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"Perder a inocência, a graça, a amizade de Deus, a vida divina, o direito ao céu - tudo isso
pelo pecado mortal - e depois recuperar o perdido e voltar à casa paterna, ao seio do Pai... -
Haverá maior benefício ?
No tribunal sagrado devem correr nossas lágrimas: lágrimas de contrição e pesar, mas
também lágrimas de alegria e de gratidão."
IGREJA
Now the way to reach Christ is not hard to find: it is the Church. Rightly does Chrysostom
inculcate: "The Church is thy hope, the Church is thy salvation, the Church is thy refuge."
(Hom. de capto Euthropio, n. 6.) It was for this that Christ founded it, gaining it at the price of
His blood, and made it the depositary of His doctrine and His laws, bestowing upon it at the
same time an inexhaustible treasury of graces for the sanctification and salvation of men.
SACERDÓCIO - A SELVA
1. Sou sacerdote, a minha dignidade está acima da dos anjos; deve ser pois a minha vida
duma pureza angélica, para a qual sou obrigado a tender por todos os meios possíveis.
2. Um Deus digna-se obedecer à minha voz; com melhoria de razão devo eu obedecer à
sua, obedecer à graça e aos meus superiores.
3. A santa Igreja honrou-me; é necessário que por minha vez eu a honre, com a santidade
da minha vida, com o meu zelo, com os meus trabalhos etc.
4. Eu ofereço ao Padre eterno Jesus Cristo, seu Filho; logo é do meu dever revestir-me
das virtudes de Jesus Cristo, e tornar-me capaz de tratar o mais santo dos mistérios.
6. Querem os fiéis ver em mim um modelo das virtudes a que aspiram; devo portanto
edificá-los a todos e sempre.
7. Os pobres pecadores, que perderam a vida das graça, esperam de mim a sua
ressurreição espiritual; é necessário pois que eu trabalhe nela, pelas minhas orações,
exemplos, palavras e conduta.
11. Nos padres, a ambição e o espírito de interesse conduzem as mais das vezes à perda
da fé; devo pois abominar esses vícios como origens de reprovação.
12. Em mim a gravidade e a caridade devem ser inseparáveis: serei portanto prudente e
reservado, principalmente a respeito das pessoas do outro sexo, sem ser altivo, grosseiro
ou desdenhador.
13. Só posso agradar a Deus pelo recolhimento, fervor e virtudes sólidas, que o santo
exercício da oração alimenta; nada pois devo descurar para as adquirir.
14. Só devo procurar a glória de Deus, a minha santificação e a salvação do meu próximo;
a isso pois me devo dedicar, até com sacrifício da minha vida, se tanto for necessário.
15. Sou padre: o meu dever é inspirar a virtude, e glorificar a Jesus Cristo, Sacerdote
eterno (Villecourt, l. 1. ch. 11)
Ó, que horror
causa a Deus e aos anjos uma missa celebrada em pecado mortal! Fê-lo o
Senhor compreender um dia, em 1688, à sua fiel serva, a irmã Maria-
Crucificada, de Palma, na Sicília, conforme se lê na sua vida.
Ouviu primeiro o retinir lúgubre duma trombeta, que com o estampido do
trovão fazia ouvir, em todo o mundo estas palavras: Ultio, poena, dolor! Viu
depois uma multidão de eclesiásticos sacrílegos, cujas vozes confusas for-
mavam uma salmódia discordante. A seguir, um dentre eles se ergueu para
dizer missa. Enquanto ele se revestia dos ornamentos sagrados, a igreja se
cobriu de trevas e luto. Aproxima-se do altar e diz: Introibo ad altare Dei;
neste instante, de novo retine a trombeta e repete: Ultio, poena, dolor! De
repente — sinal visível da justa cólera do Senhor contra o ministro indigno, —
turbilhões de chamas se elevam e cintilam em volta do altar. Ao mesmo tem-
po a religiosa distingue uma legião de anjos, armados de espadas ameaça-
doras, como para tirarem vingança do sacrilégio que se vai cometer.
Quando o monstro se prepara, para o grande ato da consagração, uma
multidão de serpentes saltam do meio das chamas, para o expulsarem do
altar, — símbolo dos temores e remorsos da consciência. É em vão, o sacrí-
lego sacrifica todos os remorsos à sua própria reputação. Pronuncia enfim as
palavras da consagração; então a serva de Deus observa um tremor univer-
sal, que parece abalar o céu, a terra e o inferno.
Depois da consagração a cena muda: Jesus Cristo aparece como um
doce cordeiro, que se deixa maltratar entre as garras desse lobo cruel. No momento da
comunhão, o céu obscurece-se, e todo se abala de novo, a
ponto de parecer que a igreja desaba. Os anjos choram amargamente em
redor do altar; mas ainda mais amargas são as lágrimas, que inundam o
rosto da Mãe de Deus; geme ela sobre a morte de seu Filho inocente, e
sobre a perda dum filho culpado.
