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Desenvolvimento de um Sistema
de Monitorização de
Insuficiência Cardíaca
Dissertação
Agradecimento
ii
Resumo
A hipertensão arterial é hoje uma das maiores preocupações quanto a doenças
cardiovasculares. Ainda assim, e apesar de todos os avanços tecnológicos, é uma
doença representada por estratégias de monitorização obsoletas.
O século XXI é marcado por uma realidade altamente tecnológica, em que projetos
de todas as áreas utilizam tecnologias de ponta. No entanto, e do outro lado do
espectro, permanece o monitorização da hipertensão arterial, onde o seu
acompanhamento é, em geral, ainda realizado pelo paciente, em papel, com todos os
registros feitos à mão, numa folha de papel A4, para ser analisado e diagnosticado
pelo médico. Somente a partir daí o médico pode decidir sobre a indicação, reajuste ou
troca de medicamentos, incrementando a necessidade de uma análise cuidadosa, sem
erros, tanto pelo paciente quanto pelo médico.
Com essa problemática em mente, o sistema desenvolvido nesta dissertação teve
como objetivo oferecer uma solução, permitindo que o paciente insira os seus valores
de tensão arterial por meio de um site ou DTMF, por outras palavras, através de uma
linha telefônica previamente fornecida. Por sua vez, o médico pode consultar os
valores dos pacientes por representações gráficas, e além disso, este sistema também
fornece tabelas com todos os valores mínimos, máximos e médios.
Para atingir o objetivo deste estudo, este projeto foi dividido em quatro fases
principais. A primeira fase representou a contextualização, onde a problemática foi
cuidadosamente avaliada em relação à logística e estatística da hipertensão arterial e
da insuficiência cardíaca em Portugal. O próximo passo consistiu em pesquisar todas
as ferramentas necessárias para materializar o sistema proposto e o desenvolvimento
do mesmo. A terceira fase deve-se ao projeto piloto coma descrição dos métodos
utilizados, o teste pelos doentes e a análise dos resultados obtidos. E, marcando o
último passo, identificaram-se as limitações do sistema e procedeu-se à discussão do
trabalho futuro.
O sucesso deste projeto foi alcançado graças às características “amigáveis ao
usuário” do sistema, com alta aceitação dos pacientes e fácil acesso dos médicos.
Palavras-chave: Monitorização/ Insuficiência Cardíaca/Unidade de Resposta
Audível
iii
Abstract
Blood hypertension is nowadays one of biggest concerns within cardiovascular
diseases. Still, and despite all the advances in technology, it is a disease represented by
obsolete monitoring strategies.
The XXI century is marked by a highly technological reality, where projects in all
areas use state-of-the-art technologies. However, and on the other side of the
spectrum, remains blood hypertension monitoring, where its accompaniment is, in
general, still done by the patient, on paper, with all records made by hand, on a A4
sheet of paper, with following analysis and diagnose by the medical doctor. Only from
there can the physician decide about medication readjustment or exchange,
incrementing the need of careful analysis, without error, both by the patient and the
physician.
With this problematic in mind, the system developed in this work aimed to offer a
solution, allowing the patient to insert his’/hers’ blood tension values through a
Website or DTMF. In other words, through a phone line previously given. In its turn,
the medical doctor can access the patients values in graphic and charts representations.
Moreover, this system also provides tables with all the minimal, maximum and
medium values.
In order to achieve the goal of this study, this project was divided in four main
phases. The first phase represented contextualization, where the problematic was
carefully evaluated regarding the logistic and statistic of blood hypertension and
cardiac insufficiency in Portugal. The next step was to research all the necessary tools
to materialize the proposed system and its development. The third phase is due to the
pilot project with a description of the methods used, the patient test and the analysis of
the results obtained. And, marking the last step, we identified the limitations of the
system and proceeded to the discussion of future work.
The success of this project was achieved, thanks to the system’s “user friendly”
characteristics, with high patients’ acceptance and medical doctors’ easy access.
Keywords: Monitoring / Heart Failure / Interactive Voice Response
iv
Preâmbulo
No final do ano de 2012 o autor terminava a Licenciatura em Engenharia
Informática e encontrava-se num momento que tinha de escolher qual o Mestrado que
devia seguir. Após analisar as Unidades Curriculares e o corpo docente do Mestrado
em Informática Médica teve a certeza que a escolha desse Metrado era o caminho
certo.
Ingressou no Mestrado em Informática Médica no ano de 2012 e logo após o
primeiro ano foi convidado a juntar-se a uma empresa de referência no setor da saúde
em Portugal. Os primeiros anos foram passados em Lisboa o que o levou a não acabar
o Mestrado em questão. Posteriormente regressou para Porto para a mesma empresa e
decidiu concluir o que tinha começado.
Todo o seu percurso profissional foi ligado a empresas na área da saúde e foi
vivido em ambientes hospitalares, em contacto com todo o tipo de profissionais de
saúde e por esse motivo sabe da importância de ter apenas as pessoas necessárias
presentes num hospital, de ter cada vez mais todo o tipo de informação em formato
digital, de forma resumida, cujo conteúdo seja de fácil análise.
