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UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS, HUMANIDADES E EDUCAÇÃO


DISCIPLINA: ANTROPOLOGIA CULTURAL
I AVALIAÇÃO/Profa. Josiane A.S. Ulrich

INSTRUÇÕES: Escolha uma situação para realizar a avaliação. Procure


responder com clareza a partir do que foi solicitado. A prova vale 3.0.
Reproduzir no arquivo a ser enviado o número da situação escolhida e as
respostas das questões.

1) No Brasil uma mulher negra chega a ganhar 60% menos que um homem branco.
quarta-feira 25 de outubro de 2017| Edição do dia
(http://www.esquerdadiario.com.br/Desigualdade-salarial-No-capitalismo-as-
mulheres-negras-ganham-60-menos-que-um-homem-branco)

Em 2015, a OECD (Organização para Cooperação do Desenvolvimento


Econômico) divulgou um ranking com os países com os maiores índices da
desigualdade salarial. Junto ao Chile o Brasil ficou em primeiro lugar. Em
pesquisas nacionais recentes a desigualdade salarial no Brasil é assustadora e
não se restringe ao gênero. Negros ganham menos que brancos. Uma mostra de
como a opressão é funcional ao sistema capitalista.
Em recente pesquisa da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio)
divulgada pelo IBGE a diferença salarial média entre uma mulher negra e um
homem branco é de 60% podendo chegar a 80% em alguns cargos. Entre
homens e mulheres em geral, a diferença é de 30%. Os dados foram divulgados
em fevereiro deste ano. A empresa CATHO, na véspera do dia internacional da
mulher, divulgou uma pesquisa que mostra que em todos os cargos a mulher
ganha menos que o homem. Mesmo com o mesmo nível de escolaridade ou
superior.
Exemplos não faltam na realidade brasileira para comprovar o resultado das
pesquisas. Mais recentemente, há menos de um mês, o jornal Folha de São Paulo
noticiou que as jogadoras da seleção feminina de futebol ganham muito menos
que os homens nas diárias que recebem por jogar para a seleção. Se os jogos são
em território nacional, ganham 50% menos, eles R$ 500 e elas R$250. Em jogos
internacionais a seleção masculina chega a ganhar R$ 1.600 enquanto a seleção
feminina continua com os R$ 250.
Tal realidade nos campos já é chocante, mas é uma ponta minúscula no iceberg
da desigualdade. Isso porque nas ditas profissões “femininas” como de limpeza e
cuidado, estão concentrados os piores salários e as piores condições de vida.
Recentemente, nas redes sociais uma família pretendia contratar uma baba,
magra para caber no carro, por míseros mil reais, sem registro em carteira nos
primeiros 3 meses.

a)Identifique* quais os conceitos abordados em sala de aula que auxiliam a refletir


sobre os dados e conteúdo acima explicitados.
*Na forma tópicos/ frases (exemplo: racismo, cultura, preconceito étnico-racial,
identidade étnica, identidade cultural, etnia, etnocentrismo e ou relativismo).

b) Explicite o porquê do (s) conceito (os) indicado (s )para a avaliação ou seja : aquele
ou aqueles que contribuem para refletir e analisar a situação retratada. Relacione o
conteúdo da situação retratada com os conceitos de sala de aula explicando o que foi
indicado. Explicite por exemplo porque vocês identificaram tais conceitos/ou conceito,
a compreensão do mesmo e adequação desde (s) para refletir e analisar a situação
retratada.

C) Elabore um comentário crítico sobre a situação retratada utilizando a contribuição da


antropologia no que diz respeito a reflexão sobre a diversidade sociocultural e o
relativismo.

2) Proibição da burca segue sendo polêmica na França

Fonte: Mundo Data 11.04.2016 DW

Cinco anos após a proibição do uso do véu islâmico integral, especialistas afirmam que
lei contribuiu para elevar a divisão da sociedade, e muçulmanos veem decisão como
ataque disfarçado ao Islã

