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Juventude e Perspectivas de
Futuro: A Orientação
Profissional no Programa
Primeiro Emprego
Youth and the Perspectives of Future: The Professional Guidance in
the First Job Program

Juventud y Perspectivas de Futuro: La Orientación Profesional en el


Programa Primer Empleo

Nadia Rocha Veriguine, Cláudia


Basso & Dulce Helena Penna Soares

Universidade Federal de
Santa Catarina

http://dx.doi.org/10.1590/1982 - 370000902013
Artigo

PSICOLOGIA:CIÊNCIA E PROFISSÃO,2014, 34(4), 1032-1044


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Resumo: Este artigo relata a experiência de Orientação Profissional realizada a partir dos pres-
supostos da Psicologia Sócio-Histórica junto a um grupo de quinze jovens com idades entre de-
zoito e vinte e quatro anos, pertencentes ao Programa Primeiro Emprego de uma empresa de
economia mista, do estado de Santa Catarina. A intervenção objetivou compreender o processo
de escolha ocupacional/profissional de jovens em situação de vulnerabilidade social, contribuindo
para a ampliação do rol de perspectivas futuras de trabalho (e dos modos de vida) desses
jovens. Foram realizadas três oficinas de quatro horas de duração e uma entrevista integrativa
individual. A partir das reflexões propostas, alguns participantes teceram projetos relacionados
a continuar os estudos com cursos técnicos e/ou universitários, outros buscaram mais informações
sobre possibilidades imediatas de emprego e renda e um grupo específico evidenciou o impacto
da realidade social em que vive ao manifestar o desejo de evitar um futuro de fome, violências,
mortes e guerras. A realização do trabalho com esse público de uma realidade socioeconômica
desfavorecida e em um contexto de política pública evidencia a amplitude de possibilidades de
intervenção e de pesquisa possíveis a orientação profissional sob uma perspectiva social.
Palavras-chave: Psicologia sócio-histórica. Adolescentes. Orientação vocacional. Políticas públicas.

Abstract: This paper reports the Professional Guidance experience undertaken from presumptions
of the Socio-Historical Psychology in a group comprising fifteen youngster ranging from eighteen
to twenty-four years old, participating in the First Job Program of a state-controlled company of
the state of Santa Catarina. The intervention aimed at understanding the process of
occupation/professional choice of youngsters under social vulnerability condition, contributing
to expand the roll of future work perspectives (and of ways of life) of those youngsters. Three
workshops were undertaken with four hours each, along with an individual integrative interview.
Some participants prepared projects, from the proposed reflections, related to continuing studies
with vocation and or university courses, others sought for more information on immediate pos-
sibilities of employment and income, and one specific group evidenced the impact of its social
reality by manifesting the will of avoiding a future with hunger, violence, deaths, and wars. The
undertaking of this work with this public from an non-favored socio-economic reality within a
public policy context evidences the broadness of intervention possibilities and research that are
possible for Professional Guidance under a social viewpoint.
Keywords: Socio-Historical Psychology. Adolescent. Vocational guidance. Public policies.

Resumen: Ese artículo relata la experiencia de Orientación Profesional realizada a partir de los presu-
puestos de la Psicología Socio-Histórica junto a un grupo de quince jóvenes con edades entre
dieciocho y veinticuatro años, pertenecientes al Programa Primer Empleo de una empresa de
economía mixta, del estado de Santa Catarina. La intervención objetivó comprender el proceso de
elección ocupacional/profesional de jóvenes en situación de vulnerabilidad social, contribuyendo
para la ampliación del rol de perspectivas futuras de trabajo (y de los modos de vida) de esos jóvenes.
Fueron realizados tres talleres de cuatro horas de duración y una entrevista integrativa individual. A
partir de las reflexiones propuestas, algunos participantes tejieron proyectos relacionados a continuar
los estudios con cursos técnicos y/o universitarios, otros buscaron más informaciones sobre posibilidades
inmediatas de empleo y renta y un grupo específico evidenció el impacto de la realidad social en que
vive al manifestar el deseo de evitar un futuro de hambre, violencias, muertes y guerras. La realización
del trabajo con ese público de una realidad socioeconómica desfavorecida y en un contexto de
política pública evidencia la amplitud de posibilidades de intervención y de pesquisa posibles la
Orientación Profesional bajo una perspectiva social.
Palabras-Clave: Psicología socio-histórica. Adolescentes. Orientación profesional. Políticas públicas.

