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PROJETOS MECÂNICOS DAS LINHAS I


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AÉREAS DE TRANSMISSÃO c
c
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c
c
o
PAULO ROBERTO LABEGALINI o
C'• '

JOSE AYRTON LABEGALINI o


c
RUBENS DARIO FUCHS o
o,
MARCIO TADEU DE ALMEIDA c
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2º EDIÇÃO I o
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PROJETOS MECÂNICOS DAS LINHAS
AÉREAS DE TRANSMISSÃO

/ \
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C'
PAULO ROBERTO LABEGALINI (
Professor Adjunto da
Escola Federal de Engenharia de ltajubá
cr
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I
II
JOSÉ AYRTON LABEGALINI
Professor Auxiliar da c
Escola Federal de Engenharia de lt~Jubá c
!
I RUBENS DARIO FUCHS c
M. Se., Professor Livre~Docente da
Escola Federal de Engenharia de ltajubá
c
c
MÁRCIO TADEU DE ALMEIDA
M. Se., D. Eng., Professor Titular da c
Escola Federal de Engenharia de ltajubá c
c
c
PROJETOS MECÂNICOS DAS LINHAS
c
AÉREAS DE TRANSMISSÃO
c
c
c
c
c
c
c
c
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2~ Edição c
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EDITORA EDCARD BLÜCHER LTDA
'

Prefácio da primeira edição

Livros, tratando especificamente dos.projetos mecânicos


das linhas aéreas de transmissão, têm sido publiCados em vários
países, principalmente na Europa. Certos aspectos do problema,
estretanto, aparecem somente em algumas publicações das _mais
variadas origens, nem sempre acessíveis a quem delas necessite.
Essa dificuldade ficou patente aos autores, ao receberem o encargo
de preparar um curso, em nível de graduação , -a ser ministrado aos
alunos da Escola Federal de En&enharia de Itajubá, visando.
especificamente ao preparo dos mesmos para essa área da técnica.
Tal fato, levou ao preparo de notas de aulas que servlssem de apoio
aos alunos. Essas notas foram sendo ampliadas, através do enfoque
© 1992 Editora Edgard Blücher Ltda.
de novo!? tópicos considerados importantes. Foram igualmente
É proibida a reprodução total ou parcial . '·
utilizados em cursos de especialização técnica para engenheiros
por quaisquer meios
sem autorização prévia da editora promovidos pela FUPAI, Fundação de Pesquisa e Assessoramento à
Indústria, com larga aprovação de algumas centenas de
EDITORA EDGARD BLÜCHER LTDA. participantes. O presente texto é conseqüência da experiência
01061-970 - CAIXA POSTAL 5450
acumulada durante esse período de prova. Com ele, os autores
END. TELEGRÁFICO: BLÜCHERLIVRO
esperam dar aos engenheiros brasileiros uma boa baSe para o
SÃO PAULO - SP - BRASIL
;,-~-·,,
desenvolvimento de seus trabalhos no setor, tendo-se em vista que o
número e a quilometragem de linhas a serem projetadas e construídas
Impresso no Brasil Printed in Brazil deverão c_rescer exponencialmente, face ao tipo de energia primária
de que devemos dispor preferencialmente.
-.,.~·'•" ...
~--·~- -~----------'·-- -~- ---·

\,if·'"'
L'' l
Os autores reconhecem que, hoje, uma elevada
porcentagem de projetos de linha é feita inteiramente por meio de ê
_.r-\
\_t
computadores digitais. Isso não invalida o presente texto, pois
~tanto usuários de programas como analistas de projeto, ou c
executores de linhas, têm necessidade - e mesmo obrigação de c
conhecer os fundamentos que originam tais programas. c
E, àqueles que se vêem obrigados a projetar linhas de (
transmissão sem terem acesso às citadas máquinas, acreditamos estar
Prefácio da segunda edição c
servindo ainda mais. c
A presente publicação deve-se principalmente ao c
entusiasmo do amigo e colega, engenheiro Amadeu C. Caminha, cujo Esgotada a primeira e:ctição sua simples reimpressão c
incentivo foi decisivo e a quem os autores apresentam seus c.eria sido o caminho mais fácil, tanto._para os autores, como também
c
1:
!
agradecimentos. para a Editora. Não atenderia, porém, aos interesses dos leitores e
c
Itajubá, 1981
nem aos propósitos dos autores em proporcionar um .texto atualizado
c
que abrangesse a evolução registrada nos últimos anos nessa área da
Engenharia Elétrica.
c
c
A aprovação e registro pela ABNT da norma NBR 5422/85,
em substituição à norma NB 182/72, exigiu substanciais alterações

no texto. Novos tipos de condutores e novos conceitos de
c
estrututras passaram às práticas construtivas. Isso levou os
c
c"
autores a repensar-- na E>bra -em- todos os se~s aspectos_, inclusive na
ordem da apresentação dos diversos assuntos, resultando numa nova
distribuição da matéria nos capítulos, em geral aplicada em seu c
conteúdo. c
.\ A continuada experiência em cursos de graduação e de c
especiafização (estes ministrados principalmente a engenheiros sem c
formação específica em sistemas de energia elétrica), mostrou ser c
desejável uma introdução conceituando os sistemas comerciais de c
energia, corno também um detalhamento maior dos equipamentos e c
materiais que constituem as linhas elétricas em altas tensões e em c
extra-altas tensões. Disso resultou um Cap. 1 aparente~ente
c
extenso, -~a.s_ qu~ ~

foram consideradas úteis.


no entanto, contém apenas as informações que
c
•O Cap. 2 aborda com bastante clareza a maneira de se
estimar as forças atuantes sobre as linhas e dá um tratamento mais
c'
(_,
("··
.,__.

atual e objetivo ao cálculo das deformações elásticas e plásticas


dos condutores.
O Cap. 3 aborda a matéria anteriormente coberta pelo
Cap. 1, com alguns novos enfoques.
No Cap. 4, como naquele da primeira edição, é
apresentado um roteiro para a realização de um projeto de cabos de
uma linha. Seus principais aspectos são discutidos, com ênfase para
os itens que exigem tomadas de decisão dos projetistas.
No Cap. 5, as estruturas de sustentação dos cabos são
Principais símbolos empregados
estudadas com maior abrangência.
O Cap. 6, vibrações nos cabos, foi completado e
atualizado. Significado
Símbolo Unidade
O Cap. 7 foi quase todo remodelado no estudo das
Vão isolado - distância entre duas es-
fundações de estrutruras. A m
truturas genéricas
Como outra novidade, decidiu-se apr~sentar alguns 2 Arca dos perfis da estrutura exposta
A m
programas de computadores digitais, para facilitar os~trabalhos de ao vento
Ae m Vão nivelado equivalente a um vão des-
cálculos dos projetistas. Optou-se por uma linguagem compatível com nivelado
a maioria dos microcornpútadores e das calculadoras progr-amáveis, o Ar m Viio regulador
m v~o básico para cálc,ulo
a
\:_·_; "Basic". a m Dimensão da Caixa da estrutura
Este trabalho teve a colaboração de mui tos, aos quais m Vão entre as_ estruturas i e j de_ um vão
a! J
continuo
c os autores aqui
Celso Pires,
registram seus agradecimentos.
pelo preparo dos programas para
Ao Prof.
o
Robson
cálculo dos
acr
ac
m
m
Vão crítico de uma linha
Vão gravante ou vão de peso
( v~o médio ou vão de vento
am m
A
c alongamentos permanentes. Srta. Ilse Mata,
datilografia de parte do texto. Ao aluno da EFEI, Robson Pimenta, e
pela caprichosa
B
q\
m
m
L~rgura da base da estrutura
Dimensão da caixa da estrutura
t Coeficiente de forma da estrutura
à Srta. Carla Andréa de Lima Ribeiro pela digitação e ao desenhista
c Sr. Argemiro do Santos pela preparação dos desenhos que ilustram o
c
c m
Constante de integração
Parâmetro da catenária
Coeficiente de Karman
Ck
livro. Ct kgf/cm
2 Coeficiente de solo
Itajubá, março de 1992 c m Dimensão da caíxa da estrutura
Do m Distância de· descarga
( 79 Q ano da fundação da EFEI) Du m
Distância igual à tensão nominal da LT
DT m Distância disruptiva
d m Diâmetro nominal do cabo
í de cm/kV Distância de--e-scoamento específico
dpr m Distância do pára-raio ao condutor
'"] 2 Kódulo de elasticidade do cabo
E kgf/mm
(,' E! kgf/mm
2 K?dulo de elasticidade inicial
-\
C(
':-':"'.,(
Significado Unidade Significado
Símbolo Unidade Simbolo
c
Er kgflmm
2
Módulo de elasticidade final PG kgf Peso da grelha c
ep
F
m
kgf
Espessura do poste
Forças definidas em cada caso
pi
Pr
kgf
kgf
Peso da cadeia.~e isoladores
Peso de terra ',, c
FA kgf Força horizontal na estrutura devido
à mudança de direção dos cabos
P(V) Probabilidade de um vento de velocida-
de V ser igualado
c
Fv kgf Força de vento resultante transmitida pop1 kgflm Peso por metro linear de cabo c
Hz
à estrutura
Freqüência de vibração pr kgflm
(i= 1, 2, 3, 4, ... )
Peso virtual de um cabo sob a ação do c:
f
f m Flecha de um cabo suspenso 2
vento c
fe
fn
m
Hz
Flecha de um vão equivalente
Freqüência natural de vibração de um
qo
q
kgflm
kgflm
Pressão do vento no cabo
2 Pressão de vento na estrutura c
fs Hz
cabo
Freqüência de vórtices de Strouhal
q Coeficiente de amplificação de vibra-
ção no condutor
c
kgflm Força do vento por unidade de compri- q kgflm Carga distribuída numa grelha (.
f v
mento R Coeficiente de área líquida de uma gr~
lha
c
H kgf·s/m Coeficiente de auto-amortecimento do
condutp·r Re Número de Reynolds c
H m Altura da estrutura
Desnível ou diferença de_, nível entre
rk m Raio de giração do perfil usado na es-
trutura c
t
hi J m
os suportes i e j s m2 ou mm 2 Área da seção transversal nominal do
cabo
c
: hs m Altura de segurança ( '
tC 4 Momento de inércia da seção reta do T kgf Tração axial num condutor-força de ci-
I cm salhamento no perfil da estrutura (
condutor
Coeficiente de segurança To i kgf Componen·te horizontál de tração axial
K
num condutor (i= 1, 2, 3, ... ) (
KHT; KR; KHc; KLR Fatores de correção para a determina-
ção do vento de projeto Tmsx kgf Valor máximo da tração admissível no
cabo
c
Ka
K
Parâmetro de vibração perigosa
Constante de fluência Tr-up kgf
s
Carga de ruptura
Período de duração da vibração
c
L m Comprimento do cabo
Comprimento do poste
Tv
Te s Período de observação da vibração c
l
lr
m
m Comprimento de flambagem t
Y\
m
s
Profundidade do bloco da fundação
Tempo
c
M
Mt
kgf.m
kgf.m
Momento de tombamento
Momento fletor h oC Temperatura c
Mt
kg/m
Momento de torção
Massa por unidade de comprimento
tml)n
v
oC
mls
Média das temperaturas mínimas anuais
Velocidade do vento
c
('',
m \~/
m Distâncias horizontais dos vértices Vmsx kV Tensão elétrica máxima
rn1. , mj
das curvas aos pontos de suspensão
Utr mls Velocidade transversal da onda de vi- c
N kgf
mais altos
Esforço normal no perfil da estrutura
v
bração
Componente vertical da força axial
c
N1 Número de isoladores
Número de cabos
v Velocidade do vento c
n1, DJ
n
m Oistã.ncias horizontais dos yértices
v
kmlh
Volume de material
Velocidade do vento normalizado a 10m
c
das curvas aos pontos de suspensão
mais baixos
V10
de altura e tempo de resposta do anemô c
p kgf Carga vertical na fundação
Peso do condutor Vp kmlh
metro de 2s
Velocidade do vento de projeto c
pc kgf
c
(',
--------- ''-~-=.-,-.,--_ '·

Simbolo Unidade Significado Simbolo Unidade Significado

km/h Valor médio das velocidades máximas 2


0"1. 2, 3 kgf/cm Tensões no solo
em 3
anuais do vento
Módulo de resistência do perfil da es-
.,.. kgf/cm
2
2
Pressão média no solo
O'c kgf/cm Tensão de compressão no solo
trutura 2
Tensão de flexão longitudinal
O'L kgf/cm
X m Distância horizontal de um ponto P 2
O"mSx kgf/cm Tensão máxima
qualquer a um ponto de suspensão de um 2
O'l kgf/mm Taxa de trabalho n~s cabos tensionados
cabo 2
y O'R kgf/cm Tensão de ruptura do concreto
m Amplitude de vibração 2
O't kgf/cm Tensão de flexão transversal
y m Distância vertical de um ponto P qua~
O'v Desvio-padrão para ventos de intensida
quer a um ponto de suspensão de um c~­
de máxima
bo 2
O's kgf/cm Pressão máxima admissível do solo
graus,rad Ângulo vertical entre a força de tra- 2
<rsh kgf/cm Pressão máxima admissível horizontal
ção axial T com uma horizontal
do solo
ex graus,rad Ângulo de vibração
T % 2 Período percentual de vibração
ex graus Ângulo de deflexão da linha
To kgf/cm Tensão de aderência entre concreto-aço
ex Coeficiente de efetividade do vento so
Tt Desvio-padrão das terrtper.aturas mínimas
bre os -cabos
plurianuais
1/oC Coefi-C,iente de expansão térmica linear
'P Índice de fluência
inicial
w rad/s Freqüência circular de vibração
extr Coeficiente de expansão térmica linear
final
ll lndice de fluência
13 graus Ângulo de talude
r Circulação
graus Ângulo que um cabo, sob a ação do ven-
' to, faz com a vertical - bal_anço da
cadeia
graus lndice de fluência
c '
(; - Variação de uma grandeza: por ex.,
àt = variação de temperatura
(; mm/mm Elongação total de um cabo
bteq o( Variação de temperatura equivalente a
urna elongação ,. \
c o Diferencial
c;; li kgf/m
mm/mm
3
Peso específico de um material
Elongação de um cabo por mudança do mó
c j; ,lj.
Õp

mim
dulo de elasticidade
Variação de comprimento de um cabo
C' " mm/mm Elongação devido à fluência
"
Tj Amplitude relativa de vibração
e o( Temperatura na fluência
À m lndice de esbeltez do perfil .metálico
À m3 Comprimento da onda de vibraç-ão
p kg/m Massa especifica do ar
.c :!: Somatório de urna grandeza: por ex.,
'c LF =somatório das.forças
)
t .•
"""-,
e~

c
c
c
c
c
c
c
c
Conteúdo c
c
PREFÁCIO
PRINCIPAIS SÍMBOLOS EMPREGADOS
c
c
c
CAPÍTULO 1- Introdução à transmissão de energia elétrica
por linhas aéreas de transmissão
c
c
1. 1
1.2
GENERALIDADES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ·7
TENSÕES DE TRANSMISSÃO- PADRONIZAÇÃO ................... 4
c
1.3 FORMAS ALTERNATIVAS DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELtTRICA .. 8 c
1.3.1- Transmissão em corrente contínua em AI e TEE .......... g
1.3.1.1 Esquemas de transmissão a CC ...... ·: ................. 10
c
1.3.1.2- Vantagens e desvantagens ............................ ';, í~ c
1. 3.1. 3 - Principais aplicações da tr..ansmissão em CC .......... I:: c
'~ .3. 2 - T ransm1ssao
· - po l'f'
1 as1ca · d e orem d super1or
1.4- COMPONENTES DAS LINHAS ÁREAS DE TRANSMISSãO ............. 17
· ............. . lo
c
1. 4.1 - Condutores ............................................ 79 c
1.4.1.1- Padronização de dimensões de fios e cabos ........... 23
1. 4. 1. 2 - /l;ipos de cabos para condutores de linhas de .
c
··transmissão ......................................... 2-r c
1. 4. 1. 3 Cabos para pára-raios ............................... 32
1.4.1.4- Capacidade térmica dos cabos- Ampacidade ........... 33
c
1.4.1.5- Condutores para linhas em extra e ultra-altas tensões38 c
1.4.2- Isoladores e ferragens ............................... . 42
1.4.2.1- Tipos de isoladores ................................. ~~
c
1.4.2.2- Características dos isoladores de suspensão ......... n c
1.4.2.2.1- Número de isoladores em uma cadeia de suspensão ... ~9
1.4.2.3- Ferragens e acessórios . , ............................ 51
c
1. 4. 2. 3.1 - Cadeias de suspensão .............................. 52 c
1.4.2.3.2- Cadeias de ancoragem .............................. 57
1.4.2.3.3 -.Emendas dos cabos ................................. 59
c

~I
1.4.2.3.4 Dispositivos antivibrantes ......................... 67
1.4.2.3.5 Espaçadores para condutores múltiplos .·;': ........... 62
1.4.2.3.6 Sinalizacão de advertência ........................ 63
c 1,4.3- Estruturas da linhas .................................. 64 CAPÍTULO 3- Estudo do comportamento mecânico dos condutores
c 1.4.3.1- Dimensões básicas de um suporte ..................... 65
1.4.3.1.1 Efeito dos cabos pára-raios ........................ 66 3.1 - INTRODUÇÃO ............................................... 152
I
1. 4. 3. 1. 2 Altura das estruturas .......................... . 66 3.2- COMPORTAMENTO DOS CABOS SUSPENSOS- VÃOS ISOLADOS ........ 153
1.4.3.1.3 Distâncias entre partes energizadas e partes 3.2.1- Suportes a mesma altura ................................ )54
aterradas dos suportes ............................ 69 3.2.1.1 -Equações dos cabos suspensos ................ ····)59
1.4.3.1,4 Disposição dos condutores nas estruturas .......... 72 3. 2. 2 - Suportes a diferentes alturas ......._.................... 164
1.4.3.1,5 Classificação das estruturas em função das cargas 3.2.2.1- Comprimentos dos cabos de vãos em desnível ........... )69
atuantes ......................................... . 74 3. 2. 2. 2 - Flechas em vãos inclinados ........................... 172
1.4.3.1.6 Classificação dos suportes quanto à forma de 3. 3 VÃOS CONTÍNUOS ........................................... 176
resistir .............................. _ ........... 77 3.4 EFEITO DAS MUDANÇAS DE DIREÇÃO .......................... . 191
1.4.3.1. 7 Materiais estruturais ............................. 12 3.5 INFLUÊNCIA DE AGENTES EXTERNOS .......................... . 193
c L 5 - BIBLIOGRAFIA ............................................ 14 3.5. 1 Efeito do vento sobre os condutores .................... 194
c 3.5.2 Efeito da variação da temperatura ...................... 200
3.5.2.1 -Equação da mudança de estado- vão isolado ........ ... 201
c 3.5.3 Influência da variação simultânea da temperatura e da
c CAPÍTULO 2 -Elementos básicos para os projetos das. linhas
aéreas de transmissão
carga de vento - vão isolado ........................... 206
c 3.5.4 Influência da variação das temperaturas e da carga de
vento sobre estruturas em ângulo ...................... . 210
c 2. 1 CONSIDERAÇÕES GERAIS ............................. , , ..... 8 7
2.2- CONSIDERAÇÕES SOBRE A SEGUR~ÇA DAS LINHAS .............. 19
3.5.5 Efeito da variação da temperatura sobre vãos isolados
desiguais ................................. .' ............ 212
( 2.3 - DOS ELEMENTOS SOLICITANTES
DETERMINAÇAO . ................ . 92 3.5.5.1- Efeito da variação da temperatura sobre vãos
c 2.3.1 Determinação das temperaturas necessárias aos projetos 93 adjacentes desiguais ................................ ,215
c, 2.3.1.1- Método estatístico ................................. _93
2.3.1.2- Método direto ou gráfico ................. c .......... 96
3.5.6- Vãos contínuos- vão regulador ........................ ,222
3.5.7- Efeito das sobrecargas de vento sobre vãos desiguais ... 227
c 2.3.2- Determinação das velocidades dos ventos de projeto .... ~7
2.3.2.1 Efeito da rugosidade dos terrenos ............ ...... 105
3.6- BIBLIOGRAFIA ............................................. 229
c 2.3.2.2 Velocidade básica de vento ......................... 106
c 2.3.2.2.1- Método estatístico .............................. . 107
2.3.2.2.2- Método direto ou gráfico ....................... .. 110 CAPÍTULO 4- Roteiro dos projetos mecânicos dos condutores
c 2.3.2.3- Velocidade do vento de projeto ................... .. 111
c 2.3.2.4- Velocidade básica com período de retorno qualquer . . 113 4. 1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS ................................... 231
4.2- ESTUDO DA DISTRIBUIÇÃO DOS SUPORTES ...................... 232
c 2.3.2.4.1- Método estatístico .............................. . 113
2.3.2.4.2- Método direto ou gráfico ........................ . 113 4.2.1 -Trabalhos topográficos ................................ . 232
c 2.3.3- Determinação da pressão do vento .................... . 116 4.2.2- Fatores que influenciam o projeto ...................... 236
4 . 2 . 2. 1 - Montagem
• ' dos cabos ................................. .. 239
c 2.4- FORMULAÇÃO DAS HIPÓTESES DE CÁLCULO ................... . 117
2.5- FATORES QUE AFETAM AS FLEXAS MÁXIMAS DOS CABOS ....... .. 120 4.3- DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DOS CABOS .................... ,253
c 2. 5.1 -Temperatura máxima .................................. . 121 4.3.1 -Elementos básicos .................................... .. 254
c 2.5.2- Características elásticas dos cabos ............. ..... 121
2. 5_ 2. 1 Deformações plásticas e modificação no módulo de
4.3.1.1
4.3.1.2
Escolha da condição regente do projeto .............. 255
Vão básico ou vão de projeto ......................... 260
c elasticidade em fios metálicos ................... .. 122 4.3.1.3 Tratamento dos cabos durante a montagem ............ .. 264
c 2.5.2.2 Diagramas tensões- deformações em cabos .......... . 125
2.5.3- A fluência metal6rgica ............................... 129
4.3.1.4 Cálculo da curva de locação e confecção do gabarito .. 267
4.3.1.5- Métodos de empregos dos gabaritos ................... . 273
( 4.3.1.6- Projeto de distribuição .............................. 210
2.5.4 ~Cálculo dos alongamentos permanentes ...... : ......... . 134
c 2.5.4.1- Método convencional ............................... . 135 '-4- DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ............................... 212
4.4.1 -Enunciado específico ........................ ·..... ':'::--.. ."-.282
c 2.5.4.2- Métodos recomendados pelo ~G-22 do CIGRÉ ......... .. 141
2.5.5 Acréscimo de temperatura equivalente a um alongamento ~-~.2 Determinação da velocidade de vento do projeto e forças
c s
permanente ........................................ ... 146 4
resu"l tantes da ação do vento ........................... 285
-~.3- Dimensões básicas das estruturas ....................... 286
"\' ! 6 Características térmicas e elásticas dos cabos ....... 749
!,_4_4- Escolha do vão básico para cálculos .................. .. 289
--T....
(
4.4.5- Hipóteses de cálculo e condição regente de projeto ..... 290
4.4.5.1- Para os cabos condutores ............................. 290
6.1. 2. 2 - Galopping ou galope .................................. 366
6.1.2.3- Oscilações de rotação ................................ 367
c
(
4.4.5.2- Para os cabos pára-raios ................... : ......... 294 6.1.3- Efeitos das vibrações ....... : ........................ :.367 '
4.4.6- Confecção do gabarito ..................................
4.4.6.1- Cálculo das flechas para o gabarito ..................
296
300 1
6.2 _ ESTUDO GENERALIZADO DAS OSCILAÇOES EM LINHAS DE TANSMISSAO
COMO VIBRAÇÕES AUTO~EXCITADAS .................... ........ 368
c
304 . (
4.4.7- Tabelas ou curvas de flechamento dos cabos condutores .. 6.2.1 - Introdução ao problema ......... ·, ....................... 368
4.4.7.1- Tabelas de trações em função das temperaturas ........
4.4.7.2- Tabelas de flechas em função das temperaturas e vãos .
305·
306
6.3- ESTUDO DO FENÔMENO DAS VIBRAÇÕES POR,VÕRTICES ............ 374
6.3.1- Descrição matemática .............. : ............... ..... 374
c
4.4.8- Tabelas de flechamento dos cabos pára-raios ............ 308 6.3.2- Origem hidrodinâmica das vibrações eólicas ............. 376 (
4. 5 - BIBLIOGRAFIA ............................................. 31 O 6.3.3 - Desenvolvimento da vibração eólica em um vão de linha
de transmissão ......................................... 380
c
- AUTO-AMORTECIMENTO EM CONDUTORES ................. ........ 383 (
6. 4
CAPÍTULO 5- Estruturas para linhas de transmissão
. - 385
6.5 _INTENSIDADE DE VIBR~ÇAO ····· · ··· ······ · ·· ·· · ··· ·· · ···· · · · 388 c
5. 1 - INTRODUÇÃO ............................................... 31 5
6 6- CRITÉRIOS DE VIBRAÇAO PERIGOSA .......................... .
6:6.1- Prognóstico do nível de vibração .............. ......... 388 c
5. 1. 1 - Classificação .......................................... 375 6.6.2- Critério de vibração perigosa ........................... 389 c
5.1.2- Materiais estruturais ............................ , ..... 376
5.2- ESTRUTURAS TRELIÇADAS EM AÇO GALVANIZADO ............... .. 318 ·
6.6.3- Ruptura dos condutores ...... .' .......................... 392
6. 7 - TENSÃO MECÂNICA E DISPOSITIVOS PARA FIXAÇÃO DOS CONDUTORES 397
c
5. 2. 1 - Elementos .............................................. 323 6.8- AMORTECEDORES DE VIBRAÇÃO ............................... . 401 (
5. 2. 1.1 - Membros .............................................. 323
5.2.1.2- Conectares ou junções ./ ............................. . 325
6. 8.1 - Introdução .................................. · ......... .. 401
6.8.2- Tipos de amortecedores ................................ . 402
c
5. 2. 2 - Normas e recomendações ; ................... ·' ............ 3 2 7 6.9 ~RESUMO PRÁTICO DE VIBRAÇÕES ............................. . 413 c
5.2.2.1 -Índice de esbeltez ........................ , ........ .. 327 6.9.1- Introdução ............................................ . 413 (
5. 2. 2. 2 - Per f i lados mínimos ........................ : . ......... 3 28 6.9.2- Posição do amortecedor no vão .................. ........ 420
5.2.2.3- Conectares .......................................... 328 6.9.3- Modelo matemático de um amortecedor stockbridge ..... ... 424 c
5.2.2.4- Marcação ............................................ 329 6.9.4- Amortecedor tipo festão .............................. .. 427 (
5.2.2.5- Parafusos .......................................... 329 · 6.10- PROTEÇÃO AO LONGO DE VÃOS DE TRAVESSIAS ................. 429
6.11- VIBRAÇÕES EM SUBVÃOS .................................. .. 430 (
5.2.2.6- Proteção à corrosão .................................. 329:
5 . 2. 2. 7 - Compacidade .......................................... 3 3O i 6.12- RELAÇÃO ENTRE NÍVEL DE VIBRAÇÃO E DEFORMAÇÕES .......... . 432
6.13- ESTUDOS SOBRE VIBRAÇÕES NAS LINHAS DE TRANSMISSÃO
c
5.2.2.8- Esbeltez efetiva .................................... . 331 i
5.2.2.9- Formulãrio para compressão ........................... 332! NO BRASIL ....................................... · ·. ·. · .436 c
5.2.2.10- Ação do vento ....................................... 333 I 6.1.; - BIBLIOGRAFIA .................................... · · ·. · · · ·439 c
5.2.2.11 -Análise dos esforços ............................... . 334 f
5.3- PROJETO .................................................. 335 f
c
5 . 3 . 1 - Da d os pre 1'1m1nares
· ..................................... 335 t··.·.•
CAPÍTULO .(l\- Fundações
c
5. 3. 2 - Hipóteses de cálculo ................................... 338 .:
5. 3. 3 - Cálculo dos esforços ................................... 340
7. 1 - INTRODUÇÃO .......................................... · · · · · 44 3 c
5.3.4- Diagramas de carregamento ............................. . 341 ·:
7.2- ESFORÇOS NAS FUNDAÇÕES ............................... .... 444
7. 2.1 - Compressão ...................................... · · · · · · 445 c
5.3.5- Diagramas de utilização ............................ .... 343.
5.3.6- Roteiro para o projeto da estrutura metálica ....... .... 346
7.2.2- Tração ......................................... · · · · · · · ·445
7.2.3- Flexão ............................... ··················446
c
5. 4 - BIBLIOGRAFIA ............................................ 363 7.2.4- Torção ......................................... ······ ··446

7.2.5- Cisalhamento ..................................... · · · · · ·446 c
7.2.6- Empuxo ..... : ......................................... · .447
7 · 3 - NOÇÕES DE GEOLOGIA ............... : . ............. · · · · · · · · ·449
c
CAPÍTULO 6- Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos
7.3.1- Tipos de terrenos de fundações ................ ·········449 c
6. 1 - INTRODUÇÃO ............................................... 364 7.3.2 - Sondagem ........................................... · · · ·452
7.4- MATERIAIS USADOS EM FUNDAÇÕES ......................... ... 460
6.1. 1 - Comentários iniciais ................................... 364
6.1.2- Dimensões e causas das vibrações ....................... 366 7.4.1 - Madeira ................................................ 460
-_~..., ·~-.--- .... li6~
c
7.4.3- Aço .................................................... 462
7.4.4- Concreto ............................................... 465
7.5- TIPOS ESTRUTURAIS DE FUNDAÇÔES ................... .' ........ 466
7. 5. 1
7.5.2
7.5.3
7. S. 4
Fundações simples ...................................... 46 7
Fundações fracionadas .................................. 467
Fundações de estaiamento ............................... 468
Fundações especiais .................................... 468
,
7.6- TIPOS CONSTRUTIVOS DE FUNDAÇÔES .......................... 469
7.6.1 Plantio de postes ................ ·...................... 470 lntroducão à transmissão de
7. 6. 2 Fundações em grelhas .................................... 4 73
7. 6. 3 Fundações em tubulão ................................... 4 7 5 energia elétrica por linhas
7.6.4
7.6.5
Fundações em sapatas de concreto ...................... . 476
Fundações estaqueadas ................................. 477
aéreas de transmissão
7. 6. 6 Ancoragem em rocha ...................................... 4 7 9
7. 7 - EXECUÇÃO ................................................. 480
7. 7. 1 Locação ................................................ 4 8 J 1 . 1 - GENERAL IDADES
7. 7. 2 Preparação de terreno .................................. 4 8 J
7. 7. 3 Execução ............................................... 482 As primeiras aplicações de caráter econômico de energia
7. 7. 4 Recomposição do terreno ................................ 486
7. 8 - MtTODOS DE CÁLCULO ....................................... 4 8 7 elétrica datam de 1870, aproximadamente, época em que as máquinas
7. 8.1 Método suíço ............... •............................. 490 elétricas (dínamos e motores de corrente contínua) atingiram o
7. 8. 2 Fundações tracionadas ... .' ............................. ..496
7.8.3 Grelhas ................................................. 500 estágio que permitiu seu uso na geração e na utilização da energia

c: 7. 8. 4
7.8.5
Tubulão .................................... , ........... 5 J 3
Stub e cleats .......................................... 524
elétrica como força motriz em indústrias
iluminação pública, com lâmpadas arco voltaico, apresentava-se como
e nos transportes. A

c 7.9- BIBLIOGRAFIA ............................................. 527


c, uma alternativa à iluminação pública a gás. Comq energia primária,
utilizava-se quase exclusivamente máquinas a vapor estacionárias,
c ou locomóveis, queimando carvão ou lenha, em pontos próximos ao de
c sua utilização.
c Somente em 1882 é que foi constituída a primeira
( empresa destinada a gerar e vender energia elétrica aos
c \
interessaàos, agora mais facilmente utilizável, em virtude da
c invenção da lâmpada incandescente por Thomas A. Edison. Foi o mesmo
c Edison o autor do projeto e o responsável pela instalação da usina
c da rua Pearl, em N. York, cujos dínamos eram acionados po~ máquinas
a vapor. A rede de distribuição subterrânea abrangia uma área de
1600m de raio em torno da usina. A energia fornecida, em llOV de
( corrente contínua era· para uso geral, abrangendo inicialmente a
iluminação pública e a residencial, além de umas poucas aplicações
de força motriz. A aceitação foi imediata e o sistema exigiu novas
adições. Isso ·só ·:·-era-.-;possi.vel ... ·,com,- a··_, cons-tr.uç_ão-<de--:· no:vas,:.··_centEais.,
-,: ..

2 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão introduçlio à transmissão de energia elétrica por li"nhas aérea.s de transmissão 3 ~
c"
em virtude das limitações econômicas e técnicas impostas ao 1950 -entrada em serviço de uma linha de 1.000km de c
transporte da energia elétrica a distâncias maiores. Esse fato , comprimento, 50Hz e 400kV, na Suécia; r
,por si só, constituía-se em importante limitação ao uso da energia 1953 -alcançada a tensão de 345kV nos Estados Unidos; r-
'~

elétrica, sem atentar para o fato de que o potencial energético 1963 -energizada a primeira linha de SOOkV nos Estados í
hidráulico estava fora do alcance, na maioria das vezes, como fonte
de energia primária.
Unidos;
1965 -é energizada a primeira linha de 735kV no Canadá;
c
(
O emprego da corrente alternada foi
França, com a invenção dos transformadores, permitindo o transporte
desenvolvido na
A primeira linha de transmissão de que se tem registro
c
no Brasil, foi construída por volta de 1883, na cidade de
c
econômico da energia elétrica, em potências maiores e tensões
Diamantina, Minas Gerais. Tinha por fim transportar a energia
r
mais elevadas a distâncias maiores, sem prejuízo da eficiência: no
produzida em uma usina hidrelétrica, consti tu ida por duas rodas
c
uso para fins de iluminação. Os direitos de uso desse sistema, nos
d'água e dois dínamos Grame, uma distância de 2km, c
Estados Unidos, foi adquirido por George Westinghouse em 1885 e
que, já em início de 1886, instalou uma rede em CA para iluminação aproximadamente. A energia transportada acionava bombas hidráulicas
r-'·
pública com 150 lâmpadas. em uma mina de diamantes. Consta que era a li~ha . mais longa do c
Em maio de 1888, Nioo\a Tesla, na Europa, apresentou um mundo, na época [8]. c
artigo descrevendo motores de indução e motOres síncronos Uma rápida pesquisa na bibliografia disponível mostrou c
bifásicos. O sistema trifásico seguiu-se, lo"go, com o ser difícil um levantamento geral das linhas construídas no Brasil, c
desenvol virnento de- geradores síncronos e motores de indução. As suas datas e características, e, no relato que se segue, haverá, c
vantagens sobre os sistemas de CC fizeram com que os sistemas de CA por certo, omissões. (
passassem a ter um desenvolvimento mui to rápido. Inicialmente eram Em 1901, com a entrada em serviço da central c
sistemas monofásicos e, em seguida, sistemas bi e trifásicos. hidrelétrica de Santana do Parnaíba, a então San Paulo Tramway c
Registram-se:
Light and Power Co.. Ltd. construiu as primeiras linhas de seus c
sistemas de 40kV. Em 1914, com a entrada em serviço da usina
c
1886 -uma linha monofásica com 29,5km e capacidade de hidrelétrica de Itupararanga, a mesma empresa introduziu o padrão
\ c
transporte de 2.700HP, para Roma, Itália;
1888 -urna linha trifásica, em 11.000V, com um comprimento de
88kV, ~ue

Esse padrão de
até hoje mantém e que adotou também para subtransmissão.
tensão foi, em seguida, adotado pela Companhia
c
180km na Alemanha; Paulista de Estradas de Ferro, Estrada de Ferro Sorocabana e,
c
(.
1890 -primeira linha em CA, de 20km, monofásica no estado de através desta, pela USELPA, hoje integrado ao sistema CESP. Ehtr~
.,
Oregon, nos EUA, operando em 3300V; 1945 e 1947, foi construída a primeira linha de 230kV no Brasil,
c
(
1907 -já era atingida a tensão de 110KV; com um comprimento aproximado de 330km, destinada a interligar os
(
1913 -foi construída uma linha em 150kV; sistemas Rio Light e São Paulo Light, operando inicialmente em
(
1923 -foram construídas linhas de 220kV; 170kV, passando em 1950, a operar com 230kV.
1926 -foram construídas linhas com 244kV; (
Fcii também a primeira interligação de dois sistemas
1936 -a primeira linha de 287kV entrou em serviço; importantes realiza,do no Brasil ["6]. c
L
(
·"""'---,-------------

5
4 Projetos mecánicos das linhas aéreas de transmissão Introdução à transmissão de energia elétrica por linhas aér~as de transmissão

Seguiram-se, a partir daí, em rápida sucessão, as


linhas de 345kV da CEMIG e FURNAS, 460kV da CESP, as linhas de
_ SOOkV do sistema de FURNAS e 800kV do sistema de Itaipu.

ISOLADORES
7,70(NIN! 7.70(hiN) \
I I
o

I
30 ISOLADORES I
!:!i I 30 ISOLADO
,;1
:\: _j___
NOTA:
\ODAS AS COTAS EN METROS
o
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AUTO- PORTANTES

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i 7.85 •pro.;.

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11
a) Estaiada b) AutoPortante
,:
I' ~ : 3'5 !SOLA DORES

c: li

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I,
Fig. 1.1- Estruturas das LT de CC de± 600kV, de Itaipu [7]
"
11

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c:
- I' 1.2 -TENSÕES DE TRANSMISSÃO- PADRONIZAÇÃO •o
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Edison, ao escolher a tensão 110V para o seu sistema,
"• o
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o
~
praticamente iniciou uma padronização das tensões de energia .;
N

'-' elétrica a nível de consumidor. Essa tensão, ainda hoje é usada em


( numerosos sistemas rnonofásicos a dois ou três fios. "w
-~
ê ESTAlADAS
Desde logo ficou conhecida a supremacia dos sistemas <
( >
il
c 1f polifásicos sobre os sistemas mono e bifásicos. Os geradores e os

~
-
c,- - motores síncronos são mais compactos do que os mono ou bifásicos,
pela melhor utilização do espaço disponível no induzido. Os motores Estruturas- da LT de CA -d.,, Itaipu em)iOOkV
' Fig. 1. 2
'-
6 Projetos mecânicos das linhâS Béreas de transmissão Introdução à transmissão de energia elétrica por linhas aéreas de t~ansmissão 7 ·;~""·
(_i"
de indução, por sua vez, além da vantagem acima, também _permitiam Instituiu-se em cada categoria as "classes de tensão". c
partidas diretas, com elevado conjugado inicial. Havia ainda a Uma classe de tensão é constituída por um ou mais valores de c
vantagem de que os sistemas mono ou bifásicos podiam ser derivados "TENSÃO NOMINAL" e um valor de "TENSÃO MÁXIMA DE OPERAÇÃO EM REGIME c
dos mesmos. Nos sistemas convencionais de energia elétrica, a PERMANENTE". c
corrente alternada, adotou-se o sistema trifásico para as Para as altas tensões o caráter de padronização c
indústrias, reservando-se os sistemas monofásicos para a nacional ainda prevalece, enquanto que para as tensões
c
distribuição residencial e mesmo rural. extra-elevadas a padronização internacional está estabelecida e c
A crescente demanda da energia elétrica exigiu aceita.
c
constante ampliação das instalações, conseqüentemente a encomenda No Brasil são as seguintes as classes de altas tensões
c
pelas concessionárias e pelos usuários de novos e mais potente's e extra altas tenSões recomendadas pelo COBEI da ABNT, para
c
equipamentos, e que, por razões econômicas, deveriam operar com sistemas trifásicos, tensões fase-a-fase.
c
tensões mais altas, criava sérios problemas para os fabricantes
TABELA 1.1- CLASSES DE TENSÃO PARA USO NO BRASIL
c
desse material. Isso fez com que mui to cedo se reconhecesse a
c
necessidade
equipamento
de
e,
uma padronização
conseqüentemente/ das
das tensões
instalações
de operação
das empresas
do
TENSÕES NOMINAIS TENSÕES MÁXIMAS CATEGORIA c
(
concessionárias. A padronização das tensões não podia ser, 33 ou 34,5kV 38kV
evidentemente, individual por fabricante. Adotaram-se Padrões de 62 ou 69kV 72,5kV
altas c
tensões (
c ará ter nacional, estendendo-se também a outros países. A 132 ou 138kV 145kV
(
experiência ditava os valores mais convenientes a cada caso, em 220 ou 230kV 242kV
geral fixados por considerações de ordem tecnológica e econômica. 330 ou 345kV 362kV
tensões
c
No Brasil, que não desenvolveu sua indústria de (:
SOOkV 550kV e~tra

equipamentos, cada concessionária adotou os padrões dos países de 750kV 800kV


elevadas c
origem dos diversos fornecedores de equipamento ou das matrizes das c
empresas concessionárias de energia elétrica. A unificação das c
tensões é recente. / \A IEC ainda reconhece a classe 380 ou 400kV I 420kV, de
c
Convencionou-se que nos sistemas trifásicos as tensões uso nos sistemas nacionais interligados da Europa.
c
seriam especificadas por seus valores fase-a-fase, consideradas Estudos realizados na Europa e Estados Unidos (1)
c
suas tensões nominais. mostraram que, em um mesmo sistema, deve-se evitar a sobreposição
c
Um esforço em nível internacional, através da IEC de muitos níveis de tensões. Assim, nos Estados Unidos e Canadá, a
classe de 34SkV foi desenvolvida para ser sobreposta ao sistema de
c
-!nternational Eletrotechnical Comission, levou a uma padronização (
de tensõ_es, que foram agrupadas em três categorias: 138kV, enquanto que a classe de SQOkV foi desenvolvida para ser
(
Altas Tensões (AT) sobreposta ao sistema de 161kV e/ou 230kV. Por sua vez, à classe de
Tensões Extra-Elevadas (EAT)
600V < U < 300kV
300kV < U < 800kV 34SkV recomenda-se a sobreposição por sistemas de 7SOkV. na Europa,
c
(
Tensões Ultra-Elevadas (UAT) U > 800kV a classe de 400kV foi sobreposta aos sistemas de 230kV.
c
c
10 Projetos mecânicos das linhas aéreas de tfansmissão Introdução à transmissão de energia elétrica pai linhas aéreas de transmissão 11

contínuas também em linhas aéreas, para transmitir grandes


-Transmissão bipolar
potências a longas distâncias, ou como linhas alimentadoras ou em
Emprega dois condutores métalicos, um para cada um dos
sobreposição aos sistemas de CA, dado seu efeito estabilizador. A
pólos. Em cada um dos seus terminais existem dois conversores
"bibliografia é bastante rica na descrição das instalações em CC
ligados em série no lado de corrente· contínua, e cujos pontos
existentes.
neutros podem ou não ser aterrados. Em casO'- de aterramento de ambos
No Brasil opera uma linha em ± 600kV, 3150MW e
os neutros, cada um dos pólos pode operar. independentemente do
aproximadamente 800km de extensão, interligando o setor de 50Hz de
outro, durante contigências, com aproximadamente metade da potência
Itaipu com o sistema interligado do Sudeste, que opera em 60Hz. Uma
total. Equivale em confiabilidade a uma linha de corrente alternada
linha idêntica e paralela a esta está prevista.
a circuito duplo (Fig. 1.4).
Por volta de 1970, as válvulas a vapor de mercúrio tipo
piscina passaram a ser substi tu idas por TIRISTORES. Trata-se de
Retificadores Controlados de Silício (SCR), que apresentam inúmeras
POLO i+l
vantagens sobre as válvulas a vapor de mercúrio.

1.3.1.1- Esquemas de transmissão a CC

A transmissão em CC pode se processar de três modos, a


saber:

- Transmissão monopolar POLO 1-1

Representa a sua forma mais simples, possui apenas um


condutor metálico e emprega o solo como retorno. É também aquela
que requer o menor investimento para as linhas. Apresenta a mesma Fig. 1.4- Esquema de transmissão a CC bipolar

confiabi l idade de uma linha a corrente alternada a um circuito. o


condutor métalico pode ser de polaridade negativa ou positiva, / \
sendo preferida a polaridade negativa (Fig. 1. 3). - Transmissão rnomopolar

A linha é constituída de dois ou mais condutores de


RETIFICADORA POLO - COND. METÁLICO INVERSOR A mesma polaridade, em geral negativa, empregando o solo como
retorno. No caso de falta de um dos condutor.es, o conversor
inteiro fica ainda disponível para operar com mais da metade da
potência total. Não" havendo restrições quanto à permanência de
RETOI'NO PELO 50...0
--~- correntes no solo, este esquema oferece alguma vantagem sobre o
a.'1terior, inclusive de rendimento, por serem menores as perdas
c
c,
( .
Fig. 1.3- Esquema de transmissão monopolar
''
(Fig. 1.5).
t ,,,
12 Projetos mecânicos das Ú1has aéreas de transmissão
Introdução à transmissão de energia elétrica porlinhas aéreas ,de transmissão 13
c
d - o solo representa um ótimo condutor para a CC, com c
P O LO ( - l resistividade praticamente nula. Pode, economicamente, c
substituir os condutores metálicos em regime normal ou c
durante contigências; c
e - a CC não conhece, em regime permanepte, a indutância e a c
POLO 1+1
N capacitância. Destarte, uma mesma intensidade de corrente c
SOLO
produz, em um condutor idêntico, uma queda de tensão menor c
do que uma corrente de CA de mesma intensidade. O
c
POLO(-l
condutor possui, à CC, uma resistência-bem menor do que à
c
CA, pela ausência dos efeitos pelicular e de proximidade,
econômica,
c
Fig. 1.5 - Esquema de transmissão a CC homopolar o que permite uma transmissão mais
c
principalmente. a grandes distâncias;

CC somente transmite potências ativas.


c
r

1.3.1.2- Vantagens e desvantagens da transmissão em CC


f - a linha de
Ocorrendo um curto-circuito em um dos sistemas de CA, a "·c
linha de CC não contribui para aumentar as correntes de (
São as seguintes as vantagens oferecidas pela curto circuito;
c
transmissão a corrente contínua:
g - o controle de fluxo da energia entre dois sistemas c
a - torna econômica e tecnicamente viável a transrriissão, a interligados é relativamente fácil, através do controle do c
distâncias relativamente grandes, de potências equipamento conversor. c
consideráveis por cabos subterrâneos e submarinos, pela Em contrapartida, há igualmente desvantagens, c
ausência da corrente de carga;
citando-se principalmente: c
b - trata-se de uma ligação ass1'ncrona en t re · t
SlS emas, podendo a - os conversores são muito caros e seu controle tende a ser c
portanto interligar sistemas de freqüências diferentes, (
\sofisticado;
como também transferir energia de um pa ra ou t ro, sem c
problemas de estabilidade do sistema interligado, podendo
b - os conversores requerem muita energia reativa,
instalação junto a eles de grandes bancos
exigindo a
de capacitares
c
mesmo aumentá-la;

c - para urna mesma potência transferida, uma linha bipolar de


I
i
estáticos;
(.
c
CC, com o mesmo nível de isolamento de uma linha de CA e I c - os conversores geram harmônicos, tanto do lado da CC, como
do lado da CA, exigindo a instalação de filtros para
c
condutores de mesma bitolas, necessita apenas 2/3 da
evitar a sua propagação. Os capacitares usados nos filtros
quantidade de cabos e 213 do número de isoladores do que a ' (..
de CA. Suas dimensões
estruturas mais leves
servidão mais estreitas;
globais
e simples
serão
e
menores
exigindo
empregando
faixas de I
ff:

suprem parte da energia reativa aos conversores;

d - a ausência de disjuntores de AT e em EAT para CC


possibilidade de se constiuir redes multiterminais em
limita a
CC.
c
'

r
(~
14 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão

Isso, no estágio atual, restringe a operação das linhas de


Introdução à transm;ssão de energia elêtn"ca por linhas aéreas de transmissão

1.3.2- Transmissão polifásica de ordem superior


15

( CC ao sistema ponto-a-ponto.
( i
Já fora verificado, há algum tempo, que o emprego de
(- 1.3.1.3- Principais aplicações da transmissão em CC um número de fases m3.ior do que três na transmissão de energia

~:'·
elétrica poderia ser bastante vantajoso em linhas aéreas de
As discussões anteriores, referentes às vantagens e
transmissão.
desvantagens da transmissão CC, sugerem os seguintes casos de
Estas, para serem construídas,-· extgem o estabelecimento
c aplicação:
de áreas de segurança, constituídas pelas faixas de servidão, cuja
c' a - para as linhas em cabos subaquáticos com comprimentos largura é estabelecida pelas normas técnicas em função da classe de
c maiores de 35km; tensão da linha e"de suas dimensões. Visa-se, com isso, resguardar
( a segurança de pessoas e bens. Poder-se-ia dizer que uma 1 inha
b - para a interligação de sistemas de CA com freqüências
2,; diferentes ou quando for desejada uma interligação ocupa no espaço um volume de forma·· prismática de comprimento e

assíncrona; área de seção transversal variável a cada caso, para transmitir a


c' potência prevista em projeto. Nas linhas trifásiCas, a densidade de
c' c - para transmiti r potênc_ias elevadas através de longas
potência por área de seção transversal da linha é, em geral,
(~~. distâncias por linhas aéreas. Isso faz com- que essas
relativamente baixa, o que leva à conclusão de que há um baixo
linhas sej~m associadas a usinas hidrelétricas de grande
c porte situadas em regiões remotas ou a usinas térmicas a
fator de utilização das faixas de servidão em uso.
( A medida em que a demanda de energia elétrica cresce,
carvão, do tipo boca de mina, quando o transporte de
novas linhas de capacidade de transporte cres_cente são exigidas,
energia elétrica é mais econômico do que o transporte do
( levando a se empregar linhas com níveis de tensão mais altos,
combustível a longa distância, para sua geração próxima
conseqüentemente também com dimensões maiores, exigindo um número
c aos centros de consumo;
c d - um dos maiores problemas com que se defrontam as
maior de faixas de servidão, de largura maior. Estas se tornam
mui to difíceis de serem obtidas, ·pelo seu custo elevado ou por
(
,- concessionárias em áreas urbanas, é o reforço do suprimen- causa do impacto visual que as linhas representam na paisagem,
~.
to de energia às suas áreas centrais, pois, em geral, no- nem sempre bem aceitas pela população. Isso é
( '
c
vas linhas aéreas estão excluídas, pela impossibilidade de
se obter as necessárias faixas de servidão, como também os I especialmente verdadeiro em zonas suburbanas.
A elevação da tensão de linhas existentes tem resolvido
C' cabos subterrâneos em CA sofrem limitação econômica pe- f o caso em algumas instâncias, corno também a troca de uma linha a
cl>
,l
(J
las distâncias. Neste caso, alimentadores em
neos podem ser indicados; exemplo, em Londres.
tipo de aplicação, cabos "criogênicos"
CC subterrâ-

desempenharão
Para este
no
;
,_
1
circuito simples por outra a circuito duplo na mesma faixa.
A transmissão por ordem mais elevada de fases -- seis,
nove ou doze fases -- oferece uma combinação de vantagens, o que a

~.-1.
futuro um importante papel, pois, pelas suas baixas perdas terna especialmente recomendada para linhas que devem ocupar
e quedas de tensão em CC, poderão transmitir correntes .
-
faixas de servidão estreitas. Elas permitem maiores densidades de

L
( .
elevadas com baixas tensões.
1
~-
potência· na sua seção transver.sal, menores gradientes de potencial
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão lnuodução à transmissão de energia elétrica por linhas aéreas ue transmissão 17
(,
c
nos condu teres, portanto, menor atividàde de carona (perdas de c
energia, ruídos sonoros e de radiointerferência). Suas· dimensões c
~ais reduzidas permitem que sejam também mais estéticas. (
As vantagens derivam do menor defasamento existente
c
entre fases. Por exemplo, num sistema
fase-terra corresponde a 199kV. Num sistema hexafásico (6 fases),
de 345kV, a tensão
c
(
os mesmos 199kV representam igualmente as tensões fase-fase; no
c
sistema dodecafásico,
fase-a fase.
aos 199kV fase-terra,
O resultado disso é que uma
teremos apenas 103kV
linha menor pode ser
c
(~
usada para transportar uma potência maior.
A transformação para o sistema hexa ou dodecafásico, a
c
partir de um sistema trifásico e vice-versa, é possível através de
c
transformadores. Tem sido usado para a alimentação de pontes
c
retificadoras industriais há mui tos anos e é confiável. A figura Fig. 1.7 Estruturas propostas para linhas c
1.6 mostra um esquema de conexão/viável, com dois transformadores
de transmissão polifasicas
c
trifásicos ou seis monofásicos para se obter· um sistema c
hexafásico. (
A viabilidade técnica da transmissão por linhas aéreas (
de níveis mais elevados de ordem de fases, f;oi verificada em
(
= • linhas experimentais. Já há linhas hexafásiCas operando nos
c
=· (. Estados Unidos. Outras deverão se seguir, por transformação de
c
• linhas a circuito duplo trifásicas para o m~do de operação
~""
• hexafásica. Prevê-se que as linhas hexa ou dodecafásicas sejam
c
.___rmm_•
aceitas no futuro como alternativas para as linhas de tensões c
o
~""

ultra-eleyi:tdas. c
.,. c
60'
••
I
c
1.4- COMPONENTES DAS LINHAS AÉREAS DE TRANS~ISSÃO c
c
Fig. 1.6 -Transformação trifasica-hexafasica O desempenho elétrico das linhas está diretamente c
~elacionado com as características de seus componentes, como c
também de sua configuração geométrica. Temos, de um lado, a. (
A Fig. 1. 7 mostra a configuração de estruturas
propostas para linhas de transmissão a seis e a doze fases,
.-:.,- .. EUportabilidade
r•. elétrica de sua estrutura isolante e seu c
projetadas para mesmas tensões fase-terra (5].
.. ~:-~_óesempenho i.écnico, e do outro lado, sua capacidade de suportar as
c
c
(
-~"'i
~~.• 18 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Introdução à transmissão de energia elétrica por linhas aére~s de transmissão 19
h,L, solicitações m~nicas a que são submetidas, que devem ser Urna linha de transmissão se compõe das seguintes partes
'J~ consideradas corcomitantcmente. E, isso, sem descuidar ~e um outro principais, que serão analisadas suscintamente (Fig. 1.8):
l
fator de igual importáncia, que é o econômico. O transporte de cabos condutores de energia e acessórios;
(
energia elétriCi pelas linhas de transmissão tem, dentro de um - estruturas isolantes;
(
; sistema elétric:, o caráter de ''prestação de serviço". Deverá, - estruturas de ·suporte;
~-

'· pois, ser efic~te, confiável e econômico. Para se transportar - fundações;


uma determinadc.. quantidade de energia elétrica a uma distância - cabos de guarda ou pára-raios;
preestabelecida há um número muito grande de soluções possíveis, - aterramentos;
( em função do g:~ande nú1nero de variáveis associadas a um linha, - acessórios diversos.
(. como:

( - valor d~ :ensão de transmissão;


( j_•
- número, :ipo e bitolas dos cabos condutores por fase; PR

( - número e :ipo dos isoladores e distâncias de segurança;

ê'(i -número a~ circuitos trifásicos;


- materiaü estruturais e a/forma dos suportes resistirem aos
CONDUTORES

?~
esforço~ c
etc.
c
De :.:~das as soluções possíveis, apenas uma .,ou poucas ,.,._ ,;;; V'

J I 'FUN DACÕES
( .· satisfazem aos :-equisi los básicos do transporte da energia, ou

c'' seja, o de ::ermitir o "transporte de lkWh na c!istância


especificada, ~o menor custo, dentro de parâmetros técnicos
Fig. 1. 8 - Principais elementos das linhas_ de transmissão
(
preestabelecidcs:, e com 0. confiabilidade necessária".
(
Ess~ solução é encontrada através dos estudos de 1.4.1- Condutores
"otimização". ~~a tanto. para cada solução aceitável, são feitos

'' -, verdadeiros a:.:eprojetos eletromecânicos, que são avaliados A Teoria da Transmissão mostra que os agentes do
tecnicamente. '?e i tos os orçamentos de custos e de perdas de transporte da energia elétrica são os campos elétricos e os campos
energia, por comparação é encontrada a solução mais adequada. aag~éticos, para os quais os éondutores constituem 11
guias". Sua
De um modo geral, para idênticos parâmetros de escolha e dimensionamento corretos são decisivos na limitação das
desempenho e c:.nfiabilidade, deve ser escolhida a solução para a }>erdas de energia (por efeito Joule ou por Carona), corno também
qual a parcele. .anual dos investimentos feitos,
manutenção e operação (aqui
anualmente perCida) sejam mínimos (ver item 1.4.2).
inçll:lídos
mais os custos de
os_ custos da energia
-, ·para controlar os níveis de radiointerferência.e ruídos
Problemas de natureza mecânica podem igualmente ocorrer, em casos
de solicitações excessivas.
acústicos.

To:.Js os f a teres intervenientes estão relacionados com


os componentes :ísicos das linhas.
1k-

"~,~""" Hcolha
~~;.,~
As perdas por efeito Joule
de condutores com áreas de seções transversais adequadas
são controladas pela
r\_::.,. .. ·"

20 Projetas mecânicos das linhas aéreas de transmissão lntroduç3o à transmissão de energia elétrica por tinhas aéreas,de transmissDo 21
(':
às correntes que deverão conduzir, concomitantemente com a escolha Na figura 1.9 é mostrado o diagrama das forças com que c
de materiais com resistividade compatíveis. As côrrentes são
as estruturas de suporte das linhas absorvem os esforços c
proporcionais às potências a serem transmitidas e inversamente transmitidos pelos condu~ores. c
proporcionais aos níveis de tensão adotados. Já as manifestações T (newton) é a força axial dO. condutor. Ela possui duas c
do efeito Carona, que dependem do gradiente de potencial nas componentes, uma força horizontal To [N], absorvida pela estrutura, c
imediações dos condutores, aumentam com o nível das tensões e
e uma força vertical P = a2p que é equilibrada pelo peso do c
diminuem com o aumento nos diâmetros dos condutores. Este fator
c
faz com que, principalmente em níveis de tensões acima de 200kV, condutor na metade do vão "a" [m].
c
a escolha das dimensões dos condutores obedeça ao critério de
c
minimização das manifestações do
consenso entre projetistas de
efeito Carona,
linhas de q_ue não
já que eXiste
se consegue,
c
c
r: economicamente, sua total eliminação.
Os condutores, corno os demais materiais empregadoS em c
I engenharia, estão sujei tos a falhas. Estas são decorrentes dos c
c
I
I
tipos e intensidades das solicitações a que
também de sua capacidade de resistir às mesmas. Os condutores das
são submetidos e
C:
linhas aéreas de transmissão, para se manterem suspênsos acima do c
solo sã9 submetidos a forças axiais. Estas variam com a mudança
Fig. 1.9 -Vão de uma linha aérea de transmissão
c
das condições ambientais: abaixamentos de temperatura provocam c
aumentos nas trações e vice-versa. O vento atmosférico, incidindo c
sobre a superfície dos condutores, exerce sobre os mesmos uma A flecha do condutor no vão "a", f [rn], pode ser
c
pressão, que se traduz também em aumento na tração axial. Quando a calculada pela equação abaixo [9], admitindo-se que a curva
c
tração resultante atingir valores maiores do que a resistência dós t assumida pelos cabos seja uma parábola,
c
condutores à ruptura, esta poderá ocorrer. O vento, por outro t ... \ f=
2
a .p ( 1. 1) c
lado, induz nos condutores vibrações de freqüências elevadas, que 8To
c
podem provocar a sua ruptura por fadiga junto aos seus pontos de na qual p, em newton por metro, representa o peso unitário do
c
fixação aos isoladores. Quanto maior for a taxa de trabalho à condutor.
c
tração nos condutores, maiores serão os problemas decorrentes das A menor distância do condutor ao solo é chamada
c
vibrações. Quanto menor a tração maior será a flecha resultante,
como mostra a figura 1.9, exigindo, pois, estruturas mais altas ou
•al tura de segurança", e é determinada em função da tensão da
c
um maior número delas. Outro fator que pode influenciar a escolha
linha e da natureza do terreno atravessado, da maneira prescrita
ea normas d~ Pr9c~dimentos (no Brasil, vigora para esse fim a NR
c
dum tipo de condutor é sua capa~idade de operar com temperaturas 5422 [10]). Na figura 1.9 estâ representada por hs.
c
mais elevadas, sem perdas acentuadas de resistência mecânica, Os condutores empregados em linhas aéreas de
c
admitindo maiores densidades de corrente. transmissão são constituídos por cabo~. Estes são obtidos pelo c
lj
(
.,
'--~~-~----- '

-'-""'--.r·- .
23
(. Projetos mecânicos das linhas ·aéreas de tranSmissão IntroduçãO à transmissão de energia elétrica por linhas aé~eas de transmissãO
22
r·.
c "encordoamento" de fios metálicos. Sobre um fio de secção
( transversal circular são enrolados, em forma espirâl, outros fios
(
envolvendo-o, formando uma, duas ou mais camadas.- O sentido de
enrolamento de cada uma das camadas é sempre oposto ao da camada
anterior. A camada mais externa é torcida para a direita. Os fios
c que compõem um cabo podem ser todos de um mesmo diâmetro, caso
c mais comum, ou podem possuir diâmetros diferentes em camadas
Fig. 1.10- Diâmetro nominal de um cabo com 3· camadas (37 fios)
(
diferentes. Podem ser de materiais diferentes, desde que
c compatíveis eletroliticamente entre si.
1.4.1.1- Padronização de dimensões de fios e cabos
( formados
Os c·abos com fios de mesmo diâmetro são
( O número de diâmetros de fios e a variedade de cabos
obedecendo à seguinte lei:
Logo, uma
( que podem ser obtidos é praticamnte ilimitado.
2 ( 1. 2)
c n = 3x + 3x + 1 padronização de medidas e composições teve que ser estabelecida,
para restringir essa variedade a um número econ~micamente e também
c na qual:
tecnicamente aceitável. Essa padronização, no entanto, foi feita
n- representa o número,{otal de fios;
x - representa o número de camadas ou capas. nacionalmente, estando em uso diversas séries de dim·ensões. Un:t

Assim: esforço internacional prossegue na tentativa óe unificação, o que

- 1 camada, 7 fios já se consegue no âmbito do IEC para fios e cabos de cobre. No


(
- 2 camadas, 19 fios Brasil foi adotada a escala hoje conhecida p~r AWG (American Wire
(
'.._
- 3 camadas, 37 fios Gage), pela qual se estabeleceram inicialmente 40 tamanhos
( padronizados de fios- de cobre, ordenados em ordem decrescente de
- 4 camadas, 61 fios, etc.
c Os cabos são especificados pelo seu diâmetro nominal, a
diâmetro e mantendo uma relação constante entre os diâmetros de
c área de sua secção transversal nominal, o número de fios
dois tamanhos sucessivos. O maior diâmetro escolhido foi de
( 0,01168 [m] - (0,4600 ") e que recebeu a designação de 0000. O
menor .diâmetro,
componentes, e pelos metais ou ligas com que são confeccionados. '
c Diâmetro nominal do cabo é o diâmetro do círculo que
com 0,000127 [m] - (0,005") recebeu o número 36.
( tangencia a geratriz externa dos fios componentes da camada
Entre 0000 e 36 existem 38 diâmetros padronizados. Logo entre dois

c externa (Figura 1.10).


números consecutivos a relação é igual a 1,123. A relação entre as

c - A área de secção transversal é determinada pela soma das


áreas de duas secções transversais é de 1,261. Por outro lado, a

c áreas das secções transversais dos fios componentes.


relação entre o diâmetro de um fio com o outro, cujo número de

c São encontrados em manuais de Engenharia Elétrica e


ordem for acrescido de 6, é 2, e a relação entre as áreas de fios

c! . catálogos de fabricantes. A essas grandezas nominais devemos


que diferem da ordem numérica de 10 é também igual a 10. A
35, 36. A

;~~i
2,
associar tolerâncias de fabricação e que também são normalizadas. numeração sucessiva é 0000, 000, 00, O, 1'
tabela.foi estendida posteriormente para acomodar fios mais finos
Para os diâmetros a tolerância é de ± 1%, conseqüentemente, para as
do que 36 e cabos maiores do que 0000.
áreas de secções transversais, 2%.
I
T~
25
Introdução à transmissão de energia elétrica po-r linhas aéreas ~e transmissão ('
24 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transm;ssão

Condutividade - O alumínio para condutores apresenta uma c


A unidade de área adotada para definir a secção
condutividade cerca de 61Y. daquela do cobre usado em cabos, porém, c
transversal dos condutores é o CM "Circulá.r Mil", que
devido ao seu baixo peso específico, a condutividade do alumínio é c
corresponde à área de um círculo cujo diâmetro é de um milésimo de (
3 2 mais do que" o dobro daquela do cobre por·,unidade de peso.
polegada, ou seja, 0,506707.10- [mm ]. Assim, o condutor 0000 tem (
Resistência mecânica - A do alu:Ini:nio é praticamente a
uma secção transversal de 211. 600CM ou 211, 6kCM e o número 36,
metade daquela do cobre. Esse inconveniente pode ser sanado com o (
25CM. Para diâmetros maiores do que 0000, abandonou-se a lei' de
formação da escala, escolhendo-se o tamanho seguinte com 250kCM e
uso de condutores de liga de alumínio ou através de sua associação c
a partir desse valor, acréscimos constantes de 50 kCM permitiram com o aço, resultando nos cabos de alumínio com alma de aço. O c
atingir cabos de diâmetros consideráveis.
critério de escolha entre cabos de alumínio, alumínio-aço ou de c
Essa escala também foi adotada pelas normas ASTM
liga de alumínio; em função de sua resistência mecânica, não é c
(American Society for Testing Materials) e pelas da ABNT
necessariamente decisivo, pois, na maioria das vezes, mesmo nas
c
(Associação Brasileira de Normas Técnicas) para fios e cabos de
condições de solicitação máxima, as taXas de trabalho são mantidas
c
alumínio e de ligas de alumínio, porém com a intercalação de
baixas (fatores de segurança de 2,5 a 3), a fim. de proteger os
c
secções transversais díferent7s daquelas da escala dos condutores
cabos de ruptura por fadiga provocada pelas vibrações eólicas. A
c
de cobre {ver tabelas do Apêtídice no final do livro).
ruptura dos cabos por excesso de tração é extremamente rara.
Resistência à corrosão - Tanto os fios de alumínio como os
c
de suas ligas, ao serem resfriados ao término dos processos de
c
linhas de (
1.4.1.2- Tipos de cabos para condutores de trefilação, sofrem um processo de oxidação que recobre os fios com
(
transmissão um filme de pequena espessura. Este filme·; é bastante duro e
Metais empregados na fabricação de cabos para linhas (
estável, protegendo o fio contra futuras agressões externas.
aéreas de transmissão: Diversas ligas de alumínio são indicadas para ambientes de c
COBRE - Apesar de sua elevada condutividade elétrica, menor atmosferas marítimas ou mesmo de atmosferas industriais bastante c
apenas do que aquela da prata, o cobre vem sendo cada vez menos agressivas. c.
usado em linhas aéreas de transmissão, principalmente por razões de
Baixo preço - Seu preço por unidade de peso é cerca da c
aetade ..:~b preço de igual quantidade de cobre, donde se conclui que
ordem econômica. c
No Brasil, as normas referentes aos condutores de cobre
o investimento necessário em cabos para transportar uma mesma
c
são NBR 5111, NBR 5159, NBR 5349. No final do livro encontram-se
corrente, com o mesmo rendimento em condutor de alumínio, é cerca
c
as tabelas do apêndice com as características de condutores nus,
de um quarto daquela necessária à sua realização por condutor de
c
segundo especificações da ASTM. (
ALUMÍNIO - O alumínio é hoje inteiramente dominante para a
A - CABOS DE ALUMÍNIO - São confeccionados com fios de pureza c
99,45% e têmpera dura. Sua condutividade é de 61% !ACS
fabricação de condutores para linhas aéreas de transmissão, tanto l.
em sua forma pura, como em liga com outros elementos, ou associados
Annealed Copper Standard = Padrão Internacional de
c
l
u,·
,,
"
com o aço.
superadas.
As objeções históricas ao seu uso estão inteiramente
= 100). Sua fabricação obedece no Brasil à norma NBR
- Cabos de Alumínio (CAl e Cabos de Alumínio com Alma de Aço
(
c
(
-- ·-;.{>

c 26 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão


Introdução à transmissão de energia elétrica pOr linhas aéreas de transmissão 27

c No Brasil, os cabos CAA devem ser especificados pela


c (CAA) para fins elétricos. Essa norma é similar às normas
área de sua secção transversal, em mm
2
e pela sua composição,
( norte-americanas ASTM que regem o assunto.
isto é, pelo número de.fios de alumínio e o número de fios de aço
No Brasil estes cabos devem ser especificados pela
( desejado.· Pode-se indi-car também o núrilero de kCM correspondente,
2
área de sua secção transversal em mm e pelo número de fios que os
í além da classe de galvanização da alma de_ aço. Para esses cabos,
compõem. Pode se usar subsidiariamente o número correspondente à
c área em CM, da norma ASTM, sem indicação de unidade. As indústrias
no Brasil, vigora a NBR-293 já mencionada.
(
produtoras empregam uma palavra código para a sua identificação.
(
Cada um dos cabos CA é designado pelo nome de uma flor no idioma
c inglês.
c
(
c Exemplos:
(.
LILAC - cabo composto de 61 fios de alumínio com uma área de
( 795kCM ou 402,83mm 2 . Diâmetro nominal de 26,11mm.
c ARBUSTUS - cabo compostO de 37 fios de alumínio com uma área
de 795kCH ou 402,83mm 2 . Diâmetro nominal de 26,07mm.
c - TULIP - cabo composto de 19 fios de alumínio com uma área de
c 336,4kCM ou 170,46mm 2 . Diâmetro nominal de 16,91mm.'
c
(.
'--

c B - CABOS DE ALUMÍNIO COM ALMA DE AÇO


idealizados para suprir a falta de resistência mecânica à tr~çãG
(CAA) - São cabos

c dos cabos de alumínio. Em torno de uma "alma" constil:.uída por um


fio ou um cabo constituído por 7, 19 ou mesmo mais fios de aço
c galvanizados, são enroladas uma, duas ou mais camadas ou coroas
c concêntricas de fios de alumínio do mesmo tipo usado nos cabos de
c alumínio (CAl. Nos catálogos dos fabricantes desses cabos
c encontra-se uma variedade grande de composições, variando a
c relação entre as áreas das secções transversais do aço com relação
( ao alumínio. A figura 1.11 mostra algumas das composições mais
comuns de cabos CAA.
A galvanização dos fios de aço ·que compõem a,.s ;:ilmas
desses cabos, pode ser especificada com 3 categorias de espessuras
de recobrimento pelo zinco: classes A, B e C. Os cabos de Fig. 1..11 - Composição de cabos alumínio-açO
(Alcan - Alumínio do Brasil S/A)
fabricação normal apresentam espessuras A. li_
-:-~·

Projetos mecânicos das Hnhas aéreas de transmissão Introdução à transmissDo de energia elétrica por linhas aéreas de transmissão-- 29 ( ..?.
28
(
Nas normas ASTM, a palavra código que identifica cada Consegue-se um aumento de diâmetro da ordem de -25% a 30% sobre os
(
um dos cabos CAA, é o nome de uma ave, também em inglês. cabos convencionais (Fig. 1.17).
(
C - LIGAS DE ALUMÍNIO - A fim de aumentar a resistência
Êxemplos:
mecânica à ttação e a estabilidade química do alumínio, recorre-se
- PENGUIN - cabos CAA com 1 fio de aço e 6 de alumínio,
correspondente ao número OOOOAWG, com uma área de 125,09 mm 2 e à adição de diversos elementos de liga como\:ferro, cobre, silício,
diâmetro nominal de 14,41mm. Tração nominal de ruptura 37,167kN. . '-.
manganês, magnésio, z1nco, etc. As suas compoSições, os processos
- KINGBIRD - cabo CAA com 1 fio de aço e 18 fios de aluminio,
com uma área de 636kCM de alumínio e área total de 340,25mm 2 e
metalúrgicos para sua obtenção e trefilação, ·são normalmente c
diâmetro nominal de 23,88mm, tração nominal de ruptura de 69,823 objetos de patentes e são por isso comercializados sob nomes c
kN. registrados como ALDREY (Suíça), ALMEC (França), DUCTALEX (
- ROOK - cabo CAA com 7 fios de aço e 24 fios de alumínio, com
uma área de 636kCM de aluminio e área total de 340,25mm 2 . e
(Suécia), etc. Suas características são variáveis. Uma coisa têm c
diâmetro de 24,81mm. Tração nominal de ruptura de 100,812kN. em comum: todos apresentam condutividades menores, de 57 a 59,5 c
- GROSBEAK - cabo CAA com 7 fios de aço e 26 fios de alumínio,
com uma área de 636kCM de alumínio e área total de 374,79mm 2 .
IACS, o que não é de todo urna desvantangem, pois, nos cabos CAA, c
Tração nominal de ruptura de 135,136kN.
se considerarmos a área bruta de sua secção transversal ao invés c
Nos cálculos elétricos, considera-se que os fios de aço apenas daquela do alumínio, sua condutividade é éie apenas 53% c
'
não participam da condução das ,·corn;ntes elétricas. Sua função é lACS, conforme a sua composiÇão.
c
apenas mecânica.
de alumínio,
C.1 -CABOS DE LIGA DE ALUMÍNIO
encordoados da forma
Empregam fios de liga
convencional; designados no
c
Em locais cuja atmosfera, por sua agfessividade, (
desaconselha o uso do zinco como elemento de proteção do. aço das Brasil por CAL, e fabricados de acordo com as normas ASTM. São (
especificados pelo tipo de liga, sua área em kCM ou mm 2 , número de

I
almas do cabo; pode-se empregar fios aluminizados ou fios (
fios e seu diâmetro nominal.
aço-alumínio ( "alumíníum clad"). No primeiro caso, a camada a
C. 2 - CABOS DE ALUMÍNIO REFORÇADOS COM FIOS DE LIGA DE
c
revestir o aço é muito fina enquanto
revestimento do alumínío é espesso, perfazendo cerca de 25% da
que. no segundo, _o
ALUMÍNIO - No Brasil são designados abreviadamente por CALA. Os
c
área total do fio. As normas ASTM designam estes cabos como fios de liga de alumínio são usados como alma para os cabos, c
ACSR/AW. O isolamento da alma dos cabos do meio ambiente por meio constituindo um cabo central, sobre o qual são enrolados os fios c
de graxas apropriadas, aplicadas durante o encordoamento dos de alumíJ;\ilo. Na primeira camada sobre a alma pode haver fios de c
cabos, é também usado para sua proteção. alumínio e de liga. Nas camadas mais externas, há apenas fios de c
A fim de reduzir o gradiente de potencial nas _alumínio (Figura 1. 12), dependendo da relação entre o número de c
imediações dos condutores das linhas, procura-se aumentar os fios de liga e o de alumínio; designados pela ASTM como cabos c
diâmetros dos cabos, sem, no entanto, aumentar a quantidade ·de _ACAR. São especificados pela área total em kCM, diâmetro nominal, c
metal condutor. Inicialmente, empregaram-se cabos "ocos 11 de cobre número de fios de alumínio e número de fios de liga. c
ou bronze. Foram desenvolvidos em seguida os cabos designados por D - CABOS ESPECIAIS [12, 13, 14] - Conforme já foi mencionado,
ua deis fa\ores que podem comprolneter a vida útil de uma linha é o
c
CAA expandidos, at~ hoje ainda em uso. Neste tipo de cabo, sobre (
sua alma de aço, são enroladas uma ou duas camadas de cordões de problema c'bm as vibrações nos cabos pelo vento,
~rego de trações mais condizentes com a resistência mecânica dos
o que impede o
c
fibra ou papel impregnado e, sobre este, as camadas de alumínio. (
c
(
i' ~

31
(~' 30 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
Introdução à transmissão de energia elétrica por linhas aéreas de transmissão

c '
~ j -VANTAGENS :
(
' '.'' - menores perdas de energia, pois sua condutibilidade é de
r---.
I 63% IACS;
(~
- pode-se usar taxas de trabalho cerca de 50% mais elevadas
c do que nos cabos_ normais, reduzindo as flechas, pois a
energia das vibrações é dissipada por atrito entre os fios
'
I

c frouxos sobre a alma de aço;


podendo operar com
- ótimas propriedades térmicas,
(
temperaturas de até 200°C, sem perda de resistência mecânica
(
ou incremento nos alongamentos permanentes.
(

( D. 2 - CABOS AUTO-AMORTECIDOS - CAA - SD - São cabos

c construídos com fios trapeZoidais, como mostra a figura 1.13, em

(' ' torno de um cabo de aço ou de liga de alumínio. São construídos


mantendo uma folga entre as camadas ou coroas. Sob a ação do
c


vento, as vibrações induzidas provocam movimentos relativos a
c atritos entre elas, dissipando a energia das vibrações.
c
c·\ Fig. 1. 12 - Cabos de alumínio com alma de ligas de a"lumínio [ 11]
(

c cabos. A penalidade econômica decorrente é bastante elevada, pelo


( maior investimento em estruturas. Procurando minimizar o problema,
Fig. 1.13- Cabos CAA- SD
c um número grande de dispositivos foram inventados. Condutores com
condutor
( desempenho mais adequado for&m igualmente desenvolvidos. Estes se PAR TORCIDO (Twisted pairl Um
D.3
c baseiam na sua capacidade de auto-amortecimento das vibrações, construido com dois cabos convencionais (CA, CAL, CAA, etc)
( podendo-se, com isso, empregar trações bem mais elevadas, enrolado·~ um sobre o outro em forma de espiral de passo longo (±

c reduzindo-se as flechas, podendo-se espaçar mais as estruturas, ou 2,70m), como na


figura 1.14, cr-iando uma superfície irregular

c, reduzir as suas alturas.


Os principais tipos, em uso nos Estados Unidos há algum
exposta
-
no vento, apresentando as seguintes vantagens:
menor balanço sob a ação do vento;
r'-I tempo, são: - menores vibrações e capacidade de dissipação dessa energia
c, D.1- CONDUTORES DE ALUMÍNIO SUPORTADOS PELO AÇO- (SSAC
por atrito entre os cabos compOnentes. Logo, admite-se
C, trações maiores, com flechas menores;
c'•. t - Steel Supported Aluminum Conductor) - De c~nstrução semelhante
aos cabos CAA, porém empregando fios de alumínio de têmpera mole.
- maior superfície de irradiaçãó de calor para uma mesma

c! Após o seu tensionamento, os fios de alumínio deixam de absorver


secção transversal de condutor. Logo, maior ampacidade

l i esforços mecânicos, transferidos inteiramente para o cabo da alma.


(ver item 1.4;1.4).
q I

32 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Introdução à transmissão de energia elétrica por linhas aéreas rje transmissão 33 c
B - CABOS CAA EXTRA-FORTES - quando se deseja cabos com
c
I menor atenuação, empregam-se cabos CAA extra-fortes, CAA-EF, que c
I I 1 : I
I I I I I se distinguem por uma menor relação área de alumínio/área de aço.
c
•I
I

Fig. 1.14 - Cabo "par torcido"


I
I

.. e.
:
1
I
1

~ I
I
I
I
Próprios para uso em li-nhas com pára-rã:ios isolados,
emprega sistema de ondas portadoras ligado
C - CABOS

camada de alumínio.
AÇO-ALUMÍNIO
confeccionado com fios de aço extra-fortes revestidos -de espessa
aQS para-raios.
(Aluminum clad ou Alumo-weld)

Indicados para atmosferas agressivas ao aço


quando se

(
(
(
galvanizado e também quando se deseja usar os pára-raios com onda c
1.4.1.3- Cabos para pára-raios portadora. c
c
A função principal dos cabos de guarda ou pára-raios
das linhas aéreas de transmissão, é a de interceptar as descargas
1.4.1.4- Capacidade térmica dos cabos- AmPacidade c
atmosféricas e evitar que atinjam os condutores, reduzindo assim
c
As correntes elétricas, ao percorrem os cabos das (
as possibilidades de ocorrerem ,interrupções no fornecimento de
linhas aéreas de transmissão, provocam perdas de energia, como (
energia pelas linhas. Subsidiáriamente, podem ser· usados como
condutores para sistemas de telernedição ou comunicaçãÓ por onda
conseqüência do efeito Joule. Essa energia se manifesta através da
geração de calor, provocando o seu aquecimento, que será tanto
c
(
portadora. Nesse caso, deverão ser isolados dos suportes por
maior quanto maior for a densidade de corrente nos cabos.
(
isoladores de baixa tensão disruptiva, e que perdem sua condição
Esse problema deverá ser encarado sOb dois aspectos: o
isolante sob a ação das sobretensões atmosféricas, para permitir econômico e o técnico. Sob o ponto de vista econômico, é po·ssível
c
sua condução ao solo, sendo para tanto equipados com
identificar para cada linha de transmissão uma densidade de c
centelhadores. corrente .que resulte não nas menores perdas e sim num valor c
São os seguintes os tipos de cabos empregados, considerado o mais econômico. Para essa corrente, especifica-se as c
igualmente eficientes em sua função principal: ãreas das, secções
.\
transversais dos cabos condutores, conforme c
A - CORDOALHA DE FIOS DE AÇO, ZINCADA - fabricados e estabeleéeu a lei de Kelvin (1881): "a área de secção mais (_
especificados no Brasil pela NBR 5908, idêntica à normal ASTM econômica de um condutor para a transmissão de energia será (
correspondente. São de dois tipos, distinguindo-se por sua encontrada, comparando-se o valor das perdas anuais de energia em c
resistência mecânica forte, alta resistência AR (HS) e extra-forte cada condutor visado com a parcela anual de custo do investimento (
EAR (EHS). a ser feito na aquisição dos condutores correspondentes. A solução (
A zincagem, em geral a quente, é feita com 3 categorias mais econômica é aquela para a qual as duas parcelas de custos são (
de espessura, A, B e C, sendo a primeira a mais comumente usada. iguais 11 [15] (figura 1. 15). Assim posto, o problema está c.
Sua especificação é feita pelo tipo, classe de simplificado
outros custos
em excesso,
além
pois,
daquele dos
a comparação
condutores,
deveria
como
englobar
estruturas,
c
galvanização e diâmetro nominal - em polegadas ou seu equivalente
métrico. isolamentos, compensações etc, resultando, como é feito
c
( J
(
c 34
Projetos mecânicos das "linhas Béreas de transmissão
Introdução à transm_issão de energia elétrica por linhas aéreas de transmissão 35

Verificou-se que cerca de 13 fatores podem afetar a temperatura_de


modernamente, em "ESTUDOS DE OTIMIZAÇãO", pelos quais todos os
um cabo de linha aérea de transmissão. Alguns são denominantes,
componentes das linhas são escolhidos com os mesmos critérios.
outros de influência praticamente insignificante. A referência [16]
( Sob o ponto de vista técnico, deve-se considerar o
é bastante elucidativa a respeito. Um método bastante divulgado é
r efeito de temperatura elevadas no comportamento mecânico dos
um método simplificado usado em [11] para 'a_._elaboração das curvas
(
condutores. De um modo geral, para cada tipo de cabo existe um
de arnpacidade aí publicadas, e aqui transposto para o sistema SI. É
valor limite superior de temperatura para operar em regime
( um método aceitável para a maioria das aplicações práticas.
permanente sem que haja degradação de sua resistência mecânica,
( Um cabo a tinge uma temperatura em regime permanente
acompanhada de aumentos nas taxas de alongamentos permanentes. Por
c outro lado, temperaturas mais elevadas podem ser toleradas por
quando houver equilíbrio entre calor ganho e calor perdido pelo
cabo. Um cabo gânha calor, principalmente, pelo eíeito Joule
c curtos intervalos de tempo em condições de emergências. 2
c As máximas temperaturas de cabos de CA, CAA, CAL, para
q J = 1 ·r [11/km] e pela
por dois mecanismos conhecidos:
radiação
por
solar qs [11/m] e perde calor
·"irradiação qr [W/m] e por
c operação segura em regime permanente, são fixados entre 70 e 85°C,
convecção qc [W/m]. A equação do equilíbrio será:
c podendo, em contingências curtas, operar com 100°C [11].
c A capacidade de con9ução da corrente de um cabo é ( 1. 2)
c denominada AMPACIDADE, e é fixáda como a corrente permissível no
mesmo para que, nas condições ambientais prefixadas, não ultapasse Da qual obtemos:
c
8
M(nimo custo onual [A] (1. 3)
_::-,--,""""""'==---~=
( VARIACÃO DO C,LJSTO
DA l N STAL ACAO Sendo r [ohm/km] a resistência do condutor à

c temperatura de equilíbrio.
c. Lembrando as leis de transmissão de calor, teremos:

o 4 4

c BITOLA
BITOLA
DOS
MAIS CONVENIENTE
CONDUTORES
q
r
T
1000
)
-
( To )
1000
] [11/m] ( 1. 4)

c Fig. 1.15- Variação do custo anual da perdas e dos


qs = 945,6 t-to)·10- 4 •[0,32+0,43(45946,8·d·V) '
0 52
] [11/m] ( 1. 5)
( investimentos no transporte da energia
(. o valor máximo de temperatura fixado para regime permanente. Para qs = 204.d [W/m] Valor médio indicativo em climas
temperados ( 1. 6)
sua determinação, é necessário estabelecer alguns parâmetros
( . ambientais de referência como temperatura do ar, insolação e
Nestas valem:
c velocidade do vento. c - emissividade - varia ·de 0,23 a ·o,90, conforme a cor do
(__ Grande é o número de trabalhos efetuados procurando
cabo. Para cabos de alumínio, c s:: 0,5 é
c equacionar corretamente o problema, originando outras tantas
recomendado [11].
.c publicações com os resultados e respectivaS ·conclusões.

\
cr
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
Introdução à transmissão de energia elétrica por linhas aéreas, de transmissão c
36
c
d [rn] - diâmetro nominal do cabo.
Exemplo 1. 2
Uma linha de subtransmissão de 230kV supre de energia
c
t [°C] - temperatura final do cabo. uma região urbana onde dominam comércio e os servicos, de forma que (
to [°C] - temperatura do .meio ambiente. a ponta de carga fica deslocada para os horários de maior calor, em
virtude do uso intenso da climatização· . A demanda registrada no c
T = (273 + t) [K) - temperatura absoluta final do cabo. receptor da linha, com tensão de 220kV, ê ?e 225MVA, cos~2 = 0,88,
quando a temperatura ambiente é de 36gC, com sol. Observou-se uma
To = (273 + to) [K) - temperatura absoluta do ambiente.
V [m/s) -velocidade do vento (em geral de 0,6 a 1,0m/s).
brisa estimada em 0,8mls perpendicular aos cabos. c
Qual a temperatura que os cabos GROSBEAK usados nesta c
Exemplo 1.1
linha deverão atingir?
c
Qual a arnpacidade de um cabo CAA DRAKE, considerando-se
to= 35GC e t = 85oC, vento de 0,67m/s, coeficiente de reflexão
solução: c
c= 0,50 e c= 0,23 {cabo novo). A resist.ência do cabo e de 0',09
Podemos resolver o problema admitindo três valores ar-
bitrários de temperatura máxima dos cabos e determinar as ampacida-
c
ohm/km. des correspondentes, que-levamos a um grafico, obtendo a lei deva- c
Solução:
riação t=f (I). -.
Por interpolação e valor da temperatura correspondente, c
Fazendo as substituições teremos: a corrente da linha será achada. c
c
n
Temos:
3
= 179,2·10 ·0,5·0,02814[( ~~~ol- (~~~o =
18,76211/m to = 36oC; d 0,025146m; V 0,8m/s c
52
Admitamos: c
= 945,6·50·10- 4 [0,32 + 0,43(45946,8·0,02814·0,67)
0
' ) c = 0,5; t1 = 40oC; t2 = 50oC e t3 = 70oC
c
R<o = 0,09277nlkm; Rso = 0,1005nlkm; R7o = 0,10455nlkm. (
70,01811/m
204·0,02814 5,4056\1/m
Empregando o método usado no exemplo
pectivamente:
anterior,'~._encontraremos res-
c
Logo: I•o = 137A; Iso = 453A e I7o = 768A c
1) para c= 0,50, com sol e com vento: que permitem construir a curva da figura 1.16. Entrando nesta com: c
I= [10 3 (18,716 + 70,018- 5,406))
112
= 962,28A
I2
225000 = 590A, encontraremos tcabo = 57oC. c
2) sem efeito do sol, com vento e c = 0,50: ,13 . 220 c
I = 993,0A
c
(
Uma informação importante para a confecção dos projetos
da linhas é a temperatura máxima que um condutor pode atingir sob a
c
ação da corrente na linha em sobreposição às condições ambientais c
existentes, pois desta temperatura dependerá o valor da flecha nos
c'·
cabos e, conseqüentemente a distância dos condutores ao solo. É,
pois, o problema inverso do anterior: dadas as condições ambientais OL_~L-L-L-L-L-L-~~----~
100 300 500 800 1000 ItAJ
e a corrente no cabo, determinar a temperatura que irá atingir. A
metodologia apresentada se presta a esse fim, porém não há solução Fig. 1. 16 !. Determinação da temperatura do cabo em função

.I .
direta, podendo-se recorrer a processos iterativos .
da corrente do exemplo 1.2.
c
c
<c (

c 38 Projetos mecánicos das linhas aéreas de transmissão Introdução à transmissão de energia elétrica Por linhas aéreas de transmissão 39
c
( 1.4.1.5- Condutores para linhas em extra e ultra-altas tensões cabos CAA convencionais de mesma resistência elétrica. A figura
( 1.17 mostra sua composição.

( O aumento progressivo das tensões das linhas de Os condutore~ CAA-expandidos têm sido usados com sucesso
transmissão de energia elétrica em CA foi uma decorrência natural em linhas de até 345kV. Seu custo, no entanto, aconselhou a busca de
outras soluções.
c da necesidade
condicões técnicas
de se transportar
satisfatórias,
economicamente,
potências cada
e
vez
também
maiores
sob
a
I

( r- F
distâncias igualmente crescentes, principalmente quando a energia E

(
primária disponível é hidráulica. t
i
A
Para uma mesma potência a transmitir em tensões maiores,
(
resultam correntes menores, conseqüentemente em perdas meneies por
t
1 l'tif 26F lOS

c efeito Joule e, igualmente, numa melhor regulação das tensões. Esse AÇO

ENCHIMENTO'
DE AL.
32 FIOS
DE AL.

aumento nos valores das tensões a partir de certo nível exigia, por
outro lado, um aumento no diâmetro dos condutores, afim de
Fig. 1.17 Condutor CAA-expandido de 1187kCM. Diâmetro
minimizar as conseqüência do "Efeito Carona". O aumento dos
diâmetros dos condutores pro'Voca um aumento em seus custos, como nominal de 0,0419m equivalente a um cabo

também daquele das estruturas das linhas que devem. suportá-los. Um CAA de 0,0330m de diâmetro.

aumento do diâmetro dos cabos e sem um acréscimo.da área da secção


transversal útil dos cabos era, pois, desejável. Em 1908 foram apresentados dois trabalhos [18,19] ao AIEE
( Em resposta, os fabricantes de condutores desenvolveram por P. H. Thomas, sugerindo o emprego de mais de um condutor por
os cabos ocos de diversas construções, verdadeiros tubos flexíveis fase, montados paralelamente entre si a pequenas distâncias.
( Com
fabricados de cobre ou bronze. Seu custo era, no entanto, elevado, isso seria possível uma substancial redução da impedância
das
e a sua manipulação no campo durante a montagem das linhas era linhas, em especial de sua reatância, perini tindo uma substancial
(
igualmente complexa e dispendiosa, pelo que caíram em desuso, face melhoria em sua regulação. Os condutores utilizados seriam de
(;
a novas soluções que foram propostas [1).
c Os cabos de alumínio de mesma resistência à CA exigiam
fabrica,ção normal existentes no mercado e mantidos separados entre
/ \

c uma área de secção transversal cerca de 38% maior do que a do cobre


Sl no'meio de vãos por espaçadores adequados. O grau de redução de
sua reatância indutiva, dependia, verificou Thomas, do número de
(
equivalente. Seu diâmetro é cerca de 26% maior e seu peso S.Ubcondutores e do espaçamento entre. eles. O feixe assim formado,
( corresponde a apenas 48% daquele do cabo de cobre equivalente. ~omportava-se como se fosse utilizado um cabo de diâmetro mui to
O desenvolvimento dos cabos CAA, resolvendo o problema de '.·;· &lto, o que levou-o a concluir que os campos magnéticos individuais
( aumentar,
baixa resistência mecânica do alumínio, fez dos subcondutores se compunham para formar um único, semelhante
proporci.onalmente, ainda mais os diâmetros dos cabos de mesma àquele, devido ~ \lffi cabo único de grande diâmetro,
suspenso no
~ntro e em
resistência elétrica. A possibilidade de se aumentar ainda mais o lugar do feixe. O mesmo acontece com os campos
diâmetro destes últimos cabos, resultou no desenvolvimento dos elétricos, resultando num grande aumento na capacitância das linhas
cabos CAA-Expandidos, com diâmetro de até 30% acima daqueles dos U'!g. 1..181.
(f,
41
40 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
Introdução à trarismissão de energia elétrica por linhas aéreas de tran~missão r
'(
c
(

(
(

c
c
c
.
F lg.
1.19- Condutores multiplos para linhas em EAT. c
c
conseqüentemente, a sua potência,_característica, que c
representa o ponto ideal de operação de uma linha; n
'~''

c
a redução da reatância indutiva aumenta o limite
de
c
Fig. 1.18- Campo elétrico de condutores rnultiplos. transmissão com estabilidade dinâmica e transitória c
[2.20]; c
Por questões de estabilidade mecânica, os subcondutores
d - os valores das sobretensões provocadas por descargas
ao
c
são montados igualmente espaçados sobre a periferia de um círculo,
atmosféricas nos condutores das linhas são iguais (
produto da corrente que se propaga em cada uma das
como mostra a figura 1.19. Seu número é variável, desde 2 Por fase,
impacto, pelo
prevendo-se o emprego de até 10 ou 12 nas futuras linhas em TUE
direções da linha a partir do ponto de
ou impedância
c
(1.100 a l.SOOkV). Devido à necessidade de padronização das
valor de sua impedância de surtos
natural. Esta p~de ser calculada
por
l.
(L/C) 2 cujo
c
ferragens associadas, o seu espaçamento entre si ·é igualmente (
padronizado, sendo preferido para as linhas em EAT a distância de
valor, corno se vê, é grandemente reduzido, pelos
condutores múltiplos, reduzindo, portanto,
também o c
0,40 e 0,457rn. Prevê-se o emprego de 0,61m nas linhas de UAT. A c
~~\or das ondas de sobretensão.
c
I
figura 1.19 mostra as configurações mais comumente usadas nas de
cabos
os condutores múltiplos não dependem de
linahs de EAT. e (
dos
fabricação especial, podendo-se empregar qualquer
Além da melhoria obtida na regulação das linhas longas,
tipos já descritos, e de fabricação normal, inclusive os
(
em virtude da redução do valor da impedância e o aumento das (
cabos expandidos, o que os torna mais baratos. O seu '
capacitâncias,
mencionados:
os seguintes beneficios adicionais podem ser
custo de montagem é levemente maior. c
(
A generalização do uso de cabos múltiplos ocorreu a
a menores gradientes de potencial nas superfícies dos l.
partir do inicio da década de 1950/60, não ficando limitado ao uso (
subcondutores, reduzindo com isso as atividades do EFEITO em 138 kV ou
CORONA;
em linhas de ·EAT, havendo grande .números de linhas
c
b - redução da impedância caracteristica da linha, aumentando,
Z20 kV empregando mais de um cabo por fase, inclusive no Brasil.
c
( '
.:-(. -;;-,--------~~~-------.

c 42 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Introdução à transmissão de energia elétrica por linhas aéreas de transmissão 43
c
í 1.4.2 - Isoladores e ferragens respectivas ferragens. São as seguintes as normas aplicáveis aos

í isoladores das linhas aéreas: NBR 5032, NBR 5049 e NBR 7109
Os condutores das linhas de transmissão, devem ser
' Nas linhas aéreas de transmissão são empregados
isolados eletricamente de seus suportes e do solo, o que nas linhas
aéreas é feito basicamente pelo ar que os envolve, auxiliado por isoladores cOnfeccionados com:
porcelana vitrificada
elementos feitos de material dielétrico, denominados isoladores.
- vidro temperado
Dessa estrutura isolante, que é dimensionada em função das
so"1Tcrt:a"Ções elétricas a que são submetidas, depende as dimensões material sintético composto.

da parte superior dos suportes. A fabricação de isoladores de porcelana exige urna


tecnologia bastante avançada, a fim de se obter corpos de
As solicitações elétricas das estruturas isolantes
( composição homogênêa e compacta, isenta de bolhas de ar em seu
são de origem interna ou externa aos sistemas elétricos das linhas,
( interior ou de impurezas que possam comprometer sua rigidez
e se caracterizam pelas sobre tensões que podem ocorrer. Estas são
c classificadas como: dielétrica. Não devem, por outro lado, ''sofrer deformações durante
( os processos de queima, pois sua eficiência depende grandemente de
a - sobretensões de impulso devidas às descargas atmosféricas;
c b - sobretensões intern~s de tipo impulso, _conseqüência de uma
sua geometria. A fim de tornar sua superfície ilÍiper:meável, devem

c alteração brusca éÍo "estado do sistema". São des-ignadas


ser revestidos por uma camada de vidro. :t: com esse processo que
adquirem as cores desejadas. Tradicionalmente, a vitrificação em
sobretensões de manobras (ou chaveamento-);
( ~or marrom é a mais comum, porém, para torná-los menos visíveis nas
c - sobretensões senoidais de freqüência industrial.
( 1 inhas, emprega-se a cor cinza azulada, reduzindo o perigo de sua
As primeiras são aquelas que apresentam, de longe,
destruição por vandalismo.
os valores mais elevados, tendo, no entanto, curtíssima duração,
i Seu desempenho elétrico é considerado bom. Seu maior
(
l
apenas umas poucas dezenas de microssegundo. As do segundo grupo,
inconveniente reside em seu preço, que é muito alto, comparado cpm
( também de amplitude bastante elevada, tem uma duração bem maior,
{ podendo atingir algumas centenas de microssegundos. As ~obretensões f o dos isoladores de vidro temperado. Outra objeção que se lhes faz

em freqüências industriais têm maior duração, porem a menor t é a dificuldade na identificação de isoladores faltosos por simples
inspeção ~ distância, pois podem apresentar falhas, como trincas,
amplitude.
~Jase
.'
inVisíveis.
Como a suportabilidade elétrica dos meios isolantes
Os isoladores de vidro temperado têm um custo de
depende não só da amplitude das solicitações,. mas fgualmente
!abricaça-o bem me no r, t an t o pe 1 o cus t o d as mater1as
· · primas, como
de sua duração, a estrutura isolante pode resistir a valores
lasbêm dos processos de fabricação. Após a sua formação eles sofrem
muito mais altos de solicitações por descargas atmosféricas.
Além das solicitações elétricas, os isoladores são ua tratamento térmico que os torna mais resistentes, que porém cria
igualmente solicitados mecanicamente, podendo mesmo ser parte b. seu interior um estado de tensão- tal que, sob a ação de choques

integrante das estrUturas como na linha ilustrada na figura 1. 45. &ecánicos mais fortes, estilhaça-os inteiramente, não admitindo
"---
portanto, também resistências mecânicas trincas. Os isoladores faltosos são fáceis de indentificar à
devendo apresentar,
compatíveis com os esforços máximos esperados. A norma NBR 5422 dls-tância, por simples ~nspeção visual. Sua rigidez dielétrica é
· Jtator do que daqueles de porcelana e sua resistência mecânica,
limita esses esforços a 40% d"a carga de ruptura dos isoladores e '·'·
---'-·:-:~-

. (.'
lnuodução à transmissão de energia elétn'ca pór linhas aéreas de transmísstio 45
44 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissãc, (

igualmente. Suportam bem os choques térmicos a que ficam submetidos 098

em serviço. Devidos a essas razões, no Brasil, tem sido preferidos


aos de porcelana pela maioria das conc~ssionárias.