O niqab, véu que cobre o rosto e só revela os olhos, é proibido em espaços públicos franceses
Quando Rachid Nekkaz vai pagar uma multa na Secretaria de Finanças de Evry, ao sul de
Paris, mais parece que ele está visitando um velho amigo. Ele e o funcionário do local brincam
e fazem piadas, enquanto Nekkaz menciona que a decoração na sala de espera foi alterada.
Nekkaz é um visitante regular: não é a primeira vez que ele paga 150 euros (por volta de 640
reais) para uma mulher que foi multada por andar em público com o rosto coberto por uma
burca ou niqab. Na verdade, aquela foi a 1.089ª vez.
O executivo e ativista político francês de origem argelina vem pagando multas nos últimos
cinco anos, desde que a proibição de cobrir totalmente o rosto em espaços públicos passou a
vigorar na França, em 11 de abril de 2011. Ele já gastou 235 mil euros em penalidades e
honorários advocatícios para mulheres na França e na Bélgica, onde uma lei semelhante
entrou em vigor meses mais tarde. No país vizinho, Nekkaz diz ter pagado 259 multas.
Sob a presidência de Nicolas Sarkozy, a França se tornou o primeiro país europeu a adotar a
proibição de cobrir o rosto em público. A lei se aplica a lenços, máscaras e capacetes de
motos, mas atinge particularmente mulheres muçulmanas que usam o niqab, véu que cobre o
rosto e só revela os olhos.
Os apoiadores da proibição argumentam que a cobertura facial contradiz o princípio francês do
vivre ensemble, a "convivência". Deputados que votaram a favor disseram também que ela
garante a ordem pública e a segurança nacional.
Cinco anos depois, a lei fez isso? "Não é para a 'convivência'", afirma Agnes de Feo, cineasta e
socióloga que há anos se dedica ao tema mulheres e o islã. "É para criar uma divisão entre as
pessoas. Essas mulheres foram frequentemente insultadas na rua." Em 2013, uma muçulmana
grávida teve um aborto depois que dois homens a atacaram para remover seu véu.
Ataque ao islã
Em 2014, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH) decidiu que o argumento francês
de que a lei era baseada "numa determinada ideia de convivência" é legítimo. O especialista
em islã Olivier Roy diz que o tribunal tomou essa decisão "de má vontade, mas com clareza". E
acrescenta: "É interessante que eles tenham feito isso não para evitar o isolamento das
mulheres, mas em nome da cultura francesa."
Roy diz que as burcas nunca foram populares na França. "A maior parte da população
muçulmana não se opôs abertamente à proibição porque não defende a liberação", afirma o
especialista. "Há um sentimento entre as pessoas de origem muçulmana, crentes ou não, de
que a proibição da burca faz, de fato, parte da pressão e do ataque contra o islã como religião."
Com cerca de 5 milhões de muçulmanos, a França abriga a maior população de fé islâmica na
Europa Ocidental. Quando a lei entrou em vigor, estima-se que menos de 2 mil mulheres
usavam o véu integral. "Por que mirar algo que é uma exceção e que afeta apenas algumas
centenas de mulheres, a maioria pessoas que se converteram ao islã na França?, indaga Roy.
"Não existe um movimento de apoio à burca, mas um sentimento de discriminação."
Segundo dados de outubro passado do Ministério francês do Interior, a polícia já parou 1.623
pessoas desde que a proibição entrou em vigor e aplicou 1.546 multas a um total de 908
mulheres. Muitas delas são reincidentes. Uma mulher já foi multada 33 vezes.
Direito de livre escolha
A maioria das muçulmanas que usa o niqab mora nos subúrbios e optou por usá-lo como uma
forma de desafio depois de a lei entrar em vigor, afirma De Feo. Algumas sentem que estão
reagindo a um ataque contra o islã. E outras não têm necessariamente uma motivação
religiosa.
"É também uma forma de agir contra os pais e a sociedade e de ter uma identidade especial",
explica a socióloga. "Antes, a maneira de uma adolescente se tornar adulta ou rebelde era ser
punk ou skinhead", acrescenta. "Agora é usar o niqab e se apresentar como muçulmana radical
porque esse estilo de vida é completamente rejeitado pela sociedade francesa."
Nekkaz diz que as mulheres para quem ele paga multas não representam uma ameaça. "Elas
se chamam Marie, Henriette, Emilie. Elas são francesas de origem francesa. Essas mulheres
são pacíficas e não representam nenhum perigo nem para a liberdade nem para a segurança
nacional."
Nekkaz :"Eu não apoio essas mulheres", afirma. "Eu apoio a liberdade de elas usarem a roupa
que quiserem. Se elas optam livremente pelo uso do niqab, acho que, numa democracia,
deveríamos apoiar essas mulheres mesmo que não concordemos com sua opção."

a)Identifique* quais os conceitos abordados em sala de aula que auxiliam a refletir


sobre os dados e conteúdo acima explicitados.
*Na forma tópicos/ frases (exemplo: racismo, cultura, preconceito étnico-racial,
identidade étnica, identidade cultural, etnia, etnocentrismo e ou relativismo).
b) Explicite o porquê do (s) conceito (os) indicado (s )para a avaliação ou seja : aquele
ou aqueles que contribuem para refletir e analisar a situação retratada. Relacione o
conteúdo da situação retratada com os conceitos de sala de aula explicando o que foi
indicado. Explicite por exemplo porque vocês identificaram tais conceitos/ou conceito,
a compreensão do mesmo e adequação desde (s) para refletir e analisar a situação
retratada.

