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Sivaldo Oliveira da Silva Júnior

A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS


ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL
CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO
MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA
1ª Edição

Belém-PA

2020
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https://doi.org/10.46898/rfb.9786599152450.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP).

P428

A percepção dos enfermeiros atuantes na atenção básica quanto ao


enfrentamento do abuso sexual contra crianças e adolescentes no
município de Tucurui - PA [recurso digital] / Sivaldo Oliveira da
Silva Júnior. -- 1. ed. -- Belém: Rfb Editora, 2020.
1.700 kB; PDF: il.
Inclui Bibliografia.
Modo de acesso: www.rfbeditora.com.

ISBN: 978-65-991524-5-0.
DOI: 10.46898/rfb.9786599152450.

1. Enfermagem. Pesquisa. Estudo.


I. Título.

CDD 610.7

Elaborado por Rfb Editora.


5

Copyright © 2020 edição brasileira.


by Rfb Editora.
Copyright © 2020 texto.
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Prof. Dr. Rodolfo Maduro Almeida - UFOPA.
Prof.ª Drª. Ana Angelica Mathias Macedo - IFMA.
Prof. Me. Francisco Robson Alves da Silva - IFPA.
Prof.ª Drª. Elizabeth Gomes Souza - UFPA.
Prof.ª Me. Neuma Teixeira dos Santos - UFRA.
Prof.ª Me. Antônia Edna Silva dos Santos - UEPA.
Prof. Dr. Carlos Erick Brito de Sousa - UFMA.
Prof. Dr. Orlando José de Almeida Filho - UFSJ.
Prof.ª Drª. Isabella Macário Ferro Cavalcanti - UFPE.

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Pryscila Rosy Borges de Souza.

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Laiane Borges de Souza.

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A Deus, que nos criou e foi criativo nesta tarefa. Seu


fôlego de vida em mіm, mе fоі sustento е mе deu coragem
para questionar realidades е propor sempre um novo mun-
do de possibilidades.
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AGRADECIMENTOS
Dedico este trabalho em primeiro lugar a Deus, que meu deu saúde e forças para
superar todos os momentos difíceis, a que, eu me deparei ao longo da minha gradua-
ção, ao meu pai José Romão de Miranda Filho, a minha mãe Arlusa dos Anjos Andrade
Miranda, e as minhas irmãs Andreza Andrade Miranda e Vitoria Judite Andrade Mi-
randa, por serem essenciais na minha vida. Aos meus amigos que sempre me incenti-
varam a ser uma pessoa melhor e a não desistir dos meus sonhos.

Agradeço а todos os professores por mе proporcionar о conhecimento não ape-


nas racional, mas а manifestação do caráter е afetividade da educação no processo
de formação profissional, não somente por terem mе ensinado, mas por terem mе feito
aprender. А palavra mestre, nunca fará justiça аоs  professores  dedicados аоs quais
sem nominar terão os meus eternos agradecimentos.

A minha orientadora Enf. Jamille da Costa Salvador, que apesar da intensa rotina
de sua vida acadêmica aceitou me orientar nesta monografia. As suas valiosas indica-
ções fizeram toda a diferença, te amo, muito obrigado por tudo.

As minhas amigas do Curso de Bacharelado em Enfermagem Thaís Santos de


Sousa, Karem Sabrina da Silva Ribeiro Marcia Gabrielly da Silva Ribeiro, pelas trocas
de ideias e ajuda mútua. Juntos conseguimos avançar e ultrapassar todos os obstácu-
los.

A Comissão de Formatura Juliana Nava de Souza, Sheila Silva dos Santos, Elen
Sind, Thaís Santos de Sousa e Eu, superamos todos os obstáculos, incompreensões e
omissões, minimizamos os erros e inconsistências, conciliamos as diferenças e edifi-
camos o desejo de celebrar esses valiosos 5 (cinco) anos. Fomos os amigos que pedem
ajuda e ajudam, os supervisores que exigem e cobram e até mesmo os pais que acon-
selham e mostram aos nossos companheiros o melhor caminho a seguir. Planejamos,
executamos, erramos e principalmente aprendemos que na vida tudo e difícil, mas a
cooperação e força de vontade para atingir um objetivo torna nossa caminhada mais
fácil. Deixamos de ser apenas 5 (cinco) nomes na lista para sermos os protagonistas e
diretores de um espetáculo incrível, foi uma honra está com vocês até o fim.

Agradeço a todos os Diretores da Liga Acadêmica de Saúde Pública – LASP,


Mayara Tayná, Bruna Roberta, Jaqueline Almeida, Karem de Carvalho, Keury dos
Reis, Luciana Monteiro, Merivalda Vasconcelos, Rodrigo Dias, Thiago Carvalho. Tal-
vez não existam palavras suficientes e significativas que me permitam agradecer a
todos vocês. Vocês são muito importantes para mim, vocês acreditaram em um sonho,
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sonharam, e hoje somos os fundadores da primeira Liga Acadêmica (LA) do municí-


pio de Tucuruí - PA. Muito obrigado!
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AB Atenção Básica
AP Atenção Primaria
CS Centros de Saúde
ECA Estatuto da Criança e do Adolescente
ENF Enfermeiro (a)
ESF Estratégia Saúde da Família
ISPCAN International Society for Prevention of Child Abuse and Neglect
IST Infecção Sexualmente Transmissível
OIT Organização Internacional do Trabalho
ONU Organização das Nações Unidas
PSF Programa Saúde da Família
SUS Sistema Único de Saúde
TCLE Termo de consentimento livre e esclarecido
UBS Umidade Básica de Saúde
UNICEF Fundo das Nações Unidas para a Infância
VIVA Sistema de Vigilância de Acidentes e Violências
VS Violência Sexual
WHO World Health Organization
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Sumário
APRESENTAÇÃO............................................................................................................. 11
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 13
1.1 DADOS EPIDEMIOLÓGICOS................................................................................. 16
1.2 FUNDAÇÃO PARÁ PAZ........................................................................................... 17
1.3 PARÁ PAZ INTEGRADO EM TUCURUÍ.............................................................. 18
1.4 O PAPEL DA ENFERMAGEM.................................................................................. 18
CAPÍTULO 2
JUSTIFICATIVA................................................................................................................ 21
CAPÍTULO 3
OBJETIVO........................................................................................................................... 23
3.1 OBJETIVO GERAL...................................................................................................... 24
3.2 OBJETIVO ESPECÍFICO............................................................................................ 24
CAPÍTULO 4
MATERIAIS E MÉTODOS.............................................................................................. 25
4.1 LOCAL DO ESTUDO................................................................................................. 26
4.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA..................................................................................... 27
4.3 COLETA DE DADOS................................................................................................. 28
4.4 ANÁLISE DE DADOS................................................................................................ 29
4.5 ASPECTOS ÉTICOS................................................................................................... 29
4.6 RISCOS E BENEFÍCIOS DA PESQUISA............................................................... 30
CAPÍTULO 5
RESULTADOS E DISCURSÕES.................................................................................... 31
5.1 DADOS EPIDEMIOLÓGICOS DO PARA PAZ (2018)....................................... 35
5.2 A IMPORTÂNCIA DO TREINAMENTO DESTES PROFISSIONAIS ........... 38
5.3 DANOS OCASIONADOS PELO ABUSO SEXUAL............................................ 39
5.4 FLUXO DE ATENDIMENTO NA ATENÇÃO BÁSICA...................................... 40
5.5 A IMPORTANCIA DA ANAMNESE...................................................................... 41
CAPÍTULO 6
CONSIDERACÕES FINAIS............................................................................................ 43
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................. 46
APÊNDICES........................................................................................................................ 51
SOBRE O AUTOR............................................................................................................. 56
ÍNDICE REMISSIVO........................................................................................................ 57
A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA 11

APRESENTAÇÃO
Caro Leitor,

O presente livro é resultado de um trabalho de conclusão do curso de Bachare-


lado em Enfermagem com reflexões sobre a percepção dos Enfermeiros atuantes na
Atenção Básica quanto ao enfrentamento do abuso sexual contra crianças e adolescen-
tes no município de Tucuruí-PA.

O estudo é exploratória com abordagem quanti-qualitativa (PRODANOV; FREI-


TAS, 2013). A amostra da pesquisa é composta por 08 profissionais, Enfermeiros, que
trabalham nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do Município de Tucuruí - PA, sele-
cionados nos turnos da manhã e tarde, seguindo os critérios de inclusão: ter cuidado
de criança vítima de violência sexual e aceitar participar do estudo.

Como instrumento de pesquisa utilizou-se a entrevista semiestruturada (SILVA,


2001). De acordo com Triviños (1987, p. 146), esse tipo de entrevista possibilita que o
informante discorra sobre suas experiências, a partir do foco principal proposto pelo
pesquisador, permitindo maior flexibilidade, profundidade e reflexão das pessoas en-
trevistadas.

Para você compreender de forma detalhada, saber o que ocorre nesta pesquisa e
quais as percepções da equipe de enfermagem frente a esse atendimento, lhe convido
a ler esse livro.
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CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO
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A violência acompanha a história da humanidade, atingindo todas as classes


e segmentos sociais. Ela também acarreta a diminuição da qualidade de
vida individual e da coletividade, constituindo, na sociedade contemporânea, um gra-
ve problema de Saúde Pública em nível global (MINAYO, 2009).

