Relatório Final - Thalis Rocha Pestana

Universidade Federal do Espı́rito Santo
Programa Institucional de Iniciação Cientı́fica

Relatório Final de Pesquisa
Engenharias
Desenvolvimento de uma interface de comunicação entre um

medidor multiparâmetro e um transmissor VLC
Identificação:
Grande área do CNPq: Engenharias
Área do CNPq: Engenharia Elétrica
Tı́tulo do Projeto: Desenvolvimento de uma interface de comunicação
entre um medidor multiparâmetro e um transmissor VLC
Professor Orientador: Prof. Dr. Helder Roberto de Oliveira Rocha
Estudante PIBIC/PIVIC: Thalis Rocha Pestana
Resumo:
A comunicação e transmissão de dados em ambientes hospitalares apresenta alguns

desafios, como a interferência eletromagnética que equipamentos médicos podem
vir a sofrer em decorrência da aplicação de padrões de comunicação wireless tra-
dicionais, como por exemplo o Wi-Fi. Além disso, questões ambientais como o uso
eficiente da energia elétrica tem ganhado destaque mundial, consequência da crise
ambiental vivida atualmente. Se tratando do monitoramento de recém nascidos, a
falha de equipamentos mantenedores de vida na maioria das vezes é fatal, tendo
em consideração a fragilidade dos neonatos. Nesse contexto, este trabalho objetiva
aplicar a tecnologia de Comunicação via luz visı́vel (VLC, do inglês Visible Light Com-
munication) para a monitorização de recém-nascidos através do desenvolvimento de
um transmissor, responsável pela conversão da informação recebida por um medidor
multiparamétrico, no protocolo HL7, para o protocolo LFU 1.0.0, por intermédio do
padrão IEEE 754. Para isso utilizou-se um microcomputador (Raspberry Pi 3) que
recebe a informação e realiza a devida conversão.
Palavras chaves: Visible Light Communication. Comunicação via Luz Visı́vel. Trans-
missor. Medidor Multiparamétrico. Hospital. Recém-nascido.
1 Introdução
Nos últimos anos, os equipamentos hospitalares e a medicina em geral têm avançado de forma
cada vez mais acelerada, impulsionados pelo desenvolvimento tecnológico (ALTIBI, Ahmed M.,
2020). Ao adentrar um hospital não é raro se deparar com diversos equipamentos eletrônicos uti-
lizados direta ou indiretamente no tratamento de pacientes acometidos de alguma enfermidade
Engenharias
que os obrigue a permanecer em observação. Também é importante ressaltar que várias bar-
reiras tem sido quebradas em relação ao atendimento à pacientes em áreas isoladas ou que se
encontrem impossibilitados de se deslocar por grandes distâncias. Graças a telecirurgia, pessoas
nos locais mais longı́nquos podem ter acesso aos melhores cirurgiões/especialistas do mundo
(LILLY, C., 2014).
Mais recentemente, esforços tem sido feitos de forma a integrar as tecnologias supracitadas,
possibilitando maior volume e qualidade de informações aos profissionais da saúde. Nesse con-
texto, protocolos de comunicação rápidos e estáveis são essenciais para que a coleta e posterior
análise de dados vitais seja feita de forma segura. Os sistemas de comunicação wireless con-
vencionais, comumente empregados na atualidade, apresentam alguns problemas em ambientes
hospitalares, como por exemplo a interferência eletromagnética (EMI, do inglês eletromagnetic
interference) (KLEIN, A.A., 2003). Equipamentos de radiologia, lâmpadas fluorescentes, alar-
mes de incêndio e até mesmo computadores são exemplos de fontes de radiofrequência. As
consequências de possı́veis interferências podem ser catastróficas, resultando no pior dos ca-
sos, em um mau funcionamento de um equipamento mantenedor de vida e, por conseguinte, na
morte evitável de um paciente.
Se tratando da monitorização de recém nascidos, sistemas de comunicação mais seguros se
fazem ainda mais necessários. Nos primeiros dias de vida são frequentes alterações transitórias
que podem resultar em deficiências graves. Nesses casos, o mau funcionamento de aparelhos
de monitorização geralmente é fatal, devido à fragilidade dos neonatos (SANKAR, M.J., 2016).
Cabe ressaltar também a importância ambiental da implementação de sistemas de comunicação
alternativos. A humanidade vive a beira de um colapso ambiental sem precedentes. Nos últimos
anos o Brasil tem vivido diversas crises hidrı́cas e as previsões dos especialistas para o paı́s
não são animadoras (BBC, 2021). Ademais, estima-se que a indústria de Telecomunicações
é responsável por aproximadamente 4% das emissões de CO2 (ISMAIL, M., 2011). Nesse
preâmbulo, têm sido demonstrada a eficiência energética de sistemas hı́bridos (Wi-Fi e VLC) em
redes domésticas, exibindo um potencial para uma redução de até 75% no consumo de energia
elétrica (ABDALLAH, Khreishah, 2018).
Vale ressaltar a crescente demanda por vı́deos, serviços de streaming e aplicativos de men-
sagem que tem tornado as redes wireless atuais predominantes. Consequentemente, observa-se
um congestionamento do espectro de radiofrequência (MOHAMED, Kashef, 2016). O VLC possui
um amplo espectro devido a utilização da luz, podendo ampliar as possibilidades e ”desconges-
tionar”o sistema.
2 Objetivos
Este subprojeto objetivou demonstrar a eficácia da Comunicação via Luz Visı́vel em ambientes
hospitalares através do desenvolvimento de uma interface de comunicação entre um medidor
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multiparamétrico e um transmissor VLC. Como citado anteriormente, a aplicação de sistemas de