Depois duma visão tão terrível, permaneceu a serva de Deus de tal modo
aterrada e abatida pela dor, que não pôde fazer outra coisa senão chorar. O
autor da sua Vida nota que foi precisamente no mesmo ano de 1688 que se
deu o grande terremoto, que tantos estragos fez na cidade de Nápoles e
seus contornos, donde se pode concluir que tal castigo foi efeito da celebra-
ção desta missa sacrílega.
O ofício
de clérigo, responde Sto. Ambrósio, é ganhar, não dinheiro, mas almas641. O
mesmo nome de padre, em latim sacerdos, exprime a natureza das suas
funções: segundo Sto. Antonino, que faz derivar esta palavra de642 sacra
docens643, e segundo Sto. Tomás que a explica por sacra dans644. Honório de
Autum pensa que presbyter vem de praebens iter, — o que mostra ao povo o
caminho por onde se chega do exílio à patria645. Está isto de acordo com o
sentir de Sto. Ambrósio, que chama aos padres os guias e dirigentes do re-
banho de Jesus Cristo646. Donde o santo tira esta conclusão: Que a vida
corresponda ao nome, que o nome não seja uma palavra vã;
VOCACAO AO SACERDÓCIO
o Concílio de
Trento declarou que a Igreja não olha como seu ministro, mas como ladrão,
quem ousa ingerir-se sem vocação nas funções eclesiásticas787
A MISSA
O Concílio
de Trento diz que a virtude dos chefes é a salvação dos súditos7.
É necessário, ao contrário,
que ele seja visto a orar na igreja, a dar a sua ação de graças depois da
missa, a visitar o Santíssimo, e a Mãe de Deus. Muitos há que cumprem os
seus deveres de piedade às ocultas, com receio de serem vistos; é bom que
se façam ver, não para atraírem louvores, mas para darem bom exemplo, e
levarem os outros a glorificar a Deus, imitando-os78.
78. Videant opera vestra bona, et glorificent Patrem vestrum, qui in coelis est (Matth. 5, 16).
SOBRE A CASTIDADE
Quem triunfa do
vício contrário à castidade, facilmente triunfa de todos os outros; pelo contrá-
rio, quem se deixa dominar da impureza, com facilidade escorrega em mui-
tos outros, como são o ódio, a injustiça, o sacrilégio etc.
S. Paulo dá a razão do celibato imposto aos padres, quando diz: O que está
sem mulher dá toda a sua atenção às coisas do Senhor e pensa em agradar
a Deus; o que porém está casado preocupa-se com as coisas do mundo e
procura agradar a sua mulher; está dividido24. O que está livre dos laços do
matrimônio dá-se todo a Deus, porque só o domina o pensamento de agra-
dar a Deus; quem está ligado pelo matrimônio tem que pensar em agradar a
sua esposa; ocupa-se de seus filhos e do mundo: tem assim o coração dividi-
do e não se pode dar inteiramente a Deus. Com muita razão pois Sto. Ataná-
sio chamava à castidade a morada do Espírito Santo, a vida dos anjos e a
coroa dos santos25. Por sua vez S. Jerônimo a chama — a honra da Igreja e
a glória do sacerdócio26. Com efeito, como diz Sto. Inácio mártir, deve o pa-
dre, que é casa de Deus, templo de Jesus Cristo e órgão do Espírito Santo,
visto ser por seu intermédio que as almas se santificam27.
O homem é
como a palha40. Impossível é pois expor-se uma pessoa voluntariamente à
ocasião e não sucumbir.
Mas que admira isto? É impossível, diz S. Cipriano, estar no meio das
chamas e não se queimar57. Segundo S. Bernardo, seria menor milagre
ressuscitar um morto, do que conservar a castidade, vivendo em habitual
familiaridade com uma mulher58. Se quereis pois estar seguros, escutai o que
vos diz o Espírito Santo: Procedei de modo que nem sequer passeis perto da
casa daquela que o demônio toma como instrumento para vos tentar; afastai-
vos de lá59. E, quando houver necessidade verdadeira de falardes a uma
mulher, fazei-o com brevidade em termos austeros, conforme o conselho de
Sto. Agostinho60.
Mas, dir-se-á, esta pessoa é feia; Deus me livre dela! — A isso responde
S. Cipriano que o demônio é pintor; quando a concupiscência está em movi-
mento, pode ele embelezar o rosto mais disforme62.
Mas essa pessoa é minha parenta. — Eis o que responde S. Jerônimo:
Não consintais que permaneçam convosco nem mesmo as que vos estão
ligadas pelo parentesco63. Por vezes o parentesco só facilita e multiplica os
pecados, ajuntando o incesto à impudicícia e ao sacrilégio. Até se está mais
exposto a pecar, acrescenta S. Cipriano, quando a mesma enormidade do
crime afasta o temor de suspeitas64.
Con-
ta S. Bernardino de Sena75 ter conhecido uma pessoa que vivera trinta e oito
anos na inocência e na virgindade; tendo então ouvido nomear uma certa
impureza, precipitou-se em desregramentos tais, que o demônio, diz o San-
to, não se entregaria a semelhantes torpezas, se tivesse corpo.
Por isso S.
