Você está na página 1de 10

Fenômenos ondulatórios

INTRODUÇÃO

Quando uma onda se propaga e encontra certo meio, como um obstáculo ou


uma superfície que separa duas regiões, esta interage com ele, o que gera
alguns comportamentos específicos. Estes são chamados fenômenos
ondulatórios, tema de física importante para o Enem. Falaremos sobre eles a
seguir, mas, para isso, teremos que definir duas representações geométricas
das ondas: a FRENTE DE ONDA e o RAIO DE ONDA.
Chamamos de frente de onda o conjunto de pontos que separa a região já
atingida pela onda da região ainda não atingida. Raio de onda é uma linha que
representa a direção de propagação da onda em certo ponto.
REFLEXÃO

A reflexão acontece quando uma onda atinge uma região que separa dois
meios e retorna, se propagando no mesmo meio anterior. Desta forma, não há
alteração na velocidade de propagação (que só depende do meio), nem na
frequência (que só depende da fonte). Assim, o comprimento de onda da onda
incidente é igual ao comprimento de onda da onda refletida (Figura 3).
Na reflexão, o ângulo θi formado entre o raio de onda incidente e a direção
perpendicular à superfície, chamada de direção NORMAL, é idêntico ao ângulo
θr formado pela direção normal e pelo raio refletido. Assim:
θi= θr
No caso de um pulso unidimensional em uma corda, a reflexão pode gerar dois
efeitos diferentes. Se a extremidade da corda estiver fixa, o ponto da corda que
está presa ao obstáculo tentará mover o obstáculo para cima. Pela Terceira Lei
de Newton, sofrerá a ação de uma força para baixo, o que fará inverter a
orientação da perturbação. Dizemos que, nesse caso, houve INVERSÃO DA
FASE da onda (Figura 5).
Se as extremidades estiverem livres, esta força não atua e o pulso retorna
normalmente.
REFRAÇÃO
A refração acontece quando uma onda atinge uma região que separa dois
meios e a atravessa, passando a se propagar no outro meio. Desta forma, há
alteração na velocidade de propagação (já que esta só depende do meio), o
que gera uma alteração no comprimento de onda, mas sem que haja alteração
na frequência. Isso vem acompanhado, na maioria dos casos, de uma
alteração na direção de propagação da onda.
É essa alteração que explica o porquê as ondas do mar chegam sempre “de
frente” à costa, mesmo sendo esta toda “recortada”. Se observarmos o oceano
de cima, de um ponto mais elevado numa costa, veremos o padrão horizontal
de cristas de onda que se aproximam dela. Mas, independente da direção das
quais as ondas venham, elas acabam chegando à costa numa direção quase
perpendicular a ela. Isso acontece porque a profundidade do mar diminui a
medida em que a onda se aproxima da costa, alterando a velocidade de
propagação das ondas.

Na refração, o ângulo θ1 formado entre o raio de onda incidente e a direção


perpendicular à superfície, chamada de direção NORMAL, possui uma relação
com o ângulo θ2 formado pela direção normal e pelo raio refratado. Essa
relação é chamada de Lei de Snell-Descartes:

senθ1senθ2=v1v2=λ1λ2
No caso de um pulso unidimensional em uma corda, a refração pode acontecer
quando unimos duas cordas de diferentes densidades, por exemplo. É bom
lembrar que a velocidade de propagação é maior na corda menos densa.
Se o pulso se propaga da corda menos densa para a mais densa, a segunda
corda se comporta como um ponto fixo para a primeira, e o pulso refletido sofre
inversão de fase (Figura 8).