comunicação wireless como o Wi-Fi, nesse tipo de ambiente, possui diversas limitações. Por
outro lado, a monitorização de parâmetros vitais como temperatura, pulsação, pressão arterial,
respiração e eletrocardiograma é indispensável para que sejam realizadas intervenções rápidas
e eficazes, afim de manter os pacientes em condição basal. Por conseguinte, faz-se necessária
a implementação de interfaces de comunicação ágeis e seguras como a aqui proposta.
3 Metodologia
3.1 Materiais e Protocolos
As informações recebidas através do medidor multiparamétrico foram codificadas conforme o

protocolo HL7. O protocolo HL7 (do inglês, Health Level Seven) trata-se de um padrão de
comunicação amplamente adotado em sistemas de informática médica, atualmente, proporci-
onando uma estrutura padronizada de mensagens médicas que contenham informações acerca
da identificação do paciente, dados vitais e outras funcionalidades (of Health und Services, 2003).
Figura 1: Exemplo de uma mensagem padrão no protocolo HL7. Fonte: Próprio Autor.
Na Figura 1 acima, observa-se um exemplo de mensagem tı́pica no padrão HL7. A estrutura

da mensagem consiste na divisão entre segmentos e campos. Cada linha delimita um segmento
definido pelas siglas iniciais em letras maiúsculas. Na primeira linha, observa-se a sigla MSH
(Message Header) que define a origem, destino e especificações de sintaxe da mensagem. Na
segunda linha, a sigla PID (Patient Identification) define o segmento utilizado para comunicação
das informações de identificação do paciente. Nesse segmento é possı́vel obervar o ID do pa-
ciente (911), seu nome e sexo. Na terceira linha, nota-se a sigla PV1 (Patient Visit) que é utili-
zada para transmitir informações da condição em que se encontra a pessoa monitorada. A letra
”I”indica inpatient ou internado. Por fim, as siglas OBR (Observation Request Segment) e OBX
(Observation/Result) introduzem os dados que deseja-se transmitir. O primeiro indica o tipo de
requisição para diagnóstico (laboratorial, eletrocardiograma etc.) e o segundo contém os dados
de interesse.
Em seguida, os dados do paciente em HL7 são recebidos no microcomputador Raspberry,
mais especificamente uma Raspberry Pi 3 Model B, primeiro modelo da terceira geração dos
nano computadores Raspberry, substituindo o Raspberry Pi 2 Model B (pi, 2021). O modelo da
terceira geração possui as seguintes especificações:
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• CPU Quad Core 1.2 GHz Boradcom BCM2837 64 bits;
• 1 GB de RAM;
• BCM43438 LAN sem fio e Bluetooth Low Energy (BLE) a bordo;
• 100 Base Ethernet;
• GPIO estendido de 40 pinos;
• 4 portas USB 2;
• Saı́da estéreo de 4 pólos e porta de vı́deo composto;
• HDMI de tamanho normal;
• Porta de câmera CSI para conectar uma câmera Raspberry Pi;
• Porta de tela DSI para conectar uma tela de toque Raspberry Pi;
• Porta Micro SD para carregar seu sistema operacional e armazenar dados;
