Você está na página 1de 4

Perfil Epistemológico de alunos do Ensino Médio como proposta para iniciar ensino-

aprendizagem de ciências.

Quem acredita que um penedo caia com a mesma rapidez que um botão de
camisa ou que um seixo da praia?

«Antônio Gedeão, Físico, historiador e divulgador da Ciência, também foi poeta. Nem


todos os livros estão interessados em expor a evolução das idéias, tal como ocorreram
na História das Ciências. » Assim, muitos estudantes acabam nem sequer recebendo
a informação de que a concepção alternativa sobre a queda de corpos era defendida
pela maioria dos cientistas anteriores ou contemporâneos de Galileu. Mais grave
ainda, e infelizmente comum, é o ensino que possibilita aprendizagem de
pensamentos que são inconsistentes entre si como, por exemplo, a assimilação de
que na ciência corpos «leves» e «pesados» quando soltos de uma mesma altura caem
juntos, mas no cotidiano, ou seja, na prática, não é isso o que acontece, inserindo a
teoria científica em um patamar imaginário acessível apenas a alguns poucos
privilegiados e não se constituindo como algo real.

Dessa forma, as poesias podem tornar-se potentes materiais para o processo de


ensino-aprendizagem demonstrando possibilidades de boas relações com o Ensino de
Ciências.

A interdisciplinaridade em sala de aula é também sugerida em

«Poesia na Aula de Ciências?», artigo escrito por Ildeo de Castro Moreira, pesquisador


na UFRJ. O artigo discorre sobre como Ciências e Literatura podem formar um belo
dueto para tornar mais interessante a interação entre ambas. Para o autor, «ciência e
poesia pertencem à mesma busca imaginativa humana, embora ligadas a domínios
diferentes de conhecimento e valor».

Na mesma linha de trabalho, JÚDICE e DUTRA promoveram teatro com alunos


de

1 série do Ensino Médio. Por exemplo, Darwin, por razões religiosas, não podia expor


suas descobertas sobre evolução, o que provocava nele
angústias, vômitos, sentimentos aparentemente sem nenhuma causa explícita. Além
disso, para entender por que as teorias desses cientistas abalavam tanto «a
Igreja», estudantes terão que compreender tanto as crenças religiosas como os
paradigmas científicos, podendo ser criados profundos debates. As estórias em
quadrinhos unem aprendizagem com o lúdico ao caricaturar personagens falando
sobre suas teorias .

Esta ferramenta de ensino também investe na percepção visual, imprescindível para


aprendizagem de muitos indivíduos. Com certa dose de criatividade, as estórias em
quadrinhos que envolvem cientistas como personagens podem ser criadas pelos
próprios professores .

Federal da Bahia, que mostra em artigo «Como trabalhar com TIRINHAS nas aulas de
Física», «uma nova forma de interação com os alunos que podem auxiliar o professor
a melhor incentivar os»Os grupos já são divididos no início do ano e logo após
escolherem o cientista a ser representado iniciava o processo de pesquisa
biográfica. «alunos para discutir Ciência em sala de aula». Por serem curtas, podem
servir como rápidas ilustrações para iniciar raciocínios mais complexos ou para
terminar a aula como atividade para ser pensada em casa. Para Pena, tirinhas é «um
conjunto de histórias em quadrinhos que aborda diversos temas, e que tem o objetivo
de motivar o aluno a estudar e aumentar o interesse dos estudantes pela Ciência» .

Sul; trabalhando na inserção de conteúdos de Física Moderna e Contemporânea


no Ensino de Nível

Médio e na Formação de Professores, a pesquisadora propõe o uso de um pôster com


definições e figuras em sala de aula. Este trabalho aproxima-se dos «mapas
conceituais» utilizados por alguns professores para organizar o conteúdo a ser
ensinado. São como árvores genealógicas, dispostas em forma de setas que indicam
relação, seqüência, conseqüência, causa etc. São importantes para visualizar
melhor, idéias principais de autores principalmente quando demasiadamente
complexos e abstratos. Já Andréia Guerra, José Cláudio Reis e Marco Braga, do
Grupo Teknê, relatam uma estratégia de trabalho realmente inovadora, realizada em
Escola no Rio de Janeiro.

Através da simulação de um «Julgamento», estudantes passaram a analisar materiais


que envolviam a história da ciência e a biografia de certos cientistas. Esse projeto
tinha o propósito de «... impulsionar os alunos»Essa experiência de ensino
envolveu, até o presente momento, estagiários da disciplina Prática de Ensino de
Física e escolas da rede pública e privada de Porto Alegre, levando a quase
seiscentos estudantes de ensino médio temas atuais de física. « Esse projeto
envolveu »...preparação de textos e materiais didáticos...« além de elaboração de
»...um pôster colorido sobre partículas elementares e interações fundamentais«. 6 a
estudarem o nascimento da Ciência moderna fora do espaço de sala de aula».

também, em proposta inédita, trabalha método diferenciado com alunos de Física I da


UFJF, obtendo resultados animadores quando comparados com métodos
convencionais. Na disciplina de Física I a turma se reunia em duas seções de 2 h por
semana, num total de 4 h semanais e 68 h em todo o semestre. Em nosso
método, cada aula de 2 h foram divididas em duas partes de uma hora. Na primeira
hora o professor lecionava uma aula expositiva e na segunda hora os alunos se
reuniam em grupos de 3 a 5 pessoas e trabalhavam em atividades relacionadas à aula
expositiva.

