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ANDREESSEN HOROWITZ
PEDRO MAIA
23.03.2021
“We saw the opportunity to create the venture firm we as entrepreneurs would have taken money from, had it
existed at the time.”
—Marc Andreessen, Andreessen Horowitz
A Creative Artists Agency (CAA) é uma agência de talentos de Hollywood, considerada a organização mais influente
da indústria do entretenimento. Entre outras qualidades, a agência gerencia cerca de 1.400 das principais celebridades
da indústria. Mas por que isso se tornou relevante para o mundo de VC? A CAA é o modelo de como operar para uma
das principais VC’s do planeta: a Andreessen Horowitz. Inclusive o fundador da CAA Michael Ovitz se tornou o
mentor do Marc Andreessen e Ben Horowitz.
A cultura e modelo de partnership foram baseados no trabalho em equipe, cujos resultados são partilhados pelos
membros que tiveram uma participação efetiva na geração de receita. A prática de cooptação de clientes segue uma
dinâmica essencialmente coletiva e não individualista. Nesse sentido, os dois mandamentos de base da empresa são:
atue pela equipe e retorne as ligações imediatamente. O período de crescimento da CAA de 1975 a 1990, sob a
liderança de seu fundador, Michael Ovitz, teve um impacto que revolucionou a indústria de agentes de talentos, e,
consequentemente, serviu como modelo para a Andreessen Horowitz revolucionar o modelo de VC.
PRINCÍPIOS DA CAA IMPLEMENTADOS NA ANDREESSEN HOROWITZ
1) CRIAR UMA REDE ROBUSTA DE TALENTOS QUE SE COMPLEMENTAM PARA QUE SE OBTENHA
MAIS PODER DE BARGANHA NA HORA DE ATRAIR OS MELHORES COLABORADORES,
EMPREENDEDORES E, CONSEQUENTEMENTE, INVESTIDORES
• Pela primeira vez na história, uma agência de talentos obteve mais poder que um estúdio. Isso porque Ovitz conseguiu
atrair 80% do mercado das principais estrelas de Hollywood, controlando, por meio da verticalização, a produção de
conteúdo de alto padrão.
• Ele representava desde o autor de um livro (antes de virar roteiro), o roteirista, o diretor, o produtor, os
artistas, até, informalmente, os executivos dos principais estúdios (os compradores do conteúdo).
• A Andreessen Horowitz criou um CRM interno para organizar todos os contatos da empresa, que inclui investidores e
talentos de diversas áreas, indústrias e senioridades. Ela utiliza essa rede para criar novos negócios/parcerias para
empreendedores.
• Por exemplo, apresenta um novo conselheiro com um histórico de sucesso para uma das novas companhias
investidas, a fim de compartilhar técnicas que deram certo em outras experiências.
• Quando se trata de ajudar a recrutar talentos, a empresa possui 11 especialistas que o co-fundador Ben Horowitz chama
de "RH em uma caixa". A empresa mede o sucesso dos seus colaboradores de acordo com o número de
apresentações que se convertem em negócios.
6) TRATAR UM POTENCIAL CLIENTE COMO UM CLIENTE, MESMO QUE NÃO HAJA COMPENSAÇÃO
FINANCEIRA
• Ovitz trabalhou às vezes de graça para conseguir atrair as maiores celebridades e empresas como clientes. Isso se
tornou uma prática comum para VC’s desde quando Andreessen Horowitz começou a ajudar empreendedores com
introduções ou feedbacks a fim de melhorar suas empresas, mesmo não sendo investidas. Assim criaram-se
relacionamentos interessantes, e quando aparecia a oportunidade de levantar dinheiro, a Andreessen se tornava um
candidato ideal para aportar.
7) NÃO SE PREOCUPAR TANTO COM A IDEIA DE TRABALHAR COM APENAS UM PLAYER POR
SEGMENTO (EM MERCADOS COM PROFUNDIDADE)
• Disseram que seria impossível para Ovitz e a CAA representar Dustin Hoffman, Al Pacino, Robert DeNiro e Robert
Redford, porque sempre estariam competindo pelo mesmo papel. Ele provou pela primeira vez que isso não seria o
caso.
• Hoje é possível ver VC’s investindo em vários empreendedores do mesmo setor, porém apenas quando as empresas
estão atacando problemas diferentes, gozando de uma flexibilidade que não gera conflitos de interesses.