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PREFEITURA MUNICIPAL DE CACHOEIRINHA - RS

SISTEMA MUNICIPAL DE ENSINO


SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

LEITURA E INTERPRETAÇÃO TEXTUAL: CONTO E CONJUNÇÕES COORDENADAS 9º ANO

REALIZEM AS ATIVIDADES PROPOSTAS NO CADERNO DE LÍNGUA PORTUGUESA.

Mia Couto, António Emílio Leite Couto, é um escritor moçambicano renomado e reconhecido mundialmente. No conto aqui
apresentado manteve-se o idioma Português falado em Portugal, portanto, algumas diferenças serão percebidas na
linguagem. Conheça um pouco mais sobre o autor acessando o link: https://www.miacouto.org/

O mendigo Sexta-Feira jogando no mundial

Lhe concordo, doutor: sou eu que invento minhas doenças. Mas eu, velho e sozinho, o que posso fazer ? Estar doente é
minha única maneira de provar que estou vivo. É por isso que frequento o hospital, vezes e vezes, a exibir minhas maleitas. Só
nesses momentos, Doutor, eu sou atendido. Mal atendido, quase sempre. Mas nessa infinita fila de espera, me vem a ilusão de me
vizinhar do mundo. Todos os doentes são a minha família, o hospital é o meu tecto e o senhor é o meu pai, pai de todos meus pais.
Pois eu, de nome posto de Sexta-Feira, me apresento hoje com séria e verídica queixa. Venho para aqui todo
desclaviculado, uma pancada quase me desombrou. Aconteceu quando assistia ao jogo do Mundial de Futebol. Ando a espreitar
na montra do Dubai Shoping, ali na esquina da Avenida Direita. É uma loja de tevês, deixam aquilo ligado na montra para os
pagantes contraírem ganas de comprar. Sento- me no passeio, tenho meu lugar cativo lá. Junto comigo se sentam esses mendigos
que todas sextas-feiras invadem a cidade à cata de esmola dos muçulmanos. Lembra? Fui assim que ganhei meu nome de dia da
semana. Veja bem: eu que sempre fui inútil, acabei adquirindo nome de dia útil. É ali no passeio que assisto futebol, ali alcanço
ilusão de ter familiares. O passeio é um corredor da enfermaria. Todos nós, os indigentes ali alinhados, ganhamos um tecto nesse
momento. Um tecto que nos cobre neste e noutros continentes. Só há ali um no entanto, doutor. É que sou atacado de um
sentimento muito ulceroso enquanto os meus olhos apanham boleia para a Coreia do Sul. O que me inveja não são esses jovens,
esses fintabolistas, todos cheios de vigor. O que eu invejo, Doutor, é quando o jogador cai no chão e se enrola e rebola a exibir
bem alto as suas queixas. A dor dele faz parar o mundo. Um mundo cheio de dores verdadeiras pára perante a dor falsa de um
futebolista. As minhas mágoas que são tantas e tão verdadeiras e nenhum árbitro manda parar a vida para me atender, reboladinho
que estou por dentro, rasteirado que fui pelos outros. Se a vida fosse um relvado quantos pênaltis eu já tinha marcado contra o
destino ?
Eu sei, doutor, lhe estou roubando o tempo. Vou directo no assunto do meu ombro. Pois aconteceu o seguinte: o dono
da loja deu ontem ordem para limpar o passeio. Não queria ali mendigos e vadios. Que aquilo afastava a clientela e ele não estava
para gastar ecrã em olho de pobre. Recusei sair, doutor. O passeio é pertença de um alguém ? Para me retirarem dali foi preciso
chamar as forças policiais. Vieram e me bateram, já eu estendido no chão e eles me ponteavam, com raiva como se não me
batessem em mim mas na sua própria pobreza. Proclamei que hoje voltaria mais outra vez, para assistir ao jogo. É que jogam os
africanos e eles estão a contar comigo lá na assistência. Não passam sem Sexta-Feira. O dono da loja me ameaçou que, caso eu
insistisse, então é que seria um festival de porrada.
O que eu lhe peço, doutor, é que intervenha por mim, por nós os espectadores do passeio da Avenida Direita. O
proprietário do Dubai Shoping não vai dizer que não se for um pedido vindo de si, doutor. Pois eu, conforme se vê, vim ao
hospital não por artimanha mas por desgraça real. O doutor me olha, desconfiado enquanto me vai espreitando os traumatombos.
Contrariado ele lá me coloca sob o olho de uma máquina radiográfica. Até me atrapalho com tanta deferência. Até hoje, só a
polícia me fotografou. Se eu soubesse até me tinha preparado, doutor, penteado a dentuça e escovado a piolheira. Mas quando me
mostram a chapa me assalta a vergonha de revelar as minhas pobres e desprevenidas intimidades ósseas. Quase eu grito: esconda
isso, doutor, não exiba assim às vistas públicas. Até porque me passa pela cabeça um desconfio: aqueles interiores não eram os
meus. E o doutor não ficasse espinhado! Mas aquilo não eram ossos: eram ossadas. Eu não podia estar assim tão cheio de
esqueleto. Aquela fotografia era de chamar saliva a hienas. Sem ofensa, doutor, mas eu peço que se deite fogo nessa película. E
me deixe assim, nem vale a pena passar-me as ligaduras, aplicar-me as pomadas. Porque eu já vou indo, com as pressas. Não
esqueça de telefonar ao dono da loja, doutor. Não esqueça, por favor. Foi por esse pedido que eu vim. Não foi pelo ferimento.
E logo me desando, já as ruas desaguavam. Chego à loja do e me sento entre a mendigagem. Veja bem: tinham-me
guardado o lugar em meu respeito. Isso me comove. Meus olhos brilham olhando não o jogo mas a gente que olhava a montra.
Quem disse que a televisão não fabrica as actuais magias? O que eu vi num adocicar de visão foi isto, sem mais nem menos: eu e
os mendigos de sexta-feira estávamos no mundial, formávamos equipe com fardamento brilhoso. E o doutor era o treinador. E
jogamos, neste momento preciso. Eu sou o extremo esquerdo e vou dominando o esférico que é um modo de dominar o mundo.
Por trás, os aplausos da multidão. De repente, sofro carga do defesa contrário. Jogo perigoso, reclamam as vozes aos milhares.
Sim, um cartão amarelo, bradava o doutor. Porém, o defesa continua a agressão, cresce o protesto da multidão. Isso, senhor
árbitro, cartão vermelho! Boa decisão? Afinal, o vermelho é do cartão ou será o meu próprio sangue ? Não há dúvida: necessito de
assistência, lesionado sem fingimento. Suspendessem o jogo, expulsassem o agressor das quatro linhas. Mas surpresa minha o
próprio árbitro é quem me passa a agredir. Nesse momento, me assalta a sensação de um despertar como se eu saísse da televisão
para o passeio. Ainda vejo a matraca descendo sobre a minha cabeça. Então, as luzes do estádio se apagam.

