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às Mulheres em Situação
de Violência
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APRESENTAÇÃO
Bom estudo!
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OBJETIVOS DO CURSO
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ESTRUTURA DO CURSO
Para que os objetivos deste curso sejam alcançados, o conteúdo foi dividido
nos seguintes módulos:
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Módulo 1 – OS DADOS E AS CAUSAS DA VIOLÊNCIA
DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA AS MULHERES
Apresentação do Módulo
<https://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/relatorio_institucional/190605_atlas_da
_violencia_2019.pdf >
Objetivo do módulo
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Estrutura do módulo
Bons Estudos!!!
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Aula 1 – A complexidade do tema “violência contra as mulheres”
Os dados de 2017 inferem uma taxa de aproximadamente 31,6 mortes para cada
cem mil habitantes. Já em 2019, segundo dados coletados pelo Sinesp verificou-se
uma redução de 21,2% para os homicídios dolosos em comparação com o ano de
2018.
No que diz respeito especificamente à violência contra as mulheres, pesquisas
indicam que 4.645 (quatro mil, seiscentos e quarenta e cinco) foram assassinadas em
2016, o que representa uma taxa de 4,5 homicídios para cada 100 mil brasileiras (Aqui
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é BRASILEIRAS mesmo? Ou BRASILEIROS?). Em dez anos, constatou-se
aumento de 6,4% (ONU, 2016).
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Figura 2 - Dados Estatísticos do Ministério dos Direitos Humano, 2018, p. 11.
Fonte: SCD/EaD/SEGEN
Para o ano de 2018, foi verificado que 16 milhões de brasileiras, com 16 anos
ou mais, sofreram alguma forma de violência, sendo que 76,4% das mulheres
afirmaram que o agressor era conhecido (aumento de 25% em relação ao ano de
2017) (DATAFOLHA citado por REVISTA VEJA, 2019).
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Segundo dados de 2017, a vitimização prevalece entre as mais jovens,
alcançando 42,6% das mulheres entre 16 e 24 anos. Além disso, a maioria
afirmou sofrer a violência em casa (42%), e apenas 10% revela ter procurado
apoio em uma delegacia da mulher após o episódio mais grave de violência
sofrida nos últimos 12 meses. Mais da metade (52%) afirmou não ter feito nada,
mesmo percentual da pesquisa realizada 02 (dois) anos antes (FÓRUM
BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA, 2017)
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Aula 2 – As causas da violência contra as mulheres
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Violência contra as mulheres baseada na RAÇA/COR
A raça e a cor têm sido fatores preponderantes para a compreensão e
enfrentamento do processo de violação de direitos das mulheres, dentro e fora de
casa. O mapa da violência 2019 mostra que 66% das mulheres assassinadas em
2017, no Brasil, são negras. Um número superior ao de outras raças apontadas no
mapa.
Enquanto a taxa de homicídios de mulheres não negras teve crescimento de
4,5% entre 2007 e 2017, a taxa de homicídios de mulheres negras cresceu 29,9%.
Em números absolutos a diferença é ainda mais brutal, já que entre não negras o
crescimento é de 1,7% e entre mulheres negras de 60,5%. Considerando apenas o
último ano disponível, a taxa de homicídios de mulheres não negras foi de 3,2 a cada
100 mil mulheres não negras, ao passo que entre as mulheres negras a taxa foi de
5,6 para cada 100 mil mulheres neste grupo (IPEA, 2019).
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Durante o atendimento a pessoas travestis e transexuais deve-se adotar o nome
social, ou seja, designação pela qual essa pessoa se identifica e é socialmente
reconhecida. O cumprimento desse decreto é passo fundamental para
ampliação do acesso a direitos por parte da população transexual e travesti.
