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III Encontro Internacional de Agroecologia

“Redes para a Transição Agroecológica no Brasil


e América Latina”
31 de julho a 03 de agosto de 2013
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1 O estado da arte da feira agroecológica de Mossoró
2 Joaquim Pinheiro de Araujo1; Zildenice Matias Guedes Maia2; Marcírio de Lemos3; Paulo
3 Sidney Gomes Silva4; Marialdo Santana da Cunha5
4 Dr. em Ciências Sociais, Professor Adjunto da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA) –
5 joaquim_rn@ufersa. edu.br
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6 Mestranda em Ambiente, Tecnologia e Sociedade, UFERSA
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7 Mestre em Ciência do Solo, Centro de Apoio ao Desenvolvimento da Agricultura Familiar - Terra Viva.

8 Mestre em Gestão e Desenvolvimento de Cooperativas, IFRN – Ipanguaçu
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5 Engenheiro Agrônomo e Especialista em Meio Ambiente e Políticas Públicas - UFRN
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12Resumo
13A construção de feiras agroecológicas tem se constituído como um instrumento de reflexão do
14processo em curso de fortalecimento da agricultura de base ecológica desenvolvida por
15agricultores/as experimentadores/as e apoiado por entidades de assessoria que buscam
16contribuir para que essas ações ganhem maior visibilidade na sociedade. São importantes
17novidades, tanto pelas suas formas organizativas em que todo o complexo processo de
18produção e comercialização é ressignificado como também por ser um movimento de
19produção e consumo desconectados das redes global dos impérios alimentares. É nesse
20contexto que em 2007 surge à experiência de Mossoró dentro da dinâmica de fortalecimento
21do movimento agroecológico no estado. Foi formada por vinte famílias que participaram de
22cursos formativos e posteriormente constituíram uma associação. Destarte, a presente
23pesquisa teve o objetivo de analisar os impactos dessa feira para seus protagonistas
24(agricultores feirantes e consumidores) e os impasses que a impedem de adquirir maior
25alcance. A metodologia utilizada foi o método qualitativo com os seguintes procedimentos:
26identificação dos informantes; visitas aos locais produtivos, conversas e entrevistas
27semiestruturadas junto a produtores/feirantes, consumidores, assessoria e o poder público.
28Foram realizados ainda oficinas com o público envolvido, além de constantes visitas à feira de
29Mossoró e de outras existentes no estado, possibilitando comparações. Foi percebido uma
30série de dificuldades, em termos de diversificação e constância na produção, fruto da
31insuficiência de infraestrutura, principalmente acesso à água, fazendo com que a maioria dos
32produtos (frutas e verduras) acabem nos primeiros momentos da feira, sobrando os
33beneficiados como o mel e a castanha. Porém, notou-se também que esses obstáculos são
34vistos pelos agricultores feirantes como desafios, pois acreditam que podem superá-los, já que
35afirmam que essa experiência está se consolidando como fonte de geração de renda, consumo
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36de alimentos saudáveis e uma nova consciência de produção e consumo, calcada na


37sustentabilidade. Concluiu-se na pesquisa que a feira agroecológica de Mossoró encontra-se
38em um estágio paradoxal: por um lado, tornou-se uma referência de agroecologia e
39comercialização direta e solidária, mas, por outro, mostra-se com muitas fragilidades na
40produção e logísticas que colocam em risco seu futuro.
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