A aula expositiva incluía componentes que promoviam a participação ativa e a reflexão


por parte dos estudantes. Nas atividades em grupo, os conceitos foram trabalhados e
os alunos praticaram a expressão verbal de idéias científicas. A técnica de IP foi
introduzida em Física por Eric Mazur. IP um Teste Conceitual é apresentado aos
alunos após 15 a 20 min de aula.

Se a maioria dos alunos escolhe o item correto, isso indica uma boa compreensão da
turma. O professor então resolve rapidamente o problema e dá continuidade à aula
expositiva. Freqüentemente, somente cerca de metade da turma «..., os alunos foram
divididos em três grupos. Como os advogados seriam destinados a construir uma
história lógica para defender a tese do grupo, foi lhes solicitado que estudassem um
pouco da vida e dos argumentos construídos para cada testemunha. »

Nestes casos a interação entre os estudantes torna-se importante, pois o professor


instrui os alunos a convencerem um colega de que sua resposta é a correta. Após a
discussão, a questão é votada novamente, e em geral o número de respostas corretas
aumenta dramaticamente, mostrando que estudantes podem se engajar
eficientemente em instrução por pares. FREIRE JUNIOR, MATOS FILHO e VALLE
propõem inserção de fatos históricos no ensino de ciências e mostram um exemplo de
utilização da Proposição IV do Livro III, dos Princípios Matemáticos da Filosofia
Natural, de Isaac Newton, para a construção da idéia de força gravitacional.

Ciência, analisam estudos em Laboratório Didático usando como referencial teórico a


epistemologia de Thomas Khun. Já Eduardo de Campos Valadares, em VALADARES
procura resgatar o trabalho em laboratório didático como fonte de motivações de
estudantes.

Olival Freire Junior, Manoel Matos Filho e Adriano Lucciola do Valle são do


Instituto de Física da Universidade

Num primeiro estágio os participantes realizam projetos simples, visando adquirir


habilidades manuais e uma base prática de como resolver problemas específicos
utilizando ferramentas de uso doméstico e materiais encontrados em toda
parte. Temos testado nossa metodologia em escolas públicas e privadas, centros de
criatividade e na própria UFMG, abrangendo crianças na faixa de 6 a 12
anos, adolescentes e adultos, incluindo professores do ensino médio e
fundamental, com excelentes resultados. NASCIMENTO e COSTA sugerem
Museus, Parques, Zoológicos, como importantes ambientes para divulgação das
Ciências. Também analisam Museus de Ciências como ambientes de atividades
científicas, as pesquisadoras KRAPAS, REBELLO , MARANDINO , BORGES et al.

Os alunos podem centrar-se nos aspectos positivos da analogia e desvalorizar as suas


limitações. Outros sugeriram inserção de referenciais que lidam com aspectos
emotivos da personalidade humana, como a psicanálise . Pouco tempo depois, neste
contexto, em outro artigo, LABURÚ, ARRUDA e NARDI, propuseram uma Metodologia
de Ensino, no qual métodos variados de ensino poderiam ser usados em sala de aula
tendo em vista os aspectos diferenciados de cada situação escolar. Este trabalho é
uma continuidade de outro através do qual muita reflexão foi feita – LABURÚ e
CARVALHO, 2001.

Contudo, há inúmeras pesquisas que continuam demonstrando o forte instrumental


desenvolvido pelo construtivismo para o Ensino de Ciências. Para
exemplificar, citamos o recente artigo de GOUVEIA e VALADARES que pretende
mostrar como um «ambiente construtivista permite uma melhor aprendizagem de
conceitos relacionados com o tema ácido-base». Trabalhando sob o nome de Perfil
Conceitual, afirma que as concepções alternativas permanecem na estrutura mental
das pessoas, não sendo abandonadas, como sugeriam as estratégias baseadas na
Mudança Conceitual. Para exemplificar, mostramos o Perfil Epistemológico de alunos
de uma escola de ensino médio de Dourados sobre o conceito de vida.

Seqüência1 qualidade religião ciência outros de vida

Estes patamares são conhecidos como status do conceito analisado. São 5 alunos e 9


citações ao todo. O Perfil Epistemológico é útil para avaliação da visão de mundo
implícita em alunos em processo de aprendizagem. Perfil com grande status com
relação às ciências e pouco com relação a todas as outras alternativas.

Você também pode gostar