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Figura 4 - Formas de Violência
Fonte: SCD/EaD/SEGEN
Cabe atentar, também, ao fato de que muitas mulheres, após serem submetidas
a violências de gênero, adquirem deficiências como sequela. Um caso emblemático é
o de Maria da Penha Maia Fernandes que, em decorrência de um tiro de espingarda
disparado pelo seu então marido, tornou-se paraplégica. Algumas barreiras para que
as mulheres com deficiência procurem ajuda são forte dependência (física, emocional,
financeira) em relação ao/à agressor/a (companheiro/a, membro da família,
cuidador/a), falta de informação, dificuldades de acesso aos serviços especializados,
medo de institucionalização, além das limitações institucionais pelos órgãos de
segurança pública em relação ao atendimento às pessoas com deficiência (NIXON,
2009).
CORPONORMATIVIDADE
É um conceito que acompanha as discussões sobre as discriminações de pessoas com deficiência, pois
são consideradas corpos “normais” aqueles que não apresentam deficiência, vendo as deficiências
como falhas. Assim, um corpo sem deficiência é considerado um padrão a ser seguido. Neste
movimento, ocorre a discriminação da pessoa com deficiência, pois ela é reduzida a sua condição de
“deficiente”, o que é visto como ruim.
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Causas Secundárias de Aumento da Violência Doméstica
A indiferença e o descaso estatal podem incrementar e perpetuar os efeitos
nocivos derivados do crime (vitimização secundária). De fato, a própria atuação das
instâncias de justiça criminal e a confrontação do agressor com a vítima são
experimentadas por esta como uma verdadeira humilhação.
Por este motivo, a vítima do crime converte-se, frequentemente, em vítima do
sistema legal. E esta vitimização secundária caracteriza-se por ser, em certa medida,
mais alarmante que a primária, eis que o próprio sistema legal prejudica, uma vez
mais, a vítima (PEIXOTO, 2012).
15
Acesse o material complementar o PDF do INSTITUTO DE
PESQUISA ECONÔMICA APLICADA. Atlas da Violência 2018
e amplie seu conhecimento.
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Finalizando ...
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Módulo 2 – Os tipos e o ciclo da violência contra as
mulheres
Apresentação do módulo
Objetivo do módulo
Estrutura do Módulo
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Aula 1 – Tipos de violência contra as mulheres
Isto quer dizer que em todos a violência contra a mulher pode acontecer
em vários contextos tais como no âmbito familiar, na comunidade ou perpetrada ou
tolerada pelo Estado ou seus agentes.
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Violência Psicológica- Qualquer conduta que
cause dano emocional e diminuição da
autoestima; prejudique e perturbe o pleno
desenvolvimento da mulher; ou vise degradar ou
controlar suas ações, comportamentos, crenças
e decisões. Exemplo: ameaças,
constrangimento, humilhação, isolamento
(proibir de estudar e viajar ou de falar com
Figura 6 - Violência Psicológica
amigos e parentes), vigilância constante,
perseguição contumaz, insultos, chantagem, exploração, limitação do direito de ir
e vir, ridicularização, tirar a liberdade de crença, distorcer e omitir fatos para deixar
a mulher em dúvida sobre a sua memória e sanidade (Gaslighting).
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Violência Patrimonial: Qualquer conduta que
configure retenção, subtração, destruição parcial ou
total de seus objetos, instrumentos de trabalho,
documentos pessoais, bens, valores e direitos ou
recursos econômicos incluindo os destinados a
satisfazer suas necessidades. Exemplo: controlar
dinheiro, deixar de pagar pensão alimentícia,
destruição de documentos pessoais, furto, extorsão
Segundo
a Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres (2011, p.8),
21
raça/etnia, de geração e de classe na exacerbação do
fenômeno”.
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Aula 2 – Outros tipos de violência contra as mulheres
23
Quem pode cometer esse crime?
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2.4 – Cárcere privado
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2.6 – Feminicídio
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2.8 – Tráfico de pessoas
• são julgadas;
• não têm sua autonomia respeitada;
• são forçadas a contar a história de violência inúmeras vezes;
• são discriminadas em função de questões de raça/etnia, de classe e
geracionais.