Estão sendo introduzidos isoladores sintéticos c


(•
compostos. Estes são construidos basicamente por uma peça de
resistência, em geral feita de fibras de vidro ou de carbono, (
ligadas por resina do tipo "epoxi", e que pode ser dimensionada para c
resistir a esforços muitos elevados. Essa peça, em forma de haste c
ou bastão, é revestida pelas "saias" do isolador, manufaturadas por (
compostos poliméricos ou borrachas à base de silicone. Podem ser Fig. 1.20 - Isoladores a pino, linha até 69 kV. c
manufaturados em uma única peça para as tensões máximas em uso,
c
sendo mais curtas que uma cadeia de isoladores para o mesmo nível
de isolamentos e muito mais leves, facilitando seu trasnporte e
b - Isoladores tipo "Pilar" ou "Coluna" - são pouco usados no c
Brasil em iinhas de tranmissão. São constrUídos cte uma única peça (
montagem. São menos af-etados pelo vandalismo. Seu maior:
em porcelana vidrada e também em vidro temperado, como mos-tra a (
inconveniente ainda residé em seu preço, muito elevado.
figura 1. 21. c
(
1.4.2.1- Tipos de isoladores
(
Em transmissão de energia elétrica são empregados (
três tipos básicos de isoladores. ( .
a - isoladores de pino; c
b isoladores tipo pilar ou coluna;
c - isoladores de suspensão.
c
(
a - Isoladores de pinos - são fixados às estruturas, a través
c
de um pino de aço. Para tanto, em seu interior possuem um
c
rosqueado, com rosca soberba de filetes
(diâmetros nominais de 25,4 mm e 35,93 mm). Os pinos de aço for
redondos
c
(.
possuem em sua parte superior uma cabeça de chumbo
(
mesmo tipo de rosca e sobre a- qual se aparafusa _1.21- Isoladores tipo pedestal
conjunto isolador-pino pode ser solicitado à compressão e à
c
São fabaricados tanto de vidro como de porcelana vidrada. Em sua parte inferior é cimentada uma base de ferro
emprego fica limitado a linhas de classe 66/75 kV, 1 galvanizada, com um furo rosqueado no centro, que serve
tensões maiores, tornam-se muito grandes- e volumosos. Para .fixação às estruturas. São igualmente disponíveis,
maiores do que 25 kV, em geral são compostos de várias com materiais sintéticos compostos. \.
cimentadas entre si. corno mostra a figura 1.20. l
(
-\,,..,-.F-~' ~
F -
C'.
46 '
c Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
- ' t••nsmíssão
fntro duçao., '"' de energia elétrica poi linhas aéreas de transmissão 47
f Trabalham à compressão e à flexão, o que limita um
(
'
pouco as intensidades das cargas a que podem resistir. ! convenien t e que O
exemplo, troca de
- sterna
Sl

isoladores
de engate permita fácil manutenção (por
com linha energizada). Os dois
( c - Isoladores de suspensão - são empregados em dois tipos:
- isoladores monocorpo;
r sistemas de enga t e em uso, Concha-bola e garfo-olhal, são hoje
( padronizados em âmbito internacional"- pela IEC ( International
isoladores de disco.
( Eletrotecnical Comission}. O mesmo acontec~~com os seus diâmetros e
Os isoladores monocorpo são feitos de uma peça longa
c de porcelana ou vidro, com comprimento adequado ao nível de
0 seu passo, permitindo
isoladores, de unidades de di versos fabricantes,
assim o -intercâmbio, numa· cadeia
mesmo de países
de

c isolamento desejado (até 220kV), podendo-se, para tensões mais


diferentes. A figura 1.23 mostra alguns tipos de isoladores a disco
r altas, empregar duas ou mais peças ligadas em cascata, umas às
\. e as dimensões básicas padronizadas.
( outras; de uso restrito a alguns países na Europa. Os isola~ores
compostos (sintéticos) são desse mesmo tipo, fabricados numa só
(
peça, para qualquer classe de tensão em uso. ,, ,,
( "
liTl, ~
Com o uso de isoladores pendentes tipo monoc~rpo,
c que para um mesmo nível de solicitação elétrica são mais curtos do
c
(~
que uma cadeia de isoladores a disco, há uma redução nas dimensões
globais da estrutura isolante das linhas, por:tanto, de seus I
, ~~
[ · D I

suportes; figura 1.22. (\-1 ~--~ [51,


( I~~~{~
, ! r---,Q-l f-
llll '~. •I
b
fl

D1ÃMETRO PASSO DIÂMETRO PASSO-

~
.. .
t rn l P I rn :J D trn l p t l
D
"' "'
In

Lz6,.35lm1 0,175 0,1<10


'
o. 2~<1
0.1 <16
10,1<101
' ~j_
O• 0,1775[ml c.zoo 0.1 <lO •I 0.2 60 o. 1<16
(o. 1701 ' '
~) ANTI-POLUICAD -
Fig. 1.22 - Isoladores pendP.ntes monocorpo (Ohio-Brass)
Fig. 1.?~- Isoladores de disco e dimensões normalizadas

Os isoladores de disco são compostos de um corpo


isolante de porcelana ou de vidro, ao qual são cimentadas as
1.4.2.2 - Características dos isoladores de suspensão
ferragens necessárias à sua montagem, como mostra a figura 1. 23.
Através dessas ferragens, unidades individuais de isoladores são
Os isoladores, conforme vimos, são submetidos a
conectadas entre si, formando as cadeias de isoladores. Essas
solicitações por esforços mecânicos e também a solicitações devidas
ferragens são idealizadas a fim de permitir uma grande liberdade de
aos intensos campos elétricos existentes nas línahs de TEE.
movimento relativo entre unidades, além de obrigar os isoladores a
As grandezas que_ defi'i1-ém sua capacidade de resistir
c trabalhar sob tração sob quaisquer condições. Além do ·mais, é
aos esforços mecânicos e que devem ser especificadas pelo
c
c
(
---;' -
\..·.r

(
48 Projetos mecânicos das linhas aéreas de tra.nsrni"são l Introdução à transmissão de energia elétrica por linhas aéreas de transmissão 49 c
comprador, garantidas pelo fabricante, e verificados pelos ensaios i
c
(
normalizados, são:
- carga de ruptura; ~
resistência ao impacto;
(
resistência aos choques térmicos.

As solicitações elétricas podem comprometer a


Il c
c
suportabilidade dos isoladores de duas maneiras:

- por perfuração do dielétrico;


I
1
c
c
- por disrupção superficial.
c
A perfuração do dielétrico nos isoladores causa sua ' c
inutilização. Acontece quando o gradiente de potencial transversal ~ c
ultrapassa a rigidez dielétrica do material. Esta é função do tipo;
j
c
e da qualidade do material (pop-Celana de 6 a 6, 5 kV/rnm e o vidro
temperado em torno de 14 kV/mm) e do tipo do campo- constante oui
Fig. 1.24 - Distância de arco e distância de escoamento c
A - Distância de arco a seco;
alternado. B Distância de arco sob chuva; (
A disrupção superficial é função da distância de i C - Distância de escoamento.
escoamento do isolador (Fig. 1.24), ou seja, de sua geometria, da~
l
tensão aplicada e da condição na superfície dos isoladores seca~ A figura 1.25 mostra como variam as tensões
(
ou molhada e da existência ou não de depôs i tos de material i disruptivas de impulso e as de freqüência industrial em cadeias de
poluente. Quanto mais intensa a poluição atmosférica da região. "f isoladores de suspensão de até 20 isoladores. c
maior deverá ser a sua distância de escoamento. f c
O usuário deveria especificar e o fabricante { '
'' 2. 1 - Número de isoladores em uma cadeia de suspensão
1-:4.2.
c
garantir valores mínimos, conforme consta das normas técnicas
t
c.
correspondentes, podendo s~r comprovados por ensaios normalizados, O número de isoladores em uma cadeia varia bastante c
para: em linhas de mesma classe de tensão. O critério de escolha c
tensões disruptivas a seco e sob chuva, com freqüência baseia-se, não só na tensão nominal das linhas como também no c
industrial; nivel ceráunico (número de dias por ano nos quais se registram (.
- tensão disruptiva sob impulso (onda padrão IEC 1,2 X SO~s;
descargas atmosféricas na região) ·e grau de proteção desejado (
contra as descar~as.
nos Estados Unidos 1,5 x 40ps), com polaridade positiva e (
Nas linhas .em EAT, hoje esse critério mudou
negativa; ~
ligeiramente e a escolha fez-se, em primeira aproximação, em função
- tensão de perfuração;
- tensão de carona e radiointerferência.
l··r:
c Introdução à transmissão de energia elétrica por linhas aéreas de transmissão 51
c 50 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão

- sem poluição 2,0 a 2,3


c - poluição ligeira 3,2
c - poluição intensa 4,5
c -'poluição muito intensa 6,3
(
di [em] - distância de escoamento ·qos isoladores. Depende de
c seu desenho e é obtida dos catálogos de fabricantes.
c 200
> ' 1
~~·~--+--f--+~-1+--f--+~
c ~H- li/ ~I Exemplo 1. 3

c 000

> ·
,
,
I
, ,SOH:t
~EFICAZ ) Qual pOderá ser o número de isoladores tipo disco,
~ ; I
c ~ ~-:--t-771
! : l SECO '
~
/ em uma cadeia ·de suspensão, sendo os isoladores de 0,254m de

( 800 ~I ' ' :fi i / diâmetro nominal e o seu passo de 0,146m? A linha de transmissão e
o• -ilf--ii7-,/rA--f'--jl--J),C../-f--hf"/-1
c ' ~'
,i

w· 1/1 , v
da classe de 500/SSOkV, a ser operadà em região de ar limpo.

c 600 =: f-+--lr'-4-~,L-f----tv7'1--H
.. A i/1 '/1 Solução:
c Temos: di = 30 em de 2,3vm/kV

c Umax = SSOkV

c logo: ni c5~5~0~~2~,~3 = 24 34
·n 3o •
ou seja, 24 isoladores.

c A decisão final sobre o número de isoladores deve


c o
N"

12 16
DE
0~~~~~~--~--L-~
20
UNIDADES NA CADEIA


ser feita através de uma análise do níve~ das sobretensões de
( manobra e da suportabilidade da cadeia a esse tipo de solicitação.

c Fig. 1.25 - Tensões disruptivas a 60Hz e de impulsos Também é usual efetuar-se a previsão do número de falhas anuais do

c em cadeias de isoladores. isolamento das linhas provocados por descargas atmosféricas, a fim
confirmar a aceitabilidade do número de. isoladores escolhido.
c de

c do desenho dos isoladores pela distância especificada de escoamento


1.·. ~. 2. 3 - Ferragens e acessórias
c e da máxima tensão em regime permanente da linha, em sua classe de

c tensão, podendo-se empregar a seguinte equação:


As cadeias de isoladores são completadas por um
c ni = Umax
./3
de
de peças, que se destinam a suportar os cabos e ser
c; Sendo:
di
estas, às estruturas. No conjunto, a sua concepção
C'' ni - número ;de isoladores de disco na cadeia de suspensão suma importância, mesmo em seus mínimos detalhes,
--r

~•. !
Urnax [kV] - a tensão máxima de operação da linha em regime durabilidade.dos cabos ou constituir-se em fortes
cprpna, com a conseqüente radiointerferência ou
permã.nente;
específica, ia em recepção de TV. Assim, as modernas ferragens e
( de [cm/kV] a distância de escoamenteo
acessórios são projetados de forma a não possuírem pontas,
(. sugerindo-se:

(;
52 Projetos mecánicos das linhas aéreas de transmissão
Introdução à transmissão de energia elétri~a por linhas aéreas de transmissão 53

angulosidades, irregularidades superficiais, nas quais poderão


Nas linhas com cabos de alumínio, é usual o emprego
ocorrer gradientes de potencial superiores aos gradientes
de varetas antivibrantes ou "armar rods" nos pontos de suspensão
iniciadores de eflúvios de carona. Por outro lado, os materiais que
como reforço dos cabos, evitando que seus fios sofram ruptura por
têm contato com os cabos de alumínio ou suas ligas devem ser
ação das vibrações eólicas. Estas constam de um jogo de 10 ou 12 (
compatíveis eletroliticamente com os mesmos, para que não ocorra a
varetas de alumínio, cilíndricas àu afiladas em ambas as
sua corrosão galvânica.
extremidades (bicônicas) que são enroladas em forma de espiral em
torno do cabo, no mesmo sentido. que o enrolamento dos fios de sua
c
1.4.2.3.1 -Cadeias de suspensão
última camada. Com isso, o diâmetro do cabo junto ao grampo de c
As cadeias de isoladores devem suportar os suspensão fica aumentado em cerca de 80 a 85%, nos casos das c
condutores e transmiti r aos suportes todos os esforços recebidos varetas bicônicas, e em cerca de 70% no caso das paralelas. Seu c
destes. Em sua parte superior possuem uma peça de ligação à comprimento, após a sua aplicaç~o, atinge de 85 a 100 vezes o c
estrutura, podendo ser usado um conjunto composto de um conectar diâmetro do cabo aumentado pelas varetas antivibrantes. c
bola-gancho e uma manilha ou de um conectar bola-garfo e a manilha.
o
São usadas varetas de dois tipos: as convencionais,
c
conectar poderá, ou não,
anel de potencial ou
p~ssuir facilidades para a montagem do
Na parte inferior da cadeia de
que para sua colocação exigem ferramentas especiais, cOm as quais é
nas
c
isoladores são fixados os cabos condutores, effipregando-se grampos
feita a torção no próprio local, e as varetas pré-formadas,
c
ou pinças de suspensão. Havendo apenas um cabo por fase, haverá uma
quais as hélices são moldadas na-fábrica. São fornecidas com 3 a 4
c
única pinça, fixada ao isolador inferior da caadei~ através de um
varetas cimentadas entre si e que podem ser aplicadas aos cabos com
as mãos, sem o emprego de ferrametnas.
c
conectar. (
Os grampos de suspensão são, de dois tipo:
Havendo mais de um cabo por fase, será usada uma chapa Convencionais, como mostra a figura 1.26, nos quais
multiplicadora, à qual
quantos forem os cabos por fase.
serão fixadas tantos grampps
As chapas são presas às cadeias
ou pinças os cabos, revestidos das varetas antivibrantes, são prensados na c
calha por urna telha apropriada por meio de grampos. São fixados aos (
de isoladores por meio de conectares. isoladores através de ferragens adequadas. c
Dispositivos
anéis de potencial ou os anéis anticorona.
especiais permitem a colocação dos
' \
Armados, os grampos de suspensão armados são
c
O conjunto de solicitações que atuam sobre os cabos,
coilsti tuídos por um coxim de neoprene que abraça o cabo condutor·
Um jogo de varetas anti vibrantes pré-formadas é parte integrante do
c
sejam eles verticais ou horizontais, cria no condutor uma tensão grampo, e é aplicado sobre o cabo e envolvendo o coxim. Esse
c
mecânica nos pontos de suspensão; em vir-tude do peso do cabo e da conjunto é fixado, por duas sapatas de alumínio-liga abraçadas por
c j

sua natural rigidez, aparecem esforços de flexão e cisalhamento uma cinta com um parafuso de aperto, ao conectar que o prende ao c
bastante elevados. t, pois, necessário que a curvatura inferior da isolador ou placa multiplicadora (Figura 1.27). c
calha da pinça se amolde perfeitamente à curvatura natural dos uma cadeia de isoladores é submetida, em condiçães c
cabos e que seu raio seja o mesmo dos cabos, para não ocorrer o de operação em regime permanente, à tensão U (kV) , de fase da (.
esmagamento dos fios que os compõem, pois sua superfície de apoio linha. Havendo ni isolado~~s. a cada isolador deveria corresponder
fica reduzida. U/ni [kV]·, teoricamente. Isso não acontece em virtude dos
l
acoplamentos capacitivos entre ferragens dos isoladores (pinos e
c
/
' o<• ~-
~·.
55
c" 54 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Introdução à transmissão de energia elétrica por linhas aéreas de transmissão

c campânulas) com os cabos e as estruturas, cabendo a maior parcela


c aos isoladores mais próximos aos cabos, que são, portanto, os mais
( solicitados eletricamente. Esse fato, no início da transmissão por
c altas tensões, em virtude da tecnologia de fabricação de isoladores

c tTE!ol ESPECIFICACÃO ainda incipiente, fazia com que ocorressem defeitos nesses

c '
,,'
ESTRIBO
OLHA L • BOLA C/ PORTA ANEL
isoladores, por perfuração do dielétrico ou a abertura de arco em
torno da primeira unidade e que podia se propagar à cadeia inteira.
( O UI AL • BOLA SI PORTA AMEL

' CONCHA-OLHAL C/PORTA ANEL Verificou-se que, se o primeiro isolador fosse


c "• CONCHA-OL.HAL S/ PORTA ANEL

envolvido por .um anel metálico com 2 a 3 vezes o diâmetro dos


c GRAMPO OE SUSPENSÃO MULTI-
ARTICULADO
isoladores, haveria uma melhor distribuição dos potenciais ao
c '
'7
ANÉIS
VARETAS
DE POTENCIAL
ANTI-VIBRANTES longo das cadeias. Verificou-se tam~ém que, se na parte superior da
c
(!
0 '
VI ROLAS
ISOLADORES
DAS VARETAS
DE DISCO cadeia fosse montado um anel idêntico, além da melhora da
I distribuição das tensões, haveria também a possibilidade de
(1
-d
=ª1'i protegê-la dos arcos voltaicos que são iniciados pelas sobretensões
devido às descargas atmosféricas (Fig. 1.28)
Fig. 1.26 - Cadeia de suspensão convencional A melhoria da qualidade dos dielétricos e, no caso
dos isoladores de porcelana de seu revestimento vítreo, aliada a um
aperfeiçoamento em sua geometria, fizeram com gue esses anéis fossem
considerados dispensáveis para a maioria '-tias linhas, permitindo
inclusive, sem reduzir a distância disruptiva da cadeia necessária
a uma mesma classe de tensão, eliminar um isolador.
Com o advento das transmissões em EAT, foi observada
a formação de eflúvios de carona em pontos das ferragens das
ITEM ESPEC IFLCACÃO
cade}~.s de isoladores. A solução imediata encontrada foi através do
GRAMPO DE SUSP.tARMAOO)
CONCJ-U.-OL.HAL. uso de "anéis de carona" ("Carona shields"), colocados lateralmente
3 OLHA.L-fiOLA
ESTRIBO às ferragens de suspensão, como mostra a figura 1. 28. o
5 ISOLADORES
desenvolvimento de ferragens à prova de carona fez com que seu uso
aos poucos venha a ser abandonado, como no caso de linhas de
construção mais recente em 345, 500 ou 750kV
As cadeias de isoladores empregadas podem ser do
tipo reto (cadeira "!"), constituidas de uma coluna de isoladores e
c aesmo 'duas, montadas· verticalmente (fig. 1.26). O segundo tipo,
C_ conhecido por "cadeia em-:-,_V", é composto de duas colunas à e

c Fig. 1.27- Grampo de suspensão armado 1soladore9 montadas de forma a manterem com a vertical um ângulo de

c
''\
-- ---- r .r""
56 Projetos mecânicos das línhas aéreas de transmissão Introdução atransmissão de energia elétricapor linhas aéreas de tra~smissão 57 ('

45o, aproximadamente, fixadas, em sua parte inferior, a uma chapa


c
7,c•~·~2_ _..,_,, _ r·
\
dupl i cadora que suporta os grampos de suspensão e,
superior, cada coluna é fixada à estrutura (fig.
na sua parte
1. 29). Esse tipo
c
(
de cadeia· impede o efeito do balanço·. da cadeia de isoladores,
(
devido à pressão do vento lateralmente· '$Obre os cabos, o que
permite uma redução nas dimensões horizontais das . estruturas. O c
~0.48
acréscimo no número de isoladores e das ferragens é compensado pela \
. ·--:-
economia no custo dos suportes. c
c
1.4.2.3.2- Cadeias de ancoragem c
São mais solicitadas me-canicamente, pois elas devem
c
suportar todos os esforços transmitidos axialmente pelos cabos em
c
quaisquer condições de solicitação. São também denominadas cadeias c
Fig. 1.28- Anéis de carona
de retenção. São montadas acompanhando a curvatura dos cabos, que, c
junto às estruturas, ficam praticamente na posição horizontal. c
Os cabos são presos às cadeias de isoladores (
ataravés de grampos de tensão, dimensionados para resistir cerca de c
110 a 150% da máxima tração de serviço. São ~mpregados dois tipos c
bâ.sicos de grampos de tensão, ilustrados na fig. 1. 30. Os grampos
c.
de passagem, como o nome diz, permitem a passagem dos cabos neles
fixados, sem cortes dos mesmos. Devido ao sistema de fixação
c
empregado, não são considerados à prova de carona, portanto, pouco
c
empregados em linhas com tensão extra-elevadas. O segundo tipo, de
c
\
uso maiS geral, requer o corte dos cabos, que são fixados aos c
mesmos por pressão. c
Para cabos monometálicos, constam basicamente de um c
ESPECIFICAÇAQ

GRAMPOS DE SUSP. ARMADOS tubo de liga de aluminio terminado em um olhal para a sua fixação c
CHAPA MULTIPLICADORA às chapas multiplicadoras ou aos concectoresw de ligação com os c
CONCHA OLHAL
MANILHA
PROLONGAOOR GARFC BOLA
isoladores. São equipados com chapas de conexão elétrica. O tubo c
terá paredes de espessura suficiente para resistir ao esforço
• MANILHA l
7 I SOLAOORES »ecânico; o diâmetro interno do tubo será igual ao do diâmetro
nominal do cabo, com peque4na. tolerância para mais, permitindo que
c
Fig. 1. 29 - Cadeia em "V" Seja enfiado ~obre o cabo. Empregando-se uma prensa hidráulica com
c
(
i c
(/
"\
c Introdução à transmissão de energia elétrica por linhus aéreas de transmissão 59
c 58
Projetos mecânicoS das linhas aéreas de transmissão

c mordentes adequados. 0 conjunto luva-cabo amolda-se um ao outro,


e uma de alumínio para a fixação dos fios de alumínio e para a

c ficando o cabo retido.


o grampo será
condução (elétrica). Esta reveste a anterior. Ambas são aplicadas a

c No caso dos cabos bimetálicos,


da alma do cabo
pressão.

( campos t o de duas Peç as, uma de aço para a re t -


ençao
1.4.2.3.3- Emendas dos cabos
(
c Os cabos para as linhas de transmissão são
c fornecidos normalmente acondicionados em carretéis (bobinas) de
( dimensões padronizadas, adequados aos diversos tipos e bitolas de
c cabos e ao seu manuseio no campo, durante a montagem das linhas.

c Há, portanto, um limite no comprim~nto dos cabos que podem ser

c fornecidos, sempre inferior ao comprimento das linhas, exigindo

c assim a realização de emendas dos mesmos. Essas emendas deverão

c lo I assegurar continuidade elétrica ao circuito e também resistir aos

c Ancoragem
esforços de tração a que ficam submetidos os cabos.
Empregam-se três tipos de emendas para cabos de
c Ancoroçem do
alumínio
\ r-------; l i -
A+ A
do
~/
olmo

alumínio, alumínio-a;o ou liga:

~§1~~~~~~~~~§;'~~~\~\i="":,~'-,~.,mo ,', :,,- i!li!OIO)*~


(
' a - Emenda do tipo torção - reservada a cabo:.;: de pequenos
( Sapato de 7 diâmetros de até cerca de 1Smm. Composta de'·· tubos de alumínio de
c ligações Condutor porco olhai
secção transversal ovalizada, nos quais são introduzidas as

c A - PF<OFUNDlDADE DO FURO NA ANCORAGEM 00 AÇO extremidades dos cabos a serem emendados, como mostra a figura

c Condutor
1. 31. Empregando-se um par de chaves
torção das luvas juntamente com as extremidades dos cabos . •
apropriadas, afetua-se a

c
(r
c ~--------~·~V~OL~T~AS~------~1 "l_ _ _ _ _ _ _ _ _c4~V~OL~T~A~S--------~
c
c Fig. 1.31 - Luva de emenda de torção

c
( b - Emenda do tipo compressão - exigem para a sua aplicação um
( compressor mecânico ou hidráulico com capacidade superior a 50 Ton,

( com matrizes apropriadas. Para cabos de alumínio ou liga


aluminio,. é empregada uma única luva de alumínio de secção
(.! Fig. 1.30 - Grampo de tensão

cf
(
cr
\
60 Projetos mectmicos das linhas aéreas de transmissão

transversal anular (tubo), na qual são introduzidas as pontas dos


lntroduçá'o à transmissão de energia e/étdca por línhas aéreas' de transmissão

1.4.2.3.4 Dispositivos Antivibrantes


61
I c
cabos. Empregando-se a pressão, comprime-se o conjunto,
alterando a superfécie externa do tubo de circular para sextavada.
em geral
Conforme já mencionado anteriormente, um dos
c
(
Empregando-se tubos de secção externa ovalizada e furo circular, utilizaÇ~o

estes assumem secção anular após sua compressão.


fatores
é o
que
fenômeno
limita
da
a
fadiga de seu,s
dos
fios
cabos mecanicamente
componentes sob I (
No caso de cabos CAA, prefere-se usar duas 1uvas de efeito das vibrações induzidas pelo vento nos mesmos.
compressão, urna para a alma, em geral de aço e outra para o com o emprego de dispositivos capazes de dissipar a energia c
[
r
alumínio. Ambas terão após a compressão, a mesma forma ou sextavada envolvida, pode-se reduzir substancialmente o perigo, c
ou circular. A figura 1. 32 mostra uma luva de compressão e suas da ruptura dos cabos junto aos seus pontos de suspensão, c
c
. · ·n
componentes. podendo-se 'mesmo aumentar as trações nos mesmos, reduzindo

I
I
B
~-~-A_,___A___,.I : A+ I • :
suas flechas.
Um razoável nümero'de dispositivos foi inventado
c
c
I . ~*------:lfl :d ~CONOUT~OR
J I
\F ALM} DE
~~"":.
e aplicado ao longo do tempo[9],com result~dos variáveis.
c
LcoNOUTOR \___ Aço __/ Há basicamente três tipos de proteção contra o efeito
LUVA DE ALUIJINIO
A- MET~ÓE DO COMPRIMENTO DA L.UVA DE AÇO
das vibrações. c
B- METADE DO COMPRIMENTO DA L.UI/A DE ALUMÍNIO
c
a) PARTES CONSTITUINTES
a Varetas Anti-Vibrantes ou Armaduras Anti c
Vibrantes já descritas em item anterior, (
representando reforços dos ~abas junto aos pontos (.
de suspensãOi- (

COMPRIMI DO
b - Amortecedores de Vibrações - há urna gama bastante c
bl CONJUNTO
grande de dispositivos conhecidos genericamente por c
fig. 1.32 - Luva de emenda de compressão amortecedores de vibrações e que tem por finalidade c
c - Emendas tipo "pré-formados" - são constituídas por jogos
/\ absorver e dissipar a
tipo mais conhecido e usado é o tipo "STOCKBRIGE"
energia das vibrações. O c
(_
de varetas pré-formadas semelhantes às varetas antívibrantes. Para
cabos CA ou CAL constituem-se por um único jogo de varetas
ilustrado
dos diâmetros
na figura
dos
1.33.
cabos.
suas
Seu
dimensões
posicionamento
depeàern
com
c
aplicadas sobre os cabos a serem emendados. Nos cabos CAA são relação ao grampo de suspensão depende do comprimento
c
usados três conjuntos de varetas: um conjunto para mendar ·a alma de das ondas das vibrações a serem amortecidas [ 9).
c
('
aço, interna, um conjunto para emendar a camada de alumínio, -'L •

externa, e um conjUnto de varetas para encher o vão entre a emenda


c - Pontes
por alças
Anti-Vibrantes
confeccionadas
ou Festões
com o
constituídas
próprio cabo e
c
do aço e aquela do alumínio. Sua resistência mecânica é de 100% (
montadas em paralelo com o mesmo, corno mostra
daquela do cabo com o qual é usado. Resistem por aderência às
~ figura 1.34. c
extremidades dos cabos por elas unidos.
c
,.::;·.-:.
c
Projetos mecánicos das Hnhas aéreas de transmissão
Introdução à transmissão de energia elétrica Por linhas aéreas de transmissão 63
.
-
------·-''-

.
/

COMPRIMENT APLICADO

(
VARETAS DE LIGA
DE ALUUI'NIO .
(
(
( s, Espaçamento entre subcondutores

C;
c Fig. 1.33 Amortecedor Tipo Stockbridge. ----- ' .
fi9, Tubo de alumínio'
s
( ESPACAOOR DUPLO

( ·-:--·~----..!

c . i
c, \
\ 0/
:1.
0 Gorro de
elostõmero

C•
(: ESPAÇAMENTO QUÁDRUPLO

[·~ ESPACADOR TRIPLO


~.
Fig. 1.35. Espaçadores para Condutores Múltiplos.
(

l
( Fig. 1.34 Amortecedor Tipo Festão. 1.4.2.3.6 Sinalização de Advertência

c.··
c As linhas aéreas de transmissão devem ser equipadas

c
( 1.4.2.3.5 Espaçaàores para Condutores Múltiplos l com dispositivos

também
'\
segur.ança fisica
a segurança
de
e
sinalização afim
operacional da açã:o de terceiros
destes últimos.
de assegurar a sua
como

c Afim de manter constantes a irnpedância e a capacitância


Os critérios minimos para essa sinalização estão indicados
c dos condutores múltiplos sob quaisquer condições meteorológicas,
na norma NBR 7276 de 1982 e constam basicamente de:
c·· é preciso que eles se mantenham paralelos entre si ao
a - sinalização de advertência a pedestres, na forma
( duma placa afixada aos supor t es, em 1 ceais de fácil acesso;
longo de toda a linha. Isso é obtido através de espaçadores
i
'- montados a intervalos regulares ao longo dos vãos das
(_ b -em travessias sobre .yales prof-undos, quando os
linhas. Esses espaçadores, sendo de material condutor ajudam
.cabos ma's
• altos es t'~verem a ·
ma~s de 145m de altura
a dividir as correntes e os potenciais os subcondutores
&obre o fundo dos mesmos 1 é requerido que nesses cabos
(_ (Figura 1.35).
c
('j'
(

64
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
Introdução à transmissão de energia elétrica por linhas aéreas de transmissão 65
c
do suporte. Através do dimencionamento mecânico é que r
sejam montadas esferas {na cor vermelha ou laranja) com
diâtnetros mínimos de 500 mm, espaçadas de no mínimo 40
determinamos as dimensões adequadas a cada elemento do c
suporte afim de resi_stir aos esforços a que são submetidos. (
metros, com a finalidade de advertir aeronaves que possam
A forma 'final dos s-uportes decorie da "arquitetura" mais
aí trafegar;
adequada aos materias estruturais empregados, escolhidos
c
com base em considerações de natureza operacional (confiabilidade
c - sinalizações sobre rodovias, ferrovias ou dutos.
em serviço) e de seu custo.
c
(, /
~

São empregados esferas do mesmo tipo nos cabos mais altos 1


no mínimo duas por travessia, colocadas nos pontos de
1.4.3.1 Dimensões Básicas de um Suporte
c
intersecção de linha com o eixo do limite da faixa de
c
servidão desses obstáculos;
São fixadas de modo ass~,:3urar segurança e desempenho c
aceitável face aos diversos tipos de sobretensões a que (
d -sinalização de advertência de estais.
são submetidos. Suas estruturas isolantes def•inem essas c
dimensões. Estas, como já mencionamos no Item 1. 4. 2, são c
constituídas por combinações adequadas de isoladores e (
1.4.3 Estruturas das Lirihas
distâncias de ar-. O nümero e tipo de isoladores para (
uma determinada classe de tensão, como também as distâncias
Também designadas suportes, desempenham Uma dupla c
de isolamento são fixadas por critérios de vários. As
função nas linhas aéreas de transmissão:
normas técnicas, que se preocupam com-'. . o fator segurança,
c
fixam valores minimos para as distâncias de segurança. c
a -proporcionam os pontos de fixação dos cabos condutores
No Bras ...;1 v'gora
... o que e' d e t ermlna
· do pe 1 a norma NBR 5422 c
através de sua estrutura isolante, garantindo as distâncias
de segurança entre condutores energizados, entre êstes
de março de 1985 [10], aplicável a linhas com tensões c
e partes do próprio suporte e entre os condutores e
nominais maiores do que 38 kV, e menores do que 800 c
kV. Os demais paiseS possuem seus próprios regulamentos (
o solo. '\.
a respelto.
c
terreno,
b - amarram, através de suas fundações,
ao qual transmitem as forças resultantes de todas
as linhas ao
I são
As estruturas isolantes das linhas de transmissão
solicitadas, como foi
tipos de sobretensões, além das tensões normais de operação.
visto (i tem 1. 4. 2 ) por três
(
c
as solicitações a que são submetidos os elementos que
Através de seu dimensionamento adequado se procura
c
compõem o suporte.
reduzir os efeitos das sobretensões nos sistemas elétricos, c
(
que podem provocar interrupções no fornecimento de energia,
O seu dimensionamento deverá atentar, pois, para
os dois aspectos, o eiétrico e o mecânico. O dimencionamento
cujo número e .durações devem ficar em níveis aceitáveis. c
elétrico é responsável pela fixação das dimensões mínimas
As sobretensões de origem atmosféricas são aquelas c
que podem a-presentar os valores mais elevados e sobre (
das distâncias de segurança, portanto das dimensões básicas
l
(
c
c 66
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Introdução à transmissão de energia elétrica por linhas aéreas de t;ansmissão 67

( Os outros dois
as quais não se tem controle algum.
c tipos são gerados no próprio sistema. A redução de seus
c I PR
( v~lores a niveis razoáveis é em geral economicamente viável.
.j
( A proteção mais eficiênte das linhas contra as b /I
. I
c descargas atmosféricas consiste em eyi tar que as mesmas atinjam

( diretamente
estrutura isolante
os cabos condutores,
resistirá,
caso em que dificilmente
facilitando a abertura de um arco
a
:\

()
voltaico entre condutores e suporte, seguido de uma corrente em I : c
( H 'I
I'
freqüência industrial para o solo, caracterizando um curto-circuito
(
de fase à terra.
:li\
I
c I
lli
(
1.4.3.1.1- Efeito dos cabos pára-raios '•• de c 1

'
c
c O emprego de cabos pára~raios adequadamente localizados 11 711~ I=

c com relação aos condutores, como já foi mencionado no item 1._4.1.3,


Fig. 1.36 -Dimensões básicas de uma estrutura
reduz sua exposição direta, evitando que a grande maioria dos raios

c que demandam a linha atinja os condutores.


São suspensos, ordinariamente, na parte mais ,alta das
(
estruturas, e sua altura é determinada em função do "ângulo de

c, cobertura" por eles oferecido. Está comprovado que quanto menor for
. PR

c
()
c
esse ângulo,

o plano
mais eficiente será a proteção,
aumenta os custos das estruturas. O ângulo de cobertura é definido
pelo ângulo que faz um plano vertical que contém os pára-raios, com
inclinado que contém os cabos
o que,

pára-raios
no entanto,

e os cabos
<
o
~
o
'
"
~
~
+40

+ 30

+ 20
/t
~
i\ "mw !\ Condutores? \
c condutores, como mostra a figura 1.36. A figura 1.37 mostra os
i
o
u o• e :eternos

c valores mais adequados do ângulo em função das alturas das !


!
w
o
"o
-lO

c
It
estruturas. Normalmente, as flechas dos cabos pára-raios são ~
~
-20

c menores do que aquelas dos cabos condutores, o que faz com que, no
meio do vão-, os ângulos de cobertura sejam menores do que junto às
o
2
i<

c estruturas. I
lO 20 30 40 50 60

ALTURA 005 PÂRA- RAIOS EM [mJ

1.4.3.1.2-- Altura das e'strUt'uras I


Fig. 1. 37 - Ângulos de cobertura propostos por Armstrong
I Dependem do comprimento das cadeias de isoladores, do
f ~ Whitehead [21] para proteção efetiva

' t
l
-! ___ _ =:::- (
Introdução à transmissão de energia elétrica por linhas aéreas de transmissão 69
::'
c
68
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão -"'
ti' c
a - distância ,básica, em metros, obtida ·da Tabela n. o 5 da ' í
referida norma. Para a presente finalidade, pode-se usar
4. '
valor das flechas máximas dos condutores e das alturas de segurança ~ (
necessárias. a = 6,5m. Para fins de distribuição das estruturas
O comprimento da cadeia de isoladores (li na figura sobre os perfis (locação), as demais distâncias deverão
1. 36) é função do tipo desta (I ou V), do número de isoladores e ser observadas, face a cada tipo ---~e obstáculo (Capítulo
das ferragens que as compõem. O número de isoladores pode ser 4).
(
determinado da maneira vista em 1.4.2.2.1. As dimensões dos c
isoladores e ferragens são obtidas dos catálogos dos respectivos Exemplo 1. 4 (,
fabricantes.
Qual a altura mínima admitida para os condutores de uma
linha de 138/145kV sobre terreno agrículturável? E para urna linha c
As flechas máximas (fmax na fig. 1.36) são determinadas
de 500/550kV? c
em função do vão médio ao qual a estrutura se destina, pela Eq.
(
1. 1. A tração a ser usada deve ser calculada para a condição de
Solução: c.,
máxima temperatura, como recomenda a NBR 5422 em seu item 5 2 2, e
como será visto no Capítulo 4.
Pela equação ( 1. 8) teremos: c
As alturas de segurança.'. hs, mostradas na figura 1. 9 e a) 138kV - hs = 6,5 + 0,01 [ v'3
145
- 50 ) [m] c
1.36, representam a menor distância admissível entre co_ndutores e o (
hs = 6,84m
solo em qualquer momento da vida da linha. São fixadas igualmente c·
pela NBR 5422, em seu item n.o 10.2.1.1. Dependedendo da classe de b) 550kV - hs 6,5 + 0,01 [ 550
v'3
50 ) lml (
tensão das linhas e da natureza do terreno ou dos obstácu'los por (
ela cruzados, a referida norma apresenta dois métodos de cálculo hs = 9, 18m
c
dessas distâncias. Um método designado "Convencional" e um método
e partes
c
alternativo, que para sua aplicação depende de urna análise 1. 4. 3.1. 3 - Distâncias entre partes energizadas
c
probabilística dos valores máximos das sobretensões a que as linhas
poderão ser submetidas.
aterradas dos suportes
c
, Trata-se igualmente de distâncias de segurança, (
Para efeito de dimensionamento da altura básica dos \
c
/
portanto têm seus valores mínimos para cada classe de tensão
suportes, pode-se empregar a seguinte expressão:
estabelecidas por normas. Recomenda a NBR 5422/1985:
c
l ~ - 50 1 c
"As distâncias mínimas do suporte devem ser, obrigatoriamente,
( 1. 8)
hs = a + O 01 determinadas em função de estudos que levem em consideração as
várias solicitações elétricas a que a linha de transmissão será
c
para U > 87kV ou D a, para U ~ 87kV (.
submetida, devidamente coordenadas com as condições de vento que
Sendo: (
ocorrem simultaneamente com cada uma das referidas solicitações."

u tensão máxima de operação da linha, valor eficaz, "Caso esteja 'previsto o uso de manutenção em linha viva, todos c
fase-fase, em kV; os espaçamentos deverão ser verificados, de forma a garantir a c
Du - distância, em metros, numéricamente igual a U; segurança dos el;tricistas envolvidos nessa atividade."
( .--~----~-- ---·· _f

( 71
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Introdução à transmissão de energia elétrica por linhas aéreas de transrpissão
c 70

( norma ainda condiciona que todas Exemplo 1.5


A referida
c as distâncias decorrentes desses estudos devem ser, no mínimo,
Qual deverá ser o valor recomendado para a distância de
segurança mínima num suporte de uma linha de tensão nominal de 345
r iguais àquelas determinadas da maneira exposta em seus itens 10.2.1 kV?
( ou, alternativamente, no item 10.2.2.
A figura 1. 38 mostra o modo de se determinar essas
( soluçãç:
c distâncias em estrutura, empregando cadeia de isoladores pendentes
(tipo I), com liberdade de oscilar movidas pelo vento, no sentido
A fim de empregarmos a Eq. 1.9, devemOs escolher o tipo
de isolador, determinando o seu passo e a distância de escoamento.
( Para saber o seu número, é necessário especificar a distância de
transversal ao do eixo da linha. O cálculo do ângulo de balanço, ~.
escoamento especifica, d2 .. Admitindo-se ar limpo, pode-se usar
c da cadeia de isoladores, será visto nos Capítulos 2 e 4. de 2,2cm/kV. Para isoladores tipo "standard", temos di = 30cm e
( pi = 14,6cm.
O número de isoladores, pela Eq. 1.7, será:
(.
c 362·2,2 = 15,33 isoladores
c VJ·30
Adotaremos 15. Pela Eq. 1.9 teremos:
(
( Di = (15- 1)·14,6 + 30 = 234,4cm
ou
Di ::: 2,35m
(

c Essa distância deverá ser assegurada',' estando a cadeia


(
na posição de balanço máximo. Ficarão, assim, definidas as

(
l Fig. 1.38 - Determinação da distância de seguranca mínima - Dmhn
I distâncias de segurança com a cadeia em repouso,
fig. 1.38.
O seu comportamento elétrico, face às
li e Dmin,

sobretensões,
na

(
\ deverá se;/\Verificado analiticamente e possivelmente por ensaio em
laboratório. Deverá ser analisada, igualmente, para efeito de
( manutenção em linha viva.
A distância D1 pode ser determinada, em primeira
c aproximação, tornando-a igual à "distância disruptiva reta da
De acordo com a norma citada, essa distância não poderá

c cadeia". Designando por nl o número de isoladores na cadeia, Pl o


ser menor do que aquela calculada pela expressão (Tab. 4):

DI = 0,03 + O,OOSDu [m] ( 1. 10)


seu passo e di sua distância de escoamento (pi e d1 são obtidos dos
catálogos dos fabricantes), a distância disruptiva reta de uma
c cadeia de isoladores será: Exemplo 1. Q,..

c (nl - 1) pl + di [m]
( 1. 9)
Verificação da aceitabilidade da distância calculada no
exemplo anterior:
c
(
~- (

Jnrro,dução à transmissão de energia elétrica por linhas aéreas de tranSmissão 73 c


72 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
c
Solução: b - disposiç-ão em plano ou lençol vertical - nesta disposição c
os condutores se encontram em um mesmo plano vertical.
DI = 0,03 + 0,005·362m
DI = 1 ,84m Essa disposição é reservada em linhas a circuitos (·
simples, quando estas sofrem I-imitações das larguras das
Verifica-se, pois, que a distância de 2,35m é aceitá-
vel, face a norma aplicável. faixas de servidão. É, tipica~nte, o caso quando as
c
I linhas devem acompanhar vias públicas.
principalmente em linha a dois circuitos
São. empregadas
trifásicos no
c
I' ser
No caso de serem empregadas cadeias em "V", esta deverá
considerada em repouso. As distâncias de segurança são mesmo suporte, reduzindo, assim, as larguras das faixas de (.
estabelecidas pelos mesmos critérios (Fig. 1.39). servidão. Estas linhas são encontradas em todos os níveis (
de tensões, até SOOkV. A figura 1.40 mostra esse tipo de c
disposição; c
c
(
c
...il c
c
(
(

Fig. 1.39 - Contorno mínimo de uma janela com cadeia em "V"


...fi c
(
o) CIRCUITO SIMPLES bl CIRCUITO OUPl.O
(

1.4.3. 1.4- Disposição dos condutores nas estruturas


fig. 1.40- Disposição vertical dos condutores c
/\ c
É um fator importante na definição das dimensões das c
estruturas. São empregadas três disposições básicas dos condutores:
c - disposição triangular neste caso os condutores são
c
a - disposição em plano ou lençol horizontal - quando todos os dispostos segundo.os vértices 'de um triângulo. Esse tipo
c
condutores de fase de um mesmo circuito estão em um plano de disposição é encontrado em todos os niveis de tensões, c
horizontal. Essa disposição é empregada em todos os níveis mesmo em EAT. Resulta em estruturas de alturas (
de tensão, de preferência em linhas a circuito simples. É intermediárias entre as duas disposições anteriores. Os (
a disposição -q~e exige estruturas de menor altura, .sendo, ~riângulos são normalmente isóceles, e são e~p~egadas tan- c
portanto, preferida para linhas em TEE e TUE. As figuras to para liÍilias a circuitos simples corno para circuitos (.
1.1, 1.2 e 1.36 ilustram essa disposição; duplos~ A figura 1.41 exemplifica alguns casos. (
(.
(
=-~~- -,
-~~~-~~~~~ -·-·----~·~-- -- ---------
-~ -~--

" ~

c 74 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão


Introdução à transmissão de energia elétrica por l~nhas aéreas de tr~nsmissão 75

c - peso dos cabos condutores e pára-raios;


c 8.80 I 8.80
pesos dos isoladores, ferragens e acessórios;
c 7.6~ 7.63
o
o - peso próprio dos componentes do suporte.
c --- --- •..ij_.; ,;

--
I Poderão aindà ser solicitadas_ por ·componentes verticais
( :I:' ll.LO ll.IO =~
o
o
dos esforços horizontais (estruturas estaia,~as - i tem 1. 4. 3. 1. 6. b)
~
-
d

(
. :
ou decorrentes de cargas adicionais de montagem e manutenção .
(
c
N
,;

o
''
'• A
;' 9,00
.. 's
•••
16.00 s.oo
••
I
'
•'•A
I 9,00
''
·r I
.:. s' b - Forças horizontais - apresentam-se em direções diferentes,

devido a causas variadas:


o
I
c d
N

1/
i/ O '
o b.1- Forças horizontais em direção transversal aos eixos

r) D
c 2!i das linhas - decorrem da força resultante da pressão

~
II
c do vento sobre cabos e ,_isoladores, bem como sobre os
( ~ =
elementos dos suportes;

c ""' ' b.2- Forças horizontais longitudinais -como se verá no


se ·mantenham
c Fig. 1.41 -Linhas com disposição triangular
Capítulo 3, para que os cabos
suspensos eles desenvolvem forças axiais de tração,
(
variáveis com as variações de temperatura e com a
pressão do vento e que devem ser suportadas pelas
c 1.4.3.1.5- Classificação das estruturas em função das cargas estruturas da linha;
( b.3- Forças horizontais ao longo das bissetrizes dos
atuantes
( ângulos horizontais- são resultantes das forças de
c Os elementos que compõem um suport~ devem ser tração longitudinais dos cabos nos sentidos dos dois

c dimensionados a fim de resistir, com segurança, às solicitações a alinhamentos que se interceptam.


( que são _submetidos. Devem suportar os esforços necessários à
' Os suportes podem ser classificados nos seguintes
c manutenção dos cabos suspensos, as forças decorrentes da pressão do
vento sobre os cabos e sobre seus próprios elementos, o peso dos
tipos, r\que normalmente integram uma "família de estruturas"' ou
\, "série de estruturas", para uma linha:
I cabos e de seus acessórios, como também as forças decorrentes das a - tipo " suspensão" ou "alinhamento" são suportes
( !
( I variações da temperatura desenvolvidas nos cabos e também de dimensionados para, em condições normais de operação,
mudanças de direção no Seu traçado. Essas forças atuam em direções
c' diferentes, permitindo um tipo de "especialização" às estruturas,
resistir aos esforços verticais devido ao peso dos
isoladores e suas ferragens. Poderão, como
cabos,
veremos no
atribuindo-lhes funções específicas. próximo item, ser solicitados igualmente no sentido
(
As forças podem ser classificadas em: vertical pelas forças decorrentes do estaiamento. Devem
I
' suportar igualmente as forças horizonta-J.s transversais
a - Forças verticais - atuam normalmente no plano vertical e
l decorrentes da pressãO·do vento sobre cabos, isoladores e
são decorrentes de:
(
l,
- -(

76 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Introdução à transmissão de energia elétrica Por linhas aéreas de tranSmissão n c
sobre seus próprios elementos. Excepcionalmente são d - para 11
ârigulos" são estruturas dimensionadas para
c
('
solicitados por forças verticais adicionais, como aquelas suportar, além dos esforços verticais e transversais,
decorrentes da montagem e de manutenção, como também por também as forças decorrentes da resultante das forças de
(
forças horizontais longitudinais decorrentes da ruptura de tração nos cabos nos dois alinhamentos que se cruzam
(
um ou mais cabos. (Capítulo 3). Para ângulos menores. empregam cadeias de
suspensão e- com·.-ângulos. maiores, de·,_-tensão-ó Têm sua_( .. cabeça (
Esse tipo de estruturas é, na maioria das linhas, o mais
modificada com relação às demais; a fim de assegurar as (
freqüentemente empregado, podendo haver em uma mesma linha
suportes calculados para dois ou mais vãos básicos de
distâncias de segurança necessárias. Uma "família" de (
referência. São os suportes menos reforçados da linha.
estruturas possui freqüentemente mais de um tipo delas; c
e - para "transposição" ou "rotação de fases" a fim de se (
b - tipo "terminal" ou "ancoragem total" constituem os
assegurar o equilíbrio eletr-9~agnético das linhas, e com (
suportes utilizados no início e no fim das linhas,
isso a igualdade das quedas de tensão nas três fases, (
cabendo-lhes a responsabilidade de manter os cabos·
efetua-se a transposição de fases [9], o •que exige (
esticados. São solicitados unilateralmente pelas mesmas
forças que atuam nos suportes de suspensão e
estruturas especiais. Recomenda-se que em cada trecho de
r
adicionalmente pelas forças axiais longitudinais na
linha haja pelo menos uma rotação completa, o que nos
c.
condição de maior intensidade de vento. São os suportes
níveis mais baixoS de tehsão se consegue com o emprego
duas ou três estruturas especiais;
de
c
mais solicitados, sendo, portanto os mais reforçados. São (
usados com cadeias de isoladores em tensão (de ancoragem), f - para "derivação" - freqüentemente se .efetuam sangrias nas
c
mesmo em linhas de tensões mais baixas que empregam linhas para alimentar um ramal, sem necessidade
pátio de seccionamento e manobras. Nesses
de
casos,
algum
uma
c
isoladores de pino ou pedestal;
estrutura especialmente projetada para esse fim é
c
c - tipo "ancoragem intermediária" semelhantes ao tipo utilizada. c
anterior, porém empregados no meio das linhas, com trações c
longitudinais equilibradas à frente e à ré. São menos ;'\ c
reforçados que os anteriores, pois devem resistir 1.4.3.1.6 Classificação dos suportes quanto à forma de (
unilateralmente apenas aos esforços decorrentes do resistir (.
tensionamento dos cabos durante a
ruptura de alguns deles, supondo-se ausência de ventos
montagem, ou após a
de Os esforços a que os suportes ficam submetidos são
c
(
máxima intensidade. São igualmente empregados em pontos de
ângulo relativamente
recomendam o uso desse
elevados.
tipo
regulares ao longo das linhas, a fim de
de
Muitos
,suporte a
facilitar
projetistas
intervalos
traba-
I transmitidos

estais
classificar
ancorados
as
ao
elementos dos suportes,
solo.

no
estruturas
Essa

solo.
em
transferência

Esse
dois
fato
grupos,
é

serve
feita
ou por estes auxiliados por tirantes ou

ou
de
seja,
somente

critério
estruturas
pelos

para
c
c
l

!
lhos de retensionamento de cabos quando necessário; autoportante e~estruturas estaiadas.
(
c.
t.
(
r Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
Introdução à transmissão de energia elétrica por linhas aéreas de trçmsmissão
79

c 78
r a - Estruturas autoportantes são dimensionadas para
r transmitir todos os esforços ao solo através de suas fundações. São
R 5

(
de três tipos:
( a.l- Rígidas- aquelas que, mesmo sob a ação das maiores
solicitações, não apre~entam deformações elásticas
(

c perceptíveis em qualquer direção.


mais reforçadas e volumosas. As figuras l.lb,
São, portanto,
1.2b
as
e
(

c 1.41b e c mostram estruturas deste tipo.


a.Z- Flexíveis- são aquelas que, sob a ação das solicita-
r ções de maior intensidade, apresentam deformações sen-
(
síveis, que, por serem elásticas, desaparecem ao ces-
C, sar a solicitação. Essas deformações ocorrem no senti-
c do das forças solicitantes, na forma de flech~s em sua -..=;-=-
138 KV.
c' /,
parte superior. São típicos deste tipo de suportes, os
'
750 KV

( , postes e os pórticoS articulados, independentemente do


i. Fig. 1.43 - Suportes em pórticos
material com que são confeccionados. Atúam como vigas
',
( ' engastadas no solo. A figura 1.42 mostr.a exemplos
são suportes que
típicos de postes para diversos níveis de tensão e, a a.3 - Suportes mistos ou semi-rígidos
(
figura 1.43, pórtico articulado. apresentam rigidez em urna das diréçõ.es principais. São
(
g~ !"" em geral, assimétricas, com dimensões maiores na
\ '"+-11.-- direção de sua rigidez, que é, em geral, na direção·
.8 "'x/,.
c o
l- !-.===.
transversal ao eixo da linha. Exemplos típicos estão
( 8 na figura 1.43, na forma de pórticos contraventados.
o
suportes são
\• b ~·~struturas estaiadas neste tipo de

empregados tirantes ou estais para absorver os esforços


horizontais transversais e longitudinais. O emprego de
tirantes é uma prática bastante antiga, principalmente em
o distribuição e em linhas de tensões menores, constituídas
o 2~.16
,; por postes engastados ou pórticos articulados engastados,

138 KV ~45 KV
I a fim de enrijecê-las. Com o advento
verificou-se que
suportes {ver figura ~.45) é
substancial economia
realizável
das linhas em
de custo
através de
EAT
dos
seu
500 KV estais assumem toda a
estaiamento. Nestas; os
Fig. 1.42- Suportes flexíveis (postes}
~·--==-;-:--:--;

f (r

Introdução à transmissão de energia elé,rrica por linhas aéreas de traAsmissão 81 c


80
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
c
responsabilidade de mantê-las em pé, pois são articuladas c

1
com o maciço de sua fundação, o que exige de quatro a seis
tirantes por suporte, dependendo de seu tipo.
h
h

c
''
RH- RESU-[. TANTE"" OE TODAS
AS FORÇAS HORIZONTAIS
-,
c
''
'' b) ESTAlADA CONVENCIONAL
r.
'v 'r OI AUTO- PORTANTE
p = 1,00 p. 0,60
c
c
[7 c
c
r,..::;:---- j=
"I c
Fig. 1.44 -Forças atuantes em suporte estaiado c
c) SUSPENSÃO TRAPÉZIO dl SUSPENSÃO DELTA
c
p • 0,34 p. o, 36 (
Os estais compõem-se de um cabo de aço, normalmente
(
galvanizado, do tipo AR (forte) ou EAR (extra-forte). Em locais de Fig. 1.45 - Estruturas estaíadas e com suspensão flexível.
Pesos relativos p(SOOkV) (Ohio-Brass) (
atmosfera agressiva ao zinco empregam-se cabos aço-alumínio
(" alumoweld") ou aço-cobre (" copperweld"). Os estais transferem ao c
solo, através de âncoras adequadas, componentes das resultantes c
horizontais que devem equilibrar, como mostra a ffgura 1.44. As c
figuras 1.1a e l.lb mostram as estruturas estaladas empregadas no c
sistema de transmissão de Itaipu. \ c
Verificou-se, em época bastante recente, que maiores (
:;"'
economias poderiam ser realizadas com o emprego de estruturas com
susp~nsão flexível,
c
cadeias de
nas quais, como
isoladores são também suspensas. ,de cabos de aço.
mostra a figura 1.45, as
A
s c.,
' l '
figura 1.46 mostra essa suspensão em detalhes.
'(.
A aceitação desse tipo de estruturas tem sido boa, dada
(:
a grande confiabilidade apresentada, permitindo, além do mais, uma
maior compactação nas dimensões das estruturas. ••
••
••
••
c
As maio-res objeções ao sistema de suportes estaiados é (
flg. 1.46 - Jogos de forças nas estruturas isolantes [221
que estes, além de requererem espaço para os estais nas faixas de (
(
(
(~~~--o
..-
~r.

c
c 82
Projetos mecânicos -das linhas aéreas de transmissão Introdução à transmissão de energia elétrica por linhas aéreas de rrànsmissão 83

(
servidão, exigem também terrenos de topografia favorável à
As estruturas de aço devem ser protegidas contra a
( oxidação e corrosão, empregando-se para esse fim vários métodos. O
implantação dos estais. Em terrenos irregulares prefere-se suportes
c auto-portantes, que também são preferidos como estruturas de mais freqüente é o uso de galvanização a fogo, através do qual o
( ancoragem e terminais, levando na maioria das linhas às soluções aço recebe :uma camada de· proteção de zinco. por imersão das peças em
( mistas. um banho de zinco fundido. Empregam-se igualmente aços passivados

c Alega-se, contra os estais, sua maior vulnerabilidade a como o "COR-TEN" (U. S. STEEL) e o "NIOBRAS" (C. S. N .. ), nos quais a

( vandalismos. primeira camada de óxido que se forma é estável, protegendo-o.


Isolamento por pintura é_ também empregado para esse fim, porém com
(
o inconveniente de exigir renovação periódica.
( 1.4.3.1.7- Materiais estruturais
O concreto armado tem-se apresentado como ótima
(
alternativa para suportes de linhas, ç?m viabilidade econômica para
Em linhas aéreas de transmissão empregam-se, para a
( linhas de até SDOkV. Podem ser executadas nas formas autoportante
fabricação de suportes, os seguintes materiais:
( ou estaiadas, em forma de postes para os níveis mais· baixos de
( a - Metais tensões, e como pórticos articulados ou contraventados em· todos os
( a.l -aço carbono comum e_.de alta resistência;
níveis. Pendentes os processos de fabricação, poderão ser obtidas
a.2- alumínio ou liga de alumínio, seções transversais quaisquer, sendo mui to divulgados no Brasil'

( b - Concreto armado seções circulares ocas e seções em duplo TEE. Postes de seção
( b.l- com armadura convencional anular são fabricados por processos de centrifugação e por
vibração, enquanto que os de seção qualqueri· por vibração. Nos
c b.l.l- concreto vibrado;
b.1.2- concreto centrifugado. catálogos dos fabricantes nacionais relacionam-se postes
( componentes das estruturas com comprimentos unitários de até 40m e
b.2- com armadura para pré-tensionamento.
c c - Madeira
resistências nominais de até S.OOOkgf. Há experiência acumulada de
( linhas até SOOkV.
c:I c. 1 - madeira ao natural;
c.2 - madeira imunizada; ..
Dado seu grande peso e comprimento, seu uso, por razões
- ' \ fica restrito, em geral, a locais de fácil acesso por
( l econom1cas,
c.3 - laminados de madeira.
c i; meios de transporte convencionais.

c Os metais, particularmente os aços, é que permitem que


se obtenha a maior variedade de tipos e formas de estruturas, desde
A madeira é, talvez, o material estrutural mais

c as treliçadas convencionais até as modernas estruturas tubulares de


tradicional para estruturas de linhas, podendo ser empregada para
estruturas de até SOOkV. No Brasil o seu uso está restrito a linhas
c chapas dobradas.· de 230kV, na forma de postes ou de pórticos.
As estruturas de aluminio ou de liga ainda sofrem As madeiras adequadas devem apresentar as seguintes
(_,.. limitações de uso em virtude de seu -cust_o elevado, ficando características:
c restritas ao uso em locais em que o custo de transporte, devido ao - ser resistentes ao ataqu~ de fungos da podridão;
(i seu menor peso, o justifique econômicamente. resist~r bem à exposição ao tempo;

c
-r~~~···------- .. ··~
-----·c:··
(
Projetos mecánicos das linhas aéreas de transmissão Introdução à transmissão de energia elétrica por linhas aéreas de transmissão 85
84
c
- indeformabilidade com a idade; 7 - PEIXOTO, C.A. de O - Sistema de Transmissão de ITAIPÚ Rev. c
resistência mecânica satisfatória. Energia Elétrica - Set. 1979 - págs. 24 a 50.
8 - SAVELLI, M.- Do Óleo de Peixe à Lâmpada Incandescente - Diário
Esses requisitos podem ser satisfeitos por madeiras
de São Paulo, 23/08/1960,
"in-natüra" ou através de tratamento de imunização com impregnação
9- FUCHS, R.D, e ALMEIDA M.T, Projebqs Mecânicos das Linhas
c
profunda da madeira em autoclaves com creosoto ou sais de cobre (
Aérea de Transmi"ssão - Ed. EFEI /BLÜCHER 1982· - I tajubá/São
(sais de Wollmann). As madeiras que dispensam essa imunização são
hoje de obtenção muito difícil, pois, sendo de crescimento lento ,
Paulo. c
10 - ABNT - NBR 5422 - Projetos de Linhas Aéreas de Transmissão de (
não são objeto de reflorestamento. São muito conhecidas as
aroeiras, a massaranduba, o óleo vermelho e outras. Há registros de
Energia Elétrica- Mar. 1985 c
suportes de aroeira com mais de 50 anos de serviço.
11 - THE ALUMINUM ASSOCIATION Aluminum Eletrical, Conductor c
A imunização se faz ·no Brasil com algumas das mui tas
Handbood - 1ª Ed. 1971 - N. York. Estados Unidos c
12- POFFENBERGER, J.C. e outros- Over Head Conductors in the (
variedades de eucaliptos, bastante abundantes em virtude do
United States. Proc. Cigre Open Conference -Rio de Janeiro, (
reflorestamento feito com essas essências. Sua vida útil gira em
torno de 20 a 25 anoS, dependendo, do local de emprego.
Agosto 1983
13 - EDITORES New Conductors offer Greater Transmission
c
Umas, como as ou trás, são empregadas ~m suas formas (
Efficíenty - Transmíssion and Distribution - Vol. 35, n. 10

o
naturais, sem torneamento para retificação.
- pag. 12 - Outubro 1983 - Cos Cob, Ct - Estados Unidos.
14 - EDITORES - Controlling Conductor Vibration and Galloping c
Transmission and Distribution - Vol 36·, n. o 2 - pag. 16
1.5 -BIBLIOGRAFIA
Fevereiro 1984 - Cos Cob, Ct. Estados Unidos. (
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Ed., Livros Técnicos e Científicos Ed. S. A. - Rio de Janeiro,
1979,
Chapman and Hall Ltd, - 50 Ed. 1964 - Londres. c
16 - STELLA, M.S. - Determinação da Capaci~ade qe Transporte de (
2 - STEVENSON, William D. - Elementos da Análise de Sistemas de
Potência - 2ª Ed. ~Me Graw Hill São Paulo, SP, 1986.
Corrente de Linhas Aéreas de Transmissão - ESCOLA FEDERAL DE
\
"ENGENHARIA DE ITAJUBÁ, 1984 - Dissertação de Mestrado.
c
3 - KIMBARK, Eduard W. - Direct Current Transmission Vol. 1
(
17 - TANGEM, K.O, e ANDERSON, J.G. EHV Transmission Line
Wiley Interscience- N. York, 1971. Reference Book- Cap. 7- Edison Electric lnstitute lo
c
4 - BARNES, H.C, e BARTHOLD, LO. High Phase Order Power (
Ed. 1968 - N. York.
Transmission-Electra- n~ 24, 1973- pag.153- Paris, França. 18 - THOMAS, P.H. - Output and Regulation in Long Distance Línes. c
5 - STEWART, J. R. e GRANT, !.S. - High Phase Order - Ready for Transactions AIEE, Nova York, 1909 Vol. 28, Parte I, c
Application- IEEE. Transactions, pag 101, n. o 6 - Junho de pags, 615 a 640 (
1983 - N. York. 19 - THOMAS, P.H. - Calculation of High Tension Línes - Id. ibid, ~
6- SÃO PAUT~O LIGHT S.A. -Departamento Técnico A Interligação pags, 641 a 686, (
São Paulo-Rio. Revista do Clube de Engenharia. Rio de 20 - CENTRAL ·STATION ENGINEERS Electrical Transmission and
~
Janeiro, Jan. 1960. No 281 - págs. 1-7.
(_
(
~--~

86 Profetas mecánicos das linhas aéreas de transmissão

(
Distribution Reference Book - Ed Westinghouse - 4ª Ed. 1950
- East Pittsburgh, PA. Estados Unidos.
(
- 21 - ARMS1RONG, H.R. e WHITEHEAD, E.R. Lightning Stroke
( Pathfinder - IEEE Power Apparatus & Systems - Vol. 83, 1964
( - Pag. 1223 - N. York, NY - Estados Unidos.
Elementos básicos par2l os projetos
c 22 - OHIO BRASS - Building for Tomorrow Publ · n• 2778-H -
das linhas aéreas de transmissão
( Mansfield, Ohio - Estados Unidos.

(
(
c 2.1- CONSIDERAÇÕES GERAIS
(
( Para cada transmissão de energia elétrica entre dois

c pontos existem numerosas soluções tecnicamente viáveis; porém,

c apenas um número relativamente pequeno é capaz de


serviço de padrão ótimo e, ao mesmo tempo, propiciar o transporte
assegurar um

(
do kWh a um custo mínimo. O estudo de otimização de uma transmissão
visa exatamente identificar essas soluções, e, dentre elas,
escolher aquela mais adequada ao caso parti01lar. Sob o ponto de
vista puramente econômico, a solução mais adequada é aquela em que
c a soma dos custos das perdas de energia, durante a vida útil da
linha mais o custo do investimento, é mínima. Decorre daí que todas
( as alternativas possíveis, consideradas aceitáveis sob o ponto de

c' Vista técnico, devem ser examinadas e comparadas entre si.


l A rigor, o trabalho de projeto mecânico se inicia
cH
c ·. somente após os estudos de otimização, quando a escolha final já

c~
.-- tenha sido feita, com a definição da classe de tensão, tipos de
bitolas e composições dos cabos condutores e

~L composição das cadeias de isoladores, etc. Para os


I ' de otimização, são feitos verdadeiros anteprojetos de cada
SOlução. em que os elementos básicos para os cálculos mecânicos e
cos já são definidos. dada a influência que podem exercer
cada urna .das soluções. O projeto definitivo

c então. aos parâmetros assim determinados.

c
(
( r l
(
Elementos básicos para os projetos das linhas aéreas de transmissão 89
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão c
88 2.2- CONSIDERAÇÕES SOBRE A SEGURANÇA DAS LINHAS
mecânico de um
a linha de \
por projeto
Entende-se
- de todos os
esforços atuantes sobre os c
transmissão, a determinaçao
elementos de que se compõe,
efetuar o seu
dimensionamento adequado,
Sob o ponto de vista da Engenharia, as linhas aéreas de
transmissão constituem tipos parti'culares de estruturas físicas,
c
montagem e as \
desenhos de detalhes construtivos e de cujos elementos básicos são os cabos (condutores e pára-raíos) e os
produzir
respectivas
especificações e instruções.
Os trabalhos de projeto
ou fases:
·suportes, que, através das fundações, devem propiciar sua amarração c
que se considerem divisões
ao terreno atravessado, ao qual devem ser adaptadas. Só esse fato
(
mecânico das linhas permitem
já seria suficiente para diferenciá-las da grande maioria de obras (
supo.rtes sobre os (
da distribuição d os de Engenharia, nas quais ocorre o inverso: o terreno é que é
a - projetos dos cabos e
perfis dos terrenos; escolhido ou adaptado às finalidades pretendidas. Enquanto, na c
b - projetos dos suportes; maioria das obras, as dimensões dos elementos estruturais são (
. t os das fundações.
c - proJe
função do comportamento mecânico desejado, face às solicitações
c
previstas, o mesmo ocorre apenas parcialmente nas linhas aéreas de
transmissão: a escolha dos tipos e bitolas dos cabos condutores
c
o projeto dos
cabos consta da determlnaç
. ão das forças
- obedece, normalmente, a critérios técnicos e econômicos [1] e, c
atuantes nos mesmos,
sob a
.
ação
das solicita.ções a .que íicarao
muito raramente, mecânicos. A escolha dos materiais para os c
bem como dos p~râmetros das curvas
submetidos quand o e
m serviço, suportes, sua configuração e dimensões básicas dependem tanto das c
a fim de permiti r,
suspensos nos suportes, solicitações mecânicas e elétricas, do terreno no qual devem ser (
que assumirão quando
os pontos maiS adequados à
através destas, que
se escolha implantados, como também de considerações:, de segurança geral. Esta (
o estudo do comportamento
na linha. implica, evidentemente, em assegurar um mínimo risco de falhas (
implantação dos suportes Capítulo 3,
será feito no
mecânico
dos cabos suspensos, que
A distribuição dos suportes
mecânicas, que, além de comprometer a continuidade do transporte da
c
fornecerá
o necessário ferramental.
objetivo do Cápítulo 4. Os
energia, poderá ameaçar vidas e propriedades.
c
sobre os perfis dos
terrenos é
serão
0

abordados no Capítulo 5 e os
das
estruturas,
Na solução de quaisquer problemas de Engenharia de
projetistas devem seguintes
c
projetos dos suportes
fundações no Capítulo 7.
os iniciar pelas
prc:v\dências básicas, que constituem as "Hipóteses de Cálculo":
c
o presente capitulo é destinado a
apresentar as
c
metodologias recomendadas para
.
a determinação
dos esforços devidos
dos
à.
fatores
pressão
a - estabelecimento das chamadas hipóteses de carga, através
das quais se procuram fixar os valores das solicitações mecânicas,
c
causadores das solicitações, ou seJa,
(
daqueles normais e anormais, que poderão incidir sobre as estruturas no
do ·vento
sobre 05 elementos
componentes das linhas e
ão feitas, inclusive, decorrer de sua vida útil -- principalmente daquelas que, por sua c
devido às variações
das temperaturas. 5 er
.nhas e o seu dimensionamento, saio r intensidade ou por sua maior duração, mais solicitam os c
considerações sobre a
" .
segurança das l l
d falha". o comportamento
elástico dos cabos aateriais empregados; c
admitindo-se rlscos e (alOngamentos) que .., .. cc b - através do conhecimento do comportamento dos materiais a \
def ormações permanentes
cond u t ores,
bem como as
t discutidos,
e rnetodologias para -'-+--·serem empregados, face aos tipos de solicitações a que serão c
irão sofrer serão igua 1men e SUbmetidos, escolher as taxas de trabalho mais adequadas a cada (
predeterminação apresentadas. taso.
(.
90 Projetos mecâilicos das linhas aéreas de transmissão Bementos básicos para os projetos das linhas aéreas de transmissão 91

Na maioria dos países, uma vez que a segurança das Por outro lado, as cargas que atuam sobre as
obras de Engenharia em geral envolve a segurança de seres vivos ou estruturas, principalmente quando decorrentes de fenômenos
~de propriedades, o projetista é limitado, em seu arbítrio para a naturais, também não podem ser previstas com precisão e, para
( escolha dos elementos acima, pelos "Códigos de Segurança" ou pelas quaisquer valores supostos, e~iste sempre um risco de que os mesmos
( "Normas Técnicas", que, para cada tipo de estrutura, procuram sejam ultrapassados durante a vida útil ·aa obra.
( estabelecer condições mínimas de segurança, fixando, em geral, Há, pois, urna tendê~cia natural de se superestimarem as
( tanto as hipóteses de carga mínimas, como também as solicitações cargas ou de se superestimarem as resistências das estruturas,
( máximas admissíveis nos diversos materiais. São elementos dé levando a superdimensionamentos, com conseqüentes penalidades
orientação para o projetista. Sua adoção pura e si_mples não o econômicas.
(
exime, no entanto, de responsabilidade profissional. Uma· vez que, tanto a suportabilidade de uma estrutura
Quando um determinado elemento estrutural é submetido a ou aquela de um de seus elementos estruturais aos esforços
(
um certo tipo de esforço,_ e se este for suficientemente elevado, mecânicos, podem ser consideradas grandezas estatísticas, como o
c poderá ocorrer sua destruição ou ruptura. Esse valor recebe o nome são as forças atuantes, o risco de falha existirá sempre para
c de carga de ruptura. Esse termo, no entanto, não deve ser entendido qualquer combinação de forças atuantes e suportabilidades, como
ao pé da letra: às vezes ele, é/associado a valores de solicitações ensina a teoria da Probabilidade.
que provocam deformações permanentes em elementos 'da~ estruturas, Seja P(L) a curva cumulativa de distribuição das
de ordem tal, a provocar o colapso da estrutura inteira. Seu valor suportabilidades de urna estrutura pertencente a um lote de

c também não pode ser considerado singular ou absoluto: nos materiais estruturas. No caso das linhas, essa distribuição pode ser

c técnicos
tanto em
usados
suas
em obras,
dimensões
aceitam-se
físicas
tolerâncias
finais, quanto
de fabricação
em suas
considerada normal, com um desvio padrão eritre 5 e 10% [3]. Seja
fo(L) uma distribuição de valores extremos - velocidades máximas
c ~

i'
características especificas (peso, resistência especifica à tração anuais dos ventos responsáveis pelas solicitações, e que pode ser
c ou compressão, etc). Admite-se, pois, um valor médio' para cada descrita pela lei de GUMBELL I. O risco de falha R é representado,
grandeza e uma tolerância. Esta será tanto menor quanto mais I' na figura 2.1, pela área hachurada. Sua expressão matemática é:
( rigorosas forem as especificações de fabricação, de controle de i
i
J~
qualidade e aceitação. Nestas condições, as cargas de ruptura devem
,. \
R P(L) ·fo(L) dL (2. 1)

I
ser entendidas como grandezas estatísticas, definíveis, por
exemplo, por seu valor médio e pelo desvio padrão ou pela O risco teórico de falha de uma estrutura pode ser
variância. Pode-se, pois, a cada valor de esforço que atua sobre um determinado pela posição relativa das duas curvas P(L) e fo(L). A
elemento estrutural, associar um risco de falha. Este será tanto pOsição da curva P(L) é determinada pela "suportabilidade
menor quanto maior for a relação carga de ruptura/carga máxima estatística garantida L1", e é definida· pela carga de 90% das
atuante. Essa relação determina o fator de segurança, para uma dada
solicitação. Por outro lado, quanto maior for o fator de- -segurança,
maiores as dimensões dos elementos estruturais e, portanto, seu l estruturas de um mesmo lote que devem resistir quando submetidas a
uma carga igual a L1.
A posição da curva fo(L) é definida pela probabilidade

l
custo. da carga L1 ser igualada ou excedida, ou pelo período de retorno T
~····
-f-··-··-·--,
! (

90 Profetas mecânicos das linhas aéreas de transmissão Elementos básicos para os projetos das linhas aéreas ·de transmissão (~
91
(>
Por · outro lado,
Na maioria dos países, uma vez que a segurança das
estruturas,
as cargas que atuam sobre as c
obras de Engenharia em geral envolve a segurança de seres vivos ou principalmente quando decorrentes de fenômenos c·
de ·propriedades, o projetista é lirni tado, em seu arbítrio para a naturais, também não . podem ser previstas com precisão e,
para (
escolha dos elementos acima, pelos "Códigos de Segurança" ou pelas quaisquer valores supostos, e~iste sempre um risco de que os mesmos
"Normas Técnicas", que, para cada tipo de estrutura, procuram sejam ultrapassados durante a vida útil d~ obra. c
estabelecer condições mínimas de segurança, fixando, em geral, Há, pois, uma tendência natural de se superestimarem as c
tanto as hipóteses de carga mínimas, como também as solicitações cargas ou de se superestimarem as resistências das estruturas, c
máximas admissíveis nos diversos materiais. São elementos de levando a superdimensionamentos, com conseqüentes penalidades c
orientação para o projetista. Sua adoção pura e siffiples não o econômicas.
c
exime, no entanto, de responsabilidade profissional. Uma· vez que, tanto a suportabilidade de uma estrutura c
Quando um determinado elemento estrutural é submetido a ou aquela de um de seus elementos estruturais aos esforços c
um certo tipo de esforço, e se este for suficientemente elevado, mecânicos, podem ser consideradas grandezas estatísticas, como o
c
poderá ocorrer sua destruição ou ruptura. Esse valor recebe o nome
de carga de ruptura. Esse termo,. no entanto, não deve ser entendido
são as forças
qualquer
atuantes,
combinação de forças
o risco de falha existirá sempre para
atuantes e suportabilidaàes, como
c
ao pé da letra: às vezes ele, ~
'
associado a valores de solicitações ensina a teoria da probabilidade. c
que provocam deformações permanen.tes em elementoS d.as estruturas, Seja P(L) a curva cumulativa àe distribuição das
c
de ordem tal, a provocar o colapso da estrutura inteira. Seu valor suportabilidades de uma estrutura pertencente a um lote de c
também não pode ser considerado singular ou absoluto: nos materiais estruturas. No caso das linhas, essa distribuição pode ser c
técnicos usados em obras, aceitam-se tolerâncias de fabricação considerada normal, com um desvio padrão en'tre 5 e 10% [3]. Seja (
tanto em suas dimensões físicas finais, quant-o em suas fo(L) uma distribuição de valores extremos - velocidades máximas (
características específicas (peso, resistência específica à tração anuais dos ventos responsáveis pelas solicitações, e que pode ser
c
ou compressão, etc). Admite-se, pois, um valor médio para cada descrita pela lei de GUMBELL I. O risco de falha R é representado, c
grandeza e uma tolerância.
rigorosas forem as especificações de fabricação,
Esta será tanto menor quanto
de controle de
mais na figura 2.1, pela área hachurada. Sua expressão matemática é:
c
(
qualidade e aceitação. Nestas condições, as cargas de ruptura devem
ser entendidas como grandezas estatísticas, definíveis, por
R J~ P(L) ·fo(L) dL (2.1) (
exemplo, por seu valor médio e pelo desvio padrão ou pela O risco teórico de falha de uma estrutura pode ser c
variância. Pode-se, pois, a cada valor de esforço que atua sobre um determinado pela posição relativa das duas curvas P(L) e fo(L). A r
~

elemento estrutural, associar um risco de falha. Este será tanto P<>sição da curva P(L) é determinada pela "suportabilidade c
menor quanto maior for a relação carga de ruptura/carga máxima ·estatistica garantida L1", e é definida pela carga de 90% das c
atuante. Essa relação determina o fator de segurança, para uma dada ·estruturas de um mesmo lote que devem resistir quando submetidas a c
solicitação. Pot:'·outro lado, quanto· inaibr for o fator de segurança,
maiores as dimensões dos elementos estruturais e, portanto, seu
carga igual a Ll.
A posição da curva fo(L) é definida pela probabilidade
c
(
custo. carga L1 ser igualada ou excedida, ou pel~ periodo de retorno T

c
c
(
(
92 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
_r___
Bementos báSICOS para OS projetos das Jmhas aéreas de tranSmiSSãO 93

p observação meteorológicas na própria região, ou em regiões


(
climáticas próximas e semelhantes. E é preciso que estas
informações sejam confiáveis. Tratando-se de fenômenos naturais, os
(
f oI L.)
eventos meteorológicos têm uma natureza completamente aleatória e,
conseqüentemente, só podem ser analisados e quantificados por
í procesSos estatísticos e probabilísticos. Isso requer,
evidentemente, um número grande de registros, feitos também no
decorrer de um grande número de anos.
Para um trabalho seguro, a coleta de dados deveria ser
( L
RISCO DE FALHA R
feita por aparelhos· registradores automáticos e contínuos, isenta,
Fig. 2.1- Risco de falha de uma estrutura portanto, de falhas humanas.
c São as seguintes as 'i-nformações meteorológicas
(
necessárias para o estabelecimento das hipóteses de carga:
de L1. T é igual ao inverso da prob.abilidade da ocorrência de uma
a - Temperaturas
carga L, maior ou igual a Lt. Quantb mais fo(L) estiver afastada de
valores das máximas temperaturas anuais;
c- P(L), menor será o risco de falha.
valores das mínimas temperaturas anuais;
Para cargas de vento, um periodo de retorno de 50 anos,
valores das temperaturas médias anuais, obtidas por taxa
como recomendado pela NBR 5422, conduz a um risco teórico de falha
-2
horária de amostragem.
anual de uma estrutura de cerca de 10 , para um desvio padrão na
r suportabilidade das estruturas de 7,5%. b - Velocidades máximas anuais de ventos
( Na impossibilidade de se obterem esses dados nas
A !EC [3] sugere que se considere- "classes de
(_ ! condições desejáveis, como, por exemplo, número suficiente de .anos
segurança" para as linhas e indica três classes para os riscos
(
teóricos de falha, dependendo de sua importância no sistema. Para
falhas sob a ação do vento sugere, respectivamente, os seguintes
I de registros, o projetista poderá recorrer às cartas meteorológicas
constantes do anexo A da NBR 5422 [2), que deverá, no entanto, usar

I
riscos anuais 10- 2 , 10- 3 e 10- 4 • com prucifo~cia. Essas cartas, para facilidade de consulta, foram
c
c reproduzidas neste capitulo.

l 2.3.1- Determinação das temperaturas necessárias aos projetos


2.3 - DETERMINAÇÃO DOS ELEMENTOS SOLICITANTES
l I
2.3.1.1- Método estatístico
As solicitações mecânicas dos cabos das linhas aéreas
de transmissão e, conseqüentemente, também de suas estruturas e A tabela 2.1, anexa, apresenta dados meteorológicos
fundações são, como vimos, decorrentes -das ·variações das condições obtidos em uma estação próxima ao traçado de uma linha. Com os
atmosféricas nas regiões em que se encontram as linhas. Os dados dados registrados em cada um dos anos assinalados, foram
c básicos de projeto deveriam, portanto, ser coletados em postos de calculadas:
l
I
(.'
94 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Elementos básicos para os projetos das linhas ·aéreas de transmissão 95 r:
l TABELA 2.1 DADOS METEOROLÓGICOS DE UM POSTO EM REGIÃO DE
c
I
.\ IMPLEMENTAÇÃO DE LINHA .
cálculo, nas diversas condições de solicitações das linhas, corno
c
recomendam a NBR 5422 [2] e também a !EC [3]:
(
a - Para a condição de maior
a temperatura é duração
Média das Média das Média das Vento em km/h, (
ternperat. ternperat. temperat. 10m altura e definida pelo valor das médias plurianuais das temperaturas do ar
ANO mínimas médias máximas 2 segundos - t; c
tmin [ •C] diárias
t [ •Cl
tmax [ •C] Rugosidade
B
c
+13,78 88,3
b - Temperatura mínima - é o menor --valor de temperatura do ar
c.
1950
1951 +12,85
19,31
18,45
28,04
27,85 64, 1
calculada com uma probabilidade de 2% de ser igualada ou ocorrer um
valor menor. Corresponde a um período de retorno de 50 anos.
c
1952
1953
+15,32
+10,45
20,32
19,36
26,80
27,65
76,7
-- 60,3 ' Pode. ser determinada por: c
1954
1955
+ 8,30
+11' 83
19,03
18,88
29,32
30,01
- -
68,5
52,8
c
1956 +12,45 22,47 26,78 78,0
tSOmin = fmin - 2,59 O'min -. (2. 2) c
1957
1958
+12,52
+11,45
22,03
20,50
25,88
26,03
67' 9.
66,5 onde: c
1959
1960
+10,22
+ 9,85
20,85
18, 09 ..
26,83
27,93
72,9
65,3
~

lmin- média das temperaturas mínimas anuais [oC);


c
1961
1962
+10,30
+10,90
18,98
17,98
29,03
28,88
75,3
87,3 C'min - desvio padrão da distribuição de temperaturas mínimas
c
1963 + 8,36 16,53 28,03 95,6 anuais. \
1964
1965
+12,87
+14,36
22,45
23,08
26,98
28,93
100,3
78,8 c Temperatura máxima é a maior temperatura do ar,
c
1966 +15,85 22,88 27,85 66,8 (
deter~inada para uma probabilidade de 2~ a ser igualada ou
1967 +12,89 19,97 27,08 99,0 (
1968 +11,56 19,45 29,02 76,5 excedida. Corresponde, igualmente a um perÍodo de retorno de 50
1969
1970
+10,02
+ 9,95
19,58
18,89
30,30
30,20
79,6
84,7
anos. c
É calculada por: c
Médias t"min = 11,44 t = 19,96 tmax = 28,07 Vmax = 76,42 c
Desvio
padrão
2,09 1, 74 1,31 12,69
tsomax = Imax· + 2, 59 a-max (2. 3)
c
onde: / \
c
Imax- média das temperaturas máximas anuais [oC]; (.

a - Médlas das temperaturas- mínimas diárias -


amax - desvio padrão da distribuição de temperaturas máximas
anuais.
c
b - Médias das temperaturas médias diárias - t
tmin
c
c - Médias das temperaturas máximas diárias - tmax
c
Foram calcUlados, igualmente, as médias plurianuais e
Exemplo 2.1
c
os desvios padrão corresponde,ntes.
c
Essas temperaturas permitem que se determine as
Quais os valores, na região da linha para a qual foram
coletados os dados constantes da tabela 2.1, das temperaturas neces c
Sárias à formulação das hipóteses de carga a serem usados em proje= (
temperaturas de projeto, para a formulação das usuais hipóteses de to?
c
c
Elementos básicos para os projetos das Hnhas aéreas de transmissão 97
96 Projetos mecânicos das 'linhas aéreas de transmissão

Temperaturas médias - ilustradas na fig. 2.2;


Solução:
a - Temperatura da condição de maior duração - e, como vimos, Temperaturas máximas médias - encontram-se na fíg 2.3;
o valor da média das temperaturas médias anuais. Para n anos: Temperaturas máximas - reproduzidas na fig. 2.5;
1 n (2.4) Média das temperaturas mínimas - estão na fig. 2.6.
--
n
Li tanual
Para o seu uso, deve-se loca'l-.izar a linha nos mapas
(
de acordo com a tabela: t 19,96•C ou t = 20•C através de suas coordenadas, a fim de se obter das figuras os
(
(
b - Temperatura mínima do ar, com período de
anos:
retorno de

(Eq. 2.2)
50
l valores das temperaturas correspondentes.

( tSOmin = t"min - 2,59 a-min

com os valores da tabela:


tsomin 11,44- 2,59 · 2,09 Exemplo 2.2
( tsomin = + 5,97•C ou tsomin = + 6•C Uma LT deverá ser construída em uma região cujas coorde
nadas aproximadas são 12cS e 48cW. Quais as temperaturas do ar ne
c - Temperatura máxima do ar, com período de retorno de 50 cessárias à elaboração do projeto?
anos:
'tmax + 2,59 _.·'crmax (Eq 2.3)
tsomax

tsomax 28,07. + 2,59 . 1,31 Solução:

tsomax 31, 46•C ou tsomax = 32•C a - Temperatura média - da fig. 2.2 - t = 25oC
b - Temperatura máxima média - da fig. ?·3 - por interpolação
ç, d - Temperatura coincidente - não havendo registros simultâne aproximada - tmax = 31,7oC

(
os das temperaturas coincidentes com os ventos de máxima intensid~
de e como não foi possível,ainda, estabelecer uma correlação entre I c - Temperatura mínima -da fíg. 2.4- por interpolação
mada tmin = 9,5cC
aprox~

essas duas grandezas para fins de projeto, deve-se usar [2,3] a

I
temperatura media plurianual das mínimas anuais. d - Temperatura máxima -da fig. 2.5 - tmax = 40oC
c Da tabela:
tmin = 11,44oC tmin ll,SOoC
e- Média das temperaturas
'imin = 19oC
mínimas diárias- da fig. 2.5 -

c OU

: \
c
c 2.3.2 - Determinação das velocidades dos ventos de projeto
2.3.1.2- Método direto ou gráfico

A determinação do efeito do vento sobre estruturas de


Com os dados meteorológicos coletados por todo o país,
Engenharia, há muito vem preocupando os proJe
· t·lS t as dos di versos
foi possível preparar cartas meteorológicas do Brasil, nas quais
ramos e, apesar do grande número de trabalhos de pesquisas
foram ligados todos os ~pontos de igual temperaturas, dando origem
realizadas ou. em andamento, a pal avra cone 1 us1va
· sobre a maneira
às curvas "isoter·mais". Essas cartas foram apresentadas no Anexo A
correta de considerar esse efe~to ainda não foi dada. No caso das
da NBR 5422/1985 [2], aqui reproduzidas para facilitar a consulta
. linhas de transmissão, em particular nos úl times anos, razoáveis
dos leitores:
-·--( l

\
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissâf, Elementos básicos para os projetos das linhaS aéreas de transmissão 99
98 (

\

(
,.
\

... ... ,.. c


..
60°

.. I
I
I
I (
I
I (
o•
c
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c
c
,. c
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... c
c
c
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I
(
c
c
,.
c
'
to•
I
~~·
... Fig. 2.3- Temperatura máxima média [•C) (NBR 5422/1985)
c
c
(
Fig 2.2 - Temperatura média [•C] (NBR 5422/1985) c
c
(
(_
c
(
:-;:r·-· '!"'~­
'f ..
( '
'
(~
' 100 Projetos fnecánícos das linhas aéreas de transmissão Elementos básicos para os projetos das linhas aéreas de transmissão
i ~ . 101
(
,I

i
(

((··
(

>I
c'r I
j
'

c
(
c
c
(
--
( .. Fig. 2.4- Temperaturas mínimas [•C) (NBR 5422/1985) Fig. 2.5- Temperatura máxima [•C) (NBR 5422/1985)
i - '
'-
~
't
l •. I

(
~-
!;
t
l
(

Elementos básicos para os projetos das linhas aéieas de transmissão 103


c
102
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
c
progressos foram realizados, principalmente quando se passou das (
pesquisas em túnel de vento para as pesquisas em linhas
c
especialmente construídas para esse fim em campo aberto. (
Verificou-se. que, se certos aspectos relevantes sobre o
(
comportamento dos ventos forem devidamente ,,considerados, não só
substanciais economias podem ser realizadas, pelo dimensionamento
(
mais realista das estruturas, como também maior segurança contra c
falhas mecânicas podem ser conseguidas. c
O trabalho realizado na instalação de Horningsgrinde, c
Alemanha Ocidental {4], e pelos grupos de trabalho da Eletricité de c
France, do Central Electricity Research Laboratories, da
c
Inglaterra, e do Centro Degli Ricerca Elettrica, da Itália [5], e
c
outros, têm contribuído decisivamente para o melhor entendimento
c
dos ventos em si e de seus efeitos sobre as linhas.
Este último trabalho serviu de base para a elaboração
c
da publicação "OVERHEAD LINE TOWER LOADING" - Recommendation for
c
Overhead L ines - do Comi tê Técnico no 11 da !EC (Interna tional c
Electrotechnical Comission) [3]. A NBR 5422/85 [2], por sua vez, (
incorporou os procedimentos aí recomendados. (
Esses estudos levaram ao reconhecimento de diversos c
fatores de importância fundamental na escolha dos chamados ventos (
de projeto, a partir dos dados disponíveis, dentre os quais deve-se
c
notar:
c
a - a ~ção do vento depende da rugosidade do solo. Quanto (
.
/
maior for essa rugosidade, maior será a turbulência do c
vento e menor a sua velocidade; c
b - devido à maior turbulência próxima à superfície do solo,
c
fig. 2.6- Média d as t empera t u ras ml'nimas diárias [oC} (
(NBR 5422/1985) sua velocidade aumenta com a altura sobre o solo;
c
c - os ventos, em geral, apresentam-se na forma de rajadas, (
cujas frentes são pouco extensas -- apenas algumas cente- (
nas de metros-- extensão pela qual seus efeitos podem ser (
sentidos sirnultâneamente;
l
.I
c...
(
Elementos básicos para os projetos das linhas ..aéreas de transmissão 105
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
( 104
d - os diferente obstáculos que se opõem ao vento possuem v

[~]
sua solicitação. Assim,
tempos de resposta diferentes à
estrutural, ventos de
sobre um determinado elemento
intensidades elevadas de curta duração podem ter efeitos
menores do que outros, menos intensos, porém de maior
v.-----
(
duração. v : f (f J
se devidamente considerados, permitem
Esses fatores,
maior segurança e economia no dimensionamento das estruturas das

linhas.
A determinação da velocidade dos ventos em determir1ado f
J
local é feita por aparelhos denominados anemômetros, que, através
de mecanismos vários, informam, continuamente, as velocidades dos
( ventos. Os anemógrafos registram essas velocidades continuamente
[ •]
c para posterior consulta. Há vár.ias construções de anemômetros,
r sendo mais comuns as "de conChas", cuja velocidade de giro é
velocidade do vento medido. Suas· i_ndicações ou
proporcional à Fig. 2.7- Efeito dos tempos de integração nas ve l ocidades
outro lado, apresentam um tempo de resposta às dos ventos
registros, por
flutuações na velocidade do vento, que é função dessa mesma
(
velocidade e de seu sistema de medidas. Anemômetros sensíveis têm
( igualmente ser corrigidos, como também se deve efetuar a correção
tempos de resposta de ordem tal, que indicam velocidades médias de
c ventos integradas por períodos de 2s. A figura 2. 7 mostra um da velocidade do vento para .os cabos e estruturas situados a

c diagrama V = f(t) de uma frente de rajada de vento,. com as várias alturas maiores.

( O efeito r ugosl· d ade sobre as velocidades médias.


como
velocidades e respectivos tempos de integração.
c Na figura 2.7, V1, V2, V3, V4 e Vmax são os valores das
obtidos por integração em
também s,o:pre as velocidades de ventos nas linhas quando os terrenos
destas t"êm rugosidades diferentes, também requerem correções.
( velocidades parciais da rajada,
intervalos com instrumento cujo tempo de integração é, por exemplo,
c, 2s. À V10 correspondem lOs. 2.3.2.1 -Efeito da rugosl"dade dos terrenos
(
Velocidades de vento são publicadas com diferentes
c tempos de integração, daí a necessidade de se padronizar a forma de
c fazê-lo. Felizmente os dados já obtidos e publicados não são
Tanto a ABNT [2]' como a !EC [3], classificam os
terrenos em quatro categorias de rugosidade,
descri tas na Tabela
( perdidos, pois é possíve1 convertê-los todos à mesma base de tempo, que segue. A caracterização de um
ca·teJoo;ri ,,o terreno em uma dessas
(_ como veremos. é um tanto subjetiva _e se pretende que o projetista seja
( A altura de instalação dos anemômetros também foi
reconhecê-la.
( padronizada em 10m. Dados obtidos em alturas diferente pode~-
c'
r (
106 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transn1issão
Elementos básicos para os projetos das linhas aéreas .de transmissão 107 c
TABELA 2.2 CLASSIFICAÇÃO DOS TERRENOS DE ACORDO COM SUA
t convencional a 10m de altura sobre o solo de categoria B, com um c
RUGOS!DADE. COEF!CitNTES DE RUGOS!DADE [2,3]. (
período de integração de 10 minutos.

I
CATEGORIA COEFICIENTE Sua determinação obedece igualmente a dois processos:
DE
RUGOS!DADE
CARACTERÍSTICA DO SOLO DE RUGOS IDADE
Kc
um método estatístico, a partir de velocidades medidas no campo, e c
um método a ser usado na impossibilidade de se,_ empregar o anterior. (

A
Vastas extensões de água a sota
vento; áreas costeiras planas; de
-
1, 08
Baseia-se nas cartas com curvas "isótacas" publicadas no anexo da c
c
II
sertos planos. NBR 5422/1985, reproduzidas na figura 2.8.

Terreno aberto com poucos obst~


culos, com várzeas, glebas culti-
c
B 1,00 2.3.2.2.1- Método estatístico (
vadas com poucas árvores ou edifi
cações.
- --
.

c
(
c
Terreno com obstáculos numero-
505 e pequenos, como cercas vi-
vas, árvores e edificações.
0,85
..
! obtidas em
Sejam Vi ma>: as n velocidades
posto meteorológico, em
~~.áximas

cada um
anuais dos ventos,
dos n anos de c
Are as urbani zadas; ;terrenos com
observação.
c
I D
muitas árvores altas· 0,67 Empregando esses dados, é possível determinar o valor
da velocidade que poderá ser igualada ou excedida urna vez em T
c
c
anos, através da expressão [2,3):
J
I
Obs: - Linhas que cruzam áreas altamente urbanizadas, devem ser c
consideradas localizadas em terrenos de categoria D, pois é (

r,. muito difícil a sua real avaliação. P(Y] = 1-exp[-exp[- " (2.5) (
L

r
- Em vales que possibilitem a canalização de vento em direção c
rl
desfavorável para o efeito em questão, deve se adotar para na qual:
c
Kr uma categoria imediatamente anterior a que foi definida
P(Y]
r
1
é a probabilidade anual do vento v [m/s] a
c
com as características da tabela 2.1.
ser igUalado ou excedido; c
- As mudanças previstas nas características da região
- é o valor da velocidade do vento com uma c
atravessada devem ser levadas em conta na escolha de Kr.
probabilidade anual de P(Y); c
- Os valores de Kr da tabela correspondern a uma velocidade V [m/s] - é o valor médio da distribuição das n c
média sobre 10 minutos (período dé integração de lümin), velocidades máximas observadas; c
medida a 10m de altura sobre o solo. fJ'V - desvio padrão arnostral nas n velocidades. c
2.3.2.2- Velocidade básica de vento ~ aconselhável que esse método só seja empregado quando
c
(
se tenha um número grande de anos de observação: para V, no mínimo
Velocidade básica de vento é uma velocidade calculada 10 anos e, para o cálculo de av, seria aconselhável dispor de 20 c
para um periodo de retorno de 50 anos, medida de maneira anos de dados. (
c
l
I r
l
c Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Bementos básicos para os projetos das linhas aéreaS de transmissão 109
( 108
Exemplo 2.3
'

l
'
A tabela 2.1 fornece os valores das velocidades máximas
anuais de vento cOlhidas em um posto meteorológico por meio de ane-
( mômetro com 2s de resposta, a 10m de altura, em terreno de rugosi-
... dade B .
( ... ~·

"
... ' Qual o valor da velocidade básica,de vento, ou seja, a
velociqade com um período de retorno de 50 anos?

solução:
As velocidades de vento da tabela estão especificadas
( em km/h, enquanto que a velocidade básica é em m/s. Poder-se-ia
converter os n valo(es ou operar com km/h e fazer a conversão pos-

( ... terior, o que é menos trabalhoso.

Ternos:
c -*--+---rf'--'1:-<ti1';;- •.
1
P(V) = 0,02
( 50
76,42km/h
<rv = 12,69km/h
Aplicando a equação 2.5 para obter o valor de V:
X
( P(V)
-e
1 - e
(
Sendo:
c X
rr (V- V+ 0,45 · <rv)
(__ v'6·G'v
(.
Temos:
(. X
-e
(
... = -e

c tempo de integração da média: 10min 1 - P(V) = e


-e
X

período de retorno: 50 anos X


e = Ln[1 P(V)]
a 10m de altura
terreno dé categoria B
c e
X

X
= Ln[l 0,02]
( e - 0,02020
'-~f Fig. 2.8- Velocidade básica do vento [rnls1
'
cl X= 3,90194

(
·J rr
.' X
\Í6·12,69
[V- 80,1305]

(
l
·f (
Elementos básicos para os projetos das lin}?as aéreas. de. tranf>missão (
Projeros mecânicos das linhas aéreas de transmissão 111
110 (
Exemplo 2.4
(
Logo:
Qual a velocidade básica do vento a ser usada na linha
V = 120,378km/h = 33,358m/s especificada no exemplo 2.2? (
A velocidade rnax1ma de ven t o será , pois _33 • 538m/s (
para um período de retorno de 50 anos e tempo_de ínte::aâ:ol~em~n~~ Solução:
dos Para obter seu valor com um tempo de 1ntegraç . . (
gun d~vemos determinar na figura 2.9 o fator Kd para_por ele ~lVI­ Para as coordenadas 12oS e 48oW, obtemos aproximadamen-
tos, valor acima encontrado. Para terreno de categoria B, na Inte~ te 22,8~/s por estimativa entre as curvas de 22 e 24mls. c
~!~ã~ da abscissa de 2s com a curva B, encontramos Kd = 1,4. Logo o (
vento bâsico será de:
2.3.2.3 -Velocidade do vento de projeto (
Vb = 23,956 = 24m/s
c
li I I I
É a velocidade a ser usada na determinação das
c
'·'
I I! : I I I I i i solicitações provocadas pelo· vento sobre os· elementos das linhas.
c
L':, li I Ela é calculada a partir da velocidade··básica de vento, com as
CATEGORIA 00 I li ! (
'·' . correções devidas aos seguintes fatores:
c
TERR~NO
I
1\ I a- quando a rugosidade do terreno for diferente de "B",
'·' I I I I I I (
_::i I. ' I deve-se multiplicar a velocidade básica de vento pelo
I
.I •
··I
, I
•_l
I
' "coeficiente de rugosidade de Kr" referente ao terreno da c
'·'
_l
" f\ I I i l_l I linha Kr e obtido da tabela 2.2; (
I i 'h l ~~ li I i
~ ""1'<.1 i 1'- t\; I •
I I . (
b - os diversos elementos da linha têm tempos de resposta
., N< N ' _'b .L',
'j-._1 f'-I ').,I
WJi ' I I
_l I

diferentes à ação do vento. Assim, por :.exemplo, para a


(
,._,__""-!. : I ' I ! I '
'· '
I
I I N- II ' I ' ação do vento nos suportes e nas cadeias de isoladores, o c
li i Ii !'R I I I período de integração deve ser considerado igual a 2 (
o I I I ~ I
I
I I I I u ~li" segundos, enquanto que sobre os cabos recomenda-se usar c
·' I I I ! I I l t....'i, ~
.. I ' I ., I I }.,lo 30s. Os coeficientes de conversão Kd são obtidos da figura (
·--=--:-:::c:;;:;:;-~
- SEGUNDOS
10
~...----'
UINUTOS
20 ~o 1 2 s
' o
'" 2.9;
/'\ c
c - para obstáculos cuja altura sobre o solo seja diferente de (
10 m, deve-se aplicar um fator de correção dado por: (
fig, 2.9 - Fatores Kd para conversão de velocidades de
vento com tempos de integração diferentes c
Kh=[~o]"" (2.6)
c
na qual: (
2.3.2.2.2- Método direto ou gráfico
H(m) é a altura do obstáculo (,
o valor da velocidade básica do vento pode ser lida n é um fator que depende da rugosidade do terreno da linha e
do período de integração t, e que pode ser obtido da tabela
c
diretamente das curvas isótacas cons t an t es d a figura 2.8, da mesma (
2.3.
maneira Como são obtidas as temperaturas.
l
c
c
·-,------

(
( 112 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Elementos básicos para os projetos das linhas aéreas de transmissão
113
TABELA 2.3 VALORES DE n PARA A CORREÇÃO DA VELOCIDADE 2.3.2.4- Velocidade básica com período de retorno qualquer
DO VENTO EM FUNÇÃO DA ALTURA i
.:i

Categoria n
! O período de retorno de 50 anos é considerado
do geralmente ~atisfatório. Desejando-se, no entanto, aumentar a
terreno t = 2 s t = 30 s
segurança da linha, pode-se aumentar o pér:-íodo de retorno para
( '·
A 13 12 100, 500 ou mesmo 1000 anos, a critério dos proprietários das
linhas. Também neste caso há dois procedimentos.
B 12 11
'
l

( c 10 9,5
2.3.2.4.1 -Método estatístico
(" D 8,5 8,0
--
c Portanto, a velocidade de vento de projeto será
Empregando-se a Equação 2. 5 com valor de P (V)
( correspondente, pode-se determinar o vàlor da velocidade básica
determinada por:
c para o valor de T especificado, como foi mostrado no exemplo 2.3.

i'
Repetindo os cálculos do exemplo com T = 500 anos,
(2.7)
c P(V) = 0,002, a velocidade do vento de projeto será
ou 36,72m/s.
V= 132,19km/h

I
Exemplo 2.5
'
'
I
Qual deve ser o valor do vento de projeto para a 2.3.2.4.2 - Método direto ou gráfico
determinação da forca resultante da pressão que o vento exerce
sobre os cabos de uma linha, cuja altura média sobre o so~o é de 18
Podemos determinar Vb para um períoào àe
c m, estando a linha em terreno de categoria C. O vento bas1co de pr~

lI
retorno
jeto é de Vb = 20m/s. diferente de 50 anos pela Equação [2]:
(
Solução:
c
'
I
reção serão:
Devemos empregar a Equação 2.7. Os coeficientes de cor
,;t = ~ Ln[- Ln[1= -+-))
( (2.8)

(
Kr = 0,85 -Tabela 2.2 para categoria C "'
Kd = 1,30- t = 30s- Categoria C
n = 9,5 - Tabela 2.3 -para t = 30s e categoria C na qual:
(
(
18 1/9,5
' (lO)
(
Kh = = 1,06383 o:: - estimador do fator de escala da _distr~buiç~ de Gumbel,
que pode ser obtido da figura 2.10;
Portanto:
f3 - estíJ'!1ador do fator de p~~ição da distribuiçãq _· de Gumbel,
Vp = 0,85·1,30:·1,06383·20m/s
obtido da_figura 2.11;
Vp = 23,51m/s
T - período de retorno em anos.