Quando lhe apresentaram este projeto decidiu abraçar prontamente pois englobava
vantagens para todos. A ideia de os pacientes não se terem de deslocar ao hospital para
entregar as suas medições e a ideia de facilitar o trabalho aos médicos na análise
desses resultados era fenomenal.
Dito isto, o autor avançou com o desenvolvimento de três sistemas, dois dos quais
direcionados para os pacientes e um terceiro para os médicos. O primeiro sistema
baseia-se na construção de um sistema telefónico com vários menus e submenus onde
o resultado final é a introdução e gravação dos valores das pressões arteriais. O
segundo sistema baseia-se no desenvolvimento de um site para introdução e gravação
destes mesmos valores. O terceiro sistema, é exclusivo do médico e permite a análise
dos resultados em forma de gráficos, de tabelas e através de médias.
Com este conjunto de sistemas o autor cria melhores condições aos médicos, aos
pacientes e ainda gera uma menor afluência aos hospitais por parte dos pacientes.
v
Índice
AGRADECIMENTO................................................................................................................
RESUMO..................................................................................................................................
ABSTRACT............................................................................................................................
PREÂMBULO........................................................................................................................
ÍNDICE.....................................................................................................................................
ÍNDICE DE FIGURAS.........................................................................................................
ÍNDICE DE TABELAS......................................................................................................
ÍNDICE DE GRÁFICOS.......................................................................................................
ACRÓNIMOS E SIGLAS.......................................................................................................
1. INTRODUÇÃO...............................................................................................................
2.3. PHP.............................................................................................................................
2.4. SOFTWARE GRAFANA................................................................................................
3. PROJETO PILOTO.........................................................................................................
3.1. MÉTODOS....................................................................................................................
3.2. DOENTES.....................................................................................................................
Índice de Figuras
Figura 1 - O meu passaporte da insuficiência cardíaca e registo em papel da PA
utilizado na consulta de IC no Hospital São João.....................................................................
Figura 2 - Interface da aplicação Pressão Arterial....................................................................
Figura 3 - Medidor de tensão BP7 da iHealth com conexão à app do smartphone..................
Figura 4 - Medidor de tensão Withings....................................................................................
Figura 5 - Fluxograma Interactive Voice Response.................................................................
Figura 6 – Imagem elaborada para demonstrar o registo de dados pelo sistema
telefónico...................................................................................................................................
Figura 7 - Imagem demonstrativa da tabela criada no MYSQL, dos seus campos e do
tipo de dados que representa os dados do utilizador.................................................................
Figura 8 - Imagem demonstrativa da tabela criada no MYSQL, dos seus campos e do
tipo de dados que representa os os valores das medições do utilizador....................................
Figura 9 – Diagrama elaborado para representar o caso de uso de website.............................
Figura 10 – Imagem retirada do Software Grafana com Cabeçalho da Página Inical e
tabela dos últimos 10 dados registados da base de dados.........................................................
Figura 11 - Imagem retirada do Software Grafana com gráfico das pressões arteriais
dos pacientes.............................................................................................................................
Figura 12 - Imagem retirada do Software Grafana com gráfico das frequências
cardíacas dos pacientes.............................................................................................................
Figura 13 - Imagem retirada do Software Grafana com os detalhes do paciente.....................
Figura 14 - Imagem retirada do Software Grafana com grafico das pressoões sistólica
e diastólica de um paciente.......................................................................................................
Figura 15 - Imagem retirada do Software Grafana com grafico das frequências
cardíacas e peso de um paciente...............................................................................................
Figura 16 - Imagem retirada do Software Grafana com grafico do Cansaço e falta de ar
de um paciente..........................................................................................................................
Figura 17 - Imagem elaborada para demonstrar o fluxo de dados entre
paciente/sistema/médico...........................................................................................................
Figura 18 – Imagem elaborada para representar a Infraestrutura do Sistema...........................
viii
Índice de Tabelas
Tabela 1 – Adaptada de “Hipertensão: Classificação da pressão arterial”, by Fundação
Portuguesa de Cardiologia, (s.d.). Consultado em Março de 2018 em
http://www.fpcardiologia.pt/saude-do-coracao/factores-de-risco/hipertensao/........................
Tabela 2 - Medidas para reduzir o risco de EAM / AVC em Portugal.....................................
Tabela 3 - Prevalência da Hipertensão Arterial, seu conhecimento, tratamento e
controlo segundo o grupo etário, sexo e região de saúde, INSEF 2015...................................
Tabela 4 - Classificação de Insuficiência Cardíaca..................................................................
Tabela 5 - Prevalência da IC em Portugal continental por grupo etário e por género..............
