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Belém-PA
2020
4
https://doi.org/10.46898/rfb.9786599152450.
P428
ISBN: 978-65-991524-5-0.
DOI: 10.46898/rfb.9786599152450.
CDD 610.7
Conselho Editorial:
Prof. Dr. Ednilson Sergio Ramalho de Souza - UFOPA (Editor-Chefe).
Prof.ª Drª. Roberta Modesto Braga - UFPA.
Prof. Me. Laecio Nobre de Macedo - UFMA.
Prof. Dr. Rodolfo Maduro Almeida - UFOPA.
Prof.ª Drª. Ana Angelica Mathias Macedo - IFMA.
Prof. Me. Francisco Robson Alves da Silva - IFPA.
Prof.ª Drª. Elizabeth Gomes Souza - UFPA.
Prof.ª Me. Neuma Teixeira dos Santos - UFRA.
Prof.ª Me. Antônia Edna Silva dos Santos - UEPA.
Prof. Dr. Carlos Erick Brito de Sousa - UFMA.
Prof. Dr. Orlando José de Almeida Filho - UFSJ.
Prof.ª Drª. Isabella Macário Ferro Cavalcanti - UFPE.
Arte da capa:
Pryscila Rosy Borges de Souza.
Diagramação:
Laiane Borges de Souza.
Revisão de texto:
Os autores.
AGRADECIMENTOS
Dedico este trabalho em primeiro lugar a Deus, que meu deu saúde e forças para
superar todos os momentos difíceis, a que, eu me deparei ao longo da minha gradua-
ção, ao meu pai José Romão de Miranda Filho, a minha mãe Arlusa dos Anjos Andrade
Miranda, e as minhas irmãs Andreza Andrade Miranda e Vitoria Judite Andrade Mi-
randa, por serem essenciais na minha vida. Aos meus amigos que sempre me incenti-
varam a ser uma pessoa melhor e a não desistir dos meus sonhos.
A minha orientadora Enf. Jamille da Costa Salvador, que apesar da intensa rotina
de sua vida acadêmica aceitou me orientar nesta monografia. As suas valiosas indica-
ções fizeram toda a diferença, te amo, muito obrigado por tudo.
A Comissão de Formatura Juliana Nava de Souza, Sheila Silva dos Santos, Elen
Sind, Thaís Santos de Sousa e Eu, superamos todos os obstáculos, incompreensões e
omissões, minimizamos os erros e inconsistências, conciliamos as diferenças e edifi-
camos o desejo de celebrar esses valiosos 5 (cinco) anos. Fomos os amigos que pedem
ajuda e ajudam, os supervisores que exigem e cobram e até mesmo os pais que acon-
selham e mostram aos nossos companheiros o melhor caminho a seguir. Planejamos,
executamos, erramos e principalmente aprendemos que na vida tudo e difícil, mas a
cooperação e força de vontade para atingir um objetivo torna nossa caminhada mais
fácil. Deixamos de ser apenas 5 (cinco) nomes na lista para sermos os protagonistas e
diretores de um espetáculo incrível, foi uma honra está com vocês até o fim.
