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TEORIA GERAL DO PROCESSO

Professor: Ricardo Viana Mazulo

INTERVENÇÃO DE TERCEIROS:
ASSISTÊNCIA
1. Intervenção de terceiros: quando alguém ingressa, como
parte ou coadjuvante da parte, em processo pendente entre
outras partes. Pode ser provocada (ex.: denunciação da lide ou
chamamento ao processo) ou por iniciativa do próprio
interveniente (ex.: assistência).
2. Assistência: quando o terceiro, na pendência de uma causa
entre outras pessoas, tendo interesse jurídico em que a
sentença seja favorável a uma das partes, intervém no
processo para prestar-lhe colaboração. Ex.: Se A, dono de uma
coisa, convenciona emprestá-la a B e C ajuíza uma ação reivin-
dicatória sobre a mesma coisa, é intuitivo que B tem interesse
jurídico em que A saia vitorioso na causa, pois, caso contrário,
não poderá desfrutar da coisa que foi objeto do contrato.
- São pressupostos da assistência: existência de uma relação
jurídica entre uma das partes (assistido) e o terceiro
(assistente); e possibilidade de vir a sentença a influir na
referida relação.
- A assistência pode ser:
a) Simples (quando o assistente intervém tão somente para
coadjuvar uma das partes a obter sentença favorável, sem
defender direito próprio); ou
b) Litisconsorcial (quando o terceiro assume a posição de
assistente na defesa direta de direito próprio contra uma das
partes). Ex.: o herdeiro que intervém na ação em que o espólio
é parte representada pelo inventariante.
- O assistente exercerá os mesmos poderes e se sujeitará aos
mesmos ônus processuais que o assistido (art. 121).
- Sendo revel ou, de qualquer outro modo, omisso o assistido,
o assistente será considerado seu substituto processual (art.
121, parágrafo único), como no recurso, por exemplo (no CPC
anterior havia discussão a esse respeito, pois a ausência de
recurso poderia ser considerada aquiescência da parte).
- A assistência simples não obsta a que a parte principal
reconheça a procedência do pedido, desista da ação, renuncie
ao direito sobre o que se funda a ação ou transija sobre
direitos controvertidos (art. 122): ao contrário do que ocorre na
assistência litisconsorcial.
- O assistente pode se habilitar a qualquer momento e recebe o
processo no estado em que se encontre, não podendo renovar
os atos já praticados (art. 119, parágrafo único).
- O pedido é feito nos próprios autos e, após, adota-se o
procedimento do art. 120:
Art. 120. Não havendo impugnação no prazo de 15 (quinze)
dias, o pedido do assistente será deferido, salvo se for caso de
rejeição liminar.
Parágrafo único. Se qualquer parte alegar que falta ao
requerente interesse jurídico para intervir, o juiz decidirá o
incidente, sem suspensão do processo.
- Coisa julgada: a decisão não poderá ser rediscutida, a não ser
que em decorrência da situação em que recebeu o processo
não pôde produzir provas que influenciassem na sentença, bem
como em decorrência de culpa do assistido.
Art. 123. Transitada em julgado a sentença no processo em
que interveio o assistente, este não poderá, em processo
posterior, discutir a justiça da decisão, salvo se alegar e provar
que:
I - pelo estado em que recebeu o processo ou pelas
declarações e pelos atos do assistido, foi impedido de produzir
provas suscetíveis de influir na sentença;
II - desconhecia a existência de alegações ou de provas das
quais o assistido, por dolo ou culpa, não se valeu.

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