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LIVRO V - Do Direito das Sucessões

TÍTULO I - Da Sucessão em Geral

CAPÍTULO I - Disposições Gerais

Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e
testamentários.
Art. 1.785. A sucessão abre-se no lugar do último domicílio do falecido.
Art. 1.786. A sucessão dá-se por lei ou por disposição de última vontade.
Art. 1.787. Regula a sucessão e a legitimação para suceder a lei vigente ao tempo da abertura
daquela.
Art. 1.788. Morrendo a pessoa sem testamento, transmite a herança aos herdeiros legítimos; o
mesmo ocorrerá quanto aos bens que não forem compreendidos no testamento; e subsiste a
sucessão legítima se o testamento caducar, ou for julgado nulo.
Art. 1.789. Havendo herdeiros necessários, o testador só poderá dispor da metade da herança.
CAPÍTULO III - Da Vocação Hereditária

Art. 1.798. Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no momento da abertura


da sucessão.

Art. 1.799. Na sucessão testamentária podem ainda ser chamados a suceder:


I - os filhos, ainda não concebidos, de pessoas indicadas pelo testador, desde que vivas estas ao abrir-
se a sucessão;
II - as pessoas jurídicas;
III - as pessoas jurídicas, cuja organização for determinada pelo testador sob a forma de fundação.
Informativo nº 0667
Publicação: 7 de abril de 2020.
SEGUNDA SEÇÃO
Processo REsp 1.633.254-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, Segunda Seção, por maioria,
julgado em 11/03/2020, DJe 18/03/2020

Tema
Testamento particular escrito por meio mecânico. Ausência de assinatura de próprio
punho do testador. Aposição de sua impressão digital. Validade do testamento. Violação
do art. 1.876, § 2º, do Código Civil. Inocorrência. Observância da real vontade do testador.

Destaque
É válido o testamento particular que, a despeito de não ter sido assinado de próprio punho
pela testadora, contou com a sua impressão digital.
CAPÍTULO II - Dos Herdeiros Necessários
Art. 1.845. São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes e o cônjuge.

Art. 1.846. Pertence aos herdeiros necessários, de pleno direito, a metade dos bens da
herança, constituindo a legítima.

Art. 1.847. Calcula-se a legítima sobre o valor dos bens existentes na abertura da sucessão,
abatidas as dívidas e as despesas do funeral, adicionando-se, em seguida, o valor dos bens
sujeitos a colação.
Art. 1.848. Salvo se houver justa causa, declarada no testamento, não pode o testador
estabelecer cláusula de inalienabilidade, impenhorabilidade, e de incomunicabilidade,
sobre os bens da legítima.
§ 1º Não é permitido ao testador estabelecer a conversão dos bens da legítima em outros de
espécie diversa.
§ 2º Mediante autorização judicial e havendo justa causa, podem ser alienados os bens
gravados, convertendo-se o produto em outros bens, que ficarão sub-rogados nos ônus dos
primeiros.

Art. 1.849. O herdeiro necessário, a quem o testador deixar a sua parte disponível, ou
algum legado, não perderá o direito à legítima.

Art. 1.850. Para excluir da sucessão os herdeiros colaterais, basta que o testador disponha
de seu patrimônio sem os contemplar.
Prova: FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXIX - Primeira Fase
Mariana e Maurílio são filhos biológicos de Aldo. Este, por sua vez, nunca escondeu ser mais
próximo de seu filho Maurílio, com quem diariamente trabalhava. Quando do falecimento de Aldo,
divorciado na época, seus filhos constataram a existência de testamento, que destinou todos os
bens do falecido exclusivamente para Maurílio. Sobre a situação narrada, assinale a afirmativa
correta.
A O testamento de Aldo deverá ser integralmente cumprido, e, por tal razão, todos os bens do autor
da herança serão transmitidos a Maurílio.
B A disposição de última vontade é completamente nula, porque Mariana é herdeira necessária,
devendo os bens ser divididos igualmente entre os dois irmãos.
C Deverá haver redução da disposição testamentária, respeitando-se, assim, a legítima de Mariana,
herdeira necessária, que corresponde a um quinhão de 50% da totalidade herança.
D Deverá haver redução da disposição testamentária, respeitando a legítima de Mariana, herdeira
necessária, que corresponde a um quinhão de 25% da totalidade da herança.