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Não podemos esquecer das mulheres encarceradas que também sofrem a
violência institucional na medida em que são privadas de seus direitos humanos, em
especial de seus direitos sexuais e reprodutivos.
Assim, a Violência Institucional muitas vezes é praticada por agentes que
deveriam garantir uma atenção qualificada, preventiva e reparadora de danos. Uma
forma comum de violência institucional ocorre em função de práticas discriminatórias,
em geral com base no gênero, raça, etnia, orientação sexual e religião.
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2.11 – Violência sexual
Envolve práticas sexuais não consentidas seja por desconhecido, seja por
pessoa familiar/conhecida. Pode ser praticada por namorado, marido, vizinhos,
amigos, conhecidos, familiares ou estranhos. O crime de estupro está previsto no
Código Penal, como:
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Que tal ampliar seu conhecimento?
Leia mais informações na cartilha “Mulher, Vire a página... e
seja protagonista de um final feliz!”
A cartilha está disponível no material complementar.
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Aula 3 – O ciclo da violência doméstica e familiar contra as mulheres
Na aula anterior nós estudamos que a mulher pode sofrer vários tipos de
violência no âmbito familiar e, também, fora dele. O que acontece muitas vezes nos
atendimentos policiais é que os profissionais de segurança pública tendem a não
entender o porquê dela se arrepender tantas vezes do registro ou sequer querer dar
prosseguimento.
Ocorre que ela pode estar passando pelo ciclo da violência doméstica e é
preciso entender que estas fases ou estágios são representados como sendo as
atitudes do autor logo após o cometimento da violência contra a mulher. Deve-se ter
uma atenção muito especial com este ciclo, pois geralmente culmina com o feminicídio
da vítima.
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Vejamos então as fases do ciclo da violência:
Aumento da tensão
A primeira fase é marcada pelo aumento da tensão, ou seja, acontece a
mudança de comportamento do agressor. Em outras palavras, ocorre a transformação
do “homem carinhoso” para “homem perigoso. É quando ele começa a se comportar
de maneira mais ameaçadora. Geralmente começa com uma crítica mais pontuada
em relação à mulher, uma frase ameaçadora, ofensas e perseguição às pessoas
próximas. Geralmente a mulher vítima não percebe esta fase porque ela geralmente
vem acompanhada de fatores externos tais como: jogo de futebol, alcoolismo,
problemas financeiros, problemas no trabalho dentre outros. Neste estágio é comum
a mulher sentir-se culpada por causa destes fatores externos e na maioria das vezes
a tendência é arrumar causas para perdoar o agressor.
Ataque violento
Esta é fase mais extrema do ciclo. Nele o agressor cessa o ataque físico ou
sexual. Isto somado à série de outros ataques entre eles a violência psicológica, faz
com que a vítima procure ajuda de amigos, de alguns familiares e até mesmo da
polícia para o registro da ocorrência.
Lua de mel
Nesta fase o agressor tenta se redimir do feito. Ele costuma presentear a vítima,
mostrar-se arrependido, relacionar as agressões à uma série de eventos que ele acha
que vai justificar as agressões e, também, com promessas de que nunca mais vai
ocorrer violência.
Especialistas também chamam este ciclo de “calmaria” e pode ser neste ciclo
que vai ocorrer a renúncia do registro da ocorrência e consequentemente o primeiro
passo para a reincidência e a volta ao primeiro estágio um do ciclo.
Importante observar que as fases do ciclo podem se repetir por diversas vezes
e geralmente duram de 6 meses a 1 ano, mas tendem diminuir na medida em que se
repete. A mulher vítima pode ficar neste ciclo durante anos, por acreditar que o
companheiro agressivo um dia vai mudar. O fato de o companheiro ter mudado o
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comportamento em um dado momento do relacionamento, traz para ela a esperança
de que ele retorne aos tempos em que não era violento.