• Fonte de alimentação Micro USB comutada atualizada de até 2,5 A.
Na Figura 2 abaixo observa-se o modelo utilizado.
Figura 2: Raspberry Pi 3 model B. Fonte: Raspberry Pi Foundation.
As informações recebidas em HL7 na Raspberry passam pela conversão para o protocolo

LFU 1.0.0 (Li-Fi UFES) desenvolvido com base no padrão IEEE 754 e no método UART (do
inglês, Universal Asynchronous Receiver/Transmitter) para comunicação digital serial assı́ncrona.
A comunicação serial consiste na organização dos dados em uma determinada ordem e a
posterior transmissão dos bits um a um. Na comunicação serial assı́ncrona são transmitidas
sequências de bits de start e stop afim de sincronizar o transmissor e o receptor, e o tempo entre
o envio e a recepção dos bits de dados não é constante (MICROCHIP, 2017). Vale ressaltar
que a Raspberry Pi se utiliza do protocolo UART para comunicação serial. O termo UART (do
inglês, Universal Asynchronous Receiver/Transmitter) também pode ser utilizado em referência
ao circuito eletrônico que realiza a conversão de dados em paralelo para serial e vice-versa.
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Figura 3: Exemplo de funcionamento do modelo UART. Fonte: Altium PCB Design Software and
Tools.
A Figura 3 acima ilustra o funcionamento do método UART. Normalmente, utiliza-se o bit 0

como indicador de inı́cio de transmissão e o bit 1 como indicador de término. O sinal de espera
(idle) é mantido em nı́vel alto a partir do estabelecimento da comunicação. Tão logo é detectada
uma borda de descida (transição do sinal do nı́vel lógico alto para o baixo) o receptor inicia a
leitura dos dados. Os bits de parada indicam que a transmissão está completa e podem ser
detectados de duas formas distintas: através da borda de subida (transição do nı́vel lógico baixo
para o idle) ou prolongando o idle através da inserção de um bit 1 extra.
Outro componente importante para o desenvolvimento do protocolo LFU 1.0.0, foi o padrão
IEEE 754 para aritmética de ponto flutuante, desenvolvido em 1985 pelo Instituto de Engenharia
Elétrica e Eletrônica (IEEE) (VÁZQUEZ, A., 2009). Trata-se de um padrão de representação de
números reais por intermédio de suas respectivas notações normalizadas. O padrão IEEE 754
implementado foi o de precisão simples, ou seja, 32 bits.
Observa-se abaixo o modelo de representação de um número em notação normalizada:
±1, m1 m23 ... × 2E
Esse mesmo número é representado no padrão IEEE 754, conforme a Figura abaixo:
Figura 4: Padrão IEEE 754, precisão simples. Fonte: Próprio Autor.
Finalmente, reunindo os dois conceitos supracitados, desenvolveu-se o protocolo utilizado

neste subprojeto. Na Figura 5 abaixo apresenta-se um pacote definido conforme o LFU 1.0.0:
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Figura 5: Protocolo LFU 1.0.0. Fonte: Alaf Santos.
É possı́vel observar 6 seções de 32 bits contendo as informações de interesse no padrão IEEE

