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E EDUCAÇÃO:
uma abordagem
interdisciplinar
Edna Maria Magalhães do Nascimento
Conceição de Maria Sousa Araújo
Organização
FILOSOFIA, ENSINO
E EDUCAÇÃO:
uma abordagem
interdisciplinar
2019
Reitor
Prof. Dr. José Arimatéia Dantas Lopes
Vice-Reitora
Profª. Drª. Nadir do Nascimento Nogueira
Superintendente de Comunicação
Profª. Drª. Jacqueline Lima Dourado
1ª edição: 2019
Revisão
Francisco Antonio Machado Araujo
Editoração
Francisco Antonio Machado Araujo
Diagramação
Wellington Silva
Capa
Mediação Acadêmica
Editor
Ricardo Alaggio Ribeiro
E-Book.
ISBN: 978-85-509-0498-6
CDD: 107
Bibliotecária Responsável:
Nayla Kedma de Carvalho Santos CRB 3ª Região/1188
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO
Edna Maria Magalhães do Nascimento 9
Conceição de Maria Sousa Araújo
PREFÁCIO
Cassio Eduardo Soares Miranda 19
EDUCAÇÃO ÉTICA PARA A BOA VIDA
Susana de Castro
25
A OPINIÃO, A FILOSOFIA E
O ENSINO DE FILOSOFIA 35
Francisca Alaíne Pinheiro
Edna Maria Magalhães do Nascimento
E
ste livro, na forma de coletânea, reúne trabalhos e
pesquisas desenvolvidos através do Núcleo de Pesquisas
em Filosofia da Educação e Pragmatismo – NEFEP/UFPI,
trabalhos estes produzidos por pesquisadores egressos do Programa
de Pós-graduação em Filosofia – PPGFIL e do Programa de Mestrado
Profissional em Filosofia – PROF-FILO, ambos da Universidade
Federal do Piauí, além de alguns estudos de Iniciação Científica
desta instituição. O livro também conta com a colaboração de
professores de outras universidades (UFRJ e UFRN). Neste esforço
de sistematização e produção de conhecimentos, a publicação tem
por objetivo aprofundar alguns temas relativos à filosofia e seu
ensino, à educação e a filosofia a partir de múltiplas perspectivas,
respondendo a algumas demandas urgentes de fundamentação da
prática do ensino de filosofia e suas estratégias político-pedagógica.
A escolha dos artigos norteou-se por três constatações.
A primeira, foi o fato da filosofia continuar sendo objeto de
questionamentos sobre sua existência ou presença enquanto atividade
de ensino. Apoiando-se nos dizeres de Karl Jaspers, “seja a filosofia
o que for está presente em nosso mundo e a ele necessariamente se
refere”. E ainda, “A opinião corrente é que a filosofia nada tem a
dizer e carece de utilidade prática”. São muitas as fórmulas usadas
para a negação da filosofia, que se traduzem em expressões como: a
filosofia é demasiadamente complexa; não está ao nosso alcance; não
APRESENTAÇÃO 9
a compreendemos; não é necessária enquanto conteúdo formativo,
dentre outras. Em outros termos, se quer afirmar a sua inutilidade.
É como se houvesse um instinto vital que odeia a filosofia, e sendo
assim este saber se vê rodeado de inimigos. Os artigos deste livro
não são apologias filosóficas, são reflexões sobre o papel deste saber
para a construção do pensamento crítico, da autonomia intelectual,
da ideia de comunidade livre e participativa movida pelo desejo da
verdade.
A segunda constatação foi a de que as teorias filosóficas
não devem continuar restritas a uma espécie de saber hermético,
especulativo, segundo o qual torna-se inacessível a muitas pessoas.
Não obstante o rigor conceitual da filosofia, há o desejo de uma
filosofia da ação. Uma filosofia que atenda, conforme Rorty, ao
desejo de esperança e solidariedade, a filosofia que exista a partir de
um olhar pragmático, não mais fundamentado epistemologicamente,
mas antes, a partir da contingência e da prática social.
A terceira constatação envolve o fazer filosófico como atividade
de ensino e as dificuldades que os docentes de filosofia enfrentam
diante dos desafios de ensinar a filosofar num contexto marcado
pelo utilitarismo, os convencionalismos, o hábito de considerar o
bem-estar material como razão suficiente da vida, ou de apreciar
somente o saber das ciências e sua utilidade técnica.
Portanto, tendo em vista estas constatações apresentamos os
seguintes trabalhos:
O primeiro artigo foi intitulado “Educação Ética para a Boa
Vida”, de autoria da filósofa Susana de Castro (UFRJ). Neste artigo a
autora discute a necessidade de uma educação para uma vida feliz. Ela
retoma a filosofia clássica para afirmar que antes da modernidade, a
filosofia era um modo de vida e os filósofos eram sábios responsáveis
por dar aconselhamentos práticos aos jovens e aos adultos. A
filosofia era prática, íntima e comunal, englobava elementos éticos,
psicológicos e políticos. Hoje os estudantes universitários de filosofia
aprendem teorias e são testados em tais teorias. Entretanto, muitos
não estão atentos em saber qual a validade dos conhecimentos
adquiridos para suas vidas.
APRESENTAÇÃO 11
filosófico como ferramenta essencial na consolidação dos valores
éticos e morais. A questão fundamental a ser respondida neste artigo
é: como a filosofia pode contribuir através do discurso em sala de
aula para construir o saber moral no ambiente escolar e sobre quais
aspectos poderá ajudar os alunos a compreenderem a si mesmos e a
sua realidade.