R: D
Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXV - Primeira Fase
Mário, cego, viúvo, faleceu em 1º de junho de 2017, deixando 2 filhos: Clara, casada com Paulo, e
Júlio, solteiro. Em seu testamento público, feito de acordo com as formalidades legais, em 02 de
janeiro de 2017, Mário gravou a legítima de Clara com cláusula de incomunicabilidade; além disso,
deixou toda a sua parte disponível para Júlio. Sobre a situação narrada, assinale a afirmativa
correta.
A O testamento é inválido, pois, como Mário é cego, deveria estar regularmente assistido para
celebrar o testamento validamente
B A cláusula de incomunicabilidade é inválida, pois Mário não declarou a justa causa no testamento,
como exigido pela legislação civil.
C A cláusula que confere a Júlio toda a parte disponível é inválida, pois Mário não pode tratar seus
filhos de forma diferente.
D O testamento é inválido, pois, como Mário é cego, a legislação apenas lhe permite celebrar
testamento cerrado.

R: B
CAPÍTULO IV - Da Aceitação e Renúncia da Herança

Art. 1.804. Aceita a herança, torna-se definitiva a sua transmissão ao herdeiro, desde a abertura da
sucessão.
Parágrafo único. A transmissão tem-se por não verificada quando o herdeiro renuncia à herança.

Art. 1.805. A aceitação da herança, quando expressa, faz-se por declaração escrita; quando tácita,
há de resultar tão-somente de atos próprios da qualidade de herdeiro.
§ 1º Não exprimem aceitação de herança os atos oficiosos, como o funeral do finado, os meramente
conservatórios, ou os de administração e guarda provisória.
§ 2º Não importa igualmente aceitação a cessão gratuita, pura e simples, da herança, aos demais co-
herdeiros.

Art. 1.806. A renúncia da herança deve constar expressamente de instrumento público ou termo
judicial.
Informativo nº 0664
Publicação: 28 de fevereiro de 2020.
QUARTA TURMA
Processo REsp 1.433.650-GO, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Quarta Turma, por
unanimidade, julgado em 19/11/2019, DJe 04/02/2020

Tema
Sucessão. Renúncia à herança. Ato formal e solene. Escritura pública. Ato não sujeito à
condição ou termo. Requerimento de anulação de negócio jurídico pelos renunciantes.
Impossibilidade.

Destaque
Aquele que renuncia a herança não tem legitimidade para pleitear eventual nulidade de
negócio jurídico que envolva um dos bens que integram o patrimônio do de cujus.
Art. 1.807. O interessado em que o herdeiro declare se aceita, ou não, a herança, poderá, vinte dias
após aberta a sucessão, requerer ao juiz prazo razoável, não maior de trinta dias, para, nele, se
pronunciar o herdeiro, sob pena de se haver a herança por aceita.

Art. 1.809. Falecendo o herdeiro antes de declarar se aceita a herança, o poder de aceitar passa-lhe
aos herdeiros, a menos que se trate de vocação adstrita a uma condição suspensiva, ainda não
verificada.
Parágrafo único. Os chamados à sucessão do herdeiro falecido antes da aceitação, desde que
concordem em receber a segunda herança, poderão aceitar ou renunciar a primeira.

Art. 1.810. Na sucessão legítima, a parte do renunciante acresce à dos outros herdeiros da mesma
classe e, sendo ele o único desta, devolve-se aos da subseqüente.
Art. 1.811. Ninguém pode suceder, representando herdeiro renunciante. Se, porém, ele for o único
legítimo da sua classe, ou se todos os outros da mesma classe renunciarem a herança, poderão os
filhos vir à sucessão, por direito próprio, e por cabeça.

