As medidas socioeducativas são medidas aplicáveis ao adolescente que
pratica um ato infracional, ou seja, uma conduta descrita como crime ou contravenção penal.
De acordo com o Wilson Donizeti Liberati, a medida socioeducativa pode
ser assim conceituada:
“A medida socioeducativa é a manifestação do Estado, em resposta ao
ato infracional, praticado por menores de 18 anos, de natureza jurídica impositiva, sancionatória e retributiva, cuja aplicação objetiva inibir a reincidência, desenvolvidacuja com finalidade pedagógica-educativa. Tem caráter impositivo, porque a medida é aplicada independente da vontade do infrator - com exceção daquelas aplicadas em sede de remissão, que tem finalidade transacional. Além de impositiva, as medidas socioeducativas têm cunho sancionatório, porque, com sua ação ou missão, o infrator quebrou a regra de convivência dirigida a todos. E, por fim, ela pode ser considerada uma medida de natureza retributiva, na medida em que é uma resposta do Estado à prática do ato infracional praticado”.
As medidas socioeducativas estão previstas no art. 112 do Estatuto da
Criança e do Adolescente.
Vejamos in verbis:
Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade
competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas: I - advertência; II - obrigação de reparar o dano; III - prestação de serviços à comunidade; IV - liberdade assistida; V - inserção em regime de semi-liberdade; VI - internação em estabelecimento educacional; VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
Vale ressaltar que o objetivo não é punir, mas reeducar e reintegrar o
menor na sociedade. Além disso, as medidas socioeducativas são recursos protetivos que se lança em mão em prol do menor, além de serem conteúdo pedagógico que buscam fortalecer os vínculos familiares e a integração do menor na sociedade.
A primeira Medida Socioeducativa prevista é a Advertência que é apenas
uma repreensão verbal lavrada em termo próprio, devendo ser aplicada em atos infracionais de menor gravidade. Posteriormente, é prevista a obrigação de reparar o dano causado, devendo ser imposta em atos infracionais que tenham causado prejuízos materiais.
Outra medida de proteção prevista é a de serviços à comunidade, que
deve ser exercida juntamente de entidades existenciais, não ultrapassando o prazo de 06 meses de duração.
Na sequência, tem-se a liberdade assistida, essa medida possui um
prazo mínimo de seis meses e tem a finalidade de impedir que o adolescente reincida na prática de novos atos infracionais, a partir da orientação exercida por uma pessoa capacidade para tal.
Quanto à inserção em regime de semiliberdade, é necessário que o
diferencial socioeducativo das medidas se manifeste, inclusive, na estrutura física das instituições para adolescentes, na expectativa de se possibilitar a ressocialização, entendida como integração familiar, participação no sistema de ensino, ocupação de um lugar na comunidade e, se for o caso, exercício de uma atividade labora.
Já a última medida prevista é a internação, por ser a mais grave, é
considerada excepcional. Consiste em manter o adolescente sob custódia em estabelecimento apropriado, podendo durar no máximo três anos, sendo que assim que forem concluídos, o adolescente deve ser colocado em liberdade imediatamente.
Dessa maneira, conclui-se que as medidas socioeducativas, tem por
finalidade a desaprovação das condutas infracionais praticadas pelos menores, o art. 112 do ECA prevê as medias socioeducativas a serem instauradas contra aqueles menores que praticam atos infracionais, quanto a estes adolescentes, devem ser advertidos e, em alguns casos, possuem a obrigação de reparar o dano. No entanto, em casos mais graves, como foi falado, as medidas são um pouco mais severas, possuindo sempre o objetivo de educar e não de punir. REFERENCIAS BARROS, Guilherme Freire de Melo. Direito da Criança e do Adolescente. Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)/coordenador Leonardo de Medeiros Garcia-rev. atual e ampl. Salvador: Juspodivm, 2016.