I(
(

Projetos mecânicos das linhasàéreas de transmi~=


Elementos básicos para os projetos das linhas aéreas _de transmissão 115
c
114 c
c
(

... ... ... ... .. ... c


----L·· c
c
- ...
c
c
--·- .. c
• c
c
c
c
c
... c
c
.,._ (

c
..._ c
... c
(
I ·\. c
c
w• (_
c
período de integração da média: 10min
per-íodo de integração da média: 10min
a 10m de altura

a 10m de altura terreno. com rugos_idade B (
terreno com grau de rugosidade B
c
Parâmetro.beta da distribuição estatística (
Fig 2.10- Parãrnetros alfa da distribuição estatística de Ginnbel.(mls)
de Gumbel (m/s)-1 (
( .
l ·'.
::' 7
( 117
116 Elementos básicos para os projetos das linhas aérea·s de transmissão
Projetos mecânicos das lii'lhaS aéieas de mmsmissão
(
Ela deverá ser implantada em terreno tipo C, com condutores em al-

I
tura média de 15m, em local de altitude média de 350m, cuja tempe-
ratura coincidente é de 19eC,
Ih: h,
· '"'Hnr- a velocidade de vento básico da linha localizada Qual a pressão dinâmica que o vento irá exercer sobre
fAH111J
'' 111Hln& 12oS e 4QoW com um período de retorno de 500 anos
os seus cond~tores?

Solução:

I'Ljlj
fllnção (2. 8) teremos para o:
h 1

'J! ,._ 11 -
Ln(- Ln(1 - sàõ))
0,40
0,40 e~= 11:

I
I e
Temos que:
(Eq. 2.9)

(Eq. 2.7)
Vp

c 'I, ..._ 26,53m/s sendo:

Kr = 0,85 - terreno cat. C


K• 1,30 - tempo de integração 30s - cat. C
I h· I crminação da pressão do vento
-- 1,0436
I (
~]1/9,5
10
;
IJt~termina-se o valor ,da pressão que o vento exerce
logo:
11111 ~·I r.mento da linha, denominada "pressão ·'dinâmica - de i
I tll l'liocll 1.,'·
11través da expressão:
Vp = 0,85·1,30·1,0436·22,8 = 26,30m/s
e,
( ., 2
1 2
p·VP
(2.9)
" 1600+64·19-350
)
c •·,, lr•ru:
p = 1,293
1+0,00367·19 [ 1600+64·19+350
c V1, - lm/s J - velocidade do vento do projeto; p = 0,94147kg/m 3
c ,, I kg/m3 ] - massa específica do ar.
( Portanto:
A massa específica do ar pode ser determinada por:
'\ 1 2
'qó 0,94147· (26,3)
2

(
,. . 1,293
1+0,00367·t
16000+64·t-ALT)
[ 16000+64·t+ALT
[kg/m l
3
(2.10)
qo = 325,60N/m2
(
l ·I I - a temperatura coincidente;
AI 1 1tul - a altitude média da implantação da linha.
2.4 - FORMULAÇÃO DAS HIPÓTESES DE CÁLCULO

Como foi mencionado~ no item 2.2, as hipóteses de


A linha localizada a 12eS e 48e~, objeto dos var1os e- Cálculo se originam da associação de uma hipótese de carga com uma
111\lcriores, apresentou uma velocidade básica de 22,Sm/s.
,--

't
118 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Elementos básicos para os projetos das linhas aéreas de_ transmissão
119 (
restrição ao uso de materiais, para aquele tipo de solicitação. i (
TABELA 2. 4 - CARGAS MÁXIMAS RECOMENDADAS PARA CABOS NA CONDIÇÃO
Normas técnicas ou códigos de segurança impõem limites às
I DE TRABALHO DE MAIOR DURAÇÃO, SEM DISPOSITIVOS
DE PROTEÇÃO CONTRA VIBRAÇÃO [2]
(
solicitações, porém a experiência do projetista é também essencial.
Para os projetos dos cabos, como também para os demais Ii TIPOS DE CABOS % CARGA. DE RUPTURA (
(

elementos das linhas, elas devem ser formuladas a partir das mesmas
solicitações.
í
I Aço AR 16'·. c
Aço EAR 14 (
Na prática de projetos de linhas no Brasil é usual a Aço-Cobre 14
formulação,
solicitação,
solicitação:
no mínimo, das seguintes hipóteses
as quais corresponderão às respectivas limitações de
de carga ou de
I
(
Aço-Aluminio
CA
CAA
CAL
14
21
20
18 (
c
c
CALA 16
CAA-EF 16 c
1 Hipóteses de carga de maior duração
associados os esforços atuantes quando a linha estiver sob ação de
a ela estão
c
uma temperatura do ar correspondente ao seu valor médio, t, sem
c
estar sob o efeito de vento.
Obs: Mesmo com o emprego
grampos armados, os projetistas
de armaduras
de
antivibrantes
linhas
ou c
em EAT têm (
2 - Hipótese de carga de flecha mínima - conside-I-a-se a linha limitado a tração nos cabos CAA a 18% da sua carga de (
ruptura, com muito bons resultados.
sujeita
geralmente
à menor temperatura
considerando o período
que pode
de
ocorrer,
retorno de
como
50 anos,
vimos,
sem
r
(
considerar o efeito do vento. b - "Na hipótese de velocidade máxima de vento, o esforço de
(
tração axial nos cabos não pode ser superior a 50% da
3 -- Hipótese de carga de vento máximo esta condição carga nominal de ruptura dos mesmos". c·.
corresponde àquela que mais solicita os elementos da linha, pois
Obs: Na prática, neste caso, limita-se c
considera a linha sob a ação dos ventos de máxima intensidade, com
o valor
cerca de 35% de sua carga de ruptura.
de tração a
c
a tempe-ratura coincidente, que, como vimos, corresponde à média das
temperaturas mínimas. c -/~··~a condição de temperatura mínima, recomenda-se que
c
0
{
Para cada uma das hipóteses correspondem limitações nas esforço de tração axial nos cabos não ultrapasse 33% da
taxas de trabalho dos materiais nos -diversos elementos das linhas. carga de ruptura dos mesmos". c
Para os cabos condutores e pára-raios, a NBR 5422/1985 c
estabelece: c
Exemplo 2.8 (

a - "Na condição de trabalho de maior duração, caso não tenham f Admitamos que a linha a ser construída na reg 1 a 0 em que c
or~m obtidos os dados meteorológicos da Tabela 2.1 deva ser cons <..
sido adotadas medidas de proteção contra os efeitos da
!rul~a com um cab~ CAA, de 26Al+_7Fe, cuja área de secção transver=
vibração, recomenda-se limitar o esforço de tração nos al e de 468,51mm (Codigo Drake- de 79SMCM)
de ruptura e de 140.235N (14.300kgf). .
Sua
carga
nominal l
cabos aos valores máximos indicados na tabela":
Quais as hipóteses de ·cálculo? c
c
c
(
('
Projetos mecãnicos das 'linhas aéreas de transmissão- Elementos básicos para os projetos das linhas aéreas de transmissão 121
( 120

2.5. 1- Temperatura máxima


Solução:

( a) Condição de maior duração: O valor da.temperatura máxima deverá ser determinado em


À temperatura de 2QoC, a tração nos cabos condutores
r deverá ser de 25.251N (2.574kfg), sem efeito do vento. função dos seguintes f-atores:
( b) Condição de flecha mínima: a - temperatura máxima média do ar;
À temperatura de +6oC, sem o efeito de vento, a tração
b - efeito da corrente máxima coincidente com a temperatura
r' axial nos cabos nao deverá exceder 49.082N (S.OOSkgf).
máxima do ar;
(' c) Condição de vento máximo:
A tração axial nos cabos, sob a ação do vento de proje- c - efeito da radiação solar por ocasião da temperatura máxima
( to de 23,51m/s, à temperatura coincidente de +2QoC, não poderá
c; exceder 46.278N (4.719kgf).
do ar;

'
( \
-
d - admite-Se um fator de redução na forma de uma brisa de até
1,0mls.
·. f:

( ·. No Capitulo 1, item 1.4.1.4, foi exposto um método que


d ·~
2.5- FATORES QUE AFETAM AS FLECHAS MÁXIMAS DOS CABOS
permite, com precisão suficiênte para o projeto mêcanico,
ct - ( '3' determinar a temperatura dos cabos para a condição de flecha
c,If
( I
o trabalho da dist~ibuição racional das estruturas das
linhas sobre o terreno é feito a partir de um pr.ojeto, no qual as
máxima.

( ' Outros métodos mais ou menos sofisticados são


cI .~
estruturas são locadas sobre a restituição do perfil longitudinal
da faixa de servidão, desenhado a partir do , levantamento
encontrados na literatura sobre linhas de transmissão [7, 8] e no
( mercado de "software".
(I: topográfico efetuado.
I A localização de cada estrutura é feita, em função de
cl, sua própria altura, da topografia do terreno, das alturas de 2.5.2- Características elásticas dos cabos

cr
(
segurança exigidas e da forma da curva que os cabos terão quando
Os alongamentos permanentes que os cabos das linhas
estiverem com sua flecha máxima. Independentemente do processo
c usado, convencional (manual) ou por computador, busca-se sempre uma podem 5;_ofrer, quando em serviço, decorrem de suas características
.\
( distribuição otimizada e que redunde no menor custo em estruturas e elásti:"cas. Seu conhecimento é importante para o cálculo de sua

c fundações.
magnitude.
Além de suas dimensões fisicas, secção, diâmetro e peso
c A flecha a ser usada para definir essa curva deverá ser
unitário, para o estudo do comportamento mecânico dos cabos, é
c a maior flecha que poderá ocorrer durante a "vida útil" da linha,
porém não maior, pois penalizaria o custo da linha. necessário que se conheçam sua carga de ruptura, seu coeficiênte de
(
O valor da flecha, como será visto, depende do térmica e seu módulo de elasticidade. Essas grandezas
c comprimento desenvolvido do cabo quando suspenso. Este está sujeito ~'~.normalmente podem ser obtidas dos catálogos dos fabricantes de
( a variações em função de sua , temperatura e também devido ao cabos condutores. Os valo.res, ai indicados são, em geral, os valores
( alongamento permanente que irá sofrer com o decorrer de seu tempo ::)t:~~;·aédios que seriam obtidos , em um número grande de medições
c·. de uso, como será visto mais adiante. izadas em lotes de amostras- de condutores, devendo-se. pois,
c.
1.

122 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Elementos básicos para os projetos das linhas "aéreas de tfõiTSmissiio
123
esperar variações nesses valores, para mais ou menos, com pela curva A"A, pas d
san o em seguida a descrever a curva AB para
tolerâncias especificadas em normas. Assim, por exemplo, as normas valores maiores que ~A. t'
a e ~ = ~B. O comprimento da amostra é, sob
'ASTM e as da ABNT [10) permitem urna tolerância no peso da ordem de essa tensão, acre · d d
_ SCl o e um valor proporcional a DB' . Uma nova
± 2% e, no diâmetro, da ordem de ± 1%. Essas tolerâncias devem ser re d uçao gradativa da t - f (
ensao az com esSe acréscimo diminua também
estendidas às demais características físicas. tornando-se proporcional a OB" d . - ' (
' quan o a t.ensao voltar a ser nula.
Os metais empregados na fabricação dos cabos usados nas
Há, portanto,
amostra. No
um aum.e.n.tn.. .. na."-.deformação."---perma.nente- sofrida-- pe-la' c
linhas, que, em outras aplicações, podem ser considerados
paralelas.
entanto, observa-se que as retas AA'' e BB" são c
perfeitamente elásticos, neste caso não o podem, pois, _em virtude (
da elevada relação
primeiro tensionamento,
comprimento/secção, apresentam,
alongamentos residuais de tal-- ordem, ·que
após o seu
[ N/m~J
cr I
c
influenciam os valores das flechas, podendo, conseqüentemente I
/E c
comprometer as alturas de segurança das linhas.
;-
f • f t cn
c
/
c
(
2. 5. 2. 1 - Deformações plástricas e modificação no módulo de
elasticidade em ·fios metálicos c
c
Os diagramas de tensões deformações obtidas em r·
'
ensaios de tração em laboratórios de resistência dos materiais, são (
conhecidos
registram-se,
dos estudantes
em ordenadas,
de Engenharia. Nesses
as tensões aplicadas às amostras de
diagramas,
c
fios e, em abcissas, os alongamentos unitários medidos. Nos
c
i (
procedimentos normais, esse teste é conduzido até o limite de
escoamento, ou mesmo à ruptura da amostra. Se, no entanto, o ensaio ALONGAMENTOS
' [mim J (
(

I
for interrompido com valor inferior ao de seu limite elástico, a Fig. 2.11 -Diagrama tenso-es x alongamentos
tração reduzida gradativamente até zero e os valores das tensões e /\ c
dos alongamentos igualmente registrados, o diagrama tomará o
No plano (~ • c). retas inclinadas c
aspecto da figura 2.11. Observamos inicialmente que a amostra, sob elasticidade dos material·s.
representam os módulos de
Como demonstrou Hooke:
c
a ação da tensão, ~A. estará com o seu comprimento aurnentadó em um
~ "
= E·e [N/m l ou [Pa]
c
valor proporcional OA'.
comprimento terá sofrido
Ao retornar
um aumento
ao estado de
proporcional
repouso,
a OA".
seu
O
ou (2. 11)
c
2
(
alongamento A' A" é fransitório, representando, portanto, uma E [N/m l ou [Pa]
deformação elástica.
c
A curva
(
Se a mesma amostra for novamente tracionada, OAB repr_esen ta
a variação do módulo de
verificaremos que, entre ~ =o e ~ = ~A, ela obedecerá à lei dada elasticidade quando
o fio é tensionado pe 1 a .Primeira
vez, sendo I.'
'\__ /

c
(
('
I
( 124 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
Elementos básicos para os projetos das linhas aéreas de transmissão
125
'I constante para os valores baixos da tensão (~l <~A), apresentando
Se, ao invés de ter permanecido sob a tensão ~A durante
um valor de E para cada valor de (j subseqüente. E: denominada "curva o tempo t, tivesse ficado durante um intervalo de tempo 2t, 0 seu
inicial" e define os módulos no estado inicial. aumento de comprimento seria proporcional a DE".
I
As curvas AA" e BB" representam os módulos de Fica, assim, evidenciado que esses alongamentos
elasticidade após o primeiro tensionamento a determinados valores adicionais não são linearmente dependen_tes
íi do tempo. Dependem, além
( de a-. Como são paralelas, representam o mesmo valor de módulo de disso, do valor da tensão e da temperatura
do material.
t'
(
elasticidade. É o módulo de elasticidade final, que é constante e
Esse fenômeno é conhecido em Metalurgia por fluência,
independente do valor máximo de (J'. ou "creep" · p o d e ser d e r·1n1'd o assim: "fluência é o escoamento ou a
Verifica-se que, quando um fio metálico é tracionado deformação plástica 'do material, que ocorre com 0 tempo, sob carga,
pela primeira vez, ele sofre uma mudança em seu módulo de após a deformação inicial, resultante da aplicação da carga".
elasticidade, devido ao fenomêno de "encruamento", ou seja, de
têmpera por trabalho a frio. Ele é acompanhado de um aumento em seu 2.5.2.2 - Diagrama tensões-deformações em cabos
comprimento. Esse alongamento depende da natureza do material e do
valor máximo da tensão a que foi submetido. Se os ensaios forem efetuados em cabos compostos de
Se uma nova amostra for submetida a um ensaio até um fios de mesmo material, os d1'agramas resu lt an t es terão o aspecto
valor de tensão correspondente a rrA e esta for' mantida constante semelhante ao da figura 2.13.
durante um razoável intervalo de tempo t, observa-se, como mostra a Se uma amostra de cabo de comprimento razoável (l >
fig_ura 2.12, que o seu comprimento original é acresciçio de um valor 10m) for tensionado pela primeira vez a uma taxa de trabalho
proporcional a OC'. Se a tensão for reduzida a zero, o comprimento
do condutor terá sofrido um acréscimo proPorcional a OC", portanto
CABOS HOMOGÉNEOS
maior do que OA"; C'C" é igual a A'Ã".
------
,.
[ Ntm2 J I
I
I
cr /
I I
l. I
I I
I
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I ~
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( ~ I
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( :-
!

i'' ••
l_~
ALONGAMENTOS [mtm]
( ••• ••
c :t.f
( s

I
Fig. 2.12- Alongamentos por mudança de módulos Fig. 2.13- Diagrama de tensões-alongamentos
.;
de elasticidade e por fluência de cabos monometálicos
(
(
~ .. ... ( r
(
126
Projetos mecânicos das linhas· aéreas de transmissão Elementos básicos para os projetos das linhas aéreas de transmissão 127
c
(
corresponden t e a .~A
. . [MPa], o cabo se alongará de um valor OA•. Se a c
s
alongamento proporcional ao valor máximo da tensão
(
tensão for reduzida em segund a a zero, o seu alongamento ficará aplicada, O'"B. t atribuído à "Acomodação Geométrica",
r~duzido a QA" = csA' que é permanente. OA' é, pois, composto de composta de: c
duas parcelas: uma primeira DA" = c A, que se tornou permanente e a - acomodação dos fios e das caniadas de fios entre si; (
5
urna segunda, A" A', que cessou com a tensão. t, pois, elástica. b os fios que compõem as várias 'camadas cruzam-se com (
Se a mesma amostra for tracionada ·novamente, haverá um
novo crescimento de A"A' até ~ = ~A. crescimento esse que se faz de
superfície de contacto mínimas, o que provoca
c
erA/E r, sendo Er o módulo de
esmagamentos nos pontos de contato;
c- o efeito de encruamento dos fios componentes.
c
acordo com a lei de Hooke c
elasticidade representado por AA ", Prosseguindo o tensionamento até
c
valor de cr ser atingido, o comprimento do cabo ficou __acrescido
cc - é um alongamento proporcional ao valor da tensão aplicada
c
0
/3
de A' B' , atingindo o alongamento total o valor de OB' , A redução
O'"A e de duração da tensão
outros fatores, igualmente iffiportantes.
O'"A em horas. Depende
t a
ainda
componente
de
c. '

da tensão a zero faz com que o alongamento permanente seja


devido à "Fluência Metalúrgica".
c
OB• terá, pois, as duas componentes c 58 _, permanente, e (
OB"= c SB

e
O'"BIEr, Os valores de r: 5A ou c 58 é que são
que é elástica. Os cabos não homogêneos, como também os cabos CAA c
importantes Para a determ inação da· 'flecha máxima dos cabos. compostos de ma ter i ais mui to di versos como o alumínio e o aço, c
se uma nova amostra do mesmo cabo fcir tensionada possuem diagramas diferenciados, como mo-stram a figura 2.15 e a
c
inicialmente ao Valor de .~s
. e em seguida sua tensão reduzida a O'"A, figura 2.16. (
como mostra a figura 2.14, e mantido :nesse valor por um det_erminado
intervalo de tempo de t horas. apo's o qual a tração será reduzida a
A curva de tensionamento inicial OA pouco se diferencia
c
zero, obter-se-á 0 diagrama indicado na referida figura. Observa-se
daquela dos cabos homogêneos, porém a curva de Oistensionamento ABC
é bastante diferente, pois, há uma ni tida mudança no valor do
c
que alongamento permanente c possui duas componentes: módulo E final do cabo, com tensões relativamente baixas O'"B. t: a c
0
região em que o alumínio e o aço dividem entre si as forças c
a'
c
[MP0] O'J; _ _ _ _ - - - B

J \
A c
Ei
C.
c
c
c
c
A
1
c' ALONGAMENTOS
ALONGAMENTOS
c
(

Fig. 2. 14 - Alongamentos permanentes totais em cabos


[m'm]
c
homogêneos mantidos sob tensão Fig. 1.15- Diagrama tensões x alongamentos de cabos (.:
c
(
r_
(
Projetos mecânicos das linhaS-aéreas de transmissão
Elementos básicos para os projetos das Hnhas aéreas de transmissão 128
( 128
Uma solução inteiramente matemática para o problema até
( A o momento ainda não foi possível, dadas as peculiaridades dos

c
(
fenômenos causadores e o grande número de fatores que podem afetar
o resultado final. Daí a necessidade de se recorrer a métodos
empíricos, baseados em extenso trabalho experimental, principal-
mente para cabos do tipo CAA.
c São bastante conhecidos os diagramas Tensões-Deforma-
( •• ções, obtidos através de ensaios padronizados em amostras de cabos
( ALONGAMENTOS no Brasil são preparados de acordo com a norma NBR 7302 de abril
( o [mim] de 1982 [23]. Esses diagramas, como mostra a figura 2.17, contêm,
( além das curvas correspondentes, também suas equações. Para cada
Fig. 2.16- Alongamentos totais em cabos CAA composição _dos cabos é elaborado um -.diagrama com as respectivas
(
equações, com as quais se pode determinar c . Contêm igualmente
( solicitantes. A partir de certo valor da tensão (o-s) os fios de 5
curvas e equações para a determinação dos alongamentos por fluência
( alumínio, que sofreram um alongamento permanente maior do que
cc para durações de tensionamento de 6, 12 e 120 meses. Os
aqueles de aço, deixam de partU:.ipar na absorção da tração, que
diagramas publicados pela "The Aluminum Association" de N. York são.
fica inteiramente por conta do aço. Este, além do rna'is,_ deve ainda
considerados válidos para cabos fabricados de acordo com as normas
c suportar uma sobrecarga devido ao peso do alumínio. O trecho BC
ASTM.
representa o módulo de elasticidade final do aço Ea mulkiplicado
Antes de se tentar a sua aplicação ~ireta na solução do
pela relação entre as áreas das secções do aço e do alumínio.
problema da predeterminação dos alongamentos permanentes, convém
Nestes tipos de cabos a fluência se manifesta
fazer algumas considerações de ordem qualitativa referentes à
igualmente, como se verifica na figura 2.16.
fluência.
De uma forma genérica, os alongamentos permanentes
podem ser descritos por uma equação geral do tipo:

C
lol
= cs·(Tmax) + cc[T(t),t,"t} (2.13) 2.5.3 A·\.. Fluência metalúrgica

( Valendo:
O fenômeno da fluência começou a preocupar mais
c i
c
cs -
lol
alongamento permanente total;
alongamento por acomodação geométrica;
seriamente os projetistas de linhas de transmissão após o advento
( da transmissão em tensões extra-elevadas, devido ao emprego de
cc - alongamento por fluência metalúrgica;
(_ condutores múltiplos, com um número crescente de subcondutores por
Tmax - valor máximo da tração axial nos cabos;
( fase. Verificou-se que a falta de conhecimentos mais precisos sobre
T(t) - tração axial nos cabos;
( o,_ assunto poderia acarretar alongamentos desiguais nos diversos.
! ' t - tempos de duração das diferentes trações axiais nos
SUbcondutores. comprometendo a, ~onfiguração geométrica do feixe,
cabos
exigindo para seu restabelecimento operações custosas ~pós sua
( "t - temperatura.
-------------,,-------

l
(

130 Profetas mecânicos das linhas aéreas de trimsmissão Elementos básicos para os projetps Pa.s linh8s aére.as de transmissão 131 c
ancoragem definttiva. Processos
usados para empíricos eram
c
c (
compensar seus efeitos, com razoável sucesso em linhas com um cabo
por fase. c
Em anos recentes,
experimentais de trabalhos c
'' envergadura vêm sendo desenvolvidos, viSando-se, atraves de maior c
,.,
'
''
experiência, formular leis empiricas sobre a fluência e que levem c
''' em consideração todos os fatores que a influenciam. Experiências de c
longa duração foram realizadas por diversas equipes de pesquisa,
destacando-se os trabalhos realizados na Universidade do Celerado
c
(
'' '.
''
'I! 1
'
'' [14], que vieram trazer grande contribuição ao entendimento do
c
··I'U''''
fenômeno e para seu cálculo. A figura 2.18 apresenta um diagrama de
c
''
'
'' '·I'
·~ co alongamento obtido nesses ensaios em um
54 x 19 (Código Pheasant).
cabo CAA de 726,39 mm 2 ,
c
c
'' c
'' I , ..
··~
16,1150 Ul5 w 41,t; '1'. CR
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c
"' I'\
AL0Joi8ANENTO U.l PORCENTA8EN

c
'' \•,',
Fig. 2.18- Diagrama de alongamentos por mudança de
módulo e por fluência .[2,14] c
o o
(_.
c
C} \
:1
-r-
cu Projetos mecfmicos das linhas aéreas de iransmissão Elementos básicos para os projetos das linhiJs ·aéreas de transmissão 133
( 132
(' il
Esse cabo foi inicialmente submetido a uma tensão
Experiências mostraram, outrossim, que a fluência total
nas linhas a longo prazo, tende a ser igual aos valores calculados
( correspondente a 25% de sua tensão de ruptura e assim mantido
para a chamada condição de temperatura média anual, sem vento. Nas
( ~urante 16h, quando a tensão foi reduzida a um valor correspondente
trações usuais para essa condição, ·. os alongamentos totais c
( a 20% da carga de rup~ura. Mediu-se um alongamento correspondente a
va tensão foi mantida até serem completadas 2. 160 independem da "história" de carregameni::o.. à qual o condutor foi
0,0130%. A no
submetido. A figura 2.20 ilustra bem esse fato, estando [14]
horas. Um novo alongamento de O, 0150% foi medido. Em seguida a
· t ate' atl· ngl' r 41 , 6% da tensão de representadas na mesma a curva normal de um determinado cabo CAA,
tensão foi aumentada grad a 1vamen e
t
· ut s quando foi reduzida com tração correspondente a 20 % de sua carga de ruptura, e as
ruptura e assim manti d a por 15 m1n o ,
( tensionado a 20% da curvas referentes ao mesmo condutor submetido temporariamente a
lentamente a valores quase nu l os, para s er re
c' tensão de ruptura, 0 que ocasionou um alongamento ·adicionaL de trações maiores, ·respectivamente 25 a 30% da mesma carga.
c' o, 009%. o alongamento total
medido foi de O, 038-9-%. Uma outra
cí .
amostra foi subme t i d a a um ens al o,
l·nvertendo-se as operações:

( · b t
ini~iou-se por su me er o ca o
b a' traça-o máxima de 41,6% por 15
,t
c minutos, reduzindo-se, em seguida a tração para os mesmos 20% da

c'i carga de ruptura, mantendo-a assim pelo mesmo intervalo de tempo. O

c alongamento total medido foi


o que veio a
de 0,0410%. A diferença _-em
demonstrar
valor
uma
c absoluto é de cerca de 5%,
interdependência entre os alongamentos por acomodação g~ométrica e
aqueles devido à fluência, o que foi evidenciado também em outros
c ensaios (fig. 2.19).
c
() pre~isto
Tensllo mÓllomo pltlvlsto

\~,' ~
TenJo mcix1m0

c ''
' ' ''
,//
Fig. 2.20 - Efeito da variação de solicitação sobre a fluência [14]

c
u
(, '
! / / \1
'' ''
' ''
".
'
7 Toooóo ~moi
.
11
I
I
/\
Verifica-se que. durante o período de uma hora, em que

[~
Tei'I$Óo N:;~rmol maiores foram mantidas,:·· as taxas de variação dos
• .. ''"'"''{E?
I< •
c,
o
'' ""ôooo{ED7

e B

,- alongamentos foram correspondentemente maiores. Após esse período,


. UI ~ AlonQolll_•nto totoL

1/ Alont~olito tofl;!1
r7 reduzidas a 20% da carga de
(_, Essa redução provocou não só uma redução na taxa de
I
\I~-\
-
F lg.
\)
2 19
. -
I
'
.U.ONBAWENTO

Influência da seqüência das tensões aplicadas


v .

ALONGA !.lENTO
dos alongamentos, como praticamente estabilizou os cabos
per iodo razOável: 3h na _amostra que foi_ .submetida .a 25%_ da
de ruptura e 12,5h na a~ostra submetida a 30%. Neste último
verificou-se, inclusive·,· uma "fluência negativa" durante as
,_ '( !

Elementos básicos para os projetos das linhas aéreas de transmissão 135


c
134
Projetos fnecánicos das linhas aéreás de transmissão c
três primeiras horas. Após esse período de relativa estabilidade,
mui to divulgado o processo gráfico desenvolv1·do por Varney [15]. c
Outros -autores como JORDAN [16], desenvolveram métodos (-
novamente, passando os
taxas de variação aumentaram
as semi-analíticos simplificando ou mesmo linearizando as curvas de
(
alongàmentos, nessas duas amostras, cerca de 40h após o seu
primeiro tensionamento acompanhar o diagrama da amostra que foi
tensão-deformação. O desenvolvimento de equações
mesmas, permitiu determinar tanto """'"s como c c ·. P!?r meio de cálculo.
a partir das
c
tensionada a 20% de sua carga de ruptura. Mais recentemente, corno conseqüência dos trabalhos descri tos em
c
Urna quarta amostra, deixada por 16h a 2~/. da sua carga
[14]. novos métodos de cálculo foram desenvolv1· dos e divulgados c
de ruptura, apresentou um período de relativa estabilidade por 44
[18], [19] e [20]. Dois métodos serão, pois, descritos e c
h, em que a "fluência negativa" também pôde ser observada. Sua
ilustrados. c
curva encontrou as demais após cerca de l.OOOh. c
fatores
Esses estudos permitiram identificar
que infuenciam o alongamento permanente
os
dos
principais
cabos das
2.5.4.1- Método convencional c
linhas de transmissão e a maneira de quantifica-los. Podem ser
c
Determinam-se os alongam~ntos permanentes dos diagramas c
classificados em dois grupos:
e da Tabela 2.5. Por conveniência, serão usadas em sua forma c
a - Fatores externos
São parâmetros independentes dos condutores e se
original, ou seja, as tensões especificadas em PSI (libras por
c
originam, no ambiente externo, de características construtivas e do
polegadas quadradas) e os a 1 ongamentos em por cento.
c
uso da linha, corno:
a - Alongamento por acomodação geométrica c
Seja, na figura 2.21, a curva inicial ~i de um cabo CAA (
- Tensão mecânica; r
- Temperatura;
e Er sua curva final. Seja ~A a tensão na condl·ç-ao d e t ração máxima.
c
- Maquinário e procedimentos de tensionamento. c
b Fatores internos c
São fatores que· envolvem diretamente as características
A
c
dos cabos, tais como: ;'\
c
- Tipo do material (composição
química, estrutura micros- c
pica); c
-Tipo do condutor (formação- geométrica e características); c
- Métodos de fabricação dos condutores. c
2.5.4 - Cálculos.dos alonga:me11:tos :perlnanentes •• ••• !['; zj/
Ôy ·.
Fig. 2.21 - Determinação do alongamento permanente por r;:....''' '
Alongamentos permanent_~s vêm sendo-: determinados,
acomodação geométrica
''-I
{
tradicionalmente, a partir dos diagramas·· tensão-deformação, sendo
/I
z ~-----~
( . ··--r::.:_·~--:~ ---
( ,
( 136 . das linhas aéreas de- transmissão
Projetos mecâmcos
Elementos básicos para os projetos das linhas aéreas de transmissão
( 137
( Através da equação correspondente à curva DA pode-se
TABELA 2. 5 -- EQUAÇÕES DOS ALONGAMENTOS [22] determinar o valor de OC ~ OB + BC e por meio da equação de AB
( ''
_,
pode-se determinar o valor de BC. Portanto o alongamento permanente
(
OB = c, será obtido por OB = OC + BC. Sendo dado o valor de Er,
COMPOSIÇÃO
(
Al + Fe
EQUAÇÕES pode-se prescindir da equação correspondent~ pois Led
( Exemplo 2.9
2
3,62E-3 + 1,02E-5·Y - 6,52E-11·Y 4,97E-15·Y 3
c 6 + 1
Xt
Xr
~

8,7245E-6·Y
+

c Xt 3,88E-3 + 1,45E-5·Y - 2,64E-10·Y


2
+ 1,59E-14·Y
. 3
2
A tração na condição de rnax1mo carregamento em um cabo
CAA de 546,04mm de área de secção transversal, composto de 54 Al
( 18 + 1 + 7 Fe (Código Cardinal 954 MCM) é igual a 49.676N (5.066kgf).
Xr = 10,135E-6·Y
.

. 3 Qual o valor do al?ngamento ,permanente por acomodação geométrica?


( 2
Xt = 4,07E 3 + 1,28E-5·Y- 1, 18E-10·Y + 5,64E 15·Y
26 + 7 Solução:
c Xr _ 9,298E-6·Y
2
( Xt _ 2,30E-3 + 1,12E-5·Y- 6, 54E-11·Y + 3,08E-15·Y 3 As equações válidas são:
3_0 + 7 a - para a curva inicial (figura 2.17)
Xr 8,817E-6·Y
~

(
c Xi - 7,03E 4
-
1,77E-S·Y- 4,80E-10·Y
+
2 + 2,16E-14·Y 3
X!= 6,85E-4 + 1,56E-5·Y- 2,7E..:10:y 2 + 1,14E-14·Y 3
\ 45 + 7 Xr 10,695E-6·Y
b o,
para a curva final (figura 2.17), deslocada para a origem
c Xt - 6,85E-4 + 1,56E-5·Y- 2,70E-10·Y
2 +
.
1, 14E-14·Y
3 Xr ~ 10,273E-6·Y
( 54 + 7 Para:
Xf - 10,273E-6·Y
5066 2
c Xt - -4, 76E-4 + 1,34E-5·Y - 1,5E-10·Y 2 + 8,90E-15·Y 3
ou
~ = 546 , 04 = 9,278kgf/mm

c. 54 + 19
Xr _ 9,891E-6·Y
~ = 13. 196PS! Y
c Alumínio Xt - -6,54E-3 + 1,87E-5·Y- 7,69E-10·Y 2 + 5,26E-14·Y 3 logo:
( 7 fios Xr 18,893E-6·Y . 4
X1 = 6,85·10- + 1,56·10- 5 · (13. 196) - 2,7·10- 10 ·
l Alumínio X; _ -5,60E-3 + 1, 83E-5 · Y 7,22E 10·Y 2 + 5,35E 14·Y 3
2
19 fios Xr - 11,27E-6·Y Xi O, 18571% · (13.196) + 1,14·1o-••. (13.196) 3
(
( Alumínio Xt _ -5,31E-3 + 1,-74E-5·Y- 6, 17E-10·Y 2 + 5,05E-14·Y 3 ~f 10,273·10- 6 • 03.196)
37 fios Xr - 11, 74E 6·Y ·' Xr O, 13556%
c Alumínio
. 2
Xt _ -3,99E-3 + 1 , 8E-5·Y- 4,4E-10·Y + 4,45E-14·Y 3 Portanto, 'o alongamento permanente será igual a:
( 61 fios Xr 11,83E-6·Y c,= Xt - Xc = 0,18571 ~ 0,13556

:' I
c. = 0,05015%
das equações, STRESS - STRA!N - CREEP CURVES - THE ALUMIN . como comumente é especificado:-
Origem ASSOC!ATION "' 0,0005015m/m

(-~~ l
. As 'tensões Y são em PSI Oi bras por polegada
quadrada) _ es = 501,5mm/km
3
1 PSI = 6,89476·10 MPa
. -3 2 NOTA, Para transformar [kgf/mm2] em PSI CUbras por polegada
= 0,703070·10 kgf/mm .~wqu.ra,,.),
multiplicar o valor dado em kgf/mm2 por 1. 422, 3. Valores
l!Pa devem· ser multiplicados po·r 145,038 para los em PSI. obtê~
"
'(
. .
.
c
138
Projetos mecânicos das linha§ aéreas de transmissão Elementos básicos para os projetos das linhas aéreas ·de transmissão 138
c
A tabela ·2.6 apresenta as constantes a serem empregadas c
b _ Alongamento por fluência (
- apresentam também três nas equações para o câlculo de OB' , que são do tipo para os cabos
Os diagramas tensões-deformaçoes
de uso mais freqüente: (
destinadas ao cálculo da
suas respectivas equações,
ret9-s,
fluência.
e
equações do tipo
São
Y
= a· X q ue
'
portanto, não Ct ::::; K·o- (2,14} c
representam o
crescimento exponencial dos alongamentos no tempo' c
interpretadas como "escalas.. d e t empo " • corno TABELA 2.6-- CONSTANTES DE FLutNCIA PARA CABOS CAA ECA [21] (
devendo, portanto, ser
mostra a figura 2.22.
CONDUTORES CONSTANTES "K"
c
c
TIPOS COMPOSIÇÃO 6 MESES 12 MESES 120 MESES
c
~I 6
18
+ 1
+ 1
13,676
20,202
14,286
21,277
15,625
24,691
c
'
26 + 7 15,444 16,502 18,709 (
I CAA
30
45
+ 7
+ 7
13,953
19. 157
14,424
20,619
15,463
25,413 c
54 + 7 16,878 17,762 20,794 c
54 + 19

7
16,644

23,095
17,331

24,631
19,716

30,211
c
(
19 23,585 25,510 32,051
CA
37 23,641 26,178 32,680 c
61 25,316 27,473 34,483
c
1 As tensões a- na equação 2. 14 devem ser usà·das em PSI.
alongamentos serão dados em %.
Os
c
. - do alongamento por fluência
2- Multiplicar os valores da tabela por"l0- 6 . (
Fig. 2.22 - Determ1naçao 3 - Origem' "STRESS - STRAIN - CREEP CURVES" - THE ALUMINUM
ASSOC!ATION, c
Sejaa tensa- o para a qual a fluência em um período
c
(]"A

de t3 horas deva ser Calc


ulado. A linha AB, como foi definida na
Exemplo 2. 10,\
c
figura 2.14, represen t a O
alongamento ec procurado, pois, sob ação
t cs devido à
/ '

Qual o valor do alongamento por fluência do cabo do e-


c
de (]"A, o alongamento total c possui componen e xemplo anterior, considerando-o operando durante 10 anos com uma (
tensão correspondente a 18%· de sua tensão de ruptura, ou seja,
acomodação geome
, trl· ca e cc devido à fluência. Verifica-se também
.a·.·e~•<t.lOSMPa (2.763kfg/mm 2 ) à temperatura de maior duração?
(
pela figura, que cc = ~'B" = A'B'. Portanto, para a sua

c
determinação numérica o procedimento é simples: (
- da curva inicial El e cr = cr~<,
a - por me 1o d a equaça 0
determina-se o valpr dé.OA?;
Devemos calcular inicialmente o alongamento OA' (figura
e em seguida OB' pela equação da fluência. c
.. · correspondente ao tempo
Para 27.105MPa, temos 145,038·27·105 = 3.931PSLUsando (
b - empregando a equação da fl uenc1a valor na equação da·· curva inicial temo~:.
t3, determina-se OB; = 6,85E-4+1,56E-5·3931-2,70E~10·(3931}L+1,14E-14·(3931}~
c
= OB' 0,058529% l
c - 0 alongamento por fluência procurado será &c
(.;
(~'
--------- - - - -
'

.
Projetos mecámcos das .1m
. h
as B éreas de transm;ssão Elementos básicos para os projetos das linhaS aéreas de transmissão 141
140
2.5.4.2 -Métodos recomendados pelo WG-22 do CIGR!
Com a equação da fluência podemos calcular:
Xfl = 20, 794E-6 , cr = 20,794E-6 · 3931
Xr1 = 0,081746% Após a divulgação dos trabalhos de Wood e outros [141,
~ · em 10 anos, será: Bradbury ·e outros [17), Harvey e Larson [18]. propondo novas
( 0 alongamento por fluencla,
EclO = 0,081746 - 0,058529 = 0,02315% maneiras de calcular os alongamentos, Bugsdorf e outros [19] do
(
WG-20 do Cigré, estudando os trabalhos anteriores, concluíram por
ou
( EelO = 0,0002315m/m OU t::clO = 231,5mrn/km propor dois métodos de trabalho para o cálculo dos alongamentos
( · d · ados nas curvas,
Para tempos diferentes daqueles ln lC permanentes e que se diferenciam na maneira de se efetuar os
or interpolação em papel
( pode-se determinar outros valores d e r:c P ensaios nos cabos para se obter os diversos parâmetros de fluência.
( Di-log. O primeiro método baseia-se no ensaio dos fios de alumínio ou de

( liga de alumínio com que são fabricados os cabos. O segundo método

c c _ Alongamento total depende do ensaio do cabo inteiro. Pelo primeiro método é possível
determinar cs e cc separadamente, enquanto que as equações do
c dada a interação dos dois
c De acordo com

alongamentos cs e cc, aconsel~-se


[ 14] •
a observar a seguinte regra para
segundo método só permitem determinar c = cs + cc, sem
lizar as componentes.
individua-

(~ a obtenção do alongamento total:


c a _ quando a relação entre cc e Cs
for ffiaior do que 2,
Definido como:

c deve se cons1.derar "~ 1·gual ao maior dos dois;


T- esforço de tração nos cabos [kgf];
Trup - carga de ruptura [kgf];
(
entre cc e Cs for menor do que dois, t - tempo de duração da tração [h];
b _ quando a relação
menor, acrescido da metade do valor do T- temperatura [oC];
c toma-se o valor do
maior. ~-taxa de trabalho à tração em [kgf/mm ];
2

c. K, a, ~. ~ e O - coeficientes que dependem das caracaterísti-


( cas, dos processos de fabricação, do tipo dos
Exemplo 2.11
no
c Qual 0 alongamento total c que deve ser usado / '\, cabos, etc.
do cabo cardinal dos Exs. 2. 10 e 2.11?
Poderemos empregar as seguintes equações:
a - Para cabos CAA:
Solução:
= 3,041. Logo, de
Temos ·cs/cc = 0,07058/0,023212
recomendação acima, deve-se adotar: C = Cs + Cc = Ke~·T cr
0: I'
• t ler
õ
[mmlkrn] (2.15)
com a
Os coeficientes de fluência, divulgados até o momento,
ctot 0,07058%
c ou
relacionados na Tabela 2.7.

c ecoe _ 0,0007058m/m b - Para cabos CA, CAL e CALA:


(
ou c= cs +CC= KT~·~a:t~ {mm/km] (T ~ 15 oC) (2.16)
( ctot = 705,8mmlkm
c
(
·c ,
Elementos básicos para os proietos
- ' das l"nh
' as- aé reas de transmissão
. 143 c.
142
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
c
Os coeficientes de fluência correspondentes a essa
TABELA 2.8-- COEFICIENTES DA EQUAÇÃO 2.16. CONDUTORES CAL [19]
c.
(
equação estão nas Tabelas 2.8, 2.9 e 2.10.
Processo industrial . Valores dos coeficientes (
para a obtenção '
c - Para cabos CAA:
c
c = <•+Cc = K[ 100"' ]\<f>· t~
O"rup
[mm/km] (T " 15 •C)
(2. 17) dOs fios K </>
'
'
"' il
(
Laminação a quente 0,15 1, 4 1, 3 0,16
A Tabela 2.11 contém os coeficientes de fluência a (
Extrusão ou Properzzi
serem usados nesta equação. (
TABELA 2.7-- COEFICIENTES PARA A EQUAÇÃO 2.15. CABOS CAA [19] c
I! c
COMPOSIÇÃO/ Processo inctus- Valores dos -coeficientes TABELA 2.9-- COEFICIENTES DA EQUAÇAO
- 2.16. CONDUTORES CA [19] c
NÚMERO DE

Al
FIOS

Fe
m*
trial para a
obtenção dos
fios K </>
"' il o
I Processo industrial
Valores dos coeficientes
c
c
c
0,34 0,21
Laminação a quente 1,1 0,018 2,16
K

54 7 7,71 Extrusão ou' 1, 6 0,017 1,42 0,38 0,19


para a obtenção
N• de fios do <::Ondutor
c
Properzzi </>
"' il

Laminação a quente 3,0 0,010 1,89


0,17 0,11
I \i dos fios
7 19 37 61
(
c
48 7 11,37 Extrusão ou
Properzzi
Laminação a quente 0,27 0,28 0,26 0,25 1, 4 1, 3 o, 16 c
Laminação a quente
Extrusão ou
Properzzi
0,18 0,18 o, 16 0,15
"

1, 4 1, 3 0,16 c
30 7 4,28 Extrusão ou
Properzzi
2,2 0,011 1, 38 o ,18 0,037 c
(
Laminação a quente (
7 6,16 Extrusão ou 1, 9 0,024 1,38 0,23 0,030 -- COEFICIENTES PARA A EQUAÇÃO 2.16.
26
Properzzi
CONDUTORES CALA [19]
c
Laminação a quente 1, 6 0,024
1,88 o, 19 o,on 1 c
24 7 7,74 Extrusão ou
Properzzi Processo industrial
c
Valores dos coeficientes
c
.

par.a a obtenção
qu~nte
18 1 18
Laminação a
Extrusão ou 1, 2 0,023 1,50 0,33 0,13
dos fios K. </>
"' il
c
Properzzi Laminação a quente c
Laminação a quente ,66 0,012 1,88
0,27 o, 16
Extrusão ou
0,04 + 0,24 m
1, 4 1,3 0,16
c
12 7 1,71 Extrusão ou
Properzzi
Properzzi """""ffi+1
c
m= área de alumínio (
área de alumínio área de liga de alumínio
m* área de aço c
c
(
(
-~~-.

( T -
1
( 144 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
Elementos básicos para os projetos das linhas aéreas de transmissão
( 145
TABELA 2.11 COEFICIENTES PARA A EQUAÇÃO 2.17.
(

(
.
Processo
industrial
CONDUTORES CAA [19]

Valores dos coeficientes



.,
.. , f•fltrj.tl
e•ticr2 .tl
E•t103,tl
E • f I 0"4. t I
para a K ll
4>
"' '>r-------~~~~~~~~
( obtenção ·2/----r:._,.,~,r
dos fios m :S13 m 13 m 13 m ~ 13 m " 13 m 13 m 13 m 13
(
~
"' ~
" ~

Laminação
(j 2,4 0,24 o 1 1' 3 1 O, 16 o, 16
~~
a quente
I
Extrusão
(. ou 0,24 o 1 1 '3 1 O, 16 0,16
Properzzi
1' 4 -.. .,, .,,
DURAC.ÃO DA FLUENCIA HORAS

( I
c m
área total do cabo
área do aço
1eq 3

c, Informações obtidas junto aos fabricantes de cabos de Fig. 2.23 - Variação dos alongamentos
( com a duração e
com a tensão. Redução da fluência pela
alumínio indicaram que no Brasil os vergalhões ("wire-bars") de fluência
í alumínio ou de suas ligas são obtidos através do proceSso conhecido
c por "PROPERZZT". Essa informação é importante para a determinação
( das constantes de fluência nas tabelas. Seja ~1 a tensão com que um cab o foi
ancorado em uma
( Um exame das expressões apresentadas mostra uma linha. Aplicando-se, por
exemplo a Eq. 2. 15 a esse caso, obtem-se a
( variação exponencial de c no tempo. Assim, para cada valor de curva E f( t)
Cil • da figura 2. 23' para um grande . número de
c tensão ~ há uma curva ~ f{t), como mostra a figura 2.23.
Nas linhas de transmissão os cabos são ancorados em
intervalos de tempo 4t. Admitamos que
o valor de ~1 atue durante um
intervalo 4t. O alongamento provocado
será C1. Este fará com que a
suas extremidades por suportes fixos. A tração nos mesmos é tração seja reduzida, correspondente
a uma nova tensão 0'2' cuja
constante, a menos que ocorram alterações em seus comprimentos. curva é E = f ( 2 t)
cr , · O alongamento c1, na tensão cr2,
só seria
Estas podem ter causas externas, como alterações meteorológicas, ou alcançado em\ um tempo ma1or . do que 4t, ou seja, em teq1.
( Ao final
internas, como aquelas causadas pelos alongamnetos permanentes. de novo intervalo ~-.t
~ ' ou seja ao fim de teql + L.l't, o a 1 ongamento
'(' Neste caso há uma continuada redução na tensão dos cabos devido ao
continuado aumento em seu comprimento. Essa redução na tensão
alcançado será .... 2 . E
.... sse novo alongamento (E 2 _ ....""l) faz com que a
tensão se reduza para ~ 3 e
ao final de um novo intervalo de tempo
provoca, por sua vez, uma redução na taxa de alongamento. A própria llt, ou Seja. em teq2 + 6t,
(! seja alcançado o alongamento total E3.
•r I fluência provoca uma redução nas taxas de alongamentos por Esse alongamento adicional
.'j
(E3 - E2) provoca nova redução da tensão
cI fluência. As equações para o cálculo dos alongamentos não tomam e aSsim sucessivamente.

\I esse fato em devida consideração,


desenvolver uma metodologia, como foi proposto em [ 18,
sendo, pois, necessário
20 e 21],
Tivéssemos
encontraríamos um alongamento
aplicado a
total
~quação

de
com t = 24t ê 0'1'
l·\ para a solução do problema. figura, é maior do que c 3 .
<3' que, como mostra a
(
_J
~·­
L
(
Projetos mecánicos das linhas aéreas de.·transmissão Elementos básicos para os projetos das linhas aéreas de transmissão 147
146 (
Esse método é bastante trabalhoso. pois o número de Bt = ~t· Ct2 - tl) = ~vôt (2. 18) c
intervalos de tempo a serem usados para o cálculo da fluência a na qual o:;tr [
1
cC)- é o coeficiente de expansão térmica do cabo no (
longo prazo é muito grande. O valor de ~t. que no inicio deve ser estado final. (
da ordem
alongamentos,
de uma
pode
ou
ser
duas
aumentado
horas devido
gradualmente
à elevada
à medida
taxa
que
de
o
Para qualquer valor de al<?ngamento permanente c é
c
possível encontrar um valor de variação ''de temperatura llteq, de (
cálculo avança. forma que se tenha:
(
o uso de computador digital é aconselhável. Incluímos,
Ot = a.tr·llteq = c (
no final do Capítulo 4, um programa de cálculo em linguagem "Basic"
para computadores pessoais. Nesse capítulo são apresentadas portanto c
igualmente as hipóteses a serem usadas nos cálculos ,dos bteq = ·___<__ [cC] (2.19) c
alongamentos.
~U'

c
Essa constatação indica ser possível representar nos
c
Exemplo 2.12 cálculos das trações e flechas o efeito dos alongamentos
t
Qual é o valor do alongamento permanente de um cabo CAA
de 546, 04mm2, S4Al + 7Fe (CODIGO ;CARDINAL), que permane~erá dur~n­
permanentes, na forma de um acréscimo de temperatura à temperatura
máxima de projeto dos cabos.
c
te 30 anos (262.800 horas) sob cOndições médias
de 20oC e tração inicial de 3070kgf?
(de ma1or duraçao)
Exemplo 2.13
c
{
Solução: Admitindo-se que a prev1sao de temperatura máxima dos {
Será usada a Eq. 2.15 no programa de computa9or já refe condutores da linha do Exemplo 2.11, feita da maneira vista no Capi
rido. Completam os dados de entrada: tulo 1,,_ é de 57 cC, qual será o valor da temper·atura a ser utiliza=
da para o cálculo da flecha máxima da linha n~· fim de 30 anos?
- módulo de elasticidade inicial Et = 5203kgf/mm
6
-coeficiente de expansão linear at = 18,18.10- cc
2
c
-coeficientes de fluência da tabela 2.7: Solução: (
K = 1,6; • = 0,017; ~ = 1,42; p = 0,38 e B = 1,9 Para o cálculo da flecha utiliza-se o valor da .(
O resultado obtido foi
c= 727,25mmlkm empregando 663
intervalos de tempo que crescem de acordo com a lei:
temperatura final. Para
c= 727,25·10- 6 m/m calculado em 2.12,
c
ôt = INT (1,25 ** 0,8·1) sabendo/ ~ue
c
na qual I e o número de ordem do calculo anterior.
IXtr = 19,44·10- 6 cc, como mostra a tabela 2.12,
c
Se a equação tivesse sido aplicada diretamente, o resul
tado seria c = 799,534mm/km para as mesmas 262.800 horas, cerca ct€ tem-se: c
10% maior. t30 = tmax + .ó.teq
(
(
727' 25 ·10- 6
t30 = 57,0 + ,~

2.5.5 - Acréscimo de temperatura equivalente a um alongamento 19,44·10-6 ~ .·~

permanente
t3o = 57,0 + 37,4•C c
Um aumento da temperatura de um cabo de t1cC a t2cC t3o 94,4oC <~
provoca um aumento em seu comprimento, que pode ser calculado pela Portanto, ao final dos ·30 anos, quando a temperatura (
for de 57oC a flecha nos cabos'--será aquela que o cabo teria a 94,4
expressão: DC se hão tivesse havido fluência. (
·C.
c
;; '\

( - --- -- --~--

. ·,
! Projetos mecânicos das linhas aéreas de tiansmissão
t 148 Elementos básicos para os profetas das linhas aéreas de transmissão
149
f TABELA 2.. 12 -- CARACTER1STICAS ELÁSTICAS E TÉRMICAS DOS CABOS
(
l
Módulo Coef. de exp.térmica
"A" •••
in"rn2
Mudança de
rI Tipo inclinação
de
compo-L__;e~l~a~s~t~i~c~i~d~a=d~e--+-I-n_i_c_i_a_l__t----:----j
Final

' da curva A
do
s1ção inicial
O"A
----
(M cabo I nicial Final .10-6 1/•C .10-6 1/·C>----~k""""""f---{
E l kgflmm 2kgf /mm 2 ""•g/mm2
~··
1 7031 2.3,04
Alumi- 7 5343 6180 2.3,04
nio 19 5060 6080 2.3,04
duro 37 492.0 5970 2.3,04
61 4710 5870 2.3,04 E m lm
Fig. 2.24 - Curvas tensão deformação linearizadas
1 19680 11,52.
Aço 7 19330 11.52
galvn.- 19 18980 11,52
nizad'' 37 182.80 11,52

6/1 6820 8075; 18,38 19. 10 11,601 2.5.6 - Características térmicas e elásticas dos cabos
!I 4781
6117 7664 18,00 18,90 11,250
Aluml-1 2ó/7 I
!I 4922 A tabela 2.12 fornece dados característicos de cabos
nlo 1 6609 8086 16,7!:> 18,00 12,750
com 20/7 I
5484 usados em transmissão. Os módulos de elasticidade iniciais dos
alm:\ !I
de 30/19 I 6609 8086 16,75 18,00 12,750 cabos CAA foram linearizados, como mostra a figura 2.24 e serão
aço I! 5484
empregados nas "Equações de Mudança de Estado", que serão
4517 I 4500 6575 18,10 19,00 11,250
I! 2.812 desenvolvidas no Capítulo 3 e empregadas nos projetos dos cabos.
5417 I 5203 6890 18,18 19,44 9,843
Os dados desta tabela permitem, igualmente, calcular
!I 4148
54/19 I 5203 6890 18, 18 19,44 9,843 alongamentos permanentes por acomodação geométrica, da maneira
II 4148 em [24], empregando as curvas linearizadas.
10190 11950 16,92
3 9840 11950 16,92
12 9840 11950 16,92
outros 10190 11950 16,92
6 - BIBLIOGRAFIA
Cobre 9840 11240 16,92
melo 9840 10890 16,92

I
duro
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Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão sementos básicos para os projetos das linhas aéfeas de transmissão 151
c
150
c
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Paris,
c
(
Out., 1972.
c
i
1 c
'
\.
c r·
'
c .Estudo do comportamento mecánico dos condutores 153

I
( bastante rígidas que devem ser observadas nos projetos e durante a
c construção das linhas aéreas de transmissão, a fim de assegurar
( altos índices de segurança. Essas normas têm, em geral, força de
( lei, e estabelecem critérios ·mínimos que devem ser observados pelo
projetista, sem eximi -lo de responsabilidade'',. pela sua adoção
(
c Estudo do comportamento indiscriminada, sem maiores preocupações com sua aplicabilidade ao
caso particular em estudo. E cada linha deve ser tratada como um
( mecânico dos condutores caso particular. Essas normas especificam as máximas solicitações
(
admissíveis nos elementos das linhas, os fatores mínimos de
( segurança, bem como, támbém, indicam quais os esforços solicitantes
( que devem ser considerados em projeto e a_ maneira de calculá-los.
( 3.1- INTRODUÇÃO As distâncias m"inimas entre condutores, solo e estruturas são

c As linhas aéreas de transmissão de energia elétrica


igualmente especificadas.

c constam fundamen t a l men


te de duas partes-distintas. Uma parte ativa,
No Brasil, os projetos de linhas aéreas de transmissão

c representada pelos
cabos condutores, que, segundo nos ensina a
e de linhas de distribuição estão regulamentados pela ABNT [2]. Nos

c teoria eletromagnética [1],


servem de guias aos campos elét:icos e Estados Unidos, vigora o NESC (National Electric Safety Cede); na
Alemanha, as normas DIN e VDE; na Itália, as normas UNI, etc.
c magnéticos, agentes do
transporte de energia; e uma parte passiva,
. soladores, ferragens e estruturas, que assegura
Sendo os cabos condutores os elementos ativos no
( constituída pelos 1 transporte da energia e que são mantidos sob teiÍsões elevadas,
do solo e entre si. Possuem as linhas,
c d t
0 afastamento dos con u ores
.rios, dentre os quais devemos mencionar todos os demais elementos da linha de transmissão devem ser
c outrossim, elementos acesso
d t · dos a interceptar e dimensionados em função dessas tensões, como também em função das
c os cabos pára-raios e aterramentos,

descarregar ao solo as Ondas


ôe
es lna
sobretensão de origem atmosférica, solicitações mecânicas que estes transmitem às estruturas. Por essa
razão, é de toda conveniência começarmos o estudo do comportamento
ndutores • Pr ovocando falhas
que, de outra forma, atingiriam os co
~pndutores.
1
( a interrupção do serviço. mecânico dos
nos isolamentos e, conseqüentemen t e, I
c O projeto mecânico àe uma 1 ~n a
. h aérea de transmissão

c . -
cuida, po~s. na 0
so' do dimensionamento de todos os seus elementos,
3.2- COMPORTAMENTO DOS CABOS SUSPENSOS- VÃOS ISOLADOS
c ·
de forma a assegurar seu bom func~onamen o
t face às solicitações de

são submetidos, como


também de sua
c) natureza mecânica a que Dos nossos cursos de Mecânica Racional, lembramos que
c amarração ao terreno que atravessa.
Uma vez que a transmissão de energia
elétrica por urna corrente de elos iguais, ao ser estendida entre dois pontos
c linhas aéreas se faz com o
"etn'D. rego de tensões . elevadas - desde suficientemente elevados para que não se apóie sobre o solo,
( e que adquire uma forma característica, e que, por isso mesmo, recebe o
. centenas de milhai-es de volts
centenas de volts a t e
(_ seres vi vos e para a nome de catenária [do latim catena. (corrente)]. Lembramos, por
representam real perigo de vida para os
( · d des existem regras e normas outro lado, que essa corrente poderá ser substituída por um fio,
integridade física de propr~e a •
(_
(
l" --- ······~

154 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Estudo do comportamento mecânico dos condutOres
155 c
(
sem que se altere a forma da curva, se esse fio for bastante A flecha, como veremos, depende do vão, da temperatura
flexível e inelástico, possuindo, outrossim, o mesmo peso por metro e do valor da tração aplicada ao cabo quando de sua fixação em A e
linear que a corrente. Os condutores das linhas áereas de B. A altura hs, denominada altura de seguranca, é estabelecida por (
transmissão, normalmente constituídos por cabos, podem , ser normas, em função da class_é de tensa·o d a l'nh-
1 a, d o tipo de terrenos c
considerados suficientemente flexíveis quando os pontos de e dos acidentes atravessados pelas linhas.
c
suspensão estiverem razoavelmente afastados entre si, de forma a Temos então que:
P [kgf/m] é o peso unitário do condutor, e
c
descreverem, quando suspensos, curvas semelhantes a catenárias.
Os pontos de suspensão dos condutores de uma linha L [m} o seu comprimento desenvolvido, sendo:
c
L > A. (
aérea podem
freqüentemente,
estar
a
a uma mesma
alturas diferentes.
altura ou,
Estudaremos
como ocorre
os dois
mais
casos
c,
separadamente.
Consideremos os eixos OX e OY,
aos quais iremos c
relacionar a equação de equilíbrio. Seja M um
ponto qualquer da c
3.2.1- Suportes~ mesma altura
curva limitando um comprimento de condutor OM
condutor estará em equ1'l'b
= s. Esse segmento de
· sob a ação das forças atuantes sobre c
.3·: 1,
1 r1o
ele. Essas forças são representadas pelo peso · condutor ps, a
c
Consideremos a figura
suspenso em dois suportes rígidos, A e B, separados entre si por
que representa um condutor
tração no ponto O, des · d
ao
1gna a por To e cuja direção é tangente à
c
(
uma distância A. Essa distância comumente recebe o nome de vão. curva em O, ou seja, horizontal, e a tração T, cuja direção é a da
Como os pontos A e B estão a uma mesma altura, a curva descri ta tangente à curva em M, fazendo com a horizontal um ângulo~·. (
pelo condutor será simétrica, e seu ponto mais baixo, o vértice O, Projetando essas forças sobre o e1'xo .OY , teremos: c
encontra-se sobre um eixo que passa a meia-distância entre A e B. T · seno::• p . s
[3.1)
c
A distância OF =f recebe o nome de flecha. Nas linhas (
e, sobre o eixo OX,
de transmissão, as alturas de suspensão (H) dos condutores estão (.
diretamente relacionadas com o valor das flechas e com as
[3. 2) c
distâncias dos vértices das curvas ao solo (hs). Se, ao invés de considerarmos um segmento
comprimentp\ s da curva, considerarmos todo um ramo de c
'y ponto M se deslocará para o ponto B e a f
OB = L/2, o c
~-- - - - - -- - ~- _ -- - - - l tangente à curva em B. Nessas condições,
orça T passará a ser c
~ --------------F"~ _____________ Is T
tornam (ver fig. 3. 2 ):
as eqs. 3.1 e 3. 2 se (

T·sen~ P~
c
I
HÍ e
=
[3.3) c
! T.·cos~ = To
[3.4)
c
(
Uma vez que a força T equilibra as demais, ela é
representada pela reaça·o da e_s t ru t ura ao sistema de (
forças
Fig. 3.1 - Condutor suspenso em dois suportes de mesma altura
atuantes: c
l
(_
c
,,r '1
( Estudo do comportamento meclmico dos condutores 157

~:
Projetos mecânicos das Unhas aéreas de t'ransmissão
156
Sendo T a força de tração axial no cabo, sua taxa de
T
trabalho também varia, desde um mínimo,_ junto ao vértice da
c' (CT)
curva, a um máximo, junto aos pontos de suspensão.

~~ estabelecem
Por questões
limitações
de
quanto
segurança,
aos máX:il!los
as diversas
·esforços de
normas
tração
( I
I
<1: admissíveis nos cabos condutores. Algumas normas, como a NBR
c I
I '
7
5422/85, estabelecem essas limitações em função da carga de ruptura
c I
I '
/

!/_ -----
dos cabos:

c T Tmax = k·Trup (3.9)


c onde k representa um coeficiente de redução, variável para as
c \
diversas condições de funcionamento_, e que será discutido em
c .
F lg. 3 . 2
_ Forças atuantes
detalhes mais adiante.
( Outras normas, como, por exemplo, as DIN, preferem

c - uma
t To - Tcosa;
força horizontal e~ __ cons t an e -
estabelecer um valor máximo para as taxas de trabalho admissíveis
( a
t' 1 V= T·sena = pL/2, por,an t t o igual ao em cada tipo de condutor [3,4].

c b urna força ver lCa


peso do Cond utor no,.·semivão, referente ao se
u com
prl·mento A variação de T em linhas usuais é bastante pequena,

c real.
principalmente quando os
têm valores usuais,
suporte~ estão no mesmo nível e os vãos
pois os ângulos a também são pequenos. Nos
( Da eq. 3. 1, obtemos: cálculos despreza-se, então, essa variação.
c To
(3.5)

c T=~

pela 3.2, teremos:


( se dividirmos a eq. 3 · 1 Exemplo 3.1
c tgo:.' =
ps
----:ro
(3.6)
Uma linha de transmissão de 138kV deverá ser construída
c com cabÓS de alumínio com alma de aço (CAA), composto de 30 fios
c ou
ps
(3.7)
de aluffiínio e 7 fios de aço galvanizado, possuindo uma secção de
210,3mm 2 (Especificado nos catálogos de fabricantes norte-ame-
( cc =- arctg ----:rD ricanos e canadenses sob o código Oriole, bitola 336400CM; ver o
Apêndice e a ref. [5]). Sua carga de ruptura é igual a 7735kgf e
c sendo To constante, 0 seu peso 0,7816kgf/m. Admitindo o condutor tensionado por uma tra-

c~
Essas expressões mostram que, ção To= 1545kgf, calcular o valor da tração T, nos pontos de sus-
em função da
ue varia ao longo da curva, pensão, em vãos de 350m e lOOOm.
T q
c, mesmo não ocorre com •
distância s, do ponto considerado
ao vértice da catenária.
El
a se

Cl mínima para IX' = O (no -ponto O)'


quando então T = To. Será máxima Solução:
Devemos empregar as eqs. 3.5 e 3.8, admitindo, para e-
\ct . em A ou B, quando: feito Comparativo, L A. =
(3.8)
!'\' •
_,
--~
. <
j\:
i!
a• = o:. = arctg
pL
2r 0
a - Para o vão de 350m:

. .~
f (' .

(\\
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Estudo do comportamento mecânico dos condutores 159
158 ('
0,7816·350 pela eq. 3.8, r
= arctg pL
"
~ arctg 2·1545
tg" 2To · tg"
(fazendo L " Al
c
" 5,05925• p
c
logo:
logo
2. 1. 545. tg"
c
T = -
To 1.545
- = --::::~~~
COS« COS 5,05925
1. 551, 0428kgf A 0,78 16 = 19.393,95m
c
aumento de tração, ~T 0,391% _ . Portan~o, _com um vão da ordem de 19.400m, sem que a tra c
ça~ To, JUnto ao vert1ce da parábola, fosse superior a 1545kgf oU C·
::i~~ ~erca de 2~% ~a tração de ruptura, o cabo não resistiria 'aos
b- Para o vão de l.OOOm:

-zro-
pL 0,7816·1.000
m t ç s de traçao Junto aos apoios, e ocorreria a ruptura teorica c
" arctg = arctg 2 ·1545
en e sem conside_rar sobrecargas. '
c
14,19494• \ (.
" =
e
1. 545
r
T
To
= -cosa:.
-- = c os 14,19494
1.593,6592kgf 3.2.1.1 Equações dos cabos suspensos

aumento de tração, l>T 3,1495%. Cálculo das flechas
c,
Consideremos novamente o sistema da r 1· g. 3 . 1: vimos
('
que: (
resultados assim obtidos,
Analisando os (!
ps
ver i ficamos que, no primeiro
caso, o aumento de t.ração é
perfeitamente desprezível, enquanto que, no segundo caso, já merece
tgo::•
TO (3.6)
c
sendo (i
um pouco mais de atenção. Um vão de 350m poderia ser considerado
normal em linhas com essa classe de tensão, enquanto que o vão de tg"' =
d:X
dy = z (3.10) C·
l.OOOm seria excepcional em qualquer linha. c
e podemos escrever
c
Z - ps (3. 11) (
Exemplo 3.2 \. -TO
Admitindo que o comprimento desenvolvido dos cabos seja
/
Diferenciando, encontraremos: c
aproximadamente igual aos vãos horizontais, com que valor de vão o
condutor da finha do exemplo anterior se romperá nos suportes? c··
c
Solução: ou c
Pela eq. 3.5: dZ
TO
p
dx (3.12) c
To = T ·Cosa. :. coso::
To
-T- + z
2'
c
para Integrando a eq 3.12, teremos c
To = 1.545kgf

coso::
1.545
7.735
e T = 7.735kgf(tensão de ruptura do cabo)

= 0,199741 ... "= 78,4782•


log
e
(± z + V1 + z2 ' J· = ± P x
TO (3.13) c··/
r c.:
I
C\
(
'C'

I f
-----
;
(
( 160
Projetos mecánicos das linhás aéreas de transmissão l Estudo do comportamento mecânico dos condutores 161

para x = O, Z = O. Da Calculemos agora as expressões para as flechas. Para a


('
l Pol's '
cuja constan t e d e integração é nu a, catenária, façamos, em 3.16a

I
(
eq. J.13 podemos obter
c +Z+Vl+Z"
~
=
e(p/To)x X
A
=2 e y = f
.i
2+~
-(p/To)x
= e f = C1 , [cosh _A_ - 1] (3,16b)
( 2cL
( Subtraindo membro a membro

rc ( /T 0 )X -(p/To)x ( X ) (3,14)
\ Para a parábola, usando o mesmo raciocinio, temos:

z
e P - e = senh l To/p
(3,18b)
2
( emos, por integração
Como Z = d Y/d x, Obt \. Exemplo 3. 3
(

ê' To cosh·f~) +C
Verificar a convergência da série e calcular as flechas

c." y
p ~ To/p da linha descrita no Ex. 3.1.

c
(
para x o, y = o. coshO = 1, logo, c= - To/p, Portanto solução:
Teremos

('" y
To
p (cosh- l T~/p J 11
(3,15)
C! =~ =
p
1,545
0,7816
L 976,7144

c que é a equação da catenária.


IUsando o maior valor de x na linha,_ que é igual a A/2,
podemos calcular:
Designand o Cl = To/p, teremos 2 6
X X
(3, 16a)
X 2d 6!C~ 46.0sod
y = C1· [cosh C1
Para efeito comparativo entre os vãos de 350 e l.OOOm,
pode ser desenvolvido em série, ficando~· encontrar~mos os valores indicados na tabéla, que mostra a rápida
0 termo cosh x/Cl
2 4 6
n convergê~C\a da série. Mostra, outrossim, que o erro que cometemos
X
X X X +--- (3' 17) ao empregar a equação da parábola do invés da equação da catenária
X = 1+--+---+--.-+
cosh --c1 ct n!C~ para calcular a flecha é insignificante: S,lmm nos vãos de 350m e
2 4 !d 6!C1
337,8mm nos vãos de l.OOOm, ou seja, respectivamente, 0,066% e
, - reais, o valor de Cl é sempre 0,5~/. do valor calculado pela equação exata. São erros que podem
Nas linhas de transm1ssao
ser perfeitamente tolerados em problemas práticos de transmissão.
superior a 1. 000' o que faz com que essa
mui to grande' de o r d em
t
, damente convergente' como mos r a o
Ex . 3 . 3 . Nessas
série seja rapl Vãos A2 A• A•
To Flechas [m]
al suficiente empregar os dois primeiro termos A p
=C1 ---
condições, é em ger [m] 8C
2
384d 46080d
't . - na Eq 3.16a, obteremos: 1 Eq. 3, 16b Eq,3,18b
da série. Fazendo essa sUbs t 1 ulça0
(3,18a) 350 1.976,7144 3919E-6 2,20- 6 o 7,7515 7,7464
- x2 = px2 LOOO L 976,7144 3.1990E-6 170E-6 o 63,5741 63,2363
Y - -zc;- 2To
que é a equação de uma parábola.
L (
i
(
Estudo do comportamento mecânico dos condutores 163
Projetos mecânicos das /i~has aéreas de transmissão c
162 Exemplo 3.4 c
Cálculo do comprimento dos cabos
. l v ido de uma curva ··qualquer' de Quais os valores dos comprimentos dos cabos da linha
descrita no Ex. 3.1, nos vãos de 350m e l.OOOrn, calculados através
c
O comprlmento desenvo
do processo exato, do processo aproxim~do, e-pela equação da pará- (
' dado por [6]:
acordo com a Ge ometria Analítica, e bola?
(
(3' 19) Solução:
c il
a - Cálculo pelo processo exato. Do Ex. 3.2, c 1.976,7144; (' I;
logo:
r~
De acordo com a Eq 3.1 4 A
\

dy X
L= 2Ct·senh ~ (3,21)
c I
dX
== senh -c 1
2 1 9 7 6 7 144
L = 2 "L 976,7144 · senh --o~..--_-,.;;7~.,., ,.,-
A
c
Como
\
a1 - Para A
c
X
2 X
---c-1 a2 - Para A
350m, L3so = 3S0,4573m
1.000m, Ltooo = 1.010,6977m
c
cosh ----c1 = senh
c
Integrando, encontraremos seu comprimento entre o b - Cálculo,pelo processo aproximado:
c
vértice e um ponto de abscissa·x: L = A + --:i/\
8f
2
(3,24)
r: :I
'

Lx = Ct•senh ----c1
X
(3,20)
Do Ex. 3.3, f3so = 7,7464 e f1ooo 63, 2363; logo
c
(
Considerando a curva inteira, no vão A tere.mos' 8(7,7464) 2
/bt - L = 350 +
3.350
(
(3,21)
L3so = 350,4572m c
(
Efetuando o seu desenvolvlmen o
. t em série, obtemos:
8(63,2363) 2
b2 - L= 1.000 +
3·1.000 (
1 A3 1 ( A )5 + +1 -( 2C1-A )n1
3T(zc1) ST 2Cl . . .
+ n!
(3,22)
Ltooo = 1.010,6635m c
es tamos frente a uma série rapidamente
.\ Comparando os resultados, verificamos que, se calcular- c
convergente.
Mais uma vez
Na maioria dos casos,
basta considerarmos apenas os
mos oslcomprimentos usando a equação simplificada, os erros serão:
- vão de 350m, erro de 0,002m, ou seja, 0,0006% c
, prl'mel'ros termos, ficando:
-vão de l.OOOm, erro de 0,03420m, ou seja, 0,00338%. c
d OlS
c - Analisando o comprimento do cabo pela equação da parábola c
L A+
, A3
= A+
(3,23) (3.18a), vem:
c
24CÍ
y
dX
dy =
C1
X c
Como f= Azp/8To (Eq. 3.18b), teremos:
Na Eq, 3.19:
c
[m]
(3,24)
!
I 2
c
L " A+ A/ 2 1/2
c
que e, a equação do comprimento
de uma parábola, desenvolvida em ~
i
L = 2
I 0
[ 1 + ( ~1 ] ] dx
(
~-
função da flecha e de sua abertura.
I (_,
·~I-

164 Projetos mecánicos das linhas aéreas de transmissão Estudo do comportamento mecânico dos condutores I
165
(
Resolvendo:
(

A,
A ---+------1
A' '
(
c1 - L3SO = 350,4567m !. B'
c2 - L1ooo = 1.010,5635m
I
;:
I';

I
i
'
O que mostra, que os processos de cálculo aproximado em
vãos nivelados são plenamente satisfatórios, mesmo porque na mon- I '
' I
I
(
tagem mecânica não se tem esta precisão. Va
i
--- 1

'
/
Ta
I
c RESUMO DAS EQUAÇÕES DO CABO PARA VÃO NIVELADO
I

To
I
-----L--
I
I
I
fo
\ I
To - - ·-+-·--
a - Tração nos apoios: T (3.5) XI X
cos ex:
p.L
para: a: are t g -sro- (3.8) fig. 3.3- Cabo suspenso entre suportes com alturas diferentes

b - Flecha: f
p.A 2 (3. 18b)
J 81'0
que pode ser transformada em
c - Comprimento do cabo: L A+ (3.24)
h = 2C1· senh Xl + X2 X1 - X2
2C> · senh
'
\
I 2Cl
.i
ou, de acordo com a Fig. 3.3

3.2.2 - Suportes a diferentes alturas h= 2C1·senh


2 ~1 . senh
2 ~~ (3.25)

'\... ~ A Fig. 3.3 mostra um cabo estendido entre dois suportes Desta equação, podemos obter:
(
rígidos,cujas alturas A e B são diferentes entre si, sendo o vão A' h 1
J ser,>!\ = -2Cl · - - -' - - , - - =
(
~, medido na horizontal igual a A. Seja h a diferença de alturas entre . -2Cl senh A h A
~·cosech ~ (3.26)
(
2C1
. A e B.
r'c\ Se prolongarmos a curva AB até um ponto B', situado a
uma mesma altura que o ponto A, obteremos um vão nivelado Ae,
Resolvendo essa obteremos equação,
A'' e,
conseqüentemente, o vão equivalente, que, de acordo com a Fig. 3.3
( chamado vão equivalente, e a catenária correspondente a esse vão.
será:
De acordo com a Eq. 3.16a, teremos:
(
Ae = A + A'
h = y1 - Y2 = C1 · [ ( cosh ~~ - 1) - ( cosh
X2
(3.27)

·\; ou
Xl
"C1
Da série do seno,

X
5
X2 ) senh x =
h C1· (cosh "C1 - cosh -Cl- -- +
5!
(

Estudo do· comportamento mecânico dos condutores 167 c


Projetos mecânicos das fi~has aéreas de transmissão c
Quando A' < Ae/2:
166 c
então: VB = (~e - A'lp [kgf]
(

'
senh 2Ct
A'
2Ct
A' + ...

·Quando A' > Ae/2: (

cosech x ==
'rt"e de co-secante:
Usando a Se

1
X
-6
X
+
7x
360
3
+
VB = v- ~e lp [kgf] c
c
então
To é constante em qualquer ponto da curva, mas a tração c
ZCt
A 1
A/CH~
A + "' axial nos cabos não o será. Seu valor poderá ser encontrado pela c
cosech = 12Ct
séries, e
soma vetorial de To com as componentes VA e Vs. Podemos fazer a c
Usando somen t e O
3.26,
s primeiros
teremos
termos
eliminadas
das
as funções
I, seguinte demonstração:
c
substituindo na Eq. (
rX = r8 +· vX ou
(
trigonométricas:
2h
= -A- Ct
(3,28)
Então c
A'
TA c
e o vão equivalente
será TO c
Ae = A +
2hCt
----y;:- [ml ~Desenvolvendo essa expressão em série binomial, obtemos
c
c
ou aproximadamente
(3,29) 1 + ---
2
vToA_]
1 ( ___
2
- l
--z:-4 ( VA ] '
TO +
c
Ae A +
2hTo
----'Aí)
[m] c
suspensão., A• Tomando os dois primeiro termos, temos que c
A carga Ve
rtical no ponto superior de
TA 1 + _1_ (3.!_] 2 VA
2 c
será (trecho AO) 2 To
ou TA = To +
210 c
VA T1 Ae·p = z(
1 (
+
2hTo )p
Ap J
[kgfl
J \
Note que, da Eq 3.30, c
c

I
VA = -Aep
ou
Ap hTO [kgf]
(3,30)
2-
c
VA = z- + ---p:- Portanto c
No ponto 1nfer1or
, , B

teremos {trecho OB)
2 2
c
. . \ =(_·~--+
(1 ~1 _ ~h ·CtJP
Ae
8T'O
p
c
VB = lZAe - A jp l 2
finalmente, para o ponto mais alto
c -~
ou c I
Ap
-z- -p:- hTO [kgf]
(3,31) TA = To + fe·p (3,32)
c
cL/
VB
r Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
Estudo do comportamento mecânico dos condutores 169
l
( 168
' Na eq 3.27:
Da mesma maneira, para o ponto de suspensão mais baixo,
Ae =A + A' = 800,2568 m
chegamos a Devido a esta pequena alteração na seqüência deste
(3.33)
TB = To + (fe - h)p exerc1c1o, será considerado o resultado obtido pela equação simpli-
c em que
ficada 3.29.

( b -- Forças ax1a1s no cabo


fe = b1 - no suporte superior [Eq 3.32]
é a flecha correspondente ao vão equidistante, Ae. TA = To + fep
(
onde
( Exemplo 3.5 2 2
Aep (801 ,8204) . (0, 7816)
Dois suportes da linha de 138kV descrita no Ex. 3.1, f o = 40,65m
( B.TO' 8·1.545
est ão em alturas diferentes, sendo sua diferença de altura, num·vão
horizontal de 350m, igual a 40m. Ca 1 cu 1 ar as
forças v-e-rticais e axi \ TA 1.545 + 40,65 .0,7816 = 1.576,772kgf.
( .
ais atuantes nos pontos A e B, sendo A o ponto mais alto. Uma outra opção de cálculo sei-ia usar o teorema de Pitá
c goras para calcular a resultante no ponto A:
c so·lução:
Dos exemplos anteriores temos
~ TÍ: T~ + vi: . ·. TA =I (1545) 2 + (313,35) 2
C· 0,7816kgflm TA 1.576,46kgf (valor exato)
To = 1.545kgf, C1 = 1.976,7144 e P
(
Teremos: b2- No suporte inferior [Eq. 3.33):
(
a - Forças verticais TB = To+(fe-h)p = 1.545+(40,65- 40)·0,7816 1.545,508kgf
a1 -Suporte superior [Eq. 3.30]: ou ainda
Ap hTo 350·0,7816 +
40·1.545 313,3514kgf I
VA = ---2- + ---A-- 350 T~ = r8 + v~ TB = V(l. 545) 2 2
+ ( -39' 79 ) = 1545' 51kgf
c 2
Verifica-se que, junto ao suporte superior, a tração no
c·· a2- Suporte inferior [Eq. 3.31]:
_ Ap hTo _ 350·0,7816 40·1.545 = -39' 7914kgf
cabo é cerca de 1,95% maior ào que To, ou seja, da tração no verti-
ce da catenária equivalente. Em casos de desníveis muito acentua-
C> Vs - -2- - - A - - 2 350 dos, esse fato deverá ser levado em consideração nos cálculos pois
(___ . s1·gn1.f1'ca que a tração VB é dirigi- pode redundar em taxas de trabalho acima daquelas estabelecidas
Esse sinal nega t 1vo pelas normas.
da de baixo para cima e que A < Ae/2.
Vejamos, então: /\
c 2hTo (3.29)
c) Ae = A + --xp-- 3.2.2.1 Comprimento dos cabos de vãos em desnível

c Ae = 350 +
2·40·1545
350·0,7816
801,8204 m

c logo,
i
Consideremos o vão em desnível na Fi.g. 3. 4. Sua equação
referida ao eixo 01X1Y1 pode ser derivada da Eq. 3.16a:
(
A = 350 < zAe
l'l
c Façamos o cá.lculo exato de Aê: y1 = C1 cosh·----
Cl
X1
(i
2~ 1 2~ 1
1.,

(3.26) Sejam xo e yo as coordenadas do ponto A nesse sistema.


c A' 2Cl·arcsenh( cosech ]
Façamos uma mudança de eixos de coordenadas, de forma que sua
{. A' 450,2568

(
.·"'<· ~

(..
,,y"
(
170
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Estudo do comportamento mecânico dos condutores 171
c
laçamos a diferença L -B
2 2
,
2
lembrando, ainda, que cosh x-senh x = 1; 2 (
1Y B
! I
obtemos c
'
I (
--:--18 B
zcl[- A-xo xo A-xo
1 + cosh ---C-- - cosh ~ + senh ---C-- - senh C1
XO l (
-~-t-·_1_
' -
' 2 L_x /
Podemos
1

simplifiCar essa equação


1

utilizando as
c
I
conhecidas fórmulas da adição e subtração dos arcos hiperbólicos.
c
z
A
Obteremos, finalmente c
c
---x, 1 + cosh
C!J
A (3.37) c·
\
Porém c
Fig. 3.4- Vão em desnível r\,.
cosh 2x - 1 e cosh
A
C1 - 1 c
origem coincl· d a com A . Teremos o sistema" A)f{. Sejam x e Y as c
coordenadas de um ponto qualquer da curva, relativo ao novo sistema
logo
c
de coordenadas. c
A equação da curva que substitui a 3.16a será: c
ou .I c
X - XO
- cosh ~l (3.34)
y = C1· ( cosh C! C!
L=/ (3.38)
(

Consi d eremos o po nto B (A , B) .. para esse ponto, a c


equação será: Se desenvolvermos em série o termo hiperbólico da Eq.
c
B = C1· ( cosh
A - xo - cosh -xo- l (3.35) 3.37, teremos c
C1 C! (
Seja ds um co~primento elementar do condutor. Teremos
·\2
'L - B2 = zcr(-1 + 1 +
A2

zd
+ A
4

24CÍ
l c
(.
ds X - XO L2 - B2
cosh (
dX C!
c
e, conseqüentem~nte

r (3.39) c
ds = C1 (senh
A - xo
C1
+ senh ~l
C!
(3.36) c
Para essa equação, empregamos somente dois termos da (

Resolvendo simultaneamente, 3. 35 e 3. 36, obteremos o série, e ela representa o comprimento do condutor em forma c I
parabólica.
de L. Para tanto, elevemos ambas expressões ao quadrado e l. I
c-
i
-~­
r·'
c 172 Projetos mecánicoS d8s linhas aéreas de transmissão Estudo do comportamento mecânico dos condutores 173
(
b - a flexa fo, medida entre uma linha horizontal que passa
c Calcular o comprimento do condutor· para a situação pelo apoio inferior e o ponto mais baixo da curva do cabo; há
c descrita no Ex.3.5, empregando as Eqs. 3.38 e 3.39. situações em que ela é importante, pois define o afastamento dos
c Solução:
cabos a obstáculos que a linha cruza nesse ponto.

c São dados: C 1.976,7144, A 350m e B = 40m


Veremos a seguir a forma de deter~iná-las.

c a - Pela Eq. 3.38:


Caso (a)
c L= j (40)
2 2
+ 4(1.976, 7144) ·senh
2
~Z'(71 ~_9,;;~~:.:~c.,771 ,44~)
c O cálculo rigoroso da flecha" fs é muito mais trabalhoso

c logo
L= 352,73272m (exato)
e será
substituindo
analisado
a
após
catenária
o exemplo
pela parábola.
3.7. Podemos
Para
simplificá-lo
tanto, façamos o
c b- Pela Eq. 3.39: d:esenvol vimento em série do segundo membro da Eq, 3. 34, da qual
c I empregaremos apenas os dois primeiros termos. Teremos:

c
c
portanto
L = (40)
2
l
+ (350)2 1 + (350) 2
12(1.976,7144)
2
)

y = Cl [ (x - xo)2 _ ~ = ~ _ ~
2C12 2C12J 2C1 C1 (3.40)
c L 352,73225m (aproximado)

c Para o ponto B, com a mesma aproximação, y B· logo,

c Vemos que, também nesse caso, ambas a,s equações dão


B
A'
2C1
Axo
-c! (3.41)
c resultados inteiramente dentro das tolerâncias normais de problemas #
c práticos de engenharia. No caso, a relação B/A é relativamente
Eliminando xo das Eqs. 3.40 e 3.41, ~ncontraremos

I
c pequena, porém típica de linhas reais. No entanto, em casos de - +) (3.42)
'--· relações B/A elevadas, o erro pode ser de ordem tal a afetar
( significantemente os valores das flechas. --- -~
que é a equaçãO-da-parábo·la em aesnível, com origem nas coordenadas
( em A. Com e.ssa equação podemos construir a curva por pontos.
/\. O coeficiente angular da tangente em um ponto dessa
3.2.2.2- Flecha~ em vãos inclinados
c parábola é obtido derivando a Eq. 3.42:

c
~~ ~1 2~1 ~
No caso dos vãos inclinados, há duas formas diferentes
= -[ - ) (3.43)
de medirmos as flechas, e que podem ser de interesse prático, como
(_. mostram as figuras 3.3 ou 3.4.
r No. ponto P, correspondente a y = fs, a tangente é paralela à
a - a flecha fs, representada pela maior distância vertical reta AB; .logo, seu coeficiente angular é igual a B/A. Igualando a
entre a linha que liga os pontos de apoio do cabo e um ponto da Eq. 3. 43 a B/A, obtemos

.
'-
(
curva; esta flecha é importante quando o perfil do terreno é mais
ou menos paralelo à linha entre apoios; X
2
A

~~\
I
174 Projetos mecânicos daS' linhas aéreas de transmissão Estudo do comportamento mecânico dos condutores 175
(
Substituindo esse valor na Eq 3.42, obtemos Havendo interesse, da fig. 3.4:
I

nJ (3.50) \
fs' = fs cos!J!
~ ( 2~1
A'
YP = [SCl - (3.44)
-
(
\
Exemplo 3.7
Pela fig. 3.4, podemos verificar que / ''
Determinar os valores das flechas fs e fo para a
B situação descrita no Ex. 3.5. (
2 (3.45)
+ YP
c
Como yp é negativa, temos
Solução:
c
a - pelas Eqs: 3.18b ou 3.46, teremos c
f' = + -[8~: - ; ( 2~1 - +)] \
fs =81'0A2p (350) 2 ·0,7816
8 ·1. 545 = 7,7464m c
c
r- c
b - pela Eq. 3.49
~-
r
e, simplificando, obtemos
f o = f+ _ _
B
4fs 7,7464(1 -
40
4·7,7464
c
(3.46)
fo 0,6556m c
equação que, como vemos, é idêntica à Eq. 3.18b. Isso nos permite
(_-.
concluir que o valor da flecha máxima em um vão desnivelado tem o
mesmo valor que a flecha em um vão igual, nivelado.
' Observa~:
c
Como complemento, analisando o cálculo da flecha pela c
Caso (b)

Da fig. 3.4, temos que


catenária, da Eq. 3.34
x-xg
c
y = C1 ( cosh -c-,- xo )
- cosh --- (
Cl
(
~f o = fe - B = - B (3.47) com y B para x = A, podemos obter:
(
'\
Porém, da Eq. 3.29
/
xo -z-
A
- C1 argsenh c
Ae = A+ 2hTo
---p:p
c
Usando os valores numéricos: A 350m, B = 40m e
c
que, substituída na anterior, nos dá, levando em conta a Eq. 3.46
C1 = 1.976,7144m, chega-se a xo =- 50,1284m. c
fo f, + h h 2
. h ) (3.48) r Através da equação simplificada (3.41}, xo =- 50,9102m. c
~-2
16f~
-~
c,
Desta forma, fonclui-se que, devido a aproximação dos (
e, finalmente,
resultados, o desenvolvimento feito a partir da Eq. 3.42 é
l
(3.49) satisfatório.
(
(.
fi
f"
---~~

Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão


Estudo do comportamento mecãnico dos condútores 177
(
176
( lntercalamos n suportes de mesma altura, resultando em n-1 vãos de
comprimento a = A/(n+l), como mostra a fig. 3.5. Admitamos ainda
RESUMO DAS EQUAÇÕES DO CABO PARA VÃO DESNIVELADO
que os suportes intermediários sejam rígidos e que o cabo possa
a - Força axial no suporte superio~: deslizar l-ivremente sobre esses suportes intermediários. Nessas
(
2 2 (3.32) condições, ele/tomará, em cada um dos vãos ~ntermediários, a mesma
Ae·p
( TA = To + 8To forma, isto é, descreverá curvas .iguais-.
c sendo:
r 2hTo (3.29)
' Ae::: A+~ T
T T
( v v v
~ A 8 ~ v
b - Força axial no suporte inferior:
r To
v
'O
v
To
v
To

(
/0
TB = To + pl ~tp - hj
(3.33) \
v

' c - Comprimento do condutor: /.,<::...---y_,c;:-,.~/-=//-=/~//-- ~-:=/_..L-//=//-=;;'l--,"/--//=-/.,<:-/>'-=-//--_/.-:="//=-;~1'-'0""//-=-//=//

!
( :~ o I a o o
~~
(3.39)
l· B2 + A2ll +
.~
L
12C) j
i A
'
()
'
'''
('
d - Flecha:

fo = f, ll - 4~• r (:5.49)
I I Fig. 3.5 - Efeito da subdivisão de um vão por n apoios
intermediários igualmente espaçados

'
(

c
c !
sendo:

f,
(3.46)
I verticais e também das forças axiais T.
apoios podem ser calculadas por
divisão do vão afeta os .Valores
As forças verticais nos
das forças

I
(I pl pa
VA VB (3.51)
c -2- " -2-
c
{
J.3 _ Vãos contínuos
/ '\ As forças axiais serão, então

"-i ·o relativamente pouGo freqüentes em To


TA = TB
c:( .I.
os
vãos isolados Sa
linhas de transmissão , que,
na realidade, são constituídos de urna
coso:.

ser tratados para


número de vãos e que não pode~
I .. sucessão de um grande
"i\ - são rígidos como o:. =- arctg~
pa (3.52)

:I
pontos de suspensão nao
" isoladamente, pois 05 t b 0 ponto de/,
\_' - independen es so
admi times e nem os condutores sao - outro. Sobre cada estrutura intermediária atuarão apenas as
( orços são transmitidos de_ um vao para
vista mecânico. Os esf

\I
forças verticais, uma vez que as cornp~mentes horizontais To. das
essa -sucessão de vãos.
\ Daí a necessidade de se considerar
i
Primeiro caso: vãos e alturas iguais
trações anulam-se. As forças serão, então,
' ..
no vão A, V = pl " pa (3.53)
. 1 e imaginemos que,
~fi Retornemos à f 1g. 3 ·

r
.....----··
------- ~- --•- (_;.f
' - \
Estudo do comportamento mecânico dos condutores 179
c
178
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão c
e, portanto, To = STo' , donde (
Exemplo 3.8 To (
\ Imaginemos que o vão isolado de l.OOOm, cujas grandezas
To' = - -
5
(
I foram calculadas nos exemplos anteriores, seja subdividido em 5
vãos iguais de 200m, pelo acréscimo d e 4 sup artes intermediários
a - Estruturas terminais
a1 - Forças verticais: r,_
de mesmas alturas que A e B. Quais os esforços que atuam .~o~re as
7
estruturas terminais A e B e sobre as estruturas intermediarias. v=. . / p·a
-2-
0,7816·200 '·
78. 16kgf (
2
c
'',. Solução: a2 - Forças axiais:
c
[: Dos exemplos anteriores para o vão d~ ~-~DOm, a ~ração
horizontal era To= 1545kgf. Depois da subd1v1sao, precisamos
TA TB
To'
cos ex c
calcular o novo To da linha. Para isso, podemos usar o raciocínio
p-a
c
l
que segue.
Para 0 vão isolado, o comprimento do cabo é dado pela \ a= are tg
2
To, are tg o, 7816.200=
z.l545 c
Eq 3.24: 5
c
t. L = A + donde c
í depois de subdividido, teremos A' = A/5 e L' L/5; logo TA Ta = 1.545/5
= 318, 72kgf
c
il_•
0,9695
c
I[ L
5 5+
A 8(f' )
A
2
b - Estruturas intermediárias
b1 - Forças verticais
í
35
V = ap 0,7816·200 = 156,32kgf
c
ou ~ c
II L A +
8[25f'
3A
2
)
bz-Forças axiais
As mesmas que nas estruturas terminais. Comparando esses
l

i 2 25f'
2
, donde
resultados com aqueles obtidos no Ex. 3.1, verificamos que a c
e, portanto, f subdivisão do vão trouxe não só uma redução nas carg~s verticais,
c
!
como era de se esperar, mas também nas cargas axiais, ou seja, da
f'
f
5
solicitação nos cabos.
As flechas, por sua vez, ficarão bastante reduzidas,
c
Para vão isolado, a flecha do cabO é dada pela Eq.
pois ter,emos, nesse caso (
0 \
3.18b: I , f'
5
f c
c
= f/5 = AIS;
Segundo caso: mesma altur~ com vãos desiguais
Vejamos--o que··ocorre quando. o, vão·,·A é· subdivid-ido···- por
c
logo,
Depois de subdividido, teremos f' e A'
estruturas desigualmente espaçadas. Para facilidade de raciocínio
c
r consideremo-las, ainda, todas com as mesmas alturas, como mostra a c
f M--. fig. 3. 6 .. c
5 8To As forças horizontais To são constantes e iguais em G
\
I
ou
pA2
todas as estruturas e são absorvidas pelas estruturas terminais,
enquanto que,
',
nas estruturas intermediárias,. elas anulam-se. As
c;1
1
I
f 8[5To')
z
. -,
180
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão "· \ Estudo do comportamento mecânico dos condutores 181

Exemplo 3.9
T,
Calcular as forças verticais e ax1a1s nos condutores
v, junto ao ponto de suspensão de uma estrutura que é ladeada de vãos
a1 = 300m e a2 = SOOm e cujas estruturas adjacentes estejam na
mesma altura. O cabo é o· mesmo dos exemplo~ anteriores e a tração
horizontal é de ~.545kgf. Obter também as fl~chas.

o, a,
c a,
2
a,
2 2 2 Solução:
( a- Pela Eq. 3.54, temos
/,(: ~/..:;//.-7'-"-7'~!::""/, b/--//-"'77-=-/~7'/...-/.:::,.1r-;;- /.='/-=-/:-:,.ê"//..::::>",.l:/'/-=-T-/.

(
a,
I v =p ( .a1 ;a2
l= 0,7816 ( 300;500 l= 312,64kgf

( . ·visão de um vão por n vãos·--cte~iguais b - Forças axiais, lado do vão menor CT1)
Fig. 3.6- EfeiLo d a Subdl \
To 0,.7816. 300
c T1 = cos 0:: " = are tg
2·1.545
4,3395•

~logo,
c forças verticais nas estruturas
terminais são proporcionais aos
T1
1. 545
0,9971
= 1.549,44kgf
semivãos vizinhos
Lado do vão maior (T2)
a1 a3
e Vs -2- P 0,7816·500
(
-2- P
"= are tg
2·1. 545 = 7,2081•
logo,
( enquanto que as forças verticais que atuam sobre as estruturas ·-'1.557,3073kgf
( intermediárias são iguais à soma dos pesos
dos cabos dos dois T2 =
c - Flechas:
( semivãos vizinhos
2 2
pa1 0,7816·(300)
~ fl 5,6913rn
l 81'0
a2 a3 8 ·1. 545
Vc = V2 + V3 P -2- + -2-J
2 2
pa2 0,7816· (500)
, f2 = = 15,809m
ou genericamente I ' \. 81'0 8·1.545
Pelos resultados de (b), vemos que os cabos dos lados
dos vãos maiores são os mais solicitados junto às estruturas de
(3.54)
v [kgf] suspensão.

Terceiro caso: vãos.~ e.. aLturas. .de.s..iguais..__


As trações axiais Ti e TJ serão também diferentes,
Finalmente, cumpre-nos analisar o caso mais geral e
sendo maiores nos cabos dos lados dos vãos maiores.
também o mais freqüente nas linhas de transmissão; uma sucessão de
As flechas, por Sua Vez' dl·stribuir-se-ão vãos desi~ais e cabos suspensos em alturas diferentes. A fig. 3.7
quadrados dos vãos. Serão maiores flos vãos maiores, ou seja:
mostra um trecho tipico de linha de transmissão que atravessa um
2 terreno acidentado no qual essa situação normalmente poderia
:~
'"
(3.55)
f 1 = f J ( ) ocorrer. Examinemos caso por- caso.
f.;.~·r··-
(
Estudo do comportamento mecânico dos cOndutores 183
r.
F..
~r 182
.
Pro}etos m
eca·n,·cos das ·;inhas aéreas de transmissão c
~ I Estrutura terminal A
de suspensão dos condutores. Portanto,
componente da força vertical atuando-sobre a estrutura. Logo:
não colabora com a (
c
i: I
' compressão
t sUbmetida a Uma t
vertical, de
ração horizontal To e· a uma força de
para baixo, cujo
cima
valor pode ser VE = VEr = pne [kgf] (

ara cada um dos condutores: As forças axiais no cabo são TED To e TEr, (
calculado pela Eq. 3 · 31 P '· aor·
respectivamente, no lado dos vãos a 0 E e c
Vao = na·p
abo (TA) pode ser calculada com o
A essa altura, cabe aqui a introdução de dois conceitos c
: \
\
A força de tração no C
da catenária equivalente.
bastante importantes para os projetos das linhas: vão médio e vão c
auxílio da Eq 3.33 e Oa é o vértice gravante de uma estrutura.
c
Estrutura intermediária B
. VBA e Vse. Como Ae/2 > aBC' O - Vão médio de uma estrutura c
Atuam as forças verticals \ (
está "atrás" do suporte B; logo, É igual à semi-soma dos-vãos adjacentes a ela.
vértice da catenária equivalente
t será, por conC or: +
c
Vsc < o. A força vertical atuan e am
a1
2
aj
[m] (3.56)
c
VB = VBA - Vsc = p(m_p·- nb) [kgfl Obs: Também denominado vão de vento c
Os cabos são solicitados por tração';
na suspensão em B, c
pela força TBA, que
solicita os .cabos do lado do
vão aAB e pela - Vão gravante de uma estrutura
c
força Tse, que
solicita os cabos do lado do vão a BC
Podem ser
unitário
É um vão fictício
d~~condutores,
(ac) que, multiplicado pelo peso
indica o valor da força vertical que um
c
(
calculadas da forma já vista. cabo transmite à estrutura que o suporta. támbém denominado vão de
_ Estrutura intermediária C peso. c
Atua sobre a estrutura
a força vertical Ve, resultante
Assim, de acordo com a fig. 3. 7, teremos ·os seguintes c
da soma de Ves e Veo, devidas a
cada um dos condutores:
vãos gravantes: c
Ve = Ves + Veo p(mc + nc) [kgf]
estrutura_ A, aGA na; c
As forças axiais nos cabos são TBC e Teo,
,eStrutura B, aGB mb - nb; c
respectivamente, nos vãos a 8 c e acn · estrutura C, aGe me + nc; c
\ estrutura D, aGD md + nd = md + a 0 E; c
Estrutura intermediária D
A força vertical sobre a estrutura
é, por condutor:
estrutura E, aGE = ne. c
\ /
Um último caso de vãos desiguais com alturas desiguais, c
VD = Voe + VoE p(md + nd) [kgfl
propositalmente não incluído na análise anterior, é aquele c
\ As forças axiais nos cabos são TOE,
ilustrado na fig. 3.8. É uma situação que deve ser evitada sempre c

I
respectivamente, do lado dos vãos aco e aoE' que possível nas linhas reais, .principalmente nas de tensões mais (
elevadas. Decorre, em gefal,., de falhas na escol?-a do traçado e
i
l
Estrutura intermediária E

ft
o vértice da catenária no vão aDE coincide com o pontO
falta de prática e oTientação adequada dos topógrafos encarregados
c
~ (
(
_r_.:__ _
-,:f-1 -~--p~~
i
( Estudo do comportamento mecânico dos condutor&s 185
Projetos mecânicos da;-linhas aéreas de transmissão
(
184
(

I,

(
(
~
.;
~o
o "o
~

(
(
®
\ Fig. 3.8 -Situação de arrancamento
( ·Í-

c
c \
~,
dos trabalhos de exploração,
fixam "pontos obrigatórios" da linha,
reconhecimento e levantamento,
como, por exemplo,
que
vértices
,I
I
"
~
entre alinhamentos em locais inadequados.
( \ el "'~
·· i I o -~
A estrutura B será solicitada, nesse caso, por duas

-----l--1 "w forças verticais, VaA e ·vac dirigidas de baixo para cima,
c ·. I I "
""' tendendo a ?U~ndê-la:
(
~1 I
~

...,
~
Vs = - (VBA + VBc) (3. 57)
c\
_____J~
~

"'
( • Essa situação é conhecida na prática como arrancamento
i " ou enforcamento. Ela é inadmissivel em isoladores pendentes, que,
ci
~

~
I "'~
,\
oi -~
sob sua ação, perdem em verticalidade. Com isoladores de pinos,
( m
'.
• poder:\ ser tolerada em pequeno grau, em caso de absoluta
( •I
I ""o necessidade. Ocorre, no entanto, em linhas primárias rurais, não
.o
'">'

sendo raro observar-se um ou mais isoladores arrancados de seus
j pinos e dependurados nos condutores a cerca de 0,5 ou mesmo l,Om
"o
'"m' acima da cruzeta da estrutura.
"•O'
~ Exemplo 3.10
.I No trecho de linha ilustrado na fig 3.7, foram medidas

b()
I t
as seguintes distâncias:

aAB 234m; hAB = 15,4~m_; na =31m; mb = 203m.


