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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ – CAMPUS SOBRAL

CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA


DISCIPLINA: CIRCUITOS ELÉTRICOS I
PROFESSOR: SAMELIUS SILVA DE OLIVEIRA

PRÁTICA Nº 01
ANÁLISE DE CIRCUITOS PURAMENTE RESISTIVOS

Iris Cordeiro Costa 497503


João Paulo de Abreu Militão 494959
Isac Andrade Alves 493787

Sobral – CE

2021
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...................................................................................................... 3

2. OBJETIVOS............................................................................................................. 6

3. MATERIAL UTILIZADO .................................................................................... 6

4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ................................................................ 7

5. CONCLUSÃO........................................................................................................ 14

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 15

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1. INTRODUÇÃO

Circuito elétrico basicamente é um circuito fechado que tem o começo e o fim no mesmo
ponto e dentro deste tem elementos que o constituem, como fonte elétrica, carga elétrica e
condutores. O estudo de circuitos elétricos se divide em circuitos de corrente contínua e
circuitos de corrente alternada. Os circuitos de corrente contínua são assim chamados por
possuírem uma ou mais fontes de tensão e/ou corrente contínua. Os circuitos de corrente
alternada são normalmente alimentados por fontes de tensão e/ou corrente senoidais. O estudo
de circuitos de corrente contínua se baseia no cálculo de tensões e correntes em circuitos
compostos por associações de resistores e fontes de tensão e/ou corrente contínua.

Figura 1 – Esquema elétrico de um circuito puramente resistivo.

Fonte: Próprio autor


No circuito representado na figura 1 temos um resistor ligado a uma fonte ideal de tensão
alternada. A queda de tensão em um resistor é diretamente proporcional à corrente que por ele
circula. A corrente que flui através do resistor pode ser calculada utilizando-se a lei de Ohm:

𝑉
𝐼=𝑅⇨ 𝑉 =𝐼∙𝑅 (1)

Um circuito é denominado puramente resistivo quando composto apenas por resistores


ou um circuito RLC onde a reatância capacitiva e a reatância indutiva, capacidade de se
contrapor a corrente elétrica, se anulam, ou seja, são iguais, XL (reatância indutiva) = Xc
(reatância capacitiva).
Em qualquer instante, a tensão possui o valor da corrente multiplicado pela resistência,
que é constante. Se a corrente é zero, a tensão é zero; se a corrente aumenta, a tensão aumenta;
se a corrente é máxima positiva, a tensão é máxima positiva, e assim por diante.

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Essa relação proporcional, com a tensão e a corrente tendo o mesmo tipo de variação ao
mesmo tempo é característica de CPR e dizemos que, nesses circuitos, a tensão e a corrente
estão em fase, isto ocorre por não existir ou ser anulada a ação reatância capacitiva e indutiva.
Em um circuito RLC a situação da tensão e corrente estarem em fase é conhecido como
ressonância. O estudo da ressonância de um circuito é importante quando trabalhamos com
fator de qualidade.

Na prática, foi simulado um circuito simples dispondo de três resistores e uma fonte de
tensão, no qual, sendo conhecida a tensão fornecida pela fonte, mediu-se as tensões nos
resistores e as correntes que por eles passavam, analisando a validade das leis de Kirchhoff para
tensões e para correntes:

Leis de Kirchoff:
As Leis de Kirchhoff são utilizadas para encontrar as intensidades das correntes em
circuitos elétricos que não podem ser reduzidos a circuitos simples.
Constituídas por um conjunto de regras, elas foram concebidas em 1845 pelo físico
alemão Gustav Robert Kirchhoff (1824-1887), quando ele era estudante na Universidade de
Königsberg.
 A 1ª Lei de Kirchhoff é chamada de Lei dos Nós, que se aplica aos pontos do circuito
onde a corrente elétrica se divide. Ou seja, nos pontos de conexão entre três ou mais condutores
(nós).
 A 2ª Lei é chamada de Lei das Malhas, sendo aplicada aos caminhos fechados de um
circuito, os quais são chamados de malhas.