Jerônimo exortava Rústico a viver de modo que o demônio, quando viesse a
tentá-lo o encontrasse sempre ocupado79.
E isto está de acordo com a doutrina de Santo Tomás: Não pode escu-
sar-se de erro quem segue a opinião de qualquer mestre, em oposição com
o ensino claro da Escritura, ou contra o sentir comum e aprovado pela Igre-
ja45. Portanto, em sentido contrário, segundo o Doutor angélico, é lícito tomar
como regra uma opinião autorizada, que não se opõe ao texto formal da
Escritura, nem a decisão alguma da Igreja. Em confirmação desta doutrina,
citemos enfim uma passagem cheia de força, de Gabriel Biel, que florescia
pelos fins do século quinze: A primeira opinião parece mais provável, porque
não se deve avançar que uma certa falta é mortal, sem haver uma razão evidente ou um
texto claro da Escritura46.
1. Ocasionados e recidivos
Visto pois o
perigo em que o penitente está de faltar à promessa, que fez de remover a
ocasião, não tem as disposições requeridas para ser absolvido, desde que o
quer ser antes de remover a ocasião; o confessor que neste estado o absolve
certamente peca.
É necessário notar aqui que, geralmente falando, quando se trata do
perigo de pecados formais, e sobretudo de pecados vergonhosos, quanto
mais o confessor usar de severidade para com os meus penitentes, melhor
contribuirá para a salvação da sua alma. Pelo contrário quanto mais indul-
gente se mostrar, mais duro se lhes tornará. Dos confessores demasiado
indulgentes dizia S. Tomás de Vilanova, que são deshumanamente humanos
— Impie pios. Tal caridade é contra a caridade.
Quanto a mim, como disse na minha Instrução aos confessores (Homo. apost.
tr. ult. punct. 2), entendo que, quando não há ocasião extrínseca e se trata de
pecados cometidos por fragilidade intrínseca, tais como blasfêmias, ódios,
poluções, deleitações morosas etc., raras vezes há vantagem em diferir a
absolvição, porque sempre se poderá esperar mais do socorro da graça, que
o penitente recebe pela absolvição, que da demora que lhe impusesse. Quando
houver porém uma ocasião extrínseca, embora necessária, penso, como
anteriormente disse, que sempre será útil, e as mais das vezes indispensá-
vel para a emenda do penitente, ainda que disposto, diferir-lhe a absolvição.
QUINTA INSTRUÇÃO
Sobre a oração mental e ofício divino
Por isso Santa Teresa, grande mestra de oração, dizia que quem des-
preza a oração mental não precisa que os demônios o levem para o inferno;
por si próprio se lança nele18.
Oração e peca-
do não podem subsistir juntos.
S. Luís de Gonzaga,
falando da perfeição, a que todo o padre está especialmente obrigado, tinha
razão para dizer que, o que não se aplicar muito à oração mental jamais
atingirá um alto grau de virtude29.
R: Não se deve ir à meditação para encontrar nela prazer, mas para dar
prazer a Deus.
As
estátuas imóveis, que adornam as galerias dum palácio, não deixam de prestar
honra ao príncipe, ;e o Senhor pois quer que sejamos como estátuas na sua
presença, contentemo-nos em o honrar como estátuas; então nos bastará
dizer-lhe: Senhor, estou aqui para vos agradar!
II. Pela minha parte, diz um segundo, se não faço a oração mental, nem
por isso perco o meu tempo, porque o consagro ao estudo.
Dizia o Pe. Suarez que antes quereria perder toda a sua ciência
do que uma hora de oração.
S. Bernardo parafra-
seando esta passagem dos Cânticos — Dignai-vos atrair-me; atrás de vós
correremos, ao odor dos vossos perfumes — faz assim falar a Esposa sagra-
da, ou a Igreja: Não serei só eu a correr, comigo correrão também as jovens;
correremos ao mesmo tempo, eu movida pelo odor dos vossos perfumes,
elas excitadas pelo meu exemplo59. Tal é a linguagem que deve ter um padre
zeloso da salvação das almas, dirigindo-se a Deus: Atraí-me a vós, Senhor, e
eu correrei para vós, e os outros correrão comigo: eu correrei atraído pelo
odor dos vossos perfumes, isto é, pelas inspirações e graças que de vós
receber na oração, e os outros correrão ao impulso do meu bom exemplo.
III
Sobre a recitação do Ofício divino
Eis os frutos do ofício divino: honrar a Deus, resistir ao furor dos nossos
inimigos e obter misericórdia para os pecadores; mas, para isso, é necessá-
rio que se recite como convém, e como o exige o 5.º Concílio de Latrão63, isto
é, studiose et devote. Explicam-se assim estas duas palavras studiose, quer
dizer pronunciar bem; devote, com atenção, segundo a palavra de Santo
Agostinho, — que o vosso coração se ocupe do que os vossos lábios profe-
rem64. Como quereis vós, pergunta S. Cipriano, que Deus vos ouça se a vós
mesmos vos não ouvis?
