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8.

2 AUDITORIA DO DISPONÍVEL

Disponibilidades - Conceitos
A intitulação “Disponibilidades”, dada pela Lei das S/A é usada para designar
dinheiro em caixa e em bancos, bem como valores equivalentes, como cheque em
mãos e em trânsito e que representam recursos com livre movimentação para
aplicação nas operações da empresa e para os quais não haja restrições para uso
imediato.
É dentro desse conceito que as aplicações de liquidez imediata, são também
classificáveis como Disponibilidades, devendo ser apresentadas em conta à parte.

Práticas Contábeis Básicas

 As disponibilidades num balanço só devem incluir os valores em caixa, os


depósitos em banco (à vista) e as aplicações financeiras de conversão
imediata.
 Todos os valores vinculados a determinadas operações ou exigências deverão
ter uma explicação destacada no balanço, e para alguns casos, esses valores
deverão ser demonstrados fora do grupo disponível.
 Os vales e documentos de despesas ou adiantamento não devem fazer parte
do fundo de caixa, pois não são mais disponíveis da empresa.
 Cheques emitidos antes da data do balanço, porém retido, para posterior
pagamento, deve ser considerado como valor disponível.
 Os cheques emitidos, porém ainda não sacados pêlos beneficiários, não
devem compor os valores disponíveis.
 As moedas estrangeiras porventura existentes na data do balanço é
classificado, contabilmente, em “Créditos”.

Controles Internos Ideais

Fundos de Caixa
 O caixa deve ser controlado através de fundo fixo e todos os comprovantes
que apóiam os reembolsos do fundo devem ser conferidos por alguém que não
manuseie os fundos de caixa nem assine os cheques de reembolso;
 O caixa deve ter função independente daquelas de registro contábil, da
preparação de faturas e extratos de clientes e do controle das atividades de
cobrança (segregação de funções).
 Deve ser evitados o uso excessivo dos fundos de caixa e seu saldo mantido no
nível mais baixo possível, porém adequado às operações da Empresa;
 Para todos os desembolsos devem ser imitidos “vouchers” e sempre que
possível ser anexados os documentos hábeis;
 Deve existir bom controle sobre os fundos de caixa, através de: (a) contagem
periódica por pessoa independente do caixa; (b) confronto do seu saldo com
os saldos das contas de controle do razão geral; (c) fechamento diário do caixa
com o lançamento no livro caixa ou emissão do boletim de caixa;
 A emissão de vales deve ser normalizada pela Direção da Empresa e evitado o
desconto de cheques em Caixa.

Caixa – Pagamentos
 Deve haver independência de funções entre aqueles que preparam os cheques
e aqueles que aprovam previamente os pagamentos, bem como entre aqueles
que assinam os cheques;
 Deve haver bom controle sobre os cheques emitidos através de: (a) emissão
de cópias de cheques assinadas; (b) de relação de cheques emitidos; (c) de
confronto de cheques emitidos e relacionados com os registros contábeis dos
comprovantes, (d) da verificação da numeração dos cheques emitidos;
 Deve haver recomendação ou norma obrigando que os pagamentos sejam
efetuados através de cheques (acima de um certo valor, etc.) na forma
nominativa exclusivamente;
 Os documentos comprobatórios devem acompanhar o cheque para assinatura
e esses documentos devem ser efetivamente conferidos por quem assinar
além de serem conferidos por quem prepara o cheque. Os documentos devem
ser cancelados de modo a evitar a sua reapresentação;
 Deve haver controle eficaz sobre cheques cancelados, sobre cheques ainda
não usados e sobre cheques já emitidos e assinados, mas ainda não
entregues aos beneficiários;
 Deve haver a proibição de assinar cheque em branco ou preenchido de forma
incompleta;
 A autorização para assinar cheques deve ser dada pela Diretoria, no caso de
haver procurador.
 Os pagamentos feitos por filiais devem ser conferidos pela Matriz.

Esta é uma das áreas onde ocorrem fraudes com freqüência, desde pagamentos
com valores a maior do que os devidos, até pagamentos em duplicidade, sempre
com as diferenças indo para o “bolso” dos fraudadores.

Na ausência de controle confiável, o auditor deverá efetuar seus exames até


dispor de provas conclusivas sobre os objetivos anteriormente. Se ele está., por
exemplo, examinando pagamentos a fornecedores, deverá percorrer todos os
passos do processo, a seguir descritos:

 coleta de preços
 respostas do fornecedor
 pedido e nota fiscal
 passagem da mercadoria pela portaria
 entrada no almoxarifado (conferência física e registro)
 remessa das notas fiscais aos setores “Contas a Pagar” e “Contabilidade”
 registro da obrigação nos livros contábeis de acordo com o plano de contas
 autorização para pagamento
 cópia do cheque
 cancelamento dos comprovantes
 registro na relação diária de pagamentos
 registro na posição de contas a pagar

Caixa - Recebimentos
 O responsável pela caixa e seus auxiliares não devem ter acesso e não
participar de: (a) escrituração e controle de “ contas a receber”/clientes; (b)
controle do acompanhamento da cobrança; (c) escrituração do Razão Geral;
(d) reconciliação de contas bancárias; (e) autorização de baixas de créditos de
difícil cobrança e autorização de créditos referentes a devoluções ou
descontos; (f) faturamento; (g) expedição de mercadorias; (h) autorizações de
pagamentos; (i) abertura de malotes ou correspondências que podem conter
cheques a favor da Empresa;
 Os recebimentos devem ser controlados por pessoas que não têm acesso ao
caixa e aos registros contábeis;
 As atividades de Caixa devem ser centralizadas nas mãos do menor número
possível de pessoas;
 Deve haver controles externos a Caixa, controlando: (a) somas das colunas do
livro Caixa ou Boletim de Caixa; (b) valores depositados pelo Caixa, em
confronto com os extratos bancários; (c) valores recebidos, provenientes de
aplicações mobiliárias; (d) ordenados não reclamados, eventualmente em
poder do caixa;
 Deve ser emitido recibo ou outro tipo de comprovante para cada recebimento
por caixa;
 Desde que haja muitas operações de recebimentos por caixa, devem ser
usados equipamentos mecânicos/eletrônicos, como: caixa registradora etc.;
 As filiais e cobradores, quando existirem, devem fazer recebimentos de forma
controlada e comunicar imediatamente à sede a operação de recebimento
concluída;
 Todos os recebimentos por caixa devem ser depositados diariamente de
forma intacta, isto é , tal como são recebidos; no caso de dinheiro recebido,
procura-se contabilizá-lo rapidamente a fim de evitar manipulações
fraudulentas antes do respectivo registro;
 O Banco da Empresa - Cliente deve ser instruídos para não descontar
cheques emitidos a favor da Empresa.