754 (precisão simples), conforme discutido acima. A seção start, contendo 4 bits, é utilizada para
sinalizar ao receptor que as próximas seções contém as informações de interesse. Também
é utilizada na definição de variáveis pertinentes para a decodificação das informações como o
perı́odo de um bit. O bit de paridade é utilizado para posterior detecção de um possı́vel erro
de transmissão na etapa de recepção (decodificação). Quando em alto (bit 1) é esperada uma
quantidade par de bits 1 no pacote. Do contrário (bit de paridade igual a 0), espera-se uma
quantidade ı́mpar. Finalmente, a seção stop, contendo 4 bits, sinaliza ao receptor que o pacote
abrigando as informações relevantes foi totalmente transmitido. Nesta seção, nenhum sinal é
efetivamente transmitido. O transmissor interrompe a trasmissão durante um perı́odo de tempo
equivalente a transmissão de 4 bits e dessa forma o receptor interpreta o fim do pacote. Um
pacote completo contém 201 bits.
3.2 Lógica de programação de transmissão dos dados para a Raspberry
Para a transmissão dos arquivos, no formato HL7, do medidor multiparamétrico/computador para

a Raspberry foi necessária a importação de algumas bibliotecas. As bibliotecas time e glob são
bibliotecas próprias da linguagem Python (utilizada nessa seção).
A biblioteca time proporciona várias funções relacionadas a contagem de tempo. Neste sub-
projeto, foi utilizada a função sleep() que suspende a execução durante um determinado perı́odo
de tempo. Dessa forma, após a transmissão dos dados de interesse, o transmissor permanecerá
inativo durante um perı́odo, indicando o fim da transmissão.
A biblioteca glob é utilizada nos casos em que deseja-se obter diversos arquivos de um tipo
especifı́co. Neste caso, foi utilizada para localizar os arquivos do tipo HL7 de interesse.
Por fim, uma biblioteca externa chamada paramiko foi importada (Python, 2021). A paramiko
é uma implementação do protocolo SSH (do inglês, Secure Socket Shell). O protocolo SSH,
por sua vez, é um protocolo de rede que permite ao usuário acessar, administrar e modificar
remotamente seus servidores. Dessa forma, a biblioteca provê funcionalidades de cliente e ad-
ministrador, possibilitando a conexão com a Raspberry.
A Figura 6 abaixo apresenta um fluxograma, ilustrando a lógica implementada.
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Figura 6: Lógica para transmissão dos arquivos HL7 para a Raspberry. Fonte: Próprio Autor.
3.3 Lógica de programação de conversão dos dados em HL7 para o pro-