Feita com atenção, é a oração esse incenso de suave odor que tanto
agrada a Deus e nos obtém tesouros de graças; ao contrário, se for feita com
distrações voluntárias, torna-se como um fumo infecto, que irrita o Senhor e
atrai castigos.
Multiplicar atos de
virtude, sem a humildade, é o mesmo que lançar poeira ao vento, diz S.
Gregório50 (Qui sine humilitate virtutes congregat, quasi in ventum pulverem portat (In Ps.
poenit. 3).)
SÉTIMA INSTRUÇÃO
Sobre a doçura
Aprendei de mim que sou doce e humilde do coração1. A doçura é cha-
mada a virtude do Cordeiro, isto é, de Jesus Cristo, que sob este nome quis
ser designado: Eis o Cordeiro de Deus2
. Enviai, ó Senhor, o Cordeiro dominador
da terra3
. E foi predito que ele na sua paixão se comportaria como um cordei-
ro: Permanecerá mudo como um cordeiro diante do tosquiador, e não abrirá
a boca4
. Sou como um cordeiro cheio de mansidão, que levam a imolar no
altar5
. Assim a doçura foi a virtude predileta do nosso Salvador. Mostrou ele
quanto era doce, beneficiando os ingratos, respondendo com bondade aos
seus contraditores, e suportando sem se queixar os que o injuriavam e mal-
tratavam: Quando o maldiziam, não amaldiçoava; quando o maltratavam, não
fazia ameaças6. Tendo sido flagelado, coroado de espinhos, cuspido, prega-
do na cruz e coberto de opróbrios, tudo esqueceu, e orou pelos que o tinham
tratado tão indignamente. É propondo-nos um tal exemplo que nos exorta
sobretudo à prática da humildade e da doçura.
De todas as virtudes, diz S. João Crisóstomo, é a doçura que nos torna
mais semelhantes a Deus7. Na verdade, é próprio de Deus tornar bem por
mal, conforme a palavra do Redentor: Fazei bem aos que vos odeiam... para
serdes verdadeiros filhos do vosso Pai que está nos céus, e faz nascer o sol
sobre os bons e os maus8. E é o que ainda faz dizer a S. João Crisóstomo —
que são apenas os homens doces, que Jesus Cristo apelida imitadores de
Deus9.
Aos que são doces é prometido o Paraíso10. “A doçura, diz S. Francisco
de Sales, é a flor da caridade”11. E o Eclesiástico declara que um coração
doce e fiel faz as delícias do Senhor12. Os que são doces não sabe Deus
repeli-los13. Sempre lhe são extremamente agradáveis as orações dos humil-
des e doces14.
Ora, a virtude da doçura consiste em duas coisas: 1.ª em reprimir os
movimentos de cólera contra os que os provocam; 2.ª em suportar os desprezos.
S.
Francisco de Sales nos assegura que é sempre conveniente reprimir os mo-
vimentos da cólera, por mais justa que nos pareça a causa dela: “Mais vale,
acrescenta ele, que digam de vós que nunca vos irais, do que dizerem que
vos irais com justiça”26.
Uma repreensão feita com doçura e rosto sereno é mais útil que mil censu-
ras, por justas que sejam, em estado de arrebatamento.
Meus irmãos, se algum pecar, vós que sois
espirituais repreendei-o com espírito de doçura, atendendo a vós mesmos,
para não serdes tentados31.
S. Fran-
cisco de Borja, numa viagem, teve de se deitar no mesmo leito com o seu
companheiro, o Pe. Bustamanto, que sofria de asma, e levou a noite a tossir
e a escarrar; julgava porém que escarrava para o lado da parede, e era sobre
o santo que o fazia, e por vezes até sobre o seu rosto. Chegado o dia, ficou
muito aflito ao ver que tinha feito, mas S. Francisco disse-lhe tranqüilamente:
“Meu padre, não vos aflijais com isso; porque em todo este quarto não havia
por certo lugar mais próprio para receber os vossos escarros que o meu
rosto”.
Tomás de Kempis:
“Segundo a violência que vos fizerdes assim adiantareis”58. Tantum proficies, quantum tibi
ipsi vim intuleris (De Imit. l. 1 c. 25).
S. Francisco Régis,
na sua conversação, era por vezes objeto de riso para os seus companhei-
ros, e não só tomava nisso prazer, mas até provocava as zombarias deles.
OITAVA INSTRUÇÃO
Sobre a mortificação, e especialmente so-
bre a mortificação interior
A mortifica-
ção tem por objeto resistir aos apetites da carne, para a submeter ao espírito;
a mortificação interior tem de resistir às afeições do coração, para as sujeitar
à razão e a Deus, motivo por que o Apóstolo o apelida — circuncisão do
coração22.
Quem permanecer apegado a si mes-
mo e às suas coisas, pouco ou nenhum fruto colherá dos seus jejuns, vigíli-
as, cilícios e disciplinas.
1. Dos bens
2. Das honras
Feliz o
padre que pode dizer: Antes quero ocupar o último lugar na casa do meu
Deus, do que habitar nos aposentos dos pecadores84.
