisando-os criticamente e respondendo-os sempre de forma ética e respeitosa,
acessar o blog periodicamente
para verificação das interações. combatendo qualquer eventual discurso de ódio na internet.
Assim, os estudantes poderão
participar e analisar as práticas
de interação (curtir, comparti- 170
lhar, comentar, curar etc.) en-
volvidas no trato com a infor-
mação e a opinião, fomentando
uma presença mais crítica e éti- 02/08/2022 17:22:42

ca nas redes.

170

09/08/2022 11:57:27
Capítulo 8 ◆ Artigo de curiosidade científica
Objetivos

• Ler um artigo de curiosidade


científica e conhecer as caracte-
rísticas e a função sociocomuni-
Leitura cativa desse gênero.

BNCC
A ciência é uma área muito importante para que a sociedade se desenvolva e construa um
mundo melhor com mais conhecimento, informação e boa qualidade de vida. Ao longo da história • As informações do artigo de
universal, diversas pessoas se destacaram na área científica e trouxeram contribuições fantásticas curiosidade sobre pesquisas
científicas possibilitam o traba-
para a humanidade. Esse foi o caso da cientista Marie Curie (1867-1934). Você já ouviu falar sobre
lho com o tema contemporâneo
ela? Que desafios uma mulher precisaria enfrentar para ser cientista na época em que ela viveu?
transversal Ciência e tecnologia.
Leia o texto a seguir para conhecer alguns desses desafios.
• Os estudantes exercitam a
5 coisas que você precisa saber sobre Marie Curie curiosidade intelectual, a reflexão
e o questionamento a respeito do
Cientista foi a única mulher a ganhar o Prêmio Nobel duas vezes desenvolvimento de pesquisas
Maria Salomea Sklodowska nasceu em 1867 na cidade de Varsóvia, na Polônia. Em científicas, desenvolvendo, dessa
forma, a competência geral 2.
qualquer outra família, Maria e suas três irmãs mais velhas teriam sido criadas para se-
rem boas esposas, mas não foi o caso: os Sklodowska lutaram para que as quatro filhas • Eles são incentivados a refletir
sobre o contexto de produção do
tivessem as mesmas oportunidades acadêmicas que seu único filho homem.
artigo de curiosidade científica, o
Os esforços tiveram resultados: décadas depois, Maria — que mudou seu nome para objetivo do texto, o veículo de
Marie ao se mudar para a França — se tornou uma das pioneiras nos estudos relacionados à publicação e as características
radioatividade. Perdemos esta incrível cientista nesta mesma data (4 de julho) há 82 anos, desse meio em que o artigo foi
publicado, desenvolvendo tam-
mas fomos privilegiados com os diversos conhecimentos e descobertas que ela nos deixou.
bém a habilidade EF69LP29.
1. Marie teve que se esforçar muito mais por ser mulher. Como aponta Alexander
Rivkin, da Escola de Medicina David Geffen da Universidade da Califórnia, nos Estados
• Ao explorar a estrutura com-
posicional do texto lido, os estu-
Unidos: “Marie Curie foi uma gênia da ciência quando as oportunidades para as mulhe- dantes desenvolvem a habilida-
res, especialmente na academia, eram escassas”. Apesar de ter terminado o colegial de EF69LP42.
quando tinha apenas 15 anos, Marie não conseguiu estudar na Universidade de Varsó- • Os estudantes desenvolvem
via, na Polônia, porque a instituição não aceitava estudantes do sexo feminino. Aos a s habilidades EF69LP43 e
17 anos, ela se mudou para Paris para estudar física na Universidade Paris-Sorbonne. EF89LP05 quando analisam o
efeito de sentido produzido pe-
Marie optou por morar em um apartamento péssimo, mas que era próximo da universi-
lo emprego de citações no arti-
dade, de forma que pudesse ter mais tempo para estudar. Ela vivia sem dinheiro, e go de curiosidade científica.
por muito tempo sobreviveu de pão e chá. No fim, Marie
colheu os frutos do esforço: ela foi uma das melhores
• Os estudantes desenvolvem a
habilidade EF08LP10 ao inter-
alunas de sua turma, recebeu o diploma em física pretar a importância dos adjun-
Arquivo da editora

tos adverbiais no artigo de curio-


Cátia Germani/

em 1893 e ganhou uma bolsa para estudar ma-


sidade científica.
temática na mesma instituição.
Orientações

• Leia o parágrafo introdutório


a fim de verificar o que os estu-
dantes sabem do tema do texto.
P er gun te t a mbém s e ele s
acham que há preconceito em
relação à presença de mulheres
171 em algumas profissões. Se res-
ponderem que sim, indague
quais seriam tais atividades e
por qual motivo eles acreditam
02/08/2022 17:19:34 que isso ocorre.
• Oriente os estudantes a fazer
uma leitura silenciosa do texto.
Depois, promova uma leitura
compartilhada solicitando a al-
guns deles que leiam cada uma
das partes do artigo de curiosida-
de científica. Conforme cada tre-
cho for sendo lido, faça algumas
pausas e explore com a turma as
informações apresentadas.

171

09/08/2022 11:59:28
• É importante destacar que as 2. Ao estudar a descoberta da radioatividade espontânea, feita por Henri
mudanças que aconteceram ao
Becquerel, Marie e seu marido Pierre desenvolveram a teoria da radioativida-
ser humano e na sociedade no
de. A cientista descobriu que é possível medir a força da radiação do urânio;
decorrer da história se deram
com base no desenvolvimento que a intensidade da radiação é proporcional à quantidade de urânio ou tório
de novas técnicas e descober- no composto e que a habilidade de emitir radiação não depende da disposição
tas, principalmente nas áreas da dos átomos em uma molécula e sim com o interior do próprio átomo.
ciência e da tecnologia, a fim de 3. Quando percebeu que alguns compostos tinham mais radiação do que o
atender a novas necessidades.
urânio, Marie sugeriu a existência de outro elemento com mais radiação do

Cátia Germani/Arquivo da editora


Por meio dessas pesquisas,
houve inúmeras transforma- que o urânio e o tório. A cientista estava certa: em 1898, ela e Pierre desco-
ções que revolucionaram a hu- briram dois novos elementos radioativos, o rádio (900 vezes mais radioativo
manidade tanto social quanto que o urânio) e o polônio (400 vezes mais radioativo que o urânio), cujo no-
culturalmente. me é uma homenagem à Polônia, país de origem de Marie.
• Após a leitura do boxe Mulhe- 4. Em 1903, Marie e Pierre dividiram o Prêmio Nobel de Física com Henri Bec-
res na ciência, acesse o link a querel pela descoberta da radioatividade e, em 1911, a cientista foi
seguir para conhecer outros
agraciada com o Prêmio Nobel de Química pela descoberta e pelos estudos
exemplos de mulheres cientis-
tas brasileiras. em torno dos elementos rádio e polônio. Ela foi a primeira pessoa e única
D’MASCHIO, Ana Luísa. 23 cien- mulher a ter ganhado o Nobel duas vezes em áreas distintas.
tistas brasileiras que todos pre- 5. A descoberta do rádio e do polônio colaborou para o desenvolvimento dos apa-
cisam conhecer. Porvir, 8 mar. relhos de raio X. Durante a Primeira Guerra Mundial, Marie foi a campo levando
2022. Disponível em: https:// aparelhos portáteis de raio X para ajudar nos cuidados dos soldados feridos.
porvir.org/23-cientistas-brasi-
leiras-que-todos-precisam-co- MOREIRA, Isabela. 5 coisas que você precisa saber sobre Marie Curie. Galileu, 4 jul. 2016. Disponível em: https://revistagalileu.
globo.com/Ciencia/noticia/2016/07/5-coisas-que-voce-precisa-saber-sobre-marie-curie.html. Acesso em: 13 abr. 2022.
nhecer/. Acesso em: 24 jun. 2022.
• Ao finalizar o trabalho desta
Mulheres na ciência
seção, indique aos estudantes o
filme a seguir. Marie Curie se tornou uma inspiração para cientistas mulheres no mundo todo, considerando o
ESTRELAS além do tempo, de pouco espaço que as mulheres tinham e ainda têm no trabalho com pesquisas científicas.
Theodore Melfi, 2017. 127 min.
A americana Florence Sabin (1871-1953) é outro nome que merece ser destacado, pois se
• Outra opção é sugerir aos es- tornou a primeira mulher a fazer parte da Academia Nacional de Ciência dos Estados Unidos, ao
tudantes que façam uma pes- se dedicar aos estudos dos sistemas linfáticos e imunológicos. Essa cientista também se
quisa no intuito de conhecer destacou por lutar pelos direitos das mulheres na sociedade.
outras mulheres cientistas. Pa-
ra isso, podem ser usadas as No Brasil, podemos destacar a psiquiatra, nascida em Maceió, Nise da Silveira (1905-1999), que
práticas de pesquisa revisão bi- lutou contra métodos agressivos a pacientes em tratamento psiquiátrico, tornando-se pioneira ao
bliográfica e análise documen- estudar e compreender o valor terapêutico das artes e da interação com os animais no tratamento
tal. A apresentação da investi- psicológico. Outra brasileira que se destacou na área da

Wallace Martins/Futura Press


gação pode ser feita por meio da Ciência é a microbiologista Natalia Pasternak (1976-).
estratégia Gallery walk. Nascida em São Paulo, ela é formada em Ciências Biológicas
pelo Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo
(IB-USP) e tem PhD com pós-doutorado em Microbiologia,
na área de Genética Molecular de Bactérias pelo Instituto de
Ciências Biomédicas da mesma universidade (ICB-USP). A
pesquisadora é uma das fundadoras do Instituto Questão
de Ciência, que defende o uso de evidências científicas nas
políticas públicas, um trabalho que foi realizado por ela e
pelos seus colegas durante a pandemia da covid-19. Fotografia de Natalia Pasternak em 2021.

172

02/08/2022 17:19:35

172

09/08/2022 11:59:28
4. Possível resposta: Como se trata de uma profissão geralmente relacionada ao • Na atividade 1 da subseção
Estudo do texto homem, a apresentação de informações sobre uma mulher que se destacou na área da Conversando sobre o texto, reto-
Ciência, valoriza o potencial das mulheres, mostrando que não há diferença de
capacidade intelectual entre homens e mulheres. me com os estudantes as hipóte-
ses feitas antes da leitura a fim de
Conversando sobre o texto verificar se foram confirmadas.
1. Suas hipóteses sobre alguns desafios que uma mulher precisava enfrentar para ser cientista • Ao trabalhar a atividade 2,
estavam de acordo com o que foi relatado a respeito do que Marie Curie teve de enfrentar? permita-lhes expor suas refle-
xões a respeito da cientista e o
Comente. Resposta pessoal.
legado dela.
2. Das informações apresentadas no texto, qual você considera mais interessante sobre a cien-
tista Marie Curie? Explique. Resposta pessoal.
• Na atividade 3, incentive os
estudantes a citar os cientistas
3. Que outros cientistas você conhece? Qual foi o legado deixado por eles? Compartilhe as infor- de que se lembram que contri-
buíram para mudar o mundo
mações com os colegas. Resposta pessoal.
com sua s descober t a s, por
4. Para você, qual é a importância de apresentar informações sobre uma mulher que se destacou exemplo, na área da saúde, da
na área da Ciência? ciência e da tecnologia. Confira
alguns exemplos que você pode
5. Logo no início do artigo, no item 1, é revelada uma visão de como eram os valores sociais e apontar com o propósito de au-
culturais da época com relação à educação de mulheres. O que é revelado sobre isso? Qual é xiliar os estudantes nessa iden-
sua opinião sobre essa forma de agir com relação às mulheres? tificação.
Resposta: Que Marie Curie teve de se esforçar muito mais na área em que obteve destaque por ser mulher. Em sua época,
as mulheres não tinham muitas oportunidades de estudar, principalmente em universidades. Marie não conseguiu, por › Isaac Newton (1643-1727): fí-
exemplo, estudar na Universidade de Varsóvia, na Polônia, porque nela sico, matemático e astrônomo,
Escrevendo sobre o texto não se permitiam estudantes do sexo feminino. A resposta da segunda nascido na Grã-Bretanha, des-
parte da questão é pessoal.
cobriu a Lei da Gravitação Uni-
1. O texto lido é um artigo de curiosidade científica. Com que objetivo ele foi produzido? versal.
1. Resposta: O texto lido foi
2. Com relação ao veículo de circulação do artigo, responda às questões.produzido com a finalidade de › Charles Darwin (1809-1882):
transmitir informações sobre a naturalista britânico que se tor-
a. Onde o artigo foi publicado? cientista Marie Curie. Ele foi publicado para divulgar
Resposta: O texto foi publicado na versão digital da revista Galileu. informações curiosas sobre a cientista, coisas que nou conhecido por formular a
b. Como é possível identificar essa informação? possivelmente o leitor não conheça. Teoria da Evolução das Espécies,
Resposta: É possível identificar essa informação no crédito que aparece ao final do texto.
c. O artigo foi publicado em uma revista que divulga textos de curiosidades sobre os mais considerada uma das mais polê-
micas sobre a origem dos seres
variados assuntos, especialmente ligados à área da Ciência. Qual é a relação entre o texto
Resposta: O artigo apresenta informações sobre a cientista Marie Curie, vivos.
divulgado e o veículo de circulação? personalidade ligada à área das Ciências, área cujos assuntos são
veiculados pela revista em que o artigo foi publicado. › Albert Einstein (1879-1955):
3. Releia o título e a linha fina do artigo de curiosidade científica. nascido na Alemanha e conheci-
do como o pai da física moder-
5 coisas que você precisa saber sobre Marie Curie na, é um dos mais famosos
cientistas do mundo.
Cientista foi a única mulher a ganhar o Prêmio Nobel duas vezes › Louis Pasteur (1822-1895): es-
se cientista francês fez desco-
a. De que forma o título dá indícios sobre o assunto que será abordado no texto? Que ponto bertas que contribuíram muito
é destacado nele? Resposta: O título sugere que são apresentadas cinco informações sobre Marie Curie, destacando
que elas precisam ser conhecidas pelo leitor.
para a evolução da medicina e
da química. Seus estudos con-
b. Que informações são apresentadas na linha fina?
Resposta: A linha fina destaca que Marie Curie foi a única mulher a receber o Prêmio Nobel por duas vezes. seguiram identificar a ação de
c. Qual é a importância da linha fina nesse artigo? microrganismos, favorecendo a
Resposta: A linha fina amplia o assunto apresentado no título, dando mais informações ao leitor.
prevenção de infecções.
4. No artigo, foi incluída uma citação de um representante de uma Escola de Medicina da Uni-
versidade da Califórnia, nos Estados Unidos, que destaca o empenho de Marie Curie numa • Na atividade 4, incentive os
estudantes a manifestar suas
época em que as mulheres não tinham muitas oportunidades de estudar.
opiniões, de modo a desenvol-
a. De que forma essa citação aparece destacada no artigo? ver a argumentação oral. Caso
Resposta: Por meio das aspas.
b. Qual é a importância dessa citação para a construção do texto? estejam com dificuldades em
Resposta: Além de revelar informações sobre a cientista, elas conferem mais credibilidade ao texto. argumentar, conduza-os ao
173 pensamento de que dar desta-
que às realizações das mulheres
auxilia na quebra de um para-
digma social que valoriza só o
:19:35 • Nas atividades 1 e 2 da subseção Escrevendo sobre o • Ainda na atividade 3, comente com os estudantes que
02/08/2022 17:19:35 que é feito pelos homens.
texto, perceba se eles compreendem que o artigo foi es- a linha fina salienta uma das cinco curiosidades que serão
crito e publicado em razão da data da morte de Marie apresentadas no artigo, que provavelmente é a que a jor- • Na atividade 5, direcione a ex-
Curie, lembrando de sua importância e celebrando seus nalista considera mais importante na vida da cientista. posição das ideias de modo que
os estudantes reflitam sobre o
feitos.
• A atividade 4 explora o emprego das aspas para sina- direito à educação, que é uni-
• Para complementar a atividade 3, caso considere lizar as falas em citação direta. Comente o valor da in- versal. Reforce a importância de
oportuno, comente que a maneira como o título foi for- serção da voz de um cientista para corroborar o que está lutar contra a desigualdade de
mulado vai ao encontro de uma característica comum a sendo exposto no artigo sobre Marie Curie. gênero em diferentes contextos
textos veiculados na internet, com um formato que sociais, como no mercado de
apresenta as informações em tópicos e enumera fatos. trabalho, na vida familiar, na po-
lítica, na educação etc.

173

09/08/2022 11:59:29
• Na atividade 5 da subseção 5. As informações que destacam algumas curiosidades sobre a vida de Marie Curie foram orga-
Escrevendo sobre o texto, per- nizadas por meio de cinco itens.
gunte aos estudantes qual é o
efeito causado pela divisão do a. Relacione cada um dos itens às respectivas informações. Anote as respostas no caderno.
texto em itens e se acham que
essa forma de organização au- 1 2 3 4 5
menta a curiosidade para ler o
texto. A. Apresenta quando Marie Curie e seu esposo receberam o Prêmio Nobel de Física pela
• Aproveite a atividade 1 da descoberta da radioatividade; e quando ela recebeu o Prêmio Nobel de Química pela des-
subseção Explorando a lingua- coberta e estudos dos elementos rádio e polônio.
gem para ressaltar uma carac-
terística do gênero relacionada
B. Aborda as novas descobertas de outros elementos radioativos por meio de pesquisas
ao fato de o texto apresentar desenvolvidas por Marie Curie e seu esposo.
linguagem objetiva por conta de C. Informa sobre a vida estudantil e acadêmica de Marie Curie, bem como o que ela precisou
seu caráter informacional ao fazer para estudar e alcançar o destaque que obteve.
mesmo tempo que pode mani-
festar marcas de subjetividade, D. Explica quais benefícios a descoberta do rádio proporcionou durante a Primeira Guerra
por meio de palavras ou expres- Mundial.
sões que evidenciem a aprecia-
E. Informa sobre as descobertas de Marie Curie e seu esposo e o desenvolvimento da teoria
ção de quem o escreve.
da radioatividade. Resposta: 1 – C; 2 – E; 3 – B; 4 – A; 5 – D.
• Para complementar a ativida-
de 2, exiba a oração sem os ad- b. Explique por que houve essa divisão do artigo de curiosidade científica em itens.
juntos adverbiais a fim de que Resposta: Essa divisão organiza as informações em blocos, facilitando a identificação das informações pelo leitor e
os estudantes percebam a dife- aumenta também o dinamismo da leitura do texto.
rença que o emprego deles traz. Explorando a linguagem
Caso seja necessário, auxilie-os 1. c. Resposta: Uma visão positiva, ao exaltar a genialidade da cientista, denominando-a como uma
na resolução do item c, pois a 1. Releia este trecho. cientista incrível, e ao afirmar que fomos privilegiados, em uma referência às gerações que
relação entre o detalhamento surgiram após as descobertas de Marie Curie.
que os adjuntos adverbiais con- [...] Perdemos esta incrível cientista nesta mesma data (4 de julho) há 82 anos, mas
ferem e a característica de in- fomos privilegiados com os diversos conhecimentos e descobertas que ela nos deixou.
formar curiosidades, própria do
gênero, é fundamental para a a. O artigo lido apresenta uma linguagem objetiva. Por que?
compreensão do texto. Resposta: Por causa de sua finalidade, que é informar o leitor sobre fatos, sem expressar um julgamento.
b. No entanto, nesse trecho, é possível identificar uma marca de subjetividade, revelando uma
visão pessoal do autor do texto. Que palavras e/ou expressões revelam essa visão pessoal?
Resposta: As expressões incrível cientista e fomos privilegiados.
c. Essa marca de subjetividade revela uma visão positiva ou negativa do autor? Explique.
2. No artigo, foram empregados adjuntos adverbiais. Confira um exemplo.

Maria Salomea Sklodowska nasceu em 1867 na cidade de Varsóvia, na Polônia.

a. Identifique os adjuntos adverbiais presentes no trecho.


Resposta: Em 1867, na cidade de Varsóvia, na Polônia.
b. Qual valor semântico (sentido) que eles apresentam.
Resposta: Tempo e lugar, respectivamente.
c. Qual é a importância do emprego de adjuntos adverbiais no artigo lido?
Resposta: Como o texto apresenta dados sobre a vida e o trabalho de uma pessoa que viveu em um tempo passado, os adjuntos
adverbiais de tempo e lugar foram empregados para especificar as informações, indicando quando e onde elas ocorreram.
O artigo de curiosidade científica é um gênero que tem como objetivo expor ao leitor
informações e curiosidades relacionadas a um determinado assunto ou descoberta cientí-
fica ou, ainda, a uma pessoa relacionada à área das ciências. É escrito em um registro
formal e pode apresentar marcas de subjetividade, mostrando algumas apreciações.

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Objetivos
A língua em estudo • Conhecer algumas regras de
emprego do hífen em palavras
derivadas por prefixação.
Emprego do hífen em palavras
derivadas por prefixação BNCC
1. Leia a seguir o trecho de uma notícia, um gênero que tem o objetivo de informar o público • Ao se apropriarem de conhe-
sobre fatos ocorridos no cotidiano, no Brasil ou em outras localidades do mundo. cimentos linguísticos por meio
do estudo da linguagem escrita,
Um super-herói contra a tristeza os estudantes desenvolvem a
Porteiro vira Homem-Aranha e sai pelas ruas alegrando as pessoas; competência específica de Lín-
gua Portuguesa 2.
se der, ainda dá uma ajudinha pra polícia
Assim como na Nova Iorque dos quadrinhos, em Belo Horizonte, um jovem es-
• Quando leem o trecho de no-
tícia apresentado na seção,
conde sua identidade para se transformar no “Homem-Aranha” e salvar a identificando o fato central pre-
sociedade do mal. Contudo, diferentemente do personagem original, o mineiro sente nela e as características
nunca enfrentou um bandido, mas garante que, se vir algo errado acontecendo, do gênero, eles aprimoram a ha-
bilidade EF69LP03.
não hesita em chamar a polícia. E revela sua verdadeira missão: combater o mau
humor e a tristeza. Sugestão de atividade
O “Peter Parker das alterosas” é um porteiro de 25 anos que faz bico como entre-
gador de pizza. Além da mulher, do filho de 2 anos e de alguns parentes, a única • Desenvolva a atividade a se-
guir para que os estudantes re-
que sabe da identidade dele é a dentista. E quando veste a roupa do “Aranha Mineiro”, tomem os conceitos de prefixo,
como ele se identifica, entra em ação um super-herói. sufixo e radical e o processo de
[...] formação de palavras por deri-
vação.
FERREIRA, Pedro. Um super-herói contra a tristeza. O Tempo, Belo Horizonte, 10 jul. 2018. Disponível em: https://
www.otempo.com.br/cidades/um-super-heroi-contra-a-tristeza-1.1998461. Acesso em: 13 abr. 2022. • Escreva, na lousa, as palavras
prefixo, sufixo e radical e apre-
Alterosas: o estado de Minas Gerais. Bico: trabalho eventual. sente estas três definições:
Resposta: A notícia informa fatos ocorridos com um “Parte que contém o significado
a. Qual é o fato divulgado nesse trecho da notícia? porteiro de 25 anos que se fantasia de Homem-Aranha
para alegrar as pessoas. principal da palavra.”; “Compo-
b. Onde ele ocorreu? Resposta: Em Belo Horizonte, Minas Gerais. nente acrescentado antes do
radical.”; “Parte acrescentada
2. Como o fato noticiado pode ser considerado: triste, assustador, inusitado, cômico? Escreva a
após o radical.”.
resposta no caderno e explique por quê.
3. A palavra contudo, empregada no segundo parágrafo, é importante, pois contrapõe duas in-
• Depois, peça aos estudantes
que analisem estas três partes
formações nessa notícia. Quais são elas? Resposta: As informações contrapostas no texto são a transformação (morfemas): feliz, mente e in e
do jovem no “Homem-Aranha” para salvar a sociedade do mal e o fato de ele nunca ter enfrentado um bandido.
oriente-os a formar com esses
4. Que palavra foi usada para designar o que é o Homem-Aranha?
Resposta: A palavra super-herói. elementos uma palavra deriva-
5. Sabendo que o prefixo super- acrescenta a um radical uma ideia de algo superior, qual é o da por prefixação (infeliz), uma
significado da palavra que respondeu à questão anterior? palavra derivada por sufixação
(felizmente) e uma palavra de-
6. Leia as afirmativas a seguir e escreva no caderno a que justifica o emprego do hífen na pala- rivada por prefixação e sufixa-
vra super-herói. Resposta: B. 2. Resposta esperada: Inusitado e cômico, pois se trata de uma ção (infelizmente).
atitude fora do comum um homem se fantasiar de super-herói e sair
A. Ligar pronomes a verbos. pelas ruas da cidade para trazer alegria às pessoas. • Questione os estudantes so-
bre qual das partes é o sufixo e
B. Ligar palavra formada por prefixo. 5. Resposta: Ela significa alguém dotado de algum poder ou
elemento sobrenatural, que o coloque em posição superior a qual é o prefixo. Pergunte como
C. Unir palavras formadas por composição. um herói comum. chegaram a essa resposta. Es-
pera-se que eles digam que o
175 sufixo é -mente e o prefixo é in-
e que prefixo é a parte que é co-
locada antes do radical, e sufixo,
a que é posta após o radical.
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partes dela, que pode ser acessada pelo link da referência já carrega um sentido de grandeza, conferindo, portanto,
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que se encontra no final do texto. poderes que ultrapassam suas inerentes capacidades. Orientações
• Além da palavra contudo, que contrapõe o fato de o • Após realizar a atividade 6, mostre aos estudantes • Na atividade 1, solicite a um
homem nunca ter praticado nenhum ato de super-herói exemplos de hífen ligando pronomes a verbos: fazê-lo e voluntário que faça a leitura do
como o personagem que homenageia, aproveite a ativi- tirá-la. Em seguida, apresente casos do hífen ligando texto em voz alta.
dade 3 para destacar um jogo de palavras da notícia: ele palavras formadas por composição: mico-leão-dourado
não combate o mal (antônimo de bem), mas combate o e arco-íris. • Para complementar a ativida-
de 2 e auxiliar na justificativa das
mau humor das pessoas (contrário de bom humor).
respostas, se considerar oportu-
• Nas atividades 4 e 5, ressalte a característica de abun- no, leia com os estudantes a notí-
dância que o prefixo agrega ao termo herói, que por si só cia completa ou algumas outras

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• Após as explicações sobre o
uso do hífen, apresente as se- Em algumas palavras formadas por derivação prefixal, emprega-se o hífen, como é o caso
guintes informações à turma da palavra super-herói. Esse sinal também é empregado em outras situações e proibido em
para complementar o assunto alguns casos.
estudado.
• Assinado em 1990, o Acordo
Conheça, no quadro a seguir, algumas regras do emprego do hífen em palavras derivadas por
Ortográfico visa à padronização
da ortografia da língua portu- prefixação. Nele, você vai conhecer também algumas exceções e casos em que o hífen não deve
guesa com a definição de novas ser empregado e o que deve ocorrer na grafia dessas palavras.
regras, substituindo o Formulá-
rio Ortográfico de 1943. Brasil,
Angola, Cabo Verde, Guiné-Bis- Emprego do hífen em palavras derivadas por prefixação
sau, Moçambique, Portugal, São Prefixos Exemplos
Tomé e Príncipe e Timor-Leste,
que formam a Comunidade de agro-; anti-; auto-; Emprega-se hífen quando a palavra que se junta a um desses prefixos apresenta
Países de Língua Portuguesa contra-; micro-; vogal inicial igual à vogal final do prefixo, ou se a palavra iniciar com a letra h.
(CPLP), assinaram o tratado e extra-; foto-; infra-; Exemplos: anti-inflamatório, infra-assinado, sócio-histórico, ultra-honesto.
definiram prazos para que a re- mega-; micro-; mini-;
Dobram-se as letras r e s quando a palavra que se une a um desses prefixos
forma entrasse em vigor em multi-; neo-; pluri-;
inicia com uma dessas letras.
seus territórios. Em Portugal, as semi-; socio-; tele-;
tri-; ultra- Exemplos: antirrugas, infrassom, minissaia, multirracial.
novas regras passaram a valer
em 2009, enquanto, no Brasil, a Esses prefixos exigem hífen quando a palavra que se une a eles apresenta como
reforma entrou em vigor a par-
ciber-; hiper-; super- letra inicial h ou r.
tir do dia 1º de janeiro de 2016. O
atual acordo ortográfico trouxe
Exemplos: super-homem, hiper-realismo.
alterações às regras de acentu- Quando a palavra que se junta a um desses prefixos apresenta como letra inicial
ação e de hifenização e ao uso sob-; sub- h, r ou b, emprega-se hífen.
da letra maiúscula e da letra mi- Exemplos: sub-humano, sob-roda, sub-bloco.
núscula. Além disso, o acordo
oficializou as letras k, w, y, ante- Emprega-se hífen quando a palavra que se une a esses prefixos apresenta como
riormente consideradas letras circum-; pan- letra inicial h, m ou n.
estrangeiras, como letras do al- Exemplo: pan-americano, circum-navegação, circum-hospitalar.
fabeto português, que passou a
Esses prefixos sempre exigem hífen ao formar palavras compostas.
ser formado por vinte e seis le- além-; recém-; vice-
tras. Exemplos: além-mar, recém-nascido, vice-campeão.

• A Academia Brasileira de Le- Emprega-se o hífen sempre que esses prefixos conservarem autonomia
tras (ABL) disponibiliza um link pré-; pós-; pró- vocabular na palavra derivada.
para sanar dúvidas sobre o Exemplos: pré-escolar, pós-graduação, pró-análise.
acordo. Procure o serviço “ABL
Responde” no site a seguir.
ACADEMIA Brasileira de Letras. Segmentação de palavras derivadas por prefixação com hífen
Disponível em: https://www.
academia.org.br/. Acesso em: 14 Quando uma palavra derivada por prefixação escrita com hífen precisa ser segmentada
abr. 2022. entre o prefixo e o radical, em virtude de não caber na linha, deve-se repetir o hífen na linha
seguinte. Confira o exemplo a seguir.

Rogério Casagrande/
Os consumidores ficaram muito satisfeitos
Arquivo da editora
com a nova função do último modelo de micro -
-ondas, lançado na semana passada.

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• Ao realizar a atividade 1, res-
Praticando gate o que os estudantes viram
até então sobre o prefixo su-
1. Leia, a seguir, dois títulos de notícias e responda às questões. per-, tendo em vista que conhe-
1. b. Resposta: Porque, de acordo com as regras ortográficas, emprega-se hífen quando a palavra que se une ao prefixo ceram a formação do vocábulo
super- inicia com a letra r ou h.
super-herói. Ao compará-lo
com a s palavra s derivada s
Supermercados dão desconto de mais de 80% apresentadas nos títulos das
para produtos perto da data de validade notícias, é provável que, de ma-
neira intuitiva, consigam verifi-
Disponível em: https://www.hojeemdia.com.br/supermercados-d-o-desconto- car o motivo do uso do hífen.
de-mais-de-80-para-produtos-perto-da-data-de-validade-1.662996.
Acesso em: 13 abr. 2022.
• No item d, é importante ex-
plorar as palavras que não de-
vem ser escolhidas no quadro.
Explique aos estudantes que as
formadas pelo prefixo recém-
Empresa lança busto super-realista em
sempre recebem hífen; aquelas
homenagem aos 70 anos de Bruce Lee constituídas pelo prefixo semi-
obtêm hífen quando a palavra
Disponível em: http://revistapegn.globo.com/Revista/Common/0,,EMI121509- que o segue apresenta letra ini-
17180,00-EMPRESA+LANCA+BUSTO+SUPERREALISTA+EM+HOMENAGEM+AOS+ANO cial i ou h, devendo-se dobrar as
S+DE+BRUCE+LEE.html. Acesso em: 13 abr. 2022.
letras r e s quando o termo que
segue esse prefixo se iniciar por
a. Quais são as duas palavras derivadas por prefixação empregadas nesses títulos de notícias? uma dessas letras; as formadas
Resposta: As palavras supermercado e super-realista. com o prefixo multi- recebem
b. Embora sejam formadas pelo mesmo prefixo, por que só uma delas foi escrita com hífen? hífen quando o termo que segue
c. Em que outro caso a palavra formada pelo prefixo super- deve receber hífen? Apresente começa com i ou h; as constituí-
um exemplo. Resposta: Quando a palavra após o prefixo iniciar com h. Resposta pessoal. Possíveis respostas: das pelo prefixo contra- ga-
Super-homem, super-herói, super-heroína, super-humano, super-hidratação etc. nham hífen quando a palavra
d. Analise as palavras do quadro a seguir. Escreva no caderno as que seguem a mesma regra que segue começa com a vogal a
de formação com o prefixo super-. Resposta: Hiper-reatividade; hiper-hidratação; ciberespaço. ou com a letra h. Complemente
dizendo que a palavra ciberes-
paço foi unida porque, assim
hiper-reatividade ∙ hiper-hidratação ∙ recém-formado como aquelas formadas com o
prefixo super-, as constituídas
semi-integral ∙ pré-olímpico ∙ multi-instrumentista
pelo prefixo ciber- só recebem
contra-argumento ∙ ciberespaço hífen se a palavra seguinte ini-
ciar com h ou r.

2. Complete as frases a seguir com a palavra cuja grafia está correta, apresentada entre • Ao realizar a atividade 2, peça
aos estudantes que respondam
parênteses. primeiro sem consultar o qua-
a. O debate ■ está marcado para a próxima terça-feira. (preeleitoral – pré-eleitoral) dro que explica o emprego do
Resposta: O debate pré-eleitoral está marcado para a próxima terça-feira. hífen em palavras derivadas por
b. A nova ■ promete muita ação e aventura. (minissérie – mini-série) prefixação. Após isso, solicite-
Resposta: A nova minissérie promete muita ação e aventura.
c. Um ■ foi visto cruzando a estrada que estava interditada. (automóvel – auto-móvel) -lhes que verifiquem, no qua-
Resposta: Um automóvel foi visto cruzando a estrada que estava interditada. dro, se suas respostas estão
d. O novo diretor fez mudanças ■ na escola. (ultrarrevolucionárias – ultra-revolucionárias) corretas e anotem quais delas
Resposta: O novo diretor fez mudanças ultrarrevolucionárias na escola.
suscitaram mais dúvidas a fim
e. Pesquisadores noticiaram a descoberta de um poderoso remédio ■. (antiinfeccioso – anti-
de voltar mais a atenção a de-
-infeccioso) Resposta: Pesquisadores noticiaram a descoberta de um poderoso remédio anti-infeccioso.
terminados prefixos.
f. As discussões em torno da ■ sempre causam polêmica. (agroindústria – agro-indústria)
Resposta: As discussões em torno da agroindústria sempre causam polêmica.
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• Após realizar a atividade 3, pe- 3. Forme palavras derivadas por prefixação combinando os prefixos e as palavras a seguir. Uti-
ça a alguns voluntários que ex- lize as regras apresentadas na página 176 sobre o emprego do hífen. Escreva as respostas no
pliquem o emprego e o não uso
caderno.
do hífen nas palavras formadas.
• No item a da atividade 4,
prefixos palavras
aproveite para explorar a rela-
ção entre os títulos e as ima-
gens das capas. agro- ∙ infra- prefeitura ∙ ecologia
• Utilize o item b para incenti- sub- ∙ anti- ônibus ∙ estrutura
var os estudantes no desenvol-
vimento da argumentação oral micro- ∙ mini- herói ∙ ilha
ao expressarem suas opiniões
Resposta: Agroecologia, infraestrutura, subprefeitura, anti-herói, micro-ônibus e mini-ilha.
sobre qual livro mais chamou
sua atenção. Escolher o livro pe- 4. Analise, a seguir, duas capas de livro.
lo título ou pela capa faz com
que eles necessitem deduzir o
Editora Moderna

Editora FTD
conteúdo do livro, o que incita a
prática de análise por meio de
inferências.
• Nos itens c e d, peça aos estu-
dantes que respondam primeiro
sem consultar o quadro de re-
gras e, em seguida, solicite que
verifiquem se suas respostas
estão corretas.
• A atividade 5 pode ser desen-
volvida em duplas. Para isso,
junte estudantes de diferentes
perfis, de modo que cada um
contribua com sua bagagem e
agregue distintas habilidades à
dupla. Se considerar oportuno,
peça-lhes que busquem notí-
cias que tragam as palavras for-
madas pelos prefixos no título
ou na linha fina, assim como foi Capa do livro Cadê o super-herói?, de Capa do livro Sequestro no cibermundo, de
apresentado na atividade 1 des- Walcyr Carrasco, publicado pela editora Marco Túlio Costa, publicado pela editora
ta seção. Após a realização, pro- Moderna, em 2012. FTD, em 2012.
mova um momento de compar-
tilhamento dos resultados com a. Analisando somente a capa desses livros, é possível ter uma ideia do que cada um deles
toda a turma. trata? Justifique sua resposta. Resposta: Sim, ao analisar as imagens das capas e ler os títulos, é possível concluir que o
primeiro possivelmente apresenta uma história de aventura e heróis e o segundo, de mistério, aventura, relacionada à internet.
b. Qual dos dois livros mais despertou sua atenção? Por quê?
Resposta pessoal.
c. Quais palavras formadas por derivação prefixal foram empregadas nos títulos desses livros?
Resposta: As palavras super-herói e cibermundo.
d. Explique a grafia das palavras que você usou para responder ao item anterior, com relação
ao uso e ao não uso do hífen.
5. Pesquise em jornais e revistas cinco palavras formadas com algum dos prefixos apresentados no
quadro da página 176. Apresente-as para os colegas e justifique a escrita delas. Caso alguma tenha
sido escrita incorretamente, explique como deveria ser a grafia correta. Resposta pessoal.
4. d. Resposta: A palavra super-herói é escrita com hífen, pois o prefixo super- exige hífen quando a palavra que se une
178 a ele inicia com a letra h. Já a palavra cibermundo é unida, pois a segunda palavra não se inicia com as letras h ou r.

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Objetivos
Outra leitura • Ler outro artigo de curiosida-
de científica e identificar as ca-
Nesta seção, você vai ler outro artigo de curiosidade científica. Você sabe como uma ilha ter- racterísticas e a função socioco-
restre é caracterizada? Leia o texto para saber essas e outras informações. municativa desse gênero.

Você sabia que existem ilhas terrestres? BNCC


Ilha é uma porção de terra firme cercada de água por todos os lados. Mas ambientes • Ao ler e compreender o artigo
isolados também podem receber esse nome. As chamadas ilhas terrestres são ambientes de curiosidade científica, os es-
com características únicas, que contêm espécies endêmicas, ou seja, encontradas apenas tudantes desenvolvem a com-
naquele lugar. petência específica de Lingua-
Há muito tempo os cientistas consideram as ilhas oceânicas ambientes privilegiados gens 1 e a competência especí-
fica de Língua Portuguesa 3.
para o estudo da fauna e da flora. Por estarem isoladas de outros ambientes, as ilhas são
locais que favorecem o surgimento de novas espécies com características próprias. Isso • O tema do texto também per-
acontece porque, com o passar de milhares de anos, os bichos, as plantas e outros seres mite o aprimoramento da com-
petência geral 2 e o trabalho
vivos que vivem isolados nas ilhas vão se tornando diferentes, já que o contato e a repro-
com o tema contemporâneo
dução com indivíduos de outros locais se tornam cada vez mais raros ou inexistentes.
transversal Ciência e tecnologia.
Como precisam se adaptar, mudam suas características para se adequarem ao ambiente.
Com isso, novas espécies podem surgir. • Ao explorar o contexto de
produção do texto, os estudan-
[Morros] de pedra, onde as formas de vida são completamente diferentes daquelas en-
tes desenvolvem a habilidade
contradas nas matas que as rodeiam, são consideradas ilhas terrestres. O Pão de Açúcar, EF69LP29.
no Rio de Janeiro, é um exemplo disso. As plantas que o habitam encontram ali um am-
biente muito diferente da Mata Atlântica, bioma no qual o Pão de Açúcar está inserido. • A habilidade EF69LP17 é de-
senvolvida por meio da discussão
Em vez de um lugar úmido e denso (com muitos vegetais diferentes vivendo juntos e sobre diversos aspectos do arti-
muito próximos uns dos outros), o que é típico da Mata Atlântica, as plantas do Pão de go de curiosidade científica, co-
Açúcar precisam resistir a condições extremas: com pouco solo, pouca água, muito Sol e mo o efeito de sentido do título, a
muito calor. Para sobreviver, portanto, elas desenvolvem mecanismos próprios, bem dife- organização das informações e o
rentes daquelas que formam as florestas. tempo verbal empregado.
Por estarem geograficamente isoladas, as plantas do Pão de Açúcar nem sempre rece- • Quando exploram a estrutura
bem a visita de polinizadores e dispersores de sementes. Por isso, é comum termos espécies composicional do texto lido, os
que crescem apenas em poucas pedras da cidade do Rio de Janeiro, e em nenhum outro estudantes desenvolvem a ha-
local do mundo. Captou o conceito de ilha terrestre? Conhece outras além do Pão de Açúcar?! bilidade EF69LP42.
Conta pra gente!!! Orientações
Luiza F. A. de Paula,
Fotografia da enseada • Inicie a seção retomando as
Instituto de Biociências, de Botafogo e do Pão características do gênero traba-
OSTILL is Franck Camhi/

Botânica Especial e Geral de Açúcar, na cidade lhadas anteriormente. Destaque


Universidade de Rostock (Alemanha). do Rio de Janeiro (RJ). o fato de que os artigos de curio-
Shutterstock.com

sidade científica trazem sempre


PAULA, Luiza F. A. de. Você sabia que existem ilhas terrestres? uma informação nova e buscam
Ciência Hoje das Crianças, Rio de Janeiro, Instituto Ciência Hoje,
apresentar ao leitor situações e
ano 29, n. 283, p. 11, out. 2016. © Instituto Ciência Hoje.
fatos interessantes, que talvez
sejam pouco conhecidos.
• Por meio do texto introdutó-
rio, discuta com os estudantes
os dados apresentados e como
eles poderão aparecer descritos
179 no texto.
• Na sequência, solicite aos es-
tudantes que leiam o texto si-
lenciosamente, de modo a re-
:19:35 02/08/2022 17:19:35
fletir sobre a pergunta exibida
no título e de que forma ela é
respondida no texto.
• Peça a eles que também co-
mentem as informações que já
conheciam e as de que não ti-
nham conhecimento. Para com-
preender bem os dados sobre o
texto, releia o artigo com eles,
selecionando alguns voluntários
para realizar essa leitura.
179

09/08/2022 11:59:30
1. Resposta: Aos leitores da revista Ciência Hoje das Crianças. A pergunta foi feita para levar o leitor a refletir a respeito do


que está sendo questionado, despertando, assim, a atenção dele, instigando-o a ler o texto.
Nas atividades 1 e 2, retome as 1. A quem a pergunta feita no título do texto é destinada? Com que intenção ela foi feita?
discussões feitas antes da leitu-
ra para a comparação das ideias 2. Que informações referentes às características de uma ilha terrestre mais chamaram sua atenção?
Resposta pessoal.
que levantaram com as que fo- 3. O lide do artigo, que corresponde ao primeiro parágrafo do texto, apresenta que tipo de in-
ram apresentadas no texto.
formações ao leitor? Por quê? Resposta: O lide apresenta a definição de ilha e de ilhas terrestres, a fim de situar o leitor
• Na atividade 3, destaque o fa- acerca do conteúdo desenvolvido no artigo. Dessa forma, o leitor tem a informação necessária para continuar a leitura do texto.
4. Diferentemente do artigo de curiosidade científica lido na seção Leitura, o texto da página
to de que, em reportagens e no-
tícias, o lide costuma responder anterior não apresenta uma divisão e organização das informações por meio de itens. Que
Resposta: O corpo do texto desenvolve melhor e
a determinadas perguntas, co- informações são apresentadas no decorrer do artigo? com mais detalhes as informações apresentadas no
lide, traz informações mais detalhadas sobre as ilhas oceânicas e as ilhas terrestres.
mo “o quê?”, “quem?”, “quan- 5. No artigo, a autora cita o ponto de vista de cientistas sobre as ilhas oceânicas.
do?”, “onde?”, “como?” e “por
quê?”. No entanto, em um artigo a. O que essas ilhas representam para os cientistas?
Resposta: Eles consideram as ilhas oceânicas lugares privilegiados para se estudar a fauna e a flora.
de curiosidade científica, nem b. Em que fato eles se baseiam para considerá-las dessa maneira? Resposta: Eles se baseiam no
sempre todas essas perguntas fato de que os seres vivos que estão nesses lugares acabam tendo que se adaptar ao meio. Por estarem isoladas de
aparecem respondidas, pois a 6. Releia a seguir o terceiro parágrafo do texto. outros ambientes, surgem, nas ilhas, novas espécies com
características próprias.
estrutura do lide não é fixa.
• Na atividade 4, ressalte que o [Morros] de pedra, onde as formas de vida são completamente diferentes daquelas en-
texto em questão é organizado contradas nas matas que as rodeiam, são consideradas ilhas terrestres. O Pão de Açúcar,
em parágrafos não numerados. no Rio de Janeiro, é um exemplo disso. As plantas que o habitam encontram ali um am-
• Aproveite as atividades 5 e 6 biente muito diferente da Mata Atlântica, bioma no qual o Pão de Açúcar está inserido.
para propor aos estudantes
que pesquisem se há mais ilhas a. Nesse trecho, a autora cita um exemplo de ilha terrestre no Brasil. Que exemplo é esse?
Resposta: O Pão de Açúcar, localizado na cidade do Rio de Janeiro. Confira a resposta da questão nas
terrestres no Brasil. Se julgar b. Por que ele pode ser classificado como uma ilha terrestre? orientações ao professor.
pertinente, convide o professor
do componente curricular de
c. Por que, nesse local, é preciso que ocorra uma adaptação?
Confira a resposta da questão nas orientações ao professor.
Ciências para auxiliar nessas 7. Os polinizadores e os dispersores de sementes como água, vento e animais são agentes capa-
pesquisas. zes de transportar o pólen de uma planta a outra possibilitando a reprodução, evitando, assim,
• Na atividade 7, solicite a eles que a biodiversidade esteja ameaçada. 7.desenvolvendo
b. Resposta: As plantas precisaram se adaptar à realidade em que vivem,
espécies que crescem somente nesse local.
que pesquisem os polinizadores e a. O que dificulta que agentes polinizadores e dispersores cheguem a regiões como a do Pão
os dispersores de sementes, de de Açúcar? Resposta: O fato de essas regiões estarem geograficamente isoladas.
modo que o professor de Ciências
também possa explicar como es- b. O que a ausência de polinizadores e dispersores causou na região do Pão de Açúcar?
ses processos são caracterizados. 8. Releia dois trechos do artigo de curiosidade científica.
• Na atividade 8, esclareça aos Confira as respostas das questões nas orientações ao professor.
A. Você sabia que existem ilhas terrestres?
estudantes que é comum os ve-
ículos de comunicação apresen- B. Captou o conceito de ilha terrestre? Conhece outras além do Pão de Açúcar?! Conta
tarem um espaço para o leitor pra gente!!!
enviar sugestões, comentários a. O texto foi iniciado por uma pergunta e finalizado com outras duas. A função dessas per-
ou críticas. No trecho B, chame a
guntas no início e no final do artigo é a mesma? Explique.
atenção deles para o uso da fra-
se imperativa “Conta pra gen- b. Qual é o público-alvo desse artigo? Como é possível saber essa informação?
te!!!”, comum na linguagem coti- c. O trecho B é finalizado com a seguinte afirmação: “Conta pra gente!!!”. Essa frase foi iniciada
diana, aproximando o leitor ao com um verbo. Em que modo verbal ela está? Com que objetivo essa frase foi empregada?
autor do texto.
9. Analise a palavra em destaque no seguinte trecho do artigo de curiosidade científica.
• Na atividade 9, para reforçar Ilha é uma porção de terra firme cercada de água por todos os lados. Mas ambientes
o sentido de oposição, cite ou-
tras conjunções coordenativas isolados também podem receber esse nome.
que exprimem outras ideias (e,
Que relação de sentido a oração iniciada pela palavra em destaque estabelece com a anterior?
portanto, porque, pois, ou, lo-
Explique. Resposta: Relação de oposição, pois os conteúdos dessas duas orações se opõem: recebe o nome de ilha a
go) e oriente os estudantes a porção de terra cercada de água por todos os lados, e também ambientes isolados podem receber essa mesma
denominação.
substituir a conjunção mas a fim 180
de que percebam a alteração de
sentido que essa troca causa e o
sentido de ideias contrárias que
essa conjunção indica. bioma no qual o Pão de Açúcar está inserido. Ali, as espé- 8. b. Resposta: O texto é destinado principalmente às 02/08/2022 17:16:17
cies precisam se desenvolver em um ambiente com pou- crianças, o que se justifica pela linguagem e pela forma de
Respostas co solo, pouca água, muito sol e bastante calor. conversar com o leitor. Além disso, o artigo foi publicado
8. a. Resposta: Não, a primeira tem o objetivo de instigar na revista Ciência Hoje das Crianças, destacando quem
6. b. Resposta: Porque é forma- são os possíveis leitores do texto.
o leitor a ler o texto, e sua resposta é dada ao longo da
do por um morro de pedra, no narrativa. Já as últimas visam levá-lo a refletir sobre o que 8. c. Resposta: Está no imperativo e foi utilizada para falar
qual as formas de vida são com- aprendeu e incentivá-lo a compartilhar informações so- diretamente com o leitor, convidando-o a entrar em con-
pletamente diferentes das en- bre alguma outra ilha terrestre que ele conheça, enviando tato com a revista para compartilhar o que sabe de ilhas
contradas em matas que o ro- alguns dados para a revista. terrestres.
deiam.
6. c. Resposta: Porque o lugar é
muito distinto da Mata Atlântica,
180

09/08/2022 11:59:30
10. Confira, a seguir, as informações sobre a autora do texto que aparecem no final do artigo de • Aproveite a atividade 10 para
curiosidade científica: 10. b. Resposta: Por ser pesquisadora conversar com os estudantes
da área de biociência e botânica, sobre a importância de pesqui-
Luiza F. A. de Paula, essas informações mostram que a sadores e cientistas serem tam-
autora é uma pessoa especialista na
Instituto de Biociências, área, o que dá mais credibilidade às bém divulgadores da ciência,
Botânica Especial e Geral informações, ou seja, faz o leitor traduzindo as especificidades
compreender que não se trata de
Universidade de Rostock (Alemanha). informações apresentadas sem um de seus estudos para uma lin-
rigor científico. guagem mais acessível ao gran-
a. Qual é a importância dessas informações? Resposta: Essas informações são importantes, pois mostram
de público. Aliás, hoje em dia, é
quem produziu o texto e quais são as referências profissionais da autora do artigo, conferindo credibilidade ao texto. cada vez mais comum que pes-
b. Que relação é possível estabelecer entre a profissão da autora e as discussões que apresen- quisadores altamente gradua-
ta ao longo do texto? dos produzam conteúdos para
mídias sociais com o intuito de
11. Analise o emprego do tempo verbal nas expressões destacadas, no trecho a seguir.
informar com qualidade a popu-
Há muito tempo os cientistas consideram as ilhas oceânicas ambientes privilegiados lação, combater notícias falsas e
para o estudo da fauna e da flora. Por estarem isoladas de outros ambientes, as ilhas são divulgar resultados muitas ve-
zes obtidos com investimentos
locais que favorecem o surgimento de novas espécies com características próprias. Isso
públicos.
acontece porque, com o passar de milhares de anos, os bichos, as plantas e outros seres
vivos que vivem isolados nas ilhas vão se tornando diferentes, já que o contato e a repro- • Ao desenvolver a atividade 11,
com relação ao tempo verbal,
dução com indivíduos de outros locais se tornam cada vez mais raros ou inexistentes. destaque o fato de o texto ter
a. As informações apresentadas estão se referindo a algo que é um fato, que já foi compro- sido elaborado no presente a
fim de tornar os fatos apresen-
vado, no entanto, o tempo verbal utilizado não é o pretérito. Em que tempo verbal as ex-
tados atuais, como forma de
pressões foram apresentadas? Resposta: As expressões estão no tempo presente.
deixar o texto mais objetivo e
b. O que justifica o emprego desse tempo verbal? Escreva a alternativa no caderno. Resposta: B. convidativo ao leitor.
A. Os verbos foram utilizados para expressar situações que ocorrem todos os dias, que são • Para realizar a atividade 12,
habituais e regulares. explore o uso do verbo de liga-
ção em situações que visam
B. As informações do texto foram colocadas dessa forma de modo a conferir-lhes atuali- conceituar e informar o leitor a
dade, mesmo que o fato não tenha ocorrido no momento em que se fala. respeito de algo. Ajude-os a
identificar outros trechos do
12. Releia o início do artigo.
texto em que esse tipo de verbo
Ilha é uma porção de terra firme cercada de água por todos os lados. Mas ambientes aparece. Se achar necessário,
isolados também podem receber esse nome. As chamadas ilhas terrestres são am- apresente outros verbos que
funcionem como elemento de
bientes com características únicas, que contêm espécies endêmicas, ou seja,
ligação, solicitando aos estu-
encontradas apenas naquele lugar. dantes que os empreguem em
a. Analise as duas ocorrências do verbo ser utilizadas nesse trecho. Essas formas verbais são: exemplos de acontecimentos
Resposta: C. do dia a dia a fim de refletir so-
A. transitivas. B. intransitivas. C. de ligação. bre eles.
b. De que forma tal classificação se relaciona com o seu emprego no trecho? Escreva a res-
posta no caderno. Resposta: A.
A. Seu emprego se justifica pelo fato de esse verbo relacionar características a um sujeito,
o que é típico de casos em que a descrição está presente.
B. Seu emprego se justifica pelo fato de esse verbo indicar ações executadas pelos sujeitos,
o que é típico em textos descritivos.
c. Além desse trecho, em que outro momento do texto o verbo com essa mesma predicação
Resposta: O verbo de ligação foi empregado também para expor informações sobre o Pão de
foi utilizado? Açúcar, na cidade do Rio de Janeiro, citando-o como um exemplo de ilha terrestre.
181

:16:17 02/08/2022 17:16:17

181

09/08/2022 11:59:30
Objetivos

• Conhecer métodos de inves- Conexões Ciências


tigação científica e noções in-
trodutórias de diferentes práti-
cas de pesquisa.
Investigação científica e práticas de pesquisa
• Reconhecer a importância da Neste capítulo, você leu dois artigos de curiosidade científica. Ter curiosidade e o desejo de
pesquisa científica para os es-
tudos. conhecer, aprender e experimentar algo novo é essencial para continuar aprendendo. Mas você já
parou para refletir que apenas a curiosidade não seria o bastante para produzir conteúdo cientí-
BNCC fico? Além da curiosidade que instigou os autores dos textos, foi preciso muita leitura, pesquisa e
investigação.
• Ao apresentar aos estudan-
tes noções introdutórias de prá- Entretanto, você sabia que dominar processos e práticas de pesquisa e investigação científica
ticas de pesquisa e investigação não é algo próprio apenas da área de Ciências da Natureza? Por meio da pesquisa e da investiga-
científicas, a seção desenvolve o ção científica, é possível aprender os mais variados assuntos das mais diversas áreas: Arte, Mate-
tema contemporâneo transver- mática, Tecnologia, Esporte etc.
sal Ciência e tecnologia e as
competências gerais 1 e 2. Além disso, vivemos em uma época em que há muitas notícias falsas, as famosas fake news,
• Com o incentivo ao cuidado portanto quanto mais você souber pesquisar, investigar e se informar com base em fontes confi-
áveis, maior será a sua chance de não se enganar e de combater a desinformação.
com as fontes de pesquisa ex-
traídas do mundo digital, os es- Conheça a seguir algumas noções introdutórias de diferentes práticas de pesquisa.
tudantes aprimoram a compe-

Sergio Lima/Arquivo da editora


tência geral 5 e, por meio da ar-
Revisão bibliográfica
gumentação sobre as práticas
de pesquisa, desenvolvem a Essa prática de pesquisa busca coletar estudos que já
competência geral 7. foram feitos acerca de determinado assunto. Uma dica para
• fazer uma revisão bibliográfica é se perguntar: “O que já foi

Shutterstock.com
A competência geral 6 tam-
bém pode ser contemplada na escrito ou produzido a respeito disso?”. Em uma revisão

Pixel-Shot/
seção ao se valorizar a diversi- bibliográfica, é importante pesquisar fontes recentes sobre
dade de saberes e ao levar os o assunto e também autores e fontes mais renomadas.
estudantes a se apropriar de
conhecimentos e experiências

Sergio Lima/Arquivo da editora


que lhes possibilitem entender Análise documental
as relações próprias do mundo Diferentemente da revisão bibliográfica, que busca fontes
do trabalho. secundárias, na análise documental, o pesquisador recorre a
• Ao expressar suas considera- fontes primárias, ou seja, materiais que ainda não foram

Shutterstock.com
Tiko Aramyan/
ções sobre as práticas de pes- estudados por outra pessoa, podendo ser textos verbais ou
quisa e de investigação científi- não verbais.
ca em situação de aula, os estu-
dantes desenvolvem a habilida-
de EF89LP27.

Sergio Lima/Arquivo da editora


Questionários
Integrando saberes
Os questionários podem ser usados com diversas
• Esta seção suscita um traba- finalidades. As perguntas podem ser abertas ou fechadas

Inside Creative House/


lho integrado entre os compo- e sua aplicação pode ser feita presencialmente ou de

Shutterstock.com
nentes curriculares de Língua forma on-line. Um ponto muito importante é que as
Portuguesa e Ciências, uma vez questões devem ser neutras, ou seja, não podem influenciar
que discute as práticas de pes- a resposta do entrevistado.
quisa empregadas na produção
do conhecimento e amplia os
conceitos de investigação cien- 182
tífica para as demais áreas do
saber, não os encerrando ape-
nas nas Ciências da Natureza. Se
motivar a leitura. Diga que o texto vai apresentar algu- alguns voluntários que leiam um parágrafo cada, além
julgar pertinente, convide o pro- 02/08/2022 17:16:17
mas práticas e tratar do tema da investigação científica, de dividir entre eles a leitura das práticas de pesquisa.
fessor desse componente curri-
cular para o planejamento de
algo imprescindível para a produção de conhecimento.
• Para comentar as práticas de pesquisa, destaque a di-
uma aula conjunta. • Peça aos estudantes que leiam o texto silenciosa- ferença principal entre a revisão bibliográfica e a análi-
mente. Em seguida, oriente-os a ler de forma comparti- se documental, ressaltando que a primeira se debruça
Orientações lhada a fim de desenvolver a fluência leitora e a compre- sobre material já estudado, e a segunda se preocupa em
• Antes da leitura, converse ensão do sentido do texto. Para esse momento, é possí-
vel separar o texto introdutório em parágrafos e pedir a
analisar documentos que ainda não foram estudados.
com os estudantes sobre o que
eles entendem por práticas de
pesquisa, de modo a levantar os
conhecimentos prévios deles e

182

09/08/2022 11:59:30
• Comente as práticas de pes-
quisa desta página individual-
mente e acrescente que os es-
tudos de recepção são eficazes
para avaliar os impactos que

Sergio Lima/Arquivo da editora


determinada obra causou no
Estudo de recepção
público, ou seja, há uma carac-
No estudo de recepção, o receptor (de uma obra de arte terística dialógica entre público
ou de um produto da indústria cultural, por exemplo) deixa e obra.

Shutterstock.com
de ser visto como passivo, passando a ser considerado um
indivíduo crítico, capaz de produzir significados com base • Ao falar sobre a prática de
observação, tomada de nota e

Jenoche/
naquilo que recebe. construção de relatórios, co-
mente que os estudos de recep-
ção são bastante utilizados pa-

Sergio Lima/Arquivo da editora


ra, no fim, após a apresentação
Observação, tomada de nota e construção de do relatório, propor a solução de
relatórios problemas.
Na observação, o pesquisador identifica problemas, • Para discutir a prática de pes-

Shutterstock.com
entende conceitos, coleta dados e toma nota daquilo quisa por meio de entrevista,
que observou. Por fim, os relatórios têm como objetivo ressalte a diferença demarcada

Golubovy/
registrar e divulgar o trabalho. entre ela e o questionário, indi-
cando o fato de que as entrevis-
tas são orais (podem ser trans-
critas depois) e, portanto, de-

Sergio Lima/Arquivo da editora


Entrevistas mandam uma interação entre
entrevistador e entrevistado.
Diferentemente dos questionários, as perguntas da
entrevista são feitas de maneira oral por meio da conversa • Já as análises de mídias so-
ciais são um tipo de pesquisa

Shutterstock.com
entre entrevistador e entrevistado. É importante elaborar
um roteiro de questões e deixar o entrevistado à vontade que surgiu com o avanço da tec-

VH-studio/
durante a entrevista. nologia. Utilizam ferramentas
para as análises e métricas, com
o intuito de verificar as intera-
ções de determinado conteúdo,

Sergio Lima/Arquivo da editora


Análise de mídias sociais sendo muito empregadas para
servir de guia para estratégias
As mídias sociais são os ambientes virtuais que permitem a de marketing digital.
interação entre os usuários e o compartilhamento de

tsyhun/Shutterstock.com
Na atividade 1, incentive os
conteúdo. Para utilizar essa técnica de pesquisa, é possível
estudantes a expressar suas
usar softwares específicos para analisar dados coletados, como
opiniões com base no tipo de
quantidade de curtidas, comentários e compartilhamentos de
prática que eles pensam ser
uma publicação. Uma forma de utilizar a análise de mídias
mais interessante. Para motivar
sociais é a pesquisa por hashtag (#). a resposta, peça-lhes que se co-
Confira as respostas das questões nas orientações ao professor. loquem no lugar do pesquisador
1. Qual das práticas de pesquisa apresentadas você achou mais interessante? Por quê? e imaginem em qual dos cená-
rios de pesquisa se sentiriam
2. Qual é a importância da pesquisa e da investigação científica para os estudos? Converse com mais motivados, por exemplo.
os colegas a respeito disso.
• Para a realização da atividade
3. Agora que você conheceu um pouco mais sobre algumas práticas de pesquisa, reflita a res- 2, promova um momento de
peito do assunto e responda: você já utilizou alguma dessas práticas para desenvolver ativi- conversa entre os estudantes e,
dades na escola ou fora dela? Compartilhe suas experiências com os colegas. caso considere interessante,
utilize a estratégia Think-pair-
183 -share.
• Na atividade 3, pergunte aos
estudantes se eles já realizaram
alguma das práticas que estão
:16:17 Respostas investigação científicas para a produção02/08/2022
de conheci-
17:16:19
elencadas nesta página e abra
mento e a formação de posturas críticas frente aos pro- espaço para que relatem suas
1. Resposta: Espera-se que, com base em seus gostos blemas apresentados. experiências de vida escolar. Ca-
pessoais e suas características individuais, os estudan-
3. Resposta: Espera-se que eles dividam suas experiên- so tenham dificuldades, ques-
tes escolham a prática que mais instiga sua vontade de
cias enquanto pesquisadores. Porém, caso não tenham tione, por exemplo, se já partici-
fazer pesquisas.
nenhuma para relatar, solicite que descrevam alguma param de algum questionário,
2. Resposta: Espera-se que os estudantes reflitam sobre experiência enquanto participantes, como no caso de sobretudo por serem muito co-
o questionamento e compartilhem suas reflexões no algum questionário. muns no universo da internet.
sentido de reconhecer a importância da pesquisa e da

183

09/08/2022 11:59:31
Objetivos

• Praticar a escrita por meio da Produção escrita


produção de um artigo de curio-
sidade científica. Artigo de curiosidade científica
BNCC Neste capítulo, você leu dois artigos de curiosidade científica e um deles informava sobre a
cientista Marie Curie. Chegou a hora de você produzir um artigo de curiosidade científica a respei-
• A produção de um texto escri- to de uma personalidade de uma das seguintes áreas.
to para ser publicado no blog da
turma que expresse informa-
Arquitetura Artes visuais Tecnologia Cinema
ções e ideias, defendendo pon-
tos de vista com respeito, pro-
move o trabalho com a compe- História Literatura Ciência Música
tência geral 4, a competência
específica de Linguagens 4 e a Escolha alguém pouco conhecido, mas que tenha dado ou que continue dando grande contri-
competência específica de Lín-
buição à área em que atua. Depois de terminar sua produção, você vai postar o artigo de curiosi-
gua Portuguesa 3.
dade científica no blog da turma.
• Uma vez que os estudantes
divulgarão o resultado da pes-
quisa no blog da turma, esta se- Planejando o texto
ção contempla a competência
geral 5, a competência específi- Agora, siga algumas orientações para planejar seu artigo.
ca de Linguagens 6, a compe-
a. Faça uma pesquisa sobre a personalidade escolhida. Procure em fontes confiáveis, seja na
tência específica de Língua
Portuguesa 10 e a habilidade internet, seja em livros da biblioteca da escola, se possível, confirmando em mais de uma
EF89LP25. fonte as informações encontradas. Procure vídeos com entrevistas e documentários sobre
essa pessoa, para conhecer um pouco mais da vida dela.
• Ao serem orientados a tomar
notas sobre a investigação rea- b. Tome nota das informações mais importantes que encontrar. Elas serão úteis para a elabo-
lizada, organizando as informa- ração do seu texto.
ções para posterior utilização
c. Lembre-se de que, por ser um artigo de curiosidade científica, os fatos relatados sobre a
na produção do artigo de curio-
sidade científica, eles desenvol-
personalidade devem ser de alguma forma surpreendentes, inusitados, ou seja, devem cha-
vem a habilidade EF69LP34. mar a atenção do leitor por serem pouco comuns ou conhecidos.

• Também desenvolvem as ha- d. Além da curiosidade, busque também alguns dados biográficos da personalidade em questão,
bilidades EF69LP35 e EF69LP36 bem como informações sobre suas obras e/ou realizações.
ao planejar, produzir, revisar e e. Se for possível, separe algumas imagens para incluir no seu artigo. Anote também informa-
editar um artigo de curiosidade
ções sobre elas, para lembrar-se no momento da produção do artigo. Essas informações vão
científica, considerando o con-
compor as legendas.
texto de produção e as regulari-
dades composicionais do gênero. f. Caso considere necessário, selecione também alguns trechos de citações de pessoas que
• A habilidade EF69LP43 é de- podem ter tido algum tipo de relação com a personalidade (familiar, trabalho, estudos etc.)
para incluir como citações no artigo, sempre informando a fonte de onde foram retiradas.
senvolvida na medida em que se
utilizam os modos de introdução Essas citações podem ser, por exemplo, falas de outras personalidades, fragmentos de algu-
de outras vozes no texto, por ma obra ou, ainda, informações citadas em biografias, enciclopédias, revistas e jornais.
meio de citações direta e indireta.
g. Dependendo da área na qual a personalidade se destaca, é possível que você tenha que fazer
• Ao fazer o uso consciente e uma breve pesquisa sobre o contexto histórico ou sobre as circunstâncias de criação da obra
reflexivo de regras, como o uso
ou realização dos feitos, a fim de elaborar uma contextualização para situar o leitor. Nesse
da norma-padrão para a produ-
caso, utilize algumas das práticas de pesquisa que você conheceu neste capítulo.
ção do artigo de curiosidade
científica, os estudantes desen-
volvem a habilidade EF69LP56. 184
• Com a realização da pesquisa
em fontes abertas e confiáveis,
selecionando e tomando nota
das informações necessárias pa-
• Ao utilizar, na produção do texto, conhecimentos lin- • Sugira que pensem nas práticas de pesquisa que mais 02/08/2022 17:16:19
guísticos e gramaticais (ortografia, regência e concor- se relacionem com a personalidade escolhida. Por exem-
ra a elaboração do artigo, as ha- dância nominal e verbal, modos e tempos verbais, pon- plo, se for alguém da literatura, é possível que o estudo
bilidades EF89LP24 e EF89LP28 tuação etc.), os estudantes desenvolvem a habilidade de recepção das obras seja pertinente; se for alguém da
são desenvolvidas. EF08LP04. ciência, pode ser que a revisão bibliográfica se encaixe
• Esta seção contempla as habili-
Orientações
melhor.
dades EF89LP29 e EF08LP14, uma
vez que os estudantes empregam • Para o planejamento, solicite aos estudantes que re-
mecanismos de progressão temá- tomem as características do gênero e auxilie-os em
tica mediante o uso de organiza- eventuais dúvidas.
dores textuais e elementos coesi-
vos na produção do texto.
184

09/08/2022 11:59:31
• No item a da subseção Pro-
Produzindo o texto duzindo o texto, se necessário,
forneça alguns exemplos de li-
Produza seu artigo de curiosidade diretamente em um programa de edição de texto. nha fina para complementar o
a. Atente para a estrutura do texto, inserindo: título do artigo de curiosidade
Dica científica a ser produzido e dei-
• um título criativo e que chame a atenção para a leitura do xar o conceito mais claro à tur-
artigo; Você também pode
ma.
organizar as informações
• uma linha fina que complemente o título e também desperte
o desejo do leitor em ler artigo;
por meio de itens • Verifique se os estudantes
numerados. estão dando bastante ênfase a
• intertítulos para organizar as informações abordadas. citações diretas. A ideia, como
mostra o item b, é que eles
b. Caso tenha planejado a inclusão de citações, você poderá inseri-las de forma direta (com o aproveitem o máximo das pes-
emprego das aspas) ou indireta (por meio de paráfrases introduzidas com expressões como quisas realizadas como uma ba-
“segundo...” e “de acordo com...”). Mas lembre-se de que o artigo é de sua autoria e, portan- se para suas escritas autorais.
to, os trechos citados devem ser breves. Caso perceba essa ocorrência,
c. Insira as imagens pesquisadas e crie as legendas, de forma a integrá-las ao texto. sugira que eles, ao menos, utili-
zem paráfrases no texto.
d. Empregue uma linguagem clara e objetiva ao desenvolver o artigo, utilizando o registro for-
mal e atentando para as regras de ortografia e da gramática (uso das concordâncias nominal • Incentive-os a lançar mão de
imagens que se relacionem não
e verbal adequadas, modos e tempos verbais – presente ou pretérito –, sinais de pontuação
só com a personalidade, mas
adequados etc.).
também com as curiosidades le-
e. Se for possível e se achar necessário, inclua marcas de subjetividade ao elaborar o artigo, vantadas sobre ela. Diga que, no
revelando sua visão pessoal sobre o assunto tratado. caso de não ser alguém conheci-
f. Utilize adjuntos adverbiais de tempo e lugar para marcar onde e quando os fatos relacionados do pela maioria, a inserção da
à vida da personalidade ocorreram. imagem é de grande utilidade.
g. Além das expressões adverbiais, recorra a outros recursos coesivos para conectar as partes • Sublinhe com a turma a im-
do texto, como “além disso”, “no que diz respeito a”, “por fim”, garantindo sua continuidade portância dos adjuntos adver-
biais de tempo e de lugar nesse
textual e fluência.
gênero, que apresenta aconteci-
mentos da vida de alguém, tor-
Avaliando o texto nando-se cruciais para que uma
informação se transforme em
Entregue seu artigo de curiosidade a um colega para ele avaliar seu texto conforme os itens a seguir. uma curiosidade.
a. O artigo apresenta título, linha fina e as informações estão organizadas por intertítulos ou • Verifique se estão imprimin-
itens numerados? do ao texto as marcas de subje-
tividade solicitadas no item e e
b. Se o artigo apresenta citações, elas estão indicadas por meio de aspas (citação direta) ou de
auxilie-os caso perceba que ha-
expressões que indicam a paráfrase (citação indireta)?
ja necessidade.
c. A linguagem está clara, objetiva e foi empregado o registro formal?
• Na subseção Avaliando o
d. Foram utilizados, adjuntos adverbiais de tempo e lugar e outros elementos coesivos para texto, os estudantes deverão
articular as partes do texto e situar o leitor? revisar a produção do colega e
e. As palavras estão escritas respeitando as regras ortográficas e as orações estão de acordo sugerir melhorias. Oriente-os
quanto à coerência das suges-
com as regras gramaticais (uso das concordâncias nominal e verbal adequadas, de modos e
tões oferecidas. Nesse momen-
tempos verbais – presente ou pretérito –, de sinais de pontuação adequados)?
to, vale a pena unir estudantes
Após a avaliação feita pelo colega, o professor também fará alguns apontamentos. Faça as de diferentes perfis para que
alterações necessárias para aprimorar seu artigo. cada um contribua à sua manei-
Por fim, organize com os colegas a postagem no blog da turma dos artigos de curiosidade pro- ra, e a diversidade resulte em
duzidos. Divulguem o link para os familiares e amigos. benefícios.

185
• Em seguida, instrua-os a ano-
tar as sugestões do colega para
que possam ser analisadas e re-
alizadas na produção da versão
final do texto. Por fim, esclareça
:16:19 -os a realizar nova divulgação, enviando o link por e-mail 02/08/2022 17:16:19
todas as dúvidas que eles apre-
ou via mensagem instantânea para algumas pessoas sentarem a fim de que as pro-
conhecidas, com o intuito de ampliar a divulgação dos duções estejam bem escritas e
textos produzidos pela turma. desenvolvidas.
• Após a divulgação do link pa-
ra os familiares e amigos, eles
poderão monitorar os acessos
ao blog. Decorrida uma ou duas
semanas, se o número de aces-
sos permanecer baixo, oriente-

185

09/08/2022 11:59:31
Objetivos

• Praticar a oralidade por meio Produção oral


da produção de um videominuto.
Videominuto
BNCC
Neste capítulo, você leu dois artigos de curiosidade científica e também produziu seu próprio
• O contato com a pesquisa texto desse gênero.
científica e as informações pes-
quisadas possibilitam o trabalho Agora, em grupos, vocês vão produzir um videominuto divulgando uma curiosidade científica
com o tema contemporâneo para ser publicado no blog da turma. Confira a seguir algumas sugestões de temas.
transversal Ciência e tecnologia.
• Mediante a pesquisa e a orga-
Personalidade científica
Fato interessante
nização de dados relevantes pa- sobre a Terra
ra a produção do videominuto,
são contempladas a competên-
cia geral 2 e as habilidades Fato interessante
Animal pouco conhecido
EF69LP32, EF69LP34, EF69LP38, sobre o espaço
EF89LP24 e EF89LP28.
• Ao elaborar o roteiro para a Antes de começar, leiam a definição a seguir de videominuto.
produção desse gênero, os es-
tudantes desenvolvem a habili-
dade EF69LP37. O videominuto é um vídeo que dura em torno de um minuto. Ele pode ter como objetivo
• A habilidade EF69LP12 é tra- homenagear, criticar, gerar humor ou informar determinado assunto.
balhada ao se aprimorar estra-
tégias de planejamento, elabo-
Agora, formem grupos de três integrantes e sigam as instruções para o planejamento do video-
ração, edição e avaliação dos
videominutos, além de atentar minuto de vocês.
aos elementos relacionados à a. Decidam o assunto que será abordado no videominuto.
fala e aos elementos cinésicos.
b. Após escolherem o assunto, pesquisem o tema. Busquem informações em fontes confiáveis
• Quando se produz e divulga e anotem as que julgarem mais importantes e relevantes para serem apresentadas no video-
um videominuto de uma curio-
minuto. Nesse momento, pesquisem em instituições e organizações que fazem o levanta-
sidade científica, utilizando tec-
mento de informações e dados numéricos sobre o assunto.
nologias diversas, são contem-
pladas as competências gerais c. Concluída a pesquisa, definam as tarefas de cada membro do grupo, decidindo quem será o
4 e 5, as competências específi- apresentador ou locutor, quem ficará responsável por gravar o vídeo e quem o editará.
cas de Linguagens 3 e 6, a com-
d. Para incrementar o videominuto de vocês, pesquisem imagens que retratam o assunto que
petência específica de Língua
Portuguesa 10 e as habilidades
será abordado.
EF89LP25 e EF69LP41. e. Juntos, elaborem um roteiro para a gravação do vídeo. Definam o formato do videominuto:
• A habilidade EF89LP27 e a se ele será uma explanação oral, uma animação, uma sequência de imagens acompanhada
competência específica de Lín- de uma narração ou outro formato. Além disso, levem em consideração os recursos disponí-
gua Portuguesa 3 são desenvol- veis para a produção e os materiais, cenários e equipamentos que serão necessários. Confiram
vidas no momento em que, em a seguir as principais informações que o roteiro de vocês deve contemplar:
grupos e após a divulgação dos
videominutos produzidos, os • tempo total de duração do vídeo; • introdução do vídeo.
estudantes conversam sobre as • tempo de cada cena; • desenvolvimento.
informações apresent ada s ,
analisando e expondo suas im- • indicações de cenário; • conclusão.
pressões sobre o assunto. • efeitos de áudio e vídeo;
• Ao analisar a estrutura compo-
186
sicional e os elementos paralin-
guísticos e cinésicos do gênero vi-
deominuto, os estudantes desen-
volvem a habilidade EF69LP40.
dução, seu objetivo e o veículo de publicação, desenvol- com diferentes perfis e pense em grupos de cerca de02/08/2022
• Já a competência específica
17:16:19
vendo a habilidade EF69LP29. quatro integrantes. Essa é uma boa estratégia para tur-
de Língua Portuguesa 5 e a ha- mas numerosas.
Orientações
bilidade EF69LP55 são traba-
• Ressalte que o foco do videominuto é a apresentação
lhadas quando os estudantes
empregam, de forma consciente
• Antes de iniciar a atividade, certifique-se dos recursos de uma curiosidade científica, sendo fundamental uma
audiovisuais e tecnológicos disponíveis na instituição, análise criteriosa das informações pesquisadas. Para isso,
e reflexiva, a variedade linguís- bem como de quantos estudantes possuem telefones ressalte a importância da pesquisa em fontes confiáveis.
tica adequada à situação comu- celulares com câmeras funcionando.
• Evidencie a relevância de conhecer exemplares do gê-
nicativa.
• Atente à formação dos grupos para evitar que algum nero e, se possível, acesse o site indicado no boxe, assis-
• Ao produzir um videominuto, estudante se sinta excluído. Procure uni-los de acordo tindo a alguns vídeos com a turma.
os estudantes são levados a
pensar sobre o contexto de pro-
186

09/08/2022 11:59:31
• Reforce a importância de cui-
Dicas para que a atividade seja bem-sucedida dar tanto da qualidade da ima-
gem quanto do áudio. Conforme
Confiram a seguir as etapas necessárias para a produção do videominuto. a disponibilidade de recursos
a. Antes da gravação, é importante revisar as informações que serão apresentadas nele. Para tecnológicos e acesso à internet,
sugira que busquem vídeos com
isso, retomem as anotações feitas durante a pesquisa e verifiquem se elas estão de acordo
dicas para gravar com excelên-
com o roteiro.
cia e dicas de edição básica de
b. Ensaiem a apresentação do videominuto segundo o que foi roteirizado. Nesse momento, é vídeos.
importante cronometrar o tempo do vídeo, pois ele precisa ter aproximadamente 60 segun-
dos. Caso o tempo esteja ultrapassando o limite, ajustem o roteiro, diminuindo-o conforme
• Caso os grupos manifestem
dificuldades para organizar as
o necessário. ideias, promova uma aula para
c. Para terem uma noção do tempo de locução do roteiro, busquem algumas ferramentas apresentação dos roteiros ela-
on-line que são específicas para cronometrar a leitura e/ou a declamação de textos escritos. borados, a fim de que, de forma
colaborativa, todos possam enri-
d. No dia da gravação, escolham o local da filmagem, considerando que deve ser um ambiente quecer ou corrigir fragilidades
calmo e sem ruídos que possam atrapalhar o vídeo, como pessoas falando ao mesmo tempo nos roteiros, tornando os vídeos
e barulho do trânsito. Além disso, evitem lugares que possam provocar ressonância (eco), mais eficientes no objetivo de
pois isso diminui a qualidade do áudio. transmitir uma curiosidade cien-
e. O locutor ou apresentador deverá falar com clareza e boa entonação. No momento da gra- tífica previamente pesquisada.
vação, se for o caso, é importante olhar para a câmera, buscando agir de forma natural. • Também é importante esta-
Para isso, é importante conhecer bem o texto. belecer um momento para os
estudantes socializarem com a
f. Caso ocorra alguma falha na gravação, como errar uma palavra ou esquecer a fala, continuem
turma dicas de filmagem e pro-
gravando até o final e, depois, se necessário, repitam apenas a cena em que ocorreu o erro. dução que possam ser úteis pa-
Quando estiverem editando o vídeo, excluam-na. ra outros grupos.
g. Um dos membros do grupo deve assumir a posição de diretor, averiguando todo o processo
de gravação e edição e garantindo o que foi planejado no roteiro. Para isso, é importante
• Em último caso, se não hou-
ver nenhum recurso tecnológico
conhecê-lo muito bem, pois, além de cumpri-lo, pode ser necessário adaptá-lo em alguns disponível, é possível fazer uma
momentos. apresentação oral, ao vivo em
h. Concluída a filmagem ou a gravação da locução, reúnam o material e façam a edição do vi- sala de aula, seguindo as carac-
deominuto. Para isso, usem um programa de computador ou um aplicativo gratuito de celu- terísticas do videominuto.
lar. Nesse momento, cortem trechos e incluam efeitos sonoros, textos e imagens, conforme • Por fim, oriente os estudan-
o que foi definido no roteiro. tes para que façam uma autoa-
valiação, elencando seus pontos
i. Depois, assistam à produção atentamente, verificando se algo precisa ser ajustado ou me- positivos e suas principais difi-
lhorado. culdades na realização dessa
j. Caso insiram um texto escrito no vídeo, lembrem-se de revisá-lo, verificando se ele está de atividade. Recomende que cada
acordo com as normas gramaticais. um avalie seu grupo, emitindo
um parecer sobre a participação
Com o professor, definam um dia para assistir aos videominutos da turma. Depois, postem os
de todos, bem como a respeito
vídeos no blog da turma e divulguem o link para que colegas de outras turmas e familiares possam
da experiência de produzir um
conhecer o trabalho de vocês. material audiovisual em grupo.
• Com base nas adversidades
Agora que você e seus colegas conheceram um pouco melhor o mundo da ciência, apresentadas pelos estudantes,
após ler e produzir textos de divulgação científica, que tal ter mais contato com esse promova a retomada das habili-
campo na prática? Verifiquem a possibilidade e combinem com o professor uma visita dades que ainda se mostraram
a um laboratório de ciências, centro de pesquisa, centro de ciências ou planetário de deficitárias para sanar eventuais
sua região. Depois, conversem sobre o que vocês acharam do passeio e o que foi fragilidades na aprendizagem.
possível aprender com essa experiência.
• Finalizada a atividade, se pos-
sível, faça a visita sugerida no
187 boxe do final da página a fim de
que a turma possa ter o contato
com a ciência na prática.

:16:19 02/08/2022 17:16:19

187

09/08/2022 11:59:31
Objetivos
Ponto de verificação
• Analisar o aprendizado refe-
rente à formação de palavras
1. Identifique a alternativa que tem apenas palavras formadas pelo processo de composição
por composição (justaposição e
aglutinação).
por justaposição.

• Examinar o emprego do hífen A. Audiovisual, guarda-roupa, pé de moleque.


em palavras derivadas por pre-
fixação. B. Pernalta, vinagre, pontiagudo.
• Avaliar o conhecimento sobre C. Girassol, aguardente, planalto.
o gênero textual reportagem.
D. Escolarização, abençoar, embora.
• Averiguar o aprendizado acer- Resposta: A.
ca do gênero textual artigo de
curiosidade científica.
2. Identifique a alternativa que tem apenas palavras formadas pelo processo de composição
Orientações por aglutinação.
• Peça aos estudantes que res-
A. Malmequer, girassol, vaivém.
pondam às atividades 1 e 2 indi-
vidualmente. Depois, corrija e B. Desalmado, impaciente, contracorrente.
cheque se eles conseguiram
identificar as palavras compos- C. Folhagem, realmente, brincalhão.
tas por justaposição e por aglu- D. Pernilongo, embora, nordeste.
tinação. Se necessário, relembre
Resposta: D.
a diferença entre os dois pro-
cessos e forneça mais exem- 3. Identifique a alternativa em que as palavras são derivadas por prefixação e empregam o
plos. Oriente-os a voltar ao con- hífen corretamente.
teúdo na unidade e rever os
conceitos caso ainda tenham 4. b. Resposta: Trata-se de um texto
A. Ante-braço, contra-dizer, infra-estrutura. jornalístico, cujo objetivo é expor e
dúvidas. analisar informações sobre determinado
B. Arco-íris, guarda-chuva, segunda-feira.
• Solicite-lhes que a atividade 3 assunto ou acontecimento. Costuma
apresentar a seguinte estrutura: título,
também seja feita individual- C. Contra-ataque, arqui-inimigo, super-homem. linha fina, lide, intertítulos e corpo da
reportagem. Pode conter depoimentos
mente. Posteriormente, faça a de especialistas ou de pessoas
D. Erva-doce, bem-te-vi, recém-nascido.
correção, passando por cada al- envolvidas nos fatos e outros recursos,
ternativa, explicando por que Resposta: C. como imagens, gráficos ou tabelas.
não são palavras derivadas por 4. a. Resposta: Pesquisa
prefixação, se há o uso incorreto 4. Sobre o gênero reportagem, responda às questões a seguir. jornalística, apuração
jornalística, seleção dos fatos e
do hífen ou se são nomes de a. Liste em seu caderno as etapas da produção de uma reportagem. entrevista/coleta de
animais e plantas. Mostre a im- depoimentos, produção,
b. Agora, liste as principais características desse gênero. edição, revisão e publicação.
portância de sempre ampliarem
seus vocabulários e oriente-os a
pesquisar palavras com hífen e
5. Qual é o objetivo de um artigo de curiosidade científica e quais são suas principais características?
retomar as regras sempre que Resposta: Expor ao leitor informações e curiosidades relacionadas a um fato científico, a uma
necessário. Caso ainda haja dú- descoberta da área das ciências ou a uma personalidade dessa área. Trata-se de um texto
objetivo, com poucas marcas de subjetividade, que emprega predominantemente a norma-
vidas em relação ao conteúdo, -padrão da língua e pode conter elementos de textos jornalísticos, como a linha fina.
retome a seção com a turma,
Autoavaliação
releia o boxe conceito e solicite Considerando seu desempenho e sua participação nas atividades desta unidade, escreva:
uma atividade de pesquisa de
palavras derivadas por prefixa-
• um ponto positivo; • um ponto negativo;
ção, pedindo aos estudantes • uma sugestão do que você pode fazer para aproveitar ao máximo as próximas unidades.
que expliquem o uso ou não do
hífen em cada uma das palavras
citadas. 188
• Após a realização da ativida-
de 4, verifique se os estudantes
dominam as fases de produção bre temas que poderiam ser abordados por artigos de pensar em táticas que possam auxiliar na resolução des- 02/08/2022 17:16:19
de uma reportagem e as princi- curiosidade científica. sas defasagens. Analise as listas apresentadas por eles e
pais características do gênero.
Oriente que voltem a esse con- • Autoavaliação: Encoraje os estudantes a refletir so- confira quais foram os pontos mais comuns. Com base
neles, reveja as estratégias pedagógicas utilizadas nas
bre seu desempenho durante a unidade, elaborando
teúdo na unidade para rever es- uma lista de suas maiores dificuldades. Depois, leve-os a aulas e procure atender às necessidades da turma.
sas etapas e reforçar conheci-
mentos.
• Depois de feita a atividade 5,
faça a correção, solicitando que
eles digam o objetivo e as ca-
racterísticas do gênero oral-
mente, levando-os a pensar so-
188

09/08/2022 11:59:31
Iniciando o trajeto Objetivos

• Avaliar os conhecimentos so-


bre o gênero artigo de opinião.
1. Entre os gêneros jornalísticos, é comum haver aqueles que expressam um fato e outros que
apresentam uma opinião. Pesquise, em jornais e revistas, dois textos: um que divulga fatos e
• Avaliar se os estudantes iden-
tificam formas verbais transiti-
um opinativo. Depois, junte-se a um grupo de colegas, analisem os textos pesquisados e res- vas, intransitivas, bitransitivas e
pondam às questões a seguir. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes selecionem um texto de opinião e uma
reportagem ou notícia. Analise as respostas de acordo com os textos pesquisados.
de ligação.
a. Qual dos dois textos pretende defender um ponto de vista? • Verificar a capacidade de per-
ceber a transitividade de um
b. Qual dos textos apresenta argumentos para defender o ponto de vista? Que argumentos ele verbo.
apresenta?
• Verificar os conhecimentos
c. Qual dos textos é mais objetivo, isto é, tem como objetivo principal informar o leitor? sobre as diferenças de sentido
entre as preposições.
2. Redija uma oração de acordo com o que se pede a seguir.
• Verificar os conhecimentos
a. Forma verbal transitiva. Sugestão de resposta: Minha mãe comprou um carro. sobre o gênero folheto.
b. Forma verbal intransitiva. Sugestão de resposta: Eu caminhei até a escola. • Avaliar se os estudantes re-
conhecem os diferentes senti-
c. Forma verbal bitransitiva. Sugestão de resposta: O veterinário entregou o gato para meu irmão. dos que a pontuação pode con-
d. Forma verbal de ligação. Sugestão de resposta: Eu estava cansado ontem. ferir a uma frase.

3. Analise as orações a seguir. Orientações

A. Meu pai gosta de sorvete. • Na atividade 1, solicite anteci-


padamente aos estudantes que
B. Meu pai quer sorvete. pesquisem os textos e os levem
a. Se os termos em destaque fossem retirados das orações, elas fariam sentido? Explique. para análise em sala de aula. Se
Resposta: Não, as orações ficariam sem sentido. apresentarem dificuldade em
b. Analise os termos em destaque e explique a diferença entre eles. diferenciar fato de opinião, for-
Resposta: A diferença está na preposição de, exigida pelo verbo gostar.
4. Analise o par de orações a seguir e explique a diferença de sentido entre elas. Depois, indique neça exemplos e oriente-os a
o elemento responsável por essa distinção. trabalhar em duplas, assim po-
Resposta: Na oração A, o professor dirigiu a palavra a três derão auxiliar-se mutuamente.
A. O professor falou com três estudantes. estudantes; na B, não se sabe a quem o professor dirigiu a Ao desenvolver as atividades
palavra, sabe-se apenas que o assunto da fala do professor
B. O professor falou de três estudantes. foram os três estudantes. As palavras responsáveis por essa referentes a este conteúdo na
distinção são as preposições com e de. unidade, retome a comparação
5. Junte-se a um colega e pesquisem um folheto de alguma campanha de conscientização. Em desses exemplares previamen-
seguida, escrevam um pequeno texto informativo que apresente os itens a seguir. te analisados.
Resposta pessoal. Analise as respostas de acordo com os textos pesquisados.
a. O objetivo principal do folheto. • Ao desenvolver a atividade 2,
6. c. Resposta: Na primeira, afirma-se que algo foi feito e em seguida é feito um
se os estudantes não recorda-
b. O público-alvo do folheto. rem o que é verbo de ligação,
agradecimento; na segunda, afirma-se que algo foi feito por obrigação.
c. As estratégias usadas pelo criador do folheto para atingir esse objetivo. transitividade e intransitividade
verbal, escreva alguns exemplos
6. Analise os pares de orações a seguir e explique a diferença de sentido entre elas. na lousa para que utilizem como
a. Não empurre, Pedro! / Não empurre Pedro! Resposta: Na primeira, ordena-se a Pedro que ele não empurre referência na criação das ora-
algo ou alguém; na segunda, solicita-se a alguém que não empurre Pedro. ções. Para remediar defasagens,
b. Não, vá embora! / Não vá embora! primeiro, entregue tiras de pa-
Resposta: Na primeira, nega-se algo e solicita-se ao interlocutor que ele vá embora; na segunda, solicita-se ao interlocutor
c. Eu já fiz, obrigado. / Eu já fiz obrigado. que ele não vá embora. pel com orações para que expli-
quem se o verbo admite ou não
d. Clarice, a diretora da escola, ligou. / Clarice, a diretora da escola ligou. complemento. Depois, entregue
Resposta: Na primeira, quem ligou foi Clarice, que é a diretora da escola; na segunda, avisa-se a Clarice que a diretora da escola ligou.
• Indique o elemento responsável por criar a diferença de sentido entre essas orações. tiras de papel com verbos para
Resposta: O elemento responsável pela diferença é a presença ou não de vírgula. que eles criem as orações. Utili-
ze as informações coletadas du-
189 rante a atividade para preparar
e conduzir a explicação desse
conteúdo na unidade.
estudantes que pesquisem um folheto e os levem para percebendo desse modo o sentido expresso por elas, su-
02/08/2022 17:11:53 • Nas atividades 3 e 4, ainda em
análise em sala de aula. Ao final, faça a correção na lou- gira a eles que continuem trabalhando em duplas na ela- duplas, peça-lhes que escrevam
sa, anotando as respostas para que eles opinem se estão boração de diálogos com base nessas orações. Verifique as respostas em tiras de papel e,
certas ou não antes da sua avaliação. Ao trabalhar este o que sabem e quais são as dificuldades deles em rela- no momento da correção, leia as
conteúdo na unidade, reforce os conhecimentos já assi- ção aos sinais de pontuação utilizados. Utilize as infor- respostas com toda a turma a
milados e explore os elementos do gênero que eles ain- mações coletadas como base para o planejamento da fim de analisar o nível de conhe-
da não compreenderam. aula sobre esse assunto na unidade. cimento deles e planejar as es-
• Na atividade 6, caso haja dificuldade dos estudantes tratégias de abordagem do con-
teúdo durante o capítulo.
em imaginar possíveis contextos para o uso das orações,
• Para a realização da atividade
5, solicite antecipadamente aos

189

09/08/2022 13:31:48
Objetivos

• Analisar imagem e conversar


sobre os gêneros trabalhados
na unidade.
•Compreender o protesto co-
mo participação social.
• Reconhecer a semelhança e a
Unidade
diferença entre a forma de se

5
posicionar sobre um assunto
nos protestos e nos gêneros ar-
gumentativos escritos.

BNCC

• Ao conhecer a causa pela qual


as mulheres da fotografia pro-
testam, avaliando e refletindo
sobre as formas de manifesta-
Artigo de
ção, posicionando-se em rela-
ção a essas práticas que têm
opinião e folheto
como objetivo denunciar, expor
problemas ou levar a uma refle-
xão, escutando e respeitando o
posicionamento dos colegas, os
estudantes desenvolvem as ha-
bilidades EF69LP21 e EF89LP22.
• Os estudantes desenvolvem a Principais conteúdos
competência geral 4, as compe- desta unidade
tências específicas de Lingua-
gens 3 e 4 e a habilidade EF89LP27 • Artigo de opinião
ao conversar sobre as questões
propostas, analisando a imagem
• Complementos verbais
e expondo seus conhecimentos • Folheto
prévios acerca dos gêneros a se-
rem estudados na unidade. • Pontuação
Orientações

• Confira os conteúdos que se-


rão abordados neste capítulo e
verifique, de acordo com o diag-
nóstico realizado na seção Ini-
ciando o trajeto, se convém al-
terar a ordem de algum deles a
fim de adaptar o material à sua
turma. É possível antecipar al-
guma seção, como Ampliando a
linguagem ou A língua em estu-
do, ou então destinar mais tem-
po a elas, por exemplo.
• Aproveite o quadro de conteú-
dos presente na página para
conversar com os estudantes
190
sobre os próximos assuntos a
serem estudados. Verifique o
que eles recordam e quais ex-
02/08/2022 17:11:56
pectativas têm com relação ao
que vão aprender neste capítulo.

