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Arte terapia: obter a cura de psicopatologias por meio da arte. Definição objetiva. Na busca
de sua origem, eu remonto a rituais primitivos como : Dança , Música , Manufatura de
Amuletos e preparo de poções etc. Cada um destes elementos é pautado pela arte, uns mais
puros outros menos, usando-se como escala de definição a finalidade. Por exemplo: a
Música e Dança são utilizadas para afetação direta da subjetividade, diferente da
manufatura de Amuletos e Poções, que o fazem de forma indireta, para se obter a cura .
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Pesquisador nas áreas de filosofia, arte e psicologia.Usuário do serviço público de saúde mental
desde 2014. Curso superior incompleto em Teologia UNASP 2010 ; Engenharia Anhembi Morumbi
2020. Atua na área de arte e cultura desde 2010: Fundou o Dispositivo S_OCUPE que fez residência
artística e gestão no projeto CASA NIS ponto de cultura; Foi selecionado para participar do Festival
Stop Virus de vídeo arte em Londres 2020.
Os dados apontam que as doenças psíquicas como: stress, psicose, neurose e até
esquizofrenia, possuem índices elevados em grandes centros urbanos.Isto é fato
incontestável. A arte terapia se torna “Dispositivo”(Deleuze e Guatarri 2011) como um
programa de resiliência. A arte, baseada nos termos terapêuticos, acompanhada do
conceito dialético, vai investigar o sujeito, através da observação, pensamento e da prática
por meio de diferentes linguagens que visam simbolizar a subjetividade e
comparar/equiparar com os conceitos. Assim sendo gera revisão e (r)educação. A constância
nessa prática vai promover um resgate de habilidades e fomento de outras.
Revisão: se olhar de fora, auto analisar a partir de elementos íntimos ligados às questões
suscitadas pelos temas elegidos em paridade com os apresentados pelo
mediador(profissional); a partir da mesma se efetua a ressignificação da experiência. O
conceito ganha outras formas depois de finalizado em arte e a já citada subjetividade :
Afetação, emoção e sentimento sofrem alterações. A visita a si mesmo com atenção,
cuidado, suprida dos conhecimentos até aqui elencados, gera autoconhecimento verificando
situações que devem ser mantidas e potencializadas como as que são passíveis de alteração
e outras serão analisadas mais detidamente, a potência do saber associada a motivação,
crença na cura são fatores que promovem a terapêutica .
Este exercício que gera Revisão e (R)Educação pautados pela ética é salutar, em si
terapêutico e leva ao aprimoramento pessoal. A busca de ampliar o auto conhecimento
subjetivo gera fricção mental que associo ao conceito “síntese das faculdades”(Kant 2020)
que discorre acerca da tomada de decisões que se dá através da sensibilidade e
entendimento. Com estes novos elementos apresentados na prática artístico-conceitual,
está guiará a novos resultados senso-pragmáticos. Será auxílio na travessia de mal-estar e
patologias.
Sigo os argumentos de Antonin Artaud (Willer 1983) quando ele critica os critérios de
diagnóstico, que são tidos como genéricos, e o tratamento dos pacientes, muitas vezes
medicamentosos e constando de isolamento: televisão, jogos como dominó,RPG e
congêneres. Sem a promoção da motivação , desafio saudável, lidando com os sintomas e
não com as causas geradoras de transtornos.Este formato clínico que apresenta desgaste e
insatisfação tanto por parte dos pacientes como dos profissionais a insuficiência no
protocolo de atendimento da saúde e seus resultados. Este é um problema que estou longe
de ter solução; o intuito deste artigo é tecer um discurso científico para a defesa da prática
arteterapêutica como “Dispositivo”(Deleuze e Guattari 2011²) promotor de saúde. A
proposta clínica Deleuzeguattariana, que visa a superação do problema um lançar se à frente
e perscrutar o íntimo do ser que leve em conta a evolução que pode ser obtida a partir do
como lidar com as doenças psíquicas. Esse olhar abrangente onde a emoção é uma
manifestação a ser acolhida e estudada e buscado as suas significâncias e encaminhamentos
á prover de satisfação o buscador de saúde, mediado coerentemente este ciclo, que visa
uma proposta diversificada de temas e profundidades, tecendo um escopo de ações
artísticas .
REFERÊNCIAS
FREUD, S.- A Dissolução do complexo de Édipo.In:S. Freud, edição standard brasileira das obras
psicológicas completas de Sigmund Freud (J. Salomão, trad., vol 19, pp 189-199).Rio de Janeiro:
Imago.1996.