3. Dos pais
Sou pa-
dre, só me posso ocupar das coisas de Deus; a vós, que sois seculares, é
que vos pertence cuidar dos negócios do século. — É precisamente este o
sentido das palavras, que o Senhor dirigiu ao jovem, que convidou para seu
discípulo, e lhe pediu permissão para ir fazer o enterro a seu pai: Deixa lá os
mortos a sepultarem os seus mortos100.
4. A vontade própria
Tirai
a vontade própria, dizia ainda S. Bernardo, e não haverá mais inferno104
Qui vos audit, me audit. — Et qui vos spernit, me spernit (Luc. 10, 16).
NONA INSTRUÇÃO
Sobre a mortificação exterior
I
Necessidade da mortificação exterior
2. Do gosto
evitar: 1.º - comer fora do tempo; 2.º - comer com demasiada sofregui-
dão; 3.º - comer em excesso; 4.º - comer iguarias delicadas78.
3. Do tato
O abade Gilberto
concilia estas duas passagens, dizendo que o monte da mirra, onde se mor-
tifica a carne, é precisamente o lugar em que nascem e se conservam os
lírios da pureza87.
III
Vantagens duma vida mortificada
DÉCIMA INSTRUÇÃO
Sobre o amor para com Deus
I
O padre deve ser todo de Deus
Ao pôr o pé no santuário, o padre protestou que não queria
outra herança senão Deus, dizendo: Dominus pars hereditatis meae.
II
Meios a empregar para ser todo de Deus
1. Desejo da perfeição
1.º - Se ama as obras que mais lhe custam e menos brilho têm.
2.º - Se fica em paz, quando os seus projetos fracassam; porque o que
trabalha por Deus consegue sempre o seu fim, que é agradar a Deus. Se não
se perturba, quando se vê mal sucedido, mostra que só trabalha com os
olhos em Deus.
3.º - Se se alegra com o bem que os outros fazem, como se fosse ele
mesmo, e vê sem inveja que outros abracem empresas como a sua, dese-
jando que todas sejam para glória de Deus e dizendo com Moisés: Prouvera
a Deus que todo o povo fosse composto de profetas77.
I
Necessidade moral da intercessão da santíssima Virgem
O Filho é
onipotente por natureza, e a Mãe por graça; porque ela obtém de Deus tudo
quanto pede, e isto por duas razões: a primeira é que ela excede todas as
criaturas em fidelidade e amor para com Deus; o que faz, como diz o Pe.
Soares, que o Senhor ame mais a Maria, que a todos os bem-aventurados
juntos.
III
Prática de devoção à santíssima Virgem
APÊNDICE
Regulamento de vida para um padre secu-
lar
I
De manhã
1. Os primeiros atos ao levantar
2. Oração mental
Regras Espirituais
para um padre que aspire à perfeição
1. Evitar o pecado e a perturbação depois do pecado
7. Desejo de morte
8. Devoção à santíssima Virgem
Enquanto sentir
os nervos exaltados, deve calar-se até que eles acalmem. De contrário, o
fumo da perturbação lhe ofuscará a vista; olhará como justo o que diz e faz,
ao passo que tudo será falta e desordem. Além disto, quando a correção se
faz no momento da exasperação, o inferior não a recebe como reprimenda
merecida, mas como efeito da impaciência da parte do superior, o que a
torna inútil ou pouco menos. Pela mesma razão, quando o superior conhece
que o seu inferior está perturbado, deve diferir a admoestação, esperando
que ele acalme; doutro modo, o inferior cego pela sua paixão, longe de rece-
ber a repreensão, romperá em maiores excessos.
EXAME DE CONSCIÊNCIA
Peçamos primeiro ao Espírito Santo que nos ilumine, rezando o Vinde Espírito Santo.
Depois, façamos um exame de consciência sério, com serenidade, sobre a nossa
vida, os mandamentos da Lei de Deus e da Santa Igreja, os pecados capitais e os
nossos deveres de estado.
1º O QUE DEUS NOS ORDENA: Que abracemos a fé, que devemos alimentar pela
oração, atos de piedade e comunhão freqüente. Tenhamos esperança de que Ele nos
dará o Céu e as graças para o merecermos. Que O amemos acima de tudo, Lhe
obedeçamos como filhos que somos, e saibamos sofrer as provações que porventura
mande para nos purificar. Que em cada um dos nossos irmãos vejamos o próprio
Cristo, e os amemos como Ele nos amou ao ponto de morrer por nós. Que façamos
da nossa vida uma oração agradável a Deus, atribuindo-Lhe tudo o que somos e
fazemos.
O QUE DEUS NOS PROÍBE: Que omitamos ou sejamos negligentes em fazer as
nossas orações da manhã e da noite e em receber os sacramentos. Confissões e
comunhões sacrílegas. Práticas supersticiosas. Dúvidas voluntárias contra a fé. Pôr
em perigo a fé por leituras inconvenientes. Indiferença religiosa. Respeitos humanos,
fonte de covardias. Falta de confiança na Providência ou confiança presunçosa nas
próprias forças. Falta de coragem, desespero. Resistência à graça. Oração sem alma,
maquinal e rotineira.