Entre os diferentes tipos de violência, o abuso sexual é uma preocupação cons-


tante. Estima-se que no mundo todo, anualmente, cerca de 40 milhões de crianças e
adolescentes sofram abuso sexual. No entanto, essa estimativa pode estar subdimen-
sionada devido às circunstâncias em que esses eventos ocorrem, à frequente depen-
dência das vítimas em relação a seu agressor, além do medo e do constrangimento
relacionados a dificuldades para denunciar esse tipo de violência (MARTINS; JORGE,
2011).

A violência sexual contra crianças e adolescentes é definida pela World Health


Organization (WHO) e pela International Society for Prevention of Child Abuse and
Neglect (ISPCAN) como o envolvimento de uma criança ou adolescente em atividade
sexual não compreendida totalmente, sendo esses incapazes de dar consentimento, ou
para a qual não estão preparados devido a seu estágio desenvolvimento. Acrescenta-
-se o fato de que a violência sexual viola leis ou tabus da sociedade (WHO; ISPCAN,
2006).

No Brasil, a definição adotada pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2002) é se-


melhante e há maior detalhamento das práticas consideradas violência sexual. Ela é
compreendida, então, como todo e qualquer ato ou jogo sexual, seja ele em relação
heterossexual seja em relação homossexual, no qual os perpetradores estão em estágio
de desenvolvimento psicossexual mais adiantado do que a criança ou o adolescente.
Por finalidade, define-se como prática que visa estimular sexualmente as vítimas ou
utilizá-las para obtenção de satisfação sexual (dos perpetradores).

Os direitos da criança e do adolescente, são assegurados pelo ECA. Criada em


1990, a lei representa um avanço na promoção e na defesa dos direitos das crianças e
jovens no Brasil. Desde que foi sancionado, o texto passou por alterações para se tornar
mais eficiente. No dia 08/05/2017, o presidente da República, Michel Temer, sancio-
nou duas leis que alteram a redação do ECA, para regulamentar e tornar mais rígidas
a investigação e a punição de crimes contra a dignidade sexual da criança e do adoles-
cente. A Lei nº 13.440 estipula perda obrigatória de bens e valores para aqueles envol-
vidos em crimes de exploração sexual e prostituição. A pena também inclui reclusão
de quatro a dez anos e multa. Já a Lei 13.441, que também altera o ECA, regulamenta
a infiltração de agentes de polícia na internet, com o fim de investigar crimes contra a
dignidade sexual (PORTAL BRASIL, 2017).

SIVALDO OLIVEIRA DA SILVA JÚNIOR


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AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA 15

Esse tipo de investigação necessita de autorização judicial e não pode exceder o


prazo de 90 dias. Renovações podem ocorrer desde que não ultrapassem 720 dias e
tenham necessidade comprovada. Além disso, a infiltração não é admitida se as provas
puderem ser obtidas por outros meios. Em abril de 2017, o presidente Michel Temer
sancionou, também, a Lei nº 13. 431, que também altera o ECA para estabelecer um
sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha de
violência (AUGUSTO, 2017).

O projeto cria o depoimento especial, que assegura à criança e os adolescentes


vítimas de violência o direito de serem ouvidos em local apropriado e acolhedor, com
infraestrutura e espaços físicos que garantam privacidade e impedem o contato com o
acusado. A nova legislação descreve diferentes formas de violência, como física, psi-
cológica, sexual e institucional; define como serão feitos o atendimento e o encaminha-
mento das denúncias; e detalha os procedimentos de escuta especializada e de depoi-
mentos de crianças e adolescentes, durante as investigações (BRASIL, 2017).

Levando em consideração as múltiplas facetas da violência, pode-se observar


que, devido a diversos aspectos, as crianças e os adolescentes estão incluídos entre os
grupos humanos mais vulneráveis aos eventos violentos e muitas vezes estes ocorrem
no contexto familiar, caracterizando-se como um problema de grande relevância social
e científica (SILVA; FERRIANI; IOSSI, 2011).

A violência sexual pode ser definida quando a criança ou o adolescente é utili-


zado para obter estimulação sexual no outro, pode ser considerado abuso quando há
o toque, caricia, sexo oral, até mesmo situações que não exista a penetração O abuso
sexual de crianças e adolescentes podem causar consequências para o resto da vida,
pois, crianças abusadas tendem a apresentar transtornos de ansiedade e alimentação,
depressão, estresse, medo, perca de interesse pelos estudos e brincadeiras, isolamen-
tos, transtornos sexuais na vida adulta, além de um possível risco de revitimização.
Causa também danos físicos, como: Lacerações, sangramentos vaginais e anais, gravi-
dez, IST´s e rompimento de hímen (MEDEIROS, 2013; GUIMARAES; VILLELA, 2011;
ERAFIM et al., 2011).

Na Figura abaixo é apresentado um esquema que sintetiza as principais formas


de violência sexual contra crianças e adolescentes de acordo com o Ministério da Saú-
de (2002).

Capítulo 1
INTRODUÇÃO
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AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
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Fonte: Hohendorff; Habigzang, Koller (2014)

1.1 DADOS EPIDEMIOLÓGICOS

No Brasil o Programa Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra


Crianças e Adolescentes recebem notificações sobre esses casos. Nas situações de vio-
lência sexual e pornografia, as vítimas do sexo masculino apresentaram 30% e o sexo
feminino 70% (HABIGZANG et al., 2005).

Segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, a violência


sexual ocupa a segunda posição entre as agressões contra adolescentes na faixa etária
de 10 a 19 anos, com 23,9% das notificações, sendo ultrapassada apenas pela violência
física, com 63,3% (BRASIL, 2014).

As dificuldades operacionais para o enfrentamento da violência sexual perpetra-


da em crianças e adolescentes tem motivado mobilização mundial, em favor da prote-
ção e cumprimento aos direitos fundamentais (COSTA, 2007).

Importante ressaltar os avanços em pesquisas sobre: Violência sexual e abusos


sexuais. Assim como a atuação das Instâncias do Sistema de Atendimento e Garantia
de Direitos das vítimas de abuso, como resultado dos intercâmbios interinstitucionais,
contando com apoio de Universidades, Agências internacionais de defesa dos direitos
humanos, como a OIT, UNICEF, ONU (ISPCAN, 2006).

No Brasil, têm sido observados avanços, quanto à estruturação e implementação


dos sistemas de registro de dados, oriundos de diferentes fontes, em nível nacional,

SIVALDO OLIVEIRA DA SILVA JÚNIOR


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regional e municipal. Vale enfatizar o impacto positivo do Sistema Nacional de Dis-


que Denúncia "Disque 100", em conexão com os níveis regional e municipal; das Ins-
tâncias de referência para notificação do SG-DCA (Conselhos Tutelares e Delegacias
Especializadas no Atendimento à Mulher – DEAM), assim como do Sistema de Saúde,
através do Sistema de Vigilância de Acidentes e Violências - VIVA/MS, implantado
nas Unidades Básicas de Saúde; Unidade de Saúde da Família, Hospitais e Unidades
de Emergência (SOUZA et al., 2015).

Portanto, segundo Ceccuci J. (2018) o abuso sexual continua a ser um problema


em nossa sociedade, e as crianças abusadas sexualmente não estão recebendo os cui-
dados especializados recomendados.

1.2 FUNDAÇÃO PARÁ PAZ

Vinculado à Casa Civil, o Pará Paz surgiu em 2004 como programa de governo.
Foi estabelecido por meio do Decreto número 1.046, de 04 de junho de 2004 tendo
como base a difusão da Cultura de Paz, naquele ano o Governo do Pará buscou alinhar
e integrar as políticas para a infância e juventude, objetivando maior efetividade e oti-
mização dos recursos públicos. Sua criação pressupunha a articulação entre o progra-
ma e entes governamentais e não governamentais com a finalidade de fortalecer ações
de políticas públicas para o setor na região (FUNDAÇÃO PROPAZ, 2011).

De acordo com o autor supracitado, fundação Propaz, 2013, foi transformado em


política de Estado, regulamentado pela Lei n° 7.773, sancionada em 23 de dezembro
de 2013, quando o Pará reconhece, consolida e institucionaliza a “Cultura de Paz” e a
“Não Violência” como ações de política pública para fortalecer as relações humanas a
partir do diálogo, da tolerância e do respeito à diversidade humana e cultural.

Tendo como valores norteadores segundo o autor supracitado, Integração - a


consciência da condição de parte do todo é essencial; Interação - a percepção do eu no
outro e a Inclusão: conter o outro em si e vice-versa a Fundação Pará Paz tem como
finalidade, coordenar, implementar, fomentar, articular, alinhar e integrar as políticas
públicas para a infância, adolescência e juventude por meio de sete programas, cuja
transversalidade garante atenção não somente à criança, ao adolescente e ao jovem
mas também à mulher em situação de violência. Com foco na atenção às pessoas em
situação de vulnerabilidade, a Fundação visa contribuir para a prevenção, redução e
solução dos conflitos sociais por meio da inclusão e da disseminação da “Cultura de
Paz” no Estado do Pará.

