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João Francisco Moreira de Sá

SET|2018 (Data de entrega)


1

Desenvolvimento de um Sistema
de Monitorização de
Insuficiência Cardíaca

Dissertação

João Francisco Moreira de Sá

- Professor Doutor Ricardo Correia – Professor Auxiliar da Faculdade de


Medicina da Universidade do Porto
- (Co) orientador: Doutor João Coimbra – Médico de Medicina Interna no
Hospital São João

SET|2018 (Data de entrega)


i

Agradecimento
ii

Resumo
A hipertensão arterial é hoje uma das maiores preocupações quanto a doenças
cardiovasculares. Ainda assim, e apesar de todos os avanços tecnológicos, é uma
doença representada por estratégias de monitorização obsoletas.
O século XXI é marcado por uma realidade altamente tecnológica, em que projetos
de todas as áreas utilizam tecnologias de ponta. No entanto, e do outro lado do
espectro, permanece o monitorização da hipertensão arterial, onde o seu
acompanhamento é, em geral, ainda realizado pelo paciente, em papel, com todos os
registros feitos à mão, numa folha de papel A4, para ser analisado e diagnosticado
pelo médico. Somente a partir daí o médico pode decidir sobre a indicação, reajuste ou
troca de medicamentos, incrementando a necessidade de uma análise cuidadosa, sem
erros, tanto pelo paciente quanto pelo médico.
Com essa problemática em mente, o sistema desenvolvido nesta dissertação teve
como objetivo oferecer uma solução, permitindo que o paciente insira os seus valores
de tensão arterial por meio de um site ou DTMF, por outras palavras, através de uma
linha telefônica previamente fornecida. Por sua vez, o médico pode consultar os
valores dos pacientes por representações gráficas, e além disso, este sistema também
fornece tabelas com todos os valores mínimos, máximos e médios.
Para atingir o objetivo deste estudo, este projeto foi dividido em quatro fases
principais. A primeira fase representou a contextualização, onde a problemática foi
cuidadosamente avaliada em relação à logística e estatística da hipertensão arterial e
da insuficiência cardíaca em Portugal. O próximo passo consistiu em pesquisar todas
as ferramentas necessárias para materializar o sistema proposto e o desenvolvimento
do mesmo. A terceira fase deve-se ao projeto piloto coma descrição dos métodos
utilizados, o teste pelos doentes e a análise dos resultados obtidos. E, marcando o
último passo, identificaram-se as limitações do sistema e procedeu-se à discussão do
trabalho futuro.
O sucesso deste projeto foi alcançado graças às características “amigáveis ao
usuário” do sistema, com alta aceitação dos pacientes e fácil acesso dos médicos.
Palavras-chave: Monitorização/ Insuficiência Cardíaca/Unidade de Resposta
Audível
iii

Abstract
Blood hypertension is nowadays one of biggest concerns within cardiovascular
diseases. Still, and despite all the advances in technology, it is a disease represented by
obsolete monitoring strategies.
The XXI century is marked by a highly technological reality, where projects in all
areas use state-of-the-art technologies. However, and on the other side of the
spectrum, remains blood hypertension monitoring, where its accompaniment is, in
general, still done by the patient, on paper, with all records made by hand, on a A4
sheet of paper, with following analysis and diagnose by the medical doctor. Only from
there can the physician decide about medication readjustment or exchange,
incrementing the need of careful analysis, without error, both by the patient and the
physician.
With this problematic in mind, the system developed in this work aimed to offer a
solution, allowing the patient to insert his’/hers’ blood tension values through a
Website or DTMF. In other words, through a phone line previously given. In its turn,
the medical doctor can access the patients values in graphic and charts representations.
Moreover, this system also provides tables with all the minimal, maximum and
medium values.
In order to achieve the goal of this study, this project was divided in four main
phases. The first phase represented contextualization, where the problematic was
carefully evaluated regarding the logistic and statistic of blood hypertension and
cardiac insufficiency in Portugal. The next step was to research all the necessary tools
to materialize the proposed system and its development. The third phase is due to the
pilot project with a description of the methods used, the patient test and the analysis of
the results obtained. And, marking the last step, we identified the limitations of the
system and proceeded to the discussion of future work.
The success of this project was achieved, thanks to the system’s “user friendly”
characteristics, with high patients’ acceptance and medical doctors’ easy access.
Keywords: Monitoring / Heart Failure / Interactive Voice Response
iv

Preâmbulo
No final do ano de 2012 o autor terminava a Licenciatura em Engenharia
Informática e encontrava-se num momento que tinha de escolher qual o Mestrado que
devia seguir. Após analisar as Unidades Curriculares e o corpo docente do Mestrado
em Informática Médica teve a certeza que a escolha desse Metrado era o caminho
certo.
Ingressou no Mestrado em Informática Médica no ano de 2012 e logo após o
primeiro ano foi convidado a juntar-se a uma empresa de referência no setor da saúde
em Portugal. Os primeiros anos foram passados em Lisboa o que o levou a não acabar
o Mestrado em questão. Posteriormente regressou para Porto para a mesma empresa e
decidiu concluir o que tinha começado.
Todo o seu percurso profissional foi ligado a empresas na área da saúde e foi
vivido em ambientes hospitalares, em contacto com todo o tipo de profissionais de
saúde e por esse motivo sabe da importância de ter apenas as pessoas necessárias
presentes num hospital, de ter cada vez mais todo o tipo de informação em formato
digital, de forma resumida, cujo conteúdo seja de fácil análise.
Quando lhe apresentaram este projeto decidiu abraçar prontamente pois englobava
vantagens para todos. A ideia de os pacientes não se terem de deslocar ao hospital para
entregar as suas medições e a ideia de facilitar o trabalho aos médicos na análise
desses resultados era fenomenal.
Dito isto, o autor avançou com o desenvolvimento de três sistemas, dois dos quais
direcionados para os pacientes e um terceiro para os médicos. O primeiro sistema
baseia-se na construção de um sistema telefónico com vários menus e submenus onde
o resultado final é a introdução e gravação dos valores das pressões arteriais. O
segundo sistema baseia-se no desenvolvimento de um site para introdução e gravação
destes mesmos valores. O terceiro sistema, é exclusivo do médico e permite a análise
dos resultados em forma de gráficos, de tabelas e através de médias.
Com este conjunto de sistemas o autor cria melhores condições aos médicos, aos
pacientes e ainda gera uma menor afluência aos hospitais por parte dos pacientes.
v

Índice
AGRADECIMENTO................................................................................................................
RESUMO..................................................................................................................................
ABSTRACT............................................................................................................................
PREÂMBULO........................................................................................................................
ÍNDICE.....................................................................................................................................
ÍNDICE DE FIGURAS.........................................................................................................
ÍNDICE DE TABELAS......................................................................................................
ÍNDICE DE GRÁFICOS.......................................................................................................
ACRÓNIMOS E SIGLAS.......................................................................................................
1. INTRODUÇÃO...............................................................................................................

1.1. HIPERTENSÃO ARTERIAL...........................................................................................

1.1.1. Causas e Sintomas da HTA..................................................................................


1.1.2. Medidas a tomar...................................................................................................
1.1.3. Medição da HTA...................................................................................................
1.1.4. Tratamento da HTA..............................................................................................
1.1.5. Hipertensão em Portugal.....................................................................................

1.2. AUTO MEDIÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL...................................................................

1.2.1. Medição da Tensão Arterial com recurso a smartphones....................................


1.2.2. App Pressão Arterial............................................................................................
1.2.3. iHealth..................................................................................................................
1.2.4. Withings................................................................................................................
1.2.5. Vantagens e Desvantagens...................................................................................

1.3. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA.........................................................................................

1.3.1. Fatores de Risco e Sintomas.................................................................................


1.3.2. Diagnóstico e Tratamento....................................................................................
1.3.3. Insuficiência Cardíaca em Portugal....................................................................

1.4. CASO SEMELHANTE - PROJETO DPOC - PROJETO VIANA.........................................


1.5. OBJETIVOS.................................................................................................................

2. DESENVOLVIMENTO DOS SISTEMAS....................................................................

2.1. TECNOLOGIA IVR........................................................................................................


vi

2.1.1. Benefícios da tecnologia IVR.................................................................................


2.1.2. Ferramentas testadas com Tecnologia IVR...........................................................
2.1.3. Software NHC – IVM Answering...........................................................................
2.1.4. Desenvolvimento de Sistema Telefónico................................................................

2.2. BASE DE DADOS MYSQL...........................................................................................

2.2.1. Outras Ferramentas de SGBD...............................................................................


2.2.2. Desenvolvimento Script na Linguagem de Python.................................................
2.2.3. Criação de Batch com Serviço Windows................................................................
2.2.4. Modelo de Dados da Base de Dados......................................................................

2.3. PHP.............................................................................................................................
2.4. SOFTWARE GRAFANA................................................................................................

2.4.1. Outras Ferramentas de Visualização de Dados...................................................


2.4.2. Criação de Dashboards para Visualização de Dados.........................................

3. PROJETO PILOTO.........................................................................................................

3.1. MÉTODOS....................................................................................................................
3.2. DOENTES.....................................................................................................................

4. LIMITAÇÕES E TRABALHO FUTURO.....................................................................


5. BIBLIOGRAFIA...............................................................................................................
6. ANEXOS............................................................................................................................
vii

Índice de Figuras
Figura 1 - O meu passaporte da insuficiência cardíaca e registo em papel da PA
utilizado na consulta de IC no Hospital São João.....................................................................
Figura 2 - Interface da aplicação Pressão Arterial....................................................................
Figura 3 - Medidor de tensão BP7 da iHealth com conexão à app do smartphone..................
Figura 4 - Medidor de tensão Withings....................................................................................
Figura 5 - Fluxograma Interactive Voice Response.................................................................
Figura 6 – Imagem elaborada para demonstrar o registo de dados pelo sistema
telefónico...................................................................................................................................
Figura 7 - Imagem demonstrativa da tabela criada no MYSQL, dos seus campos e do
tipo de dados que representa os dados do utilizador.................................................................
Figura 8 - Imagem demonstrativa da tabela criada no MYSQL, dos seus campos e do
tipo de dados que representa os os valores das medições do utilizador....................................
Figura 9 – Diagrama elaborado para representar o caso de uso de website.............................
Figura 10 – Imagem retirada do Software Grafana com Cabeçalho da Página Inical e
tabela dos últimos 10 dados registados da base de dados.........................................................
Figura 11 - Imagem retirada do Software Grafana com gráfico das pressões arteriais
dos pacientes.............................................................................................................................
Figura 12 - Imagem retirada do Software Grafana com gráfico das frequências
cardíacas dos pacientes.............................................................................................................
Figura 13 - Imagem retirada do Software Grafana com os detalhes do paciente.....................
Figura 14 - Imagem retirada do Software Grafana com grafico das pressoões sistólica
e diastólica de um paciente.......................................................................................................
Figura 15 - Imagem retirada do Software Grafana com grafico das frequências
cardíacas e peso de um paciente...............................................................................................
Figura 16 - Imagem retirada do Software Grafana com grafico do Cansaço e falta de ar
de um paciente..........................................................................................................................
Figura 17 - Imagem elaborada para demonstrar o fluxo de dados entre
paciente/sistema/médico...........................................................................................................
Figura 18 – Imagem elaborada para representar a Infraestrutura do Sistema...........................
viii