O quinto artigo, de autoria de Jéssica de Souza Lima (UFPI),
nomeado de “A relação do ensino de filosofia com o “nó de
problemas filosóficos”, tem por objetivo apresentar uma proposta
metodológica e epistemológica para o ensino de Filosofia com base
na concepção denominada de ceticismo metodológico. Esse artigo
se divide em duas partes: na primeira, pretende-se arguir sobre o “nó
de problemas filosóficos” no contexto do ensino de filosofia com
uma abordagem propedeuticamente epistemológica e, na segunda,
se quer elucidar a intervenção do ceticismo metodológico no ensino
de filosofia como ferramenta estratégica para o desenvolvimento de
uma mente inquiridora e examinadora.
O sexto artigo, de Alex de Mesquita Marinho (UFPI), traz uma
contribuição singular para a reflexão sobre ensino de filosofia com
base no conceito de equidade segundo o filósofo John Rawls. O
mesmo foi intitulado de “A justiça como equidade segundo Rawls:
uma proposta para o ensino de filosofia”. O objetivo é descrever
o trajeto teórico-metodológico necessário para a realização de
um trabalho docente em Filosofia no Ensino Médio com base na
utilização de elementos teóricos dispostos na concepção de Justiça
como Equidade desenvolvida pelo filósofo norte-americano John
Rawls. A proposta em questão está baseada na necessidade de se
obter, a partir do processo educacional, indivíduos capazes de gozar
de sua cidadania enquanto pessoas munidas de autonomia política,
segundo a teoria rawlsiana.
Seguindo a mesma abordagem da filosofia de Rawls, o leitor
encontrará o texto referente ao sétimo artigo, denominado “O
equilíbrio reflexivo rawlsiano: uma metodologia para construção das
Diretrizes conceituais para filosofia no Ensino Médio”, de autoria
de Patrício Oliveira Lima (UFPI). Este artigo apresenta o “equilíbrio
APRESENTAÇÃO 13
“Filosofia e Direitos Humanos na sala de aula: uma possibilidade
da vivência ética” de autoria de Leônidas da Silva Elva de Sá (UFPI).
O presente trabalho tem como objetivo central propor uma reflexão
filosófica sobre o estudo dos Direitos Humanos em sala de aula
visando a possiblidade de uma vivência ética no espaço escolar. A
escola tem uma função social de grande relevância na construção
de um projeto de uma sociedade participativa na produção de sua
existência, como sujeitos de direitos, ativos na realidade em que estão
inseridos e que é construída historicamente.
Esta abordagem também se encontra no décimo primeiro
artigo, de autoria de Vagner Marcos Costa Lima (UFPI). Neste artigo,
sob o título, “Ensino de filosofia, cidadania e emancipação da classe
subalterna numa perspectiva gramsciana”, o autor pretende fazer
uma análise breve do pensamento de Louis Althusser, que apresenta
uma visão pessimista da escola e, a partir de Antônio Gramsci,
afirmar que é possível uma escola transformadora. O estudo conclui
que esta teoria oferece instrumentos necessários para a emancipação
social do homem. Portanto, à luz das contribuições de Gramsci, que
concebe a filosofia como práxis é possível desenvolver na escola
oportunidades que leve o sujeito a problematizar o seu cotidiano e
a si mesmo e desenvolver uma atitude de comprometimento com as
transformações sociais.
O décimo segundo artigo, de autoria de Maria Sueli Lopes
(UFPI) adentra o campo da teoria da complexidade de Edgar Morin
com o texto “Filosofia da complexidade em Morin”: a implementação
de eixos transdisciplinares para a problematização do ensino de uma
Escola de Tempo Integral – Parnaíba PI”. O artigo problematiza o
modelo de currículo fragmentado, compartimentado, fruto da
herança positivista que esfacela o conhecimento em especialidades
denominadas de disciplinas. E à luz do pensamento complexo de
Edgar Morin, insere a problematização filosófica como paradigma
da construção do pensamento multidimensional. Os resultados
obtidos constituem uma contribuição para o melhoramento da
educação, subsidiando possibilidades de mudança no trabalho
pedagógico por meio da adoção de uma prática docente que
APRESENTAÇÃO 15
lado estas questões e procura uma perspectiva ética e política para
levantar questões, por exemplo, sobre o que podemos nos tornar.
O décimo quinto artigo, de Teônia Mikaelly Pereira (UFPI), é
uma contribuição ao estudo da semiótica de Charles Sanders Peirce
e foi denominado de “Conceito e caracterização de signo semiótico
na filosofia de Charles Sanders Peirce. O objetivo geral é realizar uma
investigação sobre o signo semiótico na perspectiva filosófica de
Peirce e visa compreender sua contribuição para a teoria geral dos
signos. O artigo analisa os textos “Como Tornar Clara nossas ideias”,
“A Fixação das Crenças” e “Classificação dos Signos”. Trata-se de
um estudo teórico de caráter qualitativo acerca do ‘signo semiótico’
desenvolvido pelo fundador do Pragmatismo. Ao longo do trabalho
serão pontuados elementos básicos da divisão dos signos, seja em
verbais, não verbais, simbólicos, icônicos ou indiciais. Pretende-se
realizar um estudo sobre a tradição pragmatista e o papel que teve
a semiótica de Peirce para a filosofia contemporânea. Portanto,
pretende resgatar na obra de Peirce os fundamentos filosóficos que
justificam o seu tipo específico de pragmatismo e a semiótica.
