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Manual de

implementação da

BNCC
transformando o aprendizado
MANUAL DE IMPLEMENTAÇÃO DA BNCC

Índice Introdução .............................................................................................................. 03


O que é a BNCC ...................................................................................................... 04
7 dimensões do processo de implementação............................................... 06
5 grupos de ações transversais...................................................................... 07
Processo de implementação da BNCC.............................................................. 08
1. Estruturação da Governança..................................................................... 09
2. Estudo das Referências Curriculares........................................................ 11
3. Elaboração ou reelaboração curricular.................................................. 12
4. Formação continuada................................................................................. 13
5. Revisão dos PPPs.......................................................................................... 15
6. Materiais Didáticos...................................................................................... 16
7. Avaliação e acompanhamento.................................................................. 17
Conclusão................................................................................................................ 18 EXPEDIENTE
lin
Autor: Clara Mango
mulo Faria
Revisão textual: Rô
nessa Leite
Revisão técnica: Va
Ribeiro
Diagramação: Diego
nte,
Apoio: Bárbara Lore
ly Pierucci
Beatriz Cristina, Nico
e Renata Dias

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Introdução
A BNCC, Base Nacional Comum Curricular, é o documento que estabelece quais são os
conteúdos mínimos e as competências gerais que devem ser desenvolvidos em cada
etapa do ensino básico. Ele está previsto tanto na LDB (Lei de Diretrizes e Bases)
quanto no Plano Nacional de Educação de 2014.

A BNCC aplica-se a todas as escolas do território nacional, tanto do ensino público


quanto do privado. Por isso, uma das atribuições da equipe de gestão escolar de
qualquer instituição de ensino básico é, justamente, realizar a implementação da
BNCC.

Infelizmente, essa tarefa não é tão óbvia. Afinal, como implementar a BNCC em uma
escola pública? Quais são os passos que você deve seguir, os principais pontos de
atenção, as possíveis dificuldades? Essas são dúvidas comuns entre gestores
escolares.

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o currículo e a BNCC, e recomendações para a elaboração de um apropriado
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maescola.
Então, boa leitura e bom trabalho!

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O que é a BNCC
Antes de entrar no teor do manual de implementação da BNCC, vamos relembrar o
que é a Base Nacional Comum Curricular.

De acordo com o site do MEC,a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um


documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de
aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das
etapas e modalidades da Educação Básica

Vamos destrinchar essa definição em partes?

Ao afirmar que a BNCC tem "caráter normativo", o MEC deixa claro que as escolas não
podem escolher entre adotar o documento ou não. Ele é, de fato, uma norma do MEC
para as instituições de ensino.

Ao falar no "conjunto [...] progressivo de aprendizagens essenciais", o MEC destaca


que essa norma não se refere ao ensino em um ponto específico dentro da educação
básica, mas da construção do conhecimento ao longo de toda a educação básica.

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Além disso, "aprendizagens essenciais" são o mínimo obrigatório. Isso não significa,
porém, que as escolas não possam expandir seu currículo para além do que é exigido
pela BNCC.

Dentro do documento da BNCC, existem seções voltadas para cada etapa do ensino
básico: educação infantil, ensino fundamental e ensino médio. Cada etapa tem suas
competências específicas.

Cada uma dessas etapas, por sua vez, é dividida em áreas do conhecimento, como a
área de Linguagens e a área de Matemática. Cada área apresenta competências
específicas a serem desenvolvidas.

Dentro de cada área de conhecimento existem os componentes curriculares (antigas


disciplinas). Os termos disciplinas e matérias precisam ser substituídos por
componentes curriculares. Isso é muito importante para que os leitores comecem a se
familiarizar com os novos termos da BNCC.

Toda essa subdivisão, porém, é guiada por apenas 10 competências gerais previstas
logo na introdução do documento. Essas competências vão desde o desenvolvimento
do senso crítico até o exercício da empatia, e são voltadas não especificamente para a
formação técnica, mas para a formação humana das crianças e jovens.

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dimensões do processo
de implementação
A implementação da BNCC é um processo com sete dimensões. Essas dimensões
podem ser trabalhadas de forma ordenada, como passos, ou de maneira
concomitante. A decisão depende apenas da sua percepção sobre a organização da
sua escola e do seu planejamento. As dimensões são:

1. Estruturação da Governança
2. Estudo das referências curriculares
3. Elaboração ou Reelaboração curricular
4. Formação continuada
5. Revisão dos Projetos Político-Pedagógicos (PPPs)
6. Materiais didáticos
7. Avaliação e acompanhamento de aprendizagem

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grupos de ações
transversais
Além das dimensões que você viu no item acima, existem também ações transversais,
isto é, que envolvem mais de uma pessoa ou mais de um setor da gestão escolar. Essas
ações são indispensáveis para que o processo de implementação da BNCC seja
completado com sucesso. Elas são:

1. Comunicação e Engajamento
2. Apoio Técnico e Financeiro
3. Planejamento e Monitoramento
4. Fortalecimento da Gestão Pedagógica
5. Processos Formativos

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Processo de implementação da BNCC


Agora que já apresentamos a estrutura da implementação da BNCC, é hora de abordar o processo em si.
Neste material, vamos trabalhar especificamente com as quatro primeiras dimensões.

