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SETEMBRO AMARELO

PREVENÇÃO AO SUICÍDIO

LAVIA GUEDELHA
UNIDADE PLENA: IEMA UP RIO ANIL
Curso: logística/ turma: 107
O Setembro Amarelo é uma iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV),
do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Brasileira de
Psiquiatria (ABP), em referência ao 10 de setembro, dia mundial da prevenção
ao suicídio. Na UFRGS, uma série de atividades ao longo do mês procurarão
debater esse tema.

A origem do Setembro Amarelo e todo esse movimento de conscientização


contra suicídio começou com a história de Mike Emme, nos Estados Unidos. O
jovem era conhecido por sua personalidade carinhosa e habilidade mecânica,
tendo como sua marca um Mustang 68 que ele mesmo restaurou e pintou
de amarelo. 

Porém, em 1994, Mike cometeu suicídio, com apenas 17 anos. Infelizmente


nem a família, nem os amigos de Mike, perceberam os sinais de que ele
pretendia tirar sua própria vida.

No funeral, os amigos montaram uma cesta de cartões e fitas amarelas com a


mensagem: “Se precisar, peça ajuda”. A ação ganhou grandes proporções e
expandiu-se pelo país.

Diversos jovens passaram a utilizar cartões amarelos para pedir ajuda a


pessoas próximas. A fita amarela foi escolhida como símbolo do programa que
incentiva aqueles que têm pensamentos suicidas a buscarem ajuda.

Em 2003, a Organização Mundial da Saúde(OMS) instituiu o dia 10 de


setembro para ser o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio. O principal objetivo
da campanha Setembro Amarelo é a conscientização sobre a prevenção do
suicídio, buscando alertar a população a respeito da realidade da prática no
Brasil e no mundo. Para o Setembro Amarelo, a melhor forma de se evitar um
suicídio é através de diálogos e discussões que abordem o problema.

Suicídio é o ato de tirar a própria vida intencionalmente. Também fazem parte


deste comportamento os pensamentos suicidas, planos e tentativas de morte,
assim como os transtornos relacionados ao problema.

Durante todo o mês de setembro, ações são realizadas a fim de sensibilizar a


população e os profissionais da área para os sintomas desse problema e para
a saúde mental. Assim, fazendo-os entender que isso também é uma questão
de saúde pública.

Infelizmente para muitos, o suicídio ainda não é visto como um problema de


saúde pública, mas sim uma espécie de fraqueza de conduta ou personalidade.
E a campanha setembro amarelo vem em busca de quebrar esse pensamento
da sociedade, divulgando cada vez mais esse tema e mostrando dados cada
vez mais alarmante sobre esse assunto. A campanha traz em vista a
importância de falarmos sobre saúde mental e deixar bem claro que não se
trata de “frescura” ou “drama”.
Entre as características que oferecem risco para o comportamento suicida,
podemos dividi-las em modificáveis e não modificáveis. Esta separação se dá a
partir do momento em que entendemos que existem fatores que podem ser
alterados, enquanto outros são do histórico familiar ou de vida do paciente, não
passíveis de modificação.
Fatores não modificáveis:
Um dos principais fatores de risco estão no grupo dos não modificáveis: são
eles a tentativa prévia de suicídio e a presença de transtorno psiquiátrico. Esta
realidade aumenta em cinco a seis vezes as chances de tentar suicídio
novamente. Estima-se que 50% daqueles que suicidaram já haviam tentado
previamente.

Outros aspectos também são considerados fatores não modificáveis:


 idade: jovens entre 15 e 30 anos e idosos;
 gênero: homens suicidam três vezes mais que mulheres, mas
elas tentam três vezes mais do que eles. Também há a presença
de conflitos em torno da identidade sexual;
 Doenças clínicas crônicas debilitantes;
 Populações especiais: imigrantes, indígenas, alguns grupos
étnicos;
 Perdas recentes.
 História familiar e genética: risco de suicídio aumenta entre
aqueles com história familiar de suicídio ou de tentativa de
suicídio;
 Componentes genéticos e ambientais envolvidos: risco de
suicídio aumenta entre aqueles que foram casados com alguém
que se suicidou.
 Eventos adversos na infância e na adolescência: maus tratos,
abuso físico e sexual, pais divorciados, transtorno psiquiátrico
familiar, etc;
 Entre adolescentes, o suicídio de figuras proeminentes ou de
indivíduo que o adolescente conheça pessoalmente.
Fatores modificáveis:
Dentre os fatores que podem ser mudados e, com isso, ajudar a prevenir o
suicídio, está a presença de transtorno psiquiátrico. Pesquisas apontam que
96,8% das pessoas que morreram por suicídio possuíam histórico de doença
mental diagnosticada ou não, frequentemente não tratada ou tratada
inadequadamente. Os mais comuns incluem depressão, transtorno bipolar,
abuso/dependência de substâncias, transtornos de personalidade e
esquizofrenia.
Entre os demais fatores que, se modificados, podem evitar o suicídio, estão:
 Conflitos familiares, incerteza quanto à orientação sexual e falta
de apoio social;
 Sentimentos de desesperança, desespero, desamparo e
impulsividade:
 Impulsividade, principalmente entre jovens e adolescentes, figura
como importante fator de risco. A combinação de impulsividade,
desesperança e abuso de substâncias pode ser particularmente
letal;
 Viver sozinho: divorciados, viúvos ou que nunca se casaram; não
ter filhos.
 Desempregados com problemas financeiros ou trabalhadores não
qualificados: maior risco nos três primeiros meses da mudança de
situação financeira ou de desemprego;
 Aposentados;
 Moradores de rua;
 Indivíduos com fácil acesso a meios letais.

A CVV (Centro de Valorização da Vida) é um serviço de ajuda por telefone à


pessoa que está com ideias de suicídio. É gratuito e sigiloso.
Entre os países com as maiores taxas estão países de clima frio e que fizeram
parte da antiga URSS, como Lituânia (31,9 por 100 mil), Rússia (31 por 100
mil) e Bielo Rússia (26,2 por 100 mil. Mas também aparecem dois países de
clima quente da América do Sul: Guiana (29,2 por 100 mil) e Suriname (22,8
por 100 mil).

O Japão que é um país idoso e muito citado quando se fala em suicídio


aparece em 14º lugar no ranking global, com taxa de 18,5 mortes por 100 mil
habitantes.

O Chile é um outro país muito citado, pois segundo a “fábrica de Fake News da
Internet”, possui uma taxa muito elevada suicídios anômicos que ocorrem
devido às políticas neoliberais que fizeram uma reforma da previdência
desfavorável aos idosos. Contudo, essa explicação simplista não resiste ao fato
de que a taxa de suicídio do Chile é de 10,6 por 100 mil não está entre as mais
altas do mundo e coloca o país sul-americano no 57º lugar no ranking global.

Por exemplo, a taxa do Chile é bem menor do que a de Cuba, pois o país que é
considerado um pilar do antineoliberalismo e que, em tese, possui um amplo
sistema de proteção social, apresentou uma taxa de suicídio de 13,9 mortes
por 100 mil habitantes, ficando em 34º lugar no ranking global.

O Brasil com taxa de 6,5 suicídios por 100 mil habitantes ficou em 106º lugar
no ranking global em 2016. No total, segundo o Datasus, o número de suicídios
foi de 11.433 mortes em 2016, o que dá 31,3 suicídios por dia ou 1,3 suicídio
por hora. Portanto, embora a taxa seja baixa o número absoluto é bastante
significativo e tem aumentado nos últimos anos, pois houve “apenas” 6.780 no
ano 2000. Entre 1996 e 2016 o número de suicídios acumulados no Brasil foi
de 183.48 mortes.
Embora o Brasil esteja em 106º lugar no ranking de suicídios do mundo, há a
preocupação com os níveis de depressão e a saúde mental da população, que
tendem a transformar as lesões letais autoprovocadas em epidemia e grave
problema de saúde pública.

Fontes: https://www.ecodebate.com.br/2019/02/01/as-taxas-de-suicidio-no-mundo-artigo-de-jose-
eustaquio-diniz-alves/https://www.setembroamarelo.com/post/suicidio-fatores-de-
riscohttps://www.cvv.org.br/https://www.vittude.com/blog/setembro-amarelo/

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