Por fim, o décimo sexto artigo denominado “A metafísica de
Charles Sanders Peirce: uma análise sobre aprendizagem e cognição’’
de Raylane Virginia Venâncio Ferreira Lima (UFPI) é uma contribuição
original à Filosofia da Educação pois articula a semiótica e a lógica
de Peirce na constituição do pensamento racional e sistemático. O
artigo tem por finalidade os seguintes objetivos: realizar um estudo
sobre o pensamento de Charles Sanders Peirce e sua contribuição
para a metafísica; interpretar a sistematização lógica proposta
por Ivo Assad Ibri (PUC-SP), que compreende a “arquitetura” do
pensamento de Charles Peirce e, visa, sobretudo, identificar no ensaio
“A fixação das crenças” as principais características do pragmatismo,
caracterizando a noção de experiência desenvolvida por Peirce e
articulando estes conceitos ao desenvolvimento da aprendizagem.
Em suma, de um modo ou de outro, todos os autores desta
coletânea, sob diferentes perspectivas, apontam para o papel
estratégico da filosofia e sua inserção nas escolas. Discutem
perspectivas teóricas que vão do platonismo à filosofia pragmatista,
As organizadoras
APRESENTAÇÃO 17
PREFÁCIO
“N
ão é possível refazer este país, democratizá-lo,
humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes
brincando de matar gente, ofendendo a vida,
destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha
não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade
muda”. Com esta frase do saudoso educador Paulo Freire, destaco a
importância deste livro organizado pelas professoras Edna Magalhães
do Nascimento e Conceição de Maria Sousa Araújo. De alguma
forma, “FILOSOFIA, ENSINO E EDUCAÇÃO: uma abordagem
interdisciplinar”, ajuda-nos a desfazer um mito: a educação não
é a tábua de salvação para tudo e para todos; os professores não
são sacerdotes que se entregam de forma sacrificial ao outro. Se a
educação, no entanto, não é tabua de salvação para tudo e para
todos, sem ela, todavia, não há saída para as mazelas sociais,
econômicas e pessoais que o país enfrenta. Da mesma maneira, se o
professor não é um sacerdote que se entrega de forma sacrificial ao
outro, ele é um profissional que necessita ser valorizado, assim como
todos os outros profissionais que são respeitados neste país, mas,
PREFÁCIO 19
no entanto, sem perder de foco a sua missão educacional, pois, esta
sim, é sagrada.
Resultado de trabalhos de pesquisa realizados por diversos
alunos e professores de programas de pós-graduação em Filosofia
e Educação, esta obra reflete sobre o ensino da filosofia em uma
perspectiva interdisciplinar, circulando por uma variedade de temas
e assuntos guiados por um fio comum: a filosofia e seu ensino.
Talvez pareça desnecessário apontar a importância de um livro que
tem a filosofia como norte no que tange às discussões em torno da
educação. Entretanto, em um país com apenas 15% da população
com curso superior, uma obra dessa natureza somente vem confirmar
seu caráter de resistência e ousadia frente aos impasses de nossa
época. Dito de outra maneira, trata-se da vitória da persistência, da
fé, da coragem, do combate e do companheirismo.
Ora, a formação filosófica, como é do conhecimento da maioria
dos leitores deste livro, fundamenta-se, a meu ver, nos seguintes
pressupostos: 1) Sólida formação teórico-metodológica, alicerçada
nos saberes filosóficos e afins, a partir dos quais se proporá um
processo emancipador do homem, sustentado na autorreflexão e
autonomia do pensar; 2) Formação político-social que propiciará
ao professor de filosofia a compreensão crítica das políticas e
projetos educacionais, bem como o desenvolvimento de atitudes
que demonstrem o compromisso com a construção de um projeto
educacional que priorize e expresse uma educação efetivamente
democrática Em função desses elementos que fundamentam a
formação do professor de filosofia, desejo ressaltar, em primeiro
lugar, um elemento conceitual. Em nossa concepção, consideramos
Educação um bem público, e não uma mercadoria sujeita às regras do
mercado e do lucro. Nossa busca deve ser a constante melhoria de
nossos estabelecimentos de ensino, a busca constante da melhoria
de nossos processos de gestão e acompanhamento, a busca
constante da melhoria das condições de trabalho dos profissionais
da educação e, por fim, a busca constante da garantia do Direito à
Aprendizagem de todos os nossos alunos e alunas, tomando como
PREFÁCIO 21
errante de Viena que se tornou o pai da psicanálise ao sustentar uma
aposta no inconsciente: “Uma escola deve conseguir mais do que não
impelir seus alunos ao suicídio. Ela deve lhes dar o desejo de viver
e devia oferecer-lhes apoio e amparo numa época da vida em que
as condições de seu desenvolvimento os compelem a afrouxar seus
vínculos com a casa e com a família. Parece-me indiscutível que as
escolas falham nisso. A escola nunca deve esquecer que ela tem de
lidar com indivíduos imaturos a quem não pode ser negado o direito
de se demorarem no seu desenvolvimento e mesmo para alguns um
pouco desagradáveis. A escola não pode arrogar-se a si o caráter
de vida: ela não deve pretender ser mais do que ela é, um modo de
vida (Freud, 1980a, p. 217). Em razão disso, a escola, a creche, a
universidade, devem dar aos jovens “o desejo de viver”, acolhendo aí
seus singulares modos de vida.