Capítulo 1
INTRODUÇÃO
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AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
18 TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA

1.3 PARÁ PAZ INTEGRADO EM TUCURUÍ

O Pará Paz integrado garante os direitos básicos relacionados à saúde física, emo-
cional, mental e reprodutiva, além de prevenir infecções sexualmente transmissíveis
(ISTs), AIDS e gravidez decorrente de estupro, por meio de medidas profiláticas, nos
casos detectados até 72 horas. O projeto também interrompe a gravidez decorrente de
violência sexual, conforme a legislação. O núcleo localizado em Tucuruí vem amplian-
do a rede de atendimento a mulheres, crianças e adolescentes vítimas de violência,
incentivando a denúncia e garantindo a diminuição dos índices de criminalidade na
Região de Integração do Lago. Atualmente, o Pará Paz Integrado conta com dois nú-
cleos de atendimentos em Belém, sendo uma na Santa Casa de Misericórdia do Pará e
outro no Centro de Perícias Científicas Renato Chaves (FERREIRA, 2018).

Ainda de acordo com o autor supracitado, desde 2012 o serviço começou a passar
por um processo de descentralização, com a implantação de núcleos em Santarém, para
atender a Região do Baixo Amazonas, Bragança, atendendo toda a Zona Bragantina, e
em Paragominas, que atende os moradores das cidades que ficam na Região Guajarina,
além do acompanhamento médico, psicossocial, defesa social e pericial. Desde que foi
inaugurado, em 2004, até abril deste ano, o Pará Paz Integrado já fez 17.032 atendimen-
tos, com uma média de seis casos novos atendidos por dia, em cada unidade do proje-
to, funciona por meio de uma rede de enfrentamento, em parceria com vários órgãos
governamentais e não governamentais, de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h.

1.4 O PAPEL DA ENFERMAGEM

A enfermagem, neste contexto, assume posição de responsabilidade entre os de-


mais profissionais de saúde componentes da equipe multiprofissional, pois está em
contato direto com a população. Por conseguinte, possui espaço para reconhecer os si-
nais indicativos de violência e, evitar ou minimizar maiores repercussões prejudiciais
ao desenvolvimento dos indivíduos (CIUFFO et al., 2008).

A identificação precoce de comportamentos de risco e a análise dos casos de vio-


lência são medidas a serem adotadas pelos enfermeiros para impedir a continuação
da violência, e produzir dados que subsidiem a criação de medidas preventivas e de
reabilitação das vítimas, além da denúncia dos agressores. Para tanto, faz-se indispen-
sável a produção de informações científicas que fundamentem a elaboração de políti-
cas assistenciais efetivas, que contribuam para a diminuição dos eventos de violência
sexual, o que justifica o mérito do estudo (VALERA et al., 2015).

O papel do enfermeiro no atendimento a crianças e adolescentes vítima de violên-


cia sexual é identificar o caso, acolher, notificar e realizar medidas preventivas como

SIVALDO OLIVEIRA DA SILVA JÚNIOR


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AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
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ações que envolvam todos os tipos de pacientes, além de capacitações para a equipe de
enfermagem proporcionando conforto a vítima (JUSTINO et al., 2011).

O enfrentamento da violência sexual tem sido um grande desafio para os pro-


fissionais da saúde, principalmente para o enfermeiro que é um membro efetivo da
equipe multidisciplinar, na prática verificamos que a função do enfermeiro é impedir
que a criança ou o adolescente tenha problemas gravíssimos sendo eles, emocionais,
físicos e situações conflituosas (AVILA; OLIVEIRA; SILVA, 2012).

Sabendo da importância da assistência de enfermagem á vítima de abuso, este


estudo pretende evidenciar a percepção dos enfermeiros atuantes da atenção básica
quanto ao enfrentamento do abuso sexual contra crianças e adolescentes no município
de Tucuruí-PA, partindo do seguinte problema: Quais são os desafios que os enfermei-
ros atuantes da atenção básica encontram no enfrentamento do abuso sexual contra
crianças e adolescentes no município de Tucuruí- PA

Capítulo 1
INTRODUÇÃO
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CAPÍTULO 2

JUSTIFICATIVA
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AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
22 TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA

O contato direto e contínuo com crianças torna o enfermeiro um dos profis-


sionais com maior possibilidade de reconhecer os indícios de situações de
violência sexual. Desta forma o profissional de saúde deve estar preparado e apto para
realizar o exame físico completo e observar a existência de alterações na genitália das
crianças, alterações comportamentais, surgimentos de edemas no corpo sem causa e
quaisquer sinais que indique agressões físicas ou sexuais.

As dificuldades encontradas ao identificar crianças e adolescentes vítimas de abu-


so sexual são diversas e os profissionais da área da saúde precisam estar preparados
para realizar um atendimento adequado, a qualificação através de cursos relacionados
ao tema é imprescindível para realização de um bom atendimento. A plataforma digi-
tal do UNA SUS oferece vários cursos gratuitos relacionados não somente a esse tema,
mas a vários outros.

Estudar e investigar sobre a percepção dos enfermeiros atuantes da atenção bási-


ca quanto ao enfrentamento do abuso sexual contra crianças e adolescentes no muni-
cípio de Tucuruí-PA, é importante para identificar as dificuldades que os profissionais
de saúde enfrentam em relação ao atendimento a pacientes vítimas do abuso sexual, e
analisar se há uma integração entre os serviços especializados e as redes de AB. Por-
tanto, o estudo ajudara a compreender a realização do atendimento prestado pelos en-
fermeiros a crianças e adolescentes vítimas de abuso á nível primário da atenção no
município de Tucuruí, e quais são os desafios que esses profissionais encontram ao
prestar esse atendimento.

SIVALDO OLIVEIRA DA SILVA JÚNIOR


CAPÍTULO 3

OBJETIVO
A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
24 TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA

3.1 OBJETIVO GERAL

Investigar a percepção dos enfermeiros atuantes da atenção básica quanto ao


enfrentamento do abuso sexual contra crianças e adolescentes no município de
Tucuruí-PA.

3.2 OBJETIVO ESPECÍFICO

• Levantar dados estatísticos sobre o abuso sexual contra a criança e adolescen-


tes no Pará Paz;

• Compreender o papel do enfermeiro no atendimento a criança e adolescentes


vítimas de abuso sexual;

• Conhecer as dificuldades, técnicas e emoções dos profissionais de saúde fren-


te ao atendimento a vítimas de abuso sexual;

• Identificar as abordagens usadas pelos profissionais de saúde no atendimento


à criança/adolescentes vítimas de abuso sexual;

• Investigar situações de atendimento a vítimas de violência sexual vivenciada


pela equipe de saúde nas unidades básicas de saúde e nas estratégias saúde
da família no município de Tucuruí

SIVALDO OLIVEIRA DA SILVA JÚNIOR


CAPÍTULO 4

MATERIAIS E MÉTODOS
A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
26 TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA

P ara a realização deste estudo, optou-se pela pesquisa exploratória com abor-
dagem quanti-qualitativa, que segundo Prodanov e Freitas (2013), refere que
a pesquisa exploratória possui o objetivo de proporcionar mais informações so-
bre um determinado assunto investigado, facilitando a delimitação do tema a
ser pesquisado, para Gil (2007) na maioria das vezes a pesquisa exploratória assume
um caráter de estudo de caso ou pesquisa bibliográfica, já que geralmente envolve um
levantamento de dados bibliográficos, entrevistas com pessoas que tiveram experiên-
cia com o determinado problema pesquisado e análise de exemplos que estimulem a
compreensão.

Segundo Flick (2004) os métodos quantitativos e qualitativos proporcionam mais


credibilidade e legitimidade aos resultados encontrados, evitando o reducionismo
à apenas uma opção. Dentre as contribuições da pesquisa quanti-qualitativa/quali-
-quantitativa, o autor destaca: reúne controle de vieses (métodos quantitativos) com
compreensão, a partir dos agentes envolvidos na investigação (métodos qualitativos);
agrega a identificação de variáveis específicas (métodos quantitativos) com uma visão
global do fenômeno (métodos qualitativos); enriquece constatações obtidas sob con-
dições controladas com dados obtidos dentro do contexto natural de sua ocorrência; e
a validade da confiabilidade das descobertas pelo emprego de técnicas diferenciadas.

Para tanto foi realizado um questionário, que segundo Parasuraman (1991), um


questionário é um conjunto de questões, elaboradas para gerar os dados necessários
para se atingir os objetivos de um projeto de pesquisa. Oliveira (1997, p. 165) afirma
que o questionário apresenta as seguintes características: (1) deve ser a espinha dorsal
de qualquer levantamento, (2) deve reunir todas as informações necessárias (nem mais
nem menos), (3) deve possuir linguagem adequada.

Portanto, o questionário conteve sete perguntas voltadas a percepção dos enfer-


meiros atuantes da atenção básica quanto ao enfrentamento do abuso sexual no muni-
cípio de Tucuruí-PA.

4.1 LOCAL DO ESTUDO

A região do munícipio de Tucuruí era habitada por povos indígenas das tribos
dos Assurinís, Parakanãs e Gaviões. Até a emancipação do município, quando a popu-
lação era composta por brancos, negro e índios, o povo e a cultura quase não sofreram
influências nos seus costumes, comportamentos, hábitos e crenças. Entretanto, com o
passar dos anos e acontecimentos que ocorreram no município, entre estes a criação da
estrada de Ferro, a Construção da Rodovia Transamazônica e a construção da Hidre-
létrica, foi verificado que a cultura local recebeu considerável influência da cultura de

SIVALDO OLIVEIRA DA SILVA JÚNIOR


A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA 27

outros estados, já que a migração ocorrida com estes acontecimentos ocasionou a troca
de experiências, hábitos e costumes. (CARDOSO, 2016).