Bancos Conta Movimento


 Deve existir bom controle das contas bancárias, mantendo-se registro (contábil
ou extra contábil) absolutamente em dia, isto é, com saldos instantâneos reais;
 Devem ser encerradas as contas bancárias sem movimentação;
 Os extratos bancários devem ser reconciliados com os registros da Empresa,
com freqüência mínima mensal e num prazo relativamente curto;
 Deve existir “follow up” dos cheques pendentes de pagamento e tomadas
providências para solucionar casos mais antigos;
 Deve haver com controle e medidas imediatas devem ser tomadas de
suspensão de pagamentos, caso haja alguma irregularidade;
 A mecânica das reconciliações deve ser, tecnicamente, correta: (a) adotados
formulários apropriados; (b) somados os débitos e os créditos; (c) conferidos
os saldos anterior e atual; (d) examinados item por item (extrato x registro) e
(e) anotadas as soluções das pendências.

8.2.1 DISPONIBILIDADES - FRAUDES, DESFALQUE E OUTRAS


IRREGULARIDADES

Durante o trabalho de auditoria o auditor, várias vezes, apura irregularidade, e é


sua responsabilidade apontá-la quando seu efeito for material. Deste modo, o
auditor procede aos exames de forma que não lhe passem desapercebidas as
irregularidades significastes.

Trataremos somente de alguns casos (mais comuns):

 se as contagens de caixa e as conciliações bancárias não forem feitas


simultaneamente (mesma data) ou não forem coordenadas, fundos em bancos
podem ser transferidos para cobrir eventuais faltas.
 Cheques em mãos, vales falsos ou outros itens falsos (nosso procedimento é
examinar a aprovação de valores e outros documentos durante a contagem,
examinar a autenticidade de documentos e a liquidação subseqüente do
boletim de caixa), podem ser fraudulentas incluídas na caixa pequena ou fundo
para operações.
 “kiting” – saldos bancários podem ser demonstrados maiores do que realmente
o são, pela contabilização incorreta de transferências interbancárias. Registra-
se o depósito no período coberto pela auditoria e não se registra o desembolso
até o período seguinte.
 Encobrimento de faltas, mediante manipulação de depósitos, pode ser tentado
pelo lançamento de falsos depósitos em trânsito consistindo algumas vezes em
itens genuínos de recebimentos, contabilizados no período subseqüente.
 Falta de inclusão em conciliação bancária de cheques pendentes, alterando os
extratos do período subseqüentes.
 “lapping” – substituição de recebimento com o atraso de um ou mais.

Esse tipo de fraude consiste na omissão temporária do registro de recebimento de


valor de um cliente e cobertura parcial ou total com o valor recebido de outro
cliente. Observe a ilustração:
Recebimentos Registros no Caixa Desvio
Acumulado
Data Efetivos e na Contabilidade R$
Cliente R$ Cliente R$
18.12.2001 A 800 - - 800
21.12.2001 B 900 A 800 100
23.12.2001 C 600 B 500 1.000
24.12.2001 D 1.200 B 100
- - C 600 1.500
31.12.2001 E 400 B 300
- - D 1.200 400
Somas - 3.900 - 3.500 400

PERGUNTA: Como detectar esse tipo de fraude?

Evidentemente que nenhum controle evita fraudes; o que pode ocorrer é a


minimização dos riscos.

Antes do exame, o auditor deve conhecer o sistema de controle interno, atentando


para as seguintes perguntas:

 todo recebimento deverá ser feito obrigatoriamente mediante recibos


numerados tipograficamente?
 no final do expediente, as cópias dos recibos são examinadas e os seus
valores confrontados com a relação diária de recebimentos (exame feito por
pessoa independente de subordinação da chefia de contas a receber)?
 existe norma prevendo cobrança de juros para todo e qualquer pagamento
(pêlos clientes) em atraso, salvo e com autorização por escrito emitida por
pessoa competente?
 O departamento de auditoria interna adota o procedimento de solicitar
confirmação externa de saldos evitando repetição de data-base e finais de
meses?

Se as confirmações externas forem solicitadas freqüentemente, tomando como


data-base o último dia do mês, provavelmente nunca o auditor, interno ou externo,
irá detectar esse tipo de fraude, porque quem pratica fraude está sempre atento
aos controles internos procurando espaço para burlar a Administração.

Uma técnica relativamente segura consiste em solicitar ao cliente que informe ao


auditor externo e/ou interno, a data em que determinada duplicata, adiantamento,
etc., foi pago, citando inclusive o valor e nº do recibo.

Desembolsos Indevidos
 Emissão de cheques, deixando de incluí-los no caixa pagamentos.
 Lançando os cheques por importâncias menores.
 Lançamento de cheques no caixa - pagamentos como tendo sido a uma
pessoa diferente – simulação de nome dos beneficiários.
 Simulação da natureza do desembolso – por exemplo: cheques para
pagamento de despesas pessoais, lançados como emitidos para pagamento
de despesas de negócios.
 Com o conluio de outros (fornecedores, funcionários, por exemplo),
pagamento com a documentação duplicada (inclusive fundo fixo), por
importância a maior (no caso de fornecedores).
 Pagamento de salários a empregados “fantasmas”.
 Duplicação de nome na folha de pagamento, ou aumento indevido do salário
autorizado.
 Desvio de dinheiro ou cheques de salários não reclamados.
8.2.2 OBJETIVO DA AUDITORIA EM DISPONIBILIDADES

 Certificar-se de que toda a disponibilidade existente é aquela declarada;


 Certificar-se de que toda a disponibilidade existente é aquela que deveria
existir;
 Certificar-se que os valores registrados no grupo representam disponibilidade
imediata;
 Verificar se os controles internos aplicáveis à movimentação dos valores deste
grupo proporcionam, convincentemente, segurança contra manipulações ou
encobrimento de fraudes ou irregularidades;
 Determinar se, em função das reconciliações aplicáveis, os saldos das contas
bancárias correspondem a valores reais ou envolvem a ocorrência de fraudes
ou irregularidades;
 Determinar a exatidão dos saldos representativos dos investimentos
financeiros de pronta liquidez e a sua correta classificação contábil.

Comentário

O primeiro e o segundo item parecem iguais, mas na realidade são bem


diferentes. Se o saldo da conta Caixa no Razão Geral, na data do balanço, indica
que a empresa tem R$ 20.000 em dinheiro a primeira parte do trabalho de
auditoria relativo às disponibilidades é o de apurar se a empresa realmente possui
essa importância. O auditor deve, porém, ir, além disso. Ele está interessado não
apenas em saber se a empresa tem tanto dinheiro quanto seus registros indicam,
mas também em saber se o dinheiro demonstrado pêlos registros é realmente
aquele que a empresa deveria ter. Em outras palavras, das operações que a
empresa registrou durante o exercício, talvez não R$ 20.000, mas R$ 25.000,
devem existir.