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Este artigo tem como objetivo relatar a ex- mento telefônico, recebimento e envio de
periência de Orientação Profissional reali- correspondência, realização de fotocópias e
zada a partir dos pressupostos da Psicologia manutenção de equipamentos, para aqueles
Sócio-Histórica (Bock & Aguiar, 1995; Aguiar, que possuíam alguma formação técnica. A
Bock, & Ozella, 2001; Bock, 2002; Bock, jornada de trabalho era de quatro horas diá-
2010), junto a um grupo de quinze jovens rias, realizadas no período oposto ao da for-
com idades entre dezoito e vinte e quatro mação escolar, quando esta ainda estava em
anos, pertencentes ao Programa Primeiro andamento e jovens recebiam uma bolsa au-
Emprego de uma empresa de economia xílio. Visando ao treinamento do trabalho a
mista, do estado de Santa Catarina. As ofici- ser executado e o aprendizado para a inser-
nas de Orientação Profissional foram reali- ção no mercado de trabalho, ao longo do
zadas nas dependências da própria empresa, período em que os jovens permaneceram na
a qual, por meio da organização não gover- empresa, realizaram os seguintes módulos de
namental responsável pelo acompanha- formação: ética e cidadania, higiene e saúde,
mento desses jovens, buscou a ajuda das segurança no trabalho, desenvolvimento de
pesquisadoras. equipe, português básico, primeiros socor-
ros, planejamento familiar e orientação pro-
A empresa em questão possui o projeto Pre- fissional, os quais foram ministrados pelas
paração Profissional que tem como objetivo autoras deste artigo.
facilitar o ingresso de jovens no mercado de
trabalho, qualificando profissionalmente O principal objetivo das oficinas de Orientação
esses jovens em rotinas administrativas co- Profissional foi compreender o processo de
muns na área empresarial. Esse projeto in- escolha profissional desses jovens em situação
corporou o Programa Primeiro Emprego, no de vulnerabilidade social, muitos oriundos
qual os jovens permanecem na empresa du- das comunidades mais carentes socioeco-
rante um ano, adquirindo experiência e re- nomicamente da cidade de Florianópolis e
cebendo capacitação profissional. Ao com ensino médio incompleto, contribuindo
término do prazo de contrato, os jovens para a ampliação do rol de perspectivas
eram encaminhados para o desligamento da futuras de trabalho (e dos modos de vida)
empresa. Diante dessa realidade, as coorde- desses jovens. Além disso, foram objetivos
nadoras do projeto apresentaram preocupa- específicos: proporcionar aos participantes
ção a respeito das possibilidades futuras de um momento de reflexão acerca de si mesmo
estudo e trabalho desses jovens e, por isso, (autoconhecimento); estimular a criação de
solicitaram às pesquisadoras um trabalho de um projeto de futuro profissional e pessoal;
orientação profissional, em período anterior elevar a estima pessoal, por meio da per-
ao desligamento da empresa. cepção dos aspectos positivos de si mesmo;
disponibilizar informação profissional; auxiliar
Para participarem do programa da empresa, a refletir sobre o mercado de trabalho e
esses jovens passaram por um processo sele- sobre as possibilidades ocupacionais/profis-
tivo com os seguintes critérios: ter renda per sionais e elaborar o luto referente ao desli-
capita familiar de até meio salário mínimo, gamento da empresa em questão (Veriguine,
não ter nenhuma experiência de trabalho Basso, & Soares, 2008).
formal, ter completado ou estar cursando o
ensino médio, fundamental ou cursos de Para a realização das oficinas, partiu-se de
educação de jovens e adultos. As atividades uma concepção social da juventude, que
de trabalho realizadas consistiam no atendi- fosse condizente com o referencial teórico