Tabela 6 - Caracterização da produção hospitalar e respetivos padrões de morbilidade,
relativos a insuficiência cardíaca, Portugal Continental (2010 a 2014)....................................
ix
Índice de Gráficos
Gráfico 1 - Conhecimento sobre HTA, em percentagem.........................................................
Gráfico 2 - Proporção de pessoas entre os 16 e 74 anos que utilizam a Internet, por
equipamentos próprios..............................................................................................................
Gráfico 3 - Evolução estimada do número de doentes com IC, por faixa etária, em
Portugal Continental.................................................................................................................
x
Acrónimos e Siglas
ACSS- Administração Central do Sistema de Saúde
AMPA- Auto-medição da Pressão Arterial
App- Aplicação
ASR- Speech Recognition
AVC- Acidente Vascular Cerebral
CHUC- Centro Hospitalar da Universidade de Coimbra
DCCV- Doenças Cérebro-Cardiovasculares
DCL- Data Control Language:
DDL- Data Definition Language:
DGS- Direção Geral de Saúde
DML- Data Manipulation Language
DPOC- Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica
DTMF- Dual-Tone Multi-Frequency
EAM- Enfarte Agudo do Miocárdio
ECA- Enzima de Conversão da Angiotensina
HTA- Hipertensão Arterial
IC- Insuficiência Cardíaca
INSEF- Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico
IVR- Interactive Voice Response
LVT- Lisboa e Vale do Tejo
MAPA- Monitorização Ambulatória da Pressão Arterial
MRPA- Monitorização Residencial da Pressão Arterial
NIF- Número de Identificação Fiscal
ODBC- Open Database Connectivity
PA- Pressão Arterial
PDS- Plataforma de Dados da Saúde
PHP- Hypertext Preprocessor
PK- Primary Key
PVP- Preço de Venda ao Público
SGBD- Sistema de Gestão de Base de Dados
SNS- Serviço Nacional de Saúde
SPMS- Serviços Partilhados do Ministério da Saúde
SQL- Structured Query Language
TA- Tensão Arterial
TTS- Text To Speech
xi
1. Introdução
As doenças do aparelho circulatório são hoje a principal causa básica de morte em
Portugal, registos do Instituto Nacional de Estatística conta em 2016 com 32 805
óbitos com esta natureza, representando 29,6% da mortalidade no país (INE, 2018).
Uma das formas conhecidas de controlar o funcionamento do aparelho circulatório
é a medição da tensão arterial e monitorização da síndrome da insuficiência cardíaca.
Esta prática de registo da tensão arterial bem como outros parâmetros deverá ser
frequente, como promove o Hospital de São João no Porto.
Na imagem acima podem se ver dois exemplos de registos feitos em papel. Assim,
é vital, o conhecimento dos sintomas e síndromes associadas às doenças do aparelho
circulatório.
Insuficiência cardíaca;
Aneurisma dissecante da aorta;
Insuficiência renal;
Acidente vascular cerebral;
Cardiopatia isquémica, incluindo angina de peito, enfarte do miocárdio e
morte súbita.
Segundo Carrageta (2016), também pode levar a lesão de órgãos vitais tais
como:
Não se consegue definir uma causa específica na grande maioria das pessoas que
sofrem desta patologia. Nestes casos, a HTA (Hipertensão Arterial) é designada como
hipertensão essencial. Quando a causa é detetável é designada como HTA secundária,
e é inferior a 5% de acordo com estudos realizados nos Centros de Saúde. Por os
patológicos sem causa identificada corresponderem a uma percentagem tão elevada, só
em casos específicos, principalmente referentes a pacientes resistentes à terapêutica,
casos mais graves e os hipertensos jovens, é que são investigados com o objetivo de
detetar causas curáveis. Nestes casos a cura é possível pelo que os exames para a
pesquisa da causa da HTA devem ser realizados em caso de sintomas suspeitos ou
sinais (Carrageta, 2006).
No entanto, considera-se que 90% dos casos estão relacionados com os hábitos de
vida tais como (CUF, s.d.):
Os restantes 10% poderão ter como causa alterações hormonais, doenças dos rins
ou dos vasos sanguíneos (CUF, s.d.). Os principais sintomas da HTA e mais comuns
são (FPC, s.d.):
Tonturas;
Hemorragias nasais;
Dores de cabeça.
1.1.2.Medidas a tomar
Conforme referido, e uma vez que a hipertensão na maior parte dos casos não tem
sintomas, a primeira medida a tomar é controlar os níveis da pressão com
regularidade. No caso de adultos saudáveis recomenda-se a medição pelo menos uma
vez por ano; no caso de diabéticos, obesos, fumadores e pessoas com antecedentes
familiares de doenças cardiovasculares, recomenda-se um controlo com maior
frequência (FPC, s.d.).
Recomenda-se também que seja praticada atividade física regular pois a mesma
consegue obter uma descida expressiva dos níveis de tensão. Desportos como a
corrida, marcha, natação ou dança são os mais aconselháveis e exercícios que exijam
esforços mais bruscos são evitáveis pois provocam a subida da pressão arterial durante
o esforço (CUF, s.d.).
