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HIDROCEFALIA NA SALA DE URGÊNCIA


NICOLLAS NUNES RABELO
GABRIEL FELIPE OLIVEIRA
LUIZ HENRIQUE SANTOS FERREIRA
NEIFFER NUNES RABELO
FERNANDO SABIA TALLO

■ INTRODUÇÃO
A hidrocefalia (HDC) consiste no aumento anormal do líquido cefalorraquiano (LCR). A
HDC tem uma incidência maior em crianças, podendo também acometer adultos, já
que diversos fatores podem interferir no equilíbrio do liquor.1,2 Ela tem uma
prevalência estimada de 1 a 1,5%. A incidência de HDC congênita é de 0,9 a 1,8 em
mil nascimentos.1
No decorrer da história, há relatos que comprovam que a HDC não é uma doença
recente. Existem referências já na era hipocrática (468–377 a.C.), sendo que um dos
primeiros conceitos, existente até hoje, foi descrito por Vesalius no século XVI,
relatando a HDC como o acúmulo anormal de líquido nas cavidades ventriculares.3 A
partir disso, com o conhecimento aprofundado da anatomia e fisiologia humana, foi
possível conhecer a fisiopatologia em torno da doença.
A HDC ocorre com o aumento anormal de LCR nos ventrículos cerebrais.1 Para isso, é
necessário que o acúmulo de líquido seja capaz de exercer uma força oposta e maior à
resistência tecidual do cérebro que promova alterações estruturais naquele local. Isto
é, a pressão liquórica acima do tecido promove uma deformação das estruturas
adjacentes, resultando na dilatação dos ventrículos e espaços subaracnóideos.2
Portanto, a HDC não consiste apenas no déficit entre produção, reabsorção e
circulação, mas depende do estado do parênquima cerebral. Essa quebra da
resistência tecidual, de acordo com a localização, promove a clínica característica da
doença.4

■ OBJETIVOS
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
 
caracterizar o LCR;
descrever a função e a formação do LCR;
conceituar a HDC;
󰍜 revisar as classificações da HDC; 󰐌 O Secad está de cara nova! 󰘥 EB

verificar como se origina a HDC;


avaliar os possíveis fatores causais da HDC;
identificar a clínica e os meios diagnósticos da HDC;
realizar o manejo da HDC.

■ ESQUEMA CONCEITUAL
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■ ETIOLOGIA
3
De acordo com a etiologia, é possível diferenciar a HDC em alguns tipos,
apresentando dez categorias, com 54 subtipos (Quadro 1).
Quadro 1
CLASSIFICAÇÃO MULTICATEGÓRICA DA HIDROCEFALIA SEGUNDO OI 5

Início Disgenesia
Pós-hemorrágica
Pós-meningite
Pós-traumática
Lesão expansiva
Outras

Causas Primária
Secundária
Idiopática
Lesões subjacentes Congênita
󰍜 Adquirida
Fetal󰐌
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Neonatal
Infantil
Criança
Adulto

Pós-ventriculostomia endoscópica TVE dependente


󰓒 󰓒 󰓒 󰓒 󰓒 TVE
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independente
artigo Aa

Pós-derivação Depende de derivação


Independe de derivação
Síndrome de ventrículo em fenda
Hematoma subdural pós-derivação

Sintomatologia Macrocefalia
Normocefalia
Microcefalia
Oculta
Sintomática
Evidente
Comatoso
Estupor
Demência
Retardo mental
Sindrômico
HDC-Parksonismo
Outros

Cronologia Aguda
Crônica
Longa evolução
Progressiva
Compensada

Fisiologia Dinâmica liquórica


Comunicante
Não comunicante
Obstrutiva
Externa
Interna
Localizada
Intersticial
Compartimento isolado
Dinâmica de pressão
Alta pressão
Pressão normal

Outros Outros ou combinações de vários subtipos

TVE: terceiro-ventriculostomia endoscópica; HDC: hidrocefalia.


Fonte: Adaptado de Dake e Sainte-Rose (1995)..6
As classificações da HDC entram em grupos, sendo subclassificados por:3
 
início (congênito, adquirido e adulto);
causas (primária e secundária);
fisiopatologia (comunicante e não comunicante, interna e externa);
󰍜 cronologia (aguda e crônica, compensada e󰐌
O Secad está de cara nova!
descompensada). 󰘥 EB

O Quadro 2 apresenta a classificação funcional da HDC.


Quadro 2
CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DA HIDROCEFALIA

󰓒 Classificações
󰓒 󰓒 󰓒 󰓒Etiologia
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HDC primária Idiopática.

HDC Originada por alguma outra patologia.


secundária

HDC aguda Quadro resultante de qualquer situação que promova um


distúrbio das condições homeostáticas do LCR.

HDC crônica Sua incidência tem relação com o aumento da idade.


Tem por característica a dilatação ventricular sem aumentos
significativos na PIC.
Por ser crônica, há uma série de acometimentos característicos,
como a erosão da sela túrcica e a atrofia do corpo caloso, por
exemplo.

HDC Estado crônico de equilíbrio entre a pressão do liquor


compensada ventricular, as resistências oferecidas pelo tecido cerebral e as
estruturas ósseas.

HDC Alterações na hidrodinâmica do parênquima cerebral e do LCR


descompensada que mudam o estado de equilíbrio.
Essa situação geralmente ocorre por alguma patologia
secundária que altera o quadro compensatório.

HDC obstrutiva Obstrução física do fluxo do LCR ao longo do percurso entre


(não formação e absorção.
comunicante)

HDC não Pode ser idiopática ou secundária a outras doenças.


obstrutiva Possui déficit de absorção do LCR.
(comunicante)

HDC interna Acontece dentro do sistema ventricular.

HDC externa Quadro geralmente autolimitado.


Acontece fora dos ventrículos, sendo característica a dilatação
dos espaços subaracnóideos acima dos sulcos corticais dos
polos frontais.
Desse modo, pode não ocorrer dilatação ventricular, ocorrendo,
assim, o sinal da veia cortical, comprimindo o espaço
subaracnóideo.

HDC: hidrocefalia; LCR: líquido cefalorraquiano; PIC: pressão intracraniana.


Fonte: Adaptado de Greenberg (2016).1
Ao se falar no déficit de reabsorção, há uma subdivisão funcional, classificando a HDC
1
󰍜 em obstrutiva ou não comunicante e não obstrutiva ou comunicante (ver Quadro 2).
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HIDROCEFALIA NÃO COMUNICANTE E COMUNICANTE

A HDC obstrutiva não comunicante é caracterizada pela presença de um


4
impedimento da passagem do liquor entre os ventrículos.
󰓒 󰓒 󰓒 󰓒 󰓒 Busque dentro do artigo 󰍉 Aa

O Quadro 3 apresenta as regiões de obstrução na HDC.


