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Capítulo 3
3. DEGRADAÇÃO DOS SINAIS EM FIBRAS ÓPTICAS
3.1 Atenuação
A atenuação (ou as perdas de transmissão) de uma fibra óptica costuma ser definida
potência luminosa na sua saída. Essa relação, em geral expressa em decibéis por quilômetro
P 1
α f = 10 log s . Eq.3.1
Pe L
Onde:
¾ Absorção
¾ Espalhamento
moléculas do vidro. Os principais responsáveis por isso são o OH- residual e elementos
das perdas introduzidas pela atenuação da fibra óptica, devem ser consideradas também as
perdas causadas nas emendas e conexões entre segmentos de fibras e no acoplamento das
fibras com as fontes e detectores luminosos. Este último tipo perdas serão apresentadas em
capítulos posteriores.
comprimentos de onda onde a absorção intrínseca será baixa. Por exemplo, para
as fibras de sílica fundido a faixa de menor absorção vai de 0,7 a 1,6 µm.
direções.
A mais comum causa para a atenuação é o espalhamento. Ele ocorre quando a luz
colide com átomos individuais no vidro. A luz que é espalhada em ângulos fora da abertura
E(λ) = K / λ4
praticável nas transmissões a longa distância, para uma mínima atenuação e máxima
¾ Espalhamento de Rayleigh
¾ Espalhamento de Mie
causados pela transferência (linear) de potência de um modo guiado para modos vazados ou
monomodo.
são as seguintes:
8π 3 8 2
γ Rayleigh = 4 n . p .K .TF .β T Eq. 3.2
3λ
4,343
α Rayleigh ≅ .γ Rayleigh Eq. 3.3
L
requisitos:
c) Espalhamento de Brillouin estimulado : é o efeito não linear que pode ser visto
como sendo uma modulação (em freqüência) da luz transmitida, pelas vibrações
na direção de propagação.
Perdas causadas por deformações mecânicas podem ser resultantes de dois tipos
a casca e pode ser provocado por qualquer força transversalmente aplicada na superfície da
fibra, quando da sua fabricação, uso ou fabricação do cabo de fibra óptica. Para diminuir
este tipo de deformação é necessário tomar certos cuidados quando do projeto e confecção
curvatura de uma fibra for de alguns centímetros, não provoca perdas consideráveis
perda é dada quando os modos próximos ao ângulo crítico (alta ordem) ultrapassam esse
refratados.
Na Figura 3.3 ilustra-se resumidamente os tipos de atenuações que ocorrem em uma fibra.
Perda por
Absorção
Pressão Perda por Conexão
Perda por
Acoplamento
Espalhamento
Reflexão de de Reflexão de
Fresnel Rayleigh Fresnel
Micro
Curvaturas
Macro
Curvaturas
3.2 Dispersão
propagação dos modos que transportam a energia luminosa, tem por efeito a distorção dos
No caso de transmissão digital, a mais usual, o espalhamento dos pulsos ópticos resultantes
tempo (bits por segundo) através da fibra. No caso mais geral de transmissão analógica, a
distorção do sinal óptico transmitido traduz-se numa limitação da banda passante (Hertz) da
fibra óptica.
que viaja ao longo da fibra da fibra óptica e esse alargamento limita a banda passante e
mecanismos básicos da dispersão em fibras ópticas que causam este alargamento, porém,
¾ Dispersão Material
onda, ter uma diferente velocidade de propagação. Os outros dois tipos de dispersão
efeitos deste último tipo de dispersão, na distorção do sinal transmitido, aumentam com a
transmitida.
a)
n1 - índice de refração do
núcleo
b) n2 - índice de refração da
casca
Ie - Impulso de entrada
Is - Impulso de saída
c)
Figura 3.4 – Efeito da dispersão modal nos tipos básicos de fibras ópticas: a) multimodo
índice degrau; b) multimodo índice gradual (parabólico); c) monomodo
(índice degrau )
A Fig. 3.4 ilustra esquematicamente os efeitos da dispersão modal nos tipos básicos
índice degrau é afetada principalmente pela dispersão modal, enquanto que a capacidade de
transmissão das fibras multimodo índice gradual, ou das fibras monomodo, é afetada
onda, respectivamente.
A dispersão Modal afeta apenas as fibras multimodo e resulta dos diferentes atrasos
individual.
