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VIDA EBIOSFERA :..,r,·,;..,rr:)(la-.--.,1.,,.~
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Vista aérea de um lago termal localizado no Parque de Yellowstone ,
Estados Unidos. A água do lago é aquecida
quase até ferver pela atividade vulcânica . Nas margens vivem colônias
de bactérias termófilas, capazes de suportar
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temperatu ras da ordem de 80 ·e. A vida pode ter surgido na Terra em
ambientes como esses .
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De que trata este módulo
De onde vie mos? Co m ce rteza, a ma ioria de nós já fez Os avanços da Cosmolo gia e da Física permitira m elabo-
e'->'>él pergunta , em diferen tes idades e de diversas maneiras . rar uma teoria científica para explicar a origem do Universo .
Somo'> cuno'>0S e q ueremos saber como surgiram nossa es- Segundo ela, conhecid a como teoria da grande explosão ou
pécie, os outro'> <,eres vivos, a Terra e o Universo . do big bang, tudo o que existe em nosso Universo , inclusive
Até pouco mais de trezentos anos atrás as princi pa is ex- o tempo, teria começad o com a monume ntal explosão de
plicações para a origem d e tudo eram de caráter rel igioso: uma desconhe cida " semente primordi al" ocorrida cerca de
o Urnver~o teria sido criado por divindad es suprem as. Nos 13,7 bilhões de anos atrás. Desde então o Universo evolu i
trés últimos séculos, porém, o desenvol vimento da ciência com suas galáxias, estrelas e diversos outros corpos celestes,
tem trazido novos dado~ para essa antiga discussão . entre eles o planeta em que vivemos, a Terra.
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fk .i , ordo l llln "" modP1n,,.., ('\p lH,H/ll'" ei<·n tíf1l.i..,, ,1 Nl ·.,l!' m<'>dulo t1p r<'<,<•11lt1mn..,, d, · m,1n1·1r,1 n·<,urnid,,, ,1 •,
vid,1 n,1 ll'rr,1 su rg_i11 h,l m,, 1-. dl' 1,S bilh m•.., dl' ,1no-;, qu ,
111 prinu pt1Í '> (MJ< ll'rf., lHcJ<, cl,1 v1<l<1, ,,., nív• •t<, J(· org,1n1'.l,1~,io
do lllN,o p l.11w t a lrnh,, me no<., dl' 1 hilh:\o dl' ,1110 <, (k idL, dl'
t ) e, pr_1m'.'1ro-; ..,ert'"i vivo<., dc•v1,1m <.,vr r· xlrPll\í1 m('nl<• .., 1mp lP..,, b1ológic,1 (' o qu(• pen'>ilrn º" CH·nl1<,lJ <, .,,1i)n • ,i ongt·m d,,
co nsl 1t u1doc, por umu s<'i c0lul .1 Ao lnn~o dl'""<'" n,L1i.., c.k viua ('111 l)()',',(l plun<:lJ Ainda há 1nu1to dc·bc.Jtl· ',Obn· 1'',\l-
1,5 bil~Ôt's d0 .-1110.., de evolu çc1t>, º" dc•..,re ndcnle.., daq uei(,.., t'dti mo lc•ma . l'Jra .,e ler umc1 1d1·1,,, r<·ccnti:m<·nh· r1lg11n<.,
pnmL'm)-. SC' rc.., colon i1.or..i m lodo'>º" J mbiL•nl P<; do plam•l<1, cicnLi '> fa., rc''>gn t,iram um a antiga hipótc·..,t· d,, (]UC· ,1 vida na
ong111,1ndo a imensa var iedJdc de cc, pfric'> atua is, ent re l'ta., TNrn pod eria ll'r c,ido ',('mcJdcJ por wmC'lcl'> ,, a<.,tv ro1J1 ·'> !Jllf'
a e-,péLie hu mana. Port anto, somo.., pan•n lcf-. di ..,lantcs do.., ,lling1rarn no""º planeta logo apóc, '> UJ forn1,1 çJo
mai!> i'l nti gos s<'res qu e habit a ram a Terra .
!Júvidct'> como(","ª" mo..,Lram o dinami '> mu do conh1·c1 -
Nc1 \%ão da m;iiuria da<; religiõeh, a es pécie human,1 é
mcn lo científico. Nova'> Ul'<,CObl'rla '> t' nova'> mtn prelai_Ôi..''>
o foco d a criação. Na visão cient ífica, entretanto, o íJ pareci-
men to de no%a es pécie é um dos muitos eventos no grand e do'> fato<, fazem com que cx plicaçõe<, c,cntífica'> c..,,•ia m con-
panora ma da evolu ção cósmi ca . Para a ciência há um a conti - tinuamente reclnborada'.-i, ctmpli.mJo P refin ando rada vc1
nu id ade evoluti va desde o momento da grand e ex pl osão até mai!> no'>!>O con hecimento .,obre íJ nalu n:/ a. lnforme-'>t' c
os d ias de hoje. Vale a pena pesqui sa r e di scutir esse assunto, participe díJ'> fa.,cinante!> d l'>CU'>SÕC'> que· vc:m <,endo tra va-
para ava li ar os diferentes pontos de vista ..,obre qu estões im- dac,, ao longo da hi'> tória, '>obre a origem e a evolu ção da
portantes co mo essa. vida na Terra .

Objetivos
Objetivos gerais ■ Identificar e explicar os principais atributos dos seres vivos
■ Compreender a visão científica atual sobre as origens do Uni - e os diferentes níveis hierárquicos de organização do mun -
verso, do Sistema Solar, da Terra e dos seres vivos, de modo a do vivo.
acrescentar opções para a reflexão sobre si mesmo perante ■ Compreender a visão científica atual sobre as origens do Uni-
õ o mundo.
o
:;
verso, do Sistema Solar, da Terra e dos seres vivos.
■ Compreender as polêmicas entre os cientistas quanto à ori -
■ Conhecer os principais passos que teriam levado à origem
gem dos seres vivos, relacionando-as ao contexto histórico
dos primeiros seres vivos: formação de substâncias orgâni-
em que ocorreram; reconhecer que o embate de ideias entre
cas precursoras, organização em sistemas isolados e apareci-
os cientistas costuma levar a novos conhecimentos.
mento da reprodução.
Objetivos didáticos
■ Comparar as hipóteses heterotrófica e autotrófica sobre a
■ Caracterizar ciência, reconhecendo os papéis da observação, origem da vida, identificando suas diferenças e compreen-
da formulação de hipóteses e da experimentação na produ- dendo por que as evidências atuais apontam para a aceitação
ção do conhecimento científico. da hipótese autotrófica.

DFundamentos do pensamento processo do mundo natural que podemos perceber objetiva-


mente com nossos sentidos ou com o auxílio de instrumentos
científico que os expandem, como microscópios e telescópios. Com base
na observação controlada de fatos, os cientistas procuram en-
Você é dessas pessoas curiosas que observam o mundo tender se há relação entre eles e como ou por que certos fenô-
atentamente, procurando compreendê-lo? Leva sempre em menos ocorrem. Pode-se dizer que o método que os cientistas
conta o que já se conhece sobre um assunto antes de tirar suas utilizam na atividade científica é uma extensão sofisticada de
conclusões? Em caso afirmativo, você segue alguns dos princí- procedimentos lógicos a que recorremos na vi da cotidiana para
pios do procedimento empregado pelos cientistas para fazer descobrir como as coisas funcionam ou por que elas aconte-
ciência . Mas o que é ciência, afina l? cem. Por exemplo, quando observamos um acontecimento e
temos um "palpite" do motivo pelo qual ele está ocorrendo,
Em linhas gerais, pode-se definir ciência como um método
estamos elaborando o que os cientistas chamam de hipótese .
rigoroso de investigação da natureza cujo objetivo é forne_cer _ex-
plicações para fenômenos naturais. Nessa empreitada, o c1ent1sta Você liga o aparelho de TV e ele não funciona . Seu primeiro
palpite talvez seja o de que a televisão não está ligada à tomada .
uti liza determinados procedimentos que se assemelham aos em-
Para testar essa hipótese, basta verificar se o cabo de ali mentação
pregados pelos detetives em suas investigações. Aciência procura
de energia está ligado à tomada; se estiver, você rejeita rá essa
explicar a natureza pela observação sistemática e controlada dos
hipótese e formulará outra: por exemplo, falta energia elétrica .
fenômenos naturais, embasada no raciocínio lógico. Além disso,
Para testar essa nova hipótese, você pode, por exemplo, tentar
o procedimento científico assume que toda explicação para um acender uma lâmpada ou ligar outro aparelho elétrico. Em nosso
fenômeno natural deve ser sempre submetida a testes e críticas. dia a dia, essas atitudes ajudam a tomar decisões . O procedi-
Os cientistas observam cuidadosamente os fatos e tentam mento cien tífico é uma ferramenta poderosa à nossa disposição
explicá-los à luz de um contexto . Fato é um objeto ou um que nos auxilia a melhorar nossa compreensão do mundo .

D
~
Cotidianamente, o termo "hipótese" é muitas vezes usado Em certos casos, os cientistas elaboram situações esp ..
h. , d . ec1a1s
como ~1n ônimo de "teoria", mas há uma grande diferença en- para testar suas ipotes~s, o q_ue se eno~ina experimenta.
tre eles. Hipótese é uma tentativa de explicação para um deter- ção. As situações experimentais~ ou experimentos, permitem
minado fenômeno isolado, enquanto teoria é uma ideia ampl a, confirmar ou refutar as deduçoes e~aboradas com base nas
uma espécie de modelo que explica coerentemente um con- hipóteses. Se os resultados_de ex?enmentos,_ ~e observações
junto de observações e fatos abrangentes da natureza. Teorias controladas e mesmo de s1mulaço~s ~atemat1cas mostrarem
são visões amplas de como o mundo funciona; elas dão sentido que as deduções são inco~re; as, o_c1e_nt1sta retroced e um passo
ao que vemos e é com base nelas que elaboramos hipóteses e modifica ou substitui a h1potese 1n1c1al. Se as deduções se co .
sob re fatos observados. A teoria celular, por exemplo, procura firmarem , a hipótese ganha ued ibilidade e é aceita, enq uan~
explicar a vida com base em informações sobre a estrutura e o não houver motivos para duvida r dela.
fun cionamento das células. A teoria da gravitação universal de De forma resumida e simpl ificada, o procedimento adota-
Newton procurava explicar os movimentos dos corpos celestes do pelos cientistas para investigar a natureza geralmente seg ue
com base na força de atração gravitacional. (Fig. 1) estes passos lógicos:
1. proposição de uma pergunta sobre determ inad o assun to
Figura 1 O paleontólogo 2. formulação de uma hipótese; '
estadunidense Stephen J. Gould
(1941 -2002) foi reconhecido
3. levantamento de deduções com base na hipótese;
internacionalmente como um dos 4. teste das deduções por meio de novas observações ou
maiores divulgadores de ciência dos de experimentos;
últimos tempos. O humor refinado e 5. conclusões sobre a validade ou não da hipótese.
a iron ia de Gould transparecem no
texto sobre fatos e teorias. publicado Um exemplo ilustrativo de procedimento científico é 0
em 1981: "[ ... ] Efatos e teorias são experimento realizado por Charles Darwin (1809-1882) e seu
coisas diferentes e não degraus de filho Francis Darwin (1848-1925 ), há mais de 100 anos. Eles
. . . i,·• uma hierarquia de certeza crescente.
Os fatos são os dados do mundo.
As teorias são estruturas de ideias

