Você está na página 1de 7

Universidade Federal de Pelotas

Curso de Licenciatura em Ciências Sociais


Departamento de Sociologia e Política
Professor Marcus Vinicius Spolle
Disciplina Sociologia I

Avaliação final

LUIZ EDUARDO PAIVA DUARTE

Pelotas
2021
1. “(...)ao mesmo tempo que as instituições se impõem a nós, aderimos
a elas; elas comandam e nós as queremos; elas nos constrangem, e nós
encontramos vantagem em seu funcionamento e no próprio constrangimento.
(...) Talvez não existam práticas coletivas que deixem de exercer sobre nós
esta ação dupla, a qual, além do mais, não é contraditória senão na
aparência (DURKHEIM. As regras do método sociológico, p. XXX.)”
A partir do texto acima, reflita sobre o objeto da sociologia funcionalista
e suas características.

Para Durkheim, o objetivo dá sociologia era o estudo da sociedade como um


fato social, o qual ele via como um objeto de estudo, onde cada indivíduo tem uma
tarefa dentro da sociedade, sendo assim um organismo vivo.

Desta forma, o “objeto” que é o “fato social” o qual é o corpo da sociedade,


pode ser estudado por Durkheim, como uma consciência coletiva, com regras,
normas e leis sento assim todos integrantes que forem incluídos, ou nascerem nesta
sociedade terão que se encaixar nas regras.

“(...)ao mesmo tempo que as instituições se impõem a nós, aderimos a


elas; elas comandam e nós as queremos; elas nos constrangem, e nós
encontramos vantagem em seu funcionamento e no próprio
constrangimento. (DURKHEIM. As regras do método sociológico, p.
XXX.)”

Os fatos sociais são justamente as regras ou normas em conjunto que são impostas de
maneira coercitiva as pessoas, uma união de mecanismos sociais que determinam as
maneiras de pensar, agir e sentir na vida de um indivíduo dentro da socialmente.

Podemos, então, vê três características “fatos sociais” segundo Durkheim, eles


são exteriores as pessoas, sua exterioridade pode ser esclarecida a partir do momento que o
poder do indivíduo modificar, através de sua vontade. São coercitivos porque há punições e
sanções para aqueles que não obedecem às regras. e são gerais por fim, no sentido de que
devem ser observados por todos aqueles que fazem parte de certo grupo social. Alcançam
toda a sociedade.
(...) Talvez não existam práticas coletivas que deixem de exercer sobre
nós esta ação dupla, a qual, além do mais, não é contraditória senão na
aparência. (DURKHEIM. As regras do método sociológico, p. XXX.)”

2. “E todavia os fenômenos sociais são coisas e devem ser tratados


como coisas. Para demonstrar esta proposição não é necessário
filosofar sobre a natureza deles, discutir as analogias que apresentam com os
fenômenos dos reinos inferiores. Basta constatar que são eles o
único datum (dado) oferecido ao sociólogo. Os fenômenos sociais apresentam
incontestavelmente tal caráter. Não nos é dada a ideia que os homens
formulam a respeito do valor, esta é inacessível (...)” DURKHEIM, Émile. As
regras do método sociológico. São Paulo: Ed. Nacional, 1978, p. 23.

Tais construções (...) permitem-nos ver se, em traços particulares ou em


seu caráter total, os fenômenos se aproximam de uma de nossas construções,
determinar o grau de aproximação do fenômeno histórico e o tipo construído
teoricamente. Sob esse aspecto, a construção é simplesmente um recurso
técnico que facilita uma disposição e terminologia mais lúcidas. (WEBER.
Rejeições religiosas do mundo e suas direções, p. 372.)

Ao afirmar o método de descoberta da realidade social, Weber juntou


explicação e compreensão, saindo daí a explicação da ação. Para ele, a sociologia
em seu estudo deve ser definido segundo as formas sociais e não por meio de
conteúdo, onde o estudo se dá no através das ações e do comportamento dos
indivíduos.

