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This interpretation corresponds to Kant’s position that a deduction of the moral law is not only
unnecessary, but impossible.
Revista Outras Palavras, volume 13, número 1, ano 2017, p.44
mas não suficientes de uma ética filosófica. Sem a prova de que o
objeto comum das três peças da teoria, a moralidade, efetivamente
existe, Kant não alcança sua meta, a superação de ceticismo ético.
Este só se deixa refutar a partir do momento em que a moralidade
em última análise não depender de ilusões pessoais, específicas de
grupos, epocais ou específicas de gêneros, mas se prova como
efetivamente existente, como um factum. (Höffe, 2005, p.222,
destaquei).
Para Rawls, o Imperativo Categórico deve satisfazer a quatro condições,
entre as quais o Fato da Razão faz parte da terceira condição, (Rawls, p. 292)
1. Primeira Condição, Condição de Conteúdo: Não deve ser meramente
formal, mas deve ter estrutura suficiente para especificar exigências sobre
a deliberação moral, de modo que uma quantidade adequada de máximas
se mostrem próprias ou impróprias para se tornarem leis universais;
2. Segunda Condição, Condição de Liberdade: Deve apresentar a lei
moral como um princípio de autonomia, de maneira que, a partir da nossa
consciência dessa lei como supremamente obrigatória para nós (pessoas
razoáveis), nos seja possível reconhecer que podemos agir segundo o
princípio da autonomia como um princípio da razão;
3. Condição do Fato da Razão: Nossa consciência da lei moral como
supremamente obrigatória para nós, pessoas razoáveis e racionais, deve
ser encontrada em nosso pensamento, sentimento e juízo morais
cotidianos; e a lei moral deve ser ao menos implicitamente reconhecida
como tal pela razão humana comum;
4. Condição de Motivação: nossa consciência da lei moral como
supremamente obrigatória para nós deve ser tão profundamente
enraizada em nossa pessoa como razoável e racional, que essa lei por si
mesma, quando plenamente conhecida e compreendida, possa ser um
motivo suficiente para agirmos segundo ela, sejam quais forem nossos
desejos naturais.
Vimos então, que o importante é a concretização da moralidade na mente do
sujeito, ou seja, a certeza da existência da lei moral, e é isso que Kant tenta provar
por meio do Fato da Razão estudado em sua segunda crítica. A impossibilidade de
se provar a existência da lei moral jogaria por terra todas essas preocupações com o
estudo da ética e da moral.