O auditor não terá completado sua tarefa de verificar as disponibilidades se não


tiver uma resposta para ambos os problemas.

Importância da Revisão do Controle Interno:

Deve haver estudo adequado e avaliação do controle interno existente, como base
de confiança nos mesmos, assim, como para determinar a extensão resultante
dos testes aos quais se restringirão aos procedimentos de auditoria.
8.2.3 PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA EM DISPONIBILIDADES

Para que o auditor alcance os objetivos propostos e verifique se os controles


internos e contábeis são os mais adequados, devem ser aplicados os seguintes
procedimentos de auditoria.

Caixa – Fundo Fixo


 Apurar, fisicamente e em data não anunciada aos responsáveis, o montante de
dinheiro e de outros valores que compõem o saldo de caixa na data escolhida
para exame;
 Proceder à contagem de caixa na presença do responsável, preferencialmente
no início ou fim do horário de expediente,
 Apurar, a existência de “vales”, cheques, não recebidos ou não depositados e
outros documentos ou valores “em suspenso” e proceder às investigações
necessárias a fim de apurar a regularidade ou não de sua tramitação,
verificando-se, inclusive, o tempo de permanência na caixa, as autorizações
internas e a legitimidade das operações que lhes deram origem;
 Incluir nos papéis de trabalho análise adequada dos itens encontrados no
“caixa” e que servirão de base para eventuais investigações dos valores
incomuns;
 Identificar as unidades ou dependências onde se localizam “fundos de caixa” e
o respectivo regime de movimentação, inclusive competências administrativas
e limitações operacionais;
 Verificar se são feitas as reconciliações entre o montante apurado na
contagem física e o saldo contábil do livro “caixa”, da conta Razão e de
“boletins de caixa”:
 Identificar as eventuais pendências fazendo-as constar dos papéis de trabalho;
 Levar ao conhecimento da direção ou da gerência da empresa cliente qualquer
falta de numerário ou diferenças apuradas, após a assinatura do responsável
pela caixa no boletim, de contagem e na reconciliação;
 Observar a aplicação dos procedimentos aplicados nesta seção todos os
“fundos fixos” e/ou “pequenas caixas” eventualmente mantidos, incluindo as
reconciliações com a caixa geral e seus registros contábeis.

Se os exames evidenciaram a existência de comprovantes de despesas e de


vales, o auditor deve ficar atento quanto a contabilização posterior desses
documentos.
No caso em que o auditor esteja examinando as demonstrações contábeis do
exercício encerrado em x1 e efetuando a contagem de caixa no dia x1+2,
encontrar comprovantes de desembolsos efetuados até compondo o fundo de
caixa, ele – auditor poderá concluir que o saldo apresentado no balanço não
representa, no seu total, as disponibilidades efetivas (considerar é claro o fator
relevância ou materialidade).

Caixa – Recebimentos
 Analisar as entradas de caixa identificando suas origens e sua regularidade
matemática, legal e fiscal, inclusive o respectivo suporte documental;
 Conciliar as entradas com os prazos eventualmente assinalados nos títulos ou
documentos que deram origem ao direito de recebimento;
 Identificar eventuais atrasos de recebimento e a incidência ou não, de
compensações moratórias, bem como a exatidão das taxas aplicadas e
respectivo cálculo;

 Verificar a coincidência entre as datas do efetivo recebimento de caixa com a


da sua entrada ou registro nos livros do cliente, apurando e anotando possíveis
discrepâncias irregulares ou manipulações protelatórias;
 Verificar se a apropriação contábil das operações de recebimento obedeceu
regularmente às suas características jurídicas e financeiras e às determinações
do plano de contas em vigor.

Caixa – Pagamentos
 Examinar a regularidade dos pagamentos registrados tendo em vista a
respectiva documentação, a competência e autoridade de quem aprovou o
pagamento e a legitimidade da operação desde as suas origens;
 Verificar os procedimentos internos tendo em vista o inteiro processo de
tramitação das operações administrativas e contábeis;
 Examinar os aspectos legais e fiscais inerentes aos pagamentos efetuados e à
sua instrumentação gráfica;
 Verificar se a apropriação contábil das operações de pagamento obedeceu
regularmente às suas características jurídicas e financeiras e às determinações
do plano de contas em vigor;
 Verificar a observância de datas entre vencimentos e pagamentos inclusive a
ocorrência eventual de direitos a descontos e abatimentos por antecipações
ou a obrigação de compensações moratórias, no caso de prazos excedidos.

Bancos Conta Movimento


 Verificar se a soma das contas individuais corresponde ao saldo da conta do
Razão e se o saldo constante do Balanço está conciliado com o Razão;
 Examinar as reconciliações entre os registros do cliente e as demonstrações
de conta remetidas pelos bancos anotando as eventuais pendências e/ou
discrepâncias e a sua subseqüente regularização ou permanência;
 Testar os valores das pendências acusadas nas reconciliações examinando
suas origens (razão analítico para valores não correspondidos pelo banco e
extrato para valores não correspondidos pela contabilidade);
 Proceder às reconciliações das contas bancárias na hipótese de que não as
tenha feito;
 Analisar as emissões de cheques tendo em vista: (a) a seqüência numérica;
(b) as anulações; (c) a regularidade da emissão; (d) a legitimidade do
pagamento segundo as operações que lhe deram origem; (e) a competência
legal, estatutária, contratual ou regulamentar (incluindo mandato de
procuração) do(s) emissor (es); (f) a fiel tramitação nos registros (contábeis e
auxiliares) da empresa emitente e, segundo os extratos recebidos, na
contabilidade do banco sacado;
 Verificar o movimento de depósitos nas contas bancárias, tendo em vista: (a) A
sua freqüência cronológica, a fim de se determinar se o volume de dinheiro e
de valores (cheques, etc.) é rapidamente transferido para os bancos ou, ainda,
retido desnecessária ou irregularmente em caixa; (b) A conciliação entre os
recibos emitidos pelo banco depositário e a “guia” de depósito; (c) A exatidão
das datas e dos valores segundo os registros do e a sua correspondência nos
extratos da conta bancária;
 Solicitar aos bancos depositários confirmação dos saldos ou fornecimento de
demonstrações de conta (extratos), sempre que julgada necessária;

 Apurar a regularidade de todas as demais operações registradas na conta


bancária, incluindo: (a) Débitos correspondentes a despesas, taxas,
emolumentos, juros e outros encargos financeiros (se houver), ordens de
pagamento cumpridas, transferências autorizadas, etc.; (b) Créditos
correspondentes a produto de cobranças, transferências a favor do valor
líquido de descontos, depósitos de terceiros, etc.;
 Na hipótese de “saques a descoberto” (contratual ou consensual) sem provisão
ou com provisão insuficiente de fundos, verificar se o saldo credor da conta
bancária figura no passivo do Balanço como exigibilidade;
 Verificar a existência de contas não movimentadas e relacionar os saldos
respectivos evidenciando a data da última operação;