tocolo LFU
Para a conversão dos dados para o protocolo LFU foram implementadas 4 funções intermediárias
na linguagem de programação C++.
A Figura 7 apresenta a lógica implementada:
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Figura 7: Lógica para conversão. Fonte: Próprio Autor.
A função hl7tofloat é responsável pela coleta dos parâmetros vitais nos arquivos do tipo HL7 e
posterior conversão para ponto flutuante (tipo float), ou seja, nessa etapa são coletados números
relativos a batimentos cardı́acos, pressão arterial etc. que foram recém transmitidos para a
Raspberry. A função StringI3E754, por sua vez, recebe os números do tipo float e realiza a
conversão para o padrão IEEE 754 de precisão simples (32 bits). Os parâmetros devidamente
convertidos passam pela função definePar que é responsável por definir se o número de bits em
nı́vel lógico alto (bits 1) dos parâmetros a serem transmitidos é ı́mpar ou par, de forma a facilitar
a detecção de possı́veis inconsistências na recepção.
Por fim, a função sendData é responsável pelo envio dos dados, efetivamente, realizando a
comunicação entre as saı́das seriais da Raspberry e o transmissor propriamente dito.
4 Resultados
Neste subprojeto foi realizada a coleta de dados, no formato HL7, em um computador análogo
ao medidor de dados vitais multiparamétrico, e a posterior conversão dos dados em HL7 para o
protocolo de comunicação LFU 1.0.0.
A transmissão dos dados do medidor multiparamétrico para a Raspberry e a conversão dos
dados no microcomputador foi concluı́da com êxito. Devido a impossibilidade da utilização dos
laboratórios, a última etapa de transmissão foi concretizada através da utilização de outro micro-
computador Raspberry, simulando um receptor em uma conexão nomeada back-to-back (B2B).
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A configuração pode ser observada na Figura 8 abaixo:
Figura 8: Configuração B2B (back-to-back). Fonte: Lucas Martins Rimolo.
Os microcomputadores foram conectados conforme a Figura 9 abaixo:
Figura 9: Conexão B2B entre os Raspberry’s. Fonte: Lucas Martins Rimolo.
Com o fio de cor azul foram conectados os pinos GPIO14 (08, saı́da de TX) e GPIO15 (10,
entrada de RX). O fio verde conecta os pinos ground (06) para referenciar os dois Raspberry.
O fio laranja, por sua vez, foi utilizado para a realização dos testes com a biblioteca RPi.GPIO,
conectando os pinos (05) de ambos os dispositivos.
De forma a verificar a efetividade da transmissão, foi definida nos códigos de transmissão e
recepção uma variável de referência pseudoaleatória (string1), contendo 192 caracteres ASCII
(UTF-8) (6 pacotes de 32 caracteres, entre 1’s e 0’s, do protocolo LFU 1.0.0) gerados aleatori-
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amente por meio da classe random da biblioteca NumPy, em Python, mais especificamente por
intermédio da plataforma Google Colab.
Em seguida, a variável de referência foi encapsulada no protocolo LFU 1.0.0, com seções de
start, stop e 1 caractere de paridade, totalizando 201 caracteres, conforme a Figura 10:
Figura 10: Definição da variável pseudoaleatória. Fonte: Lucas Martins Rimolo.
Por padrão, o método de comunicação UART, utilizado na biblioteca Serial, converte cada
caractere ASCII (UTF-8) para sua representação binária, ou seja, 8 bits acrescidos dos bits de
demarcação de inı́cio e final da transmissão, totalizando 10 bits por caractere ASCII. Dessa
forma, uma variável encapsulada conforme o protocolo pré-definido, contendo 201 caracteres,
possui 2010 bits no total.
Para a análise em questão, optou-se por transmitir duas variáveis encapsuladas, totalizando
4020 bits, objetivando verificar a taxa de erro de bits (do inglês, Bit Error Rate - BER) tendo em
vista o valor de 1 × 10−3 , tido como referência para sistemas de comunicação. Sendo assim, a
escolha dos 4020 bits se justifica através da equação abaixo:
1
Nbits = 3 ×
BER
1
Nbits = 3 × = 3000bits
1 × 10−3
Na Figura 11 abaixo, observa-se o sinal capturado pelo Raspberry de recepção para uma
transmissão com taxa de 1 Mbps, na ferramenta para análise de formas de onda Piscope.
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Figura 11: Recepção no Piscope. Fonte: Lucas Martins Rimolo.
Na Figura 12 obtém-se a comparação entre os sinais transmitido e recebido.
Figura 12: (a) Sinal recebido (RX) (b) Sinal Transmitido (TX)
5 Discussão e Conclusões
Os resultados obtidos apresentam a definição do protocolo de comunicação LFU 1.0.0 para a