É preciso que se entenda que a mulher não tem culpa por não reagir ou pela
dificuldade de agir, isto decorre de um aprendizado emocional intitulado por
33
pesquisadores como a “síndrome do desamparo aprendido”. O Psicólogo Martin
Seligman o explica como sendo uma reação diante de experiências dolorosas das
quais as vítimas se sentem incapazes de lidar com elas, fazendo deste
comportamento um hábito.
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Por outro lado, a tendência do agressor é sempre negar a agressão e com a
ocorrência de momentos tensos no relacionamento, ele se aproveita para antes de
explodir, fazer críticas sutis que mais tarde serão o estopim para a ocorrência das
agressões físicas. A partir daí surge uma série de “motivos para a agressão”: o choro
da criança, a torneira pingando, a louça que está suja, a casa que não está limpa, o
amigo que liga direto, a mãe que se intromete no relacionamento, entre outros.
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Isto pode ocorrer desde a fase do inquérito em que ela é obrigada a
reviver detalhadamente a violência através de seu relato na primeira oitiva,
até da judicialização, em que novamente ela tem que relatar o ocorrido se
deparando com situações constrangedoras e invasivas, logo após ter
passado um período perturbador com os exames periciais, perguntas e
outras situações que também lhes causaram sofrimento e dor por trazer à
tona sentimentos e momentos que ela preferia esquecer ou não relatar
tantas vezes.
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Figura 15 - Os três tipos de Vitimização
Fonte: SCD/Ead/SEGEN
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V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei
e os serviços disponíveis, inclusive os de assistência judiciária
para o eventual ajuizamento perante o juízo competente da ação
de separação judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou
de dissolução de união estável. (Redação dada pela Lei nº
13.894, de 2019)
38
inclusive pela vertente institucional, através do atendimento realizado de maneira
diversa do pretendido.
39
Finalizando....
40
Módulo 3 – ANÁLISE DOS ASPECTOS LEGAIS
Apresentação do Módulo
Objetivo do Módulo
Estrutura do Módulo
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Aula 1 – Lei Maria da Penha e suas alterações
Aspectos históricos
O Art. 226 também determinou ao Estado que criasse mecanismos para coibir
a violência doméstica:
42
2006/2006/lei/l11340.htm), que criou mecanismos para coibir e prevenir a violência
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A Lei Maria da Penha trouxe várias conquistas. Entre elas
podemos destacar:
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III. Fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou
local seguro, quando houver risco de vida;
IV. Se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a retirada de seus
pertences do local da ocorrência ou do domicílio familiar;
V. Informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços
disponíveis, inclusive os de assistência judiciária para o eventual
ajuizamento perante o juízo competente da ação de separação judicial, de
divórcio, de anulação de casamento ou de dissolução de união estável.
• Em 2012, a Lei Maria da Penha foi considerada pela Organização das Nações
Unidas (ONU) um dos exemplos mais avançados de legislação sobre violência
doméstica e familiar;
• A mulher em situação de violência doméstica e familiar tem direito a prioridade
de atendimento policial e pericial especializado, ininterrupto e
preferencialmente por servidores do sexo feminino.
• Penaliza o descumprimento da medida protetiva de urgência, com pena de 3
(três) meses a 2 (dois) anos, sem possibilidade de arbitramento de fiança pelo
delegado de polícia.
• Havendo risco atual ou iminente à vida ou à integridade física da mulher, a
Autoridade Judicial, o Delegado de Polícia ou o policial, poderão afastar o
agressor do lar ou do domicílio imediatamente.
Embora a lei não utilize o termo “rede de atendimento”, sobre as quais você
estudará mais à frente, percebe-se que ela tem como pano de fundo, ou
princípio, o atendimento da mulher em situação de violência doméstica ou
familiar em “rede”, ou seja, estabelece medidas integradas de prevenção
da violência doméstica e familiar.
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Aula 2 – Medidas Protetivas de Urgência
A Lei Maria da Penha traz um rol de medidas que podem ser decretadas pelo
(a) juiz(a) por meio de requerimento do Ministério Público ou a pedido da mulher, por
meio do delegado de polícia. Essas medidas visam garantir maior efetividade à lei e
proteção à mulher em situação de violência, resguardando sua integridade física além
de proteger seus bens.