Índice de Tabelas
Tabela 1 – Adaptada de “Hipertensão: Classificação da pressão arterial”, by Fundação
Portuguesa de Cardiologia, (s.d.). Consultado em Março de 2018 em
http://www.fpcardiologia.pt/saude-do-coracao/factores-de-risco/hipertensao/........................
Tabela 2 - Medidas para reduzir o risco de EAM / AVC em Portugal.....................................
Tabela 3 - Prevalência da Hipertensão Arterial, seu conhecimento, tratamento e
controlo segundo o grupo etário, sexo e região de saúde, INSEF 2015...................................
Tabela 4 - Classificação de Insuficiência Cardíaca..................................................................
Tabela 5 - Prevalência da IC em Portugal continental por grupo etário e por género..............
Tabela 6 - Caracterização da produção hospitalar e respetivos padrões de morbilidade,
relativos a insuficiência cardíaca, Portugal Continental (2010 a 2014)....................................
ix

Índice de Gráficos
Gráfico 1 - Conhecimento sobre HTA, em percentagem.........................................................
Gráfico 2 - Proporção de pessoas entre os 16 e 74 anos que utilizam a Internet, por
equipamentos próprios..............................................................................................................
Gráfico 3 - Evolução estimada do número de doentes com IC, por faixa etária, em
Portugal Continental.................................................................................................................
x

Acrónimos e Siglas
ACSS- Administração Central do Sistema de Saúde
AMPA- Auto-medição da Pressão Arterial
App- Aplicação
ASR- Speech Recognition
AVC- Acidente Vascular Cerebral
CHUC- Centro Hospitalar da Universidade de Coimbra
DCCV- Doenças Cérebro-Cardiovasculares
DCL- Data Control Language:
DDL- Data Definition Language:
DGS- Direção Geral de Saúde
DML- Data Manipulation Language
DPOC- Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica
DTMF- Dual-Tone Multi-Frequency
EAM- Enfarte Agudo do Miocárdio
ECA- Enzima de Conversão da Angiotensina
HTA- Hipertensão Arterial
IC- Insuficiência Cardíaca
INSEF- Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico
IVR- Interactive Voice Response
LVT- Lisboa e Vale do Tejo
MAPA- Monitorização Ambulatória da Pressão Arterial
MRPA- Monitorização Residencial da Pressão Arterial
NIF- Número de Identificação Fiscal
ODBC- Open Database Connectivity
PA- Pressão Arterial
PDS- Plataforma de Dados da Saúde
PHP- Hypertext Preprocessor
PK- Primary Key
PVP- Preço de Venda ao Público
SGBD- Sistema de Gestão de Base de Dados
SNS- Serviço Nacional de Saúde
SPMS- Serviços Partilhados do Ministério da Saúde
SQL- Structured Query Language
TA- Tensão Arterial
TTS- Text To Speech
xi

ULSNA- Unidade Local De Saúde Norte Alentejano


URA- Unidade de Resposta Audível
XLM- Extensible Markup Language
12
13 Introdução

1. Introdução
As doenças do aparelho circulatório são hoje a principal causa básica de morte em
Portugal, registos do Instituto Nacional de Estatística conta em 2016 com 32 805
óbitos com esta natureza, representando 29,6% da mortalidade no país (INE, 2018).
Uma das formas conhecidas de controlar o funcionamento do aparelho circulatório
é a medição da tensão arterial e monitorização da síndrome da insuficiência cardíaca.
Esta prática de registo da tensão arterial bem como outros parâmetros deverá ser
frequente, como promove o Hospital de São João no Porto.

Figura 1 - O meu passaporte da insuficiência cardíaca e registo em papel da PA utilizado na consulta de


IC no Hospital São João

Na imagem acima podem se ver dois exemplos de registos feitos em papel. Assim,
é vital, o conhecimento dos sintomas e síndromes associadas às doenças do aparelho
circulatório.

1.1. Hipertensão Arterial


A pressão arterial é a pressão que o sangue faz sobre a parede das artérias durante
a sua circulação e sucede quando o coração, ao bombear sangue, pratica força em
excesso contra a parede das artérias, assim, define-se como hipertensão arterial a
elevação da pressão arterial acima dos valores ditos normais. Naturalmente que a
pressão arterial aumenta em certos casos, tais como esforços físicos ou emoções,
sendo também natural que os valores voltem aos níveis normais após um período de
tempo. Posto isto, a hipertensão arterial só se torna um problema de saúde quando se
mantém elevada ao longo de meses, ou então quando aumenta repentinamente (FCP,
s.d.).
Introdução
14
É relevante informar que a pressão arterial, com a idade, tem propensão a
aumentar, porém, nos idosos, a tensão arterial elevada não deve ser considerada
normal.
Os valores considerados para a presença de hipertensão arterial são (CUF, s.d.):

 Pressão máxima maior ou igual a 160 mmHg - designada pressão


arterial sistólica ou máxima, respeitante à pressão que o sangue exerce
nas artérias quando o coração está a bombear sangue.
 Pressão mínima maior ou igual a 95 mmHg - designada pressão arterial
diastólica ou mínima, respeitante à pressão que o sangue exerce artérias
quando está relaxado.

Tabela 1 – Adaptada de “Hipertensão: Classificação da pressão arterial”, by Fundação Portuguesa de


Cardiologia, (s.d.). Consultado em Março de 2018 em
http://www.fpcardiologia.pt/saude-do-coracao/factores-de-risco/hipertensao/

As principais patologias relacionadas com a HTA e por ela causadas são


(Carrageta, 2006):

 Insuficiência cardíaca;
 Aneurisma dissecante da aorta;
 Insuficiência renal;
 Acidente vascular cerebral;
 Cardiopatia isquémica, incluindo angina de peito, enfarte do miocárdio e
morte súbita.

Segundo Carrageta (2016), também pode levar a lesão de órgãos vitais tais
como:

 Diminuição gradual da função do coração causado por um fornecimento


insuficiente de sangue;
 Parede arterial enfraquecida pela pressão arterial elevada que pode ceder
e dilatar-se;
 Hipertrofia do coração pois o órgão tem que trabalhar mais para bombear
sangue através dos vasos.

1.1.1.Causas e Sintomas da HTA


15 Introdução

Não se consegue definir uma causa específica na grande maioria das pessoas que
sofrem desta patologia. Nestes casos, a HTA (Hipertensão Arterial) é designada como
hipertensão essencial. Quando a causa é detetável é designada como HTA secundária,
e é inferior a 5% de acordo com estudos realizados nos Centros de Saúde. Por os
patológicos sem causa identificada corresponderem a uma percentagem tão elevada, só
em casos específicos, principalmente referentes a pacientes resistentes à terapêutica,
casos mais graves e os hipertensos jovens, é que são investigados com o objetivo de
detetar causas curáveis. Nestes casos a cura é possível pelo que os exames para a
pesquisa da causa da HTA devem ser realizados em caso de sintomas suspeitos ou
sinais (Carrageta, 2006).
No entanto, considera-se que 90% dos casos estão relacionados com os hábitos de
vida tais como (CUF, s.d.):

 Consumo de álcool e café: estima-se que 5% a 15% dos casos possam


estar relacionados com estes consumos;
 Tabaco;
 Consumo de sal em excesso;
 Obesidade;
 Outros fatores tais como inatividade física e stress.

Os restantes 10% poderão ter como causa alterações hormonais, doenças dos rins
ou dos vasos sanguíneos (CUF, s.d.). Os principais sintomas da HTA e mais comuns
são (FPC, s.d.):

 Tonturas;
 Hemorragias nasais;
 Dores de cabeça.

1.1.2.Medidas a tomar

Conforme referido, e uma vez que a hipertensão na maior parte dos casos não tem
sintomas, a primeira medida a tomar é controlar os níveis da pressão com
regularidade. No caso de adultos saudáveis recomenda-se a medição pelo menos uma
vez por ano; no caso de diabéticos, obesos, fumadores e pessoas com antecedentes
familiares de doenças cardiovasculares, recomenda-se um controlo com maior
frequência (FPC, s.d.).
Recomenda-se também que seja praticada atividade física regular pois a mesma
consegue obter uma descida expressiva dos níveis de tensão. Desportos como a
corrida, marcha, natação ou dança são os mais aconselháveis e exercícios que exijam
esforços mais bruscos são evitáveis pois provocam a subida da pressão arterial durante
o esforço (CUF, s.d.).
Outra medida aconselhável é uma alimentação saudável, evitando o sal - o nosso
corpo necessita somente de um 1/8 colher de chá de sal por dia. Evitar alimentos
naturalmente salgados como enchidos, comidas pré-preparadas, aperitivos e água com
Introdução
16
gás e, naturalmente, evitar bebidas alcoólicas. Recomenda-se que em caso de excesso
de peso, se tente reduzir com uma dieta moderada (FPC, s.d.).

1.1.3.Medição da HTA

Já foi referido que a pressão arterial normal é de 120 x 80 mmHg e pode ser
medida de forma manual ou recorrendo a um esfigmomanómetro e estetoscópio ou
através de aparelhos digitais para o efeito, usados no braço ou no pulso e que podem
ser comprados em farmácias ou supermercados (Reis, s.d.).
Para medir a pressão corretamente, o período da manhã e em jejum é a melhor
altura, antes de tomar qualquer medicamento. Também se recomenda que seja depois
de urinar e deve-se estar sentado, num local tranquilo, com temperatura amena e
utilizar o braço esquerdo (Reis, s.d.).
É fundamental: não beber álcool, fumar ou tomar café até 30 minutos antes,
manter a respiração normal, evitar falar e não cruzar as pernas. Também é muito
importante que a braçadeira seja adequada ao braço, isto é, nem muito larga nem
muito apertada e que o braço esteja apoiado e ao nível do coração (CUF, s.d.).
Recomenda-se que se façam 2 a 3 medições por dia e calcular a média com
anotação do dia, hora e valor obtido (CUF, s.d.).

1.1.4.Tratamento da HTA

Vários ensaios clínicos demonstram que o tratamento farmacológico é eficaz no


controlo da HTA e redução das suas dificuldades. Conquanto os fármacos anti-
hipertensores devam ser prescritos nos doentes com hipertensão moderada a grave, o
mesmo não acontece nos pacientes com HTA moderada. Nestes casos, deve-se fazer
avaliações diagnósticas e iniciar um programa de medidas não farmacológicas. A
instituição destas medidas para Carrageta (2016), traz grandes benefícios não só em
termos de descida de tensão como também na correção de outros fatores de risco
cardiovascular tais como: diabetes, tabagismo, obesidade, sedentarismo, erros
alimentares, alcoolismo, etc.
Medidas não farmacológicas (CUF, s.d.):

 Restringir o sal;
 Alimentação saudável - comer frutas, legumes e saladas;
 Praticar mais exercício físico;
 Reduzir o stress;
 Perder peso (em caso de excesso);
 Evitar o álcool e o café.