Se o pulso se propaga da corda mais densa para a menos densa, a segunda


corda se comporta como um ponto livre para a primeira, e o pulso refletido não
sofre inversão de fase (Figura 9).
DIFRAÇÃO

Quando uma frente de onda encontra um obstáculo, este reflete parte da


energia da onda e transmite outra parte. Mas, se tivermos uma porção da
frente de onda desobstruída, os pontos dessa frente de onda se comportam
como pequenas fontes pontuais de onda, gerando ondas do outro lado do
obstáculo e que tendem a se espalhar do outro lado. Esse fenômeno chama-se
difração, e esse princípio recebe o nome de PRINCÍPIO DE HUYGENS.
É por isso que conseguimos escutar um som emitido de um lado de um muro,
mesmo estando do outro lado. É claro que podemos ter uma pequena parcela
de energia atravessando o muro, mas a maioria dessa energia chega até nós
graças à difração.
É importante ressaltar uma coisa: a difração, assim como os outros fenômenos
ondulatórios, é mais intensa quando o comprimento de onda tem valor próximo
ou maior do que as dimensões dos objetos utilizados para a observação. É por
isso que, ao longo do dia-a-dia, não notamos a luz como uma onda: o
comprimento médio de onda da luz é da ordem de 0,0005 mm! Não temos
objetos ao nosso redor com essas dimensões.
POLARIZAÇÃO E RESSONÂNCIA

Polarizar uma onda significa orientá-la em uma única direção ou plano através
da passagem em um dado meio, chamado de polarizador. Somente ondas
transversais podem ser polarizadas!).

A luz solar não tem uma direção específica de polarização. Cada onda
eletromagnética que sai do sol pode vibrar em uma direção diferente. Neste
caso, dizemos que a luz é não polarizada. Quando a luz solar é refletida, pode
ser polarizada em uma direção específica. As lentes polarizadas de óculos
escuros podem barrar a passagem dessa luz, diminuindo a sensação de
ofuscamento causada pelas superfícies que refletem a luz (Figura 12).

Ressonância
Sistemas físicos, como sólidos, por exemplo, devido à sua estrutura atômica ou
molecular, possuem uma vibração própria graças a efeitos térmicos ou
externos. Quando uma vibração externa, com frequência próxima ou igual à
frequência natural de vibração de um sistema, é emitida na direção deste, o
sistema absorve fortemente a energia dessa onda, aumentando a amplitude de
suas vibrações. Neste caso, dizemos que o sistema está em ressonância.
É graças a isso que é possível estourar uma taça de cristal apenas com a voz.
Ao emitirmos um som com frequência próxima ao valor natural do cristal, ele
entra em ressonância e não suporta o aumento da vibração, quebrando. É
também por isso que escutamos o som de um violão: a madeira da caixa do
violão entra em ressonância graças à vibração das cordas, fazendo o ar retido
dentro da caixa também vibrar, aumentando a intensidade do som.
EFEITO DOPPLER

Quando nos aproximamos de uma fonte de ondas, alcançamos as frentes de


onda em um tempo mais curto do que aconteceria se estivéssemos em
repouso em relação ao emissor. Isso gera a impressão de que o período da
onda diminuiu, ou seja, que a frequência da onda aumentou.
Ao contrário, quando nos afastamos de uma fonte de ondas, alcançamos as
frentes de onda em um tempo maior do que aconteceria se estivéssemos em
repouso em relação ao emissor. Isso gera a impressão de que o período da
onda aumentou, ou seja, que a frequência da onda diminui.
Essa alteração aparente na frequência percebida de uma onda quando existe
movimento entre a fonte de ondas e o receptor é chamado de EFEITO
DOPPLER. É por isso que temos a impressão que a sirene de uma buzina se
modifica ao longo do movimento da ambulância.

A Interferência
De fato, duas ondas nunca se interferem, o que ocorre é uma superposição. O
nome interferência permanece por questões históricas.

