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5 – TORÇÃO

5.3 – Torção em barras de seção não circular

Em eixos de seção circular submetidos a torção tem-se as seguintes características:


• deformações por cisalhamento variam linearmente de zero (centróide) a máximo (borda externa);
• uniformidade das deformações por cisalhamento em todos os pontos de mesmo raio faz com que a seção
permaneça plana após a deformação.
Por outro lado, seções transversais não circulares não são simétricas em relação às suas linhas centrais
de forma que elas tornam-se abauladas quando sofrerem torção.
Nota-se que a tensão de cisalhamento máxima ocorre nos pontos da borda mais próximos do centróide
da seção transversal (Tabela 5.1). A Teoria da Elasticidade é capaz de fornecer as expressões que descrevem a
distribuição das tensões ao longo das linhas radiais da seção transversal.

5.4 - Torção em tubos de parede fina

Tubos de parede fina são aqueles que, geralmente, apresentam uma relação entre a distância interna e a
espessura da parede igual ou maior que 10, ou seja:
d
≥10
t

Seja a figura ao lado. Para este estudo, faz-se as seguintes considerações:


• Tensão uniformemente distribuída ao longo da espessura do tubo;
• Utiliza-se tensão de cisalhamento média no tubo em qualquer ponto dado.

O produto entre a tensão de cisalhamento longitudinal média e a espessura do tubo é a mesma em cada
ponto na área da seção transversal do tubo. Ele é chamado fluxo de cisalhamento (q), e é dado por:

q=τ med t

Como q é constante na seção transversal, a maior tensão de cisalhamento média ocorrerá no local de
menor espessura do tubo.
A Tensão de cisalhamento média é dada por:

T
τ med=
2 t Am
Portanto:
T
q=
2 Am
Pelos Métodos de Energia, pode-se demonstrar que o ângulo de torção é dado, neste caso, pela seguinte
expressão:
TL 1
ϕ= ∮ ds
4 A mG t
2
EXERCÍCIO:
1) O tubo abaixo é feito de bronze C86100 e está submetido aos esforços indicados. Determine a tensão de
cisalhamento média nos pontos A e B e o ângulo de torção na extremidade. Considere o tubo engastado em E.
Represente as tensões em elementos de volume localizados nos pontos A e B.

5.5 – Projeto de eixos de transmissão

Eixos e tubos circulares são frequentemente empregados para transmitir a potência gerada por máquinas.
Assim, eles são submetidos a torques que dependem da potência gerada pela máquina e da velocidade angular
do eixo. Define-se potência como o trabalho realizado por unidade de tempo. O trabalho transmitido por um
eixo rotativo é igual ao torque aplicado multiplicado pelo ângulo de rotação. Logo, para um instante de tempo
dt:
Tdθ
P=
dt
Mas pode-se definir w como a velocidade angular do eixo, dada por ω =d θ /dt . Então:
P=T ω
P: potência [W];
w: velocidade angular do eixo [rad/s];
T: torque [Nm].

Pode-se ainda escrever ω =2 π f , onde f é a frequência de rotação de um eixo dada em Hertz (Hz).
Outra unidade relevante é o horsepower (hp), que define a potência de um motor. Tem-se que 1hp =
745,69987W.

EXERCÍCIO:
O eixo de 25mm de diâmetro acoplado ao motor da figura ao lado é feito de
um material cuja tensão admissível ao cisalhamento é de 75MPa. Se o motor
operar em sua capacidade máxima com 5kW, determine a rotação mínima
admissível para o eixo.

RESPOSTA: ω=21.7 rad/s

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