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RESUMO
A cachaça é uma bebida de origem brasileira, fortemente enraizada na cultura e no gosto
popular, apreciada não somente aqui, mas em diversos outros países. Através dos anos a
cachaça tem conquistado uma grande fatia no mercado de bebidas e ganhado notoriedade
entre o público apreciador da boa qualidade, quebrando o paradigma de que é um produto de
segunda linha desprovido de padrões. O objetivo deste trabalho foi a elaboração de um
projeto para montagem de uma agroindústria produtora de cachaça artesanal na cidade de
Catanduva, interior do estado de São Paulo. Para tal foram elaboradas pesquisas voltadas para
os comerciantes varejistas, foi realizado um levantamento bibliográfico e o ultimo passo foi
levantar os investimentos necessários e os custos operacionais. A partir dos estudos de
mercado e da viabilidade econômica, concluiu-se que o projeto para implantação da
agroindústria produtora de cachaça na cidade de Catanduva-SP é viável, comprovado através
dos índices: TIR, VPL e payback.
Palavras-Chave: Cachaça artesanal. Agroindústria. Viabilidade econômica.
ABSTRACT
Cachaça is a brazillian drink largely consumed and very popular in Brazil. Although it’s
brazillian origin, cachaça is known and apreciated in several contries in the world. Over the
years, cachaça has conquered a big marketshare in the beverage business, breaking the
paradigm of been a non fine product. The objective of this work was the refinement to set up a
handmade production of cachaça located in the city of Catanduva in the State of Sao Paulo.
Thereby, was elaborate a survey research for traders, it was done another research with
literature and the studies of cases in order to elaborate standards and methods to be followed
in the production process and was delve how much would be needed to start the production
and the operational costs. With the market research and the economic viability research, this
work concludes that the project is viable, verified throught some indexes : IRR, NPV and
payback.
Key Words: Artisanal cachaça. Agroindustry. Economic viability.
1. INTRODUÇÃO
No atual mundo globalizado em que vivemos ser empreendedor está cada vez mais
difícil, pois a concorrência está muito acirrada. Antes de começar um negócio é preciso
2. METODOLOGIA
O plano de negócios tem utilidade em diversas situações, sejam elas para ampliar uma
linha de montagem, verificar a viabilidade de se atender a um novo nicho de mercado,
verificar a viabilidade de um novo negócio entre outras tantas que o ambiente corporativo
inicial ou em funcionamento necessite para se desenvolver. Mas porque fazer um plano de
negócio?
Cecconello (2008) alerta que “[...] ter uma ideia não é garantia de sucesso”. Segundo o
autor, deixar de fazer um plano de negócios corrobora para o crescimento das estatísticas de
fracassos das empresas, ou seja, das novas empresas que iniciam suas atividades cerca de 53%
não chegam ao terceiro ano de existência conforme o estudo realizado pelo Sebrae/ SP no
período de 1998 a 2004.
Bernardi (2010) destaca a importância de se desenvolver um bom plano de negócio,
para ele um bom projeto deve responder e abranger basicamente seis requisitos: Sobre a
empresa: quem somos o que vamos vender e a quem?; Sobre o mercado: Quem são os
concorrentes e qual será o diferencial da empresa?; Sobre a estratégia: para onde vai a
empresa e como fazer para atingir?; Sobre as finanças: Quanto será necessário? Como
financiar? Que resultados se esperam?; Sobre as pessoas: Qual a capacidade de gestão e
conhecimento? e, finalmente, Sobre os riscos: Quais são eles?
Ainda segundo Bernardi, (2010), ao decidir-se por qualquer empreendimento, nove
passos compreendem a preparação do planejamento: Análise do perfil do empreendedor;
origens, motivação; custos e benefícios; Tipo de negócio; Modelo do sistema; Estratégia;
Modelo de empresa; Avaliação de equilíbrio; Viabilidade econômica e fluxo de caixa;
Financiamentos e recursos; Contingências e hipóteses alternativas.