investigaram um fato corriqueiro que você pode já ter notado


de as plantas curvarem-se em direção à luz. (Fig. 2) '
que explicam e interpretam os fatos.
Os fatos não se afastam enquanto
os cientistas debatem teorias rivais. Figura 2 Vaso com
A teoria da gravitação de Einstein trevos do gênero
tomou o lugar da de Newton, mas as Oxa/is curvando-se
maçãs não ficaram suspensas no ar. para um dos lados.
aguardando o resultado [ ... ]"1. Éum fato facilmente
observável que as
l·Agora
- - - - - - -- - _____.
você pode resolver as atividades de 1 a 4, 46 e 53 plantas percebem
a fonte de luz
e crescem em
direção a ela.
O que aconteceria,
9 Procedimentos em ciência após alguns dias, se
girássemos o vaso da
fotografia em 180' 7
O procedimento hipotético-dedutivo
Com base em suas observações, Charles e Francis Darwin
O conhecimento científico em geral começa com uma formu laram a hipótese de que a luz é percebida pela extremida-
pergunta: "por que tal fenômeno ocorre?" ou "que relação de do caule das plantas. A partir dessa hipótese, eles fizeram a
determinado fenômeno tem com outro?". Quando formulam seguinte dedução: se é realmente a extremidade da planta que
essas perguntas, os cientistas normalmente já têm uma hipó- percebe a luz, plantas que tiverem suas extremidades elimina-
tese sobre elas, apoiando-se nas informações existentes sobre das ou cobertas com uma proteção à prova de luz deixarão de
o assunto e em teorias científicas, que são ideias e modelos de se curvar em direção à fonte luminosa. Para testar essa hipótese
como o mundo funciona . Para formular uma hipótese, o cien- os pesquisadores cortaram as extremidades de algumas plantas
tista primeiramente analisa, interpreta e reúne o maior número jovens de alpiste e as colocaram perto de uma fonte de luz;
possível de informações disponíveis sobre o assunto em estudo. ao lado, plantas intactas serviam de comparação. Alguns dias
Para ser válida, uma hipótese científica tem que ser testável, depois, os cientistas verificaram que as plantas intactas haviam
ou seja, tem que possibilitar um teste lógico ou experimental. se curvado em direção à luz, enquanto as plantas sem as extre-
O teste da hipótese consiste em imaginar uma situação em que midades continuavam eretas, sem se curvar.
determinados fatos e consequências somente ocorrerão se a Em outra experiência os dois cientistas cobriram as extre-
hipótese testada for verdadeira. Em outras palavras, a partir midades das plantas com papel preto à prova de luz e compa-
da hipótese o cientista faz deduções, prevendo o que ocorre- raram o com portamento delas com o das plantas que tiveram
ria na situação imaginada caso a hipótese seja verdadeira. Essa o papel preto colocado sobre outras partes que não as extremi-
metodologia, denominada hipotético-dedutiva, é a base da dades. As plantas com extremidades cobertas, assim como as
maioria dos procedimentos científicos. sem extremidades, mantiveram-se eretas, enquanto as plantas
com outras regiões cobertas se curvaram em direção à fon~e de
1 Tradução dos autores. O texto pode ser lido na íntegra em: GOULD, S J., 198 l. luz. Como o resultado das experiências confirmou a previsao, ª
Disponível em: <http://mod.lk/ bl pxm>. Acesso em: out. 201 6. hipótese adquiriu validade. (Fig. 3)
a
ronto d1• 1111 ()ut1nd o umd h1pot P\e e testad,1 por rne10 dd Pxpcrimcn
Api<.I '
ldçao rnrnpMam ~C' os rr~ullado~ obtidos em grupos expen -
Ap1w ( .l) iJ (' rt(J menldl\ dqu<• le\ ern qut· se provocc1 a alterc1çào lorn O\
1111~0
il' l llUVll il) obtid os <'n1 grupm de w nt rolc, nos qua is ndo ha intervençcio.
No\ C'xpe nrn enlo \ de Charles e Frdnc1s Darwin, por exemplo,
os grupo\ ex perimentc11 s eram els pl,intas se m extri>m1d ade e dS
c.o m ex trernidadi> eoberta co m papel à prova de luL. As plantas
intact,1s e dquelcJs em que a cober tura de papel preto nao es-
tava na\ extremidades Lonslituíam os grupos de control e, que
. /'
perm itiram aos pesq ui sadores ava liar os 1esultados da in terve11 -
çc10 Px perimenta l e va lidar ou nao as hipóteses.
Diversas outras perguntas podem ter ocorrido a Franm
r B e Charles Darwin durant e o experimento, por exe mplo : "De
h que modo a planta percebe a luz?" ou "Que meca ni smo faL
a plan ta se curvar?" . Questões co mo essas ilustram algo qu e
Figura 3 Representaçao esquemál1 Ct1dos experim entos de Charles ocorre co m frequ ência em ciência : os experimentos, além de
e Fi Jnc is Darwin : o de~enho l representa o ocorrido com o grupo de tes tc1r hipóteses, acaba m por leva ntar novas qu es tões, para as
pl,1nl t1s que foram mantidas 1ntactJs: elas curvaram -se em d1reçao quais serao elaboradas outras hipóteses, acompanhadas de no-
a fon te_de luz. O desenho 2 representa as plantas que tiveram as vos ex perimentos pa ra testá-las; é assim que o co nh ecimento
ext1 em1dades 1emovidas e perm aneceram eretas. o desenho 3 científi co progride.
repr esenta o grupo de plantas que tiveram suas ex tremidades
cobert,1s por papel à prova de luz e que tambem se mantiveram Um exe mpl o co rriqu eiro de procedimento científico pode
eretas, tal qual as plantas sem extremidade. O desenho 4 representa ser encontrado na prática de proteger fruto s em desenvolvi-
as plantas que tiveram outras p;irtes do caule que nao a extremidade, mento com saquinhos para evitar a infestação por larvas.
no caso a base, coberta por papel à prova de luz e que se curvaram Acompanhe na ilustração a seguir as etapas do procedimento
como as plantas do grupo 1.
científico nessa atividade co mum em fruticultura. (Fig. 4)

GJ Experin:iento r

0conclusão

Figura 4 Repre_sentação de um experimento para testar a hipótese de que os "bichos da goiaba" são
larvas que eclodiram dos ovos colocados pelas moscas nos frutos.

D
No ,tem referente aos resu ltados relata- se n11n~c1o~a"'ente
A comunicação científica 0
que f01observad o dura nte os estudos A d1,scJm o v sa ª"d sa•
Uma das exigências da c1ênc1a é que as ideias e as con- cm,ca men te O trabalho realizado e a5 h1poteses testadas, co r.
frontando os resultados obtidos com o conhernnento vige,-,te
clusões científicas se tornem públicas, de modo que possa~
ser criticadas por qualquer pessoa. Teorias, hipóteses e leis so apresen tado em outras publicações e avaliando ,, a contnowça·,., v

do estudo em questão ao panorama c1ent1 11co O too1co de ·e-


passam a fazer parte integrante do corpo da ciência se forem
ferênc,as bibliográficas relaciona todos os a_rt,gos e li, ros co1 .
publicadas, na forma de artigo, em uma revista especializada,
sultados durante o traba lho, com . ,nd1caçao dos resoect vos
credenciada pela comunidade científi ca . E.sse tipo de publica-
ção é impresc indível, pois dá credibilidade às informações le- autores, nom e da revista, volume, pag inas e data de publtc acào
vantadas, permitindo consultas e críticas. Convém oestacar que art igos veiculados em Jornais ern ·e.
As revistas científicas são publicações periódicas, gera lmen- vistas de divulgação cientifi ca ou em 11\ ro s não são compara, e s
te vi nculadas e subvencionadas por sociedades científicas ou aos publicados em revistas cient,f cas. uma , e1 que não sJo
instituições de pesquisa . Os editores de revistas científicas são submetidos a julga mento por esoec,al,.stas credenc,ados pe a
pesquisadores renomados em sua área de atuação, cuja função comu nidade científica . Publicações em 1orna1s e revistas ass m
é avaliar se os artigos preenchem os requ isitos míni mos pa ra a como programas de te levisão so bre ciência, desempenharn pa.
publicação. Nesse traba lho eles são auxil iados por outros cien- pel ,mporta nte na popularização do c~nh~c1me11to cient,fco,
tistas que atuam como revisores, em geral anon imamente, com mas não trazem novos conhecimentos a c,enc,a. Essas publica-
ções são mu itas vezes red igidas por iornalistas ~spec,alizados

'
a incumbência de analisar os traba lhos apresentados e reco-
mendar a aceitação com eventuais correções, ou mesmo suge- que se empenham em interpreta~ artigos de _revistas Cientificas
rir sua rejeição. Essa aval iação prévia dos artigos científicos tem para os leitores leigos. Livros d1dat1Cos d~ C1enc1a.s .corno este.
por objetivo excluir temas sem importância e verificar o inedi- também não tem po r objetivo agregar 1de1as ongina,s ao co-
ti smo, a relevância, a qualidade e a adequação da investigação nhec imento científico. Seu papel e apresentar, de forma orga-
apresenta da . E.sse procedimento, co nhecido como julgamento nizada e coerente, as ideias centrais vi gen tes em determinada
por pares, evita que a autoridade e a fam a de um pesquisador área do conhecimento para ajudar os estudantes a com preen-
sejam, por si sós, suficien tes para a aceitação de uma ideia den- der e a integrar conceitos fundamenta is que lhes permitirão
tro da ciência. Qualquer pesquisador, seja iniciante ou cientista desenvolver uma visão científica do mundo.
consagrad o, passará pelo mesmo processo de julgamento sem-
pre que quiser publicar seus trabalhos e ideias em uma revista Agora , océ pode re.50Nef a.s atMdades ce S a - J l 42 e~- a Sê
científica. ( Fig. 5)

1 A Biologia como ciência


Até o século XVIII os cientistas ainda não tinham uma visão
unificada dos seres vivos e dos processos biológicos, classifican-
do as entidades da natureza em tres grandes reinos: an imal,
vegetal e minera l. Essa separação indica que os vegetais eram
considerados tão diferentes dos animais quanto estes são dife-
rentes dos minerais.
O grande avanço do conhecimento sobre a natureza, ao
longo do século XVIII, mostrou que an imais e vegetais compar-
tilham características que os distinguem completamente dos
minerais. Essas características são, principalmente, a orga niza -
ção corporal complexa e a capacidade de crescer, de se repro-
Figura 5 Capas da revista estadunidense Science. publicada pela
American Association for the Advance of Science, e da revista brasileira
duzir e de morrer. Com base nesses parâmetros, o naturalista
Genetics and Molecular Biology, publicada pela Sociedade Brasileira francês Lamarck propôs, em 1778, a divisão da natureza em
de Genética. Science é uma das mais conceituadas revistas científicas dois grandes grupos: o dos minerais, que ele chamou de seres
do mundo e publica artigos em diversas áreas das Ciências Naturais; inorgân icos (sem organização), e o dos an imais e vegeta is, de-
Genetics and Molecular Biology é especializada na publicação de nominados seres orgân icos (co m organização corporal). Assim
artigos na área da Genética. su rg ia a Biologia como ciência. (Fig . 6)
A partir do século XIX a olog· tornou -se um campo de
Um artigo científico gera lmente apresenta a seguinte es- pesquisa recon hecido e independente dentro das Ciencias Na-
truturação: introdução, material e métodos, resu ltados, discus- turais, passando a emprega r os procedimentos que caracteri-
são e referênc ias bibliográficas. A introdução tem a finalid ade zam a ciência moderna . No século XXI a Biologia tem ocupado
de situar o tema em estudo, apresentando os objetivos da in- um papel de destaque entre as áreas da cienc1a na busca de
vestigação realizada, as hipóteses a serem testadas e os estu- soluções para grandes desafios da humanidade. O principal de-
dos relaoonados já publicados em revistas científicas. O item les é, sem dúvida, o desenvolvi mento sustentável, ou seja ª
relativo a material e métodos descreve em detalhes os proce- capacidade de manter a harmonia entre a nossa espécie e os
dimentos utilizados na investigação, de modo que, em uma outros seres e os recursos do planeta, de modo a garantir a so-
eventual repetição, possam ser obtidos os mesmos resultados. brevivência e o bem-estar das gerações futuras .

o
Figura 6 A. Retrato de Jean-Baptiste de Lamarck (1744 -1829).
B. Retrato de Gottfr1ed Re1nhold Treviranus (1776-1 837).
C. Retrato de Lorenz Oken (177 9-1851 ). Esses estudio sos. além de outros, uti
lizaram, de modo independente e quase
simultaneamente, o term o Biologia (do grego b10s, vida.
e logos , estudo) para designar a nova areada ciência que
virada do século XVIII para o XIX e que tinha como objetivo surgia na
o estudo dos seres vivos. Lamarck, em particular. também
uma teoria sobre a evolução dos seres vivos que influenc elaborou
iou o naturalista Charles Darwi n

Con hecer a trama da vi da é funda mental para que possa- longas e com plexas, que tentam abranger todas, ou a maiori
mos atuar, como cidad ãos co nscientes, na busca de soluçõ a,
es das características fundamentais da vida .
para a preservação dos ambientes naturais da Terra. Novos
Há cientistas eminentes que co nsideram impossível defi-
ca mpos de pesq uisa biológica, co mo a Biotecnologia e a En ge-
nir claramente o fenômeno vida . Entre estes últimos destac
nha ria Genética, têm proporcionado a hum anid ade ce rto po- a-
-se o zoó logo alemão natural izado estadunidense, Ernst Mayr
der de modificar a natureza . Hoje é possível, por exempl o, cria
r (1904- 2005) que, em 1982, escreveu: "Tentativas fora m feitas
variedades de orga ni smos antes inexistentes, produz ir cópias
repetidamente para definir 'vida'. Esses esforços são um tanto
idênticas de um organismo adulto ou mesmo prever doença
s fúteis, visto que agora está inteiramen te cla ro que não há uma
antes que elas se manifestem . Cabe à socieda de decidir se
es- su bstâ nc ia, um objeto ou uma força especia l qu e possa
ses conh ec imento s devem ser utilizados ou não, e esse é um ser
identificada à vi da ". Apesar de não ac har possível def inir vid
dos motivo s pelos quai s você, como cidadão, precisa conhec a,
er Ernst Mayr admite a possib ilidade de definir o qu e ele cham
os fundamentos das Ciências Biológicas. Além disso, ao estuda a
r de "processo da vida". Diz ele: "O processo da vida, contud
Biologia, entramos em contato co m o modo científico de pen- o,
pode ser defin ido. Não há dúvida de que os organis mos vivos
sa r e de proceder, o que pode trazer mudanças positivas em
possuem certos at ributos que não são enco ntrado s [... ]
nossa vida . em
objetos inanimados". (Fig. 7)