Art. 1.812. São irrevogáveis os atos de aceitação ou de renúncia da herança.

Art. 1.813. Quando o herdeiro prejudicar os seus credores, renunciando à herança, poderão eles,
com autorização do juiz, aceitá-la em nome do renunciante.
§ 1º A habilitação dos credores se fará no prazo de trinta dias seguintes ao conhecimento do fato.
§ 2º Pagas as dívidas do renunciante, prevalece a renúncia quanto ao remanescente, que será
devolvido aos demais herdeiros.
Prova: FGV - 2020 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXI - Primeira Fase
Arnaldo faleceu e deixou os filhos Roberto e Álvaro. No inventário judicial de Arnaldo, Roberto,
devedor contumaz na praça, renunciou à herança, em 05/11/2019, conforme declaração nos autos.
Considerando que o falecido não deixou testamento e nem dívidas a serem pagas, o valor líquido
do monte a ser partilhado era de R$ 100.000,00 (cem mil reais). Bruno é primo de Roberto e
também seu credor no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais). No dia 09/11/2019, Bruno tomou
conhecimento da manifestação de renúncia supracitada e, no dia 29/11/2019, procurou um
advogado para tomar as medidas cabíveis. Sobre esta situação, assinale a afirmativa correta.
A Em nenhuma hipótese Bruno poderá contestar a renúncia da herança feita por Roberto.
B Bruno poderá aceitar a herança em nome de Roberto, desde que o faça no prazo de quarenta dias
seguintes ao conhecimento do fato.
C Bruno poderá, mediante autorização judicial, aceitar a herança em nome de Roberto, recebendo
integralmente o quinhão do renunciante.
D Bruno poderá, mediante autorização judicial, aceitar a herança em nome de Roberto, no limite de
seu crédito.
R: D
CAPÍTULO III - Do Direito de Representação

Art. 1.851. Dá-se o direito de representação, quando a lei chama certos parentes do falecido a
suceder em todos os direitos, em que ele sucederia, se vivo fosse.

Art. 1.852. O direito de representação dá-se na linha reta descendente, mas nunca na ascendente.

Art. 1.853. Na linha transversal, somente se dá o direito de representação em favor dos filhos de
irmãos do falecido, quando com irmãos deste concorrerem.

Art. 1.854. Os representantes só podem herdar, como tais, o que herdaria o representado, se vivo
fosse.

Art. 1.855. O quinhão do representado partir-se-á por igual entre os representantes.

Art. 1.856. O renunciante à herança de uma pessoa poderá representá-la na sucessão de outra.
TÍTULO II - Da Sucessão Legítima

CAPÍTULO I - Da Ordem da Vocação Hereditária

Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: (Vide Recurso Extraordinário nº
646.721) (Vide Recurso Extraordinário nº 878.694)
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o
falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640,
parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado
bens particulares;
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;
III - ao cônjuge sobrevivente;
IV - aos colaterais.
TÍTULO II - Da Sucessão Legítima

CAPÍTULO I - Da Ordem da Vocação Hereditária

Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: (Vide Recurso Extraordinário nº
646.721) (Vide Recurso Extraordinário nº 878.694)
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o
falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640,
parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado
bens particulares;
TÍTULO II - Da Sucessão Legítima

CAPÍTULO I - Da Ordem da Vocação Hereditária

Art. 1.832. Em concorrência com os descendentes (art. 1.829, inciso I) caberá ao cônjuge quinhão
igual ao dos que sucederem por cabeça, não podendo a sua quota ser inferior à quarta parte da
herança, se for ascendente dos herdeiros com que concorrer.

Art. 1.833. Entre os descendentes, os em grau mais próximo excluem os mais remotos, salvo o
direito de representação.

Art. 1.834. Os descendentes da mesma classe têm os mesmos direitos à sucessão de seus
ascendentes.