190

09/08/2022 13:31:48
• Oriente os estudantes na lei-

Jeffrey Greenberg/Universal
Images Group/Getty Images
tura da imagem e leve-os a per-
ceber que, assim como há pro-
cedimentos para a exploração
de um texto verbal, as imagens
requerem uma análise atenta
dos detalhes e do contexto em
que foram produzidas. Peça-
-lhes que tentem explicar a si-
tuação retratada. Conduza-os a
identificar a presença majoritá-
ria de público feminino de idade
mais avançada, o lenço branco
que elas têm na cabeça ou que
está desenhado na faixa, os car-
tazes com dizeres em língua es-
trangeira etc.
• Leia a legenda com a turma
para evidenciar o contexto que
motivou o protesto. Informe aos
estudantes que o movimento
Mães da Praça de Maio recebeu
esse nome por ter ocupado a
Praça de Maio, núcleo do poder
estatal argentino onde se locali-
za a Casa Rosada, em Buenos
Aires, para protestar contra o de-
saparecimento de pessoas duran-
te o regime militar na Argentina.
De início, o grupo era composto de
14 mulheres, mães de desapareci-
dos. À medida que o tempo pas-
sou, o grupo cresceu e atingiu di-
versas cidades da Argentina, como
Córdoba, Mendoza e Rosário. Isso
levou à criação de uma rede de
mães pelo país que, até então, não
tinham o perfil de ativistas polí-
ticas, mas que se uniram politi-
camente pelo sentimento de
tristeza, saudade, maternidade e
Fotografia das mulheres do grupo Mães da Praça de Maio, reunidas na Praça de Maio, em Buenos Aires, Argentina,
em protesto para exigir notícias de seus filhos desaparecidos durante a ditadura militar na Argentina (1976-1983).
dor. Um símbolo que identifica a
Confira as respostas das questões nas orientações ao professor.
causa dessas mães são os lenços
1. Que motivos levam as pessoas a realizarem protestos? brancos na cabeça, usados ini-
cialmente como simples forma
2. Em sua opinião, por que é importante manifestar nossos posicionamentos
de identificação em grandes
sobre questões sociais? multidões e, posteriormente, co-
3. Além de protestos, uma pessoa pode manifestar seu posicionamento sobre um mo representação dos filhos de-
assunto por meio de artigos de opinião ou de folhetos, gêneros a serem estudados saparecidos. Explique-lhes tam-
nesta unidade. Quais semelhanças e diferenças existem entre uma manifestação bém que a frase “NO PASARÁN!”
por meio desses gêneros textuais e uma manifestação por meio de protestos? está em espanhol e significa “não
passarão”, um lema que expres-
191 sa a posição de defesa diante de
um adversário.

Respostas
:11:56
tudantes a concluir que se manifestar é um direito do testos se sustentam pelos argumentos que defendem
02/08/2022 17:11:56
povo pela importância que esse ato tem para o desen- um ponto de vista e pela opinião de quem escreve ou 1. Possíveis respostas: A busca
volvimento da democracia e do bem-estar social, pois, protesta. Em artigos de opinião e folhetos, a manifesta- por soluções de problemas so-
por meio dele, chama-se a atenção daqueles que têm o ção é mais individual e apresenta reflexão e organização ciais, tanto atuais como do pas-
dever e o poder de garantir legalmente mudanças que de ideias. O protesto geralmente é composto de uma sado, a insatisfação com situa-
contribuam com os que necessitam, não somente com grande quantidade de pessoas, o que gera um senti- ções de interesse coletivo, como
os que protestam. mento mútuo em favor de uma causa, pode chamar circunstância política e econô-
3. Resposta: Tanto a manifestação por meio dos gêneros mais a atenção do público e ter maior eficácia. mica de um país, a intolerância,
textuais citados como a manifestação por meio de pro- a violência etc.
2. Resposta pessoal. Leve os es-

191

09/08/2022 13:31:48
Capítulo 9 ◆ Artigo de opinião
Objetivos

• Ler um artigo de opinião e co-


nhecer as características e a
função sociocomunicativa des-
se gênero. Leitura
BNCC Muitas famílias gastam dinheiro para satisfazer seus desejos sem se preocupar com o fato de que
ele é um recurso finito. Você imagina quais podem ser as consequências desse comportamento?
• Os temas contemporâneos
transversais Educação finan- O título do artigo de opinião que será lido a seguir é “Educação financeira: o exemplo que deve
ceira, Educação fiscal, Educa- ser oferecido desde cedo”. Você concorda com a ideia de que existe um exemplo relacionado a
ção para o consumo e Vida fa- esse tema e que ele deve ser seguido desde a infância?
miliar e social são contempla-
dos nesta seção, em razão de o
Que ideias você imagina que o autor vai apresentar para justificar a afirmação feita nesse título?
texto abordar a importância de Leia o texto para descobrir.
promover a educação financeira

Sergio Lima/Arquivo da editora


desde a infância, principalmen-
te por meio do exemplo dos
pais. Com base nesses temas,
desenvolve-se também a com-
petência geral 6, pois promove Educação financeira: o exemplo que deve ser oferecido desde cedo
a autonomia, a consciência críti-
ca e a responsabilidade dos es- A educação financeira é um tema cada vez mais presente na realidade e currículo
tudantes, contribuindo para a das escolas e considerado fundamental para ser trabalhado desde cedo com as crian-
construção de seus projetos de ças, para que elas cresçam sabendo desenvolver uma relação mais saudável com o
vida. dinheiro. Mas tão importante quanto trabalhar o tema dentro das escolas é conscien-
• Ao ler o texto, analisar as in- tizar os pais para que esse seja um trabalho realizado em parceria com as famílias.
Todo cidadão pode – e deve – desenvolver habilidades que melhorem sua qualidade de
formações e expor suas refle-
xões sobre o assunto abordado vida e a de seus familiares, a partir de atitudes comportamentais e de conhecimentos
no texto, os estudantes desen- básicos sobre gestão de finanças pessoais. O que a educação financeira se propõe a
volvem a competência específi- fazer é amplificar esse trabalho de consciência nas pessoas, inclusive nas crianças.
ca de Língua Portuguesa 3.
Quando um indivíduo tem as finanças em ordem, ele toma decisões e enfrenta me-
• Durante a leitura do artigo de lhor as adversidades, como, por exemplo, o momento atual da pandemia. E isso ajuda
opinião, ao analisar os argu- não só na organização da vida financeira como também em aspectos pessoais e fami-
mentos expostos pelo articulis-
liares. Nesse sentido, ao ensinar uma criança a lidar bem com o dinheiro desde
ta, os estudantes aprimoram a
pequena, quando adulta, ela terá maiores chances de aprender a administrar o seu salá-
competência específica de Lín-
gua Portuguesa 6. rio, empreender e organizar a sua vida, sabendo comprar e poupar com consciência.

• Ao ler o artigo de opinião, os Consumidores bem-educados financeiramente demandam serviços e produtos


adequados às suas necessidades, incentivam a competição e desempenham papel re-
estudantes reconhecem o texto
como lugar de manifestação de levante no monitoramento do mercado, uma vez que exigem maior transparência das
ideias, opinando e discutindo instituições financeiras e contribuem, dessa maneira, para a solidez e para a eficiên-
sobre as informações apresen- cia do sistema financeiro de que tanto precisamos. Além disso, a qualidade das
tadas. Dessa forma, a compe- decisões financeiras dos indivíduos influencia toda a economia, por estar intima-
tência específica de Língua Por- mente ligada a questões como os níveis de endividamento e de inadimplência das
tuguesa 7 é contemplada.
pessoas e a capacidade de investimento do país.
• Ao estudar o artigo de opi- Por isso tudo, torna-se tão importante estabelecer, desde cedo, as bases para uma rela-
nião, os estudantes compreen-
ção equilibrada com o dinheiro. E para que esse trabalho seja bem-sucedido, a educação
dem e discutem o assunto pro-
posto com os colegas, desenvol-
vendo a habilidade EF89LP03. 192
• A discussão sobre um tema
de relevância social, como a
educação financeira, contempla
dantes aprimoram as habilidades EF69LP17 e EF89LP06. flexão a respeito do título e do que os estudantes sabem
a habilidade EF69LP13. 06/08/2022 11:44:11

• Ao reconhecer a tese e os ar- • Ao analisar as marcas linguísticas de modalização de sobre educação financeira. Essa discussão inicial será
retomada após a leitura e servirá para avaliar os conhe-
um artigo de opinião, os estudantes desenvolvem a ha-
gumentos empregados pelo au- cimentos prévios deles sobre o assunto em questão.
bilidade EF89LP16.
tor, os estudantes desenvolvem
a s habilidades EF69LP16 e • Ao refletir sobre o posicionamento do autor do texto, • Depois, peça aos estudantes que leiam silenciosa-
que se trata de uma opinião livre de discurso de ódio, os mente o texto e, na sequência, solicite a voluntários que
EF89LP04. o leiam em voz alta. Após essa etapa, discuta as infor-
estudantes aprimoram a habilidade EF69LP01.
• Ao reconhecer a importância mações apresentadas, incentive-os a dizer o que mais
do título em um artigo de opi- Orientações chamou a atenção deles, o que já sabiam e o que não
nião e perceber o emprego de
estratégias argumentativas pa- • Antes de iniciar a leitura do texto, proponha uma re- sabiam a respeito do que foi exposto no artigo.

ra persuadir o leitor, os estu-


192

09/08/2022 13:31:49
• No decorrer da leitura, ressal-

Sergio Lima/Arquivo da editora


financeira deve ir ao encontro da realidade de cada indivíduo e de sua família, a impor- te a ordem em que as informa-
tante aliada nesse aprendizado. Aprendemos muito com os acontecimentos da vida, por ções aparecem, bem como a re-
meio dos conhecimentos adquiridos e das experiências, assim como as ações e emoções levância delas. Aproveite para
discutir com os estudantes se
exercem grande influência em nossas decisões financeiras. Somos dependentes de fato-
eles estão de acordo com os ar-
res fisiológicos – que podem ser alterados ou influenciados, dependendo das escolhas
gumentos expostos pelo articu-
feitas – e de fatores psicológicos. Esses últimos são mais complexos, mostrando que a re- lista, incentivando-os a se posi-
lação que os pais e familiares possuem com o dinheiro tem grande influência nas escolhas cionarem criticamente em rela-
dos filhos. Se os pais se relacionam com o dinheiro de forma descontrolada e sem consciên- ção às ideias do texto.
cia, não podem cobrar que seus filhos sejam diferentes.
• Após a leitura, chame a aten-
A ideia que se tem de dinheiro na vida adulta tem a ver com o modelo segundo ao ção da turma para o fato de que
qual a criança foi apresentada na infância. Por isso, educar uma criança desde cedo é o autor manifestou sua opinião
essencial, principalmente com exemplos e atitudes coerentes e coletivas. A criança sobre um tema e o fez sem a ne-
notará a incoerência se a mãe negar um tênis novo, mas tiver 300 pares de sapatos no cessidade de ofender qualquer
pessoa na rede. Valorize esse
armário. Ou se o pai fizer um discurso negando o consumismo, mas trocar o aparelho
tipo de comportamento a fim
de smartphone toda vez que surgir um novo modelo.
de que os estudantes percebam
Outros pontos que devem ser valorizados são como ganhar dinheiro, poupar, gas- que o debate dessa forma é sau-
tar e também como doar (um preceito da ética e da responsabilidade social), assim dável e que combatam qualquer
como o valor exato que o dinheiro deve ter. É importante saber diferenciar o querer do tipo de discurso de ódio.
precisar, o caro do barato. E ainda, adicionar ao contexto familiar um importante há-
bito: fazer a criança participar do orçamento da casa, seja na hora de consumir,
economizar e poupar juntos, valendo para as contas básicas e supérfluas.
O principal objetivo de educar os filhos em relação ao dinheiro é levá-los a atingir
maturidade financeira, ou seja, a capacidade de adiar desejos de agora em função de
futuros benefícios. É da natureza humana querer obter satisfação imediata em todos
os sentidos. A educação financeira para a criança deve ser um projeto permanente.
Não existe idade certa para começar. A necessidade vai aparecer na vida de todos os
pais no momento em que começam os famosos pedidos “compra isso, quero aquilo”.
Um ponto importante a ser destacado é como a relação entre pais e filhos também
pode ficar prejudicada quando o consumismo passa a ser uma medida de amor. Inde-
pendentemente de qual seja a renda familiar, os pais devem estabelecer e deixar
muito claro para os filhos que existem limites para o consumo. Para isso, é importan-
te que tenham clareza e tranquilidade para dizer não.
Não custa repetir: educação financeira se dá pelo exemplo. E justamente por isso é
que a escola jamais conseguirá cumprir essa missão sozinha, sendo capaz de exercer
seu papel educador sem o total apoio e parceria da família.

Fernando Vargas é consultor pedagógico e key account manager [...].

VARGAS, Fernando. Educação financeira: o exemplo que deve ser oferecido desde cedo. Gazeta Digital,
1 set. 2021. Disponível em: https://www.gazetadigital.com.br/colunas-e-opiniao/colunas-e-artigos/
educao-financeira-o-exemplo-que-deve-ser-oferecido-desde-cedo/665811. Acesso em: 19 mar. 2022.

Sistema financeiro: conjunto de instituições, públicas e privadas, responsáveis pela gestão e circulação do
dinheiro na sociedade.
Inadimplência: não cumprimento de um contrato, não pagamento de uma conta ou dívida.
Key account manager: gerente de contas, profissional responsável por oferecer um atendimento diferenciado aos
principais clientes de uma empresa.

193

:44:11 02/08/2022 17:11:56

193

09/08/2022 13:31:49
• Na atividade 1 da subseção
Conversando sobre o texto, re- Estudo do texto
tome com os estudantes as hi-
póteses levantadas antes da
Conversando sobre o texto
leitura, a fim de que sejam con-
firmadas ou não. 1. Após a leitura do artigo de opinião, suas hipóteses a respeito das ideias apresentadas pelo
• Nas atividades 2 e 3, incentive autor se confirmaram? Comente sua resposta com os colegas e o professor. Resposta pessoal.
os estudantes a compartilhar as
respostas com os colegas e a re- 2. Diferenciar desejo de necessidade é um dos pilares da educação financeira. Você acredita que
fletir sobre os próprios hábitos consegue fazer isso? Explique sua resposta. Resposta pessoal.
financeiros e os de seus familia- 3. Você já guardou ou tentou guardar dinheiro para poder ter algo que queria? Conte como foi
res. Leve-os também a reco-
essa experiência. Resposta pessoal.
nhecer a importância do respei-
to às ideias contrárias e aos
2. Resposta: Fernando Vargas. Ele é consultor pedagógico e key account
turnos de fala. Escrevendo sobre o texto manager (gerente de contas). Supõe-se que ele tenha conhecimento na
área educacional e, por isso, seja uma referência confiável.
• Ao realizar a atividade 1 da
1. O artigo de opinião é um gênero que costuma circular no campo jornalístico-midiático. Consi-
subseção Escrevendo sobre o
texto, leve os estudantes a ana- derando essa informação, responda às questões a seguir.
lisar os elementos que com- a. Em que veículo esse artigo de opinião foi publicado? Resposta: No site Gazeta Digital.
põem a situação comunicativa
do texto, orientando-os a relê- b. Quem são os possíveis leitores desse texto?
Resposta: O público em geral, especialmente pais, educadores e pessoas que se interessam por educação financeira.
-lo sempre que necessário. c. Com que objetivo esse artigo de opinião foi produzido?
• Na atividade 2, incentive os Resposta: Incentivar os pais a participar da educação financeira dos filhos mediante o exemplo.
2. Quem é o autor do texto? Qual é a importância da área de atuação desse profissional com
estudantes a citar outros pro-
relação ao assunto abordado?
fissionais que poderiam ter es-
crito esse artigo de opinião so- 3. Leia as informações a seguir sobre os títulos dos artigos de opinião.
bre educação financeira. Exem-
plos: economistas, professores,
especialistas em finanças etc. Os títulos dos artigos de opinião costumam antecipar o posicionamento do articulista.
Eles podem ser afirmativos, sugerindo ou enfatizando determinado posicionamento, ou
• Na realização da atividade 3,
interrogativos, promovendo uma reflexão por parte do leitor.
destaque para a turma o fato de
o título ser um importante re-
curso em um artigo de opinião. Agora, releia o título do artigo de opinião.
Assim, conduza os estudantes a
perceber que, no título desse Educação financeira: o exemplo que
artigo, o posicionamento do au-
deve ser oferecido desde cedo
tor está explícito e instigue-os a
comentar que outros títulos a. Que posicionamento do autor está explícito no título?
eles dariam ao texto. Resposta: O título deixa explícito que o autor acredita que a educação financeira deve ser ensinada ainda na infância.
b. Que palavra empregada no título reforça o posicionamento do autor do texto sobre o tema?
• Ao trabalhar a atividade 4,
Explique. Resposta: A forma verbal deve, que indica uma obrigação.
comente que, além do título,
uma boa introdução é fator de- 4. Nos parágrafos iniciais do artigo de opinião, o autor introduz o texto fazendo uma contextua-
cisivo para manter o leitor inte- lização do assunto para o leitor. Que informações são apresentadas durante essa contextua-
ressado em continuar a leitura. lização? Resposta: O autor destaca que a educação financeira tem sido um assunto cada vez mais abordado nas escolas,
mas afirma que esse trabalho deve ser feito em parceria com as famílias e, para isso, os pais precisam estar
Pergunte-lhes, ca so fossem conscientes da importância desse aprendizado para a vida dos filhos.
pais ou educadores, se a intro- 5. Reflita sobre as ideias elencadas pelo autor do texto e, de acordo com elas, responda às se-
dução do tex to chamaria a guintes questões.
atenção deles ou não. a. Que benefícios tem um indivíduo que mantém as finanças em ordem?
• Na atividade 5, após a localiza- Resposta: Ele toma decisões e enfrenta melhor as adversidades.
b. Qual é a importância de ensinar as crianças a lidar bem com o dinheiro?
ção das respostas no texto, per- Resposta: Quando adultas, as crianças terão maiores chances de aprender a administrar o seu
mita aos estudantes que expo- 194 salário, empreender e organizar a sua vida, sabendo comprar e poupar com consciência.
nham sua opinião sobre os te-
mas abordados, dizendo se con-
cordam ou não com a opinião do
articulista. Esta atividade possi- 02/08/2022 17:11:56
bilita desenvolver a argumenta-
ção oral e escrita com os estu-
dantes. Para isso, leve-os a per-
ceber que precisam empregar
argumentos coerentes e lógicos
ao defender um posicionamen-
to. Aproveite essa atividade para
enfatizar o quanto o texto induz
o leitor a tomar posição frente
aos argumentos expostos, geral-
mente em favor do autor.
194

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6. Todo artigo de opinião contém uma tese, ou seja, a ideia central em torno da qual o autor • Nas atividades 6 e 7, trabalhe
constrói seus argumentos. Leia a definição a seguir. com os estudantes a importân-
cia de se identificar, em um arti-
go de opinião, a tese proposta e
Argumentos são um conjunto de ideias que visam comprovar e defender uma tese com o como ela é construída por meio
objetivo de persuadir o leitor e levá-lo a se convencer sobre determinado assunto, ideia ou postura. dos argumentos escolhidos pelo
articulista. Para que entendam
a. Qual é a tese do artigo de opinião que você leu? Resposta: A tese é a de que as crianças devem aprender as diversas estratégias argu-
educação financeira não só na escola, mas também com o exemplo dos pais. mentativas que podem ser en-
b. Você concorda com ela? Por quê? contradas em um artigo de opi-
Resposta pessoal.
7. Os argumentos usados nos textos dissertativos, como os artigos de opinião, podem ser varia- nião, apresente-lhes os argu-
dos. Leia alguns exemplos a seguir. mentos de juízo a seguir.
› 1. Causa e consequência: apre-
sentar, por meio de raciocínio
Há várias estratégias argumentativas, como: exemplificação, causa e consequência, lógico, as relações de causa e
comparação e citação de autoridade. Essas estratégias são fundamentais para justificar consequência entre as ações.
as ideias apresentadas e garantir a credibilidade do texto. Conectores empregados nesse
tipo de argumentação: porque,
Analise os trechos a seguir e indique qual dos tipos de argumento apresentados foi emprega- pois, por isso, dessa forma, con-
sequentemente etc.
do em cada um deles. Explique cada caso. Confira a resposta da questão nas orientações ao professor.
› 2. Reciprocidade: apresentar
A. A ideia que se tem de dinheiro na vida adulta tem a ver com o modelo segundo o benefícios para os dois lados da
qual a criança foi apresentada na infância. [...] A criança notará a incoerência se a questão. Conectores emprega-
mãe negar um tênis novo, mas tiver 300 pares de sapatos no armário. Ou se o pai dos: assim como, tal qual, tanto
fizer um discurso negando o consumismo, mas trocar o aparelho de smartphone quanto etc.
toda vez que surgir um novo modelo.
› 3. Ressalva: consiste em mos-
trar que se reconhece, em parte,
B. [...] Nesse sentido, ao ensinar uma criança a lidar bem com o dinheiro desde pequena, a força de um argumento con-
quando adulta, ela terá maiores chances de aprender a administrar o seu salário, em- trário, procurando minimizá-lo.
preender e organizar a sua vida, sabendo comprar e poupar com consciência. Esse tipo de argumento de-
monstra que o argumentador
C. Quando um indivíduo tem as finanças em ordem, ele toma decisões e enfrenta não é radical e tem uma visão
melhor as adversidades, como, por exemplo, o momento atual da pandemia. crítica do todo.
› 4. Comparação: opõe dois ou
8. A conclusão do texto é uma parte muito importante de um artigo de opinião. Leia a seguir
mais dados e informações.
algumas estratégias para a composição dela.
› 5. Dedução: par te de uma
ideia geral para chegar a uma
Há várias formas de se compor a conclusão do texto: sintetizando os argumentos e enfa- opinião par ticular ; também
tizando o posicionamento do autor; expondo uma proposta de intervenção para a solução do chamada silogismo. Apresen-
problema; lançando um apelo emotivo ao leitor com o objetivo de sensibilizá-lo; entre outros. tam-se duas ideias comuns e já
aceitas para chegar a uma ter-
ceira, conclusiva.
Releia como o articulista conclui seu artigo de opinião.
› 6. Indução: por meio da análi-
Não custa repetir: educação financeira se dá pelo exemplo. E justamente por isso é se de uma série de elementos
que a escola jamais conseguirá cumprir essa missão sozinha, sendo capaz de exercer particulares, busca extrair um
seu papel educador sem o total apoio e parceria da família. princípio de ordem genérica. Di-
ferentemente do silogismo,
a. Qual frase retoma a tese do autor? parte-se do particular para che-
Resposta: “Não custa repetir: educação financeira se dá pelo exemplo.”
b. Que justificativa final o autor dá a essa tese? gar ao geral.
Resposta: O fato de que a escola não conseguirá cumprir seu papel educador sem o apoio e a parceria da família. › 7. Enumeração: listagem de
c. Com qual das formas citadas o artigo de opinião é concluído? elementos que comprovam e/
Resposta: O autor conclui sintetizando os principais argumentos apresentados ao longo do texto e enfatizando seu
posicionamento.
195 ou reforçam o ponto de vista de
quem argumenta.
› 8. Exemplificação (ilustra-
ção): explica com exemplos co-
:11:56
› 3. Consenso: apresentação de uma verdade partilhada Respostas 02/08/2022 17:11:56
tidianos.
pela maioria, desde que de forma ética.
› 4. Competência linguística: enfatiza o modo de dizer e 7. Resposta: No trecho A, é utilizado um argumento de
• Além dos argumentos de juízo,
há os argumentos de dados da
de apresentar os argumentos, empregando, para isso, exemplificação: citam-se exemplos de incoerências na realidade. Conheça-os a seguir.
um registro adequado ao contexto. educação financeira das crianças. No trecho B, é usado
› 1. Provas concretas: apresen-
• Na atividade 8, oriente os estudantes a pensar de que um argumento de causa e consequência: se uma crian-
ça tem educação financeira, como consequência, no
tação de dados estatísticos de
outra forma o autor poderia ter encerrado seu texto. Se fontes confiáveis.
houver tempo, instrua-os a elaborar, em duplas, um no- futuro, terá mais chances de ter uma vida financeira
bem-sucedida. Por fim, no trecho C, utiliza-se novamen-
› 2. Autoridade: citação de no-
vo parágrafo de conclusão para o artigo de opinião. me confiável na área ou tema
te a exemplificação: o autor apresenta um exemplo de
em questão.
momento de adversidade.

195

09/08/2022 13:31:49
• Antes da realização da ativi-
1. Resposta: Na 3ª pessoa do singular. Possíveis respostas: “A educação financeira é um tema cada vez mais presente na realidade e
currículo das escolas e considerado fundamental para ser trabalhado desde
dade 1 da subseção Explorando Explorando a linguagem cedo com as crianças [...]”. / “Todo cidadão pode – e deve – desenvolver
habilidades que melhorem sua qualidade de vida e a de seus familiares [...]”.
a linguagem, retome com os es- 1. Em que pessoa do discurso o artigo de opinião foi escrito? Exemplifique.
tudantes as pessoas do discur-
so. Se ainda assim houver difi- 2. Identifique as palavras ou as expressões que demonstram o posicionamento do autor em
culdade por parte de alguns em cada trecho a seguir. Resposta: Trecho A: importante e prejudicada; trecho B: deve, permanente e
famosos; trecho C: deve, bem-sucedido, importante; trecho D: tão importante.
chegar à resposta, dê exemplos
A. Um ponto importante a ser destacado é como a relação entre pais e filhos também
de textos na primeira pessoa
pode ficar prejudicada quando o consumismo passa a ser uma medida de amor.
(singular e plural) e na terceira
pessoa (singular e plural). B. [...] A educação financeira para a criança deve ser um projeto permanente. [...] A
• Na atividade 2, leve os estu- necessidade vai aparecer na vida de todos os pais no momento em que começam
dantes a perceber que a modali- os famosos pedidos “compra isso, quero aquilo”.
zação está presente em artigos
de opinião porque estes são es- C. [...] E para que esse trabalho seja bem-sucedido, a educação financeira deve ir ao
sencialmente argumentativos e encontro da realidade de cada indivíduo e de sua família, a importante aliada
negociam valores e sentidos nesse aprendizado.
com o leitor. Isso acontece prin-
D. [...] Mas tão importante quanto trabalhar o tema dentro das escolas é conscienti-
cipalmente em razão da presen-
ça de marcadores de endosso, zar os pais para que esse seja um trabalho realizado em parceria com as famílias.
como “penso que”, “acredito
que”, “dizem”, “acho que” etc.; O artigo de opinião apresenta argumentos para defender um ponto de vista sobre determina-
expressões de certeza/incerte- do assunto, a fim de convencer o leitor e fazê-lo repensar suas opiniões. Portanto, trata-se de um
za, como “certamente”, “prova- texto argumentativo e persuasivo, organizado geralmente em introdução, desenvolvimento e con-
velmente”, “talvez” etc.; formas
clusão. Pode ser empregada a primeira ou a terceira pessoa, dependendo da intencionalidade.
axiológicas, como “é bom”, “é
estúpido” etc. e marcas linguísti- 1. a. Resposta pessoal. Incentive os estudantes
cas que veiculam noções deôn- a compartilhar experiências que tiveram com
Discutindo ideias, construindo valores o aprendizado por instrução de alguém e pela
ticas, como “deve”, “pode” etc. observação do exemplo dado por alguém.
Assim, oriente-os a tentar iden- 1. Ao final do artigo de opinião, Fernando Vargas expressa seu ponto de vista de que família não
tificar palavras ou expressões pode deixar de dar o exemplo em casa para que a educação financeira das crianças aconteça
que denotam a opinião do autor verdadeiramente. Possíveis respostas: Explicando quando não for possível adquirir um bem; evitando comprar
nos trechos. Para auxiliá-los na coisas que não são realmente necessárias; doando os itens que a família não usa mais etc.
tarefa, peça-lhes que pensem a. Você concorda com essa ideia de que aprendemos melhor pelo exemplo? Explique.
como cada trecho poderia ser b. Em sua opinião, em quais momentos é possível que a família mostre aos filhos, na prática,
redigido de uma forma total- como lidar com o dinheiro?
mente imparcial. Leve-os a per- c. Você considera fácil deixar de consumir algo agora para poupar e poder desfrutar da reali-
ceber que adjetivos e advérbios, Resposta pessoal. Permita aos estudantes que
zação de um sonho ou projeto no futuro? Por quê? exponham seus pontos de vista e ajude-os a
por exemplo, raramente apare-
perceber que, para obter algo que queremos, muitas vezes é necessário desistir de desfrutar algo no presente.
cem em textos mais neutros.
• Comunidades tradicionais e economia solidária

Andre Dib/Pulsar Imagens


Na subs eç ão Discutindo
ideias, construindo valores, Comunidades tradicionais, como as ribeirinhas e quilombolas,
promova uma discussão com exercem atividades econômicas que são aliadas na conservação do meio
base nos questionamentos pro- ambiente e na preservação de suas identidades. Muitas dessas
postos. Aproveite a oportunida- comunidades praticam a economia solidária, que consiste em um
de e reforce com eles a impor- conjunto de atividades econômicas organizadas sob a forma de
tância de respeitar posiciona-
autogestão. Você já tinha parado para pensar que educação financeira,
mentos diferentes dos seus e
progresso econômico e preservação ambiental podem caminhar juntos?
saber ouvir as ideias dos colegas.
• A atividade 1 visa destacar a Trabalhador quilombola colhendo arroz na Comunidade Kalunga de
Vão de Almas, Chapada dos Veadeiros, Cavalcante, Goiás, 2022.
experiência dos estudantes com
o uso do dinheiro e o hábito de
abdicar de um prazer momen-
196
tâneo para conquistar algo fu-
turamente. Permita-lhes se ex-
pressarem livremente e condu-
za a conversa de modo a mos- comunidades tradicionais (sua diversidade e riqueza 02/08/2022 17:12:03
trar-lhes que pensar mais à cultural), quanto para perceber a importância das ativi-
frente no tempo é essencial pa- dades que movem a economia e que estão ligadas à sus-
ra uma vida financeira susten- tentabilidade: uma grande lição de empreendedorismo.
tável. Saliente que esse com- O vídeo a seguir pode ser apresentado à turma como
portamento é de suma impor- motivador para a pesquisa.
tância para que possam desen- QUILOMBOLAS geram renda com empreededorismo.
volver seus projetos de vida. SEBRAE. Disponível em: https://www.youtube.com/
• Leia o boxe informativo ao fi- watch?v=oXx2OJGpmCE. Acesso em: 14 jul. 2022.
nal da página e proponha aos
estudantes uma pesquisa para
conhecer tanto a realidade de
196

09/08/2022 13:31:49
Objetivos

Atitude cidadã Educação financeira


• Refletir sobre a diferença en-
tre consumo e consumismo.

Você é consumidor ou consumista? BNCC

Você leu um artigo de opinião que mostrava a importância de promover a educação financeira • Os temas contemporâneos
desde a infância. Os textos a seguir também estão relacionados a esse assunto. transversais Educação finan-
ceira e Educação para o consu-
Você saberia explicar a diferença entre consumo e consumismo? Essas palavras significam a mo são contemplados nesta
mesma coisa? Leia o primeiro texto para descobrir. seção na medida em que os es-
tudantes são convidados a re-
fletir sobre os conceitos de con-
sumo e consumismo. Por meio
Consumo × consumismo: você sabe a diferença, as motivações? dessa reflexão, é desenvolvida
DICAS PROCON-PB ainda a competência geral 6,
pois a autonomia, a consciência
Quando você se depara com algo que deseja comprar, efetua a compra sem
crítica e a responsabilidade dos
pensar duas vezes, ou analisa o status financeiro atual? estudantes são incentivadas,
Primeiramente é preciso entender a diferença existente entre consumo e consu- contribuindo para a atuação de-
les como cidadãos.
mismo. No consumo, o ato de compra está ligado à necessidade, à sobrevivência, coisas
indispensáveis à vida e ao bem-estar, como por exemplo: água, comida, energia. Por • A discussão sobre um tema
de relevância social, como a
meio das práticas de consumo é que dizemos para o mundo quem nós somos, quem
educação financeira, contempla
nós não somos, quem gostaríamos de ser e por aí vai. Consumo é identidade. Já o con- a habilidade EF69LP13.
sumismo rompe essa relação de necessidade, o indivíduo está adquirindo algo de que
não precisa. O consumismo está veiculado ao gasto de produtos sem utilidade imediata,
• A leitura de um texto multis-
semiótico permite o desenvol-
ou seja, supérfluos, como por exemplo: mais um sapato, um anel de ouro. vimento da competência espe-
cífica de Língua Portuguesa 3.
[...]
Quando o ato de comprar está vinculado diretamente à ansiedade e à satisfação, • Os estudantes desenvolvem a
competência geral 7 e a compe-
pode-se dizer que se trata de uma compulsão. Em alguns casos, isso pode representar tência específica de Linguagens
grandes perdas em termos de relacionamento interpessoal e qualidade de vida. Para 4, bem como as habilidades
que seja considerado doentio, o consumismo precisa representar uma parcela signifi- EF69LP14 e EF69LP15, ao expor
cativa da vida e dos pensamentos da pessoa, de forma que sua saúde emocional, social posicionamentos, responder a
perguntas, aguardar a vez de fa-
e financeira estejam abaladas.
lar nas exposições orais e enga-
Todos já nascem consumindo, e a infância é uma das fases em que mais se conso- jarem-se na discussão de tema
me. Os estabelecimentos sabem disso, sendo assim, as guloseimas ficam na altura de relevância social.
certa da visão das crianças para que elas peçam aos pais e na maioria das vezes eles Orientações
acabam comprando. Criança gosta muito de doce, criança gosta muito de consumir,
vivencia-se uma era que as crianças são extremamente consumistas. • Os textos e as questões desta
seção visam proporcionar refle-
[...] xão e discussão entre os estu-
Ao contrário do que muitos pensam, não é cedo, a Educação Para o Consumo serve dantes quanto ao ato de consu-
mir. Na sociedade em que vive-
para todas as idades. Dessa forma, uma nova cultura vai surgindo e essa criança se
mos, essa prática é inevitável,
tornará um adulto cauteloso em suas escolhas. É inegável o quanto é difícil estabele- porém pode trazer prejuízos di-
cer o limite entre consumo e consumismo. O desafio, como se sabe, esbarra na versos, individuais e coletivos,
quando é feita de forma com-
pulsiva.
197
• Aproveite a oportunidade pa-
ra discutir com os estudantes e
levá-los a pensar que consumir
:12:03
ideias presentes no parágrafo inicial, incentivando-os a • Proponha à turma uma leitura compartilhada do tex-
02/08/2022 17:07:43
compulsivamente pode não ser
uma atitude adequada para via-
pensar na diferença entre consumo e consumismo. Leve- to 1, parágrafo por parágrafo, auxiliando os estudantes
-os a refletir sobre o próprio comportamento, verificando na compreensão dele. Depois, peça-lhes que o leiam bilizar seus projetos de vida. Co-
se conseguem se identificar com um desses conceitos, mais uma vez, agora silenciosamente, a fim de atentar mente que a situação econômi-
isto é, se são consumidores ou consumistas. aos detalhes e assimilar mais informações. ca das famílias não é algo imu-
tável e que, portanto, uma situ-
ação confortável hoje não signi-
fica que será a mesma daqui a
dez anos, por exemplo.
• Antes da leitura do texto 1, con-
verse com os estudantes sobre as

197

09/08/2022 13:31:50
• Por fim, peça aos estudantes
que leiam o texto 2: a tirinha. constatação de que a definição de necessidades básicas e supérfluas está intimamen-
Faça perguntas para avaliar o te ligada às características culturais da sociedade e do grupo a que pertencemos. Em
entendimento deles, tais como:
outras palavras significa dizer que o que é supérfluo para uns pode ser básico para
“Por que o personagem da tiri-
outros e vice-versa.
nha menciona estar cansado
das propagandas?”; “Os seus [...]

Consumo × consumismo: você sabe a diferença, as motivações? Procon Paraíba. você sabe a diferença, as motivações? Disponível
pais também já se mostraram
cansados das propagandas na em: https://procon.pb.gov.br/noticias/consumo-x-consumismo-voce-sabe-a-diferenca-as-motivacoes. Acesso em: 9 abr. 2022.
Páscoa e no Dia das mães?”. In-
centive-os a dizer se já tiveram Agora, leia a tirinha a seguir e analise a situação em que o personagem se encontra.
a mesma sensação do persona-
gem e como foi isso.

Pedro Leite
• No item a da atividade 1, veri-
fique se os estudantes realmen-
te compreenderam a expressão.
O item b incentiva a discussão
sobre o que nossos hábitos de
consumo revelam da nossa per-
sonalidade. Dê espaço para
aqueles que se sentirem à von-
tade para compartilhar com os
colegas a que conclusão chega-
ram sobre seus hábitos de con- LEITE, Pedro. Compre, compre e compre! # 124. Sofia e Otto, 22 abr. 2019. Disponível em: https://
sumo e se já os haviam percebi- sofiaeotto2.blogspot.com/2019/04/compre-compre-e-compre-124.html. Acesso em: 9 abr. 2022.
do antes da atividade. No item c,
pergunte a eles se identificam a 1. Com base no texto “Consumo × consumismo: você sabe a diferença, as motivações?”, respon-
si mesmos como consumistas da às seguintes questões. Confira as respostas das questões nas orientações ao professor.
ou não e peça-lhes que expli- a. O que significa a expressão “status financeiro”?
quem o motivo. Provavelmente,
b. Releia a seguinte afirmação do texto.
eles não identificarão o que
costumam comprar como itens Consumo é identidade.
de primeira necessidade, mas
esclareça que o consumismo é Você concorda com essa frase? Justifique sua resposta.
um comportamento que se re- c. De acordo com o que você leu, explique, com suas palavras, a diferença entre consumo e
pete com frequência: a pessoa
consumismo.
compra muito e em pouco tem-
po, em geral, tendo prejuízo 2. Com base na tirinha, respondas às questões.
com isso (endividando-se ou a. Podemos dizer que as datas comemorativas mencionadas estimulam o consumismo? Por quê?
vivendo a maior parte do tempo b. Você acha que também é impactado pela publicidade em geral? Explique sua resposta.
sem dinheiro, pois gasta tudo o
que ganha muito rápido).
3. Reflita sobre a expressão coisas indispensáveis à vida e ao bem-estar. Em seguida, faça as
seguintes atividades.
• A atividade 2 possibilita aos
a. Anote no caderno alguns exemplos de itens que você considera indispensáveis.
estudantes refletir sobre as da-
tas comemorativas, que certa- b. Troque a lista com a de um colega. Cada um deve verificar se concorda com os itens que o
mente incentivam o consumo, outro apontou como indispensáveis.
mas nem sempre podem ser
c. Agora, em uma roda de conversa com toda a turma, discutam as seguintes questões.
consideradas prejudiciais.
• O que são coisas indispensáveis ao bem-estar?
• A atividade 3 propõe uma re-
• Afinal, há um consenso entre as pessoas sobre o que são coisas indispensáveis e o que não são?
flexão sobre o que pode ser
considerado um produto/servi-
198
ço essencial. Ao desenvolvê-la,
permita aos estudantes que te-
nham tempo adequado para
conversar entre pares antes da Respostas 2. a. Resposta esperada: Sim, pois, como o comércio se
10/08/2022 10:39:58
discussão com todos na roda de vale dessas datas para promover seus produtos e incen-
conversa. Leve-os a perceber 1. a. Resposta: Significa situação financeira. tivar as compras, muitos consumidores acabam se dei-
que ninguém vive somente com 1. b. Resposta pessoal. Incentive os estudantes a expres- xando levar pela emoção e compram produtos que não
o básico, mas é necessário saber sar sua opinião, considerando a personalidade deles e o seriam necessários.
o que se pode gastar com itens que eles consomem. 2. b. Resposta pessoal. Leve os estudantes a refletir sobre
não essenciais, de modo a não
1. c. Resposta pessoal. Possível resposta: Consumo é o ato o assunto com base em suas sensações ao assistir ou ler
haver prejuízo para o indivíduo.
de comprar para atender a necessidades de sobrevivên- diversas campanhas publicitárias.
Em resumo: o supérfluo não é
cia; consumismo é o ato de comprar por impulso, apenas 3. Respostas pessoais.
um problema, desde que bem
pelo prazer de comprar.
pensado e não comprado por
impulso.
198

10/08/2022 12:18:21
1. a. Resposta: Sentido de oposição, pois ambas as Objetivos
Ampliando a linguagem informações são antagônicas nos dois casos: negar um
tênis e ter 300 pares de sapato; negar o consumismo e
trocar de smartphone sempre que surgir um novo modelo. • Conhecer a importância dos
articuladores textuais na coe-
A coesão em textos argumentativos são sequencial de textos.

1. Releia um trecho do artigo de opinião apresentado na seção Leitura e analise a palavra em • Compreender o papel dos ar-
ticuladores textuais na constru-
destaque. ção dos argumentos.
[...] A criança notará a incoerência se a mãe negar um tênis novo, mas tiver 300 pares
de sapatos no armário. Ou se o pai fizer um discurso negando o consumismo, mas BNCC
trocar o aparelho de smartphone toda vez que surgir um novo modelo. • Nesta seção, contempla-se a
competência específica de Lín-
a. Que sentido essa palavra estabelece em relação à informação anterior a ela em ambos os casos?
gua Portuguesa 2, uma vez que
b. Qual das conjunções a seguir poderia substituir a conjunção mas mantendo a mesma rela- os estudantes conhecem e em-
ção de sentido? Escreva-a no caderno. Resposta: Porém. pregam os articuladores textu-
ais, apropriando-se da lingua-
e ou porém portanto gem escrita, para empregá-la
em diversas situações comuni-
2. Analise a palavra em destaque no trecho a seguir. cativas, participando da cultura
letrada.
Quando um indivíduo tem as finanças em ordem, ele toma decisões e enfrenta me-
lhor as adversidades, como, por exemplo, o momento atual da pandemia. E isso ajuda não • Ao reconhecer a importância e
os efeitos de sentido dos articu-
só na organização da vida financeira como também em aspectos pessoais e familiares. ladores textuais e modalizadores
a. A palavra em destaque se refere a quê? Resposta: A uma ideia apresentada anteriormente no artigo de opinião lido, os estu-
no texto: ter as finanças em ordem.
dantes desenvolvem as habilida-
b. A que classe gramatical pertence essa palavra? Resposta: À classe dos pronomes. Trata-se des EF08LP13 e EF89LP31.
de um pronome demonstrativo.
3. Releia outro trecho do artigo de opinião estudado na seção Leitura.
Orientações
A ideia que se tem de dinheiro na vida adulta tem a ver com o modelo segundo ao
qual a criança foi apresentada na infância. Por isso, educar uma criança desde cedo é
• Com base na retomada de
trechos do artigo de opinião, os
essencial, principalmente com exemplos e atitudes coerentes e coletivas. estudantes analisarão os efei-
tos de sentido dos articuladores
a. Nesse trecho, afirma-se que a ideia que um adulto tem do dinheiro está relacionada àque- textuais presentes no texto, en-
la que lhe foi apresentada na infância. Na sequência, a informação apresentada estabelece tendendo-os como elementos
qual relação de sentido com a informação inicial? coesivos que colaboram para a
b. Que locução conjuntiva foi empregada para evidenciar essa relação de sentido? exposição e organização das
Resposta: A locução conjuntiva por isso. ideias.
c. Qual das conjunções a seguir poderia substituir essa locução conjuntiva, mantendo a mesma
relação de sentido? Escreva-a no caderno. Resposta: Portanto. • Explique aos estudantes que
esses ar ticuladores tex tuais
ajudam a criar as condições pa-
e ou porém portanto ra que a progressão e a sequen-
ciação textual ocorram.

Quando determinados elementos são empregados para articular, sequenciar ou encadear • Na atividade 1, chame a aten-
ção da turma para o fato de que
as partes de um texto, ocorre a coesão textual. Para que um texto esteja coeso, são empre-
a conjunção destacada revela
gados articuladores textuais (conjunções, pronomes, preposições, advérbios e suas respecti- uma intenção do autor do texto
vas locuções) que contribuem para a sequencialidade do texto, garantindo a progressão e a de evidenciar uma incoerência
continuidade textuais. Em textos argumentativos, como o artigo de opinião, esse recurso é de comportamento. Dê exem-
fundamental na construção e na organização dos argumentos. plos de outras conjunções com
sentido semelhante a mas e po-
3. a. Resposta: Na sequência, apresenta-se a conclusão para a afirmação inicial: é essencial educar uma criança
principalmente com exemplos e atitudes coerentes e coletivas. rém, como contudo, todavia e
199
entretanto.
• O foco da atividade 2 é o pro-
cedimento da retomada de um
:07:43
perceberá que cada conjunção ou locução conjuntiva im- 02/08/2022 17:07:43
elemento do texto por um pro-
põe determinado sentido ao discurso, sendo necessário nome. Se houver necessidade,
conhecê-las para que consigamos expressar adequada- retome a classificação dos pro-
mente o que queremos dizer. nomes com a turma.
• Na atividade 3, compare com
os estudantes a locução conjunti-
va apresentada com a conjunção
trabalhada na atividade 1. Per-
gunte a eles se por isso também
pode ser usado com sentido de
oposição. Desse modo, a turma

199

09/08/2022 13:31:50
• Considerando que na página
anterior os estudantes foram Praticando
apresentados aos articuladores
textuais por meio de atividades 1. Releia o trecho a seguir, extraído do artigo de opinião “Educação financeira: o exemplo que
que exigiam um nível maior de deve ser oferecido desde cedo”.
mediação, permita a eles que
[...] Se os pais se relacionam com o dinheiro de forma descontrolada e sem consciên-
tentem resolver as atividades
da subseção Praticando auto- cia, não podem cobrar que seus filhos sejam diferentes.
nomamente. Avalie o desempe- a. Qual é o sentido expresso pela conjunção se? Copie-o. Resposta: B.
nho deles nesse momento,
comparando-o com os conheci- A. Adição. B. Condição. C. Tempo. D. Oposição.
mentos demonstrados na seção
Iniciando o trajeto a fim de ve-
b. Qual das conjunções a seguir tem o mesmo sentido da conjunção se? Copie-a no caderno.
Resposta: Caso.
rificar se eles compreenderam o
conteúdo abordado. e ou caso portanto
• Nas atividades 1, 2 e 3, outros
c. Reescreva esse trecho no caderno fazendo a substituição da conjunção se pela que você
trechos do artigo de opinião fo-
ram explorados a fim de que os escolheu no item anterior. Faça as adequações necessárias. Resposta: Caso os pais se relacionem
com o dinheiro de forma descontrolada
estudantes possam exercitar os e sem consciência, não podem cobrar
2. Releia este trecho do artigo. que seus filhos sejam diferentes.
conhecimentos apreendidos na
página anterior. Assim, é impor- A educação financeira é um tema cada vez mais presente na realidade e currículo das
tante que eles analisem os arti- escolas e considerado fundamental para ser trabalhado desde cedo com as crianças, para
culadores textuais que colabo-
que elas cresçam sabendo desenvolver uma relação mais saudável com o dinheiro.
ram diretamente para que a ar-
gumentação do texto seja apre- a. Qual é o sentido que a locução conjuntiva em destaque estabelece entre as ideias apresen-
sentada ao leitor. Ao final, pro- tadas nesse trecho? Resposta: Ideia de finalidade.
mova uma correção coletiva das
atividades na lousa. Para que os b. Analise as reescritas a seguir e copie no caderno a que for equivalente ao trecho original.
estudantes possam retomar o A. A educação financeira é um tema cada vez mais presente na realidade e currículo das
conteúdo posteriormente com escolas e considerado fundamental para ser trabalhado desde cedo com as crianças, apesar
mais facilidade, pode ser útil de que elas cresçam sabendo desenvolver uma relação mais saudável com o dinheiro.
elaborar com eles um quadro
com algumas conjunções e seus
B. A educação financeira é um tema cada vez mais presente na realidade e currículo
significados (oposição, finalida- das escolas e considerado fundamental para ser trabalhado desde cedo com as crianças,
de, condição etc.). a fim de que elas cresçam sabendo desenvolver uma relação mais saudável com o dinheiro.
• Após as atividades, destaque C. A educação financeira é um tema cada vez mais presente na realidade e currículo das
para a turma que os artigos de escolas e considerado fundamental para ser trabalhado desde cedo com as crianças, con-
opinião e outros gêneros essen- tanto que elas cresçam sabendo desenvolver uma relação mais saudável com o dinheiro.
cialmente argumentativos cos- Resposta: B. 3. a. Resposta: Ligar a expressão “maturidade financeira”
tumam empregar esses ele- 3. Analise a expressão em destaque no trecho a seguir. àdesejos
explicação do que seria isso: “capacidade de adiar
de agora em função de futuros benefícios”.
mentos para apresentar julga-
mentos de valor e posiciona- O principal objetivo de educar os filhos em relação ao dinheiro é levá-los a atingir
mentos, sejam eles positivos, maturidade financeira, ou seja, a capacidade de adiar desejos de agora em função de
sejam negativos.
futuros benefícios. 3. b. Resposta: Por meio dela, o articulista facilita a
compreensão do que está querendo dizer, pois anuncia
a. Qual é a função dessa expressão nesse trecho? uma explicação ao leitor, capaz de elucidar uma
expressão que pudesse ser difícil de compreender.
b. Explique de que forma essa expressão reforça o argumento inserido pelo articulista do texto.
c. Qual das locuções a seguir equivale à expressão em destaque nesse trecho? Copie-a no caderno.
A. Desde que. B. Por conseguinte. C. Isto é. D. Mas também.
Resposta: C.
200

Sugestão de atividade pos, identifiquem a temática, o posicionamento gentes. Assim, um estudante inicia a defesa do
02/08/2022 17:07:43

defendido e as conjunções e locuções conjunti- posicionamento, apresentando um argumento,


• Para avaliar e ampliar os conhecimentos dos vas, analisando como elas são utilizadas para e, na sequência, os demais devem apresentar
estudantes a respeito do uso das conjunções e construir a mensagem para o leitor. Depois, in- outros argumentos. Você deve ter consigo algu-
locuções conjuntivas, proponha-lhes uma ativi- centive os grupos a apresentar a análise à turma. mas tiras de papel com algumas conjunções ou
locuções conjuntivas para, em alguns momen-
dade de análise de textos e outra de produção de
um parágrafo com um posicionamento.
• Para a realização da segunda proposta, esco-
tos, mostrar ao estudante que vai argumentar.
lha um tema já discutido com a turma, como o
Ele deve fazer uso da palavra apresentada no
• Para promover a primeira atividade, selecione consumismo, e solicite aos estudantes que ex- desenvolvimento da argumentação oral. Avalie
alguns artigos de opinião, com diferentes temas ponham e defendam um posicionamento a res- o desempenho deles ao empregar as conjunções
e adequados à faixa etária da turma. Disponibili- peito dele. Se necessário, organize a turma em e locuções conjuntivas.
ze esses textos para que os estudantes, em gru- grupos, caso os posicionamentos sejam diver-
200

09/08/2022 13:31:50
Objetivos
A língua em estudo • Diferenciar os complementos
verbais: objeto direto e objeto
Complementos verbais indireto.

1. Releia o trecho a seguir extraído do artigo de opinião “Educação financeira: o exemplo que
• Refletir sobre a regência de
alguns verbos.
deve ser oferecido desde cedo”.
BNCC
Quando um indivíduo tem as finanças em ordem, ele toma decisões e enfrenta me-
lhor as adversidades, como, por exemplo, o momento atual da pandemia. E isso ajuda • Nesta seção, aprimora-se a
competência específica de Lín-
não só na organização da vida financeira como também em aspectos pessoais e familia-
gua Portuguesa 2, uma vez que
res. Nesse sentido, ao ensinar uma criança a lidar bem com o dinheiro desde pequena, os estudantes compreendem a
quando adulta, ela terá maiores chances de aprender a administrar o seu salário, em- importância dos complementos
preender e organizar a sua vida, sabendo comprar e poupar com consciência. verbais para completar o senti-
do do que se quer expressar,
Analise as formas verbais que foram destacadas no trecho. apropriando-se da linguagem
a. Agora, leia as informações a seguir e escreva no caderno a afirmativa correta sobre essas escrita para empregá-la em di-
formas verbais quanto à transitividade. Resposta: B. versas situações comunicativas,
participando da cultura letrada.
A. Essas formas verbais são intransitivas. • Os estudantes desenvolvem
a s habilidades EF08LP06 e
B. Essas formas verbais são transitivas.
EF08LP07, pois analisam o em-
C. Essas formas verbais são de ligação. prego de verbos transitivos
quanto à regência e diferenciam
b. Escreva no caderno as formas verbais destacadas nesse trecho e os respectivos termos que os complementos verbais: obje-
Resposta: Tem: “as finanças em ordem”; toma: “decisões”; enfrenta: “as adversidades”; terá:
as complementam. “maiores to direto e objeto indireto.
chances”; administrar: “o seu salário”; organizar: “a sua vida”.
c. Quais palavras funcionam como núcleo de cada um desses complementos? • A competência específica de
1. c. São núcleos dos complementos verbais os Língua Portuguesa 3 e a habili-
2. Compare as duas orações a seguir. substantivos finanças, decisões, dade EF89LP33 são contempla-
adversidades, chances, salário e vida. das nesta seção, pois os estu-
A. Meu pai tem consciência financeira. dantes devem ler e compreen-
B. Meu pai aderiu a uma nova prática de economia. der um texto de quarta capa e
uma quadrinha.
Analise como são iniciados os complementos das formas verbais destacadas nessas orações.
• A habilidade EF69LP49 pode
a. Indique qual das formas verbais exige complemento introduzido por preposição. ser desenvolvida ao incentivar
Resposta: A forma verbal aderiu exige complemento introduzido por preposição. os estudantes a ler, na íntegra, a
b. Aponte qual das formas verbais exige complemento que não é introduzido por preposição. obra apresentada no texto de
Resposta: A forma verbal tem exige complemento não introduzido por preposição.
3. Agora, analise a seguinte oração. quarta capa.
3. b. Resposta: Os termos que
complementam essa forma Orientações
verbal são: economia e a sua
O professor ensinou economia a sua turma. turma. O primeiro
complemento não é iniciado • Antes de propor a atividade 1,
por preposição, o segundo, sim. converse com os estudantes so-
bre transitividade verbal, dizen-
a. Qual é a forma verbal empregada nessa oração? Resposta: A forma verbal ensinou. do que esse princípio diz respei-
b. Note que essa forma verbal exige dois termos para complementá-la. Indique-os e aponte a to à característica dos verbos de
diferença entre eles quanto à maneira como são iniciados. necessitarem ou não de com-
plementos para integrar seu
4. Entre as formas verbais e seus respectivos complementos foi empregado algum sinal de pon- sentido.
tuação? Resposta: Não.
• Para a atividade 2, verifique
201 se os estudantes se lembram do
que são preposições e a finali-
dade com que elas costumam
ser usadas. Se necessário, apre-
:07:43 › Pedro entregou a chave para o amigo. › O bilhete foi encontrado sobre o livro. 02/08/2022 17:07:43
sente as mais comuns: a, até,
› O bilhete foi encontrado sob o livro. após, com, contra, de, desde,
› Pedro entregou a chave com o amigo.
em, entre, para, por, sem, sob e
› Os soldados lutaram com coragem. • Ao propor as atividades 3 e 4, verifique se os estudan- sobre. Depois, escreva na lousa
tes reconhecem que o verbo ensinar é transitivo direto e
› Os soldados lutaram sem coragem. os pares de frases a seguir e so-
indireto, pois aceita dois complementos. Verifique tam- licite-lhes que apontem e anali-
› A candidata terminou a prova após o horário estipulado. bém se eles percebem que não há vírgula separando o sem as preposições emprega-
› A candidata terminou a prova até o horário estipulado. verbo de seus complementos. das, seu significado e as diferen-
ças de sentidos produzidas nas
frases pelo emprego delas.

201

09/08/2022 13:31:50
• Após ler o boxe sobre objeto
direto e objeto indireto, con- Os verbos transitivos podem exigir como complemento dois tipos de termos:
verse com os estudantes a res-
peito do fato de o objeto direto
• um não introduzido por preposição, chamado objeto direto;
ocasionalmente poder ser pre- • um introduzido por preposição, chamado objeto indireto.
cedido de preposição. Isso acon- Entre os verbos e seus complementos não há sinal de pontuação.
tece quando, por questão de
estilo, de ênfase ou para corrigir
uma ambiguidade, insere-se Classificação dos verbos conforme seu complemento
uma preposição antes do objeto
não exigida pelo verbo com o O verbo transitivo direto (VTD) é complementado por um objeto direto (OD).
qual ele se relaciona. Apresente O verbo transitivo indireto (VTI) é complementado por um objeto indireto (OI).
os pares a seguir com esse tipo
de ocorrência e ajude-os a per- O verbo transitivo direto e indireto (VTDI) é complementado por um objeto direto (OD) e
ceber que, mesmo com a intro- por um objeto indireto (OI).
dução da preposição, a transiti-
vidade do verbo não é alterada. 5. Leia as orações a seguir e analise a forma verbal e o complemento dela.
› O policial sacou a arma.
sacou: VTD; a arma: OD O Brasil enfrentou uma crise econômica. O Brasil enfrentou-a.
› O policial sacou da arma.
O que aconteceu com o objeto direto do verbo enfrentar na segunda oração? Resposta: B.
sacou: VTD; da arma: OD prepo-
sicionado A. Ele deixou de existir.
› Meus filhos amam este lugar.
B. Ele foi substituído pelo pronome oblíquo átono a.
amam: VTD; este lugar: OD
› Meus filhos amam a Deus. C. Ele passou a exercer a função de sujeito.
amam: VTD; a Deus: OD preposi-
6. Leia mais duas orações e analise a forma verbal e o complemento de cada uma delas.
cionado
› Os alemães venceram os bra-
O Programa Empresa Cidadã concede incentivos fiscais ao órgão empregador.
sileiros.
venceram: VTD; os brasileiros: OD O Programa Empresa Cidadã concede-lhe incentivos fiscais.
› Venceram aos brasileiros os
alemães. O que aconteceu com o objeto indireto do verbo conceder na segunda oração? Resposta: C.
venceram: VTD; aos brasileiros:
OD preposicionado A. Ele deixou de existir.
• Quanto à pontuação, enfatize B. Ele passou a exercer a função de sujeito.
que a vírgula não separa o verbo
C. Ele foi substituído pelo pronome oblíquo átono lhe.
de seu complemento. Comente
também que pode haver algum
termo intercalado entre o verbo Os pronomes pessoais oblíquos (o, a, os, as, lhe, lhes, me, mim, te, ti, se, si, nos, vos)
e seu complemento que pode podem exercer a função de complemento verbal.
estar isolado por vírgulas. Apre-
sente o exemplo a seguir.
› José comprou, na semana Confira a seguir alguns exemplos de pronomes oblíquos com função de complementos verbais.
passada, um skate. Pedro chamou o amigo. Pedro o chamou.
Comprou: VTD; na semana pas-
objeto direto (OD) objeto direto (OD)
sada: adjunto adverbial de tem-
po; um skate: OD Comprei um presente para minha mãe. Comprei-lhe um presente.
• Para facilitar o desenvolvi- objeto indireto (OI) objeto indireto (OI)
mento das atividades 5 e 6, após
apresentar aos estudantes os
202
exemplos de pronomes com
função de complementos ver-
bais, explique a eles que os pro-
nomes o, a, os, as costumam brar aos estudantes como ocorrem as contrações e as 02/08/2022 17:07:43
funcionar como objeto direto e combinações das preposições. Apresente-as à turma.
que os pronomes lhe, lhes, como › preposição a + artigo a ou as = à ou às.
objeto indireto. Já os pronomes
› preposição a + artigo o ou os = ao ou aos.
me, mim, te, ti, se, si, nos, vos po-
› preposição de + artigo a ou as = da ou das.
dem funcionar como objeto di-
reto ou objeto indireto depen- › preposição de + artigo o ou os = do ou dos.
dendo do verbo a que se ligam. › preposição em + artigo a ou as = na ou nas.
› preposição em + artigo o ou os = no ou nos.
• Após explorar a atividade 6,
analisando as frases, as preposi-
ções e os sentidos que elas criam
no texto, é importante relem-
202

09/08/2022 13:31:51
• Na atividade 1 da subseção
Praticando Praticando, aborda-se o gênero
quarta capa. Explique breve-
1. A seguir, leia o texto da quarta capa de um livro e responda às questões. mente esse gênero e solicite a
um voluntário que faça a leitura
Se ele soubesse o que fazer da vida, nada disso teria acontecido. Mas ele não via do texto. Se possível, leve o livro
graça em coisa nenhuma e achava que tudo era uma grande perda de tempo. E só por- para a sala de aula para que os
que na hora não tinha nada melhor para fazer, Milo acaba estudantes o conheçam e in-

Editora Companhia das Letras


centive-os a ler o texto na ínte-
embarcando numa viagem em que não passará por ne-
gra. Após a leitura, converse
nhum lugar-comum. Conhecerá, por exemplo, uma cidade com os estudantes sobre o que
cuja economia se baseia na produção e no comércio de pa- acharam do texto da quarta ca-
lavras. E vai cruzar com personagens um tanto pa e sobre o que esperam en-
desagradáveis: a Dúvida Atroz, a Desculpa Esfarrapada, contrar no livro apresentado.
No item d, incentive-os a fazer
um ministro especializado em empurrar com a barriga...
uma autoavaliação e a compar-
Mas vai conhecer também personagens de bem com a vi- tilhá-la com os demais.
da, como a Doce Rima e a Razão Pura.
• Nas atividades 2 e 3, caso per-
Ao voltar para casa, Milo começa a achar as coisas ceba alguma dificuldade por par-
te da turma em identificar os
muito interessantes. Mas se ele tem motivo para se sentir
complementos das formas ver-
assim, eis uma questão em aberto — porque, afinal, tudo bais, trabalhe outras orações se-
depende de como você vê as coisas. Capa do livro Tudo depende de melhantes às apresentadas, com
JUSTER, Norton. Tudo depende de como você vê as coisas. como você vê as coisas, de Norton objeto direto e objeto indireto,
Ilustrações: Jules Feiffer. Tradução: Jorio Dauster. São Paulo: Juster, pulicado pela editora destacando as diferenças entre
Companhia das Letras, 1999. Quarta capa. Companhia das Letras, em 1999. esses complementos verbais.
a. Em sua opinião, que sentido o título do livro busca expressar? Troque ideias com os colegas • Ao realizar a atividade 4, pro-
da turma. Resposta esperada: O livro tenta expressar que nossa impressão e nossa consideração sobre as situações ponha uma reflexão aos estu-
da vida podem mudar de acordo com o modo como vemos as coisas. dantes sobre a importância da
b. De acordo com esse texto de quarta capa, de que modo o personagem Milo via as coisas informatividade do texto, de
antes de embarcar na viagem? Resposta: Ele via as coisas como se não apresentassem graça alguma. modo que compreendam que
c. Como ele passou a vê-las após a viagem? Resposta: Passou a considerá-las muito interessantes. este se torna mais claro com a
inserção dos complementos.
d. O modo como você vê as coisas se assemelha mais ao de Milo antes ou depois da viagem?
Explique sua resposta. Resposta pessoal.
2. Releia o título do livro.
Tudo depende de como você vê as coisas

a. Qual é o complemento da forma verbal depende?


Resposta: O complemento da forma verbal depende é a oração de como você vê as coisas.
b. Qual é a importância desse complemento para o título?
Resposta: Ele amplia as informações ao complementar o sentido da forma verbal depende.
c. A forma verbal depende exige preposição? Explique.
Resposta: Sim, a forma verbal depende exige que seu complemento se ligue a ela por meio da preposição de.
3. Note que o complemento da forma verbal depende é uma oração em que há outra forma verbal.
a. Qual é essa forma verbal? Resposta: A forma verbal vê.
b. Qual é o complemento dela? Resposta: O complemento da forma verbal vê é as coisas.
c. Essa forma verbal exige preposição? Explique.
Resposta: Não, o complemento se liga diretamente à forma verbal, sem ser introduzido por uma preposição.
4. Que importância têm os complementos verbais para os verbos e, consequentemente, para a
clareza do texto? Resposta: Os complementos verbais ajudam a esclarecer as informações ao leitor, pois apresentam o
termo sobre o qual recai a ação verbal, além de evitar que o sentido das orações fique prejudicado
caso sejam suprimidos.
203

:07:43 02/08/2022 17:07:43

203

09/08/2022 13:31:51
• Durante a realização das ati- 5. A seguir, analise duas orações do texto de quarta capa do livro Tudo depende de como você
vidades 5 a 9, é importante ex- vê as coisas e responda às questões.
plorar a função dos comple-
mentos verbais em cada trecho A. E vai cruzar com personagens um tanto desagradáveis [...].
levando em consideração a in-
formação que apresentam, pois B. Mas vai conhecer também personagens de bem com a vida [...].
eles auxiliam o leitor a compre-
ender o sentido do texto. Para a. Qual é o complemento da locução verbal em destaque na oração A?
facilitar esse entendimento, re- Resposta: O complemento da locução verbal da oração A é com personagens um tanto desagradáveis.
tome com a turma os trechos b. Qual é o complemento da locução verbal da oração B?
Resposta: O complemento da locução verbal da oração B é personagens de bem com a vida.
destacados nas atividades 5 e 6 c. Qual é o núcleo de cada um desses complementos?
e peça aos estudantes que Resposta: Em ambos os complementos, o núcleo é o substantivo personagens.
d. Qual das duas locuções verbais exige complemento introduzido por preposição? Que prepo-
leiam a informação sem os
complementos. Isso os fará per- sição foi exigida? Resposta: A locução verbal vai cruzar exige a preposição com iniciando seu complemento.
ceber que a falta desses termos 6. A seguir, leia uma quadrinha do poeta português Fernando Pessoa.
prejudica o entendimento do
texto. Tenho um livrinho onde escrevo
• Após a leitura da quadrinha Quando me esqueço de ti.
da atividade 6, verifique se os
estudantes compreenderam a
É um livro de capa negra
relação entre o eu lírico e o “li- Onde inda nada escrevi.
vrinho” mencionado. PESSOA, Fernando. Obra poética de Fernando Pessoa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2016. v. 1. p. 205.
• Aproveite a atividade 9 para a. Para que serve o livrinho que o eu lírico diz ter?
avaliar se os estudantes com-
Resposta: Para escrever coisas quando ele se esquece da pessoa a quem se dirige.
preenderam a função dos com- b. Por que o eu lírico ainda não escreveu nada nesse livrinho?
plementos verbais e, caso ne- Resposta: Porque ele nunca se esqueceu da pessoa a quem se dirige.
cessário, enfatize que eles com- 7. Releia o seguinte verso da quadrinha.
plementam o sentido expresso
pelos verbos transitivos, apre- Tenho um livrinho onde escrevo
sentando novas informações
por meio do acréscimo do obje- Analise a forma verbal tenho, empregada nesse verso.
to direto, não introduzido por a. Essa forma verbal exige um complemento introduzido por preposição? Explique sua resposta.
preposição, ou do objeto indire- Resposta: Não. O complemento dessa forma verbal não é introduzido por preposição.
to, introduzido por preposição. b. Qual é o complemento dessa forma verbal?
Resposta: O complemento verbal (objeto direto) é um livrinho.
Além disso, ressalte que entre 8. Releia este outro verso da quadrinha.
os verbos e seus complementos
não há sinal de pontuação. Quando me esqueço de ti.

Agora, analise a forma verbal me esqueço, usada nesse verso.


a. Essa forma verbal exige um complemento introduzido por preposição? Explique sua resposta.
Resposta: Sim. O complemento dessa forma verbal é introduzido pela preposição de.
b. Qual é o complemento dela?
Resposta: O complemento verbal (objeto indireto) é de ti.
9. Qual é a importância desses complementos para a quadrinha? Copie no caderno a informação
correta.
A. Eles indicam o local onde as situações acontecem.
B. Eles complementam o sentido dos verbos, tornando as informações mais precisas.
C. Eles complementam as palavras com informações que não estão no texto.
D. Eles complementam o sentido dos substantivos. Resposta: B.
204

02/08/2022 17:07:43

204

09/08/2022 13:31:51
Objetivos
Outra leitura • Ler outro artigo de opinião e
identificar as características e a
Nesta seção, você vai ler outro artigo de opinião. Pelo título do texto, que situações do dia a função sociocomunicativa des-
dia você imagina que o autor vai citar para tratar dessas atitudes? se gênero.
Leia o texto para conhecer as ideias e os argumentos do autor e, em seguida, reflita sobre esse
BNCC
assunto que infelizmente é tão recorrente em diversas sociedades no mundo, inclusive a brasileira.
“Pequenas” corrupções
• A leitura e a compreensão do
texto possibilitam aos estudantes
Apesar de esse tema não ser novidade, é necessário o seu debate. O brasileiro é famoso desenvolver a competência espe-
pelo seu jeitinho de lidar com as coisas cotidianas. A Lei de Gérson regula a tendência de cífica de Língua Portuguesa 3.
levar vantagem nas diversas situações, burlando a ética, a moral e os bons costumes. • Ao se expressarem sobre o
tema, apresentando suas opini-
Diante dos desmandos e da péssima situação política e econômica em que vivemos,
ões de forma coerente e respei-
cresce nas ruas e nas redes sociais um movimento apartidário que protesta contra as tosa, os estudantes desenvol-
grandes corrupções que vêm assolando todo o país. vem a competência geral 7, a
Os literatos costumam lembrar-se do malandro Leonardo, personagem de Manuel competência específica de Lin-
guagens 4 e a competência es-
Antônio de Almeida em sua obra Memórias de um sargento de milícias (livro diferente
pecífica de Língua Portuguesa
do romantismo convencional), que aprontava bastante no Rio de Janeiro (século 19). Pedro 6, bem como a habilidade
Malazarte é personagem de data e fama ainda mais remota. Ambos contavam com suas EF89LP03.
espertezas para levar vantagens e aprontarem suas arruaças.
• A competência específica de
Se a corrupção política é apenas a ponta de um iceberg, como disse o escritor Leandro Língua Portuguesa 7 é contem-
Karnal, ela é mesmo um reflexo cultural de se achar normal tudo o que procede desse plada nesta seção, uma vez que
jeitinho vantajoso de lidar com diferentes coisas. “Jeito de agir segundo os afetos e não os estudantes vão ler o artigo
de opinião e reconhecer o texto
segundo a razão pura”, segundo o filósofo Immanuel Kant.
como lugar de manifestação de
Assolando: destruindo, causando problemas. ideias.
Literatos: pessoas que se interessam por assuntos relacionados à literatura.
• Ao refletir sobre propostas

Izaac Brito/Arquivo da editora


para diminuir a corrupção, os
estudantes aprimoram a habili-
dade EF69LP13.
• As habilidades EF69LP16,
EF89LP04, EF89LP14 e EF89LP31
são desenvolvidas na medida
em que os estudantes reconhe-
cem a estrutura do artigo de
opinião, a tese, os argumentos e
os contra-argumentos empre-
gados pelo autor e percebem
como ele defende suas posições.
• Ao refletir sobre o emprego
das aspas no título, as estraté-
gias argumentativas, o emprego
de citações diretas e indiretas e o
efeito de sentido do emprego de
adjetivos, os estudantes desen-
volvem as habilidades EF69LP17
e EF89LP06.
205 • Ao refletir sobre o emprego
de adjetivos para sugerir a apre-
ciação negativa e crítica do au-
tor diante da corrupção, os es-
:07:43
seu antecedente, os estudantes desenvolvem a habilida- monstraram conhecer na seção Iniciando o trajeto, o
02/08/2022 17:04:57 tudantes desenvolvem a habili-
de EF08LP15. que estudaram na seção Leitura e o desempenho deles dade EF89LP16.
• A análise da postura do autor do texto, reconhecendo nesta seção, verificando o progresso da aprendizagem.
• O reconhecimento das rela-
que ele não apresenta discurso de ódio ao exercer sua • Com base no texto introdutório, discuta com os estu- ções de sentido estabelecidas
liberdade de expressão, leva os estudantes a aprimorar dantes o que, para eles, caracteriza a corrupção. Anote pelas conjunções, atentando pa-
a habilidade EF69LP01. na lousa as respostas e, após a leitura do artigo, retome- ra a coesão sequencial do texto,
-as para que verifiquem se as situações citadas foram permite aos estudantes desen-
Orientações apresentadas também pelo autor do artigo. volver a habilidade EF08LP13.
• Aproveite esta seção para fazer uma avaliação do co- •Solicite aos estudantes que leiam o texto silenciosa-
• Ao reconhecer a função do pro-
nhecimento dos estudantes a respeito do gênero abor- mente. nome relativo que, identificando
dado neste capítulo. Para isso, considere o que eles de-

205

09/08/2022 13:31:51
• Após a leitura silenciosa do Muitos acham normal falsificar carteirinha de estudante, furtar e burlar sinal de TV a
texto, verifique se os estudantes
cabo, comprar e vender produtos falsificados, furar filas, colar e passar cola nas provas
apresentaram dificuldade para
compreender algum vocábulo (ou copiar trabalhos, textos e artigos da internet), bater ponto e assinar lista de presença
ou expressão e os ajude a enten- para colegas de trabalho ou de estudo, apresentar atestados médicos falsos, inventar uma
dê-los de acordo com o contex- justificativa, as mentiras tidas como socialmente necessárias, vender ou comprar o voto,
to em que foram empregados. estacionar em vagas especiais (ainda que seja rapidinho), falsificar assinaturas, declarar
• Explique à turma que a Lei de informações falsas no imposto de renda (omitir ou comprar notas), receber troco a mais e
Gérson citada no texto refere-
não devolver, não dar nota fiscal (ou o valor correto), desrespeitar lugares reservados em
-se a uma propaganda de 1976
protagonizada pelo então joga- ônibus, cinema, teatro, estacionamento etc., levar para casa enfeites de festa que não são
dor de futebol Gérson de Olivei- cortesia, tentar subornar o policial ou guarda de trânsito, burlar normas de trânsito (si-
ra. Nessa propaganda, o jogador nais e “gatos”, por exemplo), desrespeitar normas trabalhistas, andar pelo acostamento ou
sugere que consegue tirar van- em pistas reservadas a ônibus), burlar licitações e obter vantagens indevidas, pagar mul-
tagem de tudo. Assim, na cultu-
tas e continuar desobedecendo à lei, jogar lixo pela janela ou nas ruas, receber auxílios
ra midiática, tal fato ganhou o
nome de Lei de Gérson e repre- sem necessidade (moradia, deslocamento, verbas de gabinete, despesas extras) etc.
senta situações em que pessoas Muitos acreditam que pequenos delitos como esses não se comparam a grandes corrup-
ou empresas buscam adquirir ções milionárias, mas se esquecem de que ambos são delitos, são atitudes desonestas que
vantagens a qualquer custo.
desonram nosso caráter.
• Para contextualizar os estu-
Somos todos humanos e imperfeitos, mas isso não impede que, num determinado mo-
dantes sobre o personagem
Leonardo, cit ado no te x to, mento de nossas vidas, possamos dar um basta a atitudes como essas, que são de fato
apresente um breve resumo da desonestas. Não há mentiras grandes e pequenas, na bruta concepção da palavra. Uma
obra Memórias de um sargen- água límpida deixa de ser potável com uma mísera bactéria num cisco e também com
to de milícias. Informe-lhes que
uma colher cheia de dejetos. Óbvio que as consequências são diferentes para cada tipo de
esse livro, de Manuel Antônio de
Almeida, foi publicado por meio ação.
de capítulos no jornal Correio Uma relevante campanha da Controladoria-Geral da União, intitulada “Pequenas Cor-
Mercantil do Rio de Janeiro, rupções — Diga Não” merece um destaque ainda maior. Mudamos um país investindo na
entre os anos de 1852 e 1853.
educação e cultura de cada indivíduo. O comportamento que é socialmente
Leonardo é uma criança que vi-
veu sob os cuidados de seu pa- adequado hoje pode não ser amanhã.
drinho após ter sido abandona- Quando todos decidirem mudar o caráter de cada indiví-
do por seus pais. O menino cres- duo, a ética cívica coletiva será mudada. A corrupção que
ceu agindo de forma irresponsá-
está tão arraigada em determinado partido não é
vel, sem limites e respeito, con-
seguindo tudo o que desejava responsabilidade exclusiva da classe política, é
por meio de suas malandragens. fruto dessa aceitação generalizada de obter
• Informe aos estudantes tam- vantagens, desse jeitinho torpe de ser e de se
bém que Pedro Malazarte (ou achar mais merecedor do que os demais.
Malasartes) é um personagem Adote essa ideia! [...]
recorrente em diversos contos
(Leonardo Teixeira, escritor)
populares brasileiros. De origem
humilde, ele tem inteligência, TEIXEIRA, Leonardo. “Pequenas” corrupções. Diário da Manhã,
Goiânia, 27 maio 2015. Disponível em: https://www.dm.com.
criatividade e esperteza para br/opiniao/2015/05/pequenas-corrupcoes/. Acesso em:
ra
i to

conseguir o que quer, muitas 7 abr. 2022.


ed
da

vezes, enganando as pessoas. Subornar: oferecer recompensa a alguém para obter


i vo


qu

Organize uma discussão oral alguma vantagem ilegal.


Ar
to/

com os estudantes, levando-os


Br i

Arraigada: enraizada, fixa.


ac

a refletir e a se posicionarem
Iz a

sobre o tema do artigo de opi-


nião que leram. Reforce a im- 206
portância de ouvir os colegas e
de respeitar opiniões diferen-
tes. Se julgar necessário, solicite
que releiam o texto a fim de que 02/08/2022 17:04:58

retomem as principais informa-


ções dele. A discussão sobre a
ética nos comportamentos hu-
manos favorece a reflexão quan-
to ao projeto de vida dos estu-
dantes, de modo a tomarem
consciência de que sua postura
no mundo adulto pode contri-
buir para aumentar ou diminuir a
corrupção em níveis micro e ma-
cro em nosso país.
206

09/08/2022 13:31:52
1. O que você havia imaginado sobre “pequenas” corrupções se confirmou com a leitura do ar- • Para a resolução das ativida-
tigo de opinião? Explique. Resposta pessoal. des apresentadas, sempre que
necessário, retome o texto e re-
2. Qual é a tese apresentada pelo autor do artigo de opinião? leia trechos com os estudantes.
Resposta: A corrupção é uma prática recorrente e cultural no Brasil, pois os pequenos delitos praticados também são corrupção.
3. No terceiro parágrafo do artigo, o autor cita um personagem da literatura brasileira e outro • Na atividade 1, incentive-os a
personagem recorrente em contos populares nacionais. 3. b. Resposta: O autor citou esses retomar as hipóteses levanta-
personagens para mostrar que suas das anteriormente e a compa-
a. O que há em comum entre esses dois personagens fictícios brasileiros? características são
culturais e estão rá-las com as informações obti-
Resposta: Ambos são malandros e fazem uso da esperteza para levar vantagem. presentes nas
b. Com que finalidade esses personagens foram citados no texto? atitudes de muitos das após a leitura do texto, a fim
brasileiros. confirmá-las ou não.
c. No início do texto, o autor cita a mobilização apartidária dos brasileiros contra a corrupção.
Explique de que forma essa mobilização é contraditória, considerando a referência aos per- • Por meio da atividade 2, leve
os estudantes a identificar a te-
sonagens da literatura e dos contos populares.
3. c. Resposta: Ao citar esses personagens e mostrar que a esperteza para tirar vantagem se do artigo de opinião, reconhe-
4. Releia este trecho. (uma pequena corrupção) é cultural, o autor comprova implicitamente a contradição da cendo a ideia central em torno
mobilização contra a corrupção, ou seja, luta-se contra a corrupção, mas no dia a dia são
praticados pequenos delitos, como citado pelo autor mais adiante. da qual o texto é construído.
Se a corrupção política é apenas a ponta de um iceberg, como disse o escritor Leandro
• Reforce para os estudantes,
Karnal, ela é mesmo um reflexo cultural de se achar normal tudo o que procede desse na atividade 3, a importância
jeitinho vantajoso de lidar com diferentes coisas. “Jeito de agir segundo os afetos e não dessa referência literária no ar-
segundo a razão pura”, segundo o filósofo Immanuel Kant. tigo. Leve-os a perceber que, ao
citar personagens caracteriza-
a. Qual é a profissão das pessoas citadas nesse trecho? dos como malandros e espertos,
Resposta: Leandro Karnal é escritor e Immanuel Kant foi filósofo. o autor reforça o aspecto cultu-
b. Ao citar essas pessoas, o que o autor do artigo procura conferir ao seu texto? ral da corrupção no Brasil.
Resposta: Ao citar um escritor e um filósofo, o autor está atribuindo mais credibilidade às informações apresentadas e
5. Releia outro trecho do artigo. mostrando seu repertório sociocultural. • Na atividade 4, os estudantes
devem reconhecer a importân-
Muitos acham normal falsificar carteirinha de estudante, furtar e burlar sinal de cia de um argumento por cita-
TV a cabo, comprar e vender produtos falsificados, furar filas, colar e passar cola nas ção. Ao citar Karnal e Kant, o
provas (ou copiar trabalhos, textos e artigos da internet) [...]. autor revela um repertório cul-
tural e reforça seus argumentos,
a. O que há em comum nas informações apresentadas nesse trecho? embasando-os e conferindo
Resposta: São enumerados atos cotidianos inadequados, praticados por muitas pessoas.
b. De que forma esse trecho contribui para que o autor do texto construa sua argumentação? maior credibilidade a eles.
Resposta: Ao enumerar esses atos, o autor comprova que as pequenas corrupções são práticas diárias e culturais.
• Para a realização da atividade
5, os estudantes devem reco-
Em um artigo de opinião, o autor pode fazer uso de argumentos como a citação de nhecer o emprego de argumen-
autoridade, para validar suas ideias e mostrar seu repertório sociocultural, e a enumera- tos por enumeração, identifi-
ção, para listar informações que dão consistência a seus argumentos. cando-os e percebendo sua im-
portância no texto, como forma
de comprovar o que o autor está
6. Releia o trecho a seguir.
expondo.
Muitos acreditam que pequenos delitos como esses não se comparam a grandes cor-
rupções milionárias, mas se esquecem de que ambos são delitos, são atitudes
• Na atividade 6, os estudantes
são levados a perceber o em-
desonestas que desonram nosso caráter. prego do contra-argumento e a
importância da conjunção ad-
a. Nesse trecho, o autor apresenta um argumento contrário às suas ideias, a fim de, na sequência,
versativa nessa construção de
rebatê-lo. Que argumento contrário o autor cita? ideias opostas.
Resposta: O autor cita que muitas pessoas acreditam que os pequenos delitos não se comparam às corrupções milionárias.
b. Que argumento o autor apresenta para rebater o argumento contrário e fortalecer suas
próprias ideias? Você concorda com ele? Por quê? Resposta: O autor afirma que tanto os pequenos delitos
quanto as corrupções milionárias são corrupções e, por isso, desonram nosso caráter. As demais respostas são pessoais.
c. Que conjunção foi empregada para conectar essas duas ideias e construir a argumentação?
Resposta: A conjunção mas.
d. Que relação de sentido essa conjunção estabelece entre as ideias apresentadas?
Resposta: Estabelece uma ideia de oposição.
207

:04:58 02/08/2022 17:04:58

207

09/08/2022 13:31:52
• Na atividade 7, oriente os es-
tudantes a expor sua opinião de Contra-argumento é uma estratégia que consiste em apresentar um argumento contrário
forma respeitosa e a ouvir os e rebatê-lo, de modo a invalidá-lo para fortalecer as próprias ideias.
colegas com atenção. Saliente
que, mais do que esperar uma 7. Na conclusão do texto o autor apresenta uma proposta de solução para o problema.
mudança alheia, é preciso que
cada um reflita sobre a própria a. Para ele, o que é necessário para minimizar a prática coletiva da corrupção?
Resposta: É necessária uma mudança individual no caráter, a qual pode refletir no coletivo.
postura para que exista de fato b. E você, o que acha que deve ser feito para que essa prática seja diminuída?
uma mudança geral. Resposta pessoal.
8. Releia este trecho.
• Com base na atividade 8, leve
Somos todos humanos e imperfeitos, mas isso não impede que, num determinado
os estudantes a perceber a im-
portância do emprego da pri- momento de nossas vidas, possamos dar um basta a atitudes como essas, que são de
meira pessoa do plural nesse fato desonestas.
artigo de opinião. Destaque-lhes
que, ao fazer isso, o autor se co- a. Nesse trecho, o autor se inclui no texto. Que recurso usado por ele comprova isso?
Resposta: O uso das formas verbais fomos e possamos, empregadas na primeira pessoa do plural.
loca no texto e assume também b. O que isso confere em relação à postura do autor sobre o que ele trata?
sua responsabilidade pela mu- Resposta: Incluir-se nesse trecho revela que o autor também se responsabiliza pela mudança de atitudes.
dança de atitude proposta. c. A palavra que, em destaque no trecho, tem a função de retomar uma informação já men-
• Na atividade 9, os estudantes cionada no trecho. Que informação é essa? Resposta: Atitudes como essas.
são levados a reconhecer a im- 9. Como você estudou anteriormente, o emprego de conjunções e locuções conjuntivas é impor-
portância da coesão sequencial tante para a construção da argumentação. Releia os trechos a seguir e analise as relações de
em um texto, por meio do em- sentido que elas, em destaque, estabelecem entre as orações que conectam.
prego das conjunções ou locu-
ções conjuntivas e da relação de A. Apesar de esse tema não ser novidade, é necessário o seu debate.
sentido estabelecida pelo uso
B. Se a corrupção política é apenas a ponta de um iceberg, como disse o escritor Leandro
delas. Se necessário, oriente-os
Karnal, ela é mesmo um reflexo cultural de se achar normal tudo o que procede
a pesquisar seu significado em
um dicionário a fim de estabele- desse jeitinho vantajoso de lidar com diferentes coisas.
cer o sentido expresso por elas C. Somos todos humanos e imperfeitos, mas isso não impede que, num determinado
no texto, ou seja, se é de oposi- momento de nossas vidas, possamos dar um basta a atitudes como essas, que são de
ção, condição ou concessão.
fato desonestas.
• Leve os estudantes a reco-
Relacione as expressões destacadas nesses trechos aos sentidos a seguir. Resposta: A - 3; B - 2; C - 1.
nhecer a importância do em-
prego de adjetivos no artigo de 1. Oposição. 2. Condição. 3. Concessão.
opinião lido. Para tanto, ao ex-
10. Releia o seguinte trecho do texto, analisando as palavras destacadas.
plorar a atividade 10, reforce pa-
ra a turma que os adjetivos con- Diante dos desmandos e da péssima situação política e econômica em que vivemos,
tribuem para indicar a aprecia- cresce nas ruas e nas redes sociais um movimento apartidário que protesta contra as
ção ideológica do autor, suge- grandes corrupções que vêm assolando todo o país.
rindo sua postura diante do as-
sunto discutido. a. Os adjetivos destacados foram usados para caracterizar quais substantivos?
Resposta: Péssima caracteriza situação e grandes caracteriza corrupções.
• Na atividade 11, chame a aten- b. O emprego desses adjetivos sugere que postura do autor diante da corrupção?
Resposta: Os adjetivos ajudam a reforçar a postura crítica do autor diante da corrupção.
ção da turma para o emprego
das aspas nos dois trechos apre- 11. Indique a função do emprego das aspas nos trechos a seguir.
Resposta: Em A, exprimem ironia, pois pequenas se refere às corrupções
sentados. Leve-os a perceber
A. “Pequenas” corrupções que são praticadas no dia a dia, mas não vistas como delitos. Em B,
que elas foram empregadas com sinalizam a citação de um estudioso, o filósofo Immanuel Kant.
funções distintas no texto. B. “Jeito de agir segundo os afetos e não segundo a razão pura” [...]
• Ao propor a atividade 12, en- 12. Troque ideias com os colegas e responda: por que é possível dizer que, nesse texto, o autor
fatize a importância de se evitar
promover qualquer tipo de dis- exerce sua liberdade de expressão ao expor sua opinião sem configurar um discurso de ódio?
Resposta esperada: Porque o autor do texto não tece comentários ofensivos, mas sim apresenta os fatos e faz suas
curso que incite o ódio. Comen- considerações sobre eles de forma objetiva e respeitosa, abrindo espaço para o debate de ideias sem incitar um contra-
te com os estudantes que a es- 208 ataque impelido por emoções inflamadas.
crita do artigo de opinião possi-
bilita ao autor expor seu posi-
cionamento e, assim, contribuir
com o debate sobre determina- 02/08/2022 17:04:58

dos assuntos. Sendo utilizadas


para essa finalidade, a escrita e
a argumentação constituem
elementos da cultura da paz,
que ajudam na superação das
diferenças e no alcance do bem
comum.