2º O QUE DEUS NOS ORDENA: Compenetrar-se bem da grandeza e santidade divinas.
Respeitar as pessoas e as coisas consagradas ao seu culto. Cumprir os votos que se
fizeram.
O QUE DEUS NOS PROÍBE: Blasfêmias, isto é, injúrias para com Deus. Uso vão do
seu Santo nome. Juramentos falsos ou inúteis. Desejar o mal ao próximo, ou a si
mesmo.
3º O QUE DEUS NOS ORDENA: Consagração do domingo a Deus, pela assistência à
Santa Missa, santificação do domingo e a abstenção de ocupações servis.
O QUE DEUS NOS PROÍBE: Trabalhar no domingo sem necessidade ou autorização.
Mau comportamento ou dissipações na igreja. Busca de distrações contrárias à
santificação do dia do Senhor.
4º O QUE DEUS NOS ORDENA: Em relação aos nossos pais – amor, obediência,
respeito, assistência; rezar por eles, vivos ou mortos. Em relação aos filhos:
educação religiosa, bom exemplo. Na família: contribuir para a felicidade e o bom
entendimento de todos; disponibilidade, polidez, delicadeza. Em relação aos
superiores: submissão e respeito. Em relação ao Estado: contribuir para o bem
comum; dever eleitoral; pagamento de impostos.
Rezar pelo Santo padre e obedecer tudo o que nos ordena a Santa Igreja.
O QUE DEUS NOS PROÍBE: Desobediência, falta de respeito, ingratidão para com os
nossos pais e superiores; desentendimento e divisões na família. Recusar participar
nos encargos da comunidade.
5º O QUE DEUS NOS ORDENA: Alegrar-se com a felicidade dos outros e para ela
contribuir na medida do possível; sofrer com o infortúnio do nosso próximo e
procurar aliviá-lo.
O QUE DEUS NOS PROÍBE: Insultos, recusar o perdão, inveja, desprezo, ódio.
Desejar a morte ou má sorte a outrem, desejo de vingança. Golpes, feridas,
mutilações, homicídios, aborto. Atentar contra a saúde por intemperança. Escândalo
por maus exemplos, conselhos, aprovações ou silêncio; egoísmo, indiferença pela
miséria e necessidade dos outros.
Obs.: O aborto é castigado pela Igreja com uma excomunhão.
6º, 9º O QUE DEUS NOS ORDENA: Respeito para com o nosso corpo, membro do
Corpo Místico e templo do Espírito Santo. Emprego das forças da nossa vida no
plano providencial da criação continuada; pureza, fidelidade e generosidade no amor
conjugal. Fugir das ocasiões do pecado e luta contra os maus hábitos.
O QUE DEUS NOS PROÍBE: Pensamentos ou desejos impuros provocados
voluntariamente, em si ou nos outros. Conversas inconvenientes. Canções
licenciosas. Leituras e espetáculos imorais. Modas provocantes. Galanteios
perigosos. Afeições ou familiaridades condenáveis. Danças lascivas. Ações
contrárias à castidade(masturbação, pornografia). Contatos desonestos. Imprudência
e leviandade no namoro. Adultério. Atentados contra a fecundidade do matrimônio.
Obs.: Devem-se precisar as circunstâncias que mudam a espécie do pecado
(adultério, incesto, homossexualidade, bestialidade, pedofilia, etc.). A pessoa que não
quer renunciar à ocasião próxima do pecado não pode receber a absolvição nem
seguir comungando.
7º, 10º O QUE DEUS NOS ORDENA: Considerar os bens deste mundo como meios e
não como fins. Usar deles para maior bem de todos, sem egoísmo. Respeitar a justiça
e a eqüidade, em todos os domínios. Reparar o injusto dano causado. Restituir o que
injustamente se retém. Dar esmola segundo as suas posses. Ter consciência
profissional.
O QUE DEUS NOS PROÍBE: Roubo, receptação, danificação injusta causada nos bens
de outrem. Fraude, negócios desleais, faltas de lealdade no trabalho, no comércio,
nos contratos: maneiras modernas de disfarçar o roubo. Cooperar na injustiça, seja
de que maneira for, ativa ou passivamente. Salários insuficientes. Negligência em
pagar as dívidas. Exploração dos fracos; avareza, apego ao dinheiro, cobiça.
Esbanjamento. Desejo de roubo ou injustiça.
8º O QUE DEUS NOS ORDENA: Amar e servir a verdade. Ser sincero e leal. Respeitar
a honra e o bom nome do próximo.
O QUE DEUS NOS PROÍBE: A mentira com ou sem prejuízo de outrem. Calúnias ditas
ou aprovadas. Falsos testemunhos. Juízos temerários. Violação de segredo confiado
ou do sigilo profissional. Simulações e hipocrisia.
Mandamentos da Santa Igreja
1º Santificação dos domingos e festas de guarda (ver 3º mandamento da Lei de
Deus);
2º Abstinência às sextas-feiras; jejum e abstinência nos dias prescritos*;
3º Confissão anual;
4º Comunhão Pascal;
5º Ajudar a Igreja em suas necessidades.