Tucuruí está situado à margem do rio Tocantins, possui área territorial de 2.086,189
km² e uma população de 97.128 habitantes e possui 37 estabelecimentos de saúde do
SUS (BRASIL, 2016).

A pesquisa foi realizada em quatro unidades básicas do município: Estratégia


Saúde da Família (ESF) Matinha, Santa Monica, Centro de Saúde (CS) da Terra Pro-
metida e Cohab. Ambos localizados na cidade de Tucuruí- PA, situada no Sudeste do
Pará, aos quais são integrantes do Sistema Único de Saúde (SUS).

A entrada no campo se deu pela realização do estágio supervisionado em UBS,


das disciplinas de estágio supervisionado I.

4.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA

Os sujeitos do estudo foram 08 enfermeiros que trabalham nas Unidades Básicas


de saúde selecionadas nos turnos da manhã e tarde, seguindo os critérios de inclusão:
ter cuidado de criança vítima de violência sexual e aceitar participar do estudo. Quan-
to à formação profissional, serão somente enfermeiros. A opção pela entrevista semies-
truturada se deu pela flexibilidade que o modelo permite ao combinar questões fecha-
das e abertas no transcorrer do discurso, o que favorecera a liberdade de expressão.

4.2.1 Critérios de Inclusão

Ter atuado na rede de atenção básica do município de Tucuruí por um período


mínimo de sete meses, devido, a rotatividade de funcionários no município;

Aceitar participar do estudo mediante a assinatura do termo de Consentimento


Livre e Esclarecimento;

Está presente na ESF no momento da coleta de dados;

4.2.2 Critério de Exclusão

Não ter atuado na rede de atenção básica do município de Tucuruí por pelo me-
nos sete meses;

Não assinar o termo de consentimento e livre esclarecimento;

Está de férias ou de licença maternidade;

Capítulo 4
MATERIAIS E MÉTODOS
A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
28 TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA

4.3 COLETA DE DADOS

Após a aprovação da pesquisa pelo Comitê de Ética em Pesquisa,


CAAE: 10851319.2.0000.8607. Instituição Proponente: CECAM – CENTRO EDUCA-
CIONAL E CULTURAL DA AMAZONIA e da Instituição de Saúde onde foi realizado
a pesquisa, a coleta de dados ocorreu no mês de junho a julho de 2019. O instrumento
utilizado foi à entrevista semiestruturada (APÊNDICES A) que segundo Silva (2001)
é a obtenção de informações de um entrevistado, sobre determinado assunto ou pro-
blema.

De acordo com Triviños (1987, p. 146), esse tipo de entrevista possibilita que o
informante discorra sobre suas experiências, a partir do foco principal proposto pelo
pesquisador, permitindo maior flexibilidade, profundidade e reflexão das pessoas en-
trevistadas. Para Manzini (2003) alguns cuidados devem ser tomados pelos pesqui-
sadores quanto à formulação das questões para o entrevistado, que são: 1) cuidados
quanto à linguagem; 2) cuidados quanto à forma das perguntas; e 3) cuidados quanto
à sequência das perguntas nos roteiros. Dessa forma, a coleta de dados ocorreu em três
etapas:

1ª etapa: Foi realizado o convite aos profissionais de acordo com os critérios de


inclusão propostos, para assim, participarem da pesquisa.

Mediante a isso, ocorreu uma explicação sobre o objetivo e as finalidades da pes-


quisa, ressaltando que a identidade dos mesmos seria preservada, pois, foram utiliza-
das codificações alfanuméricas para a substituição de seus nomes, sendo que os parti-
cipantes poderiam desistir a qualquer momento da pesquisa sem que haja perdas ou
danos aos mesmos.

Aos profissionais que decidiram participar, foi apresentado o TCLE regulamen-


tado pela resolução 466/12 que garante a proteção aos mesmos em relação à pesquisa,
em seguida as dúvidas foram esclarecidas juntamente com o recolhimento das assina-
turas dos participantes.

2ª etapa: Foi realizada a entrevista semiestruturada através de um questionário


(APÊNDICES A) voltado para o tema abordado.

3ª etapa: Nessa etapa foi realizado um levantamento de dados quantitativos sobre


abuso sexual contra crianças e adolescentes no PARÁ PAZ, no período de 2018.

Os dados coletados nesta pesquisa (questionários) e o TCLE assinado pelos parti-


cipantes estão armazenados em pastas de arquivo, sob a responsabilidade da Faculda-
de de Teologia, Filosofia e Ciências Humanas Gamaliel, no endereço: Rua Gamaliel, nº
SIVALDO OLIVEIRA DA SILVA JÚNIOR
A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA 29

11, Jardim Marilucy. Portanto, este material ficará na faculdade pelo período mínimo
de cinco anos, após esse período, esse material será incinerado.

4.4 ANÁLISE DE DADOS

Para a análise dos dados, foi utilizada a técnica de análise de conteúdo, que,
segundo Bardin (1977), visa obter indicadores quantitativos ou qualitativos que se di-
ferenciam no que se refere à frequência com que certas características de conteúdo sur-
gem, e à presença ou ausência de determinada característica de conteúdo ou conjunto
de características. Esse método infere conhecimentos relativos às condições de produ-
ção das mensagens, e caracteriza-se pela utilização exaustiva e intensa da descrição
analítica do conteúdo das mensagens e consequente interpretação.

Segundo Sampieri (2006), a análise de conteúdo é uma técnica para estudar e


analisar a comunicação de uma maneira objetiva, sistemática e quantitativa, a análise
e interpretação de dados ocorrerão nas seguintes etapas.

1ª etapa: Nesta etapa foi realizada uma análise de dados obtidos pelo Pará Paz,
e a transcrição das respostas obtidas através do questionário.

2ª etapa: Foi realizada a exploração do material verificando tudo aquilo que está
implícito e explicito dentro das respostas dos participantes.

3ª etapa: Foi realizado o agrupamento das respostas, para interpretação dos da-
dos, analise e descrição dos resultados obtidos, também foi feita uma articulação com
os objetivos do estudo.

4.5 ASPECTOS ÉTICOS

A pesquisa foi executada após a aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa de


Marabá (CAAE: 10851319.2.0000.8607), os participantes receberão o TCLE para que
conheçam os objetivos do estudo, riscos e a finalidade dos resultados.

Dado o exposto, foi esclarecida a finalidade da pesquisa aos participantes assim


como a garantia do anonimato e o direito de desistência a qualquer momento da pes-
quisa. Não havendo custos financeiros aos participantes.

Para minimizar os riscos de quebra do anonimato, foi utilizado codificações al-


fanuméricas com as siglas “ENF” (que representará a palavra “enfermeiro”) acom-
panhado de numeração em ordem crescente que iniciará no número 1 e assim suces-
sivamente (ex: “ENF 1”, “ENF 2”, “ENF 3”, “ENF 4”), que substituirá os nomes dos
enfermeiros participantes da pesquisa.

Capítulo 4
MATERIAIS E MÉTODOS
A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
30 TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA

Também foi assegurado aos participantes o direito as informações dos resultados


parciais e finais da pesquisa. Caso haja desistência, todo o material coletado de forma
escrita será devolvido ao participante em forma de formulário, assim como as duas
cópias do TCLE que foram preenchidas para garantir que o material não será usado
na pesquisa.

4.6 RISCOS E BENEFÍCIOS DA PESQUISA

As pesquisas de coletas de dados que envolvem seres humanos podem pro-


porcionar falhas como: vazamento de informações, quebra do anonimato e possível
identificação dos participantes da pesquisa em questão, podendo resultar em cons-
trangimento como se sentir incomodadas em falar, ou mesmo punições por parte do
estabelecimento vinculado. Este foi amenizado com o sigilo das informações coletadas
e o anonimato dos envolvidos, de forma a preservar a integridade dos participantes
envolvidos na pesquisa.

Havendo dano associado em decorrência da pesquisa sejam eles imediatos ou


tardios diretos ou indiretamente, individualmente ou coletivamente, serão indeniza-
dos conforme estabelecido na Resolução 466/12-CNS, onde deixa exposto que a inde-
nização deverá atender de o critério de cobertura material para que haja reparação dos
danos causados pela pesquisa aos participantes da pesquisa.

Dentre os benefícios a pesquisa proporcionou maior conhecimento sobre a per-


cepção dos enfermeiros atuantes da atenção básica quanto ao enfrentamento do abuso
sexual contra crianças e adolescentes no município de Tucuruí-PA.