~ -I aac = 175m; hsc = 25,30m; nb 95m; me = 276m.
~( r~

c
I 186
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
Estudo do comportamento mecánico dos co"ndutores 187
c
c
I
!
a co
aDE
476m;
152m;
hCD = 14,75m;
hDE 8,20m;
nc
nd
n•
197m;
152m;
214 m;
md = 290m.
m• Orn. ,
C2 - estrutura B
VB = pac = 0,7816·108 = 84,41kgf
C3 - estrutura C
Vc = pac = 0,7816·473 = 369,70kgf
(
(

na condição c4 - estrutura D (
A componente horizontal da tração nos cabos Vo = pac = 0,7816·442 345,47Kgf
(
é de 1.020kgf. Obter'
de flecha máxima, sem vento, cs - estrutura E
a - vãos médios;
b - vãos gravantes;
VE = pac = 0,7816·214 167,26kgf c
c - cargas verticais sobre as estruturas; (
d - trações nos cabos junto aos suportes.
d - Trações nos cabos, junto aos suportes devemos empregar c
Solur;ão:
' \
as Eqs. (3.32) ·para os suportes superiores e (3.33) para os
suportes inferiores, calculando, primeiramente os vãos equivalentes
c
I )
a- Vãos médios- de acordo com a Eq (3.56), teremos: (3. 29) e as flechas correspondentes aos vãos equival.entes: (
1.
I
! ol'
' ~-
al - estrutura A d1 - estrutura A - vão equivalente: c
'
am =
aA.B + o
2
234
= -2- 117m;
ÁeAB = aab +
2hab·To
234 +
2·15,45·1.020
406,00m
c
- estrutura B
aab·p 234·0,7816
c
a2
aA.B +a BC 234 + 175 204,5m;
flecha do vão equivalente (3.18b):
2 2
c
am = 2
= 2 feAB =
pAa
8'fO
0,7816·(406)
8·1. 020
15,79m c
a3 - estrutura c logo, pela Eq. (3.33)
I
aBC + aCD 175 + 476 = 325,5m; TA.B =~o + (feA.B - hA.B)p 1.020 +.(15,79- 15,45)·0,7816 (
am = = 2
2
TAB = 1.020,3kgf c
a4 - estrutura D
d2 - estrutura B - tração no cabo no vão B-A (3.32)
(
am
aCD + aDE
2
476 + 152
2
= 314,0m.
TB< = To + fep = 1.020 + 15,79·0,7816 = 1.032,34kgf c
tração no vão B-C (

I
- de acordo com a definição:
b - Vãos gravantes
bl - estrutura A 2hbcTo 2·25,30·1.020 c
aG = na = 31m; AeBC abc +
abcp
175 +
175.0,7816
= 552,34m
c
b2 - eStrutura B
ac = mb - nb = 20 3- 95 =·108m; pAeBC
2
0,7816·(552,34)
2 c
f e BC 29,22m (
b3 - estrutura C 8To 8 ·1. 020 l
I>
aG = me + nc = 276 + 197 = 473m; logo,
i c
b4 - estrutura D
ac = md + nd = 290 + 152 = 442m;
TBC To+ (feBC- hBc)p = 1.020 + (29,22-25,30)·0,7816
I c
bs - estrutura E
r TBC 1.023,07kgf c
ac = O + ne = O + 214 = 214m. d2 - estrutura C - tração no cabo no vão C-B (3.32} l
c - Cargas verticais Sobre as estruturas - por condutor: TcB =To + feBC·p f
I .__
1.020 + 29,22·0,7816 = 1.042,82kgf c
c1 - estrutura A tração no cabo no vão ~-D
V<= pac = 0,7816·31 = 24,22kgf l_; j
'
( . /
·-->-:í. :
(
Y7 ,!~"""·---c-- .... - - - - - - - ~----

- f=.-::::~,_·::--
;1
l-
I
1 Estudo do comportamento mecânico dos condutores 188
\ ' Projetos mecânicos das .linhas aéreas de transmissão

i 188 a - Condição de flecha máxima:

II
2·14, 75·1. 200 ~ 556,88m
I 2hcd·To 476 + 197·0,7816 22,8·1020
I AeCD acd + 476.0,7816 VaA· = = - 41,06kgf
acdp 2 197
2 154·0,7816 19,6·1020
2 0,7816· (556,88) ; 29,70m Vse = = - 69,63kgf
pAeco 2 154
f eCO 8To 8·1. 020
logo,
l
logo, Vs = - no,69kgf
min
TCD ; To + (fecD - hcd)p; 1.020 + (29,70 - 14,75):0,7816
b ~ada ponto_de fixação dos
ou seja, a estrutura deverá absorver em
TCD ; 1.031,68kgf cabos, uma força vertical, dirigida
110,69kgf.
d
e a1xo para c1ma, no total de
d4 - estrutura D: tração no vão D-C
1043,2lkgf
( TDC ; To + feco·p; 1.020 + 29,70·0,7816 b - Condição de flecha mínima:
( \ \ 197·0,7816 22,8·2120
tração no vão D-E, VBA - 168,37kgf
197'
c
~. l
2
2·8,30·1.020 292,80m
2hde ·TO ; )52 + 154·0,7816 29,6·2120
AeDE = ade + 152.7816 Vsc = ~ - 209,63kgf
( ade'P
~ 2 154
2
2 0,7816· (292,8) logo,
p·Aede 8,zom
feDE
~
.·8 ·1. azo VB - 378kgf
8To max

logo,
To+ (f.,.-h,.)P ~ 1020+(8,20-8,20)p ~ 1020 kgf; . A condição de flecha mínima é • como veremos ma i 5
adl~~te, aquela que ocorre 50 b t emperaturas amb'len t es mlnlmas da
( ',' 1026,4 kgf: reg1ao atravessada elas linhas. t: nessas ..condições que 0

T :; =To+ f.a.-f-ede"p= 1020+0,7816•8,2Ó arrancamento é máxim~ 1


( 01
,, ir
2. Forças axiais nos condutores
(
Três suportes de uma linha, A, B, e C, apresentam ~uma aplicá-la, devemos calcu~~r o_, os em~;::aremos a Eq.. 3. 33.
Exemplo 3.11 Para seu cál 1
Para
( empregando as Eqs. 3. 29 e 3.18b: e flechas equivalentes,
condição de arrancamento como a mostrada na Fig. 3.8. Na condição
( de flecha máxima,a tração horizontal nos cabos é de t.020kgf e, na
condição de flecha mínima, a tração é de 2.120kgf. Calcular as 2hbc·To
c forças de arrancamento e trações ax1a1s ncs cabos, nas duas

•('_ eAB = aab +
2he.b·To
aab·p
e AeBC abc + abc•p
c condições. O cabo é o mesmo dos exemplos anteriores. São dados
(obtidos graficamente): a - Condição de flecha máxima:
(
aab 197m; hab = zz.sm; 2·22,8·1020
c abc 154m; hbc = 19,6m.
AeAB == 197 + 197·0,7816 = 499,07m

c'i AeBC = 154 + 2·19,60·1020


154·0,7816
486,19m
'
Solução:
1. Forças verticai_s r
indlvidualmente
b - Condição de flecha minima
A força axial vertical transmitida VB == VBA + VBC, 2·22,8·2120
AeAB 197 + 197·0,7816 · = .824,84m
pelos cabos à estrutura B é dada na Eq:'·3.57 por
sendo VBA e Vsc calculáveis por meio da Eq. 3.31 2·19,6o/2120
AeBC = 154 + 154·0,7816 844,43m
abc'P
aab'P hab•To e VBC == 2
2 aab
190 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
\
Estudo do comportamento mecânico dos condurores
191
Flechas nos vãos equivalentes
a - Condição de flecha máxima:
2
RESUMO DAS EQUAÇÕES DO CABO PARA VÃOS CONTÍNUOS
p(AeAB) 2 O, 7816· (499,07)
feAB = 23,86m 1 - Alturas iguais:
8To 8·1.020
I
I 2 l.a- Força vertical num apoio: (
2
p(AeBC) o, 7816· (486, 19)
ÍeBC
8To 8·1.~
22,64m
V = .P ( a! ; aJ J (3.54)
(

(
b - Condição de flecha mínima: l.b - Força axial no lado do vão i:
To c
feAB
p(AeAB)
2
~
0,7816· (824,84)
2
31, 35m
T!
coso: " = arctg (-zT()
pa1 J (3.52) c
8To 8·2.120

,.
1. c - Flecha no vão i:
c
p.a1 2
f e BC
p(AeBC)
2
0,7816· (844,84)
2
32,86m
f!
8To (3.18b) i
c
8To 8·2.120
2- Alturas desiguais:
c
Obs: as flechas mínimas são maiores do que
fato de serem as "equivalent~s"
as máximas, pelo ~
2.a- Força vertical num apoio: c
V=± p(ml ± nJ) c
De posse dos valores acima, podemos_ calcular as forças
axiais que atuam nos cabos, junto a estrutura B. Pela Eq. 3.33, c
teremos:
2.b- Força axial no suporte superior (B):
TBA = To +
2
Ae ·p
2 c
a - Condição de flecha máxima: 8To
sendo
TBA To+ (feBA- hBA)p ~ 1.020 + (23,86- 22,8)·0,7816 2·hBA·To
(
TBA 1. 020' 83kgf aBA·p c
e 2.c -Força axial no suporte inferior (A): (

Ta c To + (feBC - hsc)p 1.020 + (22,64- 19,6)·0,7816 (


TAB = To + - hAB]
Tac = 1.022,38kgf (
sendo
.-'\ Ae 2·hAB·To c
I
b _ Condição de flecha mínima:

TBA =To+ (feBA- hBA)p = 2.120 + (31,35- 22,8)·0,7816


aAB·p
c
,(
TBA = 2.126,68kgf
3.4- EFEITO DAS MUDANÇAS DE DIREÇÃO
c
e
/
c
Tac = To + (feBC - hBc)p 2.120. (32,86- 19,6)·0,7816. ! (
TBC 2.i30,36kgf As linhas de transmissão são sempre projetadas para .ÍI
transportar a energia elétrica entre doiS pontos bem definidos de
c
um sistefl!a. É de .toda a conveniência que o seu comprimento seja o !
c
Observamos que, nesse
arrancamento serem consideráveis,
caso, apesar das
as forças axiais
forças de
de tração menor possível, sendo, ,rPois, o percurso ideal aquele que se faz Il c
aumentaram relativamente pouco.
segundo uma linha reta.- Na prática, no entanto, isso raramente é! (
C..
I ,(
' (
-3 ~ (
n t
( ''\ Estudo do comportamento mecânico dos condutores 193
( : Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
192
r' Solução:
obstáculos
r·. . t d de muitos fatores, tais com 0
ossível, em v1r u e i 1 u mesmo As componentes horizontais da tração nos cabos são,
P - 0 não é poss ve o
·s ou feitos pelo homem, cuja remoç~ para as condições de flechas máximas e mínimas, respectivamente,
natural t de material e
s dificuldades de transpor e To = 1.020kgf
dispendiosa demais. A d min
obra, bem com.. o -~/facilidade de acesso as e
equl . pamento durante a - d To 2.120kgf
traçado e uma max
- podem, igualmente, afastar o
equipes de manutensao, nos logo
ideal. Nessas condições, devemos a- Condição de flecha máxima (pela Eq. 3.58):
linha de sua diretriz dessa
contentar com a poligonal
mais curta possível. Os vértices
quais
= 2Tosen z" 2·1.020·senll• = 389,25kgf
Ob rigatórios da linha e nos
poligonal constituem pontos Essa estrutura será b - Condição de flecha mínima:
uma estrutura.
haverá obrigatóriamente FA rnax ZTo rnax sen " = 2·2.120·senll• = 809,03kgf
__ ].., pontos de suspensãQ __ dos condutores' 2
( .: ' solicitada, adicionalmente, nos
da blssetriz do
(!t por uma forç
a horizontal cuja direção é ao longo
d' · ·ct para o Pelos valores acima, veffios que as forças horizontais
·--~ elos dois alinhamentos, sendo lrlgl a transmitidas pelos condutores às estruturas de ângulo, que devem
ângulo t3 definido P la absorvê-las, são consideráveis, e dependem das trações To nos cabos
F" 3 9 Seu valor é calculáve 1 pe
seu interior • como mostra a l.g. . . e do valor da deflexão da linha.
equação:
(3.58)
FA = ZTo sen-i- [kgf]
d eixo da linha no 3.5- INFLUtNC!A DE AGENTES EXTERNOS
deflexão do alinhamen t o o
onde Ci é 0 ângulo de
vértice considerado.
Além d,S esforços que acabamos ~e analisar e que são de

\ natureza permanente, os condutores das linhas aéreas de transmissão


-To são solicitados por outros esforços, de caráter transitório e que

c To
também transmitem a seus suportes, que devem absorvê-los. Podemos

c classificá-los em três tipos: aqueles que ocorrem freqüentemente

\ durante toda a vida da linha, aqueles que


trabài'hos de montagem e manutenção e aqueles que se espera que
ocorrem durante os

c nunca ocorram, mas cuja probabilidade de ocorrência, por remota que


c seja, o projetista deve contar. Ii
(
t condutores às estruturas No primeiro grupo, poderíamos classificar as cargas
~...
\'
í\
Fig. 3.9- Forças transmitidas pelos
por mudança de direção /
devidas a fatores meteorológicos, como a força resultante da I
'
::
Exemplo 3.12 _ _ da Fig. 3 . 8 0 alinhamento
Pressão do vento sobre os condutores e aquela decorrente da redução
da temperatura dos condutores abaixo daquela vigorante durante o I
l
( seu tensionamento. Nos países de invernos rigorosos, nesse grupo,
Admitámos qúe na estrut'!-rad_B . ta Qual o valor da força
( d flexão de 22o a lrel ·
da linha sofra uma e ·t à estrutura na condlçao
· - de dev~-se incluir, ainda, a_ .J~pa de gelo que se forma em torno dos
( horizontal que cada co~~u:or d tr~~:~~ae mínima? Use os valores- do Exc' condutores em conseqüência da -queda da neve. São solicitações do

I
~. flecha máxima e na conalçao e .
( 3.11.
' ..

(
,,..,.... ____
--,
194 Projetos mecânicos das linhaS aéreas de transmissão I

tipo que poderíamos classificar como normais, dada a ,sua


Estudo do comportamento mecânico dos condUtores
195
c
~atuando (
perpendiCularmente ,
freqüência. a direção dos c a b os
exercendo das linhas e (
uma pressão qocalculável pela
Durante a fase de montagem e durante os serviços equação(2.9),capítulo
2. I
periódicos de manutenção, os cabos po.dem ser solicitados por forças Sendo d o diâmetro dos cabos,
a força resultante (
adicionais, como aquelas decorrentes de seu pré-tensionamento (veja pressão do vento, será da
Capítulo 4), e por cargas verticais concentradas, como aquelas
(
fv = qD·d [kgf] (
decorrentes dos carrinhos de linha, ocupados por operários, e que
deslizam pelos condutores. São sobrecargas possíveis de ocorrer e
. (3. 59)
c
seus efeitos devem ser previstos.
ou, trazendo a Eq. 2. 9:
c
Finalmente, no último grupo, encontramos as_ -~obre cargas
fv =
-z-

pVp
2
d [kgf/m]
c
excepcionais, ou acidentais. São constituídas por esforços de
' ' Esta
(3.60) c
tração unilaterais de grande intensidade,
estruturas a solicitações de tração. Ocorrem por ocasião da ruptura
podendo submeter as
"'-.. condutor e se exerce
força se
distribuf·. uniformemente ao
longo do c
de um ou mais cabos. Se bem que bastante raras, devem ser previstas
~
)ongi tudinal dos cabos.
na horizontal, em
sentido transversal ao eixo c
nos projetos. do vento atuando, 0 b
Se considerarmos somente o efel·t
. o da força c
As normas dos diversos países são bastante precisas horizontal n
ca o passará a descrever uma cate . .
' o caso de suportes de
nar1a no plano c
quanto à forma que esses esforços devem ser calculados e também
d
os condutores, atuando
catenária f'
.
mesmas alturas. O efel'to do
vertical e simultaneamente, fará com que a
peso c
quanto às solicitações máximas admissíveis nos condutore,s e peças Ique, na realidade, em I
em rel - um plano inclinado em
J: estruturais, quando de sua ocorrência. ;r, açao ao· plano vertical wn ângulo (
.
mos t r a a F 1g. 3. 1 Ob. "SffF que passa p_e,
.
los su t
por es, como (

3.5.1- Efeito do vento sobre os condutores c


c
O vento, soprando sobre os condutores, encontra uma c
resistência, que se manifesta em forma -de pressão. Esta é ~i
do vento . A
c
qo
': proporcional à velocidade do vento e sua resultante é uma força rv I (

I~
perpendicular ao eixo longitudinal dos cabos e que é transferida
'' I I c
pelos mesmos às estruturas.
As normas técnicas dos diversos países estabelecem a
l
I'
I c
maneira de se calcular essa força e as fórmulas que devem ser
p
1'
I I B c.
empregadas para esse fim, em função da velocidade do vento a ser -------- ! c.
usada no projeto_. E~tabelecem igualmente a forma de se determinar
Pr
c
esta última.
o)
b) c
No Brasil, esse tópico é r'egulamentado pela NBR Fig. 3.10- Efeito I,
da pressão do:1ênto
5422/85. De acordo com esse dispositivo, considera-se o vento de uma 1 inha aérea · sobre os condutores (
'
(.
c
c
Estudo do componamento mecânico dos corrdutores 197
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão

196
Sob a ação simultânea do peso próprio e da força do
vento, o cabo sofre um aumento virtual em seu peso, que passa a
atuar no plano da catenária deslocada. De acordo com a Fig. 3.10a,
.--"

peso virtual vale


(3. 61l
[kgflm]
Solução:
Esse aumento virtual no peso provoca um aumento nas a - Sendo d = 0,001883m ( de cat"l
qo·d = 43 56·0 a ogos de condutores):
trações T e To nos cabos e o aparecimento de uma força horizontal fv ' ,01883 = 0,8202kgf/m (3.59)
transversal, Fvc, nos pontos de suspensão, que a estrutura ,deve
\ \
absorver. A flecha máxima da catenária no novo plano também b - Uma estrutura comporta como uma
estrutura de vão isolado·de L fim de -- l'nh a se
. ogo, pela Eql 3.63,
aumenta, passando a ser Fv = ..!:_
2 f• - 300
--·0,8202 = 123,03kgf
(3.62) 2
2
que é o valor, da for a horizontal transversal que cada condutor
i transmite à estrutur~
f' = prA [ml
8To2

na qual To2 é o novo valor da componente horizontal da tração nos


I
' c - Para a estr u t ura lntermediária
. ' a f orça transmitida será:

cabos.
Em vãos isolados, a força resultante horizontal (Fvl
Fv =[ al;aJ ...
]fv = [ 280+420
. 2 lo' 8202 287' 07kgf (3.64)

Fv 287,07kgf por condutor


transmitida à estrutura é calculada pela expressão
(3.63) d - As flechas serão:
Fv = -z- fv
A
[kgf] d. 1 - sem vento
pa2 2
e, no caso de vãos continuas, se ai e a] são os vãos adjacentes a 0,7816·(420)
f = 8TO = =11,1549m (3. 18b)
'\. 8·1.545
uma estrutura intermediária, a força transmitida à mesma será I

d. 2 - com ventos ( Eq. 3.62)

(
Fv = La1 ; a] 1 fv
(3.64)
f' = pr•a2
8To2

( como
/
ou seja, (3.65) 2 2
= j(o,7816) + (0,8202) (3.61)
Fv = am·fv •
pr 1;133kgf/m
I
Exemplo 3.13 1, 133· (420/ .~
(_ Qual o valor da força resultante da ação do vento sobre r· = =·12,3095m
um~
8·2.029,5
(_ os condutores da linha do Ex- 3.1? Admitindo estrutura de fim

(
(
198 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
Estudo do comportamento mecânico dos co~dutores
NOTA: A tração To2 == 2.029,Skgf sol? a ação do vent~ foi calcu-
199 c
lada da forma que será exposta no item 3.5.3. Exemplo 3.14
c
Admitamos que o trech d 1' (
iI
fI
i;
que, sob a
Examinemos agora o caso de vãos desnivelados. Já vimos
ação do peso, a curva descri ta pelo cabo pode ser
I esteja submetido à ação de

nessas condições é de 2 029 5 k f


· • g
ro : lnha ilustrado na Fig. 3 _7
permanecendo as demal·s co d' - p essao de vento de 43 56kgf/m2
n lÇoes. A compon t
.
. '
. en e horlzontal da tração
Determinar

(

representada por um segmento da catenária de um vão nivelado maior, e B• as f orças horizontais t . ' para as estruturas A
i: ransversals nos
", pontos de s uspensao.
-
II que designamos vão equivalente Ae. Esta catenária se situa no plano
i
vertical, e a posição de seu vértice é variável, dependendo da Solução: c
relação vão/desnível. Se considerarmos agora o condutor submetido
Do Ex. 3.10 temos aAB =·234m
c
apenas à ação do vento, a catenária resultante será simétrica com hBC = 25 30m· do E
' ' X. 3
, aB c
. l3, fv = 0,8202kgf/m.
175m, hAB 15,4Sm c
relação aos suportes, e se situará em um plano incl"inã.-do de ârlgulo
\
As forças horizontais serão: c
1/J com relação ao plano horizontal (Fig. 3.3). Nessas condições, o
Estrutura A (terminal) c
cabo transmite a cada um dos suportes a metade da força total De acordo com a Eq, 3 63 ·.
· , teremos c
resultante da ação do vento, portanto, como no caso dos vãos
~ F A 234
VA = ---2 fv= -----2 0,8202 95,96kgf c
nivelados. Quando o desníve~ for mUi to acentuado, o maior
comprimento do vão~inclinado deverá ser considerado. Teremos então,
pela Eq. 3.66, consi-derando o desnível c
para vãos isolados, 1 Fv A = -oo=-:'Ac;c-- f v = -,::-c'2=:3,_4;_,~ c
i
\

A
- ~· sendo
2cosl/JAB 2cos 3 , 78 o 0,8202 96,173kgf
c
Fv ==
2cosl/J
fv [kgfl (3.66)
c
!.~

'
I
1/JAB = arctg
.,.4
15,45
= 3,78o (

I
e, para vãos ·contínuos
j[ - Estrutura B {intermediária) c
I
a) ]
-2"c"'o"'s'--I/I"'J- fv [kgfl (3.67)
Pela Eq. 3.64, sem desnível c
í A catenária resultante da ação simultânea do peso do Fvs = [ aAB ; aBc c
condutor e da força devida à ação do vento ficará em um novo plano, pela Eq.,3.67, com desnível
] f v = f--23_4---o;+--=-1
2
7.:.:5::....]
' 0,8202 = 167,73kgf c
'i
fazendo simultaneamente _um ângulo ~ com a horizontal e um ângulo r / \ c
I ~
.'
I!
com a vertical. Seu vértice se situará em um ponto entre os Fvs= [
aAB
2cos~AB
+
a
BC
2cosWBc fv
]
=[2cos3,78o
234 + 175 ]
c
"
"
vértices das catenárias decorrentes das ações individuais das 2cos8,2J• 0,8202 c
H
F
forças atuantes.
sendo
FvB 168,69kgf
c
'.
~-;·;
Conhecidos os novos valores To sob a ação do .vento,
/
(
c
l ..
podemos calcular os valores da tração axial T nessas condições, da 1/!Bc = arctg 25,30
175 = 8,2Jo
~~,, forma vista.
c

I
' !f Os esforços verticais atuantes nos pontos .de suspensão - Observação. Co
~p~rando os resultados obtidos pelas
á
a
,,,, dos condutores ficam inalterados, isto é, são os mesmos calculados
3.63 e 3 67 .
· t-- • • ver1f1camos que
., •usignificantes de f
.- llor 1 • -
t as
d"f expressões
l erenças nos valores são
arma qu_e essas f 0 r
c
Bl ma mente através de Eq 3 64 / ças podem ser calculadas (
jj na ausência do vento.
~ ·~ A bastante elevadas q . . ~ :e~ervando-se a 3.67 para relações
• ue, na pratlca, raram~nte ocorrem. (

I c
(
( "-"
c f -

( 200 Projetos mecánicos das linhaS aéreas de transmissão Estudo do componamento mecfinico dos condutores
201

c" 3.5.2- Efeito da variação da temperatura temperatura. Por outro lado, a tração To é
i inversamente
\ proporcional ao valor da flecha; portanto, 0 valor de To variará
(
Os condutores das linhas de transmissã'o estão sujeitos a também com a var1· aça-o da t empera t ura d o condutor. Aumentará com a
( variações de temperatura bastante acentuada~. Sua temperatura redução da temperatura e vice-versa.
depende, a cada instante, do equilíbrio entre o calor ganho e o A forma mais adequada de se cal.cular essa variação é
( calor cedido ao meio ambiente. O ganho de calor que experimentam através das chamadas equações da mudança d e estado. Essas equações
( deve-se principalmente ao Efeito Joule da corrente e também ao permitem igualmente concluir o efeito do vento sobre os condutores
( aquecimento pelo calor solar. Eles perdem calor para o meio e a variaÇão simultânea das temperaturas e das forças do vento.
( ambiente, por irradiação e por convecção. As perdas por.irradiação
dependem da diferença de temperatura do condutor e do ar ambiente,
( 3.5.2.1- Equação da mudança de estado- vão isolado

c
(
e as perdas por
velocidade do vento que os envolve.
convecção dessa mesma diferença
A determinação exata de sua
e também da

Consideremos inicialmente um vão isolado de uma linha de


~ansmissão •
tempe,ratura, para as diversas combinações de valores desses
(" elementos que podem ocorrer, é um tanto trabalhosa [1] e, a rigor,
de comprimento A. Seja L1, o comprimento do condutor a
(' só pode ser feita em termos estatísticos, com base em modelos
uma temperatura conhecida t1. Admitamos que o condutor esteja apoiado

? meteorológicos, na corrente elétrica, .nos siStemas e na


entre as duas estruturas niveladas.

c probabilidade de ocorrências simultâneas.


Nos cálculos mecânicos dos condutores, ,é usual
Se a temperatura variar, passando a um valor
comprimento do condutor variará igualmente, passando a
t2, o

(1
atribuir-se aos mesmos a temperatura do meio ambiente, com L2 Lt + Lt·a:t(t2- tt) [m]
Cr (3.68)
c 't
acréscimos no caso das temperaturas externas superiores,
destas que dependem os valores das flechas máximas, que, em fase de
pois é
sendo 0:.1
coeficien~de
c
(I projeto, servem para a escolha das posições das estruturas, visando condutor.
[1/oC] o dil?.tação térmica linear do

que a altura de segurança mínima fique assegurada, mesmo na Estando o cabo preso aos suportes, a variação de
(f condição de operação mais desfavorável: sol intenso e corrente comprimento que irá sofrer e· acampanha d a de uma variação no valor
c
r f
elétrica elevada, com ausência de vento. "\
da traçãd, · que passará ao
va 1 or T02. Um aumento de temperatura
~".' Os coeficientes de dilatação térmica linear dos Provoca um aumento no comprimento do cabo e, conseqüentemente, uma
c~ materiais com que os cabos são confeccionados têm valores redução na tração, e vice-versa. E ssa variação obedece à lei de
cl: significativos, provocando contrações e dilatações consideráveis Hooke: "as deformações elásticas são proporc_ionais às tensões
(_I f, i sob variação de temperatura. Um aumento de temperatura provoca sua __;:_aplicadas".

c~!~~ dilatação e uma redução de temperatura, sua contração. Essas 2


Sendo E [kgf/mm ] o módulo de elasticidade do condutor e
variações de comprimento dos condutores são diretamente
c ' proporcionais aos seus coeficientes de dilatação térmica e à
a área de sua. seção transversal, a deformação elástica em
-.Virtude da variação da força de

\,!1 variação da temperatura. Uma vez que a flecha do condutor depende


do seu comprimento, esta variará de acordo com a variação da
Lt(To2- To1)
ES (3.69)

-r-Y.f
'f'i~· ..
·_·:.~--: ------------------,------
( I

Profetas mecânicos das linhas aéreas de transmissão

l
Estudo do comportamento mecânico dos_ condutores
202 203 (

Portanto, a variação da temperatura do condutor provoca 10 CLEAR:CLS:ANGLE 1 (


uma variação total em Se u comprimento' igual ___a/
20 PRINT "Entrada de dados:"
30PRINT "t2(";CHR$(223);"C)=":INPUT T2
c
40PRINT "t1(";CHR$(223);"C)=":INPUT T1 (
Lt (To2 - Tot) (3.70) 50PRINT "Alfa T(li".;CHR$(223);"C)=":INPUT AF
L2 - L1 = L1·o:t(t2 - tl) + ES (
60INPUT "T01 (kgf)=" ;A, "A(m)=" ;AA, "P.(K=kgf/m)=" ;P
70INPUT "E(kgflmm'2)=";EE,"S(mm-2)=";S (
Antes da variação da temperatura, 0 comprimento do 80 CLS:PRINT"Calculando ..... " '--,

condutor era, de acord o com a Eq. 3.21,


90 D=T2-Tl
100 !F D<O THEN AI=A:B=2*A
c
110 !F D>O THEN B=A:A=A/2:AI=B (
Lt = 2Ct·senh ~
A 120 !F D=O THEN PRINT"ERRO: Variacao de temperatura= O":END
130 X=A c
140 GOSUB 370 (
· nto será
e, após essa variação, o comprime 150 F=Y
r, 160 X=B c
L2 = ZC2·senh ~
A
l
!
170 GOSUB 370
180 G=Y c
190 !F (F*G)<=O THEN GOTO 220 (
sendo, respectivamente, ~
' '
200 PRINT"ERRO: Entrada de dados errada; nao ha raiz"
210 GOTO 20 c
C1 = ~
p
e C2 =
T.o2
p
220 N=3
230 E=10'(-N) c
A variação de Compr imento será, então,
240 X=(A+B)/2
250 C=(B-A)/2
c
'! · A - Ct·senh _A_l (3.71)
260 !F C>E THEN GOTO 310
270 BEEP
c
L 2 - L1 = 2 [ C2·senn ~ ZC1 j
280 PRINT"T02(kgf)=" ;X
c
Para sistema em equilíbrio, obtemos, igualando 3.70 e
290 PRINT"Residuo = ";Y c
3. 71,
0 300 !F INKEY$="" THEN 300 ELSE END
310 GOSUB 370 c
320 !F (F•Y)<=O THEN GOTO 3~ (_
2~ 1
330 A=X
Lt·o:t (tz-tt) + L1 (To2 - Tot) = 2 [czsenh-.-A- - Ctsenh
ES 2C2
] (3. 72) 340 GOTO 240
350 B=X
c
e só pode ser resolvida 360 GOTO 240 C',
Essa equação e, transcendente
Podemos 370 l'.eAA*P/(2•X) ('
por processo .
iterativo, admitindo-se valores para To2.
380 'J=AA*P/(2*AI)
simplificá-la, obtendo, após remanejamento, 390 K=HYPSIN (I) c
400 L=HYPSIN (J)
c,
1- ~s
-410 Y=(X*K)/(AI*L*AF)-(1/AF)-((X-Al)/(EE*S*AF))-D
1
t2 - tl = _ llC2 senh~ _ 1 (Toz To>)}
(3. 73)
420 RETURN
c
cx.t. Cl senh-- (i
2C>
Exemplo 3.15 c
(
o que não elimina a necessiqade de processos iterativos de solução. Um cabo Oriole foi estendido entre dois suportes,
distanciados entre si -350m, a uma temperatura de 20oC, com uma (_'
0 programa Basic (Casio PB 700/770) para a solução da
tração horizontal de 1.54Skgf. Qual será o valor da tração nesse
- 3 . 73 encontra-se abaixo:
equaçao cabo quando ocorrer um abaiXamento de temperatura de 25oC? (
(_
<
L
( /
204
Projetos mecânicos dasJitfhas aéreas de transmissão Estudo do comportamento mecânico dos condutores
205

Solução:
que, corno vemos, é uma equação incompleta do 3 Q grau,
cuja
São os seguintes os dados do cabo:
solução também necessita de processos iterativos, porém de
p = 07816kgflm
realização mais fácil·. e rápida. Segue o programa Basic para
2 sua
S = 210,3mm solução:·
2
E = 8086kgflmm
"t = 18.10- 6 1/•C
10 CLEAR:CLS
20 PRINT "Entre com os dados"
Resposta do programa: To2 = 1.779kgf
30 INPUT "E(kgf/MW2)=";E,"S(mm·2)=";S,"P(kgflm)=";P,"A(m)=";A
35 INPUT "T01(kgf)=";T
Obs: Lembrando que o P On to de partida foi a. equação da
40 PRINT "Alfa T(1/";CHR$(223);"C)=":INPUT AT
catenária, sem considerar vento. 50 PRINT "T2(" ;GHR$(223); "C)=": INPUT T2
\ \ 60 PRINT "T1(";CHR$(223);"C)=":INPUT T1
Se ao invés de calcularmos pela Eq. 3. 21 os 70 CLS: PR!NT "Confira os dados:",GOSUB 110 .
80 PRINT '~E (kgf /rnm"'Z }=";E, "S{mm '"'2}=''.;'5, "P (kgf /m)="; P, GOSUB 110
comprimentos desenvo 1 Vl· dos dos cabos, empregarmos a Eq. 3. 24 da
90 PRINT "T01 (kgf)" ;T, "A(m)=" ;A, "Alfa T{l/" ;CHR${223);" )=" ;AT
parábola, 95 GOSUB 110
'100 PR!NT "T2(";CHR$(223);"C)=";T2,"Tl(' ;CHR$(223);"C)=";Tl
2 12
. .8"'"1iTõ'l

I
r pA 105 GOSUB 110
L1 A +
8f 2
--y;-- A+ 3A
(1
= A + __r:P_2:c
A--::2]
2
110 !F INKEY$="" THEN 110
140 INPUT "Tudo certo (5/N)";X$
;24Tot
150 !F X$="N" THEN 10
160 F=((E*S*P.2)/(24*T.2)+(E*S*AT*(T2-T1)))-T
l 170 H=-(E*S*P.2*A*A/24)
180 F=F/3

l
:90 D=-(F.2)
200 M=H+2*F•3
a yariação de comprimento será, então, 210 C=4*D.3+M*M
220 !F' EXP(-8)>ABS C THEN 400 . .,.._,
p2 A3 ( 1 (3.74) 230 !F C>O THEN 310

I
L2- L1 = - - - 240 N=2*SQR(-D)
24 To22
250 B=ACS(M/(2*D*SQR(-D)))/3
260 D=ASN 1
270 G=N\SIN(D-B)
que igualamos com a Eq. 3.70, para obter 280 G=G-F
290 BEEP: PR!NT "TOl(kgf)="; G
L1 (102 - To1) (3.75) 300 GOTO 430
Ll"t(t2- t1) + ES
310 C=SQR(4*D.3+M.2)
320 N=O.S*(C-M)
330 B=-O.S*(C+M)
Como a diferença entre os valores do vão A e do 1 340 C=1/3
efetuar a 350 N=ABS N·c•SGN N
comprimento do cabo L1 é muito pequena, podemos
360 B=ABS s·c•SGN B
substituição de Lt por A na Eq. 3.75, que tomará a forma 370.C=O.S*SQR3
380 BEEP:PRINT"T01 (kgf)=" ;N+B-F
2 2 . 390 GOTO 430
T02 2[ESpA 2 (3.76)
400 BEEP:IF EXP(-8)>ABS D THfJI PR!NT"T01(kgf)=";-F:GOTO 430
24T01 410 N=-ABS(O.S*M)•(113)*SGN M.

I
Projetos mecânicos das1inhas aéreas de transmissão ...~
Estudo do comportamento mecân.ICO uos· condutores
206 207

e deseja-se Conhecer a tração


420 PRINT "T01 (kgfl="; 2"N-F em um novo "estado"' isto é, sem
430 !F JNKEY$="" THEN 430
vento ou com uma velocidade de vento d
iferente e em temperaturas (-
I .' 440 END quaisquer.
II Para tan.t o' podemos faci-lmente
·
adaptar as equações da
c
Exemplo 3.16 "mudança de estado", que (
acabamos de m~S.trar.
Calcular, usando a Eq. 3.76, a tração no cabo e nas (
Consideremos
condições do exemplo anterior. um condutor de peso unitário Pl [k f l
sendo que P1 poderá ou n-
ao englobar o ef . t 0
g /m ' c
I
Solução:
temperatura b [o C]
,
nh el do vento, a uma
' co ecida, estando submetido a uma f orça To ,
1
c
Pelo programa: Toz = 1774kgf (pela parábola e sem
tambem conhecida. EsSe é seu " t d 0
es a de referência" c
í
·! vento)
\
Seu comprimento,
respectivamente:
pelas Eqs. 3.21 e 3.24, será, c
Comparando os resultados obtidos pelos dois processos, (
'i
! verificamos que o erro é da ordem de O, 28%, ou seja, em valor Ll = 2 Tol
pl senh~ e
2To1 C'
absoluto, de Skgf. Esse erro é simplesmente
termos práticos, enquanto que o tempo de cálculo é bem menor pelo
insignificante em
c
processo que emprega a equaçã'o da parábola. A diferença nos valores
Admitamos, agora, que desejamos determl·nar·
To2 em um n ovo " estado" . t . o valor d e c
1 15 o e, quando 0 (
de um t peso do cabo, sob a ação
das flechas calculadas em ambos os cabos é de à, 0 18m, inferior a ven o ou não, for lgual .
0,03% da flecha total. Erros maiores que esse ocorrem durante o
'f·
a P2 [kg f/ ml , a uma temperatura
P re lXada tz [o C]. Nessas condições, c

nivelamento dos caboS (acerto da flecha para a temperatura do ser
0 seu comprimento passará a r
I' momento) por ocasião da montagem. L2 2
To2
p2 e L2
'(
c
' 3.5.3- Influência da variação simultânea da temperatura e da Escrevendo as equações para as
c
t carga de vento - vão isolado igualando-se à Eq. 3 .70, obteremos:
diferenças· e
r
Vimos em 3.5.1 que a pressão do vento sobre os
a- Para a Eq. 3.73, c
c
condutores é sentida por estes como um aumento virtual em seu peso,
refletindo-se em um aumento das trações nos cabos. Portanto, é
;t~t2-t 1 ~ 1 ff-C_2_se_n_h.:_::2;~~2-__
=
1
] _ 1
E'SCTo2 (3.77)
c
necessário que se possam calcular os novos valores da tração quando
C1senh-A-
2C1 c,
se considera o efeito da pressão do vento, a partir de uma condição
devemos empregar
c
ou "estado" conhecido, isto é, conhecendo-se, por exemplo, a. tração
c, To1
e C2 = To2 c
Tal dos condutores de uma linha, a uma determinada temperatura, sem pl p2 (3.78)
c
vento, e desejando-se conhecer a tração Toz a essa mesma
b- Para a Eq. 3. 76 , encontraremoS c
temperatúra, ou a temperaturas diferentes, quando a linha estiver
ou
c
submetida à ação de um vento cuja velocidade é especificada.
vice-versa: conhece-se a tração nós cabos sob a ação do vento (101), (3.79)
c~---'

(.
.c.·/
Projetos mecánicos das linhas aéreas de transmissão Estudo do comportamento m ecámco
. dos condutores
208 208

Em ambas as equações, 3. 77 e 3. 79, tanto p1 como p2 420 PRJNT "T01 (kgf)=" , 2 •N-F
430 IF INKEY$="" THEN 43 0
podem representar somente o peso p [kgf/m1 do condutor como também ·440 END
'pr da Eq. 3.61. Exemplo 3.17
Segue o programa da equação 3.79:
Qual o valor d t - ·.
foi estendida a 20oC com ~ ratçao no cabo Oriole de uma linha
sem vento,
- quando es'se mesmo a cabo
ração det. 1 :s4Skgf • com vão de que
350m'
10 CLEAR:CLS pressao de vento de 43 56k f 2 es lver submetido à- ação de
20 PRINT"Entre com os dados:" pelas Eqs. 3.77 e 3 · 79, e comparar à temperatura de lOoC. Calcular
g /m e os
30 !NPUT"E(kgflmm"2)=";E,"S(mm·2)=";S,"P1(kgflm)=";P1 resu 1 tados.
35 INPUT"PZ(kgf /m)=" ;P2, "A(m)="; A, "T01Ckgfl="; T Solução:
40 PRINT"Alfa T(1/";CHR$(223);"C)=":!NPUT AT
50.PR!NT"T2(";CHR$(223);"C)=":!NPUT T2 a - Dados d~ "estado
Tol = 154Skgf de referência'':
60 PRINT"Tl(";CHR$(223);"C)=":INPUT T1
70 CLS:PRINT"Confira os dados:" t1 = 20•C
80 PR!NT"E(kgflmm"2 )=";E, "S (mm"2)="; S, P1 (kgf /m) ="; Pl, GOSUB 130 fv = Okgf/m
90 PRINT"P2 (kgf!m )="; P2, "A(m )=";A, "T01 (kgfl=" ; T, GOSUB 130 pl = P = 0,7816kgf/m
100 PRINT" Alfa T ( 1/"; CHR$(223); "C)="; AT, "T2 (" ; CHR$ (223); "C)="; T2 A = 350m
110 GCSUB 130 b - Dados d 0 " novo estado"
120 PRINT"Tl(";CHR$(223);"C)=";T1,GCSUB 130 To2 = (?)
130 IF !NKEY$="" THEN 130 ' t2 = lO•C
140 !NPUT "Tudo certo (S/N)' ";X$:CLS fv = 0,8202kgf/m (ver~
150 IF X$="N" THEN 10 pr = 1,133kgf/ ( ~xemplo 3.13)
160 F=((E•S*P1"2•A"2)/(24•T"2))+(E*S•AT•(T2-T1))-T A= 350m m ver Exemplo 3.13)
(
170 H=-(E•s•P2"2*A*A/24)
c, 180 F=F/3
c - solução _pela Eq. 3.77. Temos:

( 190 D=-(F"2) C1 = To1 1. 545


200 M=H+z•F"3 Pl 0,7816 = 1.976,11
( 210 C=4•D"3+W2
·.·'$
220 IF EXP(-8l>ABS C THEN 400 To2 To2
C2 = = = 0,8826 T02
230 !F C>O THEN 310 p2 1,133
240 N=2•sQRC-Dl
250 B=ABS(M/(2*D*SQR(-D)))/3
260 D=ASN 1 350

)] i~·
[[ 0,8826To2senh 1. 7652To2
270 G=N•SIN(D-Bl
280 G=G-F
llt ,.'"""'\
-
1. 976, 11 serih 350
- 1] _ [ To2- 1.545
8.086·210,3
290 BEEP: PRINT "T01 (kgf)="; G 3.952,22
300 GOTO 430
310 C=SQR(4*D"3+M"2) Resolvendo para llt = 10 - 20
-lOoC, obtemos
320 N=O.S*(C-M) To2 = 2.121kgf
330 B=-0.58*C+M) d - Solução pela Eq. 3.79
340 C=l/3
350 N=ABSN"C*SGN N Resolvendo, obtemos (programa):
360 B=ABSB"C*SGN B To2 = 2.117kgf
370 C=0.5*SQR3
380 BEEP:PRINT"T01 (kgfl=" ;N+B-F
390 GCTO 430
400 BEEP:IF EXP(-8)>ABS D THEN PRINT"T01(kgfl=";-F:GCTD 430
410 N=-ABS(0.5•M)"(1/3)*SGN M
-c
Projetos mecânicos das tinhas aéreas de transmissão Estudo do comporta mento mecânico dos
. condutores -r - F,
210
Além do mais, os
condutores nos vãos ad.
211
c
r
Exemplo 3.18 estruturas em ângulo, Jacentes às
Admitamos agora que tenhamos escolhido como "estado de transmitem a e 1 as' '
diretamente,
'I
referência" as seguintes condições: l
I
devidas à ação do vento
absorver. 5 em perigo de
sobre os mesmos • e que elas também
forças
deverão
i
I t1 = 10•C ' incorrerm~·s em grande
To1 = 2.117kgf, com vento poderá ser calculado, considerand _·-., erro, esse esforço
p1 = 1,133kgflm (do Ex. 3. 13) A o se o vento

T direção d a b issetriz do ang 1 como atuando na

I
O "novo estado" para o qual desejamos conhecer a traÇão u o intern. o entre os doi 1

I
como mostra a F.lg. 3.11, c o . sainhamentos,
; j
é o seguinte: ns lderando-se . (
adjacentes iguais ao vão médio t ' Igualmente vãos
t2 = 60•C a uante sobre a estrutura. '
l
c
p2: 0,7816kgf/m, sem vento
(
'' To2 = (?) '
Direção do vento (
Solução: c
Empregando a equação da mudança de estado 3.79, ter~ t (?;:'

TÕ + TÔ
2 2
l210;3·S.086(1,133) ·(350) + 18 . 10-6_ 210 , 3 . . i• c
2 (
2 24·(2.117)
2
• . 1
210,3·8:086(0,7816)
2
· (350)
2
1i c
·8.086·(60-10) - 2117] = 24 t (
I (
'
ou !' Om CO!~
2 (
9
TÕz + 1.899,5T~z = 5,30233·10
c
r·lg. 3.11 -Efeito das forças •Yf.~
Resolvendo, encontramos do .vento sobre estruturas
de ângulo c
To2 = 1.289kgf (60% de Tal) c
Esse efeito poderá ser caculado pela
c
3.5.4 - Influência da variação das temperaturas e da carga de equação c
vento sobre estruturas em ângulo Fvc = fv•a m COS ~
2 (3.80)
c
sendo fv [kgf/m] defin'd c·•··
Vimos, na seção 3.4, que as estruturas em ângulo em uma
são transmitidos peloS
1 o pela Eq. 3. 59.

A força total que i c


linha devem absorver os esforços que lhes /
3. 58. A tração 1 To do5
•bsorver será, então,
as estruturas
por cabo que suportam
em ângulo deverão
i
! c
cabos '€ que p~dem ser calculados pela Eq.
condutores varia com a temperatura e com a intensidade da p!-essãt ·
de vento sobre'--. os cabos. Nos dimensionamentos est?-t~cos dess~
FAT = 2To ~
senz + fv·am cosz
0:.
(3.81)
I c
c
Sendo To
i
1 c
estruturas, deve-se, portanto, empregar o máximo valor de To que ~ent max a componente h
o máximo ~~izontal da tração
e temperatura correspondente
nas condições de i
i
c/
possa esperar.

I c· ..•
'I

vI
Estudo do comportamenro mecamco
. . dos condutores 213
Projetos mecânicos dãs linhas aéreas de transmissão

212

Exemplo 3.19 Uma estrutura, colocada em um vértice de um ângulo de


18•, suporta três cabos condutores Oriole. Essa linha se encontra
em uma região em que podem ser esperados pressões de vento de 43,56
[kgf/m l coincidentes com temperaturas de +lO•C. Qual o valor da
força 2que atuará sobre essa estrutura, se os seus vãos adjacentes
forem de 300 e 430m, respectivamente? Sabe-se ainda que, nessas
condições de vento e temperatura correspondente, a tração
horizontal no cabo é de 2.117kgf.

solução: A tração max1ma nos cabos condutores é', de acordo com


\
os dados, igual a 2.117kgf. O vão médio atuante será

a1 + a2
300 + 430 = 365m
= 2
am = 2

Ex.3.13é
A força do vento sobre os condutores, de acordo com o
2S 55 40 .. 50 [o c]
fv = 0,8202kgf/m.
Logo Fig.3.12-Efeito da variação das tra çoes
- X temperatura,
18 ) para vãos constantes
( 18 + 0,8202·365·C05 -z--)
3l2·2.117·sen-z--

fAT 2.874,092kgf
a _ a Analisando os resultados obtidos ve ·r·
(~ variação da tração ... ~ ' rl Icamos que:
I lllenores f orem os vãos para um nos cabos será t antó maiOr
.
( quanto.
b mesmo cabo;
( 3.5.5 - Efeito da variação da temperatura sobre vãos isolados
- no caso de queda de
I cabos ·,d os vaos
_ menores . temperatura, o aumento da tração nos
( sera maior do
desiguais
J c. - no caso de elev - que nos vãos maiores.
Consideremos uma série de vãos isolados, de uma linha -nos cabos de vãos menores açao
ser- de . temperatura ' a r e duçao
- da tração
a maior do que nos dos vãos maiores
de transmissão, a1, az, a3, ... ,an, relacionados em ordem crescente
( Esse fenômeno tem algumas implicações de natureza
de valor. Seja To a componente horizontal da tração a uma
---\.._p.rática, como veremos mais
. adiante.
temperatura conhecida, igual em todos os vãos. Admitamos que a
!
temperatura passe a variar para mais ou para menos, em torno da
( temperatura de referênc~a to, e suponhamos ausência de ve6tos.
. "''4'cl:xemplo
• 3.20
I
( Se, empregando a equação da mudança de estado,
efetuarmos o cálculo das trações -- para cada valor de t~mperatur• ~~~peratura ~:l~~:car
-c·"'-··c
:,:Tas
-··- -SDC
as trações :m um cabo CAA Orl· ole . .
e SO•C • em vaos
_ uma
com . açao
tr
de 250 To =9 1545 kgf • sob as
- 450
.
• te ns1onado à
ternperatu-
l
considerada e para cada um dos vãos -- levando os valores a uJ -~-~--- • • 00 e 1. 800m. í
gráfico, obteremos as curvas mostradas na Fig. 3.12. I
\
---~----- ~~-~( \
214 - . s das linhas aéreas de transmissão
Projetos mecamco
Estudo do comportamento me'cánico dos condutores
215 \
Solução:
3.5.5.1- Efeito da variação da \
Empregaremos a equação da
São parâmetros da linha:
mudança de estado· (Eq.3.79).
adjacentes desiguais
temperatura sobre vãos r-
p = 0,7816k~/m c
s = 210,3mm
6 Consideremos o caso reprodu;;:icto na Fig. 3.14 de uma (
~t = 18·10- [1~·C]
E = 8. 086kgf/mm estrutura suportando vãos adjacentes a1 e à2 desiguais. Como vimos, r
Substituindo na equação e operando, encontraremos sob a ação da variação da temperatura, haverá valores diferentes de
tração em cada um dos vãos.
c
+ T62 [0,01815a2 + 30,608(t2.- 201 _ 1 _5 4 5] = 4,32843a
2
c
Introduzindo pares de valores para a e tz, obtemos os
valores da tabela abaixo representados graficamente na Fig. 3. 13.
c
' To22 To
c
Vão [m)
Trações To [kgf) \ \

o,
To22. > To21 c
+ 50·C I I>To(- 5 •C) L>To( 50 •C) 2
3
~T = To21- To22 c
250 1.915 1.244 370 - 301
//..;;.// -,-,.."'-/f -/r 1 =-!I ::;,11-=.'/ ~/f-
o= aumento do temperatura
i"
c
450
900
1.693
1. 584
1.1!03
.t. 500
148
39
- 142
- 45 !'-.
Tozt To To

--------....__
To22

~ c
1. 800 1.554 1. 533 9 12
o, ~----
To22 < Tozt c
.('
. •' 2
//-t/~//=-//-/r ::/1_ /=<"/..-/" =-..- t:'
3
//~
l:i.. T= To21- To22

c
To [k~ I i I I I ~ ~ ! I ' b= redução da temperatura
c
•ooo.Uc--.+\t----+:t-+1--+--,-+1-----t-ti ! \11 Fig. 3.14- Efeito da variação da temperatura em vãos (
~ ~;:_C-j-~1--[~-~
'sool---)-".,\=-'5t I I I I I adjacentes desiguais
/
(

moL-l--~-~~~"
~.-J-~~~-t--~-+!--t~~~-~~:~~ c
c
" t~~~+~2CI~'Ioc~l~~~·~,~~~~~~
00 Essas diferenças de tração devem ser absorvidas pela
estrutura
\
intermediária, que
será solicitada
no sentido do eixo
c
longi tud'irial da 1 inha, no
caso de vãos ancorados ou no
caso de
c
:::1-------+-+/"'--+..------r++t-H - isoladores rígidos (de pino ou tipo pedestal).
c
c
sooW-J
1 ;(~to':.Ç_c+-l--t-t----lr---11f i '
Quando f orem empregadas cadeias de suspensão, a
resultante das forças horizontais fará com que a cadeia de
c
20--Lol~-lL~-+--~::;:·--t~t---ÍIcTI>õe"--tf.oo-1-T.õõ-J~
/ isoladores se desvie da vertical, pendendo Para o lado do vão de
c
200 400 600 OO o IOOo 1200 1400 1&00 1&00 2000 (m]
tração maior. É como se esse vão diminuísse de um comprimento igual
à Projeção horizontal da cadeia inclinada. Ao mesmo tempo, o outro
c
(_
Vão sofre um aumento, em seu comprimento, de igual valor. A cadeia
Fig. 3. 13 - Efeito da variação da temperatura sobre vãos de
valores diferentes isoladores ficará então com.~ uma inclinação tal a assegurar o c
líbrio das forças To (Fig. 3.15). c
l'j
(
(,
){
. l
( Projetos mecânicos das Hrihas aéreas de transmissão Estudo do comportamento mecânico dos condUtores 217
~~· 216
( A diferença de comprimento do condutor .0.1 = 11' - 11
)
( :._provocará uma variação na tração, que, em primeira aproximação e

( · ;;·jt:_c.admitindo que não houve. nova mudança de temperatura, vale (lei de


Hookel:

;: lt' - lt = 1 1
[
T621 : T621 )
SE (3,84)
I
(
I P; ou, introduzindo as expressões 3.82 e 3.83, teremos
( TÕ21 bT

c' ''
I b To22
Cl
=
p 2 a1 2 [ _1_ _ _ _1__] To21
(3,85)
(I I
I
a1
.
24
Tà~t Tàzt ES
'1 'I To21
'
I '· \
se admitirmos que at::: lt, comparançi_o essa equação com a 3.75,
(I I
I
Pc f

c, I
I
I
------- tpi podemos concluir que

c, r R Cl
a1
= o:t(tzt- tu)= o:t·.O.tt (3,86)
Fig. 3.15- Equilíbrio de cadeia de suspensão
;,\'.
' ~
il ~
:
entre vãos desigua~s·
o que significa que a redução relativa do vão at tem, sobre a

( ' tração no mesmo, o efeito de um aumento de temperatura fictícia

( A determinação do desvio d a Cadeia de isoladores não é l>tL Pela Fig. 3. 15,

vista pode parecer, e o seu


( : tão simples como à primeira .O.T
Com grande aproximação, " = arctg
c'' equacionamento direto é um tanto complexo. 1
pc +zPl ,, . .,.
(3,87)

cc( I
podemos proceder d a forma que segue [9,10}.
do condutor no vão at, com a
Seja 11 [ml 0 comprimento
c = 11 ·seno: (3,88)
, o abaixamento da temperatura,
c: ' cadeia de isoladores em repouso. Apos
considerando rígido o suporte, pela Eq. 3.23, teremos O cabo no vão az, por sua vez, sofrerá um aumento
c--;- 2
p a1
3 (3, 82) aparent~ ~o vão, de mesmo valor c. O aumento da tração que sofrerá
c:-r l l = at +
24T82t
[m]
-.. c:orresponde, igualmente, ao aumento de tração que uma diminuição de
c, A traça.o To21 no vão at (ainda considerado isolado) "·< temperatura (.6.t) acarreta. Esse aumento de tração restringe a
( ' < az) e a cadeia de isoladores se ·---amplitude da oscilação da cadeia de isoladores, no que é auxiliado

c~ será maior do que a2 (a1


ado. O comprimento do cond u t or, sob a ação da do cabo no vão gravante.
inclinará para esse l
cl nova força de tração, será, aproximadamente, / Teremos, então, para o vão a2 um aumento relativo igual

c p a1
2 3
(m]
(3, 83)

c lt' = (at - c} + C2
a2
= o:t(tzz - ttz) = dt·fltz (3,89)
( da cadeia de isoladores após o
'..
sendo c [m] a projeção horizontal
Empregando as Eqs, 3,85, 3,86 e 3,89, o problema
desvio.
.J -~( ..., \
'
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
Estudo do comportamento mecánico- dos condutores
219
c
218
C'
poderá ser resolvido por tentativas ou de forma semigráfica, como pc =[ a
1
+ az ) p = [ _.;c2.:.5.:.0_,+___:4::5::0:.._) (-
2 2 0,7816 = 273,56kgf
mostra o Ex. 3.21. 1 I c
= -z-80
-z-P' 40kgf
c
Exemplo 3.21
" = t
g
-1 AT
273,56 + 40
' -1
tg, "T
-=~u,_:..,~
(3.87)
c
Dois vãos adjacentes a uma estrutura de uma linha de
transmissão valem, respectivamente, al ~ 250m e a2 = 450m. Os cabos c = 11 sen~ = 2,50·sena
313,56
c
Oriole foram tensionados nas condições especificadas no Ex. 3.20.
(3.88) c
Determinar a força resultante que atua na estrutura intermediária,
quando houver uma elevação de 3QoC na temperatura e- uma queda de
AT [kgf]
lO
< [m]
c
25oC, para as seguintes condições:
f 30
0,079689
0,238093 c
a - o ponto de suspensão intermediário é ríg-ido:
b - o ponto de suspensão é constituído por uma
cadeia de,
I
\'
50
70
0,393674
0,544699
c
c
isoladores

Solução:
de suspensão, com 11 ~ 2,50m e pi = 80kgf

Ii
teremos:
<1
Para os

a1C<tAt1
cabo s condutores, pelas

= 250·18·10-•At1 = 4,5·10-3At1
Eqs. 3.86 e 3.89,
c
c
As trações nos .dois vãos, considerados isolados, foram
c
calculadas no exemplo anterior, obtendo-se
- para a1 = 250m: To21 = 1244kgf a SOeC
r azatAtz = -450·18·!0-•Atz = -8,1·10-3At2
<2

Atribuindo valores a b' , .


cular a variação de t r ltrarios a Cl e cz, podemos C·
To21 1915kgf a -5·C provoca a_ mesma varia:;~e~:t~~:ç;~tqiu)eem
cada um dos vãos, e c:~: c
To22 1403kgf a 50·C ção nos vaos · 0 rganizemos a tabela. aquela prov oca d a pela varia-
- para a2 = 450m: (
To22 1693kgf a -SoC r-- Vão a1 .. c
a - Suporte rígido Vão a2
Como mostra a Fig. 3.14, no caso
temperatura, o suporte rígido será solicitado
da elevação da
por uma força " [m] l:.t1 [•C] Tà21 [kgf] l:.t2 [·cl:"' Tô22 [kgf] AT [kgf)
c
horizontal em cada ponto de suspensão igual a 0,000 o 1. 915 o (_
0,005 1.693 222
AT = To22 - To21 = 1.403- 1.244 = 159kgf 0,020
1' 11
4,44
1. 896
1. 840
- 0,62 1.697 198 ! c
- 2,48
0,050
0,100
I!' 11
22,22
1.736
1.580
- 6,17
1. 709
1. 735
131
1 c
no sentido de a2.
No caso de redução de temperatura, a solicitação por !
-12,35 1. 780 -200 c
condutor será f:.tl = C1 10
4,5
3
C2·1Q
3
c
AT = To21 - To22 = 1.915- 1.693 = 222kgf
p
8,1
Empregando novamente a equação da "mudança
c
[:
no sentido do vão menor, ou seja, de a1 ara as variações de temperatura indicadas na tabela,
Tóz2 e ~T. Teremos
de estado"
determinamos
c
b - Suspensão oscilante
Cadeia de isoladores, no caso de um abaixamento de
- Tó21
vão al: (TÕ21)3 +
c
temperatura: o processo a seguir é semigráfico. Par~anto, lance- vão az:
(Tà21 )2· (-1 . 177 ,311 + 30,608't1)
(Tà22)3 + (Tàzz] 2 ·(3.058,o
u = 2,70527·10 9 c
mos em um sistema'de eixos cartesianos as curvas c = f(fiT) ~para
a cadeia de isoladores e para os cabos (Fig. 3.16). Para tanto, Obtidas com
32 + 30,608At2) = 8,76508·109
c
preparamos a tabela abaixo. (
Tozl = 1. 915kgf = 1.693kgf,
Para a cadeia de isoladores, admitamos valores arbitrá-
rios para fiT [kgf) e, pelas Eqs. 3.87 e 3.88, calculamos os valo- · -.~.. que são
e
as trações para a'-t.emperatura de. -S•C.
Tozz
c
res de c [m), que lançaremos no gráfico da Fig. 3.16: c
'(_...
( /
220 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
i Estudo do comportamento mecánico dos condutores

Com os valores de bT assim obtidos, traçamos a curva 60 INPUT"Pi (kgf)="; IP


c ~ f(bT) para os cabos. Sua interseção com a curva c ~ f(bT) da Í 70 INPUT"Pc(kgf)=" ;PC

~l :~ ;~i~i::~~~~-~'(';CilR$(223);"C)=":INPUT
cadeia de isoladores nos dá o valor de c procurado e que define a
redução do vão at e o aumento do vão a2, já que c = c1 = cz. AT
f 100 PRINT"Tl (': CllR$~ 23 ); "C)=": lNPUT 12
Pelo resultado gráfico (Fig. 3.16), t.T = 6, 1kgf e
110 CLS:PRINT"~ f' 223l;"C)=":INPUT Tl
c = 0,0485m, verificamos que a cadeia de isoladores tem um efeito on 1ra os dados·" "E(k f/
notável na redução do efeito da desigialdade dos vãos. O 115 PRINT"P(kgflm)=";P:GOSUB 800, g mm'2)=";E,"S(mm'2)=";5
deslocamento da cadeia de isoladores de sua vertical é igualmente 120 PRINT"A1(m)=";A 1 "A2 ( )-"· .. '·
pequeno, ou seja, da ordem de l,llo. 130 PRINT"li(m)="·L :'Pi(k mfl_;,A2 , TO(kgf)=":TO:GOSUB 800
i/': .
140 l'RINT" Alfa T( CllR$ ~ ; ; ~p • "Pc (kgf) =" ; PC: GOSUB 800
145 PRINT"Tl("·c=~r ' 2 23 ) "C)
22
Deixamos para o leitor, como exercício, a verificação
' UI"\.;1> ;
!,: 'C)=";AT,"T2(";CilR$(223)·"C)="·T2
= ·Tl·GOSUB 800 . .
( do efeito da cadeia de isoladores no caso da elevação da 150 INPUT "Tudo certo (S/N)"·YS .
160 IF Y$="N" THEN GOTO 10 '
cH temperatura de 30 oC, cuja resposta é E= -0,06 [m]. 170 PRINT"Calculando ... "
180 TT=T2-Tl .
( . '· \ 190 A3=A1

l
(l
~): \

lt \
)i
[m~ f----1+---+-r-t~i i- -~ ----u-- 1 --
I 200 GOSUB 520
210 R1=R
220 A3=A2
i'30 GOSUB 520

c
(
(!f:
i
o.os •• o,b485
o,oski--1---A' , s,?o
l
-r ---~- ~ 1 +I~-n ' I i '
240 R2=R
250 EE=O
260 S!=1:DP=O:DN=O
270 D1=EE/(Al*AT)

c 0,041--J---\-- '
1
i i
280 D2=-EE/(A2*AT)
290 A3=A1:T=R1:TT=D1:T1=R
(' 300 GOSUB 520
';' 310 L1=R
o,o3H'--+---+----1---+,-----!-
c E- =f (.~~n cadeia isoladores 320 A3=A2:T=R2:TT=D2:T2=R
I 330 GOSUB 520
C, OP2-~~,---+--r-~'--+--r-~- 340 L2=R .-- ~
350 TL=L1-L2
O, OI f-1----j-- 360 AF=ATN(TL/(PC+(IP/2)))
370 EL=L*SIN(AF)
380 DE=EL-EE
lO AT[~ 390 IF S)=SGN(DE) THEN 480
400 SI=EGN (DE)
410
Fig. 3.16- Determinação da inclinação da cadeia de isoladores !F DE>O THEN X=ABS(DE-DP)
420 !F DE<O THEN y
sob influência da variação de temperatura 430 !F X =ABS(ABS(DE)-ABS(DN))
>0.00005 THEN GOTO 450 EL
431 PRINT"Toz (KGFJ="·Tl SE IF Y>.OOOOS TIIEN GOTO 4SO
1
43
~ PRINT"T022(kgf)=":T2
440 PR!NT"E '
Programa para obtenção de e (CASIO PB 700 e 770): ~. 450 I pslon ="; (E1+E2)/2:END
•. F DE<O THEN GOTO 470
/ 460 E1=EE:DP=DE:G0TO 480
470 E2=EE:DN=DE
1O CLEAR: CLS
20 PRINT"Entre com os dados:" -~O IF ABS(DE)>O.OQ5 THEN 490
30 INPUT"E(kgflmm'2)=" ;E: INPUT"S(mm'2)=" ;5: INPUT"P(kgf/m)=" ;P - 1 PRINT"T021 (kgf )=". 11
482
40 INPUT"A1(m)=";A1 PRINT"T022(kgf)=":T2
48 3 l'RINT"E
50 INPUT"A2(m)=" ;A2: INPUT"TO(kgf)=";T: INPUT"li(m)" ;L pslon =" ;EE'
{
c-
Projetos mecânicos das fir111as aéreas de transmissão Estudo do comportamento mecânico dos condutores 223
e
222 (
equilibradas ou com pequenos desequilíbrios, e são geralmente

484 END dimensionadas para resistirem à tração unilateral de todos os r


490 IF DE>O THEN EE=EE+O.Ol
cabos, em condições menos severas que aquelas que devem suportar as (
500 IF DE<O THEN EE=EE-(0.01/4)
510 GOTO 27°• * _ )/ 24 /T'2+E*S*AT*TT-T
t estruturas terminais ·ou de fim de linha. São, portanto, menos
_-:
c
520 F=(E•s•P p A3 2 l
resistentes que estas últimas. Elas re:Pr::esentam, para o sistema
530 H=-(E*S•P*P*A3'2/24l
540 F=F/3
l mecânico dos cabos, uma descontinuidade-~,,- pois não ·transmitem
(
c
!
550 D=-F*F

I
esforços mecânicos entre os vãos adjacentes. É nessas estruturas
560 M=H+2*F'3
570 C=4*D'3+M'2 (C) THEN GOSUB 760:RETURN que se processa o tensionamento dos cabos durante a montagem ou
c
580 IF EXP(-8)>ABS
(
I 'j consertos. A distância entre duas ancoragens consecutivas
I
590 lc C>O THEN GOSUB 670:RETURN
600 N=2*SQR(-Dl denomina-se seção de tensionamento. Ela limita um determinado c
610 B= ACS(M/(2*D•SQR(-Dl))/3
620 D=ASN (1 l
número de estruturas de suspens_~o. São, evidentemente, mais c
630 G=N*SIN(D-B) reforçadas que estas últimas e, portanto, mais dispendiosas. c
640 G=G-F
650 R=G
O comprimento das seções de tensionamento varia muito, c
660 RETURN
670 C=SQR(4•D-3+M-2)
~sendo menor nas linhas de menor classe de tensão e maior nas linhas c
680 N=0.5*(C-Ml
690 B=-o.5•(C+M)
de tensão mais elevadas. Constituía praxe nas linhas de até 230kV o
emprego de seções de tensionamento com comprimentos em torno de 5
c
(
700 C=l/3 Dado ao elevado custo ct'as estruturas especiais, esse
710 N=ABS(N-C*SGN(N)l
720 B=ABS(B-c•sGN(B)l
km.
r
730 C=0.5*SQR(3)
comprimento é
~ocalizar estruturas
bem maior
de
nas linhas de
ancoragem
maior
intermediárias
tensão.
nos
Procura-se
pontos ao
c
740 R=N+B-F
750 RETURN (Dl THEN R=-F:RETURN longo da linha nos quais há substanciais mwl.dar;ças da configuração c
760 IF EXP(-8)>ABS
770 N=-ABS(M/2)-(1/3)*5GN(M)
·
topográfica dos terrenos atravessados, de 1forma que os vãos de uma c
c
780 R=2*N-F
790 RETURN
800 IF INKEY$='"' THEN 800 ELSE
RETURN
I mesma
3. 17).

dos
seção

\
cábos,
de

Admitamos que,
estes
tensionamento

possam
sejam razoavelmente

durante os
deslizar
trabalhos de
livremente
Uniformes (Fig.

sobre
tensionamneto
os apoios
c
c
c
3.5.6 -Vãos contínuos-
vão regulador
c
Conf arme já men
cionamos anteriormente,
nas linhas reais
t aros - --~"
A
... -----
B
...>111 .... c
a maioria a bsoluta dos vao
- s e' con
, nua
t 1 •
sendo r ela ti vamen e r
t s r: c
I
trechos de compr~men o
- s 1. solados · É usual,
de trechos em o, Oz o, 0 n-2 0 n:..1 On
c
os vao
variáveis, oemprego de es
,
truturas especiais,
I
de amarração • que empr
denominadas de
estam às linhas
;:::,;.-_ - .-.::: - ' - -----# 77~-'-
Y,;"=>'/~
~ c
ancoragem
.
uma ma1or
intermediária ou
r'lgl·dez mecânl_._c_ a,
t
facilitando igualmen e os
t
trabalhos de

sendo interca 1a das nas


~
.·.
-
I ...
~
(
(
tensionamento dos cabos. Ess:s :::;:.:ra:~rizontais longitudinais _., Fig. 3.17- Seção de tensionamento de n vãos (.
linhas, ficam submetidas •
c
(
~-,-
--·~

Projetos mecám
·cos d;s linhas aéreas de transmissão Estudo do comportamento mecánico dos condutores
224 225

como veremos no Cap.


dição
4 ' aproxima-se
s a Eq. 3.93 se transformará na Eq. 3.75, após sua divisão por A~
in t erme diários · Essa con. .' durante essa fase -da montagem, o L1. É a equação da mudança da estado de um vão de comprimento Ar
015 •
bastante d os casos rea1s, P . ·
de atrito mlDliDO. Nessas [m] isolado.
- apoiados sobre roldanas transmitida
cabos estarao a força T seja No caso presente,
condições, po d emos admiti r que ao cabo em B, como vimos na
vão, se aplicada
igualmente de vão a
- de tensionamento se comportará como
um vão único, Ar = + an
3

Sec. 3.3. A seçao a1 + a2 + a3 + ... ·-+ an (3.95)

para efeito do cálculo das trações. (Ar recebe o nome de vão regulador de uma seção de tensionamento)
total do cabo em uma seção de
A variação do comprimento
É um vãO fictício, isolado, equivalente à sucessão de
à soma das variações dos . comprimentos dos
tensionamento é igual vãos contínuo-s contidos em uma seção de tensionamento. As tensões
vãos individuais que a compõem: \ calculadas de acordo com esse vão são constantes em cad~ um dos
(3.90) vãos componentes da seção.

a1
A medida que o número de vãos de uma seção de

cada um dos vãos e tansionamento aumenta, o valor do vão regulador tende a se


Eq. 3.74 a
Se empregarmos /a
aproximado valor do vão médio da linha, calculável pela expressão
efetuarmos a som a • teremos an

(3.91)
l: ai
2 an ( 1 1 -) a! 3 a!
L2 - Li = p24 L
a1
-z
To:z
--2
To1
Am
n
' (3.96)
O cálculo do vão
regulador é -·um tanto trabalhoso, e
(
E . analogamente, empregando aEq. 3.70, somente pode ser feito após o estudo de di.~tribuição das estruturas
c To:z - Tal 1 (3.92) sobre os perfis da linha (ver Cap. 4). Q vão médio pode, em geral,
c L2 - L1 = Ên ai [ a.t( t:z - tl) + ES ser estimado através do exame do perfil, com maior ou menor
c ai
aproximação, dependendo da experiência do projetista.
c ou Quando a distribuição é razoavelmente uniforme, às

c
an
l: a! 3 vezes ~refere-se calcular o vão regulador pela expressão

l
To:z - TOl
c o:t(t2 - ti) - -2-
1 a1
a;:;-
_
ES
(3.93)
Ar = lun + J(amax - Am)
2
(3.97)
T01 l: a!
a1 na qual amax [m] é o maior vão da seção de tensionamento.
- com desníveis (hi) o vão regulador é calculado pela
Se fizermos
e>cJ:>re,:sãc [ 11] :
I an an
an
L a! 3 I b1 l: (a'/b 12 J
(3.94) Ar = a! a!
a1 2
= Ar an an (3. 98)
an
l: a! I a! l: a1
a! a!
a1
~" -

226
Profetas mecânicos das linhas aéreas de transmissão Estudo do comportamento mecânt'co do s.con dutores
227
c
onde: Calcular o vão regulador c
JQoC, sendo: e as flechas para cada vão a \
E = 8086kgf/m 2 s 312,4mm 2 \
P = 0,9759kgf/m 18·10- 6 1/'c
To1 = 2215kgf '" (
Exemplo 3.22
Solução: c
Calcular o vão regulador da seção de tensionamento do
Empregamos a Eq. 3.9S: c
Ex. 3.21. Com esse vão regulador, calcular as trações nos cabos
para uma redução de 25oC na temperatura e um aumento de 3QoC. an
L aT an c
Adotar To = 1.545kgf
ai
160.575.552
ai
L ai = 2.490 c
c
Solução:
a- Pela Eq. 3.95, teremos:
1. \
Logo, o vão regupador será:

160.575.552.
c
Ar=/
2.490 = 253,95m
'•.. c
Ar
a1
3
+ a2
3 (250) 3 + (450)
3
f Na equação da mudança de estado (3.76): c
a1 + a2 250 + 450
"J TÕ2 + T62 ( ESp2 A2 + ESo:t (t2 t ) ) ç
Ar = 390,51m ! 24T012 - 1 - Tol
c

I c
b- Empregaremos a equação da mudança de estado (3.76); com os Resolvendo, y 02 = 2 . 088 kgf
mesmos dados do exemplo anterior e calculando uma:queda de ZScC e As flechas serão ca~uladas pela Eq. 3.18b, onde:
um aumento de 30oC na temperatura, a equação será
.2 c
TÕ2 + T82[1.220,2743 + 30,6087(t2 - t1ll 6,6007789 ·10
9
i
- para 25·C' fi A1 ·p
8To1 c
c - Queda de 2SoC na temperatura: l - para 30oC: fi =
.2
Al ·p c
TÕ2 + 455,0568T82 = 6,6007789·10
9 i
Em cada vão:
8To2 't
c
cujo resultado e T02 = 1.736kgf. Ai fi (25•C) [m]
c
d - Elevação de 30oC na temperatura: 220 2,67
f (30•C) [m]
2,83
c
3 2
To2 + 2.138,5353To2 = 6,6007789·10
9
247
308
3,36
5,22
3,56 c
cujo resultado e T02 = 1.372kgf .é56
208
3,61
5,54
3,83 c
Obs: Usando a equação 3.98 com desníveis de 40m, o vão
lador sofreria uma pequena variação:
regu-
212
2,38
2,48
2,53
2,63
c
1 '
:: Ar = 391,24m
257
262
3,64 3,86 c
248
3, 78
3,39
4,01
3,59
c
Exemplo 3.23
272 4,07 4,32 c
lançada
Uma seção de tensionamento de um trecho de uma
a 25•C e sem vento é composta dos S"eguintes vãos:
linha
c
'
:
a1 220m a6 = 212m
a7 = 257m
3 5 . . .
• • 7 -Efel to das sobrecargas d e vento sobre vãos desiguais c
~; .t-
J
<'

I
a2
a3
= 247m
308m aa 262m Consideremos uma linha, composta de uma sucessão de
c
.fi i.
,,
~·-t-, a'
as
256m
= 208m
ao
alo
248m
272m
vãos ancorados de valores diférentes,
submetida a uma sobrecarga de
c
tl l l
c
c
r
(

( t
(' 228 Projetos mecânicos das linhas· aéreas de transmissão
I Estudo do comportamento mecânico dos conduto'es
--- --~-.----:::.:...

vento definida pela Eq. 3.60, a uma temperatura dada. Admitamos Solução:
(
ainda que, em todos ·os vãos, os condutores tenham sido estendidos a
~ Empregaremos a equação 3 79
uma mesma temperatura e com um mesmo valor de tração ·horizontal, os parametros usados no Ex 3 20 . ' da mudança de estado,
· · e t1 t2 20•C. com
sem vento. Empregando a equação da mudança de estado, calculamos os
2
r valores das trações em cada um dos vãos, com a linha sob a ação da tÕ2 + r8 2 [ ESp!A
24Tot
força do vento, à mesma temperatura. O gráfico resultante está sendo:
(
representado na Fig. 3.18.
E = 8.086kgf/mm 2
S = 210,3mm 2 Tot = 1. 545kgf
( Pl = 0,7816kgf/m
To [-.i - Cálculo de P2 (com vento}
(
,. .. Na tabela do f b ,

I
(l 18,83mm. Na Eq 3"59 a rlcante, o diâmetro nominal do
. . • a força de vento será cabo é
í 000 o I fv = qo·d = 39,69·0,01883
cÍ' / 't E o peso virtual na Eq. :'.,~~~474kgf/m
c ,!
000 o
/
í"- P2 = pv = / P12 + pv2 ;•-=-=-';'"""----~

"o o

000
oj_
v '
I -Na Eq. 3.79:
= 0,78162 + 0,74742
1,0814kgf/m

(
( 000
o I .,. ~ ~
~· - ... - ""' ~

- ... ·= ""' ·- '"" •eoo m~


[ J
rõ2 +
2
To2 [0,0181·A 2 _

- Atribuindo valores para o· vão:


~,
545 ] 82.858,0000·A 2

c'! Fig. 3.18- Variação de To em cabos sob ação do vento, A [m] To2 [kgf]
em função dos comprimentos dos vã~s, com 100
( temperatura constante
1. 663
200 1.820
( 400 1. 990
800 2.089
( 1.200 2, 114
( 1. 600 2.124
Verifica-se, pela relação fiT/ba, que a tração nos cabos 2.400 2.132
cresce com o aumento nos 'valores dos vãos, sendo esse crescimento
mui to rápido para vãos pequenos, tornando-se mais lento à medida
que os vãos crescem, para, praticamente, tornar-se constante a
3 · 6 - BIBLIOGRAFIA
partir de certo valor.

1 - FUCHS, R
Exemplo 3.24 D
· · • Transmissão de ene .
, rg1a elétrica em linhas
Os condutores de uma linha de ~8kV foram tensionados a aereas (2 vol ) L"
s . lvros Técnicos e
20cC com uma tração horizontal de Tot == 1. 545kgf.. Admitindo que a de Janeiro 1977. Científicos Editora, Rio
linha seja submetida à pressão de vento de 33,27kgf/m 2 , a essa 2 ' .
mesma temperatura, determinar a variação de T02 em função dos - ABNT, NBR 5422 "Projeto de linhas
valores dos vãos da linha. Os condutores são constituídos por cabos aéreas de transmissão
energia elétrica". Assocl"aça-o de
CAA, Oriole. Brasileira de N
Rio de Janeiro, 1985 "· ermas Técnicas,
t \
Projetos mecánicos das linhas aéreas de transmissão
c
(
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Verlag, Berlim, (
Freileitungsban. Springer
3 - RIEGER, H. • Der
c
1960. Hochspannungs
., KON I GSHOFER E· • Di e (
4 - GIRKMANN, K. e Verlag, Viena,
1952 ·
(
Freileitungen (2. ed.). Springer " (dados técnicos)'
o

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I
5 -
Ed. Alumínio do Br
asil S/A, São Paulo, 1965. dos condutores c
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6 - GRANVILLE, W. A.' Elements of e (
calculus. Ginn &
Company, Boston, 1934.
Standard handboo k f
or electrical engineers
c
7
-
KNOWLTON. A. E. •
C N. York, 1949. c
8. o ed. ). Mc-Graw-Hill Book o.'
8 - MARTIN, J. S.' Sag calculations by the
use of Martin's tables. \ \
4.1- CONSIDERAÇÔES INICIAIS
c
l C Glossport, Pa.' 1922. Os tipos, composição e áreas das secções transversais
ç
Copperweld Stee
tt
o. t'
d et construc lOD
des lignes electriques"-....
~ dos condutores das linhas de transmissão, bem como o número de c
9 - LAVANCHY, C. H.'
.
aer1ennes. · ·
u e
.
.
J B Bailliêre et Flls,
Ed't urs Paris, 1952.
1 e '
dus aux conducteurs
.
subcondutores por fase e o seu espaçamento, são def-inidos, como foi c
determrhation des efforts
de
'.explicado no Capítulo 1,1- -através dos estudos de otimização (
10 - BRANE, A. "De la " Revue Générale
- sur les appuis
des lignes aêriennes . . técnico-econômica. Raramente condições particulares, traduzidas por c
L'Eletricité, T. XVII,
p.535, Paris, abril, 1925.
de Linhas'- Aéreas de
solicitações de intensidade excepcionais ou por vãos de
c
11 - JARDINI, J. A. ,Ca cu o .1 1 Mecânico comprimentos muito grandes, influenciam es~a escolha, impondo o uso
c
-
Transmissao,
USP • s-o
a
Paulo, 1977. de cabos de elevadas resistências mecânicâs. Na maioria dos casos,
~mptegando-se
c
os projetos mecânicos são executados
uso, dispondo-se de "famílias" de estruturas
estruturas já em
com dimensões e
c
condições de utilização bem definidas. Quando novos níveis de c
(
tensão, ou suportes de nova concepção, devem ser introduzidos, é '·
nec;~sário que se definam os diversos tipos de suportes que irão c
compor as novas famílias, fixando-se duas dimensões elétricas (Cap. c
1), o seu carregamento mecânico (Cap. S), procedendo-se ao seu c
dimensionamento estático e à sua arquitetura estrutural, definindo c
as dimensões finais e as limitações de emprego impostas a cada tipo (
de estrutura, pela sua resistência ·e pelas distâncias de segurança.
c
Escolhidos os condutores, famílias
traçado da linha, pode-se proceder ao projeto mecânico executivo,
de suportes e
c
que orientará as equipes de ffiontagem na implantação da linha. Esta
c
deverá ser uma reproduçãO-~'tiaquilo que foi idealizado no papel. O c
c
(
,- Roteiro dos projetos mecânicos dos condutores 233
. á ,·cos das linhas aéreas de transmissão
Projetos mec n
232 1! pontos inicial e final são fixados em função da localização das
topográfico de sua
projeto é desenvolvido a _subestações. O seu traçado, no entanto, poderá oferecer várias
feito 0 estudo da
sobre cuja das alternativas e sua escolha obedece a critérios vários,
A preparação
destacando-se os aspectos econômicos e também aqueles de natureza
ecológica, em geral conflitantes entre sL,_
Busca-se, nesta fase, escolher percursos que sejam
convenientes sob o ponto de vista dos .custos de construção e da
manutenção das linhas, como menores desenvolvimentos, a
inexistência de obstáculos intransponíveis, ou mesmo que exijam
soluções demasíªdo custosas para transpô-los e facilidades de
\ \ ·acesso para transportes e inspeção. Deve-se, sempre que possível,
evitar os percursos que exijam ·a desfiguração dos terrenos
naturais, tais como faixas desmatadas excessivamente largas e
,raspagens do solo para o tráfego de veículos de serviço. Uma linha
de transmissão pode ser considerada uma obra de arte, visualmente
agradável para aqueles que as.projetam ou as operam, porém para a
·.'1
técnicas de população em geral pode representar poluição visual da paisagem,
como também das

pontos que podem influenciar


e f e i tos' quando
portanto uma agressão. t aconselhável afastá-las convenientemente
indicando-se fo rmas de neutra! izar esses de áreas urbanizadas, rodovias e ferrovias, ~ principalmente, das
projeto, ' -"
rotas turísticas. Deve-se evitar cruzamentos com essas vias, em
indicado.
\ áreas florestais, com longos alinhamentos que mostrem a extensão da
destruição causada. Até mesmo o acabamento dos suportes deverá ser
STRIBUIÇÃO DOS SUPORTES
4.2 - ESTUDO DA DI reestudado: é preferível suportes protegidos por tintas
m vista de anti-oxidantes de cores menos contrastantes com o meio ambiente ao
elaboração de desenh os e
Tem por meta a sição esco lh.1 da
·nt indicand o a Po zinco bfilhante da galvanização a fogo. A própria solução
planimetria da l l a, .: '
elevação e em t os suportes. Para a estrutural deve conduzir a suportes menos obstrusivos. Recomenda-se
as curvas dos cabos en re
para cada suporte e levantamento topográfico em a leitura dos artigos contidos na Ref. [1] do presente Capítulo.
sua execução, e, necessário afetuar o .d~ da linha e sua Os trabalhos de escolha do traçado ficam grandemente
em planimetria da fa}xa de se~vl ao , . os
altimetria e ;E. também necessarlO efetuar facilitados, no Brasil, com o uso das cartas geográficas publicadas
1 em escala.
restituição no pape ' 05 cabos terão' pelo IBGE a partir do levantamento aerofotogramétrico em escala
irão definir a forma da curva que
, lculos que
Ca
a qual esse es t u d o e' fe'to
~ · 1:50000, com precisão suficiente a. esse fim. Havendo
nos suportes, com
quando suspensos d.isponibilidade de fotografias aéreas tridimensionais das regiões
-~de_interesse das linhas, estas representam um auxilio incalculável
1 i. Trabalhos topográficos
4.2.1 -
{r
!': Ao se projetar uma
linha aérea de transmissão,
seus
para as tomadas de decisão. Para cada urna das soluções viabilizadas

~~- -~---·-'---·~ ------


T''
234 Projetos mecânicos das liqhas a~reas de transmissão
í' Roteiro dos projetos mecânicos dos condutores
'
) 235
pode-se definir os pontos de passagem obrigatória da linha, ' elementos para o p · t
principalmente aqueles que deverão constituir os vértices da
. roJe o e especificação de fundações para )
desnivelados. terrenos
~poligonal a ser implantada. Uma inspeção local de cada traçado )
O custo da topografia r
auxiliará na .escolha definitiva. E, uma vez decidida, os pontos
ínfima do custo da linha.
epresenta, em geral, uma parcela J
obrigatórios deverão ser assinalados no terreno por marcos . 1 Suas implicações econômicas no custo )
f 1na podem ser important
es, pe 1 o que investimentos adiciona·

Il
indeléveis e balizas de sinalização. fixando a .poligonal que Jlle lho r a r sua qualidade e detalh t - ' '-. 1 s para
constituirá o eixo longitudinal da linha. amen o sao largamente compensados. O
trabalho do levantamento topográfico é
O levantamento topográfico propriamente dito poderá ser completado no escritório com
os cálculos das distâncias e cotas das j
executado por taqueometria que, com as tolerâncias habituais, estacas 'da poligonal e dos
pontos levantados, a fim de permiti r )
apresenta precisão suficiente ao fim. Outras técnicas topográ~icas
a elaboração dos desenhos em

I
planta e perfil pas )
escalas apropriadas. 0 .
de precisãdJ equivalente podem igualmente ser usadas. t importante s ca 1 culos necessários à
\ -sua elaboração são t.
que o topógrafo seja orientado adequadamente, a fim de que os
ro Ineiros, podem, e 0 sa-o,
mecanizados em J
compu tador~s. Cada ponto levanta do e., referido
elementos relevante's ao projeto sejam registrados e anotados em distância e por )
angu 1 os vertical e horizontal à estaca,
A

corretamente. Uma boa experiência prévia nesse tipo de serviço é I ,medido. As estacas, por sua vez,
a partir do qual foi )
t
sempre desejável e importante._ ..'A caderneta de campo deverá conter, entre si da mesma maneira d
pon os da poligonal, amarram-se )
e. ~de a estaca inicl· a1 ate·
com clareza, os registros ·das leituras efetua?-as, além de um linha. a final da )
"croquis" detalhado de cada trecho levantado. As estacas das )
f
I poligonais devem .Ser amarradas entre si por leituras de "vante" e
t usual apresentar d
o esenho topográfico através de um
corte longitudinal )

I
projetado no plano vertical ao longo do .
de "ré". A visita do projetista ao local da linrla é também àa poligonal, onde ' s e1xos )
aparecem todos os obstáCulos cortados por
recomendável, principalmente para esclarecer dúvidas nos desenhos em elevação ( F , ele,
ver ig. 4. 20). Em planta b~ixa )
ou mesmo estudar alternativas em trechos de solução difícil. O · representa-se a
proJeção horizontal desse eixo, )
ideal seria que participasse desde os trabalhos de reconhecimento. no centro da faixa, e os obstáculos
aí existentes E t b
Os trabalhos de medição alti e planimétrica devem dar ênfase aquilo com d
. s a, em como o perfil altimétr·
lco, são desenhados
)
o esenvolvimento retificado
que existe ao longo dos eixos centrais das poligonais das linhas e horizontais, . como se não houvesse deflexões .)
·
porem, os pontos em que estas
deverão também assinalar e medir os elementos existentes em toda a ocorrem e que )
represe~úam ponto b . -
. ~ . s o rigatorios para implantação d
i largura das faixas de servidão, como cercas, linhas, edificações, )

.
devidamente as . 1 d e estruturas' são
I. tipos de ·vegetação e lavouras,
I
estradas e caminhos, divisas de sentid D ('
o
Slna a os • indicando-se o valor da d f1 -
.
a direi ta) ou E (à esquerda) com
e exao e o seu _)
'f. .. propriedades, natureza· dos terrénos como brejos, rochas, cursos a1·nh relação à direção do _)
l amento de ré (anterior)
i d'água, etc, enfim, tudo o que possa interferir com a linha. Quando 4.20). (Piquete n. c 8 do desenho da figura
')
o eixo da linha fica em meia encosta, com desníveis nos sentidos de
Os desenhos em altimetria .)
seus eixos transvers~is, o topógrafo deverá levantar mais dois e também aqueles em
Planimetria, são obtidos ligando-se .)
perfis de eixos auxiliares, um de cada lado e paralelos. ao eixo os pontos isolados levantados e
calculados, lançados no papel. Este
principal da poligonal, localizadas sob os eixos dos condutores também é um trabalho que já foi '.J
· automatizado · em
computador ,)
externos da linha. Evitam-se assim erros de locação e fornecem-se equipado com "p1otador" gráfico
Continuo.
u
.J
u
)
Projetos mecânicos dás-linhas aéreas de transmissão
Roteiro dos projetos mecânicos d
os condutores
237
No método convencional, os pontos calculados por
distribuição resultante
qualquer meio são lançados sobre papel milimetrado, medindo-se as seja a mais adequada, sob o
econômico, sem deixar de ponto de vista
distâncias em escalas apropriadas e ligando-se os pontos por linhas atender as 1 imi taçX>es
segurança das l'nh impostas pela
contínuas. No caso do uso do computador, essas linhas são curvas 1 as·. No primeiro caso,
muito bem o projetista deve estar
familiarizado, não só com··
matemáticas pré-programadas. A reprodução é feita normalmente em também com o comportamento a técnica a empregar,
como
escalas bastante significativas, sendo as mais comuns 1; 2000 e mecânico dos vários
linha. Experiência de . componentes da
1:5.000, para as distâncias horizontais, e 1:200 e 1:500, - proJeto e se possível também
sao altamente deseJ'áv 1. . de construção,
e s. Pac1enc1a
A •

respectivamente, para as distâncias verticais. As primeiras são e persistência são requisitos


indispensáveis. No caso da locação
preferidas para linhas de maior porte e responsabilidade, e as mecanizada, além dos programas
bem estruturados ,
segundas para linhas de tensões mais baixas e de distribuiç~o. Um . ' e necessário que estes contenham
Instruções .indispensável·s todas as
erro de ~rafismo de ordem de lmm nas cotas do terreno indicadas no à obtenção de
essencial uma boa resultados satisfatór·lOS. É
preparação dos
perfil, para quem está familiarizado com esse tipo de trabalho, é topográfico, dados referentes ao perfi i
com indicações seguras dos
a~eitável. No entanto representa, em realidade, O, SOm, quando _feito pontos
obrigatóriarnente deverão ser onde
em·escala vertical de 1:500, e 0,2Dm, em desenho na escala 1:200. , locadas as estruturas e
_em que sua locação . aqueles locais
Esses erros por si são, em Jinhas normais, muito maiores do que e proibida. Rotinas de ot·1m1zaçao
. -
suportes têm sido do emprego dos
aqueles que poderíamos atribuir ao uso da equação da parábola, incluídas ~os programas.
bibliografia sobre o assunto Referimos o leitor à
conforme foi mostrado no Capítulo 3. [2,3}, para maiores informações.

4.2.2- Fatores que influenciam o projeto

O estudo da distribuição das estruturas sobre o perfil


destina-se a assegurar que os condutores, em época alguma da vida
útil da linha, aproximem-se mais do solo, ou de obstáculos, do que
o permitido pelas normas técnicas ou regulamentos de segurança.
I H

'o
J
-·--.
B
... ...

Considerações de ordem -econômica, por outro lado, impõem que essas '
alturas não sejam excedidas, pois, isso exigiria um espaçamento
menor ou alturas maiores que o.J suportes empregados, acarretando
aumento de custos. o- aspecto topográfico do terreno atravessado, a - Corte transversal
com morros e vales, também influencia a distribuição dos suportes e b- Corte longitudinal
4 . 1 - Pr·1Dc1p
· i o da locação
pode contribuir para uma diminuição de custos através de seu
aproveitamento racional para uma redução em seu número. A
distribuição é feita, atualmente; por dois processos. O processo
C_omo já foi mencionado, 0
convencional é gráfico, portanto manual. Computadores digitais são método convencional do estudo
dos suportes é g:r:-áfi co.
igualmente usados para esse fim. Em ambos os casos, é preciso que a Para tanto é necessária uma
""I'TE>s<>n1:ac;ão gráfica fiel dos ·"cabos
suspensos e dos suportes, nas
~-

)
J

238
Projetos mecânicos das jjnhas _aéreas de transmissão 239 I
i

mesmas escalas dos desenhos topográficos sobre os quais será número rá.zoável de imponderáveis. Estes são originados nos
efetuado o trabalho, como mostra a Fig. 4.1. Os suportes são matemáticos, nas características e propriedades dos
representados por segmentos, cujo comprimento representa, na escala s, nas técnicas de montagem e nos próprios processos de )
-vertical do desenho topográfico, a altura H dos grampos de dos projetos. )
l suspensão dos cabos, sendo que a flecha fm~ e altura de segurança
)
estão igualmente na mesma escala. A curva dos cabos deverá
4.2.2.1- Montagem dos cabos )
representar os cabos na condição de flecha máxima e determina, para
0 condutor escolhido, com o valor da componente horizontal da É durante a montagem dos cabos que fica assegurada a
)
tração calculada para essa condição, a distância "a 11 na escala )
, fiel execução do projeto, que deverá ser baseado, não só nas
horizontal dos desenhos, entre os suportes A e B. No Capítulo 3 foi condições teóriCas já examinadas, corno também em seu cOmportamento j
mostrado que a curva dos cabos, pode com restrições, ser elástico, de difícil previsão. Do ~ratamento que os cabos recebem )
u equação da parábola, pela qual, mantendo-se
;-i
representada pela durante sua montagem vai depender o. seu comportamento futuro, em J
constante a tração, . as flechas se relacionam pelo quadrado da virtude, principa'lmente, das alterações de suas características
J
relação dos vãos. Disso resulta uma forma de curva única para todos ~lásticas, que já se iniciam nessa fase. A familiaridade do
os vãos de mesma tração, como qcorre com os vãos de uma seção de projetista com as técnicas àe- trabalho no campo é, pois,
J
)
tensionamento, representável ·pelo "vão regulador_~. Foi mostrado fundamental, a fim de que possa incluir .seus efeitos nos cálculos,
)
igualmente que a curva é ainda a mesma quando os pontos de de forma realista.
)
suspensão são desnivelados. Portanto, a curva AOB da Fig. 4.1 é Independentemente das técnicas _de trabalho utilizadas,
apenas um segmento de uma curva maior, válida para todos os vãos e que serão descri tas de forma suscinta_ a;~ seguir, a fim de se )
continuas de uma secção de tensionamento, nivelados ou não. Um obterem resultados satisfatórios, é importante durante a montagem J
dispositivo auxiliar de desenho, denominado "gabarito" é empregado observar os seguintes pontos: ,)
no trabalho gráfico de locação. Será construído especialmente para a - em uma mesma seção de tensionamento, todos' os condutores )
cada linha, com a forma de uma catenária ou de uma parábola, como é devem provir de um mesmo fabrica~te e, possivelmente, de um mesmo )
mais comum, e cujos parâmetros são calculados em cada caso, pois é lote de fabricação, a fim de que, dentro das tolerâncias normais, )
necessário que a sua curva modele de forma mais fiel possível os -\
tenham! 'também as mesmas características físicas,_ mecânicas e
cabos suspensos na linha. elásticas;
J
,)
No caso da locação por computador, o gabar i to não é b - Todos os cabos de uma mesma seção de tensionamento, e
-,-_ )
empregado. A locação se faz com o uso./cia própria equação da curva. possivelmente em. ...toda __.a linha, deverão-receber··.o mesmo·· tra-tament·o
Em mui tos projetos de Engenharia pode-se esperar um )
no que diz respeito às trações a que são submetidos durante a
elevado grau de concordância entre o projeto e o produto acabado, .)
montagem e suas durações antes de sua fixação definitiva, a fim de
l\ pois os fatores intervenientes são bem definidos, modelos )
li provocar os mesmos alongamentos plásticos, observadas as instruções
.
r
~' matemáticos razoavelmente precisos e as técnicas de fabricação ou do projetista a respeito. J
construção não afetam os resultados. O mesmo não acontece com os Os trabalhos de montagem podem ser considerados :J
projetos dos cabos das linhas de transmissão, devido à existência divididos em pelo menos quatro etapas, das quais as duas primeiras )
_d
J
)

.c') Roteiro dos projetos mecânicos dos condutores 241


Projetos mecánicos das JinhBS aéreas de transmissão
240
tiveram de ser desenvolvidas. Nesse último caso, os cabos devem ser
têm influência marcante em seu futuro comportamento: desenrolamento
desenr·olados de forma a ter contato somente com as r o ld anas, cujas
dos cabos; tensionamento e flechamento; fixação; equipamento e que o
superfícies são revestidas de materiais mais moles do
) acabamento. alumínio, a fim de não m'arcá-lo.
")
() a - Desenrolamento ou lançamento dos cabos -..zr:;:
j A
t: representado pela transferência dos cabos de suas
c) embalagens (bobinas) para as estruturas das linhas, nas quais ~
"f'
-----e: '1>
,-) REVESTI DA I !-- li'-
'- deverão ficar suspensos provisoriamente, à espera de tensionamento EM

e fixação definitiva.
~ Independentemente das técnicas usadas nesses trabalhos,
', \
NEOPRENE

~
1r I I
I
"--
é fundamental que o atrito dos cabos nos pontos de suspensão 11 ~ 4
1
~
~
provJsória seja mínimo, o que irá facilitar seu desenrolamento, bem
como ~Sua distribuição nos diversos vãos da seção de tensionamento. l
As alturas em que permanecem sus~ensos devem ser as mesmas em que a - Para cabos simples ·b - Para cabos múltiplos

serão fixados definitivamente. Empregam-se, para -tanto, roldanas


Fig. 4.2 -Roldanas para montagem de cabos
especiais, suspensas nas cadeias àe isoladores. Essas roldanas são
construídas dentro de especificações bastante rígidas [41 quanto a
seus diâmetros mínimos, dimensões dos gornes, revestimento interno tensionamento tem, em geral, um
Uma seção de
destes, e atrito nos mancais. Cada roldana deverá ter tantos gornes
comprimento maior do que um lance ou tramo de cabo contido em cada
quantos forem os condutores por fase e mais um para a cordoalha de
bobina, de forma que será necessário desenrolar várias bobinas de
tracionamento, como mostra a Fig. 4. 2. Para o desenrolamento dos
cabos para completar a seção. Essas bobinas são, portanto,
dependendo
cabos, são usadas duas técnicas diferentes,

principalmente da classe de tensão e do número de condutores por


\ distribuídas estrategicamente ao longo da linha, de forma que a
ponta ~d:s cabos de um lance encontre a extremidade do lance

I
fase. Durante essa etapa dos trabalhos, os condutores estão
seguinte, ao qual deverá ser emendada. Para seu desenrolamento, as
sujeitos a sofrer danos em suas superfícies, como abrasão e
bobinas são colocadas em cavaletes apropriados, com eixos de baixo
arranhões por atrito com objetos /mais duros, principalmente os
atrito, e equipados com algum tipo de freio, para que a quantidade
cabos CA e CAA,

nas
o que deve ser evitado.
relativamente baixas (até 138kV), pequenos danos ainda podem ser
tolerados,
elevadas, quais o efeito carona
Nas linh8.s em- tensões

mas o mesmo não acontece nas linhas em tensões mais


constitui
problema, e quaisquer farpas ou irregularidades nas superfícies dos
normalmente um
I de cabo que sai da bobina seja sempre igual à quantidade estendida.
Nas linhas de até 138kV, o procedimento é relativamente
simples e, além das roldanas, pouco equipamento será necessário. A
ponta do cabo a ser desenrolado é amarrada a uma cordoalha de fibra
vegetal ou náilon, tendo um comprimento no mínimo igual duas vezes
cabos constituem fontes de eflúvios de carona. Assim, para linhas
a altura da roldana mais alta; "'A -essa cordoalha se aplica o esforço
de tensões extra-elevadas, técnicas mais rigorosas de trabalho
)

242 Projetos mecânicos des linhBs aéreas de transmissão Roteiro dos projetos mecânicos dos condutores 243 )
)
de tração necessário ao seu desenrolamento, arrastando-a ao longo ser feito mantendo-se os cabos afastados do solo e de
)
da linha até a primeira estrutura, onde a cordoalha será passada o que requer que sejam mantidos permanentemente
)
pela roldana, para guiar o cabo através dela. Feito isso, o e que todos os cabos que compõem cada condutor múltiplo
desenrolamento prossegue para as estruturas seguintes, onde é desenrolados de uma só vez. ·)sso exige técnicas bem mais )
repetida toda a operação. A força necessária ao desenrolamento aprimoradas e equipamentos bem mais ·'C,~mplexos e sofisticados, a )
poderá ser braçal ou fornecida por veículo capaz de trafegar na começar pelas roldanas, que, como foi dito, devem ser de múltiplos -)
faixa de servidão, ou mesmo por animais (bois, mulas etc). gornes. )
Durante essa fase, as precauções são as seguintes: Um cabo de aço ou de náilon de alta resistência, .)
chamado cabo piloto, é desenrolado inicialmente, de forma
a - junto às bobinas, além do controle da quantidade de cabo )
convencional, ·ao longo do trecho em que o lance de· cabos será
desenrolada, que não pode ser maior que o lance estendido, um j
\ estendido. Por meio de dispositivos especiais, em geral chamados
operário ~az um exame visual do cabo para verificar possíveis
meias para cabos, os condutores São fixados aos cabos pilotos. No J
defeitos, que assinalará, quando ocorrerem, para posterior
caso de condutores múltiplos com o emprego de chapas
)
c_orreção;
multiplicadoras (Fig. 4. 3). O cabo' ..piloto será tracionado por meio )
b- como, nesse caso, os 1Cabos nos vãos entre estruturas são )
de um guincho especial, acionado por motores a gasolina ou diesel,
arrastados sobre o solo, pr8cauções especiais sãq tomadas quando aí
conduzindo os cabos através das roldanas até o ponto previsto para )
existem obstáculos ou áreas mais duras (cercas, mur-os,· rochas etc),
sua ancoragem provisória. )
que possam danificar suas superfícies. Empregam-se, geralmente para
)
transpô-los, cavaletes de madeira sobre os quais deslizam os cabos.
CABO CONDUTOR )
Terminado o desenrolamento do primeiro lance de todos
os condutores, eles devem ser tensionados a um valor próximo BOBINA DE
CJ.BQS
FREIO
DINAMOME.TRICO
J
)
daquele com os quais serão ancorados, nas condições de temperatura
existentes, empregando-se para isso ancoragens provisórias no solo. J
Evitam-se, assim, acidentes com os cabos deixados sobre o solo. )

Terminado o desenrolamento do segundo lance, efetuam-se as emendas )


dos cabos e procede-se tensionamento desse segundo lance nas mesmas .)
/
condições, usando-se novamente as ancoragens provisórias. A partir )
desse momento, a primeira ancoragem torna-se desnecessária, sendo )
os dois lances mantidos suspensos pela segunda. Procede-se assim, )
sucessivamente,

e sustenta as
até que a estrutura de ancoragem seja atingida e
mesmo ultrapassada. Uma ancoragem provisória levanta o último lance
demais, l
I
!
i
)

.)
até seu tensionamento e ancoragem
; )
definitivos, que podem ser iniciados em seguida.
)
Nas linhas em tensões extra-elevadas, o desenrolamento Fig. 4.3- Desenrolamento de cabos por meio de cabo piloto

I )

)
244 Projetos mecânicos das !lh'has ·Béreas de trarismíssão -Roteiro dos projetos mecánicos dos condutores 245

Os cabos, ao sairem das bobinas, passam através de desempenho das linhas. Diversos fatores, fora do controle, tanto do
cilindros, cuja velocidade pode ser controlada por um sistema projetista como do condutor, dificultam a obtenção de valores
,hidráulico e equipado com dinamômetro, para controle da tração nos :.-~~?":reais, de flechas e trações, iguais aos previstos em cálculo.
mesmos, mantida constante e igual aos valores prefixados em fase de Citamos a.seguir alguns desses fatores '[5,6].
projeto (correspondendo em geral a 50% da tração de flechamento), a As equações usadas para descre~er um cabo suspenso são
fim de assegurar a manutenção dos cabos a determinada altura sobre a catenária e a parábola. Em ambas admite-se que os cabos são
o solo. Ao término da cada lance, os cabos são ancorados inelásticos e flexiveis. No caso da catenária, admite-se que a
provisoriamente ao solo, à espera das extremidades dos cabos do distribuição de seu peso é uniforme ao longo da curva do condutor,
lance seguinte, aos quais são emendados. A eliminação da ancoragem enquanto que na par.ábola se considera o peso distribuído
provisória ocorre então mediante um tensionamento dos cabos· na uniformemente ao longo da projeção horizontal da curva. Ambas
ancoragem t/provisória seguinte, quando o excesso de cabos deixado \ ~ hipóteses são incorretas. Os condutores são elásticos, além de
para a emenda é recolhido, e os dois lances deixados com a mesma possuírem ··um certo grau de rigidez;·· o que faz com que haja um

r
tração. E assim sucessivamente. Nesse tensionamento, pode-se deixar efeito de viga nos pontos de suspe~sãP, _principalmente quando forem
os cabos com as trações calculadas para a temperatura ambiente Usadas armaduras anti vibrantes ou grampos armados (Fig. 4. 4). Em
vigorante, o que virá facilitar seu tensionamento definitivo, vãos ancorados, o efeito do peso dos isoladores das cadeias de

l
nivelamento e ancoragem. tensão afetám igualmente os valores das curvas (Fig. 4.5).
A inspeção dos cabos à saída das bobinas é importante, Os condutores são fabricados com uma tolerância de peso
q!)Jf\1? também o é um eficiente sistema de telecomunicações entre os da ordem de ± 2% e, em seu diâmetro, de ± 1%, sendo que ambos têm

dive·rêos pontos onde os trabalhos se desenvolvem·, pois, na ausência influência direta nos valores das trações .. · Uma vez que essas
variações podem ocorrer ao longo de um mesmo vão ou vãos

l
âeS:ie, devido aos valores elevados de tração envolvidos, problemas,
adjacentes, pode-se esperar diferenças nos valores das flechas
por menores que sejam, poderão acarretar graves inconvenientes e
reais e das calculadas.
danos a equipamentos e estruturas das linhas e mesmo pessoais.

b - Tensionamento e flechamento

~
/\
Após o lançamento e seu; tEmsionamento preliminar, já
descrito,

a temperatura
o cabo

vigente
deve

no
ser tensionado
operação, a tração nos Cabos é ajustada aos valores calculados para
momento e
definitivamente.

constante das tabelas


Nessa

de
r~E---+-1_ li--------=-E----jl 6-j---'

···~~~~~~
tensionamento. Em vãos isolados ou seções de tensionamento de uns
poucos vãos,

indiretamente,
flechas. t
essas trações

da forma que será exposta,


uma operação
podem

considerada
ser
dinamômetros. Normalmente, no entanto, esse controle deve ser feito
medidas d-iretamente

através da medida das


critica para o
com

futuro I Fig. 4.4- Armadura antivibrante de vergalhões paralelos


'
II
I I
'j

dos projetos mecânicos dos condutOres


)
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão 247
246 )
Esses· termômetros são sempre localizados ao alcance dos
8 c
que efetuam a medição das flechas ou das trações e não

*
A necessariamente, a temperatur:-a de todo o trecho que

/-----------
·O

nivelado, cujo comprimento ·pode ser muito grande, até


-----=~--"
------- ..:.._________ ~ . . de lOkm, no qual as condições de V~tilação e insolação dos
Curvo dos cabos sem o eferto dos code•os de ancoragem podem variar, afetando também sua temperatura. Por essa razão
também em virtude do atrito existente nas roldanas, é conveniente

fig. 4.5- Efeito de ca d ela -o em vãos continuas


· em t ensa que a regulação em seções de tensionamento muito longas se faça em
aais pontos, espaçados no trecho, e com as temperaturas medidas em )
cada um deles. '_)
· · t1· cos e· representado , pela
Um dos problemas rna1s crl Os gabaritos de locação das estruturas são
i ~ tanto na )
dificuldade na deterr.linação das temperaturas dos cabos,

l
confeccionados com as curvas correspÔhdentes às máximas flechas de
fase de projeto como também na hora de seu tensionamento. Para )
projeto, decorrentes das temperaturas _calculadas da forma exposta
· -o_ da flecha máxima,
exceto para a d eterm1naça )
ef-eito de projeto, no Capitulo 1, considerando-se a atuaÇão simultânea do efeito da
como foi previsto no Cap1•t u 1o 2.,> trabalha-se com temperaturas do ar )
cor,rente, do sol e do vento.