Aplicações
 Verificar a natureza dos títulos e valores classificados como “disponibilidade”
em virtude de sua pronta liquidez a fim de determinar se efetivamente são
suscetíveis de imediata colocação no mercado ou de imediato resgate;
 Proceder, perante o responsável, a contagem física dos títulos e valores que
se encontram em tesouraria (em poder) e verificar a concordância entre o que
ficar apurado com os registros contábeis e auxiliares;
 Examinar as demonstrações periódicas enviadas pelas instituições
depositárias e solicitar-lhes confirmação e/ou extratos de contas de custódia
conciliando-as com os registros (auxiliares e contábeis);
 Verificar se a contabilidade e as demonstrações contábeis registram, além do
custo de aquisição, as eventuais variações de valores decorrentes de
atualizações monetária e de outros eventos ou fatores;
 Verificar todos os elementos de identificação dos títulos e valores, bem como a
documentação pertinente às suas origens (aquisição, doação, etc.) e
confrontar com os registros (auxiliares e contábeis).
8.2.4 PROGRAMA DE AUDITORIA EM DISPONIBILIDADES - ÍNTERIM E
FINAL DISPONIBILIDADES

CLIENTE Nº. EXERCÍCIO FINDO


1. AVALIAÇÃO DE CONTROLES INTERNOS N/A REF. OBS.:
1.1 – Caixa
a) As funções do caixa são limitadas às específicas de caixa
(descreva outras funções executadas pelo caixa)?
b) É vedado o acesso do caixa aos registros contábeis e às
contas de clientes?
c) O caixa tira férias regularmente (indicar quem o substitui e
como se processa a transferência de responsabilidade,
inclusive no seu retorno)?
d) É da responsabilidade de funcionário alheio ao caixa a
custódia de títulos a receber e de títulos e valores
negociáveis ou conversíveis (indicar o responsável)?
e) São efetuadas revisões internas das operações de caixa
(indicar por quem, freqüência e data da última realizada)?
f) O caixa efetua contagem diária dos fundos sob custódia,
evidenciando-a adequadamente?
g) São efetuadas contagens de surpresa dos fundos por
funcionários alheios ao caixa, com evidências adequadas
(indicar por quem, freqüência e data da última realizada)?
h) São elaborados boletins ou outros livros de caixa para
registro das operações?
i) Tais boletins ou outros livros de caixa contêm:
i.1 – vistos do caixa responsável?
i.2 – vistos de aprovação superior (indicar de quem)
i.3 – evidências de conferências de somas e apuração dos
saldos?
j) São utilizadas máquinas autenticadoras de caixa?
k) As máquinas autenticadoras são controladas por pessoal
alheio à área de caixa (indicar por quem e descrever
detalhadamente o controle exercido), quanto a:
k.1 – custódia das chaves de acionamento e suas duplicatas?
k.2 – autorização para abertura e fechamento?
k.3 – autorização para estornos, ajustes, etc.?
k.4 – utilização de bloqueadores, senhas, contadores,
acumulados, etc.?
l) Existem normas por escrito quanto ao funcionamento do
caixa (anexá-las ou descrevê-las)?
m) É adequado o local de instalação do caixa, quanto a:
m.1 – funcionabilidade?
m.2 – proteção (guarda, trânsito de numerário interna e
externamente e inacessibilidade de terceiros)?
n) São satisfatórias as medidas de segurança quanto a roubo
e fogo?
1.2 – Recebimentos
a) Os sistemas de recebimentos evitam que os funcionários
que controlam contas a receber, vendas à vista, etc.
tenham acesso aos recebimentos antes de sua entrega no
caixa (descrever os sistemas e indicar as pessoas
autorizadas a endossar cheques para depósitos)?
b) A correspondência é dirigida e aberta por pessoal alheio
ao manuseio de numerário e contas a receber (indicar por
quem)?
c) Os cheques ou valores recebidos por correspondência são
entregues ao caixa devidamente relacionados e contra-
recibo (indicar por quem e como se processam)?
d) As relações mencionadas são confrontadas com registros
dos recebimentos (indicar por quem e freqüência)?
e) Os recebimentos efetuados por cobradores, viajantes, e/ou
outros funcionários da empresa são controlados quanto a:
e.1 – entrega protocolada dos títulos a cobrar?
e.2 – entrega protocolada dos talões de recibos?
e.3 – inspeção física periódica dos títulos e recibos em seu
poder (indicar por quem, freqüência e data da última
realizada)?
e.4 – conferência dos relatórios contendo o produto da
cobrança?
e.5 – estabelecimento de norma exigindo o imediato depósito
do produto da cobrança nas contas bancárias da empresa?
f) As filiais, sucursais, agências, etc., que efetuam cobranças
e vendas à vista, depositam seu produto imediata e
integralmente nas contas bancárias da empresa (indicar se
as contas bancárias são movimentadas somente pela
matriz e, caso contrário, se seria recomendável a adoção
deste procedimento)?
g) Os cheques recebidos são carimbados imediatamente
com carimbo de depósito restritivo (indicar o texto e quem
e quando carimba)?
h) O departamento de cobrança envia diretamente à
contabilidade relações das duplicatas encaminhadas ao
caixa para recebimentos?
i) São encaminhadas à contabilidade, por pessoal alheio ao
caixa, relações das vendas à vista (indicar por quem)?
j) A contabilidade, a partir do recebimento das relações
referidas nas letras “h” e “i”, confirma a inclusão dos
valores recebidos nos movimentos de caixa?
k) São utilizados recibos pré-numerados para controle das
Importâncias recebidas:
k.1 – pelo caixa?
k.2 – por cobradores, vendedores, etc.?
l) Os recebidos especificam natureza dos recebimentos e
dados relativos aos cheques recebidos (coletar modelos e
descrever número e destinação de vias)?