Oque é vida? Figura 7 Ernst


Walter Mayr
Muitos biólogos têm se empen had o no desafio de definir fo i um dos mais
"vida"; entretanto, ne nhuma das defini ções formuladas até im portantes biólogo s
hoje é plenamente satisfatória . Entre as diversas tentativas do século XX.
de
caracterizar e definir vida, podemos citar algumas que consid Ornitólogo e
e- historiador da ciência,
ramos mais elucidativas. Por exemplo, em 1959, o geneticista
ele foi um dos artífice s
estadunidense Norman Horowitz (1915-2005) sugeriu que
a de uma das mais
vida "caracteriza-se por autorreplicação, mutabilidade e tro- difundidas definições
ca de matéria e energia com o meio ambiente". Em 1986, de espécie biológica
o
biólogo evolucionista ingl ês John Maynard Smith (1920-2004) e da importante
considerou que "[.. .] entidades com propriedades de multipl revolução conceituai
i-
cação, variação e hereditariedade são vivas, e entidades que que ficou conheci da
não apresentam uma ou mais dessas propriedades não o são". como teoria sintética
da evolução. Entre
O bioquím ico evolucionista Jeffrey S. Wicken (1942-2002),
em sua extensa produção
1987, defin iu vida co mo "uma hierarquia de unidades funcio- científica destacam-se
nais que, por meio da evo lução, têm adqu irido a habil idade inúmeros livros que
de
armazenar e processar a info rmação necessária para sua pró- tratam de questões
pria reprodução". cruciais da Biologia .
Adificuldade em definir "vida" de maneira sintética deve-se
Entre os atributos mais típicos dos seres vivos destacam -se:
à própria complexidade do fenômeno vida, que se manifesta
de composição química, organização celular, meta bolismo,
muitas formas, na enorme diversidade de espécies biológi rea-
cas ção e movimento, crescimento e re produção, hereditarieda
da natureza. Como a vida não tem um traço distintivo único, de,
variabilidade genética, seleção natural e adaptação. A seguir
e sim vá rios, em diferentes níveis, isso acaba criando definiç
ões va mos analisar cada um desses atributos da vida .

D
Níveis de organização biológica
Ao eslucidr a v1dd µodrmo s d1\l1nyuir d1vrrsos niveis

o
.

(!UiC0\ dt• org,rn11Jçao b1.0I'og1<.a, qut> vdo dP\de O n,vC'I l1rrdr


1

. . /. . subrn,.
c,o~co p, rn ale o plunc tí:lno, como mostra a 1mc1gern nestd
·
proxi md pagina. (F'1g. 8) e íld
Co meça ndo no nível ~ubm ,croscópi<.o, ..i rnd ter,cl .
, , . v,vd e
co nstitu,dd de atomos, qu e se . unem por ligaçoes qu írn,cds
.
0 , ,
r0 1111 ando as moleculas das diversas substanc,as organicas'
0 DNA qu e constitui nossos genes, por exemplo, é um,, subs
tância cujas moléculas são co mpostas principalmente de áto
mos dos elem ~nlos. qu1micos _carbono (C), hid rogênio (H).
Moleculfl oxigênio (O), nitrogen10 (N) e fosforo (P) .
Continuando a sequência da hiera , rquia de organizaç ao
biológica, constatamos que as moleculas orgânicas fo rmam
membranas e diversos tipos de componentes das células a
' )
un idades básicas de todos os seres vivos (exceto vírus). Acélula

' Orgarielas
e-e . ., 3res
1
dos seres eucarióticos compõe-se de diversos tipos de orga.
nelas (ou organoides), muitas delas de constituição membra-
nosa, especializadas em diversas funções, como transporte e
armazenamento de substâncias, obtenção de energia, digestao
intracelula r etc. Por exemplo, as mitocôndrias são as organelas
das células eucarióticas onde ocorre a respiração celular, respon-
sável pela obtenção de energia para os processos metabólicos.
Do nível celular passamos ao nível seguinte, que ocorre
apenas em organ ismos multicelulares: an ima is e plantas. As cé-
lulas desses organismos se especializam e se congregam em
conjuntos celulares funcionais denom inados tecidos. O tecido
muscular, por exemplo, é formado por células especializadas
em se contrair e produzir movimentos.
Diversos tipos de tecido podem se organizar formando os
órgãos, unidades anatôm icas e funcionais presentes em seres
multicelulares complexos. Por exemplo, o coração, cuja funçã o
é bombear sang ue pelo corpo, é um órgão constituído por di-
versos tecidos, entre eles o tec ido muscular, responsável por
sua contração.
Os órgãos atuam de forma integrada no desempenho de
funções corporais específicas. Um conjunto de órgãos fu ncio-
nalmente integ rados constitui um sistema de órgãos. Um
exemplo de sistema de órgãos é o sistema digestivo, formado
por órgãos como boca, esôfago, estômago, intestino e diversas
glândulas que atuam na digestão. Os sistemas de órgãos, em
seu conj unto, compõem o nível do organismo.

Organismo

Figura 8 llfp1eS€ntaçán esquemallta dos princ1pa1s


níveis de organiiaçolO da 11d.:,
Órgão

D
A h1erarqu 1a da organização biológ ica nao para no nível do
organismo Os 1nd1v1duos na o vivem ,solados, mas geralmente
111 terag em entre si e com o ambie nte. O conjunto de indivíduos
de mesma espécie que habita determ inada reg ião geográfica
em dado período de te mpo co nstitui uma população bioló-
gica . Exemp los são as populações humanas dos diversos pa,ses
ou uma populaça o de macacos.
Membros de uma população geralmente interagem com
1nd1víduos de populações de outras es pécies que habitam a
mesma região geográfi ca. Ao conjunto de populações diferen -
tes que coexis tem em determinada regiã o, interagi ndo direta
ou 1nd1retamente, dá-se o nome comunidade biológica (ou
biocenose). Por exemplo, a co munidade da qual faz pa rte um a
popu la ção de macacos inclui as populações de pla ntas e de
an imais com as quais eles coabitam .
Os membros de uma comunidade biológi ca, além de inte-
ragir entre si, interagem com o ambiente em que vivem, o qual
é denominado biótopo. Aspectos do biótopo são temperatura,
umidade, luminosidade e componentes químicos, entre outros.
Por exemplo, os organismos são influ enciados pela composiç ão
química e pela temperatura da água dos rios, pela umidade do
ar e por diversos outros fatores climáticos.
Os seres vivos da comunidade também influenc iam os fato-
res ambientais . As plantas de uma comunidade biológica, por
exemplo, criam um microclima mais úmido que o proporcio-
nado pelo clima reg ion al. Com o decorrer do tempo, plantas e
animais modificam a composição química do sol o, enriquecen -
do-o em matéria orgânica. Ao grande conj unt o formado pela
interação da comunida de e do biótopo dá-se o nome de ecos-
i sistema . O conceito de ecossistema pode ser aplicado tanto a
um aquário com plantas, animais e decomposi tores, como
a um grande lago ou a uma floresta, com suas inúmeras cadeias
alimen tares e relações ecológ icas.
O nível mais alto da hierarquia biológica é o que reúne to-
dos os ecossistemas da Terra: a biosfera. Esse termo foi intro-
duzido na literatura científica em 1875 pelo geólogo austríaco
Eduard Suess (1831-1914). Seu emprego se generalizou a partir
da década de 1920, por analogia a outros conceitos utilizados
para designar partes do planeta, como litosfera, a ca mada ro-
chosa que constitu i a su perfície terrestre, e atmosfera, a ca ma-
da de ar que circunda o planeta. A biosfera é constituída pelos
seres vivos da Terra e pelos ambientes onde eles vivem, reunin-
do todos os ecossistemas do planeta.
altamente organizada, constituem a~ ,t' u· ,, consideradas as
Características dos seres vivos unidades fu ndamenta is da vida
Ha dois tipos basicos de celulas. procanot1cas e eucanc.
Composição química dos seres vivos • - ila procariotica e relativa mente mais s1mple, q
· ue
t1cas '"' ce 1t
A mater a compo11ente dos seres \- 1vos e const1tu1da de t ., . nao ha comp~'"'
a eucario 1ca e em seu interior ger.:ilmente
' "' ,1
a•omos ass m co--10 a f"'a ter1a qJe co nst1tu as entidades não nosos · A célula eu canot1ca apresentJ inu"'
menos t me mb ra ,,,e.
internas que
v '- as ~ . ~ ' :1. ica ("_rJ~ ;i ,:l<'l: "r., ,·, a e~ta s J e -1 às '1-"!êsm~ ros compa rt 1me . . membranosas
ntos e estruturas
leis natu ra '.,JC E' ·eg u se' >iec dO \:a matêr"a -1iva, desempenham fun ções espec1f1cas: como degradação trans-
JJC1~.... C'frtos Up0s jEJem~t; q mko se:..ipre estão pre• porte e armazenamento de substancias. Alem disso ,1 celula
s tes ~ - EJ s carbono (C), hfdrog ênlo 1-i' oxigênio (O) eucariotica tem um com part imento espec ,al o nucleo no qual
e nitroge mo ( N}; t:m menor proporçao, fosforo (P) e en- se localiza O material genet1co nas celulas procariot1cas por sua
xofre 'S vez O material hereditário encontra-se line no conteudo celu-
DEzeras centenas e mesmo m lhoes de átomos desses e lar 'Apenas bactenas e arqueas têm celulas procariot1cas; todos
de outros elementos qu micos un dos por meio de ligaçoes os demais seres , 1vos - protozoa nos, algas fungos plantas e
qu ímicas formam as moleculas constitu ntes dos seres vivos an imais têm cél ulas eucanot1cas,
genericamente chamadas de mo léculas orgânicas Essas mo- A fig ura a segu r mostra cortes de uma bactena e de um
,éculas são geralmente const1tu1das por longas sequénc as de linfóc to de camundongo (celula do sangue tambem conhe-
átomos de carbono nterligados aos qu a s estão ligados ato- cida como globulo branco) ao m1croscop o eletrà111co de
mos de outros elementos qu m cos Os r~ ri , pci s t pos de rno-
1 transm issão Nas magens e poss1vel notar a diferença entre
•~cu" orgãr ca SM as proteínas vS glic1d1os os lip1dios e os a organ izaçao nterna de celulas procanot1cas e eucanoticas
ácidos nucleicos Para obter fotograí1as como estas os pesquisadores mergu -
lham as células em um l1qu 1do especial denominado fixador
Organização celular que as mata rapidamente preservando sua estrutura mter-
Os seres vivos possivelmente são as entidades ma is com- na, como se fosse uma espec1e de mumificação. Em segui-
plexas do Universo Basta dizer que, no espaço microscó pico da, as celulas fixadas são embeb idas em uma resina que ao
de urna célula viva, podem estar reunidos até 35 elementos endurecer perm ite corta -las em fatias finíss imas; para isso e
qu micos dos 11 8 elemen tos qu ímicos conhecidos atualmente util izado um aparelho especial de corte denomin ado rn1croto-
ou seJa, quase 30% Ta l porcentagem e organização de ele- mo As fati as do ma terial biológico são en tão, observadas e
mentos qu micos não ocorrem em ob1etos não vivos. Além dis- foto grafadas no microscópio eletrónico Detalhes do procedi-
so os elementos qu1m cos que compõem os seres vivos estão mento de prepa ração de células para a observação m1croscó-
organizados em milhares de su bstân cias orgân icas diferentes. p1ca, assim como do funcionamento dos m1croscóp1os, serão
Essas su bstâncias, di stri buídas e co mbinadas de forma também tratados em ou tro momento. (Fig, 9)

0,6 µ.m
t----l

Figura 9 A. Fotomicrografia de bactéria Vibrio cholerae, uma célula procariótica (Microscópio eletrônico de t a · - .
"fi · · ) ·
1a e 1n oc1 o e camun dongo, uma ce, 1uta eucanotica
fi d 1. t· ·t d
art, c1a1s. B. Fotormcrogra
.
., . (Microscópio • - .cores
eletrônico de trr nsm1ssao,
d I d - - d • b ansm1ssao. cores
·· )
artr.fi1c.1a1s. Note a dif~rença e esca a e amp 11açao as imagens; o serve a maior complexidade da célula eucariótica, na
qual se destacamo nucleo e outras estruturas membranosas no interior celular: a célula procariótica não apresenta estruturas
membranosas internas.