'1
séries de
estimadas por processos probabilísticos a partir de )
Esses valores são adotados, mesmo sabendo-se que
Cabos · é . necessário um
valores medidos. Para o f l ech amen t o dos condições climatológicas mais desfavoráveis podem ocorrer, )
melhor conhecimento das temperaturas dos mesmos, o que se consegue )
inclusive coincidentemente com correntes maiores do que as nominais
- cuj'os valores são apenas aproximadDs (± 5 oC).
.,
m
através de mediçoes,
Para a sua medida empregam-se vários métodos,
sendo usados no
(ocasiões de contingências no sistema). Qual;pquer acréscimos nas )
flechas previstas são, então, absorvidos pelas alturas de )
i Brasil principalmente dois deles:
medida com termômetros de contato, que podem ser fixados aos
segurança.
As tabelas de tensionamento dos cbndutores são l)
_)

· d e saPatas e abraçadeiras
cabos a serem nivelados por melo preparadas considerando-se total ausência de vento. Este, no
l · 1 que , após determinado tempo, por
)
de .mesmo ma t er1a e entanto, não deixará de estar presente, com maior ou menor
.)
H
l
condução, atingirão a sua t emPera tura , que o
termômetro
seu
1ntensid~de, nos di versos locais ao longo de uma seção de
indicará. o termômetro
poderá ser convencional, com tensionamento, concorrendo para aumentar ainda mais as divergências ' )
! .)
bulbo inserido em alojamento feito em uma das sapatas; entre resultados do campo e dos projetos.

- a temperatura é rriedida por termômetro inserido no interior As técnicas desenvolvidas para os cálculos dos cabos em J
vãos contínuos e para seu tensionamento nesses vãos, partem da )
de uma amostra, de cerca de lm de comprimento do cabo ~ ser
nivelado, e da qual foram retirados alguns fios das camadas premissa que as roldanas, nas quais os cabos permanecem durante o .)
seu tensionamento, possuem atrito nulo. Assim, as flechas nos _)
internas para seu alojamento. Essa amostra de cabo será
\ ....;li
~-

diversos vãos da seção de tensionamento se distribuiriam de acordo


·' exposta às mesmas condições de sol e vento que os Cabos da
J
! i1 linha, pelo tempo necessário para
as temperaturas se COlll as relações dos
qualidade, em perfeito estado
quadrado~

de
dos vãos. Roldanas novas,
conservação, aproximam-se bastante
de boa
)
l igualarem.
l
1 _)

'----------------------- )
flDtBÍrD dos projetos mecánico_s dos condutores- 249
Projetos mecânicos das finhas·aéreas.de transmissão
248
uma técnica de tensionamento através da qual
dessa condição; porém, após certo tempo de uso e em decorrência do
durante · a fase de montagem, provocar o máximo do
tratamento nem sempre delicado que recebem no campo, podem
previsto, deixando-se o restante para ocorrer
~apresentar atrito considerável, fazendo com que a distribuição das
É a técnica que se ·convencionou denominar de
flechas nos diversos vãos seja irregular. Serão menores nos vãos do
pré-tensionamento dos cabos.
lado da tração e maiores do outro lado das roldanas defeituosas.
O pré-tensionamento consiste em submeter os cabos,
Estas, sempre que localizadas, o que não é fácil, deveriam ser
de seu flechamento e ancoragem, a trações maiores do que
substituídas. calculadas para as temperaturas de flechamento, durante
Quando as linhas atravessam longos trechos em declive,
intervalos de tempo preestabelecidos, provocando alongamentos
após seu lançamento e enquanto os cabos se encontram nas roldanas,
permanentes que ·não mais ocorrerão e que não precisarão ser
estes têm tendência a deslizar e a se acumular nos vãos mais
\.compensados nos projetos das linhas, resultando em flechas de
baixos, lfue apresentarão flechas maiores, ficando os vãos mais
locação menores. Também emprestará aOS cabos períodos de fluência
altos com flechas menores. Uma substancial melhora é conseguida por
nula, quando destensionados, como foi v1sto no Capítu~o 2, o que
sucessivos tracionamentos e relaxamentos dos cabos nesses trechos,
fac i 1 i ta os trabalhos de flechamento. Os valores das trações de
na hora de fixação dos condutore.s aos grampos de suspensão, cujas
pré-tensionamento, como também suas durações, variam e devem ser
cadeias de isoladores devem sei levemente inclinadas para o lado
especificados pelo projetista. Este também especificará as trações
mais baixo da linha [5,6] (veja também o Capítulo· 3·).
No Capítulo 2, foi exposto que o comportamento dos àe desenrolamento e espera, bem como a duração para essas
operações, pois· nesses intervalos também ocorre fluência e que
cabos das linhas depende de suas características elás 1ticas e da
t?mbém não precisa ser compensada.
influência que o seu t•""'1Sionamento exerce sobre as mesmas. t nas
Bons resultados tem sido obtidos com pré-tensionamento
primeiras horas em que os cabos permanecem sob tração que grande
com trações iguais àquelas que foram calculadas ou especificadas
parte das deformações plásticas irá acontecer. Suas causas são
para a condição de máximo carregamento, de curta duração.
devidas à acomodação geométrica dos filamentos nas diversas
Traciona-se os cabos das três fases ao valor da tração de máxima
camadas, ao encruamento, e aos efeitos da fluência. Enquanto que as
carga, valor que pode ser controlado por dinamômetros, deixando-os
duas primeiras dependem dos valores máximos das trações, a última
com essê\valor de tração por cerca de meia hora. Reduzindo-se a
depende tanto dos valores das trações, do tempo em que permanecem
·~ tração ao valor da tração de desenrolamento, repete-se a operação
sob tração, como das temperaturaS dos cabos. No exame feito,
,) anterior, efetuando-se o flechamento em seguida, ao ser reduzida a
mostrou-se seu relacionamento mútuo. As trações correspondentes à
~· tensão. Esse modo de operar ajuda a distribuição dos cabos pelos
condição de máxima carga em urna linha não ocorrem naturalmente na
.) di~ersos vãos, compensando os atritos nas roldanas. Para o
montagem e dificilmente nos primeiros meses após sua entrada em
) pré-tensionarnento, é necessário o emprego de forças de tração
serviço, podendo mesmo não ocorrer durante sua vida útil, caso em
relativamente elevadas, com emprego de equipamentos de capacidade
) que a deformação prevista em projeto não seria atingida. Por outro
elevada. É, além do mais, considerada urna operação perigosa, pelo
.J lado, é possível acelerar, como mostram as experi_ências, a
que, em geral, só é feita em ~abas de bitolas não muito grandes,
conseguindo-se urna deformação
.J deformação devida fluência,
à
a empregando-se trações máximas· da ordem de 5.000 a 6.000kgf, com
acentuada. Essas considerações levaram
) posterior menos
equipamentos portáteis.
)
\CJ
Projetos mecánicos das linhas aéreas de transmissão dos projetos mecánicos dos condutores 251
250

Em linhas com cabos múltiplos e diâmetros maiores, por' a tração axial dos cabos. Deve-se, neste caso, ter 0

este motivo, prefere-se empregar o pré-tensionamento parcial, de se fazer a ancoragem provisória de tracionamento em um -~

,contentando-se em obter urna estabilização dos cabos durante urn distanciado da estrutura de ancoragem, em torno de meio vão )
período suficiente para a realização das operações de regulador; ponto em que a tração corresponderá aproximadamente ao
)
tensionamento. As trações a que os cabos são submetidos durante as valor da componente horizontal da tração'calculada. O dinamômetro
)
operações de lançamento e os períodas de·espera que se seguem, são, indicará a tração naquele ponto;· -Esta, não se.·. transrni te __ a todos os ., ;_ .
)
em geral, suficientes para esse fim. Dependendo da capacidade dos vãos devido ao atrito inevitável das roldanas, sendo tanto menor
quanto mais afastados estiverem do ponto de tracionamento. Este
)
equipamentos disponíveis, pode-se, antes do tensionamento e do
a valores método é aconselhado apenas para vãos isolados, ou, no. caso de vãos
)
nivelamento, aumentar suas trações, por tempo limitado,
contínuos, a sec"ções de tensionamento de no máximo quatro a cinco )
mais altos, conseguindo-se uma maior parcela da deformação
', \ vãos [6]. A capacidade máxima do dínamômetro não deverá exceder )
permanente a~tes da ocorrência das máximas cargas. '•

Existem muitas objeções ao pré-tensionamento, pelo muito a tração a ser aplicada, para nã~ dificultar a avaliação dos .)
aumento no custo da montagem que envolve. Porém representa uma valores entre as divisões das escalas. Os dinamômetros, quando )
contra uma eventual necessidade de ·'usados, devem ser aferidos periodicamente.
razoável segurança )
retensionamento dos cabos, em prazo maior ou menor, operação essa A medida das flechas por processos ópticos se processa
)
muito mais dispendiosa. com. o uso de um teodolito ou taqueômetro. Não há propriamente
)
As tabelas de tensionamento deverão ser calculadas limites quanto ao número da vãos que podem ser tensionados
)
considerando-se o seu efeito, ,....a fim de que as flechas,\ durante o simultaneamente por esse método, independentemente da natureza do
)
tensionamento e nivelamento, sejam menores apenas o suficiente para terreno e do atrito nas roldanas, desde que 0.' controle das flechas
seja feito, simultaneamente, em diversos vãos de controle, _)
poderem crescer até o valor final previsto para vida útil da linha.
Alguns projetistas e construtores preferem, no entanto, distribuídos no trecho, um a cada cinco ou seis vãos. Isso requer _}

deixar de considerar as deformaçães que ocorrem durante o período um eficiente sistema de comunicação e pessoal habilítado no uso de J
de lançamento dos cabos e durante o período de espera, e calculam instrumental topográfico. )
as deformações totais que o c?-bo sofreria se nunca tivesse sido Os vãos que forem escolhidos para o controle das )
!
/\
flechaS devem ter valores mui to próximos ao do vão regulador da
submetido a um tensionamento. Nessas condições, as flechas no
_, J
'' estado final serão, na realidadj, menores do que as calculadas e secção e, de preferência, pequenos desniveis. Havendo na secção que
)
usadas para a locação das estruturas. Aumentará a certeza de que as está sendo tensionada vãos muito pequenos ou muito grandes (menores
)
alturas de segurança serão· respeitadas·, porém haverá uma penalidade ou maiores do que respectivamente 50%·.-·ou·lSO% do vão--·regulador),
i ..
j
econômica, pois o custo das estruturas será maior. estes deverão merecer atenção especial e conforme as condições
,i locais, ancorados. . )
O controle das trações e flechas nos cabos por ocasião
'1' \ Foram desenvolvidos diversos métodos para o controle )
da sua ancoragem pode ser feito por dois processos:
'
!
. ·i
- dinamômetro; das .flechas por processos ópticos. O método mais comumente usado é j
aquele· que exporemos suscintamente, aplicável igualmente a vãos )
i1
jj
medida das flechas por processos ópticos.
No primeiro método, com o auxílio de um dinamômetro, nivelados e desnivelados. )

H '-)
)
f
'
. . ·cas das Jinhàs ae~eas de transmissão Roteiro dos projetos mecânicos dos condutores 253
Projetos mecam
252
operador verificar que os cabos tangenciam a linha visada, os
controle representado na figura
Consideremos o vão de

4.6, para 0
qual conhecemos o valor da
flecha f' nas condições de
t das flechas.
i condutores estarão tensionados no valor desejado. O inconveniente
desse método reside no fato de que o operador deverá se acomodar
momento do ajus e
temperatura vigorante no
Necessita-se, para es Se trabalho,
de uma luneta com
estádias, t sobre a -estrutura,
trabalho tranquilo.
nem sempre em situação mui to cômoda para um

e de um alvo que pos Sa S er fixado às


principalmente horizontais, 2 - A linha de visada é qualquer uma. Em geral, fixa-se ou a

I
estruturas da linha. se distância da luneta ou a distância do alvo aos pontos de suspensão,
empregados, conforme
podem ser
Dois processos calculando-se a outra distância da luneta ou a distância do alvo
verifica pela figura 4.6. aos pontos de suspensão, calculando-se a outra em função do valor
· t~ · vertical
luneta a uma mesma dlS anela da flecha deseja"da.
1 _ Fixa-se o alVo e a de forma
cabos na própria estrutura, \ Demonstra-se que, com razoável aproximação, vale [5,6]
dos pontos(J de suspensão dos
curva. Se
de visada seja paralela à corda da
que a linha
da flecha f, quando o
distância igual ao valor (4. 1)
escolhermos essa

) B
da qual podemos obter, se medirmos o valor de E
'
~~ (4.2)

d Esta expressão poderá ser usada sempre que a relação


ALVO entre as distâncias D e E não for maior do q~~ dois.
J
Nesse caso, a luneta poderá ser montada a uma altura
.J VISA.DA
que permita ao observador operar desde 6 solo, portanto em posição
.J mais cômoda e segura. Não cabem, no presente texto, maiores
~) detalhes sobre as técnicas de operar, bem corno sobre a fOrma de
\J I I compensar os erros inerentes, pelo que referimos o leitor à

~·"'~vo~=:::::_~~LL
.) bibliog-'Í\afia indicada [6, 7], na qual se discute igualmente o

·~_) critério a ser usado na escolha dos vãos a serem escolhidos para o
controle das flechas.
i!.
o
-1)! LUNETA. • ~
4.3 - DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DOS CABOS
'ir., LINHA DE VISADA

I
"-..-, ·r·

·~ * Nas considerações iniciais deste capítulo, foram

·~ l b)

Fig. 4.6 - Método de ajuste óptico de 1flechas


I
j
indicadas as partes de que se compõe o projeto mecânico dos cabos.
Atravé"s de um exemplo ~oncreto, que será desenvolvido,
'· a _ Linha de visada para 1e a à corda da curva
I • ~~ b - Linha de visada qualquer
procurar-se-á mostrar os procedimentos habituais à realização do

I_) i'
p
I!'·

)
Roteiro dos projetos mecânicos dos condutOres
Projetos mecânicos das linhas aéreás de transmissão )
254
b - escolher, entre as hipóteses de cálculo, aquela ~~
trabalho. Deverá constituir, dentro das limitações deste texto, um orientará os cálculos, conhecida como "condição regente• . I
roteiro para a sua realização. tnfase será dada àqueles pontos em
do projeto;
que as decisões do projetista são fundamentais. c - estimar o vão básico para o cál.culo da curva que deveré.
t oportuno lembrar, a esta altura, que os projetos de
ser usada para a locação dos supô~tes.
de transmissão em '
· ·
engenharla em gera 1 , e aqueles das linhas
de procedimentos e
particular, são regidos por normas técnicas
particulares das 4.3.1.1- Escolha da condição regente do projeto
muitas vezes também por normas ou padões )
· das ll'nhas. Se forem conflitantes, principalmente em
proprietarias )
Conforme foi visto nos capítulos anteriores, ~
questões relacionadas com a segurança, aquelas devem prevalecer. Ao
hipótese de carga define um "estado dos cabos", pois ela relacio:-.:.. I
projetista cabe a responsabilidade pelo sucesso do projeto, devendo
'· \ )
~ t Conta para isso com o seu bom valores de trações, temperaturas e _de carregamentos. dos cabos, c·.:
estar apto a tornar decisões corre as.
seja, seus três parâmetros. Conhecido ou especificado um "estadc···. )
senso e a sua experiência profissional.
pode-se determinar um novo "estado", desde que se especifiquero: cio::: }
' de seus parâmetros. Para tanto podemos aplicar a "equação C.:.
4.3.1- Elementos básicos mudança de estado", como foi exposto no capítulo 3. Nesse mestt.: )
capítulo mostrou-se também como variam as trações nos cabos, e:.
Antes de iniciar 0 projeto mecânico dos ~condutores de )
função dos vãos, calculadas para um novo "estado", definido por 5'.:.:.
uma liriha, já foram definidos e preparados, através _de estudos e )
temperatura e carregamento a partir de um "estado inicial".
trabalhos prévios, os seguintes itens indispensáveis ao seu )
Sejam, por exemplo, duas hipóteses de cálcu.:.~

)
desenvolvimento: aplicáveis a uma linha, que deverá ser construída com cabos CAA ~·
número e bitolas dos cabos condutores, por fase; )
2/0 AWG (6Al + lFe):
- número, tipo e diâmetro dos cabos pára-raios; )
serem empregadas na 1~ hipótese: - Tração máxima admissivel: TotM 4756,2N
tipos e dimensões das estruturas a )
(TOlH = 485kgf)
linha; das )
necessárias à formulação - Temperatura: t1 = 20oC, sem vento
condições meteorológicas
- Peso do cabo: p1 = 2,6703N/m )
·ra vista na capítulo 2;
hipóteses d e carga, d a rnanel
I r· (plantas e perfis) com as respectivas (pl = 0,2723kgf/rn) .)
desenhos de topogTa 1a
2~ hipótese: - Tração máxima admissível: To2H 7923,73N )
cadernetas de campo.
(T02H = 808kgf)
Cabem ao projetista, as seguintes decisões:
Temperatura: t2 = 1QoC, com vento .)
· d '1 1 associando cada um
a - formulação das hipoteses e ca cu o, - Peso do cabo e sobrecarga: p2 = 5,535N/m
máxima )
dos carregamentos considerados a uma solicitação
experiência, (p2 = 0,4644kgf/rn)
aceitável. Esta é fixada com base
na <J
respeitando 0 que está especificado nas normas técnicas ou Apliquemos. inici~lmente a equação da "mudança cie .)
estado" (Eq. 3. 79). usando n~;.·"seu primeiro membro os parâmetros da
regulamentos de segurança aplicáveis; .)
c)
J
J

Roteiro dos projetos mecânfcos dos condutores


, ,·cas das Hnhà; aé;~as de transmissão
Projetos mecan

256 deu origem à curva 4, a primeira hipótese foi escolhida "condição


para diversos
05 valores de To2 regente" e no segundo, que deu origem à curva n. 3, a segunda
calculemos i ót se c
rimeira hipótese e da segunda h p e •
,-, P d tz e pz hipótese é que foi eleita regente. A figura 4.7 mostra, outrossim,
~)
de vãos' empregan o sob a ação do vento
valores das trações dos cabos que para vãos menores do que 243,00m a ·primeira hipótese pode ser
d 05 valores
encontran o 4 da figura 4.7.
da a curva escolhida regenté, pois, quando a linha operar com o carregamento
com os quais foi traça <õ! HIPÓTESE\
especificado, não haverá trações maiores que aquelas

.:~A~:Ó~E~S~(K~g~f~l~~~~~~~~D'_"~··~A:X~IM~D:_~cA~R=R~E~G~A~M=E~N~T!0~(~~~~~~~~~
2 do
çONDICÁO ""
260 Tmóx' 2578\Kgfl REGENTE - J'i!' HIPciTESE especificadas. Para vãos maiores ocorrerá o contrário, pois as
VENTO- CONDIÇÃO

\ trações calculadas ultrapassasm em valor esse limite. Neste caso, a


'2400

A+ .20~ C SEM VENTO- CONDIÇÃO REGENTE. ?'!HIPÓTESE


;
segunda hipótese deverá· ser a "condição regente", pois as trações
serão maiores, portanto inaceitáveis, para os vãos menores do que
:ns 4 00 CM- ORlO LE ', \.z43,00m. Esse vão recebe o nome de "VÃO CRÍTICO" da linha.
CABO CAA
Desenvolvendo o mesmo exemplo, nas mesmas condições
meteorológicas e de carregamento para um cabo de bitola e
cnmposições diferentes, como o cabo CAA (código ORIOLE) de 210,28
2
rnm .(336,4kG1) de 30Al + 7Fe, observa-se pelas curvas n ... 1 e n ... 2
) da Figura 4. 7, que nenhum vão crítico ficou definido. Porém, para
4
qualquer valor de vão, a tração na condição de carregamento máximo
u nem mesmo atinge o valor de 25281,41N = 2578kgf quando a primeira
,_) hi~ótese for regente. MOstra, outrossim, pela Curva n. ~ 2 que, se a
cRITICO ·243tmJ segunda hipótese for considerada regente, para toàos os vãos as
D
trações serão maiores do que as máximas admitidas (15170,81 N =
~J
1547kgf) para as condições especificadas em primeira. hipótese. Não
~)
. -o das trações em função há, neste caso, um vão crítico e a primeira hipótese será regente.
:_) fig. 4. 7 - Var1açacondições regen tes
e das O vão crítico pode ser determinado através de expressão analítica,
) entrada de
repetirmos os
cálculos, invertendo a derivad~·àa equação da mudança de estado.
Se da segunda hipótese agora
'1'-:I dados na equação' is~ é, os parâmetros
e pt, C
om os parâmetros
da primeira
d
A equação da mudança de estado
ser escrita para duas hipóteses de cálculo i e j, na forma:
(Eq. 4. 3) também pode

Tot, t1
transformados em valores das trações os
2 [ PJ 2_ . P' 2]
:i~
determinaremos os . -
transformados em tz e pz, de vaos ToJ - Tot _ a (4.3)
para os
di versos v a 1 ore 5 - cn(tJ- ti)+
ES
efeito do vento, ·Nesta - "'"24 ToJ 2 To1 2
cabos, sem o c 3 da mesma figura.
~~ji\ · m à curva n.
considerad os, dando orlge . de traça-o em primeira
os limites máxlmos . da qual poderemos tirar o valor do vão a se fixarmos valores para
j estão indicados igualll)ente
(485kgf) e em segunda
( 808kgfl hipóteses. Um
exame da figura 4. 7
-
de um único vao de 243, m,
00 Tot e TOJ. Sejam Tal = TtM a tração máxima na primeir.a hipótese de
ambos valores correspon 3 cortam, cálculo, e TOJ = T JM a tração máxima na segunda hipótese, às quais
mostra que a as curvas 4 e
abscissa em que e que correspondem os carregamentos pi e pJ, respectivamente. O vão
--j-
·- ~'·;
definido pela
as retas de TolM e TozM.
No primeiro caso,
' _1 respectivamen t e

\)
I
Projetos mecânicos das linhaS aéreas de transmissão Roteiro dos projetos mecânicos dos condutores 259
258 I

I
encontrado será então o vão critico, pois será o único vão para o Exemplo 4.1
qual as trações correspondem aos limites máximos admissíveis.
Te;:remos Verificar, pela Eq. 4.4, o valor do vão crítico das )
TJH - TiH l linhas que empregam os cabos CAA que deram origem as curvas 1, 2, 3 l
! e 4 da figura 4.7.

r-(i:. r
SE
acr

(i;.
(4.4)
I )
)

terão a
Os
condição
maiores que acr terão
vãos isolados
correspondente
TJH
ou reguladores
a
como regente.
TiM como
menores
regente,
do
e
que
os vãos
acr
l
1
'
Solução:
a- Linha c~m cabo CAA n.~ 2/0 AWG- 6Al + 7Fe
)
)
)
Dados: Tração máxima na condição i: ToiM = 485kgf
Para que fique definido um vão cri ti co, é necessário \ Peso unitário do cabo: p1 = 0,2723kgf/m )
~ Coeficiente de dilatação, térmica: cxt=i8 38.1Q- 6 cC-
1
que a equação precedente forneça um valor real e positivo, caso 2
Módulo de elasticidade: E = 6.820kgf/rnm )
contrário não há vão crítico, como no caso do cabo Oriole. Tanto o Área da secção transversal: S = 78,63mm 2 )
numerador como o denominador da Eq. 4.4 podem ser positivos ou Peso unitário com sobrecarga: p1 = 0,5644kgf/m
Tração máxima na condição j: TOJH = SOSkgf )
·negativos. O vão crítico existirá s~· ambos tiverem o mesmo sinal. Temperatura na condição i: t1 20~C
Temperatura na condição j: tJ = 1QcC )
A Tab. 4.1 [8] mostra "como interpretar a Eq. 4.4,· para
duas hipóteses de cálculo genéricas i e j:
Substituindo esses valores na Eq. 4.4, ter-se-a: )
TABELA 4.1 -VERIFICAÇÃO DA CONDIÇÃO VIGENTE PELA EQ. 4.4
' )
SINAIS 24 18,38·10-6(10- zoJ +·· 808- 485
CONDIÇÃO REGENTE 78,63·6.820
VÃO CRÍTICO acr
2
)
NUMERADOR DENOMINADOR 0,2723 ]
Para valores de vãos me-
485 J
nores do que acr, a con- )
dição regente é i
+ + )
Para valores de vãos ma i
ores que acr, a condiçãO 10.044,57·10- 6 J
regente é j
i\ acr 6
243m
+ 0,17·10-
f
/

EXISTE j '
Para valores de vãos me-
nores do que acr, a con- )
dição regente é j
b - Linha com cabo CAA 336 400 CM - 30Al + 7Fe (Oriole) .)
- -
Para valores de vãos mal Tração máxima na condição i: ToiH = 1.547kgf
ores que aer, a condiçãO Peso unitário do cabo: p1 = 0,7845kg/m .)
regente é i Coeficiente de dilatação térmica: cxt =16,75·10- 6 1/cC )
Módulo de elasticidade: E = 6.609kgf/mm 2
Para qualquer valor de Área da secção transversal: S = 210,28mm 2 )
+ - NÃO
vão a condição regente é
Peso unitário com sobrecarga:· pj = 1,13Skgf /m
a condiç~o i )
Tração máxima·.na .-cond-ição j: TOJH = 2.578kgf
EXISTE Para qualquer valor de Temperatura na condição i: t1 = 2QoC ,__ )
- + vão a condição regente é Temperatura na cC)ndição j: tj = lO~C

I
a condição j
r;-
260
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão -i Roteiro dos projetos mecânicos dos condutor~s 261

Substituindo na Eq-. 4. 4 os valores acima, escolhido., gráfico ou computador • exlge


· que a forma da curva dos
cabos fique bem definida. A Figura 4.7 mostra como as trações dos
cabos de uma linha, calculadas com a m~sma condição regente, variam
6 2.578- 1.547
16,75·10- (10- 20) + 210,28·6.609 de acordÔ com o valor dos vãos. As 'f~echas,
. ., por sua vez, sa- 0
acc 2 2 j diretamente proporcionais aos quadrados dos valores dos vãos e
1,135 ] - [ 0,7845 ]
[ 2.578 1.547
I inversamente proporcionais aos va 1 ores das trações. Portanto, para
um mesmo vão • com trações di vers as, t eremos flechas diferentes,

+ 13.778,76·10-
6 t. conseqüentemente, curvas
pela Figura 4.8a.
. d e f armas diferentes, conforme se pode ver
com t raçoes
- constantes, as flechas variarão entre
i
- 0,07·10-
6 ' \ si, de acordo com o quadrado da relação entre os vãos. A curva no
entanto, será a mesma (Fig. 4.8b), co~o ocorre nos diversos vãos de
uma mesma secção de tensionarnento.
O resultado indica que não há vão crítico. De acordo
com a Tab. 4.1, a hipótese de cálculo i será regente para qualquer
valor de vão.
Se for formulada ma~s uma hipótese de cálculo, k, além
das hipóteses de carga de maior. duração e a de carga max1ma, como
por exemplo aquela-de flecha mínima, é necessário qUe se verifique
a possibilidade desta se tornar regente, o que se faz· pelo mesmo I
processo, comparando-se i e k e- j e k.
I
J i
o crítico define a condição regente, 1,2
J vão
independentemente do fato de se tratar de um vão isolado ou de uma
)
)
.)
secção de tensionamento inteira,
representada por seu vão
regulador. Pode ocorrer que uma linha apresente valores muito
diferentes de vãos reguladores de suas secções de tensionarnento,
. ,,
'-----..,.::.C----.,
I
T1·,
)
·~~
· -i~
maiores e menores ~o que o seu vão crítico. t então necessário que
se adotem condições regentes
linhas diferentes fossem.
ladeados de vãos grandes,
diferentes em cada caso,
Vãos menores do que os vãos crí tícos,
de uma secção de tensionamento,
como

serão
se
]1
) normalmente isolados por meio de ancoragem em ambos os lados. a - Vão constante a b - Tração constante To1
I trações variáveis vãos variáveis
·-i To1 > To2 > To3 a1 < a2 < a3

'-J 4.3.1.2- Vão básico ou vão de projeto


J

·~
O estudo de locação das estruturas, bem como o preparo
Fig. 4.8 - Efeitos dos vãos e~das trações nas formas das
das tabelas de tensionamento dos cabos, qualquer que seja o método curvas dos cabos

)
I Roteiro dos projetos mecánicos dos condutoreS 263
. • ·cos das !inha·s aére'as de transmissão
Projetos mecant
262 Para o estudo de locação das estruturas, é necessário
admitido para uma
vão básico

I
Seja a = 350m o definir a forma da curva dos cabos, portanto o seu vão básico. Para
com 0 qual foi determinada a
Unha de transmissão e como condição
o cálculo das flechas e trações de montagem (de tensionamento), é
da máxima temp eratura, tendo necessário determinar o valor do vão regulador, o que só pode ser
tração na condição foram )
de maior duração. Com essa tração feito após a conclusão da distribuição -,das estruturas sobre o
regente a condição · valores de vãos, l )
Correspondentes a dlverso 5 perfil.
Calculad as as flechas a curva dos cab os )
dando origem à curva
1 da figura 4.9. Neste caso,
h
-
estão na razao
do quadrado da 1 Podem ocorrer os seguintes casos: )
valores das fl_ec as
é única e os
- como afigura 4.8b. )
relação entre os vaos, a - o vão r~gulador é menor do que o vão básico;
)
2 (4.5) b - o vão regulador é igual ao vão básico;
fl r 1 \ )
-rr- =ra:>J
al

empregando-se
c - o vão regulador é maior do q~e o vão básico~
:)
o cálculo for repetido'
Se, no entanto,
-aos básicos, para cada um destes
será obt-ido No primeiro caso, verifica-se pela curva 1 da Fig. 4.9, J
diferentes valores de V formas das )
tração. .conseqüentemente, as que as flechas empregadas na locação dos cabos são menores do que
de
um valor diferente
cabos serão diferentes,
,
. 8a e evidenciado
como na F 1g. 4 · • as flechas reais, calculadas para o tensionamento, como a curva 2. .)
curvas dos Neste caso pode-se prever falta de altura de segurança, corno mostra
.\
pela curva 2dafig.4.9. a Fig. 4.10a, o que deve ser evitado. )
O terceiro caso, quando o vão regulador for maior que o
vi1o básico, as flechas reais serão menores do que as flechas de J
FLECHAS USADAS NA
locação, corno mostra a Fig. lOb. Não haverá problemas com as )
COM VÃO sÃSICO ESTit.!AOO
A • 35 o m alturas de segurança. Há, isso sim, uma má utilização das J
estruturas, com o conseqüente aumento dos custos da linha. )
FLECHAS CALCULADAS

PARA OS VÃOS REGULADORES


Ambos os casos devem ser evita dos, o que pode ser )
obtido através da escolha adequada do vão básico. Este é um dos
O iFERENTES
'\
.J
f pontos 1 d0 projeto em que a experiência do projetista é de suma .
__}
\

importância. Ele deverá avaliar o valor do vão básico através do


)
exame do perfil da linha. Esta, quando apresentar topografia muito
)
di,versificada, com secções de tensionamento __ para. _Qs quais se podem
)
prever vãos reguladores muito diferentes, poderá exigir o emprego
8
de diferentes gabar i tos para a locação, contruídos a partir dos
7
diferentes vãos básicos estimados. Cada uma das secções terá
6

400 450 soo viotml igual~ente tabelas de flechamento diferentes.


>00 >50
5 Cada trecho de linha então deverá ser tratado como uma
entre vãos básicos linha individual.
das .diferenças
Fig. 4.9 -Efeito
e vãos reguladores
)
Projetos mecânicos das li~h~S aéreas de transmissão Roteiro dos projetos mecânicos dos condutores 265
264

tensionamento e após a sua ancoragem, por toda a vida da linha. Os


alongamentos que ocorrem 'antes da ancoragem não mais irão ocorrer,
podendo ser descontados dos alongamentos totais previstos.
------ O alongamento total será calculado estimando-se, não só

curvo dos reol


o período de tempo para o qual se pretende
. a compensação, como
também as condições de carga com que a linha irá operar durante
esse período, e calculando os alongamentos correspondentes. Da
o- VÃO REGULADOR MENOR OUE O BÃSICO mesma forma, deve-se planejar as operaçãeS a serem executadas antes
')
'~-5
l
·~
Curvo~----

' . . . . _______ -r?'


II , da ancoragem, como as ·trações usadas e a sua duração,
um eventual pré-tensionamento.

alongamentos a serem compensados.


Calculam-se os alongamentos delas
decorrentes, subtraindo-os dos alongamentos totais para se obter os
inclusive de

--- --- '

~'
A vida de uma linha, para esse fim, é estimada, em
. I
···.1. ·. Curva de tocooõo . .../
. . _geral, entre 20 e 30 anos, que é o período para o qual se deve

j l

j
estudar a compensação dos alongamentos. Mui tos projetistas adotam
um período de 10 anos para o mesmo fim.
j b- vÃo REGULADOR MAIOR OUE O BÁSICO
Para o cálculo do alongamento total, pode-se adotar,
."11'
,_...-~
l por estimativa, o número de horas previstas para a operação da
Fig. 4.10- Efeito da escolha inadequada do vão básico
linha na condição de temperatura máxima, o,·:número de horas para
operação sob condições de carga máxima e no restante do tempo
Feita a locação de uma secção de tensionamento, deve-se considera-se a línha submetida às condições de carga de maior
- regulador . Se este resultar mui to diferente do
calcu l ar o seu vao duração.
básico (pode-se tolerar diferenças de -5% e. +10%} convém tentar uma Os alongamentos "antes" da ancoragem são calculados a
nova locação com a mesma curva, ou mesmo calcular uma curva nova partir das especificações para a montagem dos cabos:
-
para a con f ecçao de umfnovo gabarito, evitando-se os dissabores de I ·\.
- tração de desenrolamento e sua duração;
encontrar condutores bal. xos ou excessivamente altos, pois nesta
,\ fase a correção cus t a mul·to menos, tanto em tempo como em dinheiro,
- tração de espera para nivelamento e sua duração;
- tração de pré-tensionamento e sua duração.
.Y do que no campo, após a construção da linha .
) As durações estimadas devem corresponder à média dos

.. ) 4.3.1.3- Tratamento dos cabos durante a montagem tempos normalmente empregados em tais operações. A Fíg. 4.11
apresenta um exemplo de diagrama de trações x tempos de duração,
.J
Os alongamento-s permanentes, tanto por acomodação que poderá ser especificado para o cálculo dos alongamentos
.)
permanentes. Outros valores de tração com a sua duração respectiva
,J' geométrica Como devl. do à fluência, como foi exposto no Capitulo 2,
podem ser adotados, como também sua seqüência alterada.
iniciam-se com o desenrolamento dos Cabos • e prosseguem durante o
)
.J
'J
! . T-·--·
Roteiro dos projetos mecânicos .d os condutor~s 267
Projetos mecânicos das linhas aéreas· de transmissão

266

i Tos
--;---;-,
'
--:-- -=--==-=-~~
~-------- '·
I
I
I
I
J
\ I
I
)

' )

í
\
Fig. 4. 12 - Variação dos valores das trações nos cabos
ancorados com 0 tempo
.)
t1 -
duração das operações de desenrolamento e espera;
tz -
duração do pré-tensionarnento; O alongamento to.tal em t horas será igual à soma dos
t3 -
duração da operação' da linha com temperatura máxima; '
t4 -
duração da operação da linha com carga max1ma; alongamentos parciais c3, c4 e es. A compensação das flechas deverá )

ts duração da operação na condição de maror duraÇão; ser feita para


t - Período total a ser considerado
C3 + C4 + CS - Cl - C2 (4.6)

Fig. 4.11 - Tensões e tempos aplicáveis ao cálculo c •t O programa de cálculo dos alongamentos, anexo a este
dos alongamentos permanentes )
apl u 1 o' pode ser usado para esse fim Ele em a metodologia
descri ta no Capítulo 2. . prega )
)
Os tempos t1 e t2 contam antes da ancoragem dos cabos,
)
portanto os alongamentos c1 e c2, que ocorrem nesse intervalo de 4.3.1 · 4-
, Cál cu 1o da curva de locação e confecção do gabarito
.)
tempo, não mais ocorr,rão e deverão ser subtraídos do alongamento .t \
)
Conforme já foi mencionado anteriormente' a curva de
Se T~ é a tração dos cabos na condição de maior duração
total previsto para as t horas.
)
locação, com a qual se constrói o gabar i to • d eve representar os
e que admitimos ser a mesma na hora da ancoragem, ela será reduzida .
cabos na condição de flecha máxima ' a longo prazo. Nb Capítulo 2
para To3 após o intervalo de tempo t3, em virtude do alongamento c3 t
foi àpresentada a maneira recomendada pela NBR 5422 para o cálculo )
sofrido devido a operação com a máxima temperatura. A hipótese de da máxima ernperatura dos cabos. Foi visto, igualmente, que é )
por máxima carga ·no tempo t4 provoca o alongamento possível os alongamentos permanentes através de
representar
solicitação
adicional c4. A tração ao final de t4, será To4, que é a tração aUmentos de temperaturas equivalentes podendo-se determinar
J
inicial do intervalo ts e que provocará o alongamento cs, a tração nos cabos ao final do período de•
corres d ··· compensação da fluência e ,)
resultando na tração final Tos, como mostra esquematicamente a Fig. a flecha pon ente. O procedfmento e, o seguinte:
)
4.12. t)

I
Projetos mecânicos das linhaS aéreas de transmissão Roteiro dos projetos mecânicos dos cQndutores 269
268

a - determina-se a condição regente de projeto, cálculo, ou até mais vezes, dependendo da topografia. A Eq. 4.9
especificando-se a tração [kgf], a temperatura t1 [oC] e o peso pode ser usada para esse fim.
virtual unitário dos cabos, p1 [kgf/m]; Urna segunda curva deve ser adicionada aos gabaritos. ~

a chamada "curva fria". Ela é calculada para a condição de mínima


b estima-se o vão para cálculo, a [m];
temperatura, sem vento, no estado 'inicial, sem considerar
c - especificam-se as trações e respectivas durações, antes e alongamentos permanentes. Com ela verifica-se qual a posição dos
após a ancoragem e calcula-se o alongamento a ser compensado, c cabos com relação aos suportes nessa condição.
[m/ml; Seu cálculo é feito, tomando-se como referência a
d empregando-se\ a equação da mudança de estado (3. 79), condição regente e calculando-se a tração na condição de flecha
determina-se a tração To2 Tmin, para t2 tmax e p2 nessa mínima.
\ Para a construção dos gabaritos, é necessário desenhar
condição:r;
as curvas (parábolas ou catenárias). por qualquer um dos métodos
2
Er·S·a-·pl usuais, sendo conveniente o método das tangentes ilustrado na Fig.
2
24Tot '4.13. Quanto maior o número de tangentes, melhor se definirá a

(4.7)

S [mm2 ] - área da secção dos cabos


Er [kgf] - módulo de elasticidade final do cabo
e - a flecha nessa ~ondição, para o vão básico "a" [m] será
calculada por

2
a ·p2 (4.8) f mO:.:
fmâx = [m]
8Tmin

Determina/a a flecha fmax para "a", a curva forma da


fica perfeitamente determinada, uma vez que para qualquer valor de
vão al pode-se determinar a flecha fimax, pela expressão

2
1 (4.9)
fimax = fmax ( : )
f mó:.:
Os vãos das linhas raramente são iguais ao vão de
cálculo, podendo ser maiores ou menores. Tampouco são nivelados, o
que·, como foi visto (Cap. 3), desloca os vértices das -curvas para
perto dos suportes mais baixos, ficando a curva assimétrica com
relação ao meio do vão. t, pois, necessário confeccionar os
Fig. 4.13- Construção da parábola pelo método das tangentes
gabaritos para vãos bem maiores, em geral, de 3 a 4 vezes o vão de
r--
,
Roteiro dos projetos mecânicos dos condutores 271
Projetos mecânicos das linhaS aéreás de transmissão
270
esforço de flexão· ao longo dos mesmos, deixando um vazio em forma
cuidadosamente desenhado com o
curva, cujo contorno deverá ser de meia-lua, como na Fig. 4.14. Com lixa fina, alisa-se o corte
devem ser desenhados nas
auxílio de curva francesa. Os vãos ''a" para a eliminação das rebarbas.
'ficas e as flechas,
, l s horizontais dos desenhos t opogra É de suma "importância qu~ as curvas no celulóide
mesmas esca a 1 ste
desenhos são feitos sobre pape e e acompanhem a parábola desenhada e que sejam simétricas com relação
na mesma escala vertical. Os '·,
uma prancheta. Sobre esta. fixa-se o ao eixo que passa pelos seus vértices. Lembramos que um desvio de 1
será fixado firmemente sobre
deverá ser transparente mm na escala vertical pode representar um erro de SOem na escala
ecção do gabarito. Este
material para Conf d d
acrílico), Com espe ssura de 0,5 a l,Omm, depen en o 1:500 ou de 20cm na escala 1:200. É um trabalhO que não requer
(celulóide ou
também desenhadas as
do tamanho do gabarito. Sobre o papel são especialista, mas sim capricho e senso de precisão.

curvas auxiliares mos t ra d as na Fig. 4.14. É usual incluir no gabarito algumas linhas auxiliares,
risca-se o
)
de uma curva francesa, \que são riscadas de leve e escurecidas com tinta para serem
C~m o auxílio )
das curvas
(ponta seca) os contornos facilmente visíveis (Fig. 4.14):
material-........_ com um estilete o risco )
cuidadosamente, aprofundando
quentes e frias, - sistema de eixo de referência - além do eixo de simetria, é
leve )
para rompê-lo, fazendo-se
progressivamente, o suficiente Usual marcar, nas laterais, eixos paralelos ao mesmo, bem como na )
Furosde03
parte superior e inferior, eixos ortogonais ao mesmo, representando
o· "5 mm
o plano horizontal;
Linho do cobO o 1m in

- linha de terra - traça-se uma curva paralela à curva do


)
condutor a so~c, a uma distância d [rnm}, que, e_m escala, representa
a altura de segurança, hs [m}, estipulada parà·'· a linha. Essa curva
)
é obtida deslocando-se a curva original pela distância nece~sária,
,,
L in h o de
ao longo do eixo de simetria, paralelamente a si mesma.
.)
. )
A linha de terra, muitas vezes, é usada juntamente ou
)
substituída por uma linha de pé. No primeiro caso, traçamos mais
uma par~bcla auxiliar, a uma distância equivalente H [m] do vértice
j '
da original, enquanto que, no segundo caso, traçamos apenas uma, a
uma distância d =H- hs [m]. Veremos mais adiante, em um e outro . ~)

caso,como empregá-las.
Convém, neste ponto, introduzir a forma pela qual são
fixadas algumas das grandezas intervenientes:

- altura de susp"ensão dos cabos - é a distância que vai desde o


eixo dos grampos de suspensão (ou de ancoragem) ao plano horizontal
Eixo de Simetria que passa pelo pé da estrutura, no ponto em que esta aflora do solo,
corno mostra a Fig. 4.15;
trução do gabarito e linhas auxiliares
Fig. 4.14 - Cons

Roteiro dos projetos mecânicos dos condutores Z73
Projetos mecânicos das--l!nhas aéreas de transmissão
272
1_:- TABELA 4.2 - DISTÂNCIAS BÁSICAS

. - ou obstáculo
. d
,iJ, Natureza da reg1ao
atravessado pela linha ou que
dela se aproxime
Distância
"a"
[m]
Ref. da NBR 5422
Secção
Figura
Anexo A

~ -Locais acessíveis apenas a pe- '

~
destres 6,0 8

-Locais onde circulam máquinas


agrícolas 6,5 -
~~mó'
I
-Rodovias, ruas e avenidas 8,0 9
-Ferrovias não eletrificadas 9,0 10
H
-Ferrovias eletrificadas ou com
\ hs 't \ previsão de eletrificação 12,0 -
~

~
I

!' -Supor· te de linha pertencente à


-
ferrovia 4,0
-Águas navegáveis H + 2,0 10.3.1.4 11
'
""' -Águas não navegáveis 6,0 -

Fig. 4.15 - Dimensões de


referência da estrutura
II -Linhas de energia elétrica
-Linhas de telecomunicações
1, 2
1. 8
10.3.1.5 12
12
I
II

-Telhados e terraços 9,0 10.3.1.6 13


••' -Paredes 3,0. I 10.3.1.7 14
é, como foi exposto no item 1.4.3.1.2,
- altura de segurança - 15
. ma do solo permitida para os condutores. Pode -Instalações transportadoras 3,0
a altura mínima acl ferro-
-Veículos rodoviários e
ser calculada, de acordo com a NBR 5422/85, por viários 3,0 10.3.2.8 16

o,01~~
(Eq. 1.8)
h• =a+ -5o) Obs: hs deverá ser corrigido em função da altitude local.
Recomenda-se um aumento de 3% para cada 300m de altitude acima de
1000~.\

sendo:
. · espec1' fl' cada na tabel•a a seguir
a Im) - distância b as1ca, 4.3.1.5- Métodos de empregos dos gabaritos
(para U < 87 kY, h; = a);
tensão u (máxima para a Uma vez preparado o gabarito, pode-se proceder ao
Du lml - distância numérica igual à
'·projeto de distribuição das estruturas sobre o perfil topográfico,
classe de tensão) da linha.
este, em geral, desenhado sobre pápel milimetrado.
é obtido,
comprimento da cadeia de isoladores, Deve-se empregar, de preferência, o papel milimetrado
_comprimentos
determinando-se o seu comprimentq- útil, acrescido dos
opaco, sobre o qual o desenhista de topografia executa a lápis a
Estes são obtidos dos
úteis das ferragens a elas associadas.
reprodução do terreno .
catálogos dos fabricantes.
_)

)
274
Projetos mecânicos das linhas aérf!as de transmissão Roteiro dos projetos rriecánicos. dos condutores 275 -,
t hábito das concessionárias exigirem que os topógrafos H [m], enquanto que a linha de terra deve tangenciar a linha do
forneçam os desenhos em papel copiativo (vegetal ou PVC), à tinta, perfil, como mostra a Fig. 4.16. Deve-se ter 0 cuidado de manter os
que normalmente são copiados de desenhos feitos em _papel opaco, eixos do gabarito coincidentes com os eixos do papel milimetrado.
linha as cópias
para posterior entrega ao projetista da Com um lápis de ponta bem fina, traça-se a curva ao longo do
heliográficas dos mesmos desenhos, para que o mesmo possa executar recorte para a flecha máxima. No ponto em",que a curva estiver a uma
_I
o seu trabalho. Há alguns inconvenientes nessa prática: distância correspondente a H [m] da linha do solo, será marcada uma
- a transcrição do original para o papel copiativo, à tinta, nova estrutura. Uma parábola auxiliar no gabar:-ito, traçada a uma
J
pode introduzir erros; distância correspondente a H [m] da curva da flecha máxima e
.)
- as escalas nas cópias heliográficas normalmente encontram-se idêntica a esta, facilita a localização da nova estrutura, que )
alteradas, pela deformação que o papel de cópia sofre duran~e o estará no ponto-em que esta corta a ll"nha d o solo. Daí seu nome de )
.---..,
processo cop~ativo, o q':le pode trazer surpresas desagradáveis na linha de pé. )

hora da exé'cução do projeto.


As cadernetas de campo do levantamento topográfico Linho do corw:~utor

devem ser postas à disposição do projetista, para permitir melhor


interpretação dos desenhos. \ Linho de terra )
\
Finalmente, trabalhos de topografia par..a linhas aéreas H \
'I
de transmissão, se bem que simples, só devem ser· confiados a
I '
topógrafos especializados nesse tipo de trabalho. / ', I
I

' deveria '


''
/
O projetista, antes de iniciar o seu trabalho,
/ /
/
/
:J
-~)
/ / /
percorrer a rota de linha, principalmente naqueles trechos em que / /
- '
maiores dificuldades são esperadas, e que poderão ser por ele
Linho 0e pé /
'""/-
/
/ u
previamente
recebidos.
selecionados a

I
partir dos elementos topográficos
---- H·-h

/
'/
_,-" /
/
u
()
'-
I Inicialmente, deve-se ter o cuidado de marcar, de forma
destacada, os chamados pontos obrigatórios, isto é, os locais onde Fig. 4'. '16 - Locação de estruturas pela linha de terra
o
()
I. forçosamente haverá estruturas iniciais e finais, estruturas
l ___ _)
especiais para derivações, travessias importantes, etc.
Há basicamente dois processos de trabalho com os Locação pela línha de pé
gabaritos: locação pela linha de terra e locação pela linha de pé. )
Como mostra a Fig. 4.17, nos eixos das estruturas são
marcadas alturas H' = H - hs [m]. Faz-se a ;Linha de recorte da
Locação pela linha.de terra curva de flecha máxima tangenc1· ar o ponto assim determinado e a )
Segura-se o gabar i to de forma que a linha de corte linha do perfil. Com um 1,apis, traça-se então a curva do condutor.
tangencie um ponto marcado, em escala, sobre uma linha vertical que No ponto em que a curva . assim traçada estiver a um altura II u
passa pelo eixo central da estrutura, a uma altura correspondente a correspondente a H' da linha do solo, sera' o 1oca 1 determinado para '
I'
I

Projetos mecânicos das linhas ~éreas de transmissão Roteiro dos projetos mecânicos dos condutores zn
276
o ponto obrigatório, como também uniformizar os vãos. Convém,
mui tas vezes, aumentar em uma o número de estruturas,
conseguindo-se, além de maior uniformidade dos vãos, a coincidência
da última com o ponto obrigatório, mesmo ,que isso acarrete alturas
livres maiores que as alturas de segurança.
') '·
t, pois, um trabalho feito por tentativas, e quanto
')
- maior a experiência do projetista, mais Tápido e perfeito será.
!) '
I
I Cada profissional desenvolve sua técnica particular de atacar o
) H -h I
.problema.
' I
) /
I
Deve-se atentar para alguns pontos, que destacamos a

·~
' Seguir, a fim de se conseguir um trabalho que possa ser aceito como

:)
-,

)
Fig. 4.17- Locação de estruturas pela linha de pé I
~
bom, tendo-se, naturalmente, em vista ~.as condições particulares do
terreno em cada caso.

·.j a nova estrutura, que correspond.e_, ao ponto em que a linha de pé,


I especiais,
Evitar, sempre que possível, o emprego de estruturas

) traçada a H' do vértice da parábola recortada, corta a linha do i


i
procurando-se resolver os problemas com o emprego de
estruturas padronizadas.
i
) solo. - Procurar uniformizar a distribuição das estruturas, de forma
Ambos os processos são equivalentes, e sua escolha
_) a obter vãos mais ou menos de mesma ordem de grandeza. Procurar
depende exclusivamente da preferência pessoal do projetista. Quando
) evitar vãos adjacentes muito desiguais. Quando 'isso não é possível,
se dispõe de estruturas padronizadas de alturas de suspensão
) deve-se estudar cada caso em particular.
diferentes, pode-se empregar uma linha de pé para cada uma das
J alturas.
Evitar a ocorrência de situações de arrancamento,
j forma indicada, desde a primeira principalmente quando ocorrerem temperaturas mínimas. Para isso,
Prossegue-se da
I obrigatório. Só emprega-se a curva de temperatura mínima do gabarito, fazendo-se
:"__) estrutura da linha até o primeiro ponto
· - d a e strutura , que forçosamente deve com que ;S't:ta curva tangencie os pontos de suspensão vizinhos, como
~) excepciona l men t e a pos1çao
existir no ponto obrigatório, coincidirá com o ponto determinado mostra a Fig. 4.18. Se a linha do cabo passar acima do ponto de
)
através do gabarito para a última estrutura do trecho. Se esta cair suspensão da estrutura considerada, o arrancamento ocorrerá. Se a
) através de nova linha tangenciar o ponto de suspensão do cabo, à temperatura
além do ponto obrigatório, procura-se,
) mínima, nenhuma força vertical atuará. Se passar abaixo do mesmo, a
'-J distribuição, a coincidência, mesmo que em alguns vãos a altura do
força vertical de compressão atuará sobre a estrutura, sendo sua
'
. condutor passe a ser um pouco maior do que a altura de segurança
. -~ estabelecida. Nessa oportunidade procura-se uniformizar ao máximo o intensidade tanto maior quanto maior for a distância. Se o
,_1 comprimento dos vãos no lance. Se a última estrutura cair pouco arrancamento não puder se·r evitado, pois pode ocorrer em ponto
~ obrigatório, procura-se fazer com que seja mínimo e empregam-se,
··-À antes do ponto obrigatório, procura-se, aumentando a altura de
. 1
suspensão em algumas estruturas, não só fazer avançar a última até nessa estrutura, cadeias de ·isoladores em tensão (ancoragem).
J'
-J>!
'!
T Projetos mecánicos das linhas aéreas de transmissão Roteiro dos projetos mecânicos dos condutoreS 279
278

Cada estrutura é colocada para suportar as cargas \,

curvo de t ~ f ~IN horizontais e verticais previstas em projeto, de acordo com os vãos


de peso·e de vento adotados nos cálculos. Estruturas de alinhamento
são em geral calculadas para resistirem aos esforços normais
transmitidos pelos cabos em vão~ gravantes máximos
preestabelecidos. Quando são usadas com vãos gravantes ou vãos de
vento menores do que aqueles para as quais foram calculadas, as
taxas de trabalho menores ocorrerão nas partes solicitadas, de )
forma que, muitas vezes, podem ser usadas também em pequenos )
âng..tlos. Estruturas de ângulo .admitem ângulos maiores ou menores,
Fig. 4.18- ~erificação de "arrancamento" 1
' dependendo da relação vão médi"o/vão gravante. Assim sendo, o )
projetista deverá ter sempre à mão os diagramas de utilização das
.
Quando a força ver t 1ca 1 que age sobre a cadeia de isoladores for estruturas e ter o cuidado de não escolher tipos inadequados aos
)
. - d cadeia de isoladores sob a êii versos casos.
relativamente pequena, a inc l 1naç~o a
ação do vento pode se tornar ex~eSsiva, aproximando demasiadamente - Nos casos em que a declividade do terreno ao longo do
Nesse caso, é usual o eixo transversal da linha foi considerado grande, tendo sido
a parte
energizada de partes aterradas.
de lastros de chumbo ou ferro fundido, susperisos na parte levantados os perfis laterais, o projetista deverá fazer a
emprego
a fim de manter esse ângulo no locação de forma tal que a altura de segurança seja garantida
inferior dos grampos de suspensão,
'
[ valor necessário. O valor da força vertical será calculado da forma e~1tre o condutor mais externo do lado mais a-1 to solo (F ig. 4 .19) .
Isso evitará surpresas e a necessidade de correção do terreno )
i vista no Cap. 3.
_ Todas as travessias de rodovias, ferrovias, hidrovias, etc, (por raspagem) após o nivelamento dos cabos. O custo do trabalho )

I
I'
devem ser estudadas individualmente, adaptadas para atender ao que

prescreve a N
envolvidas.
BR 542~i85 e às exigências particulares das entidades
"'
adicional de topografia para a obtenção dos perfis laterais
representa urna parcela infima do custo da linha, e muitas vezes
menor do que a raspagem de um trecho, sem mencionar o dano que
\
se caUsa ao próprio terreno pela eliminação de sua camada
.)
)
)

' utilizadas estruturas de ancoragem )


Quando forem
superficial, dificultando a reconstituição da vegetação. A
intermediárias como
localização em pontos que. o
pontos de tensionamento,
trabalho de
escolher
campo seja facilitado,
a sua
Ii )
)

evitando pontos mu1•t o ba 1·xos e locais de difícil acesso, mesmo que l )


isso leve a seções de tensionamento maiores do que as previstas.

I
)
Sendo empregadas transposições com ancoragens, procurar )
substituição a estruturas de ancoragem
localizá-las em I fERFIL LATERAL SUPERIOR )
entre estruturas de PERFIL DO EIXO QA.
intermediárias, mesmo que as distâncias )
transposição resultem irregulares. Fig. 4.19- Locação em terrenos desnivelados

I f
)

Projetos mecânicos das linhás aéreas de transmissão 281


280

impressão que deixa, sob o ponto de vista estético, é também

negativa.

) - Evitar, sempre que possível, a locação de


estruturas em ,,
) brejos e muito próximas à beira de córregos e rios, pois, por
ocasião da construção das fundações, poderão surgir sérios
C)
) inconvenientes.

) - A proximidade de vossorocas (que o topógrafo deve assinalar)


) também deve ser evitada, a menos que medidas corretivas sejam
) tomadas, (Jpois há· sempre o perigo de ocorrer a sua propagação por
) erosão do solo, atingindo a base das estruturas. Fundo de valas e

! de~ressões devem igualmente ser evitados .


,-;)
. m
- Rochas e lajes afloran,Ü~s constituem igualmente obstáculos "'
~
~

~ que devem ser evitados na locação das estruturas, se possível.


~

E
) ~
m

J •w
-o
J 4.3.1.6- Projeto de distribuição
g- -~. -9".153
W\:11

.
o
,)
~
.~ I I
'"'
Ü'
·~
~L_i ~

) O projeto de distribuição das estruturas ficará


~ .
""
·~
~
~

) m
completo com a indicação, no desenho, dos seguintes elementos, corno -o
) 1
mostra a Fig. 4.20,- e que constam da caderneta de locação (Figs.
w
-o

j 4.21 e 4.27), correspondente:

a - tipo de cada estrutura e sua altura;


~
o
..,w
o
~
Q..

'l
w
b - número de ordem da estrutura; -o
c - distância progressiva de cada estrutura com relação à o
Q..
'II'O'II'XI'II'S E
i primeira estrutura da linha ou pórtico de saída da w
J subestação;
X

"' I
~ I
d - vãos entre estruturas; o
N I
.J e - sua localização referida às estacas do leVantamento_ .,;. I

·~J topográfico;
-"' I
f - seções de tensionamento. "-
I
-) l I
--t--- ·-
~ _t•
282 Projetos mecánicos das linhas aéreas de transmissão Roteiro dos profetas mecánicos dos condutores
283 ')
·'; 5,40 5,40 )
Distância Estrutura 2,30
Estaca do progressiva ")
Estrutura Vão Vão Vão
levantamento desde a )
n." [m] médio gravante Alt. ~ 2,20 2,20
topográfico estaca o Tipo = 30°
[m
[km] ' " \ )
/ ---". )
1 220
o o 110 102 T 18,0 o
-. I ' I
2 3 + 16,6 0,220 175,05 207 s 22,0 )

I
131
3 5 + 12,5 0,351 109 128 A 18,0 \ )
87
4 6 - 11,3 0,438 145 88 A 18,0 )
203
5 8 .
0,641 239 235 5" 22"0 )
~ \ \ )
fig. 4.21 -Exemplo de caderneta de locação
)
)
2ESTAIS
2 ESTAIS )
4.4- DESENVOLVIMENTO DO PROJETo'
o )
)
4.4.1 -Enunciado especifico
)
s- 4,5
Efetuar o projeto dos cabos de uma linha de transmissão
N
•,: J
da classe 230/245kV, com um comprimento de 62km, para transportar s-'io )
325,6MVA, desde uma Usina Hidrelétrica a uma subestação abaixadora )
I'· de uma indústria que ~yabalha em ciclo continuo. Será construída
•+O
)
com estruturas metálicas estaiadas do tipo indicado na fig. 4.22. )
o~
Os condutores, escolhidos através do estudo econômico, serão do N
)
2 ó
tipo CAA, de 515,11mm de secção total, constituídos por 54 fios de i Fig. - Dimensões básicas das estruturas de suspensão j

II
Ale 7 fios de aço (código canary, 900kCM, da ASTM). normais da linha do exemplo
)
Os cabos pára-raios serão de aço galvanizado a 7 fios,
tipo EAR, de diâmetro norriinal de 9,525mm (3/8").
)
Dados de projeto
A linha será localizada em urna região de coordenadas )

18~5 e 46oW, não se dispondo de dados meteorológicos obtidos na a - dos cabos condutores - conforme catálogo da Albra: )
região, com altitude de 425m.
A topografia do terreno pode

Pode-se estimar a média dos vãos em 310m.


ser
(levemente ondulada) e sua rugosidade corresponde à categoria
considerada suave
11
B".
I - diâmetro nominal: d
-secção nominal: S
= 29,51rnm
511,11mm 2
-carga de ruptura: R =.,142.097,6N (14.490kgf)
-peso unitá.rio: p = 16;'913N/m (1,7247kgflm)
I'

l,_j
)
)

'_)
)
Projetos mecânicos das lin~as· aéreas de transmissão ·
f Roteiro dos projetos mecânicos dos condutores 285
I
I
284

N 325600
módulo de elasticidade final: Er = 67.567,47MPa IM = = 817,3A
2 >'3·U >'3·230
(6.890kgf/mm )
módulo de elasticidade inicial: E1 = 51.041,43MPa estima-se que.na hora do calor máximo, a linha opere com
2
(5.203kgf/mm ) ·cerca de 85% da carga de ponta .. Logo:
coeficiente de dilatação térmica linear final:
I = 695A
-6
"tr = 19,44·10 1/•C
- coeficiente de dilatação térmica linear inicial:
-6
"t' = 18,18·10 1/•C 4.4.2 - Determinação da velocidade de vento de projeto e forças
resultantes da ação do vento
b - dos cabos pára-raios
\ \
- di~etro nominal: d = 9,525mrn De conformidade com a NBR 5422, as velocidades de vento
2
secção nominal: S 55.421mm de projeto Vp são determinadas a partir das velocidades básicas de
- carga de ruptura: R= 68.450N (6.980kgf) vento Vb, corrigidas de modo a levar em conta o grau de rugosidade
peso unitário: p = 4,021N/m (0,410kgf/m) da região de implantação da linha, o intervalo de tempo necessário
módulo àe elasticidade fJhal: ir = 189.561,5MPa para que o obstáculo responda à ação do vento, a altura do
2
(19.330kgflmm ) obstáculoe o período de retorno adotado:
coeficiente de dilatação térmica linear final:
-6 (Eq. 2. 7)
"tr = 12,56·10 1/•C

Para a presente linha, pode-se'· manter o período de


c - condições meteorológicas na ausência de dados
retorno de 50 anos adotado. Para terreno de rugosidade "B", teremos
específicos da região, devemos empregar aqueles constantes
kr = 1. O período de integração de 10 minutos, usado para definir
do Anexo A da NBR 5422. Para as coordenadas dadas:
1 Yb = ZOrn/s, deve ser corrigido para 30 segundos, para se obter a
- temperatura média: t = 21oC
pressão do vento sobre os cabos. Para tanto, da Fig. 2.9 obtemos kd
temperatura máxima média: Tmax 28,5•C
= 1, 21-~ Para a correção de Vp em função da altura dos cabos,
li temperatura mínima: tmin = 4oC
I .
estimamos sua altura média em 11 metros. Será adotado também
temperatura máxima: tmax = 38,2•C
=
l
n 11, como indica a Tab. 2 da Norma. Assim,
média das temperaturas mínimas: Tmin 15oC

·.;
- velocidade básica do vento: Vs = 20m/s Vp = 20·1,0·1,21 ( 1101 )1/11
I - qualidade do ar: muito boa
r
l
Vp 24,41m/s

~~ d - altitude média da linha: h 425m R.N.M.


De posse da velocidade de projeto, pode-se determinar a

e - corrente na linha: a corrente na linha na hora da ponta de pressão dinâmica de referência qo, indicativa do efeito do vento I

I
sobre obstáculos: f
carga será
j
Projetos mecânicos das linhas ~éreas df! transmissão Roteiro dos projetos mecânicos dos condutores . 287
286

1 2 (Eq. 2.9) , isoladores. Com isoladores normais de passo de 146mm, a distância


qo ~ p·Vp
2 reta de escoamento da cadeia será:
e D1 ~ (n - 1 )p + di [m] (Eq. 1.9)
1,293 ( 16.000 + 64·t- ALALTT) [kgflm3] (Eq. 2.10)
P ~ ~1--,+~0.!.,o;co;;.3;;.6"7"'"'·t ' 16. ooo + 64 · t + para n 12· isoladores na c;adeia:

D1 (12- 1)0,146 + 0,305 )


sendo:
D1 1, 911m )
p - massa específica do ar
t - temperatura coincidente do vento em oC )
Esta distância, se compatível com a NBR 5422/85, poderá
ALT - altitude média da linha ')
determinar o mínimo afastamento entre condutores e partes do

suporte. Conforme a norma, como foi visto no Capítulo 1:


J
linha em projeto:
A massa específica do ar na região da \ )
~
De ~ 0,03 + O,OOS·Du (Eq. 1.10)
+ 64·15- 425 )
p ~
1,293
1 + O, 003ó7 ·15 ( 16.000
16.000 + 64·15 + 425
De ~ 0,03 + 0,005•245
J
3 /
J
p ~ 1,166kgf/m De ~ 1, SOm )
e a pressão dinâmica: )

qo -à- 1,166·(24,41) 2

Essa
Pode-se, pois, adotar o valor de 1,9rn acima determinado.
distância deverá ser verificada no suporte com a cadeia de
)

qo 347, 40N/m
2 J
isoladores deslocada da vertical sob a ação do vento de projeto,
)
como mostra a Fig. 4.22. O ângulo d€·' inclinação f3 é
)
4.4.3- Dimensões básicas das estruturas calculado pela expressão
.)
-1[
Como foi exp~to ~o Cap. 1, as dimensões básicas de uma
estrutura são determinadas primordialmenté em função do desempenho
I
l
~ ~ tg K· pCV/H)
ao·d ]

transcrita do item 10.1.4.3 da Norma NBR 5422/85.


(4.10) .)
.)
de sua estrutura isolante, da qual a cadeia de isoladores é
\ .)
o K - 1pàrâmetro que deve ser lido da Fig. 4.23, em função de Vp;
fundamental. número de isoladores, tipo disco "standard", poderá .)
qo - pressão dinâmica de referência do vento calculada como
ser: .)
indicado;
Til =
Uma.x ·de
dl
(245/Y3). 2' 3
30,5
~ 10,67 \ p - peso unitário dos cabos em N/m;. ·
)
)

I
V - vão de vento (ou médio) em m;
na qual Umax = 245kV é a máxima tensão de regime permanente; de = 2,3 )
H - vão de peso (ou gravante) em m.
cm/kV é a distância de escoamento específica para região (ar )
limpo); di= 30,5cm a distâ~cia de escoamento dos isoladores. A relação V/H depende da topografia do terreno. Será
J
Na ausência de dados concretos do ni vel ceraunico da unitária para terrenos planos, decrescendo com o aumento de sua
'..)
região, adotaremos um valor um pouco mais conservador, ou seja, 12 irregularidade. Valor típico paiã terrenos ondulados é de 0,70.
)

/
j

288
Projetos mecánicos das linhas àéreaS de transmissãO I Roteiro dos projetos mecfmicos dos condutores · 289

0!\ 1 fmax - flecha má?Cima, na condição de máxima temperatura,

J.
K I,
) incluindo o efeito da fluência (ver item 4.4.6)

~)
: \\
o.
o, ~l-'j
fmax = 10,68m.

Portanto:
)
o. 7

o,6
'\ i H= 6,5 + o,o1(
2
;: - so) + 10,68 = 18,10m
~)

\
""'
:-) o. 5
...........

-
A Fig. 4.24 representa o diagrama das cargas na
)'--...
) o. 4 condição de carga máxima na estrutura para vãos normais
)
~)

~)
:)
o, 3
10 15 20

Fig. 4. 23 - Parâmetro -"K" para a determinação do ângulo


I
25 30 35

Velocidade de vento de projeto


! m ls l
I '
(V = H = 350m). ·A família de estruturas deverá incluir pelo
', \menos mais uma para vãos maiores, como, por exemplo V = H = 450m.

de balanço (NBR 5422/85) v, v,


Hp
)

)
)
Substituindo os valores na equação 4.10: ~-~-
j
18,21•
/
/
Com o valor do ângulo assim determinado, que para maior /
/
segurança será aumentado paPâ 20o, mais as distâncias de segurança v 5.920[N] /
v'p
/
mínimas, determinam-se as dimensões da cabeça das estruturas, 1.408[N] /
fixando-se o ângulo de cobertura em 30o, como mostra a Fig. 4.22. H, 3.588[N]
45°
Hp 1. 425 [N]
A altura de suspensão normal será para a 1 inha em E J..-
·\
terreno plano e um vão de 330m: Fig. 4.14 ·_ Diagrama da solicitação da estrutura na
condição de carga máxima
H = hs + fmax [m]

sendo:

h, =D =a + o,o1[ ~ - 5o) [ml


(Eq. 1.8)
4.4.4 - Escolha do vão básico para cálculos

altura de segurança conforme NBR 5422. No item 4:4.1 foi dado um valor estimativo para a média
a - constante que depende do terreno cruzado pela linha no dos vãos da linha igual a 310m. Em terrenos ondulados espera-se
presente caso; a = 6,5m terreno agrícola mecanizável. um número razoável de vãos maiores do que a média, tendo como
Du - distância em metros, numericamente igual a tensão máxima conseqüência um valor de vão regulador levemente maior. Como os
de exercício da linha. Para a presente linha, Du = 245m.
'111 #;
Roteiro dos projetos mecânicos dos condutores 291 )
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão )
290
fv = qo·Cxc·o:·dN (4, 11)
)
~"'. vãos básicos devem ter valores próximos aos dos vãos reguladores,
Cxc = 1 - Coeficiente de arrasto )
convém, neste caso, adotar um valor maior. Assim, adotaremos
~;
a = 0,89 - Fator de efetiveidade para a 330m (fig. 4.25) )
inicialmente 330m de vão básico para a linha inteira. Após a
)
locação das estruturas verificaremos o acerto da escolha. logo:
)
',,' fv = 347,40·1·0,89·0,02951 = 9,124N (0,930kgf)
)
I o peso virtual dos cabos sob ação do vento será:
.r"'~i 4.4.5- Hipóteses de cálculo e condição regente de projeto )
~.' )
~;
!, 4.4.5.1- Para os cabos condutores )
!' ... \ Pv 19,21N/m (1,960kgf/m)
)
~· A partir das condições meteorológicas podemos formular
)
l'
!,i.
I
as seguintes hipóteses de cálculo: o
a '·
)
1--- k.oteporic

I r-----
a - Hipótese de carga de maior duração do
Terreno
)
Apesar de estar pr.e\risto o uso dos grampos de suspensão t--- \-.
o

----- r-.. ------.:. )

.-
armados, 1 imitaremos a tração ·nos cabos nesta condição a 20% da

---
--A
)
I carga de ruptura:
o
~ -=::::::::::::: --..... ""
~ )
'l - tração: T1 = 28419,5N (2898kgf)
o,
~

I
)
- temperatura: t1 = 21cC •" -..:.:
,.
~

o
o.7
:-- c
=
)
~
~

'õ )
~ b - Hipótese de carga máxima:

-
>
A tração nos cabos, na condição de carga máxima, não J
Ili deverá exceder a 35% de sua carga de ruptura a temperatura
o• 2 00 >00 400 500 600 700
o
800
)
'i!- Vão ! m I
ij )
~·~
i coincidente:
Fig'. \.z5 - Fator de efetividade de a (NBR 5422)
I ToTrnax 49.734,16N (5.071,50kgf) J
!l "'fmin = + 15cC
)
)
A velocidade do vento será aquela determinada em 4.4.2, c - Hipótese de temperatura mínima:
Nesta condição, a t raçao
- max1ma
· · dos cabos, sem )
:;.
~ t ou seja:
considerar a ação do vento, d evera· ser de 30% de sua carga de )
t: Vp = 24, 41m/s ruptura na condição de temperatura mínima. Logo: )
u ·~
E -a pressão dinâmica de referência:
To!min = 42.629,3N (4.691,4kgf) ·.J
l
t qo = 347,40N/m
2 u
tmin = + 4oC
~:'
'l que exerce por metr~ linear de cabo uma força calculável por:
'

,t;
·~
,,'
i
v
/
292
Projetos mecânicos das tinhas. "aéreas de transmissão Roteiro dos projetos mecânicos dos condutores

Para o presente caso, sendo rer = 0,0736 Q/km,


293

encon-
r
I
d - Hipótese de temperatura máxima:
tramas a t emperatura calculada para os condutores.
Deve ser determinada para a coincidência de calor
intenso e corrente de carga correspondente, considerando-se o tmax = 53,31 o C
efeito do sol, com incidência de vento de 0,6m/s. Na falta de dados
,. Adotaremos tmax 55 o C
sobre a radiação solar, pode-se estimar a sua contribuição como
'
í
'
sendo de qs = 244·d [W/m), ou cerca de 10% a mais do que em climas i A condição regente será determ1nada pela equação do vão
crítico (Eq. 4.4), comparando-se a condição de maior d uração com a
I condição de maior carregamento.
temperados.
A temperatura de ieferência será a média das máximas i
Teremos:
temperaturas da região:

lmêdio = 28,5oC P1 16, 913N/m P2 19,21N/m


u do cabo será determinada pelo
tl 21 o C t2 ·15oC
A temperatura
1. Empregando-se a TlM = 28419, 5N T2 M = 49.734,16N
procedimento descrito no item 1.4.1.4 do Cap.
dos cabos, pode-se~.
Eq. 1.3 para a determinação da ampacidade
determinar por tentativas o V'!llor da temperatura correspondente a
24 nt(t2- tl) + T2M - TlM
S·E
695 [A}. acr = lml (Eq. 4. 4)
Teremos, para c = 0,50, perda de calor por irradiação:

3 f 273 +to
qc=179,2·10 ·0,5·0,02951ll 1 .000
r ~'
J- Substituindo os valores' teremo~·;
/"
(Eq. 1. 4)
fl 273 +t )'] [11/ml
1. 000 49.734,16- 28.419 5
19,44·10- 6 (15- 21) +
515,11·67.567,47,
a cc
2 2
as perdas por convecção serão: 19,21 ] 16,913 ]
( 49.734,15 - ( 28.419,5
qc = 945,6·10-'(t- to)[0,32 + / \
0 52 (Eq. 1.5)
+ 0,43·(45.946,8·0,02951·0,6) ' 1 [11/ml /--+.:._:1~12.,.".8:::98':.__
a cc
- 2,05·10-?
!
e o calor ganho pelo sol: i
(Eq. 1.6) ,' j
duração , Portanto, o vão crítico nao
- existe. A condição de maior
qs = 224·d [11/ml
i' sera a condição regente para qualquer valor de vão.
I
variando t nas Eqs. 1.4 e 1.5, devemos encontrar um valor para o ' Repetindo a verificaç-ao, porém entre a '
' maior duração e condição de
a condição de t emperatura mínima, sem vento, f
qual I = 695A.
3 ) 112
verificaremos a 1nex1
regent
· . stenc1a
~ . do vão c r,1 t.
lCO. Portanto
a condição

695
= f_ 10 (qr + qc - qs
l Tef 1 e do projeto é a condição de mal·or duração.
r
J
Roteiro dos projetos mecánicos_ dos condutore.s 295 I
Projetos mecánicos das linhas aéfeas de transmissão I
294 Corrigindo a velocidade de projeto do vento para uma
l )
4.4.5.2- Para os cabos pára-raios I altura média de aproximadamente 16,35m:
i
Vp = 25,31mls
)
Para o cálculo mecânico dos cabos pára-raios, as
\ j i
hipóteses de cálculo a serem formuladas são basicamente as mesmas. i·· I A presSão dinâmica d e re f erênC~ será
i
Elas deverão, no entanto, ser examinadas para condições de operação I
2
sob condições de curto-circuito, quando poderão ser percorridas por qo = 373,47N/m

l.
correntes elevadas. Essa verificação deverá ser feita obedecendo a \ e a força exercida sobre um metro de cabo: )
!; Dimensionamento de Cabos ' )
norma NBR 8449 de abril de 1984 fv = 373,47·0,89·0,009525: 3,166N/m (0,323kgf/m)
Pára-Raios para Linhas Elétricas de Transmissão de Energia Elétrica )
O peso virtual dos cabos pára-raios sob a ação do
- ProcedimefJto.
\ )
As hipóteses usuais para o dimensionamento mecânico, vento será:
J
2 2
são: p2 = / (4, 021) + (3, 166) )
. )
a - Condição de maior dur~ção p2 5,118N/m (0,5Z3kgf/m)
A tração nessa condição corresponde a 14% da carga de )

ruptura, na temperatura correspondente à média pluri~nual. )


c - Condição de temperatura mínima )
To= 9583N (977,Zkgfl A tração nos cabos pára-raios não deve exceder
)

To= Z0.535N (977,5kgf) )


,)
b - Condição de máxima carga à temperatura
Na condição de máximo carregamento, a tração nos cabos, ·J
tmin = + SoC ~)
pára-raios não deverá exceder 30% de sua carga de ruptura,' sob a
ação do vento de projeto, na temperatura coincidente. ;\
' .
d - A temperatura máxima dos cabos deve ser igual à máxima
ToH = Z0.535N

ttH
O peso
lS•C
(Z.094kgf)

virtual dos cabos pâra-raios será, nessa


I temperatura do ambiente, desprezando-se os efeitos do sol,
ou de eventuais correntes parasitas

tmax = 38,2oC
do vento

condição:
Para os cabos pára-raios também não ext·ste va-o critico
p d as condições de maior duração e de carga máxima, conforme se
u
para
0· e verificar pela Eq. 4 . 4 . Logo, a condição· regente para os
u
para :J
calculas dos cabos pára-raio-s' também é a condição de maior duração.
pt = 4,0Z1N/m (0,410kgf/ml ''-)
J
\ I
296
Projetos mecânicos das linhf!S aéreas de transmissão Roteiro dos projetos mecânicos dos condutores 297 1i
a.3 - Pré-Tensionamento
4.4.6 - Confecção do gabarito duração: 03 =1 hora
e confeccionado da maneira - tração ·constante: T3 4.210N (43Skgf)
0 gabar i to será cal cu lado
d dos necessários já fora~ ..·
item 4.3.1.3. O5 a
descrita no
nos itens anteriores, exceto os b - Após a ancoragem
especificados e determinados
condutores' cuja determinação b.1- Fluência a longo prazo
alongamen t os Permanentes dos cabos l no de trações que segue, em -duração: 04 = 257.544 horas
será feita, de acordo com o p a
- na Ref. [10] aconselha-se a empregar a temperatura
computador digital pelo programa anexo.
, t. l t.1mado para a 1 inha é de 30 de maior duração, acrescida de 5•C para compensar o
o
periodo de vida u l es
será determinado o alongamento a ser compensado. êfeito do sol e da corrente. Portanto, o cálculo,
anos, para o qual e respectivas durações
U Serão assumidas as solicitações será desenvolvido com t4

= 21 + 5 = 26•C
- tração no início do período: T4 28.420N (2898kgf)
abaixo indicadas e ilustradas na Fig. 4.26.

b.2- Fluência sob condição de máxima carga


-duração: estimativa arbitrária: Ds = 2.628 horas
-tração inicial -valor da tração ao fim das 257.544
horas, calculada pelo programa
sobrecarga de vento de projeto: p2 19,210N/m

J··-~
(l,960kgf/m)
- temperatura coincidente: ts = + lS•C

j b.3- Fluência na condição de temperatura máxima


J - duração: estimativa arbitrária: 06 = 2.628 horas
J tração inicial: valor da tração ao fim das·2.628
.Yi,, ·t -
Fig. 4.26- Diagrama das solicl açoes
assumidas dos cabos
f\
horas de carregamento máximo, calculada pelo

~l programa.
I"'
Temperatura constante igual a 21 •C, - temperatura dos cabos sem vento: t6
a _ Antes da ancoragem -

sem vento. Os resultados obtidos no cálculo efetuado no computador


) Desenrolamento dos cabos
a. 1 digital pelo programa, são os seguintes:
duração: 01 =1 hora
14.010N {1.449kgf) a - Alongamentos antes da ancoragem
) "'!
Tração< constante: T1
a.1- desenrolamento dos cabos- 1 hora: c1 = 9,931mmlkm
) a.Z _Espera para Nivelamento
.)
..)
r! duração~ 02 = 3 horas
tração constante: 12 = 21.015N
(2.174kgfl
a.2 espera para nivelamento- 3 horas: c2 = 24,271mm/km
a.3 - pré-tensionamento·- 1 hora: c3 = 47,306mm/km

) .,I
.) '
• . s das linhas' aéreas- de transmissão · Rote;ro dos projetos mecânicos dos condutores· 299
Projetos mecamco )
298 total·. do cabo será no fim desse intervalo de tempo, à )
antes da ancoragem:
Alongamento total, temperatura de + 15oC:
)
ca ~ 81,508mm/km
)
b - Alongamento após a ancoragem duração, com a )
272
e5 ~ 25,32145· (300.859,37)
0
alongamento na condição de maior ' •.
b.1 - de 257.544 horas
. ( + 5) •C, e duração
tempera t ura ae 21 c• ~ 780,849mm/km c5 782,715mm/km
~ )
- Calculado pelo computador digital:
b.3 - para a condição de temperatura máxima, ou seja, a )
na condição de maior
decorridas as 257.544 horas de SSoC, é necessário determinar, a tração no cabo ·ao )
b.2 - - condição carga
duração, determinou-se a traçao na ~ . foi final- das 260.172 horas, o início da contagem do tempo )
3.009,926kgf, cuja permanencla
!J'áxima igual a '· \ nessa condição. Lançando mão da "Equação da Mudança de )
alongamento total, ao final
estimada e~,2.628 horas. O Estado", podemos calcuia:r esse valor e encontrar
. calculado a seguir. )
das
257.544 + 2.628 horas, e To6 ~ 2.177kgf ou ~6 ~ 4,226kgf/mm 2 , considerando o
orrespondendo )
t intervalo a t axa C
Admitindo constan e no 2 equação efeito do alongamento produzido no cabo.
3.009,926/515,11 ~ 5,843kgflmm' pela Repetindo agora os cálculos do item b.2, porém para
)
a 0"5 = · seria necessário
2.15, P
odemos detefminar o tempo que
l a· c 4 , teqS:
~6 = 4,226 e cs, encontramos teq6 66.996 + 2.628 ~ '· )
para produzir um
alongamento igua ~ 69.624 horas e, para t6 ~ 66.996 + 2.628 ~ 69.624 '
/

o horas, encontramos finalmente o alongamento ao final )


. (Eq. 2.15)
~~ o. fl/Cf
C4 = K. e'+' ·cr • teqS dos 30 anos: )
fl ~ 0,38 e
<P ~ 0,017;
a ~ 1,42; C6 ~ 791,438mm/km )
Sendo: X ~ 1 • 6; 54Al
' - ·a dos cabos CAA
O~ 0,19 as constantes de fluencl O alongamento a ser compensado será:
a ~ ~ 15•C Cc = C6 - Ca = 791,438- 81,508 )
+ ?Fe, teremos par
o' 19
1 42 0,38/(5,843)
0,255 (5 843) ' ·t Cc 709,930mm/km
)
780,849 = 1, 6· e ' '
)
0,272 /\As etapas b.2 e b.3 de cálculo dos alongamentos estão
780,849 ~ 25,32145·teq5 )
incluídas no programa anexo, considerando intervalos de tempo .ót
logo: crescentes, de acordo com a lei DT = (0,8·!)
1 25
' . O resultado obtido )
teq5 ~ 298.231 horas pelo cálculo desenvolvido acima, de forma simplificada, é )
. d 2.628
sob tração máxima e e igualmente aceitável, dada a insignificância da diferença entre
A duração da permanência pode ser
decorrente este e aquele que seria obtido pelo computador.
alongamento dela )
horas. O d constante
erro, considerao o ~ O cálculo foi repetido, considerando-se a ancoragem dos
calculadot se~ grande )

no intervalo. Logo, cabos sem pré-tensionarnento. Para tanto, nos cálculos da fluência a )
longo prazo, empregou-se o módulo de elasticidade inicial e o
ts ~ teqS + 2.628 300 _859,37 horas )
o alongamento coeficiente de dilatação linea-r também inicial, ao invés dessa?
com .,. ~ 5,843mmlkm .~
i
Para essa duração e
Roteiro dos projetos mecânicos d os condutores 301
300 Projetos mecânicos das li~hasaéreas de transmissão

\ To23+To22[ Et·S·pÍ·a2
J 24To12 +SE"trl t2-t1) -To!] =
grandezas no estado final, como no primeiro caso. Os resultados

Substituindo os valores, en. centraremos' empregando como


~ encontrados foram:
1 - Alongamento total antes da ancoragem: ca' ~ 34,202mm/km unidade okgf:
) 2 - Alongamento total após a ancoragem: cd' ~ 791, 438mmlkm r·
u c'~
3
r To2
l + Toz2 [5.709,25 + 4.898,62 -' ·'2.898) ~ 47,903·109
3- Alongamento a ser compensado em 30 anos: 757,24mmlkm
:) Comparando-se os dois valores de c, verifica-se que o que, eso vida por qualquer processo numerico,
, fornece:
)) To2 ~· 2. 199kgf (21. 563N)
pré-tensionamento reduz em cerca de 4,3% o alongamento a ser
;)
A fle~ha a ser esperada no va-o b'as i co será
:) compensado. Os acréscimos equivalente de temperatura serão:
2
a ·p1 (330)2·1,7247
.) 709 '93 ~ 36,5•C fmax 10,68m
--'~:c..::.=--
l 8Toz 8·2199 ·-
~) 1 - com pré-tensionamento: b..teq == 19,44·10-6
O gabar i to deverá ser
:;j 2 - sem pré-tensionamento: _b.teq = _ 19,44·10~6
757,24
__:_~-'-'=c:--
~ 39,0•C
, vezes vão b.asico,
0
. dependendo do preparado
1 inhas . Deverá ser tanto
. com u m vao
tlpo de t errenos
_ de 3 a 5
cruzados pelas
.I t maior quanto mais acidentados forem os
J
·,) errenos. Para o presente caso do perfil do eixo da linha
:t A seqüência dos carregamentos empregados e ilustrados sugere • um exame
(J na Fig. 4.25 foi escolhida arbitrariamente. Se tivéssemos invertido
que se adote 3 x 330 ~ 990m.
.. ~
-
A flecha da "
deverá ser executada com
'-1 as seqüências de maior duração com aquela de máxima carga, teriamos 96,0m na curva quente"
:J: encontrado Cc 'V 615, 951mm/km, correspondendo a uma temperatura ser medid
escala vertical do
desenho. No
, 1: 200. O vão deverá
cas~·.•
o na escala h orizontal, ou seja, 1:2.000.
.) equivalente de 31,7•C no caso da linha com pré-tensionamento e
.) 34,12•C, no caso da linha sem o mesmo. Dada a imperfeição de nosso
b - Flecha mínima
:J modelo meteorológico, pois esse cerregamento máximo poderá ou não
A flecha mínima é calculada para a mínima t emperatura,
ocorrer em várias ocasiões durante a vida da linha. poderemos
8
:) aceitar um valor médio. correspondente a Ateq ~ 37•C e confeccionar
sem considerar o efeito d 0
rnud anç~ '-.;Je estado" · No presentevento
caso'
>
empregando-se a equação da
t2 = tmin = + 4oC 1
.) o gabar i to para tl!la:x == 92oC. To23 + Toz2[5.709,25 • ogo:
- 1.172,91- 2 . 898] ~ 47.903·10·
d
, .. ! cuja solução fornece:

j' 4.4.6.1- Cálculo das flechas para o gabarito

a - Flecha máxima maior duração foi escolhida como a


To2 ~ 3.160kgf (30.987N)

A flecha na condição de t emperatura minima será, então


A condição de vão básico de 330m e Tal = 28.419,5N fmin = 7,43m
condição regente. Para o 92,0•C e p1 ~ 16,913N/m (1,7247kgf/m]. A "curva fria" do gabarito terá uma flecha de
teremos
(2.898kgf), t1 ~ 21•C, tz ~ estado,
equação da mudança de (3,0)2·7,43 = 66,9m.
empregando a
o valor da flecha máxima:
302 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Roteiro dos projetos mecánicos dos condutores
303 )
I J.·f o gabarito foi executado de uma chapa de acrílico )
Observando os resultados da tabela, concluímos:
f\ \
! cristal de O,lcrn de espessura e com cerca d e 60 x 60 em, da maneira

I
/

j. ~exposta no l•t em 4 . 3 . 1 . 3 . A Tab · 4.3 ilustra parte da caderneta de a - as diferenças entre o vão regulador e o vão médio, como I

locação resultante, referente a uma seção de tensionamento . também entre ·o vão regulador e o vão básico de cálculo são )
p~quenas, principalmente no segumdo caso. O vão regulador
! )
TABELA 4.3 - EXTRATO DA CADERNETA DE LOCAÇÃO. PRIMEIRA '
é, portanto, representativo da secção de tensionamento e
SECÇÃO DE TENSIONAMENTO )
pc·de ser usado no cálculo das tabelas de flechamento.
)
Supo~ Estaca Distância Vãos [m] No caso em que o vão regulador de uma ·qualquer ~ecção de
v Tipo )
te
No
levant. do
topogr. início H ..... v H estr.
Obs. tensionamento divergir muito do vão básico, principalmente
' "a" de vento de peso se for. menor, a locação deverá ser refeita, procurando-se, J
li •, \ com o mesmo gabarito, resultados mais satisfatórios. Caso )
01 100+0 0,0 105,0 235,0 2,24 AT Anca-
r agem isso não seja alcançado, novo vão básico deverá ser usado )
210,0 term-
minal para confecção de um novo gabarito e novas locações )
02 102-77,5 210,0 .309,0 225,0 0,73 SN tentadas. Evita-se com isso dissabores com cabos baixos )
408,0 ,' ~
I ou altos demais;
03 103-27,3 618,0 376,0 250,0 0,69 SN )
345,0
04 108-11,8 963,0 356,5 360,0 1, 01 SG b - nas várias tentativas de locação efetuadas, procurou-se
168,0
os 110+17,0 1.131,0 262,0 297,0 1,33 SN minimizar o peso de aço das estruturas, atendendo assim ao )
356,0
06 112+ 6,5 1.487,0 342,0 360,0 1,05 SG aspecto econômico;
328,0 )
07 114+42,5 1.843,0 356,0 285,0 0,80 SN
405,0 )
08 116+25,0 2.248,0 346,5 285,0 0,82 SN c - todas as estruturas, menos a n. o 03 da secção, apresenta-
09 117+24,0 2.556,0
308,0
ram relações V/H maiores do que 0,70 usada no projeto,
)
246,5 210,0 0,85 SN
assegurando ângulos de balanço menores do .)
que 18,21o. O
25 146+50,5 7.291,0 264,0 190,0 0,72 SN ângulo de balanço da estrutura n. o 03, ;)
com V/H 0,69,
216,0 deverá ser de 18,97o, ainda bem abaixo
26 147+65,8 7.507,0 306,5 260,0 0,85 SN dos 20c fixados. J
27 149+ 0,0 7.904,0
397,0
344,5 356,0 1,03 SN ; '\ Quando ocorrerem valores de {3 maiores
do que o máximo )
292,0 fixado, deve-se restringir o balanço
28 150+44,0 8.186,0 341,0 294,0 0,862 SN das cadeias. Para
:!190,0
i
29 152+29,0 8.586,0 363,0 300,0 0,826 SG l tanto, podem ser usados "lastros" fixados aos grampos de
')
30 154+00,0 8.922,0
336,0
299,5 235,0 0,785 SN I suspensão ou mesmo cadeias de isoladores em ancoragem,
J

I
Anco-
quando o peso dos lastros for considerado excessivo,
263,0 '
r agem )
in- portanto, impraticável. O valor mínimo de V/H para que ~
31 156+41,0 9.185,0 308,0 267,0 0,867 A term. )
' não seja maior do que 20o, é 0,52. Se admitirmos em uma

l:a = 9.185;

l:a
3
na= 30; ã = 306,17m
= 1. 027. 097. 562 :. AR = 334, 4m
I
J
das estruturas da linha em projeto
137,6/320 = 0,43, encontraremos um ângulo de balanço igual
.,'
a 23,78o, que reduziria a distância Dt.
a relação V/H =
')

u
I J /

:(
-r---~-·

.
Projetos mecâmcos
das 7/nhaS aéreas de transmissão
Roteiro dos projetos mecânicos dos condu~ores 305 1
304 As prime i r as são válidas para todos os vãos de sua
empregado em uma das
do lastro a ser secção de tensionamento e podem ser usadas para o nivelamento dos
S eJ'a Lo [Nl o peso A fig. 4. 11 po de ser
- da estrutura acima. cabos, quando se empregam dinamômetros, e para preparar as tabelas
cadeias de suspensao Para o valor limite do
0 seu efeito. ou curvas das flechas.
modificada para incorporar
Essas tabelas, em geral, s·ão representadas para valores
ângulo ~.teremos:

-t[ K·qo·d·H l
(4. 12) de temperaturas crescentes de grau em grau ou de dois em dois '
= tg L p. v + LG J graus, em uma faixa limitada pelas temperaturas ambientes, mínimas
e máximas, que poderão ocorrer na região, na época da montagem das
donde: (4.13)
K·qo·d·H - p·V linhas.
LG ::: tg ~max.
caso da Su~ elaboração é bastante trabalhosa, sendo conveniente
correspondentes ao
Substituindo os valores o emprego de calculadoras programáveis ou computadores digitais. As
u 1 encontraremos: equações das parábolas podem ser usadas para a maioria dos casos.
linha do projeto-exemp o,
o 38·347,40·0,02951·320 - 16,913·137,6
LG tg 20·
4.4.7.1 -Tabelas de trações em função das temperaturas
( 112, Okgfl
LG = 1. 097' 82N
ido atrav. .és de ·um bloco de Escolhido o intervalo de temperaturas para o qual devem
0 bt
Esse peso Poderá ser f central de ser preparadas, emprega-se urna equação da mudança de estado para
0,16m de altura. Um uro
de diâmetro por
chumbo d e 0,20 a uma ferragem q ue deverá calcular o valor da tração To nos cabos para cada uma das
permitirá sua fixação
O,OZm de diâmetro temperaturas, admitindo-se corno "vão para cálculo" o próprio "vão
grampo de suspensão.
ser articulada ao regulador" e empregando a "condição regente". anteriormente

flechamento dos cabos condutores determinada e usada. corno o "estado 1" do cabo. O "estado 2"
Tabelas ou curvas de considera o cabo sem ação de vento, na temperatura correspondente à
4.4. 7 -
ou nivelamento são tração desejada.
de flechamento
As tabelas ou curvas de
das linhas aéreas, a fim No caso da linha do projeto exemplo, teremos:
na montagem dos cab o S condições de
empregadas
- corretas, sob quaisquer ·/'~Estado 1- Condição regente:
flechas e traçoes
assegurar de sua vida útil.
.
carregamento' e em
qualquer época
tabelas são
- E1 = 51.021N (5.202kgf) -módulo de elasticidade
d tensionamento, essas
Para cada secção e inicial do cabo
ão impede, no
regulador, o que n -3 2 2
em função de seu vão , . secções de S = 0,51111·10 m (511,11mm)- área da secção
elaboradas servir para var1as
e uma mesma tabela possa transversal
entanto, qu vãos reguladores
t nh m valores
e a
tensionamento, desde
que seus - a = Ar ::: 334,4m - vão regulador
a - p1 = p2 = 16,913N/m (1,7247kgf/m) -peso unitá-
razoavelmente próxJmos. (ou) curvas para
tabelas e ri.o do cabo
São elaboradas
To1 = 28.419,5N (2.898kgf) - tração na condição
determinação de: t dos cabos;
função das tempera uras regente
a - trações em dos vãos
temperaturas dos cabos e .
em função das
b - flechas
J

'co~- das linhas aéreas de transmissão Roteiro dos projetos mecánicos dos condutores 307
Projetos mecám
306 condição regente Com as trações calculadas para cada temperatura da )
ZloC- temperatura na
- tl = n temperaturas esP
eci- maneira vista, empregando-se as equações das flechas (parábola ou I
_ t2 = t1 ± r ~t (variável ) - catenária), determina-se os valores das flechas. )
No caso -de nosso exemplo, escolheremos os vãos entre
ficadas para as
flechas )
de dilatação
-6 1/oC - coeficiente estruturas no 6 e 7, de 328m; entre rl\_P 14 e 15, de 216m e entre
- O:.tl.
=18,18·10 )
~~ n ... 26 e 27; cotil,-"3-9--1m1' obtendo os--: valores-..constantes .da--: Tab.' 4.·5-;
térmica inicial .,~ )
e stado" teremos, para TABELA 4. 5 - TABELA DE FLECHAMENTO )
a "equação d a mudança de FLECHAS = f (TEMPERATURA, VÃOS)
Montando
\ Cabos condutores )
Toz em kgf: 9
)

~
6(t2- tlll = 36,8567·10 FLECHAS [m]
2(1 490 538 +48, 34 \ )
Toz · • encontraremos as a
da tabela 4.. 4., 6 - 7 14 _.'15 26 - 27 29 - 30 ~)
z valores
Dando a t 05
l 328 [m) 206 (m] 397 [m] 336 (m] )
(TEMPERA~
orrespondentes.
trações C
. - - f 15 7,80 3,08 11,43 8,19 )
FLECHAMENTO - TRAÇOES - 17 7,87 3,10 11,53 8,26
TABELAm;. )
TABELA 4. 4 - 19 7,94 3,13 11,63 8,33
To2
21 8,00 3,16 11,72 8,40 )
To2 t (o C] 23 8,07 3,18 11,82 8,47
i (Nl (kgfl
i t (o C] 25 8,14 3,21 11,92 8,54 )
(kgfl
(Nl 2828 ·. 27 8,20 3,24 12,02 8,61
27 27731 29 8,27 3,26 ,, 12,11 8,68 )
2972 27506 2805
29143 29 31 8,33 3,28 12,21 8,75
15
17 28898 2947
31
27290 2783
2762 33 8,40 3,31 12,30 8,81 J
2922 27084
19 28653
2898 33 2740 35 8,46 3,34 12,40 8,88 .:)
28418 26868 37 8,53 3,36 12,50 8,95
21 35 2719
28182 2874
37
26663 ~)
23 2851
25 27957 .)
As tabelas 4.4 e 4.5 foram calculadas, empregando-se os )
\
t e vãos módtllOs de elasticidade e coeficiente de expansão linear iniciais.
m runçao
- das tempera ura 5 ~)

I
Tabelas de flechaS e Nessas condições, está se desprezando o efeito que o
4.4.7.2- )
das tempera t ura 5 ' • são pré-tensionarnento produz sobre essas grandezas e alterando
As tabelas de flechas em funçã~ os f lechamentós. Em ' igualment~ os valores. das~trações.e flechas a serem medidas durante
~)
q uais serão fei:tos seu comprimento, .)
elaboradas para os vãos nos as montagens. No presente exemplo, em vãos de cerca de 335m, as
dependendo do
~ de tensionamento, fim. Deve-se preferir flechas das tabelas são cerca de 5 {em] menores do que aquelas ,)
cada secçao - ara esse
'dos vários vaos p c)
- er esco lh l próximos ao dos vãos calculadas corno módulos de elasticidade e coeficientes de expansão
deverao s . · com comprimentos
V-
a os pouco
desnivelados e
. f,. car as flechas em um dos lineares finais. Pode-se compensar esse fato, empregando-se flechas .)
também verl
É conveniente flechamento foi das tabelas, correspond en t es as
' t ernpera t uras d os cab os na h o r a do )
reguladores· A técnica de
em vãos menores.
vãos maiores e flecharnento, acrescidas de um grau centigrado. ·~)
'tula (item 4.2.2.1.b).
capl
descrita no início deste
~)
(
..
')
308 Roteiro dos projetos mecânicos dos condutores 309
) Projetos mecânicos das lin"'has ·aéreas de transmissão

) 4.4.8 - Tabelas de flechamento dos cabos pára-raios


Refeita a verificação do vão crítico (Eq. 4. 4),

l conclui -se que nesse caso e 1 e t ambém não é definido. Portanto, a


) São calculadas de maneira idêntica às anteriores
condição de máxima duração é a regente.