Ademais, as simulações também tiveram o intuito de verificar o teorema da


Superposição e calcular o equivalente de Thévenin.

Teorema da Superposição:
O teorema da superposição é usado para análise de circuitos elétricos, sua aplicação é
para circuitos com mais de uma fonte de tensão ou corrente. É utilizado para analisar a
influência de cada fonte de tensão no circuito elétrico.
O teorema diz que “a corrente ou tensão através de qualquer elemento é igual a soma
algébrica das correntes ou tensões produzidas independentemente em cada fonte”.

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Na prática o que o teorema mostra é que é possível encontrar a solução do circuito para
cada fonte individualmente depois somá-las e obter o resultado do circuito. Perceba que essa
soma é algébrica, isso quer dizer que temos que analisar as polaridades das tensões e os sentidos
das correntes dos circuitos na soma.

Teorema de Thévenin:
O teorema ou equivalente de Thévenin é uma técnica de simplificação de um circuito
qualquer, desde que seja composto por elementos lineares, onde há uma fonte de tensão
independente Vth em série com um resistor Rth, de maneira que a combinação deles seja
equivalente ao circuito original.

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2. OBJETIVOS DA PRÁTICA

 Demonstrar as leis de Kirchhoff através de testes na prática utilizando os resistores


 Demonstrar o princípio da superposição através de uma associação de na protoboard
 Demonstrar o equivalente de Thévenin associando os resistores e colocando no formato
do próprio equivalente
 Provar a lei de Ohm realizando testes de resistências, tensões e correntes
 Demonstrar o efeito Joule (dissipação de potência)

3. MATERIAL UTILIZADO

 Resistores
 Multímetro
 Protoboard
 Jumpers
 Cabo
 Fonte de alimentação

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4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

De início, foi utilizado o multímetro para medir a resistência dos três resistores. As
resistências deram bastante próximas as originais, o valor ligeiramente distante é devido a
precisão do multímetro para resistências. Os valores medidos foram de 669Ω, 1777Ω e 4620Ω.
Após isso, os resistores foram organizados na protoboard fazendo uma associação mista,
com dois em paralelo e um em série, submetidos a uma tensão de 10V da fonte de alimentação.
Isso pode ser visto no diagrama da Figura 01.

Figura 02 – Circuito misto de resistores na protoboard

Fonte: Próprio autor

Logo em seguida, novamente utilizando o multímetro, foi calculado as tensões em cada


resistor. A tensão do resistor em série foi de 3,43V e os dois em paralelo é de 6,57V. Como
pode ser visto na Figura 02.

Figura 03 – Circuito misto de resistores na protoboard e suas tensões

Fonte: Próprio autor

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Após verificar as tensões, utilizou o multímetro para encontrar as correntes que passam
por cada resistor. Cada uma tendo um valor diferente pois uma está em série e as outras duas
em paralelo. Resultando em 5,1mA, 3,6mA e 1,4mA. O que também pode ser visto na Figura
03.

Figura 04 – Circuito misto de resistores na protoboard e suas correntes

Fonte: Próprio autor

Essas medições foram realizadas para demonstrar a Lei de Kirchoff para malhas e nós.
Com os dados obtidos elas são facilmente comprovadas. Por exemplo, se aplicarmos a Lei de
Kirchoff para nós, no nó que liga os três resistores temos que a soma das correntes que entram
é igual as que saem pelo nó. O que pode ser encontrado na equação X.

∑ 𝑖𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑚 = ∑ 𝑖𝑠𝑎𝑒𝑚 ⇒ 5,1 = 3,6 + 1,4 (2)

5,1 = 3,6 + 1,4 ⇒ 5,1 = 5 (3)

A pequena diferença é devido a aproximações feitas nas medições com a precisão


do multímetro.

Logo após a verificação das correntes, foi feito um novo arranjo com os três resistores
na protoboard e duas fontes de alimentação de 5V e 7V, para dessa vez mostrar na pratica o
princípio da superposição. O qual pode ser visto na Figura 04.