SIVALDO OLIVEIRA DA SILVA JÚNIOR


CAPÍTULO 5

RESULTADOS E DISCURSÕES
A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
32 TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA

A escolha das entrevistas individuais se deu a partir da distribuição dos en-


fermeiros nos Centros de Saúde (CS) e Estratégias Saúde da Família (ESF)
das Unidades Básicas de Saúde no município de Tucuruí- PA, situada no Sudeste do
Pará, aos quais são integrantes do Sistema Único de Saúde (SUS). Ambos participantes
aceitaram participar da pesquisa para facilitar a compreensão do leitor, foram colhidos
os dados sócios demográficos que dizem respeito à lotação, idade, sexo, vínculo em-
pregatício, instituição de formação, tempo de formação, curso de especialização e sua
determinada área, tempo de atuação na Unidade Básica de Saúde (UBS), organizados
nos quadros a seguir:
TABELA 1 - CARACTERIZAÇÃO DOS ENFERMEIROS SEGUNDO IDADE, SEXO.

Profissional Idade Sexo


Enfermeira (ENF 1) 32 F
Enfermeiro (ENF 2) 41 M
Enfermeiro (ENF 3) 28 M
Enfermeira (ENF 4) 29 F
Enfermeira (ENF 5) 58 F
Enfermeira (ENF 6) 33 F
Enfermeira (ENF 7) 32 F
Enfermeira (ENF 8) 33 F
Fonte: O AUTOR, 2019.
Legenda: F – sexo feminino. M – sexo masculino.

Foram usados codificadores como por ex: (ENF 1; ENF 2; ENF 3), para minimizar
os riscos de quebra de anonimato dos participantes da pesquisa. Dos 08 enfermeiros
entrevistados 78% (n=6) eram do sexo feminino e estão na faixa etária de 29 a 58 anos,
e 22% (n=2) eram do sexo masculino e estão na faixa etária de 28 a 41 anos.

Em face as dados apresentados, ambos possuem um leque de conhecimento na


área da saúde, pois, os mesmo não trabalham somente nas Unidades Básicas de Saúde
(UBS), possuindo assim, lotação em outras unidades como, por exemplo: Unidades de
Pronto Atendimento (UPA), Hospital Regional de Tucuruí, Hospital Municipal entre
outros.

Em vista dos argumentos apresentados, na tabela abaixo (tabela 02), será destrin-
chado a caracterização dos profissionais supracitados segundo vínculo empregatício,
instituição de formação e tempo de formação.

SIVALDO OLIVEIRA DA SILVA JÚNIOR


A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA 33

TABELA 2 - CARACTERIZAÇÃO DOS ENFERMEIROS SEGUNDO VÍNCULO EMPREGATÍCIO,


INSTITUIÇÃO DE FORMAÇÃO E TEMPO DE FORMAÇÃO.

Profissional Vínculo Instituição de Tempo de Formação


Empregatício Formação
Enfermeira (ENF 1) Contratada Anhanguera 3 anos
UNIDERP
Enfermeiro (ENF 2) Estatutário UEPA 18 anos
Enfermeiro (ENF 3) Estatutário UEPA 3 anos e 6 meses

Enfermeira (ENF 4) Contratada Faculdade de 8 anos


Imperatriz

Enfermeira (ENF 5) Contratada Anhanguera 7 anos


UNIDERP
Enfermeira (ENF 6) Estatutária UEPA 5 anos
Enfermeira (ENF 7) Estatutária UEPA 5 anos
Enfermeira (ENF 8) Estatutária UEPA 8 anos
Fonte: O AUTOR, 2019.
Legenda: Estatutários: Concursados. Universidade do Estado do Pará - UEPA.

O tempo de formação dos 08 enfermeiros entrevistados variou entre 3 a 18 anos.


Todas possuem vínculo empregatício com a Secretaria Municipal de Saúde, e ambos
variam entre contratados e estatutários (concursados).

Na tabela abaixo (tabela 03) será destrinchado a caracterização dos enfermeiros


segundo tempo de atuação profissional nas Unidades Básica de Saúde, curso de espe-
cialização e área de especialização de cada profissional participante da pesquisa.
TABELA 3 - CARACTERIZAÇÃO DOS ENFERMEIROS SEGUNDO TEMPO DE ATUAÇÃO PRO-
FISSIONAL NAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE, CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO E ÁREA DE
ESPECIALIZAÇÃO.

Profissional Tempo de atuação profissional Especialização Em qual


nas unidades básicas de saúde área?

Enfermeira (ENF 1) 2 anos Sim Urgência e


Emergência
Enfermeiro (ENF 2) + de 10 anos Sim Saúde da
Família

Enfermeiro (ENF 3) 2 anos Sim Psiquiatria e


Saúde Mental

Enfermeira (ENF 4) 3 anos Sim Enfermagem


do Trabalhador
Enfermeira (ENF 5) 5 anos Sim Nefrologia
Enfermeira (ENF 6) 1 ano Não -

Enfermeira (ENF 7) 8 meses Sim UTI, e


Urgência e
Emergência

Enfermeira (ENF 8) 6 anos Sim Urgência e


Emergência

Fonte: O AUTOR, 2019.

Capítulo 5
RESULTADOS E DISCURSÕES
A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
34 TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA

O tempo de atuação profissional nas unidades básicas variou entre 2 anos a mais
de 10 anos. Quanto à especialização, 87% (n=7) têm especialização e 13% (n=1) não
tem especialização, sendo que 37% (n=3) são especializadas em Urgência e Emergên-
cia, 12% (n=1) em Saúde da Família, 12% (n=1) em Psiquiatria e Saúde Mental, 13%
(n=1) em Enfermagem do Trabalho, 13% (n=1) em Nefrologia, 13 % (n=1) em UTI.
Gráfico 1 - Especialização dos Enfermeiros Entrevistados.

Fonte: O AUTOR, 2019.


No Gráfico 2 - Profissionais no atendimento a vítimas de abuso sexual, observa-
mos o quantitativo de profissionais que realizaram atendimento a vítimas de abuso/
violência sexual e os que ainda não realizaram.

Fonte: O AUTOR, 2019.

SIVALDO OLIVEIRA DA SILVA JÚNIOR


A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA 35

Dado o exposto 12% (n=1) dos enfermeiros já realizaram atendimento a vítimas


de abuso sexual e 88% (n=7) dos enfermeiros entrevistados ainda não realizaram ne-
nhum tipo de atendimento a vítimas de abuso sexual.

Moreira et al. (2013) destacam que dentre as categorias profissionais, a Enferma-


gem é a que mais notifica os casos, denotando a aproximação e a sensibilidade destes
profissionais para com as demandas do sistema de saúde.

Cabe ressaltar que os profissionais que cuidam da criança neste momento tão pe-
culiar devem estar preparados também psicologicamente e emocionalmente (TACSI;
VENDRUSCOLO, 2004).

Seguindo o roteiro de entrevista do profissional de saúde elaborado pelo autor,


na Gráfico 3, percebe-se que 88 % (n=07) dos enfermeiros não se sentem preparados
para atender pacientes vítimas de abuso sexual e 12% (n=1) se diz está apto a realizar
esse atendimento.

Fonte: O AUTOR, 2019.

5.1 DADOS EPIDEMIOLÓGICOS DO PARA PAZ (2018)

De acordo com os dados quantitativos do ano de 2018 fornecidos pelo Pará Paz
do mês de janeiro a dezembro, foram atendidas, 101 crianças/adolescentes vítimas de
abuso sexual no município de Tucuruí - Pa. Mediante isto, em janeiro 4% (n=5), feve-
reiro 5% (n=6), março 8% (n=9), abril 4% (n=4), maio 5% (n=6), junho 5% (n=7), julho
10% (n=11), agosto 23% (n=26), setembro 7% (n=8), outubro 12% (n=13), novembro
11% (n=12) e dezembro 5% (n=6). Gráfico 04 - Vítimas de abuso sexual no ano de 2018.

Capítulo 5
RESULTADOS E DISCURSÕES
A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
36 TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA

Fonte: O AUTOR, 2019

No mês de agosto esse índice chegou a 23% (n=26) e no mês de novembro a 11%
(n=12), ocasionando assim, um pique elevado no quantitativo destes meses.

Ferrari (2002) relata que no Brasil, os números oficiais acerca do abuso sexual
contra crianças e adolescentes não são mais confiáveis que o de outros países, já que
até então o abuso sexual não era percebido como problema de saúde pública. A discus-
são ganha notoriedade quando o estigma sobre tal temática é feito, com raras exceções,
nos ambientes acadêmicos, havendo insuficientes incentivos a pesquisas qualitativas e
estudos qualitativos neste campo.

Existe uma notável dificuldade em quantificar a frequência desta violência, sen-


do que, isso ocorre, devido ao fato de que muitos casos de abuso sexual não são de-
nunciados, seja pelo temor que a vítima tem do agressor, seja envergonhar-se do acon-
tecimento. Quando as crianças são as vítimas o número de denúncias pode ser ainda
menor, uma vez que a própria criança pode não relatar aos seus responsáveis o que
ocorreu. Pensando no abuso sexual intrafamiliar, há uma dificuldade em denunciar o
abusador em consequência das modificações que a família deverá sofrer após a denún-
cia (Williams, 2003).

Levando-se em conta o que foi observado, ao analisarmos o perfil dessas vítimas


por raça, foram observadas que 20% (n=20) eram pessoas brancas, 5% (n=5) negras,
69% (n=70) pardas, 06% (n=6) não informadas, dados observados no Gráfico 5 - Perfil
por raça.

SIVALDO OLIVEIRA DA SILVA JÚNIOR


A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA 37

Fonte: O AUTOR, 2019.


