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INTRODUÇÃO
O município de
Taquarana envolve,
além de sua sede, mais
de setenta povoados,
estando entre eles 06
comunidades
quilombolas do período
da origem do núcleo
urbano, sendo, por isso, o território municipal que mais apresenta povos remanescentes
de quilombos. De acordo com o Censo Demográfico de 2010, a população total foi de
19.020 habitantes, distribuídos na cidade e no campo, cuja área total é de 153,29 km²
(IBGE, 2010). Sua localização se encontra na Microrregião Geográfica de Arapiraca e
na Mesorregião Agreste de Alagoas. Dista cerca de 111 km de Maceió (Capital de
Alagoas). A Figura 1, acima, localiza o município no estado de Alagoas e a cidade no
território municipal:
Anterior ao período que corresponde à escala temporal da pesquisa, observa-se
que Castro Neto - em uma obra que não dispõe de ano de publicação, mas que foi
lançado em 2007 - colocou que o topônimo “Cana Brava” foi aquele com o qual,
anteriormente, ficou conhecida a atual cidade de Taquarana, bem como seu distrito.
Na constituição do espaço e tempo do atual sítio urbano de Taquarana,
originalmente é constatado que houve processos de compra e venda de terras sendo
repassadas a “herdeiros”. O processo de crescimento foi lento até que no período da
Independência do Brasil, entre 1821-22 foi iniciada a construção de uma capela, além
de abertura de novos caminhos que demandava a passagem constante de comerciantes
pela povoação, rumo a outras localidades.
Na década de 1830 a 1840, novo processo foi originado quando a família Correia
Paes adquiriu fazenda de grande porte. A casa principal do estabelecimento é indicada
como aquela que., nos dias atuais se encontra a casa paroquial e o Centro Comunitário.
A original capela que se arrasara pelo tempo de arrefecimento de certa importância do
povoado, foi restaurada por meio da iniciativa do capelão de Limoeiro de Anadia, frei
Caetano, e, a partir desse momento, começa a se constituir o atual núcleo central da
cidade. A feira livre foi instituída por volta de 1860.
No ano de 1870, o nome foi alterado para "Cana Brava dos Paes" em homenagem
à família Correia Paes. Este integrava o território municipal de Anadia, chegando a ser o
6° Distrito de Paz, em 1871, sendo por ela administrada.
O Censo de 1872, destacou, sempre segundo Castro Neto, que a povoação de
Cana Brava contava com 60 casas, uma escola com ensino primário para o sexo
masculino. O estabelecimento de ensino chegou a ser extinto por conta do lento
crescimento da povoação, mas, no ano de 1880, foi restaurado agregando ambos os
sexos. Canabrava contava, ainda, com uma subdelegacia de polícia.
Com a emancipação política de Limoeiro de Anadia, em 1882, ficou sua
administração subordinada a esse novo município (CASTRO NETO, [n.d.]).
Em 1900, a família Correia Paes vendeu a fazenda que adquirira, desaparecendo, a
partir daí, da referência histórica da cidade. O povoado foi crescendo e passou a distrito
civil, em 1911 e surge a inserção de novas técnicas para a questão de abastecimento de
água e iluminação pública. Esta passou a estar presente com os lampiões a carbureto
que funcionavam apenas das 18h às 22h.
Em 1913, com o algodão, a povoação cresceu atingindo o auge entre as décadas
de 1920 e a seguinte, quando foram inseridas no núcleo algumas tipologias residenciais
conhecidas como "grandes sobrados de Cana Brava". Também surgiram lojas de
tecidos, agência dos Correios e os primeiros veículos.
Um desses foi o construído em 1929, pelo coronel Paulino da Silva, integrante da
Guarda Nacional. Ali se hospedariam pessoas ilustres e autoridades que visitariam a
antiga Cana Brava, como Don Jonas Batinga, primeiro bispo da diocese de Penedo.
Assim, seria atribuída, mais tarde, a função de hospedaria para autoridades que se
dirigiam aos festejos que ocorriam na futura cidade.
Na década de 1930, mais precisamente em 1932, a técnica utilizada para
iluminação pública avançou um pouco e passou a ser gerada através de equipamento a
óleo diesel que funcionava no mesmo horário que os lampiões.
Em 1938, recebeu o status de vila, sede de distrito. A oferta de serviços e
comércio contribuiu para que outros indivíduos se instalassem na vila canabravense ou
próximo a ela. Esse evento exigiu abertura de vias por intermédio do surgimento de
novas moradias, indicando certo desenvolvimento territorial do núcleo e outros
estabelecimentos comerciais despontaram.