Quadro 3
REGIÕES DE OBSTRUÇÃO

Forame Há dilatação do ventrículo lateral correspondente.


interventricular

Aqueduto cerebral Há dilatação do terceiro ventrículo e dos ventrículos


laterais.

Aberturas mediana e Há dilatação de todo o sistema ventricular.


laterais do quarto
ventrículo

Incisura da tenda Ocorre a obstrução do LCR do compartimento


infratentorial para o supratentorial, além da dilatação de
todo o sistema ventricular.

LCR: líquido cefalorraquiano.


Fonte: Adaptado de Machado (1993).4
Um exemplo de HDC obstrutiva não comunicante é uma obstrução no aqueduto
cerebral que impeça a passagem do LCR, repercutindo em aumento da pressão
4
intracraniana (PIC), dilatação ventricular e aumento do perímetro cefálico (Figura 1).

LCR: líquido cefalorraquiano; PIC: pressão intracraniana.


Figura 1 — Fisiopatologia da HDC obstrutiva.
󰍜 Fonte: Adaptada de Greenberg (2016).1 O Secad está de cara nova!
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A HDC não obstrutiva ou comunicante — ao contrário da HDC obstrutiva não


comunicante — não é resultado de obstrução, mas de um defeito na reabsorção do
LCR devido a processos patológicos dos plexos coroides, granulações aracnóideas e
4
seios da dura-máter.
󰓒 Dessa
󰓒 󰓒 󰓒o liquor
forma, 󰓒 Busque dentro
continua normalmente,󰍉
do artigo
entrando Aamecanismos de
porém os
absorção não exercem sua função. Assim, há o aumento da quantidade liquórica e
ocorrem o aumento da PIC e a dilatação ventricular.

Deve-se dar atenção à HDC por produção excessiva de liquor.

A produção excessiva de liquor na HDC não é comum e pode acontecer em casos de


papilomas do plexo coroide, por exemplo. Porém, ainda deve existir o déficit na
1
reabsorção para que ocorra a HDC (Figura 2).

LCR: líquido cefalorraquiano; PIC: pressão intracraniana.


Figura 2 — Fisiopatologia da HDC por produção excessiva.
Fonte: Adaptada de Greenberg (2016).1

HIDROCEFALIA CRÔNICA
O processo de cronificação da HDC passa a ser uma condição bem complexa que
aumenta sua incidência com o decorrer da idade. Tem como característica principal o
alargamento ventricular com o aumento da PIC.7
Nas crianças, a HDC pode originar-se do desequilíbrio de uma HDC compensada. Já
em adultos, pode ser ocasionada por uma HDC secundária, como nos casos de
meningite hemorrágica subaracnoideia. Nos EUA, cerca de 50% dos 80 mil
diagnósticos anuais em adultos cronificam, tendo como causas principais a
7
hipertensão arterial sistêmica (HAS), os traumas e as meningites.
A idade avançada, as doenças cerebrovasculares e a descompensação de uma HDC
compensada são os principais fatores que alteram a hidrodinâmica do parênquima
󰍜 󰐌 O Secad está de cara nova!
cerebral, contribuindo para o surgimento de ventriculomegalia.7 󰘥 EB

Em geral, a idade avançada já é um fator preponderante para o início de estados


descompensados, consequência de alterações vasculares que ocorrem durante os
7
anos. Isso promove a alteração das vias de absorção e seus trajetos. Algumas
características permitem a diferenciação da HDC crônica para a aguda (Quadro 4).
Quadro 4
󰓒 󰓒 󰓒 󰓒 󰓒 Busque dentro do artigo 󰍉 Aa
CARACTERÍSTICAS INDICATIVAS DE HIDROCEFALIA CRÔNICA

Erosão da sela túrcica, podendo resultar em sela vazia ou erosão em dorso da


pele.
Diminuição dos cornos temporais e atrofia do corpo caloso.
Crânio como cobre batido (aspecto de prata batida) à radiografia plana.
Não se correlaciona com HIC.
Aumento craniano.
Podem ocorrer lentidão no fechamento das fontanelas, atraso no
desenvolvimento e diástase sutural em crianças.
Na TC ou RM, é visível a herniação do terceiro ventrículo na sela túrcica.

HIC: hipertensão intracraniana; TC: tomografia computadorizada; RM: ressonância


magnética.
Fonte: Adaptado de Greenberg (2016).1

HIDROCEFALIA COMPENSADA
Na HDC compensada, não há evolução do quadro e nem sequelas deletérias que
demandem a presença de derivações de LCR.1 Em geral, o indivíduo compensado
apresenta macrocefalia discreta e uma pequena deficiência cognitiva.2 Desse modo,
o tamanho ventricular é próximo ao normal, com uma curva de crescimento craniano
quase imperceptível, sendo, muitas vezes, diagnosticado na investigação de outras
doenças.1,2

Na HDC compensada, o paciente geralmente procura o médico com a aparição


de alguns sintomas, que podem ser sugestíveis de descompensação, como
cefaleias, vômitos, ataxia e sintomas visuais, característicos de hipertensão
intracraniana (HIC).1

Ao se falar de independência de derivação, algumas literaturas referem que é mais


frequente quando a HDC é causada por um bloqueio nas granulações aracnóideas,
1
porém outras relatam ocorrer independentemente da etiologia. No entanto, o uso de
derivações propiciou melhora sintomatológica, pois, a partir disso, permite a
possibilidade de uma intervenção cirúrgica bem-sucedida, já que leva a compensar o
paciente.2

HIDROCEFALIA POR ISOLAMENTO DO QUARTO VENTRÍCULO


Esse tipo de HDC acontece quando o quarto ventrículo não se comunica através do
aqueduto de Sylivius com o terceiro ventrículo, nem com as cisternas basais através
1
dos forames de Luschka ou de Magendie. Esse quadro é observado nos desvios
crônicos dos ventrículos laterais, como na HDC pós-infecciosa (fúngica) ou em
infecções repetidas nos desvios.5
Com o isolamento do quarto ventrículo das outras cavidades, há o acúmulo de liquor e
consequentemente a dilatação ventricular, o que provoca a sintomatologia semelhante
󰍜 a um tumor no ventrículo (Quadro 5).
8 󰐌 O Secad está de cara nova! 󰘥 EB

A HDC por isolamento do quarto ventrículo ocorre em 2 a 3% das pessoas submetidas


a derivações, podendo ser causada também por malformação de Dandy Walker, caso
haja obstrução do aqueduto.1
Quadro 5

󰓒 󰓒 󰓒 󰓒
SINTOMAS 󰓒 Busque dentro
DA HIDROCEFALIA POR ISOLAMENTO
do artigo DO󰍉
QUARTOAa
VENTRÍCULO

Cefaleias (muito comum).