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AB Atenção Básica
AP Atenção Primaria
CS Centros de Saúde
ECA Estatuto da Criança e do Adolescente
ENF Enfermeiro (a)
ESF Estratégia Saúde da Família
ISPCAN International Society for Prevention of Child Abuse and Neglect
IST Infecção Sexualmente Transmissível
OIT Organização Internacional do Trabalho
ONU Organização das Nações Unidas
PSF Programa Saúde da Família
SUS Sistema Único de Saúde
TCLE Termo de consentimento livre e esclarecido
UBS Umidade Básica de Saúde
UNICEF Fundo das Nações Unidas para a Infância
VIVA Sistema de Vigilância de Acidentes e Violências
VS Violência Sexual
WHO World Health Organization
10
Sumário
APRESENTAÇÃO............................................................................................................. 11
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 13
1.1 DADOS EPIDEMIOLÓGICOS................................................................................. 16
1.2 FUNDAÇÃO PARÁ PAZ........................................................................................... 17
1.3 PARÁ PAZ INTEGRADO EM TUCURUÍ.............................................................. 18
1.4 O PAPEL DA ENFERMAGEM.................................................................................. 18
CAPÍTULO 2
JUSTIFICATIVA................................................................................................................ 21
CAPÍTULO 3
OBJETIVO........................................................................................................................... 23
3.1 OBJETIVO GERAL...................................................................................................... 24
3.2 OBJETIVO ESPECÍFICO............................................................................................ 24
CAPÍTULO 4
MATERIAIS E MÉTODOS.............................................................................................. 25
4.1 LOCAL DO ESTUDO................................................................................................. 26
4.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA..................................................................................... 27
4.3 COLETA DE DADOS................................................................................................. 28
4.4 ANÁLISE DE DADOS................................................................................................ 29
4.5 ASPECTOS ÉTICOS................................................................................................... 29
4.6 RISCOS E BENEFÍCIOS DA PESQUISA............................................................... 30
CAPÍTULO 5
RESULTADOS E DISCURSÕES.................................................................................... 31
5.1 DADOS EPIDEMIOLÓGICOS DO PARA PAZ (2018)....................................... 35
5.2 A IMPORTÂNCIA DO TREINAMENTO DESTES PROFISSIONAIS ........... 38
5.3 DANOS OCASIONADOS PELO ABUSO SEXUAL............................................ 39
5.4 FLUXO DE ATENDIMENTO NA ATENÇÃO BÁSICA...................................... 40
5.5 A IMPORTANCIA DA ANAMNESE...................................................................... 41
CAPÍTULO 6
CONSIDERACÕES FINAIS............................................................................................ 43
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................. 46
APÊNDICES........................................................................................................................ 51
SOBRE O AUTOR............................................................................................................. 56
ÍNDICE REMISSIVO........................................................................................................ 57
A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA 11
APRESENTAÇÃO
Caro Leitor,
Para você compreender de forma detalhada, saber o que ocorre nesta pesquisa e
quais as percepções da equipe de enfermagem frente a esse atendimento, lhe convido
a ler esse livro.
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CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
14 TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA
Capítulo 1
INTRODUÇÃO
A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
16 TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA
Vinculado à Casa Civil, o Pará Paz surgiu em 2004 como programa de governo.
Foi estabelecido por meio do Decreto número 1.046, de 04 de junho de 2004 tendo
como base a difusão da Cultura de Paz, naquele ano o Governo do Pará buscou alinhar
e integrar as políticas para a infância e juventude, objetivando maior efetividade e oti-
mização dos recursos públicos. Sua criação pressupunha a articulação entre o progra-
ma e entes governamentais e não governamentais com a finalidade de fortalecer ações
de políticas públicas para o setor na região (FUNDAÇÃO PROPAZ, 2011).
Capítulo 1
INTRODUÇÃO
A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
18 TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA
O Pará Paz integrado garante os direitos básicos relacionados à saúde física, emo-
cional, mental e reprodutiva, além de prevenir infecções sexualmente transmissíveis
(ISTs), AIDS e gravidez decorrente de estupro, por meio de medidas profiláticas, nos
casos detectados até 72 horas. O projeto também interrompe a gravidez decorrente de
violência sexual, conforme a legislação. O núcleo localizado em Tucuruí vem amplian-
do a rede de atendimento a mulheres, crianças e adolescentes vítimas de violência,
incentivando a denúncia e garantindo a diminuição dos índices de criminalidade na
Região de Integração do Lago. Atualmente, o Pará Paz Integrado conta com dois nú-
cleos de atendimentos em Belém, sendo uma na Santa Casa de Misericórdia do Pará e
outro no Centro de Perícias Científicas Renato Chaves (FERREIRA, 2018).
Ainda de acordo com o autor supracitado, desde 2012 o serviço começou a passar
por um processo de descentralização, com a implantação de núcleos em Santarém, para
atender a Região do Baixo Amazonas, Bragança, atendendo toda a Zona Bragantina, e
em Paragominas, que atende os moradores das cidades que ficam na Região Guajarina,
além do acompanhamento médico, psicossocial, defesa social e pericial. Desde que foi
inaugurado, em 2004, até abril deste ano, o Pará Paz Integrado já fez 17.032 atendimen-
tos, com uma média de seis casos novos atendidos por dia, em cada unidade do proje-
to, funciona por meio de uma rede de enfrentamento, em parceria com vários órgãos
governamentais e não governamentais, de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h.
ações que envolvam todos os tipos de pacientes, além de capacitações para a equipe de
enfermagem proporcionando conforto a vítima (JUSTINO et al., 2011).