Medidas farmacológicas:
Estes devem ser prescritos pelo médico, segundo as caraterísticas de cada paciente,
no entanto, é preciso ter presente que os fármacos não curam a HTA, somente
17 Introdução

controlam, logo, assim que iniciado, o tratamento deve ser continuado e mantido toda
a vida. Contudo, é de salientar que no caso dos pacientes com HTA moderada, o
cumprimento das medidas não farmacológicas permite, decerto, reduzir as doses e até
interromper o uso de medicamentos numa percentagem significativa (Carrageta,
2006).

1.1.5.Hipertensão em Portugal

Em pleno séc. XXI, a Hipertensão Arterial (HTA) continua a ser o fator mais
significativo de risco para as doenças cardiovasculares (DCCV) por todo o globo. Os
custos agregados à morbilidade e mortalidade, resultantes do seu diagnóstico parcial, a
pouca eficácia do tratamento e também do controlo desta patologia, mas também a
pouca prevenção da população constituem um problema mundial e dos responsáveis
de saúde em cada país (Macedo & Ferreira, 2015).
Em Portugal, a morbilidade e mortalidade associada a DCCV são a primeira causa
de morte e de morbilidade, embora dados publicados pelo Programa Nacional das
Doenças Cérebro-Cardiovasculares e pelo INE referentes a 2012 e 2013 demonstrarem
que nos últimos 10 anos existe uma declinação progressiva da sua prevalência,
resultante da melhoria da intervenção dos serviços de saúde, doravante, um dos fatores
de risco mais significativos das DCCV no nosso país continua a ser a Hipertensão
Arterial (Macedo & Ferreira, 2015).
Posto isto, a HTA é uma patologia grandemente prevalente, que afeta 42,2% da
população portuguesa em idade adulta e 74,9% dos indivíduos com idades superiores
a 64 anos, contudo, somente 76,6% dos pacientes que sofrem desta doença conhecem
o seu diagnóstico e apenas 42,5% mostram valores de pressão arterial (PA) controlada
(Pintassilgo et al., 2018).
O conhecimento geral que os portugueses têm sobre HTA, os fatores de risco e as
suas consequências é muito escasso, o que dificulta o controlo tensional, contribuindo
para o desenvolvimento de DCCV. Esta falta de conhecimento prevalece nos idosos e
em populações com menor nível socioeconómico e acesso limitado aos serviços de
saúde. Até em pacientes com HTA, somente uma pequena percentagem tem a noção
dos riscos associados às DCCV e, também, com conhecimento dos valores alvo da PA
é também muito reduzido, sendo por isso muito importante a educação destes
indivíduos (Pintassilgo et al., 2018).
Para o estudo foram realizados 100 questionários, metade a indivíduos na consulta
de HTA (grupo consulta) e os outros 50 a pessoas aleatórias que se encontravam nas
salas de espera do hospital (grupo controlo). A idade média foi de 65 anos no grupo
consulta e 60 no grupo controlo, sendo que a maioria dos inquiridos eram do sexo
feminino (76% no grupo consulta e 52% no grupo controlo) (Pintassilgo et al, 2018).
Introdução
18

Gráfico 1 - Conhecimento sobre HTA, em percentagem

Fonte: Pintassilgo et al., 2018

Tabela 2 - Medidas para reduzir o risco de EAM / AVC em Portugal

Fonte: Pintassilgo et al., 2018

Conclui-se que o desconhecimento sobre os valores alvo de PA é muito elevado,


embora muitos pacientes considerem não ter a PA em valores considerados normais.
De acordo com Pintassilgo et al., este desconhecimento pode ser proveniente de uma
má compreensão da informação fornecida na consulta e deverá ser um ponto a reforçar
na abordagem aos doentes nos vários contextos hospitalares. Relativamente ao
conhecimento sobre a potencial mortalidade e morbilidade da HTA, o mesmo é
elevado.
A não adesão terapêutica é um problema que deverá ser trabalhado. Os pacientes
continuam a desconhecer o que lhes é prescrito, sendo fundamental a utilização de
estratégias para que os doentes se envolvam no seu tratamento como por exemplo
19 Introdução

explicações mais alargadas sobre os fármacos e com uma linguagem mais percetível
para que sejam bem compreendidos, visível na grande percentagem de indivíduos que
refere a necessidade de mais informação sobre a HTA. Este estudo vem comprovar a
urgência na educação dos doentes, quer hipertensos quer da população em geral
(Pintassilgo et al., 2018).
Em 2015 foi concretizado o primeiro Inquérito Nacional de Saúde com Exame
Físico (INSEF) pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, em
colaboração com as cinco Regiões de Saúde e as duas Secretarias Regionais de Saúde
das Regiões Autónomas de Saúde e com o Instituto Norueguês de Saúde Pública
(Rodrigues et al., 2017).
O trabalho decorreu entre fevereiro e dezembro de 2015, tendo sido realizado por
profissionais de saúde (enfermeiros, técnicos de laboratório) com treino específico nos
procedimentos do estudo. A amostra foi constituída por indivíduos com idades entre
os 25 e os 74 anos, residentes em Portugal há mais de 12 meses. Foi restringida uma
amostra aleatória estratificada por região de 4200 indivíduos (600 por cada região),
tendo sido alcançada uma amostra de 4911 indivíduos. O estudo envolveu a execução
de um exame físico, entrevista pessoal e colheita de sangue de acordo com
procedimentos outrora definidos e a prevalência da HTA, do seu conhecimento e
controlo foi estimada por sexo, grupo etário e região de saúde, tendo sido definido um
nível de significância de 5% (Rodrigues et al., 2017).
De acordo com a tabela 3, conclui-se que prevalência de HTA apreciada foi de
36,0%, tendo sido mais elevada no grupo etário mais idoso com uma percentagem de
71,3% e no sexo masculino com 39,6%. Notou-se uma estimativa mais elevada de
HTA na região do Alentejo e na região Norte (Rodrigues et al., 2017).
Introdução
20
Tabela 3 - Prevalência da Hipertensão Arterial, seu conhecimento, tratamento e controlo segundo o
grupo etário, sexo e região de saúde, INSEF 2015

Fonte: Rodrigues et al., 2017

Do total de indivíduos com HTA, 69,8% tinha conhecimento da sua situação de


saúde e 69,4% referiu ter tomado medicação farmacológica indicada nas duas semanas
anteriores. Estas proporções foram mais elevadas no sexo feminino, crescendo com a
idade (Rodrigues et al., 2017).

Observou-se uma dimensão mais elevada de pacientes com conhecimento da sua


situação de saúde e sob medicação na região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT). Do total
de indivíduos hipertensos sob tratamento médico, 71,3% apresentavam valores de TA
dentro dos limites da normalidade, sendo esta proporção mais elevada no sexo
feminino com uma percentagem de 74,7%. Os resultados obtidos demostram que
36,0% da população residente em Portugal em 2015, com idades compreendidas entre
os 25 e os 74 anos de idade tinham HTA. De entre os indivíduos com HTA estima-se
que 69,8% tivesse conhecimento da sua situação de saúde, e que, 69,4% estivesse sob
21 Introdução

terapêutica médica farmacológica, sendo que destes, 71,3% apresentava valores


normais de TA (Rodrigues et al, 2017).

1.2. Auto medição da Pressão Arterial


A auto medição da PA assim como a monitorização ambulatória da pressão arterial
(MAPA) ou a monitorização residencial da pressão arterial (MRPA), constitui uma
forma bastante eficiente para auxiliar no diagnóstico, prognóstico e controlo
terapêutico da HTA fora do consultório médico (Pickering & White, 2010). Estudos
recentes demostraram que a monitorização da pressão arterial (PA) através da auto
medição desempenhou um papel pequeno, mas significativo, na melhora da pressão
sistólica, diastólica e na pressão média, além de promover um melhor controlo da
terapia farmacológica quando comparada às visitas mais alargadas no médico
(Pickering & White, 2010).
Também constitui outras vantagens, tais como a anulação de diversos tipos de
influência do médico; permite um maior número de leituras, assim como maior
veracidade das medidas proporcionadas pelo fator ambiental. Mediante tais vantagens,
a AMPA é recomendada, como adjunta, a medida casual para o manuseio da HAT
pela European Society of Hypertension (O’Brien et al. 2001).
Apesar de não predizer eventos cardiovasculares de forma tão eficaz quanto a
MAPA, a AMPA é menos dispendiosa ao sistema de saúde, é mais acessível aos
pacientes, podendo ser uma alternativa viável para o controlo da PA de hipertensos
(Pickering & White, 2010).

1.2.1.Medição da Tensão Arterial com recurso a smartphones

A mobilidade já é um incontornável fenómeno da atualidade, em que se pode


aceder ao mundo através de um clique num telemóvel.
Num levantamento do Instituto Nacional de Estatísticas, observou-se que em 2016,
72% dos utilizadores portugueses acederam à internet através de dispositivos móveis,
face aos 35% registados há quatro anos. Os dados indicam que os telemóveis e
smartphones são usados por 78% dos utilizadores portugueses entre os 16 e os 74 anos
para navegar na Web. Os computadores portáteis ficam em segundo lugar na lista das
preferências, com 73%. Já o tablet é utilizado por 44% dos portugueses para aceder à
internet, ficando abaixo dos 46% dos desktops (SAPOTEK, 2016).
Introdução
22

Gráfico 2 - Proporção de pessoas entre os 16 e 74 anos que utilizam a Internet, por equipamentos
próprios

Fonte: SAPOTEK, 2016

Se se fizer uma associação com as estatísticas referentes à população com


HTA, onde estudos comprovam que 36% da população portuguesa entre os 25 e os 74
anos tem HTA, e simultaneamente outras análises inferem que 78% dos portugueses
entre os 16 e os 74 anos navegam na Internet através do telemóvel ou smartphone, é
natural que já existam dispositivos para medir a HTA associados a estes equipamentos
(SAPOTEK, 2016).

1.2.2.App Pressão Arterial

Esta aplicação é gratuita, disponível para Android e iOS e permite que o utilizador
acompanhe e analise os dados por um monitor de pressão arterial, sendo que o registo
dos valores deverá ser feito por um equipamento credível para o efeito que forneça
resultados concretos. Tem uma interface simples, suporte para vários utilizadores e um
sistema de gráficos que mostram a tendência da PA, estatísticas, lembretes. Os dados a
ser registados são: sistema de TAGS; data e hora; pressão arterial (máxima e mínima);
pulso; comentário e peso e podem ser exportados para formato csv e/ou xlm e
enviados para o médico (Pinto, 2013).
23 Introdução

Figura 2 - Interface da aplicação Pressão Arterial

Fonte: Pinto, 2013

1.2.3.iHealth

Os medidores de tensão da iHealth são validados pela Sociedade Europeia de


Hipertensão e, com o logo CE Medical, permitem o armazenamento de dados
ilimitado. Disponível para medir no braço, versão BP5, ou no pulso, versão BP7, o
medidor de tensão iHealth regista a pressão arterial e a pulsação em tempo real e
transmite os dados diretamente para um tablet ou um smartphone (ihealthlabs, 2018).
Funcionam online ou off-line, e os dados podem ser facilmente enviados para o

médico.