208

09/08/2022 13:31:52
Objetivos
Produção escrita • Praticar a escrita por meio
da produção de um artigo de
Artigo de opinião opinião.
Neste capítulo, você leu dois artigos de opinião e conheceu as principais características desse • Posicionar-se criticamente
gênero textual. Agora, você deverá produzir um artigo de opinião sobre a corrupção no dia a dia diante de um assunto social-
mente relevante, por meio de
e no Brasil. O objetivo dessa produção é que você se manifeste a respeito do assunto, analisando-o
argumentos coerentes.
de forma crítica. Ao final, os artigos serão postados no blog da turma.
BNCC
Planejando o texto
• Com a produção de um artigo
Antes de começar o texto, confira algumas orientações para planejá-lo. de opinião sobre um assunto de
relevância social, os estudantes
a. Pesquise sobre o assunto em diversas fontes. Compare as informações em fontes diversas
de s envol vem a ha bilidade
e, se necessário, acesse e consulte sites de checagem de fatos. EF69LP06, a competência geral
b. Para pesquisar sobre a corrupção na política, é importante verificar se a fonte não é vincu- 7 e a competência específica de
lada a algum partido político, o que interfere na imparcialidade das informações. Em caso de Língua Portuguesa 6.
dúvida, peça ajuda ao professor. • Apropriando-se da escrita
como forma de expressão de
Dica
opiniões e argumentos, os estu-
Avalie se o teor dos textos pesquisados não configura discurso de ódio. Evite ler textos que dantes aprimoram a competên-
assumem essa postura e procure denunciá-los sempre que possível. cia específica de Língua Portu-
guesa 2.
c. Consulte a opinião de jornalistas, especialistas e outras pessoas que já tenham se posiciona-
do sobre o tema. Lembre-se de que você pode utilizar essas ideias para embasar seus argu-
• Ao reconhecer o texto como
lugar de manifestação de ideias,
mentos, citando-as direta ou indiretamente. os estudantes aprimoram a
d. No caderno, faça anotações sobre as informações mais importantes que encontrar, pois elas competência específica de Lín-
gua Portuguesa 7.
poderão ser úteis para o desenvolvimento do seu artigo de opinião.
e. Registre também as conclusões a que você chegar durante essa pesquisa, apontando cami-
• A pesquisa em fontes diversas
e o confronto das informações,
nhos para a solução da corrupção no Brasil. verificando as diferenças e se-
melhanças entre elas e concluin-
Produzindo o texto do sobre a confiabilidade das in-
formações, possibilitam aos es-
Siga estas orientações para colocar as ideias em prática e desenvolver seu artigo de opinião. tudantes desenvolver as habili-
a. Produza seu artigo diretamente em um programa de edição de texto ou, se não for possível, dades EF69LP32 e EF08LP02.
escreva-o em uma folha de rascunho. • Ao tomarem nota de dados a
serem incluídos no artigo de
b. Apresente uma contextualização sobre o assunto e esclareça qual é sua tese.
opinião, os estudantes aprimo-
c. Para defender suas ideias, apresente estratégias argumentativas variadas, por exemplo: enu- ram as habilidades EF69LP34 e
meração, citação, exemplificação e contra-argumentação. EF89LP28.
d. Elabore uma conclusão na qual você reforce sua opinião e proponha soluções possíveis para • O planejamento do artigo de
o problema. opinião, de acordo com as con-
dições de produção, contempla
e. Para empregar citações diretas ou indiretas no texto, empregue expressões como segundo..., a habilidade EF89LP10.
de acordo com... etc.
• A escrita do artigo de opinião
f. Para sinalizar a conclusão, você pode usar expressões como: dessa forma, diante disso, por- para defender um ponto de vis-
tanto, em suma etc. ta, empregando conhecimentos
linguísticos e gramaticais e fa-
209 zendo uso de elementos coesi-
vos, leva os estudantes a desen-
volver as habilidades EF08LP03,
EF08LP04 e EF69LP18.
do texto, bem como utilizam expressões de modalização por meio da qual obterão informações pertinentes ao

:04:58 02/08/2022 17:04:58
para indicar uma avaliação sobre o tema. tema; a análise documental, caso queiram utilizar como O emprego de citações no
fonte de pesquisa um vídeo, um podcast, uma entrevista texto, diretas ou indiretas, pos-
Orientações de rádio etc.; e a tomada de notas, em que farão o regis- sibilita aos estudantes contem-
• Para iniciar a seção, discuta com os estudantes sobre tro de tudo que lhes parecer relevante para o trabalho. plar a habilidade EF69LP43.
o assunto proposto. Se for preciso, retome as discussões Coloque-se à disposição dos estudantes, pois eles possi- • Os estudantes aprimoram as
feitas anteriormente na seção Outra leitura. velmente apresentarão dúvidas acerca da imparcialida- habilidades EF08LP14 e
• Na subseção Planejando o texto, oriente os estudan- de e da confiabilidade das fontes consultadas. Pesquise
previamente na internet algumas instituições indepen-
EF89LP31, uma vez que empre-
gam conjunções e locuções con-
tes quanto às práticas de estudo e pesquisa que podem
ser empregadas, especialmente: a revisão bibliográfica, dentes que realizam a checagem de notícias. juntivas para construir a argu-
mentação e articular as partes

209

09/08/2022 13:31:52
• Após terem montado um g. Utilize adjetivos e advérbios, por exemplo, para sugerir sua postura crítica sobre o assunto.
bom repertório de informações Utilize-os com moderação.
a serem usadas no texto, é reco-
mendável que os estudantes h. Empregue conjunções, pronomes, sinônimos e outros elementos coesivos que promovam a
façam um esboço da estrutura coesão e a continuidade textual do artigo de opinião.
do artigo de opinião, definindo i. Verifique se os verbos transitivos empregados exigem complementos com ou sem preposição,
uma tese a ser defendida e ano- ou se exigem os dois complementos.
tando os principais argumentos
e contra-argumentos a serem
j. Escreva o texto respeitando as regras gramaticais de concordância verbal e nominal, aten-
utilizados na ordem em que tando aos complementos verbais e às convenções ortográficas da língua.
aparecerão no texto. k. Faça uso expressivo da pontuação, se achar necessário, para enfatizar alguma ideia e para
• Na subseção Produzindo o fazer citações diretas.
texto, oriente os estudantes a l. Crie um título que, de forma sugestiva, expresse sua opinião e instigue os leitores.
construir um parágrafo para ca-
m. Cuide para que seu texto se limite a exercer sua liberdade de expressão, sem que haja ofensas
da argumento, prestando muita
atenção aos conectores textu- ou motivos para suscitar discursos de ódio.
ais. Comente que não é neces-
sário ter pressa, pois a boa argu- Avaliando o texto
mentação é fruto de largos mo- Com base nos itens a seguir, troque seu artigo de opinião com o de um colega e avalie-o, fa-
mentos de reflexão. zendo apontamentos que visem melhorá-lo.
• Solicite que elaborem o título a. O texto foi iniciado com uma contextualização sobre o assunto?
por último, após verificarem se
b. A tese foi apresentada logo no início do artigo de opinião?
conseguiram desenvolver a tese
com a qual haviam pensado em c. Foram empregadas estratégias argumentativas variadas, a fim de convencer o leitor do ponto
trabalhar. Incentive-os a gastar de vista apresentado?
algum tempo na elaboração de- d. Na conclusão, foram apresentadas propostas de solução para a corrupção no Brasil, coerentes
le, lembrando-os do quanto es- com os argumentos expostos anteriormente?
se elemento é importante para e. Foram empregados elementos coesivos, como conjunções, pronomes e sinônimos, para ga-
convidar o leitor a conhecer o rantir a coesão e a continuidade textual?
texto. Ao final, peça que leiam a f. Foram usados adjetivos e advérbios para reforçar a postura crítica do autor?
versão final mais uma vez para
g. O título é sugestivo e atrativo ao leitor?
corrigir possíveis falhas.
Considerando as indicações apontadas por seu colega, revise seu artigo de opinião, editando o
• Essa produção textual visa à
texto. Faça correções ortográficas, revise a acentuação, ajuste as concordâncias verbal e nominal
reelaboração do conhecimento,
e corrija os erros de digitação. Se necessário, corte e acrescente informações, aperfeiçoando o
pois, para além de serem leitores
artigo de opinião. Caso tenha feito um rascunho em uma folha, passe o texto a limpo, realizando
das opiniões alheias, os estudan-
os mesmos ajustes indicados anteriormente.
tes poderão expressar as pró-
prias ideias e defender um posi-
cionamento. Com isso, reforça- Postando o artigo de opinião no blog da turma
-se o pensamento crítico deles.
Finalizado seu artigo de opinião, reúna-se com os colegas e o professor para fazerem, juntos,
• Para o desenvolvimento do a postagem dos textos no blog da turma.
proposto na subseção Avaliando a. Escolham qual será a ordem de publicação dos textos. Pode ser, por exemplo, em ordem
o texto, conduza a atividade de alfabética de acordo com o nome do autor.
troca do texto de forma que to-
b. Providenciem a divulgação do link para familiares e amigos, para que muitas pessoas conhe-
dos consigam fazer os aponta-
çam as opiniões de vocês e possam ver o resultado do trabalho produzido.
mentos necessários respeitosa-
mente. Forneça exemplos de c. Verifiquem periodicamente os comentários postados e respondam a todos. Analisem tam-
frases objetivas, mas não ríspi- bém a quantidade de acessos ao blog.
das, que podem ser utilizadas por d. Se os acessos estiverem muito baixos, façam uma nova divulgação, enviando um lembrete
eles. Valorize as produções dos para as pessoas acessarem o link.
estudantes e aproveite a oportu-
nidade para avaliar a aprendiza-
210
gem deles a respeito do gênero
artigo de opinião e suas caracte-
rísticas, além da capacidade de
02/08/2022 17:04:58
articular argumentos para de-
fender a tese apresentada.
• Na subseção Postando o arti-
go de opinião no blog da turma,
verifique com antecedência co-
mo acessar o blog da escola ou da
turma. Caso não seja possível fa-
zer essa postagem, faça um mu-
ral com os textos na sala de aula,
permitindo a todos que tenham
acesso aos textos produzidos.
210

09/08/2022 13:31:52
Objetivos
Produção oral • Praticar a oralidade por meio
da realização de um seminário.
Seminário
BNCC
Neste capítulo, você leu sobre o hábito de levar vantagem e fez um artigo de opinião sobre
corrupção no dia a dia no Brasil. • Esta seção contempla a com-
petência geral 10, pois leva os
Agora, você vai se reunir com alguns colegas para produzir um seminário sobre alguns aspectos
estudantes a agir com autono-
da corrupção. mia, responsabilidade e deter-
Confira, a seguir, alguns subtemas para a realização desse trabalho. minação no seminário.
• Como utilizam recursos tec-
Seminário sobre a nológicos para criar e formatar
Seminário sobre as campanha “Dez apresentação de slides, compar-

Sergio Lima/Arquivo da editora


Seminário sobre a medidas adotadas Seminário sobre o medidas contra a tilhando conhecimentos adqui-
corrupção no no Brasil para Dia Internacional corrupção”, do ridos por meio de pesquisas, os
mundo. combater a contra a Corrupção. Ministério Público es tudantes desenvolvem a
corrupção. Federal (MPF) na competência geral 5, as compe-
internet. tências específicas de Lingua-
gens 3 e 6 e as competências
Sigam algumas orientações para o planejamento do seminário. específicas de Língua Portu-
a. Pesquisem o assunto escolhido em fontes confiáveis, como sites de instituições oficiais. É guesa 3 e 10.
importante sempre contrastar os dados e verificar a veracidade deles, acessando sites de • Durante a pesquisa, ao anali-
checagem de fatos. sar textos diversos da cultura
digital e registrar no caderno
b. Tomem nota das informações que considerarem mais importantes, pois essas anotações serão
dados importantes a serem in-
úteis para vocês organizarem a apresentação e formatarem os recursos que vão apoiá-la. cluídos no seminário, os estu-
c. Procurem citações, GIFs, gráficos, tabelas, fotografias, entre outros elementos que possam dantes aprimoram as habilida-
enriquecer a apresentação, desde que estejam diretamente relacionados ao assunto tratado. des EF69LP34 e EF89LP02.
Se acharem pertinente, vocês poderão selecionar trechos de vídeos para serem exibidos • Os estudantes desenvolvem a
durante o seminário. habilidade EF08LP02 ao pes-
quisar em fontes, a fim de de-
d. Reúnam-se para definir como será a apresentação:
tectar diferenças e semelhan-
• os recursos que • os trechos que • as responsabilidades ças no tratamento dado à mes-
vão utilizar; vão abordar; de cada integrante. ma informação e confirmar a
e. Organizem em formato de roteiro as anotações que fizeram durante a pesquisa, prevendo veracidade dos fatos, se preciso
como será cada parte da apresentação: recorrendo a mecanismos de
checagem.
introdução desenvolvimento conclusão • Os estudantes desenvolvem a
habilidade EF69LP38 no plane-
f. Selecionem quais das informações pesquisadas vão compor os slides que servirão de apoio à jamento do seminário, organi-
apresentação. Na página seguinte, vocês encontrarão orientações para formatar esse recurso. zando as informações, selecio-
nando as que vão compor os
g. Digitem com atenção os textos que vão compor os slides e cuidem para que não sejam muito
slides e aquelas que vão ser
longos. Atentem também para o tamanho das letras, garantindo que os textos fiquem legíveis. transformadas nas falas deles.
h. Façam ensaios usando os slides de apoio, a fim de se familiarizarem com a dinâmica das
falas, da transição dos slides e da exibição dos vídeos (se for o caso), além de verificar se a
• Como analisam a construção
composicional e os elementos
apresentação ficará dentro do tempo estipulado pelo professor. Se necessário, façam cortes típicos da modalidade falada,
e outros ajustes para manter a coerência durante toda a apresentação. paralinguísticos e cinésicos do
gênero seminário, os estudan-
211 tes aprimoram as habilidades
EF69LP19 e EF69LP40.
• Ao ser orientados sobre a va-
:04:58
selecionando tipos e tamanhos de fontes que permitam • Em posição de plateia, os estudantes tomam notas
02/08/2022 17:04:58
riedade linguística a ser emprega-
da e a combater qualquer tipo de
boa visualização, distribuindo os conteúdos pesquisados sobre as apresentações dos outros grupos, não somente
nos slides, inserindo de forma adequada imagens e ele- para prestigiar o trabalho dos colegas, mas também pa- preconceito relacionado ao uso
mentos gráficos e dimensionando a quantidade de texto ra conhecimento próprio, desenvolvendo, assim, as ha- da língua, os estudantes desen-
(e imagem) por slide. bilidades EF69LP26 e EF89LP28. volvem a habilidade EF69LP55 e
as competências específicas de
• Os estudantes desenvolvem a competência geral 9 e Orientações Língua Portuguesa 4 e 5.
as habilidades EF69LP14 e EF89LP27 na medida em que
são orientados a aguardar o momento adequado para • A formação dos grupos vai depender da quantidade • Os estudantes desenvolvem a
formular perguntas aos outros grupos, de modo a enri- de estudantes da turma. Se possível, organize a turma habilidade EF69LP41 ao usar a
quecer a discussão de ideias sobre o assunto. em quatro grupos ou organize-os deixando cada tema apresentação de slides como
subdividido para duas equipes. apoio para a apresentação oral,

211

09/08/2022 13:31:53
• Selecione antecipadamente
algumas palestras e seminários Como organizar a apresentação do seminário em slides
em vídeo de pequena extensão
cujos temas e linguagem sejam Confiram a seguir algumas etapas para a organização dos slides.
de interesse dos estudantes e
adequados à faixa etária. O ob- 5.
1. Ao abrir o programa, é

Ilustrações Rogério Casagrande/Arquivo da editora


jetivo é que eles possam anali- ARQUIVO | JANELA AJUDA |
EDITAR | FORMATAR | JANELA | AJUDA |
possível optar por uma
sar a abertura/saudação, intro-
100% apresentação em branco ou
dução, desenvolvimento dos por algum dos modelos de
conteúdos, conclusão e encer-
4. 3. 6.
INÍCIO INSERIR EDITAR FORMATAR APRES... slides pré-definidos.
ramento, tom e volume da voz, Selecionem o que for da
ritmo, ausência /excesso de preferência do grupo. Uma
pausas e hesitações etc. e pos-
1 1. vez escolhido o layout,
tura corporal, gestos, expressão basta digitar o texto nos
locais indicados.
facial, contato de olho com pla-
teia, modulação de voz e ento- RECORTAR 2. Do lado esquerdo da tela,
aparecerão as miniaturas dos
nação, sincronia da fala com COPIAR
slides. Ao clicar sobre uma
ferramenta de apoio etc. Chame DUPLICAR SLIDE
delas com o botão direito do
a atenção deles durante a exibi- 2. NOVO SLIDE mouse, é possível realizar
ção do vídeo a fim de que pos- EXCLUIR SLIDE diversas ações, como inserir
sam aplicar o que for pertinente Novo Slide, Duplicar Slide e
em suas apresentações orais. Excluir Slide. Ao arrastar um
slide, é possível posicioná-lo
• Retome as práticas de estudo
SLIDE 2 | ZOOM 100%

na ordem desejada.
e pesquisa utilizadas na produ-
ção textual, colocando-se à dis- 3.
posição para auxiliar com a indi- FORMATAR APRESENTAÇÃO DE SLIDES INSERIR EDITAR FORMATAR
cação de algumas fontes de
consulta. Oriente-os a separar Preenchimento de texto

uma boa parte do tempo de re-


alização do trabalho nessa eta-
A A Contorno do texto
Efeitos de texto
Estilos
4.
Imagem Imagens on-line Formas Mídia

VÍDEO
pa, para que a apresentação te- ÁUDIO
nha dados interessantes para a
audiência. Auxilie-os na tomada 3. Na aba Formatar, pode-se alterar a cor das 4. Para inserir uma imagem, cliquem em Imagem
de notas a fim de que eles con- letras selecionando o item Preenchimento de na aba Inserir e selecionem um recurso já
sigam resumir e/ou parafrasear texto, e o contorno em Contorno do texto. Na gravado no computador. Na mesma aba, mais à
os conteúdos pesquisados e, aba Página Inicial, é possível alterar o tipo e o direita, é possível também inserir um vídeo ou
depois, selecionar mais facil- tamanho das letras. um áudio.
mente aqueles que farão parte
dos slides.
• A campanha Dez medidas 5.
contra a corrupção, indicada co- ARQUIVO | JANELA | AJUDA |
mo temática para um dos semi- 5. Terminada a criação dos slides, salvem o arquivo no
nários, está disponível no ende- 100%
computador e/ou em um pen-drive, selecionando a
reço a seguir. APRESENTAÇÃO DE SLIDES opção Salvar como na aba Arquivo.
DEZ Medidas. Ministério Públi- 6. Para iniciar a apresentação no primeiro slide, na guia
co Federal. Disponível em: ht- Apresentação de Slides, cliquem em Iniciar do
tps://dezmedidas.mpf.mp.br/. Iniciar do Apresentar Apresentação Gravar Começo. Para sair do modo apresentação, teclem Esc.
Começo On-line Personalizada Apresentação
Acesso em: 27 jun. 2022. Iniciar apresentação Configurar

• Comente com a turma que o 6.


Dia Internacional contra a Cor-
rupção é comemorado em 9 de
dezembro e foi criado pela Or- 212
ganização das Nações Unidas
(ONU).
• Existem diversos programas estejam on-line (nesse caso, é preciso selecionar “Imagens 02/08/2022 17:04:59
de computador que se prestam Online” no menu). Entretanto, os recursos on-line reque-
à finalidade de apresentação de rem conexão à internet no momento da apresentação.
slides. Há também serviços on-line
gratuitos que, mesmo com alguns
recursos limitados, atendem às
necessidades básicas para essa
criação.
• É possível inserir tanto ima-
gens (estáticas ou em movimen-
to) como vídeos que estejam dis-
poníveis no computador ou que
212

09/08/2022 13:31:53
• Peça a eles que leiam as orien-
Dicas para que a atividade seja bem-sucedida tações da subseção Dicas para
que a atividade seja bem-suce-
a. Empreguem a variedade linguística mais apropriada para esta situação: as normas urbanas dida. Comente também os as-
de prestígio. Além disso, respeitem as variedades linguísticas que houver na turma, comba- pectos emocionais que podem
tendo qualquer tipo de preconceito. atrapalhar na hora da apresen-
tação, visto que os estudantes
b. O integrante responsável pela abertura deve cumprimentar os colegas e apresentar o tema
podem não ter muita experiên-
e um breve resumo do que será tratado. cia com esse tipo de trabalho;
c. Desenvolvam a apresentação conforme planejaram, expondo o resultado da pesquisa com o assim, prepare-os para ouvir
apoio dos slides que elaboraram. adequadamente os colegas e
manterem-se serenos no mo-
d. Alguns trechos dos slides podem ser lidos, mas os textos servem apenas como apoio para o mento em que eles forem falar.
apresentador e para que a plateia possa acompanhar.
e. Atentem para a entonação, a expressividade e o volume da voz, a fim de que todos que estão
• Além das dicas apresentadas,
comente com a turma que, ape-
assistindo possam ouvir o que está sendo falado e manter-se interessados. sar de os slides tornarem a
apresentação mais interessan-
f. Durante todo o seminário, mantenham uma postura corporal adequada e, ao falar, procurem
te, o ideal é que ela não consista
manter contato visual com os colegas que estiverem assistindo. apenas na leitura do que apare-
g. Não é necessário que todos os integrantes do grupo fiquem em pé durante a apresentação, ce na tela. Converse com os gru-
apenas o estudante que estiver se apresentando. pos sobre a preparação neces-
sária para a realização de um
h. Os demais integrantes, enquanto não estiverem se apresentando, poderão se revezar para
bom seminário, que envolve
gerenciar a transição dos slides, os equipamentos eletrônicos, o acionamento dos vídeos, dominar o assunto sobre o qual
entre outros recursos a ser utilizados. se vai falar.
i. Caso o estudante que estiver com a palavra tenha algum episódio de esquecimento ou he- • Oriente os grupos a entregar
sitação, os demais integrantes do grupo (ou mesmo a plateia) podem auxiliá-lo de forma os arquivos com os slides anteci-
respeitosa e colaborativa. padamente, a fim de que haja
tempo hábil de realizar algum
j. Na conclusão, façam uma síntese dos tópicos abordados na apresentação e exponham as ajuste caso seja necessário. Salve
conclusões às quais o grupo chegou durante a pesquisa. Havendo alguma proposta de inter- todos os arquivos em pasta de
venção, aproveitem esse momento para apresentá-la. fácil acesso no computador, dei-
k. Fiquem atentos ao tempo estipulado para a apresentação e, ao final, deem oportunidade xando-os na “fila” por ordem das
para os colegas fazerem perguntas. apresentações. Teste todos os
arquivos, principalmente o fun-
l. Ouçam os questionamentos com atenção e respondam de acordo com os estudos e as pes- cionamento de vídeos e áudios.
quisas que fizeram.
• Incentive os estudantes a au-
m. Se não souberem alguma resposta, comprometam-se a pesquisar e a dar um posicionamento xiliar na organização do local on-
em um momento posterior, se preciso, com o auxílio do professor. de as apresentações serão reali-
zadas e dos equipamentos ne-
n. Quando for a vez de vocês assistirem ao seminário de outro grupo, procurem prestar atenção cessários (computador, projetor
e evitem conversas paralelas. e tela branca, por exemplo).
o. Façam anotações sobre as informações mais importantes, a fim de prestigiar o trabalho • Após a apresentação do se-
feito pelos colegas, além de ampliar seus conhecimentos. minário, é muito importante fa-
p. Havendo dúvidas relacionadas à apresentação dos colegas, aguardem o momento oportuno, zer uma roda de discussão para
que avaliem a atividade, o de-
quando for aberto espaço para perguntas, e formulem questões pertinentes ao assunto.
sempenho de cada um e o que
Ao final do trabalho, avaliem o desempenho individual, o do grupo e o da turma. poderia ser melhorado.
De acordo com as considerações, repitam nas próximas atividades as estratégias que deram
certo e verifiquem o que é preciso melhorar.
213

:04:59 02/08/2022 17:04:59

213

09/08/2022 13:31:53
Capítulo 10 ◆ Folheto
Objetivos

• Ler um folheto e conhecer as


características e a função socio-
comunicativa desse gênero.

BNCC
Leitura
• Esta seção dialoga com o te-
O texto a seguir faz parte de uma campanha sobre trânsito veiculada no período de retorno às
ma contemporâneo transversal
Educação para o trânsito. aulas escolares.

• Ao realizar a leitura do folheto Leia o folheto para conhecer as informações que ele apresenta.
e explorar a função da campa-

Secretaria Municipal de Transporte, Trânsito e Segurança Pública. Prefeitura Municipal de Colatina


nha de trânsito que busca cons-
cientizar as pessoas a respeitar
e agir com responsabilidade nas
ruas, os estudantes utilizam a
linguagem oral para discutir
questões sobre o texto, partilhar
informações e defender pontos
de vista, exploram uma prática
de linguagem que amplia sua
participação na vida social e re-
conhecem o texto como lugar de
manifestação e negociação de
valores, desenvolvendo, com is-
so, as competências específicas
de Linguagens 2 e 3 e as compe-
tências específicas de Língua
Portuguesa 3 e 7.
• Por meio da análise do folhe-
to, serão verificadas as caracte-
rísticas do gênero e seus efeitos
de sentido, o que permite aos
estudantes desenvolver as ha-
bilidades EF69LP02 e EF89LP07.
• Ao analisar as formas de per-
suasão presentes no folheto,
como os argumentos e o modo
verbal empregados, os estu-
dantes podem desenvolver a
habilidade EF69LP04.
• A habilidade EF69LP13 é de-
senvolvida quando, com base
no folheto, os estudantes discu-
tem problemas que a falta de
responsabilidade no trânsito
pode ocasionar para toda a so-
ciedade.
• Durante a leitura e a análise
do folheto, serão explorados os
recursos estilísticos e semióti-
cos que colaboram para a cons-
214
trução do sentido e da argu-
mentação do texto, com isso, os
estudantes aprimoram a habili- Orientações a mensagem que o texto pretende mostrar ao público. 02/08/2022 16:53:55
dade EF69LP17.
• Ao participar da discussão ex- • Nesta seção, os estudantes analisarão um folheto so- Ressalte o emprego da linguagem verbal e da não verbal
presentes no folheto e qual é a relevância desses dois
bre o trânsito e os cuidados que todos devem ter para
pondo suas opiniões sobre as in- elementos. Além disso, permita-lhes que comentem o
que ele seja seguro para todos. Converse com eles sobre
frações e suas ideias para evitar que mais lhes chamou a atenção nessa parte do folheto,
o que sabem desse gênero, como ele é construído e com
os acidentes de trânsito, na sub- o que mudariam, o que faltou apresentar etc.
qual finalidade.
seção Discutindo ideias, cons-
truindo valores, os estudantes
• Pergunte aos estudantes se já tinham visto algum fo-
• Destaque para a turma que a mensagem do folheto é lheto sobre esse tema, de que forma ele foi produzido e
desenvolvem as competências divulgada em duas partes: frente e verso. Ao explorar a
quais elementos os diferenciam.
gerais 7 e 9 e a competência es- frente do folheto, solicite aos estudantes que comentem
pecífica de Linguagens 4.

214

09/08/2022 13:34:39
• Peça aos estudantes que ana-
lisem o verso do folheto. Eles
devem ler com atenção e desta-
car o que consideram mais im-
portante, interessante ou algo
que não conheciam e aprende-
ram após essa leitura. Permita

Secretaria Municipal de Transporte, Trânsito e Segurança Pública. Prefeitura Municipal de Colatina


que socializem as informações
analisadas e os ensinamentos
depreendidos do folheto.
• Aproveite para questionar os
estudantes sobre quais das prá-
ticas apresentadas no texto eles
e as pessoas com as quais con-
vivem costumam cumprir no
dia a dia e qual é a importância
disso na vida deles.
• Caso tenham alguma vivência
relacionada ao assunto e dese-
jem compartilhar, promova um
momento de troca de ideias e
vivências. Ele é fundamental
para que os estudantes reflitam
sobre as informações que estão
lendo.
• Converse com a turma sobre
a frente e o verso do folheto e
de que forma eles se comple-
mentam. Além disso, destaque
a impor tância das cores na
construção de um folheto, mos-
trando-lhes que elas servem
para chamar a atenção dos lei-
tores e, nesse caso, adverti-los
sobre os problemas no trânsito.

Folheto da campanha “Eu respeito a faixa de pedestres”, Prefeitura de Colatina, 2018.

215

:53:55 02/08/2022 16:53:57

215

09/08/2022 13:34:39
• Sobre a atividade 1 da subse-
ção Conversando sobre o texto, Estudo do texto
possivelmente os estudantes já
devem ter presenciado a divul- Conversando sobre o texto
gação desses textos onde mo-
ram. Por isso, utilize a experiên- 1. Com quais tipos de folheto você já havia tido contato? Compartilhe sua experiência com a
cia deles para revisitar a experi- turma, descrevendo as características deles e as informações que continham, de acordo com
ência do contato com o gênero e os itens indicados a seguir. Resposta pessoal.
o que sabem dele. Incentive-os a
se lembrar de folhetos com os anunciante objetivo visualidade público-alvo
quais já tiveram contato e a indi-
car suas características. É pro- 2. Das informações apresentadas no folheto lido nas páginas anteriores, qual você considera mais
vável que citem folhetos de su- interessante de as pessoas terem acesso? Por quê? Resposta pessoal.
permercados, lojas e campa-
nhas beneficentes, por exemplo. 3. Por que campanhas como a apresentada nesse folheto são importantes? Discuta com os co-
• Na atividade 2 dessa subse- legas. Resposta pessoal.
ção, faça uma sondagem da re- 4. Em sua opinião, o uso de folhetos em campanhas atinge o objetivo a que elas se propõem?
ceptividade do texto por parte Justifique sua resposta. Resposta pessoal.
dos estudantes, utilizando as
opiniões que fornecerem. Escrevendo sobre o texto
• A atividade 3 objetiva levar os
estudantes a reconhecer que 1. Para produzir o folheto, é preciso considerar o público-alvo e o objetivo que se pretende atin-
essas campanhas são muito im- gir ao divulgar a mensagem. 1. b. Resposta: Para conscientizar as pessoas
portantes, pois visam provocar sobre a importância do uso da faixa de
a. Qual é o público-alvo do texto lido? segurança por parte dos pedestres e do
no público uma reflexão e a Resposta: As pessoas em geral que de alguma forma fazem parte do trânsito. respeito a ela por parte dos condutores de
conscientização a respeito de b. Com que objetivo o folheto lido foi produzido? veículos.
sua atuação no trânsito e sobre
2. O folheto apresentado é composto de duas partes: frente e verso. A respeito das informações que
como devem se portar nele, a
fim de que cada um contribua
aparecem na frente dele, faça uma análise considerando a imagem e as atividades na sequência.
para a construção de um trânsi-

Secretaria Municipal de Transporte,


Trânsito e Segurança Pública. Prefeitura
Municipal de Colatina
to mais seguro para todos. Des-
taque a importância de campa-
nhas como essa e enfatize a
forma de divulgação desses
textos, que costumam ser dis-
tribuídos de mão em mão em
locais públicos.
• Na atividade 4, espera-se que
2. a Resposta: A imagem representa as diversas pessoas que fazem uso das vias do trânsito, no dia a dia, bem como
os estudantes respondam que alguns dos veículos que nelas circulam (ônibus, carro, motocicleta e bicicleta).
sim, pois a distribuição de folhe- a. O folheto é composto de linguagem verbal e de linguagem não verbal. O que a linguagem
tos atinge uma grande parcela de não verbal representa nessa parte do folheto?
pessoas, levando-as a analisar
seus comportamentos, de acor-
b. Nessa imagem, as pessoas representadas estão de mãos dadas. O que essa representação
do com o objetivo dessas cam- simboliza? Resposta: Simboliza união, que, juntas, estão atuando com o objetivo de construir um trânsito melhor. Além
disso, elas estão lado a lado respeitando a faixa de pedestres, mostrando que todos devem agir dessa maneira.
panhas. A organização do folhe- c. Junto à parte não verbal há o título da campanha que, geralmente, é a parte verbal com
to com as regras de segurança maior destaque. Identifique-o no folheto e escreva-o em seu caderno.
no trânsito para cada tipo de Resposta: “Eu respeito a faixa de pedestres”.
usuário das vias públicas tam- d. Com que objetivo o título foi apresentado?
bém contribui para que o objeti- e. Que outro título você acha que seria adequado para constar na parte da frente desse folhe-
vo da campanha seja atingido. to? Use a criatividade e escreva um novo título para esse folheto. Resposta pessoal.
• A subseção Escrevendo so-
216
2. d. Resposta: O título foi apresentado para chamar a atenção do leitor para o que será anunciado, destacando que a faixa
de pedestres deve ser respeitada sempre, o que é representado pelas pessoas paradas antes da faixa e de mãos dadas.
bre o texto traz atividades im-
portantes tanto para a compre-
ensão da mensagem como para
o estudo do gênero.
• Na atividade 2, explore a relação entre as linguagens
• Na atividade 1, é importante
02/08/2022 16:53:58
verbal e não verbal, reforçando que, juntas, visam cha-
reforçar aos estudantes qual é a mar a atenção do leitor para o assunto tratado. Permita
mensagem do tex to e para aos estudantes que destaquem essas informações de
quem ela é destinada. Por fazer modo a refletir sobre elas. Para tanto, eles devem reto-
par te de uma campanha de mar as discussões feitas anteriormente. Na sequência,
conscientização, é natural que o explore o título do folheto, comentando que ele apre-
público-alvo seja bastante am- senta a mesma característica que os títulos de outros
plo, pois o objetivo é que ela textos: visa mostrar o assunto para o leitor e despertar
chegue a um número considerá- o interesse dele para o que está sendo exposto.
vel de pessoas e atinja o grande
público.
216

09/08/2022 13:34:39
3. Releia o seguinte trecho da frente do folheto: • Na atividade 3, explore o tre-
cho reproduzido do folheto. Co-
3. b. Resposta: A frase faz

Secretaria Municipal de Transporte,


Trânsito e Segurança Pública. Prefeitura
Municipal de Colatina
mente com os estudantes que
referência à atitude que se
espera do leitor, à se trata de uma frase bastante
responsabilidade ou concisa, visando chamar a aten-
tarefa de cada cidadão,
que é o respeito também à ção do leitor e tornar a mensa-
faixa de pedestres, para gem fácil de ser assimilada e in-
que as vias de trânsito ternalizada. Dessa forma, ela
sejam um lugar saudável,
evitando, assim, acidentes. sintetiza o posicionamento, o
princípio e as características da
campanha. Ressalte ainda que
ela amplia a informação lida no
a. Com que objetivo foi inserida essa frase no folheto?
Resposta: Para convocar o leitor a ter uma atitude em relação ao trânsito. título.
b. A que parte essa frase está fazendo referência?
• Por meio da atividade 4, reto-
c. Por meio dessa frase, é feito um diálogo com o leitor. Quais são as principais palavras em- me as discussões sobre as infor-
pregadas nessa frase que estabelecem esse diálogo? Explique. mações presentes no verso do
Resposta: As palavras faça e sua, que fazem referência direta ao interlocutor. folheto, de modo que os estu-
4. Agora, volte à página 215 e analise o verso do folheto. Nessa parte, são apresentadas instruções dantes reconheçam que nessa
de segurança no trânsito, que devem ser do conhecimento de todos e que devem ser seguidas. parte são apresentadas as ins-
Resposta: Ele traz orientações de como se espera
a. De que forma o texto apresenta essas instruções? que o interlocutor se comporte no trânsito e quais truções que explicitam o porquê
equipamentos são necessários utilizar em diversas de a campanha estar sendo fei-
b. A quem são dirigidas essas instruções? situações.
ta, as consequências que os fa-
Resposta: Aos motociclistas, motoristas, ciclistas e pedestres, ou seja, a todas as pessoas que, de alguma forma, fazem parte do trânsito.
c. As instruções apresentadas visam informar a população em geral sobre os riscos de um tos apresentados causam na vi-
trânsito inseguro. Com base nessas informações, explique por que os acidentes de trânsito da de todos e como as pessoas
Resposta: Porque um dos maiores problemas no trânsito é o fato de podem cuidar da própria vida e
trazem sérios reflexos à saúde pública. ele provocar acidentes causando ferimentos, invalidez ou mortes,
superlotando hospitais e aumentando o orçamento destinado para a saúde pública. da vida dos demais agindo com
5. No verso do folheto, é possível encontrar a logomarca, isto é, o símbolo que identifica e re- responsabilidade. No item c, co-
presenta os responsáveis pela campanha. mente com os estudantes que
os custos durante a reabilitação
a. Quais são as logomarcas dos responsáveis pela campanha? Como elas são formadas?
das pessoas que sofrem um aci-
b. Essas logomarcas representam empresas particulares ou instituições públicas? Explique sua dente são muito altos também,
resposta. 5. a. Resposta: As logomarcas são compostas por dois símbolos que representam a Prefeitura da cidade de
Colatina, no Espírito Santo; e a Secretaria Municipal de Transporte, Trânsito e Segurança Pública. além de causarem muito sofri-
5. b. Resposta: As logomarcas representam instituições públicas, no caso, mento para quem vive e convi-
Explorando a linguagem instituições ligadas à Prefeitura da cidade de Colatina e à Secretaria ve com os problemas decorren-
Municipal de Transporte, Trânsito e Segurança Pública.
tes de um acidente.
1. Releia a seguir uma instrução do verso do folheto e analise os conectivos empregados para
relacionar as ideias. • Na atividade 5, explore as lo-
gomarcas presentes no verso
Olhe com atenção para um lado e para o outro e só atravesse quando o carro esti- do folheto que evidenciam
ver parado. quem o idealizou. Explique aos
estudantes que identificar a lo-
a. Nessa instrução, são apresentadas duas ações que se esperam do pedestre que deseja
gomarca também é uma manei-
atravessar a rua. Quais são essas ações?
Resposta: Olhar para os dois lados e atravessar quando o carro estiver parado. ra de reconhecer as intenções
b. Qual conectivo foi usado para ligar essas duas ações? Que ideia ele expressa? de um texto, já que as institui-
Resposta: O conectivo e. Expressa ideia de adição.
c. A segunda ação esperada do pedestre só deve ocorrer em um momento específico. Que ções apresentadas devem aten-
der ao público em geral, zelando
momento é esse? Resposta: Quando o carro estiver parado.
pelo seu bem-estar e cuidado.
d. Qual conectivo foi usado para indicar esse momento? Por isso, é importante comentar
Resposta: O conectivo quando.
e. Qual das ideias a seguir esse conectivo expressa? Copie a opção correta. o fato de essas campanhas não
Resposta: Tempo. serem feitas com fins lucrativos.
O objetivo é fazer as pessoas
contrariedade tempo adição conclusão
participarem e se envolverem
com a causa proposta.
217
• Após a realização das ativida-
des que exploram a frente e o
verso do folheto, reforce para a
auxiliam na construção da argumentação. Se julgar con- turma o fato de a frente do fo-
:53:58 02/08/2022 16:53:58
veniente, apresente outros trechos do texto, destacan- lheto ter a função de despertar
do os conectivos empregados, e solicite a eles que co- o interesse do público, enquan-
mentem a função e o sentido de cada um deles. to o verso objetiva informar e
orientar as pessoas a respeito
do que foi exposto na frente.
• Na atividade 1 da subseção
Explorando a linguagem, orien-
te os estudantes na análise do
emprego dos conectivos que

217

09/08/2022 13:34:40
• Na atividade 2, destaque aos 2. Releia agora outros trechos do folheto, analisando as formas verbais destacadas e seus efeitos
estudantes o uso do verbo no de sentido.
modo imperativo, que serve pa-
ra expressar ordem, pedido, Atravesse a rua sempre com atenção;
conselho etc. Ajude-os a perce- Respeite a sinalização;
ber que, nesse caso, o modo ex-
Tenha cuidado ao embarcar e desembarcar de um veículo;
pressa uma orientação do que
as pessoas devem fazer para ter Pedale com atenção e pela direita;
um trânsito seguro. Use sempre capacete e vestimentas de segurança;
• Finalize a seção analisando os a. O que as palavras em destaque expressam?
dados apresentados no trecho Resposta: As palavras expressam uma ordem, uma orientação, uma recomendação do que deve ser feito.
de uma reportagem da subse- b. Ao empregá-las, que atitudes se deseja provocar no leitor?
Resposta: Ao empregá-las, espera-se que o leitor siga o apelo feito e tenha a atitude indicada, sendo prudente e consciente no trânsito.
ção Discutindo ideias, cons- c. Em que modo verbal essas palavras foram empregadas? Copie-o. Resposta: C.
truindo valores. É importante
discutir com os estudantes as A. Indicativo. B. Subjuntivo. C. Imperativo.
informações apresentadas, pois • Por que esse modo é bastante recorrente em textos como esse?
as recomendações feitas no fo- Resposta: Porque ele expressa apelo, comando/ordem, ou seja, algo que realmente se espera que o interlocutor faça.
lheto visam trazer benefícios a
toda a população, no entanto, Um folheto tem como finalidade promover uma causa ou ideia de forma objetiva e criati-
mesmo sabendo dos riscos, as va. Para isso, empregam-se a linguagem verbal e a não verbal. Esse gênero textual costuma
pessoas continuam colocando
apresentar os seguintes elementos: título criativo e atraente, com o objetivo de instigar o
vidas em perigo.
interesse do leitor, imagens que despertam a atenção do público, frases curtas e impactantes,
• Para a realização da atividade
a logomarca que representa uma instituição e, por fim, instruções ou argumentos relativos à
1, empregue a estratégia Think
ideia que motivou a criação do texto.
-pair-share e permita aos estu-
dantes que discutam os dados
apresentados e participem ati-
vamente da aula com suas opi-
Discutindo ideias, construindo valores
niões, tornando-se, assim, pes-
1. Leia o seguinte trecho de uma reportagem que traz dados divulgados pela PRF (Polícia Rodo-
soas mais engajadas. O intuito
dessa ação é fazê-los tomar
viária Federal):
consciência da importância de [...]
um trânsito seguro, bem como
Segundo a PRF, o excesso de velocidade, as ultrapassagens indevidas, a combinação
incentivá-los a agir de forma a
ensinar outras pessoas com ba- de álcool e direção, a falta de cinto de segurança e o uso de celular ao volante são as
se nos conhecimentos adquiri- cinco principais causas de acidentes de trânsito no país. [...]
dos nessa discussão. No item a,
VILELA, Pedro Rafael. Campanha do Maio Amarelo alerta para 37 mil mortes no trânsito do país. Brasília, Agência Brasil,
incentive os estudantes a rela- 2 maio 2018. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2018-05/campanha-do-maio-amarelo-alerta
tar situações que já presencia- -para-37-mil-mortes-no-transito-no-pais. Acesso em: 11 abr. 2022.
ram no cotidiano e a comentar a
leitura que fizeram do fato em a. Das infrações apresentadas, você já presenciou alguma sendo praticada? Como você se
si, e que consequências esse fa- sentiu diante dessa situação? Comente.
Resposta pessoal.
to teve ou poderia ter tido. Ao b. Para todas essas causas de acidentes apontadas, existem, no Brasil, leis que mostram que
explorar o item b, discuta a opi-
são infrações de trânsito passíveis de punição. Apesar disso, elas estão entre as principais
nião deles a respeito dos moti-
vos para os acidentes ocorre-
motivações de acidentes. Em sua opinião, por que isso acontece? Resposta pessoal.
rem, a fim de que entendam que c. Que outras atitudes no trânsito também contribuem para ocasionar acidentes?
isso acontece em razão da falta
d. Em sua opinião, o que pode ser feito para que tais acidentes sejam evitados? Troque ideias
de respeito, de responsabilida-
com os colegas para responder. Resposta pessoal.
de e de conscientização das 1. c. Possíveis respostas: Dirigir com sono ou muito cansado; pedestres não utilizarem passarelas; motoristas pararem em
pessoas, que, agindo dessa for- fila dupla, entre outras.
ma, colocam tanto a própria vi- 218
da como a de outros em perigo.
Permita-lhes socializar os co-
nhecimentos que têm sobre tal
assunto. No item c, convide que, para que as pessoas mudem de atitude, será preci- pesquisa e análise de diferentes peças de uma mesma08/08/2022 14:31:25
quatro voluntários para citar so, além da própria consciência, realizar constantes campanha publicitária, por exemplo: folheto, outdoor,
pelo menos uma atitude que campanhas alertando para os riscos e orientando sobre indoor, anúncio para internet, banner, spot, jingle e vídeo
pode ocasionar acidentes no o que pode ser feito, além de fiscalização no trânsito de para TV ou internet. Eles podem pesquisar campanhas
trânsito. Leve-os a concluir que forma permanente. de conscientização de trânsito ou assuntos variados re-
ações como dirigir com apenas lacionados ao meio ambiente, à saúde, à educação, entre
uma mão, fazer manobras brus- Sugestão de atividade outros. Também podem pesquisar peças publicitárias
cas e não descansar o suficiente famosas com finalidade comercial, a fim de analisar o
podem causar graves acidentes. • Para ampliar o conhecimento dos estudantes acerca slogan da campanha e os recursos utilizados para a per-
dos textos publicitários, proponha uma atividade de suasão.
Para promover a discussão em
decorrência do item d, reflita
com a turma sobre o fato de
218

09/08/2022 13:34:40
Objetivos
Atitude cidadã Educação para o trânsito • Refletir sobre a importância
da educação para o trânsito.

A importância da conscientização no trânsito BNCC

No folheto lido da seção Leitura, você conheceu algumas regras de segurança para as pessoas • O tema contemporâneo trans-
que fazem parte do trânsito (os pedestres, os ciclistas, os motoristas e os motociclistas). Mas qual versal Educação para o trânsito
é contemplado ao ser proposta
é a importância de haver campanhas de educação para o trânsito?
uma reflexão sobre a legislação
Imagine um cruzamento bem movimentado. Imagine o semáforo abrindo para os carros que de trânsito e o comportamento
vêm por uma das vias, enquanto os carros da outra via aguardam. Segundos depois, o processo das pessoas nesse ambiente e
se inverte, os carros que estavam parados agora avançam e os carros da outra via aguardam sua um debate entre os estudantes a
vez de prosseguir. respeito desse tema.

Imaginou? Agora, imagine esse mesmo cruzamento sem os semáforos... Ouvem-se buzinas, • Por meio da análise de posi-
cionamentos (próprios e dos
muitos motoristas avançam e se arriscam (e põem outros em risco) por achar que têm prioridade, outros), do engajamento na
que têm mais pressa, que têm mais direitos, enfim, o caos se instaura. busca de respostas para a me-
Essa segunda situação ilustra como seria o trânsito sem o conjunto de regras para o tráfego lhoria do comportamento das
nas ruas das cidades. Essas regras dizem, entre outras coisas, que a cor vermelha do semáforo é pessoas no trânsito e de ques-
para o motorista parar; que o verde é para seguir em frente; que o amarelo é para ter atenção e tionamentos que possam surgir
no momento das discussões, a
diminuir a velocidade. Esse é um ponto importante: o amarelo indica atenção, ou seja, cautela,
fim de se posicionar sobre o as-
prudência, pois a cor está prestes a mudar. O farol amarelo não é um farol vermelho, mas é qua-
sunto de forma ética e crítica, os
se. O farol amarelo não indica “acelere”, não indica “vai, que dá tempo”. es tudantes desenvolvem a
Apesar de conhecerem as regras de trânsito, muitos motoristas esquecem o significado do competência específica de Lín-
semáforo amarelo e o tomam por verde. Esses motoristas, apesar de conhecerem as regras de gua Portuguesa 6 e aprimoram
trânsito, agem como se muitas delas não existissem. É por meio de situações como as habilidades EF69LP11, EF69LP13
e EF69LP14.
essas que fica visível a importância da educação para o trânsito e da sua constante
presença em campanhas de conscientização. • O debate leva os estudantes a
desenvolver a s habilidades
EF89LP12 e EF89LP15, pois, além
Professional, EtiAmmos,
Chandrashan Perera, ESB

Ratana21, michaeljung,
Santos/Arquivo da editora.

de usar operadores argumenta-


Shutterstock.com

tivos para defender suas ideias,


photka e Tatjana
Ilustrações de Isabela

Fotos: Germanova
Antonina, efiplus,

Romanova/

eles poderão compreender o


funcionamento do debate, veri-
ficando a melhor forma de parti-
cipar de modo ético, respeitoso e
crítico, desenvolvendo atitudes
de respeito e diálogo em relação
às ideias divergentes.
• A competência geral 4 e a
competência específica de Lin-
guagens 3 são contempladas
uma vez que os estudantes ex-
pressam seus conhecimentos
sobre o tema partilhando infor-
mações, experiências e ideias.
• Ao expor argumentos para
defender um posicionamento de
forma respeitosa, os estudantes
219 desenvolvem as competências
gerais 7 e 9 e a competência es-
pecífica de Linguagens 4.
:31:25
de passageiros, ou, ainda, muitos deles podem ser ci- ocorreu em 1997), grande parte das pessoas não utiliza-
02/08/2022 16:54:00 Orientações
clistas. va cinto de segurança, e os motociclistas não utilizavam
• Comente que a Educação para o trânsito é, portanto, capacete, porque não era obrigatório. Com a obrigatorie- • O tema abordado nesta se-
dade imposta pela legislação, foi necessário um trabalho ção é de ex trema relevância
a promoção de atitudes condizentes com a legislação de
de conscientização da população, tanto que, atualmente, para a formação de crianças e
trânsito e com o senso de respeito entre todos os envol-
o uso do cinto e o uso do capacete tornaram-se um há- adolescentes porque, ainda
vidos nele (condutores, ciclistas, pedestres), permitindo
bito para a maioria das pessoas que usam automóveis e que a idade de assumirem o
a circulação segura e responsável.
motocicletas. Dessa forma, a Educação para o trânsito papel de motorista no trânsito
• Esclareça que, até meados da década de 1990 (antes
envolve uma mudança de consciência e de comporta- esteja distante, os estudantes
da promulgação do Código de Trânsito Brasileiro, que são pedestres e usuários de algum
mento, além da aquisição de novos hábitos.
tipo de transporte na condição

219

09/08/2022 13:34:40
• Após a leitura do texto, com
base nas atividades 1 a 3, pro-
mova um debate entre os estu-
dantes, de modo que possam
apresentar opiniões, argumen-
tos, contra-argumentos e apon- O trânsito como um espaço de convivência social
tamentos relevantes sobre o
Não são apenas os motoristas que fazem parte do trânsito. Ele também é formado por diversas
assunto. Enfatize a importância
de manter o respeito pela opi- outras pessoas, como pedestres, ciclistas e motociclistas.
nião dos colegas. Destaque que Retomando a situação do cruzamento, imagine agora um congestionamento em uma grande
o objetivo da seção é o debate cidade às 7h30 da manhã. Muitas das pessoas que por ali passam estão com pressa para chegar
de ideias, e não ataques pesso- ao local de trabalho ou de estudo. Há pedestres que não conseguem atravessar nenhuma das
ais, portanto, o respeito é o item ruas do cruzamento. Há inúmeras pessoas envolvidas, cada uma com suas necessidades. Para além
essencial para a boa realização do cruzamento das ruas, há um cruzamento de interesses. De quem é a prioridade? Cada um de
das atividades. No momento de
nós precisa compreender seu papel no trânsito. Dessa maneira,
combinar as regras, permita-
-lhes que participem ativamen- • cabe ao motociclista saber aguardar, em vez de fazer manobras arriscadas para se desvencilhar
te a fim de perceberem como do congestionamento;
deve ser a realização do debate. • cabe ao caminhoneiro ceder a vez quando um carro liga a seta e solicita espaço para mudar de faixa;
Fotos: efiplus, Chandrashan Perera, Ratana21, photka e Tatjana Romanova/Shutterstock.com

Ao explorar com a turma as


questões apresentadas, ouça as
• cabe ao pedestre andar mais alguns metros para atravessar na faixa de segurança ou sobre a
passarela, em vez de atravessar em qualquer outro lugar da avenida;
opiniões e informações que os
estudantes expuserem, ques- • cabe ao ciclista usar a ciclovia, quando há, em vez de circular pelas ruas;
tionando os demais se têm algo • cabe ao motorista do ônibus parar quando percebe que vai bloquear o cruzamento;
a acrescentar. Incentive-os a
• cabe ao motorista do carro de trás saber que buzinar não faz a fila andar mais rápido.
apresentar seus argumentos e a
defendê-los. Aproveite a ativi- Assim, antes de reclamar do trânsito, cabe a cada um refletir sobre o que tem feito para torná-lo
dade 3 para levar os estudantes mais seguro e menos estressante, uma vez que se trata de um espaço de convivência entre todos
a refletir sobre as próprias ati- os envolvidos.
Ilustrações de Isabela Santos/Arquivo da editora.

Confira as respostas das questões nas orientações ao professor.


tudes no trânsito enquanto pe- Agora que você e seus colegas têm embasamento sobre o assunto, organizem as carteiras em
destres (ou mesmo ciclistas, se
roda e debatam o tema orientando-se pelas questões a seguir. O professor será o mediador.
for o caso).
1. A quem se dirigem as campanhas de educação para o trânsito? Qual é
Sugestão de atividade a importância dessas campanhas?
• Para que os estudantes refli- 2. Você acha que basta aprender as regras da legislação de trânsito para
tam sobre a importância das se considerar cumprido o papel da educação para o trânsito? Por quê?
campanhas realizadas durante
o projeto Semana Nacional de
3. Cite algumas atitudes que, em sua opinião, podem ser divulgadas em
Trânsito, organize a turma em uma campanha de educação para o trânsito.
grupos de quatro estudantes
com diferentes perfis. Em se-
guida, instrua-os a selecionar
elementos dessa campanha, co-
mo vídeos, e a desenvolver uma
análise dessas mídias sociais,
realizando também um estudo
de recepção sobre as ações da
campanha e os pontos aborda-
dos sobre cuidados no trânsito.
Reunidas as informações, orien-
te os estudantes a analisar os 220
materiais pesquisados e a ano-
tar as interpretações e compre-
ensões que tiveram do assunto.
Em seguida, utilizando a estra- Respostas 3. Possíveis respostas: Motoristas: respeitar os limites 06/08/2022 11:47:10
tégia Sala de aula invertida, pro- de velocidade; não avançar o sinal vermelho; usar cinto
ponha-lhes uma explanação 1. Resposta: Toda a população é alvo das campanhas de de segurança e zelar para que os passageiros também
sobre os principais pontos dos educação para o trânsito, pois todos, de alguma forma, usem. Pedestres: atravessar na faixa; respeitar o semá-
elementos pesquisados dessa fazem parte dele. Por isso, é importante que ela se inicie foro para pedestres. Ciclistas: respeitar a sinalização;
campanha, destacando a rele- na escola, para que os estudantes aprendam desde pe- utilizar a ciclovia quando esta existir; utilizar roupas e
vância e os objetivos deles. quenos quais são as leis do trânsito e a necessidade de equipamentos de proteção. Motociclistas: não trafegar
respeitá-las. pelos “corredores” formados pelas filas de carros; per-
2. Resposta esperada: Não, é preciso assumir um com- manecer com o farol da motocicleta aceso; utilizar rou-
portamento ético e responsável diante das situações pas e equipamentos de proteção; entre outros.
que se apresentam no dia a dia no trânsito.

220

09/08/2022 13:34:40
Objetivos
Interação entre os textos • Estabelecer relação de inter-
textualidade entre um texto de
Você acha que existe relação entre trânsito e sustentabilidade? Já refletiu sobre como o trân- divulgação científica e o folheto
sito também pode contribuir para um ambiente mais sustentável e como ele pode ser um aliado lido anteriormente.
na qualidade de vida das pessoas? Leia um texto que divulgou os resultados de uma pesquisa
científica e verifique se ele corresponde às suas hipóteses. BNCC

Uso do metrô e a sustentabilidade: investindo na qualidade • Os temas contemporâneos


transversais Saúde e Educação
de vida das cidades ambiental são contemplados
Título Original da Pesquisa nesta seção, em razão de o tex-
to apresentar dados de pesqui-
Valoração dos benefícios do Metrô para a Saúde Pública com a redução da poluição do
sa sobre o uso do metrô nas
ar em São Paulo grandes cidades e como isso
[...] contribui para diminuir os im-
pactos da poluição atmosférica.
O que é a pesquisa?
• Ao realizar a leitura e o reco-
A qualidade de vida nas grandes cidades pode estar comprometida pela perspectiva de nhecimento das características
aumento da população nas próximas décadas. Quanto mais pessoas morando nas cidades, de um texto de divulgação cien-
maior é a necessidade de se usarem os recursos naturais (energia, água, matérias-pri- tífica, os estudantes desenvol-
vem a competência específica
mas), e mais alto é o uso de bens de consumo que geram poluição, como os automóveis.
de Língua Portuguesa 3. Já ao se
Uma alternativa para reduzir os impactos da poluição atmosférica, bem como facilitar a
mostrarem curiosos em relação
organização dos deslocamentos nas grandes cidades, é o uso dos transportes coletivos pe- ao tema e fazer uma análise crí-
la população. tica do texto e da realidade em
Metrô, trens e ônibus urbanos são uma alternativa para os deslocamentos nas cidades. que vivem, eles desenvolvem a
competência geral 2.
O uso do transporte coletivo contribui para a diminuição de veículos trafegando nas ruas
e avenidas, sujeitas a constantes congestionamentos e consequentemente ao aumento das • Os estudantes desenvolvem a
habilidade EF69LP29 ao refletir
emissões de gases poluentes na atmosfera. Na cidade de São Paulo, por exemplo, o trans-
sobre a relação entre os contex-
porte coletivo atende ao deslocamento de 10 milhões de passageiros por dia. Entretanto, tos de produção dos gêneros de
sabe-se que nas grandes cidades a expansão dos sistemas de transporte urbano, como o de divulgação científica e os aspec-
metrô, não tem acompanhado a necessidade da população. Nas últimas décadas, percebe- tos relativos à sua estrutura
-se que o número de veículos próprios adquiridos é maior do que a oferta de transporte composicional e marcas linguís-
coletivo, o que ocasiona congestionamentos e o aumento da poluição do ar, que nas gran- ticas características.
des cidades chega a ser mais alta que a gerada pelas indústrias. • Eles desenvolvem a habilida-
de EF69LP31 ao utilizar pistas
Foi pensando nesse cenário de aumento do uso de veículos motorizados movidos a fon-
linguísticas para compreender a
tes energéticas potencialmente poluentes, como a gasolina e o diesel, que as pesquisadoras hierarquização das proposições
Simone El Khouri Miraglia, professora doutora da Universidade Federal de São Paulo e no texto.
Cacilda Bastos Pereira da Silva, coordenadora de sustentabilidade do Metrô de São Paulo,
realizaram estudo para analisar os impactos ambientais desse fenômeno e estimar os be-
• A habilidade EF89LP30 é de-
senvolvida, pois os estudantes
nefícios do metrô para a saúde pública e para o bem-estar da população da cidade de São são levados a identificar os
Paulo. Valorizando o uso desse tipo de transporte coletivo como uma alternativa mais sus- hiperlinks nesse texto e em ou-
tentável para os deslocamentos urbanos, as pesquisadoras mostram como os investimentos tros que circulam na web e a re-
fletir sobre sua função.
neste tipo de sistema de transporte podem trazer ganhos para o meio ambiente, para a
população e para o poder público com a redução de gastos com cuidados e prevenção da • A análise da tabela presente
no texto e a transposição dos
saúde pública.
dados apresentados nela para o
221 formato de resposta da questão
que a analisa possibilitam aos
estudantes desenvolver a habi-
lidade EF69LP33.
:47:10 • Os estudantes desenvolvem as habilidades EF89LP29 bilite a eles que exponham suas ideias e percebam que
02/08/2022 16:54:01 • Os estudantes aprimoram a
e EF08LP15 ao utilizar e perceber mecanismos de pro- esse texto de divulgação científica também vai abordar habilidade EF69LP34 ao siste-
gressão temática e analisar os mecanismos de reformu- questões relativas ao trânsito e à poluição decorrente do matizar as informações do tex-
lação e paráfrase utilizados nos textos de divulgação do uso excessivo dos automóveis nas grandes cidades. to, seja fazendo anotações, seja
conhecimento, além de estabelecer relações entre as
partes do texto.
• Tendo em vista as características da turma, empregue realizando sínteses.
estratégias para garantir que todos façam a leitura inte-
gral do texto, o qual, por ser um pouco mais extenso que
• Por meio da análise da estru-
Orientações tura composicional dos textos
o usual, pode gerar dificuldades para alguns deles. Solicite pertencentes a gêneros relacio-
• Inicie a seção conversando com os estudantes sobre que inicialmente façam uma leitura silenciosa do texto. nados à divulgação de conheci-
de qual assunto eles acham que o texto vai tratar. Possi-
mentos, os estudantes aprimo-
ram a habilidade EF69LP42.

221

09/08/2022 13:34:41
• Solicite aos estudantes que Como é feita a pesquisa?
façam uma leitura coletiva e em
voz alta do texto. Essa leitura Para realizar o estudo, as pesquisadoras analisaram como ficou a qualidade do ar com
pode ser feita por partes para o aumento de automóveis e ônibus na cidade para transportar as pessoas nos dias de pa-
evitar dispersão, isto é, peça- ralisações da operação do Metrô em decorrência de greve dos metroviários. A partir dos
-lhes que leiam cada parte e fa- dados da qualidade do ar, avaliaram os efeitos da poluição atmosférica na saúde da popu-
ça pausas para perguntar o que
lação. As pesquisadoras fizeram estas avaliações durante todas as paralisações ocorridas
entenderam. Em seguida, sele-
cione alguns voluntários para ler entre 1986 e 2006.
cada parágrafo do texto, de for- A qualidade do ar foi avaliada com base nos dados de concentração de material particu-
ma que todos participem e se lado (MP) na atmosfera associando dados de temperatura, umidade relativa do ar e
mantenham atentos à leitura. velocidade dos ventos registrados nos dias de paralisação e nos dias anteriores e posterio-
res à greve. E para relacionar a poluição atmosférica com a saúde pública, foi feito
levantamento da mortalidade de pessoas com mais de 60 anos de idade residentes na ci-
dade de São Paulo que morreram em decorrência de problemas respiratórios e
cardiovasculares nos dias pesquisados. Com base nos dados das mortes excedentes à mé-
dia diária do dia da paralisação do serviço do Metrô, ocorridas no período de 72 horas após
a greve, calcularam-se os custos da saúde decorrentes das paralisações através do método
de Valor de Vida Estatística (VVE) que corresponde ao valor atribuível ao risco de vida as-
sociado à poluição do ar e à renda da população utilizado pela Organização Mundial da
Saúde (OMS) e Banco Mundial.
A pesquisa foi realizada em três períodos. No primeiro, entre 1986 e 1991, não foi regis-
trado aumento na concentração de MP na atmosfera. A poluição do ar foi mais baixa nos
seis dias que durou a paralisação. Esse resultado está relacionado ao período úmido da
cidade de São Paulo, observado nos meses de outubro a dezembro, quando a paralisação
da operação do metrô ocorreu. Nesse período, é maior a dispersão dos poluentes. Foi tam-
bém nesse primeiro período que o governo do estado de São Paulo começou a controlar a
eliminação de poluentes gerados pela queima de combustíveis fósseis por meio do Progra-
ma de Controle da Poluição do Ar por Veículos (Proconve), criado pelo governo federal.
Outro fator que contribuiu para o baixo índice de poluição atmosférica foi o aprimora-
mento tecnológico de motores pela indústria automobilística, os quais passaram a emitir
menos gases poluentes.
No segundo período, de 1994 a 2001, foi registrado um aumento na concentração de MP
na atmosfera dias antes da paralisação, com o anúncio antecipado de possível paralisação
do serviço do Metrô, sinalizando uma alteração dos hábitos de deslocamento da popula-
ção. Entretanto, no geral, os níveis de concentração de poluentes foram mais baixos nesse
período em comparação ao anterior. Tal fato pode ser uma consequência das medidas de
redução de emissões estabelecidas pelo Proconve. Outra medida que a cidade de São Paulo
implantou nesse período foi o Rodízio de Veículos, que restringe o uso de automóveis em
determinados dias da semana, ajudando a diminuir o nível médio de concentração de po-
luentes atmosféricos.

Material particulado: conjunto de poluentes constituído de


fumaça, poeira e todo material sólido e líquido que se mantém
suspenso na atmosfera devido ao seu pequeno tamanho.

222

02/08/2022 16:54:01

222

09/08/2022 13:34:41
Já no período de 2003 a 2006, o terceiro momento da pesquisa, a emissão de poluentes Integrando saberes
foi mais alta nos dias em que o metrô não operou, aumentando em 50% a concentração de
material particulado na atmosfera. • A leitura e a interpretação
dos dados fornecidos na tabela
possibilitam uma articulação
Benefícios Ambientais do Metrô – 2003 e 20061 entre os componentes curricu-
lares de Língua Portuguesa e
Matemática. Se julgar conve-
Benefícios Ambientais 2003 2006 niente, convide o professor de
Matemática para uma breve ex-
Paralisação Paralisação planação sobre as unidades de
Variáveis Dia similar Dia similar
Metrô Metrô
medida presentes na tabela. Se
houver recursos tecnológicos
data 17/jun 10/jun 15/ago 22/ago disponíveis, projete a tabela pa-
ra ser lida coletivamente. Uma
dia da semana terça terça terça terça alternativa é reproduzir a tabela
na lousa e fazer a leitura e a in-
média diária mp10 (ug/m 3) 101,49 41,15 78,02 43,99 terpretação com a turma, subli-
nhando, contornando ou desta-
temperatura média cando informações essenciais.
(graus Celsius) 19 21 23 20
Além disso, é importante evi-
denciar como fazer a compara-
umidade relativa (%) 75 76 57 65 ção dos dados ali apresentados.

velocidade dos ventos (m/s) 1,1 1,3 1,6 1,8


Fontes:
1
SILVA, Cacilda B. P. S.; MIRAGLIA, Simone El K. In: VALORAÇÃO dos Benefícios do Metrô para a Saúde Pública com a Redução
da Poluição do Ar em São Paulo, 2009.
2
CETESB, 2003 e 2006.
Tabela 1. Comparação dos níveis de MP liberados durante um dia de paralisação dos metroviários com um dia
em que o metrô funcionou normalmente, para os anos de 2003 e 2006. Observa-se que o MP liberado nos
dias de paralisação foi bem maior do que o valor medido para os dias de funcionamento do metrô.

Qual é a importância da pesquisa?


A pesquisa mostrou que a ausência do serviço de transporte de metrô provoca aumento
das emissões de poluentes com o aumento de viagens realizadas por outros modos, em
decorrência da transferência da demanda de usuários de metrô e nas condições de circu-
lação dos veículos nas vias. As viagens transferidas e as afetadas pelas paralisações,
sobretudo ônibus e automóvel, geram maior lentidão na velocidade no trânsito, acréscimo
de quilometragem rodada e de consumo de combustível e, portanto, aumento das emis-
sões de poluentes.
Além disso, nos dias mais poluídos em que se analisaram os efeitos da paralisação da
operação de metrô, a pesquisa mostrou um aumento de cerca de 10% na mortalidade de
idosos devido a doenças cardiovasculares e respiratórias [...]. A poluição do ar tem efeitos
danosos nos aparelhos respiratório e circulatório, podendo ocasionar o aparecimento de
tumores nos pulmões. A exposição ao ar muito poluído pode, ainda, levar ao nascimento
de bebês com baixo peso e com outras anomalias. A expectativa de vida dos moradores da
cidade de São Paulo também é prejudicada com a exposição à poluição do ar.

223

:54:01 02/08/2022 16:54:01

223

09/08/2022 13:34:41
• Na atividade 1, retome com os Os resultados da pesquisa reforçam que a poluição do ar na cidade de São Paulo seria
estudantes as hipóteses levan-
muito pior se não existisse o metrô. Sem esse meio de transporte coletivo, a quantidade de
tadas, a fim de que possam
comparar as ideias que tiveram veículos em circulação aumentaria, com efeito direto sobre a saúde da população. Os be-
antes da leitura com as infor- nefícios do metrô para a saúde pública, valorados com base na mortalidade evitada de
mações apresentadas no decor- idosos, representam uma economia anual de cerca de R$ 11 bilhões ao ano que deixam de
rer da leitura do texto, podendo, ser pagos pela sociedade e pelos governos, ao investir em sistemas de transporte para os
assim, confirmar ou refutar es- deslocamentos urbanos, como o metrô, para a sustentabilidade nas cidades e para a me-
sas hipóteses.
lhoria da qualidade de vida dos cidadãos.
• Ao propor a atividade 2, moti-
ve os estudantes a apresentar Pesquisador(es) responsável(eis)
oralmente suas respostas, pro- Cacilda Bastos Pereira da Silva – Simone El Khouri Miraglia
movendo um debate sobre a si-
Data de publicação
tuação do trânsito e a qualidade
02/03/2015
de vida na cidade em que mo-
ram com base nas experiências USO do metrô e a sustentabilidade: investindo na qualidade de vida das cidades. Canal Ciência. Disponível em: https://
de vida de cada um. canalciencia.ibict.br/ciencia-em-sintese1/ciencias-biologicas/222-uso-do-metro-e-a-sustentabilidade-investindo-na-
• Durante a realização da ativi- qualidade-de-vida-das-cidades. Acesso em: 16 mar. 2022.
dade 3, verifique eventuais difi-
culdades apresentadas pelos 1. As hipóteses que você considerou antes da leitura acerca da relação trânsito e sustentabilida-
estudantes para localizar no de se confirmaram? Por quê? Comente sua resposta com os colegas.
texto as informações solicita- Resposta pessoal.
das. Reforce para a turma que 2. Analise a realidade da sua cidade com relação aos meios de transporte e à qualidade do ar.
essas questões apontam para Em seguida, responda às questões.
os elementos composicionais do a. Quais meios de transporte coletivo existem em sua cidade?
gênero texto de divulgação cien- Resposta pessoal.
tífica. Caso ainda tenham dúvi- b. Como é a qualidade do ar em sua cidade? A que se deve isso?
Resposta pessoal.
das, leve outro texto do mesmo c. Você já andou de metrô? Esse transporte é comum em seu dia a dia? Explique sua respos-
gênero, o qual pode ser projeta- ta de acordo com sua experiência. Resposta pessoal.
do na lousa ou impresso para a
leitura em sala de aula. Neste 3. Responda às questões a seguir sobre o contexto de produção do texto de divulgação científi-
último caso, use uma caneta ca que você acabou de ler.
marca-texto para ressaltar es- a. Analise as informações a seguir e copie a opção correta sobre o objetivo desse texto.
ses elementos e disponibilize o Resposta: B.
texto com essas anotações para A. Divulgar a futura implementação de metrô em diversas cidades brasileiras.
os estudantes as reconhecerem.
B. Divulgar uma pesquisa científica acerca das vantagens do uso do metrô na cidade de
São Paulo.
C. Incentivar a criação de políticas públicas para a implementação de metrô em cidades
de pequeno e médio porte como forma de manter a qualidade do ar.
D. Incentivar estudantes a se dedicar à pesquisa científica voltada ao meio ambiente e
à sustentabilidade.
3. c. Resposta: Simone El Khouri Miraglia, professora doutora da
b. Onde o texto foi publicado? Universidade Federal de São Paulo e Cacilda Bastos Pereira da
Resposta: O texto foi publicado no site Canal Ciência. Silva, coordenadora de sustentabilidade do Metrô de São Paulo.
c. O texto foi escrito com base em dados de uma pesquisa científica. Quem são as pessoas
responsáveis pela realização dessa pesquisa? Que atividades elas exercem?
d. Uma das práticas de pesquisa é a observação, por meio da qual o pesquisador, entre outras
ações, identifica problemas. Quais são os problemas que motivaram a realização da pesqui-
sa científica que deu origem ao texto?
Resposta: O fato de o número de veículos próprios adquiridos ser maior do que a oferta de transporte coletivo,
gerando congestionamentos e o aumento da poluição do ar.
224

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224

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4. Analise a tabela que faz parte do texto lido. • Na atividade 4, auxilie os es-
tudantes a interpretar os dados
Benefícios Ambientais do Metrô – 2003 e 2006 apresentados na tabela, a fim
Benefícios Ambientais 2003 2006 de concluírem que utilizar o me-
trô como alternativa de trans-
Paralisação Paralisação porte é benéfico para o meio
Variáveis2 Dia similar Dia similar
Metrô Metrô
ambiente.
data 17/jun 10/jun 15/ago 22/ago • No item a da atividade 5, re-
tome com os estudantes outras
dia da semana terça terça terça terça situações em que é possível em-
pregar a expressão analisada a
média diária mp10 (ug/m 3) 101,49 41,15 78,02 43,99
fim de que eles reconheçam a
temperatura média função dela no texto. Ao propor
(graus Celsius) 19 21 23 20 o item b, oriente os estudantes
a retomar a leitura do trecho
umidade relativa (%) 75 76 57 65 para encontrar as informações
velocidade dos ventos (m/s) solicitadas. Nos itens c e d, in-
1,1 1,3 1,6 1,8
centive-os a utilizar as pistas
linguísticas para compreender a
a. Nessa tabela, é possível verificar os níveis de material particulado na atmosfera nos dias
hierarquização das proposições.
de paralisação do metrô e em dias similares em que o transporte funcionou. O que foi
Durante a realização do item e,
constatado? Confira a resposta da questão nas orientações ao professor. peça a eles que definam com su-
b. O que se pode concluir por meio das informações presentes nessa tabela com relação à as palavras o que é um hiperlink.
existência do metrô na cidade de São Paulo? Resposta: Conclui-se que a existência do metrô como Caso haja recursos tecnológicos
alternativa de transporte é benéfica para diversos aspectos, disponíveis, leve para a sala de
5. Releia o trecho a seguir. principalmente para a redução de material particulado na
aula a versão digital do texto,
atmosfera.
Metrô, trens e ônibus urbanos são uma alternativa para os deslocamentos nas cida- projetando-a em um espaço
des. O uso do transporte coletivo contribui para a diminuição de veículos trafegando adequado e clicando nos hiper-
links, a fim de que eles perce-
nas ruas e avenidas, sujeitas a constantes congestionamentos e consequentemente ao
bam, na prática, qual é a função
aumento das emissões de gases poluentes na atmosfera. Na cidade de São Paulo, por desse recurso. Na ausência des-
exemplo, o transporte coletivo atende ao deslocamento de 10 milhões de passageiros ses recursos, acesse o livro pelo
por dia. Entretanto, sabe-se que nas grandes cidades a expansão dos sistemas de trans- celular e demonstre a utilidade
porte urbano, como o de metrô, não tem acompanhado a necessidade da população. dos hiperlinks.

a. Qual é a função da expressão “por exemplo” nesse parágrafo? Resposta: Trata-se de uma expressão
• Na atividade 6, destaque aos
estudantes a importância do
de caráter explicativo. Os exemplos ajudam a deixar a escrita mais clara e essa expressão é uma forma de introduzi-los.
b. Nesse parágrafo, a argumentação é construída com base em duas ideias contrárias. Quais emprego do título em um texto
Resposta: A ideia de que o uso do transporte coletivo é muito alto e favorável para o trânsito e de divulgação científica. Apro-
são essas ideias? para a diminuição de gases poluentes, e a ideia de que a expansão dos sistemas de transporte
coletivo não acompanha a necessidade da população. veite para reforçar que a cons-
c. Que palavra é responsável por estabelecer relação de oposição entre as duas ideias desse trução do título e a escolha das
parágrafo? Resposta: A conjunção entretanto. palavras que o compõem reve-
d. Que outra palavra estabelece a mesma relação entre essas duas ideias e que poderia ser lam o posicionamento do autor,
empregada sem alterar o sentido do parágrafo? Possíveis respostas: Contudo, porém, mas e todavia. uma marca de subjetividade ao
privilegiar ou destacar uma in-
e. Os elementos em destaque nesse parágrafo são muito comuns em textos veiculados em formação.
mídias digitais. Que nome eles recebem? Qual é a função deles? Resposta: Hiperlinks. Ao clicar sobre
eles, o leitor é direcionado a outro ambiente na web onde se encontram informações que os ampliam ou que os explicam.
6. O título de um texto é muito importante e muitas vezes decisivo para que o leitor opte pela Respostas
leitura. 4. a. Resposta: Foi constatado
a. O título desse texto é capaz de defender um posicionamento sobre o tema do texto? Expli- que os níveis de material parti-
que sua resposta. Resposta: Sim, o título desse texto defende que o uso do metrô é favorável para o meio culado na atmosfera aumenta-
ambiente e para a qualidade de vida nas cidades. ram de 41,15 em 10 de junho de
225 2003 para 101,49 em 17 de junho
de 2003 por causa da paralisa-
ção do metrô e que esse nível
diminuiu de 78,02 em 15 de
:36:57 02/08/2022 16:36:57 agosto de 2006, quando o metrô
não funcionou, para 43,99 em 22
de agosto de 2006.

225

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• A atividade 7 propõe a refle- b. Quais são as duas principais expressões escolhidas para compor o título do texto que re-
xão sobre a organização textual, forçam a característica positiva do uso do metrô? Resposta: Sustentabilidade e qualidade de vida.
a qual deve garantir o objetivo
do gênero, ou seja, facilitar a 7. Os textos de divulgação científica costumam apresentar intertítulos.
7. a. Resposta: “Título original da pesquisa”; “O que é a pesquisa?”; “Como a pesquisa é feita?”; “Qual a importância da pesquisa?”.
compreensão de informações a. Quais são os intertítulos que marcam as divisões do texto lido?
científicas. Aproveite para com-
parar com a estrutura do gêne- b. Como essa divisão com intertítulos contribui para a fluência da leitura e progressão do texto?
Resposta: Essa divisão, além de organizar as informações, torna a leitura menos cansativa, visto que se trata de um texto
ro folheto, comentando que o 8. Releia o seguinte trecho do texto. extenso e direciona a progressão com informações mais descritivas no início e
folheto apresenta recursos grá- conclusivas ao final.
ficos e organização própria para Os resultados da pesquisa reforçam que a poluição do ar na cidade de São Paulo
facilitar uma leitura rápida das seria muito pior se não existisse o metrô. Sem esse meio de transporte coletivo, a
informações ali disponíveis, en- quantidade de veículos em circulação aumentaria, com efeito direto sobre a saúde da
quanto o texto de divulgação
população.
científica, por apresentar infor-
mações mais técnicas, requer a. Considerando a progressão temática do texto, é possível dizer que esse parágrafo se trata
outros recursos, como tabelas e de qual dos itens a seguir? Copie-o. Resposta: C.
intertítulos.
• Na atividade 8, explique aos A. Introdução. B. Desenvolvimento. C. Conclusão.
estudantes que, para garantir a b. Nesse trecho, foi usado o termo “esse meio de transporte”. A que esse termo faz referência?
coesão e a progressão textual, é Por que ele foi usado?
necessário realizar substituições Resposta: Faz referência à palavra metrô. Para evitar a repetição desnecessária dessa palavra.
que evitem repetições de pala- 9. A linguagem dos textos de divulgação científica tem características próprias, capaz de contri-
vras e ideias. Solicite à turma buir para a diferenciação de outros gêneros. Copie as afirmações verdadeiras. Resposta: A, B e E.
que releia todo o parágrafo e en-
contre o que é o “esse meio de A. O texto apresenta um registro formal.
transporte coletivo” citado no B. O texto apresenta vocabulário técnico.
texto. Conclua com os estudan-
tes que a substituição lexical é C. O texto foi escrito em uma variedade linguística específica para cientistas.
destinada a evitar repetições e
garantir a progressão textual. D. O texto pode ser lido e compreendido facilmente por leitores de todas as idades, pois os
Incentive-os a estabelecer rela- termos técnicos foram adaptados para facilitar a compreensão de todos.
ções entre partes do texto. E. O texto foi escrito em terceira pessoa, marcando a impessoalidade e a objetividade no
• Antes de propor a atividade 9, uti- tratamento das informações.
lizando a estratégia Brainstorming,
solicite aos estudantes que indi- 10. Que relação é possível apontar entre o folheto estudado na seção Leitura e o texto de divul-
Resposta: É possível apontar a relação temática entre os textos, pois ambos
quem as características do tex- gação científica lido nesta seção? tratam de assuntos ligados ao trânsito: o folheto aborda a questão da segurança,
to de divulgação científica, prin- e o texto de divulgação científica apresenta as constatações benéficas do uso do metrô para o meio ambiente e para a cidade.
cipalmente as relacionadas à
Quantos veículos existem na

Alf Ribeiro/Shutterstock.com
linguagem desse gênero. Em se-
guida, analise coletivamente ca- cidade de São Paulo?
da alternativa, a fim de identifi- A maior cidade do Brasil conta com números
car as corretas e as incorretas.
elevados para infinitos setores e não poderia ser
• Na atividade 10, se necessá- diferente com a frota que circula por suas ruas.
rio, retome a leitura do folheto Segundo o IBGE, em 2021, foram computados
analisado na seção Leitura, de
quase 20 milhões de automóveis, (19.305.526,
modo que os estudantes pos-
sam relembrar a temática abor- exatamente) e as motocicletas beiram os 6 mi-
dada no texto e compará-la lhões (5.119.480), sem contar os demais veículos,
com a temática explorada no que, somados, tornam esses números ainda
texto de divulgação científica. mais exorbitantes. Avenida 23 de maio em São Paulo, 2017.

• Antes de realizar a leitura do


boxe sobre os veículos da cidade 226
de São Paulo, promova um mo-
mento de discussão entre os
estudantes com base na ques-
tão presente no título do boxe. 02/08/2022 16:36:57
Permita-lhes expor hipóteses
sobre a quantidade de veículos
existentes na cidade de São
Paulo. Ao final, faça a leitura co-
letiva do texto para verificar se
as hipóteses levantadas foram
confirmadas ou refutadas.

226

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Objetivos
A língua em estudo • Analisar os diferentes usos
dos sinais de pontuação em tex-
tos.
Pontuação
1. Releia os seguintes trechos do folheto estudado na seção Leitura.
• Compreender o efeito de sen-
tido da pontuação em diferen-
Não pegue carona na traseira dos veículos; tes textos e contextos.

Equipe sua bicicleta com luzes e adesivos; • Conhecer o uso estilístico da


pontuação.
Faça manutenção em sua bicicleta;
Não faça fila dupla! Ande sempre em fila única. BNCC

a. Nesse trecho, com que finalidade o ponto e vírgula foi utilizado? Copie a opção correta. • Nesta seção, os estudantes
Resposta: C. de s envol vem a ha bilidade
A. Marcar a entonação da frase não concluída. 1. b. Resposta: O folheto orienta o leitor a agir com EF08LP16 ao explorar os efeitos
responsabilidade e apresenta diversos itens. Para de sentido decorrentes da pon-
B. Isolar orações subordinadas. organizá-los, emprega o ponto e vírgula, facilitando a
leitura e a observação das informações.
tuação.
C. Separar itens em uma sequência de ações.
• A leitura e a compreensão de
b. O que justifica a presença desse sinal de pontuação de forma tão expressiva? diversos tex tos nesta seção
permitem aos estudantes apri-
c. Por que, no último item de orientação, há o ponto-final e não o ponto e vírgula?
Resposta: Porque o ponto-final está encerrando a exposição dos itens dessa sequência. morar a competência específi-
d. No último item também foi empregado o ponto de exclamação. O que ele sugere? ca de Língua Portuguesa 3.
Resposta: O ponto de exclamação foi utilizado para enfatizar a ordem de não fazer fila dupla
e alertar o leitor sobre uma situação bastante perigosa. • Os estudantes analisam o
Os sinais de pontuação servem para estruturar as frases, marcar pausas e entonações e efeito de sentido da pontuação
expressiva, inclusive para a ora-
são empregados de acordo com as necessidades de expressão dos escritores, de modo a dar
lidade, desenvolvendo as habili-
sentido e clareza ao texto. dades EF69LP47 e EF69LP53.
Assim, ao reconhecer o empre-
As marcas e as empresas presentes nos textos e go expressivo da pontuação co-
2. Leia, agora, um trecho de uma crônica. imagens desta coleção têm apenas finalidade didática.
mo meio de expor a identidade
Outro dia tive saudade do papel-carbono. E tive saudade também do mimeógrafo a e uma característica do autor do
álcool. E tive saudade da velha máquina de escrever. E tive saudade de quando, no di- texto, eles desenvolvem tam-
zer de Rubem Braga, a geladeira era branca e o telefone era preto. bém a competência específica
de Língua Portuguesa 1.
Os mais jovens nem sabem o que é papel-carbono ou mimeógrafo a álcool. Mas tive
saudade deles, ou melhor, de um tempo em que eu não dependia eletronicamente de • Contempla-se a competência
específica de Língua Portugue-
outros para fazer as mínimas tarefas. Uma torneira, por exemplo, era algo simples. Eu sa 7 uma vez que os estudantes
sabia abrir uma torneira e fazê-la jorrar água. Hoje tomar um banho é uma peripécia reconhecem o texto como lugar
tecnológica. Hoje até para tomar um elevador tenho que inserir um cartão eletrônico de manifestação de sentidos,
para ele se mover. Claro que tem o Google, essa enciclopédia no computador que faci- sentimentos e ideias por meio
lita as pesquisas (para quem não precisa ir fundo nos assuntos), mas muita coisa me do uso expressivo da pontuação.
intriga: por que cada aparelho de televisão de cada casa, de cada hotel tem um contro- • A leitura e a análise de um meme
le remoto diferente e a gente não consegue usá-los sem pedir socorro a alguém? e o reconhecimento das formas
de compartilhá-lo em ambiente
[...] digital possibilitam aos estudan-
SANT’ANNA, Affonso Romano de. Cadê o papel-carbono? In: SANT’ANNA, Affonso Romano de. tes desenvolver as habilidades
Tempo de delicadeza. Porto Alegre: L&PM, 2009. p. 34. (L&PM Pocket).
EF69LP05 e EF89LP02.
a. Nessa crônica, narra-se a saudade de certas coisas antigas. Cite os elementos e as situações
Orientações
que despertaram a saudade no cronista. Resposta: Papel-carbono, mimeógrafo, máquina de escrever, a
época em que a geladeira era branca e o telefone era preto, de quando era fácil usar torneiras e elevadores etc. • Para iniciar a seção, leia com
227 os estudantes um trecho do fo-
lheto da seção Leitura reprodu-
zido na atividade 1 e converse
com eles sobre a importância
:36:57
• Na atividade 2, apresente o trecho da crônica “Cadê o 02/08/2022 16:36:57 desse trecho. Durante a realiza-
papel-carbono?” para os estudantes, solicitando-lhes ção da atividade, comente que o
que a leiam silenciosamente e destaquem o que mais ponto e vírgula, o ponto-final e
chamou a atenção deles no texto. o ponto de exclamação foram
usados para chamar a atenção
do leitor para os itens que apa-
receram organizados de forma
sequenciada, visando apresen-
tar ao leitor o maior número de
informações possível, mas de
maneira objetiva e clara.

227

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• Nas atividades 3, 4 e 5, explo- b. A maioria das orações que compõem o primeiro parágrafo do texto iniciam com uma repe-
re os sinais de pontuação em- tição. Que repetição é essa e que efeito ela cria para o texto?
pregados no texto e destaque a Resposta: A repetição da expressão “E tive saudade”. Essa repetição enfatiza cada saudade apresentada.
função de cada um deles e as c. O texto apresenta o nome de alguns objetos que não são tão usuais atualmente. Você sabe
formas como foram utilizados. o que é papel-carbono e mimeógrafo? De que forma os conheceu? Caso não saiba o que
• Ao propor a atividade 3, expli- são, faça uma pesquisa para descobrir e compartilhe os resultados com os colegas da turma.
Resposta pessoal. Solicite aos estudantes que pesquisem informações sobre esses objetos e a funcionalidade deles. Se
que aos estudantes que a finali- 3. Releia o seguinte trecho do texto. possível, apresente imagens, a fim de mostrar como eles são. Mencione a
dade dos parênteses é interca- utilidade desses objetos e a limitação que tinham.
lar informações (observações, Claro que tem o Google, essa enciclopédia no computador que facilita as pesquisas
curiosidades, significados de si- (para quem não precisa ir fundo nos assuntos), mas muita coisa me intriga: por que
glas ou palavras etc.) sem afetar cada aparelho de televisão de cada casa, de cada hotel tem um controle remoto dife-
a estrutura sintática do texto. Já rente e a gente não consegue usá-los sem pedir socorro a alguém?
os dois-pontos são utilizados
para anunciar uma citação ou a. Com que função os parênteses foram utilizados nesse trecho?
Resposta: Para separar um comentário à parte sobre a ideia evidenciada na oração anterior, intercalado no período.
um esclarecimento, ou seja, in- b. Que mensagem foi apresentada dentro desses parênteses? Resposta: O cronista quis explicar que
troduzir uma informação. essa ferramenta serve para uma pesquisa rápida, quando não se deseja aprofundar muito em um assunto.
c. Que outro sinal de pontuação poderia ser empregado no lugar dos parênteses?
• Na atividade 4, explique aos Resposta: O travessão duplo.
d. Nesse trecho, foram utilizados os dois-pontos. Com que finalidade esse sinal de pontuação
estudantes que as reticências
são utilizadas para sinalizar foi empregado? Resposta: Os dois-pontos foram utilizados para introduzir uma pergunta.
uma interrupção no discurso e e. A quem a informação introduzida pelos dois-pontos é dirigida? O que essa informação con-
podem indicar omissão de in- fere ao trecho?
formação, pausa de pensamen- Resposta: A pergunta introduzida pelos dois-pontos é dirigida ao leitor. A pergunta cria uma aproximação do autor com o leitor.
to, emoção etc. 4. Agora, confira outra parte do texto.
• Durante a realização da ativi- Olha, tanta tecnologia!... Mas além de não terem descoberto como curar uma sim-
dade 5, questione os estudantes ples gripe, os elevadores dos hotéis ainda não chegaram a uma conclusão de como
sobre o nome dos sinais de pon- assinalar no mostrador que letra deve indicar a portaria.
tuação empregados em cada
oração e suas funções. Faça a a. Com que objetivo as reticências foram empregadas nessa passagem?
Resposta: Para indicar a interrupção da frase, sugerindo uma pausa para o pensamento.
correção coletiva da atividade, b. Que reflexão é feita pelo cronista nesse trecho?
verificando se compreenderam a
finalidade de cada sinal gráfico. 5. Escreva, no caderno, as funções que os sinais de pontuação em destaque nos trechos a seguir
exercem no texto, de acordo com as informações apresentadas. Resposta: A - 1; B - 2; C - 3.
• Aproveite para explicar aos
estudantes que alguns sinais de A. Será necessária uma medida provisória do presidente para uniformizar tal diversi-
pontuação apresentam mais de
dade analfabética? [...]
uma função. É o caso do traves-
são, das reticências e das aspas. B. E tive saudade de quando, no dizer de Rubem Braga, a geladeira era branca e o tele-
Confira a seguir algumas infor- fone era preto.
mações sobre eles.
C. Olha, tanta tecnologia! 4. b. Resposta: O cronista comenta que,
› O travessão é usado para in- atualmente, há muita tecnologia nas
troduzir uma fala e pode ser uti- coisas em que ele considera
1. Indicar supressão no texto transcrito. desnecessário haver, enquanto outras
lizado para enfatizar a parte fi- situações que mereciam atenção
nal de um enunciado (travessão acabam sendo ignoradas.
2. Indicar o término de um período.
simples) ou isolar, em um con-
texto, palavras ou frases (tra- 3. Finalizar uma frase, expressando indignação.
vessão duplo). Verif ique os
exemplos. 6. Releia o texto e copie da crônica os trechos em que a vírgula foi utilizada para:
— Professora, repita a última a. isolar uma expressão corretiva. Resposta: “Mas tive saudade deles, ou melhor, de um tempo em que eu não
explicação, por favor. dependia eletronicamente de outros para fazer as mínimas tarefas.”.
Ele disse — erroneamente — em b. isolar uma informação que especifica ou explica um termo anterior.
Resposta: “Claro que tem o Google, essa enciclopédia no computador que facilita as pesquisas (para quem não precisa
1943 que computadores não re- c. isolar uma expressão explicativa. ir fundo nos assuntos), mas muita coisa me intriga:”.
sistiriam. Resposta: “Uma torneira, por exemplo, era algo simples.”
› As reticências podem marcar 228
suspensão de uma ideia ou indi-
car tom de tristeza, alegria, sar-
casmo, entre outros. Confira.
algum sentido diferenciado de uma palavra ou expres- A palavra “nanotecnologia” faz parte do cotidiano das
02/08/2022 16:36:57
Bianca, cuidado... Pense bem no são, como no caso de ironias e gírias. Leia os respectivos pessoas do século 21.
que fará... Não se precipite... exemplos. Meu avô disse que precisa comprar “ceroulas”.
De noite, as lágrimas vieram-lhe
ao rosto... Entristecia cada vez
“Somos todos cegos na nanoescala”, diz Andrew Greenberg.
O “mouse” foi inventado na década de 1960 por Douglas
• Disponibilize um tempo aos estudantes para que rea-
lizem a atividade 6. Por fim, convide voluntários para
mais...
Engelbart. escrever na lousa um exemplo para cada item.
› As aspas indicam início e fim
de citação, estrangeirismo, neo-
logismo (criação e emprego de
novas palavras), arcaísmo (mo-
do de falar ou escrever antiqua-
do, fora de moda) ou destacam

228

09/08/2022 13:34:42
Uso estilístico da pontuação • Na atividade 1, solicite aos es-
tudantes que leiam o trecho do
1. Leia, em voz alta, o trecho de um conto do escritor português José Saramago (1922-2010), em que texto “O conto da ilha desco-
um homem faz uma proposta inusitada ao rei: pede um barco para ir até uma ilha desconhecida. nhecida” em voz alta a fim de
perceberem melhor a expressi-
[...] E tu para que queres um barco, pode-se saber, foi o que o rei de facto perguntou vidade da pontuação peculiar
quando finalmente se deu por instalado, com sofrível comodidade, na cadeira da mu- empregada nele. Na sequência,
lher da limpeza, Para ir à procura da ilha desconhecida, respondeu o homem, Que ilha permita a eles expressar as sen-
desconhecida, perguntou o rei disfarçando o riso, como se tivesse na sua frente um sações que tiveram durante a
louco varrido, dos que têm a mania das navegações, a quem não seria bom contrariar leitura, o que causou estranha-
logo de entrada, A ilha desconhecida, repetiu o homem, Disparate, já não há ilhas des- mento e qual é a história narra-
da nesse trecho.
conhecidas, Quem foi que te disse, rei, que já não há ilhas desconhecidas, Estão todas
nos mapas, Nos mapas só estão as ilhas conhecidas, E que ilha desconhecida é essa de • Como o texto apresenta o diá-
logo entre um homem e o rei, so-
que queres ir à procura, Se eu to pudesse dizer, então não seria desconhecida, A quem
licite a dois estudantes voluntá-
ouviste tu falar dela, perguntou o rei, agora mais sério, A ninguém, Nesse caso, por
rios que representem esses pa-
que teimas em dizer que ela existe, Simplesmente porque é impossível que não exista péis, realizando uma nova leitura
uma ilha desconhecida, E vieste aqui para me pedires um barco, Sim, vim aqui para do texto. Para isso, é necessário
pedir-te um barco, [...] Vou dar-te um barco, mas a tripulação terás de arranjá-la tu, os um ensaio prévio, já que a pontu-
meus marinheiros são-me precisos para as ilhas conhecidas. [...] ação do texto é diferente daquela
SARAMAGO, José. O conto da ilha desconhecida. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. p. 16-20. com a qual eles estão acostuma-
dos. Após a leitura, converse com
a. Diante do pedido recebido, é possível perceber a reação do rei. Que reação ele teve nesse eles sobre as dificuldades que ti-
momento? Resposta: Ele agiu com descaso, desdém. veram ao ler o texto e o que foi
preciso fazer para compreendê-
b. O que fez o rei agir dessa forma? Resposta: Ele agiu dessa forma porque
achou que o homem pedia algo absurdo. -lo adequadamente.
c. Para conseguir o que havia pedido, o homem tentou argumentar com o rei. Que argumento
ele utilizou?
• No início do texto, aparece a
palavra facto. Explique à turma
Resposta: O homem usou o argumento de que havia uma ilha desconhecida que ainda não constava nos mapas.
d. Como seu argumento foi rebatido pelo rei? que essa palavra está grafada
Resposta: O rei contra-argumentou dizendo que não seria possível existir ainda uma ilha desconhecida no mundo. conforme a grafia do português
2. É possível notar que o conto foi pontuado de forma diferente daquela com a qual estamos de Portugal, visto que o autor é
acostumados. dessa nacionalidade. Destaque
Resposta: O texto não apresenta a separação das falas, nem a pontuação que
a. De que forma isso aconteceu? costumamos empregar para diferenciá-las. Nesse caso, as falas dos personagens aos estudantes que, após o
podem ser percebidas pelo uso de letra maiúscula após uma vírgula. Acordo Ortográfico de 1990, nos
b. Essa forma peculiar de pontuar o texto prejudicou a leitura e o entendimento dele? Explique países em que se fala a língua
sua resposta. portuguesa, continuam sendo
Resposta: Não, porém, para compreender o texto, é necessário que a leitura seja feita com mais atenção e cuidado.
c. Caso você fosse reescrever o texto, de modo a aproximá-lo da escrita convencional, que aceitas as palavras facto e fato.
sinais de pontuação você trocaria? 2. c. Resposta esperada: A vírgula seria
trocada e no lugar dela seria inserido o
• Para a realização da atividade
travessão e o ponto-final após cada fala. 2, instigue os estudantes a le-
d. Em sua opinião, por que o texto foi escrito dessa forma? Além disso, as falas poderiam constar em vantar hipóteses sobre o uso da
Resposta pessoal. parágrafos diferentes. pontuação de forma diferente
Existem formas diferentes de pontuar um texto. Alguns escritores, como José Saramago, no conto. Em seguida, discuta
fazem um uso peculiar e diferenciado dos sinais de pontuação. Nesses casos, dizemos que se com eles o que essa forma não
convencional de escrever pro-
trata de um uso estilístico da pontuação.
porciona ao texto e por que esse
O uso estilístico de diferentes recursos da língua portuguesa, como a pontuação, não é é um uso estilístico ou artístico
erro gramatical. Para que um escritor possa criar efeitos expressivos em seus textos, desvian- da pontuação. Explique-lhes
do-se, muitas vezes, da norma gramatical, é preciso que ele tenha muito conhecimento da que, geralmente, ele é utilizado
língua na qual escreve. O uso que faz dos recursos linguísticos é proposital, pois visa criar para criar um efeito de sentido e
efeitos de sentido. sugerir algo ao leitor, como uma
emoção, uma sensação ou um
sentimento.
229

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229

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• Na atividade 3, proponha aos 3. Agora, leia o mesmo trecho do conto, estruturado de forma diferente.
estudantes que leram o texto
anteriormente que façam a lei-
tura da nova versão apresenta- [...] — E tu, para que queres um barco, pode-se saber? — foi o que o rei de facto per-
da nesta página. Na sequência, guntou quando finalmente se deu por instalado, com sofrível comodidade na cadeira da
discuta com eles as diferentes mulher da limpeza.
leituras e de que forma a pontu- — Para ir à procura da ilha desconhecida — respondeu o homem.
ação é determinante para dar
— Que ilha desconhecida? — perguntou o rei, disfarçando o riso, como se tivesse na
expressividade a um texto.
sua frente um louco varrido, dos que têm a mania das navegações, a quem não seria bom
• Convide voluntários para fa- contrariar logo de entrada.
zer a leitura do boxe sobre o uso
expressivo da vírgula. Em segui- — A ilha desconhecida — repetiu o homem.
da, explique-lhes que é neces- — Disparate, já não há ilhas desconhecidas.
sário ter grande conhecimento — Quem foi que te disse, rei, que já não há ilhas desconhecidas?
das regras gramaticais da língua
portuguesa para fazer uso dos — Estão todas nos mapas.
sinais de pontuação dessa ma- — Nos mapas só estão as ilhas conhecidas.
neira original, pois é preciso sa-
— E que ilha desconhecida é essa de que queres ir à procura?
ber quando empregar a letra
maiúscula em início de palavra e — Se eu to pudesse dizer, então não seria desconhecida.
reconhecer quais frases devem — A quem ouviste tu falar dela? — perguntou o rei, agora mais sério.
ser intercaladas por vírgulas.
— A ninguém.
• Após trabalhar o trecho origi- — Nesse caso, por que teimas em dizer que ela existe?
nal e o trecho reescrito do conto
de José Saramago e explicar o — Simplesmente porque é impossível que não exista uma ilha desconhecida.
uso estilístico da pontuação, co- — E vieste aqui para me pedires um barco?
mente a vida do autor. Para isso,
apresente as seguintes infor- — Sim, vim aqui para pedir-te um barco. [...]
mações sobre ele: Saramago foi — Vou dar-te um barco, mas a tripulação, terás de arranjá-la tu, os meus marinheiros
escritor, roteirista, jornalista, são-me precisos para as ilhas conhecidas. [...]
dramaturgo e poeta. Recebeu,
em 1995, o Prêmio Camões, dis- a. Considerando a pontuação, como foi a leitura da segunda versão do conto? Compare-a com
tinção máxima oferecida a es- a leitura da versão original e comente sua impressão. Possível resposta: A leitura da segunda versão foi
critores de língua portuguesa, e, mais fácil porque sua estrutura é mais habitual. Nela, há a impressão de maior organização, principalmente nas falas dos personagens.
em 1998, o Prêmio Nobel de Li- b. Tanto o trecho original do conto quanto a reescrita dele apresentam as mesmas informa-
teratura, o primeiro concedido a ções, no entanto, são evidentes algumas diferenças na estrutura. O que você percebeu de
um escritor de língua portugue- diferente entre os dois? Resposta: A pontuação e a paragrafação.
sa. O autor faleceu em 2010.
Saramago ficou conhecido por Uso expressivo da vírgula
sua forma expressiva de pontu-
ar os textos: usava apenas a vír- No conto original, em alguns trechos, o uso da vírgula não é feito de acordo
gula e o ponto-final, exigindo, com as regras gramaticais. Nesse conto, a vírgula é um sinal de pontuação ex-
assim, mais atenção do leitor. pressivo, usado com maestria por um grande escritor da língua portuguesa.
Para ir à procura da ilha desconhecida, respondeu o homem [...]

Nelosa/Shutterstock.com
A vírgula, nesse caso, equivale a um travessão para introduzir a voz do narrador.
Como vemos, o escritor não faz uso do travessão para indicar mudança de
interlocutor em seus diálogos: apenas emprega letra maiúscula no início das
falas e as intercala com vírgulas.