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Figura 05 – Circuito de resistores e duas fontes de alimentação

Fonte: Próprio autor

Com os elementos posicionados foi feita medida da tensão em cada resistor com as duas
fontes no circuito. Resultando nos valores de tensão presentes na Figura 05.

Figura 06 – Circuito de resistores e duas fontes de alimentação e suas devidas tensões

Fonte: Próprio autor

Concluindo a medição, foi retirada a fonte de 5V, curto circuitando os seus polos, e foi
feito a medição das tensões novamente, agora sem a fonte. Isso pode ser visto na Figura 06,
com os devidos valores novos para as tensões.

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Figura 07 – Circuito de resistores e uma fonte de alimentação de 7V

Fonte: Próprio autor

Após terminar as medições, a fonte de 5V foi reposicionada e dessa vez foi removida a
fonte de 7V. A partir disso foi novamente medido as tensões para cada resistor recebendo a
tensão somente da fonte restante. O diagrama e as tensões encontradas estão presentes na Figura
07.

Figura 08 – Circuito de resistores e uma fonte de alimentação de 5V

Fonte: Próprio autor

O princípio da superposição afirma que a tensão elétrica total em qualquer ramo de um


circuito bilateral linear é igual à soma algébrica das tensões produzidas por cada fonte atuando
separadamente no circuito. Isto também é valido para as correntes.

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Um bom exemplo disso seria somar as tensões do resistor de 669Ω nas ocasiões que só
tinha uma fonte e verificar que o resultado é igual da tensão nele quando se tem as duas ao
mesmo tempo. O que é feito na Equação X.

𝑈𝑣1 + 𝑈𝑣2 = 𝑈𝑣1+𝑣2 ⇒ 1,73 + 0,49 = 2,22 (4)

1,73 + 0,49 = 2,22 ⇒ 2,22 = 2,22 (5)

Após concluir as medições para demonstrar o princípio da superposição, partiu-se para


formar um novo arranjo de resistores. Permaneceram dois resistores em paralelo e foi removido
o que estava em série com eles. Por fim, foi medido com o multímetro a tensão nos dois
resistores, resultando em 6,47V.

Depois desse processo, as fontes foram removidas e os resistores foram curto-


circuitados. Com isso, mediu-se a resistência equivalente dos dois resistores, resultando em
1287Ω. Isso já era esperado, pois como os resistores estavam em paralelo a sua resistência
equivalente é dada pela Fórmula X.

𝑅1 ∗ 𝑅2
𝑅𝑒𝑞 = (6)
𝑅1 + 𝑅2
𝑅1 ∗ 𝑅2 1777 ∗ 4620
𝑅𝑒𝑞 = ⇒ 𝑅𝑒𝑞 = (7)
𝑅1 + 𝑅2 1777 + 4620
8209740
𝑅𝑒𝑞 = ⇔ 𝑅𝑒𝑞 = 1283,36 (8)
6397

Como esperado o resultado da equação deu bastante próximo do valor medido na pratica
utilizando o multímetro.
Ou seja, com os dados de tensão e resistência que passam pelo circuito ele poderia ser
escrito na forma de equivalente de Thévenin. O diagrama do circuito nessa forma pode ser visto
na Figura 08.

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Figura 09 – Circuito na forma de equivalente de Thévenin

Fonte: Próprio autor

Após isso foi ligado um potenciômetro nos terminais a e b. Inicialmente colocando sua
resistência em 139Ω e variando para valores que estão descritos na Tabela 01. Após isso,
medindo também a tensão e a corrente que passa naquela resistência. O diagrama do circuito
com o resistor variável está na Figura 09.

Figura 10 – Circuito na forma de equivalente de Thévenin com resistor variável

Fonte: Próprio autor

Tabela 01–Dados da medição da resistência, tensão e corrente no potenciômetro.