C) Elabore um comentário crítico sobre a situação retratada utilizando a contribuição da


antropologia no que diz respeito a reflexão sobre a diversidade sociocultural e o
relativismo.

3) Estudante indígena faz denúncia à PF após ter sido espancado no RS.


23/03/2016 21h06 - Atualizado em 24/03/2016 09h55

Caso aconteceu em frente à Casa do Estudante da UFRGS em Porto Alegre.


Gravação mostra Nerlei Fidelis, 30, recebendo chutes, socos e pontapés.

Do G1 RS
FACEBOOK

Agressões ocorreram em frente a Casa do Estudante da UFRGS (Foto: Reprodução)

A Polícia Federal deve investigar o espancamento de um estudante indígena da Universidade


Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), ocorrido na madrugada de sábado (19) em frente à
Casa do Estudante, na Avenida João Pessoa, no Centro de Porto Alegre, e flagrado por uma
câmera de segurança (veja o vídeo neste link). O aluno de medicina veterinária Nerlei Fidelis,
de 30 anos, denunciou o fato à PF devido à suspeita de que sua origem silvícola ou a condição de
cotista tenham motivado o crime.
Nerlei havia saído do Parque Harmonia, também no Centro da cidade, com dois sobrinhos e,
juntos, foram para a Praça da Alfândega, na mesma região, como conta o advogado do estudante,
Onir de Araújo. No caminho, um dos sobrinhos não foi mais visto. Preocupado, Nerlei e o outro
familiar foram até a Casa do Estudante, onde mora, para ver se ele estava bem.
Ao chegarem ao prédio, se depararam com um grupo de cerca de seis pessoas. Eles abordaram
Nerlei, que tentava conversar com o segurança vigilante. Uma câmera em frente à entrada do
prédio captou a movimentação. Por volta dos 5 minutos de filmagem, o sobrinho de Nerlei
levantou a camisa, para mostrar que não tinha nada com ele.
Poucos segundos depois, por volta da 1h45, o grupo começou a desferir socos e pontapés no
estudante de medicina veterinária. O vídeo mostra o momento em que ele cai ao lado de uma
lixeira e, mesmo no chão, segue sendo chutado. Um dos homens segura Nerlei pelas costas,
enquanto outros dão chutes nele.
Após as agressões, ele foi levado pelo sobrinho até a Praça da Alfândega, onde estava parte da
tribo da qual faz parte. Em seguida, foram para a aldeia indígena do Morro do Osso, no bairro
Tristeza, na Zona Sul da cidade, onde se recuperou dos ferimentos.
Onir conta que o estudante está machucado e assustado com o que ocorreu. "Ele está tendo
dificuldades para comparecer às aulas. Para ele é quase como um ambiente hostil." Para ele não
há dúvida sobre a motivação das agressões. "Foi racismo. É uma realidade que a gente vive na
sociedade, insistentemente."
Segundo o advogado, o estudante é da primeira turma de cotistas da UFRGS, que ingressaram
em 2008, quando foi aprovado para o curso de agronomia. Há um ano, o indígena fez uma prova
para transferência interna para o atual curso.
Corregedoria da PF vai analisar o caso
Nerlei registrou ocorrência na Polícia Federal nesta terça (22). Conforme a assessoria de
imprensa do órgão, ele foi ouvido e foi orientado a fazer o exame de corpo de delito. Em seguida,
a ocorrência foi repassada para a corregedoria da corporação, para apreciação, e depois deve ser
instaurado o inquérito. Algumas diligências já foram feitas.
Em nota, a UFRGS informou que "todos os procedimentos para a apuração dos fatos estão sendo
tomados, bem como as providências necessárias pelas instâncias pertinentes". Além disso, a
instituição declarou que repudia "práticas violentas envolvendo a comunidade acadêmica, em seu
ambiente ou fora dele".

a) Identifique* quais os conceitos abordados em sala de aula que auxiliam a refletir


sobre os dados e conteúdo acima explicitados.
*Na forma tópicos/ frases (exemplo: racismo, cultura, preconceito étnico-racial,
identidade étnica, identidade cultural, etnia, etnocentrismo e ou relativismo).

b) Explicite o porquê do (s) conceito (os) indicado (s )para a avaliação ou seja : aquele
ou aqueles que contribuem para refletir e analisar a situação retratada. Relacione o
conteúdo da situação retratada com os conceitos de sala de aula explicando o que foi
indicado. Explicite por exemplo porque vocês identificaram tais conceitos/ou conceito,
a compreensão do mesmo e adequação desde (s) para refletir e analisar a situação
retratada.

C) Elabore um comentário crítico sobre a situação retratada utilizando a contribuição da


antropologia no que diz respeito a reflexão sobre a diversidade sociocultural e o
relativismo.

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