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ARQ1004 | PLANEJAMENTO URBANO/REGIONAL

G1 | DIAGNÓSTICO R.A REALENGO

GRUPO E | Ana Nunes, Bernardo Serran e Gabriela Lendecker

A Região Administrativa de Realengo encontra-se localizada na Área de


Planejamento 5. A Área em questão é caracterizada por ser uma área de expansão
urbana, com um crescimento populacional concentrado e desordenado. Nesse contexto,
a Região Administrativa de Realengo é composta por 5 bairros, são estes: Realengo,
Deodoro, Magalhães Bastos, Campo dos Afonsos, Jardim Sulacap e Vila Militar. Ao
realizar o diagnóstico de uma região que encontra-se em intensa transformação espacial,
ampliam-se as possibilidades de compreensão de atores e fenômenos locais e regionais.
Além disso, possibilita-se o subsidiamento de ações e políticas convergentes com os
interesses do Estado, da iniciativa privada e da população.

Ao relacionar com o macrozoneamento do estado do Rio de Janeiro, pode-se


considerar a Região Administrativa de Realengo como integrante da macrozona
assistida. De maneira abrangente, a macrozona em questão é caracterizada por
apresentar condições favoráveis de infraestrutura viária e de transportes; possuir certas
áreas subutilizadas, esvaziadas ou deterioradas; conter índices de graves problemas
sociais; carência de equipamentos públicos; ausência de incentivo à diversificação de
usos, criação de moradias sociais, incremento de atividades sociais, de lazer e
econômicas, e, por fim, à criação e manutenção de equipamentos em áreas melhor infra
estruturadas.

Em relação à sua ocupação, a urbanização da Região Administrativa de


Realengo ocorreu, primordialmente, de forma linear no entorno do percurso da linha
férrea, uma vez que era o principal meio de transporte da época; dessa forma,
caracterizando uma ocupação relativamente tímida e descontínua em meio à enorme
área rural dominante da região. Posteriormente, ocorreu a ocupação gradual, a partir da
linha férrea, por toda a Região.

Nesse cenário, muito influenciada pelo característico Movimento Pendular da


população da região, o desenvolvimento do sistema de transporte se apoiou mais no
âmbito macro do que micro. Nessa conjuntura, é presente um forte apoio da malha
rodoviária e transportes deste nicho. Em contrapartida, é notável a carência de um
planejamento na configuração micro como ciclo faixas que facilitariam a locomoção
dentro e entre os bairros da região.

Ao analisar o uso do solo na Região Administrativa de Realengo, percebe-se que


a região é majoritariamente residencial, contudo, apresenta polos de comércio e serviços
concentrados, porém, mal conservados e pouco atrativos. Além disso, percebe-se a
maioria das áreas habitadas altamente urbanizadas com carência de áreas verdes. Em
relação ao cenário da infraestrutura verde e azul da região, evidencia-se a falta de
integração entre as áreas verdes e a manutenção precária das mesmas. Além disso, com
a falta de tratamento dos rios e a especulação imobiliária, surgiu uma forte presença de
ocupações irregulares em suas margens que resultam em zonas de risco pela região.