Art. 1.835. Na linha descendente, os filhos sucedem por cabeça, e os outros descendentes, por
cabeça ou por estirpe, conforme se achem ou não no mesmo grau.
Informativo nº 0617
Publicação: 9 de fevereiro de 2018.
QUARTA TURMA
Processo REsp 1.166.568-SP, Rel. Min. Lázaro Guimarães (Desembargador convocado do TRF da 5ª
Região), por unanimidade, julgado em 12/12/2017, DJe 15/12/2017

Tema
Sucessão. Bens à colação. Valor dos bens doados. Valor atribuído no ato de liberalidade com
correção monetária até a data da sucessão. Aplicação do art. 2.004, caput, do CC/2002.

Destaque
O valor de colação dos bens doados deverá ser aquele atribuído ao tempo da liberalidade,
corrigido monetariamente até a data da abertura da sucessão.
TÍTULO II - Da Sucessão Legítima

CAPÍTULO I - Da Ordem da Vocação Hereditária

Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: (Vide Recurso Extraordinário nº
646.721) (Vide Recurso Extraordinário nº 878.694)
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o
falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640,
parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado
bens particulares;
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;
III - ao cônjuge sobrevivente;
IV - aos colaterais.
Art. 1.836. Na falta de descendentes, são chamados à sucessão os ascendentes, em concorrência com o
cônjuge sobrevivente.
§ 1º Na classe dos ascendentes, o grau mais próximo exclui o mais remoto, sem distinção de linhas.
§ 2º Havendo igualdade em grau e diversidade em linha, os ascendentes da linha paterna herdam a metade,
cabendo a outra aos da linha materna.

Art. 1.837. Concorrendo com ascendente em primeiro grau, ao cônjuge tocará um terço da herança; caber-
lhe-á a metade desta se houver um só ascendente, ou se maior for aquele grau.
TÍTULO II - Da Sucessão Legítima

CAPÍTULO I - Da Ordem da Vocação Hereditária

Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: (Vide Recurso Extraordinário nº
646.721) (Vide Recurso Extraordinário nº 878.694)
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o
falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640,
parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado
bens particulares;
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;
III - ao cônjuge sobrevivente;
IV - aos colaterais.
Art. 1.830. Somente é reconhecido direito sucessório ao cônjuge sobrevivente se, ao tempo da
morte do outro, não estavam separados judicialmente, nem separados de fato há mais de dois
anos, salvo prova, neste caso, de que essa convivência se tornara impossível sem culpa do
sobrevivente.

Art. 1.831. Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será assegurado, sem
prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação relativamente ao
imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único daquela natureza a inventariar.
Informativo nº 0655
Publicação: 27 de setembro de 2019.
TERCEIRA TURMA
Processo REsp 1.617.636-DF, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, Terceira Turma, por unanimidade,
julgado em 27/08/2019, DJe 03/09/2019

Tema
Sucessão aberta na vigência do Código Civil de 1916. Art. 1.611, § 2º, do CC/1916. Direito real de
habitação. Extinção. Cônjuge sobrevivente. União estável superveniente. Equiparação a
casamento.

Destaque
A constituição de união estável superveniente à abertura da sucessão, ocorrida na vigência do
Código Civil de 1916, afasta o estado de viuvez previsto como condição resolutiva do direito real de
habitação do cônjuge supérstite.
Informativo nº 0651
Publicação: 2 de agosto de 2019.
TERCEIRA TURMA
Processo REsp 1.617.650-RS, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, Terceira Turma, por unanimidade,
julgado em 11/06/2019, DJe 01/07/2019

Tema
Sucessão. Inventário. União estável. Filhos comuns e exclusivos do autor da herança. Concorrência híbrida.
Reserva da quarta parte da herança. Inaplicabilidade. Art. 1.832, parte final, do CC. Interpretação restritiva.
Quinhão hereditário do companheiro igual ao dos descendentes.