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da Psicologia Sócio-Histórica. A partir dessa seu aspecto transformador e por permitir ao


visão, a juventude é percebida como uma homem realizar modificações na realidade,
condição provisória e transitória, não sendo operando alterações sobre si mesmo e sobre
possível sua homogeneidade, mas, sim, a o ambiente. O trabalho tem grande impor-
compreensão de diferentes juventudes tância na sociedade, visto que é necessário
(Abramo, 1994). Ou seja, quando se tem à sobrevivência e ao consumo. O trabalho
como foco a questão da juventude é preciso também é um espaço de socialização, de
considerar a diversidade social, econômica e aprendizagem e construção da identidade
cultural, sendo impossível generalizar e afir- pessoal, grupal e profissional, possibilitando
mar que todos os jovens se comportem do a inclusão social (Navarro & Padilha, 2007).
mesmo jeito ou seguem o mesmo caminho
(Martins, 2002; Alvim, Ferreira Júnior, & Devido em grande parte ao processo de
Queiroz, 2004). reestruturação produtiva, o mundo do traba-
lho vem atravessando alterações substanciais
O conceito de juventude resume uma cate- que repercutem na identidade e nos modos
goria sociológica, que constitui um processo de ser da classe trabalhadora (Coutinho, Kra-
sociocultural, demarcado pela preparação wuski, & Soares, 2007). Os jovens não cons-
dos indivíduos para assumirem o papel de tituem exceção e também são afetados,
adulto na sociedade, nos planos familiar e especialmente por dificuldades no processo
profissional (Ramos, Pereira, & Rocha, 2006). de inserção e permanência profissional. Se-
No Brasil, a juventude é compreendida entre gundo o Ministério do Trabalho e Emprego
16 e 29 anos, conforme a PEC1 da Juven- (2010), na década atual, a taxa de desem-
tude, aprovada pelo Congresso em setembro prego da população adulta diminuiu leve-
de 2010. De acordo com a Assembleia Geral mente, mas o desemprego dos jovens
das Nações Unidas, a OIJ (Organização aumentou, impedindo uma queda da taxa
Ibero-Americana da Juventude, 1994) e a geral de desemprego.
Organização Internacional da Juventude, a
juventude é compreendida entre 15 e 24 Embora alguns estudos, principalmente os
anos. Não há um consenso em relação à que se baseiam na visão naturalizante e uni-
faixa etária, podendo variar em cada país. versal da juventude, considerem que temas
De modo geral, é normalmente no período como o consumo e o lazer sejam as princi-
da juventude que o indivíduo inicia seu pais áreas de interesse do público juvenil,
questionamento sobre quem ser e o que pesquisas com jovens brasileiros têm mos-
fazer no mundo, refletindo sobre sua escolha trado que a maior preocupação destes, em
profissional e seu projeto de vida. especial os de classes populares, tem sido a
possibilidade de trabalho (Martins, 2002;
Trabalho, juventude e políticas Guimarães, 2004). Identificar-se como “tra-
públicas balhador” é ainda um valor básico na socie-
dade brasileira, sendo que “trabalhador” é
Dentro da perspectiva da Psicologia Social, no imaginário popular juvenil o que distin-
o trabalho é concebido como condição in- gue o “cidadão” do “marginal”. Por essa
dispensável à produção da vida humana, in- razão, para muitos jovens, o trabalho pode
dissociável e essencial ao sujeito. Ele é uma ser “espaço vital de aprendizado, de sociali-
atividade humana que tem como finalidade zação, de afirmação da identidade do
1
Proposta de
Emenda à
a produção de algo útil, capaz de suprir ne- jovem, inclusive de práticas sociais potencial-
Constituição 42/08. cessidades (Marx, 1985). Caracteriza-se por mente libertadoras” (Leite, 2003, p. 156).

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Dessa forma, devido à necessidade de traba- criado o Programa Nacional de Estímulo ao