Dificuldade de deglutição (acometimento do nervo craniano inferior).
Diminuição do nível de consciência e atenção.
Náuseas e vômitos.
Ataxia.
Paralisia do nervo abducente (compressão das estruturas associadas).

Fonte: Adaptado de Greenberg (2016).1


 

ATIVIDADES
1. A HDC obstrutiva (não comunicante) é causada por uma obstrução física do
fluxo de LCR ao longo do percurso entre formação e absorção. Observe as
afirmativas sobre a HDC não comunicante.
I — Quando acomete o aqueduto cerebral, há dilatação do terceiro ventrículo e
dos ventrículos laterais.
II — No acometimento do forame interventricular, há dilatação do ventrículo
lateral correspondente.
III — Na incisura da tenda, ocorre a obstrução do LCR do compartimento
infratentorial para o supratentorial, além de dilatação de todo o sistema
ventricular.
IV — Pode ocorrer o acometimento do forame interventricular, em que há
constrição do ventrículo lateral correspondente.
Quais estão corretas?
 
A) Apenas a I, a II e a III.
B) Apenas a II, a III e a IV.
C) Apenas a II e a III.
D) Apenas a III e a IV.
Confira aqui a resposta
 
2. Observe as afirmativas sobre a HDC crônica.
I — A lentidão no fechamento das fontanelas, o atraso no desenvolvimento e a
diástase de suturas são indicativos de HDC crônica.
II — A HDC crônica diminui sua incidência com o aumento da idade, já que esse
fator promove alterações das vias de absorção liquórica.
III — A HDC crônica nos adultos pode ter como causa secundária a meningite
hemorrágica subaracnoideia.
IV — É possível identificar a presença de herniação do terceiro ventrículo na RM
e TC craniana.
Quais estão corretas?
 
A) Apenas a I, a II e a III.
󰍜 B) Apenas a II, a III e a IV.
C) Apenas a II e a III.
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D) Apenas a I, a III e a IV.


Confira aqui a resposta
 
3. Com relação à classificação funcional da HDC, assinale V (verdadeiro) ou F
(falso).
󰓒 󰓒 (  )󰓒 󰓒 aguda
A HDC 󰓒 é idiopática.
Busque dentro do artigo 󰍉 Aa
(  ) A HDC compensada é o estado crônico de equilíbrio entre a pressão do liquor
ventricular, as resistências oferecidas pelo tecido cerebral e as estruturas
ósseas.
(  ) A HDC interna pode ser idiopática ou secundária a outras doenças.
(  ) A HDC externa acontece fora dos ventrículos, sendo característica a dilatação
dos espaços subaracnóideos acima dos sulcos corticais dos polos frontais.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
 
A) V — F — V — F
B) F — V — F — V
C) F — F — V — V
D) V — V — F — F
Confira aqui a resposta
 

HIDROCEFALIA EXTERNA
A HDC externa é conhecida como HDC externa benigna, sendo considerada uma
variação da HDC comunicante. Possui uma etiologia pouco explicada, mas sabe-se
que há um defeito na reabsorção do LCR. Esse déficit na reabsorção promove a
dilatação dos espaços subaracnóideos acima dos sulcos corticais frontais, isso no
1
primeiro ano de vida.
A dilatação explica o aumento da circunferência craniana, porém não é obrigatório
esse aumento para classificar como HDC externa. Essa compressão pode levar a um
retardo das habilidades motoras devido à pressão acima dos tecidos adjacentes. Na
1
maior parte, possui resolução espontânea, antes dos 2 anos de idade.
O sinal da veia cortical, próprio desse grupo, distingue a HDC externa do hematoma
subdural. A diferença é demonstrada nos exames de imagem, como na TC, em que há
compressão do espaço subaracnóideo, o que não é verificado no hematoma subdural.
1
Essa dilatação pode levar a convulsões, cefaleia e vômitos.

Deve-se atentar aos casos de lesões no diagnóstico de HDC externa,


principalmente se acompanhada de coleções sanguinolentas, pois podem ser
resultado de abuso na infância.1

HIDROCEFALIA NA INFÂNCIA
Os quadros de HDC são bem mais comuns na infância quando comparados com
adultos, sendo que o mecanismo de desenvolvimento da patologia é resultado
comumente de problemas na absorção e produção do LCR. Os sinais e sintomas
clínicos, em geral, desenrolam-se nas primeiras semanas de vida, mas pode haver
󰍜 󰐌primeira
casos de HDC congênita tardia no decorrer da
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década de vida.1,2 󰘥 EB

Classificação
A HDC, na infância, pode ser classificada em congênita e adquirida, podendo ser
comunicante, não comunicante ou ex-vácuo (causada por lesão cerebral vinda de
isquemia ou trauma).1,2
󰓒 󰓒 󰓒 󰓒 󰓒 Busque dentro do artigo 󰍉 Aa

A HDC congênita define-se pela carga genética recebida, que repercute em


algum defeito, ou a partir da influência do ambiente, que acaba sendo
predisponente para que a patologia aconteça. As infecções congênitas — como
a toxoplasmose, a sífilis, o citomegalovírus e a rubéola — também podem levar a
1,2
esse quadro.

Já a forma de HDC adquirida é resultado direto de algum acometimento externo, ou


seja, alguma disfunção que acometa os mecanismos de absorção ou produção do
LCR.1,2
O Quadro 6 apresenta as principais causas de HDC na infância.
Quadro 6
PRINCIPAIS CAUSAS CONGÊNITAS, ADQUIRIDAS E SECUNDÁRIAS DE
HIDROCEFALIA NA INFÂNCIA

Congênitas Estenose de aqueduto


  Espinha bífida
Malformação de Arnold-Chiari
Síndrome de Dandy-Walker
Encefaloceles

Adquiridas Meningite
  Hemorragia intraventricular
Traumatismo craniano
Cisticercose

Secundárias Massas
  Não neoplásicas: malformação vascular
Neoplásicas: tumores aquedutais, tumor de hipófise, cisto coloide
Pós-cirúrgico
Neurossarcoidose

Fonte: Adaptado de Greenberg (2016).1

HIDROCEFALIA INTRAÚTERO

O diagnóstico precoce tem muita importância nos casos de HDC intraútero. O


uso de ultrassonografia (USG) gestacional é um grande aliado no diagnóstico
2
precoce para um tratamento cirúrgico, prevenindo complicações.