Em outro âmbito, ao analisar os investimentos em obras públicas ou privadas


realizados na região, foi possível notar que trata-se de um contexto de pouco
investimento privado, com uma presente queda nos investimentos que estão ligados à
sustentabilidade e que, as obras públicas, após o período das Olimpíadas, apresentam
um andamento lento ou até mesmo inexistente. Neste prisma, as obras notáveis
levantadas como entregues, dentre as pesquisadas, destacam-se: Autódromo de
Deodoro, consiste na construção de um autódromo com a finalidade de substituir o
antigo autódromo de Jacarepaguá e com as justificativas de trazer emprego,
investimento e uma gama de lazer para a região, porém, o local escolhido para a obra
contém um dos últimos resquícios de ampla área verde da região (Floresta de
Camboatá), o que dificulta o processo de andamento; Complexo Olímpico de Deodoro,
sendo um dos legados olímpicos da cidade, hoje funciona como uma área de lazer para
pelo menos 5 bairros de uma área da cidade onde há poucos investimentos, as
construções como as pistas de canoagem hoje ficam para o usufruto da população, além
de contar com atividades culturais do SESC como aulões coletivos, que atraem ainda
mais um grande público; Parque Realengo Verde/Empreendimento Imobiliário para
militares que, apesar da promessa de ser um parque que seria construído semelhante ao
Parque de Madureira, encontra-se sendo transformado em empreendimento imobiliário
para militares da FHE; Parque Jardim Sulacap, um shopping de 60 mil metros
quadrados que atende cerca de 600 mil pessoas, traz uma variedade de serviços como
comércio, salas de cinema, pistas de kart e restaurantes para uma área da região ainda
carente de equipamentos de lazer, cultura e comércio; BRT TransOlímpico, com 26 km
de extensão, 18 estações e 3 terminais, a via expressa atende diretamente moradores de
11 regiões da Zona Oeste e possui ligação com a TransCarioca e TransOeste, formando
um corredor de BRT que se integra aos trens da SuperVia; Vilas Verde e Azul,
localizadas na Vila Militar e Campo dos Afonsos, inauguradas respectivamente pelo
Exército e a Força Aérea Brasileira e construídas para a hospedagem dos atletas durante
os Jogos Militares que, após os jogos, as moradias foram destinadas para os militares e
suas famílias; BRT Transbrasil, 39 km de extensão, com previsão de conectar Deodoro
ao Centro da cidade do Rio de Janeiro, tem como finalidade descongestionar a Avenida
Brasil e facilitar também o deslocamento até o bairro de Deodoro, atendendo diversos
ciclos e carências das regiões privilegiadas, além de criar uma nova centralidade na
estação intermodal de Deodoro com comércio e lazer; Construção da Estação de
Tratamento de Esgoto Zona Oeste, região que mais cresce na cidade do Rio de Janeiro e
a que também mais sofre com a falta de saneamento, assim, com a nova ETE,
aproximadamente 1,7 milhões de moradores dessa Zona passaram a ter acesso ao
sistema de esgoto, totalizando 31% da população local com acesso ao saneamento
básico da Área de Planejamento em análise.

Para a conclusão do trabalho de análise e diagnóstico, as propostas para as


questões abordadas ocorrem de forma a se interligarem entre si. Ao compreender as
necessidades básicas e as principais questões causadoras de problemas na região
administrativa de Realengo, uma síntese de propostas é realizada de forma a se
adequarem a todas as dificuldades em discussão. Nessa síntese, tornam-se
indispensáveis a valorização de pedestres e ciclistas, criação de espaços e infraestruturas
de lazer e permanência, segurança pública e espaços com vivacidade.

A respeito de áreas subutilizadas, os espaços livres ou verdes tem como principal


proposta a pluralidade de usos, como praças e parques, tendo como consequência direta
a movimentação e segurança para o local. Além disso, os espaços subutilizados
funcionariam, principalmente, como atrativos ativos, comércios, lazer e estar, trazendo
benefícios não só para as áreas em si, mas também para seu entorno imediato.

Para a mobilidade urbana, se vê necessária a expansão e criação de redes de


ciclovia e a implementação do sistema alimentador, conectando os bairros e,
principalmente, o eixo Norte-Sul, praticamente sem nenhum meio de conexão
atualmente. Sobre esse assunto, considerar apenas novos meios de transporte não é
suficiente, levando em conta que a mobilidade também acontece através de outros
meios. A qualidade do andar nas ruas é essencial quando o assunto é mobilidade, tendo
assim, como proposta, a melhoria de calçamentos, maior arborização e espaços para
ciclovias, funcionando como incentivo a caminhabilidade pela região.

Ao se tratar de infraestrutura verde, muitas propostas surgem como necessárias


ao analisar a região por completo. Uma das principais propostas é em relação a Quota
Ambiental, na qual se tem como objetivo a implementação do verde no meio urbano,
principalmente através da arborização, incentivando o uso de transportes alternativos e a
caminhabilidade pelos bairros.

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