lhar para contribuir no sustento da família, Primeiro Emprego para os Jovens (PNPE)
as trajetórias mais comuns entre jovens de com o objetivo de proporcionar uma pri-
classes populares costumam implicar no meira chance de trabalho para os jovens sem
abandono precoce da escola, sendo que, em experiência e com dificuldades de acesso ao
muitas vezes, os reais anos de passagem pela emprego. Seu público-alvo são jovens de
instituição escolar não correspondem ao ambos os sexos, com idades entre dezesseis
grau de instrução conseguido efetivamente. e vinte e quatro anos, sem passagem anterior
Embora o diploma de conclusão dos níveis pelo mercado de trabalho, ou com passagens
formais de educação possa possibilitar me- inferiores há três meses. E sua prioridade de
lhores ocupações assinadas na carteira de acesso são jovens provenientes de famílias
trabalho, a sobrevivência é mais forte e in- de baixa renda, egressos do sistema penal
cide sobre o jovem de classe popular, le- (jovens infratores) e/ou portadores de defi-
vando-o a ingressar o quanto antes no ciência. As ações do PNPE são dirigidas à
mercado de trabalho (French, 2004). promoção da inserção de jovens no mercado
de trabalho, oferecendo qualificação profis-
Diante do reconhecimento de que os jovens sional, bem como incentivando a escolariza-
são atores sociais, é importante desenvolver ção e inclusão social e fortalecendo a
novos paradigmas sobre o trabalho juvenil: participação da sociedade no processo de
“não se trata mais de trabalho como ate- formulação de políticas e ações de geração
nuante da pobreza ou alternativa à margina- de trabalho e renda.
lidade e à exclusão. Trata-se do trabalho
como direito e um componente essencial da Orientação e escolha
formação do jovem, como indivíduo e cida- profissional na concepção
dão” (Leite, 2003, p.157). sócio-histórica

Nessa direção, o governo federal e alguns go- Muitas são as abordagens utilizadas na
vernos estaduais têm procurado desenvolver orientação profissional atualmente no Bra-
diversos programas e políticas públicas para sil. Por se tratar das bases da metodologia
o público juvenil, principalmente no que empregada na experiência em questão,
tange à educação e ao emprego. Por política aqui será discutida apenas a abordagem
pública pode-se compreender orientações sócio-histórica.
para a formulação, implementação e avalia-
ção de ações públicas, relacionadas ao Es- Nessa abordagem, o homem e sua subjetivi-
tado e à sociedade civil, tanto na prestação dade são considerados como históricos, em
de serviços quanto na dimensão ético-polí- função de apresentar características forjadas
tica dos projetos (Sposito & Carrano, 2003). pelo tempo, pela sociedade e pelas relações.
A relação indivíduo/sociedade é vista como
Em 2004, o governo federal criou o Depar- uma relação dialética, na qual o homem se
tamento de Políticas de Trabalho e Emprego constrói ao construir a sua realidade e vice-
para a Juventude com o objetivo de atuar na versa (Ozella, 2003). Contrapondo à
promoção de mais e melhores oportunida- concepção liberal de homem individual,
des de trabalho, emprego e geração de racional e natural, a abordagem sócio-histó-
renda para esse segmento. A partir das Leis rica afirma que não existe natureza eterna e
nº 10.748/2003 e nº 10.940/2004, regula- universal. Em lugar disso, há a condição
mentadas pelo Decreto nº 5.199/2004 foi humana, na qual o homem é um ser ativo,