HIDROCEFALIA DE PRESSÃO NORMAL


A hidrocefalia de pressão normal (HPN), também conhecida como síndrome de
󰍜 󰐌 O Secad
Adams, é caracterizada pela dilatação ventricular semestá
quedeocorra
pressão liquórica, mantendo-se em níveis normais ou inferiores.
1 󰘥
o aumento da
cara nova! EB

Ao exame de imagem da HPN, observa-se que não há bloqueio, demonstrando a


1
forma comunicante da HDC. No entanto, o mecanismo básico seria um problema na
reabsorção do LCR, que estaria diminuída ou interrompida.2
󰓒 A󰓒
HPN󰓒frequentemente
󰓒 󰓒 Busque dentro docom
é confundida 󰍉 promovam
artigodoenças que Aa deterioração
cerebral e sintomas psiquiátricos, entretanto, seus sintomas podem ser tratados. Cabe
lembrar que a não intervenção na evolução da doença pode promover prejuízo à
saúde do paciente. A incidência anual está em 5,5 a cada cem mil pessoas, sendo mais
prevalente em indivíduos do sexo masculino.1

Classificação
A HPN é classificada em dois grupos: idiopática e secundária. A forma idiopática não
tem uma origem conhecida ou específica. Ela tem maior incidência em comparação
com as de causas secundárias.1

A forma idiopática pode ser confundida com o Parkinson devido à clínica semelhante,
como tremores, desorganização do pensamento, lentificação, perda do equilíbrio,
dificuldades motoras, vertigem, bradicinesia e perda do controle urinário. A evolução
promove a perda da autonomia do paciente, levando-o a ficar cada vez mais acamado
2
e dependente, tornando-o suscetível a sintomas depressivos.

A HPN secundária caracteriza-se por estados demenciais que surgem como


resultados de acidentes hemorrágicos, traumatismos craniencefálicos,
1,2
meningite, neoplasias, doença de Alzheimer e estenose de aqueduto.

Na HPN secundária, existem variações nos índices pressóricos, que resultam no maior
desgaste do quadro clínico, motivado pela instabilidade da PIC. Dessa forma, prejudica
a recuperação do paciente, o que torna o quadro progressivo.

■ FISIOPATOLOGIA
A HDC resulta da disfunção de mecanismos fisiológicos do liquor que levam à sua
circulação normal. As alterações na formação, circulação ou reabsorção interferem no
equilíbrio da pressão craniana, promovendo danos ao tecido cerebral. Antes de
elucidar sobre os tipos de HDC, é preciso entender a organização envolvendo o LCR
1
no cérebro.

LEMBRAR
O LCR tem a função de amortecer choques mecânicos ao fazer o sistema
nervoso central (SNC) ficar totalmente submerso nesse fluido, permitindo que
qualquer pressão ou choque exercido em um ponto seja distribuído, de forma
4
igual, por todos os outros.

O LCR é produzido de duas formas: pelo plexo coroide do quarto ventrículo e


ventrículos laterais. Cerca de 80% dessa produção são feitos nos plexos coroides,
localizados em ambos os ventrículos laterais (direito e esquerdo) e no quarto
ventrículo, sendo que 95% desse LCR são produzidos nos ventrículos laterais. O
restante da produção ocorre no espaço intersticial e no epitélio ependimário dos
󰍜 ventrículos.9 󰐌 O Secad está de cara nova! 󰘥 EB

Na coluna vertebral, o LCR é produzido primeiramente nas raízes nervosas da dura-


1
máter. A formação envolve a filtração passiva do sangue circulante no endotélio
capilar do plexo coroide, seguida de uma secreção pelas células ependimárias nos
ventrículos. Em geral, são produzidos cerca de 500mL/dia, sendo que o volume
10
liquórico total é de 120mL a 150mL.
󰓒 A󰓒 󰓒 󰓒liquórica
circulação 󰓒 Busque dentro do artigo 󰍉laterais, passando para o
(Figura 3) começa nos ventrículos
Aa

terceiro ventrículo através do forame de Monro, em que é acrescentada uma pequena


quantidade de volume. Após passar pelo aqueduto de Sylvius, chega ao quarto
ventrículo, aumentando o LCR disponível. Em seguida, o liquor sai do quarto
ventrículo através dos forames laterais de Luschka e do forame medial de Magendie,
11
atingindo a cisterna magna.

Figura 3 — Anatomia da circulação liquórica.


Fonte: Netter (2000).12

Seguido da cisterna magna, o espaço subaracnóideo espinhal e cervical, que contorna


o tecido nervoso, recebe grande quantidade do LCR. Nele, o liquor passa por
granulações chamadas de vilosidades aracnoides, que cercam principalmente o eixo
sagital superior. O liquor que vai para a medula é reabsorvido pelas vilosidades
presentes nas raízes dos nervos espinhais. Por fim, o destino final é a circulação
venosa.13
O liquor tem uma característica pulsátil. Tal particularidade é dependente da
14
󰍜 hemodinâmica arterial do plexo coroide.
󰐌 Conforme
ocorrem, o liquor circulante sai do forame magno
O Secad está de cara nova!󰘥
os batimentos cardíacos
e adentra o espaço subaracnóideo
EB

da coluna vertebral, retornando para o crânio. De modo igual, o liquor percorre o


espaço subaracnóideo intracraniano até o parênquima, sendo absorvido
5
posteriormente e caindo na circulação sistêmica.
As causas de HDC associam-se a alterações na funcionalidade da circulação
8
liquórica. Essas alterações vão desde a secreção do liquor no papiloma do plexo
󰓒 󰓒 󰓒passando
coroide, 󰓒 󰓒 pela circulação pelosdo
Busque dentro ventrículos,
artigo como󰍉
em estenoses
Aa de aqueduto
ou malformações genéticas, até a reabsorção pelas granulações aracnóideas e
integração à circulação sistêmica pelos seios venosos, como, por exemplo, na aplasia
3,5
congênita de granulações aracnóideas.
Essas modificações promovem a alteração na quantidade de liquor, levando ao
aumento da PIC, causando danos.15 Em geral, a PIC varia de 8 a 10mmHg em
lactantes. Os valores menores do que 15mmHg são normais em crianças maiores e
adultos, sendo considerada um valor de alarme a PIC acima de 20mmHg persistente
por mais de 20 minutos.16

■ MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
O quadro clínico da HDC modifica-se com a faixa etária, o tempo de acometimento,
3
os valores de PIC e, sobretudo, a causa primária da doença. Nos casos de HDC na
infância, são achados comuns em neonatos alguns sintomas, como irritabilidade,
3
letargia, vômitos e aumento rápido do perímetro cefálico (Quadro 7).
Quadro 7
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA HIDROCEFALIA EM CRIANÇAS ATÉ 2 ANOS

Aumento do crânio maior do que o aumento da face


Alteração do perímetro cefálico
Fontanela cheia e abaulada
Irritabilidade
Sinal de Macewen
Paralisia do nervo abducente
Sinal do sol poente
Hiper-reflexia
Alteração na respiração

Fonte: Adaptado de Greenberg (2016).1


As lesões se tornam expansivas na região posterior, as quais levam à compressão
dessa porção do cérebro, resultando na manifestação de problemas respiratórios e
3
bradicardia.
A Figura 4 mostra um paciente com HDC com sinal do sol poente.