CID
Metabolismo
A maioria das substâncias presentes nas cé lulas é cons-
tan temen te degradada e su bstituída por substâncias recém-
tabncadas Es~a incessante atividade intracelular de montagem
r desmontagem de substâncias requer energia que a célula
obtém pela degradaçao de certos tipos de molécula orgânica ,
gPncricamenle chamados de nutrientes energéti cos. Além de
fornecer a cneqJ1d nec.~~sand a manu t_eoçào da v•da, e ss - nu-
tnentes fornu t>m rrMtéria-pr1rna p<Ha a c~lula ptoduzir ~as
molé-wlas. Todas Pssas at1v1dades de transformaçao química
que ocorrem no interior de uma célula constituem o
, palavra dr ongem grega (metabole) que sig nifi ca mu -
dança ou lransformaçao (Fig . 1O)

-
Figura 11 A reaçao das folhas da planta sens1t1va (Mimosa pudica ) ao
toque e um exemplo extremo da resposta das plantas a estímulos.
A. e B. As folhas, ao se rem tocadas, fecham se em fração de segundos

En tre os seres m1croscóp1cos, muitos sao capazes de perce-


ber as cond1çoes ambienta is, movimentando-se ativamente em
resposta a determ inados estímulos Certas algas, protozoá rios
e bactérias ap resentam filamentos móveis (flage los ou cílios)
que atua m como nadadeiras m1croscóp1cas e permitem deslo-
camento em meio líquido
Embora a reação a estímulos e a movimentação ativa se-
ia m ca racterísticas da maioria dos seres vivos, sobretudo dos
anima is, há fo rmas de vida que não rea gem a estímul os nem
sã o capazes de se movime ntar ativamente É o caso de certos
tipos de bacté ria que so mente se deslocam passivamente quan-
do tran sportados pela água, pe lo ar ou por outros seres vivos

Crescimento e reprodução
Todo se r vivo cresce Alg uns mine rais ta mbém podem
crescer, mas por processos com pletam ente difere ntes dos que
Figura 10 A manutenção da vida de um ser vivo, assim como todas as
ocorrem nos se res vivos; certos crista is, por exe mplo, podem
atividades que ele realiza - por exemplo. prática de esportes - , depende aumentar de tam anho pela si mples agregação de matéria.
das transformações quím icas que ocorrem em suas células O cresc imen to de um ser vivo, por su a vez, oco rre sempre pela
e que constituem o metabol ismo. produção organ izada de su bstâncias por me io do metabolismo
celular
Seres vivos constituídos por uma única cél ula - bactérias,
Reação e movimento protozoários, algumas algas e uns poucos fu ngos -, chamados
Os animais são capazes de perceber o que se passa ao seu de unicelulares, crescem pelo aumento do taman ho de sua
redor e de reagir a diferentes tipos de estímulo . A reação animal unica célula . Esta cresce até ati ngir determinado tamanho, po-
quase sempre envolve a realização de movimentos. Por exem- dendo eventualmente se divi dir em duas célu las menores, se-
plo, o che iro de um leão levado pelo vento é ca ptado pelo melhantes à orig ina l. Nesse caso, a divisão da célula em dua s
apurado olfato dos antílopes e provoca sua fuga imediata . A corresponde ao próprio processo de reprodução.
capacidade de se movimentar rápida e ativamente, correndo, Os seres vivos constituídos por mais de uma célula, desde
voando ou nadando, permite à maioria dos an imais explorar poucas dezenas até bilhões ou trilhões, são chamados de seres
o ambiente à procura de al imento, de abrigo e de condições multicelulares ou pluricelulares; eles surgem a partir de
adequadas à sobrevivência . uma única célula que se multiplica ou a partir de um grupo
Plantas também reagem a estímulos. Porém, as reações ve- de células que se desprende do co rpo de um indivíduo pre-
getais são mais lentas que as dos anima is. Por exemplo, a maio- existente, crescen do principalmente pelo aumento do número
ria das plantas altera a posição das folhas no decorrer do dia e, de células do corpo.
em certas espécies, as folhas chegam mesmo a acompanhar Os biólogos costumam distinguir dois modos básicos de
a trajetória aparente do Sol, o que lhes possibilita aproveitar reprodução: assexuada e sexuada. Reprodução assexuada é
melhor a lum inosidade. Poucas espéc ies de plantas apresen- aquela em que um novo ser surge a parti r de uma célula ou de
tam reações relativamente rápidas, como ocorre na sensitiva um grupo de células produzido por um único indivíduo gen itor.
(Mimosa pudica) e em certas plantas "carnívoras", cujas folhas Nesse caso, os organismos fil hos recebem as mesmas instruções
se fecham rapidamente ao serem tocadas. (Fig . 11 ) genéticas presentes no genitor e geralmente são idênticos a ele .

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rrH'IO, 1\111 (·, ' ·'
A rrprod uçao <· u11111 d11 , t,11'Ml ern t1 Cd\ t·W· nc1a1, da v1d,1.
\1•qu1 I( JtJ ,t lr•úfl ' 1 ,,volut 10111\l,1, J \ d1f1 rt •fi i• ·, f1Jrrrw. d,
f por mr,o drld qu e a v1cl,1vf•tn w pc·rpr t1i,111rlo 1n1nl<•rrupl il •ni J div,•r,1111 ti~.ifl d,1 vtdtJ ' tifJ •,111,J11 11 , 1111
Jdt1pl11~clO 1('V.Jí,, ' '
menti' de'i de qu r 'i urq1u, há 111,11, dr i , '> bilhoe, dr· ano'i. ' J • iJ •dt• d<• r•\fJ< '<í<", 1>1ol6q1< ,J, 1,,,,,. , 11•.1 ,,111 , ,
d.i qri.HI( r v,111r '' ,
cf m, ,nodo dr• vld,1 pt1rt tc 11l-1r
e;ida 11111<1 ,1cJdfl IJ '1 ' 1 1
Hereditariedade
Af.üí,f ""'' t, l''"Jf• 1r•.1,l1t·1 ., ', ,,llv!t1itrl• •, rf 11 H,1 1<, ', 1 'd '/J 1 ,,1,
A hereditariedade é outril c11 ractrnsllCi1 importante dt1
vida, 1nlimamcnte liqada i\ reprod11çilo. Um ser vivo, dO ,r rf'· •
produzi r, lransmitr a sc11'i drscendenle'i um conjunt o de 1m
truções r m código, imrnl,l\ 11 c1, mole( ulcls dr 'iru millNiill
genético (ácido nucleico), além de umr1 e'itruturil celular bá'iic11
a partrr da qual o novo ser desrnvolverá sud organiLdçao 1ípicil.
t Aorigem do Universo
Herdamos de nossos pais todas as instruçõf's genéticas e a orgil· e do Sistema Solar
nizaçào celular para desenvolver nosso corpo conforme os pd·
drões típicos de nossa espécie. Uma bactéria, uma samambaia, A teoria do big bang
um cachorro ou um ser humano desenvolvem a\ caracteríslicas
típicas de sua espécie a partrr das instruções genéticas e da base
ou teoria da grande explosão
celular que receberam pela reprodução de seus progenitores. Os avanço'i da Cmmolog1a e da Física no in íc io do \écu
As instruções genéticas estão presentes em moléculas de lo XX leva ram à formulaçào de umd nova exp liCdÇdO científica
uma substância química denominada ácido desoxirribonuclei- para a origem do Univerrn: a t ·orid do tJl(J hany ou, lradu11n-
co ou DNA. Apenas uns poucos tipos de vírus apresentam RNA do a expre~sao em inglês, teoria da grande ~~plosão. Atu~l -
(ácido ribonucleico), e não DNA, como material genético. O menle bd'i lante aceita pela com unidade c1ent1f1ca, essa teoria
material genético controla o metabolismo celular e define as propõe que o Universo tenha se originado de um ponto extre-
ca racterísticas típicas de cada espécie de ser vivo. (Fig. 12) mamente compacto, de densidade infinitd, que, por razóe\ ain-
da desconhecidas, ex plodiu há cerca de 13, 7 bilhões de anos e
se expandiu de modo violento. Seg undo essa teoria, o Universo
continua em expansão até hoje. Nessa explosão primordial, de-
Figura 12 Cadela
da raça dachshund nominada big bang, teriam surgido si multaneamenle o espaço,
com seu filhote. 0 tempo, a energia e a matéria que compõem o Universo.
A semelhança entre Tudo indica que imediatamente após o big bang a tempe-
progenitores e ratura era tão elevada que impossibilitava a exislência da maté-
descendentes deve-se
ria como hoje a con hecemos. Entretanto, a rápida expansão do
à transmissão de instruções
genéticas inscritas em Universo fez a temperatura diminuir; ao fim do primeiro minuto
moléculas de DNA. teriam surgido núcleos atômicos do elemento químico mais sim-
ples, o hidrogênio, além de núcleos de hélio e pequenas quan-
tidades de núcleos de lítio. Átomos propriamente ditos só se
formariam mais tarde, quase 400 mil anos depois do big bang.
Quando o Universo completou algumas centenas de mi-
lhões de anos começaram a surgir as primeiras estrelas, cor-
Variabilidade genética, seleção natural e adaptação pos celestes de grandes dimensões formadas basicamente por
o material genético varia ligeiramente entre os membros átomos de hidrogênio e de hélio. Ao mesmo tempo a atração
de uma mesm a espécie com reprodução sexuada, o que se de- gravitacional levou à formação de conjuntos de estrelas e de
nomina variabilidade genética. Graças a essa capacidade de matéria cósmica, as primeiras galáxias.
variação os indivíduos que nascem a cada geração são ligeira-
mente diferentes uns dos outros; alguns deles podem ter mais
chance de sobreviver e de se reproduzir e, assim, transmitir suas
Aorigem do Sistema Solar
características à descendência. Essa ideia de que os indivíduos Os cientistas estimam que o Sistema Solar, conjunto forma-
de uma população com reprodução sexuada têm diferentes do pelo Sol, planetas, satélites, cometas e outros corpos celestes,
chances de sobreviver e de deixar descendentes foi proposta em surgiu há cerca de 4,6 bilhões de anos a partir de uma nebulosa
meados do século XIX, pelos naturalistas ingleses Charles Darwin - aglomeração de gases e de poeira interestelar - presente na
e Alfred Wallace (1 823-1913), e denominada seleção natural. galáxia denominada Via Láctea. Acredita-se que os gases da ne-
A seleção natural é a base da teoria evolucionista, segundo bulosa que originou o Sistema Solar eram predominantemente
a qual os seres vivos se modificam ao longo do tempo, adap- hidrogênio (H) e hélio (He). A poeira interestelar era constituída
tando-se aos ambientes em que vivem. A adaptação é expli- principalmente por grânulos de carbono e de silicatos.

m
A dlrd,,H1 ~1r,1, 1t,1urn1dl c11t1e ,is part1cul,1s da nebulo )a let ,oni que el,1 )e torncl~~C' Cdda vez ma is
co mpc1ctc1 Apo) ,1lguns milhoes de ,lnO\ de compactação devido agravidade, a temperatura no cent ro
dt1 nc>bulo),l teria c1t111y1do cerc c1 de 1O milhões de graus eels1us (10.000.000 · C), ocas1onanu o rPa -
, ,,es de lu~ao nucleM em cade ia. com liberação de muita energia e elevação da temperc1tu ra. Ne)se
ponto, d massd central compactadél da nebul oça passou a em1 t1r luz, constituindo uma estreid ama -
relc1 o Sol - , urna entre os mais de \ 00 milhoes de estrelas prese ntes na Via Lactea .
Os cientistas acred itam que, ao mesm o tempo que o Sol se fo rmava no ce ntro da 11ebulosa,
lambem ocorreram condensações em pontos periféricos do disco de rnatena que gi rava em torno
do centro, originando planetas e outros corpos celestes do Sistema Solar, como satélites, asteroides e
cometas. (Fig . 13)

~"\ l Asteroides

/ /\

Marte
/
,/
. -~
Terra
Vénus

Figura 13 Concepçào artística da formaçào do Sistema Solar. A. Nebulosa primordial. B. Co~densação da maten_a no
cent ro, originando o Sol. e formação do disco de matéria girando ao seu redor. C. Condensaçoes em pontos peri fericos
do disco giratório. que resultaria nos dema is astros do Sistema Solar. D. Parte mais interna do Sistema Solar mostrando
o Sol com os planetas mais próximos. satélites. asteroides e cometas que orbitam ao seu redor.