230

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230

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• O meme apresentado na ati-
A equivalência da vírgula vidade 1 da subseção Pratican-
do explora o uso da vírgula,
Nos trechos a seguir, a vírgula ao final de cada ideia equivale a diferentes sinais de pontu- mostrando como ela pode alte-
ação. Confira. rar o sentido de uma oração.
Que ilha desconhecida, A ninguém, Caso julgue necessário, explique
aos estudantes que a pintura
ponto de interrogação ponto-final Autorretrato do artista com o
ídolo, que deu origem ao meme,
E vieste aqui para me pedires um barco, Sim, vim aqui para pedir-te um barco,
foi criada pelo pintor Paul Gauguin,
ponto de interrogação ponto-final aproximadamente em 1893, cuja
técnica é óleo sobre tela, e as di-
Saramago também não utiliza o ponto de interrogação. Assim, para que o leitor perceba ​
mensões são de 43,8 cm ​× 32,7 cm.
quando se trata de uma pergunta, deve atentar aos pronomes interrogativos, verbos e
expressões que compõem e acompanham a fala do personagem. Confira. • Antes de trabalhar as ativida-
des, leia com os estudantes ca-
A quem ouviste tu falar dela, perguntou o rei, agora mais sério, da uma das ocorrências da vír-
gula, enfatizando a pausa na
pronome interrogativo verbo que indica pergunta primeira ocorrência, e deixe que
eles expliquem o que compre-
Nesse caso, por que teimas em dizer que ela existe, enderam. Se tiverem dificulda-
expressão que indica pergunta de em entender, explique-lhes a
diferença de sentido adquirida
por meio do uso da vírgula. Dei-
xe-os resolver as questões,
Praticando orientando-os e incentivando-
-os a produzir respostas com-
1. Leia o meme a seguir. pletas, bem estruturadas e or-
ganizadas.
Museu de Arte McNay, San Antonio, EUA/Palavrinhas.org

Palavrinhas, 5 nov. 2018.


Disponível em: http://
www.palavrinhas.org/2018/11/.
Acesso em: 12 abr. 2022.

231

:36:58 08/08/2022 14:40:35

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09/08/2022 13:34:42
• Na atividade 2, faça a leitura Analise os elementos que compõem o meme e responda às questões a seguir.
em voz alta de cada par de ora-
ções para os estudantes, de mo- a. Em que veículo foi publicado o meme lido? Resposta: Em um blog.
do que eles percebam o efeito b. O meme é um gênero digital que rapidamente viraliza na internet. De que formas podemos
de sentido que a posição da vír- compartilhá-lo? Resposta: Em postagens, em comentários, em mensagens via celular, enviando por e-mail etc.
gula provoca nelas. Em seguida,
disponibilize um tempo para c. Além de ler e compartilhar, quais outras ações o gênero e a mídia digital possibilitam ao
que realizem a atividade indivi- usuário desempenhar para interagir com esse texto? Copie as opções corretas.
dualmente. Faça a correção co- Resposta: A, C e D.
letiva na lousa, verificando se A. Curtir. B. Corrigir.
compreenderam os sentidos C. Repostar. D. Comentar.
que o uso da vírgula em diferen-
tes posições pode expressar. E. Apagar. F. Alterar o formato.

Sugestão de atividade d. A imagem empregada no meme é uma pintura intitulada Autorretrato do artista com o
ídolo, do pintor francês Paul Gauguin (1848-1903). Quem você imagina que seja o homem
• Caso considere necessário, representado em primeiro plano nessa obra?
Resposta: O próprio artista Paul Gauguin, representado por ele mesmo.
proponha aos estudantes uma
atividade de análise e ordena-
e. Analise apenas a imagem do meme. Que elemento ela sugere: um homem sério ou um ho-
ção a fim de verificar se eles re- mem descontraído? Resposta: Sugere um homem sério, com expressão facial sisuda.
conhecem como as palavras f. Releia as frases que aparecem na parte superior do meme.
podem ser organizadas dentro
de um texto e de que forma a A. Você viu, meu filho?
vírgula pode auxiliar nessa or- B. Você viu meu filho?
ganização. Nesta atividade, eles
Explique a diferença de sentido entre cada uma dessas frases.
deverão ordenar uma frase uti- Resposta: Na frase A, dialoga-se com o filho, indagando se ele viu algo; na frase B, pergunta-se sobre o filho a alguém.
lizando palavras desorganiza- g. Com base na resposta da questão anterior, o que é possível concluir sobre a relação entre
das e refletir sobre o uso da vír- o uso da vírgula e os sentidos dos trechos?
gula e seu emprego adequado. Resposta: A vírgula pode alterar o sentido de uma frase, modificando a mensagem.
h. Agora, analise a relação entre a imagem da pintura e o texto verbal. De que forma o texto
Para isso, escreva cada uma das Resposta: O autorretrato representa um homem com ar sisudo, ideia
palavras da frase a seguir em verbal atribui outro sentido à pintura? enfatizada pelo texto verbal que afirma que a vírgula muda tudo,
menos o humor dele.
pequenos cartões de papel, dei- i. Ao atribuir um novo sentido à imagem, que efeito o meme cria para o leitor?
xando cada palavra em um car- Resposta: O meme, ao apresentar um novo sentido à pintura, cria humor.
tão: “Ler é desenvolver a única
2. Leia em voz alta os pares de frases a seguir, verificando a diferença entre cada um deles.
capacidade realmente impor-
tante, que é a de pensar.”. Colo- A. B.
Aceito, obrigado. Esse, rapaz, é corrupto.
que os cartões em um envelope.
Organize a turma em grupos Aceito obrigado. Esse rapaz é corrupto.
com estudantes de diferentes
perfis e, para cada grupo, entre-
gue um envelope. Peça-lhes que C. D.
Não, espere. Não quero viajar.
tirem as palavras do envelope e
as organizem de modo a formar Não espere. Não, quero viajar.
uma oração coerente e coesa.
Explique que eles devem utilizar
uma única vírgula no texto, que E. F.
serve para explicar uma ideia Isso só, ele resolve. Não puxe, Gustavo.
anteriormente exposta. Por fim, Isso, só ele resolve. Não puxe Gustavo.
oriente os grupos a escrever na
lousa a frase que criaram e ava-
lie, coletivamente, o emprego No caderno, escreva o efeito de sentido que a posição da vírgula ou a ausência dela atribui a
da vírgula em cada uma delas. cada uma dessas frases. Confira a resposta da questão nas orientações ao professor.
232

Respostas ra não esperar; D: na primeira frase, alguém afirma que


02/08/2022 16:36:59

não quer viajar; na segunda frase, alguém nega algo e


2. Resposta: A: na primeira frase, aceita-se algo e se afirma que quer viajar; E: na primeira frase, afirma-se
agradece; na segunda frase, aceita-se algo por obrigação; que ele sozinho consegue resolver; na segunda frase,
B: na primeira frase, fala-se com o “rapaz” e acusa-se afirma-se que isso apenas ele consegue resolver; F: na
alguém de corrupção; na segunda frase, acusa-se o ra- primeira frase, pede-se que Gustavo não puxe; na se-
paz de corrupção; C: na primeira frase, nega-se algo e gunda frase, pede-se que alguém não puxe Gustavo.
afirma-se para esperar; na segunda frase, afirma-se pa-

232

09/08/2022 13:34:43
3. Leia a seguir o início do romance Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres, de Clarice • Para a realização da atividade
Lispector (1920-1977). 4. a. Possível resposta: O emprego dessa vírgula confere ao leitor a ideia de que se trata de um 3, peça aos estudantes que leiam
texto já iniciado, sobre o qual apenas o narrador tem conhecimento, cujo começo é de pouca um trecho do romance Uma
importância para a compreensão dos sentidos expressos pelo texto, já que o narrador o suprimiu.
, estando tão ocupada, viera das compras de casa que a empregada fizera às pressas aprendizagem ou O livro dos
porque cada vez mais matava serviço, embora só viesse para deixar almoço e jantar prazeres silenciosamente, anali-
prontos, dera vários telefonemas tomando providências, inclusive um dificílimo para sando as informações presentes
chamar o bombeiro de encanamentos de água, fora à cozinha para arrumar as com- nele. Se necessário, ajude-os a
pras e dispor na fruteira as maçãs que eram a sua melhor comida, embora não localizar as informações apre-
soubesse enfeitar uma fruteira, mas Ulisses acenara-lhe com a possibilidade futura de sentadas para descrever a per-
por exemplo embelezar uma fruteira, viu o que a empregada deixara para jantar antes sonagem, levando-os a reco-
nhecer a descrição psicológica.
de ir embora, pois o almoço estivera péssimo, [...]
então do ventre mesmo, como um estremecer longínquo de terra que mal se soubes- • Ao propor a atividade 4, pro-
mova uma discussão a respeito
se ser sinal de terremoto, do útero, do coração contraído veio o tremor gigantesco
do uso estilístico da pontuação.
duma forte dor abalada, do corpo todo o abalo — e em sutis caretas de rosto e de corpo
Destaque as particularidades
afinal com a dificuldade de um petróleo rasgando a terra — veio afinal o grande choro
identificadas nesse trecho e au-
seco, choro mudo sem som algum até para ela mesma, aquele que ela não havia adivi-
xilie os estudantes a perceber o
nhado, aquele que não quisera jamais e não previra — sacudida como a árvore forte efeito de sentido causado por
que é mais profundamente abalada que a árvore frágil — afinal rebentados canos e esse recurso estilístico.
veias, então 3. b. Resposta: Em “então do ventre mesmo, como um estremecer longínquo de terra que mal se
[...] soubesse ser sinal de terremoto, do útero, do coração contraído veio o tremor gigantesco duma forte • Na atividade 5, retome a lei-
dor abalada, do corpo todo o abalo [...]”. tura do primeiro parágrafo do
LISPECTOR, Clarice. Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. p. 13-14. romance com os estudantes. Na
a. O que o texto está descrevendo nesse trecho? sequência, oriente-os a analisar
Resposta: Nesse trecho, começamos a conhecer uma personagem da história, seus sentimentos e sua vida cotidiana. as orações da atividade, a fim de
b. Em que trechos é possível identificar características íntimas da personagem? identificar os efeitos de sentido
c. A descrição feita apresenta traços físicos ou psicológicos da personagem? Explique sua causados pelo emprego da vír-
resposta. Resposta: A descrição apresenta traços psicológicos, pois revela os sentimentos e o sofrimento vivido pela
personagem naquele momento. gula em cada frase e perceber
que ela está separando elemen-
4. Note que o romance inicia com o emprego de uma vírgula.
tos, nesse caso, as orações.
a. Reflita sobre isso e responda: O que isso pode significar? Por quê?
b. Alguns escritores literários usam a pontuação de forma a criar expressividade e prender a
atenção do leitor. Além de ter começado o parágrafo com uma vírgula, quais outras carac-
terísticas estilísticas com relação à pontuação esse trecho do romance possui?
c. Embora o texto da autora possua características estilísticas com relação à pontuação, uma
maneira de usar o travessão não sofreu alteração. Qual é a função do travessão empregado
nesse trecho? Resposta: O travessão, nesse caso, serviu para dar destaque às informações acrescentadas.
5. Releia o primeiro parágrafo do romance de Clarice Lispector e, com base nele, responda às
questões a seguir. 4. b. Resposta: A falta do ponto-final, o não emprego da letra maiúscula e, consequentemente, a falta
de paragrafação, e, na finalização, o uso do conectivo então, sem acrescentar informações.
a. Analise as frases a seguir e copie a que apresenta um emprego da vírgula com a mesma
função utilizada nesse parágrafo. Resposta: D.
A. Professor, eu li um conto infantil da escritora Clarice Lispector.
B. Clarice Lispector, importante escritora brasileira, escreveu A hora da estrela.
C. Faça as tarefas e, em seguida, revise-as.
D. Felipe levantou-se, banhou-se, tomou café e saiu para mais um dia de trabalho.
b. Qual é a função das vírgulas utilizadas no trecho do romance e na afirmativa que responde
à questão anterior? Resposta: A vírgula separa orações (justapostas assindéticas).
233

:36:59 02/08/2022 16:36:59

233

09/08/2022 13:34:43
Objetivos

• Ler outro folheto e identificar Outra leitura


as características e a função so-
ciocomunicativa desse gênero. O folheto a seguir faz parte de uma campanha contra o tabagismo realizada pelo Ministério da
Saúde. Que informações e argumentos você imagina que o texto apresentará? A quem você ima-
BNCC gina que ele seja dirigido?
• A leitura e a compreensão do Leia-o para verificar essas e outras informações.
folheto possibilitam aos estu-

Ministério da Saúde. Governo Federal


dantes aprimorar a competên-
cia específica de Língua Portu-
guesa 3.
• Ao analisar o folheto, os estu-
dantes exploram a estrutura
composicional do gênero, os di-
ferentes recursos e seus efeitos
de sentido, desenvolvendo as
habilidades EF69LP02, EF69LP17
e EF89LP07.
• Por meio da análise dos re-
cursos responsáveis pela cons-
trução da argumentação no fo-
lheto e pelas inferências rela-
cionadas à criticidade presente
nele, os estudantes desenvol-
vem as habilidades EF69LP04 e
EF69LP05.
• Ao opinar e argumentar em
algumas questões sobre o assun-
to proposto no folheto, os estu-
dantes desenvolvem a habilidade
EF69LP15.

Orientações

• Antes da leitura do folheto,


sonde as informações e os argu-
mentos que os estudantes esti-
mam que uma campanha con-
tra o tabagismo possa apresen-
tar. Anote na lousa algumas
respostas mais representativas
para que, após a leitura, elas
possam ser retomadas e con-
frontadas.
• Durante a leitura, se necessá-
rio, oriente o olhar dos estudan-
tes. Peça-lhes que analisem com
atenção a linguagem verbal e a
linguagem não verbal, a fim de
perceberem se o sentido foi
construído de forma completa.
Peça-lhes também que anali-
234
sem os verbos empregados e o
tempo verbal no qual estão con-
jugados, sempre questionando o
02/08/2022 16:29:24
sentido que o emprego desses
verbos confere ao folheto.

234

09/08/2022 13:34:43
• No verso do folheto, oriente
os estudantes a analisar a logo-
marca dos responsáveis pela
campanha e o restante do texto
verbal. Analise com eles esses

Ministério da Saúde. Governo Federal


elementos, enfatizando o tipo
de destaque que eles recebem,
como tamanho ou cor das letras.
• Nesse momento de leitura,
auxilie os estudantes a identifi-
car de maneira prévia e com-
preender o emprego de diferen-
tes recursos (como o tempo
verbal, as escolhas lexicais, a
pontuação, os argumentos em-
pregados etc.), a ssim como
compreender seus efeitos de
sentido no texto.

Folheto da campanha “Dia Mundial Sem Tabaco”, Ministério da Saúde, 2013.

235

:29:24 10/08/2022 10:41:39

235

10/08/2022 12:18:57
• Na atividade 1, oriente os es-
tudantes a destacar as informa- A restrição dos anúncios publicitários de cigarros
ções que apareceram e as que
não apareceram de modo a Para reduzir a quantidade de fumantes de tabaco no Brasil, o Ministério da Saúde
comparar a relevância delas pa- desenvolveu medidas buscando evitar o estímulo dos anúncios publicitários ao vício de fumar.
ra a construção do sentido do Assim, em 1988, tornou obrigatória a inserção da seguinte frase em todas as embalagens de
texto. cigarros e outros produtos derivados do tabaco:

• Incentive os estudantes a co- O Ministério da Saúde adverte: fumar é prejudicial à saúde.


mentar, a partir da atividade 2,
Em 1990, a frase se tornou obrigatória também em rádio e na TV e, objetivando diminuir ainda
as informações solicitadas, des-
tacando a relevância dessas
mais a taxa de fumantes, desde o ano 2000, o Ministério da Saúde, determinou a proibição no
campanhas como forma de pre- Brasil de qualquer propaganda de produtos derivados do tabaco, independentemente do horário
venção ao tabagismo e cons- de exibição e do suporte impresso empregado. Segundo o Ministério, um a cada três brasileiros
cientização dos fumantes. deixou de fumar desde que essas medidas foram implantadas.

• Nas atividades 3 e 4, incentive


1. As informações e os argumentos imaginados por você foram os citados no folheto? E o públi-
os estudantes a compartilhar
suas impressões acerca da com- co a que ele se destina também é o mesmo que você imaginou? Comente com os colegas
posição do folheto, levando-os sobre as hipóteses que você levantou antes da leitura. Resposta pessoal.
a refletir se o que foi inserido
2. Em sua opinião, por que campanhas como essa são importantes? Discuta sua opinião com os
nele e a forma com que esses
elementos são dispostos real- colegas e ouça os pontos de vista deles. Resposta pessoal.
mente ajudam a atingir o objeti- 3. Para você, os elementos presentes no anúncio são suficientes para persuadir o público a não
vo a que o folheto se propõe. aderir ao vício do tabaco? Comente. Resposta pessoal.
Peça-lhes que comentem ou-
tros elementos e/ou textos ver- 4. Ao produzir um folheto, é preciso ter em mente o público-alvo e o objetivo que se pretende
bais que podem auxiliar a atin- atingir com a divulgação da mensagem nele veiculada (venda de produtos e serviços, campa-
gir esse objetivo. nhas institucionais etc.).
• Para a realização da atividade a. Qual é o público-alvo desse folheto que você leu?
Resposta: A população em geral, em especial crianças e adolescentes.
5, auxilie os estudantes a identi-
b. Com que objetivo esse folheto foi produzido?
ficar os elementos que consti- Confira a resposta da questão nas orientações ao professor.
tuem a linguagem não verbal do 5. O folheto que você leu é constituído de linguagem verbal e de linguagem não verbal.
folheto. Em seguida, instigue-os
a. O que a linguagem não verbal retrata?
a descrever a imagem e a pon- Resposta: Retrata uma menina diante de um painel com doces, gomas de mascar, chocolates e cigarros.
derar a respeito dos elementos b. Qual teria sido a intenção dos criadores do folheto ao apresentar essa imagem? Como ela
presentes nela, de modo que contribui para a mensagem da campanha do folheto?
Confira a resposta da questão nas orientações ao professor.
compreendam como esses ele-
6. Quem são os responsáveis pela divulgação dessa campanha?
mentos contribuem para a Resposta: O Inca (Instituto Nacional de Câncer), o SUS (Sistema Único de Saúde), o Ministério da Saúde e o Governo Federal.
transmissão da mensagem da 7. Onde folhetos como esse costumam ser veiculados? Resposta: Folhetos como esse, geralmente, são
entregues de mão em mão e veiculados em locais públicos como supermercados, shopping centers, farmácias, escolas etc.
campanha.
8. O folheto lido é composto de duas partes: a frente e o verso. Sobre a parte da frente, analise
• Na atividade 6, oriente os es- algumas informações, relendo o seguinte trecho do folheto:
tudantes a retomar a leitura do
folheto, a fim de identificar os
Ministério da Saúde.

responsáveis por sua produção.


Governo Federal

Explique-lhes que, geralmente,


eles são dispostos no final do
folheto como “apoiadores”. Se
possível, leve outros exempla-
res para a sala de aula para que
a. O que esse trecho verbal sugere em relação à imagem apresentada no texto?
a turma possa manusear e reco- b. Segundo o texto verbal que aparece logo abaixo da imagem, esse tipo de exposição dos
nhecer os responsáveis por di- cigarros em comércios é perigoso. Você concorda com essa afirmação? Por quê? Resposta pessoal.
ferentes campanhas. 8. a. Resposta: Ao apresentar a imagem de uma criança diante de doces e cigarros, o texto verbal relaciona os dois produtos,
236
• A atividade 7 visa evidenciar
mostrando como são tentadores em razão de suas embalagens atrativas e da facilidade de acesso a eles.

aos estudantes a forma de so-


cialização do folheto. Para isso,
auxilie-os a se recordar de mo- guagem verbal com a linguagem não verbal do folheto, a que orienta sobre os perigos do tabaco e os benefícios de
02/08/2022 16:29:26
mentos do dia a dia em que já fim de concluir que ambas se complementam. uma vida sem cigarro.
viram folhetos como esse.
5. b. Possível resposta: Para criticar a forma de divulgação
Aproveite para comentar com Respostas do cigarro, que é exposto nas lojas próximo a doces, a fim
eles outras formas de realizar
de tornar o cigarro um elemento do cotidiano acessível a
essa ação, como a divulgação 4. b. Resposta: Para conscientizar as pessoas da impor-
crianças e adolescentes, para que assimilem o cigarro co-
em meios de comunicação que tância de não fumar, de modo a evitar que o público se
mo algo que faz parte de suas vidas e futuramente se
veiculam textos desse gênero. entregue ao vício do cigarro, já que o folheto busca criti-
tornem consumidores de tabaco.
• Após a realização da ativida-
car as armadilhas do marketing dos cigarros. Mas a cam-
panha também é direcionada aos já fumantes, uma vez
de 8, para evidenciar uma ca-
racterística do gênero, auxilie os
estudantes a relacionar a lin-
236

09/08/2022 13:34:43
9. Releia o seguinte trecho do verso do folheto: • Ao desenvolver a atividade 9,
explique aos estudantes que a
palavra light, da língua inglesa,

Ministério da Saúde.
significa “leve”. Assim, as em-

Governo Federal
presas que comercializam os
seus produtos usando esse ter-
mo o fazem para persuadir o
leitor a fim de amenizar os efei-
a. Por que no folheto são citados como exemplo “Refrigerante light. Cigarro light. Cigarro tos nocivos que esses elemen-
doce.”? Resposta: Para mostrar como produtos se escondem por trás de publicidades que sugerem haver menos tos causam à saúde.
perigos em produtos que, na verdade, são prejudiciais à saúde humana.
b. Como você percebeu, esse e outros trechos do texto verbal ganham destaque no folheto. • Na atividade 10, incentive os
Por que, em sua opinião, são feitos esses destaques? Resposta: Os trechos verbais destacados ajudam estudantes a levantar hipóteses
na construção da mensagem do folheto e de seu objetivo: alertar contra as armadilhas das propagandas de tabaco. sobre o emprego do contato te-
10. Qual é a relevância do contato telefônico do SUS apresentado no verso do folheto? lefônico do SUS no verso do fo-
11. No verso do folheto, foram apresentados argumentos na tentativa de convencer o público a lheto. Em seguida, leve-os a
concluir que o objetivo é instigar
aderir à campanha. Sobre isso, responda às questões. 10. Resposta: O telefone é sugerido para que
o leitor, caso queira, possa adquirir mais o leitor a entrar em contato pa-
a. Como o folheto introduz os argumentos apresentados? informações sobre o tabaco e os males que ra adquirir mais informações
Resposta: Com uma pergunta ao leitor: “Você acha que isso é por acaso?”. ele causa à saúde.
b. De que forma o texto apresenta esses argumentos? 11. b. Resposta: Por meio de três pontos principais: sobre o fumo e os males que ele
os perigos das propagandas publicitárias de cigarros causa.
12. Releia um dos argumentos apresentados no folheto. e seus apelos, os malefícios de fumar e, por fim, os
benefícios de uma vida sem uso de tabaco. • Nas atividades 11 e 13, oriente
os estudantes a retomar a leitu-
ra do verso do folheto para en-

Ministério da Saúde.
contrar as informações solicita-

Governo Federal
das.
• Ao propor a atividade 12, reto-
me com a turma o emprego das
Por que a palavra qualidades foi grafada entre aspas? A quais qualidades esse trecho do tex- aspas e as funções de seu em-
to se refere? Confira a resposta da questão nas orientações ao professor. prego em um texto. Na sequên­
cia, evidencie aos estudantes
13. Ainda no verso do folheto, há um questionamento que se dirige diretamente ao leitor. Escre- que o texto do folheto utiliza
va no caderno a palavra que confirma essa afirmação. uma estrutura de argumenta-
Resposta: Trata-se da palavra você em “Você acha que isso é por acaso?”.
14. Agora, verifique outros trechos do texto verbal e analise as duas formas verbais destacadas. ção lógica: no ponto 1, são apre-
sentadas as “qualidades” do ci-
RESISTA À TENTAÇÃO DO CIGARRO garro; no ponto 2, a verdade e os
malefícios de fumar; e, no ponto
NÃO CAIA NESSA: FUMAR CAUSA CÂNCER E OUTRAS DOENÇAS GRAVES. 3, a conclusão, isto é, ter uma vi-
da longe do cigarro previne do-
a. Que ideia as formas verbais em destaque expressam? O que os criadores do folheto preten-
enças.
dem com o emprego dessas palavras? Resposta: Os verbos expressam uma orientação, uma recomendação
ao leitor. Eles pretendem conscientizar o leitor sobre os riscos do tabaco, intimando-o a não fazer uso de cigarro.
b. Em que modo verbal essas palavras foram empregadas? Resposta: C.
• Ao trabalhar a atividade 14,
amplie a compreensão dos es-
A. Indicativo. B. Subjuntivo. C. Imperativo. tudantes em relação ao efeito
que se obtém com o emprego
• Por que esse modo é o indicado em textos como esse? do verbo no imperativo em gê-
Resposta: Porque expressam ordem ou orientação de ações que devem ser seguidas.
neros como o folheto. Para isso,
Instituto Nacional de Câncer (Inca) reescreva as frases na lousa tro-
No site do Inca, é possível obter diversas informações a respeito da prevenção do cando as formas verbais no im-
vício do tabagismo. Conheça essas informações, acessando o site do instituto. perativo por formas verbais no
Instituto Nacional de Câncer, em: https://www.gov.br/inca/pt-br. Acesso em: 2 ago. 2022. subjuntivo (Que você possa re-
sistir), de modo que percebam a
modificação do sentido daquilo
237 que se expressa, perdendo a
ideia de ordem, solicitação.
• Se possível, leve a turma para
o laboratório de informática da
:29:26 Respostas 10/08/2022 10:42:05 escola, organize-a em grupos de
até três estudantes e incentive-
12. Resposta: Porque não são, de fato, qualidades, já que -os a acessar o site sugerido no
são enganosas, pois o cigarro só traz malefícios à saúde boxe, auxiliando-os a analisar as
humana. O uso das aspas indica o tom de ironia do campanhas e as informações
enunciador. Às “qualidades” que os anúncios publicitá- presentes nele, a fim de conhe-
rios de cigarro utilizam como argumentos, como a rela- cer melhor a prevenção e o
ção entre cigarros e aventura, charme, inteligência e li- combate ao vício do tabagismo.
berdade.

237

10/08/2022 12:19:06
Objetivos

• Praticar a escrita por meio da Produção escrita


produção de um folheto para
divulgar formas de minimizar Folheto
problemas no trânsito.
Você leu folhetos que alertavam sobre segurança no trânsito e sobre o combate ao tabagismo
BNCC e conheceu as características desse gênero. Agora, reúna-se com três ou quatro colegas e, juntos,
produzam um folheto para divulgar informações sobre segurança no trânsito. O objetivo é cons-
• Ao ser proposta a elaboração cientizar as pessoas que fazem parte do trânsito no dia a dia. O folheto poderá divulgar temas
de um folheto com uma mensa- como os apresentados a seguir.
gem de conscientização sobre
atitudes e comportamentos no Tema: Motorista Tema: Pedestre
trânsito, é evidenciado o tema Aspectos que podem ser abordados: Aspectos que podem ser abordados:
contemporâneo transversal Não parar em fila dupla. Usar a faixa de segurança.
Educação para o trânsito. Respeitar o semáforo de pedestre.
Respeitar os limites de velocidade.
• Com o planejamento e a pro-
dução de um folheto, os estu- Tema: Motociclista Tema: Ciclista
dantes refletem sobre as espe-
Aspectos que podem ser abordados: Aspectos que podem ser abordados:
cificidades desse gênero, no que
diz respeito à sua adequação ao
Não circular entre os carros. Usar o equipamento de segurança.
público-alvo, aos objetivos da Sinalizar a troca de faixa. Guiar a bicicleta segurando o guidão
campanha e aos seus elementos com as duas mãos.
composicionais, consolidando o
desenvolvimento das habilida- Escolham um título para a campanha. Ele deverá fazer parte de todos os folhetos.
des EF69LP02, EF69LP09 e Quando estiverem prontos, os folhetos serão reproduzidos e distribuídos aos adultos que tra-
EF89LP11. balham na escola, aos pais, aos familiares e às pessoas do seu convívio social.
• As etapas de pesquisa e aná-
lise de informações, bem como
Planejando o texto
a produção do folheto, possibili-
tam aos estudantes desenvol- Confiram algumas orientações importantes para planejar o folheto a ser produzido.
ver as competências gerais 9 e
10 ao agir com autonomia e de-
a. Escolham um dos temas sugeridos. Em seguida, pesquisem informações relacionadas ao te-
terminação, ao analisar as infor- ma escolhido, em fontes confiáveis, como no Código de Trânsito Brasileiro. Tomem nota das
mações, ao cooperar com a pro- informações mais relevantes para se lembrar delas depois.
dução do folheto e ao respeitar b. Pesquisem também outros folhetos e peças publicitárias variadas a fim de perceber a articu-
a contribuição, dos colegas nesse lação entre elas em campanhas, assim vocês terão mais repertório para produzir o folheto.
processo. c. Listem argumentos que possam convencer o leitor a refletir sobre suas atitudes no trânsito,
• Com a tomada de notas du- a aderir à campanha e, se for o caso, a rever alguns comportamentos.
rante a pesquisa sugerida, os
d. Anotem algumas frases curtas e de impacto que vocês poderão usar no folheto.
estudantes podem aprimorar a
habilidade EF89LP28. e. Pensem em como essas informações podem ser organizadas no folheto e que tipo de imagens
podem acompanhá-las, complementando e reforçando a mensagem escrita, a fim de des-
• Os estudantes desenvolvem a
pertar a atenção do leitor.
habilidade EF89LP17 ao ter con-
tato com regras e normas rela-
cionadas ao trânsito, em espe- Produzindo o texto
cial, o Código de Trânsito Brasi-
leiro, que estabelecem direitos e Agora, produzam o folheto. Para isso, confiram as seguintes orientações.
deveres, e ao reconhecer sua a. Se possível, produzam o folheto em um programa de edição de texto, e insiram imagens
importância para a convivência para acompanhar o texto verbal. Lembrem-se de usar a frente e o verso da página.
harmoniosa entre todos os en-
volvidos no trânsito. 238
• A elaboração do folheto pos-
sibilita aos estudantes aprimo-
rar a competência específica de atrativas em consonância com o texto verbal como es- Orientações 02/08/2022 16:29:27
Língua Portuguesa 3, pois eles
devem utilizar a linguagem ver-
tratégias de persuasão e fomento a práticas conscientes
no trânsito. • Organize a turma em grupos unindo estudantes de di-
ferentes perfis. Em seguida, oriente a escolha dos temas,
bal e a não verbal para expres-
sar formas de diminuir proble-
• Os estudantes aprimoram a habilidade EF69LP13 ao en- verificando quais são os interesses dos grupos. Havendo
gajar-se na campanha de conscientização, que envolve a muitos interessados por um mesmo tema, faça um sor-
mas no trânsito. elaboração do folheto e sua distribuição, contribuindo com teio. Enfatize também que, além das sugestões, os gru-
• Os estudantes desenvolvem melhorias no trânsito, assunto de grande relevância social. pos podem abordar outros aspectos, desde que estejam
a s habilidades EF69LP04 e
EF69LP17 ao identificar a neces-
• Ao empregar ferramentas digitais para a elaboração relacionados ao assunto segurança no trânsito e ao te-
do folheto, os estudantes desenvolvem a competência ma designado a cada grupo (pedestre, motorista, ciclista
sidade de utilizar os verbos no geral 5, a competência específica de Linguagens 6 e a ou motociclista).
imperativo, cores e tamanhos competência específica de Língua Portuguesa 10.
de letras adequados, imagens
238

09/08/2022 13:34:44
b. Se não for possível produzir no computador, usem a metade de uma folha de papel sulfite e • Para a realização das pesqui-
façam o esboço do folheto antes de finalizá-lo. sas, oriente os grupos a consul-
tar o Código de Trânsito Brasilei-
c. Na parte da frente do folheto, escrevam em destaque uma ou duas frases curtas e impac- ro – CTB (Lei nº 9.503, de 23 de
tantes, que transmitam uma mensagem positiva e estimulem o leitor a ler todo o folheto. setembro de 1997) e a selecio-
d. Utilizem letras de tamanho grande e cores diversas para destacar as partes mais importan- nar outros sites que possam
tes do texto. apresentar cartilhas, notícias,
vídeos expositivos e materiais
e. Ainda na parte da frente, insiram uma imagem de impacto acompanhando as frases que de campanhas, entre outros,
vocês inseriram. fornecidos pelos órgãos oficiais
f. No verso do folheto, incluam textos que expliquem ou complementem as frases que apare- de trânsito. Por exemplo: De-
cem na frente dele. Pensem em textos objetivos, não muito extensos para que a leitura não partamento Nacional de Trânsi-
fique cansativa. Os textos devem apresentar as principais informações que o leitor precisa to – Denatran; Departamento
obter para refletir e se conscientizar sobre o assunto. de Trânsito – Detran (estadual);
Conselho Estadual de Trânsito
g. Desenvolvam o texto usando os argumentos listados por vocês. Registrem as ações que as – Cetran. Oriente-os a fazer
pessoas devem ter para mudar de comportamento, orientando-as. uma análise documental dos
h. Empreguem o registro formal e usem verbos no imperativo, com o intuito de influenciar as itens selecionados, analisando a
pessoas. Usem também conectivos para estabelecer relações entre as informações e passar confiabilidade da fonte em que
uma mensagem de forma clara e objetiva. foram divulgados e a intencio-
nalidade com a qual foram pro-
i. Insiram imagens ou produzam desenhos que tenham relação com o tema da campanha e duzidos.
que sejam atrativas. Por exemplo: se o tema escolhido for os cuidados de pedestres no trân-
sito, vocês podem desenhar pessoas usando a faixa de segurança em frente a uma escola ou • A opção pela produção dos
folhetos diretamente no pro-
usar fotografias ou imagens de revistas, jornais e da internet. grama de edição de textos deve
j. Na parte inferior do verso, insiram o mês e o ano de realização da campanha e escrevam levar em consideração não ape-
uma frase, instruindo as pessoas a não jogar o folheto no chão. nas a disponibilidade de equipa-
mentos, mas também a possibi-
k. Ao final, escrevam o nome dos participantes e o nome da escola como apoiadores da cam-
lidade de fazer a impressão dos
panha. Se desejarem, criem uma logomarca e incluam ao lado do nome da escola. folhetos depois de finalizados.

Avaliando o texto
• Considerando os equipamen-
tos disponíveis, alerte os estu-
dantes sobre a impressão dos
Depois de pronto, avaliem o folheto com base nas questões a seguir. folhetos em preto e branco ou
a. As frases e a imagem da parte da frente do folheto transmitem uma mensagem positiva e em cores, conforme as possibili-
estimulam o leitor a participar da campanha? dades. Isso afetará a decisão de-
les na escolha das imagens e
b. Os argumentos convencem o público-alvo a participar efetivamente da campanha? das cores a serem utilizadas pa-
c. Há sugestões de ações que mudariam o comportamento das pessoas? ra destacar os textos. Talvez, no
d. Foram empregados verbos no imperativo para reforçar as atitudes que o público deve ter? caso de impressão em preto e
branco, eles optem por produzir
e. As imagens têm relação com o tema da campanha?
o folheto à mão, utilizando pa-
f. Foram utilizadas letras de tamanhos diferentes e cores variadas para destacar as partes mais pel sulfite.
importantes do texto?
• A tiragem de cada modelo de
g. Foram inseridos o título da campanha, a data de realização dela, a frase para não descarta- folheto produzido dependerá
rem o folheto no chão e os nomes dos autores e da escola? das possibilidades da escola e
do alcance que se pretende dar
Após a avaliação, finalizem o folheto fazendo as alterações necessárias. Conversem com o pro-
à campanha.
fessor sobre como farão para imprimir ou reproduzir os folhetos, a fim de que haja material sufi-
ciente para ser distribuído a uma grande quantidade de pessoas. Combinem também como será • Caso os folhetos tenham sido
produzidos no computador, po-
feita a distribuição para a comunidade escolar, familiares e amigos.
derá ser impressa a versão final
239 de cada folheto para ser foto-
copiada.
• Para realizar a distribuição
dos folhetos, pense em uma es-
:29:27
Sugestão de atividade oriente uma pesquisa a respeito de cada um desses gê-
02/08/2022 16:29:27 tratégia considerando o perfil da
neros, a fim de que conheçam suas principais caracterís-
• Se julgar pertinente, para ampliar a atividade proposta ticas. Em seguida, devem providenciar os materiais ne-
turma e da comunidade escolar.
É possível combinar previamen-
nesta seção, pode ser sugerido aos estudantes que pro- cessários, como celular com câmera e aplicativos de edi-
duzam outras peças para integrar a campanha sobre se- te com a turma um dia para a
ção de áudio e vídeo. Oriente-os a planejar a produção distribuição dos folhetos produ-
gurança no trânsito. Além dos folhetos, a turma pode das peças audiovisuais e reserve um dia para a gravação.
produzir coletivamente peças audiovisuais, como spots, zidos para toda a comunidade
Por fim, divulguem a campanha para a comunidade esco- escolar, familiares e amigos, ao
jingles e vídeos para TV ou internet. Para isso, primeiro lar, familiares e colegas. final do período escolar, no por-
tão da escola, por exemplo.

239

09/08/2022 13:34:44
Objetivos
Ponto de verificação
• Avaliar o reconhecimento de
orações com objeto direto.
1. Identifique a alternativa que contém um complemento verbal que não é iniciado por prepo-
• Avaliar o reconhecimento de sição, ou seja, um objeto direto.
orações com objeto indireto.
• Verificar o reconhecimento A. O João escreveu a resposta no caderno.
de um dos usos da vírgula.
B. O segurança daquele lugar é meu amigo.
• Avaliar a compreensão das
características do gênero artigo C. Minha melhor amiga gosta de batata doce.
de opinião.
D. Aquela prova estava difícil.
• Avaliar a compreensão das ca- E. Ana escreveu para mim nas férias.
racterísticas do gênero folheto.
Resposta: A.
Orientações

• Após a realização das ativida- 2. Identifique a alternativa que contém um complemento verbal que é iniciado por preposição,
ou seja, um objeto indireto.
des 1 e 2, verifique quais foram
as dificuldades apresentadas
pelos estudantes. Sorteie entre A. O jacarandá é uma árvore grande.
eles tiras de papel com orações
B. Minha prima chegou de viagem hoje. 4. Resposta: Trata-se de um texto argumentativo que
diversas para que analisem o
busca apresentar um ponto de vista sobre determinado
complemento verbal de cada C. Ele entregou o bilhete a seu professor. assunto e defendê-lo com argumentos coerentes, a fim
uma delas. Eles podem formar de convencer o leitor e fazê-lo repensar suas opiniões.
D. Não vou esquecer o caderno desta vez. Portanto, trata-se de um texto persuasivo, estruturado,
duplas para fazer a atividade geralmente, em três partes (introdução, desenvolvimento
em conjunto, competindo uns E. Isabela correu até o ponto de ônibus. e conclusão), escrito em 1ª ou em 3ª pessoa.
com os outros. Anote a pontua-
Resposta: C.
ção das duplas para declarar os
vencedores ao final. 3. Em qual das frases a seguir a vírgula foi usada para suprimir um termo?
• Durante a realização da ativi-
A. Pedro não sabe se vai querer frango, bife, macarronada ou sopa.
dade 3, analise se os estudantes
apresentam dificuldade e, em B. A vizinha, que é nova no bairro, trouxe um bolo de cenoura para mim.
seguida, repasse as orações das
alternativas com eles, escreven- C. Vovó querida, que saudade da senhora!
do-as na lousa e questionando a D. Eu queria tanto um chocolate; já ela, sorvete.
função da vírgula em cada uma
delas. De acordo com as dificul- E. A vida dela, definitivamente, não é fácil.
dades apresentadas, coloque na Resposta: D.
lousa mais orações que admi-
tam a pontuação que gerou dú- 4. Explique as principais características do gênero artigo de opinião.
vidas. Eles podem fazer a ativi-
dade em duplas e, posterior- 5. Mencione alguns exemplos de finalidade do gênero folheto.
mente, um representante de
cada uma deve ir à lousa e escre-
ver as respostas. Ao final, os es- Autoavaliação
tudantes das outras duplas de-
vem conferir as frases dos cole- Analise os tópicos desta unidade e, numa escala de 0 a 10, atribua uma nota geral para o
gas, auxiliando-os a adequá-las seu desempenho. Em seguida, em poucas palavras, explique o porquê dessa avaliação.
caso seja necessário. A partir de sua análise, reflita sobre o que você pode manter e o que você pode fazer para
• Para conduzir a correção da melhorar seu desempenho nas próximas unidades.
atividade 4, peça aos estudan-
5. Possíveis respostas: Convencer o leitor a ter boas atitudes em determinado lugar, combater algum comportamento
tes que digam a resposta e ano-
240 negativo, vender produtos, convencer o leitor a participar de causas diversas (ambientais, religiosas, profissionais etc.).
te cada uma na lousa. Ao final,
oriente-os a verificar se todas
as características mencionadas
estão corretas. Se necessário, folhetos para que eles possam utilizar como referência. valiação proposta, refletindo sobre o motivo de não con-
02/08/2022 16:29:27
retome um dos artigos de opi- Em seguida, peça-lhes que exponham aos colegas as ca- seguir compreender totalmente o que foi estudado. Ao
nião estudados para que identi- racterísticas de que se recordaram e se identificaram a final, em uma roda de conversa, peça-lhes que leiam
fiquem as características do finalidade dos exemplares, permitindo que todos partici- suas anotações e promova um momento de interação
gênero citadas nas respostas. pem apresentando suas respostas. Em turmas numero- entre eles, verificando se os demais tiveram percepções
• Caso os estudantes apresen- sas, é possível selecionar apenas um exemplar e, com
base nele, retomar as principais características do gênero
semelhantes ou diferentes. Atente aos principais pontos
levantados para refletir sobre sua prática pedagógica e
tem dificuldades na atividade 5,
forme dois grupos. Peça a cada e a finalidade dele de forma coletiva. eventualmente rever e/ou ajustar seu planejamento pa-
um deles que pense em exem-
plos diversos de folhetos a fim
• Autoavaliação: Oriente os estudantes a fazer a autoa- ra atender às necessidades da turma.

de reconhecer a finalidade deles.


Se possível, deixe à mão alguns
240

09/08/2022 13:34:44
Iniciando o trajeto Objetivos

• Avaliar os conhecimentos
acerca do gênero regimento es-
1. Junte-se a mais três colegas e procurem saber se a escola de vocês tem um documento inter- colar.
no de regulamentação. Antes de ter acesso ao documento, conversem sobre as seguintes
considerações. Resposta esperada: Regulamento interno, regimento interno, regimento escolar. Nele é possível encontrar • Verificar os conhecimentos
regras e normas da instituição de ensino e os direitos e deveres das pessoas que a frequentam. É importante sobre algumas palavras e ex-
a. Que nome esse tipo de documento recebe? para manter o bom funcionamento da instituição e, dessa
forma, beneficiar todas as pessoas por igual.
pressões que causam dúvidas.
b. Quais informações vocês acreditam que encontrarão nele? • Avaliar o que os estudantes
sabem sobre o gênero carta
c. Qual é a importância de a escola ter esse documento? Quem se beneficia com isso? aberta.
• Agora que vocês conhecem o documento, procurem consultá-lo. Em seguida, resumam, em
um parágrafo, as características mais marcantes desse texto. Orientações

2. Analise as frases a seguir e aponte o motivo da grafia das expressões em destaque. As ques- • Durante a realização da ativi-
dade 1, verifique se os estudan-
tões apresentadas na sequência servirão como guias. tes estão conseguindo articular
suas ideias sobre o que é um
1. • Resposta esperada: Texto que determina o
A. Por que sua garrafa está quebrada? funcionamento da instituição de ensino, no qual constam os regimento escolar. Auxilie-os no
direitos e deveres de toda a comunidade escolar. É dividido acesso ao regimento da escola e
B. Sua garrafa está quebrada por quê? em capítulos, parágrafos e artigos, nos moldes de
proporcione mais uma conversa
documentos legais, com linguagem objetiva.
C. Quero saber o porquê de essa garrafa estar quebrada. para que consigam reconhecer
as características do texto. Ave-
D. Porque acho estranho ver uma garrafa quebrada assim. rigue aquelas em que eles tive-
rem dificuldade ou que não co-
nheçam e retome-as nas ativi-
a. As frases A e B são sentenças interrogativas. O que explica a grafia diferente das expressões dades futuras.
em destaque nelas? Resposta: As expressões foram grafadas de forma distinta devido à posição em que foram
colocadas nas frases: no início, grafa-se por que; no final, por quê. • Na atividade 2, verifique se os
b. Aponte a diferença de sentido que as duas expressões destacadas adquirem nas frases C e estudantes percebem a diferen-
D, embora mantenham a mesma pronúncia. ça na escrita das expressões por
Resposta: Na frase C, a expressão significa o mesmo que motivo, e na frase D, tem o sentido de uma explicação. que, porque, por quê e porquê. A
c. Em sua opinião, por qual razão o uso dessas expressões pode causar confusão? atividade sugere que, mesmo
Resposta esperada: Porque elas se diferenciam na escrita, mas na fala são pronunciadas da mesma maneira.
3. Uma carta pode ser um texto de caráter pessoal, com motivações individuais. Pensando nisso, que eles não reconheçam todas
o que levaria alguém a escrever uma carta aberta? Você já ouviu falar nesse gênero? Quais as formas, é possível chegar a
uma conclusão por dedução,
seriam as características principais de um texto como esse?
conforme a posição ou o contex-
4. Redija uma frase para cada uma das expressões destacadas a seguir. Atente às semelhanças to. Confira as resoluções e anote
entre elas para não confundir os usos. as defasagens da turma, utili-
zando as informações coletadas
a. mas e mais
Sugestão de resposta: Eu queria verde, mas era azul. Ele é o amigo mais dedicado que eu tenho. durante a atividade para prepa-
b. afim e a fim de rar e conduzir a aula sobre esse
Sugestão de resposta: Meu gosto musical era afim ao dele. Eu já não estava mais a fim de fazer minha inscrição.
conteúdo.
c. onde e aonde
Sugestão de resposta: Já não me lembro onde fica esse endereço. Lia está caminhando sem saber aonde vai.
5. Analise as frases a seguir e reescreva-as completando-as com uma das expressões apresen-
• Na atividade 3, verifique se
sabem o que é uma carta e suas
tadas entre parênteses. características principais e, se
for necessário, retome alguns
conceitos básicos, a fim de que
A. Ligue para a Mari ■ for comparecer à festa. (senão; se não) eles consigam avançar na reso-
B. Marcos preferiu comer bolo ■ de brigadeiro. (em vez de; ao invés de) lução da atividade e pensar so-
bre a carta aberta. Com base no
Resposta: A: Ligue para a Mari se não for à festa. B: Marcos preferiu comer bolo em vez de brigadeiro. nível de conhecimento da tur-
3. Resposta: Uma carta aberta seria algo que não exige privacidade, podendo até mesmo ser de interesse coletivo. As ma, elabore as estratégias que
características principais são as mesmas de uma carta convencional, com local, data, vocativo, saudação, assinatura, julgar necessárias para nivelá-lo
destinatário e remetente. 241
durante as atividades do capítu-
lo relacionadas a esse tópico.

possíveis defasagens e elaborar as estratégias mais


• Nas atividades 4 e 5, sugira
02/08/2022 16:25:18 aos estudantes que escrevam
apropriadas para corrigi-las. Aproveite as atividades pa- as frases em tiras de papel (du-
ra complementar a verificação do conhecimento acerca as para cada um, identificadas),
das palavras ou expressões que causam dúvidas e con- usando a estratégia One-minute
duzir a aula sobre esse conteúdo. paper. Junte todas as tiras, mis-
ture-as e sorteie uma a uma.
Sem citar o nome do autor,
mostre-as para a turma decidir
se o termo foi utilizado correta-
mente. Por meio da identifica-
ção das tiras, é possível sondar

241

09/08/2022 13:37:35
Objetivos

• Analisar imagem e conversar


sobre os gêneros trabalhados
na unidade.
•Compreender o protesto co-

Unidade
mo forma de participação social.
• Reconhecer o direito de se
posicionar sobre um assunto

6
por meio de protestos e de gê-
neros argumentativos escritos.

BNCC

• Ao se posicionar com relação


a uma manifestação social como
a apresentada na imagem de
abertura, os estudantes desen-
volvem a competência específi-
Regimento escolar
ca de Linguagens 3 e a habilida-
de EF69LP21.
e carta aberta
• Os estudantes aprimoram a
competência geral 7, a compe-
tência específica de Linguagens
4 e a habilidade EF89LP27 ao par-
ticipar das discussões propostas Principais conteúdos
e manifestar suas opiniões.
desta unidade
Orientações
• Regimento escolar
• Utilizando a estratégia One
• Palavras e expressões que causam

Johnny Silvercloud/Shutterstock.com
-minute paper, solicite aos estu-
dantes que confiram os conteú- dúvidas
dos que serão estudados no
decorrer deste capítulo e que • Carta aberta
escrevam, em uma tira de papel
e em apenas um minuto, seus
conhecimentos acerca de cada
um. Em seguida, recolha as tiras,
organize a turma em uma roda e
leia em voz alta cada uma, ques-
tionando os demais estudantes
se concordam ou não com o
apontamento do colega, sem
identificá-lo. Instigue-os a ex-
por suas opiniões, confrontando
informações e argumentos.
• Verifique se é necessário alte-
rar a ordem de apresentação
dos conteúdos na unidade. É
possível realizar as seções A lín-
gua em estudo dos capítulos 11 e
12 em sequência, por exemplo, já
que ambos tratam de palavras e
242
expressões que causam dúvi-
das, e, depois, analisar como os
estudantes empregam essas
02/08/2022 16:25:19
expressões nas outras seções da
unidade. Também é possível tra-
balhar inicialmente as seções
Leitura e Outra Leitura e, então,
abordar a seção Atitude cidadã,
relacionando o protagonismo
juvenil aos textos lidos.

242

09/08/2022 13:37:36
• Solicite aos estudantes que
analisem a imagem e leiam a le-
genda. Depois, pergunte se eles
conhecem o movimento Black
Lives Matter. Se necessário, ex-
plique-lhes que se trata de um
movimento que surgiu nos Es-
tados Unidos após várias ocor-
rências de violência contra pes-
soas negras e que logo se espa-
lhou pelo mundo.
• Na atividade 1, utilizando a
estratégia Think-pair-share, dis-
ponibilize um tempo para que
os estudantes pensem, indivi-
dualmente, sobre a atividade.
Oriente-os a registrar suas opi-
niões e argumentos no caderno.
Em seguida, organize-os em du-
plas para dialogarem e confron-
tarem seus argumentos. Depois,
organize as duplas em um semi-
círculo, de modo que possam
apresentar suas opiniões e ar-
gumentos para toda a turma.
Durante as discussões, leve-os a
perceber que, quando as opini-
ões divergem dentro de um gru-
po, geralmente ocorrem as ma-
nifestações coletivas e públicas.
Ao final, oriente os estudantes a
retomar as anotações deles a
fim de verificar se suas opiniões
e seus argumentos mudaram.
• Na atividade 2, caso algum es-
tudante tenha lido uma carta ou
um artigo de opinião, solicite-
-lhe que compartilhe sua expe-
riência com a turma. Se ninguém
Protesto em Washington D.C., nos Estados Unidos, durante marcha do movimento Black Lives Matter, em tiver lido um texto desses gêne-
português, Vidas Negras Importam, em junho de 2020. ros, instigue-os a levantar hipó-
Confira as respostas das questões nas orientações ao professor. teses sobre manifestar opiniões
1. Em sua opinião, que motivos levam as pessoas a exporem suas opiniões por meio de textos escritos.
publicamente?
• Na atividade 3, questione os
2. Além da realização de protestos, as pessoas podem manifestar suas opiniões estudantes sobre o que imagi-
por meio de textos escritos, como cartas, artigos de opinião etc. Você se lembra nam que é tratado nesses gêne-
de ter lido algum texto com essa finalidade? Comente. ros textuais. Leve-os a levantar
hipóteses com relação a quem
3. Nesta unidade, vamos ler textos pertencentes a dois gêneros produzidos com
eles sedirigem, quem são os res-
objetivos diferentes: regimento escolar e carta aberta. Para você, qual desses ponsáveis por elaborá-los etc.
gêneros possibilita a expressão de opiniões? Comente sua resposta. Ao final dessa conversa, comen-
te que, no decorrer do capítulo,
243 eles vão conhecer como esses
gêneros são estruturados e do
que eles tratam especificamente.
:25:19
Respostas ções de jornais disponíveis para que os leitores enviem
02/08/2022 16:25:19
suas opiniões para serem publicadas, destacando que
1. Resposta pessoal. Possíveis respostas: A demonstra- essa é uma forma de as pessoas poderem se manifestar
ção de satisfação ou insatisfação com algo, por exemplo, publicamente.
relacionado a questões políticas e econômicas de um
3. Resposta pessoal. Resposta esperada: A carta aberta
país, à intolerância ou à violência; ou, ainda, pela busca
é um gênero utilizado para expressar publicamente uma
por soluções de problemas sociais, tanto atuais como do
opinião coletiva, geralmente apresentando argumentos
passado.
ou fatos para mobilizar outras pessoas a aderir a uma
2. Resposta pessoal. Se necessário, para auxiliar os es- causa.
tudantes na resposta dessa atividade, comente as se-

243

09/08/2022 13:37:36
Capítulo 11 ◆ Regimento escolar
Objetivos

• Ler um trecho de regimento


escolar e conhecer as caracte-
rísticas e a função sociocomuni-
cativa desse gênero. Leitura
• Analisar as informações apre-
A seguir, você lerá um trecho de um documento chamado regimento escolar. Você sabe para que
sentadas em um regimento es-
colar. serve esse documento? O que você imagina que deve estar registrado nele? Com base no título,
"Dos direitos e deveres do corpo discente", que informações você espera encontrar nesse texto?
BNCC Leia o trecho do regimento para saber do que esse documento trata.
• Ao realizar a leitura do regi-
mento escolar, explorando suas CAPÍTULO IV
significações e discutindo suas
implicações, os estudantes de-
DOS DIREITOS E DEVERES DO CORPO DISCENTE
senvolvem a competência espe-
cífica de Linguagens 1 e as com- Art. 73 São direitos do educando:
petências específicas de Língua I - participar das atividades escolares desenvolvidas em sala de aula e outras de
Portuguesa 1, 3 e 7. caráter recreativo, esportivo e religioso destinadas a sua formação, promovidas pela
• Os estudantes vão analisar a unidade de ensino;
organização de um regimento II - organizar e participar de associações e grêmios com finalidade educativa, po-
escolar levando em considera- dendo votar e ser votado;
ção o contexto de produção e a
III - receber assessoramento e apoio especializado, quando apresentar necessida-
hierarquização das informa-
des educacionais especiais;
ções, desenvolvendo, com isso,
a habilidade EF69LP20. IV - receber atendimento e acompanhamento domiciliar, em casos de doenças gra-

• A habilidade EF69LP27 será ves ou gestação de risco, devidamente comprovadas por meio de atestado médico, que
o incapacitem de frequentar as aulas;
trabalhada com base na análise
da forma composicional do re- V - receber continuamente informações sobre o seu aproveitamento escolar e sua
gimento escolar lido. frequência às aulas, quando solicitadas;
• Por meio da análise de algu- VI - requerer, na secretaria da unidade de ensino, revisão de qualquer avaliação, no
mas formas verbais emprega- prazo de 48 (quarenta e oito) horas, contadas a partir do momento em que tomar co-
das no trecho do regimento es- nhecimento do resultado, com a apresentação da referida avaliação;
colar, indicando obrigatoriedade,
VII - ter assegurada a recuperação de estudos, no decorrer do ano letivo, e quais-
permissão, possibilidade ou
quer outras avaliações, mediante metodologias diferenciadas que possibilitem sua
apreciação, os estudantes desen-
aprendizagem;
volvem a habilidade EF69LP28.
• Durante a leitura e a realiza- VIII - recorrer à administração, ou setor competente da unidade de ensino, quando
se sentir prejudicado;
ção das atividades, os estudan-
tes compreenderão a finalidade IX - ter conhecimento deste Regimento no início do período letivo;
do regimento, bem como sua X - ser tratado com respeito, atenção e cortesia pelas equipes de serviço de apoio
importância para a sociedade, administrativo, operacional, pedagógico, docente e dos demais estudantes;
desenvolvendo, assim, a habili-
XI - participar de associações e/ou organizar agremiações afins;
dade EF89LP17.
• Por meio desta seção, os es- XII - requerer transferência ou cancelamento de matrícula por si, quando maior,
ou por intermédio dos pais ou responsáveis, quando menor;
tudantes poderão explorar e en-
tender seus direitos e deveres XIII - ter reposição das aulas quando da ausência do professor responsável pela
dentro do ambiente escolar, de- disciplina.
s en v ol v endo a h a bilid a de
EF89LP18.
244
Orientações

• Nesta seção, os estudantes


vão conhecer um exemplo de
regimento escolar. Apresente-
palavras direitos e deveres estarem uma ao lado da ou- • Durante a leitura, converse com a turma a respeito da02/08/2022 16:25:19
tra no título do capítulo do regimento. Em seguida, importância de todos os itens apresentados e de que
-lhes os questionamentos pro- questione-os a respeito do que eles pensam sobre esses forma essas situações estão presentes no dia a dia deles.
postos no texto introdutório a dois conceitos e de que forma eles estão relacionados. Além disso, esclareça eventuais dúvidas que tiverem.
fim de promover uma discussão
e incentivá-los a ler. Caso seja • Na sequência, solicite a alguns voluntários que leiam o • Quando oportuno, pergunte-lhes como podemos fa-
texto em voz alta, de modo que cada um leia um dos zer valer todos os direitos apresentados e quem deve
necessário, permita-lhes que incisos a respeito dos direitos do educando. garanti-los.
pesquisem o significado da pa-
lavra discente no dicionário an-
tes da leitura do texto.
• Depois, promova uma con-
versa a respeito do fato de as
244

09/08/2022 13:37:36
• Assim como ocorreu na leitu-
Art. 74 São deveres do educando: ra a respeito dos direitos do
educando, solicite a participa-
I - acatar as normas regimentais e os regulamentos internos da unidade de ensino;
ção de voluntários para a leitura
II - respeitar e tratar com cortesia a todos os membros integrantes da comunidade dos deveres do educando.
escolar;
III - ser pontual e assíduo no comparecimento às aulas e no cumprimento dos de-
• Finalizada a leitura, destaque
quais desses deveres eles consi-
mais deveres; deram mais importantes e es-
IV - zelar pela conservação do prédio, mobiliário da unidade de ensino e de todo senciais para uma boa convi-
vência no ambiente escolar.
material de uso coletivo ou individual, responsabilizando-se pela indenização de
qualquer prejuízo causado voluntariamente ao patrimônio da unidade de ensino, dos • Permita a eles que opinem so-
bre os deveres apresentados, se
profissionais que nela atuam e do colega;
na escola onde estudam esses
V - permanecer em sala de aula durante o horário das aulas, mantendo atitudes de deveres são respeitados e quais
respeito e atenção; problemas podem ocorrer caso
VI - solicitar autorização ao diretor ou, na falta dele, ao profissional designado pelo eles não sejam respeitados.
diretor, quando necessitar ausentar-se da unidade de ensino, desde que solicitado por • Comente ainda a relação en-
escrito pelos pais ou responsáveis; tre os direitos e os deveres, isto
é, de que forma eles se comple-
VII - comunicar à direção o seu afastamento temporário da unidade de ensino por
mentam.
motivo de doença ou outros;
VIII - justificar eventuais ausências apresentando atestado médico e/ou justificati-
• Destaque, por fim, a forma
como o texto foi organizado e se
va dos pais ou responsáveis; a leitura foi realizada de manei-
IX - observar, fielmente, os preceitos de higiene pessoal, bem como zelar pela lim- ra fácil, simples e dinâmica.
peza e conservação das instalações, dependências, materiais e móveis da unidade de • Após a discussão, apresente à
ensino; turma as informações do boxe
X - abster-se de atos que perturbem a ordem, ofendam aos bons costumes ou im- informativo sobre o dia do estu-
dante e permita a todos que co-
portem em desacato às leis, às autoridades escolares e aos colegas;
mentem se conheciam o motivo
XI - responsabilizar-se pelo zelo e devolução dos livros didáticos recebidos e os per- da celebração dessa data.
tencentes à biblioteca da unidade de ensino;
XII - respeitar os critérios estabelecidos na organização do horário semanal, deslo-
cando-se no prazo previsto para as atividades e locais determinados;
XIII - respeitar o professor;
XIV - comparecer devidamente uniformizado à unidade de ensino.

GOVERNO DO ESPÍRITO SANTO. Secretaria de Estado da Educação. Regimento comum das escolas da Rede
Estadual de Ensino do Estado do Espírito Santo. Sedu. 2010. p. 36-37. Disponível em: https://sedu.es.gov.
br/regimento-escolar. Acesso em: 12 abr. 2022.

Dia do Estudante
No Brasil, em 11 de agosto, comemora-se o Dia do Estudante. Nessa data, é celebrada a
criação dos dois primeiros cursos de Ensino Superior no Brasil. Os cursos eram das áreas de
ciências jurídicas e ciências sociais e foram instituídos pelo imperador D. Pedro I, nessa data,
em 1827, nas cidades de São Paulo e Olinda, respectivamente. Antes disso, não era possível
fazer um curso superior no Brasil. Se uma pessoa quisesse frequentar um curso superior,
precisaria estudar em outro país.

245

:25:19 02/08/2022 16:25:19

245

09/08/2022 13:37:36
• Por meio das atividades da 2. Resposta esperada: Conhecer um regimento escolar é importante porque traz as
subseção Conversando sobre o Estudo do texto principais orientações para as pessoas que fazem parte da comunidade escolar,
esclarecendo o que a instituição espera de quem a frequenta e o que ela garante a
texto, os estudantes poderão quem faz parte dela.
retomar as hipóteses levanta-
das anteriormente e verificar Conversando sobre o texto
quais informações aparecem no
1. As informações apresentadas no trecho do regimento lido estão de acordo com as hipóteses
texto. Debata sobre as ativida-
des de modo a ampliar a discus-
que você levantou antes da leitura do texto? Converse com os colegas. Resposta pessoal.
são com a turma. 2. Após a leitura do texto, foi possível perceber que o regimento escolar é um documento cons-
• Na atividade 1, retome as dis- tituído por diversas regras. Por que conhecer um regimento escolar é importante? Reflita com
cussões feitas antes da leitura a os colegas.
fim de que os estudantes pos-
3. Há alguma informação presente no trecho do regimento lido que você desconhecia? Comente
sam comparar as informações e
refletir sobre suas suposições. com os colegas. Resposta pessoal.

• Na atividade 2, explique-lhes 4. Você conhece o regimento da sua escola? Em caso afirmativo, que outros dados estão presen-
que o regimento escolar serve tes nele? Comente sua resposta. Resposta pessoal.
para organizar e estruturar as
5. Você conhece outros tipos de regimento, além do escolar? Que função imagina que eles de-
atividades que ocorrem na es-
cola de modo a garantir que to-
sempenham em outros espaços? Resposta pessoal.
dos tenham assegurado o aces-
so à educação. Escrevendo sobre o texto
• Na atividade 3, permita a eles
1. O regimento escolar é um documento que apresenta as normas que devem ser cumpridas no
que comentem e exemplifi-
ambiente escolar.
quem as informações que des-
conheciam. a. Sobre qual assunto especificamente o trecho do regimento lido apresenta informações?
Resposta: O trecho do regimento lido informa sobre os direitos e os deveres dos estudantes na escola.
• Ao realizar a atividade 4, se b. Com base nas informações apresentadas, com que objetivo o trecho do regimento escolar
possível, apresente aos estu- lido foi produzido?
dantes o regimento da escola a Resposta: O texto tem o propósito de informar aos estudantes acerca dos deveres e dos direitos deles na instituição escolar.
c. Quem foi responsável por produzir esse regimento?
fim de que possam comparar as Resposta: Esse documento foi produzido pela Secretaria de Estado da Educação (Sedu) do Espírito Santo.
informações presentes nos dois d. Considerando a finalidade desse documento, explique por que cabe a instituições como
textos. Aproveite para refletir essa a produção de um regimento escolar.
sobre as normas de convivên-
cia. Caso considere oportuno,
2. O regimento escolar é um documento legal que costuma ser organizado com base nas partes
discuta acerca de outras infor- a seguir.
mações que aparecem no regi- A. Título (geral, capítulos, seções, subseções – indicadas por números romanos).
mento da escola e de como o
documento foi organizado, on- B. Artigos (indicados pela abreviação Art., seguidos de uma numeração).
de ele costuma ficar guardado e C. Unidades complementares: parágrafos (§), incisos (algarismos romanos), alíneas (letra
qual é a função dele como um minúscula), itens (números cardinais).
todo.
a. Relacione cada uma dessas partes listadas às respectivas funções a seguir.
• Na atividade 5, instigue-os a Resposta: A - 3; B - 1; C - 2.
relatar que outros regimentos 1. Apresentam um assunto, princípio ou regra básica que norteia o restante das informa-
conhecem e as funções que de- ções que se referem a ele.
sempenham.
2. Apresentam explicações adicionais que auxiliam a compreender com mais detalhes ca-
• Na atividade 1 da subseção da assunto.
Escrevendo sobre o texto, é im-
portante destacar o objetivo de 3. Elemento inicial de um documento ou parte dele que orienta o que será abordado.
um regimento escolar, com qual b. Quais dessas partes aparecem descritas no regimento escolar lido?
intenção o texto lido foi produ- Resposta: O título, os artigos e os incisos.
zido e para quem ele se destina. 1. d. Resposta: Como se trata de um documento com as normas a serem seguidas pelas escolas de um determinado
estado, cabe à Secretaria de Educação do Estado a criação desse documento, pois ela é o órgão responsável pelos
246
• Na atividade 2, explore a or- assuntos relacionados à rede educacional no estado.
ganização do regimento, desta-
cando o título, os artigos e as
unidades complementares.
• Esclareça à turma que os algarismos dos artigos são nem sempre aparecem na ordem listada e, em outros
• Oriente os estudantes sobre o
02/08/2022 16:25:19
lidos como ordinais até o nono (1º, 2º, 3º... 9º) e cardinais casos, podem ser omitidos. Assim, essas unidades re-
fato de que o texto reproduzido na sequência (10, 11, 12...). Se necessário, mostre aos es- presentam possibilidades de elementos que podem
é um trecho de um documento, tudantes a diferença entre algarismos arábicos (1, 2, 3, 4 aparecer em textos como o regimento escolar. Tal fato
por isso nem todos os elemen- etc.) e algarismos romanos (I, II, III, IV etc.). dependerá da intenção de quem escreve e da quantida-
tos listados na atividade apare-
ceram. Se possível, mostre-lhes
• Outro ponto importante a ser comentado são as uni- de de informação veiculada, que pode ou não necessitar
de uma estruturação mais detalhada.
dades complementares. Os elementos apresentados
o texto na íntegra a fim de iden-
tificarem os elementos utiliza-
dos. No caso, o regimento esco-
lar em questão tem título geral,
capítulo e artigos.
246

09/08/2022 13:37:37
3. Para expor as informações, o trecho do regimento lido foi dividido em dois artigos. • Para realizar a atividade 3,
convide alguns voluntários a re-
a. Relacione os artigos a seguir às informações correspondentes. lacionar os artigos às informa-
Artigo 73 Artigo 74 ções correspondentes. Depois,
explique-lhes que, por se tratar
A. Apresenta informações que devem ser seguidas e executadas pelos estudantes de uma de um documento em que são
instituição escolar. apresentados normas e direitos,
as informações devem ser claras
B. Apresenta informações do que é permitido aos estudantes das instituições escolares e objetivas, de modo que não
por força de leis ou de costumes. Resposta: A: Artigo 74; B: Artigo 73. haja interpretações divergentes.
b. Considerando que se trata de um documento, explique a importância de as informações
Resposta: Por se tratar de um documento em que são apresentadas normas a serem
• Na atividade 1 da subseção
serem claras e objetivas. seguidas e direitos a serem garantidos, esse documento precisa apresentar as Explorando a linguagem, traba-
informações de uma maneira que não haja uma dupla interpretação das informações. lhe o emprego do verbo en-
Além disso, como é direcionado a todos os estudantes, precisa estar quanto forma de organizar o
Explorando a linguagem acessível a eles.
texto e apresentar as informa-
ções de maneira objetiva. Além
1. Analise os verbos em destaque no seguinte trecho do regimento.
disso, destaque que o uso do
I - acatar as normas regimentais e os regulamentos internos da unidade de ensino; modo infinitivo impessoal, nes-
II - respeitar e tratar com cortesia a todos os membros integrantes da comunidade se caso, tem sentido de impera-
tivo, orientando que algo deve
escolar;
ser realizado. Assim, enfatize a
III - ser pontual e assíduo no comparecimento às aulas e no cumprimento dos de- relevância desse modo verbal
mais deveres; em textos como o regimento
escolar, tendo em vista o objeti-
a. Os verbos foram empregados em qual forma nominal: infinitivo, gerúndio ou particípio?
Resposta: Os verbos destacados estão no infinitivo, pois as formas verbais terminam em -ar e -er. vo principal desse gênero.
• Como é possível fazer essa identificação? • Após a definição e a compre-
Resposta: É possível identificar isso pela terminação das formas verbais, que é -ar e -er.
b. O que justifica a utilização dessa forma verbal? ensão do gênero, converse com
Confira a resposta da questão nas orientações ao professor. os estudantes sobre a atividade
c. Que sentido os verbos em destaque apresentam nesse contexto? 1 apresentada na subseção Dis-
Possíveis respostas: Ordem, pedido, solicitação.
cutindo ideias, construindo va-
ordem pedido desejo solicitação conselho convite lores. Enfatize que o respeito é a
base para que a convivência em
d. Em que outro modo essas formas verbais poderiam ser empregadas com o mesmo sentido? sociedade ocorra de forma har-
Resposta: As formas verbais também poderiam ter sido empregadas no imperativo, modo que igualmente transmite o
mesmo sentido expresso pelo infinitivo impessoal. moniosa, saudável e produtiva.
Por isso, comente que o respei-
O regimento escolar é um documento que apresenta um conjunto de regras ou orientações to aparece tanto como um direi-
de uma instituição de ensino, que determina e auxilia em seu funcionamento. Ele deve apre- to quanto como um dever, pois
sentar uma linguagem objetiva e direta, pois precisa ser compreendido de forma clara sem todos desejam ser tratados com
duplas interpretações por uma grande quantidade de pessoas. dignidade.

1. b. Resposta esperada: Apesar de ser uma regra Respostas


básica de convivência, esse respeito esperado nem
Discutindo ideias, construindo valores sempre ocorre. Diante disso, essa informação é 1. b. Resposta: O uso do infinitivo
apresentada visando lembrar a todos os estudantes
1. Releia o seguinte trecho do regimento. da importância e do dever que eles têm com relação a contribuir com a boa
convivência entre todos os membros integrantes da comunidade escolar.
é justificado por ser impessoal e
atemporal, logo a conduta de to-
II - respeitar e tratar com cortesia a todos os membros integrantes da comunidade
dos os que frequentam a escola
escolar; deve ser pautada em atos contí-
a. Esse trecho destaca a importância de haver respeito para com todos os membros da comu- nuos, considerando que esses
nidade escolar. Quem são esses membros? Resposta: Todas as pessoas que fazem parte da comunidade verbos indicam ações que não
escolar: estudantes, professores, profissionais das áreas administrativa, de serviços etc.
b. Esse trecho trata de uma atitude básica que deve ocorrer entre qualquer ser humano. Em têm um tempo determinado pa-
sua opinião, o que é preciso haver essa orientação nesse documento? ra encerrar.

247

:25:19 02/08/2022 16:25:19

247

09/08/2022 13:37:37
Objetivos

• Discutir o que é protagonismo Atitude cidadã Vida familiar e social


juvenil e de que forma ele pode
ser visto dentro da sociedade.
• Conhecer órgãos oficiais que Protagonismo juvenil
asseguram direitos e deveres da Na seção Leitura, você leu um trecho de um regimento escolar que trata dos direitos e deveres
juventude.
dos estudantes no ambiente escolar. Para que esses e outros direitos e deveres se efetivem na
sociedade, é preciso que o jovem atue como protagonista, ou seja, tenha um papel ativo nos am-
BNCC
bientes em que convive.
• Esta seção dialoga com o te- Conheça, agora, o que é o protagonismo juvenil e como ele pode ser desenvolvido.
ma contemporâneo transversal
Vida familiar e social. O que é protagonismo juvenil?
• Com base nas discussões so- O protagonismo juvenil está relacionado à participação dos jovens de forma mais ativa nas
bre o protagonismo juvenil, os decisões, discussões e execuções de ações nas diferentes situações da vida cotidiana. Tal protago-
estudantes aperfeiçoam as com- nismo busca o desenvolvimento pessoal e também o desenvolvimento social das comunidades
petências específicas de Lingua-
em que os jovens estão inseridos. Esse comportamento gera mudanças sociais, ambientais, cul-
gens 1 e 2 e as competências es-
turais e políticas, pois forma pessoas mais autônomas e comprometidas socialmente, o que acaba
pecíficas de Língua Portuguesa
1 e 7.
por desenvolver a cidadania.

• A utilização de conhecimen- Como o protagonismo juvenil pode se manifestar?


tos na colaboração de uma so-
A participação pode ocorrer em diferentes locais, como escolas, clubes, associações esportivas
ciedade mais justa, democrática
e culturais, nos bairros etc. Confira algumas situações em que é possível agir de forma protago-
e inclusiva, exercendo a cidada-
nia e promovendo os direitos nista, visando mudanças para si e para as pessoas ao seu redor:
humanos com diálogo, de forma • construir um projeto de vida que leve em conta o bem-estar pessoal e da comunidade;
ética, com respeito e sem pre-
conceitos em prol de si e de to-
• compreender o outro, respeitando sua identidade;
dos, promove as competências • favorecer o fortalecimento dos vínculos entre os membros de um grupo, gerindo conflitos e
gerais 1, 6, 7, 9 e 10. mantendo o diálogo;
• Por meio da leitura e discus- • preservar o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável dos bens materiais;
são das informações apresenta- • valorizar a educação, a arte e a cultura na construção do espaço público e social;
das, os estudantes desenvol- • utilizar a tecnologia como meio para adquirir informação e produzir interação saudável.
vem a habilidade EF89LP17.
• Ao debaterem o assunto trata-
do na seção, posicionando-se e
Shutterstock.com

analisando as ideias defendidas


SpeedKingz/

pelos colegas, os estudantes de-


senvolvem a habilidade EF69LP11.
• Os estudantes também desen-
volvem a habilidade EF69LP24 ao
refletir sobre a relevância de do-
cumentos oficiais que apresen-
tam os direitos e deveres dos jo-
vens e ao discutir a importância
do cumprimento do que esses
documentos estabelecem.

Orientações

• Primeiro, retome com os es-


248
tudantes o regimento escolar
lido na seção Leitura, destacan-
do o fato de nele serem previs-
tos direitos e deveres dos jovens ma os tópicos elencados sobre as suas formas de manifes-
dentro do contexto escolar. Integrando saberes 02/08/2022 16:25:22
tação. Aproveite para questionar os estudantes se já par-
• Na sequência, apresente à tur- ticiparam de algumas das situações citadas, instigando-os • Esta seção permite uma integração com o componen-
ma as informações sobre o que é a compartilhar suas experiências e vivências com o res- te curricular de História. Para um trabalho mais apro-
protagonismo juvenil e como ele tante da turma. fundado e articulado, convide o professor de História
pode estar presente na socieda- para discorrer sobre o protagonismo juvenil e suas for-
de para que os estudantes co- mas de manifestação dentro da sociedade e para apre-
nheçam esse conceito e possam sentar mais esclarecimentos acerca dos documentos
se ver nele. oficiais citados na página seguinte.
• O tema trabalhado no texto
faz parte do universo juvenil. Leia
em voz alta e comente com a tur-
248

09/08/2022 13:37:37
• Explique aos estudantes que
os órgãos apresentados nesta
página são regulamentos ofi-
ciais, por isso representam im-
por t antes documentos que
Quais órgãos garantem o protagonismo juvenil? orientam toda a sociedade.
Em nosso país, diversos documentos oficiais apresentam os direitos e os deveres dos jovens • Comente que os documentos
na sociedade. Confira, a seguir, alguns deles. oficiais apresentados podem
ser lidos na íntegra em sites do
governo, como o do Planalto e o
LDB (Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) do Senado Federal.
Tal lei regulamenta o sistema educacional (público ou privado) do Brasil (da educação • Caso julgue pertinente, res-
básica ao ensino superior) e determina que todos tenham igualdade de condições salte que, na seção Outra leitu-
para o acesso e a permanência na escola, considerando a educação parte essencial ra, eles conhecerão outro regi-
para o desenvolvimento humano. mento escolar que mostra uma
forma de agir com protagonis-
mo juvenil dentro do contexto
escolar por meio da presença do
ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) grêmio estudantil.
Em vigor desde 1990, o ECA é considerado um marco na proteção da infância e da • Para realizar as atividades 1 a
adolescência. Determina que a criança e o adolescente tenham todos os direitos 4, utilize a estratégia Turn and
fundamentais para viver em sociedade, assegurando o desenvolvimento físico, mental, talk a fim de que os estudantes
moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade. desenvolvam e aprimorem a ar-
gumentação oral. Para isso, or-
ganize a turma em duplas com
estudantes de diferentes perfis
Constituição Federal de 1988
e oriente-os a debater sobre as
A Constituição determina que a criança, o adolescente e o jovem tenham assegurados atividades propostas. Solicite-
os direitos à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à -lhes que anotem no caderno

Ilustrações: Sergio Lima/Arquivo da editora


cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. suas opiniões, transformando-
-as em argumentos para, poste-
riormente, socializá-las e deba-
tê-las com a turma. Ao final,
Estatuto da Juventude
inicie um debate de modo que a
Divulgado em 2014, tal documento determina os direitos e os deveres de jovens a turma associe as ideias e sinte-
partir dos 15 anos, por meio da criação de políticas públicas que garantam o tize suas opiniões.
desenvolvimento pleno dessas pessoas dentro da sociedade. • Na atividade 4, apresente aos
Confira as respostas das questões nas orientações ao professor. estudantes casos hipotéticos ou
1. Em sua opinião, qual é o maior desafio enfrenta- verídicos de desrespeito a um
do pelo jovem atualmente? Comente. dos documentos citados na se-
ção e promova um momento de
2. Que tipo de sociedade você deseja ajudar a cons-
discussão entre eles a fim de
truir? Converse com seus colegas. fortalecer a defesa de direitos.
3. Para você, agir com protagonismo na sociedade Apresente também trechos
Krakenimages/Shutterstock.com

atual é fundamental? Converse com seus colegas. desses documentos ou solicite-


-lhes que os pesquisem para
4. Você conheceu alguns documentos oficiais que tratam dos
que se familiarizem cada vez
direitos e deveres dos jovens na sociedade. Em sua opinião,
mais com textos legais.
qual é a importância do respeito a esses documentos? O que
você faria se soubesse de algum caso de descumprimento ou
de desrespeito a um deles?
249

:25:22 Respostas 3. Resposta pessoal. Permita-lhes comentar se 16:25:22


02/08/2022 eles se
veem como protagonistas juvenis e de que forma isso é
1. Resposta pessoal. Instigue os estudantes a expor suas determinante na vida deles.
ideias e, com base nelas, inicie uma discussão sobre o
4. Resposta pessoal. Durante a conversa, incentive os
papel do jovem na sociedade.
estudantes a conhecer seus direitos e seus deveres para
2. Resposta pessoal. Incentive-os a compartilhar o que que possam exercer plenamente a cidadania.
para eles é uma sociedade ideal, que atitudes são neces-
sárias para atingi-la etc.

249

09/08/2022 13:37:37
Objetivos 1. a. Resposta: Não é possível ter certeza do assunto sobre o qual os dois

• Compreender o emprego de A língua em estudo estão conversando, entretanto é provável que ambos estejam falando
das expressões porque, porquê, por que e por quê, que têm a mesma
pronúncia mas são distintas na escrita.
algumas palavras e expressões
homônimas homófonas (por Palavras e expressões que causam dúvidas (parte 1)
que, por quê, porque e porquê)
que podem gerar dúvidas na es- 1. Leia uma conversa entre Armandinho e seu pai.
crita.
• Verificar os efeitos de sentido

Alexandre Beck
de algumas palavras e expres-
sões homônimas homófonas
dentro de um texto e concluir
qual é a forma correta de grafá-
-las.

BNCC

• Esta seção possibilita um tra-


balho com a competência espe- BECK, Alexandre. Armandinho quatro. Florianópolis: A.C. Beck, 2015. p. 74.
cífica de Língua Portuguesa 2,
pois permite aos estudantes se
a. É possível saber sobre o que Armandinho e seu pai estão conversando? Explique.
apropriar de conhecimentos lin-
guísticos por meio da linguagem b. Em sua opinião, Armandinho ficou satisfeito com as respostas dadas pelo pai ao longo da
escrita e, com isso, participar da tirinha? Justifique sua resposta.? Resposta: Não, pois o pai não conseguiu explicar o motivo da separação,
no entanto isso fica evidente para o leitor da tirinha.
cultura letrada e da vida em so-
2. Ao longo da história apresentada na tirinha, Armandinho e seu pai utilizam expressões de
ciedade.
mesma pronúncia. Para compreender o motivo dessa mudança na escrita dessas expressões,
• Nesta seção, os estudantes
responda às questões a seguir.
conhecerão o emprego dos ter-
mos por que, por quê, porque e a. Releia a fala de Armandinho no primeiro quadrinho.
porquê, verificando as regras Por que é separado?
que indicam seus respectivos
usos, desenvolvendo, assim, a Nessa fala, a expressão por que foi empregada em uma pergunta ou em uma resposta?
Resposta: A expressão por que foi empregada para fazer uma pergunta.
habilidade EF69LP56. b. Em que posição essa expressão foi empregada na frase: no início ou no final?
Resposta: Ela foi empregada no início da frase.
Orientações c. Agora, releia a resposta do pai no segundo quadrinho.

• O emprego dos termos suge- Porque não é junto!


ridos para esta seção costuma A expressão porque aparece no início ou no final da frase?
causar muitas dúvidas aos es- Resposta: A expressão porque aparece no início da frase.
tudantes, pois são palavras cuja d. A frase do segundo quadrinho expressa uma declaração ou uma interrogação?
Resposta: A frase expressa uma declaração.
pronúncia é idêntica, mas que e. Leia as afirmativas a seguir e escreva no caderno a que justifica a grafia da expressão por
apresentam diferenças de gra- quê no segundo quadrinho e porquê no terceiro quadrinho. Resposta: C.
fia e de significado. Para resol-
ver esses problemas, é necessá- A. A expressão por quê encerra uma frase declarativa, por isso, é grafada separadamente
rio conhecer algumas regras e e o quê é acentuado. Porquê introduz uma explicação e é uma só palavra acentuada.
desenvolver constantemente a
B. A expressão por quê encerra uma pergunta indireta, por isso, é grafada separadamente
prática da leitura e da escrita,
e o quê é acentuado. A forma porquê introduz uma explicação e é uma só palavra, além
exercendo, assim, a habilidade
de relacionar esses usos a seus
de receber acento.
significados. C. A expressão por quê encerra uma frase interrogativa, por isso, é grafada separadamente
• Por meio da tirinha, discuta se e o quê é acentuado. Porquê é um substantivo equivalente às palavras motivo ou razão,
eles sabem empregar correta- admite artigo e é acentuado.
mente todos esses termos ou se
costumam ficar em dúvida dian- 250
te das várias possibilidades.
• Para realizar o item a da ativi-
dade 1, oriente os estudantes a
atentar para o diálogo entre os
• Na sequência, utilize as atividades para iniciar a dis- o emprego das expressões por que, porque, por quê 02/08/2022
e 16:20:03
cussão com eles acerca das possibilidades apresentadas. porquê. Se julgar pertinente, escreva frases na lousa ex-
personagens, bem como a ana- Permita aos estudantes que reflitam sobre o uso de ca- plorando o emprego dessas expressões e convide al-
lisar os elementos visuais dis- da palavra ou expressão empregada na tirinha, bem co- guns voluntários a analisar as situações em que cada
postos em cada quadrinho da mo sobre a diferença entre elas. uma foi utilizada.
tirinha. Ao realizar o item b, ex-
plique a eles, caso não saibam, • Após realizar a atividade 2, explique aos estudantes
que, na língua portuguesa, há situações específicas para
que o personagem Armandinho
costuma ser bastante questio-
nador, sempre interessado em
conhecer novas informações.

250

09/08/2022 13:37:37
O emprego de por que, porque, por quê e porquê • Após os estudantes refleti-
rem sobre a grafia dos termos
Você viu na tirinha da página anterior algumas expressões de pronúncia idêntica, mas que são explorados na tirinha, apresen-
escritas de forma diferente. Por isso, é comum haver dúvida na hora de escrevê-las. Conheça, a te a eles a sistematização do
seguir, as respectivas situações em que elas devem ser usadas. emprego de cada um. Com base
nas explicações e nos exemplos,
Por que incentive-os a refletir sobre ou-
Emprega-se por que (duas palavras e sem acento) em frases interrogativas diretas ou indiretas. tras situações do dia a dia deles
Confira. em que essas expressões pode-
Por que você escreve poemas? riam ser empregadas. Socialize
as sugestões dadas por eles de
frase interrogativa direta modo a verificar a compreensão
Os estudantes querem saber por que o professor vai se afastar das aulas. que tiveram acerca do assunto.

frase interrogativa direta

Essa forma também é utilizada em frases em que não são feitas perguntas, mas ficam suben-
tendidas as palavras motivo, causa ou razão. Confira dois exemplos.

No poema, o eu lírico explicou por que escreve.


por qual motivo

Eu não compreendi por que o senhor está solicitando esse serviço.

por que razão

Porque
Em orações causais e explicativas, emprega-se a palavra porque (apenas uma palavra e sem
acento). Leia as frases.

Não fui à festa porque choveu. Não vá à festa, porque vai chover.
oração causal oração explicativa

Por quê
Em final de frases, interrogativas ou não, deve-se grafar por quê (duas palavras e com acento).
Em razão da posição na frase, o monossílabo que passa a ser tônico e, por isso, recebe acento.
Confira os exemplos.

Posso saber por quê? O poeta se emocionou sem saber por quê.

final de frase interrogativa final de frase declarativa

Porquê
A palavra porquê (acentuada) é um substantivo que equivale a causa, motivo, razão e, geral-
mente, é acompanhada do artigo o. Por ser um substantivo, pode ser pluralizada, e, nesse caso, o
artigo que a acompanha se flexiona em número. Analise as frases.
Não sabemos o porquê dessa alegria. O escritor apresentou os seus porquês.

substantivo substantivo

251

:20:03 02/08/2022 16:20:03

251

09/08/2022 13:37:38
• Por meio da atividade 1 da
subseção Praticando, além de Praticando
conhecerem trechos de duas
obras clássicas da nossa litera- 1. A seguir, você vai ler fragmentos de dois romances brasileiros. No trecho A, os personagens
tura, os estudantes podem ana- Isaura e seu pai, do romance A escrava Isaura, conversam, e ele insiste para que ela vá a um
lisar a expressão por que e refle- baile, que acontecerá na cidade onde moram. No trecho B, o personagem Rubião, do romance
tir sobre o seu emprego em duas Quincas Borba, dialoga com uma costureira.
situações. Convide estudantes
voluntários a ler em voz alta os A. [...] Toma coragem, e vamos ao baile, minha filha; é um sacrifício cruel, mas passa-
fragmentos dos dois romances geiro, a que devemos nos sujeitar a bem de nossa segurança. Em breve estaremos
brasileiros para a turma longe, e se algum dia souberem quem tu eras, que nos importa? Nunca mais nos
• Explique aos estudantes que verão o rosto, nem ouvirão nossos nomes. Tens a consciência escrupulosa em demasia.
o uso da palavra escravo, que Se ignoram quem tu és, a tua companhia em nada os pode infamar. Com isso, não
aparece nesse texto, embora fazes mal a ninguém; é uma medida de salvação, que todos te perdoariam.
ainda presente em algumas pu-
— Meu pai parece que tem razão; mas não sei por que, repugna-me absolutamente
blicações, está associado a um
olhar pejorativo e que denota ao coração dar esse passo.
um sentido de naturalização, co- [...] 1.indo
b. Possível resposta: Em uma confecção, fábrica de costura. Nesse trecho, destaca-se o fato de elas estarem
embora após certo horário. Provavelmente, sejam colegas de trabalho.
mo se essa condição fosse in- GUIMARÃES, Bernardo. A escrava Isaura. 4. ed. São Paulo: FTD, 1998. p. 84. (Grandes leituras).
trínseca ao indivíduo, e não im- Escrupulosa: rigorosa.
posta a ele, como realmente
ocorreu. Atualmente, utilizamos B. [...] 1.ficarem
c. Resposta: Sim, a expressão por que foi utilizada com a mesma função: além de
subentendidas as palavras motivo e razão, ela introduz uma pergunta indireta.
a expressão pessoa escravizada Uma das costureiras dobrou a costura, arrecadou

Fotomontagem de Isabela Santos. Foto: aekky/Shutterstock.com


para identificar os indivíduos apressadamente retalhos, tesouras, carretéis de linha, de
que foram submetidos ao pro- retrós. Era tarde; ia-se embora.
cesso de escravização, sendo
— Dondon, espera um bocado que eu vou também.
forçados a isso. Explique aos es-
tudantes que essa expressão — Não, não posso. O senhor faz favor de dizer que horas são?
denuncia o processo de violên- — São oito e meia, respondeu Rubião.
cia resultante da perda da iden-
— Jesus! É muito tarde.
tidade..
Rubião, para dizer alguma coisa, perguntou-lhe por
• Para realizar os itens a e b da que não esperava, como a outra pedia.
atividade 1, oriente os estudan-
tes a retomar a leitura dos tre- — Só espero D. Sofia, acudiu Dondon com respeito; mas
chos dos textos a fim de encon- o senhor sabe onde é que esta mora? Mora na Rua do Passeio.
trar as informações solicitadas. E eu vou dar com os ossos na Rua da Harmonia. Olha que
No item c, discuta com eles so- daqui à Rua da Harmonia é um estirão.
bre a mensagem evidenciada [...]
em cada trecho para que verifi-
MACHADO DE ASSIS. Quincas Borba. 2. ed. São Paulo: FTD, 1994. p. 124.
quem o uso desse termo corre-
tamente. Convide voluntários a Estirão: caminhada extensa.
resolver o item d na lousa. Con-
fira se os termos empregados a. No final do trecho A, Isaura diz ao pai que vai ao baile. Até então, qual era sua vontade?
não alteram o sentido das fra- Explique sua resposta.
Resposta: Sua vontade era a de não ir ao baile, pois o pai inicia dizendo a ela para ter coragem e irem ao baile.
ses. Se necessário, retome as b. No trecho B, é citada uma referência a um trabalho feito por algumas personagens. Em que
atividades da seção Iniciando o ambiente elas estão e qual é a possível relação entre elas?
trajeto referentes a esse conte-
údo e averigue as principais difi- c. Nos dois fragmentos, empregou-se a expressão por que. A função dela é a mesma nas duas
culdades da turma para que as ocorrências? Explique.
dúvidas sejam sanadas. d. Substitua, nos fragmentos, a expressão por que por outra, de modo que o sentido permaneça
o mesmo.
Possíveis respostas: No trecho A: mas não sei por qual razão/por qual motivo, repugna-me absolutamente ao coração
dar esse passo. No trecho B: Rubião, para dizer alguma coisa, perguntou-lhe por qual razão/por qual motivo não
252 esperava, como a outra pedia.

Sugestão de atividade do estudantes de diferentes perfis. Distribua os os outros grupos. Proponha-lhes a discussão dos06/08/2022 11:51:29

materiais aos grupos e peça-lhes que pesquisem exemplos e das explicações dadas por eles a fim
• Para que os estudantes aprimorem seus co- textos que tenham as palavras ou expressões es- de que seja analisada a compreensão que tive-
nhecimentos acerca do emprego do porquê em tudadas nesta seção. Oriente-os a recortar o tex- ram sobre o conteúdo trabalhado. Isso permitirá
diferentes situações, desenvolva a atividade a to encontrado e a colá-lo em uma folha sulfite. que possíveis dúvidas sejam sanadas, além de
seguir. Solicite-lhes que justifiquem o emprego da ex- servir como uma avaliação diagnóstica para veri-
• Leve para a sala de aula jornais e revistas de pressão utilizada em cada trecho. Na sequência, ficar a aprendizagem e estabelecer estratégias
acordo com a faixa etária dos estudantes. Orga- organize os grupos em uma roda para que pos- para corrigir eventuais defasagens.
nize a turma em grupos de até três pessoas, unin- sam compartilhar as informações coletadas com

252

09/08/2022 13:37:38
Objetivos
Outra leitura • Ler outro trecho de regimen-
to escolar e identificar as carac-
A seguir, você vai ler outro trecho de regimento escolar. Esse trecho informa sobre a criação de terísticas e a função sociocomu-
um grêmio estudantil. Você sabe dizer quais são as funções de um grêmio estudantil? Quem pode nicativa desse gênero.
fazer parte desse grupo? • Analisar as informações apre­
sentadas no regimento escolar.
Leia o trecho do regimento para conhecer mais informações sobre essa forma de organização
de estudantes. BNCC

[...] • Ao realizar a leitura do regi-


mento escolar, explorando suas
significações e discutindo suas
Seção I - Do Grêmio Estudantil implicações, os estudantes de-
Art. 34. O Grêmio Estudantil é o órgão representativo do corpo discente senvolvem as competências es-
pecíficas de Linguagens 1 e 3 e
junto:
as competências específicas de
I – à direção da UE; Língua Portuguesa 1 e 7.
II – ao corpo docente e ao pessoal técnico-administrativo; • Os estudantes analisarão a
III – às autoridades educacionais; organização do regimento, le-
vando em consideração o con-
IV – à comunidade escolar e local. texto de produção e a hierarqui-
§ 1º O Grêmio Estudantil reger-se-á por estatuto próprio. zação das informações, desen-
volvendo a habilidade EF69LP20.
§ 2º São objetivos do Grêmio Estudantil:
I – congregar o corpo discente da UE;
• A habilidade EF69LP27 será
trabalhada com base na análise
II – defender os interesses individuais e coletivos dos alunos da UE; da forma composicional do regi-
mento escolar lido.
III – incentivar a cultura literária, artística e desportiva de seus mem-
bros; • Durante a leitura e a resolução
das atividades, os estudantes
IV – promover a cooperação entre administradores, professores, funcio- compreenderão a finalidade do
nários e alunos, buscando o aprimoramento do trabalho escolar; regimento, bem como sua impor-
tância para a sociedade, desen-
V – realizar intercâmbio e colaboração de caráter cultural, educacional,
volvendo a habilidade EF89LP17.
cívico, desportivo e social com entidades congêneres;
VI – defender, permanentemente, na UE, a democracia e o respeito à li-
• Por meio desta seção, os es-
tudantes poderão explorar e
berdade, sem distinção de raça, cor, sexo, nacionalidade, convicção política entender o grêmio como meio
ou religiosa; de participação e discussão de
ideias dentro do contexto esco-
VII – identificar e promover o desenvolvimento de lideranças estudantis;
lar, desenvolvendo também a
VIII – promover fóruns e debates internos de deliberação para a melhoria habilidade EF89LP18.
da qualidade de ensino na UE.
Orientações
[...]
• Inicie a seção conversando
GOVERNO DO TOCANTINS. Secretaria da Educação, Juventude e Esportes. Regimento escolar: da rede com os estudantes sobre o que
estadual de ensino do Tocantins. 2012. p. 27-28. Disponível em: eles sabem e conhecem a res-
https://central3.to.gov.br/arquivo/395511/. Acesso em: 13 abr. 2022. peito do grêmio estudantil. Dis-
Congregar: reunir, convocar. cuta a impor tância que eles
imaginam que esse órgão tem
Congêneres: de mesma natureza, semelhantes.
dentro de uma escola.
253 • Solicite-lhes que leiam silen-
ciosamente o texto e que ano-
tem os itens que mais chama-
ram a atenção deles. Em segui-
:51:29
• Em seguida, oriente-os a ler o texto em voz alta. Um es- tivo é promover melhorias na escola que02/08/2022
beneficiarão
16:20:04 da, incentive-os a expor suas
tudante voluntário pode se encarregar de realizar essa lei- diretamente todos, por isso contam com a ajuda e a par- considerações com base nas in-
tura. Caso tenham identificado outra informação que quei- ticipação de toda a comunidade escolar. O grêmio serve formações que leram. Peça-lhes
ram comentar, permita-lhes que exponham suas ideias. para dar voz aos estudantes, valorizando e incentivando que citem as informações que
• Por fim, caso considere interessante, explique à turma sua participação na sociedade enquanto cidadãos críti- consideraram essenciais.
que o grêmio estudantil é um grupo de estudantes que cos com direitos e deveres.
• Pergunte-lhes se há alguma
representam o corpo discente de uma escola. Seu obje- palavra no texto cujo significa-
do desconhecem. Se necessário,
oriente-os a consultar um dicio-
nário. Explique que a sigla UE
significa Unidade Escolar.