Outra medida aconselhável é uma alimentação saudável, evitando o sal - o nosso
corpo necessita somente de um 1/8 colher de chá de sal por dia. Evitar alimentos
naturalmente salgados como enchidos, comidas pré-preparadas, aperitivos e água com
Introdução
16
gás e, naturalmente, evitar bebidas alcoólicas. Recomenda-se que em caso de excesso
de peso, se tente reduzir com uma dieta moderada (FPC, s.d.).
1.1.3.Medição da HTA
Já foi referido que a pressão arterial normal é de 120 x 80 mmHg e pode ser
medida de forma manual ou recorrendo a um esfigmomanómetro e estetoscópio ou
através de aparelhos digitais para o efeito, usados no braço ou no pulso e que podem
ser comprados em farmácias ou supermercados (Reis, s.d.).
Para medir a pressão corretamente, o período da manhã e em jejum é a melhor
altura, antes de tomar qualquer medicamento. Também se recomenda que seja depois
de urinar e deve-se estar sentado, num local tranquilo, com temperatura amena e
utilizar o braço esquerdo (Reis, s.d.).
É fundamental: não beber álcool, fumar ou tomar café até 30 minutos antes,
manter a respiração normal, evitar falar e não cruzar as pernas. Também é muito
importante que a braçadeira seja adequada ao braço, isto é, nem muito larga nem
muito apertada e que o braço esteja apoiado e ao nível do coração (CUF, s.d.).
Recomenda-se que se façam 2 a 3 medições por dia e calcular a média com
anotação do dia, hora e valor obtido (CUF, s.d.).
1.1.4.Tratamento da HTA
Restringir o sal;
Alimentação saudável - comer frutas, legumes e saladas;
Praticar mais exercício físico;
Reduzir o stress;
Perder peso (em caso de excesso);
Evitar o álcool e o café.
Medidas farmacológicas:
Estes devem ser prescritos pelo médico, segundo as caraterísticas de cada paciente,
no entanto, é preciso ter presente que os fármacos não curam a HTA, somente
17 Introdução
controlam, logo, assim que iniciado, o tratamento deve ser continuado e mantido toda
a vida. Contudo, é de salientar que no caso dos pacientes com HTA moderada, o
cumprimento das medidas não farmacológicas permite, decerto, reduzir as doses e até
interromper o uso de medicamentos numa percentagem significativa (Carrageta,
2006).
1.1.5.Hipertensão em Portugal
Em pleno séc. XXI, a Hipertensão Arterial (HTA) continua a ser o fator mais
significativo de risco para as doenças cardiovasculares (DCCV) por todo o globo. Os
custos agregados à morbilidade e mortalidade, resultantes do seu diagnóstico parcial, a
pouca eficácia do tratamento e também do controlo desta patologia, mas também a
pouca prevenção da população constituem um problema mundial e dos responsáveis
de saúde em cada país (Macedo & Ferreira, 2015).
Em Portugal, a morbilidade e mortalidade associada a DCCV são a primeira causa
de morte e de morbilidade, embora dados publicados pelo Programa Nacional das
Doenças Cérebro-Cardiovasculares e pelo INE referentes a 2012 e 2013 demonstrarem
que nos últimos 10 anos existe uma declinação progressiva da sua prevalência,
resultante da melhoria da intervenção dos serviços de saúde, doravante, um dos fatores
de risco mais significativos das DCCV no nosso país continua a ser a Hipertensão
Arterial (Macedo & Ferreira, 2015).
Posto isto, a HTA é uma patologia grandemente prevalente, que afeta 42,2% da
população portuguesa em idade adulta e 74,9% dos indivíduos com idades superiores
a 64 anos, contudo, somente 76,6% dos pacientes que sofrem desta doença conhecem
o seu diagnóstico e apenas 42,5% mostram valores de pressão arterial (PA) controlada
(Pintassilgo et al., 2018).
O conhecimento geral que os portugueses têm sobre HTA, os fatores de risco e as
suas consequências é muito escasso, o que dificulta o controlo tensional, contribuindo
para o desenvolvimento de DCCV. Esta falta de conhecimento prevalece nos idosos e
em populações com menor nível socioeconómico e acesso limitado aos serviços de
saúde. Até em pacientes com HTA, somente uma pequena percentagem tem a noção
dos riscos associados às DCCV e, também, com conhecimento dos valores alvo da PA
é também muito reduzido, sendo por isso muito importante a educação destes
indivíduos (Pintassilgo et al., 2018).
Para o estudo foram realizados 100 questionários, metade a indivíduos na consulta
de HTA (grupo consulta) e os outros 50 a pessoas aleatórias que se encontravam nas
salas de espera do hospital (grupo controlo). A idade média foi de 65 anos no grupo
consulta e 60 no grupo controlo, sendo que a maioria dos inquiridos eram do sexo
feminino (76% no grupo consulta e 52% no grupo controlo) (Pintassilgo et al, 2018).
