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3º Semestre
1º Grupo
Discentes:
3º Semestre
1º Grupo
Alex E. Canamuelele
A lepra e uma doença infecciosa, de carácter crónico, causada por uma bactéria denominada
Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen. Ela acomete geralmente a pele, nervos
periféricos e olhos. Não afecta o sistema nervoso central. O quadro clínico geralmente
manifesta-se por Lesão cutânea hipopigmentada, ou avermelhada, com perda de sensibilidade
(táctil, térmica e dolorosa) Presença de 1 ou mais nervos periféricos engrossados (nervos
periféricos frequentemente acometidos: nervo grande auricular, cubital, radial cutâneo,
peroneal e tibial posterior) com perda de sensibilidade nas mãos ou nos pés. O tratamento da
lepra depende do tipo da lepra, sendo dapsona+rifampicina para a lepra paucibacilar (PB) e
Rifampina+Dapsona e Clofazimina na lepra multibacilar.
A schistossomiase é uma parasitose helmíntica, geralmente com carácter crónico que infecta
os seres humanos, causada pelo tremátodo do género Schistossoma
Introdução, consiste em fazer uma breve nota introdutora do assunto chave, que será
também acompanhada pela inquietação do desenvolvendo de tal artigo, seus objectivos, e
a razão da escolha do tema;
Desenvolvimento, neste ponto será feito um desenvolvimento teórico trazido por
diferentes autores que estudam questões relacionadas ao tema em questão.
Conclusão, a que faz se o resumo do processo do desenvolvimento do trabalho de forma
detalhada.
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1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
Descrever os conceitos da lepra e da schistossomiase, bem como a sua etiologia
1.1.2. Específicos
Classificar as diferentes formas clínicas operacionais da lepra, segundo a OMS
Definir e descrever as reacções leprosas
Ilustrar o diagnóstico diferencial da lepra e a sua conduta
Ilustrar o diagnóstico diferencial para as diferentes formas de schistosomíase.
Descrever o tratamento da schistosomiase.
Descrever as medidas de saúde pública para o controlo da infecção
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2. Desenvolvimento.
Transmissão da Lepra
A transmissão da lepra é efectuada pela via respiratória (espirro, tosse, fala) de uma
pessoa com lepra para outra. Não existem reservatórios nem outros vectores da lepra. É
sempre transmitida de homem para homem.
O período de incubação é longo, geralmente entre 2 a 8 anos, mas podendo ser superior a
20 anos.
África registou 28.935 (11.8%) de casos novos, com uma taxa de detecção de 3.75 casos por
cada 100.000 habitantes, e uma prevalência de 30.947 casos, com uma taxa de prevalência de
0.4 casos por cada 10.000 habitantes
A nível mundial, foram notificados 244.796 casos novos de Lepra em 2009, com uma
prevalência de 211.903 casos. A maior parte dos casos se regista no sudoeste Asiático. (
ARROZ, J. et all. 2013)
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2.1.4. Classificação e Patogenia da lepra
A lepra é operacionalmente classificada, segundo a OMS, em duas formas:
A base do diagnóstico da lepra é clínico e assenta nos seus sinais cardinais, sendo que a
presença de um dos 3 sinais cardinais da Lepra, estabelece o seu diagnóstico: ( ARROZ, J.
et all. 2013)
Podem advir outros sinais e sintom as que podem ajudar o clínico a chegar ao diagnostico.
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2.1.7. Complicações.
A principal complicação da lepra são as Reacções, que são episódios agudos de inflamação,
resultantes da infecção pelo bacilo de Hansen.
Os sinais e sintomas mais importantes das reacções da Lepra são: vermelhidão, calor, tumor
(inchaço), dor e perda de função. São os sinais cardinais de uma inflamação.
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Figura 1. Iridociclite-Lepra Figura 2. Manchas avermelhadas - Lepra
Para ( ARROZ, J. et all. 2013), as reacções classificam-se de duas formas: as reacções do tipo
1 e as reacções do tipo 2.