253

09/08/2022 13:37:38
• As atividades 1 e 2 visam re- 1. As informações abordadas nesse regimento estão relacionadas às que você havia imaginado
tomar as discussões feitas an- antes da leitura do texto? Comente com os colegas. Resposta pessoal.
teriormente e ampliar a discus-
são a respeito da compreensão 2. Em sua opinião, o trecho lido esclarece do que se trata um grêmio estudantil e qual é a função
dos estudantes sobre o que é dessa organização estudantil? Por quê? Resposta pessoal.
um grêmio estudantil e como é
3. Na escola em que você estuda há um grêmio estudantil? Que mudanças ele trouxe para a
seu regimento.
escola? Caso não tenha, como você avalia a possiblidade de ser criado um grêmio na sua es-
• Para realizar a atividade 3,
cola? Discuta com os colegas. Resposta pessoal. 4. c. Resposta: Como se trata de um
promova um momento de dis- documento destinado às instituições
cussão entre eles a fim de que 4. Analise as informações que se encontram no final do texto. escolares do estado do Tocantins, o
documento foi postado no site do
eles exponham as mudanças governo para que os responsáveis por
a. Qual é o órgão responsável pela produção do regimento lido? essas instituições tenham acesso a ele
que o grêmio trouxe para a es- Resposta: A Secretaria da Educação, Juventude e Esportes do Estado do Tocantins. de maneira mais prática e no
cola. Caso a escola não tenha um b. Onde esse documento foi publicado? momento em que desejarem.
Resposta: No site do governo do Estado do Tocantins.
grêmio, permita aos estudantes c. Qual é a relevância de se divulgar esse documento nesse veículo?
que comentem o que conside-
ram importante em um órgão 5. Um dos objetivos do grêmio estudantil é: “defender os interesses individuais e coletivos dos
como esse e o que achariam da alunos da UE;”. Em sua opinião, que espécie de interesses dos estudantes um grêmio estudan-
criação de um grêmio estudantil til precisaria defender? Resposta pessoal.
na escola onde estudam.
6. Você já estudou sobre a estrutura de um regimento e verificou que ele é composto de algumas
• Na atividade 4, explore com a partes. Releia este trecho do regimento.
turma o fato de o regimento em
questão ser destinado às esco- Seção I - Do Grêmio Estudantil
las do Tocantins e de que, como
Art. 34. O Grêmio Estudantil é o órgão representativo do corpo discente junto:
ele foi divulgado em um site,
6. a. Resposta: As informações são organizadas por meio de um título/subtítulo e
qualquer pessoa que se interes- I – à direção da UE; pela indicação do artigo e o respectivo número a que ele se refere.
se pode acessá-lo. II – ao corpo docente e ao pessoal técnico-administrativo;
• Ao propor a atividade 5, expli- III – às autoridades educacionais;
que aos estudantes que o grê-
mio estudantil faz parte do uni- IV – à comunidade escolar e local.
verso juvenil. Por isso, ele é § 1º O Grêmio Estudantil reger-se-á por estatuto próprio.
composto de uma equipe que
representa os estudantes e não a. Explique como as informações aparecem organizadas nesse trecho.
realiza ações sozinho. Sendo as-
sim, ele só consegue desempe- b. Qual é a importância de se apresentar no início do artigo a informação a seguir?
nhar suas funções com a ajuda e 6. b. Resposta: Essa informação, além de mostrar a organização das
a colaboração de todos. Apro- Seção I – Do Grêmio Estudantil informações por meio de blocos de textos, indica o assunto que
será tratado em seguida.
veite esse momento para suge-
c. Nesse trecho, foram empregados os seguintes sinais de pontuação:
rir à turma uma discussão a res-
peito dos interesses dos jovens
na comunidade escolar. Para is-
A. dois-pontos; B. ponto-final; C. ponto e vírgula.
so, leve-os a pensar no cotidiano
Relacione esses sinais de pontuação com as funções que eles exercem no texto.
deles na escola e a indicar inte- Resposta: A - 2; B - 3; C - 1.
resses individuais e coletivos. 1. Para separar informações.
• Na realização da atividade 6, 2. Para introduzir informações.
retome a estrutura de um regi-
mento, destacando que ele é 3. Para finalizar informações.
formado por títulos, artigos e 7. Em alguns momentos do regimento, é empregada uma sigla.
unidades complementares. De-
pois, ressalte que o texto é or- a. Identifique de qual sigla se trata.
Resposta: A sigla UE.
ganizado de modo a permitir ao b. Qual é o significado dessa sigla? Resposta: Ela significa unidade escolar/estudantil.
leitor que tenha fácil acesso às
informações necessárias. Se de- 254
sejar, oriente-os a compartilhar
suas impressões sobre o trecho
lido nesta atividade. Caso ne-
cessário, amplie o conhecimen- rias na escola, que beneficiarão diretamente todos os 02/08/2022 16:20:04
to deles comentando que o grê- estudantes.
mio estudantil é formado por
um grupo com o objetivo de re-
• Na atividade 7, explique aos estudantes que siglas são
abreviações, geralmente, formadas pelas iniciais dos ter-
presentar os demais dentro da mos para agilizar a fala e facilitar a escrita de palavras.
instituição escolar. É uma orga-
nização que serve para dar voz a
• Em seguida, converse com os estudantes sobre os
dois regimentos lidos neste capítulo a fim de que eles
eles, valorizando e incentivando exponham o que aprenderam por meio deles e como es-
sua participação na sociedade ses novos saberes impactam no seu dia a dia.
enquanto cidadãos críticos, com
direitos e deveres. Dessa forma,
ela serve para promover melho-
254

09/08/2022 13:37:38
Objetivos
Produção escrita • Praticar a escrita por meio da
produção de um regimento de
Regimento clube de leitura.

Neste capítulo, vocês leram dois exemplares de regimentos. Agora é a vez de vocês produzirem • Criar um clube de leitura da
turma.
um regimento destinado ao Clube de leitura da turma.
O regimento de vocês ficará disponível para que todos possam ler e seguir as regras estabelecidas BNCC
para a participação no clube. Mas, antes de produzi-lo, vocês precisam criar o clube.
• Ao discutirem as regras para a
Um clube de leitura é um grupo que tem o objetivo de incentivar hábitos de leitura e a troca criação do clube de leitura e a
de experiências literárias entre seus membros. Trata-se de um espaço aberto que possibilita com- composição do regimento, os es-
partilhamento e debate de ideias, impressões e opiniões sobre obras lidas. Para criar o clube de tudantes desenvolvem a compe-
leitura da turma, sigam as dicas. tência geral 9, a competência
específica de Linguagens 3 e a
• Com a participação de toda a turma, definam o perfil do clube de leitura, se será específico competência específica de Lín-
para livros, histórias em quadrinhos, revistas, jornais ou se será livre. gua Portuguesa 5.
• Escolham um espaço para a realização das reuniões, onde todos possam se acomodar, ler e
partilhar suas experiências.
• Esta seção possibilita um tra-
balho com as competências es-
• Pensem em um cronograma de encontros e de leitura para ajudar os membros a se organi- pecíficas de Língua Portuguesa
zarem. Confiram alguns exemplos: 2 e 3, pois permite aos estudan-
tes se apropriar de conhecimen-
› Com que frequência o clube se reunirá? tos linguísticos por meio da lin-
› Todos vão ler o mesmo livro ou cada um escolherá o seu? guagem escrita e, com isso, par-
› Se forem ler o mesmo, como farão a escolha? ticipar da cultura letrada e da
vida em sociedade.
Essas e outras definições precisarão ser contempladas no regimento que vocês vão produzir de
acordo com as etapas a seguir. • Nesta seção, os estudantes de-
senvolvem a habilidade EF69LP23,
visto que contribuirão para a
escrita de um texto normativo,
Planejando o texto no caso, o regimento de um clu-
be de leitura da turma, levando
Para planejar o regimento do Clube de leitura da turma, confiram as orientações e sugestões em conta o contexto de produ-
apresentadas a seguir. ção e as características desse
a. Se necessário, retomem os regimentos apresentados na seção Leitura e relembrem as ca- gênero.
racterísticas do gênero. • Ao produzirem o regimento
fazendo uso consciente e refle-
b. Novamente, pensem no funcionamento desse tipo de clube. Se necessário, pesquisem como
xivo da norma-padrão, os estu-
se organizam e as regras que costuma apresentar. dantes desenvolvem a habilida-
c. Por fim, estabeleçam as regras que serão contempladas no regimento de vocês, definindo o de EF69LP56.
que será permitido, o que será proibido, além dos itens a seguir. • Os estudantes desenvolvem a
habilidade EF08LP04 ao em-
pregar, na produção do regi-
• Regularidade dos encontros. • Como será feita a escolha das obras
Sergio Lima/Arquivo da editora

mento, conhecimentos linguís-


• Local e horário. a serem lidas. ticos e gramaticais.
• Quem poderá participar. • Quem será o mediador dos encontros. • Ao empregar recursos de co-
esão e estabelecer relações en-
• Os tipos de obras contempladas pelo tre as partes do texto, os estu-
clube. dantes desenvolvem as habili-
dades EF08LP14 e EF08LP15.
255

:20:04
Orientações eram as regras deles etc. Permita-lhes que comparti-
02/08/2022 16:20:04

• Antes de iniciar a produção textual, peça à turma que


lhem suas experiências.
cite os elementos composicionais do gênero, bem como o • Para adquirir repertório para a produção, ajude os es-
objetivo do texto. Caso alguns estudantes tenham dificul- tudantes a desenvolver noções introdutórias de práticas
dade, retome os regimentos trabalhados anteriormente. de pesquisa. Para isso, incentive-os a realizar uma análi-

• A produção de um regimento destinado ao Clube de


se documental de materiais (escritos, orais, imagéticos,
audiovisuais etc.) utilizando os recursos disponíveis na
leitura da turma dialoga com as culturas juvenis, princi-
escola, como biblioteca e laboratório de informática, pa-
palmente aquelas cujas discussões ocorrem virtualmen-
ra que possam conhecer um pouco mais a utilidade e o
te. Para explorar esse conteúdo, questione os estudan-
funcionamento dos clubes de leitura.
tes se eles já participaram de clubes de leitura quais

255

09/08/2022 13:37:38
• A estratégia Brainstorming
pode auxiliar no desenvolvi- Produzindo o texto
mento desta produção, espe-
cialmente em turmas com mais
Agora é o momento de escrever o texto. Para a produção do regimento do Clube de leitura da
de 45 estudantes. Para isso, or- turma, confiram as orientações a seguir.
ganize a turma com, no máximo, a. Escolham um estudante para redigir o regimento, anotando as regras conforme forem sendo
cinco estudantes, de diferentes definidas pela turma. Isso pode ser feito em uma folha de papel ou em um programa de
perfis. Providencie folhas avul- edição de textos.
sas para os grupos e solicite-
b. Estruturem o texto, de forma que as informações sejam organizadas em capítulos, artigos,
-lhes que anotem nelas as re-
parágrafos e incisos, conforme a necessidade.
gras que julgarem pertinentes e
que, depois, fixem-nas na lousa. Dica
Ao final, solicite aos grupos que
expressem suas ideias. Nesse Sempre que surgir alguma dúvida quanto à estrutura do regimento, retomem a leitura
momento, instigue o restante dos textos trabalhados anteriormente.
da turma a participar, confir-
mando, refutando ou acrescen- c. Comecem o texto fazendo a apresentação do Clube de leitura da turma, explicando seu objetivo.
tando informações às ideias já
d. Coloquem todas as informações essenciais para o bom andamento do Clube de leitura, con-
elencadas pelos grupos.
forme o planejamento. Lembrem-se de que o regimento não deve deixar dúvidas quanto ao
• Ressalte que eles são livres funcionamento do clube e suas regras.
para definir as regras de seu
clube de leitura, entretanto é e. Por se tratar de um texto legal, é importante que vocês utilizem a norma-padrão e linguagem
essencial que cada detalhe es- formal, além de manter a clareza e a objetividade das informações.
teja especificado no regimento. f. Durante a escrita, evitem repetições exageradas de palavras, trocando-as por pronomes ou
• Evidencie a necessidade de os sinônimos, garantindo uma boa progressão textual.
estudantes seguirem a norma- g. Prestem atenção aos sinais de pontuação, principalmente vírgulas e pontos-finais, bem como
-padrão da língua portuguesa, à acentuação das palavras.
pois estão produzindo um texto
normativo. Relembre-os de que
h. Para deixar o texto mais claro e objetivo, procurem construir frases curtas.
as informações do regimento
devem ser de fácil compreen- Avaliando o texto
são, não dando margem a du-
plas interpretações. Após a escrita do regimento, façam a avaliação coletiva dele, verificando os itens a seguir.
• Durante o processo de revi- a. O texto apresenta regras e normas para a criação de um clube de leitura?
são textual, oriente-os a ler as
b. O texto foi organizado de acordo com as características do gênero?
informações do regimento, ana-
lisando sua clareza e fluidez. c. No início, há uma contextualização, explicando a que se destina o regimento escrito?
• Com relação à formação do d. Foi utilizada uma linguagem mais formal, adequada ao gênero?
clube de leitura, oriente os estu-
e. As regras e normas estão claras e objetivas, contemplando todas as necessidades de um
dantes na definição dos perfis
de cada clube conforme seus clube de leitura?
interesses de leitura. Também é f. Foi utilizada a norma-padrão e foram respeitadas as convenções ortográficas?
importante informar que os re-
Façam os ajustes no texto com base nos itens apresentados. Depois, leiam coletivamente o
gimentos não devem excluir co-
legas, mas sim garantir o acesso regimento, verificando se todos concordam com as regras estabelecidas. Por fim, passem o texto
de todos. a limpo e façam uma cópia para cada integrante do clube. Não se esqueçam de disponibilizar uma
cópia no local em que os encontros do Clube de leitura da turma vão acontecer, de forma que
possam consultá-lo sempre que necessário.
Se preferirem, convidem estudantes de outras turmas para participar do clube, apresentando
a eles o regimento que produziram. Para isso, criem convites e espalhem pela escola!
256

02/08/2022 16:20:04

256

09/08/2022 13:37:38
Objetivos
Produção oral • Praticar a oralidade por meio
de uma enquete.

Enquete • Debater em sala de aula e for-


mular, coletivamente, pergun-
Na seção Outra leitura, você leu um trecho de um regimento escolar que apresenta informações tas e possíveis respostas para
sobre o grêmio estudantil. Agora, você vai se reunir com a turma e vão produzir uma enquete a compor uma enquete.
respeito desse mesmo tema.
BNCC
Enquete é um gênero que pode ser encontrado tanto na modalidade oral quanto na escri- • A competência específica de
ta. Tem por objetivo formular uma ou mais perguntas para que o interlocutor se posicione Linguagens 2 e a habilidade
em relação a determinado tema. EF89LP21 são desenvolvidas pe-
los estudantes, pois eles terão a
oportunidade de conhecer e ex-
O objetivo da enquete será verificar se os estudantes da escola aprovam a constituição de um plorar o gênero enquete, que
grêmio estudantil ou obter a opinião do corpo discente sobre a atuação do grêmio, caso ele já perpassa por diferentes campos
exista. de atuação e fomenta a partici-
Após a realização da enquete, vocês vão quantificar os resultados obtidos para usá-los na Pro- pação na vida escolar, compre-
endendo importantes aspectos
dução escrita do capítulo 12.
da gestão democrática.
Para organizar a enquete, considerem as orientações a seguir.
• A competência específica de
a. Para decidir quais perguntas serão feitas na enquete, debatam sobre a realidade da escola e Língua Portuguesa 3 e as com-
quais tópicos são importantes para avaliar a criação ou o aprimoramento do grêmio. petências gerais 9 e 10 são de-
senvolvidas ao ser proposta a
b. Vocês poderão formular tanto perguntas cujas respostas sejam sim ou não quanto perguntas realização da enquete, oportuni-
de respostas abertas. Procurem, no entanto, prever algumas possibilidades de respostas, zando a atuação dos estudantes
para otimizar o tempo da enquete e auxiliar os estudantes que vão respondê-la. Confiram em decisões importantes da es-
exemplos de perguntas e de possíveis respostas. cola com autonomia e criticida-
de, compartilhando informações
e construindo resultados coleti-
Caso a escola não tenha grêmio Caso a escola já tenha grêmio
vos com empatia, cooperação e
Pergunta 1: Você gostaria que fosse respeito à opinião dos colegas.
criado um grêmio estudantil na escola?
Pergunta: Que ações você acha
importantes para melhorar a atuação do
• A escolha de uma linguagem
adequada para a produção da
Possíveis respostas: (a) Sim. (b) Não.
grêmio estudantil na escola? enquete permite desenvolver a
Pergunta 2: Que ações você acha competência específica de Lín-
Possíveis respostas:
importantes de serem feitas por um gua Portuguesa 5.
(a) Defender os direitos dos estudantes.
grêmio estudantil?
(b) Promover mais atividades culturais. • A habilidade EF69LP12 é tra-
Possíveis respostas: balhada nesta seção por meio do
(c) Incentivar a participação em eventos desenvolvimento de estratégias
(a) Defender os direitos dos estudantes.
esportivos interescolares. de planejamento, elaboração, re-
(b) Promover mais atividades culturais. visão e avaliação das enquetes
(d) Outra:
(c) Outra: produzidas.
• Ao tomarem notas sobre a
c. Atentem para que as perguntas e as possíveis respostas sejam claras e objetivas, além de discussão, utilizando-as como
evitar as que possam influenciar o interlocutor. base para a criação da enquete,
os estudantes aprimoram a ha-
d. Verifiquem com o professor e, se necessário, com a coordenação e a direção da escola, qual
bilidade EF69LP26.
é o melhor local e horário para a realização da enquete.
• Os estudantes desenvolvem a
257 habilidade EF69LP13 ao serem
protagonistas da formulação e
da aplicação da enquete na es-
cola, com vistas a contribuir para
• Ao retextualizar as informações obtidas por meio de Orientações a melhoria de assuntos de inte-

:20:04 02/08/2022 16:20:04
enquete, produzindo gráficos e tabelas com os resulta- Se necessário, retome com os estudantes o conceito resse da comunidade escolar.
dos, os estudantes desenvolvem a habilidade EF69LP33. de grêmio estudantil e assista com eles ao vídeo que
• Os estudantes aprimoram as
• Esta seção contempla a habilidade EF69LP39 uma vez consta no site a seguir.
COMO organizar um grêmio estudantil. Nova Escola, 4
habilidades EF69LP14 e EF69LP25
que os estudantes escolhem o público-alvo da enquete, ao participarem da discussão
produzem o roteiro e definem as perguntas para conse- nov. 2014. Disponível em: https://novaescola.org.br/
para a elaboração das perguntas
guir levantar dados sobre determinado assunto e, pos- conteudo/3624/como-organizar-um-gremio-estudan-
e das possíveis respostas para a
teriormente, usar as informações de acordo com os ob- til. Acesso em: 13 abr. 2022.
enquete, defendendo suas ideias,
jetivos estabelecidos. • Organize a turma em pequenos grupos de modo que respeitando as opiniões contrá-
cada um fique responsável por uma etapa da produção. rias e aguardando sua vez de
Disponibilize para eles as ferramentas e os materiais ne-
falar.
cessários ao longo da produção.

257

09/08/2022 13:37:39
• Avise os professores e os es-
tudantes de outras turmas so- Dicas para que a atividade seja bem-sucedida
bre a realização da enquete, a
fim de obter o engajamento dos a. No dia estipulado, posicionem-se em locais estratégicos para abordar os estudantes.
demais integrantes da escola.
b. Levem, por escrito, as perguntas e as respostas que a turma formulou. Nesse caso, providen-
Realize-a durante o horário de
intervalo para que mais pessoas ciem a reprodução dos itens e prevejam espaços para a anotação dos resultados, conforme
possam responder a ela. a coleta estiver sendo feita. Confiram o exemplo a seguir.
• Solicite aos estudantes que
escolham, coletivamente, locais

Sergio Lima/Arquivo da editora


estratégicos da escola para ficar
durante o horário estipulado a Pergunta: Que ações você acha importantes para melhorar a atuação do grêmio
fim de abordar outros estudan-
estudantil na escola?
tes, de modo que consigam uma
quantidade significativa de res- Possíveis respostas:
postas. (a) Defender os direitos dos estudantes.
• Auxilie a turma a prever, na (b) Promover mais atividades culturais.
enquete, espaços para anotar as
respostas dos entrevistados. (c) Incentivar a participação em eventos esportivos intercolegiais.
• Antes de iniciar a enquete, (d) Outra:
oriente os estudantes a se apre-
sentarem e, na sequência, expli- Estudante: Turma:
car a finalidade da pesquisa. Resposta: (a) (b) (c) (d)
• Oriente os estudantes a ser
educados, respeitando os mo-
mentos de fala e a opinião dos c. Lembrem-se de se apresentar e de explicar a finalidade da enquete e o que significa grêmio
colegas, bem como a empregar estudantil.
um tom de voz adequado, arti- d. Abordem as pessoas de forma educada. Utilizem um tom de voz adequado e articulem bem
culando bem as palavras de as palavras, a fim de serem ouvidos e compreendidos pelos colegas.
modo que sejam ouvidos e
compreendidos. e. Façam as perguntas e deem as explicações necessárias, mas sem influenciar as respostas,
pois o objetivo da enquete é obter um resultado imparcial.
• Caso surjam dúvidas no de-
correr da enquete, oriente os Terminada a enquete, reúnam todas as respostas e façam a quantificação dos resultados. Insi-
estudantes a saná-las sem in- ram os resultados em um quadro e calculem as porcentagens de cada resposta. É interessante
fluenciar nas respostas dos en- também construir um gráfico com esses resultados. Confiram exemplos.
trevistados.
• Ao finalizar a coleta de dados Resposta Quantidade Percentual Quantificação das respostas da enquete
da enquete, os estudantes po-
derão escolher por meio de (a) 25 25%

Keithy Mostachi/Arquivo da editora


quais recursos vão organizar e 22% 25%
(a)
quantificar os resultados cole-
(b) 34 34% (b)
tados (tabela, gráfico de barras (c)
ou gráfico de setor/pizza). 19% (d)
(c) 19 19%
34%
Integrando saberes
(d) 22 22%
• Essa produção permite uma
Fonte: Dados coletados pela pesquisa da turma.
integração com o componente
curricular de Matemática. Para Guardem o resultado da enquete para a seção Produção escrita do capítulo 12, pois vocês vão
um trabalho mais aprofundado utilizar esses dados para produzir uma carta aberta.
e articulado, convide o profes-
sor de Matemática para auxiliar 258
na quantificação dos resultados
e na formulação dos gráficos
com a turma. Os estudantes po-
derão explorar a utilização de 02/08/2022 16:20:04

um programa de computador
em que seja possível elaborar
planilhas e gráficos.

258

09/08/2022 13:37:39
Capítulo 12 ◆ Carta aberta
Objetivos

• Ler uma carta aberta e conhe-


cer as características e a função
sociocomunicativa do gênero.
Leitura • Analisar as informações apre-
sentadas em uma carta aberta.
O texto a seguir é uma carta aberta. Quais assuntos podem ter motivado a escrita dela? Leia-a
e descubra. BNCC

• A discussão promovida nesta

Sergio Lima/Arquivo da editora


seção favorece o estudo do te-
ma contemporâneo transversal
Trabalho, uma vez que a carta
aberta defende maior presença
Neste 8 de março de 2022, Dia Internacional da Mulher, justamente o ano em que o
feminina na disputa eleitoral e
Conselho de Arquitetura e Urbanismo completa uma década de existência, e quando cele-
equiparação salarial entre ho-
bramos os 90 anos da conquista do voto feminino, nós, arquitetas e urbanistas, dirigimo-nos mens e mulheres no mercado
a todas as profissionais da arquitetura e urbanismo paranaenses nesta carta aberta. de trabalho.
Queremos nos manifestar defendendo uma maior e mais efetiva participação das mu- • Ao realizarem a leitura de
lheres nos Conselhos de Arquitetura e Urbanismo e em outros órgãos da sociedade uma carta aberta e reconhece-
organizada, assim como no processo político eleitoral de 2022 e na vida política nacional. rem esse gênero como uma for-
Desde sua criação, o CAU/PR já teve 27 mulheres exercendo o cargo de conselheira. ma de se posicionar sobre um
assunto socialmente relevante,
Destas, uma presidente na gestão anterior; e, na atual gestão, sete conselheiras titula-
apropriando-se de conheci-
res e sete conselheiras suplentes, dentre elas a vice-presidente. O número de mulheres mentos que lhes possibilitam
que participam do conselho vem aumentando gradualmente a cada eleição, mas preci- entender as relações do mundo
samos incrementá-lo ainda mais. do trabalho, os estudantes de-
Em 2019 foi criada a Comissão Temporária de Equidade do CAU/PR, tendo como princi- senvolvem a competência geral
pal função o engajamento das profissionais, a busca por igualdade e a proximidade com as 6 e a competência específica de
problemáticas em relação às cidades, universidades, mercado de trabalho e cotidiano. Língua Portuguesa 7.

Já a Comissão Temporária de Equidade de Gênero do CAU/BR divulgou em 31 de julho • Por meio da leitura da carta
aberta, gênero reivindicatório, os
o 1º Diagnóstico de “Gênero na Arquitetura e Urbanismo”. O resultado do levantamento,
estudantes são levados a anali-
apesar de não surpreender, pois se assemelha ao retrato da desigualdade de gênero sar a forma composicional do gê-
que caracteriza a sociedade brasileira, sinaliza a urgência de se efetivarem políticas e nero, suas características e mar-
ações que primem pela igualdade em todas as instâncias da arquitetura e urbanismo. cas linguísticas próprias, desen-
Demonstra, ainda, que o debate sobre a iniquidade de gênero extrapola os limites da volvendo a habilidade EF69LP27.
profissão e precisa ser levado para outras instâncias da sociedade. • Ao compreender a organiza-
O diagnóstico revelou, também, que as mulheres arquitetas ganham em média 30% a ção do gênero, reconhecer a
menos na comparação com os homens. Além deste, temos muitos outros desafios a serem contextualização das informa-
vencidos, como por exemplo a dificuldade de conciliar trabalho com a atuação como mãe. ções e analisar os argumentos
apresentados e a proposição
Apontamos como de extrema importância, para que sejam debatidos e compromis- para a solução dos problemas,
sados de forma interseccional, antirracista e considerando as múltiplas diferenças e os estudantes desenvolvem a
desigualdades entre mulheres, os seguintes pontos: habilidade EF89LP19.

CAU/PR: Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Iniquidade: desigualdade, discrepância. • Com a leitura da carta aberta,
Estado do Paraná. serão analisadas as propostas e
Interseccional: que cruza, neste caso, o cruzamento de
a finalidade com a qual elas são
Equidade: igualdade, equivalência. diferentes marcadores sociais (gênero, raça, classe etc.).
apresentadas, que objetivos se
Primem: priorizem.
pretende atingir etc., levando os
259 estudantes a desenvolver a ha-
bilidade EF89LP20.
• Os estudantes terão a oportu-
nidade de analisar os movimen-
de argumentação e colocam em prática a empatia e o • Permita à turma que levante suas hipóteses a respei-
02/08/2022 16:12:26 tos argumentativos presentes
respeito pelos colegas ao engajar-se na busca pela solu- to do assunto que será abordado no texto. Verifique se na carta aberta, desenvolvendo,
ção de problemas de relevância social. algum estudante já escreveu uma carta aberta ou se co- assim, a habilidade EF89LP23.
• Por meio da pesquisa sugerida sobre informações re- nhece alguém que fez isso.
• Por meio das atividades pro-
lacionadas às questões femininas, os estudantes desen- • Oriente-os a, inicialmente, fazer uma leitura individual postas na subseção Discutindo
volvem a habilidade EF89LP24. e silenciosa do texto. Depois, convide alguns voluntários ideias, construindo valores, os
para realizar a leitura em voz alta, de modo que cada um estudantes desenvolvem as
Orientações se encarregue de ler uma parte do texto. competências gerais 7 e 9, a com-
• Pergunte aos estudantes o que eles sabem sobre a petência específica de Língua
carta aberta, qual é a função desse gênero e para quem Portuguesa 6 e a habilidade
ele costuma ser dirigido. EF69LP13, pois exercitam o poder

259

09/08/2022 13:40:03
• Durante a leitura, avalie os es-

Sergio Lima/Arquivo da editora


tudantes, verificando se leem • Não aceitação de qualquer retrocesso nas leis que garantam os direitos das mulheres;
com velocidade (se reconhecem • Estímulo e facilitação de candidaturas femininas competitivas;
as palavras rapidamente), prosó-
dia (se leem com a entonação • Desenvolvimento de macropolíticas econômicas e sociais com vistas à geração e
adequada) e precisão (se decodi- manutenção de empregos e renda para mulheres;
ficam as palavras corretamente). • Acesso a crédito para mulheres empreendedoras; conexão com inovação, programas
Aproveite também para verificar de educação empreendedora;
as palavras que eles têm mais di-
ficuldade de decodificar ou pro- • Qualificação profissional continuada, por meio de programas de facilitação ao
nunciar e se respeitam as pausas acesso às instituições de ensino e educação;
e os sinais de pontuação, por
• Ampliação de políticas de ensino nas escolas de educação infantil, garantindo
exemplo. Se necessário, auxilie-
tempo de permanência com qualidade para as crianças cujas mães necessitam de
-os a resolver essas dificuldades.
maior autonomia no dia a dia do trabalho;
• Antes de ler o vocabulário
• Promoção da saúde integral da mulher ao longo de todo o ciclo de vida;
com os estudantes, questione-
-os a respeito da compreensão • Ampliação da licença parental com equidade de gênero;
que têm sobre cada palavra, a
fim de avaliar seus conhecimen- • Políticas públicas que se guiem pela proteção das mulheres em relação aos diversos
tos prévios. Em seguida, faça a tipos de assédio e violência, tanto no ambiente de trabalho e ensino, quanto nos
leitura do vocabulário e verifi- aspectos urbanos;
que se há outras palavras ou • Enfrentamento ao discurso de ódio, violência política e institucional e cerceamento
expressões cujo significado eles da liberdade de expressão de todas as mulheres;
desconhecem. Em caso positi-
vo, oriente-os a primeiro inferir • Reforma no modelo de segurança pública, de forma a propiciar maior segurança
seu sentido com base no con- nos espaços urbanos;
texto em que estão inseridas e,
• Igualdade e cumprimento do piso mínimo salarial da categoria;
se as dúvidas persistirem, a
consultar um dicionário. • Implementação de políticas de memória que valorizem as mulheres.
• Faça a leitura em voz alta do “Precisamos nos esforçar para nos erguermos enquanto subimos.”
boxe informativo sobre o Dia In-
Angela Davis, ativista norte-americana.
ternacional da Mulher e verifi-
que o que os estudantes sabem Por uma sociedade mais justa, com equidade nas diversas profissões!
de s s a dat a comemor ati v a .
Questione-os sobre o que fa- Thais Marzurkiewicz – Presidente em exercício do CAU/PR.
zem nesse dia para homenagear
MARZURKIEWICZ, Thais. Conselho de Arquitetura divulga carta aberta em defesa aos direitos das mulheres. Plural, 8 mar.
as mulheres da família. Apro-
2022. Disponível em: https://www.plural.jor.br/colunas/cau/conselho-de-arquitetura-divulga-carta-aberta-em-defesa-aos
veite também para verificar se -direitos-das-mulheres/. Acesso em: 19 mar. 2022.
eles conhecem as lutas que de-
ram origem a essa data. Macropolíticas: grupo de pessoas ou organizações que visam lucro sobre suas atividades.
Cerceamento: restrição, limitação.
Integrando saberes
Dia Internacional da Mulher
• Esta seção permite uma inte- Anualmente, no dia 8 de março, celebramos o Dia Internacional da Mulher. Essa data co-
gração com o componente cur-
ricular de História. Para um tra- memorativa, oficializada pela Organização das Nações Unidas (ONU) na década de 1970, exis-
balho mais aprofundado e arti- te como resultado da luta histórica das mulheres por meio de manifestações, greves, comitês
culado, convide o professor de etc., para terem melhores condições de vida e de trabalho. Nessa data, são celebradas as
História para discorrer sobre a conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres como uma forma de conscientização
trajetória percorrida pelas mu-
para evitar as desigualdades de gênero, o machismo e a violência.
lheres para conquistar seu es-
paço e seus direitos no mercado
de trabalho. Se possível, tracem 260
uma linha do tempo que expo-
nha as condições de trabalho
das mulheres desde a Primeira
Revolução Industrial e as con- 08/08/2022 14:42:33

quistas relacionadas à melhoria


das condições de trabalho, à re-
dução da carga horária, ao direi-
to de frequentar escolas e uni-
versidades, entre outros direi-
tos conquistados nessa trajetó-
ria de luta por dignidade.

260

09/08/2022 13:40:03
• Leia para os estudantes o
Estudo do texto enunciado das atividades 1 a 3,
da subseção Conversando so-
bre o texto, e disponibilize um
Conversando sobre o texto
tempo para que conversem a
1. Após a leitura do texto, suas hipóteses sobre os assuntos que motivaram a escrita da carta respeito dessas questões.
aberta foram confirmadas? Comente. Resposta pessoal. • Na atividade 1, retome com os
estudantes as hipóteses levan-
2. Em sua opinião, qual é a importância de as mulheres assumirem posições de liderança na
tadas antes da leitura, a fim de
sociedade? Converse sobre isso com os colegas. Resposta pessoal. que possam comparar as ideias
3. Você concorda com a problemática discutida na carta aberta? Justifique sua resposta. que tiveram com as informa-
Resposta pessoal. ções apresentadas no texto.

Escrevendo sobre o texto • Nas questões 2 e 3, incentive


os estudantes a trocar ideias e
1. Assim como os demais tipos de carta, as cartas abertas também apresentam um remetente expor suas opiniões, ressaltan-
do a importância de utilizar for-
e um destinatário.
mas de tratamento adequadas
à situação, bem como respeitar
Remetente é a pessoa que assina a carta, o responsável pelo envio dela. o momento de fala e o ponto de
Destinatário é a pessoa a quem a carta se destina, a quem ela é endereçada. vista dos colegas. Caso algum
estudante demonstre dificulda-
de para se expressar, instigue-o
a. Quem é o remetente dessa carta? Resposta: Thais Marzurkiewicz. por meio de questionamentos
b. Quem é o destinatário dela? Resposta: Todas as profissionais da área de arquitetura e urbanismo paranaenses. relacionados à leitura e à com-
preensão do texto. Aproveite
2. Releia o primeiro parágrafo da carta e responda às questões a seguir. essas atividades para desenvol-
3. Resposta: Defender “uma maior e mais efetiva participação das mulheres nos Conselhos de Arquitetura e Urbanismo e em
outros órgãos da sociedade organizada, assim como no processo político eleitoral de 2022 e na vida política nacional”. ver a capacidade de argumenta-
Neste 8 de março de 2022, Dia Internacional da Mulher, justamente o ano em que o ção oral e escrita deles. Para is-
Conselho de Arquitetura e Urbanismo completa uma década de existência, e quando so, oriente-os a registrar suas
celebramos os 90 anos da conquista do voto feminino, nós, arquitetas e urbanistas, opiniões e seus argumentos no
dirigimo-nos a todas as profissionais da arquitetura e urbanismo paranaenses nesta caderno. Em seguida, organize-
-os em duplas para dialogarem
carta aberta. sobre as questões e confronta-
rem seus argumentos. Depois,
a. Embora assinada por uma pessoa, a voz presente na carta lida representa uma coletividade. organize as duplas em um semi-
O que explica isso? Resposta: O fato de a remetente representar uma categoria coletiva dentro do CAU/PR círculo de modo que possam
(Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Estado do Paraná): as arquitetas e urbanistas.
b. Que marcas linguísticas apontam para o tom de coletividade nesse trecho da carta? apresentar suas opiniões e seus
Resposta: Formas verbais e pronomes flexionados na 1ª pessoa do plural, como celebramos, nós e dirigimo-nos. argumentos para toda a turma.
3. Essa carta aberta foi produzida com objetivos específicos. Quais são eles?
4. Releia a referência do texto e responda às questões a seguir para compreender melhor o con-
• Leia em voz alta para a turma
os enunciados das atividades 1 a
texto de produção dessa carta aberta. 8, da subseção Escrevendo so-
MARZURKIEWICZ, Thais. Conselho de Arquitetura divulga carta aberta em defesa aos direitos das mulheres. Plural, 8 bre o texto, e verifique se há
mar. 2022. Disponível em: https://www.plural.jor.br/colunas/cau/conselho-de-arquitetura-divulga-carta-aberta-em dúvida s em relação a eles.
-defesa-aos-direitos-das-mulheres/. Acesso em: 19 mar. 2022. Oriente os estudantes a realizar
a. De acordo com a referência, em que veículo essa carta foi publicada? Resposta: No jornal Plural. as atividades individualmente e
esclareça as dúvidas que surgi-
b. Essa carta não foi enviada aos destinatários de forma convencional, isto é, dentro de um rem durante a resolução delas.
envelope lacrado, via Correios. O que pode explicar a publicação dessa carta em um site? Lembre-se de verificar se eles
Resposta: O alcance maior que o site pode ter, chegando a um grande número de pessoas.
c. Quando esse texto foi publicado? estão conseguindo realizá-las e
Resposta: No dia 8 de março de 2022, dia em que é comemorado o Dia Internacional da Mulher. ajude-os se necessário.
d. Por que essas informações são importantes na carta aberta?
Resposta: Elas são importantes para contextualizar o texto, informando o leitor sobre o local e a data da carta. Além disso,
a data reforça o assunto da carta, que tem a ver com as lutas, as conquistas e as celebrações relacionadas ao Dia
• A atividade 1 da subseção Es-
261 crevendo sobre o texto tem por
Internacional da Mulher.
objetivo explorar o contexto de
produção da carta aberta, prin-
cipalmente quem escreve e pa-
:42:33
retome trechos do texto de modo que identifiquem as indicado na referência no final do texto. Explique aos es-
10/08/2022 11:06:36
ra quem escreve. Para compre-
formas verbais e os pronomes que apontam o tom de tudantes que a carta aberta costuma ser publicada em ender esses elementos, leve os
coletividade do texto. veículos que podem atingir grande alcance, como jor- estudantes a refletir sobre o
• Na atividade 3, explique aos estudantes que eles de- nais, revistas, sites e até mesmo redes sociais. Aponte
também que esse gênero textual costuma tratar de as-
assunto e o objetivo da escrita
do texto.
vem voltar ao texto, a fim de encontrar a informação
solicitada. suntos atuais, de modo que saber a data em que ela foi
escrita ajuda a contextualizar e interpretar suas infor-
• No item a da atividade 2, ana-
• Para realizar a atividade 4, se julgar necessário, acesse
mações.
lise com os estudantes o efeito
de sentido produzido pelo em-
com os estudantes o site em que a carta foi publicada,
prego da primeira pessoa do
plural na construção da carta
aberta. No item b, se necessário,

261

10/08/2022 12:21:31
• Antes de realizar a atividade 5. Releia o trecho a seguir.
5, é importante levar os estu-
dantes a perceber que, embora O diagnóstico revelou, também, que as mulheres arquitetas ganham em média 30%
a carta aberta seja um gênero
a menos na comparação com os homens. Além deste, temos muitos outros desafios a
predominantemente argumen-
tativo, há sequências expositi- serem vencidos, como por exemplo a dificuldade de conciliar trabalho com a atuação
vas ao apresentar a exemplifi- como mãe.
cação e os dados estatísticos,
por exemplo. Para isso, expli- a. Qual dado estatístico foi citado no trecho?
que-lhes que esses recursos Resposta: O fato de que as mulheres ganham 30% a menos em relação aos homens.
b. Que efeito esse dado pode causar nas destinatárias da carta?
utilizados servem para compro- Resposta: Trata-se de um argumento que pode sensibilizar as destinatárias a aderirem à causa.
var as situações e provocar a c. Explique por que a apresentação de dados estatísticos pode ser considerado um recurso de
reflexão do leitor a partir da argumentação. Resposta: Porque os dados estatísticos servem para comprovar situações reais, convencendo o leitor
a respeito do que está sendo discutido no texto.
identificação com o exemplo d. Nesse trecho, também foi usada como recurso argumentativo uma exemplificação. Aponte-a.
mencionado, a fim de conven- Resposta: “A dificuldade de conciliar trabalho com a atuação como mãe.”
cê-lo a respeito do que está e. Sobre a exemplificação usada nesse trecho, analise as informações a seguir e copie a que
sendo discutido no texto. estiver correta. Resposta: B.
• Para realizar a atividade 6, A. Trata-se de uma estratégia fraca, pois a maioria das mulheres que trabalha não tem o
oriente os estudantes a retomar desejo de ser mãe.
a leitura do texto, a fim de en-
contrar as soluções propostas B. Trata-se de uma estratégia eficiente, pois é uma dificuldade com a qual as destinatárias
pela escritora. Após a resolução da carta se identificam por serem mulheres.
da atividade, questione-os so-
C. Trata-se de uma estratégia para convencer também os homens que desejam ver suas
bre o motivo de as propostas
terem sido apresentadas em
mulheres exercendo uma atividade profissional além da maternidade.
forma de tópicos e auxilie-os a 6. Após contextualizar o assunto e expor os argumentos, foi apresentada uma proposta de so-
identificar que essa estrutura lução para o problema. 6. a. Resposta: A remetente pontua
tem o objetivo de facilitar a alguns aspectos que devem ser
identificação delas. a. Quais são as formas de ação propostas para resolver a situação? debatidos, como: incentivo e
facilitação de candidaturas femininas, qualificação profissional continuada, igualdade do piso mínimo salarial,
• Nas atividades 7 e 8, os estu- b. De que forma a autora da carta estruturou a proposta para o problema? implementação de
Resposta: Em forma de tópicos. políticas de valorização
dantes são levados a reconhecer 7. A remetente conclui a carta aberta com uma citação. das mulheres etc.
a forma como a carta é concluída.
Para facilitar na resolução dessas a. De quem é essa citação? Resposta: Da escritora e ativista estadunidense Angela Davis.
questões, oriente-os a identificar b. O que essa citação confere ao texto? Possível resposta: Confere maior credibilidade ao texto, pois se trata de
os parágrafos que concluem a um nome importante na luta pelas causas feministas, além de torná-lo mais dinâmico, rico e interessante.
carta, a fim de analisar as infor- 8. No final da carta, temos, respectivamente, a despedida e a assinatura da carta aberta. Releia
mações dispostas neles. o trecho que corresponde a essas partes.

Por uma sociedade mais justa, com equidade nas diversas profissões!
Thais Marzurkiewicz – Presidente em exercício do CAU/PR.

a. Qual dos itens a seguir configura o formato pelo qual a autora optou para estruturar a des-
pedida da carta? Copie-o. Resposta: A.
A. Votos, desejo.
B. Pedido, solicitação.
C. Agradecimento.
D. Apelo, convocação.
b. De que é composta a assinatura dessa carta? Resposta: Do nome e do cargo da autora da carta.

262

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262

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Explorando a linguagem • Na atividade 1 da subseção
Explorando a linguagem, insti-
1. O registro linguístico empregado nessa carta é formal ou informal? Justifique sua resposta com gue os estudantes a identificar o
registro empregado no texto e a
base em trechos do texto. Confira a resposta da questão nas orientações ao professor.
realizar uma reflexão sobre sua
2. Releia o trecho a seguir e responda às questões. adequação ao público-alvo e ao
Desde sua criação, o CAU/PR já teve 27 mulheres exercendo o cargo de conselheira. propósito do jornal.
Destas, uma presidente na gestão anterior; e, na atual gestão, sete conselheiras titula- • Na atividade 2, faça a leitura
do trecho retirado da car ta
res e sete conselheiras suplentes, dentre elas a vice-presidente. O número de mulheres
aberta em voz alta para os estu-
que participam do conselho vem aumentando gradualmente a cada eleição, mas pre- dantes. Em seguida, disponibili-
cisamos incrementá-lo ainda mais. ze um tempo para eles resolve-
rem individualmente a ativida-
a. Copie o nome da classe gramatical à qual pertence a palavra destas, no início do segundo de. Ao final, faça a correção co-
período desse parágrafo. Resposta: D. letiva da atividade.
A. Substantivo. B. Adjetivo. C. Advérbio. D. Pronome. • Nas atividades da subseção
Resposta: Essa palavra faz referência ao
Discutindo ideias, construindo
b. A que termo a palavra destas faz referência nesse trecho? termo 27 mulheres. valores, proponha uma análise
c. No final desse trecho, foi empregada a conjunção mas. Que finalidade tem essa conjunção documental de materiais (escri-
nesse contexto? Analise as informações a seguir e copie a que for correta. Resposta: A. tos, orais, imagéticos, audiovi-
suais etc.) utilizando os recursos
A. Colocar duas ideias em oposição: o fato de o número de mulheres no conselho estar disponíveis na escola, como bi-
crescendo e o fato de esse número precisar ser incrementado. blioteca e laboratório de infor-
B. Concluir uma ideia mencionada anteriormente: o número de mulheres no conselho ser mática , para os estudantes
insignificante e precisar ganhar expressividade. constatarem a diferença salarial
conforme os gêneros. Durante a
C. Apresentar o momento em que uma ação deve acontecer: as mulheres começarem a discussão, oriente-os a se posi-
participar mais ativamente do conselho quando esse número aumentar. cionar sobre as informações
d. Qual das palavras a seguir poderia substituir essa conjunção sem afetar o sentido do perí- constatadas na pesquisa, res-
odo? Copie-a. Resposta: C. peitando as ideias contrárias e
os turnos de fala.
A. Pois. B. Porque. C. Entretanto. D. Para.
• Nas atividades 1 e 2, leve os
estudantes a compreender que
A carta aberta tem por objetivo apresentar um problema socialmente relevante de modo
essa distinção ocorre em diver-
a alertar e conscientizar o destinatário. Para isso, são empregados argumentos para conven- sas áreas por causa da configu-
cê-lo. Na carta aberta, há um remetente que, além de exigir uma tomada de decisão do des- ração da sociedade tradicional-
tinatário, apresenta geralmente uma proposta para a solução do problema. mente machista e patriarcal em
1. Possível resposta: É possível identificar essa que vivemos, na qual as mulhe-
Discutindo ideias, construindo valores distinção salarial também em outras áreas do res são consideradas responsá-
mercado de trabalho, por exemplo, no setor
empresarial, administrativo etc.
veis exclusivamente pelos cui-
1. Segundo o texto, as arquitetas ganham em média 30% a menos do que os arquitetos. Em sua dados domésticos.
opinião, isso ocorre apenas com relação à arquitetura ou também em outras áreas do merca- • Disponibilize um tempo para
do de trabalho? Justifique sua resposta. que, com base nos dados pes-
quisados, na carta aberta lida e
2. Existe uma distinção entre homens e mulheres no mercado de trabalho. Em sua opinião, por
em suas vivências, os estudan-
que isso acontece? Resposta pessoal.
tes reflitam, individualmente,
3. Qual é a importância de reivindicar direitos de igualdade salarial e políticas que valorizem as sobre as questões 3 e 4. Orien-
mulheres? te-os a registrar seus argumen-
Possível resposta: É importante para promover a igualdade de gênero e construir uma sociedade mais justa e igualitária.
tos no caderno. Em seguida, or-
4. Em sua opinião, quais medidas poderiam ser adotadas para que todos tenham direitos iguais
ganize-os em duplas para con-
em nossa sociedade? Resposta pessoal.
frontar seus argumentos. De-
263 pois, oriente-os a apresentar
seus argumentos para toda a
turma.

:12:26
como ideia central, suporte, público-alvo e estrutura. Respostas 02/08/2022 16:12:26 Sugestão de atividade
• Pergunte aos estudantes qual é o assunto do texto.
1. Resposta: Formal, pois segue as prescrições da nor- • Para que os estudantes apri-
• Questione os estudantes a respeito do que caracteriza ma-padrão, o que pode ser evidenciado por meio das morem os conhecimentos a res-
esse texto como uma carta aberta e de que forma os ar- peito da estrutura e das princi-
concordâncias nominal e verbal, da pontuação e da
gumentos são apresentados nele. pais características do gênero
acentuação das palavras, como no trecho: “Queremos
• Oriente-os a verificar o público-alvo a que o texto se nos manifestar defendendo uma maior e mais efetiva textual trabalhado nesta seção,
direciona e o veículo em que foi publicado. participação das mulheres nos Conselhos de Arquitetu- apresente-lhes outras cartas
ra e Urbanismo e em outros órgãos da sociedade orga- abertas que abordem a desigual-
nizada, assim como no processo político eleitoral de dade de gênero. Oriente-os a ler
2022 e na vida política nacional.”. o texto e a identificar elementos

263

09/08/2022 13:40:04
Objetivos

• Diferenciar diversos pares de A língua em estudo


expressões que costumam cau-
sar dúvidas no dia a dia. Palavras e expressões que causam dúvidas (parte 2)
• Identificar o emprego e os 1. Releia um trecho da carta aberta apresentada na seção Leitura.
efeitos de sentido dessas ex-
pressões, comparando-as de Queremos nos manifestar defendendo uma maior e mais efetiva participação das mu-
modo a empregá-las correta-
lheres nos Conselhos de Arquitetura e Urbanismo e em outros órgãos da sociedade
mente.
organizada, assim como no processo político eleitoral de 2022 e na vida política nacional.
BNCC a. Nesse trecho, a palavra em destaque está se referindo a qual palavra? Resposta: À palavra efetiva.
• Os estudantes analisarão al- b. Qual é a classe gramatical da palavra que responde à questão anterior? Resposta: Adjetivo.
gumas palavras e expressões
que causam dúvida quanto ao
c. Que efeito o acréscimo da palavra mais garantiu a essa palavra? Copie a informação correta.
Resposta: B.
emprego, verificando as regras A. Sugere uma ideia de quantidade.
que determinam seu uso, de-
senvolvendo, assim, a habilida- B. Intensifica uma característica.
de EF69LP56. C. Expressa contrariedade, oposição.
Orientações d. Diante disso, a palavra mais pode ser classificada como um substantivo, adjetivo ou advér-
• Nesta seção, serão explora- bio? Explique sua resposta. Resposta: Advérbio, pois se refere a um adjetivo, intensificando-o.
das algumas palavras e expres- 2. Agora, releia o trecho a seguir.
sões com pronúncias parecidas,
mas significados e grafias dife- Desde sua criação, o CAU/PR já teve 27 mulheres exercendo o cargo de conselheira.
rentes. Destas, uma presidente na gestão anterior; e, na atual gestão, sete conselheiras titulares

• Para resolver esses proble- e sete conselheiras suplentes, dentre elas a vice-presidente. O número de mulheres
mas, é necessário conhecer al- que participam do conselho vem aumentando gradualmente a cada eleição, mas pre-
gumas regras e desenvolver cisamos incrementá-lo ainda mais.
constantemente a prática de
leitura e escrita, a fim de criar a. A palavra destacada está se referindo a um termo especificamente ou conectando duas
habilidades para relacionar es- orações? Resposta: A palavra destacada está conectando duas orações.
ses usos a seus significados. b. A que classe gramatical essa palavra pertence? Explique sua resposta.
• Na atividade 1, explique aos es- A. Advérbio. B. Conjunção. C. Substantivo.
tudantes que o advérbio mais foi Resposta: B, pois uma das funções das conjunções é ligar orações.
empregado para atribuir intensi- c. A palavra mas foi utilizada com o mesmo sentido que a palavra mais empregada na ques-
dade à palavra a que se refere. tão 1? Explique sua resposta. Resposta: Não, a palavra mas foi utilizada para introduzir uma oração que
expressa uma ideia contrária ao que foi dito anteriormente; já a palavra
• Na atividade 2, explique aos mais, com a função de intensificar um adjetivo.
estudantes que a conjunção A palavra mas é uma conjunção que liga orações e indica diversos sentidos, como oposição
mas foi utilizada para ligar duas
de ideias, contrariedade. Nesse caso, ela equivale a porém, contudo, todavia e entretanto.
orações, introduzindo uma ideia
Analise um exemplo.
contrária à apresentada na pri-
meira oração. Os jogadores se empenharam, mas não venceram o campeonato.
• Após a leitura do boxe que A palavra mais pode ser um advérbio e atribuir intensidade à palavra a que se refere. Essa
palavra também pode funcionar como um pronome que indica maior quantidade. Confira os
explica a diferença entre mas e
mais, escreva na lousa os exem- exemplos.
plos a seguir para ajudar na re- Talita estava mais feliz hoje do que normalmente.
flexão sobre essas palavras.
Mais pessoas estão se interessando pelo desenvolvimento da ciência.
› As pessoas desejam grandes
conquistas, mas não correm
atrás dos sonhos. 264
mas = conjunção (indicando
contrariedade)
› Lauro é mais esperto do que
os colegas imaginam. 02/08/2022 16:12:26

mais = advérbio (indicando in-


tensidade)

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O emprego de palavras e expressões que causam dúvidas • Antes de apresentar as infor-
mações desta página, questione
Além das palavras mas e mais, semelhantes na escrita e na pronúncia, há outras palavras e ex- os estudantes a respeito do que
pressões em nossa língua que também causam dúvidas devido à semelhança. Confira algumas a seguir. sabem dessas palavras ou ex-
pressões, em que contexto elas
Afim / a fim de costumam ser empregadas e
Emprega-se afim para indicar algo semelhante, igual, parecido ou que apresenta afinidade. quais são as diferenças entre elas.
Já a expressão a fim de pode indicar finalidade ou vontade, interesse. Confira os exemplos. • Se julgar conveniente, solicite
aos estudantes que exponham
Eles não discutem pois têm opiniões afins. Ele tem uma profissão afim com a minha. outros exemplos com base no
que foi apresentado, instigan-
semelhantes que apresenta afinidade do-os a refletir sobre o assunto.
Leo está a fim de ir ao cinema. Estou a fim de evitar problemas. • Na sequência, converse com
os estudantes sobre o fato de a
com vontade finalidade expressão ao invés de ser usada
frequentemente com o signifi-
Senão / se não cado de em vez de/lugar de,
A palavra senão equivale às expressões com ideias contrárias, como caso contrário, do contrário, sem alteração de sentido, sendo
de outro modo, ou às palavras que indiquem exclusão, como exceto, salvo. um fato linguístico consagrado
pelo uso, embora inadequado a
A sequência se não indica uma condição (se) seguida de negação (não) e equivale a caso não. determinados contex tos em
Guarde o celular, senão terá problemas. Quem, senão sua mãe, pode te ajudar? que se exige o uso da norma-
-padrão. Na oposição entre on-
ideia contrária
de e aonde, a situação se repete:
exclusão
aonde é empregado indistinta-
Se não tiver o leitor eletrônico, a leitura poderá ser feita pelo computador. mente no lugar de onde, e vice-
-versa. Em relação às expres-
condição seguida de negação sões afim/a fim de, explique-
-lhes que a primeira deve ser
Onde / aonde
utilizada para indicar algo se-
A palavra onde pode ser substituída pelas expressões por que lugar ou por qual lugar e é usa- melhante e a segunda, para ex-
da com qualquer verbo que não exija preposição ou que não exija a preposição a. pressar finalidade. A respeito de
senão e se não, a palavra senão
Já a palavra aonde pode ser substituída pelas expressões para que lugar ou para qual lugar,
expressa ideias contrárias, en-
além disso ela só é usada com verbos que exigem a preposição a. quanto a expressão se não indi-
Onde você mora? A cidade de onde ele veio já não existe mais. ca uma condição. Comente com
os estudantes que, apesar de as
não exige preposição neste caso exige, neste caso, a preposição de expressões serem facilmente
confundidas e utilizadas com o
Você sabe aonde Roberta foi ontem à noite? mesmo sentido na linguagem
coloquial, é importante conhe-
exige a preposição a cer e diferenciá-las para conse-
Em vez de / ao invés de guir transitar entre as diferen-
tes situações de uso da língua.
A expressão em vez de pode ser empregada para relacionar termos contrários ou para dar a
ideia de em lugar de.
Já a expressão ao invés de é utilizada em frases que indicam oposição.
Em vez de mandar um e-mail, telefone. Ao invés de falar, fique quieto.

em lugar de oposição

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:12:26 02/08/2022 16:12:26

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• Para exercitar e verificar a
compreensão do conteúdo com Praticando
os estudantes, proponha a eles
a resolução das atividades da 1. O trecho a seguir faz parte do conto “Ai, que delícia de robô!”, do escritor Pedro Bandeira.
subseção Praticando. É impor- Confira, como o personagem principal, Walter, é descrito.
tante mostrar a diferença de
sentido existente em cada um [...]
dos trechos e comparar, dentro
do contexto apresentado, a di- O discurso estava registrado à sua frente no processador de textos. Macedo ligou o
ferença entre cada par de pala- processador ao robô, teclou uma ordem, e o texto foi enviado para a central protoneu-
vras que apresentam seme- rônica de Walter, o mais perfeito “computador” de toda a Universidade de São Paulo.
lhanças na pronúncia.
Walter conferiria as informações sobre si mesmo.
• Na atividade 1, solicite aos es- Não fosse pelo olho único na testa de Walter, a célula fotossensível que podia girar
tudantes que leiam o texto si-
lenciosamente a fim de refletir para todos os lados, o robozinho teria uma forma quase humana. Um proto-hominí-
sobre as características dele. Na deo pequeno, um homenzinho em miniatura, já que o corpo de Walter, externamente
sequência, no item a, discuta coberto por uma liga plástica aluminizada levíssima, não teria mais de sessenta cen-
com eles sobre o personagem tímetros de altura. Um prodígio como aquele, e era pouco maior do que um bebê
Walter e pergunte a eles o que
recém-nascido!
mais lhes chamou a atenção no
texto. No item b, explore os “Só falta mesmo falar...”, pensou o doutor Macedo, orgulhoso de sua própria criação.
efeitos de sentido das palavras Na verdade a “garganta” de Walter estava aparelhada com fibras vibráteis muito
destacadas, de modo a compa-
sensíveis, capazes de produzir perfeitamente qualquer som. Mas Macedo ainda não
rar os significados, levando em
consideração o contexto em havia programado Walter para falar, assim como não havia programado uma porção
que elas foram empregadas. de funções que a central protoneurônica de Walter seria capaz de desempenhar. Como
• Na atividade 2, oriente os es- qualquer humano, Walter estava equipado com dois braços que podiam mover-se ágeis
tudantes a ler as orações e com- e rápidos, sem qualquer ruído, e duas pernas, que poderiam levá-lo para qualquer parte
parar os significados das pala- e seriam capazes até de subir escadas. Mas Walter ainda não mexia os braços nem an-
vras em destaque, consideran- dava, pois essas habilidades ainda não tinham sido programadas em seu cérebro
do o contexto no qual foram
protoneurônico. Depois da apresentação do seu robô, haveria tempo de sobra para progra-
empregadas. Explique-lhes que
elas foram utilizadas para opor má-lo para falar, para mexer os braços, para andar, para jogar xadrez, para jogar peteca,
informações expressas ante- para o que o doutor Macedo quisesse. O cérebro de Walter era capaz de quase tudo.
riormente no texto. [...]
BANDEIRA, Pedro. Ai, que delícia de robô! In: MAGGIO, Elisabeth et al. Sete faces da ficção científica.
Ilustrações: Alberto Naddeo. 5. ed. São Paulo: Moderna, 1992. p. 13-14. (Veredas).

Agora, responda às seguintes questões.


a. Por que Walter era impressionante?
Possível resposta: Porque era prodigioso, tinha diversas características humanas e era pequeno.
b. A palavra mais foi empregada em dois momentos no texto. Considere essa informação
para responder aos itens a seguir. Resposta: Na primeira ocorrência, quando é
mencionado que Walter era o mais perfeito,
• Qual delas enfatiza uma característica do personagem? sugerindo que ele demonstra uma
característica num grau superior à de todos os outros, o mais enfatiza a característica do personagem.
• Qual indica a quantidade de algo?
Resposta: Na segunda ocorrência, quando é citado o tamanho de algo, o mais indica quantidade.
2. Releia os seguintes trechos do texto:
A. Mas Macedo ainda não havia programado Walter para falar [...].
B. Mas Walter ainda não mexia os braços nem andava [...].
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Analise o emprego da palavra mas no início de cada um desses trechos e responda às questões • Na atividade 3, é importante
a seguir. Resposta: As orações foram iniciadas explorar os significados da ex-
com essa expressão a fim de destacar pressão a fim de e da palavra
a. Por que essas orações foram iniciadas com a palavra mas? que mesmo Walter sendo bastante
afins no contexto em que foram
desenvolvido, ainda havia coisas que precisavam ser aprimoradas e desenvolvidas.
b. Dos itens a seguir, copie o que contém o sentido que esse termo expressa. empregadas. Destaque a grafia
Resposta: A. delas, evidenciando suas parti-
A. Oposição. B. Intensidade. C. Acréscimo. cularidades de sentido em cada
3. Leia a seguir o título de uma notícia e o título de uma reportagem, respectivamente. Em se- um desses títulos.
guida, responda às questões. • Na atividade 4, após interpre-
tar com os estudantes os tre-
A. B. chos de canção apresentados,
Séries antigas voltam Temperar e curar: alho, alecrim e discuta com eles de que forma
as palavras destacadas contri-
repaginadas a fim de afins não dão só sabor à comida,
buem para a exposição das
conquistar novos e velhos fãs reforçam também a saúde ideias.
Disponível em: https://oglobo.globo.com/cultura/ Disponível em: https://www.hojeemdia.com.br/
revista-da-tv/series-antigas-voltam-repaginadas- temperar-e-curar-alho-alecrim-e-afins-n-o-d-o-so-
fim-de-conquistar-novos-velhos-fas-23095192. sabor-a-comida-reforcam-tambem-a-saude-1.645051.
Acesso em: 14 abr. 2022. Acesso em: 14 abr. 2022.

a. A que área do conhecimento está relacionado cada um desses títulos?


Resposta: O título A está relacionado ao entretenimento; o B, à saúde e à gastronomia.
b. No título A, a expressão a fim de foi utilizada com que objetivo? Resposta: A expressão foi utilizada
para indicar a finalidade com que as séries antigas voltaram repaginadas: conquistar novos e velhos fãs.
c. Analise as expressões a seguir e copie a que poderia substituir a palavra afins, empregada
no título B, sem alteração de sentido. Resposta: B.
A. Outros pratos. B. Alimentos semelhantes. C. Novas receitas.
d. De que forma as expressões a fim de e afins contribuem para criar o sentido pretendido
Resposta: No título A, a expressão a fim de indica a finalidade da volta das séries
em cada um desses títulos? antigas. Já no B, afins indica que existem outros alimentos, provavelmente naturais,
como o alho e o alecrim, que também têm a mesma função dos citados anteriormente.
4. Leia os trechos de letras de canção a seguir. Depois, responda às questões.
A. B.

[...] [...]
Meu destino não é de ninguém Mas pra fazer um samba com beleza
E eu não deixo os meus passos no chão É preciso um bocado de tristeza

Ilustrações: Sergio Lima/


Se você não entende não vê É preciso um bocado de tristeza

Arquivo da editora
Se não me vê, não entende Senão, não se faz um samba não
[...] [...]

ZAMBIANCHI, Kiko. Primeiros erros. Intérprete: MORAES, Vinicius de; POWELL, Baden. Samba da bênção.
Capital Inicial. In: Acústico MTV. São Paulo: Intérprete: Vinicius de Moraes. In: Vinicius & Odette Lara.
Abril Music/BMG, 2000. Faixa 8. Rio de Janeiro: Elenco, 1963. Faixa 11.

a. No trecho A, é possível perceber que o eu lírico está dialogando com alguém. O que se
conclui com base nesse diálogo?
Resposta: Conclui-se que há uma discussão e falta de entendimento entre as pessoas envolvidas nesse diálogo.
b. O que a expressão se não indica nesse trecho?
Resposta: Indica uma condição expressa por se seguida de uma negação.
c. Qual é o assunto tratado pelo eu lírico no trecho B?
Resposta: Ele explica como se faz samba.
d. A palavra senão, no trecho B, indica uma contradição. Explique essa contradição.
Resposta: A contradição sugere que, se o samba, mesmo sendo belo, não tiver tristeza, ele não é um samba.
e. Qual é a diferença de sentido entre se não e senão?
Resposta: Se não indica uma condição para que algo ocorra. Já a palavra senão foi utilizada com o sentido de
contradição entre as ideias.
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:12:26 02/08/2022 16:12:26

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• Na atividade 5, caso seja pos- 5. A seguir, você vai ler um trecho de uma das diversas histórias do livro Noites iluminadas,
sível, apresente o restante do criadas para ser contadas às crianças à noite, antes de dormir.
texto a fim de que os estudan-
tes possam conhecer a continu-
ação da história e analisar o que Feche os olhos e tente imaginar de onde vêm os
se fala sobre o sonho. Em segui- sonhos. Será que eles simplesmente entram na
da, oriente-os a retomar a leitu- sua cabeça, ou alguém os coloca ali quando você
ra do trecho retirado do livro está dormindo? Vamos ver se consegue descobrir!
Noites iluminadas e analisar o Apanhe a lanterna mágica e ande pelo Caminho

Rogério Casagrande/Arquivo da editora


emprego das palavras onde e Encantado. Aonde ele levará você nesta noite?
aonde, a fim de compreender
seu uso e substituí-las sem al- [...]
terar o sentido do texto. DUNBAR, Joyce; PETTY, Kate; SOMERVILLE, Louisa. Os fazedores de
• Ao realizar o item a da ativi- sonhos. In: DUNBAR, Joyce; PETTY, Kate; SOMERVILLE, Louisa. Noites
iluminadas: histórias para ler na hora de dormir que estimulam a
dade 6, retome com os estu- calma, a confiança e a criatividade em seu filho. Tradução: Ana
dantes o conteúdo de formação Carolina Mesquita. São Paulo: Publifolha, 2004. p. 39.
de palavras e leve-os a perceber
que se trata de uma palavra de- Agora responda às questões a seguir.
rivada por prefixação (agro + a. Em sua opinião, o que são os sonhos e como eles surgem?
ecologia). Com base nisso, ava- Resposta pessoal.
lie se chegaram à conclusão de b. Você acha que esse texto, produzido para divertir o público infantil, tem a intenção de dar
que se trata da agricultura que uma explicação científica sobre os sonhos? Explique.
preserva áreas ambientais. Co- c. No início do texto, a palavra onde pode ser trocada por uma expressão, mantendo-se o
mente com eles que o conceito mesmo sentido. Reescreva a frase substituindo essa palavra por uma expressão de igual
de agroecologia está relaciona-
valor. Resposta: Feche os olhos e tente imaginar de que lugar vêm os sonhos.
do a uma forma de agricultura
socialmente justa, economica- d. Releia o final do trecho. Reescreva a frase substituindo a palavra aonde por uma expressão
mente viável e ecologicamente que não altere o sentido do texto. Resposta: Para que lugar ele levará você nesta noite?
sustentável. Ela consiste em
e. Compare o uso das expressões de onde e aonde e justifique o emprego delas.
uma nova forma de relaciona- Resposta: A expressão de onde foi usada em uma frase com verbo de movimento que não exige a preposição a e pode
mento com a natureza, que visa 6. Leia a seguir o trecho de uma reportagem. ser substituída por por que lugar ou por qual lugar. A palavra
proteger o meio ambiente como aonde foi usada em uma frase com verbo de movimento que exige
um todo. Como fazer Agroecologia? a preposição a e pode ser substituída
por para que lugar ou para qual lugar.

• No item b, utilizando a estra- [...]


tégia One-minute paper, solicite Trabalha-se a conservação do solo ao invés de destruí-lo com arações e gradagens
aos estudantes que escrevam, sucessivas. Em vez de se eliminar os inços, aprende-se a trabalhar a parceria entre as
em uma tira de papel, em apenas
ervas e as culturas, entre as criações e as lavouras.
1 minuto, suas hipóteses sobre o
assunto que será discutido ao COMO fazer Agroecologia? Ambientebrasil. Disponível em:
https://ambientes.ambientebrasil.com.br/agropecuario/agroecologia/como_fazer_agroecologia.html.
longo da reportagem. Em segui- Acesso em: 14 abr. 2022.
da, recolha as tiras de papel, or- 5. b. Possível resposta: Não, pois textos produzidos para divertir o público infantil procuram
Inços: ervas daninhas. desenvolver a criatividade e a imaginação das crianças, não dar respostas científicas, que são
ganize-os em uma roda e faça a
complexas, a determinadas questões.
leitura em voz alta de cada uma,
a. O título da reportagem trata sobre agroecologia. Troque ideias com os colegas e responda:
questionando os demais estu-
O que essa palavra significa? Resposta esperada: Agricultura que preserva áreas ambientais.
dantes se concordam ou não
com a hipótese do colega, sem b. Com base na pergunta apresentada no título, o que se imagina que será discutido ao
identificá-lo. Instigue-os a expor longo do texto? Possível resposta: A reportagem deverá responder à pergunta proposta,
apresentando formas de fazer a agroecologia.
suas opiniões, confrontando in-
c. No parágrafo lido, foram empregadas as expressões ao invés de e em vez de. Explique o
formações e argumentos.
emprego dessas expressões. Resposta: Ao invés de indica ao contrário de, ou seja, preserva-se o solo ao contrário
• Disponibilize um tempo para de destruí-lo. Em vez de indica em lugar de, mostrando possibilidades de desenvolver a agroecologia com parceria entre as
d. A expressão ao invés de pode ser substituída por em vez de? Por quê? ervas e a cultura.
que os estudantes realizem os
Resposta: Sim, pois em uma oração, que indica ação contrária, a expressão em vez de pode ser usada no
itens c e d dessa atividade 6 e,
em seguida, faça uma correção
268 lugar de ao invés de. No entanto, o contrário só é possível caso esteja marcado algum tipo de oposição.

coletiva. Para isso, convide vo-


luntários para resolver esses
itens na lousa. No item c, permi-
02/08/2022 16:09:08
ta a eles que exponham suas
opiniões e argumentos sobre o
emprego das expressões ao in-
vés de e em vez de. No item d,
ao substituir as expressões,
oriente os demais estudantes a
verificar se o sentido do texto se
manteve.

268

09/08/2022 13:40:05
Objetivos
Outra leitura • Ler outra carta aberta e iden-
tificar as características e a fun-
Nesta seção, você vai ler mais uma carta aberta. Sabendo que se trata de uma carta sobre o ção sociocomunicativa desse
planejamento de orçamento para a administração pública de uma cidade, o que você imagina que gênero.
será abordado nela: uma reivindicação, uma aprovação ou uma convocação? Leia-a para descobrir. • Ana lis a r a s in f or maçõe s
apresentadas na carta aberta.
Carta aberta sobre propostas à LDO 2021 – Movimento Nossa BH
BNCC
Aos vereadores e às vereadoras integrantes da Comissão de Orçamento e Finanças
Públicas da Câmara Municipal de Belo Horizonte e aos belorizontinos e às belorizontinas, • A discussão promovida nesta
seção favorece o estudo do tema
O Movimento Nossa BH tem, ao longo dos últimos anos, acompanhado e incidido no
contemporâneo transversal Edu-
orçamento público municipal, compreendendo que ele é um instrumento de suma cação para o trânsito, uma vez
importância para a realização de políticas públicas em Belo Horizonte. O ano em que que a carta aberta aborda ques-
nos encontramos coloca desafios ainda mais difíceis no que diz respeito ao planeja- tões que envolvem o transporte
mento orçamentário, porque temos de enfrentar a crise sanitária advinda do público e a mobilidade urbana.
coronavírus e, não sem menor urgência, os impactos que a crise climática já tem • A leitura da carta aberta, além
sobre a nossa cidade. Não podemos nos esquecer da força com que as chuvas ataca- de fazer os estudantes reconhe-
ram Belo Horizonte neste ano: os eventos climáticos extremos, resultado das mudanças cerem o texto como lugar de
climáticas, já estão acontecendo. manifestação e negociação de
ideologias, propiciará a eles a re-
A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) começou a ser debatida pelos vereadores e flexão e discussão sobre a crise
vereadoras de BH. Ela organiza as prioridades – ou as diretrizes – do que será gasto sanitária advinda do coronavírus
nas políticas da cidade no ano que vem. Em 2020, define-se o que será gasto em 2021. e os impactos causados pela cri-
Nada melhor do que já começarmos a debater, para 2021, quais serão as ações que te- se climática no município de Be-
mos a tomar para tentar diminuir os impactos de ambas as crises – sanitária e lo Horizonte, desenvolvendo as
competências específicas de
climática – em nosso espaço urbano. Com foco na mobilidade urbana e na gestão sus-
Língua Portuguesa 6 e 7.
tentável das cidades, o movimento Nossa BH fez 8 sugestões de prioridades para os
gastos orçamentários da cidade no ano que vem, que esperamos que sejam acolhidas • Os questionamentos apre-
sentados na seção orientam os
pelos vereadores e vereadoras. estudantes a analisar a forma
Em linhas gerais, a pandemia do coronavírus coloca em questão as formas de loco- composicional do gênero, bem
moção das pessoas pelas cidades. Quem não pode se isolar, se vê sob difíceis decisões como suas marcas linguísticas,
sobre como chegar a seus destinos. Há o risco de se valer do serviço de transporte levando-os a desenvolver a ha-
bilidade EF69LP27.
público que se precarizou ainda mais, mas que ainda é a única possibilidade de deslo-
camento de parcela significativa da população – frisa-se, população periférica e pobre. • Por meio dos questionamen-
tos propostos, os estudantes
A alternativa da bicicleta, bem mais segura em termos de risco de contaminação, en-
são levados a identificar o re-
frenta uma histórica falta de investimentos em infraestrutura cicloviária. Quem pode, metente, o destinatário, o pro-
sai de carro e moto e sabemos que essa solução não resolve nem a locomoção das pes- blema apresentado, os argu-
soas mais pobres, nem a outra crise que precisamos enfrentar: a crise climática. mentos usados e a reivindicação
O enfrentamento da pandemia não pode nem acirrar desigualdades já existentes, proposta, desenvolvendo a ha-
bilidade EF89LP19.
nem promover uma cidade que aprofunde os impactos das mudanças climáticas. Se a
pandemia do coronavírus coloca a vida como centro da questão, a crise climática co- • Por meio da análise da carta
aberta, são verificadas as pro-
loca a possibilidade da vida porvir em jogo também. As medidas propostas pelo Nossa
postas apresentadas e a finali-
BH tentam efetivar essa visão em alguns instrumentos concretos, que não são os úni- dade com a qual o texto foi pro-
cos que são necessários, mas colocam algumas prioridades de respostas urgentes. duzido. Dessa forma, os estu-
dantes desenvolvem a habilida-
269 de EF89LP20.
• A habilidade EF89LP23 é de-
senvolvida por meio da identifi-
cação e análise dos argumentos
:09:08 • Os estudantes desenvolvem a habilidade EF69LP28 • Peça a alguns voluntários que realizem a leitura da
02/08/2022 16:09:08 apresentados no texto e da for-
ao analisar e identificar os julgamentos de valor explíci- carta em voz alta para a turma e faça as pausas necessá- ma como eles colaboram para a
tos no texto. rias para promover discussões pertinentes e que ajudem construção do sentido de per-
na compreensão do texto. Avalie cada estudante, verifi- suasão.
Orientações cando se leem com velocidade (se reconhecem as pala-
• Solicite a um estudante que leia o título e incentive os vras rapidamente), prosódia (se leem com a entonação • Ao utilizar as pistas linguísti-
cas para compreender a hierar-
demais a expor suas hipóteses sobre as reivindicações adequada) e precisão (se decodificam as palavras corre-
quia das propostas de ações
que poderão aparecer no texto. Permita aos estudantes tamente).
apresentadas na carta aberta,
que levantem suas hipóteses a respeito do assunto que
os estudantes desenvolvem a
será abordado e dos motivos que levaram à escrita da
habilidade EF69LP31.
carta.

269

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• Durante a leitura, verifique as
palavras que os estudantes têm No que diz respeito a medidas imediatas de enfrentamento aos riscos dos desloca-
mais dificuldade de decodificar mentos no cenário de pandemia, propomos:
ou pronunciar e se respeitam as
pausas e os sinais de pontuação,
• Implementação de ciclovias emergenciais de baixo custo para incentivo à mobili-
dade ativa e segura em contexto de crise sanitária decorrente da pandemia do
por exemplo. Se necessário, au-
covid-19 [sugestão nº 72]
xilie-os com essas dificuldades.
• Quando os estudantes con- • Desenvolver estudos para a regulamentação do Fundo Municipal de Melhoria da
cluírem a leitura, utilizando a Qualidade e Subsídio ao Transporte Coletivo previsto no Plano Diretor de Belo Ho-
estratégia Quick writing, orien- rizonte, garantindo a participação popular no processo e o direcionamento de
te-os a escrever no caderno, em recursos públicos para o subsídio do sistema devido à pandemia do coronavírus
apenas 5 minutos, uma síntese [sugestão nº 73]
das principais informações do • Implementação de faixas exclusivas para ônibus emergenciais de baixo custo co-
texto. Ao final, organize-os sen- mo garantia do transporte coletivo em contexto de crise sanitária decorrente da
tados em uma roda e solicite- pandemia do covid-19 [sugestão nº 76]
-lhes que exponham suas ano-
Para além das medidas emergenciais, é preciso termos instrumentos que planejem
tações, a fim de promover uma
e organizem as políticas públicas para um enfrentamento de curto, médio e longo
discussão e debater a respeito
das informações registradas. prazo, frente aos impactos da pandemia na sustentabilidade da cidade e o enfrenta-
mento local à crise climática. Nesse sentido, propusemos diretrizes para fortalecer
metas e instrumentos de planejamento já existentes, como o Plano Diretor e o Plano
de Redução de Emissões de Gases de Efeito Estufa de BH e o avanço para outros marcos
de planejamento. São as seguintes medidas:
• Suporteà execução das metas constantes no Plano de Redução de Emissões de
Gases de Efeito Estufa – PREGEE, tendo como objetivo a diminuição das emissões
antrópicas de gases de efeito estufa no município de Belo Horizonte [sugestão nº 65]
• Elaborar Plano de Adaptação às Mudanças Climáticas do Município de Belo Hori-
zonte [sugestão nº 68]
• Priorizar medidas que busquem cumprir a meta de redução de 20% das emissões
de GEE associadas à mobilidade urbana, conforme determinado pelo Plano Dire-
tor de Belo Horizonte [sugestão nº 77]
• Priorizar
medidas que busquem cumprir a meta de reduzir os níveis locais de
emissões de gases poluentes associadas à mobilidade urbana, conforme determi-
nado pelo Plano Diretor de Belo Horizonte [sugestão nº 78]
Por fim, para conseguirmos ter um acompanhamento dos gastos efetivamente re-
alizados pelo orçamento público em cada região da cidade, buscando o combate às
desigualdades regionais existentes, pedimos uma nova forma de prestação de contas:
• O Relatório Comparativo do Orçamento com Execução publicado pelo Poder Exe-
cutivo deverá trazer as informações classificadas por área de resultado e de
maneira regionalizada [sugestão nº 71]
Com esta carta, pedimos aos vereadores e às vereadoras da Comissão de Orçamen-
to e Finanças Públicas e, posteriormente no Plenário da casa, a aprovação das sugestões
à LDO 2021.
Belo Horizonte, 17 de junho de 2020.
Movimento Nossa BH

CARTA aberta sobre propostas à LDO 2021 – Movimento Nossa BH. Nossa BH, 17 jun. 2020. Disponível em: https://nossabh.
org.br/2020/06/carta-aberta-sobre-propostas-a-ldo-2021-movimento-nossa-bh/. Acesso em: 31 mar. 2022.

270

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270

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1. Após a leitura da carta, suas hipóteses sobre o assunto que seria tratado se confirmaram? • Convide estudantes voluntá-
rios para fazer a leitura dos
Compartilhe-as com os colegas.
Resposta pessoal. enunciados das atividades 1 a 9
2. No início da carta, o remetente apresenta a problemática envolvida no assunto. em voz alta para a turma. Du-
rante as leituras, verifique se
a. Quais são os dois problemas apresentados na carta? apresentam dúvidas em relação
Resposta: A crise sanitária advinda do coronavírus e os impactos causados pela crise climática.
b. Em sua opinião, por que esses problemas precisam ser considerados no momento de se às questões e esclareça-as.
Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes considerem
fazer o planejamento orçamentário da cidade? que esses problemas incidem no planejamento orçamentário • Na atividade 1, se achar con-
da cidade de Belo Horizonte, pois demandam ações para serem combatidas e tais ações têm custos. veniente, proponha aos estu-
3. Com base no conteúdo apresentado no corpo da carta, responda. dantes que compartilhem suas
a. O que motivou a escrita da carta? comparações e análises. Assim,
Resposta: O debate sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) iniciado pelos vereadores e vereadoras de BH. eles poderão compreender a im-
b. Qual deve ser o foco dos gastos orçamentários de 2021 sugeridos pelo Movimento Nossa BH? portância do título na constru-
Resposta: Mobilidade urbana e gestão sustentável.
ção do sentido da carta aberta.
4. Sobre alguns itens do contexto de produção da carta, responda às questões a seguir.
a. Quem é o remetente dessa carta?
• No item a da atividade 2,
4. b. Resposta: Aos vereadores e às vereadoras oriente os estudantes a retomar
Resposta: Os representantes do Movimento Nossa BH.
b. A que destinatário esse remetente se dirige?
integrantes da Comissão de Orçamento e Finanças a leitura do texto a fim de iden-
Públicas da Câmara Municipal de Belo Horizonte e aos
belorizontinos e às belorizontinas, entretanto a tificar os problemas citados pe-
c. Quando e onde a carta foi escrita? proposta apresentada é direcionada aos vereadores e lo escritor. Em seguida, disponi-
Resposta: Em Belo Horizonte, no dia 17 de junho de 2020. às vereadoras da referida comissão. bilize um tempo para que con-
d. Em que veículo essa carta foi publicada?
Resposta: A carta foi publicada no site Nossa BH. 5. Resposta: Para propor ações a fim de tentar diminuir os
versem a respeito do item b. In-
5. A carta aberta lida foi produzida com que finalidade? impactos da crise sanitária e climática na cidade e garantir centive-os a trocar ideias e ex-
a destinação do devido orçamento para que elas ocorram conforme a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). por suas opiniões, ressaltando a
6. O remetente da carta revelou ter conhecimento da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). importância de utilizar formas
Releia o trecho em que isso fica evidente. de tratamento adequadas à si-
tuação, bem como respeitar o
A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) começou a ser debatida pelos vereadores e momento de fala e o ponto de
vereadoras de BH. Ela organiza as prioridades – ou as diretrizes – do que será gasto nas vista de cada um.
6. b. Resposta: Sim, porque a LDO determina como deve ser
políticas da cidade no ano que vem. elaborado o orçamento para os gastos públicos, e as • As atividades 3 e 4 têm por
propostas apresentadas na carta se amparam nessa lei. objetivo explorar o contexto de
a. Com que finalidade a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) foi criada? produção da car t a aber t a .
Resposta: Ela organiza as prioridades – ou as diretrizes – do que deverá ser gasto nas políticas da cidade no decorrer do ano. Oriente os estudantes a locali-
b. A citação da LDO na carta pode ser considerada um recurso argumentativo? Por quê? zar as informações no texto. Pa-
7. Após contextualizar o assunto e expor os argumentos, o remetente apresenta as propostas ra aprofundar o item c da ativi-
de ações agrupando-as em três categorias. Quais são essas categorias? Resposta: B. dade 4, explique a eles que es-
sas informações (cidade e data)
A. Saúde, administração e natureza. podem ser inseridas tanto no
cabeçalho da carta como no fi-
B. Mobilidade, meio ambiente e prestação de contas. nal dela. Comente com os estu-
C. Educação, saúde e segurança. dantes que essas informações
comprovam alguns elementos
8. Que pessoa do discurso o remetente usou para escrever a carta? Considerando o objetivo do contexto de produção da
dessa carta, por que essa pessoa do discurso foi empregada? carta (quando e onde ela foi
Resposta: A 1ª pessoa do plural. O emprego dessa voz sugere a representação de uma coletividade. produzida).
9. Releia o trecho a seguir em que o remetente da carta expressa dois juízos de valor.
• Para realizar a questão 5,
A alternativa da bicicleta, bem mais segura em termos de risco de contaminação, oriente os estudantes a retomar
enfrenta uma histórica falta de investimentos em infraestrutura cicloviária. os objetivos da carta aberta, a
fim de compreenderem a finali-
a. Aponte qual é o juízo de valor positivo e a que ele é atribuído. dade com a qual foi produzida.
Resposta: O juízo de valor positivo é atribuído à bicicleta como uma alternativa “bem mais segura em termos de contaminação”.
Se necessário, auxilie-os nesse
b. Indique qual é o juízo de valor negativo e a que ele é atribuído.
Resposta: O juízo de valor negativo é atribuído à falta de investimentos em infraestrutura cicloviária, processo.
que, de acordo com o remetente, é histórica. 271 • Na atividade 6, explique aos
estudantes que o remetente ci-
tou a Lei de Diretrizes Orçamen-
tárias (LDO) como uma estraté-
:09:08 eles devem analisar o modo como essa sequência foi es- tes a analisar os sujeitos e os tempos verbais emprega-
02/08/2022 16:09:08 gia argumentativa para amparar
truturada e organizada. Aponte aos estudantes os ele- dos no decorrer do texto. suas propostas e, consequente-
mentos linguísticos que indicam essas proposições, co-
• Para realizar a atividade 9, questione os estudantes se mente, convencer o leitor.
mo “no que diz respeito a medidas imediatas”; “para além
das medidas emergenciais”; “nesse sentido”; “por fim”.
eles sabem o que é juízo de valor e solicite-lhes que ci- • Na atividade 7, é importante
tem exemplos. Depois, explique à turma que se trata de levar os estudantes a perceber
• A atividade 8 tem por objetivo analisar o emprego e o um julgamento feito com base em percepções individu- que, embora a carta aberta seja
efeito de sentido da primeira pessoa do plural na cons- ais e fundamentadas em fatores culturais, sentimentais um gênero predominantemente
trução dessa carta aberta. Para isso, instrua os estudan- e conceitos pessoais. argumentativo, há sequências
expositivas ao apresentar os fa-
tos e as propostas. Nesse caso,

271

09/08/2022 13:40:05
Objetivos

• Praticar a escrita por meio da Produção escrita


produção de uma carta aberta.
• Refletir coletivamente sobre Carta aberta
as possibilidades de atuação
Nas seções Leitura e Outra Leitura, você leu uma carta aberta. Chegou a hora de você e os co-
dos estudantes na escola e pro-
por argumentos para demons- legas produzirem, coletivamente, uma carta aberta para ser divulgada aos estudantes da escola.
trar a viabilidade e a importân- A finalidade dessa carta será explicar a importância da participação ativa dos estudantes nos
cia dessa participação. principais assuntos escolares e incentivá-los a se envolver em ações, campanhas, projetos e eventos.
Além disso, vocês vão mencionar a questão do grêmio estudantil, cuja mobilização já iniciaram
BNCC anteriormente com a realização da enquete.
• Ao elaborar uma carta aberta
em que apresentam argumen- Planejando o texto
tos para defender suas ideias e
convidar os leitores para tomar Para planejar o texto, confiram algumas orientações e sugestões a seguir.
decisões comuns com autono-
mia e responsabilidade, os estu- a. Definam os pontos que serão abordados na carta.
dantes desenvolvem as compe- b. Elejam alguém para fazer a síntese das ideias da turma. O estudante escolhido deve anotar,
tências gerais 7 e 10 e a habili- em forma de tópicos, à medida que o grupo for expondo suas ideias. Façam essas anotações
dade EF69LP13. na lousa, de modo que a lista fique visível para a turma.
• Os estudantes desenvolvem a c. Listem as maneiras como a atuação dos estudantes pode ser efetiva na escola, incluindo a
competência específica de Lin-
criação e/ou a participação no grêmio estudantil. Aproveitem para prever a inserção do re-
guagens 3, pois são incentiva-
sultado da enquete, mencionando as porcentagens.
dos a gravar o texto em áudio
ou em vídeo, com a possível tra- d. Citem o que consideram como vantagens do engajamento estudantil nos assuntos da escola
dução em Libras, permitindo a e as melhorias que poderiam ser feitas por meio dessa participação.
ampla divulgação das ideias à
e. Prevejam os argumentos que vocês poderão utilizar no texto para buscar convencer e cons-
comunidade escolar.
cientizar os estudantes da escola sobre a importância da participação social.
• Os estudantes desenvolvem a
competência específica de Lin-
guagens 4 e as competências Produzindo o texto
específicas de Língua Portu-
guesa 2 e 3 na medida em que Confiram algumas orientações para o momento da escrita.
exercitam a prática de diversas
a. Escolham um estudante para redigir a carta. As informações serão elaboradas coletivamente
linguagens para atingir a finali-
dade da carta aberta, viabilizan-
e a pessoa escolhida poderá escrever em uma folha de papel ou digitar em um programa de
do situações significativas de edição de texto.
participação na cultura letrada b. Comecem a carta aberta incluindo a data e explicitando os destinatários.
e na vida social.
c. Insiram uma saudação, de forma a criar sintonia com os leitores.
• A competência específica de d. Façam uma contextualização inicial, explicando o objetivo da carta.
Língua Portuguesa 5 é desen-
volvida na medida em que os e. Desenvolvam o texto procurando sensibilizar os estudantes para a importância da participação
estudantes terão de empregar, deles em assuntos de interesse da comunidade escolar.
na produção da carta aberta, o
f. Incluam o resultado da enquete, mencionando as porcentagens calculadas. Se quiserem,
registro formal, adequado à si-
tuação comunicativa. reproduzam a tabela ou o gráfico elaborado. Isso enriquecerá a carta.

• Os estudantes desenvolvem a g. Concluam a carta com propostas e incentivos de participação e indiquem a despedida e os
remetentes.
competência específica de Lín-
gua Portuguesa 7 ao reconhecer
o texto como lugar de manifes- 272
tação de valores e de propostas
de intervenção no meio em que
atuam. ções de sentido adequadas à argumentação. rando as sugestões dos colegas.
• Os estudantes desenvolvem as • Ao utilizar modalização epistêmica para corroborar a
02/08/2022 16:09:08

habilidades EF69LP18 e EF69LP22 Orientações


argumentação construída na carta, os estudantes de-
ao produzir uma carta aberta di- senvolvem a habilidade EF89LP31. • Nesta seção, os estudantes vivenciarão uma proposta
recionada à comunidade escolar,
considerando sua adequação ao • Ao fazer uso consciente da norma-padrão para elabo-
que os motive a exercer o protagonismo juvenil e a in-
centivar os colegas a fazer o mesmo. Oriente a turma a
rar a carta aberta, mobilizando seus conhecimentos lin-
contexto de produção e circula- desenvolver todo o trabalho de forma respeitosa, consi-
guísticos e gramaticais, os estudantes aprimoram as
ção, além de utilizar estratégias derando as normas e as recomendações da escola.
habilidades EF69LP56 e EF08LP04.
de planejamento, revisão e ava-
liação para aprimorá-la, empre- • Os estudantes desenvolvem a competência geral 9 e
gando elementos que garantam a habilidade EF89LP22 na etapa de planejamento e pro-
a progressão temática e as rela- dução coletiva da carta, exercitando o diálogo e conside-

272

09/08/2022 13:40:06
h. Empreguem conjunções, pronomes, sinônimos e advérbios para garantir a coesão e a conti- • Em turmas numerosas, para
nuidade do texto. que as ideias sejam listadas de
maneira ordenada, forme gru-
i. Utilizem um registro mais formal e respeitem a norma-padrão da língua, seguindo as regras pos de até cinco estudantes. So-
de uso da pontuação, as concordâncias verbal e nominal e as convenções ortográficas. licite a cada grupo que organize
suas principais ideias e elejam
Avaliando o texto um representante para sugeri-
-las ao estudante que fará a sín-
Façam a avaliação do texto, verificando se os itens elencados a seguir foram atendidos. tese das propostas da turma.
a. Foi indicado a quem a carta aberta se destina? • Permita aos estudantes que
exerçam a autogestão, monito-
b. O local e a data em que a carta foi elaborada foram incluídos? rando-os e avaliando-os cons-
c. Há uma saudação, de forma a criar uma relação empática com os leitores? tantemente. Coloque-se sem-
pre à disposição para os casos
d. No início da carta, há uma contextualização explicando os motivos pelos quais ela foi escrita
em que eles tenham dúvidas ou
e sensibilizando os leitores sobre o assunto? dificuldades.
e. Vocês apresentaram argumentos para sustentar as ideias abordadas na carta?
• Acompanhe a escolha dos ar-
f. Vocês incluíram o resultado da enquete feita sobre o grêmio estudantil? gumentos que os estudantes
utilizarão em sua carta aberta,
g. Colocaram uma despedida e as informações da turma no final, identificando os remetentes
incentivando o respeito aos tur-
da carta aberta? nos de fala e às ideias contrá-
h. Foram empregadas conjunções, pronomes, sinônimos e advérbios para garantir a coesão e a rias, promovendo a cultura da
continuidade textual? paz e auxiliando-os, se necessá-
rio, a chegar a um consenso em
i. Foram respeitadas as regras da norma-padrão e as convenções ortográficas? caso de fortes divergências de
Com base nos itens listados, façam os ajustes na carta aberta: opiniões.
• incluam os elementos que estiverem faltando; • Após a produção da carta, pe-
ça aos estudantes que façam
• corrijam erros pontuais; uma leitura coletiva do texto e,
• cortem trechos desnecessários; com base nela, verifiquem os
itens listados na subseção Ava-
• incorporem todas as adequações necessárias para aperfeiçoar o texto.
liando o texto.
Quando a carta aberta estiver pronta, é hora de divulgá-la, fazendo que ela chegue às mãos de
todos os estudantes da escola. Para isso, providenciem algumas cópias para que sejam afixadas
• Para a etapa de divulgação,
verifique antecipadamente as
em murais e outros locais de grande circulação de estudantes. possibilidades de publicação da
Dependendo da realidade da escola, a divulgação também poderá ser feita em outros canais de carta. Caso haja um jornal esco-
lar já em circulação, informe-se
comunicação que a instituição possua, por exemplo, jornal escolar, site da escola, blog da turma, sobre a existência ou não de um
redes sociais etc. limite de caracteres para a in-
clusão do texto nesse veículo e
Gravação da leitura da carta em áudio e vídeo auxilie os estudantes a adequa-
rem a carta aberta aos critérios
Para permitir que a carta aberta chegue a todos os estudantes da escola, incluindo os que ain- exigidos por ele.
da não sabem ou que não podem ler, é interessante providenciar a gravação da leitura dela em • Para gravar a leitura da carta
áudio ou em vídeo. em áudio ou em vídeo, forme
quatro grupos para dividir as ta-
No caso de gravação em vídeo, seria interessante também, se possível, inserir a tradução si- refas. Um dos grupos será res-
multânea em Língua Brasileira de Sinais – Libras. ponsável pelo manuseio dos
O áudio ou o vídeo da carta, nesse caso, pode ser disponibilizado, por exemplo, no site da instituição, aparelhos que serão utilizados
juntamente com a carta escrita, a fim de ficar acessível para toda a comunidade escolar. para a gravação, outro, pela lei-
tura da carta, outro, pela edição,
273 e, por fim, o último grupo reali-
zará as postagens.
• Caso algum estudante ou
das para checar o alcance do conteúdo de sua carta aber- professor saiba a Língua Brasi-
:09:08
ta e a responder com cordialidade a possíveis comentá-
02/08/2022 16:09:08
leira de Sinais (Libras), auxilie os
rios. estudantes a solicitar a essa
pessoa sua participação na gra-
vação, realizando a tradução si-
multânea.
• Após a postagem do vídeo ou
do áudio no site da escola, no
blog da turma ou nas redes so-
ciais, oriente os estudantes a
verificar as visualizações recebi-

273

09/08/2022 13:40:06
Objetivos
Ponto de verificação
• Avaliar a compreensão do
emprego de palavras e expres-
sões que causam dúvidas. 1. Complete cada frase com uma das alternativas a seguir.
• Avaliar a compreensão das
características do gênero regi- 1. porque 2. porquê 3. por que 4. por quê
mento escolar.
• Verificar a compreensão do A. Nunca vou entender o ■ dessa decisão. B. ■ você não pergunta diretamente pa-
gênero carta aberta. ra ele?
Orientações C. Eduardo buscou ajuda ■ não estava se D. Mesmo lendo a resposta, fiquei sem
• Na atividade 1, verifique se os sentindo bem. entender ■.
estudantes compreenderam
como fazer a associação entre Resposta: A – 2; B – 3; C – 1; D – 4.
as frases e as palavras que as 2. Aponte as duas alternativas em que as palavras destacadas foram empregadas corretamente.
completam. Após a realização
da atividade, verifique quais fo- A. A rua onde eu morava era tranquila, mas era longe do centro.
ram as dificuldades apresenta-
das e escreva na lousa os quatro B. Não sei de onde você tirou essa informação, mais ela está errada.
porquês, convidando os estu-
C. Raul não sabe aonde vai, mas faz questão de ir para um local mais bonito.
dantes a identificar os diferen-
tes empregos, a fim de fixarem D. Ele queria sair, mais ela não sabia onde ir.
o conteúdo.
E. O carro ficou estacionado onde ele pediu, mesmo sendo mas longe.
• Durante a realização das ati-
vidades 2 e 3, analise se os estu- Resposta: A e C.
dantes notaram que a atividade
2 pede duas alternativas corre- 3. Em qual das alternativas a palavra ou expressão em destaque não está bem empregada?
tas e, caso seja necessário, des-
taque esse detalhe. Em seguida, A. O gerente do banco não estava a fim de se chatear.
escreva as frases das outras al- B. O jogador não aceitará a proposta se não puder levar sua família.
ternativas na lousa e peça a eles
que as corrijam. Ressalte, tam- C. Levante-se daí ao invés de ficar parado.
bém, que a atividade 3 pede a D. A secretária confessou que está afim de pedir demissão.
frase em que a palavra ou ex-
pressão foi empregada incorre- E. Responda rápido, senão o tempo acaba.
tamente.
Resposta: D.
• De acordo com as respostas 4. Formule cinco frases curtas que definam o que é um regimento escolar.
da atividade 4, verifique a possi-
bilidade de, com os estudantes,
consultar o regimento de sua es-
cola e buscar nesse documento
5. Imagine que você vai escrever uma carta aberta. Faça um esquema de como seria a estrutura
as características apontadas por dessa carta. Resposta: Espera-se que os estudantes esquematizem uma carta com local,
data, vocativo (o destinatário), texto, despedida e assinatura (o remetente).
eles. Se notar alguma defasa-
gem, é possível voltar às explica-
ções expostas no capítulo e soli- Autoavaliação
citar que pesquisem na internet Escreva um pequeno parágrafo que sintetize sua experiência de aprendizado e seu
outros regimentos escolares pa- desempenho nesta unidade.
ra consolidar o conteúdo.
Em seguida, liste o que pode ser melhorado na próxima unidade.
• Após a realização da ativida- 4. Possíveis respostas: Documento que reúne as regras que determinam o bom funcionamento de uma instituição de ensino.
de 5, solicite aos estudantes que Documento que ampara a comunidade escolar em seus direitos e deveres. Texto com linguagem objetiva e direta. Documento
troquem as esquematizações 274 legal organizado em títulos, artigos e parágrafos. Texto que deve estar disponível para ser acessado no ambiente escolar.
de suas cartas aleatoriamente
entre si. Incentive-os a exami-
nar os trabalhos dos colegas,
verificando se os elementos bá- • Autoavaliação: empregue a estratégia Quick writing que vier à mente, sem compromisso com formalidades. 02/08/2022 16:09:08
no momento da autoavaliação. Para isso, peça aos estu- Atente aos principais pontos levantados para refletir so-
sicos de uma carta aberta estão
dantes que escrevam no caderno, em no máximo 5 mi- bre a prática pedagógica e eventualmente rever ou ajus-
presentes. Em seguida, conver-
nutos, suas reflexões sobre os principais conceitos tar seu planejamento para atender às necessidades da
sem sobre o resultado da ativi-
aprendidos na unidade, com foco no que tiveram mais turma, principalmente em relação às dificuldades que os
dade, ressaltando o que foi in-
facilidade e mais dificuldade. Oriente-os a escrever o estudantes apontaram.
corporado por eles e o que por-
ventura falta assimilar.

