A inflamação brônquica é o componente principal da asma, ocorrendo com a
participação de inúmeras citocinas e quimocinas, elaboradas tanto pelas células residentes como por células inflamatórias das vias aéreas tomando parte na iniciação, modulação e perpetuação do processo inflamatório. A utilização de anti-inflamatórios alternativos para o tratamento da asma deve ser reservada aos pacientes com asma esteroide-resistente ou para aqueles com asma esteroide-dependente. A ciclosporina A (CsA) é um potente agente imunossupressor agindo principalmente na inibição da ativação de linfócitos T, com a supressão da produção de citocinas pró inflamatórias. A CsA interage com uma proteína do citoplasma, a ciclofilina, formando um complexo que inibe a fosfatase Ca2+ calmodulina- dependente (Calcineurina) Desde que a CsA bloqueia a atividade fosfatase da calcineurina, a translocação do NF-AT não ocorre, impedindo desta forma a transcrição de citocinas (como a IL-2, IL4, IL-13 e em especial a IL-5) e vários outros genes. Em modelos experimentais a CsA inibiu a resposta tardia da asma, a afluência de eosinófilos e a subsequente hiperresponsividade após provocação antigênica in vivo. O metotrexate (MTX) é um antimetabólito, análogo ao ácido fólico. Ele reduz a quimiotaxia de neutrófilos, e faça mediação com a via de inibição dos leucotrienos B4 e C5a. Inibe a expressão da Ia (um marcador da ativação do macrófago) e a produção da IL-1 pelos monócitos, a liberação das IL-6 e IL-8 e da histamina, além da quimiotaxia do eosinófilo induzida pelo fator de ativação plaquetária (PAF). A inibição do metabolismo das purinas pelo MTX diminui a proliferação de linfócitos e a formação de anticorpos. As respostas ao MTX tem sido relatadas após três meses em pacientes com doenças imunes, como a artrite reumatóide, o tratamento por 12 semanas pode ser suficiente para demonstrar adequada resposta terapêutica em pacientes com asma. A terapia mensal com altas doses de imunoglobulina venosa (IVIG) por 2 dias a cada 4 semanas, tem se mostrado potencialmente importante na asma severa, reduzindo a demanda de corticoides e seus efeitos colaterais, com melhora nos parâmetros da função respiratória principalmente em adolescentes e crianças. O mecanismo de ação da IVIG ocorre por bloqueio na produção de citocinas IL-2 e IL-4 de células T ativadas, que contribuem para a resposta inflamatória; downregulation da resposta IgE alérgeno específica; além de um efeito imunomodulador, melhorando as defesas do organismo. Independentemente de sua potente atividade antimicrobiana, os antibióticos macrolídeos apresentam propriedades anti-inflamatórias. Seus efeitos mais relevantes incluem: 1) Inibição da síntese e/ou secreção de citocinas pró inflamatórias; 2) Efeitos nos neutrófilos através da inibição da quimiotaxia para os sítios de inflamação, inibição da apoptose, fagocitose e adesão; 3) Redução da inflamação eosinofílica; 4) Aumento do transporte mucociliar; 5) Redução da secreção das células caliciformes; 6) Redução da bronco-constrição através da diminuição da liberação da endotelina-1 e inibição de respostas colinérgicas do músculo liso das vias aéreas. Alguns estudos utilizando baixas doses de eritromicina avaliaram pacientes com asma que não recebiam medicação corticoide e constataram redução na hiper-responsividade brônquica após teste com histamina, depois de dez semanas de tratamento. Os principais anticorpos monoclonais já estudados no tratamento da asma são os antagonistas de algumas citocinas de perfil TH2 (anti-IL-4, Anti-IL-5, Anti-IL-9 e Anti-IL-13) e da IgE (anti-IgE), embora outros anticorpos, como anti-TNF e anti- CD11a, já tenham sido pesquisados. O omalizumabe é um anticorpo monoclonal IgG1 anti-IgE recombinante humanizado. O anticorpo se liga à IgE e, assim, previne sua associação com os receptores de IgE. Desta maneira, diminui a quantidade de IgE ligadas aos seus receptores, interrompe a “cascata alérgica” por prevenir a ligação do alérgeno com os mastócitos ou basófilos ativados e reduz o número de células inflamatórias, como eosinófilos e linfócitos. Pela diminuição da ligação de IgE aos mastócitos, basófilos e eosinófilos, o omalizumabe também inibe a expressão de receptores de alta afinidade. Assim, este medicamento está indicado para a asma alérgica com confirmação através da pesquisa de IgE específica, teste cutâneo ou invitro. Os sais de ouro são benéficos no tratamento de artrite reumatoide ativa e mais recentemente, em casos de asma esteroide dependentes. Alguns estudos sugerem que suas ações podem incluir a inibição da liberação de histamina dos basófilos, a inibição de produtos da via da lipooxigenase e a redução na reatividade à histamina, observada na musculatura lisa traqueal. Outros estudos tem mostrado que a terapia com ouro pode reduzir a necessidade de glicorticóides e a hiper- reatividade brônquica.