Rates et al. (2011), concluiu-se que as crianças negras (pretas), são as mais violen-
tadas sexualmente, ao considerar a frequência e a prevalência.

A violência e vitimização tendem a seguir um padrão étnico, tendo os negros


e indígenas como destaques, haja vista que esses ocupam lugares divergentes na so-
ciedade, quando comparados aos brancos. Apresentam experiências desiguais, com
desequilíbrios que levam os negros à diversas iniquidades sociais, expressas pelas
desigualdades social e racial. Esse processo determina condições de vulnerabilidade,
especialmente à violência, desconsiderando as desvantagens simbólicas e materiais
(ALMEIDA; SOUSA, SOUSA, 2017; CANTÚ, 2012). Gráfico 06 – Perfil por sexo.

Fonte: O AUTOR, 2019.

Capítulo 5
RESULTADOS E DISCURSÕES
A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
38 TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA

O sexo feminino e o que mais sofre com esse tipo de violência (abuso), no decor-
rente ano (2018), 85% (n=86) dessas vítimas eram do sexo feminino e 15 % (n=15) do
sexo masculino (Gráfico 5). Devido a uma serie de lacunas nos anos anteriores (2015,
2016 e 2017), foi decidido pelo autor optar pelos dados concretos, devido a isso, o ano
de 2018 foi o único que estava apto a ser utilizado, pois, constava com todos os 12 me-
ses do ano, perfil das vítimas, raça e sexo.

Para Schreiner (2008, p. 1):


A violência de gênero traduz representações sociais historicamente construídas,
determinando a homens e mulheres lugares diferenciados na sociedade, diferença
atravessada por relações de poder notadamente assimétricas. Esta assimetria é man-
tida, muitas vezes, tendo a violência como instrumento e, mais especificamente a
violência sexual nas suas mais variadas manifestações.

Ainda de acordo com a autor supracitado, a violência de gênero, aqui caracteri-


zada como a violência sexual e a exploração, é explicada pela construção das relações
de poder construídas historicamente na sociedade. Acredita-se que por essa constru-
ção, mulheres são vistas como pessoas que devem ser subordinadas aos homens, ex-
plicando o porquê da violência sexual ser tão expressiva em relação ao sexo masculino
(SCHREINER, 2008, p. 1).

5.2 A IMPORTÂNCIA DO TREINAMENTO DESTES PROFISSIONAIS

O impacto da chegada da criança/adolescente na Unidade Básica de Saúde de-


monstra a percepção da equipe de enfermagem no seu primeiro contato com os vi-
timizados, estes, geralmente chegam às unidades assustados, inseguros, duvidando
de todos que o cercam, e geralmente com algum brinquedo. O comportamento se-
xual inadequado pode ser considerado como característica de crianças/adolescentes
sexualmente abusados.  A equipe atuante na unidade básica de saúde deve receber,
além de treinamento específico, quanto uma educação continuada voltada para o auto-
conhecimento, o que exige deles domínios de suas próprias emoções e conhecimentos
de seus limites e de suas possibilidades (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2015).

Diante disso, os profissionais da saúde precisam ter conhecimento para poder


intervir e assistir nesses tipos de agressões, que podem deixar marcas irreversíveis.
Os enfermeiros recém-formados também precisam estar aptos a enfrentar esse tipo de
violência contra crianças e adolescentes com cautela e precisão, dando suporte neces-
sário para a família e a vítima, além do registro e notificação dos casos (ALVES et al.,
2013). Contudo, os mesmos enfrentam algumas dificuldades ao realizar o atendimento
a crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual, conforme aponta os depoimentos
abaixo:

SIVALDO OLIVEIRA DA SILVA JÚNIOR


A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA 39

“Devido ao vinculo que há entre o menor e o abusador, me encontro, incapacitada


para tal situação, pois, o mesmo é o provedor da família”. (ENF 01)
“A forma de abordagem, pois apesar de ter recebido treinamento sobre o tema (flu-
xograma de funcionamento) não sei ao certo como abordar a vítima e o acompa-
nhante”. (ENF 08)
“No momento do atendimento as crianças e adolescentes sentem-se constrangidos a
falar, então, essa é a dificuldade”. (ENF 05)
“A falta de um protocolo, um padrão de atendimento, serviços especializados na
rede que garantam a continuidade do cuidado”. (ENF 07)

De acordo com Felizardo, Zurchere e Melo (2010), os profissionais que atendem


essas vítimas de violência também precisam ser cuidados, pois lidar com a violência
sexual traz um desgaste emocional muito grande e quase que diário. Essa situação não
pode ser negligenciada pelos formuladores de políticas públicas de enfrentamento à
violência.

5.3 DANOS OCASIONADOS PELO ABUSO SEXUAL

O abuso sexual em crianças e adolescentes provoca graves danos à saúde e trau-


mas irreversíveis, os quais desencadeiam uma grande violação dos limites físicos e psi-
cológicos, gerando consequências extremamente negativas para a vítima ao longo de
seu desenvolvimento, especialmente para os relacionamentos interpessoais futuros.
Mesmo que não apresente sintomas externos, pode manifestar um sofrimento emocio-
nal muito intenso o que é ainda mais prejudicial (LIMA; DIOLINA, 2013). Mediante a
isso, são várias as consequências do abuso sexual praticada contra crianças e adoles-
centes, como se pode perceber nas falas que se seguem:
“Transtornos físicos, psicológicos e emocionais, além da dificuldade em relaciona-
mentos futuros”. (ENF 02)
“Inúmeros, são traumas para a vida toda, medo constante, falta de confiança, blo-
queio de comunicação, dificuldades no aprendizado e de manter vínculos entre ou-
tros”. (ENF 04)
“Inumeráveis nesse pequeno espaço, porém, sem dúvida é o abalo psicológico que
levará para o resto da vida”. (ENF 06)

O Centro de Referência a vítimas de violência sexual – Pará Paz é, hoje, o princi-


pal serviço público especializado no atendimento a crianças e adolescentes do Estado
do Pará. O atendimento inicial à criança ou ao adolescente vítima de abuso sexual é
papel da Equipe de Saúde da Família e é necessária que o caso seja compartilhado/
acompanhado pela enfermeira, médico e assistente social do centro de saúde (PRO-
PAZ, 2016).

De acordo com o autor supracitado Pará Paz, 2016, a notificação é um importante


instrumento de proteção aos direitos de crianças e adolescentes e também um impor-
tante instrumento para se conhecer a real magnitude do evento, pois a partir dessas

Capítulo 5
RESULTADOS E DISCURSÕES
A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
40 TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA

informações, o Estado (federal/estadual /municipal) terá subsídios para planejar po-


líticas públicas com o objetivo de eliminar a violência contra criança e adolescente, a
partir da realidade local, e dever do profissional de saúde realizá-la, conforme estabe-
lecido pela ECA e regulamentado pelo Ministério da Saúde.

5.4 FLUXO DE ATENDIMENTO NA ATENÇÃO BÁSICA

Conforme a Constituição Federal, artigo 227, o poder público tem o “dever” de


prestar o atendimento e promover a plena efetivação dos diretos infanto-juvenis de
forma “espontânea” e “prioritária”, preconizado ainda pelo artigo 100, inciso VII da
ECA o “princípio da intervenção mínima” (ECA, 2015).

Ainda de acordo com o autor supracitado por meio da notificação, cria-se o elo
entre a área da saúde e o sistema legal, delineando-se a formação da rede multiprofis-
sional e interinstitucional da atuação fundamental nesses casos, permitindo também o
dimensionamento epidemiológico da violência. Dessa forma, o profissional de saúde
deve priorizar a assistência à criança/adolescente e a sua família e encaminhar para a
intervenção intersetorial: órgãos de proteção, responsabilização e atendimento.

Dessa forma, deve haver uma integração entre os profissionais de saúde, con-
selho tutelar, Unidades Básicas de Saúde, Estratégias Saúde da Família, Pará Paz e
demais órgãos. A fim de oferecer um fluxo de atendimento adequando para essas ví-
timas à integração entre os órgãos vigentes são de extrema importância, mas segundo
os relatos:
“Não. Através das palestras há um comprometimento do conselho tutelar, mas no
dia a dia, não há a presença deste profissional nas unidades de saúde”. (ENF 01)
“Não. Nunca presenciei essa integração entre os órgãos citados”. (ENF 03)
“Acredito que e bem deficiente essa integração, o que dificulta o andamento e a
prevenção dos casos de abuso sexual”. (ENF 02)

As ações realizadas na atenção primária devem ser averiguadas, pois além da


promoção a saúde e preciso determinar métodos e ferramentas para disseminar o seu
objetivo (LIMA, 2016).

Os profissionais da saúde precisam seguir um fluxo de atendimento adequado,


para com, estas vítimas, o primeiro contato com o paciente deve ser bastante sucinto e
explicativo, a criança/adolescente não pode sofrer revitimização.

Vasconcelos et al. (2012) aponta que é notório que a maioria dos profissionais da
ESF, que realizam assistência à comunidade, prioriza o atendimento à criança doente.
Neste sentido, a puericultura contribui para estratégias de promoção da saúde na sala

SIVALDO OLIVEIRA DA SILVA JÚNIOR


A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA 41

de espera e durante a consulta, proporcionando acompanhamento do binômio mãe-fi-


lho, de forma a ensejar troca de experiências e superação de dificuldades.