274

09/08/2022 13:40:06
Iniciando o trajeto Objetivos

1. Pesquise, na biblioteca da escola, um exemplar do gênero crônica. Em seguida, junte-se a mais


• Avaliar os conhecimentos so-
bre o gênero crônica.
três colegas, façam a leitura do texto em conjunto e respondam às questões a seguir.
• Verificar a percepção dos sen-
a. Qual é o título da crônica? Resposta pessoal. tidos denotativo e conotativo.
b. Quem é o autor do texto? Resposta pessoal. • Verificar a capacidade de iden-
c. Qual é o assunto da crônica lida? Resposta pessoal. De acordo com as respostas, leve os estudantes a perceber tificar as orações que compõem
que o fato que dá origem à crônica costuma ser algo simples do dia a dia. um período, a relação de depen-
d. A crônica narra uma história ou expõe um assunto evidenciando uma opinião, um posicio- dência ou independência entre
namento? Como foi possível perceber isso? elas e as conjunções que as ligam.
2. Analise as palavras em destaque nas orações a seguir e identifique quais foram empregadas • Avaliar a capacidade de per-
com sentido figurado e quais foram empregadas com sentido literal. Justifique suas respostas. ceber algumas figuras de lin-
a. O meu personagem favorito é aquele mascarado. guagem em frases.
Resposta: Sentido literal. O sentido expresso é o de que o personagem usa máscara.
b. Matei minha fome com esse lanche. Orientações
Resposta: Sentido figurado. O verbo matar foi empregado com o sentido de saciar.
c. A bateria dos meus irmãos não acaba.
Resposta: Sentido figurado. A palavra bateria foi empregada com o sentido de energia. • Inicie a atividade 1 pergun-
tando aos estudantes o que
d. O jogador do seu time chutou a bola.
Resposta: Sentido literal. O sentido expresso é o de chutar a bola. eles sabem do gênero crônica.
3. Leia e compare os dois períodos a seguir. Em seguida, viabilize a pesquisa
e analise como eles se saem na
A. O professor entrou na sala e informou as notas aos estudantes. realização das atividades. Ao fi-
nal, organize-os em um semi-
B. O professor disse que todos os estudantes foram aprovados.
círculo e solicite-lhes que com-
a. Por quantas orações esses períodos são formados? partilhem suas respostas, evi-
Resposta: Cada período é formado por duas orações. denciando as características do
b. Analise todos os termos sintáticos de cada oração e responda: Em qual dos períodos as gênero. Ao desenvolver as ati-
orações são independentes, isto é, não dependem sintaticamente uma da outra? vidades desse conteúdo no de-
Resposta: No período A.
c. Qual é a palavra responsável por unir as orações em cada um desses períodos? correr da unidade, reforce as
Resposta: No período A, a conjunção e; no período B, a conjunção que. características já conhecidas
4. Associe as frases a seguir com as informações apresentadas na sequência. pelos estudantes e enfatize
Resposta: A – 3; B – 5; C – 2; D – 6; aquelas em que eles apresenta-
A. Téo amou a festa: e brincou, e correu, e gritou, e riu... E – 1; F – 4.
ram dificuldades.
B. O nosso elo de ligação é muito forte. 1. d. Resposta pessoal. Verifique se os estudantes
conseguem perceber a diferença entre narrar e • Após a resolução da atividade
argumentar. Se possível, selecione um exemplar 2, escreva na lousa outras frases
C. Eu comi duas fatias de bolo. Ela, três. de cada categoria para lerem e notarem como a empregando os sentidos deno-
crônica narrativa é construída (com os elementos
da narrativa) e como ocorre a argumentação na tativo e conotativo e solicite aos
D. Todos preferimos viajar de avião. crônica argumentativa. estudantes que as classifiquem
E. Era uma estrela tão alta! Era uma estrela tão fria! Era uma estrela sozinha. sem nomear, apenas indicando
se o sentido é literal ou figura-
F. Corre feliz o cachorro. do. Verifique o conhecimento e
as defasagens da turma sobre o
1. Repetição de uma palavra ou expressão no início de orações em sequência.
conteúdo para que, durante o
2. Omissão de um termo capaz de ser identificado pelo contexto. trabalho na unidade, você possa
3. Repetição proposital de uma conjunção. reforçar os conhecimentos já
assimilados e explorar os ele-
4. Predicado posicionado antes do sujeito. mentos nos quais os estudantes
5. Repetição de uma ideia para enfatizar o que se pretende transmitir. demonstraram ter dificuldades.
6. Concordância que foge às regras gramaticais e se dá por meio das ideias expressas en- • Faça a correção coletiva da
tre as palavras. atividade 3 na lousa, analisando
os períodos e apontando as ca-
275 racterísticas deles a fim de veri-
ficar se os estudantes não só
acer taram as questões, mas
também se têm capacidade de
• Por meio da atividade 4, verifique a capacidade que os 02/08/2022 16:04:14 fazer tais análises. Com isso, é
estudantes têm de fazer as associações solicitadas e de
possível planejar e preparar as
analisar a presença de cada informação apontada nas ora-
aulas sobre esse conteúdo de
ções. Com base nisso, planeje as estratégias necessárias
acordo com o perfil da turma.
para trabalhar esse conteúdo na unidade.

275

09/08/2022 13:43:46
Objetivos

• Analisar a fotografia de uma


escultura e reconhecê-la como
manifestação artística e repre-
sentação do ser humano na so-
ciedade.
• Resgatar o conhecimento
prévio dos estudantes sobre o
Unidade

7
gênero crônica.

BNCC

• A competência geral 3 é de-


senvolvida à medida que os estu-
dantes apreciam a imagem da
escultura, compreendendo-a co-
mo uma manifestação artística Crônica narrativa
que desperta curiosidade, refle-
xão e sensações no espectador. e crônica
• O reconhecimento e a fruição
de uma escultura como mani-
argumentativa
festação artística, com a infe-
rência dos sentidos construídos
na leitura da imagem, levam os Principais conteúdos
estudantes a desenvolver as
competências específicas de
desta unidade
Linguagens 2 e 5. • Crônica narrativa
Orientações • Denotação e conotação
• Antes de iniciar esta unidade • Conjunções coordenativas e conjunções
com os estudantes, selecione, subordinativas
na biblioteca da escola, algumas
coletâneas de crônicas ou al- • Crônica argumentativa
guns jornais em que elas te-
nham sido publicadas para que • Figuras de linguagem
eles as manuseiem livremente. • Período composto por coordenação
Peça-lhes que verifiquem a es-
trutura delas e o tipo de assunto • Período composto por subordinação
que abordam.
• Período composto por coordenação e
• Compartilhe a lista dos prin- subordinação (período misto)
cipais conteúdos da unidade e
pondere sobre a ordem de apre-
sentação no decorrer do capítu-
lo, baseando-se nos resultados
da seção Iniciando o trajeto.
Considere se o trabalho com as
seções de conhecimentos lin-
guísticos deve ser feito no início
ou no final do capítulo.

276

02/08/2022 16:04:16

276

09/08/2022 13:43:46
• No momento da conversa ini-
cial e ao responder às questões,
oriente os estudantes a respei-
tar os colegas que quiserem fa-
lar para que todos possam ser
ouvidos. Aproveite também pa-
ra incentivá-los a compartilhar
seus conhecimentos sobre os
gêneros.
• Na sequência, solicite a eles
que descrevam a imagem, aten-
tando à pose contemplativa do
escritor, ao livro em seu colo e
ao mar ao fundo. Além desses
elementos, a frase reproduzida
no banco compõe a escultura e

Andre_MA/Shutterstock.com
desperta sensações diversas
nos apreciadores da obra.
• Durante a discussão sobre a
imagem, informe aos estudantes
que a escultura apresentada foi
esculpida em bronze e exposta
na praia de Copacabana em
2002, como forma de homena-
gear o escritor Carlos Drummond
de Andrade.
• Ao abordar a atividade 1, leve
os estudantes a compreender
que essas características, como
a posição da escultura, podem
despertar no espectador sensa-
ções diversas, como felicidade,
emoção, empatia, tristeza etc.
Chame a atenção deles para o
fato de que, por meio da escul-
tura, é possível perceber a re-
presentatividade desse escritor
para a sociedade.
Fotografia da escultura do artista brasileiro Leo Santana, representando Carlos Drummond de Andrade, localizada
na cidade do Rio de Janeiro (RJ), Brasil. • Na atividade 2, permita aos
Confira as respostas das questões nas orientações ao professor. estudantes que compartilhem
1. No calçadão de Copacabana, na cidade do Rio de Janeiro, ao se deparar com a seus conhecimentos a respeito
escultura de Carlos Drummond de Andrade, muitas pessoas se surpreendem e de Carlos Drummond de Andra-
param para admirá-la. Que elementos da escultura contribuem para a de. Caso eles não o conheçam,
admiração das pessoas? informe-lhes que o escritor nas-
ceu em Itabira, Minas Gerais, em
2. O que você sabe sobre o escritor Carlos Drummond de Andrade? Comente. 1902. Trabalhou como chefe de
3. Drummond foi um dos mais importantes cronistas brasileiros. Que outros gabinete no Ministério da Edu-
cronistas você conhece? Cite-os. cação no Rio de Janeiro na mes-
4. Nesta unidade, você vai estudar algumas crônicas. O que você sabe sobre esse ma época em que escrevia crô-
nicas para os jornais. Publicou
gênero? Comente e troque ideias com os colegas.
também poemas a partir de
277 1930. Pergunte a eles se o co-
nhecem como poeta ou cronis-
ta. Acesse o site indicado a seguir
com os estudantes para conhe-
:04:16
estudantes compartilharem suas experiências de leitu- Respostas 02/08/2022 16:04:17
cer mais a vida e a obra desse
ras anteriores. Aproveite para orientá-los a fazer indica- ícone da literatura brasileira.
ções de leituras de que gostaram para os colegas. 1. Resposta pessoal. Possível resposta: A imagem de um CARLOS Drummond de Andrade.
• Na atividade 4, sonde o conhecimento dos estudantes grande escritor brasileiro, em posição contemplativa e à
beira-mar.
Disponível em: https://www.
carlosdrummond.com.br/. Acesso
sobre o gênero crônica a fim de verificar o que eles sa-
bem. Essa questão pode servir para a elaboração de es- 2. Resposta pessoal. em: 18 abr. 2022.
tratégias de abordagem do gênero ao longo da unidade. 3. Resposta pessoal. • Possibilite um momento de
4. Resposta pessoal. Retome a atividade 1, da seção Ini- interação na atividade 3 para os
ciando o trajeto e reitere algumas características do
gênero que já foram percebidas pelos estudantes.

277

09/08/2022 13:43:46
Capítulo 13 ◆ Crônica narrativa
Objetivos

• Ler uma crônica e conhecer as


características e a função socio-
comunicativa desse gênero.
• Analisar as informações apre- Leitura
sentadas em uma crônica.

BNCC
O texto que você vai ler a seguir é uma crônica. Com base no título dela, "Na esquina e na pra-
ça", o que você imagina que será narrado? Leia a crônica para refletir sobre as situações apresen-
• A discussão promovida nesta tadas.
seção favorece o estudo do te-
ma contemporâneo transversal Na esquina e na praça
Educação em direitos humanos, Dobramos a esquina e vi o homem caído. Não. Dobramos a esquina e ouvi os gritos do ho-
pois discute maneiras de com-
mem caído. Não. Dobramos a esquina e ouvi os gritos. Aí vi que eram de um homem caído.
bater a banalização da violência,
de modo a promover os valores — Mãe, vou até a praça com a Rita brincar nos balanços.
da solidariedade e da paz. — Tá bem. Não demora. Rita, traz leite na volta.
• Ao utilizar o conhecimento de Vi o homem caído e pensei que estivesse ferido e falei, para o carro que o homem está
mundo para tentar entender e
ferido. Mas logo pensei que estivesse bêbado, mania minha de dramatizar. Aí vi o sangue.
explicar as causas da violência
tratadas na crônica e refletir so- Começou a chover, achei que as meninas tinham se protegido debaixo de alguma mar-
bre soluções para esse proble- quise. Não me preocupei por elas estarem demorando.
ma, os estudantes desenvolvem O homem estava caído ao lado da carrocinha de cachorro-quente, na calçada da praia.
a competência geral 1.
Saltamos do carro correndo. Pensei que tinha se machucado carregando engradados de
• Ao formular ideias baseadas refrigerantes, tinha se cortado nos cacos. Tentei inventar uma história para justificar de
no respeito aos direitos humanos
forma incolor o homem caído no sangue. Mas o homem tinha a sua história.
para fundamentar suas argu-
mentações, os estudantes de- Reclamei com as duas quando as vi chegar. Vinham suadas, de cabelo molhado. Cadê o
senvolvem a competência geral 7 leite? perguntei.
e a habilidade EF69LP13. A com- — Foi assalto. Levaram todo o dinheiro. Estavam de carro.
petência geral 9 é desenvolvida
uma vez que os estudantes exer- O homem pálido, a cabeça encostada num embrulho, quase não se mexia. Cadê a ambu-
citam a empatia e a resolução de lância? Já vem. O sangue na calçada ia virando mingau, os sapatos deixavam uma marca
conflitos para analisar as situa- clara revelando o cimento.
ções de violência apresentadas. — Mãe, você não sabe o que aconteceu!
• Ao fazer a leitura da crônica, — Deram tiro nele de pura malvadeza. Não queriam pagar o cachorro-quente e ainda
reconhecendo suas característi-
cas, os estudantes desenvol- levaram o dinheiro.
vem as competências específi-
cas de Linguagens 1 e 5 e a com-
petência específica de Língua
Portuguesa 9.

Arquivo da editora
Marcela Pialarissi/
• Ao inferir, com base na leitura
da crônica, a visão do ser huma-
no diante da banalização da vio-
lência, reconhecendo um valor
cultural e social no texto, os es-
tudantes desenvolvem a habili-
dade EF69LP44 e a competência
específica de Língua Portugue-
sa 7. 278
• Ao fazer a leitura do texto si-
lenciosamente, a fim de desen-
volver a autonomia de leitura, e
ao realizá-la em voz alta com • Ao reconhecer o enredo, os personagens e o efeito de Orientações 02/08/2022 16:04:17

fluência para reconhecer a ex-


pressividade do texto, os estu-
sentido do foco narrativo, da indeterminação do tempo
e do emprego de marcas de oralidade e informalidade, • Promova com os estudantes uma leitura silenciosa da
crônica a fim de despertar a autonomia de leitura deles.
dantes aperfeiçoam as habilida- os estudantes desenvolvem as habilidades EF69LP47 e
Na sequência, proponha uma leitura em voz alta de mo-
des EF69LP53 e EF89LP33 e a EF69LP54.
do que cada estudante leia um trecho. Durante essa lei-
competência específica de Lín- tura, leve-os a notar que a crônica é composta de duas
gua Portuguesa 3. histórias narradas simultaneamente.

278

09/08/2022 13:43:46
O homem gemendo. Me leva, gente, me leva que eu estou morrendo. Tá morrendo nada, • Durante a leitura, caso os es-
tudantes tenham dúvidas em
foi na perna, amigo, perna não mata ninguém. É, mas é na perna que tem a femoral, eu
relação ao vocabulário, oriente-
fosse a senhora levava ele, a ambulância não vem mesmo, o homem acaba morrendo. -os a inferir o significado da pa-
Acaba morrendo no meu carro. Aí, o que é que eu faço? E vai manchar tudo de sangue. lavra pelo contexto ou incenti-
Não, não é por causa do sangue, mas é porque a gente não deve mexer em gente ferida. ve-os a usar um dicionário.
Não é não, é por causa do medo mesmo, estou com medo de me envolver com o homem, • Após essa leitura, é impor-
com o sangue do homem, com a morte e a vida do homem. Oh, meu Deus, por que é que eu tante organizar com os estu-
dantes os acontecimentos apre-
fui passar por esta esquina e dar de cara com a minha mesquinhez?
sentados no texto. Para isso, di-
— Mãe, foi um bando de meninos [...]. Eles rodearam a gente e atiraram areia e pedras vida a lousa em duas partes e,
na gente, puxaram o cabelo da Rita, aí disseram que minha mãe era piranha e eu disse com a ajuda deles, faça uma lista
que não era, que minha mãe é jornalista, e eles não deixavam a gente ir embora nem indicando a ordem dos fatos em
cada história. Isso pode ajudá-
andar, e disseram que iam arrancar minha carteira e tomar meu dinheiro e ainda me da-
-los na ordenação dos aconteci-
vam uma surra. mentos narrados.
— Eu vi da janela quando deram o tiro nele.
Será que o homem morre mesmo? E se morrer e eu não tiver levado ele, como é que vou
viver depois? E se eu levar e morrer no caminho, como é que eu vou viver depois? Mas eu
juro que a ambulância vem, o homem disse que vinha. Eu preciso que a ambulância
venha.
— Aí, mãe, chegaram dois moços e vieram salvar a gente. Espantaram os meninos,
deram a maior bronca, e trouxeram a gente até aqui embaixo.
Lá vem a ambulância. Pronto. É pela boca da calça que se levanta a perna de um ferido.
Eles sabem mexer sem machucar. O homem não está morrendo, não vai morrer, não tem
femoral nenhuma. Foi um tiro na perna, e eu estou salva.
— Tive tanto medo, mãe.
COLASANTI, Marina. Na esquina e na praça. In: COLASANTI, Marina. A casa das palavras.
São Paulo: Ática. v. 32. p. 53-55. (Para gostar de ler). © by Marina Colasanti.

Femoral: refere-se à artéria femoral que, se rompida, pode levar à morte.


Mesquinhez: falta de generosidade.
Arquivo da editora
Marcela Pialarissi/

279

:04:17 02/08/2022 16:04:17

279

09/08/2022 13:43:46
• Antes de iniciar a resolução
das atividades, leia com os estu- Marina Colasanti (1937-)
dantes as informações sobre a
autora da crônica. Se possível, Nascida em Asmara, na Etiópia, a escritora

Oswaldo Reis/Esp. CB/D.A Press


selecione algum livro dela na bi- chegou ao Brasil em 1948. Com apenas 15 anos,
blioteca da escola e leia alguns ingressou na Escola Nacional de Belas Artes. Mais
trechos para a turma, a fim de tarde, começou a escrever para jornais, atuando
que os estudantes possam co- como cronista, colunista, ilustradora, além de ser
nhecer melhor sua produção li- apresentadora de televisão e roteirista.
terária. Seu primeiro livro foi publicado em 1968, Eu
• Na atividade 1 da subseção Sozinha. Desde então, lançou mais de 30 obras
Conversando sobre o texto, in- destinadas tanto ao público infantil quanto ao
centive os estudantes a retomar adulto. Ganhou diversos prêmios, entre eles o Jabuti
as hipóteses levantadas antes de Poesia, em 1994. Em seus textos, é comum o uso
da leitura a fim de confirmá-las de fatos do cotidiano, provocando uma reflexão no
ou refutá-las. leitor, como pode ser comprovado no texto lido. Fotografia de Marina Colasanti, em 2012.
• Na atividade 2, pergunte aos
estudantes qual acontecimento
narrado mais chamou a atenção Estudo do texto
deles e por qual motivo. É im-
portante eles perceberem que Conversando sobre o texto
um texto literário desperta sen-
sações e sentimentos diferen- 1. O que você imaginou sobre as situações que seriam narradas na crônica se confirmou?
tes em cada leitor. Comente com os colegas. Resposta pessoal.
• Na atividade 1 da subseção
2. Que sensações e sentimentos os acontecimentos narrados nessa crônica despertaram em
Escrevendo sobre o texto, nos
itens a e b, destaque que o títu- você? Converse com os colegas e verifique se eles também tiveram a mesma sensação ao ler
lo, além de indicar os locais on- a crônica. Resposta pessoal.
de ocorreram as circunstâncias
violentas, já dá pistas de que Escrevendo sobre o texto
haverá duas situações narradas,
1. Na crônica lida, os acontecimentos são narrados de forma desordenada, no entanto, é possível
e a falta de especificação de
qual esquina e de qual praça faz perceber que duas situações diferentes de violência foram relatadas.
Resposta: O homem que foi assaltado e levou um tiro na perna, e as meninas que foram
uma generalização, dando a a. Que situações são essas? cercadas pelo bando de meninos querendo o dinheiro que estava com elas.
ideia de que são fatos que ocor- Resposta: O título destaca o local onde cada situação
b. Qual é a relação entre o título e as situações narradas? ocorreu, no caso, a cena do homem caído após ser
rem em várias esquinas e pra- assaltado ocorreu próximo a uma esquina, e a cena das meninas aconteceu em uma praça.
ças. Nos itens c e d, comente c. Que impressão os fatos narrados de forma não linear cria para o leitor?
Resposta: A impressão de que a narradora foi apresentando os acontecimentos com base no que ia recordando.
com os estudantes que a falta d. O que isso sugere sobre o ritmo da vida cotidiana nas cidades?
de linearidade do texto, que re- Resposta: Isso sugere a ideia de agitação da vida cotidiana.
mete à agitação da vida cotidia- 2. Ao avistar o homem caído no chão, a narradora disse que tentou inventar uma história que
na, pode ter relação com o ritmo justificasse a cena.
das cidades e com o ritmo de
a. O que ela supôs que tinha acontecido inicialmente?
vida de uma mulher que é mãe e Resposta: Inicialmente, a narradora imaginou que o homem tivesse se machucado. Depois, pensou que ele estivesse bêbado.
profissional ao mesmo tempo, b. O que de fato tinha ocorrido ao homem que estava caído no chão?
Resposta: O homem tinha levado um tiro de alguém que não quis pagar o cachorro-quente que havia consumido e ainda teve
como é o caso da personagem. c. Por que a narradora fez essas suposições antes de resolver parar o carro? todo o dinheiro roubado.
• Nas atividades 2 e 3, auxilie os Possível resposta: Para tentar amenizar o fato e não precisar parar para ajudar.
3. Quando notou que as meninas estavam demorando para voltar, a mãe tentou imaginar o que
estudantes a compreender os
acontecimentos que compõem estava ocorrendo e também fez uma suposição.
a crônica. Converse com eles so- a. Nesse caso, por que ela preferiu pensar que o motivo da demora era a chuva?
bre os pensamentos que a nar- Possível resposta: A mãe fez isso para evitar pensar em algo negativo que pudesse preocupá-la.
b. A situação vivenciada pelas meninas revela que tipo de violência? Explique sua resposta.
radora tinha para tentar aliviar Resposta: Revela violência física (quando atiram areias e pedras nas meninas)
as hipóteses de que algo pior 280 e violência moral (quando ofendem a mãe das meninas).
poderia ter acontecido, tanto
com o homem estirado no chão
como com as meninas, e diga
que é uma maneira que algu- 02/08/2022 16:04:17
mas pessoas têm de lidar com
situações desafiadoras para não
sofrer por antecipação e manter
a mente mais tranquila.

280

09/08/2022 13:43:47
4. Releia o seguinte trecho. • Aproveite a atividade 4 para
colocar em discussão a banali-
Acaba morrendo no meu carro. Aí, o que é que eu faço? E vai zação da violência que o trecho

Marcela Pialarissi/Arquivo da editora


manchar tudo de sangue. Não, não é por causa do sangue, mas é sugere. Chame a atenção dos
porque a gente não deve mexer em gente ferida. Não é não, é por estudantes para o fato de que a
narradora tem consciência des-
causa do medo mesmo, estou com medo de me envolver com o ho-
sa banalização e, por isso, cita a
mem, com o sangue do homem, com a morte e a vida do homem. própria mesquinhez. Pergunte-
Oh, meu Deus, por que é que eu fui passar por esta esquina e dar -lhes se eles se recordam de al-
de cara com a minha mesquinhez? gum fato do cotidiano no qual
Resposta: Porque ela reconhece que estava mais situações como essa ficaram
a. Por que a narradora se considera mesquinha? Explique. preocupada com sua própria situação (ter de se evidenciadas e, se achar conve-
envolver com uma pessoa baleada) do que com o problema da pessoa que estava precisando de ajuda.
b. A maneira como a narradora trata o problema revela que a violência é vista socialmente de niente, ouçam juntos a canção
que forma? Resposta: A atitude dela revela que a violência é vista de maneira banal, “Construção”, composta e inter-
como se fosse algo natural e irrelevante, que não diz respeito a ela.
pretada por Chico Buarque, no
5. Sobre a pessoa do discurso e o narrador da crônica, responda às questões a seguir. álbum Construção, de 1971, que
a. Em que pessoa do discurso a crônica foi narrada? O narrador participa dos fatos ou apenas relata o dia de um trabalhador
observa? Resposta: A crônica foi narrada em primeira pessoa e os fatos são narrados por alguém que participou deles. que cai de um prédio no asfalto
e atrapalha o tráfego.
b. O que a escolha desse foco narrativo atribui à crônica? Resposta: Implica uma visão pessoal, parcial do
narrador com relação aos fatos narrados no texto, evidenciando seus sentimentos diante das situações. • Na atividade 5, destaque que
6. Na crônica, não é especificado quando ocorreram os fatos. a narração em primeira pessoa
a. Isso prejudicou a compreensão global do texto? Justifique sua resposta. reforça o acontecimento narra-
Resposta: Não, pois o texto se concentra nas ações dos personagens. do na crônica e dá sentido à his-
b. O que a não especificação do tempo revela com relação à violência? tória, mas comente que as crô-
Resposta: Revela que a violência urbana está presente no dia a dia de todos e a todo momento.
nicas também podem ser narra-
Explorando a linguagem das em terceira pessoa.

1. Releia o trecho inicial da história, analisando as palavras destacadas. • Com base nas discussões le-
vantadas nas atividades, expli-
Dobramos a esquina e vi o homem caído. Não. Dobramos a esquina e ouvi os gritos que aos estudantes que um tra-
ço marcante das crônicas são os
do homem caído. Não. Dobramos a esquina e ouvi os gritos. Aí vi que eram de um
motes que os cronistas utilizam
homem caído. para construir os textos, como
— Mãe, vou até a praça com a Rita brincar nos balanços. recordações, cenas prosaicas,
histórias contadas para os ami-
— Tá bem. Não demora. Rita, traz leite na volta.
gos e inovações tecnológicas,
a. Com que função o advérbio não aparece repetido nesse trecho? entre outros.

Resposta: Para indicar os intervalos que a narradora utiliza para reformular seu pensamento e narrar de forma mais
b. Identifique nesse trecho uma marca de oralidade. detalhada a história. Na atividade 6, explique-lhes
Resposta: A palavra tá (redução da forma verbal está). que, mesmo tratando de assun-
c. A palavra aí, em destaque no trecho, foi usada informalmente com valor de conjunção. Que tos cotidianos, a crônica muitas
relação de sentido entre as orações ela estabelece? vezes consegue não ser efême-
Resposta: Relação de conclusão.
2. Releia o trecho a seguir. ra, principalmente quando ad-
quire universalidade, ao trans-
O homem gemendo. Me leva, gente, me leva que eu estou morrendo. Tá morrendo formar um evento simples em
nada, foi na perna, amigo, perna não mata ninguém. É, mas é na perna que tem a algo grandioso, permitindo ao
femoral, eu fosse a senhora levava ele, a ambulância não vem mesmo, o homem acaba leitor sentir-se representado.
morrendo. • No item a da atividade 1 da
subseção Explorando a lingua-
Identifique nesse trecho as marcas do registro informal. gem, oriente os estudantes a ler
Resposta: Me leva... me leva: pronome oblíquo em início de oração; leva ele: pronome reto em função de pronome oblíquo. o trecho com expressividade
3. Considerando os assuntos que são recorrentes nas crônicas, por que nesse gênero é comum
para que percebam que a repe-
o uso de marcas de oralidade e de expressões informais?
Resposta: Como o cotidiano é a matéria-prima das crônicas, é comum o emprego de marcas de oralidade e de tição do advérbio não para re-
expressões informais para aproximar a linguagem do texto à forma de falar no dia a dia. 281 formular o pensamento provo-
ca a sensação de oralidade. Ex-
plique a eles que isso ocorre
porque o texto escrito pressu-
:04:17
termo aí estabelece com as orações anteriores, de modo utilizar essas marcas linguísticas, a crônica02/08/2022
aproxima-se
16:04:17
põe uma organização dos pen-
que reconheçam a relação de conclusão. de uma linguagem cotidiana e comum a grande parte samentos antes de sua exposi-
• Ao identificar as marcas de registro informal na ativi- dos falantes da língua. ção, diferentemente de textos
dade 2, relembre os estudantes de que, no português • Na atividade 3, perceba se os estudantes compreende- orais, que costumam ser mais
espontâneos. No item b, se os
brasileiro, é comum o uso de próclise em situações nas ram a relação entre o uso de marcas da oralidade e as
quais a norma-padrão prescreve ênclise e o emprego de descrições de fatos do cotidiano e leve-os à percepção de estudantes demonstrarem difi-
pronome reto em função de pronome oblíquo. Assim, ao que esse uso é, portanto, uma característica da crônica. culdade, auxilie-os a identificar
a presença da palavra tá. No
item c, pergunte aos estudantes
qual relação a frase iniciada pelo

281

09/08/2022 13:43:47
• Na atividade 4, perceba se os 4. Analise as expressões destacadas no seguinte trecho:
estudantes relacionam o termo
incolor à tentativa de amenizar Tentei inventar uma história para justificar de forma incolor o homem caído no
a situação e não pensar no pior, sangue.
além de sugerir uma história
sem detalhes, em que a narra- a. Qual é a relação de sentido entre as expressões em destaque?
Possível resposta: A relação de sentido entre incolor e caído no sangue é de oposição.
dora não tivesse envolvimento. b. O que esse emprego sugere? Possível resposta: A palavra incolor sugere que a narradora desejava que o
• Na atividade 5, comente que, homem não estivesse ferido, que não houvesse sangue.
5. As crônicas podem apresentar um tom humorístico, lírico ou crítico. Quais desses tons é
embora haja um tom predomi-
nante em cada crônica, algumas
possível perceber na crônica lida? Explique. Resposta: Um tom crítico sobre a banalização da violência.
podem misturar vários deles, ou
seja, é possível que um texto privi- A crônica é um texto ficcional, que oscila entre os campos jornalístico e literário, extraindo
legie um tom crítico sobre deter- do cotidiano a matéria-prima de seu texto. Quando a crônica é narrativa, é caracterizada por
minado assunto, mas apresente uma quantidade reduzida de personagens e de ações.
nuances de humor, por exemplo.
• No item a da atividade 1 da
subseção Discutindo ideias, Discutindo ideias, construindo valores
construindo valores, questione
os estudantes a respeito da ati- 1. Releia o seguinte trecho do texto, analisando a postura dos personagens diante da situação.
tude das pessoas diante de um
problema alheio, destacando a
ausência de solidariedade e o
O homem gemendo. Me leva, gente,

Camila Ferreira/Arquivo da editora


medo de auxiliar os outros e de
se envolver em problemas. No me leva que eu estou morrendo. Tá mor-
item b, promova uma discussão rendo nada, foi na perna, amigo, perna
a fim de levá-los a compreender não mata ninguém. É, mas é na perna
que é necessário não banalizar a que tem a femoral, eu fosse a senhora
violência, dar menos importân-
levava ele, a ambulância não vem mes-
cia aos bens materiais e permi-
tir-se uma pausa na correria do mo, o homem acaba morrendo.
dia a dia para haver mais solida-
riedade entre as pessoas.
• Na atividade 2, discuta com os a. O que esse trecho revela com relação ao tratamento dado ao ser humano?
Resposta: Revela medo e, ao mesmo tempo, pouca solidariedade em ajudar o outro.
estudantes as possíveis causas
b. Para você, o que as pessoas devem fazer para que valores tão essenciais à preservação da
da violência, como desigualdade
social, econômica e étnica, entre humanidade sejam resgatados? Resposta pessoal.
outras. Incentive-os a desenvol- 2. O texto reflete uma situação de banalização da violência, pois a cada dia a violência está sendo
ver a argumentação oral, levan- vista com mais naturalidade pelas pessoas. Em sua opinião, quais são as causas e as conse-
do-os ao entendimento de que a quências desse processo de banalização da violência no dia a dia? Resposta pessoal.
violência tornou-se parte da ro-
tina, algo habitual, e por isso não 3. A violência urbana é um problema social alarmante e cresce progressivamente. Muitos grupos
causa espanto ou indignação. de pessoas se reúnem e buscam, por meio de passeatas, mobilizar a sociedade para a resolução
Pergunte-lhes o que, na opinião desse problema.
deles, poderia mudar essa reali-
dade, de modo que a conversa
a. O que você pensa dessas atitudes? Para você, elas são eficientes no combate à violência?
Resposta pessoal.
enverede para a importância de b. No lugar onde você vive, que atitudes têm sido tomadas para combater a violência?
ações que promovam o comba- Resposta pessoal.
4. Muitos programas televisivos apresentam a violência de forma sensacionalista, ou seja, com
te à violência e a internalização
de uma cultura de paz. exageros capazes de causar grande impacto nas pessoas sem que haja necessidade e efeti-
vamente compromisso com a veracidade dos fatos. Em sua opinião, de que forma esses pro-
• No item a da atividade 3, con-
gramas podem contribuir para a banalização da violência? Possível resposta: Esses programas
verse com os estudantes a res- acabam provocando gradativamente a perda da sensibilidade dos espectadores com relação aos problemas
peito da importância de cons- 282 expostos, pois tudo se torna um grande espetáculo, sem levar à reflexão e à conscientização.
cientizar as pessoas sobre tal
fato, a fim de iniciar um proces-
so de transformação. No item b,
permita a alguns estudantes • Os livros a seguir podem complementar o trabalho 02/08/2022 16:04:17
que exponham experiências vi- com o gênero crônica. Conheça-os.
vidas ou presenciadas por eles. CORRÊA, Clarissa. Para todos os amores errados. 3. ed.
• Na atividade 4, incentive-os a Belo Horizonte: Gutenberg, 2013.
pesquisar e a entender o sensa- MEDEIROS, Martha. Coisas da vida. 2. ed. Porto Alegre:
cionalismo de muitos veículos L&PM, 2016.
de comunicação diante de situ- SANTOS, Joaquim Ferreira dos (org.). As cem melhores
ações de violência. Explique- crônicas brasileiras. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007.
-lhes que sensacionalista é uma
postura editorial que exagera
nas informações, sendo, muitas
vezes, tendenciosa.
282

09/08/2022 13:43:47
Objetivos
Interação entre os textos • Ler e analisar um artigo expo-
sitivo sobre o tema da violência.
A violência é algo que está presente no cotidiano das pessoas, seja de forma direta ou indireta.
Mas, você já parou para refletir sobre o que é a violência? Quais formas de violência existem? • Relacionar as informações
apresentadas no artigo exposi-
Para descobrir, leia o artigo expositivo a seguir, que trata desse assunto. tivo com a crônica lida na seção
Leitura.
Relatório mundial sobre violência e saúde
BNCC
Antecedentes
Talvez a violência sempre tenha participado da experiência humana. Seu impacto pode • Ao utilizar o conhecimento de
mundo para tentar entender o
ser visto de várias formas, em diversas partes do mundo. Todo ano, mais de um milhão de que é a violência e de que formas
pessoas perdem suas vidas e muitas outras sofrem lesões não fatais, resultantes da vio- ela se manifesta por meio do que
lência autoinfligida, interpessoal ou coletiva. De forma geral, no mundo todo, a violência é apresentado no artigo exposi-
está entre as principais causas de morte de pessoas na faixa etária de 15 a 44 anos. Apesar tivo, os estudantes desenvolvem
a competência geral 1.
da dificuldade em se obter estimativas precisas, o custo da violência se traduz em bilhões
de dólares americanos em gastos anuais com assistência à saúde no mundo todo e, no ca- • Ao formular ideias baseadas
no respeito aos direitos huma-
so das economias nacionais, mais alguns bilhões em termos de dias de trabalho perdidos, nos para fundamentar suas ar-
aplicação das leis e perdas em investimentos. gumentações acerca do que po-
de ser feito para combater a
O visível e o invisível
violência urbana e discutir esse
É claro que não se pode calcular o custo humano em sofrimento e dor. Na realidade, mui- assunto com a turma, os estu-
to deste custo é invisível. Ao mesmo tempo em que a tecnologia dos satélites tem tornado dantes desenvolvem as compe-
certos tipos de violência – terrorismo, guerras, rebeliões e tumultos civis – diariamente tências gerais 7 e 9.
visíveis ao público, há muito mais violência ocorrendo de forma invisível nos lares, locais • Por meio da relação temática
entre um artigo expositivo e a
de trabalho e, até mesmo, em instituições médicas e sociais
crônica apresentada na seção
criadas para cuidar das pessoas. Muitas das vítimas Leitura, os estudantes são leva-
são demasiadamente jovens, fracas ou doentes para dos a analisar as semelhanças
se protegerem. Outras são forçadas por conven- entre eles, desenvolvendo a ha-
ções ou pressões sociais a manterem silêncio bilidade EF69LP30.
sobre suas experiências. Assim como ocorre • O t em a co n t emp o r â n e o
com seus impactos, algumas causas da violên- transversal Educação em direi-
tos humanos pode ser traba-
cia podem ser facilmente percebidas. Outras
lhado na leitura do artigo expo-
estão profundamente enraizadas no arcabouço sitivo, pois aborda diversas for-
cultural e econômico da vida humana. A pes- mas de violência, ultrapassando
quisa recente indica que, ao mesmo tempo em as formas mais óbvias de vio-
que fatores biológicos e outros fatores individuais lência física e ampliando a dis-
cussão para formas considera-
explicam algumas das predisposições à agressão,
das invisíveis, como as que
é mais frequente que esses fatores interajam com
Foto: Elovich/Shutterstock.com

ocorrem nas esferas privadas e


Ilustração de Isabela Santos/

fatores familiares, comunitários, culturais e ou- envolvem silenciamentos e


tros fatores externos para, assim, criar uma ocultações, causando outros ti-
Arquivo da editora.

situação propícia à violência. pos de danos, por exemplo, os


psicológicos. Ao compreender e
Autoinfligida: praticada por uma pessoa nela mesma. refletir sobre esse tipo de vio-
Arcabouço: estrutura. lência e maneiras de combatê-
-la, preservando a saúde física e
283 emocional de si mesmos e dos
outros, os estudantes desenvol-
vem a competência geral 8.
:04:17
Orientações tes sobre as formas de violência existentes e como elas
10/08/2022 10:43:57

• Na seção Leitura, os estudantes puderam ler uma crô-


podem se manifestar na sociedade.
nica e refletir sobre a banalização de atos violentos na • Peça aos estudantes que leiam o texto silenciosa-
sociedade. Agora, eles vão ler um artigo expositivo que mente. Em seguida, solicite a alguns voluntários que
explica o que é violência e como ela se manifesta na so- leiam cada um dos intertítulos em voz alta, promoven-
ciedade. do, assim, uma discussão após a leitura de cada trecho.

• Antes da leitura, converse sobre as perguntas do tex-


to introdutório e sobre o título e questione os estudan-

283

10/08/2022 12:19:41
• Após a leitura, peça aos estu- Um problema que pode ser evitado
dantes que exponham o que
entenderam sobre o conceito de Apesar de a violência sempre ter estado presente, o mundo não tem de aceitá-la como par-
violência e citem que situações te inevitável da condição humana. Desde que a violência existe, também existem sistemas
representam atos de violência. – religiosos, filosóficos, legais e comunais – que se desenvolveram para evitá-la ou restringi-
• É importante que os estu- -la. Nenhum deles foi totalmente bem-sucedido, mas todos deram sua contribuição para esse
dantes concluam que a violên- marco definidor da civilização. Desde o início da década de 1980, o campo de saúde pública
cia não é apenas física, como tem dado uma contribuição cada vez mais importante nessa resposta. Muitos profissionais,
geralmente pensamos. Enfatize pesquisadores e sistemas de saúde pública tomaram para si as tarefas de entender as raízes
que a violência psicológica ou a da violência e evitar que ela ocorra. A violência pode ser evitada e seu impacto minimizado,
de privação de um direito, por
da mesma forma que os esforços em saúde pública evitaram e reduziram, em muitas partes
exemplo, causam tantos danos
quanto a física, por isso, todos do mundo, complicações ligadas à gravidez, lesões ocupacionais, doenças infecciosas e doen-
os tipos de violência devem ser ças resultantes de alimentos e água contaminados. Os fatores que contribuem para respostas
condenados e combatidos. violentas – sejam eles de atitude e comportamento ou relacionados a condições mais abran-
• Destaque que o texto é parte gentes sociais, econômicas, políticas e culturais – podem ser mudados. A violência pode ser
de um relatório apresentado evitada. Não se trata de uma questão de fé, mas de uma afirmação baseada em evidências.
pela Organização das Nações Podem-se encontrar exemplos bem-sucedidos em todo o mundo, desde trabalhos individuais
Unidas (ONU), que é tida como a e comunitários em pequena escala até políticas nacionais e iniciativas legislativas.
instituição responsável por in-
centivar a cultura de paz entre [...]
as nações e promover o respeito
aos direitos humanos. Definindo Violência
Qualquer análise abrangente da violência deve começar pela definição das várias formas
de violência, de modo a facilitar sua mensuração científica. Existem várias maneiras de
se definir a violência. A Organização Mundial da Saúde define violência como:
O uso intencional da força física ou do poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra
outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha grande possi-
bilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou
privação. A definição utilizada pela Organização Mundial da Saúde associa intencionalida-
de com a prática do ato propriamente dito, independentemente do resultado produzido. Os
incidentes não intencionais – tais como a maioria das lesões de trânsito e queimaduras aci-
dentais – estão excluídos da definição. [...] Essa definição cobre uma ampla gama de
consequências – inclusive dano psicológico, privação e deficiência de desenvolvimento. Ela
reflete um reconhecimento cada vez maior por parte dos pesquisadores e profissionais
acerca da necessidade de incluir a violência que não resulta necessariamente em lesões ou
morte, mas que, contudo, oprime as pessoas, as famílias, as comunidades e os sistemas de
assistência à saúde no mundo todo. Muitas formas de violência contra mulheres, crianças e
idosos, por exemplo, podem resultar em problemas físicos, psicológicos e sociais que não
necessariamente levam a lesões, invalidez ou morte. Essas consequências podem ser ime-
diatas, bem como latentes, e podem perdurar por anos após o abuso inicial. Portanto, definir
os resultados somente em termos de lesões ou mortes limita a compreensão da totalidade
do impacto da violência sobre as pessoas, as comunidades e a sociedade como um todo.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Relatório mundial sobre violência e saúde. Genebra, 2002. Disponível em:
https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/wp-content/uploads/2019/04/14142032-relatorio-mundial-sobre-violencia-e-saude.pdf.
Acesso em: 20 maio 2022.

Mensuração: ato de medir, medição.

284

02/08/2022 15:57:36

284

09/08/2022 13:43:47
1. Após ler o artigo expositivo, sua opinião sobre o que é violência continuou a mesma? Por quê? • Na atividade 1, retome as re-
Resposta pessoal. flexões feitas antes da leitura e
2. Em sua opinião, o que pode ser feito para combater a violência urbana? Reúna-se com um peça aos estudantes que co-
colega e troquem ideias sobre isso. Em seguida, apresentem as propostas de vocês à turma. mentem se a leitura do texto
Resposta pessoal. ampliou sua compreensão da
3. Copie em seu caderno a alternativa correta a respeito da violência de acordo com o texto lido.
violência na sociedade.
A. A violência sempre fez parte da experiência humana no mundo todo.
• Para realizar a atividade 2,
B. A violência é algo recente na história da humanidade. oriente os estudantes a pesqui-
sar medidas que já foram toma-
C. Apesar de sempre ter existido, é possível perceber a violência apenas em determinadas das para combater a violência
5. Resposta: Desde a década de 1980, profissionais, pesquisadores e sistemas de saúde
regiões do planeta. pública têm tentado entender as raízes da violência e evitar que ela ocorra ou minimizar seu em alguma cidade ou país e ti-
Resposta: A. impacto com base em evidências. veram resultado positivo, para
4. Releia o trecho inicial do intertítulo “O visível e o invisível”.
que, com base nessas informa-
É claro que não se pode calcular o custo humano em sofrimento e dor. Na realidade, ções, consolidem sua opinião
4. Resposta: É possível ver, por meio da tecnologia dos satélites, certos tipos de sobre o assunto. Durante a troca
muito deste custo é invisível. violência, como terrorismo, guerras, rebeliões e tumultos civis. Já algumas
formas de violência que ocorrem nos lares, locais de trabalho e, até mesmo, em instituições médicas e sociais criadas para de ideias entre eles e a apresen-
cuidar das pessoas são invisíveis. tação das propostas à turma,
Com base no texto, que tipo de violência é visível e que tipo é invisível?
incentive-os a desenvolver a ar-
5. De acordo com o texto, qual é a importância da saúde pública no combate à violência? gumentação oral e escrita, além
do respeito à opinião dos cole-
6. Em sua opinião, quando falamos em violência, qual é a forma mais lembrada pelas pessoas? gas e aos turnos de fala. É fun-
Possível resposta: A violência física, pois é o tipo de violência mais explícita, enquanto as outras são mais veladas.
7. Releia a definição da OMS para o que é violência. damental destacar a importân-
cia da promoção da cultura de
O uso intencional da força física ou do poder, real ou em ameaça, contra si próprio, paz nas esferas públicas e pri-
contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha vadas em todos os setores da
sociedade.
grande possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de
7. a. Sugestão de resposta: Esses tipos de violência são aqueles “invisíveis”, que
desenvolvimento ou privação. oprimem as pessoas, podendo resultar em danos físicos, psicológicos e sociais • Na atividade 3, destaque a
imediatos ou latentes. Quando se restringe a violência apenas ao que resulta em lesões ou morte, limita-se a compreensão de seu afirmação correta e diga aos es-
impacto e, consequentemente, a busca para a solução desse problema. tudantes que, por ser parte da
a. Qual é a importância de se incluir a violência que não experiência humana, a violência
resulta necessariamente em lesões ou morte nessa existe em todas as regiões do
definição? planeta, mas alguns locais são

Ilustração de Isabela Santos/Arquivo da editora.


Foto: Elovich/Shutterstock.com
b. Dos tipos de violência apresentados no artigo expositivo, particularmente mais violentos
e isso ocorre por uma complexi-
quais foram narrados na crônica “Na esquina e na praça”?
Resposta: A violência física. dade de fatores, como desigual-
8. Ao analisar o artigo expositivo e a crônica lida anteriormente, dade social e cultura do ódio.
percebemos que a violência sempre esteve presente na
sociedade.
• Ao desenvolver a atividade 4,
pergunte aos estudantes se já
a. Como a banalização da violência foi explorada nesses tinham refletido sobre as for-
mas de violência invisível men-
textos?
cionadas no texto. Aproveite a
b. Diante disso, que reflexões você faz com base na leitura atividade 5 para continuar essa
desses textos? Resposta pessoal. reflexão, ressaltando que, mui-
tas vezes, é de dentro do siste-
Selma: uma luta pela igualdade ma de saúde público que par-
tem muitas denúncias de vio-
Esse filme conta a história de Martin Luther King e de sua luta pela comunidade
afro-americana contra o racismo, mostrando as históricas marchas que aconteceram lências e abusos, pois, após aco-
em 1965, entre a cidade de Selma, no interior do Alabama, até a capital do estado, lher uma vítima, há a conexão
Montgomery, nos Estados Unidos. desse sistema com os serviços
8. a. Resposta: O artigo expositivo explica que a
Selma: uma luta pela igualdade, de Ava DuVernay, 2015. 128 min. violência sempre fez parte da experiência legais de assistência determina-
humana no mundo todo e de formas diversas. A crônica apresenta uma situação que comprova que as pessoas estão acostumadas a dos a cada tipo de violência.
perceber a violência como algo rotineiro. Assim, elas presenciam, por exemplo, assaltos, brigas, discussões, ações
de desrespeito sem refletir sobre as causas dessas atitudes. 285 • Aproveite a atividade 6 para
concluir essa reflexão, mencio-
nando que a violência física po-
de ser mais visível, como no ca-
:57:36
Em alguns casos, situações que antigamente não eram tir a saúde física e emocional de si mesmos 10/08/2022
e dos outros.
10:45:53
so das guerras e do terrorismo;
consideradas violentas hoje o são, como violência de gê-
nero e violência racial, por exemplo, e compreender es-
• A sugestão de filme trazida no boxe retrata as mar- mas também pode ser mais in-
visível, como no caso da violên-
chas realizadas em busca de igualdade de direitos no
sas situações como violência auxilia o combate a elas. estado do Alabama, nos Estados Unidos. Verifique a cia doméstica, que pode tanto
• Aproveite a atividade 8 para perceber se os estudantes possibilidade de assistir ao filme com os estudantes, ser física como psicológica, por
exemplo.
assimilaram bem a interação entre os textos. Finalize a uma vez que ele vai ao encontro da temática sobre vio-
discussão ressaltando a ideia de que não é porque a vio- lência racial, e em seguida promova uma conversa com • Na atividade 7, converse com
lência sempre existiu que ela deve ser banalizada, e é ne- eles. os estudantes sobre a impor-
cessário combater todos os tipos de violência para garan- tância da atualização do que é
considerado violência conforme
o que ocorre nas sociedades.

285

10/08/2022 12:19:52
Objetivos

• Analisar a violência por meio Conexões História


de uma perspectiva histórica.

BNCC
A violência ao longo da História
• A seção Conexões favorece o
estudo do tema contemporâ- A violência acompanha o ser humano desde a Pré-História, quando ele a praticava como forma
neo transversal Educação em de sobrevivência e autodefesa, por exemplo, ao se defender de animais.
direitos humanos, pois as dis-
cussões sobre a violência em Na Antiguidade Clássica, a violência era utilizada na diferenciação entre os cidadãos. Esparta
uma per spec t i v a his tór ic a era uma cidade de forte tradição militar, onde as crianças eram treinadas para ser adultos guer-
oportunizam reflexões acerca reiros e considerados os cidadãos legítimos. Mesmo conhecida como o “berço da democracia”, em
da importância de promover os Atenas, nem todas as pessoas eram vistas como cidadãs, entre elas comerciantes, artesãos, pe-
valores da cooperação, da tole- quenos proprietários e pessoas escravizadas, que não tinham participação política.
rância e da paz.
No Império Romano, a diferenciação dos grupos sociais continuou e a manutenção da política
• Ao utilizar o conhecimento de se dava por meio da violência social. As leis eram criadas de modo a assegurar os privilégios de
mundo para relacionar os prin-
pequenos grupos em detrimento da maioria marginalizada.
cípios da violência ao longo da
história às formas de violência
da atualidade e buscar soluções
para esse problema com base
nas pesquisas realizadas, os es-
tudantes desenvolvem as com-
petências gerais 1 e 2.
• Ao desenvolver as atividades
propostas argumentando sobre
Gabriele Maltinti, Fotokvadrat, 4.murat, Alexander Ishchenko, pyzata, Eugenio
Marongiu, lolloj, Photosampler, Iurii Davydov e riekephotos/Shutterstock.com

o assunto com base no respeito


Fotomontagem de Tatiane Galheiro. Fotos: Everett Collection, Matt Gibson,

aos direitos humanos e ao tra-


balhar em duplas, exercitando o
diálogo e a cooperação para
propor sugestões que visam ao
combate à violência, os estu-
dantes desenvolvem as compe-
tências gerais 7 e 9.
• A pesquisa sugerida nesta se-
ção permite aos estudantes o
desenvolvimento das habilida-
des EF89LP24 e EF89LP25, pois
são instruídos a realizá-la em di-
versas fontes e a socializar oral-
mente os resultados obtidos.
• A atividade 4 permite aos es-
tudantes desenvolver a habili-
dade EF89LP27 à medida que
eles tecem considerações e for-
mulam problematizações perti-
nentes à violência urbana.

286

Orientações esses períodos. Se considerar necessário, auxilie-os dis-


02/08/2022 15:57:39

• Esta seção propõe um diálogo com o componente cur- ponibilizando livros de História para consulta.
ricular de História. O texto expõe que a violência sempre • Para organizar a pesquisa, eles podem se reunir em
existiu e traça um panorama histórico de como ela esteve grupos de três ou quatro elementos e cada um ficar res-
presente em diversos momentos ao longo do tempo. ponsável por um momento histórico. Essa é uma estra-

• Se achar pertinente, peça aos estudantes que realizem


tégia interessante para trabalhar com turmas numero-
sas. Procure unir estudantes de diferentes perfis, de
uma pesquisa sobre os momentos históricos citados no
modo que a atividade colaborativa seja baseada na di-
texto, a fim de que compreendam melhor cada um deles
versidade, e, por fim, peça-lhes que compartilhem as
e desenvolvam noções introdutórias de práticas de pes-
informações com a turma.
quisa. Incentive-os a realizar uma revisão bibliográfica
com a coleta de materiais impressos ou virtuais sobre

286

09/08/2022 13:43:48
• Na atividade 1, chame a aten-
ção dos estudantes para o fato
de que, na Antiguidade clássica,
a violência era uma demonstra-
ção de poder e uma forma de
Conhecida como um dos períodos mais violentos, na Idade Média, a Igreja e o Estado detinham diferenciar classes sociais.
todo o poder, e a violência era utilizada para punir transgressões e como forma de educação e • Na atividade 2, se considerar
intimidação dos marginalizados. Nessa época, forcas e torturas em praça pública se transforma- oportuno, converse com os es-
vam em espetáculo. tudantes sobre a espetaculari-
zação da violência que ocorre
Na Idade Moderna, o desenvolvimento do comércio e o capitalismo resultaram em conquistas também nos dias atuais. Não
de novos territórios, na exploração de novas terras e povos e em grandes conflitos entre os países são raras as situações de violên-
europeus. cia que são presenciadas no dia
a dia, inclusive de modo virtual,
A contemporaneidade, cujo início se deu na Revolução Francesa, é marcada por grandes guerras,
como o cyberbullying, e as ra-
como a Primeira e a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria, que representam a habilidade humana zões para isso não diferem em
para a destruição e o terror. Além disso, a crescente violência urbana e as desigualdades sociais quase nada da Idade Média, pois
fazem parte desse período. a intenção é intimidar e coagir.
Confira as respostas das questões nas orientações ao professor.
1. Qual é a diferença entre o uso da violência na Pré-História e na atualidade? • Na atividade 3, converse so-
bre as relações entre o capitalis-
2. Por que, na Idade Média, a violência foi transformada em espetáculo? mo e a disputa pelo poder, que
3. De acordo com o texto, de que forma o desenvolvimento do comércio e o capitalismo contri- gera muitas situações de vio-
lência, já que o interesse pelo
buíram para a violência?
acúmulo e pela manutenção de
4. Leia as manchetes a seguir. bens materiais resulta em situa-
ções de hostilidade.

Denúncias de feminicídio crescem 35% em março no estado de SP • A atividade 4 traz exemplos


de notícias que comprovam que
a violência ainda é utilizada co-
Disponível em: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2022/04/19/denuncias-de-feminicidio-crescem-
35percent-em-marco-no-estado-de-sp.ghtml. Acesso em: 19 abr. 2022. mo instrumento de poder, já que
mostra situações em que mino-
rias são violentadas. É esperado,
Jogador é substituído chorando na Argentina após ser portanto, que os estudantes
alvo de racismo cheguem a essa reflexão.

Disponível em: https://www.metropoles.com/esportes/futebol/jogador-e-substituido-chorando-na-argentina


• Para a realização da atividade
5, incentive os estudantes a de-
-apos-ser-alvo-de-racismo. Acesso em: 19 jul. 2022.
senvolver noções introdutórias
de práticas de pesquisa por meio
Número de denúncias de maus-tratos a crianças e adolescentes da realização de revisão biblio-
gráfica ou análise documental.
cresce 12% pelo número 156 da Prefeitura de SP
Para isso, auxilie-os a encontrar
Disponível em: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2022/03/17/numero-de-denuncias-de-maus-tratos-a
fontes confiáveis com dados so-
-criancas-e-adolescentes-cresce-12percent-pelo-numero-156-da-prefeitura-de-sp.ghtml. bre a violência no Brasil. Ajude-
Acesso em: 19 abr. 2022. -os a analisar as informações,
verificando o perfil das pessoas
Com base nas manchetes lidas e na sua opinião, é possível afirmar que a violência como que mais sofrem e das que mais
ferramenta de poder ainda está presente na sociedade atual? De modo geral, como ocorre a praticam violência. É importan-
violência no Brasil? te verificar as fontes para evitar
a disseminação de informações
5. Com um colega, pesquise dados da violência no Brasil. Depois, pensem em formas de combater
falsas ou tendenciosas. Com ba-
essas formas de violência e compartilhem com a turma.
se na pesquisa realizada, leve-
287 -os a refletir sobre formas de
prevenir episódios de agressão.
É possível retomar a pesquisa e
a discussão realizadas na ativi-
:57:39 toda a turma. Se necessário, acesse o site a seguir para 2. Resposta: Para servir de exemplo intimidando
08/08/2022 as pes-
14:45:50
dade 2 da seção Interação entre
auxiliá-los na pesquisa. soas. os textos, ressaltando que, na
atividade da seção Conexões, as
ATLAS da violência. Ipea. Disponível em: https://www. 3. Resposta: Na exploração de novas terras e povos, con-
sugestões sobre o combate à
ipea.gov.br/atlasviolencia/. Acesso em: 20 abr. 2022. sequentemente, na escravidão, além das guerras por
violência devem ser direciona-
disputa de território.
das especificamente à realidade
Respostas 4. Resposta pessoal. Pergunte aos estudantes se eles brasileira. Peça aos estudantes
1. Resposta: Na Pré-História, o ser humano praticava a assistem a jornais ou leem notícias sobre esse assunto que escrevam essas propostas
violência como forma de sobrevivência e, atualmente, e analise a coerência das respostas. em cartazes, com o intuito de
ela é uma ferramenta de poder e dominação. 5. Resposta pessoal. promover, por meio da estratégia
Gallery walk, a exposição para

287

09/08/2022 13:43:48
Objetivos

• Compreender a diferença en- Ampliando a linguagem


tre denotação e conotação.
Denotação e conotação
BNCC
1. Analise as palavras em destaque no trecho a seguir, extraído da crônica “Na esquina e na
• Esta seção possibilita um tra- praça”.
balho com a competência espe-
cífica de Língua Portuguesa 2, Dobramos a esquina e vi o homem caído. Não. Dobramos a esquina e ouvi os gritos
pois permite aos estudantes se do homem caído. Não. Dobramos a esquina e ouvi os gritos. Aí vi que eram de um
apropriar de conhecimentos lin-
homem caído.
guísticos por meio da linguagem
escrita e, com isso, participar da Qual é o sentido da palavra dobramos nesse contexto? Resposta: Mudar de direção, virar.
cultura letrada e da vida em so-
ciedade. 2. Leia as frases a seguir e confira o emprego do verbo dobrar em outros contextos.
A. André dobrou as camisetas antes de guardar. 2. Resposta: Na frase A, o verbo
Orientações
dobrar está sendo empregado
• Nesta seção, os estudantes B. O dono do mercado dobrou os lucros no último semestre. com o sentido de reduzir o
tamanho mediante dobraduras;
são convidados a refletir um C. Dobramos a segurança para que não houvesse imprevistos. na frase B, com o sentido de
pouco mais sobre as linguagens multiplicar por dois; e na frase C,
denotativa e conotativa. Infor- Explique o sentido do verbo dobrar em cada um desses contextos. com o sentido de intensificar,
reforçar.
me-lhes que, em um texto, as
palavras podem apresentar seu Quando uma palavra ou expressão é empregada em sentido literal, quando ela é entendida
significado literal e, nesses ca- independentemente de interpretações individuais, ela apresenta sentido denotativo e, por
sos, apresentam sentido deno- isso, ocorre a denotação.
tativo. Dependendo do contex-
to, as palavras podem adquirir Quando uma palavra apresenta diferentes possibilidades de sentidos, dependentes do
novos significados, diferentes contexto de uso, e seu significado resulta de associações com outras palavras, objetos e seres
dos habituais, e apresentam o ou outros contextos, ela está sendo empregada com sentido conotativo. Nesse caso, ocor-
sentido conotativo. A lingua- re a conotação.
gem conotativa é mais comu-
mente encontrada em textos li- 3. Agora, leia os trechos de letras de canção a seguir.
terários, letras de canção e
anúncios publicitários, pois per- A. Eu vi o cego dando nó cego na cobra
mitem polissemia e ambiguida- Vi cego preso na gaiola da visão
de, o que possibilita múltiplas
ZÉ, Tom; WISNIK, José Miguel. Xiquexique. Intérprete: Tom Zé. In: Parabelo. São Paulo: BMG Brasil, 1997. Faixa 9.
interpretações, mas também
pode estar presente em diver- B. Oh, meu bem, serei seu guia na terra
sas esferas do discurso.
• Aproveite as atividades 1 e 2 Na guerra ou no sossego
para salientar a quantidade de Sua beleza é o cais
significados que uma mesma DJAVAN. Boa noite. Intérprete: Djavan. In: Djavan ao vivo. Rio de Janeiro: Sony Music, 1999. CD 2, Faixa 7.
palavra pode ter. Se possível,
peça aos estudantes que verifi- C. Desejo o fim da guerra
quem em um dicionário quais
outros sentidos, inclusive os fi- Cantando pela paz
gurados, que o verbo dobrar CEUMAR; FERNANDES, Tata. Meu mundo. Intérprete: Ceumar. In: Meu nome. São Paulo: Circus Produções, 2009. Faixa 10.
pode apresentar, como “dobrar”
alguém em uma conversa. a. Analise as expressões em destaque nos versos do trecho A. Identifique qual delas foi empre-
• Após a leitura do boxe com o gada com os sentidos denotativo e conotativo. Resposta: A palavra cego, no primeiro e segundo versos
está empregada com sentido denotativo, referindo-se a pessoas cegas. A expressão nó cego é conotativa, pois é uma
conceito de denotação e cono- linguagem figurada, referindo-se a um tipo de nó que é difícil de ser desfeito.
tação, reforce com os estudan-
288
tes que, na denotação, o sentido
é mais explícito, pois correspon-
de ao que pode ser explicado outras frases ou recordar poemas e músicas em que 02/08/2022 15:57:39
em um dicionário, por exemplo. elas aparecem e compartilhá-las com a turma.
Já na conotação, o sentido se es-
tabelece de acordo com o con-
texto.
• As palavras utilizadas no sen-
tido denotativo e conotativo na
atividade 3 são bastante empre-
gadas na linguagem cotidiana,
tanto em um sentido como em
outro. Sob essa perspectiva, in-
centive os estudantes a formar
288

09/08/2022 13:43:48
b. Nos versos dos trechos B e C, foi destacada a palavra guerra. Identifique em qual dos trechos • Na atividade 4, se achar opor-
essa palavra foi empregada com sentido conotativo e em qual deles ela foi empregada com tuno, converse com os estudan-
tes sobre alguns provérbios,
sentido denotativo. Resposta: No trecho B, a palavra guerra é conotativa, pois se refere a uma situação
turbulenta, de conflito. No trecho C, refere-se aos conflitos bélicos; portanto, apresenta um sentido literal, denotativo. também conhecidos como dita-
4. Os provérbios costumam trazer ensinamentos por meio de uma linguagem figurada, empre- dos populares, que passaram
gada com sentido conotativo. Leia a seguir alguns provérbios. por atualizações ou deixaram de
ser utilizados por conta dos
A. Quem espera sempre alcança. contextos sociais e históricos.
B. Roupa suja se lava em casa. Pergunte se eles conhecem al-
gum e cite, por exemplo, o que
C. Quem não tem cão, caça com gato. diz que “em briga de marido e
D. Quando um não quer, dois não brigam. mulher, ninguém mete a colher”,
que hoje em dia não faz mais
E. Saco vazio não para em pé. sentido, já que atualmente se
F. Mentira tem perna curta. compreende que é necessário
combater qualquer tipo de vio-
G. Uma andorinha sozinha não faz verão.
lência, inclusive a violência do-
H. Antes só do que mal acompanhado. méstica.
I. De grão em grão a galinha enche o papo. • A atividade 5 mostra as mes-
Origem popular. mas palavras sendo utilizadas
Explique o sentido de cada um dos provérbios apresentados. Confira a resposta da questão nas com diferentes sentidos em
orientações ao professor.
manchetes de jornal. Aproveite
5. Nas manchetes a seguir, identifique se as palavras em destaque foram empregadas com sen- para ressaltar aos estudantes
Respostas: A: Sentido conotativo: deixar. B:
tido denotativo ou conotativo. Explique sua resposta. Sentido denotativo: desovar, botar. C: que a conotação está presente
Sentido denotativo: corpo celeste. D: Sentido em várias esferas do discurso,
A. conotativo: dançarina de maior destaque.
desde as áreas artísticas, como
Febre do Nilo chega ao Brasil
a literatura, até os discursos pu-
e põe saúde em alerta blicitário, jornalístico e jurídico,
por exemplo.
Disponível em: https://jornal.usp.br/atualidades/febre-do-nilo-chega-ao-brasil-e-poe-saude-em-alerta/.
Acesso em: 18 abr. 2022.
Respostas
B.
4. Possíveis respostas:
Cágado é resgatado e põe ovos
A. Resposta: É preciso ter calma
em piquete de acampamento do RS para obter conquistas.
Disponível em: https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2014/07/cagado-e-resgatado-e B. Resposta: Os problemas pes-
-poe-ovos-em-piquete-de-acampamento-do-rs.html. Acesso em: 18 abr. 2022. soais devem ser resolvidos em
casa, em família, não envolven-
C. do pessoas que não tenham
Descoberta estrela com órbita mais relação direta com eles.
curta ao redor de buraco negro C. Resposta: Devemos agir utili-
zando aquilo que temos à nossa
Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Espaco/noticia/2022/07/descoberta disposição.
-estrela-com-orbita-mais-curta-ao-redor-de-buraco-negro.html. Acesso em: 18 jul. 2022.
D. Resposta: Só há briga quando
todos os envolvidos estão dis-
D. Quem é Mayara Magri, a estudante humilde postos a brigar.
que virou estrela do balé mundial E. Resposta: É preciso se ali-
mentar bem para ter energia.
Disponível em: https://veja.abril.com.br/cultura/quem-e-mayara-magri-a-estudante
-humilde-que-virou-estrela-do-bale-mundial/. Acesso em: 18 jul. 2022. F. Resposta: A mentira é sempre
descoberta em pouco tempo.
G. Resposta: É preciso trabalhar
289
em grupo para conseguir bons
resultados.
H. Resposta: É melhor estar so-
:57:39 10/08/2022 11:07:29 zinho do que ao lado de alguém
que não valoriza ou não respei-
ta a relação.
I. Resposta: Aos poucos, é pos-
sível atingir um objetivo.

289

10/08/2022 12:20:27
Objetivos

• Reconhecer a função das con- A língua em estudo


junções.
• Diferenciar as conjunções co- Conjunções coordenativas e conjunções subordinativas
ordenativas das subordinativas.
1. Leia, a seguir, o trecho de uma HQ com os personagens Cebolinha e Cascão.
BNCC
[...]
• Esta seção possibilita um tra-

© Mauricio de Sousa Editora Ltda.


balho com a competência espe-
cífica de Língua Portuguesa 2,
pois permite aos estudantes se
apropriar de conhecimentos lin-
guísticos por meio da linguagem
escrita e, com isso, participar da
cultura letrada e da vida em so-
ciedade. 1. a. Resposta: A HQ
• Ao ler uma história em qua- trata sobre os
cuidados que
drinhos, compreendendo o sen- pedestres e
tido da história e a relação entre motoristas devem ter
no trânsito para que
os textos verbal e não verbal, os ele seja seguro.
estudantes desenvolvem a ha-
bilidade EF69LP05. 1. b. Resposta:
Respeitar e dar
• O trabalho com a história em preferência a pessoas
com deficiências no
quadrinhos dialoga com o tema trânsito.
contemporâneo transversal
Educação para o trânsito ao ex- 1. c. Resposta: A
linguagem verbal
por orientações aos pedestres apresenta as
quanto a cuidados que todos de- informações
vem ter para que seja seguro educativas sobre o
trânsito, e a linguagem
transitar pelas vias públicas, com não verbal ilustra
respeito ao próximo e à vida. essas informações. SOUSA, Mauricio de.


Educação no Trânsito
Ao identificar nos textos lidos não tem idade.
o agrupamento de orações em A Turma da Mônica,
períodos e diferenciar as ora- São Paulo, Mauricio de
ções coordenadas das subordi- Sousa Editora, p. 3,
2011. Disponível em:
nadas, analisando as conjun- https://crianca.mppr.
ções que estabelecem relações mp.br/arquivos/File/
entre elas, os estudantes de- publi/turma_da_
senvolvem a habilidade monica/monica_
transito.pdf. Acesso
EF08LP11. Esse trabalho tam-
em: 18 abr. 2022.
bém é um pré-requisito para o
desenvolvimento da habilidade [...]
EF08LP12, cujo conteúdo será
apresentado na seção A língua a. Qual é a ideia central em torno da qual essa HQ é construída?
em estudo do capítulo 14. b. De acordo com a HQ, duas atitudes devem ser tomadas por motoristas e pedestres em
relação às pessoas com deficiência. Quais são essas atitudes?
c. Para compreender essa HQ, o leitor precisa relacionar a linguagem verbal e a não verbal.
Explique como essas duas linguagens se relacionam na HQ.
290

Orientações sunto e permita que socializem os resultados com os 02/08/2022 15:57:40

• Para iniciar a seção, apresente aos estudantes a histó- colegas. É possível também retomar o que foi estudado
sobre esse assunto no capítulo 10.
ria em quadrinhos da atividade 1 e oriente-os a realizar
uma leitura silenciosa dela. Na sequência, promova uma • Explique aos estudantes que o uso da palavra defi-
discussão sobre as informações apresentadas, a fim de ciente, embora ainda presente em algumas publicações,
que eles se conscientizem da importância de, no dia a dia, deve ser evitado, pois não devemos rotular a pessoa pe-
tomar atitudes que garantam a segurança no trânsito. la sua característica física, e sim reforçar o indivíduo aci-

• Além das orientações apresentadas, peça aos estu-


ma de suas restrições. Atualmente, utilizamos a expres-
são pessoa com deficiência porque coloca a pessoa à
dantes que destaquem outras que eles conheçam e que
frente de suas características físicas.
também são importantes para a segurança no trânsito.
Se necessário, solicite-lhes uma pesquisa sobre esse as-

290

09/08/2022 13:43:49
2. Releia um trecho da fala do guarda de trânsito no terceiro quadrinho. • Para auxiliar os estudantes a
realizar a atividade 2, aponte os
Devemos respeitar placas, faixas, sinalizações, e o adulto segurar no pulso da criança [...] termos sintáticos das duas ora-
ções: na primeira oração, há um
a. Nesse trecho, há duas orações. Identifique-as.
Respostas: Oração 1: Devemos respeitar placas, faixas, sinalizações; Oração 2: e o adulto segurar no pulso da criança [...]. sujeito elíptico (nós), uma locu-
b. Qual palavra foi empregada para conectar essas duas orações? ção verbal transitiva direta e um
Resposta: A palavra e.
c. As orações identificadas anteriormente são sintaticamente dependentes ou independentes? objeto direto com vários núcle-
os; na segunda oração, comente
Explique sua resposta.
Resposta: São sintaticamente independentes. Cada uma das orações possui seus respectivos termos sintáticos. com os estudantes que o verbo
d. Que relação de sentido a palavra que conecta as orações estabelece entre elas? segurar não foi usado conforme
Resposta: B.
A. Oposição, pois contrapõe informações sobre a segurança no trânsito. a norma-padrão, que o classifi-
ca como transitivo direto. Nesse
B. Adição, pois acrescenta informações sobre a segurança no trânsito. caso, ele revela um uso cotidia-
no em que, comumente, é em-
C. Alternância, pois intercala informações sobre a segurança no trânsito.
pregada uma preposição no
3. Agora, leia a fala do guarda de trânsito no quinto quadrinho e responda às questões. complemento desse verbo. Des-
taque que o verbo segurar, de
Pedir orientação de policiais ou guardas de trânsito quando tivermos dúvidas. acordo com a norma-padrão da
língua portuguesa, não exige
a. Em que momento é importante que as pessoas peçam orientações aos policiais ou agentes
um complemento introduzido
de trânsito? Qual palavra indica esse momento? por preposição, por ser transiti-
Resposta: Quando houver dúvidas. A palavra quando.
b. A palavra que você identificou na questão anterior expressa que relação de sentido entre vo direto. Auxilie-os também a
as orações? 3. c. Resposta: Conecta duas orações sintaticamente dependentes, pois a segunda identificar a relação de sentido
Resposta: Sentido de tempo. oração funciona sintaticamente como adjunto adverbial de tempo do verbo pedir.
entre as orações conectadas.
c. Essa palavra conecta duas orações sintaticamente dependentes ou independentes? Explique.
4. Releia a fala do guarda de trânsito sobre um comportamento que deve ser evitado pelas
• Na atividade 3, auxilie os estu-
dantes caso apresentem dificul-
crianças nas ruas. dades em identificar a relação de
tempo estabelecida entre as
Evitar brincadeiras ou jogos próximo às vias públicas...
orações, destacando que a frase
a. Qual é a função sintática dos termos em destaque? informa em qual momento seria
Resposta: Núcleos do objeto direto. necessário pedir ajuda, de modo
b. Analise o emprego da palavra ou e explique qual é a função dela em relação às palavras em que liguem o momento ao seu
destaque. significado temporal.
Resposta: A palavra ou liga termos de mesma função sintática.
c. A palavra ou pode indicar soma dos elementos ou exclusão de um dos elementos relacio- • Também na atividade 4, auxi-
nados. Qual dessas relações de sentido a palavra expressa? Por quê? lie os estudantes no momento
Resposta: Soma. Porque ambas as ações (brincar e jogar) devem ser evitadas próximo à via pública. da análise. Após a resolução, re-
force que as conjunções ou lo-
Nos trechos apresentados, identificamos que algumas palavras são usadas cuções conjuntivas apresentam
para ligar duas orações ou ainda termos de mesma função sintática em uma diferentes sentidos dependen-
oração. Essas palavras recebem o nome de conjunção. A conjunção que liga do do contexto em que são em-
pregadas, como é o caso, além
duas orações sintaticamente independentes é chamada conjunção coordenativa.
da conjunção ou, das conjun-
Já a conjunção que liga orações sintaticamente dependentes é chamada conjunção ções e e mas. Explique a eles
subordinativa. que, por isso, é importante sem-
pre avaliar o contex to para
Algumas expressões, formadas por duas ou mais palavras, também exercem função de conjunção. identificar as relações de senti-
Essas expressões são denominadas locuções conjuntivas. Confira. do estabelecidas.

Crianças podem circular pelas ruas, desde que estejam acompanhadas de adultos.

locução conjuntiva

291

:57:40 02/08/2022 15:57:40

291

09/08/2022 13:43:49
Sugestão de atividade As conjunções e locuções conjuntivas auxiliam na construção do texto, conferindo a ele coesão
e contribuindo para a continuidade textual. Dependendo do contexto em que são utilizadas, as
• Desenvolva a atividade a se-
conjunções e as locuções conjuntivas exprimem diferentes ideias. Confira alguns exemplos.
guir para que os estudantes
identifiquem os sentidos das • Conjunções e locuções conjuntivas coordenativas
conjunções de acordo com os
contextos em que são empre- Ao atravessar uma rua, olhe para os lados direito e esquerdo.
gadas.
• Escreva na lousa as frases a conjunção coordenativa aditiva
seguir.
› Quando chegou o momento O pedestre tem direitos de acordo com as leis de trânsito, mas também tem seus deveres.
de ganhar os presentes, Ana cor-
ria, e pulava, e sorria, e vibrava. conjunção coordenativa adversativa
› E passei a madrugada acor-
dada, fazendo o trabalho. Na chuva, os perigos aumentam, por isso o cuidado também deve aumentar.
› Estava muito calor. E a meni-
na mergulhou. locução conjuntiva coordenativa conclusiva
› Danilo acordando e Daniela já
trabalhando. Cuidados no trânsito são sempre necessários, seja de noite, seja de dia.
› Ganhasse na loteria, e muda-
va de vida! conjunção coordenativa alternativa
› Dizer uma coisa, e fazer outra
é do perfil de Bruno. Não atravesse a rua fora da faixa de segurança, pois pode ser muito perigoso.
• Agora, escreva na lousa cada
um dos aspectos elencados a conjunção coordenativa explicativa
seguir, que estão relacionados
às frases apresentadas, e peça • Conjunções e locuções conjuntivas subordinativas
aos estudantes que identifi-
quem o efeito de sentido do Ela não pode atravessar a rua, já que o sinal está aberto.
emprego da conjunção em cada
contexto, relacionando as fra- locução conjuntiva subordinativa causal
ses a esses aspectos.
› Em início de período, geral-
mente naqueles que expressam Conseguiu se comunicar com os estudantes ingleses embora não soubesse inglês.
exclamação e interrogação, a
conjunção e perde sua função conjunção subordinativa concessiva
lógica, comportando-se apenas
como um elemento de intensi- Aumente sua atenção ao atravessar ruas se estiver chovendo.
dade afetiva.
Resposta: E passei a madrugada
acordada, fazendo o trabalho.
conjunção subordinativa condicional

› A conjunção e pode conferir


movimento ininterrupto, inten- Só atravesse a rua quando o sinal estiver aberto para os pedestres.
sidade, afetividade e entusias-
mo do interlocutor. Na lingua- conjunção subordinativa temporal
gem popular, é recorrente esse
emprego.
Resposta: Quando chegou o mo-
Não atravesse a rua devagar, para que a travessia não demore mais do que o necessário.
mento de ganhar os presentes, Ana
corria, e pulava, e sorria, e brincava. locução conjuntiva subordinativa final
› A conjunção e pode expressar
causa. 292
Resposta: Estava muito calor. E a
menina mergulhou.

› O uso da conjunção e nesta frase denota condição. 02/08/2022 15:57:40


Resposta: Ganhasse na loteria, e mudava de vida!
› Nesta frase, a conjunção e tem matiz de adversidade.
Resposta: Dizer uma coisa, e fazer outra é do perfil de Bruno.
› Nesse caso, a conjunção e estabelece relação de tem-
poralidade e simultaneidade.
Resposta: Danilo acordando e Daniela já trabalhando.

292

09/08/2022 13:43:49
• Apresente aos estudantes o
Praticando causo, pedindo-lhes que o leiam
silenciosamente. Na sequência,
1. A seguir, você vai ler um causo que aconteceu com o personagem Vicente. discuta sobre o humor no texto
e de que forma esse recurso foi
De fato, não há nada melhor para valorizar terras do que bo-
construído e desenvolvido ao
as estradas. Abrir estradas e construir pontes. A estrada, ou longo da história.
rodagem, como dizem, é o elo que liga a produção agrícola ao
consumidor. Quem tem boa estrada escoadora se orgulha dela.
• Se achar necessário, ao finali-
zar a atividade 1, reforce a dife-
rença entre sentido literal e

Daniel Zeppo/Arquivo da editora


Vicente, muito ingênuo, soltava cada uma que dava gosto.
Poderia ser classificado de um homem antológico. Tinha sentido figurado, destacando
que literal é o significado usual e
umas respostas das mais perfeitas filosofias do povo simples
mais comum. Já o sentido figu-
da roça. Eram umas de deixar a gente pensando. Como saía rado ocorre quando as expres-
com tamanha ingenuidade e tanta graça? [...] sões adquirem novos sentidos
Num sábado, ele estava na porta da venda à beira da estra- em determinado contexto, des-
viando-se, dessa forma, do sen-
da, quando parou um carro de gente fina, desguaritado,
tido denotativo.
perdido por causa das inúmeras encruzilhadas sem placas in-
dicativas. [...] Bem, aí o dono do carro perguntou ao Vicente: • Na atividade 2, ao verificar o
termo no dicionário, peça aos
— Moço, essa estrada vai para a cidade? estudantes que também pes-
— Num tou sabendo não, seu doutor, quisem a palavra antologia.
Tendo em vista que esse vocá-
mas se ela for pra cidade, vai fazer fal- bulo pode significar uma coletâ-
ta demais da conta pra nóis aqui! nea, é possível dizer que o per-
sonagem Vicente é considerado
ORTENCIO, Bariani. Essa estrada vai para a cidade?. In: ORTENCIO, Bariani. O homem que não teimava.
São Paulo: Saraiva, 1998. p. 21. (Jabuti).
um homem antológico por ter
uma coleção de falas engraça-
Escoadora: usada para circulação de produtos. das. Como diz o texto, ele solta-
Desguaritado: perdido. va cada uma que dava gosto.

a. Os causos são caracterizados por apresentarem situações cotidianas. Qual é o fato cotidiano • Para complementar a ativida-
de 3, pergunte aos estudantes
narrado nesse causo? se eles já passaram por uma si-
Resposta: Um motorista pede informação a uma pessoa na estrada.
b. Quais eram as principais características do personagem Vicente? tuação parecida com a do per-
Resposta: O personagem era ingênuo e entendia as coisas de forma totalmente literal. sonagem, em que houve uma
2. Releia a frase a seguir, retirada do causo. falha de comunicação. Dê algum
Poderia ser classificado de um homem antológico. exemplo que se pareça com o da
atividade, como perguntar se
O que o narrador quer dizer ao empregar o termo em destaque? Se necessário, consulte um uma pessoa “tem horas” e ela
dicionário. responder “sim”, em vez de dizer
Resposta: Ao utilizar esse termo, o autor sugere que Vicente é uma pessoa que merece ser lembrada, isto é, memorável. que horas são.
3. Releia o desfecho do causo.
— Moço, essa estrada vai para a cidade?
— Num tou sabendo não, seu doutor, mas se ela for pra cidade, vai fazer falta demais
da conta pra nóis aqui!

a. Nesse trecho, há uma falha de comunicação entre os personagens. Qual palavra usada pelo
motorista ocasionou essa falha na comunicação? Resposta: A forma verbal vai.
b. O que essa falha de comunicação atribuiu ao texto? Explique.
Resposta: Um efeito humorístico, visto que a resposta dada por Vicente é inesperada, pois ele fez uma leitura
literal da fala do motorista. 293

:57:40 02/08/2022 15:57:40

293

09/08/2022 13:43:49
• Na atividade 4, se necessário, 4. Como você notou, dependendo do contexto, o verbo ir pode apresentar significados diferentes.
auxilie os estudantes com a ex- Releia os trechos a seguir.
plicação do contexto em que as
formas verbais foram emprega- A. Moço, essa estrada vai para a cidade?
das. Comente com eles que,
B. Num tou sabendo não, seu doutor, mas se ela for pra cidade, vai fazer falta demais
além desses dois sentidos, o
da conta pra nóis aqui!
verbo ir apresenta outros e su-
gira a eles que verifiquem no a. No trecho A, com que sentido a forma verbal em destaque foi empregada?
Resposta: Conduzir para algum lugar, prolongar-se.
dicionário.
b. No trecho B, a forma verbal for apresenta outro sentido. Explique.
• A partir da atividade 5, explo- Resposta: Deslocar-se de um lugar para outro.
5. Releia outro trecho do causo, analisando a conjunção destacada.
re as conjunções e e se com os
estudantes de modo a destacar
De fato, não há nada melhor para valorizar terras do que boas estradas. Abrir estra-
a diferença de sentido entre
elas e a classificação delas nos das e construir pontes.
trechos apresentados. Com ba-
se nos itens a e b da atividade 5, a. Escreva no caderno a afirmativa correta sobre a função da conjunção e no trecho lido.
Resposta: B.
diga aos estudantes que a con- A. A conjunção e relaciona termos de mesma função sintática.
junção e é considerada uma
conjunção aditiva porque, co- B. A conjunção e liga duas orações.
mo ficou evidenciado no item b, C. A conjunção e contrapõe termos de uma mesma oração.
ela adiciona ações.
b. Com que sentido essa conjunção foi empregada nesse trecho? Escreva a resposta no caderno.
• A atividade 6 auxilia os estu- Resposta: B.
dantes a compreender as ora- A. Contrastar ações que mostram a desvalorização das estradas.
ções em seu contexto de uso e a
B. Adicionar ações que indicam formas de valorizar as estradas.
relação estabelecida entre elas
nesse contexto como um modo C. Concluir sobre as ações necessárias para valorizar as estradas.
de prepará-los para a compre-
ensão do uso da conjunção se.
6. Releia um trecho da última fala de Vicente.

• Na atividade 7, diga aos estu- [...] se ela for pra cidade, vai fazer falta demais da conta pra nóis aqui!
dantes que a conjunção se, por
estabelecer um sentido de con- a. Identifique as orações desse trecho.
dição, é classificada como con- Respostas: Oração 1: se ela for pra cidade. Oração 2: vai fazer falta demais da conta pra nóis aqui!
b. Essas orações apresentam dependência ou independência sintática?
dicional. Resposta: As orações apresentam dependência sintática.
• Caso seja possível, explore c. Como você identificou essa relação?
Resposta: A ação expressa na oração 1 é a condição necessária para que a ação da oração 2 ocorra.
outros trechos do texto para 7. Agora, confira esse mesmo trecho reescrito.
analisar os sentidos das conjun-
ções. Confira algumas suges-
tões de trechos. Vai fazer falta demais da conta pra nóis aqui, se ela for pra cidade!
› “A estrada, ou rodagem, como
dizem, é o elo que liga a produ- a. A reescrita do trecho causou alguma modificação de sentido na ideia expressada? Explique
ção agrícola ao consumidor.”:
sua resposta. Resposta: Não houve alteração do sentido, pois, independentemente da ordem das orações, a ideia é a
conjunção ou indicando uma mesma, o que modifica é a ênfase dada para cada oração em cada uma dessas formas.
opção de sinônimo para a ex- b. Qual sentido a primeira oração desse trecho expressa em relação à segunda?
Resposta: B.
pressão a estrada.
A. Consequência.
› “Num sábado, ele estava na
porta da venda à beira da estra- B. Hipótese.
da, quando parou um carro de C. Comparação.
gente fina, desguaritado, perdi-
do por causa das inúmeras en- c. Qual conjunção é responsável por ligar as orações e indicar a relação de sentido entre elas?
Resposta: A conjunção se.
cruzilhadas sem placas indicati- d. Qual é o sentido expresso por essa conjunção? Resposta: A conjunção se expressa sentido de condição.
vas.”: conjunção quando indi-
cando em que momento o fato 294
apresentado ocorreu.

02/08/2022 15:54:03

294

09/08/2022 13:43:49
Objetivos
Outra leitura • Ler outra crônica e identificar
as características desse gênero.
Você vai ler agora outra crônica que parte de um pequeno acontecimento. Com base no título • Reconhecer uma crônica lírica.
do texto, "Rendeiras", o que você imagina que será narrado na crônica? Leia-a para descobrir.
BNCC

Rendeiras
• Na leitura da crônica, ao reco-
nhecer suas características e
Eu estava diante da televisão, esperando a hora do noticiário, quando, passando de apreciá-la, os estudantes de-
senvolvem as competências es-
um canal para outro, dei com duas mãos de velha no centro da tela, em primeiro pla-
pecíficas de Linguagens 1 e 5 e a
no. Parei e fiquei olhando. Por alguns segundos, não havia narração, não havia música,
competência específica de Lín-
nada. Era só o silêncio — e aquelas mãos se movendo. gua Portuguesa 9.
Mãos de velha. Uma vez escrevi aqui esta palavra — velha — e um leitor reclamou, por • Ao mostrar interesse pelo
não ter achado politicamente correto. Estranhei, pois para mim essa palavra soa muito texto lido, tecendo comentários
bem e nada tem de depreciativa. Ao contrário, há força e beleza nela. O primeiro conto sobre ele, os estudantes desen-
que escrevi na vida se chamou “As velhas” e fico imaginando o que seria se ele tivesse se volvem a habilidade EF69LP49 e
a competência específica de
chamado “As idosas”. Sendo assim, repito — mãos de velha. Lá estavam. Mãos calejadas,
Língua Portuguesa 8.
de veias saltadas e azuis, cheias de manchas senis em seu dorso. Mãos como raízes ou
troncos, cheias de nós, que de repente se fizeram senhoras da minha tela de TV. • Com uma leitura silenciosa do
texto a fim de promover a auto-
Agora se moviam. E vi o que faziam aquelas mãos: renda de bilros. Minha avó, que nomia de leitura e com a realiza-
morou no Ceará, sabia fazer renda de bilros. Tinha uma almofada azul, cheia de alfi- ção dela em voz alta com ex-
netes espetados, com aquelas linhas em cuja extremidade havia uma espécie de pressividade, os estudantes de-
carretel de madeira — o bilro. Os alfinetes ficavam espetados numa tira de papelão e s en v ol v em a s h a bilida de s
EF69LP53 e EF89LP33.
formavam o desenho que a renda teria quando ficasse pronta. Era uma coisa tão com-
plexa, tão intrincada e difícil, que eu olhava as mãos de minha avó tecendo devagar e • Ao reconhecer o emprego de
adjetivos e locuções adjetivas
tinha certeza de que a renda não ficaria pronta nunca. Não ficou mesmo. A almofada
para a caracterização do am-
de renda de bilros de minha avó acabou jogada num canto do guarda-roupa, rolou biente, o uso de uma linguagem
para lá e para cá e, afinal, numa mudança, desapareceu. figurada e o emprego de com-
Mas aquelas mãos na televisão eram muito diferentes. Tinham uma agilidade im- paração para a poeticidade do
pressionante, movimentando os bilros e seus fios como se agissem por conta própria, texto, os estudantes desenvol-
vem as habilidades EF69LP47,
a despeito de quem as estivesse comandando. Tinham vida, parecia impossível detê-
EF69LP54 e EF08LP09.
-las, ou fazê-las errar. No instante seguinte, o plano se abriu e apareceu também a
dona das mãos, seu rosto marcado pela passagem do tempo, os olhos miúdos. E en- Orientações
quanto eu observava aquele rosto, a narradora do documentário me deu uma
informação curiosa: é muito comum surgirem comunidades de rendeiras onde há ati-
• Discuta com os estudantes o
título da crônica, a fim de que,
vidade de pesca. com base nele, possam levantar
hipóteses. Se necessário, peça-
Por que será?
-lhes que procurem o significado
E logo pensei na resposta: imaginei mulheres com os olhos perdidos no mar, espe- do termo rendeira no dicionário.
rando a volta dos pescadores, tecendo a renda para vencer o medo, cruzando e
descruzando linhas para aplacar o coração impaciente, fiando e fiando como Cloto, a
• Solicite-lhes que leiam a crô-
nica silenciosamente a fim de
velha mitológica que fia o destino dos homens. promover a autonomia de leitu-
ra. Em seguida, permita-lhes
socializar as ideias que tiveram
SEIXAS, Heloisa. Rendeiras. In: SEIXAS, Heloisa. Crônicas para ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013. p. 39-40.
e o que acharam do texto, sina-
295 lizando que mensagem a crôni-
ca passou para eles e quais re-
flexões podem ser feitas com
base no título. Nesse momento,
:54:03 02/08/2022 15:54:03
é possível verificar a receptivi-
dade do texto pelos estudantes.
• Na sequência, proponha uma
leitura em voz alta, solicitando
que cada estudante leia um tre-
cho do texto, atentando para a
expressividade da linguagem
empregada.