Weber também relata que, a ciência ensina o indivíduo as formas de


utilização racional dos seus meios e a sua privativa escolha para atingir seus
objetivos, mas o valor com relação a sua racionalidade e legitimidade por outro lado
são excluídos

Discuta, a partir do texto dos autores, a diferenças metodológicas que


implicam na discussão da descrição do real e a compreensão da racionalidade
dos atores.
Durkheim relata que os fenômenos sociais são externos ao indivíduo,
para ele este fenômeno que é externo tem que ser tratado como um produto.
“E todavia os fenômenos sociais são coisas e devem ser tratados
como coisas. DURKHEIM, Émile. As regras do método sociológico. São Paulo:
Ed. Nacional, 1978, p. 23.

Os “fenômenos sociais” para Durkheim devem ser conhecidos não por


estudos internos aos indivíduos, mas de forma externa a ele em sua
sociedade. O método sociológico de Durkheim é a forma de ver a sociedade
como um produto real, que tem uma existência independente e autônomos
dos indivíduos,

3. Por isso, surge novamente o problema de reconhecer a peculiaridade


específica do racionalismo ocidental, e, dentro deste moderno racionalismo
ocidental [capitalismo], esclarecer a sua origem. Cada uma dessas tentativas,
tendo em conta a importância fundamental da economia, deverá, antes de mais
nada, analisar as condições econômicas. Isto porque, o racionalismo
econômico, embora dependa parcialmente da técnica e do direito racional, é ao
mesmo tempo determinado pela capacidade e disposição dos homens em
adotar certo tipo de conduta racional.” Weber, Max. Ética protestante e o
espírito do capitalismo. São Paulo: Livraria Pioneira Editora, 1983, p 11.

A partir do texto, explique a principal característica da modernidade,


associando com o tipo puro de conduta do indivíduo.

Weber percebe que toda a civilização ocidente é baseada na lógica da


racionalização, coisa que antes a conduta capitalista do trabalho não era. Weber
tentando compreender quando esta transformação se deu.

Para weber o capitalismo está ligado a racionalização ao cálculo, com o


desenvolvimento da técnica com a ciência, ele tenta compreender porque os
indevidos deixam de ter uma conduta tradicional ou afetiva e passam a predominar
uma conduta racional em todas as áreas do ocidente.
A racionalidade para weber, não se trata de dedução eu de erro e acertos
mais sim planejar, calcular.

O mais moderno capitalismo, além da técnica, também tem as regras de


trabalho, exemplo: quando um indivíduo vai e vende sua força de trabalho, ele
assina um contrato que se compromete a trabalhar por um certo período de tempo,
se assim não fizer, estará sujeito as consequências.

Para Weber poder entender a principal característica da modernidade, ele irá


analisar as origens do capitalismo através das condições econômicas, tentando
enxergar, como os empresários, os trabalhadores em determinado tempo da história
passam a ter essa conduta racional. O qual define que esta conduta surge através
das religiões, ou dos ideais éticos.

Weber usa da ação racional em relação a fins com a intenção de alcançar


determinado objetivo. Utilizando meios racionais para conquistar um resultado
satisfatório.

4. (..reprodução da existência física dos indivíduos. Pelo contrário, já


constitui um modo determinado de atividade de tais indivíduos, uma forma
determinada de manifestar a sua vida, um modo de vida determinado. A forma
como os indivíduos manifestam sua vida reflete muito exatamente aquilo que
são. O que são coincide, portanto, com a sua produção, isto é, tanto com
aquilo que produzem, como com a forma como produzem. Aquilo que os
indivíduos são depende, portanto, das condições materiais de sua produção. (
MARX; ENGELS. A ideologia alemã, p. 19.)

