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NEVES/MG
I. DA SÍNTESE PROCESSUAL
Trata-se de açã o penal movida pelo Ministério Pú blico do Estado de Minas Gerais
em desfavor de Gilberto Victor da Silva, acusado da prá tica do delito previsto no artigo 157,
§°2, inciso VII, do Có digo Penal.
II. DO MÉRITO
O crime de roubo é complexo: é o somató rio do delito de furto com outro delito.
Assim, furto sem uma segunda figura típica a ele atrelada numa mesma circunstâ ncia fá tica
nã o é roubo, e vice-versa. Por esta razã o, ambos os delitos devem estar plenamente
configurados para que, unidos, formem o roubo.
Para que haja furto, é necessá rio se tratar de fato típico, ilícito culpá vel. O fato
típico, conforme a teoria constitucionalista do delito, de certa forma inspirada no
funcionalismo de Claus Roxin, é composto de três dimensõ es, sendo elas: a) formal; b)
material; c) subjetiva. A dimensã o material abrange: a) juízo de desaprovaçã o da
conduta (criaçã o ou incremento de risco proibido relevante); b) princípio da
ofensividade (lesã o ou perigo concreto de lesã o relevante a bem jurídico
tutelado); c) imputaçã o objetiva do resultado (o resultado deve decorrer diretamente do risco
proibido criado ou incrementado).
O Direito Penal, como visto, nã o se presta para tutelar todas as lesõ es ao bem
jurídico. Para isso, existem outros ramos do Direito, ficando sua intervençã o limitada aos
casos em que há lesã o jurídica relevante. É o princípio da intervençã o mínima do Direito
Penal, composto de subsidiariedade e fragmentariedade.
Além de ter sido a bolsa devidamente restituída à Sra. Josiane, conforme seu
depoimento ainda em sede policial (fl. 04):
Desse modo, ante a conduta do réu, que apenas mostrou uma faca dentro de sua
bola à vítima, e que o bem subtraído apresenta valor irrisó rio, além de ter sido devidamente
restituído à vítima, requer seja reconhecida a desclassificaçã o do crime de roubo para o crime
de ameaça, com base nos fundamentos apresentados neste capítulo.
De fato, Gilberto, ao assumir seus erros perante o Poder Judiciá rio, abre mã o
de seu direito ao silêncio e da garantia contra a nã o autoincriminaçã o.
Some-se a isso que a confissã o espontâ nea traz uma série de benefícios:
acarreta economia e celeridade processuais, pela dispensa da prá tica dos atos que possam
ser considerados desnecessá rios ao deslinde do feito; acrescenta seguranças material e
jurídica ao conteú do do julgado, pois a condenaçã o reflete, de maneira inequívoca, a
verdade real, buscada inexoravelmente pelo processo penal.
Assim, acaso venha a ser informado nos autos que o trâ nsito em julgado da
sentença anteriormente lavrada contra o réu se formou em data anterior ao crime
apurado neste caderno processual, a atenuante da confissã o deve ser devidamente
reconhecida por este Juízo.
preponderantes, razão pela qual devem ser compensadas (STJ. 6ª Turma. HC 301.693/SP,
Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 04/12/2014).
Assim, por força do art. 67, do CP, eventual reincidência que venha a ser apurada
por certidã o de antecedentes criminais deve ser devidamente compensada com a indiscutível
confissã o do réu, sendo este o sedimentado entendimento na jurisprudência:
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2.3. REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DE PENA. SEMIABERTO. ART. 387, §2º, CPP. S. 269 DO
STJ.
Desse modo, consoante o disposto no art. 387, §2º do CPP, bem como o fato de que o
réu está preso desde 07/05/2021, além de serem as circunstâ ncias judiciais favorá veis, requer
seja fixado o regime semiaberto para o início do cumprimento da pena.
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Por fim, destaca a necessidade de observâ ncia do art. 128, I, da LC 80/94, e art. 74, I
da Lei Complementar Estadual nº 65/03, que asseguram aos membros da Defensoria Pú blica a
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