Capítulo 1
INTRODUÇÃO
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CAPÍTULO 2
JUSTIFICATIVA
A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
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OBJETIVO
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AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
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MATERIAIS E MÉTODOS
A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
26 TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA
P ara a realização deste estudo, optou-se pela pesquisa exploratória com abor-
dagem quanti-qualitativa, que segundo Prodanov e Freitas (2013), refere que
a pesquisa exploratória possui o objetivo de proporcionar mais informações so-
bre um determinado assunto investigado, facilitando a delimitação do tema a
ser pesquisado, para Gil (2007) na maioria das vezes a pesquisa exploratória assume
um caráter de estudo de caso ou pesquisa bibliográfica, já que geralmente envolve um
levantamento de dados bibliográficos, entrevistas com pessoas que tiveram experiên-
cia com o determinado problema pesquisado e análise de exemplos que estimulem a
compreensão.
A região do munícipio de Tucuruí era habitada por povos indígenas das tribos
dos Assurinís, Parakanãs e Gaviões. Até a emancipação do município, quando a popu-
lação era composta por brancos, negro e índios, o povo e a cultura quase não sofreram
influências nos seus costumes, comportamentos, hábitos e crenças. Entretanto, com o
passar dos anos e acontecimentos que ocorreram no município, entre estes a criação da
estrada de Ferro, a Construção da Rodovia Transamazônica e a construção da Hidre-
létrica, foi verificado que a cultura local recebeu considerável influência da cultura de
outros estados, já que a migração ocorrida com estes acontecimentos ocasionou a troca
de experiências, hábitos e costumes. (CARDOSO, 2016).
Tucuruí está situado à margem do rio Tocantins, possui área territorial de 2.086,189
km² e uma população de 97.128 habitantes e possui 37 estabelecimentos de saúde do
SUS (BRASIL, 2016).
Não ter atuado na rede de atenção básica do município de Tucuruí por pelo me-
nos sete meses;
Capítulo 4
MATERIAIS E MÉTODOS
A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
28 TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA
De acordo com Triviños (1987, p. 146), esse tipo de entrevista possibilita que o
informante discorra sobre suas experiências, a partir do foco principal proposto pelo
pesquisador, permitindo maior flexibilidade, profundidade e reflexão das pessoas en-
trevistadas. Para Manzini (2003) alguns cuidados devem ser tomados pelos pesqui-
sadores quanto à formulação das questões para o entrevistado, que são: 1) cuidados
quanto à linguagem; 2) cuidados quanto à forma das perguntas; e 3) cuidados quanto
à sequência das perguntas nos roteiros. Dessa forma, a coleta de dados ocorreu em três
etapas:
11, Jardim Marilucy. Portanto, este material ficará na faculdade pelo período mínimo
de cinco anos, após esse período, esse material será incinerado.
Para a análise dos dados, foi utilizada a técnica de análise de conteúdo, que,
segundo Bardin (1977), visa obter indicadores quantitativos ou qualitativos que se di-
ferenciam no que se refere à frequência com que certas características de conteúdo sur-
gem, e à presença ou ausência de determinada característica de conteúdo ou conjunto
de características. Esse método infere conhecimentos relativos às condições de produ-
ção das mensagens, e caracteriza-se pela utilização exaustiva e intensa da descrição
analítica do conteúdo das mensagens e consequente interpretação.
1ª etapa: Nesta etapa foi realizada uma análise de dados obtidos pelo Pará Paz,
e a transcrição das respostas obtidas através do questionário.
2ª etapa: Foi realizada a exploração do material verificando tudo aquilo que está
implícito e explicito dentro das respostas dos participantes.
3ª etapa: Foi realizado o agrupamento das respostas, para interpretação dos da-
dos, analise e descrição dos resultados obtidos, também foi feita uma articulação com
os objetivos do estudo.