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social e histórico, que se constrói historica- Nessa direção, Soares (2002) afirma que a
mente por meio das relações sociais. Ou escolha profissional é uma opção, uma ten-
seja, não só as condições de dado momento dência, uma decisão que o indivíduo faz ao
histórico afetam a concepção da subjetivi- eleger uma entre as diversas situações que
dade, assim como o homem age alterando a lhe são apresentadas. Essa escolha apresenta
realidade material, subjetiva e coletiva. A sempre um caráter valorativo, pois o indiví-
construção da realidade ocorre por meio da duo inclina-se para os aspectos que lhe são
ação do homem sobre ela, sendo que a sub- mais favoráveis em determinado período de
jetividade reflete as condições sociais, tempo e em determinadas situações. Não há
econômicas, culturais e políticas de uma a melhor escolha, mas aquela que é possível
sociedade situada geográfica e historica- no momento e contexto presentes.
mente e que está em um constante processo
de atualização. Isso não quer dizer que o meio do qual o in-
divíduo faz parte vá definir mecanicamente
Dentro dessa visão, a escolha profissional é seu modo de ser e de atuar no mundo, pois
realizada a partir das condições sociais, his- não se pode predizer especificamente o
tóricas e econômicas e da realidade na qual papel da interação do sujeito com a sociedade
o sujeito está inserido (Aguiar, Bock, & (Bock, 2002). O contexto serve como “mol-
Ozella, 2001). Quando uma pessoa pensa dura” para as escolhas, sendo levados em
no futuro, ela nunca o faz de forma desper- conta na construção dos projetos profissionais
sonificada. Ao escolher uma forma de se tanto aspectos individuais como sociais.
envolver no mundo do trabalho bem como
a atividade que vai desenvolver, a pessoa O meio social delimita ao sujeito possibili-
mobiliza imagens que adquiriu durante sua dades e impossibilidades em suas escolhas.
vida (Bock, 2002). Ele serve como matéria-prima para a “obra
de arte” da escolha, a qual só pode ser rea-
Além disso, o próprio significado que o jo- lizada pelo sujeito. Dessa matéria-prima fa-
vem atribui a uma determinada ocupação zem parte as variáveis psicológicas indivi-
não é estável e imutável. Ao contrário, será duais, familiares, políticas, econômicas,
construído e reconstruído constantemente sociais e educacionais (Affonso & Sposito,
ao longo de toda a vida, a partir do rol de 2005; Soares, 2002).
experiências vivenciadas e da interpretação
dessas experiências. Nas palavras de Martins Contudo, como personagem de sua própria
(2007, p. 321): história, construída e reconstruída por ele
próprio, o sujeito mantém certa margem de
O universo de possibilidades no qual o liberdade de escolha, desde que se com-
sujeito exerce suas escolhas é delimi- preenda essa liberdade como situada, en-
tado historicamente pela forma como quadrada no real e condicionada ao
ele compreende a realidade, definido contexto (Soares, 2002). Por mais que o
nesse sentido, o escopo das alternativas meio lhe limite a margem de opções, sempre
que lhe são apresentadas à consciência. haverá a possibilidade de refletir sobre o que
A realidade que surge diante de seus está lhe acontecendo, bem como de se po-
olhos não está lá desde sempre, mas se sicionar diante desses fatos. As escolhas pro-
desvela diante dele a cada passo, cons- fissionais e ocupacionais não são realizadas
tituindo essa realidade e determinando “nem como exercício de uma razão desen-
o conjunto de alternativas carnada nem como expressão livre de dese-

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jos” (Martins, 2007, p. 321). Elas são elabo- O trabalho foi coordenado por duas psicólo-
radas na relação dialética entre sujeito e rea- gas especializadas em Orientação Profissio-
lidade material e ocorrem em um mundo de nal, tendo uma aluna do curso de Psicologia
relações preexistentes. como assistente e observadora. Foram reali-
zadas três oficinas de Orientação Profissional
Dessa forma, a orientação profissional cons- de quatro horas de duração cada, totali-
titui-se em algo mais do que um momento zando doze horas de trabalho em grupo,
para a descoberta da profissão a seguir. Ela é além de seis horas de atividades individuais
um processo relacionado ao projeto de fu- compostas por entrevistas integrativas, reali-
turo do indivíduo, emergindo conflitos, este- zadas ao final do processo. A escolha pela
reótipos e preconceitos que foram se quantidade de horas de trabalho se deu de-
construindo mediante a relação com o outro vido à própria disponibilidade dos jovens, os
e que devem ser trabalhados durante o pro- quais cumprem quatro horas de trabalho
cesso (Bock & Aguiar, 1995). diariamente. Somando-se as horas de traba-
lho em grupo e as entrevistas, todo o traba-
A partir dessas considerações e pensando a lho foi desenvolvido em vinte horas. As
atuação do orientador profissional sob o en- entrevistas individuais tiveram por objetivo
foque sócio-histórico, é possível rever os es- realizar um fechamento do processo e apro-
paços de atuação tradicionais, tais como a fundar a discussão com cada jovem a res-
aplicação de testes vocacionais e o trabalho peito de seu projeto de futuro profissional, o
com jovens pré-vestibulandos das classes que, segundo Bock (2010), deve ser o fio
média e alta. O orientador profissional pode condutor e o objetivo final de todo processo
atuar em novas frentes de trabalho, antes de Orientação Profissional na abordagem
pouco exploradas, tais como a experiência sócio-histórica.
relatada aqui.
O primeiro encontro teve como objetivos:
Elaborando um projeto de apresentar as coordenadas e a proposta de
futuro com os jovens trabalho ao grupo; promover integração no
grupo - Técnica da Teia Grupal (Soares,
A metodologia do trabalho baseou-se no re- 2010); oportunizar a expressão dos senti-
ferencial teórico e prático da Orientação mentos em relação ao momento de término
Profissional desenvolvido por Soares (2002) do vínculo com o projeto (Técnica dos Car-
e Soares-Luchiari (1993) e seguiu os pressu- tões Coloridos) e viabilizar a apresentação
postos da Psicologia Sócio-Histórica (Bock & das expectativas do grupo em relação ao fu-
Aguiar, 1995; Aguiar, Bock, & Ozella, 2001, turo - Técnica do Cartaz – Integração do
Bock, 2002; Bock, 2010). A abordagem gru- Tempo (Soares-Lucchiari, 1993).
pal foi eleita como a mais adequada para o
contexto das oficinas. De acordo com Soares Esse momento inicial proporcionou maior
e Krawulski (2010), essa modalidade inclui conhecimento e intimidade entre os jovens,
procedimentos de dinâmicas de grupo que ao passo que foram revelados elementos
devem ser adaptados à realidade em questão pessoais como “gostar ou não do nome” e
de acordo com os objetivos, sendo que o “origem do nome”, o que não é comumente
coordenador deve avaliar previamente se há conversado nesse público. Por meio da téc-
espaço suficiente para o número de partici- nica do cartaz emergiram conteúdos sobre o
pantes, tempo disponível para a realização futuro e as coordenadoras teceram questio-
das atividades e materiais necessários. namentos sobre a necessidade ou não de