Destaque
A reserva da quarta parte da herança, prevista no art. 1.832 do Código Civil, não se aplica à hipótese de
concorrência sucessória híbrida.
Informativo nº 0633
Publicação: 11 de outubro de 2018.
TERCEIRA TURMA
Processo REsp 1.582.178-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, por maioria, julgado em 11/09/2018, DJe
14/09/2018

Tema
Direito das sucessões. Direito real de habitação. Art. 1.831 do Código Civil. União estável reconhecida.
Companheiro sobrevivente. Patrimônio. Inexistência de outros bens. Irrelevância.

Destaque
O reconhecimento do direito real de habitação, a que se refere o artigo 1.831 do Código Civil, não pressupõe
a inexistência de outros bens no patrimônio do cônjuge/companheiro sobrevivente.
TÍTULO II - Da Sucessão Legítima

CAPÍTULO I - Da Ordem da Vocação Hereditária

Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: (Vide Recurso Extraordinário nº
646.721) (Vide Recurso Extraordinário nº 878.694)
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o
falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640,
parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado
bens particulares;
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;
III - ao cônjuge sobrevivente;
IV - aos colaterais.
Art. 1.840. Na classe dos colaterais, os mais próximos excluem os mais remotos, salvo o direito de
representação concedido aos filhos de irmãos.

Art. 1.841. Concorrendo à herança do falecido irmãos bilaterais com irmãos unilaterais, cada um
destes herdará metade do que cada um daqueles herdar.

Art. 1.842. Não concorrendo à herança irmão bilateral, herdarão, em partes iguais, os unilaterais.

Art. 1.843. Na falta de irmãos, herdarão os filhos destes e, não os havendo, os tios.
§ 1º Se concorrerem à herança somente filhos de irmãos falecidos, herdarão por cabeça.
§ 2º Se concorrem filhos de irmãos bilaterais com filhos de irmãos unilaterais, cada um destes
herdará a metade do que herdar cada um daqueles.
§ 3º Se todos forem filhos de irmãos bilaterais, ou todos de irmãos unilaterais, herdarão por igual.
Informativo nº 0611
Publicação: 11 de outubro de 2017.
QUARTA TURMA
Processo REsp 1.337.420-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, por unanimidade, julgado em
22/8/2017, DJe 21/9/2017.

Tema
Sucessão. Ação de anulação de adoção. Casamento e união estável. Impossibilidade de distinção
dos regimes jurídicos. Art. 1.790 do Código Civil de 2002. Inconstitucionalidade declarada pelo STF.
Ilegitimidade ativa dos irmãos e sobrinho do adotante.

Destaque
Parentes colaterais não são legitimados ativos para a ação de anulação de adoção proposta após o
falecimento do adotante, em virtude da inconstitucionalidade do art. 1.790 do Código Civil
declarada pelo Supremo Tribunal Federal.
Prova: FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIV - Primeira Fase
Lúcia, sem ascendentes e sem descendentes, faleceu solteira e não deixou testamento. O pai de
Lúcia tinha dois irmãos, que tiveram, cada qual, dois filhos, sendo, portanto, primos dela. Quando
do falecimento de Lúcia, seus tios já haviam morrido. Ela deixou ainda um sobrinho, filho de seu
único irmão, que também falecera antes dela.
Sobre a sucessão de Lúcia, de acordo com os fatos narrados, assinale a afirmativa correta.
A O sobrinho concorre com o tio na sucessão de Lúcia, partilhando-se por cabeça.
B O sobrinho representará seu pai, pré-morto, na sucessão de Lúcia.
C O filho do tio pré-morto será chamado à sucessão por direito de representação.
D O sobrinho é o único herdeiro chamado à sucessão e herda por direito próprio.
R: D
Art. 1.844. Não sobrevivendo cônjuge, ou companheiro, nem parente algum sucessível, ou tendo eles renunciado a
herança, esta se devolve ao Município ou ao Distrito Federal, se localizada nas respectivas circunscrições, ou à União,
quando situada em território federal.

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