Capítulo 4
MATERIAIS E MÉTODOS
A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
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RESULTADOS E DISCURSÕES
A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
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Foram usados codificadores como por ex: (ENF 1; ENF 2; ENF 3), para minimizar
os riscos de quebra de anonimato dos participantes da pesquisa. Dos 08 enfermeiros
entrevistados 78% (n=6) eram do sexo feminino e estão na faixa etária de 29 a 58 anos,
e 22% (n=2) eram do sexo masculino e estão na faixa etária de 28 a 41 anos.
Em vista dos argumentos apresentados, na tabela abaixo (tabela 02), será destrin-
chado a caracterização dos profissionais supracitados segundo vínculo empregatício,
instituição de formação e tempo de formação.
Capítulo 5
RESULTADOS E DISCURSÕES
A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
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O tempo de atuação profissional nas unidades básicas variou entre 2 anos a mais
de 10 anos. Quanto à especialização, 87% (n=7) têm especialização e 13% (n=1) não
tem especialização, sendo que 37% (n=3) são especializadas em Urgência e Emergên-
cia, 12% (n=1) em Saúde da Família, 12% (n=1) em Psiquiatria e Saúde Mental, 13%
(n=1) em Enfermagem do Trabalho, 13% (n=1) em Nefrologia, 13 % (n=1) em UTI.
Gráfico 1 - Especialização dos Enfermeiros Entrevistados.
Cabe ressaltar que os profissionais que cuidam da criança neste momento tão pe-
culiar devem estar preparados também psicologicamente e emocionalmente (TACSI;
VENDRUSCOLO, 2004).
De acordo com os dados quantitativos do ano de 2018 fornecidos pelo Pará Paz
do mês de janeiro a dezembro, foram atendidas, 101 crianças/adolescentes vítimas de
abuso sexual no município de Tucuruí - Pa. Mediante isto, em janeiro 4% (n=5), feve-
reiro 5% (n=6), março 8% (n=9), abril 4% (n=4), maio 5% (n=6), junho 5% (n=7), julho
10% (n=11), agosto 23% (n=26), setembro 7% (n=8), outubro 12% (n=13), novembro
11% (n=12) e dezembro 5% (n=6). Gráfico 04 - Vítimas de abuso sexual no ano de 2018.
Capítulo 5
RESULTADOS E DISCURSÕES
A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
36 TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA
No mês de agosto esse índice chegou a 23% (n=26) e no mês de novembro a 11%
(n=12), ocasionando assim, um pique elevado no quantitativo destes meses.
Ferrari (2002) relata que no Brasil, os números oficiais acerca do abuso sexual
contra crianças e adolescentes não são mais confiáveis que o de outros países, já que
até então o abuso sexual não era percebido como problema de saúde pública. A discus-
são ganha notoriedade quando o estigma sobre tal temática é feito, com raras exceções,
nos ambientes acadêmicos, havendo insuficientes incentivos a pesquisas qualitativas e
estudos qualitativos neste campo.
Capítulo 5
RESULTADOS E DISCURSÕES
A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
38 TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA
O sexo feminino e o que mais sofre com esse tipo de violência (abuso), no decor-
rente ano (2018), 85% (n=86) dessas vítimas eram do sexo feminino e 15 % (n=15) do
sexo masculino (Gráfico 5). Devido a uma serie de lacunas nos anos anteriores (2015,
2016 e 2017), foi decidido pelo autor optar pelos dados concretos, devido a isso, o ano
de 2018 foi o único que estava apto a ser utilizado, pois, constava com todos os 12 me-
ses do ano, perfil das vítimas, raça e sexo.
Capítulo 5
RESULTADOS E DISCURSÕES
A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
40 TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA
Ainda de acordo com o autor supracitado por meio da notificação, cria-se o elo
entre a área da saúde e o sistema legal, delineando-se a formação da rede multiprofis-
sional e interinstitucional da atuação fundamental nesses casos, permitindo também o
dimensionamento epidemiológico da violência. Dessa forma, o profissional de saúde
deve priorizar a assistência à criança/adolescente e a sua família e encaminhar para a
intervenção intersetorial: órgãos de proteção, responsabilização e atendimento.