) respeitando-se os limites de tração estipuladas pela NBR 5422 para


'') TABELA 4 ·6 - TABELA DE FLECHAMENTO
o tipo de cabo empregado. No Cap. 3 foi visto que as trações em TRAÇÕES = f (TEMPERArURA)
j vãos grandes variam menos sob a ~~ão &à variação das cargas Cabos pára-raios EAR de 9,525mm
~) externas do que em vãos pequenos. Isto é tão mais verdadeiro em
Toz To2
j cabos de pequenos diâmetros e elevados módulos de elasticidade, t [ •Cl t [·C]
.····~ pois alongamentos elásticos específicos são menores. Nessas [N] [kgf] [Nl [kgf]
- .. };
condições, para os cabos pára-raios de aço tipo EAR. pode-se
.] ~ . - da ordem de 3 a 4% da carga de ruptura, entre \
15
17
10.345
9. 777
1.055
997
27
29
9.306
9.218
949
940
l esperar uma var1açao
), a tração na condição de maior duração e a de máximo carregamento,
19 .. 9.679 987 ·31 9.139 932
~I 21 9.580 977 33 9.051 923
) 23 9.482 967 35 8.963 914
conforme se pode verificar.
'
i!
--~ ~ Sendo:
25 9.404 959 37 8.884 906

)l - p1 4,020N/m (0,410kgf1~) o peso unitário do cabo


)' - pz = 5,0207N/m (0,512kgf/m) o seu peso virtUal unitário sob Para os mesmos vãos de controle dos condutores, as

flechas nos cabos pára-raios serão:


ação do vento de projeto
- t1 21oC a temperatura de maior duração
- tz lSoC a temperatura coincidente TABELA 4 · 7 - TABELA DE FLECHAMENTO
FLECHAS = f (TEMPERATURASÍ
-Tal = 9.582,42N (977,2kgf) a tração máxima na condição de Cabos pára-raios EAR _ 9,SZSmm
maior duração (14% da carga nominal de ruptura, conforme a

I~
FLECHAS [m]
NBR 5422) a
2 2
-E= 189.550N/m (19.330kgf/mm ) 6 - 7 14 - 15 26 - 27 29 - 30
6
- ttt = 12,56•10- 1/oC
. 328 206 397 336
- d = 0,009225m o diâmetro do cabo
- S = 55,421·10- 6 m2 a área de sua secção transversal 15 5,23 2,06 7,66 5,84
17 5,53 2,18 8,10 5,80
Toz [N1 (ou kgf) é a tração no cabo na condição de máxima 19 5,59 2,20 8,18 5,86
21 5,64 2,23 8,27 5,92
carga 23 5,70 2,25 8,35 5,98
Substituindo os valores na equação da "mudança de 25 5,75 2,27 8,42 6,03
estado", para a condição de máximo carregamento, ter-se-á: 27 5,81 2,29 8,51 6,10
29 5,87 2,31 8,59 6, 16
31 5,92 2,33 8,67 6,21
33 5,97 2,36 8,75 6,26
.J 35 6,03 2,38 8,84 6,33
cuja solução é 37 6,09 2,40 8,92 6,39
.)
To2max = 1. 203kgf
l
Projetos mecânicos das linhas "aéreas· de transmissão Roteiro dos projetos mecânicos dos con dutores 311
)
310
10 - BUGSDORF, V. e outros, "Permanent Elongation of Conductor;
4.5- BIBLIOGRAFIA Predictor Equation and Evolution Methods"' Revista
"Electra" - N" 75, CIGRÉ, Paris, 1981. )
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Environmental Impact of Transmission
L ines - Proc. Open Conferenc\i on HV Transmission Lines" )
Ago. 1983 - Rio de Janeiro.
). ' )
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2 - ALMEIDA, M;' A. - "Projetos de Linhas de Transmissão por )
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Vancouver, Canadá, 1973. 80 DIM 1E(3) )
90 DIMF(3)
5 - LUMMIS, J. e Fischer Jr., H. D. - "Practical Application of 100 DIM G(6) )
Sag and Tension Calculations to Transmission Line Design" 105 REM LEITURA DE DADOS
110 CLS )
- Trans. AIEE - PAS Vol. 74, Part III, Pg. 402 a 416 - N. 115 INPUT "SECAO TRANSV. (mm"2)" ·S )
120 INPUT "MOD E '
York, 1955.
and Field 130 INPUT "COEF ~~~Tli. FINAL (kgf?mm"2)";EE )
"Sag-Tension Computations 140 INPUT "VAO PARA. ERM. FINAL (1/G.C.)";AT
6 - WINKEKMANN, P. F. Trans. 150 CLS CALCULO (m)"; VC )
Measurements of Bonneville Power Administration
AIEE, PAS Vol. 78, Part III B - Pg. 1532 a 1547 N.
160 PRINT "CONSTANTES DA FLUENCIA" )
170 PRINT
180 INPUT ·'\k = " . KK )
Iorque, 1959
190 INPUi ,.FI = :, ; FI
7 -OLIVEIRA NETO, J. I. de e outros- "Curso Básico
Noções com 200 INPUT "ALFA= "·AL
)
de
Gerais de Linhas de Transmissão" - Fases de Construção 210 INPUT "MU = "·MV )
Centro 220 INPUT "DELTA~ "·DE
LTS" - Módulo 6 - Furnas Centrais Elétricas S/A - 230 CLS ' J
de Treinamento de Fiscais de Linha -Rio de Janeiro. 240 REM DURAC - TEMP
250 REM TEMP - TEMP~DE DURACAO DO ESTUDO EM HORAS )
Projeto
outros - "Condição Regente no 260 REM TRAC _ TURA DO CABO EM GRAUS CELSIUS
8 - FUCHS, R. D. e 270 REM PEVI - ~;Ao INICIAL DE FLUENCIA EM kgf )
Linhas de Transmissão" - Mundo Elétrico - Nc 284, Pg. 21 a 280 REM DPIN - DURA VIRTUAL DO CONDUTOR EM kgf/m )
25, São Paulo, Maio de 1983. 290 INPUT "NUM. DE ~~~~~SPRIME!RO INTERVALO DE TEMPO EM HORAS
300 CLS ANTES DA ANCORAGEM" ; N . :.;. _)
9 - FUCHS, R. D. e outros - "Considerações Sobre o Vão Básico no
Projeto das Linhas de Transmissão" - Mundo Elétrico
310 INPUT "NUM. DE ESTADOS DEPOIS DA ANCORAGEM"; M
320 CLS J
264, Pg. 47 a 51, São Paulo, Set. 1981.

I ··.)
J
)
·./ r
l Roteiro dos projetos mecamcos dos condutores
A •
313
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão \
870 IF I=N+1 THEN C -
312 \ 880
890 REM
J=O.OCALCULO DA 0-AA
VAR!ACAO DA TENSAO x ALONG
900 J=J+1 · AMENTO
330 If N=O THEN 410
' 340 PRINT "ANTES DA ANCORAGEM" 910 CC=(BB*lP(l)' 2 )/( .•
345 PR1NT 1
920 EP=(AA~ED)* E-G R(!) 2)
360 PR1NT "DURAC l"; I;")";: INPU~Dlll
350 FOR !=1 TO N 930 FF=EE*S*EP
370 PRINT "TEMP [";1;")";:1NPUT Tll), 940 GG=BB*P(!)'2
380 PRINT "TRAC l"; I;")";: INPUT Rlll ,-,. 950 LL=CC+FF-R(l)
960 RR=R(!)
390 PRINT "PEVI l";I;")";:INPUT p[I)
970 SS=3*(RR' 2 )+2* •
980 R(I)=RR-(( • LL RR
400 NEXT I
410 If M=O THEN 610 990 IF ABS (RR~tii;LL*(RR'2)-GG)/SS
1000 MM=KK*EXP * > 1.0 THEN 960
415 CLS
420 PRINT "APOS A ANCORAGEM" \1010 QQ=((R(l);~~~~g~~((R[l)/S)'AL)
425 PRINT 1020 TE=(AAIMM)'QQ
430 J=1 ~ 1030 DT=(0.8*J)'1 25
440 FOR 1=N+1 TO N+M 1040 TT=TE+INT DT.
450 PR1NT "DURAC l";1;")";:INPUT Dlll
460 PRINT "TEMP l";1;")";:INPUT Tll) 1050 TH=TH+INT DT
1-060 !f TH >-- D(!) THEN 1110
1070 EO=AA
465 If J>1 THEN 475
470 PRINT "TRAC l"; 1;" )";: 1NPUT Rli)
1080\AA=MM*(TT'(
475 PRINT "PEVI l";l;")";:1NPUT Plll 1o9o co- 1. o/QQ ll
480 PRINT "DPIN l";I;")";:INPUT A[I-N) -CO+(AA-EQ)
1100 -'GOTO 900
485 J=J+1 1110 B(!-N)=J
490
600 CLS:NEXT I DO ALONGAMENTO ANTES DA ANCORAGEM
REM CALCULO 1120 BO=BO+CO
610 REM TE~PERATURA E ALONGAMENTO CONSTANTES 1130 CT=CT+D(l)
1140 G(I)=CO
620 AO=O 1150 E(!-N)=R(l)
630 BO=O 1160 F(!-N)=TH
640 CT=O 1170 CO=O
650 If N=O THEN 730 1180
660 FOR 1=1 TO N 1190 REM CALCULO
IF I=J THENDA MUDANCA DE ESTADO
670 MM=KK*EXPlfi*Tli))•llRll)/S)'AL) 120 1 1330
680 QQ=llRll)/S)'DE)/MU 121~ ii=~~~;~lil~~~/(R(I)'2)
690 AA=MM*lDli)'[1/QQ)) 1220 GG~~B*P(I+1)'21+1)-T(!))
700 AO=AO+AA 1230 LL~CC+FF-R(l)
710 Gl Il=AA 1240 R(!+ll=R(!)
730 NEXT
720 I
REM cALCULO DO ALONGAMENTO APOS ANCORAGEM 1250 RR=R (! +1 )
1260 SS=3*(RR'2)+2* *
740 BB=lEE*S*[VC"2))/24 1270 R(J+ 1 )-RR LL RR
1280 IF ABS-(~~~~=3)+LL*lRR'2)-GG/SS
750 J1=N+M
1290 MM=KK*EXP(FI*T 1)) > 1.0 THEN 1250
1
QQ=((R(l+ )/S)~I+1))*((R(l+1)/S)'AL)
760 EO=O 1300
770 TE=O
780 If M=O THEN 1330 1310 TE=(AAIMM)'QQ DE)/MU
790 I=N 1320 GOTO 800
800 !=1+1 1330 AC=BO-AO
810 TH=A[I-N) 1500 REM
820 C[I-N)=Rlll 1510 REM s AIDA DE DADOS
830 MM=KK*EXP(FI*T(I))*((R(I)/S)'AL)
1520 CLS
840 QQ=((R(I)/S)'DE)/MU
850 TT=TE+A(I-Nl
860 AA=MM* ( TT' ( 1/QQ) )
.ll!f. . .' ·.· '· .)

I~~t
. . . s da~ /in. ha~ aéreas de transmissão l
ProJetos mecamco ·
314 )

PRINT "RESULTADOS OBTIDOS"


0
~;!o IF INKEY$="" THEN 1550
1560 CLS
1570 IF N=O THEN 1630
1580 FOR I=1 TO N
1590 PRINT "ESTADO"; I
Estruturas para linhas'de transmissão )
1600 PRINT "ALONGAMENTO";G(I) )
1610 IF INKEYS="" THEN 1610
1620 CLS:NEXT I )
1630 IF M=O THEN 1890 )
1640 CLS EM"
1650 PRINT "APOS A ANCORAG )
Y$ "" THEN 1660 5.1- INTRODUÇÃO
1660 !F I NKE = INTERACOES )
1670 R~NITE - NUMERO DE NICIO DE cADA ESTADO ' \

1680 REM TINI - TRACAO ~~ ~INAL DE CADA ESTADO As estruturas de uma linha aérea de transmissão de )
1690 REM TFIN - TRACAO TOTAL DE HORAS CALCULADAS
1700 REM NHOR - NUMERO energia são os elementos de sustentação mecânica dos cabos )
1710 CLS (condutores e pára-raios}. São os elementos da L. 1. responsáveis
1720 FOR I=N+1 TO N+M ' )
1730 PR!NT 'fESTADO"; I pela manutenção das distâncias de segurança entre os cabos, das )
1740 PRINT ALONG." ;G(Il
al'turas de segurança entre os cabos e o solo ou obstáculos
1750 PRINT "NITE" ;B(I-N) )
1760 IF !NKEYS='"' THEN 1760 transpostos e ainda dos distanciamentos mínimos entre toda parte
1770 CLS )
1780 PRINT "TINI" ;C( I-N) energizada da L.T. de qualquer elemento estranho à mesma.
.)
1790 PRINT "TFIN" ;E( I-N) Pode-se imaginar que o conjwito de condutores de urna
1soO PR!NT "NHOR";F(I-N) L.T., envolto pelo espaço necessário ao isolamento de seu nível de )
1810 IF INKEY$="" THEN 1810
1820 CLS:NEXT I tensão, constitui um prisma condutor de energia. Desde que os cabos )
183 CLS •'""NTO TOTAL APOS A ANCORAGEM" ;BO suportem às solicitações mecânicas a que são submetidos, cabe às )
1840 PRINT "ALONG,.,.·•~
1850 IF INKEY$="" THEN 1850 )" estruturas {suportes da linha) a respOnsabilidade de manter a ~)
1860 CLS MP EM". cT· "HORAS EM"; AC;" (mm/km
1870 PRINT "O ALONG. A SER CO . ' ' integridade desse prisma condutor, absorvendo todos os esforços .)
1880 IF INKEY$='"' THEN· 1880 / '
mecânicos gerados nos pontos de sustentação, em todas as situações .)
1890 END de uso, ao longo de toda a vida da linha e transmiti-los com
)
segurança às estruturas de fundações, que por sua vez implantarão a
)
. L. T. no terreno·.-
.)
;: )
5.1.1- Classificação _)
_.}'
Vários critérios permitem classificar as estruturas
j
de urna L. T., conforme vistC/-no capítulo 1, ou seja:
J
)
)
',/ r--
~ 317
' Estruturas para linhas de transmissão
.· · aéreas de transmissão '
316
Projetos mecânicos das lmhas
l
l
A grande vantagem do uso do eucalipto é que por ser
função estrutural: uma árvore de crescimento acelerado, o plantio de espécies
Classificação segundo a
adequadas em condições ideais dão retorno relativamente rápido, e
Estruturas de suspensão
d e ancora~m ~T
\ com poss_ibilidade de se conseguir peças retilíneas com até 20
_ Estruturas metros de comprimento e diâmetros variados. Os troncos devem ser
- Estruturas para ângulos '·
descascados logo após abatidos, os extremos cintados com arame de
Estruturas de derivação aço para evitar rachaduras longitudinais, e então tratados com
ansposição de fases
_ Estruturas de tr óleos especiais em autoclaves de alta temperatura e pressão.
O concreto armado ·usado como estrutura de L.T. tem a
. t"r das estruturas:
de res1s 1 grande vantage~ de permitir a prefabricação das peças próximo aos
segundo a f arma
Classificação
\ locais de uso. No entanto, exige equipamentos especiais para o
U- Estruturas autoportantes transporte, manuseio e montagem, aiem de ser extremamente pesado e
·lgidas (F\g. 1.2b)
_ Estruturas r frágil.
. (F\g. \.42)
Estruturas flexívelS Metais para o uso estrutural em L. T. devem ter alta
semi-rígidas (Fig. 1.43)
- Estruturas mistas ou_
· (F\g. \.2a; F\g. 1- 451 resistência mecânica, alta resistência à corrosão, baixo peso
- Estruturas estaiadaS específico e baixo custo de produção. Atualmente, os mais usuais

· · estruturais: são os aços de alta resistência, os aços-carbono galvanizados a


S
egundo os materlals fogo e as ligas de alumínio.
Classificação
Aços de alta resistência são ~mpregados na confecção
_ Estruturas de madeira de postes cônicos ou tubulares de grandes comprimentos. Os
e concreto armado
Estruturas d perfilados de aço-carbono galvanizados, bem como os de alumínio,
- Estruturas metálicas
são ideais para os projetos de grandes estruturas treliçadas.
Além do baixo peso específico e alta resistência à
corrosão, os perfilados de alumínio têm a grande vantagem de serem
·
S. 1 . 2 _ HaterialS
estruturais
estr~àdos. Fato que permite ter uma grande variedade de secções
tansversais de perfis, inclusive com características mecânicas mais
avantajadas que as convencionais cantoneiras laminadas de aço.
L. T. são: estrutural Contrapesa para as estruturas de alumínio o seu elevado custo, a
A madeira para uso
não nobre • porém convenientemen-te facilidade de vandalismo e sua menor resistência mecânica.
·ra ou uma madeira
exemplo a aroel , certas qualidades necessárias ao Tanto a madeira, quanto o concreto armado e até mesmo
a garantir lgumas espécies de
tratada de tal forma exemp l o a os aços de alta resistência prestam-se à confecção de postes e à
.__ se propõe' por
{
bom desempenho a que . e alba}. As características
·triodora, polipticornlus montagem de estruturas relativamente simples como estruturas H, T,
eucalipto (cl dureza, resistência ao
. de uso estrutural são: X e outras. Normalmente, o"s -fabricantes já têm à disposição do
necessárias à mad elra ataque por bactérias e
entrelaçadas, e difícil mercado conjuntos de estruturas, denominadas de famílias, que
intemperismo, fibras
microorganismos..

_.--/
)

I
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Estruturas para linhas de transmissão 319 )
318 )
- Estrutura SD _ torre d e suspensão simples _ 0 o
atendem às solicitações padrões de algumas classes de tensões e
Vão médio 430m • vão de peso 700m
filosofias de transmissões. Por exemplo:
' -~
T para circuito - Estrutura S1D _ torre de suspensa-o, reforçada - o 0
}
)

de estruturas de concreto duplo


- Familia Vão médio 530m, vãà,de peso ?DOm )
duplo de 138kV. madeira para 69kV )
- Família de estruturas de - Estrutura SZD _ torre de suspensão para ângulo de
para circuito duplo de 69kV )
- Família de postes de aço tubular para Vão médio 480m • vão de peso
. 900m
estaladas de concreto )
Família de estruturas
- Estrutura. AD _ torre de ancoragem para ângulo de ·!
circuito simples de SOOkV J

Vão médio 430m ' vão de peso SOOm


li
\ .)
Grandes estruturas, porém, só são viáveis lançando-se mão
- Estrutura A1D - torre de ancoragem para ângulo de até 10°
)
de estruturas treliçadas construídas com perfis metálicos.
Vão médio 325m, vão de peso 1 . 200 m
)
)
- Estrutura TR _ torre para transposição de fases - 00 )
5.2- ESTRUTURAS TRELIÇADAS EM AÇO GALVANIZADO Vão médio 350m, vão de peso 700m )
A opção de se usar estruturas treliçadas para a
Para casos especiais, impossíveis de serem resolvidos
construção dos suportes de uma L.T., é uma solução bastante )
\
!' com uma das estruturas padronizadas, parte-se~- para 0 projeto de uma
versátil. Praticamente qualquer problema de altura, disposição, )
estrutura especial que atenda às -solicitações e sitüações
carregamento, distanciamento, etc, de cabos e equipamentos, são )
específicas.
fáceis de serem resolvidos e sempre uma estrutura pode ser usada, )
No exemplo acima, parece a princípio que contamos com 6
modificada ou mesmo projetada para a absorção e transmissão, com
tipos de estruturas padronizadas na famíli-a. No entanto, cada .)
segurança, das cargas mecânicas que deve suportar. )
Assim como as estruturas mais simples, as estruturas estrutu\a tem 0 seu corpo projetado em mo'dulos' que podem ser
/ .
que a tendem os casos acrescentados ou retirados da estrutura bá . ·•.J
também compõem famílias para 48 o núme d Slca, elevando assim de 6
treliçadas
corriqueiros de determinadas classes de tensão e filosofias de a possibilidad d
ro e componentes desta fam'l'
. - 1 la. Acrescente-se ainda ' )
que p .t e e varlaçoes dos -pés d as estruturas (Fig. 5 4) .)
transmissão. Como tal. existem muitas familias, de arquiteturas
definidas e projetadas, normalizadas por concessionárias e à~~ Como erml
a f em, 1'o seu· assentamento em terreno- de topografia inclinada:.
. ' ... )
;·,: aml la de pés conta com 5 variedades
~ . i
disposição pelos fabricantes no mercado. e ementas na família das • o número total de )
l É estruturas sobe para 240 t'1pos.
Por exemplo: para a construção de uma linha 460kV, )
grande: o número de famílias padronizadas por
circuito duplo em formação triangular, quatro condutores "grosbeak" )
fabricantes e normalizadas por concessionárias. No entanto, é
por fase, dois pára-raios 7x9AWG, a CESP tem padronizada a seguinte
totalmente livre 0 -
projeto "_de n ovas arquiteturas tanto para .J
familia de estruturas projetada pela SAE e usadas de acordo com as
famílias completas, quanto para soluções específicas. ' .J
tabelas das figuras 5.1, 5.2 e 5.3: ,)
)
r
Estruturas para linhas de transmissão 321
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
320
G
G
H

BASE ± 0.0

K
IÍ K
ESCALA 1:400
ESCALA 1:400

- :!:. 0,0
(m] - BASE!. 0,0 PE5
I
I
DlMEt,St:lES
I Rl1 • •- ' BASE ± 0,0 Pf.:S ± 0,0 i
I '"'
DIHENS0ES

I .-1
J N R2
F G H I K
TORRES\ A c D E

5,00 4,64 15,35 10,85


8,60 2,35 7,74 9,00
4_20\',40
20• TORRE A B c
I D E F G H I I J
I K H N Rl I ! •T'
R2
4.2,86 4.,70Í23, 10 10,06 9,90 4,20 4,40 20· - 18,30 13,50111,50 3,0019,52 1, 70 9,60 4,20\4,4~\20• 120•
50
4.2,80 4, 70123,10 10,00 5,00 4' 64 16,30 ll '35
9,55 2,50 7,96
4,20 4,40 20• 15•
AD 42,60 4., 70 18,4:[10,40
9,0:]~·64
~'
SID 12,00 2,50 8,63 10,90 AID 42,50 4, 70 18,45 10,30 9' os "-· 6r; 17,50 12,50 10,70 3,00 9,52 0,45 10,00 4,20,4,40120·1 5·
5,00 4,64 18,70 13,25
S2D 43,10 4,70\23,30 10.10
'
f "ST\JB" (kgfl
j TORRE
BASt. COM "STUB" (kgf) l '
l PESO COM
I
I"'" '""
-J TORRES BASE .. z4.c! Pf.:S:!:.O,O
BASE-6,0 BASE-3,01BASE:!:O,O BASE+3,0 BASE+6,0 BASE+9,0 BASE+12,00 f
B.t.SE+9, O\BASE+12, O\BASE+15,0 BASE+lB, O ~i
BASE+6, O
BASE:!:.O, O BASE+3,0
,j ' !; PtS!.O, O \BASE-6, O BASE-3,0
--'' AD 25120 I 27010 I 29570 31550 33560 35960 38390 I
~ so I 9394 10474 114M 12164 13324 14134 15254
18942 19627 -- ! AIO 22190 23690 25690 27280 28830 30700 32580 f
\
,_) s
SID 11256 12190 13215 14201 15093 16671 17534
29714 21974 ·\ -23234 24414 ! '
~f 19324
) ;:r,
'"'"'
,E-
520
\ 13304 14554
I 15864 16794 18004
' Fig. 5.2- Torre de ~ncoragem - tipos AD e AlD !
0
;,:;
·"'
;?S Fig. 5.1- Torre de Suspensão- Tipos SD, SlD e S2D 46DkV - C1rcuito duplo i
;
460kV - Circuito duplo
) Ui
f_!;!j"

~ l
,_ J
-~----~/'
./

lí!I:T
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••
l
!
Estruturas para linhas de transmissão
I .f . mecânicos das ;inhaS ~éreas de transmissão 323 l
Projetos
322 )

I
G I
H
\I )
)

l . )
j

l )
)
)
'
":. \ )
Fig. 5.4 - Pés desnivelados )
)
)
< 5.2.1- Elementos )
)

Todas as estruturas treliçadas, independentemente dos )


materiais utilizados em suas confecções, :7-ão projetadas peça a ,)
peça, tal como se fosse a especificação de um grande quebra-cabeça. .)
Também independendo de tamanhos, finalidades e qualquer outrê
.)
variável, as estruturas treliçadas compõem-se invariavelmente àe
)
dois tipos de elementos, que são os membros e os nós. Os membros
)
são tracionados ou comprimidos e os nós denominados de conectares
)
ESCALA. 1:400 ou jlli)Ções.
; )
Para efeitos de projetos, ternos:
\
lt Pts
'
0,0 Membros )
-
I
BASE 0,0
DJHENSOES (rol
' N Rl R2
" Conectares ou junções ·._)
l\ TORRE
,s\c DE F •L•\' J K

13.0 4, 4 4,2 20•

I
?\23 3 t3 o s,o 4,64 zo,o\n.o(t3,S z.s a,63 )
TR 46,0 4, ' '

{kgfl 5.2.1.1 -Membros )


COM "STLIE"
PESO
TORRE O BASE""O O BASE+3,D\BASE+6,0 BASE+9,0 BA5E+12,0 )
Pts:!:.O,O i

TR
BASE-3,

15804
- '
17094
tS184 I 19204 20574
21834
! Nas torres treliçadas em aço galvanizado, os membros )
I
invariavelmente são construidos de cantoneiras de aço carbono e J
de transposição - tipo TR
Fig. 5.3 - Torre _ circuito duplo
\i galvanizadas a fogo depois de furadas, cortadas e usinadas. '.. )
46DkV '.)
I )
I .. I r~--
~)
I Estruturas para linhas de transmissão 325
linha~ ·a.éreas de transmissão
.
ProJetos me
cánicos das
\ 5.2.1.2- Conectares ou junções

I
--~

ou barras da
324 pernas
·~ também chamadoS de de esforços: tração e
o membros, apenas a dois tipos São os elementos responsáveis pela conexão entre os
real idade se
treliça, são
sujeitos que a
dimensionados. Para devem ser aplicadas membros da .treliça, bem' como ancorage~ das cargas externas à
) _
compressao • com 0
tal são
as cargas estutura: penca de isoladores, suportes dOs pára-raios e conexão
h' óteses de cálculos' . se~ criados sempre ',
') aproxime das ~p nós deverão • dos cabos de estaiamentos (Fig. 5.6 e 5.7).
das treliças, logo os
:) ap enas nos nós e sltuar
. no meio de uma
ba•ra
~ .. rio e açao
- de vento,
~) que uma carga s .
distribuldas,
de peso prop
- desprezados no
cargas ue sao
') ·onos membros, q
esforços de flexa
) introduzem de carregamento •
. to próprio. em uma situação
dimenslonamen carga se ', \
,) ~ Um mesmo membro' que situação de
pode em
outra
) tra tracionado, cng. 5.51.
se encon descarregado,
. ido bem como
J apresentar comprlm '
''

··-,.
128mm
,..
)
) Fig. 5.6 - Detalhe de fixação de cadeias
.)
,)
Qualquer que seja a finalidade, são construídos por
J pedaços de cantoneiras ou chapas cortadas, convenientemente furadas
.J e conexÕ'es garantidas por parafusos e porcas, igualmente

J galvanizados.
-f As cantoneiras dos montantes são emendadas por pedaços
de cantoneiras convenientemente projetadas como conectares, de tal
-( forma que todos os esforços mecânicos sejam transmitidos com
-1: .
segurança, (Fig. 5.7).
As conexões entre os demais membros, ou entre estes e

os montantes, são feitos com chapas convenientemente cortadas,

~ esforço de tração- furadas e dimensionadas para as respectivas transmissões de


- Vento à esquerda esforço de compressao
esforços (Fig. 5.8).
ba- Vento à direita ~
membros da treliça

l
Ação do vento nos
fig. 5.5-
!
-1
Estruturas para Hnhas de transmissão 327
. _-. éreaS de transmissão
, •nicos das lmhas a )
Projetos meca
5.2.2 - Normas e recomendações )
326
-1
Embora as barras componentes da estrutura sejam
DO MONTANTE
dimensionads apenas aos ·esforços de tração e/ou compressão, )
desprezando-se o flexionamento devido ao peso próprio e esforço de )
•·.
vento, a flexão deve ser verificada nos elementos que servem de )
suportes ao pessoal da montagem e da manutenção. Como tal, estes )
elementos devem ser verificados para resistirem uma carga de 100 )
kgf (980,665 N) dentro do .limite elástico do material e aplicada )
verticalmente na pos~ção mais desfavorável.
)
O dimensionamento à tração considera apenas a área
coNEXÃO )
líquida de seção (descontada a área corr.espondente à furação para
os parafusos) e a tensão de escoamento do aço em uso. )
O MONTANTE O dimensionamento à compressão leva em conta a )
MEMBRO D
flambagem, que por sua vez considera o tipo de aço em uso, a .)
i
esbeltez da peça, a compacidade da seção do perfil, o grau de )
fixação e a excentricidade na aplicação dos esforços. )
Conexão de montantes )
fig. 5.7-
)
5.2.2.1- Índice de esbeltez
)
Os índices de esbeltez máximos admissíveis são os )
indicados na Tab. 5.1 )
)
~--- TRELlç.AMENTO

1
\ TABELA 5. 1 - ÍNDICE DE ESBELTEZ J
QUADRO HORlZ.ONTAL. Elementos Índice de esbeltez - À 'J
)
Montante 150 ··.. )

Comprimido Braços 150 .)


·.. )
Diagonais 200
)
Tracionados 375

250
')
Redundantes não cale. .J
os membros
te e ou tr
entre montan )
fig. 5.8-
Conexão
)
1
Estruturas para linhas de transmissão 329
Projetos mecânicos das Jinhàs aéreas de transmissão
328
Onde:
5.2.2.2 - Perfilados mínimos D = diâmetro do parafuso
t = espessura do material puncionado
Os perfilados mínimos indicados para a construção de
d' = diâmetro do furo
estruturas de torres de L. T. são: L1 distância entre o centro do furo e a borda
11 •.
Pernas ou montantes: L 2 x1/4" L2 distância entre centros de furós
DiagOnais e outros : L 1 3/4"x3/16"
Quanto à espessura mínima dos perfis utilizados,

recomenda-se os da Tab. 5.2 abaixo: 5.2.2.4- Marcação

TABELA 5.2 - ESPESSURA DOS ELEMENTOS

Espessura - t
\__ ' Cada elemento da estrutura deve ser marcado, de tal

Elemento · d entifique sua posição na estrutura e a


forma a permitl·r que se 1n

4 mm (eo 3/16") estrutura a qual pertence.


Montante

Outros 3 mm (eo 1/8")

Chapas de lig'á.ção 4 mm ("' 3/16") 5;2.2.5 - Parafusos

Os parafusos devem ter um diâmetro minimo de 12mm e um


diâmetro máximo compatível com a largura da aba do perfil em uso.
5.2.2.3 - Conectares Os valores recomendados são os da Tab. 5.3.:,
Nos conectares, os parafusos devem ser dimensionados à
tração e ao cisalhamento, as chapas e perfis devem ser verificados TABELA 5.3- RECOMENDAÇÃO DOS PARAFUSOS EM FUNÇÃO
quanto ao esmagamento. Para vencer o cisalhamento, pode-se usar DA LARGURA DAS ABAS
chapas duplas, uma de cada lado dos perfis a serem conectados, nos
conectares. O espaçamento e posição da furação devem ter critérios
Largura mín. da aba (mm) 35 40 45 50 60 65 75 80 l
'\
que minimizem os problemas de concentrações de esforços, ao mesmo Diarh. · máx. parafuso (mm) 12 14 16 19 22 25 28 32 1

tempo que facilitem a fabricação e a montagem.


Os furos de um membro normalmente são feitos em
nos diâmetros nominais,_
pun'ciort.ados diretamente
conjunto e 5.2.2.6 -Proteção à corrosão
'}
definitivos. As seguintes relações devem ser satisfeitas:
l
c d' :s: D + 1,6 A proteção contra a corrosão de todos os elementos da
f 1t t ~ d' + 1,6mm, onde estrutura, deve ser feita pela galvanização a fogo. O consumo de
~ \I Ll ~ 1,2D- para borda laminada
.r,.u zinco por metro quadrado de área ·-galvanizada deve satisfazer a
'\C "a Ll ~ 1,4D -para borda cortada
~.:_g fi'
valores mínimos. Veja Tab. 5.-4.
_) ::~ l
L2 ,. 2,3D i
~~
1;l't.._

~
I
)
. das fi~-has aéreas de transmissão Estruturas para Hnhas de transmissão 331
Projetos mecámcos

330 3 TABELA 5.5 - COMPACIDADE


cAMADA DE ZINCO (g/cm )

~ _______T_AB
__ E_L_A_5_.~~--MA~S~S:A~D~A~~~~~~~~~~~~~~
peças
Valor médio das
Valor individual
da cada peça
peças ensaiadas
.j, Grupo Aço --->
cre
Aço comum
= 2500kp/crn2 cre
Aço AR
= 3500kp/ Crn2
305 1. Grupo
13 ·. 11

~~----~~----~3~8~0------r-----~~----~
b/t " 663/,lõ';
parafusos e porcas
550
' )
2. Grupo
. 5 de espes. 610 663/v'cre ::5 b/t
13 - 20 11 - 20 )
f
Chapas a s,omm
e per
inferior ~ ~~_:~~--~------~~-------r-------:~------~ " 994/lcre
610 3. Grupo
)
· de espes · 700 994/v'O"e ::5 b/t )
Chapas e perflS~~~~----_L
a S,Omm _________________l------------~----~ " 20 " 20
" 20
igual ou sup. )
• \
)
5.2.2.8- Esbeltez efetiva )
5.2 .2. 7 - compacidade ~. )
- relação Denomina-se esbeltez À, de uma haste perf~lada e
cantoneira a )
comp~cidade de uma birrotulada à relação:
Denomina-se seguinte relação:.
5.9, onde é válida a )
mostra a Fig. /'- = l/r
\
l
b/t, como
a = b .,. d + t Onde:
l = comprimento de flambagern do perfil
)
)

J
\I r = raio de giração da seção do perfil
)
Na realidade, a grande maloria dos membros de uma
,)
estrutura não são birrotulados, mas sim engastados,
,)
semi-engastados, etc. Logo, o comprimento real de cada perfil da
estrutura não é o valor 1 a ser considerado no cálculo da
)
\ O que se faz na prática é considerar o comprimento real
flambagern. .)
' 1 e corrigir a esbeltez À para um novo valor 1\e, denominado de J
' esbeltez efetiva, a ser considerada no cálculo do perfil à u
compressão. .)
cantoneira de abas iguais Ligações com apenas um parafuso são consideradas )
Fi&· 5.9-
rotuladas. Quando a conexão é feita por mais de um parafuso, deve
)
da cantoneira e da, ser considerada parcialmente engastada, porém com a ressalva de que
- da
compacidáde (b/t) )
Em runçao___
. . . do (a-e)' ·as perfis são; o elemento analisado esteja sendo conectado a outro suficientemente
t do aço utlllZa _)
de escoamen o "' de flambagem local' t rigido e o desenho da chapa de conexão minimize a excentricidade do
tensão mínima prevençao
·.)
os em três grupos para a superior a zo. carregamento transmitido.
separad ·t compacidade
5 5 Não se adml e )
conforme a Tab. . .
,)
':,..___ __ _
)
Projetos mecânicos das linhas aéreas· de transmissão Estruturas para linhas de transmtssão 333
332
2
Para as várias alternativas de carregamentos e uc = tensão limite de compressão (N/m )

conexões, os índices de esbeltez efetiva são os da Tab. 5.6. u é definido para os vários grupos de perfis:

1. grupo: a- a-e
TABELA 5.6 - !NDICE DE ESBELTEZ EFETIVA

2. grupo: cr cre[1,8 + 0,0021· (b/t)·..r.;:;;]


Carregamento Àe
À Conexão
3. grupo: cr = 590.580/(b/t) 2
carregamento concêntrico nos À= Àe
cabos nos dois extremos
5.2.2.10- Ação do vento
À s 120 Carga concêntrica em um extremo Àe = 30 + 0,75À '
e excêntrica no outro
O vento não é considerad9 no cálculo de cada elemento
Carregamento excêntrico nos dois da estrutura (flexão), no entanto sua ação é levada em conta no
extremos Àe = 60 + 0,50À
"'-.. dimensionamento dos montantes.
Àe = À

..
Elementos rotulados nos dois Os perfis da estrutura ficam sujeitos à pressão q
extremos (À " 200) 2 ';
' (kgf/m ) do vento, que por sua vez é função da velocidade V (m/s)

'·,__)
~! À > 120
Elementos parcialmente engastados
em um extremo e rotulado no outro
Àe = 28,6 + o' 7 6 2À
(À " 225) do mesmo_;· segundo a relação:

. í
j Elemento parcialmente engastado Àe = 46,2 + 0,615À
(À " 250) q
nos dois extremos

:31 O esforço do vento sobre a estrutura é calculado pela


,J' expressão:
~) 5.2.2.9 -Formulário para compressão
Fv = C·q·A
,)
formulário para o dimensionamento de perfis sujeitos à
) Onde: i\
compressão:
..)
Fv = força sobre a estrutura devida ao vento
j crc
2
cr- ( ;, EJ À/ ................... para Àe "C C = coeficiente de forma (2,0 a 2,6)
4
jl 2
. ··~ .
q pressão do vento (kgf/m )
,)~. A = duas vezes a área projetada dos perfis que compõem a face
crc ............................ para Àe <!:: C
j -->.- da estrutura exposta ao vento.
J
Onde: No cálculo da ação do vento na estrutura,
·-_..J•.

I
c nY 2E/~e -valor crítico da esbeltez efetiva considera-se que a incidência_seja normal em apenas uma das faces e
.)
2 Variável segundo a tabela 5.7.
) E módulo de elasticidade do aço (N/m )

._) ·l
.)
-------------~·--'
~-

,.
.-,-
334 Projetos mecfmicos-âas linhas aéreas de transmissão
r-
;
Estruturas para linhas de transmiSsão
c')
335 I
-~ TABELA 5. 7 - PRESSÃO DO VENTO x ALTURA SOBRE O TERRENO 5.2.2.12- Resolução das treliças )

Altura sobre Velocidade do vento Pressão do


' A resolução das treliças para determinação dos esforços '
c~

I
o terreno vento - q nos elementos conta com vários métodos algébricos, gráficos e
(m) (km/h) (m/s) (kgflm')
computacionais.
100 27,8 48 Considerando a grande quantidade de elementos em uma
o- 40 110 30,6 60
120 33,5 70 estrutura, a distribuição espacial dos mesmos e a disponibilidade
de softers adequados, torna-se conveniente o uso computacional na )
40 - 100 135 38,0 90
resolução das treliças, que permite além de agilidade uma certa ' )
100 - 150 150 43,0 115 otimização no dimensionamento dos perfis. :)
150 - 260 160 45,0 125
j' Depois de resolvida a treliça
dimensionados os
elementos da mesma, parte-se para ~a padronização dos perfis, de
tal forma que garanta uma certa simetria da estrutura.
e

)
:)
)

:, )
5.2.2.11- Análise dos e~forços
5.3- PROJETO
J
Todo o carregamento aplicado à estrutura é absorvido
nos nós e transmitidos de nó a nó pelos membros até as fundações.
Para a absorção dos vários esforços, as seguintes r~gras devem ser
I No projeto
mecânico de uma Linha de Transmissão,
variáveis de naturezas elétricas, geográficas e climáticas permitem
)
)

assumidas: algumas definições características do projeto, tais como: sistema


de transmissão (CC ou CA), classe de tensãà·: número de circuitos, )
- Todas as forças transversais são absorvidas pelas faces
transversais da estrutura. bitola dos condutores e pára-raios e número de condutores por fase, )
- Todas as forças longitudinais são absorvidas pelas faces enfim, definição do projeto eletromecânico dos cabos. )
longitudinais da estrutura. Com o levantamento planial timétrico da faixa de )
- Todas as forças verticais são transmitidas pelos braços e servidão e o perfil do eixo de implantação da L.T., parte-se para a )
montantes {pernas) da estrutura. distr~'b;uição e definição das estruturas de sustentação no terreno.
)
- Nos painéis compostos de membros cruzados tracionados, todos Normalmente estudos técnico-econômicos predeterminam a
;J
os cisalhamentos são resistidos pelos membros tracionados do família de estruturas a ser usada na L. T. em projeto. Com a
i; )
painel. definição das estruturas, o próximo passo é o projeto mecânico das
- Em painéis Compostos de membros designados para .resistir mesmas ou a verificação da resistência mecânica das estruturas J
dispostas no mercado, para as condições do projeto. )
compressão ou tração, o cisalhamento é dividido igualmente entre·
eles. )

- Os momentos de torção resultantes de esforços horizontais )


5.3.1- Dados preliminares
assimétricos (rompimento ou montagem dos cabos), são resistidos )
pelos reforços horizontais no nível onde o momerito é aplicado. São os dados, já"definidos, que permitem o projeto ou a
I
!
'
j
·)
~------ I ·)
)
I
336 Projetos mecânicos d(Js linhas aéreas de transmissão
I Estruturas para linhas de transrr:issão 337

I
verificação dos esforços mecânicos que vão solicitar determinada
7.50 7,50
estrutura da L..T. 4.75 4,75

o
N
Exemplo 5.1
Verificar o dimensionamento mecânico da torre tipo S3R
da L.T. possuidora das seguintes características:
o
- Cabos: o
6
Três conutores ACSR, 636 MCM, 26/7
Dois pára-raios de aço galvanizado, EHS 3/8", 7 fios
- Vento:
Velocidade máxima: 130krnlh (ABNT)
Velocidade reduzida: 72km/h (vento médio máximo)

~P~e==~~ ~:~~u~=l~~!d:~;o~~~!m~~s torres: 2


58kgf/m o
E

- para cálculo do balanço das cadeias: 45,6kgf/m 2
Pressão para velocidade reduzida: "-...._ "
-~
cálculo do balanço das cadeias: 14,~gf/m
2
- para
Esforço no condutor d~vido ao vento máximo: o
.;
-para cálculo dos esforços nas torres: 1,46kgf/rn
-para cálculo do balanço das cadeias: 1,148kgf/m
Esforço no condutor devido ao vento reduzido:
- para cálculo do balanço das cadeias: 0,352kgf/m
-para cálculo dos esforços nas torres: 0,448kgf/m
Esforço no pára-raios devido ao vento máximo:\ Fig. 5.10- Esquema da estrutura S3R
- para cálculo dos esforços nas torres: 0,53kgf/m
Esforço no pára-raios devido ao vento reduzido:
-para cálculo dos esforços nas torres: 0,163kgf/m
- tensão máxima: 1.470kgf
- Tensões: de acordo com as hipóteses de cálculo e a equação
-ação do vento máximo: 0,53kgf/m
de mudança de estados:
Do condutor sob vento máximo: 3.150kgf a lOoC - Características da torre S3R
Do condutor· sob vento reduzido: 2.216kgf a lOoC - Vão médio: 450m, 305m
Do pára-raios sob vento máximo: 1.400kgf a lOoC -Ângulo: 0·, 3•
- Estrutura 53R adotada: Mostrada na Fig. 5.10, onde as ~ Vão gravente do condutor: max. 750m, min. O
dimensões foram definidas em função da altura de segurança, do Vão gravante do pára-raios: max. l.OOOm, min. 100m (em
suspensão) e Om (em tração)
ângulo de balanço das cadeias, do ângulo de cobertura do
pára-raios, etc. - Peso da cadeia de isoladores: lOOkgf
- Ação do vento nas cadeias de isoladores:
- Características dos cabos: - para rajadas de 130km/h: 30kgf
Condutores: - para rajadas de 72kmlh: lükgf
diâmetro: 25,1Srnm - Considerações:
- peso unitário: 1,300kgf/m Coeficiente para esforços transversais para cabo
-tensão máxima: 3.150kgf rompido: 0,80. Leva em consideração a carga de vento ou de peso
-ação do vento máximo: 1,46kgf/m sobre o vão do cabo intacto e sobre parte do cabo rompido. j
Pára-raios: Coefic1énte para esforços longitudinai-s: O, 70. Leva em !
diâmetro: 9,15mm Consideração a redução de esforço devido ao deslocamento da cadeia
- peso unitário: 0,407kgf/m de suspensão do lado do cabo~intacto.

J
338 Projetos mecânicos das linhaS aéreas de transmissão 1------ Estwturas para fmhas de transm1ssão 338

Sobrecarga vertical .de montagem: sobrecarga existente Várias hipóteses de cálculo são então formuladas para
apenas por ocasião da montagem dos cabos, de acordo com a Fig. que se verifique as máximas solicitações possíveis de cada elemento

I
5. 11.
constituinte de cada estrutura de sustentação da L.T.
T Desta forma, cada elemento , de cada estrutura é
dimensionado à maior solicitação de compressão possível de ocorrer )
dentre todas as hipóteses de cálculo. Em seguida, suas dimensões
são verificadas para o maior esforço de tração pos~ível de ocorrer
dentre as mesmas hipóteses.
Não existe uma normalização que indique o número de
Fig 5.11 -Esforços de montagem
hipóteses de cálculo que devem ser consideradas no dimensionamento
\. )
de uma estrutura. Normalmente cada ___L. T., ou cada estrutura
R "
TEDS.cos a+ 0,75 agp + 400 (condutor), ou
especial, faz jus a um conjunto de considerações que definem o J
R TEos.cos a+ 0,75 agp + 200 (pára-raios)
conjunto de hipóteses de cálculo.
onde:
Para o exemplo em desenvolvimento, as seguintes
TEDS = tensão EDS
~ = ângulo mínimo permitido para posicionamento do freio
hipóteses de cálculo serão consideradas:
(cos a =: 0,316)
ag = vão gravante
-Hipótese 1: )
p = peso unitário do cabo - todos os cabos intactos, )
400 = peso de 4 homens mais equipamentos
200 = peso de 2 homens mais equipamentos - alinhamento reto ou ângulo de até 3° ____ )
0,75 =coeficiente adotado pelo modelo - vento máximo
Esforço longitudianal para o cabo pára-raios intacto:
será admitido esse esforço devido ao desequilíbrio de tensões, em Hipótese 2:
vãos adjacentes desiguais, às temperaturas max1mas e m1n1mas. - um cabo pára-raios rompido
Considerar a simultaneidade de vento médio máximo com a
situação de cabo rompido. - alinhamento reto ou ângulo de até 3°
- vento médio
\
- HiPótese 3:
5.3.2 - Hipóteses de cálculo
um condutor rompido em qualquer pos1çao
,_;
Durante toda a vida útil da L. T., a mesma passa por - alinhamento reto ou ângulo de até 3°
(_)
inúmeras situações de carregamento mecânico. Quer seja em função vento médio
.)
das condições climáticas (variações de temperatura, velocidade de - Hipótese 4: )
ventos, etc.), quer seja em função da taxa de utilização (potência - desbalanceamento vertical de montagem
)
transmitida), quer seja ainda em função de situações anormais - vento nulo
.. )
(montagem, rompimento de cabos, etc.);- as estruturas devem sofrer
- Hipótese 5:
deformações apenas no regime elástico de seus materiais c)
- carga vertical de montagem
constituintes e garantir a integridade da linha. )
- vento nulo
c)
)
_;

Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Fstruturas para linhas de transmissão 341
340

5.3.3- Cálculo dos esforços Pára-raios rompido com vento reduzido:


FI= (coef. carga)·(tensão vento reduzido)
O projetista das estruturas, de posse dos dados = 0,7·1.400 980kgf
preliminares da L. T., das hipóteses de cálculo e do projeto de Pára-raios intacto com vento reduZido:
distribuição das estruturas no terreno, tem condições de determinar F1 = 250kgf
os esforços atuantes em cada estrutura para cada hipótese de
cálculo considerada. - Esforços verticais: devidos ao peso dos cabos e equipamentos
Os esforços atuante nas estruturas são subdivididos em e ainda a esforços de montagem e manutenção.
três grupos, de acordo com as direções que solicitam as mesmas. Condutor ~ vão gravante máximo:
Para o exemplo proposto: ,_ \ Fv = Pc·agmax + Pisol = 1,3·750 + 100 1. 100kgf

Condutor - vão gravante mínimo:


- Esforços horizontais transversais: devidos à ação de ventos
Fv = Pc•agmin = 1,3·0 = O
laterais nos cabos e equipamentos e tracionam~!!.!2_/dos cabos em
Esforço de montagem nas hipóteses 4 e 5:
) estruturas de ângulos.
·_ ( Condutor intacto na hipófese 1:
R = TEns· coso: + O, 7S·ag·p + 400 =
690kgf = 2.090·0,316 + 0,75·750·1,3 + 400 L 800kgf
) Ft = f v· (vão médio) + FVisol = 1,46·450 + 30

) Condutor intacto nas hipóteses 2 e 3: Pára-raios - vão gravante máximo:


Fv = pc·a~x = 0,407·1.000 = 410kgf
) Ft = f v· (vão médio) + FVisol = 0,448·450 + 10 210kgf

) Pára-raios - vão gravante mínimo:


Condutor rompido na hipótese 3:
Fv = pc·agmin = O, 407·0 = O
J Ft = f v· (vão médio)· (coef. carga) + F vi sol =
= 0,488·450·0,8 + 10 170kgf Esforço de montagem nas hipóteses 4 e 5:
R TEns·coso: + 0,75·ag·p + 200 =
Pára-raios intacto na hipótese 1:
= 904·0,316 + 0,75·1.000·0,407 + 200 800kgf
Ft = fv· (vão médio} = 0,53·450 = 240kgf / \
Pára-raios intacto nas hipóteses 2 e 3:
Ft = fv·(vão médio}= 0,163·450 = 70kgf 5.3.4- Diagramas de carregamento

Pára-raios rompido na hipótese 2: Com os esforços deterininados é conveniente traçar os


Ft = fv·(vão médio)· (coef. carga) 0,163·450·0,8 = 60kgf diagramas de carregamento das estruturas. Consta na realidade de um
desenho esquemático da estrutura com o respectivo conjunto de
- Esforços horizontais longitudinais: devidos a trações esforços para cada hipótese de cálculo.
Condutor -roffipido com vento reduzido: Para o exemplo em qUestão, como temos apenas cinco
F1 = (coef. carga)·(tensão vento reduzido) hipóteses de cálculo, temos os -seguintes diagramas de carregamento,
= 0,7·2.216 = 1.550kgf aostrados na Fig. 5.12.
vr···
)
342 Projetos mecânicos das linhãs aéreas de transmissão Estruturas para linhas de transmissão 343
)
.,o 70
Os esforços determinados, ou as cargas dos diagramas de I
' carregamento, devem ser majorados de um fator de segurança, para
então serem usados nos cálculos e dimensionamentos das estruturas.
.,
Os fatores de segurança são os da Tab. 5.'~ e um novo conjunto de )
l diagramas de carregamento, agora com esforço~'majorados, é obtido e )
l mostr-ado na Fig. 5.13.
Il )
.• )
-,- -'=- TABELA 5.8 - COEFICIENTES DE SEGURANÇA
CONOICÃO 1 CONOJCÃD 2
Ulol CABO PÁRA-RAIOS ROhiBIOOS
)
TODOS OS CABOS INTACTOS
ALINHAMENTO RETO OU ALINHAMENTO RETO OU
AHGULO DE ATÉ J" ANGULO DE ATÉ J• Cargas Coef. Segurança )
\EHTO r.loÁXIMO VENTO MÉDIO
\
Verticais 1, 27 )
)
Transversais 1,65
l
Longitudinais 1, 25
)
)

• •

.j •
5.3.5 -Diagramas de utilização
)

As estruturas 53R foram projetadas para vão médios de )


COHDICÀO J
COHDICÃO 'I
OESBALAHCEAMEHTO VERTICAL
450 metros e instalação em alinhamento (ângulo 0°). )
UM CONDUTOR ROMBIOO
DE MOHT.t.GEM
EW OUALOUER POSICÃ.O:
AL1HHAWEHTtl RETO OU Os esforços laterais, devido à ação de ventos nos )
ÃHGULO DE f.TÉ 3"
VENTO NE0\0 cabos, considera os valores dos vãos médios, logo, 450 metros. )
- Qualquer dfflexão no alinhamento da linha também introduz esforços _)
_--=-
.\
laterais has estruturas.
J
Para uma estrutura S3R sujei ta a vãos adjacentes que
j
impliquem em vão médio inferior a 450 metros, deixa tal estrutura
)
superdimensionada a esforços laterais se a mesma for usada em
de alinhamento. Esta folga da estrutUra a esforços
_)

pode ser reaproveitada, usando-se a estrutura para )


\
em pequenas deflexões da linha. Quanto menor o vão médio, j

COHDICÃO :1
CARGA VERTICAL DE MON.TAGé.N será a deflexão permitida na linha, para a mesma estrutura )
VENTO NULO
Com este raciocinio e algun~:, cálculos, é possível se chegar a )
Fig. 5.12- Diagramas de carregamentos diagrama de utilização das estrutUras. )
j
_)
)

'I · -f;stfuturas para linhas de transmissão


344 Projetos mecânicos das linhas iléreas de transmissão 345
- Esforços transversais: considerando uma pequena deflexão na
-"'2
~
r-
116
l !!9.- ·linha e ventos laterais normais a ambos os vãos, temos a seguinte
f;õ
'~ +~ê
- -
;;5

:)
) o-

-~~--o
~
1\39 347

~i-
!'! ~
o-

-347

~~-
~ ~
i.-~~ção para definir a mai~r força transversal na estrutura:

FT ; 2TOmax~sen(<t/2) + fv•am + Fv·h~ol


)
Para a = O, Fr será máximo:
') \
\Fr = fv·am + Fvtsol = 1,46·450 + 30 ~ 690.
) I
I
)
Para pequenos ângu'los sen(o::) = a. (radianos)
u HIP. 1 HIP.2 A equação acima escrita em radianos fica:
)
1) FT = TOmax•Tt/180 + fv·am + Fvi~'õ-1 = 690, ou

)
J
'; I Fr = 3150·n/180 + 1,46·am + 30 = 690,

Que resulta a seguinte equação para am =f(~)

3
·•. )
I am = 450- 37,6a- vãos médios para os cabos condutores

Analogamente:

I
)
2J.36,8~1rfl2 am = 450- 48,4a- vãos médios para Os cabos pára-raios
)
.) Com esta análise feita, podemos concluir que quando uma
) HIP. 3 HIP. 4 estrutura S3R for usada como suspensão em pequenos ângulos, o vão
'.) lllédio correspondente será determinado pela segunda equação, ou
) seja, pela equação definida pelo cabo pára-raios. Assim, para os
/\o o
~) ângulos de O , 1 , 2° e 3° temos os respectivos valores de vãos
J médios definidos: 450, 402, 353 e 305 metros.
J
'~) - Balanços de cadeias: os ângulos de balanço das cadeias de
) "'lsoladores são funções da relação entre os esforços horizontais
.) transversais e esforços verticais que atuam na penca de isoladores .
--Conforme já analisado, os ângulos de balanço das cadeias (-rmax para
HIP. 5
.)i _vento máximo e -rm para vento re~uzido), podem ser calculados pela

) Fig. 5.13- Diagramas de carregamento com esforços majorados ·seguinte expressão:


) fv•am + 1/2·Fviso·l + 2To·sen(cx/2)
tg(rl =
. j
. ' p·ag + 1/2·Pcadeia
r
:I
!i
346 Projetos mecânicos das linhas aéreaS de transmissão
-~-·-~stwturas para Hnhas de transmissão 347
\
I

Estudos anteriores definiram os ângulos de 48o


respectivamente para ação de vento máximo e de vento
e
reduzido.
18o,
I o
o 100 200
VÃO