Figura 3 - Medidor de tensão BP7 da iHealth com conexão à app do smartphone

Fonte: iHealthLabs, 2018


Introdução
24
Também é possível criar gráficos dinâmicos para acompanhar a evolução e
comparar os resultados com outros meios (Durand, 2014).
Esta aplicação tem um medidor de pressão arterial no braço, o BP5, que conecta
por wireless (Bluetooth), automático e sincroniza as medições com a aplicação em
tempo real (online) ou posteriormente em caso de estar offline. Este tensiómetro tem
um PVP de 99,75€ (Durand, 2014).
Quanto ao medidor de pressão no pulso, o BP7, é muito prático para quem
necessita de tirar os valores de TA regularmente. O aparelho fixa-se no pulso e de
forma automática deteta a posição do individuo garantindo a fiabilidade do resultado.
Este tensiómetro usa o princípio oscilométrico para garantir a medição da PA e a
pulsação com precisão. Tem um PVP de 99,95€ (Durand, 2014).

1.2.4. Withings

À semelhança do iHealth, este aparelho permite medir a PA e comunica os dados


para o smartphone (iOS e Android) via Bluetooth onde uma app gere os dados para
criar relatórios de evolução da pressão arterial do utilizador (Direto Lab, 2014).
As medições têm em conta a hora e o dia em que são efetuadas e os resultados
podem ser partilhados com o médico via e-mail. Os mesmos ficam disponíveis numa
conta do utilizador na Internet para que consiga aceder a partir de qualquer local. O
PVP deste equipamento é de 199,00€ (Direto Lab, 2014).

Figura 4 - Medidor de tensão Withings

Fonte: Direto Lab, 2014

1.2.5.Vantagens e Desvantagens

Se por um lado, através do uso destas aplicações, os pacientes têm a possibilidade


de armazenar de uma forma muito simples o seu histórico de saúde, permitindo que os
utilizadores possam acompanhar os seus dados médicos e enviar para os seus médicos,
embora se acredite que esta tecnologia não esteja pronta para uso clínico. De acordo
25 Introdução

com estudo realizado pela Sociedade Americana de Hipertensão em 107 aplicações


para o controlo da HTA disponíveis para download no Google Play e Apple iTunes,
constatou-se que três quartos proporcionavam ferramentas úteis para acompanhamento
de dados médicos, contudo, somente 2,8% foram desenvolvidas com recurso a
Instituições de Saúde. Além disso, foram encontradas 7 aplicações para Android, que
informavam os utilizadores para pressionar o dedo no ecrã ou na câmara para medir a
pressão, mecanismo esse que os profissionais consideram errado. Muitas destas
aplicações não foram testadas cientificamente e podem gerar resultados errados,
imprecisos e, por consequência, potencialmente perigosos, sendo importante e urgente
uma regulamentação para este tipo de serviço (Direto Lab, 2014).

1.3. Insuficiência Cardíaca


A insuficiência cardíaca é uma situação clínica em que o coração bombeia sangue
de forma deficiente ou inadequada, perde, portanto, a capacidade de bombear o sangue
de forma a satisfazer as necessidades do organismo em termos de oxigénio e
nutrientes. Esta condição pode resultar de diversas doenças que impliquem alterações
ao funcionamento normal do coração ou dos vasos sanguíneos, ou pode dever-se à
natural degeneração associada ao envelhecimento humano (CUF, s.d.).
Consoante o grau de gravidade desta doença crónica surge uma classificação da
American College of Cardiology que distingue a insuficiência cardíaca em quatro
níveis:

A – Alto risco de IC, mas sem cardiopatia estrutural ou sintomas


B – Doenças cardíacas estruturais, mas sem sintomas de IC
C – Doença cardíaca estrutural com sintomas de IC
D – IC refratária exigindo intervenções especializadas

1.3.1.Fatores de Risco e Sintomas

Seja qual for o distúrbio do organismo que leve a uma alteração do funcionamento
ou da fisiologia do coração é por si só uma causa de insuficiência cardíaca, e segundo
a MSD (s.d.) pode causar dois efeitos:

 Problemas de preenchimento – deve-se ao facto do coração não ser capaz


de se encher de sangue, normalmente devido ao enrijecimento do músculo
cardíaco provocado pela Hipertensão Arterial;
 Problemas de bombeamento – provocados pela lesão do músculo cardíaco
e consequente aumento de volume das câmaras cardíacas, normalmente
associados a ocorrências de ataques.

Assim sendo, os fatores de risco mais comuns que estão na origem da IC são:
Introdução
26
 Hipertensão arterial;
 Doença coronária;
 Diabetes;
 Hipercolesterolemia;
 Tabagismo;
 Obesidade.

A manifestação de sintomas da IC faz parte da tentativa de compensar a


incapacidade do coração em levar sangue a todo o organismo segundo as necessidades
normais do corpo humano. Os sintomas mais comuns são cansaço, falta de ar
(dispneia), ou excesso de líquidos nos pulmões ou nos membros (edemas). Pode ainda
se verificar perda de apetite, tosse ou aumento de volume do abdómen (Msd, s. d.).
Os sintomas podem ser classificados da seguinte forma segundo a Associação do
Coração de Nova Iorque:

Classe Sintoma

I - Sem Atividades físicas comuns não causam cansaço excessivo, falta


Limitações de ar ou perceção dos batimentos cardíacos (palpitações).
Atividades físicas comuns causam cansaço excessivo, falta de ar,
II - Leves
palpitações ou desconforto no tórax (angina)
A pessoa sente-se confortável durante o repouso, mas atividades
III -
físicas comuns causam cansaço excessivo, falta de ar, palpitações
Moderados
ou desconforto no tórax (angina)
Os sintomas aparecem durante o repouso e intensificam-se
IV - Graves
durante qualquer atividade física

Tabela 4 - Classificação de Insuficiência Cardíaca

Fonte: Msd, s.d.

1.3.2.Diagnóstico e Tratamento

Habitualmente a suspeita da insuficiência cardíaca surge pela avaliação clinica de


sintomas observados em consulta, como por exemplo pulsação fraca, diminuição da
pressão arterial, sons cardíacos anormais, sopros e acúmulo de líquido nos pulmões
(identificação com um estetoscópio) ou inchaço no abdômen ou nas pernas. No
entanto torna-se necessário avaliar a gravidade da IC, verificar as causas implícitas e
confirmar o diagnóstico com a realização de exames (CUF, s.d.). Os mais comuns são:

 ECG - eletrocardiograma;
 Ecocardiograma;
 Radiografia torácica;
27 Introdução

 Estudo angiográfico.

Os dois primeiros exames são os mais pedidos pois conseguem determinar se há


alterações morfológicas ou funcionais do coração (Msd, s.d.).
Sendo que, a IC é uma condição crónica, não pode ser revertida nem existe uma
cura. No entanto, os tratamentos disponíveis (farmacológicos ou não) visam melhorar
a qualidade de vida do doente, a sua autonomia diária e assim diminuir a mortalidade
(FPC, s.d.).
O tratamento da insuficiência cardíaca deverá refletir sobre as causas que
provocam a alteração do funcionamento normal do coração, sobre fatores agravantes
do quotidiano do doente e sobre a doença. Tendo em conta a natureza das causas
identificadas o médico poderá decidir entre um ato médico ou cirúrgico ou ambos.
Os fármacos para o tratamento da insuficiência cardíaca mais são os seguintes: 

 Diuréticos, que combatem a retenção de líquidos;


 Medicamentos que aumentam a força de contração do músculo cardíaco e
reduzem o ritmo cardíaco, como a digoxina;
 Vasodilatadores, que permitem reduzir a sobrecarga exigida ao coração;
 Inibidores da enzima de conversão da angiotensina (ECA);
 Bloqueadores dos recetores da angiotensina II.

Quando o nível de gravidade da IC aumenta, pode ainda ser necessário a colocação


dum pacemaker e na falta de resposta positiva a todas as fases de tratamento é dada a
indicação médica para transplante cardíaco (Msd, s.d.).

1.3.3.Insuficiência Cardíaca em Portugal

A condição de insuficiência cardíaca é um problema comum de saúde pública e


estima-se que afete cerca de 4,4% dos adultos em Portugal. Tento em conta que o
normal funcionamento do coração vai sofrendo alterações com o avançar da idade, a
prevalência da IC para idades superiores a 80 anos seja de cerca de 16% em ambos os
géneros.

Tabela 5 - Prevalência da IC em Portugal continental por grupo etário e por género


Introdução
28
Fonte: Fonseca et al, 2017

Dado ser uma doença associada a outras patologias frequentes como a diabetes
e a obesidade e, por isso, a sua abordagem, estudo e monitorização devem decorrer
num contexto global do doente afetado (CUF, s.d.).

Tabela 6 - Caracterização da produção hospitalar e respetivos padrões de morbilidade, relativos a


insuficiência cardíaca, Portugal Continental (2010 a 2014)

Fonte: DGS, 2015

Não obstante a todos os fatores que condicionam os afetados pela IC, esta
síndrome tem um elevado impacto económico no setor da saúde, como se pode
verificar na tabela acima representada com números elevados de internamentos e
admissão de doentes nas urgências. E como representa cerca de 2% do orçamento
global para a saúde, com o envelhecimento da população, evolução dos tratamentos e
sobrevivência dos doentes a esta síndrome, será de esperar que o impacto da IC
aumente nos próximos anos. Assim os mais comuns precursores da IC, tal como a
hipertensão arterial, a diabetes, a doença das artérias coronárias, deverão ser
periodicamente pesquisadas e tratadas segundo as recomendações da DGs pelos
cuidados primários de saúde.
Segundo Fonseca (2017), para a Revista Portuguesa de Cardiologia “torna-se cada
dia mais evidente a necessidade de priorizar a IC, na agenda para a saúde, aos vários
níveis do sistema nacional de saúde, em Portugal, como em todo o mundo
industrializado” (pag. 101). Tal será possível com a disponibilização de meios de
diagnóstico com menor custo e igual efetividade, bem como com protocolos de
referenciação ao especialista hospitalar, de forma a identificar novos doentes com a
síndrome, ou indivíduos que sejam motivo de suspeita (Fonseca et al, 2017).
Num estudo realizado com o objetivo de prever o cenário da prevalência da IC em
Portugal Continental no séc. XXI, a análise estatística realizada projeta um aumento
no número de doentes em 7% no ano de 2018, face aos valores registados em 2011. As
projeções vão mais além e indicam um crescimento superior da epidemiologia, 30%
em 2035 e 33% em 2060, isto representa em números absolutos 479 921 adulto
afetados com IC em 2035. No entanto, deverá ter-se em conta a previsão da
29 Introdução

diminuição da população dos atuais 10,3 para 7,5 milhões de pessoas em 2080, para
compreender a representatividade da incidência da IC (Fonseca et al, 2017).

Gráfico 3 - Evolução estimada do número de doentes com IC, por faixa etária, em Portugal Continental.

Fonte: Fonseca et al, 2017

Tendo em linha de pensamento a previsão de envelhecimento da população em


Portugal e o aumento da esperança média de vida, pode-se destacar o aumento notório
de doentes com IC em idades superiores aos 80 anos. Nessa faixa etária espera-se que
em 2018 tenha havido um crescimento de 20% face a 2017, e a previsão de um
aumento de 73% em 2035 (Fonseca et al, 2017).