Da mesma maneira, este livro nos faz pensar que a educação é
uma conquista social. Sua construção é crucial para encontrarmos
um entendimento nacional em torno do que é importante no
processo de desenvolvimento dos estudantes brasileiros. Isso implica
em uma oportunidade excelente que temos para discutir aquilo que
é necessário para o país, para a cidade, para a escola e universidade.
Entender seu real significado e participar da sua construção é direito
e dever de todos. Assim, conforme sustenta Giorgio Agamben,
pensar é um ato de coragem e, mais ainda, é uma questão de
contemporaneidade. Ser contemporâneo, então é, antes de tudo,
um ato de coragem. Para ele, isso se apresenta como uma espécie de
“imperativo categórico”: “porque significa ser capazes não apenas
de manter o olhar fixo na sombra da época, mas também perceber
nessa sombra uma luz que, dirigida até nós, se afasta infinitamente
de nós. Isto é: chegar pontualmente a um encontro ao qual só é
possível faltar”.
Para finalizar, interrogo aos autores desta importante obra
se eles se consideram contemporâneos e, portanto, corajosos. Para
tanto, evoco meu conterrâneo em uma de suas instigantes frases:
“O que lembro, tenho”. João Guimarães Rosa aqui pode ser tomado
como ponto de partida para a leitura desta obra escrita à muitas
PREFÁCIO 23
EDUCAÇÃO ÉTICA PARA A BOA VIDA
Introdução
U
ma das questões que marcam a separação entre
o mundo moderno e o antigo é a relação entre
governo e liberdade individual. Para os antigos cabia
à educação e ao governo preocupar-se com a felicidade e o bem-
estar dos membros da sua pólis. As escolas filosóficas e as religiões
propunham modos de vida e de ação com vistas à vida feliz e virtuosa.
Depois das revoluções burguesas liberais a filosofia se distanciou dos
temas práticos, relacionados ao aconselhamento sobre a boa vida,
e o governo deixou de interferir na vida privada dos cidadãos. As
liberdades individuais foram garantidas e cada indivíduo passou a ter
liberdade de escolher seu modo de vida. Hoje, passados séculos das
revoluções burguesas sentimos que algumas questões importantes
foram deixadas de lado nessa troca do modelo de aconselhamento
para o bem-estar e para a felicidade pelo da liberdade ‘negativa’ –
assim chamada por ser um direito à não interferência do Estado na
esfera privada.
REFERÊNCIAS
Introdução
O
texto que agora se apresenta ao leitor em forma de
artigo, trata-se de um recorte temático dentro da
pesquisa de intervenção filosóficas desenvolvidas na
dissertação de mestrado intitulada ‘A representação de Filosofia na
opinião dos discentes do Ensino Médio: uma intervenção filosófica’.
Sob o título ‘A opinião, a Filosofia e o ensino de Filosofia, intentou-
se aprofundar a compreensão desses conceitos e suas interrelações a
partir da perspectiva identificada em diálogos platônicos, tais como:
A República, Teeteto, Fédon e Sofista.
O estudo realizado mostrou que a investigação sobre a
opinião se articula com a investigação a respeito da definição de
conhecimento, de Filosofia e de ensino de Filosofia. Além do mais, a
questão do ensino de Filosofia traz em seu bojo a questão do método
de ensino de Filosofia, que deve ser filosófico, atendendo a referência
em Platão – dialógico e dialético.
2
Eudaimonia (do grego antigo: εὐδαιμονία) é um termo grego que literalmente
significa ‘o estado de ser habitado por um bom daemon, um bom gênio’, e, em
geral, é traduzido como felicidade ou bem-estar. Contudo, outras traduções
têm sido propostas para melhor expressar o que seria um estado de plenitude
do ser.
- Seja. Mas se houver uma coisa que seja de tal maneira, que
existe e não existe, não ficaria em posição intermédia entre o Ser
absoluto e o Não-ser absoluto?
- Ficaria.
- Portanto, se o conhecimento respeitava, como vimos, ao Ser,
e o desconhecimento forçosamente ao Não-ser, relativamente
a essa posição intermédia, deve procurar-se algo de intermédio
entre a ignorância e a ciência, se acaso existe alguma coisa nessas
condições.
É uma coisa bem conhecida dos amigos do saber, que sua alma,
quando foi tomada sob os cuidados da filosofia, se encontrava
completamente acorrentada a um corpo e como que colada a ele;
que o corpo constituía para a alma uma espécie de prisão, através
da qual ela devia forçosamente encarar as realidades (PLATÃO,
82d, 1972, p.94).
de que ele não possa ser pronunciado ou expressado, pois lhe aplicamos o é.
Platão então, negando Parmênides, defende a comunhão entre Ser e Não-ser.
Impondo a introdução do Outro (ou diferença) e do Mesmo chega à acepção
predicativa do Ser. Esclarece que podemos designar uma única e mesma coisa
por uma pluralidade de nomes porque a acepção identitativa (A=A) não é a
única possível ao Ser, o homem pode então também ser chamado de bom e
não apenas de homem (“ o homem é bom “ e não apenas “ o homem=homem
“ e “ o bom=bom “). Podemos, com a ideia de predicação, tratar as coisas
como capazes de participação mútua. Com a ideia de identidade, podemos
supor a todas as coisas como incapazes de união mútua” (DIAS, J. R. Barbosa.