ANÁLISE RÁPIDA DO CONTO DE MIA COUTO: Temos aqui um texto bastante inquietante. O autor Mia
Couto dá voz a uma parcela da população que normalmente não tem espaço na literatura convencional. O texto é
narrado por um mendigo, que faz de um hospital a sua casa, o seu porto seguro. Na visita em questão, ele faz um
pedido todo especial ao médico que lhe assiste e, na certeza de ser atendido, encontra-se com a morte por
espancamento ao final do conto. Há muitas críticas sociais nesse conto: à televisão, ao futebol, à polícia, à
sociedade como um todo. Desafio-te a procurar outros textos de Mia Couto na internet. Pode ser que te
encantem!

2) Responda.
a. Onde o mendigo estava no início do conto? Por que ele havia ido até lá?
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b. Explique a relação do mendigo com o hospital e as pessoas que ali frequentam e trabalham.
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c. Por que o mendigo se chamava Sexta-feira?
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d. Que pedido ele fora fazer em especial aquele dia ao médico?
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e. Há um trecho em que Sexta-Feira fala sobre a falsa dor dos jogadores de futebol. O que ele diz a respeito?
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f. Explique a frase:
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g. No final do conto, Sexta-Feira imagina-se jogando no mundial, como se ele e seus companheiros mendigos
formassem um time e estivessem em campo. Durante o seu devaneio, a polícia chega ao local e começa a espancá-los
para que desocupassem a calçada em frente ao shopping. Explique o que ocorre no d
assalta a sensação de um despertar como se eu saísse da televisão para o passeio. Ainda vejo a matraca descendo sobre

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h. Emita a sua opinião sobre o texto lido escrevendo um parágrafo.

3) Classifique a conjunção destacada em: ADITIVA, ADVERSATIVA, ALTERNATIVA, CONCLUSIVA OU


EXPLICATIVA.
a. Assalto não tem graça nenhuma, mas alguns até que são engraçados.
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b. Foi com a família ao mercado, portanto não havia ninguém em casa.
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c. Os ladrões recolheram tudo o que o falso empregado indicou e depois saíram apressados.
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d. Dinheiro não tem, pois ouvi dizerem que botam tudo no banco.
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e. Sentado na sala, ora o marido ria ora a xingava.
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f. Inventava toda aquela história ou entregava-se aos bandidos.
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4) Una as orações a seguir, usando uma conjunção coordenada adequada.


a. Poderia entregar-se inteiramente ao trabalho. Poderia desistir na primeira dificuldade.
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b. A moça era esforçada. Conseguiria ter bons resultados.
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c. Havia se preparado muito para a entrevista. Não foi contratada.
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d. Ouviu-se o som da bateria. Os primeiros foliões surgiram.
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e) Não durma sem cobertor. A noite está fria.
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f) Quero desculpar-me. Não consigo encontrá-los.
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A nossa rotina mudou completamente após o aparecimento deste novo vírus, o mundo inteiro teve de se
reinventar para poder conviver com o distanciamento social da maneira mais segura possível, dentre as atitudes
tomadas estão o uso constante de máscaras ao sair de casa, uso de álcool gel, lavar bem as mãos, lavar todas as
roupa quando retornar da rua, desinfectar os produtos comprados no supermercado, tirar os sapatos para entrar em
casa e cumprimentar as pessoas com distanciamento social.