Um plano de negócio é um documento que descreve por escrito os objetivos de um
negócio e quais passos devem ser dados para que esses objetivos sejam alcançados,
diminuindo os riscos e as incertezas. Um plano de negócio permite identificar e restringir seus
erros no papel, ao invés de cometê-los no mercado (ROSA, 2007).
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
A mão de obra administrativa contará com um auxiliar administrativo para cuidar das
referidas questões ligadas ao auxílio da gestão do negócio. Os gastos com mão de obra
administrativa ficará em torno de R$17.125,78 conforme apresentado na tabela 6.
f) Custos Variáveis
g) Receitas
h) Fluxo de Caixa
A tabela 10 apresenta o fluxo de caixa com plano de negocio para os cinco primeiros
anos de operação da agroindústria.
A Taxa Interna de Retorno (TIR) foi de 6,6% (Tabela 11), resultando em um Valor
Presente Líquido foi de R$4.870,97 no quinto ano (Tabela 11) conforme apresentado a seguir:
Tabela 11: Taxa interna de retorno de capital.
Ano Fluxo de caixa líquido (R$)
Inicial -154.456,77
1 -149.872,36
2 80.058,24
3 80.058,24
4 80.058,24
5 132.261,06
TIR = 6,6%
VPL = 4.870,97
Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.
O payback encontrado foi de 4,95 (Tabela 12) à uma taxa de desconto de 6% ao ano, o
que significa um retorno do investimento em menos de cinco anos.
k) Ponto de Equilíbrio
A tabela 13 apresenta o ponto de equilíbrio, que vem a ser o valor necessário para cobrir
minimamente os custos fixos anuais da agroindústria. A empresa deve obter um caixa
mínimo de R$36.299,31 para honrar seus compromissos fixos de operação. Sendo então
necessária a venda anual mínima de 454 litros de cachaça envelhecida e 2.420 litros de
cachaça branca.
l) Cronograma de vendas
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base no material pesquisado e com a elaboração deste plano de negócio foi
possível identificar uma perspectiva de mercado extremamente favorável para a produção de
cachaça no Brasil, uma vez que a bebida é patrimônio cultural do país, sendo apreciada
também no estrangeiro, com uma crescente demanda ano após ano. No estado de São Paulo
apesar de atualmente ainda ser baixa a diferenciação e valorização por conta dos comerciantes
entre cachaça artesanal e a industrial, é uma realidade que tem mudado bruscamente, uma vez
que o público apreciador da bebida vem mudando, exigindo e dando preferência para um
produto de boa qualidade e valor agregado, forçando assim o mercado a mudar seus conceitos
sobre a cachaça.
Através do material estudado identificou-se que existem diferenças significativas entre
cachaça industrial e artesanal, onde a primeira existe como um modelo empresarial voltado
para produção em grande escala e sem valor agregado. Já a cachaça artesanal é voltada como
uma segunda fonte de renda familiar para os produtores, como no caso do engenho Olhos
D’água, mas como constatado através deste plano de negócio, pode ser transformado em um
negócio altamente lucrativo sem haver a perda das características ditas artesanais de produção
e qualidade.
Foi possível também identificar uma tendência de “downsize” do setor, onde o foco
passa a ser na produção em menor escala, mas com qualidade e controle de processos. O que
cria uma vantagem competitiva para este projeto, uma vez que a agroindústria foi projetada
para operar dentro das normas e procedimentos de qualidade. Outra vantagem competitiva
neste projeto é de que o layout e o maquinário foram dimensionados em 25% para além da
capacidade produtiva estimada, estando disponível quando a empresa já estiver se
estabelecido no mercado, uma possível expansão na produção sem requerer muitas mudanças.
A partir do estudo de mercado e da viabilidade econômica, concluiu-se que o projeto de
implantação da agroindústria produtora de cachaça na cidade de Catanduva-SP é viável, com
TIR de 6,6%, VPL de R$4.870,97 e Payback de 4,95.
REFERÊNCIAS