A formação da Terra com essa suposta composição da atmosfera da Terra primitiva,


ainda que haja discordância sobre a origem desses gases. Uma
Evidências científicas suge rem que o planeta Terra for- corrente científica defende a hipótese de que a água e os gases
mo u-se entre 4,6 bilhões e 4,5 bilhões de anos atrás, com a da atmosfera terrestre originaram-se no interior do próprio pla-
aglomeração de minerais, poeira cósmica e gases presentes no neta. Outros, com base em recentes descobertas na pesquisa
disco de matéria que orbitava o Sol. A ag regação progressiva espacial, defendem a ideia de que a maior parte da água e
desse material gerou grande pressão no interi or da Terra em dos gases atmosféricos teria chegado a bordo de cometas
fo rma ção, co m aumento da temperatura e derretimento dos e asteroides.
materiais rochosos mais internos, qu e escapavam para a su- Independentemente da origem dos gases atmosféricos ter-
perfície terres tre na forma de lava incandescente. Além dessa restres, com o passar do tempo a superfície da Terra primitiva
intensa atividade interna, a jovem Terra também era con tinu a- foi esfriando devido à contínua perda de calor para o espaço.
mente bombardeada por asteroides vindos do espaço, que se O resfriamento possibilitou a formação de uma camada de ma-
chocavam com a superfície terrestre em eventos catastróficos, terial rochoso sólido em torno do planeta, a crosta terrestre.
con tribuindo para o aumento da temperatura e da massa pla- Entretanto, a crosta era quente dema is para permiti r que se
netárias. Ad mite-se que nenhum tipo de vida como a que co- acumulasse água líquida sobre ela . Nas camadas superiores da
nhecemos hoje poderia ter existido em condições tão adversas atmosfera, mais frias, o vapor-d 'água se condensava, produzin-
quan to as re111antes na Terra em seus primeiros 700 milhões de do nuvens que se precipitavam em forma de chuva. Na super-
anos de existência. fície, por causa das altas temperaturas, toda a água voltava a
A Terra em fo rma cão estava envolta por uma atmosfera evaporar, e o processo se repetia. Passou muito tempo até que
constituida principalm~nte de gás carbônico (CO), gás meta- esse quadro mudasse. Acredita-se que, na Terra de pouco mais
no (CHJ , monóxido de carbono (CO) e gás nit rogênio (N), de 500 milhões de anos de idade, tempestades torrenciais caí-
além de vapor-d 'água (H,_ O). A maioria dos cientistas concorda ram sem intervalos durante milhões de anos seguidos.

li)
A partir de determinado momento, a superfície da
Terra já havia esfriado o suficiente para que ág ua líquida
l9 Como surgiu a vida na Terra?
pudesse se acumular em depressões da crosta terrestre, A queda da teoria da geração espontânea
formando imensas áreas alagadas precu rsoras dos ocea-
nos. Provavelmen te fo i em um cenário corno esse que , d , ulo XVII era muito difundida a crença de que 0
Ate meados o sec .. d . . s
surgiram os primeiros seres vivos, dos quais descendem . •do criados por d1v1ndades, outnna denorninad
vivos haviam s1 . a
todas as formas de vida . (Fig. 14) seres_ . d ·r -se também que alguns tipos de ser vivo podiam
rnac1on1srno. A rnt1 iaearnente a partir da matéria sem vida, ou mesmo
ser gerados espon an b
- de outros seres vivos. Essa era a ase da teoria da
pela t~ansformaç~o também chamada de teoria da abiogênese
geraçao espontanea, _ . . ,
. d b·oge"nese entretanto, nao res1st1u a expansão do
A teoria a a 1 ' .
conhec1rnen to c1·entífico e aos rigorosos
.
. testes realizados por cientis-
. . corno Red i Spallanzan1 e Pasteur, entre outros Corno
tas criteriosos, '
verernos a seg ·r, esses pesquisadores
Ul . forneceram as primeiras evi-
,enc1as
. c1en t'if·icas de que os seres
, . vivos. surgem. somente pela
. repro-
d
dução de seres da própria espec1e, 1de1a que ficou conhecida corno
teoria da biogénese.
li I r
o experimento de Redi
Um dos primeiros experimentos c1:ntíficos sobre a ~rigern de se-
vivos foi realizado em meados do seculo XVII pelo medico italiano
m , . d.
Francesco Redi (1626-1697) Na epoca, muitos acre 1tavam que os
seres vermiformes sempre vistos em cadáveres de seres humanos e
de outros an ima is surgiam por transformação espontânea da carne
em putrefação. Red i não co~cordava c,o ~ essa ideia e formulou a
hipótese de que tais "vermes eram estag1os imaturos, ou larvas, do
ciclo de vida de moscas. Redi acreditava que as larvas nasciam dos
ovos colocados por moscas na carne e não por geração espontânea.
Em seu livro intitulado Expenmentos sobre a geração de insetos (em
lati m, Experimento circo generatJonem insectorum), Red1 conta como ~
r
teve a ideia de que os seres vermiformes presentes nos cadáveres eram
parte do ciclo de vida de moscas. Ao ler o poema épico Ilíada, datado
do século IX ou VI II a.e. e cuja autoria é atribuída ao grego Homero,
Redi se perguntou por que Aquiles teme que o corpo de Pátrocles se
torne presa das moscas. Po r que Aqu iles pede a Tétis que proteja o
corpo contra os insetos que poderiam dar origem a vermes e corrom-
per a carne do morto? Redi concluiu que os antigos gregos já sabiam
que as larvas encontradas nos cadáveres se originavam de moscas que
pousava m sobre eles e ali colocavam seus ovos . (Fig. 15)

Figura 14 Representações artísticas das mudanças que


teriam ocorrido gradualmente no ambiente da Terra primitiva.
A. Resfriamento superficial suficiente para o início da
formação da crosta terrestre, intensa atividade vulcânica
e bombardeamento por corpos celestes. B. O resfriamento da
crosta progride, mas ainda não permite acúmulo de água líquida.
C. As condições da crosta terrestre permitem a formação dos
primeiros mares. Figura 15 A cena retrata uma passagem do poema Ilíada, atribuído a
Homero, que serviu de inspiração para Redi idealizar seu experimento.
Agora você pode resolver as atividades de 17 a 21 e 55.
(PELLEG~INI, Giovanni Antonio. Aquiles contemplando o corpo de Pátrocles.
e. 1700. Oleo sobre tela, 152,5 cm x 195,5 cm.)
Seguindo os procedimentos da ciência moderna, Red1 ra- Em 1745 o 1ngles john Needham ( 171 .l 1781) re<1 il1ou o
c1oonou que se os seres vermiformes da carne em putrefaçao seguinte expenmento d1stflbu1u caldo nutr1t1vo lm d1ver\o\
realmente surgem a pa rtir de ovos colocados por moscas - essa frascos, que foram fervi dos por 30 minutos e 1med1c1 tamente
é a h1oótese -, então eles não apa recerão se 1mped1 rmos que fechados com rol has de cortiça Depois de alguns dias, os cal-
moscas pousem na carne - essa é uma deduçao a pa rtir da dos estavam repletos de sere) m1croscopicos. Assum 1nd0 que
hipótese Para testar sua hipótese Red1rea lizou o seg ui nte expe- a fervura eliminara todos os seres eventualmente existentes no
rimento. distnbu1u animais mortos em diversos fra scos de boca ca ldo oflginal e que nenhum ser vivo podefla ter penetrado
larga, vedando alguns deles com uma gaze muito fin a e deixan- através das rolhas, Needham argumentou que so hav1ét urnd
do outros abertos. Nestes últi mos, nos quais as moscas pod iam explicação pa ra a presença de m1crorgan1smos no) frascos . eles
entrar é sair livremente, logo su rg iram seres vermrformes Nos haviam sur gido por geraçao espon tânea.
frascos tapados com gaze, que 1mped1a a entrada das moscas, Com o conhecimento da epoca essa teoria pétíec1a real
não apareceu nenhum "verme", mesmo passados muitos dias mente adequada para explicar a origem dos mic rorganismos
Dt:sse modo, a dedução a partir da hipótese foi confi rmada e pois era difícil imaginar que seres aparentemen te tão simples,
esta foi aceita. (Fig. 16) presentes em quase todos os lugares, pudessem surgir por meio
da reproduç áo Mui tos estudiosos, po rem, estavam convenci-
dos de que a geração espontanea nao ocorria nem para seres

__. .
,i
grandes nem para seres microscop1cos .
... O padre e pesqu isador italiano Lazzaro Spa llanzan1(1 729-
" -1 799) refez os expe rimentos de Needham preparando oito
fra scos com caldos nut nt1vos previamente fervidos. qua-

t ~
• tro deles foram fechados com rolhas de cortiça, como fizera
Needham, e os outros qua tro tivera m os gargalos derretidos no
fogo, de fo rma a adq uirirem uma vedação hermet1ca. Além dis -
so, os frascos foram fervidos durante longo tempo. Após alguns
dias, microrganismos haviam surg ido nos frascos arrolhados
co m cortiça, ma s não nos frascos CU JOS gargal os tinham sido
hermeticamente fechados no fogo Spallanzan i conc luiu que a
vedação ou o tempo cu rto de fervura utilizados por Need ham ,
ou ambos, haviam sido incapazes de imped ir a contaminação
do caldo.
Em resposta a Spa lla nzan i, Needham alegou que, devido
à fervura prolongada, o caldo havia perdido sua "força vi ta l",
Figura 16 Representação esquemática do experimento de Red 1, que
um princípio imatenal que sena ind ispensável ao surg imento
descartou a hipótese da geração espontânea dos "vermes· (larvas) de vida. Spa llanzan1, en tão, quebrou os garga los fun didos de
que surgem na carne em putrefação. No frasco ã esquerda, tapado algu ns frascos, que ainda se ma ntinham livres de microrga -
com gaze, não surgiram larvas. No frasco à dire ita, no qual as moscas nismos, expondo seu conteúdo ao ar. Em pouco tempo eles
puderam entrar. apareceram larvas, que se alimentavam da carne. ficaram repletos de microrganismos, mostrando que a fervu-
ra prolongada não havia destruído a "força vi tal " do caldo.
Needham contra-argumentou mais uma vez, sugerindo a hi po-
Needham contra Spallanzani tese de que o princípio ativo, em bora deteriorado pelo longo
A teoria da geração espontânea perdeu credibilidade com tempo de fervura, restabeleceu-se com a entrada de ar fresco,
os experimentos de Red1, mas voltou a ser utilizada para ex- perm itindo que os microrganismos surgissem esponta neamen-
plicar a origem dos seres microscópicos, ou microrgan ismos, te. Dessa vez Spallanzani não consegu iu elaborar um experi-
descobertos em meados do século XVII pelo holandês Anton ie mento para descartar o contra -a rgu mento de Need ham, e a
van Leeuwenhoek (1632-1723). (Fig. 17) controvérsia persistiu.

a
J~ -.A,=;;. -D

Jj: L~

~ Figura 17 A. Desenhos de
fit . . , ~ microrgan ismos, popularmente
cJ' ~ chamados de micróbios. realizados
por Leeuwenhoek em 168 3.
B. Retrato de Antonie
van Leeuwenhoek.
e
r ,pótese PastE:ur a.,r:orou o gargõ ,, clf
Para ror f rrriar Sua '
A contribuição de Pas-teur f•c.aí'dO que erri poucos o as >€1.J~ con1,. :
aiguns fra~os, ,en
r eto< de m,crorgar srr?s 0 r:1per rrer io '.rov-<t:
',e , 11< dd d<'.Cdd" de 1860 d Arad<-rr ,; Franc<-:a de CiE:ri- drJs ficaram e~ d . ' E: o surg ,mento de rn c-organ1~rnos e~
c,,,, C.f f-r f-(f•J um vr-f'T' ,r_, r-m rj r hE:ff(; íJdí<l quH'l rE:al1zasse urr ma,• ev1d<'nC t:1~ e Ov •
' - ·,;. ocorria 1rna lõ cont.arP naçao por SE:'E-~ rr C'<.>>
e.,.peri rn1- '1 tG dE'•n1t , r, sr:J,r1: d c,r gem dr1s m1crorg<1n1smos caldos nutr .., ,os " . -
, t s do arrb·Ente enerno e nao po• ge ·aç<:>,J
Es • mu dOO pE:lo dt \ af ú o 0-squ,,ador franci:~ Louis Pasti::ur copicos proven en e
espontárea (Fig. 18)
( 1822 189SJ comtçou d trabalndí ro assuntú
Em -Jm di:: seus <-)'.pF-rimento s. Pasteur d,,tnbu u caldo nu- Pesquisas sobre geração ~spontânea
1nt o em qua t•r; fra sros de 1•dro ru10·, g<Jrgalos 'orarr amc,le- levaram a novas tecnologias
c,dos a0 fogo es• caor;s t cur1ados ra forma de um pe~coço de · te =nsar que m_ expenmentos p1one ros de
E interE:ssan ,-,- .
rnn e 'ia sequÊ:nc.a r, c1ent1sta franci::s aquE:ceu o caloo atf que
1.
S allanz.an sobre geração espontanea aonrarri cam r o para ?
sa ·s~ , ~pc., Otlas e..<tr"m,dades dos garga los c,, r,os de / ando p I ento da ndústr a de a 1mentos e'11atados Ao saOE,
1

dE:senvov1m
depo,s Q0e o ca1dc resfr am, t'1tarTE:nte O ob;eu10 de Pasteur, isas e das contro 1érs1as sobre a ongerr aos micro•
das pesqu . 1 A r, 7 9 -
ao cur,ar os gargalos dos 'rasc0s, era manter li "e a entrada ganrsmo S, O Confeiteiro trances "J
,cno as, ,ppert d 4 -184 11
de ar mas fazer com que as partículas em suspensã0 ficassem suspeitou que E:les poderiam ser responsave s pe1a e,E:noração
retidas nas paredes do garga lo cur✓0, que assim funcionaria dos alimentos problema então enfre'1taoo_ pt:-los fabricantes
COfl"IO um 'litro de produtos a1 mentíc,os Part,ndo do pnnc1p10 de que caldos
Apesar de 0 caldo esta' em contato direto com o ar não rutntivos previamente fE:rvidos poderiam ser guardados soo
surg iram m1crorgan1sm0s em nenhum dos quatro frascos pre- , edação hermética sem estraga r, como Spallanza n, havia de-
paraaos por Pasteu· em seu e.<perimento Microrganismos monsuado Appert desenvolveu uma tecnologia para produ-
presentes no ar fica 1am retidos nas cur,as do gargalo e não w alimentos em conserva que pudessem ser armazenados por
conseguiam cnega· ao líquioo do frasco longo tempo sem sofrer deterioração

o ca do n .IIIIINO O gargac, ao 3
Oca.oo nutrrtivo e
2
r: despe,ado frasco é ~st cado ferroo e ester zado
em um 'ras.r...o
ds , a•o

