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A CULTURA

Disciplina: Psicologia

Ano letivo 2020/2021


Índice
Introdução.............................................................................................................3
Cultura..................................................................................................................4
Conclusão.............................................................................................................7
Referências Bibliográficas....................................................................................8
Introdução

O ser humano é por natureza um ser gregário, capaz de viver em grupo,


numa relação com outros homens e mulheres. Para isso, contudo, não chega
nascermos, é necessário que ocorra um processo de aprendizagem e
socialização.
Tal como outras espécies, a espécie humana apresenta condicionalismos
no plano filogenético que, de uma forma geral, torna todos os seres humanos
semelhantes. A bipedia e a incapacidade de voar são, por exemplo,
características da globalidade dos seres humanos. Ao contrário de outras
espécies, no entanto, o ser humano apresenta uma grande vantagem.
Encontra-se “inacabado”.
A plasticidade do nosso cérebro é a grande ferramenta de adaptabilidade
do ser humano às exigências do meio. A nível individual, as pessoas poderão
desenvolver capacidades diferentes se colocadas em ambientes diferentes.
Cada cultura favorece de forma diferente essa plasticidade, alargando as
potencialidades do nosso cérebro e consequentemente do ser humano.
O ambiente cultural em que nascemos e crescemos pode não ser
objetivamente conhecido por não lhe darmos a devida atenção, mas é inegável
que tem um papel sobre nós e vice-versa. Se fossemos criados entre animais,
provavelmente adotaríamos comportamentos semelhantes aos deles, é
necessário estarmos numa sociedade para termos determinados
comportamentos.
Cultura

Segundo Titiev, cultura “é a série completa dos instrumentos não


geneticamente adquiridos pelo Homem, assim como todas as facetas do
comportamento adquiridas após o nascimento”.

A cultura é, desta forma, um elemento fundamental no desenvolvimento


comportamental de qualquer individuo. Assim, ao longo da vida, a forma como
pensamos, sentimos ou nos comportamos é condicionada pela cultura na qual
fomos educados.

Todas as comunidades humanas possuem cultura. Esta reflete as


diferentes maneiras de como as comunidades se organizam e integram as
formas de viver em conjunto, tendo em conta a sua história e as necessidades
especificas de sobrevivências e, por isso, vai também variando no tempo e no
espaço.

Uma das aprendizagens inerente a qualquer cultura, é a linguagem. O


desenvolvimento da fala, a escrita e a leitura são fundamentais para a
comunicação entre indivíduos.

De entre as principais instâncias socializadoras, a família e a escola


destacam-se, por isso, como as mais importantes.

A família pode ser vista como uma primeira instância socializadora,


responsável pela transmissão de um patrimônio econômico e cultural. É nela
que a primeira identidade social do indivíduo é forjada. De origem privilegiada
ou não, a família transmite aos seus descendentes um nome, uma cultura, um
estilo de vida moral, ético e religioso. Não obstante, cada família é responsável
também por uma maneira singular de vivenciar esse patrimônio.

A família e a escola são, portanto, espaços produtores de valores morais e


identitários, são por excelência espaços formadores de consciência, matrizes
socializadoras responsáveis por um conjunto de experiências, disposições e
práticas de cultura. Capazes de forjar intensas relações, hábitos e um modus
operandi de pensamento bem como um sistema de disposições que orientaria
as escolhas de uma variedade infinita de práticas de cultura e seus diferentes
estilos.

O nascimento representa assim a entrada num mundo que oferece um


vasto número de experiências.
Grande parte dessas experiências não se reveste de caráter social.
Evidentemente, que, quando nasce, a criança ainda não sabe estabelecer essa
espécie de distinção. O mundo da criança, no entanto, é habitado por outras
pessoas e, desde cedo, se inicia uma interação entre estas e o meio físico. A
biografia do indivíduo começa então a ser criada.

São os outros quem criam os padrões pelos quais os organismos


estabelecem relações estáveis com o mundo exterior, não apenas de forma
social, mas também do ambiente e espaço físico. Se uma criança é habituada
a alimentar-se apenas a um determinado horário, então definirá aquele horário
como um padrão e provavelmente só sentirá fome nesses horários também.

