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Alice – Pari, minha mãe. É você pequena com olho preto, ca-
belo preto, cor da pele avermelhada igual urucum. Te chamo
de Alice, porque já fui mastigada pela Europa.
Alice – Mãe Preta, faz uma magia das grandes para eu cres-
cer e ser maior do que essa ilha carne aqui? Eu queria ter
nascido filho de índio e saber de cor se infiltrar na mata-
rio verde. O que é nós que mora entre o mato e o rio?
Alice - Não.
Alice - Vem logo e senta ao meu lado. Você quer ser minha
mulherzinha?
Alice - Encontraram-na?
Alice - Luto.
Alice - Não ligo para o que falas, porque aqui entre todos
esses terrenos de pau leite, mulher não manda. Aqui as Chi-
cas, as Antônias e Anas são buracos quentes para fazer dos
nossos filhos homens. Eu te fiz mulher e puta antes da ida-
de para não perder o tempo nesse ritual besta de menina de
outro lugar.
Alice - Tá, mas vem logo. Eu vou abrir minha perna uma úni-
ca vez...
Fim