Introdução
18
explicações mais alargadas sobre os fármacos e com uma linguagem mais percetível
para que sejam bem compreendidos, visível na grande percentagem de indivíduos que
refere a necessidade de mais informação sobre a HTA. Este estudo vem comprovar a
urgência na educação dos doentes, quer hipertensos quer da população em geral
(Pintassilgo et al., 2018).
Em 2015 foi concretizado o primeiro Inquérito Nacional de Saúde com Exame
Físico (INSEF) pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, em
colaboração com as cinco Regiões de Saúde e as duas Secretarias Regionais de Saúde
das Regiões Autónomas de Saúde e com o Instituto Norueguês de Saúde Pública
(Rodrigues et al., 2017).
O trabalho decorreu entre fevereiro e dezembro de 2015, tendo sido realizado por
profissionais de saúde (enfermeiros, técnicos de laboratório) com treino específico nos
procedimentos do estudo. A amostra foi constituída por indivíduos com idades entre
os 25 e os 74 anos, residentes em Portugal há mais de 12 meses. Foi restringida uma
amostra aleatória estratificada por região de 4200 indivíduos (600 por cada região),
tendo sido alcançada uma amostra de 4911 indivíduos. O estudo envolveu a execução
de um exame físico, entrevista pessoal e colheita de sangue de acordo com
procedimentos outrora definidos e a prevalência da HTA, do seu conhecimento e
controlo foi estimada por sexo, grupo etário e região de saúde, tendo sido definido um
nível de significância de 5% (Rodrigues et al., 2017).
De acordo com a tabela 3, conclui-se que prevalência de HTA apreciada foi de
36,0%, tendo sido mais elevada no grupo etário mais idoso com uma percentagem de
71,3% e no sexo masculino com 39,6%. Notou-se uma estimativa mais elevada de
HTA na região do Alentejo e na região Norte (Rodrigues et al., 2017).
Introdução
20
Tabela 3 - Prevalência da Hipertensão Arterial, seu conhecimento, tratamento e controlo segundo o
grupo etário, sexo e região de saúde, INSEF 2015
Gráfico 2 - Proporção de pessoas entre os 16 e 74 anos que utilizam a Internet, por equipamentos
próprios
Esta aplicação é gratuita, disponível para Android e iOS e permite que o utilizador
acompanhe e analise os dados por um monitor de pressão arterial, sendo que o registo
dos valores deverá ser feito por um equipamento credível para o efeito que forneça
resultados concretos. Tem uma interface simples, suporte para vários utilizadores e um
sistema de gráficos que mostram a tendência da PA, estatísticas, lembretes. Os dados a
ser registados são: sistema de TAGS; data e hora; pressão arterial (máxima e mínima);
pulso; comentário e peso e podem ser exportados para formato csv e/ou xlm e
enviados para o médico (Pinto, 2013).
23 Introdução
1.2.3.iHealth
médico.
1.2.4. Withings
1.2.5.Vantagens e Desvantagens
Seja qual for o distúrbio do organismo que leve a uma alteração do funcionamento
ou da fisiologia do coração é por si só uma causa de insuficiência cardíaca, e segundo
a MSD (s.d.) pode causar dois efeitos:
Assim sendo, os fatores de risco mais comuns que estão na origem da IC são:
Introdução
26
Hipertensão arterial;
Doença coronária;
Diabetes;
Hipercolesterolemia;
Tabagismo;
Obesidade.
Classe Sintoma
1.3.2.Diagnóstico e Tratamento
ECG - eletrocardiograma;
Ecocardiograma;
Radiografia torácica;
27 Introdução
Estudo angiográfico.
Dado ser uma doença associada a outras patologias frequentes como a diabetes
e a obesidade e, por isso, a sua abordagem, estudo e monitorização devem decorrer
num contexto global do doente afetado (CUF, s.d.).
Não obstante a todos os fatores que condicionam os afetados pela IC, esta
síndrome tem um elevado impacto económico no setor da saúde, como se pode
verificar na tabela acima representada com números elevados de internamentos e
admissão de doentes nas urgências. E como representa cerca de 2% do orçamento
global para a saúde, com o envelhecimento da população, evolução dos tratamentos e
sobrevivência dos doentes a esta síndrome, será de esperar que o impacto da IC
aumente nos próximos anos. Assim os mais comuns precursores da IC, tal como a
hipertensão arterial, a diabetes, a doença das artérias coronárias, deverão ser
periodicamente pesquisadas e tratadas segundo as recomendações da DGs pelos
cuidados primários de saúde.
Segundo Fonseca (2017), para a Revista Portuguesa de Cardiologia “torna-se cada
dia mais evidente a necessidade de priorizar a IC, na agenda para a saúde, aos vários
níveis do sistema nacional de saúde, em Portugal, como em todo o mundo
industrializado” (pag. 101). Tal será possível com a disponibilização de meios de
diagnóstico com menor custo e igual efetividade, bem como com protocolos de
referenciação ao especialista hospitalar, de forma a identificar novos doentes com a
síndrome, ou indivíduos que sejam motivo de suspeita (Fonseca et al, 2017).