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planejamento para se alcançar os objetivos O segundo encontro objetivou proporcionar


que se têm. Pelos discursos foi percebido autoconhecimento e identificação com ou-
que os jovens tendem a uma postura de rea- tros integrantes do grupo - Sociometria Gru-
tividade em relação ao futuro, ou seja, pal (Soares, 2010); oportunizar uma reflexão
preferem reagir aos fatos a planejar e estru- acerca das profissões de seus familiares (Ma-
turar um caminho. Ao mesmo tempo, peamento das Profissões da família); discutir
demonstraram o desejo de assumir posições os sentimentos de cada um sobre as profis-
e posturas diferentes das até então vivencia- sões encontradas na família e oportunizar o
das, na busca de “ser melhor” que seus pais acesso à informação profissional de forma in-
e de construir um futuro diferente da reali- terativa e lúdica - Profissiogame (Soares &
dade familiar. Oliveira Neto, 2003).

Ao completarem a frase “no meu futuro As atividades iniciais descontraíram o


eu quero...”, muitos jovens enfatizaram o grupo e proporcionaram uma troca de in-
desejo de ter um bom emprego e modifi- formações acerca das características e vi-
car as condições socioeconômicas. vências pessoais, gerando identificação e
Algumas falas representam bem esse aproximação entre os integrantes do
desejo, como exemplo: “Estudar e traba- grupo. A atividade do mapeamento das
lhar para ter um futuro melhor” (O, sexo profissões da família foi adaptada a partir
masculino, 18 anos); “Ter condição de da técnica do genoprofissiograma (Soares,
vida” (I, sexo masculino, 20 anos); e 1997) e consistiu em um momento de
“Dinheiro e saúde andam juntas, sem maior ansiedade para o grupo. Refletir
saúde não tem dinheiro (não se pode tra- sobre a história de trabalho e estudo da fa-
balhar), e sem dinheiro não se faz nada, mília fez com que os jovens entrassem em
não se vive” (A, sexo feminino, 19 anos). contato com o sofrimento psíquico e so-
cial gerado pelas condições de vida que
Outra temática que surgiu durante a técnica atravessam e, alguns, por essa razão apre-
do cartaz foi a necessidade de manter rela- sentaram dificuldade em realizar o exercí-
ções de apoio, carinho e reconhecimento, as cio proposto. As coordenadoras buscaram
quais são fundamentais para o desenvolvi- acolher esses participantes por meio do
mento da estima e confiança pessoal, como convite à expressão de sentimentos, mas
podemos perceber em tais falas: “Ter sempre aqueles que não quiseram tiveram a
pessoas que possam estar me orientando a opção de não falar.
fazer coisas boas” (M, sexo masculino, 19
anos) e “ Paz, amor e muita paixão” (L, sexo Por outro lado, outros integrantes expressa-
feminino, 18 anos). ram a satisfação em reconhecer que chega-
ram a um nível de escolarização superior a
Um grupo específico de jovens evidenciou de seus pais e que isso poderia lhes propor-
em seus cartazes e falas a dura realidade em cionar um trabalho e uma condição de vida
que vivem, ao representarem cenas de melhor e, um participante, ao completar o
morte, armas e conflitos. Por outro lado, ex- exercício decidiu por seguir os passos de seu
pressaram o desejo de não quererem para o pai e de avô, tornando-se motorista de ôni-
futuro situações de fome e violência. No fu- bus. Outra participante identificou que, em
turo, eu quero: “Viver num lugar de paz” (K, sua família, as mulheres se casam muito
sexo feminino, 21 anos) e “Que as guerras novas, têm pouca instrução escolar e seguem
acabem” (P, sexo masculino, 18 anos). a vida de donas de casa. A jovem afirmou