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1. Estruturação da Governança
Essa dimensão visa preparar a escola da rede pública para realizar a elaboração ou reelaboração do currículo (que é a 3ª
dimensão) de maneira colaborativa com outras escolas da rede. Dessa forma, o resultado é uma consistência no ensino municipal
e estadual.

Para que isso seja possível, é necessário que exista transparência na dinâmica de trabalho a ser adotada; que todas as escolas se
sintam representadas e entendam como vão contribuir para a elaboração do currículo. Isso é o que chamamos de "Governança".

Existem duas sugestões oficiais de regime de colaboração.

A primeira é voltada para uma ação englobando todo o estado. Ela consiste na formação de uma Comissão Estadual de
Construção de Currículo. O resultado é um documento aplicado a todas as escolas do estado.

Alguns deles estão em processo de construção de seus currículos. No estado de São Paulo, o Currículo Paulista foi homologado
em agosto de 2019, ele é um documento normativo que apresenta aprendizagens essenciais dos alunos, garantindo as
especificidades educacionais do território paulista, como as características sociais, econômicas, culturais e históricas.

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A segunda é voltada para uma ação englobando apenas grupos de municípios. Ela consiste no trabalho conjunto entre a
Comissão Estadual de Construção de Currículo e o grupo de articulação colaborativa entre municípios. O resultado é um
documento apenas com abrangência regional.

É recomendado que os municípios façam a assinatura de um documento formal, para firmar o compromisso com o regime de
colaboração escolhido.

Também é preciso, claro, formar as equipes de trabalho, selecionando os representantes. Essas equipes devem seguir os
princípios de qualidade técnica, representatividade e isonomia. Vale a pena notar que a equipe principal pode se dividir em
grupos de trabalho para resolver atividades específicas com mais eficiência.

Quando essas questões estiverem resolvidas, é o momento para iniciar a comunicação.

É importante que toda a comunidade escolar, mesmo quem não está ativamente envolvida nesse processo, esteja ciente do
processo de implementação da BNCC. Dessa forma, você vai encontrar menos resistência para colocar o currículo elaborado em
prática na sala de aula.

Algumas sugestões são enviar uma carta aos membros da comunidade escolar ou publicar mensagens nas redes sociais da
escola. Outra boa ideia é criar um documento estilo "FAQ", com as dúvidas mais frequentes sobre a BNCC e o processo que a
escola está seguindo em sua implementação.

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2. Estudo das Referências Curriculares


Antes de poder implementar a BNCC, é preciso conhecer e entender a BNCC.
Por isso, uma etapa dedicada ao estudo desse documento é indispensável.

Porém, não é só isso. Para a implementação da BNCC, também é preciso


conhecer outros documentos, como os Projetos Pedagógicos, e entender a
relação entre eles.

Outra medida a ser tomada é pesquisar os documentos curriculares que


orientaram a escola anteriormente, inclusive o currículo aplicado
atualmente.

Dessa maneira, é possível mapear quais são as concepções pedagógicas que


vêm fundamentando o trabalho da escola. Boas experiências passadas
podem ser muito úteis para orientar as decisões no processo de
reelaboração curricular.

Tudo o que o grupo aprender nessa fase de estudo das referências


curriculares pode ser transmitido para o restante da comunidade escolar.
Por exemplo, podem ser organizadas palestras dentro da escola para
apresentar as informações coletadas de maneira sistematizada e colocar
esse conhecimento em circulação.

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3. Elaboração ou reelaboração curricular


Tudo o que foi planejado nas primeiras dimensões é colocado em prática nesta, que deve resultar
na produção de um novo currículo para a escola. Esse currículo, é claro, deve garantir que cada
conteúdo e competência prevista na BNCC seja efetivamente desenvolvida em sala de aula. Ele
também será uma bússola para a revisão do PPP da escola e dos planejamentos individuais do
corpo docente.

O grande desafio dessa etapa é garantir que exista uma coerência na concepção de aprendizagem
e uma progressão adequada para o ensino, que atenda à BNCC sem esquecer da realidade dos
alunos.

Para isso, a melhor estratégia é construir uma proposta inicial e realizar consultas públicas, para
que toda a comunidade escolar – e toda a sociedade, de maneira mais ampla – possa participar da
elaboração de um documento tão importante. Escutar professores, pais, alunos e até outras
entidades para além da escola permitirá enriquecer o currículo com sugestões que partem de
várias perspectivas.

Após as consultas públicas, as sugestões são consolidadas em uma nova versão do documento.
Este é enviado como proposta aos conselhos de educação, que poderão validá-lo. Antes de
realizar o envio, deve ser feita uma boa revisão para garantir a coerência da proposta e o seu
alinhamento com a BNCC.

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4. Formação continuada
A criação de um currículo que incorpora as determinações da BNCC é apenas o primeiro degrau para que aconteça, realmente, a implementação da BNCC.
O segundo degrau é que a equipe pedagógica esteja preparada para aplicar esse currículo. Portanto, devem ser organizadas ações de formação continuada
voltadas aos professores.