5.5 A IMPORTANCIA DA ANAMNESE

A suspeita do abuso sexual surge, geralmente, no momento em que o profissio-


nal de saúde procede à anamnese. Este é um momento em que o profissional deve
ter o olhar ampliado, indo além dos possíveis sintomas ou sequelas de doenças e/ou
acidentes que levaram a criança ou adolescente ao atendimento (THE NATIONAL
CENTER FOR VICTIMS OF CRIME, 2016). Conforme destaca o relato abaixo:
“Os principais sintomas são os físicos, mas também a forma de se portar, normal-
mente são crianças introspectivas, com medo, não socializam”. (ENF 02)
“Isolamento social, medo, dor, incapacidade de realizar atividades de vida diária
(por exemplo: Tomar banho) e discursos incoerentes”. (ENF 07)

Ainda de acordo com o autor supracitado, reunimos aqui um conjunto de sinais


e sintomas que comumente estão relacionados às diversas formas de violência contra
crianças, entendendo-se que estes sinais e sintomas não podem ser analisados de ma-
neira isolada. Vale ressaltar, a importância de trocar ideias com outros profissionais,
na perspectiva multidisciplinar, em caso de suspeita de violência.

A identificação do abuso sexual pode ser feita mediante o relato da vítima ou de


um dos responsáveis, pela constatação da existência de lesões genitais ou anais após o
diagnóstico de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s) ou gravidez. Quando há
o relato da criança/adolescente ou dos responsáveis, o direcionamento da anamnese
torna-se mais objetivo, facilitando a abordagem do profissional de saúde (BRASIL,
2017). Conforme aponta os depoimentos abaixo:
“Marcas físicas e o jeito que a criança e o adolescente interagem na consulta, se há
alterações incomuns para a idade ou suspeitas como: leucoreia, lesões em região
genitália e etc.” (ENF 08)

Proteger a identidade da criança e do adolescente abusados deve ser um compro-


misso ético profissional. A consulta com a criança/adolescente deve ser um momento
de privacidade, a fim de favorecer a expressão de sentimentos; da situação de violên-
cia; sua relação com a família, amigos, escola e outros. Ressalta-se que o adolescente
tem direito ao sigilo e à confidencialidade das informações. No entanto, isso deve ser
rompido nas situações previstas por lei, como nos casos de violência ou de risco à
vida, sendo, portanto, necessária a notificação ao Conselho Tutelar. É relevante que
o profissional deixe claro para o paciente a sua disponibilidade para escutá-lo, sem
fazer julgamentos, favorecendo o vínculo de confiança. A família deve ser envolvida

Capítulo 5
RESULTADOS E DISCURSÕES
A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
42 TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA

no atendimento, para que possa contribuir com o tratamento do paciente, além de


possibilitar uma melhor relação entre seus membros. (CHAGAS; MORETTO, 2014).

Ao concluir a análise dos dados, percebemos que a equipe de enfermagem, ape-


sar do primeiro impacto ao receber a criança/adolescentes, não se sente preparada
para atender essas vítimas de abuso sexual, devido, as dificuldades que os mesmo
encontram na realização do encaminhamento destes. Tendo em vista aspectos obser-
vados, percebe-se que o envolvimento da equipe com a criança/adolescente e familiar
é complicada, gera muitos conflitos e questionamentos.

Portanto, salienta-se a importância de um preparo para equipe de enfermagem


diante deste contexto de cuidado, ainda mais, ambos devem conhecer o fluxo de aten-
dimento realizado no município, para assim, prestar um atendimento adequado.

SIVALDO OLIVEIRA DA SILVA JÚNIOR


CAPÍTULO 6

CONSIDERACÕES FINAIS
A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
44 TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA

O objetivo desta investigação foi identificar/compreender o papel da equipe


de enfermagem frente ao atendimento a criança e adolescentes vítimas de
abuso sexual. O modelo de pesquisa escolhido oportuniza uma maior conciliação com
a experiência desses atores, auxiliando no objeto da pesquisa.

Os profissionais da enfermagem precisam ter consciência de suas atribuições,


suas competências legais no que tange à Lei do Exercício Profissional, que rege a pro-
fissão da Enfermagem e, além de conhecer e se conscientizar, devem assumir as suas
responsabilidades diante destes preceitos legais.

Através dos dados quantitativos do Pará Paz, observa-se, que o índice de abuso
sexual no município é grande, somete no ano de 2018, 101 crianças e adolescentes fo-
ram vítimas de abuso sexual, neste contexto, o sexo feminino é o que mais sofre esse
tipo de violência. Além disso, os dados apresentados dos seguintes anos: 2015, 2016
e 2017, estavam com uma serie de lacunas, vários anos/meses estavam sem dados,
notificações, ou seja, chegava vários casos na unidade, mas a equipe não estava noti-
ficando.

Dado o exposto, ao questionar a equipe, o autor descobriu que devido á rotativi-


dade de funcionários, estes, não notificavam corretamente, saliente-se ainda que, e de
estrema importância que os órgãos de fiscalização, fiscalizem, para assim, evitar este
tipo de omissão.

Em virtude dos fatos mencionados, ao atender uma criança/adolescente vítima


de abuso sexual é importante que a vítima se sinta acolhida e segura para falar sobre
a violência vivenciada, pois se trata de um momento muito difícil, e os profissionais
precisam estar preparados para realizar um atendimento adequado a essas vítimas.

É necessário ainda, que os profissionais realizem capacitações para identificar os


casos de violência sexual contra crianças e adolescente, objetivado realizar um atendi-
mento com intervenções preventivas e terapêuticas para a superação desta violência,
por parte, da vítima e do grupo familiar como um todo.

Pela observação dos aspectos analisados, evidenciou-se uma problemática oca-


sionada pela falta de orientação no fluxo de atendimento na Rede de Atenção Primária
do Município de Tucuruí-PA, sendo necessário, estabelecer um protocolo de atendi-
mento a crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual na Atenção Básica, afim de,
modificar o quadro vigente do município.

O presente estudo oferece a todos um conhecimento mais aprofundado a res-


peito da percepção da equipe de enfermagem frente a esse atendimento, ao realizar
a pesquisa, o autor incitou o público alvo da pesquisa, a saber, mais sobre o assunto.
SIVALDO OLIVEIRA DA SILVA JÚNIOR
A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA 45

Portanto, o abuso sexual é um problema de saúde público e todas as esferas devem


estar preparadas para realizar um atendimento adequado a essas vítimas.

Capítulo 6
CONSIDERACÕES FINAIS
A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
46 TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA

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AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA 51

APÊNDICES
APÊNDICE A – ROTEIRO DE ENTREVISTA
ROTEIRO DE ENTREVISTA DO PROFISSIONAL DA SAÚDE

Lotação:_________________________________________Idade:_______ Sexo: M ( ) F ( )
Vínculo empregatício: _________________________________________________________
Instituição de Formação: _______________________________________________________
Tempo de formação: ___________________________________________________________
Possui Pós-Graduação?____________ Em qual Área:_________________________________
____________________________________________________________________________
Tempo de serviço na UBS:______________________________________________________

Você já realizou alguma notificação de abuso sexual?

Sim ( ) Não ( )

Você se sente preparado para atender pacientes vítimas de abuso sexual?

Sim ( ) Não ( )

Está esquipe de ESF recebe algum tipo de educação ou capacitação relacionada


a esse tema?

Sim ( ) Não ( )

Quais dificuldades você enfrenta ao atender crianças e adolescentes vítimas de


abuso sexual?

______________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
_____

Quais são as consequências do abuso sexual praticado contra crianças e adoles-


centes?

______________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
_____
A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
52 TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA

Você percebe se há alguma integração entre o conselho tutelar, unidades básicas


e ESF?

______________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
_____

Durante a consulta de enfermagem, quais sinais e sintomas você observa para


identificar sinais e sintomas de abuso sexual?

______________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
_____
A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA 53

APÊNDICE B – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E


ESCLARECIDO – TCLE

Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE)

(De acordo com a Resolução no 466 de 12 de dezembro de 2012)

Você está sendo convidado (a) como voluntário (a) a participar da pesquisa: A
percepção dos enfermeiros atuantes na atenção básica quanto ao enfrentamento do
abuso sexual contra crianças e adolescentes no município de Tucuruí – PA.

As dificuldades encontradas ao identificar crianças e adolescentes vítimas de abu-


so sexual são diversas e os profissionais da área da saúde precisam estar preparados
para realizar um atendimento adequado. Portanto está pesquisa pretende compreen-
der o papel do enfermeiro no atendimento a criança e adolescentes vítimas de abuso
sexual e conhecer as dificuldades, técnicas e emoções dos profissionais de saúde frente
ao atendimento a dessas vítimas. O motivo que nos leva a estudar este assunto ocorre
devido o enfermeiro ser um dos profissionais com maior possibilidade de reconhecer
os índices de situações de violência sexual contra crianças e adolescente. Justifica-se
está pesquisa buscando compreender a realização do atendimento prestado pelos en-
fermeiros a crianças e adolescentes vítimas de abuso á nível primário da atenção no
município de Tucuruí.