1.4. Caso semelhante - Projeto DPOC - Projeto Viana


Após investigadas as formas de medição para os parâmetros da TA e da IC, viu-se
a necessidade de perceber se existiam em Portugal projetos de monitorização de
parâmetros inerentes a outras patologias. O projeto DPOC deve-se, em semelhança do
objeto de estudo desta dissertação, à necessidade da medição padronizada e
monitorização de pacientes com a doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC).
Trata-se duma patologia que, tal como o nome indica, é crónica e influi
negativamente o nível de energia disponível para o autocuidado. Os doentes que
sofrem de DPOC, para conseguirem controlar a evolução da doença, precisam de
desenvolver aptidões para gerir o regime terapêutico.
As novas tecnologias estão a possibilitar a redução das idas às urgências em Viana
do Castelo. Pacientes com DPOC estão a ser vigiadas à distância através de um
simples telemóvel. O aparelho encaminha os dados para a base no hospital e a ida à
urgência só acontece quando é mesmo necessário (SITT, 2017). A equipa que
desenvolveu este projeto é constituída pela equipa clínica do Hospital de Viana do
Castelo e pela VitalMobile e apresentou em Junho de 2016, promovida pela
Introdução
30
SPMS/Ministério da Saúde, resultados excelentes obtidos no seu segundo ano de
projeto de Telemonitorização Remota de doentes com DPOC (VitalMobile, 2016).
A Telemonitorização DPOC é um projeto- piloto financiado pela Administração
Central do Sistema de Saúde (ACSS), em parceria com os Hospitais de Viana de
Castelo, Centro Hospitalar da Universidade de Coimbra (CHUC), Hospital Pero da
Covilhã, Hospital Portalegre / Elvas (ULSNA) e Hospital de Faro numa 1ª fase (SNS,
2014).
O projeto foi iniciado com o acompanhamento de 75 doentes domiciliários,
portadores de DPOC (15 pacientes por hospital), sendo monitorizados nas suas
residências, onde sao colocados dispositivos médicos que fornecem variados
parâmetros, que depois são analisados, duas vezes por dia, pelas respetivas equipas de
Pneumologia dos Hospitais mencionados, tentando, assim, reduzir os agravamentos da
situação clinica, evitando novos internamentos (SNS, 2014).
Os doentes domiciliários recebem os instrumentos em casa, e a partir desse
momento realizam-se os testes que permitem a emissão e receção dos parâmetros
pretendidos, através da PDS - Plataforma de Dados da Saúde (SNS, 2014).
Em Viana do Castelo, a equipa liderada pelo Dr. Rui Nêveda, Diretor do Serviço
de Pneumologia, definiu e executou um modelo interdisciplinar com recurso à equipa
de enfermagem da Unidade de Cuidados Intensivos suportados pelo Modelo de
Telemonitorização VitalMobile constituído de serviços e da sua plataforma
tecnológica (VitalMobile, 2016).
A VitalMobile é uma empresa que trabalha exclusivamente na Monitorização
Remota de Doentes em Mobilidade com serviços de diversos escalões sustentados
numa plataforma tecnológica própria de 4ª Geração. Esta plataforma está em
utilização profissional há mais de 10 anos e integra a gestão e controle do doente em
segurança e baixo custo, através de modelos adequados a cada doença monitorizada,
possibilitando a integração de serviços complementares num regime de 24/24 horas e
através da sua ampla oferta garante resultados de excelência em serviços profissionais
(VitalMobile, 2016).
Esta equipa, já com os resultados obtidos em 2014 tinha atingido altos níveis de
satisfação dos doentes e de redução de custos, que deram origem à atribuição do
Prémio de Boas Práticas em Saúde, instituído pelo Serviço Nacional de Saúde
(Vitalmobile, 2016).
Esta iniciativa promoveu alterações no modelo de cuidados em uso, que progrediu
de uma congruência de gestão de sinais e sintomas da doença, para uma visão,
progressivamente, mais centrada na gestão do regime terapêutico. Para isso, foram
arquitetadas e executadas linhas de orientação para a ação, que possibilitaram o
prosseguimento de cuidados e a monitorização dos resultados.
Os resultados obtidos confirmaram os resultados do projeto de Viana do Castelo
do ano anterior, asseverando também um nível superior de eficácia da nova versão da
Plataforma VitalMobile ao aperfeiçoar inclusive os indicadores do ano anterior,
superando os 50% de redução nas Urgências e nos Internamentos nestes doentes
crónicos em estado avançado da doença. Demonstraram-se melhoramentos na eficácia
31 Introdução

da equipa Clínica e no nível de satisfação dos doentes (acima dos 90%), todos na fase
mais grave da doença (Gold D) e com uma média de idades acima dos 70 anos
(VitalMobile, 2016).

1.5. Objetivos
Neste trabalho de dissertação, existe um objetivo claro de apresentar uma
alternativa prática e eficaz ao registo das tensões arteriais e pulsações de pacientes
com IC e outros que necessitem de uma monitorização constante. Até então,
maioritariamente, este registo em realizado numa folha de papel e para interpretação
do médico não existem quaisquer métricas que ajudem ao diagnóstico ou controlo.
Assim, definiu-se como objetivos gerais os seguintes:

 Desenvolver um sistema telefónico simples para que o paciente consiga,


através de um telefone básico, registar diariamente a TA, pulsação,
cansaço e o seu peso;
 Criar um website para registar a TA, a pulsação, o cansaço e o seu peso
assim como possibilitar o acesso dos médicos às informações dos
pacientes assim como os registos efetuados, conseguindo desta forma
analisar e interpretar os dados colhidos através de tabelas e gráficos.

Os objetivos específicos vão de encontro às necessidades inerentes a este trabalho


de forma a conferir ferramentas tecnologicamente eficientes e atuais, num contexto de
evolução permanente. Será então necessário o seguinte:

 Construção de Sistema Telefónico;


 Construção de WebSite;
 Criação de Modelo de Dados em MySql.
 Construção de Dashboards no Software Grafana;
 Construção de mockups para futura aplicação mobile;
Desenvolvimento dos Sistemas
30

2. Desenvolvimento dos Sistemas


2.1. Tecnologia IVR
O IVR (Interactive Voice Response) ou URA (Unidade de Resposta Audível)
constitui um sistema telefónico com mensagens interativas de voz e sinais, que deteta
e interage com o utilizador no decorrer de uma chamada telefónica. Consiste numa
tecnologia que possibilita que um computador tenha a capacidade de interagir com
seres humanos, sendo esta conjuntura assegurada através da interpretação de voz e/ou
através da análise de sons que os teclados dos telefones e telemóveis produzem,
denominados de sinais Dual-Tone Multi-Frequency (DTMF). As respostas aos clientes
são, por sua vez, geradas sob a forma de voz, fax, correio eletrónico ou outros tipos de
media. Assim, um indivíduo que interaja com o computador apenas tem que seguir as
instruções deste e definir quais são as condições que melhor satisfazem aquilo que se
pretende (Lima, 2014).
É indicado para organizações que recebem um grande volume de chamadas
diariamente e constitui uma ferramenta de grande importância para gestão e
monitorização da equipa.

Figura 5 - Fluxograma Interactive Voice Response


31 Desenvolvimento dos Sistemas
Fonte: Wazo, 2017

Esta tecnologia permite que o atendimento seja automático, dinâmico e


personalizado de acordo com as necessidades do utilizador, reunindo informações
disponibilizadas pelo cliente e encaminha posteriormente para o serviço solicitado.
São várias as possibilidades e funções que podem ser adaptadas às necessidades e
objetivos, e de acordo com os requisitos dos clientes/utilizadores (Wazo, 2017).
No caso da Saúde, a tecnologia IVR é amplamente utilizada por farmacêuticas e
organizações de pesquisa contratadas para realizar ensaios clínicos e fazer a gestão de
grandes volumes de dados gerados. O autor da chamada responde a perguntas e as
suas respostas são registadas numa base de dados, e provavelmente gravadas para
confirmar a autenticidade (Lam et al., 2009).
O IVR tem como principais características (Wazo, 2017; Voxtron, 2014):

 Relativamente simples de desenhar;


 Relativamente simples de implementar;
 É ideal para desenvolver um serviço self-service para tratamento
personalizado de chamadas de voz para variados sectores de negócio
como banca telefónica, apoio a clientes, telemarketing, serviço de apoio
a operações online, contact center de suporte a equipas móveis, contact
center inbound para vendas, etc.;
 Suporta tecnologias modernas TTS (text to speech) e ASR (speech
recognition);
 Permite integração (leitura e escrita) com diversas bases de dados ODBC
(Open Database Connectivity) compatíveis.

2.1.1.Benefícios da tecnologia IVR

Os principais benefícios desta tecnologia são (Softium, 2017):

 Organização do fluxo de atendimento via telefone: contribui para uma


melhor organização do atendimento, otimizando e agilizando o processo,
garantindo a satisfação dos clientes;
 Flexibilidade nas opções de atendimento: a tecnologia disponibiliza
várias opções, variando de acordo com o perfil da organização,
permitindo um atendimento automatizado, que encaminhará o utilizador
para o sector correspondente à sua necessidade, ou atendimento de
espera ou chamada de retorno;
 Priorização das chamadas: tem a função de programar as chamadas de
acordo com o grau e relevância, assim, o IVR consegue identificar e
encaminhar com o máximo de agilidade;
 Sistema de votação e computação de dados;
Desenvolvimento dos Sistemas
32
 Antecipação dos dados cadastrais do cliente: o IVR permite que seja feita
a identificação do utilizador antes da chamada ser encaminhada para o
atendimento humano;
 Saldos e transferências bancárias: é possível consultar o saldo bancário e
até fazer transferências;
 Informação simples ao utilizador: interação entre o sistema e o utilizador
com mensagens simples, orientando-o com passos interativos e pouco
complexos;
 Pesquisas de satisfação: permite a criação de pesquisas de satisfação após
o atendimento com fornecimento de avaliação através das teclas, para
futura análise e implementação de melhorias;
 Economia de tempo e produtividade: todo este processo de autonomia,
interpretação de voz e sons, encaminhamento e pesquisas permite à
equipa um maior aproveitamento do tempo e por conseguinte, maior
produtividade;
 Mensuração mais assertiva dos resultados: permite que posteriormente
possa ser analisado, possibilitando uma mensuração mais assertiva do
atendimento.

2.1.2.Ferramentas testadas com Tecnologia IVR

A ferramenta escolhida para o desenvolvimento do sistema telefónico nesta tese


foi o IVM Answering Attendant, no entanto existem outros softwares que possuem esta
tecnologia. Este software foi o escolhido devido ao período experimental ser mais
longo em comparação com os outros, devido à sua praticidade e também devido aos
variados extras que a aplicação dispõe. É um programa onde se consegue desenhar o
circuito telefónico através de um ambiente gráfico que faz com que exista um maior
foco na estrutura da chamada.
Antes de se começar a desenvolver o circuito telefónico neste software, foram
testados os seguintes softwares com tecnologia IVR:

 Inference Studio
 CallFire
 DialogTech
 IVR Studio
 CenterMaster

Como referido anteriormente, estes softwares ficaram de fora devido aos testes
efetuados. Convém de referir que alguns seriam uma boa opção, no entanto o período
experimental era muito curto para desenvolver o pretendido nesta tese.