Dessa forma, deve haver uma integração entre os profissionais de saúde, con-
selho tutelar, Unidades Básicas de Saúde, Estratégias Saúde da Família, Pará Paz e
demais órgãos. A fim de oferecer um fluxo de atendimento adequando para essas ví-
timas à integração entre os órgãos vigentes são de extrema importância, mas segundo
os relatos:
“Não. Através das palestras há um comprometimento do conselho tutelar, mas no
dia a dia, não há a presença deste profissional nas unidades de saúde”. (ENF 01)
“Não. Nunca presenciei essa integração entre os órgãos citados”. (ENF 03)
“Acredito que e bem deficiente essa integração, o que dificulta o andamento e a
prevenção dos casos de abuso sexual”. (ENF 02)
Vasconcelos et al. (2012) aponta que é notório que a maioria dos profissionais da
ESF, que realizam assistência à comunidade, prioriza o atendimento à criança doente.
Neste sentido, a puericultura contribui para estratégias de promoção da saúde na sala
Capítulo 5
RESULTADOS E DISCURSÕES
A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
42 TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA
CONSIDERACÕES FINAIS
A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
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Através dos dados quantitativos do Pará Paz, observa-se, que o índice de abuso
sexual no município é grande, somete no ano de 2018, 101 crianças e adolescentes fo-
ram vítimas de abuso sexual, neste contexto, o sexo feminino é o que mais sofre esse
tipo de violência. Além disso, os dados apresentados dos seguintes anos: 2015, 2016
e 2017, estavam com uma serie de lacunas, vários anos/meses estavam sem dados,
notificações, ou seja, chegava vários casos na unidade, mas a equipe não estava noti-
ficando.
Capítulo 6
CONSIDERACÕES FINAIS
A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
46 TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA
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de. 2017; 3(2):27-33.
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BARDIN, L. (2006). Análise de conteúdo (L. de A. Rego & A. Pinheiro, Trads.). Lis-
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A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
48 TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA
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A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
50 TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA
APÊNDICES
APÊNDICE A – ROTEIRO DE ENTREVISTA
ROTEIRO DE ENTREVISTA DO PROFISSIONAL DA SAÚDE
Lotação:_________________________________________Idade:_______ Sexo: M ( ) F ( )
Vínculo empregatício: _________________________________________________________
Instituição de Formação: _______________________________________________________
Tempo de formação: ___________________________________________________________
Possui Pós-Graduação?____________ Em qual Área:_________________________________
____________________________________________________________________________
Tempo de serviço na UBS:______________________________________________________
Sim ( ) Não ( )
Sim ( ) Não ( )
Sim ( ) Não ( )
______________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
_____
______________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
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AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA 53
Você está sendo convidado (a) como voluntário (a) a participar da pesquisa: A
percepção dos enfermeiros atuantes na atenção básica quanto ao enfrentamento do
abuso sexual contra crianças e adolescentes no município de Tucuruí – PA.
Você será esclarecido(a) sobre a pesquisa em qualquer aspecto que desejar. Você
é livre para recusar-se a participar, retirar seu consentimento ou interromper a par-
ticipação a qualquer momento. A sua participação é voluntária (sem compensação
financeira) e a recusa em participar não irá acarretar qualquer penalidade ou perda
de benefícios. O pesquisador irá tratar a sua identidade com padrões profissionais de
sigilo. Serão enviados para você e permanecerão confidenciais. Seu nome ou o material
que indique a sua participação não será liberado sem a sua permissão. Você não será
identificado(a) em nenhuma publicação que possa resultar deste estudo.
Eu,________________________________________________________fui informa-
da (o) dos objetivos da pesquisa acima de maneira clara e detalhada e esclareci minhas
dúvidas. Sei que em qualquer momento poderei solicitar novas informações e motivar
minha decisão se assim o desejar. A professora orientadora Jamille da Costa Salvador
certifica-se de que todos os dados desta pesquisa serão confidenciais.