295

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• Leia com os estudantes as in-
formações sobre a escritora Heloisa Seixas (1952-)

Ricardo Borges/Folhapress
Heloisa Seixas. Com base nes-
sas informações e na crônica A escritora nasceu no Rio de Janeiro e se formou em Jornalismo, em
lida, incentive-os a conhecer 1974. Seu primeiro livro, Pente de Vênus, publicado em 1995, foi
outras obras da autora ou a rea- finalista do Prêmio Jabuti. Ao todo, a escritora já publicou mais de 20
lizar a leitura integral do livro livros entre peças de teatro, contos, romances, crônicas, literatura
em que a crônica foi publicada. infantojuvenil e matérias jornalísticas. Uma das características das
• Na atividade 1, retome as hi-
crônicas de Heloisa Seixas é o ponto de vista feminino e sensível sobre
o cotidiano e as relações e sentimentos humanos.
póteses levantadas antes da
leitura da crônica, a fim de que Fotografia de Heloisa
os estudantes verifiquem se fo- Seixas, em 2017.
ram confirmadas ou não.
• Na atividade 2, permita aos 1. Sua hipótese a respeito do que seria narrado na crônica se confirmou? Comente.
Resposta pessoal.
estudantes expor seus senti- 2. Que sentimentos as situações apresentadas na crônica despertaram em você? Comente com
mentos e oriente-os a ouvir os
os colegas. Resposta pessoal.
colegas com respeito.
• Na atividade 3, analise com os 3. Confira a capa do livro no qual a crônica foi publicada.
estudantes os elementos pre- a. Qual é o título do livro? Resposta: Crônicas para ler na escola.
Editora Objetiva

sentes na capa do livro em que a


crônica foi publicada, a fim de b. Considerando esse título, a que público específico
levá-los a refletir sobre alguns ele se destina? Resposta: Estudantes e professores de escolas.
aspectos do contexto de produ- c. Apesar de ser uma coletânea de crônicas de
ção e o público-alvo. Heloisa Seixas destinada a esse público, a quem
• Na atividade 4, faça um para- podem interessar crônicas como a lida na página
lelo entre a expressão eu cro- anterior? Resposta: A todos que se interessam por ler,
especialmente, os que apreciam leitura literária.
nista e a expressão eu lírico e
retome com os estudantes o d. Em quais outros veículos podemos encontrar crô-
fato de que esta última se refere nicas? Resposta: Além de ser publicadas em livros, as crônicas
podem ser encontradas em jornais, revistas, blogs e sites.
à voz que enuncia o poema, ou e. Qual é a relação entre a citação apresentada na ca-
seja, a voz poética dentro do po- pa do livro e os assuntos recorrentes nas crônicas?
ema. Desse modo, leve-os a Resposta: A citação faz referência aos acontecimentos
compreender que o eu cronista cotidianos, que são inspirações para o enredo das crônicas.
é a voz que enuncia a crônica, é a
voz poética, ou seja, subjetiva,
dentro da crônica.
• Aproveite a atividade 5 para Capa do livro Crônicas para ler na
escola, de Heloisa Seixas, publicado
incentivar os estudantes a de-
senvolver a argumentação oral. pela editora Objetiva, em 2013.
Para isso, pergunte a opinião
4. Leia, a seguir, o conceito de eu cronista.
deles sobre o uso da palavra ve-
lhas e se eles consideram que
há algum valor pejorativo e po- O eu cronista é quem, nas crônicas líricas, apresenta um olhar subjetivo sobre os fatos.
liticamente incorreto nesse ter-
mo. A ideia é que eles se mani- No início da crônica, que acontecimento chama a atenção do eu cronista?
Resposta: O fato de o eu cronista estar assistindo à televisão e ver duas mãos velhas.
festem sem que haja julgamen- 5. A partir desse acontecimento, é feita uma reflexão sobre um adjetivo empregado: velhas.
to, ou seja, não há o intuito de
chegar a uma conclusão correta, a. Que situação vivida pelo eu cronista é compartilhada com o leitor com relação ao uso des-
mas apenas estabelecer uma sa palavra? Resposta: O eu cronista comenta que, certa vez, empregou em um de seus textos o
adjetivo velha e um leitor considerou a expressão politicamente incorreta.
discussão baseada em argu- b. A que conclusão o eu cronista chega sobre o uso desse adjetivo?
mentos. Resposta: Ele considera que a expressão não é politicamente incorreta, pelo contrário, é uma palavra que sugere
força e beleza.
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6. Releia o trecho a seguir, extraído da crônica. • Nas atividades 6 a 8, oriente
os estudantes a analisar o tom
Agora se moviam. E vi o que faziam aquelas mãos: renda de bilros. Minha avó, que poético empregado na lingua-
gem da crônica a fim de que eles
morou no Ceará, sabia fazer renda de bilros. Tinha uma almofada azul, cheia de alfi-
reconheçam o texto como uma
netes espetados, com aquelas linhas em cuja extremidade havia uma espécie de crônica lírica.
carretel de madeira — o bilro. Os alfinetes ficavam espetados numa tira de papelão e
formavam o desenho que a renda teria quando ficasse pronta. Era uma coisa tão com-
• Na atividade 6, leve os estu-
dantes a reconhecer a impor-
plexa, tão intrincada e difícil, que eu olhava as mãos de minha avó tecendo devagar tância dos adjetivos e das locu-
e tinha certeza de que a renda não ficaria pronta nunca. Não ficou mesmo. A almofada ções adjetivas na crônica, os
de renda de bilros de minha avó acabou jogada num canto do guarda-roupa, rolou pa- quais contribuem para a carac-
terização do ambiente e da cena
ra lá e para cá e, afinal, numa mudança, desapareceu.
como um todo.
a. Que episódio do passado o eu cronista relembra nesse trecho?
Resposta: Sua avó tecendo renda de bilro.
• Na atividade 7, destaque a re-
lação intertextual feita na crôni-
b. Que acontecimento foi responsável por ativar essa memória afetiva? ca com a mitologia. Isso mostra
Resposta: A imagem das mãos tecendo renda de bilro, apresentada na televisão.
c. Verifique os adjetivos e a locução adjetiva destacados. Releia o trecho suprimindo-os e, em que um simples fato observado
seguida, explique qual é a importância dessas palavras no trecho. pode trazer as mais variadas re-
Resposta: Os adjetivos e a locução adjetiva contribuem para a descrição do ambiente e da cena. flexões possíveis ao eu cronista.
d. Após relembrar essa cena, como o eu cronista a compara ao que está vendo na televisão? Explique aos estudantes que
Resposta: Segundo o eu cronista, as mãos que teciam a renda de bilro na televisão eram muito mais ágeis e
7. Releia o final da crônica. impressionantes, pareciam ter vida própria. Cloto é uma personagem da mi-
tologia grega. Ela é uma das ir-
E logo pensei na resposta: imaginei mulheres com os olhos perdidos no mar, espe- mãs moiras (Cloto, Láquesis e
rando a volta dos pescadores, tecendo a renda para vencer o medo, cruzando e Átropos) que viviam em uma
descruzando linhas para aplacar o coração impaciente, fiando e fiando como Cloto, a espécie de caverna e lá traba-
lhavam em um tear, definindo a
velha mitológica que fia o destino dos homens.
vida e o destino das pessoas. Se
achar pertinente, solicite a eles
a. O que a expressão olhos perdidos no mar sugere?
Resposta: A expressão sugere que as mulheres não paravam de olhar o mar à procura dos pescadores. que realizem uma pesquisa so-
b. Nesse trecho, é empregada uma comparação. Identifique-a. bre Cloto e suas irmãs para am-
Resposta: As mulheres tecendo e olhando o mar são comparadas com Cloto, a velha mitológica que fia o destino dos homens.
c. O que o emprego dessa comparação provoca na crônica? pliar sua compreensão a respei-
Resposta: A comparação torna a linguagem do texto mais expressiva e atribui poeticidade à crônica. to da poeticidade que essa com-
d. Diante da conclusão do eu cronista, o que o ato de tecer pode representar? paração atribui à crônica.
Possível resposta: O ato de tecer pode ser visto como uma forma de vencer o medo e acalmar o coração.

8. Releia outro trecho do texto.


• Na atividade 8, explore um
pouco mais o potencial poético
das mãos no trecho e diga aos
O primeiro conto que escrevi na vida se chamou “As velhas” e fico
estudantes que a comparação
imaginando o que seria se ele tivesse se chamado “As idosas”. Sendo com raízes e troncos, além de se
assim, repito — mãos de velha. Lá estavam. Mãos calejadas, de veias relacionar à força, pode eviden-
Izaac Brito/Arquivo da editora

saltadas e azuis, cheias de manchas senis em seu dorso. Mãos como ciar a história de vida e a passa-
raízes ou troncos, cheias de nós, que de repente se fizeram senhoras gem do tempo marcada na apa-
rência das mãos.
da minha tela de TV.

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:54:05 02/08/2022 15:54:05

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• Na atividade 9, é importante a. O que é descrito nesse trecho? 8. b. Resposta: A descrição das mãos é
destacar e explorar a pessoa do Resposta: São descritas as mãos que o eu cronista viu na televisão. importante para que o leitor as imagine e
discurso empregada no texto, b. Qual é a importância dessa descrição para o texto? entenda o porquê de elas terem despertado a
atenção do eu cronista.
levando os estudantes a reco- c. Com o que as mãos são comparadas nesse trecho?
nhecer a subjetividade da crôni- Resposta: As mãos são comparadas a raízes e troncos.
ca ao ser escolhido esse foco
d. O que essa comparação sugere sobre a característica dessas mãos?
Resposta: Essa comparação sugere a força das mãos.
narrativo. 9. Releia o trecho a seguir.
• Na atividade 10, identifique Eu estava diante da televisão, esperando a hora do noticiário, quando, passando de
com a turma as características um canal para outro, dei com duas mãos de velha no centro da tela, em primeiro pla-
da obra de Heloisa Seixas pre-
no. Parei e fiquei olhando. Por alguns segundos, não havia narração, não havia música,
sentes na crônica lida. Para isso,
se necessário, retome o boxe nada. Era só o silêncio — e aquelas mãos se movendo. 10. Resposta: A crônica lida mostra a visão
subjetiva e sensível do eu cronista diante do
com as informações sobre essa trabalho das mulheres que tecem as rendas
a. Em que pessoa do discurso a crônica foi escrita? de bilro.
escritora, na página 296. Resposta: Na primeira pessoa do singular.
b. Que palavras você notou para concluir isso? Resposta: As formas verbais de primeira pessoa do singular
• Na questão 11, oriente os es- e o pronome eu.
tudantes a comparar a crônica c. O que a escolha por esse foco narrativo confere à crônica? Explique. Resposta: A escrita em
primeira pessoa torna aquilo que é apresentado mais subjetivo, pois revela os fatos sob uma ótica pessoal.
“Rendeiras” com a crônica “Na
10. Como você viu anteriormente, uma das características das crônicas de Heloisa Seixas é o pon-
esquina e na praça”, lida ante-
riormente, analisando o tom de to de vista feminino e sensível sobre o cotidiano e as relações e sentimentos humanos. De que
linguagem que predomina em forma essas características estão presentes na crônica lida?
cada uma delas. 11. As crônicas podem apresentar um tom crítico, humorístico ou lírico. De que forma a crônica
• Aproveite a indicação de lei- “Rendeiras” se diferencia da crônica “Na esquina e na praça”, com relação ao tom empregado?
Resposta: A crônica “Na esquina e na praça” traz um tom mais crítico, e a crônica “Rendeiras”, um tom mais lírico, poético.
tura para verificar se na escola
há algum exemplar dessa cole-
ção de crônicas para o público Crônicas para ler na escola
Editora Objetiva

infantojuvenil. Caso não haja A crônica lida nessa seção foi publicada no livro
nenhum, verifique se há alguma Crônicas para ler na escola, que reúne 64 textos escritos
outra coletânea ou escolha al- pela autora Heloisa Seixas. Além desse livro, a coleção
apresenta livros de crônicas de Zuenir Ventura, Carlos Heitor Cony,
guma crônica de Zuenir Ventura
Ignácio de Loyola Brandão, Moacyr Scliar, Joel Rufino dos Santos e
para apresentar aos estudan- outros cronistas. No livro de Zuenir Ventura é possível encontrar
tes. crônicas sobre tecnologia, política, literatura e muitos outros assuntos,
• Se possível, assistam juntos sempre com uma linguagem acessível a leitores de todas as idades.
Crônicas para ler na escola, de Zuenir Ventura. Editora Objetiva, 2012.
ao vídeo que mostra uma roda
de conversa com as rendeiras
do Espírito Santo, em que é pos- Capa do livro Crônicas para ler na escola.
sível ver imagens das mulheres
fazendo renda de bilro. Apre-
sente aos estudantes algumas Roda de conversa com rendeiras
imagens desse tipo de renda. Criado em 2015, o Museu Vivo da Barra do Jucu fica em Vila Velha, no Espírito Santo.
• Se na localidade da escola O principal objetivo do museu é a valorização da cultura local. Seu acervo é composto
por itens da tradição local, entre eles a renda de bilro. No link a seguir, você pode
houver algum espaço dedicado
conhecer um pouco mais dessa forma de arte por meio de uma roda de conversa com
à cultura popular, avalie a possi-
rendeiras que falam sobre a tradição do bilro.
bilidade de agendar uma visita
Roda de Conversa – Renda de Bilro. Museu Vivo da Barra do Jucu, em: https://museuvivodabarradojucu.com.br/
com os estudantes. Caso não project/roda-de-conversa-renda-de-bilro/. Acesso em: 14 jul. 2022.
exista, promova uma roda de
conversa sobre as tradições da Onde você mora existe um museu ou outro espaço cultural ou artístico dedicado à
cultura local, que marcam a his- cultura popular? Descubra e, se possível, combine uma visita com o professor e os
tória da cidade. colegas. Depois, conversem sobre a visita, compartilhando o que vocês aprenderam nesse
local, além de suas impressões.

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298

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Objetivos
Produção escrita • Praticar a escrita por meio da
produção de uma crônica, con-
Crônica narrativa siderando as características e os
elementos composicionais do
Neste capítulo, você leu duas crônicas e conheceu as principais características desse gênero gênero textual.
textual. Agora, você deverá produzir uma crônica narrativa com tom lírico sobre algum aconteci-
mento cotidiano. Ao final, as crônicas deverão ser publicadas em uma coletânea de crônicas da BNCC
turma.
• Ao utilizar a linguagem da
crônica para se expressar de
modo lírico, os estudantes de-
Planejando o texto senvolvem as competências
gerais 3 e 4.
Antes de começar a escrever a crônica, confira algumas orientações para planejá-la.
a. Consulte jornais, digitais ou impressos, e escolha um dos acontecimentos noticiados para
• Esta seção permite aos estu-
dantes desenvolver a compe-
inspirar sua crônica. tência específica de Língua
b. Lembre-se de que a crônica não deve apenas apresentar esses fatos cotidianos, mas mostrá- Portuguesa 3 por meio da pro-
dução de uma crônica, com au-
-los sob um olhar subjetivo.
tonomia e compreensão e com a
c. Pense em personagens que possam ser inseridos para narrar sua história. exposição de suas impressões e
d. Defina como será a caracterização do espaço e dos personagens. experiências para complemen-
tar o aprendizado do gênero es-
e. Reflita sobre situações que possam ser apresentadas de forma poética, sugerindo o lirismo tudado.
da sua crônica.
• Os estudantes desenvolvem
também a habilidade EF69LP51
Produzindo o texto ao se envolver com o planeja-
mento, a produção, a revisão e a
edição da crônica produzida.
Para escrever sua crônica, siga algumas orientações.
a. Escreva seu texto diretamente em um programa de edição de texto ou em uma folha, se for • Ao produzir uma crônica nar-
rativa com tom lírico envolven-
o caso. do assuntos do cotidiano e ao
b. Narre a história empregando um tom subjetivo e lírico. analisar as características do
gênero e a estrutura narrativa,
c. Para reforçar o tom subjetivo do texto, empregue a primeira pessoa do discurso ao narrar os os estudantes desenvolvem a
acontecimentos. habilidade EF89LP35.
d. Faça uma breve caracterização dos personagens e do ambiente. • Os estudantes desenvolvem a
e. Para descrever esses elementos, utilize adjetivos e locuções adjetivas, construindo imagens habilidade EF08LP04 à medida
poéticas para o leitor. que empregam seus conheci-
mentos linguísticos e gramati-
f. Faça uso de recursos expressivos, como comparação, metáfora, personificação e outras figu- cais na produção da crônica.
ras de linguagem.
• Ao utilizar adjetivos e locu-
g. Utilize um registro mais informal e empregue marcas de oralidade, a fim de aproximar a ções adjetivas para caracterizar
linguagem da fala cotidiana. o ambiente e os personagens da
crônica, enriquecendo seus tex-
h. Empregue os tempos verbais pertinentes aos fatos narrados. tos, os estudantes desenvolvem
i. Se houver diálogos, faça uso da pontuação adequada para sinalizá-los (dois-pontos e traves- a habilidade EF08LP09.
são ou aspas).
Orientações
j. Elabore um título criativo, instigando o leitor a ler a crônica.
• Em um primeiro momento, a
299 escrita de uma crônica narrativa
com tom lírico pode representar
um desafio para os estudantes.
Muitos deles podem imaginar
:54:05
BANDEIRA, Manuel. Crônicas para jovens. São Paulo: para pesquisarem os acontecimentos noticiados. Co-
02/08/2022 15:54:05
que é preciso ter muita habili-
Global, 2012. mente que, por se tratar de uma crônica narrativa com dade com as palavras para pro-
LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo. Rio de Ja- tom lírico, eles não devem ficar presos somente aos fa- duzir esse texto. Dessa forma,
neiro: Rocco, 1999. tos, e sim dar vazão à subjetividade. Por isso, retome o incentive-os a explorar um mo-
PAIVA, Marcelo Rubens. Crônicas para ler na escola: fato de a crônica apresentar uma visão subjetiva do cro- mento do cotidiano, escolhê-lo
Marcelo Rubens Paiva. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011. nista, que deve ter informações sobre o tema ou assunto como assunto da crônica e, a
a ser narrado. partir daí, desenvolver o texto e
• Leia com os estudantes as orientações das subseções
Planejando o texto e Produzindo o texto para que eles • Solicite aos estudantes que verifiquem novamente as expressar seus sentimentos.
comecem a organizar as ideias. Se possível, leve-os até a características do gênero e auxilie-os em eventuais dú- • Sugira-lhes a leitura de algu-
sala de informática ou forneça-lhes jornais impressos vidas. mas obras que podem servir de
inspiração para essa atividade.

299

09/08/2022 13:43:50
• Na subseção Avaliando o
texto, os estudantes deverão Avaliando o texto
revisar a produção do colega e
sugerir melhorias. Oriente-os Troque sua crônica com a de um colega, para que ele avalie sua produção e você avalie a crô-
quanto à coerência das suges- nica produzida por ele, com base nas questões a seguir.
tões dadas. Nesse momento, a. A crônica apresenta um título criativo?
vale a pena unir estudantes de
diferentes perfis para que cada b. Os episódios da crônica foram inspirados em fatos cotidianos?
um contribua à sua maneira e a c. A crônica é poética e subjetiva ao narrar os acontecimentos?
diversidade de pontos de vista
culmine em benefícios.
d. Foram utilizados adjetivos e locuções adjetivas para caracterizar o ambiente e os personagens?

• Em seguida, instrua os estu- e. Foram empregadas figuras de linguagem?


dantes a anotar as sugestões do f. Foram empregadas marcas de oralidade e palavras e expressões informais?
colega para que possam ser
analisadas e colocadas em prá-
g. Os tempos verbais utilizados estão adequados às ações narradas?
tica na produção da versão final h. Os diálogos estão sinalizados com a pontuação adequada?
do texto. Promova um momen-
Avalie as indicações do colega e faça ajustes na sua crônica, corrigindo e editando o texto por
to para esclarecer as dúvidas
apresentadas por eles, relacio-
meio de cortes, inserções e remanejamentos de trechos. Ao final, faça uma revisão verificando a
nadas tanto ao conteúdo das grafia das palavras e eliminando os erros de digitação. Salve o arquivo e deixe-o pronto para a
crônicas como a aspectos gra- próxima etapa.
maticais.
• Após a finalização dos textos, Coletânea de crônicas da turma
promova um momento para
que os estudantes possam ler Reúna-se com os colegas e o professor para fazerem juntos a coletânea de crônicas da turma.
para a turma os textos que pro- Verifiquem algumas orientações.
duziram. a. Definam a ordem em que as crônicas aparecerão na coletânea. Elas poderão ser agrupadas,
• Na etapa de produção da Co- por exemplo, em capítulos temáticos.
letânea de crônicas da turma,
organize a turma em grupos e b. Dividam as tarefas, definindo quem ficará responsável por fazer a capa, a quarta capa, o
sugira a cada um que fique res- sumário, a organização dos textos, a folha de créditos (onde vão os nomes dos autores), en-
ponsável por uma das tarefas tre outros elementos que considerarem necessários.
elencadas nos itens. A divisão c. Se possível, consultem na biblioteca algumas coletâneas de crônicas para verificar como os
da turma em grupos é uma es- itens são organizados graficamente e obter algumas ideias.
tratégia interessante para que
todos participem dessa produ- d. Alguns estudantes poderão ficar responsáveis pela editoração, ou seja, reunir os arquivos
ção, especialmente em turmas individuais em um só e deixar todos os textos com a mesma formatação. É interessante
numerosas. inserir, no cabeçalho e no rodapé, alguns elementos gráficos que se repetirão em todas as
• No momento da produção da páginas e darão identidade à obra.
coletânea, se os estudantes de- e. Na editoração, poderão também ser inseridos os números das páginas e incluídos a capa, a
sejarem elaborar uma capa di-
folha de créditos, o sumário, a quarta capa e demais componentes.
ferenciada (capa dura , por
exemplo), podem deixar a capa f. Cada um pode fazer uma ilustração ou pesquisar uma imagem (fotografia, ilustração digital, obra
e a quarta capa de fora do ar- de arte etc.) para ilustrar sua crônica. Essas imagens devem ser incluídas na editoração do material.
quivo para que sejam produzi- g. Providenciem a impressão e, se possível, a encadernação do livro.
das artesanalmente.
Disponibilizem a coletânea na biblioteca da escola. Conversem com o bibliotecário sobre a pos-
• Outra opção para a elaboração sibilidade de deixá-la em uma estante de destaque, para que fique bem visível.
da coletânea é fazer a impressão
com as demais páginas do livro, Depois de um tempo, visitem a biblioteca e conversem com o bibliotecário para saber a frequên-
conforme sugerido, e plastificar cia do empréstimo e a recepção dos leitores.
a capa e a quarta capa.
• Para a impressão, se possível, 300
oriente os estudantes a fazer
em papel com gramatura mais
alta (sugerem-se 90 gramas)
para garantir mais durabilidade • Avalie com os estudantes a possibilidade de fazer uma 02/08/2022 15:54:05
itinerância com a coletânea, de modo que os estudantes
à coletânea.
interessados possam levá-la de empréstimo para suas ca-
• Se considerar pertinente, faça sas e apresentar o resultado do trabalho aos familiares e
contato com o bibliotecário da amigos. Se necessário, sugira que um estudante fique res-
escola para que ele, com seus ponsável por coordenar os empréstimos e as devoluções.
conhecimentos, auxilie na etapa
de impressão.

300

09/08/2022 13:43:50
Objetivos
Produção oral • Praticar a oralidade por meio
da produção de um vlog literário.
Vlog literário
BNCC
Neste capítulo, você leu duas crônicas. Agora, você vai se reunir com alguns colegas e, juntos,
vão planejar e gravar um vlog literário, no qual poderão comentar, avaliar e recomendar a leitura • Ao realizar a produção de um
vlog literário, os estudantes
dessas crônicas ou de outros livros de crônicas aos interlocutores.
participam de manifestações
artísticas utilizando uma lin-
O vlog literário tem como finalidade apresentar, comentar, avaliar e recomendar obras de lite-
guagem diversificada, perten-
ratura a pessoas que se interessam por esse assunto e/ou que desejam se informar sobre um cente às tecnologias digitais,
livro. O vlog literário se aproxima da resenha crítica, mas é feito por meio de vídeo e fala, aos quais desenvolvendo, com isso, as
são agregados gestos, expressões faciais, sons e também a escrita. Nesse gênero, faz-se uso de competências gerais 3, 4 e 5 e a
um registro mais informal e ocorre a interatividade com os interlocutores. competência específica de Lín-
gua Portuguesa 3.
a. Para a produção do vlog literário, sob a orientação do professor, você vai se reunir em grupo
com alguns colegas. É importante que vocês assistam a um vlog literário, para verificar como
• Ao compartilhar suas impres-
sões sobre as leituras que reali-
ele é feito. zaram ao longo do capítulo, so-
b. Em seguida, escolham qual dos textos lidos neste capítulo, ou outro livro de crônicas que cializando-as e posicionando-se
de forma crítica e apreciativa, os
vocês queiram apresentar, será o tema do vlog.
estudantes desenvolvem as ha-
c. Para produzir o vlog, façam um planejamento por meio de um roteiro com o objetivo de orga- bilidades EF69LP45 e EF69LP46.
nizar as etapas do desenvolvimento. Confiram um exemplo simplificado de roteiro de vlog.
• Ao produzir um vlog literário,
compreender o contex to de
produção desse gênero, guiar-
-se por meio de um roteiro im-
presso para produzi-lo e realizar
VLOG MI-FÁ-LÁ as etapas de planejamento, pro-
dução e avaliação, os estudan-
• Assunto: Livro O Pequeno Príncipe • Duração: 20 min tes desenvolvem as habilidades
• Data: 25 de março • Horário da gravação: 14 h EF69LP06, EF69LP07, EF69LP10
e EF69LP12.
• Local: Casa da Larissa • Participantes: Fábio, Larissa e Miriam
• Equipamentos necessários: Celular com • Ao analisar a recepção dos ví-
deos, os estudantes desenvol-
câmera, tripé e livro O Pequeno Príncipe vem a habilidade EF89LP02.

• Cena 1: Miriam apresenta o vlog, o grupo e o livro. Fala sobre a biografia de Saint- Orientações
-Exupéry e o contexto da época em que a obra foi escrita.
- Duração: 4,5 min
• O vlog literário pode ser con-
siderado um gênero híbrido,
• Cena 2: Fábio faz o resumo da história, cuidando para não dar spoilers. pois tem características de blog
(diário pessoal virtual no qual a
- Duração: 10 min
autoexpressão é feita por escri-
• Cena 3: Larissa fala o que o grupo achou do livro e recomenda a leitura.
Sergio Lima/Arquivo da editora

to, enquanto o vlog é feito por


- Duração: 5 min vídeos) e de resenha crítica. O
vlog literário se situa nos cam-
• Fechamento: Miriam faz a despedida e pede ao público para curtir, comentar, com- pos de atuação artístico-literá-
partilhar e se inscrever no canal.
rio, jornalístico-midiático e das
- Duração: 30 s práticas de estudo e pesquisa,
pois “vende” opiniões e ideias,
divulga o conhecimento e infor-
301 ma leitores.
• Tendo em vista que o vlog li-
terário dialoga com as culturas
:54:05 • Ao produzir um vlog literário, os estudantes terão de cada grupo, tendo em vista que atividades 02/08/2022
em grupo são
15:54:05
juvenis, selecione com a turma
alguns vlogs para assistirem
considerar o contexto de produção, posicionar-se criti- uma boa estratégia para garantir o envolvimento de to-
camente diante da obra escolhida e saber que as opini- dos os estudantes nas produções, especialmente em juntos, analisando como o vlo-
ões emitidas e os comentários feitos poderão influen- turmas numerosas. gueiro se posiciona diante da
câmera, o tom de voz, o cenário,
ciar na escolha de outras pessoas.
• Explique que o roteiro, também chamado script ou es-
a forma de se referir ao livro e
• Coordene a formação dos grupos de modo a unir estu- copo de vídeo, tem o objetivo de organizar o que será
comentá-lo, os efeitos da ento-
dantes de diferentes perfis, a fim de enriquecer os tra- apresentado. Por meio dele, consegue-se planejar o as-
nação de voz, dos gestos, da ex-
balhos com experiências diversas. Avalie o tamanho da sunto que será divulgado e o posicionamento dos apre-
pressão corporal etc.
turma para sugerir a quantidade de participantes em sentadores do vídeo, o cenário e o local de gravação.

301

09/08/2022 13:43:51
• Ressalte aos estudantes a im-
portância de um planejamento Dicas para que a atividade seja bem-sucedida
para a realização da gravação e
de eles assistirem ao vídeo e re- Para que o vlog literário de vocês ganhe vida, confiram as orientações a seguir.
alizar a edição, na qual poderão a. Dividam as tarefas entre os participantes do grupo, decidindo quem vai ficar responsável por:
rever a adequação temática, en-
tonacional, gestual etc., revisar • falar sobre o texto (ser o vlogueiro);
e redesenhar (redesign) o texto • operar a câmera (dar zoom, ver se o som está sendo captado, se a iluminação está adequa-
produzido, por meio de cortes, da, verificar o melhor ângulo etc.);
inserções e ajustes.
• fazer o papel de contrarregra (cuidar do cenário, do figurino e demais detalhes para que o
• O modelo de roteiro apresen- vídeo transcorra tranquilamente);
tado é um exemplo para que
eles possam organizar suas • editar o vídeo e inserir a vinheta (se houver).
ideias e fazer o próprio roteiro Dica
com base no conteúdo de seu
vlog, que poderá ser mais deta- Escolham um título para o vlog e, se desejarem, criem uma vinheta, que poderá
lhado, contendo, por exemplo, aparecer no início e no final do vídeo.
alguns aspectos da biografia do
escritor, um esquema com o re- b. Para a gravação, utilizem um celular comum com câmera, certificando-se que ela tenha uma
sumo da obra etc. boa resolução e que capte o som de forma satisfatória. Se possível, usem um tripé, para que
a filmagem não fique tremida.
• Oriente os grupos na divisão
de tarefas, propondo que verifi- c. O ambiente de gravação deve ser silencioso, para não comprometer a qualidade do áudio.
quem quais são os interesses de
d. Empreguem voz alta e mantenham boa postura, demonstrando segurança e conhecimento,
cada estudante e quais deles
e treinem a fala antes da gravação, para evitar hesitações e repetições excessivas (por exem-
têm mais familiaridade com a
parte técnica (filmagem, supor- plo, né, então, é... ou ã...). É necessário olhar para a câmera e dirigir-se ao público, os inter-
te, edição de vídeo etc.). Reforce nautas.
que todas as tarefas são igual- e. O roteiro deverá ser usado como apoio, mas, assim como o próprio texto que é tema do vlog,
mente relevantes e que o traba- não deve ser lido, senão o espectador poderá perder o interesse.
lho em equipe é o que determi-
na um bom resultado final. f. Após a filmagem, utilizem um programa de computador ou um aplicativo gratuito de celular
para fazer a edição do vídeo, realizando ações como cortar trechos, incluir músicas e/ou
• Para a gravação do vlog, veri-
efeitos sonoros, vinhetas, textos etc.
fique os aspectos a seguir.
› A câmera deve ter resolução

Ilsutrações: Carmen Martinez/


Arquivo da editora
Arquivo Ferramentas Animações Efeitos visuais Projeto Exibir Editar Filmes

adequada (8 megapixels ou
Animações
A
Título

mais) e espaço (memória) e car-


Legenda

A Créditos Temas de filmes automáticos

ga de bateria suficientes para a Adicionar


vídeos
e fotos

gravação do vídeo. Adicionar


uma

› Oriente os estudantes a pro-


música 0:05 0:10 0:15 0:20

curar um local silencioso para 00:00/01:13


Exemplo de
0:00 0:05 0:10 0:15 0:20 0:25 0:30 0:35 0:40 0:45 0:45

evitar interrupções e interfe- Colar

Recortar
editor de Exemplo de
rências sonoras caso os vídeos
T
vídeo para editor de vídeo
Refletir

sejam gravados na escola. computador. para celular.


› Para fazer a edição do vídeo,
pesquise com os estudantes um g. Mesmo que um integrante fique responsável pela edição do vídeo, é importante que a equi-
programa de computador ou pe toda acompanhe, pois pode ser uma oportunidade de avaliar, rever e mesmo regravar o
um aplicativo de celular que
que pode não ter dado certo no momento da gravação.
ofereça um serviço de edição
gratuito. É preciso escolher um h. Combinem um dia para assistirem às gravações e avaliarem o desempenho dos grupos. Em
aplicativo que tenha recursos seguida, com a supervisão do professor, postem o vlog em um site de veiculação de vídeos.
para cortar, inserir textos, músi-
ca e efeitos sonoros. 302
› Uma vez gravado e editado o
vídeo, verifique se é possível fa-
zer o upload em um site de vei- verificando o que pode ser melhorado em uma próxima joinha”, deixar comentário, inscrever-se no canal etc.02/08/2022 15:54:06
culação de vídeos (para isso, atividade como essa. Oriente-os a realizar a análise de mídias sociais para
crie uma conta, de preferência
em nome do professor), com a • Comente com os estudantes que a resposta ativa do acompanhar a resposta do público aos vlogs, verificando
a quantidade de visualizações dos vídeos, comentários e
público-alvo se dá pelo engajamento com o conteúdo do
permissão de todos os estudan- curtidas e respondendo a todos os comentários com
vídeo, e é por isso que, ao concluir o vlog, costuma-se
tes envolvidos na atividade. pedir a quem está assistindo que procure “curtir”, “dar respeito e cordialidade.
• Ao final da atividade, para
que os estudantes possam ava-
liar o próprio desempenho, re-
produza os vlogs em sala de aula
e peça-lhes que apontem as-
pectos positivos e negativos,
302

09/08/2022 13:43:51
Capítulo 14 ◆ Crônica argumentativa
Objetivos

• Ler uma crônica argumenta-


tiva e conhecer as característi-
cas e a função sociocomunicati-

Leitura va desse gênero.

BNCC
As crônicas, além de narrar acontecimentos ficcionais, criticam determinados aspectos da so-
ciedade. O texto a seguir reflete sobre um assunto atual e perceptível nas grandes cidades. Pelo • O tema abordado permite o
desenvolvimento da competên-
título, "Esplendor em ruínas", que assunto você imagina que seja? Leia a crônica para conhecer o cia geral 1 ao levar os estudan-
posicionamento do autor sobre um assunto socialmente relevante e atual. tes a conhecer e valorizar cons-
truções históricas.
Esplendor em ruínas
Sou um otimista. Acho que o paulistano tem vontade de viver numa cidade bonita. O
• A leitura silenciosa e em voz
alta e a compreensão da crônica
entusiasmo é maior agora, com a mudança na prefeitura. Mas, entra ano, sai ano, eu vejo argumentativa permitem aos
construções interessantes transformarem-se em ruínas. E me pergunto: até quando? Cada estudantes desenvolver a com-
casa antiga que cai é um pedaço do passado que desaparece. Não estou falando em crité- petência específica de Língua
rios técnicos. Talvez para mim seja linda uma casa que não receba nenhum aval como Portuguesa 3 e as habilidades
monumento importante. Isso aconteceu com a antiga (e demolida) mansão dos Matarazzo, EF89LP33 e EF69LP53.
na avenida Paulista. Li várias reportagens em que criteriosos profissionais afirmavam • A competência específica de
que ela não tinha valor arquitetônico. Nunca entendi essa opinião puramente técnica. Era Linguagens 1 e a competência
um belíssimo palacete, que remetia à São Paulo antiga, e guardava um pouco de história específica de Língua Portugue-
em cada um de seus tijolos. Hoje é estacionamento. O que é melhor? O palacete ou o esta- sa 7 são contempladas nesta
seção, uma vez que os estudan-
cionamento?
tes reconhecem que o texto lido
Tenho um amor especial pela Vila Itororó, na rua Martiniano de Carvalho. Inaugurada nos colabora para a construção hu-
anos 20, abrigou a primeira piscina pública da cidade. Quem vê de perto fica surpreso. Ergui- mana, histórica, cultural e so-
da em um barranco, possui vários andares sustentados por colunas altíssimas. Uma estátua cial, além de compreendê-lo
de ferro da deusa da prosperidade enfeita a entrada da casa ao nível da rua. Dois leões guar- como um lugar de manifestação
davam a entrada. Guardavam. Não é à toa que usei o verbo no passado. Passei em frente um e negociação de sentidos, valo-
dia desses, e um dos leões estava em cacos no chão. Em torno existe um belo conjunto de casas res e ideologias.
antigas. A vila converteu-se, há décadas, em um grande cortiço. Tem lixo na frente. Nem sei • Os estudantes desenvolvem
se está tombada. Mas, se estiver, de que adianta, se vai acabar como entulho? ainda a competência específica
de Linguagens 5 quando são le-
vados a conhecer, fruir e valori-
Fotomontagem de Camila Ferreira.
Fotos: Mônica Zarattini/Estadão Conteúdo, focal zar diferentes patrimônios cul-
point e Iaremenko Sergii/Shutterstock.com
turais da humanidade.
• Ao reconhecer as caracterís-
ticas da crônica argumentativa
e a linguagem empregada, os
estudantes desenvolvem a ha-
bilidade EF69LP47.
• O estudo do emprego do ad-
jetivo e do advérbio possibilita o
desenvolvimento das habilida-
Fotografia da des EF08LP09, EF08LP10 e
mansão dos Matarazzo, EF08LP16 ao levar os estudan-
na Avenida Paulista, tes a explorá-los como recurso
São Paulo (SP), em 1993.
para expressar uma avaliação
303 sobre algo e como efeito de sen-
tido ao modificar ou intensificar
um termo ou uma frase.
• Os estudantes desenvolvem a
Orientações • Oriente os estudantes a ler o texto silenciosamente
02/08/2022 15:46:51 habilidade EF89LP37 à medida
• Nesta seção, os estudantes são apresentados ao gê- destacando possíveis palavras ou expressões que não te-
nham compreendido. Converse com eles a respeito da
que identificam e analisam fi-
guras de linguagem emprega-
nero crônica argumentativa. Primeiro, para motivar a
linguagem empregada na crônica, incentivando a consul- das, como a repetição.
leitura, leia o parágrafo introdutório e promova uma
ta ao dicionário sempre que tiverem dúvida sobre alguma
conversa a respeito do assunto da crônica a ser lida. Per-
mita-lhes que levantem hipóteses sobre o texto e reto-
palavra ou expressão. Em seguida, proponha uma leitura • A discussão de um tema rele-
vante (preservação do patrimô-
coletiva e em voz alta, a fim de verificar e analisar com
me-as após a leitura, na subseção Conversando sobre o nio cultural e histórico) permite
mais detalhes as informações apresentadas na crônica.
texto. aos estudantes desenvolver as
habilidades EF69LP13 e EF69LP15
e a competência específica de
Língua Portuguesa 6.

303

09/08/2022 13:49:38
• Caso julgue pertinente, propo- Não é o único monumento abandonado, mas é simbólico. Eu me pergunto: por que
nha aos estudantes que releiam
tantos governos preferem construir centros de concreto, como o causticante Memorial
o texto mais vezes, em grupos,
por exemplo, fazendo pausas da América Latina, em vez de recuperar o que já existe? Recentemente procurei fazer
para pesquisar informações ou um contato no governo estadual, por causa de um antigo colégio japonês. É uma
expressões. A releitura é impor- grande casa em estilo oriental, construída no início do século passado para abri-
tante para que eles possam veri- gar os imigrantes japoneses. Ficaram de me procurar para que eu desse mais
ficar outras informações e com- detalhes e a localização. Há meses. Ninguém mais falou comigo. E o casteli-
preender melhor o texto.
nho da São João? Foi cedido para uso de uma instituição. Continua em
• Se os estudantes apresenta-
decadência. Se possui o tal selo de valor arquitetônico, não sei. Mas é
rem dificuldade em compreen-
der os trechos em que são cita- uma obra original, com identidade. Vale a pena deixar que um dia vi-
dos prédios ou casas tombados, re terreno baldio?
explore com eles, antecipada- Nem tudo está perdido. Conheço o dono de uma edi-
mente, o boxe sobre o tomba-
tora de porte médio que, ao buscar uma sede para sua
mento do patrimônio cultural e
histórico, apresentado ao final empresa, teve uma ótima ideia. Resolveu comprar
da página 308. uma casa tombada. Justamente por serem tombadas,

• Explore com os estudantes os essas casas acabam tendo um valor de mercado me-
nor, embora às vezes a localização seja excelente. Como
argumentos empregados na
crônica para defender o posicio- a ideia-padrão do empresário comum é comprar para
namento do cronista e como demolir, ou revender pelo triplo, boa parte delas termi-
eles são apresentados, a fim de
na ficando abandonada. Meu amigo editor comprou a
que percebam nesse movimen-
to as intenções do autor (persu- casa que pertenceu ao arquiteto Ramos de Azevedo na
asão do leitor em relação ao que Liberdade. São 5.000 metros quadrados de terreno,
o cronista defende). com jardim, cocheira, telhado de ardósia, grades de
• Oriente a turma a comparar ferro batido. Mesmo localizada no agitado bairro da
as fotografias que acompanham Liberdade, quando entrei tive a impressão de que estava
o texto, destacando que elas re- fora da cidade. Passarinhos cantavam. Um belo jardim.
tratam o mesmo local, mas em
Árvores. Restaurada, ficou lindíssima, confortável, e os
épocas diferentes – 1993 e 2003.
Incentive os estudantes a anali- funcionários sentem orgulho em trabalhar em um lugar
sá-las e a descrever as mudan- tão agradável.
ças perceptíveis no local com o Não acredito que se deva largar o corpo à espera de
passar de dez anos.
soluções que venham da prefeitura ou do governo, em-
Fotografia do estacionamento bora sua atuação seja fundamental. Mas quantos
na Avenida Paulista, onde
casarões, colégios, prédios maravilhosos não se encon-
existia a mansão dos
Matarazzo, na cidade tram a ponto de virar ruínas? Se o paulistano está
de São Paulo (SP), realmente interessado em viver em uma cidade mais
em 2003.
agradável, é preciso não perder mais tempo e tomar
consciência do que ainda pode ser salvo!
CARRASCO, Walcyr. Esplendor em ruínas. In: CARRASCO, Walcyr.
Pequenos delitos e outras crônicas. São Paulo: Nova Cultural,
2004. p. 165-167.
Fotomontagem de Camila
Ferreira. Fotos: Chris von
Ameln/Folhapress, Mega
Pixel, focal point e
Iaremenko Sergii/
Shutterstock.com

Causticante: maçante, que provoca


aborrecimento.

304

02/08/2022 15:46:53

304

09/08/2022 13:49:38
• Apresente as informações so-
Walcyr Carrasco (1951-) bre o escritor Walcyr Carrasco a
fim de que os estudantes com-

Reprodução/Acervo pessoal
Nascido em Bernardino de Campos (SP), Walcyr Carrasco é preendam a importância desse
escritor, jornalista e dramaturgo, com produções voltadas tanto autor para a literatura brasilei-
para adultos como para crianças. Bastante conhecido pelos ra.
roteiros de telenovela que escreve, em 2016 ganhou o Prêmio
Emmy Internacional pela telenovela Verdades secretas. • Para a realização da atividade
1 da subseção Conversando so-
Como cronista, escreve semanalmente para jornais e revistas bre o texto, retome com a tur-
no Brasil. Carrasco também adaptou obras como Os miseráveis, ma as discussões feitas antes e
Dom Quixote e Sonho de uma noite de verão para o público durante a leitura a fim de com-
infantil. Alguns de seus livros publicados são Histórias para a pará-las tanto com as informa-
sala de aula, A palavra não dita, Veneno digital, Quando meu Fotografia de Walcyr Carrasco, ções do texto como com as que
irmãozinho nasceu e Meus dois pais. em 2018. foram citadas pelos colegas.
• Ao propor a atividade 2, in-
centive os estudantes a com-
3. b. Resposta: Esse sentimento se perde em alguns momentos, quando
Estudo do texto o cronista cita exemplos de construções que foram demolidas ou estão partilhar suas experiências com
em ruínas, mas volta a aparecer quando ele cita o exemplo da editora construções históricas verifi-
de seu amigo. Além disso, ao final da crônica, há um chamamento ao
paulistano realmente interessado em viver em uma cidade mais
cando se elas despertaram ne-
Conversando sobre o texto agradável, para que salve o que ainda restou. les sensações e emoções.

1. O assunto criticado pelo cronista foi o que você havia imaginado antes da leitura? Comente • Na atividade 3, solicite aos es-
tudantes que compartilhem o
com os colegas. Resposta pessoal.
que pensam a respeito da crítica
2. Há alguma construção em sua cidade que costuma chamar a atenção ou que fez parte da sua feita ao descaso para com pré-
história? Se houver, cite qual é. Resposta pessoal. dios históricos abandonados.

3. Você concorda com as ideias do cronista? Converse a respeito disso com os colegas. Integrando saberes
Resposta pessoal.

Com a ajuda do professor, descubram locais históricos da cidade onde moram e, se • Caso os estudantes não co-
possível, visitem-nos. Depois, pesquisem a história desses locais e conheçam um pouco nheçam um monumento tom-
mais sobre sua cidade. bado como patrimônio históri-
co, proponha-lhes a visita a um
deles ou solicite que pesquisem
2. Resposta: O título “Esplendor em ruínas” faz referência às construções
e selecionem um exemplo de
Escrevendo sobre o texto históricas e belíssimas, esplendorosas, que, segundo o cronista, estão
arruinadas. patrimônio histórico para apre-
Resposta: A ideia central é a de que prédios históricos são abandonados e se sentar à turma. Oriente-os a
1. Qual é a ideia central da crônica? transformam em ruínas, apagando parte da memória do lugar. pesquisar imagens e buscar in-
2. Qual é a relação entre o título da crônica e o assunto sobre o qual ela trata? formações, como característi-
cas, estrutura, contexto históri-
3. O cronista inicia o texto com a afirmação: “Sou um otimista”. co, importância cultural e social
a. A que se refere esse otimismo apresentado logo no início do texto? e outros detalhes. Incentive-os
Resposta: Esse otimismo se refere à crença de que os paulistanos queiram preservar a história e a beleza de sua cidade. a tomar notas para apresentar o
b. Esse sentimento positivo se mantém ao longo da crônica? Explique.
monumento selecionado à tur-
4. Para defender suas ideias e convencer o leitor, quais são os principais argumentos apresenta- ma. Essa proposta permite es-
dos pelo cronista? tabelecer uma integração entre
os componentes curriculares de
5. Apesar de destinada a todos os leitores interessados, o cronista se dirige a um público espe- Língua Portuguesa, Arte e His-
cífico. 5. b. Resposta: É possível perceber isso quando o autor inicia a crônica tória. Ao final, empregue a es-
mostrando a vontade do paulistano de viver em uma cidade bonita; além
a. Que público é esse? disso, os exemplos no texto são todos da cidade de São Paulo. tratégia Gallery walk, a fim de
Resposta: Os moradores da capital São Paulo. que os es tudantes possam
b. Como é possível perceber isso? compartilhar suas pesquisas
4. Resposta: Ele dá exemplos de prédios que poderiam ser tombados e protegidos, como a mansão dos Matarazzo e a com a turma.
primeira piscina pública de São Paulo. No fim do texto, Carrasco apresenta um último exemplo como argumento: a
revitalização da casa que pertenceu ao arquiteto Ramos de Azevedo, na Liberdade. 305

:46:53
Orientações pauta de preservação de prédios históricos. Assim, per-
02/08/2022 15:46:53

• Nas atividades da subseção Escrevendo sobre o tex-


gunte a eles se também se considerariam otimistas pe-
rante as situações relatadas ou não.
to, destaque os argumentos apresentados no texto que
comprovam o que está sendo exposto pelo cronista. • Na atividade 4, converse com a turma sobre os argu-
Converse sobre a maneira de se expressar e os recursos mentos utilizados pelo cronista, verificando se os estu-
que o autor utilizou para despertar o interesse do leitor. dantes os consideraram eficientes para o convencimen-

• Nas atividades 1 e 2, explore a relação entre a ideia


to deles enquanto leitores.
central, o título e o assunto do texto, evidenciando que é • Ao propor a atividade 5, mostre também que a crônica
de acordo com esses elementos que os argumentos se- é destinada a todos os leitores, mesmo que o cronista
rão pensados. converse com o paulistano, uma vez que o tema desse

• Aproveite a atividade 3 para engajar os estudantes na texto também pode ser observado em outras cidades.

305

09/08/2022 13:49:38
• Na atividade 6, conduza os 6. Releia o trecho a seguir.
estudantes à reflexão sobre a
importância de preservar a his- Cada casa antiga que cai é um pedaço do passado que desaparece.
tória por meio da preservação Resposta: Ele sugere a importância das construções antigas,
dos monumentos, de modo a a. O que o cronista sugere com essa afirmação? reforçando que todas carregam um pouco da história do
local onde foram construídas.
ultrapassar os domínios da his- b. Você concorda com a opinião do autor? Por quê? Resposta pessoal.
tória da Arquitetura e englobar
a história das sociedades como 7. É possível identificar o contexto sociopolítico em que a crônica foi escrita? Explique sua res-
um todo. posta, citando um trecho do texto. Resposta: Não é possível identificar o tempo exato, mas acredita-se que seja
um ano de transição de governo municipal, o que pode ser percebido no início
• Após a realização da ativida- 8. Releia os trechos a seguir. da crônica: “O entusiasmo é maior agora, com a mudança na prefeitura.”.
de 7, promova uma conversa so-
bre a importância do poder pú- A. E me pergunto: até quando?
blico para a conservação de B. [...] O que é melhor? O palacete ou o estacionamento?
edifícios históricos. Se julgar
pertinente, acesse com a turma C. Vale a pena deixar que um dia vire terreno baldio?
o site indicado a seguir para evi- Por que o cronista emprega frases interrogativas em seu texto? Resposta: Para manter um diálogo com
denciar a missão do governo em o leitor, permitindo que ele possa, com os exemplos e as questões, ser convencido das ideias do cronista por meio da reflexão.
relação à preservação do patri- 9. Além de comentar respeito das construções abandonadas que se tornaram ruínas, o cronista
mônio cultural. faz uma crítica social.
IPHAN. Disponível em: https:// a. Que crítica é essa? Resposta: O descaso, em algumas situações, dos governos federal, estadual e municipal.
portal.iphan.gov.br/montarPa-
ginaSecao.do?id=10&sigla=Insti-
b. Como é possível perceber essa crítica? Possível resposta: Ao longo do texto, o cronista comenta sobre a
animação com a troca de prefeitos e o contato que fez com alguém do governo estadual, por exemplo.
tucional&retorno=paginaIphan. c. Em que trechos do texto é possível identificar essa crítica?
Acesso em: 1 jul. 2022. Confira a resposta da questão nas orientações ao professor.
10. Releia o trecho a seguir.
• Na atividade 8, informe aos
estudantes que esse recurso é Cada casa antiga que cai é um pedaço do passado que desaparece. Não estou falando
chamado pergunta retórica, isto em critérios técnicos. Talvez para mim seja linda uma casa que não receba nenhum
é, uma interrogação que não
aval como monumento importante. Isso aconteceu com a antiga (e demolida) mansão
tem como objetivo ser respon-
dida, mas que procura incenti- dos Matarazzo, na avenida Paulista. [...]
var a reflexão do leitor/ouvinte.
a. O que o cronista evidencia com esse trecho? Confira a resposta da questão nas orientações ao professor.
• Aproveite as atividades 9, 10 b. Que exemplo ele dá para justificar sua opinião? A mansão dos Matarazzo, que foi demolida.
e 11 para conversar sobre a des-
truição da memória ocasionada 11. Ao falar da Vila Itororó, o cronista faz a afirmação a seguir.
pela extinção dos prédios com a
justificativa de modernizar am- Não é o único monumento abandonado, mas é simbólico.
bientes urbanos.
Explique essa colocação do autor e o uso da palavra simbólico. Confira a resposta da questão nas
• Para complementar as ativi- orientações ao professor.
dades 12 e 13, pergunte aos es- 12. Ao final do texto, o cronista afirma que “nem tudo está perdido”.
tudantes se eles conhecem ini-
a. Que ação ele cita como exemplo para afirmar isso? Resposta: A revitalização de uma casa
ciativa s de revitalização de tombada por um amigo editor.
construções ou incentive-os a b. Essa ação beneficiou a quem? Confira a resposta da questão nas orientações ao professor.
pesquisá-las.
13. De que maneira o cronista finaliza a sua crônica?
Resposta: Com um chamamento desafiando o paulistano que quer viver em uma cidade mais agradável. Para isso, o cronista
afirma que é preciso não perder mais tempo e tomar consciência do que ainda pode ser salvo na cidade.
A crônica argumentativa é um texto que oscila entre o literário e o jornalístico e apresen-
ta a opinião do autor com relação a um fato ou situação do cotidiano, levando o leitor a re-
fletir sobre o assunto. Essas crônicas são publicadas em periódicos (revistas e jornais), livros,
blogs e sites da internet.

306

Respostas gar os imigrantes japoneses. Ficaram de me pro- suficiente para representar todos os demais, de
02/08/2022 15:46:53

curar para que eu desse mais detalhes e a locali- forma metafórica, alegórica, algo que serve co-
9. c. Resposta: Os trechos a seguir exemplificam zação. Há meses. Ninguém mais falou comigo.”. mo um símbolo.
essas críticas: “O entusiasmo é maior agora, com a
10. a. Resposta: O cronista evidencia que não de- 12. b. Resposta: A todos, tanto a sociedade e os
mudança na prefeitura.”; “Eu me pergunto: por
veriam ser avaliados apenas critérios técnicos poderes públicos, já que se mantêm um casarão
que tantos governos preferem construir centros
para decidir sobre a demolição ou a preservação e sua história, quanto o empresário, que valorizou
de concreto, como o causticante Memorial da
de prédios históricos, mas que as construções o imóvel e ainda garantiu um ambiente agradável
América Latina, em vez de recuperar o que já exis-
deveriam ser valorizadas também por seu valor de trabalho.
te?”; “Recentemente procurei fazer um contato no
simbólico, como a idade e a beleza de cada uma.
governo estadual, por causa de um antigo colégio
japonês. É uma grande casa em estilo oriental, 11. Resposta: O cronista emprega o termo sim-
construída no início do século passado para abri- bólico para evidenciar um caso importante o

306

09/08/2022 13:49:39
1. a. Resposta: Ele está se referindo às normas técnicas que qualificam as

Explorando a linguagem
construções e definem quais prédios têm valor arquitetônico, isto é, são
avaliações que levam em
• Na subseção Explorando a
linguagem, são trabalhados os
consideração a qualidade física
das construções, e não sua sentidos de alguns termos em
1. Releia o trecho a seguir. presença histórica ou social em um dado contexto. Essas ativi-
determinado lugar.
[...] Cada casa antiga que cai é um pedaço do passado dades desenvolvem habilidades
importantes, como inferência
que desaparece. Não estou falando em critérios téc-
de informações implícitas e/ou
nicos. Talvez para mim seja linda uma casa que não explícitas e identificação da re-
receba nenhum aval como monumento importante. lação semântica entre palavras
Isso aconteceu com a antiga (e demolida) mansão dos de diferentes classes. Além dis-
Matarazzo, na avenida Paulista. Li várias reportagens so, foram explorados o uso de
figuras de linguagem e seus
em que criteriosos profissionais afirmavam que ela
efeitos no texto.
não tinha valor arquitetônico. Nunca entendi essa
opinião puramente técnica. Era um belíssimo palace-
• Na atividade 1, comente com
Fotom
o
os estudantes que os critérios
te, que remetia à São Paulo antiga, e guardava um Fotos: ntagem de
fo C
Shutte cal point e amila Ferre técnicos são importantes para
rs tock Iarem ir
pouco de história em cada um de seus tijolos. Hoje é .com enko S a. avaliar a viabilidade da manu-
ergii/

estacionamento. tenção de um edifício. Leve-os a


perceber a defesa apresentada
a. A que o cronista se refere ao mencionar critérios técnicos e valor arquitetônico? pelo cronista de que as opiniões
de quem não tem a formação
b. Por que o autor afirma nunca ter entendido a opinião “puramente técnica”?
Resposta: Porque essa opinião não considera a beleza nem a função social do prédio. técnica, mas vive na cidade, tam-
c. Que adjetivo empregado reforça a visão do cronista sobre o palacete? bém deveriam ser consideradas
Resposta: O adjetivo belíssimo. nessa avaliação, assim, a popula-
2. Como o adjetivo em destaque no trecho se contrapõe ao adjetivo que você identificou na
ção poderia ter a chance de opi-
atividade anterior? Resposta: O adjetivo criteriosos reforça a técnica dos arquitetos; já o adjetivo belíssimos denota a
sensibilidade necessária para perceber o valor histórico-cultural das construções. nar sobre algo que tem impacto
3. Em determinados momentos do texto, o cronista emprega frases curtas. onde reside.
a. Cite um trecho ou mais em que isso ocorre e escreva-o no caderno. Possíveis respostas: “Hoje é • Ao desenvolver a atividade 2,
estacionamento.”; “Guardavam.”; “Tem lixo na frente.”; “Há meses.”; “Passarinhos cantavam.”; “Um belo jardim.”; “Árvores.”. evidencie o significado dos dois
b. Qual é o efeito que essas frases curtas provocam no texto? adjetivos para os estudantes,
Resposta: Essas frases intensificam algo dito anteriormente ou enfatizam uma informação positiva ou negativamente.
4. Releia o trecho a seguir. levando-os a reconhecer que
eles não são contraditórios ou
antônimos, mas o contexto em
Tenho um amor especial pela Vila Itororó, na rua Marti-

Matuiti Mayezo/Folhapress
que foram empregados possibi-
niano de Carvalho. Inaugurada nos anos 20, abrigou a lita que um se contraponha ao
primeira piscina pública da cidade. Quem vê de perto fica outro.
surpreso. Erguida em um barranco, possui vários andares
sustentados por colunas altíssimas. Uma estátua de ferro da
• Para a realização das ativida-
des 3 e 4, ajude a turma a com-
deusa da prosperidade enfeita a entrada da casa ao nível da preender o emprego da frase
rua. Dois leões guardavam a entrada. Guardavam. Não é à curta e da repetição como ele-
mentos característicos do estilo
toa que usei o verbo no passado. Passei em frente um dia
do autor. Explique aos estudan-
desses, e um dos leões estava em cacos no chão. Em torno tes que cada autor trabalha com
existe um belo conjunto de casas antigas. A vila converteu- a linguagem e a manipula em
-se, há décadas, em um grande cortiço. [...] função de chegar a determina-
dos resultados estéticos.
Fotografia de uma das estátuas na entrada da Vila
Itororó, bairro de Bela Vista, em São Paulo (SP), 1982.

Explique como a repetição do verbo em destaque reforça a avaliação do cronista sobre o que
ele propõe discutir no texto. Resposta: O uso repetido da forma verbal guardavam reforça que a construção
em questão está hoje em ruínas, enfatizando o abandono do lugar.
307

:46:53 02/08/2022 15:46:53

307

09/08/2022 13:49:39
• Na sub s eç ão Dis cu tindo
Discutindo ideias, construindo valores
ideias, construindo valores, é
trabalhada a necessidade de
1. O artigo nº 216 da Constituição Federal afirma que é dever do Poder Público, com colaboração
uma ação efetiva em relação ao
patrimônio histórico-cultural
da sociedade, promover e proteger o patrimônio público.
das cidades brasileiras. Pergun- a. Em sua opinião, isso acontece efetivamente? Comente sua resposta.
te aos estudantes o que eles
b. Como a sociedade pode contribuir para preservar e proteger o patrimônio público?
acham desse problema e por Resposta: A população tem de exigir dos governos federal, estadual e municipal a revitalização de espaços públicos; ter
que isso acontece. Incentive-os 2. Releia a seguir um trecho da crônica. consciência social; valorizar a arquitetura histórica do lugar; preservar prédios
históricos, evitando pichações, depredação e abandono; entre outras atitudes.
a se expressarem e a trocar
Eu me pergunto: por que tantos governos preferem construir centros de concreto, co-
ideias com os colegas.
mo o causticante Memorial da América Latina, em vez de recuperar o que já existe?
• A fim de complementar a ati- 1. a. Resposta pessoal. Oriente a discussão de acordo com o que o
cronista apresenta em seu texto. Se julgar conveniente, traga para
vidade 1, proponha aos estu- Como você responderia a essa questão? sala de aula exemplos de outros lugares do Brasil de patrimônios
dantes a leitura do artigo no 216 Resposta pessoal. culturais, sociais e históricos abandonados.
da Constituição Federal, que 3. No Brasil, inúmeras construções foram revitalizadas, ocupadas e transformadas em centros
trata do patrimônio cultural culturais, museus e pontos turísticos, como a casa que virou editora no bairro da Liberdade,
brasileiro. citada pelo cronista.
• Na atividade 2, para auxiliar a. Você conhece algum prédio que passou por uma restauração parecida em sua cidade?
Resposta pessoal.
os estudantes na elaboração de
b. Qual é sua opinião sobre essa prática? De que maneira você entende que isso colabora pa-
suas respostas, pergunte a eles
se conhecem o Memorial da ra preservar a memória de um local? Resposta pessoal.
América Latina, apresente-lhes
algumas imagens, a fim de que O tombamento
conheçam o prédio e entendam
a descrição feita pelo autor, e, na Uma das formas de preservar e valorizar o patrimônio histórico é o tombamento, isto é, o
sequência, dê informações so- ato que reconhece o valor histórico, artístico ou cultural de uma construção, uma obra artística,
bre o monumento ou oriente-os determinado elemento cultural ou popular etc., transformando-o em patrimônio público oficial.
a pesquisá-las. Leve-os a reco- Assim, preserva-se esse patrimônio, garantindo o respeito à história, à memória e à importância
nhecer as vantagens desse tipo artística ou cultural do bem tombado.
de monumento para que consi- O tombamento do patrimônio cultural é uma medida importante, prevista, inclusive, no
gam expor suas ideias a respeito artigo nº 216 da Constituição Federal.
da preferência dos governos por No Brasil, vários prédios históricos são tombados, como o estádio do Pacaembu, em São Paulo
esse tipo de construção. Incenti- (tombado em 1998); a casa de Chico Mendes e seu acervo, no Acre (tombados em 2011); o
ve-os a pesquisar as dificulda- Convento e a Igreja de São Francisco, em Alagoas (tombados em 1964); o Teatro Amazonas e o
des, inclusive monetárias, para Mercado Municipal Adolpho Lisboa, ambos no Amazonas (tombados, respectivamente, em 1966 e
revitalizar uma construção. 1987). O estado com mais prédios históricos tombados é a Bahia, e São Paulo aparece em
• Para a realização da atividade segundo lugar.
Fotografia do
3, incentive os estudantes a ma-
Mercado Municipal
nifestar suas opiniões, de modo Adolpho Lisboa, em
a desenvolver a argumentação Manaus (AM).
oral. Para iniciar a discussão, co-
mente com eles que restaurar
um edifício é uma maneira de
preservar um legado de uma

guentermanaus/Shutterstock.com
geração a outra e dar a oportu-
nidade de as novas gerações
conhecerem parte da história.
• Leia para os estudantes o bo-
xe sobre o tombamento e ex-
plore alguns dos locais tomba-
dos citados no texto, pergun-
tando se eles os conhecem. 308
Ressalte a importância do ato
como uma garantia legal para a
conservação de patrimônios e
bens culturais de valor material a Cultura (Unesco), que transforma os bens em Patrimô- 02/08/2022 15:46:54
e imaterial. Diga que o tomba- nios da Humanidade.
mento pode ser feito nas esfe-
ras municipais, estaduais, fede-
rais e até mundiais. Na esfera
federal, no Brasil, o Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (Iphan) é o responsá-
vel pela tarefa, e na esfera mun-
dial quem realiza esse trabalho
é a Organização das Nações Uni-
das para a Educação, a Ciência e

308

09/08/2022 13:49:39
Objetivos
Ampliando a linguagem • Compreender o conceito de
algumas figuras de sintaxe.
Figuras de linguagem • Refletir sobre os efeitos de
sentido que o emprego de figu-
Assíndeto ras de sintaxe confere ao texto.
1. Leia a seguir dois provérbios.
BNCC
A. As palavras vão, o escrito permanece.
B. Aprenda as boas coisas, as más lhe ensinarão por si mesmas.
• O estudo do conceito e da utili-
zação de algumas figuras de sin-
Origem popular. taxe em diferentes textos leva os
a. Em cada provérbio, como ocorre o encadeamento das orações? estudantes a desenvolver as ha-
Resposta: Nos provérbios, há a justaposição de orações. bilidades EF69LP48, EF69LP54 e
b. Nesse encadeamento, que palavras ficam omitidas? Resposta: B. EF89LP37.
A. Os verbos. B. As conjunções. Orientações
c. Qual é a função dessas palavras em um período composto? Resposta: A.
• Nesta seção, os estudantes
A. Conectar as orações, indicando a relação de sentido entre elas. vão estudar algumas figuras de
sintaxe: assíndeto, polissíndeto,
B. Indicar as ações que sinalizam a relação de sentido entre elas. pleonasmo, elipse, silepse, aná-
d. Escreva no caderno as relações de sentido que podem ser estabelecidas entre as orações fora e inversão. Se julgar perti-
de cada provérbio. Resposta: A: Oposição; B: Explicação. nente, retome com eles algu-
mas figuras de linguagem que
Explicação. Oposição. eles já conhecem e o efeito de
sentido que elas atribuem ao
e. Com base em sua resposta à atividade anterior, escreva quais seriam as conjunções omitidas texto. Caso considere interes-
nos provérbios para que as relações de sentido que você propôs se explicitassem. sante, apresente à turma as in-
Resposta: Provérbio A – mas/porém; provérbio B – pois/porque. formações a seguir como reto-
mada das principais caracterís-
A omissão de conjunções entre palavras, termos de uma oração ou orações de determinado ticas das figuras de linguagem.
período, para enfatizar uma ideia, chamar a atenção do leitor para certos termos da oração ou › Figuras de pensamento: são
dar a impressão de continuidade e justaposição, é chamada assíndeto. O assíndeto é um tipo recursos estilísticos que tornam
de figura de linguagem chamada figura de sintaxe ou figura de construção. a exposição de ideias mais ex-
pressiva, provocando impacto
Conheça a seguir outros exemplos de figuras de sintaxe. no ouvinte ou leitor, porque, de-
pendendo da maneira e do con-
Polissíndeto texto em que as palavras são
ditas, seu sentido pode apre-
1. Leia a estrofe de um poema do escritor brasileiro Olavo Bilac (1865-1918). sentar alteração.
Longe do estéril turbilhão da rua, Beneditino: frade da ordem de São Bento. › Figuras de palavra: consistem
em empregar um termo com
Beneditino, escreve! No aconchego Claustro: convento, mosteiro.
sentido diferente do habitual,
Do claustro, na paciência e no sossego, Lima: nesse caso, alguém que se dedica sendo utilizadas ora para enfati-
ao fazer algo.
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua! zar algo, ora para suprir a falta
[...] de um termo mais adequado.
BILAC, Olavo. A um poeta. In: BILAC, Olavo. Poesias. São Paulo: Martin Claret, 2003. p. 202. › Figuras de sintaxe ou cons-
trução: relacionam-se aos des-
a. O eu lírico reflete sobre o fazer poético. Para que foram usadas palavras em destaque? vios de concordância e de or-
Resposta: Elas foram empregadas para ligar as ações.
b. A que classe gramatical elas pertencem? Resposta: À classe das conjunções. dem dos termos do período e,
ainda, a possíveis repetições.
309
• A atividade 1 do tópico Assín-
deto direciona o raciocínio dos
estudantes para a compreensão
de sentido foram mantidas mesmo sem as conjunções. dessa figura de linguagem. As-
:46:54 02/08/2022 15:46:54
sim, ajude-os a compreender os
• Na atividade 1 do tópico Polissíndeto, ajude os estu- provérbios e a reconhecer que a
dantes a estabelecer a diferença entre essa figura de omissão das conjunções nos
sintaxe e o assíndeto, visto anteriormente. Para tanto, provérbios apresentados ocorre
destaque os prefixos de cada palavra, mostrando-lhes para enfatizar outros elementos
que poli- indica muitos e a-, negação ou ausência. da frase. Pergunte a eles se a
omissão das conjunções preju-
dicou o entendimento dos pro-
vérbios. Espera-se que eles
compreendam que as relações

309

09/08/2022 13:49:39
• Ao propor o item d, diga aos c. Qual é a função da palavra e no último verso, em relação às orações?
estudantes que a ideia de repe- Resposta: Ela liga as diferentes orações.
tição e de aprimoramento do d. Que efeito a repetição da conjunção e provoca nesse trecho? Resposta: Ao enumerar as ações do
personagem, a repetição da conjunção e enfatiza as ações que levam ao aprimoramento do trabalho.
trabalho, causada pela repeti-
ção da conjunção, reforça a ideia Diferentemente do assíndeto, a figura de sintaxe que faz uso de conjunções repetidas ve-
de continuidade do trabalho, zes é denominada polissíndeto. A repetição das conjunções sugere movimentos ou série de
como se ele nunca parasse.
ações que se sucedem.
• Aproveite a atividade 1 do tó-
pico Pleonasmo para conversar
com os estudantes sobre alguns Pleonasmo
pleonasmos comuns na fala do
1. Confira a seguir dois versos da letra de canção “Vamos fugir”, do compositor Gilberto Gil.
dia a dia, que, diferentes do ple-
onasmo utilizado com intenção [...]
expressiva, são considerados
Vamos fugir

Arquivo da editora
vícios de linguagem. Antes de
citar alguns, pergunte se eles Proutro lugar, baby

TypoStudio/
têm exemplos e, conforme fala- [...]
rem, anote na lousa. Depois,
GIL, Gilberto; LIMINHA. Vamos fugir. Intérprete:
complemente com os usuais su-
Gilberto Gil. In: Raça humana. Rio de Janeiro:
bir para cima, descer para bai- Warner Music Brasil, 1984. Faixa 5.
xo, entrar para dentro, sair pa-
ra fora, amanhecer o dia, gritar
alto, surpresa inesperada, con- a. Nesses versos, qual verbo está no infinitivo? Resposta: Fugir.
clusão final, mensalidade men- b. Que ideia esse verbo expressa? Resposta: A ideia de fuga, ou seja, deslocar-se de um lugar para outro.
sal etc. Dessa forma, eles enten-
dem o pleonasmo e refletem c. Se a expressão proutro lugar fosse retirada, a compreensão do texto seria prejudicada?
sobre o efeito de sentido que o Explique sua resposta. Resposta: Não, pois essa expressão dá a mesma ideia do verbo fugir.
autor quer dispensar ao texto A canção de Gilberto Gil faz uso de uma figura de sintaxe que caracteriza a repetição de uma
ao empregar essa figura de lin- ideia, isto é, se alguém foge subentende-se que seja para outro lugar.
guagem.
• Na atividade 1 do tópico Elip- A repetição intencional utilizada nessa letra de canção reforça a ideia da fuga e a torna
se, diga aos estudantes que a
mais expressiva. Essa figura é denominada pleonasmo.
omissão dos termos de uma
oração geralmente abrange o
sujeito, como visto na atividade, Elipse
mas também pode ocorrer de
serem omitidos verbos e con- 1. Confira como o músico e poeta Arnaldo Antunes descreve as árvores no trecho a seguir.
junções sem prejudicar a com-
preensão textual. As árvores são fáceis de achar. Ficam plantadas no chão. Mamam do sol pelas folhas
e pela terra bebem água. Cantam no vento e recebem a chuva de galhos abertos. [...]

ANTUNES, Arnaldo. As árvores. In: ANTUNES, Arnaldo. As coisas. Ilustrações:


Rosa Moreau Antunes. 3. ed. São Paulo: Iluminuras, 1996. p. 35.
a. Identifique as formas verbais das orações e escreva-as no caderno.
Resposta: São, achar, ficam, mamam, bebem, cantam, recebem.
b. Essas formas verbais se referem a quê? Resposta: Referem-se às árvores.
c. Por que o termo a que essas formas verbais fazem referência não é repetido em cada oração?
Resposta: Porque o termo a que as formas verbais se referem está subentendido. Com isso, o autor quis evitar sua repetição.

A omissão de termos da oração já mencionados no texto e de fácil identificação por meio


do contexto em que estão inseridos é chamada elipse.

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02/08/2022 15:46:54

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Silepse • Ao explorar a atividade 1 do
tópico Silepse, comente com a
1. Leia o trecho do discurso “O busto de Gonçalves Dias”, de Machado de Assis, que foi produzido turma que as concordâncias não
para a inauguração desse monumento no Passeio Público da cidade do Rio de Janeiro, em 1901. fundamentadas em regras gra-
maticais que caracterizam essa
figura de sintaxe também po-
[...]
dem ocorrer nas flexões de gê-
Dizem que os cariocas somos pouco dados aos jardins públicos. Talvez este nero e número, para além da
busto emende o costume; mas, supondo que não, nem por isso perderão os que só flexão de pessoa, destacada no
vierem contemplar aquela fronte que meditou páginas tão magníficas. [...] exemplo de Machado de Assis.

MACHADO DE ASSIS. O busto de Gonçalves Dias. In: MACHADO DE ASSIS. Páginas recolhidas. São Paulo: Brasileira, 1957. p. 287.
• Ao trabalhar com a atividade
1 do tópico Anáfora, enfatize
a. O que é possível notar com relação à concordância entre o sujeito e o verbo da oração em aos estudantes que, para se
consolidar essa figura de sinta-
destaque nesse trecho? Resposta: O sujeito (os cariocas) está na terceira pessoa do plural; o verbo, porém, está na
primeira pessoa do plural. xe, a repetição deve ocorrer no
b. Explique por que, nesse contexto, ocorre esse tipo de concordância. início das orações ou dos versos.
Resposta: Porque o narrador se inclui entre as pessoas a que ele se refere: os cariocas. Comente que essa figura é bas-
tante comum na poesia e na
Quando, em uma oração, a concordância entre palavras ocorre em função da ideia ou do música, pois, ao enfatizar algo
significado expresso por um termo e não de acordo com as regras gramaticais, ocorre uma pela repetição, confere ritmo e
figura de sintaxe denominada silepse. melodia ao texto.

Anáfora
1. Leia a seguir alguns versos do poema “Passagem da noite”, do mineiro Carlos Drummond de
Andrade (1902-1987).

[...]
E que adianta uma lâmpada?
E que adianta uma voz?
É noite no meu amigo.
É noite no submarino.
É noite na roça grande.
É noite, não é morte, é noite
de sono espesso e sem praia.
Não é dor, nem paz, é noite,
é perfeitamente a noite.

DRUMMOND DE ANDRADE, Carlos. Passagem da noite.


In: DRUMMOND DE ANDRADE, Carlos. A rosa do povo.
41. ed. Rio de Janeiro: Record, 2008. p. 48.

a. Ao ler esses versos, o que você notou de comum entre eles? Resposta: A repetição de duas
expressões no início dos versos: E que
b. Com que intenção essas repetições foram empregadas? adianta uma e É noite.
Resposta: Para enfatizar o questionamento e, depois, a ideia
da noite, escura e silenciosa.
A repetição de palavras ou expressões no início de versos ou orações com a intenção de
enfatizar uma ideia é uma figura chamada anáfora.

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:46:54 02/08/2022 15:46:54

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• A atividade 1 do tópico Inver-
Inversão
são possibilita aos estudantes
construir o conceito dessa figu- 1. Leia alguns versos de um poema do poeta português Fernando Pessoa (1888-1935).
ra de sintaxe por meio da análi-
se dos elementos sintáticos dos

Daniel Araujo/Arquivo da editora


Suavemente grande avança
versos de Fernando Pessoa. Au-
xilie-os a identificar os elemen- Cheia de sol a onda do mar;
tos da oração e a posição em [...]
que foram empregados; depois
saliente que, mesmo com a in-
PESSOA, Fernando. Mar. Manhã. In: TUTIKIAN, Jane
versão, a oração deve ter senti-
(org.). Cancioneiro. Porto Alegre: L&PM, 2007. p. 37.
do, ou seja, ainda deve haver um (L&PM Pocket).
nexo entre os termos da oração.
• Após apresentar essas figu- a. Que forma verbal foi empregada nesses versos do poema? Resposta: A forma verbal avança.
ras de sintaxe para a turma, so- b. Qual é sua transitividade? Resposta: Ela é intransitiva.
licite aos estudantes que pes-
quisem outros exemplos dessas c. Qual é o núcleo do sujeito a que ele se refere? Resposta: Onda.
ocorrências em textos diversos. d. O sujeito e o verbo da oração aparecem em que ordem? Resposta: O sujeito aparece após o verbo.
Em seguida, eles deverão apre-
sentá-los aos colegas eviden- e. Esses termos da oração estão na ordem direta ou indireta? Resposta: Na ordem indireta.
ciando o efeito de sentido cons- f. Reescreva essa oração na ordem direta. Resposta: A onda do mar cheia de sol suavemente grande avança.
truído com o emprego das figu-
ras de sintaxe, orientando-os,
portanto, a refletir sobre isso. O deslocamento de termos de uma oração, trocando a sequência normal (sujeito + verbo
• As atividades que compõem o + complemento), com a intenção de dar destaque a determinados elementos, denomina-se
inversão.
Praticando permitem aos estu-
dantes desenvolver as habilida-
des de análise não apenas do
emprego das figuras de sintaxe,
mas também dos efeitos de sen-
Praticando
tido que elas conferem ao texto.
1. Leia as frases a seguir e, em seguida, identifique a figura de sintaxe empregada em cada uma
• Para a realização das ativida- delas. Escreva as respostas no caderno.
des 1 e 2, empregue a estratégia
Turn and talk a fim de que os es- A. Chegou da escola, deixou a mochila em cima da cama, saiu correndo para ver se o almo-
tudantes colaborem uns com os ço estava pronto.
outros. Aproveite para verificar
o desempenho deles em relação B. Belíssima entrou a modelo na passarela.
a identificar, analisar e empregar C. A turma das meninas foi ao cinema domingo à noite. Estavam muito felizes.
em frases as figuras de sintaxe
estudadas nesta seção. Caso D. Olhando pela janela: via a lua, via as árvores, via o rio, via uma natureza exuberante!
apresentem dificuldades em
E. Augusto chegou atrasado à festa. Por isso, entrou pela porta dos fundos.
produzir as frases, oriente-os a
reler o conteúdo da seção, com F. Há dias espero você aparecer, ou enviar mensagens, ou telefonar, ou dar sinal de vida!
especial atenção aos boxes com
G. Vi com meus próprios olhos os famosos atores gravando uma cena da novela na rua.
as explicações de cada figura. Resposta: A: assíndeto; B: inversão; C: silepse; D: anáfora; E: elipse; F: polissíndeto; G: pleonasmo.
Após a produção, solicite a al- 2. Crie frases empregando as figuras de linguagem a seguir.
guns voluntários que leiam suas
frases para os colegas e, juntos, A. inversão B. anáfora
avaliem se o emprego da figura C. silepse D. pleonasmo
de sintaxe está adequado.
E. elipse F. polissíndeto
Resposta pessoal. Avalie a coerência das respostas dos estudantes.
312

02/08/2022 15:42:14

312

09/08/2022 13:49:40
3. Leia o começo do conto “Maria”, da escritora brasileira Conceição Evaristo (1946-). • Leia com os estudantes o tre-
cho do conto da atividade 3. Pa-
Maria estava parada há mais de meia hora no ponto do ônibus. Estava cansada de ra a realização do item a, peça-
-lhes que elenquem as figuras
esperar. Se a distância fosse menor, teria ido a pé. Era preciso mesmo ir se acostuman-
de sintaxe estudadas e bus-
do com a caminhada. O preço da passagem estava aumentando tanto! Além do quem-nas no texto até encon-
cansaço, a sacola estava pesada. No dia anterior, no domingo, havia tido festa na casa trar as que foram de fato em-
da patroa. Ela levava para casa os restos. O osso do pernil e as frutas que tinham en- pregadas. Ao trabalhar o item b,
feitado a mesa. Ganhara as frutas e uma gorjeta. O osso, a patroa ia jogar fora. Estava espera-se que os estudantes
respondam que é a elipse, já que
feliz, apesar do cansaço. [...]
é mais frequente no texto. Além
CONCEIÇÃO EVARISTO. Maria. In: CONCEIÇÃO EVARISTO. Olhos d’água. Rio de Janeiro: Pallas: Fundação Biblioteca disso, ela garante um tom lírico
3. a. Resposta: Elipse e inversão. Possíveis respostas: “Maria estava parada há mais de meia hora no ponto do Nacional, 2016. p. 39. à narrativa. No item c, perceba
ônibus. Estava cansada de esperar. Se a distância fosse menor, teria ido a pé.” e “O osso, a patroa ia jogar fora.”.
a. Quais figuras de sintaxe foram empregadas nesse trecho? Justifique sua resposta com tre- se os estudantes relacionam o
emprego das figuras de sintaxe
chos do texto. 3. c. Resposta: As figuras de sintaxe, em especial a elipse, garantem poeticidade à narrativa,
permitindo uma compreensão maior do eu da personagem Maria. ao caráter expressivo do texto,
b. Qual dessas figuras de sintaxe é a mais expressiva em sua opinião? Por quê? Resposta pessoal. funcionando como recursos es-
c. Que efeito essas figuras de sintaxe conferem à narrativa? tilísticos. No item d, ajude-os a
perceber como o foco narrativo
d. Com base no emprego dessas figuras de sintaxe, como podemos descrever o foco narrativo se aproxima de um foco em pri-
desse trecho? meira pessoa em certos trechos,
4. Leia um trecho do poema “Onde há pouco falávamos”, de Carlos Drummond de Andrade. Ne- levando o leitor a confundir a
voz do narrador com a voz da
le, há duas figuras de sintaxe: polissíndeto e inversão. Confira.
personagem.

É um antigo
3. d. Resposta: Apesar de ser um texto
narrado em terceira pessoa, o • Aproveite a atividade 4 para
emprego das figuras de sintaxe, salientar aos estudantes a pre-
piano, foi principalmente da elipse, permite uma sença das figuras de sintaxe e
aproximação maior da personagem
Maria, conferindo ao leitor acesso ao das figuras de linguagem em

Myasnikova Natali/Shutterstock.com
de alguma avó, morta que ela pensa e sente. geral na poesia. No poema de
em outro século. Drummond, além das duas figu-
ras destacadas, há uma figura
E ele toca e ele chora e ele canta de pensamento, a personifica-
ção, que atribui características
sozinho, humanas ao piano, que chora,
mas recusa raivoso filtrar o mínimo canta e sente raiva. Chame a
atenção dos estudantes para o
acorde, se o fere
efeito sonoro que a repetição da
mão de moça presente. conjunção confere ao verso,
[...] uma vez que as pausas das vír-
gulas são substituídas pela con-
DRUMMOND DE ANDRADE, Carlos. Onde há pouco
falávamos. In: DRUMMOND DE ANDRADE, Carlos. junção aditiva.
A rosa do povo. 41. ed. Rio de Janeiro: Record,
2008. p. 176.

a. Em qual verso foi empregado o polissíndeto?


Resposta: No quinto verso: “E ele toca e ele chora e ele canta”.
b. Qual é o efeito de sentido da repetição da conjunção e nesse verso?
Resposta: A repetição da conjunção e enfatiza as ações seguintes.
c. Em quais versos foi empregada a inversão? 4. d. Resposta: “mas recusa raivoso filtrar o
Resposta: Versos 7 a 9. mínimo/ acorde, se o fere/ mão de moça
d. Explique a inversão classificando o sujeito e o verbo. presente.”. Sujeito: mão de moça presente.
Verbo: fere.
e. Reescreva esses versos na ordem direta.
Resposta: Na ordem direta ficaria: mas recusa raivoso filtrar o mínimo acorde, se mão de moça presente o fere.
313

:42:14 02/08/2022 15:42:14

313

09/08/2022 13:49:40
Objetivos 2. c. Resposta: Não, pois ambas as orações estão completas sintaticamente,

A língua em estudo
com todos os seus termos, sem que uma exerça qualquer função sintática

• Compreender e identificar pe-


em relação à outra. A primeira oração tem como sujeito o termo a crônica e
o predicado formado pela forma verbal superou e pelo objeto direto o
ríodos compostos por coorde- preconceito; a segunda oração tem o sujeito oculto (a crônica), recuperável
pelo contexto, e o predicado com a forma
nação, períodos compostos por Período composto por coordenação verbal instalou e o predicativo do sujeito
subordinação e períodos com- como iguaria fina.
postos por coordenação e su- 1. Leia o texto da quarta capa do livro As cem melhores crônicas brasileiras e responda às
bordinação (períodos mistos). questões.

As crônicas desta antologia se consagram como

Editora Objetiva
BNCC
pequenas obras-primas de emoção, baseadas nos es-
• Ao identif icar a s orações pantos e alegrias, decepções e surpresas do cotidiano.
agrupadas em períodos com-
Contam a história de um país e de um gênero que ou-
postos por coordenação e perí-
odos compostos por subordina- trora foi considerado menor. Fenômeno de aceitação
ção, os estudantes desenvol- popular, a crônica superou o preconceito e se insta-
vem a habilidade EF08LP11. lou como iguaria fina, assinada por mestres da nossa
• Ao verificar que as orações literatura.
subordinadas são introduzidas Amorosa, bem-humorada, leve e refinada, a crôni-
por conjunções subordinativas,
ca brasileira conquistou seu lugar e inventou um
os estudantes desenvolvem a
habilidade EF08LP12. estilo, modo de escrever e viver. Mistura as artes do
espírito sensível com os fatos da atualidade, mesmo
Orientações que seja aquela realidade passando embaixo apenas
• A fim de que os estudantes da janela do autor. Pois é falando na primeira pessoa,
identifiquem mais facilmente a com voz poética ou perplexa, jornalística ou irônica,
independência sintática das Capa do livro As cem melhores
que o cronista nos encanta. crônicas brasileiras, de Joaquim
orações coordenadas de um
Ferreira dos Santos, publicado pela
mesmo período, retome a clas- Craque do gênero, Joaquim Ferreira dos Santos fez
editora Objetiva, em 2007.
sificação dos termos sintáticos: esta seleção sem se deixar amarrar pelas leis acadê-
sujeito, predicado, complemen- micas, mas orientando-se pelo poder que as crônicas têm de seduzir — marca essencial
to verbal, complemento nomi-
de todas reunidas neste volume, que se tornaram clássicos de referência da nossa edu-
nal, agente da passiva, adjunto
adnominal, adjunto adverbial, cação literária e sentimental.
aposto e vocativo. SANTOS, Joaquim Ferreira dos (org.). As cem melhores crônicas brasileiras. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007. Quarta capa.

• Converse com os estudantes


a. Qual é o objetivo desse texto de quarta capa de livro? Resposta: Contextualizar o leitor sobre a
sobre o conceito de período, di- crônica no Brasil e os textos apresentados no livro, a fim de instigar o leitor a comprar e a lê-lo.
zendo que é um agrupamento de b. Quais qualificações esse texto atribui às crônicas presentes no livro?
orações, mas que há também pe- c. Nesse texto, também há comentários sobre as crônicas brasileiras de maneira geral. Quais
ríodos com apenas uma oração. qualidades são destacadas?
• Na atividade 1 do tópico Perío- Resposta: Que as crônicas brasileiras são iguarias finas, amorosas, bem-humoradas, leves e refinadas.
2. Releia o seguinte período retirado do texto.
do composto por coordenação,
sugira aos estudantes que for-
[...] a crônica superou o preconceito e se instalou como iguaria fina [...]
mem duplas para conversar so-
1. b. Resposta: Pequenas obras-primas de emoção, baseadas nos
bre as qualificações atribuídas às a. Quantas orações há nesse período? espantos e alegrias, decepções e surpresas do cotidiano, que contam a
crônicas e, em especial, às crôni- Resposta: Há duas orações. história de um país e de um gênero que outrora foi considerado menor.
cas brasileiras. Oriente-os a ler o b. O período estudado nesta atividade é simples ou composto? Explique.
Resposta: É um período composto, pois é formado por duas orações.
texto quantas vezes forem ne- c. Alguma dessas orações funciona como termo sintático da outra, ou seja, uma depende sin-
cessárias com o intuito de iden- taticamente da outra? Justifique sua resposta.
tificar e anotar todas as caracte-
rísticas mencionadas no texto de d. Que conjunção liga essas duas orações? Resposta: A conjunção coordenativa aditiva e.
quarta capa. Na sequência, soli-
314
cite-lhes que respondam aos
itens e verifique se eles reconhe-
ceram as características.
• Nos itens a e b da atividade 2, ríodo, semanticamente, não são propriamente indepen-
dentes, pois o sentido do período depende da relação de
02/08/2022 15:42:14
espera-se que os estudantes re-
conheçam as duas orações de coordenação estabelecida entre elas. Para a resolução do
um período composto. Caso per- item d, verifique se os estudantes se recordam do que são
ceba alguma hesitação, questio- conjunções e locuções conjuntivas e da classificação delas
ne, por exemplo, quantas formas em coordenativas e subordinativas. Se necessário, apre-
verbais há no período para que sente as mais comuns na lousa: e, pois, porém, portanto,
cheguem à resolução. No item c, porque, enquanto, quando, conforme, que, já que, uma
leve os estudantes a perceber vez que, como, embora.
que, embora sejam independen-
tes sintaticamente, as orações
coordenadas de um mesmo pe-
314

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• A atividade 3 antecipa a expli-
O período composto formado por orações independentes sintaticamente, que podem ser cação sobre as orações coorde-
ligadas por conjunções coordenativas, é chamado período composto por coordenação. nadas sindéticas e assindéticas,
de modo que os estudantes en-
3. Releia o período composto por coordenação estudado na atividade 2 da página anterior. tendam o que difere uma da ou-
tra. Verifique se eles apresen-
[...] a crônica superou o preconceito e se instalou como iguaria fina [...] tam dificuldades em estabele-
cer a relação lógica que existe
a. Ambas as orações desse período são introduzidas por conjunção? entre os itens a e b e auxilie-os
Resposta: Não, apenas a segunda oração: e se instalou como iguaria fina.
b. Com base nessa reflexão, o que é possível concluir a respeito da estrutura das orações co- caso seja necessário.
ordenadas em um período composto?
Resposta: Que há orações coordenadas com e sem conjunção coordenativa. • Ao trabalhar com a atividade
1 do tópico Período composto
por subordinação, auxilie os es-
Em um período composto por coordenação, as orações introduzidas por conjunção rece-
tudantes a reconhecer que o pe-
bem o nome de orações coordenadas sindéticas; já as orações não introduzidas por conjun- ríodo é composto por duas ora-
ção são chamadas de orações coordenadas assindéticas. ções que dependem sintatica-
mente uma da outra. Para isso,
leve-os a identificar os termos
Período composto por subordinação que compõem cada oração a fim
1. Releia um trecho da crônica “Esplendor em ruínas” e responda às questões. de que percebam que a oração
subordinada funciona como um
Nem sei se está tombada.
termo da oração principal. Ao
a. Esse período é formado por quantas orações? Resposta: Por duas orações. final da atividade, ressalte para
a turma a interdependência das
b. A oração que inicia esse período tem sujeito? Explique sua resposta.
Resposta: Sim, o sujeito é elíptico (eu). orações nesse período e com-
c. Qual é a transitividade do verbo da oração que inicia o período? pare-o com o período de ora-
Resposta: Verbo transitivo direto.
d. A segunda oração do período funciona, em relação à primeira, como qual dos termos a ções coordenadas estudado an-
teriormente, de modo que fique
seguir? Escreva a resposta no caderno. Resposta: B.
evidente a distinção entre eles e
A. Adjunto adverbial. facilite a construção do conceito
pelos estudantes.
B. Objeto direto.
C. Predicativo do sujeito.
• Se julgar pertinente, trans-
creva na lousa os exemplos a
e. Que conjunção introduz a segunda oração? Resposta: A conjunção se. seguir de orações subordinadas
exercendo diferentes funções
f. As orações desse período são sintaticamente independentes entre si? Explique. sintáticas para que os estudan-
Resposta: Não. As duas orações apresentam uma relação de dependência sintática entre si: a oração “se está tombada”
funciona sintaticamente como objeto direto da oração “Nem sei”. tes conheçam essas funções.
› Função de sujeito:
O período composto por subordinação é formado por orações que dependem sintatica- – É importante a participação
mente uma da outra. Nesse tipo de período, a oração que funciona como termo de outra de todos. (a participação de to-
recebe o nome de oração subordinada, e a oração que tem outra(s) oração(ões) como termo dos = sujeito)
recebe o nome de oração principal. – É importante que todos parti-
cipem. (que todos participem =
oração com função de sujeito)
2. Agora, veremos as funções que uma oração subordinada pode desempenhar em relação à
› Função de complemento ver-
oração principal. Leia os períodos a seguir. bal:
A. O menino admitiu que errou. – A menina revelou sua paixão
por futebol. (sua paixão por fu-
B. Minha família prefere cidades que ficam no litoral. tebol = complemento verbal)
C. Vamos ao médico quando amanhecer. – A menina revelou que é apai-
xonada por futebol. (que é
315 apaixonada por futebol = ora-
ção com função de complemen-
to verbal)
› Função de aposto:
:42:14 – Eu tenho certeza da nossa vitória. (da nossa vitória = adjunto adnominal) 02/08/2022 15:42:14
– O menino pediu isto ao pai: a
complemento nominal) – As pessoas que praticam esporte são mais ativas. compra de um livro. (a compra
– Eu tenho certeza de que venceremos. (de que vence- (que praticam esporte = oração com função de adjunto de um livro = aposto)
remos = oração com função de complemento nominal) adnominal). – O menino pediu isto ao pai:
› Função de predicativo do sujeito › Função de adjunto adverbial: que comprasse um livro. (que
– A expectativa era a vitória do time. (a vitória do time – Na sala de aula, desligo o celular. (Na sala de aula = comprasse um livro = oração
= predicativo do sujeito) adjunto adverbial) com função de aposto)
– A expectativa era que o time vencesse. (que o time – Quando estou na sala de aula, desligo o celular. (Quan- › Função de complemento no-
vencesse = oração com função de predicativo do sujeito) do estou na sala de aula = oração com função de adjun- minal:
› Função de adjunto adnominal: to adverbial)
– As pessoas esportistas são mais ativas. (esportistas =

315

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• No item a da atividade 2, auxi- a. Cada oração em destaque nos períodos apresentados pode ser substituída por uma das
lie os estudantes a reconhecer o expressões listadas a seguir. Relacione-as no caderno.
sentido expresso pelas orações
subordinadas e pelas expressões litorâneas no início da manhã o erro
para relacioná-las. Ao propor os
Resposta: A: que errou – o erro; B: que ficam no litoral – litorâneas; C: quando amanhecer – no início da manhã.
itens b, c e d, verifique a necessi- b. Qual das orações em destaque equivale a um substantivo?
dade de retomar com a turma os Resposta: A oração que errou equivale a um substantivo.
conceitos de substantivo, locu- c. Qual equivale a uma locução adverbial?
Resposta: A oração quando amanhecer equivale a uma locução adverbial.
ção adverbial e adjetivo. Após a d. E qual delas equivale a um adjetivo?
realização da atividade, se julgar Resposta: A oração que ficam no litoral equivale a um adjetivo.
pertinente, diga aos estudantes
As orações subordinadas podem ser classificadas em substantivas, adjetivas ou adver-
que a conjunção que introduz
biais, de acordo com seu valor ou função.
uma oração subordinada subs-
tantiva é chamada conjunção
subordinativa integrante e é,
costumeiramente, representada Período composto por coordenação
pelas palavras que e se. e subordinação (período misto)
• Ao trabalhar o período com-
1. Leia o início de uma entrevista com o cronista Antonio Prata, feita por um jornal de Portugal.
posto por subordinação, ressalte
aos estudantes que afirmar que
uma oração é principal e que ou- Antonio Prata. Cronista antes de nascer
tra é subordinada não diz res-
peito à importância informativa “Meio Intelectual, Meio de Esquerda” é o título do livro do brasileiro Antonio Prata
das orações, mas apenas à iden- publicado pela Tinta da China. Nuno Costa Santos falou com o “homem de um portu-
tificação de suas funções sintá- guês econômico, ritmado e dançado”.
ticas. É importante que eles
construam o conceito de que, do [...]
ponto de vista semântico, am- “Meu pai é escritor. Publicou vários
bas são essenciais para a cons- livros, escreveu telenovelas, roteiros de
trução do sentido do texto.
filmes, que vocês aí chamam de guiões,
• Após a leitura do boxe com a
e foi cronista do jornal O Estado de São
classificação das orações subor-
dinadas, explique aos estudan- Paulo por muitos anos. Hoje ele escreve
policiais. Minha mãe era jornalista

GoodStudio/Shutterstock.com
tes que a relação feita entre as
orações subordinadas e o subs- quando eu nasci, mas depois largou o
tantivo, o adjetivo e o advérbio jornalismo e virou dramaturga e rotei-
tem o objetivo de mostrar que rista, também. Ou seja, eu meio que
as orações podem equivaler a
não tinha opção”. Já se percebeu que
termos de um período simples.
Contudo, pondere que nem “meio” é uma palavra com a qual Prata
sempre é possível transformar convive bem.
uma palavra ou locução em ora- [...]
ção ou reduzir uma oração a
SANTOS, Nuno Costa. Antonio Prata. Cronista antes de nascer. Observador, Lisboa, 10 set. 2016. Disponível em: https://
uma palavra ou expressão sem observador.pt/especiais/antonio-prata-cronista-antes-de-nascer/. Acesso em: 20 abr. 2022.
alteração de sentido.
• Complemente as informa-
a. Em sua opinião, o que o entrevistador sugere ao afirmar “o homem de um português eco-
ções apresentadas na atividade
1 do tópico Período composto nômico, ritmado e dançado”? Resposta esperada: Sugere que a linguagem do cronista é diferenciada em relação
à dos demais, original, criativa, interessante e eufônica.
por coordenação e subordina- b. Por que Antonio Prata dá informações sobre seus pais?
ção (período misto) informan- Resposta esperada: Para explicar alguns dos possíveis motivos de ele ter se tornado cronista.
do à turma que o pai do cronista c. Ao citar roteiros de filmes, que explicação Prata dá ao entrevistador?
Resposta: Que roteiros de filme são chamados guiões em Portugal.
Antonio Prata é Mário Prata,
escritor de novelas, peças de te-
316
atro, roteiros de cinema, livros
adultos e infantis e crônicas em
jornais e revistas.
02/08/2022 15:42:14

316

09/08/2022 13:49:41
2. Leia o período a seguir, que foi retirado do trecho da entrevista lida anteriormente. • Por meio da atividade 2, res-
salte aos estudantes que o perí-
Minha mãe era jornalista quando eu nasci, mas depois largou o jornalismo e virou odo misto apresenta ao mesmo
dramaturga e roteirista, também. tempo orações dependentes e
independentes em termos de
a. Quantas orações formam esse período? Resposta: Quatro orações. sintaxe, ou seja, subordinação e
b. Quais são as conjunções que ligam essas orações? Resposta: Quando, mas e e. coordenação coexistem em um
período que apresenta esses
c. A oração quando eu nasci se refere a que oração? Que sentido ela atribui à oração a que se dois processos sintáticos de in-
refere? terligar orações.
Resposta: A oração “quando eu nasci” se refere à oração “Minha mãe era jornalista”, atribuindo a ela o sentido de tempo.
d. As demais orações do período dependem sintaticamente umas das outras? Justifique sua
Resposta: Não, as orações “minha mãe era jornalista”, “mas depois largou o jornalismo” e “e virou • Leia com a turma o boxe que
resposta. dramaturga e roteirista, também” são independentes sintaticamente, pois possuem todos os seus termos, apresenta o conceito de período
sem que uma exerça qualquer função sintática em relação à outra. misto e explique aos estudantes
que o fato de uma oração coor-
O período composto formado por orações coordenadas e por orações subordinadas recebe denada ter como um de seus
o nome de período composto por coordenação e por subordinação ou período misto. termos uma oração subordinada
não anula sua classificação co-
mo coordenada, apenas acres-
Nas páginas anteriores, você estudou o período composto por coordenação, que se estrutura centa a essa oração a função de
da seguinte maneira. oração principal em relação à
subordinada.
oração coordenada + oração coordenada

Estudou também o período composto por subordinação, cuja estrutura é apresentada a seguir.

oração principal + oração(ões) subordinada(s)

Agora, confira como é a estrutura do período misto.

oração subordinada

Minha mãe era jornalista quando eu nasci.


oração principal

Minha mãe era jornalista, mas depois largou o jornalismo e virou dramaturga e roteirista, também.
oração coordenada + oração coordenada + oração coordenada

Se juntarmos os dois períodos, confira o que acontece.

oração principal oração subordinada

Minha mãe era jornalista quando eu nasci, mas depois largou o jornalismo
oração coordenada oração coordenada

e virou dramaturga e roteirista, também.


oração coordenada

317

:42:14 02/08/2022 15:42:14

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• Ao trabalhar com a atividade
1 da subseção Praticando, peça Praticando
aos estudantes que façam uma
leitura silenciosa do trecho da 1. Leia a seguir o trecho de uma crônica da escritora Martha Medeiros. Depois, responda às ques-
crônica para responder aos tões.
itens. Se considerar oportuno, Me belisca, estou na Grécia
sugira a eles que troquem im-
pressões do trecho com o cole- Quando pequena, numa idade em que raciocinar não era meu forte — ainda não sei
ga, depois respondam juntos se é —, meu sonho era seguir carreira de aeromoça e conhecer a Grécia, nessa ordem.
aos itens e, por fim, comparti- Não demorou para eu perceber que o primeiro sonho não possuía paixão suficiente
lhem suas impressões e respos- para se manter, mas o segundo era uma

Pawel Kazmierczak/Shutterstock.com
tas com a turma, promovendo possibilidade, mesmo remota. Um dia,
assim a estratégia Think-pair-
quem sabe. O dia foi 28 de maio de 2002.
-share. Para ajudá-los no com-
parativo com Indiana Jones, di- Meu marido e eu voamos de Porto Alegre
ga-lhes que as aventuras desse para São Paulo, e de lá para Frankfurt, e de
per s ona gem incluía m , por lá para Atenas, e de lá para Mykonos num
exemplo, descobertas de relí- avião a hélice tão detonado que deixaria lí-
quias e artefatos milenares em
vido até Indiana Jones. Mas a realização de
meio a tumbas e batalhas com
cavaleiros templários. sonhos exige coragem. Quando dei por
mim, havia aterrissado numa ilha repleta de casinhas brancas com portas e janelas
Sugestão de atividade azuis, tal qual eu conhecia por cartão-postal. Só faltavam os pelicanos.