+
󰍜 󰐌 O Secad está de cara nova! 󰘥 EB

󰓒 󰓒 󰓒 󰓒 󰓒 Busque dentro do artigo 󰍉 Aa

Figura 4 — Sinal do sol poente na HDC.


Fonte: Pereira e colaboradores (2012).17

Após os 2 anos de idade, é possível diferenciar as HDCs de evolução aguda e crônica.


A forma aguda desenvolve-se de forma rápida e progressiva, sendo comum apresentar
cefaleia, vômitos, manifestações visuais, quadros convulsivos, edema de papila
3
(Figuras 5A e B) e alteração do nível de consciência.

Figura 5 — Retinografia com discos ópticos de limites nítidos no olho direito (A) e
barramento dos bordos do disco óptico no olho esquerdo (B).
Fonte: Portes e colaboradores (2009).18

Já as formas crônicas de HDC caracterizam-se por atraso no desenvolvimento


neuropsicomotor, alterações comportamentais, comprometimento da marcha, cefaleia
esporádica de evolução lenta e progressiva, tornando-se mais frequente com o tempo,
e vômitos matinais. Com a evolução dos sintomas, é possível que haja
comprometimento permanente de alguns sistemas, como a cegueira irreversível, além
de importante prejuízo no desenvolvimento neurológico.3
󰍜 󰐌 O Secad está de cara nova! 󰘥 EB

A HPN possui uma tríade clássica de sinais: ataxia, demência e incontinência


urinária. Na marcha, os pacientes sentem-se presos ao chão, com passos
arrastados, sinal conhecido como andar magnético. Além disso, o desequilíbrio e
1,2
os pés espalhados também são distúrbios encontrados.

󰓒 A󰓒demência,
󰓒 󰓒que󰓒pode Busque
ser progressiva, consiste
dentro do artigo em 󰍉lentidão dos
Aa pensamentos,
pensamentos embaralhados, dificuldade para guardar informações, além de
bradifrenia e bradicinesia. Com a evolução da doença, podem ser notados transtorno
bipolar, depressão e agressividade.1,2 Para fechar a tríade, a incontinência urinária
inconsciente faz os pacientes ficarem cada vez mais reclusos por perderem o controle
1
esfincteriano.
É importante salientar que essa tríade clássica não é patognomônica de HPN. Dessa
maneira, os possíveis diagnósticos — como demência vascular, Parkinson e Alzheimer
2
— podem ser considerados.
 

ATIVIDADES

4. Explique, de forma simplificada, a circulação liquórica.


Confira aqui a resposta
 
5. Observe as alternativas sobre os sintomas característicos da HDC infantil
crônica.
I — Atraso no desenvolvimento neuropsicomotor.
II — Edema de papila.
III — Comprometimento da marcha.
IV — Alterações comportamentais.
Quais estão corretas?
 
A) Apenas a I, a II e a III.
B) Apenas a III e a IV.
C) Apenas a II e a III.
D) Apenas a I, a III e a IV.
Confira aqui a resposta
 
6. Explique a fisiopatologia da HDC.
Confira aqui a resposta
 
7. Sobre as características indicativas de HDC crônica, assinale a alternativa
correta.
A) Originada por alguma outra patologia.
B) Paralisia do nervo abducente.
C) Congestão venosa do couro cabeludo.
D) Crânio como cobre batido (aspecto de prata batida) à radiografia plana.
Confira aqui a resposta
 
8. Descreva os sintomas associados à HDC na infância.
Confira aqui a resposta
 
󰍜 󰐌 O Secad está de cara nova! 󰘥 EB

■ DIAGNÓSTICO

Para o diagnóstico de HDC, é necessário considerar as diferentes clínicas


apresentadas para cada tipo existente. Além disso, devem ser utilizados como
󰓒 󰓒 󰓒 󰓒para
suporte 󰓒 o diagnóstico
Busque dentro
osdoexames 󰍉 como
artigo de imagem, Aa a tomografia
computadorizada (TC) e a ressonância magnética (RM), já que apresentam
1
grande precisão na identificação de alterações dessa doença. A USG também
19
pode ser utilizada.

A USG é mais aplicada no período pré-natal, pela possibilidade de identificar a HDC


19
intrauterina. São utilizadas:
 
relação entre ventrículos laterais e hemisfério cerebral correspondente, sendo
indicativo de alteração o valor superior a 0,45 até a vigésima semana e 0,35 após
essa data;
medida do átrio dos ventrículos laterais (os valores maiores do que 10mm em
qualquer idade gestacional são indícios de anormalidade);
dilatação do terceiro e quarto ventrículos.
Na TC ou RM, é possível identificar um aumento dos cornos temporais (maior do que
2mm). As fissuras silviana e inter-hemisférica e os sulcos cerebrais não são visíveis. Os
cornos frontais (em inglês, frontal horn [FH]) e os ventrículos laterais e/ou terceiro
ventrículo encontram-se abaulados. É importante guardar a relação entre a largura
máxima entre FH e diâmetro interno (em inglês, internal diameter [ID]) da parede
interna, sendo que um resultado (FH/ID) maior do que 5mm é sugestivo de HDC
1
(Figura 6).

ID: diâmetro interno (em inglês, internal diameter); FH: cornos frontais
(em inglês, frontal horn); BPD: diâmetro biparietal (em inglês, biparietal
diameter); OH: Cornos occipitais (em inglês, occipital horns); TH:
cornos temporais (em inglês, temporal horns).
Figura 6 — Medidas dos ventrículos em TC e RM.
󰍜 Fonte: Greenberg (2016).1 󰐌 O Secad está de cara nova! 󰘥 EB

A HPN possui algumas especificidades com relação aos critérios de diagnóstico


(Quadro 8).1
Quadro 8
DIRETRIZES DIAGNÓSTICAS DE HIDROCEFALIA DE PRESSÃO NORMAL
󰓒 󰓒 󰓒 󰓒 󰓒 Busque dentro do artigo 󰍉 Aa
História Início insidioso.
clínica Idade de início ≥40 anos.
Duração ≥3 a 6 meses.
Sem antecedentes de causas conhecidas de HDC secundária.
Evolução temporal.
Sintomas não explicados por outras doenças neurológicas.

Exames de Aumento ventricular não atribuído à atrofia cerebral ou aumento


imagem congênito.
Sem obstrução macroscópica do fluxo de CSF.
Apresentar uma ou mais das seguintes características:
aumento dos cornos temporais, não sendo atribuído
exclusivamente à atrofia do hipocampo;
ângulo caloso ≥40º;
evidência de alteração do liquor, que inclui mudanças
periventriculares não atribuíveis a mudanças microvasculares
isquêmicas ou desmielinização;
ausência de fluxo no aqueduto ou quarto ventrículo.