2.1.3.Software NHC – IVM Answering


33 Desenvolvimento dos Sistemas

A NCH Software é uma empresa de desenvolvimento de software australiana


fundada em 1993. Expandiu para os EUA em 2008 devido à grande base instalada de
clientes deste país. O NCH Software comercializa os seus produtos principalmente
através do seu site. É uma empresa líder em tecnologia de áudio de negócios. Desde o
ano da sua fundação, que a sua equipa de desenvolvimento de software libertou mais
de 80 aplicações easy-to-use para Windows, Mac e dispositivos móveis. Cada
programa é projetado para atender uma necessidade específica, e muitos programas
são considerados líderes nos seus mercados de atividade e premiados por excelência.
As suas categorias de software incluem uma ampla gama de aplicações de software a
preços acessíveis e aplicativos para (NCH, s.d.):

 Áudio;
 Vídeo;
 Negócios;
 Ditados;
 Outros utilitários de software.

A NCH continua a desenvolver novas soluções mantendo o foco no


desenvolvimento de software intuitivo, simples e fácil de usar.
Um dos programas mais conhecido da NHC vai de encontro a um dos objetivos
desta tese. O IVM Answering Attendant, é um programa que permite a criação de
circuitos telefónicos e que trabalha com a tecnologia voz interativa (IVR). Esta
tecnologia permite um atendimento automatizado, dinâmico e personalizado, de
acordo com as necessidades do utilizador (NCH, s.d.).

2.1.4.Desenvolvimento de Sistema Telefónico

2.2. Base de Dados MySQL


SQL (Structured Query Language) ou Linguagem de Consulta Estruturada, trata-se
de uma linguagem específica para a manipulação de tabelas de dados e é a linguagem
padrão para manipular bases de dados relacionais através de SGBDs (Sistema de
Gestão de Base de Dados).
Os comandos do SQL são estruturados em três grupos, tendo em conta as suas
principais funções:

 DML ou Data Manipulation Language: é o subconjunto mais utilizado da


linguagem SQL, pois é através da DML que se opera sobre os dados das
bases de dados com instruções de inserção, atualização, exclusão e
consulta de informações com comandos como Inserir, Apagar, Atualizar,
Selecionar, etc.
Desenvolvimento dos Sistemas
34
 DDL ou Data Definition Language: é o subconjunto do SQL utilizado
para gerir a estrutura da base de dados. Com a DDL pode-se criar, alterar
e remover objetos (tabelas) na base de dados.
 DCL ou Data Control Language: é o subconjunto do SQL utilizado para
controlar o acesso aos dados, com dois comandos que permite ou
bloqueia o acesso utilizadores a dados.

O MySQL é possivelmente o motor de base de dados mais usado mundialmente,


dando suporte aos mais diversos serviços tendo em conta a importância das bases de
dados como o repositório de toda a informação de muitos softwares, aplicações e sites
(Pinto, 2016).
O MySQL não é uma extensão do SQL, mas sim um sistema de gestão de bases de
dados e o SQL é a linguagem para manipulação dos dados no SGBD (Javier, 2013).
Tendo em conta tudo o que foi descrito anteriormente, o MySQL Workbench foi o
SGBD que se usou no desenvolvimento desta dissertação. O facto de já existir
conhecimento prévio nesta ferramenta também ajudou na decisão final.

2.2.1.Outras Ferramentas de SGBD

Apesar do MySQL ter sido o SGBD escolhido não significa que seja o melhor ou
o mais popular. As ferramentas mais populares para gerir bases de dados são (Pinto,
2016):

 Adminer: oferece um conjunto de funcionalidades, como por exemplo, a


experiência do utilizador, desempenho, segurança, suporte a muitas
funcionalidades do MySQL, que asseguram que esta plataforma seja
superior a outras do mesmo segmento.
 PHPMyAdmin: é gratuito, desenvolvido em PHP e que permite de
forma muito simples fazer a administração das bases de dados através de
um simples browser. Como tem um interface muito intuitivo e
organizado, permite a qualquer utilizador fazer uma gestão simplificada
do MySQL e das respetivas bases de dados.
 Sequel PRO: para quem usa OS X da Apple, o Sequel PRO é
provavelmente uma das melhores ferramentas. Com uma interface
bastante elegante, o Sequel PRO permite a gestão rápida e simples de
bases de dados MySQL. Esta aplicação é gratuita.
 Chive: é uma interessante solução gratuita que permite a gestão de base
de dados MySQL a partir de um simples browser. Esta ferramenta tira
vantagem da tecnologia presente nos browsers atuais e disponibiliza uma
interface bem desenhada, editor de queries SQL com realce da sintaxe
entre outras características.
 HeidiSQL: é um poderoso e simples cliente para os mais diversos
sistemas de gestão de base de dados. Este cliente (anteriormente
35 Desenvolvimento dos Sistemas

conhecido como MySQL-Front) é gratuito e foi desenvolvido pelo


programador alemão Ansgar Becker.
 DbNinja: é gratuito, baseada na Web, que permite a fácil gestão de bases
de dados MySQL, localmente ou remotamente. Esta ferramenta oferece
suporte para funcionalidades como triggers, eventos, views, rotinas,
chaves estrangeiras, etc.
 SQL Buddy: tem a caraterística de não necessitar de ser instalado (basta
colocar o conjunto de scripts numa pasta do servidor Web), também é
gratuito e recorre à tecnologia PHP e AJAX que garantem a
automatização de alguns procedimentos. A interface é bastante intuitiva
para trabalhar e uma vez que utiliza Ajax não existe a necessidade de pôr
cada consulta a fazer o refresh total à página. Está disponível em vários
idiomas, sendo a mudança realizada na própria aplicação.

2.2.2.Desenvolvimento Script na Linguagem de Python

Após o sistema telefónico estar desenvolvido, verificou-se que toda a informação


que o paciente tinha inserido estava gravada num ficheiro de texto (.txt) e que desta
forma seria difícil trabalhar a informação para posteriormente ser apresentada quer ao
paciente quer ao médico. O objetivo seria mostrar através de gráficos elucidativos o
histórico dos seus valores, os gráficos de médias assim como valores máximos e
mínimos atingidos durante um período de tempo.
Após pesquisar chegou-se à conclusão que a melhor forma seria ter estes dados
gravados numa base de dados, desta forma conseguia-se tratar os dados e apresentá-los
de uma forma adequada a todos os intervenientes neste processo.
A forma como se fez essa passagem de dados da origem para a base de dados foi
através do desenvolvimento de um script na linguagem de programação Python.
Para fazer esta migração de dados foi preciso conseguir separar os dados de forma
correta, criar a tabela com as respetivas colunas, caso já não existisse previamente, e
depois dividir os dados para cada coluna. Este processo foi feito utilizando as “,” e os
“ “(espaços) que separavam os dados de cada inserção feita.
Pela figura 6, pode-se verificar os dados inseridos por quatro pacientes através do
Sistema de Chamadas explicado anteriormente.

Figura 6 – Imagem elaborada para demonstrar o registo de dados pelo sistema telefónico

Através da imagem conseguimos visualizar os dados pela ordem que o paciente


introduz separado por “,” e por um espaço entre a data e a hora. A razão para ser um
Desenvolvimento dos Sistemas
36
espaço e não uma “,” deve-se ao facto de ser introduzido de forma automática pelo
sistema e por não ser uma inserção feita pelo paciente.
O script Python desenvolvido é composto principalmente por duas funções que
sem elas não seria possível avançar com esta migração de dados, são elas as seguintes:
- creat_table
- fill_table
A função creat_table, faz a conexão à base de dados e assegura-se que a tabela
existe na base de dados, caso não exista cria a tabela com a definição de todas as
colunas (a modelo de dados é apresentada posteriormente).
A função fill_table, tem como objetivo preencher a tabela da base de dados com os
dados que estão no ficheiro de texto previamente separados no main do código. Para
tal foi necessário verificar se os dados já tinham sido introduzidos antes, ou seja,
verificar se o script já tinha sido executado anteriormente para não inserir dados em
duplicado. A forma que normalmente se utiliza é criar uma chave primária, (PK –
Primary Key) assim, sempre que essa chave é encontrada não é inserida a linha de
informação, no entanto neste caso não era possível, pois dos valores introduzidos pelo
paciente apenas um é único, esse valor é o NIF. Se o NIF fosse a primary key, o
paciente iria conseguir registar os seus dados as vezes que quisesse, no entanto, o
script apenas iria inserir uma vez na base de dados pois a primary key já ia existir.
Para resolver a situação foi criada uma chave composta, constituída por o NIF +
Data + Hora. Desta forma, o script faz a inserção dos vários registos feitos pelo
paciente o que leva a conseguirmos ter o histórico do paciente na base de dados, sendo
possível posteriormente trabalhar todos estes dados. Assim a função fill_table, cada
vez que é corrida apenas introduz valores novos, não ficando valores em duplicados.
Esta função tem ainda outra missão, ela verifica se uma coluna da base de dados
(time_sec) está a “null” ou preenchida. Se a coluna estiver a “null” significa que este
registo foi feito através do site e por esse motivo o time_sec não foi calculado. Quando
esta a “null” a função faz o cálculo deste campo. O time_sec será usado para
apresentar alguns gráficos aos utilizadores e é calculado com a data e a hora.
Representa a data e a hora do registo.
O main do código, começa por chamar a função de criar a tabela já descrita
anteriormente, depois disso divide cada linha que está no ficheiro de texto para
variáveis independentes e ainda cria uma outra coluna com o nome time_sec, coluna
referida no ponto anterior. Após esta divisão, chama a função de preenchimento da
tabela de base de dados e conclui desta forma o processo.
O script desenvolvido corresponde ao anexo A.

2.2.3.Criação de Batch com Serviço Windows

De forma a automatizar o script desenvolvido para a migração de dados, foi criado


um ficheiro batch onde o código do seu conteúdo chama o script Python desenvolvido
previamente. Desta forma cada vez que se executa este batch a migração de dados é
efetuada.
37 Desenvolvimento dos Sistemas

Uma vez que não se sabe a que horas os utilizadores vão introduzir os dados,
desenvolveu-se uma tarefa através do serviço do Task Scheduler da Windows para
correr o batch de cinco em cinco minutos.
Numa utilização normal deste Sistema, a migração de dados ocorrerá no tempo
indicado previamente, conseguindo assim ter sempre as bases de dados atualizadas e
consecutivamente os dashboard’s dos médicos. Este valor é parametrizável, o que faz
com que seja possível no futuro alterar caso seja necessária uma maior frequência.

2.2.4.Modelo de Dados da Base de Dados

Como foi indicado previamente foi criado um modelo de dados na base de dados
MySQL. Foram criadas duas tabelas para guardar os dados necessários para o sistema
funcionar corretamente. A primeira tabela corresponde às informações dos utilizadores
assim como as informações do registo dos utilizadores. A tabela tem o nome de
“users” e os campos que contém estão na figura 7.