transmissão sólida e segura de dados via luz visı́vel. O protocolo foi pensado e estruturado para
a redução de possı́veis erros na trasmissão.
Primeiramente, é possı́vel notar por intermédio da Figura 10 que foram testados 20 valores
distintos para frequência de trasmissão. Para todas as frequências testadas não houveram erros
na transmissão. Figura 12 observa-se que os sinais transmitido e recebido são contundentes.
Embora definida uma taxa de transmissão de 1 Mbps (1.000.000 bits por segundo), notou-se
que o menor tempo de bit registrado foi de 5us. Por conseguinte, a maior taxa de transmissão
observada foi de 200 kbps (200.000 bits por segundo), sugerindo uma possı́vel limitação fı́sica
dos dispositivos utilizados.
Apesar de a taxa de transmissão ter sofrido uma redução, não houveram erros na trans-
missão, atestando a solidez do protocolo desenvolvido. Dessa forma, este subprojeto apresenta
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uma alternativa segura para a transmissão de dados em ambientes hospitalares através do de-
senvolvimento de um protocolo de comunicação robusto, reduzindo a possibilidade de erros e,
consequentemente, garantindo a integridade de pacientes.
Ademais, a aplicação do sistema VLC, por si só, configura uma alternativa para a extinção
da interferência eletromagnética e para a potencialização da eficiência energética em hospitais.
Diariamente, são utilizados equipamentos mantenedores de vida, sensı́veis a radio-frequência,
provendo um alto gasto energético. A implementação de um sistema VLC, conforme descrito na
literatura, provê segurança e eficiência energética desejadas em hospitais.
Referências
[ABDALLAH, Khreishah 2018] ABDALLAH, K HREISHAH, SIHUA, Shao.: A hybrid RF-VLC

system for energy efficient wireless access. In: IEEE Transactions on Green Communications
and Networking 2 (2018), Nr. 4, S. 932–944
[ALTIBI, Ahmed M. 2020] ALTIBI, A HMED M., KHOSRAVI, Pegah: Machine Learning in Cardi-
ovascular Medicine. Academic Press, 2020
[BBC 2021] BBC: Como devastação e aquecimento podem fazer Brasil deixar de ser
potência agrı́cola global. Wiki do abnTeX2. 2021. – URL https://www.bbc.com/portuguese/
brasil-58325350
[of Health und Services 2003] H EALTH, US D. of ; S ERVICES, Human: Office of the Assistant
Secretary for Planning and Evaluation. In: Trends in the Well-Being of America’s Children and
Youth 2001, 2003
[ISMAIL, M. 2011] ISMAIL, M., ZHUANG, W.: Network cooperation for energy saving in green
radio communications. In: IEEE Wireless Communications 18 (2011), Nr. 5, S. 76–81
[KLEIN, A.A. 2003] KLEIN, A.A., Djaiani, G. N.: Mobile phones in the hospital- past, present
and future. In: Anaesthesia 58 (2003), Nr. 4, S. 353–357
[LILLY, C. 2014] LILLY, C., KEMPNER, K. REYNOLDS, H. SUBRAMANIAN, S. ERIKSSON, E.
JENKINS, C. RINCON, T. KOHL, B. GROVES, R. COWBOY, E. MBEKEANI, K. MCDONALD,
M. RASCONA, D. RIES, M. ROGOVE, H. BADR, A. KOPEC, I.: Critical Care Telemedicine. In:
IEEE Symposium on Computer Arithmetic (2014), S. 135–144
[MICROCHIP 2017] MICROCHIP: TB3156: Universal Asynch-
ronous Receiver Transmitter (UART) on 8-Bit PIC Microcontrollers,
2017. – URL http://ww1.microchip.com/downloads/en/AppNotes/
TB3156-Univ-Asynchronous-Receiver-Transmitter-on-8bit-PIC-90003156A.pdf
[MOHAMED, Kashef 2016] MOHAMED, K ASHEF, MOHAMED, Abdallah KHALID, Qaraqe .:
Energy efficient resource allocation for mixed RF/VLC heterogeneous wireless networks. In:
IEEE Journal on Selected Areas in Communications 34 (2016), Nr. 4, S. 883–893
[pi 2021] PI , Raspberry: Raspberry Pi 3 Model B, 2021. – URL https://www.raspberrypi.
12
Engenharias
org/products/raspberry-pi-3-model-b/
[Python 2021] P YTHON: Paramiko. 2021. – URL paramiko.org
[SANKAR, M.J. 2016] SANKAR, M.J., SHARMA, J.: State of newborn health in India. In:
Journal of Perinatology 36 (2016), Nr. 3, S. S3–S8
[VÁZQUEZ, A. 2009] V ÁZQUEZ, A., ANTELO, E: A high performance siginificand BCD adder
with IEEE 754-2008 decimal rounding. In: IEEE Symposium on Computer Arithmetic (2009),
S. 135–144
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Programa Institucional de Iniciação Cientı́fica

