Texto do Trabalho Sobre Émile Durkheim

Émile Durkheim foi um Psicólogo, Filósofo e Sociólogo que nasceu em Épinal, na França, em 15
de abril de 1858. Ele estudou no Liceu Louis-Le-Grand e na Escola Normal Superior de Paris,
que eram instituições tradicionais. Seus estudos eram sobre Direito e Economia, Filosofia,
Ciências da Natureza (principalmente Biologia), e Psicologia. Vale lembrar que sua formação
inicial foi em Direito e Economia e que ele chegou a dar aulas de Filosofia em liceus franceses
(liceus são uma categoria de escolas).

Os varios estudos que Durkheim fez, induziu ele a procurar modelos biológicos e sociais a fim
de estudar mais o homem, esses diversos estudos fizeram ele formular a teoria dos fatos
sociais que será apresentada em breve.

Sua Maior Ambição era criar um campo de estudos das Ciências Sociais que fosse totalmente
autônomo, como uma matéria individual, assim como Biologia, Física, Psicologia, entre outros.
Aos seus 29 anos, em 1887, Durkheim integrou a Universidade de Bordéus como um
encarregado de cursos, assim criando oficialmente a Sociologia.

A partir daí, em 1887, todo o intelecto de Durkheim foi investido em estudos sobre a
Sociologia e a teoria dos Fatos Sociais.

Durkheim morreu em 15 de novembro de 1917, na cidade de Paris, após apoiar de forma

fortemente nacionalista a França na Primeira Guerra Mundial.

A Sociologia deve ser uma ciência bem estruturada, tendo um método rigoroso que impediça a
interferência tradicional. Já que Durkheim achava que o modelos anteriores, como o de
Comte, levavam o sociólogo a usar um modelo de deução metafísica filosófica que tinha
utilidade apenas para fazer uma filosofia na história do que para construir uma ciência que
estudasse a sociedade, e para isso o sociólogo deveria buscar entender os fatos comuns da
sociedade, os fatos sociais, de forma objetiva.

O Sociólogo deve compreender que esses fatos que organizam a sociedade em tal época e tal
local como a educação, e também ter em mente que apesar das diferenças das épocas e locais,
existem estruturas que moldam as sociedades de forma semelhante, então apesar das
diferenças de época e lugar, sempre vão existir elementos em comum que são determinados
pelos fatos sociais que possibilitam o sociólogo de estudar algo.

Um importante elemento da sociedade que serve como dados de análise são as Formas de
Coesão. Que mostram como essa sociedade se comporta, o tipo de Direito e Justiça exercidos
nela e o modo de solidariedade que organiza a sociedade. As duas principais formas de coesão
são da:

Soliedariedade Mecânica, que vem de sociedades mais antigas e rudimentares que não eram
influenciadas pelo capitalismo. Nela existe uma coesão social maior e ausência da divisão
social do trabalho, o que fecha essa sociedade e promove uma ajuda mútua entre os
indivíduos. Além de que nela existe uma forma de direito mais primitiva que considera um ato
indesejado como um crime contra toda essa sociedade e isso requer uma punição pública
grave como tortura ou penas de morte.

Soliedariedade Orgânica, que são as sociedades mais desenvolvidas e são influenciadas pelo
capitalismo. É como um organismo que precisa de mecanismos únicos para funcionar. Nela,
existe a divisão social do trabalho e a desigualdade social que fecha grupos e promove a
solidariedade apenas entre esses grupos fechados que se enxergam cooperando apenas entre
si e não com os outros.

O Fato Social explica as maneiras de agir de um indivíduo de um determinado grupo. Os fatos

sociais moldam as ações das pessoas pela influência exercida sobre elas. Também são
conjuntos de hábitos praticados por pessoas, que através de suas ações, permitem a
identificação de uma consciência coletiva.

Os Fatos Sociais são Gerais, Coercitivos e Exteriores, ou seja, eles mostram regras gerais no
modo de agir dos indivíduos, são exteriores ao indivíduo e são coercitivo de forma que atuam
como forças em cima dos indivíduos, pressionando eles a agirem de tal forma. Assim, o fato
social não pode ser modificado pela ação individual, pois existe uma força exterior muito mais
forte que a do indivíduo, que é a consciência coletiva, que molda o indivíduo.

O Fato Social se relaciona com a Educação de forma que a educação molda o indivíduo com
uma educação formal, ensinando não só ciências como a cultura e as normas sociais de uma
sociedade. Atuando muito como um processo de preparação cultural dos indivíduos desde
cedo para guiar eles a viverem de tal forma. Todas as sociedades têm suas formas de educar,
seus sistemas de educação, e eles são apresentados tanto de forma formal, nas escolas,
quanto de forma mais livre, como em casa com familiares, sempre responsabilizando o adulto
para preparar a criança para viver em sociedade.

O Fato Social Normal são aqueles que participam do desenvolvimento da sociedade dentro de
uma norma comum, atribuindo um padrão comum da vida e sempre buscando o
aprimoramento da sociedade de forma individual. Esse fato social preza por uma ordem
institucional e pela vida individual, porém mantendo em os laços solidários entre os indivíduos
que unem um grupo.

O Fato Social Patológico é aquele que se desenvolve fora da norma comum. Representa um
perigo, pois quando se atinge uma dimensão maior, ele pode afetar negativamente uma
sociedade. Os fatos sociais patológicos podem ser descritos como os crimes cometidos e a
violência praticada. Por isso quando uma sociedade se ve tomada pela criminalidade e pela
violência, pode-se dizer que existe um efeito de um fato social patológico, que foge da
normalidade esperada por uma sociedade.

A Anomia Social é uma desordem social, podendo ser o princípio de um fato social patológico.

Émile Durkheim foi o primeiro a estudar o suicídio como um fato social, na sua visão, o suicídio
é uma ação individual intencional e consciente que causa a morte do indivíduo e apesar de ele
ser uma ação individual, é causada por fatores sociais. Ele pode ser considerado um fato social
normal ou patológico, depende do contexto em que ocorreu. Segundo Durkheim, existem três
tipos de suicídio:

Suicídio Altruísta, que é quando o indivíduo desiste de sua vida em prol de uma causa maior
que ele, por enxergar um motivo pelo qual vale a pena morrer. Nesse tipo de suicídio, o ego do
indivíduo se enxerga como algo menor que a consciência coletiva, e pratica o ato por não
enxergar motivo para viver se não for pela satisfação da causa maior.
Suicídio Egoísta, é praticado por uma motivação egoísta, ou seja, não social. Nela, o indivíduo
enxerga a sua existência como algo não compensável para a sociedade. Então é deixado o ego
social de lado e o indivíduo enxerga apenas o seu sofrimento e a vontade de acabar com ele.
Esse tipo de suicídio é um fato social pois o sofrimento do indivíduo é causado por meios
sociais, ou a sociedade.

Suicídio Anômico, é o que acontece em situações de anomia social, em desordem social, ou

seja, o caos, pode ser descrito como as crises econômicas, sociais e morais. Essas crises fazem
com que os papéis sociais entrem em colapso, então pessoas com poderes econômicos e
sociais podem também entrar em colapso, correndo o risco de perder tudo e acabar
cometendo suicídio justamente pelo medo de perder tudo.