No caso das fibras multimodo ID (Fig.3.4 (a) ), o fenômeno da dispersão modal pode
ser explicado facilmente através da teoria de raios, bastando observar as diferenças nos
incidência (modos), uma vez que, o núcleo sendo homogêneo, a velocidade de propagação
é constante. Isso faz com que a luz transmitida pelos vários raios (modos) numa
ângulo crítico, ou seja, equivalentes aos modos de maior ordem (os mais lentos), e os raios
π n ∆
τ mod alID = 1 − 1 .L Eq. 3.4
V c
τ mod alID ≅
( AN )
2
.L Eq. 3.5
2n1c
importante considerar que nas expressões acima consideram-se apenas os raios meridionais,
No caso da transmissão digital, uma medida mais útil da dispersão modal em fibras
multimodo ID é dada pelo espalhamento rms dos pulsos transmitidos, expresso, para o caso
de ∆<<1 , por:
n1 ∆
τ mod alID ≅ .L Eq. 3.6
2 3c
ou ainda
τ mod alID ≅
( AN )2 .L Eq.3.7
4 3n1c
O cálculo da diferença máxima dos tempos de chegada dos modos é dado pela
seguinte expressão:
Onde:
n1 − n2
da casca, que é dado por: ∆ ≅
n1
modal. A variação gradual do índice de refração do núcleo, nesse tipo de fibra, permite uma
compensação da velocidade de propagação dos raios (modos) cujas as trajetórias são mais
longas. Por exemplo, no caso de fibra multimodo IG com perfil parabólico (α ∼ 2),
conforme Fig.3.3(b), os raios curvos mais afastados do eixo da fibra, embora tenham um
superior à dos raios mais próximos ao eixo do núcleo. Existe, portanto, uma compensação
de velocidades de propagação dos modos de ordem superior, que tem por efeito reduzir a
diferença de atrasos de propagação, implicando uma menor dispersão modal para as fibras
multimodo IG.
função do comprimento de onda, Fig. 3.5, cada componente da fonte luminosa viaja com
velocidade diferente, pois na realidade, as fontes luminosas possuem certa largura espectral.
Figura 3.5 – Variação do índice de refração da sílica fundida com o comprimento de onda
O índice de refração do material que compõem a fibra óptica tem, via de regra, uma
conforme Fig. 3.5. Isto implica diferentes atrasos (velocidades) de propagação, resultando
transmitidos é imposta pelas fontes luminosas que se caracterizam, de uma maneira geral,
Para diminuir a dispersão material é necessário diminuir a largura espectral das fontes
luminosas e utilizá-las em fibras de baixa dispersão. Como por exemplo, o laser (que causa
menor dispersão que o LED), sendo utilizado em fibras cuja matéria prima é a sílica, que
No gráfico da Fig. 3.6, pode-se ter uma idéia melhor da dispersão material, em função
Verifica-se que a sílica utilizada como fibra óptica que a dispersão material possui
material zero), Fig.3.7. Através de dopagem do material, consegue-se deslocar este mínimo
transmitida. Para um valor fixo qualquer de V, existe um atraso (de grupo) de propagação
diferente para cada modo, implicando, portanto, uma distorção (dispersão) do sinal óptico
na saída da fibra.
muito pequena comparada com a dispersão material, podendo então, ser desprezada. Por
outro lado, em fibras monomodo a dispersão por efeitos do guia de onda assume uma
grande importância, pois, além de ser de magnitude equivalente, tem a propriedade de, em
núcleo e da casca ao longo da fibra. A luz propaga-se com diferentes velocidades durante a
trajetória. Outro fator que provoca este tipo de dispersão é também quanto à variação da
Material dispersion
40
30
20
10 Chromatic dispersion
0
-10
-20
λ0
-30
-40 Waveguide dispersion
Retardo no Tempo
de Chegada
Espalhamento
Temporal
Quando um feixe de luz é injetado em uma fibra, parte dele é refletido de volta à
diferença entre os índices de refração dos meios onde ocorre a propagação da luz.
A reflexão de Fresnel que ocorre entre o ar e a fibra pode ser definida pela seguinte
equação:
2
n −1
ρ = Eq. 3.9
n + 1
Onde:
- ρ é a reflexão Fresnel
Essa reflexão ocasiona uma perda no sinal luminoso transmitido, que é definida por:
A perda no sinal luminoso tem que ser considerada tanto na entrada da luz na fibra,
como na saída, isto porque a reflexão Fresnel ocorre tanto na passagem da luz do ar para a