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INSTITUTO SUPERIOR DE DIREITO CANÔNICO - EXTENSÃO LONDRINA

MESTRADO EM DIREITO CANÔNICO

DISCIPLINA: Direito Matrimonial I


PROFESSOR: Dr. Pe. Valdinei de Jesus Ribeiro, CMF
ALUNO: Pe. Alex Gonçalves Dias
ATIVIDADE: JJGF2

1.Segundo o autor, o consentimento matrimonial pertenceria à essência do


matrimônio, compreendido como realidade institucional?
Para o autor, o consentimento não está incluído entre os elementos constitutivos do
núcleo matrimonial mais essencial. Embora, o princípio de que o consentimento das
partes contraentes torne cada matrimônio concreto, e este seja aceito por todos, o
mesmo pode ser entendido em um sentido eficiente e em um sentido formal ou
estrutural. O primeiro significa que o vinculo matrimonial provém do consentimento,
como efeito de sua causa eficiente, já o segundo significa que o consentimento entra
como elemento que define a essência do matrimônio. Segundo o mesmo, o
consentimento apenas por metonímia (nome de efeito aplicado à causa) pode ser
chamado de matrimônio, adjetivando o matrimônio “in fieri” para distingui-lo do
vínculo, causado justamente pelo consentimento, que é chamado matrimônio “in fato
esse”. Embora o consentimento seja o causador do vínculo, é algo extrínseco a ele, por
mais necessário e insubstituível que seja, deixa de ser chamado matrimônio. Dizer que o
consentimento não faz parte dos elementos essenciais constituintes do próprio núcleo
essencial da instituição matrimonial em abstrato e do vínculo matrimonial em concreto,
não significa que o consentimento não seja um requisito exigido por lei. Alguns
acrescentarão que isso é feito por consentimento como ato jurídico especificamente
contratual e outros responderão que o mesmo é feito por consentimento como ato
jurídico extracontratual de adesão à instituição matrimonial natural (os primeiros
defendem a teoria contratual do consentimento. do vínculo e estes últimos defendem a
concepção institucionalista do casamento).
2. Quais elementos estruturam o ato psicológico de consentir? Explicite-os.
O consentimento sendo um ato de vontade e também de compreensão,
consequentemente pressupõe atos sensoriais, ou seja, o resultado da confluência, da
cooperação mútua de todos os setores da psique humana e do substrato sensível,
instintivo, emocional, passional e somático do ser humano. A compreensão, a vontade e
a afetividade estão relacionadas à capacidade intelectual e volitiva. Em outras palavras,
pode-se dizer que o ser humano pensa com seu entendimento, quer com sua vontade e
sente com seu coração. Se algo interferir em algum desses setores, o ato humano pode
ser prejudicado ou ate mesmo não ocorrer. A capacidade de realizar o ato psicológico
humano é chamada, na teologia moral e no direito canônico de critério suficiente de
julgamento. Os elementos que estruturam o ato psicológico humano são esses, a saber:
componente intelectivo teórico, componente intelectivo deliberativo e componente
eletivo. O componente intelectivo teórico - ato humano de consentimento matrimonial
pressupõe um mínimo de conhecimento intelectual teórico da natureza do matrimônio.
Componente intelectivo deliberativo – consiste numa operação com a qual o
entendimento, denominado prático, precisamente, porque sua atividade está voltada para
a prática, valoriza, pesa, compara fundamentalmente os motivos que orientam a
aceitação deste matrimônio. Componente eletivo – atividade daquela faculdade que
chamamos de liberdade psicológica, capacidade de escolher fazer ou não fazer.

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