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ESTADO MODERNO E

CONTEMPORÂNEO
AULA 5

Prof. Carlos Alberto Simioni


CONVERSA INICIAL

A teoria neoliberal surge ao final da II Guerra Mundial a partir de uma forte


crítica ao socialismo, ao intervencionismo estatal e ao Welfare State. O texto de
Friedrich August von Hayek, O caminho da servidão, lançado em 1944, é
considerado o momento de fundação do neoliberalismo, equivalente ao
Manifesto comunista para o socialismo. Em 1947, na Suíça (Mont Pèlerin),
ocorre um encontro de vários intelectuais liberais, como Milton Friedman, Hayek,
Lipmann, Ludwig von Mises, Karl Popper. Todos comungavam as críticas de
Hayek e criaram uma associação para divulgar suas ideias (Anderson, 1996). Na
verdade, o economista Von Mises já havia escrito antes vários textos com o
mesmo conteúdo, inclusive propondo a diferenciação entre o velho liberalismo e
um liberalismo renovado, mais tarde conhecido como neoliberalismo.
É importante salientar algumas diferenças entre o liberalismo clássico –
típico dos séculos XVIII e XIX – e a nova proposta. Em termos gerais, as ideias
são muito semelhantes, pautadas em liberdade individual, direito à propriedade
privada e defesa da economia de mercado (concorrência e livre iniciativa). Mas
uma primeira diferença é o adversário a ser combatido. Os liberais clássicos
combatiam o Absolutismo e a decadente sociedade feudal. Já os neoliberais têm
o socialismo e o Estado do Bem-Estar Social como seus maiores adversários.
Outra diferença histórica é que, nos séculos XVIII e XIX, o Estado-nação estava
se consolidando, de forma que o discurso liberal, ainda que enfatizando o livre
mercado, precisava de um Estado forte para dar garantias às empresas
nacionais e à própria burguesia, classe social que estava se consolidando.
Nesse sentido, o Estado contribuiu para a formação de oligopólios, ou do
protecionismo econômico. A Inglaterra Vitoriana é um bom exemplo deste fato.
Já os neoliberais não admitem protecionismos, monopólios ou oligopólios, nem
mesmo a ideia de um Estado economicamente forte, pois defendem um
comércio sem fronteiras. Assim, a globalização é vista por alguns como um
fenômeno, se não gerado, pelo menos incentivado pelo neoliberalismo.
Contudo, durante duas décadas, as ideias neoliberais não tiveram muito
espaço nos meios governamentais e acadêmicos, até que, em meados dos anos
de 1960, as universidades começaram a acatar tais ideias e, em termos políticos,
na década de 1970, foram implementados os primeiros programas neoliberais,
reorientando a ação do Estado em diversos países. É o que veremos nesta aula.

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TEMA 1 – ESTADO E NEOLIBERALISMO

Para os neoliberais, a ideia geral de Estado pode ser resumida no


conhecido jargão Estado mínimo. O liberalismo clássico já apregoava tal ideia,
combatendo os princípios da altamente centralizada economia mercantilista.
Mas, após a II Guerra e principalmente a partir dos anos de 1970, a crítica se
volta para o Estado do Bem-Estar Social e para os princípios keynesianos de
condução da economia pelo Estado, vistos como um germe de socialismo e
totalitarismo, dada a excessiva ação do Estado na vida dos cidadãos. De acordo
com M. Friedman (1984), a liberdade econômica fundamentaria a liberdade
política permitindo aos

indivíduos cooperarem, sem coerção ou direção centralizada,


reduzindo a área sobre a qual é exercido o poder político. Além disso,
dispersando o poder, o mercado livre proporciona um contrapeso a
qualquer concentração do poder político que porventura venha a surgir.
A combinação de poder político e econômico nas mesmas mãos
constitui receita certa de tirania.

As principais atribuições do Estado mínimo seriam: manutenção e


garantia da ordem (justiça e polícia); zelo pelo bom funcionamento do mercado;
segurança externa; infraestrutura – investir só em casos de falta de interesse ou
de capital privado. Além disso, o Estado deveria ser “enxuto”. Neste prisma,
algumas medidas monetaristas seriam fundamentais para sanear o Estado, tais
como:

 Diminuição dos gastos, reduzindo a inflação e o descontrole orçamentário;


 Privatização;
 Juros e câmbio desvinculados do Estado;
 Abertura comercial;
 Mercado desregulamentado;
 Livre circulação de capitais;
 Reforma fiscal, diminuindo os impostos dos mais ricos e das empresas,
pois teriam mais poder de investimento;
 Combate ao alto poder dos sindicatos e suas excessivas reivindicações;
 Redução da dívida externa, no caso de países em desenvolvimento;
 Crítica a subsídios e a incentivos de créditos ou fiscais, pois resultariam
em maiores gastos públicos;
 Serviços públicos pagos;

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 Redução dos programas assistenciais (seguro social, renda mínima,
programas de habitação, salário mínimo, assistência médica gratuita),
indicados apenas aos mais carentes.

