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Dedicatória
PREFÁCIO................................................................................................................8
APRESENTAÇÃO...................................................................................................12
POSFÁCIO.............................................................................................................99
BIODATAS...........................................................................................................102
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Laura: Mas...
Sandra (aflita, não deixa que Laura continue sua fala e retoma o turno
imediatamente): A gente sabe que uma das grandes dificuldades no
vestibular é a redação, e eu tenho acompanhado pela televisão como
estudantes em geral escrevem muito mal hoje em dia. Até o nosso
presidente da República comentou isso numa entrevista que eu assisti
dias atrás. Me lembro também de uma reportagem, não sei se você viu,
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Sandra (cada vez mais nervosa, não deixa que Laura termine de falar e
continua, aos borbotões): Olha, eu não sei onde as coisas vão parar... por
que a escola mudou dessa forma, Laura? Lembro que quando eu estava
no colégio a minha professora de português dava textos para copiarmos
no caderno de caligrafia. Nossa letra era linda, toda desenhadinha! A
gente escrevia muito. Me lembro que quando voltávamos das férias,
a primeira atividade já era para praticar a escrita. A professora pedia
uma redação com o título “Minhas férias”. Era ótimo! E as aulas eram
de explicação de gramática. A gente aprendia muito sobre a língua
portuguesa, repetindo a conjugação dos verbos. A gente decorava tudo
e quando chegava o dia da prova, a gente conseguia escrever muito,
completando os exercícios…
Sandra: Ah, olha, Laura, eu sei que você gosta dessa escola, mas como
mãe vejo que ela está cada vez menos preocupada em ensinar a língua
e não sei o que vai ser de minha filha no vestibular! Na minha época a
gente aprendia português, matemática, história, geografia de verdade!
Nesse momento a filha de Sandra chega correndo, abraça a mãe e elas vão
embora, deixando Laura com suas reflexões sobre a conversa que teve com
Sandra.
Na cena que abre este primeiro capítulo, temos uma mãe aflita
com a educação da filha. Embora Sandra considere que “o principal
objetivo do ensino deva ser o vestibular”, ela fala sob a impressão de que a
escola da filha tem outra intenção. Sandra demonstra maior apreensão
com a disciplina de português, porque, em sua opinião, apesar de as
pessoas “em geral escreverem muito mal hoje em dia, a escola está cada
vez menos preocupada em ensinar a língua”, bem diferente de sua época,
em que se “aprendia português de verdade!”. Em sua análise, a escola
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tem promovido debates que nada têm a ver com a aula de português e
estimulado o uso de tecnologias que impedem o aprendizado da língua.
Situações como essa são corriqueiras em nosso cotidiano e
revelam embates gerados por compreensões distintas sobre língua,
linguagem e educação, temas que vamos abordar neste capítulo. Para
isso, primeiramente, vamos conversar sobre a diferença entre língua e
linguagem a partir de exemplos e situações que remetem ao cotidiano.
Em seguida, a partir dessa diferença, fazemos algumas reflexões
sobre a linguagem escrita, que tem sido extremamente importante
em nossa sociedade. Depois, tendo esclarecido a perspectiva que vai
orientar nossas discussões sobre as narrativas de Laura, traçaremos
um breve histórico de como a educação institucionalizada de massa
passa por uma demanda do mundo da vida para se adaptar aos novos
tempos que vivemos. Por fim, com essa breve recuperação histórica em
mente, fecharemos essa discussão tratando de percursos educacionais
realizados nas práticas de linguagem nas esferas cotidiana, educacional
e de trabalho do mundo contemporâneo. Vamos lá?
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Você achou engraçado? Nós, sim. A graça para nós está em que,
nesse exemplo, a professora queria explicar questões de significado a
partir de estruturas gramaticais, sem levar em consideração que essas
estruturas analisadas em separado da situação em que são utilizadas
não dão conta de como usamos a linguagem, como vimos anteriormente.