* Segundo a disciplina atual, o jejum obriga somente a quarta-feira de Cinzas e a
sexta-feira santa. A abstinência obriga todas as sextas-feiras do ano, ainda que pode
ser substituída por outra prática de piedade. O jejum consiste em uma só comida
importante por dia; a abstinência, na privação de carnes e gorduras animais.
Pecados Capitais
Este exame não é a repetição do dos mandamentos. Aqui trata-se propriamente não
de atos isolados, mas de hábitos maus, fonte de pecado. Interroguemo-nos, em
primeiro lugar, se combatemos o nosso defeito dominante e se trabalhamos
eficazmente para desenvolver as virtudes contrárias.
ORGULHO: Desprezo dos outros, amor próprio, complacência em si mesmo,
ambições excessivas, vaidade, arrogância, susceptibilidade, afetação. Ser escravo do
“que dirão” e da moda.
AVAREZA: Vícios contrários aos 7º e 10º mandamentos. Apego excessivo ao dinheiro
ou a outras coisas. Não fazer esmolas com algo do meu supérfluo.
LUXÚRIA: Vícios contrários aos 6º e 9º mandamentos.
INVEJA: Inveja da felicidade, dos bens e êxitos dos outros. Alegrar-se com as
desgraças do próximo. Ciúmes.
GULA: Excesso no comer e no beber, gulodice, embriaguez. Requintes excessivos,
abusos de guloseimas. Despesas excessivas de mesa. Sensualidade.
CÓLERA: Falta de autodomínio, exaltação, rancor, ressentimentos, mau humor,
movimentos bruscos, grosserias, crueldades.
PREGUIÇA: No levantar de manhã, no trabalho, nas obrigações religiosas; indolência,
negligência, moleza, ociosidade. Perdas de tempo com futilidades.
Virtudes que devemos praticar
A vida moral gira ao redor das três virtudes teologais e das quatro virtudes cardeais.
Para cada virtude mencionamos os atos principais que se devem praticar, e logo os
pecados contrários.
FÉ
Devemos: Crer tudo o que Deus nos revelou, e nos ensina por sua Igreja. Amar a
Tradição e desconfiar das novidades. Estudar o catecismo e a doutrina cristã. Leitura
espiritual. Fazer freqüentes atos de fé, especialmente ao receber os sacramentos, ao
rezar, etc. Conformar nossa conduta aos princípios da fé. Professar com valor nossa
fé e saber defendê-la. Ser apóstolo. Lutar contra o erro.
É pecado: Rejeitar alguma verdade revelada. Consentir nas dúvidas contra a fé.
Indiferentismo (pensar ou dizer que todas as religiões são boas). Viver todo o dia sem
Deus. Esconder sua fé por covardia.
ESPERANÇA
Devemos: Pensar com freqüência no Céu e nos bens eternos. Desejá-los
ardentemente. Desprezar os bens e prazeres desta vida. Viver em um santo temor de
ofender a Deus.
É pecado: Desconfiar da bondade e providência de Deus. Pretender que é impossível
viver como verdadeiro cristão. Não pedir a graça para isso. Pôr toda sua confiança
nas suas próprias forças e não em Deus. Presunção (valer-se da misericórdia de
Deus para pecar). Pôr-se em ocasião de pecado.
CARIDADE
Devemos: Amar a Deus mais que tudo, e ao próximo por amor de Deus. Fazer
freqüentes atos de amor a Deus. Viver em sua presença. Buscar agradar-lhe em tudo.
Desejo da perfeição. Servi-lo com alegria. Procurar que Jesus reine. Exame de
consciência diário. Confissão freqüente. Visita ao Santíssimo Sacramento. Estimar e
honrar a nossos irmãos. Assisti-los e ajudá-los. Suportar seus defeitos. Delicadeza
no trato com os demais. Guardar-se da murmuração. Esmolas. Buscar com zelo o
bem das almas.
É pecado: Indiferença religiosa e tibieza espiritual. Não obrar com intenção reta. Fazer
as coisas para ser visto dos homens. Afeto excessivo pelas criaturas. Ódio ao
próximo. Desprezo. Rancores. Julgar mal aos demais. Falar mal deles. Murmuração.
Inveja. Discórdias. Disputas. Dar mau exemplo. Causar escândalo. Aprovar a má
conduta dos amigos.
PRUDÊNCIA
Devemos: Obrar em tudo com prudência e inteligência, segundo o que convém para
alcançar nossa salvação e perfeição. Refletir antes de agir. Docilidade para aprender
da experiência. Docilidade aos conselhos do diretor espiritual, dos superiores, dos
amigos. Organização. Prontidão para obrar o bem.
É pecado: Precipitação. Fazer tudo “de qualquer jeito”. Inconstância. Negligência.
Usar de astúcia e pequenos enganos para “sair limpo”. Perder o tempo.
JUSTIÇA
Devemos: Antes morrer que cometer qualquer injustiça. Restituir se é o caso. Fazer
passar o bem comum antes que o interesse próprio. Ter o culto do dever. Amar o
trabalho bem feito. Obedecer aos seus superiores e buscar o bem de seus inferiores.