A desigualdade não seria um problema, pois, antes disso, seria indutora


da competição e da concorrência. Haveria o combate ao pleno emprego artificial,
ou seja, aquele fomentado pelo Estado (um certo grau de desemprego é bem
visto, pois incentiva a competição). Os indivíduos seriam os maiores
responsáveis pela sua situação futura (por exemplo, formando poupança ou
participando de fundos de pensão, tornando-os independentes das políticas
sociais do Estado).
Um dos maiores incentivos às políticas neoliberais foi o conjunto de
diretrizes chamado de Consenso de Washington, a partir de uma reunião em
1989 encabeçada pelo FMI (Fundo Monetário internacional), por funcionários do
governo norte-americano e agências de fomento internacionais, como o BID
(Banco Interamericano de Desenvolvimento) e o Banco Mundial. Consistia em
várias recomendações, primeiramente aos países latino-americanos, mas
depois indicadas para todos os países. A receita era sempre a mesma, conforme
exposto anteriormente. Com tal incentivo, diversos países implantaram políticas
neoliberais em maior ou menor grau. É importante salientar que, nos anos de
1980, houve uma intensificação da Guerra Fria e o discurso fortemente
anticomunista do neoliberalismo contribuiu para sua aceitação. Na Europa
Ocidental, a partir daquela década, muitos países aderiram às suas propostas.

TEMA 2 – MODELOS DE ESTADO NEOLIBERAL: INGLATERRA

O Estado inglês foi o primeiro a adotar políticas neoliberais. Em 1979,


Margareth Thatcher, do Partido Conservador, assume o poder e logo põe em
prática diversas reformas sociais e de Estado, em um modelo considerado como
o mais puro e profundo programa neoliberal (Anderson, 1995).
Baseando-se neste programa, o Partido Conservador comanda a
Inglaterra por quase 20 anos, permitindo a execução de um projeto de diminuição
do tamanho do Estado, restringindo seu papel na economia e fomentando a ação
do mercado, inclusive reduzindo os impostos sobre as rendas mais altas.
Exemplos deste programa foram: a redução do número de funcionários públicos,
um setor no qual havia forte sindicalização; privatização de empresas do setor

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de energia, siderurgia, telecomunicações e distribuição de água. Fecharam-se
minas de carvão deficitárias – lembrando que, àquela época, a mineração de
carvão era uma das principais fontes de emprego para muitas cidades inglesas.
Tudo isso gerou um forte embate com os sindicatos, que fomentaram uma greve
geral em 1985, sendo duramente reprimidos, culminando na vitória de Thatcher:
“Foi nas minas de carvão, mais do que em qualquer outro lugar, que uma visão
socialista que valorizava o bem-estar das comunidades operárias mais do que o
lucro finalmente teve de ceder para uma nova era de individualismo e
empreendedorismo” (Burns, 2013).
A maior parte das minas foi fechada e o carvão necessário para a indústria
de energia passou a ser importado, mais barato que o inglês. Era o fim de um
setor antes fundamental para a Inglaterra, desde os primórdios da Revolução
Industrial, no final do século XVIII1.
Outro programa básico foi a ideia de saneamento das finanças do Estado,
em especial no combate à inflação e com redução de gastos, como o auxílio
moradia, fomentando a ação do mercado para que os cidadãos pobres
comprassem moradias populares. A maior parte das chamadas moradias sociais
(casas alugadas junto ao Estado, em geral pertencentes aos municípios ou a
entidades sem fins lucrativos ou, ainda, ao setor de locação privada) foi
privatizada através do programa Right to buy (Direito de compra) durante o
governo Thatcher, levando a uma grande redução do modelo de habitação
social2. Ainda assim, não se eliminam certas ações do Estado, como, por
exemplo quanto às crianças ricas ou pobres, que precisam

de escolas adequadas para desenvolver seus talentos e habilidades.