Os padrões culturais são, por conseguinte, outro dos elementos


caracterizadores de uma determinada cultura. Embora os padrões culturais
definam um conjunto particular de hábitos, crenças, valores, normas e práticas,
uma organização cultural especifica dos modelos de pensar e fazer
pertencentes a um determinado grupo de pessoas, não podemos considerar os
padrões culturais realidades estáticas.

Atualmente, quando vivemos a era da globalização, “não há sociedades


contidas (em recipientes fechados) ou pessoas protegidas, isoladas do contato
intercultural ou livres de mudança cultural”. É a chamada aculturação.

Podemos então considerar, que para além de uma socialização primária, o


individuo tem ao longo da sua vida necessidade de se adaptar a mudanças,
precisando integrar-se em situações novas muito especificas. O primeiro
emprego, a maternidade ou paternidade, o passar à reforma são apenas
alguns exemplos. Chamamos a esta etapa, socialização secundária.

Seremos então incapazes de decidir algo por nós mesmos?


Apesar da influência mútua e fundamental dos aspetos biológicos e dos
aspetos socioculturais, o que nos tornamos a cada momento nunca é
totalmente determinado. Todo o ser humano tem capacidade de
autodeterminação.

O contexto onde vivemos, os nossos pensamentos, emoções e ações


fazem de nós sujeitos ativos, capazes de tomar decisões e contruir um ponto
de vista sobre o mundo. Aquilo que cada um interioriza, interpreta e vivencia
define o seu Eu.

A nossa história pessoal vai por isso, desenvolvendo-se à medida que


vivenciamos novas experiências, refletimos sobre elas e criamos as nossas
memórias, atribuindo-lhes significados e importância.

Para além da diversidade biológica e cultural, podemos também falar de


diversidade individual, pois apesar das semelhanças que nos compõe
enquanto espécie humana elas são essencialmente físicas. Graças ao nosso
cérebro, agimos sobre o nosso corpo e aí reside a nossa singularidade e a
diversidade de cada um. Somos seres livres e autónomos e apenas
precisamos crescer e viver em meios que assim nos permitam continuar.
Conclusão

Ao contrário dos outros seres vivos, o Homem apresenta uma fenomenal


capacidade de se adaptar e ajustar às exigências do ambiente que o rodeia.
Desde o nascimento, o indivíduo vai adquirindo conhecimento através
das experiências que vivencia e dos ensinamentos que lhe vão sendo
transmitidos e que gradualmente irão definir a sua personalidade e criando o
seu “Eu”.
A socialização do ser humano enriquece-o com capacidades que o seu
genótipo não contém. Senão vejamos, os casos das crianças selvagens, cujo
isolamento social não lhes permitiu desenvolver a linguagem ou determinados
comportamentos socias. Já Aristóteles defendia que “um ser humano isolado
ou é um Deus ou animal, mas não é um ser humano”.
Laços emocionais, empatia e emoções em geral advêm de contacto
humano e permitem ao individuo criar relações sociais.
Diferentes culturas constituem diferentes ensinamentos e
consequentemente uma maior diversidade de ideias costumes, formas de
pensar e agir, em tudo favorecida pela plasticidade cerebral.
A interação de cada pessoa com diferentes culturas e diferentes mundos
contribui para um continuo desenvolvimento do ser humano e da biografia
pessoal de cada um.
Podemos assim, concluir, que o ser humano é um ser em continua
evolução e desenvolvimento, produto da cultura em que vive, mas também
produtor de cultura.
Referências Bibliográficas

Manual da Disciplina
Peter L. Berger, Brigitte Berger, “Socialização: como ser um membro da
sociedade”,
URL https://d1wqtxts1xzle7.cloudfront.net/39776010/08_-_socializacao_-
_Peter_Berger_-_texto_03.pdf?1446913836=&response-content-
disposition=inline%3B+filename
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última consulta 02/12/2020

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