Usar seus bens para a utilidade de todos e não somente para a própria. Amar e ajudar
à família e à pátria.
É pecado: Prometer muito e não cumprir nada. Não devolver o emprestado. Avareza.
Chegar sempre tarde ao trabalho, às suas nomeações, à Missa! Descuidar de suas
obrigações. Não pedir perdão por suas faltas ou erros.
RELIGIÃO
Devemos: Entregar-nos a Deus com fervor, para cumprir sua vontade. Rezar com
atenção e perseverança. Devoção terna e sólida à Santíssima Virgem, aos Anjos e a
todos os santos. Reparar pelos pecados e consolar o Coração Imaculado de Maria.
Imitar suas virtudes. Meditação. Rosário só ou em família. Adorar a Deus e
oferecer-lhe sacrifícios. Assistir com freqüência à Santa Missa. Santificar o domingo.
É pecado: Falta de contrição na confissão, de fervor na comunhão e ação de graças,
e de atenção nas orações. Não cumprir seus votos.
FORTALEZA
Devemos: para salvar-nos estar dispostos a morrer ou sofrer qualquer coisa antes
que pecar gravemente. Sofrer com paciência. Atacar com valor e audácia os
obstáculos postos ao bem. Desejar fazer coisas grandes. Preparar nossa alma para o
martírio se Deus se dignasse chamar-nos a ele. Perseverar no bem durante toda a
nossa vida, apesar das dificuldades.
É pecado: Temer mais os males temporais que o inferno. Apartar-se do bem por
temor ou debilidade. Expor-se ao perigo com temeridade, confiando demasiado em
suas forças. Ambição, vã glória, jactância, hipocrisia (fingir uma virtude que não se
tem). Molície (fugir de todo esforço, e render-se à primeira dificuldade). Preguiça.
Ócio. Desalento.
TEMPERANÇA
Devemos: usar dos bens sensíveis segundo as necessidades da vida presente. Fugir
das coisas torpes, amar a beleza da virtude. Abstinência e sobriedade nas comidas.
Pequenas privações. Jejuns. Castidade e pudor. Evitar todo contato sensual. Fugir
das ocasiões. Mortificar a imaginação, pensamentos de vaidade, invejas, etc.
Mortificar sobretudo a vontade própria com a obediência. Reconhecer facilmente
suas faltas ou erros e pedir perdão. Não singularizar-se em nada. Não buscar o êxito
senão o serviço de Deus. Aceitar e amar as humilhações, que são o que mais nos
santifica. Mansidão. Modéstia. Amor da pobreza, moderação e simplicidade. Amar o
silêncio, recolhimento.
É pecado: Gula. Comer fora de tempo ou com excesso. Falar demasiado e com
bufonaria. Luxúria (ver o Sexto Mandamento). Danças licenciosas. Maus olhares. Ver
e desejar ver programas maus na televisão. Drogas, etc. Insensibilidade e crueldade.
Soberba. Susceptibilidade. Respeito humano e medo do “que dirão”. Não aceitar
nenhuma observação. Amor desordenado da própria liberdade e independência.
Curiosidade nas coisas más ou inúteis. Excesso no jogo e diversões. Não tomar nada
a sério.
Mas, não é pecado: pena de morte contra os criminosos. Guerra justa. Santa
indignação contra os que pervertem as almas, difundem o erro e escandalizam os
inocentes. (Tampouco é pecado cortar uma árvore ou matar um animal!). Para os
casados, é bom e virtuoso ter muitos filhos, dando-lhes educação cristã.
Deveres de estado
Segundo o estado de vida e responsabilidades de cada qual. Pensar nos deveres
pessoais, familiares, conjugais, profissionais, cívicos e sociais.
Os deveres de estado são um ponto que facilmente deixamos em esquecimento e
onde temos muito que meditar. Um cristão verdadeiro deve mostrar-se como tal, não
só na sua vida como nas suas atividades:
– O religioso sobre o cumprimento de seus votos e regras; o sacerdote sobre seu
breviário, missa, pregações, catecismos, confissões, visita aos enfermos, etc.
– Os pais de família sobre a educação de seus filhos.
– Os esposos sobre sua vida doméstica, amor e ajuda mútua na virtude, obediência
da mulher ao seu marido.
– O estudante sobre seus estudos, etc.
– O fiel escravo de Maria, por sua vez, não se esquecerá de suas obrigações
particulares de amar e servir à nossa Rainha e Mãe do Céu.
A contrição dos pecados
A contrição dos pecados, para ser verdadeira, deve incluir não só a dor de ter
ofendido a Deus, mas também o propósito firme de não voltar a pecar. Procuremos a
contrição dos nossos pecados, com a ajuda dos salmos penitenciais, especialmente
o salmo “Miserere” (50). Pensemos na sentença da absolvição que o padre vai
pronunciar sobre a nossa cabeça. Arrependamo-nos sinceramente de ter ofendido a
Deus, mas não esqueçamos que Ele é Pai compassivo, pronto a perdoar e a acolher
em sua casa o filho pródigo.