O objetivo desse projeto é investigar a percepção dos enfermeiros atuantes da


atenção básica quanto ao enfrentamento do abuso sexual contra crianças e adolescen-
tes no município de Tucuruí-Pa. O procedimento de coleta de dados serão da seguinte
forma: A coleta de dados ocorrerá em três etapas: 1ª etapa: Será realizado o convite
aos profissionais que estiverem de acordo com os critérios de inclusão propostos para
assim participarem da pesquisa. Haverá uma explicação sobre os objetivos e as fina-
lidades da pesquisa, ressaltando que a identidade dos mesmos será preservada, pois
serão utilizadas codificações alfanuméricas para a substituição de seus nomes, sendo
que os participantes podem desistir a qualquer momento da pesquisa sem que haja
perdas ou danos aos mesmos. 2ª etapa: Será realizada a entrevista semi-estruturada
através de um questionário voltado para o tema abordado. 3ª etapa: Nessa etapa será
realizado um levantamento de dados estatísticos sobre abuso sexual contra crianças
e adolescentes no PROPAZ, e serão transcritas as respostas do questionário a serem
analisadas possíveis semelhanças e diferenças entre as respostas para seguidamente
os dados serem interpretados. Por ser uma pesquisa que envolve seres Humanos, a
mesma oferece riscos como receio ou medo do participante e principalmente a quebra
do anonimato, será ressaltado a garantia do sigilo e os métodos para que o mesmo seja
mantido de acordo com a resolução 466/12- CNS/MS (BRASIL, 2012). Os dados cole-
A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
54 TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA

tados nesta pesquisa (questionários), ficarão armazenados em pastas de arquivo, sob a


responsabilidade do pesquisador nas dependências da faculdade de teologia, filosofia
e ciências humanas- Gamaliel. Pelo período de mínimo cinco anos, após esse período,
o TCLE será incinerado.

Dentre os benefícios a pesquisa proporcionará maior conhecimento sobre a per-


cepção dos enfermeiros atuantes da atenção básica quanto ao enfrentamento do abu-
so sexual contra crianças e adolescentes no município de Tucuruí-Pa. Para você para
minimizar os riscos de quebra do anonimato, os pesquisadores utilizarão a codifica-
ção com as siglas “ENF” (que representará a palavra “enfermeiro”) acompanhado de
numeração em ordem crescente que iniciará no número 1 e assim sucessivamente (ex:
“ENF 1”, “ENF 2”, “ENF 3”, “ENF 4”), que substituirá os nomes dos enfermeiros parti-
cipantes da pesquisa. Também será assegurado aos participantes o direito as informa-
ções dos resultados parciais e finais da pesquisa. Caso haja desistência, todo o material
coletado de forma escrita será devolvido ao participante em forma de formulário, as-
sim como as duas cópias do TCLE que foram preenchidas para garantir que o material
não será usado na pesquisa.

Você será esclarecido(a) sobre a pesquisa em qualquer aspecto que desejar. Você
é livre para recusar-se a participar, retirar seu consentimento ou interromper a par-
ticipação a qualquer momento. A sua participação é voluntária (sem compensação
financeira) e a recusa em participar não irá acarretar qualquer penalidade ou perda
de benefícios. O pesquisador irá tratar a sua identidade com padrões profissionais de
sigilo. Serão enviados para você e permanecerão confidenciais. Seu nome ou o material
que indique a sua participação não será liberado sem a sua permissão. Você não será
identificado(a) em nenhuma publicação que possa resultar deste estudo.

Uma cópia deste consentimento informado será arquivada no Curso de Bachare-


lado em Enfermagem da Faculdade de Teologia, Filosofia e Ciências Humanas Gama-
liel por um período mínimo de cinco anos e outra será fornecida a você. Nenhum parti-
cipante pagara por sua participação e caso haja vazamento de informações os mesmos
serão ressarcidos e indenizados. A participação no estudo não acarretará custos para
você e não será disponível nenhuma compensação financeira adicional além do caso
de haver gastos de tempo, transporte, creche, alimentação, etc. Deve ser prevista uma
compensação financeira que deverá ser calculada de acordo com gastos reais do par-
ticipante. Caso você sofra algum dano decorrente dessa pesquisa Sivaldo Oliveira Da
Silva Júnior explicitar garantia de indenização diante de eventuais danos decorrentes
da pesquisa; se existe algum seguro.
A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA 55

Eu,________________________________________________________fui informa-
da (o) dos objetivos da pesquisa acima de maneira clara e detalhada e esclareci minhas
dúvidas. Sei que em qualquer momento poderei solicitar novas informações e motivar
minha decisão se assim o desejar. A professora orientadora Jamille da Costa Salvador
certifica-se de que todos os dados desta pesquisa serão confidenciais.

Também sei que caso existam gastos adicionais, estes serão absorvidos pelo
orçamento da pesquisa. Em caso de dúvidas poderei chamar a professora orientadora
Jamille da Costa Salvador no telefone (xx) xxxxx-xxxx ou o Comitê de Ética em Pesqui-
sa em seres humanos, situado no térreo do bloco 4 da Universidade do Estado do Pará,
campus VIII, Av. Hiléia s/n. Agrópolis do INCRA, Bairro Amapá – Marabá – Pará.
Telefone: (xx) xxxxx-xxxx.

Declaro que concordo em participar desse estudo. Recebi uma cópia deste ter-
mo de consentimento livre e esclarecido e me foi dada a oportunidade de ler e esclare-
cer as minhas dúvidas.

Data:___/___/___

Nome:_____________________________________________________________________

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Assinatura do Participante

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Nome:_____________________________________________________________________

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Assinatura do Pesquisador responsável

Data:___/___/___

Nome:_____________________________________________________________________

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Assinatura da Testemunha
A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
56 TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA

SOBRE O AUTOR
Sivaldo Oliveira da Silva Júnior
Possui Bacharelado em Enfermagem pela Faculda-
de de Teologia, Filosofia e Ciências Humanas - Gamaliel
(FATEFIG) no município de Tucuruí, Pará. Fundador e
Presidente da primeira Liga Acadêmica de Saúde Pú-
blica (LASP) da FATEFIG e a primeira do Município de
Tucuruí, Pará, que tem como objetivo estimular os estu-
dantes interessados no ensino, pesquisa, extensão e apli-
cações práticas e integradas do conhecimento em saúde
pública, de forma a proporcionar uma melhor formação
acadêmica/profissional a seus integrantes. Fez parte da
comissão organizadora de eventos de Enfermagem da
FATEFIG em 2019. Mentor de Iniciação Cientifica. Pre-
sidente do Grupo Phoenix, um grupo de pesquisa, sem
fins lucrativos e sem vínculo institucional, voltado para
publicações cientificas na área da saúde. Fundador do
Colabora(AB), primeiro programa de voluntariado aca-
dêmico da Secretaria Municipal de Saúde Pública (SMSP)
do Município de Tucuruí, Pará. Pós-graduando em Ges-
tão e Auditoria em Serviços da Saúde pela Faculdade de
Venda Nova do Imigrante (FAVENI). Atualmente atua
como Enfermeiro na área de Gestão da Atenção Básica
na parte de Planejamento Estratégico e Elaboração de
Projetos que visem o fortalecimento do Sistema Único de
Saúde - SUS nos níveis de Atenção Primária e Secundá-
ria à Saúde no município de Tucuruí, Pará. Engajado em
ações comunitárias e educativas.
A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA 57

ÍNDICE REMISSIVO
A
Abuso, 3, 10, 11, 39

Adolescentes, 3

Análise, 10, 29

Anos, 7, 14, 16, 26, 29, 32, 33, 34, 38, 44, 47, 54

Atenção, 3, 10, 11, 40

Atendimento, 10, 40

Atuantes, 3, 11

B
Básica, 3, 10, 11, 40

C
Casos, 16, 18, 35, 36, 38, 40, 41, 44

Contra, 3, 11

Crianças, 3, 11

D
Dados, 4, 49

Dificuldades, 14, 16, 22, 24, 38, 39, 41, 42, 51, 53

E
Enfermeira, 32, 33

Enfermeiros, 3, 11, 32, 33

Enfrentamento, 3, 11

F
Família, 9, 17, 27, 32, 33, 34, 39, 40

M
Município, 3, 11

P
Pará, 5, 17, 18, 24, 27, 29, 32, 33, 35, 39, 40, 44, 47, 55, 56
A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA QUANTO
AO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCEN-
58 TES NO MUNICÍPIO DE TUCURUI - PA

Participantes, 28, 29, 30, 32, 53, 54

Percepção, 3, 11

Pesquisa, 4, 28, 29, 47, 48, 49

Problema, 14, 15, 17, 19, 26, 36, 45

Profissionais, 10, 38

S
Saúde, 7, 18, 19, 22, 24, 27, 32, 33, 35, 36, 38, 39, 40, 41, 45, 46, 47, 48, 49, 53, 56

Sexo, 15, 16, 32, 37, 38, 44

Sexual, 3, 10, 11, 39

T
Tucurui, 3, 11

V
Vida, 6, 7, 14, 15, 39, 41

Violência, 9, 16, 17, 46, 47, 48, 49

Vítima, 11, 15, 18, 19, 27, 36, 38, 39, 41, 44, 49

Vítimas, 14, 15, 16, 18, 22, 24, 34, 35, 36, 38, 39, 40, 42, 44, 45, 46, 48, 49, 51, 53

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