O Ser no “Sofista” de Platão. Kalagatos, revista de filosofia. Fortaleza. v.7 n.
14, 2010. p. 57).
Considerações Finais
REFERÊNCIAS
Introdução
O
presente artigo é resultado da pesquisa intitulada
“Ensinar e aprender filosofia numa perspectiva ética:
uma proposta de intervenção numa escola pública”
que visa investigar a prática do ensino de filosofia tendo como
perspectiva a possibilidade de uma construção dos saberes éticos na
sala de aula, capaz de tornar o processo de ensino e aprendizagem
crítico e reflexivo, contribuindo com essa intervenção filosófica para
uma aproximação dos alunos do ensino médio com os conteúdos
filosóficos que permitam a participação dinâmica e criativa na sala
de aula.
A questão fundamental a ser problematizada seria: como
podemos construir o saber moral no ambiente escolar nas turmas
de ensino médio de uma escola pública de Teresina através das aulas
de filosofia? Em que aspectos este projeto fundamentado na ética
filosófica poderá intervir no comportamento ético dos alunos a fim
REFERÊNCIAS
Introdução
É
ponto pacífico entre os estudiosos do tema ‘ensino
de filosofia’ a importância desta disciplina para o
desenvolvimento intelectual e crítico dos estudantes,
entretanto, o cotidiano das aulas de filosofia são desafiadores. O
docente se vê diante de dificuldades e incertezas sobre a melhor
maneira de desenvolver este ensino. Desta feita, surge preocupações
de ordem metodológicas sobre formas de ensinar e aprender filosofia
que assegurem minimamente os objetivos propostos para esta área,
que envolva os estudantes nesta aventura intelectual, tornando-a
atrativa sem prescindir do conteúdo filosófico da tradição e de suas
mediações com a sociedade atual e com o cotidiano dos alunos.
A Filosofia como disciplina no ensino médio é uma realidade
recente nas escolas públicas brasileiras e sua presença pode contribuir
para propiciar o desenvolvimento da autonomia intelectual e a
Considerações finais
REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS
Introdução
O
ensino de filosofia é um locus privilegiado para o
trabalho de investigação, uma vez que este ensino
conduz à problematização, levando o aluno a uma
atitude de instigação e inquietude. A problematização é uma
ferramenta cognitiva que tem possibilitado uma construção objetiva
do conhecimento, debruçando-se na relação do professor e do aluno
(LUCKESI& PASSOS, 2012, p. 44).
Importante destacar que, mesmo o ensino de filosofia, sendo
um espaço de investigação, no sentido amplo do cenário, para
quem ainda não se direcionou as primeiras leituras ou a um estudo
sistemático com essa disciplina, apresenta como interpretação
à primeira imagem da filosofia como um espaço de “achismos”,
podendo cada um dizer o que quiser, ou melhor, o que pensa, pelo
fato da sua característica não empírica, ser entendida como uma
autêntica arbitrariedade.
Considerações finais
REFERÊNCIAS
Introdução
O
presente artigo tem como objetivo descrever o trajeto
teórico-metodológico necessário para a realização de
um trabalho docente em Filosofia no Ensino Médio
com base na utilização de elementos teóricos dispostos na concepção
de Justiça como Equidade desenvolvida pelo filósofo norte-americano
John Rawls. A proposta em questão está baseada na necessidade de
se obter, a partir do processo educacional, indivíduos capazes de
gozar de sua cidadania enquanto pessoas munidas de autonomia
política, segundo a teoria rawlsiana. Foram abordadas discussões
acerca do método do equilíbrio reflexivo caracterizado como amplo e
também foi demonstrada a forma como se pode aplicar esse método
nas aulas de Filosofia.
Observou-se que na teoria de John Rawls encontram-se conceitos
que nos conduzem à reflexão sobre a constituição de cidadãos livres e
iguais que atuam com vistas à construção de uma sociedade pautada
5 A obra de “Uma Teoria da Justiça” de Rawls será nomeada aqui pela sigla
“TJ”.
6 Tendo como base a obra de Henry Sidgwick, como mencionado em TJ.
Considerações Finais
Introdução
J
ohn Rawls desenvolveu sua teoria apoiado no propósito de
levar os cidadãos, por meio de um sistema de cooperação
intelectual contratualista8, a encontrar os princípios
e normas morais e políticas que fossem capazes de garantir uma
sociedade justa e para todos. Seu grande questionamento foi sobre
a possibilidade de existir uma sociedade justa e equitativa mesmo
havendo entre os cidadãos enormes diferenças caracterizadas por
inúmeras doutrinas. Todo seu projeto está diretamente relacionado
à hipótese de que, numa sociedade bem ordenada, os cidadãos - que
9 Esta não é uma tradução fechada. Alguns tradutores falam em “consenso por
justaposição”, por exemplo. Importante é que não se deve entender que as
opiniões estão simplesmente umas por sobre as outras.
10 Encontramos aqui mais uma vez uma diferença entre o Rawls de TJ e de LP.
No segundo, o autor chama atenção, desde sua introdução, para necessidade
de que, para construir a noção política de justiça, faz-se necessário construir
uma concepção política de pessoa.
