Você está na página 1de 33

Aula 2 – Dia 03 de fevereiro

Elementos da linguagem
cinematográfica
Prof. Marcelo Costa (UFPE)

Texto: XAVIER, Ismail. Introdução & A janela do cinema e a identificação. In:


XAVIER, Ismail. O discurso cinematográfico: a opacidade e a transparência.
São Paulo, SP: Paz e Terra, 2005, p. 13-15 & p. 16-25.

Texto: XAVIER, Ismail. A decupagem clássica. In: XAVIER, Ismail. O


discurso cinematográfico: a opacidade e a transparência. São Paulo, SP: Paz e
Terra, 2005, p. 27-39.
A janela de identificação e a decupagem clássica
A janela de identificação
! A indexalidade da imagem fotográfica;
ícone (semelhança) + índice (conexão física)
! Um recorte da realidade que extravasa as bordas do quadro;
! Potencial realista da imagem fotográfica/cinematográfica;
! tela centrífuga x quadro centrípeto
(fotografia/cinema) (pintura)
! O espaço cinemático: campo + extracampo;
extracampo fora do quadro
(diegético) (não diegético)
Rafael Sanzio (1509-1510)

Escola de Atenas
Leonardo da Vinci (1483-1486)

A virgem das rochas


Edgar Degas (1885-1890)
A mulher ao lado do vaso de flores
Edgar Degas
As quatro bailarinas
Davi (1623-1624)
Gian Lorenzo Bernini
Primeiros registros
! Registros científicos e cinema de atrações;
!  O cinema para contar histórias: técnica e arte na
“reprodução da realidade”.
!  O teatro filmado: a câmera restrita ao espaço teatral.
Os elementos fundamentais encontram-se contidos no
espaço visado pela câmera (enclausuramento).
i.  A configuração do cenário (fechado em si mesmo);
ii.  A imobilidade da câmera (visão de conjunto);
Enfim, a linguagem
! O surgimento da linguagem:
1.  A expressividade (mobilidade) da câmera;
2.  A descontinuidade do registro;
"  A montagem linear – a neutralização da
descontinuidade elementar, a partir da invisibilidade
dos cortes em raccords . (Montagem narrativa)
"  Montagem não linear – o corte como sinal
manifesto de uma intervenção/manipulação do
material fílmico e ostentação da descontinuidade.
(A montagem como perda da inocência)
A descontinuidade do registro
E a multipliçação dos pontos de vista.
Enfim, a linguagem
! A mobilidade da câmera: Reforça a impressão de que
há um mundo que existe para além da imagem da
câmera. As bordas como pontos de tensão.
! O corte dentro da cena.
1.  A invisibilidade do corte e a decupagem clássica (a
troca dos planos) como intensificação dramática.
2.  O corte como ferramenta de progressão e reflexão:
corte estrutural, relacional, conflitante.
A sintaxe
! Plano: Unidade significante mínima do filme. O
trecho contínuo entre dois cortes.
Obs: Não confundir com tomadas (takes), que são as
tentativas de se filmar o plano.
"  Abertura: abertos e fechados
"  Duração: curtos e longos
"  Ângulo: plongée (visto de cima) e contra-
plongée (de baixo pra cima).
A decupagem clássica
! Planos de situação:
"  PG (Geral) – Revela um grande espaço, distante
dos personagens;
!  PC (Conjunto) – Mostra um grupo de personagens
reconhecíveis em um ambiente;
!  PM (Médio) – Isola o personagem em seu meio,
com uma pequena margem superior e inferior.
A decupagem clássica
! Planos de Identificação:
!  PA (Americano) – Corta os personagens na linha da
coxa. (descreve bem a ação com a expressão do
personagem)
!  PM (meio primeiro plano) – Corta o personagem na
linha da cintura.
!  PP (Primeiro plano ou close-up) – Na linha do busto
ou ombro.
!  PPP – Enquadra só o rosto. (mais voltados para o
interior do personagem – a emoção)
!  Detalhe – Enfatiza uma parte do corpo, ou um
detalhe.
PG
PC
PM
PA
MPP
PP close up
PP close up
PPP
PD
A sintaxe
! Cena: Um ou mais planos agrupados dentro
de uma continuidade espaço-temporal.
! Sequência: Define-se pela continuidade da
ação. Pode ter uma ou mais cenas.
! Plano sequência: uma sequência sem cortes.
! Montagem paralela: Montagem intercalando
planos de sequências que se desenrolam
simultaneamente, mas em espaços diferentes.
O enquadramento
! Campo visto sob
determinados ângulos e
com determinados
limites exatos;
! A relação entre um
olho fictício e o conjunto
de objetos e pessoas no
cenário;

As meninas
Diego Velasquez (1656)
A composição do quadro
! Deixar certos elementos fora do
enquadramento.
! Mostrar apenas um detalhe significativo ou
simbólico.
! Compor arbitrariamente o conteúdo do
enquadramento.
! Modificar o ponto de vista normal do
espectador.
! A terceira dimensão do espaço (a profundidade
de campo)
A profundidade de campo
Cidadão Kane
Dir. Orson Welles, EUA, 1941
A profundidade de campo
Cidadão Kane.
Dir. Orson Welles, EUA, 1941
A expressividade da
câmera

! Câmera ativa x câmera passiva;

! Câmera objetiva x câmera subjetiva.


Movimentos de câmera
Eixo Fixo Eixo móvel

!  Tilts !  Travellings
!  Panorâmicas !  Grua
!  Zoom (in/out) !  Câmera na mão
!  Steady-cam
!  Drone
Movimentos de câmera
!  Função descritiva:

a.  Acompanhamento de um personagem ou


objeto em movimento;
b.  Ilusão de movimento de um objeto estático;
c.  Descrição de um espaço ou de uma ação
com conteúdo dramático;
Movimentos de câmera
!  Função dramática:

d.  Definição de relações espaciais entre dois


elementos da ação;
e.  Acentuar dramaticamente um objeto ou
personagem importante;
f.  Expressão subjetiva do ponto de vista do
personagem;
g.  Expressão da tensão mental do personagem;

Você também pode gostar