300
MEDI O I ml

400 500
I
I,

E~tes valores na equação acima, com ângulos tomados em graus,


I
"'""" i'-.
I
temos:
•• 10

""" ~".,
Para vento máximo: ! )
l .......
ag = 0,796am + 38,la- 30

""' )
20

~~
o "
E ['.._ )
Para vento reduzido: w 30 o"'-
" i'
~~~
ag 0,834am + 91,7a- 29
"<z )
>
• 40 )
~

~
['-
A segunda equação conduz a maiores valores de ag, ', \ )
~ o 500
dificultando com mais intensidade o balanço das cadeias. Logo é •<
> )
esta a equação predominante na análise dos vãos gravantes da linha
nas deflexões da mesma.
60 o
,. ,. 1" o• )
)
Variando-se os valores 1 'de o:, leremos uma família de 70 o
)
retas paralelas que nos darão os v'alores de a 9 . = f(am) __ . 305 353 402 450

Em- um sistema de coordenadas (vão gravante x vão


médio), traçando-se as famílias de retas correspondentes às
equações: Fig. 5.14- Diagrama de utilização da estrutura ~3R )
am = 450 - 48,4a )

ag 0,834 am + 91,7a- 29 -Esquema da estrutura conforme a Fig. 5.10. )


- Características e quantidades de cabos: dois pára-raios em )
Teremos o chamado Diagrama de utilização da estrutura,
aço galvanizado EHS 3/8" e três condutores CAA 636 MCM, 26/7 )
onde a família de retas definidas pela primeira equação indica os
valores dos vãos médios possíveis em função das deflexões da linha.
Grosbeak. , .)
/I
- Detalhes das peças de conexão dos suportes dos cabos. j
Já as intersecções das retas ·de ambas as famílias, relativas às
- Velocidades de ventos consideradas para as várias hipóteses
deflexões correspondentes, definem os vãos gravantes, Fig. 5.15. )
de cálculo.
)
De posse destes dados, o projetista da estrutura tem

l
5. 3.-6 - Roteiro para o projeto da estrutura metálica )
condições de treliçar o esquema da estrutura da Fig. 5.10 ao nível
)
de detalhes da Fig. 5.15.
Os seguintes dados são fornecidos ao projetista da '

Com o treliçamento definido·, o projetista passa para o ·'


estrutura metálica: J '
pré-dimensionamento dos elementos da estrutura, que depende de seu
-Diagrama de carregamento com esforços majorados, Fig. 5.13, )
know-how, e chega ao nível de- detalhes das figuras 5.16, 5.17 e
ou o diagrama de carregamento da Fig. 5.12 e os valores da Tab.
5.18.
j '
5.8.
J
' l
.)
Projetos mecánicos das linhas aéreas de transmissão Estruturas para linhas de transmissão 349
348

! 7!!100 ~ 7500 .

7,50 eoo
H
!SZl::::éoo
• VER aôTALHE"S" CORTE MM
N
o •
••

PARAFUSO EN ~u" DE 518"


A SER FORNECIDO A' FABRICANTE
'. \ VISTA C
o
o
.;

g
~I
S3Rt--O DETALHE "A"
i
hiOOALIOADE DE PREENSÃO
8 DOS GRANPOS 00 CABO PÁRA- RAIOS
..;
53 R+ 3

o
o
..;

o
S3R+E •.
~I
~I
o
..;
S3R+9

o
o DETALHE "B" g
..;
IIIOOALIOAOE DE PREENSÃO o
S3R+12
DAS C~EIAS tE ISOLADORES

o
o
" S3R+I5

.) PÉH,~
PE+2
:_)
~) "CLEATS"

Fig. 5.15- Treliçamento da estrutura e detalhes das


_) conexões dos cabos PÉ +2.0
I 5700)

J 2li3"CLEATS" L :s•~: 1/4"

·)
Fig. 5.16- Silhueta da estrutura

J
... '.L

l
Projetos mecânicos das linhas ~éreas de transmissão Estruturas para linhas de transmissão 351 )
350
1

~
o
. PÉ- 2..0

fl,
o
o

VISTA - N
L2 /12 "x 3/16"-~\'t

VISTA- l

I o
o
o
o
~
-- o
o
)

7t
x 3/16" o o

- --\.
L2"

l 2'' X ~/16'' - ' ... _ I


o
~ ~ )

\
I --
'
-/~
I I i 'I .
' )
'"'/ j / . '\
..... 1/ _i :.
'
\
.

~\'*'/
+ .
)'
I
;~\
-l-
-+l
,-__....,I_,_
I-
11
I
í
' \
PÉ:t.OO .)__
rG
i/'
_L
1
v.
\,.J?"\' I '
r,
)
)

M
! L\
CORTE-DO -'- )
CORTE- Ff
CORTE- HH
17
"
PÉ+ 1.0
)
H \

'L )
)
-
L2"x 3/16"

::::-..<\ . )
\' )
f\
1 )

i )
)

I
CORTE·GG
CORTE-KK
Fig. 5.18- Detalhes da estrutura )
)
)
;\
~ Além dos diagramas de carregamento da Fig. 5.13, mais )
dois conjuntos de esforços têm influências nos cálculos de
L E G E N DA )
verificações dos perfis pré-dimensionados: forças devidas a ação do
L 1 J/2" X \/6" )
1 1/2" x· 3/Hi" '-vento na estrutura e peso próprio da mesma.
L

L 1 3/4" X
,, e .. Para o cálculo da ação do vento, a estrutura é dividida
J
1 3/4" l 3/16"
)
L em módulos de alturas compatíveis com a geometria da torre. Para
L 1 112" X 1/8"- Á 572
cada módulo as barras são contadas, medidas e suas áreas expostas )
L 1 3/4" x 1/8"- A572
calculadas. Calcula-se então os esforços acumulados e os braços de )

alavanca correspondentes aos seus :·pontos de aplicação na estrutura, .)


Conforme a Fig. 5.19. )
fig. 5.17- Detalhes da estrutura
.J
)

--~ ~-·~-- --~~~-~ .. ···--·
Projetos mecánicos das linhas aéreas de transmissão Estruturas para linhas de transmissão 353
352

Módulo 2: (Fig. 5.20)

,, h, MÓDULO 1

,,
Fr
,, h,
,, r; h
2
Mo'DULO 2

F* a,
2
,, -;

h. k'\-'\ h
3
MÓDULO 3

'•
1\ t7 F2
h 4 MÓDULO 4 a*
T:ll i\ 2 h2

~I '
/'
. I
, I
=t1 =- =
1 1 c7TT'.3S7T
~/I\~ Fig. 5.20- Ação do vento no módulo 2

'" ~/
J
) 1--
V1~
hn MÓDULO n

'o
)
·' ' =-
- Área exposta do módulo 2: A2
Fíg. 5.19- Forças de vento nos módulos da estrutura - Área exposta acumulada: A2* = At + A2
- Força de vento no módulo: F2 = C·q·A2
Os cálculos podem seguir o mecanismo abaixo: - For;~ de vento acumulada:
Módulo 1: F2* = F> + F2 = C·q· (At + Az)
- Área exposta do módulo 1: At
- Braço de alavanca ou ponto de aplicação de F2:
Área exposta acumulada: At* At
a2.. = h2/Z...
- Força do vento no módulo 1: F1 = C·q·At
- Braço de alavanca ou ponto de aplicação de F2*:
- Força de vento acumulada: Ft* = Ft
-Braço de alavanca ou ponto de aplicação de Ft: Ft·(at + h2) + F2·a2
a2* = (Ft + F2)
a1 = ht/2
É prático fazer estes cálculos, e os sucessivos, até o
- Braço de alavanca ou ponto de aplicação de Ft*: módulo "n", montando-se tabelas.~_ corno a Tab. S. 9 e a Tab. 5.10,

a1 * = at respectivamente para ventos de intensidade média e máxima.

]
.)
-r~-- )"'
)
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transinissão 1 Estruturas para linhas de transmissão 355
354 )
TABELA S. 9 - FORÇA DE VENTO E BRAÇO DE ALAVANCA - VENTO REDUZIDO TABELA 5.10- FORÇA DE VENTO E BRAÇO DE ALAVANCA- VENTO MÁXIMO !

(Pressão do vento'na torre= 2 x 36,8kgf/m


projetada de uma face)
2 sobre área
I (Pressão de vento .,no torre = 2 x 12Dkgf/m 2
projetada de uma face·.
sobre â.rea
l

Secção
Altura
[m]
Largura
Comp.
Área
ào perfil [m] exposta 1 [k f
~ Força ' Braço
Pressao
2 l total alavanca
I d'l Secção
AlturaiAltura do
lml perfil
[m).
Comp.
lml
Are a
exposta
PressãO,
{kgf/m2]
Força Braço de
total alavanca -)
lml [m2J g /m [kgf] [m) lm?l [kgfl. Lml.
' 1 \ I
I 1 1.861
0,044
0,038
4,00
5,00
1 '86 0,044
0,038
4,00
5,00

2 10,00
0,051
0,076
8,00
20,00
0,774 73,6 S7
I 0,930
2 10,00
0,051
0,076
' 8,00 0,074
20,00
240 186 0,930 )
)
16,00 0,064 16,601
0.064
5,50 5,50
0,044
55,00 55,00 )
0,038
4,914 240 1179 5,000
4, 914 73,6 362 '5,000
5,807
' \ 1365 5,808 )
~ 419
3 1,00 0,076 2,00
3 1 '00 0,076 2,00
0,051 2,90
0,051 2,90
0,300 73,6 22 0,500 0,300 240 72 0,500
i 441 6,492 1437 6,492
4 2,00 0,076
0,051
I 4,00
6,20
I 4 2,00 0,076
0,051
4,00
6,20
1 .ooo
0,<';.20 73,6 I 48746 1,000
7' 784
0,620 240 149
1586 7' 788
5 2,00 0,076 4,00 5 2,00 0,076 4,00 )
0,051 0,051 6,70
6,701
0,646 73,6 48 1,000 0,646 240 155 1,000 )
535 8,996 1741 9,006
6
2,001
0,076 4,00\ 6 2,00 0,076
0,051
4,00
7,30
J
0,051 I
7,301 0,676 0,676
.. )
73,6 50 1,000 240 162 1,000

I 585 10,142 f903 10,154


7

I
2,00 0,076
0,064
4, 00'
7,90[
0,810 73,6 60
645
1,000
11,106
I I
7 2,00 0,076
0,064
4,00
7,90
0,810 240 1941 1' 000
2097 11' 122
.J
.)
I 8
1.001
0,076
0,064
2.001
7,90
0,658 73,6

48
I
I 11,302
0,500
j 8 1' 00 0,076
0,064
2,00
7,90
0,658 240 158 0,500
)
)
I I 2255 11,308
I' 9 J,oo\ O, 076 6, ao!
10. ao
I
I
693
9 3,00 0,076
0,064
6,00
10,00 J
0,064 1 I\ 0,038
I O,OJS 11 ,20!
1,522 73,6
I 112 1 '500
11' 20
1, 522 240 365 1,500 .)
I
I 10 3,00 o, 076 6,001'
805 12.521
10 3,00 0,076 6,00
2620 12,523
)

I' I 0,064
0,051
7,40
12,301
0,064
0,051
7,40
12,30 _)
II 0,044 ·z Jo'
. I I' Q, 04.4. 2-,3Q
I I
0,038 4,40,
l, 825 73,6
I
I 939
134 1,500
0,038 4,40
1,825 240 438 1,500
.)
I
I
I
! I 33,520
11 5,00 0,076 10,00
3058 13,515
)
I:~: ~~I
s,ooi
11 0,076
0,064
0,038 '· 13,30
I 0,064
0,038
10,50
13,30

I I' 1,937 73,6 gz \ z.soo 1, 937 240 465 2,500


)
I 1
1081 116,416 3523 16,401

../'
)
_)
"
Projetos mecânicos das linhas aér~as de transmissão .Estruturas para linhas de transmissão 357
356
jl
Tendo agora todo o conjunto de cargas atuantes, Os esforços nos mon-tantes podem ser determinados em uma
.) determina-se todas as forças nas barras da treliça e verifica-se os série de cortes transversais na estrutura, como mostra a Fig. 5.21.
) seus dimensionamentos à tração (limite de escoamento) ou à e os valores da Tab. 5.12.
) compressão (flambagem). Também aqui é conveniente trabalhar com

) tabelas, onde os esforços devidos a diferentes hipóteses de cálculo

) para uma mesma barra são anotados para mecanizar os cálculos.


1 Parte dos cálculos para o exemplo em questão estão mostrados na
U.
:)
.)
TABELA S.ll- ESFORÇOS NAS BARRAS DA ESTRUTURA
.. ) u
)
Esforço total-kgf
) Barra Hipótese Esforço total-kgf\Barra Hipótese
N. • N. • N. • Compressão Tração
J) Compressão Tração N.
.
Q

I) 1 1 1732 6a 1 6715
,. 2 1753 3 9642
c

) la 1 1948 6a 1 10974·
2 22S2 3 14897
2 6 5357 7a 3 1688 Fig. 5.21 -Esforcas nos montantes
1693 • I
j 2a 6 S075 7b 3
2b 1 3726 6649 7c 3 1579
) 2c 1 2277 4046 7d 3 686
3 1 4206 7e 3 619 Onde:
J 3 9303 7f 3 573
7g 3 S06
J 3a 1
3
S142
8368 7h 3 481
:ZF = soma das forças na mesma direção, na hipótese corres-
.··) 7i 3 437 pondente, inclusive força de vento.
'· 3b 1 5111
3 7248 8 1 7888 h = a;.\ura do ponto de aplicação da força. Para a força de
4 3614 3 66S5
S111 9 3 741 vento será~o braço de alavanca correspondente e já calculado.
,) 3c 1
3 6424 9a 3 685 :ZF·h = momento das forças com relação à seção em análise.
·')
.. 4 4970 9b 3 611
3d 1 2S30 9c 3 SS6 a-= largura da caixa da torre na seção em análise.
~J S055 9d 3 500
3 I:p = carga vertical total sobre a estrutura até a seção em
.)· 4 3601 10 1 3598 41Sl
4 1 4874 11 1 7849 análise, incluindo-se as cargas verticais da hipótese de cálculo
4a 1 3295 4708 3 6927 considerada.
2 2600 4013 12a 2 171S
4b 1 1977 13 1 823 199S
4c 1 1174 1977 12 s 1088 As forças normais nos montantes são distribuídas na
Sa 4 7S6 forma de um conjugado, acarreta~:;.o tração em dois montantes e
Se 4 824
Se 4 824 compressão nos outros dois.
('
}"'--
I
~strutu~as para linhas de transmíss_iio
!
359
358
Projetos mecânicos das linhas aéreaS de transmissão I
TABELA 5.13- ESFORÇOS NAS FUNDAÇÕES )
Os esfo~os totais podem ser calcUlados pelas seguintes
'

express?es:
.' .,• .I
F h Fh 2a Fh/2a p P/4 N ~ Fb + !'.

...
Nc* = Nc + ~ =~ ~p
+ ---4- ' ' 2a - 4
4 2a '
''
o
[kgf] [m] [kgf·m] [m] [kgf]
.
1~gf] [kgf] [kgf]
l
~p ~F·h ~p ESFORÇOS NAS '- FUNDAÇÕES
NT - ---4- ~ ~ - ---4-
Torre mais baixa

1 2x396 13,86
2x313 13,~6
TABELA 5.12- ESFORÇOS NOS MONTANTES 3x1139 12,00
\ 1586 6,79

.
• ..'
'
.
·-·~ F
li

h F'h 2a Fh(2a p P/4 N


Fh
=-
2a
P
+--
- 4
71428 4,705 151·81
15181
7124
1767'
1781
442
16962
. 14739
3 2x116 13,86
'
''
--· ..' [kgf [m] [kgf·m] [m] [kgfl kgf] [kgf] [kgf] i 2x313 13,86
o ,

'
ESFORÇOS NOS .MONTANTES I 2x347
281
1938
12,00
12,00 I-._-
6,78
50151 4,075 1'0659 7124 1781 12440
20 '1 2x396 12,78
10659 1767 442 10217
2x313 12,78

I
,•,,

I' 3x1139 10,92 Torre mais alta


1437 6,50 '
)
;
64778 4,324 14981 8308 2077 17058
l 11 2~3-96 32,86
21 :·. 1 2x396 16,79 2x313 32,86
)
'
2x313 16,79 3x1139 31,00
3x1139 14,93 )
3523 16,40

I
1741 9,01 .,8829 )
90512 5,737 15777 2208 17985 210301 11,400 18447 9850 2463 20910
18447 4314 1079 17368
22 - 1 2x396 23,25
3 2x116 32,86 J
2x313 23,25
21,39 2x313 32,86 _)
3x1139 z_.347
10,93 31,00
2620 281 )
134696 8,014 16808 9669 2418 19226 31,00
1938 31,00
23 1 2x396 27,86 )
27,86 1081 16,42
2x313
3x1139 26,00 136248 11,400 11952 9850 2463 14415 _)
3058 13,52 11952 4314 1079 10873
2567 20174 )
169693 9,638 17607 10268
)
Determinados os esforços dOs monta~tes, verificam-se 05 )
valores p~é~dirnensionados •na Fi~ . : ?~ 16.- Os perfis comprimidos são )
O mesmo raciocínio pode se prolongar até as fundações:
verificados ·à ·flambagem e os per,-fis tracionados são verificados à _)
Da mesma forma os resultados ficam mais visíveis se forem tabe1ados
tensão de escoamento.
confOrme a Tab. 5.13.
)
)
~
Estruturas para linhas de transmissão 361
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transfnissão
360
#'
o próximo passo é a determinação dos esforços nas Algumas treliças usuais são as mos t ra d as na Fig. 5.22.
O tipo mostrado em S. 22(a) e' d enonuna
· d o de treliça simples e 0
treliças (barras de intertravamento) das faces. Usa-se o método das
seções e organiza-se a Tab. 5.14. Da mesma forma que os demais mostrado em 5.22{b) é denominado de treliça cruzada.

elementos da estrutura, as barras do inter travamento, tendo seus


esforços determinados, são verificadas à flambagem se comprimidas e
à tensão de escoamento se tracionadas. F
F
As treliças são responsáveis pela transição dos
esforços cortantes e momentos torçores aos montantes, a través de
esforços axiais transmitidos às conexões.

TABELA 5.14 ESFORÇOS NAS TRELIÇAS DE !NTERTRAVAMENTOS DAS FACES

lo I
B
'' Fm "'
a
a b/l 2na·b/1 F m Fm N =
2na·b/1
r
r
2n
'o [kgf] Fig. 5.22 - Esforços nas treliças
a
[m] [m] [m] ' ·1kgfl .[m] [kgf·m]
H. o :
30 4 2,000 0,796 6,368 3 1938 0,238 461
1938 7,500 14535
14996 '• O formulário que permite os cálculos dos esforços nas
3 2x347 0,238 treliças é o seguinte:
281 0,238 14767
1938 7,500
441 1,032 455
15222 2390
N = (f·a + Mt)
2~c para treliça simples

31 4 2,352 0,839 7,893 3 14767 1


487 1,157 563 N = (F·a + Mt)--
4bc para t re 1 iças duplas ou cruzadas
15330 1943
32 4 2,705 0,872 9,435 3 14767 Onde: /\
535 1,296 693
15460 1639
N = Esforço axial da treliça considerada (compressão ou
33 4 3,057 0,897 10,969 3 14767
585 1,446 845 tração) (kgf)
15612 1423
3,410 0,916 12,494 3 14767 F = Força aplicada paralela à face considerada (kgf)
34 4
645 1,629 1050 a = Distância entre os éixos baricêntricos dos montantes na
15817 1266
cota de aplicação da força (m)
35 4 3,762 0,854 12,851 3 14767
805 2,084 1678 Mt = Momento de torção aplicado à seça-o superior da treliça
16445 1280
considerada (kgm)
36 4 4,290 0,653 11,205 3 14767
939 2,437 2288 b = Distância entre eixos bar-1"ce"ntr1·cos ( linhas de centro) dos
17055 1522 ~
»ontantes , no plano d o no· superior
· - {m)
. ·····------- ------"·--- --
l~
-~--
/'"""'
)
! Estruturas para linhas de transmissão 363
362
Projetos mecânicos das linhaS aéreaS de transmissão
!
i
J
)
c = "'
Distância entre eixos baricêntricos dos montantes, no
I 5.4- BIBLIOGRAFIA
)
plano do nó inferior (m)
1 = comprimento do perfil da treliça, medido entre nós (m) I
!
1 - FUCHS, R. D., "Transmissão
aéreaS". Livros Técnicos e Científic.os
de energia elétrica.
Editora, 2•
Linhas
Ed.,
·;
)
O mesmo raciocínio usado para a determinação dos
Rio de Janeiro, 1980. )
esforços nas treliças, pode ser estendido ao cálculo dos esforços
2 - ABNT - NB 182/72, " Projeto de\ linhas aéreas- de- transmissão de. '·.,,,·
cortantes nos pórticos e nas fundações, conforme mostrado na Tab. )
energia elétrica". AssociaçãO Brasileira de N~rrnas Técnicas,
5.15. )
Rio de Janeiro, 1972
)
3 - ELETROBRÁS S/A, Revista Brasileira de Energia Elétrica. Rio de
TABELA 5.15- ESFORÇOS CORTANTES NAS FUNDAÇÕES E NOS PÓRTICOS I
Janeiro, no 14. set/dez de 1970.
h
'
4 \ - PARIS, L. e OUTROS, "A study of _ the design parameters of )
B ~ i Fm
a b/1 2na·b/1 F m Fm N = 2na·b/1
2n a p
transmission lines above 1000 kV". Cigré, Paris, Vol. 2, n. )
''a
o
ó
[m) [m) t [kgfl [m) [kgf·m) [kgf)
[m) e 31-45, 24ª sessão, 1972. )
N. •
'e Estruturas metálicas na prática.
PÓRTICOS 5 - CARNASCIALI, C. C., . )
CORTANTES NOS
McGraw-Hill do Brasil, São Paulo, 1974. )
I 2 2,176 1,000 4,352 3 t'~~fi§v 15460 3552
6 - ANDERSON, \1. C., BENHAM, C. B. e OUTROS, "A guide to the
S3R+O 1b~~It 14996 3446
conceptual design of transmissions line structures". IEEE
)
face 15817 3128 )
li 2 2,529 1,000 5,057 3 transv
Committee Report C, 73378-7, 1973.
lt~git 14996 '2965
7 - PROJECT EHV, "EHV transmission line". Refetence book, Edson
)
6,114 3 S3R+6 16445ft 2690
li! 2 3,057 1,000 I
IV 2 3,586 1,000 7' 171 3 S3R+9 17055
14996
ft
fi
2378
2091
I Electric Institute, New York, 1968. ·'
8 - NONHAST, R., El proyectista de estructuras metálicas. Editora )
3 S3R+12 14767ft
v 2 4,114 1,000 8,228 )
1081 2' 8081 -3035 do autor, Madrid, 1975.
ft 17082 2164
N. , Structural engineering
h
f,
14996
17802
I 1823
2075
9 - ED\IIN,
hand~;ok.
G. H. e CHARLES, G.
McGraw-Hill Book Co., New York, 1968.
)

VI 2 4,290 1,000 8,580 3 S3R+15 )


I
CORTANTES NAS FUNÇÕES )

813 ).
4 2,352 1,000 9,410 1 3x1139 0,238
1586 1,156 1833 )
2646 T 281
3 15330 Tl629 )
1 2x313 0,090 56 L 6
3 14996 Ll594
)
)
Para fundações em gralhas metálicas, os cálculos são
)
prosseguidos como uma extensão dos cálculos da própria estrutura.
Detalhes no Capítulo referente às fundações.

I _)

.J
j

Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos 365

Com o uso dos cabos de alumínio, especialmente com alma

6 de aço e com o emprego de maiores seções para a condução de maiores


potências, de estruturas mais pesadas, mais complexas, mais altas e
mais distarites,
tornou-se um inimigo mais
e de tensões
perig~pois
mecânicas maiores, a
a rUptura dos cabos, fio a
vibração

Vibracões e tensões dinâmicas fio, passou a ser mui to mais preco_ce, a ponto de se tornar a
\
· nos cabos condição-limite nos projetos.
Nos últimos quarenta anos, o problema vem sendo
estudado em todas as partes do mundo, e as soluções mais variadas
vêm sendo examinadas. Isso tem permitido a ampliação das dimensões
\
6.1- INTRODUÇÃO nos projetos e o prolongamento da vida_ útil dos condutores. Não se
chegou até agora, porém, a um resultado completamente satisfatório
e talvez mesmo nunca se chegue, porque o homen é insaciável e,
6.~.1- Comentários iniciais resolvido um problema, passa à etapa segUinte com novas exigências.
As soluções hoje existentes são de vários tipos, mas, quanto a
A importância da vibração nas linhas cte transmissão elas, não há acordo' completo entre os especialistas no assunto,
mui tas vezes é esquecida, levando-se em consideração nos cálculos algumas vezes devido a interferências dos interesses comerciais dos
apenas as tensões estáticas. Embora os esforços estáticos d~ tração inventores e fabricantes - tentando provar que a sua é a melhor
.)
nos condutores sejam muito maiores que os esforços dinâmicos, estes solução -, mas, na maioria das vezes, devido'' à complexidade do
.J podem ser altamente prejudiciais, em virtude de sua qualidade tema, à dificuldade de execução de experiências coerentes e
.) alternativa. completas e à diversidade de situações.
) Desde a construção das primeiras linhas de transmissão ~ tão importânte o problema das vibrações, que a norma
~) de energia elétrica, observa-se a ruptura dos fios e cabos, depois alemã para a construção de linhas de transmissão VOE 0210 diz, em
) de algum tempo de serviço, sem razão aparente. A linha projetada seu parág:r;-afo 7, i tem (e): "A experiência demonstrou que os
f\
sem sobrecargas mecânicas ou elétricas em seus diversos elementos, condutores podem ser danificados principalmente em regiões planas e
0
portanto sem tensões anormais ou aquecimento exagerado dos expostas aos ventos. O perigo consiste na possibilidade de
.)
condutores, deveria ter durabilidade praticamente ilimitada. aparecerem, especialmente nos pontos de fixação, tensões alternadas
.)
Isso, no entanto, não acontece. Na procura das causas adicionais, as quais podem ocasionar a ruptura dos fios. Tal perigo
possiveis, observou-se que aparecem vibrações nos di versos pode ser evitado por medidas que reduzam a formação dessas
·)
elementos, principalmente nos condutores. Elas podem ser vistas do vibrações (por exemplo: redução da tensão máxima_ admissível) ou que
solo, ouvidas e medidas, fazendo tremer ferragens e estruturas. São eliminem os efeitos danosos das mesmas".
produzidas pela passagem do vento continuo através da linha. E As ___·-:n_o.rmas de diversos outros países, embora não se
chegou-se à conclusão de que elas são uma das grandes respon - refiram diretamente às vibraçõe~.' estabelecem cargas de trabalho
sáveis pela ruptura dos cabos. para os condutores, condizentes com a máxima redução desses fios.
)
.··J
)
Projetos mecânicos das linhas a-éreas de transmissão
Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos 367 )
366
condutores e. suportes, capazes de destruir a linha. O galope ocorre )
6.1.2- Dimensões e causas das vibrações
tão somente nos trechos de linhas com cadeia de suspensão. No vão )
ancorado. a oscilação liJ~Ii ta-se somente a este e geralmente não )
A ação do vento sobre as linhas de transmissão provoca
ocorrem maiores danos [4]. )
oscilações dos condutores, as quais, se não forem amortecidas,
"
poderão chegar a valores críticos, culminando com o rompimento dos )
cabos, seja pela fadiga, seja pelo efeito -de grande amplitude, e 6.1.2.3- Oscilações de rotação )
até a afetar seriamente os suportes. )
As oscilações típicas observadas nas linhas são eólicas A oscilação rotativa ocorre na zona de ar rarefeito ou )
(de ressonância}, longitudinais (galopping) e de rotação. de vácuo parcial .rormado por ventos de grand e ve 1 ocidade (ou
)
', t~fões) na proximidade da 1 inha. Quando a rarefação do ar equivale
)
t ao peso do condutor, os esforços normalmente atuantes perdem a
6.1.2.1- Vibrações eólicas provocadas por vórtices de Karman )
componente vertical, ocorrendo assim, conforme a variação do vento,
)
originadas pelos ro~ações incontroláveis dos cabos.
oscilaçõe eólicas são
Essas . Como o galope, as oscilações rotativas poderão provocar )
redemoinhos de ar a sotavento do cqridutor - causando· as vibrações
curtos-circuitos e introduzir esforços mecânicos consideráveis, )
dos cabos no sentido vertical - no momento em que se; igualam as
tanto sobre o condutor como sobre os suportes. )
freqüências do vento e do condutor, que, por essa razão,- entra em
Dos três tipos de oscilações, a mais freqüente é a )
ressonância.
eólica, sendo habitualmente adotados os sis.temas prev.enti vos )
Oscilações desse tipo ocorrem com os ventos de
descritos mais adiantes. )
velocidades constantes entre 2 e 35km/h, que se verificam em
As oscilações galope e rotativas ainda não foram
terrenos planos ou levemente ondulados, principalmente ao amanhecer J
assinaladas no Brasil. O controle da primeira está sendo estudado
ou ao entardecer [2,3). )
Essas vibrações produzem flexões alternadas de pequenas para 1 inhas com condutores múltiplos, por meio de distanciadores
)
especiais, não existindo, no momento, proteção adequada para
amplitudes nos pontos de suspensão do condutor, causando esforços
)
condutor 5:I~ples. A prevenção de oscilações rotativas exigem um
alternativos que provocam a ruptura do cabo pela fadiga.
estudo específico das condições climáticas de passagem da linha. )
)
6.1.2.2- Galopping, ou galope )
6.1.3- Efeitos das vibrações
)
O galope corresponde a uma oscilação de baixa
São várl· os, naturalmente, os e r e1· t os d as v1"b raç-ões, )
freqüência e de grande amplitude que provoca a movimentação do
sendo o mais importante o prejuízo que trazem às ferragens, )
ponto de suspensão no sentido longitudinal dos condutores, portanto
isoladores, estruturas e, especialmente, aos cabos condutores. )
uns contra os outros. Conforme o comprimento do vão, a amplitude de
Entre es t es, os ·
ma1s afetados ... são os cabos ACSR, pela maior _)
oscilação vertical alcança vários metros, podendo dar origem a
fragilidade dos fios de· alumíni~'":" Os fios isolados sofrem danos
curto-cicuito entre fases, e introduz perigosos esforços nos .J
J
~)
:r_
.. )
r~-
~
\ Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos 369
368
) no Canadá, quando a temperatura gira em -torno de o •C, e quando
mais rápidos que os cabos. A ruptura dos condutores é por fadiga do
.) sopra um vento transversal relativamente forte. Na maioria dos
.., material de que são feitos os fios, seja ele o aço, o cobre ou o
.) casos, encontra-se gelo sobre o fio. Um cálculo grosseiro mostra
alüminio. Disso se ·tem prova cabal, pelo exame das regiões de \
que a freqüêricia natural do vão é~m~·,,prdem que a freqüência
J
)
fratura dos cabos rompidos. As fraturas localizam-se nos pontos de
fi~ção dos cabos, exatamente onde uma seção vibra e a seguinte é
I observada. O fato de a perturbação. uma ~z i'rticiada, ser bastante
persistente, continuando as vezes por 24h com grande violência.
-) forçada, pela ferragem de fixação, a permanecer em posição rigida.
torna a explicação baseada na vibração "forçada>~ bastante

I
,) As ondas vibratórias refletem-se nesse ponto, retornando em sentido
improvável. Tal explicação implicaiia em rajadas de vento com
) inverso [5, 6].
freqüência igual à freqüência natural da 1 inha. em um grau de
) '
fr~cisão "milagroso"·. Por exemplo. considerando t = 1s, se em 10
') u - min não houvesse 600 sopros de vento igualmente espaçados. mas sim
6.2 - ESTUDO GENERALIZADO DAS OSCILAÇÕES EM LINHAS DE TRANSM!SSAO
') 601, a vibração cresceria durante Srnin e seria destruída nos Smin
COMO VIBRAÇÕES AUTO-EXCITADAS
) restantes. Para manter a linha vibrando por 2, seria necessário um

erro no sopro do vento menor que 1 parte em 7.200. Essa explicação
6.2.1 -IntroduÇão ao problema pode, portanto, ser abandonada {8].
J
Temos um caso de vibração auto-excitada causada pelo
j' As linhas de transmissão elétrica de alta-tensão, sob
., vento que age sobre o fio, o qual, devido à acumulação de gelo, foi
j certas condições de tempo, vibram com grandes amplitudes e numa considerado de seção transversal não-circular. A explicação envolve
.) freqÜência muito baixa. uma argumentação aerodinâmica elementar. dada em s·eguida.
) Um vão de linha vibrará com uma ou duas meias-ondas
Quando o vento sopra sobre um cilindro circUlar (Fig.
(Fig. 6.1), com amplitude até 3m no centro e à razão de 1Hz ou
) 6.2 a), ele exerce uma força sobre o cilindro na mesma direção que
menos. Devido à sua característica, esse fenômeno dificilmente é
) 0 vento. Isso ocorre. evidentemente, pela simetria. Para uma barra
descrito como vibração, sendo, em geral conhecido como "galope" .
.) de seção transversal não-circular (Fig. 6.2 (b)). isso em geral não
Não se tem observado tal fenômeno em climas quente, mas ele ocorre,
) é verdadeir~\· havendo um ângulo entre a direção do vento e a da
uma vez cada inverno, nos estados do nordeste dos Estados Unidos e I .
,) força. Um exemplo bem conhecido é dado por uma asa de avião, em que
a força é aproximadamente perpendicular à direção do vento (Fig.
j
6. 2 c).
)
.)'

y~e·~
_}Focço
)
I v~~
,, )
.)
) . la)
Fig. 6.1 ~OS dois primeiros modos naturais de movimento da 'b)
.) vibração de um cabo uniforme. ( w = frequência
Fig 6.2 - As direções do vento e â~força decorrente incluem
natural; T = tensão no cabo; M = densidade linear
) ângulo para seções transversais assimétricas {7].
do cabo [7].)
I
)
l_ J
~-- . )

! )
Projetos mecánicos das Hnhas aéreas de transmissão Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos 371 )
370
por qualquer razão, o fio adquire urna pequena velocidade )
Visualizemos a linha de transmissão no processo
ascendente, a ação do vento empurra-o ainda mais para cima, até que )
atenção sobre ela, durante um curso
vibratório e fixemos nossa )
a ação elástica ou de mola do fio pare o movimento. Então essa
descendente. Se não houver vento, o fio sentirá o ar vindo de
força elástiCa move o fio para baixo, em cuj.o proceso o vento ajuda )
baixo, devido a seu próprio movimento para baixo. Se houver um
de novo, e pequenas vibrações transform~m-se rapidamente em )
vento horizontal (de lado) de velocidade V, o fio, movendo-se para
vento soprando de um grandes. ~'· . ')
velocidade v, sentirá um
bai~ com
O fenômeno discutido até o momento tem freqüência muito
ângulo arctg (v/V), ligeiramente de baixo. Se o fio tiver urna seção )
baixa e grande amplitude na linha de transmissão. Esse caso,
circular, a força exercida pelo vento terá uma pequena componente )
entretanto, não acontece no Brasil, onde não ocorre deposição de
para cima (Fig. 6.3). Como o fio se move para baixo, essa )
gelo e, em conseqüência, a seção do condutor permanece estável.
componente para cima (do vento) exerce uma força oposta à direção \ )
~ O que acontece em nosso pa~s é uma vibração por alta
do movimento do fio e, dessa forma, amortece-o. Entretanto, para
freqüência e ·pequena amplitude, que é mais comum, e cuja ocorrência )
uma seção não-circular, pode ocorrer que a força exercida pelo
vento tenha uma componente para baixo e, desse modo, fornece
depende apenas da existência qe um vento lateral. A explicação do )
fenômeno é encontrada no chamado trem de vórtices de Karman: I )
amortecimento negativo (Fig. 6. 2 b) •'
Vórtices de Karman: Quando um fluido escoa em torno de )

um obstáculo cilíndrico, a esteira atrás do obstáculo não é )


regular, apresentando vórtices de configuração distinta, como )
v mostra a Fig. 6.4. )
J
)
)
fig. 6.3 - Um vento lateral horizontal parece vir de baixo se a
linha é movida numa direção para baixo )
)
Considerando as condições durante o curso ascendente da )
vibração, pode-se ver, de maneira semelhante, que o vento relativo Fig. 6.4- Vórtices de Karman numa esteira )
sentido pelo fio sopra obliquamente de cima, e a força provocada )
por ele sobre um fio circular tem urna componente para baixo que )
Os vórtices, alternadamente no sentido horário e
causa amortecimento. Para uma seção não-circular, pode ocorrer que )
anti-horário, originam-se no cilindro de uma maneira perfeitamente
a força tenha componente para cima e essa componente, sendo na
j
regular e estão associados a uma força lateral alternada. Esse
dlreção do movimento, age ·como um amortecimento negativo.
fenômeno foi estudado experimentalmente e verifico.u~-Se .que há uma )
Se o gelo acumulado no fio adquire uma seção
transversal que exibe a relação entre as direções do vento e da
relação definida com a freqüência_i,.Jfs). o diâmetro do cilindro (D), J
força (Fig. 6. 2 b), ternos um caso de instabilidade dinâmica. Se,
e a velocidade da corrente (V)t expressa pela fórmula .J
_)
/
I
Projetos mecânicos das linhaS aéreas de transmissão Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos 373
372

fsD (6. 1) o vão é subdividido em várias meias-ondas senoidais, de ordem vinte


-u- = o,1ss
e trinta. Devido à alta freqüência e pequena amplitude desse
e o cilindro se move para a frente cerca de 4,5 diâmetros durante
movimento, verificou-se ser possivel e_ prático controlá-la por meio
um período de vibração. Vê-se que essa fração é adimensional e que
de absorvedores de vibração amortecida. ,A construção mais simples e
o valor o, 185 independe da escolha das unidades. Ele é conhecido ' Stockbridge de cabo de
comum que se conhece é o "amortecedor'
como número de Strouhal. A formação alternada de vórtices nos lados
ponto", mostrado na Fig. 6.~
... do cilindro provoca uma força harmonicamente variável sobre o
mesmo, na direção perpendicular à da corrente. A máxima intensidade
dessa força pode ser escrita na forma usual da maioria das forças
aerodinâmicas (tal como a sustentação e o arrasto), da seguinte

maneira: U

1
2
o índice K corresponde a Karman, .sendo FK. a força de Karman e CK o
coeficiente de força de Karman (adimensional). O valor _de C!:: é
conhecido com- grande precisão; entretanto um valor satisfatório
para ele é CK = 1 (bom para um~ larga faixa de número de Reynolds,
Fig. 6.5 - Amortecedor para linha de transmissão
de 10 2 a 10 7 ). ou, em palvras, a intensidade da força alternada por
unidade de área projetada lateral é aproximadamente igual à pressão
de estagnação do escoamento. Uma peça de cabo de .aço, com pesos em suas
O mecanismo de formação de vórtices em um cilindro extremidades, é fixada à linha. O cabo age corno uma mola e é
estacionário é auto-excitado porque não há propriedades alternadas ajustado grosseiramente pa~a a freqüência de vibração esperada.
na corrente de aproximação, e os vórtices são formados na Qualquer movimento da linha no ponto A provocará movimento relativo
freqüência natural de Strouhal. A vibração auto-excitada geralmente nas p;~as do cabo, e o atrito entre seus cordões dissipará energia.
é perigosa. Como regra, isso tem mui tas conseqüências, quando a O ponto A de fixação é escolhido ao longo da linha, de forma tal a
freqüência auto-excitada de formação dos vórtices (Eq. 6.1) não coincidir com um nó do movimento, em cujo caso o amortecedor
coincide com a freqüência natural do cabo sobre a qual ela age. seria inútil. Esse dispositivo, embora primitivo, provou ser
Ocorre então, urna ressoriância que pode ser destrutiva. inteiramente eficierite na proteção das linhas contra avarias
Uma linha de transmissão de lpol de diâmetro, na provocadas pela vibração decorrentes dos vórtices de Karman.
presença de um vento de SOkm/h, tem freqüência de Strouhal (Eq. Uma tentativa de projeto desses amortecedores, para o
6.1) igual a 116Hz. A· vibração das linhas com essas elevadas caso de oscilações tipo galope (.caso discutido em 6. 1. 2. 2), onde a
freqüências e pequenas amplitudes·, foram observadas: -..no- Bras"il, freqüência é cem vezes menor e a ampli ttide: cem vezes maior,
havendo, repetidamente, terminado em falhas por fadiga. A resultaria em um peso de ·Várias toneladas, o que é totalmente
ressonância, obviamente, ocorre num alto harmônico de linha, em que impraticável.
.-r
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
l Vibrai;ões·e rensões dinâmica!mos cabos 375
374

6.3 - ESTUDO DO FENôMENO DAS VIBRAÇÕES POR VÓRTICES onde


w (= Zrrf) é a freqüência circular e
EI a rigidez flexional do condutor.
6.3.1 -Descrição matemática Pode-se observar que a velocidade transversal da onda aumenta com a

Uma linha aérea de transmissão, com seus condutores,


rigidez flexionai e com a freqüência.
/----------.....,
gr~pos, isoladores e torres, é um sistema muito complexo. Ela não Para um condutor ACSR com 38mm de diâmetro (Parrot) e
2
com uma tensão de, aproximadamente, 60N/mm , o aumento em Utr é da
é confiada a um modelo matemático que, realisticamente, preencha
todos os requisitos reais. t necessário fazer simplificações, que ordem de 0,5% em 10Hz, e S% em 25Hz.
O efeito do amortecimento do condutor é no sentido de
podem variar de acordo com o problema específico a ser estudado.
',reduzir a velocidade transversal da onda, sendo, porém, tão pequeno
A .!:ferramenta matemática necessária para estudar o
que pode ser desprezado nos casos prátiCos. Além disso, a gravidade
fenômeno da vibração em um vão livre, é relativamente simples. Em
modifica a velocidade de propagação da onda, pois a tensão varia ao
uma primeira aproximação , usamos a equação da corda vibrante: )
longo do vão.
)
O, (6.3) A solução da equação da corda vibrante, ou -uma equação
todos )
modificada, pode ser efetuada por diferentes métodos,
equivalentes, resguardadas suci.s precisões. Dependendo do propósito )
onde
da análise, um método pode ser usado ao invés do outro. Dois
m - é a massa por unidade de comprimento no condutor e
métodos são, talvez, os mais empregados: )
T - a tensão no condutor.
-o método dos modos principais [9]; )
Um parâmetro fundamental, que pode ser derivado da o método da propagação de ondas, incluindo o uso de
)
equação da corda, é a velocidade transversal da onda: analogias eletromecânicas [10].
.)
As influências_ da rigidez, amortecimento e gravidade
.)
Utr Fm (6. 4) resultam em alterações nas freqüências naturais de um vão.
expressãoj~roximada para freqüências naturais é:
Uma
J
A equação diferencial pode ser refinada pela introdução
.)
n (6.6)
de termos, levando em conta a rigidez flexional e o amortecimento.
fn e za Utr J
Esses dois parâmetros são, em condutores reais, contudo_, de tal onde
.)
natureza complexa, que os termos serão apenas aproximações. a - vão; .)
Aqui será mencionada somente a influência da rigidez Utr velocidade de propagação da onda correspondente à )
flexional sobre a velocidade trasnversal da onda, como fornecida na componente horizontal da tensão no condutor; .J
Eq. 6.4, n = 1, 2, 3, J
(6. 5)
Vamos calcular, com'L,.exemplo, a freqüência natural de u
U' tr um vão normal de 400m, submetido a uma tensão normal, dando d
Utr = 120m/s: :..J
)
')
Projetos mecânicos das linhas aéieas de transmissão Vibrações e tensões dinâmic8S nos cabos 377
376
)
-
f 1
1
= -,;--T.=-
2·400
120 e 0, 15Hz 0,2 2

' ' ',, ., vt-


I'
I
I I I
2,0

está em
Uma freqüência normal de vibração em linhas, no Brasil,
torno de 10Hz. Nesse intervalo, podemos encontrar
0,2 o
.)
-- -
r--t-r! /rTr ---r--
I.
I

I
LI-
I I
1,0

) I ',, i, I

I i /
I
.~
~
freqüências ressonantes como: •:r. 0,1 8 ! I I I I I
o
) I i ' i
1/
I
9,55; 9,70; 9,85; 10,00; 10,30; 10,45; '.' 5 I I I I
"... II I II '
i I I I '
i
•') •w
o I
I
I
I
1--s
I I !
II I
I I
I Esse exemplo dá a ordem de grandeza das diferenças 0,16
i
J
1/
I' I !
I
I'
entre as freqüências acarretando modos vizinhos de vibração em um I
) I I
-, I I .'
'
I i ..

vão normal. Como será demonstrado posteriormente, é mui to 0,14 '


I
)
importante, upara o desenvolvimento das vibrações, que as \ !i I ' ! '
i I

.) freqüências naturais estejam tão próximas.


I lI j! '
! I'
I
I -e
'
i
!
i I
0,12 ' I'
2
I I

e to"~
) lO 4 6 8 10
;
2 4 4 6

J 6.3.2- Origem hidrodinâmica das vibrações eólicas


!' NUMERC DE REYNOLDS

l
Fig. 6.6 - Número de Strouhal em função do número de Reynolds.
curva obtida experimentalmente para escoamento
J Tem sido aceito, por um longo tempo, qUe ~ causa da sobre cilindros circulares.
) vibração eólica é a esteira de vórtices periódicos. Os nomes mais

_ _) freqüentemente associados com as pesquisas nesse campo são Strouhal


Quando o cilindro oscila livremente{ isto é, devido às
) e Von Karman, daí serem, esses vórtices conhecidos por "vórtices de
forças resultantes da esteira de vórtices, duas observações
Karman" [11,12].
J Strouhal encontrou a seguinte relação empírica para a
fundamentais geralmente são feitas conforme segue.
) Para freqüências de oscilações em um certo intervalo
freqüência do vórtice para um cilindro em um fluxo de fluido:
J próximo (± 20%) da de Strouhal (fs), os vórtices não estão na maior
) u (6. 7)
fs =S D esteira em sintonia com a de Strouhal, porém são governados pela
freqüênci.ê.\de oscilação.
J onde:
.) S (Re) ~ 0,2, no intervalo real do número de Reynolds 1 - Como uma conseqüência, os vórtices não estão na maior
.) (400 < Re < 40.000, veja a Fig. 6.6); esteira para uma fase aleatória, porém tornam-se síncronos ao longo
I

( U velocidade do fluido (velocidade do vento) [mls]; do cilindro, resultando em um movimento harmônico. Esse fenômeno é

( D =diâmetro do cilindro [m]. freqüentemente citado como efeito de sincronização.


Essa relação tem sido largamente usada no caso de um cilindro fixo.
(. A freqüência é relativamente estável, enquanto que a
2 - Se a freqüência de oscilação permanece no intervalo de
)'
sincronização, toma lugar .~a amplificação na força dinâmica de
) amplitude das forças que agem sobre o cilindro tem um caráter
sustentação. Chegando-se a uma amplitude de saturação, também
1'I aleatório, indicando que a diferença de fase entre os vórtices ao
aparece uma amplificação da amplitude de oscilação.
longo do cilindro tem um caráter aleatório.

_)
Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos 379
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
378
onde
A esteira de vórtices pode também ser controlada pelos
CK - é o coeficiente dinâmico de sustentação, isto é, o
distúrbios periódicos. Tem Sl.do
mostrado que ondas sonoras de urna
coeficiente de sustentação que é válido quando a freqüência
governar a freqüência do
rreqüênc~a apropriada são capazes de

vórtice e amplificar a resl


·stência do vórtice, e tem sido sugerido,
síncrona, déscrita anteriormente, toma lugar, e
p - é a densidade do flui dó ·(ar).
........---.... .
'\
uma freqüência predominante com um
também, que a turbulência contém
t admitido que o efeito de sincronização entra em ação
efeito análogo [13,14,15].
A Fig. 6.7 ilustra a esteira de vórtices em um cilindro se a amplitude de vibração chega a um nível considerado crítico. O
um fluxo. A fig. 6.8 mostra as forças hidrodinâmicas de coeficiente de sustentação dinâmico é tomado como dependente dos
submetido a
I agindo sobre 0 cilindro. E pode ser visto que o efeito distúrbios do fluxo de ar, isto é, do nível de turbulência.
sustentação
t- nh 'do efeito Magnus, e a força de O fator de amplificação (q) origina-se da segunda
é mui to semelh<3;pte ao ao co ecl \
observação referida anteriormente. O fàtor de amplificação pode ser
sustentação pode ser escrita como
escrito, em princípio,
(6.8)
q("TJ,fl'
como, porém, essa função não foi ainda definitivamente

~-T ----
____:.----- estabelecida, Steinman [16], contudo, propôs a função

~~·
q ~ 1 + 0,77·7}
onde:
!n::::::t3D _ __
--·---~ 71 é a amplitude relativa dupla (=Y/D) e Y:, a amplitude dupla
<l I
'I (pico a pico)

~1--GJ- ------?--- Exemplo 6.1


--...........__ ~~-----'LoC~ 3, 5 ~'--------:
Sobre um condutor, com diâmetro de 25,4mm e pesando
Geometria da esteira ào vértice de KARMAN 0,825kgf/m, sopra um vento de 36km/h. O cabo foi tensionado com
Fig.6.7
uma tração de 1.650kgf.
a - ~~lcular a freqüência de Strouhal, em Hz.
b - Sabendo que a densidade do ar nessas condições . é 1,29
kg/m3 e que a amplitude de vibração pico a pico nesse vão é de 0,5
mm, determinar a expressão da força harmônica de Karman.
u ·c - Desprezando a rigidez (EI) do cabo, calcular uma série de
freqüências naturais do cabo para esse vão de 400m.

Solução:

Linho de corrente osslmêtrlco


a- Da Eq 6.1, temos
F;f'rU
Potencial = linho de corrente + fsD 0,185U
-u- ~ O 185 '· fs
+ circuloç;Õo ·-~..- D
"líndro estacionário u 36km/s 1Dm/s e D ~ 0,0254m
Fig. 6.8- Força de Karman so b re um c l
•j

.)
) Projetos mecânicos das linhas aéieas de transmissão
l-·.- Vibraçl)es e tensões dinâmicas nos cabos 381
380
-2
pico de força de aproximadamente 2,5·10 N/m , para urna velocidade
Logo: 1 de vento de lmls.

)
fs =
0,185·10
0,0254

b- Das Eqs 6.2 e 6.8, temos


= 72,8Hz
II
Está, portanto, claro que uma condição necessária para
o desenvolvimento de uma vibraçãà.'-.....é que ·-.as forças hidrodinâmicas
trabalham em fase sobre uma parte su~~nt~ '-de comprimento de vão.

J
)
Fk = Ck 1
---
2
2
pU Dq sen wt.
I Uma" vez· que::- as··. forças· hidrodinâml-caso:· ao_,. .-longo,. do ..-.- vão.,; -:,
são muito pequenas e distribuídas aleatoriamente, a vibração está
)
)
Tomemos Ck = 1
fatorl de amplificação, será
e w = 2rrf 2n·72,8 = 457,4rad/s; o I iminente.
Por outro lado, como mencionado anteriormente, tão logo
) y 0,5 a vibração comece, o efeito de sincronização entra em ação e
) q = 1 + 0,27·~ 1 + o,77
0
=1 + 0,7 7 -------
25,4
1,02.
\
u co"manda a esteira de vórtices, de tal maneira que as forças
) hidrodinâmicas sejam harmônicas e tenham uma componente suficiente
Logo,
) em fase com a velocidade trasnversal do condutor vibrante.
Fk 1·--1__ .~. 10 2 ·0,0254·1,02 sen (457,4t),
2 9, 81 A transição do estado de vibração irregular para o
estado de vibração estável ou permanente, em que os vórtices são
Fk 0,17 sen (457,4t)kgf/m.
regulares, deve, portanto, ser iniciada por um impulso de partida.
Note que o maior valor da força de sustentaçãó é 0,17 Diferentes fenômenos podem servir como impulso de
kgf/m,' que representa somente 21% do peso do cabo. investigado
partida. o mecanismo está ainda para ser
c -Da Eq. 6.6, posteriormente. Contudo, pode ser dito que qualquer evento que
) cause um movimento do condutor favorecerá o efeito de sincronização
1.650·9,81
)
n
fn - ~ Utr =
n
--za-
n
SãO / 0,825 em alguma parte do vão e, então, inicia-se um processo para levar a
4

.) 1, 2, 3, ... }. vibração a todo o vão.


fn ~ n·0,175 (n
_) Todo vão inclui torres, isoladores, grampos e,

J Se, na ressonância, fn = fs, eventualmente, amortecedores e espaçadores. t, portanto, um sistema


;I
dinâmico que tem um grande número de freqüências naturais. Como, em
)
72,8 ~ n·0,175 • n = 416, uma linha de transmissão normal, essas freqüências naturais sãc
) O modo de vibração será de ordem 416. muito próximas, o efeito de sincronização pode facilmente ocorrer
)
em qualquer· -uma·-· delas-.-~- especialmente..-. aque_las que apresentam,--um
baixo amortecimento.
6.3.3- Desenvolvimento da vibração eólica em um vão de linha de
A vibração de um vão em geral não começa de maneira
transmissão
instantânea. Usualmente há um período de desenvolvimento, um
) período_ mais ·ou menos de vibrações estacionárias _e, por fim, um
A força hidrodinâmica que age sobre um comprimento
_) período curto de enfraquecimentp~
unitário de condutor é muito pequena. Por exemplo, um condutor de
Um período de desenvolvimento maior que o necessário
SOmm de diâmetro, de acordo com a Eq. 6. 8, pode estar sujei to a um.
para alcançar o nível· apropr'iado·-.. _ de---- energi-a- armazenada:, ·_pode·; ser

----'
I
383
Projetos mecânicos das linhas aéreas de tTansmissão Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos )
382
)

I
explicado, desde que suponhamos o vento mudando gradualmente de um 6.4 - AUTO-AMORTECIMENTO EM CONDUTORES
)
estado de turbulência para uma corrente de ar mais ou menos capaz
d~ gerar vibrações. Quando a frente da corrente de ar passa pelo Quando um condutor ~sionado
,
.. .
é sujei to
ele dissipará alguma
a uma )
)
vão, haverá numerosas tentativas de início de vibração. Porém, pelo deformação na sua condição estática normal,
\ .
fato de a corrente de ar variar com o tempo, em vorticidade e energia. Tal dissipação de energia se rel8.ciàna diretamente à forma

velocidade, vibrações instáveis ocorrerão até que a corrente de ar de deformação e, portanto, será relacionada aos parâmetros que )
se torne suficientemente laminar e com variações de velocidades descrevem a deformação. )
Como urna sim~lificação, as oscilações ou vibrações de
dentro do intervalo critico em que o efeito de sincronização )
condutor podem ser admitidas como um harmônico e em ressonância. A
ocorre. )
I d\storção, então, pode ser expressa por uma função harmônica
A- vibração no período estacionário raramente está na
~
)
forma de ondas puras. Um batimento-padrão é a forma mais comumente simples,

observada. Isso pode ser atribuído à geração de vibração por duas


ou mais frentes com diferentes velocidades de vento [17]. Uma outra
y(x) ~o sen ( ~rr x), )

qu~, ·a velocidade do vento esteja


)
explicação afirma ser possível onde Yo/2 é o deslocamento do antinó e À o comprimento de onda.
variando no tempo e no espaço, pçfém dentro do interv~lo do efeito )
O auto-amortecimento de um condutor sujeito a uma
de sincronização. Isso não causaria qualquer variação significante )
tração T é, portanto, definido pela energia por ciclo, ou a
na freqüência, porém a amplitude variaria com o tempo e a posição
potência por unidade de comprimento, de um condutor vibrando em cada
no vão. Um registro típico de vibração natural é mostrado 'na Fig.
um dos seus modos principais naturais, com um comprimento de onda À
6.9. Se as variações na velocidade do vento excedem
)
e deslocamento do antinó Y (amplitude):
significativamente o efeito de sincronização, é provável que o
)
estado de vibração estacionário cessará, e uma transição para o
E = função (T,Ã,Y)
(6.9) )
estado irregular não-vibratório tomará lugar.
J
Para condutores normais, essa pode ser expressa como
)
/ \
J
(6.10)
E )
)
Como a função não é linear, mas está dentro dos valores usuais de
)
T, À e Yo que podem ser encontrados nas linhas de transmissão, n e
)
m são encontrados nos intervalos de 3 a 3,5 e de 2 a 2,5,
)
respectivamente. A variação normal do parâmetro H com a tração pode
ser vista na Fig. 6.10.
J
As duas principai-s_ fontes de amortecimento em um )

Fig. 6.9. -Registro da vibração em uma linha de transmissão condutor normal tensionado são: .J
J
)
1~--,-·--··--
·}

)
385
) 384
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão

1 porcentagens da resistência básica é válida somente para condutores


) ·,
1 de geometria semelhantes e com os mesmos valores de resistência
básica por unidade de área de seção r~
1
.) I. Para uma dada geometria de condutor (diâmetro, seção reta,
) I' número de fios), '
urna variação na tensão afetará a dissipação de

) 1 energia de duas maneiras. Primeiro, para uma dada freqüência, ou


velocidade de vento, o comprimento de onda variará de acordo com a
:) l_l!

expressão simplificada para a ressonância


)
)
) Fig. 6.10 - ~ariações típicas do parâmetro de amortecimento
J:i com a tração no condutor
\ +l-F
) I
Como um exemplo, um aumerito da carga para 1, 25 T causaria um
:J - amortecimento material, isto é, a dissipação de energia na aumento no coinprimento de onda de 12% e diminuiria a energia em
)
matéria sólida dentro do próprio c~pdutor; 30%. E segundo, urna variação em T modificará o parâmetro H, como
I atrito de Coulomb entre as superfícies de.slizantes em mostra a Fig. 6. 10. Tomando o mesmo exemplo, uma variação na tensão
.) contato. de 20 a 25% de T causará uma redução em H de 20%, portanto
·•) investigações têm indicado o conduzindo a 56% a redução total de energia.
Numerosas
amortecimento material é pequeno, em comparação c~m o do atrito de Para um ACSR, um aumento do conteúdo de aço influirá
) deslizamento. Testes experimentais têm, de fato, mostrado que o essencialmente no comprimento de onda para uma dada freqüência,
) aumento do deslizamento entre os fios sempre leva a um aumento da podendo se presumir que a tensão nos fios de alumínio não variará
) dissipação de energia, em tal proporção que a influência do apreciavelmente.

) amortecimento material tem sido comprovadamente pequena. Existem diferentes métodos para as medidas de

) Embora o verdadeiro mecanismo do amortecimento por


.,
auto-amortecimento em condutores, os quais podem ser encontrados
deslizamento ainda não seja claramente conhecido, ele está nas refef.ências [18,19,20 e 21].
J
.)
evidentemente relacionado
sobre os fios
com as deformações dinâmicas
individualmente. Essas deformações
ocorridas
dependem da
I
I
I
) l
deformação do cabo {parâmetros Yo e Ã), do atrito interfaces e da 6. 5 - INTENSIDADE. D&.YlBRAÇÃCl ..
pressão entre os fios, que depende da geometria do cabos e da !
_)' A intensidade da vibração depende essencialmente da
tensão (T).
Se considerarmos esses fatos na prática da linha de tensão no condutor e do terreno onde a linha se encontra exposta
transmissão, as considerações que seguem serão importantes. [22].

) Testes sobre vibraç~es, usando excitação artificial em


- Não há relação direta entre a resistência básica do condutor
instalações especiais e mediadas de vibrações naturais em vãos
) e o auto-amortecimento. Portanto, qualquer recomendação baseada em
)
··, ;:_)_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ -----~~-----·--~~-- _/
)
387
386 Projetos mecánicos das linhas aéreas de transmissão )
)
experimentais, têm mostrado que vibrações com amplitudes notáveis
I
aparecem quando a tensão mecânica no condutor excede 4 ou 5
)
kgf/rnm 2 . Com tensões menores, as perdas devido ao amortecimento
\
interno são tão altas que não se tornam perigosas {23,241.
)
As condições topográficas, ou seja, natureza do
terreno, presença de florestas e de construções nas vizinhanças da )
linha, têm influência nas características do vento, na camada )
adjacente à terra e, conseqüentemente, sobre a intensidade da
vibração. )
Os maiores danos ocorrem nas seções da linha em \ )
·~
travessia plana. Montanhas rugosas e inclinadas, travessias em
TABELA 6.1 )
vales, não têm sérias influências na intensidade de vibração e,
)
portanto, no dano resultante. Em linhas que atravessam montanhas, Máximo ângulo Duração relativa
~.terrenos mui to rugosos e áreas flon;stais, são raros os danos no Condições locais de vibração o:' de vibração T(%) J
)
condutor, e ocorrem somente depoiS. de uma longa vida da linha. A 35-50 35-50
Travessias longas (800 a 1. 500m)
presença, sobre a linha ou em volta dela, de ravinas,. diques, )
Terreno plano, aberto, vãos de
25-35 20-35 )
construções, jardins ou algumas árvores isoladas ou bosques quebra 300 a 500m
25-30 20-25
o fluxo lamelar do vento e possui uma considerável influência na Mesmo, vãos de 150 a 300m )
vida dos condutores. Vibrações fortes aparecem, entretanto, em vãos Bosques com árvores escassas, )
muito grandes, nas travessias de grandes rios, onde o vale do rio terreno muito rugoso, vãos de 8-15
15-20 )
150 a 300m
guia o fluxo de ar através da linha, e onde a alta suspensão do
Áreas florestais onde os topos )
condutor sobre a área plana favorece um fluxo regular do vento. das árvores são mais altos que )
os pontos de suspensão dos
Pelas medidas de vibrações em diferentes condutores, 5-10 2-5
condutore;:; )
tem sido possível caracterizar a tendência à vibração como uma \
)
função das condições locais, pelo seguinte número médio (Tab. 6.1):
Fig. 6.11- Representação exagerada da vibração de um cabo )
condutor. (~. ângulo de vibração; À, comprime~
to de onda; LL, meio comprimento de onda: )
"C= ~·100 ( 6. 11)
Te
)
u. = _1_ rrg.
onde: 2f /p J
sendo f a freqüencia [Hz), To tracionamento
Tv duração de vibrações (" > 5' ); )
mecânico {kgf}, p o peso do condutor por unida
Te duração das observações (minimo de um mês); de de comprimento [kgf/m} e g a aceleração dã )
2
a = ângulo de vibração; representa o ângulo formado pela linha gravidade [m/s ] . ) ·
)
da catenária (estática) e a linha do primeiro laço livre {LL),
)
medido na boca do grampo de fixação, em minutos {veja a Fig. 6.11).
J
)
,j
'
::;
Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos 389
388 Projetos mecânicos das linhas aé'reas de transmissâo
I
6.6- CRITÉRIO DE VIBRAÇÃO PERIGOSA

) 6.6.1- Prognóstico do nível de vibração

) l 1 , . 000 newtons
I 2 •• <00

'J
Se o amortecimento do sistema e a potência do vento
•• 00800
55650
em um condutor vibrante são conhecidos, é possível calcular-se o 5 73700
) nível de vibração em estado permanente pelo conceito do balanço de • 93300

,) energia. Aqui o problema se aproxima das condições ideais; mais


,) tarde, a importância de alguns pontos práticos será discutida.
0,1

J A~ condições ideais aqui supostas são: \ 301Hz)


a - o vento é estável e uniforme sobre todo o comprimento do FREQÜÊNCIA
)
condutor; Fig. 6.12 - (a) Determinação da amplitude de vibração
) (freqüência constante}. (b} Previsão do
b - a vibração é descrita como senoidal; nível de vibração para um condutor Parrot
c- toda energia dissipada tom~·lugar no próprio condutor. em diferentes valores de tensão.
)
O auto-amortecimento do condutor é medido,, e admite-se
. )
a energia do vento descrita [25] pela função As suposições feitas raramente são correspondidas. Como
) foi dito previamente, as vibrações são em geral formadas por um
(6. 12)
,J batimento padrão. O mecanismo que governa a fo~mação do batimento
onde:
,) não é completamente desconhecido. Algumas exPlicações têm sido
J f - freqüência [Hz]; propostas por vários pesquisadores. Não é de todo surpreendente,
,) D- diâmetro do condutor [m]; contudo, que a Vibração-padrão seja irregular, quando se leva em
U- velocidade do vento [m/s]; conta a pequena probabilidade de o vento ser uniformemente
J
~-amplitude dupla de variação [= Yo/D]. distribuído no tempo e no espaço.
J
)
/\ o amortecimento nas extremidades, devido aos
A Fig. 6.12 (a) mostra o principio da determinação do amortecedores, tende a reduzir o nível de vibração real. É evidente
,) nível de vibração pelo método do balanço de energia. A interseção que, se os dispositivos especiais de amortecimento são aplicados ao
) entre a curva da energia do vento e a curva de auto-amort.ecimento, condutor, o sistema modifica-se. O amortecimento do novo sistema
)· dá a amplitude esperada para a freqüência particular considerada. deve ser avaliado e introduzido no cálculo do balanço das energias.
Para um dado condutor em uma dada tensão, as curvas cte
auto-amortecimento e energia do vento podem ser estabelecidas para
6.6.2 - Critério de vibração perigosa
valores diferentes de freqüência. Os pontos de interseção dão as
amplitudes esperadas como uma função da freqüência de vibração. A
Numa tentativa de restabelecer os valores de tensões
Fig. 6.12 (b) mostra o nível de vibração calculado dessa maneira
onde há perigo de danos por vibráções, testes de laboratório foram
para o condutor Parrot, para quatro valores diferentes de tensões.

)
-)
Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos 391
390
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão )
a Para tomar como amplitude de vibração um parâmetro )
feitos em vários países, cobrindo diferentes condutores, sob vários
adimensional, KA, igual à razão das amplitudes observadas para seus )
'valores de tensões mecânicas e de amplitudes de vibrações.
valores máximos ou à razão do maior âng~servado para seu valor )
EQtretanto, esse método tem dois sérios inconvenientes. Em primeiro
lugar, para se determinar esses valores com certeza, é necessário máximo: )
realizar um grande número de testes, reduzindo paulatinamente a )
(A/O, 5·;\.)
KA=-r~T~­
(A/O,S·t\)max
" (6.14)
tensão e a amplitude de vibração num condutor não-ferroso; este O::max
)
pode suportar sem danos 100 a 200 milhões de ciclos de vibração.
)
Para um condutor de aço, teríamos 10 milhões de ciclos sem que Onde:
A - amplitude de vibração;
)
ocorressem danos. Obviamente, esse procedimento consome muito
O,S·t\ - meio Comprimento de onda de vibração; )
tempo.
Em
..
Q segundo, as condições de laboratório jamais
\
a - ângulo de vibração. )
reproduzem fielmente as condições a que uma linha em serviço está
)
b - Para expressar a variação do valor KA como função de um ')
sujeita. Os resultados das investigações em laboratório podem,
parâmetro (f·D), onde f é a freqüência de vibração e D o diâmetro )
portanto, ser relacionados às condições reais, e isso causa certas
' do condutor.
dificuldades. Dessa maneira, devemOs coletar dados sobre danos nas )
próprias linhas em serviço, em adição às inveStigações em fóo-120 )
KA ~<(,.=:;' :::o,0106(fd·120)e·· 2oO
laboratório. 1.0 ~ma• )
As vibrações nos condutores aparecem para vel0cidades 0,8
)
0,6
de vento de 0,6-0,8 a lOm/s ou mais. Contudo, quando a velocidade
0.4 '
NIVEL DAS
)
do vento e a freqüência de vibração aumentam, o número de 0,2 AMPLITUDES PERIGOSAS
)
meia-ondas no vão aumenta, e também a perda (dissipação de i 200 400 600 800 1000 Hz• mm
)
energia), limitando o aumento da amplitude de vibração. Isso
explica por que, com um aumento na freqüência de vibração, há um
(t.'o), Fi'lixa Perigosa (f.oh )
decréscimo nas amplitudes de oscilações e deslocamento angular. )
Fig. 6.1.!3\- Relação generalizada KA F (f·D) [26]
Portanto, comumente as vibrações geradas pelas velocidades de J
vento, excedendo S-6m/s, não alcançam níveis perigosos.
A fórmula que expressa a Eq. 6.13 torna-se:
J
A análise dos resultados das medidas das amplitudes de )
vibrações feitas em linhas, para várias freqüências, mostram que a 1201 200
KA = 0,0136 (f·D - 120) e-(r·D - / )
relação entre a amplitude e a freqüência pode ser expressa por urna )
Um gráfico generalizado (Fig. 6.13), estabelecido desta
fórmula empírica, do seguinte tipo:
maneira, ajuda na determinação dos lirni tes da faixa perigosa de )
(6.13)
frequência d~ vibrações. Por exemplo, se tomarmos como a menor )
Para ser capaz de generalizar os dados obtidos com amplitude de vibração perigosa.~= 0,15, que, para ttmax = 30-35' ~
condutores de diferentes diâmetros, para diferentes intensidades de corresponde a a de aproximadamente 5', os valores do número (f·D) )
vibração, ela parece ser aplicável em dois casos, corno segue.
)
392 Projetos mecánicos das linha~ aéTeas de transmissão

cobrem a faixa de (f·D)l = 120 a {f·D)2 = l.OOOHz·mm, que permite a


r- Vibrações e tensões dinámicas nos cabos

As rupturas dos cabos condutores localizam-se


393

nos

.) pontos de fixação dos mesmos, exatamente onde uma seção vibra e a


determinação da faixa perigosa de freqüência, conhecido o diâmetro
dQ condutor.
seguinte é forçada, pela ferragem de fixação,
..----------..,a ficar em posição
rígida (Fig~ 6.14). Nessa condição, "fo'rma-se um ponto fixo de
) Esse procedimento simplifica consideravelmente a
flexão no condutor, localizado na boca do grampo de suspensão, onde
) escolha dos parâmetros dos amortecedores e de suas posições

I
fatalmente ocorrerá. a· fadiga -do·. mater-iaL: (fig ... 6 .. lSJ.
relativas aos grampos, quando suas características dinâmicas são
)
conhecidas.
)
;
) I
Exemplo 6.2
) \
\
) ~
uma certa linha, foram observados ângulos de
vibração de 8' , para valores máximos de 40'. Sabendo que o diâmetro
) do cabo nessa linha é de 18,52mm, determinar o nível das amplitudes
) perigosas, bem como o intervalo dessas frequências.

Solução: I
I
)
O nível perigoso é dado por:
8
_) KA =
O:.max 40
0,20

J Para tirar o intervalo, usamos a Fig. 6.13, donde


Fig. 6.14- Região onde ocorre a ruptura dos cabos condutores
J (f·D)l = 130 e (f·D)2 = 900Hz·mm
.) Portanto
130 900
) fl 7,02Hz e f2 48,08Hz;
18,52 18,72
.)
7 < [perigosa < 48Hz
)
.)
.) 6.6.3- Ruptura dos condutores
\

divididos em duas
Os danos resultantes das vibrações eólicas podem ser
categorias, respectivamente fadiga e
Ambos os tipos de avarias são. progressivos e podem ocorrer ao mesmo
tempo. A abrasão, entretanto, em geral, evidencia-se muito mais
abrasão.
I Fig. 6.15- Vista de um condutor após a remoção do grampo
rapidamente [27). de suspensão. A alma de aço ainda está intacta

j
.J --- ~--
-, .I
394

O condutor ACSR
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão

(condutor de alumínio reforçado com


l Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos

Testes de vibrações são executados com excitação artificial


395

em
)
)
alma de aço), é formado por camadas de fios, que agem, sob flexão, instalações especiais, e medições das vibrações naturais,

de um modo diferente de um cilindro sólido estático. A camada realizadas em vãos experimentais na URSS, mostraram que vibrações

exterior de fios, durante o movimento de flexão, tende a


2
---------------
de magnitude perceptível aparecem quando ·.o tensionamento mecânico
)
aproximar-se do centro, pressionando a camada imediatamente do condutor excede 4 a Skgf/mm [26].

inferior, e a abrasão resultante do atrito entre os fios de camadas Com pequenas tensões de estiramento, as dissipações de
)
diferentes tende a formar entalhes nos mesmos. energia, através de atrito interno, entre os fios que formam os
cabos, são tão altas que a vibração não pode ser considerda )
Assim, a camada inferior, embora não seja teoricamente
a mais carregada, sob os efeitos adicionais dessas pressões e perigosa. )
entalhes (Fig. 6.16), torna-se a zona onde freqüentemente ocorrem A vibr'ação dos cabos ACSR aumenta também quando a )
\
os primeiros POmpimentos. temperatura desce, pelo aumento de tensão n0s fios de alumínio com )
! relação aos fios de aço. Para as tensões ·e diâmetros de cabos
Esse pormenor elimina a possibilidade de se evitarem )
interrupções na operação da linhas de transmissão, por meio de usualmente adotados, encontramos velocidades dos ventos que
)
manutenção preventiva, já que os Pt i me ir os fios rompidos, estando permitem o aparecimento do fenômeno das vibrações eólicas.
)
Porém, em umas poucas regiões dos Estados Unidos, onde

I
cobertos pela camada externa de fi'Ós, não podem ser detectados. Uma
)
inspeção visual revelará apenas as quebras que já atingir~m a quase são usados altos valores de tensíonamento de cabos condutores e

I
)
totalidade da seção do condutor. onde são comuns ventos estáveis de altas velocidades, têm sido
notadas vibrações em condutores sob velocidades de vento acima de )
A solução do problema reside, então, em cont,rolar as
SOkm/h [28, 29]. )
vibrações, ou seus efeitos, de uma maneira preventiva, controlando
a intensidade das vibrações. Uma vez que já está comprovada a justificativa teórica )
A intensidade das vibrações depende essencialmente da que impõe ventos leves e estáveis como condição básica para o )
tensão do condutor e das condições locais de cada vão da linha. aparecimento de vibrações eólicas, um terreno plano e sem vegetação )
será o mais apropriado para que o vento ocasione vibrações. J-. )
mudança de direção dos ventos, devido a irregula.ridades do solo ou
presença I
\
de árvores, modificará o fluxo laminar do vento,
I )

constituindo uma proteção natural contra as vibrações eólicas. Os


.J
cabos fixados nos pontos mais altos da estrutura, para um mesmo
)
valor de flecha, terão maiores possibilidades de vibrar, uma vez )
que essas proteções naturais não conseguirão alterar o fluxo J
laminar do vento nessa região. )
Uma vez cOnhecida a faixa das velocidades do vento .)
dentrp da _qual existe condição pa,ra oscilações eólicas, e os )
diâmetros dos condutores normalmente usados nas linhas de
Fig. 6.16- Entalhes na segunda camada de um condutor, J
causados por vibrações eólicas transmissão, podemos, por meio da Eq. 6. 7, determinar a gama da
__)
J
_)
.~)
r-
396
Projetos mecânicos das linhaS. aéreas de transmissão
I Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos

que está perfeitamente de acordo com o valor-limite o: 5' , adotado


397

freqüências para essas oscilações.


diâmetro e as velocidades de vento já citadas, verificamos que as
Considerando até 39,24mm de
I por Liberman [26].

)
O?cilações eólicas podem ocorrer entre 2 e 70Hz.

determinaram
Edwards
o limite
e Boyd,
crítico
através
de
de
deformação
experiências
dinâmica
de
dos
campo,
cabos
It A tendência para -~o de condutores de diâmetros
cada vez maiores e de vãos cada vez mais l-ongos, implicando, muitas
vezes, aumento do tensionamento, tem como cOnseqüência facilitar o
')
ACSR, na boca do grampo de suspensão, como sendo de 150 aparecimento·· das vibrações·-,·. eólicas· ·-·e~·, embora·-·· as·· causas~·_...:,- das··"·-·
:)
microdeformações [30,31]. J. Pullen [31,32], num estudo teórico das vibrações dos condutores já sejam bastante conhecidas, os cálculos
·J vibrações dos cabos condutores, partindo do limite estabelecido por que permitiram trabalhar com altos valores de tensão dentro de uma
) faixa de segurança razoável demandam levantamentos minuciosos,
Edwards e Boyd, e relacionando as amplitudes e as freqüências das
) oscilações com as deformações dos fios, estabeleceu a condição complexos e precisos das condições de cada vão. Devido à alta
\
.) básica para~ uma linha ser adequadamente amortecida em função do frequência e pequena amplitude da os_~ilação eólica, verificou-se

) produto da amplitude pela freqüência. Esse valor não deve ser economtcamente viável controlá-la por meio de dispositivos

) ultrapassar 30,4Hz·mm. Sendo assim, são admissíveis oscilações de amortecedores.

até 15mm de amplitude e 2Hz de freqüência, porém de apenas lmm de

) amplitude a 30Hz. Construindo-se- ~m gráfico tendo por abcissa as


freqüências e por ordenada as amplitudes, obtemos' a hipérbole 6.7- TENSÃO MECÂNICA E DISPOSITIVOS PARA A FIXAÇÃO DOS CONDUTORES
)
representando a 1 imitação Af = 30, 4Hz· mm. Esse gráfico delimita
_)
duas zonas: a crítica, acima dessa curva, e a das ~ibrações A vida de um condutor relaciona-se inversamente com o
.) toleráveis, abaixo da mesma (Fig. 6.17). nível de esforços estáticos e dinâmicos. Quanto maiores forem os
J Sendo constante o valor máximo do produto Af, torna-se esforços estáticos, menores serão os valores dinâmicos permi tiàos
) constante inclusive o maior ângulo de vibração [30], o: = QoQS' 03", para evitar uma falha do material por fadiga [27] (Fig. 6.18).
)
.. )

.~l
Esforços
) diniSmicos admissÍveis

J 20

.)
j lS

1
I
lO

I
·IL_~·.:=:::::;:=:~
5 15 20 25

"'
.)
Fig. 6.17- Hipérbole; Af 30,4Hz·mm Fig. 6.18- Diagrama de Goodman modificado
I

)
Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos 399 I
Projetos mecânicos das linhas' aéreas de transmissão )
398
As presilhas devem ser curvas, permitindo uma saída do
)
A tensão mecânica é considerada como um dos meios
cabo o mais tangencialmen~vel, reduzindo assim a tensão
eficientes para prevenir o aparecimento de vibrações nos cabos. De
i
estática de flexionamento no cabo daqueles pontos críticos, visto
acordo com a Fig. 6.10, o aumento de tensão reduz o valor do \
auto-amortecimento dos cabos, e por esse motivo a tensão deve ser
\ que os esfor.ços de compressão devem ser o . mais baixos possíveis.
)
l Costuma-se capear os cabos com '·t~ras de alumínio junto
tão baixa quanto economicamente viável. às presilhas de suspensão, com o objetivo de' reduzir e distribuir )
As normas ABNT para projetos de linhas aéreas de )
os esforços estáticos e dinâmicos do cabo, e protegê-lo de
transmissão (P-NB 182) estabelecem:

I
"queimaduras" ocasionadas por descargas elétricas·. Esse capeamento )
"13.2.1. Na pior condição, a carga atuante num cabo deve ser, aumenta a rigidez do cabo·, diminuindo, dentro de certos limites, a )
no máximo, igual a 40% de sua carga de ruptura para cabos de amplitude de vibrat;ão. Uma sofisticação dessa técnica de capear o )
alumínio, ACSR ou aço, e 50% para cabos de cobre." cabo \deu origem ao emprego de armaduras {em inglês, armour
q )
"13. 2. 2. Na condição de trabalho de maior duração, a carga rods)(Fig. 6.20).
)
atuante no cabo deve ser, no máximo, 25% de sua carga de ruptura." )
Observação: Esses 1 imites basearam-se no uso de )
dispositivos especiais para evitar' falhas por fadiga e o desgaste )
do cabo por atrito com os grampos. Quando tais práticas não são
seguidas, tensões menores devem ser empregadas. )
Uma boa norma de projeto é evitar transições àbruptas, Fig. 6.20 - Grampo de suspensã.o tipo curto, com,.,armadura )
utilizando-se presilhas de suspensão e de ancoragem que possuem )
terminais de abertura suave e progressiva. Essas presilhas devem
)
Atualmente os tipos de armaduras em maior uso são as
apresentar baixo momento de inércia e uma articulação que
acompanhe, o mais fielmente possível, os movimentos do cabo e cônicas e as pré-formadas (Figs. 6.21 e 6.22). J
A diferença básica consiste no fato de as primeiras )
reduza as solicitações nas seções próximas à fixação. O corpo das
serem conS~,truídas de tiras retas, que são instaladas em volta do )
presilhas deve ser longo para que as tensões introduzidas nas I

extremidades dos dois vãos contínuos não se somem, e para permitir )


um afrouxamento progressivo dos cabos nas suas extremidades )
(Fig. 6.19). )
J
)
)
)

Fig. 6.21 -Armadura cônica


J
Fig.. 6. 19 - Grampo de suspensão tipo longo ,)
J
)
-;;:.-,;__ )-

~~
Projetos mecânicos das linhas a.éreas de transmissão Vibrações e tensões dinãmiças nos cabos
) 402

) estudiosos do assunto têm concentrado maior atenção, no sentido de


~·) reduzir os efeitos danosos das vibrações eólicas.
tendência a se buscar a-mortecedores mais
<) Essa
eficientes, é justificada pela possibilidade de tais dispositivos
:)
)
virem a ser adotados tanto em novos projetos como nas inúmeras .I
linhas já construídas e que apresentam problemas de vibrações.
:) AmOrtecedores instalados em posições onde sua presença
Fig. 6.25 -Amortecedor Bretelle tipo I
.:) não é necessária, além de ter um fator economicamente negativo,
.) implica em uma sobrecarga mecânica nos cabos, o que vem a reduzir a
,) vida útil dos mesmos.
<=) UExiste uma grande variedade de dispositivos

)_, amortecedores.Citaremos somente aqueles que tenham


realmente se
objeto de estudo de
..•
deStacado por sua eficácia ou tenham sido ~~-- __ LI3_f_ ____ ---+-
foi desenvolvido um
trabalhos de pesquisa. Até o momento não

~I
casos, uma seleção
amortecedor perfeito, mas, na . maioria dos Fig. 6.26 - Amortecedor Bretelle tipo II
adequada dos mesmos proporciona uma solução sati·sfatória. Sua
função é suprimir as vibrações eólicas nas proxiffiidades das
fixações dos cabos.
A suspensão das vibrações reduz os níveis de esforços
dinâmicos no condutor e reduz também a quantidade de energia
transmitida para a estrutura ou para vãos adjacentes. M

É de particular importância a magnitude das forças


ao condutor, bem como seu
transmitidas pelo amortecedor
engastamento ao mesmo. Quando não se atenta para esses detalhes, Fig. 6.27- Amortecedor Bretelle tipo III
corre-se o risco de falhas por fadiga ocorrerem junto ao ponto de /\
engastamento de tais dispositivos.

6.8.2- Tipos de amortecedores

Amortecedor tipo ponte (festões) ou Bretelle

Consiste num cabo de material semelhante ao dos


condutores, com comprimento entre 3 a Sm, preso de cada lado do
L
I
·grampo de_suspensão, formando um laço (Figs. 6.25 a 6.28). Fig. 6. 28 - Amortecedor Bretelle Ü.po IV

.,
,,
404
Projetos mecânicos das linhas"Béreas de transmissão Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos 405
rI . ·-·"~ .!""'

O princípio de funcionamento baseia-se nas propriedades impacto .fixados ao~~condutor (Fig. 6. 30). O impacto de ·uma
de dissipar energia por fricção que um cabo não-tensionado possui, extremidade do oscilante com o anel dissipa eriêrgia,
além de modificar as características de vibração entre os pontos reduzindo as amplitudes de vibração.
onde está engastado.
Esse .dispositivo é de instalação mais demorada que os
I'
demais, não podendo ser instalado com linha viva. Sua eficiência é
discutível [33}.
Sua única vantagem consta ser a economia, pois pode ser
Porém, computando-se as ):
contruido com sobras de condutor.
dificuldades de instalação, certamente seu custo supera 0 dos
)
Fig. 6~30 - Amortecedor de braço oscilante }
outros tipd;S.
Uma· variante desse dispositivo é conhecida como festão. )
t formado por vários laços de sobra do próprio condutor, conectados Amortecedor de impacto (massa-mola) )
paralelamente ao mesmo (fig. 6.29). )
Uma massa suportada por uma mola desliza sobre uma )
barra, com uma plataforma de impacto na extremidade inferior (Fig.
' )

6.31). A barra vibra com o condutor e a massa oscila, comprimindo e


)
descomprimindo a mola alternadamente. Para amplitudes
)
suficientemente grandes, entretanto, o impacto da massa contra a
.)
plataforma inferior provoca dissipação.de energia.
Fig. 6.29 - Amortecedor festão J
)
l J
O Comi tê de Estudos n. ~ 6 da CIGRE (Conference l J
lnternationnale des Grands Réseaux Electriques a Haute Tension), I\
depois de efetuar um estudo comparativo com os diversos tipos de
_amortecedores, concluiu que "os amortecedores Bretelle, durante as
~~ovas realizadas, foram. claramente menos eficientes que os outros
II J
)'
y
tipos".
y,
)
)
Amortecedores de braço oscilante

i
J
Foi um dos primeiros dispositivos adotados para reduzir
)

'
!
J
.t
as oscilações eólicas. Consta de um braço oscilante e um anel de Fig. 6.31 -Amortecedor de impacto (massa-mola) ,);
t ~
·' '·-'-;.,:
·' ~
~-a .i
r' '

406 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão _


Vibrações e tensões dinámicas nos cabos 407

Amortecedor Helgra
-- =
Esse amortecedor, mostrado na Fig. 6.32, foi
desenvolvido pelos engenheiros de Swedish State Power Board, e tem
sido mui to usado na Península Escandinávia. Consiste em discos de
ferro e neoprene, com furos centrais, dispostos alternadamente
sobre uma haste cilíndrica articulada. O impacto entre as massas
provoca dissipação de energia.
A energia mecânica é transformada em calor pela
Fig. 6.33 Amortecedor Bouche
compressão das arruelas de neoprene, na fricção interna desta·s. O
calor é ~issípado no ar circundante. Quando aplicado corretamente, l- Presentemente, tal dispositivo encontra-se em testes de campo em
absorve 90% das vibrações, reduzindo-as a valores sem perigo para
diversas loCalidades dos EUA.
os condutores. Não tem freqüência própria, não havendo, portanto, o
risco de introduzir vibração nos cabos. Não sofre fadiga, podendo
ter uso por tempo ilimitado. ,Nb Bras i 1,

tendo, em algumas, mais de 10 anos de serviço.


onde são fabricados sob
licença, são usados em grande extensões de linhas.de transmissão, II Amortecedor torcional

Um outro/ tipo de amortecedor é o hal tere, ou

I amortecedor torcional, que tem sido mui to usado no Canadá


6.34). Um haltere, fixado a uma alavanca inc~inada, procura torcer
(Fig.

Amortecedor Bouche
o condutor, tendo seu movimento amortecido por discos de fricção. A
vibração torcional do condutor possibilita ao dispositivo
Fabricado pela Vibration Control Co., Pasadena,
introduzir um amortecimento na direção da torção.
Califórnia, é essencialmente um sistema massa-mola. Consiste numa
\
'J massa de concreto e duas molas helicoidais (Fig. 6, 33).
J
,)
J
)
) i.

)
)
I
I
i 'i
) ·:-1
'- ~
Fig. 6.32- Amortecedor Helgra
J _J
!;r
Fig. 6.34- Amortecedor torcional
.) ;::~

i.c..:._ __ ,)
-~---j
r~·
)
Projetos mecânicos das linhas aêreas de rranimissão Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos 409 (j

I
408

Conclusões baseadas em ensaios experimentais realizados Amortecedor Stockbridge

no Canadá [34], afirmam que o uso de dois amortecedores torcionais /


.-/
que o necessário, Desenvolvrd~em 1925 por George H. Stockbridge, é até o
por vão, fornece mais amortecimento
presente momento o amortecedor de mai-or aceitação mundial [35 e )
possibilitando uma adequada proteção contra falhas por fadiga
duas massas )
provinda de vibrações eólicas. 36]. Consiste numa cordoalha de aço com . '
simétricas fixadas uma em cada extremidade; é conectado ao condutor :)
por uma presilha central (Fig. 6.36). )
Amortecedor linear
)
Consiste num elemento de inércia com uma unidade )
-·-~

amortecedora,; central, acoplado ao condutor através de um elemento T )


articulado (Fig. 6. 35). A unidade amortecedora consiste numa mola i )
trabalhando dentro de sua faixa linear, e cilindro com pistão e '' )
fluido, proporcionando amortecimento viscoso. Esse amOrtecedor )
deixou de ser fabricado no Brasi-l, talvez por questões econômicas.
),
Fig. 6.36 -Amortecedor Stockbridge
)
)

Dissipa energia através do amof;tecirnento histerético,


)

fornecido pelo màterial dos fios componentes da cordoalha, e )


coulombiano devido à fricção entre os fios quando as massas )
oscilam. J
llNIOADE
O amortecimento é obtido pela inércia gravitacional ao )
AMORTECEDORA
--···-, movimento, podendo ser observadas três fases de um ciclo em )
\
seqüêÍlc'ia às vibrações (Fig. 6. 37):
ELEMENTO
)
DE lNE.RC!A
--------..... )
·, - na primeira fase, o condutor é flexionado para baixo, porém
o amortecedor mantém sua posição devido à inércia; )
)
- na segunda fase, o condutor é flexionado para cima e o
amortecedor, sendo vencido pela inércia estática e adquirindo )

energia cinética, movimenta-se para baixo;


)

- na terceira fase, o· condutor retorna à posição negativa, J


porém o amo~tecedor, devido·à energia cinética obtida do condutor,
)
é flexionado para cima. )
Fig. 6.35- Amortecedor linear
J
• _j -~

'-'~
Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos 411
410 Projetos mecimicos das linhas aéreas de transmissão

FASE l FASE 2 FASE 3

Fig. 6.37- Fases de amortecimento

Observa-se que o amortecedor trabalha em contrafase, em Fif. 6.38- Amortecedor Dulmison ES-1
relação ao condutor. Ele possui duas freqüências ressonantes, nas
quais é muito efetivo. Porém a sua eficiência diminui muito Amortecedor Dulmison ES-2
rapidamente, fora da região entre essas freqüências. Isso implica a
\
necessidade Wo conhecimento prévio das características de vibração Nesta outra versão ES da D.l!lmison, um segundo sanduíche
do condutor, de modo a coordená-las com as do amortecedor. Da de elastômero é introduzido entre o condutor e a armação
qualidade do material da cordoalha (cabo mensageiro) e do modo com pré-formada que substitui a presilha convencional. O disposí ti v o
que as massas são a ele conectadas, depende a vida útil do apresenta, em seus dois sanduíches, uma dissipação de energia
dispositivo. O tipo de presilha .uSado é outro detalhe importante, através de amortecimento viscoso, em adição aos amortecimentos
cuidando-se para não "ferir" o cabo condutor. coulombiano e histerético, característicos do amortecedor
Stockbridge.
Amortecedor Dulmison ES-1 O uso de armaduras pré-formadas sobre uma camada de
neoprene inibe o aparecimento de falhas por':· fadiga do material
As letras ES, abreviatura de elastomer sandwich, junto ao ponto de fixação do Stckbridge (Fig. 6.39).
designam um novo arranjo para o amortecedor Stockbridge, que
consiste num completo envolvimento do cabo mensageiro com uma
camada de neoprene. Trata-se de uma nova técnica de isolamento e
absorção de vibrações. Segundo informações do fabricante, recentes I \.
pesquisas realizadas pela DuPont mostraram que a amplitude de
vibração de uma placa pode ser dividida por 30, com a adição de uma
camada viscoelástica envolta por uma outra camada rn~tálica de
compressão. Foi também descoberto que a vida até a fadiga pode ser
Fig. 6.39 - Amortecedor Dulmison ES-2
aumentada em mais de cem vezes, substituindo-se a placa metálica
por um coxim composto, de igual peso, contendo uma camada de
material viscoelástico, numa forma de sanduíche. Amortecedor Varispond Dulmison

No caso do ES-1, a estrutüra ··vlbí-ante é o condutor e a


Possui as mesmas características do modelo ES-2, porém
presilha de fixação, a camada viscoelástica é a cobertura de
,) duas' massas toroidais, ajustáveis sobre as massas principais,
neoprene e a camada de compressão é a massa inercial (Fig. 6. 3.8).
)
l .. :J
412 Projetos mecânicos das linhas aéreas de rransmissão Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos 413

proporcionam a obtenção de mais quatro freqüências de ressonância.


A grande vantagem desse dispositivo
regularem as freqüências de
é
ressonância
a possibilidade
de acordo
de
com
se
as
- -)
)
características de vibração da linha (Fig. 6.40).

)
~)
)
Fig. 6.42 - Amortecedor Vibless )
\ )

Amortecedor Haro )
)
Fig. 6.40 - Amortecedor Varispond
Desenvolvido na Finlândia, esse dispositivo é uma outra )
variante do Stockbridge. Consiste em três massas unidas por um cabo )
Amortecedor Salvi 4-R flexível conectado ao condutor por duas presilhas. Possui cinco )
freqüêDcias de ressonância (Fig. 6.43). -)
Foi desenvolvido na Itália, e possuí diferentes \
.)
comprimentos de cabo mensageiro e massas de geometrias diferentes
)
em cada lado do grampo de suporte. Esse arranjo fornece quatro
frequências de ressonância (Fig. 6.41). )
)
Fig. 6.43 - Amortecedor Haro _)
)
6.9- R~ PRÁTICO DE VIBRAÇÕES )
)

6.9.1- Introdução )
Fig. 6.41 -Amortecedor Salvi· 4-R )
A intensidade de vibração dos condutores depende )
Amortecedor Vibless essencialmente da tensão mecânica a que os mesmos estão sujeitos e )
das características topográficas das regiões atravessadas pela
Desenvolvido no Japão pela Furukawa Co. Ltd., Tóquio, é linha de transmissão.
um Stockbridge modificado. As massas inerciais são tubos Como dispositivos, ~ecomendam-se, pela eficácia, os
cilíndricos curvados para baixo (Fig. 6.42). amortecedores Stockbridge e as pontes antivibratórias tipo festão.

o·-_,- ___ . __ ._.


C" ,J
'
i Projetos mecânicos das linhas áéreas de transmissão
415
414 co\ljbraÇÕ'" e tensões dinâmicaS nos cabos
)
''• A Tab. 6.2 fornece a recomendação do número de Stockbridge A eficácia dos Stockbridges e das pontes tipo festão é
'

'
) necessário, conforme o t1'po de te r r eno e a t ensao
- ·
dos cabos de quando fixados próximos ao centro do ventre de vibração
diferentes materiais, segundo a prática russa (Bolentim 2304,
J
') sessão de 1968 da CIGRE). As dimensões dos Stockbridges variam com
o cabo.
)
-,
')
) TABELA 6.2- SELEÇÃO DE AMORTECEDORES STOCKBRIDGE
)
Proteção recomendada para

=
I
) tensão média de serviço em:

.) u Condutor ACSR
I
)
~

-, Acima de Entre 4 e Menos de Fig. 6.44 - Zona de fixação dos amortecedores


2 2 2
) Condições da rota da 5kgf/mm 5kgf/mm 4kgf/mm
Vãos
/' linha (característica
do terreno)
(m) . Condutor de cobre
As linhas aéreas de transmissão podem ser afetadas
Acima de Entre 10 .e Menos de diferentemente por vibrações, dependendo da topografia do terreno e j
2 2 2
) 11kgf/mm 11kgf/mm ro kgf/mm

j ' Condutor de aço e cabo pár:-a-raio


da classe de tensões dos condutores. Os amortecedores Stockbridge,
extensivamente usados no Brasil, têm sido bastante eficazes, quando
l
)' são colocados dois amortecedores por vão, um em Cacta terminal, para
Acima de Entre 18 e Men_os de
2 2 2
) 22kgf/mm 22kgf/mm 18kgf/mm vãos em torno de SOOm. As medidas efetuadas por Furnas mostraram
_) 2 amortece 1 amortece que a amplitude de vibração foi amenizada em dez vezes e,
-
\ 150-500 dores por dor por conseqüuentemente, o ângulo característico de vibração ficou abaixo
'. __!
Terreno aberto, plano vão vão
'\ de 5' , proporcionando uma vida segura aos condutores.
·_J ou levemente monta-
nhoso 1 amortece 1 amortece /\Contudo, para as seções de linhas onde a tendência de
- -
75-150 dor por dor por
vão vão vibrações é pequena e os ângulos de vibração não excedem 20', e
)
também onde a tensão no condutor permanece dentro dos limites, na
) Terreno acidentado,
áreas florestais com 1 amortece Tab. ·6.1, uma redução de três ou quatro vezes na amplitude é
poucas árvores, ou 100-500 dor por- totalmente adequada para excluir o perigo de danos para condutores.
áreas com árvores vão
baixas As seções de linhas completamente protegidas contra
ventos perigosos e submetidos a tensões relativamente baixas, não
Florestas maciças com
árvores cujas alturas Indepen- requerem qualquer proteção contra vibração.
excedem às dos ponto~_ dent~ do Não necessitam de proteção necessidade de proteção de
ReêoiTiendamos que a
de suspensão dos con- vão
condutores e o mínimo de amortecedores a serem instalados em vãos
dutores
normais se baseiem na Tab. 6.2.
Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos 417
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
416
)
Para proteção de vibrações em condutores e cabos À ~+V Co·g . (6.16)
2
pára-raios com seções de 35 a 60Dmm , em vãos normais até SOOm,
onde:
usam-se amortecedores Stockbridge pesando de 2 a 8kg.
i\ - comprimento de onda
Os amortecedores devem ser, na medida do possível,
f - frequência da onda.
posicionados de forma a atingir a máxima eficácia numa ampla faixa )
de condições ambientais compreendendo diferentes freqüências, )
comprimento de onda e velocidades de vento.
Apresentamos a seguir um estudo simplificado. Seja o
- )
)
cabo tensionado no vão isolado da Fig. 6.45. )
)
i )
Fig. 6.46 -Comprimento de onda !
' )
.t.
!
'
Vejamos o caso da formação de ondas estacionárias no
cabo, correspondentes aos seus modos naturais, Fig. 6.47.
Fig. 6.45- Vão isolado sujeito a vibração

)
Sabemos que a velocidade de propagação da onda )
correspondente à componente horizontal da tensão no condutor é dada )
por: )

UTr =/!o =/ T~·g J


)
onde: )
To - tensão horizontal EDS no condutor /\
)
m - massa do condutor por unidade de comprimento
)
p- peso unitário do condutor
g - aceleração da gravidade
J
)
Co - To/p = parâmetro da catenária.

Observando a Fig. 6.46, podemos escrever que:


J
UTr = i\·f ou À ~ -
1
-·UTr (6.15) )
f
)
Substituindo UTr na Eq. 6.15, teremos o comprimento de
Fig. 6.47 - Cabo em vibração natural em diversos modos .)
onda formado no cabo:
~
I
...)r
Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos 419
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
418
Já estudamos anteriormente que o fenômeno da
Utilizando a Eq. 6.16 para o primeiro modo da Fig. 6.47 ressonância acontece quando a freqüência de excitação se iguala com
(a), podemos escrever que: a natural. No nosso caso, a freqüência de excitação é a de
Strouhal.
2A =
---rnl .,rco:-g Temos então:
e a freqüência natural fu ndamental do cabo será: fn = fs (6. 19)

,, f nl = ;A .,rco:-g (6.17) Note que o cabo possui infinitas freqüências naturais,


) 6.47 (n),
e que também elas são muito próximas entre si. Portanto,
Analogamente, para o modo de ordem n, Fig.
) provavelmente sempre haverá um vento (fs) que ressonará o cabo.
temos: A ressonância perigosa será aquela correspondente ao
)
n·À vento de maior duração que ocorrerá durante a vida da linha; esse
J -z- L
vento é tomado como o vento de brisa (baixa velocidade).
)
Usando a Eq. 6.16: Temos então da Eq. 6.7 que:
)
u
) 2L L"' A fse0,19D
n
·.) e da Eq. 6.18
ou seja:
J fn = ~A Y Co·g
•(6.18)
J f n = ~A .,rco:-g
usando a condição de ressonância (6.19), vem:
J .
onde n = 1,2,3,4, ... representa o numero
de meias-ondas formadas no
J cabo, ou seja, o número de ventres.
(6.20)
..
· )
U é a velocidade do vento que causará ressonância no modo n .
.J Exemplo 6.3
Para o comprimento de onda mostrado na Fig. 6.48,
)
= l.ZOOkgf e um cabo pesan- usando as E~s. 6. 7 e 6.16, chegaremos em:
Para um vão A = 400m Com To
.J do p 0,78kgf/m, calcular fn do cabo para n = 100.
D
.) À = 0,19·U y Co·g (6.21)

)
Solução:
)
f

~~
.. ~~---To
( fn = ~A Y Co·g
( 1.200

~ ~-J
Co = = 1.538,5
0,78

{
j fn
100
2·400
-1 1. 538, 5·9,81

A freqüência para 100 ventres


= 15,4Hz

será de 15,4Hz.
Fig. 6.48 - Cabo com comprimento de onda calculado pela Eq. 6.21
'")
Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos
421

420
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão )
>
Exemplo 6.~

Calcular o comprimento de onda formado em um cabo )


tenSionado com 1.200kgf; sendo o peso do cabo 0,78kgflm. Tomar um )
vão experimental de 400m, velocidade do vento 20km/h. o diametro
do cabo é 0,01883m. )
lbl
I
Solução: Fig. 6.49 -Colocação do amortecedor Stockbridge no cabo )

20
)
u 3,6
5, 56m/s.
Sabemos da Eq. 6.21 que: )
D 1.200 1.538,5 )
.,! Co·g Co
À
0~19·U 0,78 À= ~::;D~~ (6.21)
O, 19·U .

0,01883 I
À .,! 1. 538' 5. 9' 81 2,2m
o, 19·5,56 Substituindo (6.22) em (6.21), vem )
Então o comprimento de onda mostrado na Fig. 6.48, será
D (6.23) )
_de 2,2m, ou seja, cada ventre terá l,lm. 5=2,24--u~
Observação: A freqüência-'de Strouhal (dos vórtices), na :1
condição do exemplo, será: S é a posição de colocação do Stockbridge a partir do grampo de )
u -,C::.;·~;;:,- ~
5 56
5 6Hz suspensão. Se usarmos U = 20km/h e g = 9,81m/s
2
a Eq. 6.23
f,= 0,19 -o-= 0,19 0,0883 )
torna-se:
)
S = 0,0013·D ~ (6.23.a)
')
com Sem [m], D em (mm] e Co em [m]. .)
6.9.2- Posição do amortecedor no vão
)
Exemplo 6.5 )
Teoricamente, o 'mortecedor deve ser colocado no ponto
do cabo, o qual possui maior amplitude de vibração e o mais próximo C~lcular para o vão do exemplo 6.4: \
.J
a - Po~i~ão do Stockbridge;
do grampo de suspensão. Este ponto deve ser obviamente o centro do b - Qual deve ser a freqüência natural do amortecedor? )
primeiro ventre (Fig. 6.49 (a))
' )
De acordo com a experiência de membros da CIGRt, o .)
amortecedor, juntamente com o cabo, altera a freqüência natural do )
a.
cabo. Em outras palavras, o conjunto possui freqüências naturais D 0,01883
u v Co·g
s = 2,24 = 2,24. .,! 1. 538,5 ·9' 81
5,56
diferentes das do cabo sozinho. Portanto, o ponto (i\/4) não deve
ser usado para colocação. A posição recomendada pela CIGRÉ (Fig. s 0,93m a partir do grampo.

6.49 (b))é Outra maneira:


2 2 .:)
s = 0,85 2
;\.
= 0,85 2
• ~ =O ' 93m
s = o,85[;) = 1,7o[+) (6.22) i, ___ ) '

.. ) .
I "---
.)
)

Vibrações e tensões dinámicas nos cabos 423


Projeros mecânicos das linhas aéreas de transmissão
422

b. A figura abaixo (6.50), mostra um modelo matemático


simplificado do conjunto, cabo e amortecedor.
.,
)
.) /

) DEFÓEXÃO M t'NIMA
N'O CABO
J c,
) CABO
)
) me
~FK I .,
I' l
's

I
- - RESSONÃNCIA DO
)
., Ai.!ORTECEDOR

)
) c,
AMORTECEDOR

J .,
) f Noturol do Amortecedor 's
Fig. 6.51 -Resposta em freqüência do conj~~to cabo-amortecedor
) FK= (+ pU2D) sen {2Trfst) -Excitação

J Fig. 6.50- Modelo matemático do conjunto cabo-amortecedor


)
j
Foi~::o
de
) Trobolho
Variando a velocidade do vento, e conseqüentemente a
) freqüência de Strouhal fs, teremos para os deslocamentos no cabo
) (ponto de fixação do amortecedor) e na massa do Stockbridge
) respostas em freqüência conforme a Fig. 6.51 (a) e (b). Na Fig .
. ) 6.50 K, C, M são rigidez, amortecimento e massa (para o cabo-ventre
)
/
., e amortecedor) correspondentes ao modo de vibração .
Observando a Fig. 6.51, concluímos que, para minimizar
f NATURAL l:;; 56Hz
o deslocamento de vibração do cabo próximo ao grampo de suspensão,
I ol Ib J
precisamos que o amortecedor ressone, ou seja fs ~ fn amortecedor
'.'!
para ·o ponto de projeto. No exemplo em estudo, o cabo precisa ser Fig. 6.52- Resposta em freqüência de um amortecedor
Stockbridge e sua faixa de trabalho
protegido na região de 56Hz, portanto o amortecedor deverá ter
1

J
freqüência natural próxima de 56Hz, para que ele seja eficiente,
veja Fig. 6.52.

-----~/
Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos 425
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
424
Chamamos de m a massa de cada contra-peso, J o momento
6.9.3 ~Modelo matemático de um amortecedor Stockbridge de inércia de m em relação ao eixo normal, passando por O (ponto de
engastamento do cabo), L o comprimento do cabo, r a distância entre
A eficiência de um amortecedor Stockbridge pode ser
o centro de gravidade G e o ponto O, e -E! a rigidez flexional do
medida através de ensaios de laboratório, onde são levantadas )
cabo.
curvas características para a resposta em freqüência ou energia )
As coordenadas adotadas são y1, deslocamento vertical
absorvida em um ciclo. O Centro de Pesquisas da Eletrobrás - CEPEL,
de O, yz, deslocamento angular do contrapeso e u deslocamento )
no Rio de Janeiro, realiza estes tipos de ensaios (47]. )
vertical do grampo de suspensão.
A maioria dos trabalhos publicados [48,49,501, estuda a
Fazendo o bálanço de forças e dos momentos sobre o )
interação entre o amortecedor e a linha de transmissão, onde a
contrapeso, com o ~uxílio da Fig. 6.53 {b) e (c), onde as forças e )
determinação da força total exercida pelo amortecedor sobre a linha
momentos unitários são os coeficientes de influência de rigidez, as )
e as condlç5es.l'ide instalação são os objetos principais.
equações de --movimento se escrevem como-~- )
Podemos também relacionar as tensões máximas no cabo
com o deslocamento no grampo de )
mensageiro
suspensão.
(fig, 6.52.al,
[MJ{ Y1
Yz }
+ [cJ{ Y' y2- u. y1 - u
y2
(6.24) )

e utilizando uma
Partindo de um model·o simplificado !
solução analítica, podemos prever algumas cGnclusões interessantes. onde:

ffi11 m; m1z = m21 = - mr; m22 = J )


Modelo matemático [35]
(6.24a) )
k11 4k; k12 k21 = - ZkL; k22
)
A Fig. 6.53 {a) mostra o esquema de um amortecedor 3
k = 3EI/L
)
simétrico com o cabo perfeitamente elástico e uniforme, sen1 massa,
)
Vários estudos experimentais com cabos [35,51], têm
mas com amortecimento.
demonstrado que as forças de amortecimento estão associadas às
)

forças 7I~sticas, guardando o mesmo tipo de relação, quer os )


)
r deslocamentos sejam lineares ou angulares. Essas investigações

I
L
I oi
mostraram que é possível estabelecer a seguinte relação entre os
segUintes elementos da matriz de amortecimento e de rigidez: )
)
= (6.24bl
Clj
nJi k 'l

1
- _j
IoI onde
)
~ 0/n, sendo O o decrem:~to logarítmico do amortecedor e
)
n = a freqüência de vibraçãO forçada.
Fig. 6.53 - Esquema de corpo livre de um amortecedor simétrico
]
. .~ ..

Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão 4Z7


Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos
426

Frequências naturais

livres do amortecedor (u O)'


Para vibrações
deprezando-se o amortecimento, o modelo fornece a seguinte equação
característica do sistema, desde que adotemos soluções harmônicas l
para os deslocamentos y1 e yz: MESA
VIBRATÓRIA
(6.25)

I
2
det ( [K] - w · [M] ) = O

da qual obtemos a expressão para as freqüências naturais do

sistema: Fig. 6.54 - Esquema da experimentação no CEPEL

Wl tf'
1
2 J
(6.26)

I ·usando a Eq. 6. 26, calculainos as freqüências naturais


onde:
A [k12 m21 + k21 m12 - {kll mzz + kzz mu) ]/ det [M) I' do amortecedor:
Primeira freqüência natural= 9,1Hz
(6.26a)
B det [K]/ det [M] Segunda freqüência natural = 25, 9liz.
k!J, mrs são dados por 6.24a. Pela experimentação da Fig. 6.54, foram encontrados os
seguintes valores para as freqüências naturais:
Experimentação - CEPEL [47} Primeira freqüência natural = 9,5Hz
sistema Segunda freqüência natural = 24,5Hz
Os amortecedores foram ensaiados em um
eletrodinâmico que mantém constante, por realimentação, a amplitude Os resultados obtidos mostràram que existe uma boa
de deslocamento U do grampo de suspensão. Os sinais do acelerômetro correlação entre o modelo matemático e a experimentação.
A, preso à mesa vibratória, e de um transdutor de força localizado
entre a mesa vibratória e o grampo do amortecedor, são comparados
6.9.4 -,Amortecedor tipo festão
continuamente para a determinação das freqüências de ressonância do I I

II
sistema, que ocorrem quando o ângulo de fase entre eles for 90o O comprimento de onda mínimo pode também ser usado para
(Fig. 6. 54). calcular o tamanho do amortecedor, tipo festão ou Bretelli. Pela
Fig. 6.55, o comprimentos: entr.e.._os_ dois ponto~.d~ fixação, ~sél:ndo
Resultados
Os valores característicos do amortecedor foram:
l a Eq. 6.23a, é dado por:
(6.27)
S' 2S + e = 0,0026·D·~ + e
2
m = 2,4kg J = 0,03kg·m
onde:
2
E! = 23N·m L o, 183m D diâmetro do condutor [mrn];
C parâmetro da catenária-= TEDsiP [m];
r= 0,03m
r~- )
Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos 429
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão )
428
logo : )
e= comprimento do grampo [m}; 1 S 0,0013·16,4·Y 1977- 0,95m )
b espaçamento, tomado aproximadamente em torno de 250mm; li S 95cm a partir da boca do grampo. I
S' =distância entre os pontos de fixação [rnl.

s
I c - Da Eq. 6.27:
S' 2S + e ~ 0,0026·D·~ + e •.
)
)
S' o,oo26·16,4·v 1.977 + o,200 2,08m
)

I
208cm de fixação a fixação.
)
i )

6.10- PROTEÇÃO ÁO LONGO DE VÃO DE TRAVESSIAS )


)
Em vãos acima de SOOm de 'Comprimento, um Stockbridge é )
Fig. 6.55 -Amortecedor tipo festão fixado em cada terminal e, em vãos entre 500 e 1.500m, dois )
amortecedores com diferentes frequências características são
instalados em cada terminal. Em vãos com menos de SOOm,
Exemplo 6. 6 I
amortecedores são fixados somente em um terminal (veja a Fig.
)
Uma linha de tensão de 138kV será conStrúí.da com cabOs
2 6. 46).
ACSR. O cabo possui uma seção de 210,3mm . Sua carga de ruptura é )
igual a 7.735kgf e seu peso igual a 0,7816kgf/m. Admitindo que o Os tamanhos e pesos dos amortecedores são escolhidos
condutor seja tensionado, à temperatura média anual, com )
considerando-se o diâmetro e a tensão mecânicá nos condutores. Para
TEDS = 1.545kgf, sendo o vão em estudo igual a 400rn, e que o
condutores de 11 a 35mm de diâmetro, tensionados até 18. OOOkgf, )
terreno seja aberto e plano, determinar:
a - o número de amortecedores para o vão, usando a Tab. 6.2; usam-se amortecedores pesando de 4, 5 a 10, Skg. Os amortecedores J
b o ponto de fixação do amortecedor pela equação "prática";
c - se usados festões para proteção contra vibrações,
determinar a distância entre os pontos de fixação, empregando a )
equação prática e sabendo que o comprimento do grampo é 200mm.
)
/ \
J
Solução:
)
a - A tensão no condutor, será: )
To 1.545 2
cr~-A-~ "7,3kgf/mm )
210,3
Da Tab. 6.2, com as condições topográficas, e tensão )
maior que Skgf/mm 2 , teremos dois amortecedores para cada grampo.
)
b - Usando a Eq. 6.23.a
_)
S 0,0013·D·~ (para esse condutor D ~ 16,4mm)
Fig. 6.56- Amortecedores Stoç)cbrid.ge; arranjos para travessia )
To 1.545 de um grande rio )
c p 0,7816
" 1977
)
)
_J
oc)
I
430 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Vibrações e tensões dinámicas nos cabos 431

fixados perto de uma torre intermediária de travessia, onde os 6.57), em antifase; na direção predominantemente horizontal. Essas
condutores são suportados por um grampo de suspensão em roldana, vibrações ocorrem, em geral, para ventos com velocidades entre 8 a
20rnls, com amplitudes na faixa 50-80mm e' frequências de 1 a 2Hz.
'
) são de um tipo especial chamado de "releasable"
-) As posições dos amortecedores são calculadas pelas l,
seguintes fórmulas: para o primeiro amortecedor,
~ '
f-.----.--...: '- I

-3
Q

~ br~ 1c-={)
J S1 = 0,0013·D·~ (6.28)

~) para o segundo amortecedor,


') 52 = o. 85. ( 251) •

I
.) Fig. 6. 57 - Modo el·iptico de oscilação
logo
J ~
S2 = 0,0022·D·~ (6.29)
J No caso de oscilações de subvãos, os recursos de
.) Medidas de verificação foram feitas repetidamente sobre
J proteção são disponíveis, embora não se disponha de processo
) vãos de travessia de 800 a 1. SOOm, e mostraram que essa proteção
prático para a determinação de sua ocorrência no campo. Isso se dá
introduz um bom amortecimento às ":Yorações.
) em virtude de diversos fatores:
Para travessias em torno de 2. OOOm, ~om _condutores de
) l - a ocorrência de oscilações em posições intermediárias dos
SOmm de diâmetro e tensionados com 20 a 35t, empregam-se
) vãos, dificultando o acesso ao mesmo;
amortecedores gêmeos especiais, pesando de 10 a 20kgf.
) - a inexistência de dispositivos apropriados;
!
JI a baixa incidência do fenômeno, " exigindo períodos
excessivamente longos de observação.
i 6.11- VIBRAÇÕES EM SUBVÃOS
Tais fatores geram a necessidade de testes que Permitem

Os problemas decorrentes da mobilidade dos condutores a avaliação da eficiência de amortecimento do sistema

utilizados nas linhas de transmissão provocaram o desenvolvimento cabos-espaçadores de forma prática.

de acessórios especiais, entre os quais os dispositivos /\ Com relação às vibrações, um feixe de condutores

espaçadores, que mantêm os cabos de cada fase à distância ótima de comporta-se de maneira substancialmente diferente, comparado com um

projeto e melhoram as condições de estabilidade do feixe. A condutor simples. As modificações podem ser classificadas como

vibração nos condutores, provocada pelo vento,. obriga· o uso de segue:

espaçadore-amortecedores, de forma a reduzir a solicitação dos - modificação da resposta do sistema, isto é, modificação do

cabos a níveis convenientes. Especial atenção tem sido dedicada ao amortecimento do sistema, e dos possíveis modos de vibração;
) estudo desses fenômenos e aos danos que causam, como a ruptura de modificação do fluxo de ar ao redor· dos condutores,

J. cabos e até a destruição de componentes das torres [37]. particularmente sobre aqueles protegidos contra o vento; isto

J Oscilações de subvão ocorrem quando da presença de um resulta em uma modificação da potência de entrada do vento no
cabo na esteira de outro. Os cabos assumem movimento elíptico (Fig. sistema.
~· ''
J
L. .J
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
)
432 Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos 433
)
Ambas as modificações tendem a reduzir o nível e a A máxima deformação ocorrida no vão em antinós é, )
duração da vibração. Tem sido relatado que medidas sobre linhas de portanto, )
transmissão indicam urna redução no nível de vibração de
= 2 n2 -2-
Yo À-2 D )
aproximadamente 50%, e uma redução do tempo de vibração de (6.31)
)
aproximadamente 20% para feixes de condutores geminados, em
Se admitirmos as ' . do
extremidades· ' cabo rigidamente )
comparação com condutores simples [38]. Outras investigações
fixas, a deformação máxima Ci, no final do vão, ocorrerá à
encontraram que o nível máximo de vibração foi de mesma ordem tanto )
distânciaD/2 do eixo do condutor, sendo dada pela expressão
para o simples como para o feixe de condutores geminados, enquanto )
que o número de amplitudes máximas foi menor para o feixe [391. Cl )
! Cv
= função [ À _..:.r_ ) (6. 32)
Para feixes com mais de dois condutores, a tendência de redução é I
v'El' )
maior. ~
l- onde:
T tensão no condutor; )
)

I E módulo de elasticidade do condutor;


6. 12 - RELACÃO ENTRE NÍVEL DE VIBRAÇÃO E DEFORMAÇÕES
J
momento de inércia do condutor.
J
A relação entre o nível de vibrações e· <is deformações
I A função.da Eq. 6.32 é mostrada na Fig. 6.58. Como pode
ser visto, ·para valores de
)

sobre um condutor sólido, ou barra, é muito simples, sendo J


governada, no vão, apenas pela deformação e, nas extremidades do
'
À / ~I > 35
).
vão, pela deformação e pelas condições de apoio do vão-. )
Com uma distorção harmônica sobre o condutor, função (À ~l = 0,166 À~ (6.33) )
)
Yo 2rr e portanto, a máxima deformação no terminal do vão pode ser escrita
y(x) - - sen -À- x, )
2 .

<1 = 3,27 / T
E! - Yo
- À
-1
D (6.34) )
a máxima deformação cxt ocorrida no vão, na distância D/2 do eixo 2
\ )
do condutor sólido, ou em uma seção reta do condutor, no plano de onde e~a mostra que as deformações e os ângulos de vibração (Yo/À)
vibração, é dada por podem ser diretamente relacionados.
,J
Se olharmos agora para um condutor real, veremos que
)
(6.30)
seus fios individuais descrevem uma hélice sobre o eixo do J
onde: condutor. Pode ser, portanto, entendido que, em um cabo vibrante, J
cada seção de um fio, em um comprimento do passo, estará sujeita a '
_j

xt = distância entre o primeiro nó e a seção reta; deformações dinâmicas, que não diferirão somente em valores
Yo amplitude dupla do antinó; absolutos, mas também em sinal. Contudo, os valores das deformações
D diâmetro do condutor; serão também diferentes nas diferentes camadas do cabo, devido às
À = comprimento de onda. suas diferentes distâncias ao plano neutro.
Projetos mecânicos das linhas Béreas de transmissão Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos 435
434
fatores de deslizamento, ou escorregamento, e o diâmetro devem ser
27~-.-,-,,-,-~~-,
20 H++l-1-t-- Ht-t---i apropriados para a camada considerada.
25
Um grande .número de testes experimentais comprova a
I
validade das Eqs. 6.35 e 6.36, tão \;>em·,guanto a relação entre K1 e

Ei
o auto-amortecimento do condutor. __'-- \",
Os valores de K1 serão afetados pela tensão mecânica no
Tv
condutor, pela .compactação do cabo e também pelo diâmetro do cabo.
Valores normais nos fios externos estão compreendidos entre O, 7 e
0,5, embora K =1 tenha sido encontrado em grandes cabos de aço.
Os válores do escorregamento dos fios internos não têm
40 60 80 100
20
).ffr sido extensivamente medidos,
tais testes,
devido às dificuldades inerentes de
porém testes especiais·· de fadiga e amortecimento e
Fig. 6.58 _Deformações na extremidade fixa no antinó resultados de medidas tendem a confirmar o f a to óbvio de que as

~
camadas internas, tendo atrito nos pontos de contato (ambas, a
vérsus
externa e a próxima interna), teriam valores de K1 maiores que a
Como as camadas do·· ca b o es t-ao t ran çadas
, em -direção
camada do lado de fora de um condutor.
oposta, cada fio, em um comprimento de passo, terá um número finito
de pontos de contato com as camadas mais altas e mais baixas, e a
II Os valores de K2 na extremidade do vão estão mais
afetados pela pressão do grampeamento do que pela tensão no cabó, e
carga de tensão estática resultará em uma pressão exerCida pelos
são geralmente maiores que os valores :de K1. Com grampos
fios da camada superior naquelas da inferior.
proporcionais aos tamanhos dos condutores, tomamos um valor prático
Como conseqüência de tal distribuição de deformação, as
de 0,7.
· · sera- 0 desenvolvidas nos pontos de contato entre
forças tangenc1a1s Mencionamos anteriormente que as Eqs. 6.30, 6.31 e
fios. Essas forças são equilibradas pelas forças de atrito devidas
,_ 6.35, que relacionam as deformações no vão com um condutor simples,
à pressão radial. são independentes das condições de apoio. As Eqs. 6.32, 6.33, 6.34
portanto, é facilmente entendido como um -\
Isso, e 6.3'6' são válidas para vãos com extemidades grampeadas
escorregamento entre fios. O fenômeno do deslizamento é não-linear,
rigidamente, o que significa que tanto os deslocamentos verticais
porém, dentro dos valores usuais de T, À e Yo encontrados nas como qualquer rotação da extremidade do cabo não são permissíveis.
linhas de transmissão, expressões linearizadas dão a~ deformações
As condições reais de grampeamento diferem um pouco de
reais ocorridas em um condutor com fios individuais; usam-se:
um "grampo rígido", resultando em deformções mais baixas e, muitas