Em 1962, se emancipou politicamente, tornando-se sede do município de
Taquarana, participando, assim, da divisão administrativa do estado. O município foi
criado pela lei estadual n° 2.465, de 24/08/1962 e, desse modo, foi dotado de
personalidade jurídica de direito público interno, de autonomia política, administrativa,
financeira e legislativa, nos termos assegurados pela Constituição da República, pela
Constituição de Alagoas e por sua Lei Orgânica (CASTRO NETO, [n.d.]).
No mesmo ano da emancipação, foi instalada no município, a rede de
abastecimento de água, proveniente do riacho Cana Brava, pelo então governador Luiz
Cavalcante. Também em 22 de dezembro do mesmo ano, a sede da prefeitura foi
provisoriamente instalada no prédio número 34, localizado à Praça do Comércio,
mudando a função residencial para aquela de serviço administrativo do poder público
local. O Sr. Pedro Cícero Neto foi empossado como prefeito provisório enquanto não
ocorria o processo eleitoral. Sua nomeação foi confirmada pelo governador em
14/12/1962, publicando-a no Diário Oficial, do dia seguinte. Seu mandato interino
perduraria até o dia 21/09/1963, quando tomou posse o novo prefeito, o Sr. João Ribeiro
de Castro Neto, tendo como vice-prefeito, o Sr. Floriano de Souza Castro.
Por esse período, o antigo sobrado do coronel Paulino da Silva, citado
anteriormente, foi a sede da prefeitura municipal, a partir de 21 de setembro de 1963.
No mesmo prédio também funcionou a Câmara dos Vereadores, localizada no térreo,
em salão reservado para reuniões, durante o mesmo período da prefeitura. As
dependências ocupadas pelos poderes executivos e legislativo foram cedidas por seus
herdeiros - Floriano de Souza Castro e Silva, respectivamente vice-prefeito e vereador,
presidente da Câmara Municipal, eleitos, então, em 07 de setembro de 1963.
No ano de 1965, a cidade de Taquarana recebe energia da usina hidrelétrica de
Paulo Afonso, por meio da Companhia Elétrica de Alagoas (CEAL), no período do
governador Lamenha Filho, que inaugurou o novo modo de fornecimento, programando
a visita ao município.
Aquele sobrado do coronel sediou a prefeitura até o dia 31 de dezembro de 1968,
quando foi construído o atual prédio da prefeitura, situado à Praça Antônio Paulino,
atual Praça João Paulo II, onde se acha localizado o sobrado.
Enfim, o mandato do prefeito João Ribeiro de Castro Neto compreendeu o
período de 21 de setembro de 1963 até 01 de janeiro de 1969.
Mesmo que o autor da obra, o primeiro prefeito, não tenha divulgado dados em
torno de inserções de outras novas formas, a fim de incorporarem funções que exigiam
funcionamento da administração municipal (escola, posto médico etc.), ou mudança de
função de formas pré-existentes à emancipação, acredita-se que isso ocorreu na escala
temporal e foi além da questão da administração, ou seja, residências que podem ter se
transformado em bodegas ou outros estabelecimento de comércio e serviços.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do que se tratou aqui, pode-se perceber o quanto se tem a percorrer com a
pesquisa que, primeiramente, deverá atender à conclusão da graduação, enquanto
Trabalho de conclusão de Curso (TCC).
A obra de João Ribeiro, mesmo sendo descritiva e, no que revela uma primeira
leitura, não foi suficiente para destacar processos sociais ocorridos no período da escala
temporal adotada, a fim de se apreender com aprofundamentos, dados sobre o tempo e o
espaço, no momento da primeira gestão municipal.
Contudo, foi possível constatar a informação da mudança de conteúdos de formas
"antigas", bem como a inserção de outras novas, mantendo ou inserindo novos
conteúdos, à atual área central da cidade de Taquarana - respeitando sua situação de
pequena cidade -, que foram aí agregados, na década de 196, nos primeiros anos da
emancipação.
Assim, infere-se que a obra de João Ribeiro de Castro Neto se revela como uma
narrativa sucinta dos aspectos da cidade sem se atentar em ater um embasamento que se
aproxime de análises científicas, servindo como apoio para a preservação da memória
de certos fatos ocorridos na cidade e no município.
Mesmo assim, considera-se aqui que sua publicação possui um caráter descritivo
que pode dar certas pistas ao pesquisador que pretende desenvolver investigação em
História, Geografia ou Geografia Histórica.
REFERÊNCIAS
______. Evolução urbana do Rio de Janeiro. 4. ed. Rio de Janeiro: IPP, 2008.
______. Geografia Histórica do Rio de Janeiro: 1502-1700. Rio de Janeiro: Andrea
Jakobsson Estúdio / Prefeitura do Município do Rio de Janeiro, 2010. Volumes 1 e 2.
CASTRO NETO, João Ribeiro de. Taquarana e sua história. [s.l.]: Imprima Gráfica e
Editora, [n.d.].