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que pretende seguir outro caminho, dando Para concluir o trabalho em grupo, foi pro-
prioridade para os estudos e trabalho e pos- posta uma atividade de relaxamento e
tergando a construção da família. imaginação a fim de auxiliar a elaboração do
luto no processo de desligamento da em-
No jogo do profissiogame, a princípio, o presa e sensibilizar quanto às possibilidades
grupo apresentou resistência e alguns per- de futuro. Embora, no grande grupo, as ex-
guntaram se poderiam não participar, o que pressões referentes à atividade tenham sido
foi permitido. Entretanto, ao longo do jogo, pequenas, nas entrevistas individuais, muitos
o grupo se motivou devido, em grande parte, afirmaram o quanto gostaram do relaxa-
às perguntas do quadro “você é”, as quais, mento, obtendo, por meio do exercício, res-
além de engraçadas, eram associadas à rea- postas para questões de ordem pessoal.
lidade socioeconômica do grupo. À medida
que o jogo prosseguia, foram realizadas dis- As entrevistas representam um momento de
cussões a respeito da dinâmica da vida pro- integração psíquica e de esclarecimento de
fissional, das justiças e injustiças do mundo dúvidas para os jovens, os quais tiveram um
do trabalho, da inserção profissional, da apo- espaço individual para expressar o que lhes
sentadoria, das bolsas de estudos e dos cur- era necessário. As coordenadoras também
sos técnicos. aproveitam esse momento para solicitar uma
avaliação do trabalho, sendo que a maioria
O terceiro encontro visou ao reconhecimento expressou ter gostado das oficinas.
das aprendizagens acumuladas e valorizar o
Curriculum Vitae por meio da construção de Considerações finais
um esboço deste; vivenciar uma situação
real de entrevista de emprego (Dramatização O desenvolvimento do trabalho de Orientação
de papéis); refletir sobre a necessidade de Profissional focado no projeto de futuro
planejamento em prol dos objetivos e pro- levou as coordenadoras a uma reflexão sobre
porcionar um momento de elaboração do as condições econômicas e histórico-sociais
luto referente ao desligamento do Programa em que esses jovens de classes de baixa
(Técnica de relaxamento). renda estão envolvidos, de modo a ser en-
saiada uma aproximação dos processos de
Produzir e discutir o Curriculum Vitae ajudou- escolha e do projeto de futuro desses jovens.
os a perceber suas potencialidades, habilidades Os termos: trabalho, emprego, ocupação e
e competências, seja por meio das atividades profissão apresentados no discurso podem
realizadas na empresa ou das outras experiên- revelar a própria visão de mundo e de ex-
cias profissionais já obtidas, pois para listá-las pectativas de futuro desses indivíduos, já
era necessário relembrá-las. Não basta ter um que a condição econômica e as relações de
bom currículo, mas também é necessário saber trabalho são fortes determinantes que per-
agir diante de uma seleção para emprego. Por meiam e estruturam a sociedade, influen-
isso, a dramatização de um processo seletivo ciando a visão de mundo e a noção de mer-
auxiliou-os a visualizar quais as posturas mais cado de trabalho de cada indivíduo.
adequadas e pertinentes diante de uma seleção
a uma vaga no mercado de trabalho. Além A percepção e o contato com o trabalho e
disso, foi entregue aos jovens um material expli- com as ocupações influem na escolha pro-
cativo sobre cursos técnicos e dicas de fissional, no planejamento e na implanta-
comportamento para uma entrevista de seleção ção de um projeto profissional.
de emprego. Socialmente, espera-se que os jovens se