É interessante notar que essa formação começa fora do âmbito da escola. São criadas equipes regionais de formação, que atuam no planejamento das
ações de formação para todo um conjunto de escolas de uma certa região. Então, esse planejamento é levado para dentro das escolas por uma equipe
gestora, que fica responsável por colocá-lo em execução.

Outro ponto essencial é que a formação continuada é o resultado de planejamento, execução, monitoramento, avaliação e replanejamento.

Em outras palavras, não adianta criar uma ação, aplicar e torcer para que traga resultados. É preciso acompanhar a aplicação, verificar se realmente
trouxe os resultados esperados e, caso a conclusão seja negativa, retornar à fase de planejamento para realizar as mudanças necessárias.

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Vale a pena lembrar que existem cinco premissas por trás de uma formação
continuada de qualidade:

• Regime de colaboração
• Continuidade
• Formação no dia a dia da escola
• Coerência
• Uso de evidências

Além disso, por razões práticas que dispensam explicação, faz-se


necessário definir temas que são prioridade e estabelecer um cronograma
de formação continuada durante o ano. Tanto a lista de temas quando o
cronograma, no entanto, merecem uma revisita periódica. Eles podem
sofrer alterações em decorrência de necessidades e demandas que
apareçam ao longo do caminho.

Por fim, a equipe gestora responsável pelas ações de formação continuada


também precisa refletir sobre a modalidade escolhida para essas ações –
presencial ou EAD –, considerando os prós e contras de cada uma, e
identificar os recursos humanos, materiais e financeiros necessários.

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5. Revisão dos PPPs


Conforme já foi apontado anteriormente nesse manual de implementação
da BNCC, o currículo elaborado afeta o Projeto Político-Pedagógico da
escola. Portanto, quando o currículo estiver pronto e aprovado, o PPP
também deverá ser revisado. Os dois documentos devem estar alinhados
entre si (além, claro, de estarem alinhados com a BNCC).

Essencialmente, o PPP indica como o currículo será aplicado na escola,

Quer saber maistr?açar considerando as particularidades do meio em que ela se insere. Se o


currículo foi elaborado em uma iniciativa conjunta entre várias escolas da
PPP: a importância de rede pública de uma cidade ou região, o que vai diferenciar o trabalho de
!
rumos para a sua escola cada uma delas são seus respectivos PPPs.

Essa diferenciação precisa existir porque o contexto em que a escola está


inserida traz à tona demandas e necessidades diferentes. O exemplo mais
superficial é o de uma escola de periferia versus uma escola de um bairro de
classe média. Mesmo que ambas tenham o mesmo currículo atendendo à
BNCC, cada uma precisará desenvolver esse currículo de uma forma
diferente no dia a dia, já que o perfil dos alunos, dos pais e até dos
professores entre elas não é o mesmo.

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6. Materiais Didáticos
Na aplicação do currículo em sala de aula, o principal recurso de apoio do qual os professores
dispõem é o material didático. Por isso, naturalmente, eles também precisam ser compatíveis
com o currículo em termos de conteúdos abordados, metodologia, relevância atribuída a cada
tópico e até perspectiva teórica adotada.

Assim, fica um lembrete para dedicar especial cuidado à escolha dos materiais didáticos que
serão adotados na escola.

Considerando que o material nunca é adotado em um único ano ou série, a escolha não pode
ser individual por professor. A melhor maneira de abordar essa tarefa é contando com a
liderança do coordenador de cada área para organizar as discussões entre os professores e
promover uma decisão conjunta sobre o material mais adequado.

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7. Avaliação e acompanhamento

Uma vez que o currículo esteja pronto e aprovado, os professores estejam preparados e até o material didático ideal seja adotado pela escola, tudo está
resolvido. Nada mais precisa ser feito.

Não é bem assim...

Na verdade, o trabalho nunca acaba. Daí para a frente, os gestores escolares precisam acompanhar continuamente os resultados obtidos com a
implementação da BNCC. Esse acompanhamento pode revelar falhas, pontos cegos que não foram percebidos no processo até então.

Quando uma dessas falhas é identificada, deve-se ponderar sobre a melhor maneira de lidar com ela. Não custa ressaltar que mudar o currículo não é, na
maioria das vezes, a saída mais conveniente. No entanto, quando for realmente necessária, essa mudança deve ser feita. O currículo não pode ser mais
importante do que os objetivos educacionais que ele visa atingir.

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Conclusão
Se, em algum momento, alguém afirmar que a implementação da BNCC é fácil, essa pessoa
certamente não está fazendo o trabalho direito. Como tudo no universo da educação, trazer
para dentro da escola as exigências da Base Nacional Comum Curricular é um exercício de
reflexão e não existe uma fórmula pronta. Além disso, os resultados não aparecem
imediatamente e dependem de um esforço pela melhoria contínua.

Nesse manual, você acompanhou, item por item, o processo sugerido para a implementação da
BNCC. Esperamos que esse material seja uma referência útil para guiar você e sua equipe na
construção e aplicação prática de um currículo que desenvolva os conteúdos e as
competências consideradas essenciais para os estudantes da educação básica.

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