Ao tratar a linguagem como algo pré-concebido e fechado, a professora
não se deu conta de que estava tentando limitar sentidos a essas
estruturas supostamente pré-estabelecidas, desconsiderando situações
específicas de contexto e de práticas sociais de linguagem. A aluna, ao
usar duas palavras de sentido positivo quando isoladas (yeah = sim +
right = certo), combina-as numa situação em que o sentido produzido
tem a intenção de ser negativo, desfazendo assim o sentido fixo e
descontextualizado que a professora apresentou em sua explicação.
Como nós entendemos o que seja linguagem, então, para
resumir? Entendemos que a linguagem constitui e é constituída por
pessoas. Isso significa dizer que a linguagem não é um instrumento ou
um conjunto de estruturas simplesmente, nem um sistema externo às
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Isso nos leva a pensar que não é raro encontrar pessoas, assim
como Sandra, entendendo que os textos escritos precisam estar
sempre gramaticalmente corretos. Essa compreensão acaba por gerar
uma linha divisória entre aquilo que é considerado “certo”, de um lado,
e “errado”, de outro. Os textos escritos por pessoas no mundo tendem,
portanto, a ser mais valorizadas quando essas pessoas que escrevem
dominam as normas gramaticais legitimadas em suas comunidades
e, assim, seus escritos são considerados legítimos em detrimento de
outros, que acabam desconsiderados ou não entendidos como válidos.
Se pensarmos, por exemplo, nas comunidades que têm a escrita como
essencial em sua organização, e acabaram por registrar suas histórias
nessa forma de linguagem (como é o caso da nossa sociedade), essas
comunidades acabaram sendo consideradas como mais avançadas em
relação a sociedades de tradição oral, que são muitas vezes entendidas
como primitivas, sem que haja uma reflexão sobre quais normas,
perspectivas são legitimadas ou consideradas para que tais avaliações
sejam feitas.
A linguagem está sempre atrelada à existência de pessoas que
a usam em determinadas situações culturais e histórico-sociais. Isso
significa que a forma escrita da linguagem também é dependente
das pessoas envolvidas no ato da escrita. Da mesma forma como na
linguagem oral, quando escolhemos modos de dizer e expressar, a
linguagem escrita também está atrelada à razão pela qual se escreve,
para quem se escreve, de que forma se escreve e quem é a pessoa que
desempenha o ato de escrever. Desse modo, simplesmente copiar
textos ou apenas reproduzir estruturas gramaticais da língua na escola,
ou mesmo escrever uma redação sobre “minhas férias” sem considerar
a relação intrínseca entre quem escreve e quem lê o texto, não
poderiam ser consideradas práticas que caracterizam a escrita como
uma atividade social, como uma prática de construção de sentidos no
mundo.
Vejamos, por exemplo, a questão da redação no vestibular.
Podemos nos perguntar: o que exatamente é uma redação? E o que
seria considerada uma redação de qualidade? O que acontece com uma
candidata ao vestibular no momento da produção de sua redação?
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Em um dia comum de sua rotina, Laura encontra, por acaso, Ana, uma
amiga de infância. Logo após se atualizarem quanto aos caminhos de vida
de cada uma, Ana acaba por trazer para a conversa sua “saudade dos bons
tempos” e de como a vida era boa no passado. Nessa altura da conversa,
as duas já estão confortavelmente acomodadas num café na vizinhança.
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sobre o que nos interessa e o que não é tão importante assim para cada
uma de nós.
Uma outra dimensão da prática de leitura se refere ao que é
percebido como texto. A construção dos sentidos acontece para além
das letras, sílabas e palavras que encontramos. Ela se relaciona com
elementos visuais e sensoriais como imagens, cores, texturas, formas,
cheiros, sabores, etc. Muitas pessoas se encantam, por exemplo, com o
cheiro de um livro novo, com a textura de determinado tipo de papel,
não é mesmo? Nossas experiências de leitura e de vida, nosso estado
físico, mental, emocional fazem parte de cada leitura, como apontamos
acima ao pensarmos em quem realiza a leitura. Em outras palavras,
a leitura é construída em várias dimensões simultâneas, a partir de
vários elementos e das formas como concebemos esses elementos
com base em nossas experiências anteriores, e também de como nos
sentimos no momento de cada ato de ler.