Explique, a partir do texto, a análise materialista histórica e dialética

Segundo ele as transformações históricas da sociedade se davam pela


contradição material que determinavam a forma de viver. Uma sociedade se
organizava através do trabalho e enquanto estava tudo indo bem, não havia conflito,
mas quando esta forma estável entrava em choque, dava-se início as contradições.

“devemos começar por constatar o primeiro pressuposto de toda existência


humana e também, portanto, de toda história, a saber, o pressuposto de
que os homens têm de estar em condições de viver para poder “fazer
história”. Mas, para viver, precisa-se, antes de tudo, de comida, bebida,
moradia, vestimenta, e algumas coisas mais. O primeiro ato histórico é,
pois, a produção dos meios para a satisfação dessas necessidades, a
produção da própria vida material, e este é, sem dúvida, um ato histórico,
uma condição fundamental de toda a história, que ainda hoje, assim como
há milênios, tem que ser cumprida diariamente, a cada hora, simplesmente
para manter os homens vivos. […] A primeira coisa a fazer em qualquer
concepção histórica é, portanto, observar esse fato fundamental em toda a
sua significação” (MARX & ENGELS, 2007, p. 32, 33)

O trabalho é, pois, a categoria fundante do mundo dos homens porque, em primeiro


lugar, atende à necessidade primeiro de toda sociedade: a produção dos meios de
produção e de subsistência sem os quais nenhuma vida social poderia existir.

“na produção social da sua existência, os homens estabelecem relações


determinadas, necessárias, independentes da sua vontade, relações de
produção que correspondem a um determinado grau de desenvolvimento
das forças produtivas materiais. O conjunto destas relações de produção
constitui a estrutura econômica da sociedade, a base concreta sobre a qual
se eleva uma superestrutura jurídica e política e a qual correspondem
determinadas formas de consciência social. O modo de produção da vida
material condiciona o desenvolvimento da vida social, política e intelectual
em geral.” (MARX, 1977, p. 24, 25)

Para o marxismo, só há existência na natureza humana, mas nenhum desses


elementos pode ser tomado, de forma separadamente, para poder explicar o
desenvolvimento das sociedades. A unidade dialética nos fornece a resposta
adequada, a dialética é o trabalho e a produção. Sem o trabalho, sem a produção, a
sociedade não pode nem viver nem se desenvolver.

O trabalho é a conjunção objetiva da permanência humana. Portanto, para


sobreviver, o ser humano precisa de bens materiais sendo importante que a
sociedade os produza.

Para produzi-los é necessário instrumentos adequados, também é preciso


saber produzi-los e saber manuseia-los, porém, o crescimento das forças produtivas
está subordinado pelo desenvolvimento dos materiais de produção que vão
melhorando ou seja, se aperfeiçoando no andamento da história da humanidade.

5. “O corpo da mercadoria que serve de equivalente figura sempre como


corporificação do trabalho humano abstrato e é sempre o produto determinado
trabalho concreto útil. Esse trabalho concreto torna-se expressão de trabalho
humano abstrato.” MARX, Karl. “Merrcadoria”, in GIANNOTTI, José A. Os
pensadores. São Paulo: Nova Cultural. 1987, p. 60
A partir da frase acima, explique para que serve a mercadoria na sua
forma equivalente. (trabalho abstrato)

A forma equivalente de uma mercadoria é resultado da forma de uma


permutabilidade direta com a mercadoria, ou seja, as partes trocam objetos, serviços
ou propriedades mutualmente, sem trocar moeda financeira. Nesse tipo de
transação, os bens não precisam ser da mesma espécie, mas é preciso haver
concordância entre as partes a respeito da equivalência de valores. nessa forma,
não existe nenhuma determinação quantitativa do valor.

O trabalho abstrato mostra-se através do valor de troca ou preço das


mercadorias sendo assim um processo social. O trabalho abstrato é o que domina o
trabalho do indivíduo quando é atribuída a produção de mercadorias, onde só existe
somente na produção de mercadorias.

Você também pode gostar