Figura 7 - Imagem demonstrativa da tabela criada no MYSQL, dos seus campos e do tipo de dados que
representa os dados do utilizador

Como se pode verificar todos os campos são referentes a informações de registo


ou informações pessoais.
A segunda tabela corresponde aos valores introduzidos para a monitorização,
valores introduzidos quer pelo médico quer pelo paciente. A tabela tem o nome de
“dados” e os campos que contém estão na figura 8.
Desenvolvimento dos Sistemas
38

Figura 8 - Imagem demonstrativa da tabela criada no MYSQL, dos seus campos e do tipo de dados que
representa os os valores das medições do utilizador

Os campos associados a esta tabela são os dados que serão apresentados no


software de análise de dados pois contém dados que são relevantes para futura análise.
O campo que interliga as duas tabelas é o NIF da tabela “users” com o ID das tabelas
“dados”, este é o campo que permite relacionar os dados das duas tabelas e faz com
que seja possível estar analisar os dados da pessoa correta. Não foram definidas
chaves únicas pois o script desenvolvido anteriormente já trata da validação de dados.

2.3. PHP
O PHP é uma linguagem de script amplamente usada e interpretada, normalmente
usada para aplicativos web. O PHP é em código aberto, gratuito e possui uma licença
no estilo BSD (Berkeley Software Distribution (um sistema derivado do Unix)),
tornando-o ideal para o mundo empresarial. Esta tecnologia PHP é perfeito para
aplicações de rápido desenvolvimento, grandes e pequenas. Atua mundialmente e
alimenta milhões de sites na Internet e tem uma enorme comunidade de utilizadores
por trás disso (Jones & Holloway, 2012).
Um dos pontos que levou a escolher o PHP para o desenvolvimento do Website, é
o facto de o PHP suportar diversas bases de dados, ou seja, o PHP possui código que
executa funções de cada uma das BD's. Entre eles, temos MySQL, PostgreSQL,
Sybase, Oracle, SQL Server e muitos outros. Cada uma das bases de dados suportadas
pelo PHP possui uma série de funções que se pode usar nos programas para aproveitar
todos os recursos. Mesmo assim, as bases de dados não suportadas diretamente podem
aceder via ODBC (Niederauer, 2011).
Outro ponto relevante do PHP é poder ser executado em Linux, Unix ou no
Windows, o que transmite grande versatilidade. Destaca-se ainda por ser uma
linguagem muito dinâmica e fácil de usar (Niederauer, 2011).
39 Desenvolvimento dos Sistemas

Como referido, o website foi desenvolvido em PHP e está alojado em


www.000webhost.com. Para aceder ao site deverá utilizar-se o seguinte link:
https://monitorizacaota.000webhostapp.com/.
A forma mais prática de se ilustrar as funcionalidades é analisando a figura 7, que
se refere a um diagrama caso de uso.

Figura 9 – Diagrama elaborado para representar o caso de uso de website

Analisando o diagrama, verifica-se que o paciente consegue fazer o registo de


forma autónoma, fazer o login para posteriormente utilizar a funcionalidade de inserir
os valores das suas medições. Já o médico consegue criar o seu registo, fazer o
respetivo login, inserir os valores do seu paciente (fazendo uma prévia pesquisa pelo
NIF do seu paciente) e por fim consegue visualizar todos os dados inseridos pelos
pacientes através do software Grafana.
Todo o website incluí 10 páginas em PHP, 1 página com os vários estilos usados e
por fim imagens de fundo. Todas estas páginas encontram-se em anexo (Anexo B –
Código PHP).
De forma a perceber a construção do site deixa-se uma breve explicação das
funcionalidades mais importantes e da respetiva página “.php”

 Register.php- Faz o registo de um novo utilizador. Faz conexão à BD para


inserir o novo registo e faz a distinção através de uma variável se é
paciente ou médico para nos login’s encaminhar para diferentes páginas.
Verifica também se username/e-mail/NIF já existe na BD.
Desenvolvimento dos Sistemas
40
 Server.php – Faz a conexão à BD para inserção, leitura e verificação de
dados assim como verificação de algumas chaves primárias. É o ficheiro
que se usa sempre que se quer criar uma conexão.

 Insert_inf.php – Só o paciente consegue aceder a esta página e faz a


inserção dos valores pretendidos das medições. Guarda os valores em
variáveis e insere na BD através do ficheiro indicado previamente
(server.php).

 Insert_inf_bymedico.php – Só o médico consegue aceder a esta página. À


semelhança com a página descrita anteriormente, serve para introdução dos
valores de medição dos pacientes, no entanto é o médico a inserir. Para que
isso aconteça o médico insere o NIF do seu paciente. Existe uma função
dentro desta página que verifica se o NIF existe na BD e caso não exista dá
um alerta ao médico.

 Ve_botoes.php – Só médico consegue aceder a esta página. Esta página dá


a possibilidade de o médico escolher se quer inserir os valores do seu
paciente ou se quer visualizar os resultados.

 Login.css – Contém todos os estilos usados ao longo do website.

No anexo B pode-se encontrar o código de todas as paginas que constituem o website.

2.4. Software Grafana


A visualização de dados relevantes em formatos fáceis de compreender é
necessária para tomar decisões. Apesar dos esforços dos cientistas para informar o
público, continua a haver uma desconexão da informação entre as partes interessadas e
os cientistas. Para diminuir a lacuna no conhecimento tem de existir uma maior
comunicação entre os dois grupos, facilitada por modelos e softwares de visualizações
de dados. Através deste modelo, é possível criar uma cultura de análise de dados
diferente do que os profissionais de saúde estão habituados pois podem criar os seus
próprios gráficos, os seus próprios alertas e trabalhar de uma forma mais dinâmica
(Nguyen e Stamps, 2017).
O Grafana foi o software escolhido para a apresentação dos resultados aos
profissionais de saúde e desta forma ir de encontro ao parágrafo anterior. Este
programa permite consultar, visualizar, alertar e entender as métricas,
independentemente de onde os dados estão armazenados. Com a utilização correta é
41 Desenvolvimento dos Sistemas

possível ainda criar notas nos próprios gráficos bem como filtrar os dados da forma
mais desejada.

2.4.1.Outras Ferramentas de Visualização de Dados

Mesmo tendo sido escolhido o software acima indicado, existem outros programas
semelhantes que fazem a recolha de dados e a agregação dos mesmos. Também é
possível a construção de dashboard’s onde a análise dos resultados e a otimização do
desempenho são os pontos fortes. Seguem alguns exemplos:

 Kibana: O Kibana é um plugin de visualização de dados de fonte aberta para o


Elasticsearch. Fornece recursos de visualização em cima do conteúdo indexado em
cluster’s do Elasticsearch. Os utilizadores podem criar gráficos de barras, linhas e
dispersão, ou gráficos em cima de grandes volumes de dados. Este é um dos
softwares mais poderosos que existe para monitorização de dados e um dos mais
utilizados nas tecnologias de informação (Elastic, s.d.).

 Prometheus: O Prometheus é um kit de ferramentas de monitorização e alertas de


sistemas open source originalmente criado no SoundCloud. Desde a sua criação
em 2012, muitas empresas e organizações adotaram o Prometheus, e o projeto tem
uma comunidade de programadores e utilizadores muito ativa. Agora é um projeto
de código aberto independente e mantido independentemente de qualquer empresa
(Anon, 2018).

 Freeboard: É possível criar painéis e visualizações interativas em tempo real em


minutos, usando uma interface intuitiva de arrastar e soltar. Este é também um
software opensource no entanto não possui versão gratuita (Freeboard, s.d.).

 Appneta: É uma ferramenta de software como serviço (SaaS) destinada a


empresas, provedores de serviços gerenciados e fornecedores de tecnologia. As
empresas usam o PathView Cloud para gerenciar o desempenho de aplicativos e
de rede em diferentes filiais. Esta tecnologia é também implementada por
provedores de serviços gerenciados para monitorizar o desempenho da rede de
seus clientes. Desta forma esta aplicação também poderia ser aplicada neste
sistema desenvolvido (Narcisi, 2012).

 Datadog: Com integrações de grandes players no mercado das tecnologias de


informação, o Datadog agrega métricas e organiza vários eventos no mundo dos
devops: Faz a monitorização e otimiza o desempenho da aplicação (Datadog, s.d.).

2.4.2.Criação de Dashboards para Visualização de Dados


Desenvolvimento dos Sistemas
42
A criação de dashboard’s só está disponível para o médico e é a interface
necessária para analisar os resultados dos pacientes de forma gráfica. Como explicado
anteriormente o Grafana recolhe os dados que são gravados na base de dados MySQL
e consegue representá-los das mais variadas formas. O médico em conjunto com a
pessoa responsável pelo projeto pode escolher como mostrar os dados, a disposição
dos gráficos e quais os itens que quer mostrar.
Neste caso, foram criados 2 níveis para analisar os dados:

       1º Nível – Conforme se pode verificar nas imagens abaixo (figuras 8, 9 e 10


respetivamente) , o primeiro nível é constituído por uma tabela onde mostra os nomes
e os valores dos últimos 10 registos inseridos na base de dados, assim como um
gráfico com as pressões máximas e mínimas de todos os pacientes. Temos ainda um
gráfico com os batimentos cardíacos de todos os doentes. Os dois gráficos possuem
ainda uma linha de limite, ou seja, sempre que os valores de algum doente ultrapassem
esse limite, o médico será alertado. Tem ainda alguns campos estatísticos como por
exemplo, número de registos, número de pacientes femininos, número de pacientes
masculinos. No topo deste dashboard existe também um campo onde é possível
procurar por um paciente pelo seu NIF de forma a mostrar os valores apenas desse

paciente.

Figura 10 – Imagem retirada do Software Grafana com Cabeçalho da Página Inical e tabela dos últimos
10 dados registados da base de dados
43 Desenvolvimento dos Sistemas

Figura 11 - Imagem retirada do Software Grafana com gráfico das pressões arteriais dos pacientes

Figura 12 - Imagem retirada do Software Grafana com gráfico das frequências cardíacas dos pacientes

       2º Nível – Este segundo nível nasce a partir do quadro referido no ponto
anterior dos últimos 10 registos inseridos. Se clicar em cima do Nome/Pressão
Sistólica/Pressão Diastólica de um paciente em específico o software encaminha para
um segundo dashboard que mostra em mais detalhe os dados do paciente. Mostra os
dados em bruto, gráficos das pressões bem como frequência cardíaca conforme se
pode verificar nas imagens 11, 12, 13 e 14 respetivamente. Mostra também o gráfico
do seu peso e o gráfico do cansaço. Se o médico desejar pode ainda fazer zoom a um
determinado período de tempo no gráfico de forma a analisar melhor a variação dos

valores.

Figura 13 - Imagem retirada do Software Grafana com os detalhes do paciente


Desenvolvimento dos Sistemas
44

Figura 14 - Imagem retirada do Software Grafana com grafico das pressoões sistólica e diastólica de um
paciente

Figura 15 - Imagem retirada do Software Grafana com grafico das frequências cardíacas e peso de um
paciente

Figura 16 - Imagem retirada do Software Grafana com grafico do Cansaço e falta de ar de um paciente

Apesar de este ser o desenho nesta solução de monitorização, é possível


implementar mais funcionalidade bem como criar outro tipo de dashboard’s mais
dinâmicos e que sejam melhores para os médicos. Este software é muito dinâmico e
45 Desenvolvimento dos Sistemas

pode ser mudado sempre que se ache oportuno e sempre que o médico ache que faz
mais sentido apresentar os valores de outra forma
.
Projeto Piloto 46

3. Projeto Piloto
No projeto piloto pretende-se testar as funcionalidades desenvolvidas ao longo
desta dissertação e verificar quais as falhas do sistema, o que pode ser melhorado e as
dificuldades que foram encontradas pelos utilizadores. O fluxo que deverá existir está
apresentado na fichura 15, onde identifica que o paciente deverá conseguir registar as
suas medições via telefone ou por WebSite assim como deverá conseguir visualizar os
seus dados através do Grafana. Por outro lado, o Médico deverá conseguir analisar os
resultados de todos os seus pacientes, receber alertas de valores que estejam acima do

valor normal assim como deverá conseguir registar valores do seu paciente.