Diretrizes Pressão de abertura do LCR em decúbito lateral: 5 a 18mmHg.


Fisiológicas

Diretrizes Marcha/equilíbrio (alterações não atribuídas a outras causas).


Clínicas Alterações na cognição (deficiência ajustada para a idade e
educação).
Incontinência urinária.

HDC: hidrocefalia; CSF: fatores estimuladores de colônias; LCR: líquido


cefalorraquiano.
Fonte: Adaptado de Greenberg (2016).1

No exame de imagem, como pré-requisito para o diagnóstico de HDC, é


necessário o aumento do ventrículo sem bloqueio na circulação. É provável a
identificação de uma baixa densidade periventricular nas tomografias ou alta
intensidade na RM em fase T2, o que pode significar que existe uma absorção
transependimária de LCR. Distingue-se também o arredondamento dos FHs,
1
bem como a compressão dos sulcos da convexidade cerebral.

A HPN pode ser confundida com várias doenças que acometem os idosos, como as
20
neurodegenerativas e cerebrovasculares (Quadro 9).
Quadro 9
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE HIDROCEFALIA DE PRESSÃO NORMAL

Demência vascular Doença cerebrovascular


  Demência multi-infartos
Doença de Binswanger
󰍜 CADASIL󰐌 O Secad está de cara nova! 󰘥 EB

Insuficiência vertebrobasilar

Transtornos Doença de Alzheimer


neurodegenerativos Parkinson
Doença dos corpos de Lewy
Atrofia multissistêmica
󰓒 󰓒 󰓒 󰓒 󰓒 Busque dentroEncefalopatia
do artigo 󰍉
espongiforme Aa
Huntington
Demência frontotemporal
Degeneração corticobasal
Paralisia supranuclear progressiva
Esclerose lateral amiotrófica

Doenças infecciosas HIV


Sífilis
Doença de Lyme

Doenças urológicas ITU


Hiperplasia prostática benigna
Câncer de bexiga ou próstata

Outros transtornos Estenose de aqueduto


hidrocefálicos HDC de arresto
Síndrome da ventriculomegalia aberta
prolongada
HDC não comunicante

Outros Doença da vitamina B12


Doenças do colágeno vascular
Epilepsia
Depressão
Lesão cerebral traumática
Estenose espinal
Malformação de Chiari
Meningite carcinomatosa
Tumor de célula espinal
Encefalopatia de Wernicke

CADASIL: arteriopatia cerebral autossômica dominante com infartos subcorticais e


leucoencefalopatia (em inglês, cerebral autosomal dominant arteriopathy with
subcortical infarcts and leukoencephalopathy); HIV: vírus da imunodeficiência
humana; ITU: infecção do trato urinário; HDC: hidrocefalia.
Fonte: Adaptado de Greenberg (2016);1 Melo-Souza (2008).2
A punção liquórica também pode ser utilizada no diagnóstico da HDC, principalmente
na impossibilidade de visualização na TC, podendo confirmar a etiologia da doença.
9
Devem ser considerados como parâmetros:
 
glicose;
proteína;
coloração;
quantidade de células.
■ TRATAMENTO
󰍜A HDC pode ser tratada de forma transitória󰐌 O Secad está
ou definitiva, de cara
sendo ela nova! 󰘥não.3 EB
invasiva ou
De forma transitória e não invasiva, os medicamentos utilizados atuam no controle da
quantidade de LCR. A acetazolamida e a furosemida são medicamentos que atuam
diminuindo a produção liquórica em 50 a 60%, porém os efeitos colaterais — como
14
acidose metabólica, desmielinização e nefrocalcinose — restringem seu uso.

A isossorbida, o manitol, a ureia e o glicerol atuam diminuindo a quantidade de


󰓒 󰓒 󰓒 󰓒
liquor, 󰓒 serBusque
podendo dentro
utilizados do medida
como 󰍉 em HDCs
artigo preventiva Aa comunicantes.
Esses medicamentos têm efeitos colaterais importantes, como efeito rebote,
hipernatremia e desidratação. A dexametasona e a metilprednisolona estimulam
a absorção de LCR e, por conseguinte, a redução da inflamação. Podem ser
utilizadas também a heparina e a hialuronidase para desobstrução das
14
granulações aracnóideas.

As punções lombares são eficientes para o tratamento de HDC pós-hemorrágica e


HPN. Elas têm como objetivo a redução da pressão intracraniana e apresentam como
agravantes meningite, osteomielite e hipernatremia.3,21
Nas emergências pediátricas em que a PIC está elevada, é possível realizar uma
punção através da fontanela anterior para o alívio da PIC. No entanto, o uso
frequente desse tratamento predispõe a infecções neurológicas, além de ser associada
à formação de cavidades prosencefálicas e epilepsia.3,21

Como alternativa, é possível a realização de uma ventriculostomia com o implante de


um cateter ventricular junto a um reservatório subcutâneo acoplado a uma câmara
para punções. Pode-se também acoplar o cateter ventricular ao reservatório externo
(drenagem ventricular externa). Esse procedimento é indicado quando há hemorragias
intraventriculares, HDCs infecciosas, monitoração da PIC e quando não é possível
21
realizar uma derivação permanente. Tem como complicações mais frequentes:
 
infecções;
hematomas;
crises convulsivas;
deslocamento do cateter.

O implante de uma válvula cirúrgica é o tratamento padrão-ouro para a HDC.


Entre as opções, estão as derivações ventriculoperitoneais (DVP) e as derivações
3,22
ventriculoatriais (DVA). Esse tratamento permite o redirecionamento do
liquor para outras cavidades (peritônio ou átrio direito), diminuindo o tamanho
21
dos ventrículos e controlando os sintomas.
 
As válvulas podem ser reguladas, controlando a liberação de LCR, tendo o papel
de abrir todas as vezes que houver um aumento do ventrículo.22,23

A DVP é o método mais utilizado, uma vez que apresenta segurança superior a 80%. A
DVA é uma cirurgia mais complexa que diminui os riscos de complicações, porém elas
são mais graves quando existentes, sendo elas a trombose venosa, a endocardite, a
15
septicemia, o tromboembolismo, a nefrite e as convulsões.