11 Rawls destaca que existem muitas maneiras de utilitarismo, mas que existe um
ponto em comum entre todas elas que é justamente o que ele quer combater,
a própria noção de justiça. A grande crítica de Rawls ao utilitarismo é o fato
de que este acolhe para toda sociedade a escolha, mesmo que seja racional,
de um só homem, não levando em consideração a diferença entre as pessoas,
mas apenas uma maioria. Destaca ele que a principal ideia do utilitarismo
é: “(...) que a sociedade está ordenada de forma correta e, portanto, justa, quando suas
principais instituições estão organizadas de modo a alcançar o maior saldo líquido de
satisfação, calculado com base na satisfação de todos os indivíduos que a ela pertencem”.
(RAWLS, 2016, p. 27).
12 “Rawls (Rawls 1971) argues that the goal of A Theory of Tustice is to establish
the terms of fair cooperation that should govern free and equal moral agents.
On this view, the appropriate perspective from which to choose among
competing conceptions or principles of justice is a hypothetical social contract
or choice situation in which contractors are constrained in their knowledge,
motivations, and tasks in specific ways. Because this choice situation is fair
to all participants, Rawls calls the conception of justice that emerges from
this choice “justice as fairness.” Under these constraints, he argues, rational
contractors would choose principles guaranteeing equal basic liberties and
equality of opportunity, and a principle that permitted inequalities only if they
made the people who are worst off as well off as possible”. (DANIELS, 2016,
p. 4)
Equilíbrio reflexivo
17 The method of reflective equilibrium thus plays a role in both the construction
and justification of Rawls’s theory of justice (Daniels 1996; Scanlon 2002).
Its role in construction is an example of its use as a form of deliberation.
(tradução nossa)
18 Os juízos ponderados são julgamentos morais que confiamos e acreditamos,
como os que rejeitam a intolerância religiosa e a escravidão.
20 Intuições morais são opiniões morais imediatas que as pessoas têm a respeito
de algum fato.
21 É contratualista porque parte do acordo entre os cidadãos em busca do
estabelecimento dos princípios básicos para gerir a vida social. Quanto aspecto
construtivista nos lembre Norman Daniel: “Rawls afirma que sua visão de
justiça é construtivista, o que significa que ele apela a algumas afirmações
gerais sobrea natureza das pessoas, bem como alguns fatos empíricos sobre
comportamento humano ou instituições como parte da justificação para os
princípios da justiça (ou a situação de escolha que nos leva a escolhê-los).”
Rawls claims that his view of justice is constructivist, meaning that he appeals
to some general claims aboutthe nature of persons as well as some empirical
facts about human behavior or institutions as part of thejustification for
the principles of justice (or the choice situation that leads us to pick them)
(DANIEL, 2016, p. 10).
22 Isso também pode ser observado na Lei de Diretrizes e Bases (LDB), no inciso
II do artigo 35 da seção IV, que trata do Ensino Médio, onde se lê que um dos
objetivos da educação é “[...] o aprimoramento do educando como pessoa
humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia
Como cada pessoa deve decidir com o uso da razão (grifo nosso)
o que constitui o seu bem, isto é, o sistema de finalidades que,
de acordo com sua razão, ela deve buscar, assim, um grupo de
pessoas deve decidir de uma vez por todas tudo aquilo que entre
elas se deve considerar justo e injusto (RAWLS, 1997, p. 13).
Para Rawls,
A nossa situação social será justa se for tal que, por meio dessa
sequência de acordos hipotético, tivermos compactuado o
sistema geral de normas que a define. Ademais, supondo-se que
a posição original defina um conjunto de princípios (isto é, que
seja escolhida determinada noção de justiça) então será verdade
que, quando as instituições sociais atendem a estes princípios,
seus participantes podem afirmar que estão cooperando em
condições com as quais concordariam se fossem pessoas livres
e igual cujas relações mútuas fossem equitativas (RAWLS, 2016,
p. 15-16).
23 Ao longo de sua obra, Rawls alterou sua ideia de autonomia saindo da postura
inicial kantiana apresentada em Uma Teoria da Justica, ou seja, autônomos
seriam aqueles que agiriam sob a égide da razão, da liberdade e da igualdade,
dando a ela caráter mais político, quer dizer, quando os homens atuam em
consonância com os princípios escolhidos em posição original, a decisão deles
é autônoma e as suas ações, também, assim o são. (GONDIM, p. 72)
24 Na teoria da justiça rawlsiana, os cidadãos devem agir de maneira imparcial
e não neutra, já que os procedimentos decisórios têm base intuicionista e
os participantes são portadores de características morais, como o senso de
justiça e as concepções de bem.
Considerações finais
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Introdução
N
a extensa obra Democracia e Educação, de John Dewey
(1859 – 1952), publicada em 1959, está explicitada
sua Filosofia da Educação, cujo pressuposto
filosófico é o pragmatismo, corrente filosófica que surgiu no século
XX, nos Estados Unidos. Dewey exerceu forte influência no Brasil,
com ideias que inspiraram o movimento escolanovista (1930) e a
formação de professores reflexivos (1970). (SOUZA;MARTINELI,
2009). Alguns traços de suas ideias filosóficas se incorporaram
a documentos da época (manifesto da Escola Nova) e a reformas
educacionais. Distorções de entendimento de suas ideias também
balizaram práticas educacionais da época e preconceitos que ainda
transitam no meio intelectual, envoltos em sua origem e em sua
filosofia pragmatista.
O currículo em Dewey
26
Termo utilizado por Dewey em sua obra Democracia e Educação, que equivale
nos dias de hoje a disciplina.