Num estudo realizado com o objetivo de prever o cenário da prevalência da IC em
Portugal Continental no séc. XXI, a análise estatística realizada projeta um aumento
no número de doentes em 7% no ano de 2018, face aos valores registados em 2011. As
projeções vão mais além e indicam um crescimento superior da epidemiologia, 30%
em 2035 e 33% em 2060, isto representa em números absolutos 479 921 adulto
afetados com IC em 2035. No entanto, deverá ter-se em conta a previsão da
29 Introdução
diminuição da população dos atuais 10,3 para 7,5 milhões de pessoas em 2080, para
compreender a representatividade da incidência da IC (Fonseca et al, 2017).
Gráfico 3 - Evolução estimada do número de doentes com IC, por faixa etária, em Portugal Continental.
da equipa Clínica e no nível de satisfação dos doentes (acima dos 90%), todos na fase
mais grave da doença (Gold D) e com uma média de idades acima dos 70 anos
(VitalMobile, 2016).
1.5. Objetivos
Neste trabalho de dissertação, existe um objetivo claro de apresentar uma
alternativa prática e eficaz ao registo das tensões arteriais e pulsações de pacientes
com IC e outros que necessitem de uma monitorização constante. Até então,
maioritariamente, este registo em realizado numa folha de papel e para interpretação
do médico não existem quaisquer métricas que ajudem ao diagnóstico ou controlo.
Assim, definiu-se como objetivos gerais os seguintes:
Inference Studio
CallFire
DialogTech
IVR Studio
CenterMaster
Como referido anteriormente, estes softwares ficaram de fora devido aos testes
efetuados. Convém de referir que alguns seriam uma boa opção, no entanto o período
experimental era muito curto para desenvolver o pretendido nesta tese.
Áudio;
Vídeo;
Negócios;
Ditados;
Outros utilitários de software.
Apesar do MySQL ter sido o SGBD escolhido não significa que seja o melhor ou
o mais popular. As ferramentas mais populares para gerir bases de dados são (Pinto,
2016):
Figura 6 – Imagem elaborada para demonstrar o registo de dados pelo sistema telefónico
Uma vez que não se sabe a que horas os utilizadores vão introduzir os dados,
desenvolveu-se uma tarefa através do serviço do Task Scheduler da Windows para
correr o batch de cinco em cinco minutos.
Numa utilização normal deste Sistema, a migração de dados ocorrerá no tempo
indicado previamente, conseguindo assim ter sempre as bases de dados atualizadas e
consecutivamente os dashboard’s dos médicos. Este valor é parametrizável, o que faz
com que seja possível no futuro alterar caso seja necessária uma maior frequência.
Como foi indicado previamente foi criado um modelo de dados na base de dados
MySQL. Foram criadas duas tabelas para guardar os dados necessários para o sistema
funcionar corretamente. A primeira tabela corresponde às informações dos utilizadores
assim como as informações do registo dos utilizadores. A tabela tem o nome de
“users” e os campos que contém estão na figura 7.
Figura 7 - Imagem demonstrativa da tabela criada no MYSQL, dos seus campos e do tipo de dados que
representa os dados do utilizador
Figura 8 - Imagem demonstrativa da tabela criada no MYSQL, dos seus campos e do tipo de dados que
representa os os valores das medições do utilizador
2.3. PHP
O PHP é uma linguagem de script amplamente usada e interpretada, normalmente
usada para aplicativos web. O PHP é em código aberto, gratuito e possui uma licença
no estilo BSD (Berkeley Software Distribution (um sistema derivado do Unix)),
tornando-o ideal para o mundo empresarial. Esta tecnologia PHP é perfeito para
aplicações de rápido desenvolvimento, grandes e pequenas. Atua mundialmente e
alimenta milhões de sites na Internet e tem uma enorme comunidade de utilizadores
por trás disso (Jones & Holloway, 2012).
Um dos pontos que levou a escolher o PHP para o desenvolvimento do Website, é
o facto de o PHP suportar diversas bases de dados, ou seja, o PHP possui código que
executa funções de cada uma das BD's. Entre eles, temos MySQL, PostgreSQL,
Sybase, Oracle, SQL Server e muitos outros. Cada uma das bases de dados suportadas
pelo PHP possui uma série de funções que se pode usar nos programas para aproveitar
todos os recursos. Mesmo assim, as bases de dados não suportadas diretamente podem
aceder via ODBC (Niederauer, 2011).
Outro ponto relevante do PHP é poder ser executado em Linux, Unix ou no
Windows, o que transmite grande versatilidade. Destaca-se ainda por ser uma
linguagem muito dinâmica e fácil de usar (Niederauer, 2011).
39 Desenvolvimento dos Sistemas
possível ainda criar notas nos próprios gráficos bem como filtrar os dados da forma
mais desejada.
