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PRÁTICA EMPRESARIAL
SÃO PAULO
2021
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA
COMARCA DE MANAUS – ESTADO DO AMAZONAS.
CONTESTAÇÃO
DOS FATOS:
Em apertada síntese, a Sociedade X, Autora, com sede em Campo Grande
contratou a Empresa, ora Ré, distribuidora de mercadorias (transporte de grãos), Sociedade Y Ltda,
para entrega de 20 toneladas de soja na região norte do país, com prazo de um mês para a essa
distribuição.
DA PRELIMINAR:
Preliminarmente, o contestante roga pelo declínio de incompetência, visto
que a presente demanda foi distribuída em foro relativamente incompetente, haja vista a regra de
competência estabelecida pelo Código de Processo Civil, em que ações contra Pessoas Jurídicas sua
competência será a sede da Empresa Requerida, o que de fato não fora observado pela parte Autora.
III - do lugar:
Diante do exposto, nos termos do art. 340 do Novo Código de Processo Civil,
tendo em vista que a sede da empresa Y é na comarca de Manaus, contesta-se o foro o qual houve
a distribuição da ação, que é o juízo competente para julgar a presente ação.
DO MÉRITO:
DA EXCLUDENTE DE RESPONSABILIDADE – OCORRÊNCIA DE CASO FORTUITO
E FORÇA MAIOR
A hipótese ventilada nestes autos trata de típico caso de força maior, ou seja,
evento previsível ou imprevisível, porém inevitável, decorrente das forças da natureza, motivo pelo
qual não poderá ser responsabilizada pelas TORRENCIAIS CHUVAS QUE IMPEDIRAM O ACESSO NAS
ESTRADAS DA REGIÃO NORTE. Por conseguinte, os caminhões ficaram atolados por 5 meses e a
carga pereceu.
Detém previsão legal no art. 393 do Código Civil, sendo uma excludente de
responsabilidade do fornecedor de serviços, pela qual a ré não é considerada responsável por
supostos danos causados, conforme orientam melhor doutrina e jurisprudência.
Ainda, informamos que esta Ré não tem intenção alguma de prejudicar os seus
usuários, sempre procuram a total satisfação, porém, não pode arcar com eventuais danos
decorrentes de força maior.
A responsabilidade civil subjetiva, uma vez que não se aplica mais o instituto
da responsabilidade objetiva, conforme consagrada doutrina, assenta-se na tríade:
a) Dano suportado pela vítima;
b) Conduta de um agente;
c) O nexo causal entre o dano e a conduta.
Explica-se: o ônus da prova é o encargo, atribuído pela lei a cada uma das
partes, de demonstrar a ocorrência dos fatos de seu próprio interesse para as decisões a serem
proferidas no processo.
Segundo o art. 373 do Novo Código de Processo Civil, cabe à parte autora a
prova relativa aos fatos constitutivos de seu alegado direito (inc. I) e ao réu, a dos fatos que de algum
modo atuem ou tenham atuado sobre o direito alegado pelo autor seja impedindo que ele se
formasse, seja alterando-o ou mesmo extinguindo-o (inc. II; fatos impeditivos, modificativos ou
extintivos).
Ademais, somente a parte Requerente é que poderia fazer prova quanto aos
danos que supostamente suportou, haja vista que somente ela pode demonstrar as circunstâncias
concretas que a teria levado a suportar um dano passível de indenização.
DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
1. Preliminarmente, requer seja acolhido o pedido de incompetência territorial;
2. Que a presente ação seja JULGADA IMPROCEDENTE, tendo em vista a ausência de culpa pela
Requerida e consequente falta de dever de indenizar a parte Autora pelos danos sofridos;
3. O afastamento da aplicação do Código de Defesa do Consumidor, consequente inversão do ônus
probatório, conforme os fundamentos acima elencados;
4. Protesta provar o alegado por todos os meios em direito admitidos;
Nesses termos,
Pede e espera deferimento.