Resistência (Ω) Tensão (V) Corrente (mA)


139 0,59 4,5
608 2,03 3,4
950 2,7 2,8
1293 3,2 2,5
1716 3,64 2,1
3750 4,75 1,3
6470 5,32 0,814
9300 5,61 0,598
Fonte: Próprio autor.

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Outro ponto importante a se analisar é que a medida que a resistência aumenta a tensão
também aumenta. No entanto, a corrente diminui quanto maior a resistência. Isso é claro se
analisarmos a Fórmula X da Lei de Ohm. Em que a corrente é inversamente proporcional a
resistência, e a tensão diretamente proporcional.

𝑈
𝑅= (9)
𝐼
Concluindo as medições do equivalente de Thévenin, a protoboard foi esvaziada
novamente. Foi posicionada nela um resistor de 180Ω, e aos seus terminais foi conectada uma
fonte com tensão de 4,7V. Inicialmente não verificando nenhuma variação significativa na
temperatura. Porém, ao aumentar a tensão, a temperatura foi aumentando gradualmente. Até
que na tensão de 15,6V e corrente de 9A ele começou a entrar em combustão. Isso demonstra
que houve uma dissipação de potência do resistor que pode ser calculada pela formula X.

𝑃=𝑈∗𝐼 (10)
𝑃 = 𝑈 ∗ 𝐼 ⇒ 𝑃 = 15,6 ∗ 9 (11)
𝑃 = 15,6 ∗ 9 ⇔ 𝑃 = 140,4𝑊 (12)

Ou seja, essa é a potência máxima que o resistor pode receber antes de queimar. Outro
ponto importante a se citar é o efeito Joule. Ele é um fenômeno físico que consiste na conversão
de energia elétrica em calor. Esse fenômeno ocorre quando algum corpo é atravessado por uma
corrente elétrica. Que foi exatamente o que aconteceu nesse caso, em que houve a conversão
de tanta energia em calor a ponto de entrar em combustão.

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5. CONCLUSÃO

Primeiramente, com sucesso, foi testado as Leis de Kirchoff para correntes. Em tese, no
caso da lei para nós, a soma das correntes que entram deve ser igual a somas das correntes que
saem em um nó, para um dado circuito. Nesta primeira situação, após encontradas as correntes,
evidenciou-se que a Lei de Kirchoff para nós provou-se verdadeira, apesar de uma pequena
diferença nos resultados, dada principalmente pelas aproximações feitas nas medições com a
precisão do multímetro.
Nota-se no experimento em relação ao princípio da superposição que, à luz da teoria
desse princípio, a tensão elétrica total em qualquer ramo de um circuito bilateral linear é igual
à soma algébrica das tensões produzidas por cada fonte atuando separadamente no circuito, a
testagem correspondeu às expectativas. Uma vez que o teste realizado foi de calcular a tensão
resultante no circuito, tendo a ausência de uma fonte em cada situação, e assim observando que
ao final a tensão resultado no resistor foi constante.
O circuito equivalente de Thévenin foi uma ferramenta utilizada para análise de
coerência da potência máxima obtida através de gráficos que relacionam os diferentes valores
para a resistência, tensão e corrente, sendo possível notar as relações de proporcionalidade entre
estas três variáveis. Com o aumento gradativo da tensão, a temperatura acompanhou tal
aumento, e o resistor chegou ao seu limite, entrando assim em combustão. Matematicamente,
foi então calculado a potência máxima suportada para tal resistor, que coerentemente
correspondeu com a realidade.
Por fim, é importante destacar que os experimentos se assimilaram com a realidade,
obtendo-se resultados satisfatórios em ambos 3 testes, Leis de Kirchoff, princípios da
superposição e equivalente de Thévenin, tais quis foram previstos em teoria.

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6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

HALLIDAY, D.; RESNICK, R. Física 3. 3.ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos.
Editora, 1983.
TUCCI, W.J.; BRANDASSI, A.E. Circuitos Básicos em Eletricidade e Eletrônica. 3.ed. São
Paulo: Editora Nobel, 1984.

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