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IV - Restrição ou suspensão de visitas aos dependentes
menores, ouvida a equipe de atendimento multidisciplinar ou
serviço similar; e
V - Prestação de alimentos provisionais ou provisórios;
VI - comparecimento do agressor a programas de recuperação
e reeducação;
VII – acompanhamento psicossocial do agressor, por meio de
atendimento individual e/ou em grupo de apoio.
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2.3 – Outras Medidas Protetivas possíveis
De todo modo, deve-se destacar que o rol de medidas trazidas pela Lei Maria
da Penha não se caracteriza como taxativo, mas sim exemplificativo. Ou seja, não
existe restrição aos representantes legais ou do próprio Ministério Público em solicitar
e nem mesmo ao juiz em conceder somente as medidas elencadas na lei. A partir de
avaliações, pode-se adotar outras medidas como forma de assegurar a eficácia
daquelas previstas expressamente pelo legislador.
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Essas e outras orientações sobre a adoção ou solicitação de medidas
protetivas de urgência ou cautelares, sobre avaliação de risco, sobre a
elaboração do plano de segurança para as mulheres em situação de
violência doméstica e familiar podem ser encontradas nas Diretrizes
Nacionais De Investigação Criminal com perspectiva de gênero:
Princípios para atuação com perspectiva de gênero para o ministério
público e a segurança pública do Brasil (EUROSOCIAL, 2016), disponível
no material complementar.
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Aula 3 – Lei do Feminicídio
https://youtu.be/F05D12ckxb8.
50
uma série de episódios em que se tem danos irreversíveis à saúde física e mental
dessas mulheres em situação de violência.
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O que mudou com a Lei de Feminicídio:
Íntimo
Morte de uma mulher cometida por uma pessoa com quem a vítima tinha, ou
tenha tido, uma relação ou vínculo íntimo: marido, ex-marido, companheiro(a),
namorado(a), ex-namorado(a), amante ou pessoa com quem tem filho(a)s. Inclui-se a
hipótese do amigo que assassina uma mulher – amiga ou conhecida – que se negou
a ter uma relação íntima com ele (sentimental ou sexual).
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Não íntimo
Morte de uma mulher cometida por uma pessoa desconhecida, com quem a
vítima não tinha nenhum tipo de relação. Por exemplo, uma agressão sexual que
culmina no assassinato de uma mulher por um estranho. Considera-se, também, o
caso do vizinho (a) que mata sua vizinha sem que existisse, entre ambos, algum tipo
de relação ou vínculo.
Infantil
Morte de uma menina com menos de 14 anos de idade, cometida por uma
pessoa no âmbito de uma relação de responsabilidade, confiança ou poder conferido
pela sua condição de adulto sobre a menoridade da menina.
Familiar
Por conexão
Morte de uma mulher que está “na linha de fogo”, no mesmo local onde uma
pessoa mata ou tenta matar outra mulher. Pode se tratar de uma amiga, uma parente
da vítima – mãe, filha – ou de uma mulher estranha que se encontrava no mesmo
local onde o agressor atacou a vítima.
Sexual sistêmico
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• Sexual sistêmico desorganizado – Quando a morte das mulheres está
acompanhada de sequestro, tortura e/ou estupro. Presume-se que os sujeitos ativos
matam a vítima num período determinado;
Morte de uma mulher que exerce prostituição e/ou outra ocupação (como
strippers, garçonetes, massagistas ou dançarinas de casas noturnas) cometida por
um ou vários homens. Inclui os casos nos quais o(s) agressor(es) assassina(m) a
mulher motivada pelo ódio e misoginia que a condição de prostituta, da vítima,
desperta nele(s). Essa modalidade evidencia o peso de estigmatização social e
justificação da ação criminosa por parte dos sujeitos: “ela merecia”; “ela fez por onde”;
“era uma mulher má”; “a vida dela não valia nada”.