A partir daí se pode pensar em outra tarefa do governo: a criação de
uma rede de proteção e benefícios para aquela parcela da população
que, involuntariamente, não consegue manter-se no mercado de
trabalho, por velhice ou doença. (Thatcher, citada por Rezende, 1994)

A partir do Governo Thatcher não houve mais retorno ao padrão de


Estado típico do pós-guerra. Mesmo os governos trabalhistas assumiram
algumas teses neoliberais que, pode-se dizer, atualmente são modelo
predominante.

1 Ver a este respeito <https://www.publico.pt/2015/08/22/economia/noticia/reino-unido-o-fim-de-


uma-era-que-comecou-com-a-revolucao-industrial-1705619>.
2 Ver <https://www.theguardian.com/housing-network/2015/dec/07/housing-right-to-buy-

margaret-thatcher-data>.
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TEMA 3 – MODELOS DE ESTADO NEOLIBERAL: EUA

O Presidente Ronald Reagan chega ao poder em 1981 eleito pelo Partido


Republicano, que possuía uma nova estratégia de governo baseada nas ideias
neoliberais disseminadas na década anterior. Seu slogan preferido era a famosa
frase “O Estado não é a solução, é o problema”. Ele contribuiu para fomentar a
ideia que mais tarde seria conhecida como “Consenso de Washington”, que

vinha sendo transmitida, vigorosamente, a partir do começo da


Administração Reagan nos Estados Unidos, com muita competência e
fartos recursos, humanos e financeiros, por meio de agências
internacionais e do governo norte-americano. Acabaria cabalmente
absorvida por substancial parcela das elites políticas, empresariais e
intelectuais da região, como sinônimo de modernidade, passando seu
receituário a fazer parte do discurso e da ação dessas elites, como se
de sua iniciativa e de seu interesse fosse. (Batista, 1994)

Embora não tenha realizado reformas tão drásticas quanto as promovidas


por Thatcher, Reagan reduziu os impostos dos mais ricos, elevou as taxas de
juros e esmagou a única greve de monta que marcou seu mandato, a dos
controladores aéreos (Anderson, 1996). Por outro lado, o período de acirramento
da Guerra Fria nos anos de 1980 aumentou enormemente os gastos militares,
gerando certo descontrole orçamentário e aumentando a dívida externa.
Embora os EUA nunca tenham formado um amplo sistema de bem-estar
social, ainda assim existiam certas políticas sociais direcionadas aos mais
carentes, como visto na Aula 3. O governo Reagan cortou parte desses gastos
devido à redução dos impostos. Ao final dos anos de 1980, a inflação foi reduzida
e a economia se estabilizou, mas o debate sobre o papel do Estado persiste
ainda hoje, contrapondo os Democratas (defensores de uma relativa ação do
Estado em certos assuntos) e os Republicanos (ferrenhos defensores das ideias
neoliberais), como, por exemplo, em relação ao Obamacare, programa do
Governo Obama (democrata) de subsídios federais ao sistema de saúde,
ampliando os serviços para famílias mais pobres. Tal programa é vigorosamente
criticado pelo Presidente D. Trump (republicano), que pretende derrubá-lo.

TEMA 4 – UM MODELO AUTORITÁRIO DE ESTADO NEOLIBERAL: CHILE

O pensamento neoliberal possui um claro aspecto político: o combate ao


socialismo e ao intervencionismo estatal. Some-se a isso o contexto da Guerra
Fria, quando não fazia muita diferença para os países hegemônicos, EUA e

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URSS, se um país aliado era governado por um ditador ou por um democrata,
fato corroborado em parte pela Teoria Neoliberal. Isso explica por que o Chile,
governado entre 1973 e 1990 por Augusto Pinochet, um dos mais brutais
ditadores militares latino-americanos, tenha implantado as primeiras políticas
neoliberais conduzidas por Milton Friedman e apoiadas pelos EUA.
Para os neoliberais, a liberdade econômica é que conduz à liberdade
política, e não o contrário, o que certamente induziu Friedman a apoiar Pinochet,
como o próprio teórico explicita (Friedman, citado por Leite, 2015):

Não tenho nada de bom a dizer sobre o regime político imposto por
Pinochet. […] Era um regime político terrível. O verdadeiro milagre
chileno não tem a ver com o quão bom foi o desempenho econômico
do Chile; o verdadeiro milagre esteve na disposição de uma junta
militar em contrariar os seus princípios e apoiar reformas de livre
mercado, deixando que elas fossem implantadas por defensores
sinceros dos princípios de livre mercado. No Chile, o motor do novo
regime de liberdades políticas foi gerado pela liberdade econômica,
assim como pelo sucesso econômico resultante desta, dando origem
ao referendo que introduziu um regime politicamente democrático.