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Lepra PB – 0 a 5 manchas com perda de sensibilidade; 1 nervo periférico engrossado;
baciloscopia de Hansen negativo
Lepra MB – mais de 5 manchas; 2 ou mais nervos periféricos engrossados;
baciloscopia de Hansen positiva
Diagnóstico Diferencial
Tinha
Pitiríase versicolor
Sífilis secundária
Vitíligo
Rifampicina
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Atenção: nos doentes imunodeprimidos o uso de rifampicina com Nevirapina (leva a
uma diminuição dos níveis plasmáticos desta e aumento dos níveis de rifampicina com
risco de uveite).
Dapsona
Rifampicina 600 mg
Dose Mensal
Clofazimina 300 mg
(DOT)
Dapsona 100 mg
Dapsona 100 mg
Dose Diária
Clofazimina 50 mg
Clofazimina
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Atenção: usar com cuidado em doentes com insuficiência hepática ou renal e na lactante, pois
pode provocar coloração do leite e rubor; não dar se houver dor abdominal ou diarreia
crónica. ( ARROZ, J. et all. 2013)
A prednisolona deve ser dada em doses iniciais altas, com redução gradual ao longo das 12
semanas de tratamento. A dose não deve exceder 1 mg/kg/dia e deve ser administrada 1 vez
ao dia, de preferência nas manhãs. ( ARROZ, J. et all. 2013)
A Lepra causa alterações na estrutura e função dos nervos, pele e olhos. Estas alterações são
chamadas de incapacidades. As incapacidades podem ser primárias ou secundárias.
2.2. Schistosomíase
Schistosomíase é uma parasitose helmíntica, geralmente com carácter crónico que infecta os
seres humanos, causada pelo tremátodo do género Schistossoma. É uma doença muito antiga,
tendo sido encontrados ovos desses helmintos em múmias egípcias de pessoas que viveram
em torno de 3500 antes de Cristo ( ARROZ, J. et all. 2013)
Etiologia
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Após eliminação dos ovos (via intestinal – S. mansoni e via urinária – S. haematonium), os
mesmos alcançam colecções de água doce, eclodem e libertam miracídeos livres que
penetram nos caracóis onde se multiplicam de forma assexuada, passando por estágios de
esporocistos e depois de 4 a 6 semanas são eliminados pelo caracol na forma de cercárias,
reiniciando o ciclo. ( ARROZ, J. et all. 2013)
A infecção começa quando as cercárias libertadas pelo caracol penetram na pele do ser
humano, permanecendo no tecido celular subcutâneo durante 2 – 4 dias, onde se transformam
em esquistossômulos. Os esquistossômulos migram através das veias e vasos linfáticos,
passando pelos pulmões, coração e parênquima hepático e desenvolvem-se transformando-se
em vermes. Seis semanas depois os vermes sexualmente maduros (adultos) migram para
locais anatómicos específicos: veias mesentéricas no caso do S. mansoni e veias vesicais no
caso de S. haematobium, onde acasalam sexualmente. Após acasalamento, as fêmeas grávidas
seguem contra a corrente sanguínea venosa até atingirem os pequenos vasos tributários, onde
depositam os seus ovos no espaço intravascular. Metades dos ovos têm acesso ao lúmen
intestinal ou vesical (dependendo da espécie) e são eliminados. ( ARROZ, J. et all. 2013)
O verme no sistema venoso e seus ovos constituem fonte constante de estímulo antigénico,
resultando na produção de anticorpos específicos IgM, IgG e IgE. Os ovos (no fígado,
intestino, bexiga ou outro órgão) desencadeiam a formação de granulomas ao seu redor,
contribuindo para ocorrência de fenómenos obstrutivos.