m) São controlados e inspecionados os estoques de talões de


recibos e notas fiscais de vendas à vista, visando impedir
sua utilização indevida (indicar por quem, freqüência das
inspeções e data da última realizada)?
n) Os recebimentos são depositados diária e integralmente?
o) A contabilidade certifica-se de que os recebimentos foram
depositados diária e integralmente?
p) São discriminados nos recibos de depósitos os dados
identificativos dos cheques recebidos?
q) Os avisos bancários de cheques depositados e não
aceitos pelos bancos são encaminhadas as pessoais
alheias ao caixa (indicar a quem)?
r) Os avisos são contabilizados imediatamente (indicar como
e quem providencia sua cobrança ou reposição)?
s) A empresa tem por norma aceitar cheques pré-datados
(indicar como e por quem são custodiados e controlados,
inclusive quanto à cobrança oportuna)?
t) São emitidos recibos pelo recebimento de cheques pré-
datados (indicar a data de emissão)?
u) Os títulos são quitados nos recebimentos com cheques
pré-datados (indicar a data de quitação)?
v) São contabilizados os cheques pré-datados recebidos?
w) Existe um adequado controle sobre os descontos
concedidos para os recebimentos, inclusive quanto aos
deduzidos diretamente nas remessas por
correspondência, cobradores, filiais, etc. (indicar como é
processado e quem autoriza)?
1.3 – Pagamentos
a) Os sistemas de pagamentos evitam que os mesmos sejam
consumados sem conferência e aprovações prévias e
obedecidos os esquemas de autorizações e assinaturas
de cheques (indicar como se processam e quem é
responsável por autorizações e assinaturas)?
b) Os estoques de talões de cheques, bem com talões em
uso são controlados e inspecionados, de maneira a evitar
sua utilização indevida (indicar como, por quem e data da
última inspeção)?
c) É proibida a assinatura de cheques em branco (caso
contrário, indicar quais as providências tomadas para
garantir a sua utilização adequada)?
d) É proibida a assinatura de cheques ao portador (caso
contrário, indicar quais as providências tomadas para
garantir a sua utilização adequada)?
e) Os cheques para reembolso ou suprimento são emitidos
sob a forma nominal ao caixa (caso contrário, indicar as
providências tomadas para garantir a sua utilização
devida)?
f) Os cheques são cruzados antes de serem encaminhados
para assinatura?
g) Os cheques são emitidos com cópias? As referidas cópias:
g.1 – contêm as rubricas dos assinantes dos cheques?

g.2 – contêm as destinações adequadas da finalidade da


emissão dos cheques?
h) os cheques são emitidos em seqüência numérica? Os
cancelados são:
h.1 – rasgados nos espaços das assinaturas?
h.2 – conservados a fim de controle da seqüência numérica?
i) A documentação suporte de pagamento é controlada
quanto (ou é):
i.1 – apresentada junto aos cheques encaminhados para
assinatura?
i.2 – revisada pelos assinantes dos cheques, com evidências
dessa revisão?
i.3 – cancelada adequadamente para evitar reapresentação
(indique por que processo)?
j) O cancelamento da documentação, antes referido, é
efetuado pelos próprios assinantes dos cheques ou na sua
presença?
k) Os cheques emitidos para pagamentos em geral, inclusive
para depósitos, suprimentos de caixa, etc. são:
k.1 – assinados por duas pessoas?
k.2 – assinados mediante sistema atribuído em função de
valores (por um diretor, por um procurador; por um
diretor e um procurador; por dois procuradores; por dois
diretores)? (Em qualquer caso, indique quem assina e
descreva sistemas utilizados).
l) A assinatura dos cheques é feita mecanicamente?
Em qualquer caso, avaliar se:
l.1 – seria recomendável à empresa tal processo?
l.2 – são satisfatórios os controles sobre as matrizes das
assinaturas (indicar por quem e como se processam)?
m) è utilizado pela empresa o sistema de fundo fixo de caixa?
Em qualquer caso, relacionar os fundos de caixa
existentes, inclusive subsidiários, relacionar os
responsáveis, indicar o montante dos pagamentos
mensais efetuados e avaliar:
m.1 – seria recomendável à empresa a adoção de fundos
fixos?
m.2 – os fundos são mantidos em níveis aceitáveis ou
razoáveis às necessidades da empresa?
m.3 – os fundos estão sob a responsabilidade do caixa?
m.4 – há um limite fixado para pagamentos em dinheiro?
n) Os adiantamentos, inclusive para despesas, são
previamente autorizados por funcionários responsáveis?
Quanto aos mesmos:
n.1 – são emitidos e assinados adequadamente os recibos ou
vales?
n.2 – existe definição de prazos para liquidação ou prestação
de contas (descrever)?
n.3 – são contabilizados no ato ou findos os prazos, conforme
o caso?
o) É vedado ao caixa descontar cheques de funcionários ou
terceiros? Caso contrário, os referidos cheques são:
o.1 – autorizados previamente por pessoal responsável?
o.2 – devidamente contabilizados?
1.4 – Bancos
a) Todas as contas bancárias ou procuradores estão
devidamente:
a.1 – autorizados pela direção?
a.2 – registradas no razão geral ou em razões auxiliares?
a.3 – abertas em nome da empresa?
b) Os bancos são oficiais e imediatamente informados quanto
aos procuradores que deixam a empresa?
c) Os extratos bancários recebidos são entregues
diretamente ao responsável pelas conciliações bancárias
(indicar por quem são entregues)?
d) Os serviços de conciliações bancárias são:
d.1 – efetuados mensalmente e mantidos de forma atualizada
(indicar o mês da última conciliação efetuada)?
d.2 – elaborados por funcionários que não intervém na
preparação, aprovação ou assinatura de cheques nem
no manuseio do numerário?
d.3 – preparados em formulários adequados, indicando
natureza, idade e datas de regularização das
pendências?
e) São ou há evidências de que são seguidos os seguintes
procedimentos quanto à mecânica no preparo e
acompanhamento das conciliações:
e.1 – conferência dos saldos transportados dos extratos
anteriores para os atuais?
e.2 – somas dos extratos bancários e apuração de saldos,
mesmo que numa base de testes?
e.3 – somas das conciliações bancárias?
e.4 – providências no sentido de eliminar as pendências o
mais prontamente possível (indicar quais são)?
e.5 – comparação de datas dos registros nos extratos e na
contabilidade?
e.6 – exame dos extratos quanto à possibilidade de eventuais
rasuras ou emendas?
2. PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA – ÍNTERIM
2.1 – Caixa
a) Efetue procedimentos preparatórios à contagem de caixa,
ou seja:
a.1 – “corte” da documentação (últimos cheques emitidos,
notas fiscais de vendas à vista e recibos emitidos para
recebimentos, cobrindo o movimento de alguns dias e o
próprio dia da contagem);
a.2 – anote esses documentos no termo de conferência de
caixa, espaços próprios, e certifique-se:
a.2.1 – de que os relativos aos dias anteriores ao da
contagem foram registrados nos livros de caixa;

a.2.2 – de que os relativos ao próprio dia da contagem serão


computados no movimento preparado para tal.