Ele explica ainda que “por isso não se pode definir a filosofia
tendo-se em vista apenas o objeto de conhecimento”. Por esta razão,
conseguiu-se “mais prontamente uma definição de concepções
como generalidade, totalidade e última causalidade (ultimateness)
encarando-se a atitude para como o mundo que elas denotam”
(DEWEY, 1979, p. 358).Contudo, ele buscou dirimir ainda mais esse
entendimento:
27
Concepções de educação citadas por Dewey: ideias do desdobramento do
interior para o exterior de faculdades latentes, e da formação do exterior para
o interior, entre outras.(DEWEY, 1979, p.82-83).
28
Esclareceu Dewey que o material para o pensamento não são os pensamentos,
e sim as ações, os fatos, os acontecimentos e as relações entre as coisas
(DEWEY, 1979).
O currículo em Rocha
modelo de currículo por objetivos, nos situando que ela era uma intelectual
comprometida com ideaisprogressistas, na tradição de Dewey, e não uma
porta-voz do comportamentalismo (ROCHA, 2008, p.85). Esse destaque nos
levou a pensar que um modelo pode ter diferentes perspectivas e intenções,
mas a forma de implementação dará voz as ênfases que se quer resguardar num
Introdução
O
presente artigo tem por escopo conduzir o leitor
a uma análise sobre como os recursos imagéticos
podem agregar valor ao entendimento e à significação
de conceitos filosóficos que envolvem questões do nosso cotidiano
como: a moral, a empatia, a política e outros.
Como pressupostos teóricos, utilizei as obras A Imaginação
educada, de Northrop Frye, autor canadense formado em Filosofia,
Inglês e Teologia; Invenção dos direitos humanos: uma história, da autora
Lynn Hunt, professora de história europeia na Universidade da
Califórnia; Poetic Justice. The literary imagination and public life, de Martha
Nussbaum, doutora em Filosofia pela Universidade de Harvard em
1972. O trabalho consta ainda de um relato de experiência da autora
desenvolvido na condição de docente de filosofia no ensino médio
sobre o uso da metodologia imagética.
Considerações finais
REFERÊNCIAS
Introdução
O
s direitos são conquistas e acontecem com a
participação e luta das pessoas ao longo da história.
Em um momento da história conquistaram direitos
civis e políticos e em outros direitos econômicos, sociais, culturais,
ambientais e sexuais.
Após o fim da Segunda Guerra Mundial, com o genocídio
imposto pelo nazismo, a discussão mundial sobre os Direitos
Humanos, apontou a criação de mecanismos para que este tipo de
arbitrariedade não acontecesse mais na história da humanidade,
resultando assim, a Declaração Universal dos Direitos Humanos
(1948) e ratificada na Declaração Universal de Direitos Humanos
de Viena (1993). Esses dois documentos trazem uma concepção
que todos os conquistados ao longo da história da humanidade são
universais, e são para todos.
Considerações Finais
BECCARIA, Cesare. Dos Delitos e das Penas. 3 ed. São Paulo: Edijur,
2017.
INTRODUÇÃO
I
nicialmente o que motivou a pesquisa para o presente
artigo, foi o questionamento sobre a possibilidade da
difusão da filosofia para as massas, a democratização do
saber filosófico, pois, há um entendimento bastante disseminado que
a filosofia é um conhecimento erudito e, portanto, é uma atividade
específica de um grupo privilegiado, isto é, o homem simples, da
camada popular, com todas as suas deficiências, não teria acesso a
tal conhecimento. Outro questionamento presente é: Qual o papel
que a escola deve desempenhar na vida do jovem?
Na tentativa de teorizar esses problemas, analisaremos a
concepção de escola apresentada por Althusser, em seguida, seguir a
perspectiva de Antônio Gramsci, pensador marxista, para encontrar
indicações para a solução dessas indagações no cotidiano escolar.
No pensamento de Althusser (1985), a escola aparece como
um aparelho utilizado pelo Estado para se perpetuar as diferenças
Considerações finais
REFERÊNCIAS
INTRODUÇÃO
A
s escolas de Educação Básica em seus aportes
curriculares, de modo geral, apresentam uma prática
de ensino ainda acentuada em um modelo com ênfase
no conteúdo, que, por sua vez, tem pouca articulação mediada à
realidade na qual os estudantes estão inseridos. Esta é uma linha
de ensino no molde tecnicista, o que significa dizer que as práticas
de atividades contidas na proposta curricular são eminentemente
mecanicistas, o que restringe a função dos professores e alunos a
simples receptores e executores de projetos previamente elaborados,
fato que representa um modelo de ensinar sem vínculo com o contexto
sociocultural. Esta realidade corrobora a reprodução de um ensino
de natureza fragmentado, compartimentado, cuja herança reside
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
Introdução
Considerações finais
REFERÊNCIAS
Introdução
O
presente artigo baseia-se numa análise sobre a
crítica que o filósofo norteamericano Richard Rorty
constrói sobre a filosofia de herança platônica,
cartesiana e kantiana, cuja explicação sobre o conhecimento deriva
de uma perspectiva mentalista com base na noção fundacionista
e representacionista do conhecimento. Rorty faz objeções a esta
perspectiva filosófica e discute a necessidade de superação da mesma.