Portanto, apesar do discurso sobre liberdade, não importa muito se

o regime é democrata, autoritário ou mesmo ditatorial. O regime político


ideal é o que consegue neutralizar os sindicatos e diminuir a carga
fiscal sobre os lucros e fortunas, ao mesmo tempo que desregula o
máximo possível a economia. Pode conviver tanto com a democracia
parlamentar inglesa, como durante o governo da Sra. M. Thatcher,
como com a ditadura do Gen. A. Pinochet no Chile. Sua associação
com regimes autoritários é tática e justificada dentro de uma situação
de emergência (evitar uma revolução social ou a ascensão de um
grupo revolucionário). A longo prazo, o regime autoritário, ao assegurar
os direitos privados, mais tarde ou mais cedo, dará lugar a uma
democracia. (Schilling, s.d.)

No início do regime militar chileno, em 1973, a política econômica foi


protecionista e nacionalista, mas os resultados não foram bons, o que levou
Pinochet a buscar assessoria junto a economistas chilenos treinados na
Universidade de Chicago, propagadora do neoliberalismo. A Universidade
Católica do Chile também tinha programas de intercâmbio com a mesma
universidade norte-americana. Aqueles economistas ficaram conhecidos como
Chicago Boys (Leite, 2015), orientados por Friedman. Na América Latina, o
Estado Chileno adotou de forma pioneira o mais drástico programa neoliberal,
aumentando a taxa de desemprego, parte da estratégia de combater os
sindicatos, criando um grande contingente de desempregados; liberalizou a
economia; privatizou bens públicos, cujo exemplo maior são as universidades
(públicas ou privadas – antes de Pinochet eram financiadas pelo Estado. Após,

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a maioria dos cursos passou a ser pago. Hoje, apenas 15% dos recursos provêm
do Estado3); diminuiu impostos sobre os mais ricos. O resultado foi a queda da
inflação e uma relativa estabilidade da economia, pelo menos se compararmos
com outros países do continente naquele período. Posteriormente, a Argentina
(governo Menen), o Brasil (F. H. Cardoso) e o México implantaram modelos mais
modestos de neoliberalismo, mas sem os mesmos resultados do Chile.

TEMA 5 – CRÍTICAS AO ESTADO NEOLIBERAL

As políticas neoliberais tiveram êxito no combate à inflação e na


diminuição do deficit fiscal. Também diminuiu a visão paternalista de Estado, que
induzia a comportamentos pouco competitivos ou ao comodismo. Por outro lado,
as críticas são várias, dados os princípios frios, muitas vezes considerados
desumanos. O aumento do desemprego, da desigualdade e a diminuição dos
programas sociais são vistos como elementos de favorecimento dos mercados,
em especial do financeiro. O equilíbrio das contas públicas e a diminuição de
impostos não significou maiores investimentos produtivos, e sim especulativos,
conforme indica um dos maiores críticos do neoliberalismo, Anderson (1996):

podemos encontrar um elemento importante na desregulamentação


dos mercados financeiros (liberdade de movimento dos capitais, das
vendas e compras de obrigações, criação de novos produtos
financeiros etc.). Essa desregulamentação liga-se intrinsecamente ao
programa neoliberal, levando a que os investimentos financeiros ou
especulativos sejam mais rentáveis que os produtivos.

Um fator inesperado foi o crescimento das despesas sociais ligadas ao


desemprego, ampliando enormemente os orçamentos sociais dos Estados,
principalmente aqueles com amplos programas de bem-estar social. Outros
fatores sociológicos contribuíram para aumentar o problema, por exemplo, do
maior percentual de população idosa, aumentando o número de aposentados,
ou seja, maiores despesas sociais com aposentadorias e pensões.
O fator político relacionado ao tipo de democracia é criticado por diversos
autores, como Thomas Picketty, Paul Krugman, Perry Anderson, Noam
Chomski, a partir do fato de que os principais atores sociais a conduzir as
decisões econômicas e políticas seriam as grandes corporações internacionais
e o mercado financeiro, muitas vezes com mais poder que os estados nacionais.

