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direitonet.com.br/artigos/exibir/11470/A-autocomposicao-no-novo-Codigo-de-Processo-Civil
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Observando-se a importância da autocomposição no Processo Civil, o legislador
promulgou a Lei nº 13.140/15, instituindo a mediação e legitimando sua utilização na
solução de conflitos.
Além dos problemas enfrentados pelo sistema judicial, há outros destacáveis fatores que
comprometem a resposta da prestação da tutela jurisdicional, no qual Figueiredo (2001),
de maneira prática e explícita, expõe alguns desses fatores: (a) fatores econômicos que
interferem no custo do procedimento, e outros custos periciais para levantamento de
provas; (b) fatores sociais que contribuem para a duração excessiva do procedimento, a
falta de , juízes e promotores, dificultando o acesso aos fóruns devido a pobreza e a
desigualdade social; (c) fatores culturais que levam ao desconhecimento do , ao
analfabetismo e a ausência política na disseminação do ; (d) fatores psicológicos que
motivam a recusa do envolvimento com a justiça, que leva ao temor do Judiciário e a
solução de conflitos por conta própria; (e) fatores legais que conduzem a uma legislação
com excesso de recursos e lentidão na outorga da prestação jurisdicional.
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Não obstante, é fato consolidado que a resolução nº 125/2010 foi um importante passo na
criação de diretrizes na solução de conflitos, estimulando os tribunais a criarem os
chamados NUPEMECs (Núcleos Permanentes de Métodos Consensuais de Solução de
conflitos).
Em conformidade com as alterações propostas pelo CNJ, o Novo Código de Processo Civil
trouxe a previsão legal para que os tribunais criem centros judiciários para resolver os
conflitos, conforme preceitua a norma do seu art. 165, a criação dos CEJUSCs (Centros
Judiciários de Solução de Conflitos) responsáveis na instauração de sessões de audiências
de conciliação e mediação no desenvolvimento de programas capazes de orientar e
estimular, o uso da autocomposição.
Tal previsão legal ofereceu uma nova roupagem ao direito de acesso à justiça,
proporcionando novas formas de inserção no Judiciário e novos caminhos para solução
dos conflitos, conferindo aos litigantes a liberdade de se posicionarem no conflito,
objetivando um resultado benéfico e recompensador a todos os envolvidos.
O Código de Processo Civil de 1973, na norma de seu art. 125, IV dizia que o juiz deve
tentar, independentemente do tempo, conciliar e promover o debate entre as partes.
Contudo, o Novo Código de Processo Civil foi além ao dispor na norma do seu art. 3º, §3º
que não somente ao juiz, cabe o dever de propor o uso da autocomposição, mas também
aos demais sujeitos processuais, dentre eles, membros do ministério público e defensores
públicos.
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Cabe ressaltar a opção concedida pelo legislador ao instituir na norma do art. 3º da
referida Lei, ao traçar que na mediação o objeto do conflito pode versar sobre direitos
disponíveis, ou indisponíveis que admitem transação, como também atribui aos litigantes,
como mera faculdade, a participação da audiência de mediação.
Por fim, assevera-se que a autocomposição é de enorme valia, tendo em vista que o acordo
entre as partes, evidentemente, constitui-se no resultado mais benéfico, pois, mesmo com
o auxílio da jurisdição o inconformismo natural existente entre as partes ainda se
encontra presente.
As alternativas na solução da lide instituídas pelo atual ordenamento jurídico ainda não
são totalmente conhecidas e divulgadas pelos operadores do Direito e nos ensinos das
universidades, fato que, contribui para o desconhecimento de outras possíveis soluções
pacificas.
Com esta prática, anseia-se não excluir a atuação do Estado, mas sim contribuir para um
sistema judicial harmônico que promova a participação ativa dos litigantes, em prol da
harmonia e do bem-estar social.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Código de Processo Civil – Lei nº 13.105, de março de 2015/ supervisão editorial
Jair Lot Vieria – 2º ed. – São Paulo: Edipro, 2016
BRASIL. Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973. Institui o Código de Processo Civil. Diário
Oficial da União, Brasília, DF, 17 jan. 1973. Disponível em:. Acesso em: 22 dez. 2019.
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FIGUEIREDO, Alcio Manoel de Sousa. Acesso à Justiça – Uma visão socioeconômica.
2001. Disponível em: . Acesso em: 02 jan. 2020.
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