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identifiquem com uma realidade e se mo- a familia, ter acesso a bens de consumo, con-
bilizem na escolha de uma profissão que seguir um novo emprego e fazer algum curso
muitas vezes lhes são distantes. técnico. Somente um jovem em melhor condi-
ção socioeconômica estava em processo de
Alguns traçam seus projetos de vida em fun- preparação para o vestibular e desejava seguir
ção da procura por um bom emprego, que um curso superior.
lhes permita aquilo que os pais não conse-
guiram: um bom salário, estabilidade, uma Ao finalizar este trabalho, destaca-se a am-
vida mais amena e sem o peso do trabalho plitude de possibilidades de intervenção e de
pesado. Ao contrário, encontram a incerteza pesquisa possíveis a Orientação Profissional
dos contratos temporários, os mesmos traba- sob uma perspectiva social. A partir dessa ex-
lhos pesados e a falta de dinheiro, o que periência, é possível rever os espaços de
também pode ser verificado com esse grupo. atuação tradicionais, tais como a aplicação
de testes vocacionais e o trabalho com jo-
Traçar projetos de vida diferente dos pais, ter vens pré-vestibulandos das classes média e
estabilidade e melhorar de vida são algumas alta. O orientador profissional pode atuar em
das aspirações desses jovens. No entanto, novos e diferenciados contextos como o das
muitas vezes, eles se deparam com a dura políticas públicas.
realidade que é a dificuldade em conseguir
um emprego com carteira assinada e manter Como sugestões para futuras intervenções
os estudos ao mesmo tempo em que traba- semelhantes, aponta-se a necessidade de se
lham. À esse quadro, acrescenta-se a realizar essa modalidade de orientação pro-
exclusão e preconceito sociais por serem fissional de forma continuada, ou seja, desde
provenientes dos morros (da periferia), o início da inserção dos jovens na empresa
sendo considerados “marginais”, sem capa- até seu desligamento a fim de atingir com
cidade e sem vontade. “Quebrar” ou mais afinco os objetivos do trabalho e instigar
desmistificar essa visão da sociedade torna- um processo de “desacomodação” da reali-
se um trabalho árduo, sendo que muitos dade social. Nesse sentido, um trabalho de
acabam buscando o caminho mais fácil e orientação profissional torna-se importante,
rápido da ilegalidade. na medida em que proporciona o conheci-
mento de si próprio, de sua trajetória de
A grande preocupação daqueles que solicita- vida, do mundo do trabalho, do conheci-
ram a realização das oficinas era a ausência de mento acerca das profissões e de um plane-
projeto de futuro desses jovens. Com o desen- jamento de futuro. Considera-se esse
volvimento das atividades e, principalmente, enfoque indispensável, pois remete ao pró-
nas entrevistas foi percebido que de alguma prio sentido de compromisso social que a
forma todos apresentam um projeto, na grande Orientação Profissional traz subjacente ao
maioria, mais imediatos, os quais seriam: ajudar seu significado.

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Nadia Rocha Veriguine


Doutoranda em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis –
SC. Brasil. Docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense,
Camboriu - SC. Brasil.
E-mail: nadia@ifc-camboriu.edu.br

Cláudia Basso
Doutora em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis – SC. Brasil.
E-mail: claudiabassopsi@hotmail.com

Dulce Helena Penna Soares


Doutora em Psicologia pela Universidade Louis Pasteur, Strasbourg – França. Docente
da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis – SC. Brasil.
E-mail: dulcepenna@terra.com.br

Endereço para envio de correspondência:


Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense – Campus Camboriú.
Rua Joaquim Garcia, sem número. Caixa Postal nº 2016. CEP: 88340-000. Camboriú –
SC. Brasil.

Recebido 22/05/2013, Aprovado 07/10/2014.

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