Em sua obra seminal “A Filosofia e o Espelho da Natureza” (1979),
o filósofo critica este modo de fazer filosofia que se consolidou
na tradição ocidental cuja ideia principal de conhecimento esteve
associada à metáfora da mente como um espelho que reflete a
realidade e inspeciona tudo, em busca de uma objetividade derivada
da capacidade da razão de apreender fidedignamente a realidade.
Considerações Finais
REFERÊNCIAS
Introdução
E
ste artigo resulta de uma pesquisa de Iniciação Científica
sobre o signo semiótico na perspectiva filosófica de
Charles Sanders Peirce (1839-1914). O estudo visa realizar
uma investigação sobre o pensamento deste autor para compreender
sua contribuição para a teoria geral dos signos. Trata-se de um
estudo teórico de caráter qualitativo acerca do ‘signo semiótico’
desenvolvido pelo fundador do Pragmatismo.
Ao longo do trabalho serão pontuados elementos básicos
da divisão dos signos. A investigação se concentrará no estudo da
tradição pragmatista e o papel que teve a semiótica de Peirce para
a filosofia contemporânea. Se quer, com isto, resgatar na obra de
Peirce os fundamentos filosóficos que justificam o seu tipo específico
de pragmatismo e a semiótica
Charles Sanders Peirce é conhecido como um filosofo que
deixou um legado importante sobre a Lógica, a Semiótica e Filosofia
Considerações Finais
INTRODUÇÃO
A
metafísica é uma das principais discussões propostas
pelo filósofo estadunidense, considerado uns dos
fundadores do movimento pragmatista Charles
Sanders Peirce (1839-1914). O filósofo pragmatista busca
transformá-la em uma filosofia da ação, distinguindo-a da
metafísica clássica. Sabe-se que a metafísica é um termo criado no
século I a.c. por Andronico de Rodes, para classificar as obras de
Aristóteles. Posteriormente, utilizada para referir-se aos estudos
e conhecimentos que transcendem o mundo sensível (ARANHA;
PIRES, 2009). A metafísica de Peirce, pode se dizer que trata da
atividade cognitiva do ser humano cujo conhecimento pode tornar-
se mais sistemático, seguro e eficaz, proporcionador de uma
educação voltada para o pensamento.
Este estudo tem por finalidade os seguintes objetivos: realizar
um estudo sobre o pensamento de Charles Sanders Peirce e sua
O que é pragmatismo?
Considerações Finais
REFERÊNCIAS
346
Contemporânea na PUC - Minas Gerais - (1996); Mestrado em
Educação pela Universidade Federal do Piauí (2002) e Doutorado em
Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais (2012). Concluiu
Pós-Doutorado em Filosofia - Epistemologia Contemporânea, na
Universidade de Navarra - Espanha (2016/17). Atualmente é professora
Associada, da Universidade Federal do Piauí, lotada no Departamento
de Fundamentos da Educação DEFE/CCE. Leciona na Graduação
e na Pós-Graduação no PPGFIL - Programa de Pós-Graduação em
Filosofia da UFPI e no Programa de Mestrado Profissional - PROF-
FILO. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Filosofia
Contemporânea, Filosofia da Educação, Epistemologia, Pragmatismo
e Ensino de Filosofia. E-mail: magaledna@yahoo.com.br
348
Loise Ana de Lima
Licenciada em Filosofia, pela Universidade Federal do Piauí
(UFPI); Especialista em TEORIA DO CONHECIMENTO, pela UFPI;
Especialista em ADMINISTRAÇÃO E SUPERVISÃO ESCOLAR, pela
Universidade Vale do Acaraú-CE; Mestre em Filosofia (PROF-FILO/
UFPI). Professora da Secretaria Estadual de Educação do Piauí desde
2001, onde exerço a função de Técnica de Ensino e Aprendizagem
da 4 GRE (Gerência Regional de Educação); Professora de Filosofia
do Instituto Dom Barreto, desde 2008; Professora de Filosofia no
CEV Colégio, desde 2015; Trabalhei como Tutora à distância da
Universidade Aberta do Piauí (UAPI), de 2010 a 2014. Professora do
período especial da UESPI, de 1999 a 2003.
350
Raylane Virginia Venâncio Ferreira Lima
Estudante de Graduação do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia
da Universidade Federal do Piauí. Atualmente é pesquisadora do
Programa de Iniciação Científica e membro do PIBID, com bolsa da
CAPES. É membro do Núcleo de Estudos em Filosofia da Educação e
Pragmatismo da UFPI (NEFEP).
Susana de Castro
Susana de Castro possui graduação em Filosofia pela Universidade
Federal do Rio de Janeiro (1993), mestrado em Filosofia pela
Universidade Federal do Rio de Janeiro (1995), doutorado em
Filosofia - Ludwig Maximilian Universität München (2003) e
pós-doutorado em filosofia na CUNY Graduate Center (2015).
Atualmente é professora Associada do Departamento de filosofia
e do programa em pós-graduação em filosofia (PPGF) da UFRJ.
Tem experiência na área de Filosofia, atuando principalmente com
os seguintes temas: metafísica antiga (esp. Aristóteles), filosofia
da educação, neopragmatismo, estudos de gênero. Coordena o
laboratório Antígona de Filosofia e Gênero. Coordena o projeto
de pesquisa de extensão “identidade nacional e decolonialidades”.
Autora dos livros Filosofia e Gênero (2014), Ontologia (2008), As
mulheres das tragédias gregas: poderosas? (2011), entre outros livros
e capítulos de livros.