4 O caoo nutntivo ao
frasco corn -pescoço de
cisne· mantém-se 1,vre
oe m,crorganisrnos

Se o gargalo 5
d-0 frasco é
q~eo•a!lo :.L.rge'l'
"oorgar-srros
"-O ca'oo

Figura 18 A. Representação esquemática das etapas


do_e~penmento realizado por Pasteur, que buscava
evidencias contrárias a teoria da geração espontânea.
B: Frascos usados por Pasteur em seus experimentos
sao ma_ntidos até hoje no Museu do Instituto Pasteur,
em Paris. França.

m
-
A ii1,t 1 >11.J rJ,, rumr,n til d rJ,'.,<.1,J,:1 <J1, l?,'/J
l• ·rr11111l,JÇ-l<J rr, ,Jlc, fl(J ( r_H,J, -1rr ;..,r d 0 -~rl ,, 'J~: r rj''1<j~ r- '., 'rJ, "- : ;,~/..1~·
l ✓,,qu, l,1 'fi'1' ,1, 1r1111 -, P.i•,l! ur, Jd f,i m<Jv, prir ·.t•U\ ,.•,tud,,·. •,r,br,, rj',j,jUd (H,".JJ, ·, ,J[J','-<1rir:;;: '11':, ;,r1r r;;.:<- ' ,; i.r,'/A. ·-,M: ·
\fn(1\, líi lc) Jl '\',()lJ v· P'Jf IJITI rwJ!,IHnd <Jc:, rJHn,,,rd' d'J
1111( ((JlfJrlr11 t.Jíom <1 ,,tm,,·,f<-r;; •Jc, ~,,,.. '. '" '<,· ra 'J ,a~tj-:, a I d3: ,rg ,
dei v111t1<J q1 1c• ,1l1 •fdVd ,1 ind11\lrtd VH1Ír<Jlil dr: Arbr, 1•, (Fr~r,çd;, '.,IJd J-. rr,· '}Ur;j fr., :.vúrr e:- t da ;;r, ,:a r)r ~ ~ ',:,--1c:. ~ df:S(.3 "1:,~ ~ ~ -
tc•rr,i ndl ,11 f rri P)(pr•rirr11 ·nt,y, MIi " ll' ií f'\ , elr, pr6pr1rJ j~ dr-m,;n•.. t r,, 0·, VJr d 'JU'~ ,J.~, ',<:]'..Jfl()0 'A "e:· <:::a: 1':, a- ',e. - ~•

1r,11,J , I' w rl Ir dr1\ÍrJrrr1rJr.,oc, d,J ·,ur ri rj ,, UV<J:, c•rn ,rnhr, r<:,ulta r_r) nd 1ç r1r:·, atrrr)~Jfncô: r ,0 níc1r-) ,::a Ç- / :,•~ ... r:: a ".1': ' 'J".. ~"Jr1 ' '!'.:l, -
d,i r1t 1v1d,1d, dr• rrw r•ir<Jdíll\rn ri; d(•nrimindfJrJ', 11:vr:dura~ r1u fe::r ntt a. 'Jr, ;1m ulad0r ra11a '.arr,of!T J,n C'.:.' 'J':' '.'::'.'.!'J . •r, ~Ja ~
ment,,•, ',iJcJ hipi,fl •\<·, cJCJ<,ra, <·ra quP d detf' r1<Jra~ao du 1tnh<1 m1,t.u ra era r<:sfnadà 0 1éip'1•-d'ág•,a o·<::E:''': ,..,, ~ <,' , ·a:<:
cJ,,cl)Jfl,1 dd ( [Jílld rrnn,JC,<lf, r,or üutro tr prJ d!: mir rr1r';j ,:1 r11\r0<J. ':.<Jndér,~,a ✓ ~ ': ~ ) C0íí'é1 Pá'-3 a pa1f: ,rf1;:r ':,' jc,. aca"'': ""':. , J"'lf'j~

Ari ol,w r ✓d r ar1 mr, íCJ\( ór11r1 drnmt ra•, rJf: v1nhr,; e:tragadu~ ,<: ;,c umulava . Corr 1ssrJ 'A,1 1r:r , rr ,/il '" a: cr., ,a: :'- •, a-: ~-
Pd,t<-r Jr f r1 11 rntrou r,utr,,; rnicrrirqani\mrJs alfm da:, lf:vtdura,, 0 mul<J d<:: água rr,: rnórE:: t ·ag'1: 'B Te·•a p · r ·t ✓a :>,,, ' ,.... ,
qu,, r1·lrirr,dviJ ~LH hrpCJt,,,!.'. A quf:\td<, t ra: r.rJmo SE: livrar dE:'>'>t: um aquE:c<:rJr.,r falia fr:rver a água ac J"'J a'.:la, 'L'= , r, :av~ a
inv,r\cm•\ rndf-,E:JiÍVf:I\ \f:'. rn dltr:r,:ir o \a bor do vrnho? btE: não P'J- s<: tran,form;;r t rn 1;,pr, r, sirr.u•il'á', a <;: 1ar,,,raçã 0 '.la ã::;:...a -a
d1c.1 wr fi.:rvr<fo, pors pe:rdn1a lota lmE: nle \Ua, (lUalr dadE:s. Pasteur ,u pE:rfícrt qutn tísS1m a da jovem Terra Ap ós de ,(à' e, , ~ .,.a::,0•
dc·\tobnu 1•nti:H1 que o aquérnn(:nto do vrnho pr,r aptna·, algu ns funcionandr, pr1r ctrc.a de uma :tmana, 'A i:1E:' E:a l,zo.., :<:stes 1

m1nut,,~ d 5/ ·e era ,ufr tientr~ para eli minar Q, rnicrorgani;mos qu ímicos nr1 líqu1d0 avE:rmE:lhad o qt,e ~E: a~ J,..,.. _ ii'il "ª :,3,: <;:
1nd1•w1avP1\ ,r·m cJ ltr.:ro r r, ,a bor da bebida; com isso, Pasttur in- rnfrnor de, apare ir,o e r::ncvit,o,J 1ár,a: SJGs:á-c as aus<:rt;;s
ven tou o proce,,o que, em sua h,Jmf:nagE:m, rr::cebE:u o nomr:: no início do E:t perimtnlo, E:ntre elas o~ ar---1 r oá~ dos a a" ,.. a
de pasteu ri1d1,ao. E: ghc ína, alfm dE: 0utrõs s1,bstánc1as 0·gán cas ~a ~ s ,...,o es.
(Fig. 19)
A pasteu ri zação, tecnologia para d E:lr minaçào stltliva dE:
microrganismos pelo aquecimento brando, é la rgamr::ntr:: r::m -
pregada nd indú,tria de alimentos nos dra; alua is. Em diver- a

so; países, inclu indri o Brasi l, é obr igatório pasteurizar o leite e De sr..a: ;}a5
lr,trc:,d,çãc, O<::
::l 8• ... r- -::.
,em derivado, antes de comercializá-los. NessE: processo o leite
-- --_ -_ -_ -_ -_ -..::..::..::..,.- ~

~
-
,~
mistura
é mantido a 62 •,e por 30 minutos, o qur:: elimina a bactéria de ga~% e
;apo·-d a3;1,
1
1
=
Mycobaclerium luberculmis, um microrganismo frequentemen-
te presente no gado bovino t que pode causar tuberculose em ~
pessoa\ . A pasteurrzaçào eli mina também outro, microrganismos ,/ e rc. ... ãç.â c. ~s

~
re,ponsáveis pela deterioraçao do leite, prolongando sua vida útil. ag1.,a 1- a ::.a•õ
ccr{Jersayãc
1 Aeo•~ voe~ pode re~olver a; atMdade, de 22 a 26, 43 , 44, 57 ~ 63
--- '
'--,. (

lt Ideias modernas sobre Aquecimento Águ a acumulada


a origem da vida do liquido

A origem dos precursores da vida


Com o descrédito da teoria da geração espontá nea e a
consolidação da teoria da biogénese, um a nova questão se co-
locava : se os seres vivos não provêm da matéria inani mada,
mas apenas por reprodução de outros seres vivos, como eles
su rgiram na Terra pela primei ra vez? De onde teriam vindo as
moléculas orgánicas que originaram os primei ros seres vivos?
Ainda náo há resposta definitiva para essa questão. Uma
das possibilidades, embasada em descobertas recentes, é que
substância~ precursoras da vida tenham vi ndo do espaço si-
deral, trazidas por cometas e asteroides. Há experiéncias, no
<.:ntanto, que demonstram que a combinação química de subs-
táncra, rnorgá nicas gasosas presentes na Terra prim itiva poderia
ter orig inado moléculas orgânicas.
A prrmeira experiência nessa direção foi idea lizada pelo
químico estad unidense Stanley Lloyd Miller (1930-2007) e
estabeleceu as bases experimentais da evolução molecular na
orrgem da vida. Ern 1953, Stanley Mille r, um jovem aluno do
eminente qu ímico Ha rold C. Urey (1 89 3-1981 ), construiu um Figura 19 A. Representação esquemática do simulador utilizado por
aparelho que simulava as condições supostamente existentes Miller em seu experimento sobre a origem da vida. B. Stanley Miller
na Terra primitiva. Nesse simulador, formado por tubos e balões usando os equipamentos de seu laboratório original para recriar seu
de vidro interligados, Miller colocou uma mistura co ntendo gás experimento da década de 1950.

m
e

exµe r11 nento tem hoJe )ig n1hccido Jµ e11i1s histórico,


t S)t, Ü\ es tudos dcl origem da vida e~1frentcl rn umc1 Qrdndr di
µ01~ novo) d,1do) ~ugnem que .i comµ os içc10 ul111osl enca dt1 r1culd ade.. a ralta de vestígios dos primeiros seres ~vivos, ljUd\e
Terra prin11t1v.i era diferente da mi stura empregada no simu totalmente des tru ídos µelas drást 1c~s t_ranslormc1çoes oco rndcls
l.idor de Mil ler. Ev1de11c1,1s recentes 111dica111 que a atmosfera na crostcl lerrestre nos primei ros milhoes
. . de anos
. de \Ua exis-
.
terrestre, entre 4 e 3 S bil hões de ,mm <1 tras, era provavelm ente - •a ja' r m encontrados vest1g1os de atividade b101og1
tenc1 ca
ora ,
co nst itu1da por 80% de ga~ carbónico (CO ) , 10% de metdno em roe1i as datadas de 3, s bilhões de anos, na ,. Au stral1 a, pro-
(C H.) S0 o de monóxido dt> carbono (CO) e 5% de gás nitrogê- vavelment e deixados por ancestra is de bc1c tenas fotoss1 nteti-
rno (N ) alem de vapor d água zantes. Acred1·ta· se , entretanto' que a vida na Terra teve início
Segu indo os passos de Miller, diversos outros experimen - mui·to an tes. De acordo com estudos de algu . mas .descobertas
tos )1 mu lara m as condições supostamente ex istentes na Terra recentes, a V.ida na Terra teria surg ido ha aprox1madamentr
prim1t1va, com produçào de diversas substâncias orgânicas en- 4 bilhões de anos. (Fig . 21)
co ntradas nos seres vivos. Isso dá sustentaçã o à hipótese de
que. nas condições remantes nos primórdios do nosso planeta,
a materia prec ursora da vida poderia ter surgido por um pro-
cesso abiogênico .

Teoria da evolução molecul ar


Uma questão que ainda desafia os cientistas é: como os
ingredientes precursores puderam orig inar complexos molecu-
lares dotados de metabol ismo e de reprodução , ou seja, seres
V IVOS ?