Tanto na infeccção por S. mansoni como por S. haematobium, nos pulmões os ovos
produzem:
Portanto, quanto maior for a exposição a infecção, maior será o risco de desenvolvimento de
doença severa por reacções granulomatosas e suas consequências (obstrução) inicialmente, e
posteriormente pela diminuição da imunidade humoral e celular.
Dermatite Cercária
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É uma síndrome febril que aparece cerca de 4 a 8 semanas após invasão da pele e
ocorre tanto na infeccção por S. mansoni como por S. haematobium.
Caracterizada por febre, mal-estar, mialgia, urticária, diarreia (por vezes
sanguinolenta), tosse seca, linfadenopatia generalizada e hepatoesplenomegália.
Schistosomíase Crónica
Doença hepato-esplénica:
Doença genito-urinária
Doença intestinal
Doença pulmonar (Cor pulmonale)
Complicações
Carcinoma da bexiga
Hipertensão porta e consequente hemorragia digestiva
Hipertensão pulmonar: Cor pulmonar
O hemograma pode revelar eosinofilia e anemia ligeira. Pode haver pancitopénia nas
fases avançadas da forma hepato-esplénica.
O exame de urina e fezes a fresco pode mostrar os ovos espiculados do helminto:
espícula lateral na S. mansoni e espícula terminal na S. haematobium. A hematúria
pode ser evidente (macroscópica) ou microscópica.
A bioquímica auxilia no diagnóstico das complicações: a ureia e creatinia estarão
aumentadas no caso de haver uma insuficiência renal, e geralmente na forma hepática,
os níveis das enzimas hepáticas estão normais (a fibrose é peri-portal e não afecta os
hepatócitos).
Diagnóstico Diferencial
Formas agudas:
Malária
Febre tifóide, incluindo a salmonelose septicémica prolongada
Infecção por enterobactérias
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Schistosomíase genito-urinária
Outras cistites (bacterianas, fúngicas)
Tuberculose vesical
Cálculos vesicais
Neoplasias
Schistosomíase hepato-esplénica
Insuficiência cardíaca
Cirrose causada pela hepatite viral ou álcool
Abcesso hepático
TB abdominal
Carcinoma hepático
Obstrução da veia hepática (síndrome de Budd-Chiari)
Schsitosomíase Intestinal
Outras infecções intestinais (TB intestinal, amebíase, disenteria bacilar)
Diverticulite
Pólipos intestinais
Carcinoma do cólon
Doença de Crohn
Doença Pulmonar
Insuficiência cardíaca
Outras causas de cor pulmonale
Conduta
Tratamento Medicamentoso:
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Efeitos secundários: desconforto abdominal, náuseas, cefaleia, vertigem e
sonolência.
Precauções: evitar usar durante a gravidez. Avaliar o risco benefício antes de
iniciar o tratamento.
3. Conclusão
A Lepra é uma doença infecciosa de carácter crónico, causada pelo Bacilo de Hansen
(Mycobacterium leprae), que afecta principalmente a pele, nervos periféricos e olhos. O
diagnóstico da Lepra é essencialmente clínico (sinais cardinais) e epidemiológico
O tratamento da Lepra depende do tipo de lepra, sendo que a lepra PB é tratada com
Rifampicina e Dapsona por 6 meses completos, e a forma MB é tratada com Rifampicina,
Dapsona e Clofazimina por 12 meses completos.
As reacções são respostas inflamatórias agudas aos bacilos de Hansen e podem aparecer em
20 a 30% dos pacientes de Lepra antes do diagnóstico, durante o diagnóstico, durante o TMA
ou após concluir o TMA.
A Schistosomíase é uma parasitose helmíntica, geralmente com carácter crónico que infecta
os seres humanos, causada pelo tremátodo do género Schistossoma.
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4. Referências bibliográficas
ARROZ, J. et all. (2013). Disciplina de doenças infecciosas: Lepra e Schistossomiase. ( pp.
162-185)
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