• Proponha uma atividade a Assim que amanheceu, alugamos uma scooter cujo motor fazia um barulho temível e
que apagava de meia em meia hora, mas quem se importa? Estava na Grécia. Me belisca.
respeito do título da crônica. Es-
creva-o na lousa e pergunte aos [...]
estudantes por quantas orações
MEDEIROS, Martha. Me belisca, estou na Grécia. In: MEDEIROS, Martha. Um lugar na janela: relatos de viagem. 18. ed.
ele é formado. Ajude-os a con- Porto Alegre: L&PM, 2014. p. 49.
cluir que ele é formado por duas 1. a. Resposta esperada: Significa não acreditar que algo seja verdade, mas
orações (me belisca e estou na sim um sonho. Nesse caso, o beliscão acordaria a pessoa desse sonho.
Grécia). Pergunte que relação a. Qual é o significado da expressão me belisca, usada nessa crônica?
de sentido há entre essas duas b. Por que a cronista usa essa expressão ao chegar à Grécia?
orações e leve-os a perceber
que a relação existente é de ex- c. Personagem muito famoso na história do cinema mundial, Indiana Jones é conhecido como
plicação. Se necessário, dê algu- um aventureiro destemido. Por que esse personagem é citado?
Resposta esperada: Para enfatizar a coragem necessária para voar em um avião naquelas condições em que o casal voou.
mas alternativas, como adição, d. Que efeito a referência a esse personagem causa na crônica? Explique sua resposta.
oposição e conclusão, além de
explicação. Após os estudantes 2. Releia um período retirado da crônica “Me belisca, estou na Grécia” e responda às questões a
responderem, pergunte-lhes se seguir.
trata-se de um período com-
Quando dei por mim, havia aterrissado numa ilha repleta de casinhas brancas com
posto por coordenação ou su-
bordinação. Em seguida, per- portas e janelas azuis, tal qual eu conhecia por cartão-postal.
gunte se essa coordenação é
a. Esse período é formado por quantas orações? Justifique sua resposta.
sindética ou assindética, levan- Resposta: Por três orações, pois há três formas verbais: dei, havia aterrissado e conhecia.
do-os a responder que ela é as- b. As orações em destaque indicam, respectivamente, circunstância de quê? Escreva a respos-
sindética. Por fim, pergunte que ta no caderno. Resposta: B.
1. b. Resposta: Porque ela quis enfatizar o sentimento de quem não
conjunção poderia ser utilizada
A. Causa e consequência. acreditava estar vivendo determinada situação, que, por ser tão boa,
nele sem alterar o sentido. Es- parecia um sonho.
pera-se que eles respondam B. Tempo e comparação. 1. d. Resposta: Causa efeito de humor pelo exagero da cronista, já que as
pois, porque ou que. Leve-os a aventuras do personagem eram muito mais difíceis do que estar em um
C. Adição e explicação. avião a hélice, mesmo sendo velho.
concluir que, na ausência de
conjunções, cabe ao leitor inter-
pretar as relações de sentido
318
com base no contexto, ou seja,
as relações de sentido entre as
orações se efetivam mesmo Orientações 02/08/2022 15:42:15
sem as conjunções. Explique
que a justaposição de orações é • A atividade 2 trabalha com um período misto e explo-
uma estratégia muito comum e ra suas relações sintáticas e de sentido. Auxilie os estu-
não prejudica a construção da dantes na percepção da interdependência das orações e
coesão textual. destaque que, caso a oração havia aterrissado numa
ilha repleta de casinhas brancas com portas e janelas
azuis tivesse sido apresentada sozinha, funcionaria com
um sentido completo, portanto é a oração principal.

318

09/08/2022 13:49:41
c. Que expressão introduz cada uma dessas orações? • Aproveite a atividade 3 como
Resposta: A conjunção subordinativa quando e a locução conjuntiva subordinativa tal qual. uma forma de avaliação do con-
d. Note que essas orações indicam circunstâncias relativas à outra oração do período. Que teúdo da seção. Explore sobretu-
oração é essa? do os itens d e e para avaliar se
Resposta: A oração “havia aterrissado numa ilha repleta de casinhas brancas com portas e janelas azuis”.
e. As orações desse período são sintaticamente independentes entre si? Explique sua resposta. os estudantes localizam os perí-
odos compostos por coordena-
3. Leia a seguir um texto de Ziraldo, em que é feita uma reflexão sobre palavras da língua por- ção e subordinação. Caso eles
tuguesa e da língua espanhola. 2. e. Resposta: Não. As três orações têm uma relação de dependência sintática
entre si: a oração “quando dei por mim” e “tal qual eu conhecia por cartão- tenham dificuldades, utilize este
postal” funcionam sintaticamente como adjuntos adverbiais da oração “havia momento para detectar possí-
aterrissado numa ilha repleta de casinhas brancas com portas e janelas azuis”.
[...] veis dúvidas e pensar em estra-
tégias para retomar o conteúdo.
O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia.
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia.
• Após a leitura do primeiro pa-
rágrafo, explique aos estudantes
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia. que o uso da palavra índio, em-
bora ainda presente em algumas
Estes versos são de um poema do Fernando Pessoa, quando ele se assina Alberto
publicações, está associado a um
Caeiro e vira o poeta de sua província. Em Portugal, os poetas podem se referir à sua olhar pejorativo e colonialista
cidadezinha chamando-a de aldeia como os espanhóis chamam às suas de pueblo. No dos povos nativos do Brasil. Atu-
Brasil, quando falamos aldeia, por hábito e por costume, o que nos vem à cabeça são as almente, utilizamos a palavra
pequenas povoações dos índios. indígena para identificar os po-
vos que moravam em nosso ter-
Não temos, em português, uma boa palavra para se referir, com saudade, à cidade- ritório antes da chegada dos eu-
zinha onde nascemos, lembrando as curvas do seu rio. ropeus. Isso porque a palavra in-
Não dá pra dizer, poeticamente, que estou com saudade do rio de meu arraial, do dígena signif ica “originário,
aquele que está ali antes dos
meu povoado, da minha vila, da minha pequena cidade, da minha cidadezinha, do
outros”, valorizando, assim, a im-
lugar onde nasci... Não tem a força poética dos que falam espanhol. Eles não têm a pa- portância desses povos, sua cul-
lavra saudade, mas têm a palavra pueblo. Eu queria tanto sentir saudades do rio de mi tura e sua diversidade.
pueblo. 3. b. Possíveis respostas: Admiração pela palavra aldeia; sentimento de falta, por não ser possível
usar essa palavra em seus textos; sentimento de desejo em usar as palavras aldeia e pueblo. Sugestão de atividade
[...]
ZIRALDO. Os meninos morenos. São Paulo: Melhoramentos, 2004. p. 10.
• Aproveite o texto de Ziraldo
para explorar ainda mais o con-
a. Em sua opinião, por que Ziraldo reproduz um poema de Fernando Pessoa em seu texto? teúdo estudado. Para isso, es-
Possível resposta: Para contextualizar o leitor sobre o uso da palavra aldeia se referindo a uma cidade pequena. creva na lousa o exemplo de
b. Que sentimento Ziraldo demonstra nesse texto?
período composto por coorde-
c. No texto, são citadas a língua portuguesa usada no Brasil e a usada em Portugal, além da nação que os estudantes res-
língua espanhola. Qual delas é a mais vantajosa pelo ponto de vista do autor? Justifique sua ponderam (“Eles não têm a pa-
resposta. Resposta: A língua portuguesa usada em Portugal, pois nela se pode usar a palavra aldeia no sentido de
cidadezinha e também a palavra saudade, que falta à língua espanhola.
lavra saudade, mas têm a pala-
vra pueblo”) e solicite que apon-
Arquivo da editora

d. Identifique no texto e escreva no caderno um período composto por coordenação. tem a conjunção que liga as
Daniel Araujo/

Resposta: “Eles não têm a palavra saudade, mas têm a palavra pueblo”.
e. Agora, identifique e escreva um período composto por subordinação. orações e qual relação ela esta-
Possíveis respostas: “O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia”; “Estes versos são de um poema do belece, verificando se eles des-
Fernando Pessoa, quando ele se assina Alberto Caeiro e vira o poeta de sua província”. tacam a conjunção mas e a rela-
ção de oposição.
• Na sequência, escreva o exem-
plo de período composto por su-
bordinação (“O Tejo é mais belo
que o rio que corre pela minha al-
deia”) e peça aos estudantes que
apontem a conjunção que une as
orações e indiquem a relação que
319 ela ajuda a estabelecer entre elas.
Neste caso, eles devem indicar a
locução conjuntiva mais que e re-
conhecer que a relação estabeleci-
:42:15 02/08/2022 15:42:16 da é de comparação.
• Para a realização desta ativi-
dade, considere empregar a es-
tratégia Quick writing, solicitan-
do aos estudantes que, após
anotar os períodos na lousa, es-
crevam as respostas rapida-
mente em uma folha. Em segui-
da, recolha os escritos e anali-
sem juntos as respostas.

319

09/08/2022 13:49:41
Objetivos

• Ler outra crônica argumenta- Outra leitura


tiva e identificar as característi-
cas e a função sociocomunicati- O texto que você vai ler a seguir também é uma crônica argumentativa. De acordo com o títu-
va desse gênero. lo, "A grande guerra", em sua opinião, a que guerra o cronista vai fazer referência?
Leia a crônica para saber exatamente o que ela aborda.
BNCC

• Ao compreender a mensa- A grande guerra


gem do texto, reconhecendo-a As árvores sempre amaram os homens, desde o princípio dos tempos. Confessam este
como expressão de subjetivida- amor sem parar, as horas todas do dia. Mesmo quando a luz se retira e elas desaparecem
des e identidades, e promover a
de nossa vista, continuam a dizer que nos amam, fazendo perfume para a nossa noite e
consciência socioambiental, os
estudantes desenvolvem as música para os nossos sonhos.
competências específicas de Mas as árvores não são apenas os maiores artistas que existem; são também os mais
Linguagens 1 e 4. sábios cientistas. Se a gente lotasse o Mineirão de cientistas, os cem mil sábios ali reuni-
• Ao ler a crônica argumentati- dos saberiam muito menos do que uma árvore. E a mais profunda e indispensável ciência
va, analisar as informações apre- da árvore é transformar veneno em ar puro.
sentadas e a estrutura do gênero
e discutir o impacto de algumas Muito poucos homens, por incrível que pareça, entendem a língua das árvores. Um em
atitudes no meio ambiente, os mil? Talvez nem isso. Um dia, por causa dessa ignorância, reunidos numa sala fechada, os
estudantes aprimoram as com- homens declararam guerra às árvores.
petências específicas de Língua
Observados hoje, depois que tudo aconteceu, os motivos alegados parecem ridículos. Há
Portuguesa 3 e 6 e as habilida-
des EF69LP53 e EF89LP33. árvores demais no mundo, diziam. — Já começam a invadir as nossas terras. — Melhor

• A competência específica de enfrentá-las e transformá-las em objetos úteis: casas, móveis, navios, lenha. — Não pode-
mos é permanecer de braços cruzados. — O progresso exige que acabemos com as árvores.
Língua Portuguesa 7 é desen-
volvida durante a análise da Argumentos, de fato, ridículos; mas os argumentos a favor de todas as outras guerras
crônica, na medida em que os são muito parecidos, depois de vistos (como se diz) à luz da história.
estudantes são levados a anali-
sar a presença de diferentes Foram mobilizados facões, machados, serrotes. O mais terrível guerreiro era um que
sentidos, valores e ideologias. ama o combate por si mesmo, capaz de lutar indiferentemente pelo bem ou pelo mal, ca-
• Durante a discussão do texto, paz de cozinhar para o homem, sem que esse gesto simpático signifique bondade; em
os estudantes poderão expor outra oportunidade, esse mesmo guerreiro poderá destruir sem remorso a humanidade
suas opiniões e apresentar su- inteira. Seu nome é Fogo.
gestões para solucionar o pro-
blema apresentado na crônica, E a guerra começou. As árvores, que também não entendem a língua dos homens, ape-
posicionando-se criticamente, sar de amá-los, continuaram em paz, a fazer o que sempre fazem: sombra, flores, frutos,
desenvolvendo as habilidades desenhos, poesia. E a transformar veneno em oxigênio.
EF69LP13, EF69LP15 e EF69LP21.
Mineirão: estádio de futebol localizado em Belo Horizonte, Minas Gerais.
• O trabalho de leitura e análise,

Art Capri/Arquivo
estabelecendo múltiplos olhares

da editora
sobre um problema ambiental,
permite aos estudantes desen-
volver a habilidade EF69LP44.
• Por meio da análise de reto-
madas anafóricas, os estudan-
tes desenvolvem as habilidades
EF89LP29 e EF08LP15.
• A habilidade EF89LP37 é de-
senvolvida quando os estudantes 320
analisam o efeito de sentido do
uso da personificação no texto.
• As habilidades EF08LP05 e
dantes desenvolvem a habilidade EF08LP16. mas características do gênero crônica argumentativa 02/08/2022
a
EF08LP09 são desenvolvidas à 15:38:41
fim de que já iniciem a leitura tendo em vista alguns re-
medida que os estudantes ana- Orientações cursos que serão analisados.
lisam o processo de formação
de algumas palavras dentro do • Nesta seção, os estudantes lerão outra crônica argu-
• Solicite à turma que leia o texto silenciosamente a fim
mentativa, que se caracteriza como mais lírica do que a de verificar suas principais informações.
texto e o emprego de adjetivos
primeira. Explore com eles o título e as ilustrações e, na
e seus efeitos.
sequência, leve-os a discutir o emprego da palavra guerra.
• Ao analisar a estrutura do tex-
• Se julgar pertinente, retome com os estudantes algu-
to e os recursos argumentativos
empregados, como pontuação
expressiva, uso de adjetivos e
expressões conotativas, os estu-

320

09/08/2022 13:49:41
Foi uma guerra feia e covarde. Todos os homens, quase todos (com exceção das pessoas • Após a leitura da crônica ar-
gumentativa, pergunte aos es-
de ouvido fino, que entendem a língua dos vegetais), entraram na luta de extermínio.
tudantes o que mais lhes cha-
Quem não pertencia a um exército regular punha o machado no ombro e saía de manhã mou a atenção e quais das situ-
para brigar sozinho. Os mais humildes, que nem dispunham de machadinha, armavam- ações apresentadas podem ser
-se de fósforo ou isqueiro. Até as crianças, as mais assanhadas e menos inteligentes, vistas no dia a dia deles.
participavam da guerra, e da maneira mais diabólica: construíam balões que, levados pe- • Depois da realização da leitu-
lo vento, causavam perdas incalculáveis ao doce e inocente inimigo. ra silenciosa, se considerar im-
portante, solicite aos estudan-
Essa guerra foi iniciada na era da civilização, há algumas centenas de anos, quando o
tes que releiam o texto, agora
homem aprendeu a fazer navios ligeiros, pontes sólidas, casas confortáveis e catedrais em voz alta, a fim de que pos-
belíssimas. sam notar outras informações
Foi iniciada e jamais teve trégua, prosseguindo até o dia de hoje, auxiliada agora pelas não vistas na primeira leitura.
Selecione alguns estudantes vo-
armas modernas, como a serra elétrica e o trator.
luntários para realizar a leitura.
Desarmadas, ou armadas apenas de boa vontade, as árvores opuseram uma única re-
sistência: foram criando outras árvores, tantas quanto podiam no furor da batalha, na
esperança de que, findas as hostilidades, outras plantas crescessem e continuassem a fa-
zer oxigênio, sombra, flores, frutos, perfume, desenhos e poesia.
Mas acontece o seguinte: como imensas florestas já tombaram na luta, dando lugar a
amplidões estéreis, o número de árvores em nosso tempo é insignificante. O número de
homens, pelo contrário, tornou-se (como dizem) uma verdadeira explosão.
Assim, para dizer tudo em poucas palavras, a vitória dos homens contra as árvores está
muito próxima. No ritmo em que vamos, em pouco tempo não ficará uma floresta em pé.
Há um único problema: estamos enfrentando agora novos inimigos, aqueles que
aparecem quando as árvores morrem: os riachos e os rios estão secando-se de sede,
atormentando os homens; os temporais adoidados destroem as plantações, ator-
mentando os homens; os animais desaparecem, atormentando os homens; a terra
arrebenta-se e não presta mais para nada, atormentando os homens; o sol queima
as sementeiras e castiga toda a criação, atormentando os homens. Em vez de dar
música nas ramagens, a ventania dá medo; em lugar de perfume, aspiramos o fu-
mo das máquinas; em troca da poesia, vamos entrando cada vez mais por uma
paisagem sem flores, sem pássaros, sem verde. E já estamos sentindo falta de ar.
Superpovoada de homens e despovoada de árvores, a própria Terra, a única que
possuímos, chega ao fim e aos poucos morre.
Resultado final: as árvores perdem a guerra e os homens ganham o inferno.
CAMPOS, Paulo Mendes. A grande guerra. In: CAMPOS, Paulo Mendes. Balé do pato e outras crônicas.
São Paulo: Ática, 1998. p. 104-107. (Para Gostar de Ler). © by Herdeiros de Paulo Mendes Campos.
Art Capri/Arquivo
da editora

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:38:41 02/08/2022 15:38:41

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• Apresente aos estudantes in-
formações sobre o autor da crô- Paulo Mendes Campos (1922-1991)

Editora Ática
nica: Paulo Mendes Campos. Se
possível, providencie outros Apesar de poeta, tradutor e jornalista, Paulo Mendes Campos é
textos produzidos por ele a fim frequentemente lembrado como um dos maiores cronistas de sua
de que possam conhecer um geração, junto de Rubem Braga e Fernando Sabino, de quem
pouco mais esse cronista. era amigo.

• Na atividade 1, inicie o estudo Por ter vivido boa parte da sua vida no Rio de Janeiro, é esse o
cenário de suas crônicas, que abordam o cotidiano de forma lírica
do texto retomando as hipóte-
ses levantadas pelos estudan- e bem-humorada, fazendo sua obra alcançar leitores de todas as
tes antes da leitura e compa- idades. Nos últimos anos de sua vida, passou a escrever textos
rando-as com as informações mais memorialísticos, mas com a mesma maestria e lucidez
do texto. Explique à turma os de sempre.
vários significados da palavra 4. Possível resposta: Capa do livro Balé do pato e outras crônicas, de Paulo
“Superpovoada de
guerra, analisando aquele que homens e despovoada
Mendes Campos, publicado pela editora Ática, em 2000.
foi empregado na crônica. de árvores, a própria Terra, a única que possuímos, chega ao fim e aos poucos morre.”; “[...] as árvores perdem a guerra e os
homens ganham o inferno.”.
• Ao longo das atividades, ex-
1. A guerra à qual a crônica argumentativa faz referência é a que você supôs antes de ler o tex-
plore os sentidos f igurados
to? Explique sua resposta. Resposta pessoal.
existentes no texto e de que
forma as informações da crôni- 2. Ao ler a crônica “A grande guerra”, é possível perceber que ela foi escrita com a intenção de
ca são atuais e merecem uma tecer uma crítica a uma questão ambiental. O que está sendo criticado por meio da crônica?
discussão mais aprofundada. Justifique sua resposta. Resposta: A crônica faz uma crítica ao desmatamento e à maneira como o ser humano
• Aproveite as atividades 2, 3 e
explora e trata a natureza.
3. Qual é o ponto de vista defendido pelo cronista nesse texto? Resposta: Ele afirma que o ser humano
4 para dar enfoque à questão declarou guerra às árvores injustamente e que as consequências dessa guerra se voltam para o próprio ser humano.
do desmatamento no tex to. 4. Escreva o trecho da crônica que resume o ponto de vista do cronista quanto às consequências
Converse com os estudantes da guerra entre o ser humano e as árvores.
sobre a gravidade do problema
e ajude-os a notar que em ne- 5. Guerra, além de luta armada entre nações que disputam algum território ou discordam quan-
nhum momento o autor cita es- to a uma ideologia, pode significar uma luta contra qualquer coisa a que se atribua um valor
sa palavra, o que denota sua nocivo, isto é, prejudicial à humanidade.
escolha poética em chamar de a. Em qual parágrafo o cronista expõe os motivos alegados pelo ser humano para a guerra
“guerra às árvores” o processo citada na crônica? Resposta: No quarto parágrafo.
de desmatá-las.
b. Qual é a visão do autor sobre os argumentos dos homens para declarar a guerra?
• Após desenvolver a atividade
5, promova uma discussão com 6. Nessa guerra metafórica também temos os soldados e os guerreiros. Releia este trecho da
os estudantes sobre essa carac- crônica. 5. b. Resposta: O autor explica que os argumentos dos homens não têm fundamento, assim como todos os outros
argumentos usados para fazer guerras em geral.
terística paradoxal apresentada
nos enunciados de que, embora Quem não pertencia a um exército regular punha o machado no ombro e saía de ma-
uma guerra teoricamente pudes- nhã para brigar sozinho. Os mais humildes, que nem dispunham de machadinha,
se servir para combater algo no- armavam-se de fósforo ou isqueiro. Até as crianças, as mais assanhadas e menos inte-
civo à humanidade, na prática ligentes, participavam da guerra, e da maneira mais diabólica: construíam balões
nenhum fundamento serve de
que, levados pelo vento, causavam perdas incalculáveis ao doce e inocente inimigo.
justificativa à barbárie. Leve-os a
perceber que, como ocorre no ca-
a. Esse “exército regular” seria formado por quais “soldados”? Resposta esperada: Pelas pessoas que
so da guerra às árvores, os efeitos desmatam propositalmente grandes extensões de florestas para exploração ou obtenção de lucros.
da guerra em prol da humanidade b. Explique, com suas palavras, por que o cronista se refere às crianças que participaram da
acabam se voltando contra os guerra como mais assanhadas e menos inteligentes. Resposta esperada: Porque elas participam da
próprios seres humanos. guerra de forma ingênua, construindo e lançando balões, que, levados pelos ventos, causam queimadas.
7. O texto foi escrito em primeira ou terceira pessoa? Justifique sua resposta com um trecho da
• Na atividade 6, leve os estu- crônica. Resposta: Em primeira pessoa. Possíveis respostas: “No ritmo em que vamos, em pouco tempo não ficará uma
floresta em pé.”; “Há um único problema: estamos enfrentando agora novos inimigos, aqueles que aparecem
dantes a compreender que, na quando as árvores morrem [...]”; “Em vez de dar música nas ramagens, a ventania dá medo; em lugar de perfume,
opinião do autor, mesmo quem aspiramos o fumo das máquinas; em troca da poesia, vamos entrando cada vez mais por uma paisagem sem flores,
322 sem pássaros, sem verde.” e “E já estamos sentindo falta de ar.”
não tinha intenção de declarar
guerra às árvores acabava por
fazê-lo por meio de gestos e ati-
tudes que consideravam ino- em primeira pessoa, e não em terceira. Verifique se per- 02/08/2022 15:38:42
fensivas. Desse modo, pode ser cebem que, ao utilizar a primeira pessoa, ele se coloca
estabelecido um paralelo com como parte do problema e estende a preocupação a to-
quem contribui de forma invo- dos que leem.
luntária para o desmatamento,
apoiando indiretamente ações
que culminam nesse fim.
• Para complementar a ativida-
de 7, pergunte aos estudantes
qual é, na opinião deles, o efeito
expresso na crônica argumen-
tativa quando o autor escreve
322

09/08/2022 13:49:42
8. Qual é a principal característica das árvores que permite ao cronista • Nas atividades 8 a 10, explore
afirmar que elas são mais sábias que os cientistas? as características que o cronista
Resposta: O fato de elas transformarem veneno (ar carbônico) em ar puro. apresenta sobre as árvores e de
9. Segundo a crônica, além de sábias, as árvores são artistas. Que carac- que modo isso contribui para a
terísticas elas têm para serem caracterizadas dessa maneira? construção do sentido do texto.
10. Na crônica, as árvores são personificadas e apresentadas como pro- • Ao propor a atividade 10, se
julgar conveniente, chame a
tagonistas da situação, enquanto os homens são caracterizados como
atenção dos estudantes para o
antagonistas (oposição ao protagonista). Explique qual é o efeito da-
efeito de sentido que as figuras
do pelo autor ao fazer isso no texto. Resposta: O cronista enfatiza, assim, a
crueldade do ser humano diante das de linguagem personificação e
árvores, que, personificadas, são tomadas como
11. Releia este trecho da crônica.
vítimas, além de representar a natureza como metonímia atribuem às árvores,
um todo. que passam a ser protagonistas.
9. Resposta: Segundo o
cronista, as árvores sempre Explique como essas figuras es-
Muito poucos homens, por incrível que amaram os homens, desde o tão presentes e que efeito de
princípio dos tempos, e
pareça, entendem a língua das árvores. confessam isso sem parar, sentido atribuem ao texto.
Um em mil? Talvez nem isso. Um dia, por fazendo perfume, música,
sombra, frutos, folhas etc. • Aproveite a atividade 11 para
causa dessa ignorância, reunidos numa conversar com os estudantes
sobre a opinião deles acerca da
sala fechada, os homens declararam
ignorância citada pelo autor,
guerra às árvores. perguntando se eles também
acham que se trata disso. Con-

Art Capri/Arquivo da editora


versem sobre aqueles que, mes-
mo sabendo da importância da
preservação, vão pelo caminho
da destruição por conta de inte-
resses mercadológicos.
• Durante a realização da ativi-
dade 12, destaque a expressão
língua dos vegetais, perguntan-
Resposta: À ignorância de não entenderem a do aos estudantes o que essa
A que ignorância o cronista está se referindo nesse trecho? importância de preservar as árvores e do linguagem expressaria, segundo
quanto elas são importantes para o
12. Releia agora este outro trecho. ambiente e para a própria vida humana.
suas interpretações. Aproveite
para incentivar o desenvolvi-
Foi uma guerra feia e covarde. Todos os homens, quase todos (com exceção das pes- mento da argumentação oral e
da inferência.
soas de ouvido fino, que entendem a língua dos vegetais), entraram na luta de
extermínio. Quem não pertencia a um exército regular punha o machado no ombro e • Nas atividades 13 e 14, comen-
te os rastros de destruição que as
saía de manhã para brigar sozinho. Os mais humildes, que nem dispunham de ma- guerras deixam, mesmo quando
chadinha, armavam-se de fósforo ou isqueiro. há vencedores declarados. Leve
os estudantes a compreender
a. Quem são as “pessoas de ouvido fino”? Explique sua resposta. que é nesse sentido que se diz
Resposta: Pessoas que “entendem” a língua dos vegetais, isto é, os defensores da natureza. que todos os lados saem perden-
b. Nesse trecho, o cronista faz uma caracterização da guerra. Como ele a caracteriza?
Resposta: A guerra é caracterizada como “feia e covarde”. Resposta: Ela é assim caracterizada porque só um lado do, e, no caso do texto, a destrui-
c. Por que a guerra recebe essa caracterização? atacava, enquanto o outro, o das árvores, permanecia ção é da natureza como um todo,
passivo, em paz, sem ataques.
que invariavelmente se estende
13. Na guerra apresentada pelo cronista, existe um vencedor? Explique.
à humanidade.
14. Segundo o cronista, a guerra, que o homem aparenta ganhar, revela “novos inimigos”.
a. Quando esses inimigos surgem? Resposta: Quando as árvores morrem.
Resposta: Os riachos e os rios secam, os temporais destroem as plantações, os animais
b. Que inimigos são esses? desaparecem, a terra arrebenta-se e não presta mais para nada, o sol queima as
sementeiras e castiga toda a criação.
13. Resposta: Não, porque nessa luta todos saem perdendo, já que a destruição da natureza, a longo prazo, leva à
destruição do ser humano, que depende dela para sobreviver. 323

:38:42 02/08/2022 15:38:43

323

09/08/2022 13:49:42
• Por meio da atividade 15, es- 15. Releia a seguir a última frase da crônica argumentativa.
pera-se que os estudantes per-
cebam o tom metafórico do ter- Resultado final: as árvores perdem a guerra e os homens ganham o inferno.
mo inferno e o relacionem tam-
bém ao fogo que destrói as flo- Leia, agora, o verbete da palavra inferno em um dicionário.
restas. Peça-lhes, se for preciso,
que retornem ao texto e anali-
sem também as ilustrações que inferno [é] (in.fer.no) s.m. 1. (Rel.) Lugar que, segundo o cristianismo, é
o acompanham. No item b, au- destinado ao suplício eterno das almas dos pecadores e onde habitam
xilie-os na compreensão de que os demônios. 2. fig. Sofrimento excessivo, martírio, tormento [...] 3. fig.
a escolha por esse termo impri- Grande desordem, confusão, balbúrdia [...].
me dramaticidade e potenciali-
za a mensagem final da crônica, INFERNO. In: ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Dicionário escolar da língua portuguesa. São
que talvez não tivesse o mesmo Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008, p. 174-175.
peso caso a escolha fosse por
um termo menos impactante. a. Com qual dos significados apresentados no verbete a palavra inferno foi empregada no
• Nas atividades 16 e 17, para contexto da crônica? Possíveis respostas: Significado 2 ou significado 3.
além de explorar os usos grama- b. Em sua opinião, por que o autor usou a palavra inferno e não algum sinônimo entre os
ticais dos sinais de pontuação, apresentados no verbete? Resposta pessoal.
converse com os estudantes so-
bre os efeitos desses usos. Em 16. Releia o trecho a seguir.
relação às vírgulas que marcam a
enumeração, por exemplo, elen- As árvores, que também não entendem a língua dos homens, apesar de amá-los, con-
car os benefícios que as árvores tinuaram em paz, a fazer o que sempre fazem: sombra, flores, frutos. [...]
trazem um após o outro trans-
mite a ideia de que as perdas a. A palavra em destaque faz referência a qual termo citado anteriormente?
também virão na mesma medi- Resposta: Ao termo as árvores.
b. Com que função as vírgulas foram empregadas ao final do texto?
da, uma após a outra. No primei- Resposta: Elas foram empregadas para separar elementos em uma enumeração.
ro item da atividade 17, chame a c. Em algum outro momento da crônica as vírgulas são usadas com o mesmo objetivo? Exem-
atenção dos estudantes para o plifique sua resposta. Resposta: Sim, por exemplo: “Foram mobilizados facões, machados, serrotes.” ou “Melhor
enfrentá-las e transformá-las em objetos úteis: casas, móveis, navios, lenha.”.
fato de que, neste caso, os dois-
-pontos podem ser substituídos 17. Nos três trechos relidos nas últimas atividades, como em todo o texto, o cronista empregou
por ou seja ou isto é. dois-pontos. Releia dois desses trechos e mais um exemplo. Resposta: A – 2; B – 1; C – 3.
A. Resultado final: as árvores perdem a guerra e os homens ganham o inferno.
B. [...] a fazer o que sempre fazem: sombra, flores, frutos, desenhos, poesia.
C. Mas acontece o seguinte: como imensas florestas já tombaram na luta, dando lugar
a amplidões estéreis, o número de árvores em nosso tempo é insignificante.
Relacione cada trecho à função com que os dois-pontos foram empregados.
1. Introduzir uma enumeração que esclarece algo dito anteriormente.
2. Introduzir um esclarecimento.
3. Introduzir uma explicação.
18. Releia agora este trecho.
Há árvores demais no mundo, diziam. — Já começam a invadir as nossas terras. — Me-
lhor enfrentá-las e transformá-las em objetos úteis: casas, móveis, navios, lenha.
— Não podemos é permanecer de braços cruzados. — O progresso exige que acabemos
com as árvores.

324

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324

09/08/2022 13:49:42
a. Qual é a função dos travessões nesse trecho?
Resposta: Eles indicam os diferentes discursos/argumentos/
falas apresentados como justificativa para a guerra. • Ao propor os itens a e b da
atividade 18, converse com os
b. Analisando o verbo de elocução empregado, dizer, o que podemos concluir sobre a identi- estudantes sobre as vozes do
dade dos enunciadores dos discursos indicados? texto e a importância de trazer
c. Foram empregadas duas formas pronominais que retomam um termo já mencionado. o discurso dos que querem des-
truir as árvores e as justificati-
Identifique-as. Qual termo elas retomam? Por que elas foram empregadas?
18. c. Resposta: Trata-se das formas pronominais las, em enfrentá-las e vas que dão para isso. Destaque
19. Releia agora o seguinte trecho. transformá-las, que retomam o termo as árvores. Essas formas pronominais a opção pelo uso do travessão,
foram empregadas para evitar a repetição de uma mesma palavra no texto,
possibilitando a reiteração e colaborando para a continuidade textual. que marca as falas dos destrui-
Essa guerra foi iniciada na era da civilização, há algumas centenas de anos, quando dores, em vez de outras manei-
o homem aprendeu a fazer navios ligeiros, pontes sólidas, casas confortáveis e cate- ras, como citá-las com aspas ou
expressá-las por meio do dis-
drais belíssimas. 18. b. Resposta: Esse verbo de elocução é usado na terceira pessoa do plural sem referência a um agente
já expresso, tornando o discurso impessoal, isto é, ele indetermina quem são as pessoas que consideram curso indireto. Com os traves-
que há árvores demais, dando a ideia de haver um grande número de pessoas que pensam assim.
sões, essas falas destacam-se
a. Por que, em sua opinião, o último adjetivo foi empregado no modo superlativo? no corpo do texto e transmitem
Possível resposta: Para expressar a beleza das catedrais no seu sentido máximo.
b. Que efeito esses termos conferem ao texto? Resposta: Eles qualificam os substantivos que os antecedem, a ideia de multiplicidade de vo-
na tentativa de mostrar como a guerra contra as árvores busca garantir benefícios apenas ao ser humano e a seus interesses. zes, reforçando o fato de serem
20. Explique o efeito da repetição da expressão em destaque no trecho a seguir. provenientes de muitas pesso-
as. No item c, leve os estudantes
Há um único problema: estamos enfrentando agora novos inimigos, aqueles que a perceber que o emprego des-
aparecem quando as árvores morrem: os riachos e os rios estão secando-se de sede, sas formas pronominais confere
atormentando os homens; os temporais adoidados destroem as plantações, atormen- coesão sequencial ao texto.
tando os homens; os animais desaparecem, atormentando os homens; a terra • Na atividade 19, explore o uso
arrebenta-se e não presta mais para nada, atormentando os homens; o sol queima as dos adjetivos, levando os estu-
dantes a perceber que há ironia,
sementeiras e castiga toda a criação, atormentando os homens. pois não bastava o homem ter
Resposta: Para enfatizar que os males trazidos pela derrubada das árvores são irreversíveis, causando grandes transtornos
ao ser humano. navios, pontes, casas e cate-
21. Releia outro trecho a seguir. drais; o que ele queria era que
estes fossem ligeiros, sólidos,
Em vez de dar música nas ramagens, a ventania dá medo; em lugar de perfume, aspi- confortáveis e belos, mesmo
que isso custasse a vida das ár-
ramos o fumo das máquinas; em troca da poesia, vamos entrando cada vez mais por
vores. Assim, após a identifica-
uma paisagem sem flores, sem pássaros, sem verde. ção dos adjetivos no item a, aju-
de-os a analisar o sentido de
a. No trecho são empregadas algumas locuções prepositivas sinônimas. Identifique-as. cada adjetivo no item b, mos-
Resposta: Em vez de, em lugar de, em troca da.
b. Explique o sentido que elas apresentam nesse contexto. Resposta: Essas expressões foram empregadas trando como eles auxiliam na
a fim de evidenciar o contraste de um espaço cheio de árvores e outro com elas derrubadas. justificativa da aceleração do
22. Analise os termos em destaque e explique com que objetivo o cronista empregou essas pa- desmatamento.
lavras. Resposta: Para destacar a proporção inversa de seres humanos e árvores, a fim de mais uma vez mostrar a gravidade
do desmatamento. • Complemente a atividade 20
destacando que a repetição é
Superpovoada de homens e despovoada de árvores, a própria Terra, a única que
feita com uma intenção que vai
possuímos, chega ao fim e aos poucos morre. ao encontro do sentido geral do
texto e aproveite para fazer um
contraponto com o item c da
Comandante Hussi
Editora 34

atividade 18, que tenta justa-


Baseado em uma história real, esse romance infantojuvenil mente evitar a repetição para
relata uma guerra pelo olhar de um garoto de 12 anos. Hussi garantir a progressão textual.
nasceu em Guiné-Bissau, país africano cujo idioma oficial
também é a língua portuguesa, e durante o conflito em seu país foi • Na atividade 21, chame a
obrigado a se separar da família e de sua bicicleta, seu bem mais precioso. atenção dos estudantes para o
Comandante Hussi, de Jorge Araújo. Editora 34, 2009. lirismo desse e de outros tre-
chos do texto, a fim de que eles
Capa do livro Comandante Hussi.
percebam que, embora seja ar-
gumentativa, a crônica carrega
325 em si um tom lírico muito carac-
terístico das crônicas de Paulo
Mendes Campos. Se possível,
leia outro exemplo para a turma.
:38:43 02/08/2022 15:38:43
• Aproveite a atividade 22 para
conversar com os estudantes
sobre a afirmação do escritor de
que a Terra aos poucos morre. A
preocupação com o futuro e o
presente do planeta é uma das
questões da geração da qual os
estudantes fazem parte, por-
tanto, promova um momento
de discussão incentivando-os a
expor suas opiniões.

325

09/08/2022 13:49:43
Objetivos

• Refletir sobre os impactos do Conexões Geografia


desmatamento no território
brasileiro.

BNCC
Desmatamento: um problema de todos nós
Na crônica “A grande guerra”, Paulo Mendes Campos faz alusão a um problema ambiental que
•O t em a co n t emp o r â n e o
não é fruto de sua imaginação, mas que infelizmente é real: o desmatamento. A Floresta Amazô-
transversal Educação ambien-
tal é contemplado nesta seção nica, por exemplo, é uma das regiões do território brasileiro mais atingidos por esse problema.
por meio da apresentação de Inúmeras pessoas e instituições tentam mobilizar esforços e recursos para preservar as áreas
um texto e de imagens que re- verdes brasileiras. Uma delas é o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon),
tratam o desmatamento da associação sem fins lucrativos que visa à conservação e ao desenvolvimento desse bioma. O tex-
Amazônia, especialmente no to a seguir, publicado no site da entidade, fornece um retrato da situação da Floresta Amazônica.
estado do Pará.
Leia-o para saber o que vem acontecendo nos últimos anos.
• Ao argumentar e se engajar
na discussão sobre uma ques-
Desmatamento na Amazônia cresce 29% em 2021 e é o maior
tão ambiental relevante, com
base em fatos, dados e informa- dos últimos 10 anos
ções confiáveis, sempre respei- Destruição da floresta chegou a 10.362 km 2 no ano passado, o que equivale a metade de Sergipe
tando o posicionamento dos A floresta amazônica viveu em 2021 o seu pior ano em uma década. De janeiro a dezembro,
colegas, os estudantes desen- foram destruídos 10.362 km 2 de mata nativa, o que equivale a metade de Sergipe. Os dados
volvem as competências gerais são do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da
4, 7 e 9 e a habilidade EF69LP25. Amazônia (Imazon), que monitora a região por meio de imagens de satélites. Apenas em re-
• Por meio da reflexão sobre a lação a 2020, ano em que o desmatamento na Amazônia já havia ocupado a maior área desde
responsabilidade dos impactos 2012, com 8.096 km 2 de floresta destruídos, a devastação em 2021 foi 29% maior.
ambientais causados pelo des- Apesar do mês de dezembro ter apresentado uma redução de 49% no desmatamento, pas-
matamento, é incentivado o sando de 276 km 2 em 2020 para 140 km 2 em 2021, o recorde negativo anual é extremamente
comportamento ético e susten- grave diante das consequências dessa destruição. Entre elas estão a alteração do regime de
tável dos estudantes, contem- chuvas, a perda da biodiversidade, a ameaça à sobrevivência de povos e comunidades tradi-
plando a competência geral 10. cionais e a intensificação do aquecimento global.
• O uso de informações da inter- [...]
net de forma crítica e reflexiva
leva os estudantes a desenvolver
competência específica de Lin- Desmatamento acumulado de janeiro a dezembro (km 2)
guagens 6 e a competência es-

Gustavo Conti/Arquivo da editora


Área (em km²)
pecífica de Língua Portuguesa 6. 11 000 10 362


10 000
O posicionamento crítico 9 000
diante de um assunto abordado 8 000
8 096

em um texto e o reconhecimen- 7 000


6 200
to do texto como lugar de mani- 6 000 5 375

festação e negociação de senti- 5 000


4 000
dos, valores e ideologias contri-
3 646
2 995 3 098
3 000
buem para o desenvolvimento 2 000 1 769

da competência específica de
2 337
1 000 1 144
Língua Portuguesa 7. 0 Ano

• A compreensão dos argu- 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021

mentos presentes no tex to, DESMATAMENTO na Amazônia cresce 29% em 2021 e é o maior dos últimos 10 anos. Imazon.
bem como a análise da estrutu- Disponível em: https://imazon.org.br/imprensa/desmatamento-na-amazonia-cresce-29-em-2021-e-e
-o-maior-dos-ultimos-10-anos/. Acesso em: 22 abr. 2022.
ra do gênero, permitem ao ses-
tudantes desenvolver as habili- 326
dades EF69LP16, EF69LP17 e
EF89LP06.

Orientações dos estudantes sobre o desmatamento antes da leitura das no gráfico. Incentive-os a citar possíveis causas para
• Esta seção visa à integração
08/08/2022 14:48:03
do texto proposto. os registros analisados.
entre conhecimentos dos com-
ponentes curriculares de Língua
• Ao iniciar a seção, promova inferências com base no • Ao final da leitura, aborde o suporte no qual o texto foi
título do texto. Solicite a dois voluntários que leiam o veiculado originalmente. Caso seja possível, indique aos
Portuguesa e de Geografia, de texto em voz alta atribuindo um parágrafo a cada um. estudantes que acessem o site do Imazon para conhecer
modo que é importante conver- Verifique se os estudantes conseguem fazer a corres- melhor o trabalho dessa organização.
sar com o professor de Geogra- pondência das informações do texto com as apresenta-
fia para realizar um trabalho
interdisciplinar. Ele pode resga-
tar os conhecimentos prévios

326

09/08/2022 13:49:43
• Após o trabalho com o texto,
oriente os estudantes a analisar
as imagens da vegetação do
Pará. Auxilie-os a perceber as al-
terações na imagem, que indi-
Para que você tenha ideia da devastação ocorrida na Floresta Amazônica nos últimos anos, cam a diminuição da área verde
confira as imagens a seguir. Note o avanço do desmatamento no período entre 2000 e 2020, no nesse local. Nesse momento, in-
centive-os a elaborar hipóteses
estado do Pará, evidenciado pelos tons mais claros na vegetação.
sobre a causa da mudança da
vegetação ao longo do tempo.
• Na atividade 1, incentive os
estudantes a analisar os dados
para eleger o que mais lhes cha-
mou a atenção. Mesmo sem co-
nhecer os dados citados, é pro-
vável que tenham ciência da
gravidade da situação por conta
da abrangência do problema.
• Para complementar a ativida-
de 2, diga à turma que a ameaça
à sobrevivência dos povos tradi-
Imagem de satélite de uma área da Floresta Amazônica, Imagem de satélite da mesma área da Floresta cionais não prejudica somente
no Pará, em 2000. Amazônica, no Pará, em 2005. esses povos, mas impacta toda
a sociedade brasileira, que per-
de sua história e suas origens,
além de perder uma cultura que

Fotos: Landsat/Copernicus/Google Earth


tem como valor fundamental a
preservação da natureza.
• Para a realização da atividade
3, auxilie os estudantes a desen-
volver noções introdutórias de
práticas de pesquisa sugerindo
a análise documental. Para isso,
oriente-os a pesquisar, em fon-
tes confiáveis, os dados relacio-
nados ao desmatamento no ano
Imagem de satélite da mesma área da Floresta Imagem de satélite da mesma área da Floresta
em questão. Após a seleção dos
Amazônica, no Pará, em 2015. Amazônica, no Pará, em 2020.
documentos com os dados, in-
centive-os a analisar os dados,
tomar notas e, por fim, compa-
Confira as respostas das questões nas orientações ao professor. rar os dados encontrados com
1. Você conhecia os dados apresentados no texto? Qual deles mais chamou a sua atenção? os apresentados nesta seção.
2. De acordo com o texto, quais são as principais consequências do desmatamento na região da • Aproveite a atividade 4 para
Floresta Amazônica? conversar sobre as sugestões
dos estudantes, promovendo
3. O texto traz dados dos anos 2020 e 2021 sobre o desmatamento na região da Floresta Ama- um momento de troca de ideias
zônica. Em casa, pesquise os dados referentes ao último ano e faça a comparação. Esses nú- e conscientização sobre a im-
meros aumentaram ou diminuíram? portância da preservação e de
4. Em sua opinião, que medidas podem ser tomadas para evitar ou diminuir o desmatamento? ações que tentem amenizar os
prejuízos já causados, uma vez
De que forma o desmatamento impacta nossas vidas?
que não basta evitar novos des-
327 matamentos, é preciso também
lidar com os efeitos do que já foi
desmatado.

:48:03 Respostas 4. Resposta pessoal. Sugestões de resposta: Proibir


02/08/2022 15:38:45

qualquer desmatamento na região, endurecer a pena


1. Resposta pessoal. para crimes ambientais, demarcar terras indígenas; dar
2. De acordo com o texto, a alteração do regime de chu- mais poder a instituições como Ibama, ICMBio e Funai.
vas, a perda da biodiversidade, a ameaça à sobrevivência O desmatamento causa muitos problemas para o meio
de povos e comunidades tradicionais e a intensificação ambiente e para os seres humanos, como a degradação
do aquecimento global. do ambiente, a erosão, modificações no clima, maior
3. Resposta pessoal. Se necessário, auxilie os estudantes poluição do ar e doenças.
a pesquisar e fazer a análise das informações.

327

09/08/2022 13:49:43
Objetivos

• Praticar a escrita por meio da Produção escrita


produção de uma crônica argu-
mentativa. Crônica argumentativa
• Compor um livro de crônicas Na seção Leitura, você leu uma crônica argumentativa que critica uma questão ambiental mui-
com os textos produzidos.
to séria.
BNCC Agora, é sua vez de atuar como cronista e produzir uma crônica argumentativa que leve o leitor
a refletir sobre algum hábito contemporâneo que você considera um malefício. Para isso, serão
• Ao produzir uma crônica ar-
necessárias uma boa pesquisa e uma argumentação convincente.
gumentativa considerando seu
objetivo e contexto de produ- Após a escrita das crônicas argumentativas, os textos da turma integrarão um Livro de crônicas
ção, os estudantes desenvolvem que será disponibilizado na biblioteca da escola para toda a comunidade escolar. Assim, mais pes-
a habilidade EF69LP07 e apri- soas refletirão sobre seu ponto de vista.
moram a competência específi-
ca de Língua Portuguesa 3.
Planejando o texto
• A habilidade EF69LP51 é de-
senvolvida à medida que os es- Para produzir sua crônica, confira a seguir algu-
tudantes realizam o planeja- Dica
mas orientações.
mento, a escrita/textualização, Lembre-se de confrontar diferentes
a. Primeiro, escolha um problema da atualidade
a revisão e a edição e/ou rees- fontes de pesquisa, a fim de confirmar
crita da crônica, conduzindo es- que você julga pertinente.
a veracidade de seus dados,
se processo com base nos obje- b. Faça uma pesquisa sobre o tema. Pesquise em argumentos e informações.
tivos, no contexto de produção livros, em sites da internet e em livros on-line,
e na socialização dos textos. atentando para que as fontes sejam confiáveis. Grife, anote e escreva as informações princi-
• Nas etapas de pesquisa, coleta pais que você vai usar em seu texto.
de dados e seleção de argumentos,
c. É importante não pesquisar apenas o problema ou tema escolhido, mas também as soluções
os estudantes desenvolvem as ha-
bilidades EF69LP30, EF69LP32 e e práticas que possam colaborar para sua resolução.
EF69LP34. d. Liste argumentos que comprovem seu ponto de vista e que a solução proposta seja eficien-
• A utilização de diferentes lin- te e resulte em um melhor bem-estar de todos.
guagens para defender um pon- e. Anote algumas citações de profissionais especialistas sobre comportamento para auxiliar nos
to de vista permite aos estudan-
argumentos empregados.
tes desenvolver a competência
geral 4 e as competências espe- f. Registre também exemplos, dados numéricos, pesquisas oficiais, enumerações, comparações
cíficas de Linguagens 3 e 4. e outros recursos argumentativos que possam colaborar para sustentar seu ponto de vista.
• A produção do gênero crônica
Produzindo o texto
argumentativa permite aos es-
tudantes o desenvolvimento
das habilidades EF69LP18 e Depois de planejar a crônica, em uma folha de rascunho, escreva uma primeira versão dela.
EF89LP35, uma vez que eles vão Para isso, confira algumas orientações que podem ajudá-lo.
utilizar recursos linguísticos e a. Primeiro, lembre-se de que, além de expor seu ponto de vista, a crônica deverá sensibilizar,
argumentativos, além da estru- criticar e provocar reflexão.
tura, próprios desse gênero.
b. Escreva a crônica empregando o registro formal e utilize, de preferência, a primeira pessoa
• A escrita e a reescrita do texto do singular ou do plural.
possibilitam aos estudantes
aprimorar a habilidade c. Inicie a crônica apresentando o tema escolhido. Você pode narrar uma situação que exemplifi-
EF08LP04 ao considerar a nor- que o assunto; assim o leitor assimilará mais facilmente seu ponto de vista. Essa situação pode,
ma-padrão durante a produção. ou não, ter acontecido com você. O importante é que seja uma situação atual e cotidiana.
• Ao utilizar ferramentas digi-
328
tais ou tecnológicas para a pro-
dução do texto ou do livro, os
es tudantes desenvolvem a
competência geral 5, a compe-
Orientações assuntos que escolheram, orientando sempre a consulta
tência específica de Lingua- 02/08/2022 15:38:45

gens 6 e a competência especí- • Retome com os estudantes o fato de a crônica apresen- em fontes confiáveis. Outra alternativa é pedir-lhes que
pesquisem em casa e tragam as informações obtidas
fica de Língua Portuguesa 10. tar uma visão subjetiva do cronista, o qual, por isso, preci-
para a sala de aula. Nesse caso, também é importante
sa ter informações sobre o tema que será discutido, já
verificar as informações, os dados e os resultados da
que, para ter argumentos, é preciso conhecer o assunto.
pesquisa. Conforme o assunto escolhido, verifique qual
• Leia com os estudantes as orientações das subseções é a prática de pesquisa que mais se encaixa e oriente-os
Planejando o texto e Produzindo o texto para que co- no processo.
mecem a organizar as ideias. Se possível, leve-os até a
sala de informática para pesquisar um pouco mais os

328

09/08/2022 13:49:44
d. Evidencie sua opinião a respeito do assunto, utilizando adjetivos que caracterizem sua visão • No momento de produção do
pessoal e advérbios ou locuções adverbiais para enriquecer seu texto, por exemplo: impres- texto, esteja disponível para au-
cindível, importante, certamente, de modo algum. xiliar os estudantes com os ele-
mentos que caracterizam a crô-
e. Utilize argumentos convincentes que possam subsidiar sua opinião. nica argumentativa.
f. Reforce a argumentação exposta na crônica com base nos dados coletados na pesquisa. • Aproveite a subseção Ava-
g. Se o tema permitir, apresente diferentes perspectivas e os problemas e as soluções que liando o texto para perceber se
possam oferecer. os estudantes inseriram os ad-
jetivos que imprimem subjetivi-
h. Empregue verbos no presente do indicativo.
dade e, caso constate a falta
i. Dê um título coerente e criativo ao texto, visando atrair a atenção do leitor. deles, mostre-lhes alguns que
tenham relação com os assun-
tos escolhidos. Por exemplo, se
Avaliando o texto algum estudante optar por es-
crever sobre os malefícios do
Depois de pronta, avalie a crônica com base nas questões a seguir. cigarro eletrônico, anote adjeti-
a. A crônica argumentativa abordou um assunto contemporâneo? vos relacionados aos prejuízos à
saúde, como nocivos, ofensi-
b. Seu posicionamento com relação ao assunto ficou evidente? vos, tóxicos, cancerígenos etc.
c. A crônica sensibiliza, critica e/ou provoca reflexão? Verifique se eles inseriram os
d. O texto foi escrito em primeira pessoa? dados pesquisados para subsi-
diar sua argumentação. Por fim,
e. O registro utilizado foi o formal? peça-lhes que releiam o texto
f. Foram utilizados adjetivos, locuções adjetivas, advérbios e locuções adverbiais? para identificar alguma incoe-
g. Os argumentos empregados são convincentes e foram construídos com base nos dados co- rência ou algum ponto que pre-
cise ser alterado. Sugira que
letados na pesquisa?
considerem os itens listados na
h. Os verbos estão no presente do indicativo? avaliação como um roteiro para
i. O título escolhido está coerente com o texto e chama a atenção do leitor? avaliar seus textos. Se, neste
momento, eles perceberem que
Após a avaliação da sua crônica, faça as alterações necessárias, passando-a a limpo. Se possível,
algum dos itens não foi contem-
digite-a no computador com a ajuda de um programa de edição de texto. Lembre-se de assinar a
plado, separe um tempo para as
crônica, mostrando que a opinião defendida e a argumentação são de sua responsabilidade. Isso devidas reparações.
garante confiabilidade ao texto.
• Após a finalização das crôni-
cas, promova um momento pa-
Livro de crônicas ra que os estudantes possam ler
para a turma os textos que pro-
Depois de prontas, as crônicas farão parte de um Livro de crônicas. Para a confecção do livro, duziram.
leiam as orientações a seguir. • Para a realização do proposto
na subseção Livro de crônicas,
Primeiro, o professor dividirá a turma em três grupos. Um grupo, com o número maior de in-
ao dividir a turma em três gru-
tegrantes, ficará responsável por colocar os textos em ordem alfabética de título ou de autor e
pos, procure priorizar as habili-
numerar as páginas.
dades de cada estudante. Por
O segundo grupo ficará responsável pela produção do sumário do livro. exemplo, para o grupo respon-
Por fim, o terceiro grupo ficará responsável pela ilustração da capa e outras que possam acom- sável pela capa, selecione aque-
panhar alguns textos. Lembrem-se de que, na capa, deverão constar algumas informações essen- les estudantes que gostam de
ciais, como título do livro (Livro de crônicas ou outro que a turma preferir), autoria (nome da conteúdos relacionados ao fazer
turma), nome da escola e ano. artístico. A organização da tur-
ma em mais grupos para produ-
O livro deverá ser doado à biblioteca para que outras pessoas possam ler e refletir sobre as zir mais de um livro de crônicas
situações apresentadas. é uma estratégia interessante
para turmas numerosas.
329

:38:45 02/08/2022 15:38:45

329

09/08/2022 13:49:44
Objetivos
Ponto de verificação
• Avaliar o conhecimento sobre
conjunções coordenativas e su-
bordinativas. 1. Identifique a alternativa que apresenta a sequência correta de conjunções que completam
as frases a seguir.
• Avaliar o reconhecimento de
figuras de sintaxe em frases. 1. Ela gosta de perfume, ■ tem alergia. 2. João estudou muito, ■ irá bem na prova.
• Verificar a compreensão so- 3. Comeu pouco, ■ não estava muito bem. 4. Tomara ■ Marina não se atrase.
bre período composto por coor-
denação, por subordinação e
A. 1. que; 2. porque; 3. portanto; 4. mas. B. 1. portanto; 2. mas; 3. que; 4. porque.
período misto.
• Avaliar a compreensão das ca- C. 1. mas; 2. portanto; 3. porque; 4. que. D. 1. porque; 2. portanto; 3. mas; 4. que.
racterísticas do gênero crônica. Resposta: C.

Orientações 2. Em qual das frases a seguir, a figura de sintaxe entre parênteses não está correta?
• Para corrigir a atividade 1, es-
A. E late, e corre, e salta, e rola no chão e pula na gente... (Anáfora)
creva as frases na lousa e convi-
de alguns estudantes para com- B. Chovia uma triste chuva de saudade. (Pleonasmo) 4. Resposta: Trata-se de um texto
curto, que oscila entre a esfera
pletá-las com as conjunções
adequadas. Na sequência, con- C. As focas acasalam em maio; as baleias, em agosto. (Elipse) literária e a esfera jornalística,
baseado em situações do cotidiano,
vide outros voluntários para de linguagem descontraída, que pode fazer uso de humor e
D. Todos aqui somos brasileiros. (Silepse) ironia e tem caráter subjetivo. A crônica pode ser narrativa,
classificar as conjunções de com personagens, lugar, espaço, tempo e enredo. Ou pode ser
acordo com seu sentido (coor- E. Da minha vida cuido eu. (Inversão) argumentativa, demonstrando o ponto de vista do cronista ou
fazendo críticas a determinados aspectos da sociedade.
denativa ou subordinativa). Du- Resposta: A. A resposta correta é polissíndeto.
rante esse processo, verifique
quais estudantes apresentam 3. Sobre o período composto, considere as informações a seguir.
dificuldades para realizar a ati-
vidade e quais são elas. Se ne- 1. O período composto por subordinação é formado por orações que não dependem sin-
cessário, retome o conteúdo taticamente uma da outra.
trabalhado na unidade para re-
cuperar alguma defasagem.
2. O período composto formado por orações sintaticamente independentes é chamado de
período composto por coordenação.
• Ao final da atividade 2, anali-
3. As orações coordenadas podem ser classificadas em sindéticas ou assindéticas, de acordo
se cada caso com a turma e
aponte como é possível perce- com a presença ou não de conjunção.
ber a figura de linguagem na
4. O período composto formado por orações coordenadas e por orações subordinadas
frase. Solicite aos estudantes
recebe o nome de período misto.
que citem um exemplo de uma
oração que apresenta anáfora. Qual alternativa indica as informações verdadeiras? Reescreva corretamente o item com a
Se ainda apresentarem dificul- informação incorreta.
dades com o conteúdo, peça- A. 1, 3 e 4. B. 2, 3 e 4. C. 1, 2 e 3. D. 1, 2, 3 e 4.
-lhes que deem exemplos de
Resposta: B. 1. O período composto por subordinação é formado por orações que dependem sintaticamente uma da outra.
cada figura de sintaxe (polissín-
deto, anáfora, pleonasmo, si- 4. Quais são as principais características do gênero crônica?
lepse, elipse e inversão), eviden-
ciando as características de ca-
da uma delas. Autoavaliação
• Durante a realização da ativi- Com base nos conhecimentos que você adquiriu no decorrer desta unidade, elabore uma síntese
dade 3, verifique se os estudan- para apresentar aos colegas da turma. Explique o que você aprendeu, de qual conteúdo mais gostou,
tes apresentam dificuldades em qual teve mais dificuldade e quais estratégias adotará para os estudos no próximo ano letivo.
para identificar as alternativas
verdadeiras e as falsas. Em caso
330
positivo, escrev a na lous a
exemplos de frases com perío-
do composto por coordenação,
por subordinação e período das, orientando-os a analisar se estão corretas ou não. mesmo sobre as expectativas e os planos para o ano se- 02/08/2022 15:35:21
misto. Em seguida, faça a leitura Em caso de dúvidas, forme duplas e peça a cada uma guinte. Ao final, organize-os em um semicírculo, solicite-
de cada uma delas, separando- que pesquise uma crônica e a leia para, por meio da es- -lhes que leiam suas anotações e promova um momen-
-as em partes. tratégia Think-pair-share, compartilhar as característi- to de interação entre eles, verificando se há percepções
• Verifique se as respostas dos cas que foram reconhecidas. semelhantes e diferentes. De acordo com o que for indi-
estudantes à atividade 4 foram
satisfatórias e, se necessário,
• Na Autoavaliação, utilize a estratégia Brainstorming e cado pelos estudantes, reflita sobre sua prática pedagó-
gica avaliando se as aulas atenderam às necessidades da
solicite aos estudantes que listem as ideias que vêm à
solicite a cada um que cite uma mente sobre o desempenho deles na unidade. Faça o turma.
característica do gênero e ano-
te-a na lousa. Ao final, promova
um momento de discussão so-
bre as características evidencia-
330

09/08/2022 13:49:44
Finalizando o trajeto Objetivos

• Avaliar se os estudantes re-


(ENEM-2009) conhecem características dos
gêneros textuais romance e crô-
Como se assistisse à demonstração de um espetáculo mágico, ia revendo aquele am-
nica, abordados no decorrer do
biente tão característico de família, com seus pesados móveis de vinhático ou de ano letivo, identificando carac-
jacarandá, de qualidade antiga, e que denunciavam um passado ilustre, gerações de terísticas próprias dos gêneros,
Meneses talvez mais singelos e mais calmos; agora, uma espécie de desordem, de rela- compreendendo informações
xamento, abastardava aquelas qualidades primaciais. Mesmo assim era fácil perceber explícitas e implícitas nos tex-
o que haviam sido, esses nobres da roça, com seus cristais que brilhavam mansamente tos e analisando suas relações
na sombra, suas pratas semiempoeiradas que atestavam o esplendor esvanecido, seus de sentido.
marfins e suas opalinas – ah, respirava-se ali conforto, não havia dúvida, mas era ape- • Retomar conteúdos linguísti-
nas uma sobrevivência de coisas idas. Dir-se-ia, ante esse mundo que se ia cos estudados ao longo do ano
desagregando, que um mal oculto o roía, como um tumor latente em suas entranhas. letivo, avaliando a compreensão
dos sentidos do emprego das di-
CARDOSO, L. Crônica da casa assassinada. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002 (adaptado).
ferentes funções da linguagem,
1. O mundo narrado nesse trecho do romance de Lúcio Cardoso, acerca da vida dos Meneses, a intertextualidade, a pontuação
família da aristocracia rural de Minas Gerais, apresenta não apenas a história da decadência e os tipos de discurso, mediando
eventuais dificuldades.
dessa família, mas é, ainda, a representação literária de uma fase de desagregação política,
social e econômica do país. O recurso expressivo que formula literariamente essa desagre- • Produzir, revisar e avaliar um
gação histórica é o de descrever a casa dos Meneses como texto, considerando as caracte-
rísticas do gênero artigo de opi-
A. ambiente de pobreza e privação, que carece de conforto mínimo para a sobrevivência da família. nião e a mobilização dos argu-
B. mundo mágico, capaz de recuperar o encantamento perdido durante o período de deca- mentos dos textos motivadores
e do repertório sociocultural.
dência da aristocracia rural mineira.
C. cena familiar, na qual o calor humano dos habitantes da casa ocupa o primeiro plano, Orientações
compensando a frieza e austeridade dos objetos antigos. • Verifique se os estudantes
D. símbolo de um passado ilustre que, apesar de superado, ainda resiste à sua total dissolu- encontraram dificuldades para
realizar a atividade 1. Em caso
ção graças ao cuidado e asseio que a família dispensa à conservação da casa.
afirmativo, sugira a eles que fa-
E. espaço arruinado, onde os objetos perderam seu esplendor e sobre os quais a vida repou- çam a leitura do enunciado e
sa como lembrança de um passado que está em vias de desaparecer completamente. das alternativas com bastante
Resposta: E.
atenção e em seguida releiam o
(ENEM-2014) texto, buscando extrair dele a
O exercício da crônica resposta correta. Enfatize que
atividades de interpretação de
Escrever prosa é uma arte ingrata. Eu digo prosa fiada, como faz um cronista; não a
texto são fundamentais não só
prosa de um ficcionista, na qual este é levado meio a tapas pelas personagens e situa- para o trabalho com a literatura
ções que, azar dele, criou porque quis. Com um prosador do cotidiano, a coisa fia mais e com os gêneros textuais, mas
fino. Senta-se ele diante de sua máquina, olha através da janela e busca fundo em sua também para os exercícios de
imaginação um fato qualquer, de preferência colhido no noticiário matutino, ou da identificação de efeitos de sen-
véspera, em que, com as suas artimanhas peculiares, possa injetar um sangue novo. tido e de produção de texto, co-
Se nada houver, resta-lhe o recurso de olhar em torno e esperar que, através de um mo poderão notar na sequência
processo associativo, surja-lhe de repente a crônica, provinda dos fatos e feitos de sua das atividades. Oriente-os a ler
uma alternativa por vez, retor-
vida emocionalmente despertados pela concentração. Ou então, em última instância,
nando ao texto após a leitura de
recorrer ao assunto da falta de assunto, já bastante gasto, mas do qual, no ato de escre- cada uma delas para confirmá-
ver, pode surgir o inesperado. -la ou descartá-la. Se as dificul-
MORAES, V. Para viver um grande amor: crônicas e poemas. São Paulo: Cia. das Letras, 1991. dades permanecerem, retome
textos trabalhados ao longo do
331 ano letivo para realizarem no-
vos exercícios de interpretação,
como a crônica “Esplendor em
ruínas”, texto no qual a descri-
:35:21 02/08/2022 15:35:22
ção das ruínas apresenta seme-
lhanças com o recurso que for-
mula a desagregação histórica
no trecho do romance lido, ex-
traindo, em conjunto com a tur-
ma, os elementos que provo-
cam os efeitos de sentido no
texto.

331

09/08/2022 13:49:44
• Na correção da atividade 2,
retome com os estudantes as
características do gênero textu- 2. Predomina nesse texto a função da linguagem que se constitui
al crônica. Em seguida, peça-
-lhes que releiam com atenção o A. nas diferenças entre o cronista e o ficcionista.
texto e o enunciado. Lembre-os B nos elementos que servem de inspiração ao cronista.
de que, apesar de todas as alter-
nativas conterem assuntos que C. nos assuntos que podem ser tratados em uma crônica.
a crônica trabalhou, o enunciado D. no papel da vida do cronista no processo de escrita da crônica.
orienta que seja assinalada a
função da linguagem que é pre- E. nas dificuldades de se escrever uma crônica por meio de uma crônica.
Resposta: E.
dominante. Caso os estudantes
apresentem dificuldades, reto- 3. (UEPB-2014) Da charge abaixo, pode-se inferir que:
me com eles as particularidades
da função metalinguística, apre-

UEPB/2014
sentando exemplos como poe-
mas metalinguísticos ou verbe-
tes de dicionário e analisando a
maneira como a linguagem é
empregada para tratar da pró-
pria linguagem.
• Após a realização da ativida-
de 3, verifique se os estudantes
encontraram dificuldades para
reconhecer a sátira presente na
charge por meio do processo de
paródia. Analise, com a colabo-
ração deles, os elementos não
verbais do texto: a criança na
cama e a pessoa adulta lendo
para ela, uma cena consagrada
pelo imaginário popular como a
leitura de fábulas ou contos in- A. há uma crítica formulada que satiriza o tema da violência na contemporaneidade num
fantis para as crianças adorme- processo de paródia.
cerem. Isso é confirmado pelo
B. trata-se de um fato verídico narrado pelo imaginário criativo do povo.
título “Fábulas” no livro que es-
tá nas mãos da pessoa adulta. C. remete a uma situação corriqueira na vida de muitas pessoas.
Em seguida, leia com eles a fala
D. faz referência às relações entre as pessoas e o modo de usar cartões.
da mulher, que traz persona-
gens da fábula “Chapeuzinho E. provoca um efeito de sentido que banaliza a temática da violência.
Vermelho”: o Lobo Mau, a Vovo- Resposta: A.
zinha e a Chapeuzinho. Esses (Mackenzie-2009)
elementos apontam a presença
da intertextualidade na charge. Você sabia que com pouco esforço é possível ajudar o planeta e o seu bolso?
Destaque, porém, que os acon- Ao usarmos a energia elétrica para aparelhos eletrônicos e lâmpadas também emiti-
tecimentos da fábula não cor-
mos gás carbônico, um dos principais gases do efeito estufa. Atitudes simples como trocar
respondem aos popularmente
conhecidos, como a violência lâmpadas incandescentes pelas fluorescentes e puxar da tomada os aparelhos que não
representada pelo fato de o Lo- estão em uso reduzirão a sua conta de luz e as nossas emissões de CO 2 na atmosfera.
bo Mau devorar a Vovozinha e a Planeta sustentável: conhecimento por um mundo melhor
Chapeuzinho Vermelho, mas a
acontecimentos atuais que re- 332
presentam a violência (clona-
gem de cartão e pedido de res-
gate em sequestro), de modo
que há uma quebra na expecta- tes as alternativas falsas, explicando o que há de errado 02/08/2022 15:35:22
tiva, gerando o humor. Mostre em cada uma delas. Se as dificuldades persistirem, pe-
que a mudança na narrativa é ça-lhes que pesquisem na internet exemplos de paró-
confirmada pelo título “Fábulas dias e os levem à sala de aula. Em seguida, oriente-os a
atualizadas” presente na char- formar duplas e, utilizando a metodologia Think-pair-
ge, confirmando que ocorre um -share, peça-lhes que analisem os elementos intertex-
processo de intertextualidade tuais. Posteriormente, sugira que compartilhem as aná-
que atualiza a concepção de vio- lises com a turma, reforçando esse conteúdo.
lência da fábula, transpondo-a
para a contemporaneidade e
satirizando-a por meio de uma
paródia. Releia com os estudan-
332

09/08/2022 13:49:45
• Durante a correção da ativi-
dade 4, verifique se os estudan-
4. Assinale a alternativa que indica recurso empregado no texto. tes identificam o recurso em-
pregado no trecho lido. Caso
A. Intertextualidade, já que se pode notar apropriação explícita e marcada, por meio de ci- demonstrem falta de entendi-
tações, de trechos de outros textos. mento desse conteúdo, retome
B. Conotação, uma vez que o texto emprega em toda a sua extensão uma linguagem que com eles o conceito de intertex-
tualidade, já abordado na ativi-
adota tom pessoal e subjetivo.
dade anterior, e, em seguida, o
C. Ironia, observada no emprego de expressões que conduzem o leitor a outra possibilidade que é conotação, ironia, denota-
de interpretação, sempre crítica. ção e metalinguagem. Leve-os a
notar que todas as alternativas
D. Denotação, pois há a utilização objetiva de palavras e expressões que destacam a presen- apresentam corretamente a de-
ça da função referencial. finição dos conceitos menciona-
E. Metalinguagem, uma vez que a linguagem adotada serve exclusivamente para tratar da dos, de modo que, nessa ativi-
própria linguagem. dade, não é necessária a memo-
Resposta: D. rização da nomenclatura de ca-
(FMJ-2022) da conceito, mas a análise do
emprego deles textualmente.
Ele era triste e alto. Jamais falava comigo que não desse a entender que seu maior Se ainda assim os estudantes
defeito consistia na sua tendência para a destruição. E por isso, dizia, alisando os cabe- apresentarem dúvidas, utilize a
estratégia Sala de aula invertida
los negros como quem alisa o pelo macio e quente de um gatinho, por isso é que sua
e forme cinco grupos. Peça aos
vida se resumia num monte de cacos: uns brilhantes, outros baços, uns alegres, outros integrantes de cada grupo que
como um “pedaço de hora perdida”, sem significação, uns vermelhos e completos, ou- pesquisem em livros, revistas,
tros brancos, mas já espedaçados. jornais ou na internet trechos
Eu, na verdade, não sabia o que retrucar e lamentava não ter um gesto de reserva, de textos com o emprego de um
dos tipos de uso da linguagem:
como o seu, de alisar o cabelo, para sair da confusão. No entanto, para quem leu um
conotativa, denotativa, inter-
pouco e pensou bastante nas noites de insônia, é relativamente fácil dizer qualquer textualidade, ironia e metalin-
coisa que pareça profunda. Eu lhe respondia que mesmo destruindo ele construía: pe- guagem. Distribua uma cartoli-
lo menos esse monte de cacos para onde olhar e de que falar. Perfeitamente absurdo. na para cada grupo e oriente os
Ele, sem dúvida, também o achava, porque não respondia. Ficava muito triste, a olhar estudantes a transcrever os tre-
chos pesquisados. Em seguida,
para o chão e a alisar seu gatinho morno.
sugira que exponham esses
Assim passavam as horas. Às vezes eu mandava buscar uma xícara de café, que ele exemplos e expliquem à turma
bebia com muito açúcar e gulosamente. E eu pensava um pensamento muito engraça- como identificaram o recurso
do: é que se achasse que andava a destruir tudo, não teria gosto em beber café e não empregado, auxiliando os cole-
gas a identificá-los também,
pediria mais.
além de analisarem os trechos
(A bela e a fera, 1999.) encontrados pelos integrantes
de outros grupos, trocando
5. “E por isso, dizia [...] que sua vida se resumia num monte de cacos” (1º parágrafo). Em discurso ideias e sanando dúvidas.
direto, a fala do personagem seria:
• Após a realização da ativida-
A. A vida se resumia num monte de cacos. de 5, confira se os estudantes se
recordam das diferenças entre
B. A vida se resume num monte de cacos.
discurso direto e discurso indi-
C. Sua vida se resumia num monte de cacos. reto. Se não se lembrarem, reto-
me com eles os conceitos dos
D. Minha vida se resume num monte de cacos. tipos de discurso. Transcreva
E. Minha vida se resumia num monte de cacos. trechos de narrativas que em-
Resposta: D. pregam diálogos em discurso
333 direto na lousa e, com a colabo-
ração dos estudantes, destaque
os elementos que indicam o dis-
curso direto (o travessão, por
:35:22
necessárias. Auxilie-os a identificar o trecho “Eu lhe res- 02/08/2022 15:35:22 exemplo) e o tempo verbal em-
pondia que mesmo destruindo ele construía: pelo me- pregado nas frases. Em seguida,
nos esse monte de cacos para onde olhar e de que falar”, faça o mesmo com trechos em
mostrando que a narradora em primeira pessoa pode discurso indireto. Após essas
apresentar as próprias falas em discurso indireto, além análises, oriente os estudantes
das falas do personagem, e que a mudança do discurso a formar duplas para procurar
direto para o indireto, mesmo em primeira pessoa, tam- na atividade outros trechos do
bém exige que sejam realizadas alterações. texto de Clarice Lispector com
discurso indireto e transcrevê-
-lo no caderno em discurso di-
reto, realizando as alterações

333

09/08/2022 13:49:45
• Oriente os estudantes a ler
com atenção a proposta de re-
dação e os textos motivadores. 6. (Unicamp-2022)
Esclareça que, diferentemente
das propostas de redação reali- Leia, a seguir, trechos de reportagens que apresentam diferentes opiniões a respeito do uso
zadas no decorrer do ano letivo, de animais para testes em laboratório.
em uma proposta de vestibular Ao longo dos anos, animais têm sido usados em laboratórios pelo mundo para testar
os estudantes não têm a possi-
cosméticos, alimentos e remédios. Tudo para garantir que esses produtos não façam
bilidade de pesquisar o tema, de
mal a nós quando chegarem ao mercado. Só que, nesse processo, são os bichos que sen-
modo que devem utilizar as in-
tem os efeitos colaterais das substâncias em experimento – e isso provoca polêmica.
formações disponíveis nos tex-
tos motivadores e mobilizar seu Para Karynn Capilé, veterinária e consultora de bioética do Fórum Nacional de Pro-
repertório sociocultural para a teção e Defesa Animal, estudantes de cursos que envolvem biotecnologia, por exemplo,
produção textual. Mostre a eles podem desenvolver técnicas especiais; já um aluno de engenharia pode apresentar um
que, por isso, a leitura atenta software para fazer simulações e, assim, evitar o sofrimento animal no futuro. A vete-
dos textos motivadores é fun- rinária defende que a sociedade deve exigir informações e transparência de laboratórios
damental para que consigam e universidades.
parafraseá-los e relacionar sua Por outro lado, a biomédica Laís Berro, professora no Centro Médico da Universida-
argumentação a eles. Depois de do Mississipi (EUA), defende o uso de animais e diz que macacos, por exemplo,
que produzirem a primeira ver- comem ração especial, têm brinquedo na gaiola, ouvem música e uma vez por semana
são do texto, oriente-os a reler o assistem a filmes.
artigo de opinião, corrigindo
João Vasconcellos de Almeida, gerente de vida silvestre da organização Proteção
eventuais desvios ortográficos,
reestruturando frases trunca- Animal Mundial, afirma que isso não é suficiente. Os cientistas precisam levar em
das e verificando se utilizaram conta que os animais são seres vivos, sentem dor e gostam de companhia.
ao menos dois argumentos, re- (Adaptado de https://www1.folha.uol.com.br/folhinha/2021/09/
lacionando-os aos textos lidos e testes-com-animais-sao-necessarios-assunto-divide-opinioes.shtml. Acessado em 24/01/2022.)
unindo as ideias com coerência
antes de passar o texto a limpo. É preciso considerar que os testes com animais são submetidos a comitês de ética. A
Após a correção, acesse o blog principal ênfase é não causar sofrimento ou dor. O Conselho Nacional de Controle de Ex-
da turma com os estudantes e perimentação Animal (Concea) cria normas que protegem o bem-estar desses animais.
comparem o artigo de opinião Além disso, vale destacar que os testes com animais beneficiam também os próprios ani-
escrito no capítulo 9 com a pro- mais, pois são usados no desenvolvimento de rações, vacinas e medicamentos veterinários.
dução mais recente, analisando Dessa forma, ainda não há como substituir o animal em todos os testes. É claro que,
quais diferenças e semelhanças sempre que existir um método alternativo com eficácia comprovada, ele deve ser subs-
podem ser notadas entre eles e tituído. A ciência tem o objetivo de reduzir e até abolir o uso de animais nesses testes.
quais foram as melhorias reali- (Adaptado de https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/debate-pesquisa-animais/platb/. Acessado em 24/01/2022.)
zadas. Se ainda apresentarem
dificuldades, sugira outros te- Escreva um artigo de opinião, a ser publicado no Jornal da Unicamp, posicionando-se a res-
mas para produção de outro ar- peito dessa polêmica que envolve o uso de animais em testes de laboratórios. Explicite e
tigo de opinião, verificando se a justifique sua posição com base em, pelo menos, dois argumentos. Seus argumentos devem
dificuldade está relacionada ao estar relacionados aos pontos apresentados nos excertos acima, mas você não deve copiar
gênero textual ou à temática, e trechos das reportagens. Resposta pessoal.
auxilie-os a concatenar as ideias
e a argumentação. Autoavaliação
• Na Autoavaliação, empregue Confira seus acertos e, com base neles, avalie seu desempenho.
1 ou 2 acertos: Atenção! Você precisa revisar e retomar os conteúdos.
3 ou 4 acertos: Muito bom! Você foi bem, mas pode melhorar seu desempenho.
5 acertos: Parabéns! Você teve um excelente desempenho!
Refaça as questões em que você teve dificuldade com o auxílio de um colega.

334

a estratégia One-minute paper. Em seguida, sugira aos ção é importante para preparar, aos poucos, os estudan-02/08/2022 15:35:22
estudantes que conversem sobre as atividades realiza- tes para provas oficiais, além de servir para acompanhar
das, quais pontos acharam mais fáceis e mais difíceis e a aprendizagem deles e para que você possa refletir so-
como acreditam que podem reforçar os conteúdos em bre sua prática pedagógica, corrigindo rotas, fazendo
que notaram dificuldades. Solicite aos estudantes que alterações nos planejamentos e adequando as aulas de
tiveram facilidade em algumas atividades que auxiliem acordo com o perfil de cada turma.
os colegas a retomar o conteúdo delas, incentivando o
respeito e a colaboração entre todos. Esse tipo de avalia-

334

09/08/2022 13:49:45
Referências bibliográficas comentadas
ANTUNES, Irandé. Muito além da gramática: por um é afetado pelo ambiente digital e modos de utilizar o con-
ensino de línguas sem pedras no caminho. São Paulo: texto tecnológico a favor do ensino.
Parábola Editorial, 2007. (Estratégias de ensino). DIONISIO, Angela Paiva; MARCUSCHI, Luiz Antônio.
Esse livro debate o ensino da gramática com base na expo- Fala e escrita. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.
sição de que as questões linguísticas não são relevantes
Essa obra é um guia didático produzido por diversos pes-
apenas para professores de línguas, mas para todos que se
quisadores a respeito de como lidar com atividades de fala
manifestam por meio da língua.
e de escrita não como opostas, mas como complementares,
BAGNO, Marcos. Nada na língua é por acaso: por utilizando ambos os tipos de uso da linguagem para promo-
uma pedagogia da variação linguística. São Paulo: ver um ensino presente no cotidiano dos estudantes.
Parábola Editorial, 2007. (Educação linguística, 1). DIONISIO, Angela Paiva; MACHADO, Anna Rachel;
Com reflexões pautadas no uso da língua, essa obra apresenta BEZERRA, Maria Auxiliadora (org.). Gêneros textuais
importantes conceitos da Sociolinguística, como preconceito e ensino. 4. ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005.
linguístico e variação, além de propor atividades para o trabalho
Esse livro explica maneiras de ampliar as competências lin-
dessas questões em sala de aula.
guísticas envolvidas na produção de gêneros textuais orais
BORTONI-RICARDO, Stella Maris. Educação em língua e escritos, praticada cotidianamente pelos estudantes.
materna: a sociolinguística na sala de aula. São Paulo: FARACO, Carlos Alberto. Norma culta brasileira:
Parábola Editorial, 2004. desatando alguns nós. São Paulo: Parábola
Com o objetivo de proporcionar um ensino de língua ma- Editorial, 2008.
terna igualitário e livre de preconceitos, essa obra discute Sob uma visão cultural e social, essa obra explicita a rela-
a diversidade do português brasileiro e maneiras de lidar ção entre a norma culta brasileira e a funcionalidade da
com as variações no processo de ensino-aprendizagem. gramática.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional FÁVERO, Leonor Lopes; KOCH, Ingedore Villaça.
Comum Curricular. Versão final. Brasília: MEC, 2018. Linguística textual: uma introdução. 3. ed. São
Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov. Paulo: Cortez, 1994. (Gramática portuguesa na
br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. pesquisa e no ensino).
Acesso em: 11 fev. 2022. Esse livro apresenta um panorama da história dos estudos
A Base Nacional Comum Curricular é o documento oficial de linguística textual em países europeus, reunindo con-
que define as competências e habilidades que devem ser tribuições de obras diversas para introduzir essa ciência
desenvolvidas pelos estudantes em cada etapa da escola- da linguagem no Brasil.
ridade básica em todo o Brasil.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três
CASTILHO, Ataliba T. de. Nova gramática do português artigos que se completam. São Paulo: Cortez, 1984.
brasileiro. São Paulo: Contexto, 2016. Essa obra aponta a importância do incentivo ao desenvol-
Essa gramática explora, mais do que regras gramaticais, a vimento da leitura crítica, orientando o professor a respeito
língua viva, falada e escrita por milhões de brasileiros, con- de como auxiliar o estudante a realizar leituras ativas, cons-
siderando os aspectos regionais, sociais e individuais que truindo sentidos a partir de seu conhecimento de mundo.
diversificam a linguagem em um país tão vasto. FULGÊNCIO, Lúcia; LIBERATO, Yara. A leitura na
CITELLI, Beatriz. Produção e leitura de textos no ensino escola. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2001.
fundamental: poema, narrativa, argumentação. São (Repensando o ensino).
Paulo: Cortez, 2001. v. 7. (Aprender e ensinar com textos). Nesse livro, são utilizados exemplos do dia a dia para pro-
A autora desse livro demonstra maneiras de incentivar a por estratégias de leitura que podem ser praticadas em
vivência de produção e leitura de textos aos estudantes sala de aula, visando à formação de leitores autônomos e
do ensino fundamental, proporcionando um ensino mais reflexivos.
efetivo da língua materna baseado na possibilidade de GERALDI, João Wanderley. Portos de passagem. 4. ed.
experimentação. São Paulo: Martins Fontes, 1997a. (Texto e linguagem).
COSCARELLI, Carla Viana; RIBEIRO, Ana Elisa (org.). O autor desse livro discorre a respeito de caminhos a se-
Letramento digital: aspectos sociais e possibilidades rem percorridos para o ensino efetivo da leitura, da pro-
pedagógicas. 2. ed. Belo Horizonte: Ceale/Autêntica, dução de textos e da gramática.
2007. (Linguagem e Educação). GERALDI, João Wanderley (org.). O texto na sala de
Nesse livro é abordado o conceito de letramento, como ele aula. São Paulo: Ática, 1997b. (Na sala de aula).

335

:35:22 02/08/2022 15:31:53

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09/08/2022 13:49:45
Essa coletânea reúne a experiência de diversos professo- LAPA, Manuel Rodrigues. Estilística da língua
res em sala de aula para apresentar sugestões de trabalho portuguesa. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1988.
com o texto na escola, desde a recepção até a produção
textual, passando por leitura e interpretação, em um en- Esse livro traz diversos esclarecimentos a respeito da esti-
sino no qual o foco seja o sujeito da aprendizagem. lística da língua portuguesa, sendo de grande contribuição
para o auxílio do estudo do texto e ensino da língua.
GOMES, Luiz Fernando. Hipertexto no cotidiano
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise
escolar. São Paulo: Cortez, 2014.
de gêneros e compreensão. 3. ed. São Paulo:
Esse livro traz um panorama da trajetória dos hipertextos Parábola, 2008. (Educação linguística).
e propõe atividades de leitura e escrita hipertextuais ten-
Nessa obra, as noções de língua, texto, gênero, compreensão
do em vista não somente compreender e reproduzir sua
e sentido se situam na perspectiva da visão sociointeracio-
estrutura, mas utilizar seus recursos próprios para a cons-
nista da língua. Sendo assim, as propostas e as discussões
trução de sentidos.
sugeridas ao professor consideram a linguagem um conjun-
HOFFMANN, Jussara Maria Lerch. Avaliação to de atividades e uma forma de ação por parte dos sujeitos.
mediadora: uma prática em construção da pré-escola MARCUSCHI, Luiz Antônio. Da fala para a escrita:
à universidade. 19. ed. Porto Alegre: Mediação, 2001. atividades de retextualização. 2. ed. São Paulo:
Nessa obra são apresentadas práticas avaliativas desen- Cortez, 2001.
volvidas em diversas etapas de ensino, fornecendo ao pro-
Com base no uso da linguagem no cotidiano, esse livro
fessor subsídios para a prática efetiva de uma avaliação
apresenta oralidade e escrita como complementares, tra-
mediadora.
balhando os gêneros textuais em suas diversas modalida-
HOFFMANN, Jussara Maria Lerch. Avaliar para des de manifestações.
promover: as setas do caminho. Porto Alegre: ROJO, Roxane. As relações entre a fala e a escrita:
Mediação, 2001. mitos e perspectivas. Belo Horizonte: Ceale, 2006.
Esse livro apresenta os fundamentos básicos da avaliação (Coleção Alfabetização e Letramento).
mediadora, apresentando exemplos e métodos para ela-
Com diferentes perspectivas, nessa obra são discutidas as
boração, intervenção e correção de atividades avaliativas, relações entre linguagem oral e escrita em nossa sociedade,
além de refletir a respeito do papel do professor como tornando-se um importante instrumento para subsidiar o
mediador nesse processo. trabalho do professor em sala de aula.
ILARI, Rodolfo. A linguística e o ensino da Língua ROJO, Roxane (org.). Escol@ conectada: os
Portuguesa. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1992. multiletramentos e as TICs. São Paulo: Parábola
(Texto e linguagem). Editorial, 2013.
Constituída por seis artigos, essa coletânea expõe as ma- Em um mundo cada vez mais conectado, é importante que a
neiras como o estudo da Linguística pode ser utilizado em escola e os materiais didáticos consigam abarcar as diferentes
sala de aula na Educação Básica para aprimorar o apren- práticas de letramentos que surgem das interações em novas
dizado de língua materna. mídias. Por isso, esse livro trata dos multiletramentos e do uso
JUNQUEIRA, Sonia. Pesquisa escolar: passo a passo. das tecnologias de informação e comunicação na escola.
Belo Horizonte: Formato Editorial, 1999. (Dicas e SCHENEUWLY, Bernard et al. Gêneros orais e escritos
informações). na escola. Campinas: Mercado de Letras, 2004.
Voltada para os estudantes, esse livro é um guia para Com base nos Parâmetros Curriculares Nacionais, esse livro
auxiliá-los a realizar pesquisas escolares em diferentes explica os conceitos de gêneros textuais e como organizar
fontes, além de selecionar e organizar as informações o trabalho com eles na escola.
encontradas.
SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. 6. ed. Porto
KOCH, Ingedore Villaça et al. Intertextualidade: Alegre: Artmed, 1998.
diálogos possíveis. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2008.
Sob uma perspectiva construtivista da aprendizagem, esse
Muito importante para o desenvolvimento de leitores crí- livro apresenta maneiras de mediar o aprendizado dos es-
ticos, as relações intertextuais são o tema dessa obra, que tudantes, auxiliando-os a desenvolver estratégias eficazes
recupera estudos teóricos a respeito da intertextualidade de leitura e interpretação de texto.
e analisa o diálogo entre diferentes textos.
TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática: ensino plural.
KOCH, Ingedore Villaça; TRAVAGLIA, Luiz Carlos. São Paulo: Cortez, 2003.
Texto e coerência. São Paulo: Cortez, 1989. Essa obra tem o objetivo de fornecer ferramentas didáticas
Essa obra aponta a importância da coerência e discorre ao professor para que o ensino da gramática não se paute
sobre os mecanismos que a constituem, importantes para em frases soltas e permita que o estudante se torne capaz
que os estudantes interpretem e produzam textos. de lidar com variadas situações reais de uso da língua.

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02/08/2022 15:31:53

336

09/08/2022 13:49:45
ISBN 978-85-96-03426-5

9 788596 034265

04/08/2022 09:19:40

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