a.3 – verifique se o último cheque emitido para suprimento de


caixa, quando o “corte” acima não acusar esta situação,
foi registrados nos livros de caixa;
a.4 – se os talonários de recibos a utilizar são custodiados
pelo próprio caixa, inspecione-os, certificando-se de que
estão intactos;
b) Proceda à contagem dos fundos de caixa, observando os
seguintes aspectos:
b.1 – manutenção do elemento surpresa;
b.2 – contagem simultânea de caixas subsidiários, se julgada
necessária, ou a manutenção dos mesmos sob controle,
evitando possíveis manipulações entre eles e o caixa;
b.3 – atenção para a possibilidade de não retirada ou
apresentação, pelo caixa, do cofre, arquivos, gavetas,
etc., de todo ou qualquer numerário, livros, objetos de
valor, títulos e documentos em seu poder;
b.4 – necessidade de pelo menos um acompanhante na
contagem, para servir como testemunha.
c) Se parte ou total dos fundos objetos ou não da contagem
se encontrar bancárias na data do levantamento, proceda
como segue:
c.1 – obtenha confirmação dos saldos junto aos bancos para
essa data;
c.2 – concilie ou solicite conciliação das contas para essa data;
c.3 – satisfaça-se de que a movimentação da conta
corresponde exclusivamente a cheques emitidos para
reembolso de fundo fixo, se for o caso.
d) Se existirem fundos, objetos, títulos, documentos, etc.,
alheios à empresa em poder do caixa, proceda como
segue:
d.1 – obtenha, se possível, confirmação junto aos
responsáveis;
d.2 – discuta com funcionário responsável sobre a existência
dos fundos, objetos, valores, etc., mostrando-lhe as
inconveniências que podem ocasionar.
e) No caso de salários não pagos ou não reclamados em
poder do caixa proceda como segue:
e.1 – conte o numerário, no total ou por amostragem, se não
estiver em envelopes fechados ou lacrados, conferindo
os montantes com os valores declarados;
e.2 – efetue teste tátil ou visual de conteúdo, no caso de
estarem fechados ou lacrados os envelopes;
e.3 – em qualquer caso, avalies e descreva os controles
internos sobre a custódia e liquidação dos fundos.
f) Obtenha explicações quanto a cheques da empresa em
poder do caixa, ainda não liquidados, avaliando e
descrevendo os controles internos sobre a custódia e
liquidação dos mesmos.

g) Em caso de moedas estrangeiras compondo os fundos de


caixa, além da contagem que deva ser efetuada, proceda
como segue:
g.1 –satisfaça-se quanto à origem adequada da moeda e
quanto à finalidade de sua manutenção;
g.2 – verifique como se processa a sua atualização e registros
contábeis respectivos;
g.3 – comente com funcionário responsável sobre a existência
dos fundos, mostrando-lhe as inconveniências que
podem ocasionar;
g.4 – avalie e descreva os controles internos sobre a custódia
e operações com a moeda estrangeira.
h) Examine os comprovantes de empréstimos e
adiantamento, inclusive para despesas, que fazem parte
dos fundos contados, no sentido de verificar se:
h.1 – estão adequadamente preenchidos e assinados pelos
beneficiários;
h.2 – estão devidamente autorizados;
h.3 – as datas de emissão são recentes;
h.4 – deveriam estar contabilizados.
i) Examine os cheques da empresa descontados ao pessoal
ou a terceiros, incluídos nos fundos contados, verificando
se :
i.1 – têm motivos justificados a sua aceitação;
i.2 – obedecem às mesmas condições descritas nos subitens
da letra anterior.
j) Examine os cheques de clientes compondo os fundos de
caixa, verificando se:
j.1 – estão nominativos à empresa, cruzados e/ou endossados
para depósito em conta bancária;
j.2 – as suas datas de emissão são recentes;
j.3 – já deveriam estar depositados.
k) Examine demais documentos que compõem o movimento
de caixa e/ou fundos contados, no sentido de verificar se:
k.1 – são hábeis e suficientes para efeitos de controles
internos e fiscais;
k.2 – são extraídos em nome da empresa e se contêm
discriminação adequada dos gastos, compras, serviços,
etc.;
k.3 – as datas de emissão são recentes;
k.4 – estão relacionados às atividades normais da empresa;
k.5 – estão devidamente autorizados;
k.6 – não se configuram como distribuição disfarçada de
lucros a diretores e demais pessoas ligadas;
k.7 – é aceitável a sua inclusão como fundos de caixa ou se
deveriam estar contabilizados ou liquidados.
l) é aceitável a sua inclusão como fundos de caixa ou se
deveriam estar contabilizados ou liquidados ou liquidados
l.1 – os recibos emitidos, atentando para datas de emissão;
l.2 – se foram devidamente contabilizados;
l.3 – os controles existentes e sua conciliação com a
contabilidade.

