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INSTITUTO SUPERIOR DE DIREITO CANÔNICO - EXTENSÃO LONDRINA

MESTRADO EM DIREITO CANÔNICO

DISCIPLINA: Direito Matrimonial I


PROFESSOR: Dr. Pe. Valdinei de Jesus Ribeiro, CMF
ALUNO: Pe. Alex Gonçalves Dias
ATIVIDADE: JJGF1

1. Qual o problema levantado pelo autor acerca da inseparabilidade entre contrato


e sacramento, quando se está diante de um matrimônio de duas pessoas batizadas?
O autor reconhece e aceita a definição da doutrina católica de que o matrimônio cristão
seja um dos sacramentos instituídos por Cristo. E é, portanto, necessário compreender
também que nem todo matrimônio celebrado entre cristãos, seja um sacramento. No
matrimônio que seja sacramento, o que é sacramento é apenas o consentimento das
partes contraentes, o que na nomenclatura canônica costuma-se chamar contrato. O
cân.1055 §1, estabelece o princípio de identidade entre o contrato matrimonial válido de
dois batizados e o sacramento. No mesmo cân. 1055 §2, deduz-se deste princípio de
identidade, a consequência da inseparabilidade do contrato matrimonial dos batizados e
do sacramento. Afirmar que este contrato de matrimonio é, além de um contrato, um
sacramento, é afirmar que tal contrato tem, além de suas próprias potencialidades, a
potencialidade, característica do sacramento do matrimônio, de inserir a vida dos
cônjuges na redentora missão de Cristo e da Igreja. O termo inseparabilidade poderia
evocar a ideia da existência de Duas realidades, unidas indissoluvelmente, mas no final
duas realidades, quando o que o cânone significa é que o contrato matrimonial e o
sacramento formam uma única realidade com duas dimensões (a natural que é o
contrato e o sobrenatural que é o sacramento). O Cân. reconhece implicitamente que o
contrato de matrimonio de uma pessoa batizada com uma não batizada pode ser válido
mesmo que não seja sacramento.

2. Qual posição ele assume em relação ao quanto afirmado pelo cân. 1055, §2?
O autor começa apontando para uma discussão mais aprofundada do cânon por razões
pastorais, teológicas e canônicas. Ao salientar que a fé em si mesma não é um elemento
constitutivo da sacramentalidade do matrimônio, o autor propõe verificar se é possível
haver alguma lacuna neste princípio da indissociabilidade entre os contratos
matrimoniais e o sacramento do matrimonio, pelo menos para os casos de batizados que
não tem fé, a fim de que possam contrair um matrimonio válido como instituição
natural, mesmo que não seja um sacramento precisamente. Outra questão levantada pelo
autor é no caso de, se a falta de fé for traduzida em uma falta da intenção exigida no
ministro e no destinatário do sacramento para a sua validade, supondo que seja, a outra
questão de separabilidade entre o contrato de casamento e o sacramento do matrimonio.
Neste caso, partindo sem dúvida do principio da inseparabilidade entre o sacramento e o
contrato de matrimônio, afirma-se que a intenção exigida das partes contratantes como
ministros e destinatários do sacramento, já esteja incluída na sua intenção de cumprir o
contrato. A intenção contratual é, por instituição divina, também intenção sacramental.
Porém, não se pode negar a dificuldade de resolver o problema em saber se a intenção
contratual continua a existir, quando contrária à fé, pois pode haver o caso da vontade
prevalecente de contrair a sacramentalidade do casamento. Para o autor, é difícil
entender e aceitar a existência simultânea de duas intenções. Quero o sacramento e não
o casamento ou quero o casamento e não o sacramento.

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