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Transfóbico
Lesbofóbico
Morte de uma mulher lésbica, na qual o(s) agressor(es) a mata(m) por sua
orientação sexual, por ódio ou rejeição.
Racista
Morte de uma mulher por ódio ou rejeição à sua origem étnica, racial ou aos
seus traços fenotípicos.
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Conheça as Diretrizes Nacionais Feminicídios: investigar,
processar e julgar com perspectiva de gênero as mortes violentas de
mulheres. Disponível no material complementar.
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Finalizando...
• A lei Maria da Penha traz um rol de medidas que podem ser decretadas pelo juiz,
a requerimento do Ministério Público ou a pedido da mulher. Essas medidas
visam garantir maior efetividade à lei e proteção à mulher em situação de
violência, resguardando sua integridade física além de proteger seus bens.
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Módulo 4 – Rede de Atendimento às Mulheres
Apresentação do módulo
Objetivos do Módulo
Estrutura do módulo
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Aula 1 – A Política Nacional de Enfrentamento à violência contra a mulher
59
Figura 20 - Eixos Estruturantes da Política Nacional de enfrentamento à Violência contra a Mulher
60
1.2 – Principais Características da Rede de Enfrentamento e da Rede de
Atendimento às Mulheres em Situação de Violência
Rede de Enfrentamento
Rede de Atendimento
61
recursos da própria comunidade; aumenta a resistência a partir de entrelaçamentos;
fortalece vínculos comunitários e estimula o protagonismo social (AFONSO, 2005).
Casas-Abrigo
62
Saiba mais....
violencia).
63
e atendimento da mulher em situação de violência, monitorar e acompanhar as ações
desenvolvidas pelas instituições que compõe a Rede.
Saiba mais...
especializadas-de-atendimento-a-mulheres-25-anos-de-conquista).
64
Defensorias Públicas Especializadas ou Núcleos Especializados de Promoção
dos Direitos da Mulher (NUDEMs)
Saiba mais...
Saiba mais...
65
Consulte o Manual de Rotinas e Estruturação dos Juizados de Violência
Doméstica e Familiar contra a Mulher
(https://www.amb.com.br/fonavid/files/manual_rotinas.pdf).
Promotorias Especializadas
Saiba mais...
66
compulsória, no território nacional, dos casos de violência contra a mulher, atendidos
em serviços públicos e privados de saúde. O cumprimento da medida é fundamental
para o dimensionamento do fenômeno da violência sexual e de suas consequências,
contribuindo para a implantação de políticas públicas de intervenção e prevenção do
problema. Em casos de gravidez, suspeita ou confirmada, deve-se considerar a
demanda da mulher ou adolescente, identificando se manifesta desejo ou não de
interromper a gravidez. Cabe aos profissionais de saúde fornecer as informações
necessárias sobre os direitos da mulher e apresentar as alternativas à interrupção da
gravidez, como a assistência pré-natal e a entrega da criança para adoção.
cartilha/).
Saiba mais...
67
Assista ao vídeo sobre a Casa da Mulher Brasileira (Disponível em:
https://youtu.be/bVQfdj6QNCs)
Unidades Móveis
68
1.4 – O Programa Patrulha, Ronda ou Guardiã Maria da Penha
69
O serviço poderá contribuir para:
70
Amplie seu conhecimento, leia um pouco mais sobre a Rede
de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres:
https://www12.senado.leg.br/institucional/omv/entenda-a-
violencia/pdfs/politica-nacional-de-enfrentamento-a-violencia-
contra-as-mulheres
71
Figura 22 - Para Refletir
Fonte: SCD/EaD/SEGEN
72
dessas reclamações referiam-se à segurança pública. Quando somado ao
Disque 190, esse percentual chega a 73,98%.
