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A inconstitucionalidade
Proteção da Constituição
Como a Constituição tem uma supremacia reconhecida de sua força vinculante frente ao
Poder Público, muito se discute sobre as formas e os modos de defesa do Texto Magno
e sobre a necessidade de controle de constitucionalidade das leis e atos normativos
daquele. (MIRANDA, 1996, p.49)
Constituicao
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Tipos de inconstitucionalidade
Inconstitucionalidade formal
Os vícios relativos à formalidade afecta o atam normativo sem atingir seu conteúdo,
referindo-se aos procedimentos e pressupostos relativos às feições que formam a lei.
Ensina-nos Gilmar Mendes que “os vícios formais traduzem defeito de formação do ato
normativo, pela inobservância de princípio de ordem técnica ou procedimental ou pela
violação de regras de competência”. (In: BRANCO; COELHO; MENDES, 2010, p.
1170).
Inconstitucionalidade material
Os vícios materiais, diferentemente dos formais, estão ligados ao próprio mérito do ato,
referindo-se a conflitos de regras e princípios estabelecidos na Constituição.
Se uma norma legal vem depois da Constituição e com essa é incompatível, tem-se um
caso típico de inconstitucionalidade. Se a contradição, no entanto, for entre norma
constitucional superveniente e o direito ordinário pré-constitucional, indaga-se se seria
caso de inconstitucionalidade ou de mera revogação.
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Tem-se também caso em que a norma editada com os parâmetros constitucionais
vigente à época pode tornar-se com ela incompatível em decorrência de mudanças
fácticas ou de mudanças na interpretação constitucional.
Esse tipo de discussão tem enorme relevância prática, já que, dependendo do modelo
adoptado, tratando-se de mera revogação da lei anterior, qualquer órgão jurisdicional
terá competência para apreciá-la; no entanto, tratando-se de inconstitucionalidade, a
atribuição para manifestar acerca da questão será dos órgãos jurisdicionais competentes.
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Conclusão:
A inconstitucionalidade é um fenómeno social, consistente numa valoração ordinária
oposta a valores essenciais, oposição que implica um valor polar preterido. Os
problemas suscitados pela inconstitucionalidade no direito positivo de um país devem
ser solucionados a partir da observação do que é efectivamente oposição à Constituição
e do que a realiza, e em que intensidade. O Direito extrai as notas jurídicas desse
fenómeno e insere-o como um desvalor em seu ordenamento. O controlo de
constitucionalidade vai buscar precisamente sancionar esse desvalor.
Toda inconstitucionalidade deve ser excluída do ordenamento jurídico, porque
representa uma negação dele; e quando é necessária para o ordenamento é sinal de que
não é inconstitucional. Desse modo, a construção que afirma a possibilidade do
reconhecimento da inconstitucionalidade sem decretação de nulidade, perplexidade que
levou à elaboração do presente estudo, é um equívoco.
Os valores contrários variam de intensidade, a ponto de tornarem-se de observação
obrigatória. É possível, por isso, o controle de constitucionalidade face às normas
generalíssimas da Constituição, aqui apelidadas supraprogramáticas.
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Referências bibliográficas:
NEVES, Marcelo. (1988). Teoria da inconstitucionalidade das leis. São Paulo: Saraiva.
MIRANDA, Jorge. (1996). Contributo para uma teoria da inconstitucionalidade.
Coimbra: Coimbra Editora.
MENDES, Gilmar F. (1996). Jurisdição constitucional: o controlo abstracto de normas
no Brasil e na Alemanha. São Paulo: Saraiva.
G. G.; COELHO, I. M.; MENDES, G. M. (2010). Curso de direito constitucional. 5. ed.
São Paulo: Saraiva.
JACQUES, Paulino. (1958). Curso de direito constitucional. 2. ed. Rio de Janeiro:
Revista Forense.