Desenvolvimento de uma interface de comunicação entre um

A comunicação e transmissão de dados em ambientes hospitalares apresenta alguns

multiparamétrico e um transmissor VLC. Como citado anteriormente, a aplicação de sistemas de

3.1 Materiais e Protocolos

As informações recebidas através do medidor multiparamétrico foram codificadas conforme o

Na Figura 1 acima, observa-se um exemplo de mensagem tı́pica no padrão HL7. A estrutura

• CPU Quad Core 1.2 GHz Boradcom BCM2837 64 bits;

• BCM43438 LAN sem fio e Bluetooth Low Energy (BLE) a bordo;

• 100 Base Ethernet;

• GPIO estendido de 40 pinos;

• Saı́da estéreo de 4 pólos e porta de vı́deo composto;

• HDMI de tamanho normal;

• Porta de câmera CSI para conectar uma câmera Raspberry Pi;

• Porta Micro SD para carregar seu sistema operacional e armazenar dados;

• Fonte de alimentação Micro USB comutada atualizada de até 2,5 A.

Na Figura 2 abaixo observa-se o modelo utilizado.

Figura 2: Raspberry Pi 3 model B. Fonte: Raspberry Pi Foundation.

As informações recebidas em HL7 na Raspberry passam pela conversão para o protocolo

A Figura 3 acima ilustra o funcionamento do método UART. Normalmente, utiliza-se o bit 0

±1, m1 m23 ... × 2E

Figura 4: Padrão IEEE 754, precisão simples. Fonte: Próprio Autor.

Finalmente, reunindo os dois conceitos supracitados, desenvolveu-se o protocolo utilizado

Figura 5: Protocolo LFU 1.0.0. Fonte: Alaf Santos.

É possı́vel observar 6 seções de 32 bits contendo as informações de interesse no padrão IEEE

3.2 Lógica de programação de transmissão dos dados para a Raspberry

Para a transmissão dos arquivos, no formato HL7, do medidor multiparamétrico/computador para

3.3 Lógica de programação de conversão dos dados em HL7 para o pro-

Figura 7: Lógica para conversão. Fonte: Próprio Autor.

A configuração pode ser observada na Figura 8 abaixo:

Figura 8: Configuração B2B (back-to-back). Fonte: Lucas Martins Rimolo.

Os microcomputadores foram conectados conforme a Figura 9 abaixo:

Figura 9: Conexão B2B entre os Raspberry’s. Fonte: Lucas Martins Rimolo.

Figura 10: Definição da variável pseudoaleatória. Fonte: Lucas Martins Rimolo.

Figura 11: Recepção no Piscope. Fonte: Lucas Martins Rimolo.

Na Figura 12 obtém-se a comparação entre os sinais transmitido e recebido.

Os resultados obtidos apresentam a definição do protocolo de comunicação LFU 1.0.0 para a

[ABDALLAH, Khreishah 2018] ABDALLAH, K HREISHAH, SIHUA, Shao.: A hybrid RF-VLC

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