m) Examine, atentando para aspectos que possam


caracterizar deficiências de controles internos, bem como
procurando satisfazer quanto à sua fidedignidade e
validade:
m.1 – termos ou relatórios de fechamento diário de caixa;
m.2 – termos de conferência de caixa efetuada por
funcionários de outros setores.
n) Examine, para um determinado período, os movimentos
de caixa, efetuando:
n.1 – conferência de somas e apuração de saldos nos livros
de caixa, integralmente ou numa base de testes;
n.2 – conferência dos saldos dos livros de caixa contra o
razão, cobrindo não só os dias de finais de meses, como
também outros dias desses meses;
n.3 – revisão da documentação de caixa, atentando para sua
habilidade e propriedade, aprovação, tempestividade
dos registros, cancelamento para evitar reapresentação,
descontos concedidos sobre recebimentos, relação dos
gastos e pagamentos com as operações normais da
empresa, etc.,
n.4 – investigação detalhada sobre operações que pareçam
incomuns ou anormais;
n.5 – conferência contra a documentação suporte, numa base
de testes, dos registros efetuados nos livros de caixa.
o) Verifique, subseqüentemente à contagem dos fundos, se:
o.1 – o depósito bancário dos fundos contados foi efetivado e
se decorreu efetivamente dos recebimentos havidos na
contagem;
o.2 – o saldo do razão coincide com o saldo do livro caixa do
dia da contagem;
o.3 – os valores de adiantamento e outros, incluídos na
contagem foram efetivamente liquidados e
contabilizados;
o.4 – os cheques descontados ao pessoal ou a terceiros,
incluídos na contagem não foram rejeitados pelos
bancos e quais as providências para cobrança, caso
positivo.
2.2 – Recebimentos e Pagamentos
a) Selecione, com base em registros ou relações de valores
recebidos por correspondência e por vendas à vista, com
base em cópias de recibos emitidos e com base em
relatórios da cobrança, recebimentos havidos em um
determinado período e verifique (vide nota após “a.5”)
a.1 – inclusão tempestiva nos movimentos de caixa ou de
tesouraria;
a.2 – adequação dos descontos concedidos em relação a
cálculos e datas de vencimento e pagamento e
autorizações respectivas;
a.3 – depósitos dos valores recebidos e sua correspondência
nos extratos bancários ou inclusão nas conciliações
bancárias e sua eliminação posterior;
a.4 – emissão e observância da seqüência numérica dos recibos
emitidos, investigando cancelamentos ou qualquer número
faltante;
a.5 – contabilização tempestiva nas contas respectivas (caixa,
bancos, clientes, receita, despesa e outras).
Nota: Os recibos selecionados devem cobrir, inclusive, os
emitidos nas filiais, por cobradores internos e outros
(considerar, ainda, a possibilidade de existirem séries
distintas de recibos usadas simultaneamente).
b) Selecione, com base em registros ou relatórios de contas
a pagar, com base em cópias de cheques emitidos e com
base em cópias de recibos emitidos, pagamentos
realizados em um determinado período e verifique (vide
nota após “b.8”.):
b.1 – inclusão tempestiva nos movimentos de caixa ou de
tesouraria;
b.2 – emissão e observância da seqüência numérica dos
cheques e recibos emitidos, investigando cancelamentos
ou qualquer número faltante;
b.3 – se os assinantes dos cheques são os habilitados para
tal;
b.4 – documentação suporte, aprovações para pagamentos e
cópias dos cheques respectivos;
b.5 – aproveitamento de descontos para pagamentos
antecipados;
b.6 – cobrança de encargos por pagamentos atrasados
(conferir cálculos e verificar motivos);
b.7 – correspondência dos lançamentos nos extratos
bancários ou sua inclusão nas conciliações respectivas e
eliminação posterior;
b.8 – contabilização tempestiva nas contas respectivas (caixa,
bancos, fornecedores, financiamentos, compras,
despesas, receitas, etc.).
Nota: Os exames devem cobrir o máximo possível das
diferentes espécies de pagamento (fornecedores,
compras e despesas em geral pagas à vista, folhas de
pagamento, empréstimos e financiamentos, impostos e
contribuições, credores diversos e outras contas a
pagar);
c) Efetue o “corte” dos recibos emitidos para o mês anterior
ao da nossa visita conforme segue (vide nota após “c.4”):
c.1 – anote, em seqüência numérica e separadamente por
recebimentos e pagamentos, os últimos números desses
recibos, cobrindo alguns dias antes e após esse mês e o
próprio dia final do mesmo, na extensão necessária a
incluir a maior espécie possível de recebimentos e
pagamentos;
c.2 – inspecione todas as vias dos eventualmente cancelados,
indicando na relação acima essa circunstância;
c.3 – verifique, em função de suas datas de emissão, se a
inclusão dos mesmos nos livros de caixa e sua
contabilização (contra-partida) ocorreram efetivamente e
nos períodos a que competem;
c.4 – verifique, mediante visualização nos livros de caixa,
cobrindo um determinado período, que estes não
registram, para o mês de nossa visita e para o mês
imediatamente anterior, recibos de numeração anterior
ou posterior, respectivamente, à anotada conforme “c.1”.
Nota: O “corte” deve cobrir, inclusive, os recibos emitidos nas
filiais, por cobradores internos e outros (considerar, ainda a
possibilidade de existirem séries distintas de recibos usadas
simultaneamente).
2.3 - Bancos
a) Certifique-se de que as comunicações aos bancos com
respeito a procuradores que deixaram a empresa foram
feitas oficialmente e em tempo hábil.
b) Examine conciliações bancárias de um determinado período,
procedendo como segue:
b.1 – confira somas e saldos contra o razão e contra os extratos
bancários;
b.2 – examine idades das pendências indicadas, dedicando
especial atenção àquelas mais antigas e de valores
substanciais, certificando-se de sua regularização efetiva
ou quanto às providências efetuadas nesse sentido;
b.3 – para os depósitos pendentes verifique se os valores que
os compõem foram devidamente registrados nos livros da
empresa;
b.4 – verifique nos extratos bancários subseqüentes os cheques
indicados como ainda não apresentados.
c) Verifique a existência de contas encerradas antes da data-
base dos exames, aplicando, sobre as mesmas, os
seguintes procedimentos:
c.1 – exame das respectivas conciliações, com especial atenção
para a possibilidade de terem sido encerradas e reabertas
após a data-base por transferências de saldos, encobrindo
saldos a descoberto (cruze o exame com o teste de
transferências de indicando na lera “h”, ao final deste
item);
c.2 – confirmação dos saldos via circularização, se julgada
necessária.
d) Revise as conciliações anteriores no sentido de se
satisfazer, por testes, da efetivação das pendências
indicadas como regularizadas.
e) Revise operações registradas nos extratos bancários no
sentido de se satisfazer, por testes, quanto à fidedignidade
dos registros lançados nos livros da empresa. Preste
especial atenção para a possibilidade de os extratos
conterem emendas ou rasuras.
f) Efetue o “corte” dos cheques emitidos para o mês anterior
ao de nossa visita, conforme segue:
f.1 – anote, em seqüência numérica e separadamente por
bancos, os últimos números desses cheques, cobrindo
alguns dias antes e após esse mês e o próprio dia final do
mesmo, na extensão necessária a incluir o maior número
possível das contas bancárias da empresa ou aquelas que
apresentaram maior movimentação no período;
f.2 – inspecione cópias dos cheques cancelados, indicando na
relação acima essa circunstância;
f.3 – examine cópias dos cheques emitidos, atentando para seu
preenchimento e aprovação;
f.4 – verifique a inclusão dos referidos cheques nos movimentos
de caixa ou tesouraria e/ou sua contabilização nas contas
bancárias, certificando-se de que foi efetuada nos períodos
a que competem,
f.5 – certifique-se, mediante visualização dos lançamentos no
razão e nos extratos, cobrindo um determinado período,
que estes não apresentam, para o mês de nossa visita,
cheques de numeração posterior à anotada para esse mês,
conforme “f.1”;
f.6 – certifique-se, mediante visualização dos lançamentos no
razão e nos extratos, cobrindo um determinado período,
que estes não apresentam, para o mês seguinte ao de
nossa visita, cheques de numeração anterior à anotada
para esse mês, conforme “f.1”, salvo quanto aos
apresentados nos extratos, desde que indicados como
pendentes nas conciliações bancárias do mês anterior.
g) Inspecione talões de cheques em utilização e/ou a utilizar,
quando é efetuada pelos próprios emitentes, no sentido de
certificar-se:
g.1 – de sua emissão em seqüência numérica, investigando
qualquer número faltante;
g.2 – de que os a utilizar estão intactos, investigando qualquer
número faltante.
h) Efetue teste de transferências bancárias para um período
abrangendo alguns dias antes e após a data-base de nossos
exames, no sentido de se satisfazer da legitimidade das
operações (cruze o teste com o exame das conciliações
bancárias, quanto aos valores indicados nestas como
pendências).
2.4 – Títulos Vinculados ao Mercado Aberto
a) Efetue, a partir dos lançamentos no razão, teste de
aplicações e resgates cobrindo valores mais significativos,
compreendendo:
a.1 – exame da documentação suporte das aplicações e
resgates;
a.2 – exame das cópias dos cheques emitidos ou avisos de
débito e respectivas autorizações;
a.3 – conferências dos cálculos dos rendimentos apropriados
e/ou auferidos;
a.4 – verificação dos registros contábeis dos rendimentos
apropriados e/ou auferidos e das retenções de IRF, nas
contas respectivas.
b) Confronte saldo do razão contra registros ou posições
subsidiárias.
3. Procedimentos de Auditoria – Final
3.1 - Caixa
a) Examine os saldos dos fundos de caixa desde nossa visita
de ínterim, inclusive quanto aos relativos a numerário em
trânsito e a moeda estrangeira, compreendendo:

a.1 – análise de variações significativas verificadas nesses


saldos e investigação de suas causas, buscando certificar-
se de sua normalidade;
a.2 – verificações de aprovação para alterações nos limites dos
fundos fixos;
a.3 – confronto dos saldos finais de cada mês contra os livros
de caixa e termos de conferência, levantamentos,
posições, etc.,
a.4 – conciliações ou revisão de conciliações sobre pendências
verificadas no confronto antes referido, certificando-se da
efetiva e adequada eliminação.
a.5 – conferência da atualização dos saldos contra as taxas
oficiais de câmbio vigentes na data do balanço (taxa de
compra);
a.6 – confirmação contra a circularização efetuada, nos casos
de fundos em poder de bancos.
3.2 – Recebimentos e Pagamentos
a) Confirme os depósitos subseqüentes dos recebimentos
relativos aos últimos do final do exercício.
b) Examine os depósitos efetuados dias após o balanço,
provenientes de recebimentos, conferindo-os contra cópias
de recibos, relações de valores remetidos por
correspondência, de vendas à vista, etc., no sentido de
verificar que, as exceções daqueles referidos na letra
anteriores, não incluem valores relativos ao exercício
encerrado.
c) Revise os movimentos de caixa e tesouraria relativos aos 1º
dias após o balanço, nos sentido de verificar se não incluem
despesas de valores substanciais de competência do
exercício encerrado, não provisionados.
d) Efetuar o “corte” e o exame respectivo dos recibos emitidos,
cobrindo alguns dias antes e após o mês do exercício findo,
bem com o último dia desse exercício (adote, para tanto, os
mesmos procedimentos previstos no item 2.2, letra “c”, deste
programa).
3.3 - Bancos
a) Verifique a efetiva liquidação das pendências indicadas nas
conciliações examinadas na visita de ínterim e que tenham
permanecido pendentes de verificação naquela
oportunidade.
b) Examine as conciliações bancárias para a data do balanço,
seguindo tanto, os mesmos procedimentos indicados no item
2.3 deste programa, letra “b”.
c) Revise os lançamentos nas contas bancárias para um
período que inclua o mês do balanço, investigando qualquer
valor ou operação julgados incomuns.
d) Verifique a existência de contas abertas após nossa visita e
encerradas antes da data do balanço, aplicando, sobre elas,
os mesmos exames indicados no item 2.3 deste programa,
letra “c”
e) Efetuar teste de transferências bancárias para um período
abrangendo alguns dias antes e após o balanço, no sentido
de se satisfazer da legitimidade das operações (cruze o
teste com o exame das conciliações bancárias, quanto aos
valores indicados nestas como pendências).
f) Efetue o “corte” e o exame respectivo dos cheques emitidos,
cobrindo alguns dias antes e após o mês do exercício findo,
bem como o último dia desse exercício (adote, para tanto, os
mesmos procedimentos previstos no item 2.3 deste
programa, letra “f”).
g) Confira respostas aos pedidos de confirmação de saldos
investigando quaisquer divergências havidas.
h) Certifique-se da correta classificação das contas como
disponibilidades, bem como da sua adequada apresentação
nas demonstrações financeiras (considere a possibilidade da
existência de contas vinculadas, bloqueadas, etc., que
devam ser reclassificadas).
3.4 – Títulos Vinculados ao Mercado Aberto
a) Efetue teste de aplicações e resgates sobre os valores mais
significativos verificados na movimentação das contas
desde nossa visita interina, adotando, para tal, os mesmos
procedimentos previstos no item 2.4 deste programa, letras
“a” e “b”.
b) Verifique, integralmente ou numa base de testes, resgates
subseqüentes das aplicações em aberto na data do balanço.
c) Confira respostas a circularização emitida, investigando
divergências havidas.
d) Certifique-se da correta classificação das contas como
disponibilidades, bem como de sua adequada apresentação
nas demonstrações financeiras (considere a possibilidade da
existência de aplicações que não se caracterizam como de
liquidez imediata, devendo, por isso, ser reclassificadas).
4. CONCLUSÃO
4.1 – Ínterim
a) Responda às questões do questionário apresentado no item
1 deste programa, a partir:
a.1 – da aplicação dos procedimentos previstos no item do
citado programa;
a.2 – da aplicação de procedimentos adicionais de auditoria,
incluindo entrevistas com pessoal habilitado do cliente,
corroborando o resultado das mesmas através de exames
e observações pertinentes.
b) Registre nos Pt´s (folha mestre) resumidamente e
adequadamente:
b.1 – procedimentos alternativos utilizados pelo cliente, que
possam compensar as falhas de controle interno
verificado;
b.2 – o resultado da avaliação de controles, internos efetuada,
em termos de “satisfatórios”, identificando, para estes dois
últimos conceitos, os pontos que os justificam e que
devam:
b.2.1 – ser consignados em relatórios ou cartas de controle
interno a serem remetidos ao cliente;
b.2.2 – merecer destaque para atenção nos trabalhos de final e
sua extensão.
c) Faça anotações nas demais cédulas-resumo dos trabalhos
executados, ou seja:
c.1 – no anexo 04, os pontos deste programa que, por qualquer
motivo, ficaram pendentes de verificação;
c.2 – nos demais anexos, as situações aplicáveis ali requeridas.
4.2 - Final
a) Registre, na cédula-mestre (Pt´s) desta seção, a conclusão
sobre o resultado dos trabalhos desenvolvidos conforme
item 3 deste programa, quanto à aplicação dos PFC’s e sua
consistência em relação ao exercício, bem como seus
eventuais desvios.
b) Faça anotações nos anexos - resumo dos trabalhos
executados, ou seja:
b.1 – no anexo 02, espaço próprio, os pontos para o gerente,
sócio ou diretor;
b.2 – no anexo 04, espaço próprio, os pontos deste
programa que, por qualquer motivo, ficaram pendentes de
verificação;
b.3 – nos demais anexos, as situações aplicáveis ali requeridas.

Feito por Data / /


Revisado por Data / /

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