Não estamos com isso dizendo que qualquer entendimento seja
válido ou correto pelo simples fato de a leitora trazer para a leitura suas
interpretações. Dizemos, sim, que mais de um entendimento sobre
um texto, a partir das vivências das leitoras e de cada experiência de
leitura, é possível. O mais importante é aprendermos a identificar os
elementos que indicam quando uma leitura é válida ou não, ou melhor,
quando uma interpretação será aceita socialmente, no contexto em
que a leitura é realizada.
Dessa forma, entendemos ser papel da escola oportunizar
espaços em que as alunas leitoras se sintam capazes de construir
sentidos, de conversar com os textos que lêem, de trazê-los à vida; e
para que também sejam capazes de entender e explicar de onde vêm os
sentidos que elas estão atribuindo aos textos, por que elas entendem
determinado texto de certo modo, e por que outras pessoas podem
(e provavelmente irão) entender de outras formas. Isso sem falar na
riqueza em conversar com outras leitoras sobre as implicações desses
sentidos, sobre as pessoas, sobre as consequências que os sentidos têm
no mundo, sobre como alguns sentidos fazem bem, e outros não. Para
nós tais conversas são, ou deveriam ser, a cereja do bolo da atividade
de leitura, tanto na escola quanto na vida.
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1 <https://twitter.com/nando_reis/status/941361327150387202>.
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Laura não quer comprar gato por lebre, então ela pede que a
amiga desconfie, questione. Nós diríamos que Laura está sugerindo a
Ana que desenvolva seu pensamento crítico.
Ler criticamente exige, cada vez mais, que consideremos a
justaposição de diversas culturas, modos de pensar, maneiras de existir
no mundo. Essa complexidade aparece ainda mais evidentemente agora
do que em outras épocas, e portanto se torna inegável; não podemos
ler o mundo de forma ingênua, como dizia Paulo Freire. Reconhecer
essa diversidade constitutiva do mundo contemporâneo nos impede
de sequer imaginar que os sentidos sejam “dados” e “incontestáveis”.
No entanto, quando Ana protesta dizendo “Que história é essa que não
dá para confiar no que a gente lê?!”, ela está remetendo à ideia de que
existiriam sentidos contidos no texto, e que esses sentidos deveriam
ser resgatados na leitura, independentemente das outras dimensões
da leitura que já vimos neste capítulo.
Paulo Freire afirma que esta maneira de ler, pressupondo a
decodificação e a decifração, é uma maneira ingênua de se relacionar
com a linguagem, e precisa ser substituída por uma forma de ler mais
rigorosa. Tal forma de ler não pode deixar de se pautar num processo
constante de reflexão crítica, em que o ato de produzir sentidos
na leitura se coloca num processo contínuo de questionamento,
movimento no qual as leitoras se indagam incessantemente sobre os
procedimentos de leitura de que lançam mão para entender os textos.
No caso da afirmação de Ana sobre “confiar” no que se lê, uma forma
crítica e produtiva de ler seria, por exemplo, se perguntar:
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Assim que Laura termina suas aulas online após um longo dia de
trabalho, ela confere suas mensagens de WhatsApp enquanto degusta
um bom café feito em casa. Nisso, Laura se envolve em uma conversa
no grupo da família.
Andréia
Vocês viram essa história de um novo vírus
e a campanha para ficarmos em casa, né?
#FicaEmCasa. A minha chefe, Dra. Vanessa,
mandou avisar. A Laura já está dando
aulas online faz duas semanas!
Marcelo
Ficar em casa? Como assim? Vamos fazer a
economia parar. #BrasilNãoPodeParar.
João
Pois é, como vamos fazer isso? Só as
escolas é que vão conseguir! E os pais
que trabalham? O que vão fazer com as
crianças?
Andréia
Gente, precisamos manter o isolamento.