Figura 17 - Imagem elaborada para demonstrar o fluxo de dados entre paciente/sistema/médico

Este projeto piloto foi implementado e está a ser testado no Hospital de São João
no serviço de Medicina Interna.

3.1. Métodos
A infraestrutura criada para suportar o projeto piloto para o sistema de
monitorização de insuficiência cardíaca foi criado com base nos recursos disponíveis
47 Projeto Piloto

no momento da elaboração da tese o que significa que tem algumas limitações. As


limitações desta infraestrutura são abordadas no capítulo “Limitações e Trabalho
Futuro”.
Como se pode analisar na figura 8, o servidor que contém todos os softwares é
único, no entanto possui uma plataforma de virtualização com duas máquinas virtuais
criadas. O servidor em questão está ligado a um router com acesso à internet. Foi
necessário abrir as portas necessárias e configurar regras de encaminhamento para
quando se tenta aceder de fora da rede encaminhar corretamente para as respetivas

máquinas virtuais.

Figura 18 – Imagem elaborada para representar a Infraestrutura do Sistema

O servidor físico foi configurado para obter o IP de forma estática. O IP escolhido


ofi o 192.168.1.100 onde o gateway configurado foi o 192.168.1.254 de forma a
conseguir aceder ao router de forma direta.
A primeira máquina virtual foi configurada com o IP estático 192.168.1.100 para
se conseguir aceder sempre sem qualquer problema. Para além da configuração do IP
foi necessário na firewall da máquina permitir ligações externas. Nesta VM foi
instalada uma base de dados MySql para guardar todos os dados, foi instalado o
Sublime para correr o script que foi desenvolvido em Python e ainda o software NHC
para correr o sistema telefónico. A tarefa para correr o script de cinco em cinco
minutos também foi configurada nesta máquina. A nível de sistema operativo foi
utilizado um Windows Server 2016.
Na segunda VM foi também configurado o IP estático 192.168.1.101 pelas
mesmas razões referidas no ponto anterior. Esta segunda máquina tem como objetivo
suportar o software Grafana e contém o sistema operativo Linux CentOS.
Projeto Piloto 48

Estás três máquinas têm obrigatoriamente que comunicar entre si, por isso foi
necessário proceder à configuração das firewall’s e criar regras de entrada e saída de
comunicações.
Nesta fase do projeto devia ter sido incluído um segundo servidor para não existir
quebras nas ligações e desta forma não afetar os testes dos utilizadores (situação que
aconteceu regularmente devido à falta de capacidade do servidor principal).
49 Limitações e Trabalho Futuro

4. Limitações e Trabalho Futuro


A tecnologia acelerou e escala a um ritmo alucinante, com a recolha e tratamento
de dados por parte das empresas. Muitos deles são dados sensíveis que são utilizados
(por vezes, de forma abusiva) destes recursos para conhecer os seus clientes,
identificar padrões de comportamento e preferências, alimentando os seus motores de
produção e vendas (como o envio não desejado de publicidade ou propostas, ou a
captura de dados pessoais, de forma não consentida de modo explícito pelo próprio).
Porém, a segurança e o controlo dos dados pessoais são direitos fundamentais que têm
de ser preservados (Cordeiro & Gouveia, 2018).
Todo o sistema que foi desenvolvido para a monitorização da insuficiência cardíaca
não teve em conta a nova lei de proteção de dados. É necessário num trabalho futuro
alojar as aplicações em servidores que estejam de acordo com a RGPD. A encriptação
dos dados deve ser feita em conformidade com o novo regulamento e ainda deverá ser
revista a forma como são guardados os acessos aos dados do paciente.
Uma outra limitação neste sistema vai de encontro à infraestrutura em que as
aplicações estão alojadas. Tal como indicado no ponto 4 desta tese, as aplicações estão
alojadas em computadores pessoais, em plataformas de virtualizações sem recursos
sustentáveis para o pleno funcionamento. A infraestrutura é um dos pontos mais
importantes da construção das aplicações pois agrupa e organiza o conjunto de
elementos tecnológicos que integra um projeto, suporta ou sustenta as operações de
uma organização. A infraestrutura define o êxito de uma empresa na medida em que
sua robustez, qualidade e sustentabilidade são traduzidas em um aumento do
investimento em TI. Por esse motivo, é crucial conhecer todos os seus componentes
ou elementos, tanto no que se refere ao software como ao hardware. Uma
infraestrutura sólida permite que um software opere de maneira eficiente e eficaz
durante o tempo previsto, com elevados níveis de serviços e benefícios (Cordeiro &
Gouveia, 2018).
O software é o mais novo ativo das organizações, cujo valor é obtido pela
importância de seu uso, eficiência, processamento de dados e capacidade de facilitar
operações. Nesse sentido, é mais do que importante e relevante a operação sobre
infraestruturas estáveis que garantam um trabalho eficiente do software (Funiber, s.d.).
Para este caso o ideal seria alojar todas as aplicações em servidores que estivessem
de acordo com o RGPD, servidores esses com capacidade e recursos para sustentar as
aplicações e de alta disponibilidade para nunca existir quebra dos serviços.
Por fim, outra limitação é a construção do sistema telefónico. Todo a construção do
sistema telefónico foi através da versão gratuita do software IVM Answering
Limitações e Trabalho Futuro 50

Attendant, o que faz com que o número de interações seja limitado e as


funcionalidades sejam reduzidas face à versão profissional, merece destaque o facto de
apenas suportar apenas um telefonema em simultâneo.
Todas estas limitações têm solução, podem ser tratadas e devem ser interpretadas
como trabalho futuro para que a aplicação funcione na perfeição e para que não exista
constrangimentos para os utilizadores e para os pacientes.
Também como trabalho futuro, deve ser desenvolvido uma aplicação móvel para
smartphone. Os mockups desta futura aplicação foram desenhados nesta tese e
encontram-se no Anexo C e D. Nestes anexos pode-se encontrar os vários layout’s que
os médicos e pacientes podem encontrar na aplicação.
O desenho da aplicação será importante pois o benefício de tecnologia de
informação aplicado à saúde é bem conhecido (Geissbuhler & Kulikowski, 2008). De
acordo com Tarouco (2013), os dispositivos e as aplicações móveis trouxeram consigo
novas dinâmicas de comunicação que prometem facilitar e intensificar as relações dos
utilizadores na sua vida quotidiana que foi, indubitavelmente, modificada e afetada
pela introdução desta tecnologia. Segundo os autores, há uma clara mudança na
utilização de dispositivos móveis em detrimento dos computadores pois acredita-se
que muitas das suas funções core podem ser substituídas por estes dispositivos
(Rakestraw et al., 2012). Desta forma, fará todo o sentido avançar com o
desenvolvimento de uma aplicação móvel de acordo com os mockups desenvolvidos
nesta tese.
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Anexos 56

6. Anexos

Anexo A
import sqlite3
import time
import datetime
import random
import pymysql

#Faz a ligação com a base de dados


conn = pymysql.connect(host='localhost', port=3306, user='btec', passwd='btec12c', db='app')
c = conn.cursor()

#Cria a tablela na base de dados


def creat_table():
conn = pymysql.connect(host='localhost', port=3306, user='btec', passwd='btec12c', db='app')
c = conn.cursor()
c.execute('CREATE TABLE IF NOT EXISTS Dados (ID text, pressao1 INT, pressao2 INT,
batimentos INT, data TEXT, hora TEXT, time_sec INT)')
conn.commit()
conn.close()

#Preenche a tabela na base de dados


def fill_table(var1,var2,var3,var4,vvar51,var52, tempoactual):
var1=str(var1)
yes=1
conn = pymysql.connect(host='localhost', port=3306, user='btec', passwd='btec12c', db='app')
c = conn.cursor()
c.execute('SELECT * FROM Dados')
for row in c.fetchall():
#VERIFICA SE O ID JÁ EXISTE
#var1=int(var1)
if var1 == row[0] and var51 == row[4] and var52 == row[5]:
yes=0
if row[6]==None:
(h, m) = row[5].split(':')
(a,ms,d)=row[4].split('-')
tempoactual = datetime.datetime(int (a), int (ms),int (d), int (h),int (m))
tempoactual=time.mktime(tempoactual.timetuple())
c.execute("UPDATE Dados SET time_sec=%s WHERE ID=%s and data=%s and hora=%s;",
(tempoactual,row[0],row[4],row[5]))
57 Bibliografia

if yes==1:
c.execute("INSERT INTO Dados (ID,pressao1,pressao2,batimentos,data,hora,time_sec)
VALUES (%s, %s, %s, %s,%s,%s,%s);",
(var1, var2, var3, var4, var51, var52,tempoactual))
conn.commit()
c.close()
conn.close()

creat_table()
servers=open("C:\\Users\\Administrator\\Desktop\\Tese_work\\TEse\\inf.txt", "r")
j=0
for line in servers:
j=j+1
l=j

with open("C:\\Users\\Administrator\\Desktop\\Tese_work\\TEse\\inf.txt", "r") as arquivo:


    lines = arquivo.read().split()
    cols = lines.pop(0).split(',')
    c = cols # colunas
c = len(c)

servers.close()
servers=open("C:\\Users\\Administrator\\Desktop\\Tese_work\\TEse\\inf.txt", "r")
matrix_1=[["" for x in range(c)] for y in range(l)]
j=0
t=1
for line in servers:
if line.endswith('\n'):
a=line[:-1]
matrix_1[j][0],matrix_1[j][1],matrix_1[j][2],matrix_1[j][3],matrix_1[j][4]=a.split(",")
else:
a=line
matrix_1[j][0],matrix_1[j][1],matrix_1[j][2],matrix_1[j][3],matrix_1[j][4]=line.split(",")
j=j+1
print(matrix_1)
y=0
for li in range (l):
if y<l:
var1=matrix_1[y][0]
var2=matrix_1[y][1]
var3=matrix_1[y][2]
var4=matrix_1[y][3]
var5=matrix_1[y][4].split(" ")
var51=var5[0]
var52=var5[1]
(h, m, s) = var52.split(':')
(a,ms,d)=var51.split('.')
tempoactual = datetime.datetime(int (a), int (ms),int (d), int (h),int (m),int (s))
tempoactual=time.mktime(tempoactual.timetuple())
print(tempoactual)
Anexos 58

#create_sitetb(site)
fill_table(var1,var2,var3,var4,var51,var52,tempoactual)
y=y+1
servers.close()
#fill_table()
59 Bibliografia
Anexos 60

Anexo C
Anexo

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