Trazendo para o mundo esportivo, o Corona Vírus já provocou adiamentos e suspensão de diversos
campeonatos de todos os tipos de esportes no mundo inteiro e aos poucos vemos o retorno de algumas
modalidades, seguindo as orientações das entidades médicas competentes. Duas modalidades já efetuaram o
retorno após esta parada forçada, são elas o futebol e o tênis. Algumas das precauções utilizadas foram o uso de
máscaras para as pessoas que estão no entorno da atividade, distanciamento em comemorações, proibição de
cuspir durante uma partida, proibição de cumprimentos com as mãos durante a partida.

Quais precauções faltam ser tomadas para transformar o futebol e tênis em ambientes mais seguros?

Quais precauções já tomadas no futebol e no tênis deverão ser tomadas para o retorno de modalidades como
voleibol e basquete?

Quais outras precauções deveriam ser tomadas e para a realização de outros esportes?
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ATIVIDADES DE INGLÊS

Existem novas formas de escrita nos meios digitais em mensagens como o uso de abreviação, símbolos
gráficos e outros.

Exemplo: "tks" abreviação de "thanks" (obrigado)


Exemplo: "bjs"(beijos)
Exemplo: "OMG" (Oh my God)

O aluno deve fazer uma pesquisa com objetivo de listar 10 abreviações , siglas ou símbolos mais
utilizados em mensagens nos dias de hoje (whatsapp, emails ou outras redes sociais) de preferência
abreviações em inglês.
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Hereditariedade, Ideias evolucionistas e Preservação da biodiversidade.


(EF09CI10) Comparar as ideias evolucionistas de Lamarck e Darwin apresentadas em
textos científicos e históricos, identificando semelhanças e diferenças entre essas ideias e sua importância para
explicar a diversidade biológica.

Atividade de Ciências da Natureza

No caderno responda a questão abaixo

1. Nesta atividade iremos retomar o estudo sobre os aspectos evolutivos do ser humano, para tanto leia o texto
abaixo.
Teorias evolutivas

Principais teorias evolutivas

Entre as teorias evolutivas existentes, algumas merecem destaque: o Lamarkismo, o Darwinismo e o


Neodarwinismo.

Lamarckismo: Uma das primeiras teorias que explicaram a evolução dos seres vivos foi a proposta por
Jean-Baptiste Lamack (1744-1829). Para explicar a evolução, ele sugeriu duas leis: a lei do uso e desuso e a lei
dos caracteres adquiridos.
A lei do uso e desuso explica que, quando um organismo utiliza muito determinada parte do corpo, essa
parte desenvolve-se mais que outras e aquelas que não são utilizadas atrofiam-se.
A lei da herança dos caracteres adquiridos, por sua vez, afirma que características adquiridas durante a
vida podem ser transmitidas aos descendentes.
A teoria de Lamarck apresenta alguns pontos falhos que merecem destaque. O primeiro deles diz
respeito ao uso e desuso, que não pode ser considerado uma verdade, pois as características do nosso
organismo são predeterminadas pelos genes, e o uso e o desuso poderiam causar alterações nos limites
predeterminados. Outro ponto que merece destaque diz respeito às características adquiridas que não podem ser
transmitidas, pois não estão presentes na nossa informação genética.
Darwinismo: Conforme já estudamos, O Darwinismo reúne as ideias evolucionistas propostas por
Charles Darwin (1809-1882). Segundo esse pesquisador, as espécies modificam-se ao longo do tempo
em virtude da seleção natural. Para ele, os organismos vivem em uma luta constante pela
sobrevivência e apenas aqueles mais aptos são capazes de sobreviver, reproduzir-se e passar as
características vantajosas para seus descendentes.
Neodarwinismo ou teoria sintética da evolução: O neodarwinismo é uma teoria criada com a
contribuição de vários pesquisadores para explicar os fatores que Darwin não compreendia quando
apresentou sua famosa teoria. Em outras palavras, dizemos que o neodarwinismo consiste na teoria
da seleção natural acrescida dos conhecimentos genéticos adquiridos posteriormente. Assim sendo,
o neodarwinismo incorpora a ideia de mutação e recombinação genética.

2. Assista ao vídeo no link:

3.
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Primeira República e suas características Contestações e dinâmica da vida cultural


no Brasil entre 1900 e 1930 / O período Varguista e suas contradições.
(EF09HI08) Caracterizar e compreender os ciclos da História Republicana,
identificando particularidades da História local e regional até 1954.(EF09HI09)Relacionar as conquistas de
direitos políticos, sociais e civis à atuação de movimentos sociais.
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