É hora de parar, de ficar em quarentena e
proteger a todos nós. Quem pode, precisa
trabalhar à distância. Quem trabalha em
serviços essenciais, como Júlia e Alison,
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Pedro
Será mesmo que precisamos ficar em
casa? Eu estou em casa há uma semana e
não aguento mais. Ficar trancafiado por
causa de uma gripezinha não faz sentido.
Além disso, vejam os encontros entre
Doria, Lula, FHC etc. com os chineses. Será
que não é tudo invenção chinesa?
Laura
Invenção chinesa? Que irresponsabilidade!
#FicaEmCasa. Aproveitem pra perceber o
quanto o corre-corre diário nos absorve
e, muitas vezes, nos distancia dos valores
mais preciosos da humanidade. Curtam
a quarentena e busquem momentos de
reflexão, de conforto e aconchego na
família, nas amizades, na natureza, na arte.
Pelo amor de Deus, é hora de salvar vidas,
de mostrar empatia.
Marcelo
Mas e a economia? Eu enxergo o
lockdown vertical como uma estratégia
para manter pequenos e médios negócios.
Não acha, Laura? #BrasilNãoPodeParar.
Laura
Bem, não sou economista, mas o que sei é
que é preciso encontrar formas de salvar
vidas agora e que temos inconsequentes
mandando todo mundo pra rua. Sabe o
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Andréia
Oi? Quem de nós vai pra carreata? Depois,
quem vai trabalhar, pegando ônibus
lotado? #FicaEmCasa
Laura
Por que carreatas e não passeatas?
Silêncio.
1 Meme construído a partir de imagens do site Pixabay. As imagens utilizadas, ambas obtidas
gratuitamente, respeitam os Termos de Uso do site.
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Laura
Desisto. Isso não era uma disputa
política, mas sim uma discussão sobre o
que devemos priorizar nesse momento.
Cansei. Nessa disputa #FicaEmCasa x
#BrasilNãoPodeParar, algumas perguntas
que não querem calar são: na nossa
família quem pode morrer pra economia
não parar? Que vidas importam? Que
vidas valem ser vividas e quais vidas são
descartáveis? Fica a sugestão para uma
reflexão e vamos ouvir música, meditar,
etc. pra ver se a gente caminha em busca
de um mundo mais humano.
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Mas a Safira era diferente. Sim, ela demonstrava vontade de aprender, ela
queria fazer mais amigas, participar das aulas, entender os conteúdos,
e se esforçava para fazer as tarefas na escola e em casa. A gente via que
ela queria fazer parte daquele contexto novo para ela. Mesmo assim,
apesar de ser tão criança, e de ter começado a se soltar aos poucos, ela
não era como as outras alunas… nem como as amigas que ela acabou
fazendo naquele período. Era angustiante conversar com ela, sempre
com a ajuda da Yasmin, e ver o quanto Safira era inteligente, esperta,
mas o quanto, ao mesmo tempo, parecia não pertencer àquele lugar.
Eu tinha essa impressão, e no sonho essa percepção ficava ainda mais
forte. Acho que essa impressão vinha de Safira ser muito calada, ou
então das dificuldades dela para se comunicar e, consequentemente,
aprender os conteúdos das matérias.”
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Pensar nessas questões nos leva ainda mais além, refletindo sobre
como a ideia de “falante nativa” está atrelada a outras construções
sociais que nos rotulam e influenciam nossos olhares, determinando a
legitimidade que conferimos a quem consideramos ser “falante nativa”.
Obviamente, não sugerimos tudo isso como uma forma de discriminação
entre “falantes nativas” de determinadas regiões, cidades, classes
sociais, níveis de escolaridade, etnias, etc. – discriminações essas que
são bastante reais e que ocorrem diariamente, infelizmente, e contra
as quais temos que lutar, não apenas como pessoas interessadas em
linguagem mas também como cidadãs. Trazemos esse exercício de
levantar tais perguntas para ilustrar que, mesmo dentro da noção
idealizada de “falantes nativas”, elas seriam demasiado diversas para
generalizarmos todas elas em um único “modelo”, especialmente
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