Mesmo tendo sido escolhido o software acima indicado, existem outros programas
semelhantes que fazem a recolha de dados e a agregação dos mesmos. Também é
possível a construção de dashboard’s onde a análise dos resultados e a otimização do
desempenho são os pontos fortes. Seguem alguns exemplos:
paciente.
Figura 10 – Imagem retirada do Software Grafana com Cabeçalho da Página Inical e tabela dos últimos
10 dados registados da base de dados
43 Desenvolvimento dos Sistemas
Figura 11 - Imagem retirada do Software Grafana com gráfico das pressões arteriais dos pacientes
Figura 12 - Imagem retirada do Software Grafana com gráfico das frequências cardíacas dos pacientes
2º Nível – Este segundo nível nasce a partir do quadro referido no ponto
anterior dos últimos 10 registos inseridos. Se clicar em cima do Nome/Pressão
Sistólica/Pressão Diastólica de um paciente em específico o software encaminha para
um segundo dashboard que mostra em mais detalhe os dados do paciente. Mostra os
dados em bruto, gráficos das pressões bem como frequência cardíaca conforme se
pode verificar nas imagens 11, 12, 13 e 14 respetivamente. Mostra também o gráfico
do seu peso e o gráfico do cansaço. Se o médico desejar pode ainda fazer zoom a um
determinado período de tempo no gráfico de forma a analisar melhor a variação dos
valores.
Figura 14 - Imagem retirada do Software Grafana com grafico das pressoões sistólica e diastólica de um
paciente
Figura 15 - Imagem retirada do Software Grafana com grafico das frequências cardíacas e peso de um
paciente
Figura 16 - Imagem retirada do Software Grafana com grafico do Cansaço e falta de ar de um paciente
pode ser mudado sempre que se ache oportuno e sempre que o médico ache que faz
mais sentido apresentar os valores de outra forma
.
Projeto Piloto 46
3. Projeto Piloto
No projeto piloto pretende-se testar as funcionalidades desenvolvidas ao longo
desta dissertação e verificar quais as falhas do sistema, o que pode ser melhorado e as
dificuldades que foram encontradas pelos utilizadores. O fluxo que deverá existir está
apresentado na fichura 15, onde identifica que o paciente deverá conseguir registar as
suas medições via telefone ou por WebSite assim como deverá conseguir visualizar os
seus dados através do Grafana. Por outro lado, o Médico deverá conseguir analisar os
resultados de todos os seus pacientes, receber alertas de valores que estejam acima do
valor normal assim como deverá conseguir registar valores do seu paciente.
Este projeto piloto foi implementado e está a ser testado no Hospital de São João
no serviço de Medicina Interna.
3.1. Métodos
A infraestrutura criada para suportar o projeto piloto para o sistema de
monitorização de insuficiência cardíaca foi criado com base nos recursos disponíveis
47 Projeto Piloto
máquinas virtuais.
Estás três máquinas têm obrigatoriamente que comunicar entre si, por isso foi
necessário proceder à configuração das firewall’s e criar regras de entrada e saída de
comunicações.
Nesta fase do projeto devia ter sido incluído um segundo servidor para não existir
quebras nas ligações e desta forma não afetar os testes dos utilizadores (situação que
aconteceu regularmente devido à falta de capacidade do servidor principal).
49 Limitações e Trabalho Futuro
5. Bibliografia
Carrageta, M., (2006), Tudo o que deve saber sobre a Hipertensão Arterial,
disponível em:
http://www.fpcardiologia.pt/wp-content/uploads/2013/08/Brochura-CRC-N
%C2%BA-9-Hip.-Art..pdf, consultado em Março de 2018.
Durand, R., (2014), Aparelhos para medir a tensão da iHealth para usar com
smartphones e tablets, disponível em: https://trendy.pt/2014/02/aparelhos-para-
medir-a-tensao-da-ihealth-para-usar-com-smartphones-e-tablets/, consultado em
Março de 2018.
Lam, M.; Lee, H.; Bright, R.; Korzenic, J.; Sands, B., (2009), Validation of
interactive voice response system administration of the short inflammatory bowel
disease questionnaire, disponível em:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19023897, consultado em Março de 2018.
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(Dissertação para o Mestrado Integrado em Engenharia de Redes e Sistemas
Informáticos). Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
Bibliografia 52
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Primários, em Portugal: contributo para o conhecimento epidemiológico da
população em 2013, Revista Fatores de Risco, nº 36, Pág. 47-56.
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Ambulatory Blood Pressure Monitoring. Journal of the American Society of
Hypertension, v. 4, p.56 - 51.
Pintassilgo, I.; Abecassis, F.; Beirão, P.; Cunha, V., (2018), O que sabem sobre a
Hipertensão Arterial - os nossos doentes e os “outros”, Revista de Hipertensão e
Risco Cardiovascular, nº 63, Pág. 16-21.