A superposição pode ocorrer de forma a que duas ondas se somem, tornando


assim uma interferência construtiva, ou então se anularem, tornando assim
uma interferência destrutiva. Para descobrirmos qual o tipo de interferência que
ocorre, devemos calcular a diferença de caminho óptico, ou diferença de
percurso entre duas ondas.
Considerando duas fontes de onda, F 1 e F2, a uma distância x1 e x2 de um

ponto P, a diferença de percurso será:

Na interferência construtiva, as ondas ao atingirem o ponto P, estão em


coerência de fase, ou seja, suas frentes de onda chegam juntas ao ponto P,
com crista junto de crista, e vale junto de vale.

Desta forma, a diferença de percurso pode ser calculado como a distância


entre os pontos de fase, que neste caso será um número inteiro n de um

comprimento de onda: Além disso, a amplitude


resultante será a soma das amplitudes, ou seja, A = A1 + A2

Na interferência destrutiva, as ondas ao atingirem o ponto P, estão em


oposição de fase, ou seja, suas frentes de onda chegam no ponto P com crista
junto com vale. Desta forma, a diferença de percurso será a distância entre
pontos que oscilam em oposição de fase, que neste caso será múltiplos de
meio comprimento de onda:

Além disso, a amplitude resultante será o módulo da diferença das amplitudes,


ou seja, A = | A1 + A2 |

Saiba mais sobre Fenômenos Ondulatórios nesta aula do canal Curso Enem


Gratuito, com o professor Rosseto, disponível no Youtube. Após assistir,
revise o que você aprendeu respondendo aos nossos desafios!
Altura
A altura do som está diretamente relacionada à frequência do mesmo. Isso
significa que é através da altura que identificamos sons graves, agudos, etc.
Os sons graves são os que possuem uma frequência baixa, enquanto os
agudos possuem uma frequência mais alta.
Na altura também encontramos o intervalo, que é a relação existente entre as
suas frequências. Ele nos proporciona uma sensação agradável ao ouvirmos
um instrumento tocar notas sucessivas ou simultâneas, o que, é claro, depende
da frequência dos sons.

Matematicamente, o intervalo é representado pela equação:

Intensidade
Quando percebemos um som como forte ou fraco, na verdade, estamos
classificando sua intensidade.
Popularmente tendemos a dizer que a intensidade é a altura do som.
A definição da intensidade está diretamente ligada à energia de vibração que a
onda transporta.

Há dois tipos de intensidade:


• Intensidade Física ou Energética – Chamada de limiar de audibilidade, é a
intensidade das ondas acústicas.

• Intensidade Fisiológica ou Nível Sonoro – Grandeza física capaz de


calcular a intensidade do som. A grandeza é medida em Bel cujo submúltiplo é
o decibel.
O nível sonoro em decibel é dado pela fórmula matemática:
 

Timbre
Permite ao ouvido distinguir dois sons de mesma altura e mesma intensidade,
emitidos por instrumentos diferentes, como, por exemplo, o violão e a bateria.
Essa diferença se dá pelo fato de ouvirmos o som como resultado da
superposição de vários sons de frequências diferentes.
Som fundamental: quando se percebe a presença de sons tocados numa
mesma altura, porém por instrumentos diferentes.
Sons harmônicos: sons que completam o som fundamental formando o timbre.

Ondulatória

A Ondulatória é a parte da Física responsável por estudar as características e


propriedades dos movimentos das ondas.

Podemos classificar como uma onda qualquer perturbação ou vibração em um


meio específico. As ondas produzem diversos movimentos, já que elas são
formas de transmissão de energia (mecânica ou eletromagnética), como
o movimento que ocorre quando lançamos uma pedra dentro de um rio.
Chamamos de Ondulatória a parte da Física que é responsável por estudar as
características e propriedades em comum dos movimentos das ondas.
A onda não é capaz de originar-se sozinha, visto que ela apenas faz a
transferência de energia cinética de uma fonte. Portanto, fonte é o objeto ou
meio que pode criar uma onda.
As ondas podem ser classificadas segundo a natureza, o tipo de vibração e
quanto à direção da propagação.

Você também pode gostar