Atualmente, a ma ioria dos cientistas defende a ideia de


que a vida surgiu por um longo processo de evolução mo-
lecular, em que, inicialmente, compostos inorgân icos presen-
tes na Terra primitiva reagiram entre si, originando moléculas
orgânicas, como am inoácidos, pequenos glicídios, bases nitro- 6
o
genadas, ácidos graxos etc. Na seq uên cia, ao encontrar condi-
ções adequadas , essas primeiras moléculas orgânicas teriam se
recombinado de várias maneiras, produzindo moléculas mais
complexas , como proteínas, lipídios e ácidos nucleicos. Final-
mente, essas moléculas orgânicas teriam originado estruturas
capazes de controlar as próprias reações químicas e de se auto-
duplicar. Tais atributos seriam os primeiros esboços do metabo-
lismo e da reprodução, duas ca ra cterísticas fu ndamentais dos
seres vivos.
Há cientistas, porém, que defendem a ideia de que a vida
Figura 21 O fóssil do mais antigo ser vivo conhecido até o momento,
na Terra surg iu pela colonização do planeta por substâncias encontrado na Austrália, é datado em 3,5 bilhões de anos. Entretanto, a
precursoras de vida (ou mesmo seres vivos) provenientes de recente descoberta de outros estromatólitos, como os da Groenlândia ,
outros locais do cosmo. Essa é a base da hipótese da pansper em 2016, indica que a vi da tenha surgido há cerca de 4 bilhões de anos.
mia, que voltou a ganhar força nos últimos anos com a des-
coberta de substâncias orgânicas em meteoritos, asteroides e
cometas. (Fig. 20) A origem das primeiras células
Nos seres vivos atuais os processos químicos que carac-
terizam a vida ocorrem no interior de células, compartimen-
tos isolados do ambiente externo por uma finíssima película
envolvente, a membrana plasmátic a. Esse envoltório permite
a manutenção de um ambiente celular interno diferenciado e
adequado aos processos e às reações químicas essenciais à vida
A ruptura da membrana leva à desorganização da estrutura ce-
lular e à morte da célu la.
A importância da membrana para a célula viva levou os
cientistas a imaginar que uma etapa fundamental na origem da
vida foi o aparecimento de sistemas químicos delimitados por
membranas que os separavam do meio externo. Tais sistemas
podem ter surgido em charcos, lagos e oceanos primitivos, seja
Figura 20 A astrobióloga Lynn Rothschild coletando amostras de a partir de aglomerados de moléculas orgânicas originadas na
microrganismos em um lago. Essa pesquisadora estuda bactérias que própria Terra, como acreditam os defensores da hipótese da
sobrevivem em condições extremas de salinidade e tempera tura. evolução molecular, seja a partir de moléculas vindas do espaço
Suas descobertas sugerem a existência de vida em outros lugares do
em corpos celestes que atingiram a Terra, como pensam os de-
cosmo, apoiando a hipótese da panspermia.
fensores da panspermia .

m
[xpe,iinentos de laboratorio dd O p1~til\ sobr e O que pode No ~l'()U ndo c,1\u, f<1 lc1 \t ' 1'111 \Prl'' lwt•·rot1of1, º' (do q1 1•q<1
ter ocorrido com J S molecu la~ precursor<1s dc1 v1dc1 Jcumuladc1s ilctl'ro, d1fprent P), 111cc1pclll'\ dl' prorlu,rr n p1ópnc, 11lrnwrtlP,
na lerra primitiva. Quando se adici onam ex pPrimentdlmente tr 11do dr obtê-lo do 1nr10 rx tern o 11,1lo11nc1 d,· m(>I<·<111,1' orq,1
proteínas em ~aluções aquosas co m ce rto grau de acideL e Sdii n1c,1~ S<.1 0 ,1ul ot rolr lO\ ,1 lqum t1 pm d<• hcJ< l1•nt1 \ ,1, ,ilq,i, 1· c1 ,
nidade, podem ser ob tidos ag lomerados proteicos mic.ro~cop,- pl<1nlc1\; s,10 li l' IProt roill m I f' rtc1 , b.ic tn1cJ ;, ,1 q11 ,1 \1· toti1l1C lc1d1 ·
cos, em algum casos rel.1tivdmente estaveis, graças à formc1 ç<1o dos proto10.ir10, \' lodo, o, funqo, l' m ,1111m,11,
de uma peilc ula de moleculas de águ a ao redor das proteína ~.
(Fig . 22)
A hipótese autotr6fica
Molécula A h1potese dr ciuc• o, pnm('1ros sc·n·, vrvm (•r,ur1 ,iu totrrí
de água fr co\ conlwud<l co1110 h1potc•,1• ,1ulot1of11,1, P tl 111t11\ r1tv1t,1
,1tu,1lme11te. ~L· us ddrmor('\ t1rqumr11l,1111 que 11t1 !PrrcJ pnmi
tiva 11 c10 hr1v1c1 molec ula s or9t1 11icc1 s C' l11 ciu,111lldMJr \UÍ1cin1tl'
p,na susten t,ir a 111ult1plicaç,<10 elo\ p1 i111 e1ros ,c· rc~ vivo, c1t é o

C) <1pclíeC11nen to da foto~sínt esc. Seg undo eles, o, primeiros SPrP\


vivos eram quimiolitoJutotrofirn\ (do grego /1/ 0\ 1ochc1), 1\t0
e, produz1<.1m o propno t1l1111ento a p,Htir dc1 energ1,1 l1hrrãdc1
Molécula por reaçoes qu1m1c<1 s entre co mponentes i11orgân1c os dil crosta
orgânica terrestre. Uma poss1bi li dc1de e (JU P eb ut1li1c1 ssr rn compos to\
de ferro e de enxofrp (po r exemplo, Fc) e HiS), provavr lrncnte
abund antes na Terra primitiva . bsa 1dei,1 tem se comolidado
Coacervado grJças à dPscobcrta de mrcrorgdni smos qu e vivem cm ambirn -
tes inóspitos como fontes de agua qu ente e vulroes suhmari -
nos, obtendo energia a partir de reaçoe~ químicas. Uma dessas
Figura 22 Representaç ão esquemática da formação de um
coacervado. como é chamado o aglomerado microscópico de
reações é esq uemiJ tizada a seg uir:
moléculas orgânicas que são mantidas juntas por películas de água ao
redor. O processo de coacervação ganhou destaque ao ser proposto FeS • H,S • FeS , H, 1 Energia
como um passo importante no surgimento da vida pelo pesqui sador
Sulle10 de Sulfeto do O,ssulfeto Gás
Alexander Oparin (1894-1980) .
lerro(lf) htdrogêrno de forro h,drogêrno
(gás sulf1d11co)

Também se observou que, em certas condições especiais,


proteínas podem se orga niza r formando pelícu las ao redor de Nossos hipotéticos ancestrais poderiam viver, como certos
ag lomerados de moléculas orgâ nicas. Esses fa tos leva ram os microrganismo s quimi olitoautotróficos atuais, ao redor de fen-
cientistas a pensar que, nas condições da Terra primitiva, molé- das vu lcâ nicas submersas, onde há li beração contínua de gás
ci cu las orgâ nicas podem ter se isolado e se organizado, fo rman- sulfíd rico (H2S). Segundo a hipótese autotrófica, a partir dos
do glóbulos microscópicos estáveis precursores da vida. primeiros seres qui miolitoautotróficos teriam se originado os
O sa lto definitivo rumo aos seres vivos teria ocorrido há outros tipos de ser vivo, inicialmente os que rea lizava m fermen-
pelo menos 3,5 bilhões de anos, no momento em que esses tação, depois os fotossintetizan tes e, finalmente, os que respi-
glóbulos microscópicos adquiriram estabi lidade e capacidade ra m gás oxigêni o (aeróbicos) . (Fig . 23)
de produzir os próprios componentes, podendo crescer e se
reproduzir. Como teria se dado esse passo crucial na evolução
da vida? Essa é uma perg unta para a qual os pesqu isadores
ainda não têm resposta.

Evolução dos processos energéticos


Embora não haja um retrato exato dos seres vivos mais an-
tigos, pode-se imaginar que eles eram microscópicos e deli mi-
tados por uma membrana. Em seu interior, reações quím icas
ordenadas e controladas transformavam molécu las de alimento
em componentes da própria estrutura, o que permitia o cresci-
mento e a reprodução.
De onde vinham a energia e a matéria-prima utilizadas
j .1
pelos primeiros seres vivos? Os seres vivos atuais têm duas :1
estratégias princi pais para obter alimento, fonte de energia
e matéria-prima para o metabolismo: ou eles mesmos o pro- Figura 23 Fonte termal submarina. A descoberta, em meados
duzem ou o obtêm pela ingestão de organismos ou partes da década de 1970, de comunidades biológicas vivendo em total
deles. No primeiro caso, fala -se em seres autotroficos (do gre- escuridão nas profundezas oceânicas. a mais de 2.500 m de
profundidade. e alimentadas por bactérias quimiolitoautotróficas dá
go autós, próprio, e trophos, alimento), capazes de produzir
força à hipótese de que seres como esses, que obtinham energia de
as substâ ncias orgânicas que lhes servem de alimento a par- reações químicas inorgãnicas como as que ocorrem em fontes termais,
tir de gás carbónico (CO ) e de energia obtidos do ambient e. podem ter sido as primeiras formas de vida na Terra.
--
O gás oxigênio liberado na atmosfera teve gra nde impacto
A origem da fotosslntese ambiental. A maioria dos seres que habitava o planeta há aproxi-
Um paS-)o 11nportante na historia dd vida na Terra foi o madamente 2 bilhões de anos ainda não havia desenvolvid o pro-
aparecimento da fotornnte~e. Esse processo celular, real izado cessos de proteção contra os efeitos nocivos desse gás e por isso
at ualmente por algas, plantas e certas bactérias, consiste em se extinguiu . As células de todos os seres vivos atua is (exceto bac-
produzir substànoas energeticas alimentares (geralmente glic1- térias anaeróbicas obrigatórias) apresentam eficientes mecanismos
dios) a partir de gas carbónico (C O.) e energia luminosa. Além químicos de proteção contra os efeitos oxida ntes do gás oxigênio
de glic1dios, a mdioria dos seres ; utotrófi cos atuais também
produz g.is oxigénio (O.), li berado no ambiente . A origem da respiração aeróbica
Acred ita-se que no in1c10 da evolução da fotossíntese os Os ancestrais das bactérias fotossinteti zantes atua is, além
reagentes eram o gás carbônico (CO ) e o sulfeto de hidro-
1 de desenvolver sistemas químicos antioxidação, consegu iram
gênio (H.S). Esse ti po de fotossíntese , realizada ainda hoje por
aproveitar o poder oxidante do gás oxigênio para quebrar mo-
algumas ·espécies de bactéria conhecidas como sulfobactérias,
léculas orgânicas que elas mesmas produziam pela fotossíntese .
pode ser represen tado pela seguinte equação global:
A oxidação controlada dessas substâncias orgânicas, emprega-
das como alimento, ga rantia alta eficiência na obtenção de
co_ · H,S • Energia - - Glicíd10 + S • H,O energia; surgia, assim, a respiração aeróbica, processo que
consiste na oxidação de substâncias orgânicas do alimento (por
Há pouco menos de 3 bilhões de anos surgiram bactérias exemplo, glicídios) para a obtenção de energia . Esse processo
fotossin tetizantes capazes de utilizar água (Hp) em vez de gás pode ser representado pela seguinte equação global:
sulfídrico (H.S). Graças à grande disponibilidade de água na
Terra, essas bactérias puderam se espalhar por todo o plane- Glicídio o, - -
T CO, .,. H,0 + Energia
ta. Acredita -se que essas primeiras bactérias fotossintetizantes
fo ram as ancestrais das bactérias autotróficas atuais. A reação Note que, embora sejam distintos, o processo da respiração
de fotossíntese realizada por esses seres pode ser representada aeróbica, quanto a reagentes e produtos, é o inverso da fotossín-
pela segu inte equação global: tese. Isso significa que, há cerca de 2 bilhões de anos, começou
a se estabelecer na Terra um eq uilíbrio dinâmico entre esses dois
CO, - H,O + Energia - - Gl1cíd10 + O, processos energéticos. Esse equilíbrio perdura até hoje . (Fig. 24)
Outra consequência da presença de gás oxigênio na atmos-
A capacidade de util izar substâncias simples obtidas do fera terrestre foi a formação de uma camada de gás ozônio (0 )
meio e energia da luz solar garantiu a enorme propagação das na estratosfera , entre 12 e 50 quilômetros de altitude. Esse gás,3
bactérias fotos si ntetizantes prim itivas; elas invadiram os mares formado a partir do gás oxigênio (0 ), impede a passagem da
e todos os ambientes úmidos do planeta. A proliferação dos 2
maior parte da radiação ultravioleta proveniente do Sol, cujos
seres fotoss intetizantes foi tal que o gás oxigênio (Oz) liberado efeitos são prejudiciais aos seres vivos. Antes do surgimento da
alterou sign ificativamente a composiçâo da atmosfera terrestre. camada de ozônio a vida restringia-se aos am bientes protegidos
A partir de 2,5 bilhões de anos atrás, a concentração de gás oxi- de lagos e mares. A filtragem do excesso de radiação ultravioleta
gênio, praticamente inexistente até então, aumentou progres-
pela camada de ozôn io atmosférica permitiu que os seres vivos
sivamente até atingir a porcentagem atual, em torno de 21 % .
colonizassem ambientes de terra firme expostos à luz solar.
Energia
luminosa
do Sol
Respiração, realizada por
animais, plantas, algas,
fungos , protozoários e
bactérias
r,í\
r, Figura 24 Representação
!lt . 1 esquemática do equilíbrio dinâmico
;J entre a fotossíntese e a respiração aeróbica.
Na fotossíntese, os reagentes gás carbôn ico
Fotossíntese , (C0 ) e água (H,O) originam glicídios
realizada por planta~ e gás oxigênio (O) como produtos.
algas e bactérias Na respiração aeróbica, ocorre o inverso:
os reagentes são gás oxigênio (0,) e
substâncias orgânicas e os produtos são
Gás ox19enio gás carbônico (CO ) e água (H, O).
Glicídios
, Agora voeª pode resolver as atividades de 27 a 40, 45, 54, 56, 58, 61 e 62
. - - - - --- -- - - -- - - - - ...
fE
Ciência e cidadania

