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Nona entrevista, da série Perfil Bully, para conhecer melhor os criadores que são destaque
no Brasil. Apresentamos: Milla, Cadin e Ju – XB Kennel
01) Como conheceram o American Bully e qual foi o primeiro impacto com a raça?
Eu comecei criando Pit Bulls em 1996, já era apaixonado por cães e me apaixonei ainda
mais pela raça, mas à medida que o nome da raça ia crescendo, crescia também a fama de
animal agressivo e não confiável – comecei então a estudar sobre comportamento.
Em uma conversa com a Milla comentei sobre, ela ainda não conhecia a raça, mas sempre
foi apaixonada por cães, eu tinha duas cadelas e tirei a primeira ninhada. Quando ela teve o
primeiro contato se apaixonou logo de cara, isso foi em 2015, ali começava nosso sonho
juntos, começamos a montar o planejamento e cada vez mais víamos que além dos
pequenos serem nossa paixão, o mercado também dava sinais que caminhava para a
miniaturização, começamos a ver outras raças também em portes miniaturas e cada vez
mais a certeza que esse era nosso objetivo.
02) Por que escolheram trabalhar exclusivamente com a variedade Micro? Chegaram a ter
American Bullies de outras variedades antes?
A escolha pelos micros já era um sonho desde a época dos Pit Bulls e se confirmou após
fazermos um plano de negócio que apontava sobre a miniaturização em outras raças, sobre
as pessoas morando cada vez em espaços menores e principalmente pelo comportamento
da raça – que favorece que eles sejam mascotes ideais e sendo de porte pequeno é fácil de
carregar no colo e poder levá-los para qualquer lugar.
O início foi com duas cadelas pockets baixas, que tinham ancestrais de porte pequeno,
naquela época os micros ainda eram raros de se encontrar.
XB Kennel
No início um American Bully miniatura era mais um sonho que de fato um objetivo, por que
até então ainda não tínhamos visto pessoalmente algo que representasse verdadeiramente
esse alvo.
Por isso a grande necessidade de investirmos na busca por exemplares, que além de
serem minis, também carregavam no pedigree histórico de ancestrais pequenos e isso nós
só encontrávamos lá fora e com muita dificuldade, pois quem tinha não queria vender.
Ficamos quase um ano pesquisando para então conseguirmos trazer o saudoso Rip Lil Taz,
que sem dúvidas foi o pontapé inicial do nosso projeto.
Os pequenos são supertranquilos de lidarem, podemos dizer que no manejo geral se iguala
aos maiores com a facilidade de serem menores, porém listaria como maior dificuldade a
reprodução: todo o processo acaba sendo um pouco mais minucioso, desde a inseminação,
gestação e principalmente os cuidados com os neonatos, se não ‘ficar em cima’ podem vir a
óbito muito rápido.
05) Como lidam com a alta taxa de mortalidade de cães micros e exotics?
Aqui buscamos trabalhar isso de várias formas, desde a seleção de matrizes com boa
aptidão materna, a saúde e morfologia dos envolvidos na cruza, até a capacitação de uma
equipe que fica por conta deles 24 horas por dia e médicos veterinários especializados em
neonatologia que buscam se especializar cada vez mais sobre as peculiaridades dessa raça
e desse padrão.
GB Daytona of XB Kennel
06) Qual o principal conselho sobre saúde que podem dar para quem deseja ter um micro?
Para quem deseja ter como companhia: busquem principalmente por procedência, quem
trabalha com respeito pela vida tem obrigação de oferecer animais saudáveis
independentemente do tamanho.
No caso dos braquicefálicos atenção, a princípio, somente com exercícios físicos e calor
excessivo.
Selecione indivíduos menores, porém sem serem debilitados, muitas vezes vemos cães
baixos que ficaram pequenos, não por terem essa característica no sangue e sim, por uma
má formação ou uma nutrição inadequada que não permitiu o melhor desenvolvimento.
07) Vocês criam American Bully e Exotic Bully, ambos micros. Qual a diferença entre eles?
Já fazem o registro como raças separadas?
Sim criamos American Bully e Exotic Bully miniaturas, com foco no padrão escrito pela IBC.
Tirando a parte mais técnica descrita no padrão, de forma mais simplificada possível, ao
nosso ver os American Bullies lembram mais o formato dos Pit Bulls e os exóticos mais aos
bulldogues.
Aqui não trabalhamos com registro separado por acreditarmos que eles sejam mais uma
variação de fenótipo, dentro da raça American Bully, do que de fato como uma raça nova.
Tendo em vista que na mesma ninhada podem nascer indivíduos com características mais
clássicas e outros mais abulldogados e acreditamos que essa separação deve ser feita,
igual se faz para definir a categoria, após 12 meses.
08) Já produziram algum cão que é a personificação do seu objetivo na raça ou ainda
pretendem chegar lá?
Acreditamos que essa busca pela evolução será eterna. A personificação do objetivo é algo
que ao nosso ver sempre será o combustível para nossa busca diária, cada melhoramento
é uma vitória que nos impulsiona a buscar desafios ainda maiores.
Graças a Deus somos muito felizes pelos resultados alcançados até aqui, mas cientes que
o processo ainda é longo.
Podemos destacar que o XB Cisco é um objetivo que nos agrada muito dentro do padrão
American Bully e o XB MineCraft no padrão Exotic Bully.
09) Como avaliam, de uma maneira geral, o plantel nacional? Acreditam que os cães baixos
são um caminho sem volta?
Avaliamos de forma muito positiva o plantel nacional. Muitos falam que estamos distantes
do nível lá de fora, mesmo tendo uma diferença absurda no que se refere a investimentos
feitos, na nossa opinião não ficamos muito distantes do restante do mundo.
Lá fora tem muita coisa ruim, só que ninguém vê. Acreditamos que essa diferença se dá
maior por que de lá só temos acesso ao que eles querem que vejamos.
As mídias sociais da mesma maneira que facilitaram conhecermos cães de todo mundo
também acabam passando uma referência um pouco distorcida da realidade, pois cada um
só posta ou divulga aquilo que considera acima da média e por aqui acabamos tendo
acesso a tudo – por isso talvez uma falsa sensação que estamos mais distantes
Sobre cães baixos acreditamos que de fato vieram para ficar, mas não significa que os
demais acabarão, tem espaço para todos.
Ju Barbosa – XB Kennel
10) Deixe uma mensagem final para quem está lendo essa entrevista.
Para quem quiser nos conhecer mais, convido a seguir nossas redes sociais, ou se
preferirem nos fazer uma visita, estamos de portas abertas para recebê-los!
Somos apaixonados pelo que fazemos! Desejamos a todos muito sucesso na vida e nos
projetos.
Acreditem nos seus sonhos. Coloquem Deus na frente e vão pra cima!