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Identificação:
E. M. S., 28 anos, feminino, branca, solteira, digitadora.
História Clínica:
Há dois meses, a paciente vinha sentindo progressivo cansaço, manifestou principalmente
pela incapacidade de manter seu ritmo habitual de digitação. Notara, também, certa
dificuldade para mastigar e deglutir. Na semana que precedeu a internação, tinha dificuldade
em manter as pálpebras abertas no fim do dia. O exame físico confirmou a fraqueza relatada.
Os demais dados clínicos subjetivos foram irrelevantes. A hipótese diagnóstica foi de
miastenia grave.
Conduta e evolução:
Para confirmar o diagnóstico, administraram-se 2 mg de edrofônio por via intravenosa.
Quarenta segundos após, a paciente já referia recuperação marcante da força muscular, o que
perdurou por quatro minutos. Não houve fasciculação lingual. O tratamento de manutenção
foi feito com piridostigmina. Passadas duas semanas, a paciente procurou atendimento,
queixando-se de salivação abundante, diarréia e cólicas abdominais. Para controle dessas
manifestações, optou-se pelo uso de atropina.
Perguntas:
Numa sinapse, os potenciais de ação são conduzidos ao longo de nervos motores para os seus
terminais, onde iniciam um influxo de Ca2+ e da libertação de acetilcolina (ACh). A ACh
difunde-se através da fenda sináptica e liga-se a receptores na membrana pós sináptica,
causando um influxo de Na+ e um efluxo de íons K+, resultando em despolarização. Se
grande o suficiente, esta despolarização resulta num potencial de ação. Para prevenir a
estimulação constante uma vez que a acetilcolina é liberada, uma enzima chamada
acetilcolinesterase está presente na membrana de placa terminal perto dos receptores na
membrana pós-sináptica e rapidamente hidrolisa ACh. A Piridostigmina inibe a
acetilcolinesterase na fenda sináptica, retardando assim a hidrólise da acetilcolina. Ele é
administrado por via oral, deglutindo os comprimidos com o auxílio de um pouco de água.
Medicamentos Imunossupressores
Os imunossupressores ajudam a evitar que o corpo produza os anticorpos nocivos que atacam
a junção neuromuscular, causando fraqueza. O uso desses medicamentos deve ser monitorado
cuidadosamente por um médico, pois eles podem causar graves efeitos colaterais, já que
também reduzem a produção de bons anticorpos, o que o torna mais suscetível a infecções e
outras doenças. A prednisona é o medicamento imunossupressor mais comumente utilizado
no tratamento da MG. Esta substância alivia significativamente os sintomas para a grande
maioria dos pacientes e é relativamente barata. Mas como seu uso traz o risco de efeitos
colaterais graves, outros medicamentos imunossupressores podem ser usados para tratar MG.
Entre eles, estão a Azatioprina, o Metotrexato e a Ciclosporina.
4) Por que foi utilizada atropina no controle dos efeitos adversos? Interfere na
eficácia do tratamento?