73
parte. Essas diferenças – para não serem tornadas desigualdades – devem ser
levadas em consideração no momento do atendimento. Para se aprofundar mais no
assunto, leia o capítulo “Direitos das mulheres em situação de violência doméstica e
familiar: informação, participação e acompanhamento ao longo do processo” das
Diretrizes nacionais de investigação criminal com perspectiva de gênero:
Princípios para atuação com perspectiva de gênero para o ministério público e a
segurança pública do Brasil
(http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/Nucleo_de_Genero/GeneroProtocolosInternacionais/2
015%20-%20BRASIL%20e%20EUROSOCIAL%20-
%20Diretrizes%20Nacionais%20de%20Investigacao%20Criminal.pdf).
Equidade
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Laicidade do Estado
Qualificação no Atendimento
Respeito
75
a atitude que se manifesta nos gestos e nas palavras adequadas dirigidas a outra
pessoa.
Prevenção da Revitimização
• paternalizar;
• infantilizar;
• culpabilizar;
• generalizar histórias individuais;
• reforçar a vitimização;
• envolver-se em excesso;
• distanciar-se em excesso;
• não respeitar o tempo da mulher;
• transmitir falsas expectativas.
Inclusão/acessibilidade
Inclusão é o ato de aproximar, abranger, inserir, não distinguir outra pessoa por
sua condição física, intelectual ou de mobilidade, por seu idioma, escolaridade,
atividade laboral, orientação sexual, cultura ou nacionalidade. A acessibilidade refere-
se à adaptação de ambientes e capacitação de profissionais no sentido de favorecer
a mobilidade e a inserção de pessoas com deficiência. É a capacidade de ofertar bens
ou serviços à população de forma direta e simplificada.
76
A base de todo atendimento deve ser a escuta qualificada, sigilosa e não
julgadora. A escuta qualificada é o princípio básico do atendimento humanizado e
deve estar pautada no respeito, na ética, na busca do fortalecimento da mulher diante
da situação vivida, na orientação pelos parâmetros humanitários e de cidadania e no
compromisso do sigilo profissional.
(Fonte: SPM, 2015, Diretrizes Gerais Protocolos de Atendimento da Casa da Mulher Brasileira)
77
Finalizando...
78
REFERÊNCIAS
AFONSO, Lúcia. O trabalho com grupos redes sociais no SOSF. Mimeo. 2005.
AGÊNCIA BRASIL. Ipea: Lei Maria da Penha reduziu violência doméstica contra
mulheres. 2015. Disponível em: <https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-
humanos/noticia/2015-03/ipea-lei-maria-da-penha-reduziu-homicidios-de-mulheres-dentro-
de>
79
______. Decreto nº 9.586, de 27 de novembro de 2018. Institui o Sistema Nacional
de Políticas para as Mulheres e o Plano Nacional de Combate à Violência
Doméstica. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2018/decreto/D9586.htm>
______. Lei Maria da Penha. Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm>
80
______. Norma Técnica Atenção Humanizada às pessoas em situação de
violência sexual com registro de informações e coleta de vestígios. 2015.
Disponível em: <https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/wp-
content/uploads/2018/01/norma-tecnica-versaoweb.pdf>
81
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Manual de Rotinas e Estruturação dos
Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. 2018. Disponível
em: <https://www.amb.com.br/fonavid/files/manual_rotinas.pdf>
IPEA. Atlas da Violência 2019. Brasília: Rio de Janeiro: São Paulo: Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada; Fórum Brasileiro de Segurança Pública, p. 35-48.
Disponível em:
82
<https://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/relatorio_institucional/190605_atlas
_da_violencia_2019.pdf>
______. Violência contra a mulher custa U$$ 1,5 trilhão ao mundo, alerta ONU
no Dia Laranja. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/violencia-contra-a-mulher-
custa-us-15-trilhao-ao-mundo-alerta-onu-no-dia-laranja/>
SMALL ARMS SURVEY. Small Arms Survey 2012: Moving Targets. 2012.
Disponível em: <http://www.smallarmssurvey.org/publications/by-type/yearbook/small-
arms-survey-2012.html>
83