Pinto, P., (2013), Pressão Arterial - Registo e análise no seu Android, disponível
em: https://pplware.sapo.pt/smartphones-tablets/android/presso-arterial-registo-e-
visualizao-no-seu-android/, consultado em Abril de 2018.
Pinto, P., (2016), MySQL - 8 ferramentas essenciais para gerir a base de dados,
disponível em: https://pplware.sapo.pt/software/mysql-8-ferramentas-essenciais-
para-gerir-a-base-de-dados/, consultado em Abril de 2018.
Rodrigues, A.; Gaio, V.; Kislaya, I.; Namorado, S., (2017), Prevalência de
Hipertensão Arterial em Portugal: resultados do Primeiro Inquérito Nacional
com Exame Físico (INSEF 2015), disponível em
file:///Users/mileneoliveira/Downloads/Boletim_Epidemiologico_Observacoes_N
Especia8-2017_artigo2.pdf, consultado em Abril de 2018.
SAPOTEK, (2016), Portugueses usam cada vez mais os telemóveis para navegar
na Internet, disponível em https://tek.sapo.pt/noticias/internet/artigos/portugueses-
usam-cada-vez-mais-os-telemoveis-para-navegar-na-internet, consultado em Abril
de 2018.
Veja, (2014), Aplicativos que medem a pressão ameaçam a saúde, diz pesquisa,
disponível em: https://veja.abril.com.br/saude/aplicativos-que-medem-a-pressao-
ameacam-a-saude-diz-pesquisa/, consultado em Junho de 2018.
Fonseca, C.; Brás, D.; Araújo, I.; Ceia, F., (2018), Insuficiência cardíaca em
números: estimativas para o século XXI em Portugal, Revista Portuguesa de
Cardiologia, nº37, Pág. 97-104.
portugal-doencas-cerebro-cardiovasculares-em-numeros-2015-pdf.aspx,
consultado em Agosto de 2018.
Ceia, F.; Fonseca, C.; Mota, T., (2002), Prevalence of chronic heart failure in
Southwestern Europe: the EPICA study , European Journal of Heart Failure, disponível em
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/pdf/10.1016/S1388-9842(02)00034-X, consultado
em Agosto de 2018.
Niederauer, J., (2011), Desenvolvendo Websites com PHP (2ªed.) São Paulo:
Novatec Editora, disponivel em
http://www.martinsfontespaulista.com.br/anexos/produtos/capitulos/650595.pdf,
consultado em Agosto de 2018.
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disponível em http://www.oracle.com/technetwork/topics/php/underground-php-
oracle-manual-098250.html, consultado aem Agosto 2018.
https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/6714/1/RI_trs_07_2018.pdf, consultado em
Setembro 2018.
Rakestraw, T.; Eunni, R.; Kasuganti, R.,(2012), The Mobile Apps Industry: A Case
Study, disponível em http://www.aabri.com/NO2013Manuscripts/NO13006.pdf,
consultado em Setembro 2018.
Anexos 56
6. Anexos
Anexo A
import sqlite3
import time
import datetime
import random
import pymysql
if yes==1:
c.execute("INSERT INTO Dados (ID,pressao1,pressao2,batimentos,data,hora,time_sec)
VALUES (%s, %s, %s, %s,%s,%s,%s);",
(var1, var2, var3, var4, var51, var52,tempoactual))
conn.commit()
c.close()
conn.close()
creat_table()
servers=open("C:\\Users\\Administrator\\Desktop\\Tese_work\\TEse\\inf.txt", "r")
j=0
for line in servers:
j=j+1
l=j
servers.close()
servers=open("C:\\Users\\Administrator\\Desktop\\Tese_work\\TEse\\inf.txt", "r")
matrix_1=[["" for x in range(c)] for y in range(l)]
j=0
t=1
for line in servers:
if line.endswith('\n'):
a=line[:-1]
matrix_1[j][0],matrix_1[j][1],matrix_1[j][2],matrix_1[j][3],matrix_1[j][4]=a.split(",")
else:
a=line
matrix_1[j][0],matrix_1[j][1],matrix_1[j][2],matrix_1[j][3],matrix_1[j][4]=line.split(",")
j=j+1
print(matrix_1)
y=0
for li in range (l):
if y<l:
var1=matrix_1[y][0]
var2=matrix_1[y][1]
var3=matrix_1[y][2]
var4=matrix_1[y][3]
var5=matrix_1[y][4].split(" ")
var51=var5[0]
var52=var5[1]
(h, m, s) = var52.split(':')
(a,ms,d)=var51.split('.')
tempoactual = datetime.datetime(int (a), int (ms),int (d), int (h),int (m),int (s))
tempoactual=time.mktime(tempoactual.timetuple())
print(tempoactual)
Anexos 58
#create_sitetb(site)
fill_table(var1,var2,var3,var4,var51,var52,tempoactual)
y=y+1
servers.close()
#fill_table()
59 Bibliografia
Anexos 60
Anexo C
Anexo