A neuroendoscopia é uma cirurgia mais complexa do que as derivações com


válvulas, sendo utilizada, na maioria das vezes, em HDCs obstrutivas (em alguns
casos, também é possível retirar os processos obstrutivos, como as neoplasias).
Ela consiste na formação de uma comunicação entre o ventrículo com outro
espaço no crânio, sendo este chamado de cisterna.23
󰍜 󰐌 O Secad está de cara nova! 󰘥 EB

ATIVIDADES

9. Cite os tipos de HDC e caracterize-os.


Confira aqui a resposta
󰓒  󰓒 󰓒 󰓒 󰓒 Busque dentro do artigo 󰍉 Aa
10. Sobre as classificações de HDC infantil, assinale a afirmativa correta.
A) As infecções congênitas, como toxoplasmose e rubéola, são causadoras de
HDC congênita.
B) Os tumores aquedutais que promovem a disfunção de mecanismos de
absorção são classificados como causas secundárias de HDC infantil.
C) As malformações vasculares são classificadas como adquiridas.
D) A estenose de aqueduto e a síndrome de Dandy-Walker são consideradas
causas primárias de HDC infantil.
Confira aqui a resposta
 
11. Descreva os achados radiológicos presentes na HPN.
Confira aqui a resposta
 
12. Qual é o tratamento padrão-ouro para a HDC?
A) Punção lombar.
B) Neuroendoscopia.
C) Implante de válvula cirúrgica.
D) Ventriculostomia com implante de um cateter ventricular.
Confira aqui a resposta
 
13. Descreva a função da DVP e como ela minimiza os sintomas da HDC.
Confira aqui a resposta
 

■ CASOS CLÍNICOS
A seguir, serão apresentados dois casos clínicos sobre HDC.

CASO CLÍNICO 1

Homem de 34 anos de idade apresenta quadro de cefaleia de forte intensidade


há 5 meses e hipoestesia em membro inferior direito (MID). Nega crises
convulsivas, síncopes e outras manifestações associadas. O exame físico
neurológico do paciente apresenta hipoestesia tátil, térmica, dolorosa e
proprioceptiva em MID.

A RM apresenta lesão expansiva hiperdensa e ovalar de contornos lobulados


medindo 6,2 x 3,4 x 4,3cm, bem como outra lesão com centro hiperdenso, com
contornos lobulados medindo 2,2 x 7,6cm com edema e efeito de massa focal
occipitoparietal à esquerda. Ambas as lesões exerciam compressão no átrio e na
região posterior do ventrículo esquerdo. Chegou-se ao diagnóstico de papiloma
󰍜  do plexo coroide.
󰐌 O Secad está de cara nova!󰘥 EB

ATIVIDADE
14. Qual é o provável diagnóstico para o paciente do caso clínico?
A) HDC congênita.
B) HPN.
󰓒 󰓒 󰓒 󰓒 por
C) HDC 󰓒produção
Busque dentro do artigo
excessiva. 󰍉 Aa

D) HDC infantil.
Confira aqui a resposta
 

CASO CLÍNICO 2

Mulher de 65 anos de idade procura ambulatório acompanhada da filha e


apresenta queixa de esquecimento frequente e alterações de comportamento
(SIC). Relata que há 1 ano identifica dificuldade para deambular associada a
desequilíbrio frequente.

Há 6 meses, a paciente começou a apresentar incontinência urinária. Ao exame


físico, apresentou dificuldade de compreensão e marcha magnética. As imagens
de RM mostram diminuição do volume encefálico e dilatação do sistema
ventricular supratentorial.
 

ATIVIDADES

15. Qual é o provável diagnóstico para o paciente do caso clínico?


A) Acidente vascular cerebral isquêmico.
B) Tumor de hipófise.
C) HPN.
D) Esclerose lateral amiotrófica.
Confira aqui a resposta
 
16. Assinale a alternativa correta sobre a HPN apresentada pelo paciente do
caso clínico.
A) O tratamento padrão para a HDC é o uso de medicamentos inibidores da
secreção de líquido LCR, como acetazolamida (50 a 150mg/kg/dia) e
furosemida (1mg/kg/dia).
B) As alterações na cognição, a marcha magnética e a incontinência urinária
são patognomônicas de HPN, sendo, por si só, necessárias para o
diagnóstico.
C) A presença de aumento do corno temporal não atribuída exclusivamente à
atrofia do hipocampo e o aumento do sistema ventricular associado a uma
história clínica de marcha magnética, a alterações de cognição e à
incontinência urinária são sugestivos de HPN.
D) A doença de Alzheimer não apresenta sintomatologia semelhante à HPN,
portanto, não é considerada um diagnóstico diferencial da HPN.
Confira aqui a resposta
 
󰍜 󰐌 O Secad está de cara nova! 󰘥 EB

■ CONCLUSÃO
Este capítulo teve como objetivo abordar, de forma abrangente, a HDC, abrangendo
fisiopatologia, sinais, sintomas, diagnóstico e tratamentos. Portanto, é necessário
󰓒 󰓒 󰓒que󰓒o conhecimento
salientar 󰓒 Busquedessa do artigo torna a 󰍉
dentropatologia Aa
abordagem da doença mais
clara, o que contribui para minimizar erros no tratamento, promovendo melhor
prognóstico do paciente.

■ RESPOSTAS ÀS ATIVIDADES E COMENTÁRIOS


Atividade 1
Resposta: A
Comentário: A HDC é caracterizada pela dilatação de ventrículos.

Atividade 2
Resposta: D
Comentário: A HDC crônica aumenta sua incidência com o avanço da idade.
Atividade 3
Resposta: B
Comentário: A HDC primária é idiopática. A HDC aguda é resultante de qualquer
situação que promova um distúrbio das condições homeostáticas do LCR. A HDC
interna acontece dentro do sistema ventricular. A HDC não obstrutiva (comunicante)
pode ser idiopática ou secundária a outras doenças.

Atividade 4
Resposta: A circulação do liquor tem início nos ventrículos laterais e posteriormente
passa para o terceiro ventrículo através do forame de Monro. Este se conecta ao
aqueduto de Sylvius, ligando-se diretamente ao quarto ventrículo. Ao sair do quarto
ventrículo, passa pelos forames laterais de Luschka e pelo forame medial de
Magendie, até chegar à cisterna magna. Logo, ele chega ao espaço subaracnóideo,
sendo espinal e cervical. Em seguida, o LCR atinge as vilosidades aracnóideas. Após
isso, tem como ponto final a circulação venosa. O liquor que vai pela medula é
reabsorvido pelas vilosidades nas raízes dos nervos espinais.
Atividade 5
Resposta: D
Comentário: O edema de papila é a alteração característica de uma evolução rápida e
progressiva de quadros agudos de HDC.
Atividade 6
Resposta: A HDC resulta da disfunção de mecanismos fisiológicos do liquor que levam
à sua circulação normal. As alterações na formação, circulação ou reabsorção
interferem no equilíbrio da pressão craniana, promovendo danos ao tecido cerebral. O
LCR tem a função de amortecer choques mecânicos ao fazer o SNC ficar totalmente
submerso nesse fluido, permitindo que qualquer pressão ou choque exercido em um
ponto seja distribuído, de forma igual, por todos os outros.