(6.35) vezes, também em valores mais altos de defor.mações.
O estudo do comportamento real do grarnpeamento está
sendo feito pelo Grupo n. ~ 2 do CIGRE. Tem-se oPservado que o
(6.36) deslocamento e a rotação nas,extremidades do vão não são comandadas

K2 :=s 1 são chamados de fatores de deslízamento. Os apenas pela capacidade do grampo de executar tais movimentos, porém
onde K1 :=s 1 e

l.
________ )
)
436 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos 437
.)
que é possível um acoplamento entre os dois vãos adjacentes. Tal )
acoplamento dependerá das condições de ressonância do sistema
formado pelos dois vãos e das forças do vento que agem sobre ambos
)
os vãos. Quando todas essas condições são preenchidas, uma redução
)
de aproximadamente 50% nas deformações, relativamente às obtidas
)
com um grampo rígido, parece ser possível.
Embora não haja possibilidade de relacionar diretamente J
o deslocamento e a rotação nas extremidades do vão, é necessário )
mencionar aqui o efeito do aumento da rigidez de fixação com )
.."""
1::1> I 1
011 o "' ~
armour rods. ..... -o "" ...
" o ' )
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... 011 ~
trabalhos experimentais provaram
t:Estudos anal i ticos e o",
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UI:: I..-<
J
que as deformações reais sobre os fios dos condutores são reduzidas .... o..., ... ~

.... u "'
u ~ o~
u )
de 20 a 40% em relação àqueles valores, considerando a fiXação 0>
"~
011 C-' 011
- ' O <O-<

perfeitamente rígida. A redução, contudo, não


todas as freqüências e, para um dado cabo, dependerá do comprimento
é constante para - ' -~".o
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Este capítulo trata mais das vibrações eólicas de .....

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linhas com condutores simples, sendo fácil comprovar ,que, com os )

valores usuais de Yo e encontrados nessas linhas, )


À
I
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( não ocorrerá perigo de fadiga no vão, exceto em casos especiais nas
proximidades das junções. Sobre feixes de condutores e, em J
particular, em condutores gemínados verticais de três ou quatro :J
feixes, deformações em grampos espaçadores podem ser um tanto altas .o".'
' I O
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e, com espaçadores inconvenientes, podem atingir valores 60%
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superiores aos de um grampo rígido [40,41,42,43,44 e 45).
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6.13- ESTUDOS SOBRE VIBRAÇÕES NAS LINHAS DE TRANSMISSÃO NO BRASIL ~~­
% "~
'-'<--i<I..OII'IIWCl::l
I 1.. !I) to .... fl 1:: I ..... UI
)
)
A Tabela 6.3 apresenta um resumo do que as empresas
brasileiras estão realizando sobre estudos e pesquisas em vibrações I ,)
.j
nas linhas aéreas de transmisr-;.o (elaborada pelo CEPEL - 1990).
.J
)
)
438 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão v;brações e tensões dinâmicas nos cabos 439

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J
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442 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão

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I terrestre,
Toda
necessita
obra de
de
engenharia,
uma estrutura
assentada
de
na
transição
superfície
entre os
)
)
)
bei hoher mechanischer b~anspruchung".
506, 1964.
45 - SCANLAN, R. e S'WART, R. -
VDI Forschungsheft,

"Bending stiffeness and strain in i


I esforços criados por condições de trabalho e peso próprio e o
terreno subjacente. Esta estrutura de transição, nada mais é que a
fundação da obra, que pode ser tão simples quanto a abertura de, uma
)
)
)

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stranded cables". IEE, 68, CP 4, PWR.
ARRUDA, A. C. F.
transmissão, Unicamp, 1975.
- Análise de amortecedores para linhas de II cava para a fixação de um mourão de cerca, ou tão complexa quanto
as fundações de grandes obras de engenharia Civil.
Normalmente, o projeto de- fundação de uma obra de
)
)
)
engenharia é a última fase do projeto estrutural da mesma. Deve

I
47 OLIVEIRA, A.R.E. e NETO, A. P. R. "Estudo analítico e
'
anteceder ao dimeÚ~ionamento da fundação duas fases de estudos:
)
experimental do amortecedor Stockbridge". Proceeding COBEM
)
-83, Uberlândia, C1 pp 1-10, 1983. ! 1- Cálculo de todas as cargas possíveis de serem suportadas
t )
48 CLAREN, R. e DIANA, G. "Mathematical analysis of pela ~É\rutura e transmitidas à fundação,
transmission line vibration". IEEE, Tran. Power Apparatus )
2- Estudo das características geotécnicas do terreno.
and Systems, 88, pp 1741-71, 1969. )
De posse desses pré-requisitos passa-se à escolha do
49 - DEHOTARAD, M.S. - "Transmission line vibration". Journal of J
tipo ideal, dimensionamento e detalhamento da fundação, que
Sound and Vibration, 60 (2), pp 217-37, 1978. )
transmitirá com segurança toda a solicitação ao terreno suporte.
50 - HAGEDORN, P. "On the conputation of damped wind-exi ted )
Assim se procede na construção de uma fábrica, de um
vibration of overhead transmission !ines". Journal of )
edifício,.. . de uma LINHA DE TRANSMISSÃO, sendo que para esta
Sound and Vibration 33 (3), pp 253-71, 1982. )
última, cada torre ou cada trecho , é caso de um estudo específico,
51 - DURVASULA, S. "Vibration of a uniform cantilever beam .)
pois ao longo de quilômetros de extensão as características
carrying a concentraded mass and moment of inertia at the )
geotécnicas do ,ter;reno -·podem-. ser as- mais.·.var.iadas ,poss.íveis..·
tip". Report No AE 1335, Indian Institute of Science,
J
Bangalore, 1965.
--r- 445 )
444
Projetos mecãnicos daS linhas aéreas de transmissão
I Fundações

determinar o tipo de fundação de cada estrutura, projetá-la e


)

I
Para o cálculo das fundações das torres de uma L. T., I
detalhá-la.
apenas após o projeto de locação das estruturas, da exata definição
Cada tipo de solicitação transmite um tipo de esforço
I
das posições das fundações, é que se tem condições de definir as )
variáveis do projeto:
estruturas, ângulos,
esforços solicitantes,
travessias, vãos,
alturas e
natureza do
tipos de
terreno e
II
ao terrenO. t responsabilidade da estrut~ra de fundação distribuir
tais solicitações, de forma que os esforçoS- transmitidos ao terreno
)

vegetação, nível do lençol freático, etc. Passa-se então à fase de I sejam inferiores aos limites do mesmo.
)
projeto da mesma. )
TIPOS DE ESFORÇOS DE REAÇÃO DO TERRENO
)
7.2.1- Compressão )
7.2 -ESFORÇOS NAS FUNDAÇÕES
)
1: Tem a tendência de causar um afundamento do terreno, e )
H Todos os esforços provenientes da montagem, sustentação
H conseqüentemente um afundamento da estrutura (Fig. 7.1). )
g dos condutores e equipamentos eletromecânicos, esforços devidos a

i• atuação de fenômenos naturais sobre todas as partes da obra, bem ' )

I como o peso próprio integral;· geram tensões que devem ser

I absorvid-as pelo terreno através das fundaçõs.


Um estudo técnico-econômico determina as linhas gerais
)

J
da L. T.: potência a ser transmitida, classe de tensão,' tipo de )
corrente (CA ou CC), número de circuitos, etc. Conseqüentemente )
tem-se uma predefinição do número e bitola de condutores por fase, .)
Fig. 7.1- Esforço de;compressão e reação do terreno
distâncias de afastamentos, tipos básicos de torres, etc. )
Cabe ao projetista mecânico da L. T. a definição dos
)
cabos, dos equipamentos eletromecânicos suspensos e de suspensão, 7.2.2- Tração )
considerações de fenômenos naturais, sobrecargas acidentais e I
·\.
)
condições de montagem e manutenção da L.T .. Como resultado dessas Tem a tendência de levantar o terreno devido ao
)
considerações e cálculos, determina tal projetista as posições e arrancamento Ça estrutura (Fig. 7.2).
)
os esforços a serem absorvidos pelas estruturas suportes da linha.
Cabe ao projetista mecânico das estruturas de t )

sustentação da L.T., de posse dos dados anteriores, após consultas ------------------- )

ao projetista das fundações, projetar as torres e definir os )

esforços a serem absorvidos_pelas fundações. )


Cabe ao projetista das fundações considerar os esforços .)
que devem absorver, os fenômenos naturais sobre as estruturas das )
Fig. 7.2 -Esforço de tração e reação do terreno
fundações, as características geotécnicas do terreno, e então )
)
446 Projetos mecânicos das linhas
. aéreas de rransm1ssao
· - 447
Fundações

7.2.3- Flexão
7.2.6 -Empuxo

Tem a tendência de bascular a estrutura e provocar Em· fundações abaixo do nível freático local, deve-se
compressões diferenciais no te rreno, ou a t e· mesmo uma descompressão
considerar o empuxo sobre a mesma, poLs este tem a tendência de
parcial (Fig. 7.3).
empurrar a fundação para cima, e virt~almente diminuir o peso
próprio (Fig. 7.6).

p
r-NT
-------L
(J
NA
Fig. 7.3~ Esforço de flexão e reação do terreno
t' ·-·-r
7.2.4 -Torção

Fig. 7.6- Ação-do empuxo


Tem a tendência de ,··.forcer a es t ru t ura segundo um eixo
vertical, provocando compressões e descompressões diferenciadas no Relação entre solicitações do sistema, x reações do
terreno (Fig. 7.4).
terreno:

A - Cargas ve_rticais - Peso próprio (condutores, cadeias de


isoladores, equ~pamentos eletrornecânicos, torres, estruturas de
fundações), sobrecargas (acidentais, de montagem e de manutenção):
Simétricas quando este conjunto de forças tem uma
Fig. 7.4 -Esforço de torção e reação do terreno resultante coincidente com o eixo que passa pelo CG {Centro de
Gravidade) da fundação, provoca no terreno urna compressão uniforme.
7.2.'5- Cisalhamento \
!.. Assimétrica - quando este conjunto de forças é assimétrico
em relação ao eixo que passa pelo CG da fundação. provoca no
Tem a tendência de arrastar a fundação, provocando o terreno uma compressão não uniforme, que pode ser interpretada como
deslizamento de camadas·· do terreno (fig. 7. 5).
uma flexo-compressão (uma compressão uniforme combinada com uma

------~'
flexão).
------ - Empuxo - dependendo da geometria da fundação este esforço
,, pode provocar na estrutura da mesma uma descompressão uniforme ou
flexo-descompressão.

B Cargas horizontais Tensionamento dos condutores,


Fig. 7.5 -Esforço de cizalhamento do terreno variação de tensões devido a variações de temperaturas, ação de
449
::r:,
:,]
448 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Fundações
o
ventos, sobrecargas de montagem, rompimento de condutores, etc. 7.3 -NOÇÕES DE GEOLOGIA ~)
Solicitações que atuam em um plano horizontal e podem ser :'")
Como, praticamente, todas as fundações das estruturas
longitudinais, transversais ou oblíquas em relação à L.T.
::J
I de uma L.T. são assentadas em terrenos de características
)
- Vãos alinhados: variáveis, algumas são executadas externam~nte à superfície, outras
~)
- Esforços horizontais simétricos em relação ao plano nas camadas superficiais e outras ainda em camadas profundas do
terreno, sempre com a finalidade de fazer com que o solo suporte
C)

I
vertical do eixo da linha, mas assimétricos em relação ao plano
vertical perpendicular ao eixo da linha: provocam um esforço de seja capaz de realmente suportar, sem rompimentos, os esforços
)
)
flexão na fundação, no sentido do eixo da linha. solicitantes da fundação.
- Esforços horizontais anti-simétricos em relaçãO ao ' Ê então, de suma importância, que o projetista das ~)
eixo da li~ha: provocam urr, esforço de torção na fundação, segundo
1-· fundações de uma L. T. tenha conhecime~tos básicos· ·de geolo~ia, que :J
o eixo vertical da estrutura.
1 saiba identificar os vários tipos de "solo.s", que saiba interpretar )
\"

os resultados de sondagens, etc. Quando a situação for bastante


- Vãos desalinhados: específica, consultas a um engenheiro geólogo devem ser feitas.
- Esforços hor:zont~i's simétricos em relação aos planos
verticais dos eixos da linha, mas assimétricos em r-elação ao plano
7.3.1 -Tipos de terrenos de fundações
vertical bissetor do àngulo interno da linha: provocam um esforço
de flexão lateral na fundação.
Dependendo das composições mineralógicas e das formas
Esforços horizontais antis'simétricos: provocam
construtivas dos "terrenos", estes recebem várias denominações, c.·)
esforços de flexo-torção na fundação, no plano bissetor do ângulo
interno da linha.
cada uma engloba um conjunto específico de características e u
- Esforços horizontais assimétricos: provocam esforços
propriedades. u
de flexo-torção na fundação, na direção do ângulo interno da linha a - Rochas - são os materiais duros, compactos e consolidados, ~)

C - Cargas de arrancamento - São cargas atuantes na vertical,


constituídos por uma ou mais espécies de minerais, formando volumes
.\
u
porém no sentido de baixo para cima (ancoragem de estais ou
definidos da crosta terrestre. u
estruturas no fundo de depressões do terreno):
Quando as rochas são constituídas por agregados de um J
só tipo de JUineral, dizemos se tratar de rochas simples, (por f)
Estruturas de ~ncoragem: nestas estruturas, e nestas
exemplo: mármore-CaC03, quartizito-Si02). As rochas são ditas )
condições, os esforços de compressão são substituídos por esforços
compostas quando constituídas por agregados de mais de. um tipo de )
de tração nas estruturas de fundação, dando a tendência de um
mineral, (por exemplo: granito-quartzo/feldspato/mica) )
arrancamento das mesmas.
Dependendo de suas gêneses, as rochas são classificadas )
- Ancoragem de estais: blocos de ancoragem normalmente são
em: .)
tracionados segundo os eixos dos estais, como conseqüência
- Magmáticas - originadas do resfriamento e consolidação do
transmitem esforços combinados de tração e cisalhamento ao terreno )
magma.
circunvizinho. J
)
,::;.-.
450 Projetos mecánicos das linh?s aéreas de transmiSsão Fundações 451

-Sedimentares - originadas pela cimentação e consolidação de mais ou menos diferenciadas, desde a rocha sã até o produto
depósitos sedimentares, que por sua vez se originaram do transporte superficial e final de decomposição, o solo residual (Fig. 7.7).
de produtos de decomposição de outras rochas. Solo residual - é a camada mais superficial do terreno e não
- Metamórficas - originadas pelas alterações estruturais e/ou mostra mais nenhuma relação com a rocha Original
mineralógicas de outras rochas sob a ação de temperatura, pressão e - Solo de alteração de rocha - ainda mostra elementos da rocha
soluções químicas. original, grânulos minerais ainda não decompostos, linhas
estruturais, etc.
b - Solos - São materiais proveriientes da meteorização de
Blocos de rocha, matacões e pedras são volumes
rochas originais, pela ação de agentes físicos, químicos ou
remanescentes da rocha original, que devido à sua maior
biológicos.
resistência, ainda não foram decompostos e sobram imersos nas
Com a degeneração da rocha original, decomposição
u camadas superiores de solos.
química ou desagregação mecânica, os produtos finais ou
- Rachá aletraàa - guarda aspecto da rocha original (estrutura
intermediários podem ser classificados, de acordo com a
e composição), mas com dureza e resistência inferiores à matriz,
granulometria resultante, em:
por exemplo o saibro.
Blocos diâmetros superiores a 1 metro
- Rocha sã - é a própria rocha ainda inalterada.
- Matacões - diâmetros entre 1 metro e 25cm.
b.2 Solos transportados também chamados de solos
- Pedras - diâmetros entre 25cm -e 7, 6cm.
sedimentares, são aqueles em que os produtos originados pela.
-Pedregulho ou Cascalho- diâmetros de 7,6 a 0,5cm
decomposição da rocha original são transportados e depositados "em
- Areia grossa - diâmetros de 5 a 2mm
- Areia média - diâmetros de 2 a 0,4mm
outros locais, formando depôs i tos mais fofos -é menos consolidados
que os solos· residuais.
- Areia fina - diâmetros de 0,4 a 0,05mm
pependendo do meio de transporte, localização ·
- Silte - diâmetros de 0,05 a 0,005mm
geográfica ou-~omposição, estes solos são chamados de:
- Argila - diâmetros inferiores a 0,005mm
Solo aluvião são sedimentos transportados por cursos
Dependendo das posições geográficas dos corpos de d'água e, acumulados ao longo do tempo nos fundos e margens dos
solos, estes se classificam em: /\
mesmos.
b. 1 - Solos residuais - são os solos que se encontram nos
locais originais das rochas matrizes, isto é, as .rochas foram
) meteorizadas e os produtos não foram transportados.
Solo

Solo de
Residual

A!terocã'o <te
i
!
R o o:: h o
) t regra que toda rocha forma um solo residual, a
Blocos. Matocões e Pedras
) composição deste é_ função direta do tipo e composicão mineralógica
) da rocha mãe. Assim os basaltos, filitos e calcários originam solos Rocha I Decomposicõo

) argilosos, o quartizito origina um solo arenoso, um granito origina


Rocha Sã
um solo arena-argiloso, etc.
•J
Na meteriorização da rocha original, não existe uma Fig. 7 ._7 - Camadas. do solo
suuerfície nítida que separa o solo da rocha. Existem, sim, camadas
Fundações 453
452 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão )

Solos orgânicos solos típicos de bacias planas,


do levantamento, quE: pode ser: exploração de petróleo, prospecção )
de minerais, prospecção de água subterrânea ou investigação para J
depressões, baixadas marginais de rios e litorâneas, onde os
grandes projetos de engenharia civil. )
sedimentos transportados inclui grande quantidade de matéria
Métodos diretos ou mecânicos ~ efetuados através de )
orgânica.
perfurações e sondagens do terreno, normalJ!lente se utilizam da )
- Solos coluviais - são depósitos situados junto a eleva-
retirada de amostras, que, se não interpretadas "in loco", devem
ções, escarpas e encostas do relevo, e cuja desagregação mecânica )
ser convenientemente embaladas e transportadas o mais rápido
tem como origem principal as forças gravitacionais. Normalmente são )
possível ao laboratório de mecânica dos solos para a determinação
inconsistentes, permeáveis e sujeitos a deslizamentos. )
de suas características. São usados com finalidades de: extração de
Solos eólicos exemplo típico são as dunas, que se )
matéria- prima Cág"ua, petróleo, gás, ... ), ventilação de minas,
movimentam sob a ação do vento. )
- Solos ~oncrecionados - são os solos que, após sedimentados,
rebaixamento do lençol freático, mapeamento geológico do subsolo,
)
com conseqüente determinação das qualidàdes geotécnicas do mesmo.
são cimentados por infiltrações naturais: soluções alcalinas,
Quanto às formas de escavação, estes métodos se )
argilosas, compostos ferruginosos, etc.
classificam em: )
c - Turfas - são solos comp9stos por grande quantidade de
- Manuais )
materiais carbônicos e orgânicos. Í1o estado alve:olar, , encontram-se
- Mecânicos )
normalmente em zonas pantanosas, compõem um material .fofo, não
Os métodos manuais consistem na abertura de poços, )
plástico e combustível.
trincheiras ou furos cilíndricos (trado manual), sempre )
d - Betoni tas - são argilas de granulometria bastante\ fina e
identificando no local as camadas rasgadas ou ,furadas e coletando )
originadas da alteração química de cinzas vulcânicas.
amostras a cada metro de profundidade. .)
e - Aterros - são depósitos construídos artificialmente com
Os poços são abertos manualmente (pá e picareta), as )
qualquer tipo de solos ou entulhos.
trincheiras podem fazer uso de escavadeiras mecânicas e rasgam o )
solo em grandes extensões. )
7.3.2- Sondagem
Dos ffiétodos manuais, o mais indicado e usado ncs
·\ J
levantam~n.tos para uma L.T. é .o "Irado Manual", Fig. 7.8, que
Uma investigação das qualidades da superfície e •J
consiste em abrir um furo cilíndrico, com uso de cavadeira rotativa
subsolo, no local de assentamento de uma carga (obra de )
(trado) de diâmetro variável entre 2,5'* a 6". O acionamento de um
engenharia), é necessária para a determinação das qualidades .)
trado é feito normalmente por 1 ou 2 operários, através de um cabo
geotécnicas do "terreno" suporte das fundações, para um perfeito e )
em T com extensões de 1, 2 ou 3 metros, fe.itas de cano galvanizado
adequado dimensionamento das mesmas. )
3/4", e emendados com luvas. O acionamento é fácil, e a cada 5-6
Dependendo da finalidade do levantamento, da preci- )
voltas o trado é retirado para descarga do material escavado,
são, das qualidades e características do terreno, vários métodos .)
quando a profundidade, tipo de material, mudanças de camadas, etc,
são disponíveis: ._)
são anotados. O método não se presta para terrenos compactados,
- Métodos indiretos ou geofísicos - são métodos Variados, _)
h:=c:,:;-?dnS" el"'i TT~edidas físicas, e escolhidos em função da finalidade
i endurecidos, pedregoso ou quando o ter-reno é inconsistente (tipo
J
------------------- ..)
454

---Cabo
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
r Fundações

abundância, quer seja para amolecer o fundo da sondagem, quer seja


455

para transportar o solo escavado na forma de lama, quando então a


11
sondagem é denominada de Sondagem a jato d'água". Neste caso a
- Luva de Emenda
camisa é cravada por p-ercussão e o solo· retirado por desagregação
-Extensão
mecânica sob a ação de jatos de ·água, na foT-ma de lama, que reflui
entre o tubo de injeção e a camisa.
Na sondagem a jato d'água, a amostra é retirada
-Cavadeira
cravando no fundo do furo um amestrador padrão, (tubo cilíndrico de
,diâmetro interno de 1" e externo de 1 s;a"), através de um peso
Fig. 7.8- Irado manual padrão (65 kg), càindo de uma altura padrão (7Scm). A- cada 15cm de
penetração, é anotado o número de golpes necessários, até a
areia) e o lençol freático é atingido. Em terrenos ideais, a cravação total de 45cm, quando então o amestrador é retirado e
profundidade de 10-15 metros são atingidas com facilidade. submetido a ensaios de laboratório.
Os resultados das sondagens a trado, descrições Na sondagem S.P.T. (Standard Penetration Test), a
geológicas das camadas, devem ser,feitas no campo, ao final de cada amostra é retirada em condições semelhantes·, porém com outros
perfuração, e apresentados em forma de tabelaS ou perfis valores padronizados: peso de 65kg, altura de queda de 75crn, porém
individuais. conta-se apenas o número de golpes necessários para a cravação dos
Existem trados de acionamento mecânico, po~ém mais últimos 30cm do total de 45cm cravados.
equipamentos são necessários, aumentando os custos de sondagem, Em ambos os casos (jato d'água e S.-·P. T.) a contagem do
sendo então preferível optar por métodos mecânicos de percução. número de golpes necessários para cravar os 45cm do amestrador no
Os métodos mecânicos, que se subdividem em "sondagem a material perfurado, nas condições acima descritas, é denominado de
percussão" e "sondagem rotativa", se identificam por usarem Índice de Resistência à Penetração ·(I.R.P. ). Este índice, quando
equipamentos mecânicos específicos (brocas, sondas, compressores, atinge valores má~imos preestabelecidos, indica a suspensão dos
etc ... ) e tripés para sustentação e guia das brocas e sondas. Para trabalhos, na sondag'em em questão.
:'\
ambos os casos, o furo inicial da sondagem pode ser feito por trado Um terceiro tipo de sondagem a percussão é denominado
.) manual, para vencer as camadas superiores do terreno, próprias para de sondagem Borro, que consiste na contagem do número de golpes de
.j tal equipamento. um .peso de· 60Kg, caido de 75crn, e necessário para cravar
) As camadas duras, compactas, inconsistentes, subiner- continuamente uma sonda de ponta, sem extração de amostra, com
) sas, etc, são atravessadas à percussão. Já as camadas rochosas são resultados anotados a cada 30cm de cravação.
) .
~
_/ vencidas com sondagem rotativa, que por sua vez podem ou não Com base no I.R.P., é possível estimar as pressões
permiti r a recuperação do testemunho (cilindro rochoso realmente admissíveis pelo terreno, podendo então fazer uso de tais valores I'
escavado). para os dimensionamentos das fundações. I
Na sondagem a percussão o furo pode ou não ser Como exemplo ilustrativo, o quadro a seguir mostra
encamisado (revestido por tubo de aço); sempre usa água em valores correlatos para argilas e areias.
I
.j

Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Fundações 457


456 )
Denomiriação da rocha de acordo com o estado de )
consistência pressão adm.
solo S.P.T. 2
alteração: ')
/compacidade (kg/cm )
mui to mole )
mole < 4 < 10 Grau de Alteração Estado da rocha
argila média 4 a 8 1 ,o a 2,0 São Rocha inalterada )
rija 8 a 15 2,0 a 3,5 )
dura · > 15 > 3,5 Ligeiramente alterado - Rocha com manChas alteradas
fofa < 5 1 'o a 1, 5* Medianamente alterada - Faixas alteradas e faixas sãs )
pouco compacta 5 a 10 1' o a 3,0* ~)
areia Muito alterada Material friável, com solo de
compacta 10 a 15 2,5 a 5,0*
muito compacta > 25 > 5, o* alteração de rocha )
-
* Funçao da granulometr~a
Regis~ro e apresentação dos dados de sondagem )
As sondagens rotativas, também denominadas de Métodos )
Os dados e resultados dos levantamentos das sondagens
Diretos para funvestigação de Rochas, permite a retirada de amostras )
devem ser .transcritos e apresentadC>s em formulários e tabelas
de grandes profundidades, constituindo o mais importante meio de .)
específicos, que permitem ao projetista das fundações uma rápida
exploração superficial.
interpretação.
Para este tipo de sondagem, faz-se necessário o uso de ')
Estes relatórios de sondagem, Fig. 7.9 e Fig. 7.10,
todo um equipamento específico: tra-Pé, motor (elétrico, gasolina ou
além de informações de: obra, local, data, responsável. etc .. ·, )
óleo), bomba d'água, reservatórios de água e de léima, _guincho,
)
brocas de diâmetros variados, tubulações, cabeçote, tubos, Lot;ol S.A.~NA -s. FllULO
)
barrilete, etc .... As brocas, quando em forma de coroa, penmitem a
COTA )
retirada dos testemunhos, que por sua vez dá informações do tipo da
.)
rocha, posições de contatos das camadas, elementos estruturais e
estados do solo. )
l'<o,• ' ! ~)
Tanto com brocas compactas ou em forma de coroa, a
•· ;;::o ; ;, . """ r'l !
rocha é desagregada por atrito e o material desbastado é retirado s;"~w o':o'.' '• )
.....
- 0 .
' f
f )
na forma de lama, pela injeção de água de refrigeração, injetada I
: \ "'·""
pelo eixo da própria broca.
1"-. l )
Classificação das rochas em funcão do número de "'" Í' )
!
fraturas por metro de testemunho: ' )
N .• de fraturas Classificação da rocha
I )
•'
1
1 a 5
6 a 10
Ocasionalmente fraturada
Pouco fraturada
Medianamente fraturada
I
I
)
)
)
11 a 20 Muito fraturada
)
> 20 Extremamente fraturada Fif. 7. 9- Exemplo típico de folha de dados de uma
sondagem a percussão
.)
Blocos caóticos Rocha fragmentada
J
)
l-
.) 458 Projetos mecánicos das linhas aéreas de transmissão Fundações

1I
459

informam para cada furo executado: as cotas, profundidades, nível NúmerO e profundidade dos furos de sondagens
da água, tipo de solo, perfil geológico, granulometria do material
J escavado, número de golpes e resistência à penetração (para j São itens variáveis em função do tipo da. obra, e muita
economia pode ser fei'ta com reconhecimentos prévios, com
sondagem a percussão) ou recuperação do material escavado e
observações superficiais ou consulta a mapas geológicos da região
diâmetros do furo (para sondagem rotativa). I '·
L a ser estudada.
BARRAGEM DE ILHA SOLTEIRA
i As sondagens para viabilizar -o projeto de fundações de

I
~ RECUPER.~ÇAt
"' ""
21'3<;
DESCRIÇÃO DO W.TERI Al
255075 10
uma L.T. adotam normas que diferem daquelas adotadas na construção
1,29 de uma barragem, estrada, ou um grande edifício, pois
~ p

~!

~
-::.--.
;<
.
'.. '
: -;,
/
15
R
1-
h
I I
!
diferentemente de uma barragem ou estrada,
continuamente no terreno, uma L.T, embora seja uma obra de grande
que se assentam

.•. extensão, assenta-se descontinuamente-, no terreno, e as sondagens

&
•u
' .
:,1:1
BASALTO VESICUL Afl
I são concentradas exatamente nestes pontos.
·~· .,_, Quando uma L. T. atravessa uma região de topografia e
~ '.'
~ .-,'
,. geologia uniformes, os levantamentos são espaçados na média de 4 em
-
..
:' - 4 torres. Por outro lado, em regiões-de topografia acidentada, ou
~
rt: v v
220)

geologia variável, faz-se necessário uma sondagem mais freqüente.


vy
) YV
Mas quem realmente di ta o número e profundidade da sondagem é. a
~
v v
v v

-~
yy
YV
importância da estrutura em estudo, e esta i~portância é definida
vv
~ v_v pelos esforços que serão transmitidos ao solo.
v
vv
BASALTO
Ir
I ~ "' MICROCRISTALINO
As sondagens Borro, por serem de baixo custo, podem ser

I
VY
vv
V>
COMPACTO
; executadas para ~odas as torres de uma L.T .• e quando impenetrável

I ~ ~:
v
~:
. além de 3 metros rio_ piquete central, deve ser repetida para cada pé
da estrutura. Normalmente, considera-se impenetrável quando são
I rªº' v
necess~rios 50 golpes ou mais para penetrar 30crn.
~
'/··
I .CO
I, l As sondagens S.P. T., segundo a norma MB-1.211/79 da
~ ~:~~.
~.-::.
BASALTO VESICULAR
I
! ABNT, são indicadas para todas as estruturas fim-de-linha,

~ fi' COM ARENITO l


! ancoragens, ângulos e travessias. Para trechos uniformes de terreno

1 ~
~~

...
r.--" ""
i

'
~
e topografia, recomenda-se o espaçamento de 5 a 10 torres para o

I
_i[
\l' ·:·.: BASALTO VESICULAR

!55
IL
,_ levantamento, no entanto, nunca se deve desprezar nas estruturas
j;
:::r
..... I
R assentadas em aterros, fundos de vales, e encostas íngremes, ou
~
BASALTO VESICULAR
";~{:
J
.I ·':"-
Co.< ARENITO
locais com lenÇol freático a pouca prOfundidade (até 2 metros para

~~
L. T. de tensão inferior a 230kV e 3 metros para L. T. de tensão

I I
Fig. 7.10- Exemplo tipico de folha de dados de
sondagem rotativa superior a 230kV.
. )I
ji
c. J
/
/
I,__
460 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Fundações 461

As sondagens rotativas são programadas para fundações ataque por bactérias e microorganismos. Embora tenha apenas
_$ qual idades que a indique para tal uso, seu emprego é altamente
específicas, tais como: grandes travessias, ancoragem e
antiecológico, pois trata-se de madeira. só conseguida graças ao )
fim -de -linha. Nem sempre são executadas em locais de· afloramento
rochoso ou rochas a pouca profundidade. É comum o uso dos furos de desrnate, mui tas das vezes ilegais, de·\. florestas naturais, pois )

ancoragem de blocos, como dados para a avaliação das qualidades da sendo uma árvore de crescimento lento~ não é cultivada em )
rocha existente. reflorestamentos. )
A determinação do nível do lençol freático não é a cota Madeiras não de lei podem, e devem, substituir as de )
do encontro com a água, mas sim a cota do nível da água medido lei, porém com alguns cuidados. As mais utilizadas nesses casos são )
depois de um tempo de estabilização de pelo menos 1 hora. A água ,algumas espécies de eucaliptos (citriodora, polipticornius e alba), )
encontrada deve ser quimicamente analisada para comprovar sua não espécies de alta resistência mecânica, fibras entrelaçadas, )
agressividadft aos materiais utilizados nas fundações. bastante cerne e pouco albume. Qualquer que seja a espécie, deve )
ser tratada e impregnada de substâncias químicas que lhe aUmente as
.)
resistências mecânicas e aos ataques bioquímicas e do intemperismo.
)
7.4 -MATERIAIS USADOS EM FUNDAÇÕES A grande vantagem do uso do eucalipto é que, por ser
)
uma árvore de crescimento acelerado, o plantio de espécies
É relativamente pequena a quantidade,.' de materiais )
adequadas em condições ideais dá retorno relativamente rápido, e
disponíveis e realmente usados na execução das fundações das L.T .. )
com possibilidade de se conseguir peças retilíneas com até 20
Consta basicamente de : aterro, madeira, aço e concreto. )
metros de comprimento e diâmetros variados. Os troncos devem ser
Alguns dos materiais são usados na confecção\ de peças
descascados logo após abatidos, os extremos ctntados com arame de
estruturais da fundação, é o caso do aço, do concreto armado e até )
aço para evitar rachaduras longitudinais, e então tratados com
mesmo da madeira. Já o aterro e às vezes o próprio concreto são
óleos especiais em autoclaves de alta temperatura_e pressão. Isto J
usados simplesmente para aumentar o peso sobre a estrutura da .)
tudo, adequadamente executado, permitirá ao poste ou contraposte
fundação.
ser "plantado" no terreno, fazendo do pé a própria fUndação da .)
estrutura. )
7.4.1 -Madeira
;'\ Tanto o eucalipto devidamente tratado, quanto as )
i

I
madeiras de lei usadas como estruturas da L. T., têm alta )
A madeira po~e ser usada nas fundações de uma L. T., resistência ao ataque bioquímica do solo na parte enterrada, esta
J
tanto quando sendo o pé de um poste ou contraposte da linha, ·como resistência sempre é proporcional ao indice de umidade do terreno,
também fazendo papel de âncora nas ancoragens e estaiamentos de
estruturas. Um caso de uso de madeira, não comum, mas possível
chegando a .ser ideal o uso da madeira em regiões pantanosas.
o problema crucial do uso da madeira como
I )
)
)
para fundações, é usá-la como estacas em regiões pantanosas.
Para qualquer caso de uso, a madeira deve ser de lei,
por exemplo a aroeira, que é uma madeira bastante dura, densa,
estrutura-fundação, é a secção transversal entre elas , pois é o
local
bioquímica.
mais sujeito tanto ao intemperismo, quanto ao ataque I
!
l
J
)

resistente ao intemperismo, fibras entrelaçadas, e de .difícil O uso da madeira como âncora, (toras vulgarmente 0
1 J
)
462 Projetos mecânicos das !Ji}has aéreas de transmissão Fundações 463

denominadas de "morto" - Fig. 7.13), é altamente vantajoso em com base concretada. Nestas condições, é necessãrio que o aço seja
relação ao concreto, ·pois a madeira além de ser de menor densidade, galvanizado ou seja de alta resistência à corrosão.
dispensa cuidados no manuseio, por ter alta resistênCia ao choque - Stub-cleat - São peças estruturais que ancoram a torre no
mecânico. Estas vantagens são niul tiplicadas quando a ancoragem é concreto ·cta fundação (fig. 7. 12). São· executados com cantoneiras
executada em terreno úmido ou pantanoso, quando então as condições que devem ser galvanizadas.
de preservação da madeira se tornam ideais.
I
Estacas de madeira tem vantagens no transporte e
manuseio, porém devem ser de uso restrito às fundações de
estruturas de suspensão, devido as dificuldades da transmissão de
esforços diferentes dos de compressão entre estaqueamento' e
sapatas. ti Seu uso deve ser restrito, quando totalmente cravadas
abaixo do' lençol freático e evitado para terrenos secos. Fig. 11 -·Instalação

7.4.2 -Aterro
/_-

"f Normalmente executado com o próprio máter::ial escavado


para a execução da fundação, trata-se portanto de material inerte,
que contribui apenas com o peso próprio sobre a estrutura da
fundação, contrapondo assim aos esforços de arrancamento (tração).
Os aterros devem ser feitos em camadas finas, umidecidas,
compactadas e apiloadas. Cleats

Sua aplicação direta se dá nos pés de· postes (madeira,


concreto ou metálicos), no aterro de cavas de sapatas e grelhas
)
metálicas, bem como no reaterro de âncoras (madeira ou concreto) e
\
'I '
/
)
blocos de ancoragem. DETALHE
.)
) Fig. 12 - Stub-cleat
\ 7.4.3- Aço
./'

Sempre usado como elemento estrutural das. fllildações, o Hastes de âncora: são peças que trabalham à tração e
aço permite várias modalidades de aplicações: que ancoram os cabos de estaiarnento nas âncoras ou blocos de
.- Pé de poste - estruturas· tubulares ou perfiladas usadas como ancoragem. Normalmente são executadas em vergalhões galvanizados,
..) suporte de linha (postes tubulares, treliçados ou mesmo trilhos de providos de rosca, arruela e. ,porca em um dos extremos e olha! no
.) linha férrea) são plantados como postes,_ di_retamente no solo, ou outro (Fig. 7.13).
)

'c'Jco.
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Fundações 455
464

Peças para ancoragem em rocha: chumbadores, parafusos,


Olhai
buchas de expansão, etc. . . (Fig. 7. 16), são peças executadas em
aços especiais de alta resistência mecânica e à corrosão, usadas
Ã.ncora exclusivamente na ancoragem direta de 'e_struturas em rocha sã.
Ver9olhÕo )
")
... Por co " )

Concreto
I :).
Fig. 7.13 -Âncora e haste de âncora
ou E poxi
I
I
Bucho I' )

II'
Grelha - são estruturas construídas com perfilados de
Pino )
aço galvaniz~do (Fíg. 7.14) e servem de suporte aos pés das torres, ChumDcdor
Sue ho
•• ellponscio
·r ~~
com a finalidade de absorver esforços de tração ou compressão. DETALHES
)
' "

Pfi d~J estruture _jUUUUUUL )


Fig. 7.16- Ancoragem em rocha )

GreI h a
.JDDDDDDC
1nnnnnnr- 7.4.4- Concreto
\ )
)

Fig. 7.14- Grelha )


O concreto pode ser amplamerlte usado como peças
\ )
estruturais, como mostrado na Fig. 7.17. Pode ser armado, ou
Estacas - Executadas com perfilados de secção reta de ')
simplesmente como ente criador de peso sobre a estrutura da
grandes momentos de inércia, aços de alta resistência à corrosão, e )
fundação, quando então a armadura tem importância secundária e o
cravadas por percussão, até terrenos mais resistentes do que as
concreto pode mesmo ser ciclópico. )
camadas superficiais. Fazem a transição de esforços de tração ou
AlgU,mas peças de concreto são pré moldadas: caso àos )
compressão entre blocos de fundação e terreno profundo e resistente /\
posteS, (plantados em buracos reaterrados ou concretados), ou )
(Fig. 7.15)
estacas (cravadas à percussão), ou ainda âncoras de estaiarnento. I )
- - - - - - - Nivel do Terreno A grande maioria das peças de concreto são fundidas "in I )

----Sapata
loco", é o caso das peças de concreto
estascas strauss, sapatas, blocos de fundação, blocos de ancoragem,
das estacas franklin,

I _)
)
_,___ _ _ _ Estocas
Para qualquer que seja
fundações, desde que sujeitos ao nivel do lençol freático local, ou
ao internperismo aéreo, cuidados especiais devem ser tomados. Assim:
o material empregado nas
I J
)

J
- Estacas de madeira. _ou concreto devem ter preferência em
)
Fig. 7.15- Estacas regiões pantanosas.
.)
)
467
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Fundaçõe~
466

técnica. Dependendo das soluções adotadas pelo projetista na


Bloco de concepção do projeto, ou mesmo de imposições do próprio projeto das
Sapato Fundoc:õo
fundações das estruturas de uma L.T., elas podem ser divididas nos
~-~-- -~-- seguintes tipos estruturais:
- Fundações simples
Bloco de à n c oro
oncorot;~em
Poste - Fundações fracionadas
I Fundações de estaiamento
I I - Fundações especiais.
II
Brocas i

I
Tuoulão -------~ I

Esfo c os
! 7.5.1 -Fundações simples
u -;.
São as fundações de estruturas constituídas por postes
Fig. 7.17- Peças de concreto
(concreto, madeira ou metálicos) únicos ou duplos, ou mesmo por
torres treliçadas, esbeltas, de pequenas dimensões de base. Nesses
- Peças metálicas não devem ~ér usadas quando sujeitas a ação casos, cada torre ou poste tem uma estrutura de fundação que é
de marés ou maresias. única e dimensionada de acordo com carga a suportar e
- A madeira não deve ser utilizada fora do lençol freático características do terreno (fig. 7.18).
- O concreto armado, quando usado em locais úmidos, pa.ntanosos
ou agressivos, deve ter um recobrimento mínimo de 3cm. Pe's dc
~Torre .....
- Em peças metálicas de fundação de estruturas de L. T. com _,.

-\ -
I
cabo pára-raio aterrado, deve-se ter precauções extras contra a '
corrosão galvânica.
- Uma análise química da água do lençol freático, quando
----~IUI \
atingido pela fundação, sempre deve ser feíta·para prever possíveis Se p o to

agressividades.
'
Plcr'ltiio
\ ele Poste
.
:
~TUO.JIÕC

- Enxurradas devem ser desviadas das bases das estruturas,


principalmente dos aterros que funcionam como pesos na~ fundações.
Fig. 7.18- Fundações simples

7.5 -TIPOS ESTRUTURAIS DE FUNDAÇÕES 7.5.2 -Fundações fracionadas

Quando as torres da L. T. têm grandes dimensões e os


Raramente a fundação de urna estrutura de uma L.T. tem
alternativa única de solução. Pode existir urna.solução mais prática afastamentos entre os montantes da base são consideráveis,

ou econômica do que outra, mas sempre existe mais que uma solução dependendo. das qualidades do têrreno, é mais econômico e, portanto,
/
/'',.' ·---

r·rcI 468 Projetos mecãnicos das linhas aéreas de transmissão Fundações 459
)
1:
I
i
!
indicado, dimensionar as .fundações particularmente para cada apoio Algumas são classificadas de especiais, devido à
)

no terreno. Assim cada pé da torre tem sua fundação própria, importância da estrutura (travessias, ângulos, fim-de-linha, etc), I

I
-)
podendo mesmo ter diferentes formas construtivas entre si para uma outras tem tal classificação devido às características geológicas
mesma torre, e executadas em posições topográficas dependentes da do local, ·outras ainda pelas dificuldades de execução ou mesmo de )
topografia do terreno na base das mesmas. acesso, e te ... )
Outros tipos de estruturas que forçam o uso de
Por exemplo:
l
fnndações fracionadas são as estruturas não autoportantes, logo )
- Em uma L. T. com 120 estruturas, das quais apenas 3 são

I estaiadas.
dimensionada
Essas
à compressão
para as ancoragens dos estais.
estruturas
para os
exigem
pórticos
uma
e
fundação
fundações
central
isoladas
executadas em rocha, estas serão classificadas de especiais, pelo
menos para para

-
~ssa

A fundação
linha.

da torre da L. T. 230KV que alimenta Belém do


)
)
)
)

Pará, executada no meio do Riêl Guamá, é especial pelas


7.5.3- Fundações de estaiamento )
características do rio, que, além de ter urna corrente de alta
velocidade, tem marés nos dois sentidos, dependendo da hora local. .l
São fundações destinadas a ancorar os cabos de estais )
Outras torres da mesma linha, implantadas nas margens dos rios
de estruturas não autoportantes,--- 'ou absorver esforços laterais em )
Guamá e Acará, são igualmente classificadas de especiais, por terem
estruturas semi-rígidas em ângulos de uma L.T. (Fig. '7.].9).
sido de acessos extremamente_ difíceis, resolvidos com a construção )

de mais de 6.000 metros de passarelas de madeira. )


---.-Esforco horizontal )
)
Co bo de Estai f---Estruture
7.6 -TIPOS CONSTRUTIVOS DE FUNDAÇÕES )
)
Além de sempre ser possível ter mais de uma alter-
_)
_ _ _ _ ...,__ NT nativa na concepção da estrutura de uma fundação, sempre temos
)
também1~kis de uma·· forma construtiva para a mesma.
Bloco de Ancorcoem
)
Ao pasSo que o tipo estrutural das fundações tem fortes
/ )
influências das dimensões e tipos de estruturas adotadas para a
Fig. 7.19- Fundações de a~coragem )
L.T., o tipo construtivo das fundações é praticamente definido pela
geologia local.
J
)
7.5.4 - Fundações especiais Basicamente existem os seguintes tipos construtivos de
)
fundações para L.T.:
São fundações que fogem à regra da grande maioria das "Plantio de postes"
fundações das estruturas de urna L. T., ou mesmo de um trecho da Fundações em grelhas
)
linha. - Fundações em tubulão
J"
)
.:.J
470 Projetos mecânicos das linhas a.éreas de transmissfio 471
Fundações

Fundações em sapatas de concreto Para esforços compressivos nas bases dos postes,
- Fundações estaqueadas superiores à resistência do terreno, lança-se mão da concretagem
- Ancoragem em rocha dos fundos dos furos, que equivale a um aumento da bases dos postes
.) {Fig. 7. 20). Esforços laterais e/ou transversais normalmente são
Assim, para explicar as alternativas construtivas para
-) absorvidos por estaiamentos. Sempre que ~O~sivel, as fundações de
uma fundação simples, ela pode ser simplesmente um poste cravado no
) "postes plantados 11 trabalham exclusivamente à compressão.
terreno, como pode ser uma única grelha de aço, ou um único tubulão
Alguns casos de impossibilidade do estaiamento direto
) para o engaste do poste, ou uma única sapata de concreto que pode
da estrutura, o uso de um contraposte pode resolver a situação
) ou não ser estaqueada, ou finalmente uma estrutura ancorada numa
, (Fig. 7.21). A fundação de um contraposte segue as mesmas regras da
) superfície de rocha sã. A alternativa escolhida será definid?
fundação de um poste .
.) principalmente pelas características locais do terreno.
ij
)
."
J 7.6.1 - "Plantio de postes" :;.,;::-- - - N T

) ~
~Reaterra
J t: errônea a idéia de se pensar que "postes" são peças
estruturais apenas para linhas de distribuição. Temos muitos I
i!li
exemplos de L.T. executadas com posteamento de madeira ou concreto,
por exemplo L.T. de 69 e 138kV da CPFL e de até SOOkV em L.T. nos
Fig. 7.20- Base concretada
' )
.
EUA, executadas com postes de madeira .
Quando se refere ao "plantio de postes", não significa
)
que cada estrutura da L.T. seja um poste único. Existem L.T.
)
executadas com postes em que alguns ou todas as estruturas são
.J
postes duplos ou mesmo quádruplos. Nestes casos, cada poste
)
componente da estrutura é cravado independentemente no terreno. Es !O' ,
) /\.
Embora os projetos e execução de linhas de distribuição
) Cont r' o - Pos! e
e subtransmissão, de tensões inferiores a 34,5kV, já sejam
) / p os 1 ~
normalizadas e tabeladas, e mesmo considerando-se .que tensões
(
-( inferiores conduzem a estruturas e vãos menores, conseqüentemente a Fig. 7.21 - Contra poste
\
, __,) estruturas de fundações menos solicitantes e menos robustas, as
fundações das estruturas sempre são executadas com os mesmos Para postes implantados em faixas estreitas ou
materiais, com as mesmas técnicas e cuidados. margeando vias públicas, quando estais laterais são impossiveis
O plantio de postes, sejam eles de concreto, aço ou mesmo com uso de contrapostes, as fundações devem ser adaptadas
madeira, consiste em engastar os pés dos mesmos em um furo para absorverem esforços l.~terais da estrutura, que tendem a
"cilíndrico" aberto no terreno. provocar flexões laterais._-nas fundações.
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão 473
472 Fundações

Pequenos esforços de flexão são normalmente absorvidos


-FH
pelo terreno. Os limites admissíveis são funções das
1-~- Poste
características dos mesmos.
As formas
esforços de flexão presentes são:
de capacitar as fundações de postes aos
.
I'
i
Terreno • (---FH

- Aumento da profundidade de engastarnento que


f L
I Morto M o• to '"P<'io•
conseqüentemente aumenta as áreas do terreno sujeitas aos esforços L_= Estrutura
Morto Inferior
compressivos (Fig. 7.22).

M M Fig. 7.24- Uso cie "morto"

7.6.2 -Fundações em grelhas

São fundações rasas com profundidades de 2 a 4 metros,


indicadas para terrenos· arg1· 1 oso s • arenosos ou si l tosas, porém
com a profundidade, e com
Fig. 7.22 - Aumento de profundidade secos e com resistência crescente )
Executadas em
possibilidade de serem escavados a céu aberto. )
· d o, material idêntiCo ao da estrutura da
perfilados de aço ga 1van1za
- Concretagem da base dos postes (Fig. 7.23), que virtualmente )
é encarado como um aumento do diâmetro do pé do poste e própria torre, têm a vantagem de serem compradas em conjunto único )
conseqüentemente da área de contato entre o mesmo e o terreno. - estrutura da torre e da fundação. )
Podem ser construídas na forma de tabuleiro ou grelha
)
de onde sai uma perna de comprimento ajustável e na direção do
montante\ da estrutura da torre; ou na forma piramidal, quando a J
Poste ~o:::==
)
perna, l a~ém de ser "-direcionada com o mantante da torre, nasce no
Normal

Concreto-O vértice da pirâmide)e aponta o centróide da base. No primeiro caso, )


8. Concret.
a grelha é do tipo "membro edl"ficado" e, no segundo caso, é o tipo J
Reações do terreno
"piramidal", (Fig. 7.25). J
Fig. 7.23- Concretagem da base do poste Em ambos os casos, os esforços de compressão são )
transmitidos ao solo pela superficie de contato da grelha com o )
- Uso de "mortos" (Fig. 7. 24), peças prismáticas de concreto mesmo; os esforços de tração são compensados praticamente pelo peso .J
armado ou madeira, enterrados horizontalmente junto ao pé dos do solo sobre a grelha, que pode ser considerado corno o peso do ~)
postes, do lado do terreno comprimido, dissipando assim os esforços volume de um tronco de pirâffiide,,cuja base menor é a própria grelha ,)
de compressão por uma região maior do terreno. e a inclinação lateral dada pelo "ângulo de talude" do terreno, que j
)
474 Projetos mecânicos das ll""nhas aéreas de transmissão Fundações 475

7.6.3 -Fundações em tubulão

Embora existam tubulões de apenas 3 metros de


comprirnen.to, são fundações profundas q{ie. atingem 10 metros ou mais
de profundidade, até substratos ' ··mais resistentes e
MEMBRO
EDIFICANTE PIRAMIDAL preferencialmente rochosos. São indicados para terrenos argilosos,
L L L
sil tosas ou arenosos, com resistência crescente com a profundida-
GRELHAS
de, e que permitem a escavação a céu aberto. As dimensões
Fig. 7.25 - Grelhas transversais indicadas variam de 70 a 120 centímetros, e o concre-
to utilizado deve ser estrutural (armado).
~ Normalmente os ·tubulões. são usados como fundações
por sua vez está relacionado ao ângulo de atrito para materiais fracionadas, quando estão à razão de um tubulão por pé de torre,
granulosos e aos esforços de coesão para as argilas. com eixos verticais ou alinhados com os montantes da estrutura-
Também para ambos os ~asas, a baixa resistência à -escavação mecanizada (fig. 7.27). No entanto, existem casos do uso
compressão do terreno, ou baixa c0~sividade das partículas, podem de tubulão para fundações simples de grandes postes de concreto,
ser compensados por uma concretagem sob ou sobre a grelha_ quando o topo do tubulão tem um furo cilíndrico coaxial, para o
As grelhas normalmente são usadas para fundações engaste, com auxílio de areia ou concreto, do pé do poste.
fracionadas, mas nada impede de serem usadas em fundações \Simples
de estruturas metálicas esbeltas e de pequenas bases (Fig. 7.26).
Quando usadas para fundações simples, deverão ser do tipo piramidal
e simétrica. A imposição de simetria é para a distribuição
uniforme dos esforços sobre o terreno, já a imposição de ser
._) piramidal é para possibilitar a absorção de esforços de flexão sem
)· deformações estruturais das pernas.

TUBULÁO NORMA~
.) TUBULÃO INCLINADO
/
.)
------- - - - - - - - - - - - - NT
Fi. 7.27 - Tubulões

.)
j Em todos os casos, os esforços verticais são absorvidos
por atrito lateral e por compressão da base do tubulão, os

L L.. L L
arrancamentos são vencidos pelo peso próprio do tubulão e pelo peso·
L
do tronco de cone de terra, , cuj,a base menor é a própria base do
J Fig.7.26 -Fundação simples em grelha
tubulão e geratriz inclinada, do ângulo de talude do solo. Para

l ····~
-"'""'~ . )
476
Profetas mecânicos das linhas aéreas de transmissão
.;
. ·. '
c~~r ~$:
~~··.
-~~ m
qualquer esforço vertical, um alargamento da base aumenta em muito ,,..._ O fuste da sapata pode ser vertical ou inclinado. Os )

rI
a capacidade de carga do ~ubulão. verticais devem ser mais robustos, para absorverem esforços de
Para terrenos consistentes, a escavação pode ser manual flexão, porém são de execução mais fáceis. Já os fustes inclinados
e em terrenos de baixa consl"ste"ncl·a, e prlncipalrnente
· com a são dirnens.ionados apenas à cornpresão Ôq. tração, porém devem ser
P resença de água, recomenda - se o uso d e cannsa,
· que tem diâmetro alinhados com os montantes das estruturas,_ fato que dificulta e
igual ao do fuste para escavação normal, ou diâmetro da base para onera a construção. )
escavação total. Os esforços verticais são vencidos pela compressão da ')
Denomina-se escavação normal àquela que tem as base ou peso próprio, acrescido do peso do tronco de pirâmide do
)
dimensões do proJ· e to da peça de
concre t o; denomina-se escavação solo sobre a sapata. Os esforços horizontais são absorvidos pelo
)
total quando o volume escavado e· bem ma1or · que o volume de cisalhamento do terreno, e as sapatas em si dimensionadas à
)
concretagem. ~ escavação normal é a mínima possível; flexo-compressão ou flexo-tração
a escavação
total exige forma para a concretagem, e perml· t e escoramento da
)
escavação, e exige reaterro posterior. )
7.6.5 -Fundações estaqueadas )
Embora antieconômicos, , ou pelo menos de execução mais
complicada, os tubulões inclinados sa·o mal·s
· d'1çad os )
1n que os
verticais para a absorção de esforços horizontais. São fundações indicadas para terrenos de baixa
resistência (regiões pan.tanosas, alagadiças, mangues, etc), onde o

7.6.4 -Fundações em sapatas de concreto uso de tubulões é antieconômico ou impraticável. )


As estacas, normalmente de cqncreto armado pré-
-fabricadas ou moldadas in loco, (de dimensões mínimas de 30 )
São fundações piramidais de bases normalmente quadradas
centímetros de diâmetro para as circulares e 25 centímetros de lado )
ou retangulares e com pequenas alturas, execu t a das em concreto
armado a uma profundidade máxima de 3 metros (fundacões rasas1 e e para as quadradas}, metálicas e até mesmo de madeira, transmitem os )
. • m esforços às camadas profundas ào subsolo.
terrenos de baixa resl· ste'nc1· a me · · )
can1ca a' compressão, baixa ao nível
de ser A transição de esforços entre estrutura e estacas é
contra-indicado o uso de grelhas. São indicadas \ J
preferencialmente para estruturas de suspensa-o e executadas à razão
normal~eD.te feita ;por um bloco de concreto armado, denominado bloco
)
de uma sapata por pé de torre (Fig. 7.28) de fundação.
/ )
Quando a estaca atinge terrenos de alta resistência
)
mecânica, é denominada estaca de ponta, e os esforços de compressão
)
são transmitidos a esses substratos. Em terrenos de baixa
resistência, tanto a tração quanto a compressão são absorvidos pelo
J
)
atrito lateral da estaca, que são então denominadas de estacas
flutuantes. Nas estacas flutuantes, o complemento aos esforços de
FUSTE INCLINADO
tração são conseguidos com o,aumento
. . do peso do bloco de fundação .
~-

Fig. 7.28 -Sapatas de concreto


Esforços horizontais podem ser absorvidos com a
-..l

.. ·'\
!'{
)

478 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão


··r Fundações 479
~:....

J_j cravação de estacas inclinadas, que é a solução ideal para


\. Blocos
r( fundações fracionadas estaqueadas (Fíg. 7.29).
. "-~

11 ,~
·,
·::) i Vigamento

)
'( E. VERTICAL
este c cs
:)
')
l
) Fig. 7.31 -Blocos isolados íntertravados com vigamento
i
)
:!
.,) '
Fig. 7.29- Estacas
7.6.6-- Ancoragem em rocha
q.. ) Em locais de afloramentos ou pequenas profundidades de
.~~ Fundações de grandes es'truturas em terrenos de péssima rocha sã ou em decomposição, impossíveis de serem escavados sem
"1
. [ qualidade, são dimensionadas como fundações simples- es_taqueadas . auxílio de explosivos, opta-se pela ancoragem da base da estrutura
j
Quando as estacas são curtas, os blocos de fundação podem ser diretamente na rocha ou através de um bloco de ancoragem.
substituídos por caixas estaqueadas (Fig. 7.30), cheias de Featerro No caso de rocha sã aflorante, ch~mbadores ou buchas de
.)
compactado, em substituição ao concreto não estrutural. Quando as fixação são instalados em furos abertos por perfuratrizes especiais
.)
estacas são profundas e as dimensões do bloco atingem tamanhos (Fig. 7. 32). Qualquer tipo de esforço é transmitido por uma base
.) descomunais e pesos excessivos, estes devem ser substituídos por um especialmente projetada e absorvido pela rocha. No máximo é feita
) conjunto de vigamento de concreto armado, responsável pelo uma regularização superficial da rocha, com o uso de concreto de
) intertravamento das estacas e formação de uma base para a estrutura alta resistência mecânica.
) (Fig. 7.31).
)
; Bcse
.
_ _ _ Concreto
)
Re9ulcr
)
R ocho

!
Fig. 7.32- Ancoragem em rocha
_)
)
Para rocha sã enterrada, o ideal é o uso de uma treliça
Fig. 7.30 - Caixa estaqueada piramidal, fixa à rocha e reaterrada (Fig. 7.33).
r~,
481
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transm;ssão Fundações
480
~j
7.7.1 -Locação
, - - - - - - - - - - - Reate r r o
I A definição dos locais das fundações é feita com a
definição dos posicionamentos das estruturas, durante o projeto

mecânico da linha.
) '
Feita a locação das estruturas, através dos piquetes
centrais das mesmas, passa-se ao levantamento das características
Fig. 7.33- Ancoragem em rocha enterrada do terreno nos locais de implantação das torres ao redor do )
referido piquete, quando então levanta-se planial tirnetricamente o )

local, qualidades do· terreno na superfície e no subsolo, tipo de )

P~a rocha em decomposição, usa-se chumbadores de vegetação, existência de rochas ov_ matacões, nível do lençol )
grandes comprimentos, que ancoram os blocos de ancoragem, que por freático, proximidade de córregos, possibilidades de alagamento ou )
sua vez suportam os arranques de espera para os pés das estruturas erosão, etc, tudo com a finalidade de fornecer subsídios ao projeto
( Fig. 7.33). das fundações. )
Os dados geológicos definem os tipos estruturais e
)
construtivos das fundações, os dados topográficos definem a
')
combinação de pés desnivelados das fundações necessários par2. o
)
elo Terreno
nivelamento da base da mesma.
)
A construção da L. T. inicia-se com·._ a locação do piquete
)
central de cada torre, posição que define o eixo central de cada
)
estrutura, que é o próprio eixo vertical da fundação quando se
trata de uma fundação simples, ("plantio de postes", tubulão único, )
sapata estaqueada ou não, bloco de fundação, etc). Para fundações
)
Fig. 7.34- Bloco de ancoragem em rocha
fracionadas ou estaiadas, o piquete central é o centro de radiações J
I \
de demarcação das várias partes constituintes das obras de J
fundações -;da estrutura da torre. )
7 . 7 - EXECUÇÃO
)

O projeto de uma L.T. inicia-se com a escolha do )


7.7.2 ~Preparação de terreno
caminharnento da mesma, passa pelo levantamento topográfico, projeto . )
mecânico, sondagem do terreno e arremata-se com o projeto das o terreno deve ser previamente
Após a locação,
fui"ldações. preparado. Além da construção de acesso ao local da fundaçã'?.• )
Para a montagem da L.T., as fases percorridas são )
alguns itens devem ser verificados e executados, tais como:
inversas das fases do projeto, pois inicia-se a construção das
- Limpeza superficial dó :·terreno, )
linhas pela execução das fundações. Abertura de clareira, quando a vegetação não for rasteira, )
483
482 Projetos mecânicos das tinhas fjéreas de transmissão Fundações

- Remoção de pedras, blocos e matacões superficiais, isto para permitir uma cura parcial do concreto. Em terrenos de boa

- Se for o caso, construção de ensecadeira. consistênci.a, pode-se optar por um concreto seco e apiloado, que
imediatamente suporta o. poste e o reaterro.
O reaterro de pés de posteS deve ser feito por camadas
7.7.3 -Execução
preferencialmente umidecidas, ' sem pedras e apiloado
finas,
manualmente.
É a fase do implante da fundação no terreno, quando,·--
Para fundações fracionadas, tomar mui to cuidado tanto
então, em função do tipo estrutural ou ccnstrutivo , técnicas e
no posicionamento quanto no afloramento relativo das fundações,
cuidados especiais devem ser tomados.
pois apenas a execução perfeita possibilitará o "encaixe" da base
Para o "plantio de postes" (madeira, concreto ou aço),
da estrutura nos stubs da fundação'· e conseqüentemente o
exige-se apenas a abertura de um furo cilíndrico de diâmetro pouco
alinhamento e prumo das estruturas J_fig. 7.36).
superior às ~imensões transversais da base do poste, para facilitar
o reaterro compactado. A perfuração do solo pode ser feita por:- da Estrutura

cavadeira manual até 2,5 metros de profundidade, ou por escavadeira


li
mecânica rotativa. A abertura manu<jl. com o auxílio de alavancas,
consegue ultrapassar pedras e a fé mesmo ma tacões Jl!enores, e a
se
perfuratriz mecânica produz um furo realmente cilíndrico e
I Fundações
necessário com eixo fora da vertical.
mecanicamente (uso de um guindaste), este é descido dentro \do furo
no terreno. Em terreno acidentado,
Quando o.

quando o içamento for


poste é içado

manual
NT----

Fig. 7.36 -Fundações fracionadas desniveladas


--
t - - L - J - - Desniveladas

(impossibilidade do guindaste se aproximar do local), um rasgo


lateral no furo, vulgarmente denominado de "cachimb.o" e executado Nas fundações de estaiamento, as hastes de âncora devem
no lado mais alto do terreno, facilita a descida do pé do poste ao ser instaladas preferencialmente com o eixo na direção definitiva
fundo do buraco. dos estais aí ancorados (Fig. 7.37).
Se a base do poste for concretada (Fig. 7.35), o /\
.J concreto deve ser executado dias antes do implante da estrutura,
J
.J Erro da
Correta
J I

.) .. I
Fig. 7.37 - Posicionamento das hastes de âncora

As grelhas metálicas diretamente enterradas no solo


com
( rea terro) , além de serem galvanizadas, devem ser pintadas
impermeabilizante {por exemplo neutrol) na transição do solo com a
J
Fig. 7.35 - Concretagem de base de poste atmosfera.
~)

YL.. - ~~~·~/'--.-.
. ..
·---,-·--··-~.-...--.---,-
r
-~
-'1
Fundações 485 )
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão . ..
484 )
As emendas de estacas, tanto metálicas quanto de
A escavação para tubulões ou blocos pode ser normal ou )
concreto armado, devem ser ef e t uad as com peças que garantam a
total (Fig. 7.38). A escavação normal é aquela que tem as dimensões )
transmissibilidade de esforços de compressão e/ou tração.
de.- projeto da peça de concreto, e a total tem dimensões mínimas )
O concreto, quando não est~utural, dispensa maiores
iguais às dimensões do alargamento da base do tubulão ou bloco. )
cuidados, porém quando estrutural, um '-'Tigoroso controle de
Volume o ser qualidade deve ser feito, principalmente quando se usa água local )
Recferrado
ou em estruturas especiais. )

I forma
A armação de concretos estruturais deve ser afastada da
ou solo com o uso de pastilhas de concreto amarradas à
)
)
armação, para garântir o recobrimento mínimo da ferragem, evitando )
Escavacõo To to I
assim futuras corrosões (Fig. 7.40). J
)
Fig. 7.38- Escavação normal e total j
j '
Para a escavação de qua:'lquer tipo de fundação (grelha,
sapata, tubulão, etc), dependendo da naturaza do teT-reno a cava
pode ou não ser escorada, para se prevenir contra possíveis )
desmoronamentos, principalmente em épocas de chuva (fig.\ 7. 39). .)
caso dos tubulões, o
Quando se trata de cava cilíndrica, J
escoramento pode ser substituído por um encamisamento, que pode ou Fig. 7.40- Recobrimento
~
não ser recuperável. ~)
o arrasamento das estacas cravadas pré fabricadas J
Escoromen!o
(metálicas ou concreto), ou arranque das estacas fundidas in loco ~)
Escoromen!o Escovacõo deve ser 1Úil que garanta um engaste perfeito nas sapatas ou blocos )
de fundação (fig. 7.41).
J
j
Fig. 7.39- Escoramento I-- Bloco J
/ Arrasamento Arranque
_)
L- ,--- )
Em caso de se atingir o nível freático, a água deve ser Estoco fundido
Estoco pré~tobr ic·odo
no local
bombeada para possibilitar .a continuidade dos trabalhos. J
As estacas de concreto pré-fabricadas devem ser J
verificadas quanto ao alinhamento de seus eixos e quanto ao j
Fig. 7.41 -Arranque e arrasamento )
fissuramento que possam comprometer a armadura à corrosão.
Fundações 487
486 Projetos mecânicos das linh.as aéreas de transmissão

As estacas metálicas devem ser encamisadas com concreto


CJ--- Torre
numa altura correspondente à faixa de variação do nível da água no
~o cal (fig. 7. 42) .
----
n--~~~Estocc Metcilico

_____ _,, ------NA. Mâ:dmo Trânsito


- - - - C o m i s o de concreto
__ - __ - NA M in imo

Fig. 7. 43 - Proteção com guardirreio

u
Fig. 7.42- Encamisamento <J----Trónsifo

7.7.4 -Recomposição do terreno


Trõnsifo

Após a conclusão das obras cjue. devem ficár ~nterradas, ----------


o terreno deve ser recomposto.
Fig. 7.44- Proteção em canteiro central
- Os escoramentos e fôrmas devem ser desmantelados.
- Os reaterros, executados em finas camadas umidecidas e
compactadas manualmente para pequenos volumes, ou mecânicamente
para grandes volumes.
- As enxurradas devem ser desviadas dos pés das estruturas,
principalmente dos aterros.
Polieo do
- ~Torre

---=-
Sentido do FIUJ.O
Em terrenos íngremes, uma vegetação rasteira deve ser
I ·\
replantada.
- Cortes e aterros, se indispensáveis, devem ser protegidos Fig. 7.45 - Paliçamento de proteção
.J com canaletas para o escoamento de águas pluviais .
.) Em locais de trânsito motorizado, os pés das estruturas
) devem ser protegidos de acidentes por elevações, estacas ou
,) proteções especiais (Fig. 7.43 e Fig. 7.44). 7.8 - MtTODOS DE CÁLCULO

,) - Torres implantadas em -rios navegáveis ou volumosos devem ser


A preocupação e responsabilidade do projetista das
.) protegidos por paliçada estaqueada ao redor da base, para evitar
fundações de uma L. T. é: de. _posse dos esforços existentes nos pés
.) colisão de embarcações ou de volumes de grande inércia
das torres fornecidos pelo projetista da estrutura, e das
.__) transportados pela fluxo do rio (Fig. 7.45) .

~~.~-
489
..
-~·

)
Projetos mecânicos das Hnhas aéreas de transmissão Fundações
488 )
qualidades e topografia do solo definidas pelo projeto de Solução: )
t transversal aplicada na
locação das estruturas e sondagens, calcular as estruturas de - Fve = 3.280kgf -força de ven o )
estrutura a 15m da base
fundações tal que os esforços sejam absorvidos com segurança pelo )
- FV ::::: 2. 780kgf -- carga devido ao··. _peso dos condutores e e qui-
terreno, bem como verificar suas estabilidades para as várias undo o eixo vertical, da estrutura )
pamentos aplica d a Seg ,
carga horizontal ·lateral devida a ação do
alternativas de carregamento. - FH = 1.800kgf -
icada a 27m da base
J
O dimensionamento é sempre feito para uma alternativa vento nos cond u t ores e apl J
de carregamento, preferencialmente a mais solicitante, e verificada - FL : : : 1.480kgf - carga horizontal longitudinal devida ao an-
coramento dos condutores e aplicada a 27m ·da base J
para as outras.
J
Para fundações fracionadas, quando cada fundação tem um
Esfor_ços devl"do às cargas verticais: J
tipo e um módulo de esforço, procura-se uma padronização eÍltre
ZFv + P )
todas. Nestes casos o dimensionamento é feito para as condições de I: Cv : : : Dv : : :
Av Bv 4
~ )
uma das fundações e as verificações feitas com as condições de I Av : : : Bv Cv ::::: Dv 1.320kgf
)
outra, porém sempre procurando os valores mais solicitantes.
transversais:
J
Esforços devido às forças )
Exemplo 7.1
Uma torre de altura total de 32 metros, base quadrangu-
lar de 5,0 x 5,0 metros, tem peso-próprio de 2.500kgf. Nas coridi-
I Br = Dr

Br
-Ar

Dr = -Ar
ZhFr
-c r - 2b
-C r = 9.780kgf
)
J
ções de projeto fica sujeita aos seguintes esforços, confOrme Fig.
.)
7.4.6: .do às forças longitudinais:
Esforços devl J
ZhFL
J
CL = DL = -AL = -BL 2b )
Eixo Vertical - - - i 1 F v • 2 . 7 8 0 Kgf
v CL = DL = -AL -BL = 3.996kgf J
FH• 1,800Kgf

FL• 1,480Kgf /
__._ ---------, J
/\ em cada fundação: .)

- Fve< 3,280 Kgf

27m
FA
Esforço vertical ·total
Av + Ar + f.. L = 1.320 - 9.780
FA = -12.456
- 3.996 )
)
osm 9.780 - 3.996
)
FB: Bv + Br + BL = 1.320 +
J
r) 7.104kgf
Eixo
__._ ·.:___
Transversal __ --,L--- -----,,!"--·--·-,L--
~

Fc Cv + Cr + CL 1.320 - 9.780 + 3.996


)
)
- 4.464kgf
/c~---~----/~
/~--~~r-----,~
Fc )
+ 9.780 + 3.996
Longitudi no I
FD = Dv + Dr + DL = 1.320 _)

Fig. 7.46- Exemplo 7.1 FD = 15.096kgf .J


491
') 490 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Fundações

"t) As quatro fundações serão padronizadas e calculadas


F

'1r
) para a compressão de 15. 096kgf e verificadas para o arrancamento
•) de 12. 456kgf.
ll
) O exemplo foi apenas didático, mas na realidade as
') fundações fracionadas de uma mesma torre são padronizadas,

·~
calculadas e verificadas para as condições mais solicitantes de um

~~ conjunto de alternativas de condições de projeto, acidentes e

'~ situações simuladas.

i]
J 7.8.1 -Método suíço
c)
.·.·~ Este método permite a verificação da estabilidade de '

... ) blocos enterrados e sujei tos a esforços de flexocompressão; foi
·
F1g. 7 . 47 - cen tro de rotaça- 0 do bloco segundo a classe do terreno
1 estabelecido pela Comissão para a Revisão das Normas Suíças, cujas

J
: esperiências chegaram aos
Um bloco em
resultad~s comentados abaixo.
forma de paralelepípedo, ·.de
axbxt, enterrado, sujei to ao carregamento dado por P (peso próprio
dimensões A tabela abaixo dá os valores

coeficientes de terreno Ct Sobr e as paredes verticais, enterrad~ a


aproximados dos

·,,) mais carregamento da estrutura) e F (força lateral), c6nforme a 2 metros de·profundidade


'I figura abaixo, sob a ação desta última, fica sujeito a um momento
Natureza do terreno
Ct (kgf/cm )
2

de tombamento, que deve ser vencido pelos momentos resistentes


···j· 0,5 a 1 ,o
Terreno lamacento e turfa leve
',j
causados por P e pelos esforços de compressão do· fundo e das
• l,Oa 1' 5
paredes do terreno junto ao bloco. Turfa pesada, areia fina da costa 1,0 a 2,0
,J Dep. de terra vegetal, areia/cascalho 2,0 a 3,0
O centro àe rotação do bloco varia em função das Argila molhada 4,0 a 5,0
.) qualidades do terreno (Fig. 7.47). Para terrenos soltos, sem Argila\úmida 6,0 a 8,0
Argi 1-â seca 10
J coesão, como areia, o eixo de rotação do bloco é o próprio centro Argila pesada (dura)
) de gravidade do mesmo, ponto O. Para terrenos plásticos o eixo de
Terrenos bem cornpactados 10,0
8,0 a
.) rotação será O' , de coordenadas b/4 e 2t/3. Para terrenos bastante . Terra vegetal c/ argila, areia e pedras
10,0 a 12,0
.) resistentes, o eixo de rotação será o próprio ponto 0". Idem, mas com muitas pedras 8,0 a 10,0
Cascalho fino c/ muita areia fina 10,0 a 12,0
) Comprovou-se que a resístência específica dos solos à Cascalho médio c/ areia fina 12,0 a 15,0
compressão ao longo das faces verticais varia de maneira Cascalho médio c/ areia grossa 12,0 a 15,0
.) Cascalho grosso c/·muita areia grossa 15,0 a 20,0
.J diretamente proporcional à profundidade, que depende da classe do Cascalho grosso c/ pouca areia grossa 20,0 a 25,0
terreno e do grau de umidade do mesmo, e também de que a Idem p~ra bem compactado
~) f
·'
resistência sob o bloco deve ser pelo menos igual à resistência da
) Coeficientes da Comissão suiÇa para diversos tipos de terrenos
parede à profundidade equivalente.
~
·.~
'-..~,
492 Projeros mecânicos das linhas aéreas de transmissão - "--1-·--~Fundações 493 )
)
Partindo desses dados, o engenheiro Sulzberger, da _ F _ Resultante das forças laterais atuantes na estrutura
)
Comissão Federal Suíça, propôs as seguintes bases: h Altura do centro astático das forças laterais
)
- t - Altura do bloco -)
- O bloco em questão pode girar de um ângulo a, definido por
_ p - 'Peso do conjunto bloco/estrutura/equipamentos
tga: = O, 01, sem que se tenha de levar em conta a variação do )
coeficiente que caracteriza o terreno; Considerando:
la terais à pro~
J
- Ct coeficiente do solo das pare d es
- O terreno se comporta como um corpo mais ou menos plástico e .)
fundidade t, entendendo-se por tal o esforço necessário, em kgf,
elástico e, por ele, os deslocamentos do bloco dão origem a reações )
para fazer pene t rar no terreno, a tem de profundidade, uma placa de
que são sensivelmente proporcionais; J
icm 2 de área. ')
- A resistência do terreno é nula na superfície e cresce - Cd - coeficiente do solo no fundo da escavação
proporcionalmente com a profundidade da escavação (Fig. 7.48) )
- «- ângulo que o bloco pode gir.~r por efeito de F
~ -)
2
Não se levam em consideração as forças de atrito, pois - ~ - Pressão máxima sobre o solo em kgf/cm
existe indeterminação com relação à grandeza das mesmas. J
Os seguintes valores são determinado?: )
Sobre as bases explanad~s. Sulzberger estabeleceu umas
- Momento de tombamento
fórmulas que se aplicam na determ'inação das dimensõe~ das fundações
)
dos apoios para a relação hlt>5, que estão submetidas a·· um esforço
paralelo a um eixo de simetria, e montados em terrenos médios e M
.)
plásticos.
-Pressões do solo )
h
t J
cr-3 = Ct tgC<
3 .)
<1'2
<1'3
= -3- J
J
I
\- ~1 /-=2=-.:C:.:b.,b'-P_tg"'"- J
)
-Momento da ação lateral do solo )
)
a 3
bt .)
Ml = :J6 Ct tg"
Fig. 7.48 -Reações do Terreno J
/ )
-Momento das cargas verticais
I_ •'i-.
Para o bloco da figura acima, em que aparecem )
os empuxos laterais {curvas parabólicas) e a pressão do bloco na M2 = Pa (o, 5 - ; j.__ -.,-:P'-----
2
2 a b Cb tgC< 1 ,)
base do terreno (forma linear), as letras representam:
J
Fundações
495
494 Projetos mecânicos das linhé!s aéreas de transmissão

A condição de equilíbrio é: 4- Terrenos argilosos


M = Ml + M2 ~
3
M = 0,70P + 1,80bt
' '
,--.'
)
Quando Ml/MZ < 1, a aça-o d o t erreno e· menor que das 5- Terrenos compactos, cascalho conSistente
) 3
cargas verticais, deve~se então introduzir um coeficiente de M = o,ssP ~ + z;zobt
~) segurança K, tal que:
) 6- Terrenos fortes ou argilosos
Ml + MZ
c) M=
~
K 3
M = 0,85P + 3,30bt
)
) O coeficiente K varia entre 1 e 1,5.
As formulas anteriores podem ser empregadas para a
Sendo o::= arctg 0,01, admitindo-se que M2 0,4Pa e
) verificação global de uma fundação, porém, quando se pretende
;) conhecer a distribuição exata dos esforços sobre as faces do bloco,
Temos a seguinte fórmula para verificar a estabilidade
) por exemplo, para pro_ceder à determinação das dimensões de um bloco
de blocos nas condições descritas:
) oco, será preciso empregar a fórmula de Sulzberger, conhecidos,
)
Ctbt
3 1-, como é natural, os coeficientes do terreno.
0,01 + 0,4Pa !
.) 36
M = _ _:::::._.,.---,;,------
1 '2 Exemplo 7.2
.)
.) Na sessão do CIGRE de 1954 aparece um estudo do Prof Uma estrutura de concreto de 12 metros de aitura livre
e peso próprio_ de 2.220kgf, suporta em seu extremo a carga verti-
J Berio, relativo às fundações das estruturas segundo o método suíço.
cal de 4.800kgf e uma carga lateral de 320kgf. A estrutura foi
J Nesse estudo, o Prof. Berio trabalhou com a hipótese de blocos de engastada em um bloco _de concreto de 1,2xl,2x1, Om em um terreno
argiloso (Fig. 7. 2). Verificar a estabilidade da fundação.
J base quadrada {a = b) e propõe as seguintes fórmulas aproximadas,
) relacionadas às qualidades do solo, para a d e t erminação dos

J momentos resistentes ao tombamento:


··\, 4.800Kgf
.) 1- Terreno de limo ou em presença de água I
. '
1 320 Kgf
r-----~
Ji M = 0,40P ~ + 0,50bt
3
J'
'-·-' h" 12m

y 2- Terreno desagregado, terra fina


):
) M = O,SOP ~ + 0,70bt
3 t z l,Om

L-------lf-'-L
) o • b : 1, 2m \
3- Ordinários ou velhas planícies
)
) M = 0,65P ~ + l,10bt 3 Fig, 7. 49 - Exemplo 7. 2
.)
·... ·:]
~~ -~-~-~- ~
497 )
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Fundações
496
)
Experimentos práticos têm mostrado que o peso da terra
Solução: )
levantada com o arrancamento, juntamente com o peso próprio da
Peso do bloco de fundação 0V = 2.500x1x1,2x1,2 = 3.600kgf i
Peso do poste. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2. 200kgf estrutura da fundação, tem um valor inferior ao do esforço
Carga axial. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4. 800kgf )
realmente necessário ao arrancamento. Esta diferença é atribuída
Carga vertical total na fundação ............ P = 10.600kgf )
aos esforços de cisalhamento do solo e ,_ao atrito lateral entre
Cálculo do momento do tombamento M terreno e superfícies verticais da furidação, prumadas com o )
perímetro da base da mesma, (Fig. 7.50) )
M = F(h + ; t) = 4.053kgf·m
)
O atrito lateral pode ser calculado pela fórmula:
Cálculo do momento resistente MR )
2 • e )
MR = 0,70P ~ + 1,80bt
3
= 6.610kgf·m Fa = õY L tg 2
)
~ij = 1,63 > 1,5 Onde:
)
O bloco de fundação tem estabilidade ao tombamento. õ - peso específico da terra sobre a expansão da base )
3
("'1. 600Kgf/m ) )
y - profundidade da parede vertical prumada com o fundo (m)
)
7.8.2 -Fundações tracionadas L perímetro da superfície de contato
,) )
I"I e - ângulo de atrito ( gera 1 men t e 45
)
As componentes verticais das forças de tração\sobre as
fundações têm a tendência de arrancá-las do solo. Estas componentes t N{llel do Terreno
)
)

j ~:-"=0~
são vencidas pelo peso próprio das fundações, pelo atrito lateral
.)
entre o solo e as superfícies verticais das mesmas e ainda pelo L2 ~ 2 x I o2+ 02)
)
peso da terra disposta sobre a expansão da base, que tem a 2
1----:--1 )
tendência de ser levantada juntamente com as estruturas. ,, I
I~ f3•Angulo de Talude )
O método por ora descrito, aplica-se para fundações ~ Região da fundação sujeite
~ ao cone de arrancamenfo
)
rasas: grelhas, sapatas, blocos e até mesmo tubulões. Para estas,
usa-se normalmente um alargamento da base com a finalidade de J
Con!orno da base maior do )
aumentar o volume de solo influente na reação ao arrancamento da
I cone- de arrancamenfo
)
estrutura. O volume de solo, comprovadamente infuente nas reações
)
de arrancamento, consiste no volume incluso entre a superfície "-.._contorno lateral do cone
externa da fundação e a superfície de um tronco de cone (nas de arrancamento )
fundações de bases circulares), ou tronco· de pirâmide (para J
fundações de bases poliédricas), cuja base menor é a própria base ~)
expandida da fundação e inclinação lateral dada pelo ângulo (3, ~/ J
Fig. 7.50 -Cone de arrancamento e força de atrito
ângulo de talude do terreno. j
-'f('
Fundações 499 \
CJ 498 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão '\

Q O peso do concreto da fundação é calculado pela 1, o


C) ~

--,I "'-,___ _ ---- N


equação: I= ,--- - - NiVEL DO
:) - TERRENO
Pc = "(cVc ""..
Cone d

Arranco mento o

()
J ! '" "
o
2

" .l
'
Onde: I '- ao '
:) I
o
o

) "(c peso específico do concreto (2.500Kgf/m) 3

II
" ~

o
o
Vc = volume do concreto (m 3 ) .~
) l2
L
) I

C)
O peso do volume de terra do cone de arrancamento .é
I gl
<
oo 1\
o

~ ~l ~
calculado pela fórmula generalizada:
:J ~ 1__1 " 8 <

J - o
o
v
Pt ;rvVt
)
)
Onde:
)
Fig. 7.51 -Exemplo 7.3
) peso específico do solo C= 1.600Kgd/m3 )
Vt volume da terra do cone de arrancamento
J
,) Vc volume do concreto da fundação dentro do cone
Volume total do concreto:
h profundidade da fundação
.J vc = 1,4·1,4·0,6 + 1,0·1,0·0,5 + 0,7·0,7·1,0 + 0,5·0,5·0,35
A1 área da base da fundação (m 2 ) = base menor do cone
.) Vc = 2,252m
3

A2 área da base maior do cone calculada ení fun.ção de h e (3


J Peso total do concreto:
~J Fundações de paredes verticais sofrem ação apenas das Pc ;rcVc = 2.200·2,252
~) forças de atrito lateral, e as terras erguidas com o arracamento 4.960kgf
,) constituem apenas parte do reaterro compactado. Volume da terra do cone de arrancamento:
.) Com as considerações feitassempre acima, e Vt = ~h
1 (B1 v B2· B2
+ B2 + .I ) - y CC (V c c - vol concreto no cone)
.J considerando um fator de segurança de 1,5, as fundações de grandes
) linhas têm sido calculadas com resultados satisfatórios.
= (1,4 + 1,6 tg30•)
2
= 2,324 2 = 5,40m 2
2
= 1,96m

,)
Vcc = Vc - 1,4·1,4·0,6 = 1,076m3
h= (0,5 + ·1,0 + 0,1) = 1,6m
~)
Exemplo 7. 3

;) vt +1,6 (5,40 + 1,96 + 2,324x1,96) - 1,076


O bloco mostrado abaixo é uma fundação fracionada de urna
) torre, cujo montante exerce um arrancamento de 14.500kgf, (Fig. Vt = 5,280m
3
7.51)
~
·... :,.)
"=-·.
.. 500
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
Fundações 501
Peso total do cone de arrancamento:
Pt = rt·Vt = 1.600·5,280 )
Pt = 8.446kgf
9====]= )
' _J

I
l

r~
I I
' )
Força de atrito lateral
e
Fa = rt ( :E /L ) tg2 I, ---Perfi~ 1..

'
)
e = 45· J
2
Fa = 1.600·tg22,5· [4·2,2 ·1,4 - 2·1,6 2 (1,4 + 0,4) -
!
!
)
i
2
- 2·1,1 ·0,3- 2·0,1 ·0,2)]
2 i J
Fa = 11.371kgf ' )
)
Somatório das forças de oposição ao arrancamento:
Ft Ü Pc + Pt + Fa = 8.446 + 4.960 + 11.371
)
Ft = 24.777kgf
I p~·r·f i s U )
Verificação da estabilidade ao arrancamento
9 9 )
Ft 24.777 _)
T 14.500 = 1,71 > +.s (valor mínimo normalizado) Fig. 7 . 5 2 _Esquema de montagem de uma grelha
)
.)
7.8.3 -Grelhas
j
- Para terrenos pouco consistentes, pode-se 1 ançar mão de. uma
camada de concreto sob ou sobre a grelha, para um aumento virt.ual
)
Quando as condtções geológicas indicam o uso de da superfície de contato da mesma com ':o solo e conseqüente )
fundações fracionadas em grelhas, as mesmas são padronizadas para diminuição de tensões )
cada torre e calculadas para situações 'extremas {Fig. 7. 52).
- A grelha é dimensionada para o maior esforço de compressão e J
O dimensionamento das pernas, )
quer seja membro verificada Para o maior esforço de arrancamento, f azendo uso do
edificante, quer seja piramidal, segue as mesmas regras do )
método do cone de arrancamento
dimensionamento das peças das torres e são dimensionadas à tração
e/ou compressão. ..J"\ Para os cálculos, parte-se das cargas das estruturas )
forn~cidas pelo calculista das mesmas )
. No presente capítulo veremos o dimensionamento da - As carga S d evem ser majoradas de um fator K - coeficiente de )
grelha em si, quando então. as seguintes considerações devem ser
feitas: variável entre 1,1 e 1,3 d )
segurança. .d pelos resultados as
- As características do .solo fornecl as )
- A espessura mínima dos perfis enterrados deve ser de 3/16"
sondagens e ensaios de laboratório, sa
- 0 as seguintes:
)
- A área bruta da grelha não deve ser maior que o dobro da
área líquida )
-rr _ peso específico d o so lo (kgflm 3 ) )
3 .)
- Não se considera a contribuição dos primeirçs 30cm de terra -~s - me'd'a
_ compressao 1 admissível no solo (kgf/m f/ 3]
da superfície do terreno -~sh _ cornp. máxima horiz. admissivel no solo (kg m )
-~ _ ângulo de talude. .J
)
'i
.·r
502
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
Fundações 503
Como normalmente os
já fabricantes
tem grelhas
padronizadas para atender ao -Pressão média sobre o solo (Fig. 7.53) - razão entre
mercado, é comum, parti~do~se destas
medidas padronizadas e das a compressão máxirna·e a área líquida da grelha:
características locais do
verificar quais as grelhas que atendem às terreno,
solicitações.
- Verificação ao arrancamento

Pt = õtVt = ~,_E_
' 3 (BC + bc + v BC·bc
K = (Pt + 1, 1P 9 )
FT i =:: 1' 5
Fig. 7.53- Compressão do solo
Onde:
- h -
brofundidade da grelha (m)
Fci + 1,1Pg
- b, c - dimensões da grelha {m) IJ'a ::5 O'"s
Al iq
- B, C - dimensões superficiais da
base maior do cone de
arrancamento, calculadas . Onde
a partir d~ b, c, h e f3
- Pg - peso estimado d a grelha'· ( kgf) Fci - força de compressão máxima de acordo com a hipótese i
- Pt - peso da t d 1;1- fator de majoração do peso da grelha (1,1 ~ K ~ 1,3)
erra o cone de arrancamento
- FTi ~ maior força de tração de acordo com - Pressão máxima sobre o solo: como cada fundação tem
a hipótese i
- K - fator de segurança ao arrancamento que absorver esforços horizontais .. longitudinais e transver:sais,
- 1,1 -fator de majoração do peso da grelha além dos carregamentos verticais; estas ficam sujeitas a esforços
de flexo-compressão, que .descomprimem um dos lados da grelha ao
- Verificação ao afundamento
mesmo tempo _que sobrecarregam o lado oposto. Esta tensão máxima
- Cálculo da área líquida da grelha
contato com 0 - área realmente em pode ser calculada pela expressão geral:
solo e responsável em compri~í-lo
Aliq = Zlblb + Z2b2c - 2Zlblb2 ~ = (a-t + UL + a-c)R ~ O'"sh

bc ,/\ Onde:
R=
Aliq "' 2 - crt - tensão na base da grelha provocada pelos esforços
Onde horizontais transversais - Ft, (Fig. 7. 54)
- 21 -número de cantonel'ras L usadas na grelha - O'"L - tensão na base da grelha provocada pelos esforços
- bl - largura da can t oneira (em) horizontais longitudinais - FL, (Fig. 7. 55)

- b - comprimento das cantoneiras (em) - ()c - tensão de compressão' provocada pelas cargas verticais
- Z2 - número de travessas em U usadas Fc correspondente à hipótese de carregamento de Ft e FL, (Fig.
na grelha
- b2 - largura das travessas (em) 7.56)
- c - comprimento d as travessas
IJ't
R - coeficiente de área líquida

---------·_··-·::
/
505
504 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transrr.:ssão Fundações

- Verificação ao reviramento- os esforços de flexão na


grelha,. que provocam compressão em um dos lados provocam ao mesmo
tempo uma descompressão no lado oposto. Embora o terreno suporte a
compressão máxima da grelha, é conveniente verificar se a mesma não
I se levanta do lado descomprimido, ou seja, se a mesma não bascula
em torno de um eixo horizontal. Estes esforços de descompressão
devem ser vencidos pelo peso da terra do cone de arrancamento,

t Fig. 7.54- Flexo-cornpressão transversal


situada na metade descomprimida da grelha (Fig. 7.57).

' /

I
i
a-L ~
6hfL "/
/

ML e • h. tg (!J
EIXO V c • b

[ ~-'' j" ,)

oc~
_)
-ei~:oL )
Fig. 7.57- Verificação do reviramento

)
momento resistente devido ao cone de
Fig. 7.55- Flexo-cornpressão lateral Cálculo de MR )
arrancamento. )
Fc + l,lPg
+
b J
bc I\ MR = 2
J
Cálculo do momento Ma causado por Ft e/ou FL (forças )
horizontais no topo do pé da grelha )
J
)
Verificação: KR = ~ 1,5

)
Até agora foram verificadas apenas a estabilidade do
)
terreno para as várias hipót.eses de carregamento do mesmo. Passemos
,)
Fig. 7.56 - Compressão uniforme agora ao dimensionamento da grelha em si.
51!1
506 Projetos mecânicos das linha$ aéreas de transmissão
Fundações.

- Dimensionamento das grelhas: Ml, M2 e M3 são os momentos máximos que ocorrem nos
Dimensionamento das vigas L - cada viga '-L da grelha i-ec~be \ perfis L. Tomemos para os 21 perfis L de dimensões b1xt1 (onde t é
3
das 2 vigas u e a transmite ao terreno, que reage ! a espessura do perfil), o momento de resistência w1 (cm ) retirado
i-
uniformemente em condições de simetria. A seguinte distribuição de da tabela de perfis cantoneiras. Log"o 1 . o momento de resistência
esforços e diagrama de momentos fletores po· d em ser considerados, total de ser absorvido pelas Zt cantoneiias será:
-~
(Fig. 7.58):
W1 = Z1·w1
Lembrando-se que as tensões de flexão máxima para o aço
r-~---- c o f 90s ----~-j 3
ASTM A36 é de 2.530kgf/cm , chegamos a:
=i====])= (J' = .M1, 2,3
\11
< Z.530kgflcm
3

Dimensionamento das vigas U,:_ Usando-se Z2 perfis U de secção


h2xb2xt2, (altura, largura e espessura), temos da tabela de perfis
b U o momento de resistência w2, que é capaz de absorver no total o

momento de resistência ~2

Díogrorno .de Momentos ~2 -= Z2·w2


Fletores
Como normalmente as grelhas são quadradas, e as pernas
fixas nos perfis U à distância g dos extremos, que por sua vez
Fig. 7.58- Diagrama de esforços
transmitem os esforços às canloneiras L, podemos considerar como
uma boa aproximação os valores de M1, M2 e M3 dos perfis U, como
Para um melhor aproveitamento dos perfis L da grelha é aos correspondentes dos perfis L,
sendo aproximadamente iguais
quando Ml M2 M3, e isto ocorre para:
consideração que permite concluir:
b b
g =
2
crz- 1) - 0,2b = -5- M1, 2,3 < 2.530kgflcm
2
\12
Considerando que todos 05 z1 perfis L trabalham igual- - Dimensionamento das pernas - nas grelhas piramidais
mente e que os esforços dos pés das estruturas são transmitidos às grelhas pela
Fc + l,lPg compressão (ou tração) dos perfis, normalmente cantoneiras em
q (kgf/m)
b

]
número de 4, que compõem as arestas da pirâmide da grelha,
Teremos: denominados de pernas da grelha.
2 De acordo com a geometria da pirâmide e hipóteses de
Ml = M2 = M3 = q·g2 (Fc + l,lPq)·b· (yz- 1)
-2-- carregamento, determina-se os esforços F de compressão das pernas
.Jj 8

J ou através da expressão:

,) Fci ·b (FLI + Fu) ·h'


(Fc + l,lPq)·b F +
M1 4h' Za
J 50
lJ_ ~-:-·-.- .- - - - . --· ---·-·~~
______ .-//
508 Projeros mecânicos das linhas aéreas de transmissão
T
' Fundações
509 )
l
Onde:
Fct- força de compressão na hipótese ·i {kgf)
h' -altura da grelha (m)
I Hipótese 2:
Compressão ........... ·
Tração .. ··············
Esf. longitudinal.····
Esf. transversal.·····
15.857kgf
11.960kgf
00.724kgf
00.859kgf
)
)
J
b - comprimento da perna (m) )
a - vão entre travessas (m) Torre tipo 2 )
Hipótese 1:
FLi - maior força longitudinal na hipótese i (kgf) 18.658kgf
Compressão. · · · · · · · · · · · )
16.213kgf
Fti - maior força transversal na hipótese i (kgf) Tração .... ············
Esf. longitudinal.···· 00.007kgf )
Esf.transversal .. · ···· 00.309kgf
Escolhe-se uma cantoneira que atenda às solicitações e )
que ao mesmo tempo tenha um índice de esbeltez que impossibilite, a Hipótese Z: )
Compressão ....... ····· 13.648kgf
11.239kgf
flambagem. Tração ... ·············
Esf, longitudinal.· · · · OL753kgf J
< era Esf. transversal .. ···· 01. 792kgf ~)

Obs.: as cargas já foram majoradas em


10%, como fator de J
lf
rk segurança.
implantação da L.T.
Onde: Características do solo na região de
3
1.400kgf/~ )
F - força de compressão das pernas Peso específico ... ··········· ct
1,50kgf/m 2
Pressão máxima .... ··········· ~s )
Ac - área útil transversal da cantoneira Pressão máx. horizontal ...... ~sh ~ 1,80kgf/m
20o
- ua - tensão admissível compatível com a flambagem Ângulo de atrito.·············· ~ )
- lr - comprimento de flambagem '~)
- rk - raio de giração da secção do perfil (dado de catálogo) Solução:
uma grelha disponível
- À - índice de esbeltez Propos1çao inicial: fazer uso de padronizadas, conforme
no mercado, de peso 236kgf e de dimensões já .)
Se o índice de esbeltez der um valor superior ao indi-
a fig. 7.59.
cado por norma, recomenda-se usar um perfil de maior secção reta J
~~
(maior raio de giração) ou fazer um contraventamento das pernas,
diminuindo assim os comprimentos de flambagem.
l \
31 I·l i -
I~
J
)

=1~
.)

I
ª::::j\ =Ilt= c:::
Exemplo 7.4 .)
)
Seja dimensionar uma fundação em grelha padronizada
para fundações fracionadas de torres de uma mesma família, tal que
atenda as solicitações das seguintes hipóteses de cálculo:
===4·
Torre tipo 1
IC
Hipótese 1:
Compressão ............ 23.000kgf
t 9 ! )

Tração ................ 19.105kgf


Esf. longitudinal. .... 00.002kgf "', Fig. 7, 59 - Exemplo 7. 4
Esf. transversal ...... 00.517kgf
510
Projetos mecânicos das lin,has aéreas de transmissão
l.,
z:.
li
Fundações 511
'1
1 - verificação do arrancamento Pressão média sobre o solo
Dimensões do cone de arrancamento (Fig. 7.60-)
Fel + l,lPq 23.001 + 1,1·236
era = 21.298
Aliq
B ' C I
~· = 1,09kgf/cm < 1,50 = ~s ·
~rn (~t + ~L + crc)·R ~ crsh '
~t =
6h' ·Ft
=
6. 235 ·1792 '0,298kgf/cm 2
. !

2 2
bc 206·206
6h' ·Fl 6·235·1753 2
~L = = = 0,283kgf/cm
2 2 . I'
cb 206·206
b ' '
· Fc + l,!Pg 13.684 + 1, 1·236
Fig. 7.60 - Dimensões do cone d e arrancamento
~c
bc = 206·206
= 0,329kgf/cm 2
~
~m = (0,298 + 0,283 + o' 329). 1' 992 = 1, 79
B c = b + 2h' . tg/3 ~m 1,79 > 1,50 = (T'sh
B c 20 + 2·23S·tg20·
B = C
Até o momento, comprovamos que o solo aguenta ao carre-
3,77m gamento transmitido pela grelha adotada. É necessário ·agora verifi-
car a resistência da própria grelha.
Volume do cone de arrancamento
h'
Vt =~ (se+ bc + vBC·bcl)
4 - Verificação das dimen~ões da grelha
Vt 20, 54m 3 Verificação da viga L
Momento fletor máximo:
Peso do cone de arrancamento 2 2
Pt = ;rt ·Vt M1 = -q·g
2-- - (F c + 1, 1P 0 ) ._L
b 2

.)
p

Pt + 1, !Po
= 28.757kgf

Verificação:
M1

M1
=
(F c + l,lPg)._l_(~·v'Z
b
(F c + 1, 1P 9
2 2
- 1
) •b
=
23.001 + 1,1·236
r
·206
K
FTi
= 28.757 + 1,1·236
1,52 > l,S:verificado \
" 50 50
19. lOS J
M1 = 102.574kgf·m
2 - veri~icação quanto ao afundamento
Da tabela de perfis temos para o perfil L 4,45 (1 3/4)
Calculo da área líquida da grelha 3
€ espessura e = 3 1/16 o momento de resistência Wl = 2.30cm
Aliq Zlblb + Z2b2b + 2Zlblb2 Logo:
A11q =
22·4,45·206 + 2·5,00·206 - 2·22·4,45·5,00 W1 22·wl = 22·2,30
A11 q = 21.298cm 2 W1 50,60cm
3

Coeficiente de área líquida Tensão de flexão:


R bc 20·20 M1 102.574
AI1q 21.298 ~ 'W1 50 , 60 = 2.036kgf/cm 2
R= 1,992
~ = 2.036kgf/.cm 2 < 2
2.S30kgf/cm = valor limite

- - - - . ._. -_:__-_-
512 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Fundações 513

I Verificação das vigas u


Da tabela de perfis temos para o per f i 1 U 1 O, 16
(lO, Skgf/m) o momento de resistência W2 = 37,5cm 3
Logo:
rk
Da tabela de perfis ternos para o perfil L 2 l/2"x5/16"

=
A = 9,48cm

Logo:
1,24
2

\12 = 2·W2 2·37,5 li" 130,4


À = = 1,24
Wz = 75crn 3

À = 105 J
Tensão de flexão: de tensões máximas )
para este valor de À, na tabela
M1 102.574
(J'
W2 75
temos:
O'a = 1.501kgf/crn2 J
O'= 1.350kgf/cm
2
< 2.530kgf/cm 2
J
Tensão de flambagem
~)
·.. 2
5- Dirnens~onamento das pernas. Fig. 7.61 F 7.233
(J' = 1:'- 9,48
= 763kgflcm ~)
O'= 763kgf/crn 2
< 1.501kgf/cm
2
J
)
7.8.4 - Tubulão :)
._._)
Estas peças de concreto armado (Fig 7.62), classifica-
J
das corno fundações profundas, são construídas na verdade em ·duas
)
versões. )
Fig. 7.61 -Pernas da grelha Em terrenos de boa consistência, à peqUena profundida-
)
de, os tubulões são dimensionados com as seguintes regras:
absorvidos pela compressão do
)
Esforço de compressão das pernas Esforços de compressão
)
terreno na base do tubulão e pelo atrito lateral do mesmo com o
F = F = Fci ·b FLI + Ft!
4h'
+
2a
·h' )
terreno.
~- \
13.648·2,06 ( 1. 753 + 1. 792) ":.. Esforços de arranCamento - absorvidos pelo peso próprio do )
F + ·2,35
4·2,35 2·206
concreto e pelo peso do_ volume de terra do cone de arrancamento J
F 7.233kfg )
- Esforços de flexão - absorvidos pela res-istência do terreno
Índice de esbelt~z Em terrenos de baixa resistência por grande prfundida- )
lf de, alto nível do lençol freático, os tubulões são realmente )
rk fundações profundas e dimensionados com as bases de: J
Como existe um contraventamento entre as pernas, o - Esforços de compressão - absorvidos pela compressão do
j
comprimento de flambagem é dado por:
terreno na base do tubulão e pelo atrito lateral do mesmo __)
li1 + li2 133,2 + 127,6
lr = - Esforços de tração . ~ absorvidos pelo peso próprio do
2 2 ~)
lr 130,4cm concreto mais o atrito lateral do mesmo com o terreno. Em caso de )
<'r
---~--. --~.~.~~.-.-~.J· ·_-
I
515 i
~·>
514 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão . Fundações
'J
um conjunto de dimensões da
·.~ solo, do concreto e do aço}, chegar a
;:, peça de concreto - tubulão ---tal que
seja. capaz de transmitir com

:)'
•J

segurança as solicitações máximas ao


solo, e este seja capaz de

;J /
absorvê-las também com segurança.
Roteiro para dimensionamento
) 9

~m ~,&g~- r, ' Levantamento dos dados do projeto


- é a definição das cargas
~) I .
solo e dos rnaterias de
,) I a suportar e d as Cara cterísticas do
f
construção disponíveis ..
) I "' " ' " 3 ' n

) _ Cargas na·hipótese i:
- - ~----NA

.:) L
I,. .I
Fci _compressão máxima
I I I Fu -.esforço horl. zontal transversal
J ,v I fu - esforço horl·zontal longitudinal
9

.)
.J L
I
• 'o
"" ' .
_Cargas na hipótese j:
) ' Fr J - tração máxima

) 'Fig. 7.62 -Esquema de um tubulão FtJ _ esforço horizontal transversal


esforço horizontal longitudinal
) FLJ -
Força horizontal máxima:
,.) necessidade pode-se ainda lançar mão de um bloco ~e funda9ão. no

,) topo do tubulão, com a finalidade de aumento de peso do concreto. 2 2


FTmax = / Ft + FL
.J Em qualquer caso, desde que o tubulão todo ou parte _ Características do solo
dele. esteja submerso no nível freátic_o, deve-se c~ms~derar o
J '(N peso específico do solo
-
~
esforço. do empuxo sobre o mesmo.
'(S - peso
específico do solo saturado
Os tubulões podem ser empregados como fundações compressão
J tTs - tensão de
simples ou fracionadas. Quando na forma de fracionadas, usa-se um
) v.\- tensão de aderência
tubulão por pé de torre e normalmente padronizados para uma mesma ~ _ ângulo de talude
.)
torre. Nestas condições, os tubulões são dimensionados para a . do nível do terreno
,) NA - nível da água abaixo
hipótese mais solicitante do pé mais desfavorável, e verificados
,) - Características do concreto:
para a hipótese mais controvertida, mesmo que para outro pé da 'lculo do concreto à compressão
.) Fcd - resistência de Ca
estrutura. , do concreto à compressão
.J Os tubulões profundos_ não deixam de ser um tipo
Fck - tensão característica

,) rc - peso específico
especia_l de estaca Neste i tem discutiremos apenas os tubulões
.J rasos. - Caracteristicas do aço Tipo - CA
,) O dimensionamento de um tubulão de concreto . consiste Fyk _ tensão de escoamento
:..) em: partindo-se dos dados de projeto (_cargas, características do Fyd - resistência de cálculo do aço à tração

.J
"';')....__ __ _
517
516 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Fundações

Cálculos
l
Cargas de cálculo - todas as cargas devem ser majoradas de
um f a to r K1 CK1 ~ 1, 1 a 1, 2).
I

. _)

Ci ~ K1· Fci
ti ~ K1·Fti
d )
TJ K1·FTJ )
tJ ~ K1·FtJ Fig. 7.63 - Atrito lateral )
LJ K1·FLJ )
- ma'xl·ma do solo (Fig. 7.64)
Compresao
Dimensionamento à compressão as forças verticais de )
~ 4(Fcm - Ra)
compressão (Cl e peso próprio) serão absorvidas pelo atrito lateral )
n:·D2 \
e compressão do terreno na base do tubulão. Embora o empuxo .alivie _)

a compressão da base do tubulão, o mesmo não é considerado. )


Volume do concreto )
Vc = Vci + Vc2 + Vc3 + Vc4

.)
Onde:
2
rrd
Vcl ~ --4- (a + h 1 )
)
Yc2 rrb (Dz
-yz- + d•2 + D·d• )
)
Fig. 7. 64 - Compressão da base do tubulão
)
Vc3 as forças verticais àe
Dimensionamento ao arrancamento - \
b ) - 0 abvsorvidas
Sa -'
2 traçãd;. (arrancamento e empuxo da parte su mersa ,
rrd )
Vc.4 ~
-4- g ' ·
pelo ~ peso propr1o
. . do concreto e pelo peso d o vo 1 ume do cone de
.)
arrancamento.
Peso do concreto .)
Volume de concreto abaixo do NA
Pc ~
õc•Vc )
Vcs = Vc3 + Vc2 + Vcs
J'
Carga de compressão máxima Onde )
2
Fcm = Ci + Pc rrd para f .j
Vcs ~
- 4 - (hl - f)
" hl
)
Resistência devida ao atrito lateral (Fig. 7.63}: rr·b (d•2 + D2 + Dd')
Vc2 ~

--rr- .)
Ra ~ rr·d·h·n 2 )
rr·D
Vc3 ~ c
4
---~-- ~-
_ __f"
519
518 Projetos mecânicos das lin~as aéreas de transmissão Fundações_

Volume de solo acima do nível da água:


Volume de concreto acima do NA
Vce = Vc - Vcs Vsr = Vs - Vss

Peso do concreto considerando o empuxo (Fíg. 7.6 4 ) Peso do solo estabilizante:


Pct = Vcs"õc - E +Vce•õa
Ps = Vss· (1's - õa) + VsE·'(N'Ca = peso esp. da água

Peso estabilizante total, considerando o empuxo:


NT

E o Vc:;. "t'a Pr=Ps+PcT


fo: Peso esp.
o'çuo Fatot de segurança ao arrancamento:
E•Emputo
PE
S. o I o
KA = TJ
Resistente
Onde K.A " 1 , 5
Fig. 7.65- Consideração do empuxo

- V~rificação ao reviramento:
Volume de solo estabiliz~nte: I Momento de reviramento:
!
Vs = Vsl - Vs2 - Vs3 - Vs4 J
M = Ftmax. (11 + h)
Onde:
Momento resistente lateral
=
VSl
~
rr. h [ 2
D + (Zh·tg/3 + D)2 + D· (2h·tg/3 + D)]

MR
(D + d) · Chz' + h1
2
3
J + D· (h3 3- h231)
n:·D2
Vs2 -4- c

2 Coeficiente de segurança
rr·d
Vs3 - 4 - hl
;\ KR = ~ 1,5
rr·b (D2 + d2
Vs4 + Dd)
~
Os tubulões devem ser
Volume de solo abaixo do nível da água: Dimensionamento da ferragem
dimensionados à flexo-cornpressão, segundo as normas do cálculo
Vss = Vss - Vs6 - Vs2 - Vs4
estrutural .
Onde:
.)
__) Vss =
rr · (h-f)
+ [2 (h - f)·tgf3 + d]2 + D·[2(h- f)·tg/3 + d]} Exemplo 7.5
12
,)
Verificar a estabilidade do tubulão mostrado abaixo
~) (Fig. 7.66), para as seguintes hipóteses de cálculo:
VS5 = (hl - f)f " hl
~
. ·1)
:-.......-~,--.
. -~- _.f.~
521 /1
520 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Fundações ,j

)
Tensão carac. d o concre to a compressão:
I d • 0,6
2
)
! Fck = 150kgflcm
J
I/ '\ ,..- NT 9 ~o, 5 6• 0,8 ··~
Peso específico:
-r- o •0.3
.
<c = Z.ZOOkgf/cm
2
.)
_)

l ----- _ .:sJ:: NA
tll: 2, 7

h2•36
h•
Coeficiente de segurança:
õ*c = 1,4
características do aço
Tipo de aço -. CA 50
lj
)
)
'
_)
~

_)
Tensão de escoamento:
I 2 )
/~ b•O,B Fyk = 5.000kgf/cm
)
I """I c •0,1
Resist. cale. escoamento:
..J
o ',, 6 2
Fyk = 5.000 = 4.348kgf/cm
fyD =~ 1. 15 ~_)

j _
.
__)
Fig. 7.66 - Exemplo 7.5 Coeficiente de segurança:
f -;r*s = 1,15
)
Hipótese 1
Compressão máxima -Fel 46.789kgf
I Cálculo
1 _ cargas de cálcu 1o nas
fundações - majoradas de 10%
Esforço transversal - Ftl 08.062kgf
Esforço longitudinal - F11 04.23ó1kgf ·_)
Esforço transv. máx F t max 1 = 09. 1 08kgf FL1=1,1 ~11=04.662kgf
Hipótese 2 tt = 1,1·Ftl = 08.868kgf
Tração máxima - TT2 32.230kgf )
Esforço transversal - Ft2 06.052kgf F tmax 1 -_ 1 • 1·Ftmax1 = 10.109kgf
Esforço longitudinal F12 = 02.928kgf .)
T2 = 1,1·Fc2 = 35.563kgf
Esforço transv. máx - Ft max 2 = 06. 727kgf /
·\ )
FL 2 = 1,1·FL2 = 03.221kgf
t 2 = 1 ,1·Ft 2 = 07.395kgf )
Características do solo
3 ~)
Peso específico ........... GN = 1.400kgf/m
3 F tmax 2 _- 1 ' 1 . Ft max 2 = 07. 395kgf
Peso específico saturado .. õs = 1.700kg~/m )
Tensão de compressão ...... ~s 2kgf/crn
Tensão de aderência ....... Ta 2kgf/crn 2 2 - Dimensionamento à compressão:
)
Ângulo de atrito .......... ~ 20•
NA abaixo do terreno ...... f= 2m _ Volume de concreto J
__ __)
Vc Vct + Vc2 + Vc3 + Vc4
Característ-icas do concreto
c + )
.
Resist. cálculo a compressão: Vc -
- nd2
4
(a+hll +
-rz-
Vb (D2+ d2+ Dd' l +

150 2 2
Fco = FCk = - - = 107kgflcm Vc = 2,104m )
~ 1.4
c
. /

") I(
522.
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Fundações.
r-~ul,..,
GERÉUCIA DE INfOR~O
E OOCUi~EtiTACAO
il
I

\ ••.. ,,
' •,
'

}
- Peso de concreto
Po = ro•Yo = 2.200•2,104
V'".JV\ '1:1 BIBLIOTECA
CENTRAL ,

)l p, = 4.629kgf

:) Compressão máxima do terreno


Fom = Ct + Po = 51.468 + 4.629
y, = 25,118m3
) Volume do solo abaixo do NA
•) fom 56. 097kfg
Vss Vs5 - Vs2 - Ys4 - Vs6
I

:~
- Resistência devido ao atrito lateral 7r(h-t)
VsS
+ D[2(h-fltg/3+d]}
Ra nd·h·Ta 12
Ra 13.949kgf 7rD2
') Vs2 ----- C
4
)I - Compressão máxima do solo
Q nb (D2 + d2 + Dd)'
·) ~.
4 (Fom - Ra)
= _c~~~--~~
. Vs4 =
--rz
I 2
7rD2 nd
,J Ys6 = - 4 - (h! - f )
'·l ffs 2,1kgf/cm
2
=~s aceitável
il 3
Vss = 2,354m
3 - Dimensionamento ao arrancamento
- Volume de concreto abaixo do NA
t
.!
- Volume de solo acima do NA
VsE ::: Vs - Vss
Vo. Yo2 + Vc3 + Vcs VsE 22,764m
3

7rb 2 7rD2
Vo. = (d' +D 2 +Dd') + - 4 - c + 7rd2 (ht-f)
) --rz -4- Peso do solo estabilizante

) Vo. = !,313m 3 Ps = Vss (6s - 6a) + VsE•7s


Ps = 33.517kgf
Volume de concreto acima do NA
Voe Vc - Vcs Peso estabilizante total considerando o empuxo
3 PE Pct + Ps
Vcc 0, 791m
<) / \. PE = 36.833kgf
- Peso do concreto considerando o empuxo
) E= Vcs'Da _ Fator de seguranca ao arrancamento
) E = 1. 313kgf Ka = i~ = 1,04 < 1,5
Pot Pc - E
Deve-se voltar e alterar as dimensões iniCiais de D,
Pot 3.316kgf
por exemplo para D = 2,0m.
j
Volume de solo estabilizante
) 4 - Verificação ao reviramento
Vs =-Vsl - Ys2 --Vs3- Vs4
Momento de reviramento
Yst = ~~ 2
[D +(2h·tg/3+D)
2
+ D (2h·tg(3+D)] M = Ftmax (/'. + h)
7rD2 M = 33.700kgf·m
V•2 = ---4-- c

1,---:-_'--'---
-1. j)
525
524 Projetos mecânicos das linha~ aéreas de. transmissão
Fundações ')
.')

1
Estas peças, normalmente em aço ASTM 36 galvanizado
- Momento resistente lateral /1
(~fl = 2.530kgf/cm2 ), são executadas em cantoneiras e posicionadas J
3 3
(D+ d). (h2 +h1
MR = - 'te- [ a·h1
. 3+ )
com exatidão durante a concretagem da parte superior das fundações. )

l
2 2 i
Dados necessários ao proje.to dos "stubs" e "cleats": ' )
MR = 52.663kgf
•• Esforços nas fundações: I'
!
)

I
- Coeficiente de segurança ao reviramento FTi - maior esforço de arrancamentoconforme a hipótese i I
J
KR = ~R = 1,56 > 1,5
Fci - maior esforço de cornpresão conforme a hipótese i I
I
)
- Características do concreto: I )
~ ~R - (kgf/cm2 ) tensão admissível de ruptura do concreto I )
-ra - (kgf /'Cm 2 ) tens.ão de aderência entre concreto e aço
)
7 • 8.5 - "Stub" e "cleats"
- Dimensionamento do "stub" - considerando o esforço de tração )
FTi faz-se uma pré-escolha do perfil cantoneira, tal que: )
A transição dos esforços en t re estrutura metálica de
uma torre e o co ncre t o d as fundações, sempre é feito por uma peça 1,5 Fn J
metálica, denominada "stub"' que é .engastada no concreto e deixada
O"fl )
na forma de arranque acima d o-· · arrasamento da fundação. Para Isto levará a um perfil L de dimensões bn~tl. Em )
diminuir o empuxo e melhorar a aderência no concreto, usam-se seguida, determina-se o comprimento 11 de engastamento do "stub" no )
reforços metálicos, denominados de "cleats", parafusados nos concreto, considerando a tensão de aderência e a área de contato )
"stubs" (Fig. 7.67). entre concreto e aço. )
)
~ _ _:0:;,,_7_:5::._:_f:_T:_!_
11
(2+.f2 )"ta )
)
- Dimensionamento dos "cleats" - considerando-pe o esforço de
)
compressão Fci e a tensão admissível de esmagamento do concreto,
)
determina-se a cantoneira de "cleat", tal que:
J \ )
0,75fc!
bz ?:.
N·lz·crR
)
)
Onde:
)
N é o número de "cleats"
11 )
12 ::: b1 é o comprimento de cada cleat"

Isto levará à escolha de de um perfil L de abas b2. Em 'J

)
seguida, adota-se a espessura tz da cantoneira, coerente com as
)
outras dimensões transversais, de tal forma que fique verificada a
)
./
relação prática abaixo, que garante o não dobramento das abas dos
Fig. 7. 67 - "Stub" e ''cleat"
"cleats". / ..
I
"1
526 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão 527 '

2
(7,62x7,62 em) e secção 11,48cm
Onde: Comprimento de engaste:
R é o raio de concordância da cantoneira O, 75•FTmax
"'55,08cm
3, 41·Ta·b1
crn é a tensão admissível de f-lexão do aço ASTM A36 (2.530)
Caso necessário, o valor de b deve ser revisto. Comprimento adotado= 55,08/0,75 ~ 75cm

Dimensionamento dos parafusos de fixação dos "cleats" no Dimensionamento dos cleats:


"stub" - considerando-se que todos os N "cleats" sa- 0 fixados com o Definição do perfil:
mesmo número "n" d e parafusos de aço de alta resistênci~. usando 3 cleats de 12 = 7,5cm em cada face do stub, te
determina-se o diâmetro d·os para f usos, tal que:
remos:
O, 75·Fc.max
u ba ~
N·l2·<rR
~ 2,84CII!

d "'/4·K·Fc! e
n·N·n·v Perfil adotado:
L 1-1/2x1-1/2xl/4" (3,81x3,81cm)
K•Fc1
n·N·tz·a-c Verificação final:

b2 "'R+ t 2 ~~
;a:f1l "'3,02cm (R= 1,43cm)
Onde:
v é a tensão admissivel de cisalhamento (1.500Kgf/cm2 )
Dimensionamento dos parafusos: usando-se dois parafu-
crc é a compressão admissível no aço da cantoneira sos por cleat, e fator de segurança de 1,5: ,',,
Desprezou-se a força de atrito entre os "cleats" e o "stub",
4·K·Fc1 = 1,56cm
devido ao aperto dos parafusos. N·n·r.:·v
Parafusos adotados: parafusos de alta resistência - padrão ame
Exemplo 7.6 ricano- A-325 diametro 5/8" .
.J
<J Dimensionar os stubs de uma torre
esforços máximos são:
de uma L. T., cujos /I i
7.8 -BIBLIOGRAFIA
o FT max = 19. 105kgf
F c max = 23. OOOkgf
j
\__.)
i<] Usar:
2
1 - BALLA, A., "Uplift resistance of bulb type foundations for
overhead line foundations". Minutes of the 5th International
I
·:J
O'R = 135kgf/cm
Congress on Soil Mechanics and Foundatiops Wo_rks, Paris,
I
= 10kgf/cm 2

j
"ta
2
(~ (J'fl = 2.530kgf/cm
1961.
'~) -Dimensionamento-do perfil do stub:
2 - BARRAUD, Y., "Fondations de pylônes classiques on hawbannés.

o Definição do perfil:
Recherches expérimentales".
(classlcal
Bulletin sté.
and guy
frança:lse"
anthor
des
fondations,
rc_) 1,5 FTmax electrlciens,
' A"' Ta experimental research), outubro de 1958.
t ~)

--- --~~- -----


I
-------""..::.J
ProjeroS mecânicos_ das linhas t;éieas_ d~ transmJ,ss5o-·-
' . : '

3 - Bl'ARE,?, _ J.:. ,_ "_:c~ntr,ibution à 1' étude âeS ·propr-ietéS rnéchanique·s


· des~·soí!S et des m'atériaux--pulV~~fr-l.ile_ri(S 11 • .-rhê·se· de· D~_çtorat _ __

~n S.ci~nce, Facul té des _'Sciene~S::- de· Grend.ble, julh.b.; :de ·-t96L--


4 ·~ BARRAUD, Y.,
,;--·.
·. CONTROLE DE"
··~. .C\1\TA'. OEVOLUÇÃO
fondéitions sollicités.·~· à :---1'-ai·racherneilt",. BU11efir{ de "la '
'-- ' .. .,_ - . -- - •''
.. Soci~-ié'. Fr:-ançaise- de_s electri-'Cierl.S, setemb.rq·; 1~~2.
5 .~ PATERSON, G.. e lJIÜE,: R,L., ·'~Fu11~sça.le uplift resistei)ce tests
on -fóndatiorfs bf "oye~-·_:heact' linJs toWers-..-. · C-IGRt;,
••' _.;--<'
Paper _nc
.. ,
. 203, .1964.
• - -~ •• •. -- • - ,._ - '·' _:r •
I
6 ~ MORS, H.,·. "Methods of uplift fondat:ibn''desfgn' .• 'rpr. ·over head ·
.. line tow~rs". CIGRt:., Paper n• · ito; ~. 1;64: ..
T ;... .'MoNTÉ~~ -:S-.-.-~ 11-:C~nt"~ibution_---à.~--l··;j::tu~~-- de·: f onda ti'Cm SOfirGités·' à.
1', àrr~chernent. Phênomén~,- Pia··~-.· ~ile~ · ~ü~-v~ r~l-~nts;,_·:.::'. Íhé~e.
~e _-Spê~~ia'l i té, . ·Facul tê' des -Sê'iences de· :cr_eft~bl~ ~ _re·Ver·e fio,
1966 ..

8 - ZOP~Ê:TTI, G.J.; Redes Eléct~icàs. de alta Y, baja tensión, (2o


ed.)-. -'Editorial Gús·t-ayo G-fii, ·s.-A ...:--Barc~_Ion,a._.
9 CONPANHIAS!DE;RÚRGICA NACIÓNAÍ., "Catálogo d~ produtOs'~ .
. 10 - . AElNT ,· Normas NB Ül2/72,
t-ranslnissão e subtransmissãó _de energia· élétrica"::;
Associação Bras~leira de Normás· 1;'éCnicà_s, R~·o Qe -j'~~eir.o-.-·,,,
1972.

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