Também sei que caso existam gastos adicionais, estes serão absorvidos pelo
orçamento da pesquisa. Em caso de dúvidas poderei chamar a professora orientadora
Jamille da Costa Salvador no telefone (xx) xxxxx-xxxx ou o Comitê de Ética em Pesqui-
sa em seres humanos, situado no térreo do bloco 4 da Universidade do Estado do Pará,
campus VIII, Av. Hiléia s/n. Agrópolis do INCRA, Bairro Amapá – Marabá – Pará.
Telefone: (xx) xxxxx-xxxx.
Declaro que concordo em participar desse estudo. Recebi uma cópia deste ter-
mo de consentimento livre e esclarecido e me foi dada a oportunidade de ler e esclare-
cer as minhas dúvidas.
Data:___/___/___
Nome:_____________________________________________________________________
___________________________________________
Assinatura do Participante
Data:___/___/___
Nome:_____________________________________________________________________
_________________________________________
Data:___/___/___
Nome:_____________________________________________________________________
___________________________________________
Assinatura da Testemunha
A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
56 TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA
SOBRE O AUTOR
Sivaldo Oliveira da Silva Júnior
Possui Bacharelado em Enfermagem pela Faculda-
de de Teologia, Filosofia e Ciências Humanas - Gamaliel
(FATEFIG) no município de Tucuruí, Pará. Fundador e
Presidente da primeira Liga Acadêmica de Saúde Pú-
blica (LASP) da FATEFIG e a primeira do Município de
Tucuruí, Pará, que tem como objetivo estimular os estu-
dantes interessados no ensino, pesquisa, extensão e apli-
cações práticas e integradas do conhecimento em saúde
pública, de forma a proporcionar uma melhor formação
acadêmica/profissional a seus integrantes. Fez parte da
comissão organizadora de eventos de Enfermagem da
FATEFIG em 2019. Mentor de Iniciação Cientifica. Pre-
sidente do Grupo Phoenix, um grupo de pesquisa, sem
fins lucrativos e sem vínculo institucional, voltado para
publicações cientificas na área da saúde. Fundador do
Colabora(AB), primeiro programa de voluntariado aca-
dêmico da Secretaria Municipal de Saúde Pública (SMSP)
do Município de Tucuruí, Pará. Pós-graduando em Ges-
tão e Auditoria em Serviços da Saúde pela Faculdade de
Venda Nova do Imigrante (FAVENI). Atualmente atua
como Enfermeiro na área de Gestão da Atenção Básica
na parte de Planejamento Estratégico e Elaboração de
Projetos que visem o fortalecimento do Sistema Único de
Saúde - SUS nos níveis de Atenção Primária e Secundá-
ria à Saúde no município de Tucuruí, Pará. Engajado em
ações comunitárias e educativas.
A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA 57
ÍNDICE REMISSIVO
A
Abuso, 3, 10, 11, 39
Adolescentes, 3
Análise, 10, 29
Anos, 7, 14, 16, 26, 29, 32, 33, 34, 38, 44, 47, 54
Atendimento, 10, 40
Atuantes, 3, 11
B
Básica, 3, 10, 11, 40
C
Casos, 16, 18, 35, 36, 38, 40, 41, 44
Contra, 3, 11
Crianças, 3, 11
D
Dados, 4, 49
Dificuldades, 14, 16, 22, 24, 38, 39, 41, 42, 51, 53
E
Enfermeira, 32, 33
Enfrentamento, 3, 11
F
Família, 9, 17, 27, 32, 33, 34, 39, 40
M
Município, 3, 11
P
Pará, 5, 17, 18, 24, 27, 29, 32, 33, 35, 39, 40, 44, 47, 55, 56
A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
58 TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA
Percepção, 3, 11
Profissionais, 10, 38
S
Saúde, 7, 18, 19, 22, 24, 27, 32, 33, 35, 36, 38, 39, 40, 41, 45, 46, 47, 48, 49, 53, 56
T
Tucurui, 3, 11
V
Vida, 6, 7, 14, 15, 39, 41
Vítima, 11, 15, 18, 19, 27, 36, 38, 39, 41, 44, 49
Vítimas, 14, 15, 16, 18, 22, 24, 34, 35, 36, 38, 39, 40, 42, 44, 45, 46, 48, 49, 51, 53