Atividade 7
Resposta: D
Comentário: São características indicativas de HDC crônica: erosão da sela túrcica,
podendo resultar em sela vazia ou erosão em dorso da pele; diminuição dos cornos
󰍜 temporais e atrofia do corpo caloso; crânio 󰐌comoO Secad está de cara nova! 󰘥
cobre batido (aspecto de prata
EB

batida) à radiografia plana; não se correlaciona com HIC; aumento craniano; podem
ocorrer lentidão no fechamento das fontanelas, atraso no desenvolvimento e diástase
sutural em crianças; na TC ou RM, é visível a herniação do terceiro ventrículo na sela
túrcica. A HDC secundária é originada por alguma outra patologia. A paralisia do nervo
abducente e a congestão venosa do couro cabeludo são manifestações clínicas da
HDC em crianças.
󰓒 󰓒 󰓒 󰓒 󰓒 Busque dentro do artigo 󰍉 Aa
Atividade 8
Resposta: Os sintomas de HDC na infância são: aumento do crânio maior do que o
aumento da face, alteração do perímetro cefálico, fontanela cheia e abaulada,
irritabilidade, paralisia do nervo abducente, sinal do sol poente, hiper-reflexia e
alteração na respiração.
Atividade 9
Resposta: A HDC primária tem causa idiopática e desconhecida. A HDC secundária é
originada por alguma doença. A HDC aguda é originada por distúrbios em situações
compensadas. A HDC crônica pode ser ocasionada por uma HDC secundária. As
HDCs compensadas são caracterizadas por um estado crônico de equilíbrio da HDC,
geralmente são diagnosticadas por meio da investigação de outras doenças. A HDC
por isolamento do quarto ventrículo é causada pela comunicação insuficiente entre o
quarto ventrículo e o sistema de circulação liquórica. Na HDC obstrutiva (não
comunicante), há impedimento da passagem de liquor entre os ventrículos por uma
obstrução. A HDC não obstrutiva (comunicante) é resultado de um defeito na
reabsorção do liquor. A HDC por produção excessiva geralmente é ocasionada por
papilomas de plexo coroide. A HDC na infância é causada por doenças congênitas,
como estenose do aqueduto e espinha bífida, e causas adquiridas, como a meningite.
Na HDC obstrutiva não comunicante, o próprio termo já infere uma obstrução que
impede a passagem do liquor entre os ventrículos. A não obstrutiva ou comunicante
não tem como fator causal a obstrução, mas um defeito na reabsorção do liquor. Na
HDC crônica, a cronificação geralmente vem com a idade e é caracterizada pela
dilatação ventricular com aumentos pouco significativos da PIC. Por ser um
acometimento longo, há diversos processos lesivos que a caracteriza. A HDC
compensada geralmente é encontrada no rastreio de outras doenças. Pelo fato de
estar compensada, existem sintomas quase imperceptíveis, diferentemente da não
compensada, em que a sintomatologia está bem definida. A HDC por isolamento do
quarto ventrículo ocorre quando há um isolamento do quarto ventrículo das outras
cavidades. A HDC externa é considerada uma variação da HDC comunicante. Sua
causa tem por base um déficit na reabsorção do liquor, que promove a dilatação dos
sulcos corticais frontais no primeiro ano de vida. Ao contrário da HDC interna, o
acometimento é evidenciado dentro das cavidades ventriculares. A HDC é mais
comum de acontecer na infância em comparação com adultos. Suas classificações
envolvem causas congênitas, adquiridas e secundárias. A HPN, também conhecida
como síndrome de Adams, é caracterizada pela dilatação ventricular sem que ocorra o
aumento na pressão liquórica, mantendo valores normais ou inferiores.

Atividade 10
Resposta: A
Comentário: A toxoplasmose e a rubéola são causas congênitas de HDC infantil.
Atividade 11
Resposta: Nos exames de imagem para HPN, é possível visualizar o aumento
ventricular não atribuído à atrofia cerebral ou aumento congênito. Não há presença de
obstrução macroscópica do fluxo de CSF. Há também: aumento dos cornos temporais
não atribuído exclusivamente à atrofia do hipocampo; ângulo caloso maior ou igual a
40º; evidência de alteração do liquor, que inclui mudanças periventriculares não
󰍜 󰐌 O Secad
atribuíveis a mudanças microvasculares isquêmicas
está de cara nova! 󰘥
ou desmielinização; e ausência de
EB

fluxo no aqueduto ou quarto ventrículo.


Atividade 12
Resposta: C
Comentário: As punções lombares são eficientes para o tratamento de HDC pós-
hemorrágica e HPN. Elas têm como objetivo a redução da pressão intracraniana e
󰓒 󰓒 󰓒 󰓒
apresentam como󰓒 agravantes
Busquemeningite,
dentro doosteomielite
artigo 󰍉 Aa O implante de
e hipernatremia.
uma válvula cirúrgica é o tratamento padrão-ouro para a HDC. Entre as opções, estão
as DVPs e as DVAs. A neuroendoscopia é uma cirurgia mais complexa que as
derivações com válvulas, sendo utilizada, na maioria das vezes, em HDCs obstrutivas
(em alguns casos, também é possível retirar os processos obstrutivos, como as
neoplasias). Nas emergências pediátricas em que a PIC está elevada, é possível realizar
uma punção através da fontanela anterior para o alívio da PIC. No entanto, o uso
frequente desse tratamento predispõe a infecções neurológicas, além de ser associada
à formação de cavidades prosencefálicas e epilepsia. Como alternativa, é possível a
realização de uma ventriculostomia com o implante de um cateter ventricular junto a
um reservatório subcutâneo acoplado a uma câmara para punções.
Atividade 13
Resposta: A DVP consiste na comunicação do ventrículo com o peritônio através de
uma válvula. Ela permite a eliminação de liquor em excesso dos ventrículos, jogando-o
para o peritônio, gerando o alívio da PIC e minimizando os sintomas apresentados.

Atividade 14
Resposta: C
Comentário: Os papilomas de plexo coroide são causas de HDC por produção
excessiva.

Atividade 15
Resposta: C
Comentário: O paciente apresenta a tríade clássica de HPN: incontinência urinária,
alteração na marcha e alteração na cognição. Os exames de imagem apresentam
dilatação do sistema ventricular supratentorial, que colabora para a sugestão de HPN.
Atividade 16
Resposta: C
Comentário: A presença na história clínica de marcha magnética, as alterações de
cognição e a incontinência urinária associada a exames de imagem, com a presença de
aumento do sistema ventricular, são sugestivas de HPN.

■ REFERÊNCIAS
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󰓒 󰓒
Rabelo󰓒NN,󰓒Oliveira
󰓒 GF,Busque
Ferreira LHS, Rabelo NN, Tallo 󰍉
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FS. Hidrocefalia na sala de
urgência. In: Sociedade Brasileira de Clínica Médica; Associação Brasileira de
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organizadores. PROURGEM Programa de Atualização em Medicina de Urgência e
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(Sistema de Educação Continuada a Distância, v. 3).

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