3 Ver <https://www.terra.com.br/noticias/educacao/ensino-superior-pago-veja-os-casos-de-eua-
franca-e-chile,7649b8abb04c6410VgnVCM5000009ccceb0aRCRD.html>.
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Em termos ideológicos, surge um novo tipo de comportamento social e
político, como constatam Dardot e Chaval (2016), para quem um novo tipo de
sujeito social passa a preponderar nas sociedades modernas. Esse sujeito
conduz sua vida como se fosse uma empresa. O objetivo é o sucesso econômico
(empresarial ou individual) acima de outros valores, com base em maior
eficiência e cálculo constante. Os valores sociais passam a ser muito mais
determinados em função do individualismo do que de fatores comunitários. E,
como vimos, ao neoliberalismo não importa muito se um governo é democrático
ou não, desde que introduza as mudanças propostas por aquela teoria. Foi o
caso do apoio às diversas ditaduras ou regimes corruptos espalhados pelo
mundo.

NA PRÁTICA

A partir dos anos de 1980, diversos países adotaram, se não o modelo


neoliberal de Estado, ao menos alguns de seus princípios. Na Europa, alguns
países tiveram governos socialistas ou sociais-democratas, como François
Mitterrand na França, Felipe Gonzalez na Espanha, Mario Soares em Portugal,
Bettino Craxi na Itália, Andreas Papandreou na Grécia. Todos adotaram políticas
de cunho neoliberal, em especial Mitterrand (eleito em 1983) que, após dois anos
de tentativas de levar a cabo um tradicional modelo socialdemocrata, acabou por
priorizar “a estabilidade monetária e o controle dos deficits públicos e das
concessões fiscais aos detentores de capitais. O objetivo de pleno emprego é
abandonado” (Anderson, 1996). Nos anos de 1990, Tony Blair, na Inglaterra, foi
um dos casos mais exemplares, pois, sendo representante do Partido
Trabalhista (socialdemocrata), sua gestão incorporou diversos princípios
neoliberais. Inclusive, foi um dos incentivadores da tese conhecida como
“Terceira Via”, a mescla de princípios sociais-democratas e liberais.

FINALIZANDO

Nesta aula, vimos as principais características do Estado Neoliberal.


Primeiramente, foi empreendida uma diferenciação entre a noção de estado para
o liberalismo clássico e para o neoliberalismo, assim como suas principais
características e fundamentos. Em seguida, foram analisados alguns exemplos

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de Estado Neoliberal, como Inglaterra, EUA e Chile. Finalmente, foram
apresentadas as principais críticas a este padrão de Estado.

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REFERÊNCIAS

ANDERSON, P. History and Lessons of Neo-Liberalism. The construction of


a single track. Geneva, 1996. Disponível em:
<http://page2.ch/EdPage2/p2_neolib_anderson>. Acesso: 5 jun. 2018.

BATISTA, P. N. O Consenso de Washington. A visão neoliberal dos problemas


latino-americanos. Disponível em:
<http://www.consultapopular.org.br/sites/default/files/consenso%20de%20washi
ngton.pdf>. Acesso: 5 jun. 2018.

BURNS, J. F. Thatcher e os mineiros. O Estado de S.Paulo, 18 abr. 2013.


Disponível em: <http://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,thatcher-e-os-
mineiros-imp-,1022398>. Acesso: 5 jun. 2018.

DARDOT, P.; LAVAL, C. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade


neoliberal. Rio de Janeiro: Boitempo, 2016.

NEOLIBERALISMO: alguns princípios básicos. Educa Terra. Disponível em:


<http://educaterra.terra.com.br/voltaire/atualidade/neoliberalismo2.htm>.
Acesso: 5 jun. 2018.

FRIEDMAN, M. Capitalismo e liberdade. São Paulo: Abril Cultural, 1984.

LEITE, D. Pinochet e o liberalismo: liberdade econômica e política no Chile.


Mercado Popular, 16 abr. 2015. Disponível em
<http://mercadopopular.org/2015/04/pinochet-e-o-liberalismo-liberdade-
economica-e-politica-no-chile/>. Acesso: 5 jun. 2018.

REZENDE, M. A. A receita da leoa: entrevista com Margareth Thatcher. Veja,


17 fev. 2017. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/blog/reveja/margaret-
thatcher-ensina-a-receita-do-8216-capitalismo-popular-8217/>. Acesso: 5 jun.
2018.

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