O significado biológico da morte


Uma refle xão prof unda sobre a vida tem necessariamente 6 Ao longo do desenvolvimento embrionário, as instruções
de levar em conta a morte; afin al, todo ser vivo está sujeito a genéticas dos pais - os genes - vão sendo duplicadas e
morrer. A qualquer instante, pelos mais dife rentes motivos, transm1t1das a cada nova cél ula que surge . Assim, de certa
o processo vital pode ser interrompido. forma, os pais permanecem vivos no novo ser que geraram .
2 O que é vida? O que é morte? Do ponto de vista biológico, 7 Os seres humanos talvez sejam os únicos seres que têm
vida é sinônimo de alta orga nização, mantida à custa de consc1énc1a de que sua vida 1ndiv1dual chegará ao fim .
di spêndio de energ ia, e a morte é o processo irreversível E poucas pessoas conseguem encarar com naturalidade
de perda da at1v1dade altamente organizada que caracte- o fenômeno absolutamente inevitável que porá fim à sua
riza a vid a. existência individua l. A humanidade te m enfrentado inú -
3 Va mos imaginar os primórdios de nosso planeta, na época meras causas de morte· moléstias na infância, acidentes na
em que a vida surgiu na Terra. Podemos dize r que a vida adolescência, infecções virais e bacterianas na idade ad ulta
realmente nasceu com o apa recimento da reproduçao, foi e doenças degenerativas na velhice.
essa capacidade que garantiu sua perpetuaçao, contrapon- 8 Apesar das d1f1culdades, sena bom se conseguíssemos nos
do-se à inevitabilidade da morte. Graça s a reprodução, a preparar para a morte. Um dia, toda a incrível organ ização
vida tem vencido a mo rte, pelo menos por enquanto . Ind i- que nos faz viver será desfeita O interior de nossas células,
vídu os morrem, espécies se extinguem, mas a vida, como outrora forma do por um monumental aparato molec ular
fenômeno planetário, continua a existir ininterruptamente funcionante, se transformará gradualmente em uma sopa
desde sua origem, graças à reprodução. de moléculas orgânicas caotica mente reunidas . Muitos
4 Há seres vivos que, sa lvo acidente, não morrem, embora outros seres vivos - ve rmes, larvas, bactérias e fungos de-
deixem de existir como entes individuais. Por exemplo, compositores - irão se banquetear com nossas substân cias
uma celula que se reproduz por divisão binária não morre; orgânicas, para eles altamente nutritivas. Ea vida contin uará
apesa r de desaparecer, sua exis tência adquire nova forma, a existir. Resta-nos pelo menos um consolo: nossa morte,
perpetuando-se em suas células-filhas. Certos seres mult1ce- com certeza, criará vida .
lul ares, como as esponjas e alguns cn1dários e vermes, são
capazes de se reproduzir por frag mentação, continuando Entre os episódios
que marcam o ciclo
a viver em seus desce nden tes . Apenas seres mult1celulares
de vida dos Bororo,
relativamente simples, todavia, têm essa capacidade. a morte é um dos
5 Os seres ma is complexos dese nvolve ram uma maneira mais importantes
peculia r de ve ncer a morte: a re produção sexuada. Dois e é encarado com
indivíduos de sexos diferentes, ou mesmo um indivíd uo cerimôni as fúnebres.
que envolvem toda a
com os dois sexos, produzem células es pecializadas, os
aldeia. Na foto, Terra
ga metas, que se unem para originar o zigoto, a primeira Indígena Meruri, aldeia
célula do novo ser, na qual se misturam as instruções ge- Garças, municí pio de
néticas de cada genitor. Ge neral Carneiro.

z; ,1/1,
~ i
-➔•ltJ•)lhil'ht'±----------------------------------- ""' .!_
Apesar de a morte realmente dar ,entido à vida, não é fácil 3. Comente em um texto curto a ideia de que por meio da
pensar muito sobre ela . O texto destaca que, embora a mor- reprodução "a vida tem vencido a morte" tanto em se-
te biológica individual ½eja inevitável, a vida se perpetua res unicel ulares e multicelulares simple~ como em sen•~
ininterruptamt>nte de;,de ,ua origem por meio da reprodu- multicelulares complexos.
ção, evoluindo ,empre. Utilize o roteiro a ,egu ir como guia
4. Nos dois parágrafos finais, são feitas as consideraçõe-,
para rrfletir ,obre o importan te tema abordado no texto.
sobre illgumas causas de morte e uma importante con-
1. Com ba~e na dehniç~o de vida apresentada nos parágra- sideração sobre d vida: "O interior de nossa!> células,
fo~ iniciai;,, comen te, em um texto curto, a quais caracte- outrora formado por um monumental aparato molecu-
ri.shcas do:,, seres vil'os ela e,tá relacionada. Verifique se lar funcionante, se transformará gradualmente em uma
há conceito~ importante~ a serem de"tacildo, r elabore ~opa de molécula, orgânicas caoticamente reun idJ~" -
uma lista com o, conceito'i-chave. Qual É' il ideia cen tral dessa frase? Que caracterí~tica im -
portante dos sere½ vivo~ ela re~salta?
2. No terceiro pariÍgrafo, UL'stacilmo½ uma cdracteristica
considerada um "divisor de águd~" na origem da vida. 5. O último parágrafo se encerra co m a fra!,e : "[ ... ] nossa
Que carnctrrí~tica é c~~a? Qlll' conceito importante está morte, com certeza, criará vida". O que is~o quer di7,er
presen te no parágrafo? no contexto do parágrafo?

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ATIVIDADES

REVENDO CO~CEITO~ F~TO~ ! e~ocesso~ -


Fundamentos do pensamento científico
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Fenômenos natur;iis Metodo cient1flco

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Previsões

6. O conceito repre,entado pelo numero 1t' 'undJmentJl J ,1b!en,jo d," JJd1 ,, , •bre l" Lili , "' wr
h~ta, trabalham. Pt'n,e ....,brt' ele L' t',co!hJ, e11tft' Js Jltt•rn,1t 11 J, Ut 'TI, 1, ,r 1,n a L', ,n1 l'1',1 i
d,1 d1agramd. 1("1

7. Qual da, altemati1a, ilu,tra rnrretJmt>ntt' P conce1t,, reprl''>t'ntado pt•lp nJrne•,, ~- l

A Biologia como ciência


8. O yue garante a rnntinu1d,1<:!t· d.1 1 idJ em íll•~~t' p!Jnet.i t' ,1 c.ipaodJdt' t;ll<' o, -ere~ 11-, o, tt'r.i d,·
a) crescimento. e) mo, i'llt'ntaç;io e) r"p-oducà<'
b) metabolizJç.'io d) re.1g1r J e,tímulP\
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A ori gem do Universo e do Sistema Solar


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a) ~ 111tlh,11.·, ,k .1111,~. e) S [,tlhPl'' d,· 11111,~
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20. (lt1 ,1 I ,, ,11d.1d,· ,·,111n,1d.1 dn l '1111·,·r,,1'

Como surgiu a vida na Terra?


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b) l'l'l1i11,,i11 nwlt..-,il ,,r. d) 1 :,•r,1,·.i,1 ,·,p,111t,11w,1.

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_J
ATIVIDADES n

22. Com o ~e denomina a teoria segundo a qual um se r vivo somente se origina a partir de organismos
semelh antes? ( Ç )

23. Cumo ~e denomi na a lcoria ~egundo a qual a vida pode surgir a partir da matéria inanimada? ( (<.?...)

Considere as alternati vas a seguir para responder às questões de 24 a 26.


a) Antonie van Leeuwenhoek. e) Louis Joblot.
b) Francesco Redi. d) Louis Pasteur.

24. A quem ~e atribui a descoberta do~ mi crorganismos7 ( G· )


25. A tecnologia para a elimin ação seletiva de microrganismos pelo aquecimento brando deve-se aos
trabalhos de qual cientista? ( . .,, )

26. Qual pesquisador demonstrou, pela primeira vez, que os seres vermifor mes presentes na carne podre
ori ginam-se de ovos depo~itados por moscas? VJ ; )

Ideias modernas sobre a origem da vida


27. A importância do trabalho de Mi ller foi ler demonstrado, pela primeira vez, que
a) os primeiros seres vivos vieram do espaço.
b) íl vida surgiu nos mares primitivos.
e) moléculas orgâ ni cas poderiam ter se formado a partir de gases supostamente presentes na atmos-
fera primitiva.
~
d) os primeiros seres vivos eram heterotróficos.
j
28. Os cientistas acreditam que a vida na Terra surgiu aproximadamente há 8
cn
a) 10 mil anos.
b) 5 milhões de anos.
e) 65 milhões de anos.
d) 3,5 bilhões de anos.

Indique o termo abaixo que completa corretamente os parênteses das frases de 29 a 34.
a) célula d) hipótese heterotrófica
b) hipótese autotrófica e) quimiolitoautotrófico
c) hipótese da panspermia f) teoria da evolução molecular

29. A denominação (/,, ) aplica-se a organismos capazes de obter energia a partir de reações químicas
entre component½inorgânicos.

30. (!) ) é considerada a unidade dos seres vivos, onde ocorrem as reações químicas essenciais à vida.
31. A frase" A Terra foi colonizada por vida proveniente do espaço" resume o(a) (('- ).

32. A descoberta de bactérias, ca pazes de obter energia a partir de componentes inorgânicos da crosta
terrestre, reforça o(a) (Í" ).

33. A idei a de que substâncias originalmente presentes na Terra primitiva formaram substâncias precur-
soras da vida e os primeiros seres vivos resume o(a) (O--}.

34. Os primeiros seres vivos obtinham alimento a gertir de substâncias orgânicas presentes no meio em
que tinham surgido. Essa frase resume o(a) (!J-).

35. Qual é a denominação de um aglomerado de moléculas orgânicas, revestido por uma película de
moléculas de água e que, na opinião de alguns cientistas, pode ter sido um dos primeiros passos
rumo à origem da vida?
a) Amino;ícido. e) Microrganismo.
b) Coacervado. d) Ribozima.

36. Os cil'ntistas consideram um marco para o aparecimento da vida na Terra a formação


a) dos aminoácidos.
b) da, proteínas.
e) dos ácidos nucleicu,.
d) ele sistemas molccul ~rcs com ca pacidade de metaboliza r e de se reproduzir.
1

L.
Considere as alternativas a seguir para responder às questões 37 a 39.
a) Autotrófico. e) Heterotrófico.
b) Coacervado. d) Quimiolitoautotrófico.

37. Como se denomina o organismo que utiliza energia liberada por reações químicas entre componentes
inorgânicos da crosta terrestre para sintetizar seu próprio alimento? (e)
38. Como se denomina o organismo que precisa obter substâncias orgânicas do ambiente para usá-las
como fonte de energia e de matéria-prima para se manter \·ivo7 ( J)
39. Qual é a denominação dada a um organismo capaz de sintetizar o próprio alimento a partir de subs-
tâncias inorgânicas e de energia obtidas do ambiente? ((_ )

40. A descoberta de microrganismos quimiossintetizantes capazes de \"i\·er em locais inóspitos, obtendo


energia das rochas, constitui uma evidência a favor da
a) hipótese autotrófica.
b) hipótese da panspermia.
c) hipótese heterotrófica.
d) teoria da evolução molecular.
e) teoria do big bang.

QUESTOES PARA EXERCITAR O PENSAMENTO


41. O médico inglês Edward Jenner desenvolveu um método de prevenção contra a varíola que mais
tarde foi denominado vacinação. O interesse de Jenner pela varíola parece ter surgido quando ele
ouviu uma ordenhadora de vacas vangloriar-se de ser imune à varíola humana, segundo ela porque
já havia contraído anteriormente varíola bovina. Ele teve, então, a ideia de transmitir varíola bovina
a pessoas, para verificar se elas se tomariam imunes à varíola humana, doença muito mais perigosa
que a varíola bovina. Em maio de 1796, Jenner injetou, em um menino de oito anos, material retirado
das erupções cutâneas das mãos de uma ordenhadora atacada pela varíola bovina. Dois meses de-
pois, ele injetou no menino material retirado de erupções cutâneas de urna pessoa atacada por varíola
humana. Como se imaginava, o menino não desenvolveu a forma grave da doença. O método foi
testado diversas vezes por Jenner e por outros médicos, confirmando a eficácia do tratamento, que
logo se difundiu por toda a Europa.
a) Enuncie a hipótese testada por Jenner.

b) Como Jenner testou sua hipótese?

42. Dois cientistas realizaram o seguinte experimento: alimentaram larvas de uma espécie de mosca com
dietas que diferiam quanto à presença de aminoácidos, que são os componentes das proteínas. Um
grupo de larvas foi alimentado com uma dieta completa, com todos os 20 tipos de aminoácidos
naturais, além de água, sais minerais, gliódios e vitaminas. Cinco outros grupos de larYas, semelhan-
tes ao primeiro, foram alimentados com dietas nas quais faltava somente um dos aminoácidos.
Os re,ultados obtidos estão representados no gráfico a seguir.

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